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maio 2006

Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 51

3,00

ORGULHO PARAENSE CULTURA PARÁ 2006 CIRCUITO CULTURAL BB




edição

FIEPA NA LUTA PELO DESENVOLVIMENTO DO PARÁ

Modernização, incentivo a tecnologia, investimentos e geração de emprego para o Estado são as principais metas defendidas pelo Sistema Indústria do Pará, que é coordenado pela Federação das Indústrias do Pará ...

CIRCUITO CULTURAL BANCO DO BRASIL Aconteceu no Teatro da Paz e na Estação das Docas a apresentação de grandes nomes da cultura brasileira: os grupos Bossacucanova, a Quasar Cia de Dança, a Sutil Cia de Teatro, o cantor e compositor Marcos Valle, as cantoras Maria do Céu e Clara Moreno, os escritores Zuenir Ventura e Ana Miranda e o fotógrafo Cláudio Edinger, entre outras personalidades.

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CULTURA PARÁ “LANDI: CIDADE VIVA”

A BANDA CALYPSO

A banda Calypso esteve recentemente em Belém, quando Joelma, Chimbinha e os dançarinos se apresentaram na Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel, no bairro da Pedreira para milhões de paraenses. Nessa entrevista à Revista Pará +, o casal fala da carreira, dos fãs...

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HOMENAGENS PARA CAMILLO MARTINS VIANNA

CACHOEIRA DO ARARI

Nosso querido amigo e colaborador, um dos mais devotados ambientalistas de nossa Amazônia, completou no dia 19 de abril, 80 anos!

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Com a subida de nosso primeiro astronauta, o comandante Marcos César Pontes, ao espaço sideral, permanecendo por dez dias em órbita, a bordo da ISS, a língua portuguesa conquistou mais um feito extraordinário...

Centenário da Arquidiocese de Belém

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A certeza do infinito

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Celeste Proença

Cosmogonia. Teoria inlfacionária

Hélio Titan

Mesmo considerando uma série de contradições, parece não haver dúvidas quanto ao conhecimento, por parte de pessoas interessadas, que o portentoso Gran Rio de Las Guerreras Amazonas foi incorporado à... CAMILLO VIANNA

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O PORTUGUÊS SOBE AO ESPAÇO

matérias

AMAZÔNIA. SEGMENTOS CULTURAIS

HÉLIO TITAN

Maio. Faroeste para enamorados

Acyr Castro

Alegria não tem contra-indicação

Acyr Castro

SÉRGIO PANDOLFO

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Agenda Cultural

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ANATEC Editora Círios S/C Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

Í N D I C E

PUBLICAÇÃO

ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Celeste Proença, Hélio Rodrigues Titan, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Arquivo Ascon/Fiepa, Cláudio Freitas, Carlos Silva, Dina Santos, João Vianna, Marcio Wendel, Sergio Fernandes; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios *Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores


Fiepa na luta pelo desenvolvimento do Pará

M

odernização, incentivo a tecnologia, investimentos e geração de emprego para o Estado são as principais metas defendidas pelo Sistema Indústria do Pará, que é coordenado pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). O atual presidente da entidade é José Conrado Santos, que atua no setor industrial gráfico. Ele comanda a entidade desde novembro de 2005, após o falecimento de Danilo Remor. A Fiepa é composta ainda pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Há 57 anos, a federação tem lutado pelos interesses da classe empresarial e pelo bem-estar e profissionalização do funcionário da indústria. “É no trabalhador que deve chegar a qualificação, a saúde e o nosso respeito, pois é nele que depositamos o desenvolvimento do setor industrial”, afirmou o presidente José Conrado Santos. Ele aponta também a importância das parcerias de entidades representativas do setor produtivo na luta pelo crescimento do Estado. “Precisamos lutar por

infra-estrutura e condições que contribuam ainda mais para o destaque do Pará no cenário nacional”, completa. História - Desde a implantação da Fiepa, o setor industrial paraense se desenvolveu e a entidade passou a participar mais das decisões a respeito do Pará. Foram reivindicações por uma melhor infra-estrutura e pela implantação de grandes projetos, que valorizam a verticalização da nossa economia. José Conrado Santos presidente atual da FIEPA

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Um deste projetos em andamento, no qual a Federação é parceira, chama-se “Investe Pará”, uma rede de atração de investimentos que visa identificar as potencialidades paraenses, onde estão previstos projetos para os setores financeiro, industrial, agronegócio, comércio, transporte, infra-estrutura, turismo e mineral, com foco na geração de 490 mil empregos diretos no Pará, para os próximos dez anos. Mas, para que o esforço não seja em vão, os empresários do setor industrial se depararam com mais uma batalha pela frente: a extinção da lei dos incentivos fiscais no Estado, efetuada pelo Supremo

Tribunal Federal (STF) em abril passado. Isso pode impedir a vinda de empresas ao Pará, por meio de isenção de impostos, situação que desfavorece a atração de investimentos. “O momento é delicado e precisamos encontrar uma saída concreta para essa questão, junto ao Estado e as demais entidades empresariais, pois é a credibilidade do Pará, lá fora, que está em jogo”, analisa José Conrado. O senador Fernando Flexa Ribeiro, que já foi presidente da Fiepa, de 1990 a 1998, e hoje é diretor da entidade, também se manisfestou em discurso no plenário do Senado a respeito do problema, quando destacou que o Pará ingressou na industrialização brasileira muito tarde e os recursos tecnológicos chegaram aqui de forma mais lenta do que em outras regiões desenvolvidas do país. “O Estado precisa tanto atrair empresas, ampliar o seu parque industrial e aumentar a produção. Como fazer isso sem a concessão de benefícios fiscais?”, questionou o senador. Homenagem - O ex-presidente da entidade, Danilo Remor, que deixou um legado na história da indústria paraense, será homenageado com a medalha do Mérito Amazônico, que será entregue em solenidade no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, no dia 02 de junho. Essa medalha é conferida para pessoas que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento da nossa região.

Sesi: compromisso com a responsabilidade social A implantação das práticas e valores que norteiam a responsabilidade social nas empresas é um dos produtos oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), um dos componentes do sistema Fiepa. Um desses valores é a saúde e a segurança do trabalhador, para os quais o Sesi oferece programas de acompanhamento técnico nas indústrias, que as orienta Senador Fernando Flexa Ribeiro, diretor da FIEPA

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O saudoso Danilo Remor, ex-presidente da entidade, entregando a Simão Jatene a medalha do Mérito Industrial, ano passado

a reduzir os riscos de acidentes de trabalho e em melhorar no ambiente profissional. Além disso, a instituição promove o esporte, o lazer e a cultura entre os funcionários da indústria.

Senai: qualificação profissional para o trabalhador Mais de 17.000 alunos receberam certificados de qualificação profissional pelo Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial do Pará (Senai) em 2005. A instituição está presente em 10 municípios do Pará. O destaque fica por conta das parcerias que são feitas com empresas que vão instalar grandes projetos em municípios do Estado, como a Companhia Vale do Rio Doce, que vai extrair níquel em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará. Lá, 1.200 trabalhadores serão qualificados pelo Senai, junto à CVRD, para trabalharem no projeto nos próximos dois anos.

Iel: estagiários contratados Cem universitários, que realizaram estágios encaminhados em indústrias e empresas cadastradas no Instituto Eulvaldo Lodi (IEL), foram contratados até dezembro de 2005. O Instituto, que promove a integração entre empresa e universidade, cadastrou mais de 3.000 alunos ano passado e hoje realiza uma rotina de mini-cursos que visam a capacitação de estudantes e profissionais.

Fone: (91) 3248-5651 EDIÇÃO 51 [MAIO] p a r a m a i s . c o m . b r

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+

Cu l t u r a

Circuito

Cultural

Bancodo Brasil A

conteceu no Teatro da Paz e na Estação das Docas a apresentação de grandes nomes da cultura brasileira: os grupos Bossacucanova, a Quasar Cia de Dança, a Sutil Cia de Teatro, o cantor e compositor Marcos Valle, as cantoras Maria do Céu e Clara Moreno, os escritores Zuenir Ventura e Ana Miranda e o fotógrafo Cláudio Edinger, entre outras

personalidades. O Circuito teve programas Artes Plásticas, Educativo, Mostras de Cinema e Vídeo, Idéias, Música Popular Brasileira Contemporânea (MPCB), Teatro e Dança. Nas exposições, mostras de cinema e vídeo, palestras e programa educativo, a entrada foi franca, com doação (opcional) de dois quilos de alimentos não-perecíveis. Nos demais eventos - espetáculo de teatro, dança e shows de músicas - foram vendidos ingressos a R$ 15 (com meia entrada para estudantes), mais dois quilos de alimentos não-perecíveis. Os clientes do cartão Banco do Brasil também tiveram direito à maia entrada. Os alimentos recebidos foram destinados ao Programa Fome Zero, do Governo Federal. A programação foi aberta com a exposição Pablo Picasso: Paixão e Erotismo, com coquetel para convidados, na Estação das Docas. Belém teve o privilégio de ser a primeira capital do País a sediar a exposição de 59 gravuras originais do artista plástico espanhol. A programação do Circuito Cultural Banco do Brasil, se estendeu até 7 de maio, com apoio da A abertura

