Revista Ciências em Rede

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CIÊNCIAS EM REDE

ERER e o ENSINO DE CIÊNCIAS



Sumário Dicas

4 Dicas de Saída de Campo

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Realizando experiência com água 9 Ciências para os pequenos

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Literatura em Ciências... Divertindo e Ensinando 12 Interdisciplinaridade ERER e o Ensino de Ciências

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Super Dicas Para baixar livro e jogo sobre a Mata Atlântica; http://www.mata-atlantica.educacaocerebral.org/

Programa maravilhoso para baixar e usar em aulas de Astronomia: http://www.stellarium.org/pt/

Mistérios... http://misteriosdomundo.com/as-7-extincoes-mais-misteriosas-do-historia

Vídeo sobre evolução: http://www.youtube.com/watch?v=hOfRN0KihOU&feature=youtu.be

32 fotos microscópicas que fazem coisas do dia-a-dia parecerem saídas de um pesadelo http://a.ciencia.vc/1fQouVM

No Facebbok...

https://www.facebook.com/NomesCientificosNoFace?hc_location=stream https://www.facebook.com/pages/Biologando/518264808229563?hc_location=stream https://www.facebook.com/biologiaparatodos1?hc_location=stream

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Confira 8 filmes adolescentes inspirados em clássicos da literatura: http://abr.ai/1atE2JB

Dica de Leitura Ciências Para Pais E Filhos Carol Vorderman

Sinopse Esta é a obra ideal para os pais reverem conceitos de biologia, química e física, para que possam ajudar seus filhos nos estudos. Combinando diagramas, ilustrações e explicações detalhadas sobre cada tema, traz uma inovadora abordagem visual que facilita o aprendizado e simplifica temas complexos. Fornece noções de anatomia, botânica, evolução, genética e zoologia; esclarece as propriedades dos elementos químicos, suas fórmulas e reações; e desenvolve até os mais difíceis conceitos de física, como eletromagnetismo e ondulatória, entre outros.

Vídeo sobre Genoma http://www.portacurtas.org.br/imagens/fotos/genoma_2020-S.jpg

Dica de blog com experimentos: http://clube-ciencia.blogspot.com.br/

Blog do Grupo de Ciências da PMF http://ciencias-rede.blogspot.com.br/

O Livro do Cientista O físico Marcelo Gleiser,conduz o leitor numa viagem pela história do pensamento científico a partir de sua própria experiência. Gleiser conta um pouco de sua trajetória pessoal e refaz a história da ciência no Brasil e no mundo, apresentando os principais filósofos e pesquisadores de áreas como a astronomia, a matemática, a química, a biologia e a genética. Essa história começa antes do surgimento da ciência, quando as discussões sobre o Universo e sobre a matéria ainda eram ligadas à filosofia e à religião. Gleiser apresenta as idéias e os experimentos de cientistas e pensadores como Platão, Aristóteles, Galileu Galilei, Isaac Newton, Charles Darwin e Albert Einstein, entre outros. O livro da ciência traz fotos de satélite, mapas, pinturas antigas, gráficos e outros elementos que ajudam a entender a fascinante história das descobertas. Organizadas pelo projeto gráfico de Raul Loureiro, as imagens juntam-se às ilustrações de Marcelo Cipis para compor uma divertida e surpreendente introdução ao universo do pensamento humano e suas conquistas.

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SAÍDA DE CAMPO: ATIVIDADE QUE POSSIBILITA EXPLORAR UMA DIVERSIDADE DE CONTEÚDOS TRABALHADOS EM SALA DE AULA.

