JULHO2010#NF

Page 1

Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte

Mensário da Junta de Freguesia | Ano V | Edição N.º 67 | JULHO de 2010 | Distribuição gratuíta | www.noticiasdafreguesia.blogspot.com | noticiasdafreguesia@gmail.com

Emoção até ao fim

NF

Conqueiros vencem, nas grandes penalidades, Torneio Inter-Associações P.2/ÚLTIMA

VOLTAPORCÁ Dia 14 de Agosto a mítica prova de ciclismo passa no Souto da Carpalhosa P.5

Várzeas

Rancho apaga 62 velas P.3 Picoto

Sardinhada do Emigrante P.4

Um ano depois...

Peregrinação à Terra Santa P.2/5

Fé “reforçada” P.4 Várzeas

Três dias em festa P.5 Vale da Pedra

Fotos: ÂNGELA DUARTE

O Coreto... P.5 Passeio da Junta

Seniores na Lousã ÚLTIMA


2|

JULHO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | OPINIÃO

À mesa de um restaurante, uma mãe, supostamente mãe, sentada em frente ao pai, permitindo-me eu julgar isso, tentava, insistindo a toque de má cara, má disposição e mesmo de uma leve palmadita, que uma criança, bebé de colo ainda, comesse a sopa que havia num prato sobre a mesa. A primeira vontade de quem estivesse atento à cena era puxar de dois tabefes e deixá-los guardados na cara dos pais, um e outro. Violência não, exigência sim. Quando se formam pessoas com valores e se respeita a educação dada é natural que se exijam responsabilidades. Se se sabe educar uma criança estará a criar-se um ser responsável que, pela vida fora, saberá ser equilibradamente exigente consigo e com os outros. Há um “senão” que a mim me parece ter um peso grande no modo como nos dias que passam vivemos a nossa relação com os outros e com o mundo que nos rodeia: somos exageradamente abertos a exigir tudo, e a todos, excepto a nós mesmos. Mas esquecemo-nos de que sem primeiro nos oferecermos não temos o direito de pedir. É daí que me vem a convicção de que as pessoas não têm todas os mesmos direitos. Direitos tem-nos quem cumpre deveres. Há os deveres inerentes à condição do ser em causa, pessoas ou outros animais, sendo que em relação ao ser humano, por ser livre e capacitado para optar por uma ou outra coisa ou situação, a par com os direitos caminham as obrigações. Compreenda-se porque nunca lamento que uma criatura humana seja maltratada por um touro numa arena: simplesmente porque ao animal se retira o direito a não sentir dor, quando cavaleiros, pese a dor dos cavalos, e forcados

Uma crónica de vez em quando... Orlando Cardoso*

As férias

As palavras do senhor prior Pe. José Baptista

Vertigem de destruição se embrenham na possibilidade de serem atingidos por um chifre certeiro. Se estão conscientes disso, e se os animais para isso fora preparados, porquê lamentar se acontece? Somos criaturas pensadoras e, porque o cérebro precisa de estar em permanente actividade, inventamos mil e uma coisas e depois definimo-las como verdadeiras e necessárias simplesmente porque achámos que estavam muito bem. Se as crianças andam vestidas, porque é que os cachorrinhos de estimação não hão-de andar vestidos também? Não importa se naturalmente estão preparados para viverem ao calor e ao frio, se as roupas lhes tolhem os movimentos e até a própria dignidade de animais que são, ou se crianças há que passam frio ou fome porque a atenção de muita boa gente se canaliza simplesmente para si mesma ou para os animais ditos irracionais. Falando de irracionalidade, como pode definir-se uma mãe ou um pai que espeta um gelado nas mãos de um bebé, provavelmente para que os deixe em paz, e depois o trata com aspereza porque ele não come a sopa que lhe empurram, goela abaixo, enquanto ele tem um gelado fresquinho e doce

na outra mão? Aquela criança tem simplesmente o direito de se recusar a comer sopa, os pais não lhe souberam impor a obrigação de não comer gelado naquela hora, mas os pais não conseguem perceber isso pelo simples facto de que talvez lhes interesse mais o mantê-la dominada em cada momento que vê-la crescer a bater o pezito e a questionar todas as coisas. Fomos educados, se a isso se chama educação, inundados por uma certeza inabalável de que temos direitos ilimitados, como se a Igreja, a Junta de Freguesia ou o Governo fossem simplesmente responsáveis por tudo o que nos diz respeito, esquecendo que o que “é do povo” o é quando é para se usufruir como o é quando é para se investir. Poderá alguém exigir direito à saúde ou educação gratuita se, como enguia que escapa às mãos do pescador, faz todos os malabarismos para fugir ao pagamento de impostos? Se não contribuo, mas usufruo o direito, estou a roubar a quem, sabe Deus com que dificuldade, cumpre seus deveres. Cada criatura foi criada, e evolui, seguindo determinados parâmetros e finalidades. A nós, humanos, é-nos possibilitada a

A sabedoria antiga diz que o homem não foi feito apenas para trabalhar. Se o homem perfeito fosse aquele que só serve para o trabalho, ele não se cansava, nem o suor brotaria com abundância das suas fontes. Se tivesse sido feito apenas para isso, Deus, quando criou o mundo, não pensaria na instituição do sábado como dia de descanso. A história do trabalho ao longo dos séculos tem decorrido sob esses dois momentos fundamentais, o trabalho e o descanso, com os problemas próprios de cada época e com a correlação de forças que se foi alterando com o passar do tempo, com as diversas revo-

luções que o mundo foi conhecendo e com o reconhecimento do direito ao descanso, legislado nas constituições modernas. Embora as férias sejam desfrutadas, em algumas profissões, ao longo do ano, o período mais utilizado é, naturalmente, o Verão, quando o calor sugere descanso, sestas, banhos de mar e outras coisas boas e agradáveis que o nosso país tem para nos oferecer. Daí que a maioria dos portugueses passe a maior parte do ano a suspirar pelos meses quentes, aqueles que sabem a repouso. O ritmo escolar é, também, marcado pelo Verão, com os alunos em descanso desde meados

FICHA TÉCNICA

Notícias da Freguesia de Souto da Carpalhosa Título anotado na ERC Depósito Legal 282840/08 Director José Carlos Gomes

