Edição 5 da Revista dos Vegetarianos

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Revista dos Vegetarianos

www.revistavegetarianos.com.br

BENEFÍCIOS DO VEGETARIANISMO

O passo-a-passo para você vencer as etapas e obter os

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ISSN 1980-0630

ANO 1 • NÚMERO 5 R$ 9,90 • 3,50

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

EDITORA EUROPA

8 opções de chocolates sem lactose

5 Receitas de tortas

salgadas veganas E MAIS 142 RESTAURANTES

CHÁS GELADOS

RECEITA DE DOCES

Conheça tudo sobre a nutritiva raiz da bardana


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EDITORIAL

Ao leitor

Revista dos

Vegetarianos Diretores: Aydano Roriz e Abílio Cunha

Edição Nº 5 Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz Diretor Operacional: Abílio Cunha Diretor Executivo: Luiz Siqueira Diretor Editorial e jornalista responsável: Roberto Araújo – MTb.10.766: e-mail: araujo@europanet.com.br Diretor Adjunto: Mário Fittipaldi

Redação Editor: Marco Clivati Chefe de Arte: Welby Dantas Editora de Arte: Izabel Donaire Redatora: Samira Menezes Revisão de Texto: Evelise Paulis Colaboraram nesta Edição: Aida Lima, Eric Slywitch, George Guimarães, Lelington Lobo Franco, Livia Capeli, Maria Glória, Maria do Céu, Nelson Alves Jr., Sílvia Lakatos, Vanessa Marques e Viviane Pereira Internet: Cássio Narciso (Webmaster) e Rodrigo Mourão (Webdevelopment) Propaganda: Letícia Nunes Publicidade São Paulo E-mail: publicidade@europanet.com.br Gerentes Comerciais Rodrigo Cunha (0xx11) 3038-5097 Mauricio Dias (0xx11) 3038-5093 Executivos de Negócios: Ana Carolina Corrêa, Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Claudia Alves, Elisangela Xavier, Flavia Pinheiro, Raphael Gherardi, Rodrigo Sacomani e Carla Ianez. Criação Publicitária: Rodrigo Barros (0xx11) 3038-5097 Tráfego: Marcos Roberto (0xx1) 3038-5211 Publicidade - Outros Estados Rio de Janeiro: (0xx21) 2221-0088 - Triunvirato Comunicação Brasília: (0xx61) 3326-0205 - New Business Paraná: (0xx41) 3023-8238 - GRP Mídia Rio Grande do Sul: (0xx51) 3232-3176 - Semente Associados Santa Catarina: (0xx48) 3223-3968 - MC Representações Publicidade – EUA e Canadá: 00xx 1 (650) 306-0880, Fax: 00xx 1 (650) 306-0890 - Global Media Circulação e Promoção Gerente de produto: João Alexandre Ézio S. Vicente, Marcelo Diniz, João Zanata, Natália Azeredo Desenvolvimento de Pessoal: Tânia Marilia Ribeiro Roriz Atendimento ao Assinante e venda de edições anteriores: Coordenadora: Fabiana Lopes Atendentes: Carla Dantas, Elisangela Tokashiki, Juliana Ribeiro, Paula Hanne, Tamar Biffi e Fernanda Fernandes Rua M.M.D.C. nº 121 - São Paulo, SP - CEP 05510-900 Telefone São Paulo: (0xx11) 3038-5050 Telefone outros estados: 0800-557667 Pela Internet: www.europanet.com.br E-mail: atendimento@europanet.com.br

É

divino. Um florescimento para uma nova vida. O vegetarianismo tem o poder de despertar uma consciência mais elevada e levar você rumo ao encontro da sua verdadeira essência. Esse novo modo de olhar a vida nasce de maneira natural e sublime. Quando você menos espera, o clique acontece e a nova forma de interpretar a vida germina com toda força e magia. O ato de se alimentar de cadáveres, de seus semelhantes não-humanos, se torna coisa do passado. Quando essa transformação brota naturalmente, não existe caminho de volta. As mudanças e os frutos do vegetarianismo são tão intensos e especiais que não há com voltar atrás. É o fim de velhos conceitos e o começo de uma jornada exuberante e cheia de vivacidade. Nessa caminhada, os obstáculos são inevitáveis. Guarnecido de informações e conhecimento, as barreiras que você encontra deixam de ser dificuldades para se transformarem em verdadeiras pontes. A travessia de cada obstáculo acaba encorajando ainda mais suas ações em prol da libertação dos nossos amigos animais e da vida. Se você já está trilhando essa estrada há muito tempo, a Revista dos Vegetarianos nasceu para ser a sua fiel companheira nessa caminhada. Mas se você está dando os primeiros passos nessa jornada, nesta edição, preparamos uma reportagem especial, com todas as ferramentas para que você possa atingir seus objetivos e ultrapassar os desafios munido de muita informação. Florescendo e sendo exemplo para aqueles que nos cercam, outras sementes podem germinar rumo a essa opção alimentar ética. Uma escolha que tem o poder de libertar não somente os animais escravizados, mas a mente para uma consciência mais elevada.

Marco Clivati marco.clivati@europanet.com.br

Administração Gerente: Cecília Tomazelli Renata Kurosaki, Luiz Eduardo Soares, Ronaldo Mendes, Gustavo Barbosa, Daniel Ribeiro, Carlos Eli, Ismael Neto, Denis Pinheiro A Revista dos Vegetarianos é uma publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN). A Editora Europa não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios de terceiros. Distribuidor Exclusivo para o Brasil Fernando Chignalia Distribuidora S. A. - Rua Teodoro da Silva, 907 CEP 20563-900 - Grajaú - RJ Impressão: Prol Editora Gráfica

ANER Somos Filiados à ANER Associação Nacional dos Editores de Revistas

Se For o Caso, Reclame. Nosso Objetivo é a Excelência!

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CORRESPONDÊNCIA – Rua M.M.D.C., 121 CEP 05510-900 – São Paulo – SP Fax: (0xx11) 3819-0538

Atendimento (0xx11) 3038-5050 (São Paulo), 0800-557667 (Outras localidades) – Fax (0xx11) 3097-8583 Das 8h às 20h; sábados das 9h às 15h e-mail: atendimento@europanet.com.br

Redação Fone (0xx11) 3038-5069 Fax (0xx11) 3819-0538 e-mail: vegetarianos@europanet.com.br

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SUMÁRIO

38 TORTAS SALGADAS Nutritivas e saborosas, você vai se deliciar com as tortas salgadas veganas desta edição

08 10 18 20 28 30 34 36 38 44 48 50 52 58 60 64 66

Selos de Identificação Vegana: Receitas elaboradas sem a utilização de ovos e leites

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Cartas Vida em Harmonia Entrevista Capa O X da Questão Receitas: Doces Artigo: O Desafio de Ser Uma Pessoa Melhor Vitrine: Chocolates Veganos Receitas: Tortas Salgadas Alimento do Mês: Bardana Chás Gelados Artigo: Cálcio na Dieta Vegana Sementes da Discórdia Perguntas e Respostas Guia de Restaurantes Onde Encontrar Frase do Mês

CAPA Guia passo-a-passo para o vegetarianismo, com respostas para as perguntas mais freqüentes

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Todas as receitas apresentadas nesta edição contam com selos para facilitar a identificação dos componentes utilizados no seu preparo. Ovo-lacto: Receitas que contêm ovo e leite

Lacto: Receitas que incluem leite no preparo

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TRANSGÊNICOS 20 perguntas e respostas que

esclarecem se esses alimentos são ou não uma ameaça


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Nossos Colaboradores

44 BARDANA Saiba tudo sobre as propriedades desse alimento que curou, inclusive, doença de pele de rei europeu

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Dr. George Guimarães É nutricionista e consultor em nutrição vegetariana. Dedica-se à pesquisa, conduzindo investigações científicas. George é o consultor de Nutrição desta edição e responsável pela seção de Perguntas e Respostas da página 58.

CHÁ GELADO Eles são fáceis de fazer e refrescantes, além de serem ótimas opções para matar a sede nas tardes de calor

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Lelington Lobo Franco Pesquisador, químico, fitologista e escritor, Lelington é referência nacional e internacional sobre plantas medicinais e terapias naturais. É considerado um dos maiores experts em frutologia e fitologia do Brasil. Leligton assina nossa seção de chás da página 48.

Sílvia Lakatos É historiadora, jornalista e vegetariana desde os 13 anos. Há aproximadamente 6 anos tornou-se vegana. Nesta edição, a Silvia escreveu um belo artigo sobre comportamento que você confere na página 34.

SOBREMESA Receitas de cookie, sorbet e brownie veganos para compôr a parte mais divertida das refeições

Maria do Céu Ela comanda o Centro de Culinária Céu Natural. No local, ou onde o cliente estiver, Maria sugere cardápios vegetarianos, veganos e naturais. Confira, na página 38, as receitas de tortas salgadas preparadas com exclusividade para a Revista dos Vegetarianos

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DÚVIDAS

Espaço do Leitor

Esse é o seu espaço! Escreva suas críticas, sugestões, receitas...

RELIGIÃO E VEGETARIANISMO Em relação à reportagem "Religião, em busca da purificação" - páginas 52, da edição 4 -, especificamente sobre a afirmação "Os Adventistas não comem carne de porco.", senti-me estimulado a dar uma contribuição no que tange a esse comentário "simplista". Desde o ano de 1863, o movimento adventista do Sétimo Dia, além de apregoar o Evangelho Eterno, tem como missão passar todo um acervo de

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noções do "Bom Viver", passando pelo decoro até a nutrição ética. A Sra. Ellen G.White, autora de livros que venderam milhões de unidades em todo o mundo, tais como: A Ciência do Bom Viver, A Cura Pelos Alimentos, Revista Vida e Saúde, entre outros, já trazia à tona essa preocupação com a alimentação, a saúde física e mental, numa época em que não se ouvia falar tanto como hoje. O fato é que a Igreja Adventista do Sétimo Dia comemora seus eventos oficiais com cardápio vegetariano e dá exemplos, seguindo os parâmetros trazidos dos pioneiros que deixaram escrito pérolas a respeito da reforma alimentar. Nem todo vegetariano transcende ao espiritual, mas a busca da espiritualidade plena requer o mínimo de ética alimentar. O que significa respeito à vida plena a si, a seu semelhante e aos nossos irmãos de outros reinos animais. O Adventista do Sétimo Dia, sendo espiritual, é por excelência vegetariano. Contudo não deve haver imposição às questões espirituais, obrigando-o a sê-lo em sua casa. Porém,

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como organização religiosa o exemplo é imprescindível. Richard C. Marini, por e-mail

AGRADECIMENTOS Desejo as melhores vibrações e idéias aos elaboradores e colaboradores da Revista dos Vegetarianos! Estou aqui ansiosa esperando meus exemplares. Parabéns a mais essa iniciativa da Editora Europa. Um grande abraço a todos. Odette Gomes, pelo Orkut A revista realmente está maravilhosa! Fiquei sabendo dela no programa Late Show, da Luisa Mel, e corri para as bancas. Comprei a número 4 e "devorei" no mesmo dia. No dia seguinte, comprei a edição número 1 e encomendei as edições 2 e 3 com o jornaleiro. Vida longa à Revista dos Vegetarianos! Comentário da comunidade do Orkut Gostaria de parabenizar a revista, pois há muito sentia falta de um veículo de idéias responsável, que discutisse com profundidade e isenção temas tão importantes, não só a quem é vegetariano, mas a todos os que prezam por qualidade de vida e ética. Marília Muller, Porto Alegre - RS


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ENQUETE

RECEITA Inventei um doce vegano feito à base de tofu que fica uma delícia. Além de saboroso, ele é muito fácil de fazer e leva poucos ingredientes. Excelente para o lanche das crianças ou para ser servido como sobremesa. Batizei-o de danoninho de morango de tofu. Veja como preparar. Luisa Vegana, por e-mail

DANONINHO DE MORANGO DE TOFU Ingredientes: 500 gramas de tofu 400 gramas de morango congelado ½ xícara de açúcar demerara Modo de preparo: Fazer o danoninho de morango é muito simples. Basta colocar todos os ingredientes – tofu, morangos e açúcar

demerara – no liqüidificador e bater até formar um creme uniforme e cremoso. Depois, é só colocá-lo em algumas forminhas e servir ainda gelado.

Fale com nossa equipe Envie suas sugestões, dúvidas, elogios, receitas e críticas para a redação da Revista dos Vegetarianos. Telefone: (11) 3038-5066 E-mail: vegetarianos@europanet.com.br Carta: Rua MMDC, 121 - São Paulo SP - CEP 05510-900 Site: www.revistavegetarianos.com.br Orkut: www.orkut.com/ Community.aspx?cmm=17752621

Veja o resultado da enquete publicada no site da Revista dos Vegetarianos que ficou no ar durante os meses de dezembro e janeiro. O que levou você a adotar uma dieta vegetariana? Pena dos animais: 142 votos. (41.40 %) Motivos éticos: 71 votos. (20.70 %) Saúde: 54 votos. (15.74 %) Questões espirituais: 39 votos. (11.37 %) Motivos ecológicos: 20 votos. (5.83 %) Não gosto de carne: 17 votos. (4.96 %) Total de votos: 343 Entre no site www.revistavegetarianos.com.br e vote na nova enquete:

Qual seção da Revista dos Vegetarianos você gosta mais?


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ECOLOGIA

Aquecimento Pecuária é mais poluente do que meios de transporte, diz relatório da Organização das Nações Unidas esquisa realizada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) traz à tona dados preocupantes em relação à pecuária e suas conseqüências para o meio ambiente. Além dos prejuízos ambientais já conhecidos, como a diminuição da biodiversidade, o alto consumo e poluição das águas, a atividade rural contribui mais para o aquecimento global do que os meios de transporte, como carros e ônibus. O relatório, divulgado no dia 29 de novembro, afirma que entre as emissões mais significativas estão gases como o óxido nitroso, 296 vezes mais potente em relação ao aquecimento global do que o

dióxido de carbono (CO2), e o metano – produzido pelo sistema digestivo dos ruminantes – com poder 23 vezes maior do que o CO2. Além desses elementos químicos, a pecuária também é responsável por 64% da liberação de amônia no meio ambiente. Responsável pela chuva ácida, a amônia é capaz de produzir sufocação quando inalada em grandes quantidades e em sua forma pura. O dióxido de carbono é um gás natural na atmosfera e tem como função reter a radiação solar para assim ajudar a manter o efeito estufa – maneira de a Terra estabilizar sua temperatura. No entanto, nos últimos anos, a concentração do dióxido de carbono vem aumentando

cerca de 0,4% ao ano, devido a atividades relacionadas à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Para Henry Steinfeld, chefe da Seção de Informação e Política sobre Pecuária, da FAO, a atividade deve ser controlada para não corrermos riscos no futuro. "A pecuária é uma das causas mais significativas para os sérios problemas ambientais hoje em dia. Ações urgentes devem ser colocadas em prática para remediar essa situação."

Mais informações: www.unep.org Foto: sxc.hu

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Global

Poderoso poluente: a pecuária é responsável pela emisão de gases de efeito estufa muito mais nocivos do que o CO2

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Devastação da floresta brasileira é tema de capa da National Geographic assunto vem preocupando entidades do mundo inteiro. Reportagem de capa da edição de janeiro, da revista norte-americana National Geographic, a floresta amazônica apresenta-se como um dilema para o Brasil. De acordo com a reportagem, assinada por Scott Wallace, o País precisa decidir entre permitir a destruição contínua e progressiva da floresta ou intensificar os esforços para conservar o tesouro verde. Durante os últimos 40 anos, a Amazônia perdeu cerca de 20% de sua mata nativa devido aos cortes ilegais de madeira e aos pastos abertos para pecuária e plantações de soja. A destruição dos últimos 40 anos representa mais do que tudo o que foi destruído em 450 anos. Cientistas temem que mais 20% da região sejam destruídos nas próximas duas décadas, o que implicará em sérios riscos para o meio ambiente. Segundo Wallace, as clareiras abertas pelas queimadas nos

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Foto: Livia Capeli

Amazônia Estados do Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia colocam o Brasil na lista dos países que mais poluem a atmosfera. Além disso, as estradas clandestinas feitas por madeireiras ilegais também exterminam populações indígenas. No total, essas estradas somam aproximadamente 170.000 km e servem para fazendeiros, grileiros e matadores de aluguéis especularem, matarem e criarem suas próprias leis. Em 2005, a freira norte-americana Dorothy Stang foi assassinada no Pará por defender uma Amazônia auto-sustentável. Parte da matéria pode ser lida, em inglês, no site da revista. Mais informações: www.nationalgeographic.com

Eletrônicos Verdes Consumidores dos EUA ganham site para consulta de postos de reciclagem e aparelhos eletrônicos ecologicamente corretos onsumer Electronics Association lança site para educar os consumidores sobre uso responsável de equipamentos eletrônicos. O canal foi lançado durante a maior feira de tecnologia do mundo, a CES (Consumer Electronics Show), realizada em Las Vegas entre os dias 8 e 11 de janeiro de 2007. Pelo site myGreenElectronics, os consumidores poderão contar com vários serviços, como a localização do posto de reciclagem de produtos eletrônicos mais próximo da sua residência e consultar dicas para reduzir o consumo de energia e acessar um banco de dados com uma

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lista de produtos eletrônicos eco-friendly (produtos que respeitam o meio ambiente). Além disso, o site oferece um calendário com todos os eventos de reciclagem que acontecem nos EUA. Já no link Finding Products, o internauta pode consultar se o produto, como computadores, TVs de plasma e LCDs, por exemplo, conta com algum selo de certificação ecológico ou se é produzido com algum tipo de material prejudicial ao meio ambiente. Mais informações: www.mygreenelectronics.org

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PRODUTOS

Tecnologia Verde Nova linha de tratamento capilar ecologicamente correta já está disponível em perfumarias e supermercados brasileiros empresária Cristiana Arcangeli lança no mercado brasileiro a linha éh Cosméticos, desenvolvida para não degradar o meio ambiente. Utilizando-se de uma série de pesquisas, chamada de Tecnologia Verde, a empresa criou shampoos, condicionadores e cremes de tratamento feitos com ingredientes orgânicos e naturais. A linha promete regular a hidratação, aumentar a resistência e elasticidade dos fios, além

Fotos: Divulgação

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de contar com produtos anti-idade e antioxidantes capilares. A éh afirma que seus produtos não são testados em animais. O shampoo antioxidante com 300 ml custa, em média, R$19. Os novos produtos já estão disponíveis no mercado. Mais informações: (11) 2164-8201 www.ehcosmeticos.com.br

Cosméticos orgânicos LadyBug lança produtos veganos orgânicos, livres de testes em animais a fabricação da linha de cosméticos LadyBug são usados óleos de jojoba, palmiste, copaíba e suas essências são extraídas de ervas, flores e frutas. Nenhum produto é testado em animais e as embalagens são biodegradáveis. Além disso, é possível comprar apenas o refil do produto, o que torna os preços mais acessíveis, além de gerar menos lixo no Planeta. A LadyBug oferece hidratantes, sabonetes, creme para barbear e uma linha completa para o cuidado diário dos cabelos com aromas variados e preços acessíveis. Cada shampoo com 200ml custa R$6 e os sabonetes de 80 gramas, R$2,50. Foto: Livia Capeli

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Mais informações: (11) 4716-1855 ou (11) 9210-8821 www.mercadovegan.com / vendas@mercadovegan.com

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Sabão em pó vegetal empresa Cassiopéia, conhecida por sua linha de produtos biodegradáveis, oferece o único sabão em pó natural de coco de babaçu com aloe vera orgânica. Segundo o fabricante, a embalagem de 1 kg rende 25 lavagens e custa R$ 11,24 em média. Já a de 500 gramas rende 12 lavagens e custa em torno de R$ 6,33. Por não conter agentes petroquímicos, derivados do cloro, perfumes e corantes sintéticos, o sabão é ideal para alérgicos e crianças. Além disso, nenhum dos produtos da linha Bio Wash, que inclui multi-usos e desengordurantes, é testado em animais.

Biowash é nova opção biodegradável feita com coco de babaçu e aloe vera orgânica

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Mais informações: 0800-7741174 / www.cassiopeiaonline.com.br

Hibiscus A Empresa dispõe de chá, geléias e molhos picantes feitos à base da flor de hibisco

empresa Flor dos Hibiscus oferece produtos a base da famosa flor para incrementar pratos e lanches. São geléias, coberturas, chutneys (molho apimentado agridoce) e molhos de pimenta ou ervas, feitos a partir do cálice desidratado, além de duas versões de chás que prometem agir como antioxidantes e diminuir a formação de colesterol. Os preços variam entre R$4 e R$10. Mais informações: (31) 3285-3077 / www.flordoshibiscus.com.br

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SAÚDE

Universidade de Southampton afirma que crianças com QI mais elevado tendem a se tornar adultos vegetarianos o dia 15 de dezembro, o jornal de medicina britânico British Medical Journal publicou uma pesquisa da Universidade de Southampton, no Reino Unido, sobre a propensão de crianças com QI mais alto se tornarem adultos vegetarianos. O estudo teve início na década de 1970 com 8.170 crianças de 10 anos. Aquelas que atingiram, em média, cinco pontos a mais do que o restante do grupo, se tornaram vegetarianas depois de adultos. A equipe de cientistas, liderada por Catharine Gale, disse que o interesse em

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realizar a pesquisa se deu devido ao fato de pessoas mais inteligentes serem mais saudáveis e correrem menos riscos de doenças do coração, fato que intrigava os médicos da época. Além disso, estatísticas indicam que a dieta vegetariana está ligada aos baixos índices de obesidade e doenças cardíacas, pois os vegetarianos se preocupam mais com o que comem. Os resultados mostraram que entre as crianças com QI mais elevado que se declararam vegetarianas depois de adultas – 243 no total – a maioria era do sexo feminino, de poder aquisitivo maior

Foto: sxc.hu

Vegetarianismo e Inteligência e com mais anos de estudos. Segundo os pesquisadores, as razões pelas quais essas pessoas optaram pela dieta podem ser as mais diversas possíveis, tais como estilo de vida, preocupação com os animais e pelos benefícios para a saúde que o vegetarianismo traz. Porém, para o médico da British Dietetic Association, Frankie Phillips, que foi entrevistado pelo jornal O Estado de S.Paulo, os resultados são controversos. “As pessoas viram vegetarianas porque têm QI alto ou porque são mais atentas a questões ligadas à saúde?", disse. Mais informações: www.bmj.com

Benefícios da Soja Estudo de universidade espanhola relaciona consumo de derivados de soja com aumento de antioxidantes e longevidade

m estudo da Universidade de Valência, na Espanha, publicado no dia 14 de dezembro de 2006, em um jornal de medicina norte-americano, trouxe à tona mais um benefício da soja para a saúde. Os pesquisadores afirmam que o consumo de derivados de soja aumenta a expectativa de vida. De acordo com a pesquisa realizada por José Viña, a

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genisteína – fitoestrógeno mais abundante na soja – favorece o aumento de antioxidantes no organismo. Os cientistas injetaram em células mamárias cancerosas a mesma quantidade de genisteína encontrada no plasma de pessoas que possuíam uma dieta rica em proteína de soja e, após 48 horas, observaram que os níveis de uma enzima antioxidante, conhecida como MnSOD, elevaram de maneira significativa. Um dos componentes dessa enzima é o manganês, necessário para a produção de hormônios sexuais e elemento essencial para combater doenças como osteoporose e artrite.

