A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES - BIOBIBLIOGRAFIAS

Page 1

A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES: “COPIA E COLA” EM ANDAMENTO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Centro Esportivo Virtual Na busca de um retrato/fotografia de Maria Firmina dos Reis, precisamos abrir todos os jornais publicados no Maranhão, mesmo antes do nascimento dela, pois resolvemos fazer um levantamento do que foi publicado de poesia nesses periódicos. Para tal, servimo-nos do acervo da BIBLIOTECA PÚBLICA BENEDITO LEITE, segundo historiadores, a segunda biblioteca mais antiga do País. Desde a sua criação, em 3 de maio de 1831, sempre recebeu notáveis da literatura e das ciências. O acervo do órgão do Governo do Estado, ligado à Secretaria de Estado de Cultura (SECMA), guarda preciosidades, como o manuscrito de Machado de Assis enviado a Arthur Azevedo, a maior expressão do teatro brasileiro, assim como outros documentos, hoje digitalizados. Depositária da memória bibliográfica e documental do Maranhão possui um acervo formado por mais de 120.000 volumes, assim distribuídos: 558 títulos de jornais maranhenses entre 1821-2015; 90 mil exemplares de livros em tinta: técnicos, literários e didáticos; 9.670 obras raras; 1.000 mil manuscritos do século XVI< XVII< XVIII e XIX; 1.046 títulos de livros em Braille e ampliados, totalizando 2.820 exemplares; 844 áudio livros 42 filmes com recursos de acessibilidade 29 livros em LIBRAS cd´s, dvd´s, e fotografias. Ao longo dos seus quase dois séculos de existência, de prestação de serviços à comunidade maranhense e de guarda da memória cultural do Estado e do País, a Biblioteca Pública Benedito Leite conseguiu formar um acervo único no Maranhão, de valor histórico incalculável. Além da valiosa coleção de obras raras, possui também a maior coleção de jornais maranhenses (558 títulos), tornando-se a mais completa fonte de pesquisa desses documentos no Estado. O acervo de periódicos maranhenses é formado por jornais como O Conciliador do Maranhão (1º jornal maranhense), O Censor, O Progresso, O Telegrapho (Caxias), O Farol, A Actualidade, Alavanca, Pacotilha, A Cruzada, O Norte (Barra do Corda), O Rosariense, O Ser (Rosário), O Alcantarense (Alcântara), Anapuru (Brejo), O Martello (Codó), O Coroatá (Coroatá), A Ordem (Pedreiras), O Cruzeiro (São Vicente Férrer), A Semana (Cururupu), A Pátria, O jornalzinho (Carolina ),O Pharol, Jornal de Balsas (Balsas), Trabalhista (Itapecuru-Mirim), Gazeta Popular (Chapadinha), Jornal de São Bento (São Bento), Folha de São Mateus (São Mateus), Tribuna de Barra do Corda (Barra do Corda), O Curioso, Jornal Oficial dos Municípios do Estado do Maranhão, Jornal Pequeno, O Debate, O Estado do Maranhão, O Imparcial, enfim, de 1821 a 2012, são 555 títulos de jornais. Esses jornais contam a história do Maranhão, ou melhor, são a própria história do Maranhão. São jornais de vários municípios maranhenses, nos mais diversos formatos, nas mais diferentes linguagens, tratando dos mais diferentes assuntos. Esse acervo é a expressão da história maranhense, oferecendo a possibilidade de estudo do cotidiano do homem comum, permitindo a percepção dos costumes, das ideias, da mentalidade vigente num determinado espaço histórico-cultural. Suas informações são variadas e representam os saberes e fazeres de uma comunidade, cidade ou região. Fundamentam pesquisas, livros, monografias, dissertações e


teses, recebendo constantemente solicitações de informações de pesquisadores de vários estados do Brasil e do mundo. Além do acervo de jornais e obras raras, a sua coleção é composta também por cerca de 90.000 exemplares de livros em tinta (técnicos, literários, didáticos), livros em braille, livros falados, cd´s, dvd´s, fotografias e cerca de 1.000 manuscritos. Enfim, mais que quantidade, esse acervo possui qualidade, preciosidade e raridade de conteúdo. A Benedito Leite foi uma das pioneiras no Nordeste e no Brasil em trabalho de digitalização de seu acervo raro. Hoje, grande parte dos manuscritos que fazem parte de sua coleção já está digitalizada e disponibilizada em formato eletrônico. Já possui quase 9.000 obras raras digitalizadas a exemplo de: “O Conciliador do Maranhão” (1821 – primeiro jornal do Maranhão); “Revista Maranhense”; “Revista Elegante”; “Alteraçoens [sic] de Évora “(1637); “Mentor Inglês” (1829); “Coleção de Leis do Maranhão” (Século XIX); “Almanaques Administrativos” (documentos raros mais pesquisados); “Crônica Maranhense” e muitos outros totalmente disponibilizados em formato eletrônico. E, mais que isso, mais de 2.500 obras já com acesso, integralmente, na página da Biblioteca www.cultura.ma.gov.br/bpbl. Ressaltamos que o acesso a essas obras se faz de uma das formas mais modernas e democráticas em matéria de sites de busca na internet. Até o momento, conseguimos encontrar poesias em 77 jornais... muitos deles, infelizmente, quando acessados, dá como erro, e não se consegue visualizá-los; outros, não possuem poesias publicadas; alguns, são do Piauí – Parnaiba, Teresina, Picos... -; algumas coletâneas... enfim, um rico acervo... Não sei para que servirá esse levantamento, nem quem tenha interesse nesse tipo de material, mas fica o registro, e a sua captura, no copiar e colar... Ao término, pretendo juntar todos os índices remissivos para ver no que dará... são tantos, tantos, os poetas esquecidos – ou pouco lembrados -, mesmo entre os fumozões... À PROCURA DE MARIA FIRMINA DOS REIS... ENCONTREI OUTRAS COISAS MAIS... Sai edital de abertura de concurso literário, em que Maria Firmina dos Reis é retratada. Publicação no Jornal Pequeno; lamentavelmente, uma vez mais aparece uma ilustração de uma pessoa identificada como sendo Maria Firmina, uma maranhense. E a gravura, apresentada por um artista gráfico de outro estado, semelhante à que, por muitos anos, foi retratada como a autora de Úrsula; tratava-se de uma autora gaúcha, essa retratada, como sendo a maranhense... Por muitas vezes, eu, Dilercy Adler, Noberto, Agenor, nos manifestamos contra essa identificação. Apareceram outras formas de a representar, todas aceitas, menos a de Dila... Então, encontro essa referência:

E me pergunto: Seria Maria Firmina? seria essa a única foto de Maria Firmina? E fui procurar; não


encontrei nada, dessa foto, que pudesse me indicar se é de Maria Firmina... não encontrei a foto, onde presumivelmente, fora publicada: Revista Maranhense... nem na Hemeroteca da Biblioteca Nacional – lá, não tem nada da Revista - , nem no acervo da Benedito Leite... Mas... Como a busca é o resgate da memória da literatura maranhense/ludovicense, deparei-me com essas inúmeras publicações: A Revista Maranhense é um periódico que, apesar de surgir nas mesmas condições em que surgiram os jornais, pelo interesse de um grupo de jovens intelectuais empolgados com as novas tecnologias da época, possuía, no entanto, um diferencial que dava a ela uma conotação especial. A revista, pela primeira vez no Estado, despertava para o interesse e importância da ciência e da educação como fator transformador da sociedade, o que a fazia ainda mais instigante. Esta afirmação é claramente percebida nos espaços dedicados aos artigos que falam de ciência e de educação, além de ter uma característica poética bem marcante. [...] Os rapazes que formavam o primeiro grupo integrante do primeiro número da revista chamavam-se Astrolábio Caldas, Fuljencio Pinto, José Monteiro e Francisco Figueiredo. Tinham como objetivo, segundo suas próprias palavras gravadas no primeiro número de 1916, o seguinte: “É mais uma folha de rapazes, que aparece no Estado. Não tem, na acepção rigorosa do termo, um programa. Os programas são desmoralizados. A mocidade só tem um lema, e este é conhecido de todos: estudar para saber. Assim, pois um periódico de rapazes só pode ter um fim: publicar produções literárias, ensaios científicos dos seus redatores e colaboradores. “Que são essas produções ? “Que representam esses ensaios “A Phantasia em lavas, as primeiras, irradiações do sentimento, um pouco de amor, um pouco de esperança, um olhar cheio de vida, um sorriso cheio de luz, a formosura de uns cabellos negros ou de uma trança loira, o timbre de uma voz suavíssima que se ouviu de passagem, numa noite de luar, o caminho de mãos de verbenas, que se sentia numa tarde estival debaixo de frondes confortadoras, lá no sítio em que se passaram os para sempre lembrados dias da juventude. “Todos esses fragmentos, cada um com a sua cor mais ou menos nítidos, mais ou menos sentidos, fielmente reproduzidos com a mesma commoção de hontem, ou já emoldurados pela arte são a essência desses periódicos. “...As publicações têm a vantagem de fazer saltar as falhas e os defeitos. Ficam patenteados, numa evidencia nua ao espírito. E eis porque surje, como necessidade inadiável , o dever de estudar . A grei que redije o periódico do princípio ao trabalho da formação. E então que vem a luz os bons modelos vernáculos que passam de mão em mão. “Procuram todos ávidos do conhecimento os bons livros. Aprendem a ler nas entrelinhas e a devassar esse outro mundo, até então desconhecido por elles, em que as palavras não são o que são, mas representam idéias, intenções particulares, luz, cor, som, céu e mar, espaço infinito em que voam aves, cantando, e subterrâneos em que se escondem feras e monstros. “É por isso que desses periódicos nascem os grandes prosadores, os grandes poetas, as vastas illustrações que depois fazem a reputação intelectual de um paiz! “Elles são o precioso caminho em que se apuram o talento e a vocação dos novos.” (REVISTA MARANHENSE: A CIÊNCIA EM REVISTA NO INÍCIO DO SÉCULO XX. Marla Cristiane Araújo MEDEIROS (UMESP) in INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação – Campo Grande /MS – setembro 2001).


Em artigo de Astrolábio Caldas, redator chefe da Revista Maranhense, fica notado que a segunda versão é fruto da união de dois jornais da juventude maranhense: o jornal “O Estudante” da Sociedade Machado de Assis e “A Vontade” um jornal particular. Outro aspecto relevante é a influência que a juventude recebia de figuras ilustres como: Fran Paxeco e Antônio Lobo. Ambos eram envolvidos com a propagação do conhecimento e o fomento literário e científico no Maranhão. Em livro publicado sobre Fran Paxeco e as Figuras Maranhenses (DA LUZ) foi encontrado uma foto da primeira turma da Faculdade de Direito, nela estavam os rapazes que compunham o corpo editorial da Revista Maranhense (PRISMA.COM n.º 30. Movimento Cientificismo no Estado do Maranhão no final do Século XIX e início do Século XX. Universidade Popular, Escola de Ensaio e Revista Maranhens. António José Silva Oliveira; Silvio Seno Chibeni.)

Na primeira fila, sentados, da esquerda para a direita: Djalma Sacramento, José Façanha, João Victor Ribeiro, FRAN PAXECO, Humberto Fontenelle, Francisco Mendes dos Reis e Fulgencio Pinto. Em pé, na 2ª fila: Castro e Silva, Ismael Hollanda, José Mata Roma, Zildo Maciel, Othon Mello, José Monteiro, Edison Brandão e Astrolabio Caldas. Na 3ª. Fila: Waldemiro Vianna, João Guilherme de Abreu, Raimundo Eugenio de Lima, Clemente Guedes, Octavio Bandeira de Melo e Arentino Ribeiro .

Astrolábio Caldas, Fuljencio Pinto, José Monteiro - Zildo Maciel


Na busca de uma foto ou gravura de Maria Firmina dos Reis, deparei-me com vários jornais publicados em São Luís que, em seu editorial, dedicavam-se a divulgar a literatura maranhense/ludovicense. E nada da foto/gravura de Firmina... Em compensação – e dando continuidade até se esgotarem todos os jornais arquivados na Biblioteca Pública Benedito Leite -, se está descobrindo centenas de novos autores, que estavam completamente esquecidos. Alguns, nunca conseguiremos descobrir seus nomes, pois se utilizavam de pseudônimos, outros, não conseguimos saber nada de suas biografias, nem se suas assinaturas no final dos poemas são de pessoas reais... outros, iniciavam suas carreiras literárias... Entre 1821 e 1831, circularam em São Luís cerca de 13 periódicos de matizes políticas distintas, propensos ao debate à medida em que serviam aos interesses de grupos políticos locais. Tais entraves políticos, afinal, davam-se na imprensa a partir de diferentes interpretações que as elites políticas e intelectuais faziam do liberalismo, sempre adaptado de acordo com seus interesses de classe ou grupo social. Alguns dos principais interlocutores desses debates foram, além de Minerva, O Censor Maranhense, A Bandurra (todos ligados à população portuguesa na província), O Farol Maranhense, A Cigarra, O Amigo do Homem e A Estrela do Norte do Brasil: folhas que debatiam temas ligados à Independência e à monarquia constitucional, bem como aos direitos políticos dos cidadãos. Por parte dos periódicos mais explicitamente liberais havia grande crítica aos abusos de autoridades, apontadas como déspotas, em acusações que normalmente recaíam sobre funcionários públicos da alta burocracia, em sua maioria portugueses. Estes eram acusados de conspirar para o retorno do Maranhão ao sistema colonial, trabalhando, portanto, contra os interesses imperiais brasileiros, algo que aumentava o antilusitanismo entre os maranhenses. Nas palavras de Elisabeth Sousa Abrantes, autora do artigo "José Cândido de Moraes e Silva – o 'Farol' – atuação política nos debates e lutas do pós-Independência no Maranhão (1828-1831)", Os periódicos redigidos por portugueses se tornavam alvos fáceis de críticas e suspeitas quanto às suas verdadeiras intenções, sendo acusados frequentemente de absolutistas e defensores dos interesses lusos, como era o caso de “A Bandurra” e “O Censor Maranhense”. As críticas também recaíam sobre jornais que se tornavam instrumentos de defesa de autoridades provinciais consideradas arbitrárias, como foram os casos de “A Bandurra” e “Minerva”, duramente criticados por defenderem a administração do Presidente da Província Manoel da Costa Pinto (02/1828 a 01/1829)3 e fazerem apologias ao expresidente Pedro Jozé da Costa Barros (09/1825 a 03/1827). (p. 4) BNDigital BELARMINO DE MATTOS: O DIDOT DA IMPRENSA MARANHENSE NO IMPÉRIO a trajetória pessoal e profissional de Belarmino de Mattos, tipógrafo que atuou na Província do Maranhão no oitocentos e face a qualidade dos seus impressos - livros, jornais, folhetos, etc - recebeu o codinome de Didot maranhense. Belarmino de Mattos nasceu no povoado de Axixá, que pertencia à Vila de Icatu, uma das regiões mais antigas do Maranhão, fundada no século XVII sob a denominação de “Arraial de Santa Maria de Guaxenduba”, torna-se um importante centro econômico e político da região do Rio Munim. César Augusto de Castro; Amaury Araújo Santos. IN RDBCI: Rev. Dig. Bibliotec e Ci. Info. / RDBCI: Dig. J. of Lib. and Info. Sci.| Campinas, SP | v.18| e020007 | 2020

O período abrangido nestas linhas, vão de 1823 a 1980... e haverá mais, pois, apenas arranhamos os arquivos... ARQUIVO I II III IV V VI

No. REVISTAS 13 10 04 05 45 44 121

No. Autores 195 138 208 65 187 278 1071

No. Artigos 336 262 372 210 285 366 1831


A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES I

A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES II


A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES III

A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES IV

A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES V



A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES VI



A POESIA NOS JORNAIS MARANHENSES- I a VII – OS QUE ENCONTREI BIOGRAFIA/foto/gravura – E OUTROS SONETOS OU ALGUMA NOTÍCIA DE SUA EXISTENCIA: AMÉRICO AZEVEDO

BARBOSA DE GODOIS

J. A. ALVES DE FARIAS

Aluísio da Silva Porto

Alves de Faria

Antonio da Rocha Borba

Adolfo Oscar do Amaral Ornelas

Anibal Teophilo

Antonio Augusto Rodrigues

Brasilino Miranda

Carlos Lébeis

Carvalho Guimarães

Casemiro Cunha

Claudino dos Santos


Costa Gomes

David da Fonseca Pinto

EUCLIDES FARIA

Eurico Facó

FÉLIX AIRES

Francisco Cavalcanti Mangabeira

Generino dos Santos

Ezequiel Lisboa

Fernando Burlamaqui

Gil Velhaco (Pacifico Bessa)


Leslie Tavares

Napoleão Lobão

Oliveira Roma

PAPILLON BLEU:

Oscar Galvão

Pedro Queiroz

ANA DE OLIVEIRA SANTOS, ANICOTA SANTOS

Raimundo Nona to Coelho Neto

Sabino Baptista


Ulpiano Brandão

Walter William Broadbent;

AUTORES QUE NÃO FORAM IDENTIFICADOS (?) / ASSINARAM COM SIGLAS / E/OU SEM AUTORIA (?( (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) (?) Almeida (?) Correia (?) das Chagas (?) de Castro (?) Ferreira (?) Garcia (?) Pereira (?) Rego . Lobão

Tristeza Resposta Electricos Fidalguia fritmaquisada Sem titulo Lendo a divina comedia O porque Em busca do ninho Ciume de Cristo Estrela matutina Velada Antes de partir Ainda uma vez Crepusculos Tableaux Vencedora Porque? Despertai Saudades Literatura Ausencia Distante Mocidade Confissão Um ninho A virgem do meo amor Galeria maranhense

Sátira Amor fatal A tarde Sem título Dolorosa A onda Longe de ti! Coelho Neto A mendiga Nendeixas

Elegante/1897 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 A Mocidade/1934 O Ideal/1898 28 de Julho/1892 A Estrela MA/1859 O Echo/1890 O Imparcial/1915 O Garoto/1919-21 J. Instr. Recreio Elegante/1897 Elegante/1898 A SENTINELA/1855 Elegante/1899 O Imparcial/1899 Philomathia/1895 Philomathia/1895


A A de P. A Pombinha A.A. A.A. A.A. B.R.S. C C C C C CF CF C(?)Arabar C. C. C. C. C. C. C. C.B. C.D.P. C.F.D.V. C.J. C.P. E. R. C. E. A. B. E.C.R. FRS F. F. C. A. F. de C. F. de Carvalho F. de S. F.B. F.F. G. B. G. R. G. R. Gafo-Rinha GARCEF I J. S. I J. S. I J. S. I.C.P.C.J. I.F. J. F. J. F. J. F. J. G. J. M. P.

Suplica Desabafo poético Comunicado de uma moça anonima A um nariz Duas palavras ao meu amigão

Prece a Nossa Senhora soneto Soneto A virgem do meo amor Um encontro Poesia Logogrifo Os meus desejos Adeus Le-se ao suspiro Sobre ruinas Maria Theresa Epigrama Hynmo Enigma A Rosinha Á Idalia França Um encontro

A luta Poesia Poesia Flor d´alma Tuberculoza Conceito Um beijo faz mal O meu desejo Que coincidencia A uma donzela O suspiro Sem titulo Prolfaças O agonizar do bardo Recordação Desejos Charadas Devaneio Desilusão Abrindo um livro Focando Deuys Mãe Certa mocinha brejeira, quis comigo vadiar Mote Mote Heide amar-te eternamente Declaração amorosa Ella

Recordação Em sonho A nossa existencia A minha rede

A Escola/1878 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Canhoto/1908 Formigão/1870 O Trabalho/1918 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 Marmota Ma/1854 Estrela MA/1859 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Elegante/1899 A Mocidade/1906 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A SENTINELA/1855 Pacotilha/1880 A Estrela MA/1859 O Imparcial/1915 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 Selecta/3 autores O Canhoto/1908 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Marmota Ma/1854 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Estrela MA/1859 Marmota Ma/1854 Elegante/1899 O Progresso/1851 O Jardim das Ma/1861 Marmota Ma/1854 Estrela MA/1859 Elegante/1892 Elegante/1894 O Condor/1908 O Grilo/1912 O Domingo/1901 O Domingo/1901 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Jardim das Ma/1861 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Jardim das Ma/1861 O Brazil/1907


J. M. S. J. J. N. A. J. P. J. P. F. J. R. J. R.

J. R. de R. A. J. R. R. A. J. S. K. L. L. M. M. M. M. M. A. B. M. F. F. M. F. F. M. P. F. J. M. R. M. S. M. M. T. M. V. M.A. M.C. M.I. M.V.M.R. N. L. N. L. N. L. N. M. N. M. P. P. G. P. J. C. B. Padre A. (?) R. R. R. N. R. R. Petit R. V. M. R.

A minha rede Que lucro tiras quem ama Ao freguez A ré Soneto Retrato O amor da mulher Sem título Não me acreditas? A virgem do bairro Parodia Soneto A pedido A rainha do baile Um brado do coração Os olhos d´ella Charadas Soneto Soneto Sem título Epigrama A rosa abandonada Um sonho Logogripho Adeus A uma mulher perjura Saudades Sem titulo Adeus à vida Bom romance Hyno a Venus - tradução Metrificação de uma carta Lembrança de um paizão Meu viver é triste A mais bela A mulher Glosa A uns anos Divagação Vingado estou de ti por meus rivais Os bordões de minha lira Só pode ser A rasão perde o vigor Recordação Lendo Amargura Desilusão Desilusão Minha may Constituição Ode ao restabelecimento de SMI Invictus A pedido O teu olhar A Exma. Sra. Maria O rio da saudade Ao memorável 7 de setembro

O Brazil/1907 Marmota Ma/1854 Elegante/1893 O Canhoto/1908 Estrela do Norte Br /1839 Marmota Ma/1854 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 Marmota Ma/1854 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 Marmota Ma/1854 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Marmota Ma/1854 Gazeta de Codó/1893 Marmota Ma/1854 O Brazil/1907 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Canhoto/1908 A Estrela MA/1859 Elegante/1892 Elegante/1893 28 de Julho/1892 O Brazil/1907 O Brazil/1907 A SENTINELA/1855 A Luta/1891 Estrela do Norte Br /1839 O Domingo/1901 Marmota Ma/1854 Elegante/1892 O Echo/1890 Novidades/1952 A Estrela MA/1859


R.C. R.V.M.R.

RR S S, S. S. S. S. K. B. S. V. S.C. SEM AUTORIA

Vivaz A razão perde o vigor Ao memorável dia 7 de setembro Soneto Soneto Uma lágrima no tumulo do dr. José Ferreira Extasis Album poético Ela rage, mumpre moras Uns olhos castanhos Soneto Por ti suspiro, meu bem Um adeos Receio Soneto Soneto A vida humana Renascença A uma virgem Convite para uma valsa A conjuntura amorosa Aviso interessante Soneto Soneto O carnaval Quem diz não sei, diz que sim Livre-nos Deus Sem título Mote A quaresma Edital público Logogrifo Aidivinhação Mote A viuva Mote Mote Soneto A moça janeleira Memorial para o general Silveira questões A fatalidade questões Mote do Padre Bexiga Mote do Padre Beneyba Um mal me que que me fale Mote Hyno Saudade Aos olhos Lanterna magica I – versos de pé quebrado Ave Gloria Rimas vermelhas Cinema da vida Simphonias – a minha mãe À as aves Sentítulo

Elegante/1895 Marmota Ma/1854 Estrela MA/1859 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 A SENTINELA/1855 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 Marmota Ma/1854 A SENTINELA/1855 O Canhoto/1908 Malagueta Ma/1844 Malagueta Ma/1844 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Estrela MA/1859 Estrela MA/1859 Estrela MA/1859 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Elegante/1897 Elegante/1897 A Revistinha/1918


Soneto ODE AO MESMO ASSUNTO Hino constitucional Lá vai verso A Victor Hugo Se te amo? Não sei... Saudosa memoria O que mais me faz sofrer Marta Mar alto Ressaca Barco da minha terra Uma predição

Soneto de fundo Soneto 2 Hymno Hymno Sem título O meu amor A estrella do norte Enigma Logogrifo O lyrio do prado O peru entre as galinhas Enigma Um infeliz ABC oferecida às belas maranhenses ABC oferecida às belas maranhenses A minha vida passada Logogrifo Acrostico Sobremeza litteraria Interessante Sobremeza litteraria 29 de setembro No tumulo de minha mãe De que vale viver? Às sestas A ella A vida Phantasia alucinação Madrigal Salvação Avante Epistola O nada Tributo de amisade Mote Mote Amor privado À morte!? Esperança Sim!!! Sem título Um politico Mote

CONCILIADOR MA /1821 CONCILIADOR MA /1821 CONCILIADOR MA /1821 CONCILIADOR MA /1821 A Escola/1878 A Escola/1878 A Escola/1923 O Sorriso/1885 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 O Combate/1909 Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1895 Elegante/1896 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1899 Cronica MA/1839 Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores


Genio A morte!? A lua da minha terra Poesia Aos anos de um anjo que baixou do ceo Sonhei-a A lua A repulsa Recordação Portugal Poesia Poesias O dia 28 de outubro Logogrifo Hyno Eu a vi Sem titulo Oferecido a Ana Guilhon Soneto Casamento de pexinxa Critica geral Soneto Mote Ella O.D.C A meu anjo Noites de São João ? Trovinhas Caricatura Sobre um tumulo Maria Maria II Maria III

Selecta/3 autores Selecta/3 autores Selecta/3 autores A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 O Funcionário/1921 O Guri/1915 O Estrilo/1921 O Garoto/1919-21 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861

Refugium pecatorium Anhelo de amor Anhelo de amor As fangas e os ovos As frangas e os ovos Acrostico Acrostico Na rua Mote Gloza Soneto Soneto Bastardo Paródia Paródia Soneto Epigrama Decima Soneto O salata enlouqueceu O Brazil Mote Ao cigano do Largo da Sé Uma resposta

O Sertão Novo/1930 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 O Brazil/1907 O Caboclo Ma/1842 O Caboclo Ma/1842 Investigador Constitucional


Lá vai verso Lá vai verso Ao Comendador Jabota Ao Comendador Jabota Sublimi ferjam sidera vertice Coivo na campa É elle Despedida Soneto Ode O 7 de setembro Hyno Saudade Felicidade-Virtrude Aos olhos Trovas

Homenagem a D. Luis da Silva Brito

V. B. V. J. V. S. V. Tito V.S.P. X, X. M. X. Y. Z. X. Y. Z. X.P.T.O. X.Y.Z X.Y.Z. X.Y;Z. Y. T. Z. Z. B. ZARB

O Picapao/1842 O Picapao/1842 A Luta/1891 A Luta/1891 A Luta/1891 A Luta/1891 A Luta/1891 A Luta/1891 O Progresso/1851 O Progresso/1851 Novidades/1952 A Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 Avante/1902 O Domingo/1901

A ela Soneto Que mais me faz sofre? Desengano

O Imparcial/1915

Lembras-te Encarnado Que mais quero Queres? Moça do reclame Suplica A uns olhos Venite Ezotico Soneto Inconstancia Pra mim é raridade Soneto Epigrama Mote A mulher Lanterna magica I – versos de pé quebrado Ao meu distinto fiel amigo A trinca da Fuzarca

A SENTINELA/1855 O Boemio/1909 O Jardim das Ma/1861 A SENTINELA/1855 Elegante/1892 Elegante/1892 Marmota Ma/1854 O Domingo/1901 A Luta/1891 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Elegante/1894 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Brazil/1907 O Canhoto/1908 Gazeta de Codó/1893 Fuzarca/1929

O Sorriso/1883 O Sorriso/1883 O Sorriso/1883


AUTORES QUE USARAM PSUDONIMO Agá ARIAM Bardo Berorta Bezongal Bilac Orac. Bismarck Bitola Braldebolo (?) Bras Braz Bocó

Bilhete Salve 28 de julho – 1823/1923 Sem titulo Sem título Logogrifo Logrogrifo Saudades Ouvir guris Lanterna magica I – versos de pé quebrado Criança Epitáfio canhoto III Traços a carvão Traços a carvão Fitas soltas

Rimas inocuas Rimas inocuas Rimas inocuas Rimas inocuas Rimas inocuas

O Canhoto/1908 A Escola/1923 A Tarde/1915 A Tarde/1915 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 O Porvir/1902 O Guri/1915 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Guri/1915 O Garoto/1919-21 O Garoto/1919-21 O Canhoto/1908 O Momento/1917 O Momento/1917 O Momento/1917 O Momento/1917 O Momento/1917 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 O Momento/1917

Braz Martelo

Martelando Martelando Martelando Martelando Martelando

Braz Ninguém Braz Sara-Cura Bric-a-Brack

Rimas Pedintes

Bulhão Pato

Conselhos de um médico

Caldeira Camonilo

Uma poesia Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os Ateniadas Os ateniadas – canto segundo Os ateniadas – canto segundo Os ateniadas – canto segundo

Cand. Bispo Carlos (?)

Alma aflita

Cazé Cri

Trovas

Gazeta de Codó/1893 Gazeta de Codó/1893 O Trabalho/1918

Oferecido a uma senhora Acrostico Um ahi! De despedida Meus devaneios Conselhos hygienicos Bilhete em verso - Celeste

A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A Luta/1891 O Canhoto/1908

Cruz Cupido

Cartas da roça Trovas da casa No FAC

Despedida da minha terra natal Despedida da minha terra natal

O Garoto/1919-21 O Garoto/1919-21 O Garoto/1919-21 O Combate/1906 Formigão/1870 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Imparcial/1915


Chauffer Chernoviz Cinzel

D. Pedrito El mano D. Quichote D. Quixote D. Xicote

Davilar Deiogenes Did Eleele Elza Feijó Feitosa Formiga Fox-Brasiliens Frei Broxa Garroche Guaxelo Hebcama

Heitor Brito Henalpe Iliaco Incola DÁlba Irbério Jocoso Jointeclas Lidador Maciel

Os bondes Devaneio Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo Risos e reflexos Eu sou demais Intervalos poeticos Intervalos poeticos Horas trajicas Pasteis de briza 15 de novembro Jesus Minha Infancia Glozas Padre nosso Inspirações femininas O meu jardim Mote Gloza VCamos a Belém Moribundos F.P. N;M. Edital 1. Edital 8 Bric a brac Lanterna magica I – versos de pé quebrado Lanterna magica I – versos de pé quebrado Ignota dea A Edegard´Carvalho Eden do amor A Zefa Cromo Hyno A... A garça A musica e o poeta Capricho L´amour O valor da moda Nunca mais Soneto Chromo Delirio Sua vida Os desenganos Acrostico Esculpindo Segredo Parodiando Perfil ’apenas’

O Chacal e o pastor

O Guri/1915 Carapuça/1884 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Luta/1891 A RUA/1915 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Tarde/ 1946 Elegante/1896 O Canhoto/1908 Voz do Povo/1937 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Condor/1908 O Condor/1908 A Noticia/1928 A Noticia/1928 O Garoto/1919-21 O Garoto/1919-21 O Condor/1908 O Condor/1908 O Guri/1915 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Elegante/1893 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1895 O Porvir/1902 O Porvir/1902 Elegante/1890 Elegante/1892 Estrela da Tarde/1857 O Estudante/1933 O Canhoto/1908 Fuzarca/1929 O Guri/1915 O Estrilo/1921 O Futuro/1891


Pafuncio Palpite Papilon Blue

Ram Ram

Ri-Alto

Peri

O Ladr]ao e o Marajah O Brhamane e a agua lustral

O Futuro/1891

Cartas da Roça Palpitiques Phases No campo Engano Sempre a ti Phalenas marinhas Canção Trillos Bosquejos Fugitiva Antes e depois Melancolia Dois astros Efemeras Adevinha E.D.S. Sem título Sem titulo Metagrama Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Serenatas Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo Esculpindo

O Garoto/1919-21 Avante/1902 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Tarde/1915 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte 1905 Revista do Norte/1903

Pethion de Villar

O poeta Ceci tuera cela Christi de bronze

Phaleante da Camara Phetion de Villar

Um grupo Harmonia suprema

O Futuro/1891


Phineas

Devaneios Cartas de um amigo I

Phocion Caldas Piene Pimenta Pinho Castro Pires da Silva Piroli Pirolo Placido de Queiroz

Amor e fé

Placido Guerra

O ideal antigo No diluvio Pesadelo A mulher forte As três vagas

Desvario Lanterna magica I – versos de pé quebrado Ao meu fiel amigo Amor distante Chegou Verdades Desejos Existe Deus Saudade

Murmurios Plinio Mota Por uma senhora Qualter Guilherme R. A. Lomba R. Borba

R. Rocha (aluno do Collegio) R. Alves de Farias Rafles

Rebi-Rote Rebus Rec de Lara Rhybine Ribas Ricardo

Amigos

A inconstancia Ciumes Nunca mais Pergunta Descantes do vate Já sofreu meu coração A cruz A desonrada No dia 28 de julho de 1857 Incerteza O inverno A vida O liberto Volta da pesca

Lanterna magica I – versos de pé quebrado Lanterna magica I – versos de pé quebrado Lanterna magica I – versos de pé quebrado Lanterna májica – secunda série Lanterna májica – secunda série Lanterna májica – secunda série Lanterna májica – secunda série Lanterna majica ; o caixeiro A lanterna májica A lanterna májica A lanterna májica A lanterna májica Esculpindo Charada Soneto Á F... Gratidão Sonetos A flor saudades soneto À uma soberba Aos olhos mais brejeiros e gaiatos que tenho visto Os cabelos

O Condor/1908 O Condor/1908 Revista do Norte/1902 O Sabia/1932 O Canhoto/1908 A Luz/1931 Lábaro/1921 A Luta/1891 A Luta/1891 Gazeta de Codó/1893 Gazeta de Codó/1893 Gazeta de Codó/1893 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Elegante/1898 O Combate/1909 Marmota Ma/1854 Elegante/1895 Elegante/1895 O Condor/1908 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A ESCOLA/ 1902 Revista do Norte/1904 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Estrela da Tarde/1857 Elegante/1898 O Jardim das Ma/1861 O Canhoto/1908 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854


Epigramas Soneto em acrostico Mote O que eu sinto Lamentos de uma praça Soneto Já te quis, hoje não quero Prima Epigrama Que sede gostar e não poder A flor inigmatica Mote Suspiro As graças Mote Braz Bocó Sacepedra

Rimas inocuas A F.R.

A J. P. Z. Santo Roupinha Sem autoria Teu bem Th. Ribeiro Junior

Thadeu Uesrepapoge Uframoferfer Ulaizel Um Maranhense Uosrefpahoje Victor (?) Vieira da Silva Verdureira

A coisa Soneto Rimando Intimas Recordação Amemos Sem titulo

Desilusão É doce o amar A J.C. Sátira Geral A F. Desilusão Ao Comendador Jabota Credo Sou eu

Meu coração Soneto Dois irmãos Minha história Contraste Na vida poética

Waldemar Zé Corso Zé da Força Zé Papagaio Zé Paraguay Zé Reis Zé Trovão Zito Baptista

Suplica Anthitese Calunias Felicitações Soneto Agulhas Agulhas O casal da oposição Sem título -A... Largo do Carmo Bebedo eterno

Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Momento/1917 O Sorriso/1885 O Sorriso/1883 O Sorriso/1883 A Escola/1878 Carapuça/1884 O Condor/1908 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 O Corisco/1890 O Sorriso/1883 O Sorriso/1883 O Canhoto/1908 Recreio dos Ma/1839 O Sorriso/1885 O Sorriso/1885 A Luta/1891 A Noticia/1928 O Canhoto/1908 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Estudante/1915 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 O Brazil/1907 Opinião Publica/1870 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Luta/1891 O Condor/1908 Primavera/1909 A Tarde/ 1946 Voz do Povo/1937


ALGUNS AUTORES... Algumas biografias... nem todos identificados... A.Americo Cesar Americo Cesar

A.Americo Neto A.Antunes A.B. Barbosa de Godois A.Brito A.C. Abreu A.Cascaes A.Gonçalves Dias A.J. Alves de Farias

A.J. Petri A.Laim A.M. da C.S. Antonio Marques da Costa Souza A.Marques Rodrigues

A.Motta

Confiteor Distrações Variação oetica Monologo

A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1899 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Elegante/1890 Singular/1937 A Escola/1878 A Escola/1878 Elegante/1892 O Estudante/1957 O Jardim das Ma/1861 Jorn Ins Recreio/ Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Elegante/1897 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 CONCILIADOR MA /1821

No album de um condiscipulo A uma senhora A rosa e a campa Vinte e oito de julho A fonte dos amores Lugares Meus amores O Brasil Saudades No álbum de um amigo A Ressureição A minha rosa A rainha da festa A morte do menino Horácio A morte de Almeida Garret A morte de um rouxinol A revista nocturna A uma rosa Este mundo A... Poesia espanhola A verdade, a justiça, e o bello A morte do redemptor A memoria de Raimundo Vale de Carvalho O curupira Retrato Ilusão

Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Elegante/1896

A escola Salão azul Cantigo de amor O bandido Depois de um enterro O meu retrato Na rua da tristeza Nazareth A minha mãe Vida feliz Soneto Estancias Uma noite de Torquato Tasso Pensamento Caricias Poesia O donzelo Retardataria Tartaruga Asa À pequena Elda Esforço inutil Intangivel


A.R. Borba A.Rego A.Reis

A.Rodrigues

Ao meu mano Antonio R. Borba Na festa Alta noite Mudanças Noiva Noite e dia A Coelho Neto A um amigo A um amigo

Estrela da Tarde/1857 Elegante/1896 Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 O Imparcial/1899 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902

Abdias Neves

Epopeia do triunfo O tigre

Abelardo Nunes

Soneto Velhas barcas

Universitário em Marcha/55

A escola Narrativa Magua Noivos Misterio

Uma lagrima

A Escola/1919 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Corisco/1890 Revista do Norte 1906 O Combate/1909 A Mocidade/1934 Elegante/1893 Elegante/1894 Fuzarca/1929 A Mocidade/1906 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Elegante/1890 Novidades/1952 Revista do Norte 1906 Primavera/1909 Elegante/1896 O Canhoto/1908 O Combate/1906 A Noticia/1928 A Noticia/1928 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905 Revista do Norte 1905 Revista do Norte 1905 Revista do Norte/1902 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 Revista do Norte 1906 Revista do Norte 1906 Revista do Norte 1906 Elegante/1895 A Escola/1878 A Luta/1891 Elegante/1894 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 Philomathia/1895 Elegante/1896

Esquife cor de rosa

O Combate/1906

Abilio de Souza Abilio Pimentel Acto Pereira Adalberto Peregrino Adelino Fontoura Aderson Lago Adherbal de Carvalho

Agostinho Reis

Fructo proibido

Meus primeiros versos Ante o tumulo de Sheakspeare Bucolica Nevrose do gozo Gonçalves Dias Luta renhida O trabalho

Alberto Rivere Alberto Tavares Alcebíades Neves Alcides de Cantanhede Alcides Pereira Alda Alda Rego (Mussouri) Aldo Pery Alf. Castro Alfredo Assis

Perolas soltas Lenita Manha na barra Bilhetes ao interior Ao I.Xavier de Carvalho Ruinas Primavera

Á Gilka Loretti Em viagem Carta de amor Amor Supreno Anceio Supremo anseio

Dois mortos Num cartão postal Ella

Alfredo Fernandes Alfredo Galeão Alfredo Peixoto Altares Azevedo Sobrinho Altino Junior Altino Rego Aluizio de Azevedo

Suplica do mendigo Dois mortos À lua Saudação Genuflexo Nina Rodrigues Minha filha Tira Dentes Pecadora Violino O suicida O suicida Ciumes

Universitário em Marcha/55


Aluizio Porto

Aluizio Azevedo Aluizio Porto

Alvares d´Azevedo

Amphiteatro Poema eterno

Tritutur dies die A Egreja N´um album A visita da morta Poema do coração Indiscrição Desdemona

A despedida Esquife cor de rosa Soneto

Alvaro Martins

Canto da lavadeira Paisagem rustica

Alvaro Queizada Alves de Farias

Como te amo

Alves de Souza Amaral Brazil Amaral Ornelas

Legenda Conmdenados

Americo Maranhão Americo Maranhão, sobrinho Anibal Teophilo Anizio Vianna Antero de Quental

Cego Augusto Severo

Antonia Ericeira Lobo Antonio Augusto Rodrigues Antonio Castro Antonio Chaves Antonio de Carvalho Antonio de Castro Antonio G. Correa Pinto

Antonio Lima Antonio Lobo

Antonio Manoel da Cunha Bellem Antonio Oliveira

Antonio Sales Antonio Thomaz Antonio V. Marques Apolinario de Carvalho

Captiveiro Flor de neve

Vida A morte

Mater Resposta a um amigo A Virgem Maria Namoro a cavalo Tancredo sua esperança ficou Miseria de um poeta Carangueijo Vencida Casteldamor

De tarde Edith Confissão Ellas Teus olhos Cristo no corcovado Dolorosa Canto do mal Por amor de uns olhos

Lubrico Saudade Carta de um suicida Cherchez la famme A escrava E´lo de lagrimas Contraste Crepusculo Etelvina Mulher Carrus navallis Rozas Cotinha Au depart Edith Analogia

Na volta

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte 1905 Pacotilha/1880 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1906 O Combate/1916 A Mocidade/1934 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 28 de Julho/1892 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1901 O Motivo/1955 O Motivo/1955 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1901 A Noticia/1928 Primavera/1909 A Luta/1891 A Luta/1891 Cidade de Arari 1984 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1906 Revista do Norte/1904 Elegante/1894 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 O Pharol/1931 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Elegante/1894 A SENTINELA/1855 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 O Estudante/1937 Elegante/1895 Horizonte/1950 A Mocidade/1906 Primavera/1909 A Mocidade/1906 O Guri/1915 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 A Semana/1917 O Imparcial/1915


Argemiro Moraes Aristarco das Moças Arlindo Martins

Arlos Rego Arsenio Adhemar

Arthur (?) Arthur Azevedo

Arthur Guimarães Arthur Azevedo Astro Raposo Astrolabio Caldas

Rimas ligeiras O teu pranto Divagações Dois mundos Mote Saudades O intrigante Meu pae Pagina solta Inconstante Ante um boi Morcero Comunhão branca Carmem Dolores Traz quadras Teias de aranha Finados Minha culpa Vizão de louco A rosa e o cravo

Retrato Oufora e hoje A mulher Colombo Ah e se... Colombo Teus olhos Soneto Transit. Confuzão Vem Impressões de teatro Aniversário A ella Que espiga Natal A memoria de Machado de Assis Natal

Augusto Aristeu Augusto de Carralha Aranha Augusto de Carvalho (?) Augusto Linhares Augusto Rodrigues

Amigos As gondolas Regresso O Prego Quadras Quadra

Augusto Serra Auto Pereira

Semiduplex

Ayres de Miranda Azevedo Azor Vesper B. Bitancourt B. das Chagas B. de Godois B. Mattos Batista Rego

Literatura A um escolar Idalia França A um mestre escola Soneto Acabou-se o dinheiro Os olhos de Demora Sem título Triolet Quadro Avant de mon depart Já não te amo

Primavera/1909 O Condor/1908 O Pharol/1931 O Porvir/1902 Marmota Ma/1854 Primavera/1909 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Domingo/1917 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Philomathia/1895 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 Elegante/1895 A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Noticia/1928 Jornal dos Artistas/1919 28 de Julho/1892 O Grilo/1912 Idade Nova/1937 O Estudante/1915 O Estudante/1915 A Noticia/1928 Elegante/1895 Elegante/1897 Novidades/1952 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 Revista do Norte/1901 O Corisco/1890 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 Pacotilha/1880 A Luta/1891 O Jardim das Ma/1861 O Combate/1916 A SENTINELA/1855 Elegante/1897 Pacotilha/1880 Elegante/1893 A Escola/1878


Baulerio Mangabeira Bellarmino Belensarranag de Ferrero Bellarmino Benedicto Rabello Benjamim C. Branco Bento Ernesto Junior

Bento Frazão Raposo Bernardelli Bernardo Moreira Bianor de Mederios Bidico de Rodrigues

Boanerges Santos Brasilino Miranda C Castro C. Castecisano C. de Amiel C. Guedes C. Marques C.Alves C.Sousa Junior Caetano de Souza Caio Xisto Candido Farias Carlos D. Fernandes

Carlos Lebeis Carlos Rege Carvalho Guimarães Carvalho Lago Casemiro Cunha Casimiro de Abreu Castro Arlich Castro Queiros Castro Rocha

Recado Recado Triolet A uma monja Um adeus A Revista Elegante Per Dio Ao faustíssimo aniversário da Independência do Brasil Aspiração Lagrimas e rosas Indiferença A D. Antonio Xisto Albano Falsarios Saibam todos Nair Máculas do sol 7 de setembro O galo velho e o amo Á uma mulher bonita Para o comandante Augusto Ribeiro Eu seu que tu amas Ave 1o de maio Serenata (para violão) Liberdade As lebres e as rãs Meu berço Grupo Sotero dos Reis Nada mais espero Amarguras Monologo de um bisturi

Tres cantos Desilusão Amei Ave Maria Amo-te Tristeza Nada Noivado Au depart Cura da nervose Ratio Victriz et cur invictum Magnum Coelo Suplicio de Magdá Ao meu querido Assuero

A minha mãe Morta-viva

Sombra Pagã Fins Jesús Descontentes No álbum de Nicolau Vicente Ferreira Sentiment

Não poder Madre mia Aniversário Teus anos

Singular/1937 Singular/1937 Elegante/1897 Avante/1902 Elegante/1895 Elegante/1897 Sangue Jovem/1930 A Mocidade/1906 Elegante/1895 Elegante/1897 Elegante/1897 O Domingo/1901 O Domingo/1901 O Registo/1917 Alma Nova/1925 Revista do Norte 1905 A Mocidade/1906 Jornal dos Artistas/1919 A RUA/1915 A RUA/1915 A RUA/1915 A RUA/1915 A RUA/1915 A RUA/1915 Jornal dos Artistas/1919 O Carriça/1936 O Carriça/1936 Voz da UREB/1954 A Escola/1878 Revista do Norte/1902 Gazeta de Codó/1893 O Canhoto/1908 O Jardim das Ma/1861 O Domingo/1901 O Ideal/1898 O Ideal/1898 A Renascença/1902 A Renascença/1902 Elegante/1895 Elegante/1894 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905 Alvorada/1955 Philomathia/1895 Sobra pagã/1916 A Mocidade/1934 Risos d´Alma/1911 Risos d´Alma/1911 Elegante/1895 O Estudante/1915 O Jardim das Ma/1861 A Patria/1915 A Vontade/1915 A Vontade/1915


Cavalcante de Luna Celso de Magalhães

Esperança A Pororoca Gloria do Maranhão

Celso Junior Celso Pinheiro Celso Vieira Cicero França Claudino dos Santos Clemente Guedes

Ouvindo-te

Cocha porca Coelho Costa Coelho Neto

Dois sonetos Bela pagã

Requiescat Na alcova Crenças Natal

Desfazendo Chromo Rio Branco Saudades

Saudades Correa de Araujo

Correia Monte Costa e Silva Junior

Costa Gomes Cruz e Sousa Cunha Junior Cunha Mendes Cursino de Azevedo D de M. V. VAREJÃO D. Cravinho D. Fortuna

D. J. G. Magalhães D. Lopes

D. Vasconcelos

D. Voltaire

Polo do norte Do cimo de uma montanha

Ode a Portugal Musica dos mortos Minha vingança Faace a face Na taça Biblico Musa Imperial Consolatrix afflitorium Assombro Imutável

Grandes (?) A velhice O oceano de maguas O ABC Quando te vejo Eufrida Versos doudo Suplica Injenua Suicidio Amor e cabelo Recordando o 18 de agosto De volta Saudades Devaneio Em sonho Versos Nunca mais Porque? Nnenem Pela vida Na vida Verdade Genosidade Eleonora De morto O desterrado Voluvel 18 anos Falena

Risos d´Alma/1911 Alma Nova/1925 Esquerda/1932 Revista do Norte/1904 Voz do Povo/1937 Revista do Norte/1901 Revista do Norte 1906 A Luta/1891 O Estudante/1915 O Estudante/1915 A Vontade/1915 A Luta/1891 A Noticia/1928 O Combate/1906 O Combate/1916 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1906 O Porvir/1902 O Porvir/1902 O Porvir/1902 Arte e Cultura/1954 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Primavera/1909 Revista do Norte/1901 A Tarde/1915 O Condor/1908 Elegante/1894 Jornal dos Artistas/1919 Jornal dos Artistas/1919 A SENTINELA/1855 Pacotilha/1880 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Cronica MA/1839 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Guri/1915 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908


Poeta pra burro Sofrer... Recordando Voai, voai... Borego Madrugada Não desejaria Flopres A França e a guerra Dagmar Desterro da Silva

Aos leitores Às crianças

Damasceno Ferreira

Terribilis dea

Damasceno Vieira Dante Faria

Danubio Lopes David da Fonseca Pinto Denis Ramom Desfar. Vieira Dias Carneiro Dias d´Oliveira Dias da Silva Dias de Oliveira Diogenes de Alcantara Djal Fontoura

Djalma Vianna Do Guayacu Doca Negreiros Dr. Baiacu Dunshee de Abranches

Ilusão Perolas soltas Sai de minhalma Recordação Impressões de um baile Saudade! Ode Hymno Loucura Segredo

O sonho de uma (?) Rio Itapecuru Nostalgia rude

Num album Remorso de um cypreste

Julgamento de Phryne Realismo Fantazia É mentira Mãe Soneto

Trabalho Interessante À morte de Pereira da Costa O ultimo adeus Pela paz

E. Marinho Aranha E. Polary

Elle e ella

Eduard Chiricari Eduardo Galvão Eduardo Machado Egas Moniz Bareto de Aragão Elias Sarmento Elvira Ribeiro Lima Eneas Garcia Era Almeida Ericeira de Sousa Estolano Polary

Tudo cresce O pescador de aves

Matinal Jesus

Agonisante Depois de ler A Patria

A voz de pedra O “Risos d´Alma” Dúvidas O mendigo Silencio ao caminhar O crepusculo A minha mãe Pagina oculta A tempestade O dois de novembro Noite de inverno O Morphetico

O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Idealista/1958 O Idealista/1958 Revista do Norte/1902 Revista do Norte 1906 A ESCOLA/ 1902 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Novidades/1952 Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826 Novidades/1952 Novidades/1952 O Imparcial/1915 A Mocidade/1906 Revista do Norte/1903 Formigão/1870 Revista do Norte/1901 Elegante/1895 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Noticia/1928 Malagueta Ma/1844 O Trabalho/1950 A Luta/1891 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Elegante/1895 O Estudante/1915 O Estudante/1915 A Luta/1891 A Luta/1891 O Combate/1909 Revista do Norte/1901 Avante/1902 Risos d´Alma/1911 Elegante/1897 A RUA/1915 Cidade de Arari 1984 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909


Euclides Bandeira Euclides da Cuna Euclides Farias

Eugenia Leonel Eugenio de Castro Eurico Facó Eurico Nunes Ezequiel Caldas Ezequiel Lisboa

F G de Medeiros Branco F J Ferreira F. A. Ferreira Lima F. C. Rossard F. de Carvalho F. Gomes de Amorim F. J. Ferreira F. Lisboa filho F. M. Teixieira F. Maranhão F. Marotti F. Nozoribring F. Octaciano F. Reimar Fábio Joaquim Ewerton Facundes Varella Fausto Cardoso Fausto W. dos Santos Felix Aires

Felix Maniero Felix Pacheco Felizardo de Oliveira (13 anos) Fernandes Bello

Fernando Burlamaqui Ferreira Vale Firmino Miranda Firmino Saraiva Firmino Sareiro Flaviano Alves Flávio Reimar Fraga de Castro

Mão Contrate A moda Idalia rança A avenida A modestia Soneto O destino Naração Coelho Netto Descripção Joia humana Excursão ao desconhecido Mal supremo O mártir do Gholgota Eufrida Adeus Sem título Sem titulo O agonizar do bardo Se eu fora Se eu fora Minha Patria! Manhã de sol A noite ao luar Epileptica Alba nuova

O suspiro Soneto

Soneto Ao pe de uma lousa Canções da Vida Armas Suprema Adoração Salve o glorioso dia 22 de outubro Jesus Jamais o certo pelo duvidoso Mãe Bem e mal O pastor e o seu rebanho Simbulo dos simbulos Concurso literário O lençol dÉlla A minha oliveira Pensativo ante o destino

Vida e morte A prematura morte do Principe D. Pedro Sinhá A ausecia de Rosinha Historia de um beijo Resolução O meu natalicio Eloá De longe Ventura Nini Parabéns

Revista do Norte 1906 A Escola/1919 Via Lucis/1909 Pacotilha/1880 Primavera/1909 O Domingo/1901 A Noticia/1928 O Combate/1916 Vesper/1938/39 Elegante/1899 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Marmota Ma/1854 A SENTINELA/1855 O Progresso/1851 Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859 A SENTINELA/1855 O Canhoto/1908 A SENTINELA/1855 A Tarde/1915 Revista do Norte/1902 A Estrela MA/1859 O Combate/1906 O Combate/1916 Selecta/3 autores Canções da Vida 1868 Elegante/1894 A Mocidade/1906 O Brazil/1907 O Pharol/1931 A Noticia/1928 A Noticia/1928 Voz do Povo/1937 Elegante/1893 A Tarde/1915 Amor às Letras/1905 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 O Motivo/1955 O Progresso/1850 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1890 Elegante/1893 A Mocidade/1906 Eloá/1867 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1896 Elegante/1898


Framberg Fran Teixeira França Pereira France-Brezil Francisco A. de Moraes Rego Francisco Castro Francisco Lisboa Francisco Lisboa Filho

Francisco Mangabeira Francisco Serra

Franco de Sá Frederico Fhossard Frederico Severo Freudulpho Grarielle Frimino da Pá Virada G. Castro G. dos Reis G. Sousa Filho G. Sousa Junior Generino dos Santos Georgina Agrora Gerson Tavares Giacomo d´Avelar Gil Braz Gil Mulcio (O Mundinho) Gil Velhaco

Gil Velloso Gileno Oliveiros Gomes Leal Gomes Reis Gonçalves Crespo

Amanhã More ultuma ratio Crepuscular As valkirias Soneto Soneto Salve, Independencia Canzoneta O chorado A distancia Rumores A vitória do amor O impotente O trunfador A Emile Zola Novo sol Fé Sacrificio Lingua A balsa Quadro A um blasphemo freira O folhal

Em segredo Por um olhar A estrela d´alva Poesia Um concerto no ceo Saudades Retrato Sem título Naufragio Pingo d´água Num postal Deus Tu Mais do que a força – o amor No peristino de um livro de esgrima

Teu nome Uma gota de luz Imitação Eternas Juras Os bailes à moderna Notas de flauta I Notas de flauta II Notas de flauta III O traque Notas de flauta IV Notas de flauta V Notas de flauta VI Triolet Flauteando Desejo Ella A minha noite de noivado

De plantão A noiva Odor de femina

Formigão/1870 A Semana/1917 O Registo/1917 Revista do Norte 1905 O Canhoto/1908 O Condor/1908 A Escola/1923 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1905 A Mocidade/1906 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A Escola/1878 O Ideal/1898 O Ideal/1898 A Noticia/1928 Elegante/1896 Elegante/1898 O Condor/1908 O Ideal/1898 O Ideal/1898 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 A Mocidade/1906 Elegante/1891 Elegante/1890 O Registo/1917 A Escola/1878 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1895 O Ideal/1898 O Ideal/1898 Revista do Norte/1901 O Palpite/1913 O Combate/1906 O Combate/1909


Gonçalves Dias Gonçalves Moreira Guadalupe Guerra Marat Guerreiro Branco Guiherme Dourado Guilherme Braga

Guilherme de Miranda

Reliquias A noiva Quazimado O Morro do Alecrim Procissão Versos a toa Ferroadas

Hontem e hoje Lembrança d´um baile Na catedral A humildade do bispo Dolores O anathema , fragmento de Syllabus Orgia amor e vinho A uma beata Nevrose Saudosa Cittá dolente

Guimarães Passos Gusmão Filho

Fatalidade No pais do sonho Esperança

H. Castriciano H. Ferrari

Espirito e materia

H. G. de Almeida Braga

H. Matos

Odio Rio Branco Fumaças Falsaria Carestia da vida Nariz bolota Saudade festiva A minha reliquia Aspirações Triste recordação O garoto de paris O teu retrato Ano velho Ano novo Eloá S. José de Ribamar Estancias Lembra-te de mim Ai, de mim O outeiro da cruz O orvalho Olhos negros Seu nome A lagrima Epidecio Quinze anos Canção do Salgueiro À morte de minha tia Emiliana Cajueiro pequenino A borboleta Tristonha tarde O salgueiro de Santa Helena Saudades Mademoiselle Pas ancore Ospe

A Tarde/1915 O Combate/1916 O Canhoto/1908 Singular/1937 O Condor/1908 O Palpite/1913 A Renascença/1902 O Trabalho/1918 A Luta/1891 O Combate/1909 O Combate/1909 O Combate/1909 O Combate/1909 O Combate/1909 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 A Luta/1891 Lábaro/1921 Labaro/1921 Revista do Norte/1904 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895


H. X. Coutinho Heitor Brito Henrique Guimarães

Henriqueta Eliza Hentelgino Hermino Lyra Higino Cunha Hilton Fortuna Hilton Fortuna (H. Ferrari)

Homero Diamantino

Hugo Barradas Humberto de Campos

Hygino Cunha Hypolito Xavier Coutinho I Ferreira I.Ferreira I.Mario de Avelar I.Pires I.Vaz I.Xavier de Carvalho

Ibrahin Giefer Ignacio Raposo Israel Anahory

Noivado Ao partir Magoas de amor Bela e... feia Gonçalves Dias Soneto Chromo Viver Cão que morre Meu viver Anjo A familia Na kermesse

Luxuria Christo Meu mal No cinema Maria Maria Sonho (?) Sonho maldito Retrogado Ingenuo Quizera Dor Salvé Colombo Lia Confiteor Confiteor Esperança Confiteor Ideal Minha lyra

Sou pobre, mas livre Ella Julgamento de Phryné O amor perfeito

Tempestade Philomathia Elegia I Abrindo o livro Ri! Flores do palco

Ao sol posto Tua resposta A uma criança OILRT Despreso e odio Para breve Antiphona A Carlos Gomes Cilada Assim (inédito) Os patos e a tartaruga Vida, nascimento e morte A Samaritana O tempo

Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 O Porvir/1902 O Porvir/1902 A Patria/1915 A Vontade/1915 A Vontade/1915 A Vontade/1915 Elegante/1893 Philomathia/1895 O Trabalho/1950 Elegante/1898 Elegante/1899 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 Elegante/1897 LABARO?1921 Lábaro/1921 Revista do Norte 1906 Labaro/1921 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1904 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 Elegante/1895 O Estudante/1915 O Ideal/1898 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1897 O Registo/1917 A Semana/1917 Elegante/1895 O Domingo/1901 Revista do Norte/1904


Itapuan Britto J. (?) Carvalho J. C. de Britto J. C. Estrella

J. de Moraes Silva J. Eustachio de Azevedo J. F. Cromwel J. Gonçalves Junior J. J. Ferreira Vale J. K. das C. Roza J. Lisboa

J. M. Goulart de Andrade J. M. Quintanilha

J. Madureira J. Neves J. P. da Silva J. P. Martins J. Ramos J. Reis J. S. Pereira

J. Vaz J. Pereira Barreto Jacintho

Jacintho de Figueiredo Jacques La Respade Jaime Simões Jerry Charles João Caldas João d´Aboim João de Deus João de Deus João de Deus João de Deus do Rego

O teu beijo Descriptivos O meu exilio Poesia Ode O amor Tu O casamento Natal

Honorina Entre familia Maranhão Canto do índio brasileiro A maioridade de Pedro II Incredulo Eu desejava Partiu Descrição Soneto Soneto A eterna vingança Fatalismo Modestia Generosidade Abstração A minha ilusão

Digo? Ode O sobambulo O sonambulo Na berlinda Vívido retrato Vívido retrato O despreso Logogripho Enigma por lettras Soneto Mote Charada Recordação Só

Crer e descrer Numa igreja Confidencia Integralistas Eo nome Primeira Cruz Alma das flores Caldasevelação Contrate Versos tristes A vida Morrer Envelhecendo Na hora da amargura Navegando Princeza

A Mocidade/1934 Elegante/1897 A SENTINELA/1855 O Progresso/1851 O Progresso/1851 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 A Luta/1891 Revista do Norte/1901 Pacotilha/1880 A Luta/1891 O Progresso/1850 O Progresso/1850 Cronica MA/1839 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 A Tarde/1915 A Tarde/1915 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 Revista do Norte/1903 O Canhoto/1908 Cronica MA/1839 O Brazil/1907 O Brazil/1907 O Domingo/1917 Lábaro/1921 Labaro/1921 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 O Ideal/1898 Revista do Norte/1903 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 Clarinadas/1937 O Progresso/1850 Idade Nova/1937 A Mocidade/1906 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Primavera/1909 Elegante/1895 O Pharol/1933 A Escola/1919 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903


João do Carco João do Riso

1º de maio Romance Vou jogar

João Gracisman João Homem de Loureiro Siqueira

A Severo, flor de minha terra

João Pinheiro João Teixeira

Vem

João Vicente Leitão Joaquim Belmont

Caboclo do Brasil

A RUA/1915 O Estrilo/1921 O Garoto/1919-21 Revista do Norte/1901 Selecta/3 autores Selecta/3 autores Revista do Norte/1902 O Canhoto/1908 A Semana/1917 O Trabalho/1950

Ideal Morta

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1904

Joaquim Beluril (?) Joaquim Cesario de Britto e A. R. Borba Joaquim José (?) Joaquim José da Serra Freire Joaquim Lins (aluno do Collegio) Jonas da Silva

Quand méme Improviso

Elegante/1897 Estrela da Tarde/1857

Sonetos Soneto Passarinho A escola

Cronica MA/1839 Cronica MA/1839 A ESCOLA/ 1902 A ESCOLA/ 1902 Revista do Norte/1902 Gazeta de Codó/1893 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1906 Horizonte/1950 Idade Nova/1937 Elegante/1898 O Carriça/1936 Opinião Publica/1870 Gazeta de Codó/1893 O Imparcial/1915

Magoas presentes Saudades A Fujida Campezino

Esplendida

José do Vale Jordão José A. Rego

José Amaral José Carvalho José da Mata José de Freitas Junior José de Ribamar Melo José do Egyto José do Vale Jordão José Lima José Luis Baptista José Maranhão Sobrinho José Martins José Moreno José Pereira da Silva José Ribamar Dias José Ribeiro de Sá Vale José Soares de Azevedo Josué Montello Jota Te Juca Rosa Juiniedas Julia C. Monteiro Julio Brandão Julio C. Monteiro

Julio Cadaval Julio Cicero Monteiro Julio Dantas

Carta I Nome da mãe Petalas sem cor Minha cymodace Soneto Banco de praça A voz do coração A sonambula Narração Maldição Carta II

Cantiga Perfis A F. Camara Ves? A aranha e a mosca O nosso amor Soneto Ode Minha vida Hosanas À memória de Filinto Elísio Cantico Abrindo um livro Distante Triolet Recordando Eliza O Ceará ridimido Anjo da graça Tres cousas Mote A perola e a gota de orvalho Vaticinio

Festas Tolinha A Luva

Elegante/1899 O Porvir/1897 O Porvir/1897 Labor/1913 Idade Nova/1937 Cronica MA/1839 Estrela do Norte Br /1839 Nossa Bandeira/1939 Hosanas MINERVA/1848 A Mocidade/1934 Os novos/1936 O Canhoto/1908 Elegante/1894 O Guri/1915 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 O Estudante/1915 Elegante/1892 Elegante/1895 Fuzarca/1929


Julio Durval Julio Riensi Juvenal Tavares L. A. Palmeirim L. Carvalho L. de Lopes L. J. L. Peixoto Lafayete de Mendonça Latino Coelho Laura Rosa

Lauro da Gama Lazaroni Lemos Viana Leonardo Marcolino de Lemos (PE) Leoncio Rodrigues Leondina Guerra Leonidas e Sá Leslie Tavares

Levy Licinio Bastos Licio Bastos Lima Junior Lino Salviano Lino, mão de Paca Lisboa Filho

Lisboa Junior Lizette Louis Blanc Lourival Silva Lucano dos Reis

Lady Godiva Lady Godiva II Triolet Num album Cantando...

