REVISTA DO LÉO 87 - JULHO 2023

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REVISTA DO LÉO

NÚMERO 87 – JULHO – 2023

MIGANVILLE – MARANHA-Y

“águas revoltas que correm contra a corrente”

LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536
REVISTA

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 8328 2575

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

UM PAPO

E começam os Jogos...

Vê-se notícias de muitos municípios maranhenses de que os Jogos Escolares, fase municipal, já iniciaram... assim como outras seletivas, como os Paralimpicos, e os JUBs... mas também se observa os pedidos de ajuda, de atletas, para participar de eventos regionais e nacionais, com a realização de rifas, de cotas, enfim...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Editor

NAVEGANDO COM JORGE BENTO COLUNA DO PRIMO

MANO: a morte do filho do escritor maranhense Coelho Netto

ESTRELAS DO ESPORTE NA EUROPA VISITAM A REGIÃO.

DIOGO GAGLIARDO NEVES

LEO LASAN

EQUIPE DE ITAPECURU MIRIM FAZ BONITO NO NORTE NORDESTE DE JIU JITSU NO FINAL DE SEMANA

SUMÁRIO EXPEDIENTE 2 EDITORIAL 3 SUMÁRIO 4

NAVEGANDO COM

JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido.

Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

Festival de Parintins

Parintins é uma cidade, sede de município, distante 372 kms de Manaus e localizada na margem direita do rio Amazonas. Fundada em 29 de setembro de 1669 com o nome de São Miguel dos Tupinambaranas (nome de uma tribo indígena), recebeu depois várias designações até adotar a atual em 1880, em homenagem aos povos Parintins. No brasão de armas ostenta, curiosamente, o lema que, segundo a lenda, D. Afonso Henriques viu no céu antes da batalha de Ourique contra os mouros: In hoc signo vinces.

Todos os anos, a seguir ao São João, tem aqui lugar um incomparável festival folclórico. Trata-se de um surpreendente e deslumbrante espetáculo de tecnologia, de cor e som que acende o fervor de largos milhares de entusiastas, vindos, de barco e avião, para o efeito. Durante dois dias e noites desenrola-se o duelo final entre os grupos do Boi Garantido e do Boi Caprichoso, duas fações rivais, vestidas respetivamente de vermelho e azul, que ao longo do ano dirimem, na capital manauara, pleitos em torno de músicas, toadas, danças e encenações, tendo o ‘boi bumbá’ como tema simbólico. A competição é tão acirrada que o vencedor, decidido por um júri escolhido a preceito e oriundo de fora, só é divulgado após a partida dos jurados.

O certame enche de espanto quem vem a este inimaginável acontecimento em plena floresta amazónica. Muito teria para contar ao leitor. Peço-lhe para procurar no Google informações e imagens que suscitarão a sua admiração. Afinal, nestas paragens também se celebra e exalta a Humanidade.

Gratidão e saudade

Regressei ao Porto, a cidade da Torre dos Clérigos, alta, granítica e sólida como o carácter, os princípios e os valores de quem se esforça por tocar no céu de anil. Trouxe comigo a generosidade da Universidade Federal do Amazonas e dos Amigos manauaras e de outras paragens, bem como a das águas do Rio Negro, da Amazónia e do Pará, que me fertilizam e aumentam em mim a gratidão e a saudade. Para as dizer não chegariam palavras mil. Resumo-as nesta formulação: Muito obrigado, Manaus e Brasil!

Evocação de Thomas More

Fez ontem 488 anos que Thomas More foi decapitado na Torre de Londres (6 de julho de 1535). Qual a razão do castigo? O autor de A Utopia, que tem por protagonista Rafael Hitlodeu, um marinheiro português, recusou vergar-se aos caprichos de Henrique VIII.

Os reis e os seus arbítrios são proteiformes. Hoje estão de novo em alta, com uma legião incomensurável de tartufos e servidores. Há uma gritante necessidade de utopias; igual é a escassez de quem esteja disponível para as proclamar.

Conselho do dia

Não discutas com imbecis e ignorantes. Discutir com eles constitui uma inútil perda de tempo; equivale a dar pérolas a porcos ou a querer jogar xadrez com pombos. Estes derrubam as peças, cagam no tabuleiro, vão-se embora de peito inchado, esvoaçam e ciscam sobranceiramente por cima de nós.

Quando esta guerra acabar…

Os mortos não cobram dívidas. Somente as cobram os vivos. Mas estes devem tanto uns aos outros que não terão como pagar. Engalfinhar-se-ão então a proclamar a cobrança de que defendem os direitos humanos, a lei internacional, a democracia, a liberdade, a inviolabilidade das fronteiras, a soberania dos povos, a segurança e até - quem sabe?! - o bacalhau a pataco. E as empresas de armamento incrementarão a produção para a próxima guerra, já em preparação.

Congresso Europeu de Ciências do Desporto Paris 2023

Os inscritos são aos milhares e a receita atinge os milhões. Quanto a presenças, ouvem-se as moscas nas salas e nos salões. O importante é pagar a inscrição e a deslocação e receber o certificado de participação. A aldrabice, a burla e a indecência elevadas à máxima expressão. Esta gente acha-se cientista e exibe ufana essa condição. Por conta dos impostos dos que labutam e sofrem para ganhar o pão. Haverá quem ponha cobro a tão sujo negócio e escabrosa aberração?!

https://sport-science.org/index.php/congress/ecss-paris-2023

José Mattoso e os docentes universitários de hoje

O Professor José Mattoso partiu ontem para a dimensão que já tinha: a da eternidade. Homem probo, de saber ampliado e fundo, procurou terra firme na existência movediça e sem horizontes aliciantes. Vários Amigos meus dirigiram-lhe palavras que escrevo com letra maiúscula. O José Alberto Correia (FPCE) viu numa obra a sua vida inteira: “O livro dele sobre Timor é um hino à emancipação e à dignidade.” O Luís Melo (FEUP) formulou um voto: “Que nos ajude a esquecer os cronistas vendidos que as editoras promovem.” O Cândido Agra(FDUP)teceuestejuízo:“Daexperiênciahistórico-críticadavida,só Mattoso.Orestosãocoscuvilheiras da experiência humana na flecha do tempo.”

O João Veloso, Professor de Linguística na FLUP, atualmente na Universidade de Macau, prestou-lhe uma homenagem que é, simultaneamente, uma análise brilhante e rigorosa do estado da universidade hodierna: “Quando eu escolhi a Universidade como modo de vida, os nossos modelos eram como o Professor José Mattoso (…) Pessoas discretas, possuidoras de uma cultura histórica e humanística impressionante, avessas à futilidade, ao vacuum mentale e à superficialidade. Pessoas que mediam o tempo devagar para estudar e escrever textos que dialogavam com o centro de nós. Pessoas que só falavam do que sabiam e que procuravam saber muito antes de falar pouco. Escreviam livros atrás de livros, ensinavam para além das aulas, ajudavamnos a perceber as questões mais fundas e mais complexas que nos explicam e nos complicam. O pensamento profundo não vai em cantigas. A Universidade de hoje dificilmente teria lugar para um erudito que não quereria saber de rankings, que não estaria preocupado em atingir os pontinhos da avaliação anual, que olharia com desdém para a Scopus, para o corrupio lantejoulado de congressos, para a freima de estar em todas para dizer o mesmo ou dizer nada nessas mesmas todas. Mattoso foi um dos últimos intelectuais que tivemos, que com lucidez e sabedoria interpretou o passado e o presente de Portugal e de Portugal no mundo (…) Que a morte que tudo pára nos ajude a parar para pensarmos no seu exemplo. Lux aeterna luceat ei, lux sua aeterne luceat super nos.”

Não é injusta a apreciação dos docentes de ontem, como o Professor Mattoso, e dos de agora. Alguns destes, bem poucos, ainda sentem prazer em preparar e dar aulas, em ler livros e cuidar da autoformação científica, intelectual, cultural e pessoal. Porém muitos detestam lecionar; o tempo é escasso para terminar artigos e pôr

o nome nos efetuados por outros, em regra estudantes de mestrado e doutoramento. Uma triste realidade que corrói a missão da instituição e o prestígio dos seus membros. Estão a entregar o ouro ao bandido.

O pensamento é eterno. Não há dia em que não ouçamos ou vejamos a citação de um pensador de eras remotas ou recentes. O ProfessorJoséMattoso constitui umpadrãoconfirmadordaintemporalidade.Evaleigualmente como lição eloquente para quantos recusam pensar, mesmo podendo e devendo fazê-lo; encaixam no figurino traçado por Francis Bacon: “Quem não quer pensar é fanático, quem não consegue pensar é idiota, quem não ousa pensar é cobarde.” Eis o bando, a manada e a tribo: são vivos-mortos!

Boa noite!

A tarde já acabou. O sol foi matar a sede para lá da linha do horizonte, na imensidão do mar. É a hora do crepúsculo, de balanço e avaliação. Nesta altura incide sobre mim a luz que andou fugida durante o dia. Sinto saudades de gente radicalmente livre. De pessoas que, no pensar e falar, exercitem e configurem a expressão da liberdade. Há falta, imensa e sofrida, de gente assim. Cada vez mais. Estes tempos fazem doer a alma. Resta cerrar os dentes, conter o lamento e esperar pelos raios de uma nova manhã. Virá ou não?!

Rezo uma oração e sonho com o milagre: quanto mais nos misturarmos e cooperarmos, mais completo e perfeito será o coral, e harmonioso e atraente será o canto. Dá para sublimar as deficiências e fazer um mundo melhor, não dá?!

Indolência e autossatisfação

O impensável não existe, ao contrário do que sói dizer-se. Agostinho da Silva tem razão: somos portadores de uma preguiça atávica que nos impede de pensar todo o pensável, de levar até ao fim o esforço de observar e entender. Contentamo-nos em compreender fragmentos da realidade e afirmamos a visão pequena com a presunção de sabedoria que o sábio jamais pratica. Comparamos o pouco que conhecemos com o ainda menos que os outros enxergam, mas recusamos medir-nos com o mais que alguns, muito raros, logram perceber. E então tornamo-nos penedos de arrogância, bazófia e pesporrência.