Antes da abertura

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Secretaria Executiva de Cultura (Secult) e da fundação Rômulo Maiorana, que cedeu técnicos para montagem da exposição sobre Picasso. As gravuras expostas em Belém são representativas dos últimos 50 anos de atividades de Picasso como pintor. A coleção de gravuras pertence ao diretor italiano Píer Paolo Cimatti, responsável pela Editora Torcular, especializada em livros de arte e gravuras. Para entendidos, “Picasso foi um extraordinário gravador. A primeira gravura feita por ele foi em Barcelona (Espanha), antes de ir para Paris, no começo do século”. O artista plástico fez muitas séries de gravuras, abordando temas como “O artista e seu Minotauro”. O minotauro era uma metáfora do próprio Picasso, como símbolo da masculinidade, já sem o mesmo vigor sexual em seus últimos anos de vida. Dessa forma, o touro é um personagem expressivo e sempre presente na obra do artista. Em Belém, o publico conferiu trabalhos enfocando o lado familiar de Picasso, como nas gravuras “Retrato de Família”, em que o autor aparece ao lado dos pais e irmãs. Outros momentos da exposição abrange gravuras sobre bordéis e o erotismo, marca da obra de Pablo Picasso. Para especialistas das artes plásticas, Picasso foi exímio em deixar nas suas gravuras uma mistura de confissão autobiográfica e fantasia, expondo suas experiências e seus mais íntimos

desejos. Entre 1899 e 1972, Picasso produziu cerca de 2.200 obras, passando pelo realismo dos primeiros anos e até o cubismo que o consagrou no mundo inteiro. A mostra contou com o patrocínio do BB Seguro Auto percorrerá, depois de Belém, Belo Horizonte MG e Teresina (PI). Grande centros como Rio de Janeiro e São Paulo estão fora do circuito este ano, porque a estratégia é fazer chegar à arte e a cultura a região do País tradicionalmente relegadas a segundo plano no que se refere ao acesso. Na montagem da mostra na Estação das Docas foi construído um recinto fechado, com duas entradas, uma vez que não se tem um controle absoluto de temperatura e umidade de exigido pelas obras. Foram organizadas duas selas, com dois grupos de gravuras e, como o tema é “Paixão e Erotismo”, foi escolhida a cor vermelha para o espaço, por remeter o espectador ao tema e criar um efeito de contraste cm as gravuras em preto e branco. As gravuras foram feitas por Picasso em metal (são feitas a partir de uma matriz, que varia de matéria-prima, para se fazer uma série). “Muitas vezes o Picasso trabalhava sobre uma mesma matriz, ele ia transformando essa matriz. Ele fazia uma série de gravuras, depois ele trabalhava, retirando ou simplificando, alterando esses desenhos, para fazer uma nova série”. Esse trabalho é feito, muitas vezes, em negativo: o que era preto na matriz fica branco no EDIÇÃO 51 [MAIO] p a r a m a i s . c o m . b r

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Lê Theatre de Marianne

O compositor Marcos Valle

Maria do Céu deu um show apaixonante

BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA (MPBC) trabalho final, funcionando com uma espécie de carimbo. Assim foi desenvolvido em Belém o Circuito Cultural Banco do Brasil:

Bossacucanova e Clara Moreno, na Estação as Docas. Marcos Valle e Céu, na Estação das Docas.

ARTES PLÁSTICAS Exposição Pablo Picasso: Paixão e Erotismo, na Estação das Docas.

PROGRAMA EDUCATIVO Visitas Monitoradas à exposição, na Estação das Docas. Brinquedoteca com Sapeção, Oficina de Construção de brinquedos com material reciclável, na Estação das Docas. Oficina de Dança Contemporânea, com a Cia. Quasar, no Theatro da Paz.

MOSTRAS DE CINEMA E VÍDEO Mostras “Cinédia 75 anos”, a partir das 15h, na Estação as Docas. Mostra de Animação do National Film Board of Canadá, na Estação das Docas.

IDÉIAS “Foto em Pauta”, com Claudio Edinger, na Estação das Docas. “Encontro com o Artista”, com Guilherme Weber, no Theatro da Paz. “Crônica e Jornalismo, uma reflexão sobre a imprensa no Brasil”, com Ivan Ângelo e Nirlando Beirão, mediação de Márcia Carvalho, na Estação das Docas. “Machado de Assis e os Grandes Cronistas do Século XX”, com Zuenir Ventura e Ana Miranda, mediação de Márcia Carvalho, na Estação das Docas.

PROJETO MÚSICA POPULAR 10

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The Big Snit

TEATRO Espetáculo A Vida é Cheia de Som e Fúria, com Sutil Cia. de Teatro. Direção: Felipe Hirsch. No Theatro da Paz.

DANÇA Espetáculo Só Tinha de Ser Com Você, com a Quasar Cia. de Dança. No Theatro de Paz.


A palavra de Clênio Teribeli, superintendente regional do BB "Do ponto de vista do Banco do Brasil consideramos o evento um sucesso absoluto, com grande ganho cultural para Belém e o Pará, haja vista que a comunidade soube compreender o trabalho realizado e apoiar com sua presença maciça todos os eventos. Os originais de Pablo Picasso em Belém, como porta de entrada para o Brasil, com muita certeza, encheu de orgulho todos os paraenses".

O casal Teribeli e Paulo Chaves

Nossa opinião Quem não teve a oportunidade de se fazer presente nesses eventos perdeu um dos grandes momentos Culturais de Belém. A cidade ficou em polvorosa, era mais quem queria assistir as programações. O sucesso foi absoluto em todos os sentidos. Aplaudimos de pé essa sensacional promoção do Banco do Brasil. Que venham outras! O mais rápido possível. A população de Belém só tem a agradecer.

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banda Calypso esteve recentemente em Belém, quando Joelma, Chimbinha e os dançarinos se apresentaram na Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel, no bairro da Pedreira para milhões de paraenses. Nessa entrevista à Revista Pará +, o casal fala da carreira, dos fãs, do lançamento do novo DVD e da turnê internacional.

Como tudo começou A vida dos paraenses Joelma e Chimbinha deu uma guinada de 180 graus. Há um ano, os líderes da Banda Calypso viraram destaques no cenário musical nacional e internacional. Criada há sete anos pelo casal mais famoso do Brasil, a banda é unanimidade nacional. Mas, alcançar o sucesso não foi fácil. Joelma e Chimbinha contam que o sucesso se deve a muito trabalho e aos fãs. "No início foi difícil. Fecharam as portas na nossa cara, mas mesmo assim fomos em busca de outros espaços", disse Joelma. Chimbinha lembrou que, no começo, chegou a esperar horas para falar com programadores de rádio na esperança de que pudessem tocar sua música. Ao final, pediam que ele voltasse depois. Resolveram então, tentar a sorte fora do estado. Sentiram a discriminação de perto. Um empresário

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queria que eles m u d a s s e m a identidade cultura. "Ele queira que nós disséssemos que não éramos do norte. Claro que não aceitamos", disse Joelma. A persistência dos nortistas deu certo. O guitarrista conta que a banda foi descoberta pelo apresentador Gilberto Barros, da TV Bandeirantes. "Enviamos um CD pra ele, e ele gostou do que ouviu e nos chamou", lembra Chimbinha.

Mídia Após as apresentações durante o programa Boa Noite Brasil, de Gilberto Barros, a banda começou a receber diversos convites de outras emissoras de rádio, TV, jornais e revistas. Apresentaram-se no SBT, no programa Domingo legal, do apresentador Gugu Liberato e no Domingão do Faustão, do apresentador Fausto

No início foi difícil. Fecharam as portas na nossa cara.. mas mesmo assim fomos em busca de outros espaços”

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lançado em novembro do ano passado, vendeu nada mais do que 1,1 milhão de cópias. O volume 1 vendeu mais de 500 mil cópias. O CD Ao Vivo chegou às 750 mil unidades vendidas. O volume três chegou ao mesmo número. O quarto CD atingiu 600 mil cópias e o sexto, 520 mil. O DVD 1 chegou a marca de 384 mil cópias vendidas e o DVD 02 , 300 mil.

Sucessos Silva, da TV Globo. O sucesso foi tanto que Gugu Liberato abriu um concurso para eleger o melhor grupo mirim que imitasse a banda Calypso. Na Globo, Chimbinha, e Joelma ficaram no palco por quase meia hora. Tudo por causa da grande audiência.

Shows Convites de shows por todo Brasil não demoraram a aparecer. Hoje a média de apresentações chega a 18 por mês. A agenda da banda está lotada: são 240 shows por ano, com média de público de 25 mil pessoas. A estrutura de cada apresentação é cuidadosamente montada. Uma equipe de 47 pessoas, entre motoristas, técnicos, músicos e bailarinos, integra o cast da Calypso. O grupo viaja sempre com o apoio de dois ônibus, duas carretas e dois microônibus. Além de Joelma e Chimbinha, onze músicos e três casais de bailarinos completam a cena do show. Antes de cada apresentação, Joelma diz que come banana por causa do desgaste e quando está em Belém "é só no açaí mesmo".

