REVISTA DO LÉO 85 - MAIO 2023

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REVISTA DO LÉO

NÚMERO 85 – MAIO – 2023

MIGANVILLE – MARANHA-Y

“águas revoltas que correm contra a corrente”

LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536
REVISTA

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 8328 2575

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

UM PAPO

Prosseguimos com nossa insana batalha para registrar os atos e fatos e feitos do esporte no Maranhão.

Em pleno mês em que diversos municípios realizam seus Jogos Escolares, a não ser por notas nas páginas sociais de professores e treinadores, não se fica sabendo de nada!!!! Cade a imprensa esportiva do Maranhão? Ainda existe?

Uma ou outra notinha, em página oficial de um ou outro dirigente, sobre os JEL´s – Jogos Escolares de São Luis; na chamada ‘grande imprensa’, NADA!!!!

E MESMO ASSIM, NÃO SE SABE DOS RESULTADOS, EMBORA INSISTENTEMENTE SOLICITADOS...

Cadê a magia do esporte escolar no/do Maranhão? Acabou? Assim como a Educação Física Curricular – uma aula semanal, e teórica – e as famigeradas escolinhas de esportes – serviços terceirizados, duas a três vezes por semana – se a devida atenção e fiscalização por parte dos quem de direito...

Vive-se aquela eterna máxima: São Luís, ou o Maranhão – já teve!!!! Já tivemos Jogos escolares que empolgavam as massas... ginásios cheios, pista lotada, movimentação de torcidas... nada disso mais se vê...

Já teve!!!! Resta-nos buscar as glórias do passado...

A degradação do sistema esportivo nacional ´não importa o País – é perceptível ouvindo-se nosso Filósofo Jorge Bento, lá de Portugal; discute – expõe – não só as mazelas portuguesas, e européias, mas faz uma análise consistente, também, do Brasil. E o meu primo, lá de Santa Catarina, onde mora, também está a concordar com o caos que acontece, não sõ na educação física, mas na educação de um modo geral.

Proposital, esse descaso e desimportância atual?

Para onde vamos? Barbárie...

OS. Continuamos com a restrição de 50 páginas; assim que completadas, vai ao ar... o que terminar primeiro: o mês, ou o numero de páginas... creio que vou pagar à ISSUU o que pedem – em dólar – para liberar mais páginas...

O FUTEBOL DE ABUSOS E CONIVÊNCIAS: O CASO CUCA EM JOGO.

CAMPO DE PELADA, PRAÇA FONTE DAS PEDRAS

ALGUMAS NOTAS SOBRE LUTA LIVRE

JOÃO BATISTA FREIRE, RAFAEL CASTELLANI

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

SUMÁRIO EXPEDIENTE 2 EDITORIAL 3 SUMÁRIO 4 NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO 5 COLUNA DO PRIMO
KOMA
CONDE

NAVEGANDO COM

JORGE OLIMPIO BENTO

"As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido.

Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.

Da emergência da China

Durante muitos séculos, o oriente e os orientais foram vistos pelos olhos ocidentais como inferiores e duvidosos. Fui educado e socializado nessa depreciação; felizmente, logrei desfazer-me dela. A visão e a desconfiança persistem e ensombram as relações com os países e povos daquela região do globo; e carecem de ser enfrentadas numa altura em que a China se apresenta como potência económica, prestes a superar os EUA, e como articuladora de jogos políticos que podem levar a uma nova ordem mundial. Não é curial que ignoremos e nos alheemos desta evolução. A China não é uma miragem longínqua; é uma entidade próxima de nós, bem presente no quotidiano.

A crítica do neoliberalismo selvático não deve impedir-nos de refletir sobre os desafios postos pela realidade emergente. O vento da mudança não leva, de modo automático, para um estádio superior ou versão progressista, caída do céu por graça divina. Cumpre-nos estar atentos ao facto de que, quando impérios e imperialismos enfraquecem e desaparecem, outros se aprestam para preencher o vazio. O intelecto está obrigado a formular ideias, princípios e direitos em todos os cenários. Tem que continuar ativo e vigilante face ao futuro que se avizinha em passos rápidos. Goste-se ou não, o ‘Império do Meio’, como outrora foi conhecido, está de volta, pronto para assumir o papel de ator central na acrópole universal. A ‘Rota da Seda’ é agora a das novas tecnologias e do poderio alcançado pelo ‘capitalismo de estado’ chinês.

A reflexão sobre esta vinda não se destina a suscitar temores e atiçar os preconceitos de antanho e ainda vigentes; é para manter o espírito acordado e apontar balizas e marcos à marcha da civilização e da humanidade. O ideário axiológico e político não pode olvidar que não atingimos a forma civilizatória final e que sempre houve e haverá tentações de hegemonia e subjugação do outro.

Depressão

Não sou psicólogo ou psiquiatra, mas atrevo-me a dizer que a depressão é um viver com sonhos por nascer ou a murchar e desaparecer. As casas, as instituições e as ruas estão cheias de deprimidos; enquanto os sonhadores são escassos. Quanta gente velha sem ter vivido e sido jovem! É, pois, ingente tarefa a da educação e dos professores: recriar e multiplicar a vontade e o encanto de sonhar.

Escassez de Professores

Não é somente entre nós. A denúncia da falta de docentes estende-se pelo mundo afora. E não afeta apenas a escolaridade fundamental e secundária. O mal contamina também e com gravidade acrescida a universidade. Nesta abundam os investigadores ditos de excelência e com alto fator de impacto, alguns tão eficientes e prodigiosos que fabricam um paper a cada 3 dias, logo sem tempo para preparar e dar aulas à altura da função. São cada vez mais raros os Professores de saber experimentado, com muito para contar e capacidade de encantar, confiáveis, estimulantes, lúdicos e simbólicos. É fácil imaginar o protótipo de cidadão 'reflexivo', manufaturado em semelhante linha de montagem.

Origem da ideologia do género

O depoimento, contido no vídeo anexo, revela a origem e motivação da ideologia do género, bem como os seus autores. Surgiu para ser o mais eficaz instrumento de controlo da população.

Há agendas ocultas de governo do mundo que escapam ao conhecimento dos cidadãos. Esta parece ser mais uma.

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Da saúde dos idosos

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"Só um sexto dos idosos diz ter boa saúde. Portugal é o terceiro pior na União Europeia." Eis o título de um estudo apresentado no jornal Público de hoje, a páginas 14 e 15.

O problema não se resolve com a distribuição de mais medicamentos e a criação de serviços de geriatria, afirma um especialista. Pois não; a raiz dele está na falta de condignas pensões de reforma para todos. Porém a cegueira ideológica e a indiferença inumana dos economicistas barram o caminho à solução.

Da ilusão e simulação

Desde que há governo no mundo, este sempre foi assumido por uma elite, a contento dos seus interesses. De quando em vez, surgem modificações nas formas da governação, mas a essência não se altera, à semelhança do que ocorre com a água da profundidade dos mares e rios; ela não sofre mudança significativa, apesar da alteração provocada na superfície pelas tempestades. Por detrás da fachada da aparência, os regimes políticos sucedem-se

sem desvios da linha matricial original; quando apeados, rapidamente se recompõem e encarnam em substitutos de idêntico jaez. Os poderosos outorgam alguns direitos, praticam a caridade de melhorar as condições laborais, e de instituir escolas, hospitais e medidas assistenciais, ou seja, abrem mão de algo, porém não abdicam do essencial. Assim tem sido até aqui, por mais ideais, princípios e valores que se apregoem e revoluções se façam. Falta muito para alcançar a meta da equidade, justiça, inclusão e dignidade de todos e cada um; a generosidade da proclamação ainda não encontrou a correspondente medida de concretização. Enfim, o feriado do Primeiro de Maio, embora arrancado a ferros e sangue, é um ato do representório contínuo da ilusão e simulação.

Destruição dos sindicatos

Primeiro foram Hitler, Mussolini, Franco e Salazar. Depois vieram Margareth Thatcher e Reagan. Hoje são os continuadores destes dois abencerragens neoliberais, travestidos de social-democratas e outros que tais. Todos viram e percebem bem que a eliminação dos sindicatos é a solução ideal para isolar e deixar entregue a si próprio quem trabalha, para destruir a forma principal de as pessoas se organizarem na defesa dos seus direitos, e sobretudo para deixar à rédea solta os apetites do mercado.

Não há volta a dar. Os fins-de-semana, as férias, as pensões de reforma, a redução dos horários laborais, a melhoria de carreiras e salários e a criação de medidas assistenciais são conquistas sindicais. Estas implicaram o sacrifício de inúmeras vidas, muito sangue derramado, fome a rodos, perseguições a esmo, prisão e sevícias arbitrárias, enfim um estendal de horrores.

