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Edição 43

outubro 2005

Belém Pará - Brasil

www.paramais.com.br

Foto de Marcelo Ribeiro Moraes, vencedora do Concurso Imagens de Círios 2004

ISSN 16776968

anos

Ó VIRGEM MÃE AMOROSA FONTE DE AMOR E DE FÉ





CÍRIO 2005 O Círio de Nazaré em Belém é o maior acontecimento religioso do Ocidente. A festa anual que reúne milhares de pessoas durante as várias manifestações tem, no entanto, desdobramentos importantes. Além das manifestações populares com muita afluência de povo, a festa Nazarena se desdobra em uma grande peregrinação às residências dos paraenses no mês de setembro e na festividade nos 15 dias subseqüentes à solenidade com as tradicionais pregações, orações e peregrinações. As tradições culinárias e culturais que se sucedem durante a época do “Círio” manifestam nossa cultura, usos e costumes de um povo que há quase 400 anos ouviu o anúncio do Evangelho. A cultura cristã entranhada na vida de nosso povo, apesar de todas as mudanças culturais e religiosas, ainda o faz solidário, preocupado com a família, respeitoso da vida, aberto com carinho ao próximo. É claro que as mudanças têm feito com que, muitas vezes, a violência apareça mais que a beleza do bem. Ao celebrarmos o Círio 2005 tendo como tema, “Com Maria, em Belém, queremos ver Jesus” estamos justamente no caminho de retomada dos valores da paz e da justiça. Maria, a grande evangelizadora, a primeira cristã, traz milhares de pessoas para o encontro com Cristo em Belém. Aí entra a nossa responsabilidade de anunciar com clareza quem é Jesus Cristo e como é importante que as pessoas O acolham como Deus e Senhor em suas vidas deixando-se transformar pelas Suas Palavras e gestos de tal forma que o leve a viver os valores cristãos com convicção. Essa festa do povo paraense nascida nas tradições populares de um povo religioso, deve nos conduzir a uma cultura da paz e da vida em nossa sociedade hodierna. Que as celebrações do “Círio 2005” leve a todos ao encontro com Cristo e, além das conseqüências pessoais na vida de todos, nos leve também às grandes transformações sociais de nossos pais. Com uma bênção especial, D. Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de Belém

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BELÉM,

100 ANOS

o dia 1º de maio de 2 0 0 6 B e l é m completa 100 anos de Arquidiocese. Desde 30 de abril de 2005 estamos vivendo ano do “jubileu”! Várias celebrações e e v e n t o s s e multiplicam durante este tempo para nos ajudar a viver esses momentos únicos de nossa história. A fé cristã chegou a estas terras há quase 400 anos. Desde essa época foi modelando a vida deste povo levando-o à solidariedade, ao amor ao próximo, valorização da família, o perdão, o diálogo... É muito importante lembrar que a tradição católica forjou as grandes personalidades da história que souberem ouvir a Palavra de Deus e a colocaram em prática. Quando, no momento em que vivemos, os valores se perdem, pela intolerância, mudança cultural e violência, é sempre um tempo de recomeçar. Também é importante recordar que a maioria dos monumentos históricos de nossa cidade se deve à evangelização católica que deixou marcas também na arquitetura e no visual de nossa cidade. Aqui se plantou a fé cristã que deve estar também no coração das pessoas e na convivência de irmãos e irmãs.

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O sentido do “jubileu” nos leva a uma retomada atualizada da tradição cristã: celebrações para um recomeço! O jubileu surgiu no antigo testamento com a reflexão do ano sabático (ano de descanso da terra, dos animais, do povo em geral). Quando se completava 7 vezes 7 anos, o ano seguinte é de total recuperação o 50º ! Nós estamos celebrando o centenário (duas vezes o tempo do jubileu) de nossa Arquidiocese. Quando a Diocese de Santa Maria de Belém do Grão Pará tornou-se Arquidiocese de Belém do Pará há 100 anos, o acontecimento era de suma importância: somos a 3ª mais antiga Arquidiocese do Brasil, depois de Salvador e Rio de Janeiro, ambas antigas capitais do Brasil. No mesmo dia nasceu também a Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais.

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ARQUIDIOCESE!

caminho que trilhamos com os olhos fitos no Eterno”.

Neste ano estamos celebrando o jubileu com vários “jubileus” durante o ano recordando a necessidade desse novo recomeço”! Para isso somos chamados a darmos graças a Deus pela história de nossos antepassados que nos legaram a fé, a pedir perdão pelas omissões e pecados passados e, com toda a energia, comprometer-nos com o presente e o futuro da Igreja. O compromisso com o Senhor nos alegra e nos atrai porque o fazemos com muita alegria e disponibilidade e gera vida! A oportunidade do “jubileu” que ora ocorre é para nós um dom e compromisso. Deverá ser o momento de retomarmos o caminho com renovado ardor e, com os olhos fitos no Cristo Senhor, caminharmos com generosidade e ardor missionário! O tema que nos recorda o momento que vivemos “Será para vós um jubileu” deve nos conduzir nos vários momentos com o coração e mente abertos que nos ajudassem a multiplicar a mensagem pelo mundo de que a Paz é viável e possível”. É por esse

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D. Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de Belém

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Programação Oficial do

Círio 2005 DATA

HORA

EVENTO

03/10

20h00

Apresentação do Manto

LOCAL Salão de festa da Basílica

05/10

14h00

Abertura da Vigília de Adoração

Auditório

05/10

19h30

Transportes dos carros/CDP

Basílica/CDP

06/10

19h00

Abertura oficial do Círio

Salão de festa da Basílica

07/10

11h00

Encerramento da Vigília de Oração

Auditório

07/10

13h00

Traslado Ananindeua/Marituba

Basílica

08/10

06h00

Romaria Rodoviária

Ananindeua

08/10

09h00

Romaria Fluvial

Icoaraci

08/10

11h00

Romaria dos Motoqueiros

Praça Pedro Texeira

08/10

12h00

Descida da Imagem

Basílica

08/10

17h00

Missa/Trasladação

Colégio Gentil

09/10

05h30

Missa do Círio

Igreja da Sé

09/10

06h30

Círio

Igreja da Sé

03 a 23/10

21h30

Programação Cultural

Concha Acústica

03 a 22/10

05h30

Terço da Alvorada

Basílica

10/10

19h00

Noite dos Eleitos

Salão de festa da Basílica

12/10

08h00

Romaria dos Ciclistas

Praça Santuário

20,21 e 22/10

20h00

Festival da Canção Mariana

Concha acústica

15/10

18h00

Romaria da Juventude

A definir

16/10

08h30

Romaria das Crianças

Praça Santuário

23/10

08h00

Procissão da Festa

Praça Santuário

23/10

20h00

Missa de Encerramento

Praça Santuário

23/10

21h00

Encerramento do Círio

Salão de festa da Basílica

23/10

24h00

Espetáculo Pirotécnico

Praça Santuário

24/10

06h00

Subida da Imagem

Basílica

24/10

06h30

Missa do Recírio

Praça Santuário

24/10

06h30

Incineração das Súplicas

Praça Santuário

24/10

07h30

Recírio

Praça Santuário

TEXA

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O Cartaz2005 E

m cerimônia presidida pelo a r c e b i s p o metropolitano de Belém, dom Orani João Tempesta, o belo cartaz do Círio deste ano, foi apresentado a convidados especiais, à imprensa e aos patrocinadores oficiais, que na ocasião procederam a assinatura dos contratos, no auditório Dom Vicente Zico, do Centro Social Nazaré. A peça publicitária é criação da Mendes Publicidade, em fotos de Walda Marques e tem como temas a Paz, o Glória e a Água. Cada elemento tem um significado importante. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré, ao centro, em destaque, é a homenageada principal; em segundo plano, os raios de mármore engastados de pastilhas de pastilhas douradas e as nuvens com os anjinhos barrocos, do Glória, obra do artista italiano Bernini, do altar-mor de sua Basílica. Ao fundo a Água como elemento fundamental à vida e símbolo do batismo. A Paz, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, e representada pela pombinha branca. Dom Orani, em sua primeira

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Parte dos presentes na solenidade

A mesa oficial

O arcebispo e o Cartaz 2005

Dom Orani em seu primeiro lançamento do Cartaz oficial do Círio

participação de um lançamento do Cartaz Oficial do Círio, disse esse ser um momento especial e muito importante, pois o objetivo principal é que ao ser afixado em cada casa, os sinais contidos no Cartaz estejam presentes e sejam vivenciados por e entre pessoas.

