O broas II - 2011/2012

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Jornal da Escola S/3 S. Pedro - 402874 - Vila Real 2.ª edição

Ano XII

Ano Letivo de 2011/2012

http://jornal-o-broas.blogspot.com/

Editorial O Ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou a revisão curricular para os diferentes níveis de ensino e outras alterações a serem implementadas já no próximo ano letivo. O documento definitivo ainda não é conhecido, mas da informação divulgada subentende-se que, no 3.º ciclo, há disciplinas que vão ter maior carga horária: História - Geografia - Ciências Naturais - Ciências Físico-Químicas. As TIC passam para os 7.º e/ou 8.º anos. Educação Tecnológica deixa de ser obrigatória, passa a ser, ou não, oferta de escola. Está previsto que a carga horária no 7.º e 8.º anos seja idêntica à atual, no 9.º ano terá menos três horas semanais. No secundário, o 12.º ano vai ter menos duas

Leituras da Crise

a quatro aulas por semana, mas há mais 45 minutos semanais a Português para melhoria

(conselhos e outras subtilezas)

da oralidade e escrita. As incertezas e dúvidas são ainda muitas, só a publicação do texto final no Diário da Repú-

Os alunos do 12.º ano da disciplina de Aplicações Informáticas B

blica permitirá esclarecê-las.

trabalharam o tema A Crise que nos assola... Criaram cartazes

No combate ao insucesso é vontade do ME

com a sua leitura pessoal da situação do país em que nasceram e

alargar, a mais escolas, a separação dos alu-

onde vivem há 17/18 anos. Vemos que são jovens atentos, ao con-

nos, no Português e na Matemática, por

trário do que é, erroneamente, divulgado. São capazes de refletir e

níveis de desenvolvimento. Esta medida foi

traduzir em imagens e palavras o que lhes vai na alma.

implementada nas 109 escolas

que integra-

A mensagem transmitida pela maior parte dos trabalhos tende para

ram o Programa Mais Sucesso, com dois

o pessimismo, um humor um pouco cinzento, mas o raiozinho de

modelos de referência: o Turma Mais da

sol da esperança também lá está, senão em todos, pelo menos em

Escola S/3 Rainha Santa Isabel de Estremoz e

alguns. É bom resistir! É bom não desistir!

o Fénix do Agrupamento de Beiriz, Póvoa de

O talento demonstrado na elaboração destes cartazes mostra-nos

Varzim. Os resultados mostraram que a taxa

que Portugal e os Portugueses não são aquela desgraça que

de sucesso registou um avanço significativo. É

muitos meios de comunicação fazem questão de anunciar aos qua-

uma medida controversa, geradora de polémi-

tro ventos e de modo recorrente.

cas, mas o país deve apoiar e incentivar

Não há crise que nos abata. Havemos de vencer esta como, ao

todos, não apenas os que têm mais dificulda-

longo da nossa História, fomos ultrapassando todas as que tive-

des. É obrigação de um Estado investir, tam-

mos.

bém, na sua massa cinzenta. Igualdade

A excelência patente nestes trabalhos e em outras áreas, como

democrática não é dar a todos o mesmo. É

constatamos na rubrica Os Nossos Heróis, dá- nos confiança e

dar consoante as necessidades de cada um.

conforto em relação ao futuro deste país.

A Direção

Viva Portugal! Vivam os Portugueses! A Coordenação


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Troika e Troikas

TroiKa - o que é? A palavra Troika passou a fazer parte da nossa vida. Somos bombardeados com ela nos noticiários televisivos, nos debates de economia e política. Ela anda por aí e todos a encontramos, com mais frequência do que gostaríamos. Fomos conhecer a “fera”. Troika ou troica (em russo: тройка) é a palavra russa que designa um comité de três membros. A origem do termo vem de troika que em russo significa um carro conduzido por três cavalos alinhados lado a lado, ou um trenó puxado por cavalos. A palavra foi adotada pela política para designar a aliança, ou governo, formados por três pessoas que assumem o poder de um país, ou império, em conjunto.

O primeiro exemplo

histórico são os triunviratos da Roma Antiga: o primeiro formado por Júlio César, Pompeu e Marco Licínio Crasso - 59 a.C. - 53 a.C. e o segundo composto por Marco António, Otaviano e Lépido - 43 a.C. - .33 a.C.. Não tiveram grande êxito! Acabaram muito, muito zangados uns com os outros. A palavra também era usada para designar os três chefes supremos dos estados comunistas - chefe de estado - chefe de governo - líder do partido. Este termo tem sido historicamente reservado para denominar diferentes alianças políticas dos líderes na URSS. Outros países, em vários continentes, constituíram governos assentes na figura do triunvirato. O termo troika também é usado na União Europeia quando se refere a um grupo formado pelo Ministro das Relações Exteriores do Estado-Membro que ocupa a presidência do Conselho de Ministros da UE naquele momento, o Secretário-geral para a Política Comum de Segurança e Exterior e pelo Comissário Europeu das Relações Externas e da Política com os vizinhos europeus. Texto - alunos do 9.º B Ilustração - Bárbara Taveira - 9.º B


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A Troika Atual

Troika, ou Talvez Não Poul Thomsen - Jürgen Kröger - Rasmus Rüffer são os tecnocratas que primeiro compuseram a Troika que está a decidir o nosso futuro económico-financeiro. Entretanto Poul Thomsen foi substituído por Abebe Selassie. São eles os senhores do dinheiro. Poul Thomsen representa o FMI. É dinamarquês e formado em Economia pela Universidade de Copenhaga. Trabalha no

FMI desde 1982. Liderou as negociações

do FMI com a Grécia e a Islândia. É considerado um negociador difícil. É especialista em economia dos países ex-socialistas do Centro e Leste da Europa. Foi o líder da Troika. É chamado Mr. Blue Eyes.

Jürgen Kröger representa a Comissão Europeia. É alemão, licenciado em Economia na Universidade de Hamburgo, dirige, na atualidade, um gabinete de estudos económicos na UE. Na década de 80 teve uma breve passagem pelo Departamento Europeu do FMI, onde se

destacou

pela

participação

no

modelo

macro-

econométrico da Alemanha. Interveio na estratégia de política monetária do BCE. Integrou a equipa que negociou o resgate da Grécia. Rasmus Rüffer representa o Banco Central Europeu onde trabalha há 10 anos. É alemão, formado em Economia pela Universidade de Indiana - EUA. equipa do BCE em Lisboa.

É o líder da

É conselheiro na Divisão

de Países da UE do BCE. A sua especialização inclui a supervisão de países da Zona Euro e de fora da Zona Euro nos desequilíbrios macroeconómicos.

Abebe Aemro Selassie substituiu, a partir de finais de fevereiro, Poul Thomsen que se vai dedicar, em exclusivo, à questão grega. Será este etíope, formado em Economia em Londres, a liderar a Troika. No FMI é diretor adjunto do Departamento Africano. Será que é descendente do imperador Hailé Selassie, o Leão de Judá, deposto por Mussolini quando invadiu a Etiópia?

Massimo Suardi, italiano, é o grande apoio de Jürgen Kröger, já que é chefe-adjunto da delegação técnica da Comissão Europeia e diretor do Departamento de Assuntos Monetários e Cambiais. O seu nome tem inspirado humoristas. Parece que está a “gozar” connosco e com os esforços que vamos ter que fazer, que nos vão obrigar a suar o máximo. Alunos do 9.º B


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F M I — F u n d o

Os Senhores do Mundo

M o n e t á r i o

I n t e r n a c i o n a l

O Fundo Monetário Internacional foi criado em 22 de julho de 1944, na Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas celebrada em Bretton Woods, juntamente com o Banco Mundial (BM). Esta reunião foi promovida pelo presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt. O FMI entrou em vigor em 27 de dezembro de 1945, com a concordância e assinatura de 29 países. No final de 2009 integrava 189 países. O FMI, organismo da ONU, tem como principal objetivo estabelecer as regras de uma nova ordem económica internacional para o pós-guerra, de forma a que não voltassem a ocorrer os erros do passado que tinham levado à Grande Depressão de 1929. O FMI é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pela supervisão das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. A sua sede é em Washington, DC - EUA. O FMI saído de Bretton Woods é o organismo encarregado de gerir um novo sistema monetário baseado no padrão “divisas-ouro”, cumprindo simultaneamente uma função reguladora e uma função de crédito. O FMI realiza trabalhos de supervisão da evolução monetária global e de cada país membro. É, de igual modo, um órgão consultivo. Os Planos de Ajustamento Estrutural são a receita única aplicada a todos os países que queiram aceder ao financiamento do FMI ou aos empréstimos do BM. A Assembleia Geral do Fundo Monetário Internacional é o órgão com mais poder de decisão. Tem um sistema complexo de votação. A Direção Executiva é composta por 24 membros eleitos ou indicados pelos países ou grupos de países membros. Já teve onze diretores gerais, todos europeus, cinco deles franceses. Neste momento, pela primeira vez, tem uma mulher, Christine Lagarde, como diretora. Também ela é francesa. A Direção Executiva é responsável pelas atividades operacionais do FMI e deve prestar contas, anualmente, à Assembleia Geral. A Direção Executiva concentra as suas atividades na análise da situação específica de países ou no exame de questões como o estado da economia mundial e do mercado internacional de capitais, a situação económica da instituição, a supervisão económica e de programas de assistência financeira concedidos por este organismo. Os movimentos anti-globalização realizam, em vários locais do Mundo, manifestações contra o FMI que consideram demasiado comprometido com o capitalismo e a sua desumanidade. Outra acusação são os lucros chorudos obtidos nas ajudas aos países em dificuldades. A operação de resgate financeiro a Portugal vai dar-lhe um lucro de 520 milhões de euros. Dá que pensar! Cristina Caeiro - Inês Monteiro - 9.º A


