VOLUME 3 – SEGUNDAS PARTE POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS Segundo Ciclo (1832

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OS POETAS ESQUECIDOS

Segundo Ciclo (1832-1868) – O grupo maranhense no Romantismo brasileiro. O Maranhão Atenas Brasileira”

PRIMEIRA PARTE

VOLUME 2 – PRIMEIRA PARTE
POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE:
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SÃO LUIS – MARANHÃO 2024

POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE DOS POETAS ESQUECIDOS:

Segundo Ciclo (1832-1868) – O grupo maranhense no Romantismo brasileiro. O Maranhão Atenas Brasileira”

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Centro Esportivo Virtual Professor de Educação Física IF-MA (aposentado; Mestre em Ciência da Informação

Uma advertência: este ciclo será dividido em duas partes, devido ao espaço de publicação disponível na ferramenta utilizada, limitada à 300 páginas. Ao término do levantamento, verificou-se que ultrapassavam as 680 páginas. Então, saiu uma primeira edição, do período de 1821 a 1832 – a do início da imprensa no Maranhão, e este segundo ciclo...

Aqui, verificamos que nem todos os poetas publicados atendem ao objetivo de se identificar aqueles esquecidos: muitos são conhecidos, e incensados; outros, não são maranhenses de nascimento – outros estados ou mesmo países; assim, teremos três partes, a partir desta publicação – serão, pelo menos, mais dez -; apresentaremos os ‘ilustres desconhecidos’ – grande maioria, anônimos, identificados apenas por letras, por pseudônimos, e aqueles inelegíveis, devido à precariedade dos jornais pesquisados; a seguir, os identificados e conhecidos, e por último, os identificados de outras plagas...

Em 1912, Antônio dos Reis Carvalho, no ensaio “Literatura Maranhense”, publicado na coleção Biblioteca Internacional de Obras Célebres, estabeleceu divisão da Literatura Maranhense em três ciclos, caracterizados da maneira a seguir: o Primeiro Ciclo teve início em 1832, com a poesia “Hino à tarde”, de Odorico Mendes e estendeu-se até 1868, com a circulação do jornal Semanário Maranhense; a obra de destaque foi Primeiros Cantos (1846), de Gonçalves Dias.1

1 A Literatura MaranhenseeBook Kindle por Antonio dos Reis Carvalho (Autor), José Neres (Editor), Dino Cavalcante (Editor) Formato: eBook Kindle "Embora tenha deixando pelo menos uma importante contribuição para as pesquisas sobre a literatura maranhense, o nome de Antônio dos Reis Carvalho é pouco conhecido até mesmo entre os estudiosos do assunto, e este artigo no qual ele traçou algumas diretrizes críticas e historiográficas sobre as letras de sua terra está há muito tempo disponível apenas para quem se disponha a garimpar raridades bibliográficas em arquivos e bibliotecas. [...]" Esta edição, portanto, recupera e divulga o trabalho de Antônio dos Reis Carvalho evidenciando sua importância para os estudos das letras maranhenses.

Echo do Norte (MA) – 1834 a 1836, Ano 1835\Edição 00055 (1)
Logo a seguir, saiu a seguinte nota: Ainda na Chronica Maranhese (MA) – 1838 a 1841, Ano 1839\Edição 00001 (2)

A partir dos anos 1840, aparecem muitas poesias, publicadas em diversos jornais do período. É de 1840 o seguinte soneto, de autoria de Ignácio José Ferreira.

Sobre Inácio José Ferreira Maranhense, a tradição crítica oferece poucos dados. As datas de nascimento e morte são desconhecidas, aludindo-se ao Maranhão como terra natal. A Enciclopédia da Literatura Brasileira assevera que o “poeta vendia sua produção poética, que algumas pessoas supuseram ser de outra pena” (Coutinho & Sousa, 1990, p. 857). Os únicos poemas atribuídos a Maranhense até agora localizados pela inventio em bibliotecas públicas se acham na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro: 1. Á eneméritoa morte do eneméri imperial o senhor D. Affonço – poema em folheto (1847); 2. Septenario Poetico – poema em brochura (1849); 3. Ao gênio do Brasil e do mundo – poema em folheto (1853); 4. Votos da minh’alma ao Exm. Snr. Commendador Dr. José Maria da Silva Paranhos – poema em folheto (1853); 5. Uma lagrima no sepulchro! Á enemér e enemérito morte do enemérit e enemérito Exm. Sr. Visconde do Rio Bonito – poema originalmente publicado em folheto e compilado em livro com obras de vários autores [cerca de 1856]

Ignácio José Ferreira era proprietário de uma tipografia no nº 34 da Rua da Paz; existem algumas controvérsias sobre sua obra poética:

[...] Lery Santos, no Pantheon Fluminense, informou que na época se publicou a elegia “como obra do célebre e famigerado poetaço Inácio José Ferreira Maranhense.” Cerca de 100 anos depois, o problema reaparece em Antonio Candido, ao afirmar que o poema foi “feito de encomenda e publicado com nome de terceiro (...).” Cristalizou-se, portanto, na tradição um dogma segundo o qual se julga Inácio Maranhense ter açambarcado a autoria do “Septenario Poetico”, publicando-o indevidamente sob seu nome em 1849. Mas o exame acurado da técnica de versificação empregada no poema revela informações importantes, que podem inocentar o vilão da história. [...] (MONIZ, 2010)3 .

Segundo esse autor,

[...] a partir de 1867, o “Septenario Poetico”, elegia à morte da Rainha Isabel, mãe da Imperatriz Teresa Cristina, passou a integrar a tradição de poemas atribuídos a Laurindo José da Silva Rabello (1826-1864). Eduardo de Sá Pereira de Castro incluiu o poema em sua compilação, a primeira editada após a morte do poeta, sem qualquer esclarecimento filológico. Somente em 1880, detalhes da história textual do “Septenario” vieram pela primeira vez à tona.

Fábio Frohwein de Salles Moniz4 pergunta: “O SEPTENARIO POETICO É MESMO DE LAURINDO RABELLO?” A partir de 1867, o "Septenario Poetico", elegia à morte da Rainha Isabel, mãe da Imperatriz Teresa Cristina, passou a integrar a tradição de poemas atribuídos a Laurindo José da Silva Rabello (18261864). Eduardo de Sá Pereira de Castro incluiu o poema em sua compilação, a primeira editada após a morte do poeta, sem qualquer esclarecimento filológico. Somente em 1880, detalhes da história textual do "Septenario" vieram pela primeira vez à tona. Lery Santos, no Pantheon Fluminense, informou que na época

2 Moniz, Fábio Frohwein de Salles. M. Obras poéticas de Laurindo Rabello: edição crítica /Fábio Frohwein de Salles Moniz. Rio de Janeiro, 2010. 333 f. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) – Uiversidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, 2010. Orientador: Prof. Dr. Wellington de Almeida Santos

MARANHENSE, Ignacio José Ferreira. Septenario Poetico. Rio de Janeiro: Typ. de Silva Lima, 1849. 45000008895_Output.o.pdf (usp.br)

3 Microsoft Word - Documento7 (filologia.org.br)

Moniz, Fábio Frohwein de Salles. M. Obras poéticas de Laurindo Rabello: edição crítica /Fábio Frohwein de Salles Moniz. Rio de Janeiro, 2010. 333 f. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) – Uiversidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, 2010. Orientador: Prof. Dr. Wellington de Almeida Santos

MARANHENSE, Ignacio José Ferreira. Septenario Poetico. Rio de Janeiro: Typ. de Silva Lima, 1849. 45000008895_Output.o.pdf (usp.br)

4 Fábio Frohwein de Salles Moniz (UFRJ) fabiofrohwein@gmail.com

Informa Muniz (2010)2
Microsoft Word - Documento7 (filologia.org.br)

se publicou a elegia "como obra do célebre e famigerado poetaço Inácio José Ferreira Maranhense." Cerca de 100 anos depois, o problema reaparece em Antonio Candido, ao afirmar que o poema foi "feito de encomenda e publicado com nome de terceiro (...)."