Dom Orani aprecia a Círios de Nazaré

CASA

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Preparação

Espiritual om uma “Manhã de Formação”, no Centro Social de Nazaré, no 3° domingo de agosto, com a presença de liderança das 53 paróquias de Belém, cerca de 750 agentes de pastorais, ouviram a palestra do arcebispo Dom Orani João Tempesta sobre o tema base do Círio deste ano “Com Maria, em Belém, queremos ver Jesus”. A palavra de Dom Orani teve como objetivo principal a formação e orientação dos agentes para serem dirigentes das peregrinações, com a missão de evangelizar e animar as peregrinações da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelas casas dos devotos, em preparação espiritual para a grande festa do Círio. Na ocasião foi distribuído aos presentes, o Livro das Peregrinações 2005, onde são apresentados 15 roteiros de Encontro de Orações, para servir de orientação e como unificador das preparações espirituais, com fundamentação na Bíblia e documentos oficiais da Igreja.

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Missa do

Mandato N

a última 6ª feira de agosto, na Praça Santuário, a festividade do Círio de Nazaré 2005 foi aberta oficialmente com a celebração da Missa do Mandato ou Missa do Envio. Foi a primeira participação oficial do Círio presidida pelo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Orani, que mesmo com a chuva, celebrou o envio das famílias e do povo em geral, para o anúncio e celebração da graça de mais um Círio. É a autorização da Igreja à comunidade, para levar Cristo D. Orani também homenageou os 10 anos da Círios

isso acontece através da intercessão de Nossa Senhora, afirmou o arcebispo. Cerca de 3.000 fiéis das paróquias de Belém, com imagens de Nossa Senhora de Nazaré, foram abençoados pelo arcebispo. A partir de então, grupos de famílias, com a pequena imagem da Senhora de Nazaré, em procissão, se organizam e se reúnem diariamente, cada noite, numa casa, rezando, cantando e refletindo juntas, conforme os roteiros do Livro das Peregrinações. É um momento forte e importante de Evangelização que é feito com o apoio de Maria, disse Dom Orani.

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Vigília de

Oração A

Vigília de Oração é também uma preparação ao Círio de Nazaré, inicia com o arcebispo metropolitano deslocando o Santíssimo Sacramento e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré da Basílica para o auditório do Centro Social de Nazaré (CSN). O cortejo é acompanhado pelos Arautos do Evangelho. Cerca de três mil pessoas participam das 48 horas de orações e adoração. A cada duas horas, cinco paróquias, movimentos sociais ou escolas católicas se revezam na leitura dos dez temas do livro da Vigília. É o momento em que o devoto confirma a sua fé em Jesus Cristo e em Maria, como sua intercessora. Após o encerramento, acontece o retorno do Santíssimo Sacramento e da imagem de Nossa Senhora de Nazaré à Basílica, em procissão solene.

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Os Correios e o

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Círio de Nazaré

s Correios estão sempre presentes nas festividades e homenagens ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, através de Carimbos Comemorativos, Selos e Homenagens Especiais. Em 1972, foi lançado o Selo “CÍRIO DE NAZARÉ”, no valor de 75 centavos, com desenho de W. Granado. A concorrida solenidade de lançamento, foi nas escadarias do Teatro da Paz, com presença das maiores autoridades do Estado, o sempre querido e saudoso arcebispo metropolitano Dom Alberto Ramos e do nosso editor Ronaldo Gilberto Hühn, então Diretor Regional da ECT. Em 1993, foi o lançamento do Selo “200 ANOS DO CÍRIO DE NAZARÈ”, no valor de CR$22,00, em desenho do artista Darlan Rosa. Ano passado, a homenagem foi através de um Kit Filatélico, de autoria da jovem artista, 21 anos, Adriana Shibata. O Kit consta de 4 cartões postais, 10 papéis de carta e 5 envelopes, no valor de R$ 10,00. Na procissão do Círio, os Carteiros, devidamente uniformizados, prestam suas homenagens auxiliando na coleta das promessas e mesmo na segurança de alguns carros. Tradicionalmente e principalmente em frente a sede dos Correios, na Presidente Vargas, durante a quinzena das festividades, a decoração é inerente e também em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré.

S E L O S

“Círio de Nazaré”. Nossa Senhora de Nazaré em sua berlinda, os fiéis romeiros à corda. K I T

“200 Anos Do Círio de Nazaré”. Cordão de fiéis que, carregando velas acessas - símbolo do Círio rodeiam o andor de Nossa Senhora de Nazaré.

F I L A T É L I C O

Envelope Papel de carta

Lançamento solene do selo, nas escadarias do Teatro da Paz, com presença das maiores autoridades do Estado, o sempre querido e saudoso arcebispo metropolitano Dom Alberto Ramos e do nosso editor Ronaldo Gilberto Hühn, então Diretor Regional da ECT. 16

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Cartões Postais .

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Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas


Círio de Nazaré

Uma raiz portuguesa *Anete Costa Ferreira

O milagre a Dom Fuas Roupinho

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nualmente, no segundo domingo de outubro Belém se engalana para festejar o Círio. Sempre que se fala a pessoas que nunca participaram dessa festividade surge a pergunta: o que é o Círio? E a resposta aparentemente fácil vem à tona: é um culto religioso, uma autêntica explosão de Fé que teve início no século XVIII. É um tanto difícil de ser explicado pois, so participando terá a noção exata da gradiosidade do evento. O calendário religioso registra inúmeras manifestações, mas nenhuma tem comparação com o Círio. O mais incrédulo ao ver a passagem da procissão fica surpreso e estático ante a manifestação expontânea de um povo que arraigadamente defende a sua crença secular. É um ato que envolve além da religião,a soci-ologia, história, política, a economia e o folclore. Estudos comprovam que não há em outra qualquer parte do mundo culto religioso que se compare a este. É uma festa onde o povo, somente o povo expontana-mente presta homenagem à sua padroeira. Talvez, porisso venha subsistindo na mesma igualdade de mais de duzentos anos quando foi criado. E por essa razão o paraense elegeu este como o seu “Dia do Círio” Segundo a lenda a origem do culto à Nossa Senhora de Nazaré tem em Plácido o seu

