Escola de Redes

Page 205

O mundo glocalizado Em um universo infinito, local pode abranger alto tão gigantesco que sua mente se encolhe diante dele. Frank Herbert Em Os filhos de Duna (1976)

Em geral, as pessoas pensam que vivem em um mesmo mundo com todas as outras pessoas, mas – em termos sociais – não vivem. Nesses termos, assim como as pessoas não vivem no mesmo lugar também não vivem no mesmo tempo, e assim como se começou a pensar em um ciberespaço – introduzido pelo romance de ficção científica Neuromancer de William Gibson (1984) – também se deveria pensar em um cibertempo. Na verdade, do ponto de vista das conexões ocultas que configuram o que é chamado de social, não há um mundo, um universo e sim múltiplos mundos, um multiverso. Cada indivíduo pensa que está no mesmo espaço-tempo de seus semelhantes, mas não está; se o espaço-tempo dos fluxos for considerado. Ele está, socialmente falando, em seu mundo particular de conexões, compartilhado por outros, por certo, mas não por todos os de sua cidade, seu país, seu continente ou do planeta. Sim, a pessoa que está a seu lado na fila do ônibus pode estar vivendo – com alguma chance, se você não a conhece – em outro mundo social, que pode estar “a quilômetros de distância” 205


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.