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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVII | N.º 08

Quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

SALGADO APONTA O DEDO AO BANCO DE PORTUGAL E NEGA FUGAS DE DINHEIRO

FALTOU TEMPO

n O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) considerou no Parlamento, onde esteve a ser ouvido pela comissão de inquérito, que o colapso do banco se deveu às exigências excessivas do Banco de Portugal (BdP) em termos de constituição de provisões, num curto espaço de tempo. “O grupo entrou em colapso por não haver tempo”, destacou Ricardo Salgado, assegurando: “Não houve fugas de dinheiro do banco para quem quer que fosse. Posso assegurar isso e espero que as auditorias intensas feitas o possam provar”. “O leopardo quando morre deixa a sua pele e um homem quando morre deixa a sua reputação”, referiu ainda, alegando que já foi julgado na praça pública...

PORTO

“P’ra Ti” denuncia “ameaças de morte” nas vítimas de violência doméstica

TAP

Fernando Pinto confiante nos “bons candidatos” à privatização

SÓCRATES

Manuel Alegre esteve em Évora e pediu para não haver julgamento na praça pública


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

Violência doméstica continua a fazer vítimas no Porto

BREVES

“P’ra Ti” denuncia ameaças de “morte”

PJ deteve suspeito de tráfico de droga e posse de armas proibidas

Mais de metade das 1646 mulheres atendidas em cinco anos num centro dedicado à vítima de violência doméstica que atua no Grande Porto sofreram ameaças, incluindo “com arma” ou “de morte”, indicou fonte deste serviço. Em dia de aniversário, os responsáveis do centro P’ra Ti – um serviço da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) – compilaram dados sobre maus tratos em contexto doméstico, dividindo-os em físicos, psicológicos, sexuais e económicos. As mulheres atendidas – de 2009 a 2014, maioritariamente dos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar – colocam as bofetadas e os murros como queixas principais (55,1% e 36,9%, respetivamente) de maus-tratos físicos. Em queixas sobre violência psicológica, aparecem nos registos os insultos (75,3%) e as ameaças (62,8%). As ameaças de morte foram 22,5% e 1,7% foram ameaçadas com arma. A idade média das mulheres atendidas no P’ra Ti é 41 anos. A maioria é construída por portuguesas (87%), mas há também brasileiras (9%) e de outras nacionalidades (4%), nomea-

A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um homem “fortemente indiciado” pela prática dos crimes de tráfico de droga, posse de armas proibidas e falsificação de documento, na cidade do Porto. Segundo a PJ, da investigação criminal resultou também a apreensão de cocaína suficiente para 300 doses individuais, duas armas de fogo proibidas, 517 munições, uma viatura automóvel, três telemóveis e diversa documentação presumivelmente falsa. “O arguido, que usava falsa identidade, vinha adquirindo produtos estupefacientes na cidade do Porto para depois o distribuir e vender em bairros sociais na cidade de Braga”, esclarece a PJ, em comunicado. O detido, de 44 anos, declarado judicialmente contumaz, já tinha sido condenado a uma pena de prisão superior a cinco anos, pela prática do crime de tráfico de estupefacientes.

VIOLÊNCIA. As mulheres atendidas entre 2009 e 2014, maioritariamente dos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar, colocam as bofetadas e os murros como queixas principais damente chinesas e marroquinas. A utente mais jovem que recorreu a este serviço da UMAR na zona do Porto tinha 16 anos e a mais velha 86. Na apresentação do estudo, a diretora técnica do P´ra Ti, Ilda Afonso, contrariou a ideia de que as vítimas de violência doméstica sejam principalmente mulheres com pouca ou nenhuma escolaridade, já que a maior percentagem das vítimas tem pelo menos o 3.º ciclo de escolaridade. E 114 mulheres atendidas têm mesmo licenciatura. Ilda Afonso apontou como maior constrangimento atual no combate à violência doméstica a morosidade ou o indeferimento do apoio social, uma vez que “a maior parte das mulheres sai de casa com a roupa do corpo e o dinheiro que tem na carteira e só consegue ter acesso aos bens do casal após um longo processo judicial”.

A falta de articulação das decisões judiciais, em articulação com o direito de representação, gerou uma ideia: “a criação de uma lista de advogados que tenham formação adequada para lidar com casos de violência doméstica”. No que diz respeito aos filhos das vítimas que passaram pelo P’ra Ti, a idade média é de 13 anos, sendo que 39% foram sinalizados às comissões de proteção de crianças e jovens em risco e 7% acompanhados pelas equipas multidisciplinares de assessoria aos tribunais (EMAT). O grau de parentesco entre o agressor e os filhos dos agressores é maioritariamente pai (82,2%) e padrasto (14,8%). Já quanto à ligação entre vítima e agressor, 45% indicaram serem vítimas do marido e 26% do companheiro. No lado oposto, 1% queixa-se do irmão e 2% do filho.

O estudo feito pelos responsáveis do serviço da UMAR no Porto, sinalizaram que 18% das utentes sofreram violência durante 20 ou mais anos, ainda que a percentagem maior seja a de ciclos de um a cinco anos (29%). “Um terço das utentes quando chega ao P’ra Ti já fez pelo menos um pedido de ajuda anterior”, indicaram os responsáveis da UMAR. O dado suscitou ao representante da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Manuel Albano, presente na cerimónia, o realce da “importância da parceria ativa entre respostas”. “Tentamos que as capelas e capelinhas deixem de existir. Temos cada vez mais respostas, mas queremos mais ainda”, disse Manuel Albano, enquanto Ilda Afonso destacou o trabalho que a UMAR tem vindo a fazer de “prevenção primária” em escolas.

