Laurissilva: Conhecer para Proteger!

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Escola Secundária Jaime Moniz Ano lectivo 2007/2008

Conhecer para proteger Disciplina de Área de Projecto Grupo 4 12º01 António Cláudio Diogo Mendonça Pedro Temtem Pedro Marcos

Vitor Pontes


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Índice:

Introdução………………………………………………………………..3 Desenvolvimento • Origem da Floresta……………………………………………5 • Geologia e Geomorfologia………………..………………7 • Clima………………………………………………………………….9 • Localização………………………………………………………11 • Patamares da Floresta……………………………………12 Zambujal……………………………………………….…13 Floresta do Barbusano…………………………….14 Floresta do Til………………………………………...15 Floresta do Vinhático……………………………...16 Urze de altitude……………………………………….17 • Importância da Biodiversidade……………………….19 • Etnobotânica ……………………………………………….…25 • Recursos Hídricos…………………….…………………….29 • Parque Natural da Madeira……………….……………33 • Parque ecológico da Madeira………………………….35 • Direcção Regional de Florestas………………………35 • Jardim Botânico da Madeira…………………………..35 • As pragas…………………………………………….………….37 • Percursos: não deixes mais do que pegadas! 42 • Sensibilização e Divulgação…………………………. 45 • Gestão e sustentabilidade………………………….… 46 Conclusão…………………………………………………………..….47 Blogs………………………………………………………………………48 Bibliografia…………………………………………………………….49 Anexos: documentação distribuída aos colegas….50

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Introdução

A floresta tem fornecido, ao longo de toda a evolução do

Homem,

a

matéria-prima

necessária

à

nossa

sobrevivência e progresso. Contudo, o Homem não tem retribuído da mesma maneira vindo a destruir cada vez mais e de forma graduada o meio que nos rodeia, não olhando a meio e satisfazendo apenas o seu bem-estar. Mas os recursos naturais não são eternos, cada vez mais existem em menor quantidade, pois não são embutidos esforços para que esses recursos sejam conservados. Agora mais do que nunca, é importante preservar os nossos recursos naturais, mais do que o nosso futuro, está também em causa o dos nossos filhos, e dos filhos dele. Desde há muito que a ilha da Madeira é conhecida, visitada

e

referenciada

por

muitos

investigadores

e

cientistas nacionais e estrangeiros, pelos seus valores naturais

de

flora

e

fauna,

particularmente

pelas

especificidades. Os

tempos

transformações

vividos estruturais

pelos e

Madeirenses

históricas.

são

de

Construir

as

estruturas básicas do desenvolvimento económico e social e, ao mesmo tempo, preservar os Recursos Naturais, Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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garantindo a qualidade de vida das populações, não obstante

os

condicionalismos

derivados

da

ultra-

perificidade, da exiguidade do território, da orografia difícil, da elevada pressão demográfica e da vulnerabilidade dos sistemas naturais, é um desafio constante. A floresta Laurissilva, as suas espécies raras de fauna e de flora são exemplos do riquíssimo Património Natural da Região, internacionalmente reconhecido, e que constitui um factor de afirmação da Madeira no mundo. É neste cenário potenciado

da

conservação

e

valorização

do

nosso

património natural que surge o presente trabalho, alusivo à Floresta Laurissilva. Visando levar o conhecimento ao maior público possível e incutir em todas as faixas etárias a necessidade da preservação deste nosso património. A flora indígena da Madeira é considerada, em parte, uma relíquia do Terciário, por possuir espécies que existiam nas floras primitivas do Sul da Europa e do norte de África. Muitos endemismos do arquipélago da Madeira e Selvagens resultaram

de

um

longo

processo

evolutivo

de

especialização, a partir de taxa ancestrais, que colonizaram estas ilhas e que se diferenciaram devido ao isolamento e às diferentes condições ecológicas, durante milhares de anos. A ocupação deste arquipélago pelo Homem, com introdução de animais e plantas, provocou a destruição ou alteração de muitos habitats naturais. Actualmente estamos a perder este património. Junta-te a nós nesta missão!

