Revista Agricultura & Engenharia

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EDITORIAL Panorama sobre o mercado de Máquinas Agrícolas

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sta edição da revista Agricultura & Engenharia foca o mercado de máquinas agrícolas, cujo setor começou a reagir em 2017, com crescimento na produção e nas vendas, e encerra o primeiro semestre de 2018 com um ritmo ainda mais otimista. A recuperação do setor é refletida principalmente pela retomada dos investimentos por parte dos produtores rurais que estão renovando a frota por máquinas de tecnologia mais avançada. Destacamos ainda nesta publicação, as propostas do segmento produtivo para o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 e que foram apresentadas à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O Plano busca reforços para o setor no sentido de ter acesso a juros mais baixos e condizentes com o atual patamar de juros vigentes no Brasil. Vale a pena ler também o balanço da 25ª Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, realizada em maio. O evento registrou um crescimento de aproximadamente 22% nos negócios, o que significa um volume de R$ 2,7 bilhões. Veja ainda nesta edição a inovação tecnológica das máquinas agrícolas que foram lançadas ou expostas na Agrishow. Peço uma especial atenção do leitor para o texto “Homem, empresário e humanista”, em que descrevemos um rápido perfil de Paulo Renato Herrmann, Vice-Presidente de Vendas & Marketing da América Latina e Presidente da John Deere Brasil. O gaúcho, de excelente oratória, é reconhecido pelo segmento de agronegócios por seu histórico profissional, conhecimento e bom-humor. Boa leitura!

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Sumário

Expediente Revista

Agricultura& Engenharia Volume XI - ano 11 - 2018 Diretor e Editor Dr. José Márcio da Silva Araújo j.marcioaraujo@uol.com.br Publicidade Gilberto Cozzuol gibacozzuol@gmail.com Administração e Circulação Yvete Togni dra.ytogni@hotmail.com Secretaria da Redação Angela Cavalin Produção e Publicação Lucida Artes Gráficas lucida.editorial@bol.com.br Fotografia Assessoria de Imprensa Arquivos - Arquivos A&E Correspôndencia Rua Carneiro da Cunha, 212 sl 1 Vila da Saúde - CEP 04144-000 Contato Fone - 11- 2339-4710 | 2339-4711 As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade dos autores Conselho Editorial • Prof. Dr. Roberto Rodrigues • Prof. Dr. Paulo Sergio G. Magalhães • Sr. Cesário ramalho da Silva • Prof. Roberto Testeziaf 4 - Revista Agricultura & Engenharia • Prof. Dr. Silvio Crestana

AgroNews.................................06 • Notícias agrícolas

Especial Perfil ..............14

• Paulo Renato Herrmann, Vice-Presidente de Vendas & Marketing da América Latina e Presidente da John Deere Brasil

Materia de Capa ........................16 • Panorama sobre o mercado de máquinas agrícolas

Artigo ..................................34

• A importância das máquinas na agricultura • A tecnologia na agricultura • Para onde caminha a agricultura?

Prêmio ............... 38

•Prêmio Novo Agro foi lançado durante a Agrishow

Mercado ............................. 45

• “BASF e a Solenis” criam mega empresa para tratar água e fabricar papel • Em 2030, Brasil continuará sendo grande • produtor de carne e grãos

Evento ...................................... 48

• “ESALQSHOW: Fórum de Inovação Tecnológica para o Agronegócio Sustentável”

Mercado de Trabalho ..................50 • Mercado de trabalho do agronegócio


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AgroNews New Holland participa do programa Patrulha Agrícola

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ais de 4,8 mil famílias serão atendidas com os tratores que a New Holland Agriculture está entregando. Os tratores 61 tratores modelo TL75 cabinado foram entregues ao governo do Estado de São Paulo e serão usados no programa Patrulha Agrícola, beneficiando pequenos produtores rurais na prestação de serviços. Com os TL serão atendidas 4.880 famílias por ano, englobando em torno de 61 mil hectares e 61 municípios paulistas. As entregas das máquinas, que ocorrem devido a vitória da marca na licitação, foram feitas em março, nos municípios de Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Campinas e São José do Rio Preto. “A New Holland tem experiência em atendimento ao pequeno e médio agricultor brasileiro, com uma gama de máquinas voltadas à profissionalização e ao aumento da tecnologia para esse segmento”, afirma Alison D’Andrea, especialista de Marketing da New Holland Agriculture. Os produtos da marca cumprem os requisitos do programa Patrulha Agrícola, propondo ceder a baixo custo horas de tratores para as lavouras. A escolha dos municípios se baseou, como critério, na economia da localidade ser constituída majoritariamente da atividade agrícola, com direcionamento prioritário para cinturões especializados em grãos e, preferencialmente, com participação em programas ou ações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Ajinomoto Fertilizantes lança produto para manejo de estresses causados por excesso ou falta de água

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Ajinomoto® Fertilizantes, divisão de agronegócios da Ajinomoto do Brasil, acaba de lançar Amino Proline®. O produto é recomendado para auxiliar os produtores rurais no manejo de estresses causados por excesso ou falta de água, solos salinos, temperaturas extremas ou muita luminosidade. A formulação exclusiva de Amino Proline®, com ácido glutâmico, glicina-betaína e prolina, permite que o produto seja utilizado com eficiência em todo tipo de cultura. “Apesar das plantas produzirem naturalmente esses aminoácidos, as quantidades não são suficientes para superar determinadas situações de estresse e/ou a produção não ocorre no momento correto. Além dos benefícios diretos que esses compostos trazem, sua utilização gera economia de energia, que a planta também utiliza para superar os estresses”, explica Thiago Miqueleto, gerente de marketing da divisão de agronegócios. O produto garante vantagens à produção, como maior retenção de flores e frutos, maior qualidade e vigor das plantas. “Não existem opções similares, pelo menos no Brasil. O produtor passa a ter uma ferramenta que vai contribuir tanto em situações de períodos mais secos, como de temperaturas extremas”, afirma Thiago sobre o produto, que é único no mercado. O fertilizante já está disponível em embalagens de cinco litros 6 - Revista Agricultura & Engenharia


INTL FCStone abriu banco de câmbio e inicia as operações

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INTL FCStone acaba de abrir um banco de câmbio, o INTL FCStone Banco de Câmbio. A empresa, que presta serviços de consultoria em gerenciamento de riscos para commodities agrícolas no Brasil, também atua através da INTL FCStone DTVM na execução de operações de commodities, moedas e ações para clientes do agronegócio e investidores institucionais. De acordo com as informações divulgadas pela empresa, com o Banco de Câmbio será possível ampliar as atividades de câmbio para os mais de 600 clientes ativos além de poder conquistar novos clientes. Ele acredita que ao oferecer um atendimento mais personalizado e ágil do que o que hoje existe no mercado irá atrair clientes que demandam operações de câmbio. A rede internacional da INTL FCStone, que atua em 135 países, vai assegurar o rápido crescimento das atividades de câmbio, a otimização de processos e melhores taxas. Com alto nível de governança, a INTL FCStone tem capital 100% norte-americano, com ações listadas na NYSE (New York Stock Exchange). Hoje o valor de mercado da INTL FCStone, que tem ações negociadas na Nasdaq, é de aproximadamente USD 800 milhões. Desde 2005, a FCStone opera no Brasil, baseada em Campinas (SP). A equipe de colaboradores conta com 150 funcionários e oito escritórios e está prevista a abertura de mais dois escritórios até 2019. “Com o início das atividades do banco de câmbio, a expectativa é continuar crescendo junto aos clientes de agronegócios e também junto a novos clientes corporativos e institucionais”, informou a empresa em comunicado.

Biogénesis Bagó exporta vacinas contra febre aftosa para o Vietnã

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Biogénesis Bagó, empresa de saúde animal, começou a exportar sua vacina contra a febre aftosa para o Vietnã. A licença para enviar as doses do produto, fabricadas na planta da empresa em Garín, nos arredores de Buenos Aires, na Argentina, veio após quatro anos de negociações com o governo vietnamita. As doses devem suprir parcialmente a demanda do país, que sofre de surtos periódicos de febre aftosa entre suínos e ruminantes. Os outros três mercados asiáticos da empresa para a vacina contra febre aftosa são a China, a Coréia do Sul e Taiwan. O Vietnã tem o maior estoque de suínos do sudeste da Ásia. “A negociação com o Vietnã é uma conquista notável para nós e estamos orgulhosos de ser reconhecidos em todo o mundo como um produtor de vacinas contra febre aftosa de alta qualidade. Além disso, três em cada dez bovinos na América Latina são vacinados com as nossas vacinas contra febre aftosa”, destaca o diretor geral da Biogénesis Bagó, Guillermo Mattioli. Para o diretor da Biogénesis Bagó no Brasil, Marcelo Bulman, a conquista do mercado do Vietnã fortalece ainda mais o papel global que a companhia vem assumindo, que tem como focos principais nos próximos anos os mercados asiático e o brasileiro. “O Brasil é um dos mercados mais importantes para a Biogénesis Bagó e é por isso que estamos investindo mais de R$ 30 milhões para estar entre as 10 maiores em saúde animal no País até 2020”, diz Bulman. Revista Agricultura & Engenharia - 7


AgroNews Basf negocia com a Bayer a aquisição do negócio de sementes de hortaliças

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Basf está em negociação exclusiva para aquisição de todo o negócio de sementes de hortaliças da Bayer, que opera sob a marca global Nunhems®. A Bayer pretende vender o negócio no contexto de seu plano de adquirir a Monsanto. Os acordos finais ainda não foram concluídos. Com esta transação, a BASF pretende melhorar sua plataforma futura de sementes e a posição de mercado de seu negócio de Soluções para Agricultura. Outras negociações

Novidades que foram apresentadas durante a Agrishow/2018 Agrosmart A Agrosmart, startup focada em agricultura digital no campo, apresentou na Agrishow o novo serviço de monitoramento de chuvas por meio de pluviômetros digitais no campo com conectividade SigFox, provedora mundial de conectividade para a Internet das Coisas (IoT). A novidade permite monitorar a chuva na fazenda em tempo real, por meio do celular ou computador. Os pluviômetros podem ser instalados de forma simples e rápida, gerando informações importantes de chuva para o planejamento agrícola, do plantio à colheita.

Em 13 de outubro de 2017, a Basf assinou um acordo para adquirir o negócio global de herbicidas não seletivos à base de glufosinato de amônio da Bayer, além de seus negócios de sementes para as principais culturas em mercados selecionados: híbridos de canola na América do Norte sob a marca InVigor®, usando a tecnologia de trait LibertyLink®, colza oleaginosa, principalmente nos mercados europeus, algodão nas Américas e na Europa, além de soja nas Américas.

Baldan

A transação também inclui os recursos de pesquisa de trait e melhoramento da Bayer para essas culturas, assim como o trait e a marca LibertyLink®. Essa aquisição complementa o negócio de proteção de cultivos da Basf e marca sua entrada no negócio de sementes com ativos próprios nos principais mercados agrícolas. O valor da transação, em espécie, é de €5,9 bilhões, sujeito a alguns ajustes até o encerramento do processo.

