Jornal Abrantes

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MARÇO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed.

Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt

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jornal abrantes

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Directora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5493 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

GASTRONOMIA

Mação e Barquinha servem a lampreia

Autarquias facilitam acesso aos cuidados médicos páginas 4 e 5

Especial Casamentos O casamento é um momento para a vida, marca uma opção de vida. Neste mês damos-lhe a conhecer histórias de casais que já vivenciaram o casamento ou que ainda estão a prepará-lo. Com o JA pode conhecer algumas das tendências para este ano 2012.

páginas 11 a 16

Durante um mês os dois concelhos do Médio Tejo servem o melhor que o rio traz. Ba Barquinha junta o sável e a lampreia, já Ma Mação aposta no presunto e na lampreia. Ap promoção da cozinha típica e regional é o obj objectivo.páginas 8 e 9

FESTA F

Ma um ano de Feira Mais de São Matias no Tecnopólo Ca Carrosséis, actuações musicais, venda de quinquilharia, festival de folclore e mostra de produtos regionais é o que vai estar acontecer até ao dia 11 de Março, em Alferrarede. página 21

ENTREVISTA

Américo Miranda Simples da Ordem dos Advogados Américo Miranda Simples, presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Abrantes, reconhece que as previsíveis passagens do Tribunal de Trabalho para Tomar e do Tribunal de Mação para Abrantes são negativas para as populações. página 3


2 ABERTURA FOTO DO MÊS

EDITORIAL

de

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MARÇO2012

FICHA TÉCNICA Directora Hália Costa Santos

Editora Joana Margarida Carvalho (CP.9319) joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

Apoiar o que é nosso e bom

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 E-mail: info@lenacomunicacao.pt

Redacção Ricardo Alves (TP.1499) jeronimo.jorge@lenacomunicacao.pt

Alves Jana André Lopes Paulo Delgado

Publicidade Miguel Ângelo 962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Secretariado Isabel Colaço

Esta é uma realidade que se encontra a caminho do Estádio Municipal de Abrantes. Não deve haver caixotes do lixo naquela zona. Só pode! E também falta civismo, naturalmente.

INQUÉRITO

Concorda com o retirar da tolerância de ponto no Carnaval?

Design gráfico António Vieira

Impressão Imprejornal, S.A. Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietária Media On Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes

GERÊNCIA Francisco Santos, Ângela Gil

Manuel Santos Pires

Rosária Rodrigues

Aldeia do Mato

Abrantes

Augusto Mourato Abrantes

Acho que se deve manter a tolerância de ponto. O problema do país não é esse dia, são outras coisas…

Não concordo. O Carnaval é uma tradição, sempre foi feriado. Não é isso o problema do país, as decisões governamentais sim, não o nosso desempenho.

Eu sou pela tolerância do país. Primeiro porque é uma tradição, depois, a não tolerância só traz prejuízo ao país. Há outras questões mais importantes.

SUGESTÕES Gonçalo Velho, director do curso de Vídeo e Cinema Documental da ESTA

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves info@lenacomunicacao.pt

Sistemas Informação Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 505 500 094 Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia

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IDADE 37 RESIDÊNCIA Tomar PROFISSÃO Professor no Ensino Superior UMA POVOAÇÃO Freixo Numão, Vila Nova de Foz Côa UM CAFÉ Café São Pedro (“O Chico”), Freixo de Numão PRATO PREFERIDO Amêijoas UM RECANTO PARA DESCOBRIR Agroal, Vila Nova de Ourém

UM DISCO Lohengrin (Wagner) com Peter Schneider como Maestro UM FILME As Quatro Voltas, de Michelangelo Frammartino UMA VIAGEM Tallin, Estónia, 2011, visita aos locais onde Tarkovsky filmou o filme Stalker. Perceber o lugar e a Zona. UMA FIGURA DA HISTÓRIA Clement Atlee, primeiro-ministro britânico, que venceu Wiston Churchill na eleições de 1945 com a ideia de “vencemos a guerra, agora é tempo de vencermos o pósguerra”, percebendo que só dando dignidade às pessoas poderia a Europa ter futuro (e sermos herdeiros e beneficiários desta ideia exige que estejamos à altura). UM MOMENTO MARCANTE O dia do doutoramento (quando tudo parecia impossível e possível, um mo-

mento de chegada e de partida) UM PROVÉRBIO Em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão UM SONHO Uma região dinâmica e criativa, forte na área da cultura visual, com uma produção cultural de nível internacional UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Pequenoalmoço junto ao Nabão, seguido de passeio pelo Mouchão. Visita à CasaEstúdio Carlos Relvas. Visita ao Castelo de Abrantes e passeio pelas ruas do centro da cidade. Fim de tarde de compras, aproveitando para espreitar as últimas tendências do Design (já existe uma importante oferta criativa por cá). Uma noite de cinema, aproveitando para abrir horizontes com a excelente programação oferecida pelos cine-clubes da região.

Um jornal regional serve, antes de mais, para dar voz às pessoas e para promover o que de bom se faz em cada terra. Por isso, neste número quisemos mostrar como a comunidade, neste caso por iniciativa dos autarcas, consegue dar resposta a problemas sociais, daqueles que estão mais desprotegidos: ou porque estão sozinhos ou porque não têm quem os ajude a aceder aos cuidados básicos de saúde. Este é o espelho de uma pequena parcela da nossa realidade, a que não podemos ficar indiferentes. A dinamização da economia é outro aspecto determinante. Quando se organizam mercados, feiras e festivais com produtos da região, há que dar-lhes destaque. Porque é com este tipo de motores de desenvolvimento que se vai podendo reagir ao tempo presente. O esforço dos organizadores só precisa do correspondente retorno em termos de visitantes. E se o mercado interno é importante, o externo pode ser decisivo. Daí a importância de sublinhar a promoção dos produtos da região que foi feita no Japão, por uma comitiva encabeçada pela presidente da Câmara de Abrantes. Sendo a saúde e a economia dois sectores decisivos, a cultura é especial. Sobretudo quando se trata de iniciativas de jovens, cheios de vontade de contrariar o pessimismo, que acreditam na força da cultura. Destacar o Festival Index, promovido pela Associação Vasplateia, e a exposição SpinTechs, organizada pela Associação Nervos, é apenas um minúscula tentativa de fazer com que estes projectos tenham o público que merecem, que sejam acolhidos com carinho. Porque a criatividade e a capacidade de fazer coisas vão ser, certamente, as armas do futuro próximo. HÁLIA COSTA SANTOS

Rectificação: Por lapso nosso foi noticiado no último Jornal de Abrantes de Janeiro/Fevereiro que foi criado um Conselho Municipal de freguesias em Sardoal. O que foi constituído foi um Grupo de Trabalho para analisar o Documento Verde. Aos visados as nossas desculpas.


ENTREVISTA 3

MARÇO2012

AMÉRICO MIRANDA SIMPLES, PRESIDENTE DA DELEGAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ABRANTES

“Há cada vez mais pessoas a recorrer ao apoio judiciário” HÁLIA COSTA SANTOS

A delegação de Abrantes da Ordem dos Advogados é presidida por Américo Miranda Simples. Com ele, outros quatro advogados estão em funções desde finais de 2007. Representam 52 advogados do concelho, mas a delegação funciona em agrupamento com quatro comarcas vizinhas, num total de 120 profissionais. O apoio judiciário é a actividade que mais ocupa a delegação, mas as incertezas em relação ao futuro também são uma preocupação. Como hipóteses prováveis estão a ida do Tribunal de Trabalho para Tomar e a deslocação do Tribunal de Mação para Abrantes. O presidente de delegação diz que centralização obriga a perder valências, mas defende que é fundamental assegurar transportes públicos.

Representante dos advogados de Abrantes: quando se perdem valências “é sempre mau para as populações”

Qual é a importância de existir uma delegação da Ordem dos Advogados em Abrantes? É a importância da proximidade com o cidadão e com os colegas que também trabalham com o cidadão comum. Temos que lidar com problemas das mais diversas naturezas, seja a nível da formação, seja ao nível de procuradoria ilícita, seja ao nível de deontologia. Esta é uma delegação alargada porque inclui as comarcas limítrofes. Temos a facilidade de ter instalações que são da Câmara de Abrantes e também um protocolo com a autarquia. Tem havido muitas pessoas a necessitarem de defensores oficiosos? A nível de estatístico são muitos. São francamente muitos. Temos uma movimentação próxima dos mil por ano É possível fazer uma ligação entre a situação do país e esta necessidade crescente das pessoas? Há cada vez mais pedidos, como também há cada vez mais insol-

vências. São sobretudo casos de natureza económica. Há cada vez mais pessoas a recorrer ao apoio judiciário, para não pagar custas, para não pagar advogado. E nós respondemos, na hora. As pessoas preenchem a documentação e normalmente é-lhes concedido apoio judiciário. É-lhes nomeado um advogado para defender os seus interesses. A Ordem também tem a função da formação de advogados. Em que é que consiste? Temos dois tipos de formação: a dos estagiários, que decorre em Évora, e a formação contínua que damos ao nível das comarcas com pessoas habilitadas nas mais diversas áreas científicas que tenham a ver com temáticas de foro jurídico. No ano passado fizemos sobre insolvências, sobre execuções, sobre direito do urbanismo, sobre código da estrada… Todos os anos temos tentado fazer cinco ou seis acções de formação. Trata-se sobretudo de fazer reciclagem. Estando-se longe dos centros onde se leccio-

na Direito e onde se cria doutrina, a formação torna-se mais difícil. Se a trouxemos cá, é mais fácil. Como é que aparecem os casos que levantam questões de deontologia? Por denúncia. Por participação de advogado ou de um cidadão que tem uma queixa qualquer contra um advogado. São muitos os casos, aqui na região? De Abrantes não há memória de pendências a nível de Conselho Distrital. A nível distrital sim, há algumas queixas. Essas queixas têm normalmente a ver com o quê? Abusos de dinheiros, desleixos ao nível dos prazos. Queixas que às vezes até não têm fundamento. São vontades das partes em impor soluções impossíveis, que depois não são sufragadas pelos senhores juízes, ao nível das sentenças, e as pessoas convencem-se que têm razão. Isto do Direito é um bocado complexo, não é só a pessoa pensar que tem direito a fazer isto,

é preciso demonstrar com provas que tem razão e, por vezes, a prova não se consegue em juízo. Como é que um cidadão, em Abrantes, pode ter a informação sobre qual o advogado mais indicado para o seu caso? Boa pergunta, porque os advogados não podem fazer publicidade, está-lhes vedado. Vai-se sabendo que uns terão mais apetência para umas áreas do Direito do que outros, mas não podemos fazer publicidade. Mas, em geral, todos fazemos qualquer área do Direito, exceptuando talvez o Direito Administrativo. O que é que se destaca do relatório da delegação da Ordem relativo ao ano de 2011? Temos tido muito trabalho, sobretudo no apoio judiciário, que é o que nos ocupa mais. Também temos colaborado, desde o ano passado, com o apoio à vítima de violência. É um trabalho mais recente, mas provavelmente era a última coisa que nos faltava fazer. Fazemos nessa área consultas gratuitas

e depois acabamos por indicar advogados para patrocinar as vítimas. E, infelizmente, há alguns casos. Como é que tem visto as alterações que estão a ser propostas para o mapa judiciário? Em Abrantes, iremos provavelmente ficar sem Tribunal de Trabalho. O resto manter-se-á, não sabemos bem em que moldes. A única dúvida é saber como serão os processos do foro do Círculo, isto é, os processos acima de trinta mil euros. Iremos ter, em princípio, competências genéricas: Família, Crime e Cível. O Trabalho sairá de Abrantes e irá para Tomar, o que é uma perda de valência, não há dúvida. Porque nós, mesmo antes de termos competência genérica, julgávamos Direito do Trabalho. Mas é natural que se percam valências, como nos Hospitais. A centralização obriga a isso. Aqui na nossa área ficaremos com a área de Mação. A Ordem, a nível nacional e regional, tem-se manifestado ou tem deixado que sejam as populações e as autarquias a fazê-lo? Temos um Bastonário proactivo, mas neste assunto da reforma do mapa judiciário, ainda não há uma posição definitiva da Ordem. Estamos na fase de consulta aos parceiros sociais. Aqui, em Abrantes, também ainda não tomámos uma posição. Como é que vê essa passagem do Tribunal do Trabalho para Tomar e do Tribunal de Mação para Abrantes? Obviamente que para as populações é sempre mau. A questão prende-se com os transportes públicos porque nem todos temos carro e mesmo os que têm podem não conseguir custear as despesas das deslocações, porque agora também há portagens. Estas reformas fazem-se no papel, não se fazem nos locais, quem está em Lisboa não tem conhecimento. Terse-ão que arranjar soluções a nível de transportes públicos.

