Jornal Maranduba News #23

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Maranduba, 18 de Março de 2011

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano I - Edição 23 Foto: Ezequiel dos Santos

Prainha do Oeste e Perez Um lugar maravilhoso onde curiosidades naturais encantam os visitantes


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Editorial

Cartas a Redação

Terremotos e tsunamis têm arrasado várias cidades no Japão. Podemos ver na mídia a tragédia que esses fenômenos naturais causaram ao povo japonês. Sem falar na contaminação por material radioativo das usinas nucleares atingidas pelos fenômenos naturais. A história mostra que a cultura e a determinação deste povo podem superar crises e renascer das cinzas como aconteceu após a 2ª Guerra Mundial. A dedicação, o comprometimento, o respeito e a ética são características marcantes do povo japonês. Essa é a mola que poderá trazer luz ao país do sol nascente. Já o Brasil, país abençoado por não ser atingido por graves catástrofes climáticas como terremotos e tsunamis, enfrenta casos isolados de desmoronamentos e enchentes, arrasando cidades, matando pessoas e causando enormes prejuízos. Assim como o povo japonês, o brasileiro também consegue

se reerguer, talvez não com tanta rapidez e eficiência que os japoneses, mas com determinação e teimosia acabamos chegando lá. Dizem que Deus é brasileiro. Isso me faz lembrar uma fábula onde Deus é questionado do porquê não existir no Brasil cataclismos como terremotos, maremotos, vulcões, furacões, etc. E Deus disse: “Vou livrá-los destas pragas, mas em contrapartida lhes darei outra praga pior, mais constante, mais silenciosa, mais lenta e mais devastadora que acabará aos poucos com esse povo: os maus políticos”. Pare um pouco para pensar. Compare a dedicação, o comprometimento, o respeito e a ética de muitos políticos e administradores públicos da sua cidade, seu estado e até do país. Quem dera que tivessem o mesmo caráter do povo japonês. A nossa tsunami vem em forma de marolinha. Emilio Campi Editor

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Agradecimento Quero te agradecer pela matéria do dia 18/02/2011 dizendo que eu também, como esposa do Waldir durante treze anos, sinto muito pela morte dele e que ele estará sempre presente em meu coração. E modificando que foi falado na matéria, no dia do acidente ele saiu de casa no Sertão da Quina para ir ao Rio Escuro e não pela Fortaleza como foi falado. Magali Sertão da Quina Lei de Acessibilidade Tenho onservado a dificuldade das pessoas portadoras de necessidades especiais, tendando chegar até a Praia da Maranduba! Pensei em escrever uma matéria sobre a Lei de Acessibilidade para o Jornal. Acredito que “cabe” a divulgação dos Quiosques que levam a sério a Lei mencionada e possuem a rampa de acesso para a Praia, como é o caso do Quiosque alo lado do banheiro público/Posto do Corpo de Bombeiros. Creio que a valorização dos quiosques que possuem a adequação necessária, acabará incentivando os outros a fazerem as obras necessárias! Forte Abraço! Eng.º Denis Ronaldo Pinto via e-mail

Vacinação na Lagoinha Sou enfermeira do bairro Lagoinha e gostaria de pedir a colaboração deste precioso meio de comunicação para divulgar o cronograma de atendimento da comunidade Lagoinha em anexo, desde já agradeço. Cronograma de Vacinação Bairro Lagoinha – 2011 Local : Salão da Mia 9:00 às 11:30 horas 28/03/2011 - 25/04/2011 30/05/2011 - 27/06/2011 25/07/2011 - 29/08/2011 26/09/2011 - 24/10/2011 28/11/2011 Cronograma Lagoinha 2011 2ª Feira – Visita Domiciliar (Última 2ª Feira do Mês: Vacinação no Salão da Mia) 3ª Feira – Salão da Mia (9 Às 11 H) 4ª Feira – Posto Maranduba: Consulta Médica e Consulta Enfermeira 5ª Feira – Posto Maranduba: Preventivo e Consulta Enfermeira. 6ª Feira – Posto: Pré Natal e Consulta Enfermeira Márcia Enfermeira/ Lagoinha Agradecimentos Quero agradecer ao Corpo de Bombeiro que estavam de plantão por volta das 3 horas da tarde do dia 05/01/11 quando fui resgatada com uma luxação de joelho do rio na entrada da praia Maranduba. O que me chamou atenção foi a maneira com que eu fui atendida, pois sou en-

fermeira e vejo muito descasos com quem precisa nesta hora. Gostaria de agradecer a corporação daí, pelo pronto atedimento. Se conseguir entrar encontato com eles por favor diga que tive lesão do LCA do joelho E e serei submetida em Cirurgia neste Mês. Vitoria N de Oiveira Carmo da Cachoeira, MG Parabéns Parabéns por este maravilhoso veículo de comunicação da nossa região, fico sempre contando os dias para receber a nova edição, tenho lido e arquivado desde o número 01 para encaderná-lo quando chegar no número 50. Vocês estão sempre descobrindo talentos, a edição de número 22 está linda. Admiro muito este trabalho de Profissionais. Nossa Região é muito linda e tem pessoa maravilhosas começando por vocês deste Jornal. Manezinho da Lagoinha via e-mail


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Sobre Quilombo Caçandoca - esclarecimento da Fundação Itesp A respeito da matéria ‘Itesp reconhece quilombo da Caçandoquinha e finaliza estudo sobre ‘nova’ comunidade em Itamambuca’, de Saulo Gil, publicada no jornal Maranduba News no dia 18 de fevereiro passado, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) esclarece: Não é verdadeira a informação de que o Itesp publicou o reconhecimento de um novo quilombo, a ‘Caçandoquinha’, como informa a matéria. O Quilombo da Caçandoca, em Ubatuba, foi reconhecido pela Fundação Itesp em 5 de agosto de 2000, com área total de 890 hectares, para a Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoca. Desde então, houve uma divisão de lideranças no território e foi criada uma nova associação, chamada Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade. Essa nova associação há tempos vinha solicitando ao Itesp o reconhecimento de sua existência, e portanto de duas lideranças dentro do território quilombola já reconhecido. Em 26 de fevereiro de 2010, durante audiência das comunidades quilombolas do Litoral Norte com os representantes do poder público, realizada na sede da Associação do Quilombo Caçandoca, o presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade solicitou, aos representantes do Itesp e do Incra, uma posição em relação a essa nova associação, solicitando o reconhecimento de sua existência. Nessa audiência, o Itesp reconheceu então a existência

das duas associações - a Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoca e a Associação dos Remanescentes de Quilombo da Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade - dentro de um único território: a área de 890 hectares já reconhecida. A Fundação Itesp lamenta não ter sido procurada pela reportagem e coloca-se à disposição para mais informações. Renata Corte Martinho Assessoria de imprensa Fundação Itesp Outro lado A diretoria da União dos Morros se manifesta surpre-

sa pela reação da Fundação Itesp, mais para “refrescar” a memória... A Comunidade Quilombo Caçandoquinha, pela qual atuava na área da do Quilombo sob o nome de SABACA (Sociedade Amigos do Bairro Caçandoca e Adjacencias) foi fundada muito antes da Constituição Federal de 1.988 (antes de se falar de territórios quilombolas) nunca foi ouvida, mesmo assim fez questão de deixar claro no Relatório Tecnico elaborado pela Fundação Itesp sua insatisfação pela forma em que o processo estava sendo feito. A partir da publicação do Relatório Tecnico as brigas internas se acirraram, pois o nem o Estado e nem a União respeitavam