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Os Senhores do Mundo

Comissão Europeia A Comissão Europeia (CE) é o organismo que representa e defende os interesses da União Europeia. Propõe as leis, medidas políticas e planos de ação e é responsável por aplicar as decisões do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. A CE é o motor do sistema institucional da UE. As suas principais funções são: - Propor legislação ao Parlamento Europeu e ao Conselho da União Europeia. - Gerir e aplicar as políticas da UE, assegurando a execução das normas emanadas do Conselho e do Parlamento Europeu. - Fazer cumprir a legislação europeia, zelando pelo respeito do direito comunitário. - Representar a União Europeia, negociando acordos internacionais, em matéria comercial e de cooperação. - Fazer respeitar os tratados europeus e o Direito comunitário. - A Comissão foi criada para representar o interesse de todos os estados membros da UE. A partir de 2004, a CE é composta por 25 pessoas, assistidas por cerca de 24 mil funcionários. O presidente e os seus membros são nomeados pelo Conselho da União Europeia, por maioria qualificada, após aprovação pelo Parlamento Europeu. Os demais membros são nomeados pelos governos dos estados membros em consulta com o presidente nomeado e devem ser aceites pelo Parlamento Europeu. A Comissão tem mandatos de cinco anos, mas pode, em qualquer momento, ser destituída pelo Parlamento Europeu.

Banco Central Europeu - BCE O Banco Central Europeu (BCE) é o banco central responsável pela moeda única da Zona Euro e a sua principal missão é preservar o poder de compra do euro, assegurando assim a estabilidade de preços. A sua sede está localizada na cidade alemã de Frankfurt. A entrada em vigor do Tratado de Lisboa fez do BCE uma instituição da UE. O BCE foi fundado em 1 de Junho de 1998 com a adesão dos onze estados membros que tinham cumprido as condições necessárias para adotarem a moeda única em 1 de Janeiro de 1999: Portugal, Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria e Finlândia. Estabelece e aplica a política monetária europeia, dirige as operações de câmbio e garante o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos. O BCE é a instituição central da política monetária da UE e o centro do Sistema Europeu de Bancos Centrais. Os seus objetivos são: - Manter a estabilidade de preços na UE sendo totalmente independente do resto das institui ções europeias e dos diferentes governos nacionais; - Garantir o bom funcionamento do sistema de pagamentos através do sistema (TARGET); - Administrar as reservas de divisas que os países membros nele depositam; - Colaborar com as autoridades de cada país nas funções de supervisão bancária; - Emitir as notas de euro e estabelecer a quantidade de moedas de euro que os países membros devem cunhar para assegurar o fornecimento. Joana Teixeira - João Cabral - 9.º A


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Ultrapassar a Crise

Outra Vez a Crise A crise é vista pela maioria das pessoas como um monstro que vai retirar-nos conforto, darnos muitas dores de cabeça e ameaçar o nosso mundo. É como a Hidra de sete cabeças da mitologia grega, difícil de vencer, por cada cabeça cortada nasciam duas. Um dos medos mais terríveis é o desemprego. Ele vai desencadear uma espiral de catástrofes pessoais, familiares e sociais. Ou talvez não… para pessoas criativas, perder um emprego monótono, daquele tipo em que só se usa o cérebro duas ou três vezes por dia, o desemprego pode ser o motor de arranque para concretizarem ideias e sonhos que as habitam. Exemplos não faltam. Um dos mais extraordinários é o de José Miguel Amorim. Estando desempregado montou um negócio lucrativo e em expansão de venda de almofadas com caroços de cereja. Teve a ideia ao ver os filhos a brincar com uma almofada desse tipo, feita pela mãe. Os caroços de cereja são limpos no estabelecimento prisional de Sintra. As almofadas são confecionadas pelas mulheres que estão presas em Tires. Vende para o Mundo. Há uma ideia que tenho que podia gerar um bom negócio: criar micro-aquecedores portáteis para serem colocados na roupa e no calçado de inverno. Prosseguindo nessa ideia alguém podia inventar produtos de higiene aquecidos. O champô frio na cabeça causa arrepios. Ideias loucas, umas viáveis, outras não, andam a germinar nos cérebros portugueses. É preciso aproveitá-las, concretizando-as. Consta, por aí, que os portugueses sempre foram e são grandes inventores: caravela - passarola voadora - torneiras automáticas - via verde... José João Guimarães - 8.º G


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Refletir a Crise

Ainda a Crise Duas das maiores finalidades do ensino da História é permitir-nos ler o Mundo em que vivemos e compreendermos como chegamos ao que hoje somos. Este ano, um dos temas que estudámos em História foi a Grande Depressão (1929 - 1933), a maior crise do capitalismo. Fizemos, é uma estratégia recorrente, a confrontação com a crise atual. Ao cotejarmos as duas, descobrimos que em 1929 e na atualidade, o crédito fácil, o easy-money, foi um dos responsáveis. Na Grande Depressão, a superprodução nos setores agrícola e industrial e a consequente deflação foi a outra grande causa. Nas soluções adotadas, no passado e no presente, encontramos só discrepâncias, nenhuma concordância. Relembrando as medidas do New Deal, política económica do presidente Franklin Delano Roosevelt, para tirar os EUA da crise, temos: - redução das taxas de juro do crédito bancário e diminuição dos impostos; - encomenda, pelo Estado, de grandes obras públicas, como barragens, estradas, pontes e edifícios públicos, para criar novos postos de trabalho, relançar as empresas e o emprego; - fixação do salário mínimo e do horário de 40 horas semanais e a criação de subsídios de desemprego, velhice, doença e invalidez. Ficamos perplexos: são opostas às medidas decididas pelo nosso governo! A Professora explicou: A Grande Depressão foi provocada por excesso de liberalismo económico, o Estado pouco ou nada intervinha, deixava que a economia funcionasse baseada na lei da oferta e da procura. A solução foi o nascimento do Intervencionismo defendido pelo economista John Keynes, o Estado tinha que criar regras para a economia e para proteger as pessoas perante as crises. Na atualidade, a crise foi, em grande parte, provocada por excesso de Intervencionismo, o Estado domina a economia. A solução, segundo os nossos governantes e a Troika, é a adoção de medidas de Neoliberalismo. Conclusão - O Capitalismo é complicado! É mesmo! Alunos do 9.º C PS - No último teste de História saiu uma questão sobre este tema. Nós sabemos!


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A Crise Nossa de Cada Dia

Entrevista Na 1.ª edição deste ano fomos aprender com as pessoas mais velhas da Escola. Na presente edição decidimos ouvir a professora e o funcionário mais novos. A sua visão da crise, será, de certeza, diferente, outras serão as suas preocupações. Fomos ouvi-los e aprender!