Processo de Bolonha

Quando o famigerado processo foi anunciado, apressei-me a tomar posição contra ele. Porquê? Porque trazia no bojo a desvalorização científica e intelectual dos cursos e esta acarretaria a depreciação social e remuneratória dos quadros, o que hoje é bem evidente. Escrevi então vários textos e até livros nos quais denunciava o embuste. Numa das obras consta o seguinte apontamento:

“Bolonha, na versão portuguesa e com o pacote de medidas, leis e ‘reformas’ que o governo adicionou ao processo, é a cereja no topo do bolo servido em três dulcíssimas e complementares variantes:

• ‘Bulonha’, uma bula em que tudo é determinado, prescrito e imposto de fora, hierarquizando e distinguindo as áreas académicas com diferentes soluções no tocante à extensão da formação obrigatória, desconsiderando e asfixiando assim algumas (p. ex., as sociais e humanas) com um apertado garrote orçamental;

• ‘Borlonha’, uma borla que isenta os estudantes de um esforço e empenhamento por aí além e alivia o Estado do devido investimento financeiro;

• ‘Burlonha’, uma burla em todos os capítulos, ao serviço de uma agenda oculta no plano económico e de uma pobreza cultural e espiritual, conveniente aos suseranos desta hora.”

Isto e muito mais estava na cara. Só não viu e não tomou posição quem não quis; e agora chora baba e ranho.

Vendedores de promessas

Parece uma feira, onde tudo se compra e vende a preço de saldo, incluindo princípios e valores. Respira-se o ar fétido da hipocrisia. Os vendedores competem entre si e até se rasteiram para ver quem mais promete. Porém uma coisa são as promessas e outra as ações, sempre com o cálculo do lucro vindouro debaixo de olho. Dizem aos ucranianos que lutem até ao fim e que estão com eles. Estão mesmo? Estão dispostos a envolver os seus exércitos nos combates? Estão com eles ou apenas contra os outros? Guerra e mais guerra! Esse é o negócio e modo de vida dos pregoeiros. A história há de responsabilizar todos os que arrastaram a Ucrânia para a tragédia e o banho de sangue. Os invasores não são os únicos criminosos; também o são os que a instrumentalizaram para fins inconfessos, mas impossíveis de esconder. Entre os negociantes e os tratantes contam-se oligarcas e plutocratas indígenas; sacrificaram a integridade da nação à vileza da sua ambição.

Na Senhora da Graça

Ó Senhora da Graça, dai-nos uma vista tão boa como a que desfrutamos do teu santuário no alto do Monte Farinha! Acrescentai aos nossos olhos, que são fraquinhos e tendem a gastar-se, um cérebro. Por mais pequeno que seja, precisamos dele para visar melhor ao perto e ao longe. Sem ele, não conseguimos perceber o essencial, mesmo que esteja debaixo do nariz; e tropeçamos, a toda a hora, nos calhaus da estupidez. Deus não devia permitir que tanta gente venha ao mundo desprovida desse órgão, e incapaz de o criar durante a sua existência. É por isso que há cegos, idiotas e imbecis em todos os cantos e esquinas da terra, apesar desta ser redonda. Ora isto não se assemelha a obra divina.

Bendita Senhora, concedei-nos a graça de podermos também ver-nos a nós, por dentro e por fora, a maldade que acolhemos e as tristes figuras que fazemos, aquilo que não somos nem imaginamos e tanta falta nos faz. Amém! Como o compreendo!

Venderam-lhe ilusões e ações sem fundo de garantia. E fizeram-lhe promessas que não conseguem cumprir. Sente-se traído e não consegue disfarçar em público a irritação. Devia ter consultado a prudência e medido as consequências, antes de aceitar o papel e embarcar na aventura. Se tivesse estudado um pouco de história, nomeadamente a do Império Romano, veria que a paga raramente é a contratada e esperada. Agora é tarde. Quando convier ao imperador, este deixá-lo-á cair sem a mínima comiseração; esse dia já esteve mais longe. Na política dos interesses, de herói a vilão a distância é curta.

Colheita de frutos

Festejemos o facto de a seleção sub-19 de futebol ter ontem aberto as portas da final, a realizar no próximo domingo em Malta. O selecionador Joaquim Milheiro, tal como outros quadros deveras conhecidos, estudou numa Faculdade da Universidade do Porto. O ótimo labor, que têm efetuado nas federações e seleções, nos clubes e organizações nacionais e internacionais, não é obra do acaso, nem um milagre caído do céu! Foi antecedido de coragem, lucidez e visão no termo da década de 80 do século passado. Coragem para romper com o figurino tradicional na área da educação física e incluir o desporto na designação da instituição em causa e não aderir a modismos cientificistas com muita parra e pouca uva. Lucidez e visão para assumir o desporto como objeto de estudo e investigação, para o entender como fenómeno polimórfico e polissémico, para tratar as várias dimensões que encerra e conferir assim dignidade académica, científica e cultural ao ensino, à prática, ao treino e orientação das suas modalidades. Deste jeito abriu-se e alargou-se paulatinamente o horizonte profissional dos técnicos com formação universitária. Hoje ninguém de boa-fé recusa a sua adequada preparação para o desempenho de funções no setor. Valeu a pena!

Cansados da guerra

Há poucos dias, realizou-se em Bruxelas a Cimeira entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados LatinoAmericanos e do Caribe (UE-CELAC).

A reunião correu bem. Ofereceu a alguns dirigentes europeus a oportunidade de perceber, como reconheceu o primeiro-ministro holandês, que países soberanos não estão disponíveis para receber lições de sobranceria; e que muitos não apoiam a continuidade da guerra e o crescendo do investimento armamentista. A distância permite ver os factos com mais racionalidade e serenidade. Do que o mundo e os povos precisam é de paz, de confiança e cooperação.

Do reino de Deus

O reino pregado por Jesus é aqui e agora. Os falsos profetas das diversas igrejas situam-no além da vida; não ingenuamente, mas para impingir a submissão aos abusos e donos deste mundo. O entendimento de Cristo era outro; advogou um reino de Deus oposto ao vigente. Em nome da justiça, da decência, da equidade e do avanço civilizacional, fez oposição aos poderes instalados. Por isso foi julgado e condenado à morte pelos vários potentados existentes, sob o aplauso da plebe e a omissão da maioria. Ambas preferem, em regra, seguir os populistas e dar as costas ao punhal.

Jesus proclamou uma utopia e morreu por ela. Ignorá-la e atraiçoá-la não é ser cristão; todavia, é o que mais há entre os que fazem o sinal da cruz.

Viagem imperativa

Há 54 anos, os humanos lograram chegar à Lua. A curiosidade e o espírito de aventura, a ousadia e a vontade superaram a distância e o medo do desconhecido.

Estranhamente, de então para cá, afastamo-nos paulatinamente da Humanidade. Fazer o caminho do regresso à Mãe-Terra e à vida em paz é hoje condição de sobrevivência. A clarividência não abunda e o ânimo está

enfraquecido. Todavia, não temos alternativa; urge recriar Prometeus e Odisseus para dobrar a cobardia cívica, intelectual e moral.

Ser alguém na vida

Em criança era frequente escutar dos mais velhos o conselho de que devíamos ir à escola e estudar para ser alguém na vida. Creio que disse o mesmo aos filhos; e que a sugestão continua hoje a ser formulada e ouvida.

Todavia, a recomendação não me parece rigorosa e saudável. O vir-a-ser é uma doença da alma e cegueira do intelecto. O importante é o Ser, descobrir e defender a dignidade ética que o sustém. Todos somos alguém; não são a escola e a universidade que conferem esse estatuto. Há uma subtil mas essencial diferença. Estuda-se e tira-se um curso para formar melhor a Pessoa-cidadão, contribuindo assim para a melhoria da comunidade e do mundo. Este sentido afigura-se justificação mais sólida e abrangente da benévola e tradicional sugestão.

Europa em mudança

O Estado Social e o SNS já eram, a Educação e a Cultura também. Há que mudar o foco para a industrialização. A pandemia pôs a nu o disparate de ela ter sido abandonada e mudada para outros quadrantes; quem nos valeu foi a China, produtora de instrumentos que tanta falta fizeram para salvar vidas. Depois veio a invasão da Ucrânia; pegou-nos de novo com as calças na mão. Os dirigentes europeus aprenderam finalmente a lição. Doravante a Europa vai tornar-se um gigantesco estaleiro de fabrico do mais eficiente armamento: aviões, carros de combate, armas pesadas e ligeiras, bombas e munições, drones, mísseis, navios e submarinos e toda a parafernália de máquinas bélicas. O resto passa para segundo plano ou é mesmo posto de lado.

A clarividência e a sabedoria dos nossos líderes mostram que a Europa está de volta à Idade Média. Ora nesta é a guerra que dita a lei e a sorte. Temos que nos defender dos bárbaros; só que eles moram cá dentro e já saquearam tudo quanto havia para saquear. Os rios secam, as florestas ardem, a luz do espírito e do intelecto apaga-se, a cegueira alastra, os artistas, os pensadores, os vates e utopistas estão adormecidos ou extintos, a esperança exilase.

Acorda, albardeiro de ti mesmo!

Procusto, o dono da estalagem, recebe-te de braços abertos; até oferece dormida grátis! Ficas desvanecido com a generosa hospitalidade, após a longa e extenuante viagem. A linguagem e os modos do anfitrião são tão doces que não suspeitas da barbárie à tua espera. Só demasiado tarde dás conta que a cama é de ferro, não há outra e o tamanho não corresponde ao teu. A fôrma única é implacável com os desvios. Se fores mais comprido do que o leito, o estalajadeiro serra-te as pernas; se fores aquém, ele estica-as e ficas com as articulações e os ossos desfeitos.

Será isto um mito? Não, não é. É prática atualíssima; assume diversos modos e vigora em várias instâncias. Mito, sim, é o de Teseu. Este jamais virá libertar-te e matar o monstro. Tens que ser tu a assumir essa incumbência. Não enterres a cabeça na areia: se aceitas ser albardado, a albarda tem sempre a medida do dono; esta é a tua. Queres que seja diferente? Então acorda, albardeiro de ti mesmo!

Da hipocrisia e da vinda do Papa

D. Hélder Câmara, ex-arcebispo de Olinda e Recife, pôs a hipocrisia ao léu: se deres comida e esmolas aos pobres, chamam-te cristão; se questionares porque é que eles passam fome e as demais necessidades, chamam-te comunista.

Os pobrezinhos continuam a dar muito jeito para praticar a caridade e comprar assim um lugar soalheiro no céu. Não é, pois, conveniente nem sensato combater e erradicar a pobreza.

O Papa Francisco vem aí. Os tão simpáticos políticos e purpurados, em vez de o cercar com salamaleques, deviam mostrar-lhe os pobres, cada vez mais abundantes entre nós. Ele gostaria de os encontrar, porquanto interpreta bem os Evangelhos.