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responsável direto. Ele na sua caminhada diária para o serviço encontrou uma imagem à beira de um igarapé. Julgando ser de algum viajante guardou-a em sua casa. Mas ela sempre retor-nava ao mesmo local. Propalada a notícia, acorreram ao lugar inúmeras pessoas e em breve chega ao conhecimento das autoridades que providenciaram normalizar a situação que culminou com uma procissão. O Círio venerado ardorosamente pelo paraense tem algo de comum com Portugal, conforme se comprova nos manuscritos de D. João Evangelista, 5º Bispo do Pará, no século XVIII, (Arquivo Basílica da Estrela Lisboa). Plácido José de Souza, sobrinho do Capitão General Ayres de Souza Chichorro (que chegou a Belém na comitiva de Francisco Caldeira Castelo Branco, fundador da Cidade), era filho do português Manuel Ayres de Souza e de Dona Ana Maria de Jesus, de ascendência lusitana, filha de Fernão Couto Gaia, natural do Alentejo, sobrinha do Capitão General do Pará, Antônio Pinto da Gaia, morador em uma das terras localizadas na estrada do Maranhão ou Utinga, atual bairro de Nazaré. Nos idos de 1773, o Bispo pediu a Plácido que reunisse pessoas devotas ás margens do Igarapé, em 2 de fevereiro Dia das Candeias -, a fim de assistirem a

A homenagem de Belém ao seu fundador

cerimônia de despedida da Santa que ia para Portugal, às expensas do Vereador Lúcio Machado de Mendonça, para ser preparada. O Governador João Pereira Caldas, destaca um emissário e envia-a na Charrua “D. Maria”, com destino à capital lusitana. A 31 de agosto de 1774, aporta em Belém a “Galera D. Pedro” e nas mãos do Sargento Feliciano Teles de Menezes a imagem da Senhora de Nazaré retorna completamente restaurada. D. Evangelista novamente convoca os fiéis para em procissão conduzirem a imagem ao seu Nicho. No dia 4 de outubro realiza-se a trasladação, quando a Santa é levada pelas mãos do

Feliz Círio 2005

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comovido com tamanha demonstração de fé solicita à Rainha D. Maria I (Portugal) e ao Papa Pio VI (Itália), autorização para a realização de uma festa pública, em honra à Nossa Senhora de Nazaré, segundo o ritual litúrgico. Concedida a permissão realiza-se em 7 de setembro de 1790, o Primeiro Círio saindo à tarde da Capela do Palácio do Governo para em procissão seguir até a Ermida da Santa, no local onde hoje está a imponente Basílíca. Posteriormente, devido às chuvas vespertinas, em 1853 passou a ser realizado pela manhã, saindo da Catedral, o que acontece até aos dias atuais. No ano de 1803, assumiu a Presidência da Província do Pará o Conde dos Arcos, D. Marcos Noronha de Brito, que introduziu no Círio, o Carro dos Milagres em alusão ao milagre de D. Fuas Roupinho ocorrido na Vila piscatória da Nazaré em Portugal, e em obediência ao pedido da Rainha d. Maria I, que recomendava devesse ser lembrado o devoto português. A tradição do Círio perpetuou-se e o paraense tem esse dia como o máximo em que todas as mágoas são esquecidas. Não há inimigos. Intrigas são perdoadas, ricos e pobres, brancos e pretos, intelectuais e leigos se nivelam para saudar a Berlinda puxada pela corda onde os fiéis pagam suas promessas reverenciando a Santa na sua data magna de confraternização. É o Natal do Pará.

Bispo que faz a entrega a Plácido que o aguardava na pequenina Capela. Nos anos de 1728, 1746 e 1749 grande epidemia de bexiga assolou a população. As pessoas rezavam e imploravam a cura à Virgem de Nazaré. Tamanha foi a afluência à Ermida que impressinou o Religioso. Este

*Correspondente da Pará+ em Portugal

Plácido encontra a imagem. A devoção imediatamente começa

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Círio de Nazaré devoção e turismo religioso na Amazônia paraense

*Adenauer Góes

percurso nas ruas da “cidade das mangueiras” na humana comunhão de espíritos ávidos de justiça, paz e solidariedade entre os irmãos numa casa comum. Evidentemente, o culto à expressão divina da maternidade representa o imenso desejo humano da cura das dores e necessidades do dia a dia, o remédio das aflições da própria vida. Tudo isto que fica para trás quando o símbolo maternal assoma o fenômeno duma esperança viva junto ao povo, cuja história de antigas migrações forjou ao longo do tempo e do espaço, por terras e mares distantes, a procura da

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ossa verdejante Belém da Amazônia, com a história portuguesa ultramarina, se inscreve definitivamente entre os lugares de peregrinação do mundo. Todos os anos, mais de um milhão de pessoas da região, do país e também cada vez mais do exterior, esperam o dia em que a Mãe de todas as mães é homenageada pelo povo do Pará, a cada segundo domingo do mês de outubro, durante o verão amazônico. Há neste evento de fé popular uma psicologia coletiva profunda, cuja origem se encontra em diversas fontes, mas converge ao fim do

Fone: (91) 3248-5651 Edição 43 - outubro

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prometida». Assim, a construção da Amazônia fez e continua fazendo parte da fé e do imaginário universal da “idade de ouro” profética que, para muitos, se tornou lugar de sacrifício e provações mesclados com a certeza de dias melhores neste e em outro mundo após a morte. Pode-se dizer, deste modo, que a devoção milenar de além mar, da Virgem de Nazaré; ao chegar na Amazônia com os imigrantes portugueses, tornou-se estuário e confluência de outros sonhos e crenças de outros povos encontrados ou vindos nas águas dos rios Pará e Amazonas. Trata-se, além do tradicional culto do catolicismo popular ibérico que lhe está à base; sobretudo, de um fenômeno ecumênico cujo estado de espírito transcende à prática religiosa quotidiana para assumir um ato coletivo de fé incomparável. O que permite a todo aquele que assiste, mesmo sem participar da romaria, um envolvimento emocional extraordinário em face de uma espiritualidade latente que parece despertar do imprevisto encontro entre o profano e o sagrado. Pois este sutil fenômeno também é insumo para o turismo religioso. Com que a divina Mãe distribuindo bênçãos da alma também estimula a criação de bens materiais, para geração de emprego e renda contribuindo assim ao bem-estar de todos. Neste aspecto, a interatividade entre autoridades religiosas e o setor econômico da sociedade local deve considerar o crescimento do mercado turístico no Brasil acima da média mundial. O Círio paraense como carro-chefe do turismo religioso na Amazônia é uma oportunidade que não poder ser descurada pelo trade nem pelos agentes públicos de fomento do desenvolvimento sustentável, sejam eles da área municipal, estadual ou federal. O turismo já alcançou o terceiro lugar na pauta de exportação e captação de divisas através do comércio brasileiro. Somente perde para a soja e minério de ferro, na Amazônia este dado reclama maior atenção, pois a sustentabilidade econômica da região não depende apenas da sua natureza ameaçada, mas

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também da preservação da sua cultura e, principalmente, do uso sustentável deles todos. Não há dúvida, o Círio é um evento religioso em torno do qual, durante duas semanas, gravitam outros eventos satélites que vão desde a famosa gastronomia, tendo o pato no tucupi e a maniçoba como vedetes, até o artesanato de miriti e passeios pós ou préCírio para rápido repouso em igarapés dos arredores de Belém ou um pouco mais prolongados até os pólos Marajó e Tapajós, ou ainda para um mergulho nas praias do pólo Amazônia Atlântica. Esta perspectiva de O presidente da Embratur, m e r c a d o d o l a d o Eduardo Sanovicz profano da Festa de Nazaré precisa de uma consideração profissionalizante sem descuido da parte ecumênica da religiosidade do evento, sua principal motivação espiritual e cultural sem a qual não haveria a outra. De tal modo que, tradicionalmente, o Círio e a festa compõem a totalidade do natal dos paraenses. O turismo doméstico brasileiro tem reagido positivamente e a Embratur tem estratégia definida que impulsiona a comercialização dos produtos turísticos nacionais no exterior. O Círio de Nazaré, através do

