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Jornal da Escola S/3 S. Pedro - 402874 - Vila Real 1ª edição

Ano XIII

Ano Letivo de 2012/2013

http://jornal-o-broas.blogspot.com/

Editorial A Escola S/3 S. Pedro obteve excelentes resultados nas provas de exame do ano letivo transato. No Ensino Secundário foi a mais bem classificada do concelho, do distrito e da região transmontana. No Ensino Básico foram realizadas, nesta Escola, 371 provas, só três escolas a nível nacional ultrapassaram este número. Ficou em segundo lugar a nível concelhio, separada por uma décima da escola que

Carolina Liberal - 7º H

ficou em primeiro lugar, na qual foram realizadas apenas 128 provas. Estes resultados mostram que apesar de todos os dissabores e contratempos, e são muitos, os professores continuam empenhados na formação e instrução das novas gerações. Neste ano letivo, mais uma vez, as escolas sofreram profundas mudanças. As mais visíveis foram a redução drástica ou mesmo o desaparecimento dos professores contratados e a multiplicação dos horários zero. Diretamente ligada a estas está o aumento da carga horária dos professores. Todos os professores têm mais turmas, mais alunos, mais trabalho. É difícil fazer ensino individualizado, prestar apoio personalizado. O sucesso escolar dos alunos com problemas de aprendizagem fica mais complicado. Não desistimos. Persistimos em fazer o melhor! A Direção

2013 - o novo ano começa. As previsões de especialistas, pessimistas e profetas da desgraça são negras e terríveis. Este coro grego, pressagiador de infortúnios sem fim, afirma que o novo ano não traz nada de bom. Será? Em verdade, não será um ano fácil. É doloroso ver o desemprego a alastrar e as famílias a não poderem cumprir os seus encargos financeiros. Dizem que há crianças a passar fome em Portugal. Pensámos que esse era um problema erradicado que jamais voltaria. Fomos ingénuos. A emigração voltou em força, os jovens partem à procura de emprego. Não há esperança? Claro que há! É não desistir e lutar para inverter a situação. A solidariedade é uma estratégia poderosa que se tem intensificado. Dirão que não chega. É verdade! É preciso trabalhar e

trabalhar. Citando John Kennedy:

Não penses no que o país pode fazer por ti, mas sim no que tu podes fazer por ele. Procurar novas oportunidades, olhar com atenção para o mundo da lusofonia que está em franco desenvolvimento. E já agora, uma pequena grande (?) ideia - ensinar educação financeira aos Portugueses. Só para prevenir! Bom ano para todos! A Coordenação


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Gostar de Portugal

O Portugal que Eu sinto Os Portugueses são os maiores críticos de si mesmos. Parece fazer parte da genética nacional a queixa e a visão negativa de tudo o que é português. Este fenómeno deve ser hereditário e é transversal a todos os grupos sociais. Os meios de comunicação contribuíram para este estado de espírito ao darem relevância desmesurada, quase que exclusiva, às más notícias e ignorarem e desprezarem as boas notícias. No entanto, nos últimos tempos, constatamos que há uma preocupação em mudar. Há maior sensibilidade, procura-se incentivar e estimular a sociedade. Ninguém vive sem esperança. A divulgação de casos de sucesso e êxitos dos Portugueses, quer no país, quer no estrangeiro, está mais presente nos nossos meios de comunicação. Um grupo de jovens, usando os novos meios de comunicação, criou um programa de Boas Notícias. E há muitas: o sucesso de Joana Vasconcelos em Versalhes; o sucesso da pintora Paula Rego; os prémios dos realizadores João Salaviza, Jorge Pelicano e Salomé Lamas; os prémios e exemplo de Manoel de Oliveira que aos 104 anos ainda realiza filmes; os prémios de escritores e cientistas portugueses; alguns cursos superiores portugueses considerados dos melhores da Europa; a tecnologia exportada para grandes empresas, inclusive para a NASA… Uma das últimas boas notícias foi a compra que o British Museum, em Londres, fez de três coleções de ourivesaria portuguesa, à Ourivesaria Eleutério da Póvoa de Lanhoso, para exposição permanente e venda. A ourivesaria portuguesa é das melhores do Mundo! Mas não só, muitos outros produtos portugueses são excelentes: azeite; vinho; peixe; marisco; cortiça; têxteis do lar; calçado; sabonetes… umas amigas, portuguesas, criaram uma empresa de fabrico de roupa infantil e põem na etiqueta Made with love in Portugal. Que coisa linda! São um sucesso a nível nacional e internacional. São os estrangeiros quem mais reconhece os nossos aspetos positivos. Alex Ellis, que foi muitos anos embaixador em Portugal, escreveu sobre os nossos pontos fortes. Nutre uma grande admiração pelo país e, sobretudo, pelas mulheres portuguesas que considera muito corajosas e com uma noção de família única. Casou com uma portuguesa. Segundo ele, Portugal é um dos melhores países do Mundo para se ser criança e jovem. As famílias protegem e acarinham, de modo exagerado, segundo alguns, os mais novos. Querendo contribuir para esta corrente positiva, na qual acreditamos, pedimos às colaboradoras permanentes para escreverem e desenharem o que mais gostam em Portugal. A Coordenação

Portugal é um pequeno país, se atendermos à sua dimensão geográfica. É nele que fica Vila Real, a cidade onde nasci e vivo, aquela que melhor conheço. Gosto de viver aqui. Uma das atividades que mais gosto de fazer é acampar com os meus amigos. Conheço dois lugares extraordinários para o fazer: Samardã e Azibo. Os dias e noites de verão, passados em contacto com a Natureza e os amigos, são maravilhosos. Há banhos no rio, jogos, canções, histórias e estórias, uma fogueira noturna que predispõe para o convívio, as partidas, os risos… há outros lugares no Mundo para acampar, mas não tenho por eles nenhum tipo de afeto. Podem ser muito bonitos, e daí? É preciso mais que beleza para sermos cativados. Não temos Big Ben, nem Tour Eiffel ou Estátua da Liberdade. Pois não, mas temos o Azibo e a Samardã. Para mim é suficiente para estar feliz. Texto e Ilustração de Beatriz Matos - 10º C


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Gostar de Portugal


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Gostar de Portugal

O Portugal que Eu sinto Gosto de muita coisa em Portugal, mas em homenagem à minha Mãe que adora cozinhar e faz cozinhados, bolos e biscoitos deliciosos, vou focar primeiro a gastronomia portuguesa. Quem é que não gosta de comer? A gastronomia nacional é elogiadíssima pelos estrangeiros. É verdade que nos países mais desenvolvidos já pouco se cozinha, comem comida enlatada e/ou congelada. Os Portugueses, sobretudo as Portuguesas, dedicam ainda muito do seu tempo diário a confecionar as refeições familiares. É muito bom! Obrigada, Mãe! Entre as coisas que mais gosto de fazer, está o desenhar. Em Portugal, não faltam fontes de inspiração para os meus desenhos e rabiscos. São as árvores e flores do Parque do Corgo, onde gosto de ir correr ou passear com a minha amiga Beatriz, são os jardins geometrizados do Palácio de Mateus, que vejo muitas vezes porque tenho um tio que é lá jardineiro, os monumentos históricos como o Castelo de Guimarães… tanta coisa bonita que me inspira. Na minha infância, ia, no verão, para a Póvoa de Varzim. É uma praia fabulosa, gostava, na maré vaza, de explorar o que o mar tinha deixado nos rochedos: algas, caranguejos, estrelas do mar, às vezes, peixinhos e polvos pequeninos. As bolas de Berlim, a língua de sogra, as batatas fritas e os gelados eram ótimos. Só tem um defeito: a água é muito fria. Brrrm! Poderia continuar a referir muitas outras coisas de que gosto no país onde nasci e vivo, mas penso que já salientei as mais importantes, aquelas que me alegram e me deixam feliz. Adoro viver em Portugal. Adoro viver em Vila Real. Texto e ilustração de Juliana Nóbrega - 10º C

Nota Importante - A Coordenação do jornal escolar O Broas reserva-se o direito de proceder à condensação de artigos tendo em conta o espaço de que dispõe. Procede, de igual modo, a sugestões de reescrita de frases, parágrafos… tendo em conta o desenvolvimento da competência da escrita e a linha editorial deste jornal. A linha editorial está definida no projeto que foi apresentado quando a atual Coordenação assumiu o cargo de elaborar o jornal, no ano letivo de 2009/2010. Relembramos os objetivos principais: - Incentivar o interesse dos jovens pela leitura e pela escrita; - Desenvolver a capacidade de observação das diferentes realidades em que nos inserimos com a primazia para as realidades escolar e nacional; - Incentivar a análise, reflexão e expressão de opinião sobre diferentes temas; - Criar um meio de comunicação e conhecimento dentro da comunidade escolar; - Contribuir para a identidade e a coesão da comunidade escolar. Na situação económico-financeira e social em que o país se encontra, considera a Coordenação ser útil criar uma vertente positiva e não insistir no negativismo que parece tudo e todos (?) dominar. Foi com este propósito que se propôs o tema Gostar de Portugal para orientar os trabalhos a realizar para as edições deste ano letivo. O Broas é um espaço aberto, onde todos podem participar, como o certificam os cartazes colocados nos espaços dos alunos e na Sala dos Professores. A todos os que generosamente têm colaborado, o nosso obrigada.


