Jornal Moto News - Ed. 04

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COLECIONÁVEL

GOIÂNIA, FEVEREIRO DE 2013 Personalidade

Don Guina

Um papo interessante com uma figura de muitas histórias no motociclismo. Família, amizade, motos, viagens e trabalho.

ANO I - EDIÇÃO 04 Musa da Moto

Aline Alves Fotos: Djane Franco Look: Rubens Vaz Agradecimentos: J Toledo Autofort Suzuki Clube de Paraquedismo de Morrinhos (CPM), sede Goiânia

Esportiva

Honda CB1000R

Derivada da linha CBR, a nova CB herdou esportividade e visual agressivo para seu estilo Extreme Street Fighter.

SUZUKI BOULEVARD M1500 Estilo clássico e o conforto de um avião nas pistas


Fevereiro de 2013

EDITORIAL Fr a n z Kafka (1883-1924) já disse que “quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece”. Acho que essa frase cai muito bem a nós, motociclistas, que temos a incrível mania de ver e sentir a beleza das coisas, mais do que aqueles que não conhecem o sentido da palavra liberdade, que possuímos sobre nossas motos. Motociclista não envelhece, pois vê na simplicidade e nas paisagens toda a beleza oculta a tantas outras pessoas. E vem a beleza feminina, que inunda os ollhos de todos com uma certa satisfação e um certo prazer, que é comum a todo ser humano. Nossa capa está bela, neste mês, não acha? E será assim até o fim do concurso Musa da Moto, com tantas beldades se candidatando e se interessando em ser nossa capa. Este mês é o de Aline Alves. O próximo pode ser o seu. Na matéria de capa, como não podia deixar de ser, trouxemos a Suzuki Boulevard M1500, um avião que voa baixo, mas traz o conforto e a segurança que uma moto deve ter. Faz, também, juz ao conceito da verdadeira beleza, pois, estas motos costumam abrir os olhos e encher de esperanças até o mais fechado dos corações. Como “Personalidade do mês”, entrevistamos um motociclista que pode ser querido ou odiado por muitos, mas, que tem uma grande peculiaridade: é autêntico no seu jeito de ser, de pensar e fazer as coisas - Don Guina. E mais: conheça as características que fazem da Honda CB1000R um ícone na categoria Extreme Street Fighter, uma naked sem defeitos e, mais uma vez, bem dotada no quesito beleza. Esperamos que tenham curtido a nova capa - as demais seguirão o mesmo padrão, até o fim do concurso - e que novas e belas garotas se candidatem para nos abrilhantar, posando com máquinas também belas e desejadas no mundo motociclístico. Obrigado, novamente, e motoabraço.

Rapidinhas

Por: Argus Wolf

Novas regras para motoqueiros profissionais

Estão em vigor, desde o dia 02 de fevereiro, as novas regras para motoboys e mototaxistas exercerem sua profissão. Descumpridas, o profissional poderá ser multado e ter sua moto apreendida até a regularização. Entre as polêmicas, destaca-se a exigência de um curso de capacitação, que será ministrado por instituições definidas pelo Detran a todos os motoboys e mototaxistas - se serão pagos ou gratuitos, ficará a cargo do Estado e Município decidirem. Procure, hoje mesmo, o Detran e saiba qual é a situação em Goiânia e região. A multa pelas irregularidades pode chegar a R$ 191,54. Melhor não se arriscar, não é, galera?

Trânsito exige ainda mais atenção

Dado o número alarmante e cada vez maior de acidentes entre veículos e motos em Goiânia e Aparecida de Goiânia, sem deixar de lado também algumas cidades do interior, é necessário realizar ações cada vez mais sérias a fim de tentar diminuir esse quadro. Mais do que corretas, por exemplo, são as blitzes da Operação Balada Responsável, que procuram intimidar os mais afoitos e, assim, impedi-los de beber e dirigir. Aliás, esta é uma combinação impraticável, tanto para motoristas como para condutores de motos (estes, então, estão fadados a graves ferimentos e morte prematura, e não é necessário nem dizer o porque). Outras ações, como cursos de aperfeiçoamento na direção, não-obrigatório e gratuito, deveriam ser aplicados pela prefeitura, ou em parceria com o Estado, ou com a União. A educação no trânsito merece mais atenção.

quintas-feiras, a partir das 20 hs. Por pouco, esse encontro não foi diluído, ano passado, por reclamações de alguns moradores da região, que se esquentavam com as acelerações e roncos dos motores. Mas, este encontro também conta com pessoas de prestígio, motociclistas pioneiros ou não, que viram, ali, uma oportunidade de se encontrarem, levar um bom papo e, dali, ir visitar outros motoclubes ou amigos. Ainda bem que houve um acordo, apesar de Goiânia contar com vários espaços - e muito bons - para isso.