Daniela Meira - 28 anos - natural do Peso da Régua, cidade onde estudou e onde reside - Licenciada em Matemática pela UTAD - casada - professora de Matemática há seis anos

Quais as maiores dificuldades que a crise traz aos jovens? Penso que a situação que mais preocupa os jovens é o desemprego, em segundo lugar, a precariedade no trabalho e na vida. No meu caso, nunca fiquei sem trabalho desde que acabei o curso, mas estive alguns meses sem colocação e houve anos em que não tive horário de trabalho completo. Nunca fui para muito longe, porque só concorro para escolas que me permitam regressar todos os dias a casa, mas em seis anos estive em cinco escolas diferentes. Todos os anos é um recomeço: nova escola, novos colegas, novos alunos. Este ano, pela primeira vez, fiquei na mesma escola onde lecionei no ano anterior. Foi uma pura e feliz coincidência, resultado do acaso proporcionado pelo concurso de colocação de professores. Esta situação nova permite-me uma visão e vivência da docência muito diferentes e mais enriquecedoras. Acentua-se o sentimento de pertença a uma comunidade o que é muito bom. Na sua educação esteve presente a gestão do dinheiro e outros bens? Não foi preciso, já nasceu comigo o ser comedida e regrada nas despesas. Talvez seja por ter nascido no ano da segunda intervenção do FMI em Portugal, 1983 (?!). Talvez tenha captado a necessidade de gerir o dinheiro e poupar no dia-a-dia. Quando comecei a receber mesada, por exemplo, percebi que tinha de fazer uma gestão eficaz de modo a não ficar sem dinheiro nem precisar de adiantamentos. Estabelecia objetivos que cumpria. Conseguia amealhar para comprar algo que me interessava. Penso que foi no 11.º ano que tive o meu primeiro telemóvel (foi nessa altura que se deu o boom das telecomunicações) e, enquanto as minhas colegas e amigas, esgotavam o saldo em dois ou três dias conseguia esticar o saldo todo o mês. Fez alterações na sua vida devido à crise? Faço o que sempre fiz e tento não só poupar a carteira mas também poupar o ambiente. Como na escola temos cada vez mais necessidade de imprimir ou fotocopiar documentos, tenho o cuidado de evitar o gasto desnecessário de papel. Se tenho uma ficha com três páginas, reduzo o tamanho de letra, os espaços entre as linhas, as imagens, e comprimo em apenas duas páginas para só gastar uma folha e não duas. Imprimo sempre frente e verso e, se não for documento oficial, imprimo em rascunho. Pode parecer insignificante mas se tivermos em conta as dezenas de fichas e testes que damos a cada aluno ao longo dos anos… Fora da escola tento também fazer as minhas compras de uma forma responsável, comparando preços e refletindo se determinado artigo é mesmo indispensável ou se posso passar sem ele. Esqueçam o meu vizinho tem, também tenho que ter.


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A Crise Nossa de Cada Dia

Entrevista

Rui Artur Mateus da Costa - 32 anos - natural de Vila Real - casado - pai de um filho com 8 anos - guarda-noturno nesta Escola há 7 anos.

Quais as maiores dificuldades que a crise traz aos jovens? O desemprego que atinge, segundo notícias recentes, 35% dos jovens é a maior dificuldade. Condiciona a vida das pessoas: sem emprego não há casa própria, seja comprada ou alugada, não há carro, não há constituição de família, não há os filhos que queríamos...fica a vida parada, mas nós continuamos a envelhecer. As dificuldades dos jovens vão ser, poucos pensam nisso, daqui a alguns anos, dificuldades para o país. Os jovens desiludidos emigram em busca de trabalho e não querem voltar ao país que lhes negou oportunidades. Perdemos todos. A sangria de jovens acelera o envelhecimento do país. Na sua educação esteve presente a gestão do dinheiro e outros bens? Os meus pais trabalhavam os dois, os salários eram modestos, tinham que ser bem geridos. Os subsídios de férias e de Natal eram intocáveis, não se mexia nesse dinheiro, era depositado para poupança, para precaver situações difíceis. Não íamos todos os anos de férias, íamos ano sim, ano não. Havia conforto, nada do que era necessário nos faltava, a mim e à minha irmã, mas não havia luxos, nem extravagâncias. Fez alterações na sua vida devido à crise? Tanto eu como a minha mulher trabalhamos, mas os ordenados são baixinhos, temos que fazer economias. Estamos a pagar casa e carro. Não deixo a água a correr quando desfaço a barba e lavo os dentes. Aproveitei uma das campanhas que decorreu na Escola de troca de lâmpadas e mudei todas as lâmpadas de casa. Agora só tenho lâmpadas de baixo consumo. Faço lista para ir às compras e só compro o que é indispensável. Aos domingos almoçamos na casa dos meus pais e jantamos, várias vezes por semana, na casa dos meus sogros. Só vamos de férias com os meus pais, dá para partilhar as despesas, sai muito mais barato!

Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real

http://www.esec-s-pedro.rcts.pt

Coordenação de Redação - Rosalina Sampaio Coordenação de Ilustrações - Lurdes Lopes - Rosalina Sampaio Colaboradores permanentes - professoras: Beatriz Morais - Sílvia Meireles - Zulmira Peixoto Colaboradores permanentes - alunas: Bárbara Taveira - Beatriz Matos - Juliana Nóbrega Redação e Ilustrações - Alunos - Professores - Funcionários Fotografia - José Meireles

Revisão de Textos - Fátima Campos - Georgina Cruz

Impressão - Pedro Oliveira

2.ª Edição

Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes

Tiragem - 50 exemplares http://jornal-o-broas.blogspot.com/


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Crise e Neologismos

Serendipidade Serendipidade também designada por serendipismo, serendiptismo ou serendipitia é um neologismo na Língua Portuguesa, que designa descobertas feitas por acaso,

encontrar uma coisa

quando se procurava outra. Foi o escritor inglês Horace Walpole que inventou a palavra, inspirado num conto infantil persa Os Três Príncipes de Serendip. Serendip era a ilha de Ceilão, atual Sri Lanka. Os príncipes resolvem os dilemas com as estratégias que vão surgindo por acaso. Conseguem saber que um camelo cego de um olho, manco, sem um dente, transportando mel, manteiga e uma mulher grávida passou por determinado caminho, observando os indícios deixados: não comeu a vegetação do lado do caminho em que era mais viçosa; as marcas das patas mostram que é manco; o modo como comeu a vegetação atesta a falta de um dente; o mel e a manteiga deixaram vestígios; a mulher urinou apoiando-se nos pés e nas mãos, para amparar o seu peso. É a estória do rei que diz aos filhos que há um tesouro escondido. Eles começam a escavar à sua procura. Não encontram o ouro, mas os campos bem cavados deram colheitas muito abundantes. Não alcançam o que querem, mas algo diferente e também benéfico. Na atualidade, significa perseverança, inteligência, sentido de observação e de oportunidade. Usar as ferramentas que a vida nos dá. Alguém disse: Se a vida te dá limões, faz limonada! Na História da Humanidade muitos são os casos de serendipidade. Um dos mais remotos é Arquimedes que descobriu a Lei de Arquimedes porque a banheira estava muito cheia e transbordou. Cristóvão Colombo descobriu a América quando andava à procura da Índia. Alexander Fleming descobriu a Penicilina porque era descuidado e foi de férias quinze dias. Aproveite o que a vida lhe dá, seja serendipidente/serendipidário??!

Texto Ana Luís Silva - 11.º G Carolina Novo - 11.º G Ilustração Bárbara Taveira - 9.º B


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Crise e Vocabulário

Austeridade A Porto Editora promove, via Internet, a votação da palavra do ano. Pretende aferir qual o vocábulo mais ouvido, pronunciado, mais presente na vida das pessoas. Em 2011, ano transato, ganhou a palavra austeridade, foi escolhida por 12 000 portugueses. Políticos e comentadores usaram-na ad nauseam. O Dicionário de Língua Portuguesa informa que austeridade é um substantivo feminino que vem do latim austeritate, significa mortificação da carne, penitência. Disciplina rigorosa. Dureza de trato. Em suma, uma palavra muito negativa, desagradável, mete medo. A sua irmã gémea, pouco ou nada conhecida, é austereza, rima com pobreza, mas também rima com beleza... Para aliviar o ambiente podemos afirmar que a palavra que ficou em segundo lugar foi Esperança. É, também, um substantivo feminino, mas é positiva, com ela tudo é possível, permite renascer, acreditar que melhores dias virão. A terceira palavra mais votada foi Troika. Sobre este termo, importado da Rússia, já se escreveu muito neste jornal. Refletindo os resultados desta votação, podemos concluir que os Portugueses têm a noção da difícil realidade económico-social do país, mas acreditam no futuro. É esperançoso! Por curiosidade acrescentamos, ainda, que no ano de 2010 ganhou a palavra vuvuzela. Muito desagradável, barulhenta, estridente. Os sul-africanos que nos perdoem. Texto - Liliana Rocha 11.º G Ilustração - Bárbara Taveira - 9.º B


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Crise e Alternativas

Novidades do Capitalismo (?!) O capitalismo sempre mereceu a desconfiança, mesmo o ceticismo de muitos. O seu maior crítico foi, sem dúvida, Karl Marx que na sua obra O Capital denuncia os vícios e desumanidade deste sistema económico. O dilema é que os outros que foram implementados, inclusive o idealizado por Karl Marx, fracassaram. A contestação ao capitalismo e à sociedade burguesa que o sustenta ganhou novas dimensões com o passar do tempo. Há quem procure alternativas e fuja ao consumismo desenfreado de que o capitalismo se alimenta. Um dos movimentos mais recentes é a freeeconomia praticada pela Freeconomy Community. O que fazem os seus membros? Evitam fazer compras. Trocam bens, conhecimentos, experiências. Existe desde 2007 e foi criada por Mark Boyle que viveu três anos, sim, três anos, sem dinheiro. Essa experiência permitiu-lhe escrever o livro O Homem Sem Dinheiro. Mark Boyle tem como casa uma caravana e o seu computador funciona com energia solar. Mark Boyle