Editor Ângela Duarte Colaboradores Albino de Jesus Silva, Carlos Duarte, Cidalina Reis, Eulália Crespo, Elisa Duarte, Filipe Relva, Gastão Crespo, Guilherme Domingues, Gustavo Desouzarte, Hugo Duarte, José Baptista (Pe.), Luisa Duarte, Márcio

capacidade de escolha, não seguindo mero instinto animalesco, mas com a liberdade de opção pelo que é bom ou mau. As capacidades que possuímos permitem-nos a fuga ou a busca do que nos interessa ou nos não convém, tornando-nos, assim, capazes de infringir as leis da própria natureza, sabendo, de antemão, que a opção pelo que é mau nos vai reduzindo sempre mais à pequenez de valores e à dilatação de egoísmo, chegando-se ao ponto de, muitas vezes, ouvirmos a expressão “quanto mais conheço os humanos, mais gosto dos animais”, expressão que de modo poderei partilhar, ressalvando o facto de que muito teremos, alguns, a aprender com os animais no que se refere à vivência da natureza. Parece-me que, pelo rumo que vamos seguindo, nos não restem muitas esperanças de sobrevivência desta nossa raça, se esse rumo não for alterado. Bem sei que temos a capacidade de encontrar saída quando estamos no fundo do poço, mas entretanto vamo-nos deixando cair, impávidos, bem fundo. Falta, a cada um, a consciência de que de si mesmo depende a própria felicidade e de que a felicidade da humanidade depende da felicidade de cada um e da de todos. Parece-me que a permanente insatisfação em que vivemos e que nos leva a defender os contra-valores como se dos mais genuínos valores se tratasse, nos vem do medo de nos olharmos a nós mesmos e de vivermos segundo a nossa natureza, tornando-nos, assim, alvo fácil da destruição em que já caímos e pela qual continuamos a ser vertiginosamente atraídos. Estamos perdidos e iludidos pela luz enganadora da verdade de que cada um se sente possuidor.

de Junho, excepto os que têm exames, até à segunda ou terceira semana de Setembro. Quanto aos professores, têm um mês de férias, normalmente em Agosto. Estamos, pois, no período de férias por excelência. Depois de onze meses de trabalho, o corpo necessita de descanso, daquilo a que muitos chamam “recarga de baterias”, independentemente da profissão que cada um de nós exerce. Evidentemente que a duração das férias nunca deverá ser excessiva, não podendo confundir-se com preguiça. O direito ao lazer e ao ócio, isto é, ao tempo livre que todas as

Abertura

José Carlos Gomes

Prática desportiva Decorreu, durante o mês de Julho, o 5º. Torneio de Futebol Inter-Associações da nossa freguesia. Desta vez, a responsabilidade pela sua realização esteve a carga da Associação da Moita da Roda, que tem na sua liderança um grupo de jovens e que de forma empenhada organizaram um excelente evento que foi amplamente elogiado por todos os participantes. Já nas edições anteriores assim foi, o que vem provar que temos na nossa freguesia muita juventude capaz, competente e em quem se pode confiar. Estando para breve a inauguração do Pavilhão do Souto da Carpalhosa, a nossa freguesia fica numa posição privilegiada para prática de desporto em recinto coberto. Assim, às colectividades são colocados novos desafios e oportunidades de índole desportiva, sendo desejo de todos que sirva de rampa de lançamento para o ressurgimento de novas modalidades. Aproveite também a época estival para se dedicar mais à prática desportiva.

pessoas podem usar da maneira que preferirem, tem sido cada vez mais alargado, constituindo hoje um dos grandes indicadores da qualidade de vida das populações e uma das grandes conquistas da civilização. Seguindo o conselho de uma marca de gelados, quando “o calor aperta e a sede desperta” gozemos as nossas férias o melhor possível, cada um ao seu gosto e com a disponibilidade possível da própria bolsa. Em Setembro começa um ano que vai ser doloroso. Tenhamos, durante alguns dias, o gosto de ser como as cigarras. * orlandocardososter@gmail.com

Santos, Mário Duarte, Orlando Cardoso, Simão João, Associações e Escolas da Freguesia.

Fax 244 613 751 E-mail noticiasdafreguesia@gmail.com

Propriedade Junta de Freguesia Largo Santíssimo Salvador, nº 448 2425-522 Souto da Carpalhosa

Website noticiasdafreguesia.blogspot.com

Telefone 244 613 198

Periodicidade Mensal

Tiragem 1000 exemplares

Distribuição Gratuita Projecto gráfico www.3do3.blogspot.com Impressão OFFSETLIS, Marrazes, Leiria Tel.: 244 859 900 Fax: 244 859 910 E-mail: geral@offsetlis.pt


SOCIAL . NECROLOGIA . OPINIÃO | NOTÍCIASDAFREGUESIA | JULHO2010

Fotolegenda Aniversário do Rancho Estrelas das Várzeas No primeiro fim-de-semana de

Julho, o Rancho Folclórico Estrelas das Várzeas comemorou o seu 62.º aniversário. Para quem não pode estar presente, aqui fica um registo.

|3

Fotolegenda Pavilhão Polidesportivo de Souto da Carpalhosa Há um ano ainda mal se

fazia adivinhar. Agora, quem passa já consegue vislumbrar a beleza do pavilhão. Pelo menos, exteriormente, conforme o NOTÍCIAS DA FREGUESIA lhe deixa uma pequena visão. Agora, é só aguardar novidades das entidades responsáveis para o ver de portas abertas.

Trabalhos da Junta

+

Hermínio Pereira Sobreira, de 51 anos, faleceu dia 28 de Junho. Residia em Arroteia e foi a sepultar no cemitério de Souto da Carpalhosa.

+

Maria Emília de Jesus, de 83 anos, faleceu dia 5 de Julho. Residia em Atalho e era viúva de Joaquim Pereira Gaspar. Foi a sepultar no cemitério de Souto da Carpalhosa.

+

Emília de Jesus Lopes, de 70 anos, faleceu dia 23 de Julho. Residia em Moita da Roda e era viúva de Sebastião Mendes Pascoal. Foi a sepultar no cemitério de Moita da Roda.

+

Adelino Gomes Alves, de 69 anos, faleceu dia 29 de Junho. Residia em Picoto e era viúvo de Clarinda de Jesus Duarte. Foi a sepultar no cemitério de Várzeas.

+

José Domingues, de 86 anos, faleceu no dia 14 de Julho. Residia em São Bento e era viúvo de Emília de Jesus. Foi a sepultar no cemitério do Vale da Pedra.

