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BENFICA DESPEDE-SE SEGUNDA EQUIPA JOGA HOJE PARA O ORGULHO E PARA A RECEITA DA CHAMPIONS

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Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVII | N.º 07

Terça-feira, 09 de dezembro de 2014

MARIA LUÍS GARANTE JUNTO DO EUROGRUPO QUE PORTUGAL VAI CUMPRIR META DO DÉFICE

F!RME CO M P R O M I SS O n A ministra das Finanças reafirmou perante os seus colegas do Eurogrupo, o “compromisso firme” do Governo de alcançar um défice abaixo dos 3% no próximo ano, e com as medidas previstas no OE2015. “Na prática, aquilo que já foi falado várias vezes tem a ver com a divergência de previsões entre o Governo português e a Comissão Europeia relativamente às metas de défice para o próximo ano. Tive ocasião de explicar aos meus colegas do Eurogrupo onde é que residiam as principais diferenças, e por que razão é que o Governo português entende que se mantêm adequadas as previsões consideradas” no OE2015, disse Maria Luís.

TURISMO

“Temos de aumentar as nossas verbas para a promoção”, diz a CTP

PCP

está pronto a assumir “todas as responsabilidades”, mesmo governativas

CABO VERDE Portugal envia hoje duas ambulâncias para a Ilha do Fogo


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Terça-feira, 9 de Dezembro de 2014

40.º Congresso Nacional da Associação das Agências de Viagens e Turismo

“Temos de aumentar as nossas verbas de promoção” O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP) pediu mais verbas para a promoção turística do país, em linha com a associação das agências de viagens, e lembrou que a TAP é determinante para o futuro do setor. No discurso de encerramento do 40.º Congresso Nacional da Associação das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Francisco Calheiros juntouse, assim, ao apelo que o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, tinha feito na abertura do congresso, que decorreu em Évora desde sexta-feira, e que contou com a presença do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, do secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e do presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo. “A promoção [do destino turístico Portugal] – e eu envolvo a comunicação, o marketing digital, tudo o que tem a ver com a proposta de promoção do nosso país – não é um custo, é um investimento. Para termos cá mais um, 10, 100, um milhão de turistas não é preciso nem mais uma agência de viagens, nem mais um autocarro, nem um restaurante, nem um hotel, não é

TURISMO. O presidente da CTP também diz que a TAP é, simplesmente, determinante para o turismo português”

preciso mais nada. A capacidade instalada está toda cá e é imediata. Nós, ao promovermos rápido como fizemos o ano passado na Alemanha temos um retorno extraordinariamente rápido. Portanto, continuo a insistir que temos de aumentar as nossas verbas de promoção”, disse Francisco Calheiros. Na sexta-feira, perante os governantes, Pedro Costa Ferreira afirmara que não se devem “confundir resultados positivos [o setor bateu recordes nos últimos dois anos] com menor necessidade de se reforçar o programa de promoção” de Portugal. “Para que não fiquemos nas meias palavras, do que estou a falar é de mais verbas para a promoção do país. Porque os gastos em promoção têm retorno absolutamente incontestável e incontestado”, disse o mesmo responsável na altura. Outra das preocupações comuns à CTP e à APAVT é a privatização da TAP. Se na sexta-feira, Pedro Costa Ferreira

apelou para que não se faça uma privatização da transportadora aérea nacional “apressada”, agora o presidente da CTP lembrou a importância da companhia aérea nos resultados do setor. “Cerca de 80% dos nossos turistas vêm por via aérea. Mais de metade destes turistas vem pela TAP. A TAP é, simplesmente, determinante para o turismo português. E nos últimos anos têm sido exemplo as rotas, a estratégia toda que tem aberto. Lembro que quando começou a política brasileira da TAP, os brasileiros não ficavam cá, limitavam-se a passar por cá e, hoje em dia, vemos o que representam os turistas brasileiros, nomeadamente em Lisboa. Portanto, a TAP é determinante para o futuro do turismo português”, afirmou Francisco Calheiros. Este responsável voltou a abordar também a questão da fiscalidade, lembrando que nos últimos Orçamentos do Estado, os governantes foram sensibilizados pela CTP para a questão, não haven-

do nenhuns aumentos específicos para o turismo. “Começamos agora a ouvir falar novamente em taxas e impostos e eu insisto: não dificultem a vida aos empresários. Tivemos um 2013 e um 2014 bons, mas os cinco anos anteriores foram maus. Numa altura em que todos estamos a tirar a cabeça de fora, se se começa a taxar, se se começa a tornar o produto menos competitivo, isso não será bom para ninguém”. Aquando o anúncio da Câmara de Lisboa da introdução de uma taxa de um euro por cada dormida na capital do país e de outro euro por cada entrada através do aeroporto ou porto de Lisboa, a CTP já tinha considerado “ilusório pensar que serão os turistas a suportar” as novas taxas turísticas. “Serão os operadores do sector que, em defesa da competitividade do destino, serão obrigados a internalizar esse custo, com prejuízo acrescido da sua margem já tão sacrificada”, afirmou a CTP, em novembro, em comunicado.

