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AMIGÁVEL MAS POUCO PORTUGAL (RONALDO) E ARGENTINA (MESSI) JOGAM HOJE PELO PRESTÍGIO

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 243

Terça-feira, 18 de novembro de 2014

CARLOS COSTA DIZ QUE BDP ATUOU PARA SALVAGUARDAR SISTEMA FINANCEIRO

FORM A EMPENHADA n O governador do Banco de Portugal (BdP), que foi o primeiro responsável a ser ouvido pela comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), diz que a entidade interveio no banco com a “preocupação fundamental” de proteger o “interesses dos depositantes e salvaguardar o sistema financeiro nacional”. Carlos Costa disse ainda que espera ter até “meio do segundo trimestre” de 2015 as ofertas vinculativas para a compra do Novo Banco...

PORTO

CDU quer que a Câmara reveja estratégia para o bairro do Aleixo

UGT

preocupada com a possibilidade de 12 mil trabalhadores seguirem para a requalificação

ESPANHA

Guardia Civil e GNR continuam buscas pelo montanhista João Marinho


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

Pedro Carvalho defende nova estratégia para o Aleixo

Filósofo esloveno na Faculdade de Belas Artes

“Suspensão da operação imobiliária” O vereador da CDU na Câmara do Porto defende que o executivo defina o que quer fazer no bairro do Aleixo, exigindo que essa estratégia deve passar pela “suspensão da operação imobiliária” associada. No final da reunião privada do executivo, Pedro Carvalho afirmou aos jornalistas que, depois de divulgado o relatório final da auditoria realizada ao fundo do Aleixo, “passa a ser uma obrigatoriedade da Câmara definir uma estratégia sobre o que quer fazer no bairro”. “Para a CDU”, disse, “tem que passar pela suspensão desta operação imobiliária”. A auditoria da Câmara do Porto conclui, por exemplo, que “a inexistência de fiscalização prévia pelo Tribunal de Contas (TdC)” do aumento de capital do fundo do Aleixo “constitui uma infração suscetível de apuramento de responsabilidade financeira sancionatória”. Pedro Carvalho sublinhou que a CDU “foi sempre contra a opção errada [da criação do fundo imobiliário], tomada em 2008”. “Temos um fundo sem dinheiro, com três torres por demolir (…). Isto foi

Slavoj Žižek recebe medalha de honra

PEDRO CARVALHO. O vereador da CDU/Porto diz que “passa a ser uma obrigatoriedade da Câmara definir uma estratégia sobre o que quer fazer no bairro” uma operação que falhou, que custou ao município e por isso há aqui uma responsabilidade clara de Rui Rio e do anterior executivo, mas também do próprio PS, que votou a favor (em 2008)”, disse. O mesmo autarca sustentou que “a criação do fundo teve impacto do ponto de vista da habitação social, mas também do erário público, nomeadamente com o aumento de capital realizado em julho de 2012”, adiantando que, depois de analisar em detalhe o documento, irá tomar uma posição em conferência de imprensa. Também o vereador do PSD Amorim Pereira referiu que apenas foi distribuído aos vereadores o CD com o relatório, sendo para já difícil fazer uma avaliação do seu conteúdo. “Sobre a substância, não foi possível ver nada. Apoio as

iniciativas da Câmara que defendem os interesses dos cidadãos no sentido de averiguar antes de mais qual a atual situação do fundo antes de se tomar qualquer decisão”, disse. O relatório, com 140 páginas, é acompanhado de um documento com anexos, que conta com mais de mil páginas. Nesta reunião do executivo foi aprovado um novo regulamento sobre afixação de propaganda que determina o centro histórico como evitável e proíbe a utilização de materiais não biodegradáveis, bem como a criação de um novo regulamento da movida noturna do Porto. O vereador da CDU enalteceu o regulamento sobre afixação de propaganda, afirmando que termina assim “uma luta de dez anos do PCP pela liberdade de expressão e democracia”.

Quanto ao regulamento para a movida, Pedro Carvalho disse ser preciso “ter uma estratégia pensada na cidade, em que se tem que tomar opções”. “Exigimos que saia uma estratégia clara e uma opção clara do que é que se quer para esta zona da cidade e, sobretudo, que não se prejudique ainda mais os moradores nem a capacidade de repovoamento do centro histórico da cidade”, frisou. Amorim Pereira, do PSD, adiantou que, na sua opinião, o diretor que a Câmara do Porto quer criar no novo regulamento da movida deve ser um vereador do executivo. Para o executivo, este diretor tem por missão “ouvir e atender a queixas e reclamações” e “reforçar a transparência e eficiência” da fiscalização e “a sua aplicação equitativa”.

Encerramento do Hospital Joaquim Urbano

PCP questiona futuro dos terrenos O deputado comunista Jorge Machado revelou que o seu grupo parlamentar irá questionar o Governo sobre o futuro dos terrenos onde está construído o Hospital Joaquim Urbano e do Centro de Terapêutica Combinada (CTC), no Porto. O Hospital Joaquim Urbano, que deverá ser desativado, é uma unidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) especializada em doenças respiratórias e infeciosas que foi integrada no Centro Hospitalar do Porto.