Discografia Em sete anos de carreira são oito milhões de CDs e 800 mil DVDs vendidos. A banda possui sua própria gravadora. O último disco da banda, o 'Volume 8',

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A Banda Calypso é o único grupo no Brasil com quatro discos diferentes na lista dos mais vendidos. Entre os sucessos que o público curte estão 'A Lua me Traiu', 'Abalou', 'Amor nas Estrelas', 'Cheiro do Pará', 'Dançando Calypso' e 'Conto de Fadas'.

Novo DVD A prioridade agora é lançar o novo DVD "Calypso pelo Brasil", que será gravado em cinco cidades brasileiras e em Belém, no final do mês de maio. A festa está marcada para acontecer no Estádio Olímpico do Pará, Mangueirão. Até agora, a banda já fez gravações em Brasília e no


Rio de Janeiro. Além de Belém, ainda faltam as cidades de Recife e Salvador.

Pirataria Sobre os discos piratas, a banda Calypso diz que não tem o que reclamar. 'Esses 'pirateiros' (vendedores de cópias piratas de discos) foram importantes para a Calypso', disse Chimbinha, ao informar que tem uma emissora de rádio, mas como não tem tempo para administrá-la, está para terminar com o empreendimento. Planos Ainda este ano a Banda Calypso fará uma turnê pelos Estados Unidos, Europa e Japão. Joelma e Chimbinha também se preocupam com o lado social. Eles, que se dizem evangélicos, pretendem colocar em funcionamento a Fundação Calypso. 'Para tirar crianças da rua e ensinar o nosso ritmo',

AV. GENTIL BITENCOURT N° 694, ENTRE RUI BARBOSA E QUINTINO. EDIÇÃO 51 [MAIO] p a r a m a i s . c o m . b r

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disse Joelma, destacando que a banda deu apoio à Fundação Pestalozzi, por meio de um programa de televisão, com R$ 12 mil. Além disso, a Calypso apóia instituições de caridade em Recife. Uma nova turnê internacional será concretizada pela Calypso este ano. A banda irá se apresentar na Suíça, Portugal, Alemanha, Estados Unidos e Japão. 'Em setembro

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iremos gravar um DVD em Nova York, que será lançado daqui a dois anos'. 'Fizemos show em Connecticut e tem muito paraense por lá; mas nada se compara a um show em Belém, a nossa terra', afirmou Joelma.


Religião O casal descartou a informação de que a Calypso se tornaria uma banda gospel (evangélica). Joelma afirmou que eles são evangélicos, já gravaram gospel e têm vontade de gravar um disco como outros artistas gravaram, seguindo o estilo do rei do rock, Elvis Presley, como lembrou Chimbinha.

Fãs No Orkut, a cada dia surgem mais comunidades como 'Fãs da Banda Calypso', 'Banda Calypso' e 'Eu amo a Banda Calypso', que somam mais de 100 mil membros. Dos 26 estados brasileiros, apenas oito não tem um fã clube: Roraima, Tocantins, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A maioria dos fãs está em Pernambuco, onde inclusive funciona o fã clube central. Em Recife estão 17 fãs-clubes registrados. Em São Paulo são cinco e o Pará e Maranhão com quatro.

Site oficial: Joelma e Chimbinha não entendem muito de internet. Eles designaram a sua assessoria para cuidar do site da banda. www.bandacalypso.com.br tem sua sede na Ilha do Retiro, em Recife, Pernambuco.

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CULTURAPARÁ

A

revitalização do patrimônio histórico arquitetônico da Cidade Velha foi o destaque do projeto “Landi: Cidade Viva”, para incentivar a preservação da memória arquitetônica paraense do século XVIII. O projeto foi aprovado pela Lei do Mecenato, do Ministério da Cultura e tem o patrocínio do Cultura Pará, da Companhia Vale do Rio Doce, e coordenação do Fórum Landi, da Universidade Federal do Pará. O público está conferindo a programação desde 19 de abril, com a abertura das exposições de vinte painéis que retratam a vida e a obra do arquiteto italiano Antônio Landi. O local escolhido para a exposição foi um galpão antigo da Cidade Velha. Para dar o clima de

O arquiteto italiano Antônio José Landi chegou à Amazônia em 1753, na condição de “riscador” (desenhista) da primeira Comissão Demarcadora de Limites entre os domínio de Portugal e Espanha na América do Sul, decorrente do Tratado de Madrid (1750). É na Amazônia que Landi deixou maior parte de sua obra, considerada uma das primeiras rupturas, na arquitetura, do Barroco presente das ordens religiosas então predominante no continente europeu. Ele trouxe ao

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viagem no tempo, foi reproduzida a fachada da Nova Alfândega de Belém em tamanho original, projeto não executado pelo arquiteto italiano. Além de desenhos e fotos de obras, a exposição abre espaço para mostrar experiências concretas de restauro de edificações importantes para a cidade. A exposição recria parte da atmosfera da Belém do século XVIII, no espaço “Você está aqui!”. Transportando o visitante para a Cidade Velha de cerca de 250 anos atrás, através de fotos e desenhos instalados no Largo do Carmo. Além da exposição, o projeto “Landi: Cidade Viva” está oferecendo aos moradores de Belém saraus, palestras, oficinas e visitas monitoradas ao Centro Histórico da Cidade. Todas as atividades são gratuitas.

Brasil um movimento que na Europa era chamado de Tardobarroco. Graças às obras de Landi, a da Belém da segunda metade do século XVIII era considerada uma das mais modernas cidades brasileiras. Para alguns historiadores, Landi tem o mesmo peso histórico do Aleijadinho, referência à genialidade de Antônio Francisco Lisboa que viveu em Minas Gerais do século XVIII e encantou a sociedade colonial com suas esculturas e obras de arquiteturas barrocas.


pesquisadores interessados na histórias da Amazônia no século XVIII. Reúne estudiosos de Portugal, Itália e Brasil. O objetivo é estimular, apoiar pesquisas multidisciplinares sobre a história e obra de Antônio Landi, na Amazônia, em todos os aspectos: sociais, religiosos, artísticos, arquitetônicos, urbanístico, científico, econômico e político.

O Fórum Landi é uma organização não governamental, supra-internacional e supra-nacional, sediada na Universidade federal do Pará (UFPA), formada por

Em 2005, a Companhia Vale do Rio Doce lançou o projeto Cultura Pará que visa valorizar a cultura regional e possibilitar acesso gratuito da população ao que de melhor o estado tem a oferecer, seja nas artes plásticas, arquiteturas, músicas e outros estilos artísticos. A primeira atividade do Cultura Pará foi marcada pela exposição arqueológico “O Homem e a Pedra: a PréHistória na Amazônia”, uma parceria entre a Vale e o Museu Paraense Emílio Goeldi que colocou os visitantes em contato com vestígio da presença humana na região datados de 11 a sete mil anos atrás. Em Julho de 2005, a Vale patrocinou a exposição fotográfica “Arraial da Luz”, que reuniu, aproximadamente, 100 obras de 30 anos de trabalho do fotografo paraense Luiz Braga, um profissional

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Aida Barbara e Rodrigo Hühn

A direção da Vale com o Reitor e o coordenador do Forum Landi

conhecido internacionalmente. Em setembro, houve o lançamento do livro “Cidade Ilustrada Belém”, de autoria do francês Jeans-Claude Denis, com desenhos feitos à mão livre e uma produção inspirada na Belém vista pelos olhos de um estrangeiro, que contou com a participação do artista norte-americano radicado em Belém, Antar Rohit. Somente em 2005, o Cultura Pará atraiu mais de 30 mil pessoas para as exposições realizadas.

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Um roteiro pela arquitetura setecentista na Amazônia Um dos destaques do Projeto é o Circuito Landi, roteiro pelas ruas da Cidade Velha e Campina que apresenta as principais obras do arquiteto italiano em Belém. Podem participar das visitas monitoradas estudantes das redes públicas em geral. O Circuito Landi vai até o final de junho. É um passeio que tem a ver com o passado e o futuro da preservação do patrimônio cultural de Belém.

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01. Igreja de Nossa Senhora do Carmo 02. Capela da Ordem Terceira do Carmo 03. Igreja da Sé 04. Hospital Real 05. Igreja e Colégio de Santo Alexandre 06. Palácio dos Governadores 07. Capela de S. João Batista 08. Capela Pombo ou Capela do Passinho 09. Sobrados 10. Igreja de Santana 11. Igreja de Nossa Senhora das Mercês

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O município de

Cachoeira do Arari

A capital da cultura do Marajó O NOME “ARARI” Arari é o nome do principal lago marajoara e de um dos mais importantes rios do Marajó, assim como faz parte do nome da cidade de Cachoeira do Arari, localizada na sua margem esquerda do rio Arari que está na “boca" do lago. Arari é o nome de um cipó, da família das Leguminosas Papilonaceas. Pode também ser interpretado como Rio das araras ou como arara pequena.