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Gostar de Portugal


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Gostar de Portugal

O Portugal que Eu sinto Em tempo de crise, a auto estima dos portugueses não está propriamente nos píncaros e otimismo é uma palavra que se esforça por sair do dicionário (possivelmente indignada com o facto de lhe terem tirado uma letra devido ao tão polémico “Acordo Ortográfico”). A verdade é que a crise torna difícil a alegria e o bom humor, e obriga os portugueses a andarem cabisbaixos, como que a contar cada passo que dão, com medo que este seja em falso. Nos momentos difíceis é necessário agir e manter o orgulho no povo que somos. Portugal é “isto” e/ou “aquilo”, todos os dias ouvimos críticas ao nosso país e lidamos com uma lista infindável de defeitos do “típico portuguesinho”. É necessário refletir para não esquecermos o país que somos. Portugal - quem é, afinal? Portugal é o país que suportou as invasões de castelhanos e franceses, que partiu na aventura de descobrir os “mundos novos”, de espalhar a sua língua por terras distantes, criar o que é hoje a lusofonia. Portugal é o país de revolucionários e lutadores que fizeram o dia 25 de Abril de 1974 ficar para a História como a Revolução dos Cravos. Portugal é o país de praias que fazem inveja aos paraísos tropicais. Portugal é o país de poetas como Fernando Pessoa e Luís de Camões que se serviram da riqueza e musicalidade da nossa língua para escrever maravilhosos poemas. Portugal é o país de escritores como Eça de Queirós, José Saramago, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís e tantos outros, admirados e estudados no mundo inteiro. Portugal é o país de atletas esforçados e premiados, como Rosa Mota, Telma Monteiro, Carlos Lopes, Nelson Évora… que dão o seu melhor para honrarem este país. Portugal é o país do fado, música da saudade. Mas é também Zeca Afonso, Rui Veloso, Deolinda, Madre Deus… todos portugueses e músicos excecionais. Portugal é o país que cultiva o humor, sabe rir e fazer rir. Tem humoristas como Ricardo Araújo Pereira, Bruno Nogueira e Maria Rueff. Portugal é o país que sabe a cozido, a sopa da pedra, a bacalhau... Em Vila Real sabe a covilhetes, cristas, pitos… Portugal é o país com muita História e sabedoria para transmitir aos mais novos. Portugal é o país de pessoas generosas, amáveis e hospitaleiras. Portugal é o país incrível, capaz de fazer um bolo tão delicioso como o pastel de nata (e, espante-se, este é um dos bolos menos calóricos). Portugal é o país que conseguirá ultrapassar a atual e difícil situação e fazer de mim uma pessoa ainda mais orgulhosa de ser uma “típica portuguesinha”. Texto e Ilustração de Bárbara Proença Taveira -10º C


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Gostar de Portugal


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Gostar de Portugal

O Portugal que Eu sinto Portugal, Portugal…Terra de encanto,

Portugal, doce local

Das montanhas do Norte, às planícies alentejanas,

Que o Atlântico banha

Às praias do extenso litoral!

E o Sol ilumina.

És mistura de mar e de conquista Que lançou naus ao oceano e enviuvou muita moça

Presenteado com cor

portuguesa,

Pintado de sentimento,

De uma destemida bravura

Na voz de uma fadista

Que D. Afonso Henriques fez nascer!

Com seus cabelos ao vento.

E os teus feitos são literatura! Que Luís de Camões teve a proeza de escrever. Os dedos dedilham a velha guitarra

A longa e rica História Está em cada monumento.

Que faz surgir uma terna e doce balada

Decorado com sensações

Acompanhada pela voz firme de quem tem o dom…

E sabores da tradição,

Este é teu fado Portugal!

Belas e artísticas calçadas

E quem o ouve, sente tanto de ti… Uma Amália Rodrigues ou um Luís Góis

Ornamentam o seu chão.

Que entoaram as notas com o coração! E és tão doce e saboroso, oh querido Portugal! Com a gastronomia regional Trabalhada ao longo dos séculos E que tanto faz crescer água na boca! Portugal, Portugal… terras de encanto E de antigas tradições Do milagre das Rosas, Da tragédia de um grande amor Portugal, Portugal… Com mais de oito séculos de História. O teu hino é sensação.

Toda a sua terra

Se hasteio a bandeira com firmeza

É bonita, afamada

Sim, é porque tenho orgulho em ser Portuguesa! Rita Pereira - 9º F

E pela Natureza, Sem dúvida, abençoada. Há paixão e mistério Em cada localidade Fabulosas regiões, Património da Humanidade! Finalmente, sem esquecer, a maravilhosa capital Lisboa, uma menina, Que tanto orgulha Portugal! Ana Santos - 10º C


Gostar de Portugal

Ana Santos - 10ยบ C

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Perspetivas de Portugal

Um Outro Olhar Rafaela Lopes - 16 anos - Natural de Bremen - Alemanha - Residente em Portugal há dois anos. Há dois anos, por decisão própria, decidi sair da Alemanha e vir viver com a minha avó, em Vila Real. Estou contente e satisfeita com esta grande mudança na minha vida. Já conhecia o país das férias que aqui passava, mas viver de modo permanente é outra coisa. Há coisas que são melhores na Alemanha e outras que são melhores em Portugal. Nas escolas alemãs em que estudei os alunos não tinham cartão. Ele tem vantagens: maior controlo de quem entra na Escola e não precisar de trazer dinheiro todos os dias. O grande senão é não podermos nunca esquecermo -nos de o trazer. Entre os professores alemães e os portugueses, não há diferença na competência de ensinar, mas na afetividade há uma diferença enorme. Na Alemanha, os professores são mais distantes dos alunos, apesar de lá as turmas serem mais pequenas. Nas escolas onde estudei, não havia psicóloga, não há a orientação que aqui tivemos, no ano passado, para o nosso percurso escolar no Ensino Secundário. Se estabelecer uma comparação entre a cidade de Bremen e a de Vila Real verifico que Bremen tem mais trânsito, mais poluição e uma vida mais agitada. Vila Real é mais calma e tem lugares de que eu gosto muito, como o parque junto ao rio, onde gosto de estar com os amigos, mas também sozinha com os meus pensamentos. Não pretendo voltar à Alemanha, só se a minha vida se complicar muito e não encontrar emprego.

Jamsched Hamrokulov Hurshedovich - 16 anos - Natural de Samarcanda - Uzbequistão (país situado no centro-oeste da Ásia e que pertenceu à ex-URSS) - Residente em Portugal há dois anos. A decisão dos meus pais de imigrarem para Portugal trouxe grandes mudanças à nossa vida. Na Escola foi onde ocorreram as maiores alterações. Tive que aprender uma língua e um alfabeto novos. Muitas disciplinas também são novas, outras são muito diferentes, por exemplo História. Não tem sido fácil a adaptação. Há disciplinas que gosto mais aqui do que no Uzbequistão, uma delas é Educação Física. Em Portugal, gosto de jogar futebol no Vila Real, do FCP e dos jogadores de futebol como o Cristiano Ronaldo. Aqui, as pessoas vivem melhor do que no meu país, que está menos desenvolvido. Gosto de passear e estar com os amigos no Largo da Nossa Sra da Conceição e no Jardim da Carreira. Descobri e gosto muito dos covilhetes e dos pitos. As dificuldades que tenho na adaptação e na aprendizagem do Português, que é uma língua muito difícil, fazem com que tenha vontade de voltar ao meu país, embora goste de viver em Portugal. PS - Devido aos meus problemas de expressão em Português tive a ajuda da professora de História na construção deste texto.


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Perspetivas de Portugal

Um Outro Olhar Olívia Carreira Pinto - 17 anos - Natural de Bruxelas - Bélgica - Residente em Portugal há dois anos. Conhecia Portugal de passar cá as férias, os meus pais são portugueses, emigrantes na Bélgica há muitos anos. Por decisão pessoal vim para Portugal, em 2011, completar o Ensino Secundário. Pensei que seria mais fácil cumprir o sonho de tirar o curso de Medicina. Estou a constatar que talvez esta decisão não seja tão boa quanto esperava. Na Bélgica a classificação de exame tem menos peso que aqui e o acesso à universidade é mais fácil. Talvez regresse para fazer o curso, mas depois volto para trabalhar aqui. Apesar desta situação gosto muito de Portugal. As pessoas são mais simpáticas e têm mais vontade de ajudar. Há maior atenção e cuidado dos professores para com os alunos. As turmas aqui são mais uniformes, o que facilita a aprendizagem. Lá, existe uma diversidade cultural imensa, muito interessante e enriquecedora, mas há muitos ritmos de aprendizagem. A comida nas cantinas escolares portuguesas é muito melhor que a das cantinas escolares belgas. Os equipamentos informáticos desta Escola são mais atualizados do que os existentes na minha Escola, em Bruxelas. E, depois, há o Sol!

Thompson Thomas da Silva - 19 anos de idade - Natural do estado de Goiás (centro-oeste) do Brasil - Residente em Portugal há três anos. A primeira grande diferença para os Brasileiros que chegam a Portugal é o clima. Cheguei em fevereiro e descobri que gosto do frio. Guardarei para sempre a alegria imensa que foi ver nevar pela primeira vez. O primeiro choque que tive, logo no aeroporto, foi o uso, frequente, de palavrões. Soa-me estranho, não estava habituado. Muitos Portugueses têm o palavrão demasiado fácil. A primeira impressão que tive dos Portugueses foi de que eram gente fechada, pouco sociável e pouco simpática. Entretanto, mudei de opinião. Nas áreas da vida portuguesa que fui conhecendo: segurança, educação e saúde há uma grande diferença em relação ao Brasil. Aqui as coisas funcionam melhor e há mais organização. A escola pública portuguesa tem muito mais qualidade. Os professores preocupam-se mais com os alunos, estimulam-nos e investem mais no seu sucesso. Na gastronomia, também encontrei grandes diferenças. Foi aqui que, pela primeira vez, pude provar camarão e bacalhau. No Brasil são produtos de luxo, só acessíveis a poucos. Gosto muito de ambos. Bacalhau com natas é uma delícia. Descobri o arroz de pato que adoro. No entanto, tenho saudades da jabuticaba e do piqui. A primeira é um fruto, o segundo não sei bem, tanto dá para doces como para acompanhar pratos de carne ou peixe, fazer arroz.... Estranhei o desperdício de água, a rua onde eu moro é lavada todas as semanas. É um exagero. Estranhei os escassos hábitos de higiene de algumas pessoas idosas. No verão não consigo tomar menos de três banhos e no inverno dois, mas não gasto muita água. O nível de vida que tenho aqui é superior ao que tinha no meu país. Se arranjar emprego quero cá ficar, caso contrário, pretendo tirar o curso de Psicologia e depois voltar, o certificado português vai ajudar-me a ter uma vida melhor. Tenho receio que a minha mãe e irmã regressem ao Brasil antes de eu acabar o curso. Não sei o que farei, provavelmente, fico.


