NF de Janeiro/Fevereiro 2012

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Mensário da Junta de Freguesia Janeiro&Fevereiro#2012 Ano VII Edição N.º 85 Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte DISTRIBUIÇÂO GRATUITA noticiasdafreguesia.blogspot.com noticiasdafreguesia@gmail.com

Onde pára a reorganização administrativa?

“Estamos de acordo de que algo deverá ser feito neste âmbito, mas não através de uma imposição sem que para tal estejam definidas as principais regras de funcionamento das novas estruturas de freguesia” (José Carlos Gomes) P2/4/6

Baile em São Miguel e almoço no Souto P3

Comemorações P5/11

Bispo D. António reúne-se com empresários P4

DIREITOS RESERVADOS

Albino Silva lança livro “Desabafos” P5

“Loucura” pela seleção Últ.


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opinião notíciasdafreguesiadejaneiroefevereirode2012

Abertura José Carlos Gomes

Reorganização Administrativa: que futuro? Com aprovação em Conselho de Ministros Proposta de Lei 44/XII, o Governo vem, de forma clara e determinada, lançar as bases de uma Lei com vista à “Reorganização Administrativa Territorial Autárquica”. Depois da discussão pública ocorrida em torno do “Livro Verde da Reforma Administrativa”, o Governo

As palavras do senhor prior Padre José Baptista

Primeiro as pessoas Paira sobre o nosso país a ameaça de ter que pagar uma pesada multa, a passar por Bruxelas, se, em dois meses, não nos adequarmos ao que diz a lei entrada em vigor a 1 de Janeiro. Não sei se já notámos um certo stress acumulado, ao degustar uma doce trouxa-de-ovos. Mas a verdade é que as galinhas têm andado um tanto quanto nervosas. O problema é facilmente perceptível, tendo em conta que o espaço de que dispõem para trabalhar é muito reduzido, não tendo sequer um espaço adequado para desgastar garras, entenda-se unhas. Pois é, diz a lei que haja “para cada galinha, pelo menos 750 cm² de superfície da gaiola, além de um ninho,

Espaço Saúde

Enf.º Márcio Santos

Infecções urinárias No Inverno, é frequente, esquecermo-nos de beber água em quantidade suficiente para repor as necessidades do organismo e para evitar, entre outras coisas, que possam aparecer infecções urinárias.

com a Proposta de Lei referida veio alterar de forma significativa os parâmetros para a agregação de freguesias. Quando o Livro, através de critérios basicamente quantitativos, assinalava um número bastante alargado de freguesias do concelho que não reunia critérios para se mantarem, sendo que esta Proposta de Lei vem impor a agregação de 10 freguesias. Estamos de acordo de que algo deverá ser feito neste âmbito, mas não através de uma imposição sem que para tal estejam definidas as principais regras de funcionamento das novas estruturas de freguesia. Dou como exemplo a falta de orientações sobre o seu novo modelo de financiamento. Até aqui todas sabiam com o que podiam contar ao nível do FFF (Fundo de Financiamento de

Freguesias), sendo conhecida a fórmula usada no seu cálculo. Por tudo isto, e porque estamos perante uma Proposta de Lei que impõe a agregação de freguesias com carácter obrigatório, iremos estar ao lado da quase totalidade das freguesias do concelho na rejeição desta mesma proposta. Esta Proposta de Lei vai ser votada na generalidade no parlamento, no próximo dia 1 de Março. Posteriormente, irá ser discutida na especialidade e estamos em crer que nesta fase irá colher contributos importantes, fornecidos pelos vários elementos que irão integrar a comissão que irá aprofundar a proposta, e todos esperamos que daqui irá sair uma Lei que venha a defender e a fortalecer o poder autárquico.

Entretanto a Câmara Municipal irá ser chamada a produzir uma proposta de agregação de freguesias que será discutida em Assembleia Municipal, cuja conclusão deverá ser apresentada ao parlamento. Também as Assembleias de Freguesia deverão produzir pareceres e sugestões a apresentar em Assembleia Municipal. Caso não se encontrem consensos, o Governo, através de uma “Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território” criada para o efeito e que funcionará como “órgão consultivo” na Assembleia da República, virá impor a reorganização que esta Unidade Técnica entender ajustada. A quase totalidade das freguesias do concelho, nas quais nos incluímos, continuam

a lutar para a manutenção das 29 freguesias como entidades administrativamente autónomas umas das outras, estando abertas para que se encontre um enquadramento legal e que regulamente a partilha de recursos entres elas. Estas freguesias, para já, só pensaram noutros cenários depois de esgotadas todas as vias e caminhos que levem à manutenção de todas elas. Deveremos estar atentos ao desenrolar dos acontecimentos e não nos podemos imiscuir de ir dando a nossa opinião, porque alterações irão haver e que terão reflexos na nossa vida futura. Não nos podemos esquecer que a reorganização administrativa consta no memorando da Troika e que foi subscrito pelos principais partidos políticos.

uma cama, poleiros e dispositivos adequados para desgastar as garras, que permitam aos galináceos satisfazer as suas necessidades biológicas e comportamentais”. Parece-me que se fossem exigidas gaiolas opacas, não vão as galinhas sentir-se intimidadas ao pôr ovos e a sentirem-se observadas pelas vizinhas. E desgastar garras, sem uns implantes de gel e uns desenhos bonitos de impressionar galos? Perante uma tal situação, creio que vale mais olhar as coisas com um pouco de humor, para ver se não fica ainda mais depenada a nossa esperança. Num país já de tanga, a que todos querem agarrar-se, pagar uma “pesada multa” é mais um rude golpe na nossa economia, que já não produz para pagar as dívidas. Mais triste ainda, é o facto de que tudo isto é por causa de galinhas e dos seus direitos, que os têm, como criaturas que são, e devem ser respeitados, mas torna-se insultuoso que em tempos austeros, como os que estamos a passar, haja quem continue a pensar mais nos direitos das galinhas que nos dos seres humanos.

O espaço exigido para dois galináceos é praticamente suficiente para uma pessoa ter um colchão e não ter que dormir enroscado debaixo de uma caixa de cartão numa qualquer entrada de um prédio. Um ninho, uma cama e poleiros para uma galinha, quando milhares de crianças têm apenas um pouco de nada para comer e famílias que as recusam depois de lhes terem acalentado a esperança com a ideia de uma adoção que as retirasse dos lares, mal menor, em que foram lançados por pais ou situações em que nunca foram amadas. Dispositivos adequados para desgastar as garras que permitam satisfazer necessidades biológicas e comportamentais para as aves, quando milhares de pais não pregam olho porque nas noites paira o espetro da pobreza total, onde se não encontram meios para dar educação ou cuidar da saúde destruída pela dor. Não vale a pena, bem o sabemos, estar a lamentar-nos ou censurar medidas europeias que, dada a situação, nos parecem inadequadas. Vale, isso sim, a ocasião para olharmos

os valores e princípios que esta sociedade vai impondo, porque são reais imposições, muitas delas desumanas. Dá para perceber que lá nos topos políticos da Europa ou do país, o ser humano e muitos dos seus direitos adquiridos vão sendo atolados no meio de filosofias economicistas e controladas pelos grandes grupos económicos. Assim sendo, e porque não temos grande capacidade de ação a nível local, talvez nos valha mais encurtarmos o olhar para horizontes mais curtos para reparar-nos nos mundos pessoais com que nos cruzamos diariamente. Quantas dores alastram e passam escondidas na aparência de rostos lavados e olhares despertos iludindo quem os olha sem ver o que o pestanejar oculta de angústia! Porque é mais fácil mostrar, exprimindo enganos, as alegrias, ainda que ilusórias, mas porque os seres humanos, mais que os animais e as plantas, têm direito à dignidade no que são e na vida que vivem. Verdade seja dita que o ser humano é o único que consegue criar condições para se ir, de muitos modos, autodestruindo.