Vista aérea da cidade de Cachoeira do Arari no Marajó, cercada por campos

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Histórico Os índios Aruans foram os primeiros habitantes e os jesuítas, os primeiros colonizadores. Os seguidores da Companhia de Jesus chegaram naquelas terras por volta de 1700. No início, era uma apenas uma fazenda pertencente ao Capitão-Mor André Fernandes Gavinho que, após obter uma carta de data de sesmarias, escolheu o local para construir sua casa, bem na frente de uma cachoeira, no rio Arari, no Marajó. Com o tempo, a fazenda foi desenvolvendo-se e, em 1747, o governo português ergueu uma paróquia dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Isso, geralmente, favorece a povoação de uma área, mas a proibição dos donos da fazenda para que novos moradores se instalassem no local impossibilitou a formação de um povoado.


anos 173 PARABÉNS!

Com a morte do dono da fazenda, seus herdeiros consentiram que os vizinhos construíssem casas no local, até que em maio de 1833, o Conselho do Governo criou a vila, chamada de Cachoeira. Em 1835, a vila de Cachoeira foi saqueada pelos cabanos. Em 1877, perdeu a categoria de sede em termo judiciário, que passou para Ponta de Pedras, então elevada à vila. Só em 1880 retornou a essa categoria, posteriormente elevada à comarca. Conforme o disposto na Lei nº 1286, de 13 de dezembro 1886, a sede retornou para Pontas de Pedras. Uma nova lei criada em 1899 extingue Ponta de Pedras e manda incorporar seu território a Soure e Cachoeira. Em 1924, a vila de Cachoeira vira cidade e, mais tarde, em 1930, o território de Pontas de Pedras passa a ser incorporado definitivamente ao município. Esta anexação foi confirmada pelo Decreto nº 78, que criou o município de Arari. Apesar de ter possuído os nomes de Cachoeira e Arari, atualmente o município é constituído somente do distrito-sede.

Jaime Barbosa com Simão Jatene, quando da visita do Governadora a Cachoeira do Arari

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O folclore

ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS LOCALIZAÇÃO O Município de Cachoeira do Arari pertence à Mesorregião do Marajó e a Microrregião do Arari. A sede Municipal, tem as seguintes coordenadas geográficas: 01º 00' 36” de latitude sul e 48º57'36” de longitude a Oeste de Greenwich. Festa de São Sebastião

LIMITES Ao Norte - Municípios de Chaves e Soure Ao Sul - Município de Soure, Ponta de Pedras A Leste - Municípios de Salvaterra e Baía do Marajó A Oeste - Municípios de Ponta de Pedras e Santa Cruz do Arari.

PATRIMÔNIO NATURAL Destacam-se, em sua hidrografia, o rio Arari e os lagos Arari e Guajará. Na vegetação, destacam-se os Campos Aluviais, constituídos de gramíneas (capim de marreca, várias canaranas e ciperáceas, sobressaindo nesta o piri), o Cerrado, com fisionomia de Parque, ocupa os “tesos”, em cujo extrato rasteiro o principal componente é o capim barba de bode, enquanto, no extrato arbóreo ou arbustivo, os principais componentes são a mangaba, o caimbé e o muruci, as matas de galerias, onde as palmeiras, como o buriti, o tucumã, o açaí são os mais comuns. Para o litoral ocorrem densas florestas aluviais (várzea) como ucuuba, açaí, andiroba e buruti, e os manguezais, onde predominam o mangue vermelho, aninga e aturiá.

TOPOGRAFIA Como em toda a ilha do Marajó , o relevo é aplainado com cotas baixas, sendo 20 metros na sede,

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Marajó, a sudeste do Município. C o n v é m d e s t a c a r, ainda, o lago Arari - o mais importante do Marajó - que , pela localização limítrofe com Santa Cruz do Arari, beneficia ambos os municípios. Outros lagos importantes neste Município são os lagos, Guajará, Retiro Grande, Santa Cruz e considerada uma das mais altas da ilha.

GEOLOGIA E RELEVO A estrutura geológica caracteriza-se pela evidente simplicidade, representada pelos sedimentos Quartenários antigos e recentes. Os primeiros, assentam-se em restos do Terciário (Formação Barreiras), enquanto os últimos, são representados pelos aluviões. Morfoestruturalmente, inserem-se na unidade do Planalto Rebaixado da Amazônia.

Paraíso e Guarapi.

CLIMA Fazendo parte do equatorial úmido, o clima do município apresenta todas as características que lhe são inerentes: temperatura média em torno de 27ºC, mínima superior a 18º C, e máxima de 36º C, umidade elevada e alta pluviosidade, nos seis primeiros meses do ano. Nesses meses chuvosos, ocorrem as menores temperaturas, enquanto nos últimos seis meses ocorrem as temperaturas mais elevadas.

HIDROGRAFIA Na drenagem do município, destaca-se o rio Arari, que serve de limite natural, a oeste, com o município de Ponta de Pedras, pertencendo ao Município de Cachoeira do Arari apenas os seus afluentes pela margem esquerda. Outro rio que se destaca é o rio Camará, que serve de limite natural, a leste , com o Município de Salvaterra, pertencendo ao Município somente os afluentes de sua margem direita. Tanto o Arari como o rio Camará desaguam na baia de

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Homenagens para

Camillo Martins Vianna

N

osso querido amigo e colaborador, um dos mais devotados ambientalistas de nossa Amazônia, completou no dia 19 de abril, 80 anos! Ao longo de sua vida, Camillo Vianna tem atuado em diversas questões ambientais da Amazônia, sempre lutando pela preservação da grande floresta e pelo respeito aos povos da região. Formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Estado do Pará, Vianna atuou no ensino de medicina e em diversos conselhos, como o Municipal e Estadual de Medicina. Seu primeiro emprego foi no Museu Goeldi, onde Camillo trabalhou para custear seus estudos na antiga Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará. Entre suas diversas atividades, coordenou a partir de 1952 o setor de interiorização da Universidade Federal do Pará, na área da saúde. Já a partir de 1968, atuou como Coordenador de Educação, Saúde e Ação Comunitária, nas bases físicas do Ministério da Agricultura no Rio Tapajós. Essa atividade de Camilo Viana resultou na consolidação da Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN), da qual é presidente até hoje. Uma de suas mais importantes ações na Amazônia Oriental foi a Coordenação do Projeto Rondon, que levava estudantes universitários para atuar em localidades ribeirinhas. Com a experiência das atividades realizadas no Rio Tapajós, Camillo Vianna desenvolveu um trabalho

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associado para preservar os quelônios nos Rios Trombetas e Tapajós, além do incentivo da formação de bosques comunitários e recomposição de ecossistemas, principalmente no Baixo To c a n t i n s Paraense. A partir de então, Camillo Vi a n n a f e z v á r i a s viagens em diversos pontos da Amazônia, levando a mensagem da preservação ambiental, reanimação cultural e valorização dos habitantes da região. Na área das comunidades t r a d i c i o n a i s , Vi a n a orientou a coordenação do 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Em 1990, foi eleito ViceReitor da Universidade Federal do Pará. No ano


seguinte, realizou várias palestra em Universidades alemãs sobre a problemática amazônica. Atualmente, Camillo Vianna coordena projetos de reflorestamento comunitário e educação ambiental, além de participar de grupos vinculados a SOPREN. Justíssima, pois, foi a homenagem de e n t i d a d e s ambientalistas, movimentos em defesa da Biota Amazônica, órgãos governamentais como a EMBRAPA, U F PA , M u s e u Emilio Goeldi, escritores, contistas, poetas, todos unidos pelo sangue sagrado d e s s e s o l o a b e n ç o a d o , prestaram numa reverência de grande emoção, a esse legitimo

Dr. Camillo plantou duas mudas de árvores no MPEG: uma de Munguba (Pseudobombax munguba) e outra de Casca-Preciosa (Aniba canelilla), na foto de Sidney Oliveira/Amazônia Hoje. Aproveitando a oportunidade houve distribuição de mudas de plantas para os presentes à solenidade

Amazônida e Parauara que é o nosso cientista caboclo Camillo.

Parabéns Amigo!