O que é uma SAÍDA DE CAMPO? É uma estratégia de ensino/aprendizagem que, bem planejada e bem explorada, desperta o interesse dos alunos e leva à sua ativa participação, pois permitem a observação direta e em ambientes diversificados. A abordagem do ensino de Ciências dos anos iniciais e finais numa saída de campo apresenta-se como uma perspectiva completamente diferente e complementar do trabalho do professor na sala de aula. Nos últimos anos, as saídas de campo foi uma das modalidades didáticas que começou a ganhar destaque nas aulas de

POR QUE É IMPORTANTE SAÍDA DE CAMPO? A saída de campo é fundamental para relacionar a teoria e a prática ao mesmo tempo em que mostra outras metodologias para o aluno, além daqueles que tendem a utilizar somente com aula expositiva e dialogada com uso do quadro, giz, data show, 6

A busca por novos métod os de ensin o eficazes é discutida nos Parâm etros Curriculares Nacionais, os quais estim ulam a busca de ativida des difere ntes que possa m explorar o meio ambie nte atravé s de uma abord agem multid iscipli nar (BRASIL, 1 998). Assim , as saída s de camp o se tornam uma opção para os professores de Ciências ampli arem os conhe cimen tos dos alunos e de não ficare m restritos apena s a sequê ncia de conte údos dos currículos escola res, pois esta metod ologia favore ce a abran gênci a de difere ntes temas. As saída s de camp o facilita m a intera ção dos alunos com o meio ambie nte em situações reais aguça ndo a busca pelo saber, além de estrei tar as relações entre aluno/profe ssor (VIVE IRO; DINIZ, 2009). Em ambie nte natura l é possível agrup ar e relaci onar os difere ntes conte údos, e esta depen dênci a existe nte entre uma parte e outra é que possib ilita uma abord agem mais ampla . A metod ologia em discussão proporciona aos estud antes observaçõe s direta s de fatos reais, a exploração de diversos sentid os e possib ilita relaci onar a teoria da sala de aula com a prática do seu cotidia no. Leva-os a fazer uma leitura do mund o de forma mais ampla partin do do local para o globa l (BRASIL, 1 997). É esta a visão de mund o que o aluno precisa ter, pois as muda nças que ocorre m e os fatos que acontecem não se dão separadam ente, pois existe m interre laçõe s, onde até mesm o um acontecime nto pode influe nciar em outro.


Muito além da sala de aula... Aprendendo fora da escola EM QUAL MOMENTO PODEMOS USAR UMA SAÍDA DE CAMPO?

COMO ORGANIZAR UMA SAÍDA DE CAMPO? O QUE É PRECISO? PARA SAÍDA DE CAMPO. Antes da realização da saída de campo os DICAS Em primeiro lugar devemos entregar aos alunos precisam passar por uma uma ficha de autorização “capacitação”, pois é necessário antes uma estudantes que seja devidamente preenchida explicação de alguns pontos importantes do para em todos os campos de forma conteúdo abordado na referida disciplina obrigatória pelos pais ou para os mesmos. Este é o momento de unir responsáveis do estudante, com um a teoria e a prática. Teoria e prática são prazo de entrega ao professor indissociáveis, definidas como atividade responsável ou na secretaria da teórica-prática, composta por um lado escola. teórico e outro prático, o qual sempre será Existem diversos modelos de o ponto de partida para explicar idéias AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA seguidas de uma teoria ou o ponto de DE CAMPO. Em anexo chegada. apresento um exemplo.

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Segundo lugar os OBJETIVOS DA SAÍDA DE CAMPO: Despertar para o apren izado de forma prazerosa, permitindo ao educando o comparativo entre a teoria da sala de aula e a realidade. Terceiro lugar a DATA, HORÁRIO DA SAÍDA (EMBARQUE) E DO RETORNO (DESEMBARQUE), COMBINAR LOCAL GERALMENTE NA ESCOLA, O QUE OS ESTUDANTES DEVERÃO LEVAR PARA SAÍDA DE CAMPO a ser proposto pelo professor (es) envolvido (s) na saída de campo. Para agendar a data o professor (es) precisa saber quantos alunos tem interesse em participar da saída de campo. Muitas vezes pode ficar inviável a saída de campo, pelo número baixo de alunos participantes do evento. O custo fica alto para a saída. Se houver interesse da maioria, pode-se marcar uma reunião com a empresa, professores, pais e alunos para acertar o pagamento, data, horário e outras informações pertinentes a saída de campo.