Sem titulo A vivandeira O galho de alecrim (Não tenho quem me console) Os olhos dela Nauta solitária Retirada da Laguna Pensamento Aurora Recolhimento Natal O rouxinol e a râ Por que não a chuva? Expansão Perguntas Sobre os mares Soneto Maestro Costa Grajhaui

Urnas que refletem O desengano Voce magicam Saudade Soneto Tu e eu Infinito A suprema extase Mutação Soberana Fanfarra Passionario Riscos e triscos Anema mia Sonhar

!4 de junho Entrudo Ao Pagé do Pau Deitado Amas-me! Refugio na Lyra O primeiro amor A primeira vez A... O odio O odio Desejo Harém Perdão Republica No Baile Versos Phryne no aeropago Saudação à bandeira Resignação

O Registo/1917 O Registo/1917 Elegante/1894 O Porvir/1902 Revista do Norte/1901 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 O Ideal/1898 LABARO?1921 Marmota Ma/1854 O Cometa/1955 O Integralista/1935 Elegante/1892 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 O Condor/1908 O Porvir/1902 O Echo/1890 O Momento/1917 Marmota Ma/1854 A Renascença/1902 Elegante/1895 A Noticia/1928 Elegante/1899 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1891 A Renascença/1902 Risos d´Alma/1911 A Luta/1891 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 A Luta/1891 A Luta/1891 O Echo/1890 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Domingo/1917 Elegante/1895 Nossa Bandeira/1939 A Mocidade/1934


Dúvida Luciano Silvestre Lucio Moreira Lucio Moreno Lucy Rosa Luis de Camões Luis Guimarães Luis Pestarini Luiz Carvalho Luiz Costa Pinto Luiz Delfino Luiz Silva Luzitano Silvestre M. A. A. de Azevedo M. B. Bolivar M. Bittencourt M. Branco M. Cavalleiro M. F. dos Reis

M. George Cronwell

M. Reis M. Rock

Teus cabelos Suplica da infancia No campo A maroca Forgot me not Grata lembrança Soneto O piano

Eva Ilka Partida e progresso

Contraste O impossivel

Tu No sonho Reflexões O vagabundo A infancia Noite e dia Poesia Sem título Ao amanhecer e ao por do sol Logogrifo A vida Charadas Não me acreditas Charadas Chinita mia Ella Miseria Sempre a sorrir Intima Amor e ventura Enfim Rosita

Gusos fluidos O beijo do mar Tentação Pedro Paulo Desenganos M. Rubim de Jesus M. Soré M.A.A de Azevedo Machado de Assis Magreu, Junior Manoel Jansem Pereira Manoel Joaquim Brabo Manoel Sobrinho

Maranhão Sobrinho

O meu burro Soneto

O vagabundo Á Carolina

Medalhões academicos Sem titulo A despedida do bravo tenente Desiludido Immutavel A caridade A libertação do espirito O aluno a professora Outeiro da Cruz Soneto Supremo Visões

Labaro/1921 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 Elegante/1897 Elegante/1895 Elegante/1895 O Sertão Novo/1930 Revista do Norte 1906 Revista do Norte/1904 Primavera/1909 A Noticia/1928 Revista do Norte/1901 Singular/1937 O Combate/1909 A Semana/1917 Jornal dos Artistas/1919 A RUA/1915 A Estrela MA/1859 O Jardim das Ma/1861 Elegante/1897 A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1895 Philomathia/1895 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1898 Elegante/1899 Revista do Norte/1904 Philomathia/1895 Estrela MA/1859 O Estudante/1915 O Registo/1917 Cronica MA/1839 A Luta/1891 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 O Pharol/1933 O Integralista/1935 O Integralista/1935 Novidades/1952 A Mocidade/1906 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903


D. Mistica Conforto Fidalga Santa Judeu errante Sonho alado Turris iburnia Soneto Helvetica Cruz de espinhos Purpura da Astruria A ermida

Marcos D´Atilla Maria Andrade Azevedo Maria C. Abreu Maria Franco Teixeira

Maria G. Azevedo Matos Maria Luz Mariana Chagas Mariana Luz

Mariano Chagas

Ave Maria Crepusculos Soneto A ermida Fé Mestina As violetas Avant Os olhos de Maria Incurável Renuncia Ao luar A... Maria Zequinha Este é o meu túmulo A mocidade Confidencia Soneto Á violeta A cartinha À minha musa

Minha lira Ventura imensa Confidencia Mariano Correa Mario da Silva Mario Lial

O valor de uma lágrima Sonho absurdo

Marques de Sapucay

Violetas

Mary Lopes Matta Roma

Maya Conde Mayne Melão Melchior Coelho Mendes Martins Mesquita Monteiro Mundicarmo Mousinho

Suplicando Comedia Violetas Viagem das graças No pais do sonho Nos dois Nós dois Sorriso indefinido O Parahyba Innocente

Chuvas e chuviscos Peixaria do Rosario Nhazinha Atlantida Talvez A luta do Marrusco Soneto

Sessão intima

Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 O Combate/1906 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1899 O Combate/1916 Avante/1902 A Mocidade/1906 Vesper/1938/39 Elegante/1899 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1906 Elegante/1893 Primavera/1909 Primavera/1909 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1893 Elegante/1895 Gazeta de Codó/1893 A Mocidade/1906 O Combate/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 O Combate/1906 O Combate/1916 A Noticia/1928 LABARO?1921 Lábaro/1921 Labaro/1921 Labaro/1921 Labaro/1921 A Luta/1891 O Imparcial/1915 A Luta/1891 A Luta/1891 A Mocidade/1906 Labaro/1921 O Echo/1890 O Jardim das Ma/1861 O Trabalho/1918


Muniz Barreto Musio

Amar Auto-falante Mas que bebê Cartas a Papae Noel Toada de ano novo

N. Castriciano N. Silva Nair Rodrigues Ericeira

A estatua

Napoleão Lobão Nascimento Reis Neno Vasco Nereu Bitencourt

A morte Silencio Tempo presente A flor e o sonho Amargurado Orgia Elle Pelos campos

Porque quero Saudade Sublevação Cultual Yolanda Crença

Noll Nunes Claro

Dia a dia

O Cambista O Cantor das minhas saudades O Cantor das Torcidas O Eremita dos Piloes

Cambiando Canto Décimas O zorrogue dos corcundas Outra Outra O Brazão da boa gente Deselento e desejo A um certo dr. Conde... Sempre Ell-a Ante uma caveira O Brasil Estrelas Ida A Patria Os monstros Hino a bandeira Lingua portuguesa Ideal Conselho de amigo Madrugada Conselho de amigo

O. Almeida Galeão O. Americo Octavio Galeão

Olavo Bilac

Olavo Serra Olegario Mariano

Olimpio Fernandes Oliveira e Feres Oliveira Franklin Oliveira Marques

A minha irmã A grande morta Ella Assassinos

Na partida

Cantilena sertaneja Versos felizes O lenhador Dezoito de Fevereiro Jesus perante Pilatos Aos meus queridos filhos Lenço Branco Rozarine Afonso Celso

Elegante/1893 Nosso Jornal/1936/37 Nosso Jornal/1936/37 Nosso Jornal/1936/37 Nosso Jornal/1936/37 Revista do Norte/1904 Brasil Novo/1950 Cidade de Arari 1984 Cidade de Arari 1985 Cidade de Arari 1985 A RUA/1915 A RUA/1915 A Mocidade/1934 Revista do Norte/1901 Avante/1902 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 A Noticia/1928 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 O Palpite/1913 O Progresso/1851 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Estrela do Norte Br /1839 Elegante/1890 O Echo/1890 Elegante/1891 Primavera/1909 Primavera/1909 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Mocidade/1934 A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Escola/1919 A Escola/1919 Labaro/1921 Singular/1937 Novidades/1952 Singular/1937 Revista do Norte/1903 O Integralista/1935 Os novos/1936 O Sertão Novo/1930 Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952


Oliveira Roma Oliveira Roma Olympio Fernandes Olympio Moreira Orlando Teixeira Orozimbo Aranha Oscar Alves

Oscar B. da Silva Oscar d- Alea

Dois despertares Promessa de candidato Quinze de setembro D. José Delgado Á mulher No cemitério Nunca mais Se queres que eu cante Paizagem de inverno Ex abundantia enim cordis os loquitus Voz amiga

Na hora certa Passarada Santa Garças errantes Dulce Cego Jandira Blasphemia A alma do poeta

Cadaver fidei O julgamento de Phryné Phryne vants Helastes Ghrysol Dalila Gloria inm excelsi Palavras de um seeptico Visão de Zauxis Esperança morta O colibri Meu culto Helena Aprees la depart

Fugas visão Oscar De La Tour Oscar Galvão Oscar Guimarães Oscar Lopes Oscar Pederneiras Oscvar d´Alea P. Bessa

Adeus O descrente

Magdalenas Soneto Vellas Lendo Kachepim El giudisle de Phryne Ilusão final O Rouxinol Crono Vamos De volta Cromo A caridade Sede Triolet Sensual Capricho LXN Não morri XLNI A magua À musa Encontro

Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952 Novidades/1952 A Luz/1931 A Noticia/1928 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Noticia/1928 A Noticia/1928 O Combate/1909 O Canhoto/1908 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1895 O Combate/1909 Elegante/1896 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1896 Elegante/1896 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Elegante/1896 Revista do Norte/1904 O Combate/1906 Primavera/1909 Primavera/1909 A Tarde/1915 A Luta/1891 Elegante/1895 Rev.Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894


P. Correa Pinto P.J. Severo de Oliveira Pacifico Bessa Papilon Blue

Paula Dominguinha da Graça Paula Ney Paulo de Alcantara Paulo Pereira Paulo Sarmento Pedro Braga Filho Pedro de Alcantara, Dom Pedro Diniz Pedro Queiroz Pethion de Villar

Ausencia Amando Helena Méditacion Saudade

A instrução Phases No campo Engano Sempre a ti Phalenas marinhas Canção Trillos Bosquejos Fugitiva Antes e depois Melancolia Dois astros Efemeras Mote Fortaleza Ella Um conselho Confidencial

Tisica Brasil do Bem A esperança Alcantara O poeta Ceci tuera cela Christi de bronze

Phaleante da Camara Phetion de Villar Phocion Caldas Pinho Castro Pires da Silva Piroli Pirolo Placido de Queiroz

Um grupo

Placido Guerra

O ideal antigo No diluvio Pesadelo A mulher forte As três vagas

Harmonia suprema Amor e fé

Ao meu fiel amigo Amor distante Chegou Verdades Desejos Existe Deus Saudade

Murmurios Plinio Mota Por uma senhora Qualter Guilherme R. A. Lomba R. Borba

Amigos

A inconstancia Ciumes Nunca mais Pergunta Descantes do vate Já sofreu meu coração A cruz A desonrada No dia 28 de julho de 1857 Incerteza

Elegante/1894 Elegante/1894 Primavera/1909 A Escola/1923 Philomathia/1895 A Escola/1919 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 A SENTINELA/1855 A Tarde/1915 Elegante/1895 A Luta/1891 Sangue Jovem,/1930 Idade Nova/1937 Brasil Novo/1950 Elegante/1894 Carapuça/1884 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte 1905 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1902 A Luz/1931 Lábaro/1921 A Luta/1891 A Luta/1891 Gazeta de Codó/1893 Gazeta de Codó/1893 Gazeta de Codó/1893 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Elegante/1898 O Combate/1909 Marmota Ma/1854 Elegante/1895 Elegante/1895 O Condor/1908 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857


R. Rocha (aluno do Collegio) R. Alves de Farias Raimunda E. F. Baldez Raimundo Correa Raimundo Luis Viegas Raimundo Oliveira Portela Raimundo Reis Ramada Curto Raymundo Correa

Raymundo Costa Raymundo Monteiro Regina Augusto Regina de I. Reis Carvalho Reis(?) Renato de Lacerda Ribamar Nogueira Ribamar Pereira

Ribas Ricardo

Ricardo de Berredo Rita Lima Lisboa Robson Campos Martins Rochedo de Lima Rock de Lara Rodes Pimentel Romão

O inverno A vida O liberto Volta da pesca

Languidez Ideal Mofa e despeito Lagrimas Calor Ardente Joffre Carta de despédida Mal secreto

Mau secreto As despedidas O fim do amor Em primavera

Não mais Excetra O oraculo de Minerva

O beijo O Espiritismo Oração de minha alma Rosas Nomade Eu Bailado Gratidão Sonetos A flor saudades soneto À uma soberba Aos olhos mais brejeiros e gaiatos que tenho visto Os cabelos Epigramas Soneto em acrostico Mote O que eu sinto Lamentos de uma praça Soneto Já te quis, hoje não quero Prima Epigrama Que sede gostar e não poder A flor inigmatica Mote Suspiro As graças Mote O ultimo amigo Deus castiga Deus castiga? Alma da Raça A luz de la luna Desenganos Lanterna magica I – versos de pé quebrado Bilhetes ao interior

Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 A ESCOLA/ 1902 Revista do Norte/1904 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1898 Novidades/1952 A Tarde/1915 Revista do Norte/1904 O Combate/1906 O Combate/1916 A Noticia/1928 A Vontade/1915 Revista do Norte/1904 Elegante/1899 Elegante/1899 Revista do Norte/1901 A Luta/1891 O Pharol/1931 Novidades/1952 Novidades/1952 Sangue Jovem/1930 Novidades/1952 A Noticia/1928 O Canhoto/1908 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 Marmota Ma/1854 O Canhoto/1908 Evolução/1937 A Evolução/1956 Novidades/1952 Os novos/1936 Elegante/1898 O Canhoto/1908 Primavera/1909


Romeu Mariz Rosalia Sandoval

Rufino Coelho S. A. d´Azeredo

O Poeta De longe

Ave erradia Serenata Dois crepusculos Canto indígena Soneto Soneto O beija-flores

Sá de Miranda Sabino Baptista Salvio de Castro e Costa Santiago Roiz Santins Reis Santo Roupinha Santos Junior Saraiva Maia Sdm autoria Sebastião Lobo Sebastião Santos Silva Braga Silva Viveiros Silveira Netto Silvio Rebello

Ao por do sol

Sisidino Guimarães Sousa Reis

Mocidade Crepusculo Caveira Ella Soroso A esmola Lanterna magica I – versos de pé quebrado

Stenio Dalmino Tancredo Moraes Telles de Souza Telmo Ribas Teophilo Dias Th. Ribeiro Junior

Thadeu Thaumaturgo Vaz

Duas almas Trovas Paginas sacras Amor fraternal A coisa Adeus

Aos que sofrem Soneto Noivado

Calvario Dois de novembro

A lyra desditosa Turrisd eburnia A sementeira Versos a uma saudade Versos a uma saudade Debaixo da vida Carta a minha amante O poema da vida Ballada do ladrão antigo Intima

Coro de pastores

Soneto de uma moça pobre Intimas Recordação Amemos Sem titulo Canções Via dolorosa

Teu pedido Del Theodoro Rodrigues

Poemas do coração Noivos D´entre as ruinas A princesa Nair Hora da Saudade Noite Esposa e mãe

Theofilo Diaz Theotonio Freire Til Pelintra Tito

Coro de pastores Adeus Quadra Ciumes

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1905 Revista do Norte 1906 A Luz/1931 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 Estrela da Tarde/1857 O Combate/1909 A Luta/1891 Nosso Sentir/1932 O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Escola/1878 O Estudante/1915 O Pharol/1933 Carapuça/1884 Revista do Norte/1904 A RUA/1915 Philomathia/1895 O Jardim das Ma/1861 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 A Mocidade/1934 O Ideal/1898 A Mocidade/1906 O Pharol/1933 O Canhoto/1908 O Combate/1906 A Noticia/1928 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 O Corisco/1890 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903 Elegante/1897 Elegante/1898 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 O Combate/1916 Revista do Norte 1906 Elegante/1894 Elegante/1895


Tito Novaes Trajano Galvão de Carvalho

Uipiano Brandão Ulpiano Brandão Uspiano Brandão V. Hugo Aranha V. Rego V. Tito Valderino Tito Verissimo Rangel

Vespasiano Ramos Viana Guará Vicente de Carvalho Victor (?) Vieira da Silva Vilela de Abreu (16 anos)

Na bigorna Na bigorna O Brazil O Calhambola A creoula Á R. Carvalho Num album Nurunjan À morte do dr. Eduardo Olympio Machado O caçador e a leiteira Moisés no Nilo À morte de J. B. Russeau Sultões e eunucos A santíssima morte do Brigadeiro Falcão A Lua O nariz palaciano Amor de mãe Por uma amor de anjo Olhar de mal Evoluir Mimos Moça do reclame Suplica No banho Lencinho Alvo O lencinho branco Soneto Amor a vida

Saudade Olhos verdes Ao Comendador Jabota Credo Meu Peito

Meu coração Soneto Dois irmãos Minha história Contraste Viriato Correa

Na vida poética Ao sol

Fui um louco (?) Mesmo morto Estou livre; adeus Volacir W. Broadbent

Waldemar Waldemar Brito Waldemar de Carvalho Walter Broadbent

O Futuro Annellos Suplica Anthitese Calunias Felicitações Imprevidente Noturno Na estrada Vita nuova Soneto Exaltação Em frente do esquife

A Tarde/1915 A Tarde/1915 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 O Guri/1915 A Semana/1917 A Tarde/1915 Risos d´Alma/1911 Elegante/1895 Elegante/1892 Elegante/1892 Elegante/1896 Amor às Letras/1905 Amor as Letras/1906 Amor às Letras/1905 Revista do Norte/1904 Idade Nova/1937 Primavera/1909 A Luta/1891 A Noticia/1928 A RUA/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Imparcial/1915 O Estudante/1915 Revista do Norte/1903 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Futuro/1891 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 O Brazil/1907 Arte e Cultura/a954 A Mocidade/1934 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Philomathia/1895


Em frente ao esquife Queixumes Confidenza Atração e repulsa

Zito Baptista

Bebedo eterno

Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Voz do Povo/1937


ALGUMAS BIOGRAFIAS Americo Cesar

Americo Cesar

A.B. Barbosa de Godois B. de Godois

O bandido Depois de um enterro O meu retrato Na rua da tristeza Nazareth A minha mãe A escola Salão azul Cantiga de amor

O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 Primavera/1909 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1899

Estancias Uma noite de Torquato Tasso Quadro

A Escola/1878 A Escola/1878 Pacotilha/1880

Antonio Baptista Barbosa de Godois (São Luís, 10 de novembro de 1860 - Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1923) foi um escritor, poeta e professor. Biografia Foi um educador, escritor, poeta, historiador e político. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco), exercendo, no Maranhão, o cargo de procurador da Justiça Federal. Como político, foi Deputado Estadual do Maranhão[1] e Vice-Presidente do Estado do Maranhão. Exerceu o magistério, tendo lecionado, como professor da cadeira de História e Instrução Cívica[2][3] , entre outros, e dirigido (entre 1900 [4][5][6]e 1905[7]) a Escola Normal do Estado do Maranhão[8], e na Escola Modelo “Benedito Leite”, publicando inúmeras obras na área de educação. Participou ativamente na imprensa de sua época e, aliado a intelectuais de expressão que então se empenhavam em resgatar a cultura e a literatura maranhense, fundou a Academia Maranhense de


Letras[9], tendo ocupado a cadeira n.º 1, cujo patrono é o Professor Almeida Oliveira, atualmente ocupada por Sebastião Moreira Duarte. Entre suas obras de maior destaque e importância, pode-se citar a “História do Maranhão”, em 2 volumes, publicada em 1904. Como poeta, destaca-se sua composição da letra do Hino do Estado do Maranhão[10]. Obras • • • • • • • •

Instrução cívica (Resumo Didático) - Maranhão, 1900. História do Maranhão - Maranhão, 1904, 2 volumes. Escrita rudimentar - São Luís, 1904. À memória do Doutor Benedito Pereira Leite - Maranhão, 1905. O mestre e a escola - Maranhão, 1911. Higiene pedagógica - São Luís, 1914. Os ramos da educação na Escola Primária - São Luís, 1914. Doutor Almeida Oliveira. Discurso na Academia, in RAML. Vol. I - São Luís, 1919.

Referências 1. ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 15 de abril de 2009. Arquivado do original em 14 de abril de 2009 2. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u378/000013.html 3. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u383/000017.html 4. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u378/000086.html 5. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u379/000017.html 6. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u379/000232.html 7. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u383/000141.html 8. ↑ http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u383/000016.html 9. ↑ http://www.academiamaranhense.org.br/?page_id=42 ↑ http://pt.wikisource.org/wiki/Hino_do_estado_do_Maranh%C3%A3o

A.Gonçalves Dias Gonçalves Dias

O donzelo Quazimado O Morro do Alecrim

.

Jorn Ins Recreio/ O Canhoto/1908 Singular/1937

Gonçalves Dias, c. 1877.

Antônio Gonçalves Dias (Aldeias Altas, 10 de agosto de 1823 – Guimarães, 3 de novembro de 1864) foi um poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo brasileiro.[2] Um grande expoente do romantismo brasileiro e da tradição literária conhecida como "indianismo", é famoso por ter escrito o poema "Canção do Exílio", o curto poema épico I-Juca-Pirama e muitos outros poemas nacionalistas e patrióticos, além de seu segundo mais conhecido poema chamado: Canções de


Exílio que viriam a dar-lhe o título de poeta nacional do Brasil. Foi um ávido pesquisador das línguas indígenas e do folclore brasileiro. É o patrono da cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras.[3] Biografia

Azulejo com trecho da Canção do Exílio Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias, hoje pertencente à cidade emancipada com nome de Aldeias Altas). Morreu aos 41 anos em um naufrágio do navio Ville de Boulogne, próximo à região do baixio dos Atins, na baía de Cumã,[4] município de Guimarães. Advogado de formação, é mais conhecido como poeta e etnógrafo, sendo relevante também para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro peças. Teve também atuação importante como jornalista.[2] Nesta área, encontra-se colaboração da sua autoria na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859–1865).[5] Era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça,[6] e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que faleceu em 1837. Iniciou seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835, quando foi matriculado em uma escola particular. Foi estudar em Cuba, em Portugal, onde em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou dos grupos medievistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho.[2] Lá, recebeu profunda influência de Friedrich Schiller, principalmente na sua produção teatral. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do Exílio e parte dos poemas de "Primeiros cantos" e "Segundos cantos"; o drama Patkull, profundamente schilleriano; e "Beatriz de Cenci", depois rejeitado por sua condição de texto "imoral" pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste período que escreveu fragmentos do romance biográfico "Memórias de Agapito Goiaba", destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões a pessoas ainda vivas.

Litografia de Gonçalves Dias em rótulo de cigarro. No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria a sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas, inclusive "Ainda uma vez — Adeus" foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de história e latim do Colégio Pedro II, além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia, publicando crônicas, folhetins teatrais e crítica literária.


Em 1849, fundou com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época. Em 1851 voltou a São Luís do Maranhão, a pedido do governo para estudar o problema da instrução pública naquele estado. Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casou-se com Olímpia da Costa,[7][8] filha do médico Dr. Cláudio Luís da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país.[2] Voltou à Europa em 1862, para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta, que foi esquecido, agonizando em seu leito, e se afogou. O acidente ocorreu nos Baixio dos Atins, na costa de Guimarães, no Maranhão.[9] A sua obra enquadra-se no Romantismo, pois, a semelhança do que fizeram os seus correligionários europeus, procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o Indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil à literatura nacional. O grande amor: Ana Amélia

Manuscrito do poema "Se te amo, não sei!", com letra de Gonçalves Dias disposta ao público na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Por ocasião da elaboração da antologia poética da fase romântica, elaborada por Manuel Bandeira, Onestaldo de Pennafort gentilmente escreveu a nota que segue, retirada daquela obra e aqui transcrita: A poesia 'Ainda uma vez — adeus!', bem como as poesias 'Palinódia' e 'Retratação', foram inspiradas por Ana Amélia Ferreira do Vale, cunhada do Dr. Teófilo Leal, ex-condiscípulo do poeta em Portugal e seu grande amigo. Gonçalves Dias viu-a pela primeira vez em 1846 no Maranhão. Era uma menina quase, e o poeta, fascinado pela sua beleza e graça juvenil, escreveu para ela as poesias 'Seus olhos' e 'Leviana'. Vindo para o Rio, é possível que essa primeira impressão tenha desaparecido do seu espírito. Mais tarde, porém, em 1851, voltando a São Luís, viu-a de novo, e já então a menina e moça de 46 se fizera mulher, no pleno esplendor da sua beleza desabrochada.[9] O encantamento de outrora se transformou em paixão ardente, e, correspondido com a mesma intensidade de sentimento, o poeta, vencendo a timidez, pediua em casamento à família.[9]


A família da linda Don'Ana — como lhe chamavam — tinha o poeta em grande estima e admiração. Mais forte, porém, do que tudo, era naquele tempo no Maranhão o preconceito de raça e casta. E foi em nome desse preconceito que a família recusou o seu consentimento. Por seu lado, o poeta, colocado diante das duas alternativas: renunciar ao amor ou à amizade, preferiu sacrificar aquela a esta, levado por um excessivo escrúpulo de honradez e lealdade, que revela nos mínimos atos de sua vida. Partiu para Portugal. Renúncia tanto mais dolorosa e difícil por que a moça que estava resolvida a abandonar a casa paterna para fugir com ele, o exprobrou em carta, dura e amargamente, por não ter tido a coragem de passar por cima de tudo e de romper com todos para desposá-la! E foi em Portugal, tempos depois, que recebeu outro rude golpe: Don'Ana, por capricho e acinte à família, casara-se com um comerciante, homem também de cor como o poeta e nas mesmas condições inferiores de nascimento. A família se opusera tenazmente ao casamento, mas desta vez o pretendente, sem medir considerações para com os parentes da noiva, recorreu à justiça, que lhe deu ganho de causa, por ser maior a moça. Um mês depois falia, partindo com a esposa para Lisboa, onde o casal chegou a passar até privações.[9] Foi aí, em Lisboa, num jardim público, que certa vez se defrontaram o poeta e a sua amada, ambos abatidos pela dor e pela desilusão de suas vidas, ele cruelmente arrependido de não ter ousado tudo, de ter renunciado àquela que com uma só palavra sua se lhe entregaria para sempre. Desvairado pelo encontro, que lhe reabrira as feridas e agora de modo irreparável, compôs de um jato as estrofes de 'Ainda uma vez — adeus!', as quais, uma vez conhecidas da sua inspiradora, foram por esta copiadas com o seu próprio sangue. Cronologia •

• • • • • • • • • • • • • •

• • • •

1823 — 10 de agosto: Nasce no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá, a 14 léguas da vila de Caxias, Antônio Gonçalves Dias. Filho do comerciante João Manuel Gonçalves Dias, natural de Trás-os-Montes, e de Vicência Ferreira, maranhense. 1830 — É matriculado na aula de primeiras letras do Prof. José Joaquim de Abreu. 1833 — Começa a servir na loja do pai como caixeiro e encarregado da escrituração. 1835 — É retirado da casa comercial e matriculado no curso do Prof. Ricardo Leão Sabino, onde principia a estudar latim, francês e filosofia. 1838 — Parte para São Luís, onde embarcará para Portugal; chega em outubro a Coimbra e entra para o Colégio das Artes. 1840 — 31 de outubro: Matricula-se na Universidade. 1845 — Embarca no Porto para São Luís, aonde chega em março, partindo no dia 6 para Caxias. 1846 — Embarca para o Rio de Janeiro. 1847 — Aparecem os Primeiros Cantos, trazendo no frontispício a data de 1846. 1848 — Aparecem os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão. 1849 — É nomeado professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. 1851 — Publicação dos Últimos Cantos. 1852 — É nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros; Casa-se com Olímpia da Costa. 1854 — Parte para Europa, nascimento da única filha Joanna em 20 de setembro em Paris. 1856 — Viagem à Alemanha. É nomeado chefe da seção de Etnografia da Comissão Científica de Exploração. Em 24 de agosto a filha falece, no Rio de Janeiro, por pneumonia. 1857 — O livreiro-editor Brockhaus, de Dresda, edita os Cantos, os primeiros quatro cantos do poema Os Timbiras e o Dicionário da Língua Tupi. 1859–1861 — Trabalhos da Comissão no interior do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará e Amazonas, chegando até Mariná, no Peru. 1862 — Parte para o Maranhão, mas no Recife, depois de consultar médico, resolve embarcar para Europa. 1862 — 22 de agosto: É desligado da comissão Científica de Exploração.


• • • • •

1862–1863 — Estação de cura em Vicky. Marienbad, Dresda, Koenigstein, Teplitz e Carlsbad. Em Bruxelas sofre a operação de amputação da campainha. 1863 — 25 de outubro: Embarca em Bordéus para Lisboa, onde termina a tradução de A noiva de Messina, de Schiller. 1864 — Fins de abril: Volta a Paris. Estações de cura em Aix-ls-Bains, Allevard e Ems (maio, junho e julho). 1864 — 10 de setembro: Embarca o Poeta no Haver no navio Ville de Boulogne. Piora em viagem 1864 — 3 de novembro: Naufrágio do navio nas costas de Guimarães, no Maranhão e morte de Gonçalves Dias. Seu corpo nunca foi encontrado.

Obras publicadas Do próprio autor (cronológica) • Primeiros Cantos, Rio de Janeiro, Laemmert, 1846. • Leonor de Mendonça, Rio de Janeiro, J. Villeneuve & Cia, 1846. • Segundos Cantos, Rio de Janeiro, Typographia Classica, 1848. (contém às Sextilhas de Frei Antão). • Meditação (fragmentos in Guanabara, Rio de Janeiro, Ferreira Monteiro, 1848. (publicada completo postumamente). • Últimos Cantos, Rio de Janeiro, Typographia de F. de Paula Brito, 1851. • Cantos: collecção de poezias,2ª ed. Leipzig, Brockhaus, 1857. (todos os poemas e 16 inéditos). • Os Tymbiras, Leipzig, Brockhaus, 1857. • Dicionário da Língua Tupi, Leipzig, Brockhaus, 1858. Póstumas • Obras posthumas de A. Gonçalves Dias, 6 Vls., Org. Antônio Henriques Leal, São Luís, B. de Matos, 1868. • O Brazil e a Oceania, Rio de Janeiro, H. Garnier, 1909. • Gonçalves Dias: Poesia e prosa completas, Org. Alexei Bueno, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998. Todas as obras Poesia

1848: Segundos Cantos, Rio de Janeiro, Ferreira Monteiro. 1851: Últimos Cantos, Rio de Janeiro, Paula Brito. 1857: Os Timbiras, Leipzig, Brockhaus 1857: Cantos, Leipzig, Brockhaus. (contendo todos os cantos anteriores e mais 16 novas composições sob o título de "Novos Cantos"). 1869: Lira Varia, in "Obras Póstumas", 1869. (poesias inéditas).

• • • •

1843: Patkull, in "Obras Póstumas", 1869. 1845: Beatriz Cenci, in "Obras Póstumas", 1869. 1846: Leonor de Mendonça, Rio de Janeiro, Villeneuve & Cia, 1847. 1850: Boabdil, in "Obras Póstumas", 1869.

• • • •

Teatro

Romance • • •

1850: Meditação (fragmento), in Guanabara, Rio de Janeiro, Tip. Guanabarense. Apareceria completo in "Obras Póstumas", 1869. 1843: Memórias de Agapito, in "Obras Póstumas", 1869. 1843: Um Anjo, in "Obras Póstumas", 1869.

Dicionário 1858: Dicionário da língua Tupi, Leipzig, Brockhaus. Etnografia e História • 1846: O Brasil e Oceania, in "Obras Póstumas", 1869. •


1869: História Pátria, in "Obras Póstumas", 1869. (trata-se de uma coleção de críticas selecionadas cujo título História Pátria é atribuída pelo organizador. Falsas atribuições • Segura o Índio louco é um título que vem sendo falsamente atribuído à Gonçalves Dias através da internet, entretanto não existem fontes que comprovem a sua existência, nem se terá existido. Todas as obras do poeta foram publicadas por ele próprio ou postumamente as inéditas numa organização do seu amigo Antônio Henriques Leal à custódia da esposa do poeta.[11] •

Obras notáveis • • • • • •

Canção do Exílio in Primeiros Cantos". Ainda uma vez — Adeus" in Cantos". Sextilhas de Frei Antão in Segundos Cantos". Seus Olhos Os Timbiras I-Juca-Pirama in Últimos Cantos".

A.J. Alves de Farias

Retardatária Tartaruga Asa À pequena Elda Esforço inútil Intangível

Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904

A. J. Alves de Farias, que foi mais tarde, no Rio, diretor do Lloyd Brasileiro e era, então, chefe do distrito telegráfico no Maranhão, assinava uns alexandrinos severos, em que havia tamareiras debruçadas no Deserto. HUMBERTO DE CAMPOS - MEMÓRIAS 1


A Oficina dos Novos fundou o periódico Os Novos e cultivava o hábito de realizar peregrinações anuais à estátua de Gonçalves Dias no aniversário de sua morte, além de ter a meta de erigir, numa das praças da cidade, o busto em bronze de Odorico Mendes. Esse grupo foi também responsável pela publicação de diversos livros, como: Minaretes, de Viriato Corrêa; A vida maranhense, de Astolfo Marques; Rosas, de Alves de Farias; e Pâmpanos, de Costa Gomes (LOBO, 2008)


Abdias Neves

Epopeia do triunfo O tigre

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902

Abdias da Costa Neves (Teresina, 19 de novembro de 1876 — 28 de agosto de 1928) foi um escritor, político brasileiro e senador durante a República Velha.

Biografia Filho de João da Costa Neves e Delfina de Oliveira Neves, formou-se em Direito, tendo ocupado os cargos de chefe de Polícia, juiz de Direito de Piracuruca, juiz federal de Teresina e advogado da Fazenda Estadual do Piauí.[1]

Livros Lista a completar •

Aspectos do Piauhy[nota 1] (1926).

Adelino Fontoura

Fructo proibido

O Combate/1909

Adelino Fontoura Adelino Fontoura (Adelino da Fontoura Chaves), ator, jornalista e poeta, nasceu na povoação, hoje cidade, de Axixá, à margem esquerda do rio Mearim, no Maranhão, em 30 de março de 1859, e faleceu em Lisboa, Portugal, a 2 de maio de 1884. É o patrono da cadeira n. 1, por escolha de Luís Murat. Foram seus pais Antônio Fontoura Chaves e D. Francisca Dias Fontoura. Aos 10 anos de idade, concluído o primário, começou a trabalhar no comércio. Durante dois anos manteve contato com Artur Azevedo, quatro anos mais velho, que trabalhava num armazém vizinho. Teriam os dois começado, então, os seus sonhos de homens de letras. Artur foi para o Rio de Janeiro e Adelino alistou-se no Exército, em Pernambuco, e lá passou a colaborar no periódico satírico Os Xênios. Em 1876 esteve no Pará, participando de representações teatrais, utilizando como pseudônimo “Ator Fontoura”. Lá, escreve no álbum do ator Xisto Bahia o soneto que possivelmente é o mais antigo se conhece dele. Após uma experiência que lhe custou a prisão, em virtude de um papel que representou no teatro, deliberou mudarse para o Rio de Janeiro e ali procurou o amigo Artur Azevedo. Queria ser jornalista e entrar para o teatro. Nada conseguindo na carreira dramática, foi admitido no periódico A Folha Nova, de Manuel Carneiro. Posteriormente, Lopes Trovão deu-lhe um lugar no recém-fundado jornal O Combate, onde publicou muitos de seus poemas. Em 1882, Artur Azevedo fundou o jornal A Gazetinha e o chamou para ser seu redator. A Gazetinha durou pouco tempo (de 1º de janeiro a 20 de agosto), mas lá Adelino publicou várias


poesias e trabalhos em prosa. Pouco antes, Ferreira de Meneses fundara o jornal Gazeta da Tarde, cuja propriedade e redação eram de José do Patrocínio. Para este jornal Adelino foi convidado por José do Patrocínio e nele também publicou numerosos trabalhos em prosa. Informa Múcio Leão que a Gazeta da Tarde “foi um dos jornais mais azarentos que tem havido o mundo.” Começou esplendidamente, e tinha como seus diretores e principais redatores Ferreira de Meneses, Augusto Ribeiro, Hugo Leal, João de Almeida e Adelino Fontoura. Três anos depois, nenhum desses rapazes existia mais. Adelino Fontoura viveu nessa fase de sua vida uma paixão não correspondida e, mesmo com a saúde precária, ao ser convidado para representar a Gazeta da Tarde na Europa, decidiu viajar. No dia 1º de maio de 1883 partiu, no navio Senegal, para Paris. Lá esperava encontrar melhoras para a saúde, mas deparou-se com insuportável inverno. Viajou para Lisboa, para onde seguiu José do Patrocínio, na esperança de convencê-lo a embarcar de volta para o Brasil. Seu estado de saúde era crítico e, por isso, foi internado no Real Hospital São José, onde veio a falecer aos 25 anos de idade, justamente quando poderia produzir toda uma obra poética de mérito literário. Foi sepultado no Cemitério Oriental de Lisboa. Ao fundar-se a Academia, em 1897, seu amigo Luís Murat escolheu-o como patrono da cadeira por ele criada. É o único caso de um patrono, na Academia, sem livro publicado. Em vida, ou não atribuíra muita importância a seus trabalhos para reuni-los em livro, ou confiara em não morrer tão cedo. Após a morte, várias tentativas foram feitas para reunir a obra dispersa do poeta. Aderson Lago

Meus primeiros versos

A Mocidade/1934

Aderson de C. Lago - Aderson de Carvalho Lago nasceu no dia 26 de julho de 1915, na outrora Vila de Chapadinha. Filho do comerciante José Luiz Teixeira do Lago e da professora leiga Elisa Augusta Barbosa de Carvalho Lago e teve mais 5 (cinco) irmãos: Benedito de Carvalho Lago, Donatila Lago Ferro, Raimundo de Carvalho Lago, José Ribamar de Carvalho Lago e Zilda Clarinda Lago de Assis. Aderson Lago começou o curso primário na Vila de Chapadinha e concluiu em Buriti de Inácia Vaz; e os cursos ginasial e pré-jurídico no Liceu Maranhense, em São Luís. Aderson diplomouse em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Aderson de Carvalho Lago era casado com Maria Teresa Salomão Lago, com quem teve seu único filho Aderson de Carvalho Lago Filho, que lhe deu 3 (três) netos: Carolina Pires Ferreira Lago, Aderson de Carvalho Lago Neto e Rodrigo Pires Ferreira Lago.

Aderson Lago Ingressou no Ministério Público Maranhense, foi Promotor Público das Comarcas de Bacabal, Pedreiras e São Luís. Aposentou-se como Procurador de Justiça. Exerceu também, os cargos de Juiz do Tribunal Regional Eleitoral, Diretor do Departamento de Segurança Pública, Secretário de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Ministro e Procurador do Tribunal de Contas, Procurador Geral da Justiça e Professor da Universidade Federal do Maranhão. Recebeu a Comenda do Ministério


Público do Brasil, pelos relevantes serviços prestados à classe e na qualidade de sócio efetivo e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Dentre os trabalhos historiográficos publicados por Aderson Lago, temos “PEDREIRAS – ELEMENTOS PARA SUA HISTÓRIA” e “BREJO, ALDEIA DOS ANAPURUS”, publicado em 1989, que trata da odisseia de sua colonização e a trajetória de um povo durante o conturbado período da Balaiada. Herbert Lago Castelo Branco Fonte: Livro BREJO, ALDEIA DOS ANAPURUS

Adherbal de Carvalho

Ante o tumulo de Sheakspeare Bucolica Nevrose do gozo

Elegante/1893 Elegante/1894 Fuzarca/1929

Adherbal de Carvalho (Niterói, 3 de maio de 1869 — 1915) um romancista, crítico literário, jurista, ensaísta, professor, tradutor e poeta brasileiro.

foi

Biografia Filho legítimo do notável advogado José Alves Pereira de Carvalho. Estudou humanidades no Externato Aquino, no Distrito Federal. Formou-se em ciências jurídicas e sociais, em 1895, na Faculdade de Direito do Recife. Casou-se com sua prima Cândida M. de Carvalho. Foi promotor público em Santa Luzia de Carangola (MG) e juiz substituto federal no então Distrito Federal. Foi membro efetivo do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros e advogado no Rio de Janeiro. Mais conhecido na esfera do Direito, Adherbal de Carvalho, como romancista, foi voltado para à escola naturalista, embora tenha escrito e lançado no estado do Maranhão a obra crítica O Naturalismo no Brasil. No mesmo ano saiu Ephemeras e, em 1911 pela Garnier, Versos de um dilettante, ambos de poesia. É hoje um nome praticamente ignorado, pois foi vulto menor na literatura do Brasil em sua época. É desconhecido mesmo entre os estudiosos da estética naturalista e especialistas em poesia. Contudo, foi citado como poeta de transição do Parnasianismo para o Simbolismo, por Alexandre José de Melo Moraes Filho, na obra Poetas brasileiros contemporâneos, publicada em 1903 pela Garnier. Infelizmente suas obras se encontram totalmente esgotadas e se resumem a algumas bibliotecas públicas e particulares. Os especialistas o consideram como grande jurista da época, com diversas obras sobre Direito, como também um bom crítico, injustamente esquecido, do que bom romancista ou poeta, encontrando algum valor no seu O Naturalismo no Brasil, reeditado como Esboços litterarios em 1902. Trata-se de um importante documento para os estudiosos do século XIX, pois retrata inclusive o teatro à sua época. Traduziu importantes obras de direito do alemão Rudolf von Ihering, de Enrico Cimbali, entre outros. Há uma rua em sua homenagem na cidade do Rio de Janeiro localizada no Morro do Urubu, bairro de Pilares. Obras


• • • • • • • • • • • • • • • • • •

Adherbal de Carvalho. 1884 Rhetorica e poetica, (Crítica), Rio de Janeiro 1887 Introducção ás prelecções de Direito Romano do Dr. Rodrigues, Rio de Janeiro 1888 A noiva (escorço de um romance naturalista), (Romance e Novela), São Paulo, F. de Oliveira e B. Amaral 1889 Treze de Maio, (Carta republicana ao Cons. João Alfredo), Rio de Janeiro 1891 A Poesia e a Arte no ponte de vista filosófico, (Crítica, teoria e história literárias), Rio de Janeiro 1892 O povo e o banqueiro (Pamphletos de propaganda socialista), 8 números, Rio de Janeiro 1894 Ephemeras (Poesia), segunda edição: 1900, Maranhão 1894 O Naturalismo no Brasil (Crítica, teoria e história literárias), São Luís do Maranhão, J. Ramos 1899 Questões de Direito Civil, de Rudolf von lhering, com annotações, Rio de Janeiro 1900 O fundamento dos interdictos possessorios, de Rudolf von lhering, com annotações 1900 A nova phase do Direito Civil, de Enrico Cimbali, Rio de Janeiro 1900 Apontamentos sobre o processo criminal brasileiro, de Pimenta Bueno 1901 As garantias constitucionaes, de A. Alcorta 1902 Esboços litterarios (Crítica, teoria e história literárias), Rio de Janeiro 1906 A adopção do Direito Brasileiro, relatório apresentado ao Terceiro Congresso Scientifico Latino Americano no Rio de Janeiro 1910 A physiologia do Direito, Rio de Janeiro 1911 Versos de um dilettante (Poesia), Rio de Janeiro, Garnier 1915 Synteze das Preleçõis de Direito Penal, Rio de Janeiro, Livraria Clássica

Referência

A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Adherbal de Carvalho • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.

Agostinho Reis

Gonçalves Dias Luta renhida O trabalho

A Mocidade/1906 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904


O poeta esquecido, a velha Alcântara e o futuro do Maranhão - Por: Manoel SantosData de publicação: 22/08/2019 - 2:29 Agostinho Reis, grande poeta maranhense, porém esquecido das novas gerações, tinha a mania de dizer que Alcântara era uma cidade infeliz, castigada por um azar histórico. Ele usava a palavra infelizcidade cunhada assim, o adjetivo infeliz acoplado ao substantivo cidade, como uma chaga cancerosa. O poeta parece ter adivinhado algo a cair em forma de praga sobre a velha cidade, quando afirmou nos tercetos de seu conhecido soneto: Rainha da opulência destronada, / tu tens por fausto – o mar; por trono – o nada; / grandezas que te restam do passado … // Tudo roubou-te, tudo, a negra sorte! / Parece que os teus passos segue a morte / como segue a desgraça o desgraçado! E é isso. Ontem, o mar e o nada, hoje, o espaço e o vazio. Que destino! E de fato, vítima tanto do tempo quanto do espaço, Alcântara sofre pelo passado que lhe arrancaram à força e por um futuro que também à força lhe querem dar. A rigor é uma cidade que não tem presente. Outro poeta, José Chagas, disse sobre ela, no seu livro “Alcântara – negociação do azul ou a castração dos anjos” que ali o tempo se condensou em tempo de espera / espera de tudo / e o grande orgulho da cidade / é saber hoje esperar / o passado / que pelo futuro / qualquer cidade espera. Em verdade, nela o passado é um tempo que se esqueceu de passar ou se comporta como ainda estando por vir. E ela não só aguarda para sempre a prometida vinda de um imperador, como que parece ainda escutar as profecias da Mãe Calu, anunciadas para o passado. No livro, José Chagas fala também das duas quedas de Alcântara: a queda natu al, para baixo, no tempo, que a levou às ruínas, e a queda inesperada para o alto, no espaço, com risco de transformá-la em nuvens ou fumaça. Ele assinala, no livro, que “a queda para cima / é mais precipitada / porque mais se aproxima / do fundo do nada.” Leia mais: https://jornalpequeno.blog.br/manoelsantos/2019/08/22/o-poeta-esquecido-a-velha-alcantara-e-ofuturo-do-maranhao/#ixzz8IrDO8fd7



Alberto Tavares

Lenita

Novidades/1952

Alberto José Tavares Vieira da Silva, nasceu em 2 de março de 1939, em São Luís /MA. Filho de Deusdedit Cortez Vieira da Silva e Cleonice Tavares Cortez Vieira da Silva. Instrução • Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade do Ceará, em 1961. • Licenciatura em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Fundação Universidade do Maranhão, em 1977. • Mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará. Principais Atividades Magistratura • Juiz de Direito do Estado do Maranhão, resignatário • Juiz Federal Substituto da Seção Judiciária do Estado do Maranhão – 1967 • Membro Efetivo do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão – de 1977 a 1981 e de 1983 a 1985 • Juiz Suplente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão – de 1985 a 1987 • Diretor do Foro da Seção Judiciária do Estado do Maranhão – de 1985 a 1990 • Juiz Federal Substituto designado para responder, em substituição aos respectivos titulares, nas Seções Judiciárias dos Estados do Acre, Amapá, Ceará, Piauí e Sergipe • Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da Primeira Região – de 1989 a 1992 • Presidente do Tribunal Regional Federal da Primeira Região – de 31 de março de 1989 a 30 de março de 1991 • Aposentou-se em 25 de setembro de 1992. Magistério • Professor de Direito Penal da Universidade Federal do Maranhão; • Professor do Corpo Permanente da Escola Superior da Magistratura do Maranhão; • Consultor Geral e Professor de Direito Penal do Centro de Ensino do Maranhão – UNICEUMA; • Professor de Direito Penal do Curso de Aperfeiçoamento de Auxiliares de Delegados pela Secretaria de Segurança Publica do Estado do Maranhão – de junho a agosto de 1971; • Diretor do Curso de Aperfeiçoamento de Auxiliares de Delegados pela Secretaria de Segurança Publica do Estado do Maranhão – de junho a agosto de 1971; • Professor de Investigação Policial do Curso de Formação Profissional realizado pelo Centro de Treinamento da Secretaria de Segurança Publica do Estado do Maranhão – de abril a julho de 1974; • Professor convidado da Academia Integrada de Polícia do Maranhão; • Professor Fundador e 1º Diretor da Escola Superior de Advocacia do Maranhão. Outras Atividades • Advocacia • Auxiliar de Ensino da Fundação Universidade do Maranhão na disciplina Direito Penal – 1970 • Professor de Direito Penal do Curso de Aperfeiçoamento de Auxiliares de Delegados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão – 1971


Diretor do Curso de Aperfeiçoamento de Auxiliares de Delegados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão – 1971 • Professor de Investigação Policial do Curso de Formação Profissional realizado pelo Centro de Treinamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão – 1974 • Promotor de Justiça do Estado do Maranhão • Oficial do Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva do Ministério do Exército • Interventor do Ministério do Trabalho • Procurador-Geral da Justiça do Estado do Maranhão • Presidente do Conselho Penitenciário do Maranhão • Professor de Direito Penal da Universidade Federal do Maranhão – UFMA • Professor do Corpo Permanente da Escola Superior da Magistratura do Maranhão • Consultor-Geral e Professor de Direito Penal do Centro de Ensino do Maranhão – Uniceuma • Professor convidado da Academia Integrada de Polícia do Maranhão • Professor Fundador e primeiro Diretor da Escola Superior de Advocacia do Maranhão • Delegado Regional do Trabalho (interventor) • Ouvidor da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal • Membro da Comissão de Reforma Penal (execução penal) • Membro da Academia Maranhense de Letras • Membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas • Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão • 1º Tenente de Infantaria R/2 do Exército Brasileiro • Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva do Maranhão • Diretor Cultural da Associação Brasileira de Direito Penal e Criminologia • Secretário para Assuntos de Governo do Estado do Maranhão Condecorações, Medalhas e Distinções • Ordem do Mérito Timbira – Governo do Estado do Maranhão – 1972 • Medalha Maranhense do Sesquicentenário da Independência – Governo do Estado do Maranhão – 1972 • Medalha do Pacificador – Exército Brasileiro – 1979 • Medalha Brigadeiro Feliciano Antonio Falcão – Polícia Militar do Maranhão – 1982 • Medalha Sousândrade do Mérito Universitário – Universidade Federal do Maranhão – 1988 • Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, grau Comendador – Tribunal Superior do Trabalho – 1989 • Ordem do Mérito Militar, grau Oficial – Presidente da República Federativa do Brasil – 1989 • Medalha do Mérito Mauá – Cruz de Mauá – Ministério dos Transportes – 1989 • Ordem dos Timbiras, grau Grã-Cruz – Governo do Estado do Maranhão – 1990 • Ordem Timbira do Mérito Judiciário do Trabalho, grau Comendador – Tribunal Regional do Trabalho – 1990 • Ordem do Mérito Brasília, grau Grande Oficial – Governo do Distrito Federal – 1990 • Medalha Santos Dumont, grau Ouro – Governo do Estado de Minas Gerais – 1990 • Medalha do Mérito Presidente Castelo Branco – Associação dos Delegados de Polícia Federal – 1990 • Medalha do Centenário do Tribunal de Contas da União – 1990 • Grande Colar do Mérito Judiciário Ministro Nelson Hungria – Tribunal Regional Federal da Primeira Região – 1991 • Ordem do Mérito Tocantins, grau Grande Oficial – Governo do Estado do Tocantins – 1991 • Medalha de La Ravardière – Prefeitura Municipal de São Luís/MA – 1992 • Honra ao Mérito pelo Jubileu de Prata da Reinstalação da Justiça Federal no Estado da Bahia – Seção Judiciária do Estado da Bahia – 1992 • Medalha Celso Magalhães do Mérito do Ministério Público do Maranhão – 1994


Medalha Ministro Carlos Madeira – Seção Judiciária do Estado do Maranhão – 1998 Medalha da Academia Maranhense de Letras Jurídicas – 1998 Medalha do Mérito Judiciário Antonio Rodrigues Velloso – Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão – 1998 • Medalha do Mérito Legislativo Simão Estácio da Silveira – Câmara Municipal de SãoLuís/MA – 1998 • Medalha Doutor José Viana Vaz, comemorativa do 80º aniversário da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão – 1998 • Medalha Comemorativa do Bicentenário do Nascimento de Manuel Odorico Mendes – Academia Maranhense de Letras – 1999 • Medalha de Honra ao Mérito do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – 2002 • Medalha de Mérito Eleitoral do Maranhão Ministro Arthur Quadros Collares Moreira – Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão – 2003 • Medalha Alferes Moraes Santos – Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão – 2003 • Mérito Célia Maria Corrêa – Centro Acadêmico 1º de Maio – 2004 • Medalha Pontes de Miranda do Mérito da Polícia Civil do Maranhão – 2006 • Comenda Grã-Cruz do Mérito Judiciário Evandro Lins e Silva – Seção Judiciária do Estado do Piauí – 2008 • Medalha comemorativa dos 40 anos da Justiça Federal no Maranhão – Seção Judiciária do Estado do Maranhão – 2008 • Medalha do Mérito Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal – 2008 • Amigo da Marinha • Amigo do 24º Batalhão de Caçadores • Amigo da Polícia Militar do Estado do Maranhão • Sócio Benemérito da Associação de Delegados de Polícia do Maranhão • Sócio Honorário da Associação de Delegados de Polícia do Maranhão • Colaborador Benemérito do Detran/MA • Membro da Legião da Infantaria do Exército Brasileiro • Legionário da Legião Barão de Caxias – 24º BC Publicações • Aplicação da lei penal em relação ao tempo, ao espaço e às pessoas • Revista Jurídica Lemi, v. 15, n. 171, fev. 1982 • Aspectos médico-jurídicos da esterilização feminina: laqueadura tubária. Dissertação de mestrado • Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 1984 • A pena de morte e a codificação penal brasileira • Brasília: TRF 1ª Região, 1992. (Cartilha Jurídica, n. 5) • A pena de morte e a codificação penal brasileira • Revista Ciência Jurídica, n. 49, jan./fev. 1993 • O Ministério Público e o inquérito policial em face da nova Constituição • Ciclo de Conferências para Juízes Federais • Brasília: Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, 1994 • Relações entre a magistratura e organismos policiais • Ciclo de Conferências para Juízes Federais • Brasília: Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, 1995 • O direito nos Sermões de Vieira • Revista da Ajufe, v. 17, n. 58, mar./set. 1998 • Investigação criminal: competência • São Luís: Lithograf, 2007 • Extinção das medidas de segurança para imputáveis • Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Polícia Criminal e Penitenciária , v. 1 • Brasília: Ministério da Justiça, Conselho Nacional de Política Penitenciária Tipo e data do desligamento Aposentadoria, 25/09/1992 • • •


Carta de amor Amor Supreno Anceio Supremo anseio

Alfredo Assis

Dois mortos Num cartão postal Ella

Suplica do mendigo Dois mortos À lua Saudação Genuflexo Nina Rodrigues

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905 Revista do Norte 1905 Revista do Norte 1905 Revista do Norte/1902 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 Revista do Norte 1906 Revista do Norte 1906 Revista do Norte 1906

Alfredo de Assis Castro

• • • •

Cadeira: 07 Naturalidade: Riachão - MA Data de Nascimento: 14 de janeiro de 1881 Data de Falecimento: 29 de stembro de 1977 Alfredo de Assis Castro nasceu em Riachão, a 14 de janeiro de 1881. Bacharel em Direito, desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão. Filólogo, crítico, poeta, jornalista e professor; catedrático de Português e Literatura na antiga Escola Normal do Maranhão; diretor do Liceu Maranhense e da Biblioteca Pública do Estado e secretário geral do Estado. Representante da Academia Maranhense de Letras junto à Federação das Academias de Letras do Brasil. Sócio da Associação Brasileira de Imprensa. Alfredo de Assis Castro (Riachão, 14 de janeiro de 1881 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1977), foi um professor, crítico, poeta, contista e jornalista maranhense. Foi o fundador da cadeira nº 7 da Academia Maranhense de Letras cujo patrono é Gentil Braga.[1] Graduou-se em Coisas da Vida (1916) • • • • • • •

Um crítico…; palavras a Osório Duque Estrada (1917) Alocuções (1918) Razões finais (1925) Gonçalves Dias (1926) Justiça penal (1937) A linguagem das Sextilhas de Frei Antão (1939) Pó e sombra (1961)

CÁTEDRA DE DIREITO PENAL – II CADEIRA ALFREDO DE ASSIS CASTRO


Nasceu na cidade maranhense de Riachão, a 14 de janeiro de 1881, e faleceu no Rio de Janeiro, a 29 de setembro de 1977. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, integrou a turma que colou grau em 11 de dezembro de 1911. Alcançou grande nomeada como profundo conhecedor da língua portuguesa e severo defensor da correção no falar e no escrever segundo os ditames da Norma Culta. Realmente notável era sua cultura filológica. Professor, crítico, poeta, contista e jornalista. Catedrático de Português e Literatura da antiga Escola Normal do Maranhão. Diretor do Liceu Maranhense. Diretor da Biblioteca Pública do Estado, no período de 10 de agosto de 1926 a 28 de fevereiro de 1930. Em sua gestão a Biblioteca retornou do pavimento térreo do então Congresso Legislativo do Estado (na Rua do Egito) para o imóvel da Rua da Paz. Ao longo de seguidos anos atuou como advogado militante nos foros de São Luís, condição em que, pela classe dos advogados, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, cargo de que tomou posse em 5 de maio de 1931, mas em cujo exercício não entrou imediatamente, por encontrar-se investido nas funções de secretário-geral do Estado, das quais se exonerou em 14 de julho de 1931, ingressando, a seguir, na magistratura. Demitido pelo interventor federal Lourival Seroa da Mota, Alfredo de Assis Castro foi reintegrado em seu cargo, havendo tomado posse novamente a 14 de maio de 1934. Contados seus muitos anos de serviço público, aposentou-se como desembargador em 1936, a partir de quando se radicou no Rio de Janeiro. Antes, em plena mocidade, Alfredo de Assis acompanhou Humberto de Campos, transferindo-se para Belém, onde ambos fundaram a revista Alma Nova, de efêmera duração. Enquanto Humberto de Campos seguia para o Rio de Janeiro, Alfredo de Assis fez o caminho de volta, retornando a São Luís na altura de 1915. De sua experiência de operador do Direito, publicou os livros Razões finais. São Luís: Tip. Chaves & Cia., 1925, e Justiça penal. Rio de Janeiro: Bedeschi, 1937. Alfredo de Assis, o terceiro mais moço dos doze fundadores da Academia (os outros mais jovens eram Corrêa de Araújo, 23 anos, e Vieira da Silva, 21 anos), foi, nesse grupo, o que por último veio a falecer. Em jornais e revistas de São Luís e do Rio de Janeiro, deixou copiosa colaboração que testemunha seu labor intelectual e sua notável erudição. Alfredo Peixoto

Pecadora

A Luta/1891





Aluizio de Azevedo Aluizio Azevedo

Esquife cor de rosa

A Egreja

O Combate/1906 Pacotilha/1880

ALUISIO DE AZEVEDO Aluísio Azevedo (1857-1913) foi um escritor brasileiro. "O Mulato" foi o romance que iniciou o Movimento Naturalista no Brasil. ... Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 14 de abril de 1857. Em 1871 matriculou-se no Liceu Maranhense e dedicou-se ao estudo da Pintura. A obra denunciava o preconceito racial existente na burguesia maranhense e provocou uma reação indignada da sociedade, que se viu retratada nos personagens, mas o livro foi um sucesso de vendas. No dia 7 de setembro de 1881, Aluísio Azevedo volta para o Rio de Janeiro decidido a se dedicar à vida de escritor. Publicou inúmeros contos, crônicas, romances e peças de teatro, nos folhetos dos jornais da época, na maioria obras de feição romântica, cujos enredos conduziam ora a tragédia ora ao desenlace feliz, entre eles: “Memórias de Um Infeliz” (1882) e “Mistério da Tijuca” (1882). Mais em: /www.ebiografia.com Aluizio Porto

Amphiteatro Poema eterno

Tritutur dies die N´um album A visita da morta Poema do coração Indiscrição Desdemona

A despedida

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte 1905 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1906

Aluísio da Silva Porto Pseudônimo(s): Aluísio Porto Nascimento: 1872 - São Luís, MA Morte: 1893 - Rio de Janeiro, RJ Descrição: Poeta, fundador do período O Século (1889), São Luís, MA COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238


Alves de Farias

Captiveiro Flor de neve

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901

24 – Alves de Faria

Alves de Faria nasceu em Maceió O advogado Rodolpho Alves de Faria nasceu em Maceió no dia 26 de março de 1870, filho de Antônio Joaquim Alves de Faria e de Maria Carolina Pinheiro de Faria. A grafia “Faria” surge em vários jornais da época, indicando que não foi erro tipográfico. Posteriormente, passou a ser citado como “Farias” em alguns impressos. Estudou o primário e humanidades em Maceió até que seu pai transferiu a residência da família para Penedo, onde, com 16 anos de idade, passou a ensinar a cadeira de latim no Colégio São João, dirigido por Moreno Brandão. Depois foi para São Paulo estudar na Faculdade de Direito, mas concluiu o curso em Recife no ano de 1891. Já bacharel, foi trabalhar em Minas Gerais como juiz preparador em Carangola, onde produziu o jornal O Rebate em oposição a Floriano Peixoto. Vivia-se a Revolta da Armada. Por causa dessa sua postura política, chegou a ser preso ao visitar o Rio de Janeiro. Residiu no Rio de Janeiro, onde publicou vários versos no breve Jornal Ilustrado. Foi o autor das novelas Perfume e Mar. Quando Martinho Garcez era governador de Sergipe (de 24 de outubro de 1896 a 14 de agosto de 1898) Alves Faria, que vinha tendo dificuldades econômicas, aceitou ser o Procurador Geral daquele Estado. Ainda em Sergipe foi juiz de Direito da Comarca de Gararu, então um vilarejo à margem do Rio São Francisco. Em Gararu escreveu o romance Pecadora, defendendo o divórcio sem penitências. De Sergipe foi para o Rio de Janeiro e em agosto de 1898 foi nomeado promotor Público de Araruana. Nos últimos anos de vida começou a escrever sobre Calabar, mas não concluiu esta obra. Colaborou ainda no jornal Paiz, de Aracaju, Sul de Alagoas, em Penedo e Penna, em Recife Faleceu em 25 de junho de 1899 em Maceió, “vítima de indebelável moléstia”. Tinha 29 anos de idade. Seu irmão Antônio Joaquim também foi um poeta homenageado em Alagoas. Obras: Mar, 1897, (novela); Pecadora, Bahia: Oficinas dos Dois Mundos, 1899 (romance). Os versos que pretendia reunir sob o título de Satã, não foram editados. Teria também inédito um trabalho sobre Calabar. Alvares d´Azevedo

Esquife cor de rosa Soneto

O Combate/1916 A Mocidade/1934

Álvares de Azevedo - Poeta brasileiro Por Dilva Frazão

Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista da Segunda Geração Romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É conhecido como "o poeta da dúvida". Fez parte dos poetas que deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas usados na Primeira Geração Romântica e deixou-se levar por um profundo dilema e angústia. É Patrono da cadeira n.º 2 da Academia Brasileira de Letras. Infância e Juventude - Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831. Era filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e de Dona Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1836 morreu seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll quando era constantemente elogiado. Com nove anos já escrevia cartas em inglês para sua mãe. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II, onde fez o curso de humanidades. Em 1848, com 16 anos, Álvares de Azevedo voltou para São Paulo e iniciou o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Participou ativamente da vida literária e reunia-se com grupos


boêmios. Nessa época, junto com Bernardo Guimarães, fundou a Sociedade de Ensaio Filosófico Paulistano. Traduziu obras de Byron, de Shakespeare, Alfred de Musset e outros. Álvares de Azevedo vivia em meio aos livros da faculdade e se dedicava a escrever suas poesias. Toda sua obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão e tristeza refletidos em seus poemas era de fato a saudade da família que ficara no Rio de Janeiro.

Álvaro Martins

Canto da lavadeira Paisagem rustica

Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903

Álvaro Dias Martins (Trairi, 4 de abril de 1868 — Fortaleza, 30 de junho de 1906) foi um poeta brasileiro.[1][2][3] Biografia Depois de ter morado em Fortaleza durante cerca de seis anos, onde trabalhou como caixeiro viajante, foi morar no Rio de Janeiro, em 1885. Na capital do Império, exerceu a atividade jornalística, colaborando com o jornal abolicionista Cidade do Rio, de José do Patrocínio, e no republicano Gazeta Nacional.[1] Devido a problemas de saúde, regressou ao Ceará em 1888, onde fundou o Clube Republicano do Estado. Exerceu, a partir de 1901, o magistério no Liceu do Ceará.[4] Foi sócio-fundador do Centro Literário. Seus poemas foram publicados em diversas revistas no país e no exterior, tornando-o bem conhecido. Entre os que elogiaram o seu trabalho, destaca-se Eça de Queirós, conforme nos relata o Barão de Studart (Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense, Tomo I, p. 41, 1980).[5][6] Obras Suas obras mais famosas foram: • Os Pescadores da Taíba, (1895),[2] • Capela Milagrosa, (1898),[1] Homenagens • Patrono da cadeira Nº 2 da Academia Cearense de Letras, • Uma rua em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao poeta,[7] Referências 1. ↑ Ir para:a b c de A, S. «ALVARO MARTINS» (PDF). Poetas Esquecidos. Academia Cearense de Letras. Consultado em 22 de setembro de 2018 2. ↑ Ir para:a b Machado Neto, Afonso Celso (27 de agosto de 2005). «Os Pescadores da Taiba». Governo do Estado do Ceara. Consultado em 22 de setembro de 2018. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2017 3. ↑ «ÁLVARO MARTINS – Brasil – POESIA DOS BRASIS – CEARÁ – PADARIA ESPIRITUAL www.antoniomiranda.com.br». www.antoniomiranda.com.br. Consultado em 22 de setembro de 2018 4. ↑ User, Super. «Álvaro Dias Martins». portal.ceara.pro.br (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2018 5. ↑ «Batista de Lima - Caderno 3 - Diário do Nordeste». Diário do Nordeste. Consultado em 22 de setembro de 2018 6. ↑ Bezerra, Carlos Eduardo de Oliveira (1 de janeiro de 2009). Adolfo Caminha: um polígrafo na literatura brasileira do século XIX (1885-1897). [S.l.]: SciELO - Editora UNESP. ISBN 9788579830334


7. ↑ «Rua Álvaro Martins, Damas - Fortaleza CE - CEP 785». www.consultarcep.com.br. Consultado em 22 de setembro de 2018 Antonio Sales

E´lo de lagrimas

Elegante/1895

A.Marques Rodrigues

No álbum de um condiscípulo A uma senhora A rosa e a campa Vinte e oito de julho A fonte dos amores Lugares Meus amores O Brasil Saudades No álbum de um amigo A Ressureição A minha rosa A rainha da festa A morte do menino Horácio A morte de Almeida Garret A morte de um rouxinol A revista nocturna A uma rosa Este mundo A... Poesia espanhola A verdade, a justiça, e o bello A morte do redemptor A memoria de Raimundo Vale de Carvalho O curupira Retrato

Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855 Tres Lyras/1855

Biografia

60425-


Antonio Marques Rodrigues nasceu em São Luís, no Maranhão, em 15 de abril de 1826 e morreu em Avintes, Portugal, em 14 de abril de 1873. Tendo se tornado bacharel pela Faculdade de Direito do Recife, atuou como advogado, além de ter sido um abolicionista, poeta, professor, político, membro correspondente do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, membro correspondente do Instituto Histórico da Bahia, membro honorário da Associação Typographica Maranhense, inspector da Instrucção Publica da Provincia do Maranhão,, cavaleiro imperial da Ordem da Rosa e da Real Ordem Portugueza Nossa Senhora da Conceição da Vila Viçosa, membro do Instituto Dramático e Litterario de Coimbra, na Classe de Literatura etc. Ademais, Antonio Marques Rodrigues também foi professor de História Natural do liceu de São Luís e oficial-maior da Secretaria do Tribunal do Comércio. Dentre suas obras, Rodrigues escreveu vários artigos, tanto em prosa quanto em verso, desde a época em que era estudante da Faculdade de Direito. O autor redigiu nos periódicos Cidadão, Diário de Pernambuco, entre outros. Além disso, ele escreveu "Rodolpho Topffer — esboço critico litterario" Recife, 1855; "O Livro do Povo, contendo a vida de Christo e vários artigos úteis" - S. Luis, 1862; "Vida de Horácio Nelson", trad. de Forgues; "Duas palavras sobre a nossa agricultura", prefácio do Manual do plantador de algodão", de Turner, traduzido por José Ricardo Jauffret; "Três Liras", coletânea de poesias, de Trajano Galvão 9 G sníil Braga - São Luís, 1862, entre outras. Fonte: •

Antônio Marques Rodrigues. Disponível em: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/antonio_marques_rodrigues.html> ..

Marques Rodrigues. Disponível <https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=7786>..

Rodrigues, A. M. O Livro do Povo. 4. ed. Maranhão: Typ. do Frias, 1865.

em:



A.R. Borba

Ao meu mano Antonio R. Borba

Estrela da Tarde/1857

Antonio da Rocha Borba (?) – Tipógrafo Amaral Ornelas

Vida A morte

O Motivo/1955 O Motivo/1955

Adolfo Oscar do Amaral Ornelas. Nasceu em 20 de outubro de 1885, em Barra do Piraí (RJ) e desencarnou no Rio de Janeiro, em 5 de janeiro de 1923. Funcionário público, trabalhou na diretoria de Estatística Comercial do Ministério da Fazenda. Era dotado de inteligência privilegiada. Autodidata, possuía apreciável cultura. Foi jornalista e orador de raros recursos. Deixou dois volumes de poesia consagrados pela crítica, além de vasta literatura teatral e doutrinária. Escreveu também uma peça teatral, premiada pela Academia Brasileira de Letras. Espírita, foi primeiro secretário, vice-presidente, e, paralelamente, diretor de Assistência aos Necessitados do Centro Espírita Fé, Amor e Caridade Santo Agostinho, no Rio de Janeiro. Era médium de cura, tendo sido diretor da Casa de Ismael e também secretário da revista Reformador,da Federação Espírita Brasileira. Apreciemos Jesus e Madalena, soneto composto por Amaral Ornelas, em vida, e A Oração, sonetopsicografado por Francisco Cândido Xavier, ambos publicados no livro Seareiros da Primeira Hora, de Ramiro Gama, pela Editora Eco. Jesus e Madalena (Amaral Ornelas – Encarnado) Da casa de Simão, Magdala à porta assoma. Com uma urna de alabastro e onde o nardo trescala, Mal avista Jesus, parte a fina redoma, e uma onda de perfume invade e inunda a sala. No delírio do Bem que o sacrifício embala, O suave Nazareno as brancas mãos lhe toma... E a Judas, que sorri, diz, a chorar; Magdala: “Sei que Ele vai morrer; trago-lhe a unção do aroma:” Levanta-se o Rabi, num clarão de alvorada, Evola-se do nardo a essência, o ar perfumando. E a âncora que a reteve, eis aos seus pés quebrada. “Assim, o suave olor, que a Tua alma oculta encerra, Subirá para os Céus em nuvens de ouro, quando O vaso de Teu corpo arrebentar na Terra!” Americo Maranhão Americo Maranhão, sobrinho Maranhão Sobrinho

Cego Augusto Severo

Soneto Supremo Visões D. Mistica Conforto Fidalga Santa Judeu errante Sonho alado Turris iburnia Soneto Helvetica Cruz de espinhos Purpura da Astruria A ermida

Ave Maria Crepusculos

Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1901 A Mocidade/1906 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 O Combate/1906 Elegante/1897 Elegante/1897


Soneto A ermida Fé

Elegante/1899 O Combate/1916 Avante/1902

Sobre Maranhão Sobrinho só existe um consenso - não poderia haver alguém mais difícil para se retratar em uma biografia. Quase tudo que se sabe sobre ele é lenda pura. Por várias razões, sendo a principal delas o dedicado empenho do próprio Maranhão Sobrinho em criar ou remodelar histórias em torno de si mesmo e de sua trajetória. Aquilo que os admiradores e detratores não inventaram, ele próprio tratou de inventar. E a coisa evoluiu a tal ponto que a esta altura não há limite claro entre o que é a figura histórica e o que é a personagem de aventuras e anedotas. Até o nome do grande poeta é objeto de fundada controvérsia. Na Barra ele era conhecido como José Maranhão Sobrinho (em homenagem ao tio José Cavalcante Maranhão). Em São Luís virou Américo Maranhão Sobrinho, Américo Maranhão e Maranhão Sobrinho. Em Manaus os acréscimos resultaram no quilométrico José Américo Augusto Olímpio Cavalcante de Albuquerque Maranhão Sobrinho. Que tal? Dele não se sabe nem a data certa de nascimento. Nasceu em 10/08/1879 (jornal Correio do Norte) ou 20/12/1879 (certidão de batismo) ou 25/12/1879 (registro majoritário nos ensaios biográficos) ou 30/12/1879 (certidão de nascimento). Que tal de novo? Daí os hercúleos oito anos de pesquisa que levou Kyssian Castro para escrever “Maranhão Sobrinho o poeta maldito de Antenas” (Penalux – Guaratinguetá, São Paulo : 2019). A quem se surpreenda com o título “poeta maldito de Atenas”, cabe registrar que ele foi dado a si mesmo por Maranhão Sobrinho dentro de um amplo contexto que vai desde a militância literária no Simbolismo (em boa medida fruto da desilusão geral com as bruscas e profundas mudanças tecnológicas e políticas nas últimas décadas do Século XIX que jogaram para o espaço as certezas e os valores estabelecidos) até à tendência pessoal à construção permanente do folclore em torno de sua figura pública (na realidade o maior algoz do poeta talvez tenha sido ele mesmo, mais que as desventuras inevitáveis do destino). O livro resultou inicialmente do projeto pessoal de Kyssian Castro (devoto juramentado de Maranhão Sobrinho) e, depois, do projeto institucional com a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), que deu o apoio financeiro para a publicação e para as viagens de pesquisa a São Luís e Manaus. Trata-se de uma obra monumental que ordena e sistematiza tudo que se encontrou em livros, artigos, jornais e bibliotecas sobre Maranhão Sobrinho. O livro apresenta as informações de que Maranhão Sobrinho nasceu na Barra numa modesta casa de taipa na Rua do Tamboril (atual Rua Luís Domingues) no Largo São José (atual Praça Maranhão Sobrinho). Posteriormente, sua família se mudou para a Rua Formosa (atual Rua Frederico Figueira). Seu pai foi Vicente de Albuquerque Maranhão Filho, que saiu de Canindé (CE) para a Barra após a grande seca de 1878 (a mesma que levou para a nossa terra outras famílias ditas tradicionais, como a Família Falcão e a Família Milhomem). Vicente de Albuquerque Maranhão Filho, monarquista convicto, foi lavrador, dono de uma sapataria, autoridade policial, vereador e coletor de rendas. Sua esposa foi Joaquina Olímpio de Almeida, cuja família seria oriunda do Rio Grande do Norte. Teria sido Maranhão Sobrinho um menino leve, livre, solto, sonhador, amante da natureza, insubmisso, danado, irreverente, irrequieto, brincalhão, inclinado à fantasia e ao escapismo, incapaz de se concentrar numa única coisa e mais ainda de dar fim aos inúmeros planos mirabolantes (aspecto que Kyssian Castro detecta com precisão não apenas na infância, mas ao longo de toda a história do grande poeta). Indisciplinado, Maranhão Sobrinho não concluiu os estudos do curso primário no Colégio Popular. Seu mestre e mentor seria depois o professor Manoel Raimundo Nonato de Miranda, o primeiro a ver na


excentricidade do garoto, desde tenra idade amante da literatura, a inteligência e o gênio a serem estimulados. Consta que desde pequeno Maranhão Sobrinho lia tudo que lhe caía nas mãos, mas foi nos livros que havia na casa do professor Manoel Raimundo Nonato de Miranda que teve contato com a poesia francesa de Verlaine, Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé (o que definiria sua obra poética futura). São conhecidas as versões de que Maranhão Sobrinho tinha espírito boêmio e bebia demais desde pouca idade (na maturidade poderia ser classificado como alcoólatra, pois estando sem dinheiro vendia poemas em troca de doses de conhaque – sua bebida predileta -, e nas piores crises de abstinência tomava álcool puro de farmácia). Mas é difícil acreditar no registro de que exatamente aos sete anos de idade levantava copos e frequentava bares. Sobretudo diante do perfil dos pais dele. Segundo Kyssian Castro, a mãe era extremamente religiosa e carola, enquanto o pai era muito rígido e fazia de tudo para dar alguma direção à vida sem pé nem cabeça do filho, seja colocando-o pra estudar ou para trabalhar na lavoura ou como auxiliar de sapataria numa bodega. Vale dizer que naquele tempo nenhum filho mandava nos pais como hoje em dia; pelo contrário, os pais tinham uma autoridade inegociável. Naquela época, por exemplo, a “lei da palmada” só poderia ser concebida como ficção científica – era comum surra de cinto, corda, cipó, galho fino de goiabeira e por aí vai. Em jornais na Barra, especialmente em “O Campeão”, Maranhão Sobrinho publicou seus primeiros poemas com o pseudônimo Zémaranhão. Segundo Josué Montelo, citado por Kyssian Castro, seriam versos engajados, sobre o cotidiano político-social, em estilo condoreiro. (O jornal “O Campeão” era defensor fervoroso do Governo do Presidente Floriano Peixoto, o pior da Velha República, a demonstrar que é mesmo histórica a cegueira de intelectuais e jornalistas quando se trata de política). Nenhum número do jornal “O Campeão” teria sido preservado e os poemas mais antigos de Maranhão Sobrinho estariam no jornal “O Porvir”, a exemplo do poema “Ave Canora” (escrito “em versos decassilábicos medíocres, rimas pobríssimas e, por vezes, nauseantes” - na avaliação corajosa de Kyssian Castro). Ao discorrer sobre o final do Século XIX na Barra, Kyssian Castro traça um panorama muito interessante do qual pouco se sabe e sobre o qual pouco se estuda – aquele da efervescência dos jornais e da literatura. Além de “O Norte”, “O Campeão” e o “O Porvir”, o autor dá notícias de periódicos como “Novo Mundo”, “O Dia”, “O Guarany”. Por outro lado, registra o depoimento importante de Alfredo de Assis Castro de que havia várias associações literárias (o que joga por terra a versão de que o Grêmio Machado de Assis, na década de 1950, teria sido o primeiro grupo literário relevante na Barra e o antecessor imediato da nossa Academia de Letras). O avanço da técnica viria para Maranhão Sobrinho nos poemas publicados no jornal “O Norte”. Dali, o grande poeta evoluiria para colaborações em jornais de São Luís e de outros Estados. Começava a longa carreira que, décadas depois, o tornaria conhecido em nível nacional. Ficou estabelecido pelos especialistas que Maranhão Sobrinho foi um dos maiores poetas simbolistas do Brasil (incluído até em coletânea organizada por Manuel Bandeira). Porém, há quem diga que em linhas gerais seus versos teriam a alma simbolista, a forma parnasiana e a mensagem romântica (mas isso é história para outro dia). Kyssian Castro conta que o mais célebre soneto de Maranhão Sobrinho, “Soror Teresa”, foi escrito ainda quando ele morava na Barra: ...E um dia as monjas foram dar com ela morta, da cor de um sonho de noivado. no silêncio cristão da estreita cela, lábios nos lábios de um Crucificado.... Somente a luz de uma piedosa vela


ungia, como um óleo derramado, o aposento tristíssimo de aquela que morrera num sonho, sem pecado... Todo o mosteiro encheu-se de tristeza, e ninguém soube de que dor escrava morrera a divinal soror Teresa... Não creio que do amor a morte venha, mas, sei que a vida da soror boiava dentro dos olhos do Senhor da Penha....