Aos hipócritas basta uma confissão e bater no peito para remir o pecado. Mas isso não os livra da condenação pelo Deus da Justiça e Verdade.

Invasão do Território: esclarecimento

Venho dirigir-me aos Ex-Estudantes e Professores de Educação Física e Desporto. Em 8 de junho passado postei aqui um texto de estupefação e protesto no tocante ao ‘Curso de Prescrição do Exercício’, criado pela FMUP e “destinado a licenciados ou detentores do Mestrado Integrado em Medicina”.

Levei o assunto ao conhecimento de Professores da UP e de outras universidades e IES, visando sensibilizar as pessoas e instituições da área para a tomada de uma posição. No dia 11 de junho enviei ao Senhor Reitor da UP o email que exaro abaixo. Este não teve resposta até hoje, o que não surpreende, dada a norma educativa em vigor. No entanto, a Faculdade de Desporto surge agora, no prospeto do curso, como parceira na organização do mesmo, mantendo-se os destinatários iniciais (?!).

Ficam assim prestadas contas do labor desenvolvido. Aproveito a oportunidade para lhes desejar as melhores férias possíveis.

“Senhor Reitor da Universidade do Porto:

A FMUP - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto tornou público o Curso de Prescrição do Exercício, “destinado a licenciados ou detentores do Mestrado Integrado em Medicina”. Tive conhecimento do facto, há alguns dias.

O curso, com a duração de 48 horas e o custo de 600 euros, tem o objetivo, conforme o edital de divulgação anexado no fim desta exposição, de “desenvolver as competências e conhecimentos necessários para que, através de uma boa prática, o profissional de saúde possa prescrever exercício aos seus doentes numa perspetiva de prevenção e tratamento.” Mais, “o curso assenta num regime presencial e a distância (b-learning), possibilitando aos estudantes o acesso às aulas através da combinação de 3 vias (presença em sala de aula, videoconferência e aula gravada).”

Não me quero pronunciar sobre as modalidades das aulas, embora sejam questionáveis em função do objetivo enunciado. Não posso, porém, deixar de afirmar que aprender, em 48 horas e até sem requerer a presença dos aprendizes, a passar uma receita de prática desportiva ou de exercício físico, bem como a respetiva base científica e técnica, constitui obra de monta e envolve um preço baixo, tão extraordinário é o prodígio. Compreendo a necessidade das Faculdades recorrerem à oferta de cursos para suprir as dificuldades orçamentais. Todavia, estranho que a visão comercial se sobreponha à tradicional missão institucional. Ademais, estranho, sobretudo, o silêncio da Faculdade de Desporto perante a invasão do território, a exclusão dos seus licenciados e mestres da frequência do curso, e a não participação dos seus docentes na lecionação do mesmo, sendo a saúde assunto interdisciplinar. Como é sabido, há na FADEUP programas de extensão, linhas de pesquisa e um Centro de Investigação em Exercício e Saúde, cursos de mestrado e doutoramento na área, com suporte financeiro da FCT e avaliação da A3ES. Sem falar na diversidade de cadeiras da Licenciatura atinentes à matéria aqui em apreço. Tudo isto perfaz um relevante capital e património de experiência e saber que não pode ser desconsiderado. Ou será que, afinal, também na Universidade impera a lei do mais forte e ela se sobrepõe à razão epistemológica e ética?

Agradeço a atenção de V. Exa e apresento os melhores cumprimentos.”

COLUNA DO PRIMO

Profissional de experiências diferentes e com vivência profunda nas áreas de Gestão de Pessoas e Educação. Movido a desafios e resultados tenho trabalhado em empresas que me ofereceram as condições para que a motivação me levasse a superar limites. Durante período de 7 anos trabalhei como consultor de empresas onde adquiri vivência em ramos diferentes de negócio, do comércio ao industrial. Em 2003 comecei a trabalhar como professor universitário vindo a exercer cargos de gestão como diretor de faculdade, pró-reitor de ensino presencial e reitor do Grupo Uniasselvi. Atualmente o desafio está no cargo que ocupo como Secretário de Educação de Indaial. Também executei trabalho em Cuba, onde atuei na implantação da área de Gestão de Pessoas na fábrica Brascuba Cigarrillos, subsidiária da Souza Cruz.

Brasil! Que futuro nos espera?

"O problema é complexo e crônico no país onde a Educação nunca foi prioridade governamental; as causas são inúmeras e sucedem-se governo após governo"

As informações recebidas pelos meios de comunicação assustam. No Brasil, que vive neste momento o auge do bônus demográfico, 11 milhões de jovens entre 15 e 39 anos nem trabalham, nem estudam e, mais crítica aindasão as informações dequesó 7 entre 10estudantesbrasileiros concluem oensino médioe500 mil jovens abandonam o estudo por ano. A pandemia só agravou o problema e os sindicatos profissionais paralisaram a Educação no país por quase 2 anos. Este custo será eterno!

Por Prof. Ozinil Martins de Souza Escola Superior de Cerveja e Malte e Faculdade Épica Brusque, Santa Catarina, Brasil

O problema é complexo e crônico no país onde a Educação nunca foi prioridade governamental; as causas são inúmeras e sucedem-se governo após governo, pois parece existir um interesse em manter o povo na ignorância e assim manter o “status quo” de pessoas interessadas.

Interessante analisar os dados apresentados a partir da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O Brasil investe anualmente, em média, 6,6% no sistema educacional brasileiro. A média dos países que participam da OCDE é de 5,6% portanto, o problema brasileiro não é de dinheiro,deinvestimento.Quandocomparamosresultados,oquadroquese vêéoseguinte:os10%dosalunos pobres de Xangai (China) obtém resultados superiores, no exame de Pisa, aos 10% dos alunos mais ricos do Brasil; Pior é que, quando se compara o nível de escolaridade das populações, no Brasil somente 33% da população tem ensino médio completo enquanto a média dos países da OCDE é de 44%. O problema passa por gestão, preparação dos professores e envolvimento das famílias que, ainda não entenderam a importância cada vez mais significativa da Educação no futuro de seus filhos.

Escolas sucateadas, algumas não têm sequer acesso à água, currículos estudantis que pararam no tempo e reforçam a “decoreba” e não o aprender a pensar, a resolver problemas complexos, a colocar em prática os conceitos aprendidos; a primeira preocupação é preparar os jovens para serem bem sucedidos nos vestibulares que enfrentarão a seguir. Triste escola que se mantém no passado com professores mal preparados, formados aos milhares em cursos que não aprofundam o conhecimento e, principalmente, a prática de dar aula em tempos em que as crianças já nascem com equipamentos tecnológicos em lugar de cérebros.

No ensino superior a realidade se repete. Cursos envelhecidos e que não oferecem mais aplicabilidade, massificados através de cadernos de estudos que se perpetuam através do tempo com pouca ou nenhuma atualização, ementas ultrapassadas, lentidão do Ministério da Educação e burocracia paralisante, transformam as universidades em fornecedoras de diplomas para estudantes que não encontrarão, no mercado de trabalho, oportunidades que justifiquem o esforço (quando existe) dispendido.

Em pesquisa recente realizada por Laureate International Universities, 54% dos estudantes de curso superior no Brasil não confiam na qualidade do ensino que recebem. Na mesma pesquisa 85% dos mesmos estudantes dizem que o curso superior é imprescindível.

Conscientes do problemaestãotodos queseenvolvemcom aEducação; por que,então,nadasefazparamudar o quadro que o país vive atualmente? Vamos continuar a formar analfabetos funcionais? Vamos continuar acreditando que o país será uma potência mundial com formação inadequada de seus jovens?

Importantelembrarqueajaneladobônusdemográficofecha-seem2034.Otempoquenosrestaparaacumular riqueza é muito pequeno; depois a pobreza será o destino do país e seu povo. Para pensar!

AS FUTURAS GERAÇÕES E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS!

As novas gerações enfrentarão problemas enormes se não houver mudanças no relacionamento que temos com o planeta

Você deve estar acompanhando as notícias divulgadas recentemente e se perguntando o que está acontecendo com o planeta. O Uruguai vive a maior crise hídrica dos últimos 70 anos, com os reservatórios secando e o maior deles, que abastece Montevidéu, chegando a 3% de sua capacidade, com o governo decretando estado de emergência, pois a água captada do Rio da Prata está chegando às casas dos uruguaios com teores químicos alterados e pode prejudicar a saúde de seus consumidores.

Na Califórnia as temperaturas disparam, chegando a 56º Celsius no Vale da Morte e, são aguardadas marcas acima de 58º Celsius; na Itália, a ilha de Sardenha, pode atingir a temperatura de 48º. O Japão também sofre as consequências das altas temperaturas e na Coreia do Sul o número de mortos já ultrapassa 40 pessoas em função das fortes chuvas que se abateram sobre o país.

Na Rússia está ocorrendo um fenômeno que não é divulgado pela imprensa de forma massiva. As geleiras estão descongelando na Sibéria causando desmoronamentos monstros no meio da tundra do país russo, provocado pelo colapso do solo. A cientista Sue Natali, em 2012, ao analisar o fenômeno chocou-se com o que viu; Na medida em que o solo se rompia apareciam restos de animais característicos do pleistoceno, entre os ossos identificados estavam os de mamutes.

O problema maior ocorre quando ao acontecer o descongelamento há a liberação de metano, carbono, mercúrio, outros gases e vírus causadores de doenças antigas e que passam a ser um perigo potencial para a humanidade. Tudo está acontecendo em função do aumento da temperatura no Ártico. Há anos os alertas vêm sendo feitos por cientistas e instituições ligadas ao meio ambiente. O que vemos e sentimos é o resultado do processo de acumulo de gases nocivos ao clima que se acentua e encurta os prazos e as consequências já se fazem sentir.

O pacto pelo clima assinado por países que se comprometiam a reduzir a emissão de gases tóxicos para conviver com o crescimento médio da temperatura em 1,5% até o final do século foi alterado para 3,5% com todas as consequências previsíveis. Os estudos indicam elevação do nível dos oceanos, secas prolongadas, tempestades arrasadoras, movimentação de populações inteiras de áreas críticas gerando os refugiados pelo clima e por aí vai à previsão.