Convém não esquecer isso. E também que as leis, tendentes a prejudicar e esfolar os trabalhadores, são escritas a mando dos poderosos, mesmo quando elegemos os que as aprovam. Sem olvidar que ‘trabalho’ provém do termo latino ‘tripalium’, instrumento usado para castigar e infligir tortura e sofrimento. Acordar, reconhecer e pensar em tudo isto é o mínimo que podemos fazer nesta hora em que somos assaltados e espoliados de todos os lados.

Traição ao país

Afirmo, sem tirar nem pôr: a privatização da TAP é um crime de lesa-pátria; constitui traição ao país e frete inqualificável aos interesses do mercado financeiro internacional. Tal como o foram, em tempos recentes, as alienações de outros ativos estratégicos. Em toda a trama da venda de empresas públicas (EDP, GALP, CTT, Aeroportos, etc.) há gente ignominiosa que, com as mãos sujas, desfere facadas nas costas da soberania nacional. Nada de novo. Já Camões se queixava da existência de traidores entre nós. Ao longo da sua história, Portugal foi inúmeras vezes traído pelos grupos possidentes. A obscenidade destes sevandijas não tem fim. O último gatuno a sair que apague a luz, por favor!

Recomendação

Cerbero, o monstruoso cão de três cabeças, continua a andar por aí, com outro nome. Se ele surgir no teu caminho, conserva a calma; apanha punhados de terra cheia de vermes e lança-lhos nas goelas esfaimadas. A horrenda criatura ficará entretida a saborear o aprazível repasto. E tu poderás seguir em frente tranquilo e com a consciência de ter praticado uma boa ação.

Frustração e raiva

Eles - os comentadores, quem havia de ser?! – estão furiosos. Espumam raiva em cada letra das palavras que vociferam. Não sem razão. Viram desmentidos os seus vaticínios e foram envergonhados na praça pública. Então o Primeiro teve a desfaçatez de os desdizer e não seguir o caminho traçado pelos oráculos e pitonisas?! Ousou contrariar o destino antevisto pelos sacerdotes dos templos televisivos?! É afronta demasiada para quem tudo sabe e se julga investido do sacrossanto e intocável poder de fabricar cenários, de nos aldrabar e manipular a belprazer. Perderam a face, mas mantêm intacta a sede de vingança. Vêm aí mais capítulos do curriculum dos expoentes da petulância e presunção.

Inutilidade do voar

Só gostas de utensílios e de coisas úteis?! Então não tentes aprender e experimentar o voo; mantém-te amarrado ao chão. Voar é um gesto ‘inútil’; não serve absolutamente para nada. Apenas é belo e simbólico, inspirador da ousadia da liberdade, vencedor da tirania da necessidade. Muito pouco para compensar o esforço e o perigo de romper o conformismo e de afrontar a lei da gravidade. Cómodo, natural e proveitoso é o rastejar.

Comentadores políticos dos canais televisivos, uni-vos!

Esta é a palavra do dia. Por admiração e gratidão à vossa insuperável tudologia. Dais vista aos cegos e andar aos trôpegos. Sem vós, extinguir-se-iam a luz do sol e o brilho da lua; e secariam as fontes e os rios. Sois o báculo dos imbecis e o intestino do mundo. O patrono jamais vos abandonará; não esmoreçais, pois, no labor de moldar a realidade pela bitola da vossa bolha!

Do poder da Palavra

Caro Professor:

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Cuida dela, porque é a ferramenta principal dos teus vários ofícios. Não esqueças que és profissional da Lógica, da Retórica e da Palavra; que a verdade mora nos interstícios das palavras e a linguagem representa a forma da ideia. Esta jamais alcançará o acabamento, vive permanentemente in statu nascendi.

A Lógica é considerada a arte de bem pensar, de elaborar a preceito as noções e tudo o mais que queremos transmitir, enquanto a Retórica pode ser considerada a arte de falar com primor. A linguagem escrita ou falada é uma arte de eleição contra o analfabetismo, a injustiça e a mentira que teimam em existir.

As melhores palavras são expressão de quem ainda não somos. As que contribuem para o desaparecimento ou ocultação de ‘coisas’ elevadas criam ausência e vazio de sentido, o sufocante sentimento de perda. É tua missão ajudar os alunos a conhecer e usar palavras limpas, substantivas, aumentativas, aladas, criadoras. Elas são o fiodo-prumo da nossa artisticidade, condição e civilidade, sempre em elaboração e restauração.

Deveras relevante e simbólico

Um ato absolutamente contrário à espuma e à palha destes dias.

Camões rejubila por ver que o nosso idioma tem um universo de 300 milhões de falantes. Estes diversificam-no e transformam-no, ajustando-o paulatinamente às formas de ser e estar das pessoas que o usam como instrumento diário da vida.

Tragicomédia: brincar aos reis e às rainhas

O mundo está a arder em guerras provocadas, a mirrar nas florestas e terras queimadas e a afogar-se nas ondas da dor e das lágrimas derramadas. Todavia, a alienação nestes dias desdobra-se a entreter a plebe com criaturas coroadas. As funções do circo romano são hoje retomadas e amplamente superadas. As plutocracias recebem aplausos e flores das gentes pobres e coitadas. Não há nisto contradição, mas sim colheita abundante das manipulações ardilosamente semeadas.

Quando seremos jovens?!

Como disse Pablo Picasso, “leva muito tempo a tornarmo-nos jovens.” Temos um longo percurso para andar. Acampados na fase da adolescência, sem abertura à beleza do mundo, somos reféns de credos velhos e relhos, de interesses e gestos mesquinhos, de palavras falhas de claridade, donos de quintais murados. Não vivemos ainda o bastante para aprender a ver estrelas no céu, a semear, colher e repartir o pão na terra. Como superar o estádio onde nos encontramos? Talvez tomando consciência do ‘quem’ por realizar. Estamos ajoujados de contradições indicativas do quanto há sempre em nós por fazer, visando a juventude irreverente, a toda a hora renovada. Quando os ideais dormentes, desaprendidos ou abandonados nos insuflarem a alma, a boca, a vontade e os atos, então nesse dia seremos jovens!

Entardecer…

Passas por mim, criatura altiva que te cuidas jovem, como se estivesses montado no cavalo da vida sem idade. Nem sequer me olhas; não pertenço ao teu mundo. Bem o sei e sinto; ando curvado, carrego o peso de conhecimentos, de experiências, de alegrias e tristezas, de ilusões e desenganos, de desafios assumidos, de ideais e sonhos cumpridos e por realizar. Acumulo dificuldades e canseiras, mas não tenho demasiados anos, nem tampouco sou velho. Velha é a Terra que nos alimenta e a Lua que ilumina e clareia a noite; velho é o Sol que nos aquece e o Mar que nos embala. Velha é a Humanidade que nos acolhe e a Sabedoria que nos acalenta. Cheguei ao entardecer, onde brilha uma luz mais suave. Também aqui chegarás, se não existires no crepúsculo permanente e tiveres ânimo e asas para levantar voo sempre que anoitece.

Educação e Escola na encruzilhada

Considero os factos (‘amore fati’), como propôs Nietzsche, embora não os desobrigue da modificação. Igualmente tomo o conselho de Schopenhauer: quando o presente não abre portas a um futuro auspicioso, é altura de parar, olhar o passado e procurar nele fontes de inspiração, em vez de prosseguir na direção do abismo. Em termos de visão da Educação e Escola estamos órfãos. O Professor Manuel Patrício partiu e os deuses não vieram substituí-lo, deixam-nos entregues à pouca sorte nesta era de vazio preenchido por valores negativos e de liquefação do sólido pela máquina do efémero. Parados numa encruzilhada, hesitamos sobre o caminho a tomar. Sabemos que não há nenhum inteiramente isento de desacerto, e que aprendemos no decurso sopesando os erros; mas nem assim decidimos optar por algum. Esperamos a vinda de alguém para indicar a via com a ponte que fecunda a ligação entre os conhecimentos e a cultura. Não virá esse milagreiro; são os obreiros do estaleiro da educação e da escola que hão de abrir roteiros, em cada local e em atitude experimental, com reflexão e ação, somando e sublimando fracassos.