Festival de cinema Douro Film Harvest

“Cidade do Porto” recebe vários filmes Mais de 50 idosos voltaram à cO festival de cinema Douro Film Harvest programou vários filmes para o centro comercial Cidade do Porto até domingo, tendo o diretor do evento admitido a possibilidade de se retomar a atividade daquele espaço. “Para já, nesta fase, é uma reabertura temporária para acolher o festival, fruto de o Porto estar com uma dinâmica cultural enorme”, começou por explicar o diretor do Douro Film Harvest, Manuel Vaz. Sobre a possibilidade de as salas de cinema do Cidade do Porto, encerradas há anos, poderem vir a ser

ocupadas novamente, Manuel Vaz reconheceu essa hipótese, mas realçou: “Neste momento queremos acabar o festival e celebrar o Natal”. “São salas com um potencial enorme numa zona da cidade em crescimento e com um ‘cluster’ de hotéis muito importante. Na prática, podemos considerar uma fórmula diferenciadora”, afirmou Manuel Vaz, que recordou os tempos em que via filmes naqueles espaços “por serem as únicas [salas] onde não se comiam pipocas”. Em comunicado enviado na segunda-feira, o festival, que chegou ao Porto depois de quatro dias no Alto

Douro Vinhateiro, referiu que “21 sessões vão ser exibidas em apenas sete dias na Casa das Artes, no edifício AXA, mas também nos cinemas Cidade do Porto – uma reabertura há muito ansiada pelos amantes da ‘sétima arte’”, referindo-se a “um espaço que, diariamente, vai ser palco de duas sessões: uma ao final da tarde e outra à noite – sempre às 21h30”. O Douro Film Harvest realizase pelo sexto ano consecutivo e tem como objetivo aliar a “melhor seleção de filmes, às melhores colheitas de vinhos produzidos na mais antiga região demarcada do mundo”.

Por esta “curta história” do festival já passaram nomes como Bo Derek, Sophia Loren, Andie MacDowell, Milos Forman, Kyle Eastwood e Oliver Stone. De ontem a 30 de janeiro, decorre a exposição “Baco”, na Fundação José Rodrigues, que tem a assinatura do escultor e pintor, um dos homenageados nesta edição do DFH. O festival este ano homenageia ainda a fadista Aldina Duarte e o produtor de vinhos Domingos Alves de Sousa, além do realizador norte-americano Oliver Stone.

PSP detém 11 pessoas e apreende droga para 3352 doses

A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou a detenção de 11 pessoas durante diversas operações realizadas segunda-feira e ontem nos concelhos do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, quatro das quais no âmbito do combate ao crime de tráfico de estupefacientes. Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP precisa que a operação antidroga inclui a apreensão de heroína, cocaína e haxixe, num total de 3352 doses individuais.

Universidade Portucalense promove ceia natalícia para 220 carenciados

A Universidade Portucalense (UPT) anunciou que vai receber sexta-feira 220 pessoas carenciadas da cidade do Porto para uma ceia natalícia, numa iniciativa intitulada “Jantar de Natal Solidário UPT”. Esta ceia natalícia, que se realiza pelo quarto ano consecutivo, tem como objetivo, lê-se em nota enviada às redações pela organização, “acolher famílias em situação de carência económica da freguesia de Paranhos, onde a universidade se insere”. “Temos vindo, ao longo dos anos, a apostar em várias ações de solidariedade para ajudar a comunidade local. Assumimos a responsabilidade social como um vetor que em muito contribui para o crescimento e desenvolvimento de uma cidadania crítica e interventiva”, refere uma responsável da UPT, Raquel Carvalho, citada no comunicado.


regiões

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

António Costa apresenta proposta para Lisboa homenagear Soares

Chave de Honra Caso Maddie McCann

Scotand Yard está de regresso a Faro

A equipa da polícia inglesa responsável pela investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann chegou, ontem, às instalações da Polícia Judiciária, em Faro, para novas inquirições a testemunhas e contactos com as autoridades portuguesas. A equipa inclui o inspetor-chefe Andy Redwood que tem estado responsável pela investigação britânica nos últimos três anos e meio e que agora, por entrar na reforma, passa o caso para a inspetora chefe Nicola Wall da Metropolitan Police Service no dia 22. As inquirições deverão decorrer durante três dias.

Com filhos no carro

Pais embriagos julgados no próximo dia 19

A mulher apanhada no passado sábado a conduzir sob efeito de álcool em Ílhavo, no distrito de Aveiro, com quatro filhos menores dentro do carro vai ser julgado pelo tribunal local no próximo dia 19. A mulher, que está acusada por um crime de condução de veículo em estado de embriaguez, compareceu de manhã no tribunal de Ílhavo para ser julgada em processo sumário, mas requereu prazo para a preparação da sua defesa. O pai das crianças, que viajava noutro carro e que também foi apanhado a conduzir com excesso de álcool, será julgado no mesmo dia.

Presidente da CML, na proposta, diz que expresidente “é um dos grandes portugueses e um dos grandes lisboetas do nosso tempo”. A Câmara de Lisboa discute, hoje, uma proposta, assinada pelo presidente do município, António Costa, para a atribuição da Chave de Honra da Cidade ao antigo Presidente da República Mário Soares. “Numa ocasião de tão grande significado, aquela em que ele comemora o seu 90.º aniversário, tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere atribuir a chave de honra da cidade de Lisboa ao Dr. Mário Soares, em reconhecimento pelos serviços prestados e em louvor do seu combate pela democracia, pela cidadania, pela cultura, pela projeção de Portugal e da sua capital no mundo”, refere António Costa na proposta, que vai ser discutida numa reunião privada. Segundo o documento, a Chave de Honra da Cidade de Lisboa é atribuída a “personalidades de reconhecido mérito que se notabilizaram e prestaram relevantes serviços à cidade” e Mário Soares “deu contributos fundamentais para a projeção de Lisboa e demonstrou sempre uma enorme fidelidade à sua cidade natal”, enquanto de-

