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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

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DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVII | N.º 24

Segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

CADERNO DE ENCARGOS DA TAP SERÁ PUBLICADO AMANHÃ

SEDE F!CA

EM PORTUGAL n O novo dono da TAP terá de manter em Portugal a sede, a direção, o hub e o estatuto como companhia de bandeira durante pelo menos dez anos, segundo o acordo alcançado entre nove sindicatos, Governo e empresa. Esta é a primeira de oito condições que será vertida no caderno de encargos, com publicação prevista para amanhã, documentos onde estão definidas as condições da privatização da companhia aérea... Salvio bisou na goleada (4-0) imposta na Madeira e os encarnados terminam a primeira volta do campeonato com seis pontos de vantagem sobre o FC Porto

BENFICA CAMPEÃO DE INVERNO PORTO

Assembleia Municipal decide hoje cedência das piscinas de Campanhã ao Futebol Clube do Porto


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

Cedência das piscinas de Campanha ao FC Porto

Rui Rio volta a defender a regionalização

Acordo encaminhado pela maioria

“Abanão para alterar sistema político”

O antigo presidente da Câmara do Porto volta a defender que a “regionalização podia ser talvez o maior abanão para alterar o sistema político” atual. A regionalização é “algo que temos à mão que nos pode ajudar muito nesta nova etapa do regime”, afirmou o social-democrata, que participou no debate organizado pela Federação Distrital do PS do Porto sobre “Melhor Estado – Mais Democracia”, que decorreu em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos. Rui Rio, que votou não no referendo e que tem defendido regularmente uma reforma do regime, considerou que “a regionalização é seguramente uma medida que merece ser muito bem estudada no sentido de se conseguir um consenso” no país. “Pode ser uma ferramenta importantíssima para o país”, sustentou, acrescentando que desde o referendo sobre a regionalização até agora “as coisas agravaram-se”. “Aquilo que achava que era possível [fazer] sem regionalização manifestamente não só não se fez como se agravou”, vincou Rio.

O PS e o PSD concordam com a aprovação do contrato entre a Câmara Municipal do Porto e o Futebol Clube do Porto (FCP) para a cedência gratuita das piscinas de Campanhã ao clube, mas CDU e BE têm dúvidas. A questão será debatida hoje em Assembleia Municipal e o deputado da CDU Artur Ribeiro diz que o seu grupo político entende que “há muita gente que utiliza hoje a piscina e que no futuro poderá deixar de a utilizar”, caso o protocolo seja aprovado. “Temos muitas reservas, porque a situação não está bem esclarecida”, acrescentou Artur Ribeiro, considerando que, com este acordo entre a Câmara e o FCP, a população de Campanhã e da cidade será privada do usufruto daquelas piscinas. Contudo, “dificilmente votaremos contra”, adiantou o mesmo vereador. A proposta que vai à Assembleia Municipal prevê que as piscinas, que já são quase exclusivamente usadas pelo clube, sejam cedidas por um prazo de 25 anos. O contrato depende, porém, da aprovação de uma candidatura do FCP a fundos comunitários, para realização de um investimento “de valor considerável” que o clube se compromete a realizar “na remodelação” do complexo. O PS calcula que “será necessário cerca de um milhão de euros”

CAMPANHÃ. A questão da cedência das piscinas será hoje discutida em Assembleia Municipal, mas o acordo parece bem encaminhado para o FC Porto

para a reabilitação do equipamento, afirmou o líder da bancada municipal, Gustavo Pimenta. O deputado socialista, que estará ausente da Assembleia Municipal, tem uma opinião contrária à da CDU, considerando que o acordo “garante o acesso da população” às piscinas. Gustavo Pimenta saúda também o relacionamento institucional entre a atual Câmara, presidida por Rui Moreira e o clube. Quando Rui Rio liderou a autarquia, as relações entre as duas instituições foram quase nulas e tensas. “O poder autárquico não se deve confundir com outros poderes, nomeadamente com os do futebol”, disse o eleito socialista,

acrescentando que “não se devem confundir as coisas, mas isso não tem nada que ver com ignorar as instituições da cidade, nomeadamente aquela que é mais representativa”. O BE, por seu turno, questiona o acordo entre a Câmara e o FCP por ter como base o direito de superfície, figura jurídica que para José Castro “levanta dúvidas sobre se dá suficientes garantias ao município”. O voto bloquista ainda está “em dúvida”. Já o PSD considera “politicamente importante o acordo entre a autarquia e o clube. “O Futebol Clube do Porto é uma grande ins-

tituição é e bom que a Câmara olhe para o FCP com outros olhos”, refere o social-democrata Luís Artur, considerando que “o negócio é bom para a Câmara, porque as piscinas precisam de uma requalificação e é o FCP que a terá de fazer”. O mesmo vereador afirmou, ainda, que a “Câmara poupa este investimento e o acordo abre as piscinas à cidade”. A Assembleia Municipal discutirá, ainda, uma proposta sobre o custo do estacionamento na vida pública, com a qual, de um modo geral, os partidos estão de acordo. Para os residentes, as avenças mensais ou anuais baixam para 10 e 100 euros, respetivamente.