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segmento de turismo religioso, é destaque no plano aquarela que estabelece um planejamento de promoção e divulgação do Brasil no mercado internacional. O presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, participa de forma abrangente este ano do 213º Círio, conversando com empresários durante seminário, vivenciando a Romaria Fluvial e toda a plenitude deste grandioso momento paraense. É sem dúvida uma grande oportunidade para impulsionar ainda mais a entrada de turistas na Amazônia,

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aproveitando a tendência de expansão de negócios turísticos e sob as benções de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia, em harmonia com a visão de desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade histórica, cultural e da natureza que chancelam o Pará de A Obra-Prima da Amazônia. Feliz Círio 2005! *Presidente da PARATUR

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Círio Ecologico Um

*Hélio Rodrigues Titan

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migos leitores de PARÀ+, estamos de volta para abordarmos um tema de grande importância para a humanidade, e em especial a todos os paraenses, que mais uma vez, vão ter a suprema graça de participar em 2005, de mais um Círio de nossa padroeira de Nazaré. Vamos propor esse ano um Círio diferente, um Círio Ecológico! Vamos abordar, amigos conterrâneos aquilo que conhecemos por Ecologia, abrangendo naturalmente as partes religiosas, filosóficas e comportamentais do gênero humano, que em nossa opinião são aspectos de suma importância para que tenhamos frutos positivos na nossa conduta ecológica e nossa plena conscientização em querer salvar nosso meio ambiente, a natureza plena, para o bem estar nosso, de nossos filhos, dos animais, e das futuras gerações, que no final das contas é uma obrigação indiscutível da sociedade humana, naquilo que nos foi dado pelo Criador numa harmonia natural, bela e perfeita que é o mundo que vivemos! Antes de tudo, voltamos a repetir, afinal o que significa o termo ecologia em seu aspecto semântico? Respondemos; é a parte da biologia que tem como finalidade o estudo das relações dos seres vivos com seu meio natural e de sua adaptação ao ambiente físico ou moral. Analisemos, portanto, naquilo que podemos exemplificar, quando analisamos que a pratica da ecologia deve ter fundamentalmente seu inicio, em nossa própria limpeza ecológica no sentido de

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Plácido, o caçador, homenageado em carro ecológico

aperfeiçoarmos nossas condutas morais, éticas, comportamentais e, sobretudo um verdadeiro amor e respeito pela natureza e tudo que lhe diz respeito. Como diz em seu artigo “Ecologia e Cidadania” o escritor Rogério Lacaz, a ecologia tem que ter um paralelo com a religião, isto é, as pessoas geralmente “gostam” de Deus, reconhecem e acreditam em sua existência, mas não o amam! Da mesma maneira, as pessoas acham que as atividades ecológicas devem ser praticadas, mas os rios continuam mais poluídos, as industrias envenenam cada vez mais nossa atmosfera, continuamos a dizimar nossos irmãos animais, poluímos cada vez mais o ar que respiramos e por aí vai! Sem querer transformar a ecologia em uma religião, é valido, porém lembrar as palavras de João Paulo II sobre o assunto: A Encíclica Centesimus annus, e a Evangelium vitae, ele refere o tema da vida e da ecologia, dirigida a toda a hierarquia da Igreja, assim como a todas as pessoas de boa vontade sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana. Sua Santidade

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mais do que nunca devemos preservar saudável nossa mãe natureza, para sermos também saudáveis. Temos amigos leitores, que nos conscientizar que somos seres bastante vulneráveis. O homem surgiu na Terra há apenas 90 mil anos, (como Homo Sapiens Sapiens) e nosso planeta está aí a transladar ao redor do Sol à quase cinco bilhões de anos. Como dizia James Lovelok: “Não é a terra que é frágil. Nós é que o somos. A natureza tem resistido a hecatombes muito piores do que a produzimos. Nada do que fazemos destruirá a natureza. Mas podemos nos destruir facilmente!” Podemos tirar, amigos leitores, uma conclusão sábia desse pensamento; se não praticarmos a verdadeira ecologia, poderemos alterar nosso planeta, trazendo nossa própria extinção, mas em compensação nosso mundo mais cedo ou mais tarde se recuperará! Para terminar amigos leitores, o importante é que possamos nos alegrar por não estarmos sozinhos; fazemos parte de uma coisa maior que nossas angustias, injustiças e sofrimentos. Podemos olhar o céu e sabermos que somos protegidos pelo manto glorificado de nossa padroeira, lá da imensidão, e que não somos nada sem sua proteção. Vamos ajudar nossa Virgem, dando nossa parte na preservação de nossa Amazônia, parte integrante da criação e por isso tratá-la com zelo e sabedoria! Viva nossa Rainha da Amazônia! Um feliz Círio Ecológico 2005!

referiu “Chamado a cultivar e guardar o jardim do mundo” (Cf. Gn 2,15), o homem tem a responsabilidade de preservar o ambiente da vida, não somente no momento atual, mas sobre as gerações futuras! A verdadeira questão ecológica se traduz, amigos leitores de PARÀ+, não somente em nossa obrigação da preservação de nosso “habitat natural” incluindo todas as espécies de vida, como também aquilo que podemos denominar “Ecologia Humana”, que não é nada menos do que o respeito por nosso próprio bem estar e nossas vidas. A simbologia do “fruto proibido bíblico” (Cf. Gn2, 16-17), mostra na pratica que estamos submetidos a leis biológicas e morais, que o bom censo comportamental não deve transgredir. Não só a ecologia, mas também as filosofias nos ensinam que o planeta Terra não pertence a nossa espécie, muito menos os recursos naturais, os ecossistemas, o meio ambiente, a fauna e a flora! Tudo isso nos foi emprestado a fim de termos uma vida plena, e nada mais justo de nossa obrigação em preservá-las! A sobrevivência e qualidade de vida das futuras gerações voltam a repetir, dependerão do que estivermos fazendo aqui e agora. È verdade que nós não podemos viver fora da natureza, assim como, por exemplo, um braço não pode viver sem fazer parte do conjunto do corpo. Por esse motivo,

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*Médico Escritor Cosmologo

IPILOT

0800.2807200 Av. Assis de Vasconcelos, 265 - Ed. Victor VI - 3º Andar Fone: (91) 3242-5518 www.unipilot.com Edição 43 - outubro

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Jotha Mendonça

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escolha dos trabalhos vencedores do Concurso de Imagens de Círios, realizada anualmente pela Editora Círios, de Belém, é a possibilidade de admirar a concepção que os fotógrafos, profissionais ou amadores, têm da maior manifestação de fé do Norte do Brasil, que acontece no Pará., e da homenagem que é prestada à Virgem de Nazaré em dezenas de estados brasileiros e muitos outros paises. Os trabalhos, do mais simples ao de mais aprimorada expressão artística, contam histórias que um simples passar de olhos pelo Círios, onde quer que sejam realizados, não pode captar. O acervo se consolida, cresce a cada ano em que o concurso é realizado. Jamais se poderá descartar seu valor histórico para a Igreja e para a comunidade paraense, pelo que fica aqui o apelo à Ronaldo e Rodrigo Huhn, para que viabilizem uma maneira de colocar todo este farto material à disposição da cidade e seus visitantes. São milhares de imagens que, embora não sendo classificadas entre as vencedoras, jamais deixarão de ter seu valor histórico. O processo de julgamento dos trabalhos começa a

partir do momento em que um grupo de profissionais da imprensa e outros setores da sociedade são “convocados” para a tarefa engrandecedora que é conhecer o produto acabado do concurso. A partir daí à decisão final de apenas dez ganhadores, ocorre um verdadeiro exercício de democracia. Solidariamente com os jurados, os organizadores já se dão a responsabilidade de eliminar imagens que