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O fitoestrógeno (hormônio da soja) é um excelente recurso para mulheres que se encontram na menopausa e precisam de reposição hormonal. Os acadêmicos apostaram na pesquisa devido à semelhança química entre a genisteína e o estrógeno natural produzido pelo corpo. Para eles, o ideal para uma vida mais longa e saudável seria elevar o consumo de soja entre os ocidentais, fato já constatado em culturas orientais, como a japonesa e a chinesa. Mais informações: www.faseb.org/cgi/content / www.mni.pt/destaques


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Câncer de estômago

Instituto oncológico espanhol e grupo de estudo francês relacionam câncer de estômago com carne vermelha uitas pesquisas feitas, principalmente, por universidades e institutos europeus, vêm há tempos apontando os malefícios relacionados ao consumo de proteína animal. Desta vez, o Journal of the National Cancer Institute publicou um estudo do Instituto de Oncologia Catalão, na Espanha, em associação com um grupo de pesquisa francês, conhecido como Investigação Prospectiva Européia sobre Câncer e Nutrição (EPIC) que aponta mais um motivo para se tornar vegetariano. O trabalho, realizado por 50 profissionais da área de oncologia, confirmou a hipótese de que a carne vermelha e as processadas aumentam os riscos de câncer de estômago. O método, aplicado durante seis anos e meio, consistia em exames clínicos periódicos contrastados com as respostas dos participantes em relação à alimentação e estilo de vida. A pesquisa foi realizada com 521.457 europeus de ambos os sexos, com idades entre 35 e 70 anos.Todos residentes dos dez países participantes do

Foto: stockxpert

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EPIC, entre eles França e Espanha. De acordo com o estudo, as pessoas que consumiam cerca de 50 gramas de carne vermelha e seus derivados diariamente aumentavam em 95% as chances de desenvolver a doença. Segundo o autor da pesquisa, doutor Carlos A. González, a dieta alimentar tem uma importância significativa na gênese cancerígena, mas ainda faltam muitos grupos de estudos nesse sentido. Apesar da afirmação, desde 1992 a Comissão Européia que financia o EPIC vem desenvolvendo pesquisas relacionadas à saúde e alimentação. Até hoje, mais de 500 mil europeus já participaram de pesquisas. Mais informações: www.jncicancerspectrum.oxfordjournals.org

O Poder Medicinal dos Alimentos Guia com 272 páginas para quem busca informação a respeito dos benefícios de uma alimentação balanceada. O Dr. Jorge Pamplona, elaborou um roteiro de leitura simples, dividido entre os tipos de doenças e os alimentos mais indicados para o tratamento dessas enfermidades. Mais informações: 0800-9790606 Preço: R$83,30

Vítimas da Ciência A bióloga Tamara Bauab Levai expõe a cruel realidade de laboratórios medicinais que realizam experimentações em animais. Em 79 páginas a autora fornece dados da prática experimental ao redor do mundo, esclarece quais são as leis existentes no Brasil e choca pela clareza com que descreve o sofrimento desses animais. Mais informações: (12) 3662-1832 Preço: R$17

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Fotos: Livia Capeli

Livros


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PROTEÇÃO ANIMAL

Caça às

Sociedade Sea Sheperd e Greenpeace partem em defesa dos mamíferos na Antártica

Fotos: sxc.hu

baleias s ONGs Sea Sheperd e Greenpeace partiram no dia 23 de dezembro, de Melbourne, na Austrália, numa expedição de dois meses pela Antártica para defender baleias de caçadores japoneses. Neste período, que corresponde ao verão brasileiro, os mamíferos se dirigem para santuários na região para se reproduzir e se alimentar. Desde 1987, o governo japonês vem realizando expedições na Antártica para caçar diversas espécies, como minke, fin e jubarte. A intenção é realizar pesquisas científicas e fornecer carne para o comércio alimentício. De acordo com relatório do Greenpeace, a cada ano são mortas em média 100 baleias a mais do que em anos anteriores e, praticamente, todas as espécies já estão em extinção. No início da década de 1960, existiam cerca de 150 mil baleias jubartes, hoje esse número passou para 25 mil. Na expedição

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deste ano, os baleeiros japoneses pretendem caçar cerca de mil baleias. A frota dos ambientalistas conta com quatro embarcações de grande porte, um helicóptero e um ultraleve, além de botes infláveis e mais de 100 voluntários de trezes países diferentes, entre eles o Brasil, que tentarão encontrar os cinco navios japoneses e impedi-los de matar os animais. Para o capitão Paul Watson, co-fundador do Greenpeace e presidente da Sea Sheperd, a equipe não medirá esforços para defender os mamíferos. "Acredito que a temperatura na Antártica vai esquentar este ano. Nosso objetivo é nos colocar em perigo para proteger as baleias. Reconhecemos a frota japonesa como um grupo de operação criminosa e esse tipo de operação deve ser combatida com intervenções agressivas", afirmou o capitão que já conseguiu afundar mais de dez baleeiros durante os 20 anos de RevistaVegetarianos.com.br

existência de sua ONG. Além dessas organizações, a sociedade civil e instituições governamentais lutam para impedir o extermínio das baleias. Em 1966, a Comissão Internacional da Baleia (CIB) proibiu sua caça e, em 1982, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou a Carta Mundial da Natureza, que dá poderes de ação a qualquer indivíduo que saia em defesa desses mamíferos. Mas apesar da existência desses preceitos, países como Noruega e Islândia também promovem caças às baleias para contrabandear a carne para o Japão, onde é considerada um alimento de luxo há décadas.

Mais informações: www.seasheperd.org / www.greenpeace.org


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Leis

Projeto de lei sobre uso de animais em apresentações circenses entra para lista de votação do Plenário

e circo o dia 15 de dezembro de 2006, o então deputado federal Jorge Pinheiro (PL-DF) apresentou às comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Educação e Cultura parecer favorável ao projeto de lei 7291/06, despachado pelo Senado Federal no dia 5 de julho de 2006. O projeto propõe o registro dos circos perante o Poder Público Federal e dispõe sobre o uso de animais da fauna brasileira na atividade circense. Caso a proposição seja aprovada pelo Plenário, onde o projeto aguarda votação para somente então entrar em vigor, os circos deverão registrar os animais usados em suas apresentações junto ao IBAMA, que poderá fiscalizar tais atividades. Em seu relatório, o deputado afirma que o projeto é pertinente por se tratar de um problema recorrente dentro da

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sociedade civil, pois não só os animais são maltratados, como o público presente nas apresentações corre perigo de vida. Entre os exemplos de tragédias ocorridas dentro de picadeiros, o parlamentar lembra o caso de um garoto de 6 anos morto por leões num circo em Pernambuco, em 2000. A autópsia feita nos corpos dos animais, que foram alvejados antes de dilacerarem a criança, constatou que eles estavam há dias sem comer e que o circo não possuía equipamentos de segurança adequados. Além da má alimentação, os animais circenses recebem castigos físicos durante o adestramento e passam por estresses emocionais devido ao confinamento e às viagens constantes. O relatório menciona ainda a existência de circos que alimentam os animais carnívoros com cães e gatos vivos, que são

doados por alguns espectadores que recebem ingressos gratuitos por isso. Apesar de existirem leis de proteção aos animais desde 1934, as punições em casos de abusos ou maus tratos são brandas e aplicadas com pequenas multas que variam entre R$500 e R$2 mil. Além disso, projetos de lei que poderiam mudar essa realidade esbarram na lentidão dos trâmites legais brasileiros. De acordo com Antônio Marques, assessor do deputado Jorge Pinheiro, a votação do projeto 7291/06 deverá ocorrer em 2007, porém não tem data prevista.

Noite de Pizza Data: todos os sábados, a partir das 19h Local: Restaurante e Pizzaria Lar Vegetariano Rua Domingos Rodrigues, 423 - Lapa São Paulo Entrada: R$13 com rodízio de pizza vegana, espetinhos de soja e bingo com prêmios Informações: (11) 3461-0584

Almoço Vegetariano Comunitário Data: todo primeiro domingo do mês, a partir das 12h30 Local: Rua José Bonifácio, 59 Ribeirão Preto - SP Entrada: um prato vegetariano, de preferência vegano Informações: (16) 3021- 0251

Jantar na Sociedade Vegetariana Brasileira de Piracicaba Data: toda quarta-feira do mês, a partir das 20h30 Local: Rua Boa Morte, 1.890 - Piracicaba São Paulo Entrada: R$7 Informações: (19) 3434-6188

Programa Nossos Irmãos Animais Rádio Boa Nova - AM 1450 Data: toda quarta-feira, das 13 às 14h.

Agenda Vegana Rango Vegano Data: toda primeira e terceira quinta-feira do mês, a partir das 19h Local: R. Cardeal Arcoverde, 1.838 Pinheiros - São Paulo - SP Entrada: R$2 Informações: veganas@gmail.com Reiki para animais Aplicação de Reiki em animais com problemas físicos ou emocionais. Data: todo primeiro e terceiro sábado de cada mês, das 11 às 14h Local: R. Cardeal Arcoverde, 1.838 Pinheiros - São Paulo - SP Entrada: gratuita Informações: vanywicca@yahoo.com.br

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Programa Lateshow Data: todos os domingos às 16h45, no canal de televisão Rede TV

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ENTREVISTA

A Revista dos Vegetarianos entrevistou Lindy Greene, assessora de imprensa da ALF, uma das mais temidas organizações pela libertação animal do mundo Por Jaqueline B. Ramos (jaquelinebramos@globo.com) ALF (Animal Liberation Front) é uma das organizações de defesa de direitos dos animais mais ativas e temidas do mundo. Seus ativistas agem clandestinamente libertando animais de laboratórios e fazendas de produção ou interceptando e destruindo instalações de empresas que conhecidamente usam animais em experimentos ou na fabricação de seus produtos. Enquanto os ativistas, cujas identidades são anônimas até para suas famílias, são procurados pela polícia e arriscam sua liberdade pela causa animal, um outro grupo se dedica a divulgar abertamente os ideais por trás da ALF e informar sobre as últimas ações em prol dos animais que levam a marca da organização. A professora norte-americana Lindy Greene é uma dessas ativistas e integra o grupo NAALPO (North American Animal Liberation Press Office), assessoria de imprensa oficial – e não clandestina – da ALF. Lindy atua em movimentos de defesa dos direitos dos animais e de luta contra abusos há 18 anos, já tendo trabalhado para ONGs como Earth First!, Rainforest Action Network, Greenpeace, Last Chance for Animals e Animal Defense League. Na cidade de Los Angeles, onde mora, participa ativamente de campanhas contra instituições locais que fazem experiências com animais vivos, inclusive a UCLA (Universidade da Califórnia), que, segundo Lindy, recebe por ano US$ 200 milhões em fundos de pesquisa para experiências que viciam macacos em metanfetamina, por exemplo. Vegana há 15 anos, Lindy deu esta entrevista à Revista dos Vegetarianos, na qual explica os objetivos de divulgar os

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ideais defendidos pela ALF, o trabalho desenvolvido pela NAALPO e comenta sobre a recente resolução do Governo dos EUA de considerar ativistas dos direitos dos animais como terroristas. Como surgiu a ALF? Tudo começou no início dos anos 70, quando o ativista Ronnie Lee fundou na Inglaterra o Band of Mercy. Este grupo acreditava que era necessária uma tática mais agressiva para fazer com que pessoas e empresas que abusavam de animais mudassem suas práticas, e para despertar alguns políticos para as atrocidades que estavam acontecendo. Liderados por Lee, os ativistas então começaram a invadir laboratórios e fazendas de produção de peles com o intuito de resgatar os animais e danificar as instalações utilizadas para os maus-tratos. Lee chegou a ser preso e passou anos na prisão, mas a filosofia de seu movimento se espalhou e se transformou no Movimento de Libertação Animal (Animal Liberation Front). A ALF tem células em todo o mundo, inclusive no Brasil, mas ninguém sabe a identidade ou a localização de seus integrantes. Ativistas montam os grupos com amigos-ativistas de confiança e por questão de segurança, uma célula não sabe da existência da outra. Os detalhes das ações clandestinas não são revelados para ninguém, dificultando uma possível coerção por parte das autoridades. Como a NAALPO trabalha neste contexto? A Assessoria de Imprensa Norte-Americana da ALF é uma RevistaVegetarianos.com.br

organização constituída legalmente. Seu objetivo é publicar e divulgar para a mídia e quem mais estiver interessado os comunicados enviados anonimamente pelos ativistas que atuam em defesa dos nossos irmãos não-humanos que são torturados e assassinados pela ganância que o homem tem por dinheiro. As ações clandestinas constituem-se em soltura de animais presos em laboratórios e fazendas de produção e sabotagem nas instalações desses estabelecimentos, causando prejuízos econômicos para as empresas que abusam e maltratam os animais. A NAALPO não participa dessas ações nem conhece a identidade dos ativistas. Nossa função é divulgar os comunicados e também fazer palestras, participar de conferências, publicar artigos etc, com o intuito de esclarecer as condições de maus-tratos enfrentadas por animais em laboratórios, fazendas de produção, circos, rodeios, zoológicos, abrigos públicos, entre outros. Eu acredito que a NAALPO funciona como uma voz inspiradora para os animais e seus defensores. Por isso, não deve ser censurada ou repreendida.Todos os pontos de vista, inclusive aqueles mais delicados, que criticam fortes paradigmas políticos e econômicos mundialmente instituídos, devem ser discutidos de forma totalmente aberta. Por preconceito, falta de informação ou simplesmente por diferentes pontos de vista, muitas pessoas acabam achando que a ALF simplesmente espalha violência nas suas ações. Qual é o maior desafio na desmistificação dessa idéia e no

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processo de fortalecimento do movimento e suas ideologias? Uma das razões da existência da NAALPO é revogar a noção de que a defesa de seres inocentes é sinônimo de violência ou terrorismo. As pessoas que torturam e assassinam os animais, seres sencientes e indefesos, pelos motivos mais insignificantes e ardilosos, são os verdadeiros fomentadores da violência e do terrorismo. Em geral, a opinião pública não crucifica ações violentas a favor dos homens. Os ativistas da libertação animal acreditam que os animais nãohumanos também têm o direito de serem defendidos, por compaixão e motivos morais. Como as ações da ALF impactam diretamente nos custos e lucros de empresas, algumas bem grandes, há uma reação crítica muito forte por parte do Governo e representantes de interesses corporativos, o que acaba influenciando a opinião dos cidadãos. É por isso que a NAALPO faz também um trabalho educativo, esclarecendo para o público em geral a realidade por trás das atrocidades com animais perpetuadas ao longo de séculos, atrocidades estas que moralmente justificam ações mais diretas, imediatistas e por vezes até violentas, consideradas clandestinas. A recente resolução do Governo dos EUA de considerar ativistas dos direitos dos animais como perigosos terroristas foi recebida com estranheza e está sendo criticada. Como a NAALPO está reagindo a essa declaração? O Governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente em 2006 que considera ativistas de direitos dos animais como a ameaça número 1 em termos de terrorismo no país. A afirmação refere-se diretamente à ALF, mas mesmo assim eu a considero uma afronta a mim mesma e a todos os outros ativistas e defensores que adotam outras estratégias de trabalho. Nos anos 90, a linha de ativismo animal se baseava em protestos pacíficos, panfletagem, vigílias, abaixo-assinados e alguns atos de ocupação de propriedades. Apesar de algumas conquistas, com o tempo, assistiu-se a um retrocesso, com o público em geral ficando cada vez mais indiferente aos abusos cometidos contra animais. Sem contar que essa tática não funcionava com as grandes corporações, que influenciavam o governo a seu favor. Com a mudança para uma tática mais agressiva, que impacta em lucros e custos, os resultados se tornaram mais efetivos. Mas como esperado, junto com eles cresce um movimento repressor das autoridades, cujo objetivo é calar e punir aqueles que têm coragem e audácia suficiente de bater de frente no paradigma social e político dominante. Assim, ativistas de direitos dos animais passaram a ser perseguidos pela polícia, têm seus computadores confiscados

e suas linhas telefônicas grampeadas, como se fossem criminosos. Alguns chegam a ser detidos e até julgados por atitudes simplórias como liderar piquetes ou fazer muito barulho em protestos nãoviolentos, sendo acusados por intimidação, molestamento e autoria de ameaças. Um ativista certa vez respondeu a um vizinho que a acusava de ser terrorista: "Se ficar do lado e defender seres inocentes faz de uma pessoa um terrorista, aceito o rótulo com muito orgulho". Essa declaração foi interpretada como um depoimento no qual ela estaria admitindo ser uma terrorista. Esse ataque ao Movimento de Defesa dos Animais do Congresso, patrocinado pessoalmente pelo Presidente George W. Bush, é mais dirigido aos ativistas que agem clandestinamente. Porém, o maior temor é que, além de exagerado e tendencioso, ele possa ser mal interpretado de uma forma que enfraqueça o direito à liberdade de expressão e atividades de protestos legais, prejudicando tudo o

O Governo dos EUA anunciou oficialmente em 2006 que considera ativistas de direitos dos animais como a ameaça número 1 em termos de terrorismo no país

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que os idealistas da causa animal já conquistaram ao longo dos anos. Na teoria, a decisão do Governo define multas e penas para os ativistas que causam prejuízos econômicos para instituições, ou seja, não estaria impactando o trabalho de ativistas não clandestinos. No entanto, pode-se assistir a um efeito paradoxo: novos ativistas que estão se engajando na causa podem pensar que é mais seguro atuar de forma marginal do que se expor à perseguição ou ao julgamento da lei.

Voltando à linha de atuação da ALF, o que é feito com os animais que são libertados? Existem lugares que os mantêm seguros? Quando os ativistas libertam os animais, normalmente eles são devolvidos para o seu habitat, onde terão a chance de se recuperar e ter sua vida natural. No caso de pets usados em laboratórios, como gatos, cachorros, ratinhos e coelhos, estes ganham a chance de viver com o respeito que merecem como animais de RevistaVegetarianos.com.br

companhia. O movimento identifica novos lares e donos para esses animais antes da ação propriamente dita e geralmente estes se localizam em outras cidades e Estados. Alguns críticos do movimento argumentam que animais selvagens reintroduzidos na natureza correm um risco maior de acabar perecendo sendo predados ou sofrendo acidentes perto de áreas mais urbanas. O contra-argumento é que animais selvagens já enfrentam naturalmente dificuldades e, por isso, têm seus mecanismos de defesa. Além disso, ao serem soltos, têm mais chance de viver dignamente, uma vez que presos numa fazenda de produção, por exemplo, todos estariam fadados a morrer de forma sofrida simplesmente para atender a vaidade de algumas pessoas. Outra crítica é a de que as libertações só abririam espaço para mais animais serem levados para laboratórios e fazendas e passarem pelo mesmo sofrimento. Exatamente por isso muitas ações combinam libertação com intercepção e até destruição de algumas instalações, com o objetivo de gerar prejuízo e inviabilizar, ou pelo menos adiar, as experiências e matanças. O filme Behind the Mask, lançado em março de 2006 nos EUA, mostra abertamente a linha de ação da ALF? O filme Behind the Mask é um documentário bem completo sobre a ALF e seus esforços para libertar os animais das torturas causadas pelos homens. Ele foi dirigido e produzido por Shannon Keith, uma advogada de direito dos animais muito atuante nos Estados Unidos que trabalha na linha de resgatar animais de rua e promover informação e educação para o público em geral e também para a imprensa. Aliás, o documentário foi produzido como resposta a uma tendência percebida por parte da mídia de fazer relatos parciais contra movimentos de direitos dos animais. Através de depoimentos e imagens, o filme é conduzido de uma forma que é difícil não se sensibilizar e apoiar as atitudes dos ativistas da "milícia da noite", que arriscam sua liberdade e até sua vida infringindo a lei em prol da libertação animal. Ele também relata claramente a verdade cruel da indústria da vivissecção, mostrando que os verdadeiros terroristas são aqueles que exploram e abusam dos animais objetivando apenas lucro. O filme será lançado no Brasil? A NAALPO e a própria Shannon acreditam que o filme irá correr o mundo, mas o tempo para isso depende de cada país. Esperamos que no Brasil haja distribuidores interessados em exibi-lo, para que o público conheça melhor os ideais da ação da ALF e a necessidade de proteção de nossos irmãos animais.

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Como se t

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Por Viviane Pereira ão vou mais comer carne!". A decisão às vezes surge de forma repentina, como uma descoberta, quase uma revelação. Outras vezes é fruto de reflexões, pensamentos que foram amadurecendo por um tempo até tomar forma. De um jeito ou de outro, a atitude vai exigir mudanças, não somente na alimentação, mas também em outros aspectos, como na vida social, nos relacionamentos, nos

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cuidados com a saúde. Negar as dificuldades dessa fase inicial de adaptação pode ser o primeiro passo para enfrentar um começo ainda mais difícil do que seria necessário ou, ainda pior, desistir do objetivo. Importante neste momento é estar municiado de informações para combater o preconceito, a resistência social e principalmente permitir que essa decisão seja o início de uma vida melhor, mais feliz e saudável.