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Portugal: Passado - Presente e Futuro

Entrevista Histórica Gostar de Portugal! O tema a ser explorado. O jornalista Vicente Silvestre, numa oportunidade inédita, proporcionada por um acaso feliz, entrevista, nada mais nada menos que o explorador do caminho marítimo para a Índia, Dom Vasco da Gama, almirante do Mar das Índias, conde da Vidigueira, entre outros ilustríssimos títulos. Bom dia, D. Vasco da Gama. Bom dia, jovem compatriota! Comecemos pelo princípio: o que o levou a ir à Índia? … um propósito de D. João II herdado por D. Manuel I: com uma armada de três naus (S. Gabriel, S. Rafael e Berrio) e um barco de mantimentos, rumei à Índia em busca das especiarias e outras riquezas. Aventureiro como sou, gostei do desafio. Quais foram as principais dificuldades sentidas? Foram, sem dúvida, muitas as dificuldades: escolher a melhor rota; resolver conflitos que os dias infindáveis sem vento, as calmarias, desencadeavam; as doenças a bordo, provocadas pela fraca alimentação. Imagina: de cento e cinquenta homens embarcados, perto de cem morreram pelo caminho. Não foi fácil chegar à Índia! É difícil de imaginar… mas do que mais gostou, nessas terras longínquas? Foi conhecer novos mundos, que nunca tinha imaginado. Ver animais exóticos como elefantes e tigres e descobrir que, nessas terras, também havia animais iguais aos nossos: galinhas, bois e, até, “cães que ladram como os nossos”. Ai, velhas memórias… Agora, pensando na crise atual: é mais fácil ou difícil de vencer que o Adamastor? A crise é um grande Adamastor. Na minha época, Portugal estava rico. E mesmo sendo um país pequeno, era um país enorme. Navegador dos três oceanos, explorador de toda a Terra. Agora somos quase um “peso-morto” da Europa. Mas haja esperança… Vasco da Gama, pensa que existem outros mundos à espera de serem explorados? Penso que sim, devem redescobrir os territórios que colonizámos. Falamos a mesma língua, temos conhecimentos e tecnologia de que eles precisam e eles têm recursos naturais que nos faltam. Todos lucram com uma maior proximidade. Para acabar, deixo uma mensagem a todos os leitores: Portugal pode estar mal, mas continuamos a ser portugueses. O que fomos reflete-se no que somos e no que seremos! Por tudo isto, por favor, não percam a esperança que nós somos Portugueses, corajosos e bravos!

Texto - Vicente Cruz Silvestre - 7º B | Ilustração - Luís Almeida - 7º B


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Conhecer e Valorizar os Outros

Os Nossos Heróis Ana Lameirão - Ana Margarida Santos Bárbara Taveira - Bernardo Nogueira - Inês Correia - Inês Tavares - Sara Lima - o que têm estes sete alunos em comum e porque são heróis? Todos eles obtiveram, nas provas de exame do 9º ano, no ano letivo de 2011/2012, nível cinco a Língua Portuguesa e a Matemática. Não é pequena façanha. Se nos lembrarmos que, a Língua Portuguesa, apenas uma diminuta percentagem de 1,1% dos alunos que realizaram a prova conseguiu nível cinco, mais o seu feito sobressai e merece reconhecimento.

Nos exames do Ensino Secundário destacaram-se os alunos João Cabral e João Nogueira que obtiveram a classificação de 20 valores, no exame nacional de Geometria Descritiva A. São heróis! Ambos pretendem, no próximo ano letivo, estudar Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP. O João Nogueira já sabe que quer especializar-se em programação. O João Cabral ainda não decidiu qual a área da Informática em que se quer especializar.

Ainda nos exames do Ensino Secundário do ano letivo de 2011/2012 sobressaíram, também, os alunos de Economia: João Parente e Miguel Cristino porque obtiveram 20 valores a Economia A. Ambos querem prosseguir estudos, no Ensino Superior, na área da Economia, em Lisboa ou no Porto. Porém, ainda não têm certezas quanto ao curso. Gostariam de contribuir para acabar, de vez, com as crises em Portugal.

Parabéns! Nunca desistam!!!


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Um Dia na Vida do...

Diretor da Escola S/3 S. Pedro

Ser Diretor de uma escola não é fácil. Os dias começam cedo e acabam tarde. São muitos os assuntos e problemas a enfrentar e resolver. Para conhecer melhor o trabalho e responsabilidades do nosso Diretor, Dr. Manuel Coutinho, dois alunos acompanharam-no durante um dia, um de manhã e outro de tarde e registaram todos os seus atos.

O Senhor Diretor levanta-se, todos os dias, às 7 horas da manhã. Antes das 8 horas chega à Escola e inicia o seu dia de trabalho. Nesta quinta-feira, dia dezoito de outubro, ocupou assim a sua manhã: - foi chamado a uma sala de aula onde um aluno tinha desmaiado; - foi chamado a outra sala de aula onde uma professora se sentiu mal; - leu e analisou informação referente à substituição da caldeira que está avariada; - elaborou uma convocatória para a deslocação de uma professora a uma Junta Médica; - cumprimentou as cozinheiras às quais entregou a chave da cantina como habitualmente; - recebeu um diretor de turma e debateu um assunto relativo aos encarregados de educação; - recebeu o Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas que veio entregar as propostas para o Plano Anual de Atividades; - tratou de alguns aspetos sobre a eleição dos Representantes dos Estudantes; - reuniu com os estudantes candidatos à Associação de Estudantes para tomar decisões sobre a campanha eleitoral; - fez um intervalo de 15 minutos para lanchar no Bar dos Alunos; - debateu, com os colegas da Direção, para encontrar formas de impedir que os alunos comprem a senha e não almocem; - recebeu o Senhor Aniceto, técnico de manutenção, para resolver o problema do portão que tem o motor avariado e a aquisição, carregamento e localização dos extintores. Voltaram a falar do problema da caldeira; - viu e leu o correio eletrónico da plataforma de gestão documental; - começou a elaborar a síntese do último Conselho Pedagógico; - atendeu uma professora para aferirem as regras a respeitar na gravação de uma atividade que seria divulgada na televisão; - atendeu um professor de Educação Física para decidirem o tipo de piso a colocar no ginásio; - recebeu outro professor para debaterem e decidirem aspetos relacionados com a ida de alguns alunos ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo; - consultou a legislação durante algum tempo por causa de um problema debatido no último Conselho Pedagógico; - intervalo de uma hora para almoço; - acabou a síntese do conselho pedagógico - aprovou o pedido para uma aluna com dificuldades almoçar na Escola uma vez por semana; - atendeu um telefonema do colégio de São José sobre o processo de um aluno; - uniformizou discursos sobre questões da Escola;


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Um Dia na Vida do...

- recebeu um professor de Educação Física que pediu autorização para ir dar uma aula no campo Alves Roçadas; - reuniu com os coordenadores de departamento, durante 20 minutos, para discutir assuntos relacionados com o regulamento interno da Escola; - resolveu o problema da falta de um assistente operacional que se sentiu indisposto e não veio trabalhar, colocando outro nas suas funções; - enviou, por email, a síntese do conselho pedagógico aos coordenadores de departamento; - recebeu e entregou a um aluno que não esteve presente na cerimónia de entrega de diplomas o seu certificado de conclusão do Ensino Secundário; - despachou o pedido de autorização para os alunos da Escola responderem a um inquérito; - afixou as listas para a Associação de Estudantes; - entregou, na secretaria, os certificados dos alunos que faltaram à cerimónia de entrega; - arquivou documentos relacionados com a Associação de Estudantes; - tratou do orçamento escolar para o corta-mato; - despachou o correio com o chefe dos serviços administrativos; - leu um relatório sobre uma ocorrência entre um professor e um aluno; - viu documentos, numa plataforma digital, relativos a uma professora; - despachou a decisão de uma junta médica, que decidiu que uma professora já estava apta para voltar ao serviço; - esteve a analisar uma proposta do SASE para a aquisição de equipamentos para a cantina; - aprovou a ementa dos almoços da próxima semana; - analisou e aprovou uma ata de um departamento curricular… O dia de trabalho continuou até às 19h 30m (há dias em que é preciso trabalhar noite dentro), mas a repórter saiu às 18h e 15m. Não é fácil ser Diretor! Os repórteres - João Caramelo Soares, de manhã - Erica Amaral, de tarde

Assistente Operacional - Técnico de Manutenção Depois da lufa-lufa do Senhor Diretor, fomos investigar o dia do técnico de manutenção, Senhor Aniceto Costa Gomes, de 58 anos de idade, 16 dos quais a trabalhar nesta Escola, na qual entrou como guarda-noturno, mas onde exerceu, sempre, as funções de técnico de manutenção. Durante a semana de trabalho levanta-se todos os dias às 6h da manhã. O seu horário de trabalho começa às 7h da manhã, mas como gosta de chegar cedo, às 6h 30m já está na Escola. No inverno, a primeira coisa que faz é ligar as caldeiras, os computadores da entrada e verificar se está tudo a funcionar corretamente. Está na receção até às 9 horas. Todas as outras horas, do seu dia de trabalho, são dedicadas a resolver os problemas que vão surgindo e que, numa Escola que já tem 51 anos, são muitos. A procura de material para substituir o que já não funciona também lhe ocupa muitas horas. É difícil encontrar peças devido aos muitos anos da Escola e da sua maquinaria. Entre as 12 horas e as 14 horas tem o intervalo para o almoço. Das 14 horas às 15h 30m dá assistência aos balneários masculinos. O seu horário de trabalho acaba às 17 horas. Gosta do que faz, mas quando os problemas são muitos e não consegue resolvê-los a todos rapidamente, fica descontente e descoroçoado. Tem que ter paciência para esperar pelas peças que encomenda porque, por vezes, demoram muito a chegar.