As pequenas ilhas no Oceano Índico, ao redor da Austrália, já sofrem as consequências do aumento de nível do oceano e suas populações estão sendo recolhidas pelo país australiano. São os primeiros refugiados do clima! Semana passada o Secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, exonerou-se do cargo após afirmar que “o planeta se salva sozinho das alterações climáticas.” Só é possível concordar com esta afirmação a partir do momento em que cessem as agressões contra o planeta. Afinal, somos nós, seus habitantes, os causadores do problema. As novas gerações enfrentarão problemas enormes se não houver mudanças substanciais no relacionamento que temos, hoje, com o planeta. Este é um problema mundial que só será solucionado com ações globais e consistentes. Fora disso é conviver com o problema até onde for possível. O que não impede cada um de fazer a sua parte!

ACONTECENDO

MANO: A MORTE DO FILHO DO ESCRITOR MARANHENSE COELHO NETTO

DIOGO GAGLIARDO NEVES

Hoje esquecido, um dos maiores escritores da literatura brasileira de todos os tempos, Coelho Neto (Henrique Maximiano Coelho Neto), nasceu em Caxias, Maranhão, em 21 de fevereiro de 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 1934.

Seus filhos “Mano” e “Preguinho” eram jogadores de futebol pelo Fluminense.

“Mano”, ou Emmanuel Coelho Netto, foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante. Nasceu no Rio de Janeiro em 28 de julho de 1898 e nessa cidade faleceu a 30 de setembro de 1922.

Ele sofreu um traumatismo no confronto contra o São Cristóvão no qual o Fluminense venceu por 2 a 1. Mesmo sentindo fortes dores no abdômen, que lhe causou infecção generalizada, não abandonou a equipe. Seu passamento se deu na véspera de confronto entre a Seleção Brasileira e a Seleção Uruguaia pelo Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1922, quando a Seleção Brasileira jogou com braçadeiras negras em sua homenagem. Tinha apenas 24 anos.

Sua família morava em frente ao campo do Fluminense desde 1904, único clube que defendeu em sua exitosa carreira.

Coelho Netto ficou profundamente abalado com a morte precoce de seu filho, e lhe dedicou um livro cujo título é o apelido carinhoso pelo qual era conhecido.

Emmanuel Coelho Netto - Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Emmanuel Coelho Netto ou simplesmente Mano, foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante (Rio de Janeiro, 28 de julho de 1898 – Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1922). Filho do escritor Coelho Netto e irmão mais velho do também futebolista João Coelho Netto, o Preguinho, Mano veio falecer depois de um traumatismo ocorrido em confronto contra o São Cristóvão no qual o Fluminense venceu por 2 a 1, mesmo sentindo fortes dores no abdômen, que lhe causou infecção generalizada, vindo a falecer na véspera de confronto entre a Seleção Brasileira e a Seleção Uruguaia pelo Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1922, quando a Seleção Brasileira jogou com braçadeiras negras em sua homenagem, aos 24 anos.

Sua família morava em frente ao campo do Fluminense desde 1904, único clube que defendeu em sua exitosa carreira, vendo o clube ali recém instalado, crescer. A partir de 1915, Mano e Georges, os dois filhos mais velhos, competiram pelo Fluminense nos segundo e terceiro quadros. Com a criação do time infantil em 1916, Paulo e João Coelho Netto (que ganharia o apelido de Preguinho) também passaram a defender o Tricolor, sagrando-se campeões cariocas do primeiro campeonato infantil do Rio de Janeiro, aumentando ainda mais os vínculos da família Coelho Netto com o Fluminense.

Carreira - Pelo Flu, Mano disputou 67 partidas oficiais (48 vitórias, 12 empates e 7 derrotas), marcando 9 gols, entre 1917 e 1922. Títulos: Fluminense- Campeonato Carioca: 1917, 1918 e 1919

Bibliografia

Livro Mano, por Coelho Netto - 1924 (livro disponível para download)

Referências

↑ Livro Fluminense, 110 jogos inesquecíveis - Guerreiros desde 1902, páginas 27, por COHEN, Dhaniel; SANTORO, Carlos; D'ALINCOURT, Heitor e BOLTHAUSER, João (2012)

↑ Ir para:a b «"Mano", o livro da saudade.». Site Literatura na arquibancada. 6 de maio de 2012. Consultado em 13 de agosto de 2015

↑ DE FREITAS LIMA, Ricardo. «Estatísticas Fluminense >> Especiais >> Jogadores >> M >> Mano» Fluzão.info. Consultado em 13 de agosto de 2015

Preguinho – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) - João Coelho Netto, mais conhecido como Preguinho (Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 1905 Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1979), foi um multi-esportista brasileiro. Filho do escritor Coelho Netto, e da professora de música Maria Gabriela Brandão Coelho Netto, Preguinho era sócio do Fluminense antes mesmo de nascer, ingressando nas equipes infantis do clube carioca em 1916, com 11 anos.

Primeiro capitão e autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo.

Carreira

Sua estreia como futebolista do tricolor carioca ocorreu em 19 de abril de 1925: naquela tarde, Preguinho havia conquistado o tricampeonato estadual de natação, na categoria de 600 metros. Ainda com a medalha no peito, pegou um táxi até o Estádio das Laranjeiras para ajudar o Fluminense a conquistar o Torneio Início do Rio de Janeiro

A sua estreia em partidas exceto no Torneio Início citado, foi no empate em 1 a 1 contra o Bangu, em 26 de abril de 1925, partida disputada em Laranjeiras e válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Antes dessa partida o Bangu ofereceu a Preguinho um retrato de seu irmão, Mano, que falecera em 1922 após hemorragia interna decorrente de pancada no estômago acontecida enquanto jogava pelo time tricolor contra o São Cristóvão. O time no qual Preguinho mais fez gols acabaria sendo justamente o Bangu, tendo ele marcado dezessete gols contra esse adversário.

Passou praticamente toda sua carreira no Fluminense, atuando por curto período entre 1922 e 1925 como nadador e praticante de remo pelo CR Guanabara. Como futebolista, foi o primeiro capitão, artilheiro e autor do primeiro gol da Seleção Brasileira de Futebol em Copas do Mundo (Uruguai - 1930). Além do futebol, Preguinho praticou outras nove modalidades: natação, remo, polo aquático, saltos

ornamentais, atletismo, basquete, vôlei, hóquei sobre patins e tênis de mesa, detendo 387 medalhas e 55 títulos nessas modalidades.

Após a profissionalização do futebol, em 1933, Preguinho continuou a atuar de forma amadora, recusando-se a receber dinheiro do Fluminense, aposentando-se em 1939. Fora seu desempenho dentro das quatro linhas, é também um dos maiores pontuadores da história do basquete tricolor, com 711 pontos anotados.

No Campeonato Carioca Amador de 1933, fez 21 gols em 10 jogos, e no de 1938, 21 gols em 12 jogos, sagrando-se campeão pelo Fluminense nas duas ocasiões.

Em 22 de janeiro de 1952, Preguinho recebeu o título de "Grande Benemérito-Atleta" do Fluminense. Na ocasião, ele disse: "Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava em minha alma, em meu coração e em meu corpo."

Preguinho morreu em 1979, aos 74 anos, devido a problemas pulmonares.

Multi atleta

João Coelho Netto foi um atleta completo. Disputou dez modalidades esportivas, sendo campeão em oito delas: Futebol Natação Remo Pólo aquático Saltos ornamentais Atletismo Basquete Vôlei. Sem título apenas nos seguintes esportes: Hóquei sobre patins Tênis de mesa

Futebol

Copa do Mundo de 1930: Preguinho (agachado, segundo da direita para a esquerda).

Preguinho entrou como jogador de futebol para a galeria dos grandes ídolos do Fluminense e do Brasil. Foi autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, em jogo contra a Iugoslávia, na Copa do Mundo de 1930, em época em que seu apelido era Prego, sem o diminutivo. Ainda no Século XXI é um dos maiores artilheiros do Fluminense, oficialmente com 153 gols marcados, maior artilheiro do Fluminense no Estádio de Laranjeiras com 79 gols e o segundo maior cestinha de basquete do clube.

Foi o artilheiro do Fluminense nos campeonatos cariocas de 1928, 1929, 1930, 1931 e 1932, sendo que em 1930 e 1932 foi o artilheiro do Campeonato Carioca.

Autor do primeiro gol brasileiro em uma Copa do Mundo

Busto e placa sob ele no Fluminense.

Ele sempre se recusou a receber dinheiro do clube, permanecendo como amador mesmo após a profissionalização do futebol. Jogou pelo Flu de 1925 a 1939. Em 1925, depois de nadar a prova dos 600 metros e ajudar o Fluminense a ser tricampeão estadual de natação, foi de táxi às Laranjeiras a tempo de jogar contra o São Cristóvão e ganhar o título do Torneio Início.

TrouxeparaoFluminense387medalhase55títulosnasoitomodalidadesquepraticava.Taisfaçanhasfizeram dele o mais festejado herói tricolor e, em 1952, o clube concedeu a ele o primeiro título de Grande Benemérito Atleta, o que muito o orgulhou, até a sua morte, em 1979. Um busto na sede do clube e o nome do ginásio são merecidas homenagens.[20]

Era filho do escritor Coelho Netto e irmão de Paulo Coelho Netto, autor do livro sobre o primeiro cinquentenário da História do Fluminense, historiador e dirigente deste clube. Há um depoimento seu sobre sua participação na Copa do Mundo de 1930, no filme Futebol Total, dirigido por Carlos Leonam e Oswaldo Caldeira e produzido por Carlos Niemeyer e pelo Canal 100, e vários outros dados ao jornalista Waldir Barbosa, que serviram de importante material para sua biografia, escrita por Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa.[7]

Até o final de sua vida Preguinho participou ativamente na política interna do Fluminense Football Club, sendo figura muito importante, atuando como diretor de futebol e conselheiro.

Livro

Em julho de 2013 , Preguinho recebeu a primeira homenagem em livro: "Preguinho - Confissões de um Gigante[ligação inativa]" (SportLivro / Edição do autor), de Waldir Barbosa Jr., com colaboração de Waléria Barbosa, foi publicado, contando as histórias de infância, os fatos inusitados de sua trajetória e as estatísticas de seus gols e jogos pelo Fluminense.

