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CORRER PELO PORTO RUI PEDRO SILVA SEGUNDO NA MARATONA QUE BATEU NOVO RECORDE

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 232

Segunda-feira, 03 de novembro de 2014

BE DIZ QUE GOVERNO FAZ MALABARISMO

COM OS DADOS DO DESEMPREGO

CHAGA

SOC!AL

n A coordenadora do BE insiste em saber mais sobre o “malabarismo” do Governo relativo aos dados sobre o desemprego, acusando o executivo de gastar 126 milhões de euros para ocupar pessoas sem os respetivos direitos. “Bem pode o primeiroministro falar dos números do INE ou do Eurostat porque o que nós precisamos de saber é qual o malabarismo que o Governo anda a fazer. Quem aqui vive sabe como o desemprego continua a ser uma chaga social”, afirmou Catarina Martins...

PORTO

CDU alerta para o “estado de degradação avançado” da rua de Serralves

PROPAGANDA Jerónimo de Sousa acusa Governo de “enganar os portugueses”

HAVANA

Paulo Portas visita Cuba e marca presença na Feira Internacional


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

Pedro Carvalho alerta para a rua de Serralves

Brian Mills cumpre 1011 maratonas no Porto

“Falta um plano de reabilitação”

“Vendo as vistas do mundo”

O vereador da CDU da Câmara do Porto deixou um alerta para o “estado de degradação avançado” da rua de Serralves que, defendeu, deve ser alvo de um plano integrado de reabilitação. “Faz falta um plano integrado de reabilitação para a rua de Serralves, um projeto que não pode só passar pela requalificação de rua, mas sendo esse um dos passos essenciais”, começou por destacar Pedro carvalho. O vereador comunista da Câmara do Porto falava no final de uma visita àquela zona da cidade, organizada após a “reclamação dos moradores sobre a inexistência de passeios ou passeios em terra batida ou em condições deficientes, um pouco de tudo ao longo da Rua de Serralves”. Numa rua de “tráfego bastante intenso” e sem passeios, a circulação dos moradores torna-se “muito difícil”, até porque há vários “idosos e pessoas com problemas de saúde”, acrescentou. O vereador da CDU adiantou

PEDRO CARVALHO. O vereador comunista da Câmara do Porto defende “uma proposta no sentido de priorizar a requalificação da rua de Serralves” que irá “levar à próxima reunião de câmara uma proposta no sentido de priorizar a requalificação da rua” e criticou as obras feitas em artérias “como na rua Augusto Nobre que custam às vezes milhões de euros” quando existem travessias em situação degradada. Tais vias, como é o caso da rua de Serralves, “se calhar até são menos visíveis, mas teriam um outro

impacto do ponto de vista das condições de vida das pessoas e da sua mobilidade”. A CDU visitou ainda a chamada ‘Flecha dos Mortos’, local de “trincheira e barricada na altura do Cerco do Porto” e uma “memória histórica e patrimonial” que teme que venha a ser perdida caso se concretize um “atravessamento” entre os bairros da Pasteleira e Pinheiro Torres. “Infeliz-

mente a câmara já contribuiu para a sua destruição e agora se houver um atravessamento podemos destruir mais um elemento da história da cidade”, lamentou o autarca. Perante a hipótese de um contrato de empreitada para o referido atravessamento dos bairros, a CDU quer perceber qual o plano em concreto e “tentar arranjar soluções para preservar a memória histórica”.

Mais de quatro mil nas ruas do Porto, Gaia e Matosinhos

“Magnífica moldura humana” Uma “magnífica moldura humana” de atletas e simples corredores amadores de 47 países dos cinco continentes preencheram ontem as ruas das cidades do Porto, Gaia e Matosinhos, na 11.ª edição da Maratona do Porto 2014. O tiro de partida foi dado às 09h00 pela exatleta campeã mundial de estrada, Aurora Cunha, e pela antiga maratonista, Rita Borralho, e a largada demorou mais de seis minutos a concluir-se dado ter-se registado mais de 15 mil inscritos divididos por três vertentes: 42 quilómetros (Maratona), 16 (Family Race) e seis (Mini-Maratona). A prova de maratona (ver pag.

Desporto) – na qual se destacou a participação do atleta do Benfica Rui Pedro Silva que correu com os olhos postos na obtenção de mínimos para os Jogos Olímpicos do Brasil2016 e para se intrometer na hegemonia queniana, uma vez que nas dez edições anteriores os vencedores foram sempre do Quénia - registou um recorde de inscritos com cinco mil atletas. “Com esta magnifica moldura humana é possível afirmar que a Maratona do Porto é a mais participada a nível nacional”, disse Aurora Cunha, minutos antes do tiro inicial dado junto ao Palácio de Cristal.

A ex-atleta destacou a “teimosia” e a “persistência” da organização, considerando que fica assim “demonstrado que os responsáveis nacionais têm de olhar mais a cidade do Porto”. “E mais para o atletismo também. Muitos atletas que caminhavam, hoje estão a correr e quem sabe não poderemos amanhã ter daqui um ou dois campeões”, afirmou. A organização, a cargo da RunPorto, destaca “o caráter cada vez mais internacional” deste evento, frisando a participação de atletas do Brasil, Austrália, África do Sul, Angola, México, Venezuela, Estados Unidos, Colômbia, Canadá,

Moçambique e Hong Kong. Mais de cem mil águas distribuídas e dois mil quilos de fruta, sete pontos de controlo, 15 mil dorsais e dez mil medalhas para distribuir são alguns dos números desta 11.ª edição da Maratona do Porto 2014. Perto das 10h00 já começavam a chegar os primeiros corredores da prova de 16 quilómetros ao Parque da Cidade, compondo pódios masculinos e femininos totalmente portugueses. Aqui ficam os nomes dos vencedores da prova de 16 quilómetros Masculinos: 1. Paulo Gomes (CUA Benaventense), 00:50:21 horas; Femininos: 1. Leonor Peixoto (Maratona CP), 00:56.27 horas.