Os componentes do juri: Elias Gorayeb, Ivan Brasil, Paulo Araújo, Jotha Mendonça e Adenirson Lage

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Após a escolha dos classificados e vencedores os diretores da Editora Círios confraternizaram com os jurados e suas esposas

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Elias Gorayeb, José Mendonça e Ivan Brasil. Passada a primeira seção de escolha, lá estão em frente aos jurados nada menos do que 100 fotos, que serão reduzidas a 20, das quais serão escolhidas as vencedoras. Entretanto, a voz dos jurados ainda não é definitiva. E lembrando que afirmo antes sobre o exercício democrático, acabam que todos os presentes ao evento são convocados a dar sua opinião sobre a escolha feita e as 39 fotos classificadas para a decisão final. Isto faz com que, sob irrefutáveis justificativas, algumas decisões sejam mudadas, garantindo ao vencedor a escolha pela opinião da maioria. E tudo isso se repetirá nos próximos dias: as inscrições, o envio do material, as seletivas e a grande final, quando novos trabalhos serão eleitos pelos Círios 2005. Que assim seja!

considerem fora dos padrões para encarar a mesa julgadora. Assim é que milhares de fotos são reduzidas a uma quantidade que no ano de 2004 não foi inferior a 1000 selecionadas. Uma segunda seleção reduz ainda mais a quantidade que chegou à mesa dos jurados somando aproximadamente 500 fotos. A partir daí começa a batalha de opiniões. As análises são as mais diversas: tratam do equipamento e tecnologia usados pelo fotógrafo, passam pela mensagem que transmitem, o ângulo de observação do fotógrafo, etc. etc. etc. É preciso que se diga que os trabalhos têm hora para começar: nunca antes das 21horas. Mas não têm hora para terminar. E haja encanto, conto, história, mensagem, emoção passando sob o olhar atento de cada um membro do grupo, formado em 2004 por Adenirson Lage, Paulo Araújo,

Da esquerda para a direita: Rafael Belestiel dos Santos - 5º Lugar; João Modesto Vianna - 6º Lugar; Advaldo José Nobre - 4º Lugar; Artur Vasconcelos Lima (Paparazzi) - 2º Lugar e Marcio Santos - 3º Lugar

Marcelo Ribeiro Moraes recebe de Vitória Liebold o prêmio referente ao 1º Lugar

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OS VENCEDORES 1º LUGAR

Marcelo Ribeiro Moraes

Ao fundo aspersão do perfume “Cheiro-do-Pará”

2º LUGAR Arthur Paparazzi

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3º LUGAR Marcio Santos

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OS VENCEDORES

6º LUGAR João Modesto Vianna

4º LUGAR Advaldo José Nobre 30

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OS CLASSIFICADOS

5º LUGAR Rafael Belestiel dos Santos

Rafaela Nogueira da Costa

Celso Roberto de Abreu

Rosa Kamada

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OS CLASSIFICADOS Erica Ferreira Costa

Sidney Ramos Eliana Maria Sanches

Joanaldo de Jesus Silva Marcia de Nazaré Pampolha

Álvaro Vilela Tavares

Joanaldo de Jesus Silva

Rosa Kamada

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Kelly Virgínia Pozzebon

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Advaldo José Nobre

Marcia de Nazaré Pampolha

Marcia Maria Silva

Marcia de Nazaré Pampolha

Fernando Araújo

Ismael Costa dos Santos

Marcia de Nazaré Pampolha João Vianna

Paula Renata Calluf

Alexandre Tozzatti

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Marcio Santos

João Vianna

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Ildene Leal de Azevedo

Fernando Araújo

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paz Pace In Terra

O Papa da Paz se foi, foi-se a chamado de Deus. Mas logo virá outro herói que entre os povos guiará os seus

Paz à boníssima alma, do que se foi deste mundo. Paz que a todos acalma, traz acalento profundo Paz é coisa que buscamos consciente ou inconscientemente; por isso nos preocupamos com ela infinitamente. A Deus pedimos só isto: Paz na Terra Paz em Cristo Paz, não guerra! Homenagem do autor ao Papa peregrino, o Papa da paz, João Paulo II, em sentimento de pesar por seu passamento Abril- 2005.

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A Sopren, o Papa e a Trad *Camillo Martins Vianna

Em suas andanças pelos quebrados e lonjuras da Terra de Santa Cruz, Sua Santidade o Papa Peregrino João Paulo II, falou nas suas homilias com tal profundidade e clareza sobre o respeito às tradições, que só TA aqueles que não estão A ND A O P EL interessados em compreender sua mensagem, poderão argumentar em contrário. Para princípio de conversa, o Papa Viajante funcionou como líder, exatamente o produto de maior carência por estas paragens. Logicamente, queremos nos referir a líder no sentido exato da palavra e não naquele apoiado por qualquer artifício, que o tenha guindado à cumeeira administrativa ou funcional e, a partir daí, ser aceito pelo que se convencionou denominar de povo. Também no sentido mais cristalino da palavra e do conteúdo, seria uma temeridade e uma conclusão simplista, que o Papa Caminhante falou, está falado. Longe disso, pois o sucessor de Pedro não veio especificamente para resolver nenhum dos nossos problemas, pelo contrário, as palavras de João Paulo

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DE 1968 ES D

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serão mais úteis se pensarmos sobre elas e procurarmos compreende-las, tendo sempre como base, objetivo e finalidade, a grandeza do homem. Desde o início de suas atividades na Amazônia Brasileira Clássica, a Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) vem se deparando com obstáculos que chegam a ser inquietantes, pela perplexidade da dura realidade que é mostrada logo nos primeiros passos da abordagem da questão. Nada mais que a dura repressão imposta a nossa tradição popular por missionários estrangeiros, ou não. Ainda não dispomos de argumentos que possam justificar esse penoso e exdrúxulo estado de coisas, a não ser, talvez, o resultado de possível choque cultural e todas as nossas bases passaram a ser consideradas como alguma coisa nociva à religiosidade do povo.