Preguinho - Confissões de um Gigante, por Waldir Barbosa Jr., colaboração de Waléria Barbosa (2013). Frase de Coelho Netto

“ Já escrevi mais de 100 livros e ainda sou apontado na rua como o pai do Preguinho. ”

Referências

↑ Ir para:a b c d e f g «Biografias - Preguinho». UOL Esporte. Consultado em 14 de agosto de 2011

↑ «Todos os brasileiros 1930». Folha de S. Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 15 de setembro de 2018

↑ Ir para:a b c d e f g h «Preguinho, o atleta mais completo do século» Revista Placar. 21 de julho de 2010. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 24 de julho de 2010

↑ Ir para:a b c d e Marcelo Rozenberg. «Que Fim Levou? - Preguinho». terceirotempo.ig.com.br. Consultado em 14 de agosto de 2011[ligação inativa]

↑ Ir para:a b c d e f g h i j PC Filho (24 de setembro de 2009). «Craque - Preguinho». jornalheiros.blogspot.com. Consultado em 14 de agosto de 2011

↑ Ir para:a b c d e f g «Preguinho». flumania.com.br. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 3 de março de 2016

↑ Ir para:a b Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1a ed. Rio de Janeiro: Sport Livro

↑ Ir para:a b Confederação Brasileira de Desportos, Equipe do site (14 de julho de 2020). «Há 90 anos, Preguinho marcava o 1º gol da Seleção Brasileira em Copas do Mundo». Confederação Brasileira de Desportos. Consultado em 18 de dezembro de 2020

↑ Livro Preguinho: Confissões de um Gigante, página 165, por Waldir Barbosa Jr.

↑ Livro Mano, editado em 1924, por Henrique Coelho Netto, disponível on line em 23 de dezembro de 2016.

↑ O Paiz (RJ), 1922-07-25, p. 7

↑ «Copa do Mundo 1930 Uruguai». quadrodemedalhas.com. Consultado em 14 de agosto de 2011

↑ A Placar cita 357 medalhas.

↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1a ed. Rio de Janeiro: Sport Livro

↑ Livro Preguinho - Confissões de um Gigante, página 132.

↑ "Atleta múltiplo", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 1 - 1930 Uruguai, setembro de 2005, Editora Abril, pág. 47

↑ Barbosa Jr., Waldir (2013). Preguinho Confissões de um Gigante 1ª ed. Rio de Janeiro: Sport Livro

↑ LIMA, Ricardo de Freitas - Estatísticas do Fluminense, Site - Especiais - Estádio - Maior artilheiro em estádio - Laranjeiras, página disponível em 11 de maio de 2017.

↑ LIMA, Ricardo de Freitas - Estatísticas do Fluminense, Site - Especiais - Jogadores, página disponível em 11 de maio de 2017.

↑ «Blog FLUSÓCIO: Preguinho, um mito tricolor». Consultado em 3 de setembro de 2010. Arquivado do original em 20 de junho de 2010

ESTRELAS DO ESPORTE NA EUROPA VISITAM A REGIÃO.

LEO LASAN

Duas atletas que atuam na Europa, estão na região. Anna Clara Fjellheim está com familiares em PARAIBANO e Vitória Almeida veio ao interior de Colinas visitar a avó.

A paraibanense Anna Clara Fjellheim que atua no Handebol Norueguês e da Seleção Brasileira de Handebol, e a roraimense Vitória Almeida, centroavante do Braga de Portugal, onde foi artilheira pelo Famalicão, time que a revelou no Campeonato Feminino Português na temporada 2020/2021, estão desfrutando as férias na região do médio sertão maranhense.

A jogadora Vitória Almeida, veio visitar a avó, Dona Vitória, no povoado Belo Monte, município de ColinasMA.

A atacante do Braga, Vitória Almeida, recebeu da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) a comenda Orgulho de Roraima, entregue na segunda-feira (26) de junho de 2023.

“Com esse título, aumentam as minhas responsabilidades, meus deveres, e os meus cumprimentos de levar, o mais alto possível, o Estado de Roraima. Estou muito feliz, é indescritível. Quero dizer que, se você tem um sonho, desde que você tenha foco, objetivo, e trabalhe para realizar, com certeza o resultado virá”, declarou a jogadora de 23 anos, ao site da Assembléia Legislativa de Roraima.

QUEM É VITÓRIA ALMEIDA?

Vitória Almeida nasceu em Alto Alegre (RR) em 26 de agosto de 1999. Iniciou sua carreira no futsal, ao jogar pelo Atlético Valência, tendo sido vice-artilheira no título roraimense da equipe em 2015. Depois, migrou para o futebol de campo ao vestir a camisa do Atlético Roraima.

No futebol, se tornou a primeira roraimense convocada pela seleção brasileira Sub-20, após participar de uma seletiva que reuniu centenas de jogadoras em Manaus, em 2016.

Vitória também teve passagens por São Raimundo (RR), 3B (AM), Vicsale Okinawa (Japão) e o Famalicão, por onde se destacou como artilheira do Campeonato Português com 23 gols na temporada 2020/2021.

Seu desempenho chamou a atenção do Braga, um dos maiores clubes de Portugal, que a contratou. Pelo time, elafoicampeãdaTaçadaLigaFemininaefoi,pelo segundoanoseguido,artilheirado CampeonatoPortuguês.

Neste fim de semana, no município de Colinas, a atacante do Braga de Portugal, recebeu a visita da fã Juliana, goleira da Elite Futebol Clube, time feminino do bairro Subestação em Paraibano e do marido, o fotógrafo Elicarlos.

Nesta segunda-feira, 03/07, Vitória estava com agenda para viajar à São Luis, onde pegará o avião de volta. ****"

Sobre a jogadora paraibanense Anna Clara Fjellheim que atua no Handebol Norueguês, você encontra reportagem sobre a mesma, aqui na página Paraibanonews.

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1010852443694902&id=100043104671236&mibextid=Nif5oz

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EsportesESPORTE

EQUIPE DE ITAPECURU MIRIM FAZ BONITO NO NORTE NORDESTE DE JIU JITSU NO FINAL DE SEMANA

Competição aconteceu em São Luís e itapecuruenses levaram 9 medalhas

17/07/2023 às 06h19Atualizada em 17/07/2023 às 08h09

Por: Alberto JúniorFonte: Da Redação

Foto: Divulgação

Aconteceu no último final de semana o Circuito Norte Nordeste de Jiu Jitsu, etapa Maranhão, e os itapecuruenses voltaram a ser destaque. A competição foi realizada no ginásio Costa Rodrigues, na capital maranhense, com participação de atletas experientes e iniciantes. A equipe Itapecuru Brazilian Jiu Jitsu/Casca Grossa Team inscreveu sete competidores em diferentes categorias e trouxe pra casa nove medalhas entre ouro, prata e bronze. Abaixo é possível ver o atleta da Ita BJJ/CGT Érico Hermano (ouro) e Raimundo Walison (bronze) no pódio, categoria absoluto.

"Gostaria de dedicar estas vitórias ao nosso saudoso amigo Júnior Cristo Rei que foi quem iniciou junto comigo a nossa trajetória no jiu jitsu maranhense e foi uma das vítimas da covid-19", Érico Hermano.

Também ganharam medalhas e se destacaram na etapada Paulo Fênix (prata e bronze na categoria Master 02), Anderson Pãozinho (prata na categoria Super Pesada), Elyda Azevedo (prata, categoria Leve), Rogério Vieira (Bronze, categoria Super Pesada) e Laís Ventura (4° lugar, categoria Pluma).

Nesta semana, em que se inicia a Copa do Mundo de Futebol Feminino, o Arquivo Nacional e o Ministério do Esporte se unem para contar uma história que demonstra a resiliência de mulheres no esporte que é paixão no país.

A imagem mostra jogadoras do Araguari Atlético Clube, de Minas Gerais, perfiladas momentos antes de uma partida realizada em 10 de maio de 1959, no estádio Independência, em Belo Horizonte (MG). A partida aconteceu contra a vontade do Conselho Nacional de Desportos (CND), que tentava impedir a realização de jogos de futebol feminino. A CND agia baseada no artigo 54 do Decreto-Lei nº 3.199, de 1941, que proibia as mulheres de praticarem “desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”.

O presidente da CND chegou a ligar para a Federação Mineira de Futebol com ameaças de que poderia pedir auxílio policial para evitar a realização do jogo. Mesmo diante das tentativas de intimidação, a partida foi realizada. As jogadoras do Araguari se dividiram em duas equipes, que vestiram uniformes do Atlético e do América. Segundo o jornal Correio da Manhã, as jogadoras apresentaram um alto nível técnico e foram aplaudidas pelo público diante dos bons lances. O jogo terminou com a vitória de 2 a 1 para o “Atlético”. Graças à coragem dessas jogadoras e de tantas outras atletas, a prática do esporte se consolidou entre meninas e mulheres no Brasil. Hoje, a nossa seleção de futebol feminino está entre as melhores do mundo e entra em campo a partir da próxima segunda em busca do sonhado título mundial.

Estamos na torcida para que elas brilhem nos gramados da Austrália e da Nova Zelândia!

Na imagem, jogadoras de futebol do Araguari Atlético Clube, estádio Independência, Belo Horizonte (MG), 10 de maio de 1959. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.

DIA
NACIONAL DO FUTEBOL.
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As mulheres e o Futebol1

Para Bruna Soares Pires, Cristianne Almeida Carvalho (2019)2, mesmo diante do Decreto-Lei nº. 3199, de 1941, do Conselho Nacional de Desportos, que proibia a participação feminina, por defender a feminilidade, a fragilidade, a beleza e os papéis da mulher como mãe, esposa e cuidadora segundo Knijnik & Vasconcelos (2003; Astarita, 20093; Goellner, 2005, 2006, 20084; Capitanio, 20105), essa restrição não foi suficiente para impedir ou conter a presença feminina na modalidade, visto que já era uma realidade. Segundo Magalhães (2008)6, na década de 20 as mulheres já se organizavam em times e, inclusive, organizavam campeonatos.