a vontade do quilombolas que não faziam parte de uma referida associação. Mas foi aí que resolvemos agir para ter nossos direitos garantidos. Lendo e relendo o Relátório cheguei a página 58 de conclusão da antropologa, que dizia que no § 2 diz; “Que a área de 890 hectares cuja titulação é reinvidicada pela Comunidade de Quilombo Caçandoca corresponde à quase totalidade do território históricamente ocupado pelo grupo, e esta deve ser titulada no nome da Associação dos Remanescentes do Quilombo Caçandoca. Se à época da titulação existir mais do que uma Associação composta por membros da comunidade quilombola, deve-se-á

dividir o território entre elas, de acordo com a vontade que os interessados manifestarem, em cumprimento ao Artigo 68 do ADCT. Alessandra Schmitt Antropóloga”. Nos organizamos e hoje temos nossos direitos garantidos, mas reconhecer de “boca” é facil, como a Srª Renata Corte alega ter reconhecido desde o princípio, peça a ela que aponte então hoje no mapa do Itesp a Comunidade Caçandoquinha. É isso é o que queremos, documentos, mapas, ações afirmativas, pois é assim que se faz justiça. Pergunte qual foi a ação do Itesp na ocupação da Praia da Caçandoquinha, pois a área é de responsabilidade do Estado. Tambem vale a pena lembrar que o pedido de reconhecimento foi entregue na data de 07 de Outubro de 2.009, não em 26 de Fevereiro de 2.010. Mesmo assim agradeço imensamente a coragem e dedicação do Sr. Marcos Pilla, Diretor Executivo da Fundação Itesp, pois ao assumir o cargo já reconheceu e publicou suas decisões. Assim vejo que as comunidades quilombolas terão muito mais atenção em seu mandato a frente da Fundação. E quanto a “nova” comunidade Itamambuca, o reporter se encontra certo pois enquanto não é publicado no Diário Oficial o Relátorio Técnico, com demarcações, confrontantes e histórico, a comunidade e o processo não caminham. Antonio Antunes de Sá Presidente Quilombo Caçandoquinha Mário Gabriel do Prado Coordenador Geral da Federação Quilombola de São Paulo


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Publicitário da região é destaque em revista do interior EZEQUIEL DOS SANTOS Na revista Bom Dia Ribeirão Preto, edição 1.944 de janeiro último, página 16, sessão Gente & Negócios, item Conexão, apresentou o jovem publicitário Marcio Fernandes de Oliveira Alves, 25 anos, da agência Guimarães Comunicação que vem nos últimos meses escrevendo artigos e publicações voltados para brasileiros que moram no Canadá. Marcio é o mais novo colunista da publicação canadense “Brasil News” produzido exclusivamente para a comunidade brasileira que mora em Toronto, na província de Ontário, no Canadá. Tudo começou com a publicação de dicas sobre bem-estar da nutricionista rio-pretense Flavia Pinto César, que falou da influência dos alimentos no humor. Ele também abordou yoga laboral, com informações do coach e yogaterapeuta Salvador Hernandes.

Marcio faz parte a árvore genealógica da região sul de Ubatuba, sua família tem raízes no Sertão do Ingá e da Quina. Por muito tempo foi um dos responsáveis pela infância missionária da localidade e tornou-se mais um exemplo de sucesso nos estudos. Ele que sempre estudou em escolas públicas conseguiu através do Pró-uni uma bol-

sa integral para cursar publicidade em Ribeirão Preto. Lá também participou de comercial de TV sobre o combate da dengue. A família está orgulhosa de seu filho, embora a saudade aperte mais a cada dia, todos sabem que Marcio tem muito chão para percorrer. É por isso que a comunidade deseja muito sucesso.

Governo regulamenta cessão de áreas públicas para marinas A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) vai disciplinar a cessão de áreas públicas para implantação de equipamentos e empreendimentos de apoio náutico. O amparo legal está na Portaria 24/2011, apresentada nesta terça (15/02), em Búzios (RJ), ao Grupo de Trabalho (GT) de Turismo Náutico, coordenado pelo Ministério do Turismo. A portaria estabelece procedimentos para a cessão de espaços públicos para instala-

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ção de portos, marinas, atracadouros, garagens de barcos, terminais de passageiros e outros empreendimentos. Além disso, define parâmetros para a cobrança de taxas de ocupação das áreas cedidas e estabelece gratuidade para as estruturas náuticas consideradas de interesse público. “A portaria possibilita a regularização dos empreendimentos náuticos que estão ocupando águas federais”, disse Reinaldo Redorat, da co-

ordenação nacional do projeto Orla da SPU. O objeto da portaria é a regulamentação da ocupação dos espaços físicos em águas federais, prevista na Lei 9636/98 e no Decreto-Lei 2398/87. O documento estabelece prazo de 180 dias para que os empreendimentos já instalados solicitem regularização junto a SPU, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Fonte: ASCOM/MTur)

Bebidas e drogas podem ser causa de morte de adolescente em Ubatuba No último dia 12, uma adolescente foi encontrada morta em uma pousada no centro de Ubatuba. A adolescente de 16 anos teve a causa da morte considerada preliminarmente como não determinada, mas testemunhas disseram que ela consumiu álcool e drogas naquele dia. De acordo com a mãe da menina, Pâmela Fernandes de Oliveira Gouvêa estava desaparecida desde a noite de sexta-feira (11), quando pediu para sair com um amigo. Segundo a Polícia Civil, a menina e dois turistas se hospedaram na pousada no início da madrugada de sábado (12). Durante a manhã, ela passou mal e os jovens pediram ajuda. “Um dos amigos alega que eles consumiram uma quantidade grande de drogas antes de chegar na pousada, e na pousada consumiram mais”. Segundo a família, a jovem era muito bem orientada e esclarecida. A jovem foi atendida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. A policia investiga os “amigos” da jovem que estavam na pousada. Segundo o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), a causa da morte é indeterminada. Foi colhido sangue da garota para exame toxicológico. Não há previsão de quando haverá o resultado. O corpo da adolescente foi enterrado neste domingo. Alerta aos Pais Desconfiem de certas atitudes dos filhos por mais que eles sejam esclarecidos sobre

os vários temas. Explique aos seus filhos sobre as causas de experimentarem as drogas, fale claramente. É muito importante estabelecer um vinculo de confiança e de respeito. Observe os colegas que seu filho está saindo, procure conhecer hábitos, família e locais de preferência. Esclareça que ele tem o direito de dizer não as drogas e que amigo é aquele que o respeita e o quer bem. No caso de seu filho usar drogas, converse abertamente com ele, tente mantê-lo dentro de uma rotina saudável, participe das atividades de seu interesse sempre. Peça ajuda aos amigos de verdade, eles podem ser bons aliados. Com os professores descubra como está seu rendimento escolar. Vá a escola em que seu filho estuda para descobrir se ele não está matando aulas e se fica no ponto de ônibus com desconhecidos e más companhias mais tempo do que o necessário. Lembrar de que você é o maior exemplo para ele é bom para ambos. Procure notar seu comportamento com a família, com a saúde, com a alimentação. Faca a sua parte, cuide do que é seu, se você não cuidar um traficante vai fazer isto por você. Não tenha medo de cuidar de seu patrimônio, ou melhor como diz o ditado: “Quem ama cuida”. * * *


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Festa do Bonete é incluída em calendário oficial de eventos EZEQUIEL DOS SANTOS Na Sessão de Câmara do último dia 22 de janeiro, o projeto de Lei (04/11) que inclui a Tradicional Festa de São Sebastião no Calendário Municipal de Eventos foi aprovado por unanimidade. O projeto que é de autoria do Vereador Rogério Frediani atendeu o que já existe, comenta o autor do projeto. A festa todos os anos e no dia 22 de janeiro. O evento tem atraído um grande numero de turistas e visitantes, além de manter os laços fraternais unidos daquela população. Nas seis últimas edições da festa houve uma atração extra que foi a corrida de canoa, na qual leva o nome de Valdir dos Santos, um dos maiores ganhadores desta modalidade e que no evento será todos os anos o homenageado. Na sessão a comunidade foi representada por membros da associação e segundo Frediani trata-se de uma justa homenagem a este povo que dentro das dificuldades até mesmo de acesso, realizam uma grande festa.

