Revista clã carolina mesquita melo

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MODA | Editoras de Moda | BÁRBARA KATZ, YASMINE SREREA | Stylist Senior | KARINE VILAS | Produtora Executiva | MARINA BELTRAME | Stylist Pleno | RAQUEL LIONEL | Stylist Junior | PATRÍCIA TREMBLAS, RAQUEL KALVANI | Assistente Executiva | MARCIA CAETANO | Estagiárias de Moda | GABRIELLA BARTELLE , ANA SALES| REDAÇÃO | Editoras de Beleza | LUIZA SOUZA, VICTORIA CERIDONO | Editora de Cultura | ANA CAROLINA RALSTON | Editora de Lifestyle | ALLINE CURY | Editora Assistente de Cultura | BRUNA BITTENCOURT | Repórter de Lifestyle | NATHÁLIA FUZARO | Assistente Executiva | ANDRÉA SABINO | Estagiária de Beleza | LÍVIA RONCOLATO | ARTE | Editor de Arte | ÍTALO MASSARU | Designers | Ana ELISA ARIETTI, JULIANA AZEVEDO, LETÍCIA HAAG | Estagiária de Arte | CRISTINA ELEUTERIO

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EDITORIAL

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endel inciet vel eum litis acculpa vellaccum et quis es milignimusamulparcianda sitaten demporum rem sa nostrun tiumendae magniam s rendae neculparum ut omniani custrum nate prae con re veriae pa voloria volor aut es ut laniendicid etur, sanda sum dolorita nonsecae numquia as ent am ab invercid maximus evere, sunt evel incillecus sequid moloris aperro ommoluptaspe moluptate prateca borecus eles de prepro explatiorem erume assecat.Ebitate mperfero tota iliti cum fugiate modissequas et a voloria dolenti bearum nonsedicium quibero moloribeatur solorro dolore res el idebist otatem ut labo. Itatquatis voluptasit voluptate aut ea voluptasi iuriatus, tet, si andio. Olo dit, consed et, ullor siminve lluptaepe ligenihillab ilique cupisquunte everatectur am nat faccatur, num aci rem eum ipsus, et am la inum cuptiisitior acest et mos moditat int platissit qui.

Carolina Melo

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Feminismo pra Vender

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Galeria

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feminismo pra

VENDER

AS REDES NA MANHÃ SEGUINTE AO DESFILE DA CHANEL PEGARAM FOGO, METADE DA AUDIÊNCIA BABAVAM EM MAIS UM SHOW DO KARL E A OUTRA INDIGNAVA-SE COM O “MANIFESTO FEMINISTA DA CHANEL”. OS

DOIS LADOS TEM RAZÃO.

lado que ama moda acima de tudo certamente vai amar o uniforme do McDonald’s Moschino, a bolsa embalagem de supermercado da Chanel e vai achar moderna a passeata feminista desfilada hoje. Já as feministas estão indignadas com a apropriação que a marca fez de um movimento legitimo. Ok. Mas a moda faz isso. Apropria-se de tendências, empacota e vende como se fosse novidade. A marca não está achando que feministas vão comprar Chanel porque tem frases de efeito escritas nas bolsas. Ela está é preocupada em produzir a próxima bolsa em forma de perfume, com preço estratosférico, que a plateia anseia loucamente. A bolsinha com frase feminista é a nova batata do Mc, catou? Karl Lagerfeld é sadicamente inteligente e comenta o momento que vivemos sempre no alvo, a gente gostando ou não. Ser “feminista” tá na moda, gente. Não briguem, meninas. Podem ter certeza que o movimento não se fere com o desfile e nem as fashionistas da primeira fila sairão de lá exigindo seus direitos. Mas certamente querem todos os batons, esmaltes e bolsas que a marca puder fornecer. Entenderam? E também certamente vão querer o iPhone e o reloginho Apple Watch que estavam na mão e no pulso do kaiser e foram colocados lá convenientemente, pela equipe da Apple, com ajuda de Anna Wintour e Suzy Menkes. Mas essa é outra história. Julia Petit

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CANCIONEIRO

CRIOLO CONVOCA

NASCEU! Um dos

discos mais aguardados de 2014, #ConvoqueSeuBuda, terceiro registro de estúdio do rapper Criolo.