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e tornar

Aqui você vai encontrar um verdadeiro guia para auxiliá-lo a enfrentar os obstáculos sociais e alimentares em sua empreitada vegetariana

o passo a passo SUPERANDO AS DIFICULDADES INICIAIS Isolamento costuma ser a primeira sensação de quem resolve virar vegetariano vivendo entre onívoros. Difícil ser diferente em uma sociedade em que comemoração entre amigos é quase sinônimo de churrasco e em que um almoço ou jantar sem um pedaço de carne está sem acompanhamento. O homem está sempre buscando identificação com o meio social e a opção por uma dieta vegetariana acaba excluindo o indivíduo do seu grupo em diversos aspectos, principalmente porque os encontros da turma costumam girar em torno de refeições comunitárias, seja na pizzaria, na churrascaria ou no jantar na casa de amigos. Quem resolve parar de comer carne acaba se sentindo um pouco peixe fora d´água e a busca por uma identificação será fundamental para manter o convívio social. "O hábito de comer carne está tão arraigado que acaba gerando uma pressão para aquele que sai do rebanho. Muitas vezes a pessoa é a única vegetariana de um grupo e como as refeições são feitas em conjunto, há uma dificuldade inerente na convivência social para quem quer se tornar vegetariano. Mas isso não significa que essa dificuldade não possa ser superada", avisa a socióloga e tradutora Marly Winckler, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). A superação das dificuldades vai depender especialmente da postura que a pessoa tomar e do posicionamento que

assumirá com a nova forma de viver. Conhecer e conviver com vegetarianos, trocar idéias, buscar informações sobre o tema, todas essas são ações que vão ajudar na transição. Não é preciso uma atitude radical de mudar completamente o grupo de amigos. Com respeito à opinião do outro, é possível superar qualquer diferença, seja na amizade, em

relacionamentos afetivos ou familiares. Respeitar e ser respeitado é o segredo da boa convivência. Marly dá algumas dicas para quem está se adaptando: "encontrar pessoas com a mesma forma de pensar pode ajudar, sobretudo aos que estão em transição. Entrar em listas de discussão, ir a encontros em restaurantes ou palestras, simpósios, congressos, tudo ajuda".

Como agir em algumas situações "difíceis" 9 Quando alguém faz perguntas sobre os motivos de não comer carne, ou questões dessa natureza, é interessante tentar perceber se há realmente dúvida e interesse em entender a decisão ou é um simples enfrentamento, uma forma de crítica e desafio. Se a questão é válida e a dúvida real, o melhor é responder de forma firme, mas com suavidade. Se o questionamento soa mais como uma patrulha ideológica, o melhor é manter o silêncio ou dar uma resposta em tom de brincadeira, que fará os que estão presentes rirem, mas também pararem para pensar. 9 Quando for convidado para feijoadas, caranguejadas ou churrascadas não é preciso ser agressivo ou criticar o encontro. Vale aproveitar o momento para deixar clara sua postura de vegetariano, reforçando que não há motivo de envergonhar-se por ser "diferente", ao contrário, demonstrar que temos argumentos poderosos a nosso favor e que somos – ou

podemos ser – exemplo a ser seguido. Com as informações corretas, ajudamos muitas pessoas a mudar para o vegetarianismo, mostrando que é a dieta adequada para uma sociedade que mereça o título de civilizada.

9 Participar de encontros com amigos, churrascos e almoços não precisa ser um motivo de aborrecimento. Basta avisar os organizadores para que sua opção seja contemplada. Em churrascarias, normalmente, há muitas opções. Se o encontro é na casa de um amigo, é preciso deixar bem claro o que um vegetariano come, para não ficar só com salada. Uma boa idéia é levar um prato, com a autorização do anfitrião, aproveitando a oportunidade para mostrar que a alimentação vegetariana é muito saborosa e nutritiva. Se não for possível levar um prato, o jeito é comer antes de sair. 9 O cardápio no restaurante às vezes esconde armadilhas sob

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a forma de um caldo de carne no feijão, ou um caldo de galinha no molho. Para evitar encontrar um ingrediente não desejado na comida, a melhor coisa a fazer é chamar o garçom e falar que não come nada que venha de bicho, nem carnes brancas, presuntos, bacon etc. É bom avisar que também não pode ter os respectivos caldos e, no caso de veganos, nem ovos ou leite. Com o tempo e a experiência, o vegetariano começa a saber, só lendo o cardápio, o que pode pedir e o que possivelmente deve conter ingredientes de origem animal. Fonte: Marly Winckler, socióloga, criou o sítio vegetariano (www.vegetarianismo.com.br), a página mais visitada da língua portuguesa sobre vegetarianismo (média de 4 mil visitas por dia). É coordenadora para a América Latina e o Caribe da União vegetariana Internacional (www.ivu.org), com sede na Inglaterra.

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O vegetarianismo é como um diamante lapidado, um brilhante, cujas facetas se somam formando um círculo virtuoso.

PRESSÃO SOCIAL A convivência com pessoas que vivem ou viveram a mesma dificuldade facilita a percepção de que é possível viver bem sendo vegetariano, podendo levar a mesma vida de antes, só com algumas adaptações. "No meu caso, depois de mais de vinte anos de vegetarianismo, tenho muitos amigos vegetarianos e veganos. Os que não são sabem o que vegetariano come. É uma questão de tempo e logo as pessoas vão aprendendo a preparar pratos vegetarianos e também você começa a conhecer e se torna amigo de vegetarianos". O importante é ter paciência e saber que com o tempo os amigos e familiares terão que aceitar e se adaptar à nova situação e não será uma mudança de hábito que vai abalar uma amizade ou

(Marly Winckler)

relacionamento. Mesmo quem tem a impressão de que não suportará a pressão e irá desistir, deve manter a calma sabendo que normalmente as convicções são mais resistentes e dão a força necessária para enfrentar pressão e preconceito. "O vegetariano consciente é muito cioso de sua escolha e não tem nada que o faça mudar de idéia. O vegetarianismo encontra sustentação a partir de muitas vertentes, umas reforçando as outras. O contrário não é verdade, pois não existe nenhum motivo válido para se continuar comendo carne. Portanto, se a pessoa se informar, terá muitos argumentos a seu favor, não precisando desistir de sua opção. Temos todos os motivos para sermos ou virarmos vegetarianos. O vegetarianismo é como um diamante lapidado, um brilhante, cujas facetas se

somam formando um círculo virtuoso. As coisas boas nesse mundo são assim: seja qual for o ângulo pelo qual olhamos para elas, revelam-se positivas".

CUIDADO COM ALIMENTAÇÃO É SEGREDO PARA BOA SAÚDE O que comer agora? Como "substituir" a carne? Será que vou ficar doente por isso? Questões como essas costumam rondar a cabeça de quem decide parar de comer carne. Para tranqüilizar os novos vegetarianos, o médico Eric Slywitch, responsável pelo departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), coordenador da Equipe Técnica Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital e Maternidade Santa Marina e autor do livro Alimentação sem Carne, avisa que não só é possível viver bem sem se alimentar de animais como há diversos

Pergunta sem sentido, resposta perspicaz

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Há perguntas que chegam a irritar o mais tranqüilo dos seres, nem sempre pelo seu conteúdo, mas também pela forma como é feita e pela quantidade de vezes que é escutada. Perder a paciência, irritar-se e dar uma resposta atravessada só ajuda a deixar ao provocador a oportunidade de usar a irritação a seu favor. A socióloga Marly Winckler, autora dos livros Fundamentos do Vegetarianismo e Vegetarianismo: Elementos para uma Conversa Sobre, dá algumas dicas de respostas que encerram o questionamento de forma inteligente e ainda servem de fonte de informação não só para quem fez a pergunta, mas aos que acompanham a conversa.

não fossem mortos para virar comida. É só visitar um abatedouro e uma horta para ter a resposta a essa pergunta. Compare os odores e gritos de um abatedouro com o perfume e a beleza de uma horta ou pomar.

1. Assim como os animais, as plantas também são seres vivos. Por que vocês matam as plantas? Primeiro devemos considerar que todos precisam comer alguma coisa. As plantas não possuem um sistema nervoso desenvolvido como os animais, nem cérebro. O sofrimento e a dor dos animais e sua luta para viver são evidentes para qualquer um. Uma alface, por exemplo, quando a colhemos – e não matamos – já cumpriu seu ciclo de vida; já os animais viveriam muito mais, muitos anos, se

3. Por que os vegetarianos são magros? Por que não ingerem a quantidade excessiva de gordura presente nas carnes, mesmo nas magras. Mas há vegetarianos obesos, quando não ingerem os alimentos adequados ou têm problemas metabólicos.

2. Se somos vegetarianos, por que temos dentes caninos? Nossos dentes caninos não são apropriados para rasgar a carne, como fazem os verdadeiros animais carnívoros. Mesmo que fôssemos carnívoros, hoje não se justifica mais comermos carne, por vários motivos. O vegetarianismo faz bem para a saúde das pessoas, dos animais e do planeta (veja o texto Bons argumentos para ser vegetariano, na página 27).

5. Vegetariano só come salada? Esse é outro mito que se espalhou. Na verdade, o vegetariano faz uso de um leque de opções muito mais amplo que os onívoros, porque se abre para novas culinárias, como as étnicas:

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mediterrânea, indiana, árabe, japonesa, chinesa, vietnamita, tailandesa etc., todas basicamente vegetarianas em sua base. Mesmo deixando de lado essas tantas cozinhas milenares, dispomos de muitas opções, como cereais, arroz, feijão, massas, verduras, legumes, hortaliças, bolinhos, tortas, lasanhas, pizzas, hambúrguer, salsicha etc. Quando paramos de comer carne temos de aprender a preparar as verduras, os cereais, as frutas. Ninguém merece comer mal e não é preciso abdicar dos prazeres do paladar. Pelo contrário, pois se abre para o vegetariano um novo mundo de sabores, cores, texturas e odores. Enfim, as opções são tantas que é difícil enumerá-las. 6. Vegetariano come peixe? Vegetariano não come, por definição, nada que implique na morte de um animal. Peixe é um animal; portanto, se a pessoa come peixe não pode se denominar vegetariana. 4. Se vegetariano não come carne, come o quê? Todo o resto. Temos meia dúzia de carnes, se tanto, utilizadas com mais freqüência. Já os vegetais, cereais, frutas, hortaliças, legumes, grãos, raízes, tubérculos, cogumelos, são milhares. Com eles podemos preparar todos os pratos que os onívoros comem, usando


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pareceres a favor dessa decisão. "A Associação Dietética Americana afirma desde 1993 que a dieta vegetariana é saudável e segura. Diversas entidades internacionais já incentivam ou apóiam o vegetarianismo, como a American Heart Association (AHA), Food and Drug Administration (FDA), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Kids Health (Nemours Foundation) e College of Family and Consumer Sciences (University of Georgia)". Slywitch explica que o primeiro cuidado a tomar é avaliar a alimentação da pessoa. "Há onívoros que têm uma alimentação horrível e só o fato de tirar a carne contribui para piorar a saúde. Mas se a pessoa tem uma alimentação variada, com vários grupos alimentares diferentes, não há grandes mudanças, pois a carne será retirada, mas entrarão outros alimentos que vão suprir os nutrientes necessários", esclarece Slywitch. Para quem estava acostumado a comer feijão, arroz, salada e bife, o médico indica mudanças aumentando a quantidade de grãos, buscando uma variedade maior de saladas e incluindo um terceiro prato ou um outro preparo,

inclusive produtos que imitam a carne, além de todos os outros, como massas, bolos, tortas, arroz, feijão etc. A lista é enorme. 7. Homem que não come carne fica "fracote", covarde? As estatísticas apontam para a maior resistência dos vegetarianos. Haja vista que grandes campeões mundiais são vegetarianos, como o maior medalhista olímpico de todos os tempos, Carl Lewis, que é vegano, e o bicampeão mundial de peso galo, até hoje ainda não superado, o brasileiro Éder Jofre. Não é covarde quem respeita a vida dos indefesos. 8. Se vocês não comem animal porque ele sente dor, quem garante que a planta também não sente? Estudos científicos garantem que as plantas não sentem dor, porque é o sistema nervoso que transmite a sensação de dor, e as plantas não têm sistema nervoso. 9. Vegetariano não come carne por causa da religião? Uma parte dos vegetarianos não come carne porque sua religião incentiva que não comam. Várias correntes cristãs não se alimentam de carne, algumas delas

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como uma lasanha vegetariana, uma farofa, algo que ofereça maior variedade, saciando, tirando a monotonia da refeição e oferecendo mais nutrientes. Quanto às saladas, ele sugere sair da dobradinha alface com tomate, colocando outras opções, como couve, rúcula etc.Vão entrar na dieta legumes, grãos e massas. Para quem diz não gostar de legumes, ele avisa: "Normalmente a pessoa não gosta de legumes porque eles não foram bem preparados; é preciso pesquisar formas diferentes, novas receitas. Claro que cada um tem suas preferências, pode até considerar alguns legumes intragáveis, mas dentro de toda a variedade da nossa rica

Há onívoros que têm uma alimentação horrível e só o fato de tirar a carne contribui para piorar a saúde. (Eric Slywitch)

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acreditam que Jesus não comia carne. Muitos budistas, hinduístas, jainistas, essênios etc. são vegetarianos. Os líderes de várias dessas religiões foram vegetarianos, como Buda, Mahavira, Krishna, Chankaracharia, Ramana Maharshi, Sai Baba, Yogananda e muitos outros. Mas há muitos outros motivos para alguém se tornar vegetariano, entre os quais os benefícios para a saúde, o meio ambiente, pela ética, pela filosofia, para não contribuir com o sofrimento dos animais etc. 10. Por que o custo para ser vegetariano é maior? Não é maior. Se a pessoa se alimentar de alimentos básicos, o custo pode ser até menor. O que ocorre é que alguns itens – como arroz integral, só para citar um exemplo – são mais caros porque menos pessoas consomem. Além disso, o mercado aproveita para ganhar mais desse nicho seleto que se alimenta de alguns produtos específicos, muitos também consumidos por onívoros. 12. Se todo mundo virasse vegetariano seria preciso acabar com as florestas para plantar comida para todos? Ao contrário, sobrariam mais terras, porque

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cozinha há várias possibilidades. Basta procurar". Slywitch explica que a busca pela variedade de alimentos é necessária para manter a boa saúde. "Quem come só o básico, feijão, arroz e salada, vai conseguir alcançar os macronutrientes necessários, mas quanto aos micronutrientes, como ferro, zinco e manganês, quanto maior a variedade, mais chance de atingir a quantidade necessária". A melhor forma de saber se a dieta está equilibrada e se os índices estão saudáveis é fazer um acompanhamento médico constante, com exames clínicos e laboratoriais.

num local determinado é possível plantar para alimentar muito mais pessoas do que se utilizasse o mesmo espaço criando animais para o abate. Não há dúvida de que o principal fator de destruição das florestas, do cerrado e outros ecossistemas é a criação de gado e a monocultura da soja, que é utilizada em sua maioria para dar de ração aos animais, na proporção de 7 a 9 quilos de ração para cada quilo de carne. 11. Quem só come frango e peixe é meio vegetariano? Pessoas que comem carnes brancas esporadicamente são chamadas, para efeitos de pesquisa, de semi-vegetarianas. 13. Você não tem vontade de dar uma mordida quando vê uma picanha? Absolutamente não. Pra mim não é um pedaço de picanha, é um pedaço do corpo de um animal que sofreu uma queimadura horrível. 14. Mas não pode nem comer um franguinho de vez em quando? Poder pode, mas não é nem um pouco desejável.

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OVOS E LATICÍNIOS O nutricionista George Guimarães, diretor da Nutriveg, empresa de consultoria em nutrição vegetariana, alerta para um erro comum nesse momento de transição, que é o exagero no consumo dos laticínios. "Como a pessoa tirou da dieta os produtos de carne, vai procurar outra fonte de proteína animal e acaba exagerando na ingestão de ovos e laticínios". Ele avisa que o perigo dessa atitude é que se a pessoa passa a consumir muitos ovos poderá ter aumento do nível de colesterol. "Aqueles alimentos que antes só iam para a mesa em dias de festa de final de ano terão que fazer parte do dia-a-dia, como lentilha, grão de bico, castanhas. Isso é positivo para o paladar, porque há mais possibilidades; a parte gastronômica fica mais interessante". A importância de ter uma alimentação bastante variada é reforçada pelo nutricionista. "O exemplo do consumo de proteína destaca bem essa questão. A carne tem todos os aminoácidos necessários. O reino vegetal também tem, mas não todos concentrados em um alimento. Por isso,

com uma boa combinação você atinge a quantidade necessária. Arroz com feijão e amêndoa, por exemplo, já tem o perfil completo de aminoácido. A variedade é fundamental para garantir não só a quantidade, mas a qualidade protéica". Guimarães revela que muitas vezes a pessoa pensa em desistir da dieta porque está com algum tipo de anemia e o médico ou nutricionista diz que precisa voltar a comer carne. "Nessas situações falta orientação do profissional em explicar que essa não é a única opção para ter uma boa saúde. A solução não está em voltar a comer carne, mas em corrigir a dieta".

VEGANISMO TRAZ MAIS MUDANÇAS Para algumas pessoas, retirar a carne do cardápio passa a não ser suficiente e elas sentem a necessidade de não consumir qualquer coisa que tenha origem animal. Essa postura normalmente se estende além da alimentação, incluindo roupas, calçados, móveis e cosméticos. Muitos tomam essa decisão depois de algum tempo como ovo-lacto

Dicas para ovo-lacto vegetarianos Veja alguns cuidados que devem tomar aqueles que desejam retirar a carne da dieta, mesmo continuando com ovos e laticínios.

9 Ferro: os ovo-lacto vegetarianos precisam estar atentos ao ferro, mais até do que os veganos, por dois motivos: o cálcio dos laticínios compete com o ferro para ser absorvido e com o consumo de laticínios a pessoa ingere mais calorias no alimento que é pobre em ferro, e essas calorias poderiam ser direcionadas para ingredientes com maior teor desse nutriente.

9 Garantir que cada refeição tenha leguminosas (feijões) e oleaginosas (castanhas). 9 O consumo de alimentos integrais é importante até para

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quem come carne, por causa da fibra. No caso dos vegetarianos, a fibra não é uma preocupação, porque a dieta vegetariana possui bastante fibra. Para os vegetarianos, o consumo de integrais é importante porque eles são fontes de nutrientes como complexo B, zinco e alguns aminoácidos essenciais.

9 Vitamina B12: esse é o nutriente que mais exige atenção do vegetariano, porque as plantas não contêm B12. Por isso, o ideal é fazer um acompanhamento médico deste item desde que se toma a decisão de parar de comer carne. Há autores que afirmam que dura de três a cinco anos o estoque de B12 no organismo, mas isso é questionável porque não se sabe como está o estoque quando a pessoa

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resolve virar vegetariana. Os ovo-lacto vegetarianos podem ingerir B12 através dos ovos, laticínios e também produtos suplementados, mas devem consumir as recomendações mínimas que são de 2,4 mcg para adultos e variam de 0,4 em bebês a 1,8 para crianças de 9 a 13 anos. Fonte: livro Alimentação sem Carne, do médico Eric Slywitch, responsável pelo departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, e George Guimarães, nutricionista diretor da Nutriveg, empresa de consultoria em nutrição vegetariana.


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Dicas para veganos 9 Cálcio: o cálcio merece atenção especial do vegano, que deverá buscar boas fontes desse nutriente. O consumo indicado de cálcio é de 1.000 mg por dia e a retirada do leite e queijo costuma diminuir para 500 a 700 mg diária. As frutas secas são ricas em cálcio, além das leguminosas e castanhas. Outra boa fonte é o melado de cana, além das algas marinhas e vegetais escuros.

9 Vitamina B12: assim como o ovo-lacto, o vegano deve ter atenção especial com a B12, mas ainda maior, porque vai necessitar de suplementação. O ideal é buscar recomendação médica para tomar os suplementos. 9 Ômega 3: a eliminação do ovo da dieta exige uma atenção maior com o ômega 3. Uma boa fonte desse nutriente é a linhaça, que pode ser usada com a semente moída aplicada sobre saladas ou refeições.

vegetarianos, como uma conseqüência natural. Outros decidem de repente parar com todo consumo de animais. Quando a mudança é de um extremo a outro costuma ser mais difícil, mas mesmo a transição de ovo-lacto para vegano vai exigir algumas adaptações, sobretudo na questão social. Sair para comer com amigos onívoros fica ainda mais difícil porque nem sempre há muitas opções de produtos sem ovos e laticínios no cardápio, por exemplo. "Para quem era ovo-lacto a experiência anterior acaba ajudando. Mas a linha de raciocínio não deve ser se a mudança será fácil ou não, mas se é devida ou não", afirma Marly. "Somos seres de hábito e logo nos acostumamos com um novo padrão de comportamento. Se não pudéssemos mudar seria muito ruim. Também não haveria nenhuma esperança para a humanidade. Todos nós queremos um mundo melhor e ele só será construído a partir de mudanças de hábito. O vegetarianismo tem uma enorme contribuição a dar para esse mundo melhor que almejamos".