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Projeto de Promoção e Educação para a Saúde

Carta a Um Fumador Vila Real, 12 de novembro de 2012 Querida Madrinha, Apesar da longa distância que nos separa, soube da triste notícia de que voltaste a fumar. Nesse dia, a minha alma entristeceu, o sol, que irradiava, ficou obscurecido de fumo, o mundo ficou mais cinzento e o dia ficou noite. Vi-te no meio da escuridão que te acompanhava como uma sombra envolta em neblina fumarenta. Fizeste-me lembrar uma professora que tive há uns anos atrás. Ela vestia de escuro, cor que disfarça, mas o seu hálito era desagradável e indesmentível. Cheirava a fumo, tal como um vulcão a enxofre. Os seus dentes estavam escurecidos e amarelos. Tinha olheiras profundas e a sua pele era velha, pálida e enrugada. O seu cabelo era negro tal como o é a chaminé de uma fábrica poluente. Quando entrava na sala, os alunos olhavam uns para os outros com uns olhares comprometidos, suspendendo a respiração. Aquele cheiro era insuportável. O rosto estava desesperado, com olhos raiados de fumo. Tinha uma tosse seca, irritante, e trazia sempre uma garrafa de água na sua carteira para as emergências que acompanhava com mais de um maço de tabaco e isqueiro. Todos os intervalos, fizesse chuva, fizesse sol, lá estava ela no exterior da escola, com mais uns quantos dominados pelo mesmo vício. Tu também frequentavas o mesmo lugar, nesse canto semeado de beatas, onde entre poucas conversas salteadas, o teu ser era dominado pelo vício que por ti se alimentava do ar poluído da combustão do cigarro. Inesperadamente, acordei com um trovão e um vento que, sem saber que o Outono já chegara, levara para junto da minha janela um ramo que se queria despedir. Já sentada na cama, sem saber o que verdadeiramente me acontecera, logo me veio à memória o que acabara de sonhar. Liguei a luz e decidi que te devia pedir para te libertares desse vício. Mais confiante e tranquilizada, de novo embalada pelos ventos, caí de novo num outro sonho, sem lembrança, que me transportou até de manhã. Era hora, mandada pelo despertador, para eu ir para a Escola. Sentada na sala, entre amigos e conversas sempre inacabadas, eis que a porta se abre e a professora entra, sorridente e de ar jovem, com pele lisa e rosada, num traje completo e belo, a largar sorrisos e um aroma perfumado, voltei-me a lembrar de novo de ti. Peguei na minha caneta e numa folha arrancada do meu caderno preferido e escrevi-te estas palavras, que são um pedido enternecido, para ti: Madrinha! Não quero que fumes, para que não te degrades e não adoeças. Eu gosto muito de ti e quero ver-te por cá, por muitos e longos anos. Quero crescer ao teu lado e ver-te a sorrir como a minha professora. Um grande beijinho da tua afilhada,

Rita Salgado Esta Carta a um Fumador ganhou o concurso promovido pelo PPES na campanha contra o consumo de tabaco.


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Projeto de Promoção e Educação para a Saúde

7º G - 1º lugar

7º C - 2º lugar

7º A - 3º lugar Alunos premiados nos Jogos Sem Fronteiras dinamizados pelo núcleo de estágio de Educação Física e inseridos no Projeto de Promoção e Educação para a Saúde.

Parabéns!


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España Tan Cerca

Día de La Hispanidad El Día de la Hispanidad es día festivo en España y en la mayoría de los países hispanohablantes. ¿Por qué? 12 de octubre de 1492 es la fecha en que Cristóbal Colón, al servicio de los Reyes Católicos de Castilla y Aragón, descubre América. Es, también, día de la Virgen Pilar. Nuestra escuela celebró, día 12 de octubre, ese día tan importante para los países de lengua castellana. Los alumnos, de diferentes niveles de enseñanza, elaboraron carteles alusivos al día de la Hispanidad. Además, se proyectó una presentación en Powerpoint sobre el proyecto FIAVAL que, el año pasado, nuestra escuela ganó, entre las 10 escuelas del norte de Portugal, que participaron (el título del proyecto era La flor de las 3 V). FIAVAL era un proyecto de intercambio entre las escuelas portuguesas y de Castilla y León, cuyo objetivo era difundir las dos lenguas en ambos países.

Encerramento do Projeto FIAVAL Nos dias 25, 26 e 27 de outubro de 2012, as professoras Elsa Rebelo e Sílvia Meireles estiveram presentes no encerramento do Projeto FIAVAL, que ocorreu em Ciudad Rodrigo - Castela e Leão, Espanha) e que contou com a presença do “alcalde” de Ciudad Rodrigo, os representantes das Direções do Norte e Centro de Portugal e da Junta de Educación de Castilla y León. Em parceria com o Centro Educativo Infantil y Primario Vicente Aleixandre (Valladolid), a nossa escola apresentou o trabalho final que foi realizado ao longo do ano letivo anterior 2011/2012, com as turmas do 7 º D e 8º C. É de recordar que A Flor dos 3 V que teve como ponto de partida a obra A maior flor do Mundo do escritor português José Saramago, foi o projeto premiado entre as 10 escolas participantes da zona norte. ¡ENHORABUENA! Micaela González e Sílvia Meireles - professoras responsáveis do Projeto

Intercambio Escolar con ESPAÑA Este año, la clase de 8º C está haciendo un intercambio escolar, sobre el tema “El camino de Santiago”, con nuestros amigos españoles del CEIP Vicente Aleixandre. El propósito de esta actividad es fomentar de forma simultánea el aprendizaje de las lenguas/culturas española y portuguesa en un contexto real. Hicimos una videoconferencia para que los alumnos se presenten uno a uno a sus compañeros a través del programa Skype. También con la nueva página wiki que creamos y en el Facebook, estamos conectados con España y con su cultura y ellos a nosotros. Podemos aprender un poco sobre ellos (…) por videoconferencia. Estaban muy ansiosos por conocernos. Ellos han sido muy simpáticos…aumentamos nuestra cultura - Diana Machado Cristina Pires – Catarina Gomes - 8º C


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S. Martinho e a Solidariedade

Pequenos gestos solidários Há quem diga que o ser humano é essencialmente individualista, mas NÓS, o 9º B, acreditamos na solidariedade e na entreajuda. Elas aparecem na forma de uma resposta a um pedido de ajuda ou de uma ajuda sem pedido; de um momento de atenção a uma pessoa perdida ou de uma conversa para acalmar o dia de alguém; em forma monetária ou num sorriso. Foi com este espírito que apelámos a toda a comunidade escolar para se envolver e comemorar o S. Martinho, que é um símbolo da solidariedade humana. Todos os que apareceram na passerelle, no dia 8 de novembro, e partilharam connosco os seus gestos solidários, receberam castanhas assadas! Vale a pena relembrar esses gestos: - Procuro sempre a reconciliação e nunca me fico pelo perdão. - Todas as manhãs, penso em honrar o meu nome e a minha família. - Cedi a passagem àquele colega que, no corredor, me empurrou! - Obrigado professores pela “paciência” que têm comigo! - Ajudei a minha amiga a completar um trabalho de casa. - No trabalho de grupo, preocupo-me com o colega que, por um motivo ou por outro, é sempre o último a ser escolhido. - Voltei atrás porque me tinha esquecido de fazer o gesto da sorte da minha família. - Tenho orgulho em trabalhar nesta Escola, temos uma comunidade escolar que se preocupa com os outros. Exemplos: a gentileza do “bom dia” trocado, o “abraço” vindo de um ou outro colega, o “hoje não estás bem!...” - Os melhores alunos do mundo são os meus! - Ajudei o meu colega a compreender aquele exercício dificílimo de matemática! - Sorri para aquele colega que me buzinou porque me esqueci de fazer o pisca. - Estudei Português com o “João” que tem dificuldades nesta disciplina. - Incentivei a participação, na aula, do meu companheiro. Disse-lhe: “Tu és capaz!” - Tenho um desafio diário: “Viver em harmonia comigo e com os outros!” - Gosto de presentear os colegas com um sorriso. Ilustrações - Beatriz Varela - 7º H

Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real

http://www.esec-s-pedro.rcts.pt

Coordenação de Redação e Imagem - Lurdes Lopes - Rosalina Sampaio Colaboradores permanentes - professoras: Beatriz Morais - Carla Fonseca - Sílvia Meireles - Zulmira Peixoto Colaboradores permanentes - alunas: Ana Margarida Santos - Bárbara Taveira - Beatriz Matos - Juliana Nóbrega Redação e Ilustrações - Alunos - Professores - Funcionários Fotografia - José Meireles

Revisão de Textos - Fátima Campos - Georgina Cruz

1.ª Edição

Impressão - Mário Silva - Pedro Oliveira

Tiragem - 50 exemplares

Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes

http://jornal-o-broas.blogspot.com/


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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

Menção Honrosa - Reportagem 2012 Andava eu, alegre e contente, a organizar a lista para o Parlamento dos Jovens 2013, eis senão quando, recebo a boa nova de que a reportagem que realizei, no ano letivo anterior, tinha recebido uma menção honrosa. Fiquei feliz e surpreso, eram muitas as reportagens em concurso, 37 para ser mais preciso. Pela primeira vez a Assembleia da República decidiu fazer uma cerimónia de entrega dos prémios. Entusiasmado, prontifiquei-me logo para ir a Lisboa e estar presente nesse acontecimento. Quarta-feira, dia 28 de novembro, acompanhado da Professora responsável pelo Parlamento dos Jovens do Ensino Básico, rumei à capital, à Assembleia da República. Foi um longo e extraordinário dia. A cerimónia estava integrada na ordem de trabalhos da Comissão de Educação, Ciência e Cultura. As seis escolas premiadas, três do Ensino Básico e três do Ensino Secundário, estavam todas representadas. Antes de entrarmos, a Senhora Deputada Manuela Tender, eleita pelo Círculo Eleitoral de Vila Real, veio ter connosco e disse que estava muito feliz por a nossa Escola pertencer ao Círculo Eleitoral que ela representava. Foi muito simpática e agradável. Sentámo-nos à mesa com os senhores deputados e nos 2/3 minutos que me foram concedidos para falar, disse: Boa tarde Excelentíssimo Senhor Presidente e excelentíssimos senhores deputados da Comissão de Educação, Ciência e Cultura, senhores responsáveis pelo Parlamento dos Jovens, senhores professores e alunos, minhas senhoras e meus senhores: - em nome da Escola S. Pedro de Vila Real, onde estudo, em nome da Professora dinamizadora do Parlamento dos Jovens, na minha Escola e, em meu nome pessoal, quero agradecer a menção honrosa com que distinguiram a nossa reportagem. Em maio deste ano, neste edifício, exerci a função de repórter durante dois dias. Gostei e aprendi muito. Foi a primeira vez que entrei na Assembleia da República que já conhecia das conversas com o meu avô materno, que foi deputado na década de 80. O funcionamento da democracia portuguesa tem nesta casa a sua base mais sólida. Sendo a democracia “O governo do Povo, pelo Povo e para o Povo” como afirmou o presidente Abraham Lincoln, os senhores deputados, provenientes de todas as regiões do país, são quem melhor conhece a realidade dos eleitores que representam. Acredito na vontade de servir o país de todos os que exercem a função de deputado. Atravessamos um momento difícil como muitos outros na nossa longa História de quase nove séculos. Tenho fé nos Portugueses e nos seus políticos. Sei que todos juntos vamos construir um futuro comum mais próspero e ultrapassar a crise. Viva Portugal. Quando acabei, todos bateram palmas e o Senhor Presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura comentou: O teu avô ensinou-te bem a lição! No final, um deputado, não consegui saber o nome, perguntou-me como se chamava o meu avô que tinha sido deputado. Quando o esclareci afirmou: O teu avô foi meu professor de Filosofia, na Guarda. O Mundo é pequeno e Portugal mais ainda. Conclusão - Já gostava muito do Parlamento dos Jovens, mas agora gosto mais. João Caramelo Soares - 8º B - repórter por mais um dia P.S. - Eu e a Professora que me acompanhou agradecemos a simpatia e gentileza com que todos nos receberam na Assembleia da República e a boa vontade da Direção da Escola que permitiu a nossa presença neste evento.


