Parecer Pedagógico NEE

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PARECER DO NEE/AAC SOBRE AS ALTERAÇÕES AO PLANO DE ESTUDO DO 1º CICLO O NEE/AAC vem, sucintamente, pronunciar­se relativamente às alterações recentemente aprovadas ao Plano de Estudos do 1º Ciclo de Economia. É consensual que a Licenciatura de Economia carecia de uma reestruturação curricular que visasse simplificar as escolhas dos estudantes e alargar o espectro da sua formação ao longo do seu percurso académico. Assim, saudamos o princípio que assistiu a esta reforma, uma vez que visa criar sinergias dentro da Faculdade, que permitirá aos estudantes definirem um percurso mais plural que lhes forneça não apenas conhecimentos numa área específica de Economia mas em todas as outras complementares com as quais se identifiquem. 1. NOVAS UNIDADES CURRICULARES OBRIGATÓRIAS: Ouvidos os estudantes, é do entendimento do NEE/AAC que a redução do número de opcionais para 5 disciplinas deveria ser compensado com o aumento de apenas uma disciplina obrigatória, devendo os restantes ECTS’s ser distribuídos pelas unidades curriculares que já constituem o Plano de Estudos da Licenciatura de Economia, de forma a representarem mais correctamente a carga de esforço. Na perspectiva do NEE/AAC, a existência de uma distribuição homogénea de ECTS’s pela maioria das unidades curriculares da Licenciatura, não representa fidedignamente as diferentes cargas de esforço, pelo que este assunto deverá ser objecto de análise pelos órgãos competentes. Ainda assim, os alunos consideram que as duas novas disciplinas obrigatórias escolhidas pelo Conselho Cientifico para integrarem o Plano de Estudos, sendo disciplinas mais próximas da área de Gestão, representam de alguma forma uma perda de identidade daquilo que deveria ser o “núcleo duro” da nossa formação. Apesar da clara noção que esta decisão teve em conta uma aproximação aos Planos de outras escolas do país e de que serve melhor as atuais exigências do mercado de trabalho numa sondagem realizada pelo NEE/AAC, os estudantes de Economia demonstraram uma clara preferência pela cadeira de Economia Bancária para integrar o conjunto de unidades curriculares obrigatórias. Os estudantes consideram essencial uma formação plural, sem que isso seja impedimento de adquirirem as bases de raciocínio económico que em muito se distancia do pensamento de um gestor. Como tal, os alunos receiam estas novas reformas que desde antes da reforma de Bolonha tem diminuído o peso


das unidades da área de Economia, sendo possível um estudante terminar a sua licenciatura em Economia, com apenas 17 unidades curriculares (em 33) dessa área.

2.

UNIDADES CURRICULARES OPCIONAIS:

O NEE/AAC compreende que a esta redução das unidades curriculares da área de economia tenha assistido uma lógica de eficiente gestão dos recursos humanos da faculdade. Contudo, perderam­se unidades curriculares como Contas Nacionais, Economia Urbana, Economia dos Transportes, Integração Económica, Técnicas e Operações Bancárias, ... , que (mesmo algumas não tendo sido leccionadas nos últimos dois anos) representavam uma excelente oferta educativa da Faculdade. Especial destaque merece a primeira pois consultados os alunos de Mestrado que tiveram oportunidade de frequentar a disciplina de Contas Nacionais há 2 anos, ficou a mensagem de que esta deveria voltar a ser leccionada por representar um importante contributo para a formação de um economista. O NEE/AAC defende também que os estudantes de Economia devem ter a possibilidade de fazer um segundo seminário como Disciplina de Opção, devendo para isso ser alargado o número de “vagas opcionais” de Seminário de Economia Portuguesa e de Seminário de Economia Europeia. De fora do leque de opcionais ficou uma vez mais a cadeira de História do Pensamento Económico que na perspectiva do NEE/AAC, deveria substituir História Económica leccionada no 1º ano do 1º Ciclo. Lamentamos que não tenha sido possível concretizar a ideia de juntar todas as unidades opcionais num único semestre. Tal reforma representaria um vasto conjunto de mais­valias, mas entende­se compreendemos que a concentração das restantes cadeiras em cinco semestres criasse algumas complicações ao nível da construção de um coerente fio condutor do curso. De resto, o NEE/AAC saúda o esforço no sentido de aumentar a oferta em outras áreas, apenas ressalvando que é importante que se assegure que no caso das opcionais da área de economia haja um elevado número de vagas, garantindo assim que todos os alunos de Economia (que se queiram especializar na área correspondente) não sejam impedidos. 3. MENORES: O NEE/AAC felicita a Direcção da FEUC pela implementação deste modelo de percurso académico. Tal vem valorizar a Faculdade e os seus estudantes, beneficiando das sinergias resultantes de 4 cursos tão diferentes e ao mesmo tempo tão complementares.