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maiores e que constitui, talvez, o seu único patrimônio, de nacionalidade e por isso mesmo mantém estreito relacionamento com a liberdade? Por causas muito mais profundas, ainda não bem esclarecidas, é que Sua Santidade, em Salvador, na Bahia, fez comovente apelo para que a tradição popular não seja esmagada e que a religiosidade do povo seja respeitada. Isso significa que haverá dolo e má fé daqui para frente, em todos os que quiserem descaracterizar nossas raízes, pois o objetivo maior é a valorização do homem em toda a sua grandeza e plenitude. A partir da exortação do Pastor, vem sendo possível identificar tomada de posição na reanimação de valores básicos de nossa nacionalidade, coincidindo com a abrangente e perseverante atuação da Sopren, que desde sua criação em 1968, empenha-se na luta pela reanimação a preservação da amazonidade, sempre em parceria com grupos comunitários e entidades das mais diversas representatividades comprometidas no processo denominado Integração da Amazônia, dentro do projeto A Saga da Cobra Grande, que tem como suporte, a chamada Abordagem Cultural de Comunidade, cujas bases teóricas, são de autoria da saudosa Assistente Social Maria da Paz Araújo Cardoso da UFPA e integrante da Diretoria da Sopren desde os seus primórdios, o que vem facilitando enormemente a integração dos mais diferentes segmentos da comunidade, sob o lema Povo que não tem Passado, não terá Futuro.

ição Popular Caso essa possibilidade se caracterize como verdadeira, não há como explicar que a tradição popular do nosso País tem suas origens exatamente na atividade missionária, a partir do Achamento da Terra de Santa Cruz. Por outro lado, os argumentos, ou mais c l a r a m e n t e , a interferência, nessa época e em passado bem mais recente - são por demais evidentes e contundentes, para que possam ser consideradas como coisa sem importância. Será que faz sentido apagar todos os vínculos com o passado? Deixar nossa Pátria na condição de ser uma das únicas a não ter tradição? Aceitar nossa juventude como mera repetidora e macaqueadora de outras culturas e de outros hábitos, usos e costumes? Afiançar que a tradição popular é a forma mais ignóbil de colonização, quando todos os povos do mundo lutam ou lutaram até ao extermínio para preservar seus valores? Incompatibilizar, grosseira e toscamente, a tradição com a religiosidade do povo? Será possível existir argumentação válida fora da intolerância e do menosprezo? Será possível valorizar alguém ou algum povo, desvalorizando a herança que recebeu de seus

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direita e ao centro. Somos uma geração desarvorada, ó Santíssima, uma geração traída, na seqüência da “geração perdida”, a que sobrou da Primeira Guerra Mundial, de que falou Gertrude Stein, indicando o que sobreviveu à catástrofe de 1914/1918. Uma geração que nem a que restou da tragédia nazinipo-integral fascista (1939/1945) vista por Paul Valéry: “Passou a tempestade e, no entanto, continuamos inquietos e desarvorados como se ela ainda fosse estalar”. Há areia movediça nos caminhos deste mundo, ó Mãe de Jesus, como se nada de sólido houvesse mais a nos amparar, o chão da vergonha e da humilhação seja a norte seja ao sul e de leste a oeste. O nosso universo parece que foi devastado e tudo o magoa e ofende, ó Senhora. Como o Horácio e como todos, estou na arte como na religião, e as palavras são de André Malraux, sinto-me desarvorado: “a arte não resolve nada, apenas transcende”. E medito no qu´escreveu outro crítico, Harold Bloom, a partir de um título de livro, sobre aquilo de estar ruindo ou já haver ruído todas as “verdades absolutas”. Inclino-me ante a majestade de Deus e ouso suplicar a que a Virgem nos sirva de medianeira, como sempre, neste Círio pleno 2005, a fim de que os nossos medos, as nossas perplexidades, as tristezas nossas não acabem com a fé e a esperança que nos movem aqui e agora. Por piedade, por favor, e releve o desespero: é que a angústia paira no ar e dói, como dói. A Mãe do Salvador entende disso, e como entende! O conselho do Cristo, no Livro por excelência, mora conosco: “olhai os lírios do campo...”. Que olhemos sem receio, com coragem, e que funcione. Disse Franklin de Oliveira: “nenhum povo do mundo é criminoso. Criminosos são os governos, que tanto podem arrasta-

Prece do

Círio *Acyr Castro

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som do telefone atravessa tempo e espaço. Do outro lado da linha, uma simpatia só, Horácio Igushi, intelectual da melhor qualidade, crítico de cinema também, companheiro da Associação Paraense de Críticos Cinematográficos fundada nos anos 1960 por mim, pelo Ariosto Pontes e os saudosos Edwaldo Martins, Rafael Costa, Paulo Macedo e Alberto Queiroz. Fiquei encantado com o telefonema. O Horácio está produzindo um filme sobre o inventor aeronáutico Júlio César e quer a colaboração dos colegas de APCC: além de mim o Pedro Veriano, a Luzia Álvares, o Ismaelino Pinto, o Maiolino Miranda, o Adolfo Gomes, a turma toda enfim. Vai de repente qu`eu estava relendo William Shakespeare, “O Timon de Atenas”, estancado diante da pergunta do poeta ao pintor: “Há muito que não te vejo. Como vai ao mundo?” E o pintor responde ao poeta: “Destrói-se, senhor, porém continua crescendo”. E é assim, Senhora de Nazaré, que vai o nosso mundo, o Brasil. Destruindo-se, mas, inapelavelmente, crescendo. E cresce contra tudo e contra todos, à revelia, por entre, por entre mensalões e mensalinhos à esquerda, à

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los pelas livres e amplas estradas do engrandecimento humano como igualmente pelas vias tortuosas do crime, da servidão e da animalidade”. Governo nignificando, no caso, Executivo, Legislativo e Judiciário, é evidente. Viver é lutar, contra o fracasso individual e contra a frustração coletiva, por sua vez brigar para que a frustração e o fracasso desapareçam, sumam, ao menos se amenizem tornando possível afinal a vitória. Rezemos, todos, a propósito do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, para que ao fim saiamos vitorioso, a despeito do que nos escraviza, nos faz sofrer e chorar, neste mundo que pode deixar de ser tão só um vale de lágrimas e nada mais. Fomos criados para a alegria, a beleza, a vida, e não, apenas, para um dia morrer, não é mesmo? Tanto a voz pedir, Senhora Nossa, que m`encabulo de suplicar pelo pedido maior: salve o Brasil, mas salve, acima de tudo, os brasileiros que somos vítimas centrais de uma teoria assassina que vem da ditadura de 1964 até hoje a exigir que a economia vá bem, pouco importando que o povo passemos mal, o que é odioso, odiento, afora ser um absurdo. Queiram ou não, o País somos nós, é o povo a Nação, quem o ignora? A economia é para todos e não para os que chefiam e governam, ou não é mais? Nem é a riqueza o que queremos, sim que a pobreza e, pior, a miséria, se acabem, e o mundo prospere e cresça coletivamente, socialmente, e não somente uma meia dúzia de privilegiados. Contamos com isso ao nascer e morreremos com isso contando: é direito, que temos, como filhos de Deus e enquanto cidadãos brasileiros e

do mundo inteiro. Ninguém nos pode roubar tais direitos, ninguém, nenhum partido, nenhum líder, ninguém. Por que nos vem do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Penso desta maneira desde quando vim ao mundo trazido pelo amor de João Rocha Pereira de Castro e Neuza Cecília Paiva de Castro, e são 71 anos desde então. Nunca permiti me abater ou negar em face desta crença. Cristão de formação católica, afilhado de batismo de Nossa Senhora Auxiliadora, guardo a serena e tranqüila certeza de que este é um apelo que agrada a quem faz do Círio uma festa cristã e não simplesmente uma data comercial e publicitária a mais, se é que me compreendem. Agradeço à Virgem pela atenção, convicto que estou de ser ouvido e atendido. Comigo uma legião de crentes esperam e acreditam; este modo de implorar de forma de oração. Necessário é que o país, a nação, mudem no caminhar e para onde a caminhada nos leve. Uma reforma básica no processo, assentando a administração sob outras bases, dando voz e expressão à carências de cada um e de todos. Os fundamentos devem ser sociais, coletivos, respeitando-se os indivíduos; inspirados no bem comum, na felicidade geral, sem lotear cargos e territórios ao estilo feudal de capitanias donatárias. Que Nossa Senhora nos abençoe e guarde; e que conduza esta prece até Jesus, assim seja. Que Franz Kafka me desculpe, mas nem sempre o silêncio é o único meio de viver; pelo menos em face de Deus. *Jornalista e Escritor