“Isto já deveria ter acontecido desde quando fizeram à pesquisa de inclusão no calendário de eventos oficiais do município. A Praia grande do Bonete tem muita importância

Mês da Mulher no Áurea O Programa Escola da Família, tem o prazer de convidá-los para a Homenagem do mês da Mulher, que será realizada no Programa Escola da Família da E.E. Áurea Moreira Rachou, no dia 20/03/2011 (Domingo), das 10h às 16h. Atrações: sorteio de brindes, unhas artísticas, corte de cabelo, limpeza de pele, homenagens as mulheres: exibição de vídeo clip, quiz das mulheres, bolo, pipoca, cachorro quente, refrigerante e muito mais. A sua presença é fundamental, venha e traga a sua família. A escola Áurea fica na R: Pa-

dre João Bayle nº1763 – Sertão da Quina/Ubatuba-S.P Tel: (12) 3849 8617/3849 8259 ORKUT: pef.aureamoreirarachou@hotmail.com.br

as nossas comunidades, que tendo de transpor uma trilha ou viajar de barco para chegar ao bairro realiza um festa considerada centenária e que é muito importante para a mu-

nicipalidade”, cometa Rogério Frediani. A comunidade da Praia Grande do Bonete é formada por desbravadores que vieram de várias localidades, uns até

mesmo de fora do país. Sabe-se de que a festa é mais antiga do que a relatada pela tradição oral, ainda lembrada nos “lapsos” de memória pelos mais antigos da região. Através da tradição oral seus moradores adotam como data original da tradicional festa o dia 22 de janeiro de 1848, antes mesmo do sombrio período da Fazenda Lagoinha e do solar do Barão João Alves da Silva Porto, por onde o barão e seus escravos, capangas, “capitães do mato” passavam, destruindo e perturbando os moradores livres daquele pedaço de terra. Foi por conta de uma pescaria realizada por escravos na qual os peixes foram pedidos temido Egydio Antunes da fazenda Caçandoca. Egydio não foi atendido. Por conta desta afronta ele quis comprar os escravos para matá-lo. Como o Capitão Romualdo não os vendeu, os escravos, moradores de toda a região reuniram-se no Bonete para agradecer ao Santo, padroeiro da fazenda e protetor daquele senhor de escravos.

Petrobrás abre inscrições para treinamento de defesa ambiental na região As cidades de São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba receberãoentre os dias 29 e 31 de março o Treinamento de Agentes Voluntários de Defesa Ambiental, criado e desenvolvido pela Petrobras para cidadãos interessados em contribuir com a sua comunidade. Com a duração de apenas um dia, o curso tem um período total de seis horas. Na parte teórica, os participantes assistem às aulas sobre

os seguintes temas: sensibilidade ambiental dos ambientes costeiros, utilização de equipamentos e técnicas de contenção, limpeza dos ambientes costeiros e segurança nas ações de resposta. Após essa etapa, haverá a realização da aula prática, na praia, em que os alunos aprendem a manusear os equipamentos. Esse treinamento destina-se aos moradores das comunidades próximas às instalações da Petrobras

no litoral paulista, nos municípios de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. Com o curso, o cadastro dos voluntários se mantém atualizado, garantindo a prontidão de resposta em caso de emergência. O evento é realizado em conjunto com o Terminal Aquaviário de São Sebastião (Tebar) da Transpetro. As inscrições podem ser realizadas pelo telefone 0800774-1311 ou pelo e-mail litoralsp@petrobras.com.br


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As pequenas alegrias e o nosso idealismo

Fé no cacete José Ronaldos dos Santos Não tem como escapar de uma verdade: a cultura caiçara se fundiu num cimento religioso. Melhor dizendo: foi graças ao discurso religioso que os indígenas, após o massacre de Yperoig (que é celebrado como paz no dia 14 de setembro de cada ano), foram “domesticados”. O mesmo ocorreu com os negros: ou aceitavam os dogmas dos portugueses ou sofriam demais por não poderem expressar a sua originalidade religiosa trazida da mãe-África. Da parte dos brancos pobres lusitanos vem a “moral de rebanho” (de aceitação dos sofrimentos nesta vida para uma recompensa no céu). Regendo toda a masseira, emprestando o termo da construção civil, estava o rico grileiro português em parceria com a religião oficial. Patrões e padres representam para a massa, na nova terra, a elite, os fundadores de uma nova cristandade; estavam acima da ralé ao ponto de disporem das pobres vidas como quisessem. Depois de misturar bem tudo isso estava pronta a cultura que passou a vingar entre a serra e o mar. Das demais culturas ficaram vestígios, semelhantes aos filetes de água que escorrem pelas pedras das costeiras, mas que logo desaparecem na lambida das ondas. Porém, de vez em quando elas despontam como um galho de corticeira no mar revolto. Eu fiz essa introdução para explicar como, na maior verdade do nosso ser

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–o nosso instinto- está a fé em outros recursos que nada devem ao transcendental. Vou explicar melhor através de um fato na minha vida. Quando meu avô Estevan faleceu, passei a morar com a vovó Martinha. Passava na casa dela algumas vezes por dia e nas noites estava lá para conversar um pouco mais e dormir. Sempre nos demos muito bem. Devo muito a ela das coisas que sei sobre a nossa cultura caiçara. Com ela vivi fatos extraordinários e muitos outros engraçados. Um destes foi numa noite quando, cheguei para dormir por volta das vinte e três horas, ela me recebeu dizendo que escutara um rumor em volta da casa. Até tinha pensado que fosse eu fazendo alguma brincadeira para assustá-la. Eu disse que não. Depois, já tomando um café antes de ir para a cama, perguntei: - Vovó, a senhora não tem medo de ficar sozinha aqui? Ela prontamente respondeu: - É claro que não, menino! Com a fé em Deus e aquele cacete de guatambu atrás da porta eu não tenho medo de nada! E rimos juntos. A lógica era essa: se Deus falhasse ela tinha o cacete como derradeiro recurso. Neste não havia dúvida. Era fé demais para a minha cabeça! Sugestão de leitura: O que é religião, de Rubem Alves Boa leitura!