+

Maria da Conceição, de 87 anos, faleceu dia 25 de Julho. Residia em Arroteia e era viúva de José Gaspar Miúdo da Silva. Foi a sepultar no cemitério de Souto da Carpalhosa.

+

Manuel Esperança, de 83 anos, faleceu no dia 4 de Julho. Residia na Pega e era viúvo de Maria de Jesus. Foi a sepultar no cemitério do Vale da Pedra.

+

António Francisco, de 80 anos, faleceu no dia 17 de Julho. Residia em Assenha e era viúvo de Maria de Jesus. Foi a sepultar no cemitério de Souto da Carpalhosa.

+

Manuel Aires Marques Duarte, de 72 anos, faleceu dia 1 de Agosto. Residia em Casal Telheiro e era viúvo de Maria de Jesus Cordeiro. Foi a sepultar no cemitério de Vale da Pedra.

Como de hábito, deixamos os trabalhos executados pela Junta de Freguesia durante o mês de Julho. - Limpeza da estrada principal dos Conqueiros; - Construção de valetas de cimento no Souto; - Trabalhos de limpeza junto à Associação de Caça e Pesca, na Moita da Roda; - Montagem de barraca para as festas no lugar de Várzeas; - Limpeza em várias ruas do lugar de Picoto; - Limpeza no lugar de Várzeas; - Transporte de lancis para o campo de jogos do Vale da Pedra; - Trabalhos na escola da Moita da Roda – retirar mobília para execução de trabalhos de pintura.

Verão, época de férias, festas e claro de uma boa sardinhada. Nesta época geralmente cometem-se alguns excessos alimentares, mas o consumo de peixe (principalmente de sardinha) aumenta. O peixe é um alimento nutritivo e deve ser consumido, pelo menos, duas vezes por semana. Para que a alimentação fique mais rica e nutritiva, deve ser incentivado o consumo de peixe visando a diminuição da ingestão de ácidos gordos saturados e o aumento de polinsaturados ómega 3, vitaminas e minerais. Os peixes possuem proteínas com valor nutritivo ligeiramente superior às das carnes vermelhas (como as de vaca e porco). Além disso, as proteínas dos peixes favorecem o processo de digestão. Em geral, os peixes possuem menos gordura que a maioria das carnes bovinas e suínas. O tipo de gordura predominante nos peixes

Espaço Saúde Márcio Santos*

é a polinsaturada. Dentro destas destaca-se o ómega 3, devido aos grandes benefícios proporcionados à nossa saúde, como: diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares, redução da pressão arterial, acção antiinflamatória, diminuição das taxas de triglicéridos e colesterol total no sangue. Os peixes são boas fontes de vitaminas e minerais. Apresentam boas concentrações de vitaminas como A, E e, principalmente, D. Além disso, os peixes contêm vários minerais importantes como, sódio, potássio, magnésio, cálcio, ferro, flúor.

Comer peixe é fixe!

Outra grande vantagem dos peixes é a facilidade no seu preparo: cozinham-se em pouquíssimo tempo e podem ser usados em diversas preparações, como: assado, ensopado, cozido, grelhado, até mesmo cru - desde que seja proveniente de um fornecedor que possua boas condições higiénico-sanitárias e seja da sua confiança. Por causa de todas as vantagens descritas, incluir ou aumentar o consumo de peixes é uma boa atitude para obter os benefícios na sua saúde e adoptar uma alimentação saudável. * Enfermeiro


4|

JULHO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | SOCIAL

Associação do Picoto No dia 22 de Agosto, a associação do Picoto irá realizar a já habitual sardinhada do emigrante. Nessa mesma data, serão apresentados os vídeos do passeio turístico pelas margens do Lis.

Passeio turístico de bicicletas pelas margens do Lis

Fotos: DR/ASSOCIAÇÃO DO PICOTO

A associação do Picoto (APCRDP) organizou, no passado dia 25 de Julho o primeiro passeio turístico de bicicletas pelas margens do rio Lis. O passeio consistiu na realização do percurso partindo do Picoto, sempre pelas margens do Lis, até à Praia da Vieira, permitindo aos participantes um contacto privilegiado com a natureza. Ao desafio lançado pela Associação do Picoto responderam afirmativamente cerca de 25 pessoas, desde dos mais novos até aos mais crescidos. Com esta iniciativa a Associação do Picoto quis não só fomentar a participação e o convivo entre as pessoas do Picoto, mas também a realização de uma actividade desportiva aberta a todas as idades.

notíciasdafreguesia CONTAMOS COM O SEU CONTRIBUTO ENVIE-NOS NOTÍCIAS, FOTOGRAFIAS, POEMAS, OPINIÕES...

Fé “reforçada” a partir das raízes Fotos: DIREITOS RESERVADOS

Sardinhada do Emigrante

Foram 30 as pessoas que, no dia 2 de Julho, partiram de junto da Igreja paroquial, rumo à Terra Santa. Nas primeiras horas do dia a curiosidade, o interesse e alguns receios de viajar de avião, eram os sentimentos dominantes no grupo. A chegada Israel aconteceu por volta das duas horas da manhã (hora de Tel Aviv). Tenho a certeza que nenhum de nós encontra palavras para descrever a felicidade, a alegria e a satisfação que sentiu durante esta “aventura espiritual”. Mas, sem dúvida, podemos afirmar que foi um acontecimento que mudou a nossa vida, a nível de vivência cristã. Não podem ser descritos os sentimentos vividos ao estarmos presentes nos locais onde Jesus esteve. Vou, contudo, tentar partilhar um pouco do que senti. «Que alegria quando me disseram, vamos para a casa do Senhor, os nossos passos se detêm às tuas portas Jerusalém». Foi a entoar este cântico que se deu a nossa entrada na cidade Santa, a «Jerusalém Celeste». Jerusalém é a cidade referência para as três religiões monoteístas. É centro para os Judeus, para os Cristãos e para os Muçulmanos. Foi importante o espírito de grupo. Apesar de pertencermos, quase todos, à mesma paróquia, alguns de nós não nos conhecíamos. Depressa começaram a fortalecer-se os laços de amizade e ajuda entre todos. Foi importante o acompanhamento do pároco, que possibilitou uma vivência mais profunda no que concerne à espiritualidade e interiorização das passagens bíblicas referen-