precáveis as vias públicas, o que, sejamos sinceros, tem acontecido muito vergonhosamente. Isso, sem contar as rodovias. Rodar de moto em certas avenidas de Goiânia e Aparecida de Goiânia é uma tarefa arriscada, tanto para o condutor da moto, como para os pedestres, que podem pagar pelo pecado de uma administração irresponsável. Para melhorar o trânsito, não é preciso somente cobrar do cidadão, proibindo-o de beber um só copo de cerveja, não: é necessário tato administrativo e responsabilidade com o dinheiro do povo, também.

IPVA demais, qualidade asfáltica de menos

Novidades e mais vendas em 2013

Sabe quanto o Brasil arrecadou em IPVA, somente no ano passado? Segure-se: R$ 26,91 bilhões. Daí, você se pergunta: e o que é que fazem com esse dinheiro todo, já que, teoricamente, a arrecadação deste imposto deveria servir para recuperar e manter im-

Segundo a Fenabrave, o ano de 2013 promete ser muito bom para o setor de veículos, especialmente, motos. Para este ano, são esperados novos e diversificados modelos. Isso somado à melhoria econômica do brasileiro, as concessionárias terão mais trabalho.

Foto: Djane Franco | www.djanefranco.com.br

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Movimento na Paranaíba

Mozart J. Fialho

www.jornalmotonews.blogspot.com www.facebook.com/jornalmotonews

Há alguns anos, a Avenida Paranaíba tem sido palco de encontro motociclístico, todas as

Diretor Geral Mozart Jesus Fialho (62)

2ª Edição - Ano I - Novembro de 2012

expediente

Allysson Maia (revisão)

9361-9456

Direção de Arte Argus Wolf

Colaboradores Charles “Chuck” Saedt (dicas de mecânica)

Departamento Comercial Karla Cristina Costa

(62)

9188-4042

Mozart J Fialho

(62)

8126-4058

Apoio:

Impresso por: Gráfica Conceito Ltda.

Redação Alameda dos Buritis, 520 - F. 3941-5485 - Goiânia - GO www.jmotonews.wix.com/motonews - www.facebook.com/JornalMotoNews Distribuição gratuita na grande Goiânia e cidades do entorno.

Tiragem: 3500 exemplares


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Personalidade

Don Guina Reportagem: Mozart J. Fialho Fotos: arquivo pessoal D. Guina

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lguns já nascem com o dom de ser motociclista. Para dar vazão a esse dom, passam a conviver com outros que possuem a mesma paixão. A partir daí, o interesse pela moto e pelo que ela proporciona tende a aumentar, a se tornar algo intrínseco ao ser. Somando-se isso ao respeito pela máquina, a receita está pronta e é infalível: você é um motociclista. Don Guina que o diga. Sua paixão por motos começou cedo, de dentro de uma oficina de motos ao lado de sua casa, há cerca de 32 anos, em Vitória, ES. Quando se mudou para Belo Horizonte, Guina conheceu o movimento motociclístico, fazendo parte de pequenos grupos de amigos que, simplesmente, curtiam viajar de moto. Daí, ao vir para Goiânia, é que realmente ele começou a fazer seu circuito de viagens predileto: Goiás - Minas Gerais - Espírito Santo. Cada um de nós tem uma certa afinidade com esta ou aquela marca de moto. Para Don Guina, as Yamahas foram suas companheiras desde os primeiros tempos, começando com uma 100 cc, do início da década de 70, que, naquela época, eram im-

portadas. A título de informação, a primeira Yamaha produzida em série no Brasil foi a RD 50 (a famosa “cinquentinha”), no ano de 1974. Teve, depois, uma DT 180, moto que fez muito sucesso no início dos anos 80, principalmente, no meio do motocross: uma moto forte, que aguentava o rojão dos motociclistas mais afoitos. Da DT, Don Guina passou para a NX Sahara (sua única Honda) e também tratou de adquirir logo aquela que se tornaria sua “marca”: uma Ténéré 600, que já está com ele há 22 anos. Trata-se de uma moto singular, já bastante surrada pelas viagens e pelo tempo, mas, ainda em pé e levando Don Guina para onde quer que ele vá. A Ténéré, originalmente branca, carregava bugigangas, numa forma rústica de ornamentação, que eram, literalmente, objetos que Don Guina encontrava pelas estradas e os pendurava na moto. Braços falsos e de bonecas, crânio de vaca e outras estranhezas eram comuns serem vistos na moto que, hoje, encontra-se mais light, sem tantos apetrechos. A maioria dos objetos sempre tem uma história, algo interessante que aconteceu em determinado ponto da viagem e, só mesmo sendo um rider pra entender e saber guardar cada um destes instantes. O estradeiro, estilo que Don Guina faz questão de manter, já sai de casa preparado para qualquer eventualidade. Motos são passíveis a furos de pneus, problemas com corrente, ou até mesmo alguma falha na elétrica. É primordial, para esses indesejados casos, ter sempre suas ferramentas