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om 10 faixas, entre elas “Duas de Cinco”, que já havia saído no EP de mesmo nome, lançado em 2013, o álbum é uma nova imersão do músico no que mais popular há na música brasileira. Rap, samba, rock, reggae e forró são alguns dos gêneros pelos quais Criolo transita com leveza e naturalidade no disco. Produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, Convoque Seu Buda foi gravado no estúdio El Rocha, na zona oeste de São Paulo, entre o fim de julho e o início de setembro. O álbum, mixado por Mario Caldato Jr. e masterizado por Robert Carranza, em Los Angeles, conta com participações de Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Tulipa Ruiz, Neto, do grupo Síntese, e Rodrigo Campos, com destaque para Money Mark - produtor e colaborador dos Beastie Boys. Além do lançamento no Brasil, o trabalho foi divulgado simultaneamente na

1# Convoque Seu Buda 2# Esquiva da Esgrima 3# Cartão de Visita 4# Casa de Papelão 5# Fermento Pra Massa 6# Pé de Breque 7# Pegue Pra Ela 8# Plano de Voo 9# Duas de Cinco 10# Fio de Prumo

Europa – pelo selo Sterns Music - e nos Estados Unidos – pelo selo Circular Moves. Em entrevista publicada na edição 10/setembro da revista Clã, o rapper falou sobre o disco: “Você tem que sorrir, mas pode sorrir até certo tanto”, explica Criolo, sobre a maneira como o terceiro álbum refletirá tudo o que aconteceu com ele nos últimos anos. “Todo mundo fala de um sorriso largo, que isso contagia. Ao mesmo tempo, se você parar para pensar, o sorriso parece ter o prazo de alguns segundos.” Em entrevista publicada na edição 10/setembro da revista Clã, o rapper falou sobre o disco: “Você tem que sorrir, mas pode sorrir até certo tanto”, explica Criolo, sobre a maneira como o terceiro álbum refletirá tudo o que aconteceu com ele nos últimos anos. “Todo mundo fala de um sorriso largo, que isso contagia. Ao mesmo tempo, se você parar para pensar, o sorriso parece ter o prazo de Luciana Rabassallo alguns segundos.”

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EM EXIBIÇÃO

Sexo drogas Alta-costura

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Saindo direto de Cannes, o longa de Bertrand Bonello, não autorizado por sinal, estreia em São Paulo ainda este ano e mostra um Saint Laurent muito mais icônico e rock’n’roll.

S

ituado entre os anos de 1967 e 1976, o roteiro dedica-se ao auge da carreira do estilista. “Saint Laurent” ainda foca nos amantes do artista, como o empresário Pierre Bergé e o homme fatale Jacques de Bascher, vivido pelo galanteador Louis Garrel. A amizade com Andy Warhol não fica de lado, mostrando também o diálogo do filme com outros movimentos artísticos, e também sociais, da época. Violentas cenas de protestos pelas ruas de Paris são contrastadas com belíssimas modelos desfilando as criações de

Laurent. Truffaut, Françoise Hardy e Velvet Underground são citados ao som de uma trilha sonora mais cool impossível. O papel do protagonista fica a cargo de um impecável Gaspard Ulliel, que até então atuou apenas em filmes europeus e em um ou dois best-sellers. Como era de se esperar, a direção de arte e figurino de “Saint Laurent” são encantadores e para nenhum fã de Xavir Dolan ou Lars Von Trier botar defeito. Vibrantes cenas em boates ou até os coloridos rascunhos e tecidos dão um tom de leveza e balanceiam as sequências mais pesadas do filme. Em “Saint Laurent”,