Conhecemos os dados da diminuição do QI médio da população mundial nos últimos 20 anos, tal como o empobrecimento do pensamento, resultante da redução do número de palavras e dos seus significados no uso corrente. Georges Orwell, entre tantos outros, mostrou bem como isso restringe a liberdade dos cidadãos e reforça o totalitarismo da ideologia dominante. E há ainda a ameaça da IA. Não é preciso discorrer muito acerca destes cenários. Qualquer professor, à altura da função, se apercebe de que é cada vez mais baixo o nível da linguagem e de raciocínio dos alunos. O léxico é magro, os erros de ortografia e gramática são obesos. O desprezo da regra linguística tem a alegre companhia do atropelo das normas da boa educação e do intelecto. A fala, a urbanidade e a lógica andam associadas; em todas a situação é de calamidade pública. O saber ler, escrever, contar e expor, outrora pedra basilar da escola republicana, não merece hoje consideração; o cultivo da mente, da oratória, da retórica e argumentação também não. Não se trata de uma avaliação subjetiva. São evidências mensuráveis, que a maioria dos docentes vivencia no exercício quotidiano. Acresce a agressividade verbal e física, que os atinge não só a eles; igualmente os alunos frágeis são vítimas de violência no espaço da escola e no trajeto entre esta e a residência.

O que fazer? Talvez começar por reconhecer a erosão dos marcos da capacidade de viver juntos, de ser próximos e vizinhos, de coabitar e cooperar, de escutar e conversar, de dialogar e celebrar acordos, da vontade de conhecer e saber e de dobrar a ignorância. Depois decidir se preferimos a metáfora de Atenas (a Pólis de prevalência dos oradores, pensadores e poetas, das artes performativas, da ciência e da Paideia, da ética e estética, da eudaimonia e virtude) ou a versão deformada de Esparta (a praça dos jovens bélicos, fortes, musculados, destemidos, sem freios jurídicos, espirituais e outros afins). Talvez seja possível a síntese dialética de ambas, limando as arestas do destempero animalesco e preservando o essencial da natureza humana. Enfim, sou cada vez mais grego!

Filosofia barata

Não é filósofo quem quer. Mas todos podem e devem filosofar. Basta olhar o mundo e as circunstâncias, ser tocado pela estranheza e pelas inquietudes, desatar a exclamar e interrogar. Os que quiserem seguir em frente precisam do arrimo da solidez de conceitos filosóficos fundamentais. Obviamente, dá muito jeito a língua alemã e ler no original os pensadores teutónicos, porquanto são eles quem mais e melhores pontes estabelece com os clássicos gregos.

Este introito vale principalmente para a educação física e desportiva. Nesta área vê-se, não raras vezes, confirmada a aceção assaz conhecida: “Em terra de cegos quem tem um olho é rei.” Claro, este somente é coroado se forem muitos os incapazes de perceber a nudez.

Uma vida longa permitiu-me registar coisas absurdas. Vi o desporto ser condenado e até diabolizado por configurar as perversões do capitalismo e nada conter de positivo em termos axiológicos e pedagógicos. Em seu lugar, era proposta uma motricidade abstrata, como se não houvesse um património ou cultura lúdica, axiomática e corporal, criada, acumulada e modificada ao longo dos séculos da civilização. Não faltou, para apimentar a toleima, a invocação de Marx, que deve ter-se revolvido na tumba, face a tamanho desvario e à ignóbil deturpação do seu pensamento. Estou a referir factos; se alguém duvidar, tem à disposição obra escrita que permite comprovar a veracidade ou falsidade deste testemunho.

Embora tardiamente, aconteceu a mudança para a admissão confusa dos valores que o desporto encerra. Ainda bem que o filtro do tempo opera conversões prodigiosas. Fica a advertência para os papalvos: não caiam em filosofias baratas, nem venerem, como demiurgos, os respetivos paladinos!

G7: cimeira do colonialismo e da supremacia do dólar

Já se ouve e vê a ruir o poderio unipolar. Os seus criadores e beneficiários esforçam-se para evitar a derrocada. Em vão. Está a acabar o tempo em que os outros fazem figura de palhaços na sala. A imagem do encerramento da cimeira de Hiroshima é a de um melancólico fim de feira ou romaria. Os foliões partem com a bênção de despedida: ite, missa est!

Será melhor o cenário que aí vem? Não, para alguns e até muitos. Mas o que vai embora não deixa saudades à maioria da população do globo.

Encontramo-nos em 2023: sete países (1 patrão e 6 criados) persistem em arrogar-se o direito de impor aos restantes as regras do funcionamento do mundo! Atentam assim contra a ordem internacional e as respetivas organizações, nomeadamente a ONU. Que ridículo e trágico é o estertor de tão abjeto colonialismo!

Cegueira branca, cinismo, crueldade e infâmia

Nenhum país aplaudiu a invasão da Ucrânia pela Rússia, tão flagrante é o retrocesso civilizacional. Porém a maioria não alinha com as sanções impostas ao invasor pela UE e pelo putativo ‘ocidente alargado’. Porque será? A resposta foi dada, há dias, por alguém insuspeito, o chanceler Olaf Scholz: os “duplos padrões” da conduta ocidental.

Toda a gente decente reconhece que a Federação Russa violou o direito internacional. As vítimas da cegueira de trevas brancas recusam ver que a NATO, a UE e as oligarquias ucranianas ajudaram à missa, ofereceram ao regime russo pretextos para desencadear a agressão; e não estão empenhadas em usar a diplomacia e terminar a confrontação. Move-as o desejo de continuar a refrega e esmagar o inimigo, sabendo da incerteza do intento e a imensidão de vidas perdidas. Assim, sempre que surge qualquer proposta de paz, tratam imediatamente de a desacreditar. Parece haver uma razão decisiva: a guerra interessa à ordem financeira e as ditas entidades estão às suas ordens. Cada escalada favorece e acresce os lucros do famigerado negócio das armas e da morte. A coberto da afirmação de convicções de vária ordem, medra uma cabala que atenta contra a ética da responsabilidade, perverte a democracia e a política e aldraba os povos. Para seguir em frente, o projeto dispõe da conivência da comunicação social, incumbida de manipular a opinião pública, mediante a adulteração e ocultação de factos e a difusão de aldrabices e fantasias sobre o decurso e o desfecho da beligerância. A vigarice atinge o ponto mais negro no sacrifício a que é sujeito o povo ucraniano, ao serviço dos fins da NATO e da UE: estas querem derrotar Moscovo, mas sem colocar os seus exércitos no campo de batalha. A isto chama-se cinismo, crueldade e infâmia. Quem, um dia, pedirá contas à maldade de todos os lados? Era tão bom que existisse o Deus da Justiça!

A Divina Comédia e Humana Tragédia

Trago na minha bolsa, há várias semanas, ‘A Divina Comédia’, tentando reler um pouco todos os dias. Não é aprazível a leitura da obra de Dante Alighieri; encontra-se feiamente replicada na situação decorrente na Ucrânia e noutras partes do mundo, sob a forma de Humana Tragédia. Ora, isto arranha-me a sensibilidade e fere-me o olhar.

Muitas vezes, os humanos queixam-se de que os deuses lhes voltam as costas e não os escutam. A lamúria não tem razão no tocante às guerras travadas na atualidade. Neste caso as deidades são deveras generosas a atender os pedidos dos sequiosos de sangue; fornecem-lhe rios desse plasma, para que nele se banhem e embebedem. É assim limpos e bem-bebidos que estão e se comprazem no inferno.

Para um Amigo

O amigos são suportes da vida.

Quando algum parte, acaba também um pouco dela e ficam frágeis as colunas que a suportam. Assim, com a partida deles, aprendemos a encarar a nossa finitude com um mais de naturalidade (sempre insuficiente) e um menos de tragédia (sempre demasiada).

Profissional de experiências diferentes e com vivência profunda nas áreas de Gestão de Pessoas e Educação. Movido a desafios e resultados tenho trabalhado em empresas que me ofereceram as condições para que a motivação me levasse a superar limites. Durante período de 7 anos trabalhei como consultor de empresas onde adquiri vivência em ramos diferentes de negócio, do comércio ao industrial. Em 2003 comecei a trabalhar como professor universitário vindo a exercer cargos de gestão como diretor de faculdade, pró-reitor de ensino presencial e reitor do Grupo Uniasselvi. Atualmente o desafio está no cargo que ocupo como Secretário de Educação de Indaial. Também executei trabalho em Cuba, onde atuei na implantação da área de Gestão de Pessoas na fábrica Brascuba Cigarrillos, subsidiária da Souza Cruz.

Coluna Ozinil Martins |

28.04.DiaMundialdaEducação!!!Com7%da populaçãoanalfabeta,com 33%da populaçãoanalfabeta funcional, com as universidades facilitando nas provas para os cotistas de forma a facilitar as aprovações, com a proliferação de cursos universitários com baixo valor agregado, com a Educação básica vivendo de esforços individuais, não há nada a ser comemorado.