Grupo de peregrinos junto ao Santo Sepulcro (Terra Santa) tes aos locais visitados. O facto de termos celebrado a Eucaristia diariamente, fez com que vivêssemos “momentos únicos da interiorização da Palavra de Deus e da vida/mensagem de Jesus”. Recordo com muito agrado todos os lugares, mas mais gravados ficaram: a Igreja da Agonia (Igreja das Nações), no Getsemani, o local onde Jesus passou as últimas horas a orar antes de ser preso; a Igreja de Dominus Flevit (o Senhor chorou) onde celebramos a Missa, e que tem uma vista soberana para a cidade, sobre a qual Jesus chorou ao prever que seria completamente arrasada (como foi no ano 70); o cenáculo, onde Jesus institui a Eucaristia e onde estavam reunidos os discípulos no dia de Pentecostes; o Muro das Lamentações, pelo contacto

com a fé judaica, e por ser este o local de oração mais emblemático para o povo de Israel. Ao fazermos a Via-Sacra, tivemos a possibilidade de caminhar pela Via Dolorosa, por onde Jesus caminhou carregando a cruz, e que termina na Igreja do Santo Sepulcro, que envolve o lugar da crucificação e Ressurreição de Cristo. O lugar da crucifixão foi, sem dúvida, aquele que mais marca deixou em mim. Nazaré, e a gruta da Anunciação, são pontos referência para todos os cristãos: aí, Maria disse o “Sim” sincero e generoso a Deus, aceitando ser a Mãe do Salvador e aí, nesse momento, Jesus se Fez Homem. Por serem monumentos “majestosos” e “belos”, mas sobretudo pela mensagem que nos transmitem, cada lugar marca de modo diferente.

Missa no Monte das Bem-aventuranças

Nas águas do rio Jordão

É importante salientar que durante a nossa peregrinação contactamos de perto com outras religiões. Marcou pela positiva o facto de dentro do mesmo espaço religioso, se viverem as mais diversas manifestações de fé, mesmo sendo todas elas cristãs, e de coexistirem todas elas sob um mesmo tecto, como é o caso da Igreja da Natividade e do Santo Sepulcro. Foi muito interessante ver como aqueles povos vivem a fé com afinco, sem se perturbarem ou preocuparem com quem passa ou com os locais onde estão. Os sinais religiosos são sempre bem evidentes. A fé saiu “reforçada” desta peregrinação, pois fomos à fonte descobrir as suas raízes. De certo modo, sentimo-nos mais perto de Jesus ao seguirmos os passos da sua vida terrena. Não deixo de dizer que julgo ser de todo oportuno que os cristãos façam esta mesma experiência, segundo as suas possibilidades, é claro. Queira Deus que tenha a possibilidade de repetir. Tudo correu bem, viemos mais enriquecidos espiritualmente e de fé mais reforçada. A palavras que escutámos, a liturgia que celebrámos nos locais onde os acontecimentos da nossa fé se deram, levam-nos a entender melhor a Palavra de Deus e «Mudam o nosso olhar, torna-nos mais receptivos a aprofundar o significado determinante que elas contêm». Crónica de André Roque


FESTIVIDADES . DESPORTO . SOCIAL | NOTÍCIASDAFREGUESIA | JULHO2010

Várzeas

Festa em honra de N.ª Sr.ª da Conceição

|5

Volta a Portugal passa na freguesia Depois de alguns anos em que a não passou pela freguesia do Souto da Carpalhosa, este Verão, a Volta a Portugal em Bicicleta irá passar pelas Várzeas na penúltima etapa da competição, no dia 14 de Agosto. A 9.ª etapa, que será o Contra-relógio Individual, arranca do Pedrógão às 14h15 e o cortar da meta está previsto para 45 minutos depois, em Leiria. Partindo do Pedrógão em direcção à Vieira, o percurso passará por Monte Real e pelas Várzeas onde os corredores entrarão na

Nesta época sazonal são comuns os festejos um pouco por todos os lugares. A 6, 7 e 8 de Agosto, os dias e as noites de Verão convidam a passar pelas Várzeas, onde se realizam as festividades em honra de Nossa Senhora da Conceição. Para que não perca nada destes festejos, deixamos-lhe o programa.

EN109 em direcção à meta, em Leiria. (veja a tabela com o percurso). Este ano a Volta conta com a participação de 16 equipas, das quais seis são nacionais, num total que perfaz 144 corredores. Em 2010, a Volta a Portugal em Bicicleta vai percorrer 1613,5Km ao longo de 11 dias de competição repartidos por dez etapas e um prólogo que terá Viseu como cenário. A final será em Lisboa. David Blanco, corredor espanhol vencedor da Volta a Portugal em 2009, é actu-

almente o estrangeiro que mais vitórias alcançou na rainha das competições velocipédicas nacionais. Blanco já conquistou por três vezes a Volta a Portugal e rivaliza de perto com Marco Chagas, recordista da prova, com quatro triunfos, o título de campeão da Volta. Este ano, de novo integrado na equipa mais antiga do mundo, a portuguesa Palmeiras Resort/Prio/Tavira, David Blanco está entre o lote dos favoritos à vitória final no pelotão que engloba os 144 ciclistas.

Sexta-feira, dia 6 20h00 – Abertura do bar, restaurante e quermesse 20h30 – Missa 22h00 – Actuação do duo musical Zé Café e Guida 24h00 – Actuação da banda Grad House Sábado, dia 7 08h00 – Alvorada 20h00 – Abertura do bar, restaurante e quermesse 22h00 – Actuação do grupo musical NGK Domingo, dia 8 08h00 – Alvorada 09h00 – Chegada da Filarmónica de Pataias 09h30 – Recolha de andores e ofertas 12h00 – Abertura do bar, restaurante e quermesse 14h30 – Missa em honra de Nossa Senhora da Conceição, seguida de procissão 16h30 – Venda de andores e ofertas 17h00 – Concerto da filarmónica de Pataias 17h30 – Actuação do Rancho Folclórico Etnográfico e Cultural “Apanha da azeitona da Ramalhosa” 18h30 – Actuação do Rancho Folclórico “Estrelas das Várzeas” 21h30 – Actuação do conjunto musical Made in Portugal 23h00 – Sorteio de Rifas 24h00 – Encerramento dos festejos.