José Ronaldos dos Santos No início da minha carreira no magistério paulista havia muita empolgação, sobretudo porque as aulas de História, Folclore e Sociologia do Turismo eram para alunos motivados pelo investimento do governo estadual no curso Técnico de Turismo (na escola Aurelina, no bairro da Estufa II). Depois percebi que o meu idealismo dependia de uma série de fatores, inclusive econômico, mas o principal deles era o querer aprender dos alunos. Nisso usei – e uso ainda! – o argumento de que “a geração vindoura tem que ser melhor do que a minha”. E, admito, tenho visto despontar alguns frutos dessa direção. Minhas sobrinhas orgulham-me muito pelo fato de sempre terem estudado na escola pública e de terem sido aprovadas em universidade pública (USP). Vários outros ex-alunos causam-me igual sentimento. Agora é a vez de Jessé. Conheci Jessé na escola Sueli (bairro da Estufa I), numa turma média na cooperação, mas aquém da média em aproveitamento nos estudos. O motivo principal era a preguiça de ler e a falta de perspectiva além dessa madorna que está entre a serra e o mar, neste pedaço de chão chamado de Ubatuba. Afinal, a quase totalidade deles descendia de migrantes da base da construção civil. Os poucos caiçaras da turma nunca demonstraram entender muito sobre os desafios que hoje se apresentam à cultura local. Porém, logo Jessé despon-

tou como aluno exemplar, desejoso de aprender – e bem! Em diversas ocasiões apresentou trabalhos e fez questões pertinentes. Também chamava a atenção dos colegas

que teimavam em atrapalhar as aulas porque sonhava em cursar um ensino superior de qualidade. Em 2010, ao iniciar o último ano do Ensino Médio, Jessé, sabendo que podia potencializar ainda mais a própria aprendizagem, procurou uma escola particular (MV) onde sabia que haveria mais exigências e novos desafios para ele. Após contar a sua história, a diretora concedeu-lhe uma bolsa de estudo integral. Não se arrependeu! Agora, em uma turma interessada e acolhedora, Jessé cresceu. Colaborou com o aproveitamento geral da classe. Encerrou o ensino básico com “chave de ouro”: foi aprovado em todas as universidades públicas em que concorreu. Ouso dizer que foi o aluno de melhor desempenho no município na última temporada de vestibulares. Dele não se podia esperar outra coisa. Em todos os momentos estava lendo, tirando dúvidas, fazendo exercícios em grupo etc. De vez em quando ainda arranjava tempo para dedilhar seu violão. Concluindo: Jessé já era bom desde a escola pública

(isso prova que os professores estão fazendo a sua parte, mesmo vivendo uma fase crítica há tempos), mas ter encontrado um ano puxado na reta final foi de muita valia para os resultados alcançados. Foi como uma alavanca. Parabéns a este filho do Vale do Jequitinhonha que veio se instalar no bairro do Rio Escuro! Certamente ainda teremos muito outros motivos para nos orgulhar deste estudante. Nós, professores idealistas, precisamos de mais exemplos assim! Valeu, menino!!! Um abraço! Zé Ronaldo (02/o3/2011)


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Cantinho da Poesia

Onde era o jundu?

Caminhos Sonhar um sonho infinito Sofrer um sofrimento maldito Amar um amor tão querido Temer um temor reprimido Desejar um desejo inconstante Esperar uma espera incessante Beijar um beijo molhado Acarinhar um carinho almejado Doer uma dor incontida Mentir uma mentira fingida Perdoar um perdão desejado Amargar um amargor desprezado Sorrir um sorriso esquecido Chorar um choro perdido Perder a perda mais cara Buscar a busca mais rara Desprezar o desprezo inútil Repudiar o repúdio mais fútil Querer a querença esperada Acalmar a calma sonhada Caminhar o caminho traçado Cantando o canto louvado! Manoel Del Valle Neto

José Ronaldos dos Santos Já se passou um bom tempo desde 1972 quando, motivados pela história do levante dos presos da Ilha Anchieta, fomos (alunos da escola do Perequê-mirim) ouvir depoimentos dos caiçaras mais antigos pelos arredores. Um deles foi o seo João Glorioso, dono de um armazém no Saco da Ribeira. Na semana passada voltei a esse lugar para escrever as reflexões do presente. Nessa praia, na atualidade ubatubense, é onde se constata a maior alteração no ambiente natural. É “um prato cheio” para os geógrafos trabalharem a geografia natural e a geografia humana! Nada mais lembra aquela praia tranquila, onde, na maré baixa, jogávamos futebol. Quando a maré estava alta, só restava um campinho de areia barrenta no meio da restinga. Ou era brejo? Oficialmente, aquele era o campo do time

do bairro: o Recurso Futebol Clube, de uniforme rubronegro, sob o comando do Paulo “Sabão”. Naquele tempo, devido às características do fundo marinho, era notório a grande quantidade de siris. Por isso que, das praias vizinhas, no serão, acorriam tantas pessoas. Quem rejeita uma panelada de siris? Outra coisa que chamava a atenção de todos era o intenso movimento na marcenaria naval da colônia dos japoneses. A colônia dos japoneses é um capítulo à parte: trabalhavam unidos e divertiam-se no mesmo princípio. Unidos permaneceram por muito tempo. Até campeonato nacional de sumô trouxeram ao município em meados da década de 1970. Jovens japoneses desta praia, concorrendo em diversas categorias, muito nos orgulharam nesse esporte. Mais tarde, a prospe-

ridade da ilha-mãe, somada à crise na economia brasileira, desarticulou o invejado grupo. Em 1978, com a construção do píer da Sudelpa (Superintendência para o desenvolvimento do litoral paulista), o desembarque pesqueiro foi transferido do Cais do Porto (Itaguá) para o Saco da Ribeira. Pronto! Nasceu a base do desenvolvimento náutico incontestável dos dias atuais! Quantos empresários!? Quantos marinheiros!? Quanto de tecnologia ocupa o antigo espaço da areia e do jundu!? Porém, apesar de tudo isso, ordeno aos meus filhos: - Fundeiem os pés nessas águas para assim se unirem aos nossos ancestrais que nas adversidades da natureza encontraram recursos e criaram condições para viverem entre a serra e o mar; se fizeram caiçaras e nos legaram um ambiente puro. Daqui em diante depende de nós!


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Prainha do Oeste e Perez, um lugar maravilhoso EZEQUIEL DOS SANTOS Localizado num braço de mata que avança até a praia, o local é de fácil acesso, quer por trilha ou por barco chega-se a este paraíso. Para chegar lá o visitante parte do canto esquerdo da Praia da Lagoinha. Quando na trilha dá para perceber a diferença de temperatura, tamanha preservação. Por água, isto é mergulhando, também é possível chegar ao local, para isto é necessário um acompanhante que conheça bem o local. O primeiro monte de areias a ser pisado pelo visitante é a Praia do Oeste ou Encruzado. O conjunto Oeste/Perez/ Ponta do Jarobá trata-se de praias pequenas, pontos de mergulho e paradas bem sombreadas com mar calmo, muito parecido uma com a outra. Vestígio de um vilarejo de comunidade tradicional também é possível ser visto, além de um bar com nome muito conhecido no litoral paulista – Bar Mar Virado - que foi de Hans Maier’s. A trilha é conhecida com Trilha das Sete Praias e leva até a praia da Fortaleza, passando pelo Bonete e Grande do Bonete. O local guarda belezas e espetáculos únicos que só a natureza de Ubatuba pode oferecer. Este conjunto de praias nos dão a exata certeza de que Deus colocou suas preferências pessoais ali, detalhando e embelezando cada canto e recanto deste paraíso, formando um local muito bem abrigado. Calmaria, tranquilidade e clareza, o lugar é excelente para a pesca, esportes náuticos e mergulhos, principalmente para aqueles que estão aprendendo. Já para quem

Fotos: Ezequiel dos Santos

não quer fazer nada, apenas contemplar o mar e a mata, este conjunto é o refúgio ideal para quem busca tranqüilidade e privacidade. Até mesmo de olhos fechados é possível sentir o aroma da natureza que rodeia o lugar. O caminho é rico em fauna e flora: bromélias, árvores centenárias, espécies raras de pássaros, pequenos roedores, peixes e crustáceos. Até as formigas de lá são diferentes dos outros lugares. Na pequena praia do Oeste é possível sentir nos pés e em todo o corpo a areia monazítica (preta), que dizem ter poderes medicinais. O local ainda é recheado de pedras grandes e disformes com casas ajardi-

nadas, chalés e de veranistas. O local é tão sossegado que parece que parou no tempo. A monotonia só é quebrada pelo barulho do mar, pelo numero de visitantes em períodos de temporada e feriados e pela busca de mexilhões nas fazendas da região. O local já foi povoado por muitos caiçaras, onde o tão chamado progresso veio a substituir as canoas de voga por barcos de alumínios motorizados; o fogão a lenha pelo fogão e geladeira a gás; a pesca artesanal pelas traineiras; a colheita de mexilhões na costeira pela técnica da criação, porém suas noites ainda são iluminadas pelo lampião ao som dos animais e cantos de cigarras.


