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Capa Vegetarianos 11.qxp

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R$ 9,90 • € 3,50 ANO 1 • NÚMERO 11

ISSN 1980-0630

Revista dos Vegetarianos

www.revistavegetarianos.com.br

ELES TÊM UMA CAUSA A DEFENDER. E VOCÊ?

EDITORA EUROPA

De quibe a homus Pesado só o rock

Doces sem açúcar

9 receitas da culinária árabe que vão surpreender você e são muito fáceis de preparar

Três sobremesas práticas e saudáveis que não levam açúcar na composição

O que João Gordo, Derrick Green e André Matos têm em comum, além do rock pauleira na veia


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Você acha que aquecimento global é papo pra boi dormir?

Hoje em dia, todo mundo já sabe que o metano e o dióxido de carbono são os maiores responsáveis pelo estrago que leva ao aquecimento global. O que pouca gente sabe é que os rebanhos bovinos mundiais emitem, anualmente, mais de 25% de todo o metano que vai parar na atmosfera. Obra dos gases – sim, do pum! – e dos arrotos do gado. Seria hilário se não fosse trágico. E tem mais: quase 90% das queimadas feitas na Amazônia se destinam a criar gado que vai virar bife na mesa do brasileiro, ou para cultivar soja que será usada como ração de gado no exterior. Essas queimadas emitem mais de dois terços do dióxido de carbono (CO 2) que o Brasil despeja na atmosfera todos os anos – e colocam o país entre os quatro maiores poluidores do mundo. .

www.svb.org.br

Seja nosso associado

P o r u m m u n d o v e g e t a r i a n o. P e l a s p e s s o a s . P e l o s a n i m a i s . P e l o p l a n e t a .


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Você acha que aquecimento global é papo pra boi dormir?

Hoje em dia, todo mundo já sabe que o metano e o dióxido de carbono são os maiores responsáveis pelo estrago que leva ao aquecimento global. O que pouca gente sabe é que os rebanhos bovinos mundiais emitem, anualmente, mais de 25% de todo o metano que vai parar na atmosfera. Obra dos gases – sim, do pum! – e dos arrotos do gado. Seria hilário se não fosse trágico. E tem mais: quase 90% das queimadas feitas na Amazônia se destinam a criar gado que vai virar bife na mesa do brasileiro, ou para cultivar soja que será usada como ração de gado no exterior. Essas queimadas emitem mais de dois terços do dióxido de carbono (CO 2) que o Brasil despeja na atmosfera todos os anos – e colocam o país entre os quatro maiores poluidores do mundo. .

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SUMÁRIO

Ao leitor

Revista dos

Vegetarianos Diretores: Aydano Roriz e Abílio Cunha

Edição Nº 11 Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz Diretor Operacional: Abílio Cunha Diretor Executivo: Luiz Siqueira Diretor Editorial e jornalista responsável: Roberto Araújo – MTb.10.766: e-mail: araujo@europanet.com.br Diretor Adjunto: Mário Fittipaldi

Redação Editor: Marco Clivati Chefe de Arte: Welby Dantas Editora de Arte: Izabel Donaire Redatora: Samira Menezes Revisão de Texto: Evelise Paulis Colaboraram nesta Edição: Fábio Euksuzian, Hudson Vilardi Mazeto, Gabriela Isgroi, George Guimarães, Maria Glória, Makotron, Nanci Dainezi, Priscila Gorzoni, Rodrigo Caravita, Sílvia Lakatos, Tomaz G. Vello, Viviane Pereira e Vó Rosinha Internet: Cássio Narciso (Webmaster) e Rodrigo Mourão (Webdevelopment) Propaganda: Letícia Nunes e Natália Azeredo Publicidade São Paulo E-mail: publicidade@europanet.com.br Gerentes Comerciais Rodrigo Cunha (0xx11) 3038-5097 Mauricio Dias (0xx11) 3038-5093 Executivos de Negócios: Ana Carolina Corrêa, Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Claudia Alves, Elisangela Xavier, Flavia Pinheiro, Raphael Gherardi, Rodrigo Sacomani e Carla Ianez. Criação Publicitária: Rodrigo Barros e Ronaldo Mendes (0xx11) 3038-5097 Tráfego: Marcos Roberto (0xx1) 3038-5211 Publicidade - Outros Estados Rio de Janeiro: (0xx21) 2221-0088 - Triunvirato Comunicação Brasília: (0xx61) 3326-0205 - New Business Paraná: (0xx41) 3023-8238 - GRP Mídia Rio Grande do Sul: (0xx51) 3232-3176 - Semente Associados Santa Catarina: (0xx48) 3223-3968 - MC Representações Publicidade – EUA e Canadá: 00xx 1 (650) 306-0880, Fax: 00xx 1 (650) 306-0890 - Global Media Circulação e Promoção Gerente de produto: João Alexandre, Ézio S. Vicente e Marcelo Diniz Desenvolvimento de Pessoal: Tânia Marilia Ribeiro Roriz e Elisangela Tokashiki Atendimento ao Assinante e venda de edições anteriores: Coordenadora: Fabiana Lopes Atendentes: Anne Iris, Carla Dantas, Lilian Lemos, Mari Ehrenheich, Paula Hanne, Tamar Biffi e Fernanda Fernandes Rua M.M.D.C. nº 121 - São Paulo, SP - CEP 05510-900 Telefone São Paulo: (0xx11) 3038-5050 Telefone outros estados: 0800-557667 Pela Internet: www.europanet.com.br E-mail: atendimento@europanet.com.br

preciso agir. O vegetarianismo não pode ser encarado como uma simples e mera dieta alimentar. Essa causa tão nobre deve ser abraçada por todos nós com total dedicação e amor. É preciso levantar essa bandeira e, de preferência, bem alto, onde todos possam enxergar. Mais do que nunca, nosso movimento de libertação animal tem que ser encarado e mostrado para os outros como algo muito maior, como um verdadeiro movimento social dos novos tempos. E para que ele ganhe o devido respeito dentro da sociedade e as transformações que gostaríamos de ver ao nosso redor tornem-se realidade, precisamos agir. Tornar-se um ativista, filiar-se a alguma organização ligada ao movimento vegetariano ou difundir nossas idéias são apenas alguns exemplos de como transformar ações em prol do vegetarianismo nas vozes daqueles que não podem se expressar. A esperança de milhares e milhares de animais ao redor do mundo, que têm suas vidas inferiorizadas e transformadas em algo insignificante e sem valor, está em nossas mãos. Para aqueles que já são engajados no movimento, por mais simples que sejam suas ações, meus parabéns. Mas você, que já saiu da inércia dessa nossa sociedade perdida em falsos valores, se ainda não faz nada para a promoção do vegetarianismo, o convite está dado. O planeta agradecerá, os animais agradecerão e, o mais importante, tenho certeza de que você não vai se arrepender.

É

Marco Clivati marco.clivati@europanet.com.br

Administração Gerente: Cecília Tomazelli Renata Kurosaki, Luiz Eduardo Soares, Gustavo Barbosa, Daniel Ribeiro, Carlos Eli, Ismael Neto, Denis Pinheiro

Sumário

A Revista dos Vegetarianos é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN). A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros.

06 08 16 18 20 30 34 36

Distribuidor Exclusivo para o Brasil Fernando Chignalia Distribuidora S. A. - Rua Teodoro da Silva, 907 CEP 20563-900 - Grajaú - RJ Impressão: Prol Editora Gráfica

ANER Somos Filiados à ANER Associação Nacional dos Editores de Revistas

Cartas Vida em Harmonia Perfil Entrevista Capa Doces sem Açúcar Artigo Vitrine: Biscoitos

Se For o Caso, Reclame. Nosso Objetivo é a Excelência!

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CORRESPONDÊNCIA – Rua M.M.D.C., 121 CEP 05510-900 – São Paulo – SP Fax: (0xx11) 3819-0538

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Nossos colaboradores

Selos de Identificação Vegana: Receitas elaboradas sem a utilização de ovos e leites

Todas as receitas apresentadas nesta edição contam com selos para facilitar a identificação dos componentes utilizados no seu preparo. Ovo-lacto: Receitas que contêm ovo e leite

Lacto: Receitas que incluem leite no preparo

Dr. George Guimarães

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ROCK VEGETARIANO

É nutricionista e especialista em nutrição vegetariana. George é o consultor de Nutrição desta edição e responsável pela seção de Perguntas e Respostas.

Som pesado, letra consciente e músicos com algo a dizer

CAPA

Vegetarianismo engajado. Conheça a história de pessoas que dedicam suas vidas à libertação animal

Sílvia Lakatos É historiadora, jornalista e vegetariana desde os 13 anos. Há 6 anos tornou-se vegana. Nesta edição, Sílvia fala sobre como construir uma imagem pessoal positiva que você confere na página 46.

Fábio Euksuzian

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É presidente da Associação dos Profissionais de Yôga da Vila Olímpia, vegetariano e estudioso desta filosofia desde 1997. Nesta edição, colabora com o artigo: O Executivo Yôgi.

BISCOITOS Integrais, caseiros ou orgânicos. São nove tipos para você escolher

Hudson Vilardi Mazeto Personal chef vegetariano e instrutor de SwáSthya Yôga, preparou as receitas árabes da página 38.

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ABACATE De redução do colesterol a um cabelo mais bonito. Conheça tudo o que esse fruto tem a oferecer RevistaVegetarianos.com.br

Rodrigo Caravita Ministra cursos de culinária em restaurantes vegetarianos de Campinas. Elaborou os doces da página 30.

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CARTAS

Espaço do Leitor AGRADECIMENTOS Foi com muito prazer e uma certa ponta de orgulho, que fui apresentada à Revista dos Vegetarianos. Que legal! Estava numa dessas compras de final de semana no Wal-Mart e vi a revista lá. Comprei a edição número 10 e gostei do que vi. Por razões óbvias. Primeiro, porque sou jornalista há 13 anos e atualmente editora-chefe das revistas Enfoque (variedades) e Mérito (social), em Franca, interior de São Paulo, de circulação mensal, ambas; autora do site de humor Com a pauta atrás da orelha (www.comapautaatras daorelha.com.br); e membro da Academia Francana de Letras. Segundo, porque sou vegetariana de carteirinha há mais de dois anos. A revista tem qualidade de texto, a diagramação, dentro da linha editorial, é limpa, colorida e direta, e as pautas

são envolventes. Sei que não é fácil fazer revista neste nosso Brasil Varonil. Também gostaria de elogiar o trabalho da colega, Sílvia Lakatos, que produziu um artigo legal, e me vi muitas vezes no papel dela, uma vegetariana "sofredora" em coberturas e almoços de negócios. Sofro ainda mais por viver numa cidade de 300 mil habitantes, com um, unzinho só, restaurante natural e zero lanchonetes. Me viro em casa para me alimentar bem! Um grande abraço e continue assim, nesse caminho que celebra a vida. Luciene Garcia - Franca - SP

RECEITA Adoro todas as receitas que vocês publicam. São deliciosas. Para retribuir, envio a receita de uma torta salgada de soja que é fácil de preparar e fica divina. Erika Alencar - São Paulo - SP Ingredientes (Massa): 3 xícaras de farinha de trigo 1 colher de sopa de margarina ½ copo de óleo de soja 1 copo e ½ de leite de soja 1 colher de sopa de fermento Sal a gosto Ingredientes (Recheio): 500 g de PVT fina hidratada 3 tomates ½ cebola pequena picada 2 dentes de alho picado Cheiro-verde picado Noz-moscada e orégano Sal a gosto

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Esse é o seu espaço! Escreva suas críticas, sugestões, receitas... Modo de preparo: Em uma vasilha, misture todos os ingredientes, mexendo bem. A massa precisa ficar bem mole. Reserve. Refogue a carne de soja com a cebola e o alho. Junte os demais ingredientes e deixe cozinhar até ficar sem caldo. Unte e polvilhe com farinha de trigo uma forma de 20x30 cm, despeje metade da massa. Distribua o recheio da carne de soja e coloque os dois tomates em rodelas por cima. Despeje o restante da massa e salpique óregano por cima. Leve para assar em forno previamente aquecido por 35 minutos.

ENQUETE ONLINE Confira aqui o resultado da enquete publicada no site da Revista dos Vegetarianos que ficou no ar durante o mês de julho.

Você acredita que Jesus era vegetariano? Sim, pois seu discurso não condiz com qualquer tipo de crueldade. (50.34 %) Não me importo se ele era ou não vegetariano. (27.89 %) Não, pois não acredito que ele existiu. (14.97 %) Não, pois ele comia carne. (6.80 %)

Total de votos: 147 Entre no site www.revistavegetarianos.com.br e vote na nova enquete:

Além do vegetarianismo, como você ajuda a preservar o meio ambiente?


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VIDA EM HARMONIA

ECOLOGIA

Ventos da

Lixo, poluição das águas e aquecimento global serão temas de campanha de velejadores

Preservação m março de 2008, o capitão Felipe Caire e mais sete tripulantes entre educadores ambientais e engenheiros químicos esperam travar uma disputa contra a degradação no litoral brasileiro. A bordo de um veleiro de 15 metros, a equipe passará nove meses e percorrerá 10.186 km para promover conscientização ambiental em comunidades ribeirinhas e escolas públicas entre os Estados do Rio de Janeiro e do Ceará. O projeto inclui palestras, mostras de documentários sobre os efeitos do aquecimento global e oficinas de arte com materiais descartados, além de incentivo a energias renováveis. Com essa expedição, Caire espera mais do que a de 2005, ano em que realizou pela primeira vez a Mistralis - Velejando e Conscientizando. "O aquecimento global vem afetando o Brasil muito mais do que imaginamos. Já se comenta que as correntes marinhas mudaram de temperatura e isso está levando os peixes para outras regiões". Além da migração forçada, Caire aponta para problemas como a desertificação e a erosão causada

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pelo avanço de condomínios de luxo nas praias brasileiras. Para a engenheira química da equipe, Constance Pinheiro, a principal causa de degradação depende de cada comunidade, mas o despejo de esgoto sem tratamento é uma questão delicada. "O Brasil consegue tratar água com grande abrangência, mas o tratamento de esgoto é esquecido e ele vai direto aos rios". Constance, que já viajou pelo Brasil falando sobre o uso da água, sabe que mudar a atitude de uma pessoa é difícil, mas para ela esse será o desafio. Ainda sem patrocínio para a campanha de 2008, Caire espera deixar uma pessoa responsável pela continuação dos projetos em cada comunidade por onde a equipe passar. "Acredito que as pessoas com quem iremos travar contato possam evitar as conseqüências do aquecimento global mudando pequenos hábitos e sabendo escolher seus consumos. Sei que não serão elas que vão reduzir as emissões de CO2, mas são elas que não vão deixar outras pessoas poluirem", afirmou a vegetariana Constance.

Divulgação

Mais informações: www.mistralis.com

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Energia

Relatório aponta para aumento de biocombustíveis e diminuição de alimentos

questionável studo realizado pelas organizações Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado no dia 4 de julho, alerta que o aumento na demanda de biocombustíveis já vem causando elevação nos preços de mercadorias agrícolas. Com isso, países com áreas urbanas pobres e países subdesenvolvidos sofrerão com falta de alimentos. De acordo com o relatório Agricultural Outlook 2007-2016 (Previsão Agrícola 2007-2016), disponível no site da OCDE, o aumento no preço de alimentos causará um debate no problema "comida versus combustível". Enquanto o mercado dos biocombustíveis cresce, contribuindo para a lucratividade de grandes empresários agrícolas e a expansão de terras cultivadas com a matéria-prima desse tipo de combustível, pequenos agricultores vêem seus custos aumentarem e os lucros diminuírem. O estudo afirma que, em 2016, as áreas brasileiras cultivadas com cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, podem aumentar em 145%. Com uma produção atual de 21 bilhões de litros por ano, a perspectiva é que o País passe a produzir algo em torno de 44 bilhões de litros. Apesar disso, os especialistas afirmam que o futuro da indústria de

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Fotos: sxc

Fome: previsão da FAO aponta para o número de pessoas subnutridas

biocombustíveis é incerto, assim como o das mercadorias agrícolas. Uma das grandes preocupações é em relação aos cereais, que deverão atender a um número de pessoas cada vez maior. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Companhia de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, afirmou que a cana-de-açúcar já vem tomando lugar de plantações de milho e soja, no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná, que também diminuiu o cultivo de trigo. Enquanto isso, dados da FAO prevêem que, em 2015, mais de 1 bilhão de pessoas estarão subnutridas. Mais informações: www.oecd.org • www.fao.org


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VIDA EM HARMONIA

PRODUTOS

Beleza Ética Osso

Vegetariano

Nova empresa de cosméticos não utiliza nenhum produto de origem animal ntre mousses e cremes corporais, uma notícia boa. A Weeze garante que seus produtos são desenvolvidos com ativos naturais e que não realiza testes em animais. São quatro linhas diferentes – Corporal, Spa, Home e Healthy – criadas para homens e mulheres de todas as idades. Na coleção para o corpo, tanto o Mousse Corporal Smooth (em média, R$ 40 o pote de 250 g) quanto o Scrub Esfoliante (também por volta de R$ 40) são indicados para retardar o envelhecimento da pele e regeneração dos tecidos, graças ao extrato de frutas vermelhas presente na composição desses produtos. Fotos: Divulgação

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Mais informações: SAC (17) 3808-9900

Mais resistentes do que brinquedos convencionais, os ossos de nylon da Bit Cão prometem acalmar s ossos de brinquedo da Buddy Toys Nylon prometem entreter e também manter a saúde bucal dos cães mais agitados. Produzidos com nylon atóxicos, não soltam pedaços e não provocam o desgaste dos dentes de cachorros de médio e grande portes, como Labradores, Dálmatas e Boxers. São quatro formatos e tamanhos diferentes que variam entre R$ 24,60 e

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R$37,70 e que podem ser adquiridos pelo site da empresa, que faz entregas em todo o Brasil. O fabricante afirma que os ossos são fáceis de limpar e as formas foram especialmente desenvolvidas para ajudar o cão a manter o brinquedo firme na hora de brincar. Mais informações: www.bitcao.com.br

Calçado Vegano Vegetariano há um ano, João Gordo lança versão de tênis para agradar os amigos veganos eito com dois tipos de lona e borracha, o novo tênis do apresentador da MTV e vocalista da banda Ratos de Porão, João Gordo, surgiu para atender a demanda dos roqueiros, punks e skatistas veganos que agora têm mais uma opção de calçado sem qualquer tipo de produto animal. "No ano passado eu lancei um tênis, mas a galera disse que não ia usar porque tinha camurça. Então eu tive que lançar

Juliano Coelho

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uma versão vegan", comentou João. A nova versão ficou conhecida como El Pateador de Culos e a galera a quem o vocalista se refere é Juninho, baixista da banda e vegano há doze anos. Ele foi uma figura importante na decisão de João Gordo, que há um ano não come nenhum tipo de carne e garante que agora se delicia até com chuchu. Por enquanto, o tênis da marca QIX será vendido por R$ 180 e somente nas lojas King 55, que trabalha com roupas e acessórios veganos em São Paulo. Mais informações: www.king55.com.br


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Fralda Ecológica ensando no impacto que as fraldas descartáveis causam à natureza, a engenheira química Bettina Lauterbach desenvolveu fraldas de pano que ela afirma não vazar e, com certeza, poluir menos o ambiente. Com cinco camadas – entre elas uma absorvente –, elásticos e velcro, além de estampas coloridas, as fraldas podem ser lavadas na máquina e secas na secadora. No site da empresa, Bettina mantém uma espécie de blog em que tira as dúvidas de suas clientes em relação ao uso correto de

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seu produto e dá números em relação à poluição causada pelas fraldas descartáveis. Apesar da falta de tempo que comete as mães modernas, a empresária acredita que a alternativa é um investimento no futuro. "Fraldas de pano exigem sim uma manutenção. Precisam ser lavadas, secadas e passadas, mas a escolha final com certeza é de cada família". Nos tamanhos P, M e G, cada fralda de pano custa R$ 25 e vem com uma faixa absorvente.

Livia Capeli

A versão moderna das fraldas de pano vêm com faixa absorvente e elástico nas pernas, diferentemente das antigas

Mais informações: www.babyslings.com.br


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VIDA EM HARMONIA

SAÚDE

Alimentação

Viva

ublicado no American Journal of Clinical Nutrition, o estudo de pesquisadores espanhóis afirma que o consumo de frutas e verduras é capaz de combater doenças crônicas e, conseqüentemente, diminuir os índices de mortalidade entre as pessoas que consomem cinco porções por dia desses alimentos. Comandada por Antônio Agudo, do Instituto de Oncologia Catalão (ICO), a pesquisa veio para confirmar suspeitas de alguns oncologistas a respeito dos benefícios que os nutrientes antioxidantes presentes em alimentos de origem vegetal trazem ao bom funcionamento

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do corpo humano. Realizado com 41.358 pessoas entre 30 e 69 anos, o estudo, que durou pouco mais de seis anos, tinha como objetivo encontrar a relação entre os índices de mortalidade e o consumo desses alimentos, além da ingestão das vitaminas C e E. Durante o trabalho, houve 562 óbitos que foram analisados de acordo com o tipo de alimentação de cada pessoa. Os oncologistas comprovaram que o número de mortes foi menor entre as pessoas que tinham uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes com sementes. Em entrevista para o jornal catalão

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Espanhóis apontam para benefício vital de consumo de frutas e verduras. Dieta rica nesses alimentos diminui mortalidade

La Vanguardia, o diretor de pesquisa do ICO, Gabriel Capella, afirmou que só o consumo de fruta aumenta em 80% as chances de uma vida saudável. Além disso, acredita que “nos últimos 50 anos, os poucos estudos conduzidos sobre alimentação apresentaram resultados contraditórios ou inconsistentes, o que confunde os consumidores". Mais informações: www.ajcn.org

Ecologismo dos pobres Em 384 páginas, o ambientalista Joan Martínez Alier analisa os conflitos socioecológicos, que na verdade são resultados da degradação em favorecimento da economia. Para ele, são os mais pobres que contribuem mais para a preservação do meio ambiente e também os que mais sofrem com as conseqüências dos problemas ambientais. Onde encontrar: www.editoracontexto.com.br Preço: R$53

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O Extermínio dos Animais Rafaella Chuahy aborda todo e qualquer tipo de exploração animal. Para a autora, assim como os movimentos abolicionista e feminista, que mudaram para sempre a sociedade, a proteção animal depende das escolhas individuais de cada um. Defende a união entre ativistas para pôr fim ao uso dos animais, seja em laboratórios, zoológicos, indústria da moda, fazendas e nos demais locais de exploração. Onde encontrar: www.zit.com.br Preço: R$25

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Carne de Soja No primeiro volume da série Culinária Vegetariana sem Mistério, Ana Maria Curcelli ensina várias combinações possíveis e deliciosas com a soja. Croquetes, yakissoba, canja...São mais de 30 receitas para diversas ocasiões e todas bem detalhadas, o que faz do livro de 40 páginas um guia prático inclusive para os principiantes na arte de cozinhar. Onde encontrar: www.culinariavegetariana.com Preço: R$12

Divulgação

Livros


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Vegetarianismo na pele xposição ao sol sem a devida proteção, histórico familiar e consumo de carne e alimentos gordurosos são fatores que, quando somados, aumentam as chances de desenvolver câncer de pele. Isso foi o que concluiu um estudo do Instituto de Pesquisas Médicas de Queensland, na Austrália, publicado no American Journal of Clinical Nutrition em maio. Liderado pelo especialista em nutrição Dr.Torukiri Ibiebele, o grupo de pesquisadores analisou a alimentação de 1.360 pessoas, entre 25 e 75 anos, durante os anos de 1992 e 2002. Para a realização do estudo, os cientistas observaram os principais componentes de 38 grupos de alimentos e identificaram dois grupos de dieta: a primeira, com grande ingestão de gordura e carne, e uma segunda, rica em frutas, legumes e verduras. Os médicos levaram em consideração ainda a cor da pele de seus pesquisados, o total de horas que ficavam expostos ao sol e os riscos de desenvolvimento de tumores, devido ao histórico familiar. Ao final da pesquisa, Dr. Ibiebele e sua equipe constataram que uma dieta rica em verduras, legumes e frutas diminui em 54% as chances de uma

pessoa desenvolver o câncer de pele do tipo SCC (Squamous Cell Carcinoma). Segundo o dermatologista Dr. Eugênio Pimentel, chefe do ambulatório de dermatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, esse é o segundo tipo de câncer de pele mais comum e ataca as camadas mais externas da pele. Confirmando o que os pesquisadores australianos já haviam constatado, de que não existiam até hoje estudos que ligassem a doença com a alimentação, Pimentel afirma que a principal causa, até então conhecida, é a superexposição solar. O tratamento desse tipo de câncer é fácil de tratar quando é identificado logo no início, mas pode desfigurar a região afetada caso não seja removido rapidamente. Normalmente as áreas mais expostas como boca, nariz e orelha são onde as feridas se manifestam, de acordo com o site da ONG norte-americana The Skin Câncer (O Câncer de Pele), que mantém imagens dos casos mais graves. Mais informações: www.ajcn.org • www.skincancer.org

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Estudo pioneiro constata que a dieta típica do vegetariano é capaz de evitar um dos tipos mais comuns do câncer de pele

Câncer de pele: Além do sol, tipo de alimentação pode aumentar chance de desenvolver a doença

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VIDA EM HARMONIA Foto: Arquivo Pessoal

PROTEÇÃO ANIMAL

Tração animal Lei que proíbe uso de animais de carga é aprovada por Câmara de Vereadores e aguarda decreto da Prefeitura do Rio de Janeiro de ser por essência Cavalcanti polêmica. O próprio (DEM): autor de conceito que defendo – projeto que vai causar polêmica o animal como sujeito de direito – já representa por si só um corte na estrutura dos costumes tão violento como foi a abolição da escravatura". O deputado afirma que existem muitas alternativas para esses trabalhadores e que não existe a menor possibilidade de uma sociedade evoluir se esta enxerga na tortura de animais uma maneira de promover inclusão social. Há mais de 30 anos defendendo a causa animal, Cavalcanti acredita que o fato de ter participado de novelas e de peças teatrais não tenha nenhum envolvimento com sua eleição. "O povo não é burro. Especialmente o segmento que se interessa e se compadece pelos animais, e que sabe perceber a coerência de meus propósitos".