No final de uma reunião com a administração do Centro Hospitalar do Porto, para “avaliar a situação do Hospital Joaquim Urbano – valências, profissionais, utentes e património –, tendo em conta o processo de encerramento em curso”, o deputado comunista disse ter recebido informações de que “os serviços de infeciologia e pneumologia serão transferidos para o Hospital de Santo António em maio/ junho”. Jorge Machado referiu ainda ter

obtido a garantia de que “o Centro de Terapêutica Combinada se manteria em funcionamento nos terrenos do ‘Joaquim Urbano’”. Contudo, o deputado comunista teme que o CTC, serviço para assistência e tratamento integrado de toxicodependentes portadores de VIH/sida, tuberculose e outras infeções, possa ser desativado caso os terrenos sejam vendidos a privados, dada a sua “extraordinária localização, com vistas privilegiadas”. Os deputados do PCP Jorge Ma-

chado e Diana Ferreira receberam também a garantia de que “os 120 funcionários” do “Joaquim Urbano” serão integrados no Hospital de Santo António. Alguns dos edifícios do Hospital Joaquim Urbano, nomeadamente os pavilhões, estão classificados por constituírem peças únicas da arquitetura hospitalar da época. O “Joaquim Urbano”, fundado em 1884 e situado perto da avenida FernÂo de Magalhães, faz este ano 130 anos.

O filósofo esloveno Slavoj Žižek vai receber, no próximo sábado, a medalha de honra da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e dar uma conferência, anunciou a instituição de ensino. A conferência intitulada “A liberdade de uma escolha forçada” vai ter lugar às 17h00, no âmbito do projeto internacional “Technical Unconscious”. A entrada na palestra é livre, mas está sujeita ao limite de espaço da Aula Magna da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Nascido em Liubliana em 1949, Žižek já publicou dezenas de livros, traduzidos em mais de 20 línguas, sobre temas que vão da filosofia ao cinema, passando pela psicanálise, sendo dos mais ativos intelectuais de esquerda da atualidade. O filósofo, que é também diretor internacional do Instituto de Humanidades de Birkbeck, na Universidade de Londres, foi ainda candidato à presidência da Eslovénia em 1990. Žižek acredita que “’os assuntos políticos são demasiado sérios para serem deixados apenas aos políticos’, pelo que procura promover o papel do intelectual público, ser intelectualmente ativo e dirigir-se ao público em geral”, segundo uma biografia da Universidade de Londres. “O trabalho de Slavoj Žižek é influenciado pelas obras de Jacques Lacan, levando a sua teoria em direção aos temas políticos e filosóficos modernos, descobrindo o potencial para políticas de libertação. Em todos os seus recursos a estes pensadores e correntes de pensamento, ele espera evocar novos potenciais de pensamento e reflexão. Slavoj Žižek apela a um regresso ao espírito do potencial revolucionário de Lenine e Marx”, descreve uma nota biográfica da European Gr aduate School,

na Suíça.


regiões

Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

O Primeiro de Janeiro |

Moradores exigem conhecer responsáveis pela propagação do surto de legionella

“Só acaba quando culpados forem castigados”

Chefes e elementos dos Sapadores de Lisboa

Protesto na Câmara

Chefes e elementos do Regime de Sapadores Bombeiros (RSB) protestaram, ontem, em frente à Câmara de Lisboa por melhores condições laborais, exigindo uma hierarquização do dispositivo e mais informação sobre a reorganização dos quartéis. “Estamos aqui [para] pedir ao senhor presidente da Câmara que reorganize o socorro na cidade de Lisboa” e que “junto do Governo faça uma pressão […] sobre o projeto que está lá para os bombeiros sapadores municipais”, nomeadamente quanto ao financiamento das Câmaras, disse o dirigente sindical Fernando Curto. O também presidente da Associação e do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/ SNBP) acrescentou que outra das preocupações é “aquilo que tem a ver com as situações internas do próprio regimento”. Quanto à criação da Taxa Municipal de Proteção Civil, cuja receita será alocada em parte ao RSB, defendeu que é “uma medida que foi reclamada há muitos anos” e com a qual concorda. O vereador da Segurança da Câmara de Lisboa, Carlos Castro, refutou as críticas: “Tudo aquilo que é responsabilidade” da autarquia “está a ser cumprido”. Na manifestação participaram os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa, João Ferreira e Carlos Moura.

Freguesias mais afetadas estão a voltar à normalidade, mas moradores exigem explicações e justiça. Juntas fornecem apoio jurídico. A reabertura, ontem manhã, dos equipamentos desportivos das freguesias de Vila Franca de Xira mais afetadas pela legionella trouxe alguma normalidade ao quotidiano dos moradores, que exigem agora saber quem foram os responsáveis pela propagação do surto. Há uma semana, a Câmara de Vila Franca de Xira tinha decretado o encerramento temporário dos equipamentos desportivos das freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/ Forte da Casa e suspendido as aulas de Educação Física como medida de prevenção ao surto de legionella detetado a 7 de novembro e que já provocou a morte a oito pessoas, tendo infetado 317 pessoas. Ontem, após uma decisão comunicada no sábado, os pavilhões e as piscinas municipais das duas freguesias foram reabertas ao público, uma medida que está a ser encarada pelos moradores como um sinal de “regresso à normalidade”. “Penso que as coisas estão a acalmar e que podemos estar mais descansados. Foram dias de muitas dúvidas e de muita preocupação. Espero sinceramente que tenham dado com o causador da doença”, afirmou Lurdes Sousa, moradora na freguesia de Vialonga. Embora já em funcionamento, os pavilhões desportivos e as piscinas da freguesia registavam ao início da manhã menos afluência do que é habitual. “Sim, isto costuma estar cheio. Eu calhei de ver nas notícias que iam reabrir as piscinas e liguei para aqui a confirmar. Se calhar há muita gente que ainda não sabe”, afirmou Carlos Rodrigues, utilizador frequente das piscinas de Vialonga. Por seu turno, nas escolas da freguesia as aulas de Educação Física deviam ser retomadas ontem, mas tal não aconteceu. “Vamos começar amanhã [hoje], mas hoje [ontem] os meninos estão a ter aulas nas salas de aula, como têm tido nestes dias”,

informou fonte do agrupamento de escolas de Vialonga. Situação diferente verificou-se nas escolas da freguesia vizinha da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, onde já decorreram aulas de Educação Física. Incógnita por esclarecer.