Corre “porque sim” e enquanto o corpo disser “ok” vai continuar a aproveitar este “passatempo” para ir “vendo as vistas do mundo”, Brian Mills, um britânico com 59 anos, cumpriu ontem no Porto a sua 1011 maratona. “Não sei. Na realidade não sei. Apenas quero fazê-lo. Corro porque sim”, respondeu Brian Mills, junto ao Palácio de Cristal, pouco antes de ser dado o tiro de partida da 11.ª edição da Maratona do Porto. Brian Mills foi uma das 4042 pessoas que ontem percorreram – segundo a organização que garantiu ter batido “largamente” o recorde nacional de participantes que terminam maratonas, sendo que em 2013 este evento registou 2755 corredores – 42,195 quilómetros por ruas de três cidades: Gaia, Porto e Matosinhos. “Aqui entusiasma-me isso [o facto de passar por três localidades]. Hoje vou apreciar melhor porque no ano passado estava mais focado no percurso por ser a primeira vez. Hoje poderei ver mais as vistas e observar mais pormenores”, disse o “atleta” britânico. Esta foi a segunda vez que participou na Maratona do Porto. Em 2013 fez o tempo de 4:39.30 horas. A minutos da largada, o quase sexagenário - completa 60 anos em dezembro - confessou que, por ter um “ombro em mau estado”, tinha expetativas “moderadas” para a maratona de hoje. “Talvez chegue à meta em cinco horas”, apontou. Acabaria por fazer o percurso em 4:45.49 horas. O primeiro classificado, o etíope Workneh Serbessa registou o tempo de 2:13.10. “Mas eles são atletas. Eu não. Corro porque sim”, lembrou Mills, acrescentando, quando questionado sobre até que idade pensa que poderá manter o “passatempo” de correr maratonas um pouco por todo o mundo, que vai correr enquanto o corpo disser “ok”. Carpinteiro de profissão, é neste ofício que Brian Mills encontra a fórmula do sucesso pois para “recuperar” entre maratonas diz que não há nada melhor do que “ir trabalhar”. É através das maratonas que vai conhecendo o mundo. Já correu em “praticamente em todos os países escandinavos e em muitos europeus”, mas também, vincou, lhe falta “fazer muita Europa” e na América correu cinco maratonas. Antes de iniciar mais uma aventura de cerca de 42 quilómetros, Mills já tinha corrido uma maratona na terça-feira nos arredores de Londres, Inglaterra, país que, apesar de ser o que “mais e melhor conhece”, não é onde encontra a sua prova preferida. “Barcelona. Gosto porque é feita na cidade. A primeira vez que a fiz foi no ano dos Jogos Olímpicos de 1992. Terminou no estádio e foi incrível. Agora começa e acaba no meio da cidade e é incrível a dobrar. Magnífico”, descreveu o inglês. Sobre qual a maratona que lhe falta no currículo, não tem dúvidas: “Falta-me correr uma no Japão mas ainda tenho tempo”. E face à insistência da pergunta sobre o que sente ao correr e onde vai buscar forças, reforça: “Não sei como descrever nem explicar. Apenas gosto. Sinto-me muito bem”.


regiões

Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Chuva e vento fortes vão progredir de norte para sul do País

Alerta amarelo

São Pedro de Alcântara

Convento abre portas ao público hoje O Convento de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, abre portas ao público a partir de hoje, anunciou a Santa casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), proprietária do edifício, antigo palácio dos Condes de Avintes. O Convento, no Bairro Alto, esteve ocupado nas últimas décadas por uma congregação religiosa, que “diligenciava o recolhimento de jovens carenciadas”, segundo a mesma fonte. As Irmãs da Província Portuguesa da Congregação da Apresentação de Maria, que viviam no Convento desde 1943, “foram viver para residências da sua congregação”. “A igreja do Convento, com pintura barroca, vinda do Convento de Mafra no período do pós-terramoto merece, por si, a visita”, salientou a SCML. A visita ao convento é gratuita, estando aberto todos os dias.

Todos os distritos do continente estarão sob aviso amarelo, a segunda situação meteorológica de risco de uma escala de quatro. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê o agravamento das condições atmosféricas em todo o continente durante o dia de hoje, com chuva e vento fortes a progredirem de norte para sul, a partir do final da manhã. Deste modo, todos os distritos do continente estarão sob aviso amarelo, a segunda situação meteorológica de risco de uma escala de quatro. Para ontem, o IPMA apenas previa a ocorrência de aguaceiros por vezes fortes nos distritos de Viana do Castelo e Braga, situação meteorológica que se estenderá a todo o País. As condições evoluirão

MAU TEMPO. Chuva e vento fortes vão progredir de norte para sul do País e colocam todos os distritos do continente a «amarelo»

para aguaceiros até às primeiras horas da madrugada de amanhã. Na orla, as ondas de noroeste poderão atingir entre quatro a cinco metros e o vento soprará de sudoeste, também nas terras altas. A partir das 15h00 de hoje, os distritos do centro litoral serão atingidos pelos períodos de chuva forte e vento igualmente de sudoeste, enquanto a previsão do agravamento do tempo no interior ocorrerá no final da tarde. Nos distritos de Leiria, Santarém, Lisboa e Setúbal, o IPMA prevê que a chuva forte e o vento de sudoeste ocorram a partir das 18h00. No litoral esperam-se ondas até cinco metros. O agravamento das condições climatéricas nos distritos de Beja, Évora e Faro, também com chuva forte e vento a soprar do mesmo quadrante, está previsto para os primeiros minutos de amanhã. Hoje, os arquipélagos da Madeira e dos Açores mantêm-se sem situação meteorológica de risco.