Abrir os olhos para prestar um máximo de atenção àqueles que se angustiam e enchem de fome de pão e tristeza, se esvaziam de esperança e fé no dia de amanhã, enchendo-se, uma vez mais, de medo de não poderem dar aos filhos já crescidos, pequeninos, ou que simplesmente gostariam de poder gerar, a educação e as condições esperadas. Olhar e ver as dificuldades por que passam tantos irmãos nossos. Ter capacidade de abertura de coração para partilhar o pouco de pão, de esperança, ou de força que possa ainda preencher-nos. São desafios a que vamos ter que prestar atenção. Afinal, há em nós, em cada um, e em todos um pedaço grande, infinito talvez, de riqueza que podemos dar e partilhar. É com cada um que se constrói o todo, como é com o entusiasmo de cada um que se celebrará a vida longa de 800 anos da comunidade rica que somos e que precisa animar, bem mais ainda, o que nela há de vida e caminho feito já. Acreditar e fazer hoje, produz vida no amanhã.

A necessidade frequente e urgente de urinar acompanhada de ardor, micção em pouca quantidade e sensação de não conseguir esvaziar a bexiga são sintomas de uma inflamação deste órgão chamada cistite. Na maioria dos casos, resulta de uma infecção. É mais comum nas mulheres, devido a diferenças hormonais e à anatomia do sistema urinário feminino. Estima-se que metade das mulheres tenha, pelo menos, uma infecção urinária ao longo da vida. Em cerca de 25% das situações, volta a aparecer. No geral, o problema não é grave, mas pode causar dor

e grande desconforto. Já se a infecção se complicar e atingir o trato urinário superior, pode causar lesões permanentes nos rins. Deve recorrer a serviços clínicos se, além dos sintomas da cistite simples, sentir dores na zona dos rins, náuseas, vómitos e febre. Cerca de 90% das infecções devem-se às bactérias Escherichiacoli, que no geral, se encontram no intestino e recto. Migram do ânus para a uretra e depois para a bexiga. A anatomia da mulher favorece o processo: a uretra está mais próxima do ânus e é mais curta do que a masculina. Em metade dos casos, a

infecção pode desaparecer sem tratamento médico em dois ou três dias. Mas também pode demorar uma semana. Na hipótese de os sintomas não aliviarem após esse período deve consultar assistência médica. Pode ser necessário um antibiótico para diminuir a duração dos sintomas e combater a infecção e evitar complicações. Respeite os intervalos entre as tomas e siga o tratamento até ao fim. O uso incorrecto de antibióticos contribui para o aparecimento de bactérias resistentes aos fármacos, muito difíceis de combater. Algumas medidas simples

para prevenir: Higiene – Depois de ir à casa de banho, limpe a zona genital da frente para trás, para reduzir a contaminação com microrganismos presentes do ânus. Os anti-sépticos não são recomendados, pois podem alterar a flora vaginal protectora; Sexo – A seguir à relação sexual, é aconselhável urinar, para eliminar germes da uretra e bexiga; Água – Beber água em grande quantidade (durante todo o ano). Ingerir pelo menos 1,5L de água por dia. O artigo não está redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico


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Nota editorial

A presente edição contempla os números referentes aos meses de janeiro e fevereiro. Por motivos diversos, alguns dos quais relacionados com o registo do NF junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (logo que tenhamos mais dados sobre este assunto, daremos conta), não foi possível elaborar a edição de janeiro em tempo útil. Como tal, esta edição é também mais alargada, com mais quatro páginas do que o habitual, pois, apesar de haver menos uma edição, a informação não deixou de acontecer.

Trabalhos da Junta de Freguesia

Como habitualmente, deixamos aqui a indicação de alguns trabalhos executados pela Junta de Freguesia no decorrer do mês de Janeiro. - Trabalhos de limpeza de ruas nos lugares de Picoto, Várzeas e Arroteia; - Transporte e colocação de entulho (cacos) junto à fonte do Souto; - Preparação de rua no Picoto, e transporte de terras; - Transporte de tout-venant para a Arroteia; - Transporte e espalhamento de tout-venant nas Várzeas; - Limpeza no cemitério do Souto da Carpalhosa; - Arranjos nas escolas (Vale da Pedra); - Limpeza em rua na Chã da Laranjeira (Rua da Serrada) e transporte de uma carrada de toutvenant para a mesma; - Trabalhos de limpeza em ruas da Chã da Laranjeira, do Vale da Pedra, da Moita da Roda e da Marinha para preparação de alcatroamento; - Espalhamento de herbicida nos cemitérios; - Limpeza na Charneca do Nicho; - (…).

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Souto da Carpalhosa Agrupamento de Escuteiros 1112 celebra aniversário Como é tradição, o agrupamento de escuteiros do Souto da Carpalhosa celebrou mais um aniversário, no último fim-de-semana de Janeiro, promovendo o já tradicional festival de sopas. Este ano os escuteiros apresentaram ainda uma quermesse, pouco usual, de frutas e legumes. Partilhamos consigo alguns registos das comemorações. João Batista (fotos)


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Foi no cineteatro de Monte Real que, no passado dia 17 de Fevereiro, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, se reuniu com empresários e comerciantes num encontro vicarial. Numa fase delicada para o sector económico, empresarial e também social, este encontro teve por objetivo “promover a partilha de ideias e preocupações, reforçar a esperança e criar laços de comunhão” entre este sector e a Igreja. Durante o encontro, vários foram os testemunhos de empresários que procuram “refletir

Fotos: DIREITOS RESERVADOS

Monte Real Bispo reúne-se com empresários

e transpor os valores cristãos pessoais para a vida de empresário, empreendedor e gestor”. Um dos presentes afirmou a importância de “a economia estar ao serviço do homem e não o contrário”, referindo ainda que o reflexo de um dia de trabalho se vê em casa. “O trabalhador satisfeito, transporta isso para casa”.

Também um representante de uma empresa do sector da construção civil partilhou algumas das boas práticas levadas a cabo pelos colaboradores dessa mesma entidade. “Há uma preocupação da empresa com a solidariedade. Os funcionários disponibilizam uma pequena percentagem salarial que é canaliza-

da para causas sociais”, partilhou. Depois das partilhas, D. António Marto falou, num tom de proximidade e cumplicidade, junto dos empresários. “Demonstro o meu apreço pelo vosso empenho, trabalho e esforço pelo desenvolvimento”, disse. “Ser empresário é uma missão e uma vocação”, disse D. An-

tónio para mais de meio auditório que se focava nas suas palavras de ânimo. O bispo de LeiriaFátima chamou ainda a atenção para o contributo empresarial na “erradicação da pobreza, desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida”, e para o sentido de responsabilidade social da empresa, pois

“esta não pode ter apenas os interesses económicos”. Foi um pouco neste sentido que a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), também ali presente, apresentou o Kit AconteSER, um conjunto de boas práticas para uma liderança responsável. “Há uma necessidade de consciência das boas práticas, como por exemplo, pagar a fornecedores a tempo”, afirmou um dos associados. Ângela Duarte

Testemunho Ser empresário cristão hoje A propósito de um encontro para empresários cristãos no Cineteatro de Monte Real, dei comigo a fazer uma reflexão e como não podia deixar de ser, a reler o pensamento da Igreja, expresso sobretudo nas várias encíclicas publicadas desde Leão XIII a Bento XVI. Nelas se projeta “uma profunda reflexão teológica”, uma espiritualidade, uma ética do trabalho e se encontram muitas respostas para as questões sociais que se colocam hoje, sobretudo ao empresário cristão. A Doutrina Social da Igreja assenta sobretudo na defesa intransigente da dignidade da pessoa humana e na família, na “justiça e bem comum”, como afirma Bento XVI na encíclica “Caridade na Verdade”. Num simpósio realizado em junho de 2011, D. António afirmava que “onde Deus

desaparece o homem cai na escravidão da idolatria.” Na verdade, que melhor ilustração para a realidade de muitas empresas hoje? A ausência de valores cristãos nos relacionamentos, na tomada de decisões e na gestão dos recursos humanos não leva efetivamente à escravidão? Na sua exortação pastoral para o ano 2011 “Brilhe a vossa luz diante dos homens” (MT 5,16), afirma a certa altura que “estamos a viver uma certa cultura do desencanto, de crise de confiança na vida, na bondade da vida e do mundo”. Eu atrevome a acrescentar que estamos a viver o desencanto da política, dos governos, das leis injustas e de uma Europa em decadência. A crise que vivemos “é a ponta do iceberg de uma outra mais profunda que é de ordem dos valores e de défice de