Gatos na rede

Jaulas Sangrentas

Semana da ética

Na China, ativistas se organizam pela internet e salvam 840 gatos

Animais são mortos em zoológicos por falta de espaço

Grupo da capital baiana realizará 3ª edição da Semana do Animal

viva a internet! No dia 6 de julho, o ativista chinês Huo Puyang conseguiu avisar pela rede outros 30 ativistas sobre a existência de dois caminhões lotados com gatos que serviriam de comida para habitantes da cidade de Guangdong. Depois de muita negociação, o grupo conseguiu comprar os 840 gatos, que estavam encaixotados dentro dos contêineres, por US$1,2 mil.

rês leões sacrificados por falta de espaço, uma elefanta largada no chão até morrer e animais "menos valiosos" servindo de comida para outras espécies "mais caras". Essa é a situação de alguns zoológicos da Romênia. Uma das diretoras disse que "aparentemente essa era a única opção, pois as leis da União Européia dizem que a jaula deles não era grande o bastante".

om o tema Por uma ética Animal, Ambiental e Social, a 3ª edição da Semana do Animal será realizada entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, em Salvador (BA). O evento contará com a presença de palestrantes que abordarão assuntos como especismo e bem-estar animal. A abertura será realizada no Farol da Barra. www.semanadoanimal.com.br

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pessoas que desobedecerem a medida. "Esses animais serão encaminhados para locais adequados onde possam "se aposentar" de forma compatível com uma sociedade evoluída". Assim como a maioria das leis referentes à proteção animal, Cavalcanti acredita que o decreto não vai deixar de causar polêmica. Com a proibição, muitas pessoas que se utilizam principalmente de cavalos para recolher materiais descartados pela população, como ferro velho, por exemplo, deverão procurar meios alternativos para continuar a atividade. Para o parlamentar, esse tipo de carga transportada pelos carroceiros é especialmente agravante, porque muitas vezes essas pessoas transportam substâncias tóxicas que entram em contato com o reto dos animais. "Até hoje, nenhuma das leis que apresentei e consegui que fossem aprovadas deixou

espera foi grande. Depois de pouco mais de dois anos, a lei elaborada pelo deputado fluminense Cláudio Cavalcanti (DEM), que proíbe o uso de qualquer animal para tração no município do Rio de Janeiro, foi finalmente aprovada pela Câmara Municipal. De acordo com o parlamentar, assim que o prefeito César Maia sancionar o decreto, a Prefeitura se encarregará de recolher e cuidar de cavalos, cabras, bois ou qualquer outra espécie que estiver sendo utilizada com finalidade de recreação ou transporte de carga. O decreto prevê ainda multa de R$ 500 para aquelas

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Caminhada consciente Evento organizado por geóloga brasileira leva informação sobre vegetarianismo para centenas de pessoas no Rio de Janeiro paisagem era uma das mais belas no Brasil: praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. A manifestação pacífica organizada por grupos ligados à causa do meio ambiente e proteção animal, realizada no dia 1º de julho, conseguiu reunir cerca de 300 pessoas na orla de um dos cartões-postais mais conhecidos no mundo. Com o tema Aqueça seu coração, não o Planeta. Seja Vegetariano!, a caminhada divulgou o vegetarianismo como uma das atitudes mais infalíveis para combater os efeitos do aquecimento global. Com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, do movimento Hare Krishna e de organizações não-governamentais, a campanha idealizada pela geóloga Thaís Pimenta tinha como objetivo fazer com que as pessoas parassem para pensar sobre seus hábitos de consumo. "Testemunhamos aqui uma incrível manifestação pacífica de conscientização em defesa do Planeta Terra e de todos os seres vivos que aqui habitam. Acreditamos que ao enfrentarmos as mudanças

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Divulgação

Cartão-postal: em Ipanema, informação, música e muita paz

climáticas com perspectivas saudáveis e pacíficas, passamos também a enfrentar diversas outras situações ligadas ao bem-estar da sociedade", afirmou Thaís. Diferentemente do Live Earth Concert, realizado alguns dias depois na praia de Copacabana, a caminhada conseguiu espalhar uma mensagem de preservação. O grupo lembrou que a diminuição no consumo de produtos derivados de animais e a substituição do uso de combustíveis fósseis nos meios de locomoção são escolhas relativamente simples – caso não houvesse tanta desinformação a respeito das opções – e que podem contribuir muito mais do que se imagina para os problemas naturais. Dados fornecidos pelo Órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam para a degradação causada pelo processo de produção de alimentos de origem animal. Só a pecuária, por exemplo, é responsável por desmatamentos de florestas, perda de biodiversidade, contaminação de rios e lençóis freáticos, além de maior concentração de renda e, conseqüentemente, aumento da pobreza. A campanha Aqueça seu coração aconteceu novamente entre os dias 3 e 5 de agosto de 2007, no Festival Multicultural, realizado na praia de Copacabana. Mais informações: www.carnavaldasculturas.com

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PERFIL

Zé Roberto:

aromas, sabores e amor à vida Com suas mãos e criatividade, ele tem difundido toda a alegria que a alimentação vegetariana oferece. Mais do que um chef, Zé é um dos precursores do movimento osé Roberto, 53 anos, carioca da gema. Filho de um militar que considerava o caçula da família Silva Machado um subversivo de primeira linha e de uma dona-de-casa que jamais deixava o menino entrar na cozinha "porque não é lugar de homem".Talvez para contradizer o pai, pegou uma carona no Rio de Janeiro direto para a Bahia, na década de 1970, e se tornou hippie. E talvez pela força do destino, é hoje uma das figuras mais carimbadas entre os restaurantes vegetarianos da capital fluminense. "Minha vida é cozinhar", declara Zé que atualmente mora com sua segunda mulher Maria Lúcia, com o filho Luz do Céu e com as meninas Estrela Emília e Naraiana na mesma casa onde funciona seu mais recente restaurante – o Caminho do Mar –, localizado em uma maravilhosa praia do Rio de Janeiro.

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ssoal Arquivo Pe

O Nome: José Roberto da S ilv a Machado • Idade: 53 anos Missão: co zinhar delíc ias vegetariana s Vegano: nã o come ca rne há 25 anos. Ve gano há 16 anos. Onde atua : em seu re staurante C Mar e ond aminho do e mais a vi da o levar

Juntos, Zé Roberto e Maria Lúcia oferecem refeições veganas divinas há um ano e meio. Aliás, segundo Zé, é das divindades que tira energia para espalhar as delícias da cozinha vegetariana por onde passa. "Dôo-me ao Supremo e ele me dá forças para ajudar os outros. Sou apenas um instrumento". Até hoje, ele já abriu e ajudou proprietários de mais de dez restaurantes na cidade natal. "Só estou esperando alguém de São Paulo me chamar para eu ir até lá para prestar consultoria", reforçando a idéia de que sua missão por aqui ainda não acabou. Logo que chegou à Bahia, junto com amigos hippies, se empenhou na construção de um barco que seria a embarcação para uma volta ao mundo. "Tremendo lance! Passei seis anos vivendo para o mar e cozinhando para os meus amigos". Com a venda do barco e o fim do sonho de conhecer os cinco

ia Lúcia: Zé e Mar ganismo ve e to casamen 16 anos á h m ra du

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SOU VEGE TARIAN

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continentes, Zé foi para a capital federal e conheceu sua primeira mulher. De lá, o casal foi para o Espírito Santo onde começou a história de um empreendedor totalmente desligado de coisas materiais. "Dinheiro é pouco e eu tenho muito. Minha intenção é esvaziar cada vez mais minha bagagem". Assim Zé explica sua filosofia de vida que se baseia em sempre ajudar quem está precisando. De volta ao Rio, o Midas da cozinha vegetariana se tornou o responsável pelo sucesso de restaurantes como Metamorfose, Cheiro Verde, Reino Vegetal, Integral Alimento Vital, Refeitório Orgânico, entre outros. Alguns estabelecimentos fecharam, outros o Zé perdeu por algum motivo, mas muitos ele simplesmente resolveu doar. Nesse meio tempo, conheceu a estudante de farmacologia Maria Lúcia que, "atraída pelo cheiro do gersal" feito pelo chef em um restaurante em Niterói, decidiu seguir seu coração e se casou com Zé depois de dez anos de amizade. Veganos há 16 anos e sempre juntos nas novas empreitadas, o casal cria os três filhos, inclusive a mais nova, que tem 5 anos, com uma alimentação totalmente livre de exploração animal. Hoje, mesmo no comando do Caminho do Mar, Zé ainda arruma tempo para ir onde for chamado. "Estou sempre pronto para o que é meu".


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ENTREVISTA

Ciência da Evolução Biólogo Sérgio Greif expõe suas idéias sobre a exploração animal e vivisecção

haviam sido abatidos especificamente para esse fim, ou de aulas onde eram utilizados animais vivos. Mesmo nisso não encontrei muitos problemas porque a maior parte dos meus professores da UNICAMP era aberta à minha forma de pensamento e a respeitavam.

Por Samira Menezes

Recentemente, o estudante Róber Freitas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conseguiu uma liminar na Justiça para não sacrificar animais durante as aulas. Acredita que isso foi um fato isolado ou a abolição do uso de animais em salas de aula é uma realidade palpável ? A liminar foi conseguida com base no direito de objeção de consciência do estudante, mas foi cassada a pedido da UFRGS. Isso reflete o fato de que os meandros jurídicos e a política ainda estão acima da justiça e da ética. Mas acredito que abolir o uso de animais, não apenas no ensino como também na pesquisa, seja palpável. Tecnicamente sabemos que isso é possível. O embate acontece principalmente por motivos políticos e interesses financeiros.

ormado em Ciências Biológicas, o paulistano Sérgio Greif, de 32 anos, é vegetariano desde 1980. Seu interesse pela causa é tanto que já o levou a escrever livros como A Verdadeira Face da Experimentação Animal e Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação. Ex-coordenador do Departamento de Meio Ambiente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), hoje Greif acredita mais nos projetos individuais do que em trabalhos realizados em organizações não-governamentais, que acabam desviando o foco dos membros com suas agendas política e administrativa. No entanto, acredita no trabalho daquelas que defendem a libertação animal e, por isso, colabora com as ONGs Anima (www.anima.org.ar) e Sentiens Defesa Animal (www.sentiens.net).

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Quando entrou na universidade, você já era vegetariano há 14 anos. Passou por momentos difíceis por causa da escolha pelo vegetarianismo? O maior problema que encontrei talvez tenha sido minha recusa em participar de aulas práticas onde animais

Arquivo Pessoal

Sérgio Greif: correntes filosóficas entre ativistas definem trabalho realizado

Segundo o diretor do Instituto de Ciências Básicas da UFRG, a vida é um mecanismo muito complexo que não pode ser bem compreendido com o uso de computadores. Por isso, ele acredita na utilização de animais em sala de aula. Qual sua opinião a respeito? De fato, a vida é um mecanismo complexo e jamais poderá ser simulada inteiramente em uma linguagem computacional. Isso não significa que computadores não possam ser utilizados para simular situações bem conhecidas e dessa forma treinar estudantes em determinado tópico. Atualmente, nas salas de aula, utilizam-se cobaias para demonstrar fenômenos que já são bem conhecidos. Não há sentido nenhum em se fazer isso, porque softwares ou mesmo um vídeo educacional poderiam ser utilizados RevistaVegetarianos.com.br

para realizar as mesmas demonstrações, com a diferença que os estudantes nesse caso não estariam sendo feridos em suas convicções éticas. Além disso, estudar por meio desses outros recursos possibilita que o estudante tenha a calma de se concentrar do tópico da disciplina e não se distrair com as reações do animal (se ele está respirando, se o coração ainda está batendo, se o animal não vai morrer ou acordar durante o procedimento). O estudante pode utilizar o software muitas e muitas vezes, pode repetir os assuntos onde encontrou maior dificuldade e pode levar material para estudar em casa. A utilização de animais em sala de aula apenas apresenta desvantagens para o processo de aprendizagem, até porque o organismo de um rato, em toda a sua complexidade, não simula a complexidade do organismo humano. Existe um grupo de biólogos e cientistas que luta pela abolição animal? Podemos citar a Associação de Veterinários pelos Direitos dos Animais (AVAR) e o Comitê de Médicos pela Medicina Responsável (PCRM), como fonte de referência. Creio que a principal contribuição que uma entidade cientificamente embasada pode dar é tornar disponível para o público informações que, de outra forma, não seriam acessíveis. Nesse sentido, a importância de que a mensagem seja clara e não dê margem a interpretações erradas é imprescindível. Você era coordenador do Departamento de Meio Ambiente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Por que decidiu sair? Eu ingressei na SVB logo em seu início, convidado pela presidente. Há alguns meses solicitei deixar a coordenação desse departamento para inaugurar um de direitos dos animais, porque afinal essa é a principal causa para a adoção do vegetarianismo e uma entidade que pretenda representar todos os vegetarianos não deveria negligenciar


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esse nicho. No entanto, esse departamento não chegou a ser estruturado, por ocasião de meu desligamento um ou dois meses depois. Não gostaria de entrar em detalhes sobre o desligamento, porque esse é um assunto interno à SVB, apenas esclareço que o motivo tem base estritamente ideológica. Continuo a manter boas relações com os membros da Sociedade e fazer votos para que eles tenham sucesso trabalhando naquilo que acreditam. Os conceitos bem-estar, proteção e abolição animal definem correntes filosóficas entre os ativistas? Mais do que correntes filosóficas, o posicionamento do indivíduo define a forma como ele vai trabalhar, que mensagem ele passará para o público e que resultados ele obterá no final. Se a pessoa optar por uma abordagem abolicionista ou bem-estarista não é meramente uma questão de filosofia. Com relação a esse assunto, cabem alguns questionamentos: adianta uma pessoa ou entidade fazer um estardalhaço para passar uma mensagem 'rasa' de amor aos animais, que pouco acrescenta às pessoas? E ainda que seja uma mensagem pertinente e muito bem colocada, que efeito ela terá se a pessoa que a profere não adota um estilo de vida compatível? Nesse sentido, lanço uma crítica ao movimento autodenominado de "bem-estar animal". A idéia de defesa de bem-estar animal é intrinsecamente incoerente, inconsistente. Como pode ser que se defenda que os animais tenham direitos e ao mesmo tempo se defenda que esses direitos estão sujeitos à negociação? Até mesmo a palavra "bem-estar" é enganosa, porque visa dar a impressão de que usar animais lhes fará bem. Se formos favoráveis à idéia de que, sob determinadas condições, os animais podem ser explorados desde que não sofram excessivamente, então é óbvio que não estamos atentando ao bem-estar. O perigo dessa forma de atuação é que essas entidades são reconhecidas como engajadas na proteção de animais, no entanto elas passam uma mensagem errada ao público. Sob a pretensão de estarem ajudando animais, criam a ilusão de que utilizá-los não é errado. Que o errado é abusar deles. Há ainda outra categoria de ativistas que se autodenominam abolicionistas, falam de veganismo e de abolição da vivissecção, mas por outro lado também defendem a formação de comitês de ética à experimentação animal ou a

promoção de produtos de origem animal obtidos de forma "humanitária". Esses têm sido chamados "neo bem-estaristas", porque defendem que a abolição deve acontecer, mas enquanto isso não acontece pode-se adotar uma política de bem-estar animal. Essa forma de atuação traz problemas porque confunde as pessoas que não se envolvem com a discussão. Uma estrutura de pensamento diametricamente oposta, atualmente denominada abolicionismo, diz que animais possuem direitos e que estes direitos estão acima de nossa capacidade de julgamento. Nenhum ser humano é capaz de avaliar qual é a quantidade de dor considerada aceitável por um animal. Mesmo que um ser humano fosse capaz de fazer tal avaliação, ainda assim a exploração de animais seria uma abominação, porque a capacidade de sentir dor não deve ser o único critério para atribuir direitos a alguém. Como seria o mundo ideal na visão do Sérgio Greif? Em um mundo ideal não haveria a xenofobia, o racismo, o sexismo e o especieísmo. Usaríamos o hábito alimentar onívoro como exemplo histórico de um estágio menos desenvolvido de nossa civilização e as crianças torceriam o nariz ao saber que seus antepassados comiam animais mortos, seus óvulos e a secreção de suas mamas. As pessoas seriam mais educadas e por isso teriam menos filhos (algo como 0,4 criança/mulher). Só teriam filhos as famílias que realmente tivessem condições de lhes dar o melhor. Com a redução da população e as novas tecnologias para a produção de bens de consumo, as florestas naturais se regenerariam. A medicina seria toda reformulada, o atual "sistema de doença" daria lugar a um verdadeiro sistema de saúde, com ênfase na medicina preventiva e no diagnóstico clínico. As pessoas aprenderiam outros valores. Haveria menos necessidade de auto-afirmação, de competição, de posse. Os cães e gatos seriam praticamente todos castrados. Só manteriam animais de estimação aqueles que realmente os amassem e eles não seriam considerados seus donos, mas sim seus tutores. As pessoas seriam valorizadas enquanto indivíduos, não mais como números, e conservariam a vida porque reconheceriam seu valor. Em um mundo ideal não haveria a necessidade de uma revista sobre vegetarianismo, porque as pessoas já seriam veganas de nascença. RevistaVegetarianos.com.br


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Vegetarianismo e Por Viviane Pereira

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Essa é a provação suprema do herói, doar-se a um objetivo mais elevado; isso é aceitar o chamado, é encarar o cotidiano como uma grande aventura e decidir, diariamente, agir como herói. Ao despertar o herói adormecido dentro do ser, você descobre que é capaz de feitos inacreditáveis; até mesmo mudar

Temos apenas de seguir a trilha do herói,(...) e lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo

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erói é alguém que deu a própria vida por algo maior que ele mesmo".Essa frase traz uma síntese forte do capítulo A Saga do Herói, do livro O Poder do Mito, de Joseph Campbell.A palavra-chave do herói é transformação.Como ensina Campbell, nascer é em si um ato de heroísmo que exige coragem para deixar o conforto do útero materno e enfrentar o desafio de viver.E seguir assim, mudando, crescendo, transformando. Todos, em algum momento da vida, recebem um chamado para viver uma grande aventura, a saga do herói.Esse é o momento de decidir como será sua viagem nesse planeta, como serão registradas as marcas de suas pegadas, o que deixará para a posteridade e, principalmente, se terá a capacidade de fazer o mundo um pouco melhor.Essa é uma sensação que só têm os que escolhem percorrer a saga do herói, seguindo o que Campbell chama de bem-aventurança."Pondo-se no encalço da sua bem-aventurança, você se coloca numa espécie de trilha que esteve aí o tempo todo, à sua espera, e a vida que você tem de viver é essa mesma que você está vivendo".

Joseph Campbell

o mundo.Essa é a centelha vital que anima tantos vegetarianos que decidiram que parar de comer carne não era suficiente. Eles buscavam um algo a mais; eles ouviram o chamado e decidiram responder com um sonoro sim que ecoou pelo tempo e espaço como ecoam suas palavras falando de amor a todos os seres. Suas vidas tomaram um outro sentido, dedicadas a mostrar à humanidade que há muitos irmãos das mais variadas espécies com quem temos responsabilidades e por

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quem deveríamos nos preocupar.E suas existências se transformam: eles dedicam suas horas vagas, adaptam sua profissão, fazem trabalho voluntário, aproveitam cada oportunidade para dar sua vida por algo maior que eles mesmos.Eles são verdadeiros heróis e heroínas. Para quem já ouviu o chamado mas ainda não decidiu ou teme responder, é importante saber que é preciso não só coragem, mas também persistência.É fundamental ainda ter consciência de que não se está sozinho, pois muitos seguem o mesmo caminho e estão na mesma batalha, porque a luta por um mundo sem causar mortes, nem dor, pela paz e pela igualdade é, na verdade, uma luta de toda a humanidade, é a saga do herói de sempre: "Não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós.O labirinto é conhecido em toda a sua extensão.Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos.Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência.E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo".


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o engajado:

Fotos: Arquivos Pessoais

Conheça a história de alguns vegetarianos que abraçaram a causa e lutam por um mundo melhor

asagadoherói

Às vezes o herói ouve o chamado e mergulha na aventura; outras vezes é a aventura que persegue o herói – nesse caso, perseguiu a heroína. Marly Winckler tinha 37 anos e era vegetariana há 10 anos quando, em 1992, resolveu escrever um livro para explicar às pessoas que perguntavam, principalmente durante as refeições, os motivos da opção pelo vegetarianismo. "Geralmente elas estavam comendo carne; então, para evitar o constrangimento de dizer tudo o que implica comer carne e também para expor melhor os argumentos – uma vez que em 10 minutos é difícil falar dos vários motivos para alguém se tornar vegetariano – escrevi o livrinho Vegetarianismo: Elementos para uma conversa sobre". Era o início de uma verdadeira saga que ganharia força dois anos depois, em

AVENTURA

Depois que a gente levanta o véu que esconde as atrocidades cometidas contra os animais,não tem mais jeito... Marly Winckler

1994, quando Marly tornou-se vegana e passou a participar de congressos e festivais vegetarianos mundiais. "Daí para a frente não parei mais de me envolver nessa nobre causa". A tradutora criou a primeira lista do mundo de discussão sobre vegetarianismo, a veg-brasil, ainda atuante e reunindo milhares de pessoas. Criou também o Sítio Vegetariano, o primeiro website sobre vegetarianismo em língua portuguesa do mundo, com a primeira rádio totalmente dedicada ao vegetarianismo do Brasil – a rádioVeg e a primeira TV também dedicada ao vegetarianismo, a TVeg. Suas ações eram movidas pela

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certeza de que parar de comer carne não era o suficiente, considerando a gravidade do problema. "Nunca antes na história da humanidade os animais foram criados e abatidos em situação tão penosa, impedidos de seus instintos mais básicos, confinados a espaços exíguos onde mal podem se mexer, gerando enorme estresse, doenças, sofrimento. É preciso fazer alguma coisa. Depois que a gente levanta o véu que esconde as atrocidades cometidas contra os animais, não tem mais jeito. A opção é lutar ou lutar para que a situação mude".