A Bridgestone, fabricante de pneus e detentora das marcas Firestone e Bandag, apresentou na Agrishow a nova linha Firestone Performer Row Crop para pulverizadores. O produto foi construído com cintas de aço que permitem carregar mais carga a velocidades elevadas economizando tempo e combustível. Outro modelo que foi apresentado é o Flotation Implement 600/50-22.5, para uso em eixos livres de implementos agrícolas e carretas transbordo em usinas de cana-de-açúcar.

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A Baldan, empresa de implementos e máquinas agrícolas sediada em Matão (SP), comemora seus 90 anos em 2018 e lançou durante a Agrishow a nova identidade visual da marca. A empresa apresentou durante a Agrishow 2018 a plantadeira de precisão Giga Max, a super grade niveladora articulada Movere e a plantadeira de arrasto Maracatu.

Bridgestone


Melhores cafés da ABIC chegam ao consumidor

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ssociação Brasileira da Indústria de Café (Abic) lançou, em abril, a 14ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil, a última etapa do 14º Concurso Nacional Abic de Qualidade do Café. Nesta fase do concurso, os cafés premiados, que foram conhecidos em janeiro, chegarão até o consumidor. Após o processo seletivo, realizado em dezembro, ocorreu um leilão entre os dias 30 de janeiro e 8 de fevereiro. Nele, 40 sacas dos 11 finalistas do concurso foram vendidos para torrefações e cafeterias, que produzirão cafés especiais. O café campeão do 14º Concurso foi o produzido por Letícia Conceição Quintela de Alcântara, da Fazenda Divina Espírito Santo, de Piatã, na Bahia. O concurso premia, também, as empresas participantes, que compram os cafés. Ao adquirir duas sacas do café de Letícia por R$ 9 mil cada uma, o Grupo 3 Corações foi a empresa que deu o maior lance por um microlote. Com isso, foi campeã da categoria Especial do concurso. Mas a empresa também ganhou as outras duas categorias, a Diamante e a Ouro. A primeira, pelo maior investimento: no total, a 3 Corações comprou R$ 33 mil em cafés premiados. E a Ouro, pelo maior valor pago por saca, ao comprar seis sacas do produtor Antônio Rigno de Oliveira, também de Piatã, pagando R$ 2,5 mil por cada uma. Além da 3 Corações, outras 13 torrefações e cafeterias também compraram cafés premiados e participarão da linha especial que estará disponível para os consumidores. Cada empresa terá sua própria embalagem e tipo de preparo (coado, expresso ou cápsulas). A Abic tornará disponível um selo informativo sobre a participação do produto no concurso. Segundo a associação, os cafés poderão ser encontrados nas redes de supermercados, cafeterias e também em lojas virtuais. As empresas definirão as datas dos lançamentos.

Case IH A Case IH apresentou o seu drone na Agrishow 2018. Por meio das tecnologias de mapeamento e processamento de imagens, instalados no drone e em seu aplicativo, será possível analisar áreas extensas ou de difícil acesso; monitorar a saúde da vegetação e identificação de pragas e doenças; além de ter rapidez no processo de captação e processamento de imagens e mapas. O equipamento pode ser usado em todos os tipos de culturas, como na produção de cana-de-açúcar e de grãos, e até na pecuária. Após o voo, a ferramenta identifica esses pontos e gera um mapa, que, na sequência, permite produzir um mapa de pulverização.

Casp A CASP apresentou soluções em armazenagem. São projetos que atendem produtores de todos os portes e cooperativas de café, além de milho, soja, cevada e demais grãos cultivados, sendo que os equipamentos CASP são fabricados com tecnologia 100% nacional. As soluções também são indicadas para pecuaristas que investem em infraestrutura visando a terminação de bovinos em confinamento.

e-Agro A e-Agro apresentou versão gratuita da ferramenta para produtores. A plataforma e-Agro gera relatórios completos sobre as operações na fazenda rapidamente. A ferramenta descomplica a gestão e facilita a tomada de decisões, tudo de maneira simplificada e online. A e-Agro fez um estudo com mais de 300 clientes e apurou que, em média, para cada 100 hectares, são necessários apenas 46 minutos por dia de uso da plataforma para efetuar todo o controle da propriedade rural. Revista Agricultura & Engenharia - 9


AgroNews Ademar Leal assume presidência da ASBRAM

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ma cerimônia concorrida no prédio da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista, marcou a posse da nova diretoria da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementação Mineral (ASBRAM). O zootecnista, empresário e fundador da Campo Rações, com atuação em Goiás, Ademar Pereira Leal Filho, assumiu a presidência para o biênio 2018 | 2019, em substituição a Nelson Lopes, e recebeu o apoio de autoridades estaduais e federais do Agronegócio, ex-dirigentes da ASBRAM e profissionais e executivos de diversas empresas do segmento. Participaram o Ministro das Cidades, Alexandre Baldi; Roberto Bettancourt, Presidente do Sindicato das Indústrias de Nutrição Animal (Sindirações) e representante da FIESP; Francisco Jardim, delegado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Alberto Amorim, representando o Secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim; além de representantes da Sociedade Rural Brasileira. "O Nelson fez um trabalho fantástico de união da classe. E queremos elevar ainda mais a participação dos associados, para até 90% de representatividade nos próximos anos. Nosso mercado vai sofrer um grande boom. E precisamos dobrar nossa produção. A ASBRAM vai ser o sustentáculo desta revolução", afirmou o novo presidente. “Nosso lema é que acreditamos na agroindústria”, no negócio e no Brasil", concluiu Ademar Leal. 10 - Revista Agricultura & Engenharia

FMC A FMC apresentou o herbicida Reator 360 CS, para controle de gramíneas na pré-emergência com excelente residual, inibidor da síntese de caroteno com controle eficiente na época seca e úmida. A FMC também reforçou o lançamento do bionematicida Quartzo, produto biológico para controle de Nematoide-das-lesões e Nematoides-das-galhas.

Ipacol A companhia gaúcha Ipacol Máquinas Agrícolas apresentou novas enfardadoras durante a Agrishow 2018, entre elas o modelo Entry 120, de câmara fixa de corrente e barras, com alimentador alternativo de 2,0 m de largura, de construção integral em aço, com rodas e pneus 400/60-15,5, para tratores de até 50 HP, utilizada para enfardar pastos de palha curta e seca.

JF Máquinas A JF Máquinas, empresa de Itapira (SP), lançou sua nova loja virtual de reposição de peças durante a Agrishow 2018. A empresa informou que também apresenta sua linha completa, composta por colhedoras de forragens, plataformas, ensiladeiras, picadoras, desintegradores, vagões forrageiros, vagões misturadores, distribuidores e semeadeiras, enfardadeiras e segadeiras.

Marispan A Marispan, fabricante de implementos para tratores agrícolas e adubadeiras para lavouras de café, apresentou o carregador frontal L15, desenvolvido para atender tratores com potência de 15 a 40 cv. Também apresentou a barra de corte frontal, desenvolvida para fazer a poda das lavouras de café e frutas.


Jacto comemora 70

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m comemoração aos seus 70 anos, a Jacto promoveu em Pompeia, um evento que contou com um show da dupla Chitãozinho & Xororó. A celebração foi voltada exclusivamente para os colaboradores do grupo e seus familiares, para um momento de integração. “Foi um evento especial para as pessoas que no dia a dia escrevem as páginas de nossa história. Foi uma forma de comemorar os 70 anos, mas também agradecer a todos aqueles que se dedicam para que a Jacto seja reconhecida como uma das principais indústrias nacionais em nosso segmento”, comentou Fernando Gonçalves Neto, presidente.

Mahindra e Dll firmam parceria

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eguindo um modelo de parceria global, o Banco DLL e a empresa Mahindra informam que os produtores ja podem contar com o Mahindra Finance. O banco de fábrica opera com crédito para financiamento de máquinas agrícolas da marca, incluindo Moderforta e outras linhas do BNDES. Também é possível financiar equipamentos importados através de CDC – Crédito Direto ao Consumidor. O Mahindra Finance, que já opera nos Estados Unidos e países da Europa, chegou ao Brasil para facilitar o acesso de pequenos e grandes produtores à tecnologia. "O principal foco do banco é oferecer soluções financeiras integradas às necessidades dos nossos parceiros, para alcançamos juntos os objetivos", ressaltou o Superintendente Comercial do DLL, José Campos. Segundo o executivo, o banco conhece o mercado brasileiro e está preparado para atender os produtores e suas necessidades de forma personalizada e com qualidade e agilidade.

Netafim A israelense Netafim, fabricante de sistemas de irrigação por gotejamento, lançou a tecnologia Digital Farming. O sistema permite acompanhar, desde o planejamento de irrigação e nutrirrigação, até o rastreamento do crescimento das plantas e condições de solo, em tempo real. A plataforma é uma ferramenta de alta precisão. A ferramenta vai coletar e interpretar os dados, oferecendo recomendações que ajudarão na tomada de decisão dos produtores.

Soesp A Soesp – Sementes Oeste Paulista apresentou soluções para a produção sustentável, em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A solução oferecida é a tecnologia exclusiva Advanced, presente nas sementes forrageiras comercializadas pela empresa, que promete viabilizar qualquer forma de consórcio de forrageiras com culturas anuais ou rotações de culturas.

Trimble A Trimble, fabricante mundial de tecnologias avançadas para Agricultura, apresentou o Monitor Trimble GFX-750™. O novo monitor conta com compatibilidade ISOBUS, que promete trazer eficiência à operação no campo, controlando automaticamente a taxa e seção dos implementos de diversas marcas. Além disso, a empresa lançou seu mais avançado receptor / controlador, NAV-900.

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AgroNews

Especial Agrishow 2018

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25ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, encerrada no início de maio, obteve um crescimento na realização de negócios de cerca de 22%, o que significa um volume de R$ 2,7 bilhões. Na edição anterior, foram registrados negócios da ordem de R$ 2,2 bilhões. Por segmento, o crescimento na intenção de compra de máquinas e equipamentos é: armazenagem (15%), grãos, frutas e café (25%), pecuária (8%) e irrigação (14%). A Agrishow 2018 refletiu a importância e o dinamismo do agronegócio brasileiro. “Os produtores rurais encontraram todas as soluções para suas atividades, incluindo máquinas e implementos de avançado nível tecnológico, inovações em tecnologia digital para o campo, que incrementarão a produtividade, a rentabilidade, a sustentabilidade das culturas. Certamente, o agro nacional está posicionando o país como protagonista mundial na produção de alimentos, energia e fibras, e na Agricultura 4.0”, afirma Francisco Matturro, presidente da Agrishow. A 19ª Rodada Internacional de Negócios reuniu fabricantes brasileiras de máquinas, implementos agrícolas, pecuária e equipamentos de irrigação, com compradores (importadores, distribuidores e representantes) procedentes da 12 - Revista Agricultura & Engenharia

África do Sul, Etiópia, Irã, Nigéria, Peru, Quênia, Rússia, Tanzânia e Zimbábue. Foram 16 compradores estrangeiros, que durante três dias reuniram-se com 60 empresas brasileiras, em uma ação de promoção comercial que resultou em cerca de 520 reuniões e mais de US$ 24 milhões, entre negócios fechados e futuros para os próximos 12 meses. Denominada Projeto Comprador, a Rodada Internacional de Negócios foi organizada pelo Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). A Agrishow 2018, que recebeu 159 mil pessoas nos cinco dias de evento e contou com mais de 800 marcas expositoras nacionais e internacionais, é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB - Sociedade Rural Brasileira, e é organizado pela Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, um dos maiores promotores de feiras, conferências e treinamento do mundo com capital aberto.