ALIMENTAÇÃO Mesmo quem tem uma dieta adaptada e equilibrada sem carne precisará tomar alguns cuidados especiais para deixar de lado todo produto de origem animal. "A pessoa que se torna vegana enfrentará muitas mudanças, bastante

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alteração na rotina, e se ela não estiver preparada, não vai suportar", avisa Slywitch. "O ovo-lacto consegue atingir a necessidade protéica com ovos e laticínios. Um vegano que almoça fora, por exemplo, terá como fontes de alimentos mais protéicos o feijão e as oleaginosas e se tiver bacon no feijão, terá que reforçar com as oleaginosas". O médico chama a atenção para uma questão preocupante que costuma verificar no cotidiano de pessoas que se tornam veganas por questão ética e acabam não se preocupando com a saúde. "Tem gente que come um monte de biscoito e como com essa atitude não está maltratando nenhum animal, acha que está tudo bem. Por isso encontramos veganos obesos, pelo excesso de açúcar e doces. Esse é um grande erro. Ao mesmo tempo em que se preocupa com animais, é preciso estar atento à própria saúde". Quem precisa comer fora deve ter o cuidado de levar sempre frutas secas, nozes, biscoito integral, para ter à mão bons alimentos caso não seja possível fazer uma refeição. Outro fator que exige atenção é o exame laboratorial, que deve ter uma avaliação diferenciada. "Veganos têm valores de normalidade diferentes e o profissional tem que saber entender para interpretar. Eu recebo muitos pacientes preocupados porque viram no exame de sangue as células de defesa – leucócitos – mais baixas. Muitas vezes a pessoa acha que está com problema e não está". Guimarães diz que, do ponto de vista culinário, o veganismo é mais difícil, mas na questão nutricional costuma ser mais fácil porque com a eliminação de laticínios a ingestão de ferro normalmente aumenta. "Qualquer coisa que o vegano colocar no lugar dos laticínios será uma fonte melhor de ferro. Ele perde boas fontes de proteína, mas se não substituir a quantidade calórica de alimento por uma fonte péssima, como tubérculo, não há muito como errar". A sugestão do nutricionista para quem passa de ovo-lacto para vegano é aumentar alimentos que já deviam estar fazendo parte da dieta, como cereais, leguminosas e oleaginosas. "Na dieta vegana também é importante buscar novas possibilidades gastronômicas. Fazer um lanche mais rápido sem queijo parece inviável, mas é possível usar o tofu (no lugar do queijo), pasta de amendoim ou de gergelim. Essas são boas fontes de proteína, ferro e cálcio". RevistaVegetarianos.com.br

Expansão da consciência com o despertar Vegano

Foto: Arquivo Pessoal

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o início, Alexsandro Fernandes Domingos da Silva, conhecido como Alex, 34 anos, estava preocupado com a saúde e tinha suas razões espirituais para parar de comer carne. Era o ano de 1996 e ainda não havia tanta informação disponível, o que tornava a vida dos novos vegetarianos mais difícil. "A internet ainda estava no começo e não tinha tanta informação, como acontece hoje. Eu comprei alguns livros de receitas vegetarianas e comecei a experimentar. Passei a ter mais disposição e comecei a emagrecer – estava bastante acima do peso". Os bons resultados físicos fortaleceram sua decisão. Buscando informações sobre o tema, sua consciência foi se expandido e ele começou a perceber que a decisão também diminuía o sofrimento animal. A participação no Congresso Vegetariano Mundial que aconteceu em Florianópolis em 2004 foi o empurrão que faltava para dar um segundo passo: tornando-se vegano. Para sua surpresa, foi mais difícil largar o queijo do que a carne. "Eu considero que era um vício o qual pensei que jamais largaria, pois adoro pizza, lasanhas e outras massas que são feitas com queijo". Com o tempo foi descobrindo substitutos para o queijo e aprendeu a fazer massas veganas. "Todo vegetariano que se preza tem que aprender um pouco de cozinha". Com o "vício" superado, freqüenta sem problema pizzaria com amigos, comendo seu prato vegano sem qualquer vontade de experimentar queijo. Churrasco ele só vai se for por um bom motivo, como aniversário de uma pessoa muito amiga, sempre levando um prato vegetariano para dividir com os convidados, que acabam gostando e comendo menos carne. "Sou a favor de um posicionamento pró-veganismo, mas sem ser um veg-chato, que tenta o tempo todo converter os outros. Guardo meus argumentos veganos para os ataques que inevitavelmente sofro por parte dos engraçadinhos que gostam de provocar. A melhor propaganda que se pode fazer pelo vegetarianismo é ser uma pessoa saudável e feliz". A participação no congresso despertou em Alex não só o veganismo, mas também o desejo de expandir e trocar conhecimentos. Por isso criou o site Guia Vegano, que publica textos de pessoas em destaques em suas respectivas áreas, esclarecendo e tirando dúvidas sobre o tema. "Todo o trabalho é feito por voluntários espalhados por todo o Brasil e alguns no exterior." Quem quiser saber mais pode conferir no endereço: www.guiavegano.com.br

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Esclarecendo dúvidas freqüentes

O que devo incluir no cardápio para substituir a carne? Para muitas pessoas, o consumo da carne representa um excesso de ingestão de proteínas. Assim, a sua retirada do cardápio não traria impacto negativo na quantidade de proteínas ingeridas. Os feijões são os melhores substitutos da carne. O Departamento de Agricultura dos EUA considera que os feijões são equivalentes às carnes com relação ao ferro, zinco e proteínas. Posso parar com a carne da noite para o dia ou tenho que fazer de forma gradual? Quando o cardápio está bem balanceado, a retirada abrupta da carne é totalmente compatível com o bom funcionamento do organismo. A mudança depende do perfil psicológico da pessoa. A retirada deve ser gradual para as pessoas que não se adaptam a mudanças rápidas dos hábitos, pois pode haver dificuldade de adaptação social e mesmo da rotina diária. A proteína animal não faz mesmo falta? Onde o vegetariano consegue proteína? Não, não faz falta mesmo! Excluindo-se as gorduras e açúcares (açúcar, mel, melado...) todos os outros alimentos contêm proteínas. Os feijões e oleaginosas, assim como os ovos e queijos (para os vegetarianos que os consomem) são as fontes mais ricas de proteínas para o vegetariano. Os grãos, erroneamente chamados de carboidratos, também contêm proteínas. Posso adotar uma dieta vegetariana para meus filhos? Sim, pode! A orientação dietética é fundamental para crianças. A suplementação de B12 é indiscutível para elas. Todas as outras recomendações de suplementação para vegetarianos são idênticas às dos não vegetarianos.

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Por que diminuir ou acabar com o consumo de carne pode ser mais saudável? A prevalência de diversas doenças em populações vegetarianas se mostra acentuadamente reduzida. Isso está associado tanto com o maior consumo de hortaliças e frutas, como à redução do consumo de

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carnes: fatores evidentes em dietas vegetarianas. Se o homem vive há milhões de anos se alimentando de carne, por que achar agora que parar de comer carne pode ser uma boa opção? O consumo de carnes foi necessário numa etapa da evolução humana onde havia escassez de alimentos. O consumo atual se mostra desnecessário com relação à saúde, e nocivo com relação ao meio-ambiente e à ética. Parar de comer carne deixa o corpo fraco? Não! Isso vai acontecer apenas se a pessoa não se alimentar bem (sendo onívora ou vegetariana). Posso praticar musculação sendo vegetariano? Sim, claro! Não há problema algum. Dizem que sendo vegetariano terei problemas com cálcio. É verdade? O que posso fazer para evitar? Vegetarianos que utilizam leite e derivados regularmente não devem se preocupar com isso. Para os veganos, é perfeitamente possível atingir a ingestão de cálcio recomendada, mas deve se enfatizar alguns alimentos que apresentam boa assimilação (biodisponibilidade) do cálcio ingerido, como a couve, mostarda e brócolis, além de destacar os outros alimentos ricos em cálcio, como o tofu. A relação do cálcio com a osteoporose é bastante complexa e, na dieta vegana especialmente, costuma haver diversos componentes que favorecem a incorporação do cálcio ao osso. Quem tem problemas no sangue, como falta de ferro, pode ser vegetariano? Sim, pode. A dieta vegetariana não é pobre em ferro e não há prevalência desses distúrbios em vegetarianos. Há comprovação de que a carne pode provocar ou aumentar o risco de doenças? Quais e por quê? Sabemos que a forma de preparo da carne pode ser bastante nociva, como fritá-la e tostá-la. Existem associações com o risco aumentado de câncer de intestino grosso e próstata. No entanto ainda não é claro se esses efeitos seriam atribuídos apenas ao consumo de carne, pois as populações que não as consomem também ingerem mais hortaliças e frutas, que são fatores protetores. A nutrição clássica ainda aceita que o consumo diário de 100 gramas de carne cozida por dia pode não ser nociva. É verdade que o consumo de carne deixa as pessoas mais violentas? Em caso

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Adotando uma dieta vegetariana vou ficar anêmico? Os estudos demonstram que os vegetarianos têm a mesma ocorrência de anemia por falta de ferro do que os não vegetarianos. Assim, é incorreto pensar que ao se abster do consumo de carnes a pessoa fica anêmica. No entanto, como 1/3 da população mundial tem carência de ferro, todos devem prestar atenção nesse mineral.

afirmativo, de onde vem essa idéia? Não, isso não é verdade. Mesmo a teoria de que, ao ingerir carnes, estaríamos ingerindo a adrenalina que o animal gerou no momento da morte e isso deixaria a pessoa mais agitada e agressiva não é verdade. Se você beber um copo de adrenalina não acontecerá nada com você, pois ela é inativada já no intestino. O uso de adrenalina na medicina está restrita à forma endovenosa e subcutânea, que são as vias que ela é ativa. A carne dificulta a digestão? Por que isso acontece? A carne costuma conter maior teor de proteína e gordura, deixando a digestão mais lenta. A gordura demora mais tempo para sair do estômago. Em segundo lugar está a proteína e, finalmente, os carboidratos deixam o estômago mais rapidamente. Todos os nutrientes que existem na carne eu posso encontrar no reino vegetal? Com exceção da B12, sim. Além da proteína, a que outros nutrientes é preciso ficar atento para não ficarem defasados numa dieta vegetariana? A B12 é o ponto fundamental. Todo e qualquer vegetariano deve fazer dosagens anuais para verificar os seus níveis de B12, independente do tempo que é vegetariano e do seu consumo de ovos e laticínios (que contêm B12). Nutrientes como ferro, zinco e ômega-3 devem ser enfatizados na dieta vegetariana. Caso fôssemos dar orientações para populações onívoras, deveríamos orientar o maior consumo de ferro, fibras, ácido fólico, assim como reduzir o consumo de proteínas e gorduras. Ser vegetariano ajuda a emagrecer? Não necessariamente. Isso depende das escolhas alimentares que o vegetariano faz. * Questões respondidas pelo médico Eric Slywitch


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Bons argumentos Por Marly Winckler o ponto de vista da saúde, a dieta vegetariana se destaca como extremamente benéfica. O grande segredo de uma dieta balanceada é variedade e quantidade calórica suficiente – o resto é adequação às características de cada indivíduo, que sempre devem ser levadas em conta, pois como em tudo, somos únicos também quanto ao regime alimentar melhor e mais adequado – uns se dão bem com pimentão, outros não digerem bem a melancia, e assim por diante. Por que não respeitar os sinais do organismo se a Mãe Terra é tão pródiga, oferecendo-nos uma gama imensa de verduras, cereais, frutas, legumes, ervas etc.? A dieta vegetariana reduz o risco de doenças crônicas e degenerativas, como cardiopatias, hipertensão, diabetes, osteoporose, cânceres etc. Não por acaso, são estas as principais doenças que levam ao óbito nas sociedades ocidentais. Do ponto de vista econômico, não tem sentido processar grãos e cereais pelos animais para obter, no caso de bovinos, um quilograma de carne para cada sete quilogramas de grãos consumidos, ou, no caso de suínos, um quilograma a cada 3,5 kg. Para obter-se um quilograma de carne de frango, são necessários 1,3 kg de ração. Claro que o problema da fome não é só falta de alimentos, mas uma questão de distribuição. Mas num mundo futuro em que teremos de 12 a 15 bilhões de habitantes, com os recursos do planeta depredados, se continuarmos o ritmo atual de agressão ao meio ambiente, esta questão se imporá como gravíssima. A dieta centrada na carne – ou dieta americana padrão – cujo acrônimo em inglês é SAD (de Standard American Diet), é realmente triste, sendo responsável por um

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enorme desperdício de recursos naturais, como água, energia, terra fértil, bem como pela contaminação das águas e do solo, a derrubada das florestas – num primeiro momento para criar gado para suprir a demanda por mais carne e, num segundo momento, para cultivar soja para alimentar animais criados em regime de confinamento. O impacto ambiental gerado não tem precedentes na história da humanidade. Os dejetos produzidos por esta quantidade enorme de animais criados confinados estão provocando graves problemas. A cada quilo de porco são gerados cerca de 9 kg de dejetos (um misto de urina, fezes e água) que não podem ser absorvidos pelo ambiente. O sofrimento dos animais criados nestas condições de confinamento e num sistema em que o que conta é a produtividade é indizível. Vale tudo para aumentar um pouquinho mais a produtividade, não importando que ali está um ser que sente dor e terror, que tem um sistema nervoso tão desenvolvido quanto o nosso, que tem apego à sua prole e adoraria viver em família como todos nós seres humanos também gostamos. Aos animais não é dado esse direito elementar: são separados da família assim que nascem – aliás os pais também nem vivem mais juntos, pois a inseminação é feita artificialmente; são criados em condições abomináveis, totalmente artificiais, gerando muito estresse e doenças, combatidos com medidas ainda mais execráveis – como o corte do bico, do rabo, dos dentes, da genitália, dos nenêsbichos para minimizar um pouco o pandemônio que se instala nos galinheiros, chiqueiros e estrebarias onde são criados em vista da condição miserável a que são submetidos. Só saem dessa situação para o abate, que, embora responsável por cenas hediondas, difíceis de descrever, e escondidas a sete chaves pelos capitães desta indústria, talvez seja a redenção para estes pobres seres que se libertam daquela situação penosa. Ali serão abatidos e depenados, esfolados, escaldados no mais das vezes com plena consciência. RevistaVegetarianos.com.br

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para ser vegetariano

Melhoras no rendimento físico, energético e mental á cinco anos a professora de yoga Mônica Stefanelli, 38 anos, dona do espaço Yoga Algo de Pinheiros, tomou uma importante decisão: não comer mais carne. Sua motivação era o respeito à vida: não achava correto tirar a vida de um ser vivo para dele se alimentar, tendo tantas outras opções de alimentos. Queria também buscar uma alimentação mais saudável e aprofundar seu desenvolvimento na yoga em busca da purificação interior. Como não comia muita carne vermelha, achou fácil tirar o peixe e o frango do cardápio. Já no início sentiu-se mais leve, a digestão ficou mais fácil e a pele ficou mais bonita. "Sou professora de yoga, e percebi que meu rendimento em todos os aspectos dessa prática – físico, energético, mental – melhorou muito. Eu senti que após me tornar vegetariana minha flexibilidade melhorou, assim como a sensação de bem-estar". Aos alunos que se interessam pelo tema, procura mostrar os pontos positivos do vegetarianismo, destacando o respeito à vida acima de tudo. "Se na hora de optar pelo vegetarianismo a pessoa for se basear apenas no bem-estar, na saúde, ou seja, nos benefícios imediatos dessa opção, ela acaba cedendo à tentação num dia em que for servida uma picanha num churrasco. Quando a decisão é baseada, acima de tudo, no respeito à vida, a tentação simplesmente deixa de existir". Os momentos mais complicados na adaptação aconteciam quando ia à casa de amigos e mesmo avisando sua opção, acabava sendo surpreendida. "Houve ocasiões em que as pessoas preparavam especialmente para mim um prato à base de peixes. Nesses casos, tive de contornar a situação. Claro que não me sentia muito bem, mas com o tempo as pessoas se acostumaram". Muitas vezes precisa se alimentar antes de ir a uma festa ou a um churrasco nem que só coma salada, para não perder o contato com os amigos. Isso não a incomoda. "Quando se decide por algo por acreditar realmente nele, as dificuldades acabam sendo menores, pois você as enfrenta de forma leve. Se a pessoa não tem segurança, não se sente confiante de sua decisão, fica difícil. Se tem segurança e acredita realmente nessa opção, não há pressão que dificulte". Com desafios e dificuldades, adaptações no cardápio e na vida social, uma certeza sempre pairou acima de tudo. E quando alguém pergunta a ela se chegou a pensar em desistir do vegetarianismo, sua resposta é confiante e definitiva: "Nunca".

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Há quase 30 anos, Straight Edge marca o cenário punk com ideais políticos e sociais que influenciam cada vez mais jovens ligados ao vegetarianismo e ao hardcore Por Samira Menezes les são reconhecidos pelo “x” marcado à tinta preta na mão. A maioria deles prega o vegetarianismo, tanto é que um dos pontos de encontro é a Verdurada, realizada a cada dois meses em São Paulo. Nessa festa, os straight edges e outros adeptos do punk e do hardcore se reúnem para mostrar que é possível realizar eventos com um número significativo de pessoas sem a ajuda da mídia e de grandes instituições

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empresariais ou financeiras. Durante a Verdurada, os freqüentadores podem assistir aos shows promovidos pela própria comunidade punk, dançar dentro do circle pit (círculo formado pelos jovens para dançar entre socos e pontapés), consumir produtos vegetarianos, como trufas veganas, feijoada e hambúrgueres de soja, além de ouvir palestras sobre problemas ligados à exploração animal e a vários outros problemas da modernidade, como a exclusão social. Observando este grupo, composto por adolescentes de 15 anos a adultos

Letra Straight Edge em prol do vegetarianismo (...) Quando a carne é vermelha, quatro razões a mais para se preocupar. Descubra onde está o perigo: razões políticas, econômicas, éticas ou de saúde (...) Explorando países do terceiro mundo pela nossa carne. O lobby da carne é poderoso para cacete! E controla nossas mentes, controla nossas escolas. (...) Alimentamos nosso gado

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com a comida que poderia alimentar populações inteiras. Estamos poluindo nosso mundo em nome dos lucros feitos por algumas poucas corporações. (...) Nosso desrespeito pelos animais prova nosso desrespeito pelas pessoas: especismo e sexismo são uma coisa só (...) E no fim estamos destruindo nossa própria saúde. Nosso corpo está fora de equilíbrio. Eu

digo, dane-se sua riqueza! (...) Experimente toda a comida saudável que puder. Nós o fizemos e não nos arrependemos. Não nos arrependemos! Quando a carne é vermelha, é a morte de uma criatura inocente. * Trechos traduzidos da música Four More Reasons, da banda belga Nations On Fire

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de 50, tem-se a impressão de que são alguns rebeldes cheios de tatuagens e roupas rasgadas, preocupados apenas em se divertir. Porém, a verdade é que os straight edges e muitos outros membros da cultura punk/hardcore fogem a qualquer estereótipo. Com uma filosofia a ser seguida, o grupo mantém seus ideais políticos e sociais para alcançar uma sociedade democrática, livre e igualitária. O movimento Straight Edge (sXe é sua abreviação) surgiu nos EUA, no final da década de 1970. Para identificar os menores de 18 anos, que não podiam consumir bebidas alcoólicas, alguns locais onde aconteciam os shows começaram a marcar a mão dos garotos com um "x". Não demorou muito para outros, inclusive maiores de 18 anos, adotarem o "x" como sinal de que não estavam lá para beber e sim para curtir a música. Aliado a isso, integrantes de uma banda de hardcore, conhecida como Teen Idles, discordavam da filosofia de autodestruição pregada pelo punk. Para eles, se drogar e beber até cair seria uma maneira de se alienar do mundo à sua volta e, conseqüentemente, perder o controle sobre corpo, mente e atitudes. Mesmo sem o advento da internet e dos efeitos da globalização, no Brasil, o Straight Edge surgiu na década de 1980


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quase simultâneo aos EUA. Isso graças à troca de correspondência de cinco paulistanos, entre eles César Campiani Maximiano e Fabião, do selo New Face, com a comunidade punk/hardcore ao redor do mundo. Os fanzines, enviados principalmente pelos punks europeus, traziam informações mais claras sobre o que seria o Straight Edge, pois até então a única coisa que interessava a esses jovens brasileiros era curtir o som e não usar drogas. Segundo Campiani, o pequeno grupo não pensava que essa atitude estaria relacionada a algum movimento específico. "Víamos aquelas letras do Minor Threat (uma das bandas mais importantes do sXe), falando da aversão a bebidas alcoólicas e pensávamos que era alguma espécie de ironia do vocalista". Em 1988, o grupo adotou o famoso “x” na mão, mas infelizmente o movimento só começou a crescer alguns anos depois, por causa da violência dentro da comunidade punk que crescia entre grupos do ABCD paulista e de São Paulo. Apesar disso, os straight edges não deixavam de se preocupar com questões sociais importantes, como a paz e o fim da fome no mundo. Inclusive, algumas bandas do movimento, como a britânica Antisect, formada em 1982, denunciavam em suas letras os maus trato aos animais. "Isso era algo que me preocupava extremamente, pois trago na minha formação familiar fortes princípios de respeito aos animais", disse Campiani, que hoje está com 36 anos, é professor universitário e embora não participe ativamente da cena Straight Edge, se mantém informado a respeito dos acontecimentos e novidades ligadas ao movimento.

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... algumas bandas denunciavam em suas letras os maus tratos aos animais

Para o jornalista Pedro Carvalho, 28 anos, adepto do Straight Edge desde 1992, época em que o movimento começou a se fazer mais presente no cenário underground brasileiro, o sXe foi a maneira que encontrou para expressar sua opinião a respeito da suposta rebeldia juvenil. "Apesar de eu ter passado por uma fase em que bebia muito, eu não via isso como uma rebeldia. Percebi como isso (consumo de álcool e drogas) tinha um impacto negativo nos jovens, mas não de uma maneira moralista, e sim no sentido de cortar o potencial criativo e político da juventude". Além disso, o sXe fazia aquilo que pregava. "Eu via no Straight Edge uma cena que realmente materializava os ideais punk, que saía dessa coisa platônica que só se dizia a favor disso e daquilo, mas que não praticava". Pedro é o responsável por uma das páginas da internet mais informativas a respeito do movimento. Segundo ele, o sXe é mais do que hardcore sem drogas e questionamento político, é uma maneira de questionar-se sobre suas ações. Apesar de não haver estatísticas a respeito do número de adeptos hoje em dia, em dez anos, houve um aumento significativo. Pedro acredita que só em São Paulo existam mais de mil pessoas que resolveram fazer parte do

Foto: Marco Clivati

A Verdurada: bebidas alcoólicas e cigarro não entram, mas a exaltação na pista de dança é intensa

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Verdurada.org A Verdurada surgiu em São Paulo, em 1996, quando um grupo de amigos (vegetarianos e Straight Edges) resolveu se reunir em casa para tocar suas músicas e comer, em vez de churrasco, muita salada e legumes. A festa foi crescendo aos poucos e hoje em dia consegue reunir desde adolescentes de 14 anos a cinqüentões que curtem punk rock e hardcore. No dia 12 de novembro de 2006, foi realizada a festa em comemoração ao aniversário de 10 anos. O evento contou com a participação de cerca de 1.200 pagantes e cinco bandas. Foram vendidos 700 hambúrgueres de soja e 1.500 saquinhos de bebida de soja, além de terem sido distribuídos cerca de 700 pratos de feijoada vegetariana. O dinheiro arrecadado com a venda dos ingressos (R$ 6 por pessoa) é destinado a campanhas de conscientização em prol dos animais. Além disso, o Coletivo Verdurada paga os custos do evento e compra alimentos para ocupações dos Sem-Teto e dos Sem-Terra. Tudo feito em caráter voluntário.

Straight Edge por algum motivo. A cena também é forte em cidades do Sul, como Curitiba e Porto Alegre, no interior de São Paulo, na Baixada Santista, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Espírito Santo, Brasília e mais recentemente no Nordeste. Entre as causas pelas quais o grupo luta está a exploração animal, o monopólio da indústria fonográfica e a alienação fornecida pela mídia, além da total abolição às drogas e ao álcool. Além disso, muitos desses jovens também estão ligados a ONGs e movimentos sociais, como os Sem-Teto, Sem-Terra, Passe Livre e o Centro de Mídia Independente. Para um dos organizadores da Verdurada, o radialista e Straight Edge Luciano Juliatto, 32 anos, a entrada para o movimento se deu por semelhanças ideológicas. "Entrei porque conheci umas pessoas. Na época, era uma coisa meio isolada. Então comecei a ter mais contato por meio de fanzines e correspondência. E depois, você vê que as pessoas têm as mesmas afinidades e, daí começa a montar as bandas, andar junto, participar mais da cena. Isso faz mais de 10 anos. Eu já estou na cena desde 1995". Além da Verdurada, os Straight Edges se reúnem em restaurantes vegetarianos, shows de punk/hardcore e galerias. Em São Paulo, outro ponto de encontro comum é a Galeria do Rock, no centro da cidade.