Homem dispara em bar de Lisboa

Detido com arsenal

«Quiosque da saúde» para idosos na capital

A PSP anunciou, ontem, a detenção de um homem que disparou uma arma de fogo contra pessoas que se encontravam à porta de um estabelecimento de diversão noturna na Avenida 24 de Julho, em Lisboa. Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP informou que a detenção ocorreu à 13h15 de sábado, no seguimento de uma comunicação

que dava conta de um indivíduo que se encontrava no interior de um estabelecimento de diversão noturna munido de uma arma de fogo. O indivíduo, de 48 anos, terá realizado um disparo na direção de pessoas “que ali circulavam, ao mesmo tempo que as ameaçava de morte”. A detenção foi feita após a fuga do suspeito, que ainda tentou livrar-se da arma de fogo antes da

Numa localidade de Viana do Castelo

O projeto «Quiosque da Saúde», destinado a “idosos sem médico de família ou com acesso dificultado aos serviços de saúde”, vai ser inaugurado em novembro nas Olaias, Lisboa. Segundo o presidente da Associação Conversa Amiga (ACA), Duarte Paiva, o primeiro quiosque vai ser inaugurado no dia 14 de novembro, mas “o projeto pretende implementar uma rede de ‘Quiosques da Saúde’ na cidade de Lisboa, nas zonas de maior carência de acesso aos cuidados de saúde primários”. A ideia é “criar uma nova relação com a saúde, fácil, simples, próxima, com interação social, tal como é comprar uma revista ou um jornal a um quiosque”, explicou. O projeto será implementado em estruturas do tipo quiosque adaptadas para funcionarem como pequenos consultórios médicos e de enfermagem e será desenvolvido sobretudo num regime de voluntariado. Os dados do Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Central identificam 43 mil pessoas sem médico de família.

Acidente de moto vitima homem de 48 anos

Um homem de 48 anos morreu, ontem, em Viana do Castelo, na sequência de um despiste do motociclo em que seguia, informou fonte dos bombeiros locais. De acordo com a mesma fonte, o acidente ocorreu cerca das 12h50, no lugar da Madorra, na freguesia de Perre. Não foram, porém, esclarecidas as circunstâncias em que ocorreu o acidente fatal. Para o local foi mobilizada uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e elementos da Guarda Nacional Republicana, que, no entanto, nada puderam fazer para salvar o acidentado.

polícia o intercetar. Os elementos da PSP recuperaram a arma (uma Glock 17, de calibre 9mm), tendo apreendido no veículo deste homem “uma faca-baioneta pertencente a uma Kalashnikov”. Foram ainda apreendidos 2,57 gramas de cocaína que tinha na carteira. Uma busca à residência do suspeito resultou na apreensão de várias armas de fogo.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

Paulo Portas inicia visita oficial a Cuba

Jerónimo Martins

Portugal representado na Feira Internacional de Havana O vice-primeiroministro iniciou ontem uma visita oficial a Cuba, acompanhando 30 empresas portuguesas, que vão participar na inauguração da Feira Internacional de Havana, onde o Governo cubano irá anunciar uma carteira de 240 novos projetos aprovados. Portugal estará representado, pela primeira vez, na Feira Internacional de Havana 2014, o maior certame comercial de Cuba e uma das apostas das autoridades de Havana no seu plano de abertura económica. A missão empresarial portuguesa integra empresas de sectores de atividade como as máquinas e materiais de construção, tecnologias, pesca e conservas, hotelaria e moldes, entre outros.

PAULO PORTAS. O vice-primeiro-ministro está em Cuba para marcar presença, pela primeira vez, na Feira Internacional de Havana De acordo com fonte oficial do Governo, Paulo Portas terá encontros com diversos membros do Governo cubano e com o presidente da Conferência Episcopal de Cuba, o cardeal Jaime Ortega. Como foi noticiado na quartafeira, a missão empresarial será uma das mais representativas de Portugal a visitar a ilha caribenha, segundo a embaixadora cubana em Lisboa. Johana Tablada de La Torre disse que a missão empresarial, organizada sob a chancela da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), faz parte de “um processo de aprofundamento das relações em todos os sectores entre países vizinhos no Atlântico”.

Para a diplomata, Portugal e Cuba têm pontos em comum, desde questões demográficas a questões geográficas, mas também enfrentam “desafios semelhantes como o envelhecimento da população”. Nesse sentido, de acordo com Johana Tablada de La Torre, Cuba precisa de ter “um relacionamento forte com Portugal”, identificando algumas áreas importantes: “indústria, biotecnologia e construção”. Na feira, segundo explicou a mesma diplomata, Cuba vai anunciar uma nova carteira de projetos para negócios aprovada pelo governo de Havana. “São mais de 240 projetos novos nas mais diversas áreas”, destacou a representante, sublinhando

ainda que a ilha liderada por Raul Castro conta com uma nova lei de investimento que apresenta “um regime tributário muito atrativo”. Sobre as aquisições cubanas em Portugal, Johana Tablada de La Torre deu o exemplo das empresas cubanas da área do turismo (um dos sectores com maior peso no Produto Interno Bruto cubano) que assinaram este ano contratos para adquirir produtos portugueses, nomeadamente têxteis e materiais para hotelaria. A embaixadora acrescentou que Havana também está interessada na aquisição de outros produtos, “coisas que não constavam anteriormente na balança comercial”, como carnes portuguesas e vinhos.