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Laurissilva

A palavra Laurissilva deriva do latim Laurus (loureiro, laurácea) e Silva (floresta, bosque). A floresta Laurissilva teve origem no período do Miocénico e Pliocénico da Época Terciária, há 20 milhões de anos. Nessa altura a floresta ocupava toda a antiga área da agora bacia do Mediterrâneo, Sul da Europa e Norte de África. Em resultante do desaparecimento do antigo mar de Thetys e consequente formação do ma Mediterrâneo, ocorreram alterações significativas do clima por toda a Europa e Norte de África. Após a era glaciar que ocorreu no Quaternário a Laurissilva sobreviveu apenas nas Ilhas Atlânticas, tendo sido depois progressivamente destruída pela ocupação humana. A maior mancha deste tipo de floresta que ainda existe está na ilha da Madeira, onde há cerca de 15 mil hectares de Laurissilva. Isto representa Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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cerca de um quinto da superfície da ilha que, quando foi descoberta, há cinco séculos, estava integralmente coberta pela mesma vegetação. Ao longo dos tempos esta floresta tem sofrido os efeitos da acção do Homem. A sua área de distribuição tem oscilado desde a descoberta da ilha por força de diversos factores, dos quais realçamos o corte e derrube de árvores para a obtenção de madeira utilizada na construção

de

habitações,

embarcações

e

utensílios

demais, à destruição de áreas destinadas à agricultura e urbanização, e afins da indústria. O despejo de lixo, os fogos

florestais e

a introdução

de espécies exóticas

constituem também um perigo à Laurissilva. Além de ser uma autêntica relíquia, a Laurissilva da Madeira abriga uma variedade de plantas e animais endémicos, que só existem ali e em mais nenhuma parte do mundo. Essa floresta tem ainda uma importante função no ciclo hidrológico da ilha, condensando a humidade do ar, permitindo

que

se

infiltre

no

solo

e

constituindo

importantes fontes de água. Dada a sua enorme relevância, toda a área de Laurissilva no arquipélago está abrangida por vários estatutos de protecção: faz parte do Parque Nacional da Madeira, integra a lista de sítios da Rede Natura 2000 e foi classificada, em 1999, como Património Mundial pela UNESCO.

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Geologia e Geomorfologia

A Madeira localiza-se em plena Placa Africana, longe do Rift Médio-Atlântico, e a sul da Directriz de Compressão Açores – Gibraltar. As erupções que estiveram na sua origem

ocorreram

graças

à

ascensão

de

magma

proveniente duma Pluma Térmica (Hot Spot), localizada no Manto subjacente à placa tectónica Africana. Segundo os mais recentes estudos geológicos, a emersão da ilha começou na Era Terciária, no inicio do período Pliocénico, há cerca de 5,2 milhões de anos. As primeiras erupções originaram uma pequena ilha circular. Posteriormente a ilha primitiva ficou rodeada de recifes de corais. Esses calcários de origem marinha

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afloram na vertente oriental da ribeira de S. Vicente, entre 400 e 500 metros de altitude, no sítio dos Lameiros. O Arco da Calheta e o Arco de S. Jorge são caldeiras parcialmente destruídas pela abrasão marinhas, sendo os únicos edifícios vulcânicos importantes da Madeira. A depressão do Curral das Freiras pertence à bacia de recepção da Ribeira dos Socorridos e a sua forma deve-se à capacidade

destruidora

das

águas

torrenciais

durante

milhares ou mesmo milhões de anos, sendo esta estrutura também chamada de caldeira de erosão.

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Clima

A fisionomia do clima da Madeira resulta da influência conjunta de vários factores, uns de carácter geral, outros à escala local. Entre os primeiros refere-se a latitude, a situação oceânica, os centros anticiclónicos continentais do noroeste de África e da Europa ocidental; o anticiclone dos Açores; os sistemas frontais associados aos centros de baixas pressões da Frente Polar. Nos

de

carácter

local

sobressaem

a

altitude

e

exposição das vertentes à radiação solar e à influência dos alísios. As vertentes voltadas a sul são soalheiras. As expostas a norte são umbrosas. A Madeira é uma ilha com muitos com muitos microclimas

resultantes

da

influência

do

relevo.

A

cordilheira central, determina uma vertente sul, com mais horas de insolação e protegida da acção dos ventos alísios, e uma vertente norte com menos horas de sol e batida por estes ventos frescos e húmidos. A cordilheira central provoca a subida dos ventos alísios e a consequente formação de nuvens e chuvas. A análise da frequência e da velocidade do vento dominante nordeste no pico do Areeiro e no Funchal conforme as afirmações anteriores. No Areeiro aquele vento faz-se sentir durante o ano em 41,6% das observações realizadas a uma velocidade média de 22,4km/h. No Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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Funchal

apenas

atinge

a

frequência

de

19,3%

e

a

velocidade média é muito fraca: 6,8km/h.