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Doces Fotos: Nelson Alves Jr. Produção: Aida Lima

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les são a sensação de qualquer refeição. Os doces enchem os olhos com suas cores e provocam o paladar com sua textura e sabor. Nesta edição, a Revista dos Vegetarianos selecionou para você três saborosas receitas de sobremesas

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totalmente vegetarianas do livro Cozinhando sem Crueldade, da chef vegana Ana Maria Curcelli. Extremamente simples de preparar e deliciosas, todas as receitas contêm ingredientes que são facilmente encontrados nos supermercados.

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Cookies Ingredientes: 9 1 e 2/3 xícara de farinha de trigo branca 9 1 xícara e ½ de gotas de chocolate meio amargo (sem lactose) 9 2/3 de xícara de açúcar mascavo peneirado 9 1/4 de xícara de margarina amolecida 9 1/4 de xícara de gordura vegetal hidrogenada amolecida 9 1/3 de xícara de leite de soja 9 1 colher de chá de fermento em pó 9 papel-manteiga e óleo vegetal para untar Modo de preparo: Numa tigela grande, junte todos os ingredientes e misture com as mãos até obter uma massa grossa e homogênea. Unte uma folha de papel-manteiga do tamanho da assadeira que vai usar com óleo. Com a ajuda de uma colher, separe

a massa em 12 porções e disponha-as na assadeira. Achate as porções com as mãos dando formato arredondado aos cookies. Asse em forno pré-aquecido por 40 minutos. Retire os biscoitos do papel manteiga com uma espátula antes que esfriem completamente. Nesse momento, eles ainda estarão um pouco

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moles, mas endurecerão assim que esfriarem. Guarde em potes bem fechados. Se quiser variar a receita, adicione nozes picadas, frutas cristalizadas ou passas em vez das gotas de chocolate. Serve: 6 pessoas

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Sorbet de Morango Ingredientes: 9 4 xícaras de morangos lavados 9 ¼ de xícara de água 9 suco de 1 limão 9 2 colheres de sopa de açúcar Modo de preparo: Faça um purê com os morangos, batendo-os no liqüidificador. Reserve. Numa panela pequena, dissolva o açúcar na água e leve ao fogo até ferver. Abaixe o fogo e cozinhe por mais 2 minutos. Retire a calda do fogo e reserve. Leve ao copo do liqüidificador, o purê, a calda e o suco de limão e bata até obter um creme homogêneo. Leve a mistura ao congelador por 1 hora e sirva em seguida. Serve: 4 pessoas

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Brownie de banana Ingredientes: 9 2 xícaras de farinha de trigo 9 1 colher de sobremesa de fermento em pó 9 1 colher de sobremesa de canela em pó 9 ½ xícara de melado de cana 9 4 bananas pequenas ou 2 grandes maduras e descascadas

9 1/3 de xícara de óleo 9 1 xícara de água Modo de preparo: Numa tigela, peneire os ingredientes secos e misture-os. No liqüidificador, junte as bananas, a água, o melado e o óleo. Bata bem até obter um creme grosso. Na tigela da

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farinha, junte esse creme e misture com uma colher de pau até obter uma massa homogênea. Unte uma forma média e despeje a massa. Pré-aqueça o forno e asse por 30 minutos. Para variar, acrescente uvas passas à massa. Serve: 8 pessoas

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ARTIGO

O dedesafio ser uma

pessoa melhor h, então você come cadáveres?". A frase acima foi dirigida por uma ativista pelos direitos dos animais a um convidado meu, uma pessoa especialíssima que tinha topado ir a um evento vegetariano. Sim, ele come cadáveres. Não, ele nunca parou para pensar no imenso sofrimento que é imposto aos bilhões de animais que, ao redor do mundo, passam suas breves vidas confinados em gaiolas minúsculas, recebendo doses maciças de hormônios e alimentação forçada. E, infelizmente, ele nunca refletiu sobre os danos ambientais acarretados pelo avanço dos rebanhos, que aos poucos estão transformando em pasto as florestas tropicais. Mas será que todos os vegetarianos nasceram conscientes? Ou a sensibilização para a causa dos animais acontece aos poucos, conforme a pessoa tem acesso a novas informações sobre os bastidores das indústrias da carne, dos fármacos, do leite, e de tantas outras que se baseiam na exploração animal para o exercício de suas atividades?

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Respeitar em cada homem o homem, se não pelo que ele é, ao menos pelo que ele poderia ou deveria ser

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(Henri Frédéric Amiel)


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Por Silvia Lakatos

Foto: sxc.hu

Questão de bom senso Os donos das religiões perceberam isso faz tempo. Imagine como as pessoas se sentiriam caso entrassem numa igreja e os fiéis começassem a tratá-las como escória? Será que elas voltariam? Duvido muito! Quem já entrou numa dessas igrejas de sucesso sabe que os "obreiros" são campeões da simpatia.Tratam o visitante com doçura, se esforçam para que ele se sinta acolhido, amado, perfeitamente à vontade. O oposto do que fez nossa ativista. Não quero, obviamente, que confundamos as coisas e passemos a agir como evangelizadores. A defesa dos direitos dos animais pode e deve ser feita com base em argumentos racionais. Não se trata de fé, mas de bom senso: quem se aprofunda um pouco nas questões pertinentes à alimentação vegetariana percebe que ela é coerente sob todos os pontos de vista. É mais ética, mais saudável, mais equilibrada, menos nociva ao meio ambiente. É perfeitamente possível falar de todos

Nosso respeito pela vida animal deve se espelhar em outras áreas: nosso discurso deve ser de amor e não de ódio

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A garota que proferiu a frase agressiva certamente agiu com a melhor das intenções. Ela é sincera, aberta, honesta, e se empenha pra valer na defesa de seus ideais. É uma pessoa de fibra, dona de um excelente coração. Porém, ela se esqueceu de um importantíssimo detalhe: se nós, veganos, sonhamos com um mundo onde os animais tenham o respeito que merecem, precisamos também aprender a respeitar os nossos semelhantes. Agredir não leva a nada. Ao contrário, afasta o interlocutor, pois o coloca na defensiva e gera um clima de contenda, de indisposição. Ninguém gosta de ter um dedo acusador apontado para o seu nariz... E, se nós sabemos que o vegetarianismo é melhor para os animais, para o planeta e para as pessoas, nossas ações devem estar focadas na conquista de corações e mentes. Atitudes antipáticas repelem. Em contrapartida, o respeito e o agir amoroso atraem e aproximam.

(silvialakatos@gmail.com)

esses aspectos sem incorrer numa atitude fundamentalista. Além disso, pessoas mais conscientes devem se esforçar para serem pessoas melhores. Nosso respeito pela vida animal deve se espelhar em outras áreas: nosso discurso deve ser de amor, e não de ódio. Mesmo que, muitas vezes, as circunstâncias exijam uma atitude mais firme, ou mesmo mais "radical", não podemos nos esquecer de que a força que nos move é a da compaixão. E esta é irmã da tolerância.

Desafio de ano novo Acabo de assistir a um desenho japonês chamado Nausicaa do Vale do Vento. É do Hayao Myiazaki, o mesmo diretor de A Viagem de Chihiro. A história se passa alguns séculos depois da destruição da "sociedade industrial". A natureza foi dizimada, e as plantas emitem gases tóxicos, obrigando as pessoas a usarem máscaras para que possam se aproximar das florestas. No entanto, Nausicaa não teme essa natureza agressiva: ao contrário, ela a ama e compreende. Livre, corre pelas montanhas e campos, comovida com as plantas, as árvores e os animais. Sua sensibilidade lhe permite entender a linguagem de todos os seres, inclusive a voz dos ventos. Graças a esse dom, ela voa como ninguém. Também é a única que tem o poder de desvendar a alma e o coração dos ohmus, insetos imensos que habitam a floresta do mar podre. Envolvida involuntariamente numa guerra insana, Nausicaa não hesita em se sacrificar para evitar a destruição de seu povo, e dos ohmus, a quem tanto ama. O exemplo de Nausicaa é inspirador. Essa heroína de 14 anos demonstra uma

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capacidade infinita de amar, de sentir, de realizar. Seu amor é pleno e dirigido a todos os seres. Por que não podemos buscar um pouco de Nausicaa dentro de nós? Este é um bom momento para pensarmos nisso. Afinal, um novo ano acaba de começar. Não que eu acredite muito nessa coisa de novos ciclos, ou de recomeços, pois nunca temos uma página vazia em estado puro. O hoje é fruto do ontem, e neste exato momento estamos construindo o amanhã. Mas é exatamente aí que reside o nosso maior poder, e também nossa maior responsabilidade: cada uma de nossas ações pode ser determinante para o futuro. Por isso, quero convidar a todos nós, com nossas preocupações pequenas e nossos sonhos tantas vezes mesquinhos, para tentarmos ser um pouco melhores. Tenhamos em mente que atitudes mais corretas podem nos ajudar a construir um amanhã mais promissor. Apostemos nisso. E, assim como Nausicaa, vamos acreditar no nosso poder de transformar o mundo à nossa volta. Ainda que ele esteja podre, e ainda que guerras insanas ocorram, um novo amanhã pode estar nas nossas mãos. Vamos acreditar que podemos fazer a diferença, e que um coração aberto vale mais que uma língua ferina.

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VITRINE

Chocolates Veganos Nada mais gostoso do que um chocolate para adoçar o paladar, ainda mais quando ele é totalmente vegano Fotos: Livia Capeli

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se preocupa com a exploração animal, mas também para alérgicos à lactose. A Revista dos Vegetarianos selecionou algumas trufas, bombons e barras, além de um creme de avelã para você se esbaldar.

Genevy Soy

les são saborosos, cremosos e o melhor de tudo... Não possuem nenhum tipo de gordura animal! Feitos à base de lecitina de soja ou alfarroba (espécie de vagem com gosto similar ao cacau), os chocolates veganos são deliciosas opções não só para quem

Choco Soy

A Olvebra oferece o Chocosoy em três opções : tradicional, crispies e diet. Todos isentos de lactose, glúten, colesterol e gordura trans. Preço sugerido: R$1,50 Onde encontrar: www.olvebra.com.br

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Foto: Divulgação

Além da trufa , a Genevy oferece barrinhas de cereais, pirulitos, bombons, ovos de páscoa e cestas decoradas para datas especiais. Preço sugerido: R$1,50 cada trufa Onde encontrar: (11) 6837-0201 / (11) 8245-5943

Bombom Caseiro

Vanessa Torres é quem produz o chocolate de seus bombons. A confeiteira garante que os doces estão livres de gordura trans e glúten. São 11 sabores feitos sob encomenda. Preço sugerido: R$1 Onde encontrar: Vanessa 100% Vegan (11) 9798-7194

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Chocolate Orgânico A Stockler produz a barra de chocolate orgânico rico em fibras e alto teor de cacau, livre de gordura trans e glúten. Além de a embalagem ser de material 100% reciclável. Preço sugerido: R$4,50 Onde encontrar: www.essenciais.com.br

Pralinutta

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O grupo Carrefour trouxe da Bélgica a versão vegana do creme de avelã Nutella. O Pralinutta agrada pela textura e sabor idênticos ao orignal. Preço: R$5,69 o pote de 400 gramas e R$4,45 o de 250 gramas. Onde encontrar: Atendimento ao cliente Carrefour – 0800-145678

Arte em Chocolate

Fotos: Livia Capeli

A empresa gaúcha Lugano fabrica chocolates sem lactose e livres de glúten em vários formatos, tamanhos e cores. As opções são montadas de acordo com a preferência do cliente. Preço sugerido: R$2 a barra, R$2,50 o pirulito da Hello Kitty e R$3,50 o do Mickey. Onde encontrar: www.chocolatelugano.com.br

Veggietut´s

Os quitutes de Julianne Soares são feitos de uma massa de chocolate à base de lecitina de soja. São trufas, bombons e alfajores que podem ser encomendados para festas e presentes. Preço: R$1,70 a trufa / R$ 1,80 o alfajor Onde encontrar: (11) 8126-1470

Chocolate de Alfarroba ¶

Foto: Divulgação

A farinha da vagem de alfarroba substitui o cacau. O chocolate pode ser encontrado na Mundo Verde em forma de barra, pó, bombom, gotas e ovo de Páscoa. Preço sugerido: R$5,50 a caixa das gotas Onde encontrar: www.mundoverde.com.br

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Tortas Fotos: Nelson Alves Jr. Produção: Aida Lima

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chef e consultora Maria do Céu*, do Centro de Culinária Céu Natural, preparou cinco nutritivas e deliciosas receitas de tortas salgadas que podem ser consumidas em qualquer ocasião. Segundo Maria, o importante para se obter uma torta mais saborosa é a escolha de ingredientes frescos e o mais naturais possíveis, além de uma pitada de emoção. "Quando estiver cozinhando, ponha seu coração junto porque em toda receita sempre vai um pedaço nosso junto".

Torta de millho

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Ingredientes da massa: 91 e ½ xícara de chá de farinha de trigo branca 9½ xícara de chá de farinha de trigo integral 9½ colher de chá de fermento em pó 91 colher de café de sal 9½ xícara de chá de margarina sem sal gelada 94 colheres de sopa de leite de soja gelado

93 dentes de alho picados 91 colher de sopa de azeite de oliva 9½ xícara de chá de água 9sal e cominho em pó a gosto 91 colher de sobremesa de açúcar mascavo 92 colheres de sopa de salsa picada 91 colher de sopa de cebolinha verde picada 91 e ½ colher de sopa de amido de milho

Ingredientes do recheio: 94 xícaras de chá de grãos de milho cozido 92 tomates sem pele e sem semente picados 91 cebola picada

Modo de preparo: Para a massa, junte todos os ingredientes e amasse formando uma bola bem uniforme. Embrulhe no papel filme e deixe na geladeira por 20 minutos.

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Para o recheio, refogue a cebola e o alho no azeite por um minuto. Adicione o tomate, o milho, o sal, o cominho, o açúcar mascavo e refogue por mais um minuto. Junte a água e deixe ferver em fogo baixo por cinco minutos. Acrescente o amido e mexa até criar consistência. Desligue o fogo, adicione as ervas, misture tudo muito bem e reserve. Estique a massa sobre uma superfície lisa e polvilhada com farinha de trigo. Forre o fundo e as laterais da assadeira e, em seguida, espalhe o recheio. Cubra a torta com o restante da massa e leve ao forno, previamente aquecido, por 30 minutos aproximadamente. Sirva quente ou fria. Serve: 6 pessoas


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* Maria do Céu prepara cardápios e dá sugestões de receitas para empresas e qualquer pessoa interessada em culinária vegetariana. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 5034-3719 ou pelo e-mail mariadoceu@ceunatural.com.br

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Torta de tofu com tomate seco Ingredientes da massa: 91 xícara de chá de farinha de trigo branca 9½ xícara de chá de farinha de trigo integral 91 colher de café de sal 91 colher de chá de açúcar mascavo 93 colheres de sopa de água gelada 9½ xícara de chá de margarina gelada Ingredientes do recheio: 9400g de tofu fresco e amassado 91 xícara de chá de tomate seco picado 9sal a gosto 91 colher de sopa de amido de milho

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Modo de preparo: Para a massa, junte todos os ingredientes e amasse até formar uma bola bem uniforme. Embrulhe num pedaço de papel filme e mantenha na geladeira por 20 minutos. Em um recipiente, junte todos os ingredientes do recheio, misture tudo muito bem e reserve. Estique a massa numa superfície lisa e polvilhada com farinha de trigo. Forre o fundo e as laterais de uma assadeira e espalhe o recheio. Asse em forno, previamente aquecido, por 25 minutos. Serve: 6 pessoas


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Torta de PVT granulada Ingredientes da massa: 91 ½ xícara de chá de farinha de trigo branca 9½ xícara de chá de farinha de trigo integral 9½ colher de chá de fermento em pó 91 colher de café de sal 9½ xícara de chá de margarina sem sal gelada 94 colheres de sopa de leite de soja gelado Ingredientes do recheio: 92 xícaras de chá de PVT granulada 92 tomates maduros sem pele e sem sementes 91 cebola picada 93 dentes de alho picados

92 colheres de sopa de óleo vegetal 91 colher de café de orégano 9sal a gosto 98 azeitonas verdes picadas 92 colheres de sopa de salsinha picada 91 colher de chá de gengibre ralado 9½ xícara de chá de água 91 colher de sopa de amido de milho Modo de preparo: Para a massa, junte todos os ingredientes e amasse até formar uma bola bem uniforme. Embrulhe num pedaço de papel filme e reserve. Hidrate a PVT com água quente por 15 minutos. Escorra, deixe esfriar um pouco, esprema bem e reserve. Numa panela, refogue a cebola e o alho

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no óleo vegetal por um minuto. Adicione o restante dos ingredientes, exceto o amido de milho e as ervas. Refogue por mais três minutos em fogo baixo e adicione o amido. Mexa até obter consistência e desligue o fogo. Acrescente as ervas e misture bem. Estique a massa (separando um pedaço menor para a cobertura) e forre o fundo e as laterais de uma assadeira. Espalhe o recheio e, com o restante da massa, faça pequenas tiras. Cubra a torta com essas tiras formando um xadrez. Leve ao forno, previamente aquecido, por aproximadamente 25 minutos. Serve: 6 pessoas

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Acessórios usados nesta reportagem: Pepper, tel.: (11) 3073-0333

RECEITAS

Torta purê Ingredientes da massa: 91 e ½ kg de batata cozida e amassada 91 colher de sopa de azeite de oliva 91 xícara de chá de leite de soja fresco 9sal e noz moscada a gosto Ingredientes do recheio: 92 maços de espinafre 9250g de tofu amassado 9sal a gosto 91 cebola picada 91 colher de sopa de azeite de oliva 91 colher de chá de pimenta dedo-de-moça picada e sem sementes 9½ colher de sopa de amido de milho

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Modo de preparo: Junte em um recipiente os ingredientes da massa, misture tudo muito bem e reserve. Lave as folhas de espinafre, escalde-as, deixe esfriar, escorra e esprema bem. Coloque-as numa tábua e pique-as. Numa panela, refogue a cebola no azeite até amolecer. Adicione o espinafre, o sal, a pimenta e refogue por dois minutos. Desligue o fogo e junte o tofu. Misture tudo muito bem. Em um refratário untado, coloque uma parte da massa de batatas, espalhe o espinafre e, em seguida, a outra parte da massa. Leve ao forno, previamente aquecido, por 15 minutos. Serve: 6 pessoas


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Torta de inhame com triguilho Ingredientes: 91 xícara de chá de triguilho 92 xícaras de chá de PVT granulada 9½ kg de inhame 92 cebolas picadas 91 xícara de chá de castanha-do-Pará trituradas 92 colheres de sopa de azeite de oliva 9sal a gosto 91 colher de café de canela em pó 92 colheres de sopa de hortelã picada 91 limão espremido 91 colher de sopa de farinha de trigo

em água quente por 15 minutos. Escorra, deixe esfriar, esprema bem e reserve. Num recipiente, junte todos os ingredientes e misture tudo muito bem. Em uma assadeira previamente untada, espalhe a mistura e leve para assar no forno já aquecido por aproximadamente 25 minutos. Sirva quente ou fria. Serve: 6 pessoas

Modo de preparo: Cozinhe o inhame, escorra, amasse em ponto de purê e reserve. Hidrate o triguilho em água quente por uma hora. Escorra, esprema bem e reserve. Hidrate a PVT

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ALIMENTO DO MÊS

Bardana Aparentemente, sua raiz se parece com uma mandioquinha. Diz a lenda que suas folhas curaram o rei Henrique III, da França, de uma doença de pele. Popularizada entre os japoneses, a bardana ou gobô é uma planta com diversas propriedades nutricionais e medicinais Origem Apesar de ser originária da Europa, e de ser muito consumida em Portugal, França e Itália, acredita-se que o Japão foi o primeiro país a cultivar a bardana, pois é na culinária japonesa que sua raiz é mais difundida. De fácil adaptação ao clima onde é plantada, sua semente pode ser semeada praticamente em qualquer lugar do mundo, desde que encontre as condições ideais: lugar úmido, com solo arenoso, profundo e sombreado. No Brasil, é mais facilmente encontrada nos meses mais quentes e úmidos. Pertencente à família Asteraceae, esta herbácea pode chegar a um metro de altura. Seu caule é firme e suas folhas são grandes e isoladas. Os frutos são secos e providos de espinhos que facilitam sua dispersão. As flores são brilhantes e o tom da cor é uma mistura entre o marrom e o rosa.

Propriedades Nutricionais

Propriedades Medicinais

A raiz da bardana é fonte de proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, riboflavina, niacina, vitaminas A e B1, além de ser rica em sais minerais. 100 gramas do vegetal fornecem 82 calorias. Segundo alguns produtores japoneses, a maioria das propriedades nutricionais estão concentradas na casca e por isso é importante não retirá-la. O restaurante Vegethus, em São Paulo, utiliza a raiz nas receitas de feijoada, salpicão e feijão azuki. Além de prepararem um delicioso azeite à base da raiz. Entre a comunidade japonesa, a bardana ou o gobô, como é mais conhecida, é normalmente refogada com shoyu e sal ou usada nas receitas de tempurá.

As folhas da bardana são benéficas para a pele porque possuem propriedades anti-inflamatórias, anti-sépticas e fungicidas. Suas compressas são indicadas para tratamentos de erupções cutâneas, doenças que ressecam e descamam a pele e para aliviar as picadas dos insetos. O chá combate desde prisão de ventre e gastrite, até bronquite, catarro preso e hemorróidas. As raízes e sementes, muito usadas pelos orientais, servem para tratar cálculos renais, reumatismos e problemas da vesícula. Além de muito nutritiva, a raiz é considerada um estimulante do sistema nervoso, benéfica para as doenças dos ossos, diurética, depurativa, antitérmica e antibacteriana. O óleo (Oleum bardanae) retirado das sementes pode ser usado para combater a queda de cabelo. No entanto, a bardana é contra-indicada durante a gravidez por sua ação estimulante uterina. E suas sementes podem provocar irritação no trato urinário.

Nome Curiosidades Como suas folhas têm poderes anti-inflamatório, bactericida e fungicida, diz a lenda que foi a bardana que curou o rei Henrique III, da França, de uma grave doença de pele. Segundo o médico fitoterapeuta, Roberto Leal Boorhem, as enormes hastes de sustentação, cheias de pequenas flores, servem de projéteis para as brincadeiras de crianças nas cidades rurais européias.