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4 SAÚDE

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UTENTES SÃO TRANSPORTADOS PELAS JUNTAS, OU ESPERAM PELO DIA EM QUE O MÉDICO VEM

Juntas de Freguesia facilitam acesso aos cuidados médicos HÁLIA COSTA SANTOS

Ainda não são dez da manhã. Em frente ao Centro de Saúde de Vila Nova da Barquinha, está estacionada uma carrinha com o símbolo da freguesia de Tancos, com quatro pessoas lá dentro. Ao volante está Natália Nobre, funcionária da Junta. Praticamente todos os dias, aquela carrinha circula entre Tancos e a sede do concelho, para transportar, de forma gratuita, idosos que precisam de cuidados de saúde. Isto porque em Tancos, como em tantas outras freguesias, não há médico de família e os utentes são consultados nas sedes de concelho.

Há cerca de três anos e meio que a Junta de Freguesia de Tancos dá resposta a um dos principais problemas da população, em geral, e dos mais velhos, em particular. Nas localidades em que não há médicos do sistema público, ser consultado ou simplesmente obter uma receita pode ser uma tarefa difícil. Mesmo quando a solução está apenas a três quilómetros de distância. As pernas já não ajudam, os problemas de saúde complicam-se e a distância dificilmente se consegue percorrer a pé. Hortênsia Lopes, de 72 anos, é uma das habitantes de Tancos que usa a carrinha para ir ao médico no Centro de Saúde da Barquinha ou simplesmente para ir à farmácia. Naquele dia, estava na carrinha da Junta mas às vezes, quando lhe dá “a maluqueira”, ainda se faz ao caminho, a pé, para resolver os seus problemas. Diz que esta iniciativa da Junta é “muito boa” e também não se queixa do Centro de Saúde, que tem três médicos, sendo um médico brasileiro. “Não me incomodo que seja brasileiro, logo que me trate bem e seja bom médico!” O colesterol alto e, de vez em quando, a tensão alta. Estes são os principais problemas de saúde de Hortênsia Lopes, que num destes sábados esteve quase a chamar o INEM para ir para o Hospital. Mas acabou por se recompor. Esta é a única solução para as emergências, quando não se tem transporte próprio. Quando tem que fazer exames, recorre aos transportes públicos. Ainda estava convencida que, numa próxima situação, poderia receber o valor dos bilhetes, mas a compa-

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• Na carrinha da Junta de Tancos, três dos utentes que normalmente são transportados nheira de viagem, Fernanda Costa, diz-lhe que “desde Setembro que já não pagam”. Fernanda Costa não é idosa, mas como tem uma deficiência nas pernas também está autorizada a utilizar a carrinha da Junta de Freguesia. António de Oliveira Dias, de 78 anos, tem problemas no coração e nas pernas. Também aproveita o transporte para ir ao médico, quando tem consulta marcada. Está satisfeito com o serviço e com o atendimento no Centro de Saúde. O pior são os seis comprimidos que tem que tomar por dia, por causa do coração. “Antes davam uma ajuda, agora parece que já não dão nada. Apresentava recibo e davam alguma coisa, mas agora dizem que já não vale a pena apresentar os papéis. Não tiram o coração ao povo porque não podem.” No mesmo dia, logo pela manhã, Paula Cortês, com a filha de quatro anos, entrou e saiu do Centro de Saúde da Barquinha sem serem consultadas. As duas estavam visivelmente doentes, mas só a meni-

na conseguiu consulta, para depois de almoço. Se não conseguisse consulta para si, Paula teria que ir às urgências do Hospital. “Mas quando chegamos às urgências perguntam logo se não fomos ao médico de família”, desabafa. Adianta que a situação, sobretudo para quem não tem médico de família, “está cada vez pior”. E aos “privados não se pode chegar”. Estas são histórias que se repetem por diferentes freguesias, que não têm médico de família ou que só o têm alguns dias por semana. É isso que acontece em S. Miguel do Rio Torto, freguesia do concelho de Abrantes. Naquele mesmo dia, Joaquim e Leopoldina Nascimento, de 84 e 83 anos, davam o seu passeio matinal para desenferrujar as pernas. Apesar da idade, os problemas de saúde não são graves. Mesmo assim, lamentam que o médico raramente vá a S. Miguel. “Às vezes vem uma ou duas vezes por semana, às vezes não vem nenhuma”. É assim há cerca de quatro anos. “Ele é bom médico, vem é poucas vezes”,

lamenta Leopoldina Nascimento. O Hospital de Abrantes está apenas a cinco quilómetros de distância. Quando os problemas de saúde são mais graves, é o genro do casal que os leva ao Hospital. Mas Joaquim e Leopoldina dizem conhecer muita gente “a precisar muito” de cuidados de saúde e alguns “não têm família” que lhes valha. S. Miguel é bem servido de transportes, por causa dos jovens que vão para as escolas, “mas ir a Abrantes é uma carga de trabalhos, porque custa subir para o autocarro”, garante Joaquim Nascimento. Para resolver o problema do acesso aos médicos de família, também a Junta de Alcaravela, a maior freguesia do concelho do Sardoal, disponibiliza uma carrinha de nove lugares, duas vezes por semana, para levar os utentes à consulta na sede do concelho. Desde Outubro de 2010 que a freguesia não tem médico de família e a luta para resolver o problema tem sido uma constante, incluindo junto dos Grupos Parlamentares da Assembleia

da República. Manuel Serras, o presidente da Junta, tem a promessa de que o problema vai ser resolvido até ao final de Março, depois da reestruturação dos serviços de saúde. Manuel Serras diz que a população está satisfeita, apenas em parte, com a solução do transporte. Porque a verdade é que, quando havia médico de família em Alcaravela, praticamente não havia vagas nas consultas. O que quer dizer que os 1.300 inscritos realmente precisam de cuidados médicos próximos e permanentes. O presidente espera que esta solução seja mesmo provisória, até porque o funcionário que faz o transporte também é necessário noutras tarefas essenciais, como na prevenção de incêndios. A época de incêndios é logo a seguir a Março e, em caso de tragédia, a população precisa ainda mais de um médico em permanência, sobretudo por causa do “estado em que as pessoas ficam”. O presidente não desiste: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura!”


SAÚDE 5

MARÇO2012

Mesmo fora das suas competências, Câmaras ajudam como podem O concelho de Sardoal, à semelhança do que acontece no país, tem sido, nos últimos anos, muito afectado pela falta de médicos de família. Esta carência agravou-se com a aposentação de alguns clínicos, no ano de 2010, que ali exerciam funções. Durante cerca de seis meses, o Centro de Saúde de Sardoal não teve nenhum médico de família, sendo que apenas assegurava serviços de receituário e enfermagem.

Embora sem competências directas na área, o município sardoalense acompanhou de perto a situação, cooperando e dialogando com as instâncias regionais e nacionais com responsabilidades nesta área, na tentativa de colmatar a carência da população. Desde 2009 que o município pôs à disposição uma casa de função para um clínico que ali quisesse exercer funções. Em meados de 2011, esta hipótese tornou-se realidade com a vinda de uma médica colombiana, que vive na referida casa de função e que tem a seu cargo um ficheiro com cerca de 2.000 utentes. O ficheiro do concelho de Sardoal tem aproximadamente 4.000 utentes, dos quais 986 são da freguesia de Alcaravela, sendo esta, actualmente, a mais afectada pela falta de médicos de família (ver texto pág. 4). O município do Sardoal assumiu, ainda, a responsabilidade do transporte diário de um médico, vindo de Abrantes, para prestar serviço aos utentes do concelho que tinham ficado sem médico de família. O que já anteriormente tinha acontecido com uma médica proveniente do Entroncamento. Relativamente à Câmara Municipal da Barquinha, todas as extensões estão activas, aguardando-se evolução em relação a Limeiras, a de maior risco de encerramento no concelho. Quanto ao pessoal, apesar de um dos médicos de família estar em situação de contratação, vai permanecer mais alguns meses, não se sabendo como ficará a situação após essa data. Contudo, a autarquia diz que tudo irá fazer para evitar que os

Mais dificuldade nos contactos

e Leopoldina Nascimento: “O médico é bom, •vemJoaquim é poucas vezes”

utentes fiquem prejudicados na resposta às suas necessidades. Quanto aos transportes de doentes, na Barquinha não se tem verificado necessidade de haver qualquer intervenção da autarquia. Em Constância, o próprio director executivo do ACES do Zêzere, Fernando Siborro, disponibilizou-se a assegurar os cuidados médicos a 1.250 utentes de Santa Margarida da Coutada. O outro ficheiro é assegurado pela médica de Medicina Geral e Familiar. Assim sendo, a situação é estável. Quanto a Constância, a situação também é estável, porquanto todos os utentes têm médico de família. Ao nível dos cuidados de enfermagem, a Câmara de Constância tem a consciência de que existe um grande esforço para garantir os cuidados de saúde prestados, uma vez que das três enfermeiras, duas estão de licença de maternidade, tendo si “substituídas” por uma enfermeira com um contrato de 30 horas semanais. Considerando todos os constrangimentos, sentidos pela população do concelho de Constância, com especial reflexo nos utentes das Extensões de Saúde de Montalvo, a Câmara Municipal já fez sentir este problema junto das diferentes entidades competentes. A autarquia também já manifestou a sua disponibilidade para analisar possíveis soluções que possam superar a falta de condições no âmbito dos cuidados de saúde prestados, ainda que

extravasem as suas competências. Contudo, e até à presente data, não foram apresentadas quaisquer propostas de colaboração por parte de qualquer organismo do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No caso da Câmara de Abrantes, os munícipes que têm solicitado ajuda para resolver problemas relacionados com questões de saúde têm tido apoio no âmbito do Regulamento de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos (que abrange também a habitação, a educação e a isenção de taxas). No âmbito desta medida já foram apoiadas sete agregados familiares, no montante financeiro de 2.201.95 €. Este apoio pode ser usado para diferentes situações, nomeadamente a comparticipação de despesas com medicamentos, comparticipação em despesas com consultas de especialidade (desde que, comprovadamente, não estejam disponíveis no SNS) e em despesas de transporte (desde que seja transporte público e que não seja garantido pelo SNS). Para além de comprovada situação de carência, os candidatos a este apoio devem apresentar comprovativos das prescrições médicas dos cuidados de saúde a realizar.

A distribuição das valências hospitalares pelos três Hospitais do Centro Hospitalar do Médio Tejo tem criado descontentamento junto dos utentes. Anabela Maia, natural do Tramagal, tem sofrido com a mudança dos serviços de Otorrinolaringologia de Abrantes para Tomar, nomeadamente no acompanhamento que tem dado à mãe, doente crónica. Quando havia consultas em Abrantes, facilmente contactava os serviços, quer pessoalmente, quer por telefone.

O mesmo já não acontece desde que os serviços passaram para Tomar. Recentemente Anabela Maia tentou contactar com as consultas externas de Otorrino no Hospital de Tomar, mas nenhum dos “cinco ou seis números de telefone” atendeu durante 45 minutos. Quando finalmente alguém atendeu, explicou que “eram muitas chamadas” e que não conseguiria passar para o segundo piso, uma vez que as consultas externas, em Tomar, estão descentrali-

zadas por pisos. Quando finalmente conseguiu falar com alguém das consultas externas de Otorrino, Anabela Maia não conseguiu falar com a médica e, por isso, não foi possível obter, por telefone, a informação que poderia resolver o problema. Ou seja, esta utente teve que se deslocar a Tomar, “provavelmente ocupando uma urgência de outra pessoa”, quando tudo poderia ter sido resolvido por telefone. “Em Abrantes era mais fácil o contacto”, remata.

Informações fornecidas pelos Gabinetes de Comunicação das Câmara de Abrantes e Sardoal, pela vereadora Rosa Maria Garrett, da Câmara de Vila Nova da Barquinha, e pela vereadora Júlia Amorim, da Câmara de Constância.

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6 ABRANTES

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Centros Escolares abriram portas aos alunos Os quatro centros escolares do concelho de Abrantes estão concluídos. Foi após as férias do Carnaval que as comunidades de Alferrarede, Bemposta, Tramagal e Rio de Moinhos viram os centros escolares abrirem portas aos alunos.