espiritualidade” como afirma no mesmo documento. O que pode distinguir o gestor cristão? António Pinto Leite, da Associação Cristã de Empresários e Gestores, diz que no centro da ética do empresário cristão “tem que estar o amor ao próximo”. É, no fundo, o contraste com a cultura dominante do marcado pela obsessão do lucro. Obter lucro, querer mudar de vida, fazer crescer o negócio ou produzir riqueza não são atitudes incompatíveis com o empresário cristão. O que se torna incompatível é o enriquecimento com dolo, trapacear o trabalhador, o cliente ou fornecedor, exigir tudo aos outros a troco de nada ou de muito pouco. A empresa, pequena ou grande não é uma ilha isolada. Ela está inserida numa comunidade, numa interdependência entre clientes, fornecedores e

trabalhadores. Quanto melhor forem esses relacionamentos maior possibilidade estão criadas para o êxito. Ser gestor cristão significa fazer a diferença positiva, isto é, não basta evitar mentir, roubar mas é preciso ir além; produzir bens ou serviços de qualidade, ajudar a eliminar a pobreza, promover o bem-estar no ambiente de trabalho e ser “colaborador do projeto da criação”. Trata-se de introduzir um código de ética nas nossas empresas, como nos propõe a Associação Cristã dos Empresários e Gestores, estas devem ser vistas como “uma comunidade humana” onde se aposta na promoção do “ bem comum”. Dizem os especialistas que a economia tem necessidade de ética porque sem ela torna-se selvagem. Luiz Ginja


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Como é do conhecimento geral, a nossa freguesia e paróquia estão a comemorar os 800 anos. Orgulhem-se de pertencer a uma freguesia que tem apenas 60 e poucos anos a menos do que Portugal. Para bem assinalar esta data, gostaríamos de poder contar com todos vós, em todos os eventos que estamos a tentar organizar para celebrar esta data. Para isso toda a colaboração é importante. Pedimos a quem tiver algo sobre a freguesia, junta ou paróquia e que nos pudesse facultar, seria um contributo importante. Por exemplo: um livro, uma fotografia, um fato, qualquer utensílio é bem-vindo para a realização de uma exposição que, a ser possível, terá lugar na sede da Junta de Freguesia. Agradecemos desde já, A Tesoureira, Eulália Crespo

800 anos Concurso de fotografia Como foi anunciado na última edição, a freguesia e a paróquia estão a comemorar o 800.º aniversário. As iniciativas para assinalar a data serão várias e irão decorrer ao longo de 2012. Para já, está previsto um concurso de fotografia que pretende envolver a freguesia na captação dos melhores registos do Souto da Carpalhosa. O regulamento vai estar disponível nos websites e páginas de redes sociais da freguesia e paróquia. Esteja atento e participe!

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800 anos: Colabore! Você faz parte da história

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Souto “Desabafos” de Albino de Jesus Silva

Fotos: PEDRO JERÓNIMO

Quem é o LINO e porquê este nome?

Em janeiro, no dia 22, a Junta de Freguesia abriu portas para a apresentação do livro “Desabafos – 50 anos no 93”, de Albino de Jesus Silva. Natural do Souto da Carpalhosa, Lino, como é conhecido por muitos, apresentou a sua segunda publicação. Depois de um livro inspirado na sua terra natal, surge agora uma compilação de poemas que relatam muito da sua história, principalmente a sua vida no país que o acolheu como emigrante, França, sem nunca esquecer o país que o viu nascer. O presidente da Junta de Freguesia, José Carlos

Gomes, fez as honras enaltecendo a veia poética do autor. Perante a assembleia, Albino Silva começou por agradecer ao povo português, de um modo genérico, pela “fortaleza em manter a liberdade de expressão”. Recordou tempos idos e a sua experiência enquanto emigrante, e como viveu “a luta pela emigração”. “Eu fui vendido a França a troco de canhões… e como eu, muitos”, disse. Esta segunda obra retrata, tal como se intitula um dos seus poemas, “Meio século no 9-3”, e como uma parte de si nun-

ca deixou o seu país. Elaborado junto da comunidade portuguesa em França, este livro foi, também por isso, primeiramente apresentado no país que o acolheu desde os anos 60. Mas, e como o autor afirmou, nunca se despegou do Souto da Carpalhosa, trazendo o livro até nós. “Não falo de política nem de religião”, refere, mas sim reúne ali muitas das suas inspirações, inclusivamente, as de adolescente. Como o autor afirma, “são poemas da nossa ruralidade”. “A poesia é um passatempo, vem por inspiração”,

disse. Apesar da pouca escolaridade, é um apaixonado pelas palavras e pela escrita. Hoje, reformado, e após estas duas publicações, outras tantas estão “a ser cozinhadas”: a sua biografia e a continuidade de histórias da nossa terra. O livro encontra-se disponível para venda na Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa, pelo preço de 10 euros. Aquando a apresentação, o autor cedeu 50 livros, sendo que a receita dos mesmos reverterá a favor de obras sociais para a freguesia. ÂD

Por confusão de seu pai da inscrição no registo civil! Esquecimento, chamou-lhe Albino; só o recordou quando de regresso a casa ouvira a esposa e os outros filhos chamarem Lino ao bebé. De qualquer modo, ficou sempre Lino para todos da família, entre vizinhos e amigos, com as outras crianças com quem crescerá e convive. Natural do Souto da Carpalhosa – Leiria, desde 1945; frequentou o Externato Paroquial onde fez a 4.ª classe. Aos dez anos a precaridade dos seus pais não permitiu que continuasse a estudar, ingressou na construção civil clandestinamente aos 12 anos, trabalhou nas obras de construção do novo Liceu de Leiria. Em 1963 emigrou para França, no dia em que completava 18 anos trabalhou em diversas empresas de construção até fundar a sua, em 1989. Em 2005 aposentou-se. Passa agora o tempo divertindo-se com canetas e papel, escreve uns poemas à sua maneira, tendo já publicado um livro com histórias referentes à sua terra natal”.


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“O reforço da coesão nacional, a melhoria da prestação dos serviços públicos locais e otimização da atividade dos diversos entes autárquicos constituem objetivos prioritários do Governo”. É assim que começa a exposição de motivos da Proposta de Lei n.º 44/XII que anuncia a reforma na administração local, a qual, tendo por base a “necessidade de adoção de um novo paradigma de gestão pública local, pretende dar resposta quer à atual conjuntura económica e financeira, quer às novas exigências colocadas aos poderes públicos locais (…)”. Esta mesma proposta vem assim alterar vários dos pressupostos que o Livro Verde da Reforma Administrativa,

Opinião do leitor

David da Piedade Ferreira

Redução de freguesias: da dificuldade à oportunidade A agregação de freguesias não deve ser vista como um somatório de áreas, de habitantes e muito menos de votos. Uma freguesia agregadora deve ser aquela onde se encontram afinidades culturais e históricas, ou seja, de identidade. Um dos argumentos usados pelo Governo para a revisão do mapa autárquico prendese com uma administração territorial imutável há mais de 150 anos. De facto, o País não é de todo o mesmo daquela altura e temos todos a obrigação de adequar uma nova organização do território às exigências das populações. Basta pensar nas transformações radicais das últimas décadas, alcançadas pelos investimentos em infra-estruturas e que decorreram do bom aproveitamento feito, pelos autarcas, dos fundos comunitários. As vias de comunicação encurtaram as distâncias facilitando a mobilidade das populações com naturais impactos na própria organização do Estado, seja ela ao nível local ou central. Mas também sabemos que as alterações que vão acon-

ARQUIVO

Souto da Carpalhosa Redução de freguesias à vista

publicado no segundo semestre de 2011, apontava como sendo o caminho na reforma da administração local (veja “Abertura” na página 2), uma resposta à imposição da Troika no que respeita à redução do número de freguesias. A apresentação do documento verde tinha por base

critérios que levaram, desde cedo, ao debate público esta mesma reestruturação, por todas as freguesias do concelho. Perante o cenário futuro de extinção, várias freguesias procuraram encontrar uma solução, como fora o caso do movimento para a criação da “freguesia Vale do

Lis” – junção das freguesias da Carreira, Monte Real, Carvide, Ortigosa e Amor. Contudo, a Proposta de Lei agora aprovada em janeiro coloca em causa cenários que se podiam adivinhar futuros. No que respeita à freguesia de Souto da Carpalhosa, a sua permanência enquanto

freguesia está garantida, conforme os critérios da Proposta de Lei. Todavia, poderá ver a sua geografia alterada, caso se verifique uma fusão de freguesias. Consulte os documentos e mais informação adicional em http://autarquiadigital.com.