Bonello mostra não só a sua mão cheia como roteirista, como também o seu olhar afinadíssimo para as questões de imagem. Assistir ao seu filme é como visitar uma exposição na Palais Galliera ou encher os olhos com algum filme experimental de Warhol. .Diferente do primeiro filme que vimos sobre Saint Laurente, o longa de Bertrand Bonello parece ser mais sincero, não poupando as características mais cruas do estilista - as cenas de drogas são muito mais pesadas que (as poucas) sequências de sexo. A obra possuí 150 minutos de puro prazer e deleite artístico. Ricardo Archilha NOVEMBRO | CLÃ |

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GALERIA

ENTREGUE ÁSMOSCAS Tudo começou com Robézio e quatro amigos, em 2006. Inspirados por coletivos musicais, como Massive Attack e Daft Punk, seu objetivo era a experiência mais livre e híbrida da arte, que escapasse a definições limitadoras.

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lhei pela fresta da primeira porta. Trajando um jeans colorido organicamente pelo seu trabalho de todo dia, meu conterrâneo veio em passos apressados abrir caminho pra que eu entrasse no ateliê. O espaço, gigantesco, é a residência temporária do casal de Fortaleza que integra o coletivo de arte urbana Acidum. Seus fluxos de produção enredavam entre xilogravura, pintura, performance e videoarte, e a autoria de cada trabalho era omitida. Daí Acidum, a diluição de estéticas e ideias distintas numa nova linguagem. Os cinco anos do coletivo foram celebrados com um livro, o Entregue às Moscas. No meio disso apareceu Tereza. Estudante do IFCE – Artes Visuais – ela participava do Selo Coletivo, e os dois projetos acabavam sendo convidados juntos pra várias ações. Ela foi ficando cada vez mais presente, enquanto os integrantes iniciais foram se afastando… Daí que esse casório no amor e na arte fez bem pra proposta de mobilidade do grupo – entre São Paulo, Olinda, Salvador, Cabo Verde e outros intercâmbios a que têm sido convidados nos últimos anos, dá pra dizer que a casa deles mesmo é o mundo. E um e o outro. E como faz pra criar junto? Ele diz que arriscam sempre e não têm medo de quebrar e reconstruir infinitamente o próprio estilo. Ela me mostra um caderno onde jogam

entre si em desafios de desenhos e aponta uma tela onde cada um fez um personagem e depois interferiram um no do outro… Não existe uma fronteira, e isso que é o importante a ser transmitido. Eles agregam a energia de tudo que envolve a produção de seus trabalhos, desde objetos dos locais onde estão, até a vivência com trabalhos de outros artistas que encontram no caminho. A obra começa na vivência. Entre orgânico e geométrico, regular e irregular, spray, acrílica, bordado, pigmento, serigrafia, metal, madeira… o Acidum estuda a matriz que criou a nossa história, a tradição visual do folclore, a influência africana, árabe e indígena. Eles dividem seus trabalhos em fases, como por exemplo Os Cariris, em que cores mais sóbrias aproximam os desenhos à estética das xilogravuras; Os Caretas, recuperando a carga histórica de uma festa tradicional e do arquétipo da máscara; e Os Bufões e Brincantes, trabalhando a desconstrução do corpo e a relação entre linha e movimento. S eus personagens voadores planam numa desproporção lúdica, misturando histórias pessoais, imaginário e temas contemporâneos. Nesse momento, Robézio e Tereza estão mergulhando em pintores expressionistas abstratos, como Rothko, discutindo cor e textura. Mas Tapies, Basquiat, Bispo do Rosário, Frida Kahlo, Zerbini e Oiticica são algumas das referências que eles citam. Tiago Petrik NOVEMBRO | CLÃ |

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Extensão e conexão, mudança e movimento, linhas essenciais de vida e criatividade, são elementos presentes na 38ª edição do SPFW, que aconteceu nos dias 03 a 07 de novembro no Parque Cândido Portinari, em São Paulo.

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DOSSIÊ SPFW

A CLÃ acompanhou todos os desfiles da São Paulo Fashion Week Inverno 2015 da fila A e conversou com os estilistas no backstage para saber os detalhes das coleções. Quais as novidades que mais apareceram nas passarelas? Fizemos um balanço de tudo o que foi visto. Agora é com você: veja nosso pódio e eleja suas preferidas.