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No Festival de Olimpia SP

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Grupo Parafolclórico Frutos do Pará tem como objetivo principal, há doze anos, a preservação e divulgação da cultura popular do nosso Estado, através das danças. O grupo foi fundado de 1992 por Iracema Jesus de Oliveira juntamente com alguns brincantes de um outro grupo Junino pertencente a mesma, no bairro do Telégrafo. A idéia da criação deste grupo Lembranças aos presentes Nossa Círios e as beldades do “Frutos” nasceu para que fosse suprida a vontade de todos em continuarem envolvidos na cultura Festivais, como é tradicional, os participantes paraense durante todo o ano, pois D. Iracema possui distribuem aos presentes, lembranças de seus Estados. um grupo Junino, o qual acontece apenas durante a O lema do grupo é: O Amor pela Cultura acima de quadra junina de Belém, apenas uma vez por ano. tudo! Sendo assim, D. Iracema junto com alguns brincantes Aos que gostam de dançar, tocar e que amem a cultura do grupo Tucano, decidiram então criar o grupo paraense, o grupo está aberto para receber novos Parafolclórico Frutos do Pará. brincantes. Vale ressaltar que o grupo não recebe apoio Recentemente o “Frutos do Pará” esteve representando financeiro e infelizmente, não pode pagar salários aos a Cultura paraense no Festival Internacional de Etnias brincantes... Tudo é pela vontade e pelo amor à cultura no Estado do Paraná e no 41º Festival Nacional do paraense. Folclore em Olímpia, no Estado de São Paulo, sendo o Serviço: único representante da região Norte. Nos referidos Sede Provisória Rua Curuçá Nº 1109 Telégrafo

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Petrobras Cultural

Diretrizes de patrocínio da Petrobras para a área cultural

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liane Costa, Gerente de Patrocínio da Petrobras, apresentou as novas diretrizes da terceira edição do Programa Petrobras Cultural (PPC), que abrirá seleção pública para patrocínio de projetos culturais em novembro. A palestra aconteceu no Teatro Waldemar Henrique e foi seguida por uma oficina gratuita de formatação de projetos, abordando os aspectos técnicos que devem ser observados na formulação de um projeto. A programação incluiu uma demonstração prática de preenchimento dos formulários de inscrição do PPC e da Lei Rouanet, ministrado por Antônio Leal e serviu para tirar as dúvidas dos produtores. Eliane informou que “O Pará tem tido uma participação bem forte, é a maior representação do Norte, disparado”. Desde o ano passado, a Petrobras vem adotando a prática de percorrer diversas capitais brasileiras, divulgando os critérios de seleção de projetos, os processos e os resultados obtidos até hoje, com o objetivo de estimular a apresentação de projetos de todos os estados do Brasil. Afinal, uma das grandes prioridades do PPC é contemplar a cultura brasileira em toda a sua diver-sidade étnica e regional. As apresentações começaram por Curitiba, onde cerca de 500 pessoas participaram da reunião, e em Florianópolis com mais de 100 produtores. O Programa Petrobras Cultural foi lançado em 2003 e absorveu os diversos programas até então existentes na Companhia. O PPC baliza as ações de patrocínio da empresa em torno de uma política cultural de alcance social e de afirmação da identidade brasileira. Teve verba de R$ 60 milhões em 2003, e R$ 61 milhões em 2004. Eliana Costa e Ronaldo Hühn

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Eliana apresentando as diretrizes da terceira edição do Programa Petrobras Cultural

Finalizando, Eliane Costa disse “o lançamento da versão 2005 do programa está previsto para o dia 4 de novembro, véspera do Dia Nacional de Cultura. Como vem acontecendo em todas as edições, 75% da verba total da nova edição serão destinados a seleções públicas de projetos”. De Belém, Elaine e comitiva seguem para Cuiabá e Campo Grande.

A platéia ficou atenta às dicas da Eliana

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C8 comunicação, foi criada em novembro de 1999. Surgiu pela necessidade profissional e empreendedora dos sócios Assayag Júnior e Jackes Assayag que já haviam obtido sucesso em outra área da propaganda com a Canal 8 Produtora, empresa fundada em 1993. “Apesar de termos formação superior em outras áreas, atuávamos em propaganda há muitos anos.” ressalta Assayag Júnior. Segundo ele, como quase todos os seus clientes não possuíam agência de publicidade tiveram de formalizar através da C8, o que na prática já acontecia em seu negócio. “Nós briefávamos, planejávamos, criávamos e muitas vezes opinávamos na compra de mídia de nossos clientes, o que devia incomodar muitas agências pois sempre dava certo. Com a fundação da C 8 p u d e m o s n o s departamentalizar para atender aos pedidos de nossos clientes”. Revelou Assayag Júnior. Desde a sua fundação, a C8 se encontra sediada no bairro de Batista Campos, na avenida Conselheiro Furtado 468. No início a C8 teve de utilizar a credibilidade de outro negócio do grupo para se lançar ao mercado. “A referência que a Canal 8 nos deu foi fantástica pois é uma marca muito conhecida, contudo tivemos de vencer o estigma de produtora, pois nós comunicamos tão bem quanto produzimos” Disse Jackes Assayag. No início, a C8 também sofreu com as retaliações dos concorrentes. “Alguns já não existem mais, outros passaram a nos respeitar e um ou outro vai continuar falando da gente. Pois essa é a regra democrática”, constatou Assayag Júnior. “Agora mais do que nunca mostramos que 42

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viemos para ficar e contribuir com o mercado”, ressaltou. Outros problemas enfrentados são inerentes ao negócio de agência. O ajuste interno deve ser constante. “Quando a mão de obra depende essencialmente de cabeças, tem de se ter um bom entrosamento para manter o censo de direção”, diz Jackes Assayag. Além dos dois sócios, oito pessoas trabalham na agência, tentando tornar a C8 um braço do negócio do cliente. “nós somos brigões pelo cliente, não queremos ser bonzinhos para o mercado, queremos ser bons no que fazemos”, diz Assayag Júnior.“Fico preocupado quando um cliente não acredita em publicidade ou acredita somente nela”, complementa Jackes Assayag. Para Assayag Júnior o grande desafio na publicidade em Belém é trazer resultado para os pequenos e médios clientes. “Quando a gente tem uma metralhadora em verba para se gastar em propaganda é bem diferente de quando se tem um revólver com uma só bala, neste caso tem que ser certeiro. Aí é que nos medimos a eficácia de uma agência”. O importante, segundo ele, é o reconhecimento dos clientes e os veículos de comunicação. O C8 possui um vasto leque de clientes e em diversos segmentos; em óticas: Óticas Ana Maria; Público: Assembléia Legislativa; Automobilística: Honda; Higiene Pessoal: Johnson e Johnson, Volvo, C o l é g i o : C o l é g i o Te o r e m a , Churrascaria: Churrascaria Garrote, Supermercado/Atacado: Mazal, Curso de Inglês: Cultura Inglesa, Aérea: Air Caraíbes, Materiais de Construção: Rede Fácil Construir e Casas Henriques; Curso Preparatório: Exemplo; Móveis: Castanheira Móveis; Veículos Pesados: Apável/Volvo; Bombas Dágua: Grupo Morbel e Salão r