O livro “Maranhão Sobrinho - o poeta maldito de Atenas” põe abaixo vários mitos sobre o grande poeta. Nunca escreveu sobre a Barra? Mentira. Kyssian Castro identifica e expõe poemas de Maranhão Sobrinho dedicados à terra natal. Tinha o pé no ocultismo? Verdade. Na literatura Maranhão Sobrinho teve influência indiscutível de poetas satanistas europeus e na vida cotidiana são notórios episódios ora hilários ora arrepiantes que tangenciaram o campo das magias e das coisas sobrenaturais. (Antônio Lobo conta uma espécie de tentativa de macumba utilizando a receita que levava uma coruja, uma caveira, um couro de gato, uma vela e outros apetrechos inenarráveis – e mais não digo, corra e compre o livro de Kyssian Castro para ver o resultado da história.) Mas atenção. Como tudo que se refere a Maranhão Sobrinho, é preciso contextualizar essa questão. Não estamos aqui dizendo que ele era exatamente bruxo do mal (sim, existe bruxo do bem). Tudo indica que isso era apenas mais uma das excentricidades que ele cultivava em torno da própria história marcada por coisas inusitadas. Uma ressalva que se pode fazer ao livro é que ele próprio acaba também criando mitos a partir de uma opção interessante (mas muito arriscada) de Kyssian Castro de preencher lacunas da vida de Maranhão Sobrinho com interpretações livres dos textos dos seus poemas. A leitura criativa feita por Kyssian Castro dos textos de Maranhão Sobrinho dá conta, por exemplo, do suposto perfil psicológico do filho em relação a sua mãe, a qual teria se transformado em (prenda o fôlego) “supremo arquétipo feminino, chegando ao limite da sublimação edipiana, elemento predominante em sua poesia”. Kyssian Castro deixa claro que chegou a ponderar as palavras de Fernando Pessoa, para quem “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente. Que chega a fingir que é dor. A dor que deveras sente”. Traduzindo: salvo as obras nitidamente autobiográficas, nem tudo que escreve o poeta demonstra exatamente quem é o poeta.


Mas Kyssian Castro preferiu seguir o conselho de Floriano Martins, para o qual “os poetas estamos todos em cada um de nossos versos”. E concluiu que (prenda o fôlego de novo) “entrar na intimidade de um artista sem divisá-la de sua própria arte é como estar às apalpadelas em intrincado labirinto, sem contar com a ajuda de um fauno”. Esse viés adotado por Kyssian Castro permite classificar o livro “Maranhão Sobrinho - o poeta maldito de Antenas” não exatamente como uma biografia, mas como um romance biográfico ou uma biografia romanceada (sem nenhuma crítica pejorativa à solução encontrada pelo autor e sem nenhuma depreciação do louvável esforço da narrativa). Mas é preciso alertar que essa aposta é alta. E pode ser problemática quando procuramos nas passagens do livro respostas para perguntas sensíveis como a seguinte – afinal, Maranhão Sobrinho era gay? Kyssian Castro não faz essa pergunta nem perde tempo com isso, mas o leitor curioso pode querer saber. Essa fofoca corre a boca miúda desde longa data nos bastidores mais profundos da nossa cultura. Sempre se estranhou que Maranhão Sobrinho tenha sido um “solteirão convicto” (expressão antiga que era utilizada para designar homem que só gosta de homem). Na sociedade conservadora, machista e provinciana de sua época, casar era uma coisa quase tão automática quanto tomar banho. Do homem se esperava (mesmo se exigia) que constituísse família (se de fachada pouco importava). Se fôssemos levar ao pé da letra o perfil psicológico construído por Kyssian Castro (na linha argumentativa do preenchimento das lacunas biográficas a partir da interpretação de textos de poemas), teríamos na relação de identificação afetiva especial de Maranhão Sobrinho com sua mãe um lugar comum indicativo da suposta homossexualidade do grande poeta. Olha que coisa. Evidentemente fazer uma ilação como essa seria um exagero. Mas abrimos aqui a porta do questionamento apenas para demonstrar que Kyssian Castro deveria evitar situações desse tipo, em que a imaginação sobre a relação familiar entre mãe e filho toma o lugar da investigação científica propriamente dita. Kyssian Castro chega a afirmar que, segundo “documentos oficiais” e “testemunhas auriculares”, além do que “pode se depreender do que nos deixou em prosa e verso o próprio Maranhão Sobrinho”, o primeiro amor dele teria sido Honorina Fernandes de Miranda, irmã de seu professor Raimundo Nonato de Miranda. O problema é que não expõe com exatidão que documentos oficiais seriam esses (para além de uma suposta carta de amor), narra apenas um testemunho (de Antônio de Oliveira que teria ouvido a história de Olímpio Fialho) e cita poemas de Maranhão Sobrinho que estariam se referindo à suposta namorada. Os fundamentos são frágeis. Parece que seria mais prudente Kyssian Castro ter dito (como uma vez me disse o poeta Olímpio Cruz – e outra vez me disse o poeta Willian Figueira) que a falta de mulheres na biografia de Maranhão Sobrinho poderia decorrer apenas de um dado significativo inconteste da sua vida – o estilo solto e sem rumo. Era homem que não se apegava a nada nem a ninguém. Sua tendência escapista abrangeria também a vida amorosa. Ponto. Em outro capítulo do livro, Kyssian Castro conta a história nebulosa de que Maranhão Sobrinho, na maturidade, quase teria sido assassinado por supostamente ser amante de uma mulher casada. Será? Pois bem agora, que tudo começa a ficar picante e palpitante, deixamos o suspense no ar e encerramos por hoje. Anibal Teophilo Mater A Noticia/1928 Havia um tal escândalo em torno deste erro gravíssimo que este mesmo Afrânio Peixoto, autor de um romance ruim chamado “Bugrinha”; segundo conta a lenda, ridicularizado em sua imensa mediocridade terminou atirando no poeta Anibal Teophilo, hoje inteiramente desconhecido. Mesmo assim, Afrânio foi médico de méritos e muito elogiado burguesia reinante da época. Além de “Bugrinha” é autor de outros romances que receberam o absoluto desprezo de Lima Barreto, este sim um grande autor brasileiro. A literatura seria "o sorriso da sociedade" | Opinião: Diario de Pernambuco


A MORTE DO POETA ANÍBAL TEÓPHILO No dia 20 de junho de 1915, ao final de uma sessão literária na sede do Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, provocações do poeta Aníbal Teóphilo contra o então jovem deputado federal por Sergipe, Gilberto Amado terminou na morte do poeta. O crime chocou a todos do meio literário, o poeta era querido do grupo conhecido como a "República de Laranjeiras" e seu enterro foi uma comoção. Gilberto Amado era esnobado pelo grupo, segundo Luis Edmundo, Aníbal Teófilo não odiava Gilberto Amado, apenas desprezava. Há tempos havia entre Gilberto e Aníbal, uma irreconciliável discórdia. Muitas vezes Gilberto sofrera agressões de Aníbal, de quem sempre temera. Certa vez na redação da revista Careta, não só o poeta recusou apertar a sua mão, mas disse: “Sai, senão cuspo-lhe na cara”, cuspindo no chão em seguida. Durante a festa literária naquela tarde de sábado, o poeta Aníbal Theófilo repelira o cumprimento de Gilberto Amado, que, no final, por intermédio do advogado Paulo Hasslocker, pedira satisfações pelo ato de incivilidade. Não só se negou a dá-las, o poeta, mas fez referências desabonadoras ao ofendido. Paulo Hasslocker parte para briga tomando as dores quando Gilberto Amado acompanhado da esposa, saca a pistola e dispara três tiros, um acerta o poeta gaúcho na nuca, foi a morte do poeta. Em 1914, Gilberto Amado tentou entrar para ABL sem sucesso, com o assassinato do poeta Aníbal Teófilo pelo então jovem jornalista e deputado em 1915 no salão nobre do Jornal do Commércio, o futuro senador e embaixador, esperou quase 50 anos para tentar novamente. Gilberto foi absolvido na justiça, mas jamais o foi pela opinião pública, enquanto durou a memória do acontecido. A Genealogia dos Amado no Brasil: MEMÓRIA E PATRIMÔNIO (iconografiaamado.blogspot.com) Antero de Quental

A Virgem Maria Namoro a cavalo

A Luta/1891 A Luta/1891

Antero de Quental nasceu em 18 de abril de 1842, na ilha portuguesa de São Miguel. Era membro de uma família tradicional da região. Seu avô — André da Ponte de Quental — foi signatário da Constituição de 1822. No entanto, como estudante no curso de Direito, na Universidade de Coimbra, o jovem poeta se destacou por combater o conservadorismo. O autor publicou seu primeiro livro — Sonetos de Antero — em 1861. Após terminar a faculdade, aprendeu o ofício de tipógrafo e o exerceu, em 1867, quando morou em Paris. Ali, o escritor teve contato com a classe operária e também assistiu a algumas aulas no Collège de France. Ao voltar a Portugal, escreveu o artigo “Portugal perante a Revolução de Espanha”, em defesa da república. Em 1868, esteve nos Estados Unidos e no Canadá. De volta às terras lusitanas, foi morar com seu amigo Jaime Batalha Reis (1847-1935). Em 1871, os dois amigos moravam em uma casa em Lisboa, na rua dos Prazeres, onde recebiam amigos como Eça de Queirós e outros intelectuais que compunham o famoso Cenáculo. Em 1870, Antero de Quental foi um dos fundadores do jornal democrata A República. No ano seguinte, foi um dos organizadores das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, que abrigavam discussões acerca de questões políticas, sociais e econômicas do país. Já em 1875, ajudou a criar o Partido Socialista Português, além da Revista Ocidental. Nos anos de 1878 e 1879, voltou a viver na França, mas para tratar de problemas de saúde. De volta a Portugal, adotou as filhas de seu amigo Germano Meireles (1842-1877) e foi candidato a deputado pelo Partido Socialista. Nos próximos anos, dedicou-se à escrita e à criação das filhas, antes de se matar, em 11 de setembro de 1891. A questão coimbrã


A questão coimbrã está relacionada ao famoso debate literário entre autores portugueses, em 1865 e 1866. De um lado, aqueles que defendiam o realismo e, de outro, os que enalteciam o romantismo. A luta foi travada por meio dos periódicos da época, que publicavam textos de ambos os lados da disputa. Como a maioria desses intelectuais estava ligada à Universidade de Coimbra, a discussão ficou conhecida como questão coimbrã. Além disso, cada lado tinha o seu porta-voz. Desse modo, o escritor António Feliciano de Castilho (1800-1875) defendia o romantismo, enquanto Antero de Quental era a jovem voz do realismo. Leia também: Romantismo no Brasil – características e fases Estilo literário de Antero de Quental Antero de Quental fez parte da geração de 70, responsável pela introdução do realismo em Portugal. No entanto, suas obras também apresentam traços do romantismo. Assim, genericamente, elas possuem as seguintes características: Elementos utópicos Crítica sociopolítica Melancolia Pessimismo Morbidez Erotismo Misticismo Idealização do amor Rigor formal Antero de Quental: biografia, obras, características, frases - Português (portugues.com.br) Antonio Augusto Rodrigues

Miséria de um poeta

A Mocidade/1934

Antonio Chaves

Vencida

A Mocidade/1906



Antonio Lobo

Dolorosa Canto do mal Por amor de uns olhos

Lubrico

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Elegante/1894

Antônio Francisco Leal Lôbo nasceu em São Luís, a 4 de julho de 1870 e faleceu na mesma cidade, a 24 de junho de 1916. Era filho de Policarpo José da Costa Lôbo e de Francisca Leal Lôbo. Foi professor da Escola Normal e do Seminário das Mercês. Dirigiu superiormente o antigo Liceu Maranhense, a Instrução Pública e a Biblioteca Pública, aí imprimindo administração moderna, com a introdução de novos processos de biblioteconomia. Escritor elegante e jor-nalista combativo, Lôbo foi redator e colaborador de muitas folhas sanluisenses, merecendo destaque ”Pacotilha”, “A Tarde”, “O


Jornal”, “Diário do Maranhão”, “Federalista”, “Revista Elegante” e a “Revista do Norte”, fundada por ele e Alfredo Teixeira. Nesses periódicos fez política, ficção, crítica literária e ciência, pois que era versado em sociologia e biologia. Exemplo marcante de autodidata, exerceu poderosa influência na geração de 1900, congregando-se à sua roda os jovens talentos esperançosos que formavam, então, as inúmeras sociedades literárias, surgidas do dia para a noite. Foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, onde ocupava a Cadeira nº 14, patrocinada por Nina Rodrigues.

Arthur Azevedo

Arthur Azevedo

Transit. Confuzão Vem Impressões de teatro Aniversário Que espiga

A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Noticia/1928 Jornal dos Artistas/1919 O Grilo/1912

Artur Azevedo (Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo), jornalista e teatrólogo, nasceu em São Luís, MA, em 7 de julho de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Figurou, ao lado do irmão Aluísio Azevedo, no grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a cadeira nº 29, que tem como patrono Martins Pena. Foram seus pais David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães, corajosa mulher que, separada de um comerciante com quem casara a contragosto, já vivia maritalmente com o funcionário consular português à época do nascimento dos filhos: três meninos e duas meninas. Casaram-se posteriormente, após a morte na Corte, de febre amarela, do primeiro marido. Aos oito anos Artur já demonstrava pendor para o teatro, brincando com adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo, e pouco depois passou a escrever as peças que representava. Muito cedo começou a trabalhar no comércio. Depois foi empregado na administração provincial, de onde foi demitido por ter publicado sátiras contra autoridades do governo. Ao mesmo tempo lançava as primeiras comédias nos teatros de São Luís. Aos quinze anos escreveu a peça Amor por anexins, que teve grande êxito, com mais de mil representações no século passado. Ao incompatibilizar-se com a administração provincial, concorreu a um concurso aberto, em São Luís, para o preenchimento de vagas de amanuense da Fazenda. Obtida a classificação, transferiu-se para o Rio de Janeiro, no ano de 1873 e obteve emprego no Ministério da Agricultura. A princípio, dedicou-se também ao magistério, ensinando Português no Colégio Pinheiro. Mas foi no jornalismo que ele pôde desenvolver atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Colaborou em A Estação, ao lado de Machado de Assis, e no jornal Novidades, onde seus companheiros eram Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto. Foi um dos grandes defensores da abolição da escravatura, em seus ardorosos artigos de jornal, em cenas de revistas dramáticas e em peças dramáticas, como O Liberato e A família Salazar, esta escrita em colaboração com Urbano Duarte, proibida pela censura imperial e publicada mais tarde em volume, com o título de O escravocrata. Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve, sucessivamente, em O País (“A Palestra”), no Diário de Notícias (“De Palanque”), em A Notícia (o folhetim “O Teatro”). Multiplicava-se em pseudônimos: Elói o herói, Gavroche, Petrônio, Cosimo, Juvenal, Dorante, Frivolino, Batista o trocista e outros. A partir de 1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro. Por cerca de três décadas sustentou a campanha vitoriosa para a construção do Teatro Municipal, a cuja inauguração não pôde assistir.


Embora escrevendo contos desde 1871, só em 1889 animou-se a reunir alguns deles no volume Contos possíveis, dedicado a Machado de Assis, seu companheiro na Secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos. Em 1894, publicou o segundo livro de histórias curtas, Contos fora de moda, e mais dois volumes, Contos cariocas e Vida alheia, constituídos de histórias deixadas por Artur Azevedo nos vários jornais em que colaborara. No conto e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor do cotidiano da vida carioca e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas forneceu assunto para as histórias. No teatro foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. Nelas teremos sempre um documentário sobre a evolução da então capital brasileira. Teve, em vida, cerca de uma centena de peças de vários gêneros e mais trinta traduções e adaptações livres de peças francesas encenadas em palcos nacionais e portugueses. Ainda hoje continua vivo como a mais permanente e expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos, através de peças como A joia, A Capital Federal, A almanjarra, O Mambembe, e outras. Outra atividade a que se dedicou foi a poesia. Foi um dos representantes do Parnasianismo, e isso meramente por uma questão de cronologia, porque pertenceu à geração de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, todos sofrendo a influência de poetas franceses como Leconte de Lisle, Banville, Coppée, Heredia. Mas Artur Azevedo, pelo temperamento alegre e expansivo, não tinha nada que o filiasse àquela escola. É um poeta lírico, sentimental e mesmo cômico, e seus sonetos estão perfeitamente dentro da tradição amorosa dos sonetos brasileiros. Baulerio Mangabeira

Recado Recado

Singular/1937 Singular/1937

Baurelio Mangabeira Por: Reginaldo MirandaEm: 29/03/2019, às 18H40

Benedito Aurélio de Freitas, por alcunha Baurélio Mangabeira, nasceu às dezoito horas do dia 18 de julho de 1884, na fazenda “Pau d’arco”, Município de Piripiri, filho de Aureliano de Freitas e Silva e Izabel de Freitas e Silva. Era seu avô paterno o notável padre Domingos de Freitas e Silva, o principal fundador da cidade de Piripiri e dona Jesuína de Freitas e Silva; e materno Porfírio de Freitas e Silva e dona Joana de Freitas e Silva (Na declaração de seu nascimento, por ele feita, informa que nasceu em 19 de junho de 1890, na cidade de Piripiri). Órfão de mãe desde o nascimento, vez que a genitora morrera no parto, e de pai desde os cinco anos de idade, foi criado sob os cuidados da tia e madrasta Carolina Rosa da Silva, tendo em vista seu pai depois de viúvo ter convolado novas núpcias com uma cunhada, como a anterior sua sobrinha, com quem teve mais três filhos. Sem pai e sem mãe, transcorreu sua meninice sem muito regramento, desde cedo correndo solto nos arredores de Piripiri, banhando em riachos, subindo em árvores, armando arapucas para apanhar aves e fazendo outras estripulias típicas de menino de fazenda. É quando foi aberta pelo professor Nelson Francisco de Carvalho, uma escola de primeiras letras para alfabetizar as crianças de Piripiri, que até então não existia. O menino Benedito Aurélio foi mandado imediatamente para essa escola, surpreendendo o mestre pelos rasgos de inteligência. Concluída essa etapa, aos 12 anos de idade, foi enviado pelo avô Porfírio de Freitas e Silva para a cidade de Barras, onde concluiu os estudos primários, os únicos cursados em escola regular, prosseguindo como autodidata.


Completada a maioridade, muda-se para a cidade de União, “onde começou a trabalhar em misteres humildes e depois como balconista na farmácia Guerreiro, daquela cidade. Daí passou para a farmácia do Sr. Tersandro Paz, em Floriano e Teresina. Nessa última, que então era o melhor estabelecimento no gênero, neste Estado Baurélio habilitou-se como farmacêutico prático e conseguiu juntar um pecúlio regular, com o qual começou a comprar livros. Em seguida surgiu pela imprensa publicando sonetos líricos amorosos, mas que chamavam atenção (...) pela cadência, ritmo e beleza de imaginação”. Em toda a sua vida, foi essa a fase em que esteve mais equilibrado financeiramente. Por esse tempo se qualificava como farmacêutico licenciado. Todavia, “à proporção que ia ingressando no Parnaso e que o estro se desenvolvia calorosamente com aspectos panorâmicos de belezas transcendentais, ia o poeta afrouxando a dedicação ao trabalho quotidiano”, entediando-se até abandoná-lo completamente e entregar-se de vez à boêmia, primeiro em Parnaíba e depois em Teresina e outras localidades, consumindo todas as suas economias. Entregou-se ao vício do alcoolismo e tabagismo. Desde então, passou a viver com dificuldades financeiras. Na poesia iniciou-se seguindo a tendência naturalista defendida por Mauricio Le Blande e Émmile Zola. Somente depois, impressionado com a leitura das poesias satíricas de Bocage, tornou-se humorístico e causticante. Por esse tempo, publica Sonetos Piauienses(1910), panfleto de versos humorísticos e agressivos. Nessa ocasião, lembra Alarico José da Cunha em seu discurso de posse na Academia Piauiense de Letras, principal fonte dessas notas e autor das citações entre aspas, que “um dos atingidos pelas sátiras do poeta, ameaçou-o de um surra em plena rua de Teresina. Tendo conhecimento da desagradável promessa, Baurélio dirigiu-se ao Chefe de Polícia, (...), solicitando que este providenciasse no sentido do seu agressor adiar a surra por uma semana, pelo menos, a fim de poder ele terminar um serviço que havia começado”. Felizmente, a tal promessa não se concretizou e nosso poeta pôde continuar circulando livremente pelas ruas de Teresina. Sobre esse volumeto de versos de tiragem reduzida, hoje completamente desaparecido, assim registrou o jornalista Elias Martins, redator-chefe do jornal O Apóstolo: “Do inteligente moço B. Freitas que, em nosso meio é conhecido pelo pseudônimo Baurélio Mangabeira, recebemos um pequeno livro, Sonetos piauhyenses, fineza que agradecemos. ‘Não nos sobra espaço para uma apreciação cabal do trabalho do sr. B. Freitas; mas da ligeira leitura que fizemos, vimos que ali há sonetos escritos com inspiração. ‘São versos puramente piauhyenses, vazados alguns em feio realismo. Não nos soube bem aquele mau gosto do autor em escolher cenas indignas de reprodução, de preferência a outras tão belas que não só estimulariam o estro, como salpicariam de graça e candura as páginas de um livro. Achamos extravagante a predileção do autor que, pode ser, doutra vez, procure inspirar-se em coisas mais limpas” (O Apóstolo, 10.7.1910). Esse julgamento severo daquele órgão de imprensa, certamente deve-se ao caráter satírico da publicação. Alarico José da Cunha, no indicado discurso de posse lembra também a engenhosa e interessante versão do poeta para o seu pseudônimo. Porque sua desditosa mãe houvera feito uma promessa para São Benedito, santo de sua predileção, mas este os abandonara à própria sorte, desprezou o nome do taumaturgo, mas em reverência à veneração da mãe conservou o B inicial e etimológico que, junto com a palavra Aurélio, parte do nome de seu pai e do grande imperador filósofo Marco Aurélio, deu em resultado a palavra vibrátil, elegante e sonora Baurélio. E porque o sobrenome Freitas pouco lhe dizia, substituiu-o por Mangabeira, nome de uma árvore que por aqueles dias era fonte de riqueza no Piauí, produzindo magnífica borracha. Para ele, Baurélio Mangabeira, significava poder, sabedoria e riqueza – os três principais fatores do progresso e da civilização. Jornalista andarilho, repentista e tribuno ardoroso, andava com um prelo portátil e em qualquer parte onde estivesse editava seu jornal A Jornada, periódico ambulante que manteve por vários anos, sendo ele sozinho e a um tempo, redator, revisor e tipógrafo. Redigia, compunha, executava clichês de madeira para ilustrar o jornal e, afinal, o imprimia. Modelava também em zinco e era exímio desenhista, pintor,


xilógrafo e escultor. Colaborou também nas revistas Alvorada(1909), Litericultura(1912), Via Lucis (1913, pertencente ao Grêmio Literário Abdias Neves, de Teresina) e nos jornais A Chaleira, O Porvir, O Norte, O Grito, A Letra e O Periperi. Consagrado na literatura, em 1917 participou da fundação da Academia Piauiense de Letras, tomando assento na cadeira n.º 6. Contraiu matrimônio, um tanto retardado, em 21 de junho de 1927, na fazenda Sentinela, do termo de Alto Longá, onde exerceu o cargo de juiz distrital, com a senhorita Raimunda de Oliveira Freitas, filha do capitão Possidônio Otaviano do Nascimento e de sua esposa Feliciana Oliveira do Nascimento, residentes naquele termo. Do consórcio deixou os seguintes filhos: Francisco de Assis Freitas, nascido em 1928 e falecido na cidade de Piripiri, com treze anos de idade, em 21 de dezembro de 1941; Maria de Lourdes Oliveira Freitas, nascida em 23 de julho de 1931, na cidade de Piripiri; e, José Henrique de Oliveira Freitas, nascido em 15 de maio de 1933, na casa de residência de seus genitores, situada à Rua Lisandro Nogueira, cidade de Teresina. Para Alarico da Cunha, “Baurélio Mangabeira foi sempre um torturado na sua peregrinação terrena e uma vítima da indiferença do meio. Mantinha, entretanto, uma verve chistosa e humorística, com a qual disfarçava gostosamente os seus pesares ou ‘as tormentas da vida’” (CUNHA, Alarico José da. Discurso de Posse. Revista da APL n.º 17. Teresina: Imprensa Oficial, 1938). Faleceu Benedito Aurélio de Freitas, o popular poeta Baurélio Mangabeira, em sua residência situada na Rua Clodoaldo Freitas, cidade de Teresina, à uma hora da manhã de 16 de abril de 1937, com quase 53 anos de idade, sendo o corpo sepultado no cemitério São José. Falando à borda de seu túmulo, na tarde daquele mesmo dia, e em nome da Academia, disse o consagrado poeta Celso Pinheiro: “É finda a tua missão! Desabotoaste em flores de carne e flores de espírito. O sentimento é ainda uma força eterna, inextinguível. Não foi em vão que sofreste. Dor é imortalidade... ‘Serviste ao coração e à inteligência. O teu esforço foi coroado com o azul dos céus. Honraste a Deus. Sê em paz. Com o fósforo do pensamento acenderemos hoje, em tua honra, a vela de uma lágrima, grande iniciado da religião do Silêncio!... ‘Sê em paz...” (Rev. APL n.º 16 – Dez./1937. P.183/189). Em 1914, durante confraternização de seu aniversário natalício, compôs esse soneto, citado pelo Prof. Mardoqueu Marques, seu amigo, em panegírico feito na sessão de 24 de maio de 1937: NA MINHA DATA Nessa terna ilusão da vida flórea, Armaram-me a facão, à foice, à enxada, Para limpar os rumos dessa Estrada, Que levam a gente sã à Eterna Glória. Passo vista aos rebanhos. A Alvorada Desata a minha rede e cita a história Da gente parva, torpe, merencória, Da gente fartamente acanalhada. Amolo a ferramenta. Sigo o prumo... Canaviais desmanchando em níveo sumo, Tirando aos parreirais sangue africano... Faço na terra impávido mistério! - Tanto povo a passar p’ro cemitério, E eu caladinho faço mais um ano! Em homenagem à jovem esposa, publicou este outro soneto:


Naquela tarde lírica e serena, Cheia de encanto e dúlcida visão Eu te senti, mirífica falena, Dentro do meu sensível coração... Por terras do Longá, paragem amena, Eu cavalgava no arenoso chão, Perante a nívea lua do sol na arena... Verdes, espessos matos do sertão Foi quando ouvindo os pássaros cantando, Que meus olhos de bordo foram olhando O pátio da fazenda Sentinela... E estavas tu, senhora feiticeira, No terreiro da casa hospitaleira, Ó divina mulher! Criatura bela! (A Jornada, 25.9.1927. IN: MATOS, J. Miguel. Os fundadores. 2.ª Ed. Teresina: APL, 2018) Ainda como mostra de sua produção literária, seguem alguns poemas:

FAZENDA Dorme tranquilo o campo esmeraldino Logo que a noite cai sobre a morada; E o tempo calmo como um bom destino Ronda a noturna região sagrada. Cantam rios de fluido cristalino Perante humana vida sossegada Quando em momento lúcido, divino, Surge da treva fulva madrugada. As aves chilram despertando a gente! O vaqueiro aboiando à luz nascente, Desce ao curral de gordas vacas mansas. No pátio da fazenda urra o novilho! A vaca lambe o pequeno filho Sobre o vasto sertão cor de esperanças. (MATOS, J. Miguel. Os fundadores. 2.ª Ed. Teresina: APL, 2018). REVELAÇÕES Não julgues que, se a sorte não maldigo, Seja porque minha alma não sofreu Os travos da desgraça – agro castigo, Que dizem vir do inferno ou vir do céu. Pouco tempo meu pai viveu comigo: Cinco rápidos anos e morreu. E minha mãe, com lágrimas te digo,


Dentro de algumas horas faleceu. Escuta lá: Nos cemitérios vastos Os ossos de meus pais devem estar gastos Pelo tempo que tudo estraga e rói... Olha: quem nessa estrada cai, Sem ter mãe, minha filha, e sem ter pai, Há de sentir o quanto a vida dói... CANÇÃO É da luz dos teus olhos, luz que eu amo, Que vem todo este amor à alma que tenho... Os teus olhos no meu refletem a flux, Doce luz! - Dois rouxinóis cantando num só ramo: Doce ideal da vida em que me empenho. Do róseo dos teus lábios, cor que eu amo, Vem todo este prazer à alma que tenho... Unamos, minha flor, teus mornos lábios Nos meus lábios... Dois rouxinóis beijando-se, num ramo: Doce ideal no amor que em mim contenho. Dos contornos dos seios, seios que amo, Vem todo o amor que em mim contenho. Unamos o teu peito no meu peito... Doce leito! - Dois rouxinóis unidos, num só ramo: Doce símbolo da vida que não tenho. Noivo – envolvido em tétrica tardança... Louco! Penso que às vezes me detestas. Prende-me à rósea detenção do seio... Doce enleio! - Quando virás, ó última esperança, Trajando o verde augusto das florestas!. (Diário do Piauhy, Teresina, 10.5.1914). PALINÓDIA Aos meus irmãos Totônia, Chiquinha e Aurélio. Quando eu morrer, sensíveis criaturas, Filhas de Carolina e Aureliano, Dispenso as vossas lágrimas tão puras, E o vosso amor por mim, tão soberano! Isolem-me entre estranhas sepulturas, Que este é o prazer real de que me ufano. Oh, me não chorem ternas criaturas! Morto não penso e disso me não engano. Vossa virtude e a de meus pais não mancho!


Deixai-me lá no verdadeiro rancho, - Palácio sepulcral da Eternidade. Deixai-me sossegar! Deixai-me só! O coração do morto desce ao pó Como um monstro insensível à saudade! (O Apóstolo, 1.10.1911). POR QUE FOI? Por que foi terna luz da minha vida, Encanto, sedução, doce ventura, Que me levaste à dor, à desventura, Ao frio, à treva, onde não medra a vinha? Por que foi, terna luz que em mim fulgura, Encanto, sedução, grandeza minha, Que me negaste a festival ventura, Dando-me triste vida que eu não tinha? Por que foi, luminosa luz celeste, Encanto, sedução, visão radiosa, Que eterna dor e pranto à alma me deste? Por que foi que eu, sofrendo esse tormento Odiar-te não pude, alma de rosa. Nem também te apagar do pensamento?! (A Pacotilha, Maranhão, 19.12.1919).

FOLHA DE MEU DIÁRIO Amigos – não os achei na vida minha, Até triste momento em que hei vivido, Pobre sorte a que eu tenho. Ninguém tinha Posto reparo assim que eu tenho tido. Já tinha eu reparado em minha vinha, Que a bondade é rebento mal nascido, Que a lhaneza é uma droga que se vinha, Que se torna em vinagre mal curtido. Neste século repleto de ambição, Cheio de indesejosos e cretinos Fechemos o capítulo da razão! Fechemos o capítulo da Virtude! Este século presente, meus meninos, Inda ilude a vocês mas não me ilude. (A Pacotilha, Maranhão, 24.3.1920).

SONETO Sóis que andam a rondar as infinitas


Zonas infinitíssimas, astrais, Castiguem, astros do bem, os animais Que andam compondo legiões malditas. Ah! Ser humano – és mísero demais... Nasces cantando os hinos das desditas, Morres sentindo n’alma átras vinditas Que Deus concede aos pálidos mortais. A lei de Jeová deu p’ra ser lida, Perturba a humanidade pela dor, E é mais ou menos isto –infame sorte! 1º art. – a luz saudando a vida! 2º art. – o mal sagrando o amor! § § finais – sombras de morte. (A Pacotilha, Maranhão, 2.10.1914). ESPERANÇAS Batem à porta rude das Chimeras, Em breve, as Esperanças foragidas! E dos Sonhos sonhados noutras eras, Resta o cortejo de ilusões vencidas. Hão de findar p’ra sempre as Primaveras... E o tempo a evoluir, em arremetidas, Há de trazer-nos úmidas Taperas... E esperanças revivem noutras vidas! Em fuga as ilusões que alimentamos... E o nosso Amor em fuga, porque andamos Comboiando fatais desesperanças... E neste rumo, aos trambolhões e aos trancos, Vamos em busca dos cabelos brancos, Para esquecer as mortas Esperanças... (O Pharol, Cuiabá, 29.5.1909).

(O presente texto foi publicado inicialmente nos jornais Notícias Acadêmicas, Setembro/2010 e Meio Norte, 29.10.2010. Foi ampliado pelo autor). ______________________ * REGINALDO MIRANDA, autor de diversos livros e artigos, é membro efetivo da Academia Piauiense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-PI. Atual presidente da Associação de Advogados Previdenciaristas do Piauí Contato: reginaldomiranda2005@ig.com.br Bento Ernesto Junior

Aspiração Lagrimas e rosas Indiferença

Elegante/1895 Elegante/1897 Elegante/1897


Brasilino Miranda

Nada mais espero

Voz da UREB/1954

A História de Bacabal contada pelo poeta e escritor Brasilino Miranda (abelcarvalho.com) Carlos D. Fernandes

Ratio Victriz et cur invictum Magnum Coelo Suplicio de Magdá Ao meu querido Assuero

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905 Revista do Norte/1905

Carlos Dias Fernandes

O poeta Carlos D. Fernandes Carlos Augusto Furtado de Mendonça Dias Fernandes (Mamanguape, 20 de setembro de 1874 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1942) foi um dos mais notáveis paraibanos de seu tempo. Culto, inteligente, irrequieto, romântico e temperamental, foi um grande incentivador das letras e da juventude paraibana. Jornalista, romancista, crítico, pedagogo, advogado e poeta, deixou um legado de mais de 450 artigos publicados em jornais e revistas e 40 livros de diversos gêneros. Também foi um dos precursores do vegetarianismo, da defesa dos animais e do feminismo no Brasil. Contribuiu de maneira decisiva para o movimento naturalista e o movimento simbolista da literatura brasileira no seu estado e no país.


A VOZ DAS ORIGENS Todo ser, que nos círculos da Vida Girando em convulsões e ânsias palpita, Aspira à placidez indefinida Da celeste mansão que o sonho habita. Toda a alma que os anima foi proscripta D'essa eterna região desconhecida, De cuja natureza, em vão cogita O esforço da razão sempre vencida. Da ave que voa ao verme que rasteja, Em todo ser, por ínfimo que seja, Há um secreto desejo de ascendência. Há um vago desejo que os embala, Uma voz inefável que lhes fala De um outro modo de ser n'outra existência. — Carlos D. Fernandes, 1901 in "Rosa-Cruz, N.1" Biografia Carlos Dias Fernandes era filho de João Nepomuceno Dias Fernandes, médico formado pela Universidade de Coimbra e admirador da literatura clássica, que falava francês e não largava seu "Racine" e o seu "Rousseau". Sua mãe, Maria Augusta Saboia Dias Fernandes, mantinha uma indústria de doces caseiros em Mamanguape. Em sua educação familiarizou-se com o latim, lendo Virgílio e Horácio e decorou as estrofes de Camões, conservando Os Lusíadas de memória. Aos 16 anos de idade deixou sua cidade natal para morar com sua tia no Recife e, financiado por seu tio-avô José Adalfo de Oliveira Lima, estudar Farmácia.[1] Com a morte de seu tio-avô, durante uma viagem à Europa, não foi mais possível concluir o curso. Em 1892, chegou ao Rio de Janeiro e foi morar no Flamengo, na casa de Rosa Furtado do Nascimento, outra tia sua, e começou a trabalhar em várias atividades para se sustentar. Ingressou na Guarda Nacional e participou da Segunda Revolta da Armada, ao lado de Floriano Peixoto. O governo lhe concedeu a patente de tenente do exército e o nomeou praticante dos Correios de São Paulo. Na capital paulista iniciou sua carreira jornalística no Diário Popular, ao lado de José Maria Lisboa.[2][1] De volta ao Rio de Janeiro, em 1893, trabalhou em diversos periódicos fluminenses, como Jornal do Commercio, Gazeta da Tarde, O Debate, A Imprensa (secretariando Rui Barbosa) e na Cidade do Rio, de José do Patrocínio. Estreitou laços de amizade com o poeta Cruz e Souza[3][4][1][5] e, na ocasião de sua morte, fundou, em homenagem ao poeta, com Saturnino de Meirelles (1878-1906), Maurício Jobim, Tibúrcio de Freitas e Elysio de Carvalho, as revistas Meridional e Rosa Cruz.[1] Por volta do início do século XX, foi viver em terras amazônicas e lá permaneceu durante cerca de 10 anos. Em Manaus, se aproximou do renomado intelectual José Veríssimo e envolveu-se em um rumoroso escândalo passional, quando uma jovem da alta sociedade intentou o suicídio por sua causa. Conseguiu ele livrarse das acusações, sendo absolvido no julgamento. O poeta mudou para o Pará e, em Belém, desenvolveu intensas atividades também ligadas ao jornalismo, trabalhando na Gazeta de Belém e dirigindo A Província do Pará. Ali, residiu sob a proteção do político Antonio Lemos. Sua relação com esse político (uma espécie de assessor intelectual e político, secretário privado)[5] lhe rendeu duas viagens pela Europa. Nessa ocasião, foram publicados seus primeiros livros: Palma de Acanthos (1901), Solaus (1902), Políticos do Norte I: Antonio Lemos (1906), Políticos do Norte II: Augusto Montenegro (1906), Vanitas Vanitatum (1906), Torre de Babel (1907) e Álbum do Estado do Pará (1908).[1] Da Europa, onde percorreu os locais frequentados pelos grandes poetas contemporâneos, em Paris e na Itália, voltou ao Pará, porém acusações de adultério e até de ter matado um rival em duelo, fizeramm-no regressar para o Recife. Na capital pernambucana, foi estudar Direito, formando-se em 1913, enquanto trabalhava concomitantemente no Jornal do Recife e no Diario de Pernambuco. Na faculdade conheceu Maria Lacerda de Moura de quem se tornou grande amigo. Publicou, em 1908, A Renegada, um romance ao estilo de Émile Zola, que o levou à cadeia, sob a acusação de ferir a


moral pública. Foi indultado pelo Presidente da República, Nilo Peçanha, por seus méritos intelectuais. Também no ano de 1908, concorreu a um prêmio de 5 contos de réis em concurso realizado pelo Governo de Pernambuco para a composição da letra do Hino de Pernambuco, cuja melodia de autoria do paulista Nicolino Milano, já era a vencedora para música. Perdeu para o poeta Oscar Brandão da Rocha.[6] Escreveu o romance "Os Cangaceiros" na forma de folhetim, publicado no "Jornal Pequeno" do Recife, de setembro a novembro de 1908, e assinado com o pseudônimo "Jayme Aroldo".[2][1][7] (…) Lembro-me dele como de um espanto da minha adolescência. Vejo-o de cabeleiras negras, de olhos vivos, de cabeça luminosa e toda a sugestão de glória me parecia na frente… Falava-se dele como de um demônio de carne e ôsso. E lá ia Carlos Dias Fernandes, de chapéu na mão, subindo a Rua Direita, fazendo medo às famílias que viam nele o pecado, o terror, o homem que era uma legenda de insubmissão, de coragem, de heresia. Dizia que não acredita em Deus, não comia carne, que sabia latim mais que os padres, que manobrava o florete como espadachim, que amava todas as mulheres. O governador Castro Pinto trouxera o demônio para dirigir o órgão oficial do governo. (…) Os velhos fugiam dele mas os moços, todos queriam tê-lo como mestre. Criou na Paraíba uma geração que queria não acreditar em Deus, ímpios que falavam em Darwin, que amavam a natureza como única religião digna do homem. — José Lins do Rego, 1945 in "Poesia e Vida" Em 1913, chegou à cidade de Parahyba do Norte – atual João Pessoa – desempenhando a função de diretor da imprensa e do jornal oficial ("A União"), convidado pelo presidente da província João Pereira de Castro Pinto (1912 a 1916), um mamanguapense como ele. Carlos Dias Fernandes proferiu conferências e publicou livros de gêneros variados: romances, poemas, monografias políticas e opúsculos. Entre estes, republicou o folhetim O Cangaceiro no A União, de fevereiro a março de 1913. Recebeu, em 1917, a encomenda de produzir o livro Escola Pittoresca para o Presidente da Província (governador) Camillo de Hollanda (1916 a 1920). Sob sua direção, o jornal A União foi uma fecunda escola de jornalismo, por onde passou quase toda a juventude intelectual da época. Com sua presença, o jornalismo político aprimorou-se, a polêmica tornou-se esporte predileto e o meio literário da província teve vibração até então desconhecida. Nesse período, além dos livros do próprio Carlos Fernandes, cerca de duas dezenas foram editadas, numerosos trabalhos de qualidade, como Ensaios de Filosofia e Crítica, de Alcides Bezerra; e A Paraíba e seus problemas, de José Américo de Almeida.[8] Em 1926, com a missão de representar O Paiz e A União, foi ao I Congresso Pan Americano de Jornalistas, em Washington, D. C., EUA, onde foi recebido pelo diplomata pernambucano Manoel Oliveira Lima. Ainda no ano de 1926, o intelectual paraibano foi convidado a participar do III Congresso Mundial de Imprensa realizado em Genebra. Sua presença era reclamada como figura que mais havia se destacado no jornalismo brasileiro.[1] No entanto, após esses momentos áureos no estado, foi embora da Paraíba, em 1928, quando João Pessoa assumiu a presidência do estado, e que, segundo Eduardo Martins,[1][9] fez do seu primeiro ato administrativo a demissão de Dias Fernandes. Regressou, em 1928, ao Rio de Janeiro, casado com Aurora, para trabalhar como crítico literário no jornal O Paiz que, na ocasião, era dirigido pelo seu ex-companheiro do A Província do Pará, Alves de Sousa, e para a Gazeta de Notícias. No entanto, cerca de 30 anos haviam se passado desde a última vez que Carlos Dias Fernandes estivera na capital e esta ausência custou-lhe o apagamento do circuito literário e o enfraquecimento das amizades. Um exemplo disso são suas obras literárias A Vindicta (1931) e Fretana (1936), romance autobiográfico, que não obtiveram repercussão. Dias Fernandes morreu no dia 9 de dezembro de 1942, no Rio de Janeiro, no Hospital da Cruz Vermelha, sem o devido reconhecimento. Disse José Lins do Rego, em Poesia e Vida (1945), sobre a morte de Carlos Dias Fernandes: “Morreu quase que esquecido, sem grandes necrológios, com enterro de pouca gente, um homem que teve uma vida que foi de mocidade tumultuosa, agitada de aventuras, cheia de lances perigosos.” Obras • Rosa-Cruz, 1901[10] • Palma de Acanthos, 1901 • Solaus, 1902[11]


Rosa-Cruz, 1904[12] In memoriam - excerptos de Frei Caetano, 1905[13] Vanitas Vanitatum, 1906[14] Politicos do Norte I: Antonio Lemos, 1906[15] Politicos do Norte II: Augusto Montenegro, 1906[16] Torre de Babel: Contos e Cronicas, 1907[17] A Renegada, 1908[18] Album do Estado do Pará, 1908[19] Canção de Vesta, 1908[20] Os Cangaceiros: Romance de costumes sertanejos, 1908[21][22] A Hevea brasiliensis, 1913 O Rio Grande do Norte, 1914 Protecção aos Animaes, 1914[23] Noção de Pátria, 1914 A Walfredeida, 1915 Talcos e Avelórios: chronicas e conferencias, 1915[24] A Defesa Nacional, 1916[25] A Gymnastica, 1916[26] Vegetarianismo, 1916[27] Rui Barbosa: Apostolo da liberdade, 1918[28] Escola Pittoresca, 1918[29] Discurso, 1918[30] Politicos do Norte III: Epitácio Pessoa, 1919[31] Monografia de Epitácio Pessoa, 1919 De "rapazinho" a Imperador, 1920[32] Myriam: Poema Dramático, 1920[33] Tobias: jurista-filósofo, 1921 Livro das Parcas: Canto e Sonetos, 1921[34] A Cultura Clássica, 1921[35] Sansão e Dalila: Poema dramático dos tempos da Independencia, 1921[36] O Algoz de Branca Dias, 1922 Cultura Physica, 1923[37] Terra da Promissão: Poema do Nordeste, 1923 O Feminismo: emancipação da mulher pela cultura e pelo trabalho, 1923[38] Infância Proletária, 1924[39] A Fazenda e o Campo, 1925 A Vindicta: Novelas e Panfletos, 1931[40] Fretana, 1936[41] Rezas Cristãs, 1937 Gesta Brasílica, 1938 Gesta Nostra (Poema luso-brasileiro), 1942 Última Ceifa (s.d.) (versos inéditos) Academia Paraibana de Letras Carlos D. Fernandes é patrono da cadeira número 32 da Academia Paraibana de Letras, que tem Ernâni Aires Sátyro como seu fundador, em 1963.[3][42][43] • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Carlos Lebeis

A minha mãe

Alvorada/1955

Carlos Lébeis Comemorei com a saudade o centenário de nascimento de Carlos Lébeis, o tio que plantou no coração do sobrinho a semente da poesia. Nos 40 anos que viveu, foi deixando pelo caminho um rastro franciscano de simplicidade e de sabedoria. No depoimento de seus amigos Roquete Pinto, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes e Mário de Andrade, encontramos o retrato daquele que fez do coração albergue para as dores do mundo, pátria lírica dos grandes cantos de amor.


Vindo da escola de Mello Matos, tornou-se das maiores autoridades nos temas relacionados com a proteção à infância desvalida. A convite de Sylvio Portugal, organiza em São Paulo o Serviço Social do Estado, que funcionou inicialmente no último andar do prédio da Secretaria da Justiça, no Pátio do Colégio e, posteriormente, no velho casarão do Senado, na Praça João Mendes. Dos jovens advogados que acompanharam Carlos Lébeis em sua cruzada de redenção dos desamparados, assinalo, entre outros, os nomes de André Franco Montoro e de Nelson Pinheiro Franco. Nesses dois discípulos e em seu filho Fernando, o semeador tem seus gestos perpetuados. A obra social e a obra literária de Carlos Lébeis precisam ser lembradas. No caso da literatura infantojuvenil, “País dos Quadratins”, ilustrado por Portinari e “Chácara da Rua 1”, clamam pela justiça de uma reedição. Os “Quadratins” nunca saíram do poder, e a evocação da Chácara do avô Carlos Batista de Magalhães, em Araraquara, onde minha mãe, meus tios e primos passaram a infância, é das mais belas evocações do tempo que mora na travessura das horas fugidias. Alguns de seus poemas foram publicados por Dante Milano, na “Antologia de Poetas Modernos”, em 1935. Os outros, juntamente com “Cafundó da Infância”, ilustrado por Annita Malfatti, permanecem inéditos. No início do novo milênio, o octogenário pára numa esquina do universo e pede a um moço de 40 anos: – A bênção, tio Carlos! Paulo Bomfim - Carlos Lébeis | Paulo Bomfim Carlos Magalhães Lébeis foi um escritor brasileiro.

Obras[editar] Este autor tem traduções ou obras originais em língua portuguesa que já estão sob domínio público mas que ainda não possuem edições digitalizadas. Ajude digitalizando-as e as disponibilizando no Wikisource. • 1928: O país dos quadratins... (ilustrado por Cândido Portinari) • 1936: A chácara da rua Um (ilustrado por João Fahrion) • 2011: Cafundó da infância (póstumo, ilustrado por Annita Malfatti) • Sobra pagã/1916 Carvalho Guimarães Sombra Pagã

Histórias de além mar já aborrecem : história e literatura em Carvalho Guimarães (1820-1846?)

Casemiro Cunha

Jesús Descontentes

PREFÁCIO (oconsolador.com.br)

Informações sobre o escritor • • • •

Nome completo: Casemiro Cunha Nascimento: 1880 - Vassouras, RJ Morte: 1914 Descrição: Poeta

Risos d´Alma/1911 Risos d´Alma/1911


Fonte(s) dos dados •

COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238

Casimiro de Abreu

No álbum de Nicolau Vicente Ferreira

Elegante/1895

Casimiro de Abreu, poeta da segunda geração romântica, período da geração do amor e medo, foi um dos poetas mais populares do Brasil. Viveu pouco, escreveu pouco, mas mostrou em suas poesias um lirismo ingênuo de adolescente, representado por ele mesmo em seu único livro – “As primaveras”. Casimiro de Abreu (1837-1860) Nasceu na Barra de São João, Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1837. Era filho do rico comerciante português, José Joaquim Marques de Abreu e da brasileira Luísa Joaquina das Neves. Desde cedo despertou interesse pela literatura. Aos nove anos entrou para o Colégio Frese, em Nova Friburgo. No dia 13 de novembro de 1853, com apenas 16 anos, por não se adaptar ao trabalho no comércio do pai, no Rio de janeiro, foi enviado para Lisboa. Casimiro de Abreu viveu quatro anos em Portugal, onde iniciou sua carreira literária e escreveu a maior parte de seus poemas. No dia 18 de janeiro de 1856, sua peça "Camões e o Jau", é encenada no Teatro D. Fernando, em Lisboa, onde é aplaudido pela imprensa portuguesa.

Celso de Magalhães

A Pororoca Gloria do Maranhão

Alma Nova/1925 Esquerda/1932

Celso Tertuliano da Cunha Magalhães (Viana - Maranhão, 11 de novembro de 1849 ?, 9 de junho de 1879), conhecido como Celso de Magalhães, foi um escritor brasileiro e o pioneiro do estudo do folclore no Brasil, adotando uma metodologia que lançou as bases do folclorismo nacional. Seu trabalho focou especialmente a poesia popular, mas ele incursionou por outras áreas como o teatro, a poesia, a ficção e a crítica. Começou sua carreira de folclorista produzindo artigos sobre a tradição oral de origem portuguesa quando ainda era estudante de Direito, que foram publicados em 1873 sob o título A poesia popular brasileira no jornal acadêmico O Trabalho, de Recife, versando sobre uma multiplicidade de temas do folclore. Os dez artigos foram republicados em outros jornais e o autor tinha planos de reuní-los em um livro, mas os manuscritos se perderam e com eles significativa quantidade de material inédito igualmente desapareceu.


O seu primeiro trabalho ficcional foi a novela Ela por ela, que apareceu no jornal O País em 1870, à qual se seguiram outras obras de ficção, como o romance Um estudo de temperamento (1870) e a novela Pelo Correio (1873). No campo do teatro deixou um esboço incompleto intitulado O Processo Valadares (1873) e o drama perdido O Padre Estanislau, além de prefácios para peças alheias e coletâneas de crônicas teatrais. Celso Pinheiro

POESIA E Hardi Filho*

Voz do Povo/1937

Dois sonetos

DOR

NO

SIMBOLISMO

DE

CELSO

PINHEIRO

Se “o fim da arte não é convencer e sim comover”, segundo diz Vargas Vila, não há como ignorar o artista em Celso Pinheiro. Sua poesia comove. E convence. Alta expressão do Simbolismo, podendo e devendo figurar ao lado dos maiores poetas dessa Escola, o mais inspirado vate do Piauí merece não só ser devidamente conhecido e divulgado, mas constituir-se objeto de estudo e permanente reverência, patrimônio que é da literatura e glória que a poesia piauiense, de bom grado, oferece ao Brasil e ao mundo. Neste trabalho, que sabemos não ter a excelência nem a dimensão dignas do focalizado, tentaremos considerar alguns aspectos que explicitam a transmissível emotividade, a fecunda inspiração, o espontâneo e imponente imagismo de sua poesia. E insistimos nesse particular. Quem se der a deleitosa tarefa de ler a obra de Celso Pinheiro, verá como são comovedoras, em sua totalidade, as produções que o caracterizam através de uma atmosfera ímpar de humano sofrimento. Celso Pinheiro e a vertigem da dor / Bárbara Silva Nunes NUNES, Bárbara Silva. Celso Pinheiro e a vertigem da dor. Mafuá, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, n. 13, 2010. ISSNe: 1806-2555. Estamos sempre travando lutas contínuas contra as adversidades que insistem em atrapalhar o nosso curso, a dor é uma delas. Celso Pinheiro, seguindo caminho inverso da maioria, fez da dor sua melhor companheira, sua amiga confidente e sua musa inspiradora. Poesias não faltaram, para estimá-la, para comover, para seduzir, para criticá-la, para entendê-la. Seria a dor o próprio Celso Pinheiro? Seria o Celso Pinheiro a própria dor? Ou seriam ambos a mesma coisa? Filho de João José Pinheiro e Raimunda Lina Pinheiro, nasce na cidade de Barras (PI), em 24 de novembro de 1887, Celso Pinheiro, proveniente de uma família de 10 irmãos, entre os quais se destaca Breno Pinheiro e João Pinheiro, ambos escritores que assim como Celso, buscaram reconhecimento através das Letras. Celso Pinheiro não chegou a concluir o estudo secundário, diferente do que aconteceu com seu irmão, João Pinheiro que se formou no curso de odontologia em 1898 na Bahia. Órfão de pai aos 13 anos idade, perdendo também a sua mãe três anos depois, Celso logo previa os indícios daquilo que marcaria profundamente sua escrita. Em 1914, aos 27 anos de idade, Celso Pinheiro apaixona-se e casa-se com Liduína Mendes Frazão, sua fonte inesgotável de inspirações. Com ela teve quatro filhos: Edméa, Celso Filho, Maria e Diva. Assumindo agora novas responsabilidades de pai e marido, Celso começa a trabalhar nas mais diversas áreas. Foi revisor chefe do Jornal “O Piauhy”, escrivão de polícia, professor de Literatura na escola Normal de Teresina, secretário do Liceu Piauiense e chefe do Instituto de Criminalista. Após 18 anos de casados, morre em 1932 sua esposa, Liduína Mendes. Celso Pinheiro nunca mais se casara e imortalizou em seus versos, os bons momentos que outrora vivera com sua mulher. Nessa fase, encontramos um Celso terno, sublime, em estados de graça, cativante, em lampejos espontâneos de felicidade. Mas o poeta ainda sofre…


A arte é a expressão da realidade, já afirmavam teóricos como Nietzsche, Foucault e Natalie Zemon Davis. “Como fenômeno estético a existência ainda nos é suportável, e por meio da arte, nos são dados olhos e mãos, e, sobretudo, boa consciência para fazer de nós tal fenômeno” [ii]. Celso Pinheiro é a prova concreta dessa assertiva. Na medida em que nos propomos a decodificar suas escritas, fazendo uso dos seus poemas e poesias, somos capazes de encontrar nelas, pedaços de sua vida íntima, estados genuínos de alma, conflitos existenciais e imagens de uma sociedade que galgava os seus primeiros passos rumo a civilidade. Suas obras são verdadeiros legados de sua existência. Em 1917, Celso Pinheiro, junto com seu irmão João Pinheiro e outros literatos da época, como Clodoaldo e Lucídio Freitas, Higino Cunha e Antônio Chaves, fundam a Academia Piauiense de Letras com o objetivo de desenvolver e promover a literatura piauiense. Celso Pinheiro assumiu a cadeira nº 10, tendo Licurgo Paiva como patrono. Celso Pinheiro é intenso, atingia o real frenético e obscuro, fazia o lirismo parecer fácil tal a capacidade de expressar com tanta eloqüência os pesares da vida em sua escrita, ao mesmo tempo em que imagético e sensorial capaz de transportar aqueles que o lêem ao seu mundo poético. Sua poesia nos conduz para aquilo que, nós seres humanos, procuramos afastá-la: o sofrimento. Expressão simbolista, revelador do metafísico e do idealismo transcendente, o poeta expõe as suas ânsias espirituais, os vincos desoladores da sociedade moderna. “Fascinavam-no, sim os mistérios do ser, os fenômenos espelhados no existencial, sob as formas de fantasias, ou realidade, eivados da sensação que o apaixonava – a dor.” (HARDI, 1987. p. 15). Pela astúcia e sofrimento que irradiam em sua escrita, o autor pode ser considerado um poeta simbolista por excelência No dia 29 de junho de 1950 tivemos a chegada de Dona Branca – como Celso chamava a morte -, que veio para exorcizar o seu sofrimento tão infernal. Morreu de tuberculose, doença essa que assolava milhões de pessoas no mundo todo e era tida como incurável; enfermidade que parecia abater todos aqueles que sofriam de um mal maior: a doença da vida amargurada. Prova disso foram os intelectuais que partiram da mesma maneira: Charles Baudelaire e Cruz e Souza. Grande parte das obras de Celso Pinheiro ainda encontram-se totalmente desconhecidas do público, restrito à sombra de intelectuais e pequenos círculos literários. A pouca difusão dos seus trabalhos está vinculada diretamente ao período em que elas foram escritas. O primeiro motivo remete-se à localização geográfica da capital. Teresina, por estar afastado dos grandes centros urbanos, intelectuais e publicitários do país, como é o caso Rio de Janeiro, dificultava a propagação das obras do autor e, por conseguinte o seu não reconhecimento. O segundo motivo e não menos importante, está ligado à vida boemia e desregrada levada pelo poeta e o teor da sua escrita ofensiva. As críticas mordazes direcionadas a burguesia lhe conferia pouco espaço para ascender profissionalmente e ser reconhecido, uma vez que a imprensa piauiense era fantoche nas mãos da política local. Ora, ninguém em sua sã consciência iria promover àqueles que transgridem as suas normas, muito menos aqueles que lhes emitissem palavras ofensivas. A causa desse fenômeno tem reflexo direto no seguinte dado: Celso Pinheiro deixou 26 obras escritas, entre poesias, crônicas, artigos e conferências, porém, nenhuma delas chegou a ser publicadas até os dias de hoje e parece passar ainda mais tempo, pelo pouco esforço que vemos, na tentativa de divulgação dos seus escritos. É lamentável a situação do poeta e a dor lhe acompanha tanto nos seus anos de vida como em sua post mortem. Segue abaixo a relação completa de Celso Pinheiro: Cuore; Flor Incógnita; Dindinha; Dona Tristeza; Hino à dor; Sombras; Steppes; Poemas de Maior; Poentes; No Jardim de Academus; Tear de sol (3 volumes); Jardim de Mulheres (2 volumes); Poemas da Morte; Hino à França; Coroa de Espinhos; Prosa (2 volumes); O Incendiário de Teresina; Demócrito de Sousa Filho; Fernando de Noronha; U.D.N. – PI; Da Constituição; Euripidinas. [iii] Somente em forma de poesias são contabilizados mais de 4.000! Uma pequena parte desse patrimônio de valor cultural e intelectual inenarrável encontra-se na obra Poesias, publicada em 1939. Esta obra nasceu da boa disposição de amigos, literatos, estudantes, admiradores, que desde o ano de 1925 vinham coletando e organizando algumas de suas poesias, a fim de tornar público e reconhecido as suas palavras. Foram publicados cerca de 500 exemplares sob a responsabilidade editorial da Academia Piauiense de Letras. Isso é o máximo que se conhece de um conjunto de obras tão vasta de Celso Pinheiro. Lina Celso Pinheiro Ribeiro, filha de Celso Pinheiro Filho e neta de Celso Pinheiro, é uma das poucas pessoas que se dedicam à preservar as obras do seu avó. Em conversa com Lina Pinheiro, ela fala sobre a infeliz perca de algumas obras inéditas e me apresenta em torno de sete livros que ainda restaram sob seu domínio. São todas obras volumosas, datilografadas e totalmente dedicadas ao exercício dos sonetos. Entre elas, está os dois


volumes de “Jardim de Mulheres”, que segundo Lina foi bastante polêmica para a época, por ser uma obra destinada exclusivamente às mulheres com a qual Celso Pinheiro havia se envolvido, muitas mulheres casadas, diga-se de passagem. A maioria dos livros encontra-se com sua filha Dulce Pinheiro (Celso dedica-lhe várias de suas poesias) [iv], que pelas dificuldades de acesso, (Dulce mora hoje em São Paulo), impede de termos contato com as obras. Celso Pinheiro exibe um ardil tristeza cravada no âmago do seu espírito, foca-se no lado mais obscuro da existência humana, desmascara com hábil destreza as insuficiências e mazelas que açoitavam sua vida e a sociedade em sua volta. Celso Pinheiro é um murro na alma daqueles que tem o prazer de se deleitar com sua escrita, pois ele não cria retóricas, é impactante e nós deixa com lágrimas no olhos. Expele sua vida autêntica em todas as suas vertentes e suas virtudes, exibindo suas cicatrizes que nunca se fecharam, resultado dos seus vazios emocionais e espirituais; desafia os homens, “os burgueses pançudos” inativos de pensamento, revelando com isso a desumanidade através da concentração na dor individual. Negar sua obra seria uma leviandade atroz. Preocupado com o futuro das suas escritas, Celso discorre: Creio que só morrerei inteiramente quando esquecer-se de mim o último vulto e o meu nome cair de leve, sem tumulto no Grande Vale Azul do esquecimento infando. Se tomarmos ao pé da letra o que Celso disse acima, concluímos então que ele não morreu, pois estamos aqui para erguer e fazer reluzir o seu nome e afastá-lo cada vez mais do “Grande Vale Azul”.

Fig. 1 – Celso Pinheiro

Fig. 2 – Celso Pinheiro, junto com outros integrantes da Academia Piauiense de Letras. De pé, segundo da esquerda para a direita


Fig. 3 – Autógrafo do autor

Referências FILHO, Hardi. Poesia e dor no simbolismo de Celso Pinheiro. Teresina: Editora Júnior, 1988. GONÇALVES, Wilson Carvalho. Antologia da Academia Piauiense de Letras. Teresina: Halley, 2007. MORAES, Herculano. Visão Histórica da Literatura Piauiense. 4ªed. Teresina, 1997. PINHEIRO, Celso. Poesias. Teresina, 1939. QUEIROZ, Teresinha. Os literatos e a República: Clodoaldo Freitas, Higino Cunha e as tiranias do tempo. 2ªed.Teresina: Editora da UFPI; João Pessoa: Editora da UFPB: 1998. [i] NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência. São Paulo: Companhia das Letras. 2001, p. 107. [ii] FILHO, Hardi. Poesia e dor no simbolismo de Celso Pinheiro. Teresina, 1988, p. 29 a 30. [iii] Ver. PINHEIRO, Celso. Poesias. Teresina, 1939, p. 271 a 277.

Celso Vieira

Bela pagã

Revista do Norte/1901

Terceiro ocupante da Cadeira 38, eleito em 20 de julho de 1933, na sucessão de Santos Dumont e recebido pelo Acadêmico Aloísio de Castro em 5 de maio de 1934. Recebeu o Acadêmico Vítor Viana. Celso Vieira (Celso Vieira de Matos Melo Pereira) nasceu na cidade do Recife, PE, em 12 de janeiro de 1878, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de dezembro de 1954. Era filho de Rafael Francisco Pereira e de Marcionila Vieira de Melo Pereira. Fez seus primeiros estudos no Ginásio Pais Leme, no Pará onde iniciou, também, o curso de Direito que concluiu no Rio de Janeiro. Biógrafo, ensaísta e historiador, exerceu na capital do país os cargos públicos de auxiliar do chefe de Polícia no Rio de Janeiro; diretor do gabinete do Ministro da Justiça e Secretário do Tribunal de Apelação. Foi um dos fundadores da Academia Pernambucana de Letras. Ocupou a cadeira nº 38, da Academia Brasileira de Letras, na vaga decorrente do falecimento de SantosDumont que, aliás, não chegara a tomar posse. Teve a recebê-lo, a 5 de maio de 1934, o professor Aloísio de Castro. Presidiu a Academia Brasileira no ano de 1940. Celso Vieira foi sucedido na Academia Brasileira de Letras, pelo médico e professor Maurício de Medeiros. Atualizado em 05/04/2016. Celso Vieira | Academia Brasileira de Letras


Cicero França

Requiescat

Revista do Norte 1906

Ilustres desconhecidos da poesia brasileira: Cícero França 3 de dezembro de 2017 Por Lucas Silos Nascido em União da Vitória (PR) no ano de 1884, Cícero Marcondes de França foi um jovem poeta paranaense. Colaborou em jornais e revistas de Curitiba e Paranaguá. No ano de 1905, publicou seu único livro em vida, “Necrotério d’alma”. No ano de 1953, a obra foi publicada pela segunda vez, juntamente com “Pedras Brutas” – seleção de poemas póstumos do autor. À maneira do spleen baudelairiano, França estabelece a morte como única fuga possível das desventuras da vida; o perecer, em seus poemas, não é um estado de miséria, mas de absoluta libertação. Acerca da obra do poeta, o escritor Felício Raitani Neto afirma que “(…) não obstante ter sido publicada aproximadamente aos vinte anos de seu autor, jamais apresentou indícios de imaturidade, pelo contrário até ninguém pode negar-lhe a filosofia de vida de um jovem perfeitamente ajustado à sua época, bastante talentoso e culto”. (RAITANI NETO, p. 168, 1971). A tuberculose, enfermidade que o matou precocemente, é um traço bastante corrente em seus versos. A doença, segundo a professora paranaense Pompília Lopes dos Santos, foi um fator determinante para a presença do desencanto e da melancolia em seus poemas, aspecto igualmente presente na obra do extraordinário poeta Manuel Bandeira. No entanto, mesmo tuberculoso, Bandeira faleceu aos 82 anos de idade, fato que lhe possibilitou a escrita de um vastíssimo e admirável trabalho. Cícero França publicou alguns de seus poemas na revista “Stellario” (1905), dedicando versos a grandes nomes da poesia simbolista paranaense, como Dario Veloso e Silveira Neto. Em 1908, já bastante debilitado, o poeta faleceu aos 24 anos, na madrugada de 10 julho. Abaixo, seus poemas “Dor Estranha” e “Estranha Apoteose”, ambos retirados de “Necrotério d’alma”:

Referências Bibliográficas FRANÇA, Cícero. Necrotério D’alma. 2ed. Curitiba: 1953. SANTOS, Pompília Lopes. Sequicentenário da poesia paranaense – Antologia. Curitiba: Editora lítero-técnica, 1985.