A comparação com países como a China e Israel, dois exemplos opostos, deixa o Brasil na condição de fornecedor de produtos primários e de baixa tecnologia, exceção ao agronegócio, que parece estar na mira do governo. O bom é nivelar por baixo!

Em breve os que sabem lere escrever serãopunidos por exercer"bullyng" sobre a massa de desvalidos intelectuais.

COLUNA DO PRIMO
Por Prof. Ozinil Martins de Souza Escola Superior de Cerveja e Malte e Faculdade Épica Brusque, Santa Catarina, Brasil

Em 1996, quando passei quase o ano todo em Cuba, o país vivia o que se convencionou chamar de "Periodo Especial." A mesada russa de 7 bilhões de dólares/ano tinha sido cortada e o país vivia uma crise imensa, pois de fato é produtor de um único produto: açúcar e, desde a revolução libertadora, a produção só cai (o que acontece até hoje).

Aí surge o Chaves na Venezuela e banca o petróleo à Cuba. o país respira, mas Chaves se vai e aparece à Maduro em forma de passarinho. Lembram? Mas, no horizonte nebuloso surge um raio de luz com o programa mais médicos no Brasil, que injetou milhares de dólares, subtraído dos médicos cubanos, para sustentar a ditadura cubana.

Está semana, pelo telejornal da Record, tomei conhecimento que acabou o fornecimento de petróleo venezuelano ( a Venezuela não consegue nem suprir suas necessidades) e, os cubanos estão consumindo, apenas, o que produzem. Resultado: carros sendo empurrados em filas imensas nos postos de gasolina e a espera para abastecer pode chegar a uma semana.

Nossa vizinha argentina, cujo presidente desistiu de concorrer à reeleição, não tem mais dólares; acabou e 1 dólar estava valendo, sexta, 500 pesos e subindo acada minuto. O que fez o Pres. Fernandez? Acertou com o Lula uma reunião na terça em que, com certeza, vai pedir dinheiro para bancar as importações brasileiras ao país vizinho. Que o povo sempre pagou pelos erros de seus governantes é fato. Porém, bancar erros de outros países me parece uma grande burrice.

A conta sempre chega e quem paga é o povo!!!

Só se justifica o aumento de salário com o correspondente aumento de produtividade; em caso contrário está se gerando inflação. Não estou falando do salário mínimo no Brasil que é, sem dúvida, vergonhoso e não atende o pressuposto constitucional. Recentemente li uma matéria que coloca o trabalhador brasileiro entre os mais ineptos do mundo, o que se justifica pelo nível educacional.

O caso da França é exemplar. O modo de vida dos franceses está em processo de desconstrução. As benesses garantidas aos franceses estão sem dinheiro para fornecê-las. Nem a exploração de riquezas dos países africanos está garantindo os recursos para sustentar a riqueza francesa. Em breve nova Queda da Bastilha!

O que está acontecendo na França, já aconteceu na Grécia, irá acontecer em outros países. Não há mais como cobrar impostos de quem já está extenuado de pagá-los. O envelhecimento das populações e a Inteligência Artificial mudarão o mundo. Temo que mais para "Elysium" do que outra coisa.

Hoje é o Dia do Trabalhador e não há nada para ser comemorado. As centrais sindicais estão se mobilizando para expor suas pautas junto ao governo. Tomei um susto! Quero saber de onde virão os recursos para sustentar tudo o que está sendo pedido. Hora de moderação e bom senso!

Ah! Em Cuba o tradicional encontro da população com seus líderes en la Plaza de la Revolucción foi suspenso; o governo não tem combustível para ofertar aos ônibus que levariam o povo. A festa será no Malecon aos que puderem ir. Cuba, Venezuela, Argentina países em processo de desintegração. Os exemplos são fortes, a escolha é nossa! Só um comentário!

Pensar dói?

Vivemos tempos que exigem que casais, ao pensarem em ter filhos, se perguntem quais serão as condições que oferecerão ao futuro filho

Quando se procura o significado de pensar vamos encontrar uma definição simples: “Submeter (algo) ao processo de raciocínio lógico; exercer a capacidade de julgamento, dedução ou concepção”. Observem o quanto existe de exigência no simples ato de pensar. Pensar exige raciocínio lógico que permite a qualquer indivíduo exercer a capacidade de julgar, deduzir e conceber algo ou alguma coisa. Em tempos de má formação educacional (inegável a perda de qualidade na Educação), da enxurrada diária de informações as mais desencontradas possíveis, de fake news abundantes, de jovens alienados e adultos embrutecidos por ignorância ou ideologia, o ato de pensar com lógica (sendo redundante) virou uma atividade de risco. Sim! Expor a verdade com começo, meio e fim, embasado em fatos consistentes, expõe o autor a ser vítima de linchamento cultural, quando não vão além e partem para o cancelamento. Pensar, em certo país ao sul do Equador, virou atividade de risco; ter opinião então…

Gosto muito de usar uma frase que mostra, claramente, a importância de saber pensar: “Estamos preparando os jovens estudantes para profissões que não existem, para operar máquinas e equipamentos que ainda não foram criados e para resolver problemas que sequer imaginamos, além, óbvio, a concorrência da Inteligência Artificial”.

A clareza da verdade explicitada na frase nos remete a necessidade prioritária de ensinar as crianças a pensar. Este é o papel fundamental de qualquer escola. Chega de preparar crianças para um mercado de trabalho que se modifica a cada dia mudando as habilidades das pessoas e valorizando características que não são abordadas, nem nas escolas e nem nas famílias. No início dos anos 80 o livro Megatendências, de John Naisbitt, propunha uma análise sobre as tendências das mudanças que afetariam a humanidade nos anos vindouros; acertou na mosca quando afirmou que “quanto maior o desenvolvimento tecnológico, maior será a necessidade de domínio das competências sócio emocionais.” Em que momento as escolas ou mesmo as famílias abordam, com seus filhos, as competências sócio emocionais? Vivemos tempos que exigem que casais, ao pensarem em ter filhos, se perguntem quais serão as condições que oferecerão ao futuro filho. Não basta somente delegar à escola o papel de educar, pois este é, inegavelmente, papel dos pais. Pais educam, escola ensina! Como diz o prefeito de Quaraí, no Rio Grande do Sul, “só tenha os filhos que possa educar!” Outdoors foram espalhados pelo município com esta frase. Às vezes é necessário ser duro nas afirmações para ser completamente ntendido e, isto, pode ser impopular. O futuro é uma incógnita para todos, mas é possível prever, baseado no crescimento da Inteligência Artificial, que milhares de empregos que são ofertados atualmente devem desaparecer e, alguns, rapidamente. Com o crescimento da população mundial a um ritmo descontrolado e crescimento este, que ocorre 90% em países subdesenvolvidos, é possível prever migrações em massa na busca de maior qualidade de vida (leia-se sobrevivência). O que hoje já ocorre na Europa com migração de árabes e africanos e nos Estado Unidos com os centro-americanos vai crescer a níveis insuportáveis; sem falar nos desabrigados pelas mudanças climáticas. Tempos difíceis nos esperam e este é mais um motivo para ensinar as crianças a pensar. Quem pensa não vê só problemas, procura soluções e encontra-as. Para pensar!

Temo estar sendo chato com a defesa do ensinar as pessoas a pensar. Certeza de que o governo, qualquer que seja, prefere deixar as coisas como estão. Mas... Como ensinar a pensar?

"Aprender a pensar é uma necessidade básica de aprendizagem; consiste em aprender a examinar as suposições para buscar novas alternativas, prever mudanças e saber conduzi-las de forma a ajudar as pessoas a construir cenários."

Aprender a pensar, portanto, compreende:

- aprender rapidamente novas técnicas;

- aplicar conhecimentos antigos de novas maneiras;

- tomar decisões adequadas;

- desenvolver o espírito de indagação e raciocínio;

- avaliar e valorizar a lógica das deduções e

- posicionar-se diante de alternativas.

Fonte: Aspectos Comportamentais da Gestão de Pessoas. - I.I. de Macedo e outros

A pobreza e suas razões para se perpetuar!

20 milhões de brasileiros vivem com menos de uma refeição por dia

Jardim Gramacho ficou famoso mundialmente quando o fotografo Vic Muniz fez alguns ensaios fotográficos e um documentário que ganharam prêmios pelo mundo. Suas fotos tornaram os habitantes famosos e pressionaram o setor público a trabalhar pelo encerramento do lixão que ali existia. O trabalho realizado entre 2007 e 2009 no que era considerado um dos maiores aterros sanitários do mundo, na cidade de Duque de Caxias, projetou seus moradores dando visibilidade a quem era invisível.