Iniciativa do Instituto Maria Paz varzim

Missas com linguagem gestual As missas de uma paróquia da Póvoa de Varzim são “traduzidas” em linguagem gestual, numa iniciativa do Instituo Maria Paz Varzim que pretende envolver a comunidade surda no quotidiano da sociedade. O projeto, apelidado “Unidos vencemos barreiras”, tem atraído a estes serviços religiosos na Paróquia S. José de Ribamar, sempre no último domingo de cada mês, vários elementos da comunidade surda local, que, conjuntamente com a cidade vizinha de Vila do Conde, é uma das maiores do país. “Na sequência deste projeto, chegámos à conclusão de que ninguém se tinha lembrado de que uma pessoa surda e católica, se quisesse assistir presencialmente a uma missa, não tinha onde ir. Estamos a envolver estas pessoas na comunidade com tarefas do dia-adia de forma muito natural”, disse Odete

Costa, presidente do Instituto Maria Paz Varzim. A dirigente lembrou que todo projeto tem “como base o voluntariado” e que a adesão da comunidade surda tem sido em crescendo, estando já a serem preparadas outras iniciativas semelhantes. “São os próprios surdos que convidam os amigos de outras cidades para virem à Póvoa de Varzim a esta atividade. Sendo esta uma cidade turística, estou certo de que no verão teremos mais surdos da região que virão cá de férias por saberem que temos projetos como estes”, partilhou Odete Costa. Nuno Costa, um dos surdos que tem participado na iniciativa, elogiou o projeto, mas considerou que é necessário que atividades como esta se multipliquem. “Ainda é preciso fazer mais para incluir os surdos. Gosto muito deste projeto mas

era bom fazer-se algo que promovesse mais o nosso contacto com os ouvintes. É preciso quebrar barreiras”, disse o jovem, enaltecendo esta medida no plano religioso. “Deus nunca nos falha, nunca nos diz que não. Está sempre apoiar os surdos e os cegos. Nunca desiste de nós”, desabafou. Soraia Rodrigues, intérprete de língua gestual, é uma peça fundamental nesta iniciativa, fazendo a ponte entre a mensagem religiosa e a compreensão por parte da comunidade surda que assiste às missas. “Participo com muito gosto. Sinto-me bem por estar a incluir os surdos na sociedade. Na religião, pela complexidade do discurso, não é fácil transmitir a mensagem para eles, mas acho que aos poucos estamos a evoluir”, afirmou a intérprete. A cooperar para que a mensagem de

Deus possa ser mais bem assimilada pelos surdos, o padre Nuno Rocha confessou uma especial atenção na forma como se expressa nesta cerimónia. “O meu cuidado prende-se com um discurso pausado para que todos possam compreender. Por norma já o faço nesta celebração, até porque temos muitas crianças, e é necessário expor uma linguagem simples, embora nunca deixando de tocar a mensagem cristã”, disse o sacerdote. Nuno Rocha lembrou que “é fundamental integrar todas pessoas da comunidade na vida cristã” e que, por isso, “no instante em que surgiu o desafio foi aceite, porque esta casa [igreja] é de todos”. As missas com linguagem gestual vão continuar no ano de 2015, nos últimos domingos de cada mês, na celebração das 11h30, na Paróquia de S. José de Ribamar, na Póvoa de Varzim.

Volta a Paranhos

Leonor Carneiro brilha no feminino

A atleta portuguesa Leonor Carneiro, do Sporting, e o etíope Getinet Gedame ganharam a 57.ª edição da Volta a Paranhos, no Porto. A atleta do Sporting gastou 34.04 minutos para percorrer os 10 km do percurso, derrotando Doroteia Peixoto, dos Amigos da Montanha, por três segundos, e Luísa Oliveira, por 14 segundos. No setor masculino, a novidade foi o regresso de Rui Teixeira, agora atleta do Maia AC, após dois anos de suspensão, por doping, sendo segundo, com 30.45 minutos, a 24 segundos do vencedor. Rui Muga completou o pódio, em 30.58. Concluíram a prova portuense, tradicional organização do Salgueiros, 1798 concorrentes. Na feira da Pasteleira

PSP deteve três indivíduos por alegada contrafação

A PSP anunciou a detenção de três indivíduos por alegada contrafação na feira da Pasteleira, no Porto, onde apreendeu mais de mil artigos, entre os quais 468 DVD e 28 malas de senhora. Em comunicado, a PSP refere que as detenções ocorreram no domingo, na feira da Pasteleira, no âmbito de uma operação policial que teve como objetivo a prevenção e o combate à criminalidade. Além dos três detidos por suspeitas de contrafação e usurpação de direitos de autor, a PSP deteve um outro por condução sob o efeito de álcool. No local foram apreendidos 468 DVD, 431 CD, 28 malas de senhora e 99 artigos de vestuário e calçado contrafeito. Nesta operação, a PSP fiscalizou ainda 57 condutores e respetivas viaturas, sendo que todos foram submetidos ao teste de álcool no sangue. Os quatro detidos foram notificados para comparecerem junto das autoridades judiciárias.


regiões

Terça-feira, 9 de Dezembro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Remoção de amianto na PSP de Viana do Castelo concluída em janeiro

“Coincidências são muitas” Bairro dos Loios

Homem morto a tiro na via pública

Nas últimas duas décadas, 23 profissionais que trabalharam naquela área tiveram cancro. Doze morreram.

Um homem, de 27 anos, foi, ontem, morto a tiro na via pública no Barreiro, com o agressor a colocar-se em fuga. “O crime ocorreu cerca das 10h50 na freguesia do Lavradio, no Barreiro. Um homem com 27 anos foi atingido com uma arma de fogo e acabou por morrer no local”, disse fonte da PSP. O caso aconteceu na praceta da Urbanização dos Loios, no Lavradio, numa zona onde se encontram diversas viaturas estacionadas na rua para venda. O suspeito colocou-se em fuga, com o corpo da vítima a ficar na via pública durante algumas horas, tendo a PSP criado um perímetro de segurança.