SOUSA, Colombo; RAITANI NETO, Felício. Letras Paranaenses. 2.ed. Curitiba: Editor Ocyron Cunha, 1971. Claudino dos Santos

Na alcova

A Luta/1891

Nome: Colégio Est. Dr. Claudino dos Santos Fundação: 01/01/1914 Bairro: Centro O Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos foi criado em 06 de outubro de 1914. Recebeu este nome em homenagem a Claudino Dagoberto Ferreira dos Santos. Dr. Claudino foi um personagem de destaque em sua época, homem culto e de inteligência privilegiada. Foi bacharel em direito, poeta, escritor e jornalista. Amava apresentações teatrais e literatura. Foi o fundador do Colégio Estadual do Paraná. Apesar de ter nascido no Recife, foi um personagem marcante na história do Paraná, exercendo importantes cargos como: Secretário do interior e da justiça, secretário de instrução pública, diretor do Colégio Estadual do Paraná e prefeito de Curitiba. Inicialmente o Colégio funcionava no prédio, atualmente tombado pelo patrimônio histórico, onde se situa a casa da cultura. No entanto, com o passar dos anos, o número de alunos foi crescendo mais e mais e foi necessária a construção de novas instalações. O Colégio Claudino está sob direção do Professor Fernando Colodel e Diretor Auxiliar Professor Gabriel Ferro, a Equipe é formada por 57 professores, 15 Agentes Educacionais, 01 Secretário e a Equipe Pedagógica é composta por 05 Professoras Pedagogas. Visando atender a comunidade escolar enfatizando a gestão democrática e contando com o apoio de uma APMF atuante, além das outras instâncias Colegiadas Como Conselho Escolar e Grêmio Estudantil. Atualmente o Colégio Claudino conta com 983 alunos, distribuídos nos turnos da manhã, tarde e noite, Dentre as modalidades de ensino ofertadas à população estão: Ensino Fundamental fase II, Ensino Médio, Ensino profissionalizante e Educação de Jovens e Adultos. EJA, Projetos de contra turno como Programa Mais Aprendizagem, Edutech – Games e Programação e Hora treinamento. Colégio Est. Dr. Claudino dos Santos (ipiranga.pr.gov.br) Coelho Neto

Saudades

Saudades

O Combate/1906 O Combate/1916

Coelho Netto, na maturidade. Henrique Maximiano Coelho Netto (Caxias, 20 de fevereiro de 1864[1] — Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1934) foi um escritor (cronista, contista, folclorista, romancista, crítico e teatrólogo), político e professor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras onde foi o fundador da Cadeira número 2.[2] Foi considerado o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", numa votação realizada em 1928 pela revista O Malho.[2] Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, em verdadeiro ostracismo intelectual e literário.[3] Biografia Filho do português António (grafia europeia) da Fonseca Coelho com a indígena Ana Silvestre Coelho, que se mudaram do Maranhão para o Rio de Janeiro quando o filho contava apenas seis anos de idade.[2] Estudou no Colégio Pedro II, onde realizou os cursos preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina, que abandonou em seguida, matriculando-se em 1883 na Faculdade de Direito de São Paulo.[2] No curso jurídico Coelho Neto expande suas revoltas, logo se envolvendo no movimento de alunos contra um professor e, para evitar represálias, transfere-se para a faculdade do Recife, e ali conclui o primeiro ano tendo por principal mestre Tobias Barreto.[2] Após este lapso, retorna para São Paulo, e logo participa de movimentos abolicionistas e republicanos, entrando em choque com os professores, não chegando a concluir o curso.[2]


Sem se formar, retorna em 1885 para o Rio onde, ao lado de escritores como Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney forma um grupo cujas experiências vem a retratar no romance A Conquista, de 1899.[2] Ativo na campanha pela extinção da escravatura, alia-se a José do Patrocínio; labora como colaborador do jornal Gazeta da Tarde e, depois, para o A Cidade do Rio, onde foi secretário, ocasião em que inicia a publicação de seus textos literários.[2] Casou-se em 1890 com Maria Gabriela Brandão, filha do professor Alberto Olympio Brandão, com quem teve catorze filhos. Neste mesmo ano é nomeado secretário de governo do estado e em 1891 ocupa a direção de Negócios do Estado.[2] Em 1892 é nomeado para o magistério de História da Arte na Escola Nacional de Belas Artes. Depois leciona literatura no Colégio Pedro II; nesta atividade é nomeado, em 1910, para as cátedras de História do Teatro e Literatura Dramática na Escola de Arte Dramática do Rio, da qual foi mais tarde seu diretor.[2] Na política tornou-se deputado federal pelo estado natal, em 1909, reeleito em 1917. Ocupou ainda diversos cargos, e integrou diversas instituições culturais.[2] Em 1923 converteu-se ao Espiritismo, proferindo um discurso no Salão da Guarda Velha no Rio de Janeiro sobre sua adesão.[4] Sobre a matéria, o "Jornal do Brasil" publicou entrevista com o escritor (7 de junho de 1923), anteriormente intransigente adversário do Espiritismo, e que a ele se converteu após ter participado, na extensão do seu escritório, de uma conversa ao telefone entre a sua neta, falecida em tenra idade, e a mãe dela.[5] A 7 de junho de 1923, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, de Portugal.[6] Sua vida divide-se, assim, em três fases distintas: na primeira, aquela em que procura se firmar como escritor; a segunda, quando integra o movimento pela Academia, participa da política e obtém reconhecimento e consagração e, finalmente, a terceira, na qual experimenta os ataques modernistas e o consequente esquecimento.[3] Academia Brasileira de Letras

Coelho Netto "operando" Artur de Azevedo, numa encenação que imita a Lição de Anatomia de Rembrandt - com Olavo Bilac (que assina), entre outros intelectuais que formaram o grupo fundador da ABL. Coelho Netto esteve ao lado de Lúcio de Mendonça, idealizador da Academia Brasileira, nas primeiras reuniões que trataram da criação desta entidade literária, e realizadas nos dois últimos meses de 1896.[7] Foi eleito seu presidente no ano de 1926, sucedendo à primeira gestão de Afonso Celso, e foi seguido por Rodrigo Otávio.[8] Em 1928, Coelho Neto, que havia sempre recebido hostilidades de Oswald de Andrade, emitiu um parecer em que confere ao escritor menção honrosa no julgamento do concurso de romance da ABL; apesar de participar do movimento modernista, publicamente antiacademicista, Andrade por duas vezes concorreu a uma vaga naquele sodalício.[9] Literatura


Em selo postal brasileiro de 1964. Durante muitos anos, Coelho Neto foi o autor mais lido do Brasil. O autor assinava trabalhos com seu próprio nome e também escrevia sob inúmeros pseudônimos, como por exemplo: Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés. Sua extensa obra não se prendia a um só gênero. Escreveu romances realistas e naturalistas. Sua fecunda produção valeu-lhe a crítica de ser um "fabricante de romances".[2] Em 1928, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, num concurso realizado pelo O Malho. João Neves da Fontoura, no discurso de posse, traçou-lhe o perfil: “As duas grandes forças da obra de Coelho Neto residem na imaginação e no poder verbal. [...] Havia no seu cérebro, como nos teatros modernos, palcos móveis para as mutações da mágica. É o exemplo único de repentista da prosa. [...] Dotado de um dinamismo muito raro, Neto foi um idólatra da forma.” Apesar disto, foi consideravelmente combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, caindo em verdadeiro ostracismo intelectual e literário. Ainda hoje, muitos críticos literários vêem sua obra como cheia de “pompa e formalismos”, dotada de “artifícios retóricos”. Arnaldo Niskier, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, disse sobre a relação do Modernismo para com o autor: "A vitória do modernismo se fez como se houvesse necessidade de abater um grande inimigo, no caso, Coelho Neto" Atualmente, o autor não é tão conhecido pelo grande público leitor. Sua fama é mais conhecida pelos estudiosos da área da literatura. Seu atual anonimato dá-se pelo fato de seu nome, bem como sua história, estar ausentes da maioria dos livros didáticos e das listas de livros exigidos pelos vestibulares. Em A Literatura Brasileira, Alfredo Bosi escreve sobre o autor: “A fortuna crítica de Coelho Neto conheceu os extremos do desprezo e da louvação, desde “o sujeito mais nefasto que tem aparecido no nosso meio intelectual”, de Lima Barreto, a “o maior romancista brasileiro” de Otávio Faria. Lima ainda chegou a publicar artigos em periódicos literários, como a Revista Contemporânea e A Lanterna nos quais direciona ataques a Coelho Neto, e sua visão tradicional da literatura; dizia que este preocupava-se somente com o estilo, vocabulário e passava ao largo das questões sociais, políticas e morais, deixando de usar a escrita como instrumento de transformação social.[9] Em outro artigo, Barreto escreveu: "Em um século deste, o senhor Coelho Neto ficou sendo unicamente um plástico, um contemplativo, magnetizado pelo Flaubert da Madame Bovary, com as suas Chinesices de estilo, querendo como os Goncourts, pintar com a palavra escrita (...) mas que não fez de seu instrumento artístico um veículo de difusão das ideias de seu tempo...".[9] Opiniões


Coelho Neto, da coleção Museu Histórico Nacional. Foi dos primeiros autores a manifestar preocupações ecológicas; assim como Euclides da Cunha, escrevia contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia, deixando manifestos tais como o que diz: "Com a morte das árvores, desaparecem as fontes: rios que rolavam águas abundantes derivam agora de filetes rasos e tão escassos que uma quente semana de verão é bastante para secá-los; a caça rareia".[10] Coelho Neto foi um dos folcloristas que, com visão romântica, procuraram resgatar a imagem da capoeira no país, até então vista como uma prática de marginais, como sendo um esporte genuinamente brasileiro; defendia que fosse ensinada nas escolas e nas forças armadas, nestas últimas como técnica de defesa pessoal.[11] Em São Luís, tem um dos bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores e intelectuais maranhenses.[12]

Sugestões de leitura sobre Coelho Neto: Para conhecer a faceta licenciosa de Coelho Neto sob o pseudônimo Caliban, como também a de Olavo Bilac (como Puck), de Guimarães Passos (como Puff) e de Pedro Rabelo (como Pierrot) na época em que esses quatro escritores-jornalistas eram redatores da coluna satírica “O Filhote”, da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, ver VIEIRA, Renata Ferreira. Leitura Alegre: livros licenciosos e de entretenimento no Brasil no final dos Oitocentos (1896-1905). Tese de Doutorado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. Acesso: http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/index.php e/ou pelo e-mail da Biblioteca Educação e Humanidades – CEH/B: [[1]] Obras Ver artigo principal: Lista de obras de Coelho Neto Dentre os principais trabalhos publicados por Coelho Netto, destacam-se: Rapsódias, contos (1891) [2] Sertão (1896) [3] Álbum de Caliban, contos (1897) Inverno em Flor, romance (1897) [4] A Capital Federal (Impressões de um Sertanejo), romance (1893) A Conquista, romance (1899) [5] Tormenta, romance (1901) A Bico de Pena (1904) [6] Turbilhão, romance (1906) [7] Rei Negro, romance (1914) Esphinge, romance (1908) O Mistério (1920) Mano, Livro da Saudade, (1924) O povo, romance (1924) Imortalidade, romance (1926) Contos da vida e da morte, contos (1927) A Cidade Maravilhosa, contos (1928) [8] Bazar, crônicas (1928)


Fogo Fátuo, romance (1929) Teatrinho (1905), coletânea de textos dramáticos para crianças, parceria com Olavo Bilac Referências ↑ Frontispício de "Esphinge", 1908 ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k Academia Brasileira de Letras. «Biografia». Consultado em 21 de janeiro de 2012 ↑ Ir para:a b Adeítalo Manoel Pinho (2009). «O Sistema Literário de "A Conquista"» (PDF). Revista Literatura em Debate V.3, n.4, p. 109-128. Consultado em 22 de janeiro de 2012 ↑ CURY, Aziz. Legado de Bezerra de Menezes ISBN 978857513091-9 ↑ Cronologia Espírita: 1914-1945 Tempos de Comoções Arquivado em 6 de abril de 2011, no Wayback Machine. in Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Visitado em 4 Jun 2011. ↑ «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Henrique Coelho Neto". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 21 de novembro de 2020 ↑ ABL. «Fundação». ABL ↑ ABL. «Lista de Presidentes». ABL ↑ Academia Brasileira de Letras. «Um Parecer de Coelho Neto» (PDF). Revista Brasileira - seção Guardados da Memória. Consultado em 25 de janeiro de 2012 ↑ Arnaldo Niskier (12 de fevereiro de 2010). «Coelho neto e a modernidade». Jornal do Commercio. Consultado em 25 de janeiro de 2012 ↑ Vivian Luiz Fonseca (junho de 2008). «A Capoeira Contemporânea: antigas questões, novos desafios». Recorde: Revista de História do Esporte, volume 1, número 1. Consultado em 21 de janeiro de 2012 ↑ «Notícia: Concluída primeira etapa das obras na Rua Grande, em São Luís (MA) - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 9 de janeiro de 2019 Bibliografia COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global. COELHO NETO, Zita. Coelho Neto, Meu Pai e Grande Amigo. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1964. (Ano do centenário de nascimento de Coelho Neto) DANTAS, Paulo. Coelho Neto. São Paulo: Melhoramentos, 1953. MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 1978. MORAES, Péricles. Coelho Neto e sua obra. https://concultura.manaus.am.gov.br/wpcontent/uploads/2017/10/Coelho-Neto-e-sua-obra_para_internet.pdf Correa de Araujo

Polo do norte Do cimo de uma montanha

Ode a Portugal Musica dos mortos Minha vingança Face a face

Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1906 O Porvir/1902 O Porvir/1902 O Porvir/1902

Biografia Poeta Corrêa de Araújo de Pedreiras Maranhão,1fundador da Academia Maranhense de Letras Biografia Poeta Corrêa de Araújo de Pedreiras Maranhão,1fundador da Academia Maranhense de Letras YouTube


Costa Gomes

Assombro

Primavera/1909

Antônio da Costa Gomes Nome completo: Antônio da Costa Gomes Nascimento: 1880 Maranhão, Brasil Morte: 1916 - Maranhão, Brasil Descrição: Poeta, jornalista, agricultor, membro da Academia Maranhense de Letras. COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN

8526007238 Obras • Pâmpanos (1903)[1] • Alabastro (1909)[1] Referências 1. ↑ Ir para:a b c «Antônio da Costa Gomes». Portal Catarina - UFSC. Consultado em 27 de setembro de 2018 2. ↑ «Fundadores - Academia». AML. Consultado em 27 de setembro de 2018. Arquivado do original em 28 de setembro de 2018 Antônio da Costa Gomes nasceu no Maranhão, em 9 de maio de 1880, e faleceu no mesmo Estado, em 16 de dezembro de 1916. Poeta excelente, de sentir muito apurado, Costa Gomes militou na imprensa maranhense e, depois, a exemplo de Trajano Galvão, retirou-se para o campo, a cuidar da terra generosa. Antônio Lobo disse desse formoso poeta que era “um emotivo e um simples, tipo genuíno do nortista, de alma singela e bondosa, capaz de grandes rasgos quando a impulsiona um móbil generoso, mas, habitualmente modesta e chã, amando a tudo e a todos, numa grande impulsão de ternura mansa, que se lhe extravasa dos refolhos mais íntimos, na ânsia natural de fixar-se em objetivações palpáveis, e múltiplas”. Antônio da Costa Gomes - ACADEMIA MARANHENSE DE

LETRAS (archive.org) Cruz e Sousa

Imutável

Grandes (?)

Revista do Norte/1901 A Tarde/1915

João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro. Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos principais representantes do simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, Cruz e Sousa foi o "único escritor eminente de pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços". Wikipédia Nascimento: 24 de novembro de 1861, Florianópolis, Santa Catarina Falecimento: 19 de março de 1898, Antônio Carlos, Minas Gerais Filhos: João da Cruz e Souza Cônjuge: Gavita Rosa Gonçalves (desde 1893) Pais: Carolina Eva da Conceição, Guilherme da Cruz Escola/tradição: simbolismo Cunha Mendes

O oceano de maguas

Elegante/1894


Álvaro da Cunha Mendes (Maranguape, 6 de janeiro de 1872 — Fortaleza, 2 de outubro de 1937) foi o fundador do jornal Correio do Ceará em 2 de Março de 1915.[1] Era filho de Manuel Cesário Mendes e de Francisca da Cunha Mendes, e sobrinho, por parte de pai, dos fundadores do Ateneu Cearense, os notáveis educadores e irmãos João Araújo e Manoel Teófilo da Costa Mendes, além do padre Francisco Inácio da Costa Mendes. Teve duas filhas: Estefânia da Cunha Mendes e Maria Helena da Cunha Mendes, que casou-se com Antônio de Oliveira Braga que é tio do Professor Historiador Gustavo Braga. Em artigo publicado no jornal Correio do Ceará, no dia 5 de junho de 1965, Geraldo da Silva Nobre, citando o historiador Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, diz que um irmão de Álvaro Mendes, Antônio da Cunha Mendes, era bacharel em direito e exerceu, com êxito, a advocacia no Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o historiador, Antônio Mendes fundou a "Revista do Brasil", que tratava de literatura, exaltando o Ceará no sul do país. Citando o "Dicionário Bio-bibliográfico Cearense" do Barão de Studart, ainda tratando dos irmãos Mendes, o historiador informa que eles eram filhos de pessoas de família "das mais distintas" do Ceará.

D. J. G. Magalhães

Versos

Cronica MA/1839

Domingos José Gonçalves de Magalhães, o visconde do Araguaia, (Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1811 – Roma, 10 de julho de 1882) foi um médico, professor, diplomata, político, poeta e ensaísta brasileiro, que participou de missões diplomáticas na França, Itália, Vaticano, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de ter representado a província do Rio Grande do Sul na sexta Assembleia Geral. É considerado por historiadores como o primeiro filósofo brasileiro a construir uma obra original.[1][2] Biografia Nascido em agosto de 1811 na cidade brasileira do Rio de Janeiro, filho de Pedro Gonçalves de Magalhães Chaves. Em 1828, ingressou no curso de medicina, diplomando-se em 1832. No mesmo ano estreou com "Poesias" e, no ano seguinte, parte para a Europa, com a intenção de se aperfeiçoar em medicina. Ao retornar ao Brasil, em 1838 é nomeado professor de Filosofia do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, tendo lecionado por pouco tempo. De 1838 a 1841 foi secretário de Caxias no Maranhão e de 1842 a 1846 no Rio Grande do Sul. Em 1847 entrou para a carreira diplomática brasileira. Foi Encarregado de Negócios nas Duas Sicílias, no Piemonte, na Rússia e na Espanha; ministro residente na Áustria; ministro dos Estados Unidos, Argentina e na Santa Sé, onde faleceu no ano de 1882. Romantismo


Três renomados escritores brasileiros do século XIX. Da esquerda para direita: Gonçalves Dias, Manuel de Araújo Porto-Alegre e Gonçalves de Magalhães (1858). Recém-formado em Medicina, viaja para a Europa, onde entra em contato com as ideias românticas, fator essencial para a introdução do movimento no Brasil. Sua importância está no fato de ter sido o introdutor do romantismo no Brasil, não obstante suas obras serem consideradas fracas pela crítica literária. Embora fosse voltado para a poesia religiosa, como fica claro em Suspiros poéticos e saudades, também cultivou a poesia indianista de caráter nacionalista, como no poema épico A Confederação dos Tamoios (esta obra lhe valeu agitada polêmica com José de Alencar, relativa à visão de cada autor sobre o índio), ambas bastante fantasiosas. Em contato com o romantismo francês, publicou em 1836 seu livro "Suspiros poéticos e saudades", cujo prefácio valeu como manifesto para o romantismo brasileiro, sendo por isso considerado o iniciador dessa escola literária no país. Em parceria com Araújo Porto-Alegre e Torres Homem, lançou a revista "Niterói", no mesmo ano. Introduziu ali seus principais temas poéticos: as impressões dos lugares que passou, cidades tradicionais, monumentos históricos, sugestões do passado, impressões da natureza associada ao sentimento de Deus, reflexões sobre o destino de sua Pátria, sobre as paixões humanas e o efêmero da vida. Ele reafirma, dentro de um ideal religioso, que a poesia tem finalidade moralizante, capaz de ser instrumento de elevação e dignificação do ser humano, condenando o estilo mitológico. Ao retornar ao Brasil, em 1837, é aclamado chefe da "nova escola" e volta-se para a produção teatral, que então era renovada com a produção de Martins Pena e os desempenhos de João Caetano. Escreve duas tragédias: "Antônio José" ou "O poeta e a Inquisição" (1838) e "Olgiato" (1839). Apesar de suas ideias, várias vezes as traiu por conta de sua formação neoclássica. O poema épico "Confederação dos Tamoios" foi escrito nos moldes de O Uraguai, retornando assim ao arcadismo. Esse fato gerou grande polêmica, tendo sido atacado por José de Alencar e defendido por Monte Alverne e pelo imperador Dom Pedro II. Foi pai de Antônio José Gonçalves de Magalhães de Araguaia, nascido cerca de 1858, que recebeu o título de "Conde de Araguaia", concedido pela Santa Sé.[3] Psychologia e Physiologia Segundo Marina Massimi,[4] Magalhães foi um dos precursores do ensino da psicologia no Brasil, quando essa ciência ainda se iniciava, transitando entre os estudos parapsicológicos e psicopatológicos. Professor do curso “Lições de Philosophie” (1837) do Colégio Imperial Pedro II com dois livros publicados sobre o tema (Os fatos do espírito humano, de 1865, e A alma e o cérebro, estudos de Psychologia e Physiologia, de 1876), típicos exemplares da influência francesa de filosofia espiritualista, segundo a autora. Em 1875, uma tese sobre o mesmo tema foi examinada pela banca e sumariamente recusada. Tratavase da tese de conclusão de curso intitulada Funcções do cérebro de Domingos Guedes Cabral. Tal rejeição não foi aceita pelos alunos pois que, no ano seguinte, imprimiu-se em livro a referida tese vinculada às teorias darwinistas. Apesar de não se ter localizado uma manifestação específica de sua posição quanto a esse acontecimento, como se tem das questões indigenistas e especificamente sobre a “Confederação dos tamoyos”, é evidente que se posicionava pela impossibilidade de redução das faculdades intelectuais e morais do homem frente ao conhecimento prévio da natureza e dos animais.


Apesar do seu erro de imaginar que mesmo nas teorias sobre os múltiplos centros de decisão e pensamento de Franz Joseph Gall (1758—1828) e outros frenologistas se anularia “ser único que em nós pensa, e que repele a anarquia de tantas forças primitivas” e que ao se tomar o estudo dos animais para melhor compreensão dos processos fisiológicos humanos no que concerne ao estudo do cérebro, estaríamos negando a especificidade da consciência tida como identidade do “eu”, e ação da vontade e força motriz vital, Magalhães primava pelo estudo da moral e da sociedade. A psicologia, entendida como o estudo filosófico do conhecimento do homem, e a fisiologia, o seu estudo orgânico hierarquicamente subordinados, a seu ver, à frenologia, endossava as teorias fatalistas (contra o livrearbítrio), segundo as quais o homem estaria submetido “ao império do destino”, “que ora o fixa ao escolho como uma ostra inerte, ora o eleva em turbilhão como a poeira”.[5] Massimi,[6] analisando o processo de substituição do conceito de "Alma" pelo estudo do "Eu", proposta pelos espiritualistas em refutação à impossibilidade de conhecer a subjetividade identificada por teóricos organicistas, destaca a posição de Gonçalves de Magalhães de deixar de lado as causas ocultas dos fenômenos internos da mesma forma que se pode estudar os fenômenos físicos sem entrar na indagação sobre a natureza íntima da matéria. Obras • Poesias (1832) • Suspiros poéticos e saudades, poesia (1836) — Considerada a obra inaugural do romantismo brasileiro • Discurso sobre a história da literatura do Brasil, manifesto publicado na revista Nictheroy (1836) • Antônio José ou O poeta e a Inquisição, peça de teatro (1838) • A confederação dos Tamoios, poema épico (1856) • Os mistérios, poesias (1857) • Os fatos do espírito humano, tratado filosófico (1858)[7] — Considerada obra pioneira da filosofia no Brasil[8] • Os indígenas do Brasil perante a História (1860) • Urânia, poesias (1862) • Cânticos fúnebres, poesias (1864) • A alma e o cérebro, ensaios (1876) • Comentários e pensamentos (1880) • Poesias avulsas (1864) Títulos e honrarias Títulos • 17 de julho de 1872 – 12 de agosto de 1874: Barão do Araguaia - Título conferido por decreto imperial em 17 de julho de 1872. Faz referência ao rio Araguaia, que em tupi significa rio do vale dos papagaios. • 12 de agosto de 1874 – 10 de julho de 1882: Visconde do Araguaia - Título conferido por decreto imperial em 12 de agosto de 1874. Honrarias • Comendador da Imperial Ordem de Cristo • Comendador da Ordem de São Francisco I de Nápoles • Dignitário da Imperial Ordem da Rosa • Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro Ligações externas O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Gonçalves de Magalhães • Acesso público à edição digitalizada de A Confederação dos Tamoios (Acervo BBM). • «Perfil no sítio da Academia Brasileira de Letras» • «Suspiros Poéticos e Saudades» • Portal Domínio Público, do governo brasileiro. Disponibiliza as obras Discurso sobre a História da Literatura do Brasil e Suspiros Poéticos e Saudades. Verificado em 23 de dezembro de 2014. Referências


1. ↑ COSTESKI, Evanildo. Ideias para uma epistemologia da Filosofia Brasileira1. Filosofia do Brasil, p. 148. 2. ↑ MARGUTTI, Paulo. História da filosofia do Brasil. A ruptura iluminista (1808-1843). São Paulo: Loyola, 2020, 712 p." 3. ↑ Almeida Barata, Carlos Eduardo de (setembro de 2012). «Subsídios para um Catálogo dos Títulos de Nobreza concedidos pela Santa Sé aos Brasileiros» (PDF). Colégio Brasileiro de Genealogia. Consultado em 1 de maio de 2020 4. ↑ Massimi, Marina (1990). História da psicologia brasileira da época colônia até 1934. São Paulo: EPU 5. ↑ Gonçalves de Magalhães, Domingos José (1876). A alma e o cérebro: estudos de psicologia e fisiologia. Roma: Fratelli Pallotta. p. 15, apud: Kodama, Kaori (julho de 2005). «Um discurso sobre ciência, religião e liberdade no Segundo Reinado: A Alma e o Cérebro, de Gonçalves de Magalhães» (PDF). Revista da SBHC. 3 (2): 146-155 6. ↑ MASSIMI, oc. p.47 7. ↑ Magalhães, D. J. G. de (1858). Factos do espirito humano: philosofia. Paris: Auguste Fontaine 8. ↑ Em texto de 1869, Tobias Barreto afirma sobre Os fatos do espírito humano que "(t)odos sabem que esta obra, escrita por um homem afeito ao movimento da política e das letras europeias, constitui, ela só — tal é o nosso atraso —, toda a biblioteca filosófica do Brasil". BARRETO, Tobias. Estudos de filosofia. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Record/INL, 1990, pp. 83-93. Dagmar Desterro da Silva

Aos leitores Às crianças

O Idealista/1958 O Idealista/1958

Nasceu em São Luís, a 09 de setembro de 1925 e faleceu em 06 de agosto de 2004. Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais e bacharela e licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão. Professora primária, dirigiu o Jardim de Infância Luiz Serra, primeiro estabelecimento do gênero no sistema de ensino de São Luís; técnica de Educação; chefiou o Serviço do Patrimônio da União em São Luís e foi Procuradora Federal no Maranhão. Professora titular de Psicologia e de Psicologia Evolutiva da Universidade Federal do Maranhão, instituição que lhe conferiu o título de Professora Emérita, e da qual foi Vice-Reitora, assumindo a Reitoria em diversas ocasiões. Aluna de raro brilhantismo, foi o primeiro concludente laureado da Faculdade de Direito e também obteve o primeiro lugar como licenciada em Pedagogia. Detentora da Medalha Gonçalves Dias (da Academia Maranhense de Letras), da Medalha Domingos Perdigão (da Faculdade de Direito do Maranhão) e da Medalha Sousândrade do Mérito Universitária, no grau ouro, conferida pela UFMA. Pertenceu ao Parlamento de Imprensa do Maranhão, à OABSecção do Maranhão, ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís e ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Integrou o Centro Cultural Gonçalves Dias. Detentora da Medalha do Mérito Timbira. Damasceno Vieira

Perolas soltas

A ESCOLA/ 1902


(1853) Arnaldo Damasceno Vieira foi poeta e engenheiro militar (no Rio Grande do Sul), autor de "Baladas e Poemas". Nasceu em Porto Alegre, RS, em 6 de março de 1853, e faleceu em Salvador, BA, em 6 de abril de 1910. Filho de José Vieira Fernandes e Belmira Vieira do Nascimento. Cursou a Escola Normal de sua cidade natal, mas não seguiu a carreira do magistério. Foi empregado na Tesouraria da Fazenda do Rio Grande do Sul, como segundo-escriturário na Mesa de Vendas Gerais de Pelotas; como administrador, passou a servir como primeiro-escriturário na Alfândega de Porto Alegre. Sua produção como poeta, contista, teatrólogo e memorialista é extensa. Como jornalista, colaborou em numerosas revistas e jornais, não apenas do Rio Grande Sul. Pertenceu ao Partenon Literário do Rio Grande do Sul. Foi sócio correspondente da Associação dos Homens de Letras do Brasil, desde a fundação em 1883. Em 1890 foi eleito sócio correspondente do IHGB. Publicou: Ensaios Tímidos (poesias), P.A., 1872. – A Musa Moderna (poesias), P.A., 1885. – Hino Revolucionário Riograndense (música) 1835. – A Nova Geração: os alunos do Ateneu Brasileiro (composição poética), RJ, 1892. – Ensaios Literários, P.A. – Vingança do Quero-Quero (entre – ato cômico em versos), 1876. – História de um amor (narrativa), P.A., 1890. – A Jangada (conto) – Anuário do O Rio Grande do Sul, P.A., 1885 – Arnaldo (drama), 1886. – Memórias – A Família Pascoal (opereta ítalo-brasileira), 1893 (tem por assunto a colonização italiana). – Os gaúchos (comédia), P.A., 1891 – A Critíca na literatura (ensaios), Salvador, 1907. – A Voz de Tiradentes (cena dramática com uma apoteose à República), P.A., 1890. Seu livro de viagem no Rio da Prata abriulhe as portas do IHGB. Nasceu em Porto Alegre, RS, em 6 de março de 1853, e faleceu em Salvador, BA, em 6 de abril de 1910. Filho de José Vieira Fernandes e Belmira Vieira do Nascimento. Cursou a Escola Normal de sua cidade natal, mas não seguiu a carreira do magistério. Foi empregado na Tesouraria da Fazenda do Rio Grande do Sul, como segundo-escriturário na Mesa de Vendas Gerais de Pelotas; como administrador, passou a servir como primeiro-escriturário na Alfândega de Porto Alegre. Sua produção como poeta, contista, teatrólogo e memorialista é extensa. Como jornalista, colaborou em numerosas revistas e jornais, não apenas do Rio Grande Sul. Pertenceu ao Partenon Literário do Rio Grande do Sul. Foi sócio correspondente da Associação dos Homens de Letras do Brasil, desde a fundação em 1883. Em 1890 foi eleito sócio correspondente do IHGB. Publicou: Ensaios Tímidos (poesias), P.A., 1872. – A Musa Moderna (poesias), P.A., 1885. – Hino Revolucionário Riograndense (música) 1835. – A Nova Geração: os alunos do Ateneu Brasileiro (composição poética), RJ, 1892. – Ensaios Literários, P.A. – Vingança do Quero-Quero (entre – ato cômico em versos), 1876. – História de um amor (narrativa), P.A., 1890. – A Jangada (conto) – Anuário do O Rio Grande do Sul, P.A., 1885 – Arnaldo (drama), 1886. – Memórias – A Família Pascoal (opereta ítalo-brasileira), 1893 (tem por assunto a colonização italiana). – Os gaúchos (comédia), P.A., 1891 – A Critíca na literatura (ensaios), Salvador, 1907. – A Voz de Tiradentes (cena dramática com uma apoteose à República), P.A., 1890. Seu livro de viagem no Rio da Prata abriu-lhe as portas do IHGB. Biografia e imagem: ALBATROZES Ou sobre as ondas do alto mar, flutuando, Balouçantes, em sonhos, em cismares, Ou sobre as nuvens revolvendo os ares, Sem receio do ciclone formidando, De penas alvas, misterioso bando


De albatrozes, transpondo os grandes mares, De encontro aos ventos, suplantando azares, Vão ignoradas plagas demandando... Deixai-os voar, em plena liberdade, Ou rente ao mar ou na suprema altura, Sumidos na azulina imensidade. No dilatado voo indefinito, Eles aspiram, como ideal ventura, Ir pousar nas paragens do infinito. AO POETA Sofre! É lei natural: a dor nos retempera; Ao choque da emoção, o sangue se acelera E imprime à fronte em fogo o lampejo febril. Sofre a atroz aflição com ânimo viril. Bem como um reverbero a concentrar no seio Irradiações do sol — que o sofrimento alheio Bata em teu coração e se converta em luz. Canta! E a tua voz que inflamada seduz Espalhe à multidão, como urna suave essência, Bondade, amor, poesia, a florir a existência. Canta o Belo que vês em tocante esplendor, O sorrir infantil, o desbrochar da flor, A prece, na mudez eloquente do pranto, O mistério-mulher de indefinido encanto, O mistério da seiva em contínuo vaivém, O sonho, a vida, a luz, o mistério do Além, O murmurar do rio, o vozear da floresta, Dos ninhos, a oscilar, a pipilante festa, Da invisível monera o estremecer vital E o eterno evolver do mundo sideral. Quando a morte, por prêmio ao teu apostolado, Conceder-te repouso ao coração cruciado, Encara-a sem temor, pois não é ela um fim.


A campa é para nós um novo camarim De mutações; a vida assume nova forma. Não se destrói o corpo, apenas se transforma. A alquímia subterrânea opera outro existir No ar, ou no perfume, ou na flor a sorrir, Ou no éter, a flutuar imponderável...

TEXT EN

FRANÇAIS

PUJOL, Hippolyte. Anthologia des Poètes Brésiliens. Preface de M. do Oliveira Lima de L´Académie Brésilienne. São Paulo: 1912. 223 p.. PUJOL, Hippolyte. TOILETTE DE FIANCÉE Je veux te donner une robe De la mousseline de l´air, Elle sera de la couleur de l´aube, Couleur d´un virginal bleu clair. Pour la broder, j´irai ma chère, Emprunter quelques rayons d´or Au foyer du soleil que nou éclaire: Toilette digne de ton corps. La jupe est de fine dentelle, De blanche dentelle des mers, Et le corsage est de ue éternelle Qui se balance dans les airs. C´est la robe de fiancée Que tu vas recevoir de moi, Et le atours, à l´Aurore, ó Dircée, J´irai les dérober por toi. Des plus belles fleurs naturelles Je veux préparer de mes mains Bouquet des fleurs que brillent les plus belles


Dans le polus beau de nos jardins. Pour ta guilande virginale J´aurai les étoiles deu ciel, O ma Dircée, et pour tisser ton voile, De lune un rayon inmmortel. Et por les fêtes nuptialess Viendra le plus beau des atours: Des brodequins coupés sur deux petals De fleur, coupés par les Amours. Quand nous marcherons ver l´église, Suivis de longue procession, La foule em choeur, de Beauté surprise, Dira: “Quelle heureuse union!” Dans ce plus beau Jour de ma vie, Du temple en suivant le chemin, Tu pourras voir se flétrir tous d´envie Le lis, la rose et le jasmin. Oui, ta robe de fiancée C´est moi que veux te la donner: J´irai moi que veux te la donner: L´or du soleil pour la broder! VEJA e LEIA outros poetas do RIO GRANDE DO SUL em nosso Portal: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/rio_grande_sul.html David da Fonseca Pinto

Ode Hymno

Fidelidade Ma/1826 Fidelidade Ma/1826

Manuscrito 617 - Ofício sobre envio de documentos assinados, para Faustino José Shultz, Capital de Mar e Guerra da Marinha e outros. Autor: David da Fonseca Pinto. Local: Maranhão. Data:09/11/1829 20151105141828.pdf (cultura.ma.gov.br)

Navegação por autor "Pinto, Davi da Fonseca" (bn.gov.br)

Dias Carneiro David da Fonseca Pinto

Rio Itapecuru

A Mocidade/1906


Francisco Dias Carneiro nasceu na fazenda “Por-Emquanto”, no Município de Passagem Franca, a 23 de novembro de 1837 e faleceu em Caxias, a 17 de janeiro de 1896. Formado em Direito pela Faculdade do Recife, iniciou-se profissionalmente no ministério público, como promotor em Pastos Bons, passando-se à advocacia em São Luís; por fim, fez-se político, industrial e agricultor. Foi o presidente da primeira Câmara Municipal de Picos (hoje Colinas) e por mais de uma vez deputado provincial e geral pelo Maranhão, exercendo também a Vice-Presidência da Província. Homem de iniciativa e de ação, fundou a Companhia Prosperidade Caxiense, para construção de uma ponte sobre o Itapecuru, e incorporou duas fábricas de tecidos: a Companhia Industrial Caxiense e a Companhia União Caxiense. Sousa Bispo escolheu-o para patrono da Cadeira nº 27, da Academia Maranhense de Letras, atualmente ocupada por Arnaldo Ferreira. Dunshee de Abranches

À morte de Pereira da Costa O ultimo adeus Pela paz

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1905

João Dunshee de Abranches Moura, mais conhecido como Dunshee de Abranches (São Luís, 02 de setembro de 1867 - Petrópolis, 11 de março de 1941) foi um poeta, um dos precursores do Clube de Regatas do Flamengo,[1] romancista, jornalista, político e professor brasileiro. [2] É patrono da cadeira nº 40 da Academia Maranhense de Letras. Biografia Era filho de Antônio da Silva Moura e de Raimunda de Abranches Moura. Seu avô materno, João Antônio Garcia de Abranches, foi político, jornalista e fundador do jornal O Censor no Maranhão durante o Império. Ainda adolescente, iniciou seus estudos em São Luís e em 1884 ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, graduando-se em 1889. [3] Em 1888 fundou, juntamente com Izac Martins e Antônio Rocha Lima, o periódico O Norte, na cidade de Barra do Corda. Colaborou com os jornais Aurora Boreal, Gazeta do Povo, Século, Pacotilha, País, Diário do Maranhão e Federalista, do Maranhão, e também com Federação, do Amazonas; Gazeta da Tarde, de Pernambuco; Federação, do Rio Grande do Sul; República, do Pará; Comércio de S. Paulo, de São Paulo; e Diário do Norte, da Bahia. No Rio de Janeiro, foi colaborador do Jornal do Comércio, Gazeta de Notícias, Tribuna e Correio da Manhã; diretor de O Dia; redator de O País, e redator do Jornal do Brasil, de 1895 a 1900. Durante o governo de Rodrigues Alves, foi nomeado comissário do governo junto aos institutos equiparados de ensino secundário e superior do Brasil. Em 1903 foi eleito deputado estadual pelo Maranhão, exercendo o cargo até 1905 quando foi eleito deputado federal, tendo exercido o mandato até 1917. Foi eleito em 1910 para presidir a Associação Brasileira de Imprensa, sendo reeleito em 1911, onde ficou até 1913[4]. Era pai da jornalista Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro. Faleceu na cidade de Petrópolis (RJ) no dia 11 de março de 1941. Obras Selva (1884-1886) [2] Memórias de um histórico – 2 volumes (1895 - 1896) [2] Papá Basílio (1897) [2]


Silvio Romero (1899) [2] Cartas a Rabagas (1900) O evangelho da República e seus apóstolos (1903) Exames gerais de preparatórios (1905) A soberania em ação (1908) Tratados de comércio e navegação do Brasil (1909) O Brasil e o arbitramento (1911) Lourdes e Cotê D’Argent (1913) A conflagração europeia e suas causas (1914) Brazil and the Monroe doctrine (1915) Governos e congressos da República – 2 volumes (1918) Sonetos Maranhenses (1923) [2] O Tratado de Versalhes e os alemães do Brasil (1924) As indústrias de tecido e as tarifas aduaneiras (1925) A setembrada (1933) [2] Um jubileu carmelitano (1935) Uma vida (1936) O cativeiro (1938) A esfinge do Grajaú (1940) [2] Referências ↑ «Tudo sobre Rodrigo Dunshee de Abrantes - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 25 de fevereiro de 2022 ↑ Ir para:a b c d e f g h «Dunshee de Abranches». Portal Catarina - UFSC. Consultado em 12 de outubro de 2018 ↑ «Dunshee de Abranches» (PDF). FGV. Consultado em 12 de outubro de 2018 ↑ «Dunshee de Abranches (1910-1911 e 1911-1913)». ABI. Consultado em 12 de outubro de 2018

Egas Moniz Barreto de Aragão Depois de ler A Patria Egas Muniz Barreto de Aragão e Menezes

Revista do Norte/1901

Egas Muniz Barreto de Aragão e Menezes, o Barão de Muniz e Aragão. Egas Muniz Barreto de Aragão e Menezes (São Francisco do Conde, Bahia, 1 de outubro de 1841— Rio de Janeiro, 8 de outubro de 1898), foi um nobre brasileiro, Barão de Muniz de Aragão e bacharel em Direito. Genealogia Seu nome foi herdado de seu pai, chamado Egas Moniz Barreto de Aragão e Menezes, a exemplo de uma tradição deste nome, como Egas Moniz Barreto, fidalgo escudeiro da Casa Real, falecido em 1643 em Camamu[1] e do próprio Egas Muniz, o Aio. Sua mãe chamava-se Marie Jeanne Louise Gabe de Massarellos. Era neto de Salvador Moniz Barreto de Aragão e Therese Clara Vianna. Era irmão do Primeiro Barão de Mataripe, Antonio Moniz Barreto de Aragão. Egas casou-se com Maria Francisca Calmon Nogueira Vale da Gama.[2] Integrava a elite aristocrática baiana.[3] Com Maria Francisca teve Nicolau Moniz Barreto de Aragão, Maria Romana Moniz de Aragão, Antônio Moniz Barreto de Aragão, Augusto Moniz Barreto de Aragão, Augusto Moniz Barreto de Aragão, Egas Moniz Barreto de Aragão, Francisco Moniz Barreto de Aragão, João Moniz Barreto de Aragão, Maria Angélica Moniz de Aragão e Maria Epifânia Moniz de Aragão. Biografia Bacharel em direito,[4] administrou por muito tempo um dos maiores engenhos baianos, o Engenho Vitória[5]. Dedicou-se à diplomacia[6] e serviu em diversas Legações. Teve negócios imobiliários. Foi condenado ao desterro. Em abril de 1892, foram embarcados no paquete Pernambuco 11 militares e trezes civis, dentre eles, o Conde da Leopoldina e o Barão Moniz de Aragão. Partindo da Bahia da Guanabara, chegaram os desterrados


da nova república a São Joaquim, no Rio Branco, Amazonas, neste evento cujas motivações ainda são consideradas obscuras na história do Brasil.[7] No dia 23 de abril de 1892, o STF negou o Habeas Corpus impetrado pelo conselheiro Rui Barbosa em favor de diversas peersonalidades, como políticos e militares, dentre elas, o dr. Egas Muniz Barreto de Aragão e Menezes.[8] Parte de suas cartas pessoais e documentos familiares encontram-se depositadas na Coleção BA - Família Barreto de Aragão, do Museu Histórico Nacional. Títulos e homenagens Moço Fidalgo com exercício na Casa Imperial;[9] Fidalgo Cavalleiro da Casa Imperial; Commendador da Imperial Ordem da Rosa; Cavalleiro da Real Ordem de N. S. da Conceição de Villa Viçosa, de Portugal; Péthion de Villar é o pseudônimo literário do médico e poeta brasileiro Egas Moniz Barreto de Aragão (Salvador, 4 de setembro de 1870 - Salvador, 18 de novembro de 1924). Filho de Francisco Moniz Barreto de Aragão (1846-1922) e Ana de Lacerda Moniz de Aragão (1850 - 1946), iniciou os estudos com uma preceptora suíça, continuando-os nos Colégios São José e Marquês de Santa Cruz. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual diplomou-se em 1895. No mesmo ano, começou a lecionar francês , inglês e alemão no Ginásio da Bahia. Ainda estudante, fundou duas revistas: Revista Acadêmica e Renascença. Em 1911, passou a integrar, após concurso, o corpo docente da Faculdade de Medicina da Bahia, como professor extraordinário de História Natural Médica. Passou a professor substituto da mesma disciplina, em 1924. Lecionou, durante muitos anos, no curso de Farmácia, anexo à faculdade. Foi eleito deputado estadual, em 1921 e 1923. No Diário de Notícias, mantinha uma coluna humanística, com o pseudônimo de Diavolina. Foi um dos fundadores da Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira nº 13. Colaborou na revista simbolista Os Anais, na Revista do Grêmio Literário, na revista Brasil-Portugal[1] (18991914) e ainda na revista Tiro e Sport [2] (1904-1913). Foi contemporâneo de diversos grandes poetas baianos como Artur de Salles, Álvaro Reis e Pedro Kilkerry. Alguns de seus versos foram escritos em francês. Deixou extensa bibliografia científica, literária e filosófica, posteriormente relacionada no livro Breve introdução sobre Pethion de Villar, editado por seu neto, João Augusto Didier. Da sua obra poética, publicou em vida apenas um folheto com 39 páginas, sob o título Suprema Epopéia. Depois de sua morte, a viúva Maria Elisa de Lacerda Valente Moniz de Aragão (1874-1964) publicou, em Lisboa, Poesias Escolhidas (1928). Em 1975, o MEC Conselho Federal de Cultura publicou Poesia Completa, com introdução de Pedro Calmon.[3] Obras Poesia de Péthion de Villar Poesia completa, MEC- Conselho Federal de Cultura, 1978. Poesias escolhidas, Lisboa : Ressurgimento, 1928. A Suprema Epopea : synthese lyrica em 3 cantos. Bahia, 1900 Poesias escogidas de Pethion de Villar, [S.l.] : Cooperativa Tipográfica Editora Ressurgimento, 1928. (em castelhano) Ensaios de Egas Moniz Barreto de Aragão Cura promta e radical da Syphilis por um novo methodo therapeutico : Memoria apresentada ao III Congresso Medico-Latino-Americano. Bahia: Lyceu de Artese Officios, 1907 Dermatologie tropicale, Clermont [Oise] : Imp. Daix et Thiron, 1910(em francês) Un probléme de pathologie tropicale: le maculo, Paris : Vigot, 1911 (em francês) Indice de trabalhos scientificos especialmente sobre clinica dermatologica e syphiligraphica, Bahia, 1911. Arsenotherapia da syphilis Problemas de educação nacional e de instrucção publica : notas à margem da mensagem apresentada a Assemblea geral em a sua primeira reunião (7 de abril de 1921) da 16ª legislatura, pelo Exmo. Sr. Prof. Dr. J. J. Seabra, governador da Bahia. Bahia : Imprensa Offical do Estado, 1921 Criteriologia de Reaccao de Wassermann - Apparelho de Finkelstein. Rio de Janeiro : Typ. Besnard, 1911. Júlio Dinis e a sua obra. Porto: Livraria Civilização, 1946 Referências ↑ Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (18991914).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014


↑ Rita Correia (22 de abril de 2014). «Ficha histórica:Tiro e sport : revista de educação physica e actualidades (1904-1913)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de dezembro de 2015 ↑ Pethion de Villar. Jornal da Poesia. Bibliografia Almeida Gouveia, Pethion de Vilar, cavaleiro do sonho e do ideal : interpretação do simbolismo Veiga, Cláudio O poeta Pethion de Villar : uma figura romanesca

Euclides Bandeira

Mão

Revista do Norte 1906

Euclides da Motta Bandeira e Silva, ou simplesmente Euclides Bandeira (Curitiba, 22 de novembro de 1876 — 26 de agosto de 1947), foi um jornalista, escritor e poeta brasileiro, fundador do Centro de Letras do Paraná[1], do qual foi o primeiro presidente. Ocupou a cadeira nº 12 da Academia Paranaense de Letras[2]. Livros publicados • Heréticos (poesia, 1901) • A Mulher e o Romantismo (ensaio, 1901) • Ditirambos (poesia, 1901) • Velhas Páginas (poesia, 1902) • Versos Piegas (1903) • Ouropéis (1906) • Troças e Traços (prosa, 1909) • O Monstro (1927, em "Novelas Paranaenses") • Prediletos (coletânea de poemas, 1940) Referências 1. ↑ «Centro de Letras do Paraná» 2. ↑ «Academia Paranaense de Letras» Este artigo sobre um escritor do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindoo. Euclides da Cunha

Contrate

A Escola/1919

Euclides da Cunha Euclydes Rodrigues Pimenta da Cunha foi um escritor e jornalista brasileiro. Nascido em Cantagalo, estudou na Escola Politécnica e na Escola Militar da Praia Vermelha, tornando-se brevemente um militar. Ingressou no jornal A Província de S. Paulo — hoje O Estado de S. Wikipédia Nascimento: 20 de janeiro de 1866, Cantagalo, Rio de Janeiro Falecimento: 15 de agosto de 1909, Piedade, Rio de Janeiro Cônjuge: Anna Emília Ribeiro (de 1890 a 1909) Filhos: Euclides da Cunha Filho, Sólon da Cunha, Manoel Afonso da Cunha


Formação: Instituto Militar de Engenharia Pais: Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha, Eudóxia Moreira da Cunha Euclides Farias

A moda Idalia rança A avenida

Via Lucis/1909 Pacotilha/1880 Primavera/1909

EUCLIDES FARIA - nascido em São Luis a 26/3/1846 e falecido em Belém, Pará, a 11/10/1911. Poeta humorista e lírico correio. Cronologicamente, embora, pareça estar mais justamente no ciclo anterior, pertence de direito a este outro. Joaquim de Albuquerque, o seu pseudônimo nas "Secas e Mecas" da "Civilisação". Bibl.: "Diversos" — Maranhão, 1875; "Arabescos" — Maranhão, 1875; "Miscelânea" — 1882; "Cartas ao compadre Tiburcio" (Noticias da capital por Lourenço Gomes Furtado) — S. Luis, 1880; "Cartas a pae Tobias" — 1883; "Retratos a giz" — Maranhão, 1886; "Obras" — Maranhão, 1886; "Brisas da Amazônia" — 1897; "O Tacacá", revista em 1 ato, publicada com a segunda edição das "Cartas ao Compadre Tiburcio" — Maranhão, 1908.

MEIRELES, Mário M. Panorama da literatura maranhense. São Luis, MA: Imprensa Oficial, 1955. 255 p. 15,5x22,5 cm. “Mario M. Meireles” Ex. bibl. Antonio Miranda [conservando a ortografia original] Não... Quando valsas, Nenen, teu pé mimoso, Pisa com tanta graça sobre as salas, Que todo atrapalhado eu fico em talas, Em face d'esse pé tam buliçoso. O timbre de tua voz, tam mavioso, Causa tal impressão quando me falas, Que me parece ouvir linda escalas De um estudo apurado e caprichoso! Esse terno volver dos olhos teus, Revelando fiel tudo o que sentes, Encandeia-me a vista e fere os meus. Mas... todos esses dotes excelentes Não compensam o pesar (oh! santo Deus!) De ver, quando sorris, que não tens dentes. Página publicada em abril de 2016 Eurico Facó

O destino

O Combate/1916

As flores raras do jardim do poeta : o catálogo da coleção Eurico Facó


Ezequiel Lisboa

Descripção Joia humana Excursão ao desconhecido Mal supremo O mártir do Gholgota

Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898

Ezequiel Lisboa, professor maracanaense da escola tradicional e que havia editado uma gramática em 1906. Sem arquivo e sem registro oficial o antigo grupo escolar caminha para o seu Centenário. A direção da escola deveria fazer uma pesquisa sobre a atuação desse notável professor em cidades por ele atuou, como Viseu, lá residiu e lançou sua gramática(foto). Além de professor, Ezequiel Lisboa havia adquirido também a patente de tenente coronel, título comprado na época junto ao Exército. Para efeito de reflexão quanto a chegada do ensino público em Maracanã, é que a Colônia dos Pescadores chegou ao município por volta de 1917, tempos depois assumia o ensino na cidade, tarefa que exerceu por mais de uma década, quando passou para a tutela do estado. F G de Medeiros Branco

Eufrida

A SENTINELA/1855




F. Gomes de Amorim

Se eu fora Se eu fora

Estrela MA/1859 A Estrela MA/1859

Francisco Gomes de Amorim (Póvoa de Varzim, A Ver-o-Mar, 13 de agosto de 1827 - Lisboa, Encarnação, 4 de novembro de 1891), foi um poeta, dramaturgo e romancista português. Biografia Este escritor, filho de José Gomes de Amorim e de sua mulher Mariana Joaquina Bento, emigrou com dez anos para o Brasil. De regresso a Portugal, tornou-se amigo do 1.º Visconde de Almeida Garrett, que veio a morrer nos seus braços. Apesar de viver em Lisboa, deslocava-se regularmente à Póvoa de Varzim, tornando-se amigo de Oliveira Martins, quando este escreve o "Requerimento dos Poveiros" a D. Luís I, para se fazer a construção do porto de abrigo. Encontra-se colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas: O Panorama[1] (1837-1868), Revista universal lisbonense[2] (18411859), a Illustração Luso-Brasileira[3] (1856-1859), Arquivo pitoresco[4] (1857-1868), O Pantheon [5] (1880-1881), Ribaltas e gambiarras[6] (1881) e Tiro civil [7] (1895-1903).


Foi tio paterno do 1.º Barão de A-Ver-o-Mar. Obras Teatro • Ghigi (1851), drama. Obra de estreia dramática do autor, representada no Teatro de D. Maria II. Editado em Lisboa, 1852.[1] • A Viúva (1852), comédia em 2 actos. Editado em Lisboa, em 1870. • O casamento e a mortalha no Céu se talha (1853), provérbio dramático. Editado em Lisboa, 1870. • Ódio de Raça (1854), drama. Representado pela primeira vez, no Teatro de D. Maria II. Editado em Lisboa, 1869. • O cedro vermelho (1856), drama. Representado pela primeira vez no Teatro de D. Maria Ii, a 8 de maior de 1856. Editado em Lisboa, Imprensa Nacional, 1874, Theatro de Francisco Gomes de Amorim, I[2] • Fígados de Tigre (1857), paródia. Representada pela primeira vez no Teatro de D. Maria II, com o título O Melodrama dos Melodramas. Editada em Lisboa, 1869. • Os incógnitos do Mundo, drama. Editado em Lisboa, 1869. • Os herdeiros do milionário ou o Testamento singular. Drama. Editado em Lisboa, 1869. • A proibição. Drama. Editado em Lisboa, 1869. • Aleijões sociais, drama. Representado com o título Escravatura branca. Editado em Lisboa, 1870. • Abnegação, drama. Representado com o título A comédia da vida. Editado em Lisboa, 1870. • D. Sancho II, drama histórico. • O corsário, drama marítimo. • História de um enforcado, drama. Romance • Duas cenas da Idade Média (1872), conto. Editado em Lisboa, em Brinde aos senhores assinantes do Diário de Notícias em 1872. • O cipreste e o pessegueiro (1873), conto. Editado em Lisboa, em Brinde aos senhores assinantes do Diário de Notícias em 1873. • Os Selvagens (1875), romance. Editado em Lisboa, 1875. • O remorso vivo (1875), romance. Editado em Lisboa, 1875.[3] • Angelo Cardoni (1876), conto. Editado em Lisboa, Imprensa Nacional, na colectânea Frutos de vário sabor. • Aventuras de um defunto (1876), conto. Editado em Lisboa, Imprensa Nacional, na colectânea Frutos de vário sabor. • Cenas da Idade Média (1876), conto. Editado em Lisboa, Imprensa Nacional, na colectânea Frutos de vário sabor. • Saudades (1876), conto. Editado em Lisboa, Imprensa Nacional, na colectânea Frutos de vário sabor. • As Duas Fiandeiras (1881), romance de costumes populares.[4] Poesia • Cantos Matutinos (1858), poesia • Efémeros (1866), poesia • Portugal e França (1886), poesia. Biografias • Garrett: Memórias Biográficas (1881 - 1884), biografia. Editada em Lisboa, Imprensa Nacional. Vol. 1 [5]; vol. 2 [6]; vol. 3 [7]. Dicionário • Dicionário de João Fernandes, lições de língua portuguesa pelos processos novos ao alcance de todas as classes de Portugal e Brasil (1878). (eBook) • Os Lusíadas de Luís de Camões expurgados de erros que nunca tinham sido corrigidos e restituídos ao texto primitivo (1889). Editado em Lisboa, Imprensa Nacional.


Facundes Varella

Armas

Elegante/1894

Fagundes Varela é um famoso poeta brasileiro. Ele fez parte do ultrarromantismo ou segunda geração romântica e um de seus poemas mais conhecidos é “Cântico do calvário”.

Retrato de Fagundes Varela. Fagundes Varela é um conhecido poeta romântico. Filho de um juiz, nasceu na vila de São João Marcos, hoje cidade de Rio Claro, no Rio de Janeiro. Na juventude, optou por uma vida distante do conservadorismo da classe a que pertencia, se entregou à vida boêmia, ao álcool e à poesia. O autor, que faleceu em 18 de fevereiro de 1875, é um dos principais nomes da poesia romântica brasileira. E, apesar de estar inserido na segunda geração romântica, suas obras também possuem traços da primeira e da terceira. Um de seus poemas mais famosos é “Cântico do calvário”. Leia também: Castro Alves — um dos principais nomes da terceira geração do romantismo brasileiro Resumo sobre Fagundes Varela O poeta brasileiro Fagundes Varela nasceu em 1841 e morreu em 1875. Varela faz parte da segunda geração do romantismo brasileiro. Sua poesia é marcada pela angústia e pelo pessimismo ultrarromânticos. As obras do autor também apresentam traços da primeira e terceira gerações românticas. Seu conhecido poema “Cântico do calvário” é uma homenagem ao seu filho, que faleceu com três meses de vida. Videoaula sobre Fagundes Varela Biografia de Fagundes Varela Fagundes Varela (Luís Nicolau Fagundes Varela) nasceu em Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1841. A cidade, na época, era ainda uma vila, a vila de São João Marcos, onde o escritor foi criado durante seus primeiros dez anos de vida. Então, a família se mudou para Catalão, cidade goiana. A partir daí, como o pai era juiz, as mudanças de cidade foram constantes. Dessa forma, o poeta adquiriu certo espírito andarilho, que o acompanharia durante toda a vida. No início da década de 1860, o jovem poeta decidiu morar na cidade de São Paulo. Ali, iniciou o curso de Direito, mas também a sua vida boêmia. Assim, escrevia poemas, alguns publicados em jornal, e vivia amores escandalosos, como aquele que nutriu por uma prostituta chamada Ritinha Sorocabana. Mas seu estilo de vida também o levou ao alcoolismo. Finalizada a paixão por Ritinha, ele se apaixonou por Alice Guilhermina Luande, uma artista circense. Eles se casaram, em 1862, e tiveram um filho. O pequeno Emiliano viveu apenas três meses e foi homenageado pelo pai com o poema “Cântico do calvário”. É preciso mencionar que o estilo de vida do poeta e o casamento com uma mulher de circo não tinham a aprovação da sociedade burguesa à qual ele pertencia. Como artista que era, possuía valores libertários e não se curvava a certas exigências da sociedade. O autor não tinha estabilidade financeira, vivia endividado e bebia muito. Em 1865, deixou a esposa aos cuidados do pai dele e se mudou para Recife, onde retomou o curso de Direito. Nesse ano, ficou viúvo. Desse modo, a vida de Varela assumia um aspecto trágico bastante condizente com a estética romântica. O poeta ainda tinha mais alguns anos de vida. Decidiu regressar a São Paulo em 1866. E, por fim, abandonou a faculdade e voltou à vila de São João Marcos, onde se casou outra vez. O autor faleceu em 18 de fevereiro de 1875, em Niterói, com apenas 33 anos de idade. Deixou duas filhas do segundo casamento, com sua prima Maria Belisária de Brito Lambert, e alguns livros publicados. Atualmente, é considerado um dos principais poetas românticos brasileiros. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)


Principais características da obra de Fagundes Varela O poeta Fagundes Varela faz parte da segunda geração romântica. Suas obras, portanto, apresentam as seguintes características: Evasão: o eu lírico busca fugir da realidade. Culto à morte: o fim da vida é o fim da infelicidade. Pessimismo: a vida é retratada por um viés negativo. Individualismo: foco sobre o eu poético. Exagero sentimental: excesso de emoção. Idealização: do amor e da mulher amada. Porém, algumas poesias de Fagundes Varela possuem elementos mais condizentes com a terceira geração romântica, como: menor idealização; crítica social. E também com a primeira geração romântica: bucolismo; nacionalismo; temática religiosa. Veja também: José de Alencar — um dos principais nomes da primeira geração do romantismo brasileiro Obras de Fagundes Varela Noturnas (1861) O estandarte auriverde (1863) Vozes da América (1864) Cantos e fantasias (1865) Cantos meridionais (1869) Cantos do ermo e da cidade (1869) Anchieta ou O Evangelho nas selvas (1875) Cantos religiosos (1878) Diário de Lázaro (1880) Análise do poema “Cântico do calvário”, de Fagundes Varela Famoso poema de Fagundes Varela, “Cântico do calvário”|1| possui a seguinte dedicatória do autor: “À memória de meu filho, morto a 11 de dezembro de 1863”. Portanto, é uma obra sentimental em homenagem ao filho falecido do autor, publicada no livro Cantos e fantasias, em 1865. O escritor preferiu uma estrutura mais racional para o seu poema, ou seja, versos decassílabos. E também brancos, já que optou por não utilizar rimas. No entanto, o conteúdo é completamente ultrarromântico, marcado pela melancolia, morbidez e pelo pessimismo. Assim, o eu lírico compara o filho à “pomba predileta” da esperança, à “estrela” que cintila “entre as névoas do inverno”, à “messe [colheita] de um dourado estio”, ao “idílio de um amor sublime”, à “glória”, “inspiração”, “pátria”, ao “porvir”. Porém, com a morte do menino, o pai perde também sua crença. Em seguida, fala do sofrimento, das “lágrimas saudosas”; afirma que: “São mortos para mim da noite os fachos,/ Mas Deus vos faz brilhar, lágrimas santas,/ E à vossa luz caminharei nos ermos!”. Desse modo, valoriza a dor que sente, como se ela fosse então o sentido de sua existência. Usa um paradoxo para se referir à criança, que era sua “esperança amargamente doce!”. E ressalta a sua ausência: “Não mais te embalarei sobre os joelhos,/ Nem de teus olhos no cerúleo brilho/ Acharei um consolo a meus tormentos!”. A morte do filho intensifica sua sina de poeta romântico: “Tornei-me o eco das tristezas todas/ Que entre os homens achei!”. O pai acha injusto que o filho morra antes dele, já que se considera mais merecedor da morte do que o menino, “tão jovem”, “puro ainda”, “rosa em botão”, mas “escolhido na tremenda ceifa”: Oh! quantas horas não gastei, sentado Sobre as costas bravias do Oceano, Esperando que a vida se esvaísse Como um floco de espuma, ou como o friso Que deixa n’água o lenho do barqueiro! Quantos momentos de loucura e febre Não consumi perdido nos desertos,


Escutando os rumores das florestas, E procurando nessas vozes torvas Distinguir o meu cântico de morte! Quantas noites de angústias e delírios Não velei, entre as sombras espreitando A passagem veloz do gênio horrendo Que o mundo abate ao galopar infrene Do selvagem corcel?... E tudo embalde! A vida parecia ardente e douda Agarrar-se a meu ser!... [...] O nascimento do filho deu ao eu lírico a felicidade que ele nunca havia experimentado: Ah! quando a vez primeira em meus cabelos Senti bater teu hálito suave; Quando em meus braços te cerrei, ouvindo Pulsar-te o coração divino ainda; Quando fitei teus olhos sossegados, Abismos de inocência e de candura, E baixo e a medo murmurei: meu filho! Meu filho! frase imensa, inexplicável, Grata como o chorar de Madalena Aos pés do Redentor... ah! pelas fibras Senti rugir o vento incendiado Desse amor infinito que eterniza […] Porém, o destino provou que o eu lírico não era merecedor da felicidade: Cegou-me tanta luz! Errei, fui homem! E de meu erro a punição cruenta Na mesma glória que elevou-me aos astros, Chorando aos pés da cruz, hoje padeço! A voz poética afirma que o filho inspirou “fecundos poemas”, “belos sonhos”, “ilusões benditas”. O pai imaginava o belo futuro que o menino teria, quando tudo se desfez “em pó”, lançando o eu lírico em “dias sem luz”. Contudo, no final desse longo poema, ele recorre à crença em uma vida após a morte: Mas não! Tu dormes no infinito seio Do Criador dos seres! Tu me falas Na voz dos ventos, no chorar das aves, Talvez das ondas no respiro flébil! Tu me contemplas lá do céu, quem sabe, No vulto solitário de uma estrela, E são teus raios que meu estro aquecem! [...] Notas |1| ABL. Fagundes Varela: Cântico do calvário. Disponível aqui.

Fausto Cardoso

Suprema Adoração

A Mocidade/1906

Fausto de Aguiar Cardoso (Divina Pastora, 22 de dezembro de 1862 - Aracaju, 28 de agosto de 1906) foi um advogado, poeta, filósofo e político brasileiro[1].


Nasceu no Engenho São Félix. Filho de Félix Zeferino Cardoso e de Maria do Patrocínio de Aguiar Botto. Estudou as primeiras letras em Divina Pastora, sua cidade natal, e depois em Maruim, Capela, Aracaju. Cursou o Secundário em Salvador, na Bahia. Bacharelou-se, em 1884, pela Faculdade de Direito do Recife. Recém-formado, foi nomeado Promotor de Capela e em seguida atuou em Gararu, Riachuelo e Laranjeiras, onde permaneceu aproximadamente por três anos, de 1887 a 1890. Em Laranjeiras, participou ativamente da fundação do Clube Republicano e da redação do jornal local dedicado à propaganda republicana e que contava, também, com a colaboração redatorial de Felisbelo Freire e de Sílvio Romero. Em 1890, foi destituído do cargo de Promotor pelo próprio Partido Republicano, que ajudou a formar. Entrou em atrito com Felisbelo Freire. Decepcionado com o acontecido, decide mudar-se para o Rio de Janeiro, ocasião em que advogou e lecionou. Foi professor de História Universal, Lente de História da Escola Normal e Diretor do Pedagogium. Foi também Professor de Belas Artes, da Escola de Belas Artes, bem como Professor de Filosofia do Direito na Faculdade Livre de Direito. No Rio de Janeiro, exerceu cargos importantes como Delegado Auxiliar, Secretário Geral da Prefeitura do Distrito Federal, no Governo do Marechal Floriano Peixoto e Redator de Debates da Câmara Federal. Sua banca de advogado foi das mais concorridas na última década do século XIX e até 1906. O Poeta teve muitos dos seus poemas publicados pelos jornais e revistas do País, destacando-se os versos de Taças e de Amor, dois dos seus mais conhecidos sonetos. Escritor, deixou nas páginas dos jornais e das revistas diversos ensaios sobre a ciência da história, direito, filosofia. Como filósofo publicou: Cosmogonia Política e Americana, 1892; Ensaios de Filosofia do Direito, 1895; Lei Fundamental da História, 1895, original destruído em incêndio da Imprensa Nacional, em 1911; Cultura e Civilização, 1895; Concepção Monística do Universo, 1894; Taxionomia Social, 1898; Lei e Arbítrio, 1902; Escreveu para jornais em Recife e integrou o Movimento de Renovação do Pensamento Nacional. que aderiu ao movimento republicano, sendo eleito deputado federal em duas legislaturas e fundou o Partido Progressista. Foi duas vezes Deputado Federal, uma entre 1900 e 1902 e outra em 1906, que deveria ter concluído o mandato em 1908. Revolucionário, atrita-se mais profundamente com o grupo político do Monsenhor Olímpio Campos, funda o Partido Progressista e lidera em julho de 1906, um movimento revolucionário, formado por adeptos de várias partes de Sergipe, depondo o presidente do Estado, desembargador Guilherme de Campos, irmão do senador Olímpio Campos, que renuncia em 10 de agosto. A revolução de Fausto Cardoso, que ficou conhecida como "A Tragédia de Sergipe", levou ao Poder, na qualidade de Presidente Provisório, o desembargador João Maria Loureiro Tavares. Tropas legalistas, mandadas a Sergipe pelo Governo Federal, venceram as resistências e terminaram por matar, com tiros de fuzil e de espingarda, Fausto Cardoso, então cumprindo mandato de Deputado Federal. Antes de morrer, com sede, pediu água numa casa da Praça do Palácio, também conhecida como Praça da República, esquina com a Rua de Pacatuba, teria dito: "Bebo a alma de Sergipe. Morro, mas a vitória é nossa sergipanos”. Fausto foi assassinado no Palácio do Governo, em Aracaju, durante o movimento de 1906. Mas tarde, seus filhos vingaram a sua morte, assassinando no Rio de Janeiro o Monsenhor Olímpio Campos, no episódio conhecido como "A Tragédia de Sergipe"[2]. A Praça, ponto de convergência dos movimentos sociais sergipanos, passou a ter o nome de Fausto Cardoso e no dia 8 de setembro de 1912, foi inaugurado pelo presidente do Estado general José de Siqueira Menezes, o Monumento no centro da Praça, feito pelo escultor Lourenço Petruci, sendo orador o jurista Gumercindo Bessa. Referências 1. ↑ Fausto de Aguiar Cardoso[ligação inativa] Enciclopédia do Nordeste 2. ↑ Fausto Cardoso: de herói de Aracaju a mito esquecido Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine. Infonet 3. Fausto Cardoso: a Revolta https://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/bitstream/handle/set/2153/FAUSTO%20CARDOS O%20-%20A%20REVOLTA%20%28UNIT-SE%29.pdf?sequence=1


Felix Aires

Jesus Jamais o certo pelo duvidoso Mãe Bem e mal

O Pharol/1931 A Noticia/1928 A Noticia/1928 Voz do Povo/1937

FÉLIX AIRES (1904-1979) Felício Alves nasceu em Buriti Bravo, M aranhão, Brasil. Poeta, prosador, médico veterinário, membro da Academia Maranhense de Letras. Obra: Antologia de Sonetos Piauienses (1972), Apanágio (Poesia,1936), Buriti Bravo (Poesia, 1931), Cromos (1953), O mais Lindos Sonetos Piauienses (crítica, teoria e história literárias, 1940), O Maranhão na Poesia Popular (1977 ), O Natal na Poesia Brasileira (1957), O Piauí na Poesia Popular (1975), Os Menores Versos da Língua (crítica, teoria e história literárias, 1962), Ouro Bravo (Poesia, 1960), Pequenas Palestras (1936), Poemas aos Imortais (1937 ), Relâmpagos (Poesia, 1960). IMPREVISTO O viajante, ao passar., joga e esquece, na mata, a ponta do cigarro, inconsciente do mal; e nas folhas do chão a fagulha desata o fogo que não veio ali proposital. Irrompe a labareda, alarmante arrebata ramos, troncos, rechãs a investida infernal! Rubra serpente enorme em fúria desbarata a fragrância, o viçor do reino vegetal! Queima-se o campo, a roda, a um sopro, de improviso! E longe, o causador de todo o prejuízo vai muito alheio ao dano, olhos não volve atrás. - Também há quem nos jogue o olhar flamante e quente que o coração nos leva a uma paixão ardente e a dona desse olhar nem sabe o mal que faz! SONETO ARTIFICIAL Do alto do meu sonho inadiável, do cimo da impressãp que conduz em prol de novo estilo, às vezes vejo a Musa - uma Vênus de Milo, outras vezes, porém, uma pobre quasímoda! A lira - o coração - a jóia que esmerilo, tímida, pronuncio aqui no verso - tímida; metaplasmo ajuda a isto, alcança o arrimo da antítese que vem para servir de asilo. Hei de também vencer! O caminho mais reto dos trabalhos vou a seguir, vendo que se desaba do esforço que porfio, a rigidez dos métodos. E fico, noite e dia, alerta, neste afã: - segunda, terça, quarta, e quinta, e sexta, e sábado, domingo... E vencerei? - Vencerás, amanhã!