Tornou-se um homeopata social. Alguns dos seus estratagemas higiénicos são: só tomar duche de aquecimento solar (aquecer a água num saco de plástico preto, grosso limpar os dentes com osso de chocos e sementes de funcho - não usar sabonete nem desodorizante. Um repórter comprovou que ele não cheira mal dos sovacos. O mesmo não dirá a última namorada de Leonardo di Caprio, um fundamentalista ecológico, para além de ator e homem bonito, que o deixou porque ele não toma banho todos os dias e não tem um cheiro agradável. Voltemos ao tema, os Freegans são uma corrente mais radical que defende o autoconsumo (só consomem o que produzem). A alemã Hei-

Heidemarie Schwermer

demarie Schwermer criou o movimento Dinheiro Zero, vive há 15 anos numa comunidade onde não circula o vil metal. O caso mais extremo de rejeição do capitalismo é o norte-americano Daniel Suelo que vive há doze anos como um homem das cavernas da atualidade. Encarar o PIB (Produto Interno Bruto) como o principal indicador do bem-estar de um país, sempre foi controverso e tema de discordâncias. É muito capitalista, só tem em conta as condições materiais. A felicidade é só ter? Agora, por iniciativa do Butão - pequeno país dos Himalaias, encravado entre a China e a Índia - a ONU vai debater o FIB (Felicidade Interna Bruta). Porquê o Butão a propor este debate? Bom, este país considera-se, simplesmente, o mais feliz do Mundo! Mais nada!

Daniel Suelo


O Broas13

Datas - Pessoas - Factos

Centenário do Nascimento de Orlando Ribeiro O centenário do nascimento do grande geógrafo português Orlando Ribeiro (1911 1997) permitiu divulgar informação sobre o renovador da Geografia em Portugal e a sua obra de muito valor científico, tantas vezes inovadora e pioneira. Orlando Ribeiro dedicou a sua vida ao ensino e investigação da Geografia. Fez estudos de pesquisa, não só em todo o território continental, mas também nas então chamadas províncias ultramarinas, as colónias do império português.

A nossa Escola não quis deixar de participar nas comemorações. Os professores de Geografia organizaram uma exposição alusiva a esta efeméride,

divulgando

alguns

dos aspetos mais importantes

do

vasto

legado

de

Orlando Ribeiro: - livros publicados; - revista Finisterra; - viagens realizadas; - espólio documental. A

comunidade

escolar

foi

convidada a assistir, no dia 30 de janeiro, ao visionamento

do

documentário

Orlando Ribeiro - Itinerâncias de um Geógrafo seguido de uma palestra proferida pela professora catedrática,

jubilada,

Rosa

Fernanda Moreira da Silva. Esta geógrafa foi convidada pelo

professor

Ribeiro

Orlando

para coordenar o

arranque do curso de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Elsa Rebelo - docente de Geografia


O Broas14

Charles Dickens - English Writer

Charles Dickens Charles Dickens was born on 7th February 1812 and died on 9th June 1870. He was an English writer. He was responsible for the greatest novels in the Victorian period and also for the English literature’s most important novels and characters. He was already famous and popular during his lifetime and he still is today such as his stories that are continuously printed. He had a good childhood but he was not a spoiled boy. He was a very good reader and also had a photographic memory. But this period didn’t last long, because his family had financial difficulties and his father went to prison. So Charles left school and worked ten hours a day. These times contributed to his writing of novels and also made him interested in social economic and laboural conditions. He also believed that life was unfair for those who were born poor. He wrote his major novels in weekly or monthly journals. These stories were cheap and accessible, people anticipated for more, so their opinion was really important in how many stories developed. He also mixed fantasy and reality, so his novels are not easily forgotten. He had a florid and poetic writing style and his satires to British aristocratic snobbery were popular and he compared orphans to stocks and shares, people to boats and dinner party guests to furniture. He shocked the readers with his fierce critic of poverty of the Victorian society and he was actually also responsible for making London better. These highly sentimental scenes contrasted with the ugly social truth. His style was copied by many other writers. To Dickens the plot of the stories weren’t just devices but an index of the humanism that led him to believe that good wins out in the end in unexpected ways. His best known works are Great Expectations - David Copperfield - Oliver Twist - A Tale of Two Cities - Bleak House - Nicholas Nickleby - The Pickwick Paper - A Christmas Carol. Texto - Mafalda Gomes - 10.º D Ilustração - Beatriz Matos - 9.º B


O Broas15

Easter Time

Easter Symbols

The Cross-Easter is a Christian Festival that celebrates the Resurrection of Jesus Christ.

Hot cross buns - a cake or biscuit are eaten by many people during this season.

Lights, candles and bonfires are part of the celebrations in many countries. Roman Catholics often put the candles in the church out on Good Friday and light them again with the Easter Candle, on Easter Day.

Eggs are a symbol of the new life that returns to nature at Easter Time.

Rabbits symbolized new life and rebirth in ancient Egypt. The Easter Bunny's visit is based upon a German Legend.

Ilustrações - Juliana Nóbrega - 9.º B


O Broas16

Pedro e Inês - Um Amor Mais Forte Que a Morte

Agora aqui O Rasteiro a rimar Com D. Inês Eu vou improvisar

D. Inês de Castro, Rainha Morta à traição Que beleza tu tinhas Estavas no meu coração

Aquele grande amor Que a morte levou Com aquela grande dor D. Pedro chorou

D. Pedro foi-se vingar Daqueles monstros A quem D. João IV Te mandou matar

Depois de sua morte D. Pedro a coroou Dentro do caixão Ela reinou

No Mosteiro lá estás tu Em frente ao teu amor Em paz ficarás Até voltar o esplendor

A natureza ficou triste Com a sua partida Desta rima, tu viste, A stora ficou comovida. Dylan Ramos - Ricardo Machado - Tiago Pinto – 9.º G

D. Inês, linda donzela, Amor puro e trágico Vivido por ti Princesa mais bela D. Pedro, cavaleiro Por ti sofria, Pensava no teu cheiro De noite e de dia

Artur Lopes – 9.º G

Com a sua grande beleza Tão forte como o seu amor D. Inês trazia ao peito (no peito) D. Pedro com grande dor (como uma flor) Era tal esse amor Nos seus corações Que ainda hoje Se recorda as suas paixões Depois de Inês morta Ao altar foi parar Foi coroada rainha E os algozes seus crimes a expiar (a pagar)

Os dois, uma história viveram, Linda e maravilhosa Por amor sofreram D. Inês formosa Domingos Forno – Patrick Monteiro - 9.º G

Dantes vivias linda e sossegada De noite sonhavas, de dia pensavas O Amor cresceu e a verdade se escondeu Por muito tempo não foi Pois malvado povo, que a verdade roi Os ouvidos de um rei pai afrontou E ele com aquela menina acabou! Deixaste a beleza para trás, Mas assim que Ele chegou e a verdade Afrontou, depois de morta, rainha te tornou! João Rodrigues – 9.º G

Os carrascos que a mataram Não ficaram a ganhar Pois D. Pedro pelas costas O coração deles foi arrancar Ana Catarina Lourenço - Miguel Carvalho - 9.º G

Amado meu, Com esta dor vos escrevo à espera de encorajamento, pois brevemente vos deixarei, para grande sofrimento meu. E, se alguma vez quiséreis culpar alguém, lembrai-vos deste Amor que nos prende, este Amor descontente, que nem com lágrimas de que ama se comove. Inês Maria Teresa Sampayo – 9.º G


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Pedro e Inês - Um Amor Mais Forte Que a Morte

No coração de D. Pedro, D. Inês habitava e, no dela, D. Pedro escrito lá tinha o nome. Apesar de um do outro longe viverem, Inês amava-o e era nele que todo o dia pensava. Nos seus sonhos era tudo uma maravilha, mas quando de manhã acordava, tudo não passava de uma grande mentira. O povo era malvado e o rei tirou Inês ao mundo. E, como a lenda conta, só depois de morta, D. Inês foi coroada rainha. Anabela dos Santos – 9.º G

D. Inês de Portugal Tão linda donzela Quando D. Pedro a viu Ficou apaixonado por ela. História tão triste e pura Das mais célebres d’ Os Lusíadas Que o Amor levou à morte crua Amou e foi amada Num sentimento tão forte Pelo rei e o povo foi atraiçoada Mas D. Pedro vingou a sua morte! Ana Bernardo - Inês Matias - Luana Mourão - 9.º D