consigo, e quanto mais bem “aparelhado”, melhor. Além das ferramentas, Don Guina leva consigo: emenda para corrente, câmaras de ar, além de café - “porque gosto de café na beira da estrada”, em suas próprias palavras -, e também alguma coisa pra comer mais rapidamente, nas paradas (como uma calabresa, por exemplo). Pegar a estrada é isso: você estar preparado para eventualidades e poder parar em qualquer lugar aprazível pra poder fazer sua horinha. Sem pressa e sem medo de ser motociclista. Outro ponto ligado ao estradeiro é o companheirismo. Como disse Don Guina, um trem com 10 motos, na verdade, é um trem com um motor só. Isso quer dizer que, se alguma das motos tiver defeito, todos os demais param a viagem, já que estão juntos, para dar o devido suporte ao irmão que está com problemas. De 20 anos ou mais pra cá, o conceito de personalização (ou customização) da moto mudou muito. Naquela época, não havia motos conceituais e prontas para uso, ou seja, se o motociclista quisesse, teria que procurar alguém para personalizar sua máquina - ou ele mesmo fazê-lo -, deixando-a mais ao seu gosto e com sua cara. Ultimamente, é cada vez mais comum os fabricantes já lançarem as motos com características custom, o que às vezes inibe sua modificação ao verdadeiro gosto do dono. Em relação à “alma motociclista”, cada vez mais rara, Don Guina vê com tristeza certas coisas: hoje, existem muitos motociclistas de vitrine, que rodam mais

por modismo, só em finais de semana, do que pelo espírito motociclista. Don Guina também apontou algumas diferenças entre os velhos e os atuais encontros motociclísticos, especialmente, aqui, em Goiás. A abertura se converteu na popularização destes encontros que, antes, eram exclusivos para os motociclistas e motoclubes e, raramente, surgiam pessoas de fora. Hoje, por motivos vários, muitos destes encontros estão “mais parecidos com aniversário da cidade” do que propriamente um encontro de irmãos de estrada. Ele lembra que, antes, podia-se deixar o capacete na moto, que ele ficava lá, até o motociclista voltar. Agora, isso é impraticável.

Como mensagem aos motociclistas, Don Guina deixa o seguinte: sejam prudentes em todos os sentidos. A prudência é a melhor companheira de quem pilota uma moto. Vai viajar? Procure ir bem equipado e bem trajado, com o máximo de segurança para você e para o garupa, quando tiver. Ser responsável no trânsito e ter sua atenção voltada a ele, é possível evitar muita coisa indesejável.


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Custom

Suzuki Boulevard M1500 Estilo clássico e o conforto de um avião nas pistas Pilotar uma Boulevard M1500 é algo que o fará pensar sobre ela o resto do dia. Se for na cidade, em dia de segunda-feira, talvez, você vá se lembrar do peso da moto; se for na rodovia, é bem certo que irá querer continuar a viagem, mesmo sem destino algum em mente.

Foto: Divulgação

M1500 R. A diferença entre as duas é que, esta última é uma edição limitada, que traz como diferenciais a carenagem dianteira, o design do farol, a posição do painel, o guidão e a opção de transformar o banco em “monoposto”. Detalhes que vêm agradar a muitos motociclistas mais ligados a motos do estilo estradeiro/custom.

ções, dá pra sentir a força de seu motorzão quando estamos abaixo dos 60 km/h, do mesmo jeito quando estamos nos 140, 150 km/h, velocidades estas que ela roda sem qualquer reclamação. Um avião que voa raso. Sua transmissão final se dá por eixo cardã, o que garante pelo menos 10 mil quilômetros de despreocupações em relação a ajuste disso e daquilo, bem como, de reposição do óleo. O câmbio da Boulevard M1500 é de 5 marchas.