Comissão do Vale da Pedra apresenta projecto de remodelação paisagística

Coreto “abanou”, mas não vai abaixo Nas últimas semanas de Julho, o lugar do Vale da Pedra andou em sobressalto. O epicentro da polémica surgiu numa reunião com a Comissão de Festas, onde foi dado a entender que ia ser apresentado um projecto de remodelação paisagística do adro e no qual havia a intenção de demolir o coreto. À data de fecho, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA não conseguiu confirmar esta informação com a Comissão de Festas. Luisa Domingues, natural do Vale da Pedra, e algo indignada com a suposta proposta, tomou a iniciativa de “fazer o apelo à comunidade para “o coreto não deve ir abaixo” através

do Facebook e através de SMS’s para os contactos que tinha, pedindo às pessoas para difundirem a mensagem. Fiquei surpresa quando começo a receber feedback que as pessoas não tinham conhecimento de alguma intenção do coreto ir abaixo. Foi então que me pareceu importante divulgar o assunto, pois numa altura em que a Capela tem pouca frequência devido à época de férias as pessoas poderiam não ter tido conhecimento do que se ia passar, e nessa altura fiz os cartazes que foram afixados em locais públicos”. Fernando Duarte, membro da Comissão da Capela, afirma que as intenções da

comissão sempre foram “só e apenas, apresentar o projecto de remodelação paisagística”. Sobre este mesmo, que esteve exposto no dia 25 de Julho, “pouca gente se manifestou. Nem contra, nem a favor”, refere. “A polémica sobre o coreto resume-se a manifestações sem fundamento”, afirma Fernando, relembrando que a comissão avançou, uma semana antes da apresentação do projecto, que iria expor ao público o projecto de remodelação paisagística do adro, “sem nunca falar em votações para demolir o coreto”. “Eu não fui ver o projecto apresentado, mas sei que não contemplava a demolição do coreto. E se fosse? Trata-se de uma construção de cerca de 40 anos. Não se trata de um monumento de peso histórico. Quando muito é algo importante para as pessoas do lugar por uma questão afectiva”,

disse um dos habitantes com quem o NOTÍCIAS DA FREGUESIA falou, no Vale da Pedra, e que não quis ser identificado. Para a população, tudo não passou de alarmismos sem fundamento. “Custa-me ter visto por aí cartazes de manifestação, discussões na Internet… e depois ver que não tinham fundamento”, afirmou uma natural do lugar, durante uma conversa de café com o jornal. Luisa Domingues esclarece ainda que “o meu objectivo foi e sempre será preservar o coreto que é um dos poucos legados que a nossa terra tem dos seus antepassados, e neste momento lutar pela expansão do adro de modo a conseguir enquadrar um conjunto de ideias ambiciosas manifestadas por muito.” Para a mesma, a postura tomada por porte da Comissão da Capela, é de enalte-

cer. Contudo “a iniciativa de criar um novo projecto para melhorar as condições do adro e a acessibilidade à cave do salão paroquial que actualmente está inutilizada, no entanto preferia que tivessem uma abordagem mais expansionista, e que investissem na aquisição do terreno das traseiras do salão ao invés de estarem a investir no fecho do adro. A obra como está planeada vai por um lado fechar o adro, limitando a sua expansão futura, e por outro vai comprometer a coexistência do coreto que ficará a escassos metros do palco projectado”. Para já, o que se conhece, e segundo o apresentado, trata-se de um projecto de remodelação paisagística do adro, com o coreto a manter-se. AD (texto e foto)


6|

JULHO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | OPINIÃO

Opinião

Albino de Jesus Silva

Os nossos arneiros! Se há coisas que eu gosto na vida, uma delas é ir fazer compras ao mercado nas manhãs de cada domingo, aqui perto, onde moro. Tem todas as razões: recordações antigas, o início da emigração portuguesa para esta localidade, os produtos naturais, a pescaria, encontro com amigos, o passado e o presente ao vivo na mesma rua de sempre, depois da segunda Grande Guerra com as mesmas características, e, ao chegar o mês de Maio, com os primitivos frutos que a terra produz! Passaram já muitos anos, as gerações sucedem-se, umas após outras. Vivemos actualmente a era dos computadores, a escalada dos satélites, o mundo dos blogues… Enfim, tudo muito distante da vida de outrora e das delícias que nos ofereciam os nossos arneiros. Se nos fiássemos à morfologia da palavra, seria contraditória à realidade, vejamos: Havia noutros tempos um arneiro, ali à entrada do Souto de Baixo, mais precisamente na “Féteira”, conhecido dos populares, nomeado por “arneiro do Zé Lopes”, cujo senhor era casado com a Ti Maria Rita, casal de anciãos moradores numa das três primeiras casas com alpendre outrora existentes do lado esquerdo da estrada quando se chega ao lugar. Apesar do constante resmoneio que mantinham durante o trajecto casa-arneiro-casa, e mesmo ao domingo, durante o caminho da missa, eu recordo este casal pela sua descrição, isentos de conflitos com outros, os murmúrios eram talvez maneira de dizer que se amavam. No entanto, amanhavam esse terreno com o maior afecto e carinho cultivando em diversos canteiros todas as espécies de legumes comestíveis, e, no seu tempo, as guloseimas tão apreciadas da miudagem, que eram os morangos, talvez porque o terreno fosse adequado à produção, não conheci nunca outra tão bonita nas proximidades. Criados ao ar livre e sem vedação de acesso, aos morangueiros do Ti Zé-Lopes eram matéria cativa para assalto, só que, a constante permanência do casal junto das plantações não permitia, obrigando assim os garotos e garotas a maior respeito. O desejo de trincar aquelas bolas vermelhas em forma de coração doces e refrescantes que se viam do caminho que nos levava até ao rio, faziam com que a boina desse voltas na cabeça sem que movida fosse e, portanto, se chegássemos junto deles e lhe pedíssemos que nos dessem, nunca diziam não! Eles davam morangos, tomates-cereja, cujos pensávamos que eram venenosos, sendo estes tão saborosos e doces, davam-nos cenouras tenras e estaladiças que essa terra produzia e tão naturalmente cultivados. Quando oportunidade de me encontrar com os conterrâneos mais antigos neste mercado domingueiro referido no início do texto, falamos muitas vezes das novidades agrícolas do Ti Zé-Lopes e da Ti Maria-Rita, desse místico arneiro que tudo produzia, onde um dia previra aterrar a bordo do “chumbado tabuleiro-voador” da desastrosa iniciada viagem, na companhia do meu saudoso amigo Vitor. Escrituras antigas falam do Apocalipse, previsões terrificantes, pavorosas para os tempos que vêem. (Há pouco tempo, previa-se o fim do mundo mas não aconteceu na data) eu porém prevejo e não vai tardar muito: que as unhas humanas se dispam do verniz embelezante que as enfeita e regressam às maravilhas que a terra nos pode oferecer actualmente ao abandono. O progresso que vivemos desencadeou maravilhas, mas contribuiu muito no desemprego identificado. Há dez anos, os computadores eram o futuro. Hoje são um pesadelo. As pessoas sonhavam com esse produto, sem dúvida majestoso, mas não soluciona tudo o que necessitamos e é ilusório para mais de cinquenta por cento da humanidade. Não me levam a mal, mas sinto saudades de ouvir cantar… nos arneiros…