O Commercio : Folha Official, Mercantil, Politica, e Litteraria (MA) – 1842 a 1847, Ano 1843\Edição 00007, 10 de janeiro de 1843

Publicador Maranhense (MA) - 1842 a 1885Ano 1843\Edição 00069 (1)

Ano 1843\Edição 00071 (1)
Publicador Maranhense (MA) - 1842 a 1885, Ano 1843\Edição 00106 (1)
Publicador Maranhense (MA) - 1842 a 1885, Ano 1844\Edição 00192 (1)
Frederico José Corrêa: 203 anos - NOCA - O portal da credibilidade Desenho de Frederico José Correa. Imagem: Academia Maranhense de Letras.

Nesta sexta-feira, completa-se 203 anos de nascimento de um dos ilustres nomes da cidade de Caxias, tanto no campo das letras quanto na advocacia. Seu nome é Frederico José Corrêa, nascido nesta margem do Itapecuru no dia 18 de dezembro de 1817. Recém elevada à categoria de Vila de Caxias das Aldeias Altas, o garoto Frederico assistiu aos seis anos de idade o movimento que abalou a cidade, a vinda do Major Fidié para impedir a independência do Brasil.

Frederico José Correa mudou-se para Pernambuco, onde obteve o título de Bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Olinda. Retornando a terra natal, foi residir na Rua das Flores (atual Rua Gustavo Colaço), sendo nomeado Juiz Municipal do termo de Caxias (1841/43), Delegado e Promotor Público. Foi ainda eleito vereador pela 10ª Legislatura, entre 1842 a 1846.

Sua paixão era as letras e poesias, tendo diversos de seus poemas publicados em jornais, inclusive do Rio de Janeiro.

“Chegou de Caxias o Dr. Frederico José Correa, e vai aqui publicar um volume de poesias líricas, sob o título de Inspirações Poéticas. É mais um florão para a coroa da poesia brasileira, e uma reputação que se vai alçar até o pedestal em que se acham as dos Srs. Gonçalves Dias, Magalhães e Porto Alegre”. Assim noticiou a revista Iris – Periódico de Religião, Belas-Artes, Ciência, Letras, História, Poesia, Romance, Notícias e Variedades, publicada no Rio de Janeiro, em 1848.

Junto de ilustres, como Cândido Mendes de Almeida e Antônio Gonçalves Dias, foi um dos fundadores e redatores do jornal Brado de Caxias, fundado em 1845 e circulando até o ano seguinte.

Dr. Corrêa mudou-se para São Luís no final da década de 1840 quando assumiu o cargo de Deputado Provincial (1849 a 1855) onde chegou a Presidência da Casa. Militando na política pelo Partido Conservador, mas do lado moderado, foi ainda suplente de Deputado Geral (1857/59, sendo o titular Cândido Mendes). Foi ainda um dos Vice-Governadores do Maranhão (1860/66), onde chegou a assumir o Governo por quatro dias. Na capital maranhense, participou de outros jornais, como Archivo, O Observador (1847, ao lado de Cândido Mendes e Sotero dos Reis) e Publicador Maranhense. Foi ainda Promotor Público da Comarca da Capital, Inspetor do Teatro Nacional de São Luís (1854); Procurador Fiscal do Tesouro Público (1869); Inspetor da Instrução Pública (1870).

Publicou cerca de oito livros, de críticas a poesias, como o poético Meditações (São Luís, 1874). O seu livro Um livro de Crítica, publicado em 1878, causou polêmica em São Luís, onde foi defenestrado dos círculos intelectuais da época. Isso porque ele fez uma crítica direta ao mito de São Luís como ‘Atenas Brasileira’, onde ¼ da cidade era analfabeta. O livro também é um ataque ao intelectual Antônio Henriques Leal e seu livro Panteon Maranhense.

Frederico José Corrêa foi um dos fundadores, ao lado de Cesar Marques, do Instituo Histórico e Geográfico Maranhense, fundado em 1864, em sua primeira fase. Foi membro ainda de diversas instituições, como: Sócio Honorário do Instituto Literário Maranhense (1859), Sócio Honorário do Ateneu Maranhense, Associação Tipográfica Maranhense, Santa Casa de Misericórdia, entre outras. Agraciado com o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, expedido por D. Pedro II.

Pertenceu a Maçonaria maranhense, quando esta sociedade buscava incansavelmente a liberdade do negro escravizado no Brasil. Lutandoporessesideais deliberdade,fundou em 1869,aSociedadeManumissoravinte e oito de julho, que tinha como objetivo arrecadar fundos para a compra de alforria de filhos de escravos. Fio seu primeiro Presidente, tendo como Secretário o conterrâneo Cesar Marques.

“Possui uma alma forte em um físico raquítico – seu temperamento nervoso e excessivamente irascível segregaram-no resto da sociedade”. Jornal O Pensador, São Luís, 30 de maio de 1881.

Residiu primeiro na Rua do Quebra Costas (conhecido depois como Beco da Pacotilha e atualmente Rua João Victal de Matos). Depois mudou-se para a Rua da Palma, no imóvel nº 26, onde passou pouco tempo. Em seguida fixou residência na Rua de Santana, imóvel nº 56.

Foi casado com Ignez Pessoa Correa, onde de sua prole veio José Augusto Corrêa, intelectual e poeta como o pai. José Corrêa foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, com a Cadeira Nº 17. A Rua de Santana, onde a família Corrêa morava, passou a se chamar oficialmente Rua José Augusto Corrêa.

Trabalhou como advogado até os últimos dias de vida. Nosso ilustre conterrâneo faleceu em São Luís, em 28 de maio de 1881, deixando seu nome na eternidade do panteon maranhense.

É Patrono da Cadeira Nº 06, da Academia Maranhense de Letras, fundada por José Luso Torres; Patrono da Cadeira Nº 31, da Academia Caxiense de Letras, fundada por Jamil de Miranda Gedeon Neto. Salve a memória de Frederico José Corrêa!

Parte da carta por qual o Imperador D. Pedro II, nomeia Frederico José Correa, Oficial da Ordem da Rosa, em 1855. Imagem: Acervo Digital da Biblioteca Benedito Leite.

Publicador Maranhense (MA) - 1842 a 1885 Ano 1845\Edição 00279 (1)
Ano 1845\Edição 00347 (1)
Ano 1846\Edição 00407 (1)
Ano 1847\Edição 00535 (2)

SEGUNDO CICLO (1832-1868) – O GRUPO MARANHENSE NO ROMANTISMO BRASILEIRO. O MARANHÃO ATENAS BRASILEIRA”

Ano 1848\Edição 00673 (1)

Ano 1848\Edição 00708 (1)

Ano 1848\Edição 00738 (1)
Revista Universal Maranhense (MA) - 1849 a 1850, Ano 1850\Edição 00012 (1)

J. J. Ferreira Vale era proprietário de uma tipografia junto com Carlos F. Ribeiro e mais tarde arrendada para Belarmino de Matos.5

5 CARVALHO, Roberto Sousa. A atividade editorial em São Luís do Maranhão – memórias do passado, realidade presente Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Estudos Editoriais, realizada sob a orientação científica da Doutora Maria Teresa Marques Baeta Cortez Mesquita, Professora Associada do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. Microsoft Worddissertacao final_1 (ua.pt)

O Farol : Folha Politica e Commercial (MA) - 1850 a 1854Ano 1850\Edição 00010 (1) Ano 1850\Edição 00011 (1)

Ano 1850\Edição 00028 (1)

Ano 1850\Edição 00030 (1)

1851\Edição 00065 (1)
Ano
Correio D'annuncios : E Semanario Commercial do Maranhão (MA) - 1845 a 1851, Ano 1851\Edição 00044 (2)
A
00004 (1)
Marmotinha : Jornal Joco-Serio, Litterario, e Recreativo (MA) - 1852 a 1853, Ano 1852\Edição