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Especial - Perfil

Homem, emp

É

“Diariamente, men

assim que Paulo Renato Herrmann, Vice-Presidente de Vendas & Marketing da América Latina e Presidente da John Deere Brasil, resume seu estado de espírito. Isso não significa que ele acorde todo dia bem humorado, mas exercita o processo da autocrítica antes de sair de casa, com o compromisso de levar um clima favorável aonde quer que vá. Não é à toa que realiza de 50 a 60 palestras por ano. É carismático. Tem excelente oratória. Anima a plateia a dar a volta por cima. “Mesmo nas coisas ruins, podemos encontrar um lado positivo. As pessoas não podem se contaminar com as más notícias”, aconselha o engenheiro agrícola formado em 1979 pela Universidade Federal de Pelotas, com MBA em Gestão de Negócios. Sua brilhante carreira profissional na área do agronegócio brasileiro vem de raízes. Com 13 irmãos, filho de pequenos agricultores do interior do Rio Grande do Sul, Paulo Herrmann frequentou o sistema de 14 - Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


presário e humanista

entro na empresa entregando uma nsagem positiva a todos.” ensino público até chegar a um cargo bem cobiçado por muitos empresários: a presidência da John Deere, empresa na qual iniciou sua trajetória em 1999. Em seu histórico profissional na companhia sempre mostrou competência em outras áreas pelas quais passou: Vendas e Marketing, Planejamento Estratégico e Relações Institucionais.

essas ações, está o fomento à realização e difusão de estudos relativos a uma atividade agrícola mais intensiva e eficiente, que integra diferentes sistemas de produção na mesma unidade, denominada de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF). O empresário também preside, desde 2012, a Rede de Fomento, iniciativa conjunta com a Cocamar, Dow AgroSciences, Parker, Syngenta e Embrapa, com vistas a acelerar a difusão da tecnologia do ILPF no Brasil, que já alcança mais de 11 milhões de hectares em todo o País.

O seu conhecimento e temperamento agradável faz com que represente várias entidades e associações e assim incremente ainda mais seu currículo. Paulo Herrmann também é Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e atua como Responsabilidade social membro de diversos conselhos consultivos de empresas como a EmbraUma das ações de Herrrmann pa, entre outras funções de liderança na esfera da responsabilidade social desempenhadas no agronegócio bra- é liderar uma iniciativa pioneira em sileiro. tornar um hospital rural, no interior do Rio Grande do Sul, em centro de Responsabilidade ambiental excelência em telemedicina. Herrmann lidera ainda projetos na área de agricultura de baixa emissão de carbono por meio de iniciativas que objetivam aumentar a eficiência produtiva nos trópicos. Entre

O projeto tem como principal objetivo possibilitar o acesso das comunidades rurais brasileiras aos avançados recursos de medicina disponíveis nos grandes centros.

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Matéria de Capa

Panorama sobre o mercado de máquin agrícolas

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sucesso do agronegócio brasileiro e seu crescimento constante é de conhecimento mundial! Uma das comprovações desta afirmação é o aumento da demanda de máquinas agrícolas e implementos. O ano de 2017 encerrou com uma notícia boa para o setor de máquinas agrícolas, que há três anos não apresentava alta, por motivos econômicos e políticos. De acordo com o levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, ANFAVEA, nos dozes meses de 2017, saíram das linhas de produção cerca de 51 mil unidades entre tratores, cultivadores motorizados, colhedoras de cana-de-açúcar e de grãos, alta de 1,1% em relação ao ano de 2016. Para a Associação, os resultados de 2017 estiveram abaixo do projetado inicialmente, em razão do desempenho desfavorável das vendas de colhedora de cana-de-açúcar. Ainda segundo a ANFAVEA, também houve aumento nas exportações de máquinas agrícolas, registrando a venda de 10.732 unidades em 2017, quando comparado com as 7.091 unidades exportadas em 2016. Em valores, as exportações, totalizaram US$ 3,017 bilhões em 2017, alta de 70% sobre os resultados de 2016. As 16 - Revista Agricultura & Engenharia

vendas internas no ano passado registram um aumento de 1,5% em comparação a 2016. Mesmo com o crescimento na produção e nas vendas de máquinas agrícolas, o ano de 2017 seguiu com os valores abaixo dos registrados no ano de 2013, quando foram produzidas 86.827 unidades e o setor exportou 13 mil unidades de máquinas agrícolas, um ano de bons resultados devido aos fatores climáticos e econômicos estarem favoráveis a agricultura. A recuperação do setor está associada a retomada dos investimentos por parte dos produtores e aos juros mais baixos do Moderfrota na safra 2017/2018 em relação à safra anterior. Os produtores rurais estão renovando a frota por máquinas mais produtivas e com mais tecnologia embarcada. O Moderfrota (programa de Moder-


nas

nização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colhedoras) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma linha de crédito, com a melhor taxa disponível no mercado, para financiamento de máquinas e implementos agrícolas. Para o programa foram liberados cerca de R$ 9,2 bilhões no segmento, valor insuficiente para atender à demanda, levando o governo a disponibilizar mais 3 bilhões de reais. Esse programa é considerado um dos principais indicadores do setor agropecuário, mostrando que quanto maior a procura por esse financiamento, maior é o desejo do produtor rural em modernizar a frota e, consequentemente, maior será a sua chance no aumento da produção.

O setor de máquinas agrícolas apresentou mais um ponto positivo no ano passado, registrando um pouco mais de 18 mil postos de trabalho, 9% superior perante a 2016. Especialistas do agronegócio preveem que os investimentos continuarão para 2018 e esperam crescimento nos negócios variando de 5 a 10% em comparação ao ano passado. Os mesmo acreditam que a safra 2018 será semelhante a safra de 2017, ocorrendo alta de 3,7% nas vendas de máquinas agrícolas assim como do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem de 3,5%, com o agronegócio o grande responsável pelo aumento. Fonte: ANFAVEA Revista Agricultura & Engenharia - 17


Matéria de Capa

Evolução da indústria de máquinas agrícolas

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s Estados Unidos e os países da Europa Ocidental são atualmente os mercados mais importantes para a indústria de máquinas agrícolas. Embora exista ainda essa hegemonia dos países centrais, os países emergentes vêm ganhando importância como produtores, exportadores e demandantes de tratores e colheitadeiras desde a década de 1970. O mercado de máquinas agrícolas estrutura-se como um oligopólio concentrado, com atuação global das maiores empresas e regional de outras relativamente menores. “Essa característica do setor de máquinas agrícolas foi iniciada com o advento da Revolução Industrial, a partir da formação de um grande oligopólio, primeiramente em nível nacional e, posteriormente, internacional”, afirma Rodrigo Peixoto da Silva, economista e autor de um estudo que trata da evolução das estruturas de mercado da indústria de máquinas agrícolas em âmbito mundial, com ênfase para o caso brasileiro.

Etapas – O trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro traz um levantamento histórico da formação da indústria de máquinas agrícolas e de sua transição para uma estrutura concentrada no pós Revolução Industrial, relacionando-o com o embasamento teórico sobre as estruturas de mercado em oligopólio e suas formas de concorrência. O segundo capítulo traz um panorama geral da indústria e do mercado mundial de máquinas agrícolas na última década, definindo os principais agentes, suas características agrícolas e seus níveis de mecanização e destacando os fatores que contribuíram para que essa indústria migrasse de seu processo de produção semi-artesanal para uma estrutura concentrada de mercado baseada na produção em escala. Além disso, realiza uma caracterização dos padrões de comércio internacional predominantes. Por fim, o último capítulo tem seu foco no caso brasileiro e analisa os impactos da concentração de mercado sobre o desempenho da indústria em termos de poder de mercado. “Para tanto, foram estimados os parâmetros de uma função demandada por A pesquisa, realizada no Programa de tratores agrícolas (elasticidade preço da dePós-graduação em Economia Aplicada, da Es- manda) e de um indicador de poder de mercacola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” do (índice de Lerner)”. (USP/ESALQ) destaca os países e o contexto de origem do setor, bem como as característiCaso brasileiro – De acordo com a pescas de sua expansão internacional. “As estra- quisa, o segmento de tratores agrícolas bratégias de fusão e aquisição, adotadas como sileiro caracteriza-se por uma estrutura de forma predominante de entrada em novos poucas e grandes empresas que, em grande mercados, são enfatizadas, assim como o seu parte, atuam em nível global. “A presença de papel sobre o aumento do poder de mercado economias de escala, nível elevado de invesna indústria brasileira de tratores agrícolas”, timentos, extensas redes de distribuição e conta o autor do estudo, que teve orientação assistência técnica, além de fidelização dos de Carlos Eduardo de Freitas Vian, professor clientes às marcas são pré-requisitos para a do Departamento de Economia, Administra- atuação no mercado e funcionam como barção e Sociologia (LES). reiras à entrada de novos concorrentes, assim 18 - Revista Agricultura & Engenharia


como as tarifas de importação. Trata-se de des e centros de pesquisa”. um oligopólio concentrado, com elevado poNo que diz respeito à estrutura de mercader de mercado, seja no segmento de tratores de pequeno porte, seja nas faixas de maior do, o economista aponta que as políticas devem ser direcionadas à manutenção da conpotência”, aponta o economista. corrência no setor, seja através do estímulo à Para o pesquisador, as políticas setoriais entrada de novos concorrentes nacionais nas devem ser direcionadas para a compatibiliza- diversas categorias de tratores, seja por meio ção da oferta de máquinas e os diferentes da vinda de firmas multinacionais que ainda perfis de demanda da agricultura brasileira, não possuem atuação no Brasil. Embora as abrindo espaço para que o pequeno produtor estratégias de concorrência no setor possuam rural tenha acesso à aquisição de máquinas um importante componente extra preço, o auadequadas as suas características de produ- mento do número de empresas atuantes tenção e que em geral sejam oferecidas em con- de a manter um espaço de maior competição dições acessíveis ao agricultor brasileiro. “Tais entre elas. “Tal medida proporcionaria maior medidas incluem a elaboração e/ou aperfei- concorrência no segmento que é atualmente çoamento de programas de crédito como o dominado por poucas empresas multinacioModerfrota e Pró-Trator e o estímulo ao de- nais e funcionaria como um limitante do posenvolvimento tecnológico voltado às neces- der de mercado, beneficiando os produtores sidades da agricultura brasileira, por meio de rurais e estimulando a mecanização agrícola”, maior interação entre fabricantes, universida- finaliza. Texto: Caio Albuquerque

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Mercado de Máquinas Agrícolas A projeção é fechar 2018 com o dobro de vendas

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Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que reúne os fabricantes de veículos, prevê que o mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias (construção) deve terminar o ano com aumento das vendas em 3,7%, para algo em torno de 46 mil unidades.