Por tanto, o número de participantes para a viabilização do projeto: Devese estipular o mínino de alunos participantes e o máximo por ônibus. INDISPENSÁVEL:

Entregar a ficha de autorização, devidamente preenchidos, até a data marcada. Pagamento para a empresa de transporte. Se necessário o número da carteira de identidade de cada aluno ou Cópia da Carteira de Identidade na secretaria e a original para o embarque. Para cada saída de campo é sugerido ao estudante o que ele pode levar: Geralmente é pedido aos alunos: Boné, Garrafa para água, protetor solar, repelentes, roupas leves, calçados confortáveis, se utilizar medicamentos que leve, uma muda de roupa extra para imprevistos dependendo do local visitado. Também tem sugestões do que não levar objetos como: equipamentos eletrônicos, jóias e afins. O extravio dos mesmos será de inteira responsabilidade do aluno. Tem muitas escolas que exigem ao aluno na condição que só poderá acompanhar o grupo de estudo se estiver usando uniforme da escola. Muitas vezes dependendo do local da saída de campo, a escola leva lanche pronto aos alunos, feito na cozinha da escola, assim como, suco e também frutas. Em quarto lugar A PROGRAMAÇÃO E ROTEIRO DEVE APRESENTAR-SE DE FORMA CLARA PARA TODOS PARTICIPANTES.

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Realizando experiências com a água Dirciane Schimith Dalagnol

1 )Erosão

3) Dilatação anômala da água

Objetivo: Relacionar a movimentação da água com o arrasto de solo. 1 ° Em uma bandeja, monte uma amostra de solo de modo a criar camadas com a superfície de inclinação bem pronunciada. 2° Corte uma garrafa PET de 2 litros ao meio e use a parte com bico como se fosse um funil 3° Faça um furo bem pequeno na tampa e coloque água dentro desse “funil”. 4° Segure a metade da garrafa com o “funil”sobre a amostra de solo e deixe a água correr bem lentamente. Observe o que acontece por onde ela escorre – a água forma imediatamente “valetas”. A formação dessas “valetas” só vai ser controlada, se incluir sementes de grama a título de vegetação no experimento.

Objetivo: Verificar a variação de volume de água, quando passa do estado líquido para o sólido 1 ° Encha uma garrafa PET de 600 ml com água de modo a não deixar espaço para o ar. Feche bem a tampa. Pegue, depois, outra garrafa PET de mesmo tamanho e feche bem a tampa – em seu interior, só haverá ar. 2° Observe o formato das garrafas e deixe-as no congelador por algumas horas (ou seja, até a água em estado líquido ter se transformado em gelo). 3° Após o congelamento, observe outra vez as garrafas. O que ocorreu? Aquela só com ar pode até diminuir ligeiramente de tamanho, enquanto que a garrafa cheia de água vai ficar estufada, provando que a água resfriada aumenta de volume.

2) Como limpar a água?

4)Variação do volume de água e do gelo.

Objetivo: Verificar se há variação do volume de água em estado líquido em um copo com gelo Objetivo: conhecer processos em uso no depois de ele ter derretido por completo. tratamento (caso da filtração) e na obtenção de 1 ° Coloque gelo em um copo transparente e água potável. acrescente água até o ponto que o gelo comece a 1 º Em uma jarra com água, coloque um pouco de flutuar, sem tocar no fundo do copo. terra e folhas secas. Essa água vai representar a 2° Marque, com caneta, a altura que a água em coletada de lagos e rios – a ideia é agir de modo estado líquido atingiu no interior do copo. a “limpar”essa água 3° Observe o copo após algumas horas, quando o 2º Pegue uma garrafa PET de 2 litros e corte-a ao gelo tiver se derretido. O que terá acontecido com meio. Na parte do bico, coloque um chumaço de o nível da água em estado líquido? Nada, isso algodão por dentro da garrafa de modo a fechar o porque o gelo, ao flutuar, desloca uma quantidade gargalo. de água que é equivalente ao seu peso. 3º Coloque, depois, algumas pedras pequenas sobre o algodão e cubra com areia. Fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/isto-da4º Despeje lentamente a água “suja” dentro da certo/2011 /03/21 /7-experiencias-com-agua-para-fazer-emgarrafa, fazendo-a passar pela areia. Por fim, casa/ compare a água antes e depois da ação do filtro.