Desfile Acquastudio

Desmontação Cool A regra aqui é menos é sempre mais. Só que esse ar de despojado, que parece que ela vestiu qualquer coisa e saiu, é conquistado com esmero, muitos testes na frente do espelho e sempre resulta em uma pilha monstra de roupa para guardar. Algumas vezes, se consegue esse ar supercool só com uma blusa e bermuda; outras, com uma combinação intrincada de peças que parecem escolhidas ao acaso, sem nenhum esforço. Para adotar o visual no próximo inverno, comece a treinar o olhar já.

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Pra ver com as mãos

O jogo de mostrar e esconder as pernas chega com tudo no Inverno 2015 na forma de fendas. Mas tem novidade: as fendas desta temporada não se limitam a simples corte. Muitas vezes, são como lacunas nas saias, resultado em recortes assimétricos.

Sabe aquela frase que os adultos falam para crianças querem tocar em tudo, “você vê com os olhos ou com as mãos?”. Se você ouviu muito isso na infância, vá à desforra, porque essa foi uma temporada para se ver com as mãos. Os estilistas se debruçaram sobre as texturas e criaram ricos bordados, tramas complexas, aplicações inusitadas, patchworks e até marchetarias em tecido. Impossível não se sentir um pouco criança - vá sem medo que a gente não lhe impedir.

Da cor da terra Muita gente torce o nariz para o marrom, mas nesta temporada ele fica mais palatável acompanhado de um grande espectro de tons terrosos dos beges mais claros e tons escuros de ameixa, passando pelos alaranjados. Para sair do convencional, tente misturar com cinza. Para dose extra de glamour, opte por tons mais avermelhados com muito brilho.

Desfile Animale

Desfile Colcci

A calça jogging saiu das academias e das pistas de corrida para o nosso dia a dia, e agora elas chegaram às passarelas. O modelo da estação é soltinho e afunila no tornozelo. Pode vir com punho de elástico, num ar mais esportivo, mas o corte ampliou o horizonte e invadiu até mesmo a alfaiataria.

Desfile Alexandre Herchcovitch

Influência Jogging

Mil-folhas Inverno é sinônimo de sobreposição, mas o jogo da temporada é combinar túnicas, saias e vestidos (até os longos) com calças. Para todos os gostos, dos básicos aos maximalistas, o truque é manter tudo nos mesmos tons. Para começar a treinar o olhar desde já.

Esse foi o tecido queridinho dos estilistas na temporada Inverno 2015. As padronagens complexas características do material apareceram muitas vezes em uma cor só, fazendo um jogo de texturas. Mas tem também opções em cores contrastantes e com muito brilho. Ou seja, não importa o estilo, vai dar jacquard.

Desfile Giuliana Romanno

Desfile Animale

Peekaboo

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Ate-me

Alerta. Tedência!

Desfile Ronaldo Fraga

Amarrações e contos marcando a cintura estarão em alta no Inverno 2015. Ora se parecem com obis, ora são cintos de couro que dão um ar masculino a delicados vestidos. Seja como for, o importante é finalizar a produção pensando num shape de ampulheta.

Tênis

Desfile Victor Dzenk

Esta foi uma temporada cheia de vestidos e saias, e o que mais chamou a atenção é que os estilistas seguem investindo em comprimentos abaixo do joelho. Ótimo para quem quiser ficar quentinha no inverno.

Desfile Patbo

Tornozelo sexy

Desfile Patrícia Vieira

Alto brilho Ele já foi considerado cafona, mas o vinil se aliou à tecnologia e promete dar a volto por cima no Inverno 2015. O acabamento vem numa proposta 2.0, bem mais macia. Se não look dos pés à cabeça, aposte em peças com detalhes brilhantes. Tes moluptam in etur, unt. Ga. Alique dolupta tisquid enesto te seque suntion sequam fuga. Ibusand enimi, quam quam inctur a quis et is volore volum fugia pe alique num explam, il intiam, nonem con porem Pit maxim core nist et quationOs num hit, si qui dolor sequis.