A entidade divulgou que as vendas no segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias em abril deste ano foram de 4,1 mil unidades, alta de 17,6% frente as 3,5 mil de março e de 26,4% se comparado com as 3,3 mil de abril do ano passado. No acumulado, o resultado indicou recuo de 7,2%, com 11,7 mil unidades este ano e 12,6 mil no ano passado. A produção diminuiu 5,1% – foram 5,1 mil unidades em abril e 5,4 mil em março. Ao defrontar o resultado com o mesmo período de 2017, quando foram produzidas 5,0 mil máquinas, o aumento é de 1,9%. No quadrimestre a expansão foi de 1,3%, com 17,1 mil unidades este ano e 16,9 mil em 2017. As exportações até abril foram de 4,0 mil unidades, o que representa elevação de 26,3% contra as 3,2 mil do ano passado. Os executivos das maiores montadoras de máquinas agrícolas reconhecem que o movimento ainda é de recuperação de perdas de anos anteriores. O mercado brasileiro de máquinas agrícolas passou por uma relativa 20 - Revista Agricultura & Engenharia

acomodação no segundo semestre de 2017, no entanto, para este ano, os fabricantes esperam melhora nas vendas no País durante os próximos seis meses, apesar do mau desempenho do setor no acumulado do primeiro semestre. A aposta está no impulso de uma segunda safra de soja (veja texto sobre Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019) e no aumento nos preços dos grãos, que devem compensar a queda do setor de cana-de-açúcar, cujas vendas estagnaram e as usinas adiaram os investimentos. Ministério da Agricultura analisa proposta de Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou em abril deste ano ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, as propostas do setor produtivo para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019. O documento foi construído a partir de encontros com produtores e entidades setoriais de todo o país e por meio de uma pesquisa online para reunir as principais demandas para a próxima safra. Entre os principais pontos defendidos pela CNA estão juros menores para linhas de investimento prioritárias. A entidade propõe taxa de 4% ao ano para o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC)


e para o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). Para o custeio, o setor pleiteia a queda dos juros de 8,5% para 5,5% ao ano. Para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), a CNA defende a redução dos juros de 7,5% para 4,5% ao ano. Após receber as propostas da CNA, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o governo tem até 1º de junho para finalizar o PAP para anunciá-lo ainda naquele mês e que as contribuições da CNA são sempre muito importantes. A fundamentação da proposta pela CNA O comportamento dos preços da agropecuária brasileira, em 2017 e também no início de 2018, tem sido determinante para o controle inflacionário. Nos 12 meses encerrados em fevereiro/2018, o IPCA alcançou 2,84%, patamar ligeiramente menor que os 2,95% do mesmo indicador em 2017. Há oito meses, o IPCA vem mantendo-se abaixo, não apenas da meta de inflação, mas de seu piso que, para 2018, é de 3% ao ano.

No momento em que discute as propostas para o Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2018/2019, esse tema assume importância ainda maior, pois determinará em que medida o agronegócio terá acesso a juros reais mais baixos e condizentes com o atual patamar de juros vigente no Brasil. Confira os principais pontos da proposta para o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 consolidadas pela CNA, entidade constituída para representação dos produtores agropecuários brasileiros: – Elevação do volume de recursos de R$ 188,4 bilhões para R$ 197,9 bilhões (aumento de 5,08%).

– Elevação do volume de recursos para investimentos em R$ 9,5 bilhões (aumento de O agronegócio, portanto, tem sido ator 25% em relação à safra 2017/2018). determinante para o ciclo atual de afrouxamento monetário, iniciado em outubro/2016, – Priorização dos programas de invesuma vez que as reduções sucessivas da taxa timento para construção de armazéns (PCA), Selic só foram possíveis graças ao controle adequação das propriedades à legislação aminflacionário, cuja maior contribuição vem da biental (ABC) e investimentos necessários à agropecuária nacional. incorporação de inovações tecnológicas nas Revista Agricultura & Engenharia - 21


Matéria de Capa propriedades rurais (Inovagro), com taxas de de reduzir os custos de transação. juros de 4% ao ano. – Exclusão dos encargos cobrados para – Manutenção dos atuais níveis de exi- elaboração de projeto técnico e assistência gibilidade para os depósitos à vista (34%) e técnica, como percentual do valor do projeto. poupança rural (60%), direcionados ao crédito No atual cenário de taxa de juros, essas taxas oneram sobremaneira a contratação do crédirural. to rural. – Redução da taxa de juros dos financia– Viabilização da liquidação antecipamentos de custeio de 8,5% ao ano para 5,5% da das renegociações realizadas por meio do ao ano. Pesa. – Apoio à manutenção de isenção de – Definição de políticas estruturantes imposto de renda para investidores em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado para a gestão de riscos agropecuários, por de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e emis- meio da subvenção ao prêmio do seguro rural e às opções de venda de produtos agropecuásão de títulos em moeda estrangeira. rios, revisão do Zoneamento Agrícola de Risco – Adoção do crédito rotativo e automá- Climático e apoio à comercialização. tico, a partir de limite definido em contrato (Fonte: site CNA Brasil) “mãe”, no qual devem se vincular os demais contratos de crédito de custeio, com o objetivo

Setor de máquinas agrícolas retomará crescimento?

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or um bom período ao longo dos últimos dois anos, a indústria de máquinas agrícolas era praticamente o único segmento industrial em crescimento no Brasil, servindo inclusive de apoio para muitos outros segmentos manter um nível de atividade aceitável. Porém, a partir de agosto do ano passado, os volumes de vendas e consequentemente os de produção começaram a baixar, com seguidas quedas até o final do ano, levando muitos dos fabricantes a reforçar os trabalhos na área de comércio exterior.

de seus fornecedores, de que o setor retome em 2018 o vigor e o ritmo de crescimento demonstrado em anos anteriores.

A Abimaq, que reúne tanto fabricantes de máquinas quanto de implementos agrícolas, prevê alta de 5% este ano, número que pode ser revisto a partir do lançamento pelo governo federal do Plano Safra 2018/2019. Em 2017, a entidade previa crescimento de 15%, mas o número ficou pouco acima de 7%. “Tínhamos essa previsão e ela se manteve firme até agosto, mas não contávamos com a reação dos agricultores às taxas de juros do Moderfrota, que não atenderam às expectaCom o encerramento do mês de janei- tivas deles”, explicou João Carlos Marchesan, ro e o início da temporada de feiras agrícolas presidente da entidade. “Ao mesmo tempo, o no País, cresce a expectativa das fabricantes dólar que até aquele momento estava num e das entidades que as representam, além patamar satisfatório para agricultor deixou de 22 - Revista Agricultura & Engenharia


ser com o declínio do preço das commodities de produção estimado para 2018, hoje de 46 lá fora. Com isso, adiaram os investimentos”. mil unidades. Já a Anfavea projeta para 2018 expansão nas vendas de 3,7%, de 11.,8% na produção e de 9,9% nas exportações. No ano passado, a entidade previa alta de 13% nas vendas. Porém, o exercício foi encerrado com apenas 1,5%. A produção, que tinha previsão de alta de 10,7%, foi de 1,8%. O mês de janeiro fechou com queda nas vendas de 56% na comparação com dezembro de 2017 e de 39% na comparação com janeiro de 2017 – a produção cresceu em ambos comparativos, 0,8% em relação a dezembro e de 19,3% em relação a janeiro de 2017. Para Alfredo Miguel Neto, vice-presidente para o segmento de máquinas agrícolas da Anfavea, o desempenho de janeiro não chegou a ser uma surpresa para o setor, devido a problemas na concessão de financiamento pelo BNDES - por mudanças de sistema - , e que foram equacionados em meados do mês passado. O executivo se mostrou otimista com as perspectivas do setor, admitindo inclusive que a Anfavea deve rever para cima o volume

Durante o Show Rural Coopavel, realizado na semana passada, o vice-presidente da Anfavea voltou a abordar o tema, explicando que seu otimismo se deve, em parte, a alguns fatores conjunturais positivos relacionados aos produtores rurais. “Não tivemos nenhum grande problema com o clima no ano passado, apenas problemas pontuais. A colheita em Mato Grosso, por exemplo, está começando e já aponta para uma produtividade igual ou superior à do ano passado”, disse. “Temos tudo para um setor agrícola extremamente positivo neste ano. A nova safra e o apoio de crédito sustentam essa visão otimista”. Espaço para crescer existe. Basta comparar os números da Anfavea sobre a produção em anos anteriores. Em 2013, foram produzidas 102 mil unidades (máquinas agrícolas e rodoviárias); em 2014 o total foi de 83 mil. Em 2017, mesmo com alta sobre o ano anterior, o volume produzido chegou apenas a 55 mil. Revista Agricultura & Engenharia - 23


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Novidades

Fabricantes expõem os lançamentos de máquinas agrícolas na Agrishow 2018 Caterpillar Gama de equipamentos

CASE IH

A Caterpillar marca presença, com a exibição dos equipamentos, tecnologias e serviços que aumentam a produtividade e facilitam o trabalho no campo. Os equipamentos de construção são grandes aliados dos produtores nas tarefas do campo, tanto nas pequenas quanto nas grandes propriedades. São vários modelos de carregadeiras, retroescavadeiras e escavadeiras, além de motoniveladora, tratores de esteiras e compactadores para o mercado nacional,como também sua reconhecida família de mini-máquinas.

linha de colhedora de cana A Case IH apresenta a série A8810 de colhedoras de cana com modelos de uma linha e para espaçamento duplo alternado. Também destacam-se o novo pulverizador Patriot 350 e o trator Steiger, com potência máxima superior a de 600 cavalos. O novo pulverizador da Case IH foi 100% renovado. A máquina foi projetada para atender a todas as necessidades do produtor rural. Por isso, o Patriot 350 tem três opções de tamanhos de barra, 27, 30 e 36 metros e, como item de série, nove seções, que evitam o desperdício de aplicações em até 15% e causam menor impacto ambiental. 24 - Revista Agricultura & Engenharia

COLHICANA Colhedora em toletes para a área de açúcar e etanol


Um dos destaques da Colhicana/Penha Máquinas e Projetos Agrícolas e a colhedora em toletes para açúcar e etanol. O equipamento busca atender as demandas de pequenos, médios e grandes produtores. Um diferencial da colhedora é que ela é acoplada em tratores, o que significa que em todos os locais onde o trator trabalhar, a máquina irá acompanha-lo, dando sustentabilidade, inclusive, em percursos com declives e aclives. Outra linha de produtos que a empresa apresenta é a Colhicana para pecuária, destinada ao pequeno e médio criador de gado de leite e de corte.

DMB Lançamentos elevam a eficiência de operações agrícolas

IFLÓ Podadoras e transbordo A Ifló Indústria de Equipamentos Agrícolas apresenta máquinas já consolidadas no mercado, como por exemplo, a podadora de quatro serras para citros e cerca-viva, podadora de barra com dupla operação para citros e cerca-viva, podadoras de uma e duas serras para café, podadora de barra para café, trituradores de 1,60 metros, 1,40 metros e 2,20 metros de largura, transbordo para carregamento e transporte de frutas. Os produtos trazem maior rendimento no campo e consequentemente maior economia para o produtor rural.

