Projeto pesquisa luciano carneiro

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Luciano Carneiro em 1951, rumo à Guerra da Coréia

L U I S - S É R G I O

S A N T O S


O jornalista Luciano Carneiro, que também é fotografo e possui curso de para quedismo feito no Brasil, tomou parte em perigosa ação de guerra, lançando-se de um dos 90 aviões C-46 que transportavam os 3.500 homens de um regimento de paraquedistas, o 187th Airbone Regiment”, relata à revista O Cruzeiro Gastão Paranhos do Rio Branco, embaixador do Brasil em Nanquim, na China. O pouso de Luciano aconteceu durante a Operation Tomahawk, ostensiva ação militar dos Estados Unidos liderada pela 187th Regimental Combat Team (RCT) no dia 23 de março de 1951 em Munsan-ni, no norte da Coreia da Sul, a trinta quilômetros das tropas inimigas. Operation Tomahawk foi parte da chamada Operation Courageous, uma reação das tropas aliadas contra o avanço sanguinário da Coreia do Norte sobre o território da Coreia do Sul. A reportagem ilustrada de Luciano, sob o título Operação Tomahawk foi publicada quase um mês depois, na edição de 28 de abril de 1951 da revista O Cruzeiro. A ela seguiram-se mais dez reportagens ilustradas de Luciano sobre o conflito. Além de Luciano, saltaram de paraquedas os correspondentes de guerra John “Jack” Burby (da United Press, foi piloto durante a segunda guerra mundial), Robert “Bob” Lasher (Voice of America) e Claude de Chabalier (Agence France-Presse). Foram os quatro jornalistas testemunhas oculares da operação Tomahawk. Na queda, Bob Lasher gritava: —Aqui vamos nós. Meu paraquedas abriu. Eu abri. Obrigado meu Deus, o paraquedas abriu. Luciano sorria com a euforia do colega.


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Luciano Carneiro em A biografia do fotógrafo, repórter-redator, piloto e Munsan, na Coreia do enxadrista Luciano Carneiro, da revolução cubana à guerra Sul, 1951 da Coreia, de Londres a Paris, do Rio de Janeiro a Tóquio. Um olhar humanizado sobre a trajetória do menimo que viveu sua adolescência em Fortaleza, trocou o Direito pelo jornalismo e pela aviação protagonizando uma vigorosa carreira profissional até ser tolhido precocemente em um dramático acidente

Livro biográfico sobre o fotográfo e repórter-redator Luciano Carneiro, incluindo uma seleção de suas fotografias dos acervos da revista O Cruzeiro, da família e do Instituto Moreira Salles. O livro enfatiza a vida de José Luciano Mota Carneiro, nascido em Fortaleza (CE) no dia 9 de outubro de O QUE É

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1926. Fala da influência de sua família e dos seus irmãos e do amor fulminante que levou-o ao altar em 1957. F O R M A T O 20,5cm X 26,5cm N Ú M E R O E S T I M A D O D E P Á G I N A S 320 páginas A U T O R Luís-Sergio Santos, professor do Curso de Jornalismo da Univeridade Federal do Ceará, vem resgataando a memória de cearenses esquecidos nos planos locais e nacional. Seu primeiro biografado foi Rui Facó (autor do clássico Cangaceiros e Fanáticos). Escreveu a história do jornal O Estado, o segundo jornal mais antigo do Ceará, em circulação, fundado em 1936. Lançou a biografia de Parsifal Barroso, o mais jovem ministro de Juscelino e também ex-governador do Ceará, professor e escritor. B R I E F I N G Luciano Carneiro cursou a Faculdade de Direito de Fortaleza até o quarto ano, quando iniciou a carreira de jornalista nos jornais Correio do Ceará e Unitário. Começou a fotografar nessa época. Morreu no Rio de Janeiro, na terça-feira, 22 de dezembro de 1959, aos 33 anos. Certamente seu irmão Glauco Carneiro, repórter e escritor, foi um dos grandes influenciadores nos primórdios da carreira de Luciano, no Ceará. Cobriu a guerra da Coreia (escrevia e fotografava) 1 9 5 3 Cobriu a coroação da rainha Elizabeth II 1 9 5 3 Reportagem sobre Antonio Conselheiro 1 9 5 4 Cobriu a Copa do Mundo de Futebol 1 9 5 4 Cobre Chatô e o MASP itinerante, em Milão 1 9 5 5 Cobriu o Festival de Cannes (texto e fotos) 1 9 5 9 Cobriu a expulsão de Fulgêncio Batista pela revolução cubana com Fidel Castro — Parceiro de David Nasser, contemporâneo de Jean Mazon, Luiz Carlos Barreto, José Medeiros. — Fotógrafo preferido de Assis Chateaubriand. — Autor de centenas de reportagens para a revista O Cruzeiro e para a revista A Cigarra — Correspondente da revista O Cruzeiro na Europa. 1951