D. Inês pediu piedade Pois ainda era de tenra idade O rei não a quis ouvir E D. Pedro a viu partir. D. Inês lindas lágrimas chorou E D. Pedro se vingou Seus assassinos foram apanhados E pelos seus crimes foram julgados. A trágica história de D. Inês A todos chorar fez. Pedro não conseguiu perdoar E os algozes foi matar. Depois de morta, a coroa usou Fazendo sofrer o homem que sempre a amou. André Carvalho - Diogo Boal - 9.º D

Foi nos saudosos campos do Mondego Que a 7 de janeiro aconteceu, Terrível morte, um desterro Que D. Inês sofreu. 1355, terrível ano te revelaste Com esse assassino mês de janeiro Capaz de matar D. Inês, nossa amada Pobre dama delicada. Tua história ainda dura, D. Inês, pobre dama, Todos sem ver a cura, De proteger a que ama. Foste amada e morreste, D.Inês o mundo deixaste Com cruel pena que sofreste No coração de Pedro perduraste, Aquele que, depois de morreres Te nomeou rainha, Por amor, ficaste. Pedro Silvestre - 9.º D

Era uma vez Uma história de amor, D. Pedro e D. Inês, Com sofrimento e dor, Acabou a morrer E os seus filhos deixou de ver. D. Inês, fonte de amor, As lágrimas derramaste, O teu amor deixaste E as tuas relíquias abandonaste. Não por teres errado, Mas por teres amado. D. Afonso, sem mágoa e sentimento, Magoaste teu filho E a sua amada mataste, Os teus netos desgraçaste. D. Pedro, tuas lágrimas derramaste E a vingança alcançaste, Tornaste rainha D. Inês Pelo amor que nascer te fez. Patrícia Pereira - Rafaela Nogueira – 9.º D


CRISE...

Rita Teixeira - 12.º B

Leituras da

Magda Ribeiro - Sandra Florindo - 12.º A

.º A Rafaela Matos - 12 Maria Teixeira -

A crise que nos assola… foi um dos temas que os alunos da disciplina de Aplicações Informáticas B do 12.º ano trabalharam, recorrendo ao programa de desenho CorelDRAW. Na impossibilidade de apresentar todos os trabalhos, selecionámos aqueles que melhor se enquadram no jornal. Observem e sorriam, mesmo que seja um sorriso amargo!


Rui Moreira - 12.º B Inê

sV ar

and as

-S ara Silv a12. ºA


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Respirar Literatura e Arte

Eu Visitei Tormes O livro de Eça de Queirós, A Cidade e as Serras, tem dois grandes espaços: Paris (que representa a Cidade, a Civilização) e Tormes (as Serras). As duas personagens principais, José Fernandes, que também é o narrador, e Jacinto, ficaram grandes amigos aquando dos seus estudos em Paris. Mantiveram essa amizade, mesmo apesar de afastados, uma vez que Jacinto se manteve na Civilização (no seu apartamento o 202, nos Campos Elísios) e José Fernandes regressou a Guiães, às Serras. José Fernandes revisita o seu amigo após sete anos e reencontra-o rodeado de todo o tipo de aparelhos, inovações, milhares de livros e muito luxo, no entanto, Jacinto vive aborrecido, murcho, amolecido. Mas tudo isso vai mudar, a partir do momento em que regressa a Portugal. A viagem foi planeada com todo o cuidado, mas as coisas não correm bem: perdem-se dos criados e perdem as malas e quando chegam ao apeadeiro de Tormes só têm um jornal e pouco mais. A viagem para a quinta (propriedade de Jacinto) teve de ser improvisada e lá arranjam um cavalo e um burro para os dois. Nas belas descrições das paisagens, sentimos o amor de Eça de Queirós pelas serras e, consequentemente, pelo seu país: Com que brilho e inspiração copiosa o Divino Artista que faz as serras, e que tanto as cuidou, e tão ricamente as dotou, neste Portugal bem-amado! A grandeza igualava a graça. Para os vales poderosamente cavados desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia cair e rolar. (…) Por toda a parte a água sussurante, a água fecundante… espertos regatinhos fugiam rindo com os seixos, grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra. (…) Todo um cabeço por vezes era uma seara, onde um vasto carvalho ancestral, solitário, dominava como seu senhor e seu guarda. Em socalcos verdejavam laranjais rescendentes. Caminhos de lajes soltas circundavam fartos prados com carneiros e vacas retouçando – ou mais estreitos, entalados em muros, penetravam sob ramadas de parra espessa, numa penumbra de repouso e frescura. (…) Nos cerros remotos, por cima da negrura pensativa dos pinheirais, branquejavam ermidas. O ar fino e puro entrava na alma, e na alma espalhava alegria e força. (cap. VIII de As Cidades e as Serras). Foi com estas descrições na memória que parti para a visita, na companhia das minhas turmas do nono ano e das colegas Vera Esteves e Leonor Ribeiro e o que observei da magnífica paisagem duriense não defraudou as minhas expectativas e só me fez admirar ainda mais este grande autor e esta bela região. Nunca tinha feito antes a estrada entre a Régua e Tormes e cada metro do caminho foi absorvido atentamente. O dia estava magnífico, cheio de sol e com um azul luminoso no céu, ao qual Eça chamaria azul ferrete, tivemos o Douro no nosso lado direito e gradualmente fomos subindo às serras, tendo o rio como pano de fundo lá em baixo. Magnífico! Não há outra palavra. Depois fomos tendo tons de vários verdes desta primavera que nos visitou mais cedo. Quando nos apeámos, respirei um ar fresco e agradável e lá caminhámos em direção à Casa, pelo caminho do Jacinto. Gostei daquelas pedras cheias de história, gostei de ver de perto os objetos pessoais deste grande escritor, de saber da forma meticulosa como fazia a sua escrita e do facto de escrever de pé, tendo uma escrivaninha à sua medida. Gostei dos jardins e provei das deliciosas tangerinas. Na pausa para almoço, à sombra de uma árvore reli passagens de A Cidade e as Serras e recordei outro grande escritor, Almeida Garrett, que dizia que não há nada que se compare ao ler um livro no sítio ao qual ele se refere: Se eu for algum dia a Roma, hei de entrar na cidade eterna com o meu Tito Lívio e o meu Tácito nas algibeiras do meu paletó de viagem. Ali, sentado naquelas ruínas imortais, sei que hei de entender melhor a sua história, que o texto dos grandes escritores se me há de ilustrar com os monumentos de arte que os viram escrever, e que uns recordam, outros presenciaram os feitos memoráveis, o progresso e a decadência daquela civilização pasmosa. (…) Cap. XXVI de Viagens na Minha Terra. Fátima Campos - professora de Português


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Respirar Literatura e Arte

Entrada principal da Casa de Tormes - Fundação Eça de Queirós

Paisagem de Tormes - Fundação Eça de Queirós


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Respirar Literatura e Arte

Eu Vi Amadeo... As portas do Museu Amadeo de Souza-Cardoso guardam um mundo novo disponível para todos os que gostam de arte e o queiram desvendar. Nele conjugam-se todos os tempos: - passado - há uma bela e grandiosa tela que remonta aos amores de Pedro e Inês e o edifício do Museu foi, outrora, um convento; - presente - há obras de artistas contemporâneos como Ana Luísa Ribeiro, vencedora em 2009, do prémio Amadeo de Souza-Cardoso e as intervenções no edifício para o adaptar às exigências do tempo atual; - futuro - há artistas de vanguarda, aliás, Amadeo de Souza-Cardoso, embora hoje seja passado, foi, no seu tempo, um vanguardista na arte portuguesa, um dos impulsionadores do Movimento Modernista. Futurista era, também, a instalação artística no claustro que se movimentava e deixava intrigados os visitantes. Não há olhos que se cansem de admirar as obras de Amadeo de Souza-Cardoso. Neles encontramos cores harmoniosas que criam sinfonias cromáticas perfeitas, vemos o cuidado afetuoso com que retrata o tio Francisco a quem o uniam laços fortes de família e amizade. Enternece o pormenor (?) da portugalidade presente mesmo nas obras mais arrojadas e vanguardistas. Longe de Portugal, lá em Paris, criava obras que enriquecia com um elemento da cultura portuguesa, um assador de castanhas, um pote de barro… tornando patente o seu amor por este país, muitas vezes ingrato com os seus artistas e intelectuais. Quem conhece Amadeo de Souza-Cardoso gosta dele. É impossível outra hipótese! A gripe espanhola (pneumónica) que, em 1918, o roubou, quando tinha apenas três décadas de vida, privou-nos de todas as obras que ele nos teria dado, se mais tempo tivesse. Joana da Silva - 9.º B