Os ensaios fotográficos feitos (vale a pena assistir o documentário) correram o mundo e transformaram a vida dos catadores que ali moravam. Hoje, sem empregos regulares, os moradores sentem falta do que antes era seu sustento, pois viviam do que encontravam no lixão.

Em depoimento a um telejornal uma antiga moradora do Jardim Gramacho, emocionada, relata que não tem como alimentar ela e seus filhos e, quando muito, faz uma refeição por dia. Ela, muitas vezes, deixa de comer para alimentar as crianças; então se sente debilitada e diz: “nada que um punhadinho de sal na língua e um banho frio não ajude o corpo a reagir”. A que ponto chegamos!

Outro depoimento de uma senhora expõe um problema comum entre os menos esclarecidos; a senhora com nove filhos, relata suas dificuldades de manutenção do básico, que se resume, em essência, na alimentação. Em pleno século XXI não é mais possível que pessoas não tenham acesso a planejamento familiar e que o Estado entenda que, distribuindo pílula anticoncepcional, preservativo e pílula do dia seguinte está praticando política pública de planejamento familiar. Quando se analisa o fenômeno da gravidez precoce fica ainda mais clara a ineficiência do Estado e dos poderes constituídos. Crianças com 10, 11, 12 anos grávidas, escancaram a incompetência do Estado. E as escolas? Onde entram neste processo? E a educação dos pais como é feita? Pais que, provavelmente, foram vítimas da mesma malemolência do Estado em lidar com os fatos que infernizam a vida do cidadão comum. Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – após a pandemia, 20 milhões de brasileiros vivem com menos de uma refeição por dia e, mais de 60 milhões têm deficiências crônicas de alimentação. As imagens que vemos todos os dias em telejornais são elucidativas e chocam qualquer cidadão com alguma consciência. Enquanto uns comem frutos do mar e bebem vinhos cinco estrelas, os mais pobres reviram o lixo das Ceasa da vida em busca de algum osso ou de legumes que já não seriam comercializados.

Enquanto isto, as famílias mais humildes continuam construindo famílias grandes como se não existisse amanhã, como se existissem empregos em profusão para pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade e, infelizmente, este quadro que ora se vive deve ter permanência longa porque à alguns políticos a pobreza é certeza de potenciais eleitores no futuro.

A Polônia mostrou ao mundo que, em 20 anos, é possível fazer uma revolução na Educação e qualificou seu povo que, hoje, espalha-se pela Europa em empregos indesejados para pessoas de alguns países; será que o mesmo interesse vale para o Brasil? Será que nossos políticos estão preocupados com o futuro das pessoas ou só com a próxima eleição? Cabe a nós cobrar respostas!

Será o Brasil uma imensa periferia?

“O conhecimento é a arma atômica de uso, absolutamente, eficaz contra a ignorância e a pobreza”

Ouvi a expressão que o Brasil é uma imensa periferia de José Luiz Datena. A princípio fiquei me questionando até onde a afirmação refletia o que acontece no país e, cheguei a conclusão que é resultado de um planejamento intencional para manter o povo em submissão. Quando se mantém grande parte da população em situação de analfabetismo funcional, os senhores feudais da atualidade, reinstalam a Casa Grande e Senzala (com respeito total a Gilberto Freyre).

É óbvio que nossos governantes, em todos os níveis, ao não priorizarem a Educação em seus planos de governo, condenam o povo à ignorância e transformam-no neste usuário das “migalhas” que o Estado lhe reserva. É bolsa disso, bolsa daquilo e o povo, em troca, lhes entrega sua dignidade e assume a subserviência dos que se acham incapazes.

O conhecimento é a arma atômica de uso, absolutamente, eficaz contra a ignorância e a pobreza. Só através da qualificação das pessoas se constrói um país competitivo. A saída da crise em que fomos colocados pela pandemia está sendo difícil e exigirá criatividade e ações de Estado que estão longe do sistema paternalista que, hoje, nos governa; o povo sozinho não terá condições de se recriar e permanecerá inerte aguardando as famigeradas bolsas para continuar sobrevivendo.

Ao invés de buscar saídas qualificadas para o momento que vive o país, o governo coloca entraves em tudo que busca facilitar a recuperação do mercado de trabalho e, o desemprego cresce. O que falta para os governantes entenderem que o mundo mudou? Que não estamos mais em 1980? Que, como diz a sabedoria popular, “a cabeça é redonda para o pensamento mudar de direção.” Não, continua-se a bater na tecla do passado. Regulamentar a atuação dos motoristas de aplicativos, quando pesquisas indicam que 75 % não querem esta regulamentação, é dar tiro no próprio pé; esquecer ou fingir que não existe a ação da Inteligência Artificial, que robotização, mecanização e virtualização estão virando o mercado de trabalho de cabeça para baixo, eliminando TODOS os empregos que usam a força braçal é burrice. E a pergunta é: o que fazem os governos para qualificar 14 milhões de analfabetos, em torno de 60 milhões de analfabetos funcionais e outros que mais? Nada!

A Educação continua atrelada ao século XIX, com professores do século XX e estudantes do século XXI para atender a necessidades tecnológicas que nunca estiveram tão presentes e com mudanças que ocorrem, praticamente, o tempo todo.

Sim! O Brasil é uma imensa periferia onde o esgoto corre a céu aberto em qualquer de nossas grandes cidades, onde pessoas moram em palafitas sem acesso a nenhuma infraestrutura, onde crianças são obrigadas a caminhar por horas para receberem uma Educação de adestramento (precisam ser obedientes e ai daquelas que queiram exercer sua criatividade), onde pessoas afastadas por doenças ou acidentes têm que esperar meses para realizar uma perícia. Sim! O Brasil é uma imensa periferia!

Enquanto isto, no Ministério Público, o procurador geral criou um benefício para funcionários que fazem trabalhos especiais que permite, a cada 10 dias trabalhado um ganho de 3 dias de bônus que poderão ser convertidos em dinheiro; mas, estes funcionários já não têm 60 dias de férias? Penso que se esqueceram da queda da Bastilha!

Para não concluírem que estou sendo negativo em demasia vou me socorrer em Albert Einstein: “É na crise que nascem as invenções, as descobertas e as grandes estratégias. Quem supera a crise supera a si mesmo!” Será que nós, brasileiros, temos esta capacidade?

Duas pessoas, duas posturas! Vini Jr e Marina Silva.

Vini Jr fez mais pela causa do combate ao racismo do que tudo que já fizeram até hoje; um "moleque" de 22 anos mobilizou o mundo ao enfrentar a escória que o agredia. Já vinha fazendo isto sem descer o nível, com conceitos claros e uma visão de mundo com a qual concordo de todas as maneiras. Parabéns Guri! Continue fazendo a diferença!

Marina Silva depois de depoimento na Câmara Alta onde chamou o agronegócio de "ogronegocio", questionada por um deputado entrou em processo de defesa com argumentos "sou mulher, preta e pobre" baseando-se na cartilha do vitimismo. Quantas mulheres pretas e pobres venceram na vida e não usam o argumento para capitalizar simpatias? Quantas mulheres brancas e pobres sofrem, todos os dias sem chegarem a ocupar cargos públicos de alta renda?

O vitimismo é uma forma de manipular a sociedade e colocá-la, sempre, com sentimento de culpa.

ACONTECENDO

ATLETA NASCIDA EM PARAIBANO-MA

participando de Opprykksfinale: Gjerpen mot Oppsal.

Astrêsnadadorasdo200borboletadaVivaÁgua,no69BrasileiroMasterdeNatação,noFluminense, RJ.MedalhadePrata.

BRABA,INCRÍVEL,VOCÊÉDEMAIS!ARayssaLealfoicampeãdaSLSemChicago!

maisumaetapadocampeonatomaranhensedetênisdemesa.

06demaio:EncontrodeMestraseMestresdoTambordeCriouladeSãoLuísdoMaranhãocomo tema:TambordeCrioula_oquepermaneceeoquesemodificaemsuahistória".

Local:CasadoTambordeCriouladoMaranhão

Horário:apartirdas14horas.

Nesteano,a4ªediçãodoFestivalParalímpicoLoteriasCaixarealizadopeloComitêParalímpico BrasileiroCPBepela #Prefs,aconteceránodia20demaio,das8hàs12h,naUniversidadeCeumado Renascença.

Comas4modalidadesparalímpicasjádefinidas:Parabadminton,Basqueteemcadeiraderodas, BochaeFuteboldeCegos,asatividadesserãodirecionadasapessoascomesemdeficiênciacom idadeentre8e17anos,praticantesounãodeesportesparalímpico.

Asinscriçõespodemserrealizadasatéodia19demaio,viaformuláriodisponívelpeloWhatsApp: (98)99212-7292oupresencialmentenodiadoevento.