O segundo comandante da PSP de Viana do Castelo admitiu, ontem, que a remoção do fibrocimento existente numa área do comando distrital daquela força policial deve estar concluída em meados de janeiro de 2015. Segundo Raúl Curva, a intervenção visa a substituição de uma cobertura com cerca de 300 metros quadrados nos anexos do edifício daquele comando, onde funcionam as Esquadras de Trânsito e a Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial, além de um gabinete da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. As obras, iniciadas em 25 de novembro, orçam em cerca de 150 mil euros e incluem a substituição da cobertura da garagem do comando distrital. Naqueles anexos, segundo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), trabalham cerca de 40 polícias e dois civis. De acordo com um estudo divulgado em fevereiro por aquela estrutura sindical, nas últimas duas décadas, 23 profissionais que trabalharam - com períodos de tempo de exposição diferen-

Monóxido de carbono

Movimento «Cidadãos por Coimbra» avisa

Intoxicação mata jovem e fere outros dois

Uma intoxicação com monóxido de carbono provocou, ontem, um morto e dois feridos, todos eles na casa dos 20 anos, em A-dosFrancos, no concelho das Caldas da Rainha. José António Silva, segundo comandante do Bombeiros das Caldas da Rainha revelou que a corporação foi acionada às 12h48 e, segundo a mesma fonte, “verificou a existência de um braseiro aceso” no local onde se supõe que tenham pernoitado os três jovens. Segundo a mesma fonte, os bombeiros admitem que os jovens possam ser da zona de Lisboa e estariam a passar o fim de semana em casa de familiares.

VIANA DO CASTELO. Intervenção visa substituição de cobertura com cerca de 300 metros quadrados nos anexos do edifício da PSP tes - naquela área “desenvolveram diversos tipos de cancro”. Destes 23 polícias, segundo adiantou na ocasião a ASPP, 12 morreram da doença. “Não estamos a afirmar que estas mortes foram causadas pelo amianto, mas as coincidências são muitas e os agentes fizeram a associação entre os problemas de saúde dos colegas e o material da cobertura do anexo”, sustentou, na ocasião, Paulo Rodrigues. Sem data para começar está uma intervenção mais profun-

da no edifício do comando distrital, reclamada há vários anos. Está prevista desde 2011, mas até hoje não saiu do papel, apesar de preparadas pelo Ministério da Administração Interna. “Essas obras estavam a ser tratadas pela Direção-Geral da Infraestruturas e Equipamentos, entretanto extinta. Agora o assunto passou para Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (MAI). Não sei como vai ser”, adiantou, em julho passado, o intendente José Vieira da Cruz, à margem

das comemorações dos 138 anos do comando distrital de Viana do Castelo. Na altura, o comandante distrital afirmou que a degradação na fachada exterior do edifício principal do comando, “com buracos e cal a cair” faz parecer que o edifício “foi alvo de um atentado” no “Iraque ou Afeganistão”. Para a área de policiamento daquela força, que abrange a cidade de Viana do Castelo e a vila da Ponte de Lima, estão destacados 185 elementos policiais.

Desistir do metro à superfície não é ideia O movimento «Cidadãos Por Coimbra» rejeitou, ontem, qualquer solução para o ramal ferroviário da Lousã que passe pelo abandono do projeto de metropolitano ligeiro de superfície, que considera estratégico para os municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu no sábado, o compromisso de candidatar ao novo quadro comunitário de apoio uma solução de mobilidade para o ramal ferroviário da Lousã, que foi desativado há cinco anos. “Julgo que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do

COIMBRA. Movimento «Cidadãos por Coimbra» recolheu assinaturas pelo metro ligeiro de superfície

Centro (CCDRC) está nesta altura a ultimar o estudo de viabilidade que exige que se estudem também alternativas, para as poder comparar, usando o mesmo veículo de infraestrutura que já está colocado. A possibilidade de alternativas passa por ter ligações com autocarros elétricos”, disse o chefe do Governo. Para o movimento cívico «Cidadãos Por Coimbra», o arrastar do processo e a forma como o primeiro-ministro “impôs exigências à Câmara Municipal de Coimbra de valorização de terrenos dentro da cidade, é mais uma manifestação de

prepotência do poder central contra Coimbra e a região”. “E que só se explica porque o poder autárquico em Coimbra, na sua alternância nos últimos 40 anos entre o PS e o PSD, se tem revelado fraco, inconsequente e sem estratégia, incapaz de mobilizar os cidadãos para causas, à cabeça das quais devia estar a do Metro Mondego”, refere um comunicado divulgado ontem. No comunicado, o movimento refere que encerrou, há dias, a primeira fase da campanha em defesa da instalação do metropolitano ligeiro de superfície, com a recolha de assinaturas.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Terça-feira, 9 de Dezembro de 2014

Maria Luís Albuquerque garante no Eurogrupo

Défice abaixo dos 3% é um “compromisso firme” A ministra das Finanças reafirmou perante os seus colegas do Eurogrupo, o “compromisso firme” do Governo português de alcançar um défice abaixo dos 3% no próximo ano, e com as medidas previstas no Orçamento de Estado para 2015. Falando no final de um dia de reuniões do fórum dos ministros das Finanças da zona euro, durante o qual o Eurogrupo instou Portugal a provar, nos próximos meses, a “eficácia” das medidas contidas no projeto orçamental para 2015 para baixar o défice, Maria Luís Albuquerque apontou que cabe ao Governo demonstrar que, efetivamente, não necessita de medidas suplementares para atingir uma meta com a qual continua totalmente comprometido. “Na prática, aquilo que já foi falado várias vezes tem a ver com a divergência de previsões entre o Governo português e a Comissão Europeia relativamente às metas de défice para o próximo ano. Tive ocasião de explicar aos meus colegas do Eurogrupo onde é que residiam as principais diferenças, e por que razão é que o Governo português