Fig. 1: paisagem madeirense

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Localização Na Madeira a Floresta Laurissilva abrange os seguintes concelhos • • • • • •

Calheta (Madeira) Machico Ponta do Sol Porto Moniz Santana São Vicente

Coordenadas do ponto central

Longitude: W 17 ° 03 ' 00 '' Latitude: N 32 ° 46 ' 00 '' Área: 15000 Ha Altitude Mínima Altitude Máxima

200 m 1300 m

Fig. 2: Localização da Laurissilva na Madeira

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Patamares da Floresta

Fig. 3: Patamares da Vegetação

Andar bioclimático

Altitude

Vegetação Arbórea Climática

Inframediterrânico Termomediterrânico

Mesomediterrânico

0-14 m S

Zambujal

14-700 m S

Zambujal

0 - 300 m N

Laurissilva do Barbusano

700-1500 m S

Laurissilva do til

300- 600 m N Mesotemperado

600-1300 m N

Laurissilva do til

Supratemperado

!500- 1861 m S

Urzal de altitude

!300-1861 m N

Tabela 1 – correspondência entre os andares bioclimáticos e o tipo de vegetação arbórea climática da ilha da Madeira.

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Durante muito tempo considerou-se a floresta Laurissilva como a única floresta indígena da Madeira, contudo, estudos recentes mostram a existência de 5 florestas indígenas na ilha da Madeira: o Zambujal, a Laurissilva do Barbusano, a Laurissilva do Til, a Laurissilva do Vinhático e o Urzal de Altitude.

Zambujal

Fig 3b: Paisagem do zambujal. Fotografia tirada do mirador da Ribeira Brav

Floresta que ocupa as altitudes mais baixas da ilha, actualmente este tipo de vegetação encontra-se muito degradado devido à actividade humana, encontrando-se normalmente em ravinas de difícil acesso. Esta comunidade é assim chamada devido à árvore dominante ser o Zambujeiro ou Oliveira brava (Olea europea ssp., Olea maderensis).

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Laurissilva do Barbusano –

Fig 4: Barbusano (Apollonias barbujana) tem as folhas providas de galhas que são originadas por um insecto específico.

A

comunidade

(Apollonias

arbórea

barbujana)

dominada e

por

Barbusanos

Loureiros

(Laurus

novocanariensis). Devido à ocupação humana, esta floresta encontra-se refugiada em zonas declivosas e em alguns núcleos na costa norte entre Santana e Porto Moniz.

Fig 5: Loureiro (Laurus novocanariensis) acompanhado da madre-de-louro, uma cecídea que é o resultado de um fungo exclusivo.

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Laurissilva do Til –

Fig 6: Til (Ocotea foetens), cujos frutos se parecem com pequenas bolotas

A comunidade arbórea dominada por Tis (Ocotea foetens), Loureiros (Laurus novocanariensis) e Folhados (Clethra arborea). Também existem muitas plantas epífitas, que vivem sobre outras plantas, principalmente nos troncos e ramos de árvores. Actualmente esta floresta encontra-se bem conservada na costa norte, sendo que na costa sul existem apenas alguns núcleos em zonas de difícil acesso.

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Laurissilva do Vinhático

Fig 7: Vinhático (Persea indica), apresenta os pecíolos das folhas de tom avermelhados.

A comunidade florestal dominada pelo Vinhático (Persea indica) e onde também abundam os Loureiros (Laurus novocanariensis). A degradação observada nesta floresta deveu-se à utilização da sua área para fins agrícolas e ao corte de Vinháticos para utilização no fabrico de móveis.

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Urzal de Altitude

Fig 7b : Urze Molar (Erica arborea)

A comunidade dominada por Urzes Molares (Erica arborea) que podem atingir porte de árvore. Outras plantas que se destacam são a Uveira (Vaccinium padifolium) e a Sorveira (Sorbus

maderensis)

endémica

da

Madeira.

Esta

comunidade não possui grande diversidade de plantas, no entanto, é extremamente importante na captação de água dos nevoeiros pelo processo de precipitação oculta.

Fig 8 : Sorveira (Sorbus maderensis)

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Importância da Biodiversidade As plantas indígenas da Madeira incluem-se na Flora da Macaronésia, região biogeográfica da qual fazem parte, também, as espécies endémicas dos arquipélagos dos Açores, Canárias e Cabo Verde. A Macaronésia é uma das regiões com maior biodiversidade na Europa e até no Mundo. Nestes ecossistemas, mas com especial destaque na Madeira, mantém-se muitas espécies vegetais que na Era Terciária cobriam o sul e o ocidente da Europa. Enquanto no continente Europeu as glaciações quaternárias provocaram a morte e o desaparecimento definitivo dessas plantas, na ilha, as temperaturas mais amenas permitiram a sobrevivência dos elementos que ai residiam, garantindo a manutenção das respectivas espécies. Charles Darwin, na obra “A Origem das Espécies”, referiu-se mais vezes ao arquipélago da Madeira do que ao das Galápagos, o que atesta bem do interesse que a diversidade das espécies vegetais e animais que povoam esta ilha despertam num dos mais eminentes cientistas do séc. XIX. Na Madeira é possível definir quatro andares de vegetação indígena, embora nos níveis mais baixos ela tinha sido muito delapidada. Junto do mar e até uns trezentos metros de altitude, onde o clima é mais quente e seco,

o

dragoeiro

e

o

zambujeiro

dominavam

uma

formação onde os arbustos eram mais abundantes que as árvores. A figueira-do-inferno (Euphorbia piscatória) e o Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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massaroco (Ichium nervosum) são plantas arbustivas que resistiram bastante bem à acção humana.