LEGIONELLA. “Neste País toda a gente faz o que quer e nunca acontece nada”, dizem os moradores, que exigem respostas às suas dúvidas

São Pedro do Sul

Colisão entre carro e mota faz uma vítima mortal

Uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida na sequência de um acidente rodoviário que ocorreu, ontem de manhã, no concelho de S. Pedro do Sul, disse fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu. De acordo com a fonte de socorro, a colisão entre um veículo ligeiro e um motociclo ocor-

reu por volta das 10h30, na Estrada Nacional (EN) 227, em Pouves. Um dos homens que seguia no motociclo, com idade na casa dos 60 anos, “entrou em paragem cardiorrespiratória e acabou por morrer”, enquanto outro homem sofreu ferimentos graves e foi transportado para o Hospital de Viseu. Ao local, deslocaram-se os Bombeiros Voluntários e o Corpo da Salvação de S. Pedro do Sul, além das habituais forças de segurança presentes nestes sinistros.

O presidente da junta de freguesia de Vialonga, José Gomes, afirmou que a normalidade está a voltar à freguesia, mas ressalvou que os moradores, sobretudo aqueles que foram diretamente afetados pelo surto de legionella, querem “apurar responsabilidades”. “As pessoas que perderam familiares, ou amigos, ou que os têm internados no hospital, vão demorar mais tempo a recuperar. Neste momento estamos a recolher contactos e assim que possível iremos reunir com elas e com o nosso advogado para vermos o que podemos fazer em termos judiciais”, apontou o autarca. Nas freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa os moradores também procuravam retomar as suas rotinas habituais, embora com alguma indinação por ainda não conhecerem “o culpado, ou os culpados”, pela propagação do surto. “Isto só terá fim quando os culpados forem condenados e castigados. Neste País toda a gente faz o que quer e nunca acontece nada”, afirmou indignada Celeste Costa, que acompanhava os filhos às piscinas da Póvoa de Santa Iria. No mesmo sentido, o presidente da união de freguesias da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa, Jorge Ribeiro, afirmou que a normalidade “está a regressar paulatinamente”, mas que demorará mais para quem foi diretamente afetado. “Foi uma coisa muito grave e houve quem perdesse familiares. Para esses irá demorar mais. Além disso, permanece a incógnita de onde terá saído este surto”, sublinhou. Apesar da reabertura dos equipamentos desportivos e de terem sido retomadas as aulas de Educação Física, as fontes ornamentais e os sistemas de rega vão permanecer desligados, por tempo indeterminado. Entretanto, está agendada para hoje, uma nova reunião extraordinária da Comissão Municipal de Proteção Civil do concelho.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

Carlos Costa revela a “preocupação fundamental” no BES

“Salvaguardar sistema financeiro nacional” O governador do Banco de Portugal (BdP) diz que a entidade interveio no BES com a “preocupação fundamental” de proteger o “interesses dos depositantes e salvaguardar o sistema financeiro nacional”. O banco central, declarou Carlos Costa no Parlamento, atuou de “forma totalmente empenhada e diligente, decidindo com base da informação disponível em cada momento”, mas “não deixará de fazer a sua própria avaliação” da sua atuação, com “distância, serenidade e o conhecimento que o tempo permite”. O governador, que esteve ontem no Parlamento para o primeiro dia de trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), sublinhou que os indicadores aos dias seguintes da separação do banco em duas entidades “apontam para a ausência de perturbações sistémicas no mercado”. No que refere à supervisão do BdP, o governador advoga que “não se pode

CARLOS COSTA. O governador do Banco de Portugal foi ontem ouvido no primeiro dia de trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES)

ser mais intrusivo do que ir a casa do cliente, do que testar o modelo de negócios do cliente e dos vários clientes”, advertindo que “num processo normal de supervisão” o caso BES “nunca teria sido detetado”. Tal, prosseguiu Carlos Costa, devia-se ao facto de a Espírito Santo Internacional (ESI) estar fora do alcance do banco central. A audição de Carlos Costa marca assim o arranque dos trabalhos da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES. A comissão terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”. Será tam-

bém avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o “processo e as condições de aplicação da medida de resolução do Banco de Portugal” para o BES e a “eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos”. NOVO BANCO Carlos Costa disse ainda esperar até “meio do segundo trimestre” de 2015 as ofertas vinculativas para a compra do Novo Banco. As ofertas indicativas deverão surgir no começo do próximo ano e as vinculativas entre abril e “meio do segundo trimestre”, disse. “Temos indicação que há interessados” no Novo Banco, declarou, acrescentando que se for encontrada uma solução onde seja garantida, por exemplo, a “concessão de crédito necessária” à economia ter-se-á “passado ao lado de uma tempestade”.