RAYSSA LEAL CONQUISTA O TÍTULO DO X-GAMES PELA SEGUNDA VEZ

Brasileira bate anfitriãs e faz festa na cidade japonesa Chiba

A brasileira Rayssa Leal conquistou, na madrugada deste sábado (13), o bicampeonato de skate street do XGames (um dos maiores eventos de esportes radicais do mundo). A disputa foi realizada em Chiba (Japão). As japonesas Momiji Nishiya (segunda colocada) e Rizu Akama (terceira) completaram o pódio. A primeira conquista da maranhense de 15 anos de idade na competição foi alcançada em 2022, também na localidade japonesa.

A confirmação da conquista veio quando os organizadores cancelaram a disputa final por causa das chuvas. Dessa forma, os resultados obtidos nas classificatórias definiram as vencedoras. Rayssa ficou com os 88,33 pontos conquistados anteriormente. A campeã olímpica em Tóquio, Momiji Nishiya, com 86,66 pontos, enquanto Rizu Akama completou o pódio com 83,66.

Saiba mais em https://jm-metropole.com.br/.../rayssa-leal-conquista-o.../

EQUIPEDEVOLEIBOLDOBATISTAESELEÇÃOMARANHENSE.

Minhaidade?Entre12e14aninhos.Seráqueconseguemmeachar.Temmuitaspessoasconhecidas. HeloísaCollins,KátiaBelfort,EmygdiaRosa,MárciaSantiago,KátiaAlmeida.TécnicosAlbinodo BatistaeZarturdaMaranhensediretodotúneldotempo.

ALGUMAS NOTAS SOBRE O CONDE KOMA

A desconhecida história de uma das primeiras academias de judô do Brasil ( bem ali na Cidade Velha), de um dos criadores de uma das mais populares artes marciais do mundo, que dava aulas pelas ruas estreitas de Belém.

Um homem com nome de nobre e uma história que você, provavelmente, nunca ouviu falar. O fabuloso trabalho do "Conde Koma" O japonês Mitsuyo Maeda, virou brasileiro com o nome de Otávio, mas passou para a história com um apelido que ganhara na Espanha em 1908.

O Conde Koma, chegou ao Brasil em 1914 e depois de passar por várias cidades brasileiras, chegou em Belém em dezembro do ano seguinte. Na capital, se apresentara no Theatro Politheama, uma espécie de arena, onde apresentavam cavaleiros e lutadores ( como na antiga Roma, imagina-se).

O jornal "O Tempo", anunciou o evento, afirmando que "Conde Koma" iria mostrar as principais técnicas do "jiu-jitsu" exceto aqueles proibidos. Lutou e venceu pugilistas, lutadores de luta livre, greco-romana, capoeiristas e virou uma lenda das artes marciais.

Em 1921, fundou sua primeira academia judô no Brasil no Clube do Remo, no bairro da cidade velha, em um galpão de 4m x 4m, transferida depois para a sede do Corpo de Bombeiros, e depois para a sede de uma igreja, Teve fundamental influência na criação de jiu-jitsu brasileiro.

Carlos Gracie, então com 14 anos, filho de Gastão Gracie, assistiu a uma demonstração dada por Maeda, no Teatro da Paz e decidiu aprender judô (conhecido na época como "kano jiu-jitsu"). Maeda aceitou Carlos como um estudante. Carlos passou, então, a ser uma referência na luta, junto com os irmão mais novo Hélio Gracie, fundadores do Brazilian jiu-jitsu .

Deste movimento acabaram derivando modalidades como o Vale tudo e mesmo, de alguma forma, o UFC, que contagiou o mundo todo. Conde Koma morreu em Belém aqui em 1941. E os moradores desta cidade não tem sequer ideia da importância que ele representou para estes esportes.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitsuyo_Maeda,com sugestãodeJosé MariaJunior/MarizaLima.Belém Antiga é um Projeto Salomão Mendes Imóveis.

Um pouco mais dessa História, envolvendo São Luís e o início do Jiu-jitsu – jujútsu.

Lacé Lopes afirma que o primeiro confronto entre um capoeirista e um lutador oriental deu-se no Rio de Janeiro, em 1909, quando apareceu por lá um campeão japonês de jiu-jitsu, Miyaco, dando exibições. Um grupo de estudantes de medicina convidou-o a enfrentar um conhecido capoeirista, carregador do Café Saúde, chamadoCiríaco, queviviapelasdocas. Nomomento daluta,ojaponês abaixou-separacumprimentarCiríaco e o capoeirista, pensando já ser um ataque, toca-lhe um violento rabo-de-arraia, liquidando-o mesmo antes de começar a briga. (Jornal do Capoeira:www.capoeira.jex.com.br: Andre Luiz Lacé Lopes, Edição 45: 29 de Agosto à 04 de Setembro de 2005; Capoeira:www.capoeira.jex.com.br: Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Edição 45: 29 de Agosto à 04 de Setembro de 2005.

Mas, antes, o Jiu-jitsu deve ter sido apresentado aos sócios do Fabril Athetic Club (fundado em 1907) pelo escritor Aluísio de Azevedo Ao abandonar as carreiras de caricaturista e de escritor, abraça a carreira pública em busca de sobrevivência como funcionário concursado do Ministério de Relações Exteriores. Torna-se cônsul, servindo por quase três anos no Japão, entre setembro de 1897 a 1899, na cidade de Yokohama, onde deve ter aprendido essa arte marcial, assim como a jogar Tênis e Futebol, quando de sua estada na Inglaterra. Informa MARTINS (1989) que Nhozinho Santos, em 1908, implanta mais duas modalidades esportivas no FAC: o Tiro, com inscrição na Confederação Brasileira de Tiro; e o "jiu-jitsu", com um grande número de adeptos. (MARTINS, Djard Ramos. MERGULHO NO TEMPO. São Luís: Sioge, 1989; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. A introdução do esporte (moderno) no Maranhão. CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE, LAZER E DANÇA, 8º, Ponta Grossa, UEPG... Coletâneas ... disponível em CD-ROOM, novembro de 2002).

Em “A Pacotilha” - de 18 de abril de 1910, segunda feira consta notícia de que o “Fabril Athletic Club” –FAC - estava preparando uma jornada esportiva para recepcionar ao Barão de Rio Branco, em visita à São Luís. Em nota do final da notícia é informado que: "Tem funcionado neste clube aos domingos pela manhã, um curso de jiu-jitsu, dirigido pelo Sr. F. Almeida contando já com muitos adeptos. Esse curso passará a funcionar, regularmente d'agora em diante, aos domingos das 8 as 10 horas do dia."

Nesse mesmo ano, associados do Fabril Athetic Club – FAC - se desligam dessa agremiação pensando na formação de outra, mais popular, aberta, mais democrática. Fundam o ONZE MARANHENSE, que, além do futebol, desenvolveu outras atividades esportivas: tênis, crocket, basquetebol, bilhar,boliche,ping-pong (tênis de Mesa), xadrez, e a luta livre, introduzida por Álvaro Martins.

Pelo sitio a Confederação Brasileira da modalidade, o Jiu-jitsu foi introduzido no Brasil, oficialmente, por Mitsuyo Maeda, - "Conde Koma" -, em 1915.

O Conde Koma - em viagem de exibição pelo Brasil para divulgar sua arte -, a caminho de Belém (novembro daquele ano), passou por São Luís e fez algumas exibições:

A PACOTILHA, 7, 8, 9, 10, 15 de dezembro de 1915

Em Belém do Pará, o professor Koma passou a lecionar o verdadeiro Jiu Jitsu a seu dileto aluno Carlos Gracie.

A PACOTILHA, 22 de junho de 1922

Já em Belém do Pará, o professor Koma passou a lecionar o verdadeiro Jiu Jitsu. Os irmãos Carlos e Hélio Gracie são tidos como os precursores do que hoje é chamado de Jiu Jitsu Brasileiro, de eficiência comprovada no mundo inteiro, muito embora em “O livro proibido do Jiu-Jitsu” seu autor Marcial Serrano coloque dúvidas de que os Gracies foram alunos de Koma, quando da estada deste em Belém. Na realidade, foram alunos de um praticante ensinado por Koma, e depois, por Omori, em São Paulo, lá pelos anos 30...