Fig 8b: Ichium nervosum

Especialmente

nas

Fig 8c: Euphorbia piscatória

arribas

não

afectadas

pela

urbanização continuam a habitar muitas plantas herbáceas indígenas, que em determinadas épocas do ano, graças a cores e formas das suas flores, criam manchas de grande beleza

na

paisagem

costeira.

Entre

estas

podemos

enumerar a Andryala glandulosa, conhecida vulgarmente por bofe-de-burro, a Matthiola maderensis, o Lotus glaucus, o Aeonium glutonosum ou o Helichrysum devium. Entre os 300 e os 600 metros, aproximadamente, num ambiente mais fresco e húmido, prosperavam o barbusano (Apollunias barbujana), a faia-das-ilhas (Myrica faya), o azevinho (Ilex canariensis), o marmulano (Sideroxylon marmulano) e o seixeiro (Salix canariensis) Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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Fig 8d: Sideroxylon marmulano

Quando chegaram os primeiros povoadores. Desta formação vegetal ainda existem manchas significativas no norte e alguns núcleos bem conservados nas vertentes e escarpas voltadas a Sul. Mais acima, estendendo-se até aos 1300 metros, num ambiente onde se verificam os mais altos valores de humidade relativa, existem belos núcleos de Laurissilva, com as copas dos frondosos exemplares de til,

vinhático

e

loureiro

da

família

das

lauráceas,

sobressaindo entre árvores de menor porte e de outras famílias como o folhado, o pau-branco, o sanguinho, o perado, o sabugueiro, a ginjeira brava e o cedro da madeira. Enroscando-se nos troncos, o alegra-campo (Semele androgyna) trepa até à copa das árvores mais altas em Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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busca da luz necessária para a fotossíntese. Junto ao solo num ambiente de sombra e muita humidade prosperam várias espécies de fetos, que formam coberturas de extraordinária beleza.

Fig 8e: Pau Branco (Piccona excelsa)

Fig 8f: (Perado Ilex perado)

Nas clareiras, beneficiando duma maior disponibilidade de luz, florescem arbustos e pequenas plantas. Entre os arbustos sobressaem pela beleza das suas flores, o massaroco, o isoplexis, a musschia e a estreleira, entre outros.

Fig. 9: Isoplexis

Fig 9b: Musschia

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As herbáceas de flores mais atraentes são a orquídeada-serra

(Dactylotrhiza

foliosa),

o

gerânio

(Geranium

pamlatum) e a doiradinha (Ranunculus cortusifolius).

Fig 9c: Orquídea da serra

Fig 9d: Gerânio

O elevado número de lauráceas deve-se em parte aos bons ofícios do pombo-trocaz (Columba trocaz), o maior dos columbídeos que vivem na Madeira. Alimenta-se basicamente do fruto os loureiros, tis e vinháticos e liberta as fezes digeridas nos locais por onde passa, funcionando assim como um excelente semeador. O pombo trocaz distingue-se dos outros pombos pelo tamanho, e pela faixa esbranquiçada na cauda. Durante o dia esconde-se nas copas dos loureiros. Faz alguns voos logo pela manha e ao fim da tarde. Mal nota a presença humana esconde-se entre as ramagens. Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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Fig. 10: Pombo trocaz (Columba trocaz)

Fig. 11: Madre louro

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Etnobotânica São inúmeras a utilidades que as plantas da laurissilva podem nos fornecer. Desde sempre esses recursos foram utilizados, por exemplo. As bagas da uveira da serra (Vaccinium padifolium) que para alem de gostosa, segundo a tradição popular é um excelente remédio para a tosse e o catarro. As faias da ilha para a produção de lenha e carvão, e carvão este, que era utilizado para absorver as minerais orgânicos tóxicos e também é utilizado para a produção de uma pomada para úlceras. Do fruto do loureiro (Laurus novocanariensis) ainda se fabrica, nalgumas freguesias rurais, o azeite de louro que é conhecido como um bom remédio depurativo do sangue e cicatrizante de lesões internas. É também utilizado para reduzir os sintomas reumáticos. As folhas bastante aromáticas são utilizadas na culinária e em infusão pode ser um medicamento contra tosse e sudorífero. As flores de loureiro, são usadas para fazer infusões e gargarejar para combater inflamações na garganta. Os rebentos novos são usados como espetos nas típicas espetadas madeirenses.