Para Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, este acontecimento representa uma grande satisfação. “Toda a comunidade educativa vai encontrar excelentes condições de trabalho, estes centros são dotados dos melhores equipamentos e vão permitir uma educação de excelência.” Sobre as obras, a presidente da Câmara congratulou-se com a celeridade das mesmas dando o exemplo do centro escolar de Alferrarede, o único cujo tempo previsto para conclusão era de ano e meio; para os restantes, o prazo era de um ano. No entanto, os novos centros escolares ainda não estão equipados com todas as valências previstas, nomeadamente com novas tecnologias, como os quadros interac-

tivos ou os sistemas de projecção com ‘data-show’. “As candidaturas estão lançadas. Há indicação que estão para aprovação, mas só depois da sua formalização podemos adquirir os equipamentos”, explicou a autarca. Maria do Céu Albuquerque também justificou o facto de estas inaugurações já terem sido assinaladas e não no início do ano lectivo de 2012/13. “Entendemos que se as escolas estão prontas, os concursos foram lançados e as obras estão dentro do calendário expectável, podemos proporcionar o contacto dos alunos que estão a acabar o 1.º ciclo com as novas instalações. Isto porque as antigas escolas estavam numa situação de degradação.” Quanto às Associações de Pais, a autarca garante que “estão a reagir muito bem, apesar das mudanças nunca serem muito fáceis, mas vamos mudar para melhor e isso é o mais importante”. São quatro centros escolares que abriram portas e que estão avaliados na ordem dos 10 milhões de euros.

• Novo Centro Escolar de Alferrarede

Grão Café celebra 25 anos Os 25 anos da Gr¥o Caf«, empresa dos irm¥os Lu¯s e Adelino Pires, foram assinalados no dia 7 de Fevereiro, em ambiente de festa, em S¥o Louren©o, “o filho mais novo” do grupo, que tem tamb«m o Trincanela. Lu¯s Pires lembrou o lema de sempre: “Empreender, criar valor e partilhar”. Por isso mesmo, o jantar, partilhado com familiares, amigos e parceiros, serviu para confirmar que uma empresa “n¥o se faz sµ de cifr·es”, mas sobretudo de pessoas. A componente humana esteve sempre presente, ao longo da vida da Gr¥o Caf«, mas tamb«m durante o jantar de anivers£ rio, em que os empres£rios agradeceram aos colaboradores, aos fornecedores e a todos os que os acompanharam ao longo deste percurso. Lu¯s Pires falou do sonho que teve quando ainda era muito novo e garante estar disposto a continuar a sua aposta no sector alimentar, continuando o sector dos Caf«s Torrados a ser o principal eixo do negµcio. A Gr¥o Caf«, que emprega 70 pessoas,

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« a maior empresa da regi¥o no sector da cafetaria. Apesar dos 25 anos que completou, a Gr¥o Caf« continua a ter a jovialidade e a energia como imagens de marca. Apesar da crise conjuntural e estrutural, Lu¯s Pires garante que a empresa vai continuar o seu trabalho: “Fa©amos das amea©as, oportunidades; fa©amos das fraquezas, for©as”. O jantar, que foi marcado por alguns momentos emocionados, contou com a presen©a de parceiros indiscut¯ veis da Gr¥o Caf«: a C¤mara Municipal, a Nersant, os Rot£rios de Abrantes, o Lions, o CRIA, a Santa Casa da Misericµrdia, a Igreja Catµlica e o rec«m-criado grupo de empres£rios BNI. Lu¯s Pires deixou claro: “Partilhamos com todas, o mesmo esp¯rito, mesmo que de formas diferentes – dar de nµs, antes de pensarmos em nµs”. Com este tipo de parcerias e com a preocupa©¥o que demonstra ter pelos seus colaboradores, a Gr¥o Caf« assume-se como uma empresa que retribui ¢ sociedade as oportunidades que esta lhe deu.


ABRANTES 7

MARÇO2012

Serviço de teleassistência para quem mais precisa Está já em marcha a primeira fase do serviço de teleassistência para idosos no concelho de Abrantes. Este serviço, que surge no seguimento de um protocolo entre a Câmara Municipal de Abrantes (CMA) e a Cruz Vermelha Portuguesa, tem por objectivo acompanhar os idosos em situação de isolamento, a viver sozinhos, com doença prolongada e em convalescença. Na prática, estando na posse de um telemóvel, os idosos passam a ter condições para contactarem de imediato com as entidades de segurança e saúde. Celeste Simão, vereadora, fala com entusiasmo sobre esta nova valência e mostrase satisfeita com a recepção manifestada pelos 16 idosos abrangidos. “É um aparelho que se tem em casa, num cordão com um botão ao pescoço, que podem ac-

• Felismina Bernardo já tem o serviço Teleassistência

cionar por emergência. A chamada é atendida pela Cruz Vermelha que pode direccionar para a GNR, PSP ou para o Centro de Saúde”. A vereadora dá um exemplo da satisfação dos utentes do serviço: “Uma senhora dizia que antes tinha a companhia de Jesus Cristo, mas agora é o aparelho que o faz. As pessoas sentem-se mais seguras.” A teleassistência funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano, num investimento que custará à CMA 11 euros por mês, durante um ano, para cada um dos dez aparelhos já entregues e instalados. “Os outros seis estão a cargo da Cruz Vermelha”. Nesta fase procede-se a uma primeira monitorização, através dos técnicos da CMA com os da Cruz Vermelha. Celeste Simão explica como se processou a selecção

dos idosos abrangidos por este programa: “Aproveitámos um trabalho que a GNR e PSP fizeram e cruzámos os dados com a opinião das Juntas de Freguesia. Estes idosos estão identificados. Propusemos que as pessoas entregassem as candidaturas.” Para que sejam elegíveis a este programa de teleassistência, os idosos têm de ter residência permanente no concelho de Abrantes, 65 ou mais anos, e rede fixa no local da instalação. A candidatura segue depois para os serviços da CMA onde técnicos fazem a análise às candidaturas. Para já, entre os 16 aparelhos instalados, encontram-se residentes em Martinchel, Aldeia do Mato, Fontes e mesmo no centro da cidade de Abrantes, entre outros.

“Posso ligar para ela, só para falar” A “menina Felismina” tem 72 anos, é de S. Facundo, mas vive desde os 18 na mesma casa, no centro de Abrantes. A única família que tem é uma sobrinha e uma sobrinha neta, em Lisboa, e uma outra sobrinha, aqui mais perto, mas que é utente do CRIA. Por isso, Felismina Quitério Bernardo, de seu nome completo, foi-se habituando a estar sozinha. Mas a solidão não é coisa que se deseje e várias foram as pessoas e as entidades que se foram preocupando com a sua situação. Há uns meses, D. Felismina ouviu uma assistente social da Câmara de Abrantes chamar por ela, quando tinha ido buscar o pão. Foi essa assistente que lhe falou de um equipamento, com telefone, que poderia fazer com que tivesse sempre uma forma de falar com alguém. Vinha mesmo a calhar. Pouco tempo antes D. Felismina tinha dado uma queda em casa e ficou horas estendida no chão, durante a madru-

gada, até se conseguir arrastar para a cama. No outro dia chamou um táxi e foi para o Hospital. Fez tudo sozinha: de noite ninguém ouviu os seus pedidos de ajuda; de dia não tinha ninguém a quem pedir que a transportasse ao Hospital. Hoje, esta idosa não está sozinha: para além de dois jovens estudantes do secundário que a visitam semanalmente – o João e a Bárbara – tem ainda uma senhora – a D. Ilda – que a ajuda, desde o dia 6 de Janeiro, a vestirse e na lida da casa. Mas há mais uma preciosa companhia, que lhe dá segurança e descanso 24 horas por dia: o aparelho da teleassistência. D. Felismina ainda não precisou de ligar a pedir ajuda. Faz um telefonema só para mostrar que sabe usar o equipamento. Do outro lado, Sílvia Silva, da Cruz Vermelha, na central em Lisboa, pergunta-lhe como está. Depois explica-lhe que “tem que esperar, não pode estar sempre a tocar, senão can-

cela a chamada”. E acaba por explicar que a maior parte dos contactos que os idosos fazem é para chamar transporte para o Hospital. A outra situação frequente é quando dão quedas. Nessa altura simplesmente precisam que alguém telefone para um familiar para os ir levantar. E a voz que está do outro lado da linha assim o fará. D. Felismina faz um sincero sorriso quando fala da vida que agora tem: “Estou muito contente, mais acompanhada, mais tudo. Eu conheço a voz dela, daquela senhora que agora falou. Quando o senhor da Cruz Vermelha veio cá ensaiar o equipamento para ver se funcionava em todas as casas (divisões), essa senhora disse que, quando me sentir muito só, posso ligar para ela, só para falar. Mas olhe, ainda nunca o fiz. Isto é uma companhia e dizem que até posso tomar banho com isto, que não se estraga nem coisa nenhuma!” Hália Costa Santos

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8 GASTRONOMIA

MARÇO2012

Mação passa de capital a catedral mas o presunto fica igual É do concelho de Mação que sai a grande fatia da produção nacional de presunto mas Barrancos, no Alentejo,chegouprimeiro.ORibatejo fica com a Catedral, a casa mãe.

A marca “Capital do Presunto” foi registada em 2008 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Câmara Municipal de Barrancos. A solução encontrada pelo elenco executivo da Câmara Municipal de Mação (CMM) é auto-intitular-se“Catedral do Presunto”tendo já avançado com um pedido de registo da nova marca no dia 12 de Janeiro. O pequeno embate de capitais ficou resolvido com “educação e bom senso”, contou Saldanha Rocha, presidente da autarquia eleito pelo PSD. “Fomos informados pelo presidente de Barrancos de que o registo da capital do presunto estava feito por eles e não era delicado da nossa parte continuarmos a utilizar esse cognome”. Saldanha Rocha não deixou de defender o seu concelho e o seu pre-

sunto, “independentemente de Mação produzir 70% do presunto nacional, e no nosso entender ser uma capital do presunto, por uma questão de bom senso e educação o que fizemos foi pensar noutra designação, a “Catedral do Presunto”.

“Patetices” Já no que toca a comentar a acção da oposição no processo, o presidente da CMM foi um pouco mais objectivo. “A oposição não sabe do que fala, são patetices!”, afirmou. Quando foi tornado público que Mação teria de mudar de cognome, a oposição (PS) reagiu no seu blogue com muitas críticas ao facto de à altura do acontecimento estar em marcha uma campanha de promoção à “Capital” e que alteração para “Catedral” teria custos que poderiam ter sido evitados. O PS de Mação criticou ainda Saldanha Rocha por se ter “esquecido” de verificar a disponibilidade da marca e de se ter precipitado ao começar a campanha.

Saldanha Rocha reforça a ideia, “são patetices de quem não sabe do que fala”. “Nós não fizemos nenhuma campanha de promoção, apenas dois painéis na A23, o nosso site na internet e ofícios. Foram investimentos muito ridículos. Obviamente que depois se faz o aproveitamento politico mas não houve nenhum dispêndio extra com esta alteração. Para além do mais, em tudo o que está feito é só mudar uma palavra, até apenas algumas letras”, afirma. A confiança na marca Mação mantém-se intocável para o presidente

da CMM, “os produtores receberam bem a nova marca, e o que queremos é que o presunto seja de qualidade, trabalhado de acordo com as certificações, com o caderno. Que quando chega ao consumidor final seja de novo pedido pelo mesmo, que haja repetição. Isso de ser uma palavra ou outra…”, desvalorizando o problema com o cognome. O PS não teceu apenas críticas, também contribuiu com sugestões para um novo cognome do concelho por acharem que a escolhida pelo executivo “não parece feliz”.

Para os socialistas “Mação - Terra do Presunto” e “Mação - Um Presunto com Tradição”, seriam soluções melhores. Mas para Saldanha Rocha é a “Catedral do Presunto” que lhe enche as medidas, contando que catedral significa “casa mãe, o que dá outra grandeza. E na realidade é de Mação que sai a esmagadora maioria do presunto”. Marketing e estratégias publicitárias à parte, do embate de capitais saiu uma catedral, que é ribatejana, e o presunto continua igual, com a mesma qualidade. Ricardo Alves

Produtos locais promovidos no Japão

Lampreia é rainha durante um mês Até ao dia 25 de Março o concelho de Mação torna-se destino obrigatório para os amantes do Arroz de Lampreia. O Festival da Lampreia conta este ano com nove restaurantes aderentes e é organizado pela Câmara Municipal de Mação e a Pinhal Interior – Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul. Para o presidente da autarquia, esta edição inaugura um novo ciclo. “É um produto muito apreciado que faz com que o concelho tenha visibilidade. Somos visitados por milhares

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de comensais”. Saldanha Rocha adianta ainda que este ano foi desenvolvida uma nova estratégia, “com a adesão destes nove restaurantes”, o que proporcionará “maior divulgação do nosso território”. Para além da rainha do evento, a Lampreia, também o território e o presunto ‘Marca Mação’ serão divulgados durante o período de um mês, acredita o presidente da autarquia. “É um novo modelo – tentou-se concentrar tudo no mesmo sítio, junto ao rio, mas não resultou – e com restaurantes aderentes em

várias partes do concelho os comensais que nos visitam podem usufruir de um leque mais vasto de ofertas.” Será, então, todo o concelho em mostra até dia 25 de Março: a lampreia, o território, a cultura e o presunto. Os nove restaurantes aderentes são: Avenida, Pica-Fino (Mação); Casa Cardoso (Envendos); Casa Velha (Mação); Dona Flor (Penhascoso); Koisas dos Deuses, Kabra’s II (Mação); Lena da Barragem (Ortiga); O Cantinho (Mação); O Godinho (Mação); Solar do Moinho (Cardigos).