LISBOA. Proposta de António Costa para homenagear Mário Soares será discutida, hoje, em reunião privada sempenhou cargos como deputado nacional e europeu, ministro, conselheiro de Estado, primeiroministro e Presidente da República, depois do 25 de Abril. O antigo Presidente da República vive atualmente em Lisboa (na zona do Campo Grande), cidade onde esteve preso durante o Estado Novo (na cadeia do Aljube), por ser um “resistente à ditadura”, recorda o presidente da Câmara, de maioria socialista, no documento. “A Lisboa de Soares […] é a Lisboa da Baixa, onde teve escritório de advogado, na Rua do Ouro, e a

Lisboa dos cafés que frequentou em tertúlias políticas e intelectuais. É a Lisboa do comício da Fonte Luminosa e a Lisboa dos alfarrabistas, das livrarias e dos cafés. É a Lisboa do velho Parque Mayer, onde aplaudia as revistas à portuguesa, que não perdia, e a Lisboa da varanda do Palácio de Belém, de onde gostava de olhar o Tejo. É a Lisboa das marchas populares, cujo renascimento patrocinou, e a Lisboa da Estação de Santa Apolónia, onde regressou a Lisboa na Revolução do 25 de Abril”, pode ler-se.

António Costa lembra também que foi no Mosteiro dos Jerónimos que se assinou o Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, na altura em que o histórico socialista era primeiro-ministro. O também candidato socialista a primeiro-ministro, António Costa, sublinha ainda que “Mário Soares é um dos grandes portugueses e um dos grandes lisboetas do nosso tempo, marcando decisivamente a nossa história e alcançando um prestígio internacional ímpar”.

Nove detidos em operação na Portela

Quatro milhões de euros de cocaína apreendidos A Polícia Judiciária deteve nove homens e apreendeu perto de 90 quilogramas de cocaína no aeroporto de Lisboa. Segundo um comunicado da PJ, ontem publicado, a droga chegava a Portugal acondicionada em malas de viagem provenientes de países da América do Sul e eram retiradas do espaço aeroportuário com a conivência de quatro funcionários do aeroporto que foram detidos. Os nove detidos têm entre os 32 e os 51 anos e ficaram em prisão preventiva. Na sequência das detenções, foram realizadas 16 buscas domiciliárias e não domiciliárias, ten-

PORTELA. Operação da PJ culminou com a detenção de 9 pessoas e 90 quilos de cocaína

do os elementos da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ apreendido oito veículos ligeiros, dois motociclos, perto de 55 mil euros, duas armas de alarme, duas armas de grande calibre, uma carabina de caça grossa e uma arma de guerra de marca HK modelo G3, semelhante às utilizadas no exército português. Segundo o diretor da UNCTE, Joaquim Pereira, a operação resultou de uma investigação de um ano e dois meses centrada sobre o tráfico por via aérea no aeroporto de Lisboa. “Há um tráfico regular de droga proveniente sobretudo

do Brasil e da Venezuela”, referiu Joaquim Pereira, acrescentando que a droga agora apreendida provinha destes dois países. “Há um ano e pouco detetámos um novo ´modus operandi` que consistia na retirada das malas do controlo normal do aeroporto. Um funcionário do aeroporto retirava as malas dos tapetes ou da escada à saída do avião trocandolhe a etiqueta de proveniência de modo a iludir o controlo desta na alfândega”, disse. A droga apreendida tem um valor de mercado na ordem dos quatro milhões de euros, concluiu.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

Ricardo Salgado aponta o dedo a Carlos Costa e nega fugas de dinheiro

Queda do BES deve-se ao Banco de Portugal O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) considerou no Parlamento, onde esteve a ser ouvido pela comissão de inquérito, que o colapso do banco se deveu às exigências excessivas do Banco de Portugal (BdP) em termos de constituição de provisões, num curto espaço de tempo. “Salvo erro no dia 23 de julho [de 2014], o BdP enviou uma carta ao Dr. Joaquim Goes dizendo que quer que o banco constitua uma provisão no mínimo de dois mil milhões de euros. Foi um exagero. Foi imposta e isso está registado em ata”, afirmou Salgado. O antigo banqueiro tinha sido questionado acerca das razões que estavam na base das elevadas imparidades do BES, tendo realçado que, durante o seu mandato, sempre foram constituídas as imparidades à medida que iam surgindo. Salientando que saiu da liderança do BES no dia 13 de julho, e realçando a oposição do Crédit Agricole, um dos acionistas de referência do banco, às exigências do BdP, Salgado disse aguarda as conclusões da auditoria forense. “Nunca violámos esse aspeto. Sempre que era preciso reforçar os capitais fizemo-lo”, sublinhou, apontando para os dez aumentos de capital para as-

RICARDO SALGADO. O rosto do “Império Espírito Santo” manifestou-se totalmente disponível para regressar, caso seja esse o entendimento da comissão de inquérito segurar o rácio ‘core tier 1’ feitos durante a sua gestão. “Não consideramos ter violado as disposições do BdP. Tivemos sempre, pelo menos, até à minha permanência no banco, os rácios adequados”, vincou ainda o responsável. E realçou: “Fizemos um aumento de capital de mil milhões de euros, quando o BdP em março tinha pedido 700 milhões de euros e a venda da BES Vida”. A operação foi “amplamente acima do que o BdP exigia” e, nessa altura, a gestão colocou “o nível de capitalização do banco dentro dos patamares exigidos por Basileia III”, frisou, considerando que “o banco ia resistir aos testes de ‘stress’”. Daí, Salgado concluiu que “o grupo entrou em colapso por não haver tempo”. E assegurou: “Não houve fugas de dinheiro do banco para quem quer que fosse. Posso assegurar-lhe isso e espero que as auditorias intensas feitas possam provar isso”. Salgado apontou para o plano de recapitalização a médio prazo que estava a preparar para o BES e o Grupo Espírito Santo (GES) e considerou que o mesmo só não foi aplicado devido à pressão exercida pelo supervisor bancário. “A única coisa que pedimos ao BdP foi tempo e tempo foi algo que não nos foi dado”, disse. O antigo presidente executivo do BES referiu ainda que “nunca” deu instruções a ninguém para “ocultar” passivos da Espírito Santo International (ESI), sublinhando