O Broas23

Respirar Literatura e Arte

Eu Li Eça... Socalcos que descem até ao Douro, vinhas penduradas na serra, uma casa rural de granito, em grande parte coberta pela hera. Estamos em Tormes, lugar de referência da geografia queirosiana e aquele que está, fisicamente, mais perto de nós. Eça fica pouco agradado no primeiro contacto com esta casa e quinta que são herança da mulher. Escrevelhe dizendo: “...a casa é feia, muito feia;… Tem um arco enorme; e, por debaixo dele, duas escadas paralelas, que são de um mau gosto incomparável.” Tormes é o oposto de Paris, cidade cosmopolita e sofisticada, na qual Eça de Queirós gosta de viver e onde situa a primeira parte da narrativa A Cidade e as Serras. Há o duelo permanente entre a supercivilização (Paris) e a ruralidade (Tormes). Eça era um génio da escrita. Os contratempos

que

vivenciou

quando, pela primeira vez, foi a Tormes serviram de inspiração para escrever um livro. Não é qualquer pessoa que consegue extrair o bom, o positivo, da tragédia. Na casa é possível conhecer muitos objetos que fizeram parte do quotidiano deste escritor português do século XIX. Lá está a cadeira de Jacinto, a mesa do arroz de favas, a estranha escrivaninha, muito alta, porque Eça gostava de escrever de pé. No documentário, que visualizámos, retive uma frase do testemunho da filha do escritor. Um dia desabafa que está aborrecida porque não tem nada para fazer. O pai rebate: Oh minha filha, nunca mais digas isso! Não tens que fazer? Observa a dança do vento nas árvores! Fiquei com vontade de conhecer melhor este escritor. O espaço exterior é muito agradável, estava uma tarde doce, dourada. As tangerinas pequeninas pareciam bolas de ouro perfumadas e saborosas. Algumas eram azedas. Eram as das árvores infelizes, das que estavam à sombra. O tempo correu calmo, sem sobressaltos, houve tempo para aprender, conversar e rir muito. Foi um dia perfeito e criei uma nova amizade. Nada mais posso pedir! Ana Peres - 9.º F


O Broas24

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

Redes Sociais - Combate à Discriminação

A participação da Escola S/3 S. Pedro no Parlamento dos Jovens - Ensino Básico é já uma tradição com alguns anos. Este ano houve algumas novidades - a Mesa foi constituída, pela primeira vez, por alunos - a Dra. Julieta Sampaio, criadora deste projeto, esteve presente e os trabalhos foram coordenados pela Dra. Deolinda Abreu, responsável pelo projeto na DREN. Estiveram presentes oito escolas do distrito; da Escola EB2,3/S Miguel Torga de Sabrosa embora inscrita, não compareceu ninguém. A primeira mesa foi constituída pelo Engenheiro Rui Santos, deputado do PS à Dra Julieta Sampaio - criadora do projeto Parlamento dos Jovens

Assembleia da República, natural de Vila Real e que estudou nesta Escola, onde o seu pai foi professor, a Dra. Dolores Monteiro, vereadora da Educação e Cultura da Câmara Municipal de Vila Real, Dr. Vítor Prada Pereira, Diretor Regional do Norte do Instituto Português da Juventude, Dra. Cecília Barata, Representante da Assembleia da República e Dra. Isabel Cruz, Diretora-adjunta da DREN. Encerrados os discursos de abertura, iniciou-se a sessão de perguntas ao deputado, Engenheiro Rui Santos. A nossa Escola foi a primeira a intervir. A Cristiana Fernandes, do 8.º F, que participou pela primeira vez neste projeto, formulou de modo claro e seguro a questão:

A nossa deputada Cristiana Fernandes usando da palavra

Na nossa democracia, o poder legislativo compete à Assembleia da República, mas o Governo, que tem o poder executivo, também pode fazer leis. Exmo Senhor Deputado, gostaríamos que nos esclarecesse sobre a diferença entre as leis que são iniciativa da Assembleia da República e as leis que são iniciativa do Governo. A Dra. Julieta Sampaio virou-se para trás e mostrou o seu agrado em relação à nossa pergunta, pronunciando um muito bem. Seguiram-se as intervenções das outras escolas, umas mais interessantes que outras, versando as questões sobre temas diferentes, como: o

A mesa e o deputado Rui Santos


O Broas25

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

abandono do interior do país - a disciplina de voto implicações da crise atual na discriminação - exceções na austeridade… foram quatro rondas de questões ao Senhor Deputado Rui Santos. Nas respostas sobressaíram e retivemos algumas afirmações: - Austeridade sobre austeridade não é bom caminho; - Desde o 25 de abril de 1974 que há défice que se acumulou todos os anos; - Há três áreas nas quais não se pode desinvestir - Educação - Saúde - Segurança Social; - Confunde-se racionalização com encerramento de serviços, como os centros de saúde. A apresentação dos projetos de recomendação de cada escola foi o momento que se seguiu. É a ordem alfabética que determina a apresentação, assim sendo, a nossa

Os nossos deputados apresentando o nosso projeto

Escola foi a última. As medidas propostas eram muito idênticas, só a Escola EB2,3 Monsenhor Jerónimo do Amaral de Vila Real decidiu seguir outra via, enveredou pela discriminação das pessoas deficientes. O debate na generalidade durou pouco. Nós fizemos uma observação ao Projeto de Recomendação da Escola S/3 Camilo Castelo Branco, porque as suas medidas estão muito longas, devido a terem acrescentado a justificação. Eles não aceitaram a nossa crítica, mas nós tínhamos razão. Seguiu-se a votação para escolher o projeto que ia representar o distrito na Sessão Nacional que vai decorrer nos dias 7 e 8 de Maio, na Assembleia da República, em Lisboa. Ganhou o nosso projeto com 12 votos. Foi bom ver o nosso trabalho reconhecido.

A deputada Inês Monteiro

Após a pausa para almoço, iniciou-se o debate na especialidade. A terceira medida do nosso projeto foi eliminada. Na primeira medida mudou-se a proposta de debate para campanha. Foi lindo, magistral, ouvir e ver o nosso deputado, João Caramelo, explicar a toda a gente a diferença entre um debate e uma campanha. Foi aditada ao projeto a segunda medida da Escola S/3 Fernão de Magalhães, de Chaves. Este facto fortaleceu a

empatia que tinha surgido, ao almoço, entre os

deputados da nossa Escola e esta Escola de Chaves, aliás a única desta cidade que concorreu. O nosso deputado, João Caramelo, gastou muitas energias e tempo a defender o projeto de todas as observações e críticas que lhe foram feitas. Foi duro, foi preciso resistência. A deputada Erica Amaral


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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

Redes Sociais - Combate à Discriminação

O momento de maior nervosismo e tensão é, sem dúvida, a votação para escolher as escolas que vão representar o distrito na

Sessão

Nacional. Todas querem ir, mas só duas serão eleitas e poderão concretizar essa vontade. Há negociações, promessas, acordos… O apuramento dos votos demora, vai-se enganando a ansiedade com o enorme chocolate que a nossa professora levou. Por fim o veredito: as escolas que vão à Sessão Nacional são a Escola S/3 Camilo Castelo Branco e… a nossa. Ambas tiveram dez votos. A alegria pela vitória foi muita. Para a Erica Amaral do 9.º C e a Inês Monteiro do 9.º A é a segunda vez que vão a Lisboa. Para o João Caramelo do 7.º B é uma estreia. É o terceiro ano seguido que a nossa Escola é eleita para a Sessão Nacional. Gostávamos que os deputados da Escola S/3 Fernão de Magalhães também fossem, entendemo-nos muito bem com eles, mas a democracia é assim, quem decide são os votos. Faltava a última fase deste dia - a eleição do porta-voz do nosso distrito à Sessão Nacional. O deputado João Caramelo, entusiasmadíssimo, foi o primeiro a candidatar-se. Os dois deputados da Escola S/3 Camilo Castelo Branco também apresentaram a sua candidatura. O nosso deputado teve que retirar a candidatura porque ele foi, na Sessão Escolar, o terceiro deputado, ou seja, ele vai a Lisboa na função de repórter e não de deputado. Ficou descoroçoado. A Senhora Presidente da Mesa, Patrícia

Barreira, aluna da

Escola

EB2,3

Júlio do Carvalhal de Valpaços encerrou os trabalhos desta Sessão Distrital. O lanche estava um pouco atrasado, o que permitiu o convívio entre todos os participantes, tiraram-se fotografias, trocaram-se números de telemóvel e e-mails. Estando o lanche pronto, fomos todos recuperar forças e energias com as deliciosas sandes, bôla sumos e refrigerantes.

de carne, bolinhos,


O Broas27

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

No balanço final desta Sessão Distrital é necessário focar, de igual modo, o que correu menos bem. Este ano houve muito menos escolas a participar. No ano passado eram dezassete, este ano apenas oito. Isto entristeceu-nos. É mais animado e interessante quando há mais escolas. O

nosso

distrito vai ser dos que têm menos

repre-

sentantes na Sessão Nacional. Na maioria, todos agiram com civismo e educação, mas alguns deputados, poucos, felizmente, não estiveram à altura das suas funções: - Dois deputados saltaram por cima da cadeira para saírem ou regressarem ao seu lugar. Foram chamados à atenção. - Houve deputados que se dirigiam à Mesa

A deputada Cristiana Fernandes

sem terem pedido autorização. A Presidente ordenou-lhes que regressassem aos seus lugares. - Outros entraram em diálogo direto, o que não é permitido. Foram admoestados pela eficiente e atenta Presidente da Mesa. - Houve alunos que resolveram brincar com a eleição do porta-voz. - Ocorreram algumas situações em que alguns não respeitavam quem estava a falar e conversavam ao mesmo tempo. Foilhes ordenado que respeitassem os outros. A democracia não é fácil!