Os empresários japoneses estão interessados em comercializar produtos dos concelhos de intervenção da TAGUS: Abrantes, Constância e Sardoal. Entre esses produtos destacam-se os vinhos, azeites, mel, marmeladas, compotas e figos confitados. Este é um dos principais resultados da visita de trabalho que uma delegação da Câmara de Abrantes fez ao Japão, entre 9 e 18 de Fevereiro. A deslocação aconteceu na sequência do convite da Câmara de Hitoyoshi, município geminado com Abrantes, a propósito das comemorações do 70º aniversário do município japonês. Do ponto de vista da comitiva que partiu de Abrantes, o objectivo era promover os produtos do Ribatejo Interior e encetar contactos institucionais que originem contactos entre empresas. A comitiva integrou a chefe de gabinete e o coordenador da TAGUS, associação que tem trabalhado em estreita articulação com a Câmara em matéria de promoção de produtos regionais. Para além de várias visitas, foram desenvolvidas

do Céu Albuquerque promoveu os produtos locais •emMaria Hitoyoshi

acções de mostra e divulgação dos produtos da região. Interessados em comercializá-los, os empresários japoneses solicitaram que pudessem ser encetadas diligências no sentido de ser encontrada uma entidade acreditada para a sua exportação para o Japão. No âmbito desta visita AICEP (agência especializada nas questões relacionadas com o comércio externo), mostrouse disponível para a realização de reuniões conjuntas entre a TAGUS e importadores japoneses, tendo o seu director considerado fundamental o aprofundamento do proces-

so de geminação entre as duas cidades, com vista à colocação dos produtos locais no mercado japonês. Também o embaixador de Portugal no Japão mostrou grande disponibilidade para apoiar esta iniciativa. Aproveitando a presença no Japão, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque visitou a casa mãe da fábrica da Mitsubishi Fuso, em Kawasaki, procurando fortalecer as relações com esta empresa, cuja fábrica no Tramagal constitui um factor estruturante do desenvolvimento económico do concelho.


VILA NOVA DA BARQUINHA 9

MARÇO2012

Iguarias dos rios à mesa em Vila Nova da Barquinha Pelo 18.º ano consecutivo o concelho promove o que de melhor os rios oferecem. Sável e Lampreia fazem as delícias dos comensais até Abril e promovem o desenvolvimento económico da região

É já uma longa tradição que a cada ano confirma estar para ficar. A mostra gastronómica “Mês do Sável e da Lampreia” em Vila Nova da Barquinha (VNB) assinala 18 anos de existência. Será de 18 de Fevereiro a 8 de Abril que os amantes de arroz de lampreia e açorda de sável frito poderão saciar meses de espera pela chegada destas iguarias aos restaurantes da região. Nesta edição serão 8 os restaurantes aderentes, num período de tempo que Fernando Freire, vereador da cultura da autarquia, considera ser de grande importância para os restaurantes do concelho. “O principal objectivo é promover a cozinha típica e tradicional (…)

num evento que traz grandes benefícios para o nosso concelho de VNB e para concelhos limítrofes”, afirma o vereador. A localização

territorial de VNB leva Fernando Freire a considerar que o “peixe do rio é a nossa principal fonte de sabores. Temos de reconhecer que

temos uma localização privilegiada, somos banhados por três rios Tejo, Zêzere e Nabão - e felizmente ainda abundam algumas espécies,

o sável mais raro mas a lampreia em abundância”, contou Fernando Freire. O “Mês do Sável e da Lampreia” mostra também o modo como a gastronomia difere entre os vários restaurantes, apesar de uma base tradicional de confecção transversal a todos os restaurantes, mas como Fernando Freire enaltece, “cada um tem os seus segredos, técnicas, como a arte”. À gastronomia, por si só uma visita à cultura e história regionais, junta-se este ano a possibilidade de visitar o Castelo de Almourol, com a autarquia a oferecer um bilhete por dose, válido durante os fins-de-semana. Os restaurantes aderentes são: A Carroça (Limeiras); Almourol (Tancos); O Chico (Praia do Ribatejo); Palmeira (Barquinha); Platina (Cardal); Soltejo (Barquinha); Stop (Atalaia); Tasquinha da Adélia (Barquinha). Ricardo Alves

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10 REGIONAL

MARÇO2012

Refeições solidárias com o apoio de 15 instituições Domingo é dia de praça No primeiro domingo de cada mês a praça Alexandre Herculano, em Constância, enche-se de cor e sabor. É pela manhã que todos os produtores do concelho fazem o tradicional mercado e lá vendem as frutas, os legumes, as hortaliças e outras leguminosas. Máximo Ferreira, presidente da Câmara Municipal, diz que “mais que um acto comercial, esta praça é uma recuperação

das antigas tradições, das vendas que aconteciam em Constância e do convívio que se estabelecia entre todos”. O objectivo da autarquia é “promover os produtos da terra, produzidos no concelho, e valorizar o património envolvente”. Uma actividade cultural promovida pela Câmara Municipal e pela TAGUS, Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior.

Candidaturas abertas para os Mais de 23 Decorre de 5 a 30 de Março, no Instituto Politécnico de Tomar (IPT), o período de candidaturas para as provas especialmente adequadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos. De acordo com o Decreto-Lei 64/2006 de 21 de Março, um dos objectivos destas provas é a promoção de igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior, atraindo novos públicos, numa lógica de aprendi-

zagem ao longo de toda a vida. Podem inscrever-se para a realização das provas todos os candidatos que completem 23 anos até ao dia 31 de Dezembro do ano que antecede a realização das provas. As candidaturas devem ser formalizadas nos serviços académicos do Instituto Politécnico de Tomar, em Tomar ou em Abrantes, na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Mais informações em www.ipt.pt

Aluno da ESTA recebe prémio da Fundação Rotária O ensino politécnico ministrado na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) volta a ser reconhecido publicamente, desta feita através do Prémio “Ferreira da Silva”. Um aluno do curso de Engenharia Mecânica foi distinguido, a nível nacional, pela Fundação Rotária Portuguesa”, tendo sido escolhido pelo núcleo rotário de Abrantes. Enquanto aluno finalista, Luís Filipe Martins Silva realizou o estágio curricular da licenciatura em Engenharia Mecânica, na empresa OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal. Foi aí que desenvolveu o trabalho agora premiado, criando uma solução técnica para testar válvulas do tanque de combustível de aviões militares e comerciais, de modo a garantir a optimiza-

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• Filipe Martins Silva ção dos procedimentos de manutenção em componentes das aeronaves. O trabalho premiado foi acompanhado e orientado pelos docentes da ESTA. O prémio atribuído pela Fundação Rotária Portuguesa é mais uma prova da qualidade e versatilidade do ensino ministrado na ESTA, cada vez mais orientado para a satisfação das necessidades das empresas, nos mais diversos sectores.

Foram 15 as instituições de solidariedade social que responderam afirmativamente ao pedido da Câmara Municipal de Abrantes (CMA) no sentido de fornecerem refeições a munícipes em situação de carência social ou em situações de emergência.

Sempre que qualquer parceiro da Rede de Acção Social de Abrantes sinalizar alguém com extrema necessidade de alimentação, a situação será analisada e essa pessoa ou família será encaminhada para a instituição que lhe fornecerá refeições. Desta forma, a autarquia pretende dar resposta a um dos muitos problemas com que se depara, cada vez com mais frequência. Os serviços da CMA analisarão cada situação e determinarão o número de refeições, durante quanto tempo e onde serão fornecidas a cada pessoa. Em função da situação, as pessoas abrangidas por este apoio tanto poderão comer nas próprias cantinas das instituições, como poderão levar as refeições para casa. As refeições fornecidas serão pagas pela CMA às instituições que as fornece-

do protocolo entre a Câmara Municipal e as instituições •de Cerimónia solidariedade social

rem, por um valor de 4.27 €, o que corresponde ao subsídio de almoço da função pública. Este valor será actualizado anualmente. O protocolo entre a CMA e as 15 entidades que aceitaram fazer parte da rede de cantinas que se disponibilizam para fornecer estas refeições sociais foi assinado no pas-

sado dia 23 de Fevereiro. O protocolo tem validade por um ano e foi assinado por instituições como o Centro de Recuperação Integração de Abrantes (CRIA). A escolha da instituição que vai prestar o serviço depende, em cada caso, de aspectos como a proximidade geográfica entre os beneficiários e as instituições.

Moinhos de Vento de Entrevinhas em fase final de recuperação Cumprindo o conceito de “museu vivo”, de defesa do ambiente e da preservação de aldeias e aglomerados populacionais, o núcleo de Moinhos de Vento de Entrevinhas, no concelho de Sardoal, está já na fase final da sua recuperação, devendo entrar em funcionamento durante os próximos meses de Verão. É a segunda vez que os quatro os moinhos de Entrevinhas são requalificados. Já em 1999 o local havia sido intervencionado, mas o tempo acabou por desgastar as estruturas de madeira. Agora todo o espaço volta a ter nova vida. Os trabalhos estão a ser feitos por um especialista na construção de moinhos, credenciado pelo Ministério da Agricultura. O moinho principal, que será usado para demonstração das antigas técnicas de moagem, já possui

Foto de Paulo Sousa

CONSTÂNCIA

• Moinhos de Vento de Entrevinhas em recuperação

o grande mastro, o capelo (cobertura), bem como a entrosga, carretos e eixos que compõem a engrenagem interior que faz mover as mós. Outra das unidades foi adaptada para instalações sanitárias, enquanto as restantes duas estão re-

servadas para apoio a actividades (pequeno bar e centro de documentação). Este projecto foi dinamizado pela Junta de Freguesia de Sardoal, em parceria com o Município, com enquadramento da Associação TAGUS, no âmbito do

PRODER, um programa da União Europeia para o desenvolvimento do meio rural. Ascende a um custo de 55 mil euros, sendo que 60% desta verba advirá dos fundos comunitários e o restante do orçamento da Junta.


ESPECIAL CASAMENTOS

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A importância do casamento Num tempo em que o casamento se tornou tão frágil e de validade a tão curto prazo, o mais “natural” é que se tenha desvalorizado e perdido importância. De facto, para alguns assim é. Mas não para a generalidade das pessoas. Basta ver o investimento económico que agora se faz num só casamento. Casar é caro, mesmo muito caro. E num momento de crise, não se nota que essas despesas, de puro luxo, estejam a ser postas de parte. Além disso, a perda de um cônjuge ou o divórcio continuam a ser as causas de maior stress, de maior sofrimento, do maior abalo à vida de uma pessoa. De facto, a instituição casamento ou a instituição família parecem estar em crise. Mas o casamento e a família em si mesma, seja lá isso o que for, continuam a ter uma importância acima de todas as crises. AJ

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12 ESPECIAL CASAMENTOS

MARÇO2012

Casar, um momento para a vida O dia do casamento é um dos mais importantes na vida de um casal, está sempre revestido de um simbolismo que reflecte sentimentos profundos, emoções e um sentido de partilha único.

Estivemos à conversa com Filipa Ferreira e João Lopes, que vão casar e que nos contaram como está a ser preparado o grande momento. Filipa e João decidiram casar pela Igreja pois são católicos e sempre desejaram ter uma cerimónia como “manda” a tradição, com todo o envolvimento que esse dia sugere: família, amigos, Igreja, quinta, fotografias, lua-de-mel, enfim…uma infinidade de pormenores. Filipa revela a importância do dia do casamento: “É um sonho para mim, sempre foi. Sempre ansiei passar por aquele momento especial”. Filipa e João vivem juntos há já algum tempo e consideraram que este Verão era altura ideal para selar a relação perante a Igreja. Mas para preparar o grande dia, ao que parece, não é uma tarefa fácil. É necessário, primeiro que tudo, perceber as tendências vigentes, seja no que diz respeito ao vestido de noiva, às alianças, à decoração, às flores, etc. Todo o processo tem um início. Primeiro, é essencial saber onde é local da grande festa.