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CIÊN CIAS PARA OS PEQU ENOS

Dirciane Schimith Dalagnol

Para os educadores planejar e trabalhar os conteúdos de ciências nas séries iniciais e educação infantil nem sempre é uma tarefa fácil. Mais importante do que a quantidade de conceitos a ser incorporados é ter em mente de que todos os procedimentos realizados durante o processo de construção do conhecimento têm de ser vistos como componentes de fundamental importância para a realização de uma prática efetiva e valorosa. Nas etapas iniciais da educação básica, temos a oportunidade de instigar o espírito crítico e investigativo das crianças. A ciência não pode ser vista como verdade absoluta, os conhecimentos podem ser questionados e confrontados o tempo todo. É nesse ponto que entra a verdadeira função Mais importante do do educador. que a quantidade de conceitos O ensino de ciências nos são os procedimentos realizados anos iniciais possibilita o durante o processo de diálogo, o debate, a observação do mundo, e construção do conhecimento. dos pequenos seres a nossa volta, levando ao aprendizado a partir de situações do cotidiano. Seja qual for o assunto abordado é importante que o educador siga alguns procedimentos científicos/metodológicos adequados como: observação da realidade, levantamento de hipóteses, experimentação, solução de problemas, discussões e leituras. Nessas atividades, é fundamental que os alunos sejam levados a comparar situações e fatos, estabeleçam relações entre causa e efeito, interpretação de resultados, gráficos e informações a partir de experimentos realizados. Cabe ao educador a dosagem da quantidade e a qualidade das informações exploradas, tendo em vista que todos os conteúdos abordados serão revistos e estudados pautadamente nas séries finais. Existem alguns passos que contribuem para a sistematização do trabalho. São eles: •Observação da realidade- A etapa inicial do processo consiste em observar a realidade para que se possa identificar a situação problema a ser estudada. Exemplo: As formigas que invadem os ambientes domésticos. 10


elaboração do pensamento crítico a partir das •Levantamento de hipóteses- É nesse discussões e debates levantados e mediados momento que podemos explorar toda a pelo educador. As observações realizadas a curiosidade que é nata nas crianças. Fazer questionamentos, estimular o surgimento de partir das leituras devem ser registradas novas dúvidas e respostas, é a partir desses pelos educandos pois elas determinarão a conclusão do trabalho e a solução questionamentos que o Passos para da problemática proposta. aluno constrói sistematização do possibilidades de trabalho em ciências: respostas para a •Observação; solução da de problemática levantada. •Levantamento hipóteses; O educador deve •Experimentação e deixar claro para os Com a palavra, o •Leituras e alunos que essas educador... Discussões. dúvidas serão resolvidas ao longo do processo de A professora Helena Maria Waldert Monteiro, investigação. Exemplo: Por que existem professora da turma G6-A, do NEI Vinculado tantas formigas em nossas casas e escola? dos Reis Várzea, acredita que o mais Por que elas vem habitar nossas casas e não Virgílio para o desenvolvimento integral ficam no seu hábitat natural? Que animais se importante na Educação é a abordagem de alimentam delas? Do que elas se alimentam? assuntos que Infantil são significativos para a Vivendo em nossas casas elas podem causar criança. A partir de indagações dos próprios algum risco à nossa saúde? alunos sobre a possibilidade de se colocar •Experimentação: Esse momento é visto sobre o piso ecológico ela desenvolveu geralmente como o ápice do processo, porém areia um projeto utilizando terrário. Construíram ele não terá valia se não forem realizados dois terrários, um com solo arenoso (somente muitas reflexões sobre esta prática. Cabe areia) e outro com terra. A partir daí ressaltar que a experimentação é mais uma observaram o desenvolvimento de plantas e etapa na aquisição de conhecimentos e que pequenos animais nesses dois ambientes. As ela não deve ser sobreposta às demais. A crianças descobriram a partir das discussões experimentação pode gerar novas dúvidas, porque o piso ecológico não pode ser coberto cabe ao educador verificar se elas serão de areia, caso contrário a grama morreria. parte desse projeto ou de outro que poderá surgir. É importante que esse momento de experiência prática seja registrado em forma de escrita ou desenho para que os alunos possam confrontar sua a realidade com as hipóteses levantadas inicialmente. Professora Helena com a turma G6-A no laboratório de ciências Exemplo: Observar o comportamento de formigas no ambiente escolar, no pátio ou em casa. •Leituras e discussões: Nessa etapa entram as informações científicas descritas pelas Obervando a diferença entre areia e terra com os diferentes fontes confiáveis de pesquisa Montando a professora Emeli terrários Pollo. (livros, revistas, sites...). Nas séries iniciais é possível investir em leituras de diferentes textos sobre uma mesma temática. Essas informações científicas é que proporcionarão Piso ecológico o embasamento teórico e que auxiliarão na *Imagens do arquivo da escola. construção do conhecimento científico e na 11