tecer a este nível são mais induzidas pela ‘troika’ do que uma convicção nacional, isto apesar do anterior Governo ter lançado o Livro Verde da Reforma Administrativa e dos recentes casos de agregação bem sucedidos de freguesias nas cidades de Lisboa e da Covilhã. Recentemente, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que estabelece as regras para a redução do número de freguesias. Esta proposta de lei consagra “a obrigatoriedade da reorganização administrativa do território das freguesias” e dá início ao “processo de reorganização administrativa do território dos municípios, desde já se incentivando a sua fusão”. Existem actualmente 4.259 freguesias e deverão ser extintas cerca de 1.500, segundo as contas do Governo, através de um processo de agregação em que são atribuídos incentivos financeiros às freguesias que se agreguem. O novo Diploma define oito princípios para a reorganização administrativa territorial autárquica, dos quais destacaria o primeiro. “Preservação da identidade histórica, cultural e social das comunidades locais…”. Ou seja, segundo o próprio executivo qualquer alteração tem que respeitar esta realidade sem que isto comprometa o que referi inicialmente. Aliás, foi com alguma preocupação que assistimos recentemente à divulgação de um suposto “estudo” que juntava 5 freguesias. Numa matemática desenfreada, lança a ideia de

uma “superfreguesia” no Norte do Concelho como um primeiro passo de um futuro município. Aquele documento, cujos autores não se identificaram inicialmente, demonstra um total desconhecimento do estado actual do distrito de Leiria induzindo em erro toda a população. Na minha opinião, no espírito do legislador está a redução do número de freguesias e municípios e não a criação de “superfreguesias”. Jorge Martins, professor de geografia, e autor de um segundo estudo, traçou diversos cenários de agregação, renomeando a quase totalidade das freguesias do nosso concelho.

Seja como for, ambos são contributos interessantes e merecedores da nossa total atenção, mas ambos estavam errados no momento: basearam-se num documento consultivo do anterior Governo e não no projecto de lei aprovado em Conselho de Ministros. Sou um defensor da identidade histórica. A agregação de freguesias não deve ser vista como um somatório de áreas, de habitantes e muito menos de votos. Uma freguesia agregadora deve ser aquela onde se encontram afinidades culturais e históricas, ou seja, de identidade. Este processo de agregação não será simples, será um caminho difícil que teremos que percorrer num curto espaço de tempo. Sempre que aplicável, julgo que o caminho mais correcto será o de agregação das freguesias pelas freguesias de origem. Este processo deve ser iniciado rapidamente pela Câmara Municipal, criando um grupo de trabalho multipartidário, que com uma visão global do Concelho, teria como objectivo conciliar a vontade das populações procurando um equilíbrio entre as futuras freguesias. Num olhar sobre o norte do Concelho de Leiria, Monte Redondo deveria agregar-se com Coimbrão e Bajouca, Souto da Carpalhosa com Ortigosa e Carreira, Monte Real com Carvide e Milagres com Bidoeira de Cima. Numa análise numérica de habitantes, embora não seja adepto destas perspectivas, entendo que deva existir algum equilíbrio e este cenário consegue um equilíbrio em termos populacionais. As novas fregue-

sias ficariam com dimensão populacional semelhante: Milagres com 5.400 habitantes, Monte Real 5.800, Souto da Carpalhosa 7.000 e Monte Redondo 8.100. A nova freguesia do Souto da Carpalhosa, teria diversos equipamentos essenciais a uma grande freguesia, uma escola do 2.º e 3.º ciclo, dezenas de clubes e associações, uma estação de caminhos-deferro, uma agência bancária, bombeiros, dois pavilhões polidesportivos e uma mata nacional geradora de importantes recursos financeiros. Importa neste momento dar a conhecer aos habitantes da Ortigosa e da Carreira que juntos seremos maiores, mais fortes, mais unidos, mais freguesia. Não podemos deitar fora, ou esquecer uma história de 750 anos em conjunto, não devemos ignorar as nossas origens. Actualmente temos um Projecto de Lei, que deverá ser aprovado na Assembleia da República, mas que poderá sofrer pequenas alterações. Estas possíveis alterações poderão mudar o cumprimento ou não dos critérios de uma ou outra freguesia. Em suma, este é o momento de transformar uma aparente dificuldade numa oportunidade de refazer o nosso mapa das freguesias, criar um equilíbrio entre elas de modo a garantir que no futuro, a médio e longo prazo, toda a gestão autárquica seja o mais eficaz e eficiente possível.

Este processo de agregação não será simples, será um caminho difícil que teremos que percorrer num curto espaço de tempo.


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com Reforma da Administração Local Objetivos e Princípios da Proposta de Lei n.º 44/XII O artigo 2.º da Proposta de Lei n.º44/XII define os objetivos da reorganização administrativa territorial: a) Promoção da coesão territorial e do desenvolvimento local; b) Alargamento das atribuições e competências das freguesias e dos correspondentes recursos; c) Aprofundamento da capacidade de intervenção da junta de freguesia; d) Melhoria e desenvolvimento dos serviços públicos de proximidade prestados pelas freguesias às populações; e) Promoção de ganhos de escala, de eficiência e da massa crítica nas autarquias locais; f) Reestruturação, por agregação, de um número significativo de freguesias em todo o território nacional, com especial incidência nos lugares urbanos. Obedece aos seguintes princípios, conforme definido no artigo 3.º: a) Preservação da identidade histórica, cultural e social das comunidades locais, incluindo

Opinião do leitor

Armindo Bento

A propósito do movimento para criação da freguesia “Vale do Lis” Caracterizaram-se as civilizações mais marcantes da história, por uma forte participação autárquica. Os gregos criaram a cidade-estado ou polis. Os romanos, o municipium. Os primórdios da nossa própria história são também eles altamente influenciados pelo municipalismo, sendo os municípios, praticamente as únicas estruturas minimamente organizadas no país e os seus mais antigos centros de poder. Até que a burocracia e o parasitismo, nomeadamente aquando do aparecimento do estado corporativo, deram origem à exploração vergonhosa das populações locais. Apareceram então os almoxarifes das comarcas, os siseiros, os rendeiros de sisas, etc., os quais num abrir e fechar de olhos, desataram a cobrar impostos, para que fosse possível alimentar essa massa de gente ociosa que vivia em Lisboa. Estava dada a primeira machadada num tipo de poder que pela sua representação popular e pro-

a manutenção da anterior denominação das freguesias agregadas, nos termos e para os efeitos previstos no presente diploma; b) Participação das autarquias locais na concretização da reorganização administrativa dos respetivos territórios; c) Universalidade do esforço e flexibilidade no desenho de soluções concretas de reorganização administrativa territorial autárquica; d) Obrigatoriedade da reorganização administrativa do território dos municípios; e) Estímulo à reorganização administrativa do território dos municípios; f) Ponderação do elemento demográfico, estabelecendo referências mínimas e máximas para as novas freguesias.