PORTO DE SÃO LUIS De momento a momento, amuado, o mar esmurra, bruto, esbaqueia, esbate, esbraveja, esbarronda! Os mais fortes murais o seu chicote surra e atrevido intromete, estruge, atroa, estronda! Enche, transborda e vaza, encharca, estoira, esturra, inquieto, a retesar seus pulsos de onda em onda! Hércules que protesta e incrivelmente empurra enormes vagalhões, sem ter quem lhe responda! Gigante intempestivo, intrépido, arruaceiro, que de rosto fechado ameaça o mundo inteiro, espragueja a cuspir os portos das cidades! - Mar que amedronta a terra em doudos temporais o ódio, pior que tu, de arremessos fatais, incha, resmunga e explode em negras tempestades! (In Vagalume, jan./fev., 1994)

TROVAS Longe, a gaivota voando, é um til perdido nos ares... E eu viajo, me recordando da bênção dos teus olhares! Por tua beleza tanta se enflora meu pensamento, e a boca da noite canta as melodias do vento. Da mais pura filigrana, com esse encanto de lenda, tu és uma trova humana vestida de seda e renda. Quando ela chega, seu riso é um lírio abrindo a corola e então nascem de improviso flores ao pé da viola. Que lindo o mar! Nestas rotas vejo as velas nos folguedo! Alva toalha de gaivotas sobre a mesa dos rochedos! Da caboclinha bonita armam-se os seios seguros, que são dois frutos maduros dentro de um ramo de chita!


In Clóvis Ramos/Minha Terra Tem Palmeiras (Trovadores Maranhenses) Janeiro, 1970)

RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhensess) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda Longe, a gaivota voando, é um til perdido nos ares... E eu viajo, me recordando da bênção dos teus olhares! Por tua beleza tanta se enflora meu pensamento, e a boca da noite canta as melodias do vento. Da mais pura filigrana, com esse encanto de lenda, tu és uma trova humana vestida de seda e renda. Quando ela chega, seu riso e um lírio abrindo a corola e então nascem de improviso flores ao pé da viola. Que lindo o mar! Nestas rotas vejo as velas nos folguedos! Alva toalha de gaivotas sobre a mesa dos rochedos! Da caboclinha bonita armam-se os seios seguros, que são dois frutos maduros dentro de um ramo de chita! Página publicada em outubro de 2019 Página preparada por ZENILTON DE JESUS GAYOSO MIRANDA, publicada em junho de 2008.


Felix Pacheco

Simbulo dos simbulos

A Tarde/1915

Félix Pacheco - José Félix Alves Pacheco (Teresina, 2 de agosto de 1879 — Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1935) foi um jornalista, político, poeta e tradutor brasileiro. Biografia Filho de Gabriel Luís Ferreira e Maria Benedita Cândida da Conceição Alves Pacheco. Estudou no ensino fundamental ainda em Teresina, indo em 1890 para ao Rio de Janeiro, onde o tio Teodoro Alves Pacheco era senador. Aí efetua a complementação de seus estudos, bacharelando-se em Direito, em 1897. Ingressou no jornalismo, chegando a tornar-se um dos coproprietários do Jornal do Commercio (ainda existente, sendo um dos mais antigos jornais brasileiros ainda em circulação). Considerado por muitos que conheciam sua "imparcialidade de espírito" e o seu "entusiasmo discreto" um dos maiores jornalistas de seu tempo. Pertenceu à Ordem rosa-cruz. Foi casado com Dora Vianna Rodrigues, com quem teve duas filhas: Ignez (Ignezita) e Martha. Seu pai, Gabriel Luís Ferreira, e o irmão, João Luís Ferreira, governaram o Estado do Piauí. Vida pública

Com Artur Bernardes e outros ministros de Estado (fotografia sob a guarda do Arquivo Nacional). Félix Pacheco ingressou na política elegendo-se, pelo Piauí, seu estado natal, deputado federal em 1909, obtendo, nos anos seguintes, sucessivas reeleições, até 1921, quando elege-se senador para um mandato de 8 anos. Foi, no governo Artur Bernardes (1922–1926), Ministro das Relações Exteriores, retornando para o Senado em 1927, pouco antes do fim do seu mandato. A 14 de dezembro de 1922, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, de Portugal.[1] Paralelamente à carreira política, dedicou-se à vida literária. Poeta de estilo intermediário entre o parnasianismo e o simbolismo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1912. Tradutor de mérito reconhecido, voltou-se para a obra de Baudelaire, tornando-se um de seus principais intérpretes e divulgadores no Brasil. Traduziu, comentou e estudou a obra desse escritor francês sob o ponto de vista bibliográfico, crítico e literário. Essa dedicação obstinada foi coroada com o discurso que pronunciou em 24/11/1932, intitulado "Baudelaire e os milagres do poder da imaginação", publicado no ano seguinte, quando também publicou outros diversos estudos sobre o renomado escritor. Ainda em 1927, em renhido pleito, volta a disputar o mandato de senador da República, concorrendo contra o velho cacique Firmino Pires Ferreira. Embora tenha se declarado vitorioso, a Justiça da época,


em plena República Velha, reconhece a vitória de seu opositor. Insatisfeito com essa decisão pouco convincente, abandona a política, vindo a falecer oito anos depois. Academia Brasileira de Letras Escritor de vasta produção literária, publicou mais de duzentas obras, deixando também vasta produção como publicista, além de conferências e discursos. Como reconhecimento pela qualidade de sua produção literária, no ano de 1913 ingressou na Academia Brasileira de Letras, eleito que fora no ano anterior, sendo o primeiro piauiense a ocupar Cadeira naquela augusta Casa de Cultura. Ocupou a cadeira 16, cujo patrono é Gregório de Matos, sendo seu segundo ocupante. Mais tarde Ingressou na Academia Piauiense de Letras. Identificação datiloscópica Pioneiro defensor da introdução no Brasil do método de identificação pelas impressões digitais — para a qual ainda havia descrentes e alguma oposição no país, foi Félix Pacheco o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto de Identificação Félix Pacheco — o primeiro no país a adotar o banco de dados datiloscópicos. Obras Dono de estilo entre o parnasiano e o simbolista, viveu a transição desses momentos literários. Sua obra não é muito conhecida — sequer merecendo análise no quadro apresentado por Manuel Bandeira em seu "Apresentação da poesia brasileira". De fato, a vaga na Academia, em seu caso, deveu-se muito mais à condição de "notável" que propriamente por suas qualidades literárias. Já acadêmico dedica-se à tradução da obra de Baudelaire — importante contribuição para a literatura e sua divulgação. Publicações Chicotadas, poesias revolucionárias - 1897 Via Crucis - 1900 O périplo de Hannon - (monografia) - 1900 Mors-Amor - 1904 Luar de amor - 1906 Dois egressos de farda - (estudo) - 1909 Poesias - 1914 Ignezita - 1915 Martha - 1917 Tu, só tu - 1917 No limiar do outono - 1918 O pendão da taba verde - 1919 Lírios brancos - 1919 Estos e pausas - 1920 Em louvor de Paulo Barreto - 1921 A "Canaã" de Graça Aranha - 1931 Robres e Cogumelos (sobre José do Patrocínio e os pigmeus da imprensa) - 1932 Duas charadas bibliográficas - 1932 Poesias - 1932 (reunião de obras anteriores) A aliança de prata - 1933 Descendo a montanha - 1935 A Academia e os seus problemas - 1935 Excerto A poesia transcrita a seguir (domínio público), exemplifica a obra do poeta num soneto, forma então já bastante popularizada no Brasil: Do cimo da montanha Musa, pára um momento aqui, musa severa! Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida... Mede toda a extensão imensa percorrida, E o presente, e o porvir esmiúça, e considera! Interpreta, na estrofe, a saudade sincera, E realça, firme, o traço à página esquecida! Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,


Sobre os rincões natais, que tua alma venera! Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho, O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos, Como na relação do efeito para as causas... Junta o carme à epopéia, enlaça o grito e o arrulho, E os quarenta anos teus se fixarão, serenos, Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas... Referências ↑ «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Felix Pacheco". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 21 de novembro de 2020 Ligações externas «Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras» Fernando Burlamaqui

Vida e morte

O Motivo/1955

FERNANDO BURLAMAQUI nasceu em Recife, em 11 de outubro de 1898, filho de Manoel do Nascimento C. Burlamaqui e Adelaide Barbalho Burlamaqui. Foi morador do aptº 101, na Av. Conselheiro Aguiar, 1350, Boa Viagem, em Recife e também da Rua Castro Leão, 123, bairro Madalena. Lançou vários livros, entre eles, "Trovas e Trovadores", em 1974. F. Reimar Flávio Reimar

Ao pe de uma lousa Eloá

Selecta/3 autores Eloá/1867

Gentil Braga Gentil Homem de Almeida Braga ou Flávio Reimar(pseudônimo ) (São Luís, 25 de março de 1835 — São Luís, 25 de julho de 1876)[1] foi um jurista, poeta e escritor brasileiro. É um dos patronos da Academia Maranhense de Letras.[2] Pseudônimo(s): Anselmo Petitot, Flávio Reimar, Epaminondas

Fonte(s) dos dados • • •

COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238 BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. 7 v. WIKIMEDIA FOUNDATION. Wikipédia: a enciclopédia livre. Conteúdo enciclopédico de autoria coletiva. Disponível em: https://www.wikipedia.org.

Biografia Era filho de Antônio Joaquim Braga e Maria Afra de Almeida Braga. Bacharelou-se em Direito pela Academia de Olinda, tendo exercido, muito moço ainda, a elevada função de secretário do Governo da Província do Rio Grande do Norte. Regressando ao Maranhão, exerceu o Ministério Público nas comarcas de Codó e Caxias e a judicatura na de Guimarães. Trabalhou com folhetins o que o tornou bastante popular. Entre eles destaca-se o poema conhecido como Clara Verbana. Residiu no Palacete Gentil Braga. Obras • Sonidos - livro de poemas. • Entre o Céu e a Terra - folhetim.


A Casca da Caneleira: (steeplechase) romance por uma boa dúzia de Esperanças.[3] Ligações externas • MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira - Das Origens ao Romantismo. São Paulo: Cultrix. 2001 Referências 1. ↑ «Gentil Braga». Academia Maranhense de Letras. Consultado em 3 de dezembro de 2019 2. ↑ Memorial do Ministério Público do Maranhão[ligação inativa] 3. ↑ Reimar, Flávio (1980). A Casca da caneleira (steeple-chase). [S.l.]: Edições SIOGE •

Gentil Homem de Almeida Braga nasceu em São Luís do Maranhão, a 25 dias de março de 1835, falecendo na mesma terra em que nasceu, a 25 de julho de 1876. Era filho de Antônio Joaquim Braga e Maria Afra de Almeida Braga. Bacharelou-se em Direito pela Academia de Olinda, tendo exercido, muito moço ainda, a elevada função de secretário do Governo da Província do Rio Grande do Norte. Regressando ao Maranhão, exerceu o Ministério Público nas comarcas de Codó e Caxias e a judicatura na de Guimarães. Tornou-se famoso pelos folhetins que escreveu num estilo mordente e loução, numa prosa agradável de ler, levemente pontilhada de humorismo, e nos quais fixou aspectos pitorescos da vida da cidade, criticando costumes e fatos quotidianos com olho penetrante e justo de cronista que excelia no gênero. Assinava-os com o pseudônimo de Flávio Reimar. Além de poeta e tradutor, era escritor elegante, e deu provas de saber jurídico, estampando, na Ordem e Progresso, uma série de artigos sobre a neutralidade em tempo de guerra, a propósito da entrada, no porto do Maranhão, do corsário Sweter, durante a guerra dos Estados Unidos. Colaborou ativamente no Semanário Maranhense, A Coalição, Ordem e Progresso, Publicador Maranhense e O Liberal.

Fran Teixeira

More ultuma ratio Crepuscular

A Semana/1917 O Registo/1917

Francisco Raposo Teixeira mais conhecido como Fran Teixeira (Mirador, 08 de dezembro de 1891 - Mirador, 26 de junho de 1960) foi um poeta, jornalista e político maranhense, sendo um destacado intelectual. [1]

Biografia Era filho de Filomena Raposo e Severino Teixeira. Pelo lado materno pertencia a proeminente família Raposo e Pereira de Sá, destacadas famílias de influência no século XIX no sertão maranhense e piauiense. [1] Seus pais faleceram ainda jovens e sem deixar patrimônio a Fran, razão pela qual mudara-se para Colinas com o intuito de dedicar-se aos estudos. Em 1910 parte para São Luís[1], onde participou ativamente da vida cultural e intelectual da cidade. Em 1917, integrara a comissão fiscal da Oficina dos Novos, ao lado de intelectuais como José Ribeiro do Amaral, Inácio Xavier de Carvalho, Astolfo Marques, Antônio da Costa Gomes, dentre outros. Após anos ausentes retornara a Mirador, onde em 1924 casara-se com Zelina Rufino Guimarães. [1] Por volta do início da década de 1930 é nomeado suplente de Juiz, tendo o sido por muitos anos, afastando-se no período em que fora Prefeito da cidade, sendo eleito em 15 de março de 1937 e exercendo o mandato até 1939. Na década de 1940 retorna a suplência de Juiz e também fora Tabelião[2]. Como jornalista integrou a redação d'O Estado, Diário Oficial e da Revista Maranhense[2].

Obras “ Eu bem não a conhecia Não lhe chamei: — Ela veio


E encheu de cor a vazia Encosta azul do meu seio. Julgando minh'alma unida Ao Bem de quem não esqueço, Foi-me esta dor em comêço Toda a esperança da vida. A tarde agita o sudário Fugindo à noite que vem, E o sino do campanário Soluça não sei por quem. Tu, sino, em minh'alma exortas Com o teu funéreo alarde, Canção de esperanças mortas Boiando ao clarão da tarde. [...] ” — [2]

• • •

Cinzas do Passado (1918)[2] Sonetos Maranhenses (1923, antologia)[3] •

FRAN TEIXEIRA •

Sobre este poeta quase nada se sabe, a não ser que nasceu no interior maranhense, talvez em Curador, onde foi Prefeito. Participou da redação de "O Estado", da "Revista Maranhense" e do "Diário Oficial'. Seu único livro — Cinzas — ficou inédito. Um grande troveiro com notas de melancolia. •

• • • •

RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda

Eu bem não a conhecia Não lhe chamei: — Ela veio E encheu de cor a vazia Encosta azul do meu seio. Julgando minh'alma unida Ao Bem de quem não esqueço, Foi-me esta dor em comêço Toda a esperança da vida. A tarde agita o sudário Fugindo à noite que vem, E o sino do campanário Soluça não sei por quem. Tu, sino, em minh'alma exortas Com o teu funéreo alarde, Canção de esperanças mortas Boiando ao clarão da tarde. A tarde, quando o sol morre, Na serra que a noite embuça,


Bem como o sino da torre Minh'alma também soluça!... A dor que meu peito alaga Eterna em minh'alma jorre... Que uma ilusão não se apaga!. Que uma quimera não morre!.. Página publicada em outubro de 2019

FRAN TEIXEIRA – Brasil – Poesia dos Brasis - MaranhãoFRAN TEIXEIRA – Brasil – Poesia dos Brasis - Maranhão www.antoniomiranda.com.br Francisco Mangabeira Francisco Mangabeira

A vitória do amor A vitória do amor

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901

Francisco Cavalcanti Mangabeira (Salvador, 8 de fevereiro de 1879 - 27 de janeiro de 1904) foi um médico e poeta brasileiro. Ele nasceu em uma ilustre família baiana, sendo irmão dos políticos João Mangabeira e Octavio Mangabeira, e tio do político Francisco Mangabeira e tio avô do político Roberto Mangabeira Unger.[1] Biografia Francisco Mangabeira nasceu em Salvador, em 8 de fevereiro de 1879, sendo filho legítimo do farmacêutico Francisco Cavalcante Mangabeira e de Augusta Mangabeira. Nascido de uma ilustre família baiana, irmão do político João Mangabeira e do político e acadêmico Octavio Mangabeira, que foi inclusive governador do estado.[2] Como poeta, Francisco Mangabeira estreou com o livro de poemas simbolistas Hostiário (Salvador, 1898), ao qual se seguiram Tragédia Épica (Salvador, 1900), Visões de Santa Teresa, em Prosa, (Porto, Portugal, 1896), e, já em edições póstumas, Últimas Poesias (Salvador, 1906) e Poesias (Rio de Janeiro, 1928), reunindo seus três livros do gênero. Realizados os estudos no curso preparatório do Instituto Oficial do Ensino Secundário, com raro brilhantismo, ingressou em 1894, com quinze anos de idade, na Faculdade de Medicina e de Pharmacia da Bahia. Quando cursava o terceiro ano do curso médico, ocorreu a Guerra de Canudos, tendo se apresentado como voluntário em 27 de julho de 1897, com apenas com 18 anos, para servir no Corpo Médico do exército nas fileiras da Quarta Expedição militar contra Canudos. Trabalhou com grande patriotismo e dedicação, permanecendo no campo de batalha até o final da contenda. Terminada a refrega, regressou aos bancos acadêmicos em Salvador, diplomando-se em medicina em 18 de dezembro de 1900 com a tese "Impedimentos de Casamentos Relativos ao Parentesco".[3] Três meses depois de formado seguiu para o Maranhão, para trabalhar como médico na Companhia Maranhense, daí seguindo para o Amazonas em missão oficial. Transferiu-se para Manaus, de onde foi prestar serviços médicos no Rio Negro, Javari, Madeira e Purus. Depois de ter estado em férias na Bahia, de 24 de outubro de 1902 até 2 de abril de 1903. Em nova jornada idealista, engajou-se em ações patrióticas, servindo gratuitamente, como médico do 40º Batalhão de Infantaria, no Acre, sob o comando de Plácido de Castro, campanha que teve o objetivo de incorporar aquele território ao Brasil. Nessa jornada de sacrifícios, que o seu gênio patriótico e aventuroso lhe impôs nas regiões inóspitas do Acre, conquistaram-lhe os aplausos dos chefes da expedição, manifestados em honrosos ofícios e ordens do dia, publicados pela imprensa. Além dos seus excepcionais compromissos como médico gratuito das tropas brasileiras, Francisco Mangabeira travou relações intimas com os chefes revolucionários, merecendo, desta forma, a confiança de ocupar o cargo de secretario da revolução acreana.[4] É dessa época o Hino Acreano, o seu poema mais conhecido, além das Cartas do Amazonas que escrevia como correspondente para o Diário de Notícias de Salvador. Após contrair malária, de tão gravemente enfermo é levado para Manaus em busca de tratamento. Ao sentir a extrema gravidade de seu estado, resolve retornar para a Bahia, com o diagnóstico de "polinevrite palustre".[5] Faleceu a bordo do vapor São Salvador, na rota situada entre Belém e São Luís.[6], sendo sepultado na capital maranhense. O hino do Acre A letra do Hino Acreano foi escrita pelo Dr. Francisco Mangabeira em 05 de outubro de 1903, no acampamento do exército de Plácido de Castro no seringal Capatará, situado acima do igarapé Distração, na cidade de Rio Branco, onde prestava seus serviços médicos. A música é do maestro amazonense Mozart Donizeti, que viveu nas cidades de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. O legado literário


Ao desaparecer, com apenas 24 anos de idade, longe dos centros literários, Mangabeira foi imediata e injustamente esquecido. Sua obra não teve voga suficiente para afirmar seu nome de forma mais ampla. De fato, ele não poderia tornar-se um simbolista de referência, porque, embora essencialmente lírico, era de certa forma um poeta híbrido. Convertido aos protocolos correntes do Simbolismo de então, era ainda assente aos fortes resquícios românticos, tão caros aos poetas baianos surgidos após Castro Alves, a grande referência dos novos. O poeta teve, no entanto, uma boa acolhida por parte de críticos importantes. Brito Broca[7] registra-o como um dos poetas simbolistas da revista baiana Nova Cruzada, ao lado de Pedro Kilkerry e Carlos Chiachio, este último figura de proa do modernismo baiano e mentor da revista Arco & Flexa (1928/29). De acordo com Raimundo de Menezes, “sua poesia revela nitidamente influência simbolista”[2], mais precisamente em Hostiário. Já em Tragédia épica o acento íntimo é romântico, no tom de um romantismo às vezes devoto e, sobretudo, social, ao estilo castroalvino, quando se lança a descrever e a lamentar os sofrimentos dantescos dos soldados e dos canudenses, em versos retóricos e altissonantes. Seu poema Tragédia Épica, sobre a Guerra de Canudos,[8] revela a influência do satanismo de Charles Baudelaire, antecipando a poesia de Augusto dos Anjos e do Surrealismo.[9] Obras Francisco Mangabeira é autor das seguintes obras: Hostiário (1898)[10] Tragédia Épica (1900)[11][12] Últimas Poesias (1906)[13][14] As Visões de Santa Teresa (1906) Mais do que a força – o amor No peristino de um livro de esgrima

Generino dos Santos

Revista do Norte/1904 Revista do Norte/1904

Apesar de Generino não aparecer nos livros de história da literatura, ele publicou muito em periódicos da época. Entre os de maior circulação estão: Diário de Notícias (RJ), Diário de Pernambuco, Gazeta de Notícias (RJ), Jornal do Comércio (RJ), Novidades (RJ), O Besouro (RJ), O Mequetrefe (RJ), O País (RJ), O Século (RJ). Além de outros, que não circulavam tanto, como: A Província (PE), A Província do Espírito Santo (ES), Brazil Americano (RJ), A Terra da Redenção (RJ), A Academia de São Paulo (SP), Correio Paulistano (SP), Gazeta de Petrópolis (RJ), Gazeta de Campinas (SP), O Monitor (BA), entre outros. GENERINO DOS SANTOS ERA UM POETA POSITIVISTA? PPT-eposter-trab-aceito-0203-1.pdf (anpoll.org.br) Gil Velhaco

Notas de flauta I Notas de flauta II Notas de flauta III O traque Notas de flauta IV Notas de flauta V Notas de flauta VI Triolet

Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894


Gomes Leal

A minha noite de noivado

Revista do Norte/1901

António Duarte Gomes Leal (Lisboa, 6 de junho de 1848 — 29 de janeiro de 1921)[1] foi um poeta e crítico literário[2] português. Vida e obra Nasceu na praça do Rossio, freguesia da Pena, em Lisboa, filho natural de João António Gomes Leal (m. 1876), funcionário da Alfândega, e de Henriqueta Fernandina Monteiro Alves Cabral Leal. Frequentou o Curso Superior de Letras, mas não o concluiu, empregando-se como escrevente de um notário de Lisboa.[2] Durante a sua juventude assumiu pose de poeta boémio e janota, mas, com a morte da sua mãe, em 1910, caiu na pobreza e reconverteu-se ao catolicismo.[3] Vivia da caridade alheia, chegando a passar fome e a dormir ao relento, em bancos de jardim, como um vagabundo, tendo uma vez sido brutalmente agredido pela canalha da rua. No final da vida, Teixeira de Pascoaes e outros escritores lançaram um apelo público para que o Estado lhe atribuísse uma pensão, o que foi conseguido, apesar de diminuta. Foi um dos fundadores do jornal "O Espectro de Juvenal" (1872)[2] e do jornal "O Século" (1880),[2] tendo colaborado também na Gazeta de Portugal,[2] Revolução de Setembro[2] e Diário de notícias.[2] Tem ainda colaboração na revista ilustrada Nova Silva [4] (1907) e outras publicações periódicas, nomeadamente: a Revista de arte e de crítica [5] (1878-1879), O Berro [6] (1896), Branco e Negro [7] (1896-1898), BrasilPortugal[8] (1899-1914), A Corja [9] (1898), Galeria republicana [10] (1882-1883), A imprensa (18851891), Jornal de domingo (1881-1888) A leitura (1894-1896), A Mulher [11] (1879), As Quadras do Povo [12] (1909), Ribaltas e Gambiarras [13] (1881), O Thalassa (1913-1915), Argus [14] (1907), O Xuão [15] (1908-1910), Lusitânia [16] (1914), Revista de turismo [17] iniciada em 1916, no periódico O Azeitonense [18] (1919-1920) e no jornal Miau![19] (1916). A sua obra insere-se nas correntes ultraromântica, parnasiana, simbolista e decadentista.


Gomes Leal caricaturado por Rafael Bordalo Pinheiro Em 1933 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o seu nome a uma rua no Bairro do Arco do Cego, freguesia do Areeiro.[20] Bibliografia activa A Fome de Camões: Poema em 4 cantos (1870) (eBook) O Tributo do Sangue (1873) A Canalha (1873) Claridades do Sul (1875) (eBook) A Fome de Camões (1880) A Traição (1881) O Renegado: A Antonio Rodrigues Sampaio, carta ao velho pamphletario sobre a perseguição da imprensa (1881) (eBook) A Morte do Atleta (1883) (eBook) História de Jesus para as Criançinhas Lerem (1883) O Anti-Christo (1884) Troça à Inglaterra (1890) Fim de um Mundo (1899) A Morte do Rei Humberto (1900) O Jesuíta e o Mestre Escola (1901) A Mulher de Luto (1902) Serenadas de Hylario no Ceo Senhora da Melancolia (1910) Hino Pátria,letra de Gomes Leal e música de Alfredo Keil O velho palácio. Bibliografia passiva Nemésio, Vitorino: Destino de Gomes Leal

Gonçalves Crespo

A noiva Odor de femina

Reliquias A noiva

O Combate/1906 O Combate/1909 A Tarde/1915 O Combate/1916


Antônio Gonçalves Crespo nasceu em 11 de março de 1846, no Rio de Janeiro, filho do negociante Antônio José Gonçalves Crespo, português radicado no Brasil, e da mestiça Francisca Rosa. O pai era dono de uma roça nas imediações do Rio. Seguiu para Portugal aos catorze anos, lá permanecendo durante toda a via. Depois de formado em Direito pela Universidade de Coimbra, teve acesso, graças à sua personalidade insinuante, ao meio cultural e social português (como poeta declamador e deputado). Casou-se com a escritora Maria Amália Vaz, fato que colaborou para o exercício de tais tarefas e para tal acesso. Exerceu o cargo de redator do Diário das Câmaras e do Jornal do Commercio, de Lisboa. Talvez o êxito alcançado por Gonçalves Crespo em vida advenha mais da força da sua personalidade do que do seu talento poético; por outro lado, a morte o apanhou em plena popularidade, no ano seguinte ao da publicação de sua segunda e última obra, Noturnos (Lisboa, 1882). Os historiadores disputam-lhe a nacionalidade. Na literatura brasileira, é focalizado sobretudo pelo fato de sua obra Miniaturas (Lisboa, 1870) incluir-se entre nossas primeiras e mais influentes manifestações parnasianas. Nela, certo tom narrativo ampara a emoção poética, objetivando-a através de variados pormenores descritivos, como em “A Bordo”. Enquadra-se, por isso, na “poesia realista”, pela sua preocupação em retratar os aspectos da vida doméstica e cotidiana. Sua poesia também se encontra marcada pela presença feminina, especialmente a enternecida pela maternidade como nos poemas “Alguém” e “Mater Dolorosa”. Em Noturnos, Gonçalves Crespo continua a mesma linha do livro de estreia, alcançando talvez um rebuscamento mais exótico com a mudança de espaço físico. Teve seu nome impugnado a Academia Brasileira de Letras pelo fato de, apesar de brasileiro, ter se naturalizado português. Tema recorrente na poética de Gonçalves Crespo é o “paraíso perdido”, representado pelo Brasil. As recordações de sua infância nos trópicos marcam sua poesia e, talvez por isso, ele seja, como destaca Damaceno, “um dos poucos a escrever considerável número de poemas com assuntos negros, nos quais se sente a efetiva fusão de sentimentos com a alma negra e não apenas o aproveitamento de um tema”. (DAMACENO: 1988, P.2) A respeito do livro Miniaturas, Afrânio Peixoto faz o elogio que se segue: “Ainda hoje não há na poética lusitana outro livro ‘parnasiano’ como esse: é preciso recorrer a Noturnos do mesmo Crespo e passar o Atlântico para encontrar em Luiz Guimarães, Raimundo Correia, Olavo Bilac, Alberto Oliveira... parnasianos à altura de Gonçalves Crespo” (Apud Crespo: 1942) R. Magalhães Júnior, em seu Ao Redor de Machado de Assis, reproduz na íntegra uma carta do autor dirigida ao escritor Machado de Assis, na qual revela a sua condição afro-descendente ao fazer um instigante questionamento: “Coimbra, 6 de junho de 1871, Couraça de Lisboa, nº 93. Exmo. Senhor Machado de Assis. Enviei há 15 dias a V. Excia. meu primeiro livro. Não lhe escrevi então, o que agora faço. O livro teve aqui bom acolhimento, e foi saudado espontaneamente, o que me admira em extremo, porque eu não sou português e não andava envolvido nestas tricas de compadrios, que por aqui dizem as más línguas – abundam. Foram quatro os escritores meus patrícios a quem tive a honra de enviar o meu livro: V. Excia., P. Guimarães, Alencar e Macedo. Fui aconselhado pelo autor do Colombo, que desde a minha publicação me distinguiu com a sua amizade que eu fiz os tais oferecimentos. A V. Excia, já eu conhecia de nome há bastante tempo. De nome e por uma secreta simpatia que para si me levou quando me disseram que era... de cor como eu. Será? Se o não é nem por isso me deixa de ser agradável travar conhecimento com V. Excia., e assinar-me aqui com toda a efusão de uma sincera simpatia e afetuoso respeito. De V. Excia. patrício e humilde respeitador. G. Crespo”. (JUNIOR,1958, 109-110) Machado de Assis arquivou zelosamente esta carta, o que, para Magalhães Junior, sugere que o questionamento feito por Gonçalves Crespo não envergonhava, nem ofendia a Machado. Gonçalves Crespo faleceu em decorrência de uma doença pulmonar, a 11 de agosto de 1883. Referências


CRESPO, Gonçalves. Obras Completas. Prefácio de Afrânio Peixoto. Lisboa: Edições Livros de Portugal Ltda, 1942. DAMACENO, Benedita Gouveia. Poesia negra no modernismo brasileiro. Campinas-SP: Fontes Editores, 1988.p.41-2 JUNIOR, R. Magalhães. Ao redor de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1958. PUBLICAÇÕES Obra individual Miniaturas. Coimbra: Imprensa da Universidade,1871. 5ª ed. Lisboa: Emprensa Literária Fluminense, 1923. Noturnos. 5a ed. Lisboa: Empresa Literária Fluminense, 1923. Poesia (Org. Rolando Morel Pinto). Rio de Janeiro: Agir,1967. As fantasias de Bandarra. [S.I.]: [s.n., [s.d.]. (comédia trágico-dramática) Contos para nossos filhos, em colaboração com a esposa, coligidos e traduzidos. Porto: [s.n], 1896. Antologias Obras completas. Pref. José de Sousa Monteiro. Lisboa: Tavares Cardoso, 1897. Obras completas. 2a ed. Lisboa: Tavares Cardoso, 1913. Obras completas. Pref. Afrânio Peixoto. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1942. Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Vol. 1, Precursores. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. TEXTOS Gonçalves Crespo, Antônio - Textos selecionados Gonçalves Crespo, Antônio - A Negra Gonçalves Crespo, Antônio - As Velhas Negras Gonçalves Crespo, Antônio - A Sesta Gonçalves Crespo, Antônio - Canção Gonçalves Crespo, Antônio - O Juramento do Árabe Gonçalves Crespo, Antônio - Na Roça CRÍTICA FONTES DE CONSULTA Dicionário Literário Brasileiro Raimundo de Menezes. São Paulo: Saraiva, 1969. Vol II, p. 219-20. MOISÉS, Massaud e PAES, José Paulo. Pequeno Dicionário da Literatura Brasileira, p. 81-82. CRESPO, Gonçalves. Obras Completas. Prefácio de Afrânio Peixoto. Lisoba: Edições Livros de Portugal Ltda, 1942. PINTO, Rolando Morel. Apresentação. in: CRESPO, Gonçalves. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1967.

Gonçalves Dias

Quazimado O Morro do Alecrim

O Canhoto/1908 Singular/1937

Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias), poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no Maixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo Bilac. Era filho natural de João Manuel Gonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes, e de Vicência Ferreira, mestiça. Perseguido pelas exaltações nativistas, o pai refugiara-se com a companheira perto de Caxias, onde nasceu o futuro poeta. Casado em 1825 com outra mulher, o pai levou-o consigo, deu-lhe instrução e trabalho e matriculou-o no curso de Latim, Francês e Filosofia do Prof. Ricardo Leão Sabino. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria para Portugal, para prosseguir nos estudos, quando lhe faleceu o pai. Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso de Direito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-se difícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhe que voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio de colegas, formando-se em 1845. Em Coimbra, ligou-se Gonçalves Dias ao grupo dos poetas que Fidelino de


Figueiredo chamou de “medievalistas”. À influência dos portugueses virá juntar-se a dos românticos franceses, ingleses, espanhóis e alemães. Em 1843 surge a “Canção do exílio”, uma das mais conhecidas poesias da língua portuguesa. Regressando ao Brasil em 1845, passou rapidamente pelo Maranhão e, em meados de 1846, transferiuse para o Rio de Janeiro, onde morou até 1854, fazendo apenas uma rápida viagem ao Norte em 1851. Em 1846 havia composto o drama Leonor de Mendonça, que o Conservatório do Rio de Janeiro impediu de representar a pretexto de ser incorreto na linguagem; em 1847 saíram os Primeiros cantos, com as “Poesias americanas”, que mereceram artigo encomiástico de Alexandre Herculano; no ano seguinte, publicou os Segundos cantos e, para vingar-se dos seus gratuitos censores, conforme registram os historiadores, escreveu as Sextilhas de Frei Antão, em que a intenção aparente de demonstrar conhecimento da língua o levou a escrever um “ensaio filológico”, num poema escrito em idioma misto de todas as épocas por que passara a língua portuguesa até então. Em 1849, foi nomeado professor de Latim e História do Colégio Pedro II e fundou a revista Guanabara, com Macedo e Porto-Alegre. Em 1851, publicou os Últimos cantos, encerrando a fase mais importante de sua poesia. A melhor parte da lírica dos Cantos inspira-se ora da natureza, ora da religião, mas sobretudo de seu caráter e temperamento. Sua poesia é eminentemente autobiográfica. A consciência da inferioridade de origem, a saúde precária, tudo lhe era motivo de tristezas. Foram elas atribuídas ao infortúnio amoroso pelos críticos, esquecidos estes de que a grande paixão do poeta ocorreu depois da publicação dos Últimos cantos. Em 1851, partiu Gonçalves Dias para o Norte em missão oficial e no intuito de desposar Ana Amélia Ferreira do Vale, de 14 anos, o grande amor de sua vida, cuja mãe não concordou, ao que tudo indica por motivos de sua origem bastarda e mestiça. Frustrado, casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa. Foi um casamento de conveniência, origem de grandes desventuras para o poeta, devidas ao gênio da esposa, da qual se separou em 1856. Tiveram uma filha, falecida na primeira infância. Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros, permaneceu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de estudos e pesquisa. Em 1856, viajou para a Alemanha e, na passagem por Leipzig, em 1857, o livreiro-editor Brockhaus editou os Cantos, os primeiros quatro cantos de Os Timbiras, compostos dez anos antes, e o Dicionário da língua Tupi. Voltou ao Brasil e, em 1861 e 1862, viajou pelo Norte, pelos rios Madeira e Negro, como membro da Comissão Científica de Exploração. Voltou ao Rio de Janeiro em 1862, seguindo logo para a Europa, em tratamento de saúde, bastante abalada, e buscando estações de cura em várias cidades européias. Em 25 de outubro de 1863, embarcou em Bordéus para Lisboa, onde concluiu a tradução de A noiva de Messina, de Schiller. Voltando a Paris, passou em estações de cura em Aix-les-Bains, Allevard e Ems. Em 10 de setembro de 1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne, que naufragou, no Baixio de Atins, nas costas do Maranhão, tendo o poeta, que já se encontrava agonizante, perecido no camarote, sendo a única vítima do desastre, aos 41 anos de idade. Todas as suas obras literárias, compreendendo os Cantos, as Sextilhas, a Meditação e as peças de teatro (Patkul, Beatriz Cenci e Leonor de Mendonça), foram escritas até 1854, de maneira que, segundo Sílvio Romero, se tivesse desaparecido naquele ano, aos 31 anos, “teríamos o nosso Gonçalves Dias completo”. O período final, em que dominam os pendores eruditos, favorecidos pelas comissões oficiais e as viagens à Europa, compreende o Dicionário da língua Tupi, os relatórios científicos, as traduções do alemão, a epopeia inacabada Os Timbiras, cujos trechos iniciais, que são os melhores, datam do período anterior. Sua obra poética, lírica ou épica, enquadrou-se na temática “americana”, isto é, de incorporação dos assuntos e paisagens brasileiros na literatura nacional, fazendo-a voltar-se para a terra natal, marcando assim a nossa independência em relação a Portugal. Ao lado da natureza local, recorreu aos temas em torno do indígena, o homem americano primitivo, tomado como o protótipo de brasileiro, desenvolvendo, com José de Alencar na ficção, o movimento do Indianismo. Os indígenas, com suas lendas e mitos, seus dramas e conflitos, suas lutas e amores, sua fusão com o branco, ofereceram-lhe um mundo rico de significação simbólica. Embora não tenha sido o primeiro a buscar na temática indígena recursos para o abrasileiramento da literatura, Gonçalves Dias foi o que mais alto elevou o Indianismo. A obra indianista está contida nas “Poesias americanas” dos Primeiros cantos, nos Segundos cantos e Últimos cantos, sobretudo nos poemas “Marabá”, “Leito de folhas verdes”,


“Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Canto do guerreiro” e “I-juca-pirama”, este talvez o ponto mais alto de sua obra e de toda a poesia indianista. É uma das obras-primas da poesia brasileira, graças ao conteúdo emocional e lírico, à força dramática, ao argumento, à linguagem, ao ritmo rico e variado, aos múltiplos sentimentos, à fusão do poético, do sublime, do narrativo, do diálogo, culminando na grandeza da maldição do pai ao filho que chorou na presença da morte. Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais típicos representantes do Romantismo brasileiro e forma, com José de Alencar na prosa, a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira. Guimarães Passos

Fatalidade

A Luta/1891

Guimarães Passos (Sebastião Cícero Guimarães Passos), jornalista e poeta, nasceu em Maceió, AL, em 22 de março de 1867, e faleceu em Paris, França, em 9 de setembro de 1909. Era filho do Major Tito Alexandre Ferreira Passos e de Rita Vieira Guimarães Passos. Seu avô, José Alexandre de Passos, fora advogado e professor, dedicado também ao estudo de questões vernáculas. Guimarães Passos fez seus estudos primários e os preparatórios em Alagoas. Aos 19 anos foi para o Rio de Janeiro, onde se juntou aos jovens boêmios da época. Era a idade de ouro da boêmia dos cafés, e não poderia haver melhor ambiente para o espírito do poeta. Entrou para a redação dos jornais, fazendo parte do grupo de Paula Ney, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Luís Murat e Artur Azevedo. Colaborou com a Gazeta da Tarde, a Gazeta de Notícias, A Semana. E nas suas colunas ia publicando crônicas e versos. Nos vários lugares em que trabalhou, escrevia também sob pseudônimos: Filadelfo, Gill, Floreal, Puff, Tim e Fortúnio. Foi também arquivista da Secretaria da Mordomia da Casa Imperial. Com a proclamação da República, e extinta essa repartição, Guimarães Passos perdeu o lugar e passou a viver unicamente de seus trabalhos jornalísticos. Com a declaração da revolta de 6 de setembro de 1893, aderiu ao movimento. Fez parte do governo revolucionário instalado no Paraná, e lutou contra Floriano Peixoto. Vencida a revolta, conseguiu fugir. Exilou-se em Buenos Aires durante 18 meses. Lá colaborou nos jornais La Nación e La Prensa e fez conferências sobre temas literários relacionados ao Brasil. Em 1896, de volta do exílio, foi um dos primeiros poetas chamados para formar a Academia Brasileira de Letras. Escolheu para seu patrono outro boêmio, o poeta Laurindo Rabelo. Encontrou, no Rio de Janeiro, a sua geração inteiramente transformada. Alguns dos antigos companheiros encontravam-se agora em postos bem remunerados, eram reconhecidos, enquanto ele permanecia como o último boêmio. Ficou doente de tuberculose e, não conseguindo melhoras no Brasil, partiu para a ilha da Madeira e, daí, para Paris, onde veio a falecer, em 1909. Só em 1921, a Academia Brasileira conseguiu fazer trasladar os seus restos mortais para o Brasil. Para aqui vieram acompanhados dos de Raimundo Correia, falecido em Paris em 1911. Poeta parnasiano, lírico e, às vezes, um pouco pessimista, Guimarães Passos foi também humorista na sua colaboração para O Filhote, reunida depois no livro Pimentões, que publicou de parceria com Olavo Bilac. Ao tratar de Versos de um simples, José Veríssimo viu nele o “poeta delicado, de emoção ligeira e superficial, risonho, de inspiração comum, mas de estro fácil, como o seu verso, natural e espontâneo, poeta despretensioso, poeta no sentido popular da palavra”. H. Castriciano

Espirito e materia

Revista do Norte/1904


Henrique Castriciano de Souza (Macaíba, 15 de março de 1874 — Natal, 26 de julho de 1947) foi um escritor e político brasileiro, que serviu como o 10.º vice-presidente do Rio Grande do Norte nos mandatos dos ex-presidentes Ferreira Chaves e Melo e Sousa. Irmão de Eloy de Souza e Auta de Souza. Biografia

Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues, pais de Henrique Castriciano Filho de Eloi Castriciano de Souza, comerciante e político em Macaíba, e Henriqueta Leopoldina Rodrigues, nasceu na rua do Porto (hoje Teodomiro Garcia), na então Vila de Macaíba, Rio Grande do Norte, onde viveu até 1879 quando, aos 5 anos, é acometido pela mesma tuberculose que matara o pai (com 38 anos) e a mãe (com 27 anos) nesse mesmo ano e acometera posteriormente a sua irmã, a então poetisa Auta de Souza. A avó materna Dindinha veio em junho de 1879 buscar os cinco netos órfãos e levou-os para o Sítio do Arraial, bairro do Recife. Logo separa-se dos irmãos Eloi (o mais velho), Auta e Irineu Leão (morto num incêndio em 1887) quando seus avós, como então era costume pelas famílias de posse na época, o encaminham a bem sucedidas viagens de cura à Suíça. Retorna à Macaíba em fins de 1890, com 16 anos, já escrevendo versos. Para terminar os estudos, transfere-se para o Recife e, em 1893, parte para a vila de Angicos onde aparentemente recupera a saúde. Em 1894 parte para a Serra de Martins com a intenção de consolidar a cura. Apesar de viver sempre estudando, formou-se muito tarde, no Rio de Janeiro, aos 30 anos de idade. A moléstia atrasou sua carreira e sua vida. Passava sempre temporadas no interior do Estado, procurando melhores ares: Nessas estadas, lia muito e escrevia versos primorosos. Em 1892 publica em Natal seu primeiro livro de versos, Iriações, e o segundo, Ruínas, sai em Fortaleza pela Tipografia Universal em 1899, com prefácio de Rodrigues de Carvalho. No mesmo ano publica Mãe, com prefácio de Olavo Bilac. Recebe em mãos a compilação de versos da irmã Auta de Souza sob o título de Dálias e, numa viagem ao Rio, em 1900, procura uma editora para a sua publicação. Olavo Bilac, seu amigo, aprecia a obra e se encarrega de prefaciar o livro, passando a se chamar "Horto" a pedido de Auta. Concluiu seus estudos no Atheneu Norte Riograndense, dando início ao seu curso jurídico na Faculdade de Direito do Ceará, o qual formou-se como bacharel em 1908.


Atuação profissional Foi secretário de governo e procurador geral do Estado. Eleito e reeleito vice-governador e investido dessas funções, preside o Congresso Legislativo do Estado. Estimulou a criação dos Grupos de Escoteiros de Natal, sendo homenageado, em Fortaleza, Ceará, pela União dos Escoteiros do Brasil/UEB[1], com a entrega da medalha Cruz de São Jorge pela introdução do escotismo no Rio Grande do Norte e seus serviços prestados à educação. Foi redator do jornal "A República" durante mais de trinta anos e Secretário durante os governos de Alberto de Albuquerque Maranhão (onde cria a lei n.º 145 de 6 de agosto de 1900, que garantia a publicação de toda e qualquer obra de cunho literário ou científico de interesse reconhecido) e Augusto Tavares de Lyra, além de vicegovernador de Joaquim Ferreira Chaves e Antônio José de Melo e Sousa. Em meados de 1909 viaja para a Europa, levando a ideia de colher informações para uma escola doméstica, destinada a valorizar o cotidiano familiar e fazê-lo no plano da integração social da mulher, elevando-a pela técnica e dignificando-a pela consciência de sua indispensabilidade produtora. Viajou através da Suíça, Itália, Portugal, Espanha, França, Grécia, Egito e Palestina. Em uma segunda viagem, em 27 de agosto de 1913, visitou a Bélgica e a Alemanha. Sua temporada nos sanatórios da Suíça e passagem na Bélgica foi a ressurreição para Henrique. Voltou remoçado, entusiasmado com o que vira no setor da educação popular. O resultado foi a criação de uma Liga de Ensino em 1911 e a fundação da Escola Doméstica em 1914. Fez-se professor emérito e foi fundador, ao lado de eminentes coestadanos, do complexo de ensino o qual engloba a Escola Doméstica de Natal, o Colégio Henrique Castriciano e hoje a Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN – FARN. Abandonando a política, fixa-se no Rio de Janeiro, fazendo jornalismo e advocacia, Regressa ao Rio Grande do Norte em 1933, para dirigir a Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral. Com a ditadura de Getúlio Vargas e extinta a justiça eleitoral, fica em disponibilidade. Volta ao Rio, sendo aproveitado no Tribunal de Contas. Aos 68 anos foi aposentado compulsoriamente, com ordenado de seiscentos cruzeiros mensais - muito pouco para a época. Solteirão inveterado, já velho, após longo sofrimento de mais de dois anos, internado em hospitais de Natal, praticamente sozinho, Henrique Castriciano morre no dia 26 de julho de 1947, na cidade de Natal. Atuação literária Desde jovem, Castriciano revelou o seu talento literário escrevendo artigos, crônicas e poesias para diversos jornais e revistas do país, principalmente Natal. Um de seus poemas, O Aboio, é um grande nome na literatura potiguar. Em 1903 publicou Vibrações, seu último livro de poesias, com prefácio de Clóvis Bevilacqua. Sílvio Romero não o considerava nem parnasiano, nem nefelibata: tomava-o como poeta de transição. Alguns sonetos são nitidamente simbolistas, embora em verdade Castriciano ostente outros traços, como o decadentismo escandalizador em peças como Monólogo de um Bisturi e mesmo o parnasianismo em seus últimos instantes. Deixou o romance Os Mortos, do qual publicou dois capítulos na revista do Centro Polímático em 1920. Anunciou, em 1931, o poema Redenção de Satã e outro romance intitulado O Tísico. Além do histórico A República, colaborou intensamente nos jornais A Notícia e O Paiz também por muitos 1899 - Ruínas 1899 - Mãe 1903 - Vibrações 1931 - Redenção de Satã (poema extenso) Teatro 1900 - O Enjeitado 1907 - A Promessa (peça infantil em 1 ato) Romance 1920 - Os Mortos 1931 - O Tísico Referências Alma Patrícia, de Luis da Câmara Cascudo (Natal, 1921). «Biografia de Henrique Castriciano pelo Potiguarte» «Biografia de Henrique Castriciano pela Revista Agulha» «Página dos Fundadores da ED e HC» «Henrique Castriciano na Enciclopédia Nordeste» - com os poemas: "Enigma", "O Aboio", "Monólogo de um bisturi" Higino Cunha

Christo Meu mal

Elegante/1898 Elegante/1899


Hygino Cunha

Ideal

Revista do Norte/1902

Higino Cícero da Cunha (São José das Cajazeiras, 11 de janeiro de 1858 — Teresina, 16 de novembro de 1943) foi um escritor, jornalista, advogado e político brasileiro.[1][2] Biografia Nasceu no sítio Bacuri, no município maranhense de São José das Cajazeiras, atualmente Timon, bem próximo a Teresina, capital do Piauí. Iniciou os estudos na casa paterna, orientado pelos irmãos mais velhos. Aos 12 anos mudou-se para Teresina para estudar e trabalhar no comércio. Aos vinte anos de idade, foi continuar os estudos em São Luís, onde realizou os preparatórios para o curso jurídico, entre 1878 e 1880.[3] Em 1881 ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso colaborou no jornal pernambucano Folha do Norte. Diplomado em 1885, retornou ao Piauí, dando início à sua trajetória política.[1] Após a renúncia do marechal Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891, o governador do Piauí Gabriel Luís Ferreira foi deposto em 21 de dezembro mesmo ano, sendo substituído por uma junta governativa presidida pelo tenente-coronel João Domingos Ramos, e da qual fez parte Higino Cunha juntamente com Clodoaldo Freitas, José Eusébio de Carvalho Oliveira, Elias Firmino de Sousa Martins e José Pereira Lopes, até 29 de dezembro, quando João Domingos Ramos assumiu sozinho o governo do estado.[1] Em 1895 mudou-se para o Amazonas, onde trabalhou como advogado e jornalista, colaborando com os jornais A Federação e O Estado do Amazonas. No ano seguinte, em razão de desentendimentos políticos com o governador Fileto Pires Ferreira, retornou ao Piauí e tornou-se juiz de direito na cidade de Itamarati no estado do Piauí.[1] Foi um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras,[4] e o primeiro ocupante da cadeira nº 7, cujo patrono era Anísio Auto de Abreu.[5] Presidiu a academia por dois períodos: de 1919 a 1924, em sucessão a Clodoaldo Freitas, e no período de 1929 a 1943, somando cerca de vinte anos.[3] Em 1918 foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Foi também professor do Liceu Piauiense, da Escola Normal e da Faculdade de Direito do Piauí. Como jornalista colaborou no Diário do Piauí, A Democracia, Correio de Teresina, Gazeta do Comércio e A República. também procurador dos feitos da Fazenda estadual, cargo no qual se aposentou em 1925.[1] É autor das seguintes obras: Pro Veritate (1883), Asineide (1897), O idealismo filosófico e o ideal artístico (1913), Discursos acadêmicos (1921), O teatro em Teresina (1923), O ensino normalista no Piauí (1923), Histórias das rebeliões no Piauí (1924), Os revolucionários no Sul do Brasil (1926), O assassínio do juiz federal (1928), A defesa do professor Leopoldo Cunha (1934), A Igreja Católica e a nova constituição da República (1934) e Memórias: traços autobiográficos (1940).[1]


Humberto de Campos

Confiteor Confiteor Esperança Confiteor

LABARO?1921 Lábaro/1921 Revista do Norte 1906 Labaro/1921

HUMBERTO DE CAMPOS - MEMÓRIAS 1

• •

MEUS ANTEPASSADOS NADA é mais difícil no Brasil do que estabelecer as origens de uma família burguesa ou supostamente aristocrática, tentando desenhar, na botânica das vaidades, uma árvore genealógica. O que possuímos nesse sentido assenta, exclusivamente, sobre hipóteses. E eu, voltando-me neste momento para o Passado, sem ascendentes que me orientem e elucidem, não me podia sentir em menores dificuldades. Prefiro confessar a ignorância a recorrer à fantasia. Que espécie de sangue circula e prevalece nas minhas veias? Português? Espanhol? Tupinambá? Ou africano? Os meus antepassados preponderantes vieram depois de Cabral, com as suas velas borboleteando nas ondas, ou já aqui se encontravam, a flecha em punho, o dente aguçado, animados de instintos sanguinários, devorando os seus semelhantes? Combati com a mão deles em Aljubarrota, matei panteras no areal, ou esperei de cócoras, dias inteiros, no refúgio da sumaumeira monstruosa, o tapir ou o índio adversário? As informações que tenho dão-me direito a vaidades de europeu. Minha avó materna era filha de mãe brasileira e pai português. Pertencia este à família Bruzaca de que usava o nome. Um dos irmãos de minha avó, nascido no Brasil, emigrou para a África, onde fez fortuna artificial e filhos naturais. Ao falecer em 1870 ou vizinhança desse ano, os parentes de Miritiba mandaram à ilha de São Tomé um representante, para assistir ao inventário. Esse emissário voltou trazendo um açucareiro e algumas colheres de prata. Mas a viagem fora, parece, proveitosa a esse procurador, o qual, confirmando o epigrama bocageano, pouco depois do regresso começava a prosperar, construindo uma casa e comprando uma fazenda de gado com alguns sólidos patacões portugueses. Descende, talvez, desse parente remoto e benemérito um poeta africano de nome Bruzaca, que eu encontrava, às vezes, nos meus inícios literários, assinando sonetos, no Almanaque de lembranças, e no Almanaque das senhoras, de Portugal. O mesmo sangue, infiltrado em veias de negros ou de caboclos, ou de portugueses acaboclados pelo ambiente, dava, sob climas diversos, os mesmos frutos de alma e coração. Sob o meu cabelo duro, ou sob a carapinha do meu primo desconhecido, diluía-se ele na névoa dos mesmos sonhos. Meu avô materno chegou a Miritiba, no Maranhão, vindo de Viana, no norte da Província. Era Oliveira Campos e, pela profissão e nome, devia ser, igualmente, de origem lusitana. Ligava-se, pelo sangue, às principais famílias da região de onde provinha, mas ignoro em que época os seus maiores se fixaram no Brasil. Um dos ramos de que descendia tomou o nome de Conduru, nas campanhas jacobinas pela manutenção da independência nacional, havendo um parente seu que, com esse nome, publicou uma gramática. Professor público, transmitiu os seus honrados e modestos conhecimentos, com o talhe da sua letra, a todos os meninos e meninas da vila em que exerceu o magistério. E a ideia que eu tenho dele, pelas reminiscências de minha mãe, é que era um homem pequeno, miúdo, metódico, manso, e calado. Minha avó, que se chamava Malvina, teve treze filhos, morrendo no parto do último, que, por isso, tomou o nome de Benjamin. Meu avô, de nome Manuel, assumiu o comando da casa e da tribo. Poucos anos depois, porém, sentindo indisposições de estômago, mandou vir do Maranhão um purgativo, em pó. Chegado o remédio, tomou-o. E vinte horas depois morria, deixando nos filhos e na vila a convicção de que


fora envenenado por uma troca de medicamentos. Morrera mansamente, como vivera. Deixou na memória da família a recordação que deixam os santos no seu tranquilo trânsito pela terra. Ninguém soube, jamais, se ele sabia queixar-se ou gemer.

Sobre os ascendentes de meu pai, as minhas pesquisas não são mais seguras, embora alcancem um pouco mais longe. No segundo quartel do século passado, chegaram a Pernambuco, procedentes de Portugal, cinco irmãos Veras, os quais, após se terem estabelecido no Recife – onde até há pouco existia o Beco dos Veras, no centro da cidade –, se dispersaram pelo país, como os filhos de Noé depois da confusão em Babel: dois ficaram, parece, em Pernambuco mesmo; um foi para o Rio Grande do Norte; outro fixou residência em Caxias, no Maranhão, onde deixou entre os descendentes o dramaturgo Colaço Veras; e outro foi ter à Tutóia, na mesma Província, casando-se aí na família Gomes de Almeida, que possuía, na região, importantes propriedades rurais. Este último, que se chamava Joaquim, foi o meu avô, pai do meu pai. Como se teria formado, porém, a família, na outra margem do Atlântico? Veras será um prenome ou um patronímico? Provirá do latim Verus, ou do prenome russo Vera, que corresponde ao da primeira das virtudes teológicas? As probabilidades são, todas, em favor da primeira hipótese. Segundo se lê no Ementário lusobrasileiro de José de Sousa Menezes, o prenome Vera não era conhecido em Portugal antes de 1860, ano em que foi batizada, ali, com esse nome, a primeira criança. É verdade que, no século XVII, já existia na Argentina, vinda da Espanha, uma família Vera. A esposa do poeta cordovês Luis de Tejada, que fundou no Rio da Prata um convento à sua própria custa, chamava-se Francisca de Vera (Ricardo Rojas, La literatura argentina, v. VIII, p. 771, ed. 1925). Mas é verdade, também, que essa família pode ser perfeitamente de procedência portuguesa. Inocêncio Francisco da Silva, no seu Dicionário biográfico, dá notícia de Álvaro Ferreira de Vera, nascido, provavelmente, nos últimos decênios do século XVI. Natural de Lisboa, Ferreira de Vera escreveu e publicou aí, em 1631, duas obras consideráveis: Origem da nobreza política, brasão d’armas e apelidos, cargos e títulos nobres, e Ortografia ou modo de escrever certo na língua portuguesa, aproveitando, neste último trabalho, “a muita semelhança, que tem a língua portuguesa com a latina”. Achando-se em Madri quando se deu, em 1640, a restauração do trono em Portugal, recusou-se a reconhecer a autoridade real do Duque de Bragança, preferindo permanecer na Espanha, sob a proteção de Filipe IV. Em 1647, informa Inocêncio, ainda vivia ele na corte espanhola. E como a viúva de Luis de Tejada chegou à Argentina em 1667, é provável que se trate de uma descendente, possivelmente filha, do lexicólogo português. A circunstância de ser o prenome Álvaro um dos mais comuns na família Veras, a ponto de ser encontrado em todas as suas gerações brasileiras, fortalece a suspeita dessa origem, isto é, de que os Veras procedem, ou têm sangue, daquele Álvaro Ferreira de Vera, da informação de Inocêncio. Não deixa de ser, todavia, interessante, que essas dúvidas se levantem, precisamente, no espírito de um descendente possível do homem que escreveu, para evitá-las, um tratado genealógico. E quem nos dirá se os Veras não pluralizaram esse apelido já em terras do Brasil, por terem emigrado em grupo, e vivido inicialmente reunidos, como se verifica pela nomenclatura do beco do Recife, e por informações obtidas há vinte anos por alguns membros da nossa família, dos seus mais antigos moradores? Homem empreendedor e inteligente, meu avô conseguiu, em pouco tempo, uma pequena fortuna, em gado, terras de cana, escravos e filhos. Destes, teve doze – como Jacó – sendo dez homens e duas mulheres. Ao falecer, um seu empregado e amigo, português também, de nome Farias, casou com a viúva, com as terras, o gado e os escravos. E desbaratou o que pôde, deixando, ao morrer, a prole do outro na mais elogiável pobreza. Conta-se que esse padrasto de meu pai despertava os enteados, pela madrugada, aos pontapés, mandando-os para os trabalhos da roça. E por lembrança da sua pessoa, por não ter filhos dessa união, deixou no nome dos filhos que minha avó tivera do primeiro matrimônio o seu próprio nome. Daí o nome de meu pai: Joaquim Gomes de Farias Veras. Esse intruso, como se vê, bebeu a água e cuspiu no poço. Morreu tragicamente. Tendo ido a Parnaíba em uma canoa a remos tripulada por escravos, teve aí uma discussão com um filho do coronel Simplício Dias da Silva, homem riquíssimo, senhor da Casa Grande, originando-se a desinteligência numa questão de política ou de mulheres. Farias, perseguido, corre para a sua canoa e sobe o rio Igaraçu, a fim de alcançar a sua


• •

propriedade, no delta parnaibano. O inimigo tripula também uma embarcação do mesmo gênero, e sai-lhe no encalço. Cada um leva a sua dúzia de negros robustos, prontos a morrer pelo amo. As duas canoas correm a noite toda, arrebatadas pelos remos dos negros. Ao amanhecer, alcança o português Farias o porto do seu engenho. Ao deitar, porém, o pé na terra firme, a canoa da Casa Grande vem abordando a sua. Um tiro de mosquete derruba-o na praia. Os escravos cercam o corpo do senhor. E trava-se o combate entre os dois grupos de pretos, que se exterminam a faca, e que não cessam a luta senão quando não há mais, do grupo dos perseguidos, ninguém para matar. Meu avô Joaquim, segundo tradição corrente na região em que viveu, era um rapagão alegre e louro, com ares e hábitos de fidalgo jovial. Metido na sua jaqueta de veludo lusitano, punha nos bolsos desta pequenas moedas de ouro que deviam cair quando ele sapateava. E as moças curvavam-se, sôfregas e contentes, em torno dele, quando ele, o braço erguido, à espanhola, dançava nas salas ou nos terreiros enluarados, nas festas à maneira do Brasil, ou do Reino. Não sei se foi ele, ou se um parente de minha avó, que teve um ataque de catalepsia, e foi enterrado em uma velha capela particular, na Tutóia. O que sei é que ao exumar-lhe, anos depois, os ossos, encontraram o esqueleto retorcido no caixão. A sua sombra percorre, ainda hoje, as regiões onde viveu feliz, perseguindo as sombras daqueles que o sepultaram em vida. Por esse retrospecto vê-se que, ao contrário do que eu desejara, o meu sangue é, quase todo, se não todo, de origem portuguesa. Nobre ou vilão, ele vem de lá. Se há alguma colaboração do bugre, ela se fez sentir por intermédio da minha bisavó materna, que nasceu no Brasil. Minha avó Malvina apresentava, porém, um claro tipo europeu. Os Veras, irmãos de meu pai, eram, todos, muito louros, patenteando, mesmo, alguns, o tipo de europeu do norte. De modo que, somando todos esses fatores, e especialmente as qualidades negativas, que me caracterizam, eu chego à seguinte conclusão: sou, física, moral e intelectualmente, o produto de quatro ou cinco famílias portuguesas que o tempo e o meio vêm debilitando, e que se aclimatou, sem se integrar, no ambiente americano. Isso explica, talvez, as tendências disciplinadas e disciplinadoras do meu espírito, a minha paixão pela ordem clássica, e a feição puramente europeia do meu gosto. Tenho horror à insubmissão e à desordem, que assinalam os homens cujos antepassados foram escravos. Vibram automaticamente, no meu sangue e nos meus nervos, oito séculos de civilização. DINDINHA DOS MEUS avós paternos e maternos, foi o único que eu conheci. Era mãe de meu pai, e chamava-se Emídia. Mas todos nós, seus netos, lhe dávamos o tratamento de Dindinha. Conheci-a em 1893, ao chegar, pequeno e órfão, a Parnaíba. Era uma velha gorda, limpa, alegre e branca. Dava aquela impressão que Fialho de Almeida tivera diante de outra figura feminina, de uma honrada senhora esculpida em toucinho. Estando com todos os filhos sobreviventes em boas condições de fortuna, tinha vida farta e sossegada. Vivia, por esse tempo, com meu tio Emídio, cuja família a tratava com desvelo e carinho. Todos os dias meu tio Feliciano e meu tio Franklin, já encanecidos, iam vê-la e pedir-lhe a bênção. Morava em um quarto espaçoso, que se comunicava com a sala de jantar. Deitada em uma rede branca e de varandas largas, conservava sempre ao lado, armada paralelamente, outra rede, destinada à neta, ou cria caseira, que lhe fazia companhia. O seu maior encanto era escutar a leitura de romances, feita pelas pessoas da casa. Interessava-se pelos personagens dos dramas, como se fossem gente do seu conhecimento e da sua amizade. E assim era que, à custa dos olhos alheios, conhecia quase toda a obra, até então editada, e traduzida, de Júlio Verne, de Ponson, de Escrich, de Alexandre Dumas, de Richebourg, de Adolphe Melot. O seu quarto era, por isso mesmo, um pequeno centro literário, povoado de sombras felizes ou desgraçadas, saídas de romances líricos ou tormentosos, e cuja existência era ali comentada e discutida. Isso atraía as netas já moças, ou pouco mais que meninas, que se alternavam na leitura, transmitindo umas às outras o assunto do capítulo porventura lido na sua ausência. Nós, os netos pequenos, tínhamos, também, uma atração especialíssima naquele quarto em que a velhice aguardava a mansa visita da morte. É que os meus tios levavam sempre, para a velha mãe, frutas e guloseimas, que ela não raro distribuía pelos visitantes miúdos. Foi ali, no seu quarto, que travei relações com a doce e tenra marmelada portuguesa, que vinha em pequeninas


• • • •

latas redondas, e que era partida em talhadas flexíveis e morenas. Essa marmelada, e algumas frutas, levavam-me a tomar a bênção à pesada senhora duas e, não raro, três vezes por dia. Não me lembro se, além dessas manifestações de prodigalidade que me seduziam, essa minha avó me dava a mim, seu neto órfão, outra demonstração de carinho. Parece-me que não. Minha memória infantil guardou, apenas, a lembrança da sua figura, do seu quarto, dos seus romances e da sua marmelada. Depois, só me recordo que, indo um dia, à tarde, à casa de meu tio Emídio, encontrei-a com as janelas todas abertas e, na sala, um grande caixão preto, com enfeites de galão dourado. Não havia lágrimas nem soluços. Apenas tristeza, e conversas em voz baixa. Meu tio, vestido de preto, espalhava pela sala e pelos compartimentos próximos uma esquisita mistura de aguarrás e ácido fênico, destinada, parece, a disfarçar o mau cheiro do corpo em decomposição. Não sei de que morreu, nem como. Parece-me, porém, que foi do coração. Eu tinha oito anos e no cérebro não cabia tudo. Sei, apenas, e com certeza, que, a mandado de minha mãe, fui me sentar na pedra da calçada e que, metido na minha roupinha nova, olhava dali com uma superioridade orgulhosa os meninos do sr. Antônio Martins Ribeiro, morador da casa fronteira, os quais deviam estar com enorme inveja de mim, pois a avó que tinha morrido era a minha, e não a deles. E assim foi que, embora por pouco tempo, eu tive uma avó. MEU PAI QUANDO meu pai morreu, eu tinha seis anos e vinte e dois dias. Mas lembro-me, ainda, perfeitamente, dos seus modos e da sua figura. Era um homem de estatura acima de mediana, ágil, airoso e elegante. Claro e corado, olhos azuis, cabeleira farta e ondulada, de ouro queimado, quase vermelha; bigode da mesma cor; e umas suíças baixas, que lhe chegavam até ao meio da face. Olhando neste momento o retrato que dele me resta, encontro, entre a sua fisionomia e a de Pedro I, curiosa semelhança. Apenas, em meu pai, os traços são mais finos, graciosos e corretos: o nariz bem feito, e sem as bochechas do primeiro Imperador. Um belo tipo de homem, em suma, no porte e nas linhas – ideia que me é confirmada pelas pessoas que o conheceram. Guapo, alegre, sempre disposto e em movimento, era o que se chama hoje um tipo esportivo. Bom cavaleiro, fazia constantemente viagens de centenas de léguas, em que consumia semanas ou meses, comprando gado e cereais que exportava para São Luís. Quando permanecia em Miritiba, saía, quase todas as manhãs, em cavalos fogosos e inquietos, nos quais gostava de experimentar a sua destreza arrogante e jovial. Quando eu nasci, tinha ele vinte e nove anos; e trinta e cinco quando morreu, pois que havia nascido em 1857. Na sua casa comercial, jamais saía do interior do estabelecimento pela portinhola a isso destinada: espalmava a mão na tábua do balcão, e saltava por cima com extrema agilidade. A sua figura me vem à lembrança, hoje, apenas em meia dúzia de quadros, que a memória fixou com tintas claras e precisas, sobre fundo brumoso. Vejo-o, primeiro, em nossa casa antiga, apeando-se do cavalo, o chicote na mão, entrando pelo pequeno jardim que há ao lado, e em que floresce grande roseira, todo-o-ano, sempre enfeitada de rosas. Eu e minha irmã – eu com quatro anos ou cinco, ela com dois ou três – montamos cada um o seu cavalo humano: ela, a negra Bárbara, a sua Babu; eu, a negra Antônia – amas de nós ambos. Entrando no jardim, e encontrando as pretas de quatro pés, e nós montados, meu pai descarregava alegremente o seu chicote sobre as nossas cavalgaduras, que logo se erguem e disparam na carreira, arrebatandonos nos seus braços amigos... Vejo-o pulando o balcão da loja, num salto rápido e firme. Vejo-o, ainda, chegando de viagem, estirado na sua rede branca e larga, armada no meio do quarto. Minha mãe acorre, solícita, com um prato de carne seca, picadinha, misturada com ovos, preparada na ocasião e de que ele se serve, deitado mesmo, com farinha d’água amarela – ceia da sua predileção e que lhe era trazida todas as noites no quarto, à hora de dormir... E vejo-o no instante mais trágico do seu destino. Ele havia saído a passeio em um cavalo árdego, que exigia espora de fidalgo e pulso de cavaleiro. De regresso, com o animal coberto de espuma, vai estacar diante da porta num puxão repentino das rédeas, quando minha irmã, que tinha apenas dois anos e vestia uma simples camisinha de rendas, sai na carreira de casa e cai, na rua, sob as patas do animal em marcha. Meu pai sofreia o cavalo e solta um grito. Olha para baixo, e vê: a filha está no chão, de braços, entre as patas do animal, que lhe pisam a roupa ligeira. A aproximação de


qualquer pessoa é impossível. O quadrúpede resfolega impaciente, mordendo o freio. Um movimento qualquer, e, sentando-lhe uma das patas na espinha frágil, pode matar a menina. Vem, então, a meu pai, uma ideia súbita e desesperada: crava de repente, e com violência, as esporas no ventre do animal, que dá um arranco, saltando longe. A filha estava salva, mas ele estava morto: ao apear-se, muito pálido, pediu um copo d’água. A datar, porém, desse dia, não teve mais saúde. Ano e meio, ou dois anos depois, morria do coração. Tudo nele era atividade febril, inteligente e irrequieta. Emigrado da Tutóia, onde nascera, chegara a Miritiba ainda rapazola. Antes disso, fora ao Maranhão, tentar a vida. Espírito aventureiro, meteu-se em um navio, que tocava em São Luís, e rumou para o sul, como simples marinheiro e, no ventre do barco, onde avermelhavam as chamas, deu comida às fornalhas famintas. Esteve no Rio de Janeiro como um louro vagabundo de Gorki. E aos dezenove anos encontrava-se, de novo, na sua terra, com um curso completo de ensinamentos do mundo. Em 1877, achando-se ele, já, estabelecido, teve começo no Ceará o flagelo da seca. Centenas ou milhares de famílias tomaram o caminho do exílio, espalhando-se pelas províncias mais próximas não atingidas pela calamidade. Na sua inclemência, o sol nivelara, ali, os homens de todas as condições. O rico e o pobre tornaram-se, todos, miseráveis. E é uma família outrora afortunada, mas reduzida à miséria extrema, que vai ter, então, a Miritiba. Era a família Mendonça Furtado, que tivera as suas fazendas prósperas, para as bandas do Sobral ou do Ipu. O chefe morrera em caminho, de dor e de fome. Os filhos homens tinham-se dispersado, na travessia do Piauí. De modo que apenas chegaram aí, como despojos preciosos de um naufrágio que o oceano atira a praias longínquas, duas pobres moças de excepcional formosura, acompanhadas de uma velha senhora aniquilada pelo tormento da vida. Meu pai era jovem e solteiro. E passou a viver com uma das moças. Um seu sobrinho, quase da sua idade, José Veras Machado, filho da sua irmã Felicidade, assumiu a responsabilidade do destino da outra. Em março de 1880 nascia o primeiro fruto dessa união que a lei considerava ilícita, mas que meu pai, com seu espírito sem preconceitos, achava naturalíssima. Era uma menina, e foi levada à pia por meu pai e pela moça com que[m] vivia. – O nome da menina? – pergunta o padre. – Prosérpina – respondeu meu pai. – É nome de santo? – Não, senhor. Prosérpina é mulher de Plutão, rei dos Infernos. O sacerdote propõe outro nome, mas meu pai recusa. E o padre batiza a menina mesmo com esse nome, o qual define, com outros episódios da sua vida breve, o que era, em um ambiente acanhado e de aldeia, o espírito livre e, mesmo, irreverente, de meu pai. Na mesma ocasião, o sobrinho e companheiro que vivia com a outra moça, batizou, também, uma filha nascida nas mesmas circunstâncias. E deu-lhe, por inspiração do tio, o nome de Eurídice, que igualmente habitava o Inferno grego. Do que se conclui, talvez, que meu pai, meio século antes do filho, e habitando uma remota vila de uma província do norte, mostrava, já, um pronunciado interesse pela mitologia. Meu pai possuía um gosto inequívoco pelas letras. Não sei, nem posso avaliar, os limites da sua cultura. Lembro-me, porém, que, ao começar a ler, encontrei, entre os papéis de minha mãe, dois velhos cadernos amarrotados, com letras dele. Eram versos que havia escrito: não versos de amor, líricos e piegas, mas dois poemas no metro dos Lusíadas, em oitavas ou décimas rimadas, que eu lia alto, embalando-me em uma grande rede doméstica. Um deles cantava uma viagem a um “sítio São João”, e falava em mangueiras e laranjeiras, num canto virgiliano à natureza mansa da sua terra. O assunto do outro apagou-se na minha memória. Com a minha ida, aos treze anos, para o Maranhão, esses versos, a que minha mãe não emprestava grande importância, desapareceram. A lembrança deles é bastante, entretanto, para que eu reconheça, hoje, que, se o meu gosto pelas letras é hereditário, devo-o, na sua maior parte, a meu pai. As outras filhas que lhe vieram depois, e das mesmas ligações com a moça cearense, não ficaram mais, todavia, sob o patrocínio de entidades mitológicas, mas sob o de excelentes santos católicos: uma, nascida em 1882, foi batizada com o nome de Lourença; a outra, vinda ao mundo em 1884, tomou o de Raimunda. Nesse ano, morreu a mulher com quem meu pai vivia e tivera essa prole, e que era, segundo o depoimento dos que a conheceram, dedicada e boa.