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Curiosidades naturais encanta visitantes É no cair da noite em que o caiçara transmite grande parte de seu etnoconhecimento. De dia observa o tempo, o mar, os bichos, os ventos, disto tudo se faz uma soma e descobre como serão os próximos dias. As mulheres ainda se utilizam de expedientes tradicionais no preparo do peixe, da galinha caipira, do pindá assado, do guaiá cozido, das ervas medicinais, dos temperos à soleira da porta da cozinha. Pouca gente desta espécie sobrou lá mais posso lembrar carinhosamente de três pessoas e suas respectivas famílias sobreviventes deste novo tempo, são os caiçaras João, Julio e Luciano Lopes que com seu carisma e hospitalidade ímpar fazem jus a tradição da cultura caiçara. Dizem que o nome a praia vem da família que morava aqui ainda no inicio do século passado. Dizem que por conta de um engenho de pinga, a da dona Mariquinha do Perez, que como todos os engenhos da época, tinha sua produção transportada em canoas de voga para ser comercializada no Porto de Santos. Na trilha, principalmente em períodos de férias e temporada é possível saborear deliciosos petiscos em alguns pontos onde o atendimento e a diversidade de pratos são maravilhosos. O ponto mais famoso, Bar Mar Virado - que foi de Hans Maier’s, ainda é possível ver muitos famosos desfrutando de sua beleza. Mas nem de felicidades viveu seus moradores. Muitas tempestades destruíram as roças e os ranchos, o local quase teve a rede de energia elétrica não autorizada pelas autoridades por conta do grande número de problemas ambien-

tais e por causa do veranismo. Curiosidades naturais a parte, a praia também instalou de 1985 a 1990 uma fundição de esculturas de bronze do artista Alberto Friolli, que produzia peças de tamanho natural de

animais e abstratas, expostas em galerias do Brasil e exterior. É possível ainda observar algumas obras no caminho e pedras frisadas que eram utilizadas para dar forma ou detalhes as obras de Friolli.

No local ainda existe uma grande amendoeira que dizem ter muita história para contar, tanto de quem mora, quanto dos que por lá passam. É uma magia a ser vivenciada para poucos que é a combinação de Mata Atlân-

tica preservada com a exuberância do oceano, de moradores hospitaleiros nos rende visuais, aromas e sabores espetaculares na companhia da história da formação do Brasil, do oceano Atlântico e da Serra do Mar.


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PSDB de Ubatuba forma chapa única para Diretório ASCOM RF No último dia 13, domingo, na Câmara Municipal de Ubatuba, aconteceu a convenção do PSDB municipal. Vários empresários, políticos e ilustres compareceram ao evento. Em votação uma chapa única que foi aprovada por unanimidade dos convencionais. Muitos membros da velha e da nova guarda lá estiveram. O evento que correu em clima de festa e na mais tranqüila normalidade apostou em chapa única por conta dos entendimentos ocorridos, tendo em vista a visão futura de melhorias e possibilidades ao município. O presidente do partido, vereador Rogério Frediani destacou que a chapa única é fruto dos trabalhos que o partido vem buscando pela cidade e que conta com a participação de todos, agradece ainda aos partici-

pantes e que a chapa mostra a unidade de pensamento e trabalho dentro do partido. Foram mais de cem votos favoráveis a nova chapa que tem dois anos para trabalhar. “Queremos é trabalhar para o município, temos que agregar valor em quem pensa na

cidade, queremos o melhor para ela.” Comenta Frediani. O partido está a disposição da população, qualquer informação, sugestão ou critica basta entrar em contato com o vereador Rogério Frediani pelo e-mail rogério-frediani@ hotmail.com.

Associação Comercial de Ubatuba não terá eleições neste ano CRISTIANE ZARPELÃO No dia 23 de fevereiro de 2011, a Associação Comercial de Ubatuba, atendendo ao que determina o seu estatuto, divulgou um edital convocando seus associados para a eleição que seria realizada no próximo dia 25 de março e as regras para a formação de uma chapa para concorrer com a administração atual. Os associados interessados em formar uma chapa para concorrer nesta eleição deveriam retirar a ficha de inscrição na sede da entidade até às 19h00 do dia 10 de março de 2011. Como não houve nenhuma outra chapa inscrita até o prazo determinado pelo estatuto da entidade, a chapa da situação continua na gestão da ACIU até março de 2013. Pela primeira vez na história da ACIU, uma diretoria permanece por tanto tempo. Já são seis anos à frente da entidade. De acordo com o estatuto da ACIU, somente podem

participar de uma chapa os associados filiados até março de 2009, sem nenhuma restrição no nome, sem nenhuma interrupção na filiação neste período e que estejam com suas mensalidades em dia. O atual presidente, Alfredo Corrêa Filho acredita que a não inscrição de outra chapa se deve por muitos motivos, entre eles, a satisfação dos associados com a atual gestão. “Nesses últimos 6 anos tivemos inúmeras conquistas históricas para a entidade e para o município, tornando nossa ACIU referencia em associações comerciais. Declino à presidência por motivos pessoais e projetos particulares futuros e não seria justo nem ético permanecer à frente de uma entidade tão representativa e forte como a ACIU e a FACESP regional.”, diz o presidente afirmando que continuará na atual diretoria que considera maravilhosa e desejando boa sorte ao seu sucessor. “Desejo muita sorte ao meu

grande amigo Ahmad (Kibe), que tem totais condições de fazer a maior gestão que ACIU já teve” finalizou Alfredo. Para a gestão 2011/2013, a diretoria é quase a mesma. O atual presidente Alfredo ficará como vice-presidente e o atual vice-presidente, Ahmad Khalil Barakat assumirá como presidente. Barakat, que presidiu a ACIU durante as duas últimas gestões que antecederam Alfredo, disse que pretende dar continuidade às ações já realizadas pela entidade. “Iremos apoiar e criar ações que fortaleçam o comércio local. Nossos mandatos anteriores reestruturaram a casa e modernizaram nossas instalações sem perder sua essência e tradição, focaremos na integração e desenvolvimento, que serão os eixos para este quarto mandato, aliados à transparência nas ações, participação dos associados e fortalecimento da gestão”, concluiu o novo presidente.