ximidade às populações, mais se adequava à defesa dos seus interesses. Nos tempos modernos, esvaziada que foi a influência dos municípios, o Estado presenteou-nos com um número infindável de instituições, desconcentradas dos respectivos órgãos centrais, espalhadas pelas ruas das cidades num claro desperdício de meios, às quais denominou, pomposamente, como a sua administração periférica. Vem isto a propósito da imposição da tristemente famosa “troika”, no sentido do redimensionamento das nossas autarquias. E se, efectivamente, há correcções a fazer, devido a más opções feitas no passado, nunca o seu número poderá atingir as tais 1200 ou 1400 freguesias de se fala. No que se refere ao concelho de Leiria, o qual conheço muito bem, dá-me a impressão que, se as juntas de freguesia mantiveram a sua intenção em manter tudo como está, posição esta muito louvável, têm as populações todas as razões para, tranquilamente, aguardarem por um fim feliz para os seus anseios. Numa outra encarnação, desempenhei uma série de cargos, quer na Freguesia do Souto da Carpalhosa, na qual fui durante oito anos seu presidente da Junta de Freguesia e três membro da sua Assembleia, quer na Assembleia Municipal de Leiria, onde durante onze anos fui deputado municipal. Nesse espaço de tempo tive o privilégio de ver nascer as freguesias da Chaínça e da Carreira. Neste último caso, tive até

a honra de, na Assembleia Municipal, fazer uma das primeiras, senão a primeira intervenção, de saudação e regozijo pelo objectivo alcançado. Recordo-me perfeitamente da alegria que as numerosas delegações das novas freguesias manifestaram nesses momentos. Tudo isto para dar conta da minha indignação pelo acolhimento que está a ser dado a uma proposta feita, por parte dum grupo de tecnocratas, que de história nada percebe e de economia, se calhar para mal dos nossos pecados, também não. Como o que nasce inquinado só pode gerar “más ideias”, tenho acompanhado, com a curiosidade do cidadão anónimo que já tem uma dose de “má política” para o resto da sua vida, o aparecimento dum movimento, tendente á eventual criação duma denominada freguesia de “Vale do Lis”. Acabei por não perceber se este movimento pretende criar uma freguesia, ou se pelo contrário, quer descriminar negativamente a freguesia do Souto da Carpalhosa. Como sou um homem de contas, comecei a fazê-las. E não é que não consegui compreender porque é que se pretende criar uma freguesia, com a área de 66, 27 Km2 e cerca de 14.000 habitantes e deixar outra, ali mesmo ao lado, com 30,32 km2 e cerca de 4.000 habitantes. Será que o pacífico povo do Souto da Carpalhosa padece de alguma doença contagiosa, a qual porventura desconheça?

Fui ler o Artº 28º da Lei 169/ 99, com a redacção que lhe deu a Lei 5-A/2002 “Funções a tempo inteiro e a meio tempo”, e o que lá li deixou-me preocupado. Segundo as últimas notícias, a agregação (que raio de termo!) das freguesias terá de ser efectuada até Julho, contados 90 dias mais 15 de tolerância, após a saída da lei. Ao que parece, os municípios serão os responsáveis pela feitura do monstro e, caso abdiquem dessa prerrogativa, competirá a uma comissão técnica(!) que funcionará junto da A.R., tal desiderato. Quem conhece o país e os responsáveis do mesmo, está mesmo a ver que as assembleias municipais, na sua generalidade, irão declinar este simpático convite, ou, em última análise, chutá-lo para os presidentes de Junta de Freguesia, membros (por enquanto!) das mesmas, o que será bonito de se ver. Claro que o processo irá parar a essa tal comissão técnica. Dizia-me na década de noventa um alto responsável autárquico que, se não quisesse levar por diante uma qualquer iniciativa, criasse uma comissão. E as coisas são assim mesmo. De qualquer das formas, se porventura chegarmos ao dia D, apesar da descrença que tenho nesta gente, não posso acreditar que a solução apresentada pelo tal movimento tenha qualquer viabilidade. Haverá sempre um mínimo de bom senso. Na sala principal da sede da Junta de Freguesia do Souto da Carpalhosa, estão expostos quadros com as

Freguesias actuais do município de Leiria

fotografias dos Presidentes de Junta da mesma, das últimas décadas. Lá se encontram Homens (com H grande!) originários da Ortigosa e da Carreira, facto que muito nos honra. Reafirmo uma vez mais, que gostaria que tudo continuasse como está. No entanto, se porventura tivermos que nos agregar, o que deverá querer dizer “tornarmo-nos gregos”, desejo pois que aquelas freguesias regressem ao Souto da Carpalhosa e que o façam de vontade própria, com total liberdade e sem quaisquer constrangimentos, pois ninguém é dono da vontade alheia. E nem sequer me preocupa que o seu presidente seja Pedro ou Paulo e a cor do vencedor, preta, branca ou amarela, pois acho que a partidarização que foi feita das autarquias é uma usurpação vergonhosa. Quanto a ele, futuro presidente, apenas desejo que seja justo, competente e honesto e defenda os interesses dos seus cidadãos e que nesta fase, tenha “boas ideias”. Há alguns princípios fundamentais que, no meu entender, terão de ser respeitados, como sejam o da aproximação dos serviços às populações, o da desburocratização, o da racionalização de meios, o da melhoria qualitativa e quantitativa do serviço prestado e o da garantia da participação dos cidadãos. Mas isso já não me diz respeito. Saúde e paz para todos nós!


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opinião notíciasdafreguesiadejaneiroefevereirode2012

DaTerra

Carlos Duarte

Greve O grande acontecimento de Janeiro foi a substituição do secretário-geral do CGTP, a grande organização sindical e que consegue mobilizar os trabalhadores para as causas que os dirigentes da CGTP definem como objectivo. Tenho ouvido diversos comentadores dar valor a este movimento, e justificam que o grande contributo da CGTP é organizarem os descontentamentos e dispersarem na rua a revolta que cada um de nós sente pelas dificuldades que a recessão nos provoca. Mas esta é a hora das contas. Vivemos tempos difíceis, tanto para quem tem rendimentos (seja eles de trabalho, prédios, capitais) como para quem nada tem. Uns e outros, cada um de

Opinião

Albino de Jesus Silva

Louvados sejam! A paróquia e a freguesia do Souto festejam conjuntamente aniversário. E lógico e bem entendido, sabendo que antigamente as freguesias viviam sob regência paroquial até que a separação administrativa civil da religiosa surgisse num decreto de lei da República em 1911. As nossas, paróquia e freguesia, comungam as mesmas origens, por conseguinte mantém a mesma identidade oriunda do tempo Afonsino e sucessivas dinastias monarcas extintas em 1910. Não sei que nome davam as paróquias no século XII, no entanto sabemos que era o território atribuído pela corte a um abade, que por sua vez administrava e deles os povoados componentes deveria apresentar contas ao bispado pertencentes! Não sabemos, ninguém sabe em que data nasceram a nossa paróquia e freguesia. Sabemos, porém, que fora D. Afonso Henriques o primeiro e corajoso rei que deu legitimidade de as fronteiras da nossa querida Pátria - Portugal. Reza a nossa história que fora ele a tomar as iniciativas

nós, têm agora muito em que pensar. Os que nada têm, que não sabem como alimentar a família no dia seguinte. Os outros, com medo de perderem a fonte de sustento, e com receio de passar ao grupo dos que nada têm. E o que diz a CGTP – agora é tempo de fazer greve. Concordo. É tempo de fazer greve às palavras: “impostos”, “redução”, “contestação”, “dívida”, “desastre”, “crise”. Gostei da greve dos dirigentes europeus à iniciativa alemã de nomear um comissário europeu para gerir a cobrança de impostos na Grécia. Gostei da greve à mentira quando o presidente do Sporting veio divulgar que o clube está em falência técnica. Gostei da greve à vaidade do presidente do Banco BPI que assumiu o prejuízo que o banco registou em 2011. Gostei dos trabalhadores dos transportes públicos que fizeram greve à greve decretada, e foram trabalhar, vindo depois a CGTP justificar que a fraca adesão foi porque os trabalhadores já estão em luta há

longo tempo – eu traduzo (nos últimos meses fizeram demasiadas greves) – e queixando-se ainda que as direcções das empresas tinham pressionado os trabalhadores para não aderirem à greve, e que assim não estavam a fomentar o interesse dos trabalhadores e da sociedade. Não presenciei, mas ouvi na rádio os responsáveis das empresas alertar para os prejuízos que tal greve traria para as empresas e para os utentes. Como essas empresas são públicas, quer dizer que tais prejuízos seriam depois pagos por todos nós. Pela minha parte, agradeço a quem foi trabalhar. Uma grande manifestação ao Sábado não é o mesmo que uma greve. Estou principalmente contra uma greve que não seja convocada para a totalidade de uma organização ou que não seja convocada para dias completos. É uma vergonha que 5% dos trabalhadores possam bloquear a actividade de todos os 100% numa organização (por exemplo quando os condutores da