Fig. 1b: Espetada madeirense Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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Sobre os troncos e ramos dos loureiros mais velhos é frequente surgirem uma galhas provocadas por um fungo parasita específico madre-de-louro (Laurobasidium laurrii). Da maceração destas cecidias em aguardamente resulta um remédio muito popular na Madeira pelos bons efeitos no controlo das hemorragias uterinas.

Fig. 11: Madre de louro

A hortelã-de-burro (Cedronella canariensis) é uma planta herbácea, indígena da madeira. No verão abrocham flores muito vivas e aromáticas, que infundidas funcionam como um bom catalisador digestivo, combate problemas de fígado e de hipertensão.

Fig. 12: Hortelã de burro

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Para além de medicamentos naturais, a floresta tem vindo a fornecer outros produtos. Ainda hoje são visíveis nas construções mais antigas. Os troncos do Til (ocotea foetens) foram muito utilizados nas grandes e potentes varas dos lagares, em vigas para suportar soalhos e em peças de mobiliário. O Vinhático (Persea indica) tem uma madeira avermelhada parecida à do Mogno, desde muito cedo, a madeira desta árvore, foi utilizada na construção de caixões e peças de mobiliário. Dos Barbusano (Apollonias barbujana) faziam-se estacas para suportar as latadas das vinhas. Este possuía uma madeira muito rija, e por isso não era apreciada pelos merceneiro. Mas para além destes gigantes da laurissilva outras espécies de menor porte também sofreram consequências, por exemplo: • O pau branco

(Picconia

excelsea)

possui

a

madeira mais rija das árvores e era muito utilizada nos fusos dos lagares, nos eixos das rodas das carroças e nos carros de cesto do Monte. • O folhado (Clethra arborea) é a árvore mais vistosa da laurissilva graças as suas vistosas flores brancas, o folhado faz crescer à sua volta, ramos direito, rijos flexíveis e leves, muito usado para fazer bordões. • E o dragoeiro (Descarnes draco ssp. Draco), é uma planta arborescente Macaronésia da qual é Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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extraída uma seiva vermelha, o sangue do dragão. As contínuas incisões para extrair aquele suco, utilizado em medicina como tónico, como corante de tecidos e como verniz por fabricantes italianos de violinos, levou ao seu quase desaparecimento. Presentemente

restam

dois

dragoeiros

espontâneos nas rochas sobranceiras à vila da Ribeira Brava, mas nos jardins públicos e privados é possível observar belos exemplares.

Fig. 13: Dragoeiro(descarnes draco ssp. Draco)

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Recursos Hídricos

Fig. 13b: Lagoa das 25 fontes

A floresta Laurissilva designada de “floresta produtora de água” apresenta características hidrófilas e exerce um papel preponderante no equilíbrio hídrico da ilha, sendo uma das principais responsáveis pela captação da água dos nevoeiros e das precipitações verticais. Na ilha da Madeira, a Laurissilva predomina em zona de ocorrência precipitação,

de

nevoeiros,

com

um

onde

mínimo

se de

verifica 1700

elevada

mm/ano,

e

humidade atmosférica geralmente superior aos 85%. A quase constante presença destes nevoeiros, produzidos pelas massas de ar húmido que transpõem o dorso da Cordilheira Central da ilha, na área de distribuição desta

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floresta,

tem

uma

influência

decisiva

no

seu

desenvolvimento, assim como, na produção de água. O

coberto

intercepção

vegetal dos

tem

um

nevoeiros,

papel

fundamental

constituindo

um

na

obstáculo

natural na transformação das minúsculas gotículas de água presentes no nevoeiro em precipitação útil. Este fenómeno é importante para a constituição de reservas subterrâneas, que beneficiam da chegada da água ao solo, de forma lenta e frequente. Apesar de toda a vegetação contribuir para a intercepção de água das chuvas e dos nevoeiros, verifica-se que as epífitas

suplementarmente

possuem

uma

enorme

capacidade para armazenamento de elevadas quantidades de água. Inclusive constata-se que as epífitas de menores dimensões, designadas de microepífitas são consideradas as mais eficientes interceptoras da água das chuvas e dos nevoeiros. Este

tipo

de

formações

florestais

permite,

complementarmente, uma maior estabilidade do complexo solo-vegetação, favorecendo a retenção da água e a sua infiltração. Pelo facto de apresentarem um denso coberto vegetal e uma grande quantidade de manta morta verificase maior e mais regular infiltração da água da chuva, maior