O deputado João Caramelo, o repórter Luís Reboredo e deputados de outras escolas

Uma palavra de reconhecimento para o nosso deputado suplente, Francisco Ventura, que com a sua boa disposição e generosidade contribuiu para o bom desempenho e sucesso da nossa participação nesta Sessão Distrital. Eu, pela primeira vez na minha vida, exerci a função de repórter. Gostei e aqui fica o meu trabalho. Luís Reboredo - 9.º C

Os nossos deputados, os deputados da Escola Fernão de Magalhães e os repórteres


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Conhecer e Valorizar os Outros

Os Nossos Heróis No nosso dia-a-dia, na Escola, cruzamo-nos com pessoas (professores, funcionários, alunos) de quem pouco sabemos, sendo muitas delas seres humanos bem interessantes e que vale a pena conhecer. Para colmatar essa lacuna O Broas olhou, com atenção, à sua volta, descobriu e focou alguns desses homens, mulheres, jovens com quem podemos aprender.

João José Fernandes Ala Caramelo Soares, nascido a 23 de dezembro de 1999, em Vila Real, chamou à atenção, logo que chegou à Escola

- é, sem sombra de dúvida, o aluno

mais pequeno, em tamanho, um metro e trinta e cinco centímetros, para trinta quilos de peso. Um cibinho de gente. Tem um ar fofinho com o seu penteado aerodinâmico e os seus grandes olhos negros que brilham de curiosidade e vontade de aprender. Fomos sabendo novas dele - é muito interventivo nas aulas é o aluno com melhor desempenho escolar da turma. Teve oito níveis cinco e três níveis quatro, no 1.º e 2.º períodos. Gosta, em primeiro lugar, de Matemática, seguindo-se Ciências Naturais, Ciências Físico-Químicas e História. Pertence ao Ginásio Clube Vila Real (GCVR), onde é atleta de salto em trampolim. O gosto por esta atividade surgiu há 4 anos, em 2008, quando se realizaram os Jogos Olímpicos em Pequim, na China. Ao ver a exibição dos atletas desta modalidade ficou com vontade de a praticar, pediu aos pais para o inscreverem nos trampolins. Nos tempos livres e férias gosta de ir à praia, passear com a família, andar de bicicleta, resolver problemas de matemática, jogar no computador e ler. Nunca saiu de Portugal mas conhece bem a Áustria e a Dinamarca devido a um trabalho, sobre países, que realizou no ano passado, 6.º ano, na Escola Diogo Cão. Gosta da Escola e dos professores que conhece, dos seus colegas, em particular dos da sua turma (7.º B),

amigos há lar-

gos (?) anos. Gosta de participar nas atividades que a Escola realiza. A última em que participou, e na qual fez um brilharete, foi a Sessão Distrital do Parlamento dos Jovens. Mostrou dotes de grande orador e todos ficaram agradados com a sua prestação. No final dos trabalhos, era óbvio, que se tinha tornado o deputado mais popular. Só não foi eleito porta-voz do distrito à Sessão Nacional que irá decorrer na Assembleia da República, porque, como 3.º deputado, caber-lhe-á exercer as funções de repórter. Lisboa aguarda-o!


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Conhecer e Valorizar os Outros

Os Nossos Heróis Joana Patrícia Ribeiro Fernandes Pinto, nascida em Vila Real a 7 de Março de 1994, estuda nesta Escola há seis anos. Conhece-a? Talvez não! É uma falha que deve corrigir, porque vale a pena conhecê-la. Porquê? O Broas esclarece: a Joana, para além de ser um excelente ser humano e uma boa aluna, é nadadora e integrou a Seleção Nacional de Natação que representou o país na Grécia, tinha na altura 14 anos, apenas. Notável, não é?! Há mais: a Joana sagrou-se campeã nacional nos 100 metros livres em Silves e vice-campeã

(2.º lugar) nos 100

metros bruços. Mérito não lhe falta! Começou a praticar natação por recomendação médica, sofria de asma, ainda andava no infantário. No 5.º ano entrou para a pré-competição e no ano seguinte para a competição. A paixão foi surgindo e consolidou-se. Hoje, o convívio entre atletas, a adrenalina das competições e a agradável e doce sensação da vitória são já um vício que não dispensa. Para este excelente desempenho, treina, todos os dias, três horas, sendo uma hora de treino físico e duas horas dentro da piscina. Faz ginásio duas, ou três vezes, por semana. Há alturas em que os treinos são bidiários - às 6h 30m está na piscina. No Inverno é duro! Nada se consegue sem esforço, trabalho e sacrifício. Claro que o tempo não estica e os treinos não deixam muito espaço para ler, ouvir música, navegar na Net, sair mais com os amigos. A vida é feita de opções, estamos sempre a decidir entre uma coisa e outra(s). Os seus grandes objetivos, no futuro próximo (?), são concluir o ensino secundário e entrar para o curso de Gestão. Na natação quer ir representar Portugal nos Jogos Olímpicos de 2016, que se realizam no Rio de Janeiro. Acreditamos que é capaz e vamos apoiá-la. Agradece a boa vontade e compreensão de todos os que foram seus professores, ao longo destes seis anos. Nunca nenhum criou entraves à sua participação em provas desportivas.


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Conhecer e Valorizar os Outros

Os Nossos Heróis José João Amorim Teixeira Guimarães, nascido em Vila Real a 24 de setembro de 1998, recebeu a medalha de bronze na 30.ª edição das Olimpíadas Portuguesas da Matemática na categoria A (8.º e 9.º anos). Na sequência deste brilhante resultado, integrou o projeto Delfos (no departamento de Matemática da Universidade de Coimbra) de onde sairão as equipas que irão representar Portugal em competições internacionais de Matemática

- Olimpíadas Internacionais da Matemática -

Olimpíadas Ibero-Americanas da Matemática e Olimpíadas Matemáticas da Lusofonia. Não estava à espera de ir à final, até porque a segunda prova de seleção foi muito difícil. Nas finais, em Leiria, as provas correram-lhe bem e nasceu a esperança de ganhar uma medalha. Quando o chamaram para receber a medalha de bronze sentiu-se feliz. O seu esforço e trabalho tinham sido reconhecidos. Não foi a primeira vez que concorreu, no ano transato, na mesma competição, chegou à segunda fase. Gosta de Matemática desde sempre, muito por incentivo do pai. Ainda não sabe o que quer ser mas terá a Matemática presente. Considera que sempre teve bons professores. Os métodos do ensino da Matemática variaram consoante os professores. Na sua opinião, deve ser mais evidenciada a utilidade prática desta ciência, assim, os alunos deixam de a ver como uma disciplina difícil e passam a vê-la como uma ferramenta muito útil no dia-a-dia, um contributo para resolver problemas. Está sempre disponível para participar nos concursos e representar a Escola. Tem participado em muitos concursos e já ganhou alguns prémios. Participou no MatUtad e nas Olimpíadas do Ambiente. Em provas desportivas, como por exemplo no Compal Air, integrou a equipa de natação da Escola Diogo Cão e ganhou alguns primeiros lugares, nomeadamente, nas finais distritais de natação do desporto escolar. É um vencedor! Parabéns!


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Memórias do Tempo que Passa

Ao falar de amor não se pode ignorar o Cupido. Este ser alado com aparência de anjinho barroco lança flechas diretas aos corações dos incautos transeuntes, para que se apaixonem e festejem o Dia dos Namorados. A sua história remonta à Antiguidade Clássica, às mitologias grega e romana. Para os gregos, o seu nome é Eros, o jovem filho de Ares, o deus da guerra, e de Afrodite, a deusa do amor e da beleza. É descrito como o mais belo dos deuses. Na Roma Antiga era conhecido como Cupido. Os romanos acreditavam que Cupido era filho de Vénus, a deusa da beleza e do amor, e do mensageiro alado dos deuses, Mercúrio.. Este e outros símbolos de amor foram explorados e trabalhados em Português, Francês, Inglês e Espanhol. É muito amor!