SEGUNDA PARTE – POETAS NASCIDOS ALHURES

E na Chronica Maranhese (MA) – 1838 a 1841, Ano 1838\Edição 00001 (2), edição de 1838, p. 391, um poema de Delfina Benigna da Cunha (São José do Norte, 17 de junho de 1791 Rio de Janeiro, 13 de abril de 1857) foi uma poetisa brasileira. É tida como figura de destaque nas manifestações fundadoras da literatura gaúcha, embora a posição que ocupe na historiografia literária sulina seja hoje periferia, em razão daretração crítica queseuvalorliteráriosofreunodecorrerdotempo.Além disso,seunomeseencontracitado no livro Mulheres Ilustres do Brasil (1899), de Ignez Sabino, a qual enaltece a expressão do sentimento da poetisa. Delfina Benigna da Cunha – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Publicador Maranhense (MA) – 1842 a 1885, Ano 1842\Edição 00014 (1)

O Commercio : Folha Official, Mercantil, Politica, e Litteraria (MA) – 1842 a 1847, Ano 1843\Edição 00007, 10 de janeiro de 1843

José Pedro Xavier Pinheiro 12 de outubro de 1822 Salvador 20 de outubro de 1882 (60 anos) Rio de Janeiro Ocupação jornalista, funcionário público, escritor Autor:José Pedro Xavier Pinheiro - Wikisource

E a 27 de abril de 1843

6 6 XAVIER PINHEIRO, TRADUTOR DE DANTE | CCLA
O PUBLICADOR MARANHENSE Ano 1847\Edição 00535 (2)
Anuncio no jornal ‘A Revista – Folha Política e Literária’, de 04 de fevereiro de 1850.

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 – Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 13 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo [1]

Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas ações políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.[2]

Revista Universal Maranhense (MA) - 1849 a 1850, Ano 1850\Edição 00012 (1), poema de J. M. do Casal Ribeiro, reproduzido da R.U. Lisbonense7

José Maria Caldeira do Casal Ribeiro nasceu em Lisboa, a 18 de Abril de 1825, filho de José Vicente Caldeira do Casal Ribeiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real e juiz desembargador da Casa da Suplicação, que havia estado envolvido no processo que conduziu à execução de Gomes Freire de Andrade, em 1817, e de Maria Henriqueta Gomes Ribeiro. Foi irmão do jornalista e escritor Carlos José Caldeira. Depois de estudos preparatórios no Porto, matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra, que frequentou entre 1843 e 1848, formandose com distinção. José Maria do Casal Ribeiro – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

7 REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE − Semanário generalista editado regularmente entre Outubro de 1841 e Junho de 1853, embora tenha perdurado até 1859 de forma intermitente. Trata-se, portanto, de um “produto” da Monarquia Constitucional, contemporâneo das últimas lutas liberais e do arranque do movimento regenerador que aglutina a nação em torno do projecto de desenvolvimento “material” do país. Durante esses anos de vida conheceu 3 directores − António Feliciano de Castilho (1841-45), José Maria da Silva Leal (1846-47) e Sebastião José Ribeiro de Sá (1848-53) − e algumas reformulações, mas no essencial o projecto manteve as características que lhe dão identidade. O primeiro número é lançado a 1 de Outubro de 1841, quinta-feira, com o título de Revista Universal, Chrónica Judicial, Artística, Científica, Literária, Agrícola, Comercial e Económica de Todo o Mundo. Os escritórios da redacção estão em Lisboa, no 1º andar do nº 107, da Rua dos Fanqueiros. A revista é impressa na Typografia de J. A. S. Rodrigues, situada na Rua da Condeça (sic), nº 19, também em Lisboa.

Biografia de Álvares de Azevedo

Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista da Segunda Geração Romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É conhecido como "o poeta da dúvida".

Fez parte dos poetas que deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas usados na Primeira

Geração Romântica e deixou-se levar por um profundo dilema e angústia. É Patrono da cadeira n.º 2 da Academia Brasileira de Letras.

Infância e Juventude

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831. Era filho do Doutor

Inácio Manuel Alvares de Azevedo e de Dona Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro.

Guilhermino Augusto de Barros (Peso da Régua, 17 de Novembro de 1828 Lisboa, 16 de Abril de 1900), foi deputado às Cortes eleito por Chaves, Vila Real, Idanha-a-Nova, e Covilhã. Par do Reino eleito e depois Par do Reino vitalício. Foi o primeiro Director Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, que exerceu por longo período de tempo. Director Geral da Indústria. Conselheiro de Estado e Juiz do Supremo Tribunal Administrativo. Foi também escritor e poeta.

Era filho de Francisco Manuel de Barros e de Maria Máxima de Carvalho.[1][2][3] Resumo biográfico

Guilhermino Augusto de Barros nasceu no Peso da Régua em 17 de Novembro de 1828, no seio de uma família de pequenos lavradores locais. Com o desenvolvimento do negócio do vinho, a família da mãe passara a ter algumas posses, o que permitiu que os filhos estudassem, concluíssem o liceu em Vila Real e fossem para Coimbra.

Guilhermino segue o percurso normal dos jovens da sua época, estuda em Coimbra, onde cria cumplicidades e faz amizades, ingressa num dos partidos políticos, e faz carreira pública e partidária. Carreira que o fará subir na escala social chegando no fim da vida a Conselheiro de Estado e Par do Reino, a maior das honras a que a geração nascida depois da constituição, aspirava. O filho de modestos lavradores da Régua chegava, no fim da vida, pelo seu mérito e labor, às honras e ao topo da escala social liberal.

A revolução de 1820, e as guerras que se seguiram, provocaram na sociedade portuguesa profundas alterações na ordem social estabelecida. As famílias dos Grandes do Reino, as famílias que frequentavam e ocupavam cargos na corte estavam no Brasil quando se deu a revolução, e mais tarde quase todos aderiram à facção miguelista que foi vencida. Assim, muitas das grandes casas aristocráticas estavam sem meios, os cargos na corte deixaram de ser remunerados, acabaram as comendas e as tenças, e o acesso aos cargos do estado era agora repartido, com os militares e políticos surgidos na nova ordem liberal. Esta nova ordem social permitiu que no século XIX aqueles que nasciam em berços mais modestos conseguissem com o seu esforço e percurso pessoal subir na escala social e económica. Guilhermino protagonizou um destes percursos de ascensão social e económica de uma família novecentista.

Guilhermino foi um homem do seu tempo e da sua época. Na adolescência assistiu às guerras civis que marcaram a primeira metade do século XIX, e que culminaram com o fim da Patuleia e com a Regeneração. Estudante em Coimbra seguiu os estímulos poéticos e líricos do romantismo. De passagem, frequentou no Porto, as tertúlias boémias e poéticas, no Aguia d’Ouro, e no café Guichard.

Iniciou a sua carreira na administração pública e na política partidária, no início da Regeneração. Acreditou e sonhou com um Portugal novo e regenerado, em que o estado funcionaria, e o progresso da nação, a educação e cultura do povo, não parariam de aumentar.

Admirou Castilho e Garrett, trocou correspondência com Herculano. Foi amigo de Camilo. Com Camilo partilhava opiniões e críticas sobre artigos de jornal, novelas e poemas.

Escreveu poesia para diversas publicações, poesia ultra-romântica, ao jeito e à moda da sua época. E escreveu um notável romance histórico: O Castelo de Monsanto.

Mas foi à frente da Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, que mais se notabilizou. Promoveu e alargou a base de funcionamento dos correios, criando um serviço postal como hoje o conhecemos. Participou em diversas conferências internacionais e em 1885 organizou um Congresso Postal em Lisboa. Escreveu relatórios e memorandos sobre os sistemas postais. Montou a rede de faróis da costa portuguesa, e mais tarde promoveu a criação da rede telefónica, assinando em nome do governo o contrato com os ingleses, que trouxeram o primeiro telefone para Portugal.