Tecnologia

Motor e transmissão O motor da Suzuki Boulevard M1500 (valendo também para a versão R) é um OHC bicilíndrico, 4 válvulas por cilindro, de 1.462 cm³ e 2 pistões de longo curso, dispostos a 54º em “V-Twin”. É refrigerado a líquido e produz 80 hp de potência a apenas 4800 rpm. Seu torque máximo é de 12,08 kgf.m a parcos 2.700 rpm, proporcionando-lhe uma forte arrancada. Responde bem em baixas rota-

A Boulevard é equipada com o Sistema Digital de Injeção Eletrônica com Dupla Válvula (SDTV Suzuki Dual Throttle Valve), além de um sistema gerenciador, ou Módulo de Controle de Motor (ECM - Engine Control Module) equipado com um gerenciador de 32 bits, conjunto este que faz aumentar a resposta à aceleração e eficiência de suas quase 1500 cilindradas. Além disso, ela vem equipada também com o sistema automático de Controle de Marcha Lenta (ISC – Idle Speed Control) que regula o volume de ar que passa através do corpo de borboleta de acordo com a temperatura do líquido de arrefecimento, o que resulta em uma marcha lenta estável e na excelência na partida a frio. É uma motocicleta cheia de siglas, mas, todas elas resultado de muita tecnologia aplicada.

Visual clássico A Boulevard M1500R conta com um conjunto maior de carenagens, especialmente, a que recobre seu farol. Este, por sua vez, está mais pronunciado, e dá destaque à dianteira juntamente com o novo para-lamas,

Foto: Divulgação

um pouco maior nesta versão. Seu tanque em formato de gota dá um toque estradeiro à motocicleta, somado à quantidade de peças cromadas e aos grandes canos do escape, que percorrem paralelamente a lateral direita da M1500, completam seu visual clássico, confirmando tratar-se de uma custom de respeito.

Ciclística Como “desvantagem”, se é que se pode dizer assim, em se ter uma moto do tamanho da Boulevard é, certamente, o dia-a-dia no trânsito, especialmente, em Goiânia e outras capitais com grande número de veículos e ruas pequenas. Isso implica em menor maneabilidade, assim como aumento da temperatura do motor e outros desconfortos que o motociclista enfrentaria. Contudo, não quer dizer que seria preciso levantar-se da moto e sair andando e chateado. Pelo contrário, o trânsito exige paciência de todo mundo, até de pedestres. O caminho é longo e precisa ser cumprido, e a Boulevard o ajuda a concluir, com certeza. Mas, falou em rodovia, falou na casa desta máquina.

Foto: Divulgação

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Suzuki Boulevard está entre as motocicletas de estilo custom-clássico mais desejadas pelos adeptos do modo estradeiro de ser. Confortável, potente e muito gostosa de pilotar, ela é inspirada nas motos long-and-low (longa e baixa), comuns nas décadas de 40 e 50. A Boulevard, no entanto, foi construída com dois motores diferentes: um de 805 cc e outro de 1.462 cc. E é exatamente sobre este último que trata este artigo. A versão 1500 é marcada por uma forte característica, segundo comentários de seus proprietários: é uma moto com grande capacidade de cruzeiro, combinada com a estética agressiva e “estilosa”. Por ter um ótimo torque, em velocidade de cruzeiro de 120 km/h ela oferece, ainda, grande economia, podendo rodar por cerca de 250 quilômetros sem ver um posto de combustível. Nas estradas brasileiras, especialmente daqui para o sudeste/ sul do país, essa distância é consideravelmente confortável, evitando que você entre em pânico ao saber que tem pouco combustível e o próximo posto está a sabe-se lá quantos quilômetros. Ela veio para as ruas para encarar as poderosas HDs Fat Boy, Heritage e Softail, e seu preço está à altura das americanas, assim como, o que ela tem a oferecer. Em 2010, a Suzuki apresentou novidades em suas Boulevards, trazendo, para o Brasil, as versão “M”, que substituiu a versão “C”. Assim sendo, a antiga C1500 “tornou-se” a M1500 que, por sua vez, veio com a gêmea

Preço O valor de venda sugerido pelo fabricante é de R$ 45.900,00 - faixa de preço também aplicada às concorrentes diretas da Boulevard. De qualquer forma, a própria Suzuki diz contar com argumentos para convencer o motociclista, em relação às vantagens de uma Boulevard sobre as americanas, inglesas e italianas: confiabilidade e histórico da marca no Brasil. É chegar na loja e conferir.