• • •

E um ano depois, a 23 de agosto de 1885, ele casava com uma das filhas do falecido professor Campos, que viria a ser minha mãe. V MINHA MÃE É DIGNO de nota que eu tenha de meu pai recordações muito mais antigas e precisas do que de minha mãe. Em épocas em que a figura dele me aparecia nítida, concreta, definida, a imagem dela é ainda, apenas, uma nebulosa, uma sombra, uma nuvem sem contorno e sem forma. Isso é, todavia, explicável. Meu pai morreu logo, quando eu era pequeno; as impressões primitivas que eu dele tinha não foram substituídas por outras mais frescas. Ao passo que minha mãe há quarenta e seis anos me acompanha na vida, superpondo o seu vulto e as suas atitudes novas às imagens mais remotas. A memória é um grande museu de fotografias, em cujos muros consagramos determinado espaço a cada criatura querida. Uma vez cheio esse espaço, temos que retirar os retratos mais antigos, pondo no lugar outros mais recentes, da mesma pessoa. Meu pai não deixou retratos bastantes para povoar o trecho de muro que lhe estava destinado no meu coração; de modo que conservei todos, mesmo os mais tênues, que dele tive nos seis anos que passamos juntos na terra. A ideia mais recuada que tenho de minha mãe é a de fins de 1892, isto é, após a morte de meu pai. É, precisamente, da época em que ela o chorava. Tinham ido os dois a São Luís consultar os médicos e tratar de negócios comerciais, quando ele morreu. Ela regressou sozinha para Miritiba. E é, então, que ela me aparece, e grava-se na minha lembrança. Vejo-a chegada da capital na tristeza da sua viuvez. É um quarto espaçoso e fechado, da nossa casa nova, que meu pai construíra antes de partir. A um dos cantos, uma rede, em que minha mãe se acha sentada, os olhos vermelhos de chorar. Os cabelos negros, longos e soltos. Amigas, sentadas em torno, em cadeiras, ouvem-na contar como se deu o desenlace. Ela conta, e chora. Minha mãe tinha, então, trinta anos, pois que nascera em 1862. Não me parece que tivesse tido, jamais, algum traço especial de beleza. Morena, longos cabelos negros, olhos castanho-escuros, havia tido varíola, quando menina, possuindo, por isso, a pele marcada, mas muito fina. Estatura regular, dava-me a impressão de perfeição plástica, e de certa graça natural nos movimentos. Creio, mesmo, que não foi a sua fisionomia, mas a sua elegância, a harmonia do seu tipo, que encantou meu pai. Ele era, todavia, mais bonito do que ela; o que não impedia, no entanto, que vivessem felizes, e que ela se conformasse com as extensas e constantes viagens que ele fazia, e nas quais dava liberdade ao seu gênio folgazão e ao seu gosto pelas amáveis cousas da vida. Minha mãe foi, em síntese, na sua mocidade, uma senhora sem altos atributos de graça feminina, casada com um homem moço e bonito, mas que soube prendê-lo com a sua solicitude, com o seu instinto doméstico, perdoando-lhe as faltas, as pequenas e possíveis infidelidades, em nome da harmonia conjugal. O gênio de meu pai, alegre, festivo, brincalhão, facilitava, aliás, a minha mãe, esse sentimento de renúncia e de resignação, que era uma das virtudes específicas das mulheres do seu meio e do seu tempo. Define esse feitio a sua atitude em relação às filhas ilegítimas de meu pai; após o seu casamento, minha mãe consentiu não só que ele as reconhecesse, mas, ainda, que delas cuidasse. As duas mais novas foram confiadas a duas senhoras das relações de minha mãe; e a mais velha, ficou minha mãe com ela, tratando-a como se fora fruto do seu sangue e do seu leito, e de tal modo, que teve, sempre, nela, em todas as circunstâncias, amiga solícita, filha carinhosa, e companheira dedicada e leal. Viúva, moça, com dois filhos, e com essa filha que adotara, minha mãe enfrentou a vida com heroísmo sereno e silencioso, e com um tranquilo espírito de decisão. Liquidou os negócios comerciais de meu pai; vendeu as casas, o gado, a fazenda, apurou o que pôde, e pelo preço da liquidação e do custo da vida do interior, não ia além de uma dezena de contos de réis. E com os filhos legítimos e a filha adotiva, mudou-se para Parnaíba, no Piauí, onde já se haviam fixado os seus cunhados e irmãos. Do dinheiro apurado, depositou na Caixa Econômica do Maranhão um conto de réis para mim e minha irmã legítima – pois que a parte das ilegítimas foi em gado, que elas venderam com lucro quando se casaram. Com a parte que lhe coube, adquiriu um terreno, construiu uma casa. E aí passou a viver conosco e com as suas irmãs e irmãos solteiros, trabalhando, lutando, batalhando pela conquista do pão.


Mentalmente, era, talvez, entre as irmãs, o espírito culminante da família. Filha de professor público, e irmã de professor, a quem auxiliara até os 23 anos, idade em que constituíra o seu lar, possuía caligrafia bonita e enérgica, em que fixava os seus pensamentos com clareza e relativa correção. Gostava de romances e modinhas tristes, que cantava baixinho, nas horas de trabalho. Conversava com alegria, e não desdenhava uma risada boa e sadia. Estas foram, porém, se tornando cada vez mais raras, sendo substituídas pelos suspiros. O tempo e a vida fizeram do vinho doce, que extravasava dos cântaros em Caná, o vinagre amargo e ingrato, que encheu a esponja de Cristo no Gólgota. O resto da sua vida, após a nossa chegada a Parnaíba, acha-se entrelaçado com a minha. As duas aparecerão, assim, unidas, juntas, confundidas, no correr destes capítulos.

XXV • •

• •

PEDRA DO SAL HUMBERTO DE CAMPOS, MEMÓRIAS COM a presença dos meus tios maternos ainda em Parnaíba, em 1895, fomos passar alguns meses na Pedra do Sal, ponto desabrigado e rochoso do estreito litoral piauiense em que fica situado o farol desse nome, e que figura, nas cartas marítimas, sob o nome de Farol da Amarração. Sobre uma pedra, que desafia o mar, levantava-se a torre de ferro, cuja ascensão era feita por uma escada interior, em espiral. Sobre outra pedra, coberta de telha, e caiada, a casa do faroleiro, cuja cozinha era lavada, às vezes, pelas ondas mais fortes. Em frente ao farol, o oceano largo e vário, raramente riscado por um navio costeiro, que se arrastava pela superfície verde como uma lagarta escura e insignificante sobre uma folha de bananeira. À direita e à esquerda as linhas de rochedos altos, que orlavam a praia arenosa. E, para trás de tudo isso, as dunas alvas, ligeiramente vestidas de cajueiros, e em cujas depressões se agasalhavam pequenas casas de palha, humildes habitações de pescadores. Chegamos aí ao anoitecer, a cavalo. Horas depois chegavam os cargueiros com a bagagem. Muitas famílias de Parnaíba tinham ido veranear ali naquele ano, de modo que nos foi impossível conseguir uma casa menos desconfortável. Aque meus tios haviam alugado devia ser coberta, ainda, de palmas de carnaúba, no dia seguinte: de modo que tivemos de nos contentar, por aquela noite, com uma esburacada em torno, a poucos metros do mar. Para podermos dormir, tivemos de amarrar lençóis nos grandes rombos abertos na palha, pelos quais entrava, assobiando como garotos e cortando como navalhas, o vento salitroso e inclemente. Obarulho do oceano, rugindo ao largo e estourando nas pedras, era, mesmo, tão profundo e alto, que se tornava necessário gritar para ser ouvido, a dois metros de distância. Lembro-me, entretanto, que, nessa mesma noite, minha mãe nos tomou pela mão, a minha irmã e a mim, e saiu a passear pela praia. O oceano rolava e guinava, na sombra, atirando-nos ao rosto seu hálito úmido de gigante bêbado. E o vento gritava, gemia, repuxava-nos para trás as roupas e os cabelos, como se nos quisesse arrastar para longe. Minha mãe caminhava e cantava. Ela que sempre cantara baixinho, levantava, agora, a voz acima das vozes do mar e do vento. Canto de dor e de saudade. Grito de gaivota viúva pedindo ao oceano mergulhado na noite que lhe restitua o companheiro sepultado nas ondas. Lamento de mulher moça e solitária no mundo; gemido de mãe aflita, de andorinha do mar que se vê sozinha, e fraca, e desamparada, numa anfractuosidade de rochedo, cobrindo com as asas frágeis duas avezitas implumes. Vencendo o vento e o mar, a sua voz me chega ao ouvido, em dois versos que nele ficaram em toda a pureza de sua toada nostálgica e dolorida: Com o sangue das minhas veias Sete cartas te escrevi... No dia seguinte, mudávamos para a casa que nos estava destinada. Era um albergue novo, de chão de barro batido, coberto e cercado de palha de carnaúba. Ficava longe do farol, mas dispunha, embora a alguma distância, de praia melhor para banho. Nessa praia, inteiramente aberta, existiam cavaletes mais altos do que um homem, os quais eram sumariamente cobertos de palha e serviam de barraca em que as senhoras mudavam a roupa. O vento era, porém, aí, tão rijo e permanente, que virava e revirava essas pequenas construções, fazendo-se mister ir buscálas cada dia a grande distância, não obstante o seu volume e o seu peso. E esse vento, que


• • •

arrastava barracas e assobiava e corria à noite como um louco em liberdade, era o mesmo que me aplicava nas pernas violentas surras de areia, fazendo-me invejar as mulheres de saia longa e os homens de calças compridas. Situada na última trincheira de dunas, mais perto da várzea que se estendia para o interior do que do mar, a nossa casa possuía nos fundos, a três dezenas de metros, uma pequena lagoa em que viviam alguns peixes miúdos, característicos da água doce e parada. Armado de um caniço que trazia na ponta da linha de costura um anzol improvisado com um alfinete torcido, eu ia, todos os dias, a essa pescaria, voltando com alguns peixes achatados e negros a que davam, ali, a denominação de cará. Certo dia, porém, minha mãe me recomendou que não fosse à lagoa. Era Sexta-Feira Santa, dia consagrado ao jejum e à oração. Dia nublado, escuro, triste, como se o céu inteiro se tivesse coberto de um véu polvilhado de cinza. Uma das minhas virtudes era, no entanto, a desobediência. Ao ver que a família se achava entregue aos cuidados caseiros, tomei o caniço e corri para a lagoa. Alguns peixes beliscaram, mas não vieram. Os peixes sabem, parece, quando os meninos estão pescando sem a permissão dos pais, e não lhes dão o prazer de engolir a isca. Eu insisti, todavia. Se Deus não quisesse que o homem apanhasse o peixe não teria consentido que ele inventasse o anzol. Em determinado momento, porém, senti que vinha alguma cousa volumosa e pesada. Puxei a linha, aos poucos, desconfiado, e com cautela. De repente, emerge a presa. Olho e esfrio. Vinha no anzol uma botina velha! É desnecessário dizer que abandonei botina, anzol, caniço, e até o meu chapéu de carnaúba, à margem da lagoa, e que desandei na carreira, apavorado, rumo de casa. Chamei minha mãe à parte, e contei-lhe o ocorrido, os olhos fora das órbitas. E ela: – Eu não te disse? É castigo... E enchendo-me de terror: – Quem pesca em lagoa Sexta-Feira Santa, o anzol só apanha sapato de defunto... Situada perto da várzea, nossa casa era uma das primeiras do arraial, à entrada deste, e o caminho natural de quem vinha de Parnaíba. As pessoas que procediam da cidade, e que eram portadores de encomendas –- café, açúcar, cereais ou carne, pois que aí não havia nenhuma casa de comércio –, chegavam à Pedra do Sal já noite fechada. Mas a aproximação desses emissários, que haviam partido pela madrugada a vender o produto da sua pescaria, era anunciada de longe pelos téutéus, o indiscreto quero-quero das coxilhas do Sul, o qual é, no norte, o guarda infatigável das várzeas adormecidas. Ao perceberem, com os seus olhos que varam a sombra, vulto de cavaleiro ou de peão, essas aves erguem em bando o seu voo, em gritaria assustada. E com uma precisão tal que, pelo grito delas, se sabia, em casa, em que várzea e a que distância vinha o viajante. A maior curiosidade do lugarejo marítimo eram, entretanto, os seus rochedos. Havia pedras enormes, de feitios bizarros, de dez e mais metros de altura. Algumas constituíam, mesmo, a reprodução da fisionomia humana. E eu ainda me lembro de uma, grande e alta como uma casa, que possuía dois olhos, e nariz, e a boca imensa, rota em uma das extremidades. A onda vinha de longe, e atirava-se à cara do monstro. Ele bebia-a; engolia-a; mas vomitava-a de novo com asco e com estrondo, repelindo o resto pelo rasgão de pedra, que a água cavara durante séculos. Na Pedra do Sal, vivi cerca de três meses, dos meus nove anos, sem saber, sequer, se existia, com as suas largas folhas, o livro do Destino. Olhava o oceano durante o dia, e escutava, à noite, gritar assustadoramente os téu-téus da várzea. Eencontrei, também, ali, a síntese da minha atividade no mundo. Que tenho eu feito, em verdade, na vida, senão pescar sapato de defunto!

VII O ÚLTIMO ESTIO DE ATENAS Enquanto eu, no balcão da Casa Trasmontana, embrulhava açúcar e pesava batatas, ou, no seu tanque, lavava garrafas para encher do mais vermelho e genuíno vinho português, a quinze metros de mim se elaborava, sem que o suspeitasse, a destino literário do Maranhão. Diante da formiga anônima, e sem que ela as ouvisse, cantavam as primeiras cigarras do último estio de Atenas. O Maranhão ressonava, desde o crepúsculo vesperal da monarquia, quando haviam emigrado para o sul e para o norte os mais belos espíritos que a província então produzira, num fundo sono, vizinho da morte. De súbito, aparece-lhe, cercado da sua glória risonha e nascente, em visita ao seu berço natal, em 1899, Coelho Neto. À sua voz de pastor, as ovelhas se levantam. A


• •

juventude maranhense, vencida antes de combater, toma-se de coragem. Um sopro ardente de vida e de esperança congrega os atenienses, que já haviam esquecido os grandes vultos da pátria. E funda-se a Oficina dos Novos, destinada a operar, num milagre, a ressurreição do espírito literário, e que veio a oferecer, efetivamente, ao Maranhão, a sua última geração de escritores com projeção fora do Estado. Quando, em 1900, eu entrei, como caixeiro, para a mercearia na rua da Paz, germinava, precisamente no edifício fronteiro, a semente que a mão de Coelho Neto lançara. Do meu balcão, ou do meu tanque, nos momentos em que me punha de pé, a fim de reanimar a musculatura cansada, eu via entrar todas as tardes, ou à noite, os lavradores encarregados de fazer fecundar aquela semeadura. Eram eles, além de outros menos expressivos na ação e na figura, Antônio Lobo, Fran Pachêco, Francisco Serra e Antônio Marques, aos quais devia caber, especialmente aos dois primeiros, a missão de galvanizar para as letras, numa tentativa suprema e heroica, o velho Maranhão de Odorico e de João Lisboa, de Gomes de Souza e de Sotero, de Gonçalves Dias e de Henriques Leal. [...] (CAMPOS, 1935, p.59-61) [...] XIV A HORA SAGRADA Foi por esse tempo que surgiu, e verdadeiramente, em mim, a paixão literária. É possível que eu a tivesse trazido do Maranhão, escondida nas camadas subterrâneas do espírito. No discurso com que me recebeu na Academia Brasileira de Letras, na noite de 8 de maio de 1920, Luiz Murat, examinando a passagem da minha oração em que eu atribuía a influência de Coelho Neto à modificação do meu destino, opinou pela falsidade dessa suposição. O sentimento literário estava em mim; e quaisquer que fossem os fatores externos, eu viria a ser, tarde ou cedo, prosador e poeta. O que eu supunha causa desse fenômeno, constituíra, e apenas, um pretexto para a revelação, que se daria, em qualquer circunstância. É possível que, durante a minha permanência no Maranhão, eu tivesse lançado às leiras profundas do cérebro, ignoradamente, o gosto da criação. Ele ficara, todavia, no subconsciente, como a semente d’anunziana, que os gelos do inverno escondem, mas que germina tempos depois, quando lhe é propício o clima da primavera. O que é verdade é que, um dia, eu me sentei em uma pedra tosca, na ponta da calçada de nossa casa, na parte que dava para o quintal, tendo à mão dois jornaiszinhos literários, publicados em São Luís. Intitulava-se um Os Novos, e era órgão da Oficina dos Novos, associação constituída pela geração moça, orientada por Antônio Lobo e Fran Pacheco. Renascença, denominava-se o outro, e reunia uma dissidência combativa e heroica, sob a chefia de Nascimento Morais. O primeiro era sereno, ponderado, mergulhado em sonho e meditação. Trazia versos de Francisco Serra, Costa Gomes, e outro, cujo nome se me apagou na memória; e prosa de Godofredo Viana, Domingos Barbosa, Viriato Corrêa, João Quadros, e Astolfo Marques. A. J. Alves de Farias, que foi mais tarde, no Rio, diretor do Lloyd Brasileiro e era, então, chefe do distrito telegráfico no Maranhão, assinava uns alexandrinos severos, em que havia tamareiras debruçadas no Deserto. O outro periódico era mais variado e mais vivo. Nascimento Morais, professor de português, criticava a língua d’Os Novos, arremetendo de palmatória em punho contra os rapazes do outro grupo. O que, porém, caracterizava a Renascença era a fartura de sonetos. Nas suas seis páginas amplas, espalhavamse mais de trinta, cada um dos quais assinado por um poeta novo. Desses poetas, ao que parece, não vingou um só. À semelhança do que sucede, às vezes, as ninhadas de peru, desapareceram todos. Eu, porém, os achava, a todos, admiráveis. O que mais me impressionou foi, todavia, um de nome Otávio Galvão, autor de quatorze decassílabos realistas, de que faziam parte estes, num terceto, que nunca mais me desapareceu da lembrança: “E, enquanto lá por fora cai a chuva, A carne agrilhoada de desejos Treme de gozo ao lado da viúva!” Nos trinta e dois anos que rolaram sobre essa tarde parnaibana em que, na calçada do quintal de nossa casa, mergulhei na leitura d’ Os Novos e da Renascença, eu li grandes poemas, as obras capitais de quase todos os gênios da Humanidade. Li Homero e Virgílio; Hesíodo e Ovídio; Dante e Petrarca; Ariosto e Tasso; Shakespeare e Klopstock; Lope de Vega e Camões; Schiller e


• •

Goethe; Longfellow e Vitor Hugo. Milhões de versos passaram sob os meus olhos, entraram pelo meu entendimento, fixaram-se na minha memória, viveram na minha imaginação. Nenhum deles conseguiu, entretanto, jamais, apagar no meu cérebro esses três decassílabos de Otávio Galvão. Viva eu um século e eles viverão comigo. E quem sabe se, abusando da minha inconsciência, não serão eles as palavras que me virão à boca, profanando a santa hora da minha morte?... Maranhão Sobrinho colaborava nos dois jornais, emprestando a cada um deles, com um punhado de versos, uma das asas da sua inspiração. Lembro-me, ainda, de dois sonetos seus, que vinham, se bem me lembro, n’”Os Novos”. Tinham por título Símbolos. Concluída a leitura das duas folhas maranhenses, quedei-me quieto, os olhos perdidos no horizonte, que os coqueiros de Dona Páscoa enfeitavam de aranhas buliçosas. Seria difícil fazer versos? Evidentemente, não; porque, se fosse, aqueles jornaiszinhos não estariam repletos. Quem, porém, me ensinaria a fazê-los? Resolvi examinar mais profundamente o assunto, consultando os almanaques, viveiro inesgotável de poetas. E levantei-me. O primeiro raio de sol havia tocado a semente. Ia começar, no meu coração e no meu cérebro, o milagre da germinação. Soara, para mim, a hora sagrada. (Id. ibid., p. 119-123) (CAMPOS, Humberto de. Memórias Inacabadas. Rio de Janeiro: Livrara José Olympio Editora, 1935) Postado por ROGEL DE SOUZA SAMUEL

I.Xavier de Carvalho

Philomathia Elegia I Abrindo o livro Ri! Flores do palco

Ao sol posto Tua resposta A uma criança OILRT Despreso e odio Para breve Antiphona A Carlos Gomes Cilada Assim (inédito) Os patos e a tartaruga

Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Elegante/1895 Elegante/1895 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1897 O Registo/1917 A Semana/1917

Ao falar de I. Xavier de Carvalho retomamos conversa havida entre os membros da Academia Ludovicense de Letras em sessão de 24 de julho de 2019. Foi proposta rever sua posição entre os grandes nomes de nossa


literatura. Já havíamos conversado dias antes sobre o assunto, então decidimos por buscar maiores informações sobre o ‘príncipe dos poetas’ e resgatar, não só sua memória, como suas contribuições em jornais, publicadas nas cidades por onde passou. Além de poeta, contista, Juiz de Direito, Promotor Público, Professor de Literatura, Francês, Direito, e Jornalista... Trata-se da mesma pessoa? Naquele ano, constava como estudante, ainda, no Liceu Maranhense Dividimos a presente memória em quatro capítulos: (re)construindo sua biografia, onde vamos buscar os dados referentes à sua vida pessoal, relações familiares, estudos. A seguir, sua carreira como ‘homem da justiça’, promotor e juiz de direito, resgatando sua carreira, a participação politica à ela relacionada, os imbróglios em que se meteu. A terceira parte, o Professor: do Liceu, de escolas particulares, da Universidade Popular, da Faculdade de Direito; por último: o Poeta e Jornalista. Por se tratar de resgate de memória, caberá aos estudiosos da literatura, critica literária e história literária, assim como sociólogos e historiadores, interpretar as informações aqui levantadas, dando-lhes sentido, para além dos dados desvendados, transformando-os em informações sobre o mesmo. Eliana (Shir) Ellinger (2015) 124 traz-nos uma sua biografia, em que destaca não haver maiores informações sobre sua juventude –“Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão” :

XAVIER DE CARVALHO - 124 ELLIGER, Eliana. XAVIER DE CARVALHO. IN Blog Clube do Poeta, 30 de junho0 de 2015, disponível em http://clubedepoetashomenagens.blogspot.com/2015/06/xavier-decarvalho.html, utilizando como fonte de pesquisa www.patrimonioslz.com.br/; www.antoniomiranda.com.br (1871 - 1944) Poeta, Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís no dia 26 de agosto de 1871. Integrou, juntamente com Antonio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhenses no início do século XX. Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão. Exerceu cargos como o de promotor público, juiz municipal e professor de literatura no Liceu Maranhense. Colaborador assíduo dos jornais de sua época, deixou escritos dispersos no Pará, Amazonas e Maranhão, tendo publicado pouca coisa em livro. Em 1893, com a idade de 23 anos, lançou sua primeira obra, intitulada Frutos Selvagens. O meio literário de São Luís vivia então um momento marcado pela mudança e pela ruptura. As forças da renovação artística, representadas principalmente por Antonio Lobo, insurgiam-se contra a herança da poesia fácil dos cultores do romantismo, movimento que ainda permanecia em voga entre os poetas locais. A estréia de Inácio Xavier de Carvalho em livro contribuiu para inaugurar uma nova fase na literatura maranhense, embora tenha ele próprio causado certa reação entre os renovadores da Oficina dos Novos por conta de sua inclinação para o simbolismo, visto por alguns destes como uma escola decadente e estéril. Cultor do soneto e detentor de grande domínio técnico, Xavier de Carvalho foi um poeta suave, impregnado pelo verso simbolista, contido, mas também parnasiano em muitas passagens, o que certamente contribuiu para dar corpo ao equívoco crítico de considerá-lo um romântico tardio. Na verdade, ele foi, antes de tudo, um artista perfeitamente integrado à corrente poética de seu tempo, marcada pela difícil convivência entre o parnasianismo e o simbolismo. Político por vocação e gosto, Inácio Xavier de Carvalho viajou por Minas Gerais, Amazonas e Pará no exercício da magistratura, cedo perdendo contato com o Maranhão, para onde jamais regressou. Embora tenha permanecido bastante ativo, publicando periodicamente em jornais, consta que sua última obra, Parábolas e Parabolas, data de 1919. Morreu no Rio de Janeiro em 17 de maio de 1944.


Ignacio Raposo

A Samaritana

O Domingo/1901

Imagem: http://www.domingocompoesia.com.br INÁCIO RAPOSO - (1875 - 1944) Ignacio de Viveiros Raposo. Poeta, jornalista , desenhista e político. Formou-se em arquitetura pela antiga Academia de Belas-Artes. Foi jornalista na cidade do Rio de Janeiro, fez parte da redação do Jornal do Brasil. Foi também professor de Filosofia do Direito e de Metafísica, na Faculdade do Rio de Janeiro. Como Deputado destacou-se pela luta em defesa dos trabalhadores. Escreveu quase em todos os gêneros literários, seus poemas abordavam temas sobre mistérios, tragédias e comédias. Principais Obras: Protofonsos (1901); Cânticos (1910). PAQUITA E COTINHA Eu tive uma irmãzinha, a que morreu criança, Mais loira e mais gentil que as loiras alvoradas; Nos olhos infantis a luz serena e mansa Tinha o brilho ideal das brancas madrugadas. E morreu a sorrir. Na lousa em que descansa Vão gemer, à tardinha, as rolas concentradas... Viveu como o brilhar da estrela da esperança; Morreu como o rubor das rosas perfumadas. Foi-se, alada, a primeira e resta-me a segunda, Alegre rapariga, olímpica, jocunda, Como os sonhos do amor e os risos da bonança. Qual será mais feliz? Não sei como decida... Se a virgem donairosa a despertar na vida, Se o loiro querubim que adormeceu criança.

A PÉROLA Nasci no mar. Num côncavo rosado, Serena apareci; Mas finou-se a idéia do passado, Da concha em que nasci... Sobre o nevado colo em que repousa, Longe do frio mar, Descubro a cada instante um novo gozo Que me leva a sonhar. Prefiro, assim, viver no colo dela, Todo feito de amor,


Mas que não tem penhasco, nem procela, Nem ríspido furor! Tal murmurava a pérola sentida, Quando uma gota cai, Uma lágrima triste como a vida, Sobre o colo de Aglae! - Líquida pérola, o que vens sozinha Neste mundo buscar? Perguntava-lhe a pérola que tinha Visto a jovem chorar. - Venho do amor, das tormentosas mágoas De um triste coração, Como surgiste, Ó pérola! das águas, Das águas da amplidão. - Sonha em meio seio, e transformada em breve, Qual Niobe a carpir, Numa pedra mais fria do que a neve, Poderás me sorrir... - Não n'o farei!... Mais tarde convertida Num ligeiro vapor, Irei, nas nuvens, procurando a vida, No espaço, recompor. Como és feliz! Em noite constelada, Sob o noturno véu, Brilharás como a estrela da alvorada Que cintila no céu. Responde a gota: - Invejo-te a ventura, Ventura que me atrai: Ficarás a dormir serena e pura Sobre o colo de Aglae!...

TÂNTALOS Não poderei ter de certo os olhos sempre enxutos Quem sofre qual, no Erebo, o Tântalo maldito: Sedento - vê debalde um córrego infinito; Faminto - vê debalde os floridos produtos!... Ante um castigo tal, que apiedava os brutos Leve talvez pareça um bárbaro delito!... Foge sempre a torrente ao mísero precito E, se tenta comer, escapam-se-lhe os frutos! Há Tântalos também na vida transitória: Querem estes a lympha e os pomos do talento, E morrem no hospital para viver na história. Desditosos que são... no malogrado intento!... Longe de haverem ganho os loiros da vitória, Encontram no sepulcro o eterno esquecimento!


(Cânticos, 1910)

RAMOS, Clovis. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. 71 p. Ex. bibl. Antonio Miranda

Batendo no largo peito, Eu venho me confessar, Santinha, com certo jeito, Santinha, no teu olhar. Tenho um rosário de beijos Para em teu colo depor: As contas são meus desejos, A cruzinha o nosso amor. Quem tem amor escondido Nas dobras do coração Pode perder o sentido, Mas nunca perde a ilusão. Se acaso eu te desse um beijo Nos lábios de rósea cor, Morreras talvez no pejo, Mas eu morrera de amor. Página preparada por ZENILTON DE JESÚS GAYOSO MIRANDA e publicada em junho de 2008. Ampliada em outubro de 2019

J. M. Goulart de Andrade

Soneto Soneto

A Tarde/1915 A Tarde/1915

José Maria Goulart de Andrade (Maceió-AL, 1881/Rio de Janeiro-RJ, 1936). Foto: Bevilaqua, em O Pirralho - Rio de Janeiro, 20/03/1915.


Nascido a 6 de abril de 1881, em Jaraguá (Maceió), Estado de Alagoas, formou-se Engenheiro pela Faculdade do Recife, em 1899. Em 1906, casou-se em primeiras núpcias com D. Luiza de Araújo Lima, enlace de que houve duas filhas: Maria Letícia e Sylvia. Contraiu segundas núpcias em 1920 com D. Maria Fernandina Xavier, cuja dedicação ao poeta enfermo nos últimos tempos mereceu admiração dos íntimos do casal e teve referências comoventes na Academia de Letras. Goulart de Andrade era membro da Academia Brasileira de Letras desde 1916 em que – como substituto do Almirante Jaceguay – seu ex-diretor na Escola Naval – passou a ocupar a Cadeira nº 6, de que é patrono Casimiro de Abreu, tendo tido como competidor D. Luiz de Bragança; sócio benfeitor da Casa dos Artistas; membro da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; do Instituto de Geografia de Alagoas; do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe; do Instituto de Arquitetos do Rio de Janeiro; da Sociedade Heleno-Latina de Roma; da Academia do Amazonas; da Academia do Pará; franciscano da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco; comendador da Ordem de Santiago de Portugal; oficial da Cruz Belga de Leopoldo II; cavaleiro da Coroa da Itália e cavaleiro da Ordem do Libertador da Venezuela.

O poeta e sua segunda esposa Maria Fernandina Xavier Foto A NOITE-Suplemento, 05/01/1937. SONETO J. M. Goulart de Andrade¹ Nave de catedral esta alma: — Nela Outrora silenciosa, ressuscito Por ti, a adoração de estranho mito... E o hinário soa, o incenso se enovela! Enche-a toda de clarões aquela Macia luz que nos teus olhos fito, Quando me vês, em teu altar, contrito, Queimando o coração que se desvela... Novo surto de vida ora me invade, E esta alma, quase fria, quase morta, Vibra de novo em comoção fecunda! Tão penetrado estou nesta verdade, Como o silêncio quando um grito o corta, E a escuridade quando a luz a inunda! _____________ Publicado no jornal Correio do Norte (Manaus-AM), em 29/07/1910.


João de Deus do Rego

Na hora da amargura Navegando Princeza

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903

João de Deus do Rêgo nasceu no hoje Município de Caxias, a 22 de novembro de 1867 e faleceu em Belém do Pará, a 30 de junho de 1902. Foram seus pais João de Deus do Rego e Maria Bárbara da Cunha Rego. De origem humilde, exerceu João de Deus na vida os mais diversos misteres, chegando até a ser moço de bordo. Lutador inflexível, talentoso e vivo, ingressou na imprensa paraense, colaborando ativamente no “Diário de Belém”, de que foi redator (1888) e no “Diário do Grão Pará”. Posteriormente, secretariou a “Gazeta do Povo” e chefiou a redação do “Diário de Notícias”, de Belém. Ocupou cargos de destaque nos seguintes jornais paraenses: “Correio Paraense”, “República” e “Fôlha do Norte”, Alma sensível à dor, João do Rego poetava com muita sinceridade e seus versos contêm sempre uma esquisita e penetrante nota de amargor, de tristeza. Pertenceu à Academia Paraense de Letras. É patrono da Cadeira nº 34, da Academia Maranhense de Letras, fundada pelo Dr. Álvaro Serra de Castro.

Imagem: http://www.academiamaranhense.org.br

JOÃO DE DEUS DO RÊGO Nasceu em Caxias, Maranhão, a 22 de novembro de 1867 e faleceu a 30-6-1902, em Belém do Pará – Primeiras Rimas, 1888, Últimas Rimas, 1905 e Numa Pétala de Rosa publicados postumamente. Deixou esparsos, em revistas e jornais dezenas de poemas, contos e fantasias.

RAMOS, Clovis, org. Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhenses) Estudo e antologia. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970. Ex. bibl. Antonio Miranda


Voltou... E tal como outrora nos meus sonhos ainda vejo: Nos olhos — a mesma aurora! Nos lábios — o mesmo beijo! Traz na trança o odor da murta, do trevo e do resedá... Já não usa a saia curta. Oh! como crescida está! Sob a leve musselina ouço-lhe o seio a bater... Como eu quis bem à menina! Oh! como adoro a mulher! Não sei o que sinto ao vê-la dentro em minh'alma ansiosa, com seus lampejos de estrêla, com seus perfumes de rosa! E fala: a fala me encanta! Olha: que imenso fulgor! Aquele vulto de santa tem graças de beija-flor. E vem, ó formosa louca, mãe da minha inspiração, tercetos de ouro na boca e rimas em turbilhão Dos seios tem espelhando essa ventura sem par da noiva bela ajoelhando no sopedâneo do altar. Aquela que tanto amavas, dona dos olhos risonhos, é quem à noite enviavas a loira tribo dos sonhos. Já voltou... Voltou agora, ei-la aqui... eu bem a vejo! Nos olhos — a mesma aurora! Nos lábios — o mesmo beijo! Página publicada em outubro de 2019 Jonas da Silva

A escola Esplendida

A ESCOLA/ 1902 Revista do Norte/1902

JONAS DA SILVA (1880-1947) Jonas Fontenelle da Silva (Parnaíba, 17 de dezembro de 1880 — Manaus, 5 de junho de 1947) foi um poeta brasileiro. Nasceu na cidade de Parnaíba, Estado do Piauí, filho do Dr. João Antônio da Silva e de sua esposa,D. Firmina Fontenelle da Silva. Iniciando as primeiras letras em sua cidade natal, aos 11 anos de idade mudou-se com a família para o Amazonas, onde prosseguiu em sua formação intelectual. Mais tarde, ingressou na Faculdade de Odontologia de Salvador, na Bahia, de onde muda-se para a do Rio de Janeiro, diplomando-se em 1899. Durante a sua estada em Salvador, conheceu o escritor João da Silva Campos e juntos foram os precursores do movimento


simbolista baiano, iniciado em 1898. Com outros poetas do movimento, idealizou, fundou e manteve a sociedade literária Nova Cruzada, em cuja revista colaborou com a publicação de várias poesias. Em 1900, já morando no Rio de Janeiro, conheceu o poeta Bernardino Lopes e por meio deste, que era bastante influente na época (um dos fundadores da Folha Popular ao lado de Cruz e Sousa), publicou Ânforas, seu primeiro livro de versos. Lopes, apreciando a obra, se dispôs a prefaciá-la. Dois anos depois, pela mesma tipografia publicou seu segundo livro de poesias, Ulanos. Anos mais tarde fixou residência definitiva em Manaus, onde publicou, em 1923, Czardas, seu terceiro e último livro, pela tipografia da revista Cá e Lá. Nessa mesma revista contribuiu por vários anos como colaborador em paralelo à sua carreira de dentista. Após aposentar-se como funcionário do Instituto Benjamim Constant, de Manaus, passou a dirigir uma empresa cinematográfica, vindo a falecer em 5 de junho de 1947, aos 66 anos de idade. Foi membro efetivo da Academia Amazonense de Letras, cadeira 18 e da Academia Piauiense de Letras, cadeira 24. Seu livro de estreia, Ânforas, traz na abertura um soneto impresso em vermelho, e as demais composições em cor de sépia. No prefácio Bernardino Lopes escreveu: "... terei mesmo a ousadia de dizer que você procura para dourar os seus sonetos a mesma pamponilha usada nos meus", assinalando, assim, a influência que os seus versos exerciam sobre a poética do jovem artista. A libertação em relação à influência de Lopes sucede no segundo livro de Jonas da Silva, Ulanos, onde passa a compor versos alexandrinos, embora mantivesse fervorosa admiração pelo "Mestre dos Brasões". Em seu terceiro livro, Czardas, homenageia-o com um soneto intitulado "O Mestre". Jonas da Silva foi um poeta de transição, como Oscar Rosas e Henrique Castriciano.

SILVA, Jonas da. Czardas. Organização de Tenório Telles. 2ª. Edição revista. Manaus, AM: Editora Valer, 1998. 235 pp. (Série Coleção Resgate, 4) 15x23 cm. Estudo crítico por Antonio Paulo Graça. Capa Álvaro Marques. ISBN 85-86512-02-8 Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos. FAC ET SPERA Faze e espera, é a divisa de esperanças De alguém que ainda na vida tudo espera E ainda crê nalgum sonho e na quimera, Dando ouvido às baladas e às romanças... Fac et spera! e a fabricar faianças Levei a minha louca primavera; E às festas de Amatonte e de Citera Jarras enviei de todas as nuanças... Tarde depois, as forças combalidas, Vejo-as no chão, desiludido quase, Jarras, crateras e ânforas partidas "Venho agora concluir a antiga frase: Fac et spera... o Sofrimento e a Morte!" AVES No meu pomar, cercado de alto muro, Entre os galhos e as frondes do arvoredo,


Gosto de ver pousar o passaredo: 0 verde, o azul, o branco, o de ouro e o escuro. Sei que o fruto lá em cima está maduro Pelo chilreio que ouço, manhã, cedo... — Ó galo-da-campina leve e ledo, Gostas de passar bem, como Epicuro! Eu sei que tens feitiço e tens prestígio Mas... entre vós, só a rapina é vezo. Há quanto tempo usas barrete frígio? Ó trovador divino, ó chico-preto, Tanto hás de me roubar que um dia, preso, */Vivo, a cantar te ponho num soneto!... BERTHOLETIA EXCELSA Se há uma árvore feliz, decerto é a castanheira: No bosque ela resplende alta e dominadora. A árvore da balata essa é tão sofredora, Inspira compaixão a hevea, a seringueira! Ela sozinha é um bosque e enche toda a clareira... No ouriço a natureza o seu fruto entesoura E a colheita presente e a colheita vindoura Ei-las todas na fronde augusta e sobranceira. Na casca não se vê sinal de cicatrizes, De feridas cruéis por onde escorre o látex... No seu orgulho é assim como as imperatrizes! Se a posse é disputada entre explosões de nitro, Na luta em que se queima a pólvora aos arráteis, — O fruto é quase o sangue: é negociado a litro!

ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por] Félix Aires. [Teresina: 1972.] 218 p. Federal Centro Gráfico, Brasília. Ex. bibl. Antonio Miranda

CORAÇÃO Meu coração é um velho alpendre em cuja Sombra se escuta pela noite morta O som de um passo se o gonzo de uma porta Que a umidade dos tempos enferruja. Quem foi passando pela estrada torta Que leva ao alpendre, dessa estrada fuja! Lá só se encontra a fúnebre coruja E a dor, que a prece ao caminhante exorta. Se um dia, abrindo o casarão sombrio,

Impresso no Senado


Um abrigo buscando contra o frio E entrasses, doce criatura langue, Fugirias tremente, vendo a um lado A crença morte, o sonho estrangulado E o cadáver do amor banhado em sangue! Página ampliada e republicada em março de 2023 Veja mais poemas de JONAS DA SILVA no nosso Portal: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/piaui/jonas_da_silva.html José Maranhão Sobrinho

A F. Camara Ves?

O Porvir/1897 O Porvir/1897

José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho (Barra do Corda, 20 de dezembro de 1879 — Manaus, 25 de dezembro de 1915) foi um escritor e jornalista brasileiro, fundador da Academia Maranhense de Letras[1]. Biografia Boêmio notório e de vida inteiramente desregrada, Maranhão Sobrinho "foi o mais considerável poeta do seu tempo, no extremo Norte, e o simbolista ortodoxo, o satanista por excelência do movimento naquela região", segundo o crítico Andrade Murici. Criado em Barra do Corda, no interior do Maranhão, conta-se que quando criança era irrequieto, brincalhão e levado mesmo da breca, no dizer dos seus contemporâneos. Frequentou irregularmente os primeiros estudos no conceituado colégio do Dr. Isaac Martins, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista. Em 15 de agosto de 1899, com o auxílio paterno, embarcou para São Luís, onde no ano seguinte funda a "Oficina dos Novos" e matricula-se com o nome de José Maranhão Sobrinho na antiga Escola Normal, em 1901, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominada pensão. Por motivo de se haver indisposto com alguns professores, em seguida abandonava o curso normal e, sem emprego, aos poucos entregou-se à vida boêmia. Em 1903, impressionados com a vida boêmia que levava em São Luís, alguns amigos mais dedicados o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali mudasse de procedimento, trabalhasse e arranjasse meios de publicar seus livros. Na capital paraense, colocou-se no jornal Notícias e passou a colaborar na tradicional Folha do Norte. Bem depressa, tornou-se popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Colaborou também em jornais e outras publicações de São Luís e de vários Estados, incluindo-se entre estas a Revista do Norte, de Antônio Lôbo e Alfredo Teixeira. Em 1908 funda Academia Maranhense de Letras, unido à plêiade de escritores e poetas locais. Nisso transferese para a Amazônia onde, residindo em Manaus, passa a colaborar com a imprensa local e torna-se membro fundador da Academia Amazonense de Letras. Sua vida sempre foi boêmia e desregrada, escrevendo seus versos em bares, mesas de botequim ou qualquer ambiente em que predominasse álcool, papel e tinta. Despreocupado pela sorte dos seus poemas, publicou seus livros em péssimas edições sem capricho ou conservação, aos cuidados de amigos e admiradores, deixando esparsa grande parte do que escreveu em jornais, revistas e folhas de cadernos de venda. Novamente muda-se mas para Belém, onde conhece o poeta Carlos D. Fernandes, que havia sido amigo de Cruz e Sousa e pertencera ao grupo da revista Rosa-Cruz. Dois anos depois, de retorno a Manaus, lá fixa-se


como funcionário público do Estado, onde vem a falecer em plena noite de natal, no dia 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade. Em Barra da Corda, o seu nome é lembrado oficialmente em uma única praça e pela Academia Barra-Cordense de Letras. Estilo literário A poesia de Maranhão Sobrinho é de fato colorida e fantasiosa, por vezes cheia de um resplendor de pedrarias, quando muito se revela satânica e, em alguns momentos, penetrada do amargor de Cruz e Sousa. "… É o representante mais completo da escola simbolista no Maranhão", diz Antônio Reis Carvalho, e de fato, segundo os críticos literários, é notória a influência dos poetas franceses Mallarmé, Verlaine e Baudelaire. Na poesia de Maranhão Sobrinho a ideia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma é parnasiana, afirma o literato Reis Carvalho. Literariamente batizado na escola simbolista, Maranhão Sobrinho é conhecido pelos críticos e estudiosos de literatura como um dos três melhores poetas simbolistas brasileiros, ao lado de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães. Obras Poesia 1908 - Papéis Velhos… Roídos pela Traça do Símbolo 1909 - Estatuetas 1911 - Vitórias-Régias Referências ↑ José Américo Augusto Olimpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho* nasceu em Barra do Corda, interior do Estado, em 20 de dezembro de 1879, e morreu ainda jovem, em Manaus, no mesmo dia em que completava 36 anos Site Antônio Miranda - acessado em 8 de setembro de 2015 Andrade Murici - Letras e Artes, ano I nº19, de Panorama, vol. II, pág. 323; Antônio Reis Carvalho - A Literatura Maranhense, na Biblioteca Internacional de Obras Célebres, vol. XX, pág. 9750; Fernando Góis - O Simbolismo, pág. 281; Josué Montello e João de Albuquerque Maranhão - Autores e Livros, (suplemento literário do jornal A manhã, do Rio), nº 19 do vol. I, de 21 de dezembro de 1941; José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho. Este é o nome completo de um expressivo nome da literatura brasileira: Maranhão Sobrinho. Nascido em Barra do Corda - MA, em 15 de agosto de 1879 e falecido em Manaus-AM, a 25 de dezembro de 1915, ele tornou-se uma das grandes vozes do simbolismo brasileiro. Consta entre os notáveis autores coletados por Andrade Murici no célebre Panorama do Simbolismo Brasileiro. Estabelecido em São Luiz jovem, dedicar-se-ia à literatura com destaque. Em 1903, estava em Belém do Pará. Em 1908, fundou a Academia Maranhense de Letras. Logo migraria para Manaus, onde se dedicaria à literatura e fundaria a Academia Amazonense de Letras. Em 1913, Maranhão Sobrinho publica no Diário do Piauhy, o poema O Mar: O mar Ouve! O mar escarpando as rochas na agonia do sol, parece ter na voz o humano acento de dor! Reza, talvez. Vai recolher-se. O dia se ajoelha e a tarde, em sonho, abraça o firmamento. Como nós, pode ser que a tristeza e a alegria o mar sinta também; precisa, em movimento, trazer um coração... quem sabe o que irradia, no seu íntimo, em doce e azul recolhimento! Escuta! Uma onda vem beijar-se os pés. Não há de calma os seios rasgar sobre os basaltos. Quérulas as ondas todas são. Ouve-lhe a voz. Piedade!


O mar leva-me a crer que tem paixões mortais, em que rolam, brilhando, as lágrimas das pérolas e palpita, fervendo, o sangue dos corais... Maranhão Sobrinho, Diário do Piauhy - Órgão Oficial dos Poderes do Estado, Ano III, Nº 31, 7 de fevereiro de 1913.

José Ribeiro de Sá Vale

Hosanas

Hosanas

Josué Montello

Cantico Abrindo um livro

A Mocidade/1934 Os novos/1936

Josué de Sousa Montello (São Luís, 21 de agosto de 1917 — Rio de Janeiro, 15 de março de 2006) foi um jornalista, professor, teatrólogo e escritor brasileiro. Biografia Trabalhou como diretor da Biblioteca Nacional, do Museu da República,[1] e do Serviço Nacional de Teatro, escreveu para a revista Manchete e o Jornal do Brasil, além de trabalhar no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Foi diretor do Museu Histórico Nacional de 1959 a 1967. Entre suas obras destacam-se Os tambores de São Luís, de 1965, a trilogia composta pelas novelas Duas vezes perdida, de 1966, e Glorinha, de 1977, e pelo romance Perto da meia-noite, de 1985. Obras de Josué Montello foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão e sueco. Algumas de suas novelas foram roteirizadas para o cinema; em 1976, Uma tarde, outra tarde recebeu o título de O amor aos 40; e, em 1978, O monstro, foi filmado como O monstro de Santa Teresa. Morreu em 15 de março de 2006, vítima de insuficiência cardíaca. Encontrava-se internado na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, há mais de um ano, para tratamento de problemas respiratórios. O corpo foi velado na Academia Brasileira de Letras e sepultado no fim da tarde no Cemitério São João Batista. Em sua homenagem, em 1997, o governo do Maranhão inaugurou a primeira biblioteca do Farol da Educação com a denominação de Biblioteca Farol da Educação Josué Montello. Também tem um dos bustos que homenageiam os grandes escritores maranhenses na Praça do Pantheon.[2] Obras A obra construída por Montello é assombrosa, pois abrange uma significativa variedade de meios de expressão - do romance ao teatro, do artigo jornalístico ao ensaio histórico. Sua prosa é elegante e fluída, passando ao leitor aquela enganadora sensação de ter sido escrita de forma ligeira, fácil, sem esforço aparente. Sua sólida formação intelectual se faz sentir em todos os ensaios e artigos, sempre permeados por análises precisas, argutas e diretas, ao passo que nos romances e peças teatrais a fina sensibilidade do artista impõe uma intensa abordagem psicológica das tramas e dos personagens. Disse o crítico Wilson Martins: "Josué Montello


é, hoje, sem dúvida, o decano do romance brasileiro. Escreve romances clássicos, na linha de Machado e de Eça, e não está preocupado em ser original. Ele mesmo admite, sem nenhum problema, que ignora as inovações estéticas dos últimos 50 anos. Escreveu romances extraordinários, em particular Os Tambores de São Luís", e ainda "Tudo isso nos induz a ler Os tambores de São Luís como romance psicológico, partindo do particular para o geral, caso em que a narrativa se desenvolve em espiral, tendo no negro Damião o centro dinâmico de convergência e irradiação. Josué Montello pertence à família espiritual de Balzac e Dostoievski; de Joyce e Thomas Mann; de Tolstoi e Faulkner; de George Eliot e Giovanni Verga; de Cervantes e John Dos Passos; de Conrad e Flaubert; de Eça de Queiroz e Machado de Assis – todos semelhantes nas suas diferenças e diferentes nas suas semelhanças, exatamente como nas famílias naturais. " Romances Principais Janelas Fechadas (1941) Luz da Estrela Morta (1948) Labirinto de Espelhos (1952) A Décima Noite (1959) Os Degraus do Paraíso (1965) Cais da Sagração (1971) História da Independência do Brasil (1972) obra em 4 volumes em que Montello foi o organizador.[3] Os Tambores de São Luís (1975) Noite Sobre Alcântara (1978) A Coroa de Areia (1979) O Silêncio da Confissão (1980) Largo do Desterro (1981) Aleluia (1982) Pedra Viva (1983) Uma Varanda sobre o Silêncio (1984) Perto da Meia-Noite (1985) Antes que os Pássaros Acordem (1987) A Última Convidada (1989) Um Beiral para os Bem-te-vis (1989) O Camarote Vazio (1990) O Baile da Despedida (1992) A Viagem sem Regresso (1993) Uma Sombra na Parede (1995) A Mulher Proibida (1996) Enquanto o Tempo não Passa (1996) Sempre Serás Lembrada (2000) Novelas O Fio da Meada (1955) Duas Vezes Perdida (1966) Numa Véspera de Natal (1967) Uma Tarde, Outra Tarde (1968) Um Rosto de Menina (1983) A Indesejada Aposentadoria (1972) Glorinha (1977) O Melhor do Conto Brasileiro (1979) Pelo Telefone (1981) Teatros Precisa-se de um Anjo (1943) Escola da Saudade (1946) O Verdugo (1954) A Miragem (1959) Através do Olho Mágico (1959) O Anel que Tu Me Deste (1960) A Baronesa (1960) Alegoria das Três Capitais (1960) Um Apartamento no Céu (1995) O Baile da Despedida (1997)


Ensaios Gonçalves Dias (1942) O Hamlet de Antonio Nobre (1949) Fontes Tradicionais de Antonio Nobre (1953) Artur Azevedo e a Arte do Conto (1956) O Oratório Atual do Brasil (1959) Caminho da Fonte (1959) O Presidente Machado de Assis (1961) Uma Palavra Depois de Outra (1969) Um Maître Oublié de Stendhal (1970) Estante Giratória (1971) A Cultura Brasileira (1977) Brazilian Culture (1983) Viagem ao Mundo de Dom Quixote (1983) Os Caminhos (1984) Lanterna Vermelha (1985) Janela de Mirante (1993) Fachada de Azulejo (1996) Condição Literária (1996) Memórias Póstumas de Machado de Assis (1997) Baú da Juventude (1997) O Juscelino Kubitschek de Minhas Recordações (1999)l A menina Marina Outros Pequeno Anedotário da Academia Brasileira (1961) Academia Brasileira de Letras Em 1954, foi eleito para a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Cláudio de Sousa. Até a sua morte, era o integrante mais antigo da Academia. Julia C. Monteiro Julio C. Monteiro

Julio Cicero Monteiro

Eliza O Ceará ridimido Tres cousas Mote A perola e a gota de orvalho Festas

Elegante/1893 Elegante/1893 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1894 Elegante/1892

JULIO CICERO MONTEIRO. BIOGRAFIA

Júlio Cícero Monteiro. Camocim. 1922. Fonte: O Malho, 1992, ed.1049, p.31 Já escrevemos sobre Júlio Cícero Monteiro (JUCIMON) em várias postagens neste blog. Ipuense de nascimento, mas foi em Camocim onde exerceu várias atividades. Desta vez, reproduzimos uma mini-biografia que mostra um pouco mais de sua profissão de jornalista.


Julio Cicero Monteiro - Filho de José Monteiro da Silva Moral e Dona Delphina Gonçalves da Silva Braga, nasceu em Ipu a 18 de Janeiro de 1867. Dedicou-se aos estudos de linguística e ao folclore, foi charadista e decifrador de mérito e atividade. Desde muito criança começou a escrever em jornaizinhos, que ele mesmo caligrafava. Com Manoel Coelho fundou o jornalzinho manuscrito Paladino, órgão da sociedade “Paladinos do Progresso”, e foi um dos redatores do O Globo, que existiu em 1887 — 1888 na cidade de Maranguape e no qual publicou artigos e versos, que assinava sempre com pseudônimos. Passando-se para Parangaba, fundou o Club Literário Democrático, dali passou-se para Fortaleza onde fundou O Bilontra, e de novo para Ipu onde fundou O Ipuense. Empregado superior no Escritório Central da Estrada de Ferro de Camocim, Julio Monteiro teve em nossa cidade exercido vários cargos, como o de membro do Conselho Escolar, ajudante do procurador da República, e vereador da Câmara Municipal. Foi presidente do Gabinete Camocinense de Leitura, fundado a 12 de Janeiro de 1913. Escreveu em 1893 um “Primeiro Livro de Leitura”, que foi approvado por Acto de 22 de Março da Junta de Instrucção Publica do Rio de Janeiro. Fonte: Dicionário Bio-bibliográfico Cearense. Barão de Studart.

Julio Dantas

A Luva Lady Godiva Lady Godiva II

Fuzarca/1929 O Registo/1917 O Registo/1917

Júlio Dantas GCC • GOSE • GCSE (Lagos, 19 de Maio de 1876 – Lisboa, 25 de maio de 1962) foi um escritor, médico, político e diplomata português, que se distinguiu como um dos mais conhecidos intelectuais portugueses das primeiras décadas do século XX. Na sua actividade intelectual foi um polígrafo, cultivando os mais variados géneros literários, da poesia ao romance e ao jornalismo, mas foi como dramaturgo que ficou mais conhecido, em particular pela sua peça A Ceia dos Cardeais (1902), uma das mais populares produções teatrais portuguesas de sempre. Na política foi deputado, Ministro da Instrução Pública e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1921-1922 e 1923), terminando a sua carreira pública como embaixador de Portugal no Brasil (1941-1949).[1] Considerado retrógrado por alguns intelectuais coevos, como foi o caso de Almada Negreiros, que escreveu o Manifesto Anti-Dantas, muito polémico, conseguiu granjear durante a vida grande prestígio social e literário, prestígio que decaiu após a sua morte. Foi eleito sócio da Academia de Ciências de Lisboa (1908), instituição a que presidiu a partir de 1922. Biografia Filho de Casimiro Augusto Vanez Dantas, militar, escritor e jornalista, e de sua mulher Maria Augusta Pereira de Eça, estudou no Colégio Militar, em Lisboa, sendo admitido com o número 114 em 1887, inscrevendo-se seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que concluiu em 1900 com uma tese intitulada Pintores e poetas de Rilhafoles.[2] Pouco depois ingressou no Exército Português, sendo oficial médico a partir de 1902. A carreira de medicina militar, onde optou por uma prática no campo de psiquiatria, não o absorveu: dedicouse simultaneamente à literatura e a uma intensa actividade intelectual e social, que o tornou conhecido nos meios políticos e nos círculos cultos de Lisboa. Em 1905 foi eleito deputado às Cortes.


Na literatura revelou-se um verdadeiro polígrafo, dedicando-se aos mais variados géneros literários, desde a poesia, o teatro, o conto, o romance e a crónica até ao ensaio. Alcançou grandes êxitos com as suas peças teatrais, com obras como A Severa, A Ceia dos Cardeais (obra que foi traduzida para mais de 20 línguas), Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde. Publicou o seu primeiro artigo em 1893 no jornal Novidades, e o seu primeiro livro de versos em 1897. Do ponto de vista estilístico, a sua obra situa-se entre o romantismo e o parnasianismo, predominando nas obras de teatro e nas novelas os temas históricos. Contudo, as melhores obras de Júlio Dantas, nomeadamente Paço de Veiros (1903) e o O Reposteiro Verde (1921) têm um claro pendor para o naturalismo. Foi durante décadas um dos autores portugueses mais apreciados no estrangeiro. Nas suas obras defende o culto do heroísmo, da elegância e do amor, situando a trama das suas obras quase invariavelmente no século XVIII, época que escolhia quase sempre como cenário das suas produções, salientando a decadência da vida aristocrática da época. Nas suas obras é também comum encontrar a exaltação do efémero, da morte e do sentimentalismo mais pungente. A sua obra poética é claramente inspirada na lírica palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. A primeira produção de uma das suas peças ocorreu em 1899, no Teatro Dona Amélia (actual Teatro São Luiz) de Lisboa, com a apresentação da peça em quatro actos O que morreu de amor, pela Companhia Rosas & Brasão. Ainda no campo teatral dedicou-se à tradução, tendo publicado versões em língua portuguesa de Cyrano de Bregerac, de Edmond Rostand, e do Rei Lear, de William Shakespeare. Exímio tradutor, as suas traduções contam-se entre as melhores feitas para a língua portuguesa. A Ceia dos Cardeais (1902) foi enormemente popular no seu tempo, e tem continuado a ser reeditada até aos nossos dias. Com base na sua obra teatral A Severa, José Leitão de Barros realizou o primeiro filme sonoro português em 1931. A sua peça Os Crucificados aborda, pela primeira vez no teatro português, a temática da homossexualidade. Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa a partir de 1908 e sócio efectivo desde 1913. Por várias vezes foi escolhido para presidente da instituição. Em 1949 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Brasil, título que em 1954 também lhe foi atribuído pela Universidade de Coimbra. Aceitou também uma carreira no ensino artístico e foi director do Conservatório Nacional de Lisboa, sendo ali professor de História da Literatura e director da Secção de Arte Dramática. A 14 de Fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[3] Foi Ministro da Instrução Pública no Outono de 1920, no governo presidido por António Granjo, e Ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Cunha Leal, no Inverno de 1921-1922, e novamente em 1923 no governo de Ginestal Machado. A 14 de Fevereiro de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e a 21 de Março do mesmo ano foi elevado a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[3] Em 1938-1940 presidiu à Comissão Executiva dos Centenários, dirigindo a Exposição do Mundo Português que teve lugar em Lisboa e colaborou na Revista dos Centenários,[4] orgão de propaganda da mesma. Em 1941 foi um dos Embaixadores Especiais enviados ao Brasil para dignificar a cultura de Portugal e em 1949 foi nomeado embaixador de Portugal no Rio de Janeiro.[5] Nessas funções teve papel destacada na elaboração de um acordo ortográfico com o Brasil. Foi considerado retrógrado por alguns, como foi o caso de Almada Negreiros, que lhe dedicou o Manifesto Anti-Dantas. O facto de ter sido invectivado por aquele manifesto e se ter transformado num dos alvos dos jovens aderentes do modernismo comprova a sua notoriedade de homem público. Apesar disso, passado o teste do tempo e amainadas as paixões, Vitorino Nemésio e David Mourão Ferreira defenderam a sua qualidade literária e a sua invulgar mestria dramatúrgica, considerando-o merecedor de destaque nas letras portuguesas. No jornalismo e na crítica literária, foi colaborador dos jornais mais importantes de Portugal, nomeadamente do Diário Ilustrado, Novidades, Correio da Manhã e Renascença e escreveu no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e no La Nación, de Buenos Aires.[6] Na área da imprensa, também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Branco e Negro[7] (18961898), Serões[8] (1901-1911), Revista do Conservatório Real de Lisboa[9] (1902), Illustração portugueza[10] (1903-1980), Azulejos[11] (1907-1909), O Palco[12] (1912), Atlântida[13] (1915-1920), Terra portuguesa [14] (1916-1927), Revista de turismo[15] iniciada em 1916, O domingo ilustrado[16] (19251927), Ilustração[17] (1926-), Feira da Ladra[18] (1929-1943), Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais[19] (1931-1936), Boletim cultural e estatístico[20] (1937), Revista municipal[21] (1939-1973) e Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas[22] (1941-1945).


Na política foi considerado oportunista, mostrando realmente uma grande versatilidade, servido como deputado na Monarquia, como ministro na Primeira República e finalmente como deputado, presidente da Comissão dos Centenários[23] e embaixador em pleno Estado Novo. Sob a sua plasticidade política, Fernando Dacosta afirmou: "para se aproximar do Paço e da Rainha escreve a "Ceia dos Cardeais". Não recebendo os cargos e as honrarias a que julgava ter direito, aproveita-se da crise do regime monárquico e faz "Um Serão nas Laranjeiras", denúncia da decomposição da corte. Mas não se afasta dela." Quando foi proclamada a República, Júlio Dantas aderiu ao regime e publicou, no diário A Capital, o folhetim "Cruz de Sangue", depois em livro com o título Pátria Portuguesa (1914), fazendo a exaltação do povo e a condenação da nobreza. Em 1911, desencadeado o conflito entre a Igreja Católica e o Estado Português por causa da Lei da Separação de Afonso Costa, publica a peça A Santa Inquisição (1910), um libelo contra a Inquisição. Com o advento do salazarismo, publicou Frei António das Chagas, um "elogio de quem se sacrifica, se imola pela Pátria".[24] Terminada a Segunda Guerra Mundial, prevendo a queda do Estado Novo, introduziu, em 1946, na Antígona, peça de estreia de Mariana Rey Monteiro, uma crítica velada ao velho ditador por meio da personagem de Creonte.[25] Foi um dos fundadores da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a SECTP, de que foi o primeiro presidente. Aquela sociedade deu origem à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Contrariando o estereótipo de conservadorismo ligado à sua imagem pública, quebrou com a tradição e, não sendo crente, resistiu à pressão social da época: casou civilmente, a 30 de Maio de 1942, com Maria Isabel Penedo Cardoso e Silva, da qual não teve descendência, e recusou um funeral católico, mantendo-se fiel às suas convicções laicas. Júlio Dantas é lembrado na sua cidade natal, Lagos, por um busto, localizado em Santo Amaro, na área envolvente ao Mercado Novo, dando também o nome à biblioteca pública da cidade. É também patrono da Escola Secundária Júlio Dantas, a principal escola pública de ensino secundário daquela cidade. Obra Um dos mais prolíficos polígrafos da literatura lusófona, Júlio Dantas cultivou os mais variados géneros literários, como o romance, a poesia, o teatro e conto, tendo-se também dedicado ao ensaio. Contudo, conseguiu os seus maiores êxitos como dramaturgo, com peças como A Severa, A Ceia dos Cardeais, Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde. A lista que se segue, organizada por género literário, não é exaustiva. Poesia Nada (1896) Sonetos (1916) Teatro Auto da Rainha Claudia (1897) Sátira O Que Morreu de Amor (1899) Viriato Trágico (1900) Século XVII: Comédia de Capa e Espada A Severa (1901) peça em quatro actos Dona Mécia (1901) Libretto de Ópera (Teatro S. Carlos) traduzido em Italiano por Buonaventosa e Mirés Crucificados (1902) peça em 4 actos. Representada pela primeira vez em Janeiro de 1902 no antigo Teatro D. Amélia. A Ceia dos Cardeais (1902) D. Beltrão de Figueirôa (1902), Paço de Veiros (1903), Um Serão nas Laranjeiras (1904) comédia em três atos Rei Lear (1905) adaptação em 7 quadros e em verso da tragédia em 28 cenas e em prosa, de Shakespeare O Caminheiro (1905) Rosas de Todo o Ano (1907) Mater Dolorosa (1908) peça em um ato, em prosa Auto de El-Rei Seleuco de Camões (1908) adaptação à cena moderna Santa Inquisição (1910) Peça em 4 actos e 1 quadro O Primeiro Beijo (1911) Peça em 1 Acto, em prosa D. Ramon de Capichuela (1912) saynete em verso sobre um motivo castelhano O Reposteiro Verde (1912) peça em quatros 1023 (1912) um acto em verso O Tambor (1913) um acto em verso Soror Mariana (1915) peça em 1 acto Carlota Joaquina (1919) Peça em um acto D. João Tenório (1920) versão libérrima da peça de José Zorilla


A Castro (1920) Adaptação, em 4 actos, da Castro, de Antónia Ferreira O Rendez-Vous Amarelo (1926) Os Dois Macacos Antígona (1946) peça em 5 atos, inspirada na obra de poetas trágicos gregos e, em especial, na Antígona de Sófocles Frei António das Chagas (1947) peça em 4 atos Outono em Flor - Comédia em Três Actos (1949) A Catedral (Póstuma - 1970) peça em quatro actos Prosa Doentes (1897), em co-autoria com Manuel Penteado Outros Tempos (1909) Figuras de Ontem e de Hoje (1914) Pátria Portuguesa (1914) O Amor em Portugal no Século XVIII (1915) Mulheres (1916) Abelhas Doiradas (1920) Arte de Amar (1922) Cartas de Londres (1927) Alta Roda (1932) Viagens em Espanha (1936) Marcha triunfal (1954) Conferências O Heroísmo, a Elegância, O Amor (1923) Traduções Rei Lear (de William Shakespeare) Cyrano de Bergerac (de Edmond Rostand) O Azougue (de Paul Saunière). Lisboa: Empresa Editora, 1898. O Caminheiro (tradução libérrima da peça em 5 actos homónima de Jean Richepin). Lisboa: Livraria da Viúva Tavares Cardoso, 1905 Juvenal Tavares

Cantando...