Pedro Carvalho alerta para “prédios completamente degradados”

“Condições deploráveis” em Miragaia O vereador da CDU na Câmara do Porto alerta para as “condições deploráveis” em que algumas famílias vivem na freguesia de Miragaia devido à existência de “prédios devolutos e completamente degradados”. Em declarações no final de uma visita que efetuou ao local, Pedro Carvalho referiu “o edificado completamente devoluto que foi acumulando areias e entulho das encostas e

que está a fazer uma pressão enorme sobre o número 159 da Rua de Miragaia, pondo em risco pessoas e bens”. Segundo o mesmo autarca da CDU, “em 2005/2006 a Proteção Civil fez uma vistoria ao local tendo chamado a atenção para a necessidade de fazer alguma coisa porque a casa ameaçava ruína. A verdade é que dez anos depois nada parece ter sido feito”. “Vamos contactar a pro-

teção civil para analisar as condições de segurança dos prédios adjacentes devolutos e da casa em causa, no sentido de existir uma intervenção da câmara junto dos proprietários e na tentativa, também, de tentar realojar a família”, destaca o vereador comunista. Pedro Carvalho referiu ainda uma outra situação na Rua de Belmonte, onde duas famílias vivem em “condi-

ções inacreditáveis”. “Estas situações de habitabilidade precária são complicadas, tem de haver uma estratégia de intervenção integrada do ponto de vista de reabilitação urbana para dar resposta a estas situações”, defendeu, reforçando que, no seu entender, essa estratégia de reabilitação “tem de ter em conta a integração social das comunidades locais que, no fundo, são a identidade do Porto”.

Numa carpintaria no Olival em gaia

Sexagenário morre após queda numa caixa de um elevador

Um homem de 64 anos morreu na sequência de uma queda numa caixa de um elevador, numa carpintaria em Olival, Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, informou fonte dos bombeiros. Segundo o chefe de serviço dos Sapadores de Vila Nova de Gaia, o homem terá caído de uma altura de cinco metros. O alerta do acidente foi dado pelas 15h45 de sábado, sendo que quando chagados ao local, os bombeiros encontraram vítima já fora da caixa do elevador e “ainda realizaram manobras de reanimação, mas sem sucesso”, acrescentou. O acidente ocorreu numa carpintaria que está a sofrer obras de ampliação, na rua Nova de S. Martinho, na freguesia de Olival, em Gaia.


Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Presidente da Câmara contesta redução de comboios em circulação

“Linha de Cascais é infraestrutura decisiva” Linha de Cascais passou, a partir de ontem, a ter menos 51 comboios - os que faziam o trajeto rápido entre as 10h00 e as 17h00. Presidente da Câmara de Faro com esperança

Porto este ano

O presidente da Câmara de Faro manifestou, ontem, a esperança de que o concurso para construção do novo porto de recreio da cidade seja lançado até final de 2015, uma década após a aprovação do Estudo de Impacte Ambiental. Na última semana, foi publicado o anúncio do concurso público para a elaboração do projeto de execução do novo porto, previsto para o lado exterior da atual doca, que tem 501 postos de amarração, mas cujo acesso é condicionado pelo facto de as embarcações terem de passar por debaixo de uma ponte do caminho-de-ferro. Rogério Bacalhau (PSD) adiantou que a empresa, ou consórcio, que ganhar o concurso ficará responsável pela construção e exploração do novo porto, com capacidade para 275 embarcações, mas também pela manutenção do atual, que agora está concessionado ao Ginásio Clube Naval de Faro. Nesta fase, e a partir de 13 de março, data em que termina a entrega de propostas, serão analisados os projetos de execução do novo porto, sendo depois necessário lançar novo concurso público para a construção e exploração do porto. O novo porto de recreio ocupará uma área molhada de seis hectares e uma área terrestre de 2,9 hectares, estando ainda previstos novos equipamentos de apoio às duas docas.

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), manifestou-se, ontem, contra a redução de comboios em circulação na Linha de Cascais fora das horas de ponta, que a CP determinou para vigorar a partir deste domingo. Em comunicado, Carlos Carreira considerou que está é uma “medida que vem na senda de outras que a empresa já tinha tomado em 2011” e adiantou ter entrado já em contacto com a administração da CP e com a Secretaria de Estado dos Transportes, “ficando agendadas reuniões para a próxima terça-feira, dia 20 [amanhã], de modo a analisar e a eventualmente reverter a decisão tomada”. O autarca lembrou, no comunicado, que a administração da CP “assumiu o compromisso de monitorizar atentamente a evolução e comportamento da procura na Linha de Cascais, realizando os ajustamentos que se justificassem”. “Reforcei o apelo a uma urgente clarificação do modelo de negócio da linha, que promova os investimentos necessários e que têm sido adiados há dezenas de anos”, acrescentou Carreiras. Segundo o presidente da Câmara de Cascais, esta linha “é uma infraestrutura decisiva como elemento socialmente insubstituível na política de mobilidade metropolitana que serve diariamente milhares de cidadãos de Lisboa, Oeiras e Cascais, e de muitos outros concelhos”. Para o autarca, a responsabilidade pela situação da Linha de Cascais “é transversal a vários Governos, que desinvestiram grosseiramente” na via, “em especial o anterior governo do PS, que anulou o concurso público de aquisição de novas carruagens”. Várias mudanças

A Linha de Cascais passou, a partir de ontem, a ter menos 51

CASCAIS. Nesta linha que liga esta cidade ao Cais do Sodré, em Lisboa, circulavam 251 comboios por dia e agora passam a circular 200