IPACOL Novas enfardadoras

A DMB Máquinas e Implementos Agrícolas lança distribuidor de adubo e calcário e novo sulcador da plantadora automatizada, que diminuem custos no processo de produção de cana. O sulcador com dispositivo destorroador, novo acessório da Plantadora de Cana Picada - PCP 6000 Automatizada, aprimora, simplifica e barateia o preparo do solo. Já o distribuidor de adubo e calcário para cana soca foi desenvolvido para possibilitar o melhor aproveitamento possível dos dois produtos, que são aplicados em três linhas. A Ipacol Máquinas Agrícolas apresenta seus três modelos de enfardadoras da marca Maschio. O ENTRY 120 é destinado para tratores de até 50 HP para enfardar pastos de palha curta e seca, em fardos de 1,20 x 1,20 m e amarrar com barbante. Já o EXTREME 265 LTI, para tratores de até 60 HP, enfarda pastos de palha curta seca e verde, em fardos de 1,20 x 1,65 m e amarrar com barbante, com kit expulsor de descarga do fardo. E o EXTREME 265 HTC, para tratores de até 85 HP, enfarda pastos de palha seca e verde, em fardos de 1,20 x 1,65 m e amarrar com barbante, com kit recolhedor largo e kit expulsor de descarga.

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Matéria de Capa JOHN DEERE Plataforma de gerenciamento de dados

JACTO Tendências da Agricultura 4.0 A Jacto apresenta as tendências da Agricultura 4.0. O foco é a disponibilização ou atualização técnicas capazes de otimizar a produção e garantir mais eficiência e rentabilidade para os produtores. Entre os lançamentos de pulverização, destacam-se os automotrizes: compacto Uniport 2030, com tração 4X4 e Uniport 3030 Canavieiro, exclusivo para cana-de-açúcar. A linha tratorizados é representada pelo pulverizador para laranja Arbus 4000 Tower.

A John Deere destaca em 2018 o Operations Center, plataforma de gerenciamento de dados agronômicos que integra informações de máquina, produção e agronômicas. A partir das informações colhidas pelas máquinas durante o plantio, a aplicação de insumos e a colheita, e o cruzamento dos dados, o agricultor conseguirá de forma centralizada e à distância identificar oportunidades de redução de custos de insumos, de otimização da operação e das máquinas, zonas de manejo, etc. Em produtos, o destaque é o lançamento do DN 1006, por meio da marca GreenSystem™, que oferece precisão para distribuir corretivos e nutrientes sólidos a uma taxa fixa ou variável.

KOMATSU JF MÁQUINAS Loja online A JF Máquinas Lança oficialmente sua loja online. O portal tem como objetivo facilitar e agilizar a compra de peças dos equipamentos pelas revendas e também nas propriedades para assim evitar que o produtor fique muitos dias com as máquinas paradas no campo. Além disso, apresenta sua linha completa, composta por colhedoras de forragens, plataformas, ensiladeiras, picadoras, desintegradores, vagões forrageiros, vagões misturadores, distribuidores e semeadeiras, enfardadeiras e segadeiras.

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Carregadeira de rodas versátil e produtiva Na Agrishow 2018, os visitantes puderam ver os equipamentos da Komatsu, como a carregadeira de rodas WA200-6, escavadeira hidráulica PC130-8, motoniveladora GD655-5 trator de esteiras D51EX-22, além do sistema de monitoramento KOMTRAX. A WA200-6 é versátil, econômica e produtiva. Equipado com motor Tier 3, possui potência de 126 HP e peso operacional de 10.560 kg e conta com o diferencial de torque proporcional nos dois eixos, sistema variável de controle de tração e ventilador de acionamento hidráulico com inversão de rotação. A máquina vem equipada de série com cabine com certificação ROPS.


LS TRACTOR Pacote de lançamentos A novidade é a ampliação da oferta de potência, com a entrada do trator H 145. E na outra ponta, chega o novo MT25 de 25 cv, ideal para segmento indoor. A série H foi toda pensada para as condições agropecuárias tropicais: motorização Perkins de 4.4 lt, Turbo Intercooler, transmissão *Synchro Shuttle de 12 x 12 ou *Power Shuttle de 20 x 20 fabricado pela LS Tractor. Destaque é que o conjunto motor mais transmissão permitem uma economia de combustível de até 15%. Já a MT25 é ideal para aviários, horticultura de estufa, micro propriedades rurais e chácaras.

MAHINDRA Trator 6060

com maior facilidade de acesso e melhor ergonomia para o operador, novos para-lamas traseiros e novo painel de instrumentos digital. A caixa de câmbio do 6060 possui 20 marchas à frente (F) e 20 marchas à ré (R) com reversor e redutor de velocidade standard (0,360 Km/h). Os tratores da marca apresentam baixo consumo de combustível, durabilidade, resistência, robustez, baixo custo de manutenção, alto desempenho.

MANITOU Linha de manipuladores telescópicos A Manitou marca 2018 com sua linha de manipuladores telescópicos para o segmento agrícola. Os equipamentos possuem baixo custo operacional, alta produtividade e ainda proporcionam grande segurança no manuseio das cargas. Dessa linha, foram espostos o MLT-X 735, com capacidade de carga de 3500 kg, altura máxima de 6,9 metros e alcance máximo de 3,9 metros, o MLT-X 840, com capacidade de carga de 4 mil kg e o MLT-X 732, com capacidade de carga de 3200 kg.

MASSEY Tratores versáteis A Massey Ferguson lança as séries de tratores MF 4700 e MF 5700 e a plataforma draper 9255, de 45 pés, para colheitadeiras axiais. Pela primeira vez no estado, leva o pulverizador MF 8125, de 2.500 litros, além das famílias de planta-

A Mahindra mostra para 2018 o trator 6060 (57 cv de potência), que possui capô de abertura integral que agiliza a manutenção e inspeções de rotina, sistema de levante hidráulico com capacidade de 2200kg, nova plataforma de operação Revista Agricultura & Engenharia - 27


Matéria de Capa doras MF 500 e MF 700 CFS que, agora, contam com dosadores Precision Planting. A linha MF 4700 (de 75, 85 e 95 cv), projetada para ampliar o rendimento das atividades no campo, possui maior capacidade de levante e vazão, além de maior escalonamento de marchas de trabalho, com a opção de contar com um supercreeper, garantindo mais versatilidade no trabalho.

equipamento tem capacidade para 24 mil litros e realiza o processo de maneira mais uniforme e ágil. Na secagem do feijão, dispõe de um sistema de semipolimento que confere maior brilho e melhora a aparência do produto final. No estande da Agroshow, os produtores também encontraram máquinas da linha mecanização para café, com destaque para as colheitadeiras P1000 e P1000 TR (versão tracionada), que se aplicam bem à região da Alta Mogiana, além de trituradores, guinchos e carretas.

PLA Nova geração de pulverizadores A PLA possui a linha mais completa de autopropelidos do mercado, com destaque para o Pulverizador Autopropelido Taurus 320, que possui uma nova identidade de produto, linhas modernas PICCIN e conjuntos mais harmônicos. O equipamento foi desenvolvido para ter uma distribuição de peso 55 anos da marca ideal, com materiais mais modernos como o novo A Piccin Tecnologia Agrícola comemora seus e exclusivo tanque de polietileno – rotomoldado, 55 de anos de fundação e marcou presença na motores eletrônicos que proporcionam uma maior Agrishow, com seu portfólio completo. Os clien- potência e performance, e uma nova cabine, mais tes e visitantes tiveram acesso aos implementos ampla, que permite uma melhor visibilidade prinpara preparo do solo com a mais alta tecnologia cipalmente em aplicações noturnas. e dotados de características exclusivas dos produtos da marca. A empresa conta com soluções tecnológicas voltadas para a agricultura de precisão THYSSENKRUPP com padrão de comunicação ISOBUS para todo o ciclo produtivo. Mais recentemente, firmou parEsteira Berco ceria com a americana Ag Leader, para disponipara colhedoras de cana-de-açúcar bilizar a linha de distribuidores com terminais do tipo InCommand 1200/800, a plataforma, chaA Thyssenkrupp apresenta o modelo de mada de AgFinit. esteira da linha Berco para colhedoras de canade-açúcar. Recém-lançado no mercado nacional, o sistema é indicado para máquinas novas e ações de reparo e manutenção, atendendo tanto a fabricanPINHALENSE tes originais de equipamentos (OEMs) quanto aos distribuidores de peças de reposição. Além disso, o Secador novo produto – que pode ser aplicado em diferentes de alta capacidade marcas e modelos de colhedora – traz uma série de Um secador rotativo de feijão, que também aperfeiçoamentos estruturais que proporcionam gaatende café e cereais, novidade da Pinhalense. O nhos em durabilidade e rendimento. 28 - Revista Agricultura & Engenharia


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Matéria de Capa 4, é o primeiro no segmento de 180 cv equipado com quatro cilindros, o que diminui o consumo TOYAMA de combustível e custo de manutenção. Já a nova plataforma Motocultivador TT50I-XP Draper 645FD foi projetada exclusivamente A Toyama do Brasil lança o motocultivador para equipar a colheitadeira BC8800 (470 a 500 TT50I-XP. Unindo a potência do motor de 7hp cv), podendo ter todos os acionamentos controe a alta performance, possui ainda um exclusivo lados pela máquina, oferecendo alta performance conjunto de enxadas rotativas no sentido frente e otimização do desempenho no campo. e reverso, proporcionando mais robustez e facilidade durante a operação. Indicado para a preVANTEC paração do solo, cultivo de hortas, capinas e revolvimento de camas de aviários, é equipado com Picador rodoflorestal 16 lâminas de corte, 5 posições de profundidade de aração que podem ser reguladas até 200 mm A Vantec destaca o picador rodoflorestal, e com largura de corte de 460 mm, permitindo modelo PTRF750R8, que conta com a esteira de maior área trabalhada em um menor período de entrada de 1600 mm, diâmetro do rotor de 800 tempo. mm, motor Scania eletrônico com 500 cv, altura x largura de passagem de 300/450 por 750 mm, produção estimada de 100 m³/h, e peso aproximado VALTRA de 130 mil kg. A empresa também é especializada na fabricação de máquinas para automação Novidades tecnológicas industrial, biomassa, empilhadeiras, laminadora, A Valtra lança o trator BH184 e a plata- reciclagem e serraria. forma Draper de 45 pés, além de apresentar a colhedora de mudas de cana BE1035 Mudas. O VICON novo trator, que faz parte da Linha BH Geração Linha de implementos A Vicon Máquinas Agrícolas mostra sua linha de implementos para atender com qualidade as necessidades do pequeno, médio e grande produtor, entre os quais, destacam-se as adubadoras para distribuição de sementes e adubos em geral; as trinchas para trituração e contenção de mato em pastagem, lavoura, estradas e rodovias; o varredor recolhedor de café no terreiro; o arruador e enleirador para café, maçã e citrus e a pá carregadeira e retroescavadeira para trabalhos em área rural e construção civil.

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Matéria de Capa

Previsão de alta nas vendas no 2º semestre deve provocar falta de máquinas agrícolas no país, diz Abimaq

Para o presidente da Câmara Setorial, esperar pela possível queda de juros do Plano Safra para fazer investimentos não é boa opção. Indústria estima aumento de 5% a 8% nas vendas em 2018.