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de Beleza: Rafael Cabelereiros. Um dos cases de grande sucesso foi o Bolão Cerpa. A C8, então agência da cerpa inovou, criando no período da Copa do Mundo, a campanha chamada “Bolão Cerpa”, que além das mídias convencionais continham a força da internet. A C8 foi a primeira agência do Norte a entender que a internet podia ser importante aliada nas ações promocionais. E como resultado, além do aclamado sucesso foi a criação de um banco de dados com perfil de uma determinada faixa de consumidores para a Cerpa. Para o comunicador Jackes Assayag, “é uma imensa satisfação para nossa empresa ter clientes que nos acompanham desde o início crescendo conosco e depositando confiança em nosso trabalho”. Jackes Assayag, vê a propagando no Pará de modo particular. Excluindo Belém, onde são encontradas agências reconhecidas nacionalmente e até internacionalmente, o Pará luta para se desenvolver e para se comunicar. “Nossos publicitários, apesar de toda criatividade, às vezes esbarram nas dimensões físicas, econômicas e sociais de nosso estado”. O comunicador acredita que, em quase todos os municípios, a mensagem publicitária só ganha importância no período eleitoral. É quando os candidatos tornam-se produtos concorrentes. “Na maior parte do Estado, não se consegue ter uma TV, Rádio ou Jornal de qualidade.

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Muitas das vezes, os veículos funcionam na informalidade (pirataria)”. Já a propaganda no Brasil, Assayag Júnior afirma que é uma das melhores do mundo. Ele destaca a criatividade do brasileiro e a capacidade de assimilar e se envolver com as mensagens. “A propaganda é encarada quase como uma paixão nacional. Muitos bordões acabam incorporando ao nosso cotidiano, fazendo com que as boas mensagens se prolonguem por muito mais tempo”.

C8 Comunicação Integrada A atuação ágil da equipe, a transparência em todas as fases do negócio e a proximidade da diretoria junto a todos os seus clientes permitem que a C8 Comunicação ofereça, na prática, o conceito de comunicação integrada. Planejamento, criação e atendimento trabalham em parceria com o cliente na busca de soluções de comunicação eficazes e inovadoras.

Forma de Atuação Núcleos internos de planejamento, criação e atendimento dedicados a um determinado cliente ou grupo de contas. Isso confere rapidez, conhecimento e dedicação integral ao trabalho. Cada núcleo é supervisionado diretamente por um sócio da agência. Na C8, você fala diretamente com o dono. Quer dizer, com os donos.

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Fora do Lugar Comum

A C8 Comunicação implantou desde o mês de junho a Agência Off Office. A cada mês a agência seleciona um cliente e se desloca com a equipe com mídia, criação, atendimento, arte finalista e diretores da agência para uma visita. A ação tem o claro objetivo de envolver cada profissional da equipe com a realidade do cliente, diretamente no seu espaço de operação. Todo o processo de planejamento e criação é grandemente favorecido nas ações de Off Office e os acertos simplesmente acontecem.

A C8 não é só uma especialista na comunicação publicitária convencional. Além de setor interno de produção de peças de mídia eletrônica, desenvolve mídia para internet e below the line, a agência explora novos formatos, propõe novos meios de veiculação, realiza feiras de convenções e ações de endomarketing para seus clientes.

Agência Off Office

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OCírio

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“Auto do Círio" foi criado no Núcleo de Arte (Nuar), da UFPA, em 1993, inspirado nos cortejos de rua. A idéia era reunir os artistas para homenagear o Círio de Nazaré. A encenação, uma grande encenação de teatro ao ar livre, é feita no bairro da Cidade Velha, na sexta feira que antecede o Círio. A escolha foi numa tentativa de resgate da sua importância histórica para a cidade e para o próprio Círio de Nazaré. A idéia é reviver os autos da Idade Média. Participam do projeto alunos e professores da Escola de Teatro de Dança, da Escola de Música. É uma ópera a céu aberto.

SERVIÇO: Saída - 07 de setembro as 19hs, da Praça do Carmo. Informações: (91) 3241-5801 / 3241-8369

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Dominguinhos também homenageou a Círios de Nazaré

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BELEM 01 a 30

Circuito Nazaré em Todo Canto (Apresenta Gran Coral Metropolitano) CENTUR Tel: (91) 3241-2333 r: 314

PORTEL 01 a 05

Açaí Festival Gospel Anfiteatro Municipal Tel: (91) 3784-1163

BELEM 07

Círio Rodo-Fluvial Saída BR 316 / Rod. Augusto Montenegro, Rua Cristóvão Colombo e Trapiche de Icoaraci Tel: (91) 4009-8400

BELEM 03 a 14

Espaço Van Gogh do Banco Real Agência - Nazaré Av. Nazaré, 1241 Tel: (91) 3241-3015

BELEM 08

Trasladação Principais ruas da cidade Tel: (91) 4009-8400

BELEM 07

Auto do Círio Ruas da Cidade Velha Tel: (91) 3242-5742

BELEM 08

Romaria Fluvial Baia do Guajará Tel: (91) 3223-1932 3242-1118



SAO PAULO 20 e 21

5° Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing Rua Artur Alvim, 123 São Paulo-SP

BELEM 23

XXII Corrida do Círio Ruas de Belém Tel: (91) 3213-1169 3232-1122 / 1133 Fax: (91) 3232-0474

Cardápio Diário

BELEM

TUCURUI 21 a 23

ARTE PARÁ Museu do Estado do Pará (MEP) Premiação: dia 05/10 Exposição: até 30/11

IX FESDANTUC - Festival de Dança de Tucuruí Ginásio Poliesportivo Tel: (94) 3787-2892 / 1412 Fax: (94) 3787-9428

BELEM 24 a 30 XII FIDA - Festival Internacional de Dança da Amazônia Teatro da Paz, Teatro da Estação Gasômetro, Teatro Waldemar Henrique, Polo Cultural São José Liberto, Shopping Iguatemi e Praça da República (em frente ao anfiteatro) Tel: (91) 3223-2779 / 3223-1744 / 3222-4332 Fax: (91) 3223-2779


IV CONCURSO FOTOGRÁFICO / 2005

1º Lugar - Marcelo Ribeiro Moraes

4º Colocado - Advaldo José Nobre

2º Lugar - Arthur Paparazzi

5º Lugar - Rafael Belestiel dos Santos

3º Lugar - Marcio Santos

6º Lugar - João Modesto Vianna

PREMIAÇÃO

INSCRIÇÕES E REGULAMENTO PELOS SITES: www.cirios.com.br, www.paramais.com.br ou na sede da Editora Círios: Rua Timbiras, 1572 (entre Pe. Eutíquio e Apinagés) Batista Campos Fones: (91) 3223.0799 / 3083.0973 / 9112.8008

Apoio

1º Lugar: Viagem ida e volta, com acompanhante Belém/Manaus/Belém e um Celular VIVO 2º ao 10º Lugar: Celular VIVO

Uma realização

ENTREGA DE MATERIAL: ATÉ 04 DE NOVEMBRO

VENCEDORES DO CONCURSO DE 2004

Concurso de fotografia aberto para amadores e profissionais. Registre todas as emoções, ângulos e momentos especiais dos Círios. Inscreva-se e revele suas imagens com criatividade, amor e fé. Vale qualquer Círio em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, em 2005.

INSCRIÇÕES GRATUITAS

Imagensde Círios



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