que se dedicava “a 100%” à área financeira do Grupo Espírito Santo (GES). “Nunca dei instruções a ninguém para ocultar passivos do grupo”, disse, reforçando que não deu essas instruções a Francisco Machado da Cruz, contabilista responsável pelos números da ESI. “Machado da Cruz assumiu totalmente a responsabilidade dos seus actos”, prosseguiu Salgado, que começou a falar cerca das 09h10 na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. O buraco na ESI foi somente conhecido em novembro de 2013, declarou o antigo banqueiro, frisando que em análises ao passado se verificou então as incongruências nas contas vinham desde 2008. “As contas foram assinadas e assumimos todos a responsabilidade. Não dei instruções para ocultação do passivo e só passámos a conhecer a situação em novembro de 2013 e, numa análise para trás, vimos que essa situação vinha desde 2008”, sublinhou. Frisando que Machado da Cruz prestou “bons serviços” ao longo de mais de vinte anos, e assumindo que não vê o contabilista “há largos meses”, Salgado lembrou que o responsável “assumiu totalmente a responsabilidade dos seus atos” e reiterou que não deu instruções para a ocultação de passivos. Ricardo Salgado, que fez questão de lamentar o julgamento público que diz ter sido alvo, a par da sua família, ao longo dos últimos meses, negando a retirada

“Direito à presunção de inocência”

de milhares de milhões de euros do banco para benefício próprio. “Durante semanas e meses a fio eu e a minha família fomos julgados na praça pública”, afirmou o homem que liderou o Banco Espírito Santo (BES) durante 22 anos. Salgado apontou para as notícias que o acusaram de ter sido o responsável por “fugas em escassas semanas de milhares de milhões de euros” que foram utilizados para comprar “vivendas em Miami e castelos na Escócia”. Negando que tal seja verdade, Salgado assegurou aos deputados que essas são “histórias totalmente falsas”. Ainda assim, o responsável admitiu que poderá ter cometido erros durante o longo período em que liderou o BES. “Em 22 anos de presidente executivo do BES poderei ter tomado decisões que podem nem sempre ser acertadas”, sublinhou. Salgado iniciou a sua intervenção no Parlamento a agradecer a oportunidade que lhe é concedida para falar sobre as causas que levaram à queda do império Espírito Santo, manifestando-se totalmente disponível para regressar, caso seja esse o entendimento da comissão de inquérito. “Obrigado pela oportunidade que me estão a dar. Tenho total disponibilidade para aqui regressar se entenderem necessário”, destacou. E realçou: “Depois dos factos que aconteceram no início de agosto, nunca tive oportunidade de falar. Apenas num momento, por insistência dos jornalistas, disse que estava a trabalhar para defender a dignidade e a honra da minha família”. Salgado puxou de um ditado chinês para dar a entender que quer limpar o seu nome, e o da sua família, das acusações que lhes são feitas acerca das responsabilidades na queda do Grupo Espírito Santo (GES). “O leopardo quando morre deixa a sua pele e um homem quando morre deixa a sua reputação”, ilustrou. “Fiz um trabalho de profunda reflexão durante estes mais de quatro meses em que me encontro nesta situação. Ficará para mais tarde o juízo definitivo sobre a atuação dos poderes políticos e regulatórios”, afirmou, considerando que essa atuação deve ser avaliada pela Assembleia da República. Ricardo Salgado compareceu no Parlamento acompanhado pelo seu advogado pessoal, Francisco Proença de Carvalho.

Presidente Fernando Pinto está confiante

“Há bons candidatos à privatização da TAP” O presidente da TAP defende que existem bons candidatos à privatização da companhia aérea, relançada pelo Governo em novembro, adiantando que tem informações de que “pode haver” novos candidatos. “Tenho um certo conforto ao dizer que temos bons candidatos à privatização da TAP”, disse o gestor, explicando que “bom parceiro é aquele que vem ajudar ao desenvolvimento da empresa e que tem capacidade de dar um bom suporte financeiro”. Em declarações aos jornalistas, Fernando Pinto disse que, depois de oficialmente ter sido anunciada a privatização, teve “informações não oficiais de que pode haver mais candidatos”, isto é, “há a hipótese de ter alargado o número de interessados” na TAP. O presidente da empresa reafirmou

que “a privatização é absolutamente necessária”, sobretudo devido à “dificuldade para gerir uma empresa do sistema empresarial do Estado, e que por isso tem regras muito complexas, quando tem que ter uma agilidade muito grande”. O ministro da Economia, Pires de Lima, tem dito que existem “mais de três potenciais interessados na TAP, ou seja, pelo menos quatro”, aos quais recomendou na sexta-feira que “deem corda às suas propostas e apresentem as suas melhores ofertas”. O grupo espanhol Globalia, o empresário português Miguel Pais do Amaral, com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, o empresário Gérman Efromovich e a companhia brasileira Azul têm sido apontados como interessados na compra da TAP.

Fernando Pinto disse que “todos os envolvidos têm absoluta noção da importância que a privatização tem para Portugal”. Questionado sobre os problemas de tesouraria da TAP, o gestor garantiu que a empresa está a tomar medidas “preventivas” para “ter um saldo de caixa confortável para os próximos meses de privatização”. “Como todos os novembros, é um mês em baixo, em que se fazem atualizações do ‘cash flow’, prejudicado pelo anúncio da privatização, que faz com que os bancos tenham mais cuidados e reanalisem contratos para fechamento”, acrescentou. Além de negociar com as entidades financeiras para ter alguma tranquilidade na tesouraria, ao contrário do que aconteceu durante o processo de privatização de

Manuel Alegre visitou José Sócrates na prisão

2012, a TAP está a ajustar a oferta à procura, o que vai levar à suspensão de algumas rotas com menor procura, e a reduzir a estrutura de custos. “Temos em andamento algumas hipóteses para ter alguma tranquilidade na tesouraria e evitar o que aconteceu em 2012”, adiantou. A TAP está também a negociar a venda de quatro aviões A340, um processo que deverá estar concluído nos primeiros dois meses de 2015, o que o gestor explicou como “uma estratégia de gestão de frota”. “Esses aviões terão que ser vendidos aquando do recebimento dos A350. A ideia é fazer uma pré-venda e é nessa operação que estamos a trabalhar”, disse, escusando-se a adiantar quanto pode render essa venda.