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e optarem por investir em máquinas e implementos agrícolas no segundo semestre, os agricultores brasileiros correm o risco de não ter os equipamentos a pronta entrega. O alerta é de Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas da Associação Brasileira da Indústria do setor (Abimaq), Segundo Bastos, o motivo é o bom momento do agronegócio brasileiro. Além de o país estar colhendo a segunda maior safra de grãos da história, e com bons preços, os fabricantes tiveram aumento de vendas nas feiras anteriores à Agrishow e não conseguiriam se adaptar rapidamente a um grande volume de pedidos, caso eles se concentrem a partir do início de julho, mês em que é divulgado o Plano Safra pelo governo federal. Bastos afirma que se chegou a especular, entre grupos de agricultores, a possibilidade de aguardar uma redução da taxa de juros, prevista pelo plano em função da queda da taxa Selic. Para ele, não é uma boa opção. “Primeiro, porque não sabemos quanto os juros vão cair, se vai ser 1%, 2%. Segundo, porque, se esperar, realmente pode faltar máquina para a safra de verão”, afirma. A Câmara Setorial reúne 360 empresas. Em 2017, elas tiveram um aumento de 7% nas vendas em relação a 2016. Para este ano, o crescimento esperado varia entre 5% e 32 - Revista Agricultura & Engenharia

8%, o mesmo percentual da organização da feira. “Na verdade, estamos vendo uma recuperação do mercado, porque as vendas caíram muito em 2015. Mas, estamos bastante otimistas por causa da conjunção favorável de fatores, e a Agrishow reflete o que está acontecendo no mercado”, diz. Independente da decisão de esperar ou não para comprar, Bastos diz não acreditar que os negócios na feira serão prejudicados. O motivo, na visão dele, é que os bancos oferecem, durante a Agrishow, condições únicas de financiamento, que não se repetem em outros momentos do ano. A opinião é compartilhada por João Adrien, diretor executivo da Sociedade Rural Brasileira (SRB), outra organizadora da feira. O economista explica que a expectativa de bons negócios na Agrishow é baseada no fato de o produtor brasileiro estar capitalizado. Como o principal mercado no setor de máquinas é soja e o produto vive um dos melhores momentos da história, o otimismo se justifica. “Podemos observar, ainda, que existe um investimento represado. Nos últimos anos, o agricultor não investiu. Acreditamos, também, que o crédito será facilitado porque há disposição dos bancos em emprestar”, afirma Adrien. “Outro fator é que a Agrishow é um lugar de redução de preços e oportunidades que não são encontradas a toda hora”, completa.


Safra Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deverá fechar a colheita de grãos este ano com 229,5 milhões de toneladas, número que faz da safra a segunda maior da história, mas 3,4% menor que a do ano passado, quando a produção foi de 237,7 milhões. Não bastasse essa previsão, instabilidades climáticas em outros países da América do Sul comprometeram a produção de soja na Argentina, o que mudou os patamares de preços da oleaginosa no Brasil, cujos valores estão entre os mais altos dos últimos 12 meses. Atentos aos movimentos do mercado, muitos agricultores atrasaram a safra, visando uma melhora ainda maior das condições de venda. Com isso, se comenta nos bastidores da organização da Agrishow que os negócios podem até superar o aumento inicialmente previsto. As primeiras feiras realizadas

João Francisco Adrien, diretor executivo da Sociedade Rural Brasileira

no ano, em estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, tiveram média de crescimento de 25%. “Os investimentos de longo prazo podem até esperar um pouco, mas os de curto prazo, não, por causa das culturas de inverno. Uma situação que tem se tornado muito comum também é fazer a encomenda durante a Agrishow, com o crédito aprovado, e aguardar as novas taxas de juros do Plano de Safra para poder comprar. Isso tem acontecido muito”, conclui Adrien. “Texto publicado no site da g1.

globo.br, antes da realização da Agrishow 2018.”

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Artigo

A importância das máquinas na agricultura

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Neemias Ramos

roduzir para sobreviver! Essa Exemplos de máquinas agrícolas era a principal forma de pene sua importância samento das pessoas que habitavam em comunidades A utilização de máquinas na agricultura antigamente. está relacionada a todos os processos e, especialmente, ao uso de veículos automotivos, O homem que sustentava toda a sua fa- como tratores, colheitadeiras, semeadoras e mília tinha como prioridade, basicamente, su- pulverizadores que auxiliam na realização das prir as necessidades alimentares das pessoas atividades produtivas. que estavam ao seu redor. Sem muitos recursos, o homem pegava sua enxada, arava a terra, abria espaços no Sua produtividade era baixíssima e ain- solo, distribuía as sementes e esperava dias da, muitas vezes, surgiam pragas que devas- ou até mesmo meses para poder colher alitavam toda sua plantação e levavam embora mentos, como verduras, legumes, frutas e cedias e meses trabalhados para o cultivo de reais para oferecer à família e garantir a soum único alimento. brevivência. A utilização das máquinas não era muito Foi a partir da Revolução Industrial que frequente. Imagine o sofrimento e a dificuldaesse sofrimento cessou. Essa revolução possi- de para realizar esse processo todos os dias… bilitou a integração entre dois setores que são O homem, antigamente, realizava algua base da economia no Brasil: a agricultura e mas atividades, como o preparo do solo, adua indústria. bação, plantio, aplicação de defensivos e a colheita da produção, com sua a força e a ajuda A união desses setores surgiu a partir da dos animais. necessidade do homem de aumentar sua proAtualmente, esses processos foram facidutividade e gerar capital. Agora, não havia litados com a industrialização. Agora, para a apenas o pensamento de produzir para sobre- realização dessas atividades, existem máquiviver. nas específicas. Cada uma tem sua relevância no processo produtivo, vejamos a seguir: Com o aumento desordenado da popu– Os tratores têm como principal função lação e a necessidade de comércio, a agricul- arar o solo, com sua utilização é possível dimitura demandava uma produção ainda maior. nuir os trabalhos manuais e de tração animal Graças a essa industrialização, hoje, podemos que atrasam o processo agrícola; cultivar inúmeras quantidades de produtos – As colheitadeiras possuem como funcom um tempo muito menor. cionalidade a colheita dos mais diversos tipos de cereais e grãos. Essas máquinas são proAssim chegamos ao ápice da moderni- gramadas para diferenciar um cereal do ouzação nos meios de processo da agricultura: a tro; após essa separação, as colheitadeiras utilização e a manutenção das máquinas. são responsáveis pela limpeza das sementes, 34 - Revista Agricultura & Engenharia


facilitando o manejo antes de serem comercializadas; – As semeadoras são responsáveis pela abertura de espaços no solo e pela distribuição das sementes. Essas atividades devem ser realizadas de forma precisa para que seja depositada a quantidade necessária de sementes; e – Os pulverizadores atuam controlando as pragas mais comuns que atacam as plantações, esses pulverizadores dosam a aplicação de defensivos ou fertilizantes sobre determinado plantio. Agora ficou mais claro entender a importância dessas máquinas na produção no setor da agricultura!

A importância da manutenção das máquinas agrícolas

Um exemplo muito claro dessa situação é quando as facas das colheitadeiras, em função da resistência e abrasividade do produto a ser colhido, ficam cegas em pouco tempo de atividade. Portanto, o mau funcionamento das facas interfere diretamente na colheita do produto, podendo causar grandes prejuízos e desperdícios, como a perda total dos alimentos produzidos. Isso é um problema grave!

Conclusão Podemos ver que com o passar do tempo, a agricultura se tornou uma atividade relevante no cenário brasileiro graças à mecanização dos processos, isto é, graças à utilização de máquinas no setor agrícola.

Com o uso das máquinas foi possível Sendo agregado tanto valor ao uso das uma ampliação da produtividade e também máquinas, torna-se obrigatória a manutenção uma melhoria dos processos que, antigamencorreta de cada uma delas. te, necessitavam da força humana, ou até mesmo dos animais para arar a terra, por Uma máquina que não está em funcio- exemplo. namento não é rentável no sistema de produção agrícola, ou seja, não aplica vantagens ao Atualmente, podemos perceber o surgiagronegócio e nem a outros ramos de ativida- mento de empresas que se preocupam com o des. desenvolvimento e a manutenção dessas máquinas para obter um constante aperfeiçoaSeria o mesmo que voltar aos tempos da mento da produção, a fim de evitar prejuízos agricultura de subsistência, em que o homem e danos. não tinha muitos recursos para sua produção, As ferramentas abrasivas são grandes como exemplificado no começo deste texto. aliadas quando falamos em manter a qualidade de uma ferramenta de corte, como por A fim de evitar prejuízos financeiros com exemplo, as diferentes lâminas que constia manutenção, as empresas têm se preocupatuem as diversas máquinas agrícolas. do cada vez mais em manter a qualidade do Os rebolos abrasivos trabalham fielmenfuncionamento de suas máquinas. te para manter a qualidade do corte dessas ferramentas. A afiação correta das lâminas Não podemos esquecer que a indústria pode garantir uma melhor vida útil das máquiagrícola produz em grande volume, com isso nas agrícolas, por isso também vale lembrar as máquinas se desgastam rapidamente cau- a importância da manutenção desse composando a necessidade de manutenção imediata. nente-chave!

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Artigo

A tecnologia na agricultura Não existe qualquer tipo de dúvida que os desafios postos à agricultura somente serão superados com a adoção de tecnologias modernas. Essas tecnologias deverão garantir a segurança alimentar em perfeita sintonia com a conservação ambiental. Fernando Mendes Lamas,

F

Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste

alar em segurança alimentar é referir-se à disponibilidade de alimentos, produzidos em bases sustentáveis, sendo essencial a sua qualidade, que cada vez mais pesa na decisão de compra do consumidor. Além da qualidade intrínseca do alimento, deve ser considerada a forma como ele foi produzido, ou seja, a rastreabilidade é algo não fictício.

Pesquisa realizada na metade da região Sul (compreendendo os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo) e da região Norte do Paraná, pelo Rally da Safra (2017), aponta resultados preocupantes sobre a tecnologia agrícola. Na amostra realizada, em 83% dos casos, não se constatou a existência de terraços e, em 63% dos casos, a semeadura de soja e milho não era realizada em nível. Práticas de controle à erosão, como plantio em nível e uso de terraços, são tecnologias muito importantes quando se pensa em sustentabilidade da produção. Essas tecnologias são antigas, de custo relativamente baixo e proporcionam resultados extremamente importantes, pois controlam a erosão dos solos agrícolas, grave problema da agricultura brasileira. Controlar efetivamente a erosão é uma das estratégias para manter o potencial produtivo do solo.

