Escola de Redes

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desenvolvimento é o “aprender” de uma comunidade, a democracia é um “deixar aprender”. Como pacto de convivência, a democracia é um modo de regulação de conflitos que preserva a existência dos conflitantes, permite a continuidade de sua experiência de convivência social, possibilita a expansão continuada dos graus de liberdade para que possa haver cada vez mais experimentação, mais aprendizagem e, por conseguinte, mais desenvolvimento. É por isso que não pode haver desenvolvimento – tomado em termos regulacionais, na visão proposta aqui, ou seja, desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade – sem democracia. Ou melhor, é por isso que mais desenvolvimento (ou sustentabilidade) implica mais democracia, avanço do processo de democratização, de democratização da democracia. Pode haver crescimento – da renda, da riqueza ou de qualquer outra variável extra-econômica da equação do desenvolvimento, como o conhecimento, por exemplo – sem democracia, mas não pode haver, nesse sentido, desenvolvimento. E é por isso que o desenvolvimento depende da produção de capital social, ou seja, da capacidade de uma sociedade de gerar ordem espontaneamente pela cooperação. Em outras palavras, é por isso que desenvolvimento depende da capacidade de uma sociedade de constituir comunidade, de tramar seu tecido social a ponto de permitir a eclosão dos fenômenos associados à emergência (multiplicidade, diversidade, reverberação, circuitos de retroalimentação, de reforço ou de feedback positivo, etc.).

A rede aprendendo Em geral o conceito de desenvolvimento é tomado no sentido transformacional ou variacional. São dois modelos. O modelo transformacional, como se viu, evoca a idéia de desdobramento

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