Será que conseguimos viver como se não existisse o outro, de forma egoísta e introvertida? Muitos são os que pensam que sim. E passam a vida a tentar viver sozinhos e isolados do mundo. Mas o homem à semelhança de muitos outros mamíferos tem necessidade de viver em grupo. O primeiro grupo a que o homem pertence logo que nasce é o familiar, depois vêm os outros, os grupos desportivos, culturais ou recreativos, as confrarias, os grupos religiosos e políticos, são apenas alguns exemplos. Saber viver em grupo é uma qualidade que se aprende e pratica. Porque pertencer a um grupo exige compreender e saber estar em todos os momentos. E, sobretudo aceitar as críticas negativas ou positivas e somar alegrias e tristezas. Recordo, no entanto, que até as tristezas e as críticas negativas podem ser construtivas e das quais devemos retirar sempre boas lições de vida. Pertencer a um ou a vários grupos é sinónimo de ganho, porque quanto mais damos a esse grupo mais recebemos. Um grupo de êxito deve ter um ou vários objectivos comuns, ser uma organização es-

Por vezes, percebemos que outros (o nosso chefe, o vizinho, o ministro...) estão a cometer erros, e como não lhe podemos impor um comportamento melhor, ficamos com o impulso de ir lá avisar. Mas não adianta nada. Podemos fazer birra, até que nos entendam. Ou então vamos mesmo lá dizer-lhe... para que depois podermos dizer: “Mas, eu avisei!”. Assim até ganhamos alguma superioridade moral. Talvez seja uma forma socialmente aprovada de chamar aselha ao outro. Talvez seja uma forma natural de não ter de lutar por aquilo em que se acredita. Talvez seja uma forma cómoda de não arriscar, não vá acontecer que as nossas ideias se revelem piores

Opinião

Gastão Crespo

Saber trabalhar em grupo truturada e composta por elementos que contribuem para o bem comum do grupo. Mais importante que o sucesso de cada um é o sucesso do grupo, e por isso “1+1=3”. De seguida, partilho algumas dicas para quem pretende trabalhar em grupo: • Aceitar as ideias dos outros - por vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão. É importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. • Não criticar os colegas - por vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo. Avalie e procure compreender a perspectiva do outro. • Ser paciente nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal “cada cabeça sua sentença”. Procure expor os seus pontos de vista com moderação

e ouça o que os outros têm a dizer. Respeite sempre a opinião do outro mesmo que não concorde com ela. • Ser participativo e solidário - procure dar o seu melhor e ajudar os seus colegas, sempre que necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda. • Ser trabalhador - não é por trabalhar em grupo que deve descurar as suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. • Saber dividir – quando tra-

DaTerra

Carlos Duarte

Eu avisei! que as que criticávamos. Se a nossa ideia não for testada, a nossa ideia será boa para sempre. Esta ideia vê-se muito, quando um dos pais deixa de dar opiniões sobre a educação do filho, e depois vem afirmar de forma airosa que, se tivesse sido ele a decidir, o filho teria melhor educação. É também o caso dos comentadores desportivos, “treinadores de bancada” que não têm

clube para treinar, mas indicam sempre uma táctica melhor que aquela que foi posta em prática por quem está no campo. Esta tem sido também a actuação do nosso Presidente da República, que avisou na mensagem de Ano Novo que “o país ia entrar em crise”. E teve razão! Mas não chega, digo eu “treinador de bancada”. Não chega ficar altivo “se eles me tivessem pedido, eu até teria ido e

balhamos em grupo é fundamental dividir tarefas. Não é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Partilhar responsabilidades e informação é indispensável. • Saber dialogar - quando se sentir desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é essencial que explique o problema, para que seja possível alcançar uma solução comum, que agrade a todos. • Saber Planear - quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que exista alguma tendência para dispersar. O planeamento e a organização são ferramentas indispensáveis para que o trabalho de grupo seja eficiente e eficaz. O balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto e obrigatório. Seja feliz! Faça alguém do seu grupo Feliz!

feito melhor”. Admitindo o contraditório diria que, avisar só, não é sinónimo de superioridade, apenas será a mais mesquinha das consolações. Superior será quem lutar com convicção para melhorar o comportamento do outro. Superior será quem, de forma determinada, tentar fazer! Mesmo que altere, mesmo que refaça, mesmo que tenha de admitir os seus próprios erros, e aceitar as direcções que outros lhe apontem. Esse sim, será um ser superior. Como disse o psicólogo Eduardo Sá “Ver a vida da bancada, não é razoável. A vida é muito mais estimulante quando se joga.”