Vítima tinha 51 anos

Um morto e dois feridos num acidente em Ourique Um morto e dois feridos, um deles grave, foi o resultado do despiste de um veículo ligeiro de passageiros, ontem de manhã, no concelho de Ourique, no Itinerário Complementar (IC) 1. O Comando Territorial de Beja da GNR e os Bombeiros de Ourique referiram que a vítima mortal foi um homem, de 51 anos, cujo óbito foi declarado no

Serviço de Urgência Básico do centro de Saúde de Castro Verde, para onde foi transportado. Quanto às pessoas feridas, são duas mulheres, uma com 23 anos, com ferimentos ligeiros, e outra com 45 anos, com ferimentos considerados graves, tendo sido transportadas para o Hospital de Beja. O despiste, cujas causas ainda vão ser averiguadas, segundo a GNR, ocorreu ao quilómetro 677 do IC1, na zona de Aldeia de Palheiros, no concelho de Ourique, por volta das 07h30.

comboios - os que faziam o trajeto rápido entre as 10h00 e as 17h00 -, e ter novos horários de circulação, informou a CP-Comboios de Portugal. Na Linha de Cascais, que liga esta cidade ao Cais do Sodré, em Lisboa, circulavam 251 comboios por dia e agora passam a circular 200. A decisão, segundo a empresa, surgiu após uma análise feita à procura daquela linha férrea, da qual se constatou que o volume total de passageiros naquele período não justificava a frequência de comboios rápidos. De referir, que esta linha é a mais movimentada de todo o País. Dados da CP revelam que dos 80.250 passageiros por dia útil, apenas cerca de 19.000 viajam em período fora das horas de ponta (10h00 às 17h00 e após as 20h00). Cerca de 80% dos clientes portadores de passe ou assinatura mensal viajam nos períodos de hora de ponta, nos quais a oferta não é alterada e, por fim, a capacidade de lugares oferecidos cobre o volume da procura. “É de salientar que nos comboios da ‘família de Oeiras’ (ligações Oeiras-Cais do Sodré-Oeiras), no horário 10h00 – 17h00, as taxas médias de ocupação rondam os 11%, e nos comboios que asseguram a ligação total (Cais do SodréCascais-Cais do Sodré) situam-se nos 22%”, acrescentou a CP. Nas chamadas horas de ponta, entre as 07h00 e as 10h00 e entre as 17h00 e as 20h00, os horários não são alterados, mas no restante período do dia todos os comboios passam a fazer o percurso total da linha, de Cascais a Lisboa, com paragem em todas as estações, com ligações cadenciadas de 20 em 20 minutos. “A implementação deste horário permitirá uma gestão mais eficaz do material circulante, incrementando os níveis de fiabilidade e pontualidade do serviço CP nesta linha, sem qualquer aumento de custos”, revelou a empresa. A CP assegurou, ainda, que irá monitorizar “atentamente a evolução e comportamento da procura na Linha de Cascais”, para verificar a necessidade de eventuais ajustamentos, consoante o que se passar nesta primeira fase de redução.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

Novo dono da TAP tem de cumprir várias obrigações

Manter sede em Portugal e estatuto como companhia de bandeira O novo dono da TAP terá de manter em Portugal a sede, a direção, o ‘hub’ e o estatuto como companhia de bandeira durante pelo menos dez anos, segundo o acordo alcançado entre nove sindicatos, Governo e empresa. Esta é a primeira de oito condições (obrigações) que será vertida no caderno de encargos, com publicação prevista para amanhã (terça-feira), documentos onde estão definidas as condições da privatização da companhia aérea. “Que a sede, a direção efetiva e o estabelecimento do grupo TAP continuam a estar localizados em Portugal por um período não inferior a 10 anos após a celebração do contrato de venda direta que vier a ocorrer no âmbito do processo de reprivatização da TAP, bem como a manutenção, pelo mesmo período, do atual ‘hub’ nacional e do estatuto do Grupo TAP como companhia de bandeira”, pode ler-se no documento. O grupo de trabalho, constituído na sequência da desconvocação da greve de quatro dias entre o Natal e o

TAP. No caderno de encargos, com publicação prevista para amanhã, estão definidas as condições da privatização da companhia aérea

Ano Novo, negociou ainda um prazo de 36 meses, para além do limite legal vigente, para a proibição da denúncia unilateral dos acordos de trabalho, celebrados entre as empresas do grupo TAP e os sindicatos signatários. Na alínea ‘c’ surge a proibição do recurso ao despedimento coletivo, até ao termo de um prazo de 30 meses após a celebração do contrato de venda direta ou enquanto o Estado mantiver a posição acionista resultante da venda, ponto que causou polémica, uma vez que o Governo começou por dizer que esta garantia beneficiava apenas os associados dos nove sindicatos que desconvocaram a greve e aceitaram negociar. “Os 30 meses de estabilidade laboral abrangem todos os trabalhadores da TAP”, afirmou o ministro da Economia, Pires de Lima, na sexta-feira passada. Na quinta-feira, o secretário de

Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse que essa impossibilidade de haver despedimentos coletivos abrangia apenas os associados dos nove sindicatos, deixando de fora os outros três – que dizem representar mais de metade dos trabalhadores. O acordo proíbe ainda a subcontratação ou externalização cumulativa superior a 25% das atividades de aviação e manutenção da TAP, S.A. no prazo de cinco anos após a venda da companhia liderada por Fernando Pinto. Os nove sindicatos conseguiram ainda salvaguardar mecanismos de proteção das antiguidades e carreiras, também durante cinco anos, e a atual capitalização dos instrumentos e veículos de financiamento das responsabilidades, vencidas e vincendas, com pensões, complementos de reforma, prémios de jubilação, seguros de saúde e de vida.