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A Certeza do Infinito O vento açoita, rindo, a mataria assustada que estrela os galhos das árvores mais altas numa defesa brava, brigando com o infinito. A chuva lava as praias esfregando a areia as nuvem se levantam, estonteadas, loucas pedindo a paz alguém que tanto as atormenta. O mundo é desespero. O minuto morreu Sossego não existe. Silêncio terminou. Crianças inocentes que dormiam felizes não mais alegram o mundo porque o homem as matou. Mas há uma força que ninguém espera Um poder infinito porque vem de Deus é ela - a Mãe, a Mulher, a grande força ativa que remove pedras para um renascer. Ela enfrenta o universo, o homem atormentado abranda o pesadelo dos desesperados invocando clemência aos donos do universo impedindo a matança de tantos inocentes. E a alma do tempo recolhe o clamor do Universo espalhando em surdina a prece emocionada daquela que é promessa, é ternura, é grandeza é a força do infinito, é centelha de Deus, é pensamento puro que se encharca de amor para sobreviver! Celeste Magno Camarão Proença

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Camillo Vianna

Amazônia. M Segmentos Culturais

SDE 1968 DE

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A LU T

SOPREN P EL A A M

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A

esmo considerando uma série de contradições, parece não haver dúvidas quanto ao conhecimento, por parte de pessoas interessadas, que o portentoso Gran Rio de Las Guerreras Amazonas foi incorporado à história do Novo Mundo, a partir do relatório de viagem de Frei Carvajal, que participou do segundo segmento da expedição de Gonçalo Pizarro, saída de Quito em 1539, na busca do País da Canela, mas que, na realidade, buscavam encontrar o que mais interessava aos conquistadores espanhóis, o metal amarelo, poderoso ímã da cobiça, que incluía El Hombre Dorado. Atolados em problemas até aí insolúveis, do tipo nem ata, nem desata, pois havia carência de um tudo, a solução encontrada foi despachar Orellana para procurar suprimentos já praticamente inexistentes. Toda essa barafunda era para dar cumprimento a uma ordem expressa de outro galego, também Pizarro, o Francisco, Vice-Rei do Peru, ocupado por tropas de Castela, genocidas de alto padrão. Dizem uns, que a tal ordem de serviço era também para encontrar as tão faladas Icamiabas que existiriam no Novo Mundo. Essa busca resultou na chegada ao Oceano Atlântico, na foz do Gran Rio, que, de princípio, recebeu a denominação de Flumini Orellani, mais tarde trocada para Rio Mar e, finalmente, Gran Rio de Las Guerreras Amazonas. Durante o percurso, no dia de São João, houve confrontação entre espanhóis e índios com as Amazonas, conforme Carvajal. Desde então, estas vêm sendo citadas, e mesmo procuradas, por pesquisadores, historiadores, comerciantes, mercenários e outros, o que possibilitou identificar um sem


número de deuses e sub-deuses silvestres que enriquecem cada vez mais o monstruário amazônico. Entre os personagens do Olímpo dos Trópicos está o Mapinguari, não citado pelos primeiros cronistas que trocaram pernas por aqui. É possível coletar informações preciosas sobre ele no livro de Ouro da Amazônia. Mitos e Realidades sobre a Região Mais Cobiçada do Planeta, de autoria de João Meireles Filho, publicado em 2003, que informa o seguinte: o macacão, como também é chamado, vive no Acre e arrabaldes. Alguns acreditam ser o Homem das Neves, dos Andes, que desceu para a Amazônia. Na Grande Enciclopédia Amazônica, de Carlos Roque, encontra-se: o Mapinguari, ao contrário de outras entidades folclóricas, só anda de dia, aparece nos dias santos e feriados e só tem um olho no meio da testa que, juntamente com o umbigo, são seus pontos vulneráveis. E seu uivo é estarrecedor. Informações de ouvi dizer, dão conta que seu cheiro é nauseabundo e no seu rastro são encontradas fezes. A tentativa de achá-lo vem interessando pesquisadores de alto padrão. Recentemente, a mídia regional notificou que cientista do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém, não encontrou rastros concretos de sua presença em terras acreanas. No final dos anos 60, do século passado, a Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) passou a atuar no Estabelecimento Rural do Tapajós, em parceria com a Delegacia Federal

do Ministério da Agricultura, no Pará. Foi fácil para a entidade conservacionista amazônica, recémcriada, dar cumprimento a um dos seus objetivos, a preservação e a reanimação cultural, através de cursos, treinamentos, palestras e festivais, que resultaram em generosa colheita de informações sobre as lendas e mitos silvestres. Um desses Encontros foi realizado na Fazenda de Criação de Daniel de Carvalho, adquirida na fase nacional da experiência do industrial americano, no plantio da seringueira, no Vale do Tapajós. Despertou a atenção do grande número de participantes, a presença de jovem flúvio-brasiliense, originária do antigo Ponto de Brasília Legal (1896), próximo à Fordlândia, que citou personagem do amazonário, praticamente desconhecido em outras partes da região. A Cunhantã contou aos interessados que fora agarrada pelo Fon-Fon, quando se dirigia, à noite, para a beira do rio. O animal, ou lá o que fosse, era muito peludo e possuidor de grande força, que apenas grunhia e que, talvez por aproximação de alguém, retirou-se, sem molestá-la. Fato curioso é que, entre os presentes, mesmo os mais idosos, ninguém ouvira falar do tal personagem mitológico no Tapajós. Na Amazônia não é difícil relacionar aspectos da cultura popular, vinculados à presença de missionários católicos, desde os primeiros tempos, ora relacionados às restrições impostas, ora a sua preservação. É válido aceitar que uma espécie de silêncio cultural foi identificado nos anos 60 e 70 do século anterior, tenha como um dos fatores o amortecimento de valores culturais, pela interferência de missionários estrangeiros, que os consideravam espécie de primitivismo, próprios de povos incultos, mal comparando, espécie de sub-cultura e que somente nos últimos tempos, com a presença de religiosos brasileiros, está sofrendo reversão, em que pese a exacerbação da rejeição pelos evangélicos de todas as variantes, cujos integrantes desconsideram a herança cultural do povo. Influência direta de padres católicos fizeram integrar personagens a passagens bíblicas, tais como, marcas dos pés do Criador encontradas em

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lajes de beira-rio, às proximidade da Contra-Costa O Mapinguari marajoara. Essa informação foi prestada ao autor, pelo Mestre Preservador Constantino Sampaio Cardoso, espécie de andarilho da Grande Ilha dos Nheengaíbas, que percorria seus cantos e recantos e dos quais se tornou grande conhecedor. Em relação ao Tocantins, informações prestadas pelo também Mestre Preservador da SOPREN, Manoel Juvêncio de Lima, dão conta que até São Tomé andou percorrendo lonjuras amazônicas, dentro de sua filosofia de ver para crer. De primorosa coleta, no antigo Guaporé, pelo então presidente do Conselho Territorial de Cultura, Ari Tupinambá Pena Pinheiro, salienta-se a visita de Nossa Senhora à Amazônia: em certo dia em que o sol brilhava, a Santa desceu incógnita, em uma belíssima praia localizada entre os rios Jamundá e Tapajós. A Santa escolheu a região, por ser lugar em que os homens ainda não haviam profanado a fauna e a flora, onde as plantas e os animais falavam. Ari Pinheiro, nascido em Bragança, no Pará, está entre os amazonólogos de linha de frente, sendo uns dos pioneiros da preservação das nossas lendas, mitos e crenças e está a merecer o reconhecimento do povo brasileiro. A chamada Abordagem Cultural de Comunidade, condensação de longa experiência da Professora Maria da Paz Araújo Cardoso, da Universidade Federal do Pará, foi É sabido que a cultura popular é a base cívica da utilizada pela Sopren em atividades na Amazônia paroara, nacionalidade, sendo da maior importância que transmitida por integrantes da entidade nos treinamentos o conhecimento do passado seja permanenlevados a cabo em outras unidades da federação, antes das temente cultivado. chamadas Operações Nacionais do Projeto Rondon, para É tempo dessas informações serem transuniversitários e professores que atuariam na Amazônia. As mitidas nos bancos escolares, a todos os níveis, informações mais importantes constavam em uma Cartilha que principalmente agora que paira sobre a região o se caracterizou como a primeira a ser usada no Brasil, com perigo da internacionalização. vistas à educação ambiental e comunitária, além de reanimação *SOPREN e preservação de hábitos, usos e costumes.

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Nobres


E-mail: serpan@amazon.com.br

Sérgio Pandolfo

O português sobe ao

espaço

C

om a subida de nosso primeiro astronauta, o comandante Marcos César Pontes, ao espaço sideral, no final de março p.p., permanecendo por dez dias em órbita, a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional), a língua portuguesa conquistou mais um feito extraordinário, como uma das poucas a serem faladas - e ouvidas na Terra - a partir de uma espaçonave situada a milhões de quilômetros de nosso planeta, entre os astros da galáxia a que pertencemos. Foi para nós, como pensamos ter sido para muitos milhões de lusófonos, mundo afora, uma enorme e gratíssima emoção ver e ouvir, com total clareza e limpidez sonora, nosso representante nas alturas cósmicas expressar-se acerca de suas sensações e anseios, em nossa língua comum. A expressão de alegria, a certeza do sucesso estampada nos gestos, a bandeirola pátria afixada na manga esquerda do uniforme e, depois, a exibição do pavilhão nacional e de uma bola de futebol, a simbolizar o esporte de que somos pentacampeões mundiais, encheu-nos de ufanismo e justificado orgulho. O brasileiro via de regra desconhece ou não sabe aquilatar, em

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“Língua; sentimento de nacionalidade; cultura, ciência e pesquisa autônomas são os pilares essenciais da Soberania Nacional” - S.M.P.

sua integral extensão, a riqueza que nos foi legada pelos nossos descobridores e colonizadores, por isso que não valoriza fatos e feitos notáveis que realiza ou propicia. Para além da extensão territorial, de proporções continentais, herdamos um riquíssimo patrimônio cultural e populacional difícil de serem encontrados em outros Estados soberanos, em que se há de ressaltar o harmonioso polimorfismo étnico, com seus múltiplos dizeres, saberes e fazeres, de par com a unicidade lingüística. Bem precioso do cabedal sócio-cultural de nossa gente, a língua portuguesa deve ser