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representa a causa do vegetarianismo em organismos locais, regionais, nacionais e internacionais. Firmar-se como instituição séria de defesa da causa vegetariana é a grande aventura dessa entidade que já nasceu grande, com a realização do 36° Congresso Vegetariano Mundial. "A partir daí não paramos mais: conquistamos muito terreno nesses quatro anos de existência.Temos hoje cerca de 20 grupos organizados em 20 Estados brasileiros e sócios em mais de 100 cidades. Isso por si só já é um feito", comemora Marly, comentando

Não há futuro sem vegetarianismo.Não se trata apenas de um gosto particular,de um paladar diferente. Marly Winckler

Ela levantou o véu aos 23 anos e entrou de cabeça no movimento vegetariano. Organizou o 36° Congresso Vegetariano Mundial, pela primeira vez num país latino-americano, e o 1° Congresso Vegetariano Latino-Americano e Brasileiro. Desde 1999 é coordenadora para a América Latina e o Caribe da União Vegetariana Internacional, organização com sede na Inglaterra que congrega organizações vegetarianas do mundo todo. Um dos grandes feitos dessa heroína foi ser co-fundadora da ONG Sociedade Vegetariana Brasileira, que reúne vegetarianos do país inteiro em torno de um objetivo comum, de difundir os benefícios da alimentação vegetariana fornecendo informações bem fundamentadas sobre o vegetarianismo. "A SVB é o guarda-chuva que congrega todos os vegetarianos de todas as correntes", comenta Marly, que atualmente preside a sociedade. Para difundir o vegetarianismo, a entidade promove e organiza eventos locais, regionais, nacionais e internacionais, que servem ainda de oportunidade para a troca de informações. A SVB incentiva a pesquisa de todos os aspectos do vegetarianismo, além da coleta e publicação de materiais sobre o tema; desenvolve materiais educativos sobre a causa, estimula o estudo e sugere medidas que visem à segurança alimentar e nutricional e

que os principais objetivos da entidade estão sendo alcançados com a filiação de sócios e a organização de grupos e departamentos. "A SVB tem muitos projetos, é uma jovenzinha ainda, e só poderemos implementar muitos destes projetos com a força que só um grupo substancial de pessoas pode gerar". Para atender essas pessoas que se filiam à sociedade, Marly e todo o grupo

tentam oferecer cada vez mais benefícios, seja com descontos nos eventos organizados ou em restaurantes e organizações da área, seja nos cursos, boletins e outros materiais que ajudam a esclarecer sobre o vegetarianismo. "Acho importante que os vegetarianos se perguntem o que eles podem fazer pela SVB e pelo vegetarianismo". Esse foi o caminho que Marly encontrou para fazer sua parte por um mundo melhor. Aos heróis e heroínas que ouviram o chamado e querem participar do movimento vegetariano, Marly convida a se juntar à SVB. Ela lembra que é importante que o maior número possível de vegetarianos e simpatizantes se filie para dar visibilidade e legitimidade na defesa dos interesses e direitos dos animais. "Não há futuro sem vegetarianismo. Não se trata apenas de um gosto particular, de um paladar diferente.Trata-se da própria sobrevivência do planeta. Se quisermos um mundo melhor, sem violência, sem fome, justo, pacífico, compassivo, saudável, sustentável, temos que mudar nossa alimentação. Como cometer tanta violência na hora de nos alimentar sem colher igualmente violência? O vegetarianismo é uma atitude de vida, uma postura ética diante da vida".

Algumas razões para ser vegetariano "São muitos os motivos para alguém se tornar vegetariano, sendo os principais a saúde, o respeito pelos animais e pelo meio ambiente. Muitas pessoas que se preocupam em seguir o caminho da virtude também adotam o vegetarianismo. Outro bom motivo é desassociar-se das enormes crueldades cometidas contra os animais." Marly Winckler "Existem inúmeros motivos para o vegetarianismo. Eu acredito que o fundamento ético ainda é muito forte, pois envolve o bem-estar de outros indivíduos e a decisão que poderia ser meramente alimentar acaba assumindo outra dimensão e

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"Acho muito bom não ser obrigada a comer cadáver." Laura Barbosa

"Eu sou vegetariana porque eu não quero compactuar com a crueldade que é feita com os animais. Por mais que você não ajude, não seja atuante, só de saber que não está contribuindo para esse holocausto, para essa matança, é uma sensação sem igual, não participar dessa barbárie. Para as pessoas que gostam de animais, é o primeiro passo, a primeira atitude a ser tomada. Não pode dizer que gosta de animais e compactuar com o sofrimento deles." Luísa Pereira Santos

"Ser vegetariano por consciência, compaixão e respeito." Vivian Diamant

"Na verdade há tantas razões: saúde, ética, meio ambiente,

responsabilidades. Decisões que envolvem a esfera meramente particular acabam tendo um pouco menos de força e as pessoas tendem a se sabotar ou achar desculpas." Renata Octaviani "Como diz a minha amiga Marly Winckler: 'o vegetarianismo é bom para os animais, para a saúde e para o planeta'. Precisamos de mais motivos?" Eric Slywitch

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espiritualidade, acho que não existe é razão para não ser. É por isso que o vegetarianismo é um estilo de vida que pode ser seguido por todos, não importa a crença, o partido político, a raça ou nacionalidade, só há vantagens em ser vegetariano." Alexsandro Fernandes da Silva "O filme À procura da felicidade nos ensina que para ser feliz, tem que ter autonomia de existência, não pode depender do sofrimento de ninguém. Então, sejamos vegetarianos pela liberdade. Liberdade é felicidade." Paulo César Alves Nakashima


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Vi que somos levados a dissociar nossos hábitos de consumo dos danos que eles provocam Maurício Varallo

REFLEXÃO O grito das atrocidades cometidas contra os animais foi o chamado que despertou o editor e publicitário Maurício Varallo, levando-o a refletir profundamente sobre a forma com que ele e tantas outras pessoas se relacionam com todos os animais e com o planeta. "Vi que somos levados a dissociar nossos hábitos de consumo dos danos que eles provocam. Recebemos um bombardeio, educacional e publicitário, de imagens de animais dispostos a nos servir. São frangos sorridentes e vacas meigas e felizes que voluntariamente 'tudo nos dão', escamoteando-se assim a real subjugação e o sofrimento, e anestesiando-nos para o questionamento sobre os direitos morais que os animais possuem e deveres que temos em relação à vida dos outros seres", analisa Maurício. Sua saga começou em julho de 2003, quando ele passou a ser vegano, tirando de sua vida toda forma de exploração de animais e tornando-se ativista da causa. Atualmente ele edita a revista eletrônica Pensata Animal e coordena o site Sentiens Defesa Animal, que nasceu para difundir as idéias de não exploração animal e fomentar a criação de grupos. A idéia de criar o site surgiu quando ele percebeu que não havia uma publicação que divulgasse periodicamente os textos dos pensadores da questão animal e que se propusesse a levar suas idéias não apenas aos defensores dos animais, mas também a um público mais amplo, de áreas diversas, como biólogos, juristas, políticos, veterinários, filósofos e à sociedade de forma geral. "Esta é a

proposta da Pensata Animal que, ainda em seus primeiros passos, já vem tendo êxito". Para ampliar a atuação da revista, Maurício espera, em breve, publicar não só pensadores brasileiros, mas também textos de pensadores de outros países. Os internautas que acompanham o trabalho da revista e do site têm aprovado o trabalho, principalmente por ter acesso a um conteúdo ainda pouco disponibilizado nos meios de comunicação. "Por outro lado, esses veículos têm estimulado as pessoas a produzirem material para o site, provocando um movimento sinérgico. As informações veiculadas têm subsidiado pessoas para que estas promovam as transformações". Com essas ações, Maurício espera difundir ao máximo as idéias relacionadas à não-exploração dos animais. "Elas estão intimamente ligadas à luta contra outras formas de exploração e dominação, como o sexismo e o racismo, expressões diversas de uma mesma violência". Para o publicitário, esse trabalho de difundir o vegetarianismo deve acontecer dentro de um contexto de mudança de parâmetros éticos que leve em conta a consideração pelos interesses dos demais seres que habitam nosso planeta. Ele acredita que, em caso contrário, se o vegetarianismo é proposto somente como uma atitude egocêntrica, acaba fragilizando a luta por um mundo melhor, já que a busca por benefícios individuais tem sido exatamente o fator determinante da destruição do planeta.

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Além da dedicação ao site Sentiens e à revista Pensata Animal, Maurício colabora com o Instituto Abolicionista Animal e com o Instituto É o Bicho!, grupo de Florianópolis (SC) que ajudou a criar e dirigiu por três anos. Para quem quer apoiar o vegetarianismo, ele sugere promover o debate ético, para que as pessoas passem a considerar as conseqüências de suas ações para os demais habitantes do planeta e adotem o vegetarianismo como uma postura de respeito a cada indivíduo, estabelecendo assim um modo harmônico e justo de se relacionar com o mundo. "Neste sentido, em se tratando de alimentação, a adoção do vegetarianismo estrito é o caminho natural". Maurício avisa que quem pretende realmente mergulhar nessa jornada deve saber que é essencial buscar permanentemente coerência entre pensamentos e ações. Ele indica que o ativista "entenda o vegetarianismo como via para estabelecer a igualdade de consideração em relação à vida e integridade dos demais seres sencientes, sempre com respeito às diferenças, não permitindo que ele se torne mais um instrumento a serviço da intolerância, da arrogância. Que compreenda e colabore com os processos individuais de transformação, para que cheguemos a uma mudança coletiva".

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m almoço vegano para onívoros. É com esse trabalho que Laura Barbosa, 32 anos, técnica judiciária tem conquistado simpatizantes e adeptos para o vegetarianismo. Duas vezes por mês ela reúne na sua casa de 30 a 40 pessoas, a maior parte não-vegetarianos. O encontro, que acontecia há um tempo bem informal, começou formalmente esse ano. Cada um leva um prato e ela sempre prepara algumas coisas também. Como retorno, tem vários amigos que viraram veganos depois do almoço. "É bom para a divulgação da causa animal. É um sacrifício porque precisa de dedicação, mas é gratificante", comenta, defendendo que tem essa atuação por acreditar que o vegetarianismo é a alimentação correta. "Não creio que a pessoa tem que comer animal ou derivado. Acho que não é preciso. O vegetarianismo é bom para os animais e para o meio ambiente". A idéia surgiu do gosto por cozinhar e pelas dúvidas que vivenciou quando virou vegana. "Quando aprendi, queria passar para todo mundo, partilhar esse aprendizado". Vegana desde 2003, Laura diz que quando fez a escolha não conhecia nenhum vegano, mas na internet encontrou várias pessoas com a mesma forma de viver. Ativa no movimento, já participou de muitas manifestações e de congressos. "No começo eu não sabia o que fazer. Comecei a colher abaixo-assinado, participar de bazares, eventos, tudo voluntariamente. Eu queria divulgar para as pessoas, pois imaginava que assim como eu não tinha ouvido falar antes, muitos não conheciam. Nossa obrigação de vegetariano é difundir, para quem quiser – não fazer pregação". Laura pretende expandir ainda mais sua atuação em defesa dos animais. Por isso, cursa a faculdade de Direito com o propósito de atuar na promotoria do meio ambiente. "É importante para o movimento vegetariano ter alguém no ministério".

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ATIVISMO ONLINE O Congresso Vegetariano Mundial realizado em Florianópolis em 2004 foi o ponto de partida para o ativismo de Alexsandro Fernandes Domingos da Silva, 35 anos, programador web que era ovo-lacto vegetariano desde 1996 e um pouco antes do evento já estava se tornando vegano. O contato com informações que desconhecia, como testes em animais e crueldades cometidas pela indústria do leite e ovos, fortaleceu sua vontade de fazer algo mais além de mudar o hábito alimentar. "Considero que foi um despertar de consciência", diz. "Quando alguém passa por um despertar de consciência geralmente o sentimento que fica é de querer levar esta 'boa nova' a todos; parece algo religioso, mas não é". O objetivo de Alex é chamar a atenção das pessoas para que vejam que com seus hábitos alimentares atuais não estão fazendo o melhor para si, nem para os animais nem para o planeta. Ainda no congresso ele sentiu a necessidade de um site mais especializado do que os que existiam na época. Como atua na área, com web design e computação gráfica, achou que poderia contribuir fundando este site e dando oportunidade para que os vários expoentes da comunidade vegetariana e vegana pudessem se expressar através dele. Foi com esse propósito que criou o Guia Vegano. "Até então não existia uma mídia especializada impressa como existe hoje. O Guia Vegano veio dar voz a estas pessoas, além de trazer importantes informações sobre produtos que testam e que não testam em animais, lista de restaurantes, dicas nutricionais e muito mais". O guia reúne dezenas de voluntários espalhados pelo Brasil que ajudam a manter os diversos serviços oferecidos pelo site, como a Galeria de Adoção

Animal, o Calendário Vegano, a lista de restaurantes vegetarianos e veganos, o Veg-Fórum e a publicação de receitas e dicas nutricionais. "Temos muitos voluntários. Há os mais atuantes, que sempre contribuem com algo, e os menos atuantes, que podem contribuir apenas uma vez; mas mesmo esta contribuição única é muito importante para nós, pois certamente é melhor do que nada. Às vezes algo acontece justamente porque alguém resolveu ajudar; muitas vezes graças a uma única ajuda algo muito importante dentro do Guia foi publicado". O programador comemora os três anos de existência do site animado com os objetivos principais sendo atingidos, conseguindo mobilizar um grande número de pessoas que puderam contribuir e contribuem de alguma forma, seja escrevendo, revisando textos ou respondendo e-mails de dúvidas que chegam diariamente. O Guia Vegano abre espaço para que protetores de animais possam criar sua própria galeria e os grupos e entidades publicar diretamente no calendário a realização de eventos ligados ao vegetarianismo, como shows, verduradas, almoços etc. Alex avisa que as pessoas que querem ajudar podem participar do Veg-Fórum. "Ele é o nosso grande repositório de inteligência coletiva vegetariana; quanto mais gente publicar respostas no fórum para movimentá-lo, mais ele será relevante para os visitantes. Notamos que temos muitas visitas no fórum, mas poucas pessoas publicam algo; seria legal se isto mudasse". Além de ter criado e coordenar o site, Alex atua no vegetarianismo como webmaster da SVB e do projeto Alimentação Sem Carne. Para que as

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Quando alguém passa por um despertar de consciência,geralmente o sentimento que fica é de levar essa 'boa nova' a todos Alexsandro Fernandes Domingos

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pessoas possam também ajudar o vegetarianismo, ele sugere, a princípio, que se alimentem bem e não fiquem doentes. "Nada pior que um vegetariano que só come porcarias, refrigerante, doces e quase nenhuma verdura, frutas e cereais integrais; acabam ficando desnutridos, dando assim munição aos inimigos da causa que aproveitam para dizer que o vegetarianismo foi responsável pelo problema. Em segundo lugar, acho que poderiam se filiar a SVB, que é a ONG responsável por promover e tratar dos interesses dos vegetarianos no Brasil". Ele acredita que independente do caminho e da forma que a pessoa vai encontrar para atuar, ela deve fazer o seu possível sem se desesperar, consciente de que as coisas não mudam do dia para a noite. "Tente ser agradável e bem-humorado ao tratar do tema, evite provocar gratuitamente os onívoros e se for provocado tenha bons argumentos na manga. Instrua-se sobre os aspectos básicos de nutrição, sempre com a visão científica, pois médicos onívoros não respeitarão 'achismos' e crendices que vemos por ai". Para ele, essas atitudes são básicas e ajudar o vegetarianismo é essencial para quem pretende ver um mundo melhor. Alex lembra que depende de cada um fazer a sua parte, por menor que seja; no dia-a-dia, cada um pode ser um pouquinho herói, buscando alguma atividade que combine com seu perfil: quem não tem perfil de ir para a rua fazer manifestação, pode ajudar de outras formas, usando seus talentos para apoiar o trabalho. "As pessoas costumam se sentir muito impotentes diante de tantas coisas erradas que vêem no mundo e por isso acham que nada podem fazer, que os governos e instituições é que devem fazer algo; não percebem que elas mesmas podem fazer a sua parte", comenta. "Cada um pode salvar uma vida senciente no café da manhã, uma no almoço e uma no jantar e por tabela ajudar o meio ambiente com o simples ato de não se alimentar com produtos de origem animal".

Acredito que as pessoas podem fazer muito mais por elas mesmas e pelos outros do que o senso comum prega... Renata Octaviani Martins

LEGIS VEGANA A heroína que vive em Renata Octaviani Martins, 28 anos, advogada, foi surgindo aos poucos. Logo que se tornou vegetariana, em 2003, sentia a necessidade de falar das suas descobertas sobre o consumo de carne e conhecer pessoas que tivessem o mesmo posicionamento. Para partilhar o conhecimento recém-adquirido, repassava informações por e-mail e sempre que podia puxava o assunto com amigos: "Senti a necessidade de conhecer pessoas que quisessem discutir o assunto e lutar pelo vegetarianismo, até porque é muito difícil lutar sozinha. Somos minoria, o melhor que podemos fazer é nos unir". Resolveu concentrar as informações que tinha descoberto em um local de fácil acesso a quem tivesse interesse sobre o assunto e assim nasceu seu site. "Comecei a escrever o Multiply como um blog das minhas descobertas sobre vegetarianismo, a fim de ajudar quem estivesse passando pelos mesmos questionamentos. Aos poucos, o assunto me fascinou". O site de Renata reúne informações bem variadas, desde dicas para quem está começando até noções de nutrição e receitas. "Eu acredito que as pessoas podem fazer mais por elas mesmas e pelos outros do que o senso comum prega e vejo que o site ajuda algumas pessoas a tomarem decisões por elas mesmas". Com uma linguagem acessível e permitindo a interação de internautas cadastrados, o site conquista leitores, enriquece a discussão sobre alguns temas e difunde o vegetarianismo. "Existe um médico em Campinas – que não é vegetariano – que indica a seção de receitas para seus pacientes para uma

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melhora na qualidade de vida". Sobre a riqueza de opiniões gerada pela interação direta, ela comenta: "Havia um estudante de veterinária que defendia o uso de animais em sala de aula. Mantive meu posicionamento e até hoje a argumentação dele consta no site, para que as pessoas possam comparar os dois lados. Acho importante que os vegetarianos não tratem os nãovegetarianos como pessoas insensíveis e ignorantes – o que já vi acontecer. Por vezes, falta informação; em outras, o argumento vegetariano/pró-animal é contrário a alguns interesses, até econômicos; ou é apenas muito difícil tomar a decisão de mudar sem apoio". Renata tem planos de mergulhar ainda mais fundo no mundo do vegetarianismo: está desenvolvendo alimentos vegetarianos congelados que em breve serão divulgados no site. "O primeiro já está no mercado em Campinas, é o Pão de Tofeijo (versão vegana do Pão de Queijo). Isso veio de uma necessidade que senti, nunca foi o objetivo principal". Atualmente faz parte da

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profissional de relações públicas Vivian Diamant, 51 anos, vegetariana desde 1980, descobriu no Congresso Vegetariano Mundial, em 2004, uma forma de fazer algo mais pelo vegetarianismo. "Foi um marco para a maioria das pessoas que encontrei". Em 2005 conheceu o trabalho do Guia Vegano e começou a atuar como voluntária, fazendo as galerias de adoção e respondendo e-mails sobre dúvidas e orientações. "São várias as pessoas que entram para visitar o site e depois me escrevem que a mãe, tia ou filho são vegetarianos, dizendo que foi muito bom conhecer o Guia porque tem muitas informações e esclarece dúvidas". Para Vivian, o simples ato de não comer mais carne não era suficiente porque seu vegetarianismo é embasado na compaixão. "Para mim esta opção está relacionada a um despertar de consciência. É um sentido muito mais profundo. O vegetarianismo pode ser considerado um caminho espiritual, aliado a outras práticas". Sua atuação é voltada para atrair atenção das pessoas que querem conhecer outro caminho, outra jornada, pois acredita que tudo que envolve o assunto vegetarianismo está ligado ao planeta. "Não é do interesse das grades corporações mudar o que está estabelecido, mas sem dúvida o número de vegetarianos e pessoas mais conscientes é crescente no mundo todo. Infelizmente não há informação adequada da origem dos alimentos e as pessoas não estão nem aí... É como diz o velho ditado 'o que os olhos não vêem, o coração não sente'." Questionando esse posicionamento, Vivian atua, passando e-mails, trocando mensagens, auxiliando principalmente os iniciantes. Para os novatos no movimento, ela sugere aproximar-se de pessoas semelhantes, que farão se sentir mais confortável e inseridos no grupo. "Quando eu fiz a opção, há 27 anos, não havia com quem falar, não existiam grupos organizados. Hoje está tudo muito diferente: tem internet, comunidades, congressos. Isso é bom porque acredito que a união faz a força".

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VEGETARIANISMO COM CIÊNCIA Há casos em que a pessoa já está em sua trajetória e o vegetarianismo chega no meio do caminho, transformando tudo. Há outros em que ocorre o contrário, e justamente o vegetarianismo é que vai determinar a saga do herói. Foi dessa forma que aconteceu com o médico especialista em nutrologia Eric Slywitch, 32 anos, vegano desde 1992. Nesse ano, ele acompanhava o trabalho do Dr. Henrique Smith em macrobiótica e percebeu os resultados dos pacientes atendidos enquanto aplicava o conhecimento em sua própria dieta. "Os resultados eram surpreendentes e decidi estudar medicina para poder compreender com profundidade os princípios médicos e a sua correlação com a nutrição". Eric lembra que nessa época estavam começando os estudos científicos sobre as propriedades dos alimentos. Como para ele ficava cada dia mais evidente os efeitos da alimentação que praticava, sentia uma grande vontade de difundir essa informação. Foi nesse momento que ele iniciou o planejamento das ações que tomaria para sua vida. "Foram três anos de estudo para conseguir entrar na faculdade de medicina, seis anos de faculdade e mais dois de residência para poder

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Arquivo Pessoal

Bem mais do que e-mails

Comissão de Meio Ambiente, Ecologia e Interesses Difusos da OAB Campinas. A advogada também se preocupa com a questão dos animais de rua, envolvendo-se na defesa, eventualmente cuidando de alguns que são encontrados abandonados até que se recuperem. "Já tentei aliar a atuação jurídica com a defesa dos animais, mas o resultado na época foi um pouco frustrante, tanto por conta do meu ritmo de trabalho quanto pela falta de interesse dos órgãos competentes em defender os animais que não são silvestres. Nossa legislação é bem clara em definir animais como propriedade, o que praticamente impossibilita alguma ação jurídica contra matadouros". Como não conseguiu ajudar os animais em sua área de atuação, encontrou um novo caminho com o site, divulgando, esclarecendo; também é moderadora da comunidade Sou vegetariano(a), no Orkut e responde dúvidas enviadas ao seu e-mail, principalmente de iniciantes; costuma participar de manifestações, ressaltando que não apóia ações violentas ou ilegais. "A conscientização ainda é a melhor forma de mudar a realidade; até porque a boa legislação deve nascer da conjunção de fatos e valores, prévios ao processo legislativo". Sua indignação no cotidiano é notar que algumas pessoas não conseguem lidar com as diferenças. "Espantei-me, por exemplo, com a dificuldade para organizar minha festa de casamento, com comida vegetariana. Mas deu tudo certo no final e todos saíram muito satisfeitos da comemoração". Deu tão certo que depois dessa experiência ela ajudou uma organizadora de eventos a sanar algumas dúvidas sobre como seria um casamento vegetariano, dando idéias de cardápio. Cada passo, uma conquista, assim é a luta do herói. Para quem começa a caminhar, ela deixa sua sugestão: "Informe-se. Sobre a realidade dos animais, sobre nutrição, sobre culinária, ambientalismo, política, literatura. Tudo isso tem um reflexo na vida dos animais, já que a maneira como são tratados decorre de cultura. No mais, é importante respeitar o próprio ritmo, fazendo escolhas com informação, segurança e maturidade".


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Se o ideal do vegetarianismo é forte em você e há condições de estudo,dedicação e entrega,sugiro que faça uma faculdade que permita ter voz mais ativa... falar sobre o assunto com mais propriedade. Em 2004 me senti pronto para isso". Preparado, Eric juntou todo conhecimento que podia para dar embasamento profissional na área de saúde ao movimento vegetariano. "O meio profissional dos médicos e nutricionistas é bastante exigente, e por isso é necessário que o profissional alcance o máximo do rigor técnico sobre o assunto que fala para entrar e continuar nesse meio". Atualmente o médico trabalha no Hospital Santa Marina, em São Paulo, e coordena o departamento de nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira. Realiza ainda muitas ações para atingir seu objetivo, que é "difundir o vegetarianismo de forma imparcial, segura e profissional". Ele participa de congressos na área de saúde como palestrante – em menos de dois anos foram mais de 2 mil profissionais de saúde que assistiram o tema "vegetarianismo" em congressos e eventos em que ministrou – e faz atendimentos em seu consultório, para orientação nutricional e avaliação adequada de exames laboratoriais. Também dá palestras e aulas para o público em geral, publica capítulos em livros da área de medicina com

Eric Slywitch

temas ligados ao vegetarianismo e saúde e escreve artigos para sites. Em 2006, publicou o livro Alimentação sem Carne, a primeira obra brasileira com enfoque 100% científico. "A abordagem utilizada é acessível para o público leigo, mas também para os profissionais de saúde. Em linguagem simples, ensino como montar a alimentação vegetariana (de qualquer tipo) para o leitor". A atuação de Eric é voltada principalmente para esclarecer e desvendar os mitos que rondam o vegetarianismo, sobretudo para os profissionais da saúde. "É fundamental que as informações passadas sejam sempre apuradas pelo rigor científico, quando se fala das questões médicas e nutricionais; caso contrário a saúde das pessoas pode ser colocada em risco". Para os futuros ativistas do movimento, Eric deixa sua dica. "Se o ideal do vegetarianismo é realmente forte em você e há condições de estudo, dedicação e entrega, sugiro que faça uma faculdade que permita ter voz mais ativa ou executar ações que tenham mais impacto. Utilize a sua influência como advogado, juiz, médico, nutricionista, político, repórter...Se quem tem ética não está em posição de poder, quem é que vai estar?"