O histórico socialista Manuel Alegre considera que José Sócrates “não é mais nem menos” do que outro cidadão e defendeu que o ex-primeiro-ministro tem direito “à presunção de inocência” e “a não ser julgado na praça pública”. “José Sócrates não é mais do que um outro cidadão português, mas também não é menos”, afirmou Manuel Alegre, à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, após visitar o ex-primeiro-ministro, que aí se encontra em prisão preventiva. Após o encontro, que durou cerca de uma hora, Manuel alegre assinalou aos jornalistas que José Sócrates, “como qualquer cidadão português, antes de ser acusado, julgado e condenado, tem direto à presunção de inocência”. E, acrescentou, tal como outro cidadão nacional, o antigo líder do PS “tem direito a não ser julgado e condenado na praça pública”. Perante a insistência dos jornalistas, Manuel Alegre limitou-se a dizer que foi a Évora para visitar “um amigo” e escusou-se a fazer mais declarações. O antigo candidato presidencial e histórico do PS, Manuel Alegre, entrou na prisão de Évora por volta das 15h30, para visitar José Sócrates, que aí se encontra em prisão preventiva há duas semanas. O político e escritor, que não prestou declarações aos jornalistas ao chegar ao presídio, levou consigo um exemplar do seu livro “Tudo é e Não é”. A 21 de novembro, o antigo líder do PS e ex-primeiroministro foi detido e, após interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, por o juiz considerar existir perigo de fuga e de perturbação da recolha e da conservação da prova. José Sócrates está indiciado dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada num processo que envolve outros arguidos, incluindo o empresário e seu amigo Carlos Santos Silva, também em prisão preventiva.


Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro | 5

Fernando Pinto confiante no processo de privatização da TAP

“Mais candidatos” Pagas com multibanco

Gastos 40 euros em média nas compras

Fernando Pinto disse que teve “informações não oficiais de que pode haver mais candidatos” na transportadora aérea.

Os portugueses gastaram 40 euros em média nas compras realizadas em lojas, através dos terminais de pagamento automático da rede Multibanco, entre os dias 24 de novembro e 7 de dezembro. De acordo com um comunicado divulgado, ontem, pela Sibs, empresa que gere a rede Multibanco, nessas duas primeiras semanas da época de Natal os consumidores realizaram 32,3 milhões de compras, no valor de 1.305 milhões de euros. Face a igual período do ano anterior, o valor médio por operação reduziu-se em 0,4%.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, defendeu, ontem, que existem bons candidatos à privatização da companhia aérea, relançada pelo Governo em novembro, adiantando que tem informações de que “pode haver” novos candidatos. “Tenho um certo conforto ao dizer que temos bons candidatos [à privatização da TAP]”, disse o gestor, explicando que “bom candidato é aquele que vem ajudar ao desenvolvimento da empresa e que tem capacidade de dar um bom suporte financeiro”. Em declarações aos jornalistas, Fernando Pinto disse que, depois de oficialmente ter sido anunciada a privatização, teve “informações não oficiais de que pode haver mais candidatos”, isto é, “há a hipótese de ter alargado o número de interessados” na TAP. Fernando Pinto defendeu, ainda, que “a greve tem que ser o último recurso”, considerando que se está a tornar “uma rotina” na companhia aérea, tendo causado prejuízos diretos este ano de 25 milhões de euros, valor que se multiplica por “duas ou três

«Culpa» da Grécia

Sindicato do Grupo PT e futuro da operadora

Bolsa de Lisboa fecha em forte queda

A bolsas europeias fecharam, ontem, em queda pronunciada, com novos receios sobre a instabilidade política na Grécia a arrastarem a praça portuguesa para uma queda próxima de 2,5% e o índice ateniense ASE a protagonizar um «crash» ao afundar uns retumbantes 12,8%. O índice PSI20 terminou a sessão nos 5.074,97 pontos. Em Lisboa, a banca esteve entre os setores mais penalizados do dia, mas outras cotadas como EDP, Galp e Portugal Telecom também contribuiram para a amplitude da queda no seletivo do Euronext Lisbon.

TAP. Presidente diz que greve “deve ser último recurso”, tendo causado prejuízos diretos de 25 milhões de euros vezes” se se considerar o “efeito completo”. “A greve tem que ser o último caso. O último recurso. Se não o prejuízo é para os trabalhadores também”, declarou, quando questionado sobre a possibilidade dos pilotos da TAP avançarem para uma nova greve como forma de contestar o modelo de privatização decidida pelo Governo. No domingo à noite, o vicepresidente da TAP, Luiz GamaMór, disse esperar que o processo de privatização da transportadora aérea chegue “a bom porto”.

“Do que depende de nós continuamos a trabalhar, mas vivemos momentos difíceis neste ambiente de privatização, que produz uma pressão grande na empresa”, disse. Luiz Gama-Mór lembrou que os últimos tempos têm sido “um desafio”, com a crise e as “necessárias medidas a tomar”, já que as suas consequências “atingem bastante” uma empresa pública. “Tem sido uma condicionante importante para nós [crise], tem tido consequências a toda a hora, inclusive sindicais e agora, nova-

mente, com a privatização fica outra vez mais difícil”, afirmou o responsável, lembrando que, ainda assim, a TAP tem crescido. “Na TAP temos crescido muito. Crescemos 7% em passageiros até agora. Temos crescido, mas transportar passageiros é mais fácil do que ganhar dinheiro”, referiu, desejando que se “resolva a bom porto a privatização”, pois uma empresa que concorre num ambiente extremamente competitivo “precisa de ter autonomia, flexibilidade e, já agora, capital para atingir os objetivos que precisa”.