No fim vida escreveu o livro Os Contos do Fim do Século. Um poema épico de elogio aos homens que promoveram a mudança da sociedade portuguesa ao longo do século XIX. Nas suas palavras dedicado aos homens 1834, e com um elogio muito particular ao Duque de Ávila e Bolama, por quem Guilhermino nutria profunda admiração e respeito.

Biografia

Nasceu na Régua em 17 de Novembro de 1828 [1]

Em 1837 foi estudar para o Liceu de Vila Real, onde ficou a viver em casa do tio Frei José Justino de Carvalho, irmão de sua mãe.

Aí permaneceu até ao fim do Liceu em 1847. Em 1844 conheceu Camilo Castelo Branco, na Biblioteca Publica de Vila Real, amizade que se manteve pela vida fora.

Em 1846 está apto para se matricular na Universidade de Coimbra, mas devido à Guerra da Patuleia, a Universidade está fechada, matriculando-se apenas em 1847 [2]. Aluga um quarto no Bairro de São Bento, em frente ao jardim botânico. Em Coimbra conhece Manuel Vaz Preto Giraldes, de quem fica muito amigo. Manuel leva-o para a Casa da Graciosa, onde conhece o Conde da Graciosa. Este círculo de amizades e relacionamentos abrirá a Guilhermino diversas portas ao longo da sua vida.

Durante o período de estudante escreverá diversa poesia em publicações, como O Bardo (1852-1855) ou no jornal Novidades (sob o pseudónimo "Ignotos") tendo a Academia Real das Siências atribuído a um dos seus poemas o "Prémio D. Luiz".[1]

Em 1852 termina o curso de Direito, e poucos meses depois é nomeado secretário do Governo Civil de Vila Real, cargo que desempenhou por seis anos, tendo em alguns períodos sido Governador Civil Interino.

Em 1858 é eleito deputado pelo círculo de Chaves, iniciando uma carreira política e partidária. Segue para Lisboa onde partilha casa com José Luciano de Castro. Em 1860 [2][4] é nomeado Governador Civil de Castelo, que exercerá por um curto período até à queda do Governo de Loulé

No fim do ano de 1864 há novas eleições e Guilhermino é eleito pelo círculo de Vila Real, iniciando-se a nova sessão legislativa em Janeiro de 1865. Na primavera a Câmara dos Deputados é dissolvida, e forma-se a coligação entre os Históricos e os Regeneradores, a Fusão, Guilhermino prescinde de ser candidata em favor de um regenerador, e por isso não será eleito. Em compensação é nomeado Governador Civil de Castelo Branco[1][2][3][4].

Na capital da Beira baixa fica a residir na Casa da Lousa, do seu grande amigo Manuel Vaz Preto. Como Governador Civil desenvolverá inúmeras acções para o estabelecimento da rede de escolas primárias, e do ensino liceal. Promove a fundação do Asilo da Infância Desvalida que iniciará actividade em 1866.

Em 1868 é eleito deputado pelo partido Histórico, no círculo de Idanha-a-nova. Regra a Lisboa.

Em Maio de de 1869 casa na capela da casa da Lousa, com Júlia Vaz Preto Giraldes, irmã de Manuel.

Em 1869 volta a ser nomeado Governador Civil de Castelo Branco.[1][2][3][4]. Desiludido com a política partidária decide recolher-se á vida familiar na Casa da Lousa. Nets período que se seguirá até 1877, dedica-se eao studo da história local, escrevendo um romance histórico, O Castelo de Monsanto, muito elogiado por Camilo Castelo Branco e por Pinheiro Chagas.

Entre 1869 e 1877 permanece retirado da política activa, vivendo na Casa da Lousa, Castelo Branco, em casa de seu cunhado. Neste período em que vive na Beira Baixa escreve o livro Castello de Monsanto, um romance elogiado por Camilo Castelo Branco,[1] e por Pinheiro Chagas.

Afastado da política activa não deixa de participar na vida do partido, sendo um dos promotores do Pacto da Granja, que em 1876 levará a fusão de Históricos e Reformistas e á formação do Partido Progressista

Em 1877 é nomeado Governador Civil de Lisboa[3]. Instalada uma polémica absurda em torno das festas no Passeio Público, Guilhermino terá que sair do Governo Civil. Em Outubro e por compensação o Duque de Ávila chama-o para Director Geral dos Correios[4]. À frente da Direcção geral dos Correios promoverá a modernização e implementará muitos novos serviços.

Nestas funções, representou Portugal no "Congresso Postal de Paris" de 1978 tendo, então, sido agraciado com a Comenda da Legião de Honra pelo governo francês.[1]. Em 1885 é o anfitrião do Congresso Postal em Lisboa.

Em 1881 promove a integração do serviço de Telégrafos e Faróis de costa na direcção Geral, e visita todos os Faróis para remodelar e reconstruir este serviço.

Em 1882 é introduzido o serviço de telefones em Lisboa e depois no Porto.

Mais tarde, em 1898, solicitou a transferência para Director Geral do Comércio e Indústria,[2] voltando no entanto, na fase terminal da sua vida, ao cargo de Director Geral dos Correios.[1]

Deputado às Cortes entre 1858 e 1887,[3] Guilhermino de Barros foi eleito Par do Reino[1][2] em 1885 por Lisboa, sendo nomeado Par do Reino vitalício em 1898.[3]

Guilhermino Augusto de Barros morreu em 16 de Abril de 1900 em Lisboa.[1][2]

Jaz sepultado no jazigo de família, no Adro da Igreja de Alvações do Corgo.

[1] Certidão de matrícula da Universidade de Coimbra.

[2] Relação e Índice Alfabético dos Estudantes Matriculados na Universidade de Coimbra e no Liceu – 1847-48. Casamento e descendência

Casou em 19 de Maio de 1869 com Júlia Maria Vaz Preto Giraldes, filha de João José Vaz Preto Giraldes e de Maria Júlia de Aires, natural de Lisboa. Foi educada a custas de seu pai no Colégio em Lisboa, onde Guilhermino a conheceu.

Viveram na Casa da Lousa de 1869 a 1877, altura em que habitaram no Patio dos Girlades em Lisboa. Em 1889 passaram a habitar numa casa em Pedrouços. Tiveram 4 filhos:

- Guilhermino Augusto de Barros, nasceu em 1871 na Lousa, Castelo Branco, casou com Maria Sande de Maxia Aires de Campos (Ameal), filha dos primeiros Condes do Ameal.

- Manue Augusto Vaz Preto Giraldes de Barros, nasceu na Lousa em 1872, e faleceu em Cinfães com 20 anos.

- Maria Máxima Vaz Preto Giraldes de Barros, casou com Francisco de Ataide.

- João José Augusto Vaz Preto Giraldes de Barros, casou com Maria Cristina Queriol Macieira. Bibliografia activa

O Castelo de Monsanto, Século XV (Lisboa, Lallemant Frères, 1879) OCLC 79280868

Contos do Fim do Século (Lisboa, Imprensa Nacional, 1894) OCLC 4507606

Memória histórica àcêrca da telegrafia eléctrica em Portugal (Lisboa, Publicidade e Propaganda dos C.T.T., 1943) OCLC 57412744

Relatório Postal do anno economico de 1877 - 1878, precedido de uma memória histórica relativa aos correios portugueses desde o tempo de D. Manuel até aos nossos dias. Lisboa: Grupo de Amigos do Museu dos CTT, Ed. facsimil. de Lisboa: Lallemant Fréres Typ., 1879.

Relatório do Director Geral dos Correios, telegraphos, pharoes e semaphoros relativo ao anno de 1889, PRECEDIDO PELA CONTINUAÇÃO DA HISTORIA DOS CORREIOS ATÉ

AO FIM

DE 1888: E DE UMA MEMORIA HISTORICA ACERCA DA TELEGRAPHIA VISUAL. Guilhermino Augusto de Barros, 1992. Lisboa: Grupo de Amigos do Museu dos CTT, Ed. fac-simil. de Lisboa: Imprensa Nacional, 1891.