Quem circula pela cidade de São Paulo e toma o táxi de Reinaldo Ginicolo, 44 anos, pode se espantar em ver adesivos no painel, nos vidros, todos defendendo o veganismo e a proteção animal. O chamado para o ativismo aconteceu para Reinaldo há mais de 5 anos, quando ele tomou consciência, através de uma amiga, do sofrimento dos animais. Nasceu nele uma ânsia de participar, mas se sentia impotente, não tinha como largar o trabalho. O taxista chegou a participar de passeatas e do congresso vegetariano, mas sentiu que precisava fazer mais. "Vejo que pessoas convencionais acham bonito usar roupas com marcas, divulgar logotipos, mas nem sabem o que a empresa faz, o significado do logotipo e divulgam mesmo assim porque acham que é status; chegam a pagar mais caro e fazem propaganda de graça. Dizem que gostam dos bichos mas não fazem nada. Eu pergunto: 'você vai lá no mar das baleias, onde o Greenpeace está lutando? É preciso fazer alguma coisa'. Isso que eu faço no táxi, eu sinto como se eu estivesse indo lá com o Greenpeace". No começo, além da divulgação visual, Reinaldo falava bastante com seus passageiros sobre o veganismo, dando uma verdadeira aula de alimentação e anatomia. Depois parou e passou a se dedicar mais às suas coisas e aos filhos, Felipe, de 15 anos, e Renan, 11 anos, também veganos. "Percebi que não adianta se desgastar por uma pessoa se não chegou o tempo dela. Mais vale passar a mensagem".

Vejo que as pessoas convencionais acham bonito usar roupas com marcas,divulgar logotipos,mas nem sabem o que a empresa faz (...) e divulgam mesmo assim porque acham que é status... Reinaldo Ginicolo

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Em seu táxi passou por vários tipos de situações por conta de sua postura, desde executivos que têm a esposa vegetariana e questionavam a opção, até senhoras que o chamaram de radical. Ele conta que chegou a falar termos técnicos que alguns médicos desconheciam. "É uma desinformação total. Muitos acham que alimento é um toco de carne e eu sou um fantasma porque mesmo pesando 100 quilos eles me olham e dizem que não é possível viver sendo vegetariano", brinca. Seja no táxi ou entre os amigos, ele faz questão de conscientizar e incentivar o não-consumo de carne. Fica indignado com a discriminação que os veganos enfrentam, como seus filhos que passaram pela resistência da mãe – de quem Reinaldo já era separado quando tornou-se vegano – além de situações constrangedoras até com a direção da escola. "Eles me chamam de matinho, dizem que meu sangue é verde. Até o pessoal da diretoria faz isso", conta Felipe, lamentando que não há nada para ele comer na cantina da escola, pois até o lanche natural tem maionese, atum e frango. Para o taxista, é preciso acabar com esse rótulo de radical que as pessoas costumam colocar nos vegetarianos. "Eu como o que quero; não sou obrigado a comer o que a indústria me oferece. O cidadão come cegamente pela propaganda; está na inércia e não consegue parar. Quando aparece alguém diferente, é estranho, é radical". Além dos filhos, Reinaldo compartilha com a atual companheira, Adriana Luisa Margarido, 35 anos, a opção alimentar e o posicionamento diante da intolerância e o preconceito. Toda a família faz questão de ser participativa e atuante na defesa animal. Para o casamento, eles preparam uma festa vegana com direito a registro impresso no convite "bufê vegano".

Algumas pessoas fazem sua parte tornando-se vegetarianas. Uma vez que (...) nos tornamos ativistas,fica difícil mensurar o alcance do nosso trabalho... George Guimarães

ALÉM DA NUTRIÇÃO Tudo começou com o intuito de desmitificar questões sobre nutrição vegetariana. Foi com esse objetivo que o nutricionista George Guimarães, 33 anos, passou a publicar, em 1995, um periódico chamado Segunda Opinião. O envolvimento com o movimento foi aumentando e em 2002 ele começou a fazer palestras e organizar reuniões, protestos e outros eventos para promover o vegetarianismo. "Depois de ter passado por alguns grupos ao longo dos anos, hoje sou o responsável pelo VEDDAS (Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade), coordenando todas as suas atividades". Vegetariano desde 1978 e vegano a partir de 1994, George resolveu atuar no movimento quando percebeu que poderia realizar mais pelo vegetarianismo participando ativamente no processo de conscientização de outras pessoas. "Algumas pessoas fazem a sua parte tornando-se vegetarianas. Uma vez que deixamos de ser apenas vegetarianos e nos tornamos ativistas, fica difícil mensurar o alcance do nosso trabalho, pois o efeito multiplicador é enorme". Na sua atuação profissional, dedica-se ao atendimento de pacientes vegetarianos ou em transição para o vegetarianismo, para ajudar os que estão iniciando nessa caminhada a se sentirem mais seguros e permanecerem no caminho.Também produz textos sobre o tema de nutrição vegetariana de maneira periódica e é responsável por dois restaurantes veganos. Com o grupo VEDDAS, a atuação vai desde a elaboração de campanhas e protestos ao desenvolvimento de atividades para a capacitação dos ativistas. "Meu objetivo é levar

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informação à população de maneira clara e científica através da organização dos ativistas e da aplicação de estratégias efetivas". George conta que tem essa atuação porque acredita que não há um mundo melhor sem o vegetarianismo e não há vegetarianismo sem a difusão das informações. "O vegetarianismo pode ser divulgado através das nossas ações diárias, através do exemplo, através da conversa singela no momento certo. As pessoas podem ainda participar ativamente de um grupo que trabalha pela difusão do vegetarianismo. No VEDDAS, por exemplo, quanto mais voluntários temos, mais podemos fazer e os resultados podem ser comprovados a cada ação". Para o nutricionista, o importante é manter-se fiel aos ideais, estudar e praticar. "Estamos nadando contra a maré e isto significa dizer que a tarefa, apesar de gratificante, não é uma tarefa fácil. A resistência existe e não podemos ser ingênuos em pensar que esta é uma batalha fácil. No entanto, é a batalha que temos nesse momento e com a organização e dedicação sincera de tantos ativistas no Brasil e no mundo, venceremos. O movimento vegetariano e pelos direitos animais é um movimento de justiça social, assim como foram os movimentos pelos direitos das mulheres, das crianças, dos negros e outros. E a história prova que os movimentos pelos direitos, através da união de diferentes frentes de batalha, sempre vencem!"

ATIVISMO NO RESTAURANTE Era uma vez um casal vegetariano, Paulo e Ivonete. Ele parou de comer carne com 17 anos – hoje tem 33 – e ela virou vegetariana em 1996; em 2000


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ambos tornaram-se veganos. A filha, hoje com 10 anos, é vegetariana desde a gestação. Mas o "felizes para sempre" não era suficiente para o final que eles queriam. Ambos queriam fazer mais pelos animais e foi essa força motriz que os levou a criar em 2005 o restaurante Lar Vegetariano. A idéia nasceu junto com o lançamento do livro de mesmo nome, que reúne informações e receitas sobre vegetarianismo. "Abrindo o restaurante, conseguiríamos manifestar essa força através da alimentação e do espaço ativista", comenta Paulo César Alves Nakashima. Ele revela que o primeiro propósito era difundir o vegetarianismo com alguns diferenciais, como por exemplo, quebrando o mito de que comida vegetariana não tem sabor. "Foram cinco anos de pesquisa, empreendimento e dedicação de Ivonete, minha irmã Aparecida e eu". O objetivo foi atingido com a aplicação das receitas do livro no restaurante. A segunda meta – de desfazer o conceito de que alimentação vegetariana é mais cara – também logo foi alcançada com o Lar oferecendo comida vegetariana mais barata que muitos restaurantes com bufê tradicionais. Outro desafio que o casal comemora ter conseguido vencer no restaurante é servir grande parte dos produtos orgânicos para oferecer mais qualidade, além de ter menos impacto ambiental. O restaurante virou um ponto de encontro de vegetarianos, com eventos aos domingos, reuniões de confraternização, casamentos, festas de aniversários. Nos dias de semana, muitas pessoas que não são vegetarianas freqüentam o estabelecimento e acabam conhecendo mais desse

Quando você se torna vegetariana descobre coisas que estão por trás dos alimentos (...) é difícil ficar parada sem tomar atitude... Luísa Pereira Santos

universo, vendo informações nos jogos americanos nas mesas, adquirindo produtos ou folheando as pastas com dados e imagens sobre os maus-tratos da criação animal. "Já me foram relatados casos de pessoas que acabaram de folhear a pasta, começaram a refletir sobre os hábitos e passaram a freqüentar o Lar", conta Paulo. "Nós conseguimos demonstrar que para substituir um prazer é possível encontrar outro que preencha aquele que você tem dificuldade de abandonar".

ARTE ÉTICA Algumas pessoas conseguem fazer do trabalho o lugar dos seus sonhos e há ainda quem faça do seu sonho seu trabalho. Luísa Pereira Santos, 22 anos, tem conseguido realizar esse feito produzindo e vendendo materiais voltados para o público vegetariano. Logo que ela se tornou vegetariana, em 1999, ajudava o movimento Hare Krishna a distribuir alimentação para pessoas carentes. Em 2001, virou vegana e, em 2003, criou seu próprio grupo, o Veganas, fazendo informativos, distribuindo folhetos, organizando eventos com palestras, sessão de vídeo, debates e

Nós conseguimos demonstrar que para substituir um prazer é possível encontrar outro que preencha aquele que você tem dificuldade de abandonar

Paulo César Alves Nakashima

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oficinas de culinária. O grupo desenvolveu mensalmente até o final do ano passado um evento que ficou conhecido em São Paulo, o Rango Vegano. Luísa confecciona camisetas com estampas que retratam as lutas do vegetarianismo e são vendidas no site Colcha de Retalhos, cooperativa criada para agregar produtores e produtos veganos de diversas áreas. O principal objetivo do Veganas é divulgar o vegetarianismo e dar suporte para quem quer se tornar vegetariano. "Temos mala direta com quase 500 pessoas. Fazemos curso de culinária, mostras, ensinamos a fazer comida, enfim, realizamos diversos eventos". Luísa conta que entrou no movimento porque sua visão é de que parar de comer carne não era bom só para ela, mas para o planeta e para os animais. "Quando você se torna vegetariana, descobre coisas que estão por trás dos alimentos; quando sabe o que está acontecendo, é difícil ficar parada sem tomar atitude, por menor que seja. É como se soubesse que minha amiga está sendo agredida e eu não fizesse nada. Os animais são meus amigos e precisam de ajuda."

Serviço SVB - www.svb.org.br Guia Vegano - www.guiavegano.com.br Sítio Vegetariano - ww.vegetarianismo.com.br/sitio Sentiens - www.sentiens.net Pensata Animal www.sentiens.net/top/PENSATA_capa_top.html Alimentação Sem Carne www.alimentacaosemcarne.com.br Veddas - www.veddas.org.br Lar Vegetariano - www.larvegetarianovegan.com.br Colcha de Retalhos - www.colchaderetalhos.net Renata Octaviani - roctaviani.multiply.com

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Prato e jogo americano: Suxxar Cook (11) 3032-0188

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Fotos: Tomaz G. Vello Produção: Gabriela Isgroi

Elas não são apenas de-li-ci-o-sas, vão além disso. Mais saudáveis do que os doces convencionais, as sobremesas formuladas por Rodrigo Caravita* vêm com dois diferenciais: não precisam de açúcar e são totalmente veganas. Confira como a simplicidade pode sim pôr beleza, sabor e saúde à mesa

Brownie de tâmara Ingredientes: 1 e ½ xícara de farinha de trigo integral 1 e ½ xícara de farinha de aveia 4 colheres de sopa de cacau em pó 3 xícaras de água (ou leite de soja sem sabor e sem açúcar) 2 colheres de sopa (cheias) de leite de soja em pó 2 colheres de sobremesa de fermento em pó 600 g de tâmaras picadas sem caroço Uma pitada de sal

Modo de preparo: Bata no liquidificador as tâmaras e a água até virar uma pasta homogênea. Em uma tigela, peneire o sal, as farinhas, o leite de soja em pó, o cacau em pó e o fermento. Misture tudo e junte à pasta de tâmara para formar uma massa. Despeje a massa em uma forma média untada e leve ao forno com temperatura média (pré-aquecido) por cerca de 30 minutos ou até cozinhar por dentro. Serve: 8 pessoas

* Rodrigo Caravita é idealizador e mantenedor do site www.organicoscampinas.com.br e freqüentemente ministra aulas de culinária vegetariana em restaurantes de Campinas

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Torta de frutas Ingredientes: 600 g de ameixa preta sem caroço 200 g de castanha de caju em pedaços 3 mangas grandes 4 kiwis 50 g de uva-passa (opcional) Modo de preparo: Deixe a ameixa de molho por 3 horas. Tire toda a água e bata-a no liquidificador com um pouco de água. Misture a castanha de caju triturada em pequenos pedaços com a ameixa batida. Coloque essa massa em uma forma retangular média ou em taças. Bata as mangas no liquidificador, sem acrescentar água, até virar um creme homogêneo e disponha-o sobre a massa da ameixa batida com a castanha de caju. Decore com kiwis e uva-passa. Sirva gelado. Serve: 12 pessoas

Taça e jogo americano: Suxxar Cook

* Variação: É possível utilizar um creme cozido de bananas em vez de mangas, ou então uma mistura de um abacate batido com duas bananas nanicas e suco de duas laranjas. Neste caso, pingue um pouco de limão no abacate após cobrir a torta para não escurecer. Para enfeitar, pode-se utilizar abacaxi ou qualquer fruta cítrica no lugar do kiwi.

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Bolo integral de frutas e legumes Modo de preparo: Misture os secos (exceto o fermento) com o óleo e o chá. Coloque os legumes e as frutas e sove bem até a beterraba parecer ter se dissolvido na massa. Acrescente as castanhas, uvas-passas ou outras frutas, e o fermento químico. Misture bem. Despeje na forma de pudim e asse em forno médio por cerca de uma hora.

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Chá de Stévia

Ferva por alguns minutos uma xícara de água com bastante folha de stévia lavada (coloque cerca de dois punhados). Se sentir que ficou um pouco amargo, na próxima diminua a quantidade.

Serve: 8 pessoas

Stella Ferraz Cerâmicas (11) 3845-2411

Ingredientes: 1 xícara de legumes crus ralados (pode ser 2/3 de beterraba e 1/3 de cenoura) 3 xícaras de frutas picadas (pode ser maçãs sem casca e bananas) 3 xícaras de farinha integral 3 colheres de café de canela em pó bem cheias Castanha-do-pará e uvas-passas ¾ de xícara de óleo ¾ de xícara de chá de stévia* bem forte (somente a folha da stévia. Não utilize adoçante sintético) 3 colheres de chá de fermento químico

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ARTIGO

Por: Dr. George Guimarães nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg www.nutriveg.com.br

Vegetais: mais pobres,

menos ricos ou superiores?

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que consumamos uma quantidade maior de alimentos sem que isto implique em consumirmos uma quantidade maior de calorias? Eu desconheço a resposta a essa pergunta, mas a minha hipótese é a de que essa reação esteja orientada pela falta de informação.A segunda hipótese aponta para a mera falta de raciocínio lógico. Para conseguirmos 280 mg de cálcio, por exemplo, podemos optar por ingerir 250 mL de leite de vaca, o que ofertará 150 calorias, das quais 50% serão derivadas de gorduras (8 gramas).Vamos estabelecer um valor arbitrário para medir a saciedade.Se o exemplo for aplicado a um queijo amarelo (variedade que contém mais cálcio), a situação calórica, de percentual de gordura e de poder de saciedade se agravará (mais calorias e mais gordura para menos saciedade).Mas se ao contrário, escolhermos obter a mesma quantidade de cálcio (280 gramas) de um vegetal verde-escuro (como o quiabo por exemplo),

pergunta pode variar na sua forma, mas é comum escutar o questionamento que sugere que os produtos animais seriam superiores pelo simples fato (e que nem sempre é fato) de serem mais concentrados em alguns nutrientes.A sugestão implícita é que se um alimento é mais rico, não poderia haver um motivo plausível para optar por outro, menos rico.Mais errada ainda é a presunção de que "menos rico" é igual a "mais pobre". Sim, os produtos cárneos são uma boa fonte de ferro, uma fonte excelente, e os vegetais não são uma fonte tão boa quanto eles.Mas isso faz dos vegetais uma fonte ruim deste nutriente? Bem, se o fígado de um animal é uma fonte incrível de ferro, isso faz da carne uma fonte ruim de ferro? É claro que não.Da mesma maneira, apenas porque um bife contém mais ferro do que um brócolis, isso não faz do brócolis uma fonte ruim de ferro.Se formos considerar ainda que o consumo excessivo de alguns nutrientes pode ser nocivo (como é o caso do ferro), veremos que o brócolis é, na verdade, uma fonte superior deste mineral. E quanto aos laticínios? Não há um vegetal comumente consumido que seja capaz de fornecer uma quantidade de cálcio com a mesma facilidade que os laticínios podem fazê-lo.Mas, nem por isso, as fontes vegetais deste mineral são descartáveis, simplesmente porque o leite é uma fonte superior.Devemos admitir que teremos que consumir um volume maior de alimentos vegetais para obtermos a mesma quantidade de cálcio, mas isso não é necessariamente um problema.Na verdade, muitas pessoas na nossa sociedade penam para conseguir manter-se dentro de uma faixa desejável de consumo alimentar, comumente errando para o excesso. Os vegetais em geral ofertam mais nutrientes para cada caloria ingerida, e o resultado é que precisamos de um volume maior de alimentos para ingerir a mesma quantidade de calorias, com a vantagem de que, com isso, ingerimos também uma quantidade maior de nutrientes desejáveis. Mais volume, menos calorias, mais nutrientes. Por que é então que alguns (profissionais de saúde inclusive) reagem com aversão quando são apresentados a eles com uma proposta alimentar que pede para consumirmos fontes vegetais de cálcio, proteína e ferro, que é o mesmo que propor

Os vegetais em geral ofertam mais nutrientes para cada caloria ingerida...

teremos que ingerir um volume maior do alimento (350 gramas – o que significa maior saciedade) e ainda ficamos com um valor de apenas 110 calorias para essa grande porção.A quantidade de gordura que acompanha todo este cálcio e o grande volume de alimentos é irrisória (menos do que meio grama), o que deixa uma excelente oportunidade para prepararmos o vegetal deliciosamente, utilizando temperos compostos por óleos vegetais – uma gordura qualitativamente superior à do leite, e na maioria dos óleos vegetais predomina as gorduras mono e poliinsaturadas, enquanto que no leite metade das gorduras é do tipo saturada. O exemplo acima, que compara o leite de vaca ao quiabo, é meramente didático. Não pretendo aqui sugerir que alguém consuma 1 kg de quiabo por dia para poder ingerir a sua necessidade (por exemplo) de 1 grama de cálcio.O exemplo visa ilustrar o quanto é possível obter em termos de vantagens quando escolhemos um misto RevistaVegetarianos.com.br

de fontes vegetais de cálcio (o que inclui outros vegetais verde-escuros, castanhas, sementes, feijões, soja, lentilha, ervilha, grão-de-bico e muitas variedades de frutas) ao invés de uma única fonte rica e de origem animal.Se analisarmos bem, veremos que a opção que parece à primeira vista "menos rica" é, na prática, uma opção mais rica. Além de consumirmos menos calorias, menos gordura (e menos gordura saturada) e ainda obtermos uma maior saciedade, o que mais ganhamos quando fazemos a opção por fontes vegetais de cálcio? Fibras e licopeno, beta-caroteno, clorofila, luteína... são apenas alguns exemplos de nutrientes e outras substâncias protetoras que recebemos como um "bônus" quando escolhemos uma fonte de cálcio que seja diferente do leite de vaca, ou a secreção mamária de um animal não-humano comumente consumida em nossa sociedade como alimento para animais humanos que já passaram do período de amamentação. Vale também notar que a quantidade de colesterol nos vegetais é sempre zero. Se aplicarmos este exercício para outros alimentos de origem animal e em relação a outros nutrientes, o resultado será semelhante: ao escolhermos fontes menos concentradas em um único nutriente, criamos a possibilidade de inserir na dieta outros alimentos que trazem consigo uma variedade maior de substâncias de interesse para nutrição e proteção do organismo. Sim, a carne é uma excelente fonte de ferro e de proteína e os laticínios são uma excelente fonte de cálcio.Mas isto não significa que os vegetais não sejam também uma boa fonte destes nutrientes.Ao julgar a superioridade de uma dieta pela sua habilidade em atender prontamente à necessidade de um ou de outro nutriente, corremos um grande risco de errar.Ao analisarmos a situação de maneira cuidadosa e com uma visão mais abrangente, podemos constatar que a escolha por fontes "menos excelentes" significa, na verdade, escolher a possibilidade de praticar uma dieta mais saudável, em que ao mesmo tempo que não deixa faltar o que é essencial (proteína, cálcio, ferro, etc.), ainda oferece uma quantidade maior daquilo que é desejável (substâncias protetoras e saciedade) e uma quantidade menor daquilo que é nocivo quando consumido em excesso (colesterol e gorduras).


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Biscoitos vem da língua francesa e quer dizer "cozido duas vezes" – bis e coctus. Conta-se que que era o alimento ideal para as longas viagens oceânicas, pois não estragava com tanta facilidade. Independente das histórias, atualmente os biscoitos têm uma grande variedade e muitos são ricos em fibras. Confira algumas ótimas opções selecionadas pela Revista dos Vegetarianos.

les se popularizaram na Inglaterra, durante o século 17 quando começaram a ser consumidos com chá. Sua preparação exigia tanto cuidado que os ingleses tinham até um manual de preparação para que não perdessem a qualidade. Mas muito antes disso, já eram famosos entre os egípcios, que consideravam os biscoitos sinônimos de prosperidade. Porém, o nome que conhecemos hoje

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Mãe Terra

Vello

Manika

z G.

A peruana Mani produz artesanalmente e sob encomenda seus biscoitos salgados e doces totalmente veganos. Por serem caseiros, só podem ser encontrados por quem mora na cidade de São Paulo ou pelos freqüentadores da Verdurada, único local fora de seu apartamento onde ela vende as delícias. Preço sugerido: R$ 3,50 (200 g) Onde encontrar: (11) 3171-1215

Tom a

São cookies e biscoitos com os mais variados sabores, como gengibre, soja e mistura de cereais, e feitos com farinha de trigo integral e linhaça. Mas atenção, veganos, os cookies de uva-passa, chamados de Florentina, contêm creme de leite. Apesar disso, os produtos da Mãe Terra são fáceis de encontrar. Preço sugerido: entre R$6,15 e R$7,35 as caixas de 180 g Onde encontrar: (11) 5686-3406 ou www.maeterra.com.br

Ativa Fibras

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Nas versões Flocos de Aveia, Gérmen e Mel, Castanha-de-caju e Castanha-do-pará, os cookies da linha Ativa Fibras, da Nutremental, não contêm colesterol e são feitos com ingredientes naturais, segundo o fabricante. Preço sugerido: R$ 3,70 (150 g) Onde encontrar: www.mundoverde.com.br www.nutrimental.com.br

Fotos: Nelson Álves Jr.

Fibraxx

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Como o próprio nome sugere, os biscoitos da Fibraxx possuem alto teor de fibras e talvez não agradem a todos os gostos. Apesar de ser bem mais seco do que os outros, esse produto é talvez o mais saudável. São 11 g de fibras em nove unidades, segundo o fabricante. Nas versões mel, salgado e natural. Preço sugerido: R$ 5,60 (200 g) Onde encontrar: 0800-554213

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Divulgação

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Jasmine

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Além de integrais, os cookies da Jasmine recebem o selo de certificação orgânico da IBD. Livres de gordura trans, conservantes e aditivos químicos, são produzidos com farinha de trigo enriquecida com ferro. Nos sabores café, castanha-do-pará e soja com mel, os cookies também podem ser encontrados na versão diet. Preço sugerido: R$ 3,20 (150 g) Onde encontrar: 0800-7018003 ou www.jasminealimentos.com.br

Taeq

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Da rede de supermercados Pão de Açúcar, os cookies integrais Taeq vêm em embalagens individuais de 40 g cada. Nas versões chocolate, baunilha e aveia com mel, todas as opções têm gotas de chocolate que a empresa garante não conter lactose. Preço sugerido: R$ 4,65 (120 g) Onde encontrar: 0800-152134 ou www.taeq.com.br

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± Viver mais Fibras

A linha Viver Mais, da rede de supermercados Carrefour, oferece biscoitos e mais uma série de produtos integrais. Os cookies podem ser encontrados nas versões castanha-de-caju e aveia. Preço sugerido: R$ 2,55 (150 g) Onde encontrar: 0800-7273090 ou www.carrefour.com.br

Vitao

Hage

Totalmente veganos, os biscoitos integrais da Hage Alimentos Árabes possuem 25% menos de gordura. Bem crocantes, são vendidos em lojas de produtos naturais de São Paulo Preço sugerido: R$ 5,50 (150 g) Onde encontrar: (11) 5584-6705 hagealiemntos@uol.com.br

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Feitos com farinha de trigo integral e açúcar mascavo, os biscoitos e cookies integrais da Vitao lembram aqueles feitos em casa. São crocantes e combinam perfeitamente com qualquer tipo de chá. São nove sabores diferentes entre eles girassol, coco, castanha-do-pará e uva-passa. Preço sugerido: de R$ 2,60 a R$ 3,50 as embalagens de 150 g ou 200 g Onde encontrar: 0800-6006500 ou www.vitao.com.br

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Árabe Comida

Fotos: Tomaz G. Vello Produção: Gabriela Isgroi

Do Oriente para a Revista dos Vegetarianos. A tradição diz que as refeições árabes devem ser fartas e encher a mesa, mas aqui elas vão invadir também seu paladar. Rica em grãos, legumes e especiarias, essa cozinha conquistou há tempos o Ocidente. Para Hudson Vilardi Mazeto*, que preparou as receitas, são justamente os temperos que vão dar aquele toque especial.