A tecnologia é fundamental para o aumento da produção de um alimento, bem como para a gestão de todos os processos envolvidos, independentemente de sua escala. Tecnologia não deve ser confundida com algo fora da realidade. Na agricultura, a época de semeadura, a quantidade de sementes por unidade de área, a população de plantas, dentre vários outros, são exemplos de itens que Para que a agricultura possa continuar interferem na produtividade, na qualidade e desempenhando o seu papel, produzindo no custo do produto. São tecnologias simples, alimentos, fibras e energia, é fundamental às vezes com custo zero. a adoção de tecnologias modernas, que assegurem o aumento da produtividade, a reO mundo passa por um momento em que dução dos custos de produção e a oferta de as transformações acontecem em alta veloci- alimentos com qualidade. As instituições de dade, devido principalmente à capacidade de pesquisa buscam continuamente desenvolver geração de conhecimento pelas instituições processos e/ou produtos que possam contride pesquisa e à mobilidade e conectividade buir para a melhoria da produtividade e da das pessoas. Muitos dos conhecimentos gera- qualidade dos alimentos, para a redução dos dos em um centro de pesquisa rapidamente custos e para o aprimoramento dos processos são transformados em tecnologia e incorpora- de gestão. Estes, cada vez mais necessários dos aos sistemas de produção, constituindo- quando se pensa na melhoria do processo como um todo. se em inovação de impacto positivo. 36 - Revista Agricultura & Engenharia


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Artigo Segundo dados gerados a partir do censo agropecuário do IBGE, em 2006, a tecnologia foi a responsável por quase 70% do crescimento da produção de grãos, enquanto, em 1996, o índice registrado era de 50%. Esses dados, não deixam a menor dúvida sobre a importância da tecnologia no aumento da produção e isso se dá, fundamentalmente, por meio do aumento da produtividade. Ao mesmo tempo em que a tecnologia é fundamental para o aumento da produção, é preciso que os usuários tenham conhecimentos para que possam protegê-la. A vida útil de uma tecnologia pode ser muita curta se não for utilizada de forma adequada.

Poderia enumerar centenas de tecnologias, sem esquecer que estamos na era da agricultura digital. Destaco aqui o interessante tema “Como a transformação digital vai afetar a agricultura?”, que debateu a agricultura de precisão. O evento ocorreu no 11º Congresso Brasileiro de Agroinformática (SBIAgro 2017), realizado pela Universidade Estadual de Campinas (SP), na cidade de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

Para que possam ser disponibilizados alimentos, fibras e energia em quantidade e com a qualidade exigida, para a população, será necessário contar com sistemas de produção integrados e dinâmicos, fundamentados em ciência e tecnologia, além do apoio de No Brasil, de acordo com dados publi- uma economia de escopo. cados recentemente, vem crescendo o uso Estamos na era da quarta revolução tecde herbicidas em áreas cultivadas com soja resistente ao glifosato. Em comparação ao nológica na agricultura: “A agricultura 4.0”, ano de 2015/2016, houve um crescimento com forte conteúdo digital e conectada. de 55% no uso de herbicidas complementaFelizmente, temos muitas tecnologias res ao glifosato na cultura da soja no ano de 2016/2017. Esses dados revelam que alguma disponíveis e em desenvolvimento, que com coisa não está certa. É provável que a tecnolo- certeza irão contribuir para a melhoria de todo gia não está sendo utilizada de forma adequa- o processo de produção agrícola. da, o que tem contribuído para o surgimento No entanto, não podemos de forma algude espécies de plantas daninhas resistentes a ma desconsiderar aquelas tecnologias, tidas vários herbicidas. como antigas por alguns, mas indispensáveis A tecnologia é a grande aliada do ho- para assegurar níveis de produtividade dentro mem na produção agrícola. No entanto, para dos padrões almejados, especialmente quanque possa ser utilizada adequadamente em do estiverem em jogo, recursos não renovábeneficio do homem, cada vez mais é neces- veis, como o solo. sário o conhecimento. Somente por meio do Dadas as dimensões e as diversidades conhecimento seremos capazes de utilizar corretamente as tecnologias que são disponi- existentes no Brasil, não podemos deixar de considerar os esforços necessários para que bilizadas a todo instante. todos tenham acesso às tecnologias disponíHoje já temos plantadeiras que são “auto- veis. propelidas”, ou seja, não precisam mais do trator para tracioná-las. As sementes, insumo da Para anunciar Ligue: maior significância, são comercializadas tendo como referencial de mensuração o número de (11) 2339-4710 - 2339-4711 sementes, e não mais a medida por saco. 38 - Revista Agricultura & Engenharia


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Artigo

Para onde caminha a agricultura?

A

s transformações que estão em curso nos mais diferentes setores, que interferem direta ou indiretamente sobre a vida na superfície da terra, também estão ocorrendo na agricultura brasileira. Graças a estas transformações, estão sendo colhidas mais de duzentos e trinta milhões de toneladas de grãos, o que equivale a mais de uma tonelada por habitante. Além de grãos, o Brasil está entre os maiores produtores de fibra (algodão) e carnes (bovinos, suínos e aves) do mundo. O aumento da produção tem sido muito mais em função do aumento da produtividade do que do aumento de uso de áreas. Aumento da produtividade é o resultado da incorporação de tecnologias aos sistemas de produção agropecuários. De acordo com trabalho realizado pela Embrapa Soja, no período de 1996/97 a 2015/16, a produtividade de soja em Mato Grosso do Sul apresentou uma taxa de crescimento anual de 1,31%, valor muito próximo da média brasileira que foi de 1,42%. Dados que, no entanto, são inferiores ao crescimento anual verificado nos estados do Tocantins (5,54%), Rio Grande do Sul (3,55%), porém superiores aos estados de Mato Grosso (1,31%) e Goiás (0,93%). A competitividade de qualquer atividade passa invariavelmente pelo aumento da produtividade dos fatores de produção. Na agricultura não é diferente, somente através do aumento da produtividade será assegurada a sustentabilidade da atividade. O aumento sustentável da produtividade passa pela intensificação tecnológica, pela substituição das decisões intuitivas do passado por um empreendimento econômico, que exige decisões analíticas. 40 - Revista Agricultura & Engenharia

O conjunto das transformações, necessárias para assegurar a sustentabilidade da atividade agropecuária, terá que considerar e incorporar novos produtos, automação e robótica. Vários são os fatores que estão e continuarão a contribuir com o processo de transformação, com destaque para a mobilidade e a conectividade. No mundo atual, as pessoas se movimentam intensamente com o objetivo de o que está acontecendo e buscar novidades tecnológicas. Para isso, visitam feiras, exposições, participam de eventos diversos, tanto no Brasil quanto no exterior. O turismo de eventos possibilita que as pessoas tenham a oportunidade de adquirir conhecimento, de se transformar e, consequentemente, de inovar. A conectividade é outro fator fenomenal, quando se pensa em transformações. As pessoas estão cada vez mais conectadas, independemente do local onde moram. A conectividade permite, dentre outras coisas, que as pessoas tomem conhecimento do que existe de mais moderno, em tempo real. Além do mais, permite que tenham conhecimento pleno, por exemplo, da cotação da soja num importante centro de comercialização localizado fora do Brasil. A grande mobilidade e a conectividade permitem também a ampliação da capacidade de antecipar e planejar, mais que simplesmente reagir. Essa capacidade é altamente estratégica no mundo atual. Novas terminologias passam a ser incorporadas ao linguajar daqueles envolvidos com a agricultura: janela de plantio; mapa de colheita; aplicação com taxa diferenciada; agricultura digital; adubação de sistema; caixa produtiva, dentre outras tantas. Além de falar, o produtor rural moderno deve estar buscando compreender as novas terminologias,


identificando qual o real significado de cada uma dessas palavras e o seu efeito sobre a produtividade. Temos a certeza que estamos vivendo um tempo de ampla transformação e é preciso que todos estejam preparados para essa nova realidade. Fala-se na substituição do agricultor pelo agroadministrador, como se dará isto? A mudança do perfil do produtor rural brasileiro é algo que não tem volta. Isto também está contribuindo para as transformações, ora sendo causa, ora sendo efeito. Todas essas transformações da agricultura passam em grande parte pela profissionalização da gestão. Com isto, se consolida uma nova geração de agricultores ou “agroadministradores”, altamente capacitados e com muita disposição para mostrar a que vieram. Aquele produtor que vivia isolado, que se in-

formava somente quando vinha na cidade fazer compras, esqueça. Muitos dizem que estamos caminhando para uma grande agricultura com cada vez menos pessoas envolvidas com o processo produtivo e, consequentemente, menos gente no campo. Para fazer frente às transformações em andamento, e àquelas que virão, todos nós precisamos proativamente nos antecipar às mudanças e não apenas reagir a elas, pois são inevitáveis. Em resumo: Como produzir da forma mais inteligente, mais barata e com menor risco? Como não se afogar em um mar de informações desconexas? Quem responde a estes questionamentos é a mineração dos dados. Esta é mais uma palavra incorporada à moderna agricultura, extremamente importante no mundo atual. Fernando Mendes Lamas - fernando.lamas@embrapa.br

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Prêmio

Prêmio Novo Agro foi lançado durante a Agrishow

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urante a abertura da Agrishow, uma das mais completas feiRoberto Rodrigues (titular Cátedra LQ), Paulo Bertolane (superintendente de Agronegócios ras de tecnologia agrícola do do Santander) e Luiz Gustavo Nussio (diretor País, o Santander anunciou o da Esalq) - divulgação Prêmio Novo Agro, iniciativa que conta com a parceria da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de norteou o desenvolvimento do novo negócio? Serão avaliados aspectos da gestão, viés soSão Paulo (USP/Esalq). cial/bem-estar de todos/da sociedade, capaO Prêmio tem por objetivo reconhecer cidade de enfrentar riscos calculados, investir pessoas (produtores rurais), atitude e espírito em ideais por meio de esforços próprios e coempreendedores em prol do desenvolvimento nhecimento; da agricultura e pecuária brasileira; conectar Mulher na Gestão: categoria direciohistórias dos ambientes rural e urbano; e vanada a mulheres que são responsáveis pelo lorizar práticas que disseminam conhecimentos. Podem participar desde os pequenos pro- negócio Agro e que tenha liderança destacada no setor, com base em critério ligados ao Emdutores até os de médio e grande porte. preendedorismo. Sobre as quatro categorias: O Novo Agro oferecerá um total de oito Inovação: criação de algo novo. Qual prêmios. Cada categoria receberá dois prêproduto ou processo foi criado? Serão avalia- mios - um para o pequeno produtor, e outro das as mudanças em processos e produtos para o médio/grande produtor. As inscrições acontecem até 30 de junho de 2018 por meio que geram novos valores; do site www.premionovoagro.com.br . A preSustentabilidade: iniciativa que cum- miação será entregue no dia 9 de outubro, dupra a função social da terra conforme artigo rante o ESALQSHOW. 186 da Constituição Federal de 1988. Qual O Prêmio Novo Agro integra o Convênio iniciativa (produto ou processo) promoveu mede Cooperação que entre si celebram a Funlhora ambiental e/ou social e/ou econômica. Serão avaliados aspectos de produtividade dação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz e a harmonia entre fatores econômicos-so- (Fealq), a Universidade de São Paulo (USP) por intermédio da Escola Superior de Agricultura ciais-ambientais; Luiz de Queiroz (Esalq) e o Banco Santander Empreendedorismo: transformação de (Brasil) S/A, para Implementação do Prograuma ideia em novo negócio. Qual novo negó- ma da Cátedra Luiz de Queiroz. cio foi empreendido? Qual ideia (de terceiros) “Texto: Alicia Nascimento Aguiar / Esalq” 42 - Revista Agricultura & Engenharia