Projetos interdisciplinares na Escola

L ite ratura e m C iê nEcniasis.n..ando D ive rtindo e

As possibilidades diante de um livro dependem do tamanho da sua imaginação...

Em 2009, a Prefeitura de Florianópolis iniciou um projeto muito interessante, necessário e indispensável à educação, intitulado: " Clube da Leitura: a gente catarinense em foco". O objetivo? Formar leitores e mediadores de leitura, a partir da criação de clubes ou pontos de compartilhamento de experiências de leitura, como forma de incentivar o desenvolvimento do gosto pelo ato de ler, ampliar a história de leitura e promover o acesso ao “mundo” da leitura e à produção literária infantil e juvenil de Santa Catarina (retirado do blog do Clube da Leitura). Em 2013, de maneira independente, uma vez que o Clube da Leitura parou suas atividades por um tempo e sofreu modificações quanto aos autores participantes, a Escola B ásica Municipal Maria Conceição Nunes, no norte da Ilha de Florianópolis, desenvolveu mais uma vez este trabalho dedicado ao "ler e escrever em todas as áreas" após ter adquirido 40 exemplares do livro " S aru, o guerreiro da floresta" , de Maurício Eduardo Graipel, com recursos da própria Escola. O livro é infantil, mas envolve até mesmo adultos nas aventuras de um pequeno gambá-de-orelhapreta chamado Saru (nome dado por possuir coloração clara), e que nasceu na Lagoa do Peri. Na história Saru está prestes a ser devorado por uma irara. Neste momento sua vida passa diante de seus olhos e Saru narra, de maneira envolvente, desde o dia em que nasceu até sua grande batalha e as histórias sobr, uma grande narrativa que se transforma ema que perdudas de geração a geração por muitos anos entre os gambás e animais presentes em nossas matas. Após o contato do autor, que cordialmente aceitou nosso convite para visitar nossos estudantes, estava iniciado o 12

projeto! O livro é de uma riqueza tal que permitiu a participação de disciplinas como Português, Ciências, Geografia, Educação Física, Artes, Matemática, além da Horta Escolar, B iblioteca, S ala Informatizada e Laboratório de Ciências. As atividades realizadas foram das mais diversificadas: • leitura compartilhada do livro, pausas para indagações, discussões e conversas; criações de notícias; animação sobre cada capítulo do livro, construindo roteiros, cenários, utilizando massinha, imagens, materiais diversos e a técnica de stop motion; • pesquisa com os alunos após a leitura para ver o que mais gostaram; construção de gráficos pós-pesquisa; resumos; retirada de informações científicas (o livro é riquíssimo em informações de Ciências: ciclo de vida, cadeia alimentar, ecologia, estratégias de defesa e sobrevivência, caça ilegal, desmatamento, relações ecológicas, ecossistemas....); visualização de imagens e vídeos sobre os personagens como o são na realidade; pesquisas sobre todos os animais e plantas citados no livro e construção de um livro digital; importância da ficha catalográfica dos livros; escrita de histórias à semelhança do livro lido, mas utilizando-se de outros personagens (retirados do site do Projeto Toninhas, no qual é apresentada uma toninha chamada Babi e sua turma), "O envolvimento de várias disciplinas mexe com os alunos. Eles sentem o envolvimento e parceria entre os Professores e a relação entre as disciplinas que estão conversando sobre um mesmo tema".