*Hudson Vilardi Mazeto é personal chef vegetariano e instrutor de SwáSthya Yôga. Mais informações: hudsonmazeto@terra.com.br (11) 9608-2623 ou (11) 3845-5933

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Babaganuche Ingredientes: 2 berinjelas médias 3 colheres de sopa de tahine 3 colheres de sopa de suco de limão 2 dentes de alho amassados ½ xícara de água Azeite ½ maço de salsinha Modo de preparo: Coloque as berinjelas, com casca e untadas de azeite, no forno aquecido.

Vire de vez em quando e retire do forno assim que ficarem macias. Para se certificar disso, puxe a casca. Esta deverá sair facilmente. Corte a berinjela ao meio com uma colher e deixe escorrer numa peneira por 5 minutos até sair todo o líquido. Amasse a polpa com um garfo até formar um purê. Acrescente o tahine, o limão, o sal, o alho e misture. Coloque num prato ou travessa, regue com azeite e polvilhe a salsinha.

Pasta de pimentão vermelho

Ingredientes: 4 pimentões vermelhos 3 colheres de sopa de azeite de oliva 1 cebola picada 2 dentes de alho socados ½ xícara de chá de farinha de rosca ¼ de xícara de chá de nozes picadas 2 colheres de sopa de salsinha picada 1 colher de chá de pimenta síria Sal a gosto Modo de preparo: Passe o azeite de oliva nos pimentões e leve ao forno até ficarem bem macios. Em seguida, retire a pele e as sementes dos pimentões. Reserve. Em uma frigideira, refogue a cebola e o alho no azeite. Adicione o pimentão e refogue por 2 minutos. Transfira para o liquidificador ou processador e bata até obter uma mistura homogênea. Adicione a farinha de rosca, aos poucos, e mexa até ficar homogêneo. Acrescente as nozes, a salsinha e a pimenta síria e misture bem. Acerte o sal e sirva com pão árabe.

Homus Ingredientes: ½ pacote de grão-de bico Suco de 2 limões médios 3 colheres de sopa rasas de tahine 2 dentes de alho socados 1 colher de chá de cominho 2 colheres de sopa de azeite Sal Modo de preparo: Deixe o grão-de-bico de molho

de um dia para outro. Cozinhe-o por 15 minutos em água fervente ou até que fiquem macios. Escorra e reserve a água. Esfregue os grãos, uns contra os outros em um pano de prato para remover as cascas. Com um processador ou liquidificador, bata os grãos, o limão, o alho e parte da água do

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cozimento. Acrescente a água aos poucos até que a mistura esteja com a consistência fina e firme, não muito densa. Acrescente o sal e o tahine e bata novamente. Passe para um recipiente e deixe esfriar. Regue com azeite e sirva com pão árabe. Decore com hortelã ou salsinha.

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Arroz com lentilha Ingredientes: 1 xícara de lentilhas 2 a 3 xícaras de água fria 6 colheres de sopa de azeite de oliva 4 cebolas graúdas fatiadas finamente ½ xícara de arroz branco 1 colher de chá de sal 1 colher de café de canela em pó ½ colher de café de cominho em pó ½ colher de café de pimenta do reino Pitada de noz-moscada 1 limão Modo de preparo: Deixe as lentilhas de molho da noite para o dia. Refogue uma das cebolas em 3 colheres de azeite e acrescente as

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lentilhas já escorridas. Depois de refogar as lentilhas, adicione sal, pimenta-do-reino, canela, noz-moscada, cominho e o arroz lavado. Mexa por 3 minutos e acrescente 2 xícaras de água. Assim que ferver, abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 20 minutos ou até que o arroz esteja macio. Enquanto isso, em outra panela, frite três cebolas em 2 ou 3 colheres de azeite até que fiquem bem douradas. Acrescente sal a gosto e reserve. Coloque o arroz em uma travessa e cubra com as cebolas fritas. Sirva acompanhado de fatias de limão. Serve: 4 pessoas

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Tabule Ingredientes: 4 tomates 1 cebola pequena 1 xícara de trigo fino 2 talos de cebolinha verde 1 maço de hortelã pequeno 1 e ½ xícara de salsinha picada 1 pepino 4 colheres de sopa de azeite de oliva 4 colheres de sopa de suco de limão 1 maço de alface americana para decorar Pimenta síria (opcional) Modo de preparo: Lave bem o trigo em uma peneira e deixe de molho em água fria por 20 minutos. Corte o pepino e o tomate (sem as sementes) em cubos. Pique bem a hortelã, a cebola e a cebolinha. Coloque em uma travessa e acrescente a salsinha já picada, o tomate e o pepino. Escorra o trigo e esprema-o para eliminar o máximo de água possível. Na travessa, acrescente o trigo, misture o azeite, o sal, a pimenta síria e o suco de limão. Misture muito bem. Sirva com folhas de alface e pão sírio.


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Kibe de Batata Ingredientes: 1 copo de trigo moído 1 kg de batata Sal a gosto Pimenta-do-reino e curry a gosto 2 cebolas médias picadas ou raladas 1 maço de hortelã fresca 1 maço de salsinha 4 colheres de sopa de azeite Modo de preparo: Deixe o trigo de molho na água durante 20 minutos. Esprema na mão para ficar bem seco e reserve. Cozinhe as batatas, sem

casca e cortadas em cubos com um pouco de curry ou cominho, até ficarem macias. Escorra e passe no espremedor. Tempere com três colheres de azeite e acrescente o sal, a cebola, a pimenta, a hortelã e a salsinha picadas. Junte ao trigo e misture. Unte uma assadeira com o restante do azeite e leve ao forno por 40 minutos. Serve: 8 pessoas

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Coalhada Seca Ingredientes: 1 litro de leite 1 copo de 200 ml de iogurte natural Azeite e sal a gosto Modo de preparo: Ferva o leite e deixe esfriar um pouco até que fique morno. Acrescente o iogurte e misture bem. Cubra a mistura com um pano de prato limpo e deixe descansar em algum lugar fechado, como microondas ou um forno. Mas certifique-se de que esteja desligado. Coe a mistura em um pano de prato ou em um coador de café e tempere com azeite e sal a gosto.

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Falafel

Ingredientes: 1 xícara de grão-de-bico 1 xícara de favas brancas ¾ xícara de salsa picada 2 colheres de sopa de cebolinha verde picada 1 colher de sopa de fermento químico 4 colheres de chá de cominho em pó 2 colheres de chá de pimenta síria (bahar) 1 colher de chá de sal 1 colher de chá de coentro em pó 3 dentes de alho amassados 1 cebola grande picada 1 batata média ralada fino 2 e ½ xícaras de óleo

Modo de preparo: Lave bem o grão-de-bico e as favas. Em travessas diferentes, deixe de molho por no mínimo 8 horas. Escorra e coloque em um pano de prato limpo e esfregue sobre uma superfície para retirar a pele. Passe pelo processador e junte os outros ingredientes. Misture até obter uma massa homogênea. Faça os bolinhos e frite-os no óleo quente até dourarem. Sirva com molho de tahine. Serve: 8 pessoas

Molho de tahine Ingredientes: ½ xícara de água 1 /3 xícara de tahine (pasta de gergelim) 1 colher de sopa de suco de limão 1 dente de alho amassado Sal a gosto

Cerâmicas: Stella Ferraz (11) 3845-2411 Acessórios: Suxxar Cook (11) 3032-0188

Modo de preparo: Em um recipiente, misture todos os ingredientes até obter um molho homogêneo. Sirva com o falafel quente ou frio.

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ALIMENTO DO MÊS

Abacate Ele despertou o interesse dos astecas, de um médico da realeza britânica e de conquistadores espanhóis. Esse é o abacate! Poderosa arma contra problemas intestinais e com tanta cremosidade que até a indústria de cosméticos o utiliza com freqüência. Conheça aqui essa fruta única Origem

Nome Em espanhol, o abacate só é conhecido como aguacate porque os colonizadores não conseguiam pronunciar ahuacatl, como era conhecido entre os astecas. A árvore então ficou conhecida cientificamente como Persea americana e o fruto tem um nome muito parecido em várias partes do mundo. Avocado, em inglês e em alemão. Avocat, em francês. E avocato em italiano.

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Arqueólogos afirmam que a origem do abacate data em torno de 7.000 e 5.000 a.C., de onde hoje se localiza o México, que também é o principal produtor. Atualmente, o abacateiro, da família das Lauráceas, é cultivado também na América do Norte, Israel, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, chegou por volta dos séculos 16 e 17, trazido da Guiana Francesa por Luis de Abreu Vieira e Silva. E as mudas cresceram devido à adaptabilidade ao clima. De acordo com a pesquisadora Vera Lúcia Ferraz Francisco, o Brasil é hoje o quarto produtor mundial e o Estado de São Paulo, a principal região produtora. Segundo um levantamento feito entre 1998 e 2003, existem 716 mil abacateiros espalhados pelo Estado paulista. A árvore que pode atingir até 20 metros de altura possui folhas pequenas e verdes escuras. Existem mais de 500 variedades, mas as mais conhecidas são a Hass e a Fuerte, que são comercializadas pelo nome de "avocado". Por causa disso, o abacate pode ser encontrado o ano todo. Além da grande oferta, o fruto também se mostra bem versátil, pois pode ser consumido adoçado ou salgado. RevistaVegetarianos.com.br

Propriedades Nutricionais Ela é uma fruta rica em proteínas, vitaminas e muitas calorias. Por ser muito gorduroso – 60% de sua gordura é do tipo monoinsaturada, 20% de poliinssaturada e 20% de saturada – o abacate se torna um alimento bastante calórico. Em 100 gramas, são encontradas 120 Kcal, por isso muitos endocrinologistas e nutricionistas recomendam que seu uso seja moderado. No entanto, o setor de nutrição do Departamento de Agricultura dos EUA afirma que a gordura contida no abacate ajuda a reduzir a taxa de colesterol no sangue. Gordurosa ou não, o fato é que essa fruta tem mais potássio do que a banana (são 351 mg a cada 100 gramas) e de todas as frutas é ela a que possui mais betacaroteno, um pigmento antioxidante que auxilia na obtenção de vitamina A. Além dessa substância, é rica também em magnésio, ácido fólico e riboflavina, que favorece o metabolismo de gorduras e açúcares. E por falar em açúcar, o abacate, diferentemente das outras frutas, é a única que perde açúcar depois que amadurece. Em 100 gramas têm 2,3 gramas de proteína e 5,6 gramas de fibras.


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Receita

Frapê de Abacate Ingredientes: ¼ de um abacate médio 3 colheres de sopa de açúcar ¾ de xícara de leite de soja 4 pedras de gelo 2 colheres de chá de suco de limão

Propriedades Medicinais

Modo de Preparo: Bata bem no liquidificador e está pronto. Serve: 1 pessoa

Rico em gordura, o abacate é ótimo para combater a prisão de ventre já que acelera o processo de digestão. Por sua cremosidade, é muito utilizado pela indústria de cosméticos. Mas não é só sua polpa que pode ser aproveitada. Sua casca ou sementes torradas e moídas podem ser usadas contra parasitas intestinais e para amenizar os efeitos de diarréia. Suas folhas, quando aquecidas, podem ser colocadas sobre a testa para diminuir febre. E o suco extraído delas combate desde hipertensão e dores de garganta, como serve para regular o período menstrual. Já o óleo que sai das folhas é usado para acabar com problemas de acne. Segundo o pesquisador Daniel Téliz Ortíz, esse fruto é reconhecido por seu potencial em diminuir o mau colesterol (LDL) e os riscos de arteriosclerose.

Curiosidades A primeira menção ao abacate ocorreu em 1518, na Colômbia. Anos mais tarde, conquistadores europeus notaram que suas sementes soltavam um líquido cremoso que se tornava vermelho quando exposto ao ar. Esses espanhóis resolveram então usar o líquido como uma tinta para escrever em documentos, sendo que alguns desses papéis existem até hoje. Em 1672, W. Hughes – médico do Rei Charles II da Inglaterra – visitou a Jamaica e escreveu que o abacate era "uma das mais raras e prazerosas frutas da ilha. Dá energia e força ao corpo, fortalecendo o espírito". A árvore mais antiga, plantada em 1879, ainda está de pé e pode ser encontrada na Universidade da Califórnia (EUA). RevistaVegetarianos.com.br

Dica: Quando usar apenas metade do abacate, mantenha o caroço na parte que sobrou e guarde na geladeira. Dessa maneira, você evitará que a fruta escureça.

Mas há muito mais tempo o abacate faz parte da cultura indígena. Arqueólogos peruanos encontraram sementes queimadas junto com múmias de 750 a.C. Diz a lenda que o nome do abacate na língua dos astecas era algo como ahuacatl, que significa "testículo", por isso a fruta era considerada afrodisíaca e as virgens eram proibidas de sair de casa durante sua colheita. Hoje, a ONG Fresh California Avocados (Abacates Frescos da Califórnia) afirma que as raízes do abacateiro estabilizam o solo e previnem a erosão.

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ARTIGO

Bom humor,

a melhor arma sxc.hu

contra a tolice

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h, eu adoro bichinhos. De preferência assados, com uma maçã na boca". "Você come a alface porque a coitadinha não pode sair correndo". "Eu sou de um grupo que defende os direitos dos vegetais. Por isso, eu só como carne". Quem é vegetariano está careca de ouvir todas essas pérolas de humor, tão sutis e refinadas, que os onívoros repetem e repetem e repetem. Eu sou bem-humorada. Adoro brincar, meu riso é fácil e eu não tenho problema nenhum com piadas politicamente incorretas, desde que sejam boas mesmo e realmente bem contadas. Mas esse tipo de gracejo sem graça já deu o que tinha que dar. O pior é que, se você não ri, reforça a imagem do vegetariano mal humorado. É, quem não come carne tem essa fama – na maior parte das vezes injusta – de ser desprovido de humor. Se, além de não comer carne, você também não bebe e nem fuma, tanto pior. Aí a fama de chato de galochas cola mesmo. Esse tipo de coisa acontece devido a um problema que eu já abordei várias vezes neste espaço: a dificuldade em aceitar as diferenças. A festona com churrasco e cerveja é tão popular que as pessoas nem admitem


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Por Silvia Lakatos (silvialakatos@gmail.com)

Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que esteja sujo por completo Mahatma Gandhi

a hipótese de alguém conseguir fazer uma bela comemoração que não inclua esses dois itens. Quem não se lembra da propaganda de uma certa rede de churrascarias, que mostrava um cara amarelado e magricela, com jeitão de chato e doente, enaltecendo os benefícios de uma dieta à base de brotos de chuchu? Na minha opinião, pessoas que ridicularizam os vegetarianos são intolerantes, resistem às novas idéias e têm uma visão limitada do que é ser feliz, do que é celebrar, do que é viver. Mas também temos que nos perguntar: será que podemos fazer alguma coisa para mudar essa fama de chatos? Isso nos aborrece de alguma forma? Ela nos traz algum prejuízo, alguma... chateação? Eu acho que sim. Entendo que é muito ruim, para a divulgação do vegetarianismo, nós termos a desvantagem de sermos vistos como pessoas malas, tristes, desapegadas da vida. Não se trata de adotar uma falsa imagem de alegria e dinamismo, mas de mostrarmos que não somos múmias em estado de coma.

CONSTRUIR UMA IMAGEM POSITIVA A primeira coisa que precisamos fazer é repensar nossas reações diante das críticas. Sabe o bullying nas escolas? As crianças se divertem em atormentar os colegas que se ofendem fácil, que ficam zangados, que reagem mal. O colega que leva tudo na esportiva e não cede facilmente às pressões logo deixa de ser objeto de chacota.

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Assim, a primeira reação inteligente é não se ofender. Se você estiver com ótima disposição de espírito, experimente entrar na brincadeira e inverter a situação, colocando o engraçadinho sem graça contra a parede. Eu, por exemplo, fiz um curso com uma pessoa que adorava alardear as crueldades que já cometeu contra animais. Esse indivíduo contava horrores, que me deixavam com muita vontade de voar no pescoço dele. Todo mundo garantia que ele falava essas coisas só para impressionar e que nunca fizera realmente nenhuma daquelas coisas horríveis. Mesmo assim, o papo me incomodava. Eu precisava encontrar uma maneira de calá-lo, mas se ele percebesse que conseguia me perturbar, eu me tornaria um alvo permanente de suas provocações. Diante do impasse, resolvi partir para o "ataque". Certo dia, ele estava descrevendo uma série de maldades. Coloquei meu melhor sorrisinho sarcástico no rosto e marquei posição: "Fulano, você se acha corajoso por atacar bichinhos que pesam menos de cinco quilos, hein? Mas eu só vou achar você impressionante no dia em que você entrar num bar barra-pesada e tentar abrir o zíper de um cara com o dobro do seu tamanho e tentar cortar você sabe o quê (detalhe: as maldades que ele dizia cometer contra bichos tinham a ver com mutilações). Aí, sim, você vai me convencer de que é um cara mau. Mas tem que ter testemunhas, ok? Senão, vou continuar achando que você não passa de um babaquinha problemático". Depois desse dia, ele caiu no ridículo total. Ficou desmoralizado e

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nunca mais encontrou interlocutores para esse papo furado – pelo menos, não no pequeno círculo do qual fazíamos parte. Se eu tivesse demonstrado indignação, ou agido de maneira antipática e totalitária, teria caído em descrédito, por mais legítima que fosse minha reação. Ter bom senso para lidar com as críticas é fundamental, em qualquer circunstância. Precisamos nos lembrar, sempre, de que estamos numa sociedade onde o consumo de carne e o uso dos animais são práticas corriqueiras. Nós somos a minoria. Meu sonho – e, acredito, o sonho de muitos de nós – é um dia inverter essa proporção. Porém, para que isso aconteça, teremos que cultivar o diálogo, a compreensão, a paciência e a empatia, que é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Só assim poderemos manter diálogos construtivos. Quanto aos engraçadinhos... Bem, eles são pessoas bobinhas. Mas também penso que eles se valem do humor de má qualidade para lidarem com uma situação que, no fundo, os incomoda. Acho que eles brincam para exorcizar os próprios demônios. Na minha opinião, eles têm um inconfessável peso na consciência por compactuarem com a exploração e a crueldade. Como ainda lhes faltam a maturidade e a coragem necessárias para darem um passo definitivo rumo a uma nova vida – como eu disse no começo deste texto, eles são pessoas altamente conservadoras –, preferem zombar de quem enfrenta preconceitos e, sem medo dos rótulos, opta por uma vida pautada pela ética e pelo respeito.

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FOLCLORE

Animais e Crenças Não existe cultura que não tenha suas crenças, crendices e superstições baseadas nos animais. Por conta dessa simbologia na mitologia e no folclore, não são poucos os casos de pessoas que matam gatos pretos, corujas e sapos por acharem que esses bichos lhes trazem mau agouro. Veja aqui algumas dessas vítimas do imaginário popular. Por: Priscila Gorzoni Fotomontagem: Makotron

Camaleão O que mais chama a atenção nesse Chamelacon pardalis, da família dos Camaleontídeos, originários da bacia do Mediterrâneo, é a sua mudança de cor. Por conta disso, o Camaleão aparece em vários folclores. Entre eles o do Ramaiana, onde o rei Nrigas foi condenado a permanecer invisível na forma de um camaleão durante milhares de anos. Depois de algum tempo, tornou-se uma crença popular acreditar que o camaleão continha ar e dele se alimentava. Idéia que se originou da atitude de imobilidade e da capacidade de viver um longo tempo sem comer.

Louva-a-Deus Na Amazônia acredita-se que ele adivinha o sexo do bebê. Se ao soprá-lo, ele mover as pernas dianteiras é menina, se tentar saltar é menino. "Apesar de seu jeito de “Santo”, o louva-a-Deus é um inseto bastante agressivo e as fêmeas tem o péssimo hábito de devorar os machos após a fecundação", relata Nelson Papavero, entomólogo do Museu de Zoologia de São Paulo. Muitas culturas o consagraram, entre elas a africana, que o considerava uma reencarnação dos mortos.

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Coruja Na mitologia romana, ela era a ave de Atena. Simboliza a sabedoria e o dom da clarividência. Simbologia provavelmente vinda da mitologia grega, pois foi a coruja quem viu Perséfone saboreando o fruto do inferno. Segundo o folclorista Câmara Cascudo, as corujas anunciam a morte de alguém da casa quando voam em seus telhados e seu canto lúgubre é prenúncio de desgraça. Apesar de seus simbolismos sinistros, no norte do Brasil, essa ave de rapina das famílias Tytonidae e Strigidae representa sorte. Os caboclos, que possuem um contato maior com o bicho, a consideram um bom sinal.

Gato_Preto Provavelmente, os gatos tornaram-se de estimação há 5 mil anos na África e seu ancestral selvagem foi o gato selvagem africano: Felis silvestris. Os antigos egípcios os reverenciavam e os consideravam reencarnações da Deusa Bastet. Eles costumavam criá-los dentro de casa e quando algum morria, o egípcio raspava sua sobrancelha em sinal de luto e embalsamava seu gatinho. Mas não durou muito o seu reinado, com a chegada da Idade Média e a Inquisição, a imagem do gato mudou. De sagrado ele tornou-se profano, isso só porque o felino possui hábitos noturnos e passaram a associá-lo com demônios. Se um gato preto era visto perto de uma mulher, ela e o bicho eram levados imediatamente, condenados e queimados. Na Amazônia Peruana, existem pajés que absorvem e Sapo produzem através da pajelança a energia do Eles são as maiores vitimas das gato para obter destreza e astúcia crenças populares, afinal quem já não ouviu contra o inimigo. falar de sapos em bruxarias? Nas fábulas de Esopo e africanas, o anfíbio ganha uma outra representação, a de um personagem cômico. Mas infelizmente prevaleceram as crenças ruins. Ao contrário da crença popular, os sapos não esguicham o veneno para atacar ou cegar seus potenciais agressores ou predadores. O veneno só é liberado quando suas glândulas são pressionadas. Os sapos são animais extremamente úteis ao homem por se alimentarem de uma grande diversidade de insetos, entre outros animais. São indiscriminadamente caçados e eliminados, o que é absolutamente injustificável dada sua importância na cadeia alimentar.


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Urubus Não são poucos os ditos sobre essas aves. A maioria diz que a presença de urubu é prenúncio de morte. O que não deixa de ser verdade, pois os urubus se alimentam de carniça e são os maiores faxineiros da terra. Ele realmente é esperto, sabido e oportunista. Quando se depara com a oportunidade de conseguir carniça, aproveita. Conhecido popularmente como urubutinga e corvobranco, os povos indígenas acreditam que a espécie urubu-rei voa acima da região das nuvens e todas as flechas com as penas dessa ave não erram o alvo.

Morcegos No Brasil ele simboliza o mau agouro, os mais antigos vão longe e afirmam que ele seria o pássaro do diabo e o povo acredita que o morcego é a transformação de um rato velho. "Isso é impossível, o rato é uma espécie e o morcego outra", rebate Mário Dvivo, professor e pesquisador do Museu de Zoologia de São Paulo. Na prática, ele nada faz além de percorrer pomares à noite atrás de frutas e insetos. Além disso, eles espalham sementes e polinizam os vegetais. Das quase mil espécies de morcegos no mundo, apenas três são de hematófagas, ou seja, que se alimentam de sangue. Uma delas é a dos Desmodus rotundus, que ronda os currais na calada da noite para sugar o sangue de bois e vacas. Seus ataques só são perigosos quando estão com a raiva.

Acauã É uma das aves mais conhecidas no nordeste por anunciar chuva e matar cobras para alimentar seus filhotes. Mas é tida por algumas lendas como uma ave agourenta, devido ao seu grito que se ouve em dias de lua cheia. "A vocalização desse gavião é tão intensa que as lendas dizem que quando ele grita, todos os outros se calam para ouvi-lo. Na verdade, as outras aves fazem isso para se protegerem do acauã, que é um grande predador", comenta Ricardo José Garcia Pereira, médico veterinário.