Memória histórica acerca da telegrafia eléctrica em Portugal, 2.a edição, ampliada com notas, gravuras e retractos coligidos por Godofredo Ferreira. Lisboa: Publicidade e Propaganda dos C.T.T. Lisboa 1943.

Despedida do Director Geral Guilhermino Augusto de Barros aos funccionários de correios e telegraphos de todas as graduações. Lisboa, Imprensa Nacional, 1893.

Relatório para servir ao estudo das redes pneumáticas de Lisboa e Porto, telefonicas de Sintra e do resto do paiz, dos cabos submarinos dos Açores, Lisboa, Imprensa Nacional, 1889.

Relatório do Conselheiro director geral dos correios, telegraphos e pharoes. Conferência de Bruxellas, Lisboa, 1891.

Diccionario chorographico postal: com o horário da partida e chegada de malas do correio... / Augusto Soromenho; prefaciado pelo Conselheiro Guilhermino Augusto de Barros – Lisboa, Livraria Economica, 1893 Relatorio do Director Geral dos Correios, telegraphos, pharoes e semaphoros relativo ao anno de 1889 : precedido pela continuação da história dos correios até ao fim de 1888 : e de uma memória histórica acerca da telegraphia visual... / Guilhermino Augusto de Barros; Grupo de Amigos do Museu CTT. Ed. fac-similada, Lisboa, G.A.M CTT,1992

Bibliografia passiva

António Canavarro de Valladares (1970). Camilo e Guilhermino de Barros. Vila Real: Junta Distrital. 52 páginas. OCLC 2896939

Biografia de Guilhermino Augusto de Barros, manuscrito de Diogo de Azeredo Barata de Tovar (a publicar em 2016)

Guilhermino de Barros no site Douro Press.

Guilhermino de Barros no site de Pedro Almeida Vieira.

[ligação inativa] Governadores Civis de Portugal, no site do Ministério da Administração Interna.Camilo Castelo

Branco - Boémia do Espírito - Porto 1866 (1ªedição)

Artur de Magalhães Basto - O Porto do Romantismo – Edições Caminhos Cruzados, D. Jose Trazimundo Mascarenhas Barreto - Memórias do Marquês de Fronteira e d'Alorna D. José Trazimundo ditadas por ele próprio em 1861 / rev. e coord. Po r Ernesto de Campos de Andrada. - Coimbra: Imprensa da Universidade, 1928-1932.

História da Vila e Concelho do Peso da Régua - Imprensa do Douro

Fernando de Sousa - O Arquivo da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro - Edição da Real Companhia Velha – Porto 2003

Ulisses Vaz Pardal – Cem anos ao Serviço da Infância - Castelo Branco 1969

Carlos Reis e Maia da Natividade Pires - História crítica da Literatura Portuguesa, volume V – Edição de 1993

Jornal NOVIDADES de 16, 17 e 18 de Abril de 1900 – BPMP

Barroso da Fonte - Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto-Durienses

Relação e Índice Alfabético dos Estudantes Matriculados na Universidade de Coimbra e Liceu – 1847/48

Relação e Índice Alfabético dos Estudantes Matriculados na Universidade de Coimbra e Liceu – 1839/40

Relação e Índice Alfabético dos Estudantes Matriculados na Universidade de Coimbra e Liceu – 1841/41

Nuno Pousinho – Um Notável Rebelde - Revista de História – Novembro de 2002

Fernando Sousa e Silva Gonçalves – Os Governadores Civis de Vila Real – Vila Real 2002

José Luciano de Castro (24 de Setembro de 2011)

http://www.missionarios.boanova.pt/ser/historia (em 13 de Janeiro de 2013)

http://portugaldominicano.blogspot.pt/2008/09/antigo-colgio-de-s-toms-coimbra.html (em 13 de Janeiro de 2013)

Antonio Cabral – Cartas de El-Rei D. carlos a José Luciano de Castro – Lisboa – maio 1927

Discurso Fúnebre recitado em 25 de Agosto de 1853 nas exéquias do ilustríssimo senhor José Bernardo Ferreira - Tipografia de Sebastião José Pereira- Porto, 1853.

Maria Luisa Nicolau de Almeida Olazabal - D. Antónia - 2011 - página 33, e 100-101.

Eurico Carlos Esteves Lage Cardoso, A História dos Correios em Portugal, Lisboa E.C.E.L, 1999.

Maria Fernanda Rollo, A Introdução do Telefone em Portugal, Revista INGENIUM, Ordem dos Engenheiros, Maio/Junho 2010.

Ricardo Revez, Camilo Castelo Branco: Romântico Integral, Revista História, n.º 75 Abril 2005.

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Mártires, Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, São Miguel de Seide, 1 de junho de 1890) foi M escritor, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor português. Foi o 1.º Visconde de Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís. É um dos escritores mais populares, proeminentes e prolíferos da literatura portuguesa, especialmente do século XIX. Biografia Castelo Branco teve vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente de seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu manter uma escrita muito original. Dentro da sua vasta obra, também se encontra sua colaboração na autoria em diversas publicações periódicas como O Panorama,[1] a Revista Universal Lisbonense,[2] A illustração luso-brasileira[3] (1856–1859), Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [4] (1859–1865), Archivo pittoresco (1857–1868), A Esperança [5] (1865–1866), Gazeta Literária do Porto [6] (1868) (também chamada de Gazeta de Camilo

Castelo Branco devido à sua extensa colaboração como redator), a revista literária República das Letras [7] (1875), Ribaltas e Gambiarras [8] (1881), A illustração portugueza[9] (1884–1890), Lisboa creche: jornal miniatura [10] (1884) e, a título póstumo, nas publicações periódicas A semana de Lisboa[11] (1893–1895), Serões[12] (190 1–1911), Azulejos [13] (1907–1909) e Feira da Ladra[14] (1929–1943).

Vida Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa, numa casa da Rua da Rosa (actualmente com os n.os 5 a 13),[1] a 16 de março de 1825. Oriundo de família da aristocracia, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, nascido na casa dos Correia Botelho em São Dinis, Vila Real, a 17 de agosto de 1778 e que teve vida errante entre Vila Real, Viseu e Lisboa, onde faleceu a 22 de dezembro de 1835, tomado de amores por Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira (Sesimbra, Santiago, 27 de janeiro de 1799 – 6 de fevereiro de 1827), com quem não se casou mas de quem teve seus dois filhos.

Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como «filho de mãe incógnita». Ficou órfão de mãe quando tinha dois anos de idade e de pai aos dez, o que lhe criou um carácter de eterna insatisfação com a vida. Foi recolhido, em 1835, por uma tia de Vila Real e depois em Vilarinho de Samardã, em 1839, por sua irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, nascida a 24 de março de 1821 em Socorro, Lisboa, recebendo educação irregular ministrada por dois padres de província.

Na adolescência, formou-se lendo os clássicos portugueses e latinos e literatura eclesiástica e contactando a vida ao ar livre transmontana.