A venda do Novo Banco será feita com “transparência, segurança e estabilidade”, asseverou Carlos Costa, reforçando que a mesma vai ser seguida pela Comissão Europeia. A audição de José Ramalho, presidente do Fundo de Resolução, acionista único do Novo Banco, foi por sua vez adiada para dia 25. A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no ‘banco bom’, o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

Escolas tentam colmatar atrasos na colocação de professores

Mais aulas por semana para compensar A maioria das escolas onde os alunos começaram mais tarde algumas disciplinas, devido aos atrasos na colocação de professores, já está a compensar os seus estudantes, que têm agora mais aulas por semana, segundo os diretores escolares. Os problemas no processo de colocação de professores levaram a que muitos alunos começassem a ter todas as disciplinas apenas no final de outubro, enquanto noutras escolas as aulas começaram na data prevista, em meados de setembro. Para minimizar o impacto das horas perdidas, os diretores escolares decidiram dar aulas de compensação aos alunos com matérias em atraso. “As escolas que tinham recursos próprios já começaram há algum tempo a compensar os seus alunos”, contou o vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de

Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima. As restantes escolas, que segundo Filinto Lima “são a maioria”, tiveram de pedir apoio ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), para pôr em prática soluções como contratar novos professores, aumentar as horas de trabalho dos docentes contratados ou pagar horas extraordinárias aos professores dos quadros. Segundo o ministério, “muitos dos pedidos das escolas já foram analisados e em grande maioria aprovados. A compensação pedagógica já está em curso na maior parte das escolas que dele necessitam”. A informação é corroborada por Filinto Lima que disse que, nos últimos quinze dias, os alunos prejudicados começaram gradualmente a ter aulas extra. Uma das soluções foi “aumentar uma hora no horário semanal dos alu-

nos do 6.º e 9.º e secundário” e, no caso dos alunos do 4.º ano, os diretores escolares optaram por colocar mais um professor na sala de aula para apoiar o docente titular, contou o representante da ANDAEP. “A grande preocupação das escolas neste momento são os alunos que vão fazer exame este ano, porque queremos que cheguem a maio (mês das provas) e estejam em pé de igualdade em relação aos alunos que estão a ter aulas desde setembro”, explicou Filinto Lima. Em relação aos alunos dos outros anos de ensino, as escolas estarão a optar por diluir as matérias ao longo do ciclo de ensino que frequentam: “Um aluno do 5.º ano, por exemplo, tem dois anos para recuperar a matéria”, explicou Filinto Lima, admitindo que “não é o ideal, mas este ano não se pode falar em situações ideais, mas sim em remedeios”.

Para a ANDAEP, os problemas sentidos no arranque do ano letivo devem agora ser usados para pensar numa reforma do sistema de colocação de professores e perceber o que falhou na nova Bolsa de Contratação de Escolas (NCE). Segundo Filinto Lima, a ANDAEP irá em breve apresentar ao MEC uma lista com as falhas que detetaram na BCE e algumas soluções. Um dos problemas detetados foi o mesmo professor ter recebido mais do que um email para colocação numa escola e por isso a ANDAEP defende que cada docente só pode ter acesso a um horário. Outro dos problemas apontados por Filinto Lima foi o de os dados colocados pelos professores na plataforma não terem sido previamente validados pelas escolas.

UGT preocupada

Despedimento de trabalhadores

O secretário-geral da UGT manifestou-se preocupado com a possibilidade de 12 mil trabalhadores serem enviados para a requalificação, processo que no final, e na sua opinião, os levará “ao despedimento”. Carlos Silva, que falava no final de audiência pelo Presidente da República, Cavaco Silva, diz que “continua a recair sobre os trabalhadores da administração pública um grande sacrifício e um grande esforço. Desde 2005 que não há progressão nas carreiras e não há aumentos salariais e neste momento impende, em relação a vários ministérios (…) a possibilidade de 12 mil trabalhadores serem lançados para a requalificação. Requalificação diga-se despedimento”. “Isto para nós é inaceitável, pois esta situação é feita nas costas dos sindicatos e neste caso em particular nas costas da UGT”, salientou o líder da central sindical, destacando uma preocupação particular com os trabalhadores da Segurança Social. Segundo Carlos Silva, “a UGT está não só no movimento sindical, mas representa muitos milhares de trabalhadores e tem sido sempre um parceiro importante na procura de soluções que busquem realmente resolver os problemas das pessoas”, concluiu.

Vistos dourados

Tribunal completa inquirição dos detidos

O Tribunal Central de Investigação Criminal completou a inquirição dos detidos na Operação Labirinto, relacionada com a atribuição de vistos “gold”, com a audição dos últimos dois de 11 detidos, na quinta-feira. Fonte judicial disse que, no período da tarde, foram interrogados os “dois detidos que faltam”, o empresário José Couto Alves e o presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo. Quando estiver concluído o primeiro interrogatório aos onze detidos, iniciado no final da tarde de sexta-feira, o tribunal emitirá uma nota a comunicar as medidas de coação aplicadas pelo juiz Carlos Alexandre. Entre os detidos encontram-se também o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Paulos, e a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, ouvida ontem de manhã. Sob os suspeitos recaem suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato. O caso provocou já a demissão de Miguel Macedo do cargo de ministro da Administração Interna, no domingo, por considerar que não tinha condições políticas para se manter no cargo, com o envolvimento de pessoas que lhe são próximas, nas investigações da Operação Labirinto.


Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Assunção Cristas destaca “progresso notável” que setor continua a percorrer

“Agricultura foi oásis durante a crise” Draghi defende maior integração europeia

“Trabalhar juntos”

O presidente do Banco central Europeu, Mario Draghi, defendeu, ontem, no Parlamento Europeu que os líderes europeus têm que trabalhar juntos num plano no sentido de maior integração. “É importante ter uma construção política e económica que mostre ao resto do mundo que somos capazes de trabalhar juntos para mais integração”, disse Mario Draghi, na audição que decorre na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas. Mario Draghi respondia deste modo a uma pergunta da eurodeputada socialista Elisa Ferreira, que o questionou sobre se a União Europeia não deveria tomar medidas mais fortes para relançar a economia - como um programa forte de investimento acordado entre Comissão Europeia, Conselho e Parlamento Europeu -, no momento em que as taxas de juro do BCE já estão próximas de zero. Em resposta, Mario Draghi afirmou que “a política monetária já fez muito e pode fazer ainda mais”, sobretudo se as reformas estruturais forem executadas. “Mas não pode fazer tudo”, avisou. O presidente do BCE disse que o essencial é que “a confiança regresse ao ambiente económico e à zona euro” e considerou que, para isso, é importante que a Europa mostre ao mundo que é capaz de trabalhar no sentido de maior integração.

Ministra anunciou, ainda, que pequenos proprietários florestais vão ter benefícios fiscais no âmbito da reforma da fiscalidade verde. A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, destacou, ontem, a diminuição sistemática do défice agroalimentar do País e considerou que o setor da agricultura foi “um oásis” durante a crise, continuando a ter “um progresso notável”. “Foi um setor extraordinário [durante a crise], foi um bocadinho um oásis e o que podemos ver é que, mesmo com a economia a retomar, este setor, quer ao nível das exportações quer da substituição das importações, está a ter um progresso notável”, afirmou a ministra. Na Herdade Maria da Guarda, no concelho de Serpa, onde presidiu à inauguração de uma nova linha de produção do lagar local, Assunção Cristas elogiou o desenvolvimento do setor agrícola nos últimos anos. “Os dados do último trimestre do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as exportações aumentaram 4,8%”, enquanto “as importações diminuíram 3,1%”, no que respeita à agricultura. Estes valores significam, segundo a governante que tutela as pastas da Agricultura e do Mar, que “tem havido mais produção interna, mais absorção da produção interna” no mercado nacional e “ainda capacidade para exportar”. O défice agroalimentar de Portugal, realçou também a ministra, “tem vindo a diminuir sistematicamente”. “Em 2012, tivemos uma diminuição de quase 600 milhões de euros” e a tendência decrescente prosseguiu em 2013, sendo que, “nos primeiros oito meses” deste ano, a margem já é de “menos 400 milhões de euros”, sublinhou. Na Herdade Maria da Guarda, a ministra da Agricultura presidiu à inauguração da 3.ª linha de produção do lagar, o que resulta de um investimento de 1,2 milhões de euros. Este investimento vai permitir à empresa duplicar a sua capacidade de processamento de azeitona, pas-

sando de uma produção atual de 80 mil quilos de azeite por dia para 160 mil quilos. O montante agora investido soma-se aos mais de 14 milhões de euros já aplicados, desde 2006, na herdade, a qual possui 600 hectares de terra e mais de 1,1 milhões de oliveiras plantadas, exportando mais de 95% do azeite que produz. Benefícios fiscais

AGRICULTURA. Pequenos proprietários florestais vão ter benefícios fiscais no âmbito da reforma da fiscalidade verde, anunciou ministra

Em linha com Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a valorizar 0,41%

O índice de referência da bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou, ontem, a valorizar 0,41% para 5.178,74 pontos, em linha com a Europa, com os títulos do BCP em destaque, ao avançarem 4%. Entre as 18 cotadas que compõem o PSI20, dez valorizaram, sete perderam valor e uma fechou inalterada (Portucel, nos 2,77 euros). Na Europa,

o dia foi positivo em todas as praças de referência, com ganhos que oscilaram entre os 1,59% de Madrid (IBEX) e os 0,26% da Londres (FTSE). Por outro lado, os juros da dívida de Portugal desceram a dois e dez anos e subiram a cinco anos. Cerca das 08h40 de Lisboa, os juros da dívida portuguesa a 10 anos estavam a descer para 3,187%. No mesmo sentido, a dois anos, os juros estavam a cair para 0,658%. Em sentido inverso, os juros a cinco anos estavam a subir, para 1,763%.

A ministra anunciou, ainda, que os pequenos proprietários florestais vão ter benefícios fiscais no âmbito da reforma da fiscalidade verde. “A reforma da fiscalidade verde inclui medidas positivas para dar um impulso também ao investimento na floresta”, disse Assunção Cristas, antes, durante a cerimónia de avaliação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) de 2014. Segundo a ministra, a reforma da fiscalidade florestal vai incluir oito medidas, nomeadamente ao nível do IRS, Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto de Selo. Assunção Cristas adiantou que há cerca de 400 mil pequenos proprietários florestais no País que, muitas vezes, não têm os recursos necessários para fazer os investimentos e cumprir com todas as suas obrigações, além de não se sentirem compensados com os investimentos florestais. “Por isso mesmo, foi possível na reforma da fiscalidade verde, incluir a reforma da fiscalidade florestal”, disse ainda. Durante a cerimónia de avaliação da época de incêndios florestais, realizada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o presidente deste serviço central, majorgeneral Francisco Grave Pereira, destacou os bons resultados alcançados este ano. Segundo os dados da ANPC, 2014 apresenta o número mais baixo de fogos dos últimos 25 anos e a área ardida regista o segundo valor mais baixo dos últimos 35 anos. O comandante operacional nacional, José Manuel Moura, referiu que este ano se registaram 7.217 ocorrências de fogo, que provocaram 19.910 hectares de área ardida. José Manuel Moura disse ainda que 123 sofreram ferimentos durante a época de incêndios.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

