Revista do IHGM, n. 42, setembro de 2012

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Pelo visto, tampouco avalia valor arqueológico. Segundo Kátia Bogéa,superintendente do Iphan no Maranhão, foi preciso entrar na Justiça para ter acesso ao licenciamento ambiental da obra. “Nós pedimos, mas eles não mandaram o licenciamento e iniciaram as obras mesmo assim. Quando finalmente recebemos o material, não tinha uma palavra sequer sobre o patrimônio cultural, que inclui o patrimônio arqueológico. Depois de nos pronunciarmos no Ministério Público Federal, ficou definido que o trecho do Vinhais Velho em diante só poderia passar por obras depois do estudo arqueológico. Ainda assim, as máquinas entraram no bairro”, denuncia Kátia. Arqueólogos só foram contratados em fevereiro deste ano, depois de nova intervenção do Iphan. A equipe, chefiada por Cínthia Moreira, encontrou mais de 80 peças. “Muito material já estava revirado. Se as obras não tivessem sido iniciadas, teríamos encontrado o sítio com as peças ainda no subsolo. Só conseguimos fazer isso nos quintais das casas, onde havia peças de até 20 centímetros”, conta Cínthia. Em um mês de trabalho, a equipe encontrou artefatos de cerâmica tupinambá e faianças. Ainda não foi feito um estudo para confirmar a datação, mas algumas peças podem ser anteriores à ocupação francesa.


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