Além das passarelas, os corredores da semana de moda também são pura inspiração. Dentre as escolhas dos fashionistas que transitaram por lá, o grande destaque foi o tênis. O item que converge utilidade e conforto ganha cada vez mais espaço em produções urbanas e descoladas.

Make normcore O inverno 2015 reforçou que a mulher contemporânea tem a beleza cada vez mais natural, sem afetações ou super produções. O “normcore” dita também a maquiagem como no desfile da Colcci, que usou corretivo misturado com hidratante para corrigir toda a pele, sombra marrom bem esfumada, blush e batons rosados, tudo para trazer um ar saudável.

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Detalhes urbanos

Cidade sonâmbula de Ronaldo Fraga: a moda brasileira que ainda pulsa O mineiro deixou de lado seu universo literato-bucólico-brasilianista para mergulhar em uma distopia urbanóide de seres vermelhos, transformados pela evolução das megalópoles em direção a um destino Mad Max. O tema não é gratuito. Ronaldo parte do #OcupeEstelita (movimento popular em defesa da história do Recife Antigo, em Pernambuco, contra a especulacão imobiliária) para falar sobre essa falta de identidade das cidades modernas, da força da grana que destrói coisas belas. Nesse pré-pós-apocalipse, Fraga vira também sua moda do avesso. E o que era iluminado e otimista vira dark e reflexivo. Sua modelagem, pois então, também ganham um esforço de urbanização - calças bordadas, saias assimétricas, cocktail dresses atuais, vestidos envelope; cobertos por versões distópicas das suas ilustrações, maxipoas e padronagens num sentido urbano usados com acessórios interessantes como a pulseira de arame farpado. Tudo até desembocar em looks construídos com tricôs de papel. Joana Blanco e Laura Castro NOVEMBRO | CLÃ |

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Icônicos

O Último Romântico O universo da moda perdeu o estilista Oscar de la Renta. Seu talento, no entanto, se mantém eternizado por suas criações cheias de romantismo e, acima de tudo, sofisticação.

O

seleto time de ícones da moda perdeu um de seus grandes expoentes na última semana. Oscar de la Renta lutava contra o câncer desde 2006 e chegou a declarar em 2013 que estava plenamente curado. Em setembro, apresentou sua coleção Verão 2015 e surgiu ao final do desfile com aparência mais saudável e disposta ao lado de suas criações.Conhecido pela alta-costura em estilo romântico, o estilista dominicano priorizava a silhueta “ladylike” e caudas glamourosas. Antes de criar a marca própria, seu olhar fashion foi lapidado em trabalhos para outros nomes de peso da moda como Cristóbal Balenciaga e Lanvin. Mas foi na década de 1960 que seu nome alcançou um sucesso meteórico. O fator da mudança? Jacqueline Kennedy Onassis, então primeira-dama dos Estados Unidos, que se tornou fã dos vestidos ultra femininos assinados por de la Renta. Além da Casa Branca, as criações do

dominicano são presença recorrente nos mais seletos e glamourosos eventos internacionais, como o Baile Anual do Museu de Arte Metropolitan e premiações como o Oscar, Grammy e Globo de Ouro. Nos tapetes vermelhos, tornou-se sinônimo de marca que enaltecia as formas femininas. Por isso, era um dos favoritos de divas hollywoodianas como Audrey Hepburn, Amy Adams, Penélope Cruz e Nicole Kidman. O apuro ímpar com a modelagem tornou Oscar de la Renta um dos nomes mais incensados também no segmento de noivas e ele esteve presente recentemente no casamento mais comentado do ano: o da advogada Amal Alamuddin com o ator George Clooney. O vestido rendado usado pela libanesa já é considerado uma das peças mais impactantes de 2014 e mostra que a força criativa do estilista manteve-se em alta até o fim. Um dos poucos latino-americanos a integrar a alta cúpula da moda, de la Renta segue inspirando sonhos com suas emblemáticas criações. Gabi Dourado NOVEMBRO | CLÃ |

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