Trabalhadores «preferem» Isabel dos Santos O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT, Jorge Félix, “está mais favorável” à Oferta Pública de Aquisição da Terra Peregrin, de Isabel dos Santos, sobre a PT SGPS do que à venda da PT Portugal à Altice. “Se compararmos os dois e tendo em conta o que é em princípio o projeto da Terra Peregrin, consideramos que este último é mais aceitável, mais forte, encorpado e balanceado para o futuro, enquanto o primeiro tem essencialmente interesses financeiros e de lucro”, disse Jorge Félix, depois de uma reunião entre elementos do sindicato e o admi-

PT. Sindicato dos Trabalhadores “está mais favorável” à OPA da Terra Peregrin, de Isabel dos Santos

nistrador da Terra Peregrin, Mário Silva, e a equipa da Oferta Pública de Aquisição. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT) explicou que, “do ponto de vista global”, o projeto de Isabel dos Santos “está mais próximo daquilo que se pretende”, uma vez que “mantém o projeto inicial da criação de um grande operador lusófono de telecomunicações, que engloba Portugal, África e Brasil”, assim como “a integridade da PT Portugal e o seu centro de decisão e autonomia em Portugal”. “Este era o projeto defendido por Zeinal

Bava [antigo presidente executivo da PT Portugal e também da operadora brasileira Oi] e que tinha de algum modo a nossa compreensão”, disse. Sobre a salvaguarda dos postos de trabalho, Jorge Félix afirmou que os responsáveis da Terra Peregrin “comprometeram-se a defender sempre o diálogo e a cultura de respeito pelos trabalhadores”. “Se a PT Portugal tiver capacidade de crescimento a nível nacional, mas também se se puder desenvolver a nível internacional, muito menos necessidade haverá de reduzir postos de trabalho”, disse.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

Sporting tem de pontuar contra Chelsea para continuar na Liga dos Campeões

«Leões» procuram carimbar sonho em Londres Mourinho diz que quer vencer, mas espera que o Sporting siga em frente, com a «ajuda» do Schalke 04. Ao Sporting «basta» pontuar, hoje, no terreno do Chelsea para se apurar para os oitavos de final da Liga dos Campeões, na derradeira partida do Grupo G. A equipa inglesa, treinada por José Mourinho, já garantiu a qualificação e o primeiro lugar do agrupamento, cenário que poderá ser vantajoso para os «leões», na medida em que os «blues» vão poupar elementos importantes na partida que será dirigida pelo norueguês Svein Oddvar Moen. Com a continuidade nas competições europeias asseguradas, o Sporting, que não poderá contar com Nani para a deslocação a Londres, até pode apurar-se com uma derrota, desde que o Schalke 04 não vença na visita ao terreno do Maribor. Os «leões» chegam a este encontro após um triunfo sobre o Boavista por 3-0, enquanto o Chelsea interrompeu uma série de 23 jogos sem derrotas, ao perder no terreno do Newcastle (2-1). Além de Nani, Marco Silva também não pode contar com Jefferson lesionado, Cédric, que está castigado, depois de cumprir uma série de cartões amarelos, e Miguel Lopes, titular no último jogo, que não pode alinhar nas competições europeias por não estar inscrito. Devido às ausências, o técnico Marco Silva chamou Ricardo Esgaio, André Geraldes e Slavchev aos convocados para a viagem a Inglaterra. Do lado «blue», o treinador do Chelsea afirmou que jogará para ganhar o jogo, embora deseje que o Sporting seja apurado. “Eu gostava que o Sporting passasse aos oitavos de final com sete pontos e é possível. Esse é o meu desejo”, disse Mourinho, uma vez que, por um lado, quer que o Chelsea ganhe e, por outro, quer que o Schalke não ganhe. “Assim o Sporting passaria e eu ganharia o jogo, que é o meu objetivo. Sempre foi em cada jogo que fiz desde que sou treinador e será o meu objetivo até ao meu último

jogo como treinador. Não vou para nenhum jogo sem ter o objetivo único de ganhar”, afirmou. O treinador dos “blues” desvalorizou a ausência de Nani no Sporting, lesionado, contrapondo com a ausência de outro jogador influente na própria equipa. “O Nani não joga, o Hazard não joga. Fazemos as coisas objetivamente e ninguém se pode lamentar”, afirmou. Além do belga, Mourinho revelou ter dispensado da convocatória John Terry e Willian. Diego Costa vai ser titular. FC Porto não pensa no Benfica

«CHAMPIONS». Sporting, sem Nani e Jefferson, desloca-se ao terreno do Chelsea com os «oitavos» como objetivo principal

Reunião com a ECA

Bruno de Carvalho discute futebol europeu

Uma delegação do Sporting liderada pelo presidente do clube, Bruno de Carvalho, foi, ontem, recebida na sede da Associação Europeia de Clubes (ECA) para analisarem temas urgentes do futebol europeu. De acordo com uma nota publicada na página oficial dos «leões», o presidente do clube foi recebido na sede da ECA, em Nyon, Suíça, pelo

seu secretário-geral Michele Centenaro e pelo responsável jurídico, Wouter Lambrech. A ECA é o único organismo independente que representa diretamente os clubes a este nível, formalmente reconhecida através de um memorando de entendimento entre a UEFA e a FIFA, assinado a 18 de janeiro de 2008. Atualmente, este organismo representa 214 clubes de 53 associações membros da UEFA, entre os quais o portugueses Sporting, Benfica, FC Porto e o Sporting de Braga.