4. PLANO TRANSITÓRIO: O NEE/AAC considera que estas alterações devem apenas ser válidas para estudantes que frequentem neste momento o primeiro ano, uma vez que os restantes já definiram o seu percurso com base no plano curricular ainda em vigor. Ainda assim, os estudantes consideram que caso um estudante do 2º ou 3º ano pretenda terminar o seu curso de acordo com estas novas regras, tal deve ser uma opção em benefício do mesmo. Salienta­se a situação de alguns alunos que pretendem terminar o seu curso no próximo ano sem que tenham a possibilidade de fechar os blocos que escolheram inicialmente por extinção de algumas disciplinas (Ex: Ec. Regional e Ec. Ambiente concluídas, faltava fazer Ec. Transportes que deixou de ser leccionada). Do ponto de vista do NEE/AAC, estes estudantes deverão poder concluir transitoriamente a sua licenciatura sem Contabilidade II ou Análise de Investimentos e na impossibilidade de respeitarem a realização de 3 unidades opcionais especificas para completar um bloco, deverão estes alunos poder realizar outras unidades opcionais do leque global. 5. OUTRAS QUESTÕES: O NEE/AAC considera que esta reforma deveria ter sido alvo de um debate público prévio de forma a recolher o máximo de opiniões de professores e estudantes não presentes nos órgãos. De acordo com o nosso Balanço Pedagógico reforçamos a ideia consensualizada entre os alunos da Licenciatura de que unidades curriculares como Introdução às Ciências Sociais ou História Económica poderiam ser substituídas por outras da mesma área (por exemplo Ética e Responsabilidade Social no primeiro caso e História do Pensamento Económico no segundo), mas mais bem enquadradas no Plano do Curso, ou pelo menos deveriam ser alvo de reformas profundas ao nível programático. Realça­se ainda as propostas feitas no Balanço Pedagógico ao nível do reforço do Inglês em termos de número de horas de aulas e ao nível de uma passagem da disciplina de Economia do Crescimento e Desenvolvimento para um momento mais tardio do curso, de forma a que os estudantes tivessem todas as condições para compreender integralmente a matéria, dotados de instrumentos que lhes permitissem atingir com mais rigor os objectivos da unidade em questão. Uma última nota apenas para reforçar a importância da apresentação antecipada de um documento global (Guia Pedagógico), que especifique o Plano de Estudos do 1º Ciclo, os Programas das Unidades curriculares, respectivos


objectivos, horários de aulas, datas de exames e modelos de avaliação contínua adaptados. Este documento é fundamental para que os estudantes saibam exactamente, antes de se inscreverem nas cadeiras, qual os conteúdos programáticos abordados de forma a organizarem o seu plano de trabalho de forma mais consistente. Desta forma poderão organizar­se com maior antecedência e é provável que a taxa de abandono de disciplinas a meio do semestre diminuía, contrariamente ao sucesso dos estudantes da Licenciatura de Economia. Acrescenta­se ainda a necessidade de uma melhor organização a nível logístico na época de exames, que garanta aos alunos não terem que se preocupar com inscrições que não aparecem por motivos informáticos e tantas outras situações que desvirtuam a concentração em pleno dia de exames. Este parecer deverá ser tido em conta, uma vez que o ensino superior é, antes de mais, para permitir aos alunos acumularem capital humano, pelo que a sua opinião não deverá ser ignorada.


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