potencialização

das

precipitações

ocultas

e

diminuição dos escoamentos superficiais minimizando a erosão dos solos e incrementando a formação de lençóis freáticos. Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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A ilha da Madeira tem uma orografia muito acidentada esculpida por inúmeros cursos de água, alguns dos quais de carácter torrencial, transportando enorme caudal durante um curto período de tempo e por tal, podendo arrastar grandes cargas sedimentares que, por vezes, originam destruições violentas e trágicas a jusante. Pelo facto de existir disponibilidade diferencial da água na vertente norte em comparação com a do sul, consequência da orientação geográfica da ilha e do seu coberto vegetal, o Homem cedo se apercebeu da necessidade de proceder ao transporte da mesma do norte para o sul, de modo a suprir as necessidades crescentes. Constroem-se assim as Levadas em locais praticamente inacessíveis, quase na totalidade da ilha, sob a

forma a

forma de canais ou aquedutos estreitos e muito extensos, responsáveis pelo transporte de água das nascentes e ribeiras, ao longo das encostas escarpadas. Água é depois utilizada

no

consumo,

na

agricultura

e

nas

centrais

hidroeléctricas para produção de energia. Nos nossos dias, as levadas são um dos pontos mais procurados

por

turistas

na

ilha.

São

uma

função

importantíssima na gestão dos recursos hídricos e também uma mais-valia para a economia da Madeira. A agua e um bem precioso essencial à vida que depende de vários factores entre os quais, os factores geológicos, climáticos

e

florísticos.

Esta

envolvida

em

todos

os

processos vitais, sendo essencial à Natureza e ao Homem Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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não só pelo desenvolvimento económico mas também pelo bem-estar.

Fig. 14: Levada da Laurissilva

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Parque Natural da Madeira

Fig. 15: Área de Parque Natural da Madeira

O Parque Natural da Madeira foi criado pelo Decreto Regional

nº14/82/M,

de

10

de

Novembro

“uma

experiência destinada a realizar um planeamento científico a longo prazo, valorizando o homem e os recursos naturais existentes”. A sua criação baseia-se não só numa questão de ordenamento de território, mas também na defesa da Natureza,

na

manutenção

do

equilíbrio

biológico,

na

salvaguarda de altos valores científicos, na defesa da paisagem e do meio rural, nos problemas causados pela erosão e no ordenamento do recreio. É seu objectivo

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permitir

a

articulação

de

diversas

áreas

com

potencialidades diferentes, constituindo formas diversas de intervir na Natureza e na paisagem.

A classificação de cerca de 2/3 da ilha da Madeira de Parque Natural, justifica-se pela diversidade e abundância de habitats que encontramos, desde as montanhas mais altas, passando pela extensa área de floresta Laurissilva, reconhecido

mundialmente

como

“Património

Mundial

Natural”, até às zonas de vegetação de litoral, com especial destaque para a área da Ponta de São Lourenço. Nesta área protegida podemos encontrar uma diversidade de plantas e animais, alguns deles exclusivos da nossa ilha.

Só em 1993, é que foi criada a orgânica do serviço do Parque Natural da Madeira, que para além de gerir e promover os objectivos da área protegido do PNM, ficou com a jurisdição das Reservas Naturais.

Gozando de personalidade jurídica e de autonomia administrativa e financeira, o serviço é coordenado por um director de serviços, na directa dependência do Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais, e assistido por uma comissão científica e por uma comissão consultiva que incluem representantes das mais diversas áreas da gestão pública e privada.

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Desde 2002 que o serviço do PNM é dirigido pela Dra. Susana Fontinha.

Parque ecológico O

parque

ecológico

do

Funchal,

é

uma

organização

governamental que tem como objectivo salvaguardar um vasto

património

natural,

que

constitui

uma

relíquia

mundial, a Laurissilva. Para isso, são desempenhadas diversas funções, desde limpeza de eucaliptos, que são um dos maiores problemas, e consequente plantação/expansão da área floresta indígena. È também desenvolvido Acções de educação ambiental, desde as palestras dadas em escolas, à própria ajuda de alguns alunos no abate de floresta infestante.

Direcção regional e florestas A direcção regional de florestas, promove a nível da região autónoma da madeira, entre outras previstas por lei, a execução da política instituída pelo Governo Regional para todo o sector florestal. Procede à adopção de medidas de conservação e desenvolvimento do património florestal, promove

as

medidas

e

procedimentos

necessários

à

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prevenção e detecção de incêndios, promove acções de sensibilização à população para a salvaguarda da floresta, promove a aplicação do regime-silvo pastoril bem como ordenamento, exploração e conservação dos recursos, organiza estudos à floresta, e difunde o material cientifico, em via ao governo regional.