Portugal e Argentina defrontam-se com mundo de olhos em Ronaldo e Messi

Confronto de génios em Old Trafford Frente a frente entre Portugal e Argentina leva conjunto de estrelas a Manchester, mas duas delas concentram todas as atenções. Portugal defronta, às 19h45 de hoje, a Argentina, atual vice-campeã mundial, num particular marcado por novo duelo Ronaldo-Messi e que promete ser um teste bem complicado para o selecionador luso, Fernando Santos. Quase quatro anos depois do único duelo que protagonizaram com a camisola das respetivas seleções, na altura em Genebra, na Suíça, aqueles que são universalmente reconhecidos como os dois melhores jogadores da atualidade voltam a encontrar-se, desta vez numa «casa» bem conhecida para Cristiano Ronaldo. O capitão da seleção portuguesa vai voltar a pisar o relvado do mítico Old Trafford, numa cidade de Manchester em que deixou saudades depois dos seis anos que defendeu as cores do United, entre 2003 e 2009, com vários títulos à mistura, incluindo uma Liga dos Campeões e três campeonatos ingleses. Mas o jogo de Old Trafford acaba por ser bem mais do que o mediático duelo entre Ronaldo e Messi. Com o vice-campeão mundial pela frente, o selecionador português, Fernando Santos, deverá viver aquele que promete ser o seu maior desafio ainda numa curta carreira com líder da equipa das «quinas». Mesmo assim, e depois de uma vitória sobre Arménia (1-0) que deixou Portugal no bom caminho para a fase final do Euro2016, o experiente treinador português deverá aproveitar o particular para promover algumas novas internacionalizações, como por exemplo o guarda-redes Anthony Lopes, os defesas José Fonte e Tiago Gomes e o médio Adrien. Este será oitavo encontro entre a seleção lusa e a Argentina, sendo que a única vitória portuguesa aconteceu em 1972, por 3-1, num torneio que decorreu no Rio de Janeiro, no Brasil. O último jogo ocor-

reu a 9 de fevereiro de 2011, num particular realizado em Genebra, na Suíça, e que terminou com a vitória da Argentina por 2-1. Os argentinos adiantaram-se logo aos 14 minutos, pelo ex-benfiquista Angel Di Maria, mas, aos 21, Cristiano Ronaldo restabeleceu a igualdade. Aos 90 minutos de um jogo presenciado por cerca de 30 mil espetadores (lotação esgotada) e numa altura em que Ronaldo já havia sido substituído, a Argentina chegou ao triunfo, graças a um penálti concretizado por Lionel Messi. “É uma grande selecção”

PARTICULAR. Este será oitavo encontro entre a seleção lusa e a Argentina, sendo que a única vitória portuguesa aconteceu em 1972, por 3-1

Cristiano «convocado»

Onze de luxo mundial para lutar contra Ébola

O português Cristiano Ronaldo é um dos 11 participantes na campanha de prevenção da epidemia de Ébola promovida pela FIFA, pelo Banco Mundial, pelas federações de futebol de Serra Leoa, GuinéConacri e Libéria, e médicos africanos. No «onze» divulgado pela FIFA na Internet, constam outros ainda jogadores como Didier Drogba,

Neymar, Xavi, Philipp Lahm, Piqué, John Obi Mikel, Gareth Bale, Varane e Jérôme Boateng, numa lista que inclui ainda o treinador Pep Guardiola e o futebolista serra-leonês George Davies. “A campanha ‘onze contra a Ébola’ junta estrelas do futebol e médicos de todo o mundo para luta contra a Ébola. Partilhar estas 11 mensagens ajuda a reduzir as hipóteses de se propagar a Ébola na sua comunidade. Juntos, podemos bater a Ébola”, lê-se no cartaz que enumera 11 medidas preventivas.

Depois do segundo lugar no Mundial2014, a seleção sul-americana vive ainda os primeiros momentos sob o comando de Gerardo «Tata» Martino, ex-treinador do FC Barcelona, que para já fez regressar Carlos Tevez à equipa, depois de três anos de ausência. Além de Tevez e, claro, Messi, o novo selecionador argentino chamou para este particular algumas «caras» bem conhecidas do público luso, como por exemplo Enzo Perez e Nicolas Gaitan, do Benfica, e Jonathan Silva, do Sporting, que há dias atrás viveu a primeira internacionalização pela sua seleção. Garay (Ex-Benfica) e Otamendi (ex-FC Porto) também poderão defrontar Portugal. “Temos um prestígio a defender, ainda mais depois de um Campeonato do Mundo em que fomos à final. Somos vice-campeões mundiais e agora não podemos nem devemos voltar atrás”, afirmou «Tata», para quem a Argentina vai ter pela frente uma seleção portuguesa que, apesar de eliminação prematura no Mundial2014, “continua a ser uma das melhores” do planeta e que deverá constituir um “excelente teste” para os sul-americanos. “É numa grande seleção mundial e não podemos ignorar isso. Apesar de ser um jogo particular, temos de mostrar seriedade. Será um bom teste para a nossa defesa e ver que espaço vamos dar a Cristiano Ronaldo e outros jogadores”, referiu, rematando: “quero ver os novos jogadores, mas também quero construir e reforçar aquela que será a base desta equipa nos próximos anos.”