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Banco da Moto

O local onde todo motociclista gosta de estar. Nesta edição, Chuck foi convidado a responder questões de alguns motociclistas, dúvidas que podem ser as mesmas de tantos outros. Envie as suas. Minha Twister está com um comportamento engraçado: ela não pode ver chuva. Qualquer contato com o tempo úmido ela apaga, vai perdendo giro e corta a ignição. Fiz teste de bateria, descanço, conectores elétricos, e nada resolveu. O engraçado que isso só acontece quando chove ou quando o tempo esta muito úmido. O que será? José Paulo Côrtes - Ap. de Goiânia

que). Verifique o sensor de descanso (este “defeito” é comum em algumas motos Honda). Além disso, pode ser alguma parte do chicote que esteja desencapada e a água está provocando curto com o chassi. Por último, e menos provável, pode ser que esteja entrando água dentro do seu carburador (verifique as conexões das mangueiras de suspiro). Tenho uma lander 2008 que esta sujando vela e queimando óleo. Ela suja vela, fica tudo preto de foligem e faz dois dias que não pega mais. O que eu faço?

Luís Carlos Pimenta - Goiânia

Caro José Paulo, seu problema é bastante “vasto”, isto é, pode ser defeito em vários locais. Mas ao que tudo indica é, sim, problema elétrico. Compre um spray “limpa contatos elétricos”, desconecte todos os plugs do chicote, passe o produto e conecte-os novamente, no mesmo local. Verifique a ignição (miolo da chave), o botão corta corrente, o terminal supressivo (cachimbo) e a vela. Dê a devida atenção à ligação da bobina de ignição (embaixo do tan-

Amigo, se o motor está queimando óleo, não há muito o que fazer, ou melhor, há muito o que fazer. Infelizmente, fizeste algo errado na manutenção do seu motor. Deixou faltar óleo ou excedeu a quilometragem. Esse motor é quase impossível baixar óleo. Costuma ser aberto depois dos 150.000 km para trocar rolamentos e/ou biela. Deve “fazer o motor”. Se estiver com menos de 40 mil km, pode fazer somente a parte de cima. Caso esteja com mais, é melhor fazer completo. Neste caso, é aconselhável trocar todos os rolamentos do motor. Consegue em lojas especializadas por um preço

muito inferior à concessionária. Utilize sempre os originais. mesma medida, marca Nashi. Será necessário trocar, além dos rolamentos: camisa, biela, kit pistão e retentores de válvulas. Nessa motocicleta, é altamente recomendável utilizar 100% de peças originais no motor. O cilindro dela não é passível de retífica. Existe uma adaptação de camisa de aço (a original é de alumínio com tratamento cerâmico), mas não fica bom. O desempenho diminui, o óleo perde a viscosidade muito rápido (devido a queima e detritos) e o consumo aumenta. A durabilidade desse motor com peças similares (e camisa de aço) é de 10% a 40% do original. Não compensa. Utilizando 100% de peças genuínas terá um motor novo, com a mesma durabilidade que saiu de fábrica. No seu caso, efetuando a troca de óleo a cada 3000 km e trocando de filtro (troca sim, troca não) terás o motor por no mínimo 150.000 km. Utilize nesse motor sempre óleos de boa qualidade. Yamalube, Motul ou Lubrax. Olá. Tenho uma Honda CG 150 ESD 2008 e um problema: quando vou dar partida com uma acelerada de leve, ela pega. Mas, se parar de acelerar, já era, apaga, aí preciso ficar acelerando, quando paro numa esquina, por exemplo. Já com o motor quente, ela mantém a lenta normal; só às vezes, quando paro (esquina, semáforo) e engato a marcha para sair, ela faz um “poff” e morre. O que pode ser? Hoje mesmo fui ao mecânico e ele regulou a lenta e o ar, porém disse que se não melhorasse teria que abrir para trocar a agulha etc. Mas ela funcionava legal antes, tem algo a ver trocar agulha, etc, agora? Sendo que a moto é a mesma não foi mexido em nada. Obs.: mudou pouco depois que ele mexeu, praticamente nada. Grato pela atenção. Abraços. Essa pergunta é ótima, e serve para todos que têm motos carburadas. Se o problema aconteceu da noite para o dia, o problema é sujeira no carburador. Caso já não estava 100% há algum tempo, pode ser que o mecânico tenha razão. Com o tempo, as partes internas do carburador sofrem desgaste. principalmente no Brasil, onde a gasolina tem mistura de 25% de álcool. Além do batismo com solvente dos postos, que acelera muito o processo. Taí a vantagem de abastecer sempre com uma boa

O que você quer nos dizer? Envie seu e-mail* com suas dúvidas, opiniões ou sugestões para a nossa redação, para que sejam publicadas na sessão Banco da Moto. jmotonews@gmail.com *Somente serão aceitos e-mails certificados com nome completo, endereço, telefone e RG.