de maneira a desenvolver leitura sessão de autógrafos e fotos t o r ... o au d a t i s i e escrita e conhecer ainda com os alunos. Neste dia, a Av mais animais de nossa Escola fez uma apresentação fauna; leitura do livro dos trabalhos realizados ao digital do mesmo autor, autor, alunos, todos os intitulado "Onças da minha professores participantes e equipe família" (disponível online), escolar como um todo, além de que conta a história das entrega de algumas lembranças onças pardas, reservas e outros construídas pelos próprios alunos e frutos animais; estudo de mapas, do da leitura do livro, ao autor. O autor Conhecendo uma irara mapa de Florianópolis, de do livro, biólogo e Professor da no Projeto Lontras :D orientações, pontos Universidade Federal cardeais, do percursos (UFSC), Maurício E. Graipel, realizados pelo personagem foi maravilhoso com os principal do livro, o Saru; alunos, ouviu-os com atenção, mapa de saída de estudos falou na linguagem dos localizando os locais, pequenos e os inspirou e ecossistemas, importância, estimulou à leitura e ao "conhecer para momento do livro a que se preservar", ao interesse e cuidado referia e o percurso em si; com a natureza e o próprio ato de dicas de como realizar estudar. Os projetos trilhas: aquecimento, interdisciplinares são de preparação física, um valor sem igual. Ao hidratação, término do projeto, foi alimentação realizada uma retrospectiva adequada, atitudes com os alunos e cada quanto ao lixo gerado, aluno escreveu uma vestimentas adequadas, redação falando do projeto e, importância do silêncio e da neste momento, tornou-se ainda atitude em grupo; serigrafia mais gratificante e significativo construída com materiais desenvolver este trabalho em coletados ao longo da prol da qualidade da educação. trilha realizada; saída de estudos para alguns Para realizar tais projetos é dos locais por onde o preciso muita parceria entre personagem principal os profissionais, disposição, passou: Barra da Lagoa, disciplina, criatividade, apoio Lagoa da Conceição, da equipe escolar e Lagoa do Peri, Projeto Professores mais do que Lontras (onde apaixonados pelo que conheceram a irara), Praia fazem! Os conceitos, habilidades, da Armação (dando uma procedimentos e atitudes trabalhados, passadinha para ver de perto a restinga, praia aprendidos, vivenciados (muitos pela primeira e ambiente marinho); construção de cartazes; vez) ficaram registrados, não somente de elaboração de perguntas; postura em forma documental na ficha de avaliação dos palestras; e, enfim, o grande dia da visita do alunos, mas no dia a dia destes, na carinha autor do livro lido na Escola - um dos deles, no retorno na sala de aula e em suas momentos mais esperados - para conversar vidas, certamente. É um projeto de Escola e com os alunos, falar de si, de seu trabalho, da de Educação de qualidade que dá certo. inspiração para escrever o livro, sobre os detalhes do livro, outros livros, além de 13


In terdiscipli naridade A educação passa por momentos de grandes questionamentos, onde se evidencia a necessidade de mudanças em seus mais diversos ambitos, principalmente na prática de ensino. Fala-se em reforma no ensino superior, para que se possa ter uma educação mais completa do educando, preparando-o para atender demandas de mercado e para cidadania. E dessa necessidade a interdisciplinaridade surge como prática que pode viabilizar uma educação mais ampla, rompendo com velhos paradigmas. Segundo Zabata (1998), “Educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs, que não estão parcelados em compartimentos e estanques, em capacidades isoladas”.

