BIG BANG: A TeoriaGuia não autorizado da série

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nerdismo. O bom humor pode ser visto nas situações da série, e não na sátira dos personagens em si. A fórmula já testada e aprovada para zombar dos nerds é tão universal que no episódio piloto de 2006 de Big Bang, a teoria os cocriadores seguiram pelo caminho mais fácil: eles também tiraram sarro dos nerds. No entanto, a CBS enxergou o potencial do episódio piloto e sugeriu mudanças que iriam elevar a série até a estratosfera da audiência. A série se passa na cidade de Pasadena, na Califórnia, e mostra quatro amigos que trabalham no Instituto de Tecnologia da Califórnia, a Caltech: Dr. Sheldon Cooper, Dr. Leonard Hofstadter, Dr. Rajesh Koothrappali e o Sr. Howard Wolowitz. Durante anos, suas vidas seguiram por órbitas previsíveis, até que a chegada de um novo corpo celeste na forma de uma bela jovem provoca uma mudança profunda em suas vidas. A comédia reina nessa colisão inevitável entre o mundo nerd e o mundo real, especialmente no caso do seu presumido líder, o Dr. Cooper, que se posiciona distante e acima de todos eles. Assim como seu herói, o Sr. Spock, Sheldon Cooper está em guerra contra si. Apesar de querer viver livre das distrações biológicas que afligem as formas de vida baseadas em carbono (como o sexo), a cada esquina ele se encontra aturdido e fascinado pela comédie humaine – a comédia humana. E o mais engraçado é que ele não se vê como parte da comédia; Sheldon se considera um observador desinteressado, mesmo sendo frequentemente o centro do furacão. Baseado em seus próprios méritos como uma boa comédia, a série conseguiria provar seu sucesso; mas os cocriadores fizeram questão de enriquecê-la contratando um físico da Caltech para revisar os roteiros, que são cheios de referências científicas. Dessa forma, a série celebra a ciência real da comunidade científica e seus estudantes. À sua própria maneira, assim como Star Trek inspirou muitos jovens a percorrerem campos semelhantes, Big Bang, a teoria pode ter um efeito saudável para a Física. Se a série fosse uma simples comédia de situação feita para provocar risadas rápidas, não existiria necessidade de observar o pano de fundo de seu universo ficcional, os personagens que o povoam e suas situações. Mas essa é uma série cheia de ricos detalhes esperando para serem descobertos: com mais ou menos intensidade, podemos nos identificar com os personagens que vivem, assim como nós, a comédia humana. Usando a metáfora do Big Bang, este livro começa examinando as origens da série criada por Chuck Lorre e Bill Brady: o episódio piloto mal-

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