edição 1309

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OPINIÃO | PRAÇA PÚBLICA 3

O Ribatejo 3 | Dezembro | 2010

Cartoon de António Maia

a pergunta da semana

opinião

online

O que acha da reeleição de Marinho e Pinto para Bastonário da Ordem dos Advogados? Tenho esperança de que o bastonário tenha outra atitude de diálogo até porque só ganhou com maioria no Conselho Geral da Ordem. Nos outros órgãos não tem maioria ou nem sequer ganhou. Se os bastonário ntinuar com esta atitude autocrática vamos continuar a guerra que já dura há 3 anos e que tem afectado a nossa coesão interna e representatitividade externa.

João Madeira Lopes

No ano passado o país já estava neste péssimo estado e o eleitorado votou em José Sócrates. Relativamente ao dr. Marinho e Pinto, não acredito que vá mudar de atitude. Foi eleito e tem legitimidade democrática. A maioria do eleitorado que o elegeu tem menos de 30 anos e confiou na sua promessa de que não entravam mais advogados na Ordem. Acharam que isso os protege. Eurico Heitor Consciência

Advogado, Membro do Conselho Superior

Advogado

Acho que o sr. Bastonário deve respeitar os órgãos da Ordem e não voltar a andar de costas voltadas paras as delegações e conselhos distritais. Espero que seja alguém que respeite e defenda a classe e isso não significa que tenha que estar contra tudo e contra todos como esteve nestes últimos anos, em que foi pródigo a dar tiros sem consequências boas para a classe. Se quer ser poRamiro Matos lítico que se candidate a um cargo político e não à Advogado Ordem dos Advogados.

Não tenho nenhuma expectativa positiva pela reeleição do Dr. Marinho Pinto, ex-jornalista que se alcandorou a bastonário remunerado de uma profissão que pouco exerceu. Também não teria grande expectativa se tivesse sido eleito qualquer dos outros dois candidatos. O meu último bastonário foi o Dr. Mário Raposo. Mas onde estão, actualmente, pares que queiram eleger bastonários desta José Oliveira Domingos cepa? O que mais vejo são ímpares, mas também Advogado não quero declarar que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado.

Eros ecológico

Luís Eugénio Ferreira

Sabemos bem como a prática política torna difícil dissuadir um político (sobretudo se este detiver o poder) de inverter a marcha de uma linha de actuação pré-determinada, embora assente ou não num consenso, apoiado ou não em pareceres, opiniões, estudos e tudo isso que em geral ocupa longas horas aos inúmeros conselheiros que sempre se envolvem para corromper as questões em causa. É assim a prática política. Fechar os olhos e os ouvidos às lamentações, às críticas e às opiniões que acaso divirjam no todo ou em parte dos grandes planos que o poder, porque é poder, impõe sem reservas nem porquês, se-

guindo o princípio de que o poder é o poder, mesmo sem questionar muito profundamente de onde ou como esse poder lhes caiu em sorte. Apelam então ao precioso conceito da Democracia, (que em grego significa o poder do povo), coisa que tanto os banqueiros, como os demagogos sociais, como os políticos corruptos ou não, conhecem exactamente que é do povo que lhes vem a riqueza, que é, como sabemos a raiz obscura do poder. Decorre também da prática política que uma ideia se combate com outra ideia e para isso temos o parlamento, os congressos, as mesas redondas e outras arenas onde o combate tem lugar,

frente a frente, e onde muitas vezes se passa ao lado das verdadeiras questões. Aqui manifesto agora a minha perplexidade, perante um novo e admirável estilo para dissuadir políticos que se desviem das boas regras sociais, pondo de lado os efeitos colaterais de politicas contrárias ou lesivas dos direitos de existirmos tranquilamente. Tomo agora como exemplo Marie Roche, escritora, bailarina, certamente possuidora de invejáveis dotes e atributos, que indignada com o programa nuclear proposto por um ministro alemão (suponho tratar-se do vicechanceler,) resolveu dissuadi-lo de prolongar o plano

por mais 12 anos, oferecendolhe em troca uma calma noite de amor. Eros torna-se ecológico e é com alguma emoção que apoio o gesto altruísta de oferecer o seu corpo, certamente belo, para salvar o seu povo de uma catástrofe. Acima das guerras palavrosas e obscenas da luta política, acima dos lobbies desconchavados e fatigantes, acima da corrupção e da venalidade, o amor interpõe-se para corrigir uma situação de desastre a médio prazo. Não posso acrescentar se o desafio foi aceite ou não. A mente dos políticos não funciona exactamente como nós imaginamos. Luís Eugénio Ferreira

Corrupção e ética política: Corrupção Política é o uso ilegal por parte de agentes do Estado, com o objectivo de transferir renda pública ou privada de maneira criminosa para determinados indivíduos ou grupos ligados por quaisquer laços de interesses comuns.Por outro lado Ética Política pode ser entendida como a virtude na condução da vida, modo de agir com responsabilidade de forma a alcançar o bem comum pela via da verdade de forma correcta e transparente. (…) Não me parece que o “poder para servir os outros” se confunda com a condição de se “servir a si próprio”. Extrapolando para o nosso país, desde há décadas que Portugal se debate com situações de corrupção que de alguma maneira lesam seriamente a sociedade que humilde e honradamente trabalha. O índice de corrupção está directamente correlacionado com o índice de educação. Pouca educação reflecte má gestão pessoal e intelectual que depois em situações de ascendência profissional e política pode levar a situações gritantes. Fazendo uma breve análise ao Índice de Percepção da Corrupção de 2010, encontramos curiosos dados que caracterizam justamente o que acabei de dizer. São exactamente os países com mais literacia, que apresentam dados muito mais favoráveis no que respeita a essa praga mundial designada por corrupção. (…) Portugal ocupa uma modesta 32ª posição com um índice de 5,8. (...) face à crise implantada que é muito mais grave por ser sistémica e que pode hipotecar o futuro de duas ou três gerações vindouras, não me parece de todo admissível que se continue a autorizar derrapagens absolutamente escandalosas nas obras públicas, umas por má gestão, outras pura e simplesmente por corrupção. (...) Pedro Lourenço Pereira Leitura integral deste artigo em

www.oribatejo.pt


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