O VESTIDO DE NOIVA – A PEÇA DO DIA” Revestido de todo aquele simbolismo, o vestido de noiva é, para Filipa, uma peça importantíssima. Este ano, as tendências dos vestidos de noiva incidem sobretudo nas cores claras, na aplicação de rendas, e no formato do vestido único. Ou seja, segundo esta noiva, não se deve optar pela separação do corpete e da saia. “Já fiz a primeira prova e foi uma sensação única, especial, senti-me bem, bonita. Foi um momento diferente. Apesar desta boa sensação, ainda não encontrei o vestido: o modelo sim, mas o vestido não. Espero que no grande dia me possa sentir “a noiva” e não mais uma que apresenta um vestido claro, volumoso e com um véu. O João também vai começar a procurar, mas não já. Penso que o fato do homem nunca se torna tão complicado de encontrar como o vestido da noiva, que obedece a uma série de provas e a um gosto muito pessoal.”

O BOUQUET, UM ELEMENTO ESSENCIAL

“O FOTÓGRAFO É UMA PEÇA CHAVE NO DIA DO CASAMENTO” A terceira marcação do casal foi o fotógrafo. Para Filipa e João, este é uma peça chave no dia do casamento. Para além de ser visto como um orientador do dia, é também ele quem tem a função de garantir a memória fotográfica do casamento. “Tal como nas quintas, o fotógrafo que escolhemos já tinha marcações feitas com anos de antecedência. Nunca pensei que isto fosse possível, mas conseguimos garantir a presença do profissional que ambicionávamos”.

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MAQUILHAGEM E PENTEADO DA NOIVA O estilo de uma noiva não está completo sem uma maquilhagem perfeita. O dia do casamento é normalmente sempre um dia longo e a maquilhagem, se não for feita com os cuidados necessários, pode não “aguentar” até ao final, tal como o penteado. Filipa disse ao JA que os conselhos do cabeleireiro são essenciais. “À semelhança do ano passado, os apanhados estão na moda. Em princípio vou optar por um, penso que um apanhado faz sempre uma noiva mais elegante.”

AS ALIANÇAS, A PEÇA QUE FORMALIZA

A QUINTA Filipa e João começaram por tratar da quinta. Depressa perceberam que há casais que deixam as suas marcações com anos e anos de antecedência. Após uma procura exaustiva pela região, chegaram à conclusão que a quinta das Vieiras, em Torres Novas, era o espaço de excelência para o grande dia, pois, segundo Filipa, combina o factor “qualidade e preço”. A marcação da Igreja foi outra preocupação inicial do casal. Filipa explicou ao JA que foi a segunda tarefa a ter em conta. “Falámos com o pároco da minha localidade, agendámos o dia e percebemos que não era necessário grandes formalismos, como por exemplo os cursos que se tiram até ao dia. O pároco não é rigoroso, o que é óptimo”.

As flores assumem um valor muito importante no dia do casamento. São estas que dão a vida à decoração no local onde se celebra o momento. Filipa e João ainda não escolheram as flores a utilizar. “Confesso que estou completamente perdida face ao bouquet. Tenho procurado na internet, mas ainda não encontrei algo que me preencha. Tem de ser uma escolha cuidadosa pois é um elemento essencial, que se destaca sempre. Penso que as flores devem estar associadas à decoração envolvente e o bouquet deve estar em harmonia com o vestido de noiva”.

O casamento pela Igreja

OS CONVITES E OS ELEMENTOS DECORATIVOS, PORMENORES COM IMPORTÂNCIA Filipa e João ainda não trataram dos convites e confessam-se um pouco confusos face à escolha do modelo. “Ao escolhermos os convites, gostaríamos de associá-los à cor e ao tema que vamos apresentar na quinta. Esta não uma tarefa fácil porque há uma infinidade de padrões, estilos, formatos, cores, preços … enfim, há uma infinidade de pormenores que ainda não escolhemos. Uma coisa já decidimos, vamos dar uma lembrança no fim da cerimónia, mas não sabemos o que será. Talvez algo que seja útil e não uma peça para colocar na gaveta.”

A aliança é uma peça muito importante no dia do casamento, é esta que fecha o contrato, a união entre o casal. Filipa disse ao JA que as tendências deste ano passam pela mistura entre o outro branco e amarelo, com diamantes ou outras pedras cravadas, com um formato espalmado. “Ainda não escolhemos as alianças, porque ainda estamos com algum tempo, mas não vamos fugir às tendências. Em princípio vamos optar pela mistura de ambos os ouros”.

O DESCANSO MERECIDO, A LUA-DE-MEL A lua-de-mel é o momento em que os noivos podem realmente descansar. Depois de um dia cansativo e cheio de emoções, nada melhor do que partir para um destino turístico ou paradisíaco. João afirmou ao JA que a escolha do local ainda não foi feita. “Vamos tratar da viagem para breve, penso que vamos optar por um lugar que tenha praia para descansar. Agora, e até ao grande dia, é preparar tudo da melhor forma para garantir que nada falte, a nós e aos nossos convidados.” Joana Margarida Carvalho

Para além de um acto civil, casar pode ser um acto religioso. É um facto que a tendência de seguir a religião católica tem sido perdida pelos jovens ao longo dos tempos. Então, por que é que se casam pela Igreja? José Manuel Cardoso, padre na região, explicou ao JA que mais do que acto religioso em si, os noivos dão muita importância a outros pormenores quando formalizam a cerimónia na Igreja. “Uma percentagem elevada daqueles que casam pela Igreja é por questões familiares; outros porque entendem que o casamento fica muito mais bonito na Igreja, ao nível das fotografias. Quanto às razões ligadas à fé, a percentagem é muito baixa. A Igreja está sempre aberta para todos, mas por vezes deveria haver uma coerência e uma consciência daquilo que se está a fazer. O que pretendíamos é que todos fossem conscientes que vão realizar um sacramento, um acto religioso.” Na região, o número de casamentos não parece decrescer, mesmo com a crise. José Cardoso tem já agendado para este ano cerca de dez casamentos, mas já o ano passado “foi um ano anormal”, uma vez que teve “imensas cerimónias”. Para tornar os noivos mais conscientes que vão realizar um sacramento, a Igreja tem tomado algumas medidas. “Já há muito tempo que se faz o CPM, Centro de Preparação para o Matrimónio, que é uma preparação aos jovens, para que estes tenham consciência que, ao realizarem um matrimónio, estão a efectuar um sacramento.” Esta preparação serve também para mostrar aos noivos o que é ter uma vida em comum. “Infelizmente, a tendência é fugir e a desculpa é sempre a falta de tempo e nós só arranjamos tempo para aquilo que queremos” – remata o padre José Manuel Cardoso. JMC


ESPECIAL CASAMENTOS 13

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O casamento na etnia cigana O dia do casamento é singular. Marca uma opção de vida, que pode ser vivenciado de várias formas e inserido em várias tradições e etnias. Neste especialCasamentos,nãoquisemosapenas dar-lhe a conhecer como é o casamento na comunidade dominante, mas também na comunidade cigana.

Tânia Sousa pertence a uma comunidade cigana no concelho de Abrantes. Tem 39 anos, é casada e é a nova mediadora cultural na Câmara Municipal. Tânia contou-nos tudo sobre a tradição no casamento cigano. “A tradição já não é o que era. Antigamente, as crianças eram prometidas quase à nascença, eram os pais que faziam os casamentos. À medida que íamos crescendo já sabíamos que estávamos destinadas a casar com determinado rapaz. O que se traduzia muitas vezes em situações complicadas, pois não existia o amor entre pares.” Tânia continua, explicando que actualmente as coisas são bem diferentes. “Normalmente, é o rapaz que toma a iniciativa de pedir a mão da rapariga aos pais. Caso a rapariga não queira casar, os pais já não a obrigam, como acontecia no passado. Para terminar com

esta ligação nós utilizamos uma palavra, que é só nossa, que é ‘cabaças’. Esta palavra significa que acabou o comprometimento entre os dois jovens ”. O casamento é encarado dentro da etnia cigana como um dos dias mais importantes de determinada comunidade. Tânia conta que todos se vestem a rigor e trocam de roupa vezes e vezes. Há muita comida e tudo é feito e preparado nos dias do casamento, que podem ir além de dois dias de festa. “Hoje, com os preços elevados nas quintas, já não fazemos casamentos com mais de um dia, ou pelo menos é raro, contudo é neste data que todos mostram o melhor que têm, há uma ostentação de fatos, prendas, ouro, comida….enfim um dia que fica para recordar na vida dos noivos e na comunidade.” Treze, catorze anos é idade mais comum para casar dentro de uma comunidade cigana. A rapariga normalmente é sempre mais nova que o rapaz, este casa com quinze, dezasseis anos. Tânia considera que esta situação devia de ser alterada dentro da tradição cigana, “são umas crianças quando casam, não há responsabilidade, não há meios de sobrevivência devido à idade

que têm e acabam por ficar na guarda dos pais do noivo até muito tarde”. Quando se chega ao grande dia são muitas as famílias ciganas que se juntam em festa. Os noivos podem ter trinta, quarenta, cinquenta padrinhos. Tânia explicou ao JA que antigamente esta situação não acontecia. Geralmente, existia apenas um padrinho e uma madrinha, mas com o avançar do tempo há casamentos onde todos são padrinhos ou madrinhas. “A cerimónia é passada a comer, a dançar e a conviver depois no final do dia há o grande momento, que é quando a noiva vai para uma sala e é testada a sua virgindade pelas mulheres mais velhas da comunidade. Este é o momento mais importante, pois é nesta altura que é selado o casamento. Isto se rapariga for virgem, pois caso não seja pode acontecer uma grande confusão e desgraça nas famílias dos noivos. É uma realidade que acontece hoje em dia e penso que nunca vai morrer pois é esta que demarca a nossa tradição. É obrigatório, é o que formaliza o acto de casar”. O “fugimento” foi a expressão utilizada por Tânia para descrever outra forma de casar dentro da comunidade cigana. “Caso a rapariga fuja da co-

munidade mas se venha a provar que esta é virgem considera-se casamento na mesma, pois a rapariga era virgem, apenas fugiu. Esta é uma realidade que acontece com muita frequência na nossa etnia.” Ainda propósito do casamento nas comunidades ciganas, Tânia salienta um outro aspecto: “No futuro, caso aconteça algo de mau ao marido e este venha a falecer, manda a tradição que a mulher não deve refazer a sua vida com mais ninguém, o luto é para toda a vida, o preto é cor dominante nas vestes e acabou a alegria. Hoje isto já não acontece com frequência, é costume a mulher voltar a refazer a sua vida, contudo nunca mais tem o respeito da comunidade que tinha antes de tomar essa atitude”. Casar com uma pessoa na comunidade dominante nunca é bem visto dentro da etnia cigana. “Uma cigana ou um cigano, ao casar com alguém da comunidade dominante, é sempre uma situação complicada e difícil de gerir nas famílias. A primeira reacção é proibir, mas há muitos pais que acabam por ceder, vai havendo um caso Tânia Sousa, mediaou outro, mas são situações pontuais”. dora cultural na Câmara

Joana Margarida Carvalho

Municipal de Abrantes

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14 ESPECIAL CASAMENTOS

Fotos de Inês Dia

MARÇO2012

Casais que se juntam, uma moda ou um futuro? Juntar-se em vez de casar é uma nova opção para muitos casais. Apesar de muitas famílias ainda estarem ligadas ao casamento tradicional e estranharem este novo conceito de união, hoje em dia é mais habitual ouvir um casal amigo falar em juntar-se em vez de casar.