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O nome científico Arctium lappa deriva do grego, sendo arctos (urso) e lappa, "eu tomo". Popularmente, a bardana tem diversos nomes: pegamassa, pegamasso, pegamoço, erva dos tinhosos, orelha gigante, carrapicho grande e carrapicho de carneiro. No português lusitano, bardana maior ou herba dos namorados. Em japonês, gobô. Em inglês, great burdock. Em espanhol, lampazo mayor. Alemão, grossa klette. Francês, grand bardane e, em italiano, bardana.

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Onde encontrar: A raiz pode ser encontrada em lojas de produtos japoneses, cooperativas agrícolas e feiras livres. O maço é vendido, em média, a R$2,50.


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Foto: Nelson Alves Jr.

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Receita

Risoto de funghi com azeite aromatizado de bardana Azeite Aromatizado de Bardana Ingredientes 500 ml de azeite extra virgem 2 bardanas grandes 1 ramo de alecrim Modo de Preparo: Descasque as bardanas e pique-as em tamanhos pequenos. Coloque o azeite em uma panela média e leve ao fogo baixo. Acrescente as bardanas e o alecrim e deixe em fogo brando por aproximadamente 30 minutos. Se preferir, cozinhe as bardanas para que fiquem mais macias. Guarde fora da geladeira por 2 semanas.

Risoto de funghi Ingredientes 250 g de arroz cateto 45 g de creme vegetal 2 ½ caldo de legumes 100 g de funghi sechi hidratado Sal a gosto

cozinhe lentamente em fogo baixo. Quando o arroz começar a secar, acrescente mais caldo de legumes. Assim que estiver macio, coloque mais uma concha de caldo de legumes e adicione o restante do creme vegetal para que o arroz fique brilhante. Antes de servir, coloque o azeite de bardana e seus pedaços também.

Modo de Preparo: Não lave o arroz. Em uma panela grande, coloque para derreter Serve: 2 pessoas 40 gramas de creme vegetal, acrescente o arroz e aos poucos vá adicionando o * Receita fornecida por Vivian Santiago, caldo de legumes. Coloque o funghi já chef do Vegethus Restaurante Vegetariano hidratado e vá deixando que o arroz

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CHÁS

Chás

Em pleno verão, nada melhor para acabar com a sede do que deliciosos chás bem gelados Por Lelington Lobo Franco (lelington50@yahoo.com.br)

Gelados Chá Mate com Limão

Chá de abacaxi-hortelã

Ingredientes: 9 2 litros de água mineral com gás 9 5 saquinhos de chá mate 9 Suco de um limão grande 9 Açúcar a gosto

Ingredientes: 9 1 abacaxi médio 9 6 ramas de hortelã 9 2 litros de água 9 Adoçante e gelo

Modo de preparo: Prepare o chá antecipadamente e coloque-o para gelar. Bata no liquidificador o chá gelado, o açúcar e o limão.

Modo de preparo: Lave bem o abacaxi, com a ajuda de uma escova ou esponja e detergente. Corte a casca do abacaxi e coloque-a em uma vasilha com 2 litros de água. Ferva por 20 minutos. Coe e deixe esfriar. Coloque no liqüidificador e bata com 6 ramos de hortelã. Adoce a gosto.

Chá Preto com Maçã Ingredientes: 9 4 saquinhos de chá preto já feito bem forte 9 500 ml de suco de maçã pronto 9 1,5 litro de água de coco 9 Açúcar ou adoçante a gosto Modo de preparo: Misture tudo, adoce a gosto e leve para gelar.

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Chá Verde Ingredientes: 9 6 pacotinhos de chá verde (Camellia sinensis) 9 2 ramas de hortelã 9 1 litro de água mineral 9 Gelo e adoçante a gosto Modo de preparo: Ferva a água e coloque em um recipiente ainda quente os saquinhos de chá e a hortelã. Esfrie e coloque adoçante e gelo à vontade.


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Foto: Nelson Alves Jr. Produção: Aida Lima

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ARTIGO

Por: Dr. George Guimarães nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg www.nutriveg.com.br

Cálcio na Dieta Vegana

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fornecer esses nutrientes em quantidades adequadas, a questão que segue é sobre a sua qualidade, ou biodisponibilidade. De fato, há uma diferença com relação à eficiência com que o organismo humano aproveita o cálcio dos alimentos de origem vegetal quando comparada à eficiência com que aproveita o cálcio de origem animal. Essa diferença é que o cálcio dos alimentos vegetais é mais bem absorvido. O que é demonstrado por muitos estudos científicos: os alimentos de origem vegetal oferecem um cálcio que é mais bem utilizado pelo organismo do que o cálcio que tem origem no leite e derivados. Isso significa dizer que, quando a ingestão se dá em quantidade adequada, a qualidade do cálcio vegetal não deixa nada a desejar ao cálcio de origem animal.

A noção de que o cálcio é exclusividade do leite da vaca é fruto de um elaborado trabalho de propaganda por parte das indústrias de laticínios

idéia de que o leite e derivados são a melhor (se não a única) fonte de cálcio é tão arraigada na nossa sociedade que a maioria das pessoas tem dificuldade em aceitar a idéia de que é possível ter ossos saudáveis sem o consumo de laticínios. Mas o fato é que o cálcio não é exclusividade do produto secretado pelas glândulas mamárias dos animais mamíferos. A noção de que o cálcio é exclusividade do leite da vaca é fruto de um elaborado trabalho de propaganda por parte das indústrias de laticínios. Apesar de não poderem afirmar diretamente que o leite de vaca é a única fonte de cálcio (isto seria propaganda enganosa), a indústria busca passar essa noção ao consumidor. Faz pouco mais de um ano que a Vegan Society do Reino Unido processou uma multinacional que lançou uma campanha que trazia a frase: "Leite – essencial para ossos saudáveis". Em poucos dias, a campanha foi tirada do ar, pois essencial é aquilo que não pode ser substituído, o que não é o caso dos laticínios como sendo fonte de cálcio. Se uma associação de feirantes pudesse desenvolver uma campanha para promover os alimentos vegetais como boas fontes de cálcio, o que eles promoveriam? Os vegetais verde-escuros (brócolis, couve e quiabo) são excelentes fontes de cálcio e estão acompanhados de uma série de outros nutrientes importantes para o metabolismo do cálcio, como o potássio e a vitamina K. As frutas secas (figo, damasco, uva-passa) e as castanhas e sementes (nozes, avelãs, amêndoas, castanha-do-Pará, semente de girassol, gergelim, entre outras) são fontes bastante concentradas deste mineral e são muito fáceis de serem armazenadas, transportadas e consumidas. Já as leguminosas (soja, tofu, lentilha, ervilha, grão-de-bico, feijões), muitas delas tão presentes no cardápio do brasileiro, são também boas fontes e o melado-de-cana completa a lista oferecendo uma grande concentração de cálcio. Essas são as principais fontes de cálcio em uma dieta livre de produtos de origem animal. Assim como quando discutimos sobre a existência de boas fontes vegetais de proteína e ferro, uma vez demonstrada a possibilidade de a dieta vegetariana

No que diz respeito à saúde óssea, as vantagens de se obter o cálcio dos alimentos de origem vegetal não param por aí, pois uma dieta isenta de produtos de origem animal (inclusive os laticínios) tem muitos outros aspectos que favorecem a saúde dos ossos. Quando um nutriente tem efeito positivo na retenção do cálcio no organismo, dizemos que o balanço de cálcio é positivo. O inverso vale para o termo balanço negativo. Os fatores dietéticos que afetam positivamente o balanço de cálcio são a vitamina K, o potássio, um pH sangüíneo alcalino e, é claro, o próprio cálcio. Os fatores que afetam negativamente o balanço de cálcio são o consumo excessivo de sódio, proteínas e vitamina A. Uma dieta vegana é mais rica em vitamina K e potássio, enquanto ela é mais pobre em sódio. Ela também é mais provavelmente abundante em alimentos alcalinizantes, ao mesmo tempo em que RevistaVegetarianos.com.br

não excede com facilidade a quantidade recomendada de proteínas. Além disso, a dieta vegana não excede na ingestão de vitamina A. Na verdade, ela é isenta dessa vitamina, fornecendo o beta-caroteno, que é convertido pelo organismo em vitamina A (retinol) apenas na quantidade necessária, evitando assim o seu excesso. Do ponto de vista dietético, a eliminação dos produtos de origem animal, concomitante com o aumento da ingestão de alimentos de origem vegetal, favorece em muito a saúde óssea. Além do aspecto alimentar, devemos considerar a vitamina D e a atividade física. A vitamina D pode ser produzida pelo organismo e tem papel fundamental para o balanço positivo de cálcio. Ela é sintetizada quando ocorre a exposição adequada da pele à luz solar. Para pessoas de pele clara, uma exposição de cerca de 20 minutos em uma pequena porção de pele (mão e rosto, por exemplo) quando o Sol está a um ângulo acima de quarenta graus do horizonte é o suficiente para estimular a produção de vitamina D em quantidade adequada. Pessoas de pele escura devem estender este tempo de exposição para até uma hora. A atividade física também é muito importante para uma boa saúde óssea. Pense nos seus ossos como se fossem os seus músculos: se você os utilizar pouco, eles se desenvolverão pouco. Uma dieta vegana está relacionada a alguns aspectos que favorecem a prática de atividades físicas, como, por exemplo, um índice de massa corpórea mais próximo do saudável; e por isso o vegano ganha mais uma vantagem com relação à sua saúde óssea, já que a dieta como um todo favorece a prática de atividades físicas. Vale notar que quando optamos por ingerir o cálcio a partir de fontes vegetais, estamos optando por ingerir alimentos que são também boas fontes de ferro, fibras e outros nutrientes importantíssimos e que não são encontrados nos laticínios. Aqueles que ainda acreditam que o leite é um produto adequado à alimentação de mamíferos adultos devem estudar mais a fundo os benefícios resultantes da eliminação desse alimento do cardápio, inclusive e especialmente no que diz respeito ao cálcio e a outros fatores relacionados à boa saúde óssea.


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Sementes da discórdia Por Samira Menezes Fotos Nelson Alves Jr.

Eles foram desenvolvidos em laboratório, durante a década de 1980. Desde então, os transgênicos vêm causando polêmica em torno de suas conseqüências para a saúde e o meio ambiente difícil formar uma opinião justa sobre os transgênicos. A maioria das pessoas com consciência ecológica tem uma forte tendência a ser contra. Algo baseado apenas na impressão genérica de que "eles não merecem confiança", ou "posso não saber por que estou batendo mas eles sabem por que estão apanhando". Obviamente isso não é digno de um formador de opinião que se preze. É preciso ir um pouco mais fundo na questão. Não dá para negar a evolução da Ciência e muito menos ignorar as advertências dos ecologistas. Para ajudar você a fundamentar suas opiniões, a Revista dos Vegetarianos ouviu especialistas de ambos os lados e responde as 20 dúvidas mais freqüentes para esclarecer se esses alimentos são um avanço da modernidade, como dizem os cientistas, ou uma ameaça ao futuro da biodiversidade, como pretendem fazer crer os ambientalistas.

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É verdade que as plantas transgênicas são Frankenstein genéticos? Que têm pedaços de vírus, bactérias e coisas parecidas? Os transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGM) são plantas modificadas em laboratório, capazes de resistir a herbicidas e de produzir sementes maiores e mais nutritivas. Para que isso aconteça, os pesquisadores se utilizam de técnicas de mutação genética para combinar a seqüência de DNA destas plantas com os DNAs de outros seres vivos, como de bactérias, vírus e flores, por exemplo.

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Se eu for procurar plantações de transgênicos no País, quais são os tipos que vou encontrar? Soja e algodão. Porém, as multinacionais Bayer e Monsanto estão tentando, desde o final de 2006, lançar no mercado uma nova variedade de milho transgênico resistente a herbicida e lagartas. Caso sejam liberadas para comercialização, essas sementes serão patenteadas por essas empresas, que terão exclusividade de venda por 20 anos. No País, a única soja transgênica plantada é a Roundup Ready ou soja RR, desenvolvida nos laboratórios da Monsanto na década de 1980. Essa semente foi elaborada para que se tornasse resistente ao herbicida Roundup, feito à base de uma substância química – conhecida como glifosato – e também comercializado pela multinacional. Os herbicidas, em geral, são capazes de matar qualquer tipo de planta, porém, a da soja RR foi elaborada para resistir a esse produto porque em sua seqüência de DNA foram inseridos genes de duas bactérias, de um vírus e de uma flor.

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Os alimentos transgênicos fazem mal à saúde? De acordo com engenheiros agrônomos e nutricionistas ligados às pesquisas genéticas, todos os testes de segurança alimentar dos transgênicos comprovaram que esses alimentos não

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fazem mal à saúde humana. Porém, alguns especialistas acreditam que faltam estudos complementares para dizer com certeza se os transgênicos podem ou não, por exemplo, causar alergias em algumas pessoas. Para o engenheiro agrônomo Gabriel Fernandes, da ONG Assessoria de Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA), há uma visão reducionista por parte de alguns pesquisadores. "Na minha opinião, é uma questão de concepção filosófica, pois muitos (pesquisadores) acreditam que podem controlar a natureza. À medida que se manipula um material genético de bactérias, aumenta a probabilidade de criar novas bactérias com potencial desconhecido." Os transgênicos realmente prejudicam o meio ambiente, como dizem os ambientalistas? Segundo o professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina, Rubens Onofre Nodari, que realizou um estudo sobre os riscos ambientais dos transgênicos, é difícil avaliar todos os malefícios e benefícios ao meio ambiente, pois uma avaliação como essa depende de muitos fatores, como a seleção natural dessas sementes e as condições naturais em que elas se desenvolvem. De acordo com o professor, nenhuma tecnologia é totalmente boa ou ruim, porém todos os possíveis malefícios precisam ser cuidadosamente avaliados, tais como a perda da biodiversidade e a existência de superpragas no futuro. No entanto, segundo Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – os malefícios causados ao meio ambiente são provenientes da agricultura em geral, seja ela transgênica ou não. De acordo com o cientista, se um agricultor tiver opção de plantar duas variedades de sementes simultaneamente num determinado campo, sendo uma mais rentável do que a outra, com certeza, ele vai optar pelo cultivo daquela semente que rende mais. E ainda fará isso em toda a extensão de sua terra. Portanto, a diversidade das plantas diminuirá. A solução, diz Aragão, seriam investimentos na área de melhoria genética para criar variedades distintas de sementes fortes e rentáveis

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É uma questão de concepção filosófica, pois muitos pesquisadores acreditam que podem controlar a natureza

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para que o agricultor pudesse plantar diversos tipos de plantas. Para ele, a soja transgênica plantada no País beneficia o meio ambiente porque possui variedades diferentes. "Apesar de existir só soja da Monsanto, a empresa fez acordo com vários outros programas de melhoramento, como a Embrapa e a Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola), que fizeram variedades para o Brasil inteiro. Então, a gente tem muitas variedades transgênicas, o que ajuda a manter a biodiversidade da soja." Além disso, a existência de superpragas, ponto muito questionado por ambientalistas, é algo que ocorre com todos os tipos de plantações, informou o pesquisador. Existe alguma vantagem em plantar os transgênicos? E desvantagem? Por um lado, os transgênicos são vantajosos porque eles são resistentes a pragas e a determinadas condições climáticas, como a seca no Nordeste. Suas sementes são maiores e mais nutritivas, além de precisarem de uma quantidade menor de agroquímicos durante o crescimento. De acordo com a engenheira agrônoma Luciana Di Ciero, do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da USP, as vantagens ambientais e econômicas, após a comercialização da soja Roundup Ready, são enormes. "Depois da soja RR, passou-se a usar mais glifosato (principal substância química do herbicida Roundup e de baixa toxicidade para o meio ambiente), mas deixou-se de usar outros herbicidas de classe toxicológica mais alta, portanto há um ganho Vantagens: para ambiental e para a a pesquisadora saúde do trabalhador Luciana Di Ciero, rural, que deixa de os agricultores só manipular os outros tiveram a ganhar

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A existência de super pragas é algo que ocorre com todos os tipos de plantações, sejam elas transgênicas ou não

(Francisco Aragão)

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produtos mais tóxicos." A pesquisadora afirma que com a soja Roundup Ready os agricultores economizam no custo de produção de suas lavouras, o que explica a grande adoção desse tipo de soja em todo o mundo. Por outro lado, os transgênicos escondem uma dura realidade. Os testes de segurança alimentar, um dos requisitos para o governo brasileiro liberar uma planta transgênica no mercado, são realizados em animais. Além disso, há o risco de surgirem pragas resistentes aos herbicidas usados atualmente e o monopólio das multinacionais agrícolas, como a Monsanto e a Bayer, que podem patentear por 20 anos uma semente desenvolvida em seus laboratórios. Se eu não quiser comer nenhum tipo de alimento transgênico, consigo encontrar opções alternativas no supermercado ou na feira? Os produtos orgânicos ou as sementes convencionais, porém estas, apesar do nome, também são melhoradas de alguma maneira em laboratório para resistirem aos agrotóxicos usados durante o plantio. No entanto, elas não têm suas seqüências de DNA modificadas, como acontece com as sementes transgênicas. No País, existem diversas entidades e empresas que trabalham em cima dos princípios da agroecologia. Essas instituições levam em consideração a soberania alimentar, a preservação do meio ambiente e a auto-sustentabilidade para produzir alimentos orgânicos. Exemplo disso é a empresa Bionatur, que atua em parceria com agricultores de assentamentos dos Sem Terra no Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, regiões onde se encontram as maiores plantações de soja transgênica. Segundo o engenheiro agrônomo Eitel Dias Maicá, responsável pelo setor comercial da Bionatur, a produção é feita de uma forma totalmente orgânica. "Químicos passam longe de nossas plantações." A parceria com os trabalhadores Sem Terra

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Avanços: para Francisco Aragão, da Embrapa, a biotecnologia sempre ofereceu diversos benefícios

é uma forma de ajudar esses agricultores a melhorar a renda familiar, pois um dos problemas encontrados nos grandes latifúndios hoje em dia é a mecanização das lavouras, que desemprega milhares de produtores rurais. "Nossa intenção é desenvolver um projeto estratégico para garantir a biodiversidade e um ambiente preservado para as gerações futuras", afirmou Maicá. Por que a campanha do Greenpeace contra os transgênicos é tão forte aqui no Brasil? O Greenpeace é uma das organizações não-governamentais mais envolvidas na questão dos transgênicos. Segundo Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha, isso acontece porque o Brasil é um país essencialmente agrícola. "O Greenpeace de cada país tem certa autonomia para tratar das questões mais importantes regionalmente. No Brasil, 40% do PIB correspondem à agricultura, por isso é um assunto mais corrente do que a caça às baleias, por exemplo, que é tratado com muito mais afinco no Greenpeace do Japão (um dos países que ainda utiliza a carne do animal para comércio)." Além da instituição, professores de universidades e ONGs como a Assessoria de Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA) e a Associação de Proteção ao Meio Ambiente (Apromac) lutam contra a comercialização desses alimentos.

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Por que os cientistas tiveram a idéia de produzir os transgênicos? Quando eles começaram a fazer isso? Segundo Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), "a primeira planta transgênica foi a de fumo, em 1983. Já o primeiro produto

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comercializado foi a insulina humana, em 1982.". A partir de então, a bioteconologia não parou mais. De acordo com a assessoria da Embrapa, o objetivo das pesquisas de transgenia é contribuir para uma agricultura mais produtiva e saudável com plantas resistentes a pragas e doenças. O governo brasileiro fez alguma lei para controlar a produção desses alimentos? A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), criada em 1995 e composta por especialistas de diversas áreas, controla por meio de dispositivos legais as atividades ligadas aos organismos geneticamente modificados (OGM). Em 2005, a lei nº 11.105, de 24 de março, estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre as várias etapas do processo de desenvolvimento e comercialização dos transgênicos. Desde a produção em laboratório e o cultivo em campo, até a manipulação e a exportação dos OGM são avaliados pela CTNBio, que defende e estimula o avanço científico na área de biotecnologia, desde que a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente estejam protegidos.

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A técnica de criação dos transgênicos tem um nome? Ela serve só para fazer semente? Chama-se biotecnologia. De acordo com o Greenpeace, em sua publicação Transgênicos: a verdade por trás do mito, a biotecnologia envolve técnicas como o teste de paternidade, a cultura de vegetais, a clonagem, o desenvolvimento de células-tronco e a transgenia, que lida com a modificação genética de plantas comestíveis. Além disso, essa ciência também envolve os projetos que buscam a cura de doenças como o câncer e a Aids.

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Existem vários tipos de soja transgênica aqui no Brasil? Para onde ela vai depois de colhida? A única soja transgênica plantada no Brasil é a soja Roundup Ready ou soja RR, da multinacional agrícola Monsanto. Essa semente é resistente ao herbicida Roundup também comercializado pela empresa. Segundo Francisco Aragão, responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, existem variedades dessa soja adaptadas para os Estados do Rio Grande do Sul e do Maranhão. De acordo com o pesquisador, a soja cultivada no País se destina à fabricação de óleo e a maior parte para exportações para Europa, China e Japão, onde servirá como alimentação para bovinos.

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Quando as pessoas falam sobre os transgênicos, sempre ouço falar sobre uma tal de Monsanto. Mas quem é ela afinal? É uma empresa do setor agrícola, fundada nos EUA em 1901, por John F. Queeny, para produzir sacarina, uma espécie de adoçante. A partir de 1945, após a Segunda Guerra Mundial, a companhia passou a produzir agrotóxico e, em 1951, instalou sua primeira fábrica no Brasil, em São José dos Campos (SP). Já em 1976, a Monsanto começou a comercializar nos EUA o herbicida Roundup, feito à base de uma substância química conhecida como glifosato, que é capaz de matar qualquer erva daninha, mas que mantém a planta livre de pragas. Em 1996, a empresa conseguiu aprovação para comercializar a semente da soja desenvolvida em seus laboratórios. Conhecida como soja

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Riscos: para o professor titular da UFSC, Rubens Nodari, nenhuma tecnologia é totalmente boa ou ruim

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Roundup Ready ou soja RR, essa semente foi elaborada para que se tornasse resistente ao herbicida Roundup. Cultivada no Brasil desde 2005 e única soja transgênica existente no País, a semente da RR ocupa 60% das plantações mundiais de soja e também é comercializada nos EUA, Argentina, Paraguai, Canadá, Uruguai, Romênia, África do Sul e México. Já o herbicida Roundup é vendido em 120 países. Até 2015, a empresa quer lançar mais duas variações de soja transgênica: uma tolerante à seca e ao fungo de ferrugem e outra semente rica em ômega-3. Caso essas pesquisas sejam aprovadas, a Monsanto terá por 20 anos a patente dessas sementes. Ouvi dizer que a Amazônia tem sido devastada por causa de grandes plantações de soja. Essa semente que tem sido cultivada por lá é transgênica? Não, pois ainda não existem sementes adaptadas para a região.