Motonegócios Suzuki Boulevard M800 07/07 preta, final 4. Tr. fone: (62) 32851958. BMW GS800 - seminova, muito linda. R$ 38.500. Tr. fone: (62) 3293-3039. CG ESD 150 12/13 - compl. com manual e chave reserva. Tr. fone: (62) 3285-1958. Honda Shadow 600 01/01 - cinza, bem conservada, final 3. Tr. fone: (62) 3285-1958. Titan 150 EX/10 - preta, ótimo estado. Tr. fone: (62) 3293-3039. Titan 125 2008 - preta, básica. Tr. fone: (62) 3285-1958. Twister 250 2003 - preta, final 8. Tr. fone: (62) 3285-1958. Este espaço é gratuito. Envie os dados de venda de sua moto para jmotonews@gmail.com, com ou sem foto, para que possamos publicar o anúncio para você. No entanto, não podemos garantir o anúncio imediatamente, devido ao espaço ser limitado. Por isso, seja um dos primeiros a enviar. O Jornal Moto News não entrará em qualquer negociação, servindo somente de veículo de informação entre o interessado e o proprietário da motocicleta.

gasolina (se sua moto for grande, mais ainda, pois os reparos são caros e mais difíceis de encontrar). Nesse caso recomendo trocar o “Kit Reparo”, que vem com giclês, agulha da mistura, agulha da “rápida”, e todas as borrachas. Se possível, original, pois custa o triplo, mas dura o mesmo da moto nova e garante um consumo semelhante ao de quando a moto era zero. A similar dura de 20 a 40% e o consumo geralmente aumenta. Então, com o preço absurdo da gasolina, o custo x benefício da original é bem maior. *Charles Saedt é membro do Forasteiro’s M.C. e um especialista em motos. E-mail: chuckmt@ymail.com


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Musa da Moto

Aline Alves: Musa da Moto do mês F otografar Aline Alves não foi difícil para Djane Franco. A interação fotógrafa x modelo e o profissionalismo de ambas foram essenciais, aliados aos cuidados de Rubens Vaz, da Beleza em Produção, que tomou conta do look de Aline. Isso não teria sido possível, sem a boa disposição de pessoas como o instrutor de paraquedismo (e também fotógrafo) Eurípedes Pires, do qual este que vos escreve tem a honra de ter sido aluno, por nos ter cedido o hangar de sua escola, no Aeroclube de Goiânia; e Jânio Toledo, da Autofort Suzuki, que nos conseguiu o avião Boulevard M1500, que ilustra a capa, esta página e é matéria principal desta edição. Os agradecimentos se estendem a Ricardo, também representando a Autofort, pelo transporte da moto, e ao pessoal do Aeroclube de Goiânia. Para ver mais fotos, acesse: www.jmotonews.wix.com Sites parceiros: www.djanefranco.com.br www.cpmparaquedismo.com.br

Fotos: Djane Franco | www.djanefranco.com.br

Sob um céu limpo e ensolarado, Aline representou muito bem o conceito “avião” dado à Suzuki Boulevard M1500

“Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece.” Franz Kafka

www.autofortgyn.com.br

Honda: 18 milhões de motos vendidas Maior fabricante de motocicletas do país, a empresa comemora o marco 36 anos após o início da produção nacional.

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M oto Honda da Amazônia Ltda. atingiu neste último mês de janeiro mais um fato histórico de sua atuação no país: a produção da moto de número 18 milhões em sua fábrica localizada na cidade de Manaus (AM), uma CG 150 Titan, com tecnologia flex. Para celebrar a data, foi realizada uma cerimônia interna com a presença do presidente da Honda South America, Masahiro Takedagawa, do presidente da Moto Honda da Amazônia, Issao Mizoguchi, demais representantes da diretoria e funcionários da fábrica. “O volume de 18 milhões é muito significativo. É resultado de nosso compromisso com o Brasil e da parceria de sucesso entre colaboradores, fornecedores, concessionárias e demais parceiros. Mas acima de tudo, representa que

conquistamos a confiança de 18 milhões de consumidores brasileiros, o que muito nos honra”, afirmou Issao Mizoguchi. A marca de 18 milhões de unidades produzidas foi atingida 36 anos após o início da operação da planta de Manaus, a maior fábrica de motocicletas Honda em todo o mundo. O dado é bastante representativo da força da empresa no Brasil: em números absolutos, a Honda é a segunda maior fabricante de veículos automotores do país (carros,

caminhonetes, ônibus, caminhões, tratores, motocicletas, embarcações e aeronaves). Atualmente sai da linha de montagem da unidade 1 motocicleta a cada 8 segundos. São produzidos 20 modelos de motocicletas de 100cc a 1.000cc, com altos índices de nacionalização. Em 2012, a empresa atingiu outro marco histórico: a produção da motocicleta flex número 2 milhões. O volume foi obtido três anos após o lançamento da primeira motocicleta flex do mundo, a CG Titan Mix, em 2009.