Dois casais de Abrantes partilharam connosco um pouco da sua vida e abriram-nos as portas à relação que têm. Maria e José (nomes fictícios) estão juntos há oito anos. Esta não é a primeira relação que têm, pois ambos já foram casados. Conheceramse há dez anos no local de trabalho de Maria, onde José era cliente. Começaram a namorar e pouco tempo depois juntaram-se. Hoje vivem juntos e acreditam que não têm de casar para que a relação continue. “Já não faz sentido porque ambos temos os filhos já grandes e não é o casamento que une o sentimento entre duas pessoas.” O que os uniu “foi a cumplicidade, a partilha da

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vida, a amizade, o respeito e o facto de ser mais fácil para os dois com esta partilha”. E acreditam que não seria melhor se estivessem casados. “Não é a assinatura no papel que vai definir o sentimento de ambos”. José teme a reacção da família a um casamento, sendo ele mais velho que Maria, porque a sociedade ainda não vê com bons olhos este tipo de ligações. “Pode ser considerado um jogo de interesses ou, por parte dos filhos, pode haver sentimento de perda. Se perante a lei é possível deixar bens ao companheiro sem necessidade de casar, não ponderámos o casamento e apenas nos juntámos”. O facto de ambos já terem tido um casamento e filhos dessa relação anterior também influencia a forma como agora vêem o casamento. José explica a forma como encara o casamento: “A minha visão do casamento hoje é diferente da de há vinte anos atrás, quando me casei pela primeira e única vez. Para mim o casamento era a união entre

duas pessoas que se amam e completam, para a vida. Presentemente, a minha ideia de casamento é que dure até que as pessoas sejam felizes, até que se completem, até que se entendam, enquanto acharem que viverem juntos tem finalidade e faz sentido. Caso contrário, é melhor seguirem a sua vida e serem felizes.” José acrescenta que “quando se passa para o papel há logo de seguida a separação e o divórcio porque as pessoas pensam que, com o papel assinado, a relação se torna um bem adquirido e, de facto, na cumplicidade não há bem adquirido, há a partilha”. É esta partilha de sentimentos que ambos acreditam conseguir sem ser necessário o casamento. Apesar de esta ser a segunda relação do casal e de a família de Maria ser religiosa, não se opõe à relação e ao facto de estarem juntos em vez de casarem. “A minha mãe, que é muito religiosa, nunca tocou sequer no assunto”. A Inês e o Miguel (nomes fictícios)

também vivem juntos. A história deste jovem casal começou quando se conheceram na escola secundária, apesar de só começarem a namorar anos mais tarde. Têm a mesma idade, no entanto, a Inês trabalha em Abrantes e o Miguel em Lisboa. A distância só os uniu e, depois de três anos de namoro, optaram por mudar-se para o Entroncamento. A decisão de não casarem, para já, não teve a ver com a religião. Ambos acreditam que o casamento “é um passo sério na vida de um casal, que deve ser bastante ponderado, porque se pretende que perdure”. Desta forma, morar juntos ajuda a “ver se as coisas funcionam em ambiente conjugal antes de tomar a decisão relativa ao casamento”. Um outro factor importante para dar este passo foi a estabilidade financeira. “Se não fosse a estabilidade financeira de ambos, possivelmente não teríamos optado por nos juntar já”. No entanto, o facto de este casal se juntar não signifi-

ca que não tenha em mente casar, pode apenas não ser para já. “Pensamos que não será o mais importante, mas não é posto de parte”. As despesas que um casamento acarreta foram também consideradas por Inês e Miguel: “Tivemos também em conta o investimento que é a festa de casamento”. O casal acredita que a família preferia vê-los casados, apesar de nunca ter havido problemas e de terem aceitado bem a notícia quando anunciaram que iam morar juntos. Uma moda ou um futuro, a felicidade está implícita. Segundo um estudo norte-americano publicado na revista científica “Journal of Marriage and Family”, quem mora com o parceiro é mais feliz. No caso de se juntarem, há mais espaço para a independência e crescimento pessoal, o que faz com que tenham mais auto-estima e bem-estar psicológico. Por sua vez, o casamento traz mais saúde e benefícios fiscais ao casal. Mafalda Vitória


ESPECIAL CASAMENTOS 15

MARÇO2012

CASAR NO CARTÓRIO

“É na espontaneidade que devemos apostar” O casamento é como tudo o mais: está a mudar a grande velocidade. Não se sabe para onde, mas conhece-se a sua origem. Até há pouco tempo, era fácil responder à pergunta “o que é o casamento?” Hoje já não é assim tão fácil.

De facto, a tradição já não é o que era. Cada vez mais os casais optam apenas por uma ida ao cartório e realizam uma cerimónia simples, sem formalidades e despesas. Foi o caso de José Miguel Gaspar e Sofia Valquaresma. Decidiram casar pois estavam a precisar de férias, e a licença do casamento pareceu-lhes uma excelente opção. A vida de ambos estava encaminhada, já viviam juntos há algum tempo, tinham casa e carro comprado, emprego, davam-se bem, enfim… não lhes faltava, à partida, nada. José Miguel explica o processo: “Fizemos tudo o que supostamente acontece depois do casamento. Tomámos os passos mais importantes. Logo, para nós, casar ou não era indiferente. Só nos faltava o filhote. Estávamos bem, apenas precisávamos de umas férias. E é curioso! Foi a marcação da partida para o México que definiu o dia do nosso casamento.” Para ambos, o casamento é a união de

duas pessoas perante a sociedade, de forma simples e prática. José Miguel chegou mesmo a referir ao JA que o casamento “é um contrato e na verdade não é necessário nenhum contrato, para se estar com uma pessoa: ou se gosta ou não se gosta”. Já Sofia considera que hoje as normas da Igreja Católica já não são adoptadas pelas famílias da mesma forma como eram adoptadas antigamente, porque tudo mudou, as mentalidades e o próprio estilo de vida, nomeadamente o das mulheres. “Hoje as mulheres já não ficam até tão tarde em casa dos pais, não têm apenas um namorado, não casam virgens, não são os pais que arranjam os casamentos... Ou seja, aquela cerimónia na Igreja que tinha como base a educação católica, com uma série de normas e regras, foi-se banalizando com o passar do tempo. Actualmente, o dia do casamento é um verdadeiro negócio para muitas casas, o que não é errado, mas que banaliza o sentimento, a harmonia, a mística e a tradição do dia. Eu não sou contra a estes casamentos, mas no nosso caso não fazia qualquer sentido, uma vez que já vivíamos juntos e já tínhamos a nossa vida formada. Casámos, por fim, porque estávamos a precisar de férias e porque começámos a

• José Miguel Gaspar e Sofia Valquaresma perceber que muitas entidades que tratavam connosco situações formais tinham algum constrangimento cada vez que se dirigiam a um de nós. Por exemplo, estavam comigo ao telefone e diziam o José Miguel, o seu companheiro, o seu namorado ou o marido. Era uma chatice” - conta Sofia. Foi no dia 16 de Setembro, de 2011, às 14h30, no cartório do Entroncamento, que Sofia e José Miguel casaram. O momento foi selado na presença dos pais, numa sexta-feira de muito calor. Uma cerimónia que caracterizaram como

“simples”, mas ao mesmo tempo “ideal”, com o significado necessário que pretendiam ter daquele dia. “Nessa sexta o Miguel ainda ponderou ir trabalhar de manhã, mas não foi. Tirámos o dia e eu limitei-me a comprar um vestido ligeiramente mais formal para a cerimónia. No momento sentimos um ligeiro nervosismo porque percebemos realmente que estava tudo acontecer. De seguida, a notária selou o momento, não assinámos nada e não tivemos testemunhas, pois agora já não é necessário. Sem qualquer imposição, sem planeamento, casámos… simplesmente aconteceu.” Sofia e José Miguel afirmam ao JA que pouco mudou, apenas o sentimento de responsabilidade. “Sentimos uma responsabilidade que temos para com os dois, mas não é uma sensação má, é uma sensação de compromisso, onde as nossas atitudes devem ser ponderadas e partilhadas. Deixo aqui um conselho aos jovens casais: façam o que têm a fazer antes do momento oficial, pois não vão ter o sentimento que se algo correr mal vai surgir uma série de complicações associadas. O que é bom hoje em dia, que não é afectado pela crise, é a espontaneidade. Eu acho que é neste factor que devemos apostar” - finaliza Sofia. Joana Margarida Carvalho

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16 ESPECIAL CASAMENTOS

MARÇO2012

A independência económica Ainda há pouco, em Portugal os divórcios eram praticamente proibidos. Depois foram facilitados de diversos modos. Hoje são já o resultado da maioria (cerca de 60%) dos casamentos. Por um lado, porque os membros do casal têm independência económica. Por outro, porque os

relacionamentos profissionais fora da família criam laços e compromissos afectivos que podem tornar-se alternativos aos familiares. A união é sobretudo afectiva. Mas porque os laços afectivos são voláteis, desgastam-se com facilidade e outros surgem de modo espontâneo. Resta, se resta e quan-

do resta, o amor e a intimidade. Além disso, a cultura em vigor é a do relacionamento fácil e descomprometido, por vezes do sexo do momento e sem compromissos. Tudo parece “ajudar” ao fim de um casamento e nada à sua manutenção ou prolongamento. Por isso, não admira também

que alguns proponham já que o casamento seja apenas um contrato com período de validade, de cinco ou sete anos. Renovável apenas se ambas as partes se mantiverem dispostas a isso. No fundo, é só mais um passo além do divórcio por mútuo acordo. A.J.

Casamento a prazo Até há pouco anos, uma família era uma unidade de produção e consumo, cada família consumia aquilo que consumia. Era uma economia de sobrevivência ou se subsistência. Como a produção estava dependente da terra, o casamento estava directamente ligado à posse da terra. Uma família tinha de ter a terra necessária ao sustento de todos os seus membros. Sair da família era perder os meios de sobrevivência. Por isso era vital que o casamento fosse indissolúvel. Era-o sobretudo de facto. Com a revolução industrial, as coisas mudam. O sustento vai buscar-se fora. E a família deixa de

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ser unidade de produção e começa a ser apenas unidade de consumo, em que alguns membros da família vão “lá fora” buscar recursos para que cada um possa

gastar. E cada vez são necessários mais recursos para um cada vez maior consumo. É a sociedade de consumo, com a sua pressão crescente sobre a família e

um desgaste também crescente no casamento. Além disso, com a “saída” das mulheres para o mercado de trabalho, cada um dos membros adultos da família ganha autonomia e não precisa da família para sustentar-se. A família passa a depender, então, não tanto de relações económicas, mas sobretudo de relações afectivas. Mas os laços afectivos são frágeis. A paixão dura no máximo dois ou três anos. E o amor tem de ser cultivado, se é para durar. E cada vez menos se pensa que é para durar. A não ser enquanto dure. A.J.

Número de Casamentos Celebrados na Conservatória do Registo Civil de Abrantes, de 2006 A 2011: Civil

2006

39

Católico

2006

43

Civil

2007

68

Católico

2007

78

Civil

2008

66

Católico

2008

41

Civil

2009

73

Católico

2009

47

Civil

2010

52

Católico

2010

52

Civil

2011

51

Católico

2011

41


ACTUALIDADE 17

MARÇO2012

MISERICÓRDIA DE ABRANTES TEM NOVA DIRECÇÃO

“Reorganizar e reconverter” é a primeira prioridade António Alberto Margarido é, desde 2 de Janeiro, o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes. À frente de uma lista de oito elementos, assume a responsabilidade de dirigir, por três anos (2012-2014), a maior das nossas associações de carácter social.

Um dos problemas é, sem dúvida, o financeiro. Uma casa destas, com múltiplas solicitações e múltiplos compromissos, tem sempre problemas a resolver, e mais ainda em tempo de crise, em que todos procuram cortar nas despesas. Além disso, uma das tarefas prioritárias é proceder a legalizações imprescindíveis. Não que a Misericórdia tenha vivido na ilegalidade, mas “as coisas evoluem com uma rapidez tal que é necessário haver revisões e reconversões dos processos e dos regulamentos”. Por exemplo: a creche e jardim de infância vêm de um tempo que já lá vai. “Hoje, a oferta pública ao nível do jardim de infância deixa-nos sem crianças suficientes para essa valência, ao passo que não temos resposta suficiente para a procura ao nível da creche. Temos, portanto, que proceder à necessária reconversão.” O mesmo se passa com certos re-

gulamentos que já estão desactualizados. E com os hábitos ou rotinas da casa. O pessoal de serviço está habituado a um certo ritmo ou rotina de trabalho. Lembremos que o anterior provedor, Horácio de Sousa, estava à frente da Santa Casa desde 1991, portanto, há mais de 20 anos. É natural que o peso do tempo tenha deixado marcas e que uma nova direcção, mais jovem e mais atenta às exigências do presente, peça agora um “desempenho profissional de excelência”, que não está, ainda, no espírito da casa. Mas está em curso, vindo já do último ano da anterior direcção, um projecto de formação dos funcionários com vista a dar mais qualidade a um atendimento que tem cada vez mais exigências. Outro problema é o lar de infância e juventude, conhecido por Patronato de Sta. Isabel. Foi incorporado na Misericórdia porque ficou sem corpos directivos e porque tinha um prejuízo corrente insuportável. As negociações com a Segurança Social não correram da melhor forma e chegou a ser tomada a decisão formal de encerrar. Mas uma última tentativa, que vem já dos últimos meses da anterior direcção, está a ser feita. Foram desafectadas três

MESA ADMINISTRATIVA OU DIRECÇÃO 2012-2014 António Alberto Margarido - provedor Silvino Maia Alcaravela - vice-provedor,centro médico, farmácia e coordenação de qualidade Augusto Maia Alves - tesoureiro e instalações Eduardo M. Gonçalves Caldelas - secretário e viaturas Lurdes M. Conceição Baptista - creche e jardim de infância Hélder Silvano Sousa Neves - comunicação e informática Fernando Morgado Silva – recursos humanos Maria Fernanda R. Sarmento - lar de infância e juventude

ÚLTIMOS PROVEDORES

• Alberto Margarido e a galeria dos últimos provedores pessoas do lar e, assim, está a fazerse um esforço de equilíbrio das contas. “Veremos o resultado.” A Santa Casa da Misericórdia de Abrantes é hoje um pequeno mundo com diversas valências: lar da terceira idade (105 utentes), centro de dia (30 utentes), apoio domiciliário (34 utentes), apartamentos para a terceira idade (6 utentes), creche e jardim de infância (110 crianças), lar de infância e juventude (20 raparigas). E gere ainda o centro médico e de enfermagem de Abrantes, ao

lado da igreja de S. João. Para esse pequeno-grande mundo conta com um total de 160 trabalhadores. Para todo este universo há já um estudo técnico feito pela União das Misericórdias que vai servir de guia ao projecto de acção da nova Mesa Administrativa. E, mais uma vez, “há muito trabalho a ser feito” e uma nova Mesa com vontade de fazêlo, com uma “diversidade de formações e competências” postas ao serviço da causa social.