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Os cientistas dizem que foram feitos vários testes para provar que os transgênicos não fazem mal à saúde. Será que esses testes foram feitos em animais? Sim. Para que um alimento transgênico se torne mais nutritivo ou resistente a herbicidas e pragas, é necessário introduzir em suas seqüências de DNA genes de outras espécies, o que fará surgir novas proteínas nesses alimentos. Para saber se essas proteínas são ou não alergênicas aos seres humanos, existem protocolos internacionais que determinam quais testes devem ser realizados, entre eles os testes em animais. Para verificar se a proteína produzida pela soja Roundup Ready, por exemplo, possuía ou não substâncias tóxicas aos mamíferos, camundongos criados em laboratório ingeriram essa substância numa quantidade 1.300 vezes maior do que seria o consumo normal. A nutricionista e autora do livro Biotecnologia e Nutrição, Neuza Maria Brunoro Costa, afirma que esse método é necessário, apesar de ser possível

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Orgânicos: no RS, Bionatur e MST trabalham juntos em plantações totalmente livres de agroquímicos

Além da soja, que outros produtos transgênicos são vendidos no mundo? Milho, canola e arroz, além de peixes, como a tilápia, que vem sendo comercializada em Cuba e no Canadá. A Embrapa vem realizando pesquisas para melhorar sementes de feijão, batata, mamão e alface. No caso desta verdura, existem projetos sendo desenvolvidos para introduzir em suas sementes genes de animais, como a vaca, para que a planta produza uma proteína própria e se torne mais nutritiva.

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Para que serve o algodão transgênico? Essa semente foi desenvolvida para criar resistência a um tipo de fungo. Aparentemente, o algodão transgênico não difere em nada do convencional. Ele é usado na fabricação de roupas e, inclusive, na produção das cédulas do dólar americano.

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Se eu comprar algum produto à base de soja, consigo saber se é feito com soja transgênica? Deveria ser possível, mas o Decreto da Rotulagem – lei publicada em abril de 2003 e que diz que qualquer produto com mais de 3% de transgênico em sua composição deve ser rotulado – não é respeitado pelas empresas fabricantes e também não existe uma fiscalização nesse sentido. O símbolo que indica organismo transgênico na formulação de um produto é um

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Existem muitas plantações transgênicas no mundo? De acordo com relatório anual de 2006, do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), são 101 milhões de hectares ocupados com plantações transgênicas. No Brasil, são 11,5 milhões de terras ocupadas com sementes de soja e de algodão modificadas geneticamente.

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Quem são os campeões de plantações transgênicas? Na ordem crescente: EUA, Argentina e Brasil.

É verdade que os transgênicos prometem acabar com a fome do mundo? Sim, pois de acordo com os cientistas que desenvolvem a transgenia, esses alimentos são mais nutritivos e, além disso, mais resistentes às pragas, o que permite uma oferta maior no mercado. Porém, não é isso que vem ocorrendo. Segundo os críticos dos transgênicos, a maior parte das produções transgênicas serve como alimentação para animais de corte e leite em países desevolvidos.

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... o Decreto da Rotulagem (...) não é respeitado pelas empresas fabricantes e também não existe uma fiscalização nesse sentido

realizar exames de toxicidade em soro de seres humanos. "Os testes de toxidez são realizados em altas doses, pois se não for tóxico nesses níveis, a probabilidade de causar algum efeito adverso na dose usual é mínima. E, por razões éticas, não devem ser realizados em humanos", disse Neuza.

triângulo amarelo com a letra "T" no centro, porém dificilmente será encontrado nas embalagens comercializadas hoje em dia. "Eu só vi uma coisa rotulada até hoje no mercado, foi uma ração de cachorro", disse o pesquisador da Embrapa, Francisco Aragão. A solução para saber se um alimento é transgênico ou não, é confiar na resposta que o serviço de atendimento ao consumidor de uma empresa oferece ou consultar o site do Greenpeace, pois a organização dispõe de uma lista com as empresas que usam sementes transgênicas na composição de seus produtos.

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DÚVIDAS

Perguntas & Respostas Sou vegetariana há alguns meses e estou me orientando através de livros e da Revista dos Vegetarianos. É mencionado muitas vezes que a combinação de alimentos tem papel importante na alimentação saudável, mas fica a dúvida de quais combinações de determinados alimentos são positivas e quais são negativas. Andressa Alencar do Nascimento, por e-mail O termo combinação de alimentos pode ser aplicado a diferentes aspectos da alimentação. Quando é falado sobre proteínas, por exemplo, o termo se refere à combinação entre alimentos que fornecem aminoácidos Combinação: essenciais que se alimentos de completam. Nesse caso, composição diferente precisam a combinação mais de tempos e positiva é aquela que meios de digestão diferentes

possibilita uma composição em que, juntos, os alimentos forneçam todos os aminoácidos essenciais. O termo combinação de alimentos também pode referir-se ao efeito que os alimentos têm no sistema digestório. Alimentos que têm uma composição muito diferente entre si precisam de tempos e meios de digestão diferentes. Por isso, a combinação correta entre alimentos de composição semelhante garante um processo de digestão mais eficiente. O princípio é evitar combinar na mesma refeição alimentos que necessitam de um meio ácido para serem digeridos com alimentos que necessitam de um meio mais alcalino. O higienismo é uma linha de alimentação que segue essas recomendações. Os praticantes não misturam, por exemplo, um alimento muito rico em proteínas com outro muito rico em amido ou, ainda, frutas ácidas com frutas doces. Adotei há seis meses uma dieta ovo-lacto vegetariana e conheço algumas pessoas que dizem já terem praticado essa dieta, porém interromperam por causa de anemia. Por que isso ocorre? Pâmela Gárcia, por e-mail Entre os vegetarianos, a anemia pode ser causada

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pela falta da vitamina B12 ou do ferro. No primeiro caso, isso ocorre porque os alimentos de origem vegetal não são fontes da vitamina e os ovos e laticínios fornecem apenas quantidades limitadas da mesma. Já com relação ao ferro, podem ocorrer dois tipos de erro quando da transição para uma dieta ovo-lacto vegetariana: o consumo de carne é abolido, o que significa ter uma fonte de ferro a menos na dieta, ao mesmo tempo em que o consumo de laticínios geralmente aumenta. Acontece que os laticínios são muito pobres em ferro. Portanto, quanto mais produtos lácteos estiverem presentes na dieta do vegetariano, maior será o seu risco de desenvolver anemia. Para evitar problemas (ou corrigi-los), o primeiro passo é reduzir a quantidade de laticínios da dieta e o segundo é incluir boas fontes dietéticas de ferro: vegetais verde-escuros, castanhas, frutas secas e leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, soja, grão-de-bico e derivados). Vale notar que a incidência de anemia não é mais prevalente entre a população vegetariana do que é entre a

Fotos: sxc.hu

Tire aqui suas dúvidas sobre nutrição com o Dr. George Guimarães


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nas verduras é pequena." Gostaria de saber se essas informações estão corretas e, nesse caso, se os veganos necessitam de complementos de cálcio. Francisco Medeiros - São Paulo - SP

população onívora (que come carne). Vale também notar que, justamente devido à exclusão dos laticínios, os veganos têm uma incidência de anemia inferior àquela dos ovo-lacto ou lacto vegetarianos. É verdade que os filmes fotográficos são feitos com produtos de origem animal? Se positivo, o que fazer? Adriano Marinheiro - São Paulo - SP Sim, os filmes fotográficos utilizam em sua composição gelatina, que é um produto que deriva do abate de animais. O mesmo vale para filmes exibidos nos cinemas, onde a película em que é Fotografia: os filmes fotográficos utilizam impresso o filme em sua composição também é feita de gelatina, que é de origem animal gelatina.

Castanhas: são boa fonte dietética de ferro para evitar a anemia

Felizmente, a fotografia digital é hoje amplamente disponível como alternativa aos filmes fotográficos. Nas salas de cinema, também cresce o uso de mídias digitais para a projeção. Dentro do vegetarianismo, onde encontrar uma fonte de vitamina B? Celso de Oliveira, por e-mail Uma dieta vegana fornece todas as vitaminas do complexo B, com exceção da vitamina B12. Já uma dieta ovo-lacto vegetariana com consumo freqüente de ovos e laticínios fornece esta vitamina. A vitamina B12 deve, portanto, ser suplementada na dieta vegana. Com relação às outras vitaminas do complexo B, estas estão presentes principalmente nos cereais integrais, nas leguminosas e nas castanhas. Numa série de reportagens de uma emissora de televisão sobre os problemas enfrentados na terceira idade, um médico conhecido fez as seguintes afirmações: "A principal fonte de cálcio é o leite!" e "... além disso a senhora tira cálcio das verduras, principalmente as escuras, mas a quantidade de cálcio

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O fato de o médico ter afirmado que "a quantidade de cálcio nas verduras é pequena" significa apenas que as pessoas não consomem verduras em quantidade suficiente. Quando excluímos da dieta as carnes, os ovos e os laticínios, aumentamos a nossa possibilidade (espaço no prato) de ingerir vegetais fontes de cálcio. Assim a quantidade fornecida pode ser suficiente, bastando apenas que façamos boas escolhas dentre a imensa variedade de alimentos vegetais, priorizando na medida certa aqueles que são fontes de cálcio. O artigo de nutrição desta edição da Revista Vegetarianos (página 50) discute um pouco mais a questão do cálcio numa dieta isenta de laticínios.

Dr. George Guimarães é nutricionista especializado em dietas vegetarianas e diretor da nutriVeg Consultoria em Nutrição Vegetariana. Mais informações: www.nutriveg.com.br nutriveg@terra.com.br (11) 5585-3475

Como enviar suas dúvidas Envie suas perguntas para o e-mail vegetarianos@europanet.com.br, para o endereço Rua MMDC, 121, Butantã, São Paulo, SP, CEP 05510-900, ou para o fax (11) 3819-0538. Não se esqueça de mencionar a referência Perguntas e Respostas – Revista dos Vegetarianos no item "assunto" do e-mail, carta ou fax.

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GUIA DE RESTAURANTES

Caminho do Mar Por Marco Clivati Caminho do Mar é um local especial, diferente de qualquer outro restaurante. Além de você se sentir verdadeiramente em casa e ter uma localização privilegiada – ao lado de praias magníficas como Prainha e Grumari, no Recreio dos Bandeirantes, na cidade do Rio de Janeiro – os pratos preparados pela Maria Lúcia, proprietária do restaurante, são realmente divinos. Muito freqüentado por surfistas, o restaurante abre de domingo a domingo, sempre com um prato diferente e totalmente vegano. Destaque para o suco de luz do Sol e da torta de banana, preparada pela Estrela, filha da Lúcia. A melhor torta de banana que eu comi nos últimos anos. O preço é bem em conta. Cada refeição sai por R$ 10. Quem mora no Rio de Janeiro ou pretende ir a passeio, não pode deixar de conhecer essa pérola vegetariana.

O

Endereço: Estrada do Pontal, 3.091 - Ponta do Recreio - RJ Horário: Domingo a domingo, das 12h às 20h Mais informações: (21) 3411-6280

Sinta-se em casa: Além de aconchegante, a comida vegana do Caminho do Mar é divina Foto: Marco Clivati

São Paulo Alcaparra Av.Pompéia,2.544 - Pompéia • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3672-7674 Alfredo Largo do Café,14 - Centro • Segunda a sexta

das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3104-9970

Segunda a sábado das 11h45 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3801-4406

domingo das 12h às 17h • À la carte ovolacto vegetariano • (11) 3289-6853

Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho,910 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3816-0706

Bio Saúde Rua Tobias Barreto,809 - Mooca • Segunda a sexta 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 66056452

Delhi Palace Av.Juscelino Kubitschek,1.132 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Terça a sexta das 18h30 às 23h • Sábado das 12h às 16h e das 19h às 00h • À la carte com opções lacto-vegetarianas • (11) 3073-1209

Banana Verde Rua Harmonia,278 - Vila Madalena • Segunda a domingo das 12h às 15h30 • Terça a domingo das 18h às 22h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3814-4828 Bio Alternativa – Higienópolis Rua Maranhão,812 - Higienópolis • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 Bio Alternativa – Jardins Alameda Santos,2.214 - Cerqueira César • Segunda a sexta das 12h às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3825-8499 Bioqualitá Rua Cardoso de Almeida,1.457 - Perdizes •

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Cachoeira Tropical Rua João Cachoeira,275 - Itaim Bibi • Segunda a sexta das 11h às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3167-5211

Delícia Natural Rua Albion,193 - Lapa • Segunda a quinta das 11h às 15h • Sexta das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (11) 3831-8860

Campo Verde Av.Jabaquara,1.126 - Saúde • Segunda a sábado 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5587-3785

Demether Cozinha Vegetariana Rua Verbo Divino,1.519 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5182-9118

Céu Natural Rua Hideo Sugyama,70 - Jabaquara • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5034-3719

Éden Av.Jabaquara,1469 - Loja 46 - Saúde • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato feito ovo-lacto vegetariano • (11) 2578-4981

Cheiro Verde Rua Peixoto Gomide,1078 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e

Espaço Natural Avenida Cotovia,912 - Moema • Segunda a segunda das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto

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vegetariano e natural • (11) 5535-2736

ovo-lacto vegetariano • (11) 3229-5696

Frazão Vegetariano R.Chafic Maluf ,193 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e vegano • (11) 5181-3193

Maha Mantra Rua Fradique Coutinho,766 - Vila Madalena • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 12h às 16h • Bufê lacto-vegetariano • (11) 3032-2560 Mercado Alternativo Fulô Rua Haddock Lobo,899 - Jardim Paulista • Segunda a sábado das 11h às 23h30 • Domingo das 12h às 19h • À la carte ovo-lacto e vegano • (11) 3081-7769 Moinho de Pedra Rua Francisco de Moraes,227 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 12h às 15h30 • Sábado das 12h às 17h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5181-0581

Vie Verte Rua Bianchi Bertoldi,128 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano com bufê de salada • (11) 3812-4331

• Sala de ioga e relax • Aceita cartões de crédito e tíquetes Endereço: Rua Diogo Moreira, 312 - Pinheiros Horário: Segunda a sexta das 11h30 às 15h Sábado das 11h30 às 15h30 Tipo: Bufê lacto-vegetariano Mais informações: (11) 3815-1448 ou casaprema@uol.com.br

Mosteiro Devakan Praça General Gentil Falcão,86 - Brooklin • Segunda a sábado das 11h45 às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 5506-3875

Recanto Verde Rua Guaranésia,1.276 - Vila Maria • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6636-1129

Nutrisom Viaduto 9 de julho,160 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h15 • Domingo das 11h30 às 16h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3255-4263

Satori Praça Carlos Gomes,60 / 1º andar - Liberdade • Segunda a sexta das 11h30 às 14h e das 18h às 20h • Sábado das 11h às 13h • Prato do dia ovo-lacto vegetariano • (11) 3242-9738

Gouranga Prasadam Rua Dr.Bacelar,96 - Vila Clementino • Segunda a segunda das 11h30 às 15h • Bufê lacto-vegetariano • (11) 5083-7844

Nutrivida Rua Fernão Tavares,132 - Brás • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6197-5571

Sattva Al. Itu,1.564 - Cerqueira César • Segunda a segunda das 11h às 22h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3083-6237

Grão de Soja Rua Girassol,602 - Vila Madalena • Segunda a sábado das 12h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 3813-2166

O Germinal Rua Treze de Maio,367 - Bixiga • Quarta a sábado das 12h às 0h • À la carte vegano • (11) 3105-7264

Integrão Cozinha Natural Rua Joaquim Antunes,377 - Pinheiros • Segunda a sexta das 11h30 às 19h30 • Sábado das 11h30 às 16h30 • À la carte com opções ovo-lacto e vegana • (11) 3088-3335

Orange Rua Batatais,388 - Jardim Paulista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3885-3384

Sol do Oriente Rua Azevedo Soares,679 - Tatuapé • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das12h às 16h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (11) 6886-4226

Pizzaria e Rest.Lar Vegetariano Rua Domingos Rodrigues,423 - Lapa • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Sábado das 19h às 23h • Bufê vegano e Pizzaria • (11) 3835-2490

Vegethus Rua Padre Machado,51 - Vila Mariana • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado e domingo das 11h30 às 16h • Bufê vegano • (11) 5539-3635

Prema Yoga Rua Maria Figueiredo,189 - Bela Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h30 e das 17h às 20h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3285-3464

Vegacy Rua Augusta,2.077 / Loja 03 - Jardim Paulista • Segunda a sábado das 12h às 15h30 • Bufê vegano • (11) 3062-9989

Gopala Prasada Rua Antônio Carlos,413 / 429 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 12h às 15h • À la carte lacto-vegetariano • (11) 3289-1911

Lá na Quitanda Rua Rodésia,128 - Vila Madalena • Segunda a segunda das 12h às 16h30 e das 19h às 23h (aos domingos não abre à noite) • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 3097-0410 Lagoa Tropical Rua Borges da Lagoa,406 • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5579-9228 Lótus Rua Brigadeiro Tobias,420 - Luz • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê por quilo

Recanto Vegetariano Rua Arandu,407 - Brooklin • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo,12h às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5506-8944

Soja Brasil Rua da Mooca,3.048 - Mooca • Segunda a sábado das 9h às 18h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (11) 6886-4226

VegeTao Rua Doutor Diogo de Faria,568 - Vila Clementino • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (11) 5574-6875

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Zen Rua Domingos de Moraes,237 - Vila Mariana • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (11) 5084-6751 ZYM Rua Tonelero,1.248 - Lapa • Segunda a sábado das 12h às 15h • Prato lacto vegetariano • (11) 3021-5637 Rio de Janeiro Beterraba Rua da Alfândega,25A - Centro • Segunda a sexta das 11h15 às 15h40 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2253-7460 Caminho do Mar Estrada do Pontal,3.091 - Ponta do Recreio • Domingo a domingo das 12h às 20h • Prato do dia vegano • (21) 3411-6280 Green Rua do Carmo,38 / Sobreloja - Centro • Segunda a quinta das 11h às 15h30 • Sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2252-5356 Health's – Centro Rua Senador Dantas,84 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (21) 2240-5388 Metamorfose Rua Santa Luzia,405,sobreloja 20 - Centro • Segunda a sábado das 12h às 16h • À la carte com opções vegetarianas • (21) 2262-6306 Natural Up Rua do Catete,228 - loja 116 - Catete • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte vegetariano • (21) 2556-6681 Natuwal Estrada dos Bandeirantes 22.774 • Quarta a domingo das 9h às 18h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 3411-2870 Oficina da Semente Rua Joaquim Silva,137 - Lapa • Segunda a sexta das 12h às 15h • Vegetariano (crudívoro) • (21) 2509-3316 Panela de Barro Rua Marques de Abrantes,26 - loja H • Segunda a sexta das 9h às 21h • Sábado das 10h às 16h • À la carte com opções ovo-lacto vegetarianas • (21) 2557-8600

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GUIA DE RESTAURANTES

Refeitório Orgânico Rua 19 de Fevereiro,120 - Casa 2 - Botafogo • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê ou à la carte vegetariano • (21) 2537-0750 Reino Vegetal Rua Luiz de Camões,98 / Sobrado - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (21) 2221-7416 Rio Vegetariano Rua Voluntários da Pátria,448 - loja 83/84 Cobal - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Prato pronto ovo-lacto vegetariano • (21) 2527-7558 Tempeh Rua 1º de Março,24 / Sobreloja - Centro • Segunda a sábado das 11h às 16h • Bufê vegetariano • (21) 2232-8007 Universo Orgânico Rua Conde de Bernadote,26 - Lojas 105 e 106 Leblon • Segunda das 8h às 19h • Terça a sábado das 8h às 21h30 • Domingo das 11h às 20h • À la carte vegano e crudívoro • (21) 2232-8007 Vegan Vegan Rua Voluntários da Pátria,402B - Botafogo • Segunda a sábado das 11h30 às 16h • Refeição do dia vegana • (21) 2286-7078 Vegetariano Social Clube Rua Conde de Bernadote,26 - Loja L - Leblon • Segunda a sábado das 12h às 24h • Domingo das 12h às 18h • Bufê no almoço e à la carte no jantar (vegetariano) • (21) 2294-5200 Brasília Amor à Natureza SCLN 310,bloco A,loja 42-50 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (61) 3272-2055 Bardana SCLN 405,bloco A,loja 22 - Asa Sul • Segunda a segunda das 11h30 às 15h30 • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3242-3532

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11h30 às 16h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (61) 3201-6223 Naturetto SASF Quadra 3 - Bloco A - Anexo 4 - Subsolo Sala 28 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h às 18h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3216-9895 Flor de Lótus CLN 102,bloco A,loja 48 - Asa Norte • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (61) 3326-9763

Green Land Rua XV de Novembro,548 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 14h30 • À la carte ovo-lacto • (41) 3322-2132

Brisa Rua Sargento Astrolábio,150 - Pituba • Domingo a sexta das 11h30 às 15h • Bufê a quilo vegetariano • (71) 3248-3400

Greenlife Rua Dr.Carlos de Carvalho,271 - Centro • Segunda a segunda das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-8490

Gergelim Rua Minas Gerais,703 - Pituba • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3240-6792

Mikado Rua São Francisco,126 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (41) 3323-6709

Naturama SCLS 102,Bloco B - Loja 9 - Asa Sul • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Domingo das 12h às 15h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3223-3648

Pin Chan Rua Floriano Essenfelder,475 - Bairro Alto • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Oriental vegetariano • (41)3253-4969

Restaurante Natural CLN 202,Bloco D - Subsolo - Asa Norte • Segunda a sábado 11h30 às 15h e das 17h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (61) 3034-5853

Restaurante Ecológico Clorofila Rua Saldanha Marinho,1.110 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h • Bufê com opções ovo-lacto vegetarianas • (41) 3322-9597

Sabor Vital CLN 316,Bloco A - Lj 59 - Asa Norte • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (61) 3349-2171

Sorela – Bigorrilho Rua Júlia da Costa,1735 - Bigorrilho • Domingo a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3335-3216

Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto,298 - Centro • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Bufê lacto vegetariano • (48) 3223-4507