Ema Ela é a maior ave do Brasil. Desengonçada e brava, a ema tem fama de farreira. Tanto que também não são poucas as crenças sobre ela. As mais conhecidas são as da tribo dos Bororos. Para eles, a ema representa o cruzeiro e as estrelas, os cães que a perseguem. Já os Xálquis da Argentina reproduziram vários aspectos de suas vidas em cerâmicas. E os Guaranis acreditavam que existisse uma ema fantástica de cor vermelha, que guardava os tesouros escondidos na terra. A ema é encontrada na letra de Bumba-meu-boi, onde representa a embriaguez, fazendo alusão ao seu modo de andar. Também é conhecida como nhandu-guaçu, guaripé e erroneamente de avestruz.

Cobras e Serpentes Não existe uma tradição que tenha se esquecido das cobras e serpentes em suas lendas. Dos répteis, são as cobras e as serpentes as que mais impressionam pela pele fria, escamada, aspecto estranho, principalmente pela existência de espécies peçonhentas, cujo veneno pode matar. As crenças mais sagradas e antigas associam a serpente aos períodos de transição da vida humana. Encontram-se provas destas forças até mesmo no período paleolítico da pré-história, em pinturas rupestres descobertas, por exemplo, em Lascaux, na França. Na Sibéria, os xamãs até hoje usam indumentárias de serpente, simbolizando estar familiarizados com esferas do poder. Os iogues hindus, em seu estado de transe, ultrapassam as categorias normais do pensamento, pelo poder atribuído pela serpente. Talvez o símbolo onírico mais comum de transcendência seja a serpente representada como símbolo terapêutico de Esculápio, deus romano da medicina, e que até hoje subsiste como símbolo da profissão médica. Entre as lendas está a mais conhecida sobre as "cobras que mamam". Algumas pessoas acreditam que elas têm o hábito de mamar em mulheres grávidas. Para tanto, ao detectarem que existe uma mulher grávida ou que recentemente tenha dado à luz, a cobra se aproxima, oferece a ponta da cauda para que o bebê mame e passa ela mesma a sugar o seio da mulher. Outra crença bastante difundida e sem fundamento diz respeito ao fato de que as cobras teriam a capacidade de hipnotizar suas vítimas.

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Músicas para a conscientização Conheça o trabalho de artistas de algumas vertentes do rock que optaram por um estilo de vida sem sofrimento e que transmitem a alma vegetariana em suas músicas e atitudes Por Nanci Dainezi

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Foto mon tage m: Iz abel D.

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eja heavy, punk ou straight edge, o mundo da música está repleto de vegetarianos. E isso não deveria ser surpresa, afinal, a maioria dos músicos tem grande sensibilidade para captar mensagens do inconsciente coletivo e ser porta-voz de fatos que incomodam, chocam e emocionam as pessoas. O heavy melódico, por exemplo, tem seu representante vegê brasileiro. É André Matos, ex-vocalista das bandas Viper, Angra e Shaman, hoje em carreira solo. André conta que é vegetariano desde os 14 anos de idade, por livre e espontânea vontade. Seu pai seguia a alimentação macrobiótica e, para André, adotar um estilo de vida mais naturalista nunca não foi nenhum sacrifício. Ao contrário, a compaixão que nutre pelos animais ajudou bastante. "Lembro-me de que, quando era criança, fui levado a uma pescaria no interior e no final do dia voltei com um balde cheio de peixes... Aí me disseram para jogar a água fora e abrir suas barrigas para limpá-los. Assim que despejei a água, observei que os peixes se debatiam muito. Não hesitei em encher novamente o balde e, o mais rápido que pude, fui devolvê-los ao lago. Eu devia ter uns cinco ou seis anos de idade. Desde este dia, nunca mais concordei com essas coisas", revela. Hoje, devido às inúmeras viagens e turnês, André adotou o ovo-lacto vegetarianismo por conveniência. Mas as carnes certamente nunca fizeram parte essencial de seu menu. Ele acredita que as pessoas que se abstêm de comer carne conseguem alcançar um nível maior de percepção de si e do mundo ao redor. "A questão espiritualista é um pouco subjetiva, pois cada pessoa a desenvolve de acordo com suas aptidões e necessidades. Mas, sem dúvida, o vegetarianismo eleva a consciência em geral e o simples fato de haver disciplina em relação à própria alimentação já contribui para que sejamos pessoas menos alienadas". RevistaVegetarianos.com.br


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André Matos

Com a sensibilidade apurada, André escreveu letras bastante voltadas a questões transcendentais, como Ritual, For Tomorrow,Time Will Come (Shaman), entre outras. Ele diz que não se considera uma pessoa religiosa e que é muito importante discernir entre religiosidade e espiritualidade. "Através da música, creio ter conseguido me aproximar um pouco mais do intangível. Música, acima de tudo, é um canal de comunicação inconsciente entre as pessoas, por intermédio da sensorialidade. É um meio através do qual várias portas se abrem. Não é por acaso que praticamente todas as religiões incluem a música em seus cultos e rituais".

Condenado em Vida (Convicted in life - 2006 / Sepultura) Abandone toda a esperança de quem entra aqui A dor eterna que corre entre os perdidos É a ficção da vida O que você é, o que você vive Nunca fez uma maldita diferença para você Nos olhos você pode ver a verdade É a ficção da vida Eu estou afundando, nenhum outro jeito Perdido, quem entra aqui Nada pareceu sair como planejado Não faz nenhuma diferença com as escolhas que eu faço Estou condenado em vida Não quero cometer os mesmos erros Perdido, quem entra aqui Não posso viver com as falhas Não há remorso algum para você e para mim Condenado em vida, Ficção na vida, vítima na vida

Divulgação

....o vegetarianismo eleva a consciência em geral e o simples fato de haver disciplina em relação à própria alimentação já contribui para que sejamos pessoas menos alienadas André busca transmitir algumas de suas experiências, bem como experiências alheias, por meio da música. "O mundo é um grande caldeirão fervilhante, no qual se encontram todos os que por aqui passaram e em todas as épocas. O processo criativo em arte consiste em 'captar' esses insights e transformá-los a seu modo. Por isso, a arte é personalista. E, ao mesmo tempo, gera identificação espontânea por parte de quem a absorve. Acho importante que os artistas tenham crenças e valores reais. E que consigam passá-los adiante. Só assim o mundo irá melhorar", declara.

O METAL A FAVOR DO VEGETARIANISMO Um clipe da banda Sepultura balançou seus fãs em 2006. Foi Convicted in Life (veja a letra abaixo), que mostra um pouco da "vida" dos porcos num abatedouro. Derrick Green, vocalista da banda, que é vegetariano há 21 anos, conta que esse vídeo mostra como a indústria da carne é cruel. "As pessoas não sabem ou não querem reconhecer a terrível verdade que existe em nossa sociedade", diz. Derrick conta que a base principal desse vídeo foi o livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri, que inspirou também todo o álbum Dante

XXI, lançado no ano passado. "Muitos problemas que o poeta abordou na época em que a obra foi escrita (1321) ainda persistem. O Sepultura adicionou sua própria interpretação e a adaptou para a atualidade", explica. Quando Derrick assistiu a um documentário sobre a indústria da carne, sentiu que poderia usar algumas das imagens no vídeo Convicted in Life, com o objetivo de mostrar a brutalidade que existe no mundo e as conseqüências das ações humanas sobre os animais e o planeta. "Essas conseqüências são mais ligadas às estórias do livro, mas acreditei que existiam elementos significativos nele, que pudessem provocar sentimentos mais profundos nas pessoas". Segundo Derrick, mesmo sem o Sepultura ter canções com foco específico na questão animal, suas músicas estão abertas a interpretações e ao provocar reações nas pessoas podem servir a um grande propósito. Derrick tornou-se vegetariano aos 15 anos, numa época em que começou a questionar muitas coisas. Três livros o influenciaram muito: The Jungle, escrito por Upton Sinclair, Diet for a New America, de John Robbins e The Bhagavad-Gita. Ao mesmo tempo em que lia, Derrick conhecia cada vez mais amigos vegetarianos, fato também que pesou em sua decisão. "Experimentei parar de comer carne por duas semanas e depois disso nunca voltei", revela. Derrick acredita que o vegetarianismo é

Tudo está conectado e todas as nossas ações voltam-se contra nós, agora mais rapidamente

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Derrick Green

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DO HEAVY AO PUNK Política, sociedade e ideais que incluem o vegetarianismo sempre foram temas bastante discutidos dentro do cenário punk/hardcore. Bandas como Crass, Conflict, Antidote, MDC, Oi Polloi,

Conviver com o pessoal hardcore e vegetariano me abriu os olhos para a causa animal.Agora eu me importo de verdade.É f...o que os caras fazem com os bichos

Cro-Mags e muitas outras foram as primeiras a se manifestar contra a matança de animais. No Brasil, a política e a sociedade capitalista eram, e ainda são, os temas preferidos dos punks e hardcores. A banda Ratos de Porão, formada na década de 1980, é um exemplo disso. Quando João Francisco Benedan, ou João Gordo, entrou no grupo em 1983, as letras recheadas de protesto ganharam um representante literalmente de peso. Os anos se passaram e hoje, para surpresa e prazer de muitos, surge nesse cenário um novo e vegetariano João Gordo. Sempre contestador, Gordo conta que a princípio foi meio que obrigado

Fonte: Sítio vegetariano

Alguns músicos Vegetarianos e Veganos

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Annie Lennox (cantora) Anthony Kiedis (vocalista dos Red Hot Chili Peppers) Bob Dylan (cantor) Charlie Watts (baterista dos Rolling Stones) Chris Martin (vocalista do Coldplay) Chris Novoselic (baixista do Nirvana) Chrissie Hynde (cantora dos The Pretenders) Damon Alburn (vocalista dos Blur) Daren Hayes (Savage Garden) Eddie Jackson (baixista dos Queensryche) Eddie Vadder (vocalista dos Pearl Jam) Gavin Rossdale (vocalista dos Bush) George Harrison (músico dos Beatles) Jeff Ament (baixista dos Pearl Jam) Johnny Marr (ex-guitarrista dos The Smiths) Kate Bush (cantora) Kirk Hammett (guitarrista do Metallica) Larry Mullen Jr. (baterista do U2) Lenny Kravitz (músico) Morrissey (cantor) Paul MacCartney (cantor) Peter Gabriel (músico) Prince (cantor) Rick Allen (Def Leppard) Ringo Starr (músico) Robert Smith (músico The Cure)

Seal (músico) Serj Tankian (vocalista dos System of a Down) Steve Vai (guitarrista) Tina Turner (cantora) Travis Barker (baterista dos Blink-182) Ziggy Marley (músico) Veganos Absence (banda de hardcore) Bryan Adams (cantor) Daniel Johns (vocalista/guitarrista dos Silverchair) Tate (vocalista dos Quennsryche) Jack Dangers (músico dos Meat Beat Manifesto) John Feldmann (vocalista dos Goldfinger) Kim Andrew (vocalista dos Brilliant sins) Maron (banda de harcore) Michelle Malone (cantora) Moby (D.J.) Mushroom (dos Massive Attack) Phil Collen (cantor) Point Of No Return (banda de hardcore) Purification (banda de hardcore) Rikki Rockett (dos Poison) Sinead O'Connor (cantora) Tom Scholz (guitarrista da banda Boston)

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Foto: Jozzu

João Gordo

o melhor jeito de viver para ele e diz que não é nada realista esperar que as outras pessoas façam a mesma coisa. Para ele, o consumo desenfreado de carne deve ser combatido sim, mas com conhecimento. "A natureza tem seu próprio jeito de mostrar que não estamos no caminho correto. Inundações, furacões, terremotos, secas, entre outros desastres naturais tem se tornado cada vez mais severos e isso não está acontecendo à toa.Tudo está conectado e todas as nossas ações voltam-se contra nós, agora mais rapidamente. Isso deve ser divulgado cada vez mais porque o conhecimento é uma ferramenta poderosa para a mudança de consciência".

a tornar-se vegetariano. Depois de uma cirurgia de redução de estômago, que realizou há mais de um ano, todos os tipos de carne ficaram indigestas para ele. Gordo diz que antes não pensava muito na questão animal, até que um fato o fez mudar de idéia. Num Freak Show, programa produzido pela MTV, inúmeras línguas de boi foram jogadas junto com groselha num ringue de luta. Gordo diz que sentiu um misto de emoções que o fizeram analisar o problema por um outro ângulo. "Conviver com o pessoal hardcore e vegetariano me abriu os olhos para a causa animal. Agora eu me importo de verdade. É f... o que os caras fazem com os bichos", declara. Quando finalmente parou de comer carne, muitos o parabenizaram, principalmente seus parceiros de banda. Além de ético, Gordo notou que ser vegetariano engorda menos e é mais benéfico para a saúde. Ele confessa: "antes eu odiava coisas como chuchu. Hoje tenho o maior prazer em comer. Um dia, sem querer, acabei comendo um treco com carne e senti aquele gosto de sebo, argh!". Suas preocupações com questões ligadas à natureza sempre existiram, mas hoje em dia estão mais presentes, tanto que Gordo cedeu em 2006 ao Greenpeace os direitos autorais de Amazônia Nunca Mais, música que faz parte do álbum Brasil, o mais vendido


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do Ratos de Porão. "Sou de uma geração mais troglodita e essa preocupação com caos urbano, eu e o Ratos sempre tivemos. Aliás, sempre fomos atemporais com relação ao meio ambiente e ao fim do mundo". Gordo tem uma visão fatalista acerca do futuro. "Na hora em que começar o êxodo, o caos, a falta de água, a desertificação, daí a coisa vai pegar. As empresas então, nem se fala, elas ainda ganham muito com a agropecuária e com o desmatamento. Quando elas começarem a ganhar muito com a conscientização e com a preservação, aí a coisa muda. Mas, por enquanto é “preju” para eles. É o apocalipse! Tem até uma música dos Ratos que fala sobre isso: Testemunhos do Apocalipse. Eu acho que as pessoas têm de mudar. Me preocupo muito com meus filhos e com o mundo que estou deixando para eles", declara. Gordo diz que não se sente ainda muito à vontade falando de vegetarianismo, mesmo porque este é um campo bem novo para ele. "Estou no mesmo status de quem pára de fumar. Tá ligado? O que posso dizer é que me sinto bem sendo vegetariano." Um dos apoiadores do vegetarianismo de Gordo foi Maurício Alves Fernandez, ou Boka, baterista do Ratos de Porão e da banda I Shot Cyrus. Boka conta que há 9 anos se tornou vegetariano. "Sou 99% vegano, digamos assim, pois raras vezes aceito alimentos que tenham algum tipo de lácteo como ingrediente".

Os motivos que levaram Boka a se tornar vegetariano foram muitos, segundo ele, divididos entre filosóficos, éticos, econômicos, ambientais, entre outros. Mas o ponto crucial é que após muita informação e reflexão sobre o assunto, chegou à conclusão de que os animais têm seus próprios interesses e não existem para servir a humanidade. "Não acredito que os humanos dêem um tratamento coerente ou justo para as outras espécies que habitam o planeta e parece que também não estão abertos a tal debate. Muita gente não dá a mínima para isso. Muitos gostam de sangue e ponto final", declara. Boka acha que hoje as pessoas estão mais abertas a entender o vegetarianismo, mas "definitivamente ainda é tudo muito tímido". Na opinião do baterista, hoje já existe muita informação sobre os malefícios da carne e a destruição causada por sua indústria, mas a "cultura" ou a falta dela é ainda arraigada e muito forte: "Quando revelamos que somos vegetarianos, muita gente logo pergunta se a gente não fica doente porque não come proteína".

Não acredito que os humanos dêem um tratamento coerente ou justo para as outras espécies que habitam o planeta Boka

Arquivo Pessoal

Veganos do Porão Boka (à esquerda) e Juninho da banda Ratos do Porão em turnê pela Europa

Curiosidade O cantor norte-americano Prince, 49, foi eleito "o vegetariano mais sexy do mundo" de 2006. A organização PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) abre anualmente a votação em seu site. Só no ano passado, mais de 40 mil pessoas votaram. Prince sucedeu Chris Martin, cantor do grupo de rock britânico Coldplay, homenageado pela PETA em 2005. A líder dos Pretenders, Chrissie Hynde, 56, é militante, filiada ao PETA e não perde uma oportunidade de fazer campanha em prol do vegetarianismo e contra os maus-tratos aos animais. "Sempre dou um jeito de espalhar meus ideais nos países onde faço shows", disse ela em uma entrevista em setembro de 2003, quando esteve no Brasil. Ainda nessa data declarou: "Minha missão aqui na Terra é, antes de tudo, promover o vegetarianismo como saída para a salvação da economia e da saúde."

Fonte: site PETA

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Boka diz que talvez com informações mais massivas e com o apoio de profissionais de saúde e nutricionistas que entendam do assunto, o número de vegetarianos cresça, mas não é muito otimista com relação ao tempo que isso levará para acontecer.

O X DA QUESTÃO Não é novidade que a música tem um grande poder transformador. Inúmeras experiências feitas com plantas e animais demonstraram resultados fantásticos em seu comportamento, desenvolvimento e crescimento. No ser humano, é absorvida pelas células e órgãos e age indiretamente nos processos orgânicos. A música faz vibrar, chorar, rir, emociona, ensina e até cura! Muita gente acredita ainda que as letras política e ecologicamente corretas das canções podem ajudar a mudar a consciência humana. Mas será que isso realmente acontece? André Vieland acredita que sim. Músico e administrador do restaurante Vegacy, ele é vegano há seis anos e participa ativamente do movimento straight edge (sXe), compondo músicas que abordam o vegetarianismo como uma das principais temáticas. "Acredito

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Tenho pensado sobre o que nós dizíamos Sobre a ignorância com a qual costumávamos pregar o vegetarianismo Mas conforme os anos se passaram, sempre procurando mais respostas Minha sede por conhecimento nunca secou Analisando a indústria da carne Como ela irá destruir nosso meio ambiente em poucos anos É a segunda maior ameaça à nossa Terra Logo após um desastre nuclear – isso ninguém nunca ouviu! Quando a carne é vermelha – mais quatro razões para se preocupar Descubra onde está o perigo Razões políticas, econômicas, éticas e de saúde (Políticas) Explorando países do terceiro mundo pela nossa carne O lobby da carne é poderoso para cacete! E controla nossas mentes, controla nossas escolas

foram se tornando mais importantes na cena mundial do movimento e foram surgindo novas bandas, cujo propósito principal era difundir esse ideal. Uma das melhores letras sobre o assunto, e que sintetiza bem a questão animal foi escrita pela banda belga Nations On Fire. A música chama-se 4 More Reasons (veja a letra acima). Segundo Vieland, hoje em dia

Acredito que boa parte do conhecimento que tenho em relação ao veganismo foi adquirido através da música André Vieland

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(Econômicas) Alimentamos nosso gado com a comida que poderia alimentar populações inteiras Estamos poluindo nosso mundo em nome dos lucros feitos por algumas poucas corporações (Éticas) Nosso desrespeito pelos animais prova nosso desrespeito pelas pessoas: especismo e sexismo são uma coisa só (Saúde) E no fim estamos destruindo nossa própria saúde Nosso corpo está fora de equilíbrio Eu digo, dane-se sua riqueza! Quando a carne é vermelha - mais quatro razões para se preocupar Experimente toda a comida saudável que puder Nós o fizemos e não nos arrependemos Não nos arrependemos! Quando a carne é vermelha, é a morte de uma criatura inocente

devido a modismos e informações distorcidas, muitas pessoas se tornam sXe e ainda não têm a menor idéia de onde isso veio e o que representa o X que fazem nas costas das mãos. Entretanto, existem pessoas que levam isso muito a sério, que põem a mão na massa, se engajam no movimento, buscam informação e mudam seus hábitos de vida. De acordo com Vieland, "apesar dos que só entram no movimento por modismo e não mudam verdadeiramente suas convicções, aqueles que buscam conhecimento e que levam o sXe como uma escolha feita para a vida são muito importantes porque fazem a diferença", finaliza.

Ao vivo: André Vieland solta o verbo em uma das Verduradas, evento que reúne reune centenas de sXe em São Paulo

Foto: Rita Gonsalves

Mais quatro razões (Four more reasons / Nations On Fire)

que música é uma grande aliada para a mudança de consciência. É uma "arma" das mais funcionais", declara. Ele costuma dizer nos shows de uma das suas bandas que o conhecimento leva à conseqüência.Vieland é vocalista da Good Intentions e da Live For This e diz que as pessoas que ouvem suas músicas não só se preocupam com o som, mas também com o que está sendo dito. "Essas pessoas podem sim ser modificadas. Comigo foi assim, e tenho muitos amigos que também pensam dessa forma. Acredito que boa parte do conhecimento que tenho em relação ao veganismo foi adquirido através da música", acrescenta. O movimento sXe nasceu do punk e tinha todos os seus ideais contestadores. Nos Estados Unidos, onde surgiu, nunca esteve diretamente ligado ao vegetarianismo, porém na América Latina e em grande parte da Europa, essa ligação sempre foi muito forte. Na final dos anos 80, a banda Youth Of Today passou a difundir o vegetarianismo, em suas músicas, camisetas e entrevistas. Com eles, muitas outras bandas da época, como Gorilla Biscuits e Insted, por exemplo, aderiram e logo o modo de vida vegetariano se tornou uma tendência dominante dentro do sXe. Com o tempo, os direitos dos animais

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ARTIGO

O Executivo “

Companhias gastam milhões de dólares por ano na manutenção preventiva de suas máquinas. Não vemos razão para não fazermos o mesmo com nossos funcionários."

á alguns anos, o título deste artigo seria motivo de grande curiosidade, ou até mesmo de ficção! O Yôga que outrora embalou os hippies, beatniks, intelectuais, artistas, agora é "descoberto" e incorporado pelos poderosos homens de negócios. Há tempos que a maioria das multinacionais européias, norte-americanas e asiáticas vem utilizando Yôga como ferramenta de aprimoramento e qualidade de vida para seu corpo de empresários. Pudera, 160 bilhões de dólares são gastos, anualmente, pelas empresas em todo o mundo, com

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Peter Thigpen, ex-presidente da Levi Strauss USA

Yôgi

despesas médicas, hospitalares, indenizações, horas de trabalho perdidas e substituição de pessoal. Inicialmente, achou-se no Yôga um modo de conter essa sangria monetária em decorrência de mazelas de saúde e afins. Com o tempo, a descoberta foi outra. Foi como deparar-se com a presença de petróleo em um terreno comprado para construção de uma casa. O Yôga revelou-se um grande instrumento para executivos mais antenados. Primeiro efeito colateral: melhor administração do stress. Quando me deparo com aqueles famosos e batidos dizeres: "No stress", me dá vontade de escrever em baixo: "Em demasia", pois o stress em si não é ruim. Precisamos de uma certa dose para nossa

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sobrevivência. O stress é como o ego: importante; mas mais importante é não perder o controle sobre eles. O executivo, desde sua primeira aula, já sente a implosão do excesso de stress e suas conseqüências: pressão alta, dores de cabeça e nas costas, insônia, nervosismo, queda de cabelo e produtividade, problemas digestivos, úlceras e gastrites, impotência sexual e depressão. Em seguida, detectou-se um aumento na produtividade e criatividade. Alegria geral da corporação! Da mesma forma que o presidente da empresa não quer saber como determinada tarefa será feita, desde que seja cumprida, o executivo yôgi não deve se preocupar como e por que acontece esse despertar de qualidades latentes, desde que aconteçam! No entanto, a título de conhecimento, isso ocorre, dentre outras razões, devido às técnicas de respiração que fornecem uma cota extra de energia vital, aumentam a capacidade pulmonar e criam um superávit energético. Além da fundamental oxigenação cerebral que


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Por Fábio Euksuzian (fabyoga@ig.com.br)

fosse uma avaliação mais atenta, que tudo, nesta interpretação, não é o suficiente. Abraham Maslow, nascido em Nova York em 1908 e falecido em 1970, formulou uma teoria a que se convencionou chamar de hierarquia das necessidades dos seres humanos. Ilustrou-a em formato de pirâmide dividida em cinco partes. Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas do indivíduo; a sobrevivência (alimentação, sono, etc.) Na próxima etapa estão as necessidades de segurança, de proteção contra qualquer tipo de ameaça. Subindo um degrau, temos a tão famosa expectativa social: estabilidade, afeto, família, aceitação por parte da sociedade. Em seguida, adentramos estima, status, reconhecimento, prestígio e por fim, no topo da pirâmide a grande e poderosa necessidade de auto-realização e autoconhecimento.