Depois da venda, os sindicatos signatários farão parte de um grupo bilateral com a administração do grupo TAP, que reunirá com periodicidade trimestral, para discutir os assuntos com impacto relevante na vida da empresa. Na sexta-feira, o porta-voz dos nove sindicatos da TAP que assinaram o acordo com o Governo, André Teives, afirmou que “acautelar o futuro não é concordar com ele”, realçando que se houver privatização os interesses dos associados estão acautelados. De fora deste acordo ficaram o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), que fizeram quatro dias de greve, mas cumpriram a requisição civil decidida pelo Go-

Nas eleições antecipadas para a AL da madeira

Bloco de esquerda concorre sozinho A porta-voz do BE anunciou que o seu partido vai apresentar-se em listas independentes nas futuras eleições antecipadas para a Assembleia Legislativa da Madeira, acusando o PS de estar “nos antípodas” da coligação que governa o Funchal. “O BE da Madeira propôs hoje à Mesa Nacional a apresentação de uma candidatura autónoma nestas eleições legislativas que, previsivelmente, serão antecipadas. A mesa apoiou e votou favoravelmente esta decisão por uma larguíssima maioria e apenas com três abstenções”, afirmou Catarina Martins, após a reunião do órgão executivo bloquista, em Lisboa.

Sábado, o representante da República naquela região autónoma comunicou ao Presidente da República a situação de impasse devido ao pedido de exoneração do histórico líder do Governo Regional, Alberto João Jardim, e Cavaco Silva convocou todas as forças políticas com representação regional para audiências na quinta-feira. “Lamentavelmente, a proposta do PS está nos antípodas do que é a coligação ‘Mudança’ porque o programa político não oferece condições de rutura e de mudança e porque não teve abertura do ponto de vista dos seus protagonistas para existir a pluralidade e a base social necessárias para

dar força a essa alternativa”, continuou a dirigente do BE, referindo-se à junção das forças de PS/BE/PND/ MPT/PTP/PAN, que conseguiu reconquistar a autarquia do Funchal ao PSD em 2013. A também deputada do BE salientou que o desacordo com os socialistas vê-se, desde logo, quanto às medidas a tomar sobre o ‘off-shore’ madeirense, além da elaboração de listas conjuntas, lamentando que o PS queira ter uma candidatura em que as outras forças políticas sejam meros apoios. O Presidente da República, perante a decisão de Jardim de deixar o “trono” que ocupa desde 1978,

terá ainda de convocar o Conselho de Estado a fim de marcar uma data para as eleições antecipadas na Madeira, num prazo de 60 dias, sendo que a maioria dos partidos com assento na assembleia regional já fizeram saber que preferem que o sufrágio tenha lugar em 29 de março. “Nós não deixamos de lembrar que Miguel Albuquerque, durante duas décadas, esteve à frente da Câmara Municipal do Funchal por indicação de Alberto João Jardim e conviveu e apoiou o ‘jardinismo’ e foi cúmplice do clientelismo, da corrupção e da falta de liberdades na Madeira”, sublinhou ainda Catarina Martins.

Ensino do Português no Estrangeiro

Professores vão perder muito dinheiro por mês

Professores da rede de Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) vão perder mensalmente entre 400 e 500 euros devido à supressão da taxa de câmbio fixa na Suíça, denuncia em comunicado o Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL). “A vida dos docentes, anteriormente já difícil, vai tornar-se impossível, visto irem sofrer reduções mensais entre 400 e 500 euros (...) pois em média os docentes irão receber pouco mais de 2.000 francos (2 mil euros) mensais líquidos”, pode ler-se no comunicado, assinado pela secretária-geral do SPCL, Teresa Duarte Soares, referindo-se à supressão da taxa cambial fixa. Ainda segundo o SPCL, o câmbio “desfavorável” e os descontos “excessivos” penalizam duplamente os professores. O sindicato salienta que a redução “vai colocar os professores no limiar da pobreza, visto que na Suíça 4000 francos são considerados o mínimo para permitir uma vida digna”, recordando que um professor de Português no estrangeiro “paga mensalmente em taxas extraordinárias cerca de 1200 euros”. “Muito lamentavelmente, tanto o Instituto Camões como a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas têm sempre ignorado deliberadamente esta realidade, apesar de o nosso Sindicato, desde 2010, chamar constantemente à atenção para a situação precária dos docentes na Suíça”, destaca o SCPL. A sindicalista Teresa Soares disse ainda que vai tentar reunir-se na próxima semana com o Embaixador de Portugal na Suíça, para apresentar o protesto pela situação atual e a “indiferença sempre notada em relação à questão salarial e a outros problemas”. Teresa Soares acrescentou que o SCPL já enviou uma nota ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, na qual propõe a atribuição de um subsídio de emergência para fazer face à situação criada com a o fim da taxa de câmbio fixa entre o euro e o franco suíço.


Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

economia

O Primeiro de Janeiro |

Tesouro espera garantir financiamento para 2016 até final de 2015

«Almofada financeira» de dez mil milhões Presidente do IGCP considera que o pagamento antecipado do empréstimo concedido pelo FMI é “uma proposta interessante”. Obama apresenta proposta no Estado da União

Reforma fiscal

Barack Obama vai apresentar, amanhã, no discurso sobre o Estado da União, uma reforma fiscal para eliminar as lacunas aproveitadas principalmente pelos contribuintes mais ricos, e baixar os impostos para a maioria das famílias, informou a Casa Branca. As propostas fiscais do presidente dos EUA, detalhadas pela administração num documento publicado no sábado, deverão enfrentar resistência no Congresso, agora dominado pelos republicanos. No entanto, servem para concretizar a vontade do Partido Democrata de aumentar a pressão fiscal sobre 1% das famílias mais abastadas, com vista a financiar novas ajudas para a classe média. Barack Obama propõe eliminar aquela que “pode ser a maior lacuna fiscal de todo o código de impostos dos particulares”, sobre a tributação dos rendimentos de capital. Uma lacuna que permite atualmente não pagar ou pagar poucos impostos sobre ganhos de capital de bens herdados. A Casa Branca apresentou um documento no qual alega que o atual “código de imposto é injusto, permitindo que os ricos joguem com diferentes regras”. “Os 400 contribuintes mais ricos pagaram em média uma taxa de imposto inferior a 17% em 2012, menos do que muitas famílias da classe média”, disse a Casa Branca.

Portugal deverá chegar ao final deste ano com uma almofada financeira de 10 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 90% das necessidades de financiamento de 2016, anunciou, ontem, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho. A presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) estimou que o Tesouro deverá chegar ao final de 2015 com uma almofada de “cerca de 10 mil milhões de euros para necessidades de financiamento de 11 mil milhões”, ou seja, “quase 80/90%” das necessidades de tesouraria do próximo ano. De acordo com a última atualização da estratégia de financiamento da dívida pública, de janeiro, o IGCP antecipa que as necessidades líquidas de financiamento do Estado sejam de 11,2 mil milhões de euros em 2015 e que a reserva financeira no final do ano seja de 10,2 mil milhões de euros, prevendo-se ainda que sejam precisos 11 mil milhões de euros para financiar o Estado em 2016. Ou seja, segundo as estimativas mais atualizadas do IGCP que não incluem uma eventual antecipação do reembolso dos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Portugal deverá chegar a dezembro deste ano com uma almofada de liquidez bastante robusta tendo em conta as necessidades de financiamento agora previstas para 2016. A presidente da agência que gere a dívida pública portuguesa disse, no entanto, que “a tendência é para progressivamente se ir reduzindo a almofada [financeira]”, ainda que esta continue a ser “um elemento estrutural da estratégia de financiamento”. Cristina Casalinho explicou que esta reserva de liquidez se deverá reduzir ao longo do tempo, por um lado, porque, “à medida que há uma normalização das condições de mercado, os focos de volatilidade que se

antecipam são menores” e, por outro lado, porque “tem de se ponderar bem os custos associados”. Para a economista, “é bom que haja uma almofada suficientemente significativa de maneira a conseguir que Portugal não esteja no mercado em condições que possam não ser vantajosas”, considerando que este montante funciona “como um seguro de não [se] ser [considerado] ‘investment grade’ [grau de investimento]” pelas agências de ‘rating’. Cristina Casalinho referiu-se ainda à “nova normalização” do mercado, que considerou estar a ser feita de forma diferente: por um lado, porque “o apoio que os bancos davam para eliminar focos de volatilidade no mercado está a desaparecer” e, por outro, porque “a indústria [do mercado de títulos] está cada vez mais concentrada e isso cria dificuldades”. “Os bancos agora não têm capacidade de deter títulos [de dívida pública] e ficarem com títulos em balanço [funcionando como] um amortecedor das tensões do sistema”, disse a presidente do IGCP, destacando que esta “não é uma questão específica de [países] periféricos” e que “todos os tesouros europeus têm uma almofada de liquidez maior do que aquela que tinham antes da crise precisamente por causa disso”. Diferentes de Dublin

TESOURO. Portugal deverá chegar ao final deste ano com uma almofada financeira de 10 mil milhões de euros

Pesca da «gata»

Pescas da Madeira procuram lidar com proibição

A Direção de Pescas da Madeira está a estudar mecanismos e técnicas para afastar os tubarões de profundidade, vulgarmente designados por «gata», dos anzóis do peixe-espada, para contornar a proibição de captura imposta este ano pela UE. A decisão de Bruxelas tem causado grande polémica em Câmara de Lobos, o concelho vizinho do Funchal a oeste,

pois esta espécie é uma das iguarias culinárias típicas, servida como «dentinho» (petisco) para acompanhar a tradicional poncha (bebida). “Apuraram-se várias técnicas, os pescadores sabem perfeitamente quais são e é preciso comunicá-las à UE, para mostrar que estamos a fazer esforços para diminuir a captura destas espécies”, sublinhou o diretor regional, Luís Ferreira. A pesca de tubarões de profundidade era permitida no âmbito da faina do peixeespada, já que estes mordem os mesmos anzóis.

A presidente do IGCP considera que o pagamento antecipado do empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) é “uma proposta interessante”, embora considere Lisboa tenha especificidades face a Dublin, acrescentando que ainda não houve um pedido formal pelo Governo. “Há as condições de mercado e o caso português não é tão claro como o caso irlandês porque, enquanto na Irlanda as taxas de juro [pagas pelos empréstimos do FMI] são acima dos 4%, no nosso caso, pagamos abaixo, 3,6% em média”, comparou. Mas, mesmo que o pedido seja formalmente apresentado, é preciso que “os parceiros europeus aceitem o pedido”, o que quer dizer que os credores europeus teriam de autorizar Portugal a pagar ao FMI antes do acordado, acrescentou.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

Benfica goleia Marítimo por 4-0 com dois golos do avançado argentino

Salvio lidera bailinho nos Barreiros Equipa de Jorge Jesus somou na Madeira a nona vitória consecutiva e o sétimo jogo sem sofrer golos.