Com traje de astronauta o Comandante Marcos Pontes sorridente pela vitoriosa jornada, ladeado pelo Pavilhão Nacional. Ao fundo o globo terrestre e um módulo da espaçonave O majestoso prédio da Estação da Luz (SP), do início do século passado, integralmente restaurado, abriga o recémcriado Museu da Língua Portuguesa

conservada, preservada, exalçada, com o máximo de orgulho e zelo, pois um dos elementos responsáveis pela unidade de nosso povo, de nossas terras, de nossa cultura, de nosso “jeito de ser”, conquanto disso muitos não se apercebam. Quantas vezes ouvimos referências a idiomas alienígenas, igualmente importantes uns, outros nem tanto, serem decantados como superiores ou de maior valia que o nosso belo, prestante e sonoroso linguajar lusitano, por ignorar o real alcance e importância de nossa forma de expressão. O português, na atualidade, conquista posições e ostenta destaques que o põem no patamar das principais línguas faladas no mundo, cotejado com mais de 13 mil maneiras de expressão, entre línguas e dialetos (milenares alguns) utilizados pelos habitantes de nosso planeta, como a seguir se verá. O idioma camoniano é o 5° mais falado no mundo, em termos absolutos, com próximo de

300 milhões de usuários, ultrapassado Interior do Museu da LP. Ilustrações e textos explicativos contam a apenas pelo mandarim (chinês), indi (ou história evolutiva da língua portuguesa indu), inglês e espanhol. Mas se levarmos em conta que o mandarim só tem livre curso na China e o indi na Índia, logo inferimos que isso reloca o português na terceira posição e o insere entre as chamadas línguas universais de cultura (falada em várias partes do mundo), à frente de outras tantas e outrora dominantes falares como o alemão, francês, italiano, russo, árabe, só para pôr eletrônicos interativos ligam alguns exemplos. É também a 3ª mais falada Equipamentos o visitante às origens, evolução e estado na banda ocidental de nosso orbe terrestre. atual do português no mundo Esses dados, juntamente com muitos outros que daremos a seguir, podem ser coonestados e esmiuçados percorrendo o recém-criado Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, cuja visita deveria ser estimulada a todos quantos têm interesse ou curiosidade pelo tema. A “última flor do Lácio” é, ao lado do inglês, espanhol e francês, um dos quatro únicos idiomas falados nos seis continentes, como oficial, a ver: na Europa Portugal é a

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Luís Vaz de Camões, o Poeta da Nacionalidade Portuguesa. O genial Vate lusitano foi o verdadeiro reformador e aprimorador da Língua Portuguesa

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expressão maior e o berço do idioma e onde se processou, também, sua lapidação, pelo gênio de iluminada cerebração, Luís de Camões, elevando-o ao pataréu de língua literária e culta. Na terra portuguesa (continental e insular) a língua é falada com exclusividade, o que é exemplar, eis que no eurocontinente são raras as nações monolingüês. Na África o português é oficial em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e no arquipélago de Cabo Verde. Na Ásia a lusa língua foi oficializada e assim permanecerá por pelo menos mais 45 anos no antigo encrave lusitano de Macau, devolvido à China em 1999, por força de acerto diplomático. Na Oceania, o Novíssimo Continente, também estamos presente, eis que o mais novo Estado soberano, o pequeno, mas heróico, Timor-Leste, que se independentizou em 2002, adotou como oficial o idioma de seus primevos colonizadores, em gesto espontâneo e soberano de seu altivo povo. Na “quarta parte nova” (a América, nos versos de Camões) a língua portuguesa tem seu domínio máximo, representado pelo Brasil, 11ª maior economia mundial num universo de 219 Estados soberanos, afora alguns outros territórios com autonomia relativa, e país líder da América Latina. No continente Branco, a Antártica, o Brasil integra o fechado e seleto grupo de 26 países a disporem de bases instaladas para

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pesquisas científicas diversas, com a Estação “Comandante Ferraz”, assentada na Ilha Rei George, e outras móveis, em pontos diversos, que integram o Projeto Antártico Brasileiro PROANTAR, sobre o qual publicamos artigo específico na Edição n° 33 de Pará +. E lá se fala, raciocina e escreve em português, obviamente. Essas oito nações soberanas compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP, fundada em 1996, que congrega os Estados de expressão oficial portuguesa e tem por objetivos principais promover e expandir o idioma pelo mundo, estreitar os laços de fraternidade e facilitar a cooperação política, social, econômica, financeira e cultural entre seus componentes. Essa entidade vem pugnando, de várias formas, pela adoção, pela ONU, da língua portuguesa como uma das Navio oceanográfico brasileiro que estabelece os contatos com as estações de pesquisa no continente antártico


Camões salvando do naufrágio os manuscritos d'Os Lusíadas

oficiais naquele foro supranacional, o que se impõe premente. Ressalte-se que o português já é oficial na Comunidade Européia, o que muito tem feito aumentar sua difusão naquele continente. Teríamos ainda inúmeras outras facetas a destacar sobre essa fantástica forma de comunicação, mescla do linguajar clássico lusitano com os ornatos que os brasileiros (ameríndios), africanos e entes outros encorpamos, num soberbo sincretismo, tornando-a numa das de mais rico acervo lexical, estimado em mais de 650 mil palavras, exercitada, como ficou visto, em todo o mundo, valendo salientar que comunidades lusófonas estão presentes em muitos outros países, além dos que conformam a CPLP, tais como: EUA, Reino Unido, Japão, Venezuela, Argentina, França, Espanha, Canadá, Holanda e sítios

regionais isolados como Goa, Diu e Damão, na Índia, ademais de focos pontuais de dialetos ou crioulos de base portuguesa, resquícios da extraordinária expansão ultramarina lusitana que logrou “dar novos mundos ao mundo”. Indiscutível e a cada dia maior a expressão e expansão da lusa fala no que concerne à divulgação de conhecimentos, da cultura, das ciências, em todas as áreas, o que se processa pelos mais diversificados meios disponibilizados pela mídia, em todas as suas vertentes, a contemplar os lusófonos dispersos por todos os recantos do globo. Para finalizar, uma constatação de magna relevância: lusófonos e hispanófonos (de fala espanhola) juntos ultrapassam, de longe, os 600 milhões, mais de 10%, portanto, dos seis bilhões de viventes do mundo atual. Se levarmos em conta que os dois idiomas ibéricos são bastante assemelhados, com possibilidade fácil de intercomunicação, o portunhol (ou será espanhês?) passa a ser a “língua” mais falada do mundo contemporâneo, isto é, os que se expressam no linguajar de Camões, ajuntados aos que se comunicam no falar de Cervantes, são mais numerosos que os que têm como língua-mãe o vernáculo anglo-saxão de Shakespeare. Camões sentenciou: “e, se mais mundo houvera, lá chegara” (Os Lusíadas). Vivo fosse diria por certo: “e, se mais espaço houvera, lá chegara” (os lusófonos). É isso!

A língua portuguesa é ainda uma criança. Uma linda criança! Mas ela poderá colocar o mundo em suas mãos se devidamente e judiciosamente utilizada e valorizada (*) Médico e escritor SOBRAMES

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helio.titan@ig.com.br

Hélio Titan

Cosmogonia Teoria Inflacionaria

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s leitores de a Revista PARÁ+ que tiveram a oportunidade de ler meu ultimo artigo, denominado “A ausência do todo”, publicado em um jornal de Belém, perceberam as inúmeras teorias na tentativa de explicar a origem universal. O problema é antigo e abrange naturalmente todos os povos, civilizações, religiões que naturalmente vivem sob o “teto” das estrelas em uma convivência permanente, durante suas vidas. Podemos citar inclusive que o estudo do céu começou quando o primeiro “Homem de Cromagnon” levantou seu olhar para admirar e descobrir a lua e as estrelas! Independente do desenvolvimento astronômico, cada povo organiza sua “gêneses” de acordo com seu desenvolvimento cultural, meio ambiente, ancestralidade e religiosidade. Como exemplo podemos citar os chamados “Mitos da Criação”, assuntos que inclusive já foram temas para vários artigos de minha autoria em diversos veículos de comunicação. Apenas como exemplo, a criação do universo segundo os índios norte americanos da tribo Hopi, dos Assírios, inclusive a teoria Aristotélica (Aristóteles filosofo grego, Estagira-Macedônia, 384 ac-Eubeia-322ac). Hoje em dia, com todo o avanço da ciência tecnológica na área da astronomia, cosmologia, descoberta da Mecânica Quântica, caracterizada principalmente pela teoria do “principio da incerteza” (breve vamos chegar lá!), evolução gigantesca nos telescópios de observação, satélites viajando pelo espaço sideral, descobrindo inclusive novos planetas e sistemas solares parecidos com o nosso, o universo continua sendo verdadeiramente surpreendente e enigmático! Até recentemente, várias teorias cientificas Os Assírios já desfilaram pelo mundo da cosmogonia (ciência que trata da origem do universo) e cosmologia (estudo do universo como um todo), como a teoria da “geração espontânea”, do universo eterno, infinito e estático do grande Albert Einstein, a teoria da grande explosão, o famoso Big-Bang e mais recentemente a teoria “Inflacionária” de Allan Guth, sem antes citar também a atual “Teoria das Cordas”, e da “Reciclagem Eterna” praticamente contemporânea da anterior. Sugiro aos leitores não nos alongarmos muito em considerações senão o papel