Cancelo deseja continuar opção de Rui Jorge

“Euro é um sonho”

João Cancelo, do Valência, admitiu, ontem, o sonho de vir a fazer parte da seleção que disputará o Europeu de sub-21, poucos dias depois de se ter estreado na categoria. “Alimento essa esperança todos os dias, já estive presente em dois Europeus e um Mundial, e um Europeu de sub-21 era um sonho para mim, vou continuar a trabalhar, dizem que com o trabalho tudo se consegue, veremos”, disse João Cancelo em declarações à FPF. O defesa direito, de 20 anos, que esta época trocou o Benfica pelos espanhóis do Valência, fez na quinta-feira a sua estreia nos sub-21, num particular em que Portugal perdeu em Burnley com a Inglaterra (3-1) e pôs termo a uma série de 14 jogos a vencer. João Cancelo foi um dos estreantes, salientando ser “um orgulho” fazer parte de um “espaço de elite” como os sub-21, mas admitiu que o jogo com Inglaterra não foi o que todos esperavam. “Penso que o principal objetivo é melhorar cada vez mais, a cada dia, e no momento certo termos os nossos resultados”, referiu o jogador. Para João Cancelo, este é o momento de mostrar a Rui Jorge as suas qualidades, tal como os restantes companheiros de grupo, acrescentando ter sido “um estágio proveitoso”, no qual tem a noção de ter dado o máximo de si.


Terรงa-feira, 18 de Novembro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 7

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“A TIRANIA ESTÁ IMPARÁVEL” Na minha página de fb li dois comentários. O Padre José Luís Rodrigues, a propósito do despedimento da Jornalista Lília Bernardes (correspondente no Funchal do DN), escreveu: “A tirania está imparável”; Fátima Alves Andrade exclamou: “estou fora de Portugal e, pergunto-me, o que se está a passar no meu querido país?” Respondo: André Escórcio* não se trata apenas de excesso de poder, mas de um poder que se tornou opressor. As duas situações combinam-se, entrelaçam-se e são fabricadas de forma inteligentemente perversa. Os “donos” de todos nós, essa maldita máfia elegantemente vestida e bem-falante, militante política ou não, portadora de um discurso que, pela repetição, convence os incautos, sabem como conduzir à “tirania”, mantendo, em simultâneo, uma parte do povo a bater palmas. Ora, o que se está a passar no país não é mais do que um dente da complexa roda dentada, bem oleada e pacientemente mantida pela engrenagem institucional à escala europeia e mundial. É por isso que “a tirania está imparável”, não respeitando nem princípios nem valores humanistas. Para os tiranos o dinheiro não tem pátria e, sem pejo algum, consideram “lixo” países e povos que trabalham cada vez com menos direitos, geram riqueza para entregá-la aos novos piratas. Silenciosamente, encostam povos à parede, deixando-os com salários de miséria, onde ter trabalho não significa não ser pobre. Gente que deixa as receitas médicas no balcão das farmácias e olha para o lado e vê filhos e netos em angústia permanente, perante a frieza dos que assumiram a responsabilidade de governar! Triste país que se deixa espezinhar por gente que entra por aí adentro e impõe a austeridade sinónima de manutenção e agravamento da pobreza; triste país cujo povo permite a “tirania imparável”, porque não sabe destrinçar a mentira do discurso político face à realidade; triste país cujo povo sucumbe ao bonitinho de uma qualquer praça quando a praça das suas vidas está completamente ameaçada; triste país que permite que uma qualquer Merkel nos venha dizer, mentindo, que temos licenciados a mais; triste país que aceita ouvir uma Christine Lagarde dizer que a austeridade foi longe demais e, logo de seguida, permite que os técnicos da sua instituição (FMI) venham dizer que necessário se torna mais austeridade; triste país que tem um Presidente da República que olha e não vê, vira-se para o lado e não ouve e que permite que o governo fira, sistematicamente, a Constituição da República; triste país cujo povo assiste, impávido, à venda de empresas estratégicas necessárias ao seu desenvolvimento; triste país que tem um sistema educativo conducente, por omissão, aos interesses dessa máfia, porque os currículos e programas assumem uma carga formatadora do pensamento único que lhes interessa; triste país que aceita, como norma orientadora que, no futuro, “nada será mais certo que o emprego incerto”, facilitando o despedimento, espalhando a miséria e o capitalismo selvagem; triste país cujo povo acomoda-se ao saque sobre os salários e pensões, permitindo que o governo torne medidas temporárias em definitivas; triste país cujo povo assiste ao roubo em bancos, paga o desvario e não se revolta na rua; triste país que diz combater a pobreza, mas mantém o padrão da desigualdade; triste país que assiste e se acomoda à emigração de mais de cem mil pessoas por ano; triste país que vê o interior abandonado, envelhecido e onde as escolas deixam de funcionar; triste país que despede professores, limita os cuidados de saúde e impõe duplas tributações na acessibilidade à educação e à saúde; triste país que se verga e aceita a situação de colónia e que se mostra incapaz de mostrar os dentes à União Europeia. É por tudo isto e muito mais que a “tirania está imparável”. Mas tenhamos atenção que a globalização não é apenas FINANCEIRA. A globalização é também de tomada de consciência dos direitos. E os focos de instabilidade estão a acontecer um pouco por todo o lado. O povo, revoltado, está a sair às ruas e a encher as praças. Porque eles, os piratas, ainda não perceberam que a sua estabilidade depende da estabilidade de todos os outros. www.comqueentao.blogspot.com