CP marcam greve das 06h00 às 10h00). É uma tristeza. Parece-me que os trabalhadores já estão mais conscientes que não podem prejudicar a empresa, sob o risco de perderem o emprego – mesmo os funcionários públicos. Tenho a certeza que, apesar do actual gigantesco desemprego, e das muitas pessoas que aceitam qualquer trabalho a qualquer preço, todos os “patrões” sabem que trabalhadores motivados produzem mais e cometem menos erros, e que a formação e adaptação de um novo trabalhador ao posto de trabalho custa muito dinheiro à empresa, pelo que tentam segurar os bons trabalhadores na organização. Vamos trabalhar, sem perder tempo, vamos investir o nosso tempo em actividades produtivas. Vamos fazer greve ao combustível e vamos a pé nas pequenas distâncias. Vamos fazer greve à televisão e vamos passear para os jardins e parques. Votos de boa saúde.

bater-se com os mouros (em nome de Deus para bem do seu povo), conquistar-lhes os terrenos que ocupavam e correndo com todos os que não quisessem converter-se as suas ideologias! ... Grande homem... (era um rei, não era um democrata)! Do norte para o sul, à medida que ia avançando pedia aos monges guerreiros que o acompanhavam a nomeação dum representante das diferentes ordens que ficasse em auxílio às povoações que aos poucos se constituíam. Ora, a história diz que passou pelas nossas terras direcção a Leiria nos anos 1143/45 ano em que mandou reconstruir o castelo onde viveu e nele organizou as suas forças militares para prosseguir as conquistas de Santarém, Lisboa e por aí seguidamente. Entretanto, e para o mantimento dos terrenos que havia já conquistado mandou construir o lindíssimo mosteiro de Santa Cruz, alojamento destinado ao bispado de Coimbra ao qual pertenceu a nossa paróquia cinco séculos e do qual nos separaram no início do século XVII. Não foi ao pároco nem os povos do Souto que pediram separação. Aconteceu durante a dinastia Filipina com muitos controversos, que por ordem dum bispo leal amigo de Filipe I modificou a gerência dos territórios e separou-nos deste bispado, o mesmo bispo que desmembrou do Souto a fre-

guesia de Monte Redondo e depois fugira para a Espanha onde morreu, aquando ocorreu a restauração de Portugal em 1640. Não há dúvidas, que nós, paróquia e freguesia do Souto vimos de muito longe; bom seria que os investigadores e historiadores de competência, tanto eclesiásticas como do lado civil, consoante as suas capacidades nos desfizessem destes incógnitos e nos tornassem conhecidas tantas e tantas maravilhas às quais pertencemos. A nossa paróquia dispõe provas reais desse longinquo tempo, e eu sou testemunho. Recordo da minha infância, no meu tempo escolar quando os reverendos Cónego Geraldo e o Pe. Patrão tanta vez me pediram para os ajudar em pequenos trabalhos onde as mãos duma criança eram mais acessíveis que o peso duma pessoa adulta, na limpeza que frequentemente procediam às antigas imagens dos santos (reformados) alojados por detrás do altar-mor da nossa igreja, as do Santíssimo Salvador, a Senhora da Conceição, S. Miguel e outros cujo nome não me lembro. Segundo o Sr. Cónego Geraldo algumas destas imagens datam do século XIV, e isso seria importante dar conhecimento. Mais ainda, a nossa identificação longínqua passa também pelas bandeiras monárquicas que demoram nos gavetões da nossa igreja. Duvido muito que hajam exemplares desta qualidade

na Sé de Leiria ou mesmo em arquivos municipais... ... São lindíssimas, tanto a branca (conhecida d’alguns paroquianos por bandeira rica) que vem da dinastia de Avis, bordada em filigrana dourada escudo e coroa sobre tecido de linho cor de pinhão tecida à dimensão de mais de metade da sacristia actual, tal como a mais recente azul e branca referente a dinastia Brigantina igualmente lindamente bordada a coroa e escudo! Se bem que a monarquia nada representa actualmente, nós já pertencemos, essa que biograficamente nos enriqueceu faz parte da nossa história. Razão pela qual tanto se falou num museu paroquial há uns tempos atrás, mas não fora entendido! Tenhamos agora essa dignidade. 800 anos, motivo ímpar para mostrar quanto vale a nossa terra historicamente, o que somos, o que fomos e donde vimos! Formulo daqui os meus votos para que o Souto da Carpalhosa, a sua paróquia e a junta de freguesia mostrem à Diocese, ao Concelho, ao Distrito e a Nação, que merecemos todo o respeito pelo espaço territorial por nós ocupado. Parabéns pela iniciativa tomada, e as melhores prosperidades à jovem antiguidade que formamos. Sempre do Souto, Albino de Jesus Silva

Uma crónica de vez em quando... Orlando Cardoso

Um grande aniversário Um aniversário que se preze tem de ser festejado condignamente, quer seja o nascimento de uma pessoa, um acontecimento ou um monumento do nosso património. Aliás, muitas outras festividades são comemoradas porque todos os festejos são um prazer. A nossa terra, o nosso lugar, está de parabéns. Poucas são as povoações da nossa região que poderão comemorar 800 anos de vida num país cuja nacionalidade leva apenas mais 68 anos desde o ato fundador de Zamora em 1143. A nossa história identifica-se, portanto, com o princípio da história portuguesa, com as convulsões sociais, políticas e militares que a região atravessou, incluindo séculos na posse do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em boa hora vamos comemorar o nosso oitavo centenário. Trata-se de uma excelente oportunidade para conhecermos melhor o sítio onde nascemos, onde crescemos, onde pela primeira vez amámos e onde, porventura, ficaremos para sempre. A Junta de Freguesia, como representante da população, será certamente o motor destas comemorações fundamentais para o fortalecimento da nossa identidade e, não o podemos esquecer, das freguesias vizinhas que estiveram durante séculos ligadas ao Souto. Esperemos, pois, que a organização das comemorações corresponda à importância de 800 anos de história. Certamente serão diversificadas as atividades a desenvolver. Apoios não faltarão, certamente. Pela minha parte será uma honra colaborar dentro das minhas possibilidades.

orlandocardososter @gmail.com Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.


sociedade, cultura & educação notíciasdafreguesiadejaneiroefevereirode2012

Moita da Roda “Caça” aos chícharos

O que é? O chícharo, do latim Cicer, é uma planta leguminosa anual, cujas raízes se adaptam perfeitamente a terrenos calcários e pobres das serras, não sendo necessário grandes cuidados com o amanho da terra. O seu aspeto e sabor assemelham-se a um mistura de tremoço e grão-de-bico. Embora a sua origem seja discutível, pode considerar-se como segura o seu primeiro aparecimento no Mediterrâneo Oriental: Grécia,

Turquia e Síria de onde se expandiram, com relativa rapidez, para os diversos países dos cinco continentes habitados. Tendo entrado em Portugal pelo SuI, foi trazido para as Beiras pelas populações nos seus movimentos sazonais. O chícharo foi sempre sinónimo de pobreza e rudeza, considerado a “carne dos pobres”. Teve um papel importante na alimentação nomeadamente nos anos 30 e 40, sobretudo no SuI do país e Beiras, no qual as populações pobres baseavam

Fotoreportagem Carnaval na Escola EB1 Chã da Laranjeira Fotos: DIREITOS RESERVADOS

Fotos: DIREITOS RESERVADOS

No dia 11 de fevereiro, a Associação de Caça e Pesca do Souto da Carpalhosa, promoveu um jantar de chícharos. A iguaria não é de consumo muito usual na nossa freguesia. Contudo, nas regiões serranas o chícharo é um acompanhamento que não se dispensa à mesa. A curiosidade de muitos levou a que os caçadores organizassem um jantar em que o chícharo acompanhou bacalhau e javali. Com a casa cheia, houve ainda espaço suficiente para um pézinho de dança ao som de Toninho Carvalho. Partilhamos aqui consigo alguns registos dessa noite.

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as suas refeições. A classe rica alimentava com estes leguminosos os animais bovinos e caprinos. Apesar da sua relativa riqueza em lípidos, hidratos de carbono, fósforo e potássio, quando generalizado a toda a população, começou a ser acompanhado de carne e peixe. Hoje, apesar de não ser amado pelos jovens, aparece, como valorização de um produto tradicional, nomeadamente na estação fria, em prestigiados restaurantes ou nos diversos festivais de gastronomia.