SOCIAL | NOTÍCIASDAFREGUESIA | JULHO2010

Férias! Finalmente FÉRIAS!, dizem todos vocês com entusiasmo. Espero que todos tenham passado de ano, pois assim as férias serão vividas com mais intensidade. Para quem não conseguiu, não desanimem. Aproveitem as férias e para o próximo ano vão à luta. Hoje deixo-vos com uma história. As duas Ritinhas Quem olhava para a Ritinha achava-a muito bonita. Tinha cabelo castanho e lindos olhos verdes. Andava sempre impecável e sorria facilmente. O problema é que havia “duas Ritinhas”. Uma era a Ritinha de casa, uma menina rabugenta, preguiçosa e desobediente e a outra era a Ritinha da escola, uma menina exemplar, delicada, bemdisposta e trabalhadora. Os pais andavam preocupados com o seu comportamento. Mas, um dia, aconteceu uma coisa que a Rita não contava. Ela gostava muito da professora, com quem era muito simpática e educadíssima. Uma tarde ao chegar a casa, quando a mãe a viu, pediu-lhe: - Faz-me um favor, vai à pastelaria buscarme…… - Não posso, além disso não sou tua empregada. - Então ajuda-me aqui a acabar o jantar. - Ainda agora cheguei, mereço ir brincar, não achas? - Mas ao menos põe a mesa…. - Que seca! Sou sempre eu! Sempre a resmungar, tirou a toalha da gaveta, estendeu-a toda torta, colocou os pratos e os talheres de qualquer maneira. A mãe muito triste disse-lhe: Ritinha temos uma visita para o jantar. Está no escritório, podes ir ter com ela? Rita ficou branca, quando olhou para a porta entreaberta e disse: - Mas, mamã, a mesa não está posta para visitas, vou arranjá-la melhor. - Não é preciso, ela está posta para os teus pais comerem, não é? Por outro lado, não podemos fazer esperar a nossa visita - disse a mãe. Rita dirigiu-se então para o escritório, parou de repente. Era a sua professora! Desolada e envergonhada perguntou à professora. – Ouviu tudo o que disse à minha mãe? - Sim, minha querida – respondeu a senhora. – Foi difícil acreditar que eras tu, só conhecia a Rita da escola e essa é uma querida, quanto à Rita de casa… Pois é meus amigos, há por aí muitas Ritas, pensem bem! Não tenham duas “caras”, principalmente para quem vos quer tanto bem.

Moita da Roda

Oficina dos Trapos celebra um ano Não há desculpa para os trapos não andarem arranjados. A “Oficina dos Trapos” é um ateliê de costura de Fátima Pereira, na Moita da Roda, que se compromete a concertar todos os trapinhos. Após um ano da abertura ao público, Fátima Pereira agradece, através do NOTÍCIAS DA FREGUESIA, “a todos os clientes e colaboradores”. Como gesto de agradecimento e também como marca de aniversário, a “Oficina dos Trapos” oferece uma bainha por cada cinco a cada cliente, numa promoção de 9 a 31 de Agosto.

Estudo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social

Dificuldades e oportunidades na imprensa local e regional No dia 30 de Junho, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA deslocou-se a Lisboa para a apresentação do estudo “A Imprensa Local e Regional em Portugal”, apresentado pela ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Está feita a “radiografia” à imprensa regional e local em Portugal, que revela dificuldades, por um lado, mas que é mais lida que a imprensa nacional, em alguns distritos, por outro. Leiria é um dos que regista mais interesse por este tipo de imprensa. “A primeira coisa que os meios nacionais fazem, quando se trata de reduzir custos, é fechar delegações regionais. Daí a importância da imprensa regional, na defesa dos interesses colectivos”, começou por comentar Fernando Ruas, presidente da Associação dos Municípios Portugueses. Para além da crise económica, pela qual também passa a imprensa regional – segundo o estudo da ERC, registou um prejuízo de 5,5 a 6 milhões de euros, entre 2006 e 2009 –, há ainda a considerar as pressões. “A generalidade da imprensa regional não tem independência do poder político”, comentou Arons de Carvalho, professor universitário e ex-secretário de Estado para a Comunicação Social. Quem vive diariamente essa realidade é Paulo Simões, director editorial do Açoriano Oriental. “A violência doméstica não é só a pancada física, mas a que não se vê (psicológica). Na imprensa regional é igual (pressões)”, sublinhou. Um cenário de dificuldades que se tem arrastado ao longo dos anos, mas que a generalidade dos títulos de imprensa regional, tem sabido resistir. “A imprensa regional está bem

PEDRO JERÓNIMO/O MENSAGEIRO

Cantinhos dos Miúdos & Graúdos

|7

Fernando Ruas, Azeredo Lopes e Paulo Simões (da esquerda, para a a direita) posicionada na cobertura das notícias que interessam às pessoas”, referiu Paulo Simões. Na mesma linha segue Rui Mouta, do departamento jurídico da ERC: “A proximidade é a ferramenta mais poderosa que a imprensa regional tem.” Já Afonso Camões, presidente do conselho de administração da agência Lusa, com um passado liga-

do à imprensa regional, destacou que esta “acarinha o local, num período em que se olha para o global”. Da apresentação do estudo surgiu o apelo, à ERC, para que este seja o ponto de partida para que se procurem respostas à questão “que futuro para a imprensa regional?”, sobretudo quando as plataformas digitais, como a internet e

Emigrantes “Notícias da Freguesia” em casa Várias têm sido as pessoas da freguesia que procuram receber o NOTÍCIAS DA FREGUESIA em sua casa. Com o Verão, e o regresso de muitos amigos e familiares que se encontram lá fora, esta busca em saber o que por cá se passa tem sido mais notória. Mais uma vez relembramos que, por se tratar de uma publicação gratuita, e sem qualquer fonte de receita, não é possível custear o envio da publicação e até mesmo, muitas faz vezes, fazer a distribuição do jornal em locais públicos da freguesia. Assim, solicitamos a todos que procurem a publicação junto da sede da Junta de Freguesia. Quanto aos que desejem receber o jornal em casa, deixamos aqui a nossa tabela de preços, válida para assinatura anual (12 edições). Outra opção é deixar na Junta de Freguesia envelopes A4, devidamente selados e identificados, para o envio das edições. Portugal: 10 euros Europa: 15 euros Resto do Mundo: 25 euros

os dispositivos móveis, vão ganhando preponderância. Castelo Branco, Coimbra e Leiria são os distritos onde se registaram os valores mais altos de leitura de imprensa regional, em termos percentuais, e em apenas quatro distritos o índice de leitura se situa abaixo dos 50%: Faro, Bragança, Porto e Lisboa. Neste dois últimos distritos há preferência pela leitura das publicações nacionais. Enquanto boletim informativo de abrangência local, foi de todo importante a presença do NOTÍCIAS DA FREGUESIA na apresentação deste mesmo futuro. Mas, e que futuro para os títulos locais? Dos de cobertura diminuta como as freguesias? Que futuro para os pequenos títulos que vão surgindo quando, todos os dias, mais título de grande tiragem fecha portas? Agora que a ERC apresentou a “radiografia”, importa fazer um exame mais a afundo e ver qual a melhores prescrição a administrar. Ângela Duarte com O Mensageiro


JULHO2010

“A brasileira” das Várzeas – como muitos a conhecem – completou, no passado dia 3 de Julho, 91 anos. Os muitos anos que Olívia Baptista viveu no Brasil, com os seus pais, deixaram-lhe como marca o sotaque que a fez conquistar a alcunha pela qual muitos a conhecem, a brasileira. Sofre de Alzheimer, mas também “sofre” de uma enorme boa disposição inabalável pela avançada idade. Madalena Areia, das Várzeas, que se encarrega dos cuidados de Olívia desde há seis anos, quis homenagear Olívia com o voto de parabéns no jornal. Também o NOTÍCIAS DA FREGUESIA lhe deseja as maiores felicidades.