18 minutos: Ola John apercebeu-se do posicionamento de Salvio e o argentino livrou-se de Patrick Bauer e bateu José Sá. Na primeira parte, o Marítimo chegou poucas vezes à área adversária e, quando o fez, nunca conseguiu incomodar Júlio César, um espetador no primeiro período do jogo. O Benfica foi para o intervalo a vencer por 1-0, apesar de ter tido mais duas boas oportunidades para ampliar a vantagem.

Um bis do argentino Salvio e golos do holandês Ola John e do brasileiro Lima permitiram ao Benfica golear fora o Marítimo por 4-0, em encontro da 17.ª jornada, última da primeira volta da I Liga de futebol. Com o triunfo de ontem, o oitavo fora de casa em nove deslocações, o «campeão de inverno» consolidou a liderança do campeonato, agora com 46 pontos, mais seis que o FC Porto que é o segundo classificado. A equipa orientada por Jorge Jesus, que até agora sofreu uma única derrota, frente ao Sporting de Braga, na oitava jornada, somou na Madeira a nona vitória consecutiva e o sétimo jogo sem sofrer golos. O Marítimo, por sua vez, quebrou um pequeno ciclo de dois jogos sem perder (vitória por 2-1 sobre o Braga e empate 0-0 com o Rio Ave), ocupando a 11.ª posição, com 20 pontos. Os insulares sofreram a segunda derrota em casa - a outra foi com o Moreirense (2-1) -, ficando cada vez mais longe do objetivo europeu, meta traçada no início da época. Marcar cedo para combater lesão

A grande novidade no «onze» do Benfica foi Luisão, após ausência prolongada (seis jogos na I Liga), devido a lesão contraída no «clássico», frente ao FC Porto (vitória por 2-0). Igualou os 440 jogos de Eusébio pelos ‘encarnados’. A viagem à Madeira acabou por ser um «passeio», já que o Marítimo foi um adversário pouco incomodativo e frágil no plano defensivo, muito diferente daquele que venceu (2-1) o Benfica na primeira jornada da época passada. O Benfica sofreu uma grande contrariedade, aos 15 minutos, quando Gaitan se lesionou, sendo rendido por Ola John, que acabou por fazer uma grande exibição, marcando o segundo golo e assistindo Salvio no primeiro. O líder da I Liga marcou cedo, aos

“Fazer das dificuldades, facilidades”

I LIGA. O «campeão de inverno» consolidou a liderança do campeonato, agora com 46 pontos, mais seis que o FC Porto que é o segundo

Liga inglesa

Manchester City perde e fica a cinco do Chelsea

O Manchester City, segundo classificado na Liga inglesa, perdeu, ontem, em casa com o Arsenal por 0-2, afastando-se da luta pelo título ao ficar a cinco pontos do líder, o Chelsea. Em destaque na vitória do Arsenal esteve o médio espanhol Santi Cazorla, ao marcar o primeiro golo na conversão de um penalti, aos 24 minutos, e ao assistir, já na segunda parte,

Olivier Giroud, que marcou aos 67 minutos. Com a vitória, em encontro da 22.ª jornada da prova, o Arsenal colocou-se a um ponto do quarto classificado, o Manchester United, e a 13 pontos do Chelsea. Ao sofrer a primeira derrota em 15 jogos, o City ficou ainda mais pressionado para a viagem ao campo do Chelsea, comandado pelo treinador português José Mourinho, a 31 de janeiro. O Chelsea reforçou sábado a liderança da Primeira Liga inglesa de futebol, ao golear fora o Swansea por 5-0.

Na segunda parte, o conjunto da Luz intensificou o domínio e fez mais três golos. O segundo aconteceu logo aos 53 minutos, por Ola John que, assistido por Talisca, esperou pela saída de José Sá, batendo o guarda-redes do Marítimo com à vontade. Aos 58 minutos, tudo fácil para o Benfica chegar ao terceiro golo, quando Jonas abriu na direita e Salvio, junto ao primeiro poste, bateu o desamparado José Sá. Logo de seguida, Julio César teve de fazer uma intervenção «enorme» para parar, com a ajuda da barra, um ‘tiro’ de Danilo, mas, no seu melhor período, foi o Benfica a fazer o quarto, aos 64 minutos: Jonas combinou bem com Salvio e assistiu Lima, que não perdoou. Aos 66 minutos, Rúben Ferreira fez a bola rasar o travessão, mas Júlio César tinha a bola controlada e, aos 79 minutos, o Benfica reclamou uma grande penalidade, por alegada mão no braço de Alex Soares, mas o árbitro não sancionou. Já no último minuto, Talisca forçou o segundo amarelo, para cumprir a suspensão na Taça da Liga, e o Benfica os últimos instantes com 10 jogadores, suficientes para gerir o confortável resultado. No final da partida, Jorge Jesus elogiou a postura da equipa. “O Marítimo foi bloqueado pelo jogo, pela tática, pela dinâmica, pelas ideias e os jogadores do Benfica estão de parabéns”, disse o técnico «encarnado», frisando: “Se dissesse que estava à espera de golear o Marítimo aqui, estaria a mentir. Esperava um jogo difícil mas o Benfica soube fazer das dificuldades, facilidades. Fomos uma equipa eficaz e criámos várias oportunidades para poder ampliar o marcador.