Pré Souto da Carpalhosa Os trabalhos dos meninos Nós, os meninos da Pré do Souto da Carpalhosa, andámos a brincar com as palavras… Inventámos poemas, fizemos cartazes e uma árvore (na foto, à esquerda), com palavras penduradas, já alusivas à época do Carnaval que se aproxima! Esperemos que gostem! Beijinhos dos meninos e da Educadora


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humor, educação & opinião notíciasdafreguesiadejaneiroefevereirode2012

Projeto Comenius “Holidays in Europe”

A época de aperto de cinto a que muitos já se habituaram, tem levado a que muitos bens sejam colocados à venda. Na Marinha (Vale da Pedra) uma placa informa que, além de um lote, algo se vende. Será do novo acordo ortográfico ou uma troika que nos corta no abecedário?

Opinião

Gastão Crespo

Galinha gorda por pouco dinheiro Quantas vezes já se arrependeu de ter comprado alguma coisa que parecia ser um grande achado? Na hora de comprar seja o que for convém ter em conta a primeira regra do consumidor inteligente: o barato sai caro ou como diz o

Opinião do leitor

Luiz Ginja

Barrigas de aluguer? Abordar temas mais controversos e fracturantes da nossa sociedade é sempre arriscado, sobretudo quando não se tem conhecimentos abalizados. No entanto, julgo ser um dever cívico da qualquer cidadão manifestar a sua opinião e mais premente se torna quando verificamos alguns fazedores de opinião que representam uma minoria mas com muito acolhimento na comunicação social, imporem à sociedade formas e conceitos que muito pouco têm a ver

No âmbito do Projeto Comenius, intitulado Holidays in Europe, do qual a Escola E.B. 2,3 Rainha Santa Isabel – Carreira faz parte, os alunos Gonçalo Reis, João Serrano e Rodrigo Simões, da turma 9.ºB, estiveram em Hajnówka, na Polónia, de 11 a 17 de Fevereiro a representar a escola. Em conjunto com mais alunos de seis países: Alemanha, Holanda, Finlândia, Itália, Polónia e Eslováquia, foram apresentados na escola “Liceum Ogólnoksztalcace im. M. Sklodowskiej-Curie” trabalhos subordinados ao tema “Eco-turismo”, que os alunos

do Clube Comenius desenvolveram para apresentarem neste encontro.

ditado: “Não há galinha gorda por pouco dinheiro”. Conta-se que, em devido tempo, um comprador foi a uma feira com o intuito de comprar uma galinha, depois de algumas voltas à feira para comparar os preços optou por um feirante que estava a vender as galinhas mais gordas a metade do preço, sem pensar comprou logo duas galinhas. Ao chegar a casa matou as galinhas. Para seu espanto, o que encontrou foi galinhas com um estômago muito inchado e cheio de pequenas pedras. Fui enganado, exclamou! Vem esta pequena história a propósito das dificuldades financeiras que muitas famílias estão a passar e que as leva a estar muito mais vulneráveis ao dito “Conto do Vigário”.

O factor preço deve ser um factor decisório no momento da compra, no entanto não é com certeza o único factor de compra. Veja o exemplo dos automóveis que estão à venda. Pois, existem grandes diferenças quanto às características, mas quem compra um veículo novo sem rádio, só para ficar mais barato? Lembro-me de comprar determinado produto com dois anos de garantia a um custo inferior em vinte euros quando comparado com outro, um produto de marca equivalente, e que me dava cinco anos de garantia. Escusado será dizer que o produto avariou ao fim de três anos. Por outro lado, temos produtos de marca e produtos “genéricos” ou “linha branca”, mas aqui a história

é outra. Muitas vezes trata-se do mesmo produto, mas com designação diferente ou semelhante. Basta analisar os rótulos, as características ou os princípios activos que identificam o produto. Nos seguros é outra área, as grandes diferenças nos preços prendem-se com as coberturas e principalmente com as exclusões, as chamadas “letras pequeninas” que ninguém lê, e que apenas são validadas aquando de um sinistro, neste caso, um bom profissional de seguros pode ajudar. Nos produtos alimentares, uma técnica para comparar preços e características é observar com atenção, porque o rótulo que está na prateleira, as letras mais pequeninas da embalagem têm, obrigatoriamente, o preço ao quilo ou à

unidade. Desta forma, é possível comparar o preço base do produto. Outra área em que os clientes têm tido grandes surpresas desagradáveis são as viagens que compram muitas vezes pela internet, porque efectivamente têm um custo mais barato, quantas e quantas pessoas, tiveram surpresas muito desagradáveis e ao chegar ao destino não existia ou não correspondia ao adquirido? Neste caso procure sempre Agências de Viagem credíveis e com provas dadas. Todos sabemos que a qualidade tem o seu preço. Mas muitas vezes esquecemo-nos deste pequeno pormenor… Seja feliz! Faça alguém feliz e já agora, se for à feira, mate a galinha antes de a comprar.

com “desenvolvimento”,”mo dernidade” ou “evolução”. À falta de ideias inovadoras que permitam alavancar este país que parece definhar, vão entretendo o povo com temas fracturantes de modo a alimentarem a sua agenda. Quando este apontamento for lido, já o parlamento se terá entretido com a discussão de várias propostas de alteração do projecto lei sobre a regulação da procriação medicamente assistida. Uma delas pretende garantir o acesso a essa técnica a mulheres sós ou numa relação homossexual, independente do diagnóstico de infertilidade isto é, a que exige necessariamente o contributo destes para a procriação. Trata-se de acabar com «desigualdade arcaica que reduz as mulheres a apêndices dos homens» dizem os apologistas da iniciativa. Na verdade, como afirma Pedro

Vaz Patto num excelente artigo na revista “Cidade Nova”, “não se verifica uma “desigualdade ancestral” a este respeito. A natureza colocou, neste aspecto, homens e mulheres em estrito pé de igualdade: as mulheres não procriam sem os homens, mas os homens também não procriam sem as mulheres. Ninguém é mãe sozinha e ninguém é pai sozinho. Não se trata de um desígnio a corrigir ou anular, como se não tivesse sentido. Cada um dos sexos não pode deixar de reconhecer, assim, a importância do outro. Assim se exprime a estrutural relacionalidade da pessoa humana, que se realiza na comunhão com o outro. Essa comunhão está na origem da vida a partir da unidade da diversidade mais elementar: a que distingue homens e mulheres. Da riqueza da dualidade sexual nasce a vida. Associar a geração da

vida à comunhão e ao amor (a vida é fruto do amor e o do amor nasce a vida), e à riqueza da dualidade sexual, não é um “engano” da natureza, mas um desígnio maravilhoso a aceitar e acolher.” No mesmo artigo ele refere que “a proposta pretende consagrar uma visão radicalmente diferente: a procriação como instrumento de realização de um projecto individual, e não relacional. O filho tende, assim, muito mais, a ser encarado como espelho do único progenitor, e já não como dom a acolher na sua alteridade e unicidade. Passa a ser visto como objecto de um direito que se reivindica.” Com todo a respeito pela opinião ou pelas escolhas de formas de convivência, estas não têm que ser impostas à sociedade em geral e os filhos não devem ser gerados ou “encomendados” para satisfação dos progenitores

ou como reivindicação de um direito, desprezando-se o direito da criança. Afirma o sociólogo italiano Pierpaolo Donati que “a família é a fonte vital das sociedades” é dela que “provem o capital humano, espiritual e social primário”. A saúde e coesão da família reflectem-se necessariamente na saúde e coesão da sociedade. Assistimos hoje à maior crise demográfica da nossa história com o consequente reflexo no envelhecimento da nossa população e paradoxalmente os nossos poderes políticos continuam entretidos com questões residuais que embora possam também ser importantes, não deixam de ser menores se comparadas com o drama da pobreza, do desemprego e da falta de apoio às famílias.

20/01/2012


necrologia, sociedade & cultura notíciasdafreguesiadejaneiroefevereirode2012

“O meu Cristo partido” em cena no Souto

necrologia

Manuel Duarte Francisco, de 80 anos, faleceu dia 26 de Janeiro. Residia na Moita da Roda e era casado com Maria da Conceição Silva Ginja. Foi a sepultar no cemitério de Moita da Roda. Maria Irene Gameiro Lopes, de 70 anos, faleceu no dia 31 de Janeiro. Residia na Jã da Rua e era casada com Manuel da Luz Rodrigues Sobreira. Foi a sepultar no cemitério do Vale da Pedra. Joaquim Ferreira Remigio, de 84 anos, faleceu dia 16 de Fevereiro. Residia na Arroteia e era viúvo de Maria de Jesus. Foi a sepultar no cemitério das Várzeas. Reinaldo Carreira Pereira, de 98 anos, faleceu dia 20 de Fevereiro. Residia em São Miguel e era viúvo de Maria de Jesus Serrano. Foi a sepultar no cemitério de Souto da Carpalhosa.