Catarina Martins insiste na questão sobre os dados do desemprego

“Que malabarismo anda o Governo a fazer?!” A coordenadora do BE insistiu hoje em saber mais sobre o “malabarismo” do Governo da maioria PSD/CDS-PP relativo aos dados sobre o desemprego, acusando o executivo de gastar 126 milhões de euros para ocupar pessoas sem os respetivos direitos. “Bem pode o primeiro-ministro falar dos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) ou do Eurostat (gabinete de estatísticas da União Europeia) porque o que nós precisamos de saber é qual o malabarismo que o Governo anda a fazer. Quem aqui vive sabe como o desemprego continua a ser uma chaga social”, afirmou Catarina Martins, num almoço no Clube Desportivo de Portugal do Vale da Amoreira, Baixa da Banheira. Passos Coelho tinha afirmado na

véspera a sua confiança nos números do INE, Eurostat e Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), apesar de reconhecer que são ainda elevados, depois de o outro coordenador bloquista, João Semedo, anunciar uma resolução no Parlamento para pedir ao Tribunal de Contas uma auditoria à situação. “Quando olhamos com cuidado para os números do IEFP, percebemos por que o primeiroministro fica tão incomodado quando o BE pergunta sobre as políticas de emprego e a taxa de desemprego. Vemos que o Governo entregou 126 milhões de euros às empresas, não para que fosse criado emprego, não para que houvesse trabalho com direitos para quem vive em Portugal, mas para pôr 170 mil pessoas na situação

da maior precaridade a ocupar postos de trabalho sem direitos iguais a todos os trabalhadores”, continuou Catarina Martins. A deputada do BE acusou o Governo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas de, “com o dinheiro de todo o país, pagar às empresas para que não contratem”, adiantando que “seis em cada dez dos novos empregos que o Governo anuncia foram financiados com dinheiro público”. “Um país deve ter políticas ativas de emprego, mas o dinheiro de todos nós deve servir para que as pessoas tenham postos de trabalho e não para que sejam abusadas, continuem no desemprego e tenham de ocupar funções sem o mínimo de direitos, nem sequer salário”, sublinhou a deputada bloquista.

“Governo dá-se mal com a verdade” O secretário-geral do PCP acusa o Governo de se dar “mal com a verdade” e “enganar os portugueses” ao apresentar para 2015 um orçamento do Estado “preocupado com as famílias”, mas que é de “consolidação do roubo”. “Assistimos a uma colossal campanha de propaganda do Governo fazendo crer” que o Orçamento do Estado (OE) para 2015, o último do atual Executivo PSD/CDS-PP e para um ano de eleições, “era um orçamento que abria um ‘novo ciclo’, preocupado com as famílias, a justiça social, o crescimento e o relançamento da economia do país”, disse Jerónimo de Sousa, num comício em Beja. “Diziam que não estavam preocupados com as eleições, mas este Governo e os seus responsáveis dão-se mal com a verdade. Vivem na permanente mistificação e no logro”, acusou. Segundo o líder do PCP, “foi assim no passado, quando juraram uma coisa e fizeram outra, tem sido assim em toda a sua ação governativa e é agora, que está a chegar ao fim o seu tempo, e temem, com muita razão, as eleições e o veredicto do povo e, por isso, tentam mostrar o que não são e ao que não vêm com a sua proposta” de OE para 2015, “ano de votos”. Segundo Jerónimo de Sousa, o Governo considera “que chegou o momento de acenar com a cenoura e esconder o pau e tornar a enganar os portugueses”, disse, referindo que o OE para 2015 “não é o da recuperação dos rendimentos roubados e do poder de compra do povo e da baixa dos impostos, mas o contrário”. “É um orçamento de consolidação do roubo realizado nestes últimos anos”, tornando este “esbulho definitivo” e ampliando-o “com novas medidas fiscais”, frisou o líder do PCP, num discurso de mais de 30 minutos e centrado em críticas ao OE para 2015. Para Jerónimo de Sousa, o OE para 2015 é “de exploração e empobrecimento” e “não amigo das famílias” e “o último de um Governo que há muito devia ter sido demitido” e “deixa um rasto de destruição e tragédia no país”. O OE para 2015 “impõe a continuação do congelamento dos salários e de uma significativa parte das reformas”, cortes salariais, novas perdas do poder de compra e “não só mantém uma brutal carga fiscal, particularmente sobre os trabalhadores e os reformados, como a amplia em mais 5,5%”, lamentou. Contando com o previsto no OE para 2015, “o saque fiscal sobre os rendimentos do trabalho soma, em três anos, mais de 11 milhões de euros”, disse, perguntando: “Se isto não é um saque fiscal sobre o trabalho, então o que será um saque fiscal?”. “Apresentaram, porque as eleições estão à porta, a mirabolante solução da possibilidade de devolução da sobretaxa de IRS em 2016” se as receitas de IVA e de IRS forem superiores às estimadas, “uma solução que é um embuste e uma mais que certa impossibilidade”, disse. Para “quem trabalha ou trabalhou fica a promessa, para o dia de São Nunca, da devolução da sobretaxa” e “para o grande capital o cumprimento imediato da baixa dos seus impostos, dando cumprimento à bem antiga máxima da política de direita: Se não queres pagar impostos faz-te rico”, lamentou. Jerónimo de Sousa alertou para o avançar, “na maior das impunidades”, da “corrupção” e da “grande fraude económica e financeira” em Portugal, patente na “implosão” do Grupo Espírito Santo, em que “mais uma vez os dinheiros públicos são chamados a resolver os buracos das negociatas e das fraudes”, e na entrega da PT “à voragem da especulação”.


Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Galp mantém que gasolina vai aumentar 6,5 cêntimos no próximo ano

Contas sobre combustíveis “à prova de bala”

Obrigacionistas contra divisão do BES

Resolução impugnada

O fundo de investimento Third Point e o banco BTG Pactual estão entre os obrigacionistas do BES que avançou com uma ação judicial para impugnar a resolução do BdP de dividir os ativos em duas instituições, noticiou o Financial Times. O Expresso tinha noticiado no sábado que um conjunto de investidores, que considera a decisão do Banco de Portugal (BdP), tomada há três meses, injusta para os acionistas e para os credores juniores, entregou na sextafeira uma ação no Tribunal Administrativo de Lisboa contra o supervisor bancário, que a 03 de agostou tomou o controlo do BES. A ação judicial pretende assim inverter a reestruturação do BES, numa tentativa dos ‘hedge funds’ de recuperar parte ou a totalidade do investimento realizado na emissão de obrigações subordinadas realizada em novembro de 2013, no montante de 750 milhões de euros. Também o The Wall Street Journal noticia que Daniel Loeb, presidente executivo da Third Point, que representa fundos de investimento que controlam mais de 40% da dívida júnior, ainda tentou em julho “evitar o colapso do BES”. O Expresso dizia ainda que “os investidores alegam não apenas a inconstitucionalidade da medida como a violação dos princípios da igualdade e proporcionalidade” na ação judicial.

A Galp rejeita a ideia de ser penalizada por “ter contribuído para minimizar as consequências” de contratos de longo prazo de aquisição de gás natural que seriam “gravíssimas” para os consumidores portugueses, disse, ontem, o presidente executivo da empresa. “De forma alguma, não nos passa pela cabeça podermos ser penalizados por ter contribuído para minimizar as consequências dos contratos de ‘take or pay’ [contratos de compra obrigatória] que poderíamos ter no nosso País”, afirmou Manuel Ferreira de Oliveira. Por outro lado, o gestor diz também não conseguir perceber como é que o Governo português poderá legislar “para se apoderar” das margens de gás que a Galp compra e vende fora de Portugal e sublinha que foi através dessa iniciativa, que a empresa evitou “ficar em condições de eventualmente ter cláusulas de ‘take or pay’, o que seria gravíssimo para os consumidores portugueses”. Na quarta-feira, no programa Negócios da Semana, da Sic Notícias, o ministro Jorge Moreira da Silva adiantou que seria levado a Conselho de Ministros, até ao final do ano, um diploma legislativo que poderia contemplar uma solução de redução dos preços de gás natural para os consumidores de entre 3,5% e 5% nos próximos três anos, por forma a compensar os consumidores pela não partilha de benefícios que deveria ter sido feita pela Galp. Depois do Governo liberalizar o setor, assinou com a petrolífera um contrato no qual ficou definida a possibilidade, como compensação por a empresa “abdicar do privilégio de abastecer a totalidade mercado”, que se, eventualmente se viessem a verificar condições de ‘take or pay’ “esse custo seria distribuído por todo o sistema gasíforo”, disse Fer-

reira de Oliveira, explicando como as cláusulas destes contratos poderiam ter consequências para os consumidores. “Não fizemos as contas nem queremos fazer. O que posso dizer é que hoje o consumo de gás no nosso país é inferior aos volumes mínimos que teríamos de comprar, o que quer dizer que o diferencial teria de carregar sobre o sistema”, disse apenas. “Aritmética simples”

GALP. Ferreira de Oliveira diz que Galp rejeita a ideia de ser penalizada devido aos contratos de longo prazo

Entre Pequim e Lisboa

2,88 mil milhões de euros de trocas em 2014

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa aumentou 4,06% entre janeiro e setembro deste ano para um total de 102,58 mil milhões de dólares (81,9 mil milhões de euros). Segundo a alfândega chinesa, a China vendeu aos países de língua portuguesa produtos no valor de 26,54 mil milhões de euros, uma subida de 3,98%, e comprou produtos no valor de

55,36 mil milhões de euros, um crescimento de 4,10%. Com Portugal, o terceiro país da lusofonia com maior peso no comércio, as trocas comerciais totalizaram 2,88 mil milhões de euros, mais 24,93% do que entre janeiro e setembro de 2013. De Pequim seguiram para Lisboa produtos no valor de 1,8 mil milhões de euros, uma subida de 27,07% enquanto em sentido inverso as compras chinesas totalizaram 1,02 mil milhões de euros. Apesar de um forte crescimento, a China continua a vender a Portugal mais produtos.

O presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, garantiu, ainda, que as contas feitas pela petrolífera que dão um aumento de cinco cêntimos por litro de gasóleo e de 6,5 cêntimos na gasolina no próximo ano “são à prova de bala”. Ferreira de Oliveira escusou-se, assim, a comentar as declarações do ministro Moreira da Silva, que falou de uma tentativa de “assustar a população, num momento em que o ‘brent’ e os combustíveis ainda estão a baixar”. “Fizemos as nossas contas com aritmética simples, não com projeções, mas com simulações sobre o ano de 2013, porque esse é real - o futuro a Deus pertence – e as nossas contas são à prova de bala, porque são fáceis de fazer e calculamos que o custo incremental que o mercado terá, com um conjunto de instrumentos legislativos que estão em preparação, eleva o preço do gasóleo marginalmente acima dos cinco cêntimos por litro e da gasolina a 6,5 cêntimos por litro”, declarou. Sobre este tópico, Ferreira de Oliveira reiterou que “os preços da gasolina e do gasóleo em Portugal, como aliás em toda a Europa, são de uma transparência que está à prova de qualquer investigação de quem quer que a queira fazer”. Sobre o futuro, o presidente executivo Galp afirma que a empresa tem “um bom parceiro” para avançar com a prospeção de petróleo na costa alentejana entre 2015 e 2016 e que está confiante que o Governo dará ‘luz verde’ à proposta. Manuel Ferreira de Oliveira recusou-se a divulgar o nome da empresa: “Só poderemos anunciar quem é e em que condições quando o que submetemos ao Governo for deferido e, quando for, comunicaremos ao mercado”.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

Adepto sportinguista esfaqueado no final do jogo em Guimarães

“Está estável” Ferido grave continua em vigilância na sala de observações, onde está estável e mantém o dreno torácico. O adepto do Sporting esfaqueado na noite de sábado em Guimarães, que ainda permanece hospitalizado, continua em observação nos cuidados intermédios e “está estável”, revelou, ontem, uma fonte médica do hospital local. “O doente continua sob observação em cuidados intermédios no hospital de Guimarães, estando estável”, disse. Dois adeptos do Sporting foram esfaqueados, um deles com gravidade, após confrontos com adeptos do Vitória de Guimarães no final do jogo da I Liga de futebol na noite de sábado entre as duas equipas. O ferido grave continua na sala de observações da urgência do hospital de Guimarães, onde está estável, mantém o dreno torácico,

“continua em vigilância e estão a ser tomadas as medidas necessárias”, disse a fonte médica. Na manhã de ontem, fonte hospitalar informou de que o ferido, um homem de 37 anos vítima de um esfaqueamento nas costas, havia sofrido um “traumatismo torácico”. O segundo adepto, de 21 anos, sofreu ferimentos ligeiros, tendo também sido encaminhado para a mesma unidade hospitalar, de onde teve alta ainda “durante a noite”, disse a mesma fonte. Contactada na noite de sábado, a PSP de Guimarães remeteu explicações sobre o caso para a manhã de hoje. Recorde-se que o Vitória de Guimarães venceu o Sporting por 3-0, em jogo da nona jornada da I Liga. Este fim de semana não correu bem às equipas seniores «leoninas», tendo o Sporting B sido goleado, por 5-0, na Tapadinha. Com três golos no espaço de nove minutos na primeira parte e mais dois na etapa complementar, o Atlético somou a quarta vitória no campeonato.

GUIMARÃES. Contactada na noite de sábado, a PSP local remeteu explicações sobre o caso para a manhã de hoje

Seis horas na categoria GTE Am

Lami vence em Xangai O piloto português Pedro Lamy, juntamente com Paul Dalla Lana e Christoffer Nygaard, venceu, ontem, as Seis Horas de Xangai na categoria GTE Am, terminando no 20.º lugar global a sexta prova do campeonato do mundo de resistência. Aos comandos de um Aston Martin oficial, Lamy, o francês Dalla Lana e o dinamarquês Nygaard, que

largaram na frente entre os carros da sua categoria, lideraram a prova praticamente do princípio ao fim e repetiram o triunfo obtido nos EUA, depois do segundo posto no Japão. “Foi um bom resultado para a equipa, que se tem mostrado bastante competitiva nesta segunda metade do campeonato. Não foi uma corrida fácil, com muita pressão por parte dos

nossos adversários, mas conseguimos manter um bom ritmo ao longo de toda a prova, que nos permitiu subir, mais uma vez, ao lugar mais alto do pódio”, referiu o piloto português, autor da volta mais rápida. No campeonato, Lamy, Dalla Lana e Nygaard somam 123 pontos, contra os 154 dos dinamarqueses Kristian Poulsen e David Heinemeier-Hansson.

M. United não ganha há três jogos seguidos

Golo de Aguero dá vitória ao City no dérbi

Um golo do avançado argentino Sergio Aguero permitiu, ontem, ao Manchester City vencer por tangencial 1-0 o rival Manchester United e manter a distância para o líder Chelsea no campeonato inglês, à passagem da 10.ª jornada. Aguero marcou aos 63 minutos o golo que valeu a conquista de três preciosos pontos ao campeão, após uma boa jogada coletiva, numa altura em que a equipa visitante já estava reduzida a 10 jogadores, devido à expulsão de Smalling, aos 39. O Manchester City regressou aos triunfos, após três jogos consecutivos sem ganhar, em três competições, enquanto o United, pelo contrário, completou a terceira partida seguida sem vencer.

Sevilha derrotado

Bilbau vence antes de receber o FC Porto O Athletic Bilbau, próximo adversário do FC Porto no grupo H da Liga dos Campeões, impediu, ontem, o Sevilha de se isolar na liderança do campeonato espanhol, ao impor-se por 1-0 no jogo da 10.ª jornada. O avançado Aritz Aduriz bateu o guardaredes português Beto logo aos 13 minutos e o marcador não sofreu mais alterações, o que manteve no quarto lugar o Sevilha, que à partida para esta ronda liderava a prova, em igualdade pontual com o FC Barcelona. Tal como Beto, o defesa português Daniel Carriço também foi totalista na equipa de Bilbau, que recebe o FC Porto na quarta-feira, em jogo da quarta jornada do Grupo H da Liga dos Campeões, que os «azuis e brancos» lideram e no qual os espanhóis ocupam a última posição.