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Isso demonstra que é necessário que a formação continuada dê liberdade ao professor de ensinar de maneira diferente, pois a identidade é necessária. No que se refere à identidade pessoal, segundo Fazenda 1999, diz que: Consideramos que é algo que vai sendo construído num processo de tomada de consciência gradativa das capacidades, possibilidades e probabilidades de execução, configura-se num projeto individual de trabalho e de vida.

O que é interdisciplinaridade? É uma forma de desenvolver um trabalho de integração dos conteúdos de uma disciplina com outras áreas de conhecimento, tornando-se possível a interação entre disciplinas aparentemente distintas. Essa interação complementa e suplementa a possibilidade de uma formulação de um saber crítico reflexivo, o qual deve ser valorizado cada vez no processo ensino aprendizado. Dessa perspectiva ela surge como uma maneira de superar a fragmentação entre as disciplinas. Proporcionando um dialogo entre essas, relacionando-as entre si para a compreensão da realidade. A interdisciplinaridade busca relacionar as disciplinas no momento de enfrentar temas de estudo. 15


En contrase certo receio na aplicabilidade da interdisciplinaridade, os docentes parecem ter medo de ousar, errar, porĂŠm isso faz parte do processo de desenvolvimento e apenas assim que se terĂĄ certeza que funciona.

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O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades do professor e do aluno, esse dirige o estudo da matéria e o aluno atinge progressivamente o desenvolvimento de sua capacidade mental. Ela implica na articulação de ações disciplinares que buscam um interesse em comum. Dessa forma a interdisciplinaridade só será eficaz se atingir metas educacionais previamente estabelecidas e compartilhadas pelos atores da unidade escolar Libâneo (1 999). A interdisciplinaridade oferece uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca do ser como pessoa integral e visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com os limites das disciplinas. Para que trabalhar dessa forma? Trabalhar nessa perspectiva exige uma postura do professor que vai além do que está escrito nos PCN’s, pois é necessário que ele assuma uma atitude endógena e que faça uso de metodologias didáticas adequadas para essa perspectiva.

É através do ensino interdisciplinar, dentro do aspecto histórico-crítico, que os professores possibilitarão aos seus alunos uma aprendizagem eficaz na compreensão da realidade em sua complexidade. Ao estudar a interdisciplinaridade, acaba-se desenvolvendo um raciocínio que faz ligações entre fatos e assim desenvolver um senso crítico, que aprenda a ler as entre linhas e encontrar soluções. Espera-se que a cada dia se desperte mais o interesse na aplicabilidade da interdisciplinaridade no ensino superior, mudando os rumos da educação, construindo um conceito próprio de interdisciplinaridade. Transformando o âmbito educacional de dentro para fora, e assim uma reforma universitária que vai auxiliar realmente a educação. É preciso ter um conceito de educação partindo do pensamento de Savater(2000), “Esse processo de ensino, nunca é uma simples transmissão de conhecimentos objetivos ou destrezas práticas, mas vem acompanhado de um ideal de vida e de um projeto de sociedade (...) A educação tem como objetivo completar a humanidade. Assim, com uma educação nova que unida rompa paradigmas poderemos ter uma educação libertadora com ideias capazes de ajudar a humanizar a sociedade atual. Transformando o âmbito educacional de dentro para fora, e assim uma reforma universitária que vai auxiliar realmente a educação. É preciso ter um conceito de educação partindo do pensamento de Savater(2000), “Esse processo de ensino, nunca é uma simples transmissão de conhecimentos objetivos ou destrezas práticas, mas vem acompanhado de um ideal de vida e de um projeto de sociedade (...) A educação tem como objetivo completar a humanidade. Assim, com uma educação nova que unida rompa paradigmas poderemos ter uma educação libertadora com ideias capazes de ajudar a humanizar a sociedade atual.