Deixou a jovem esposa Maria da Glória Stroebel Carneiro, viúva e grávida do rebento que viria a se chamar Luciano Carneiro Filho. A perda de Luciano foi

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chorada em todo o Brasil, no entanto, anos depois, caiu no esquecimento. O Instituto Moreira Salles, através de trabalho coordenado por Sergio Burgi, tem sido o pioneiro no resgate da história e do acervo de Luciano Carneiro. Na revista O Cruzeiro, de 16 de janeiro de 1960, Rachel de Queiroz escreve em sua coluna Última Página sobre o amigo Luciano Carneiro que acompanhou “desde os primeiros passos de foca”, no jornal cearense Unitário: Ele não queria morrer, jamais pensara em morrer, só se comportava em termos de vida. Viver perigosamente sim, isso ele entendia e amava. Mas a morte não entrava nos seus cálculos; pois o que gente como ele tem de maravilhoso é exatamente essa insolência de vida, essa ignorância deliberada da morte, como que uma segurança de imortalidade. E um acidente fatal vem como uma traição. Hélio Fernandes, em artigo no jornal Diário de Notícias de 27 de dezembro de 1959, escreveu: Luciano Carneiro perseguia o êxito, mas não se importava com o sucesso. O que lhe interessava, o que o empolgava, e se transformava na sua preocupação máxima, era a missão cumprida. E nisso ele nunca falhou. Aparecendo profissionalmente num meio deformado pela ambição e glória do sucesso a qualquer preço, num meio que exigia como norma de conduta que os repórteres atropelassem os )paginadores para conseguirem destaque para seus próprios nomes e fotografias em prejuízo do assunto, Luciano, sem alarde, sem gritaria e sem protestos exagerados, mas com firmeza e determinação, impôs um figurino novo: o do repórter sério, discreto, mas preocupado com a sua repercussão. E o fato de em tão pouco tempo de vida e de atividade, ter conquistado nome e reputação internacionais, prova que ele estava certo: o público pode aceitar o sensacionalismo, pode mesmo conhecer na intimidade os campeões desse sensacionalismo, mas só consagra e venera os outros, os verdadeiros jornalistas. Sobre Luciano Carneiro [fonte: Instituto Moreira Salles <https://ims. com.br/2017/06/01/sobre-luciano-carneiro/>

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Em 1948, ingressou na equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro. Entre 1947 e o início dos anos 1950, a produção fotográfica de O Cruzeiro sofreu uma consistente inflexão em direção a um fotojornalismo mais humanista e engajado. Foi concretizada por fotógrafos como Luciano Carneiro, José Medeiros, Flávio Damm, Luis Carlos Barreto, Henri Ballot e Eugênio Silva, que passaram a integrar a equipe da revista nesta época, trazendo para as fotorreportagens de O Cruzeiro uma maior ênfase na objetividade e no caráter documental e jornalístico. Luciano Carneiro atuou como correspondente internacional da revista O Cruzeiro, realizando reportagens sobre a Guerra da Coreia, a vida no Japão e na Rússia, a África de Albert Schweitzer, o Egito de Nasser, a Iugoslávia de Tito, a Revolução Cubana de Fidel etc. Além disso, realizou matérias no Brasil sobre jangadeiros, posseiros, a seca no Nordeste, a herança do cangaço, as lutas estudantis, entre outras, e diversas matérias reunidas, em que revelava suas influências e modelos associados à fotografia humanista do pós-guerra praticada por fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, Robert Doisneau e W. Eugene Smith, entre outros. Essas matérias da seção “Do arquivo de um correspondente” funcionavam, de certa maneira, como páginas de opinião – em função do caráter autoral de seu trabalho fotográfico –, e podem inclusive ser vistas em contraponto à coluna de duas páginas na revista O Cruzeiro de David Nasser, expoente de uma escola de jornalismo de viés sensacionalista, à qual Luciano Carneiro se opunha frontalmente. Um dos mais destacados e destemidos fotógrafos daquele período, piloto, paraquedista, correspondente de guerra, Luciano Carneiro sempre pareceu orientar sua fotografia pela máxima de Robert Capa: “Se suas imagens não ficaram boas, é porque você não se aproximou o suficiente de seu assunto”. Em muitas de suas matérias, ele foi também autor dos textos, característica que passaria a ser cada vez mais frequente dentro de O Cruzeiro ao longo da década de 1950. A trajetória de Luciano Carneiro foi interrompida abruptamente em