Rui Pedro Silva segundo lugar no Porto

O atleta do Benfica Rui Pedro Silva conseguiu, ontem, o segundo lugar na 11.ª edição da Maratona do Porto. Rui Pedro Silva melhorou a classificação do ano passado - terceiro com 2h13.11-, mas piorou o tempo ao terminar os 42,195 quilómetros em 2h13.54. Nas anteriores dez maratonas do Porto saíram sempre vencedores atletas do Quénia, uma tendência quebrada por Workneh Serbessa, da Etiópia, que venceu em 2:13.10, enquanto o queniano Gaikarira Moses correu para o bronze em 2:14.34. No «top-10» masculino, nota para a presença de seis atletas lusos, enquanto entre as 10 primeiras mulheres ficaram sete portuguesas, entre as quais Luísa Oliveira, do Paredes Aventura, que completou a maratona em 2h40.33 e conquistou a prata. Em jeito de balanço, Jorge Teixeira, em nome da organização a cargo da RunPorto, classificou o evento com “um êxito”.


Segunda-feira, 3 de Novembro de 2014

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CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Número de utilizadores aumentou este ano O número de utilizadores dos cuidados de saúde primários aumentou este ano, com 6,4 milhões de utentes a terem pelo menos uma consulta médica, indicou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Os dados dizem respeito ao período de janeiro a setembro deste ano, tendo aumentado o número de utilizadores dos cuidados de saúde primários em 2,2 por cento relativamente a igual período do ano passado. As consultas médicas também subiram no mesmo período 2,7 por cento. Nos hospitais, de acordo com a mesma fonte, as primeiras consultas aumentaram 1,4 por cento e as subsequentes 2,5 por cento, num total de mais 187.816 consultas do que no mesmo período do ano passado. Em relação às cirurgias foram feitas mais 4.584 do que no mesmo período de 2013, representando um crescimento de 1,2 por cento. Do total de cirurgias 58 por cento foi feito em ambulatório. Nas urgências houve um decréscimo de 0,1 por cento, com menos 3.001 casos, e nos internamentos “constatou-se uma ligeira redução do número de doentes saídos (-2,1%), essencialmente devido à desejável transferência da cirurgia convencional para a cirurgia de ambulatório”, segundo um comunicado da ACSS. De acordo com o boletim de monitorização mensal referente a setembro deste ano, a ACSS resume assim a evolução no Serviço Nacional de Saúde: “Até setembro de 2014 continua a registar-se um aumento do acesso aos cuidados de saúde primários, não só em termos do número de utilizadores como também em relação ao aumento da produção de consultas médicas realizadas”. E acrescenta: “Em relação aos cuidados hospitalares, regista-se uma estabilização da atividade realizada em relação ao período homólogo, com ligeiras variações positivas no número de consultas e de intervenções cirúrgicas, e um desejável ajustamento em baixa da atividade de urgência e de internamento”.

Técnicos avaliaram resposta ao Ébola

Simulacro teve nota positiva O ministro da Saúde revelou que a preparação portuguesa contra o Ébola obteve uma classificação positiva de técnicos nacionais e internacionais, os quais elogiaram a qualidade da resposta e a articulação entre os profissionais e as instituições. Veja as principais perguntas e respostas sobre o que deve saber sobre o vírus Ébola. Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa sobre os dois simulacros realizados sábado, em Lisboa e no Porto, que visaram avaliar a resposta do dispositivo português a casos suspeitos de Ébola. Em Lisboa, o caso simulado foi o de uma mulher com 28 anos, namorada de um guineense de Conacri que estivera há uma semana no funeral do pai, em Farenah. A mulher queixava-se de febre (39,5 graus) há 24 horas, a qual não cedia aos antipiréticos, e por isso decidiu ir a uma consulta num centro de saúde dos arredores, onde está inscrita. No centro de saúde, o caso foi acolhido e validado como suspeito através das linhas Saúde 24 e de apoio aos médicos, sendo a doente transferida, pelo INEM, para o hospital de referência, o Curry Cabral. O outro caso simulado no Porto foi o de um homem de 36 anos que regressou da Serra Leoa num voo via Paris, e que se queixava de febre e cefaleias. O homem ligou para a Linha Saúde 24 e, através da linha de apoio ao médico, o seu caso foi validado como suspeito à infeção por Ébola. Neste caso, o doente foi transportado para o hospital de referência (São João, no Porto). Também no sábado, e protagonizado pela apresentadora Catarina Furtado no papel de um caso suspeito de Ébola, realizou-se outro simulacro, que terminou no Hospital Curry Cabral, onde se efetuou a conferência de imprensa. Segundo Paulo Macedo, os técnicos do Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença (ECDC) destacaram positivamente a articulação dos próprios profissionais durante o exercício, além da qualidade de resposta dos hospitais Curry Cabral e São João, bem como do INEM. “Para esta fase, com o nosso território e a nossa realidade, temos uma boa preparação”, disse. Na conferência de imprensa, o presidente do INEM aproveitou para esclarecer que o instituto tem três ambulâncias que estão alocadas só para o transporte de doentes suspeitos de infeção pelo vírus Ébola. As três ambulâncias estão localizadas em Lisboa, Porto e Coimbra e, apesar de desinfetadas após o transporte dos casos suspeitos, não realizam mais nenhum outro serviço, garantiu Paulo Campos. Na conferência de imprensa, o diretorgeral da Saúde insistiu na necessidade de as pessoas com sintomas suspeitos ligarem para a Linha Saúde 24 e não se deslocarem para qualquer outro local. Também presente no encontro com a comunicação social, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) disse que o diagnóstico ao vírus é atualmente realizado no espaço de quatro horas. “Há uma técnica em estudo que reduz para duas horas, mas não me parece que seja crucial esta redução. Mas se for preciso, iremos disponibilizar”, disse Fernando Almeida. A febre hemorrágica Ébola, muito contagiosa, causou desde o início do ano até 27 de outubro pelo menos 4922 mortos em 13 703 casos registados, na sua quase totalidade em três países: Libéria, Serra Leoa e GuinéConacri, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de uma doença com uma letalidade entre os 25 e os 90 por cento, para a qual não existe tratamento específico, nem vacinas comercialmente disponíveis.