António Alberto Margarido 2012 Horácio Mourão de Sousa 1991- 2012 Fernando Martins Velez 1979 – 1991 António Soares Mendes 1976 - 1979 Isidro Sequeira Estrela 1973 – 1976 Manuel Alves de Oliv. e Silva 1970 -1973 César Dias Ferreira 1964 - 1970 João Damas Vicente 1961 – 1964 Agostinho Rodrigues Baptista 1952 - 1961 José de Jesus Pereira da Silva 1949 - 1952 Júlio Serras Pereira 1946 - 1949 Manuel Fialho de França Machado 1940 - 1946 Henrique Miranda Martins de Carvalho 1935 – 1940 Francisco Solano de Abreu 1919 - 1935 Guilherme H. de Moura Neves 1914 - 1918

Alves Jana

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18 CULTURA

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LUGARES COM HISTÓRIA

Os “Mourões”do Rossio ao Sul do Tejo TERESA APARÍCIO

Na margem esquerda do rio Tejo, poucos metros a montante da ponte rodoviária, encontram-se quinze pilares de altura desigual, construídos em pedra e cal, que são vulgarmente conhecidos por “mourões”.

Vestígios enigmáticos, como tudo o que é antigo, foram considerados, por muitos e durante muito tempo, restos de uma ponte romana. Vários estudiosos destas coisas antigas, locais ou nacionais, assim os consideraram e essa ideia passou a ser um dado adquirido e já não só uma simples hipótese. Eis senão quando, em 1984, os abrantinos foram confrontados não com uma lenda, ou apenas com a tradição, mas com factos concretos: os “mourões” não eram romanos, nem tinham dois mil anos, tinham apenas cerca de dois séculos e datavam da época das invasões francesas. A 24 de Outubro desse ano de 1984, o major Fernando Salgueiro Maia, num colóquio na Biblioteca Municipal, trouxe a público a cópia de uma planta, bastante pormenorizada, de uma ponte de barcas de

que os mourões eram parte integrante. Este documento foi encontrado graças à pesquisa que este militar de Abril fizera no Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar e teve também a amabilidade de ceder à cidade uma outra cópia em tamanho natural, que se encontra, presentemente, no Arquivo Municipal, à disposição de quem a quiser consultar. Estes pegões constituíam o cais da margem sul e foram construídos durante os meses de Setembro, Outubro e Novembro de 1811; o cais da margem norte não foi construído como este, em pedra e cal, mas sim em madeira e dele já hoje nada resta. Contudo, na década de oitenta do século vinte, quando houve, no local, trabalhos de remoção de areia, foram postas a descoberto duas filas de toros de madeira, ainda em bom estado, pois o pinho, como se sabe, conserva-se bem dentro de água. Uma vez postos a seco apodreceram rapidamente. A ligar toda a estrutura da ponte, havia um passadiço de madeira, que no centro se alargava, formando uma pequena praça, onde podia cruzar o trânsito que vinha nos dois

sentidos e onde os carros podiam fazer inversão de marcha, caso fosse necessário. Havia, também, uma pequena ponte levadiça, por onde passavam os barcos que navegavam no Tejo. Na planta, encontram-se algumas legendas com informações adicionais bastante úteis. Assim, do lado esquerdo, está uma que nos informa que esta ponte e outras construídas na Beira Baixa foram feitas sob a direcção do Coronel do Corpo de Engenharia, Manuel de Sousa Ramos. O objectivo principal desta ponte de barcas era estabelecer a ligação

entre o norte e o sul do Tejo, numa altura em que se tornou premente a necessidade de defesa, face às invasões francesas. A sua vida foi breve, porque como tinha fins exclusivamente militares, quando os soldados de Napoleão abandonaram o país, deixou de ter utilidade prática. Em 1817 já não funcionava e a partir daí foi-se degradando e só os “mourões”, feitos em materiais mais duráveis, ali ficaram, quais sentinelas perfilando-se face ao Tejo, prontos para entrarem no domínio da lenda que rapidamente os envolveu, fazendo-os recuar aos tempos míti-

cos dos mouros e dos romanos. E aí ainda certamente permaneceriam, se um militar de Abril, por sinal dos mais famosos e também dado à investigação, não tivesse, um dia, desencantado uma velha planta, perdida há muito tempo num arquivo militar. Bibliografia: - Candeias Silva, Joaquim, “Os mourões do Rossio de Abrantes – afinal a ponte romana era um cais… do século XIX”, in “Conimbriga” XXIV, 1985 - Jornal “Nova Aliança” de 13 de Novembro de 1984

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SAÚDE 19

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SAÚDE É ...

Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

Vacinar – Porquê? A vacinação constitui uma das formas mais importantes do organismo humano se fortalecer contra algumas doenças. A evolução técnica e científica que ocorreu no desenvolvimento das vacinas, a existência de Programas de Vacinação consistentes, o envolvimento dos técnicos de saúde e a adesão das populações é considerada uma das mais importantes conquistas da saúde pública. Em Portugal, são administradas vacinas desde o início do séc. XIX, nomeadamente a vacina anti-variólica. No entanto, foi a partir de 1965, com a introdução do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que nos anos seguintes a morbilidade e mortalidade por doenças infecciosas, sobre as quais incidiu a vacinação, apresentou reduções notáveis. No primeiro ano de vacinação contra a poliomielite registou-se uma redução de 292 casos de doença

para 13, o que traduz uma redução de 96%, graças à vacinação. O mesmo aconteceu em 1966 com o início da vacinação das crianças contra a difteria e a tosse convulsa, tendo no espaço de um ano reduzido o número de casos destas doenças em 50%. Mas a maior vitória da vacinação foi a erradicação da Varíola desde 1980, uma doença até aqui responsável por inúmeras mortes. O PNV tem sofrido várias alterações ao longo dos anos, em função do conhecimento científico e tecnológico, e adequando-se aos contextos de desenvolvimento das doenças, tendo a última sido em Janeiro de 2012. O PNV mantém-se um programa universal, gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Actualmente são várias as vacinas que fazem parte do PNV, nomeadamente: BCG (anti-tuberculose),

DTPa (difteria, tétano e tosse convulsa), Hib (haemophilus influenzae tipo B), VIP (anti-poliomielitica inactivada), MenC (meningite C), VASPR (anti sarampo, rubéola e papeira), Td (tétano e difteria), VHB (anti-hepatite B) e HPV (Papiloma Humano – cancro do colo do útero). Para que se atinjam níveis de protecção eficazes, em toda a população, é importante que pelo menos 95% (imunidade de grupo) dos indivíduos de uma comunidade estejam vacinados. Na área geográfica abrangida pelo ACES Zêzere (Abrantes, Constância, Ferreira Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar e VNBarquinha), os resultados da avaliação efectuada em Janeiro de 2012 mostram que o número de indivíduos vacinados garante a imunidade de grupo das populações residentes. Fernando Nogueira Enfermeiro Unidade Saúde Pública

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20 CULTURA

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Index, Abrantes recebe festival de cinema experimental

AGENDA DO MÊS

Abrantes O Index - Festival de Cinema e Experimentação vai realizar-se em Abrantes entre os dias 30 de Março e 1 de Abril, Sendo a primeira edição deste festival, as expectativas são muitas. Andreia Carvalho, presidente da organização, refere ao JA que se “espera um grande número de pessoas a aderir ao Index e que o festival seja o ponto de partida para uma série de outros eventos que pretendemos realizar”. A organização do festival está a cargo da Vastaplateia, que iniciou funções a 6 de Dezembro de 2011. Esta Associação Cultural de Arte Experimental foi criada por um grupo de alunos da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), “mas é completamente desvinculada e autónoma da Escola”. Objectivo do festival é dar a conhecer a arte experimental em Portugal que “ainda não está muito desenvolvida”. Andreia Carvalho anuncia: “Queremos ser os pioneiros nesta matéria porque não existe nenhum festival que se dedique só à arte experimental.” O Index começa dia 30 de Março, mas haverá um período que antecede o festival. Nos dias 24 e 25 de Março a Vastaplateia junta-se à Associação Envolve (Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes) para a realização de um workshop de fotografia experimental“Como vejo o mundo?”, em que o público-alvo são os jovens dos 10 aos 16 anos. Alguns dias depois, 29 e 30 de Março, o workshop será de som experimental “SoundExperience”,

com o formador Pedro Monteiro Gomes, a decorrer na ESTA. Ainda neste período que antecede o Index, entre 1 de Março a 1 de Abril, vai ser exposta no Mercado Criativo uma exposição de fotografia experimental e documental. A abertura do festival decorre às 21h30 do dia 30 de Março, na praça Barão da Batalha, com concertos de Tiago Pereira e os Saur (música portuguesa alternativa). O segundo dia do Index, 31 de Março, decorre no Cine-Teatro São Pedro partir das 10h00 e propõe visionamento de muito ci-

Noidz começam nova digressão em Abrantes tion, o maior concurso de composição mundial, os Noidz têm vindo a conquistar cada vez mais público em Portugal e no mundo, prova disso é a digressão que fizeram em 2010 no Brasil, Estados Unidos da América e Japão. A banda é um projecto idealizado por Rodrigo Leal (Zork) que se juntou a Monkka, Dr Zee, Lunatikka e ZDion, e que nos concertos se ocultam através de personagens e máscaras, criando um mundo místico.

Eurico Heitor Consciência João Roboredo Consciência Teresa Roboredo Consciência Rui Roboredo Consciência ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37 Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º Esqº Tel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA E.Mail: consciencia-839c@adv.oa.pt

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André Lopes

Ciclo de Cinema Documental em Mação

Depois de terem estado nas Festas da Cidade em 2010, os Noidz estão de regresso a Abrantes desta vez para apresentar a tour 2.0.1.2. O Cine-Teatro recebe no dia 2 de Março (21h30) esta banda com uma sonoridade muito peculiar de fusão entre rock, música electrónica e música tradicional portuguesa, contando com a presença do instrumento Gaita-de-foles Em Março o grupo vai lançar um novo álbum e o lançamento da tour que precede o disco acontece em Abrantes. Finalistas em 2011 da International Songwriting Competi-

ADVOGADOS

nema com a “Competição Nacional de Curtas de Animação” e a “Competição de Curtas Musicais”. Neste dia haverá ainda uma retrospectiva cinematográfica de Tiago Pereira. Às 22h00 tem lugar no Cine-Teatro São Pedro um espectáculo de música experimental portuguesa e a noite termina com uma festa num bar da cidade. O terceiro e último dia do festival, 1 de Abril, começa às 10h30 com a “Competição de Curtas de Animação”, a “Competição de Curtas Musicais” e a “Mostra Curtas da ESTA”. A findar esta primeira edição do Index estão as Menções Honrosas e a entrega de Prémios. Visto que a maior parte da direcção da Vastaplateia não é de Abrantes, o JA questionou Andreia Carvalho, presidente da associação, e Ana Matias, secretária, sobre como tencionam assegurar o futuro da Associação quando os todos os elementos terminarem a formação académica. Ambas sorriem, mas é a presidente que responde de forma peremptória: “Nós estamos a pensar criar pólos espalhados por todo o país e ter uma estratégia para nos reunirmos sempre que necessário. Vamos também usar as redes sociais para comunicarmos mais facilmente”. Ana Matias finaliza dizendo que não há restrições no festival. “Queremos que as pessoas se sintam bem e apelamos para que as pessoas de Abrantes participem e colaborem connosco.”