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dezembro de 1959, aos 33 anos de idade. Morreu em um acidente de avião próximo à cidade do Rio de Janeiro quando retornava de um trabalho singelo em Brasília: fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, às vésperas da inauguração. Luciano Carneiro foi um dos grandes nomes do fotojornalismo no Brasil, e, graças à generosidade de sua família, que disponibilizou um relevante conjunto de fotografias originais, hoje incorporadas ao acervo do IMS, podemos atualmente realizar uma leitura significativa da obra de vertente humanista desse profissional ainda pouco conhecido. Fonte: Instituto Moreira Salles (São Paulo) Avenida Paulista, 2424 CEP 01.310-100 - São Paulo/SP https://ims.com.br/ Revista O Cruzeiro, Correio do Ceará, Unitário, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Instituto Moreira Salles, Acervo Nirez, Biblioteca Nacional, entrevistas com descendentes de Luciano Carneiro, entrevistas com contemporâneos de Luciano Carneiro em O Cruzeiro, dentre eles, Ziraldo e Luiz Carlos Barreto. Depoimento de Helio Fernandes. Filmes e vídeos. Revisão bibliográfica. Ver o item R E F E R Ê N C I A S . FONTES DE PESQUISA

CRONOGRAMA PESQUISA E REDAÇÃO LANÇAMENTO

Dezembro de 2017-Junho 2018

Setembro 2018 (projeção)

1. Introdução - Prólogo; 2. O encontro com Assis Chateaubriand; 3. Os enfants-terribles da revista O Cruzeiro; 4. Vanguarda gráfica e editorial; 5. Luciano Carneiro e a gênese no Ceará; 5. Um cidadão do mundo; 6. As grandes coberturas; 7. A morte precoce; 8. Iconografia; 9. Crnologia ilustrada; 10. Referências bibliográficas. ESTRUTURA MÍNIMA DO LIVRO

O primeiro capítulo deve tratar da Guerra da Coreia (1950-1953) mostrando o contexto de alto risco em que se inseriu Luciano Carneiro. Foi a primeira

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guerra pós II Guerra e constituiu-se em uma das mais sanguinárias de todos os tempos impondo uma crise de comando na cúpula do governo americano. A Guerra da Coréia inaugura o ciclo da Guerra Fria entre os dos blocos liderados por União Sociética e Estados Unidos. Um outro capítulo cheio emoção é o que trata da tomada de Havana pelos revolucionários liderados por Fidel Castro tendo Luciano Carneiro como testemunha ocular. A ênfase da narrativa biográfica Muito Além da Notícia priorizará o leitmotiv de Luciano, sua obstinação pelo fato jornalístico, seja o terror da guerra, seja o glamour dos salões de Paris ou do Festival de Cannes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A diversidade de situações vividas por Luciano Carneiro é tão ampla que a do reconstrução do contexto histórico onde se inseriu requer uma ampla pesquisa bibliográfica e audiovisual. Na lista a seguir temos uma pequena amostra dessa diversidade de referências necessárias, além da pesquisa em hemeroteca que inclui, dentre outros, os jornais Unitário (CE), Correio do Ceará (CE), O Povo (CE), O Estado (CE), Jornal do Brasil (RJ), Diário de Notícias (RJ), O Fluminense (ES), e as revistas O Cruzeiro (RJ) e A Cigarra (RJ). BURGI, Sérgio (org); TITAN JR, Samuel (org). A hora e o lugar. 1 ed. São Paulo : Instituto Moreira Salles, 2015. [Caixa com cinco ensaios realizados entre 1919 e 1974 por fotógrafos que fazem parte do acervo do Instituto Moreira Salles: Alice Brill, Guilherme Santos, Jorge Bodanzky, Luciano Carneiro e Otto Stupakoff] BURGI, Sérgio; BARUKI, Sandra. Introdução à preservação e conservação de acervos fotográficos: técnicas, métodos e materiais. Rio de Janeiro : Funarte, 1988 CAPA, Robert. Slightly Out of Focus: The Legendary Photojournalist’s Illustrated Memoir of World War II. New York: Henry Holt and Company, 1947. New