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A cultura do rádio da época dos programas e nomes curiosos AMILTON SOUZA Em meados dos anos de 1960, meu pai, o senhor Manoel Milton de Souza da Praia Dura, ouviu em uma determinada rádio (a qual ouvia todos os dias) uns trocadilhos que o locutor da época fazia com os nomes de filiais de rádio e suas respectivas cidades. Ele homem de quase nada de “imaginação” começou a bolar comigo, nos raros tempos em que não tenho o que fazer, outros nomes engraçados de rádios. Estamos dispostos a negociar os nomes destas rádios. Confira no box ao lado. Em uma outra edição anunciaremos com exclusividade antes da “Voz do Brasil” outros nomes. Aguardem! Nota do Editor: Havia no Sertão da Quina, um casal fã de uma determinada rádio, o fanatismo era tanto que quando, em qualquer lugar, ouviam o “reclame” (a chamada) da rádio iam correndo pra casa. Era o senhor Zé Jean e sua senhora Mariquinha, que quando ouviam: “O Glooobo nooo aaaar!!!”, Zé Jean olhava para sua senhora e falava: “Imbór, imbór (embora, embora) que o grobo tá no ar, que o grobo tá no ar!!”. Assim o casal “sovertia” (sumia) para sua casa, talvez temendo que o tal “grobo” caísse sobre suas cabeças. Amilton Souza é músico profissional e já tocou no praiado do poço bagre. amilton-sergio@hotmail.com Manoel Milton de Souza (vulgo Mané Mirto) é caiçara profissional e já participou de mais de 482 excursões pra Aparecida do Norte além de difundir o uso medicinal da folha de boldo (vulgo chá de bordo). manemirto@paininutero.com

SUGESTÕES DE NOMES DE RÁDIOS RANCHO DE VACARIA ESCAMA DE PARATY ENXADA DE CUNHA MOEDA DE CRUZEIRO CARREIRO DE TATUAPÉ FERRUGEM DE MARESIAS COLÍRIO DE BOA VISTA BARBA DE QUEIXODANTE COLAR DE OURINHOS ASILO DE VILA VELHA RETORNO DE VOLTA REDONDA GARRAFAS DE AGUÁS DE LINDÓIA CASA DE SOBRADINHO AGULHA DE PONTA GROSSA PÔR-DO-SOL DE BELO HORIZONTE

FAFÁ DE BELÉM ANESTESIA DE TIRADENTES CERVEJARIA DE PETRÓPOLIS RUÍNAS DE PORTO VELHO PENA DE PATO BRANCO ESPINHO DE ROSEIRA MARCAS DE PIQUETE SANDUÍCHE DE BAURU GARAPA DE CANADÁ LOJA DE BERMUDAS AREIAS DE CAÇAPAVA PAMONHA DE PIRACICABA GLICOSE DE SOROCABA ELEIÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE CASSASSÃO DE GOVERNADOR VALADARES ORAÇÃO DE LADAINHA

CONVERSÃO DE SÃO PAULO ESPERA DE SALVADOR SENTENÇA DE JUIZ DE FORA ÁRVORES DE FLORESTAS BREGA DE XIQUE-XIQUE FÓSFORO DE QUELUZ FEITIÇO DE BRUXELAS MORREU DE PRAGA LINGUIÇA DE BRAGANÇA PEITO DE PERU KIOPARTA DE OHIO PRAGA DO EGITO PEPITA DE OURO PRETO TETO DE LAJES CEMITÉRIO DE SANTA CRUZ


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Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS

André Pereira dos Santos nasceu no bairro da Ressaca em 1878, mas há controvérsias, já que segundo a tradição oral André foi andando ao cartório para ser registrado junto com os outros irmãos. Era comum na época o filho mais novo completar até dez anos para irem todos num só dia tirar a certidão de nascimento. Neste lugar ficou muito conhecido por conta de um triste episódio como André da Ressaca. Na infância André sofreu uma grande perda, foi uma experiência que ele carregou até sua morte e que por muitas vezes relembrava do acontecido. Por volta dos quatro anos de idade (1882) sua casa era muito simples, parecia uma óca, o telhado de sape vinha até o chão, no fundo uma “empreitada” (grandes trançados) de sapê, a frente era aberta a beira de um rio próximo à mata. Dentro havia uma única rede. Nesta noite chovia muito quando foi acordado de madrugada por gemidos de uma criança, era a de sua irmã Henriqueta de sete anos que estava na única rede: - “Um bicho cabeludo tá carregando a gente...” Depois disso o silêncio. Quando André percebeu viu sua irmã mais nova sendo carregada por uma onça pintada. Ela estava dormindo com seu vestidinho de batismo. O animal tinha abocanhado a irmã pelos ombros e levado para fora de casa. Desesperado correu até outros moradores que de imediato puseram-se a procurar. Aos primeiros raios de sol a irmã, ou pelo menos o que sobrou dela, foi encontrada. Estava a pouco mais de vinte metros da casa, por entre umas árvores na toca da onça lá existente apenas a cabeça da criança coberta por folhas da mata. Foi um episódio marcante. Dizem que a onça era fugitiva de um circo de Paraty. A família que vinha do Puruba, depois Ressaca chegou por estas bandas (Região Sul) entre 1894 a 1900. André veio com seu pai Antonio “Cavaco” e a mãe Mariana ou Maria Tereza de Jesus. Sua primeira parada foi na Praia Dura, foi lá que, depois de muitos anos, casou-se com Albina. Depois veio morar no Beira

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André Pereira dos Santos um homem grandioso

Rio. Neste lugar chegou a vender de “barrelada” (muitos balaios) ovos a cidade de Santos. Lá plantou muita coisa, mas a fartura era a cana: a “Jabra”, depois a Caiana, Piracicabana, Sete Folhas, Manteiga e por último a Mirim, que era muito utilizado como remédio para as mulheres que estavam de resguardo. Depois morou onde hoje está é a escola Tereza dos Santos, pouco mais abaixo montou um comércio, uma “venda”,.Lá tinha sal, querosene, carne seca, panos, “fórfi” ou “fósco” (fósforo) e o Vinho Muriti, que era doce e abundante em sua época. Lá também eram abatidos os bois da região. André tinha roça no Morro da Onça, próximo ao Morro do Taquari na Pedra Preta. Junto com os compadres Salustiano Felix e João Baitaca plantavam de tudo. Em sua época era tudo realizado por “bitirão dijutório” (mutirão), quando chamavam dez homens vinte apareciam, eram para chegar as cinco da manhã, as quatro estavam prontos. Chegavam a plantar 70 sacos de rama por dia. Plantava ainda o arroz agulha no morro, o da espécie vermelha que tinha cachos enormes. No tempo de tainha, enquanto trabalhavam no morro, ouviam a buzina produzida pelo Joaquim Amorim pra buscar as tainhas. Numa determinada época André ficou acometido de uma doença desconhecida. Ficou por muitos meses deitado numa esteira de palha. Emagreceu, perdeu as forças, quase se entregou. Foi aí que os compadres puseram mão a obra e começaram a tranbalhar na casa do André. Tratado com chás caseiros e ervas do mato, este homem foi melhorando até sarar de vez. Em seguida quem caiu doente foi sua esposa que não agüentou e faleceu. Dizem que tudo aconteceu depois que ele veio de Santos, de lá para cá enfrentou um vento “excomungado” (não enviado de Deus).Parece que ele pegou uma “doença tropical”. Sua primeira ida a Santos foi à época em que estavam

colocando as primeiras pedras no cais do porto. Alguns anos depois ele conheceu Benedita Januária, que também era viúva com dois filhos: José e Januário. André casou-se com Didita no civil e só seis anos mais tarde casou-se no religioso. Neste dia, no casamento da igreja, casaram-se André Pereira dos Santos com Benedita Januária e os compadres João (Cabral) Baitaca e Conceição Cabral. Foi uma grande festa. Detalhe: O filho de André e Didita teve o privilegio de participar do casamento dos pais. Era ele Antonio Pereira dos Santos. Os dois casamentos foram realizados pelo cônego João