Com apenas 16 anos (18 de agosto de 1841), em Ribeira de Pena, Salvador, casa-se com Joaquina Pereira de França (Gondomar, São Cosme, 23 de novembro de 1826 – Ribeira de Pena, Friúme, 25 de setembro de 1847), filha dos lavradores Sebastião Martins dos Santos, de Gondomar, São Cosme, e de Maria Pereira de França, instalando-se em Friúme. O casamento precoce parece ter resultado de mera paixão juvenil e não resistiu muito tempo. No ano seguinte, prepara-se para ingressar na universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha Seu carácter instável, irrequieto e irreverente leva-o a amores tumultuosos (com Patrícia Emília do Carmo de Barros (Vila Real, 1826 – 15 de fevereiro de 1885), filha de Luís Moreira da Fonseca e de sua mulher Maria José Rodrigues, e com a freira Isabel Cândida).Em 1857 passou dois meses em Arga de São João, na Serra da Arga, freguesia serrana de Caminha, altura em que escreve os romances "Carlota Ângela" e "Cenas da Foz", assim como assume o lugar de redactor principal no jornal A Aurora do Lima[15] e é quando surge Ana Plácido [16]Em 1860, aos 35 anos de idade, portanto, refugia-se na Casa do Ermo, situada na Freguesia de Paços, concelho de Fafe Ainda a viver com Patrícia Emília do Carmo de Barros, Camilo publicou n'O Nacional correspondências contra José Cabral Teixeira de Morais, Governador Civil de Vila Real, com quem colaborava como amanuense.Esse posto, segundo alguns biógrafos, teria surgido a convite, após sua participação na Revolta da Maria da Fonte, em 1846, em que terá combatido ao lado da guerrilha miguelista.[17]

Devido a essa desavença, é espancado pelo «Olhos-de-Boi», capanga do Governador Civil. Suas irreverentes correspondências jornalísticas valeram-lhe, em 1848, nova agressão a cargo de Caçadores 3.

Camilo abandona Patrícia nesse mesmo ano, fugindo para a casa da irmã, na altura residente em Covas do Douro.Tenta então, no Porto, o curso de Medicina, que não conclui, optando depois por Direito. A partir de 1848, faz uma vida de boémia repleta de paixões, repartindo seu tempo entre os cafés e os salões burgueses e dedicando-se entretanto ao jornalismo. Em 1850, toma parte na polémica entre Alexandre Herculano e o clero, publicando o opúsculo O Clero e o Sr. Alexandre Herculano, defesa que desagradou a Herculano.[18]

Apaixona-se por Ana Augusta Vieira Plácido e, quando esta se casa, em 1850, tem uma crise de misticismo, chegando a frequentar o seminário, que abandona em 1852.Ana Plácido tornara-se mulher do negociante Manuel Pinheiro Alves, um brasileiro que o inspira como personagem em algumas de suas novelas, muitas vezes com carácter depreciativo. Camilo seduz e rapta Ana Plácido. Depois de algum tempo a monte, são capturados e julgados pelas autoridades. Naquela época, o caso emocionou a opinião pública, pelo seu conteúdo tipicamente romântico de amor contrariado, à revelia das convenções e imposições sociais. Foram ambos enviados para a Cadeia da Relação, no Porto, onde Camilo conheceu e fez amizade com o famoso salteador Zé do Telhado. Com base nessa experiência, escreveu Memórias do Cárcere. Depois de absolvidos do crime de adultério pelo Juiz José Maria de Almeida Teixeira de Queirós (pai de José Maria de Eça de Queirós), Camilo e Ana Plácido passaram a viver juntos, contando ele 38 anos de idade.Entretanto, Ana Plácido tem um filho, supostamente gerado pelo seu antigo marido, que foi seguido por mais dois de Camilo. Com uma família tão numerosa para sustentar, Camilo começa a escrever a um ritmo alucinante.Em 1864, após a morte do exmarido de Ana Plácido (falecido a 15 de julho de 1863), o casal vai viver para uma casa, em São Miguel de Seide, que o pretenso filho do comerciante recebera por herança do pai ao que tudo indica, era, na verdade, filho de Camilo.[19][20]Em fevereiro de 1869, recebeu do governo da Espanha a comenda de Carlos III.[21]

Em 1870, devido a problemas de saúde, Camilo vai viver para Vila do Conde, onde se mantém até 1871. Foi aí que escreveu a peça de teatro «O Condenado» (representada no Porto em 1871), bem como inúmeros poemas, crónicas, artigos de opinião e traduções.

Outras obras de Camilo estão associadas a Vila do Conde. Na obra «A Filha do Arcediago», relata a passagem de uma noite do arcediago, com um exército, numa estalagem conhecida por Estalagem das Pulgas, outrora pertencente ao Mosteiro de São Simão da Junqueira e situada no lugar de Casal de Pedro, freguesia da Junqueira (Vila do Conde). Camilo dedicou ainda o romance «A Enjeitada» a um ilustre vilacondense seu conhecido, o Dr. Manuel Costa.

Entre 1873 e 1890, Camilo deslocou-se regularmente à vizinha Póvoa de Varzim, perdendo-se no jogo e escrevendo parte da sua obra no antigo Hotel Luso-Brazileiro, junto do Largo do Café Chinês. Reunia-se com personalidades de notoriedade intelectual e social, como o pai de Eça de Queirós, José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, magistrado e Par do Reino, o poeta e dramaturgo poveiro Francisco Gomes de Amorim, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, António Feliciano de Castilho, entre outros. Sempre que vinha à Póvoa, convivia regularmente com o Visconde de Azevedo no Solar dos Carneiros.

Francisco Peixoto de Bourbon conta que Camilo, na Póvoa, «tendo andado metido com uma bailarina espanhola, cheia de salero, e tendo gasto, com a manutenção da diva, mais do que permitiam as suas posses, acabou por recorrer ao jogo na esperança de multiplicar o anémico pecúlio e acabou, como é de regra, por tudo perder e haver contraído uma dívida de jogo, que então se chamava uma dívida de honra».

A 17 de setembro de 1877, Camilo viu morrer na Póvoa de Varzim, aos 19 anos, Manuel Plácido Pinheiro Alves, primeiro filho de Ana Plácido, que foi sepultado no cemitério do Largo das Dores. Vários biógrafos argumentam que Manuel Plácido não seria filho de Camilo nem de Pinheiro Alves, aventando a hipótese de ser resultado duma relação de Ana Plácido com António Ferreira Quiques.[22]

Camilo era conhecido pelo mau feitio. Na Póvoa mostrou outro lado. Conta António Cabral, nas páginas d'«O Primeiro de Janeiro» de 3 de junho de 1890: «No mesmo hotel em que estava Camilo, achava-se um medíocre pintor espanhol, que perdera no jogo da roleta o dinheiro que levava. Havia três semanas que o pintor não pagava a conta do hotel, e a dona, uma tal Ernestina, ex-actriz, pouco satisfeita com o procedimento do hóspede, escolheu um dia a hora do jantar para o despedir, explicando ali, sem nenhum género de reservas, o motivo que a obrigava a proceder assim. Camilo ouviu o mandado de despejo, brutalmente dirigido ao pintor.

Quando a inflexível hospedeira acabou de falar, levantou-se, no meio dos outros hóspedes, e disse: A D. Ernestina é injusta. Eu trouxe do Porto cem mil reis que me mandaram entregar a esse senhor e ainda não o tinha feito por esquecimento. Desempenho-me agora da minha missão. E, puxando por cem mil reis em notas, entregou-as ao pintor. O espanhol, surpreendido com aquela intervenção que estava longe de esperar, não achou uma palavra para responder. Duas lágrimas, porém, deslizaram-lhe silenciosas pelas faces, como única demonstração de reconhecimento.»

Em 1885, é-lhe concedido o título de 1.º Visconde de Correia Botelho. A 9 de março de 1888, casa-se finalmente com Ana Plácido.

Camilo passa os últimos anos da vida ao lado dela, não encontrando a estabilidade emocional por que ansiava. As dificuldades financeiras, a doença e os filhos incapazes (considera Nuno um desatinado e Jorge enlouqueceu) dão-lhe enormes preocupações.