O Instituto Terra e Memória está a promover um Ciclo de Cinema Documental subordinado ao tema “União Europeia, do Sonho à Realidade”, que se vai realizar na última Sexta-feira de cada mês. Depois deste ciclo ter começado a 24 de Fevereiro, é vez de regressar dia 30 de Março, onde serão visionados curtos documentários e posteriormente haverá debate entre o público. Cada sessão terá a duração de 2 horas, com início às 21h30 e entrada gratuita a todos os interessados.

Até 29 de Fevereiro – Exposição “Fantasmagor Ias Continuam”, de Tozé Cardoso – São Lourenço Até 17 de Março – SPIN TECHS – Antiga Rodoviária Até 15 de Maio – Exposição “O Azulejo em Abrantes – Um Percurso de 5 Séculos”- Museu D. Lopo de Almeida 2 de Março a 27 de Abril – Exposição sobre Manuel da Fonseca – Biblioteca António Botto 2 a 23 de Março – Exposição de trabalhos dos alunos do curso de Artes Visuais da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu – Galeria Municipal de Arte 2 de Março – Concerto com Noidz – Cine-Teatro S. Pedro, às 21h30 17 de Março – Teatro “Estórias, Estorietas e Outras Conversetas”, com os contadores Ana Anes e Maria João Trindade – Cine-Teatro S. Pedro, às 10h30 22 de Março – Encontro com o autor Richard Zimler – Biblioteca António Botto, às 14h30 22 de Março – “Entre Nós e as Palavras com…” Richard Zimler – Biblioteca António Botto, às 21h30 23 de Março – “Ler os nossos…”com Carla Paião. Apresentação da obra “À Deriva” – Biblioteca António Botto, às 21h30 24 de Março – VII Festival de Música da Beira Interior 2012 – Cine-Teatro S. Pedro, às 21h30 Cinema Espalhafitas, Cine-teatro São Pedro, às 21h30: 29 de Fevereiro – “A Dívida” 3 de Março – “O Gato das Botas” (10 horas) 7 de Março – “O Cavalo de Turim” 14 de Março – “Uma Separação” 21 de Março – “Sonhos de Dança”

Barquinha

Até 31 de Março – Exposição “Imagens do Concelho de Vila Nova da Barquinha” – Centro Cultural, dias úteis das 14h às 17h30 e Sábados das 15h às 18h 28 de Fevereiro – Workshop de ilustração infantil pelo formador João Nunes – Casa da Hidráulica, das 19h às 22h 3 de Março – Palestra “Território, Pessoas, Organizações e o Turismo: algumas considerações sobre o Médio Tejo” com Luís Mota Figueira – Centro Cultural, às 17h 24 de Março – Espectáculo “Váris Danças, Várias Emoções” – Salão dos Bombeiros Municipais, às 21h30

Constância

11 de Fevereiro a 4 de Março – Exposição “Um Olhar obre Constância”, fotografia de Paulo Sousa – Posto de Turismo

Mação

Até 29 de Fevereiro – Exposição de trabalhos das crianças dos jardins-de-infância e escolas EB1 do Concelho de Mação – Edifício dos Paços do Concelho 30 de Março – Ciclo de Cinema Documental. Documentários e debates, no âmbito do tema “União Europeia, do Sonho à Realidade” – Instituto Terra e Memória, às 21h

Sardoal

29 de Fevereiro – Colóquio “Experiências de Vida” com a jornalista Marcelina Souschek e Bibá Pita – Centro Cultural Gil Vicente, às 17h Cinema – Centro Cultural, às 16h e às 21h30: 11 de Março – “O Gato das Botas” 17 de Março - “Moneyball”


CULTURA 21

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Sinergias entre artistas no Spin Techs em Abrantes

AS CARAS DA RÁDIO

O edifício da antiga Rodoviária em Abrantes vai receber o evento Spin Techs durante um mês. Entre 25 de Fevereiro a 25 de Março estarão em exposição vários trabalhos de arte contemporânea de doze artistas locais e nacionais. A Spin Techs dedica-se a eventos transdisciplinares como concertos, exposições de arte contemporânea, teatro e performance, fotografia e vídeo, cinema e documentário, design e arquitectura, seminários, workshops e conferências. Das 4 exposições pensadas através deste projecto, a primeira propõe uma abordagem em torno do elemento Terra, sendo que as seguintes exposições irão abordar os restantes elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. Durante o período em que a Spin Techs estará aberta o público pode participar nas visitas guiadas a 10 e 15 de Março, nos workshops, nos seminários e nos concertos. Do painel de participantes fazem parte Bruno Cecílio, Fernando Fadigas, Lúcia Leitão, Marco Serras, Miguel Neto, Paulo Carmona, Paulo Passos, Renato Vieira, Ruy Otero, Rui Martins, Sandro Ferreira e Tiago Batista. O evento funciona nos dias úteis das 14h às 18h30, aos Sábados das 14h às 22h e aos Domingos das 12h às 18h30. A Spin Techs é uma organização da associação cultural Nervos, em parceria com a Câmara Municipal de Abrantes.

Alexandra Pimentel - animadora na Rádio Antena Livre Feira de São Matias mantém-se no Tecnopólo Estava previsto ser o primeiro ano que Feira de São Matias iria se realizar no Vale da Fontinha, mas tal não aconteceu. A intervenção prevista para o espaço aguarda financiamento do QREN, no âmbito de um projecto inserido no Programa de Regeneração Urbana, que a autarquia de Abrantes pretende levar a cabo. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, disse que este ano, é de facto o último da Feira no Tecnopólo. “Este ano de 2012 posso mesmo afirmar que é o último ano da Feira de São Matias no Tecnopólo, uma vez que este espaço vai entrar em obra. Todo o espaço onde tem decorrido a feira vai ser requalificado e vai ser construída uma nova nave para empresas inovadoras e de base tecnológica”. O evento tradicional prolonga-se até ao dia 11 de Março e permite aos visitantes desfrutar de carrosséis, pista de carros de choque, espaços com jogos electrónicos, barracas de quinquilharia, ou petiscar nos bares, roulottes de farturas, pipocas e algodão doce. Este ano, a Junta de Freguesia de Alferrarede vai ter uma participação especial no evento, que consiste na organização de um festival de folclore e de outras iniciativas de cariz solidário. A presidente da Câmara de Abrantes anuncia alguns dos pormenores da Feira deste ano: “A freguesia de Alferrarede, que assinala o seu 53º aniversário, vai promover uma actuação do cantor Graciano Ricardo, revertendo os lucros da festa a favor do Banco Solidário da freguesia. Para além desta actuação, vão subir a palco bandas filarmónicas, grupo de cantares, o orfeão de Abrantes, entre outros grupos que vão animar o espaço. Vamos também voltar a promover a Tradicional Feira de Produtos Locais, que conta com presença dos doceiros e dos produtores de azeites e vinhos da região”.

Rita Alexandra Matias Pimentel é o seu nome completo, mas é como Alexandra Pimentel que a conhecemos. Chegou a Abrantes já lá vão alguns anos, para estudar Jornalismo na ESTA (Escola Superior de Tecnologia de Abrantes). Jornalismo era a palavra que trazia na cabeça desde muito nova. Alexandra confessa ao JA: “No início foi muito difícil para mim deixar Tentúgal, onde sempre vivi e onde tinha todas as minhas raízes...família...amigos, etc. Pensava nessa altura que Abrantes era no Algarve, por isso fiquei muito feliz quando soube que era em Abrantes que ia fazer o meu curso, pois, na minha ideia, poderia usufruir das muitas praias nos intervalos das aulas.” E continua dizendo que ficou “muito triste” quando se apercebeu que afinal estava enganada. Mas Abrantes conquistou-a por completo. “Quando

penso em Abrantes comovo-me e tenho muitas saudades de lá viver”. A jovem Jornalista, uma vez em Abrantes, procurou a Rádio Antena Livre para poder colaborar e aprender enquanto tirava o seu curso. Foi nesta estação emissora que acabou por fazer o seu estágio curricular e depois o profissional. Após o estágio profissional, surgiu a oportunidade de fazer alguns trabalhos para a TVI, fazendo a cobertura dos acontecimentos na região centro do país. Apesar de continuar ligada à TVI, Alexandra Pimentel optou por trabalhar a tempo inteiro como coordenadora da TV Fátima (www.tvfatima.com), uma web tv que faz um trabalho exemplar na área da informação em toda a zona centro do país. Relativamente à rádio, Alexandra conta que fica “muito feliz por conseguir continuar ligada à rádio” que

também considera sua. “Por isso aceitei o convite do Paulo Delgado para fazer as manhãs de sábado e domingo (08h às 11h), até porque era fazer locução, algo que nunca tinha feito. Penso que tem corrido bem. Já faço há 2 anos. Recentemente fui convidada pela Joana Margarida Carvalho para assegurar a rubrica Antena Livre Roteiro, e aceitei logo pois é o meu regresso à informação da rádio. Apesar de estar a viver em Fátima, a informação é a minha vida, portanto estou sempre actualizada, sendo assim fácil para mim fazer este trabalho”. Alexandra Pimentel está com muita regularidade em Abrantes. “Para além da rádio, tenho em Abrantes pessoas que são muito importantes para mim, fazem parte da minha vida para sempre, tal como a cidade. Beijinhos Abrantes”. Paulo Delgado

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MARÇO2012

NOTARIADO PORTUGUÊS

NOTARIADO PORTUGUÊS

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE

- Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e vinte a folhas cento e vinte e um verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOÃO DIAS PEREIRA, contribuinte fiscal número 123 854 296 e mulher EMILIA ROSA SERRAS, contribuinte fiscal número 123 854 300, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal e ela da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes, residentes em Lomba, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte: -CINCO NONOS, que é o que possuem no Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal, composto de vinha, horta e cultura arvense de sequeiro, com a área de quatro mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com Manuel do Nascimento Varejão e Deolinda Silva, de Nascente com Rosalina da Silva Pereira e Outros e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 298 da secção H. - Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira, que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura. - Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião. - Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

- Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e dezasseis a folhas cento e dezanove verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOSÉ EDUARDO DIAS PEREIRA, contribuinte fiscal número 106 535 803 e mulher TERESINHA DE JESUS BERNARDINO PEREIRA, contribuinte fiscal número 106 535 790, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal, residentes na Estrada Nacional 2, em São Domingos, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte: - Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal, composto de construções rurais, pastagem ou pasto, pinhal, horta e vinha, com área de oito mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com João Dias Pereira, de Nascente com caminho, João Dias Pereira, Catarina I. Macieira André e Outra e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 297 da secção H. - Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura. - Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, apanhando a madeira, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacificamente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião. - Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012

Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012

A Notária Sónia Maria Alcaravela Onofre

A Notária Sónia Maria Alcaravela Onofre

(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)

(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)

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Fernando Manuel Coelho Tomé 27-09-1948 - 22-01-2012

AGRADECIMENTO Sua esposa, filhos, netos e genro, agradecem a todos aqueles que os acompanharam e ajudaram durante a doença, até aos seus últimos dias de vida e o acompanharam até á sua última morada. Agradecemos em especial ao Dr. Paulo Vasco, que desde o primeiro dia nos ajudou com todo o seu profissionalismo e humanidade bem como a toda a equipa do Serviço de Urologia do Hospital de Tomar, enfermeiros, auxiliares e médicos. A todos o nosso profundo agradecimento.

ABRANTES

Virgínia Maria de Oliveira N.05-05-1915 - F. 17-02-2012

AGRADECIMENTO Sua família agradece muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada no Cemitério dos Cabacinhos em Abrantes ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.


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MARÇO2012

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

EDITAL Nº 02 / 2012 MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL

FAZ PÚBLICO que, para efeitos do artº 91º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e, dando cumprimento ao artº 16º do Decreto – Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/96, de 31 de Janeiro, se realiza no próximo dia 28 de Fevereiro de 2012, pelas 20 horas, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a sessão ordinária da Assembleia Municipal, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Período Antes da Ordem do Dia Ordem de Trabalhos 1. Informação do Presidente da Câmara, em cumprimento da alínea e) do n.º 1 do art.º 53º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a nova redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro; 2. Relatório de Atividades – CPCJ - 2011; 3. Alteração ao Regulamento do Cartão Municipal do Idoso; Período de Intervenção do Público E para constar, se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de estilo. Paços do Município de Sardoal, 17 de Fevereiro de 2012 O Presidente da Assembleia Municipal Miguel Jorge Andrade Pita Mora Alves

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS

POR

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira NEFROLOGIA Dr. Mário Silva NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

MARCAÇÃO

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

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