Kléber dá vitótia ao Estoril no Bessa

Bis derrota Boavista

O Estoril-Praia venceu, ontem, o Boavista por 2-1, com dois golos do avançado brasileiro Kléber, numa partida em que os «axadrezados» até marcaram primeiro. Kléber foi a grande figura deste jogo. «Bisou», mostrando grande eficácia finalizadora e contribuindo para o triunfo da equipa treinada por José Couceiro, o segundo conseguido fora de casa. O encontro foi muito disputado e as duas equilibraramse, mas as individualidades do Estoril fizeram a diferença ante um Boavista esforçado e batalhador, mas sem os argumentos técnicos do seu adversário. O Boavista começou da melhor maneira e marcou cedo, aproveitando um livre direto e a desatenção adversária para fazer o primeiro, aos três minutos. O jogo tornouse, então, muito discutido a meio campo, as duas equipas travaram aí duelos intensos pelo seu domíno. Num contra ataque rápido, aos 41 minutos, o Boavista teve tudo para ampliar a sua vantagem, desperdiçou e o Estoril empatou pouco depois. O Estoril nunca se desuniu, nunca tirou os olhos da baliza boavisteira e chegou ao segundo tento num lance decidido pela classe de Tozé e de Kléber, estavam decorridos 65 minutos. A equipa do Bessa sofreu, assim, a sua quarta derrota caseira e continua com 16 pontos.


Segunda-feira, 19 Dezembro dede Janeiro de 2014 2015 Terça-feira, 7 de 2014 de Terça-feira, 30Outubro de

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Pensar global e agir local é o que parece caracterizar a dinâmica de desenvolvimento da CM de Montemor-o-Velho, uma vila portuguesa no Distrito de Coimbra com pouco mais de três mil habitantes que, devido às condições naturais de excelência para a prática da canoagem, encontrou no desenvolvimento da modalidade ao nível do alto rendimenGustavo Pires to, um instrumento de significativa importância para o seu próprio desenvolvimento e progresso. Decorrente desta aposta da CM, cujos resultados mais visíveis foram conseguidos nos Jogos Olímpicos de Londres, nos próximos meses de maio e junho, na pista de canoagem de Montemor-o-Velho, vai-se realizar o Campeonato do Mundo e a Taça do Mundo de Juniores e Sub-23. Este evento que só pode decorrer sob a liderança desportiva da Federação Portuguesa de Canoagem, segundo informação de Vítor Félix seu presidente, vai levar a Montemor-o-Velho de 1.100 a 1.200 atletas de 80 a 90 países. Só por isto a CM e a FPC já estão de parabéns. Na dinâmica neoliberal que hoje tomou conta do mundo, as cidades e até os países, na sua estratégia de afirmação externa, dirigem-se ao mercado tal como se fossem empresas. O objetivo é venderem-se a si próprias no mercado global. A este respeito, o Comité Olímpico Internacional (COI), na sua “Agenda 2020”, até reconheceu a necessidade de rever as condições de candidatura das cidades que pretendam receber os Jogos Olímpicos. E as condições vão ser determinadas pelas leis do mercado, até porque são essas leis que, desde os anos sessenta, regem a organização dos Jogos Olímpicos. Entretanto, a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ) e o Comité Olímpico de Portugal (COP), naturalmente, também aparecem associadas ao evento de Montemor-o-Novo. Não podia ser de outra maneira. Na conjugação da eficácia e da eficiência económica com a competitividade e os resultados desportivos, a SEDJ e O COP são as faces da mesma moeda de uma dinâmica neoliberal de desenvolvimento do desporto em que se procura maximizar a conjugação das questões económicas que decorrem do evento desportivo com as questões desportivas que decorrem da estratégia económica. Quer dizer, se hoje o COI como decorre da leitura da “Agenda 2020” é, porque não pode deixar de ser, um exemplo privilegiado do neoliberalismo internacional, no âmbito dos países capitalistas de economia de mercado como Portugal os Comités Olímpicos Nacionais (CONs) acabam também por ser instrumentos das políticas neoliberais que os respetivos governos, quer queiram quer não, são obrigados a desenvolver. Não se trata de estar ou não de acordo, trata-se, simplesmente, da realidade. Assim sendo, o que se espera dos responsáveis da superestrutura, em alternativa aos discursos da mais genuína hipocrisia do politicamente correto, é uma ética de autenticidade que, no quadro da economia social de mercado em que vivemos, os eventos desportivos como o que vai decorrer em Montemor-o-Velho possam realmente contribuir para a melhoria do nível desportivo do País. Para já, a CM de Montemor-o-Velho e a FPC estão a cumprir a sua missão. O que se espera é que, nesta nova realidade desportiva, a SEJD e o COP, enquanto faces da mesma moeda, sejam capazes de também cumprirem a sua.