...empresas estão investindo em boa alimentação (...) com o objetivo de maior produtividade

estimula os hemisférios cerebrais, equilibrando razão e emoção, raciocínio rápido e criação, capacidade de censura e sensibilidade. Como se não bastasse, os exercícios de concentração e meditação elevaram os índices de acerto em decisões empresariais em mais 100%. Os estados de lucidez, atenção dinamizada e plena consciência tornaram-se uma coqueluche nos negócios! E pasmem, algumas empresas no exterior chegaram ao ponto de permitir que seus colaboradores passem horas a fio a meditar, no horário de trabalho, dentro da empresa, com o objetivo de que gerem novas idéias, insights que possam auxiliar a companhia. Isso tudo sem falar nas técnicas corporais do Yôga, que além de regularem o peso, promovem tônus muscular, melhor flexibilidade, alongamento, irrigação cerebral pelas posições invertidas etc. Como não há tricotomia entre físico, emoções e mente, as três estão totalmente interligadas, o que se faz a uma, se faz a outra. Por exemplo, perceba na correria do seu dia-a-dia empresarial que qualquer tipo de tensão altera o seu padrão respiratório e/ou provoca uma dor qualquer pelo corpo (cabeça, estômago, ombros), inclusive enrijecendo músculos. Não é verdade? No Yôga, ensinamos a percorrer o caminho inverso! Alterar conscientemente sua respiração flexibilizando o corpo influenciará diretamente e positivamente nas emoções e mente. Já ouviu falar em "Corpo flexível, mente flexível?" Apesar de tudo isso, creio que essa explosão da filosofia yôgi por entre os executivos se deva a algo mais profundo. Nos últimos anos, ministrei aulas para presidentes de grandes grupos, executivos extremamente bem sucedidos, homens únicos em suas áreas. Como únicas também foram suas queixas em relação às suas vidas. Possuem tudo o que o dinheiro pode comprar. Aquela velha expressão: "Você tem tudo, não há do que reclamar" caberia perfeitamente nestes casos, não

Percebi com meus alunos de dois parágrafos acima, que eles já haviam conquistado todos os blocos da pirâmide, com exceção do primeiro. Faltava a eles o grand finale, tocar a essência das coisas. E é aí que entra a busca pelo Yôga, a mais perfeita metodologia de autoconhecimento com que a humanidade já teve contato. Neste momento, o homem desenvolve todo seu potencial interior, descortinando a verdadeira razão de sua existência.

VEGETARIANISMO Calma, eu sei que esta revista é sobre alimentação vegetariana; no entanto, relendo este texto que escrevi há alguns anos, percebo que o título

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poderia ser perfeitamente: O Executivo Vegetariano! Daria pra dizer praticamente as mesmas coisas com relação ao vegetarianismo. Não dá para negar que já há dezenas de conseqüências do enorme crescimento de vegetarianos e do interesse maciço pelo assunto no mundo, do status que ele incorporou, a ponto inclusive de mobilizar enormes e tradicionais multinacionais da área alimentícia em prol de pesquisas de tendência e sabores em direção a uma vida mais saudável (tenho recebido constantemente, em minha escola, visitas de representantes destas companhias para entrevistarem a mim e meus alunos). Os departamentos de saúde das empresas já estão investindo em boa alimentação para seus funcionários, com o objetivo de maior produtividade e menos sonolência durante o expediente. Enfim, me lembrei do que nos ensinou o Chefe Seatlle, com aquela famosa carta à Casa Branca em 1854: tudo está interligado e o que fazemos à Terra, fazemos a nós mesmos. E mais do que nunca, a opção da não ingestão de animais torna-se uma filosofia de vida, pois em época de fome e de todos os tipos de desastres ambientais, nada mais inteligente e carregado de interesse ao próprio do que seguir essa bela e nem sempre tão bem compreendida trilha. Desde os pitagóricos até os dias atuais, creio que o vegetarianismo nunca esteve tão em alta, e vamos continuar, cada vez mais, a expor nossos ideais e lutar para que jamais, como escrevi no começo do texto acima, isso seja encarado como um artigo de ficção! Sigamos o que o velho Bob já tentava nos ensinar: Let's Keep on Moving...

* Fábio Euksuzian é Presidente da Associação dos Profissionais de Yôga da Vila Olímpia, instrutor de Swásthya Yôga e diretor do Espaço Cultural Vila Olímpia, em São Paulo. Mais informações: universoyoga.org.br ou (11) 38455933.

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DÚVIDAS

Perguntas & Respostas Tire aqui suas dúvidas sobre nutrição com o Dr. George Guimarães

Sou vegetariano há 11 anos e vegano há 7 anos. Estou buscando a alimentação viva (crudivorismo). Acompanho seu trabalho há muitos anos e gostaria de saber sua opinão sobre como fazer uma transição correta do veganismo para o crudivorismo. Que cuidados devem ser tomados para que não haja prejuízo à minha saúde? Bruno Goulart - Itaipuaçu - RJ Numa dieta crudívora, é muito importante atentar para a ingestão total de calorias. Quando se consegue ingerir calorias suficientes em uma dieta crua, isto aumenta a probabilidade de se estar consumindo os nutrientes em quantidade adequada. Note que a preocupação não é necessariamente com a ingestão calórica, mas esta serve como um indicador sobre a dieta global. O próximo ponto é garantir a inclusão de boas fontes de proteína (castanhas, sementes e

leguminosas germinadas). As castanhas atendem a ambos os quesitos, sendo, em geral, ricas em calorias e proteínas, além de outros nutrientes críticos como o ferro, o cálcio e o zinco (e ainda o selênio no caso da castanha-do-pará). Quanto ao período de transição, é sempre útil fazer uso de técnicas culinárias que transformam os alimentos crus de modo a torná-los mais parecidos com os alimentos cozidos. Isto não é essencial do ponto de vista nutricional, mas pode aumentar a aceitação e ingestão total de alimentos, o que acaba afetando positivamente o estado nutricional do iniciante. Há no mercado um suplemento protéico formulado a partir da proteína isolada e concentrada da soja. Seria uma boa opção para nós que praticamos musculação e queremos nos tornar veganos? Há uma máxima no meio dos praticantes de musculação no sentido de que a melhor proteína para esta atividade é a de origem animal. Procede essa afirmação? Mario Barreiros e Ana Crudivorismo: Fuser - Por e-mail é importante a ingestão total de calorias

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Conforme você

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Atletas: a proteína isolada de soja não deixa nada a desejar para a proteína obtida da carne

mencionou, alguns fabricantes de suplementos nutricionais para a prática de atividade física disponibilizam no mercado a proteína isolada da soja, mas o leitor deve entender que isto é diferente da PTS – Proteína Texturizada de Soja ou do PVT, Proteína Vegetal Texturizada (ambos são a mesma coisa, também conhecida como "carne" de soja). Uma proteína pode ser classificada como "melhor" ou "pior" dependendo do seu perfil de aminoácidos, e a proteína isolada da soja, utilizada como suplemento para atletas, apresenta um excelente perfil de aminoácidos. Sendo assim, ela não deixa nada a desejar para a proteína obtida da carne. No entanto, devemos sempre lembrar que "mais" nem sempre significa "melhor" e é comum observar atletas consumindo uma quantidade muito elevada de proteínas, quando na verdade o que precisaria ser aumentado é o seu consumo de carboidratos. Antes de suplementar com a proteína isolada


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da soja, avalie bem a sua necessidade de ingestão protéica. Dependendo do grau da sua atividade física, uma dieta vegetariana pode suprir todas as suas necessidades nutricionais sem a necessidade de fazer uso de suplementação. Se retirados todos os alimentos de origem animal de uma só vez, o corpo terá alguma reação negativa? Antes de se tornarem vegetarianas, as pessoas devem procurar alguma ajuda nutricional? Amanda Preto - Por e-mail

Fotos: sxc.hu

Do ponto de vista metabólico, são poucas as reações observadas quando da retirada dos produtos de origem animal. Uma reação comum é a alteração no funcionamento intestinal (intestino mais preso ou mais solto, aumento de flatulências) em decorrência da adaptação da flora intestinal ao novo meio. Esses sintomas tendem a se regularizar em cerca de 3 meses e raramente representam um risco à saúde. Se os alimentos de origem animal forem retirados gradualmente, esses e outros possíveis sintomas aparecerão em menor grau, mas os benefícios esperados com a transição dietética também demorarão mais para serem constatados. No entanto, o impedimento maior para que haja uma transição imediata não está na necessidade orgânica, mas nos hábitos individuais, já que se faz necessária uma reorganização na rotina de compras e de preparo dos alimentos, além de uma adaptação do paladar. Quanto ao aconselhamento

Mascavo: Oferece valor calórico semelhante ao açúcar branco

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Ácido Metilmalônico: é resultado da digestão de carboidratos e a B12 é responsável pela sua degradação

nutricional, este é indicado desde que seja feito por um profissional nutricionista que tenha familiaridade com o tema da nutrição vegetariana, mas aqueles que se sentem seguros e confortáveis fazendo a sua própria pesquisa também podem proceder dessa forma para o planejamento da sua dieta. Gostaria de saber qual o adoçante mais indicado e menos calórico: o branco, o mascavo ou os adoçantes sintéticos? Flávia Mendes - Por e-mail Com relação ao conteúdo calórico, o açúcar branco e o mascavo oferecerão uma quantidade muito semelhante de calorias. Já os adoçantes sintéticos variam, mas sempre oferecem uma quantidade menor do que qualquer variedade de açúcar derivado da canade-açúcar. No entanto, os adoçantes sintéticos não são indicados devido ao efeito que exercem sobre o sistema nervoso central, gerando doenças nessa e em outras áreas. Existem alguns adoçantes "naturais", sendo que o mais recomendado é o esteviosídeo, obtido de uma planta denominada estévia. O seu poder adoçante em relação ao açúcar é 300 vezes maior e por isso a quantidade necessária para obter o resultado desejado implica no consumo de uma quantidade ínfima de calorias. O meu médico me disse que estou com elevação de uma substância chamada ácido metilmalônico no sangue e que isso

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pode ser em decorrência da minha alimentação vegetariana. O que você pode me dizer sobre isso? Ana Clara - Por e-mail O ácido metilmalônico é um produto que resulta da digestão dos carboidratos e a vitamina B12 é a responsável pela sua degradação. Portanto, quando há escassez de vitamina B12, aumentam os níveis dessa substância na urina e no sangue. Na verdade, a detecção da elevação do ácido metilmalônico é o método mais confiável para determinar a deficiência de vitamina B12. O meu conselho para você é que procure sem demora uma orientação para fazer uso da suplementação com vitamina B12. Se desejar confirmar se o problema é de fato decorrente de uma deficiência da vitamina B12, você pode fazer um exame de homocisteína, que em caso positivo se mostrará igualmente elevada.

Dr. George Guimarães é nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg Consultoria em Nutrição Vegetariana. Mais informações: www.nutriveg.com.br nutriveg@terra.com.br (11) 5585-3475

Como enviar suas dúvidas Envie suas perguntas para o e-mail vegetarianos@europanet.com.br, para o endereço Rua MMDC, 121, Butantã, São Paulo, SP, CEP 05510-900, ou para o fax (11) 3819-0538. Não se esqueça de mencionar a referência Perguntas e Respostas – Revista dos Vegetarianos no item "assunto" do e-mail, carta ou fax.

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GUIA DE RESTAURANTES

Alternativa Casa do Natural bairro da Vila Madalena e imediações é uma das áreas mais servidas da cidade de São Paulo no quesito restaurante vegetariano. Entre as diversas opções da região, um dos mais tradicionais e aconchegantes é o Alternativa Casa do Natural. De segunda a sábado um farto bufê é servido com doze opções de pratos frios e mais doze opções de pratos quentes. Apesar de ser ovo-lacto vegetariano, 90% das opções oferecidas são veganas. Na mesa do bufê, uma lista, contendo todos os itens do cardápio, indica quais pratos são ovo-lacto, lacto ou vegetarianos. O preço do bufê à vontade por pessoa, que não inclui bebidas e sobremesas, sai por R$ 16. Para acompanhar a refeição, vale provar o delicioso suco de maçã com alfafa ou um guaraná natural com limão. Além de restaurante, no Alternativa também funciona um magnífico empório repleto de produtos naturais e uma lanchonete com diversas opções veganas.

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Alternativa: comida quase 100% vegana em badalado bairro de São Paulo

Foto: Marco Clivati

Endereço: Rua Fradique Coutinho, 910 - Vila Madalena - São Paulo - SP Horário: Segunda a sábado das 11h30 às 16h Mais informações: (11) 3816-0706 ou www.alternativacasadonatural.com.br

Legenda: $ - até R$ 13 | $$ - de R$ 14 a R$ 20 | $$$ - acima de R$ 21 | - oferece opções veganas | - é totalmente vegano | São Paulo 62º Praça dos Omaguás, 62 - Pinheiros • A la carte ovo-lacto vegetariano • Segunda a sábado das 10h às 19h30 • (11) 3813-8434 • $$

Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 • $$ • Bio Alternativa – Jardins Alameda Santos, 2.214 - Cerqueira César • Segunda a sexta das 12h às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 • $$ •

Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3672-7674 • $$$ •

Bioqualitá Rua Cardoso de Almeida, 1.457 - Perdizes • Segunda a sábado das 11h45 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3801-4406 • $•

Alfredo Largo do Café, 14 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3104-9970 • $

Bio Saúde R. Tobias Barreto, 809 - Mooca • Segunda a sexta 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 6605-6452 • $$

Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3816-0706 • $$• Apfel – Centro Rua Dom José de Barros, 99 • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3256-7909 • $$ • Apfel – Jardins Rua Bela Cintra, 1.343 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Quarta a domingo das 18h30 às 23h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3062-3727 • $$ •

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Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena • Terça a domingo das 12h às 15h30 •Terça a domingo das 18h às 24h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3814-4828 • $$ • Bio Alternativa – Higienópolis Rua Maranhão, 812 - Higienópolis •

Cachoeira Tropical Rua João Cachoeira, 275 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3167-5211 • $ • Campo Verde Av. Jabaquara, 1.126 - Saúde • Segunda a sábado 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5587-3785 • $ •

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- desconto para sócios da SVB

Casa Prema Rua Diogo Moreira, 312 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (11) 3815-1448 • $$ •

• Sala de ioga e relax • Aceita cartões de crédito e tíquetes Endereço: Rua Diogo Moreira, 312 - Pinheiros Horário: Segunda a sexta das 11h30 às 15h Sábado das 11h30 às 15h30 Tipo: Bufê lacto-vegetariano Mais informações: (11) 3815-1448 ou casaprema@uol.com.br Cheiro Verde Rua Peixoto Gomide, 1078 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h •


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Sábado e domingo das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3289-6853 • $$$• Delícia Natural Rua Albion, 193 - Lapa • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê vegano • (11) 3831-8860 • $$ • Demether Cozinha Vegetariana Rua Verbo Divino, 1.519 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5182-9118 • $$ • Éden Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 - Saúde • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (11) 2578-4981 • $$

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Galleria Pizzeria Rua Capital Federal, 440 - Pompéia • Rodízio de Pizza lacto vegetariana • Sextas, sábados e domingos das 19h às 23h • (11) 3875-3990 • $$$

Madhurya Rua Mourato Coelho, 981 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Prato do dia lacto-vegetariano (indiano) • (11) 3037-0489 • $ •

Garam Massala R. Fidêncio Ramos, 39 - Vila Olímpia • Prato do dia lacto-vegetariano • Segunda a Sábado das 12h ás 15h • (11) 3848-9486 • $$

Maha Mantra Rua Fradique Coutinho, 766 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê lactovegetariano • (11) 3032-2560 • $$ •

Gopala Prasada Rua Antônio Carlos, 413 / 429 - Cerqueira César • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Quinta e sexta das 19h30 às 22h30. Bufê lactovegetariano • (11) 3289-1911 • $$

Melinda & Julius Rua Dom Armando Lombardi, 511 - Caxingui • Segunda a sábado das 12h às 14h30 • Prato pronto macrobiótico e ovo-lacto vegetariano • (11) 3722-2553 • $$

Frazão Vegetariano R. Chafic Maluf , 193 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e vegano • (11) 3542-3193 ou 3564-9855 • $ •

Mercado Alternativo Fulô R. Haddock Lobo, 899 • Segunda a sábado das 11h30 às 23h30 • Domingo das 11h30 às 19h • À la carte ovo-lacto e vegano • (11) 3081-7769 • $$$ • Moinho de Pedra Rua Francisco de Moraes, 227 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5181-0581 • $$$ • Nutrisom Viaduto 9 de julho, 160 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h15 • Domingo das 11h30 às 16h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3255-4263 • $$ Nutrivida Rua Fernão Tavares, 132 - Brás • Domingo a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 6197-5571 • $$ Idch Art Rua Correia Dias, 161 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 12 às 15h • Bufê de salada e prato do dia lacto vegetariano • (11) 2157-3720 • $ •

Gaia Rua Cônego Eugênio Leite, 1152 - Pinheiros • Segunda a sexta das 12h às 16h • Sábado e domingo das 12h30 às 17h • Prato do dia ovolacto vegetariano • (11) 3031-0680 / 30979536 • $$ •

e domingo das 11h30 às 16h • Bufê vegano • (11) 5539-3635 • $$ •

Integrão Cozinha Natural Rua Joaquim Antunes, 377 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 19h30 • Sábado das 11h30 às 16h30 • À la carte com opções lacto e vegana • (11) 3088-3335 • $$ • Lá Hortelana Av. Professor Alfonso Bovero, 696 - Perdizes • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábados das 12h às 16h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3871-9191 • $ Lá na Quitanda Rua Rodésia, 128 - Vila Madalena • Segunda a segunda das 12h às 16h30 e das 19h às 23h (aos domingos não abre à noite) • Bufê ovolacto vegetariano • (11) 3097-0410 • $ • Lagoa Tropical R. Borges da Lagoa, 406 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5579-9228 • $• Lótus - Luz Rua Brigadeiro Tobias, 420 - Luz • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovolacto vegetariano • (11) 3229-5696 • $$$ Lótus - Vila Diana Av. Ademar de Barros, 166 - Vila Diana • Segunda a sexta 11h30 às 14h30 • Sábado, Domingo e feriado das 12h às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (12) 3922-7236 • $

Vegethus (Santo André) Rua das Monções, 480 - Jardim • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê vegano • (11) 44372893 • $$ • Vegacy Rua Augusta, 2.077 / Loja 03 - Jardim Paulista • Segunda a sábado das 12h às 15h30 • Bufê vegano • (11) 3062-9989 • $ •

O Germinal R. 13 de Maio, 367 - Bixiga • Quarta a domingo das 18h às 0h • À la carte vegano • (11) 3105-7264 • $ •

VegeTao Rua Doutor Diogo de Faria, 568 - Vila Clementino • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12 às 16 • À la carte ovolacto vegetariano • (11) 5574-6875 • $ •

Pizzaria e Rest. Lar Vegetariano Rua Domingos Rodrigues, 423 - Lapa • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado das 19h às 23h • Bufê vegano e Pizzaria • (11) 3835-2490 • $ •

Vie Verte Rua Bianchi Bertoldi, 128 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê de salada e À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3812-4331 • $$

Prema Yoga Rua Maria Figueiredo, 189 - Bela Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h30 e das 17h às 20h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3283-0884 • $$ •

Villa Manjerona Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 411 - V. Olímpia Segunda a sexta das12h às 15h • Bufê ovolacto vegetariano • (11) 3845-0726 • $ •

Recanto Vegetariano Rua Arandu, 407 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo, 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5506-8944 • $$ • Satya Mandir Bistrô Alameda Franca, 444 - Jardins • Segunda a sexta das 8h às 16h e das 19h30 às 21h30 • Sábado das 10h às 15h (depois desses horários somente com reserva • À la carte ou prato do dia ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (11) 3284-7961 • $$$ •

Zen Rua Domingos de Moraes, 237 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5084-6751 • $$ ZYM Rua Tonelero, 1.248 - Lapa • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato lacto vegetariano • (11) 3021-5637 • $$$ • Rio de Janeiro Beterraba Rua da Alfândega, 25A - Centro • Segunda a sexta das 11h15 às 15h30 • Bufê por quilo vegano • (21) 2253-7460 • $$ •

Sattva Alameda Itu, 1.564 - Cerqueira César • Segunda a segunda das 11h às 22h • A la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 30836237 • $$ •

Caminho do Mar Estrada do Pontal, 3.091 - Ponta do Recreio • Domingo a domingo das 12h às 20h • Prato do dia vegano • (21) 3411-6280 • $ •

Vegethus (Vila Mariana) Rua Padre Machado, 51 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado

Green Rua do Carmo, 38 / Sobreloja - Centro • Segunda a quinta das 11h às 15h30 • Sexta

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das 11h às 15h • Bufê de salada e à la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 2252-5356 • $ Health's – Centro Rua Senador Dantas, 84 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2240-5388 • $$ Metamorfose Rua Santa Luzia, 405, sobreloja 20 - Centro • Segunda a sexta das 12h às 16h. Aos sábados das 12h às 15h • À la carte com opções vegetarianas • (21) 2262-6306 • $$ Natuwal Estrada dos Bandeirantes 22.774 • Quarta a domingo das 9h às 18h • À la carte lacto vegetariano • (21) 3411-2870 • $ • Oficina da Semente Rua Joaquim Silva, 137 - Lapa • Segunda a sexta das 12h às 15h • Vegetariano (crudívoro e alimentação viva, pois trabalha com germinação de semente) • (21) 2509-3316 • $ •

Brasília Amor à Natureza SCLN 310, bloco A, loja 42-50 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (61) 3272-2055 • $$

Curitiba All Natura Rua João Negrão, 150 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3233-0664 • $

Bardana SCLN 405, bloco A, loja 22 - Asa Sul • Segunda a segunda das 11h30 às 15h30 • Segunda a sexta das 18 às 21h30 • Bufê por quilo lacto vegetariano • (61) 3242-3532 • $$

Espaço Verde Rua Ébano Pereira, 44 - Sobre loja • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3039-8414 • $$

Girassol SCLS 409, bloco B, lojas 15 e 16 - Asa Sul • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Segunda a sexta das 16h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 32421542 • $$ • Naturama SCLS 102, Bloco B - Loja 9 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 12h às 15h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3223-3648 • $$

Refeitório Orgânico Rua 19 de Fevereiro, 120 - Casa 2 Botafogo • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê ou à la carte vegetariano • (21) 2537-0750 • $$ •

Greenlife Rua Dr. Carlos de Carvalho, 271 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-8490 • $

Maha Prasada Rua Duque de Caxias, 76 - Centro • Domingo a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo lacto-vegetariano • (41) 3015-5106 • $ Mikado Rua São Francisco, 126 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (41) 3323-6709 • $

Rio Vegetariano Rua Voluntários da Pátria, 448 - loja 83/84 Cobal - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 17h • Lanche servido das 9 às 18h30 • Prato feito ou à la carte vegano • (21) 2527-7558 • $$ •

Pin Chan Rua Floriano Essenfelder, 475 - Bairro Alto • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo ovo lacto vegetariano • (41)3253-4969 • $$ •

Tempeh Rua 1º de Março, 24 / Sobreloja - Centro • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê vegano • (21) 2232-8007 • $$ •

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Green Land Rua XV de Novembro, 548 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 14h30 • Bufê livre ovo-lacto no primeiro andar • (41) 3322-2132 • $ •

Jagannatha Rua Paulo Gomes, 123 - Centro • Terça à domingo das 12h às 14h30 • Bufê por quilo lacto-vegetariano • (41) 3029-5225 • $$

Reino Vegetal Rua Luiz de Camões, 98 / Sobrado - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2221-7416 • $$ •

Universo Orgânico Rua Conde de Bernadote, 26 - Lojas 105 Leblon • Segunda das 8h às 19h • Terça a sábado das 8h às 21h30 • Domingo das 11h às 20h • À la carte vegano e crudívoro • (21) 2274-8983 / 3874-0186 • $$ •

Sabor Vital CLN 316, Bloco A - Lj 59 - Asa Norte • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado e feriados das 12h às 15h • Bufê ovo lacto vegetariano • (61) 3349-2171 • $$

Vegan Vegan Rua Voluntários da Pátria, 402B - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Refeição do dia vegana • (21) 2286-7078 • $$ •

Terraviva Restaurante Vegetariano SCLN 202 Bloco D - Subsolo • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (61) 3034-5853 ou (61) 30348323 • $$

Vegecoop Rua da Carioca, 54A - Sobrado • Bufê ovolacto vegetariano • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • (21) 2507-8061 • $$ •

Florianópolis Tsan The Restaurante Natural Rua Tenente Silveira 111 - 2º andar - sala 206 - Centro • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê oriental ovo-lacto vegetariano • (48) 3223-2511 • $ •

Vegetariano Social Clube Rua Conde de Bernadote, 26 - Loja L Leblon • Segunda a sábado das 12h às 24h • Domingo das 12h às 18h • Bufê no almoço e à la carte no jantar vegano • (21) 2294-5200 • $$ •

Formosa Restaurante Vegetariano Rua Trajano Reis, 170 - São Francisco • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (41) 30396818 • $ •

Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 - Centro • Segunda a sexta das 11h15 às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (48) 3223-4507 • $$ •