“CRIANÇAS DEVEM SER INFORMADAS” A apresentadora Catarina Furtado afirmou que é importante explicar às crianças o que é o Ébola, para evitar que estas entrem em pânico se a doença chegar a Portugal. Catarina Furtado, que simulou ser um caso suspeito de Ébola, no âmbito de um simulacro organizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para testar os mecanismos de resposta em Portugal, defendeu o esclarecimento da população sobre a doença, considerando que, “normalmente, a falta de informação é o maior risco”. No caso das crianças, lembrou a Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, o seu esclarecimento é especialmente importante porque “a doença invade a nossa televisão”. Sobre a sua participação no simulacro, Catarina Furtado disse ser essa a sua função “enquanto figura pública”. “Existe muita informação sobre o ébola e é importante dizer às pessoas os procedimentos adequados, quer para quem possa eventualmente ter a doença, como para os seus contactos”, adiantou. Catarina Furtado simulou ter sintomas comuns à infeção pelo vírus Ébola – febre, dores de cabeça e dores musculares – registados após ter passado pela Serra Leoa. Seguindo esse guião, a apresentadora ligou para a Linha Saúde 24, tendo sido depois encaminhada para um serviço especial da DGS que validou o seu caso como suspeito, tendo acionado o serviço especial do INEM que transportou Catarina Furtado até ao Hospital Curry Cabral, onde era esperada por uma equipa de infeciologistas. “É mais importante recorrer a Linha Saúde 24 antes de tomar alguma iniciativa”, disse a apresentadora da RTP, que aceitou o desafio para “mostrar quais os passos essenciais para se saber se se tem a doença”. PERGUNTAS E RESPOSTAS Principais perguntas e respostas sobre o vírus Ébola que já matou quase cinco mil pessoas desde o início deste surto, em fevereiro deste ano: O que é? – O Ébola é um vírus que foi pela primeira vez identificado em 1976 e provoca febres hemorrágicas. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por cento. Como a pessoa é infetada? – A infeção resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de doentes - como sangue, urina, fezes, sémen. A transmissão da doença por via sexual pode ocorrer até sete semanas depois da recuperação clínica. O período de incubação da doença pode durar até três semanas. Os surtos – Desde 1976 registaram-se vários surtos, nenhum com tantos infetados e países atingidos como o atual, que começou em fevereiro e, até hoje, causou em vários países africanos perto de 5.000 mortos. As vítimas – A 29 de outubro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou

que foram registados 13.703 casos de vírus do Ébola desde o início da epidemia, o qual já matou 4922 pessoas. Desse total, 13 676 casos foram registados na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os três países da África ocidental mais afetados pela febre hemorrágica e onde se concentram os esforços internacionais para controlar a epidemia. Paciente zero – Uma criança com dois anos que vivia na Guiné-Conacri foi, segundo o The New England of Medicine, o paciente zero deste surto, tendo morrido em dezembro de 2013. Países afetados – Até ao momento registaram-se surtos na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Fora de África – A auxiliar de enfermagem espanhola Teresa Romero, 44 anos, foi a primeira pessoa a ser contagiada fora de África. Foi internada a 06 de outubro e, após vários tratamentos, foi dada como curada. Quais os sintomas? – A febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas nos tempos seguintes são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa. Entre a infeção pelo vírus e os primeiros sintomas podem decorrer entre dois e 21 dias. Como se trata? – Não existe cura nem um tratamento específico para a febre hemorrágica provocada pelo vírus do Ébola. A estes doentes são dados os tratamentos que costumam ser administrados nos cuidados intensivos, com destaque para a hidratação. A vacina – A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou, no final de outubro, o arranque dos primeiros testes de uma vacina experimental contra o vírus do Ébola. Os reguladores suíços autorizaram o início dos testes – que envolverão 120 pessoas - desta vacina experimental, desenvolvida pela britânica GlaxoSmithKline (GSK). O vírus e os cães – Em Espanha, as autoridades optaram por abater o cão da auxiliar de enfermagem contaminada com Ébola. Em Portugal, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, esclareceu que o vírus do Ébola nunca foi detetado num cão, apesar de a infeção ser comum a animais e seres humanos. Quais os hospitais de referência? – Em Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes suspeitos de estarem infetados com o vírus do Ébola são os hospitais Curry Cabral (com o Egas Moniz em segunda linha) e Dona Estefânia (para crianças), em Lisboa, e São João, no Porto. Qual o laboratório de referência? – O laboratório de referência em Portugal é o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Qual é a resposta de emergência médica? – O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem equipas especializadas, com formação específica e equipamento de proteção elevado. Serão estas equipas que irão acompanhar os casos suspeitos ou de doença e encaminhá-los para os hospitais de referência.


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