Inovação e tecnologia Em 2009, a HDA foi pioneira ao lançar a primeira moto flex do mundo. Desde então, a Honda vem ampliando ano a ano a sua linha de motos bicombustíveis. Atualmente já são 4 modelos flex: CG 150 Titan, NXR 150 Bros, CG 150 Fan e a Biz 125, que juntas representam aproximadamente 60% das vendas

da empresa. Em 2012, mais de 770 mil motocicletas flex foram comercializadas. E para 2013, a Honda irá ampliar a gama de modelos bicombustíveis com o início das vendas dos modelos CB 300R e XRE 300 movidas a gasolina e/ou etanol. O motor flex para motocicletas foi desenvolvido especialmente para atender a demanda do mercado brasileiro, atualmente 4º maior em vendas dentre aqueles onde a Honda atua. O projeto, desenvolvido no Japão com participação de engenheiros brasileiros, teve como objetivo o desenvolvimento de um motor com o menor impacto possível ao meio ambiente. Quando comparado à gasolina, o etanol tem a vantagem de ser uma fonte de energia renovável. Além disso, polui menos que os combustíveis fósseis e não possui enxofre em sua composição – tornando sua combustão mais limpa. Fonte: website Honda


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Seguranca

ACIDENTES

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Texto: Mozart J. Fialho ara todos nós, motociclistas, não há cena mais deprimente do que ver alguém estirado no chão, a sangue banhado, lutando para sobreviver ou, ainda mais seriamente, sem qualquer chance para se reencontrar com sua família novamente. Já para a família deste que se encontra no chão, o sentimento é ainda mais dolorido, pois temem pela vida de seu ente querido, assim como, pelo futuro de todos os que dependem dele. Os acidentes, infelizmente, fazem parte do dia-a-dia de uma cidade grande como Goiânia (ou nem precisam ser cidades grandes, para isso acontecer). Mas, ocorrem, principalmente, por falhas humanas - ou do próprio motociclista, ou do motorista desatento. O mínimo que sua moto exige de você, além de saber pilotar, claro, é sua atenção. Estando atento ao trânsito, você já tem uma grande chance de não sofrer um acidente. Atenção a tudo: é como se nós, motociclistas, precisássemos enxergar 360º ao mesmo tempo, e isso seria ótimo, se fosse algo natural. Mas, como não dispomos de um olho assim, o melhor mesmo é usarmos os olhos como rastreadores inquietos, que buscam, a todo momento, e em todos os ângulos, à frente e nas laterais (sem nos esquecermos dos retrovisores), por algo “suspeito” ou potencialmente prejudicial. O carro que está à sua frente, por exemplo, poderá mudar de faixa a

qualquer momento, sem lhe avisar com a seta. Portanto, atenção aos movimentos daquele veículo. Aqui em Goiânia, e em várias cidades do interior, tristemente, são incontáveis os motoristas e motociclistas que não sabem para que serve aquele dispositivo em seu veículo. Portanto, se você é destes, saiba que sua moto também precisa usar a seta, quando for virar. Facilmente, um motorista, ou outro motociclista, que vier atrás de você, poderá pegá-lo de suspresa (e de cheio!), caso não avise que vai fazer a manobra. Em caso de usar o corredor formado pelos automóveis, faça-o somente com o trânsito parado: a lei o permite fazê-lo. Mas, desde o momento em que os carros estão em movimento, procure evitar o corredor, pois, assim, principalmente em tráfego pesado e no horário de rush, tanto o motorista, quanto você mesmo, terá menor controle sobre o fluxo. Semáforo vermelho quer dizer: PARE! Entendeu? Mas, na madrugada, redobre sua atenção em todas as cores: são muitos os motoristas que confiam que não vai haver nenhum veículo passando por determinado cruzamento e acabam por avançar o sinal vermelho. Daí, você, motociclista, que vem todo certinho, com o sinal verde pra você, é quem levará a pior. Portanto, ande devagar e preste bastante atenção ao cruzar o sinal, mesmo estando verde. Houve um caso de um motociclista bastante conhecido no meio motoclubista que acabou falecendo