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Parlamento dos Jovens - Ensino BĂĄsico

O momento solene e bem disposto da entrega do prĂŠmio

Os seis alunos premiados e os senhores deputados que discursaram




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Direitos Humanos

Dia Internacional dos Direitos Humanos - 10 de dezembro de 2012 “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos!" Hannah Arendt

A história do Homem é assinalada pela evolução, pelo desejo de viver mais e melhor! No entanto, durante o seu percurso, o Homem ou era dominado ou dominava. Havia discriminação, escravatura, trabalho infantil, pessoas a viverem e a serem tratadas desumanamente… Era necessário pôr um ponto final às desigualdades e abrir o caminho da felicidade, onde cada ser tem os mesmos direitos e liberdades. Numa tentativa de o fazer, a 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que define os seus direitos e as liberdades. Nestes 64 anos muitos progressos se fizeram, mas há, ainda, muito a fazer. Basta ver os noticiários televisivos e ler jornais. Os atropelos aos direitos humanos continuam. Há grupos que continuam a ser discriminados: as mulheres - os trabalhadores as minorias étnicas - as massas anónimas - os cidadãos face à polícia. No ano de 2012, entre os muitos casos de discriminação, devemos lembrar Malala Yousafzai, a menina paquistanesa de 12 anos, que por defender o direito ao estudo das meninas do seu país foi vítima da violência extrema de um talibã que a alvejou na cabeça e a atirou para uma cama de hospital durante três meses. Há um movimento para a candidatar ao prémio Nobel da Paz. Se o ganhar, será mais que merecido. Ainda na Ásia, outra mulher, Jyoti Singh Pandey, indiana de 23 anos, estudante de medicina, foi violada e espancada, acabando por falecer devido à gravidade dos ferimentos. Tudo isto por lutar por uma vida digna e recusar a subserviência feminina que impera na Índia, a maior democracia do Mundo, dizem. No próximo mês de março, a ONU vai debater o estatuto da mulher. Que o sofrimento destas e de muitas outras mulheres não tenha sido em vão e pese nas decisões que serão tomadas. Porque todos somos iguais e devemos viver e contribuir para um mundo melhor! Rita Pereira - 9º F

Malala Yousafzai Art. 1º - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.


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Aconteceu Natal

Postais elaborados nas disciplinas

Árvores de Natal elaboradas

de Francês e Inglês

em Oficina de Artes


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Conto de Natal

O Valor de Uma Boa Ação!!! Era uma vez um rapaz chamado Rodrigo que se comportava terrivelmente mal. A sua situação financeira era, como diz o povo, “não tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego”. Os seus pais trabalhavam desalmadamente para darem aos filhos o indispensável. O seu irmão mais novo, André, era um rapaz muito alegre e conseguia fazer com que aqueles pais sentissem que valia a pena o seu sacrifício. Um certo dia, Rodrigo e André iam a caminho da escola quando, na berma da estrada, apareceu um mendigo. A situação comoveu André mas Rodrigo divertiu-se fazendo troça do mendigo. No dia seguinte, os pais chegaram a casa tardíssimo mas muito felizes. Tinham conseguido ganhar um dinheirinho extra e deram uns troquinhos a cada um dos filhos como prenda de Natal. André foi juntar o dinheiro às suas poupanças, que tinha juntado ao longo dos anos e Rodrigo pensou logo em gastar o dinheiro em qualquer coisa que lhe desse prazer. Bem de manhã, no outro dia, Rodrigo pegou nas suas moedinhas e dirigiu-se para a escola. Estava uma manhã de inverno, gelada. Rodrigo cruza-se de novo com o mendigo que tinha encontrado na véspera, que se encontrava vestido com farrapos e que estava todo arrepiado, de frio. O rapaz, desta vez, comoveu-se e pensou: - “ele ainda precisa mais do que eu”! Rapidamente deitou a mão ao bolso, atravessou a estrada e estendeu o dinheiro ao mendigo, sentindo-se satisfeito por poder ajudá-lo. E lá foi para a escola a sorrir. Entretanto, o pobre homem dirigiu-se a uma padaria para comprar alguma coisa para comer, mas o seu olhar reparou num cauteleiro. O homem, que anteriormente tinha tido o vício do jogo, não resistiu e comprou uma cautela. Mal ele sabia que tinha acabado de ganhar um prémio que tinha mais valor do que todo o dinheiro que já lhe tinha passado pela mão! O mendigo, arrependido por ter gasto o seu anterior dinheiro no jogo, pensou logo em reparti-lo com Rodrigo, dado que, se não fosse ele, o mendigo, agora milionário, não teria conseguido resolver os seus problemas. Felizes também ficaram os pais de Rodrigo e André, não só pelo dinheiro, mas também por descobrirem que por trás do velho Rodrigo, carrancudo e espalha-brasas, havia um menino de bom coração. Devemos lembrar-nos: uma boa ação traz sempre alegria!

Texto - Francisco Ferreira - 7º F | Ilustrações - Cristiana Fernandes - 9º F


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Conto de Natal

A Magia do Natal Era uma vez um menino que tinha um grande sonho! Ele queria muito visitar a fábrica do Pai Natal. Então, decidiu enviar uma carta ao Pai Natal a pedir-lhe que o levasse no seu trenó à fábrica de presentes. Os pais tentaram tirar-lhe a ideia da cabeça, mas Felisberto acreditava que era possível e ainda ficou mais decidido a conhecer a fábrica de presentes para provar aos pais que o seu sonho se podia tornar realidade. O menino estava ansioso pelo Natal e todos os dias ia para a cama a pensar como seria a sua aventura na grande fábrica. A véspera de Natal chegou e o menino, sentado à beira da lareira, esperava a meianoite porque seria a essa hora que chegaria o trenó do Pai Natal. Ele esperou, esperou, esperou, mas o Pai Natal não apareceu. Desiludido e sem esperança, Felisberto foi para a cama deitar-se. Quando acordou, para seu grande espanto, estava no meio de brinquedos e de presentes de todo o tipo. Felisberto achou estranho e pensou que ainda estava a dormir, mas quando viu Rodolfo, a rena de nariz vermelho do Pai Natal, percebeu que o seu pedido se tinha concretizado. Na grande fábrica, o menino sentiuse um pouco perdido, até se encontrar numa grande sala de brinquedos, que estavam a ser construídos naquele momento. Ele achou muito estranho, mas o Pai Natal explicou-lhe que os brinquedos já seriam para o ano seguinte. Durante aquele dia, o menino divertiu -se imenso. Andou de trenó, leu cartas, fez amigos e até ajudou a construir alguns brinquedos. No final do dia, adormeceu de cansaço, mas muito feliz. Quando acordou, estava de novo em casa e encontrou uma carta que dizia: A magia do Natal é poderosa.

Texto - Maria João Nunes - Tiago Castanheiro – 7º G | Ilustração - Beatriz Varela - 7º H


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Christmas Season - Short Stories

The Forgotten Christmas In a small village, Dirina, the people didn’t believe in Santa Claus and in Christmas. They didn’t put up the Christmas tree and they didn’t exchange presents with their family and friends. But there was a boy, Peter, who believed in Christmas. He was a friend of … Santa Claus. Peter talked to his family but they didn’t believe him. He was heart-broken. On the 24th of December, Peter talked with Santa Claus told him that nobody believed in him, in Peter’s village. Santa Claus promised he was going to visit the village. Later… when he appeared in Dirina, everyone believed in him and the Christmas spirit was alive again. Diana Tavares - Marina Alves - 8º D

Christmas Spirit There was once a family that was very rich. And there was a poor boy who wanted to be part of this nice family on Christmas Eve. He didn’t have a family of his own to be with. But the rich family said “no” and closed the door in the poor boy’s face. Two years later the rich family had some money problems and became poor. And ironically the poor boy was now a rich man. The sad family asked the rich man if they could stay at his house to celebrate Christmas Eve. And the man said “yes”, because he was a good person and believed in the true Christmas Spirit! António Lourenço - Eduardo Ribeiro - 8º D

A Guardian Angel A boy and his parents lived up in the mountains, in Canada. In Canada it snows a lot and it’s very cold, especially in the mountains. One day the boy became sick because of the terrible cold and the family tried to find a hospital. But they lived so far away from everything that only with a lot of luck would they find the hospital. Two days later, the boy condition was between life and death and they still hadn’t reached a hospital. But the mother remembered, when she was a little girl, her grandmother told her, “our family has got a guardian angel and he protects our family”. So the mother asked the angel to save her son. And believe it or not, the family immediately found the hospital. The boy is alive and healthy because of the angel’s protection! João Canadas - Pedro Varejão - 8º D


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Christmas Season - Short Stories

My Favourite Christmas On the day before Christmas, I asked my father what I would receive as a present. He said that I could ask for anything, but not too expensive. I started thinking about a lot of possible presents, like a new computer, but this one costs too much, so I thought of a Playstation 3, to play new games. Like I’m a good son, I went to my brother to give him a good idea. Let’s make our parents proud of us, we could ask together for only one present. The Playstation could be both of us. He didn’t like the idea, for he didn’t like these types of machines. So I was lost, I didn’t know what to ask for as a present. Santa Claus isn’t real to some people, even to some children, and to others he’s just a myth. If Santa were real, what I really would like was a clone. And that was what I wished for. On the 25th of December, at midnight, I went upstairs to see what was under the Christmas tree. But all I saw were chocolates. I felt bad at that moment, because I thought that I was the only boy who didn’t get a present on Christmas Day. I went to bed not to cry, and I dreamt of my wish, my clone. I saw myself in front of me and the first thing that he said, “Thanks, for giving me life”. In the beginning, I freaked out a bit, but then I realized that it was me who had asked for my clone. A thousand things flew through my head, like he could go to school instead of me or when he arrives home, I’m going to play together. But like all dreams, they are soon over. On Christmas morning, my mother asked me why I was so happy. I only answered, “Oh, it was just a dream, I had”. Maybe she thought I was I was becoming crazy, so my mother just ignored me to avoid getting into a conflict with me. On that day we went to my grandfather’s house, to spend Christmas Day with him in family. When we arrived, the family tradition took place. My grandfather was already waiting for us. We had lunch and then we exchanged our presents. The day was coming to an end and my father was in a hurry to get back home.