Alemão – João Beil, aqui conhecido por João Bayle. André já morava no Sertão do Ingá e foi o primeiro a entrar em uma casa coberta com telhas de barro. André tinha um porte diferente, digamos, quase sobrenatural, era branco, alto, largo, sentado tinha a metade da estatura de um homem alto, uma mistura de francês, italiano e português. Sua mão possuía 27 centímetros de puro calo, levantava um homem com apenas um braço e tinham um dom comercial. Poucas vezes se meteu em confusão, uma delas quando ia a pé para a cidade, próximo ao Rio Praia Dura, a tardezinha, um homem foi assaltá-lo, ele insistiu para que o homem de-

sistisse e que não levava valor algum, era apenas para dar um recado na cidade. O assaltante insistia em levar seus poucos pertences, aproximou-se com o facão e num deslize tomou um tapa com as costas da mão e dizem que só acordou no outro dia com a cara inchada. “Mas foi só um tapinha!” explicou ao Inspetor de Quarteirão. André era “letrado”- um dos poucos que sabiam ler e escrever na época. Adorava realizar os preprativos para os Foliões. Na Vargem Grande ía com a bandeira da Santa Rita para “esmolar” (solicitar colaboração) para a folia. Lá foi conduzido por um tal de “ Guéde matador”. Como ele não conhecia ninguém Guéde o levava até a casa do pouso e pela manhã vinha buscá-lo. Moradores do lugar temiam Guéde, porque já havia matado pelo menos cinco pessoas. Mas André não tinha medo, pois não havia feito nada a ele e a ninguém. André tocava viola nestes eventos. Numa época ele foi vender mercadoria (feijão, arroz, etc..) em Caraguatatuba. O homem que comprou suas mercadorias usou uma lata como medida, este método facilitava o roubo das mercadorias.Com isto o comprador o havia passado a perna, mas não por muito tempo. André foi até o prefeito e reclamou. Este lhe deu uma carta para cobrar a diferença roubada. Na carta dizia que todas as medidas teriam de ser em madeira e que a diferença disto teriam de ser devolvidas. A carta dizia para não mais usar a lata, de forma que não era admitido apertar a mercadoria e colocar a mais. De posse da carta foi até o negociante que havia comprado sua mercadoria e cobrou-lhe a diferença, este vendo a carta pagou o que lhe devia. O prefeito na época era José Bonifácio. Quando fez cem anos, uma grande festa foi realizada. Um ônibus veio de Santo André cheia de amigos e parentes. André tinha uma irmã conhecida como “Tia Nésta” que vivia dizendo a

ele que tinha mais uma irmã e este lhe dizia que era “bobage” (bobagem). Mas não era não, quando o ônibus chegou seus familiares trouxeram uma senhora de nome Antonia, uma irmã que sempre ouviu falar, mas não tinha visto ainda em todos estes anos, foi muita emoção. Na ocasião um outro irmão dizia que não eram cem anos que André fazia, pois ele que era um irmão muito mais novo já tinha 102 anos. Para o irmão André naquela data tinha pelo menos 115 anos. A a esposa Didita se foi. Alguns familiares tiveram o privilegio de visitá-lo ainda com aquela toalha branca por entre o pescoço sentado em sua cadeira, à mesa uma caneca de café e uma cumbuca de farinha de milho. Aquela voz cansada, porém calma, ainda contava contos e acontecimentos de quase um século e meio atrás. No quintal muita fruta, lembro-me da mistura de sabores como o da carambola, da jaca, da mixirica, da goiaba, da pinha em seu quintal, daquela casinha de pau-a-pique com uma grande porta na entrada, da sombra gostosa das grandes arvores no entorno. Um dos parentes, que fui eu ainda criança, gostava de ouvir aquele homem grande, que quando ficava de pé parecia um gigante pra mim. Meus pais me deram esta chance, hoje sei do valor que tem este privilégio. A minha maior recordação deste homem é um pé de carambola que meu pai plantou. Foi um presente de Tio André a minha casa e que todos os dias tenho de olhar para ele. André foi chamado por Deus no dia 19 de março de 1983. Naquele dia tudo parou, a natureza, os homens, os peixes, os santos. Provavelmente quando chegou ao céu havia foliões dos reizados que tanto ele tratou bem aqui na terra. As pessoas que o amavam antes de ele ir de nosso mundo o recepcionaram. Pra nós a tristeza de sua partida, mas para outro lado a sensação do dever cumprido e muito bem cumprido. Deus só leva os preparados e assim foi com ele. Sinto-me realizado em saber que este homem eu conheci, pedi sua benção, ouvi sua voz. Saudades ainda é pouco como retribuição, o que posso dizer ou pelo menos pedir humildemente tio André é sua Benção. Obrigado por fazer parte de nossas vidas.


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Telefone: O milagre que vinha do fio CRISTINA DE OLIVEIRA Minha mãe, uma pessoa muito simples como quase todos da época nunca tinha visto um telefone, só ouvira falar. Ela sabia que na cidade havia esta “modernidade”, mas por mais que alguém a explicasse como funcionava, ela não entendia como alguém ouvia e ao mesmo tempo falava. Pra ela, e com todo o respeito, parecia coisa de “espiritista”, ouvia-se a voz das pessoas de longe. Pra ela coitado era de quem berrava do outro lado para que outro pudesse ouvir. Com o tempo ela ia se acostumando com a modernidade, foi ouvindo relatos cada vez mais desta coisa nova. Assim ela foi se “inteirando” do assunto, principalmente quando descobriu que era fruto da tal “teclogia” (tecnologia), para ela o telefone era o milagre que vinha do fio. Em certo momento minha mãe teria que ser apresentada ao telefone, uma hora ou outra ela teria de usar aquela coisa. Lembro-me de quando minha irmã mais velha ia se casar. Todos os preparativos estavam sendo trabalhados. Mata o porco, as galinhas, encomenda o chopp, faz o bolo, os doces, corta bambu pro enfeite... Ah! O mais trabalhoso mesmo foi engomar o saiote do vestido da noiva. O negocinho que deu trabalho! Ia ter o almoço de família, mesa posta, enfim o casório. Tudo dentro dos conformes, até que lembraram de convidar os parentes de Ilhabela. E agora? Bom ir até lá naquele momento ia ser dispendioso e mamãe e papai não estavam em condições de largar os afazeres do casamento para convidar os ilhéus. Até porque estava na “somana” (semana) de “forneá” (fabricar farinha de mandioca no forno), tudo estava meio atrasado. Então não teve jeito, meus pais tiveram de pedir “dijutório” (ajuda) a nosso vizinho, o dono do alambique Néctar Araribá. Ele tinha o tal de telefone. Não deu outra, papai conversou com ele que prontamente se dispôs a

ceder o tal “aparelho”. Papai mandou a mamãe fazer a ligação. E agora? Em Ilhabela o telefone ficava num bar, aonde o dono intermediava a ligação, isto é, ele atendia o telefone, depois pedia para avisar o fulano que alguém quer falar, quando era muito longe pedia para ligar depois de alguns minutos. Quando era perto dava para ouvir as conversas ou o barulho do mar enquanto aguardava a pessoa. Mamãe além de cansada chega nervosa, mais nervosa de que todo o trabalho da preparação do casamento a casa da dona do telefone. Depois de explicar a situação passa o número a ser ligado. A dona da casa faz a ligação e pede para chamar minha tia, a da ilha, e fica aguardando o retorno. Daí a pouco minha tia atende e a dona da casa passa para minha mãe. Meu Deus! Quando ela ía pegar o gancho dava para escutar seu coração. De posse do “tróço” ela fica: Alô? Alô? Alô?, Diz

uma ou duas palavra a mais e desliga o telefone muito desapontada. A dona da casa meio assustada pergunta a minha mãe se ela ao menos conseguiu dar o recado, mamãe toda centrada responde: - Não deu não dona! Não consegui nem falar com ela direito por causa do barulho do mar, o negócio tava uma cheira só! Lhéi só! Balançando a cabeça em sinal de negação ela comentava o porquê foram inventar uma coisa que vive com “chieira no peito”. “Hum! Hum! Hum! Malemá dava (de qualquer jeito, mal dava) para escutar quem falava do outro lado”, dizia. De qualquer forma o casamento foi uma grande festa. Dentro de nossas possibilidades foi uma grande festança e o telefone continuou a ser um mistério para minha mãe que gostava de falar bem perto a quem era para transmitir o recado. Por muito tempo, moradores atendiam com o ganho de ca-

beça para baixo, outros diziam que era um tal de “tutu” do outro lado da linha (tu...tu... tu..., quando cai a ligação), outros “ralhavam” (brigavam) com o aparelho que não funcionava, outros não saíam de casa no caso de o parelho tocar e não ter ninguém para atender: “A home! E deixar a pessoa do outro lado esperando! Vou ficar em casa, assim ele tem com quem falar!”. Outros ainda tinham noção do telefone, já que muitos visitavam a Casa do Telégrafo em Ubatuba e conheciam mais ou menos como funcionava. Neste episodio de minha mãe, telefone só com consórcio, ter uma linha de telefone era um grande investimento, era muito caro. Como diz o escritor, prêmio Nobel de Literatura José Saramago - “Chega-se a lua, mas não se chega ao próximo”. O que será que mais vale hoje em dia, uma ligação ou uma conversa cara a cara com alguém que há tempos você não vê?