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE. A ministra das Finanças explicou por que razão é que o Governo português entende que se mantêm adequadas as previsões consideradas no OE2015

entende que se mantêm adequadas as previsões consideradas no Orçamento de Estado para 2015”, disse. Segundo a ministra, aquilo que o Governo terá agora que “demonstrar à medida que o tempo passa é que as medidas” já incluídas no orçamento para 2015 “são eficazes no sentido de conseguirem produzir o resultado pretendido”, ou seja, sair do procedimento por défice excessivo (abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto). “Porque a nossa divergência é essa: é de avaliação da eficácia das medidas, e também as conhecidas diferenças relativamente ao cenário macroeconómico”, sublinhou. Maria Luís acrescentou que “a reação por parte dos colegas do Eurogrupo foi positiva”, apesar de se manter a avaliação da existência de um “risco” associado ao Orçamento de Estado, “uma vez que identificada pela Comissão a possibilidade de um défice acima dos 3%” no próximo ano - Bruxelas antecipou, nas suas recentes previsões económicas de outono, um défice para

Portugal em 2015 de 3,3%, contra a estimativa de 2,7% do Governo. “Reafirmámos que as metas são para cumprir, o que entendemos é que não é preciso fazer mais do que aquilo que já está previsto no Orçamento de Estado”, sintetizou. A ministra de Portugal explicou ainda que não há um calendário específico para Portugal mostrar a eficácia das medidas, sendo essa avaliação feita com base na divulgação de indicadores ao longo do tempo, sendo que “o próximo momento relevante em matéria de reanálise” terá lugar em fevereiro, quando a Comissão divulgar as suas previsões económicas de inverno. Questionada sobre se considera que Portugal continua a merecer dos seus parceiros do Eurogrupo a mesma confiança que existia durante a execução do programa de ajustamento, sob vigilância da ‘troika’, a ministra respondeu que, “honestamente, sim”. “A perceção que levo destas reuniões do Eurogrupo é que, efetivamente, os nossos parcei-

ros levam a sério os nossos compromissos e a nossa palavra de continuar este esforço de recuperação do país”, concluiu. Entretanto, e já depois das declarações de Maria Luís, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia chegaram a acordo em relação ao orçamento comunitário para 2015, com um cabimento de 141,2 mil milhões de euros para pagamentos e 145,3 mil milhões em autorizações. O acordo foi conseguido após meses de negociações e a rejeição de uma primeira versão do orçamento, tendo a Comissão Europeia avançado com uma segunda proposta no dia 28 de novembro, com cortes e de 800 milhões nas dotações de pagamentos e de 400 milhões nas dotações de autorização. Em relação aos retificativos para este ano, há uma verba de quatro mil milhões de verbas adicionais para pagar faturas já vencidas. O acordo agora alcançado “melhora significativamente a posição inicial do Conselho e impede o colapso orçamental da União Europeia (UE)”, uma vez que evita que se recorra a um sistema de duodécimos, salientou, em comunicado, o eurodeputado José Manuel Fernandes (PSD), que integra a Comissão dos Orçamentos do PE. O deputado europeu, que esteve envolvido nas negociações, salientou ainda que “as três instituições da UE acordaram desenvolver um plano de pagamentos para resolver o problema das faturas já vencidas, já que no final deste ano estima-se que o seu montante rondará os 23 mil milhões de euros”. O acordo saído dos trílogos (reuniões que juntam parlamento, conselho e comissão) será formalmente aprovado na próxima sessão plenária do PE, que se inicia dia 15.

Jerónimo de Sousa diz que o PCP está pronto para compromissos

“Assumir todas as responsabilidades” O secretário-geral do PCP colocou “perguntas fundamentais” para poder “conversar” sobre a constituição de um futuro Governo, assegurando que o partido está pronto a assumir “todas as responsabilidades, designadamente governativas” que o povo lhe atribua. Jerónimo de Sousa participou num almoço que reuniu cerca de 500 pessoas em Benavente, deixando algumas “interrogações” tendo em conta o trajeto do Partido Socialista (PS), que, mesmo quando teve maioria absoluta, foi “pelo seu próprio pé, sempre livremente e ligeirinho, para a direita”. “Por isso fazemos estas interrogações. Conversar, podemos conversar, mas respondam, porque estaremos de acordo que o pior seria este

PCP, com uma só cara, uma só palavra, a troco deste ou daquele lugar num Governo, abdicar de saber: um Governo para quê, um Governo para quem? Para governar para o povo ou para o capital? São perguntas fundamentais, primeiras e principais que temos de fazer”, afirmou. Jerónimo de Sousa declarou que o Partido Comunista Português (PCP) assumirá “todas as responsabilidades, designadamente governativas, que o povo português entenda atribuir [ao partido] - não o PS - (…) na luta e no voto”, assegurando que não abdica da “política alternativa, dessa rutura que é necessária, porque no pântano ninguém consegue nadar”. O líder comunista sublinhou ainda

a “diferença” do PCP, num “quadro de corrupção, de tanta mentira e de tanto equívoco”, por ter um ideal e “estar na política de forma ética”. Referindo-se aos “casos que têm abalado a realidade política e social” do país, Jerónimo de Sousa afirmou que não se trata de “uma questão comportamental deste ou daquele indivíduo”, mas que “é a própria política de direita que é adubo e semente dessa mesma corrupção”. Para Jerónimo de Sousa, a situação de corrupção “faz perigar o próprio regime democrático”, que, frisou, não é a origem do problema. “Não é um problema da Constituição, não é um problema do regime democrático, mas sim resultante da própria política de direita”, disse, recor-

dando que os constituintes “aprovaram um preceito em que diziam que o poder económico não se pode sobrepor ao poder político” e que é a “distorção” deste preceito que hoje “permite o processo de corrupção” a que se assiste em Portugal. O almoço, no pavilhão Nossa Senhora da Paz, contou com a presença de personalidades do mundo do futebol, como Toni, António Simões (que chegou a ser deputado pelo CDS, eleito pelo círculo fora da Europa), Álvaro e João Malheiro, tendo Jerónimo de Sousa começado o seu discurso com uma saudação e um “sublinhado especial” aos que, “não sendo comunistas, apenas patriotas preocupados com o seu país”, quiseram estar presentes.