Buscas pelo montanhista João Marinho continuam

“A esperança nunca morre” Efetivos da Guardia Civil e da GNR e montanhistas voluntários de Portugal e Espanha retomaram, “com a mesma esperança do primeiro dia”, as operações de busca do montanhista português João Marinho, desaparecido nos Picos da Europa. “Cada dia começamos as buscas como se fosse o primeiro dia. A esperança nunca morre”, disse fonte da Guardia Civil em Gijón. Um total de 21 efetivos da Guardia Civil e 10 elementos da GNR portuguesa estão envolvidos nas operações, segundo explicou a mesma fonte, referindo que no terreno está ainda um helicóptero das autoridades espanholas. Durante o dia de domingo participaram nas buscas quase 50 pessoas, incluindo voluntários dos dois países, 12 espanhóis e seis portugueses.

De acordo com o porta-voz da GNR, Major Marco Cruz, estão desde sábado nas Astúrias 10 militares do corpo de segurança português, cinco homens do agrupamento de montanha da Serra da Estrela e cinco binómios (equipa homem e cão) do Grupo de Intervenção Cinotécnica de Busca e Salvamento. Marco Cruz disse que, no domingo, as buscas se “concentraram em zonas mais altas” do possível trilho que alegadamente João Marinho fez, mas que tiveram de ser interrompidas no final do dia devido às “condições atmosféricas adversas”. Nas operações estão efetivos da Guarda Civil de Cangas, Onis, Mieres, Sabero (León), Potes (Cantábria) e Puebla de Trives (Ouresen) e cinco montanhistas e cinco guias caninos voluntários.

No domingo, as condições atmosféricas – neve, nevoeiro e vento forte – impediram que os helicópteros pudessem deixar os especialistas e voluntários nas zonas de busca, pelo que tiveram que realizar a maior parte do itinerário a pé. João Marinho, atleta natural de Amarante, distrito do Porto, é adepto de desportos radicais e encontrase desaparecido há cerca de uma semana nos Picos da Europa, ao que tudo indica próximo de Pena de Santa de Castilla, entre a vertente de Leão e das Astúrias. Na quarta-feira chegaram às Astúrias três elementos do Grupo Operacional de Busca e Salvamento (GOBS) da Póvoa do Varzim e um cão labrador treinado para busca e salvamento, para participar nas buscas, juntamente com as autoridades espanholas.

Teatro Nacional São João apresenta novo projeto

“Coleção Leituras no Mosteiro” O Teatro Nacional São João, no Porto, apresenta hoje um novo projeto editorial intitulado “Coleção Leituras no Mosteiro”, que pretende lançar peças de teatro não publicadas em Portugal. Um dos diretores das Leituras no Mosteiro, Nuno M. Cardoso, afirmou que o objetivo é “não só dar a conhecer os textos, mas permitir que os leitores, atores e encenadores possam pegar neles para futuramente os poderem trabalhar”. O lançamento da iniciativa vai dar-se na próxima sessão das Leituras no Mosteiro de São Bento da Vitória, concluindo-se assim “o ciclo dedicado a Heiner Müller, com o lançamento da obra ‘Margem ao Abandono Medeia-Mate-

rial Paisagem com Argonautas’, da autoria do escritor alemão”, referiu o comunicado que anunciou o início das edições. Nuno M. Cardoso realçou que se trata de edições inexistentes em português, mas que podem já ter sido encenadas no país, havendo também intenções de fazer traduções novas. “Para iniciar este percurso estamos a pegar em textos que já foram traduzidos e levados à cena, mas não foram editados”, explicou o responsável. De acordo com informações do Teatro Nacional São João, “a tradução agora publicada, com a assinatura de Regina Guimarães, foi originalmente realizada para Material Müller, um espetáculo do Teatro Só – companhia portu-

guesa de teatro sediada em Berlim –, encenado por António Lago, em 1999”. A publicação dos textos vai ocorrer de forma trimestral, incluindo também “O Café” de Rainer Werner Fassbinder, texto encenado por Nuno M. Cardoso em 2009. O também encenador assegura que há já “uma mão cheia de textos” para publicar, mas que ainda não podem ser divulgados por questões de direitos de autor. As Leituras no Mosteiro decorrem desde 2010, tendo já abrangido mais de 4500 pessoas, 170 peças e 150 autores, segundo números avançados por Nuno M. Cardoso, que dirige o projeto em conjunto com Paula Braga.

Hoje assinala-se Dia Europeu dos Antibióticos

Francisco George alerta para uso racional A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, associa-se hoje ao Dia Europeu dos Antibióticos, com a realização de uma palestra que tem como objetivo alertar para o uso racional destes medicamentos. O diretor-geral de Saúde, Francis-

co George, marca presença neste evento. O Dia Europeu dos Antibióticos, celebrado a 18 de novembro, é uma iniciativa europeia que visa sensibilizar a comunidade em geral para a ameaça que a resistência aos antibióticos representa para a saúde pública, bem como promo-

ver o uso racional dos mesmos. Os indicadores mais recentes confirmam o aumento a nível mundial do número de doentes infetados por bactérias resistentes e que a resistência a estes fármacos constitui uma grave ameaça em saúde pública.


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