Um dia fora de Vila Real! Que delícia! Esquecer toques de entrada, salas de aula, manuais. 17 de fevereiro foi o dia, no Porto. De manhã, assistimos à peça de teatro: Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett. Vai ajudar na interpretação da obra, quando for estudada em Língua Portuguesa. O almoço foi na praia de Matosinhos. Houve convívio, exploração da beleza marinha e alegria. Na visita ao Sea Life vimos diversas espécies animais e vegetais e pudemos descobrir alguns segredos da vida aquática! Foi um dia maravilhoso! Gostei! Rita Pereira - 8.º F

Os painéis de Grão Vasco, as tapeçarias flamengas, as capelas barrocas são motivos mais que perfeitos para visitar o Museu de Lamego. As turmas do 8.º F e 8.º G tiveram a oportunidade, quiçá, o privilégio, de conhecer um dos melhores museus portugueses. Aconteceu na manhã de quintafeira, dia 23 de fevereiro. A guia era muito simpática e tudo esteve muito bem, mas, há sempre um mas, saímos de lá congelados. Aquelas salas têm muita beleza, mas também, muito, muito frio. Brrrrm! Bárbara Lachado - 8.º F

Entrar numa nau quinhentista é uma viagem ao tempo das Descobertas, quando embarcações portuguesas sulcavam os Sete Mares. Os alunos do 8.º A, B e C foram viver essa experiência na nau ancorada no rio Ave, em Vila do Conde. No Porto visitámos o Sea Life e na sua zona envolvente e na do chamado Castelo do Queijo, com a orientação da professora de Ciências Naturais, procurámos e identificámos espécimes da fauna e da flora marítimas. Catarina Teixeira - 8.º E


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España Tan Cerca

Parte I - 30 de enero a 3 de febrero VILA REAL Entre los días 30 de enero y 3 de febrero, además de las actividades dedicadas a A Semana das Broas y Dias das línguas, la lengua española tuvo la presencia muy acogida de Micaela González, la profesora del Centro Escolar Infantil y Primario Vicente Aleixandre - Valladolid hermanado con nuestra escuela a través del proyecto FIAVAL. En el ámbito de una de las partes de ese proyecto, que es el job shadowing, que consiste en conocer la dinámica del centro escolar, la profesora Micaela participó activamente en los días de las lenguas, con el montaje de la exposición de dos flores alusivas a la obra de José Saramago A maior flor do mundo y la mascota del proyecto, que se llama Pedro, hechos por sus alumnos. En seguida, confeccionó un juego tradicional, El juego de la rana, que la comunidad escolar pudo jugar y reactivar sus memorias de infancia. También, nos trajo una especialidad vallisoletana (de Valladolid), las ciegas, ¡muy ricas! En la exposición dedicada al español, nuestros alumnos del 7.º D y 8.º C hicieron un reportaje fotográfico sobre su viaje a Valladolid, el día 2 de diciembre de 2011. Después, la profe Micaela asistió a las varias actividades de la Semana das Broas: en un concierto musical, declamación de poemas, carrera de coches, etc. Los alumnos del 7.º D tuvieron una clase de español distinta, impartida por la profesora Micaela, sobre las profesiones. Al final de las clases, la profesora Micaela pudo conocer un poco más de nuestra ciudad así como de nuestra región, Trás-os-Montes e Alto Douro. Esperamos de nuevo su presencia en nuestro instituto, pues será siempre la bienvenida… Sílvia Meireles - Professora de Español


O Broas33

Espanha Aqui tão Perto

Parte II - 27 de fevereiro a 2 de março VALLADOLID O projeto de intercâmbio transfronteiriço FIAVAL entre a Escola CEIP Vicente Aleixandre - Valladolid e a nossa Escola, levou a professora Elsa Rebelo a deslocar-se à cidade de Valladolid, juntamente com um grupo de professoras da Escola S/3 Camilo Castelo Branco, Agrupamento de escolas de Vila Pouca de Aguiar, Agrupamento de escolas de Macedo de Cavaleiros e Agrupamento Infante D. Henrique de Viseu. Esta deslocação, designada por Job Shadowing, insere -se no conjunto das atividades do projeto elaborado, em setembro, pelas professoras Sílvia Meireles e Micaela González. A professora Elsa teve a oportunidade de acompanhar o dia-a-dia da escola espanhola através da observação do trabalho de uma turma do 6.º ano, que está em parceria com as nossas turmas do 7.º D e 8.º C. Os alunos espanhóis, com a ajuda das professoras inscritas no projeto, montaram uma exposição, alusiva ao tema A flor dos 3 V, baseada na obra de José Saramago, A maior flor do mundo, com os trabalhos feitos pelos alunos da nossa Escola (7.º D, 8.º C, 8.º D, 8.º E, 8.º F), nas disciplinas de Espanhol, Matemática, História e Geografia. Além disso, a professora Elsa Rebelo deu uma aula de geografia, em português, sobre as redes hidrográficas da Península Ibérica. Foi realizada uma videoconferência, no dia 29 de fevereiro, entre os alunos espanhóis e portugueses das turmas acima referidas. Do programa, também constava uma visita ao Instituto de Educación Secundaria Nuñez de Arce, em Valladolid, uma escola com uma dimensão semelhante à nossa. Há que salientar o excelente acolhimento feito pelas professoras de Valladolid ao grupo de professoras de Portugal, bem como as atividades de lazer planeadas: a visita a Torrelobatón, a Segovia, a ida ao teatro Vicente Calderón, para assistir à peça La Celestina, bem como a ida às tapas. As professoras Elsa Rebelo & Sílvia Meireles


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Li, Gostei e Recomendo

A Cidade e as Serras do grande escritor do realismo português, do século XIX, Eça de Queirós, confronta a cidade: vida requintada mas doentia de Jacinto em Paris, numa casa esplêndida onde abundavam as novas tecnologias: elevador, telefone, fonógrafo… e as serras: referência ao espaço campestre que Jacinto vem a habitar em Tormes, à beira do rio Douro. A paisagem é deslumbrante; o ar é puro e perfumado; a água fresca e cristalina; a comida excelente, saborosa, divina; o vinho extraordinário. Aconselho vivamente a leitura desta obra, magnífica pelas descrições apresentadas e pela grande lição de vida que transmite: A felicidade encontra-se nas coisas simples. O importante é ter olhos para ver e alma para sentir. Rita Salgado - 8.º D

Gosto de ler. Gosto de Isabel Allende. Quando posso, junto as duas coisas. Nestas férias da Páscoa, fui uma semana para Chaves e a outra para as Caldas da Rainha, mas os livros foram comigo. Um dos livros que me acompanhou e li foi O Caderno de Maya de Isabel Allende. A escritora, seguindo uma tendência que começou com o livro, A Cidade dos Deuses Selvagens, escreveu pensando nas netas. A novidade é ser o seu primeiro tríler, influência do marido. O tema é pesado, Maya é uma jovem que se deixa arrastar para a droga, crime e prostituição. Desce ao fundo dos infernos de onde é resgatada pelo amor incondicional dos avós. Os pais dos nossos pais são valorizados neste livro, são o suporte para que tudo acabe bem. Gosto muito dos meus avós! Erica Amaral - 9.º C

Nesta pausa da Páscoa li Tudo o que Eu Tenho Trago Comigo de Herta Müller. Foi-me recomendado e emprestado por uma amiga. Aguardava que eu tivesse tempo para ele. Passei duas tardes na sua companhia. É uma escrita sensitiva, feminina, atenta aos pormenores. O protagonista é um rapaz/homem, o enredo é a sua luta pela sobrevivência num campo de trabalhos forçados na Rússia, durante cinco longos anos povoados por todas as misérias humanas. É um livro que rema contra a corrente. Insere-se na linha de testemunho-denúncia como O Arquipélago de Gulag de Alexander Soljenitsin, considerado o livro negro do comunismo. O livro de Herta Müller devia ser lido por certos intelectuais que tendem a branquear certas ditaduras. Não há ditaduras boas, são todas más! Tenho escrito! Rosalina Sampaio - Professora de História


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Maikel Varela - 12.º C - Aplicações Informáticas B

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Designação: Santuário de Panóias | Localização: Vale de Nogueiras - Vila Real Informação útil: O Santuário de Panóias está classificado como Monumento Nacional e dispõe de uma Zona Especial de Proteção. É propriedade do Estado e está afeto à Direção Regional da Cultura do Norte. Durante muitos anos denominado Fragas de Panóias, foi alvo de aprofundados estudos, desde o séc. XVIII até aos nossos dias, por parte de investigadores nacionais e estrangeiros. Sugestão: Visite

Panóias! Desfrute da bela paisagem e contemple a zona histórica.


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