Escolas profissionais

Salários em risco

As escolas profissionais denunciaram que ainda não receberam qualquer verba este ano letivo, estando em causa cerca de 50 milhões de euros destinados ao pagamento de salários aos trabalhadores e à atribuição de subsídios aos alunos. A Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO) reúne-se hoje com os deputados da Comissão de Educação da Assembleia da República, manifestando-se preocupada com a situação. “A situação que as escolas profissionais estão a viver é mesmo muito grave”, afirma o presidente da ANESPO, Luís Presa, em comunicado, adiantando que se não forem desbloqueadas as verbas rapidamente, “muitos milhares de professores e funcionários não vão receber salários e muito menos subsídios de Natal”. Estas escolas, segundo a associação, envolvem cerca de 35 000 alunos, milhares de professores, formadores, pessoal auxiliar e administrativo. Os casos mais graves verificam-se no Norte, na região centro e no Alentejo. De acordo com a ANESPO, as escolas são financiadas pelo Estado português e por fundos europeus, não resultando o problema de falta de verbas, mas de “falta de informação e de articulação entre departamentos governamentais”.

Alterações climáticas

Portugal continua em quarto

Portugal mantém a quarta posição entre os 58 países mais industrializados na avaliação do desempenho relacionado com as alterações climáticas, com melhorias gerais nas emissões, apesar de ter piorado nas emissões dos edifícios e na produção de eletricidade. Os resultados da 10.ª edição do índice das alterações climáticas (Climate Change Performance Index ou CCPI) foram divulgados pela Rede Europeia de Ação Climática, em que participa a portuguesa Quercus, em Lima, no Perú, onde decorre a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP20), com o objetivo de preparar um acordo para limitar as mudanças do clima. “Portugal mantém a mesma posição em relação ao ano passado, melhorando em diversos indicadores, principalmente no que respeita ao nível de emissões, mas piorando na evolução recente das emissões associadas ao uso residencial e edifícios e à produção de eletricidade”, refere uma informação da Quercus.


Terça-feira, 9 de Dezembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Empresa chinesa de serviços financeiros Haitong vence concorrência

BESI comprado por 379 milhões de euros Negócio está agora dependente das aprovações do Banco de Portugal, Bruxelas e autoridades da concorrência. OCDE alerta sobre aumento da idade da reforma

Não resolve tudo

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou, ontem, que o aumento do valor das contribuições e dos anos de desconto apenas resolvem “em parte” os problemas que os sistemas de pensões atravessam. “O aumento do valor das contribuições e dos anos de desconto resolve em parte os desafios que o envelhecimento da população suscita aos sistemas de pensões”, diz a entidade, que divulgou o relatório «Panorama das Pensões da OCDE 2014». Para a organização, há vários elementos que devem ser efetivados para que os problemas de sustentabilidade nos sistema de pensões sejam ultrapassados, sendo que essencial é haver uma “conjuntura económica positiva” nos países. A “combinação de aumento de taxas de cobertura, níveis de contribuição e idade de reforma efetiva” também “potenciariam o papel complementar desempenhado pelas pensões privadas”, advoga a OCDE. Os países, analisa a OCDE, estão a “acelerar o ritmo das reformas das pensões tendo em vista a estabilização quer da insustentabilidade da dívida pública, quer das despesas associadas às pensões públicas”. Em Portugal, a idade de reforma está atualmente nos 66 anos.

O Novo Banco informou, ontem, que vendeu o Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) à Haitong, empresa chinesa especializada em serviços financeiros, por 379 milhões de euros. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco frisa que o negócio está agora “dependente das necessárias aprovações, nomeadamente junto do Banco de Portugal, da Comissão Europeia, das autoridades da concorrência e de um conjunto de outras autoridades que exercem supervisão direta sobre a entidade compradora”. A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco. O BESI, aquando da resolução do BES, transitou para o Novo Banco. O interesse da Haitong no BESI já tinha sido noticiado recentemente e o negócio foi ontem concretizado. O Novo Banco revelou entretanto à imprensa que a venda deste ativo tem um impacto estimado “superior a 50 pontos base” no rácio de capital (Common Equity Tier I) da entidade. Na semana passada soube-se que o ativo consolidado do Grupo Novo Banco é de 72.465 milhões de euros, com os capitais próprios a ascenderem a 5,6 mil milhões de euros e o rácio de solvabilidade a atingir os 9,2%, número que deve agora subir para, pelo menos, 9,7%. A Haitong diz, na sua página na internet, ser uma das principais empresas de valores mobiliários na China em termos de ativos totais e património líquido, fornecendo

serviços financeiros globais para mais de 4,6 milhões de clientes. Declarada falência da Rio Forte

BES. Tribunal do Comércio do Luxemburgo declarou, ontem, a falência da Rio Forte Investments S.A., recusando a gestão controlada

Audição começa às 09h00

Salgado ouvido hoje na comissão de inquérito

O antigo presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, garante ter “inteira disponibilidade” para prestar os “necessários esclarecimentos” na comissão parlamentar de inquérito sobre o banco. Num texto que chegou aos deputados e à comissão de inquérito, o antigo presidente do Banco Espírito Santo diz não poder entregar no

parlamento as atas das reuniões do Conselho Superior do GES, como requisitado, alegando “reserva de intimidade” e também porque as mesmas foram recolhidas nas buscas envolvendo os processos «Monte Branco» e «Universo Espírito Santo». O ex-presidente do BES será ouvido na comissão de inquérito já amanhã às 09h00. A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