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York: Modern Library, 2001. Text and photographs by Robert Capa. With a foreword by Cornell Capa and an introduction by Richard Whelan. A memoir. CARNEIRO, Glauco. Brasil, primeiro – História dos Diários Associados. Brasília: Fundação Assis Chateaubriand, 1999. COSTA, Helouise; BURGI, Sergio (org.). As origens do fotojornalismo no Brasil. Um olhar sobre o Cruzeiro 1940-1960. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2012 COSTA, Helouise e RODRIGUES, Renato. A fotografia moderna no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ/ IPHAN/ Funarte, 1995. COSTA, Helouise. Aprenda a ver as coisas: fotojornalismo e modernidade na revista O Cruzeiro. São Paulo, 1992. Dissertação de mestrado em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, 1992 CUMINGS, Bruce. The Korean War. New York: Modern Library-Random House, Inc., 2010 DYER, Geoff. The ongoing moment. New York, United States : Random House USA Inc., 2007 FERNANDES, Hélio. [coluna] Em primeira mão. In: jornal Diário de Notícias (RJ), 27 de dezembro de 1959 FOIX, Alain. Che Guevara. Porto Alegre, RS : L&PM, 2017 GEYERHAHN, Stefan (org). Brasilien. Stuttgart: Belser Verlag, 1959. [Inclui fotografias de Luciano Carneiro]. JOSE MEDEIROS: 50 ANOS DE FOTOGRAFIA. Rio de Janeiro: Funarte, 1986 KOSSOY, Boris. Fotografia & historia. 2. ed. rev. Sao Paulo: Ateliê Editorial, 2001. LEVI Strauss, David. Between the Eyes: Essays on Photography and Politics. Introduction by John Berger. New York : Aperture Foundation, 2005 MANJABOSCO, Ângelo. Fotógrafos do ar: Luciano Carneiro, Félix Nadar, Robert Capa e George Love. In: Revista Zum. 19 de abril de 2016. Publicado no site da ZUM, revista semestral do Instituto Moreira Salles dedicada ao universo fotográfico. Disponível em <https://revistazum.com.br/radar/ fotografos-do-ar-luciano-carneiro-felix-nadar-robert-capa-e-george-love/> MORAIS, Fernando. Chatô : o rei do Brasil. São Paulo : Companhia das Letras,

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2011 MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. De Martí a Fidel : a Revolução Cubana e a América Latina. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2012 MEDEIROS, José. Falando em fotografia. In: [revista] A Cigarra. Rio de Janeiro, 1952 MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO COLEÇÃO PIRELLI: 15. São Paulo: MASP, 2006. Boris Kossoy; Gian Carlo Rocco de Torrepadula (introdução); Julio Neves (introdução) O CRUZEIRO – A MAIOR E MELHOR REVISTA DA AMÉRICA LATINA. In: Cadernos da Comunicação. Secretaria Especial de Comunicação Social da Prefeitura do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, junho de 2002 [Com depoimentos de Glauco Carneiro, Luís Carlos Barreto, Mario de Moraes e Raul Giudicelli] PEREGRINO, Nadja. O Cruzeiro: a revolução da fotorreportagem. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991 QUEIROZ, Rachel de. David Nasser e seu ‘velho capitão’. In: O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 16 de setembro de 1961, p. 146 QUEIROZ, Rachel de. Três mortos no avião. In: O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 16 de janeiro de1960, p. 146 SILVA, Hélio. Vargas - Uma biografia política. Porto Alegre, RS : L&PM, 1980 SONTAG, Susan. Regarding the pain of others. New York : Picador/Farrar, Straus and Giroux, 2003 TESTEMUNHA OCULAR. São Paulo: Abril Cultural, 1982. Versão brasileira do livro editado pela World Press Photo Foundation, incluindo 32 páginas com trabalhos de fotógrafos do Brasil, dentre eles Luciano Carneiro WHELAN, Richard. Robert Capa: A Biography. New York : Alfred A. Knopf, 1985 FILMES E VÍDEOS

CASTRO VS GUEVARA: A FRIENDSHIP TESTED BY REVOLUTION. Director: Anne-Charlotte Gourraud. Producer: Arnaud Mauduy. Wild Angle Productions, France, 2016 DURING OPERATION TOMAHAWK PARATROOPERS OF US ARMY 187TH AIRBORNE PREPARE AND DROP. Voice: Ed Herlihy. Universal International News. Hearst’s International News Service, USA, 1951