Em Belém, o Conde Koma teve entre seus alunos, Carlos Gracie e Luiz França. Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano [...] Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô" [...] Luiz França, colega de turma de Carlos na escola de Maeda, foi responsável pelo nascimento de outro ramo do jiu-jitsu no país. Além de aprender judô/jiu-jitsu com o Conde Koma, inicialmente treinou com Soishiro Satake em Manaus, concluindo sua formação com Geo Omori, em São Paulo França fixou-se no Rio de Janeiro, onde ensinou a arte para militares e moradores carentes do subúrbio carioca

JIU-JITSU NO MARANHÃO DESDE 1909… Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz em 24-08-2009, às 12h04. Publiquei em meu Blog Sáb, 22/08/09 por leopoldovaz | http://colunas.imirante.com/leopoldovaz/2009/08/22/curiosidades-o-queescrevem-e-o-que-e-real/#respond categoria Esporte Escolar, Informação, Literatura & Esporte, Raízes, Recordar é Viver: Para quem faz Jornalismo Esportivo é imprescindível conhecer o mínimo… como a própria história da modalidade e suas principais características. Falo de uma nota publicada já duas vezes num jornal online

sobre o Jiu-Jitsu… como curiosidade: fora introduzido no Brasil pelo Conde Koma, a partir de 1915, que o ensinou aos Gracies, do Pará… que a primeira academia fora fundada no Rio de Janeiro em 1925 por Omori… Certo! Até aí, nada de mais, pois essa é a versão oficial… O que não aceito, é que no Maranhão! Se divulgue essa versão…

JOÃO BATISTA FREIRE, RAFAEL CASTELLANI

Não nos surpreende o apoio do elenco do Corinthians (não sabemos se todo ele ou sua grande maioria) ao técnico Cuca momentos antes de sua demissão. Não é difícil supormos que o mesmo ocorreria em outros clubes, afinal, o futebol foi gestado e criado em um ambiente machista, permissivo, reacionário. Há avanços, claro, mas ainda tímidos. Casos como o de Cuca, treinador que finalizou sua passagem pelo Corinthians após 7 dias, e dois jogos, em que jovens são abusadas por jogadores, são frequentes e tão mais frequentes quanto mais olhamos para o passado; raramente eram relatados. E, quando relatados, não sensibilizavam a sociedade, ou ao menos parte dela, como já ocorre nos dias atuais.

O apoio dado a Cuca pelos jogadores corintianos é mostra de como as mulheres são consideradas e tratadas no ambiente futebolístico, e fora dele também. Porém, surpreendente mesmo seria o apoio dos jogadores à vítima, uma criança de 13 anos, comprovadamente violentada por um grupo de jogadores, dentre eles, Cuca, à época, atleta do Grêmio. Houve investigação e posterior condenação dos jogadores por estuprarem a menina. De lá para cá passaram-se muitos anos e, se não resultou em prisão definitiva do técnico (ele e os demais envolvidos permaneceram 30 dias presos na Suíça e retornaram ao Brasil para responder o processo em liberdade), pelo modo como isso é tratado no Brasil, e pela sua não extradição à Suíça, o caso criou a necessidade de arrependimento e desculpas públicas, algo que não ocorreu; Apesar de condenado após investigação, em processo transcorrido na Suiça em 1987, Cuca nega que tenha praticado o crime. E ao se explicar, somente se contradisse em relação ao que foi averiguado e constatado na investigação. Não estamos aqui julgando o treinador, afinal, partimos do pressuposto de que ele já foi julgado e condenado a 15 meses de prisão. Pelas leis suíças, seu crime prescreveu após 15 anos.

Abusos sexuais não são novidade no ambiente futebolístico. Grande parte das últimas gerações de meninos cresceu em um ambiente assim, como meninos jogadores de bola, nos campinhos de terra, nas ruas e nos campos de várzea. Sobretudo em meados do século passado, a formação dos jogadores brasileiros não ocorria em equipes de base dos clubes, mas nesses espaços lúdicos, de muita brincadeira com bola, nos quais nós, que tínhamos no jogo de bola nossa principal brincadeira, criávamos à vontade e nos tornávamos, cada vez mais, habilidosos. Era comum, nestes espaços, alguns adultos organizarem os meninos habilidosos, desde cedo, em timinhos, que jogavam nos finais de semana. Muitos desses adultos eram pedófilos. Os meninos sabiam, muitos pais e mães sabiam e a comunidade também. Mas raramente ouvíamos alguém que se incomodasse com isso. Se o futebol era um ambiente rico para a vivência do lúdico, da criatividade, da liberdade, por outro lado, era cercado por pedófilos, que viam no futebol dos meninos uma excelente oportunidade de aliciar.

Entre tantas coisas maravilhosas que vivenciamos e aprendemos no futebol, há também, infelizmente, e para nossa revolta, essa permissividade danosa em relação aos abusos sexuais, sobre meninos e meninas. Muitos estudos e investigações já foram realizadas a esse respeito. Dentre eles, vale destacar a ampla e qualificada investigação do jovem e talentoso jornalista Breiller Pires, que há muitos anos investiga casos de abuso sexual no futebol, e que em 2013 publicou na revista Placar um dossiê sobre abuso sexual no futebol. Conforme constatou em sua investigação, “…muitos jogadores de futebol consagrados já foram vítimas de abuso sexual”. E quantos não consagrados também não sofreram com isso? E quantos, que sequer se profissionalizaram, sofreram abusos a fim de buscar o sonho de tornar-se jogador profissional de futebol?

Quanto ao desrespeito às mulheres, vivemos com nossos amigos, ou familiares, uma verdadeira escola de desrespeito, opressão e violência no ambiente futebolístico. Nem todos os amigos ou famílias eram, ou ainda são, assim, mas todos viviam nesse ambiente. O que se dizia sobre as mulheres era assustador, ainda mais do que nos tempos atuais. Talvez isso nos ajude a entender o porquê de somente agora, tantos anos após a condenação e após a passagem do treinador Cuca por diversos clubes, este episódio de estupro coletivo tenha voltado aos holofotes.

FUTEBOL
CONIVÊNCIAS:
CASO CUCA EM JOGO.
O
DE ABUSOS E
O

Ainda que tenhamos alguns raros exemplos de posicionamentos e movimentos de atletas para dizer não à violência contra a mulher, ao racismo, à homofobia e outros abusos que produzem tanto sofrimento aos brasileiros e brasileiras, quantos outros jogadores e ex-jogadores uniram forças e vozes aos 33 atletas que, em 2018, endossaram a campanha do Sindicato de Atletas de São Paulo contra o abuso sexual no futebol?

Ao ser contratado pelo Corinthians, clube reconhecido historicamente como aquele que sempre esteve à frente no combate às injustiças contra as minorias, os negros, as mulheres etc., que encampou na década de 1980 o movimento da Democracia Corinthiana reconhecido, até hoje, como o maior, e mais importante, movimento político e ideológico no âmbito do futebol, novamente esse caso de estupro coletivo realizado em uma menina de 13 anos de idade veio à tona. Os “passadores de pano” de plantão, em sua maioria conservadores, reacionários, abusadores ou coniventes com esse tipo de comportamento, logo tentaram minimizar a situação. “Ahhhhh… já faz tanto tempo!”. “Ele já treinou tantas equipes e só agora acham isso ruim?”. Antes tarde do que nunca, não é? Ainda bem que o destino de Cuca foi o Corinthians. Mas não o Corinthians dos dirigentes que o contrataram e sim o Corinthians da Gaviões da Fiel. O Corinthians “das minas”. Se iniciamos nosso texto afirmando que não nos surpreende a defesa do elenco corinthiano ao treinador condenado por estupro, um deles afirmando, inclusive, ter se sensibilizado com o choro do treinador – mas aparentemente não com a dor e trauma de uma menina de 13 que, conforme afirmado no processo, tentou o suicídio -, finalizamos dizendo que também não nos surpreende a pressão da sua enorme, apaixonada, crítica e politizada torcida, bem como das atletas do futebol feminino com manifestações firmes e posicionamento contundente que, culminaram na demissão do treinador Cuca.

Texto por: João Batista Freire e Rafael Castellani.

CAMPO DE PELADA, PRAÇA FONTE DAS PEDRAS, CENTRO, SÃO LUÍS - MA, DÉCADA DE 1970

Essa fotografia foi tirada na década de 1970, na época que a Praça da Fonte das Pedras servia como campo de pelada para a criançada que gostava de jogar bola. Durante anos, a Fonte das Pedras estava bem abandonada, quase arruinada mas tinha uma pessoa que lutou muito para que a Fonte fosse restaurada, valorizada e fosse de bem público. O nome dessa pessoa era José Moreira, ele morava na Rua São João(Antônio Rayol) de esquina com a Rua dos Mocambos, n⁰333. Se não estamos enganados, essa foto foi tirada no alto do sobrado de José Moreira, uma janela do sobrado que parecia ser camarote privilegiado. A vista do campo e da Rua Antônio Rayol e Rua da Inveja.