Revista do Norte/1901

Luiz Demétrio Juvenal Tavares, 1850 - 1907 Luiz Demétrio Juvenal Tavares nasceu em Cametá, a 21 de junho de 1850. Poeta e jornalista de grande talento. Publicou várias obras de expressivas sensibilidade poética e artigos de vigorosa combatividade na imprensa. Deixou os livros em versos “Pyrilampos” (1877), “Paraenses” (1877), “Viola de Joana” (1887), “Versos Antigos e Modernos” (1889) e os livros de contos “Vida na Roça”, “Casos e mais casos”, “Serões de Mãe Preta“, além de “Musa Republicana”.


L. A. Palmeirim

Sem titulo A vivandeira

A SENTINELA/1855 A SENTINELA/1855

Luís Augusto Xavier Palmeirim (Lisboa, 9 de Agosto de 1825 - ibid., 4 de Dezembro de 1893), também conhecido por Luís Xavier Palmeirim, foi um escritor e político português do século XIX. Frequentou o Colégio Militar. Defendendo as suas posições políticas foi deputado e tomou parte na rebelião da Maria da Fonte, entre 1846 e 1847, ao serviço da Junta do Porto, contra a ditadura de Costa Cabral[1]. A partir de 1878, foi director do Conservatório de Lisboa. Pertenceu à geração romântica do Trovador 1848. Jornalista, tradutor, crítico, contista, dramaturgo e poeta ultra-romântico, exalta na sua poesia os tipos anárquicos, anti-sociais. Foi colaborador do periódico O Panorama[2] (1837-1865), bem como do semanário Ilustração LusoBrasileira [3] (1856-1859), da Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [4] (1859-1865), da revista O Ocidente (1878-1909) e do periódico Lisboa creche: jornal miniatura [5] (1884). Em 1949 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.[6] Bibliografia Poesias (1851, colectânea de poesia) O Sapateiro de Escada (1856, comédia) Como se Sobe ao Poder (1856, comédia) A Domadora de Feras (1857, comédia) Cartas da Ericeira (1874, Crónica) Portugal e os seus Detractores (1877, ensaio) Galeria de Figuras Portuguesas (1879, não-ficção) Os Excêntricos do meu Tempo (1891, não-ficção) Latino Coelho

Pensamento

Elegante/1892

José Maria Latino Coelho (Lisboa, 29 de novembro de 1825 – Sintra, 29 de agosto de 1891), mais conhecido por Latino Coelho, militar, escritor, jornalista, filólogo, historiador, ensaísta e político português, formado em Engenharia Militar. Seguiu a carreira das armas, tendo atingido o posto de general de brigada do estado-maior de engenharia. Seguindo um percurso político que o levaria do Partido Regenerador, pelo qual foi eleito deputado, ao Partido Republicano Português, com passagem por um governo do Partido Reformista, de que foi fundador e ministro, a sua carreira política percorreu todo o arco partidário da Monarquia Constitucional. Foi várias vezes eleito deputado, foi par do Reino eleito e exerceu as funções de ministro da Marinha e de vogal do Conselho Geral de Instrução Pública. Foi lente na Escola Politécnica de Lisboa e sócio efetivo e secretário perpétuo da Academia Real das Ciências de Lisboa. Como escritor, notabilizou-se com obras notáveis de foro histórico e ensaístico. Biografia José Maria Latino Coelho nasceu em Lisboa a 29 de novembro de 1825, filho de Maria Henriqueta Latino Martins de Faria Coelho e do tenente-coronel de artilharia João Alberto Coelho, que esteve exilado em Espanha até 1834 devido às suas convicções liberais.


Aluno brilhante e aplicado, Latino Coelho teve educação esmerada, estudando francês, inglês e rudimentos de Matemática e das ciências exatas. Em 1837 e 1838 estudou Latim, Grego e Lógica no Liceu Nacional de Lisboa, saindo sempre distinto nos seus exames. Em 1838 foi admitido no Colégio Militar,[1] onde concluiu os estudos preparatórios, tendo sido o melhor aluno do seu curso. Carreira militar Depois de ter frequentado o Colégio Militar, passou à Escola do Exército para prosseguir o curso de Engenharia Militar. Naquela Escola ganhou três prémios e habilitou-se com distinção para a carreira de oficial de Engenharia. Assentou praça no Regimento de Infantaria n.º 16 a 14 de Novembro de 1843, sendo pouco depois nomeado alferes-aluno do mesmo corpo, sendo promovido a alferes em 12 de Dezembro de 1848 e a tenente a 14 de Julho de 1851. Concluiu os estudos na Escola do Exército quando rebentava a Revolução da Maria da Fonte, a que se seguiu a guerra civil da Patuleia, que só terminaria em 1847 pela intervenção da Quádrupla Aliança. Tendo entretanto obtido habilitação como engenheiro militar e regressada a paz, passou à arma de engenharia, como capitão, em 10 de Agosto de 1864. Foi promovido a major de engenharia a 30 de Janeiro de 1872, a tenente-coronel em 6 de Maio de 1874, a coronel em 29 de Maio de 1878 e a general de brigada em 19 de Setembro de 1888. Carreira académica Em 1851, depois dum concurso brilhante foi nomeado lente substituto da cadeira de Mineralogia e Geologia da Escola Politécnica de Lisboa. Para uso dos alunos da Escola Politécnica publicou um Curso de Introdução à História Natural (1850). Para além desta obra prepara numerosos apontamentos destinados aos seus alunos, alguns dos quais publica em revistas de divulgação. Foi eleito sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa em 18 de Maio de 1855. Em resultado da sua excelente participação nos trabalhos académicos, em 1856, por votação unânime, foi nomeado secretário da Academia, ficando depois considerado secretário perpétuo. Tendo em vista a necessidade de dotar as então escolas primárias de uma obra de referência adequada aos conhecimentos de mestres e alunos, elabora, em colaboração com o célebre lexicógrafo Francisco Júlio de Caldas Aulete (1823 – 1878) e outros, uma Enciclopédia das escolas de instrução primária dividida em três partes. (1857). Em 1870, foi incumbido pela Academia Real das Ciências de Lisboa de dirigir a comissão encarregada de dar continuação aos inglórios esforços de José da Fonseca, Bartolomeu Inácio Jorge e Agostinho José da Costa Macedo, os organizadores do Dicionário da Lingua Portuguesa, de 1793, também produzido sob a égide da Academia de Ciência de Lisboa, mas que tinha parado na letra A, em azurrar, e assim se encontrava. Para tal, foram-lhe confiados os subsídios legados a Alexandre Herculano e vendidos pelo falecido historiador àquela corporação. Publicou várias biografias de figuras históricas, as melhores das quais publicadas na coleção intitulada Galeria de varões ilustres de Portugal, do editor David Corazzi. Recebeu também o encargo de escrever, oficialmente uma História do cerco do Porto em 1832, tendo dos seus esforços resultado a publicação da obra intitulada História Política e Militar de Portugal, desde Fins do Século XVIII até 1834 (3 volumes publicados entre 1874-1891). Grande parte da sua obra académica encontra-se dispersa por jornais e revistas, as mais relevantes das quais nas Memórias da Academia das Ciências, na Revista Peninsular, Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [2] (1859-1865) e no Arquivo Pitoresco. Carreira jornalística Latino Coelho estreou-se como jornalista na Revolução de Setembro, escrevendo uma série de artigos sobre as questões que agitavam então a Europa e sobre as diferentes fases por que à época passavam os ideais democráticos. A partir daí passou a colaborar ativamente naquele periódico, em oposição ao governo. Durante alguns meses foi também redator principal doutro jornal da mesma cor política, intitulado A Emancipação. Em 1851 foi fundada A Semana, um semanário literário, congregando a colaboração dos principais escritores da época. Latino Coelho teve parte importante na sua redação. Nesta fase, os seus melhores artigos versaram a biografia de personalidades eminentes nas letras. Já anteriormente escrevera artigos biográficos e uma coleção de tipos nacionais na Revista Peninsular. No ano de 1852, quando foi publicado em Portugal uma obra da autoria de Sinibaldo de Más, antigo embaixador de Espanha no império da China, fazendo a apologia da união pacífica de Espanha e Portugal, Latino Coelho escreveu o prólogo da obra, manifestando-se adepto do iberismo.


Em 1853, no Portugal Artístico, escreveu a maior parte dos artigos que acompanharam as gravuras em grande formato dos monumentos descritos, sendo da sua autoria as versões português e francês. No periódico O Panorama[3] (1837-1868) publicou uma minuciosa e extensa biografia do visconde de Almeida Garrett. Colaborou também na Época, Farol, Civilização Popular, A Discussão, Política Liberal e Jornal do Comércio, de que foi algum tempo redator principal. Também colaborou com o jornal A Democracia e no Século escreveu, por muito tempo, o editorial da edição de domingo. Como jornalista, distinguiu-se sempre pela elegância e pureza do estilo e pelo vigor e correção com que discutia os assuntos que serviam de tema aos seus escritos. Era raro o jornal literário que não tivesse colaboração sua. Tinha grande competência nalgumas línguas estrangeiras. Escreveu em espanhol a biografia de Almeida Garrett, que foi publicada na Revista Peninsular. Foi diretor do Diário de Lisboa, então jornal oficial do governo, por ocasião da nova organização que lhe foi dada em 1859. Também se conhecem colaborações em diversas publicações periódicas como: a Illustração lusobrasileira[4] (1856-1859), Arquivo Pitoresco[5] (1857-1868), Jornal de Domingo[6] (1881-1888), Galeria republicana[7] (1882-1883), A Imprensa [8] (1885-1891) e, a título póstumo, no periódico O Azeitonense[9] (1919-1920). Carreira política

Gravura de Latino Coelho, publicada em 1860. Como aconteceu com a maioria dos grandes vultos da política portuguesa durante a Monarquia Constitucional, Latino Coelho ingressou na política ativa através do jornalismo: depois de se tornar conhecido como distinto jornalista da Revolução de Setembro, carreira que encetara em 1849, nada mais natural do que ser incluído nas listas partidárias. Outra faceta das suas opiniões políticas, o iberismo, ficou bem patente no prefácio que em 1852 escreve para a edição portuguesa da obra intitulada A Ibéria, do diplomata espanhol Sinibaldo de Más, onde defende a necessidade de uma aproximação entre portugueses e espanhóis e a necessidade de difundir entre nós as ideias da fusão ou pelo menos da aliança ibérica. Retomaria este tema em 1859 no prefácio à obra de Xisto Câmara intitulada A União Ibérica. O percurso de Latino Coelho levou-o a ser eleito deputado por Lisboa, nas eleições suplementares de 3 de Dezembro de 1854, filiado no Partido Regenerador. Prestado juramento a 10 de Janeiro de 1855, só mais de dois meses depois de frequentar a Câmara dos Deputados fez o seu primeiro discurso, no dia 28 de Março de 1855, discurso a que toda a imprensa teceu os maiores elogios. Nas eleições gerais de 9 de Novembro de 1856 (10.ª Legislatura Constitucional) não conseguiu fazer-se eleger por Lisboa, reentrando no parlamento apenas a 30 de Março de 1857, depois de ter sido eleito deputado pelo círculo plurinominal da Horta, nos Açores, na eleição suplementar realizada em 25 de Janeiro desse ano. Nas eleições gerais para a 11.ª legislatura, realizadas a 2 de Maio de 1858, foi novamente eleito pelo círculo da Horta. O mesmo aconteceu nas eleições gerais de 1 de Janeiro de 1860, tendo prestado juramento a 21 de Maio daquele ano. A sua prestação parlamentar neste período foi brilhante, com múltiplas intervenções cobrindo grande variedade de temas. Foi o período mais fecundo da sua passagem pelas Cortes. Ao longo deste período foi-se distanciando do Partido Regenerador, alinhando-se progressivamente pelas posições do Partido Histórico, o que já era claro em 1861. Contando com pouco apoio partidário, nas eleições gerais de 22 de Abril de 1861 não foi eleito, ficando o seu retorno à Câmara dependente de uma eventual eleição suplementar. Tal veio a acontecer a 26 de


Outubro de 1862, mas agora a eleição foi patrocinada por José da Silva Mendes Leal, que acorria a tentar trazer à sua zona de influência o ilustre trânsfuga, num dos círculos uninominais de Lisboa afetos ao Partido Histórico, que agora constituía a nova maioria. Prestou juramento a 12 de Janeiro de 1863. Esta passagem pela área de influência dos históricos foi breve: logo em princípios de 1863 votou contra as posições governamentais, causando embaraços ao ministério presidido pelo duque de Loulé. Tal provocou a imediata reação dos eleitores afetos ao Partido Histórico que o tinham eleito, que, sentindo-se traídos, declaravam, em manifesto publicado a 10 de Maio de 1863, que tinham perdido a confiança em Latino Coelho como seu representante. Na sessão parlamentar imediata, Latino Coelho apresentou perante a Câmara a sua defesa, declarando-se defensor do mandato representativo em oposição ao mandato imperativo a que o pretendiam obrigar e reafirmando que o apoio ao governo não podia significar subserviência dos deputados. Coube a Mendes Leal, que o havia apadrinhado na entrada para a lista dos históricos, responder em nome da maioria, num interessante debate que acabaria com a aprovação de uma proposta de José Luciano de Castro em que a Câmara de recusava a tomar posição sobre a matéria. Em resultado, a 15 de Maio Latino Coelho renuncia ao seu mandato de deputado, malgrado o apoio que os regeneradores, liderados por Fontes Pereira de Melo, lhe deram, tentando fazê-lo retornar às suas fileiras. Desiludido com os grandes partidos do rotativismo, resolveu afastar-se de ambos. Foi um dos fundadores do Clube dos Lunáticos, que se reunia no Pátio do Salema, no qual se ligou, entre outros, a António de Oliveira Marreca, Elias Garcia e Augusto Saraiva de Carvalho. Este grupo constituiu o embrião do Partido Reformista, designação da autoria do próprio Latino Coelho. Em consequência da sua participação neste novo partido, foi nomeado ministro da Marinha do governo reformista nomeado em 22 de Julho de 1868, num arranjo ministerial presidido por Sá da Bandeira, mas cujo homem forte era D. António Alves Martins, o conhecido Bispo de Viseu. Permaneceu no governo até à sua queda, a 11 de Agosto de 1869. Foi integrado nas listas deste novo partido que regressou ao parlamento em 1869, agora eleito pelo círculo de Proença-a-Nova. Nas eleições seguintes foi deputado pela Anadia (1869) e por Lisboa (1870), mas a progressiva aproximação do Reformista ao Partido Histórico, e a sua previsível inclusão no rotativismo, em breve o desgostaram e o conduziram a nova dissidência, desta vez em direção aos novos ideais republicanos que começavam a despontar em Portugal. Temporariamente afastado da política ativa e ocupado pela sua intensa atividade literária e jornalística, ainda assim desempenhou um papel relevante na estruturação do Partido Republicano Português e estando envolvido na fundação do Centro Republicano de Lisboa (1979). O seu apoio ao republicanismo foi feito sempre de forma moderada, o que permitiu que desenvolvesse a sua carreira militar e académica sem estorvo de maior. A 2 de Dezembro de 1885 Latino Coelho foi eleito par do reino, em representação das corporações científicas. Tomou assento na Câmara dos Pares a 25 de Janeiro de 1886. Nesta Câmara retomou, depois de 16 anos de ausência, a sua participação parlamentar centrou-se na defesa moderada dos princípios republicanos, numa linha doutrinária contida na sua obra O preço da monarquia (1886), uma edição aumentada da sua primeira intervenção parlamentar como par do Reino. Nele defende a alternância entre um partido monárquico e conservador e um partido republicano e progressista, apostado em reformar as instituições. Regressou à Câmara dos Pares, agora como deputado republicano pelo círculo de Lisboa, eleito nas eleições gerais de 1889 e 1890. Fez parte da lista de protesto que surgiu na sequência do ultimato britânico de 1890. Exerceu diversas comissões, como a encarregada da reforma da Academia das Belas Artes de Lisboa. Comparecia nas assembleias políticas, quando o partido reclamava o auxílio do seu saber e da sua experiência, usando da palavra com toda a correção e dignidade, criticando, castigando, demolindo, sem perder a linha austera e nobre, que era uma das feições dominantes do seu caráter. Foi por isso que obteve o respeito e as atenções de todos os partidos, e que, dentro da monarquia que ele combateu, contava verdadeiras afeições, porque se fazia justiça à sua sinceridade. Morte e homenagens póstumas Faleceu em Sintra a 29 de Agosto de 1891. A Academia Real das Ciências de Lisboa realizou no dia 11 de Dezembro de 1898 uma sessão solene, com a presença do rei D. Carlos I, da rainha D. Amélia de Orleães e do infante D. Afonso, na qual os académicos Tomás Ribeiro e Sousa Monteiro fizeram o elogio histórico de José Maria Latino Coelho. Latino Coelho era comendador da Ordem de Cristo, grã-cruz da Ordem da Torre e Espada e grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Principais obras publicadas Entre muitas obras, em particular dispersas por periódicos, Latino Coelho é autor das seguintes: Oposição sistemática, Lisboa (1849)


Curso de introdução à História Natural dos três reinos, Lisboa (1850) (também na Revista Popular, tomo II) A Ibéria, memória escrita em língua espanhola por um filo-português e traduzida na língua portuguesa por um filo-ibérico, Lisboa (1852) Enciclopédia das escolas de instrução primária dividida em três partes. Composta por distintos escritores, sob a direcção do sr. José Maria Latino Coelho, Lisboa (1857) A Oração da Coroa, tradução da obra de Demóstenes, com um estudo introdutório intitulado A Civilização da Grécia (1877) O sonho de um rei, Coimbra (1879) História Política e Militar de Portugal, desde Fins do Século XVIII até 1834 (3 volumes publicados entre 18741891) Luís de Camões (1880) (1.° volume da Galeria de varões ilustres de Portugal, do editor David Corazzi) Vasco da Gama (1882) Marquês de Pombal (1904) Garrett e Castilho (1917) Tipos Nacionais (1919) Cervantes (1919) Arte e Natureza (1923) Literatura e História (1925) Elogio histórico de José Bonifácio de Andrada e Silva, in Edgard de Cerqueira Falcão (comp.) – Obras Científicas, Políticas e Sociais de José Bonifácio de Andrada e Silva, vol III. Santos, (1964) Dispersa por periódicos diversos encontram-se muitos artigos, alguns de grande fôlego, dos quais se listam apenas alguns: Relatório dos trabalhos da Academia Real das Ciências, lido em sessão pública de 19 de Novembro de 1856, Lisboa (1856) (também nas Memórias da Academia, tomo II, parte I, da nova série, classe 2.ª) Relatório dos trabalhos da Academia Real das Ciências, lido na sessão pública de 20 de Fevereiro de 1859, Lisboa (1859) Elogio histórico de D. Fr. Francisco de São Luís, recitado em sessão pública da Academia Real das Ciências de 19 de Novembro de 1856, Lisboa (1856) Elogio histórico de Rodrigo da Fonseca Magalhães lido na sessão pública da Academia em 20 de Fevereiro de 1859, Lisboa, (1859) (também nas Memórias da Academia) Juízo crítico sobre o «Arco de Sant'Anna» de Almeida Garrett na Semana, vol. II (1851) Estudos sobre os diferentes métodos de ensino do ler e escrever, no Panorama (1854) O visconde de Almeida Garrett, estudo biográfico crítico, no Panorama (1855) D. Maria II, Santa Maria de Belém e Sintra, artigos que acompanham as estampas respetivas no Portugal Artístico Almeida Garret (originalmente em espanhol na Revista Peninsular, tomo I) Considerações sobre a união ibérica, no Archivo Universal, tomo I Casal Ribeiro, perfil crítico, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo I António Feliciano de Castilho, na Revista Contemporânea, tomo I Novo retrato do sr. J. M. Latino Coelho, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo II (carta a Teixeira de Vasconcelos) Viagem ao Tibete e à Alta Ásia, pelos srs. Adolpho, Hermano e Robert von Schlagintweit, no Diário de Lisboa, n.º 256 e seguintes Proposições do poema, nota na tradução dos Fastos de António Feliciano de Castilho, tomo I Fernando de Magalhães, no Archivo pittoresco, tomo VI (em diversos números) Relatório dos trabalhos da Academia Real das Ciências, lido na sessão pública de 10 de Março de 1861, Lisboa, (1861) (tomo III, parte I, das Memórias da Academia, 2.ª classe, nova série) Elogio do barão de Humboldt, lido na sessão pública da Academia Real das Ciências de Lisboa em 10 de Março de 1861, Lisboa, (1861) (tomo III, parte I, das Memórias da Academia, 2.ª classe, nova série) Relatório dos trabalhos da Academia, lido na sessão pública de Abril de 1863, Lisboa, (1863) Estudo biográfico-crítico sobre Júlio Máximo de Oliveira Pimentel, na Revista Contemporanea de Portugal e Brasil, tomo II e tomo III. Episódios da vida de Alexandre de Humboldt na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo III. O Infante D. João, biografia na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, tomo IV. Manifesto aos eleitores do circulo 65 (distribuído avulsamente e transcrito em vários jornais)


Relatório da comissão encarregada de propor à Academia Real das Ciências de Lisboa o modo de levar a efeito a publicação do Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa (1870) (assinado pelos membros da comissão, sendo relator Latino Coelho) De la independencia de Portugal, carta a Emilio Castelar, no Jornal do Commercio, de 8 de Março de 1871 O Gladiador de Ravena, drama traduzido do alemão (representado no Teatro de D. Maria II) Escritos literários e políticos, tomo I: Elogios académicos, Lisboa (1873) Elogio Histórico de José Bonifácio de Andrada e Silva, lido na sessão pública da Academia Real das Ciências Lisboa em 15 de Maio de 1877 (com o retrato de Andrada e Silva litografado), Lisboa, (1877) Panegírico de Luiz de Camões, lido na sessão solene da Academia Real das Ciências de Lisboa em 9 de Junho, Lisboa (1880) Também se lhe deve a introdução à coletânea mandada publicar por uma comissão organizada no Rio de Janeiro para promover no Brasil as comemorações do centenário de Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º marquês de Pombal. Traduziu várias obras do francês e do alemão, entre as quais as comédias Les vieux garçons e Les Ganaches, de Victorien Sardou, a que deu, respetivamente, o título de Solteirões e de Caturras. Aquelas obras foram levadas à cena no Teatro de D. Maria II.

Laura Rosa

Aurora Recolhimento Natal O rouxinol e a râ Por que não a chuva? Expansão Perguntas Sobre os mares

Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 Elegante/1890 O Condor/1908

Laura Rosa (São Luís, 01 de outubro de 1884 — Caxias, 14 de novembro de 1976) foi uma professora, poeta, contista e conferencista maranhense. Usava o pseudônimo de Violeta do Campo.[1]

Biografia Filha de Cecília da Conceição Rosa e de pai não declarado, Laura foi criada por padrinhos, que proporcionaram-na uma boa educação. Formou-se professora normalista em 12 de janeiro de 1910 pela Escola Normal do Estado do Maranhão e no dia 18 do mesmo mês foi nomeada professora de um distrito do município de Caxias.[2] Em 1934, participou como educadora de Curso Geral de Aperfeiçoamento para Professores na cidade de Belo Horizonte. Eleita em 03 de abril de 1943 e empossada em 17 de abril do mesmo ano, foi fundadora da cadeira de nº 26 da Academia Maranhense de Letras, tendo Antonio Lôbo como patrono. Em sua posse foi recebida por Nascimento Moraes.

Obras • • •

As Crianças (1909) Promessas (contos) Castelos no ar (poemas)

Referências


1. ↑ «Exposição "Mulher em Destaque" homenageia 13 maranhenses». Imirante. 8 de março de 2014. Consultado em 17 de setembro de 2018 2. ↑ «Laura rosa, a "Violeta do Campo"». Noca. 27 de outubro de 2010. Consultado em 17 de setembro de 2018

Ligações externas •

Lista de membros da Academia Maranhense de Letras Laura Rosa, nascida em São Luis do Maranhão, no dia 1º de outubro de 1884. Por amor à língua portuguesa e às letras, formou-se em Normalista do Magistério, e, como professora, veio para o sertão, ainda, na segunda década do século passado com a finalidade de lecionar na antiga Escola Normal de Caxias.

Em sua terra natal, durante sua escolaridade, escreveu inúmeros poemas e participava, ativamente, da vida literária estudantil ludovicense, vindo a ser cognominada de “violeta do Campo”; pseudônimo com o qual assinava seus poemas. Na princesa do Sertão Maranhense, a poetisa, Laura Rosa, foi hóspede durante muitas décadas da valorosa professora caxiense, Filomena Machado Teixeira, e, com a qual, foi das primeiras incentivadoras da criação da Academia Caxiense de Letras, e, na qual, é patrona da Cadeira que pertenceu a Adailton Medeiros e que deverá ser ocupada, brevemente, pela professora e escritora Joseane Maia, membro da Casa de Coelho Neto. Antes de sua partida para uma dimensão de além-vida, a poetisa realizava em procedimento espontâneo, quase que diariamente ao receber visitas, verdadeiros saraus poéticos na companhia de escritores e poetas caxienses, dentre os quais: Cid Teixeira de Abreu, Déo Silva, João Vicente Leitão, Abreu Sobrinho, Vitor Gonçalves Neto, Jota Cardoso e, ainda, os estudantes ginasiais àquela época: Edmilson Sanches e Wybson Carvalho, bem como outros jovens poetas da cidade, quando em adolescência, se intrometiam entre ela e eles para aprender a ouvir e passar a gostar de poesias. Laura Rosa se encantou, em Caxias, na data de 14 de novembro de 1976, aos 82 anos de vida dedicados ao magistério e às letras. Laura Rosa, foi a primeira mulher maranhense a ter acento a uma Cadeira na Academia Maranhense de Letras. Eis, alguns trechos do discurso de posse da poetisa Laura Rosa, proferido no dia 17.04.1943, no Salão Nobre da Casa de Antônio Lobo (AML). No discurso, destaco um ponto que parece comum na posse de membros homens e/ou mulheres, à referência a algum amigo mais próximo, o qual parece ser responsável pela indicação do membro para ocupar à vacância da Academia. “Manda a justiça que vos diga, em primeiro lugar, que me trouxeram para esta casa de sábios ilustres as mãos amigas de Corrêa de Araújo e Nascimento de Moraes com a benevolência de seus pares. Trouxeram-me, porque, de mim mesma, nunca imaginei suficientes os meus versos, para merecimento de tão honrosas credenciais”. A humildade com que a escritora se apresenta frente aos seus atuais confrades prolonga-se por algumas frases reforçando a valorização dos membros mais antigos e, ao mesmo tempo, sutilmente reconhecendo o valor de suas poesias. “Eis-me, portanto, aqui, Senhores, a primeira mulher que aqui entra, porque assim o quiseram os homens ilustrados desta agremiação, guardiãs fiéis de nossas tradições literárias”.

Esqueleto da folha (Laura Rosa) Vede, senhor, apodreceu na lama Eu a vi há muito tempo entre a folhagem Antes do vento lhe agitar a rama E do regato, sacudi-la à margem. De vigente e de vede tinha fama Da folha mais famosa da ramagem Desceu nas águas e resta da viagem O labirinto capilar da tinta.


Ninguém pode fazer igual verdade Nem filigrama mais perfeito e lindo Nem presente melhor pode ser dado. Guardai Senhor, guardai este esqueleto Todo cuidado! É uma folha ainda Onde escrevo de leve este soneto. Laura Rosa, a "Violeta do Campo" - NOCA - O portal da credibilidade

Elegante/1899 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1891 A Renascença/1902 Risos d´Alma/1911 Também o poeta Leslie Tavares da “Renascença Literária” grupo dissidente da “Oficina dos Novos” no começo do Século XX, amigo em comum com Laura Rosa, manteve troca de correspondência, tentando negar o escopo da sua poesia, voltada à tristeza. Em Resposta: “Julgaste descobrir na minha pobre rima / Um sofrimento atroz que me alanceia a alma” e em Replicando: “Persistes em supor que minha vida” “ Para mim tudo é belo e sorridente”

Leslie Tavares

Tu e eu Infinito A suprema extase Mutação Soberana Fanfarra Passionario

Louis Blanc

Phryne no aeropago

Elegante/1895

Louis Blanc, de batismo Louis Jean Joseph Charles Blanc (Madrid, 29 de outubro de 1811 – Cannes, 6 de dezembro de 1882) foi um socialista francês.[1] Teve importante participação na Revolução de 1848, quando suas idéias foram colocadas em prática devido à associação entre liberais e socialistas, na tentativa de derrubar a monarquia. Eis elas: seriam criadas associações profissionais de trabalhadores de um mesmo ramo de produção, as Oficinas Nacionais, financiadas pelo Estado. O lucro seria dividido entre o Estado, os associados e para fins assistenciais.[1] Vida Louis Blanc nasceu em Madrid na época seu pai ocupava o posto de inspetor-geral de finanças durante o reinado de Joseph Bonaparte, irmão de Napoleão Bonaparte. Pouco depois da Revolução de 1830, que arruinou sua família, partiu para Paris e se juntou ao Partido Republicano. Tornou-se preceptor do filho de um construtor de máquinas em Arras e passa a apoiar aos poucos as lutas da classe operária. Apesar das dificuldades econômicas, estudou Direito em Paris e colaborou em vários jornais, defendendo causas como o sufrágio universal. Em 1839, publicou "A Organização do Trabalho", obra que critica a economia liberal e a concorrência exacerbada que levaria à miséria aqueles que nada possuíam. Opõe-se aos patrões e convoca os operários a se associar para defender seus direitos. Defendia uma economia guiada pela fraternidade. Defende a criação de associações operárias de produção, oficinas sociais, com fins lucrativos, que seriam controladas pelo Estado no primeiro ano. Essa defesa do apoio estatal o distinguiu dos outros teóricos socialistas da época. Blanc acreditava que os trabalhadores poderiam controlar seus próprios meios de subsistência, mas, para isso, deveriam receber ajuda financeira para viabilizar as oficinas cooperativas. Portanto, Blanc apresentou um modelo de financiamento nacional destas oficinas até que os trabalhadores pudessem assumir o controle. Quando a proposta foi lançada na Assembleia Nacional, Émile Thomas, um rival de Blanc, foi encarregado de implementar o modelo. Émile Thomas implementou um modelo no qual os trabalhadores eram submetidos a duros trabalhos braçais, em totais condições de precariedade, além de salários miseráveis.


Blanc publica, em 1841, uma obra sobre a história da década de 1830 na França ("A História de Dez Anos"). A partir de 1843, passa a escrever no jornal "A Reforma". "Histoire de la Révolution Française" Em 1847, publicou os dois primeiros volumes de sua "Histoire de la Révolution Française", que teve a publicação interrompida pela Revolução de fevereiro de 1848, quando se tornou membro do governo provisório da II República, como encarregado de uma comissão de promoção dos trabalhadores, que não tinha orçamento nem poder real. Tenta pôr em prática suas ideias: associações, conciliações entre patrões e assalariados, propostas de projetos de lei. Porém, depois do êxito dos conservadores em abril de 1848, é descartado do governo por suas ideias socialistas. Suspeito de ter participado das manifestações de junho de 1848, exilou-se na Inglaterra até 1870. Foi eleito em 1871 como deputado à Assembleia Nacional e se opôs à Comuna de Paris, porque violava a legalidade. Em 1878, defendeu a abolição da Presidência e do Senado. Em 1876, foi eleito deputado de extremaesquerda, mas teve pouca influência nos debates parlamentares. Em 1879, ao lado de Victor Hugo, defendeu um projeto de anistia aos líderes da Comuna de Paris. Morte Em 6 de dezembro de 1882, morreu em Cannes. no dia 12 do mesmo mês, recebeu em Paris funerais de Estado.[2] Publicações Organisation du travail [1839], Bureau de la Société de l’Industrie Fraternelle, Paris, 1847, 5ª edição. Histoire de dix ans, 1830-1840, Pagnerre, Paris, 1842, 2ª edição. Online. Texto online em francês fornecido por Wikisource : s:fr:Histoire de dix ans. Révélations historiques, Meline, Cans et compagnie, Éditeurs, Bruxelles, 1859. Histoire de la révolution française, Langlois et Leclercq, Paris, 1847-1862, 12 vols; Furne et Cie - Pagnerre, Paris, 1857-1870, 12 vols., [1]2ª edição, com prefácio de George Sand. Le Catéchisme des socialistes, Paris, aux bureaux du Nouveau-Monde, 1849. Appel au Honnêtes Gens. Quelques pages d'histoire contemporaine, Paris, au bureau central, 1849. Avec Jacques Crétineau-Joly, la contre-révolution, partisans, vendéens, chouans, émigrés 1794-1800. Lettres sur l'Angleterre (1866-1867). Dix années de l'Histoire de l'Angleterre (1879-1881). Questions d'aujourd'hui et de demain (1873-1884). « Quelques vérités économiques », Les Temps nouveaux, Révélations historiques, 1911.

Luis de Camões

Soneto

Revista do Norte 1906

Luís Vaz de Camões é um poeta e dramaturgo português.Nasceu em Lisboa, em 1524, e morreu em 1580. Durante 17 anos, esteve longe de Portugal. Em terras estrangeiras, foi soldado, perdeu um olho em batalha e escreveu a sua obra-prima Os Lusíadas, publicada em 1572, dois anos após o retorno do poeta a seu país natal Luiz Delfino

O impossível

O Combate/1909


Luís Delfino dos Santos (Desterro, 25 de agosto de 1834 — Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1910) foi um médico, político e poeta brasileiro. É considerado o segundo poeta mais importante de Santa Catarina, superado apenas por Cruz e Sousa. Vida Filho de Tomás dos Santos e de Delfina Vitorina dos Santos. Casou com Maria Carolina Puga Garcia dos Santos, consórcio do qual nasceu, entre outros, Tomás Delfino dos Santos. Irmão de José Delfino dos Santos. Morou em sua cidade natal até os dezesseis anos de idade. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde se formou em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1857. Carreira Não publicou nenhum livro em vida, o que fez com que sua obra quase se perdesse no tempo. Sua poesia, de rima e métrica perfeitas, era publicada frequentemente na maioria dos jornais e revistas da sua época, o que o fez conhecido e amado como poeta. Foi eleito pelos colegas escritores "Príncipe dos Poetas Brasileiros" em 1898. Foi chamado também de "Victor Hugo brasileiro". Sua obra é imensa - escreveu mais de cinco mil poemas - e foi publicada em quatorze livros, por seu filho, Tomás Delfino dos Santos, entre 1926 e 1943. Sua poesia vai do romantismo ao parnasianismo, passando pelo simbolismo. A perfeição na rima em métrica dá cadência e musicalidade à obra de Luís Delfino. O amor e a mulher eram seus temas preferidos. Conhece-se colaboração sua no semanário Branco e Negro.[1] (1896-1898). É patrono da Academia Catarinense de Letras e Artes.[2] Foi senador por Santa Catarina no início da República Velha. Nome Quanto à grafia de seu nome, embora a forma preferida e mais largamente usada atualmente seja "Luís" (com S), todos os seus trabalhos como senador eram assinados como "Luiz" (com Z), portanto ambas as grafias podem ser consideradas corretas.[3] Obras O anjo de minha poesia (1852) História de um amor (1854) Origem das nuvens (1854) Vingança (1855) Amor e dever (1855) Hino de morte (1855) Memória (1855) Desejo de viver (1856) Desilusões e morte (1856) Gritos de um louco (1856) Miosótis (1856) A flor do vale (1857) A sorte (1857) A lâmpada eterna (1854) Não rasgues teu nome (1857) Bibliografia Piazza, Walter: Dicionário Político Catarinense. Florianópolis : Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1985. Machado, Ubiratan: O senador Luiz Delfino, sua vida e sua obra. Florianópolis : Editora da UFSC, 1984. Poesias líricas de Luiz Delfino Em Poesia Completa por Lauro Junkes. Florianópolis: ACL, 2001.[4]


M. A. A. de Azevedo

O vagabundo

A Estrela MA/1859

Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista da Segunda Geração Romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É conhecido como "o poeta da dúvida". Fez parte dos poetas que deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas usados na Primeira Geração Romântica e deixou-se levar por um profundo dilema e angústia. É Patrono da cadeira n.º 2 da Academia Brasileira de Letras. Infância e Juventude Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831. Era filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e de Dona Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1836 morreu seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll quando era constantemente elogiado. Com nove anos já escrevia cartas em inglês para sua mãe. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II, onde fez o curso de humanidades. Em 1848, com 16 anos, Álvares de Azevedo voltou para São Paulo e iniciou o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Participou ativamente da vida literária e reunia-se com grupos boêmios. Nessa época, junto com Bernardo Guimarães, fundou a Sociedade de Ensaio Filosófico Paulistano. Traduziu obras de Byron, de Shakespeare, Alfred de Musset e outros. Álvares de Azevedo vivia em meio aos livros da faculdade e se dedicava a escrever suas poesias. Toda sua obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão e tristeza refletidos em seus poemas era de fato a saudade da família que ficara no Rio de Janeiro. O poeta vivia mergulhado em uma triste solidão, como mostra os versos a seguir: "Foi por ti que num sonho de ventura A flor da mocidade consumi, E às primaveras digo adeus tão cedo E na idade do amor envelheci! Vinte anos! Derramei-os gota a gota Num abismo de dor e esquecimento... De fogosas visões nutri meu peito... Vinte anos!... não vivi um só momento!" Morte Em 1852, Álvares de Azevedo adoeceu e abandonou a faculdade um ano antes de completar o curso de Direito. Vitimado por uma tuberculose e sofrendo com um tumor, Álvares de Azevedo foi operado, mas não resistiu. Álvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de 1852 com apenas 20 anos de idade. Não concluiu os estudos nem viu sua obra reunida em livro.

M. F. dos Reis

Ao amanhecer e ao por do sol Logogrifo A vida Charadas Não me acreditas Charadas

O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861 O Jardim das Ma/1861


"Maria Firmina dos Reis é uma escritora maranhense e romântica do século XIX, nascida em 11 de março de 1822 e falecida em 11 de novembro de 1917. Além de escritora, foi professora, musicista e a criadora da primeira escola mista do Brasil. Sua obra consiste em uma novela indianista chamada Gupeva (1861), o livro de poesias Cantos à beira-mar (1871), o conto A escrava (1887), além de composições musicais. Seu livro mais conhecido é Úrsula, romance abolicionista de 1859. Tópicos deste artigo 1 - Biografia de Maria Firmina dos Reis 2 - Contexto histórico 3 - Características literárias de Maria Firmina dos Reis 4 - Obras de Maria Firmina dos Reis Biografia de Maria Firmina dos Reis A escritora Maria Firmina dos Reis nasceu em 11 de março de 1822, em São Luís, no estado do Maranhão. Por isso, o 11 de março, em sua homenagem, é o Dia da Mulher Maranhense. Era filha da escrava alforriada Leonor Felipa dos Reis e, possivelmente, de João Pedro Esteves, um homem rico da região. Além de escritora, foi professora primária, de 1847 a 1881, e musicista. Úrsula, sua obra mais conhecida, foi publicada em 1859, com o pseudônimo de Uma Maranhense. A partir daí, Maria Firmina dos Reis passou a escrever para vários jornais, nos quais publicou alguns de seus poemas. Escreveu uma novela, um conto, publicou um livro de poesias, além de composições musicais. Em 1880, adquiriu o título de mestra régia. Nesse mesmo ano, criou uma escola gratuita para crianças, mas essa instituição não durou muito. Por ser uma escola mista, a iniciativa da professora, na época, provocou descontentamento em parte da sociedade do povoado de Maçaricó. Assim, a escritora e professora entrou para a história como a fundadora, segundo Zahidé Lupinacci Muzart (1939-2015), da “primeira escola mista do país”. Já aposentada, continuou lecionando em Maçaricó para filhos de lavradores e fazendeiros. Morreu em 11 de novembro de 1917. Segundo José Nascimento Morais Filho (1882-1958), estava cega e pobre. Sua obra ficou esquecida até 1962, quando o historiador Horácio de Almeida (1896-1983) colocou a escritora em evidência. Recentemente, as pesquisas sobre a vida e obra de Maria Firmina dos Reis e a divulgação do seu nome intensificaram-se, e, aos poucos, a escritora vai sendo integrada ao cânone literário brasileiro. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Contexto histórico Maria Firmina dos Reis viveu no contexto histórico do século XIX no Brasil. Apesar de estar distante do Rio de Janeiro, centro político do país naquele século, também sofreu a influência dos acontecimentos históricos nacionais, como bem demonstram suas obras. A autora está, portanto, inserida no contexto que propiciou o surgimento e desenvolvimento do romantismo no Brasil. O primeiro fato histórico, nesse sentido, ocorreu em 1815, quando o Brasil deixou oficialmente a sua condição de colônia e transformou-se em reino governado por d. João VI (1767-1826). Como evolução desse acontecimento, anos depois, em 1822, ocorreu a independência do Brasil, proclamada por d. Pedro I (17981834), o que estimulou o sentimento nacionalista nos artistas e permitiu o surgimento, em terras brasileiras, do romantismo.


“Independência ou morte” (1888), obra de Pedro Américo (1843-1905), retrata a histórica declaração de independência do Brasil. Outro fato histórico que influenciou a escrita romântica foi o surgimento dos movimentos abolicionistas, que levaram à promulgação de leis como a Lei Eusébio de Queirós (1950), que proibia o tráfico de escravos; a Lei do Ventre Livre (1871), que decretava a liberdade dos filhos de escravas que nascessem a partir da data de sua promulgação; a Lei dos Sexagenários (1885), que dava a liberdade aos escravos com 60 anos ou mais; e, por fim, a Lei Áurea (1888), que aboliu a escravidão no país. Segundo Angela Alonso, doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP): “Quem primeiro explicou a abolição foram os abolicionistas. Seus discursos em efemérides, retrospectos na imprensa e memórias delinearam fatos, líderes e datas capitais do abolicionismo. Joaquim Nabuco, em Minha formação, José do Patrocínio, em artigos (Cidade do Rio, 5/5/1889), Duque Estrada (1918) e Evaristo de Moraes (1924), embora reconhecendo predecessores, elegeram 1879 como o início do movimento antiescravista no Brasil.” No entanto, a pesquisadora afirma: “O movimento abolicionista, contudo, é anterior a 1879 e a Nabuco. Associações antiescravistas remontam às vésperas da Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico ultramarino de escravos em 1850, e manifestações coletivas contra a escravidão cresceram na segunda metade dos anos 1860, antes da Lei do Ventre Livre.” Portanto, esse contexto explica não só a filiação de Maria Firmina dos Reis ao romantismo, como também permite caracterizar as suas obras, como, por exemplo, o romance Gupeva, de caráter nacionalista, e Úrsula, claramente abolicionista. Características literárias de Maria Firmina dos Reis A escritora Maria Firmina dos Reis nasceu no ano da proclamação da independência do Brasil, ou seja, 1922. Esse fato histórico, como já mencionado, impulsionou o sentimento de nacionalidade dos artistas brasileiros, o que levou ao surgimento do romantismo no Brasil, que tem seu início em 1936. Assim, de forma geral, as obras da autora apresentam as seguintes características românticas: Subjetividade Adjetivação intensa Bucolismo Uso abundante de exclamações, interrogações e reticências Personagens heroicos Mulher idealizada Amor idealizado Assim, até o momento, o romance indianista brasileiro tinha em José de Alencar (1829-1877) o único autor consagrado nessa temática. Entretanto, a autora também escreveu uma obra do gênero, Gupeva, de 1861, posterior a O guarani (1857) e anterior a Iracema (1865) e Ubirajara (1874), a trilogia indianista de José de Alencar. Na prosa indianista romântica, o índio é tratado como herói nacional. O objetivo principal dessas obras era despertar o sentimento de nacionalidade nos leitores da época. Na novela Gupeva (ressaltemos que é uma obra anterior à Iracema), é narrada a história de amor entre o francês Gastão e a jovem índia Épica. O título da obra deve-se ao padrasto da heroína. Gupeva é o nome do vilão da história, um dos obstáculos que pode impedir a felicidade dos amantes, como é comum em obras desse gênero. Já em Úrsula, a influência histórica está associada aos ideais abolicionistas do século XIX, evidenciados na trama desse romance de 1859, portanto, bem anterior à publicação de A escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães (1825-1884). Leia mais: Literatura negra – produção literária cujo sujeito da escrita é o próprio negro


Obras de Maria Firmina dos Reis Maria Firmina dos Reis escreveu as seguintes obras: Gupeva (1861) - novela Cantos à beira-mar (1871) - poesias A escrava (1887) - conto Hino da libertação dos escravos (1888) - letra e música Hino à mocidade - letra e música Auto de bumba meu boi - letra e música Valsa - música Rosinha - letra e música Pastor estrela do Oriente - letra e música Canto de recordação - letra e música" Veja mais sobre "Maria Firmina dos Reis" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/maria-firmina-dosreis.htm Machado de Assis

Á Carolina

O Estudante/1915

O escritor brasileiro Machado de Assis nasceu em 1839 e faleceu em 1908. É mais conhecido por seus livros realistas, mas também escreveu obras românticas. Seus livros realistas são marcados pela objetividade, ironia e crítica social. Suas obras românticas apresentam idealização e discutem a ascensão social.

Mariana Luz

Este é o meu túmulo A mocidade Confidencia Soneto Á violeta

A Mocidade/1906 A Mocidade/1906 Elegante/1893 Elegante/1895 Gazeta de Codó/1893

A poetisa Mariana Gonçalves da Luz, foi uma das figuras mais expressivas na literatura maranhense, do final do século XIX e da primeira metade do século XX. Era filha de João Francisco da Luz, e de Fortunata Gonçalves da Luz. Nasceu em Itapecuru Mirim (MA) em 10 de dezembro de 1871, e faleceu em 14 de setembro de 1960. Foi professora, poeta, teatróloga, musicista, oradora, dramaturga, artista plástica e escritora. Ela viveu na vanguarda do seu tempo. Na época, já vislumbrava uma prefiguração da mulher dos tempos atuais, não temendo quebrar as regras de uma sociedade preconceituosa para impor o seu trabalho e talento, a exemplo de dedicar-se ao magistério por quase 80 anos; ajudar na educação de gerações e gerações de maranhenses; ser pioneira em trabalhos artísticos e artesanais; fundar escolas; fundar teatro (em 1934); participar de grêmios literários; fazer parte dos principais acontecimentos históricos, culturais e sociais do Maranhão e se projetar como renomada poetisa, angariando respeito em toda uma classe literária da época, ao lado de gigantes da intelectualidade que criaram o fenômeno da Atenas Brasileira no cenário literário maranhense do século dezenove.


Mariana Luz começou escrever poesia ainda pequenina. Aos 10 anos de idade foi descoberta pelo pai que a proibiu de escrever versos por achar que não era uma atitude apropriada à mulher, então, continuou a produzir a sua arte literária com o pseudônimo de homem, “Hector Moret”. Aos 11 anos já tinha uma escolinha de primeiras letras na casa de seus pais, começando ensinar os filhos de vizinhos e os parentes. Em 1884, aos treze anos, já era uma artista plástica requisitada na sociedade, pelos seus trabalhos artisticos e artesanais, comprovado por vários em jornais da época. Aos 18 anos publicou sua primeira crônica no jornal “A Pacotilha”, a partir de então, Mariana esteve presente em todos os matutinos, periódicos e revistas maranhenses e de outros Estados, com seus poemas e crônicas. A obra de Mariana Luz, ficou muito tempo na obscuridade, esquecida por falta de condições financeiras da autora, para sua publicação. Recorreu aos conterrâneos, a governadores do Maranhão, (Godofredo Viana e Antônio Dino), e até a Adhemar de Barros, então governador São Paulo, em 1951, sem êxito. No final da década de 40, organizou artesanalmente um livro com o título de “Murmúrios” e se candidatou à Academia Maranhense de Letras sendo eleita no dia 24 de julho de 1948, como a segunda mulher a ter assento naquela secular instituição literária, como fundadora da cadeira 32, tendo por patrono o poeta caxiense Vespasiano Ramos. Em 10 de maio de 1949 tomou posse em meio a grande festa de repercussão nacional, tendo sido recepcionada pelo imortal historiador, Mário Meireles, estando presentes ao evento a nata da intelectualidade maranhense e ilustres políticos como: Rubem Almeida, Mata Roma, Sebastião Archer (governador do Estado), Costa Rodrigues (prefeito Municipal) Desembargador itapecuruense, Públio Bandeira de Melo, presidente do Tribunal de Justiça, professor Telésforo Morais, o cientista itapecuruense, Salomão Fiquene, Nascimento Morais Filho, poetas, Ferreira Gullar, Lago Burnett, Raul Freitas e grande comitiva de itapecuruenses, seus conterrâneos e admiradores. Na ocasião foi convidada para ser hóspede oficial do então governador do Estado Sebastião Archer. Infelizmente faleceu sem ter realizado o sonho de ter seus versos publicados em livro. A Poetisa − Sofrimento, solidão e tristeza − são os temas muito explorados pela autora. Uma tristeza vaga, indefinida / Esta vida falaz e amargurada. / Angústia, o mal a que ninguém se exime. Em entrevista a poetisa confirma: Prefiro a Escola Antiga, porque me parece agradar mais ao coração. Está mais condizente com a minha alma sofredora. − Amor impossível – As doces ilusões, que tanto amei /… Morrer!… E vou morrer sem ter vivido / Tu não podes viver sem meu amparo. Eu não posso viver sem teu carinho. − Beleza, natureza − retratada através das paisagens, jardins, crepúsculo, flores, por do sol, tarde, pássaros, folhas, sorrisos… − Dor e Morte – temas bastante explorados em seus escritos, com mensagens cheias de reflexões sobre vida, morte, cadáveres e dor, como exemplo: Suprema Dor / Morte de Almira / Morta, Entre o Berço e o Túmulo / Gracinha Junto ao Féretro da Mãe, Este caixão teu derradeiro leito/ Eu sinto qual cadáver regelado. − Escravidão – um texto escrito em comemoração ao Jubileu de Prata da libertação dos escravos em 1927, com o título “Salve, 13 de Maio”.. irradiam novos horizontes na sacrossanta asa da liberdade. − Homenagens – Escreveu homenagens, como: A Gomes de Sousa, Gonçalves Dias, Coelho Neto, Padre Possidônio, João Rodrigues, Américo César, Getúlio Vargas, Francisco Félix de Sousa, Hermes Rangel e muitos outros. Infelizmente grande parte do seu acervo literário foi perdido, por falta de acondicionamento ou corroído por cupins. A Teatróloga Mariana Luz tinha um grupo teatral que se apresentava em sua residência. Em 30 de julho de 1933, fundou a sua casa de espetáculos, o Teatro Santo Antônio, na Rua Cayana atual Avenida Brasil de Itapecuru Mirim. Encenava peças que traduziam costumes, humor e formação moral de gente campesina, satirizava a condição da mulher na sociedade, mau desempenho dos políticos e outras. Suas peças fizeram muito sucesso na época, sendo requisitadas como: A Casa do Tio Pedro, Quem Tudo quer Tudo Perde, A Herança de Benvinda, Casada Desabusada, Por Causa do Ouro, Eu também sou Eleitora e Miss Semana entre outras. Ela participava de todas as etapas da encenação: produzia, dirigia, atuava, cantava, dançava e produzia o figurino. Mariana Luz passou por muitas privações financeiras na velhice. Somente em 1941, na administração do prefeito Felício Cassas, já com mais de 70 anos de idade, a educadora Mariana Luz conseguiu seu primeiro emprego de professora municipal, lotada na Escola Getúlio Vargas. Ela participou de muitas associações literárias. Foi correspondente da Revista Lyrio de Recife (PE), colaboradora dos jornais, A Pacotilha, O Combate, O Jornal e Diário do Maranhão, sócia da Sociedade Literária Nova Athenas e Associação de Imprensa do Maranhão, sócia colaboradora da Revista Maranhense, sócia honorária da Oficina dos Novos e sócia correspondente do Congresso Maranhense da Letras. Publicou seus textos em diversos jornais e revistas do País.


Só teve seu primeiro livro, Murmúrios, publicado em 1960, dois meses depois da sua morte. Em 1990, o seu ex aluno, o imortal Benedito Buzar, quando secretário Estadual de Cultura, reeditou Murmúrios nas oficinas da SIOGE (Serviços Gráficos do Estado). .

Em 2014 foi lançado o livro, Mariana Luz: vida, obra e coisas de Itapecuru Mirim de autoria de Jucey Santana, fruto de uma pesquisa de quase 5 anos, para resgatar o que foi possível de sua obra e sua vida, para que não ficasse no completo esquecimento. O livro resgata a vida e a obra da poetisa que é apresentada a em 5 livros: − I Livro – suas crônicas, crônicas dos amigos sobre ela e discursos; − II Livro – Folhas Soltas, poemas de diversas épocas e estilos; − III Livro – Murmúrios, poemas de características simbolistas; − IV Livro – Orações para diversas ocasiões; − V Livro – Cantos Litúrgicos. Jucey Santana, ao perceber que as a compreensão assimilada pelas crianças sobre Mariana Luz era tão somente de uma professora idosa e muito exigente, resolveu lançar em 2018 a obra infantil, A Cigarra Mariana Luz, (um dos apelidos da poeta), por entender a necessidade de mostrar outra faceta da poeta, aos pequenos leitores, na sua infância e adolescência como sua paixão pelas artes, pela educação e sua avidez por conhecimentos associada e sua luta por um mundo melhor, com muito talento em um ambiente muito preconceituoso onde a mulher não era valorizada. Em 2021 a pesquisadora Gabriela Santana, publicou, Mariana Luz, Murmúrios e outros poemas. Depois de muitos anos completamente esquecida, a poeta itapecuruense está tendo o reconhecimento merecido. É patrona da cadeira nº 01 da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, da cadeira nº 08 da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes, da cadeira nº 28 da Academia Luminense de Letras e vários pesquisadores e estudantes buscam os seus escritos para conhecer melhor a poeta dos versos tristes A primeira crônica foi escrita em 1890 aos 18 anos. Publicada no Jornal A Pacotilh, A obra de Mariana Luz, ficou muito tempo na obscuridade, esquecida por falta de condições financeiras da autora, para sua publicação. Recorreu , a governadores do Maranhão, (Godofredo Viana e Antônio Dino), e até a Adhemar de Barros, então governador São Paulo, em 1951, sem êxito. No final da década de 40, organizou artesanalmente um livro com o título de “Murmúrios” e se candidatou à Academia Maranhense de Letras sendo eleita no dia 24 de julho de 1948, como a segunda mulher a ter assento naquela secular instituição literária, como fundadora da cadeira 32. Em 10 de maio de 1949 tomou posse em meio a grande festa e repercussão nacional, tendo sido recepcionada pelo imortal historiador, Mário Meireles, estando presentes ao evento a nata da intelectualidade maranhense e ilustres políticos como: Rubem Almeida, Mata Roma, Sebastião Archer (governador do Estado), Costa Rodrigues (prefeito Municipal) Desembargador itapecuruense, Públio Bandeira de Melo, presidente do Tribunal de Justiça, professor Telesforo Moares, o cientista itapecuruense, Salomão Fiquene, Nascimento Morais Filho, poetas, Ferreira Gullar, Lago Burnett, Raul Freitas e grande comitiva de itapecuruenses, seus conterrâneos e admiradores. Na ocasião foi convidada para ser hóspede oficial do então governador do Estado Sebastião Archer. Infelizmente faleceu sem ter realizado o sonho de ter seus versos publicados em livro. Os temas explorados em sua obra com feição simbolista: Sofrimento, solidão e tristeza; Amor impossível; Beleza, natureza; Dor e Morte; Homenagens a amigos e autoridade.; Flores, Pássaros; crianças, sorrisos…


Mariana Luz passou por muitas privações financeiras na velhice. Somente em 1941, já com mais de 70 anos de idade, a educadora Mariana Luz conseguiu seu primeiro emprego de professora municipal. Em 2014 foi lançado o livro, Mariana Luz: vida, obra e coisas de Itapecuru Mirim de autoria de Jucey Santana, fruto de uma pesquisa de quase 5 anos, com 456 paginas para resgatar o que foi possível de sua obra e sua vida, que é apresentada a em 5 livros: A Primeira parte do livro trata-se da vida da poeta e a segunda parte refere-se a obra que é dividida em 5 partes: − I Livro – suas crônicas, peças teatrais, crônicas dos amigos sobre ela e discursos; − II Livro – Folhas Soltas, poemas de diversas épocas e estilos; − III Livro – Murmúrios, poemas de características simbolistas; − IV Livro – Orações para diversas ocasiões; − V Livro – Cantos Litúrgicos. Participando de eventos nas escolas de educação infantil, entendi que o meu livro que a compreensão assimilada pelas crianças sobre Mariana Luz era tão somente de uma professora velha e rígida, já que alguns dos episódios marcantes de sua vida deu-se em idade avançada como o primeiro emprego aos 70 anos e o ingresso na Academia Maranhense de Letrs aos 78 anos resolvi publicar em 2019 o livro ( Cartilha( A Cigarra Mariana Luz, mostrando outra faceta da professora, que começou fazer versos aos 10 anos, sua avidez pelo conhecimento e a paixão pelas artes ainda na adolescência. Depois de muitos anos completamente esquecida, atualmente a importante poetisa está tendo o reconhecimento merecido. Muitos pesquisadores luzianos estão surgindo, e foi publicado já este ano de 2021 o obra Mariana Luz, Murmúrios e outros Poemas, uma crítica literária, da pesquisadora Gabriela de Santana Oliveira. Pseudônimo: Hector Moret e Vinicius Apelidos de Mariana Luz: Sianica, Cigarra, (Porque cantava, dançava e tocava vários instrumentos), Poetisa dos Versos Tristes, Poetisa das Flores.

Marques de Sapucay

Violetas

Violetas

O Combate/1906 O Combate/1916

Cândido José de Araújo Viana,[1] Marquês de Sapucaí[2] (Nova Lima, 15 de setembro de 1793 — Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 1875) foi um desembargador e político brasileiro. Foi ministro da fazenda e ministro da justiça, conselheiro de Estado, deputado geral, presidente de província e senador de 1840 a 1875, eleito pela província de Minas Gerais. Ocupou a presidência do senado de 1851 a 1853. Bacharel em direito, foi deputado constituinte em 1823 e deputado geral representando Minas Gerais por três mandatos. Ocupou as presidências das províncias de Alagoas e do Maranhão. Foi ainda procurador da coroa, fiscal do tesouro e ministro do Supremo Tribunal de Justiça, ministro da fazenda e nomeado membro extraordinário do Conselho de Estado a partir da data de sua criação. Em 1839, foi nomeado mestre de literatura e ciências positivas de D. Pedro II (então herdeiro do trono); posteriormente, também cuidou da educação da Princesa Isabel. Como Ministro do Império no segundo Gabinete conservador (1841-1843), referendou a lei que dava aos senadores o solene tratamento de "Sua Excelência". Condecorado como dignitário da Imperial Ordem de Cristo e da Rosa, além de Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Legião de Honra. Recebeu do imperador o título de visconde em


1854 e de marquês em 1872. Era do Conselho de Sua Majestade, Gentil-Homem da Imperial Câmara e Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial. Foi homenageado pela escola de samba Beija-Flor do Rio de Janeiro no carnaval de 2016, com o enredo "Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade natal. Marquês de Sapucaí – O poeta imortal!".[3] Matta Roma

No pais do sonho Nos dois Nós dois Sorriso indefinido O Parahyba

LABARO?1921 Lábaro/1921 Labaro/1921 Labaro/1921 Labaro/1921

Mata Roma

Mata Roma, poeta e professor. Muitos dos que cruzam a BR222, passando pelo município de Mata Roma, sequer tem noção de onde surgiu o nome daquela cidade, e confesso que nem eu tinha noção e também nunca tive curiosidade de procurar saber de onde surgiu esse nome, e qual era a relação da Mata com Roma. Na verdade, uma coisa nada tem a ver com a outra, Mata Roma vem de José Mata Roma, e isso eu descobri lendo um livro dia desses ai, me chamou atenção, pois Mata Roma, como era mais conhecido, foi conhecidíssimo poeta, professor e diretor do Liceu Maranhense, professor da Faculdade de Direito do Maranhão, e eu sequer tinha a menor noção disso. Os amigos moradores daquela Região certamente estudaram este poeta desde suas infâncias, e não me perdoarão por tamanha ignorância, talvez até vão sorrir de mim. Meu Pai, que é de Araioses, cidade próxima a Mata Roma, também sabia quem foi este poeta, perguntei também a ele. Não sei por que ele nunca me contou quem foi, assim eu não estaria me sentindo envergonhado agora aqui perante vocês. Reconheço que é muita ignorância da minha parte não saber quem foi Mata Roma. Deveria eu saber, vergonhoso, confesso! Apenas após a leitura do livro é que me interessei em saber quem foi este ilustre Maranhense, nascido em Chapadinha. E o que me deixou mais feliz na minha breve pesquisa foi descobrir que ele era Bacharel em Direito pela mesma faculdade em que eu também me formei, a Antiga Faculdade de Direito do Maranhão, hoje a Universidade Federal do Maranhão, onde ali ele também foi professor da disciplina de Direito Civil. Mata Roma era professor, casado, mas apaixonou-se por uma aluna. Mas ele era também fiel à sua esposa, e em razão disso sofria por este amor impossível, o que acabou por dar-lhe inspiração para compor dos mais belos sonetos da literatura Maranhense, que pelo menos este aqui eu tomei conhecimento antes da minha pesquisa, por meio do livro que eu estava lendo, lembram? Veja o lindo Soneto abaixo: Tântalo Conta uma lenda antiga, cuja fama


Pelos tempos modernos inda voa, Que lá no inferno, condenado à toa, De fome e sede Tântalo rebrama. Junto, corre uma fonte clara e boa. Perto, um galho de frutas se recama. Mas, se ele quer comer, se afasta a rama, E, se tenta beber, a água se escoa. Tem minha vida e a lenda o mesmo traço, Flagela-me também um vão desejo, Fome e sede incontidas também passo. Punido como Tântalo me vejo: Tão perto desse corpo, e não te abraço! Tão junto dessa boca, e não te beijo!” Veja abaixo a matéria completa do Guesa Errante sobre este ilustríssimo Maranhense, e nunca mais o esqueça. MATA ROMA: Um Professor-Poeta Tão junto desse corpo e não te abraço, Tão perto dessa boca e não te beijo (Mata Roma) * Mata Roma Em 23 de janeiro de 1896, a cidade de Chapadinha viu nascer um dos seus mais ilustres filhos: José Mata de Oliveira Roma, conhecido como Professor Mata Roma, bacharel em Direito pela antiga Faculdade de Direito do Maranhão, da qual mais tarde, foi professor de Direito Civil. Todo o entendimento humano foi suficiente para conhecer e entender o mínimo desse seu ilimitado mundo e seu significado, de fantasia e transfiguração do espírito e da realidade, de sua importância e de seu talento excepcional. Nesse ano predominava o Simbolismo, uma escola literária de poetas. Vários de seus integrantes morreram pobres, não tiveram obras publicadas e permaneceram ou permanecem esquecidos até hoje. O início do Simbolismo não pode ser entendido como o fim da escola anterior, o Realismo, pois no final do século XIX e início do século XX têm-se três tendências que caminham paralelas: Realismo, Simbolismo e préModernismo, com o aparecimento de alguns autores preocupados em denunciar a realidade brasileira. Foi a Semana de Arte Moderna que pôs fim a todas as estéticas anteriores e traçou, de forma definitiva, novos rumos para a literatura do Brasil. Em toda nossa cultura contemporânea, são poucos os mananciais ricos e puros de idéias em favor do homem e de sua elevação intelectual e moral de toda a sua obra. Mesmo evitando todo e qualquer exagero, não posso deixar de reconhecer que Mata Roma é uma das mais legítimas glórias da nossa literatura; e o é, tanto pelo conteúdo humano de sua obra, quanto pelos relevos artísticos da mesma. OS ESTUDOS O professor Mata Roma começou seus estudos em Chapadinha. Em seguida, mudou-se para o município de Brejo, onde terminou o curso primário. Em Teresina-PI, concluiu o primeiro e segundo graus. Após superar diversas dificuldades em sua vida, e trabalhar como vaqueiro em sua cidade natal e, mais tarde, comerciante de sucesso, retornou a São Luís, onde prestou vestibular, ingressando na Faculdade de Direito, na Rua do Sol, formando-se cinco anos depois – a 8 de dezembro de 1925, em Bacharel em Direito. Os dois irmãos se notabilizaram como exímios oradores. Mata Roma, porém, mostrou cedo sua veia literária, enquanto que Oliveira Roma pendia para a cultura jurídica. Era jornalista, poeta, político e catedrático de Português no Liceu Maranhense, que dirigiu por vários anos, e onde ingressou por concurso, com a tese A Questão do Quê. Lecionou Literatura em diversos estabelecimentos na capital. Ex-diretor do Colégio Estadual e do Colégio “Cisne Branco”, do qual foi proprietário. Colaborou em diversos jornais de São Luís. Lecionou de graça nos colégios “Centro Caixeral”, “São


Luís” e “Santa Tereza”. Era amado pelos estudantes. Entre tantos trabalhos literários, escreveu Cartas Chilenas: Visão Crítica; Brasil, Poemas, Histórias Compiladas, Velhos Ritmos, dezenas de artigos e produções em prosa e versos publicados nos jornais da época, mostrando sua versatilidade, grandeza e genialidade. Eleito vereador, Mata Roma foi escolhido por seus pares para presidência da Câmara Municipal de São Luís. Foi um dos fundadores e professor da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Luís, lecionando nessa instituição Literatura Portuguesa. Chefiou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos ComerciáriosIAPC, Serviço de Aprendizagem Comercial e o Serviço Social do Comércio. Integrou o grupo de fundadores da Academia de Comércio do Maranhão. Pertenceu à Diretoria do Departamento de Literatura da Sociedade de Cultura Artística; titular da Cadeira 17 da Academia Maranhense de Letras, cujo patrono foi Sotero dos Reis. Faleceu em 20 de setembro de 1959, em São Luís, onde passou a maior parte de sua vida. Seu enterro foi acompanhado pela mocidade maranhense como era seu desejo. Mata Roma foi vítima de câncer nos pulmões, provavelmente provocado pelo consumo de cigarros Quis o destino que, 47 anos depois de sua morte, já formado em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, pela Universidade Federal do Maranhão, eu prestasse uma significativa homenagem a esse ícone da literatura maranhense. Jamais poderia imaginar que também seria jornalista, assim como Mata Roma, e fizesse o resgate de um dos mais expoentes vultos de nossas letras. VELHOS RITMOS No prefácio da 1ª. Edição de Velhos Ritmos/Versos de Minhas Filhas, lançada na Academia Maranhense de Letras, em 20 de setembro de 1996, a poetisa e escritora Dagmar Desterro destaca que “Mata Roma é uma das recordações mais fortes e mais queridas entre todos os amigos que a vida lhe propiciou. Foi seu professor na Escola Normal e voltou a sê-lo no Curso de Direito. Foi um mestre de gerações, reconhecido e mesmo reverenciado pela solidez de seus conhecimentos. Foi um jovem de espírito que se comprazia em estar com os jovens, muitos deles seus alunos”. Vale a pena transcrever o artigo do poeta José Chagas, publicado no jornal “O Estado do Maranhão”, no dia 14 de setembro de 1996 e que também está nas páginas 81 e 82 do livro Velhos Ritmos. Diz o poeta: Ao lembrar aqui a figura do saudoso professor Mata Roma, o primeiro intelectual com quem tive contato, ao chegar a São Luís, em janeiro de 48, faço a memória regredir mais de quatro décadas e peço permissão aos leitores para reproduzir um trecho do meu discurso de posse na Academia Maranhense de Letras. É o que se segue: “Numa certa noite, que já vai longe ao tempo, eu chegava a São Luís pela estrada mais de ferro que havia no mundo e que era então São Luís-Teresina. Desci na estação com a camisa toda crivada de fagulhas. Lembremos que naquele tempo o trem tinha o apelido de “Maria Fumaça”, mas a verdade é que essa maria mandava brasa mais do que fumaça, fazendo da viagem um incêndio só, queimando lenha, queimando os passageiros, queimando a paisagem em torno, queimando bronze, queimando paciência, queimando não raro os próprios vagões. Na estação tomei um táxi e pedi ao motorista que me levasse a uma pensão qualquer no centro da cidade que eu não conhecia. E é engraçada a vida. Quando não se tem destino, é exatamente ao próprio destino que se fica entregue. A pensão a que o motorista me levou era de um dos membros da família Ericeira, família que desde então me acolheu, com profundos laços de amizade, e que, por assim, me adotou no Maranhão. Ali eu tinha chegado com apenas duas coisas que qualquer pessoa poderia desconfiar: a cara e a coragem. A rigor tudo quanto eu trazia era um caderno de versos e uma promessa de emprego feita pelo grande amigo Antonio Justa, responsável direto pela minha vinda a São Luís. Descendo das palavras ao plano das circunstâncias, eu vinha, como se diz em linguagem de pau-de-arara, puxando uma cachorrinha. E o mais grave é que, numa terra de poetas, eu ousava puxar nada mais nada menos que a cachorra da poesia, que, aliás, sempre se manteve fiel a mim, embora eu nada tenha conseguido fazer até por ela.