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O homem nunca conhecerá totalmente como Deus fez o universo, senão ele passaria a conhecer a mente de Deus, passando a ser dotado da mesma onipotência do Criador”. Stephen Hawking

acaba, haja a vastidão de assuntos que empolga o articulista em querer transmitir a vocês, e entrarmos logo no cerne do artigo: “A teoria Inflacionaria do universo”. Dentre as varias teorias cosmogonicas, a mais popular e aceita ainda é a da grande explosão, ou Big-Bang, como ficou conhecida. Acontece que esse modelo pressupõe que toda a matéria universal já existia antes do momento da explosão, porém muito comprimida, de tal forma que seu “habitat” inicial era um ponto de diâmetro zero e densidade infinita! È extremamente impossível acreditar nisso, baseado nas leis físicas universais que regem o cosmos palpável. Foi nessa própria lacuna de raciocínio, que Allan Guth, famoso físico premiado com a medalha Benjamim Franklin, encontrou terreno para sua teoria revolucionaria que poderá (ou poderia) explicar e esclarecer a origem da explosão primordial: “A teoria Inflacionaria”. Temos uma pergunta quase cotidiana: De onde veio o universo? Guth aproveita e responde


surpreendentemente: “Do nada!”. As primeiras partículas teriam sido formadas por um “defeito” do vácuo, isto é, segundo a terminologia cientifica uma flutuação do vácuo! Após bilionésimos de segundo referidas partículas, emergiriam em velocidade extraordinária, inclusive mais rápido que a luz, produzindo atravez de um processo de desequilibro de um campo elétrico, uma inflação de outras partículas formando um inimaginável aglomerado de matéria, originando a grande explosão, no momento que referida inflação atingisse o volume igual à do nosso universo. “A teoria de Guth, resolve de um só golpe o mecanismo da criação e o balanço de energia no universo”, afirma o astrofísico Francisco Jablonski, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, em São José dos Campos (SP), abrindo, além disso, caminho para novas reflexões cientificas e filosóficas, afirma. Como vemos, a teoria de Allan Guth, não elimina o BigAristóteles o filósofo grego

Criação do universo segundo os índios norte americanos da tribo Hopi

Bang; apenas o explica e o completa. Na pratica fornece a explicação do inicio da explosão, com sua subseqüente aumento de massa! Teoricamente, qualquer corpo material pode surgir de um desequilíbrio do nada, porém isso só pode ocorrer, como prova as experiências com aceleradores de partículas, nas próprias unidades de partículas aceleradas, gerando outras e outras e outras. Seria esse o primeiro ponto fraco de Guth, descoberto recentemente. Allan Guth rebateu a suposta falha, afirmando que no vazio sempre existe energia difusa em todo o infinito, daí...! Essa energia de acordo com as leis da Física Quântica pode se transformar em matéria em forma de um jato inflacionário, o que ele garante que aconteceu na formação do nosso Cosmos. Acho que os leitores de PARÁ+ concordam com o articulista: É difícil digerir tudo isso! Acabo de ler um livro de Stephen Hawking, “Uma breve historia do tempo”, no qual ele encerra em uma conclusão: “O homem nunca poderá conhecer a verdade suprema da criação, pois do contrario ele passaria a conhecer a Mente de Deus passando a ser dotado da mesma Onipotência!”. Na realidade, uma teoria completa e conclusiva é apenas o inicio da compreensão dos eventos a nossa volta e de nossa própria existência, não nos dando mesmo dotados dessa compreensão, poderes para construir outro universo, finaliza com ênfase Stephan Hawking! *Médico Escritor Cosmólogo

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Acyr Castro

Faroestes Para Enamorados cinema me é material de leitura, sempre associado à novecentos e está firme e forte neste começo de prática narrativa, oportunidade para reflexão sobre nós e vigésimo primeiro século. Basta ter os olhos os outros, infinito enriquecimento de vida e de bem abertos, afiada a inteligência, não permitir conhecimento. Uma arte vasta, de ampla definição, de que a sensibilidade se ombote. Vou, se me especificidade única para além do teatro, da música e da dança, deixarem, sequenciar alguns exemplares que a da literatura e das manifestações cênicas e pictóricas outras. mim parecem sensacionais, modelares no Espécie de poesia, de natureza audiovisual, que olha, vê e fala fundo como no conteúdo e no continente. Vamos tanto o espaço quanto o tempo e os transforma em texto. lá? Vale a forma, que organiza o assunto e o São inúmeros os procedimentos da escrita cinematográfica, mas desenvolve, que é radicalmente diverso do amo, particularmente o faroeste, o noir, a tragédia, o drama formalismo que exagera e descaracteriza a gótico, o filme policial e o de gangsters, o gráfico oblíquo e forma, deformando o que a forma diz “enviesado” de certo expressionismo ou europeu ou norteformalizando (dando organicidade e sentido) à americano, o suspense, a guerra, a comédia, o musical, o existência do assunto. Simples ou complexa é a verismo político, o documentário; seria tolice não admitir a ficção narração o que fundamenta a trama e a científica, por que não o terror e o experimentalismo? Tão desdobra em móveis imagens; o estilo a “impuro” pode ser o espetáculo fílmico que sequer logra depender de cada diretor, que é afinal quem dispensar o melodramático, a teatralidade e/ ou a modulação realiza, quem, enfim, cria o que vemos (disso plástica: faz parte do jogo, inclusive estéticamente. compartilhamos) na tela. E assim vem sendo, Vejamos, por exemplo, o faroeste, que, contra todas as profecias, desde que tudo, cinemagicamente, teve origem. os maneirismos de vanguarda por entre Ford: a obra do cineasta “direta” e “esquerda”, contra tudo o que John é toda uma filmografia do westers seja pessimismo, não morreu, continua, não há quem mate. Falar nisso, vanguarda não passa de metáfora militar já envelhecido desde o século XII, vocês não acham? O grande “western” prossegue, soberano, soberbo, impávido, “tradicional” ou “moderno”, não importa; feito nos Estados Unidos, na Europa, o Brasil está aí dando sopa e se oferecendo temática e estruturalmente; contando história e estórias acerca de como nasce uma nação, um povo, dando conta de conflito em torno de interesses e do poder entre os homens. Um gênero que marca a cinemagia a partir do início dos mil e

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Neste maio, que falam ser dos namorados, daqueles que se enamora e noivam, de quanto se apaixonam e amam, vivenciando relações íntimas, de sexo e/ ou de sentimentos amorosos, gostaria de selecionar, com base nos procedimentos da escritura fílmica acima referida, os faroeste que me parecem de maior beleza, os de verdade mais explícita, os que melhor se definem enquanto épicos; a partir, é lógico, dos parâmetros críticos (a eficácia, a precisão, a força da linguagem) em que, pessoalmente, acredito: “NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS” (1939) de John Ford, “RASTROS DE ÓDIO” (1956) de John Ford, “O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA” (1962) de John Ford, “RIO VERMELHO” (1948) de Howard Hawks, “O TESOURO DA SIERRA MADRE” (1948) de John Huston, “O SEGREDO DE BROKEBACK MOUTRAIN” (2005) de Ang Lee, “SHANE” / “OS BRUTOS TAMBÉM AMAM” (1953) de George Stevens, “ SUA ÚNICA SAIDA” (1947) de Raoul Walsh, “PAIXÃO DE FORTES” (1946) de John Ford, “JOHNNY GUITAR” (1954) de Nicholas Ray.

