Escola de Redes

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centro da questão, uma ideologia que se opõe tanto à globalização quanto à localização. A velha mentalidade não pode entender que não se caminha para uma aldeia global, como previa McLuhan, e sim para miríades de aldeias globais. Ela não consegue entender que o local conectado é o mundo todo. Seu temor é o de que o Estadonação perca importância visto que as localidades que emergem no mundo globalizado não são necessariamente os Estados nacionais e sim unidades supranacionais e infranacionais, macroregiões formadas por várias nações e microregiões dentro de antigas unidades nacionais, cidades transnacionais, cidades tecnológicas, grandes e pequenas comunidades de projeto de base territorial e comunidades de prática e de aprendizagem que brotam sem qualquer base territorial e se conformam por meio do compartilhamento de propósitos e visões, construindo novas identidades em um mundo cada vez mais diversificado.

A nova sociedade civil “desorganizada” É justo reconhecer que as organizações da sociedade civil (as chamadas ONGs) cumpriram – e ainda cumprem – um papel importantíssimo na promoção do desenvolvimento humano e social sustentável. Nos últimos anos, entretanto, uma reflexão mais aprofundada sobre as relações entre redes sociais, desenvolvimento e democracia, tem revelado que não se pode estacionar na compreensão dos fenômenos associados a essas formas emergentes de organização da sociedade e, sobretudo, ignorar seus problemas. Deve-se falar a verdade: uma parte significativa das associações civis populares ou que se estabelecem para trabalhar na chamada “área social” – pelo menos no Brasil – é constituída por tentativas 120


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