Although the trip only took us half an hour, my

mother was always warning my father about the icy road. Little did I know but the best was still to come. The present I wished for was going to come true. When I opened my bedroom door, I saw a person just like me. At that point, I wasn’t scared. I started a conversation with my clone. He knew so much about my life, that I was petrified. It was like he was inside my thoughts. We soon became best of friends. As the years went by our friendship got stronger and we were never seen apart. Every year we remember the Christmas we met. And it had been the Christmas I ever had, because I not only got a present or a clone, but also a brother, a twin. José Pinto - 11º C


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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

Ultrapassar a Crise A edição deste ano do Parlamento dos Jovens do Ensino Básico tem como tema Ultrapassar a Crise que, curiosamente, foi o tema que a nossa Escola sugeriu. A primeira fase, aquela que decorre nas escolas, já está concluída. Formaram-se 12 listas envolvendo, diretamente, 120 alunos. As medidas propostas são pertinentes e pragmáticas. As eleições decorreram quinta-feira, dia 10 de janeiro. Votaram 365 alunos, num universo de 575. Os resultados foram os seguintes, por ordem decrescente: Lista A - 99 votos - 9 deputados eleitos; Lista L - 44 votos - 5 deputados eleitos; Lista M 36 votos - 4 deputados eleitos; Lista E - 35 votos - 4 deputados eleitos; Lista G - 31 votos 3 deputados eleitos; Lista I - 31 votos - 3 deputados eleitos; Lista F - 21 votos - 1 deputado eleito; Lista H - 18 votos - 1 deputado eleito e Lista B - 16 votos - 1 deputado eleito. A Sessão Escolar foi dia 17 de janeiro tendo estado presentes os 31 deputados eleitos. Cumpriram-se as formalidades exigidas pela solenidade do ato. Os projetos foram apresentados, debatidos e votados. As medidas do Projeto de Recomendação da Escola são: 1ª - Concessão, por um prazo determinado, de terras agrícolas ou áreas de floresta estatais abandonadas, a pessoas desempregadas com a obrigação de as cultivarem e rentabilizarem. Justificação - Medidas como esta foram usadas ao longo da História para atrair e fixar pessoas em zonas despovoadas. Permitem reduzir as áreas de terrenos agrícolas e florestais abandonadas, reduzir o desemprego e aumentar, através dos impostos, a receita fiscal. Serve, ainda, para combater a desertificação do interior e reduzir o número de fogos no verão; 2ª - Tornar obrigatória a separação do lixo, estabelecer um limite para a quantidade de lixo que cada família pode produzir e, ao mesmo tempo, promover a compostagem. Justificação - Esta medida permite a reciclagem de quase todo o lixo produzido, o que conduz a menor consumo de matérias-primas e ao aumento de postos de trabalho no tratamento de resíduos. As pessoas teriam mais consciência de que é preciso aproveitar e não desperdiçar. A compostagem seria um incentivo à agricultura biológica e à preservação do ambiente; 3ª - Incentivar, com redução da carga fiscal ou atribuição de subsídios, as empresas que inovem na transformação dos nossos recursos para evitar a exportação de matérias-primas e gerar mais emprego a nível nacional. Ao mesmo tempo, os nossos eurodeputados assumiram uma atitude de contestação aos acordos que permitem a entrada de produtos chineses na União Europeia pagando impostos baixos. Justificação - Não é inteligente exportar matérias-primas. Se a transformação for realizada cá, gera emprego e aumenta as receitas do Estado devido aos impostos e à exportação. Os produtos chineses são muito competitivos e têm contribuído para a falência de indústrias portuguesas. Se pagarem impostos mais altos, o preço dos produtos sobe e menos pessoas os compram, em contrapartida, comprarão mais produtos portugueses. Os deputados eleitos à Sessão Distrital são: João Caramelo Soares - 26 votos; Guilherme Esteves - 14 votos; Catarina Botelho - 11 votos; Pedro Costa - 9 votos; José Guimarães - 8 votos (será o deputado suplente) e Sara Gama - 7 votos (exercerá as funções de repórter).


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Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

A Sessão Escolar Foi a primeira vez que participei no Parlamento dos Jovens e que exerci as funções de repórter. Nesta dupla estreia gostei, principalmente, das intervenções de alguns deputados que proferiram frases dignas de registo. O senhor deputado Guilherme Esteves, da Lista A, referindo-se ao abandono da agricultura, explicou-o assim: Isso faz sujar as unhas! O senhor deputado José Guimarães, da Lista G, dirigiu-se ao deputado da Lista E, nestes termos: Queria elogiar o senhor deputado João Caramelo que fala muito bem e dá bons exemplos! E adiantou: O senhor deputado mostrou conhecimentos aprofundados tendo focado o caso da Corticeira Amorim e os exemplos da pera rocha e da castanha. Foi bonito! O mesmo deputado criticou uma das medidas da Lista A, dizendo: Há medidas que ajudam muito e medidas que ajudam pouco. Essa, não ajuda nada! Foi duro! A senhora deputada, Sara Gama, da Lista M, em jeito de conclusão, disse: Não é uma medida muito grande que vai tirar Portugal da crise, mas sim um conjunto de pequenas medidas. Ao deputado João Espinheira, da Lista G, que tinha feito um gesto algo irreverente, recomendou: Não se devia defender através de gestos, mas de explicações! Gostei! Adriana Alvaredo - 7º B

Deputados eleitos e repórter à Sessão Distrital


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Matemática

Jogos Matemáticos - 9º Campeonato Nacional Os Jogos Matemáticos são um projeto que já tem 9 anos de existência. A sua realização, neste ano letivo vai decorrer em Évora, no próximo dia 1 de março de 2013. Este campeonato é da responsabilidade de várias entidades: Ciência Viva, Associação Ludus, Associação de Professores de Matemática e Sociedade de Professores de Matemática. São divulgados 7 jogos de tabuleiro de natureza matemática, que estimulam o pensamento e o raciocínio, denominados Semáforo, Gatos e Cães, Rastros, Hex, Avanço e Produto. Podem participar alunos dos três ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário, de acordo com esta tabela:

A nossa Escola, como vem sendo habitual, vai participar. O apuramento para o Campeonato Nacional organiza-se nas seguintes fases: - apresentação, aprendizagem (no caso dos alunos ainda não saberem jogar), treino dos jogos e seleção do melhor aluno, em cada jogo, por turma; - disputa do campeonato interno para apurar o melhor aluno em cada jogo. São eles que vão representar a Escola no Campeonato Nacional; - participação no Campeonato Nacional, este ano, no 9º Campeonato Nacional dos Jogos Matemáticos. Na primeira fase, divulgam-se e disponibilizam-se os jogos entre os alunos, desde o início do ano letivo, num horário definido para o efeito, quartas-feiras, das 16:45 horas, às 17:30 horas, na Passerelle. Todos os alunos podem participar. Na última semana do

1º Período, inicia-se fase de treinos, em cada turma, e faz-se o apura-

mento dos alunos, que irão representar a turma, nas três categorias dos jogos. No Dia das Broas, 6 de fevereiro, realizou-se a final da Escola, tendo ficado apurados os três alunos do Ensino Básico e os três alunos do Ensino Secundário que representarão a nossa Escola, no Campeonato Nacional, em Évora, no dia 1 de março. São eles: Guilherme Rodrigues - 8º E - Bruna da Cruz e Sara Cardoso - 9º H - Fabiano dos Santos - 10º A - Pedro Félix - 10º E - Filipa Cardoso -12º A No ano transato, participaram nesta iniciativa mais de 861 escolas, representadas por mais de 2437 alunos, provenientes de Norte a Sul de Portugal, incluindo ilhas. Elisabete Fernandes - Dinamizadora do Projeto


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Comunidade de aprendizagem

O Professor faz a Diferença

O aperfeiçoamento profissional dos professores não é um acontecimento, é um processo . Ninguém possui todas as competências; cada um de nós possui algumas.