As primeiras referências de partidas de futebol disputadas por mulheres surgiram nos anos 20. Os registros de jornais mostram a prática, ainda de forma muito tímida, no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte.7

1 VAZ, L. G. D. (2006). Futebol no Maranhão, 1905 – 1917. In: Da Costa, L. P. (Org). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. WWW.ATLASESPORTEBRASIL.ORG.BR, 2006

História do Futebol no Maranhão - Parte 1 (campeoesdofutebol.com.br). Fontes: DA COSTA, Lamartine (Org.) - Atlas do Esporte no Brasil - Rio de Janeiro - CONFEF, 2006; Citações de notícias de jornais (1905 – 1917) adotadas no texto, seguidas das respectivas referências; MARTINS, Djard Ramos. Mergulho no Tempo. São Luís: Sioge, 1989. Pesquisas de Leopoldo Gil Dulcio Vaz - professor de educaçao fisica, pesquisador-associado do Atlas do Esporte e socio do IHGM. Bruna Soares P..pdf (ufma.br)

2 PIRES, Bruna Soares, CARVALHO, Cristianne Almeida. CRAQUES DA RESISTÊNCIA: O FUTEBOL FEMININO EM SÃO LUÍS, MARANHÃO . IN Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, Brasília, v.9, n° 2, julho 2019

3 ASTARITA, P. E. (2009). Incentivos e Dificuldades Vivenciados por Atletas do Futsal Feminino Universitário. 32 f. Monografia, Licenciatura em Educação Física. Escola de Educação Física. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre

4 GOELLNER, S. V. (2003). Bela, Maternal e Feminina: imagens da mulher na revista educação physica. Ijuí, RS: Ed. Unijuí (2005). Mulheres e Futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 143- 151, abr./jun. . (2006) Mulher e Esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Pensar a Prática, v. 8, n. 1, p. 85-100. . (2008) “As Mulheres Fortes São Aquelas Que Fazem Uma Raça Forte”: esporte, eugenia e nacionalismo no Brasil no início do século XX. Recorde Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, jun

5 CAPITANIO, A. M. (2010) Autopercepções de Desigualdades de Atletas Mulheres. Revista Polêmica, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 70 – 83, abr./jun.

6 Magalhães, S. L. F. (2008). Memória, Futebol e Mulher: anonimato, oficialização e seus reflexos na capital paraense. Revista de História de Esporte, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 1-39.

7 História do Futebol Feminino | ge.globo

Pode parecer piada, mas o circo traz algumas das primeiras referências do uso das palavras "futebol feminino". Era tratado como uma performance, um show. Não uma partida.

A criação do primeiro time de futebol feminino do Brasil, em Belém, capital do Pará, em 1924, é um exemplo de que as mulheres não se intimidaram diante da norma. Segundo Knijnik e Vasconcelos (2003)8, Mourão e Morel (2005)9 e Guedes (2006)10, na década de 1930, movidas pelos ares de novidade e de mudança as mulheres começaram a procurar ainda mais pelo futebol.

Estado do Pará : (PA) – 1921 - Ano 1920\Edição 03177 (2)

Estado do Pará : Propriedade de uma Associação Anonyma (PA) - 1921 - DocReader Web (bn.br)

A prática desta modalidade popularizou-se, sendo estendida a todo o território nacional. No entanto, devido à pouca intimidade da maioria das jogadoras com o esporte e a comparação com o modo de jogar masculino, o futebol feminino tinha uma conotação de comédia para os espectadores. Era considerado, acima de tudo, uma caricatura da modalidade masculina, pois considerava-se o modelo masculino como referência para jogar futebol.

Bruhns (2000)11, em seu livro "Futebol, Carnaval e Capoeira - Entre as gingas do corpo brasileiro, enquanto os homens da elite brasileira começaram a praticá-lo no final do século XIX no Rio de Janeiro e em São Paulo, o grupofeminino que aderiuàprática dofutebol erapertencenteàs classes menosfavorecidas. Porcontadisso, as mulheres que jogavam futebol eram consideradas "grosseiras, sem classe e malcheirosas". Às mulheres da elite cabia o papel de torcedoras. "As partidas de futebol masculinas eram um evento da alta sociedade e as mulheres se arrumavam para ir assistir aos jogos", afirma o livro.

No Brasil, existem registros de partidas mistas, com homens e mulheres juntos, em 1908 e 190912. Durante muito tempo um evento beneficente ocorrido em 1913 foi considerado a primeira partida de futebol feminino no Brasil, mas anos depois foi descoberto que, na verdade, o time “feminino” era formado por jogadores do Sport Club Americano, campeão paulista daquele ano, vestidos de mulher, misturados a “senhoritas da sociedade”. Sendo assim, então, oficialmente a primeira partida de futebol feminino no Brasil ocorreu em 1921, entre senhoritas dos bairros Tremembé e Cantareira (que hoje seria Santana), na zona norte de São Paulo. Essa partida foi noticiada pelo jornal A Gazeta como uma atração “curiosa”, quando não “cômica”, em meio às festas juninas. Isso porque, naquele tempo, as mulheres tinham um papel secundário no esporte,

8 Knijnik, J. D., & Vasconcelos, E. G. (2003). Mulheres na área no país do futebol: perigo de gol. In: Mulher e Esporte: mitos e verdades. Simões, A. C. (org). Barueri: Manole. p. 165-175.

9 MOURÃO, L., & MOREL, M. (2005). As Narrativas sobre o Futebol Feminino: o discurso da mídia impressa em campo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 2, p. 73-86.

10 Guedes, C. (2006). A Presença Feminina no Futebol Brasileiro. In: Silva, F. C. T. da, & Santos, R. P. dos. (Orgs.). Memória Social dos Esportes: Futebol e política, a construção de uma identidade nacional. Rio de Janeiro: Mauad Editora: FAPERJ, p.281-284.

11 BRUHNS, Heloísa. Futebol, carnaval e capoeira: entre as gingas do corpo brasileiro. Campinas: Papirus, 2000. 158p. ISBN 8530805860

12 OLIVEIRA, Sérgio. Futebol Feminino no Brasil – A História. In Futebol Feminino no Brasil – A História | Última Divisão (ultimadivisao.com.br)

particularmenteno futebol. Em geral, limitavam-seàtorcidaeaconcursosdemadrinhasdeclubes.Emcampo, no máximo, davam o pontapé inicial ou disputavam tiros livres13 .

Na realidade, apesar dos avanços, havia muita resistência de setores mais conservadores da sociedade contra o futebol feminino. Basta observar que até mesmo Coelho Neto, apesar de ser um grande defensor do futebol (como vimos em nosso artigo “Contra o football”)14, escreveu o seguinte, na imprensa, em 1926: “Certamente ninguém exigirá da mulher que jogue o football ou o rugby, que esmuerre antagonistas com o guante de boxe, que arremesse barras de ferro, que se engalfinhe em luta romana. Há exercícios que lhe não são próprios e que lhe seriam prejudiciais, não só à beleza como à saúde e até a sujeitariam ao ridículo”15

Em 14 de Abril de 1941, durante a presidência de Getúlio Vargas, foi-se criado o Decreto-Lei 3199,16 proibindo a “prática de esportes incompatíveis com a natureza feminina”, entre eles o futebol. Este decretolei só seria revogado em 1979.

No Maranhão, encontramos uma primeira referência sobre o futebol feminino no ano de 1943, publicada em O Combate, edição de 26 de maio, mas não se refere ao futebol maranhense:

Em A Pacotilha, de 18 de fevereiro de 1954, era anunciado a realização de uma partida de “Futebol Feminino na Fabril”; porém trata-se de uma partida amistosa, entre as equipes do Girassol e do Sultão, dois clubes carnavalescos, que seria disputada entre os membros da diretoria e alguns simpatizantes torcedores, em que os “brotinhos” deveriam participar vestidos com trajes femininos, sendo proibido retirar as máscaras... não se tratava, evidentemente, de um jogo entre mulheres...

13 OLIVEIRA, Sérgio. Futebol Feminino no Brasil – A História. In Futebol Feminino no Brasil – A História | Última Divisão (ultimadivisao.com.br)

14 BECKER, Laércio. Contra o “foot-ball” - por Laércio Becker (campeoesdofutebol.com.br)

15 COELHO NETO, Henrique Maximiano. O esporte e a beleza. In: MACHADO, Ubiratan (org.). Melhores crônicas Coelho Neto. São Paulo: Global, 2009. p. 103.

16 Decreto-Lei Federal do Brasil 3199 de 1941 – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A 02 de junho de 1959, em A Pacotilha, reportagem sobre uma esportista carioca, Marly Gomes, do Fluminense, onde jogava vôlei e basquete, de que gostaria de participar de um time de futebol feminino. Em entrevista, perguntada se era contra ou a favor da participação da mulher no futebol, respondeu que “tinha pena de quem pretenda liderar a participação da mulher no futebol”.17 Em seguida, disse ser favorável, desde queprofissionalizado,lembrandodasrestriçõesàparticipaçãodamulhernoBasquete,ehojeéumdosesportes favoritos do público, com ampla aceitação.

No dia 28 de outubro de 1959 é anunciado o primeiro jogo de futebol feminino no estado do Maranhão, iniciativa de Rangel Cavalcanti e Pedro Santos, em benefício da Casa do Estudante do Maranhão. Vinham insistindo na realização desse jogo, até que finalmente foram atendidos, e autorizados. Os dois promotores do evento ficaram de apresentar as atletas na quinta-feira seguinte, recebendo total apoio da Federação Maranhense de Desportos; as equipes do América – presidida por Nagib Feres – e do Sampaio Correa

presidida por Ronald Carvalho – foram procuradas para emprestar suas cores, e tiveram ampla recepção. O chefe de polícia garantiu total apoio e garantia de realização do evento.

Em 02 de maio de 1960, reportagem sobre a realização de uma partida de futebol feminino entre o Esporte Clube Anilense e o Esporte Clube Aurora, no estádio São Geraldo, no Anil. A vitória, por 3x0, foi do E.C.A., orientado por Delgado, e os gols assinalados por Paula Cota e Norma. Em setembro de 1960, nova partida entre os dois clubes anilenses. A 16 de dezembro, novo confronto. Pacotilha : O Globo (MA) - 1949 a 1962DocReader Web (bn.br)

O futebol feminino começou, no Maranhão, no bairro do Anil, com o surgimento de duas equipes, o Anilense e o Aurora. Os confrontos registrados pela imprensa, nos anos seguintes, se referiam apenas à essas duas equipes. Quando outras equipes começaram a surgir, como a do América, foram formadas por jogadoras daquele bairro.

SegundoMourãoeMorel (2005)18,apartirdemeadosdadécadade70,quandohouvearevogaçãodoDecretoLei nº 3.199, o futebol feminino começou a ter destaque na mídia e, por conta disso, aumentou significativamente o número de adeptas: as moças de classe média de Copacabana, por exemplo, se reuniam na praia para jogar, e levavam consigo seus namorados e as suas empregadas domésticas. No jogo não havia empregadas e empregadoras; havia várias mulheres que se reuniam para jogar futebol

Lea Campos (Asaléa de Campos Fornero Medina) posando para foto produzida antes do jogo entre as equipes Maranhão e Motoclube, realizado na cidade de São Luis do Maranhão em novembro de 1971. A fotografia integra o livro "Lea Campos: rules can be broken" escrito por Luiz Eduardo Medina Romero. Léa Campos –Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

17 Pacotilha : O Globo (MA) - 1949 a 1962 - DocReader Web (bn.br)

18 Mourão, L., & Morel, M. (2005). As Narrativas sobre o Futebol Feminino: o discurso da mídia impressa em campo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 2, p. 73-86.