Fig. 16: Celebração da Laurissilva como património mundial.

Jardim Botânico da Madeira

Promover e desenvolver a investigação científica nos domínios da botânica, em colaboração com entidades, nacionais e estrangeiras, que desenvolvam atribuições semelhantes é o objectivo principal deste Jardim Botânico, onde se incluem também as seguintes actividades: 1.Incentivar e divulgar o estudo da flora da Região; 2.Proceder à selecção, multiplicação e distribuição de plantas com interesse científico, ornamental ou económico; 3.Assegurar a manutenção do herbário;

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4.Promover, realizar e participar em estudos e experiências científicas nos domínios da floricultura e silvicultura; 5.Proceder à introdução e a climatização de plantas; 6.Promover o controlo e erradicação, se necessário, de espécies da flora que apresentem características infestantes; 7.Promover a introdução e a recuperação de espécies vegetais endémicas consideradas raras ou em vias de extinção; 8.Promover o inventário e proceder à classificação de árvores ou plantas de interesse científico manifesto, bem como assegurar a sua manutenção e conservação. O jardim está aberto todos os dias das 9h às 18h.

Fig. 16: Jardim botânico

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As Pragas

A

introdução

de

espécies

em

ambientes

insulares

constitui um clássico problema de conservação das áreas naturais. Na actualidade, podemos dizer que a maior ameaça ao equilíbrio e ao futuro da Laurissilva, vem precisamente das invasões de espécies exóticas, com destaque para as plantas. Estas foram introduzidas, consciente ou inconscientemente, na ilha da Madeira e encontram-se na Natureza, propagandose e desenvolvendo-se espontaneamente. A presença de invasoras ao nível do limite inferior desta floresta natural, nas zonas de transição e em terrenos agrícolas abandonados, põe em perigo a sua regeneração e expansão, originando focos de degradação e de substituição da flora indígena, o que constitui uma grave ameaça para o equilíbrio e consequente perpetuidade deste habitat. Espécies como a Bananilha (Hedychium gardnerianum) que recentemente entrou uma fase de colonização rápida de novas

e

extensas

mauritanum),

áreas,

a

Tabaqueira

o

Incenseiro

(Pittosporum

Maracujá-banana

(Passiflora

molissima),

(Solanum

undulatum), o

o

Falso-plátano

(Acer pseudoplatanus), a Árvore-do-céu (Ailanthus altissima) e

diversas

acácias

são

agressivas,

impedindo

o

desenvolvimento normal das endémicas. É

urgente

defender

o

nosso

património

natural

desenvolvendo estudos que nos forneçam informação sobre o

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desenvolvimento destas plantas e actuar numa perspectiva de eliminação das mesmas. Presentemente, as acções de controlo de invasoras desenvolvidas pelo serviço do Parque Natural da Madeira têm contacto com o apoio de diversas entidades civis e militares, com destaque para o Comando da Zona Militar da Madeira. Estas acções têm sido de cariz cirúrgico, sempre que é detectado um foco de plantas exóticas no interior da Laurissilva, projecta-se e efectua-se a sua erradicação. Após a intervenção, as partes desprovidas de coberto vegetal serão cobertas com plantas indígenas características de modo a evitar uma nova ocupação por parte de plantas indesejáveis.

Fig. 17: Bananilha

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Fig. 17b: Tabaqueira

Fig. 17c: Incenseiro

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Fig. 17d: Maracujá Banana

Fig. 17e: Falso plátano

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Fig. 17f: Árvore do céu

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Não deixes mais do que pegadas!

Fig. 18: Caminhando pela Laurissilva

Para

conhecermos

a

Laurissilva,

não

como

estimular os nossos sentidos, a visão, o cheiro, o tacto... para isso aconselhamos um passeio pela Laurissilva. Sugerimos o passeio do Risco e 25 fontes Esta levada encontra-se a cerca de 1000 metros de altitude, com uma temperatura média de 6ºC. Avistam-se daqui o vale da Ribeira da Janela e as Lombadas da Calheta,

no

lado

norte

e

meridional,

paisagens

de

extraordinária beleza. Da casa até à Lagoa do Vento são aproximadamente 2 km de vereda difícil, demorando cerca de 50 minutos a percorrer este percurso. Se quiser visitar o Risco, este encontra-se a cerca de 1 km. O caminho é plano Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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e

perfeitamente

percorrido

em

15

minutos,

onde

encontramos uma paisagem imponente que contrasta com a monotonia da despida superfície do Paul da Serra. Daqui é possível observar a água caindo da Lagoa do Vento até ao Poço do Risco, evidenciando a acção erosiva da água sobre as rochas vulcânicas. Podem-se também observar musgos, fetos, gramíneas e arbustos que co-habitam em ambientes húmidos, enfeitando as superfícies rochosas.