O Tribunal do Comércio do Luxemburgo declarou, ontem, a falência da Rio Forte Investments S.A., cinco dias depois de esta empresa do Grupo Espírito Santo (GES) ter visto rejeitado o seu recurso relativamente ao pedido de gestão controlada. Num curto comunicado, o tribunal indica que procedeu ontem à declaração de falência após a empresa reconhecer que cessou os seus pagamentos e que já não tem acesso a crédito. Na passada terça-feira, o Tribunal de Apelação do Luxemburgo havia negado provimento a um recurso interposto pela Rio Forte, confirmando assim a rejeição do pedido de admissão da sociedade ao regime de gestão controlada, decidida a 17 de outubro pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo. O Tribunal do Luxemburgo rejeitou os quatro pedidos de gestão controlada apresentados em julho por empresas do Grupo Espírito Santo (GES), os últimos dos quais relativos à Espírito Santo International (ESI) e à Rio Forte Investments, no passado dia 17. Em causa estão os pedidos de gestão controlada apresentados pela ESI, a 18 de julho, pela RioForte, a 22, pela Espírito Santo Financial Group (ESFG), a 24, e pela Espírito Santo Financière (ESFIL), a 31, todos no mesmo mês. A 3 de outubro, o Tribunal do Luxemburgo tinha já rejeitado os pedidos de gestão controlada do Espírito Santo Financial Group e da Espírito Santo Financière. Recorde-se que, na passada quinta feira, o Fundo de Resolução publicou na imprensa um anúncio a informar dos pré-requisitos exigidos aos interessados em comprar o Novo Banco, e que excluem os acionistas do Banco Espírito Santo nos últimos dois anos. Os interessados em comprar o Novo Banco têm de demonstrar deter ativos de, pelo menos, 500 milhões de euros ou ativos sob gestão ou outros recursos financeiros no valor de, pelo menos, 100 milhões de euros..


desporto

6 | O Norte Desportivo

Terça-feira, 9 de Dezembro de 2014

Benfica recebe hoje o Leverkusen em jogo para cumprir calendário

Adeus amargo Com clássico no «Dragão» domingo, Jorge Jesus deve dar descanso a alguns dos habituais titulares. O Benfica recebe, hoje, o Bayer Leverkusen, da sexta e última jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. O jogo serve para cumprir calendário, e eventualmente ganhar algum dinheiro, já que os encarnados estão eliminados das provas europeias, Liga Europa incluída. Porém, como domingo há jogo grande no Dragão, frente ao FC Porto, é provável que Jorge Jesus poupe vários dos habituais titulares frente aos alemães. O bielorrusso Aleksei Kulbakov foi nomeado para arbitrar este jogo. De 34 anos e internacional desde 2005, vai voltar a arbitrar uma equipa portuguesa, algo que não ocorria desde setembro de 2013, quando dirigiu a goleada caseira do Vitória de Guimarães frente aos croatas do Rijeka (4-0), na fase de grupos da Liga Europa. Antes, em dezembro de 2012, o árbitro bielorrusso esteve na derrota do Sporting na visita ao Hertha Berlim (1-0), também a contar para a segunda competição continental de clubes. Por outro lado, Svein Oddvar Moen vai arbitrar a visita do Sporting aos ingleses do Chelsea, amanhã. Por outro lado, o francês Ruddy Buquet, que arbitrou recentemente a derrota caseira da seleção portuguesa frente à Albânia, por 1-0, vai estrear-se na fase de grupos da «Champions» na receção do FC Porto aos ucranianos

Lesão muscular

James com Mundial de Clubes em risco

«CHAMPIONS». Com o Benfica eliminado, e na véspera da visita ao «Dragão», Jesus deve poupar alguns titulares do Shakhtar Donetsk, igualmente amanhã. Os médios brasileiros Casemiro e Otávio realizaram, ontem, trabalho de ginásio, durante o treino do FC Porto. De acordo com o site oficial dos «dragões» na Internet, “Casemiro efetuou apenas trabalho de ginásio, local onde teve a companhia de Otávio, que também recebeu tratamento a uma mialgia de esforço na parte posterior da coxa esquerda”. A equipa comandada pelo es-

panhol Julen Lopetegui regressou, ontem, aos treinos, depois da vitória na visita à Académica (3-0), no sábado, em jogo da 12.ª jornada da I Liga. O FC Porto volta a treinar, hoje, a partir das 10h30, no Estádio do Dragão. De acordo com as nomeações divulgadas no site oficial da UEFA na Internet, o leiriense Olegário Benquerença vai arbitrar o encontro entre o Bayern Munique e o CSKA Moscovo, a contar para o Grupo E, também amanhã, naque-

le que vai ser o seu quarto jogo na «Champions» da presente temporada. Ainda no âmbito das nomeações, a UEFA nomeou o árbitro russo Sergey Karasev para a receção dos belgas do Club Brugge aos finlandeses do HJK Helsínquia, na quinta-feira, em jogo do Grupo B da Liga Europa. Karasev, que não arbitrava desde 21 de outubro, quando dirigiu a vitória dos alemães do Schalke 04 frente ao Sporting.

Sede pode ser dividida por várias cidades

Funeral realiza-se hoje

Jogos Olímpicos… sem fronteiras O Comité Olímpico Internacional aprovou a possibilidade de a cidade sede dos Jogos Olímpicos poder transferir competições para outras cidades, dentro ou fora do seu país, de forma excecional e com o objetivo de reduzir custos. A proposta foi aprovada por unanimidade na 127.ª sessão plenária do COI, que começou, ontem, no Mónaco, na qual serão debatidas cerca de 40 propostas, entre as quais a eliminação do número limite de 28 desportos nos Jogos Olímpicos. A sessão plenária, que conta com a presença de 98 dos 104 membros do COI, apro-

JOGOS OLÍMPICOS. COI decidiu, também, eliminar o número limite de 28 desportos

vou também a redução para quatro apresentações feitas por cada cidade candidata. O COI, que pretende implementar as medidas a partir de 2020, quer que as cidades apresentem projetos que respondam melhor às suas necessidade a longo prazo, nos planos económico, social, ambiental e desportivo. O COI decidiu, também, eliminar o número limite de 28 desportos nos Jogos Olímpicos de verão, optando por criar um programa baseado no número de provas e fixando um máximo de 10.500 atletas. “O número de provas e de atle-