Já apurado e com o primeiro lugar também assegurado no Grupo H, o FC Porto recebe, também hoje, o Shakhtar Donetsk, também com lugar reservados nos «oitavos». Julen Lopetegui defendeu que a proximidade do jogo com o Benfica, para a I Liga, não irá condicionar o FC Porto os «dragões». O FC Porto assegurou já, independentemente do resultado com o Shakhtar Donetsk, o primeiro lugar do grupo, com os ucranianos em segundo, mas o treinador espanhol assegura que irá apresentar o melhor onze. No entanto, Fabiano, Danilo, Casemiro e Brahimi, quatro habituais titulares, não integram a lista de convocados para a receção ao Shakhtar Donetsk, adversário que considera “difícil e que possui um dos melhores ataques da Europa, com jogadores rápidos e talentosos”. Lopetegui desvalorizou ainda a presença do presidente do clube, Pinto da Costa, no treino, assegurando que o líder portista vai muitas vezes assistir às sessões de preparação dos “dragões”, dar “apoio, carinho e alguns conselhos”. Tal como o treinador defendeu, Ricardo Quaresma evitou falar no jogo com o Benfica, no domingo, considerando que “o FC Porto está habituado a pensar jogo a jogo”, e que apenas tem de fazer o seu trabalho, “jogar como equipa e sem pensar mais à frente”. Questionado sobre até onde pode ir o FC Porto na Liga dos Campeões, o jogador disse que “todos têm o direito de sonhar, mais difícil é concretizar esse sonho”.

Real Madrid quer primeiro Mundial de Clubes

Troféu inédito

O Real Madrid, depois de ter conquistado o seu décimo título europeu, parte como favorito para o Mundial de Clubes, no qual tenta manter o domínio europeu. O «gigante» espanhol, com os portugueses Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão, vai entrar diretamente nas meias-finais da prova, que começa hoje, em Marrocos, aguardando o adversário, que vai sair do embate entre os mexicanos do Cruz Azul ou os australianos Sydney Wanderers. O encontro entre os vencedores da Liga dos Campeões da CONCACAF e a formação da Oceânia sucede ao jogo entre os argelinos do ES Sétif e o vencedor do «playoff», que marca o arranque da competição e vai opor os anfitriões do Moghreb Tétouan aos neozelandeses Auckland City FC. O principal adversário do Real Madrid, rumo ao seu primeiro título na competição, vai ser a formação argentina do San Lorenzo, clube do qual o papa Francisco é adepto, que, tal como a equipa espanhola, entra diretamente nas meiasfinais. Os vencedores da Taça dos Libertadores da América, que têm como jogador mais titulado e camisola “10” o antigo sportinguista Leandro Romagnoli, vão enfrentar o vencedor do encontro dos quartos de final entre os campeões africanos e o emblema que sobreviver ao «play-off».


Segunda-feira, 8 de Dezembro de 2014

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 13

O Primeiro de Janeiro | 7

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SINDICATO FALA EM ADESÃO DE 100% NA GREVE DA STCP

“Grande dia de luta”

A adesão à greve dos trabalhadores da Sociedade dos Transportes Coletivos do Porto é total, não circulando autocarros no Grande Porto, informou fonte sindical. Segundo Jorge Costa, do Sindicato Nacional dos Motoristas, este “é um grande dia de luta” para os trabalhadores, que com esta adesão de 100% demonstram o “descontentamento generalizado relativamente à eventual subconcessão da empresa”. Os trabalhadores da STCP estiveram ontem em greve, depois de na segunda-feira terem já cumprido uma paralisação em dia feriado, mas cuja adesão “foi fraca”, em defesa da empresa pública, que se “encontra ameaçada pelo processo de subconcessão”, alegam os sindicatos do setor. Jorge Costa referiu que as Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT) desconhecem o processo de subconcessão da empresa, cujo prazo para entrega de propostas no âmbito do concurso público terminava ontem. “Até ao último dia do concurso não conhecemos nada deste processo. Não conhecemos o caderno de encargos, desconhecemos se há concorrentes e o que quer a tutela e a administração da STCP”, frisou. O sindicalista afirmou que, apesar de existir um piquete de greve, “tudo correu até agora dentro da normalidade”. Jorge Costa disse ainda ter a expectativa de que “a adesão será ser total até ao final da greve”. Na sua página na internet, a STCP admite a “ocorrência de perturbações no seu serviço” devido à greve. O tribunal Arbitral estabeleceu para ontem serviços mínimos para as linhas 200, 204, 205, 305, 600, 701, 704, 800 e 903. As obrigações mínimas estabelecidas incluíram ainda o serviço noturno nas linhas 501, 702, 801, 901 e 906, bem como o serviço de madrugada para as linhas 1M, 4M, 7M, 10M e 13M. Nesta paralisação os trabalhadores pretendem ainda chamar a atenção para o incumprimento dos serviços previstos diariamente por falta de motoristas, adiantando que há largos meses que dezenas de serviços ficam diariamente por fazer, “o que equivale a 17 dias de greve integrais promovidos pelo conselho de administração com a cobertura do Governo”. A Comissão de Trabalhadores da STCP considera que este incumprimento de serviços – que se deve à falta de efetivos, nomeadamente nas funções de motorista – põe em causa a mobilidade das populações na área urbana do Porto e deve-se à falta de efetivos, nomeadamente nas funções de motorista.