Fig. 19: Mapa da levada das 25 Fontes.

Para tomar o caminho para as 25 Fontes é necessário tomar a casa como ponto de partida, seguindo a levada à sua direita, indicada pelas tabletas. O percurso é simples, salvo as partes em que a passagem seja condicionada pela largura da vereda. Este percurso tem a duração média de Largo Jaime Moniz ● 9064-503 Funchal ● Telef. +351 291 202280 ● Telefaz: +351 291 230544 ● E-mail: jaimemoniz@netmadeira.com http://learn.to/jaimemoniz

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60 minutos. Nas 25 Fontes existe uma variadíssima diversidade de fetos. A água que por ai corre alimenta a Central Hidroeléctrica da Calheta, servindo também para regar terrenos na Calheta e na Ponta do Sol.

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A sensibilização e Divulgação

O conhecimento do Parque Natural contribui para uma mais produtiva e eficaz preservação e conservação do mesmo. A realização de acções de sensibilização e de divulgação

permitem

um

melhor

e

mais

amplo

conhecimento de toda a biodiversidade existente nesta floresta. O serviço do Parque Natural da Madeira, na sua função de protector e de gestor de tão necessário património tem delineado variadas e inúmeras acções de sensibilização e divulgação, com o principal objectivo de proceder a uma consciente utilização das áreas protegidas. O objectivo é consciencializar o público em geral do valor do Património Natural

e

co-responsabilizá-lo

na

salvaguarda

e

conservação da Natureza. Uma forma eficaz de propaganda é o recurso aos meios visuais tais como exposições, planeamento, brochuras, palestras em escolas e criação de jogos de carácter lúdico-pedagógico.

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Gestão e Sustentabilidade A gestão da Laurissilva, na vertente de área protegida, está desde 1982 sob a tutela do serviço do Parque Natural da Madeira, à qual é transversal e se processa em conjugação com outras entidades do Governo Regional. É

cada

vez

maior

a

procura

de

paisagens

deslumbrantes e de singular beleza, que a Madeira e em particular a Laurissilva oferecem, pelo que as acções do Homem devem ser dirigidas para a conservação e gestão. Urge implementar processos orientados para a conservação e/ou gestão de espécies, sejam elas faunais ou florísticas As políticas de conservação e de desenvolvimento sustentável

da

Laurissilva

têm

de

destacar,

obrigatoriamente, o uso sustentado dos recursos naturais garantindo

a

protecção

da

sua

enorme

diversidade

biológica, a qualidade ambiental e o desenvolvimento social, tanto para presentes, como para futuras gerações.

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Conclusão Sendo a floresta um ecossistema com relações e interdependências de diferentes e variadíssimos seres vivos é importante ter presente que a conservação passa, necessariamente pela preservação e manutenção de cada uma das espécies que a compõe e respectivos microhabitats. É necessária uma contribuição colectiva para garantir a preservação deste nosso património natural, não sendo possível atingir sem primeiro haver um processo de auto consciencialização individual. Ao nos confrontarmos com a diversidade biológica que esta floresta alberga, todos nós temos a oportunidade de descobrir que o uso sustentável dos recursos naturais inerentes à mesma representa uma grande e agradável melhoria da qualidade de vida do Homem. Assim, partindo do pressuposto que é necessário conhecer

para

preservar,

é

urgente

confrontar

e

responsabilizar toda a população regional e, juntos, envidar esforços

para

preservamos

a

beleza

da

nossa

ilha.

“Conhecer para proteger é o nosso ponto de partida”.

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Blogs: Plantas herbáceas e subarbustivas http://arvoresdalaurissilva.blogspot.com/

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Árvores http://arvoresdalaurissilva.blogspot.com/

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Bibliografia Fontinha, Susana. 2004. A Laurissilva da Madeira, Património da Humanidade: a Investigação Cientifica e a Conservação. IX Jornadas de Urbaibai sobre Desarrolo Sostenible. Património Cultural Jardim, Roberto.2002. As Florestas Indígenas da Ilha da Madeira. Revista Raízes, Ano II, nº7 Jardim. Roberto. 2005. Flores da Ilha da Madeira. Livros e Livros Jardim, R.&Fontinha, S. .2000.Flora Endémica da Madeira. Múchia Publicações. 1ª edição

Quintal, Raimundo. Madeira, a Descoberta da ilha de carro e a pé. 2ª Edição

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