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THE CORONATION OF QUEEN ELIZABETH II (Colour), 2 de junho de 1953. J. Arthur, The Rank Organisation : London, England, UK. Vídeo disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=wKzlKwpm17U> THE CEREMONIAL OF THE CORONATION OF HER MAJESTY QUEEN ELIZABETH II. Supplement to the London Gazette. pp. 6253–6263. 17 November 1952 EXPOSIÇÃO: UM OLHAR SOBRE O CRUZEIRO (MESA REDONDA). Na abertura da exposição “Um olhar sobre O Cruzeiro: as origens do fotojornalismo no Brasil”, em 10 de julho de 2012, no Instituto Moreira Salles -RJ, foi realizada uma mesa-redonda com o jornalista e escritor Fernando Morais; Flávio Damm e Luiz Carlos Barreto, que colaboraram para a revista como fotógrafos; e a curadora Helouise Costa. Disponível em vídeo no YouTube <https://www.youtube.com/watch?v=AKxKiYxmMFo> OUR TIME IN HELL — THE KOREAN WAR. Director: Chris Wheeler. Stars: Chung-In Bak Pak, Jae Ho Kim, Alexander Haig, Harry S. Truman. Production Co: Great Divide Productions, USA, 1997 THE RUSSIAN REVOLUTION (USA, 2017). Director: Cal Seville. Writer: Cal Seville. Stars: Jonathan Kydd, V.I. Lenin, Helen Rappaport. Production Co: Netflix

A R T I G O

O OLHAR INDOMÁVEL DE LUCIANO CARNEIRO. Artigo que é uma justificativa da linha de pesquisa que culminou na biografia de Luciano Carneiro. Publicado no Observatório da Imprensa, ISSN 1519-7670 - Ano 19 - nº970. Disponível on-line em <http://observatoriodaimprensa.com.br/ uma-historia/o-olhar-indomavel-de-luciano-carneiro/>

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Em pouco mais de dez anos de atividade jornalística, o repórter fotográfico, redator e perspicaz apurador Luciano Carneiro deixou um portfólio memorável com dezenas de textos jornalísticos no estilo de reportagem e centenas de fotografias. Luciano Carneiro/Acervo Instituto Moreira Salles Luciano era um dos intrépidos jovens que ajudaram a construir a fase dourada da revista O Cruzeiro principalmente na década de 1950. Um ciclo que começa a ser exposto de modo consequente principalmente pela ação do Instituto Moreira Salles em sucessivas pesquisas e exposições mostrando acervos de profissionais da revista O Cruzeiro e, em especial, de Luciano Carneiro. Sua morte, aos 33 anos de idade, às vésperas do Natal de 1959, não causou somente comoção mas, principalmente, enorme frustração. O destino tolhia de modo cruel a carreira de um dos profissionais mais brilhantes e destemidos da imprensa brasileira. Em 1951, Luciano cobriu a sangrenta Guerra da Coreia, pulando de paraquedas, junto com tropas americanas, direto no front em região na área do paralelo 38. Produziu pelo menos nove grandes reportagens publicadas nas páginas de O Cruzeiro, textos e fotos marcadamente humanas. Foi o único jornalista sul-americano a cobrir aquela guerra. Trecho do artigo ‘O olhar indomável de Luciano Carneiro’


O empresário Hélio Guedes, o prefeito de Fortaleza Acrisio Moreira da Rocha, o repórter e aviador Luciano Carneiro e, na segunda fila, Luciano Magalhães em evento em Fortaleza no dia 7 de setembro de 1949. Hélio Guedes, amigo de Luciano, foi o fundador do Aeroclube do Ceará

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SOBRE O AUTOR Luís-Sérgio Santos é professor do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. É autor dos livros Rui Facó, uma biografia: O homem e sua missão (Fundação Astrogildo Pereira, 2015), Intimorata: a saga do jornal O Estado (Omni Editora, 2017) e Parsifal: Um intelectual na política (Editora Escrituras, SP, 2017 – ISBN 9788575317662). Ganhou os prêmios Esso de Jornalismo (1982) e Delmiro Gouveia de Economia (1982). Realizou curso de Design editorial na Universidade de Miami (EUA, 1995) e participou do programa Young Journalists (1986), nos Estados Unidos. Cursou Ciências da Comunicação (1986-1988) na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Foi correspondente do jornal Folha de S. Paulo em Fortaleza, editorexecutivo do jornal O Povo e secretário de redação do jornal Diário do Nordeste. Atualmente é colaborador da revista Política Democrática, da Fundação Astrojildo Pereira (Brasília) e professor na UFC. e-mail luis.santos@ufc.br internet academia.edu/LuisSergioSantos

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