O colombiano James Rodriguez vai falhar os dois próximos jogos do Real Madrid, devido a uma lesão muscular, mas o técnico Carlo Ancelotti acredita na sua recuperação para a final do Mundial de clubes. James Rodriguez submeteu-se, ontem, a uma ressonância magnética que confirmou uma lesão muscular de grau 1 no gémeo da perna direita, contraída no jogo com o Celta de Vigo, no sábado, que os «merengues» venceram por 3-0. “Na verdade não temos muito tempo, mas vamos acreditar porque há uma pequena possibilidade de ele jogar dia 20”, referiu o técnico italiano.

tas serão os únicos critérios”, disse o italiano Franco Carraro. Assim, os limites aproximados serão de 310 provas nos Jogos Olímpicos de verão, nos quais poderão participar 10.500 atletas, e de 100 eventos nos jogos de inverno, que deverão ser disputados por 2.900 atletas. As alterações devem entrar em vigor nos Jogos de 2024, cuja organização ainda não está atribuída, mas podem afetar os Jogos Tóquio2020. O COI aprovou ainda a criação de um canal de televisão digital de âmbito planetário, que funcione permanentemente, com sede na Suíça e uma sucursal em Madrid.

Morreu antigo remador olímpico João de Sousa

O antigo remador olímpico do Galitos, João de Sousa, morreu no domingo aos 90 anos, revelou, ontem, o clube aveirense. “O olímpico João Dias de Sousa, falecido ao fim da tarde de domingo, foi o último a entrar na eternidade dos aveirenses que participaram nos Jogos Olímpicos de 1948, em Londres” pode ler-se na nota. “Foi uma perda muito grande pelo que representava pois para além de um atleta de eleição, foi também um excelente treinador”, disse o presidente, António Granjeia. O funeral realiza-se, hoje, pelas 10h00, na Capela de São Gonçalinho.


Terรงa-feira, 9 de Dezembro de 2014

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OS SILÊNCIOS DE JARDIM O espectáculo público pelo poder interno do PSD-M está cada vez mais interessante. O texto do Dr. Miguel de Sousa, ontem publicado no DNMadeira, constitui a manifestação clara que Alberto João Jardim sempre foi um líder fraco. Politicamente foi um “chefe” nunca um líder político. Foi um homem que pensou na eleição seguinte e nunAndré Escórcio* ca na geração seguinte. Foi um político forte com os mais fracos e extremamente fraco com os mais fortes. O texto começa assim: “Cunha e Silva, em 10 de Abril, prometeu “mudar o que deve ser mudado”. Manuel António Correia, em 2 de Dezembro, diz “mudar aquilo que deve ser mudado”. A diferença é “aquilo”. Igual é tudo o resto. A falta de coragem em identificar e enunciar o que está mal e tem de ser mudado urgentemente, dadas as suas responsabilidades directas nestes últimos 14 anos de governação. Dizer o que deve ser mudado implicava reconhecer o que está errado. Era acusar o seu próprio governo das muitas más decisões e dinheiro mal gasto, perdido e pago pelos contribuintes. Não têm essa categoria. Ao contrário, andam por aí como “inocentes” da maior catástrofe financeira da História da Madeira, quando são os seus maiores e mais directos responsáveis: os que nos levaram ao Inferno da dívida sem que os seus investimentos sirvam seja lá para o que for. Campo de golfe da Ponta do Pargo (35 milhões nem para golfe nem para nada), marina do Lugar de Baixo (120), lagoa Santo da Serra, central de lixo no Porto Novo, centros cívicos, piscinas, restaurantes, bares, parque aquático, as bioalgas no Porto Santo (conhecidas pela fábrica do caldo verde), obras inacabadas, etc. Sem pudor ainda andam naquela de fazer adjudicações só para enganar as pessoas, como se elas fossem parvas e ainda dessem credibilidade a qualquer iniciativa desses dois cavalheiros, quais “anjos da morte” do nosso dinheiro. (…) A Madeira não aguenta mais asneiras. É o povo que paga. Não são eles! (...)”. Em outras ocasiões, outros, nem dizendo 5% do que este candidato assume, foram postos a andar num ápice. Rua foi a sua palavra de ordem. Com este, Alberto João Jardim amocha. Assobia para o lado como se nada tivesse a ver com aquilo. O “chefe” encolhe-se. Faz de conta que as palavras pertencem à oposição, tantas foram as vezes que os partidos equacionaram e chamaram à atenção para as megalomanias do governo chefiado por Jardim. Ora, se ele, Jardim, não enfrenta o candidato, a pergunta que ressalta exprime-se em uma única palavra: porquê? Que razões o levam ao silêncio? Tem medo de quê? Que saberá o candidato, que já foi vice-presidente do governo e secretário e ainda é vice-presidente da Assembleia Legislativa, para levar Jardim a preferir falar do tempo e não dos erros da sua governação, agora denunciados, não pela oposição, mas por um dos mais significativos elementos da estrutura hierárquica socialdemocrata? Nem um pio! Engole em seco e discursa no mesmo tom de há quase quarenta anos. Foge a sete pés de Miguel de Sousa, como durante anos fugiu da Assembleia Legislativa e dos debates na televisão ou na rádio. Sempre teve pés de barro. www.comqueentao.blogspot.com