Sífilis, cegueira e suicídio

Desde 1865 que Camilo começa a sofrer de graves problemas visuais (diplopia e cegueira nocturna). Era um dos sintomas da temida neurossífilis, o estado terciário da sífilis ("venéreo inveterado", como escreveu em 1866 a José Barbosa e Silva), de que supostamente sofreria, que, além de outros problemas neurológicos, provocavalhe cegueira, aflitivamente progressiva e crescente, que lhe ia atrofiando o nervo óptico, impedindo-o de ler e de trabalhar capazmente, mergulhando-o cada vez mais em trevas e em desespero suicidário. Ao longo dos anos, Camilo consultou os melhores especialistas em busca de uma cura, mas em vão. A 21 de maio de 1890, dita esta carta ao então famoso oftalmologista aveirense, Dr. Edmundo de Magalhães Machado: Illmo. e Exmo. Sr.,

Sou o cadáver representante de um nome que teve alguma reputação gloriosa n’este país durante 40 anos de trabalho. Chamo-me Camilo Castelo Branco e estou cego. Ainda há quinze dias podia ver cingir-se a um dedo das minhas mãos uma flâmula escarlate. Depois, sobreveio uma forte oftalmia que me alastrou as córneas de tarjas sanguíneas. Há poucas horas ouvi ler no Comércio do Porto o nome de V. Exa. Senti na alma uma extraordinária vibração de esperança. Poderá V. Exa. salvar-me? Se eu pudesse, se uma quase paralisia me não tivesse acorrentado a uma cadeira, iria procurá-lo. Não posso. Mas poderá V. Exa. dizer-me o que devo esperar d’esta irrupção sanguínea n’uns olhos em que não havia até há pouco uma gota de sangue? Digne-se V. Exa. perdoar à infelicidade estas perguntas feitas tão sem cerimónia por um homem que não conhece. Camilo Castelo Branco

A 1 de junho desse ano, o Dr. Magalhães Machado visita o escritor em Seide. Depois de examinar-lhe os olhos condenados, o médico com alguma diplomacia, recomenda-lhe o descanso numas termas e depois, mais tarde, talvez se poderia falar num eventual tratamento. Quando Ana Plácido acompanhava o médico até à porta, eram três horas e um quarto da tarde, sentado na sua cadeira de balanço, desenganado e completamente desalentado, Camilo Castelo Branco disparou um tiro de revólver na têmpora direita. Mesmo assim, sobreviveu em coma agonizante até às cinco da tarde. Calculista e previdente como era, talvez que o pedido da presença do médico fosse já uma premeditação de Camilo para a execução tempestiva do seu acto desesperado. Haveria assim uma testemunha idónea do suicídio, que prestaria auxílio imediato a Ana Plácido, minorando-lhe assim a violência moral de deparar com o marido morto, caso estivessem sozinhos.

A 3 de junho, às seis da tarde, o seu cadáver chegava de comboio ao Porto e no dia seguinte, conforme o seu pedido, foi sepultado perpetuamente no jazigo de um amigo, João António de Freitas Fortuna, no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.[23]

Contemporâneo de Camilo Castelo Branco e íntimo amigo desse autor, o prolífero escritor português Alberto Pimentel foi o primeiro dos biógrafos de Camilo, sendo a partir de então especialmente pela obra Romance do Romancista (1890) lembrado como uma das principais referências no que diz respeito aos estudos camilianos.[24]

Honrarias

Grã-Cruz ou Grande Dignitário da Imperial Ordem da Rosa.[25]

Descendência

Do casamento com Joaquina Pereira de França:

Rosa Pereira de França Botelho Castelo Branco (Ribeira de Pena, Friúme, 25 de Lagosto de 1843 – 10 de março de 1848).

Da relação com Patrícia Emília do Carmo de Barros:

Bernardina Amélia Castelo Branco (Vila Real, São Pedro, 25 de junho de 1848 – 1931), casada em Valbom a 28 de dezembro de 1865 com António Francisco de Carvalho, do Porto, filho de António Francisco de Carvalho Guimarães e de sua mulher Ana de Sousa.

Da relação com Ana Augusta Vieira Plácido:

Manuel Augusto Plácido Pinheiro Alves (Porto, 11/08/1858 – Póvoa de Varzim, 17/09/1877);

Jorge Camilo Plácido Castelo Branco (Lisboa, 26 de junho de 1863 – 10 de setembro de 1900);

Nuno Plácido Castelo Branco (Vila Nova de Famalicão, São Miguel de Seide, 15 de setembro de 1864 – 1896), 1.º Visconde de São Miguel de Seide

Pseudónimos

Durante quase 40 anos, entre 1851 e 1890, escreveu mais de 260 obras, com a média superior a seis por ano. Prolífico e fecundo escritor, deixou obras de referência na literatura portuguesa.

Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Castelo Branco não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa. Além dos vários romances, deixou um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas tudo com assinatura própria ou os menos conhecidos pseudónimos, tais como:

Manoel Coco

Saragoçano

A.E.I.O.U.Y

Árqui-Zero

Anastácio das Lombrigas[26]

Estilo literário

Capa de edição recente de um dos mais populares livros de Camilo.

Sua obra é predominantemente romântica.[27] Parece incontestável. No entanto, não o é totalmente. Camilo gostaria de se situar acima das escolas literárias. Mas os modelos clássicos vão ter sempre peso na sua produção literária, embora também se deixe impressionar pela literatura misteriosa e macabra de Ann Radcliffe. Foi imensamente influenciado por Almeida Garrett. Contudo, a fidelidade à linguagem e aos costumes populares, ao cheiro do torrão (como aponta Jacinto do Prado Coelho), vai permanecer como uma das suas maiores qualidades. A crítica tem apontado que, se por um lado Camilo, nos enredos das suas novelas, com as suas peripécias mais ou menos rocambolescas, está claramente numa filiação romântica, por outro lado, nas explicações psicológicas, na maneira como analisa os sentimentos e ações das personagens, pelas justificações e explicações dos acontecimentos, pela crítica a determinado tipo de educação, não pode ser considerado simplesmente como romântico.

Jacinto do Prado Coelho considera-o «ideologicamente flutuante […] Camilo mantém-se um narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes» e também diz que «o romantismo de Camilo é um romantismo em boa parte dominado, contido, classicizado» e que há ao «lado do seu alto idealismo romântico a viril contenção da prosa, um bom-senso ligado às tradições e a certo cânones clássicos, um realismo sui generis, de vocação pessoal que parece na razão directa da autenticidade do seu romantismo».

Eça de Queiroz publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro já depois da sua exposição nas Conferências do Casino acerca do realismo como nova expressão da arte. Isso faz com que Camilo, de certa maneira sentindo-se a perder terreno para o único prosador que podia ser seu rival, enverede em duas novelas, Eusébio Macário e A Brasileira de Prazins, para tentar ser mais realista. E o que é mais extremado do que o realismo? O naturalismo. O resultado é de um certo efeito cómico, porque Camilo, com a sua particular maneira de escrever, não se contém e acaba por fazer uma paródia do naturalismo.

No prefácio de Eusébio Macário, Camilo afirma que não tentou ridicularizar a escola realista e alega: «[…] tenho sido realista sem o saber. Nada me impede de continuar». E ainda: «Eu não conhecia Zola; foi uma pessoa da minha família que me fez compreender a escola com duas palavras: "É a tua velha escola com uma adjectivação de casta estrangeira, e uma profusão de ciência (…) Além disso tens de pôr a fisiologia onde os românticos punham a sentimentalidade: derivar a moral das bossas e subordinar à fatalidade o que, pelos velhos processos, se imputava à educação e à responsabilidade" compreendi e achei eu, há vinte e cinco anos, já assim pensava, quando Balzac tinha em mim o mais inábil dos discípulos.»

Portanto: Camilo tenta apanhar o comboio da nova escola realista e fá-lo de uma maneira que não é isenta de chacota.