Carlos Tavares canta o Douro na Casa da Música

Concerto solidário a favor do Mama Help

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e antigo ministro da Economia, Carlos Tavares, e os cantores Vitorino e Manuel Rebelo juntam-se dia 27, na Casa da Música, no Porto, num concerto solidário a favor do Mama Help. Fonte da instituição de saúde informou que as receitas do espetáculo “Douro, Tejo e Guadiana” revertem integralmente para o Mama Help, um Centro de Apoio a Doentes com Cancro da Mama, sem fins lucrativos, a funcionar desde março de 2011 na Ordem da Trindade, no Porto, mas com uma gestão completamente autónoma. A Carlos Tavares, Vitorino Salomé e Manuel Rebelo junta-se a Banda Visconde de Salreu, dirigida pelo maestro Afonso Alves, e o Coro Senhora do

Monte. O espetáculo, para três vozes, coro e banda sinfónica, baseia-se na Lenda dos Três Rios, juntando três solistas, um por cada rio: o alentejano Vitorino Salomé representa o Guadiana, Manuel Rebelo dá voz ao Tejo e Carlos Tavares canta o Douro. O desafio para este projeto partiu de Carlos Tavares, que escolheu para o trio, aquelas que, em sua opinião, são “duas das melhores vozes no canto em português”. “Uma bem conhecida, o Vitorino, grande voz, grande intérprete e técnica de canto apurada e, como o Vinho do Porto, melhorando com a idade. A outra voz, menos conhecida, de uma geração diferente, mas com qualidades semelhantes embora de uma escola diversa: o Manuel Rebelo, cantor da escola lírica (membro do coro Gulbenkian),

mas com incursões frequentes na música ligeira”, sublinha Carlos Tavares. Manuel Rebelo, um dos membros do grupo Tetvocal, “persegue agora uma carreira a solo e cantou superiormente (com Luís Represas) a Missa Brevis, de João Gil”, acrescenta. Além de músicas dos três cantores, o alinhamento, com cerca de 20 canções, terá temas de José Afonso, Frederico Valério e Tim. As cerca de 20 canções de música ligeira são associadas – pela autoria ou pela temática – a cada um dos três rios, e são acompanhadas pelas imagens dos seus percursos. Os bilhetes têm um preço de 20 euros, mas os maiores de 65 e os menores de 18 anos beneficiam de um desconto de 50 por cento. As crianças até aos 10 anos têm entrada gratuita.

Hoje na estação de metro do Porto-Trindade

Alunos especiais apelam à inclusão social

Alunos da Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária Espaço T com problemas biopsicossociais apresentam hoje, na estação de metro do Porto-Trindade, iniciativas artísticas de sensibilização das pessoas para a inclusão social e a arte. “O que pretendemos é interagir com quem entra e sai do metro, proporcionar momentos de felicidade e mostrar que os alunos da associação, com deficiência mental, problemas de mobilidade, toxicodependência ou álcool, têm qualidades e determinação”, explica o diretor da instituição, Jorge Oliveira. Durante duas horas, entre as 14h00 e as 16h00, a associação Espaço T vai também divulgar o projeto “Palcos para a Inclusão” que consiste na realização,

uma vez por semana, ao longo de 2015, de um espetáculo de teatro, dança, canto e pintura em bairros do Porto. Na opinião de Jorge Oliveira, os alunos da associação Espaço T vão transformar a Estação de Metro da Trindade numa “catedral de arte inclusiva”. “O que pretendemos é que as pessoas aceitem a diferença e vejam a arte como uma terapia”, disse. O projeto “Palcos para a Inclusão”, que envolve cerca de 100 alunos, pretende “enriquecer” e “dotar” os bairros do Porto, muitas vezes marginalizados, de cultura e novas experiências, explicou o responsável. Os espetáculos são gratuitos e os cenários e adereços são feitos pelos alunos e formadores da associação Espaço T,

que já estão a elaborar e ensaiar as peças, disse ainda Jorge Oliveira. “Esta atividade é também uma forma de aumentar a autoestima dos alunos, tornando-os mais felizes e capazes”, continuou. Este projeto é financiado pela Águas e Câmara do Porto, revelou o diretor da associação Espaço T. A festejar 20 anos de existência este ano, Espaço T trabalha para “todas as pessoas, todas as idades e todos os estratos sociais”, onde se trabalha a arte como processo terapêutico para promover a aceitação da diferença, assinalou Jorge Oliveira. “Ao longo destes anos, passaram pela associação Espaço T milhares de alunos que hoje têm as suas vidas organizadas e que, apesar das suas limitações, encontraram um rumo”, concluiu.

Documentário é lançado hoje em Matosinhos

“Uma Montanha do Tamanho do Homem”

O documentário “Uma Montanha do Tamanho do Homem”, que procura perceber como Drave, uma aldeia desabitada no concelho de Arouca, começou a atrair milhares de pessoas, é lançado hoje, num ‘shopping’ de Matosinhos, revelou o realizador. “A lógica foi a de tentar perceber o que tem de peculiar esta aldeia para que, depois de ter ficado desabitada no ano 2000, não tenha sido abandonada. Não só houve pessoas que começaram a reconstruí-la – os escuteiros –, como se tornou ponto de atração turística, com milhares de pessoas a passarem por lá todos os anos”, explicou João Nuno Brochado. O mentor do projeto (cuja autoria

partilha com Paulo Natividade e José Carlos Matos) recorda que em Drave, uma espécie de vale situado entre as serras de São Macário e da Freita, na freguesia de Covêlo de Paivó, concelho de Arouca, distrito de Aveiro, não há eletricidade, água canalizada, rede de telemóvel ou mesmo estradas que permitam o acesso por automóvel. “Os carros ficam a dois quilómetros. Para se chegar lá, tem de se ir por caminhos de cabra”, conta. Além dos escuteiros, que desde o início do século se têm dedicado à reconstrução da aldeia, o realizador portuense procurou também abordar o facto de esta aldeia se estar a tornar “um ponto

de atração turística”. “Há muitas pessoas que vão para lá fazer caminhadas, muitos desportistas, há centenas de pessoas a passar por lá todas as semanas”, assegura. Para o realizador, de 31 anos, outro dos grandes motivos de interesse deste trabalho reside em perceber como é que há tantos jovens num sítio “completamente isolado do mundo”. “Hoje em dia, é difícil acreditar que passem lá duas ou três semanas sem as condições que consideramos ser básicas. Vão para lá recuperar o património a troco de nada”, sublinha, frisando que esta ainda é uma realidade “desconhecida para muita gente”.


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