Obrigado No horizonte do espaço e do tempo pessoal A vida se esconde para além do nosso ver. E, na escuridão do facto, A certeza da fé, A luz da esperança E a graça dos amigos Nos liberta das trevas do medo E nos aponta o Outro Lado da existência Onde desperta e se eleva A aurora do Novo Dia Que aclara e faz brilhar As cores e a beleza Da Vida e do Amor No tempo e na eternidade. Bem-haja a todos os amigos Que tornaram presente para nós A ternura e o amor Do nosso Deus e Pai Por palavras, gestos ou silêncios, Especialmente na dor da morte Do nosso pai, Manuel. A todos o nosso muito obrigado Que Deus vos abençoe e recompense. Moita da Roda, 27/01/12, Pe. Virgílio do Rocio Francisco e família

No dia 17 de março, sábado, pelas 21h00, será apresentada uma peça de teatro na Igreja paroquial. “O meu Cristo partido”, é uma obra que conta a história de um padre, colecionador de crucifixos, que um dia compra uma imagem de Cristo à qual faltam alguns membros. É uma história que mostra como Cristo quer que cada uma o veja na realidade. Esta iniciativa surge no âmbito das comemorações dos 800 anos da freguesia e paróquia de Souto da Carpalhosa que decorrerão ao longo deste ano.

Várzeas Encontro de velhas glórias

Souto da Carpalhosa Agrupamento de Escuteiros 1112 celebra aniversário Como é tradição, o agrupamento de escuteiros do Souto da Carpalhosa celebrou mais um aniversário, no último fim-de-semana de Janeiro, promovendo o já tradicional festival de sopas. Este ano os escuteiros apresentaram ainda uma quermesse, pouco usual, de frutas e legumes. Partilhamos consigo alguns registos das comemorações. João Batista (fotos)

Fotos: DIREITOS RESERVADOS

José dos Reis, de 84 anos, faleceu dia 10 de Janeiro. Residia nas Várzeas e era viúvo de Maria da Piedade. Foi a sepultar no cemitério do Souto da Carpalhosa.

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A manhã de sol do dia 19 de fevereiro tornou-se bastante intensa para quem jogava futebol nas Várzeas. O jogo marcava o reencontro das velhas glórias que, nas décadas de 70 e 80, marcaram a prática futebolística daquela localidade. Mais do que um encontro, e como recordar é viver, nada melhor do que saltar para o campo e mostrar que, quando há vontade, não há anos que passem e ponham em baixa forma quem quer que seja. “Há aqui pessoal a vir de todo o lado”, disse um dos veteranos que esteve na organização deste encontro. A iniciativa, que se realizou pela primeira vez, pretendeu juntar as velhas glórias que praticaram futebol federado nas Várzeas. “O objetivo é cansar primeiro e depois repor energias com uma feijoada ao almoço”, contava o organizador enquanto decorria o jogo que matava saudades dos velhos tempos. Este encontro contou com a participação de cerca de sessenta pessoas numa iniciativa que, certamente, será para repetir.


JANEIRO’12 FEVEREIRO

Mesmo quando não havia nenhuma esperança, sempre procurei dar o melhor de mim. Orson Welles, actor norte-americano (1915-1985).

Fotos: DIREITOS RESERVADOS

“Um momento inesquecível...”

Freguesia mobilizada no apoio à Seleção Nacional de Futsal A freguesia do Souto da Carpalhosa recebeu, em janeiro, a Seleção Nacional de Futsal para os treinos do primeiro estágio de preparação para o Campeonato Europeu 2012, que decorreu, já em fevereiro, na Croácia. As condições do pavilhão da freguesia pesaram na hora da escolha deste local para estágio. Durante cerca de uma semana, bancadas do pavilhão estiveram sempre ocupadas por todos aqueles vinham manifestar o seu apoio aos jogadores das quinas. Que o digam as crianças das escolas e jardins-de-infância que, sempre que puderam, assistiam aos treinos entoando gritos de incentivo e mostrando cartazes coloridos, numa atitude que não passou indiferente aos jogadores. João Benedito, jogador da Seleção, afirmou que “o apoio do

público, principalmente das crianças, dá uma injeção de incentivo à Seleção Nacional”. A estrela era o Ricardinho, considerado o melhor jogador do mundo em futsal, no ano de 2010, as suas prestações, mesmo nos treinos, não passavam indiferentes. A equipa e todos os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol foram recebidos na Junta de

Freguesia de Souto da Carpalhosa, onde o executivo demonstrou o seu apreço e apoio para com aqueles que iam representar Portugal no campeonato. Além dos treinos, certamente que ficará também na memória de todos o carinho e a simpatia que sempre, jogadores e técnicos, manifestaram junto da comunidade. Reveja, na página de facebook do NF, as

A Seleção Nacional de Futsal treinou no pavilhão do Souto da Carpalhosa de 16 a 20 de janeiro e os alunos do 1ºCiclo e do Ensino Préescolar foram assistir a um treino dos jogadores no dia 17, no período da manhã. Quando chegámos ao pavilhão, os jogadores estavam a treinar, realizando exercícios diversificados: jogaram Futsal, jogaram com bolas debaixo do braço, fizeram flexões, entre outras coisas. Enquanto apoiávamos a Seleção fomos filmados, fotografados e entrevistados por dois repórteres e aparecemos no facebook da Seleção Portuguesa a receber autógrafos. No final do treino, os jogadores dirigiramse ao autocarro e pudemos entrar lá dentro, alguns de nós sentaram-se ao pé de jogadores e receberam um abraço. Foi um momento inesquecível da nossa vida. Os alunos do 4.º ano da Escola E.B. 1 de Souto da Carpalhosa

fotos e os vídeos daquela semana que, certamente, marcará a memória da freguesia. O Campeonato Europeu, que decorreu no início de fevereiro, terminou mais cedo do que o esperado para a Seleção Nacional. Agora, começam-se a fazer as contas para o Mundial de 2012, com os play-off’s a decorrer em março e abril.

“O Euro 2012 terminou, na noite desta terça-feira [7 de fevereiro], para a Seleção Nacional de Futsal. Para trás ficaram 25 dias de intenso trabalho, muitas horas de dedicação e empenho de uma equipa profissional, que deu tudo o que tinha para atingir os seus objetivos. Partimos para Zagreb com um sonho. Voltamos da capital croata com a certeza de tudo termos feito para o atingir. Obrigado a todos os que acreditaram em nós. A todos os que festejaram conosco cada golo e cada vitória. A todos quantos, conosco, sofreram e nos abraçaram na hora da derrota. O Euro 2012 terminou hoje. Mas outros desafios se erguem no horizonte. Estaremos cá para os enfrentar com a mesma tenacidade, competência e com a enorme vontade e orgulho de representar o nosso País, PORTUGAL!”. Mensagem da Seleção Nacional, na sua página de facebook, após o seu último jogo a contar para o Europeu.

FICHA TÉCNICA | Notícias da Freguesia de Souto da Carpalhosa | Título anotado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) | Depósito Legal 282840/08 | Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte Colaboradores Albino de Jesus Silva, André Reis Duarte, Carlos Duarte, Cidalina Reis, Eulália Crespo, Elisa Duarte, Gastão Crespo, Guilherme Domingues, Gustavo Desouzarte, Hugo Duarte, José Baptista (Pe.), Luís Manuel, Luisa Duarte, Márcio Santos, Mário Duarte, Orlando Cardoso, Simão João, Associações e Escolas da Freguesia Propriedade Junta de Freguesia, Largo Santíssimo Salvador, nº 448, 2425-522 Souto da Carpalhosa Telefone 244 613 198 Fax 244 613 751 E-mail noticiasdafreguesia@gmail.com Website noticiasdafreguesia.blogspot.com Tiragem 1000 exemplares Periodicidade Mensal Distribuição Gratuita Projecto gráfico 3do3.blogspot.com Impressão OFFSETLIS, Marrazes, Leiria (244 859 900, www.offsetlis.pt)


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