Apenas em 1983 a modalidade foi regulamentada. Com isso, foi permitido que se pudesse competir, criar calendários, utilizar estádios, ensinar nas escolas. Clubes como o Radar e Saad surgem como pioneiros no profissionalismo. Eram alguns dos times competitivos da época.

Em 1988, a Fifa realizou, na China, um Mundial de caráter experimental. Em inglês, foi chamado de Women's Invitational Tournament. A seleção montada para a competição tinha como bases o Radar, do Rio, e o Juventus (SP) - que tinha talvez o time mais forte feminino do país naquele momento. Não houve nenhuma confecção especial de roupas para as jogadoras. Viajaram para o Mundial com as sobras das roupas dos homens. Os Jogos deAtlanta– 1991 - marcaram a estreiadofutebol feminino em Olimpíadas.Aseleção brasileira, repleta de veteranas da geração anterior, terminou na quarta colocação, ficando muito perto do pódio. Com Meg, Marisa, Fanta, Suzy, Sissi, Pretinha, Roseli e outras, a equipe deixou a medalha escapar na disputa pelo bronze diante da Noruega. Perderam por 2 a 0.

O Campeonato Maranhense de Futebol Feminino é uma competição de futebol realizada pela Federação MaranhensedeFutebol(FMF),quecontacomaparticipaçãodetimesamadoresdefutebol femininodoEstado do Maranhão. A competição abre vaga para o campeão participar do Campeonato Brasileiro Feminino – Série A31 .

O IAPE conquistou pela primeira vez o título do Campeonato Maranhense Feminino em 2022. Com o título, o Canário da Ilha garantiu vaga no Brasileiro Feminino Série A3 de 20232

AjogadoranaturaldeSãoLuísmarcouTRESgolsdoBrasilnaestreiadaCopadoMundoFeminina

AryBorges,23anos,primeiraCopa,TRESGOLSnaestreia.Éaprimeiravezqueumaestreanteda #SeleçãoBrasileira marcaemseuprimeirojogonoMundialdesdeMARTA,em2003.

Blog do Ilder Costa

A estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina foi marcada por um talento em destaque: Ary Borges, a jovem jogadora natural de São Luís, no Maranhão, brilhou ao marcar três gols na partida. Com apenas 23 anos, Ary tem se destacado como uma das principais jogadoras da equipe nacional.

Aryadina Alves Borges, conhecida carinhosamente como Ary Borges, teve seu início no futebol de forma diferente de muitas jogadoras. Desde cedo, ela contou com o apoio da família para seguir sua paixão pelo esporte. Jogando com seus primos homens e com o incentivo de um tio apaixonado por futebol, Ary aprendeu a amar o esporte em sua própria casa.

Aos 10 anos, Ary se mudou para São Paulo, onde teve a oportunidade de conhecer seus pais. Criada pela avó na infância, a mudança para a capital paulista foi motivada pelo desejo de uma vida melhor. Seu pai, também envolvido com o futebol, incentivou Ary a se dedicar ainda mais ao esporte que tanto amava.

Em São Paulo, Ary fez testes no Santos e, inicialmente, iria jogar com os meninos, mas logo surgiu uma equipe feminina, o Centro Olímpico, onde ela iniciou sua carreira nas categorias de base e posteriormente no profissional.

A trajetória de Ary no futebol foi marcada por passagens por clubes importantes, como o Sport, onde conquistou o campeonato pernambucano em 2017 e 2018. Mais tarde, atuando pelo São Paulo, Ary foi capitã da equipe tricolor e ergueu o título do Brasileirão Série A2.

A jogadora também teve passagens pelo Palmeiras, onde foi campeã da Copa Paulista e vice-campeã do Brasileirão. Em 2022, Ary conquistou a Libertadores marcando um gol na final da competição.

Atualmente,Ary Borges defende as cores doRacingLouisville,clubedos EstadosUnidos, ondefoi contratada em dezembro de 2022.

Atrajetória de Ary não foi isentadedesafios,oprimeirodeles aconteceulogonoinício desua carreira,quando aos 10 anos teve que sair da casa de sua avó e se adaptar a um novo ambiente com seus pais.

Ary Borges é uma peça fundamental nos planos da treinadora da Seleção, Pia Sundhage, que busca renovar a equipebrasileiracomumacombinaçãodeexperiênciaejuventude.NestaCopadoMundo, Aryestámostrando todo o seu talento e habilidade, e sua presença em campo é vista como uma aposta certeira para o futuro do futebol feminino no Brasil. (Do blog Domingos Costa)

E ALDENORA – MÁE DA ANNA CLARA - VEIO NOS VISITAR...

Recebemos, hoje, a visita de uma amiga de infância de minha filha mais velha, Loreta. Aldenora Fjellheim, natural de Paraibano-Ma, terra da Del.

Vinha sempre aqui em casa, e nunca soubemos que era de Paraibano, até a pouco tempo atrás, quando o Leo Lasan mandou uma matéria sobre uma paraibanense que jogava handebol, na Noruega!!! Escrevi sobre ela... e vendo as fotos de Anna Clara com a mãe, achei que conhecia de algum lugar: e conhecia, mesmo, aqui de casa!!!

Já reproduzi matéria do COB: Com ajuda da mãe, handebol descobre talento de Anna Clara na Noruega: Jogadora de 21 anos nascida no Maranhão integra nova geração da modalidade nos Jogos Sul-americanos

Anna Clara Fjellheim under Intersport cup i Stavanger. Danmark – Brasil 34-22. Foto: Kristin Grønning / TV 2 Ana Clara, da seleção de handebol. Foto: Wander Roberto/COB.

Anna Clara ao chegar à Noruega começou a jogar futebol, mas não gostou e aos 11 anos se identificou com o handebol (a Noruega é forte neste esporte e já foi bicampeã olímpica e eleita pelo site Greatest Sporting Nation, a nação com maior sucesso esportivo do mundo em 2020).

Anna estreou no handebol no Sunde na escola primária, depois foi ao KFUM Stavanger que era um clube de apostas que formou uma boa equipe para fazer parte do Bringserien. Quando foi dissolvido depois do Bring, a atleta recebeu ofertas da equipe Algard quando o time foi promovido para a primeira divisão. Depois uma temporada no Algard, Anna Clara recebeu nova proposta da Sola equipe de apostas júnior onde também jogou com a equipe A.

Em poucos anos a jovem atleta maranhense foi sendo destaque e uma das grandes surpresas. “Ela pode ter sido desconhecida por muitos antes da temporada, mas através dos seus bons esforços tem sido notada tanto no lateral-direito como na esquerda” considerou a imprensa daquele país escandinavo.

O contrato com o Grane Arendal alçou a atleta maranhense para a elite do handebol norueguês “Sinto que entrei muito bem na equipe e tenho algumas partidas com as quais estou muito satisfeita. Eu vim para Grane para me desenvolver mais como jogadora. Estou feliz e sinto que tenho mais potencial de desenvolvimento.” Disse Anna Clara na ocasião.

Na temporada 2019-2020 Anna Clara foi a artilheira do clube Arendals com 45 gols em nove jogos e vem sendo destaque na imprensa do país.

Recentemente três grandes equipes da Noruega disputaram a contratação da atleta. Mas conforme Anna Clara o tradicional clube Gjerpen Handball que tem uma longa história no topo do handebol feminino norueguês, teve sua predileção pelo projeto apresentado à atleta maranhense “O clube Gjerpen fez uma apresentação de um plano para o meu desenvolvimento e também para o desenvolvimento do clube. E nesse plano eu vou ter a oportunidade de jogar em duas posições “canto e ataque”, nos outros clubes que estavam interessados em me contratar eu iria ter a oportunidade de jogar somente em uma posição. A oportunidade de jogar em duas posições foi decisivo para a escolha do clube Gjerpen” revelou Anna Clara Fjellheim que assinou contrato de dois anos com o clube.

Anna Clara tem uma média de 46 gols em 10 jogos nessa última temporada. Ela declarou que achou o clube Gjerpen muito profissional e está feliz com a sua escolha.

“Fjellheim é um lateral canhoto e vem de Grane Arendal. Ela também pode jogar no limite. O Fjellheim está em 14º lugar na lista de artilheiros da 1ª divisão nesta temporada, com 46 gols em 10 jogos” destaca a mídia norueguesa na ocasião da contratação da atleta pela grande equipe Gjerpen Handebol.

A jogadora de Paraibano-MA tem um sonho, o de jogar numa seleção algum dia (Como tem dupla cidadania pode defender a seleção brasileira ou norueguesa).

Aldenora se esforçou para realizar o sonho da filha. A assistia orgulhosa ao desenvolvimento de Anna Clara Fjellheim nas quadras da Noruega. Jogadora de uma equipe profissional em um país apaixonado pelo handebol, a jovem, natural de Paraibano, no Maranhão, mostrava talento e se destacava. Defender as cores da seleção brasileira, no entanto, parecia um sonho muito distante. A mãe, então, decidiu arregaçar as mangas.

“Eu entrei em contato com a confederação e falei que tinha uma filha brasileira que jogava handebol e morava na Noruega comigo. Depois de um tempo, chegou uma mensagem do treinador me pedindo para enviar uns vídeos de jogos dela. Tomei essa iniciativa porque seria difícil a seleção brasileira saber quem a Anna Clara era, já que ela usa o sobrenome norueguês do padrasto”, contou Aldenora.

Cristiano Rocha gostou do que viu nos vídeos e passou a acompanhar o desempenho de Anna Clara no Campeonato Norueguês. “Ela pensou que era brincadeira minha quando eu falei que o treinador da seleção do Brasil pediu para mandar vídeos dela”, relembra a mãe.

Noúltimo Réveillon, atãoesperadamensagem chegou: Cristianochamava AnnaClaraparaintegrar aseleção: “Fiquei chocada. Sempre sonhei em defender o Brasil, mas não imaginava que iria acontecer desse jeito”, contou a atleta de 21 anos.

Anna Clara participou de um período de treinos com o time nacional em Portugal no início deste ano. Aos poucos, foi vencendo a barreira da língua e se integrando mais ao grupo. Como sua família fala norueguês em casa, seu português estava enferrujado.