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Humor O CÃO FOFOQUEIRO... Um rapaz maranhense vai para os Estados Unidos para cursar a Universidade, mas já na metade do 1° semestre acaba o dinheiro que o pai lhe deu. Aí ele tem uma idéia brilhante. Telefona ao pai e sai com esta: - Pai, você não pode acreditar nas maravilhas da moderna educação neste país. Pois não é que aqui eles tem um curso para ensinar os cachorros a falar? O pai, um sujeito simplório, fica maravilhado: - E como é que eu faço para que aceitem o Rex aqui de casa? - É só mandar ele para cá com U$5.000 que eu faço a matrícula. E o pai, é claro, cai na conversa, e segue a orientação do filho. Passados mais alguns meses, o rapaz torra a grana e liga outra vez: - E daí, meu filho? Como vai o Rex? - Fala pelos cotovelos, pai. Mas agora abriram outro curso aqui, para os cachorros aprenderem a ler. - Não brinque! E podemos matricular o Rex? - Claro! Mande-me U$ 10.000 e deixe comigo! E o velho, mais uma vez, manda o dinheiro. O tempo vai passando, o final do ano vai chegando, e o rapaz se dá conta que vai ter que explicar. O cachorro, é claro, não fala uma palavra, não lê porra nenhuma, enfim, continua como sempre. Sem nenhuma consideração, solta o pobre bicho na rua e pega o avião de volta para casa. A primeira pergunta do pai não podia ser outra: - Onde está o Rex? Comprei uma revista sôbre animais em inglês, para que ele leia para mim. - Pai, você não imagina... Já tinha tudo pronto para a viagem de volta, quando ví o Rex no

sofá, lendo o New York Times, como fazia todas as manhãs. E aí ele me saiu com esta: “Então, vamos para casa... Como será que está o velho? Será que ainda continua comendo aquela viúva que mora na casa da frente?” E o pai, mais do que rapidamente: - Mas que cachorro lazarento... Espero que você tenha metido uma bala nesse filho da puta, antes que ele venha falar com tua mãe! - Mas é claro, pai. Foi o que eu fiz! - É assim que se procede, filho! Dizem que o rapaz se formou com louvor e tornou-se um político de renome no Maranhão. Seu nome é José... TELEGRAMA DO JUVENAL O Juvenal estava desempregado há meses... Com a resistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou: - Qual foi seu último salário? - “Salário mínimo”, respondeu Juvenal. - Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês! - Jura? - Que carro o Senhor tem? - Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão! - Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero! - Jura? - O senhor viaja muito para o exterior? - Que nada! O lugar mais longe que fui foi pra Belo Horizonte,

visitar uns parentes, mas já faz tempo... - Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc. - Jura? - E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu! Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama. Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música. Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto... Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero... A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava! Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastara horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada. Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos, vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela...

Era do Correio! A festa parou! A banda calou! A tuba engasgou! Um bêbado arrotou! Uma velha peidou! Um cachorro uivou! Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa? - “Coitado do Juvenal”! Era a frase mais ouvida. - Joguem água na churrasqueira! O chope esquentou! A mulher do Juvenal desmaiou! A motoca parou! O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal: - Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri? - Si, si, sim, sô, sô, sou eu... A multidão não resistiu... OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!! E o cara da motoca: - Telegrama para o senhor... Juvenal não acreditava... Pegou o telegrama, com os olhos cheios d’água, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total. Não se ouvia sequer uma mosca! Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama. Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler... O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava: - E agora? Quem vai pagar essa festa toda? Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava... Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico - Mamãe morreeeeuuu! - Mamãe morreeeeuuu!!!


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Coluna da

Túnel do Tempo Adelina Campi

Atire a Primeira Flor Quando tudo parece caminhar errado, seja você o primeiro passo certo. Se tudo parece escuro, se nada puder ser visto, acenda a primeira luz. Traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada. Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso, não na forma de lábios ardentes, mas na de um coração que compreenda, de braços que confortem. Se a vida inteira for um imenso não, parta você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se. Quando ninguém souber coisa alguma, é você mesmo, corrigindo-se a si mesmo. Quando alguém estiver angustiado na procura, observe bem o que se passa. Talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja. Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la. Quando a flor estiver murcha, seja a primeira a separar o joio, a arrancar a praga, a afastar a pétala, a acariciar a flor. Se sua porta estiver fechada, de você venha a primeira chave. Se o vento sopra frio, que seu calor humano seja a primeira proteção e o primeiro abrigo. Se o pão for apenas massa, e não estiver assado, seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento. Não atire a primeira pedra em quem erra, de acusadores o mundo está cheio. Nem, por outro lado, aplauda o erro. Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu, dê sua atenção primeiro para mostrar o caminho de volta,

2005

1978

Quando esses três se reuniam para pescar, faltava peixe no mercado...

Festa de N. Sra. das Graças: uma “somana” de atividades religiosas...

Dona Catarina embala neto. Que colinho gostoso... Saudades...

Com essa cara feroz, ninguém chegava perto da panela...

1966

2005

Pense numa turma “arteira”... Três horas só para ajuntar para fazer a foto

Seriado Chip´s inspirava motoqueiros da região...

1965 Na foto parecia um “Dotô”...

1997

1997 Antes de ir para os bailes na Cachoeira havia o aquecimento e o ensaio dos passos (passito pra la...)

1993

2001

2004

1923 compreendendo que o perdão regenera, que é a compreensão edificada, que o possibilita, e que o entendimento reconstrói. Toda escada tem um degrau, para baixo ou para o alto. Toda estrada tem um primeiro passo, para frente ou para trás. Toda vida tem um primeiro gosto de existência ou de morte. A vida é uma estrada onde só se pode rodar num sentido. Não há desvio ou retorno que nos conduza para trás. Se soubermos aceitar este fato, a vida se torna mais simples e só então poderemos tirar o melhor proveito do que temos e do que somos. A vida é muito preciosa, nunca se esqueça disso. Você tem apenas uma vida e pode até não dar o valor que realmente ela mereça, mas com certeza há pessoas que dão este valor para a sua vida. Muitas vezes, nossa vida parece um pouco complicada, mas é tudo passageiro... São barreiras que aparecem para se vencer, e aprender cada Vez mais com elas... Viva para o bem, que o bem será feito à você. Atire pois, você, com ternura e vontade de entender, quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor...

Aniversário de 100 anos dele, mas diziam que tinha mais...

1998

Pensaram em montar uma banda, mas havia tanta concorrencia que acabaram desistindo...

1995

Nos tempos aureos do Sertão da Quina a juventude era bem mais comportada do que a de hoje



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