Foto: Alfredo Risk/Futura Press

eve d e Você é quem mais pode evitá-los

em um acidente dessa natureza, há quase 10 anos, na T-63 com a T-5. A chuva, amigo motociclista, não traz nada de bom para nós. Exige mais atenção e maior perícia e não nos permite manobrar a moto com a mesma destreza que no chão seco. Os freios perdem mais da metade de sua capacidade de parada, porque a falta de atrito faz com que o pneu deslize por um espaço bem maior e, por vezes, sem rumo. Cuidado, também, com as faixas de pedestres, pois tornam-se tão escorregadias quanto óleo no asfalto. Este, aliás, é outro perigo, já que muitos veículos, especialmente ônibus e caminhões velhos, são especialistas em “deixar suas marcas”. Outro vilão é aquele líquido “gosmento”, fétido e ainda mais escorregadio, conhecido por “chorume”. Vejo aquilo como uma falta de respeito por parte da administração municipal, já que gera, além desse perigo, um mal-estar generalizado, devido não só ao mau cheiro, como também, à reunião de moscas e larvas de todo gênero. Já que eles não se

preocupam com isso, o melhor é nós tomarmos muito cuidado, principalmente, nas curvas de rotatórias e esquinas, onde mais ocorrem. Por fim, não dispute a preferência com veículos maiores do que o seu, e nem pense em ultrapassar de forma arriscada, como pela direita, por exemplo. Você acabará perdendo, pois, muitos são os motoristas que não estão te vendo, ou acham que você não vai continuar, pois está em uma moto. Vai pelo pensamento dele, não continue, pois quem quer preservar a sua vida é você mesmo. Como você pode perceber, em todos os casos, nossa atenção é cobrada. Portanto, amigo motociclista, use sempre capacete, procure rodar na sua mão, sempre atento a todos os que o cercam, não banque o “inatingível” e procure estar sempre com as duas mãos no guidão e rastreadores nos olhos. Em sua casa, com certeza, há pessoas que lhe querem de volta, são e salvo. Proteja-se. * Mozart J. Fialho é editor deste jornal e motociclista há 30 anos, contabilizando apenas 4 ocorrências neste período, sendo uma de média gravidade.


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Fevereiro de 2013

Esportiva

Honda CB1000R

F

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eita para correr. Essa é a frase que define bem o propósito da Honda CB 1000R, apresentada pela primeira vez no Salão de Milão 2007. É um projeto do braço italiano da Honda e foi desenhado para ganhar as pistas de todo o mundo. Além do motor, um dos seus pontos fortes é seu visual agressivo, uma verdadeira extreme street fighter, ou “extrema lutadora de rua”. Usa motor DOHC de 4 tempos, 4 cilindros em linha, com 998,3 cm³, o qual gera 125,1 cv de potência máxima a 10.000 rpm e torque de 10,1 kgf.m

A nova CB1000R oferece conforto em diferentes cenários e é muito ágil e veloz.

a 7.750 rpm. Para dar maior folga a esse motorzão, seu câmbio é de 6 marchas e sua transmissão final é feita por corrente. É o tipo de motor que permite rodar com marcha alta e baixas rotações, bem como, o contrário. A estrutura de quadro da CB1000R, assim como ângulo de cáster, distância entre-eixos e altura do guidão conferem a essa naked uma grande agilidade, tornando sua ciclística mais confortável, seja nos perímetros urbanos, ou mesmo nas rodovias e pistas. Mesmo em alta velocidade, ela mantém sua estabilidade, mesmo porque seu conjunto de suspensões consegue absorver com eficiência os impactos das imperfeições das pistas. Em relação à CBR1000RR, essa naked oferece mais conforto na pilotagem. Banco mais largo e mais macio, pedaleiras posicionadas mais abaixo do que na primeira, além do guidão. A superesportiva perde, em termos, para

esta naked nas situações que exigem mais agilidade do que velocidade. Mas, assim mesmo, atingir velocidades fora da lei com a CB1000R é muito fácil: vá para a rodovia e, em poucos segundos, você já estará acima dos 120 km/h e avançando para os 200 km/h. Segurança também é um importante conceito neste tipo de motocicleta. A CB conta com freios Combined ABS, desenvolvido pela própria Honda, discos duplos com 310 mm e pinça de 3 pistões na dianteira, e

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Derivada da linha CBR, a nova CB herdou esportividade e visual agressivo para seu estilo Extreme Street Fighter

disco simples de 256 mm com pinça dupla na traseira. São bastante eficazes e dão bons resultados na pista e nos perímetros urbanos. Tem como concorrente direta no Brasil a Kawasaki Z1000 que, inclusive, oferece maior potência, mas, também, preço mais elevado. Daí, vai pelo bolso ou mesmo pelos limites que o proprietário quererá alcançar. Preços sugeridos: R$ 37.800 (s/ ABS) e R$ 40.800 (c/ ABS). Tabela em vigor desde janeiro/2012.


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