Ex-primeiro-ministro socialista da Grécia

Papandreu defende realização de referendo O ex-primeiro-ministro socialista da Grécia e atual líder do Movimento para a Mudança apelou à realização de um referendo sobre o futuro do país e a relação de Atenas com os credores. “Estou convencido de que qualquer solução, quaisquer negociações com os credores sobre a dívida e sobre os próximos passos da Grécia e da União Europeia (UE) devem ser aprovadas pelo povo grego”, disse Georges Papandreou, numa ação de campanha para as legislativas no país, que decorrem no próximo domingo. O resultado de um eventual referendo consistiria, diz Papandreu, no “principal argumento de negociação” do futuro governo helénico na relação com credores e UE. O antigo chefe de Governo acusou a Nova Democracia, encabeçada pelo atual primeiro-ministro, Antónis Samarás, de aplicar “draconianas medidas de austeridade” que poderiam ter sido evitadas se tivessem sido aplicadas as “refor-

mas estruturais necessárias”. Papandreu criticou também o partido de esquerda Syriza, que encabeça as sondagens, por ignorar que a crise no país advém das medidas aplicadas pelo executivo conservador de Kostas Karamanlis entre 2004 e 2009. O mesmo dirigente político anunciou no começo do ano a sua nova formação política através da rede social Facebook. A dissidência entre os socialistas gregos surge num momento crítico para o PASOK, o partido que dominou a vida política no país durante mais de trinta anos mas que agora luta pela sobrevivência parlamentar. Papandreu, apontado como eterno rival do atual líder do PASOK, Evangelos Venizelos, acusava os socialistas que fazem parte da atual coligação governamental de terem abandonado as reformas empreendidas pelo último governo que liderou, entre 2009 e 2011, durante os primeiros anos da crise económica e financeira que atingiu

a Grécia. Na primeira mensagem difundida pelo Facebook como líder do movimento, cujo símbolo é a tradicional rosa utilizada pelos socialistas, Papandreu diz que a nova formação política pretende captar “as forças que acreditam e que já demonstraram que, com reformas realmente democráticas, a Grécia pode sair finalmente da crise”. Papandreu diz que pretende diferenciar-se de todos os restantes movimentos e partidos de centro esquerda mas, sobretudo, do Syriza que acusa de clientelismo e de estar dominado por “forças antieuropeias”. As eleições antecipadas na Grécia foram marcadas para o próximo dia 25, na sequência da derrota parlamentar do partido do chefe do Executivo, que não conseguiu vencer nenhuma das três votações para a eleição do nome proposto pela Nova Democracia para o cargo de Presidente da República. .

OLIMPICAMENTE NEOLIBERAL

Violento sequestro no extremo norte dos Camarões

Ataque islâmico faz vários mortos

Várias pessoas foram mortas e pelo menos 60 sequestradas, no extremo norte dos Camarões, num ataque do grupo islâmico nigeriano Boko Haram, revelou fonte policial à Agência France Presse. “Combatentes do Boko Haram atacaram esta manhã duas aldeias na zona de Tourou, distrito de Mokolo. Após incendiarem tudo o que puderam, partiram com 60 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças”, relatou um agente das autoridades à AFP, acrescentando que “o ataque causou mortos”, sem precisar quantos. Este é o maior sequestro levado

a cabo na região pelos insurgentes islâmicos nigerianos, cujas incursões na área têm sido recorrentes ao longo de vários meses. Muitos habitantes da região fugiram mais para o interior, procurando proteger-se dos ataques, sendo que o de hoje surge na sequência da informação de que o Chade ia enviar tropas para os Camarões para ajudar a combater o Boko Haram e recuperar a cidade estratégica de Baga, nas margens do lago Chade, nordeste da Nigéria, que caiu nas mãos do grupo islâmico no início de janeiro. No sábado, 400 veículos militares oriundos do Chade e helicópteros de

combate instalaram-se nos Camarões, tendo o presidente, Idriss Deby, sublinhado que deviam ficar agora operacionais. O Boko Haram lançou, na última segunda-feira, uma ofensiva contra uma base militar camaronesa em Kolofata, também no extremo norte, o que causou a morte de “143 terroristas” e de um soldado camaronês, segundo um relatório oficial que não foi ainda confirmado por fontes independentes. Esse ataque terá espoletado a intervenção do Chade, que pediu aos países da África Central que se unam numa ampla coligação para lutar contra o grupo islâmico.

Mais de dez mil famílias afetadas em várias regiões da Bolívia

Chuvas fazem mais de 15 vítimas mortais As chuvas intensas e inundações que, nos últimos dias, têm atingido várias regiões da Bolívia provocaram pelo menos 15 mortos e afetaram 10 400 famílias, informou fonte oficial. Em declarações à rádio estatal, o vice-ministro da Defesa Civil, Oscar Cabrera, indicou que as chuvas e as inundações afetam seis das nove regiões da Bolívia e as zonas mais “gravemente afetadas” e onde o risco “contínua latente” são o norte de La Paz e

o município de Cotagaita (sudoeste). “Até ao momento estamos com 10.400 famílias afetadas”, disse o governante, adiantando que as regiões com maior número de mortos são Cochabamba (centro) e Potosí (sudoeste). O impacto das chuvas e inundações na Bolívia está a ser este ano menor do que em 2014, quando provocaram um maior número de mortos e de famílias afetadas, afirmou o vice-ministro da Defesa Civil.

A estação das chuvas na Bolívia entre outubro de 2013 e março de 2014 foi uma das mais devastadoras das últimas décadas, com 60 mortos, 60 mil famílias desalojadas e milhões de prejuízos no setor da agricultura. O mesmo governante sublinhou que o país está, este ano, melhor preparado do que em 2014, nomeadamente ao nível da emissão de alertas e prevenção de desastres e de emergência.


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