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ERER E O ENSINO DE CIÊNCIAS Possibilidades de implementação da Lei 10.369/03 no Ensino de Ciências Marlene Rocha Backes Tamelusa Ceccato do Amaral A Lei Federal 10.639 que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira foi promulgada em 2003, sendo ela, não só uma conquista dos movimentos sociais, mas também de toda a sociedade brasileira. A inclusão desta temática no currículo escolar possibilitou uma maior visibilidade e reconhecimento da importância de uma história que não é apenas dos afrobrasileiros, mas da constituição da nação brasileira. Após dez anos de sua promulgação, percebemos que a inserção desta temática no currículo escolar ainda se dá muito timidamente, não garantindo práticas pedagógicas expressivas. Em alguns casos, os professores não se sentem preparados pois ainda não tiveram uma formação que lhes subsidie a desenvolver um trabalho com segurança nesta interculturalidade, e em outros o professor ainda não se sensibilizou com a necessidade de abordar o assunto em suas aulas.

A discussão da diversidade étnicocultural em sala de aula traz visibilidade e dá voz à todos, independente da cor da pele e de traços físicos. Promove o respeito às diferenças, valorizando-as, permitindo aos afrodescendentes a construção de uma identidade positiva e 18

garantindo direitos sociais e a valorização de sua história e cultura, negados pelo racismo. Há que se possibilitar a percepção de que não há uma superioridade, uma hierarquização, e que não é a cor da pele, e sim o preconceito racial, que impõe um lugar social ao indivíduo.

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Apesar da Lei 10.639 prever que esta temática seja abordada pelas disciplinas de História, Língua Portuguesa e Artes, acreditamos que a contribuição da Biologia (Ciências, no Ensino Fundamental) é bastante importante, principalmente com as teorias que explicam a origem e evolução da espécie humana (e não raças) e a genética. Na classificação biológica somos todos da espécie humana, a diferenciação entre os grupos étnicos foi construída culturalmente ao longo da história baseados exclusivamente no seu fenótipo como uma maneira de hierarquização dos seres humanos, numa cultura eurocêntrica que procurava mostrar os não brancos como inferiores. Para explicar a diversidade humana Darwin, através dos princípios da seleção natural demonstrou que os seres vivos evoluíram gradativamente a partir de um ancestral em comum e se diversificaram no tempo e espaço, adaptando-se às condições do meio, sendo que a variação de características genéticas, fisiológicas, morfológicas e comportamentais hoje observadas, nada mais são do que um fenômeno adaptativo. Portanto a diversidade genética é indispensável à sobrevivência da espécie humana. Se faz necessário buscar através de projetos interdisciplinares e transdisciplinares uma ampla abordagem e discussão, envolvendo várias áreas do conhecimento para promover uma reflexão e compreensão ampliada desta temática sob diversos aspectos, não só na História, Língua Portuguesa e Artes. Por exemplo, a Educação Física, com a expressão corporal, as danças, os jogos como a capoeira e o maculelê; em Ciências, além da origem e evolução do ser humano (que se deu na

África) e da Genética, pode ser abordado as questões referentes à Botânica, como o estudos das plantas medicinais e os alimentos de origem africana; a etnomatemática; e na Geografia física e geopolítica o estudo do continente africano. Mas para que isso ocorra se faz necessário que os professores se sintam capacitados, sensibilizados e seguros para desenvolverem um bom trabalho.

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Fontes: - SANTANA, Everaldo Lins. Breve Reflexão sobre a Lei 10.639. Disponível em: http://multisaberes.com.br/downloads/article/76/ed1_p1_7_everaldo.pdf - Ensino Em Re-Vista, v. 19, n. 2, jul./dez. 2012 www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/download/14946/8442‎ -http://www.flacso.org.br/gea/documentos/Revista_Forum/Revista_Forum_121.pdf - MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das nocões de raça,racismo, identidade e etnia. Disponível em: https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59 19



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