Restaurante Ecológico Clorofila Rua Saldanha Marinho, 1.110 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h • Bufê vegano e macrobiótico • (41) 3322-9597 • $$ • Sorela – Bigorrilho Rua Júlia da Costa, 1735 - Bigorrilho • Domingo a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3335-3216 • $

a sexta das 11h às 15h e das 17h30 às 20h30 segunda a quinta • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-6277 • $ • Viva Mais Rua México, 231 - Bacacheri • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3256-8952 • $$ • Salvador Brisa Rua Sargento Astrolábio, 150 - Pituba • Domingo a sexta das 11h30 às 15h • Bufê a quilo lacto vegetariano • (71) 3248-3400 • $$ Health Valley Rua Direita da Piedade, 117 - Piedade • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê lacto-vegetariano • (71) 3329-2176 • $ •

• Empório de Produtos Naturais • Lanchonete • Restaurante Endereço: Rua Direita da Piedade, 17 - Piedade Horário: Segunda a sábado das 11h às 15h (Loja aberta de segunda a sexta das 9h às 19h e sábado 9h às 15h – Lanchonete de segunda a sexta das 7h30 às 19h30 e sábado das 7h30 às 15h) Tipo: Bufê lacto vegetariano e vegano (preço único com suco e sobremesa, tudo à vontade) Mais informações: (71) 3329-2176 Saúde na Panela Rua das Hortênsias, 752 - Pituba • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h30 às 21h • Sábado das 11h30 às 16h • Bufê lacto vegetariano • (71) 3353-6788 • $$$ • Porto Alegre Casa Oriental Rua Felipe Camarão, 61 • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3312-8773 • $ • Flor de Maçã Av. Independência, 891 - Independência • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3311-7275 • $

Sorela – Centro Cívico Rua Marechal Hermes, 728 - Centro Cívico • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Segunda a quinta das 18h30 às 22h • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê à vontade ovo-lacto vegetariano • (41) 30265794 • $

Govinda Restaurante e Lanchonete Av. José Bonifácio, 605 - Bom Fim • Terça a sexta das 11h10 às 14h30 • Sábado e domingo das 11h10 às 15h • Bufê lacto vegetariano • (51) 3332-1704 • $ •

Super Dog Rua Manoel Pedro, esquina com a Rua Munhoz da Rocha - Cabral • Segunda a sábado das 18h às 00h • Lacto vegetariano e vegano • (41) 9929-7172 • $ •

Ilha Natural Rua General Vitorino, 35 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3224-1543 •$•

Super Vegetariano Rua Presidente Faria, 121 - Centro • Segunda

Mantra Rua Santo Antônio, 372 - Independência •

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Guia Restaurantes.qxp

7/8/2007

Segunda a sábado das 12h às 14h45 • Prato do dia • (51) 3395-2266 • $ • Natureza Rua dos Andradas, 1.444 - Cj. 12 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3228-3642 •$• Nova Vida Rua Demétrio Ribeiro, 1182 - Centro • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3226-8876 • $ Prato Verde Rua Santa Teresinha, 42 - Bom Fim • Segunda a sexta das 11h15 às 14h15 • Sábados e feriados das 11h30 às 14h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3388-6659 • $ Suprem Restaurante e Café Rua Santo Antônio, 877 • Segunda a domingo das 12h às 15h • Quarta a sábado das 19h as 00h (à la carte) • Banquete hindu aos domingos • Prato feito ovo-lacto vegetariano ou vegano • (51) 3312-2731 • $$ • São Jorge & o Dragão Rua Sofia Veloso, 61 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h30 • prato feito ovo-lacto vegetariano • (51) 3061-1233 • $ • Telúrico Mercado Público - 2º andar - loja 50 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê lacto vegetariano • (51) 3029-3823 • $ • Vida e Saúde Rua General Câmara, 60 • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3012-5841 • $ Zhong Guo Wei Rua Ramiro Barcelos, 2.099 - Bom Fim • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo lacto vegetariano • (51) 3331-7915 • $ • Recife Casa do Naturista Rua 24 de Maio, 90 - São José • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovo lacto vegetariano • (81) 3224-2941 • $ • Céu e Terra Rua do Riachuelo, 641 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h e das 17h às 19h • Sábado das 11h30 às 14h30 • À la carte ovolacto vegetariano • (81) 3222-0606 • $ Green Rua Gervásio Pires, 577 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (81) 3223-1701 • $ O Vegetariano Rua Dom Pedro Henrique, 153A - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Sábado das 12h às 14h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3423-3638 • $$ • Govinda Rua Bernardo Guimarães, 114 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h40 às 21h • Sábado

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das 11h40 às 15h • Parto feito lacto vegetariano • (81) 3221-4202 • $ • Outras Cidades Aracaju - SE Empório Naturista Rua Pacatuba, 281 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Sábado das 11h às 14h • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano e vegana • (79) 3211-8289 • $$ Araraquara - SP Vivace Rua Voluntários da Pátria, 1.872 - Centro • Segunda a sábado das 11h as 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (16) 3331-8438 • $ • Balneário Comboriú – SC Harmonia da Terra Rua 1.926, 31 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê vegano • (47) 33665942 • $ • • Belo Horizonte – MG Casa Nascente do Sol Rua Paraguai, 86 - Sion • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (31) 3227-3781 • $ • Jay Rama Av. Getúlio Vargas, 1.220 • Segunda a sábado de 9h às 18h • Prato do dia lacto vegetariano • (31) 3261-1890 • $ •

Campo Grande – MS Café Lírio Rua Maracaju, 400 - Centro • Segunda a sexta das 7h às 18h • Sábado das 7h às 13h • Prato feito ovo-lacto vegetariano ou vegano • (67) 3028-4388 • $ • Vegetallis Av. Fernando Corrêa da Costa, 2177 - Jd. Aclimação • Domingo a sexta das 11h às 14h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (67) 30429090 • $ • Chapada dos Veadeiros – GO Oca Lila Rua João Bernardes Rabelo, 449 - Alto Paraíso • Quarta a segunda das 12h às 00h (Pizzas a partir das 18h) • Bufê por quilo lacto vegetariano • (62) 3446-1006 • $$ Cuiabá – MT Ki-Nutre Rua Cândido Mariano, 533 - Centro Norte • Domingo a sexta das 11h às 14h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (65) 3321-3540 • $$ • Londrina – PR Tchin Min Rua Sergipe, 1754 – Centro • Bufê ovo-lactovegetariano • Segunda a sábado das 11h às 14h • Domingos e feriados das 11h30 às 14h30 • $ •

Maria Farinha Rua Alexandre Herculano, 168 - Gonzaga • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Terça a domingo 19h às 24h • Prato do dia lacto vegetariano • (13) 3224-2829 • $$ • São Lourenço – MG Raio de Luz Rua Batista Luzardo, 127 - Centro • Segunda a segunda das 11h30 às 14h30 • À la carte lacto vegetariano • (35) 3332-2325 • $ S. J. do Rio Preto – SP Cia da Saúde Rua Rubião Júnior, 2.930 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo ou à vontade ovo-lacto vegetariano • (17) 3222-5745 • $ Socorro – SP Sabor da Terra Rua 15 de novembro, 84 - Centro • Segunda a sábado das 8h às 21h • Prato feito ovolacto vegetariano • (19) 3895-2720 • $ • Sorocaba – SP Good Day Rua da Penha, 1.141 - Centro • Segunda a sexta das 9h às 18h30 • Sábado das 9h às 15h • Opção ovo-lacto vegetariano e vegana • (15) 3231-6228 • $$ •

Maceio – AL Restaurando Mente & Corpo Av. Professor Vital Barbosa, 568 - Ponta Verde • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (82) 3034-0002 • $ •

Fruto Amarelo Rua Senador Vergueiro, 46 - Vergueiro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábados das 10h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (15) 3212-3704 • $$$ •

San Ro Rua Professor Moraes, 651 • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê ou à la carte ovo-lacto vegetariano e vegano • (31) 3264-9236 • $$$ •

Niterói – RJ Verdejante Estrada São Sebastião • Sábado e domingo das 13h às 16h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano e vegano • (21) 3021-2677 • $$$ •

Suzano - SP Lótus Av. Antonio Marques Figueira, 1.515 • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 47461462 • $

Campinas – SP Ecomercado Avis Rara Rua Rei Salomão, 295 - Sousas • Segunda a sexta das 11h45 às 15h • Sábados e domingos das 11h45 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (19) 3258 4502 • $$ •

Petrópolis - RJ San Te Tang Rua do Imperador, 288 - Lj. 2 - Shopping Pedro II - Centro • (24) 2237-2667 • Segunda a sábado das 11h às 15:30h • Bufê ovo-lacto vegetariano • $$ •

Vitória – ES Cio da Terra Rua Maria Eleonora Pereira, 940 - Jardim da Penha • Segunda a sábado das 11h às14h • À la carte vegano • (27) 3314-1124 • $ •

Piper Rubra Rua Fernandes Tourinho, 59 - Savassi • Segunda a sexta das 11h às 19h • Sábados das 11h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (31) 3227-4522 • $ • •

Lótus Rua Benedito Alves Aranha, 153 - Barão Geraldo • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (19) 3289-9821 • $$ Nutrir Rua Dr. Quirino, 1.620 - Centro • Domingo a sexta das 11h às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (19) 3233-3056 • $ •

Porto Velho - RO Vida Natural Rua Dom Pedro II, 1.251 • Segunda a sexta das 11h às 14h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (69) 3224-3718 • $$ Ribeirão Preto - SP Éden Rua Campos Salles, 542 • terça a domingo das 11h30 às 14h30 • Bufê oriental ovo-lacto vegetariano • (16) 3632-2720 • $

Sal Marinho Rua Padre Vieira, 1040 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Prato feito ovo vegetariano • (19) 3232-7541 • $$

Santos – SP Capim Limão Rua Pudente de Moraes, 63 - Vila Mathias • Prato do dia ovo-lacto vegetariano • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • (13) 32241037 o $ •

Vegetalle Rua Osório, 1.577 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30. Sábados, domingos e feriados das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (19) 3231-9345 • $ •

Gostoso Rua Frei Gaspar, 71 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (13) 3219-2105 • $

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Sol da Terra Rua Barão de Monjardim, 171 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê por quilo vegano • (27) 3223-1205 • $$ • Se você é proprietário ou conhece algum restaurante vegetariano que não consta nesta lista, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 3038-5066 ou pelo e-mail: vegetarianos@europanet.com.br

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Onde Encontrar.qxp

7/8/2007

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ONDE ENCONTRAR Mundo Verde - Pão de Açúcar Av. das Américas, 2000 - Box 27 • (21) 2439-1879 Mundo Verde - Shopping Downtown Av. das Américas, 500 Bl. 22 - Lj. 109 (21) 3153-7682

Produtos Naturais e Vegetarianos

Mundo Verde - Via Parque Av. Ayrton Senna, 3000 - Lj. 1007 (21) 2421-9272

qui você vai encontrar o endereço de 100 lojas onde poderá encontrar produtos naturais como proteína de soja, tofu, leite condensado de soja, entre outros. São dezenas de lojas de diversos locais do Brasil. Além disso, poderá consultar uma relação de empresas e pessoas que comercializam congelados vegetarianos.

A

Congelados Ana Maria (11) 5579-2314 • www.colchaderetalhos.net CIBO Alimento Natural (61) 9613-6969 • www.ciboalimentos.com.br

Lojas Bahia Salvador Health Valley Brasil R. Direita da Piedade, 17 - Piedade (71) 3329-2176

Prana Av. das Américas, 4.666 - Lj. 141• (21) 2431-9047 Verdevida R. Lauro Muller, 116 - 4º Piso - D59 (21) 2295-1542

Casa Vitana R. Paissandu, 111 - Lj D - Flamengo (21) 2205-6798 Carioca Zen R. Humaita, 154 - Humaita • (21) 2286-4786 Cortando Calorias Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580 Lj. 116-B - Barra Shopping • (21) 2487-9394

Casa Gourmet (14) 3227-6801

Mundo Verde (Center Lapa) R. Portão da Piedade, 155 - Lj. 229 (71) 3328-1308

Especiarias Light (11) 3045-2416 • www.especiariaslight.com.br

Mundo Verde (Centro Mercês) Av. Sete de Setembro, 147 • (71) 3329-4671

Fontes R. Visconde de Pirajá, 605 - Lj. D Ipanema • (21) 2512-5900

Grano Alimentações Vegetarianas (11) 3885-6510

Mundo Verde (Shopping Iguatemi) Av. Tancredo Neves, 148 - Lj. 22 QDP (71) 3460-3293

Gávea Integral R. Marquês de São Vicente, 75 - Lj. 105 Gávea • (21) 2512-2283

Mundo Verde (Shopping Barra) Av. Centenário, 2992 - Lj. 340/1 (71) 3264-2883

Grão Integral R. das Laranjeiras, 43 - Lj. 13 • (21) 2285-6739

Iracema Jorge M. Ferreira (61) 9206-5093 • ocfjdf@gmail.com Mister Veggie (11) 4156-6676 • www.mrveggy.kit.net Quituts Vegan (31) 3461-5841 • todosabor@hotmail.com

Mundo Verde (Max Center) Av. Antônio Carlos Magalhães, 846 Lj.s 1 e 2 Ed. Max Center • (71) 3359-0976

Sabor Vegetal (11) 9885-4511 • (11) 9875-5165

Minas Gerais Belo Horizonte

Sattva (11) 3083-6237 Silvia Amaral (16) 3904-8108 • (16) 3610-2282 Soja Vegan (16) 3917-2797

Fito Av. Contorno, 6.975 - Sto Antônio • (31) 3344-9505 Juiz de Fora Mundo Verde R. Santa Rita, 526 - Centro • (32) 3216-2831 Nova Lima Mundo Verde Av. Toronto, 508 Lj. 13 • (31) 3541-6220 Varginha Vita Corpus R. Santa Cruz 887 - Centro • (35) 3212-9980

Irmão Sol R. Barata Ribeiro, 370 - Lj. 103 • (21) 2235-5997 ISEO Alimentos R. Carlos de Vasconcelos, 125 - Lj. Q Tijuca • (21) 2264-5707 Mundo Verde - Belford Roxo R. João Fernandes Neto, 1.260 (21) 2662-0909 Mundo Verde - Duque de Caxias Praça do Pacificador, 15 • (21) 2652-2562 Mundo Verde - Nilópolis Estr. Getúlio Vargas, 1.377 • (21) 2791-1060 Mundo Verde - Nova Iguaçu R. Otávio Tarquínio, 165 • (21) 2797-3455 Mundo Verde - Piabetá Av. Santos Dumont, 177 - Lj. 2 • (21) 3655-9422

Rio de Janeiro Cabo Frio Armazém do Bem Rua Casemiro de Abreu, 143 • (22) 2645-2523 Nova Friburgo Mundo Verde Friburgo Av. Alberto Braune, 94 - Lj. A • (22) 2523-1684 Petrópolis Mundo Verde Shopping Pedro II R. do Imperador, 288 - Lj. 10 • (24) 2237-0021 Mundo Verde Petrópolis R. do Imperador, 864 - Centro • (24) 2242-7788 Mundo Verde Itaipava Estrada União Indústria, 10.067 • (24) 2222-3242 Rio de Janeiro Aipo Verde Leblon R. Ataufo de Paiva, 135 • (21) 2529-2380

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Mundo Verde - S. José de Meriti R. da Matriz, 56 • (21) 2756-3844 Mundo Verde - Shopping Grande Rio Estr. Municipal São João de Meriti,111 - Lj. 139 (21) 2752-9197 Mundo Verde - Barra Av. Olegário Maciel, 519 - Lj. F • (21) 2492-1469

Vitana Av. das Américas, 500 - Bl 8 - Lj.109 (21) 3139-4171 Teresópolis Mundo Verde Teresópolis Praça Baltazar da Silveira, 60 - Várzea (21) 2742-3036

Santa Catarina Florianópolis Vida R. Visconde de Ouro Preto, 298 • (48) 3223-4507 Casarão de Alimentos Orgânicos R. Pequeno Príncipe, 1.257 • (48) 3237-3077 Espaço Mais Saúde R. Capitão Romualdo de Barros, 916 - Carvoeiras (48) 3234-2837 Sabor da Terra R. João Pio Duarte Silva, 1.124 - Córrego Grande (48) 3234-6714 Balneário Camboriú Armazém do Colono R. 1500, n. 676 - Centro • (47) 3366-4191 Blumenau Mundo Verde R. 7 de Setembro, 1.213 - lj. 63 • (47) 3222-3142 Caçador Saúde in Natura Av. Santa Catarina, 232 - Centro • (49) 3563-8522

São Paulo Bauru Empório Saúde Av. Getúlio Vargas, 04/09 - Vila Mariana (14) 3224-1616 Indaiatuba Alcaparra R. Pedro Gonçalves, 1041 • (19) 3894-1430 Jundiaí Ártemis Produtos Naturais Galeria Rosário • R. Senador Fonseca, 1.044 - lj 19 (11) 4586 9030 Peruíbe Empório Verde Av. Padre Anchieta, 4.361 - Nova Peruíbe

Mundo Verde - Barra (Ipiranga) Av. das Américas, 7.000 - Lj. 5 • (21) 2431-1993 Mundo Verde - Recreio Av. das Américas, 16.285 - Lj. H • (21) 2487-1111

Ribeirão Preto Silvia Amaral - Produtos Naturais R. Floriano Peixoto, 441 - Centro • (16) 3019-0885

Mundo Verde - Map Barra Av. das Américas,10.200 - Box 10 • (21) 3150-4709

Santo André Mundo Verde Av Portugal, 1.600 • (11) 4432-0375

Mundo Verde - Novo Leblon Av. das Américas, 7607 - Lj. 153 • (21) 2438-9085

Veg Armazém R. das Monções 478 - Jardim • (11) 4437 2893

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Onde Encontrar.qxp

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São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia • (11) 3672-7674 Alternativa Casa do Natural R. Fradique Coutinho, 910 Vila Madalena • (11) 3814-0607 Arte Vegan Av. São João, 439 - 3º andar - Loja 429 • (11) 3222-6702 Banana Verde R. Harmonia, 278 - Vila Madalena • (11) 3814-4828

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Espaço Livre (Orgânicos) R. Maria Carlota, 900 - Penha • (11) 6091-7423

Viva Orgânico R. Martinho Claro, 412 - Inocop • (11) 3721-7130

Mel produtos naturais Rua Dom Joaquim de Oliveira, 117 - Patriarca (11) 6654-2519 • (11) 7419-0837

Santos Mundo Verde Av. Ana Costa, 549 - lj. 59A • (13) 3284-4578

Melinda & Julius Rua Dom Armando Lombardi, 511 - Caxingui (11) 3722-2553 • www.melindaejulius.com.br

Sorocaba Fruto Amarelo Armazém Natural R. Senador Vergueiro, 46 • (15) 3212-3704

Mercato Naturale R. Tuiuti, 2.900 - Tatuapé (11) 6671-5188 e (11) 6671-8963

Outras Cidades

Bem Viver Av. Pe. Antonio José dos Santos, 1.273 - Brooklin (11) 5507-5418

Mundo Verde - Alameda Santos Alameda Santos, 2223 • (11) 3064-2015

Bio Alternativa R. Maranhão, 812 - Higienópolis • (11) 3825-4759

Mundo Verde - Itaim R. João Cachoeira, 554 • (11) 3071-1069

Bruxinha Produtos Naturais R. Icanhema, 235 - Cidade Dutra Av. Ângelo Cristianini, 127 - Jd. Mirian (11) 5665-8558 / (11) 5624-8644

Mundo Verde - Shopping Jd. Sul Av. Giovanni Gronchi, 5.819 - lj. 186 (11) 3739-2435

Cerealista Helena R. Santa Rosa, 141 e 149 - Brás • (11) 3227-6767 Cereal Brasil R. Rodésia, 242 - Vila Madalena • (11) 3814-3401 Éden Produtos Naturais Av. Jabaquara, 1469 - Lj. 46 • (11) 2578-4981 Empório Roots Av. Mercúrio, 222 - Brás • (11) 3227-3020 Empório Siriúba Al. Franca, 1.590 - Jardins • (11) 3081-4303

Mundo Verde - Moema Av. Cotovia, 890 • (11) 5096-3810 Mundo Verde - Perdizes R. Cardoso de Almeida, 1.538 • (11) 3875-6103 Mundo Verde - Pinheiros Av. Pedroso de Moraes, 983 • (11) 8323-0700 Mundo Verde - Santana R. Doutor César, 237 • (11) 6950-9630 Mundo Verde - Tatuapé R. Apucarana, 642 • (11) 6225-3171 Mundo Verde - Vila Nova Conceição R. Afonso Braz, 462 • (11) 3842-9440 No Murder - Extreme Noise R. 7 de Abril, 154 - lj. 26 - 1º andar Naturais e Orgânicos R. Dr. Cesar, 530 - Conj. 808 - Santana (11) 6971-8858 Ponto Verde R. do Estilo Barroco, 442 - Sto. Antônio (11) 5182-5161 Positiva Praça das Canárias, s/n - Box 19 - Vila Formosa (11) 6676.2553 Sabor Natural Av. Leoncio de Magalhães, 1.297 Jardim São Paulo • (11) 6978-7369 Seipar Produtos Naturais R. Paracuê, 340 - Sumarezinho • (11) 3672-9691 Vida Leve R. João Cachoeira, 213 - Itaim • (11) 3078-0198

Brasília - DF Empório Verde SCRN 714 e 715 - Bloco G - Lj. 34 • (61) 3347-7725 Mundo Verde SDNCNB - Conj. Nacional - Lj. C 01-A • (61) 326-1313 Nutribem SHLN BL M QD 515 • (61) 3347-9940 Pão do Céu Produtos Naturais QSA3 - Lote 1 - Lj. 5 - Centro (61) 3562-2698 Curitiba - PR Armazém Alternativo Galeria Júlio Moreira - Lj. 04 - Centro • (41) 3233-6928 Paiol da Soja R. Chile, 970 • (41) 3332-3258 Fortaleza - CE Mundo Verde - Cid. dos Funcionários Av. Oliveira Paiva, 2797 - Lj. 18 • (85) 271-2770

Pelotas - RS Mundo Verde R. Quinze de Novembro, 667 - lj. 17 (53) 3028-7858 Porto Alegre - RS Aloe Vita Produtos Naturais R. Felipe Camarão 622 - Bairro Rio Branco (51) 30193383 / 30292048 Mundo Verde Av. João Walling, 1.800 - lj. 2218 Shopping Iguatemi • (51) 3381-3465 Recife - PE Mundo Verde - Tacaruna Av. Agamenon Magalhães, 153 - Lj 253 (81) 3223-8371 Mundo Verde - Shopping Plaza R. Dr. João Santos Filho, 255 - Lj 9 (81) 3267-7369 Mundo Verde - Shopping Recife R. Padre Carapuceiro, 777 - Lj. BV90 (81) 3326-0166 São José - SC Dunati Produtos Naturais Integrais R. Coronel Américo, 1.835 • (48) 3035-4519 Vila Velha - ES Mundo Verde Av. Carioca, 353 - Lj. 201C - 3PV - 1PS (27) 3320-6320

Mundo Verde - Papicu Av. Eng.Santana Jr., 2277 - Ljs - 1,2 e 3 (85) 249-3631

Vitória - ES Mundo Verde Av. Américo Buaiz, 200 - Lj.s 238 (27) 3335-1238

Mundo Verde - Aldeota Av. Santos Dumont, 3000 - Lj. 20 (85) 264-3987

Lojas On-Line

Mundo Verde - Shopping Iguatemi Av. Washington Soares, 85 - lj. 415 (85) 241-4088 Maceió - AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol • (82) 3358-4003 Natureza Viva - Ponta Verde R. Machado Lemos, 226 - Ponta Verde (82) 3357-8001 Natal - RN Mundo Verde - Tirol Av. Afonso Pena, 813 • (84) 201-2804 Mundo Verde - Shopping Midway Av. Engenheiro Roberto Freire, 2920 - Lj. 62 (84) 3646-3323 Paranaguá - PR Cereais e Cia. Av. Dr. Roque Vernalha, 1.710 • (41) 3422-7325

Delivery Orgânicos www.deliveryorganicos.com.br Empório em Casa www.emporioemcasa.com.br Essenciais do Brasil www.essenciais.com.br Fruto Amarelo www.frutoamarelo.com.br Mercado Vegan mercadovegan.com Rama Orgânica www.ramaorganica.com.br Shopping Natural www.shoppingnatural.com.br Viva Orgânicos www.vivacomorganicos.com.br


frase do mes.qxp

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FRASE DO MÊS

Alphonse de Lamartine Reprodução

(1790 • 1869)

Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o homem, há só uma diferença: a vítima

Poeta, historiador e político francês. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros e chefe do Governo provisório. Lutou pelo fim da escravidão e contra a pena de morte

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