- Diário do Povo via Feiradojoaopaul

ALGUMAS NOTAS SOBRE LUTA LIVRE

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Existem vários estilos da chamada “luta livre”, antes de sua regulamentação como arte marcial de combate, lá pelos anos 1970:

- Jiu-jitsu brasileiro: um estilo cada vez mais popular, com grande ênfase na luta no solo. Envolve treinamento com e sem quimono.

- Catch wrestling: Também chamado de "Catch-as-Catch-Can", o estilo original de submission wrestling (sem kimono) ensinadonos EstadosUnidos eno Reino Unido está tendoum crescimento nos últimos anos.

- Judô: Uma arte marcial japonesa com foco em arremessos de alto impacto, pins, armlocks, e estrangulamentos. Também é um esporte olímpico, e é praticado com o gi, mas por vezes tem sido adaptado para fins de wrestling submissão.

- Jujutsu: uma arte milenar japonesa de wrestling/grappling que coloca uma grande ênfase em joint-locks, estrangulamentos e arremessos. Usa um quimono tradicionalmente, mas o treino sem ele não é incomum.

- Luta livre esportiva: Uma forma de grappling nativo do Brasil sem o uso do quimono.

- Luta livre vale tudo: Uma forma de luta livre (sem restrições), nativa do Brasil com fortes elementos de submission wrestling.

- Pancrácio: Praticado no mundo antigo, combina elementos tanto de boxe (pygme/pygmachia) quanto de wrestling (pále) para criar um grande esporte de combate, similar às atuais artes marciais misturadas.

- Sambo: O estilo russo de grappling que normalmente usa uma jaqueta, mas sem calças kimono. Sambo utiliza leglocks, mas a maioria dos estilos não permitem engasga.

- Shootoo: A arte marcial japonesa que consiste em catch wrestling, judô, jujutsu, sambo e muay thai.

- Combat Submission Wrestling (CSW): Uma forma moderna de wrestling (e sistema de MMA) sem quimono, que utiliza elementos e técnicas do catch wrestling, luta livre, luta greco-romana, judô, shoot wrestling, e sambo. Este estilo tem também um sistema de golpes.

- Shootfighting: A arte marcial japonesa que consiste em Muay Thai e Catch Wrestling.

- Submission arts wrestling (SAW): Estilo de submission criado por Hidetaka Aso.

Luta livre esportiva, luta livre brasileira ou luta livre submission é um sistema de submission wrestling1 criado em meados do século XX no Rio de Janeiro por Euclydes Hatem (o mestre "Tatu")2, esta arte marcial brasileira surge como uma adaptação do catch wrestling (ou catch-as-catch-can)3, na época

1 Submission wrestling (lit. luta de submissão) também conhecida como submission fighting, submission grappling, sport grappling ou simplesmente como no-gi, é uma fórmula de competição e um termo geral que descreve o aspecto das artes marciais e dos esportes de combate que se concentram no clinch e na luta no solo, com o objectivo de obter uma submissão usando submission holds. É conhecido como combat wrestling no Japão. O termo "submission wrestling" geralmente se refere apenas à forma de competição e de treino que não usa um "casaco", "gi", ou "quimono de combate", muitas vezes usados com cintos que estabelecem a graduação por cor. O esporte de submission wrestling reúne técnicas de wrestling tradicional americano (catch-as-catch-can), luta livre esportiva, freestyle wrestling, jiu-jitsu brasileiro, judô e sambo. O submission fighting é um elemento de uma grande variedade de esportes sendo muito comum nas artes marciais mistas, pancrácio, catch wrestling, entre outros. Submission wrestlers ou grapplers costumam usar shorts, e roupas coladas à pele, como lycra, sungas e roupas curtas misturadas para que não sejam arrancadas em combate. Submission wrestling – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

2 Euclydes Hatem, nasceu no Rio de Janeiro em 16 de setembro de 1914, descente de libaneses. Quando criança, por ter sido um garoto gordinho ganhou o apelido de Tatu e, por este motivo, aos 14 anos, em 1928, levado por seu irmão Eduardo, começou a prática do Remo com o objetivo de perder peso. Não conseguindo seu objetivo neste esporte, passa , a partir de 1930, a praticar Luta Livre na Associação Cristã de Moços, no centro do Rio. Tornou-se lutador profissional e ficou muito conhecido durante as décadas de 1930 a 1950. É um dos personagens fundamentais para o desenvolvimento do que veio a ser conhecido como Luta Livre Brasileira, um estilo totalmente adaptado e desenvolvido no Brasil. Assim que parou de lutar (último registro???) passou a dar aulas de Luta Livre no clube Santa Luzia no centro do Rio de Janeiro. No início dos anos 70 passa a batuta para Fausto Brunocilla e Carlos Brunocilla. CBLLE - Confederação Brasileira de Luta Livre Esportiva 3 Catch wrestling (lit. luta de captura ou luta de agarrar) ou também Catch-as-catch-can (lit. agarre quando puder agarrar), conhecido no Brasil no início do Século XX como Luta livre americana, [1] é um estilo de luta tradicional que se desenvolveu e popularizou no final do século XIX pelos lutadores do carnaval itinerante, que tem incorporado submission holds, ou "hooks", em

chamada de luta livre americana, com uma mistura das técnicas da luta olímpica[desambiguação necessária] estilo greco-romano, estilo livre, judo e jiu-jítsu. O mestre "Tatu" enfrentou (e venceu) George Gracie nos anos 1940. 4

Na década de 1970 a luta livre foi fortemente influenciada por Fausto Brunocilla e Carlos Brunocilla, pai e filho que foram alunos de Tatu e responsáveis pela transmissão da Luta Livre e a formação de vários mestres de Luta Livre. Também Roberto Leitão, professor da Universidade de Engenharia, que dedicou muitos anos ao wrestling e ao judô. Sendo de menor estatura física do que a maioria dos atletas do clube de remo, Leitão primavapelatécnica,ALutaLivreevoluiuefoiexpandidapelo mundo pelos mestres Denilson Maia, Eugênio Tadeu e Hugo Duarte.

É antes de tudo um estilo de submission grappling onde os competidores usam chaves nas articulações e estrangulamentos para submeter o adversário.

• Luta livre esportiva é a versão de competição. É mais fácil descrever como "No-Gi submission grappling". Nas competições de luta livre esportiva, só são permitidas técnicas de grappling para subjugar o adversário. Para este tipo de competição, é importante elaborar estratégias e executar tranqüilamente os movimentos.

• Luta livre vale-tudo é uma versão da luta livre muito semelhante a um combate livre. Além da componente do grappling de luta livre, os profissionais também podem executar socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. Estes componentes são utilizados para fazer a transição para o chão (quedas), como no MMA. Luta livre vale-tudo é provavelmente uma das mais semelhantes artes marciais em comparação com a atual MMA.

• Luta livre T36 inclui 36 habilidades de luta livre para finalizar uma situação de combate real, por estrangulamentos e chaves nas articulações do adversário. É um programa especial com uma gameplan estruturado para o grappling, MMA e qualquer tipo de situação de combate real, como a defesa pessoal

sua luta para aumentar sua eficácia contra os seus adversários. O catch wrestling deriva de vários estilos diferentes, o estilo inglês de wrestling de Lancashire (catch-as-catch-can),[2] o collar-and-elbow irlandês, a luta greco-romana, os estilos do subcontinente indiano como o pehlwani, e os estilos iranianos como o varzesh-e pahlavani [3] A formação de alguns lutadores modernos de submission wrestling e artes marciais misturadas é fundamentada no catch wrestling. A Luta livre profissional (Também conhecido como Pro Wrestling) começou com lutas de Catch até que elementos de artes cénicas foram introduzidas, transformando o esporte em um espetáculo com lutas pré-determinadas.[4] Enquanto o catch wrestling amador se tornou um esporte olímpico, ao remover golpes perigosos e adicionar regras competitivas adaptadas do wrestling greco-romana, se tornando a Luta livre olímpica [5] No Brasil, o maior lutador de Catch foi Euclydes "Tatu" Hatem, que depois de aprender Catch em uma ACM no Rio de Janeiro, desenvolveu a partir do Catch um sistema de luta próprio chamado Luta Livre Esportiva ou Submission [6] Catch wrestling – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 4 the-development-of-luta-livre-and-vale-tudo-in-brazil-part-i-1/ | Luta Livre, Brazilian Jiu Jitsu, Dortmund (lutalivre-academy.de) the-development-of-luta-livre-and-vale-tudo-in-brazil-part-ii-1 | Luta Livre, Brazilian Jiu Jitsu, Dortmund (lutalivre-academy.de)

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