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Mercado

BASF e a Solenis

criam mega empresa para tratar água e fabricar papel

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BASF e a Solenis assinaram um acordo para unir forças com a combinação de seus negócios de processos wet-end na fabricação de papel e químicos para água. A entidade combinada com vendas pró-forma de cerca de € 2,4 bilhões e cerca de 5.000 funcionários em 2017 tem o objetivo de oferecer valor adicional aos clientes de papel e tratamento de água. A meta é criar um fornecedor global de soluções para a indústria com foco no cliente. Para a indústria de papel, o portfólio de produtos da empresa combinada cobrirá toda a gama de produtos químicos funcionais e químicos para processos wet-end, soluções para o ciclo da água para as fábricas papeleiras, bem como capacidades abrangentes de serviços. Para a indústria de tratamento de água, os clientes da organização conjunta se beneficiarão das capacidades de serviço de alta qualidade da Solenis e da ampla plataforma de produtos químicos para tratamento de água da BASF. A conclusão da transação, que aguarda aprovação das autoridades competentes, está prevista para o final de 2018. As condições financeiras da transação não foram divulgadas. A BASF terá uma participação acionária de 49% da entidade combinada que irá operar sob o nome Solenis, com sede em Wilmington, Delaware, EUA. A BASF indicará três dos sete representantes acionistas da entidade conjunta que irão continuar sob a liderança do atual Presidente e CEO John E. Panichella, da Solenis. Os 51% das ações ficarão em fundos administrados pela Clayton, Dubilier & Rice. “A transação evidencia a gestão ativa do portfólio por parte da BASF e nos permite compartilhar o sucesso futuro desta promissora entidade conjunta”, comenta Markus Kamieth, membro da diretoria executiva da BASF SE e responsável pelo segmento de Produtos de Performance. A transação engloba os negócios de processos wet-end na fabricação de papel e químicos para tratamento de água com vendas em 2017 de cerca de € 800 milhões e cerca de 1.300 funcionários globalmente. A transferência inclui os sites e fábricas dos negócios de processos wet-end na fabricação de papel e químicos para água em Bradford e Grimsby, Reino Unido; Suffolk, Virgínia, EUA; Altamira, México; Ankleshwar, Índia, e Kwinana, Austrália. As plantas de produção que possuem o consolidado sistema de Verbund em Ludwigshafen, Alemanha, e Nanjing, China, não serão transferidas, ficando responsáveis pelo fornecimento de produtos e matérias-primas para a entidade combinada por meio de acordos firmados de médio e longo prazo. Revista Agricultura & Engenharia - 45


Mercado

Em 2030 Brasil continuará sendo grande produtor de carne e grãos

A

Julio Ottoboni

s megatendências apresentadas no documento da Embrapa Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira, foram coletadas informações em bases de dados, estudos e agendas estratégicas trazendo perspectivas e os principais desafios científicos, tecnológicos e organizacionais baseados em análises do ambiente interno e externo, nacional e internacional. A trajetória e o atual posicionamento da agricultura brasileira frente às tendências e sinais forneceram as premissas para a condução das análises das megatendências. Entre elas, destacam-se o fato de que o Brasil continuará figurando entre os principais protagonistas mundiais na produção e no comércio de grãos e carnes nos próximos anos e a constatação de que a tecnologia foi responsável pelo alcance dessa posição e continuará funcionando como um vetor transformador. Um dos destaques é a identificação de sete megatendências. São elas: Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura; Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas; Mudança do Clima; Riscos na Agricultura; Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas; Protagonismo dos Consumidores; e Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura. A publicação explora aspectos relacionados a cada uma das megatendências e indica desafios. Informações das câmaras setoriais e temáticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, projeções de oferta e demanda de produtos agrícolas no mercado nacional e internacional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU são exemplos considerados na modelagem das megatendências 46 - Revista Agricultura & Engenharia


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Evento

ESALQSHOW

Fórum de Inovação Tecnológica para o Agronegócio Sustentável

E

m um formato inovador para apresentar ao mercado as transformações que vêm sendo desenvolvidas na agricultura, estimular o empreendedorismo no setor e ser um fórum para pensar nos desafios do futuro, foi realizada a primeira edição da ESALQSHOW – Feira de Inovação para o Agronegócio Sustentável, em outubro 2017, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP- ESALQ), em Piracicaba (SP). Promovida pela USP - ESALQ e Araiby, o evento fez parte da programação da tradicional Semana Luiz de Queiroz 2017. Aproximadamente 3 mil pessoas passaram pela ESALQSHOW, que teve diversos eventos simultâneos, como o AgTech Valley Summit, Encontro de Lideranças em Agricultura, Painel Agricultura Digital e Mesa Redonda para Startups, com a participação de 55 palestrantes, além de 67 empresas e projetos expostos no Espaço Inovar ESALQ & cia. e 14 Vitrines preparadas nos diferentes departamentos da universidade para apresentar 51 projetos. A ESALQSHOW ocupou uma área total de aproximadamente 10 mil m² no campus em Piracicaba. A abertura do evento contou com a presença do Governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin, do Secretário de Agricultura Arnaldo Jardim e do Secretário de Meio Ambiente Maurício Brusadin, que transferiram seus Gabinetes para Piracicaba durante a semana, além de diversas autoridades regionais e lideranças do setor. “A ESALQSHOW é uma plataforma de relacionamento da ESALQ com a sociedade e uma via facilitadora entre a academia e o setor produtivo. O evento é uma excelente oportunidade de in48 - Revista Agricultura & Engenharia

Farol para o futuro Uma das razões principais para o extraordinário avanço da agropecuária brasileira em termos de produtividade, sustentabilidade e competitividade é, sem sombra de dúvida, a tecnologia tropical desenvolvida em nossas instituições de pesquisa e universidades, e incorporada pelos nossos produtores rurais. Mas inovação tecnológica é um processo dinâmico que tem que ser permanentemente renovado, sob pena de parar no tempo, deixando seus usuários “para trás”. E imperioso avançar sempre, em busca de mecanismos de desenvolvimento cada vez mais sustentáveis nos três pilares da sustentabilidade. A ESALQSHOW é exatamente isso, uma feira entusiasmante de novidades que já chegaram ou que ainda estão em gestação. É um verdadeiro farol para o futuro, e todo mundo que quer avançar no agronegócio precisa estar presente nela, em Piracicaba, nos dias 10 e 11 de outubro de 2018 Roberto Rodrigues

Ex-Ministro da Agricultura, Coordenador da GV Agro e Presidente do Conselho Consultivo da Esalqshow.


tegrar a nossa comunidade interna e ouvir o que a sociedade e o mercado têm a nos dizer. Tenho certeza de que saímos daqui mais lúcidos em relação aos destinos da agricultura no País”, ressaltou o diretor da ESALQ, Luiz Gustavo Nussio. Para o presidente do Conselho Consultivo da ESALQSHOW, o ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o evento se propõe a ser um farol para o futuro. “Posso dizer que esse farol foi aceso e que a luz foi tão grande que num primeiro momento pode nos assustar e angustiar ao iluminar um presente tão extraordinariamente complexo. Ao mesmo tempo, nos dá uma direção de onde seguir para que o Brasil ocupe com êxito seu papel de produzir alimento para a crescente população mundial. Dois aspectos, a meu ver, se tornam essenciais para esse futuro: a sustentabilidade como uma questão central para a competitividade e a discussão sobre a sucessão dos negócios”, analisou Roberto Rodrigues. “A ESALQSHOW é fruto da visão e da somatória de almas que não param de pensar na prosperidade coletiva, que vislumbraram, se empenharam, assumiram e acreditaram que é possível fazer ações e contribuir para construir um futuro melhor”, afirmou o presidente da Araiby, empresa que organizou a ESALQSHOW em conjunto com a ESALQ, Luiz Mario Machado Salvi. A edição de 2018 já está marcada e ganhou mais um dia: será de 9 a 11 de outubro. - Fonte: Assessoria de Imprensa Dados Esalqshow 2017 3000 Participantes 67 Expositores 51 projetos apresentados em 14 Vitrines 83 Jornalistas, e aproximadamente 500 inserções em mídias 55 Palestrantes

A ESALQ SHOW é uma iniciativa na qual a ESALQ se transformará em uma plataforma de tecnologia e inovações e de projetos do setor público e privado. É uma feira que trata essencialmente de inovação, de divulgação de ideias de rodadas empresariais. O evento pretende descortinar nossas atividades para a sociedade, de maneira que o público se sensibilize e valorize ainda mais os benefícios provenientes do nosso trabalho para o bem comum. Luiz Gustavo Nussio Diretor ESALQ A FAESP – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, como representante legítima do produtor rural, destacaa ESALQ SHOW como uma iniciativa pioneira e inovadora para aproximar, efetivamente, o conhecimento gerado pela pesquisa científica no ambiente da Universidade, bem como para contribuir com soluções inteligentes para os problemas que afligem o produtor e prejudicam a produção e a produtividade da agropecuária. Logo, devemos caminhar de forma precisa e permanente em ações de expansão das atividades agrícolas e de desenvolvimento nacional que fazemos nesse setor. Fabio de Salles Mereilles Presidente da FAESP Revista Agricultura & Engenharia - 49


Mercado de trabalho

Mercado de Trabalho do Agronegócio

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o ano passado, o agronegócio foi o grande responsável pelo crescimento do PIB nacional, com relevante aumento de produção, segundo afirmam pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em movimento contrário ao crescimento do PIB, o número de pessoas trabalhando em atividades do agronegócio diminuiu 1,6% em 2017 frente a 2016, passando de 18,53 para 18,24 milhões de pessoas. Na mesma comparação, o contingente de ocupados no Brasil como um todo ficou praticamente estável, encerrando o ano com 90,6 milhões de pessoas. Assim, segundo cálculos do Cepea, a participação do agronegócio no total de ocupados no Brasil foi de 20,1% em 2017, contra 20,5% no ano anterior. Considerando-se a avaliação por segmentos, pesquisadores do Cepea destacam que a redução dos ocupados no agronegócio foi influenciada unicamente pelo segmento primário, que registrou baixa de 6% no contingente de trabalhadores. Já os empregos nos elos industriais e de serviços aumentaram em 2017. Destaca-se a contradição na agropecuária. Enquanto o PIB (em volume) desse segmento cresceu cerca de 17,1% em 2017 (consideradas informações até novembro/17), a mão de obra relacionada a essas atividades foi 6% menor. Como apontado em análises anteriores divulgadas pelo Cepea, o ano passado foi marcado pela redução da população ocupada na agropecuária, principalmente trabalhadores rurais por conta própria, localizados principalmente no Nordeste, e vinculados a atividades de menor importância econômica no que se refere a valor de produção – o que explica os movimentos em direções divergentes para PIB e trabalho. Quanto aos níveis de escolaridade, houve baixa relevante no número de ocupados sem instrução no agronegócio (-34,3%), com aumentos para todas as demais categorias, sobretudo para pessoas com Ensino Superior. Avaliando-se por gênero, a queda nos ocupados do agronegócio foi marcada essencialmente por homens, com o contingente de mão de obra feminina no agronegócio permanecendo praticamente estável frente a 2016.

Variação na população ocupada (PO) do agronegócio e seus segmentos (jan-dez/17 x jan-dez/16): Insumos - 10,2% | Primário - 6,0% | Agroindústria - 2,4% Agrosserviços - 2,4%Agronegócio total -1,6% Boletim Mercado de Trabalho

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