Revista UNA

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ABRACAF

PALAVRA DO PRESIDENTE

Primogênito forte POR LUIZ ROMERO FARIAS

C

om o lançamento do Freemont, o Brasil sente-se efetivamente incluído pela união FIAT e Chrysler, pois esse produto será especialmente (embora não exclusivo) dirigido ao nosso mercado. Esse novo produto está sendo lançado num momento particularmente importante para a história da indústria automobilística contemporânea, quando a FIAT adquire o controle acionário da Chrysler, definindo um novo player com mais de quatro milhões de automóveis ao desenho das grandes marcas globalizadas. Para a FIAT este é um momento singular. É a consolidação de uma grande virada. Como sabemos, a montadora italiana esteve (como várias outras grandes marcas) em momento muito difícil, revertendo o jogo quando da entrada de Sergio Marchionne no time, isso em meados de 2004. Em 2011, a FIAT não só sobreviveu à intempérie como cresceu enormemente e, o que para muitos parecia impossível, adquiriu uma marca que é um símbolo, um dos maiores ícones da poderosa indústria automobilística americana. Lembro-me que alguns anos após o anúncio da operação de aquisição inicial pela FIAT do primeiro lote de ações da Chrysler, estava no controle de imigração de Atlanta, apresentando o passaporte. Ao ser perguntado sobre o que viria fazer nos Estados Unidos, respondi que participaria de um congresso sobre automóveis. O funcionário me perguntou com qual marca eu trabalhava. Respondi: FIAT. Ele, surpreso, indagou: FIAT? Eu disse “Sim, a dona da Ferrari”. Ele perguntou ao colega de trabalho se ele sabia ser a FIAT a proprietária da Ferrari. Acrescentei: “Não só da Ferrari, mas da Chrysler também!”. O funcionário largou o carimbo e o meu passaporte, virou-se para o colega e exclamou: “Bob, do you believe that Chrysler was acquired by Fiat?”. E completou: “This is the end of the world!”. Ou seja: “Bob, você acredita que a Chrysler foi adquirida pela Fiat?”. “É o fim do mundo!”.

Portanto, não faltaram choros e rangeres de dentes com esta aquisição. Italianos acharam que sua querida Fabrica Italiana de Automóveis de Turim estaria se americanizando; americanos consideraram terem sido expropriados de uma de suas mais brilhantes estrelas. O tempo, rapidamente, está provando a miopia dessas duas visões. E o nosso Brasil, nesse meio-tempo, se afirma perante essa união como um ponto de encontro, uma convergência dos prestígios e expectativas de ambas as marcas. Nesta toada, é natural o surgimento do Freemont como o primeiro produto onde se miscigenam os DNAs dessa dupla icônica do automobilismo internacional. A rede FIAT no Brasil fez parte, com grande importância, através da força de seus ativos, dessa grande negociação. Hoje, com nossas 560 Concessionárias espalhadas por todo Brasil somos, junto com os EUA, os principais campos de provas, devidamente qualificados para fazer rodar essa novidade global. Esta nossa rede, pujante, competente, é produto de investimentos corajosos, numa parceria histórica com a FIAT brasileira. Nesta rede, mais uma vez atestando sua proeminência no cenário latino americano, estão alocados nossos recursos, nosso suor, nossa inteligência. Neste momento de abertura de novos espaços, precisamos rediscutir nosso negócio, nossos resultados, pois precisamos de mais rentabilidade e melhores retornos para nos mantermos de pé, à altura do papel desempenhado por nossa rede frente ao mercado globalizado e, especificamente, diante da exitosa aquisição da Chrysler pela FIAT.

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