Sandra H. Harwell E. Cohen

Nenhum de nós é tão competente como o CONJUNTO de nós. As comunidades de aprendizagem são formadas por professores que decidem trabalhar em conjunto com o objetivo de refletirem sobre as práticas e estratégias de ensino de modo colaborativo e num clima de entreajuda. Motivados por uma visão comum do ensino partilham os seus saberes e questionam-se sobre as estratégias de aprendizagem mais eficazes. Os professores que pertencem a esta comunidade de aprendizagem, na nossa Escola, são de diferentes disciplinas e formações. Conscientes de que o papel do professor é fundamental para o sucesso dos alunos e que a inovação, a prática refletida e o questionamento constante conduzem a uma escola de qualidade, é nosso objetivo contribuir para a melhoria das aprendizagens dos alunos e para o desenvolvimento profissional dos seus membros. Desenvolvemos e pomos em prática estratégias de aprendizagem cooperativa na sala de aula, técnicas de avaliação formativa, avaliações comuns, projetos de investigação/ação e empenhamo-nos na operacionalização mais eficaz das aulas de apoio educativo. Prevemos também, para o mês de março, a organização de uma oficina de formação sobre aprendizagem cooperativa na sala de aula, para os professores Escola que estiverem interessados. Termino apelando: Se está interessado em partilhar os seus conhecimentos e aprender cooperativamente, junte-se a nós. Segue-se o nome dos elementos da comunidade: Ângelo Lêdo - Cecília Ribeiro - Conceição Romão - Elsa Rebelo - Graça Sobrinho - Henriqueta Rua - Jorge Matos - Lurdes Eirô - Lurdes Lúcio - Paula Guedes - Paula Matias - Rosalina Ferreira - Rosalina Sampaio - Teresa Morais.

Informação - muito importante - aos alunos. Talvez andes um pouco distraído, talvez andes embrenhado nos teus pensamentos e afazeres e não tenhas reparado em algo de muito importante na tua Escola. Nós informamos-te: Está a funcionar, na Escola, um projeto que faculta aulas de apoio educativo aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Se tens algumas dificuldades, se precisas de orientação no estudo, se queres aprender mais, se queres preparar-te bem para os exames… procura esclarecimentos na Biblioteca sobre o horário das diferentes disciplinas. Muitos alunos já aderiram a este projeto estando a frequentar, com interesse e proveito, aulas de apoio nas disciplinas de Inglês - professora Cecília Ribeiro; Economia - professora Rosalina Ferreira; Filosofia - professora Teresa Morais; Geografia - professora Lurdes Eirô e Matemática - professor Jorge Matos. Também estão previstas aulas de apoio nas disciplinas de Ciências Naturais e Biologia e Geologia. A Coordenadora - Teresa Morais


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Young Europeans for Democracy

Projeto YED No final do ano letivo transato, a UTAD lançou um desafio às escolas de Vila Real, com Ensino Secundário, para ser concretizado no presente ano letivo. Devido ao seu elevado interesse para conhecer a União Europeia a Direção da Escola aderiu ao projeto e duas professoras, Rosalina Sampaio e Teresa Morais, fizeram formação para que o mesmo fosse implementado. As turmas que participaram foram o 12 º F e 12º G. Estabeleceram-se os seguintes objetivos para as atividades do projeto: Promover o conhecimento da História e dos documentos fundamentais da UE - Conhecer a Carta dos Direitos Fundamentais da UE - Integrar este documento no contexto da construção da democracia e cidadania europeias - Refletir sobre o papel da Carta… na defesa dos direitos dos cidadãos - Debater a diversidade de valores e a importância do diálogo intercultural - Compreender os conceitos de liberdade e igualdade como estruturantes da ética moderna ocidental - Avaliar as diferentes atitudes face à diversidade cultural: relativismo; intolerância; assimilação e diálogo intercultural; - Fomentar o exercício da cidadania europeia - Possibilitar uma leitura esclarecida do mundo em que vivemos. Numa primeira fase, os professores da UTAD, responsáveis pela dinamização, Ana Margarida Maia e Gonçalo Cruz, vieram à Escola para, recorrendo ao mundo virtual do Second Life, concretizar cinco jogos que abordavam diferentes temáticas sobre a União Europeia. Para concluir essa tarefa houve uma deslocação à UTAD. O projeto foi encerrado dia 23 de janeiro, quando os 237 alunos e os 11 professores das cinco escolas envolvidas, se deslocaram à UTAD, onde passaram o dia integrados em diversas dinâmicas subordinadas ao tema Reflexão e Valorização da Experiência do Projeto Jovens Europeus para a Democracia. Após a abertura pelo Professor Doutor Paulo Martins, coordenador do YED, o Professor Doutor Fernando Bessa fez uma resenha histórica da União Europeia, esclareceu os motivos que conduziram à sua criação, sendo um dos principais o receio do expansionismo alemão, responsável por duas guerras mundiais que devastaram a Europa. Salientou, a este propósito, que a União Europeia, se outro mérito não tiver, tem o de ter permitido o mais longo período de paz que este continente já conheceu. Defendeu que, o dia 9 de maio, dia da UE, deveria ser feriado em todos os países que a constituem, para uma UE mais efetiva. Abordou os problemas com os quais a UE se defronta na atualidade. Considerou que as dificuldades parecem superiores às capacidades da nossa ação. Lembrou um graffiti de Buenos Aires, cujas palavras: O futuro já não é o que era! servem para espelhar a nova realidade europeia, os tempos agitados, incertos e, por que não dizê-lo, tristes. A UE está ameaçada pela crise da dívida soberana e pela quebra de solidariedade dos países mais desenvolvidos para com os que enfrentam problemas, como Portugal. Existe ainda a ameaça dos BRIC (Brasil - Rússia - Índia - China), conjunto de países com economias emergentes que estão a alterar e a dominar a economia mundial. Terminou a sua intervenção com palavras de esperança. A UE não está falida, não estamos vencidos. Lembrou as palavras de Lula da Silva: A união da Europa é a mais bela construção política da História da Humanidade! Vale a pena lutar por isso! Temos de reconstruir e assegurar a solidariedade que, neste momento, está desprezada pela elite política que domina a Europa. Afirmou compreender a desilusão dos jovens, mas apelou à sua resistência para lutarem e não emigrarem. Lembrou: O que a política faz, a política desfaz!


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Young Europeans for Democracy


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Cidadania Europeia

Euroscola Esta é uma Europa que merece ser amada, já que amar a Europa é o nosso futuro! Martin Schulz - Presidente do Parlamento Europeu O concurso Euroscola é organizado, a nível nacional, pela IPDJ - IP e pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, com a participação da Assembleia da República. Todos os anos há temas novos e os alunos têm que apresentar um trabalho escrito e defendêlo, oralmente, na Assembleia da República. No final, são apuradas as escolas que vão participar numa das sessões que se realizam no edifício do Parlamento Europeu, em Estrasburgo - França. Para este ano, a nossa Escola, foi apurada. Um grupo de 24 alunos, acompanhados pelos professores Pedro Areias e Alexandre Breda, nos dias 14 e 15 de fevereiro, integraram a sessão que juntou 450 jovens oriundos da Alemanha, Áustria, Bulgária, Chipre, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia. O Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, no discurso de boas-vindas, focou os principais objetivos do projeto - familiarizar os jovens com o funcionamento das instituições europeias - consciencializá-los para a sua condição de cidadãos europeus e a sua intervenção na organização futura da Europa - oferecer-lhes uma tribuna onde possam exprimir as opiniões pessoais e valorizar o seu envolvimento no projeto europeu. Este órgão engloba 754 eurodeputados oriundos dos 27 países membros. A representação de cada país depende da sua população total, podendo variar entre 6 e os 99 deputados. A Alemanha é o país que tem maior representatividade. Os deputados dividem-se de acordo com o seu partido (há 7 diferentes) e integram-se em comissões, os do mesmo país nunca se sentam juntos. Iniciados os trabalhos, um aluno de cada escola apresentou o seu país e o estabelecimento de ensino. Eu, Inês Rento, tive a responsabilidade dessa missão. Foquei os aspetos nacionais mais interessantes, como o facto de Portugal ser o berço de Luís de Camões, Fernando Pessoa, Cristiano Ronaldo e ser o país do vinho do Porto, da região do Douro. A sessão de perguntas e respostas levou à interação entre os alunos e os eurodeputados presentes. Debateu -se a importância da UE, o crescimento demográfico e a crise financeira, e afirmou-se a ideia de que, apesar das dificuldades atuais, devemos ter orgulho em pertencer à UE e conhecer as suas grandes vantagens. O Eurogame, questionário sobre a UE, fez-nos pensar muito. De tarde, os alunos foram divididos em seis grupos, juntando-se os que, nas suas escolas, tinham trabalhado o mesmo tema. As temáticas em debate eram: Ambiente e energias renováveis; Liberdade de informação e cultura da cidadania; 2013 - Ano Europeu dos Cidadãos; Futuro da Europa; Política Agrícola e Migrações e Integração. Os problemas em questão eram: Como favorecer um desenvolvimento sustentável?; Quais as vantagens e problemas do desenvolvimento das TIC?; Como conciliar a diversidade?; Quais as regras a respeitar quanto aos fluxos migratórios?... As conclusões foram apresentadas, votadas, aprovadas, ou não, em Plenário. Surgiram ideias interessantes, como por exemplo: aplicar taxas sobre os equipamentos eletrónicos antigos porque consomem mais energia; proibir a produção de alimentos geneticamente modificados para garantir a segurança alimentar… Foi uma experiência única e extraordinária, permitiu-nos perceber melhor como funciona a democracia europeia, conviver com pessoas novas e muito (?!!) diferentes. Foi muito bom! No dia seguinte, fomos conhecer a cidade, que, coberta de neve, estava linda! Carolina Novo - 12º G e Inês Rento - 12º C


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Cidadania Europeia


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Gostar de Cinema

Os Miseráveis Os Miseráveis, romance dramático, situado no contexto histórico do pós Revolução Francesa, tem como autor Victor Hugo, escritor francês, também ele visitado pela tragédia. Foi publicado pela primeira vez em 1862. Ao longo dos seus 150 anos de existência foi diversas vezes adaptado ao cinema. A primeira versão cinematográfica desta obra ocorreu ainda no século XIX, no tempo do cinema mudo. Atualmente está em exibição, nos cinemas portugueses e um pouco por todo o Mundo, a mais recente versão cinematográfica, da responsabilidade de Tom Hooper. Este realizador resolveu adaptar ao cinema o musical de Schonberg que, desde 1985, é representado em Londres. Cerca de 60 milhões de pessoas, no Mundo inteiro, já viram este musical. Os papéis dos protagonistas principais foram entregues a atores conhecidos que, neste filme, enfrentam o desafio de cantar. É surpreendente! O trágico e bom Jean Valjean é desempenhado por Hugh Jackman. A desesperada e infeliz Fantine é Anna Hathaway. O terrível e persistente inspetor Javert é, nada mais nada menos, que Russell Crowe. É a voz menos conseguida, mas não está mal. A música é extraordinária, mas a canção que mais nos tocou é a canção que Fantine canta para a sua filha, Cosette, e que esta, mais tarde, vai cantar enquanto faz as limpezas. Faz verter umas lágrimas. A primeira sequência do filme, aquela em que os prisioneiros, à força de braços, resgatam um barco enorme representa, de forma impressionante, um esforço sobrehumano. A raiva e a revolta transparecem nos seus olhares e no canto que entoam. As cenas da barricada e a figura do corajoso Gravoche são, também, inesquecíveis. O filme mostra as injustiças sociais da França do século XIX e faz um retrato preciso da pobreza e da injustiça a que os desfavorecidos eram sujeitos. A história é dramática, mas tem momentos de humor que provocam risos e gargalhadas. As três horas de cinema, que o filme comporta, passam depressa e não há momentos monótonos, pelo contrário, ficamos tristes quando chega ao fim. Os Miseráveis está nomeado para oito óscares e já recebeu três globos de ouro. É, sem dúvida, um grande filme que recomendamos a toda a gente. Façam como nós: vão ao cinema com os vossos amigos. E, como diz o cartaz:

Lute - Sonhe - Espere - Ame Carolina Nicolau - Inês Barros - Mafalda Carvalho - 9º A


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Gostar de Ler

Orgulho e Preconceito Nestas férias de Natal, dediquei, muito do meu tempo, à leitura, atividade de que gosto. Entre os livros que li, está

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, escritora

inglesa dos finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX. A ação desta obra desenrola-se em Hertfordshire, uma localidade fictícia, que segundo a autora, se situaria perto de Londres. A protagonista deste romance é Miss Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas do casal Bennet, e é o seu ponto de vista, o seu olhar sobre a alta sociedade inglesa da altura, que é mostrado. O orgulho e o preconceito estavam presentes na educação, cultura, moral, casamento, todas as relações interpessoais dos membros da aristocracia inglesa desses tempos. Elizabeth apresenta-nos uma sociedade extremamente fútil, em que só o luxo e uma boa posição social, condição esta obtida, com frequência, através de um bom casamento, eram importantes. A vida das cinco filhas do casal Bennet é profundamente alterada após a chegada de Mr. Charles Bingley à localidade. Mr. Bingley veio acompanhado do seu fiel amigo Mr. Fitszwilliam Darcy, um homem de grande importância social e financeira, cujo carácter severo e orgulhoso chamaram a atenção da jovem Elizabeth, inicialmente de uma forma negativa. Darcy e Elizabeth viverão um romance marcado por mal-entendidos, desencontros e preconceitos, mas no final tudo isto é ultrapassado pela única coisa que consegue derrubar todas as barreiras sociais, todos os dogmas e juízos de carácter pré-concebidos: o amor. A mensagem deste livro permanece atual, o que justifica o seu sucesso. Foi adaptado ao cinema e a uma série televisiva que tem, no papel de Darcy, um ator excelente, muito conhecido e que muito aprecio, Colin Firth. Jane Austen - escritora britânica dos séculos XVIII e XIX

Termino com uma nota importante - 2013 é o ano do Bicentenário da publicação deste livro que, no entanto, foi escrito anos antes, mas demorou a ser publicado. Os editores não gostaram dele. Quem diria! Ana Rodrigues 12º G


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Gostar de Ler

Beatriz e Virgílio O livro Beatriz e Virgílio da autoria de Yann Martel foime sugerido por um amigo que acabara de o ler e tinha gostado muito. Considera-o uma obra-prima. Convém lembrar que o seu autor, Yann Martel, quando o escreveu, era já conhecido a nível mundial por outra obra extraordinária intitulada A Vida de Pi, entretanto adaptada ao cinema. Em Beatriz e Virgílio cruzam-se histórias paralelas, que parecem não ter nada a ver umas com as outras, mas descobrimos depois, que convergem todas para o mesmo tema – o Holocausto Nazi. Conhecemos Henry, um escritor que decide publicar o seu terceiro livro, uma espécie de ensaio sobre esta tragédia. A rejeição da obra pelos editores, que a consideram um devaneio sem futuro, conduz o autor a mudar de cidade com a sua mulher. O desejo de começar uma vida nova coexiste com o facto de continuar a receber cartas dos seus leitores. Um dia é contactado por um taxidermista que solicita a sua ajuda e lhe envia um excerto de uma estranha peça de teatro, em forma de fábula. Movido pela curiosidade, Henry visita o taxidermista, homem sinistro e brusco, que lhe pede ajuda para acabar a peça de teatro, sendo as personagens principais Beatriz, uma burra, e Virgílio, um macaco, ambos por ele embalsamados. Ao longo dos meses, o taxidermista vai mostrando a Henry excertos da sua obra, que é uma sucessão de estranhos diálogos entre os dois animais e, lentamente, Henry apercebe-se que o taxidermista está a escrever sobre o mesmo tema que ele escrevera – o macaco e a burra falavam, embora por meio de metáforas e de uma forma muito subtil, dos horrores do Holocausto. O tempo passa e Henry apercebe-se da cruel realidade: o taxidermista escreve como forma de expurgar os seus crimes, na verdade ele teve um papel ativo no massacre de milhares de pessoas, e acredita que, ao narrar o que aconteceu, através dos diálogos entre Beatriz e Virgílio, está a confessar os seus erros e a livrar-se da culpa. Gostei muito deste livro e aconselho-o a quem gosta de surpresas e formas inovadoras e originais de explorar uma temática. Aborda um tema sério com subtileza e numa perspetiva diferente de tudo o que conhecia. Um pormenor, ou talvez não, li este livro em inglês.

Yann Martel - 49 anos escritor canadiano

Carolina Novo 12º G


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Gostar de Ler

A Física no dia-a-dia Para quem considere a Física difícil, uma “seca” ou até intragável, eis um livro que contraria estes preconceitos. Escrito em 1968 por Rómulo de Carvalho (mais conhecido por António Gedeão, o poeta da Pedra Filosofal e de outros poemas com inspiração na Ciência), Física no dia-a-dia (originalmente, Física para o Povo) é, provavelmente, o melhor livro de divulgação científica escrito em língua portuguesa Através de perguntas simples e tratando o leitor carinhosamente por “amigo”, o autor convida e desafia à descoberta e à compreensão de muitos conceitos simples de Física e nos quais, literalmente, tropeçamos no nosso quotidiano: - Por que razão um equilibrista usa uma vara no circo? - Qual a diferença entre força e pressão? - Por que razão os corpos dentro de água parecem mais leves? - O que é a refração da luz? Estas são algumas perguntas a que são dadas respostas no decorrer do diálogo com o leitor. Traduzido recentemente (e finalmente) para inglês, Física no dia-a-dia é uma obra única, um livro onde a Física está acessível e ao alcance de todos. Para descobrir e conhecer melhor este poeta, escritor, professor, pedagogo, investigador, historiador… lembro aqui um dos seus poemas: Máquina do Tempo O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma. Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea. Espaço vazio, em suma. O resto, é a matéria. Daí, que este arrepio, este chamá lo e tê lo, erguê lo e defrontá lo, esta fresta de nada aberta no vazio, Rómulo de Carvalho Poeta 1906 - 1997

deve ser um intervalo. A Física no dia-a-dia - Rómulo de Carvalho, Relógio D’Água Editores. Manuel Eduardo Salgueiro - Professor de Ciências Físico-químicas

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Refletir a Escola

Procrastinação em contexto escolar Hoje, a procrastinação é um fenómeno mais comum entre os estudantes do que nunca, visto que estes têm muita coisa para fazer com um tempo muito limitado. Segundo a literatura, existem várias razões para os comportamentos procrastinadores. É muito frequente o indivíduo não entrar em ação até ao último minuto ou até mesmo entrar em ação depois do prazo estabelecido (Zarick & Stonebraker, 2009). Segundo Steel (2007; 2010) a procrastinação académica pode ser entendida como um atraso voluntário da conclusão de uma tarefa académica dentro do prazo estipulado ou desejado, apesar de a expectativa do atraso ser algo desagradável. Também pode ser descrita como o retardar do início de uma tarefa, que eventualmente se pretende concluir, até que o indivíduo experimente desconforto emocional por não ter realizado a tarefa mais cedo (Lay & Schouwenburg, 1993). Já Chu e Choi (2005) explicaram a procrastinação como sendo um défice de autorregulação no desempenho individual. A procrastinação, para além de estar associada a níveis elevados de stresse e de ansiedade, leva também a um desempenho académico insatisfatório que, por sua vez, se irá refletir na autoestima do individuo (Ferrari, O’Callaghan, & Newbegin, 2005). Uma grande percentagem de alunos sofre de procrastinação académica, tendo consequências negativas relacionadas com este comportamento de adiamento das tarefas escolares. Por exemplo, a procrastinação académica está relacionada com: - baixo rendimento escolar (Beswick, Rothblum, & Mann, 1988; Tice, & Baumeister, 1997); - depressão (Sadler, & Sacks, 1993); - desânimo/abatimento (Lay, 1995); - falta de pontualidade, dificuldade em seguir instruções (Lay, 1986; Rothblum, Solomon, & Murakami, 1986; Solomon & Rothblum, 1984); - aumento de problemas de saúde com a aproximação dos prazos para entrega dos trabalhos (Tice & Baumeister, 1997). Seria necessário tomar certas medidas no contexto escolar para que os níveis de procrastinação possam diminuir, trabalhar a motivação, a ansiedade e um acompanhamento mais individualizado podem ser algumas dessas medidas a implementar. Anabela Baptista - estagiária de Psicologia, nesta Escola, no ano letivo de 2011/2012


Gostar de Portugal

Alexandra Gonçalves - Inês Sampaio | 12º D

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O Broas agradece aos alunos de Aplicações Informáticas B, do 12 º ano, os trabalhos que realizaram subordinados à temática GOSTAR de PORTUGAL. Na impossibilidade de os publicar a todos, a Coordenação selecionou aqueles que melhor se enquadram na linha editorial do jornal, os quais estão presentes nas páginas 43 e 44.


Beatriz Rocha - Mafalda Osรณrio | 12ยบ A

Ana Bulas Cruz - Miguel Teixeira | 12ยบ D


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