A maior dificuldade era entender os termos técnicos dos treinos, mas as companheiras e a equipe técnica estavam sempre de prontidão para ajudá-la com a tradução. Em poucos meses, chegou a convocação para integrar a seleção nos Jogos Sul-americanos como armadora direita.

Time Brasil após ser descoberta na Noruega. Foto: Wander Roberto/COB.

“Ela é uma canhota muito talentosa, com uma técnica bem apurada. Estamos acompanhando seu desenvolvimento. Foi muito legal descobri-la desse jeito”, afirmou o treinador.

AnnaClara semudou paraaNoruegaem 2009, quandotinhaapenas oitoanos. Amãe conheceuo atual marido quando moravam em Paraibano,noMaranhão.Decidiram secasar eirmorarnaEuropa. Oimpacto foi grande.

A menina não entendia a língua, não estava acostumada com a comida local e sofria com o frio, com a neve e com a falta de sol. Mas, depois de um ano em uma escola de idiomas, voltou ao ensino regular e logo abraçou a cultura norueguesa.

Anna Clara em ação pelo Brasil com a camisa número 25. Foto: Wander Roberto/COB. Anna Clara está na primeira missão pelo

O esporte chegou à vida de Anna Clara quando ela tinha cerca de 11 anos por incentivo do padrasto, Trond Johan Fjellheim, que percebia que a enteada precisava melhorar suas habilidades motoras.

“Eu comecei fazendo futebol e handebol. Mas depois de um tempo tive que escolher porque as aulas aconteciam ao mesmo tempo. Escolhi o handebol”, conta a jogadora.

A modalidade é muito popular na Noruega, e muitas escolas mantêm equipes fortes. Foi assim que a brasileira começou a se destacar. Aos 16 anos, já era contratada por uma equipe profissional da segunda divisão local. Hoje atua no Gjerpen HK Skien.

“Ela faz muitos gols e é a melhor na defesa. Ela é muito boa. Os jornais escrevem sobre ela direto aqui. E não falo isso porque sou mãe coruja, não. Estamos muito orgulhosos em vê-la vestindo a camisa do Brasil”, elogia Aldenora.

Fã de Ana Paula Rodrigues e Bruna de Paula, Ana Clara está tendo a chance de jogar e aprender com um de seus ídolos em Assunção. Ana Paula é a mais experiente do time que disputa os Jogos em Assunção. “Tem sido uma experiência incrível. Espero que a primeira de muitas”, diz a jogadora.

Três grandes equipes de handebol feminino da Noruega disputaram a contratação da atleta maranhense Anna Clara Fjellheim ( 20 anos) residente naquele país desde 2010, quando aos 9 anos mudou-se com a família.

Blog Fuxico do Sertão (fuxicodosertao.com)

Concluiu Anna Clara ao Paraibanonews.

Abaixo o perfil de Anna Clara:

Nome= Anna Clara Fjellheim filha de Aldenora Fjellheim.

Endereço= Stavanger Noruega

Idade= 20 anos

Naturalidade: Brasileira, natural de Paraibano-Maranhão. Escola: Estuda espanhol na universidade de Kristiansand Noruega .

Reportagem Léo Lasan-Paraibanonews.

MARANHENSE
DE PARAIBANO ASSINA CONTRATO COM UM DOS MAIORES CLUBES DE HANDEBOL DA NORUEGA.
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Seleção de handebol conta, no Paraguai, com atleta que estava "escondida" na Noruega | Flashscore.com.br

Anna Clara tem mãe brasileira e padrasto norueguês e se mudou para o país europeu em 2009, aos oito anos de idade. Por influência do marido da mãe, ela começou a praticar a modalidade que é uma potência em solo norueguês.

Os vários anos de prática a fizeram mostrar seu talento e ganhar espaço dentro da seleção que está disputando os Jogos Sul-Americanos. A competição vai até o dia 15 de outubro em Assunção, no Paraguai.

Anna, aos 16 anos, foi contratada para atuar na segunda divisão do país, antes de conseguir se transferir de clube. Paciente, ela soube superar os desafios de clima, cultura e língua diferentes.

Anna Clara Fjellheim - handebol-base (handball-base.com)

Paraibano News

4 de fevereiro de 2022

DESTAQUE INTERNACIONAL: JOGADORA NATURAL DE PARAIBANO-MA. É CONVOCADA PELA SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL.

Anna Clara Fjellheim mora com a família há anos na Noruega e joga pelo Gjerpen equipe da primeira divisão do campeonato de handebol Norueguês.

A Seleção Brasileira de Handebol selecionou Anna Clara para fazer parte do plantel de jogadores. Anna Clara é natural da cidade de Paraibano Maranhão. Veja matéria sobre sua história no link https://www.paraibanonews.com/.../maranhense-de.../

Veja matéria do site Norueguês, traduzido via Google Tradutor.

A Seleção Brasileira de Handebol levou o seu plantel ao encontro e aí encontra um nome familiar para quem acompanha Gjerpen HK Skien e a 1ª divisão norueguesa de handebol.

Texto: Gjerpen HK Skien04 / 02/2022

A própria Anna Clara Fjellheim, do Gjerpen, foi selecionada para a seleção brasileira e participará de um encontro no Brasil de 01 a 06 de março de 2022.

Anna Clara fez uma ótima temporada pelo Gjerpen HK Skien até agora, e isso agora foi recompensado por ser chamado para o seu primeiro encontro da seleção nacional em nível sénior.

"Esta é a minha primeira convocação para uma reunião da seleção nacional. Eu acho que é muito legal, e é uma oportunidade emocionante para mim. Saber que eles estão acompanhando minha atuação é muito importante”, disse Anna Clara quando chegou a primeira convocação.

Anna Clara é agora a quarta atual jogadora da seleção que Gjerpen HK Skien tem no elenco e espera poder usar bem a seleção brasileira no próximo período.

"Houve algum contato entre nós nas últimas semanas, mas foi um pouco surpreendente que tudo tenha acontecido tão rápido. Espero poder fazer parte da seleção brasileira no longo prazo e aproveitar essas oportunidades para me desenvolver como jogadora de handebol”, disse Anna Clara ao ser questionada se estava preparada para essa etapa com o handebol internacional.

AnnaClaraeorestantedasmeninasdaequipedo Gjerpenestãofinalmenteprontasparacontinuaratemporada depois que ela foi interrompida em dezembro.

Já na quarta-feira, 9 de fevereiro, está pronto para a batalha em Skienshallen novamente. A equipe do Nordstrand é quem vem visitar e Anna Clara e as meninas Gjerpen estão ansiosas para começar de novo.

"Começamos a temporada muito bem, mas com algumas pequenas lesões e falta de forma, não conseguimos os resultados que queríamos no Natal. Por outro lado, estamos agora cheias de energia e prontas para dar tudo para que possamos subir logo após a atual temporada”, foi o discurso claro de Fjellheim para o “início da nova série”.

Gjerpen HK Skien contra Norstrand será disputado na quarta-feira, 9 de fevereiro, em Skienshallen. Partida começa em 19:00 hs.

Convidamos o público a fazer uma viagem a Skienshallen, as portas abrem em 18:00 hs.

https://gjerpenhandball.no/.../nok-en-spiller-pa.../...

ANNA CLARA (21) FIKK DRØMMEBESKJEDEN: – SURREALISTISK

Moren til Anna Clara Fjellheim (21) tok kontakt med det brasilianske håndballforbundet. Så kom drømmebeskjeden.

LANDSLAGET: Anna Clara Fjellheim (21) spiller for det brasilianske landslaget. Foto: Anja Borg / TV 2

Anja Borg (Stavanger)

30. okt 2022 12:47

Under Intersport Cup i Stavanger har de norske håndballjentene gått på et stortap mot Nederland. De snudde mot Danmark og vant i en thrillerkamp, og søndag møter de tidligere verdensmester Brasil.

Og da står det en 21-åring på andre siden av banen med etternavnet «Fjellheim» på baksiden av drakta.

– Jeg har jo sett opp til mange av dem hele barndommen. Det blir veldig stort for meg å spille mot Norge, forteller Anna Clara Fjellheim til TV 2.

Se Norge-Brasil søndag fra kl.16.30 på TV 2 Direkte og Play

For nå representerer Fjellheim Brasil i gult, blått og grønt. Selv om hun har bodd i Norge siden hun var åtte år gammel.

INTERSPORT CUP: Anna Clara Fjellheim er i Stavanger for å spille Intersport Cup mot Norge, Nederland og Danmark. Foto: Carina Johansen

10. april 2001 ble Anna Clara født i en liten landsby utenfor San Luis, nord i Brasil. Moren hennes studerte i Rio og Anna Clara bodde med besteforeldrene.

– Mamma var ganske ung da hun fikk meg, så hun flyttet til Rio for å studere. I Rio møtte hun faren til lillesøsteren min. Da ble de kjærester, gifta seg og kom til Norge, forteller 21-åringen.

Og Anna Clara flyttet etter.

– Jeg husker noe fra Brasil, men det er lite. Jeg husker at det er veldig annerledes. Både med kultur, været og alt egentlig, sier hun og ler.

Håndball ble fort en favoritt og karrieren startet i Sunde IL. Nå spiller 21-åringen for 1.divisjonslaget Gjerpen og kjemper om opprykk til REMA 1000-ligaen.

Med brasiliansk statsborgerskap var drømmen å representere fødelandet. I 2013 skrev de brasilianske håndballjentene historie da de vant håndball-VM. Forrige VM (2021) tok de en sjetteplass.

Og en dag tok moren til Fjellheim kontakt med det brasilianske håndballforbundet.

– Hun sa at hun hadde en datter som spilte håndball i Norge og er brasiliansk statsborger. Så tok det litt tid, men så svarte de, forteller den venstrehendte håndballspilleren.

Hun ble kalt inn på landslagssamling april 2022 i Portugal.

– Det var veldig skummelt, for jeg har sett veldig mange av dem på TV. Det var surrealistisk å møte dem i virkeligheten. Det var veldig spennende og erfaringsrikt, og det er et helt annet nivå.

– Jeg har jo drømt om det, men jeg så ikke for meg at det skulle skje så tidlig. Jeg synes det er veldig stort og hele familien er jo derfra. Selv om jeg bor i Norge, så er jeg brasiliansk, legger 21åringen til.

Nå skal Brasil spille kvalifisering for VM 2023.

– Kan dere utfordre i et VM?

– Jeg mener jo det. Vi har mange gode spillere som spiller i gode klubber, så jeg mener at vi har en sjans til å være på toppen der, slår Gjerpen-spilleren fast.

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