Temas recorrentes em Camilo a bastardia a orfandade

os direitos do coração por oposição às convenções sociais amores contrariados

adultérios e mancebias

mulheres seduzidas e abandonadas mulheres apaixonadas e corajosas encontros, desencontros e reencontros as relações familiares

o sentido metafísico de raiz cristã ofensas, rancores, vinganças e assassinatos os brasileiros de torna-viagem o anticlericalismo heranças e morgadios peripécias jurídicas o arrivismo, a baixeza e o grotesco de alguns políticos a fidelidade, desapego e generosidade do povo a brutidão, a estupidez, as manhas e a velhaquice de certo povo o egoísmo, a ingratidão, a mesquinhez e a soberba de alguns fidalgos/burgueses a generosidade e a nobreza de outros fidalgos velhos-ricos, novos-ricos, arrivistas e caçadores de fortunas padres, frades e freiras mulheres enclausuradas vícios da burguesia genealogias e linhagens

historiografia obscura

oposição entre miguelistas e liberais

Principais obras

Anátema (1851)

Mistérios de Lisboa (1854)

A Filha do Arcediago (1854) (eBook)

Livro negro do Padre Dinis (1855)

A Neta do Arcediago (1856) (eBook)

Onde Está a Felicidade? (1856)

Um Homem de Brios (1856)

O Sarcófago de Inês (1856)

Lágrimas Abençoadas (1857) (eBook)

Cenas da Foz (1857) (eBook)

nine das nitez (1858) (eBook)

Vingança (1858)

nine das nines) (eBook)

O Morgado de Fafe em Lisboa (Teatro, 1861)

Doze Casamentos Felizes (1861)

O Romance de um Homem Rico (1861)

As Três Irmãs (1862)

Amor de Perdição (1862) (eBook)

Memórias do Carcere (1862)

Coisas Espantosas (1862)

Coração, Cabeça e Estômago (1862)

Estrelas Funestas (1862) (eBook)

Cenas Contemporâneas (1862) (eBook)

Anos de Prosa (1863) (eBook)

A Gratidão (incluído no volume Anos de Prosa) (eBook)

O Arrependimento (incluído no volume Anos de Prosa) (eBook)

Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (1863)

O Bem e o Mal (1863)

Estrelas Propícias (1863) (eBook)

Memórias de Guilherme do Amaral (1863)

Agulha em Palheiro (1863) (eBook)

Noites de Lamego (1863)

Amor de Salvação (1864) (eBook)

A Filha do Doutor Negro (1864)

Vinte Horas de Liteira (1864)

O Esqueleto (1865)

A Sereia (1865)

A Enjeitada (1866)

O Judeu (1866)

O Olho de Vidro (1866) (eBook)

A Queda dum Anjo (1866) (eBook)

O Santo da Montanha (1866)

A Bruxa do Monte Córdova (1867)

A doida do Candal (1867)

O Senhor do Paço de Ninães (1867)

Os Mistérios de Fafe (1868)

O Retrato de Ricardina (1868)

Os Brilhantes do Brasileiro (1869)

A Mulher Fatal (1870)

Livro de Consolação (1872) (eBook)

A Infanta Capelista (1872) (conhecem-se apenas 3 exemplares deste romance porque D. Pedro II, imperador do Brasil, pediu a Camilo para não o publicar, uma vez que versava sobre um familiar da Família Real Portuguesa e da Família Imperial Brasileira)

O Carrasco de Victor Hugo José Alves (1872) (eBook)

A Freira no Subterrâneo (1872)

O Regicida (1874) (eBook)

A Filha do Regicida (1875)

Maria Moisés (1876-1877)

A Caveira da Mártir (1876) (ebook)

Novelas do Minho (1875-1877) (eBook)

A viúva do enforcado (1877) (ebook)

Eusébio Macário (1879)

A Corja (1880)

A senhora Rattazzi (1880) (eBook)

A Brasileira de Prazins (1882)

O Assassino de Macario (eBook)

D. Antonio Alves Martins: bispo de Vizeu (eBook)

Folhas Caídas (eBook)

O General Carlos Ribeiro (eBook)

Luiz de Camões (eBook)

Sá de Miranda (eBook)

Salve, Rei! (eBook)

Suicida (eBook)

O vinho do Porto (1884) (eBook)

Maria da Fonte (1885)

Vulcões de Lama (1886)

Voltareis ó Cristo? (eBook)

Theatro comico: A Morgadinha de Val d'Amores; Entre a flauta e a Viola (eBook)

A espada de Alexandre (eBook)

O Condemnado: drama / Como os anjos se vingam : drama (eBook)

Nas Trevas: Sonetos sentimentaes e humoristicos (eBook)

O clero e o sr. Alexandre Herculano (1850) (digitalizado em Google)

Ver também

Casa-Museu de São Miguel Seide

Alberto Pimentel

António José da Silva

Eça de Queiroz

Jardim Camilo Castelo Branco, em Lisboa

Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco

Antónia Gertrudes Pusich (São Nicolau, Cabo Verde, 1 de outubro de 1805 Lisboa, 6 de outubro de 1883) foi uma poetisa, dramaturga, jornalista, pianista e compositora portuguesa.[1][2] Biografia Nascida na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde, filha do governador de Cabo Verde (colónia) António Pusich, natural de Dubrovnik, e de Ana Maria Isabel Nunes.[3] Foi casada em primeiras núpcias com João Cardoso de Almeida Amado Viana Coelho em 1820 e de quem teve os filhos João António, Antónia, Alfredo, Maria, Ana e Ema.[4] Em 1830 casa com Francisco Teixeira Henriques de quem teve um único filho, Miguel Pusich Henriques Teixeira.[4] Voltou a casar em 1836 com José Roberto de Melo Fernandes e Almeida de quem

teve quatro filhos António Pusich de Melo, Antónia Pusich de Melo, Ana Isabel Filomena Pusich de Melo e Maria Amélia Pusich de Melo.[4]

Como poetisa teve marcada influência no romantismo em Portugal [1] Foi a primeira mulher em Portugal que fundou e dirigiu um jornal e que neles ousou mostrar o seu nome verdadeiro e não um pseudónimo como era hábito na época.[5][6] Colaborou em diversos periódicos como Paquete do Tejo[7], Revista universal lisbonense : jornal dos interesses physicos, moraes e litterarios por uma sociedade estudiosa[7] e Almanach, tendo sido directora e proprietária dos periódicos A assemblea litteraria, A Beneficência e A Cruzada [8] Obras

Olinda ou a Abadia de Cumnor Place (poesia)[4]

Irminio e Edgarde, ou doys mistérios (romance)[4]

O Regedor da Paróquia (drama/teatro)

Constança ou o Amor Maternal (drama/teatro)[4]

Saudade em memoria da virtuosa Rainha a senhora D. Estephania[4]

Canto saudoso ou lamentos na solidão á memoria do Dom Pedro Quinto[4]

Biographia do marechal A. Pusich[4]

Homenagem a Luís de Camões[4]

Poesia a S. M. El-Rey Fidelissimo o Sr. D. Fernando no seu dia natalicio no anno de 1848[4]

Homenagem a Sua Magestade a Rainha de Portugal Dona Estephania[4]

Galeria das senhoras na Câmara dos senhores deputados, ou as minhas observações[9][4]

Elegia à morte das infelizes victimas assassinadas por Francisco de Mattos Lobo, na noute de 25 de Julho de 1841[4]

Elegia à morte de D. Marianna de Sousa Holstein[4]

Elegia à Morte da Duqueza de Palmella[4]

O Sonho ou os gemidos das classes inactivas[4]

Preces ou Cântico Devoto dedicado aos Fiéis Portugueses[4]

Lamentos à saudosa memoria de d. Maria Henriqueta do Casal Ribeiro[4]

Parabéns a Sua Magestade o Senhor D. Fernando pelo consorcio de Sua Augusta Filha a Princeza D. Marianna[4]

Apontamentos biographicos e poesia, sobre o infeliz José Pedro de Senna, capitão do brigue Marianna, naufragado em Aveiro[4]

A conquista de Túnis[4]

Júlia[4]

À minha pátria, memoria sobre um ramo de agricultura e commercio[4]

POETAS CONHECIDOS

Revista Universal Maranhense (MA) - 1849 a 1850, Ano 1850\Edição 00012 (1)

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 20 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

SOBRE O AUTOR
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