Portugal envia ajuda para Cabo Verde

Duas ambulâncias para a Ilha do Fogo O comandante nacional da Proteção Civil portuguesa informou que hoje vão seguir duas ambulâncias para Cabo Verde, a pedido das autoridades locais, a braços com falta destes equipamentos na Ilha do Fogo. A ilha enfrenta há duas semanas uma erupção vulcânica que tem vindo a agravar-se e a causar numerosos danos. “A situação em Cabo Verde teve um ligeiro agravamento”, afirmou o comandante nacional, José Manuel Moura, precisando que as autoridades daquele país pediram ajuda ao mecanismo europeu de que Portugal faz parte. A situação tem estado a ser acompanhada por Portugal no âmbito das Nações Unidas e da União Europeia. A equipa que está no terreno emitiu um pedido para o envio de ambulâncias, uma vez que há “uma escassez muito grande” deste tipo de meios no território, precisou a mesma fonte. “Fizemos uma ronda pelos nossos corpos de

bombeiros e houve uma grande adesão para podermos fazer essa entrega”, contou o comandante. Foram selecionadas duas ambulâncias que seguirão hoje num avião da Força Aérea Portuguesa. A partida está prevista para o meio-dia da Base Aérea do Montijo, ainda sujeita a confirmação, indicou. “Para já seguem as duas ambulâncias, embora possa ir mais algum equipamento, nomeadamente alguns consumíveis em termos médicos”, avançou o responsável pela Autoridade Nacional de Proteção Civil. Há outros equipamentos que foram solicitados aos estados membros, como chuveiros e tendas, que poderão ser também enviados para Cabo Verde para reforçar a ajuda já enviada num primeiro momento, referiu. “Estamos a fazer um acompanhamento muito rigoroso e a tentar colaborar dentro de tudo o que é possível à Autoridade

Nacional de Proteção Civil, que está a coordenar todo o processo”, declarou, destacando: “Pensamos ter as duas ambulâncias já entregues no final do dia”, estimou o comandante. A erupção vulcânica que assola a ilha cabo-verdiana do Fogo “está para durar”, mas os técnicos da Proteção Civil estão “preparados para os piores cenários”, afirmou a ministra da Administração Interna de Cabo Verde. Citada pela Inforpress, Marisa Morais falava numa conferência de imprensa em Cova Figueira, localidade no sudeste da ilha do Fogo, na presença dos três presidentes das câmaras municipais locais - São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina - e de responsáveis da Proteção Civil. Marisa Morais, que se encontra desde quarta-feira na ilha do Fogo, insistiu na questão da imprevisibilidade da atividade vulcânica, indicando desconhecer-se se já se atingiu o pico da atividade eruptiva.

Na Universidade do Novo México nos EUA

Exposição com obras em português Uma exposição aberta este mês na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos da América, mostra obras literárias em português e desafia os preconceitos que rodeiam o meio de difusão de um trabalho. Com o título “Zonas de Limite Reinventadas e Revisitadas: Literatura portuguesa em Texto e Imagem”, a exposição quer desafiar as noções de que o meio de difusão ou expressão de um livro o torna mais ou menos legitimo. “A intenção do projeto era promover a longa tradição da universidade em desenvolver e fomentar estudos lusobrasileiros através de materiais autênticos e únicos que se encontram nos nossos arquivos”, explicou a professora Viviane Faria, curadora da exposição. A Universidade do Novo México tem uma extensa coleção de autores de língua portuguesa consagrados, sobretudo brasileiros, que nesta exposição surgem lado a lado com versões em literatura de cordel, banda

desenhada ou mesmo filme. A curadora diz que a organização “tinha a intenção de promover os materiais de circulação geral, mostrando que textos canônicos são reinventados, reciclados, repaginados, reestruturados e reconstruídos através dos tempos, apresentando-se em diversas novas formas mediáticas”. Segundo o catálogo da exposição, estas diversas representações “mostram a cultura luso-brasileira a ultrapassar as tradicionais barreiras da palavra impressa”. “A ideia é desafiar a falsa dicotomia entre baixa e alta cultura. As duas alimentam-se mutuamente: assim como a acessibilidade de novas representações do cânone fomenta a recuperação das obras originais, esta revisitação visual desperta curiosidade da academia sobre novas formas de expressão”, acrescenta o catálogo. Os responsáveis pela exposição dizem que as classificações académicas implicam uma política de identidade que, à medida que textos e autores

cruzam as fronteiras tradicionais da palavra escrita, desafiam as classificações entre alta e baixa cultura. “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, são apontados como um exemplo perfeito da discussão. “Uma leitura obrigatória bem estabelecida, ‘Os Lusíadas’ estão, consequentemente, disponíveis em coleções de bibliotecas. ‘Os Lusíadas’ em quadradinhos é outra história. A adaptação da banda desenhada está apenas disponível em coleções especializadas. Da mesma forma, edições críticas sobre Luís de Camões são consideradas dignas de circulação académica, mas discussões em folheto do seu trabalho não o são”, defende o catálogo da exposição. O programa de Português da Universidade do Novo México é um dos mais antigos e reconhecidos dos Estados Unidos, oferendo cursos de licenciatura e de pós-graduação. Atualmente, tem 23 alunos de licenciatura e seis de mestrado. Cerca de 80 alunos frequentam as aulas de português.

Bombardeamentos na Síria continuam a fazer vítimas

Mais de uma dezena de mortos Pelo menos 12 pessoas morreram em bombardeamentos da aviação do regime do presidente sírio Bashar al-Assad na periferia de Damasco, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Sete dos mortos foram vítimas de dois ataques da força aérea síria

contra a localidade de Al Hamuriye, nos arredores da capital, segundo a organização não-governamental, que recolhe informação junto de uma vasta rede de ativistas no terreno. Outras cinco pessoas morreram em três bombardeamentos na localidade de Duma, numa região

que é o principal bastião da oposição na área de Damasco. Na mesma área, mas junto à localidade de Al Zabadin, registaram-se nos últimos dias violentos confrontos entre o exército sírio, apoiado por milícias pró-governamentais, e combatentes da Frente al-Nosra, ramo da al-Qaida na Síria.


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