Como sabem ser belos, soberbos, maravilhosos “MINHA VONTADE é LEI” (1959) de Edward Dmytryk, “ONDE COMEÇA O INFERNO” (1959) de Howard Hawks, “CÉU AMARELO” (1948) e “CONSCIÊNCIAS MORTAS” (1944) de William Wellman, “UMA CIDADE QUE SURGE” (1939) de Michael Curtiz, “SETE HOMENS E UM DESTINO” (1960) de John Sturges, “O MATAR OU MORRER” (1952) de Fred Zinneman, “JESSE JAMES” (1939) e “O MATADOR” (1950) de Henry king, “ERA UMA VEZ NO OESTE” one,

O forasteiro em pessoa: o ator John Wayne

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(1968) de Sergio Leone, “SANGUE NA LUA” (1948) e “HONRA A UM HOMEMMAU” (1955) de Robert Wise, “EL DORADO” (1967) de Howard Hawks, “DUELO AO SOL” (1946) de King Vidor & William Dieterle, “O ÚLTIMO PISTOLEIRO” (1976) de Don Siegel, “O PREÇO DE UM HOMEM” (1952) de Anthony Mann, “PISTOLEIRO DO ENTARDECER” (1962) de Sam Peckmpah, “SANGUE DE HERÓI” (1948) de John Ford, “O ÚLTIMO BRAVO” (1954) de Robert Aldrich, “WINCHESTER 73” (1950) de Anthony Mann, “A VOLTA DE Ang Lee dirige Heath Ledger e Jake Gyllenhaal: “Brokeback” FRANK JAMES” (1939) de Fritz Lang! Belíssimos “CREPÚSCULO DE UMA RAÇA” (1964) de John Ford, CASSIDY” (1970) de George Roy Hill, “REGIÃO DO ÓDIO” (1954) de Anthony Mann, “ENTARDECER “SILVERADO” (1985) de Lawrence Kasdan, SANGRENTO” (1957) de Budd Beotticher, “GIGANTES EM LUTA” “CAVALGADA DE PROSCRITOS” (1980) de (1967) de Burt Kennedy, “FÚRIA” (1936) de fritz Lang, Walter Hill, “DA TERRA NASCEM OS HERÓIS” “CARAVANA DE OURO” (1940) de Michael Curtiz, “O GALANTE (1958) de William Wyler, “BUFFALO BILL” AVENTUREIRO” (1940) e “SUBLIME TENTAÇÃO” (1956) de (1944) de William Wellmam, “DUELO DE William Wyler, “LEGIÃO INVENCÍVEL” (1949) e “TERRA BRUTA” GIGANTES” (1976) de Arthur Penn, “O DIABO (1961) de John Ford, “O HOMEM DE OLHOS FRITOS” (1957) e FEITO MULHER” (1951) de Fritz Lang, “O “UM CERTO CAPITÃO LOCKHART” (1955) de Anthony Mann, HOMEM DO OESTE” (1958) de Anthony Mann, “FLECHAS DE FOGO” (1950) e “GALANTE SANGUINÁRIO” (1957) “RIO DA VENTURA” (1952) e “RIO LOBO” (1970) de Delmer Daves, “UM DE NÓS MORRERÁ” (1958) de Arthur de Howard Hawks, “O FILHO DOS DEUSES” Penn, “MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA” (1969) de Sam (1940) de Henry Hathaway, “O PROSCRITO” Peckimpah, “E O SANGUE SEMEOU A TERRA” (1952) de Anthony (1940/1946) de Howard Hughues, “OS Mann, “COMANCHEROS” (1961) de Michael Curtiz, “OS ABUTRES TÊM FOME” (1970) de Don Siegel, PROFISSIONAIS” (1966) de Richard Brooks, “VERA CRUZ” “ALAMO” (1960) de John Wayne, “O ESTIGMA (1954) de Robert Aldrich, “AUDAZES E MALDITOS” (1960) de DA CRUELDADE” (1958) de Henry King, “A FACE John Ford, “SEM LEI E SEM ALMA” (1957) de John Sturges, OCULTA” (1961) de Marlon Brando, “OS FILHOS “MADRUGADA DE TRAIÇÃO” (1955) de George G. Ulmir, “O DE KATIE ELDER” (1965) de Henry Hathaway, PASSADO NÃO PERDOA” (1960) de John Huston, “AO RUFAR DOS “HOMBRE” (1967) de Martin Ritt, “MORTE DE TAMBORES” (1939) de John Ford, “O INTÉPRIDO GENERAL UM PISTOLEIRO” (1969) de Don Siegel e Robert CUSTER” (1941) de Raoul Walsh, “A MARCA DO ZORRO” (1940) Totten...&... de Ruben Mamoulian, “OS IMPERDOÁVEIS” (1992) e “O *Jornalista e Escritor CAVALEIRO SOLITÁRIO” (1985) de Clint Eastwood, “BUTCH

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Alegria Não tem contra-indicação

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alhaços circulando pelos corredores, invadindo enfermarias e levando o melhor remédio, o riso, para as crianças vítimas de acidentes. Algumas sofreram traumas graves, mas quando os integrantes da Galera da Alegria chegam, as dores são esquecidas. O grupo desenvolve o trabalho desde a inauguração do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência. É uma ação voluntária, que conta com o apoio de médicos e enfermeiras. Os efeitos benéficos desse tipo de intervenção já são reconhecidos pela medicina. A atividade de arte praticada com crianças em tratamento hospitalar, chega a um ponto não atingido pelos medicamentos: a alma. Nos hospitais onde há a

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participação de grupos de palhaços interagindo com crianças internadas, há uma melhora no comportamento e na comunicação entre pacientes e profissionais de saúde. “A criança aceita melhor o tratamento, toma os remédios e não reclama da realização de exames depois que os palhaços vêm aqui e dizem que isso faz bem, além de diminuir a ansiedade provocada pela internação”, diz a pediatra Márcia Anaice. Como as atividades acontecem no ambiente hospitalar, os palhaços tomam alguns cuidados: evitam materiais que possam causar contaminações e as brincadeiras são adequadas ao A Galera da Alegria se prepara para estado de saúde dos pequenos divertir as crianças na pediatria” pacientes. Mas o improviso é a base


Elena Somarè

tudo.“Temos que lembrar sempre que as preocupação é atender ao cidadão, e não apenas crianças estão se recuperando, em tratamento, tratar do trauma e da doença. Nessa política, a e que não podemos deixá-los cansados. família dos pacientes também participa, é Estamos no hospital para ajudar e não para colaboradora no tratamento. atrapalhar a terapia”, ressalta Dimas de Oliveira, coordenador da Galera da Alegria. O grupo foi criado há 3 anos e é composto por quatro palhaços. As visitas são feitas na área de observação Experiências com o humor como complemento pós-cirúrgica do HMUE, onde foram internadas terapêutico são conhecidas e aplicadas no 16 crianças no primeiro mês de funcionamento mundo inteiro. Quem não lembra de Patch do hospital. Eduardo da Silva Lisboa, de 9 anos, Adams, médico americano famoso por utilizar está internado há quase um mês no Hospital metodologias inusitadas no tratamento dos Metropolitano de Urgência e Emergência, em doentes. A história de Patch Adams virou filme. Ananindeua. O menino caiu da bicicleta quando Ele é o fundador do Instituto Gesundheit, no pedalava segurando um caminhão e sofreu um estado da Virgínia (EUA), o qual presta trauma torácico grave, com exposição do assistência gratuita. pulmão, e fraturas na perna direita e na bacia.. Atualmente Patch e sua trupe de palhaços viajam “No dia, foi um desespero muito grande. Hoje é pelo mundo para áreas críticas em situação de Patch Adams e Zappo só alegria e alívio”, recorda Maria Adriana guerra, pobreza e epidemia, espalhando alegria, Silva, mãe de Eduardo. “a visita dos palhaços é uma coisa boa, é o que é uma excelente forma de prevenir e tratar muitas doenças. um dia divertido para as crianças, elas até esquecem que estão No Brasil, a ONG Doutores da Alegria foi o primeiro grupo a levar internadas”, diz Maria Adriana. clowns aos hospitais. Foi criado Além dos palhaços-doutores, Com as visitas dos clows, os pacientes aceitam em 1991 por Wellington o HMUE também possui Nogueira, inspirado no melhor o tratamento e diminuem a ansiedade pela internação uma brinquedoteca, trabalho desenvolvido em onde as crianças em Nova York pelo Clown Care recuperação podem Unit. brincar e participar de Os doutores em besterologia atividades pedagógicas, atuam em hospitais de São acompanhadas por Paulo, Rio de Janeiro e Recife, psicólogos e terapeutas além de fazer palestras em ocupacionais. As todo o país. A ONG realizou atividades fazem parte da uma pesquisa em 2003 sobre política de humanização a atuação de palhaços em no atendimento hospitais e identificou 180 hospitalar, mantida pelo grupos em atividade no Hospital Metropolitano. A Brasil.

Risoterapia

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SÃO PAULO até 15/06/06

Prêmio ECO Inscrições www.amcham.com.br Tel/Fax: (11) 5180-3758

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Exposição Jóia de Mãe São José Liberto - Pça. Amazonas Tel: (91) 3230-4451/4452

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Abertura do Campeonato Paraense de Motocross City Park Clube Estrada de acesso a Ferrovia Promotor: City Park Clube Tel: (94) 3346-1147

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XVIII Festival da Canção Sede da Vila Nova Esporte Clube Tel: (91) 3721-2232

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Circuito Cultural Banco do Brasil Estação das Docas e Theatro da Paz Tel: (91) 3216-4756/4867 www.bb.com.br/cultura

Concurso Internacional de Canto Lírico Bidu Sayão Theatro da Paz Tel: (91) 4009-8752 Fax: (91) 4009-8760


As ilustrações usadas nestas páginas são meramente ilustrativas

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SANTA IZABEL 12

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III Vaquejada Parque Izidório Júnior Tel: (94) 3424-1354 Fax: (94) 3424-6741

Dia do Negro Clube Thália Tel: (91) 3744-1245/1322

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Festival do Milho Praça Cleodoval Gonçalves e Ginásio de Esportes Tel: (91) 3729-3963

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