Sorela – Centro Cívico Rua Marechal Hermes,728 - Centro Cívico • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 • Segunda a quinta das 18h às 23h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3026-5794

Verdilha Rua Deputado Antônio Edu Vieira,1.760 Pantanal • Segunda a sexta das 11h15 às 16h e das 19h às 22h30 • Bufê com opções ovo-lacto vegetariano • (48)3233-2128

Super Dog Rua Manoel Pedro,esquina com a Rua Munhoz da Rocha - Cabral • Segunda a sábado das 18h às 00h • Lacto vegetariano e vegano • (41) 9929-7172

Curitiba All Natura Rua João Negrão,150 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Domingo das 11h30 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3233-0664

Girassol SCLS 409,bloco B,lojas 15 e 16 - Asa Sul • Segunda a sábado das 11h30 às 15h • Segunda a sexta das 16h30 às 20h • Bufê por quilo ovo-lacto • (61) 3242-1542

Formosa Restaurante Vegetariano Rua Trajano Reis,170 - São Francisco • Terça a domingo das 11h30 às 14h30 • À la carte lacto vegetariano • (41) 3039-6818

Naturetto – Asa Norte SCLN 405,bloco C,loja 55- Asa Norte • Segunda a segunda das 11h30 às 15h e das 18h às 23h • Sábado e domingo da

Mister Quilo Av.João Gualberto,1.423 - Juvevê • Segunda a sexta das 11h15 às 14h • Bufê ovo-lacto vegetariano (natural) • (41) 3252-3696

Super Vegetariano Rua Presidente Faria,121 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h e das 17h30 às 20h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3223-6277 Viva Mais Rua México,231 - Bacacheri • Domingo a sexta 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (41) 3256-8952 Salvador Saúde na Panela Rua das Hortênsias,752 - Pituba • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h30 às 21h • Sábado das 11h30 às 16h30 • Bufê lacto vegetariano • (71) 3353-6788

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Grão de Arroz Rua Professor França,88 - Barris • Segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 17h às 19h30 • Sábado das 11h30 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3328-2157 Manjericão Rua Fonte do Boi,3B - Rio Vermelho • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3335-5641 Saúde Total Av.Joana Angélica,148 - Nazaré • Segunda a sexta das 11h20 às 15h • Bufê a quilo ovo-lacto • (71) 3322-4583 Ramma Rua Lord Cochrane,76 - Barra Avenida • Sexta a domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovolacto vegetariano e natural • (71) 3264-0044 Vida e Saúde Avenida Estados Unidos,18 - sala 414 Comércio • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano e natural • (71) 3242-8891 Porto Alegre Casa Oriental Rua Felipe Camarão,61 • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312-8773 Flor de Maçã Av.Independência,891 - Independência • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3311-7275 Fonte do Sul Av.José Bonifácio,593 - Bom Fim • Quarta a segunda das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3331-2331 Govinda Av.José Bonifácio,605 - Bom Fim • Terça a sexta das 11h10 às 14h30 • Sábado e domingo das 11h10 às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3332-1704


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Ilha Natural Rua General Vitorino,35 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3224-1543 Mantra Rua Santo Antônio,372 - Independência Segunda a sexta das 12h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (51) 9947-1089 Natureza Rua dos Andradas,1.444 - Cj.12 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3228-3642 Nova Vida Rua Demétrio Ribeiro,1182 - Centro • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3226-8876 Ocidente Av.Osvaldo Aranha,960 - 1º and - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h45 às 14h30 • Domingo das 12h às 15h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (51) 3312.1371 Prato Verde Rua Santa Teresinha,42 - Bom Fim • Segunda a sexta das 11h15 às 14h15 • Sábados e feriados das 11h30 às 14h30 • Domingo das 11h30 às 15h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3388-6659 Suprem Rua Santo Antônio,877 • Segunda a sábado das 12h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano com opções veganas • (51) 3312-2731 São Jorge & o Dragão Rua Sofia Veloso,61 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3061-1233 Século Av.Osvaldo Aranha,394 - Bom Fim • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3028-3901 Telúrico Mercado Público 2º andar - lj.50 - Centro • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3029-3823 Vida e Saúde Rua General Câmara,60 • Segunda a sábado das 12h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano (51) 3012-5841 Zhong Guo Wei Rua Ramiro Barcelos,2.099 - Bom Fim • Terça

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a domingo das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (51) 3331-7915 Recife Casa do Naturista Rua 24 de Maio,90 - São José • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo vegetariano • (81) 3224-2941 Céu e Terra Rua do Riachuelo,641 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 15h e das 17h às 19h • Sábado das 11h30 às 14h30 • À la carte vegetariano • (81) 3222-0606 Green Rua Gervásio Pires,577 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (81) 3223-1701 O Vegetariano Rua Dom Pedro Henrique,153A - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Sábado das 12h às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3423-3638 Govinda Rua Bernardo Guimarães,114 - Boa Vista • Segunda a sexta das 11h40 às 21h • Sábado das 11h40 às 15h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3221-4202 Nutribem – Santo Amaro Rua Idelfonso Lopes,70 - Santo Amaro • Segunda a sexta das 11h30 às 14h • Bufê lacto vegetariano • (81) 3231-2625 Nutribem – Boa Vista Av.Conde da Boa Vista,1.130 - Boa Vista • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (81) 3221-1201 Semear Alimentação Natural Rua 24 de Junho,166 - Encruzilhada • Segunda a sexta das 11h30 às 15h • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (81) 3241-0972 Outras Cidades Aracaju - SE Empório Naturista Rua Pacatuba,281 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 14h30 • Sábado das 11h às 14h • À la carte com opções ovo-lacto vegetariano e vegana • (79) 3211-8289 Belo Horizonte – MG Bio Natural Rua Curvelo,72 - Floresta • Segunda a sexta das 8h às 19h40 • Sábado das 8h às 15h30 • Domingo das 11h às 15h • Bufê por quilo com opções ovo-lacto vegetarianas • (31) 3213-3089

Casa Nascente do Sol Rua Paraguai,86 - Sion • Segunda a sexta das 8h às 19h • Sábado das 8h às 17h • A la carte ovo-lacto vegetariano • (31) 3227-3781 San Ro Rua Professor Moraes,651 • Segunda a sábado das 11h às 15h • Bufê ou a la carte ovo-lacto vegetariano e vegano • (31) 3264-9236 Campinas – SP Lótus Rua Benedito Alves Aranha,153 - Barão Geraldo • Segunda a sábado das 11h30 às 14h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano • (19) 3289-9821 Cuiabá – MT Ki-Nutre Rua Cândido Mariano,533 - Centro Norte • Domingo a sexta das 11h às 14h • Bufê por quilo lacto vegetariano • (65) 3321-3540

Ribeirão Preto - SP Éden Rua Campos Salles,542 • Segunda a sexta das 12h às 15h • Bufê oriental ovo-lacto vegetariano • (16) 3632-2720 Santos – SP Gostoso Rua Frei Gaspar,71 - Centro • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto vegetariano • (13) 3219-2105 Maria Farinha Rua Alexandre Herculano,168 - Gonzaga • Segunda a sábado das 11h30 às 15h30 • Terça a domingo 19h às 24h • À la carte lacto vegetariano • (13) 3224-2829 São Lourenço – MG Raio de Luz Rua Batista Luzardo,127 - Centro • Segunda a sexta das 11h45 às 14h30 • À la carte ovo-lacto vegetariano • (35) 3332-2325

Campo Grande – MS Café Lírio Rua Maracaju,400 - Centro • Segunda a sexta das 7h às 18h • Sábado das 7h às 13h • Prato feito ovo-lacto vegetariano ou vegano • (67) 3028-4388

S. J. do Rio Preto – SP Cia da Saúde Rua Rubião Júnior,2.930 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (17) 3222-5745

Maceió – AL Natureza Viva - Farol Av.Fernandes Lima,879 - Farol • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto e vegano • (82) 3358-4003

Sorocaba – SP Cia da Saúde Rua da Penha,1.141 - Centro • Segunda a sexta das 9h às 19h • Sábado das 9h às 15h • Opções ovo-lacto vegetariano e vegana • (15)3231-6228

Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos,226 - Ponta Verde • Segunda a sexta das 11h às 15h • Bufê ovo-lacto e vegano • (82) 3357-8001 Restaurando Mente & Corpo Av.Professor Vital Barbosa,568 - Ponta Verde • Segunda a sábado das 11h às 15h • À la carte com opções veganas • (82) 3034-0002 Niterói – RJ Alecrim Rua Presidente Backer,190 - Icaraí • Segunda a sábado das 11h às 15h30 • Bufê por quilo ovo-lacto vegetariano e natural • (21) 2610-0658 Verdejante Estrada São Sebastião • Sábado e domingo das 13h às 16h • À la carte ovo-lacto vegetariano • (21) 3021-2677

Vitória – ES Cio da Terra Rua Maria Eleonora Pereira,940 - Jardim da Penha • Segunda a sábado das 11h às14h • À la carte vegetariano • (27) 3314-1124 Sol da Terra Rua Barão de Monjardim,171 - Centro • Segunda a sábado das 11h às 14h30 • Bufê por quilo vegetariano • (27) 3223-1205

Divulgue Se você é proprietário ou conhece algum restaurante vegetariano que não consta nesta lista, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 3038-5066 ou pelo e-mail: vegetarianos@europanet.com.br

Porto Velho - RO Vida Natural Rua Dom Pedro II,1.251 • Segunda a sexta das 11h30 às 14h30 • Bufê ovo-lacto vegetariano • (69) 3224-3718

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ONDE ENCONTRAR

Produtos Naturais e Vegetarianos qui você vai encontrar o endereço de 100 lojas onde poderá encontrar produtos naturais como proteína de soja, tofu, leite condensado de soja, entre outros. São dezenas de lojas de diversos locais do Brasil. Além disso, poderá consultar uma relação de empresas e pessoas que comercializam congelados vegetarianos.

A

Congelados Ana Maria (11) 5579-2314 www.colchaderetalhos.net

Mundo Verde (Max Center) Av. Antônio Carlos Magalhães, 846 Lojas 1 e 2 Ed. Max Center • (71) 3359-0976

CIBO Alimento Natural (61) 9613-6969 www.ciboalimentos.com.br

Minas Gerais Belo Horizonte Fito Av. Contorno, 6.975 - Santo Antônio (31) 3344-9505 / 3296-1924

Especiarias Light (11) 3045-2416 www.especiariaslight.com.br

Integração Saúde Rua Leopoldina 113 - Sto. Antônio (31) 3296-4635

Grano Alimentações Vegetarianas (11) 3885-6510

Juiz de Fora Mundo Verde Rua Santa Rita, 526 - Centro (32) 3216-2831

Quituts Vegan (31) 3461-5841 todosabor@hotmail.com Super Bom (11) 6842-1830 www.superbom.com.br Sattva (11) 3083-6237 Soja Vegan (16) 3917-2797

Nova Lima Mundo Verde Av.Toronto, 508 Lj. 13 • (31) 3541-6220 Santa Catarina Florianópolis Vida Rua Visconde de Ouro Preto, 298 - Centro (48) 3223-4507 Casarão de Alimentos Orgânicos Rua Pequeno Príncipe, 1.257 • (48) 3237-3077

Lojas Bahia Salvador Mundo Verde (Center Lapa) Rua Portão da Piedade, 155 - Loja 229 (71) 3328-1308 Mundo Verde (Centro Mercês) Av. Sete de Setembro, 147 (71) 3329-4671 Mundo Verde (Shopping Iguatemi) Av.Tancredo Neves, 148 - Loja 22 QDP (71) 3460-3293 Mundo Verde (Shopping Barra) Av. Centenário, 2992 - Loja 340/1 (71) 3264-2883

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Espaço Mais Saúde Rua Capitão Romualdo de Barros, 916 Carvoeiras • (48) 3234-2837 Sabor da Terra Rua João Pio Duarte Silva, 1.124 Córrego Grande • (48) 3234-6714 Blumenau Mundo Verde Rua Sete de Setembro, 1.213 - loja 63 Shopping Neumarkt • (47) 3222-3142 Rio de Janeiro Nova Friburgo Mundo Verde Friburgo Av. Alberto Braune, 94 - Loja A - Centro (22) 2523-1684

Petrópolis Mundo Verde Shopping Pedro II Rua do Imperador, 288 - Loja 10 (24) 2237-0021 Mundo Verde Petrópolis Rua do Imperador, 864 - Centro (24) 2242-7788 Mundo Verde Itaipava Estrada União Indústria, 10.067 (24) 2222-3242

Rio de Janeiro Aipo Verde Leblon R. Ataufo de Paiva,135 • (21) 2529-2380 Casa Vitana Rua Paissandu, 111 - Loja D - Flamengo (21) 2205-6798 Carioca Zen Rua Humaita, 154 - Humaita (21) 2286-4786 Cortando Calorias Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580 loja 116-B - Barra World Shopping (21) 2487-9394 Fontes Rua Visconde de Pirajá, 605 Loja D - Ipanema • (21) 2512-5900 Gávea Integral Rua Marquês de São Vicente, 75 Loja 105 - Gávea • (21) 2512-2283 Grão Integral Rua das Laranjeiras, 43 - Loja 13 (21) 2285-6739 e (21) 2225-4720 Irmão Sol Rua Barata Ribeiro, 370 - loja 103 Copacabana • (21) 2235-5997 ISEO Alimentos Rua Carlos de Vasconcelos, 125 Loja Q - Tijuca • (21) 2264-5707

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Mundo Verde - Belford Roxo Rua João Fernandes Neto, 1.260 (21) 2662-0909 Mundo Verde - Duque de Caxias Praça do Pacificador, 15 (21) 2652-2562 Mundo Verde - Nilópolis Estr. Getúlio Vargas, 1.377 (21) 2791-1060 Mundo Verde - Nova Iguaçu Rua Otávio Tarquínio, 165 (21) 2797-3455 Mundo Verde - Piabetá Av. Santos Dumont, 177 - loja 02 (21) 3655-9422 Mundo Verde - S. José de Meriti Rua da Matriz, 56 (21) 2756-3844 Mundo Verde - Shopping Grande Rio Estr. Municipal São João de Meriti,111 Loja 139 • (21) 2752-9197 Mundo Verde - Barra Av. Olegário Maciel, 519 - Loja F (21) 2492-1469 Mundo Verde - Barra (Ipiranga) Av. das Américas, 7.000 - Loja 5 (21) 2431-1993 Mundo Verde - Recreio Av. das Américas, 16.285 - Loja H (21) 2487-1111 Mundo Verde - Map Barra Av. das Américas,10.200 - Box 10 (21) 3150-4709 Mundo Verde - Novo Leblon Av. das Américas, 7607 - Loja 153 (21) 2438-9085 Mundo Verde - Pão de Açúcar Av. das Américas, 2000 - Box 27 (21) 2439-1879 Mundo Verde - Shopping Downtown Av. das Américas, 500 Bl. 22 - Loja 109 (21) 3153-7682 Mundo Verde - Via Parque Av. Ayrton Senna, 3000 - Loja 1007 (21) 2421-9272 Prana Av. das Américas, 4.666 - Loja 141 (21) 2431-9047 Verdevida Rua Lauro Muller, 116 - 4º Piso - D59 (21) 2295-1542


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Vitana Av. das Américas, 500 - Bl 8 - Lj.109 (21) 3139-4171

Mercato Naturale Rua Tuiuti, 2.900 - Tatuapé (11) 6671-5188 e (11) 6671-8963

Teresópolis Mundo Verde Teresópolis Praça Baltazar da Silveira, 60 - Várzea (21) 2742-3036

Mundo Verde - Alameda Santos Alameda Santos, 2223 (11) 3064-2015

São Paulo Indaiatuba Alcaparra Rua Pedro Gonçalves, 1041 - Centro (19) 3894-1430 Ribeirão Preto - SP Silvia Amaral - Produtos Naturais Rua Floriano Peixoto, 441 - Centro (16) 3904-8108 Santo André Mundo Verde Av Portugal, 1.600 (11) 4432-0375 São Paulo Alcaparra Av. Pompéia, 2.544 - Pompéia (11) 3672-7674 Alternativa Casa do Natural Rua Fradique Coutinho, 910 Vila Madalena • (11) 3814-0607 Banana Verde Rua Harmonia, 278 - Vila Madalena (11) 3814-4828 Best Food Rua Trajano, 157 - Lapa (11) 3875-6503 Bio Alternativa Rua Maranhão, 812 - Higienópolis (11) 3825-4759

Mundo Verde - Itaim Rua João Cachoeira, 554 (11) 3071-1069 Mundo Verde - Shopping Jd. Sul Av. Giovanni Gronchi, 5.819 - lojas 186/ 187 (11) 3739-2435 Mundo Verde - Moema Av. Cotovia, 890 (11) 5096-3810 Mundo Verde - Perdizes Rua Cardoso de Almeida, 1.538 (11) 3875-6103

Santos Mundo Verde Av. Ana Costa, 549 - loja 59A (13) 3284-4578

Porto Alegre - RS Mundo Verde Av. João Walling, 1.800 - loja 2218 Chácara das Pedras - Shopping Iguatemi (51) 3381-3465

Outras Cidades Brasília - DF Empório Verde SCRN 714 e 715 - Bloco G - Loja 34 (61) 3347-7725

Recife - PE Mundo Verde - Tacaruna Av. Agamenon Magalhães, 153 - Lj 253 (81) 3223-8371

Mundo Verde SDNCNB - Conj.Nacional - Loja C 01-A (61) 326-1313

Mundo Verde - Shopping Plaza Rua Dr. João Santos Filho, 255 - Lj 9 (81) 3267-7369

Nutribem SHLN BL M QD 515 • (61) 3347-9940

Mundo Verde - Shopping Recife Rua Padre Carapuceiro,777 - Loja BV90 (81) 3326-0166

Curitiba - PR Armazém Alternativo Galeria Júlio Moreira - Loja 04 - Centro (41) 3233-6928

Mundo Verde - Pinheiros Avenida Pedroso de Moraes, 983 (11) 8323-0700

Fortaleza - CE Mundo Verde - Cid. dos Funcionários Av. Oliveira Paiva, 2797 - Loja 18 (85) 271-2770

Mundo Verde - Santana Rua Doutor César, 237 (11) 6950-9630

Mundo Verde - Papicu Av. Eng.Santana Jr., 2277 - Ljs - 1,2 e 3 (85) 249-3631

Mundo Verde - Tatuapé Rua Apucarana, 642 (11) 6225-3171

Mundo Verde - Aldeota Av. Santos Dumont, 3000 - Loja 20 (85) 264-3987

Mundo Verde - Vila Nova Conceição Rua Afonso Braz, 462 (11) 3842-9440

Mundo Verde - Shopping Iguatemi Av.Washington Soares, 85 - loja 415 (85) 241-4088

Naturais e Orgânicos Rua Dr. Cesar, 530 - Conj. 808 - Santana (11) 6971-8858

Maceio - AL Natureza Viva - Farol Av. Fernandes Lima, 879 - Farol (82) 3358-4003

São José - SC Dunati Produtos Naturais Integrais Rua Coronel Américo, 1.835 (48) 3035-4519 Vila Velha - ES Mundo Verde Av. Carioca, 353 - Loja 201C - 3PV - 1PS (27) 3320-6320 Vitória - ES Mundo Verde Av. Américo Buaiz, 200 - Lojas 238 (27) 3335-1238

Lojas On-Line

Ponto Verde R. do Estilo Barroco, 442 - Sto. Antônio (11) 5182-5161

Bruxinha Produtos Naturais R. Icanhema, 235 - Cidade Dutra Av. Ângelo Cristianini, 127 - Jd. Mirian (11) 5665-8558 / (11) 5624-8644

Positiva Praça das Canárias, s/n - Box 19 - Vila Formosa (11) 6676.2553.

Cerealista Helena Rua Santa Rosa, 141 e 149 - Brás (11) 3227-6767

Sabor Natural Av. Leoncio de Magalhães, 1.297 Jardim São Paulo • (11) 6977-4304

Cereal Brasil Rua Rodésia, 242 - Vila Madalena (11) 3814-3401

Seipar Produtos Naturais Rua Paracuê, 340 - Sumarezinho (11) 3672-9691

Éden Produtos Naturais Av. Jabaquara, 1469 - Loja 46 (11) 2578-4981

‘Vida Leve Rua João Cachoeira, 213 - Itaim (11) 3078-0198

Empório Siriuba Al. Franca, 1.590 - Jardins (11) 3081-4303

Viva Orgânico Rua Martinho Claro, 412 - Inocop (11) 3721-7130

Natureza Viva - Ponta Verde Rua Machado Lemos, 226 - Ponta Verde (82) 3357-8001 Natal - RN Mundo Verde - Tirol Av. Afonso Pena, 813 (84) 201-2804 Mundo Verde - Shopping Midway Av. Engenheiro Roberto Freire, 2920 - Loja 62 (84) 3646-3323

Essenciais do Brasil www.essenciais.com.br Mercado Vegan mercadovegan.com

Divulgue sua loja aqui Se você é proprietário ou conhece alguma loja de produtos naturais que não consta nesta lista, entre em contato com a redação pelo telefone (11) 3038-5066 ou pelo e-mail: vegetarianos@europanet.com.br

Paranaguá - PR Cereais e Cia. Av. Dr. Roque Vernalha, 1.710 (41) 3422-7325 Pelotas - RS Mundo Verde Rua Quinze de Novembro, 667 - loja 17 (53) 3028-7858

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FRASE DO MÊS

Mahatma Gandhi Reprodução

(1869 – 1948)

Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos

*Em sua autobiografia, Mahatma Gandhi diz ter se tornado vegetariano após ter lido o livro Benefits of Vegetarianism, do escritor inglês Henry Salt

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CLÁSSICO

CURSO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Início de novas turmas – Inscrições abertas PENSANDO SÉRIO NO FUTURO JÁ! O Instituto de Yóga Clássico de São Paulo, a Comissão Panamericana de Yóga - PACY e a Associação de Yóga do Estado de São Paulo - AYESP, promoverão novas turmas a partir de 2007 dirigidas pelo Prof. Claudio Duarte e equipe. Curso composto por seis módulos, compreendendo: Módulo 1 > Teoria do Yóga Módulo 2 > Filosofia de Yóga Módulo 3 > Práticas do Yóga

Módulo 4 > Conceitual e Técnico Módulo 5 > Metodologia Integrada Módulo 6 > Sanskrito

Segue um Programa Pedagógico e o Manual Para a Formação de Professores de Yóga, considerado o melhor e o mais completo da América Latina, e que contém toda estrutura do Yóga detalhada e ilustrada. Para mais informações, ligue para (0 ** 11) 3288-8860, e agende uma entrevista seletiva.

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