…e 95 de Jesuína Brites Foi no passado dia 1 de Julho que Jesuína Brites, das Várzeas, celebrou 95 anos de idade. Para celebrar uma data tão feliz, família e amigos reuniramse num almoço em honra da aniversariante. A mais velha de três irmãos, e actualmente a única ainda com vida, casou aos 22 anos e veio residir para as Várzeas. Mãe de oito filhos, Jesuína relembra, em conversa ao jornal, tempos passados. “Fui dona de casa, andei nas terras… tive sempre muito a fazer”. A idade avançada trouxe-lhe osteoporose, o que fez com que as pernas quebrassem e hoje impede-a de ter a mobilidade desejada. Contudo, nem mais uma patologia. Conta 18 netos e 17 bisnetos e não faz confusão com datas nem nomes de nenhum. “O meu neto mais velho tem 50 anos”, afirma com orgulho. Relembra as terras que um dia amanhou, lembra acontecimentos que sucederam há mais de uma vida, recordando pormenores como se tivesse tudo acontecido há meia dúzia de horas. “Nunca pensei que chegasse a esta idade”, diz bastante emocionada. Sobre os dias de hoje, Jesuína tem uma opinião definida. “Hoje dizem que está mau? Nunca esteve tão bom! Não se vai buscar um feixe de erva às terras, não se vai buscar um cântaro à fonte… andei a guardar ovelhas com dez anitos!”. Questionada sobre o que ainda gostava de poder fazer, Jesuína prontamente responde com um enorme sorriso: “o que eu gostava era de poder ir trabalhar! Quero sachar e não posso!” O NOTÍCIAS DA FREGUESIA deseja-lhe as maiores felicidades.

Junta encerra para férias A Junta de Freguesia vai encerrar ao público no período compreendido entre o dia 16 e o dia 31 de Agosto, por motivo de férias. Reabre a 1 de Setembro.

Conqueiros vence 5.º Torneio Inter-associações da freguesia Classificação e prémios 1.º Rancho Fol. Juventude Amiga de Conqueiros 2.º ACR Várzeas 3.º CCDR Arroteia 4.º Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa 5.º ADC Moita da Roda 6.º ARCUSA 92 – São Miguel 7.º ACD Santa Bárbara 8.º APCRD Picoto 9.º Veteranos da Moita da Roda

Vencedores com o seu primeiro ‘troféu’ O “ajuste de contas” teve de ser a penalties. E não chegaram cinco para cada lado. No fim, a equipa do Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros foi quem cantou vitória. Este ano, a 5.ª edição do Torneio Inter-associações da freguesia decorreu sobre a alçada da ADC da Moita da Roda e foram nove equipas as que se apresentaram no torneio que já se tornou uma tradição na freguesia. Segundo a organização, tudo correu da melhor forma, desde a concretização passando pelo convívio que, nestas actividades, se torna crucial para o sucesso. Para além de ter con-

quistado o primeiro lugar na classificação, a equipa do rancho dos Conqueiros arrecadou ainda o prémio de melhor guarda-redes, para Tomi Gaspar. Nas palavras do presidente da Junta de Freguesia, José Carlos Gomes, aquando a entrega dos prémios depois da partida final, no dia 1 de Agosto, “com o tempo vai-se aprendendo e este foi um dos melhores torneios já realizados.” A ADC da Moita da Roda agradece a todos a presença e o convívio desportivo, bem como o apoio prestado por parte da Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa.

Melhor guarda-redes: Tomi Gaspar (RFJA Conqueiros) Taça disciplina: Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa Melhor marcador: Rui Sobreira (CCDR Arroteia) Jogador revelação: Cláudio Francisco (ARCUSA 92 – São Miguel)

Fotos: NF

91 anos de Olívia Baptista

Voltaire, filósofo, escritor e poeta francês [1694-1778]

Fotoreportagem em www.noticiasdafreguesia.blogspot.com ou www.facebook.com/noticiasfreguesia

Passeio promovido pela Junta de Freguesia

Seniores visitam Lousã Fotos: DIREITOS RESERVADOS

Parabéns a você!

O repouso é uma boa coisa mas o tédio é seu irmão.

Pelo quarto ano consecutivo, a Junta de Freguesia promoveu um passeio para a população sénior da freguesia. Muito antes de se adivinhar o passeio, já eram bastantes aqueles que procuravam saber se ia havia passeio… onde era… pois esta é, para muitos, a única forma de passarem um dia diferente. No dia da abertura das inscrições, às portas da junta adivinhava-se forte adesão. Em apenas uma hora e meia, os lugares dos três autocarros que a Junta de Freguesia colocou ao dispor para o passeio, estavam lotados.

No dia 24 de Julho, num dia de muito sol e muito calor, típico da época, rumaram cerca de 160 pessoas com destino à Serra da Lousã. Chegados à Quinta da Paiva, em Miranda do Corvo, o calor não era muito convidativo, mas a boa disposição e a paisagem, colocavam de lado qualquer vontade de ficar parado. Foi aqui que os idosos da freguesia visitaram o Parque Biológico da Serra da Lousã – parque de vida selvagem, quinta pedagógica, labirinto e roseiral – desfrutando da natureza de flora e faunas selvagens que por ali se

encontravam. A Quinta da Paiva refere-se a um projecto que tem como objectivo primordial criar emprego e actividades ocupacionais para pessoas vítimas de exclusão, desempregados de longa duração, deficientes ou doentes crónicos, integrando e promovendo a igualdade e a dignidade humana, num incentivo à paixão pela natureza. Associado a este mesmo projecto, o almoço seguiuse na Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), que, para além de ser um momento para recuperar

energias da caminhada no parque, foi um momento alto de convívio e confraternização. Depois do corte do bolo oferecido pela Junta de Freguesia e que assinála sempre estes passeios, estava previsto uma visita ao Mosteiro de Semide, uma obra datada do séc. XII. Contudo, um pequeno percalço fez alterar o resto do programa, pelo que a visita ao mosteiro ficou sem efeito. Contudo, nada alterou a boa disposição que se fez sentir nesse dia.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.