Na pensão encontrei hospedado um homem que de logo me chamou a atenção. Mostrava-se alegre, bonachão, extrovertido, mas nem por isso deixava de parecer um homem sofrido, surrado pela vida. Aos poucos tornou-se meu amigo. Fazia versos e tinha o seu quarto praticamente cheio de compêndios gramaticais. Eu ficava espantado de como podia ele conciliar o poeta e o gramático, atendendo as exigências de ambos. Lembro um soneto de sua autoria, que ele gostava muito de recitar, principalmente quando havia moças bonitas hospedadas, e que terminava assim: “Tão perto deste corpo e não te abraço,/Tão perto desta boca e não te beijo”. Acho que o tormento de Tântalo devia configurar-lhe um pouco de sentimentos existenciais. Um dia descobriu meu caderno de versos, leu alguma coisa e disse: – “Meu besta, você é poeta”. E muito tempo passou com os meus poemas, a mostrá-los aos amigos, chegando mesmo a lê-los numa sessão da Academia. Era ele o professor Mata Roma, o primeiro a estimular-me na nova terra e a ligar-me a outros amigos, entre estes o poeta Manoel Sobrinho, de quem guardo o maior exemplo de humildade e o incentivo de que agora me recordo, adivinhando-lhe a alegria, se hoje vivo fosse, pois já naquele tempo sonhava ele comigo nesta Casa... Mas aparecemos aqui com o discurso. O que afinal eu quero mesmo lembrar é a particularidade de chegar com o meu português de pau-de-arara numa terra onde melhor se falava a língua pátria e encontrar de imediato um renomado mestre nessa matéria. Naquele tempo a gramática ainda era levada a sério no Maranhão, amando-se, com o maior zelo, a língua, muito embora esse amor não fosse propriamente à língua portuguesa no Brasil. A rigor, amava-se, no Brasil, a língua de Portugal. Ninguém queria atentar para essa diferença. E não por acaso o professor Mata Roma ocupava, na Academia, uma cadeira, cujo patrono era Sotero dos Reis, para quem Frei Luís de Sousa, João de Barros e Padre Vieira eram, depois de Camões, os mestres que deviam ser consultados pela nossa mocidade. Fora dessa gente, nada feito, como se a língua parasse neles. É natural que, dentro desse rigor, o professor Mata Roma haja escrito os seus versos, e eu me recordo de que ele tinha um volume de poemas com o título de Velhos Ritmos, nunca publicado, e cujos originais não tive a oportunidade de ter em mãos para ler. De modo que é grande a minha curiosidade ao saber que esse livro será lançado no dia 20 deste, na Academia Maranhense de Letras, para alegria dos admiradores do professorpoeta. Pena que ele não tenha sido lançado, na década de 40 ou na de 50, quando o autor ainda estava vivo e quando teria assim maior repercussão. Mas afinal nunca é tarde para que se possa homenagear e honrar a memória de um mestre que conheci como uma das figuras mais queridas e mais respeitadas pela mocidade estudiosa de seu tempo. Era um verdadeiro ídolo.[...] Há muitos anos o jurista Wady Sauaia publicou no Jornal Pequeno o artigo “O Castigo de Deixar Para Depois”. Nele, há uma passagem interessante sobre a construção Depois de e Depois que. Ei-lo: “Tenho pago muito caro por isso, embora DEPOIS seja um advérbio de minha simpatia, desde 1937, quando nas aulas de português, o professor Mata Roma nos ensinava as construções Depois de e Depois que, e insistia naquele seu jeito de sertanejo de Chapadinha das Mulatas: Depois de é locução prepositiva, enquanto Depois que é locução conjuntiva, MEU BESTA”. Na segunda grande guerra mundial, eram muitos os comentaristas, nos quatro quadrantes do País. Aqui em São Luís, brilhavam, no “Diário do Norte”, Antonio Lopes da Cunha; em “O Imparcial”, Astolfo Serra e Serra do Nascimento. Quando caiu Paris, Mata Roma escreveu, como bom conhecedor da Geografia Européia, um artigo, publicado em “O Globo”, com o título insinuante de “DEPOIS DA QUEDA DE PARIS”. Li o artigo, antes e depois de ser publicado. Não sei por que Mata Roma costumava distinguir-me com a honra de mostrar-me, antes de publicar, o que produzia, em prosa e em verso: “Lê isto, Meu Besta”. Eu lia, e dava-lhe minha opinião sincera.” MATA ROMA (A cidade) Segundo informações colhidas junto ao IBGE, o povoado que deu origem à atual sede do município de Mata Roma teria sido fundado por Maria Rita Garreto, que para lá se transferiu, data não sabida, depois que seu marido, Rolindo Garreto, foi assassinado. O lugar em que se fixou e ao qual se deu o nome de São Francisco, às margens do Riacho Estrela, custou muito a crescer, tanto que, em 1942, contava com apenas 8 casas de palha e 1 coberta de telhas, esta pertencente a Manoel Garreto de Sousa.


A cidade hoje tem uma população estimada de 11 mil habitantes, uma área aproximada de 600 km2. Em 1946, com a chegada de famílias protestantes vindas de várias localidades, desenvolveu-se mais rapidamente, recebendo o topônimo de Redenção. Pela Lei nº 2182, de 30 de dezembro de 1961, foi elevada à categoria de cidade e sede do município que recebeu o nome de Mata Roma, em homenagem ao poeta e um dos maiores professores de gramática do Maranhão. “MEU BESTA” Meu Besta” era um tratamento especial com que Mata Roma chamava seus amigos queridos. Assim o fez quando José de Ribamar Araújo Costa (Zé Sarney) entrou para a Academia Maranhense de Letras. Foi Mata Roma quem o saudou com a seguinte frase: “Entra, meu besta, a Casa é sua”. Conta Evandro Sarney que, “em 1945 – foi um ano de profundas transformações – a segunda guerra mundial havia terminada, o interventor Paulo Ramos foi substituído pelo Dr. Clodomir Cardoso. A mudança atingiu o Liceu Maranhense. O professor Mata Roma foi nomeado Diretor do Educandário e foi mantido, mais adiante, pelos interventores Elezar Campos e Saturnino Belo. O corpo docente do Liceu rejubilou-se às escâncaras, com a designação do mestre para dirigir o Liceu. Os professores eram: Nascimento de Morais, Vicente Maia, José Furtado, Alves Cardoso, Braga, Cadmo Silva, Lilah Lisboa de Araújo e Maria de Jesus Carvalho. Mata Roma era um professor idolatrado pelos alunos. Começava a fase de ouro, inesquecível do Liceu Maranhense”. Mas essa fase foi abalada, segundo relata Evandro Sarney. Diz ele que “na dança dos fatos, que a memória atualiza, com tristeza recordo que esse mar de poesia, de letras e de arte, foi abalado em 1947 por uma violenta crise interna, motivada pela inesperada nomeação do professor Araújo para Diretor do Liceu Maranhense. Nenhum aluno estava indo às aulas e todos exigiam a volta do professor Mata Roma. O prefeito Costa Rodrigues mandou o secretário Merval convocar a Congregação, a fim de que esta indicasse uma listra tríplice. A Congregação decidiu deixar a critério do governador a escolha do diretor. Para alegria dos professores e alunos, o mestre e poeta Mata Roma foi reconduzido à direção do Liceu. Pronto. Paz, estudo e poesia nas salas e corredores do Colégio. TÂNTALO Em 1946, Mata Roma vivia uma grande paixão. Estava apaixonado por uma aluna que lhe inspirava antológicos sonetos. Já pensou? Em 1946 as jovens não mostravam nem os tornozelos. Imagine, então, um professor famoso, amado pelos seus alunos e fiel à esposa Elza, a quem amava muito. Como então viver essa paixão? Sempre aos sábados e domingos, meu pai, Dr. Mata Roma, reunia os filhos e contava a paixão de Mata Roma, relacionando à mitologia greco-romana. Essa paixão ardente, perturbadora, que durante muitos anos povoou a mente do mestre, é e continua ainda sendo comentada pela minha família. E eu sempre conto esse suplício aos amigos que me costumam visitar nos finais de semana. É que havia um rei na Líbia – antiga Mesopotâmia – chamado Tântalo casado com Ceres, deusa da Agricultura. E desta união nasceram 14 filhos. Um dia Tântalo ofereceu um jantar para os deuses Apolo e Diana. Mas Tântalo não tinha nada a oferecer nesse manjar. O que fazer? Como agradar os deuses? Contra a vontade de Ceres, Tântalo matou uma de suas filhas: Penélope. E ofereceu um banquete a Apolo e Diana. Mas Tântalo foi tolo (dedução minha). Era um rei, mas não era um deus. Portanto, não tinha poderes. Como ele poderia enganar os deuses? Na hora em que foi servido o jantar, imediatamente Apolo e Diana perceberam que aquela carne era humana. E, diante dessa estupidez cometida por Tântalo, os deuses o condenaram a um atroz suplício: toda vez que ele tentasse comer alguma coisa, uma fruta, por exemplo, esta se afastaria dele; se tentasse beber água, esta também se afastaria. Como castigo, os deuses Apolo e Diana vaticinaram que seus 13 filhos restantes quanto completassem 14 anos, seriam flechados e se transformariam em pedras. E isso, na mitologia, aconteceu. Voltando à realidade, Mata Roma amava com a mesma intensidade sua esposa Elza e essa jovem, sua aluna.


Mas toda as vezes que se aproximava dela, lembrava que era casado, muito bem casado, e respeitava sua mulher. E, assim, nada houve entre eles. Essa musa, cujo nome não é permitido dizer, se viva ainda estiver, tem seus 78 anos. Em 1946, essas paixões eram consideradas escandalosas pela sociedade. Os costumes da época não permitiam, jamais, que esses duplos sentimentos aflorassem e viessem à tona. E mesmo que aflorassem e viessem à tona seriam sufocados, em nome da moral e da decência, como aconteceu com o professor Mata Roma. Diante desse amor impossível (pelo menos à época), dessa paixão arrebatadora e avassaladora, inebriado e sofrendo com a ironia do destino, Mata Roma foi buscar na mitologia greco-romana refúgio para as dores do seu coração. E aí, compôs Tântalo, um dos mais belos sonetos da Literatura Maranhense: Tântalo Conta uma lenda antiga, cuja fama Pelos tempos modernos inda voa, Que lá no inferno, condenado à toa, De fome e sede Tântalo rebrama. Junto, corre uma fonte clara e boa. Perto, um galho de frutas se recama. Mas, se ele quer comer, se afasta a rama, E, se tenta beber, a água se escoa. Tem minha vida e a lenda o mesmo traço, Flagela-me também um vão desejo, Fome e sede incontidas também passo. Punido como Tântalo me vejo: Tão perto desse corpo, e não te abraço! Tão junto dessa boca, e não te beijo!” Blog do Advogado Fabio Moreira: Mata Roma, poeta e professor.

Muniz Barreto

Amar

Elegante/1893

Francisco Muniz (ou Moniz) Barreto [1] (Jaguaripe, 10 de março de 1804 - Salvador, 2 de junho de 1868) foi poeta, militar, escriturário da Alfândega da Bahia e considerado o maior repentista do Império, segundo nos diz o baiano Sacramento Blake[nota 1] que pormenoriza detalhadamente a vida e a obra do improvisador baiano, vindo no primeiro uma carta autobiográfica do poeta. [3] [4] Vida Francisco Muniz Barreto nasceu na Vila de Jaguaripe/BA, recôncavo baiano, no dia 10 de março de 1804 [5] [4] [6] [nota 2] sendo seus pais o tenente-coronel Luiz Antônio Moniz Barreto da Silveira e Dona Maria Francisca de Albuquerque Moniz. [7] Por desejo de seus pais, após os estudos preparatórios deveria cursar Jurisprudência na Universidade de Coimbra, quando surgiram os movimentos precursores da independência do Brasil, e, de acordo com a nova resolução paterna, foi convertido em soldado, participou da batalha de Pirajá/Carito em 8 de novembro de 1822, quando se pelejava na Guerra da Independência do Brasil na então Província da Bahia, assentando praça de 1º cadete no exército Exército Pacificador em 1822. Após o fim dos distúrbios locais à época da Independência da Bahia ainda sob a tutela de Portugal, em dezembro de 1826, o jovem oficial, cognominado pelos companheiros de "Cadete Labatut", já promovido a 2º tenente, incorpora-se ao 7º Grupo de Artilharia, engajado na 1ª campanha da Cisplatina, em dezembro de 1826. Com problemas disciplinares, constantemente em atrito com seu oficial comandante, nesse tempo começa sua carreira de repentista, dando tiros de sátira contra injustiças e grosserias do régulo, e fazendo as delícias de todo um batalhão [8].


Após desligar-se do exército em 1828, casa-se com D. Justa Del Campo, natural de Montevidéu, e, com boas relações entre influências políticas da sociedade fluminense da época, é empregado na redação do Correio da Câmara dos Deputados. Infeliz com a vida na corte, volta para sua província natal, e é lá nomeado 1º escriturário da alfândega, servindo em tal posto até 1862, quando se aposenta, como enfermo. Doente e com poucos recursos, morre em Salvador, no dia 2 de junho de 1868, a uma hora da tarde, vitimado por uma moléstia que acometeu-o durante vários meses e, ao fim, ceifou lhe a vida. Seus restos mortais foram levados para a igreja matriz de São Pedro (dia 3) e depositados, a seguir, no cemitério do Campo Santo. [9] A arte de Moniz José Francisco Cardoso o denominou de Bocage brasileiro (e assim foi visto e aceito em sua época). Foi também chamado de o Béranger brasileiro ou o primeiro poeta clássico do Brasil. Ele tornou-se uma lenda (ou uma anedota) e foi considerado como o maior poeta de seu tempo, ou o maior poeta da Bahia depois de Gregório de Matos. Foi algo como uma estrela cujo brilho ofuscou as artes de então. É até hoje uma referência na arte do improviso em nossa literatura. Sacramento Blake registra que “como repentista, não me consta nenhum que o excedeu.” (1895, p. 56) Sílvio Romero, a registrar testemunho de sua arte improvisatória, o faz quase literariamente. Se livro o Álbum da Rapaziada, por conta da ousadia de seus versos desrespeitosos e, por vezes, pornográfico, causou um tremendo estardalhaço na imprensa e, por conta disso, o auto lançou mão de uma espécie de refutação dirigindo à imprensa uma catilinária contra os jornais "Interesse Público", o Jornal da Bahia, o Jornal do Comércio e seu correspondente, e contra todos os pais de família e mais pessoas que repugnaram as obscenidades que escreveu, sob a alegação de que escreveu aquele conteúdo por dinheiro. [10] [11] Moniz era aparentado de Tobias Barreto, que gozava igualmente da amizade dos filhos de Moniz, o poeta Rozendo Moniz Barreto (1845-1897), Cavaleiro da Conceição e autor do livro "Elogio histórico do Barão do Rio Branco". Tipografia Universal de H. Laemmert. 1884. 123 p.; 23 cm. [12] e Francisco Moniz Barreto Junior, rabequista (Violonista), [nota 3] [17] discípulo do violinista, compositor e professor francês JeanDelphin Alard (1815-1888) e tinha Pablo de Sarasate (1844-1908) entre seus alunos. Outro de seus aparentados era o primo e poeta baiano Agrário de Menezes. [18] Assim como Gregório de Matos, Moniz Barreto evoca em sua lírica musas locais, as negras e mulatas, e, também como o poeta barroco, ao mesmo tempo em que busca valorizar a mulher mestiça. E foi essa produção que aliás, Francisco Moniz Barreto foi indiciado em processo criminal por publicação pornográfica, em 1864. [11] Foi considerado uma espécie de gênio em sua arte, não foi propriamente o criador de uma escola, mas um seguidor da escola de Bocage e êmulo do mestre. Como o poeta sadino, o vate baiano possuía um incomparável estilo de improviso, do tipo reflexivo e destacou-se também como um notável poeta clássico. Suas numerosas produções, pelo seu brilhantismo, são seguem como um legado à posteridade da ’’arte brasilis’’. [19] Ficaram famosas as suas porfias com os repentistas Badoíno Embirussu [7] e Laurindo José da Silva Rabelo, que segundo se dizia à época, não encontrava páreo. [20] Sinfrônio O. Alvares Coelho, Laurindo Rabelo, A de Mendonça, João Freitas, Dr. Luiz Álvares dos Santos e tantos outros na arte do improviso, do repente e da glosa [7] e como repentista não me consta que alguém o excedesse". No prefácio ao estudo de Rozendo Muniz, datado de 27 de novembro de 1886 (ano que vem na falsa-capa), escreve o Barão de Ramiz Galvão: (SIC) "Seus mais arrebatadores trunfos obteve-os no improviso, quando o astro superexcitado pela grandeza da luta rompia em centelhas divinas. Dir-se-ia que naqueles momentos supremos as forças, vivas do espírito se recolhiam todas ao mais íntimo do intelecto, e faziam do homem um semideus”. Em torno do velho repentista figuraram Agrário de Meneses, Augusto de Mendonça, Junqueira Freire, Pessoa da Silva, Rodrigues da Costa, Gualberto dos Passos, Laurindo Rabelo e muitos outros poetas de talento. O grande artista Vítor Meireles [4] fez-lhe o retrato e foi da exposição deste que nasceu o estudo do filho do repentista, publicado no "Pais", e mais tarde ampliado e estampado em livro. A biografia escrita pelo poeta dos "Voos sicários" é muitíssimo interessante e, sobretudo, equilibrada no julgamento da obra paterna. Referindose à crítica de Manuel Antônio de Almeida, — o mesmo que escreveu as "Memórias de um sargento de milícias” e a quem, recentemente, Eugênio Gomes estudou como crítico do romantismo — Rozendo Muniz justifica a maneira hostil com que Almeida tratou as poesias de seu pai, taxando-as de produtos da "lisonja, servilismo e interesse próprio", o que, de fato, não era bem a verdade. É que Almeida não conhecia de perto o autor de "Clássicos e românticos”. Moniz Barreto, foi, ao lado de João Pedro da Cunha Vale, Antônio Álvares da Silva, Frederico Marinho de Araújo, Belarmindo Barreto, Silio Boccanera, Frederico Lisboa, Gaspar Lisboa e Olímpio Rebelo, um dos fundadores do Conservatório Dramático da Bahia.[21] Moniz Barreto foi também, em 1842, administrador do Teatro São João [22] e, como apaixonado pelas artes cênicas, um entusiasta e valente partidário dos artistas de então, e ardente admirador das cantoras daquela época (1845), devotava especial predileção pela soprano Adelaide Tassini Mugnai, que aqui permanecer em uma longa turnê. [23]


"Dado exclusivamente aos Improvisos conta Rozendo Muniz). em que se tornou mais conhecido, desde 1819 até 1839. Muniz Barreto pouco escreveu durante esses 15 anos Como, porém, sofresse de ataques nervosos, exacerbáveis com os arroubos de repentista, em prejuízo do exercício de seu emprego público, de 1833 em diante dedicou-se mais a composições escritas na meditação do gabinete. De tais versos publicou, em 1855, dois volumes em 8.° grande, sob o título “Clássicos e românticos”, impressos pela tipografia Camilo de Leliis Maçon, na Bahia.” Um dos repentes de Muniz Barreto que ficaram mais famosos foi aquele em que profetizou o futuro brilhante de Ruy Barbosa: [4] Admira numa criança O engenho, o critério, o tino Que possui este menino Para pensar e dizer! Não, não me iludo na minha Bem firmada profecia: Um gigante da Bahia Na tribuna ele há de ser. Dos sonetos improvisados (e foram inúmeros), o melhor — e também o mais conhecido — é aquele cujo fecho veio do mote: “Isto é amor, e deste amor se morre”. Outro soneto célebre é o “Cristo no Gólgota”.' Consagrado como repentista, a publicação de seus trabalhos em livros quase que só lhe acarretou amarguras. Se alguns, como Agrário de Meneses, [4] o elogiaram, outros o desancaram sem piedade. Mais tarde, seu filho e biógrafo Rozendo Muniz seria um dos alvos prediletos dos parnasianos, o que o levaria a fechar seu soneto “Testamento” com estes versos: profetizou o futuro brilhante de Ruy Barbosa: [4] Deixo aos vates nóveis [o exemplo do meu nada Aos detratores deixo [intérmino desprezo Em 1879 colaborou no Periódico (Revista) O DIABO A QUATRO Revista Infernal n°189 - FRANCISCO MUNIZ BARRETO "O Bocage Brasileiro" Recife , Ano 1879 (REVISTA - O Diabo a Quatro, nº 189, 4º anno, Séc. XIX, 1879, 7p., muito ilustrada. (furos de insetos), O Diabo a Quatro: revista infernal, de 1875 a 1879, que tem este nome por ser redigida por quatro estudantes que se assinam com codinome de diabo e por fazerem criticas e sátiras com modo contundente ou jocoso a fatos de personagens recifenses da época.[31] Influência Dentre sua influências se podiam contar, de certo modo, a poesia de Machado de Assis, pela qual interessou-se, como pode ser visto no poema A Corina - Fantasia diante de um retrato, oferecido ao escritor carioca [24] e transcrito no Jornal da Tarde do Rio de Janeiro em 23 de março de 1870. E com o qual provavelmente travou contato quando ambos colaboravam no jornal “O Futuro” [25] e o grande educador, introdutor de novos métodos de ensino, Dr Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas, que introduziu métodos de ensino e estimulava em seus aluno o gosto pela belas artes, àquela época. O Barão foi o fundador do Ginásio Baiano, no qual eram matriculados Ruy Barbosa, [7] o poeta Castro Alves, entre outros ilustres. No auge de sua fama, Moniz concorria frequentemente, assim como Castro Alves, entre outros, às reuniões literárias promovidas pelo Barão. [26] Outra agremiação da qual participou foi a A Época Literária, um órgão ou um círculo de poetas chefiados pelo Visconde de Pedra Branca, considerado como "o maior da época". Deste círculo, além de Moniz Barreto, participavam Pinheiro de Vasconcelos, Adélia Fonseca e João Gualberto de Passos, entre outros. Notese que Moniz e o Visconde eram ligados à história da modinha. [27] Uma destas modinhas "Hei de amar-te até morrer", cuja criação deveu-se a Moniz, fazia parte da coleção de "Modinhas Imperiais" que foram reunidas por Mário de Andrade, e que serviam-lhe de estudo. Crítica Obra Assim diz Barão de Ramiz Galvão: "Seus mais arrebatadores trunfos obteve-os no improviso, quando o astro superexcitado pela grandeza da luta rompia em centelhas divinas Dir-se-ia que naqueles momentos supremos as forças, vivas do espirito se recolhiam todas ao mais intimo do intelecto, -e faziam do homem um semideus”. [4] 1855, dois volumes em 8.° grande, sob o título “Clássicos e românticos”, impressos pela tipografia Camilo de Lellis Maçôn, na Bahia semideus”. [4] - Camilo Lellis Maçon Ode ao faustíssimo regresso de SS. MM. II à corte do Rio de Janeiro (1826); [25] A lamentável morte do Sr D. João VI (1826); [25] Clássicos e românticos (poesia, 1855); [25] A estátua e os mortos (poesia 1862); [25]


Álbum da rapaziada (obra pornográfica com as iniciais B.M.F., 1864); [25] [28] Ao passamento de S. M. Fidelíssima a senhora D. Maria II. Rainha de Portugal. [25] Poesia oferecida aos poetas portugueses, obra provavelmente publicada na Bahia em 1854, [25] A gloriosa memória de S. M. L. o Sr. D. Pedro I (1859); [25] Ao trigésimo quinto aniversário natalino do Sr. D. Pedro II (1860); [25] Poesias (1861; 1863); [25] A estátua e os mortos (1862); [25] O americano pirata (poesia de 1864); E paio (poesia humorística). [25] Periódico O Diabo a Quatro (1879); [31] Colaboração em jornais Diário do Rio de Janeiro, [25] A Estação, [25] O Futuro, [25] Marmota Fluminense, *Semana Ilustrada (jornais do Rio de janeiro) [25] Jornal do Recife (Recife, Pernambuco). [25 Napoleão Lobão

Amargurado Orgia

A RUA/1915 A RUA/1915

Informações sobre o escritor • •

Nome completo: Napoleão Lobão Descrição: Poeta participando da obra "Sonetos maranhenses".

Fonte(s) dos dados •

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin Digital. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/.



Neno Vasco

Pelos campos

Revista do Norte/1901

Neno Vasco (1878 - 1920) foi um poeta, advogado, jornalista, anarquista e escritor, ardoroso militante sindicalista revolucionário nascido em Penafiel, Portugal. Emigrou para o Brasil onde estabeleceu uma série de projetos com os anarquistas daquele país. É de sua autoria a tradução do hino A Internacional, mais difundida nos países de língua portuguesa, e terá sido uma das mais importantes figuras do Anarquismo em Portugal. Biografia Primeiros anos Gregório Nazianzeno Moreira de Queiroz e Vasconcelos, mais conhecido como Neno Vasco, nasceu em Penafiel em 9 de Maio de 1878. Aos 8 ou 9 anos de idade emigra junto com seu pai e sua madrasta para a cidade de São Paulo, no Brasil. Alguns anos depois regressa a Portugal para concluir seus estudos indo viver na casa de seus avós paternos em Amarante. É em Amarante que conhece o poeta Teixeira de Pascoaes, que mais tarde o iria convencer a optar pelo curso de Direito em vez de Medicina. Formação académica Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra a 13 de Outubro de 1896, onde passa a ter aulas. Tem como colegas e amigos futuros ilustres da intelectualidade portuguesa como o poeta Teixeira de Pascoaes, Faria de Vasconcelos e António Resende. Em 1900, durante as suas idas ao Porto, conheceu um grupo de propagandistas libertários onde participava Cristiano de Carvalho e Serafim Cardoso Lucena[1]. No ano de 1901 conclui o curso de bacharelado. Ao mesmo tempo passa a empreender atividades militantes, em 2 de Março de 1901 publica o panfleto - A Academia de Coimbra ao Povo Portuguez - onde faz uma ferrenha crítica às arbitrariedades da polícia. Neste mesmo ano começa a escrever artigos para o jornal republicano O Mundo, à época publicado em Lisboa sob a direção de Mayer Garção. Retorno ao Brasil e contato com o Anarquismo No final de 1901 retorna ao Brasil onde rapidamente estabeleceu contato com anarquistas italianos através dos quais tomou conhecimento da obra de Errico Malatesta que daquele momento em diante exerceu uma profunda influência em seu pensamento. Em poucos meses passou a se corresponder com Malatesta e neste contato suas ideias e concepções foram modificadas. Do Brasil escreveu e enviou textos sobre literatura e revolução a serem publicados em Portugal na revista A Sementeira na qual também escreveu um artigo memorável sobre a obra, vida e morte do francês Octave Mirbeau. Amigo do Povo, Aurora e Voz do Trabalhador Na cidade de São Paulo em 1902 passa a editar o jornal Amigo do Povo junto com Benjamim Mota, Oreste Ristori, Giulio Sorelli, Tobia Boni, Ângelo Bandoni, Gigi Damiani e Ricardo Gonçalves. A influência do periódico foi imediata sendo ele apropriado, não só como um dos principais espaços de dialogo sobre o movimento anarquista brasileiro, mas também lócus de reflexão de questões relacionadas à "emancipação feminina" por um número considerável mulheres notáveis que passaram a contribuir para esta publicação. A partir destas discussões suas Neno Vasco publicou um artigo neste periódico refutando a tese do naturalista Émile Zola acerca da fecundidade. Algum tempo depois lançou a revista Aurora. Nas páginas do jornal Voz do Trabalhador Neno Vasco respondeu às críticas de alguns anarquistas (entre eles Luigi Galleani) que acusava as organizações anarcossindicalistas de serem apenas uma nova forma de governo. A polêmica sobre as relações entre anarquismo e sindicalismo, deu à época fundamental margem para um amplo debate, importante para a compreensão das diferentes correntes dentro do movimento libertário se situavam em relação ao movimento operário e à suas organizações. Casamento, traduções e militância


Fotografia do grupo familiar de Neno Vasco. No ano de 1904 traduziu para o português do francês a obra "Evolução, Revolução e Ideal Anarquista" do francês Élisée Reclus. Em 1905 casou-se com Mercedes Moscovo, anarcafeminista filha de uma família espanhola e anarquista por gerações. A esta época desenvolveu intensa atividade de propagação do pensamento libertário tornando-se uma referência entre os libertários brasileiros com os quais colaborava. Também neste ano passou a editar o periódico A Terra Livre com sua esposa, Edgard Leuenroth e outros. Ao mesmo tempo se manteve em diálogo com outros anarquistas de origem portuguesa que, atuavam no Brasil, entre eles Adelino Tavares de Pinho - um comerciante do Porto que exercera a função de professor na Escola Moderna -, Marques da Costa - editor do jornal O Trabalho -, Manuel Cunha, Diamantino Augusto, Amílcar dos Santos, Raul Pereira dos Santos, José Romero, etc. Em 1909 traduziu o hino internacionalista progressista A Internacional do francês Eugène Pottier para o português. Rapidamente sua versão se difundiu no meio anarcossindicalista, tanto no Brasil como em Portugal, passando a ser ouvido em manifestações operárias como greves e comícios nestes dois países desde então. Regresso a Portugal Proclamada a República em 1910, Neno Vasco retornou a Portugal onde continuou a desenvolver sua militância anarquista, colaborando com a imprensa anarquista brasileira como correspondente. Tornou-se colaborador constante da revista libertária A Sementeira na qual escreveu sobre a situação social no Brasil. Assim como no jornal "A Aurora" (1910-1919), e nas revistas Renovação (1925-1926) [2] e "A Comuna" (1920-1927) do Porto, até à data da sua morte.

Bandeira do "Círculo de Estudos Neno Vasco". No ano seguinte, nos dias 11, 12 e 13 de Novembro participou do 1º Congresso Anarquista Português. Em 1912 lançou a coleção 'A Brochura Social' com Lima da Costa editando duas obras, tomou parte em diversos encontros anarquistas como a (Conferência Anarquista de Lisboa em 1914), publicou o folheto "Geórgias: ao trabalhador rural" no periódico semanal de Pinto Quartin Terra Livre, ofereceu cursos de formação aos jovens das Juventudes Sindicalistas em O Germinal. Em 1910 desentendeu-se com Emídio Costa sobre estratégias diante da Primeira Guerra Mundial, foi amigo de muitos militantes do movimento anarquista português. Morte Em 15 de Setembro de 1920 Neno Vasco, intelectual brilhante e influente militante libertário em dois continentes, morreu de tuberculose, pobre e seguro das suas posições anarquistas, na freguesia de São Romão do Coronado do concelho de Trofa, no norte de Portugal. "Concepção Anarquista do Sindicalismo" Ao longo dos anos 10, enquanto propagandista anarquista, Neno foi desenvolvendo a concepção anarquista do sindicato ao abordar as ideias de Malatesta, entre outros autores, sobre o sindicalismo revolucionário. No fim da sua vida começou a trabalhar numa obra, que ficaria inacabada, sobre o papel que os anarquistas devem ter nas organizações de massas, mais concretamente nos sindicatos, além de abordar a doutrina e as disputas com os marxistas na 1ª Internacional. Nesta obra Neno defende que "o sindicato operário é o grupo essencial, o órgão específico da luta de classes e o núcleo reorganizador da sociedade futura"[3] que deve participar na "luta solidária dos operários contra os patrões" pela acção directa [3]. O papel dos anarquistas nestes sindicatos deve ser o de propaganda, espalhar as ideias anarquistas e afastar a tendência reformista, parlamentarista, dos partidos políticos que só defendem a participação integral no sistema social burguês, uma harmonia entre o


capital e o trabalho. Logo, a organização operária deve "viver independente de qualquer partido político ou agrupamento doutrinal" de modo a acentuar o carácter revolucionário, "a resistência deve ser a única função sindical"[3]. Cooperativismo e Mutualismo Em alguns parágrafos deste livro, o autor aborda o mutualismo e a cooperativa, afirmando que "servem e facilitam a exploração capitalista, fazendo-se factores de resignação e passividade" [3]. Para Neno estas organizações podem ser ainda mais nefastas do que o corporativismo, porque "tende naturalmente para a adaptação do assalariado ao regime burguês, favorecendo mesmo a submissão às condições impostas pelo patronato".[3] Além de que promovem a criação de uma "burocracia permanente parasitária", que mais cedo ou mais tarde, irá "desenvolver o espírito comercial e corromper as melhores intenções"[3]. Social Democracia e Parlamentarismo As críticas às reformas operárias são constantes em toda a obra, afirmando que "a «lei operária» só serve para iludir as massas inconsientes dando um falso prestígio aos governos e instituições parlamentares e tendendo a desviar o povo da organização e acção directas."[3] Para Neno, a lei só é aplicada quando o proletariado quer que essa reforma seja aprovada, quando os trabalhadores tem força para impor a sua vontade aos governantes. Sobre o parlamento, este não é nada mais do que uma ferramenta da burguesia para apaziguar as lutas operárias, e corromper o espírito combativo dos movimentos sociais: "O Parlamento é obra e instrumento das oligarquias políticas e financeiras - e tudo o que ele toca fica corrompido e impotente. E o que nele parece permanecer intacto e incorrupto, não faz senão manter o nefasto prestígio de uma ficção. Resta, pois, a Revolução, robusta filha das circunstâncias e da vontade dos homens, a revolução que marca o parto doloroso, mas necessário e bem-vindo, de todas as sociedades." p.151 [3] Legado Durante toda sua vida, seu esforço no movimento editorial muito contribuiu para o crescimento da influência libertária nos meios operários no Brasil e em Portugal. O seu principal livro é A Concepção Anarquista do Sindicalismo, publicado em 1923 pelo coletivo editorial do jornal anarcossindicalista A Batalha e reeditado em 1984. Uma versão brasileira para uso em cursos de formação sindical foi publicada em 2007. Na cidade de São Paulo, no bairro Cidade Tiradentes existe uma rua com seu nome. No município de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro há igualmente um edifício com o nome Pr. Neno Vasco construído em 1976. Obra Bibliografia A Academia de Coimbra ao Povo Portuguez, 1901. Uma espécie de explicação. In: ASSUNÇÃO, Mota. O infanticídio. São Paulo: Terra Livre, 1907. Lavorate! In: Almanacco della rivoluzione. São Paulo: A cura del grupo La Propaganda, 1909. Prefácio. In: BERTHELOT, Paul. O evangelho da hora. São Paulo: Grupo Aurora e Libertas, 1911; edição francesa: Preface. In: BERTHELOT, Paul. L’e evangile de la heure. Paris: Les Temps Nouveaux, 1912. Geórgicas: ao trabalhador rural. Lisboa: Publicações de Terra Livre. 1913; edição chilena: El obrero del campo. Rancagua: Ediciones Adelante, 1945; edição cubana: El obrero del campo. Havana: El Progreso, 1925. Da Porta da Europa (factos e ideias: a questão religiosa, a questão política, a questão económica 1911-1912), Bibl. Libertas, Lisboa, 1913. As doutrinas libertárias: breve exposição e definições. Rio de Janeiro: Centro de Estudos Sociais, 1913. Sindicalismo revolucionário. In: MIRANDA, Tércio (org.). Almanaque de Aurora. Porto: Grupo Aurora Social, 1913. Miséria e revolução. In: MIRANDA, Tércio (org.). Almanaque de Aurora. Porto: Grupo Aurora Social, 1913 Sindicalismo Revolucionário, 1914[4]. A Concepção Anarquista do Sindicalismo, Editorial A Batalha, Lisboa, 1920; 2ª edição, Afrontamento, Porto, 1984. Em 2007 foi publicada uma versão brasileira usada em cursos de formação sindical. A marselhesa do fogo. In: KHOURY, Yara Aun (org.). Poesia Anarquista. Revista Brasileira de História. São Paulo, n. 15, 1988. Os parasitas. In: PRADO, Arnoni; HARDMAN, Foot; LEAL, Claudia (org.). Contos anarquistas: temas e textos da prosa libertária no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2011. Os anarquistas no movimento operário. São Paulo/Santos: Biblioteca Terra Livre/Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri, 2013. Traduções Élisée Reclus, Evolução, Revolução e Ideal Anarquista, Biblioteca Sociológica, S. Paulo, 1904. A Internacional, 1909. Entre camponeses. São Paulo: Grupo de Estudos Sociais, 1913. Peças teatrais


Anedota em 1 acto, 1911. Greve de Inquilinos: farça em 1 acto, Editorial A Batalha, 1923. Pecado de Simonia, 1907. Nereu Bitencourt

Porque quero Saudade Sublevação Cultual Yolanda Crença

Avante/1902 Revista do Norte/1902 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1903 Revista do Norte/1904

UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS Os professores caxienses Nereu Bittencourt e Tia Filozinha e suas alunas em foto rara A rara foto acima faz parte do acervo pessoal e familiar do casal Dª Marly e José Maria Soares Viana. Depois de nossa conversa de mais de quatro horas de duração, há semana e meia, consegui que Dª Marly, que é caxiense como eu, cedesse a foto com muito gosto e boa vontade. Aliás, não veio só a foto, mas o quadro, com moldura, vidro e tudo. Pois essa fotografia há tantas décadas guardada na casa nº 257 da Rua Nova, em Santa Inês (MA), traz registro visual de 21 pessoas, quatro delas de meu conhecimento, três falecidas. São elas: 1) O PROFESSOR NEREU BITTENCOURT (em pé, primeiro à esquerda na fila próxima à parede; único homem na foto). A inteligência, coragem cívica e o amor de Nereu Bittencourt à terra caxiense estão expressos em carta com resposta pedida pelo prefeito Otávio Vieira Passos, de Caxias, que queria saber a opinião do ilustrado intelectual acerca da pretensão de uma cidade do Rio Grande do Sul querer adotar o nome de “Caxias”, pelo que a Caxias maranhense teria de mudar o próprio nome, em razão de, na época, não ser permitida no Brasil a existência de dois municípios com nomes iguais. Para demonstrar que tinha mais merecimento do que a cidade do interior maranhense, a cidade sul-rio-grandense alegava que era economicamente mais rica do que Caxias. Ante isso, em 1943, Nereu Bittencourt escreveu carta que mereceu reprodução na “Enciclopédia dos Municípios” (1959, 15º volume página 126). Entre outras coisas, disse Nereu: “(...) não é justo que uma simples superioridade financeira, como a alegada pela cidade rio-grandense, supere as glórias que Caxias conquistou, ou o orgulho que a exalta, de ter o seu nome imorredouramente ligado ao nome da maior glória do Exército Nacional. [Duque de Caxias].” 2) A PROFESSORA FILOMENA TEIXEIRA, A TIA FILOZINHA (é a terceira mulher depois do professor Nereu). Foi minha professora no antigo Ginásio (Ensino Fundamental). Era bem forte, falava alto. Era rigorosa, mas sabia


ser terna, carinhosa. Ensinava História e Geografia. Éramos vizinhos de fundo de quintais, no Centro de Caxias, próximo à Igreja de São Benedito. 3) A ALUNA TEREZINHA DE JESUS ALENCAR (da esquerda para a direita, a segunda entre as quatro da fila mais à frente). Fomos vizinhos na Rua Bom Pastor, numa parte de Caxias conhecida como Porto Grande. Dª Terezinha era titular de um cartório. Sempre prestativa, alegre, comunicativa. Eu era criança e visitava sempre sua residência, seja para jogar bola com os filhos dela, o Manoel e o José Carlos (tinha ainda a filha Ruth), ou ajudar Dª Dadá, mãe de Dª Terezinha, a responder palavras cruzadas que vinham em um jornal que eles recebiam da capital cearense. Quando Dª Terezinha faleceu, na década de 1970, escrevi uma crônica -“Terezinha, a de Jesus” -- no jornal caxiense “O Pioneiro”, dirigido pelo saudoso escritor e jornalista Vítor Gonçalves Neto. 4) A ALUNA MARLY MACEDO LIMA – A estudante Marly Macedo Lima, futura professora em Santa Inês e mulher do músico e escritor José Maria Viana, é a primeira à esquerda, na segunda fila, com outras quatro moças. QUEM SÃO – Esse quadro cheio de pessoas cheias de histórias e saudades congelou para sempre aquele instante escolar. Estes são os nomes, segundo a memória de Dª Marly Viana: 1ª FILA, no alto - professor Nereu Bittencourt, professora Mila Assunção, Maria Edite Bittencourt (fiscal), professora Filomena Teixeira, professora de música Mariazinha Leitão. 2ª FILA - Alunas Marly Macedo Lima, Maria “Binoquinha”, Liene Bezerra 9sobrinha do músico caxiense Mário Beleza), Maria José Couto e Shirley Torres Gomes. 3ª FILA – Alunas Raimunda Marinho, Teresinha de Jesus, Carlota, Denise Milhomem Silva (filha do empresário caxiense José Delfino Silva), Maria de Jesus Lopes, Teresinha de Jesus Cunha e Marlene Melo. 4ª FILA, embaixo – Alunas Nair Reis, Teresinha de Jesus Alencar, Neusa Maria Silva (sobrinha de Simplício Machado) e Edelves Raposo Bezerra. EDMILSON SANCHES Olavo Bilac

O Brasil Estrelas Ida A Patria Os monstros Hino a bandeira Lingua portuguesa

O Canhoto/1908 O Canhoto/1908 A Mocidade/1934 A Noticia/1928 A Noticia/1928 A Escola/1919 A Escola/1919

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro, considerado o principal representante do parnasianismo no país. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório (codificado à época pela Lei do


Sorteio)[1] em um período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude da proclamação da República em 1889. Foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital federal (na época, o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o Brasil. Também ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao governo militar do marechal Floriano Peixoto. Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon. É autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, como os sonetos Ora (direis) ouvir estrelas e Língua portuguesa. Biografia Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de sua esposa Delfina Belmira Gomes de Paula, teve infância e adolescência comuns para sua época. Era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade exigida - autorização especial para ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai, que era médico durante a campanha da Guerra do Paraguai, e a contragosto próprio.

Olavo Bilac (M. J. Garnier). Portanto, começa a frequentar as aulas da faculdade mencionada, terminada a rápida passagem no colegial, mas seu precoce trabalho na redação da Gazeta Acadêmica absorve-o e interessa-o mais do que a prática medicinal. Por este motivo, Bilac não concluiu o curso de medicina e nem o de direito que frequentou posteriormente, em São Paulo. Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boêmias e literárias no meio letrado do Rio de Janeiro. Sua projeção como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e políticos da época conduziram-no a um cargo público: o de inspetor escolar. A se considerar a importância dada aos cargos escolares naquele período, principalmente aquele de professor da Escola Pedro II (onde diversos eruditos disputaram famosas preleções para cargo professoral, como Euclides da Cunha e Astrojildo Pereira), não é de somenos importância perceber o relevo social desta profissão naquele meio. Aliás, sua participação na vida cotidiana e cultural foi uma marca patente em sua imagem: sabe-se, por exemplo, que em 1897 Bilac acabou perdendo o controle do seu automóvel Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro - RJ, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente de carro no Brasil. Aos poucos profissionaliza-se: produz, além de poemas, textos publicitários, crônicas, livros escolares e poesias satíricas. Visava, então, contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Prestou colaboração em publicações periódicas como as revistas: A Imprensa[2] (1885-1891), A Leitura[3] (18941896), Branco e Negro[4] (1896-1898), Brasil-Portugal[5] (1899-1914), Azulejos[6] (1907-1909) e Atlântida[7] (1915-1920). Sua estreia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto "Sesta de Nero" no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. Ademais, escreveu diversos livros escolares, ora sozinho, ora em co-autoria com seus amigos Coelho Neto e Manuel Bonfim.

Homenagem filatélica de 1967.


Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, inúmeros intelectuais perdem seu protetor, o dr. Portela, ligado ao primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Como reação, o escritor participa da fundação d'O Combate, órgão antiflorianista e opositor do estado de sítio declarado pelo marechal Floriano Peixoto após a ameaça de novo golpe político contra a ainda instável república, quando então o primeiro é preso e constrangido a passar quatro meses detido na Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem arruinado. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu sozinho, em consequência destes descasos amorosos, sem constituir família até o fim de seus dias. Decorrido seu falecimento, em 28 de dezembro de 1918 vítima de edema pulmonar e insuficiência cardíaca,[8] fora sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro. Participação cívica e social A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo. — Olavo Bilac[9] Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório − já matéria de lei desde 1907, mas apenas implementado em 1915 por ocasião da I Guerra Mundial. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar. É como poeta Bilac que se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração. Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. Principais obras

Membros da Academia de Letras: Olavo Bilac é o quarto em pé, da esquerda para a direita. Dentre os escritos de Olavo Bilac, destacam-se os seguintes: Alma inquieta; Antologia poética; Através do Brasil; Conferências literárias (1906); Contos Pátrios; Crítica e fantasia (1904); Crônicas e novelas (1894); Dicionário de rimas (1913); Hino à Bandeira; Ironia e piedade, crônicas (1916); Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa; Livro de Leitura; Poesias (1888); Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957); Teatro Infantil; Tratado de Versificação, em colaboração com Guimarães Passos; Tratado de versificação (1910); " Ouvir as Estrelas" Língua Portuguesa


Placa de uma rua em Campo Maior (Piauí) homenageando Olavo Bilac. É soneto constituído de versos decassílabos heróicos (acento tônico ocorrente nas 6ª e 10ª sílabas poéticas), com rimas opostas, interpoladas ou intercaladas.[10] "No poema Língua Portuguesa, o autor parnasiano Olavo Bilac faz uma abordagem sobre o histórico da língua portuguesa, tema já tratado por Camões. Este poema inspirou outras abordagens, como o poema 'Língua', de Gilberto Mendonça Teles e 'Língua', de Caetano Veloso. Esta história é contada em quatorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos – um soneto – seguindo as normas clássicas da pontuação e da rima. Partindo para uma análise semântica do texto literário, observa-se que o poeta, com a metáfora 'Última flor do Lácio, inculta e bela', refere-se ao fato de a língua portuguesa ter sido a última língua neolatina formada a partir do latim vulgar – falado pelos soldados da região italiana do Lácio. No segundo verso, há um paradoxo: 'És a um tempo, esplendor e sepultura'. 'Esplendor', porque uma nova língua estava ascendendo, dando continuidade ao latim. 'Sepultura' porque, a partir do momento em que a língua portuguesa vai sendo usada e se expandindo, o latim vai caindo em desuso, 'morrendo'. No terceiro e quarto verso, 'Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela', o poeta exalta a língua que ainda não foi lapidada pela fala, em comparação às outras também formadas a partir do latim. O poeta enfatiza a beleza da língua em suas diversas expressões: oratórias, canções de ninar, emoções, orações e louvores: 'Amo-te assim, desconhecida e obscura,/ Tuba de alto clangor, lira singela'. Ao fazer uso da expressão 'O teu aroma/ de virgens selvas e oceano largo', o autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo, recém-criado, e o 'cheiro agradável das virgens selvas', caracterizando as florestas brasileiras ainda não exploradas pelo homem branco. Ele manifesta a maneira pela qual a língua foi trazida ao Brasil – através do oceano, numa longa viagem de caravela – quando encerra o segundo verso do terceto. Ainda expressando o seu amor pelo idioma, agora por meio de um vocativo, 'Amo-te, ó rude e doloroso idioma', Olavo Bilac alude ao fato de que o idioma ainda precisava ser moldado e, impor essa língua a outros povos não era um tarefa fácil, pois implicou destruir a cultura de outros povos. No último terceto, para finalizar, quando o autor diz: 'Em que da voz materna ouvi: 'meu filho'! / E em que Camões chorou, no exílio amargo / O gênio sem ventura e o amor sem brilho', ele utiliza uma expressão fora da norma ('meu filho') e refere-se a Camões, quem consolidou a língua portuguesa no seu célebre livro 'Os Lusíadas', uma epopeia que conta os feitos grandiosos dos portugueses durante as 'grandes navegações', produzida quando esteve exilado, aos 17 anos, nas colônias portuguesas da África e da Ásia. Desse exílio, nasceu 'Os Lusíadas', uma das oitavas epopeias do mundo".[11] Língua Portuguesa Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela… Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho![12][13] Olavo Bilac tradutor Olavo Bilac traduziu as famosas travessuras de Max und Moritz de Wilhelm Busch, do alemão para o português: Juca e Chico.[14]

Olegario Mariano

Conselho de amigo Madrugada Conselho de amigo

Singular/1937 Novidades/1952 Singular/1937

Olegário Mariano Carneiro da Cunha (Recife, 24 de março de 1889[1] — Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1958) foi um poeta, político e diplomata brasileiro. Era primo do poeta Manuel Bandeira (1886-1968) Biografia Olegário Mariano era filho de José Mariano Carneiro da Cunha e de sua esposa, Olegária da Costa Gama, ambos heróis pernambucanos da Abolição e da República[2]. Foi inspetor do ensino secundário e censor de teatro.[1] Em 1918 foi representante do Brasil na Missão Melo Franco, como secretário de embaixada na Bolívia. Foi deputado à Assembleia Constituinte de 1934[3]. Em 1937 ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, depois foi ministro plenipotenciário nos Centenários de Portugal, em 1940; delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Interacadêmica de Lisboa para o Acordo Ortográfico de 1945; embaixador do Brasil em Portugal entre 1953 e 1954. Exerceu o cargo de oficial do 4.° Ofício de Registro de Imóveis, no Rio de Janeiro, tendo sido antes tabelião de notas. Em 1938, em concurso promovido pela revista Fon-Fon, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros[3], em substituição a Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac, o primeiro a obtê-lo. Nas revistas Careta e Para Todos, escrevia sob o pseudônimo de João da Avenida, uma seção de crônicas mundanas em versos humorísticos. Ficou conhecido como "o poeta das cigarras"[1][4], por causa de um de seus temas prediletos. Obras

Gabinete de Olegário Mariano. Angelus (1911)[4] Sonetos (1921) Evangelho da sombra e do silêncio (1913) Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917) Últimas Cigarras (1915)


Castelos na areia (1922) Cidade Maravilhosa (1922) Bataclan, crônicas em verso (1927) Canto da minha terra (1931) Destino (1931) Poemas de amor e de saudade (1932) Teatro (1932) Antologia de tradutores (1932) Poesias escolhidas (1932) O amor na poesia brasileira (1933) Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933) O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937) Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939) Em louvor da língua portuguesa (1940) A vida que já vivi, memórias (1945) Quando vem baixando o crepúsculo (1945) Cantigas de encurtar caminho (1949) Tangará conta histórias, poesia infantil (1953) Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)

Oliveira Roma Oliveira Roma

Nunca mais Se queres que eu cante

A Mocidade/1934 A Mocidade/1934

João da Mata de Oliveira Roma nasceu no Município de Chapadinha, em 24 de fevereiro de 1894 e faleceu em Caxias, em 27 de outubro de 1944, Escritor de fecunda atividade intelectual, Oliveira Roma desde cedo atirouse às lides jornalísticas adentrando nessa escola o seu meio expressional. A poesia foi-lhe constante na vida e publicou diversos volumes de versos, destacando-se os “Versos de Enor”. Jurista e professor catedrático de Direito Judiciário Civil da antiga Faculdade de Direito do Maranhão. Na Academia Maranhense de Letras fundou a Cadeira nº 25, cujo patrono é o grande jurisconsulto Sá Viana. Oscar Galvão

O descrente

O Combate/1906

Oscar Galvão era vibrante jornalista e inspirado poeta. Lecionou no Liceu Maranhense as cadeiras de História Natural, Física e Química. Faleceu na cidade de Coroatá em 11 de novembro de 1923, aos 46 anos, sendo sepultado na capital deste estado, no Cemitério de São Pantaleão.

Oscar Lopes

Vellas

A Tarde/1915

Óscar Lopes (1882-1938) Óscar Lopes (Ceará, 31 de dezembro de 1882 - Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1938) foi um contista, dramaturgo e jornalista brasileiro.[1] Biografia Óscar Lopes nasceu no Ceará em 1882. Estudou no Rio de Janeiro onde se formou em direito em 1907. Foi redator da Gazeta de Notícias e autor de diversos livros e peças de teatro. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Atlântida[2] (1915-1920). Destacam-se os livros de contos Livro Truncado, Maria


Sydney e Seres e Sombras, o de poesias Medalhas e legendas e um volume com as peças de teatro Albatroz, O impune e A confissão. A 7 de junho de 1923, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo, de Portugal.[3] Oscar Pederneiras

Lendo Kachepim

A Luta/1891

Oscar Veloso Paranhos Pederneiras (Rio Pardo, 1860 — Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1890)[1] foi um advogado[carece de fontes] e jornalista brasileiro, famoso como autor de peças do teatro de revista.[2][3] Filho de Manuel Veloso Paranhos Pederneiras e de Isabel França Leite Pederneiras, era irmão do poeta Mário Pederneiras e do caricaturista Raul Pederneiras. Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, com passagens como jornalista pelo Jornal do Commercio e da revista A República,[4] sendo promotor público no Rio de Janeiro. Papilon Blue

Phases No campo Engano Sempre a ti Phalenas marinhas Canção Trillos Bosquejos Fugitiva Antes e depois Melancolia Dois astros Efemeras

Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1898 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1899 Elegante/1890

PAPILLON BLEU: ANA DE OLIVEIRA SANTOS, TAMBÉM CONHECIDA POR ANICOTA SANTOS. Jucey Santana cita diversas escritoras maranhenses, ante polemica acontecida sobre a biografia de Leonete Oliveira: Temos uma riqueza de poetisas ainda completamente esquecidas. A exemplo de Maria Cristina Azedo que encontramos poemas seus desde 1873. Em 1899 ela publicou “Amor e Desventura”, pela Tipografia Ramos de Almeida. O último livro dela foi “Flores Incultas”, em 1924. Zilá Paes fundou vários jornaizinhos como: Carriça, Vésper, Nossa Bandeira... Publicava seus poemas e dos alunos, Apolónia Pinto que nasceu em 1866, conhecida como dramaturga, foi uma renomada poetisa, e a famosa Papilon Bleu, pseudônimo Ana de Oliveira Santos, também conhecida por Anicota Santos. Publicou “Acordes” em 1899. Este livro já se encontra no Acervo Digital da BBL. Buscamos dados sobre a famosa Papilon Bleu, pseudônimo Ana de Oliveira Santos, também conhecida por Anicota Santos: Ana de Oliveira Santos: Pseudônimo(s): Papillon Bleu Descrição: Poeta Fonte(s) dos dados: COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro:


Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238 in https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=13430 Na Pacotilha de 05 de outubro de 1888, é informado que uma “Anicota Santos” estava chegando à São Luís, procedente de Axixá, acompanhada de uma criada:

Nesse mesmo jornal, em 17 de janeiro de 1894, consta:


Seria a mesma pessoa? No Diário do Maranhão de 13 de julho de 1898 encontramos um pequeno poema:

Em A Pacotilha de 12 de agosto de 1889 anunciando o lançamento de livro de versos

Diário do Maranhão, 18 de novembro de 1889 sai o seguinte conto, de Laura Rosa, dedicada à distinta poetisa Papillon Bleu




A Pacotilha de 08 de janeiro de 1900 registra o recebimento do novo livro de Papillon Bleu


Diário do Maranhão de 05 de março de 1900, quando do lançamento de um relatório do Centro Caixeiral,


Informa A Pacotilha de 07 de março de 1900, o surgimento de uma nova poetisa, referindo-se ao lançamento, há um mes, anunciado, de Papillon Bleu:


O Diário do Maranhão de 06 de julho publica o seguinte conto:


Que apareecem, também, em A Pacotilha de de 22 de junho de 1900 A Pacotilha publica, então, outro conto:



No Jornal A Actualidade, de 16 de agosto de 1900 encontramos:


No ano de 1901, no Relatório dos Governadores, aparece doação por Papillon Bleu, 1 volume, à Biblioteca Pública. O Correio da Tarde traz uma crítica de Valério Santiago que menciona o lançamento de seu livro:

A Pacotilha de 22 de novembro de 1902 anunciava o surgimento de uma associação literária, em que participariam várias escritoras:


Não encontramos a referida nota da edição anterior, que fala da fundação da sociedade... Em O Imparcial, de 06 de agosto de 1917 temos1 que estava entre as pessoas que fariam um esplendido passeio marítimo, pela Cia. Fluvial.

Pedro Braga Filho

Tisica

Idade Nova/1937

Pedro Braga Filho, ou também Pedro Braga, (Barra do Corda, MA, 16 de abril de 1918 – São Luís, MA, 30 de dezembro de 1978) é um médico e político brasileiro que foi deputado federal pelo Maranhão.[1][2] Dados biográficos Filho de Pedro Pereira Braga e Maria da Rocha Holanda. Estudou em diferentes instituições de ensino, dentre elas o Liceu Maranhense, antes de formar-se médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1945,[1] trabalhou junto ao Ministério da Saúde como puericultor. Fundador e diretor do Serviço de Assistência a Menores, foi chefe de clínica do Hospital Infantil de São Luís e chefe da divisão de Maternidade e Infância da Legião Brasileira de Assistência em solo maranhense e trabalhou no Hospital Nina Rodrigues.[2] Diretor de saúde pública em Brasília, integrou a Academia Maranhense de Letras a partir de 1948.[3][4] Sua estreia na política ocorreu em 1950 como suplente de deputado estadual pelo PST. Candidato a deputado federal via PSD em 1954, ficou na suplência, porém um recurso à Justiça Eleitoral o fez parlamentar efetivo quando impugnaram as urnas da 41ª Zona Eleitoral determinando a recontagem dos votos, decisão que custou o mandato de Benedito Diniz e foi corroborada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão à 1º de março de 1955.[5][nota 1] Mudou para a UDN no curso do mandato, mas amargou uma suplência no pleito seguinte. Eleito deputado federal em 1962,[6][7] foi candidato a vice-governador do Maranhão via PTB na chapa de Renato Archer em 1965, contudo o vencedor foi José Sarney. Meses depois ingressou no MDB quando

1

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=168319_02&pesq=%22%20Anicota%20Santos%22


o bipartidarismo foi outorgado pelo Regime Militar de 1964 através do Ato Institucional Número Dois.[8][nota 2] Findo o seu mandato, encerrou também sua carreira política. Suplente famoso Durante sua estadia como deputado federal, Pedro Braga pediu licença do mandato e para ocupá-lo foi convocado o suplente José Sarney, cuja carreira política durou 60 anos e o fez chegar à presidência da República após a doença e o falecimento de Tancredo Neves em 1985.[9][nota 3]

100 anos de Pedro Braga Filho, que nasceu em Barra do Corda em 16 de abril de 1918, foi médico, poeta, orador e três vezes deputado federal Pedro Braga Filho é membro fundador da Academia Barra-cordense de Letras, cadeira nº 26, também membro fundador da Academia Maranhense de Letras, cadeira nº 39 O poeta e escritor Fernando Braga, membro da Academia Barra-cordense de Letras, escreve sobre o centenário do seu tio Pedro Braga Filho Pedro Braga Filho Nasceu na cidade de Barra do Corda, no Maranhão, em 16 de abril de 1918 e faleceu em São Luís, em 30 de dezembro de 1978. Estudou as primeiras letras em sua cidade, com as Irmãs Franciscanas, no Colégio São José da Providência, transferindo-se para São Luís onde fez o curso de humanidades no Liceu Maranhense, ao lado de Josué Montello, Oswaldino Marques, Manoel Caetano Bandeira de Melo, Franklin de Oliveira, Erasmo Dias, Sebastião Corrêa, e outros expoentes da geração maranhense de 30. No Rio de Janeiro, trabalhando no Serviço Interaliado de Informações, na segunda guerra mundial, formou-se pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, em 1945, pós graduandose na mesma Universidade em Pediatria, Clínica do prematuro, Puericultura e Cardiologia Infantil; Psiquiatria pelo Centro de Estudos da Santa Casa do Rio de Janeiro e ‘Cours de Pédiatrie Sociale, pelo Centre International de L’Enfance’, de Paris, promovido pela ONU. Foi Assistente do grande pediatra brasileiro, professor Doutor Rinaldo De Lamare; foi membro da Sociedade Mineira de Pediatria, da Sociedade de Pediatria do Paraná, da Sociedade Pernambucana de Pediatria, da Sociedade de Pediatria da Bahia, da Associação Médica de Brasília, do Conselho Regional de Medicina da Seção do Distrito Federal e Delgado fundador do Parlamento LatinoAmericano. Foi professor de Ciências Físicas e Naturais da Escola Normal do Maranhão e professor fundador da Cadeira de Puericultura e Clinica da Primeira Infância da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal do Maranhão. Deixou os seguintes trabalhos: ‘A Morfologia do Homem Maranhense’; ‘Reflexo do ambiente familiar no desenvolvimento psicofísico da criança’, 1953; ‘Análise da situação sanitária do Distrito Federal’, 1968; ‘Brasília e sua realidade sanitária’, 1970; e mais alguns trabalhos apresentados em Congressos Científicos, como ‘Da colocação familiar’; ‘Os desajustamentos da infância: suas causas e remédios’ e ‘O babaçu na alimentação da criança’; deixou, ainda, produções literárias publicada em revistas e jornais; foi Deputado Federal pelo Maranhão por em três legislaturas, de 1954 a 1966. Foi membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a Cadeira nº 39, patroneada pelo Conselheiro Olympio Gomes de Castro, sendo recebido em 16 de dezembro de 1948 pelo Cientista Achilles Lisboa. O jornalista Benedito Buzar, presidente da Academia Maranhense de Letras, testemunha em seu livro ‘Vitorinistas e oposicionistas’, que “Pedro Braga Filho representou na Câmara dos Deputados o que o Maranhão teve de melhor na vida política, destacando-se na defesa de teses nacionalistas, numa época em que o Congresso Nacional se empenhava na luta pela soberania e pela riqueza do País e contra os interesses do capitalismo internacional.


Seu nome ficou registrado nos anais do Congresso Nacional pela coragem e altivez. Foi o primeiro parlamentar brasileiro a insurgir-se contra o movimento militar de 1964. No momento ainda de incertezas e de intranquilidade, manifestou-se publicamente [da tribuna da Câmara, discurso ‘Em defesa do Congresso Nacional’, proferido em 11 de maio de 1964] contrário ao regime instalado no Brasil, estribado no arbítrio e na prepotência, pondo em risco as instituições democráticas.” Sobre esse discurso, o jornalista Danton Jobim escreveu no ‘Diário Carioca’, de 13 de maio de 1964, o artigo ‘Cair de pé!’, a iniciar assim o seu brilhante texto: “A Câmara ouviu, anteontem, o discurso de um homem: o deputado Pedro Braga, do Maranhão; pertence ao PTB e pode ter seu mandato cassado a qualquer momento...”. Foi este o texto que escrevi no pórtico do Memorial de Pedro Braga Filho, contendo discursos políticos e literários: “Ao longo de minha formação humanística, aplicado e atento às reflexões de Pedro Braga Filho, quase sempre na esteira das ideias literárias e políticas, fui surpreendido, num desses exercícios, quando ele, até então displicente quanto às suas produções, prefiniu-me o compromisso, como se num credo, de resgatar os seus discursos, confessando um apressado interesse de reuni-los em livro, talvez levado pela premonição de que não viveria muito, fazendo-me entender, de imediato, que aquele lampejo me conduzia à percepção da qual se valeu Proust, influenciado pela teoria intuicionista de Bérgson, quando se propôs a escreve ‘À la recherche du temps perdu’. A predestinação referencial aos sistemas e valores em que predominam os elementos racionais que nos confinava, quem sabe, preestabelecera esse planear intelectivo, na medida em que, da mesma forma, uma avassaladora intuição me ensombrava como se a Circe feiticeira quisesse avisar-me do pouco tempo que dispunha. Se não fora esse infausto domínio vaticinador se ter tornado verdade enquanto me iluminava a faculdade instintiva de compor e ordenar este ofício, a vigília de tê-lo engenhado, senão com arte, mas com profundo desprendimento, ter-me-ia feito alcançar o lineamento final com a mesma emoção do primeiro instante. Mas como tudo que é criado, tornando relativas todas as verdades, tende às aventuras mais diversas, determinou-me a visão beatífica ou algum outro princípio, talvez o do imposto por um poder excessivo, fazer legar este trabalho à análise de nossa história política e ao estudo de contemporaneidade da literatura maranhense, na concepção luminar de que na arte, a única coisa cognoscível ressurgida do nada, congênita ao homem, se perpetua pelo deslocamento de todos os marcos de fronteiras, não adiantando a interceptação do vôo, porque alados serão sempre os que constroem almas. Condicionado por essa terrível destinação de póstumo, onde a alteração de nascimento e morte é a cósmica oscilação dentro da qual os opostos se realizam, fui palpitado de sonhos humanos e devorado como um ‘místico em estado selvagem’, concordando com a definição claudeliana de Rimbaud, para continuar minha incursão sobre o canto do morto cisne, o qual me fez agora elevá-lo como arauto onde o ‘silêncio diz mais que a palavra’, como falou Zaratustra, o ‘amor fati e alterego de Nieetzsche’, não obstante as flores que o fizeram, e para sempre, adormecido ao som de bênçãos. Como médico, fez do universo da ciência um apostolado, como o pregado por Santo Tomás de Aquino, quando traçou o racionalismo sobre os báratros interpostos entre o conhecimento e a fé; como cultor do espírito deteve-se ao entendimento lógico fazendo com que o raciocínio e o juízo transcendessem ao meio operante; como político, tomou posições de vanguarda em momentos críticos e decisivos, revelando verdades silenciadas, sem liberdade e sem condição de defesa, mas com destemida coragem e independência; como tribuno, irradiou apelos aos mitos, transportando-se aos versetos bíblicos e às sagas das epopéias, a exaltar feitos guerreiros e a salmear potestades,


energizando-se com as sentenças provindas dos oráculos, no uso da eloqüência como a prerrogativa da palavra, em sua expressão mais natural. Negando a validade dos problemas que não podem ser solucionados através dos métodos científicos, mestre Braga Filho aplicava às suas próprias angústias, não as confiando às elevações divinas, como fazia Santo Agostinho, mas revoltando-se com as injustiças sociais, principalmente com o doloroso desamparo infantil, como assim exterioriza: “a infância brasileira é profundamente infeliz. Os seus sagrados direitos só agora estão saindo do âmbito da caridade para se fundamentar em sólidos princípios de uma assistência técnica”. Angustiado, também, com a precariedade do ensino em nossas escolas e da carência dos menos favorecidos ao aprendizado, analisa o problema com profundo sentimento justificando que a “instrução jamais deve ser privilégio do rico. Deve ela estar ao alcance de todos, pois só assim poderemos contar com aquela aristocracia de valores de que nos fala Nordau”. Na exaltação dialética do que é real dentro das idéias, pelo nomadismo da imaginação, pelo imprevisto das complexidades e pela predição da grandeza estética na compreensão objetiva do presente e na percepção humana do futuro, Pedro Braga Filho foi, como diz Lord Byron, “um destino e uma vontade caminhando fora de rota batida”, como afirmam estes discursos, peças de um instrumental de grande validade como metafísica do belo e de alto conteúdo como a verdade em ação e em movimento, podendo agora lê-los os que não tiveram oportunidade de ouvi-los. *Fernando Braga é poeta e escritor, mora em Caldas Novas (GO) #bdc #barradocorda #cordino #politicosbarracordenses Antonio Martins Denys Milhomem Arruda Sebastião Artur Milhomem Sônia Maria Milhomem Braga Cezar Braga Alvaro Braga Mário Helder Ferreira

Pedro de Alcantara, Dom

Brasil do Bem

Brasil Novo/1950

Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança (Petrópolis, 15 de outubro de 1875 – Petrópolis, 29 de janeiro de 1940), foi o Príncipe do Grão-Pará, segundo na linha de sucessão ao trono brasileiro de 1875 até a proclamação da república em 1889. Filho mais velho da princesa imperial Isabel e de seu marido, o príncipe francês Gastão de Orléans, Conde d'Eu, era o neto primogênito de Pedro II, último imperador do Brasil. Consta que a dificuldade de Isabel em conseguir engravidar a levou a Caxambu, na província de Minas Gerais, onde submeteu-se a um tratamento com as águas minerais daquela cidade. Em contato com religiosos, a princesa imperial fez a promessa de levantar um santuário no local caso conseguisse conceber um filho. Foi o que aconteceu, e até hoje existe na cidade a Igreja de Santa Isabel da Hungria, erguida por esta razão.[1] Renunciou a seus supostos direitos dinásticos ao extinto trono brasileiro em 1909, quando casouse morganaticamente com a condessa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz. É avô de Henri d'Orléans, Conde de Paris (1933-2019) e do atual Duque de Bragança e pretendente ao trono português, Duarte Pio de Bragança. Nascimento, infância e educação O primeiro parto da princesa Isabel durou cerca de cinquenta horas e terminou com a morte da Princesa Luísa Vitória ainda no ventre da mãe. Mais de um ano depois, Pedro de Alcântara Luís Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança nascia após treze horas de parto, às 4h50min do dia 15 de outubro de 1875. Embora tenha nascido sufocado, a enfermeira Soyer conseguiu reanima-lo; porém, por conta do parto


trabalhoso, Pedro sofreu uma lesão no plexo braquial esquerdo, na altura da 7ª e 8ª raízes dos nervos cervicais do pescoço, que resultou na paralisia de uma das mãos e dos dedos (Paralisia de Klumpke).[2] Pedro de Alcântara foi educado por preceptores, chefiados por Benjamim Franklin Ramiz Galvão, e viveu no Paço Isabel (atual Palácio Guanabara), no Rio de Janeiro, junto com seus irmãos mais novos Luís Maria Filipe e Antônio Gastão, até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, quando tinha catorze anos de idade. Deve-se a ele um dos gestos mais pungentes por ocasião da partida da família imperial brasileira para o exílio, quando sugeriu ao avô Pedro II "a ideia de soltar-se uma pomba branca, em alto mar, a fim de que levasse as últimas saudades da Família Imperial para o Brasil". A pomba foi solta à altura da ilha de Fernando de Noronha, com uma mensagem assinada por todos da família, mas acabou caindo ao mar sem cumprir com seu propósito.

Pedro (frente), com seus irmãos Luis (centro) e Antonio (atrás). Estabeleceu-se no exílio com sua família no Castelo d'Eu, na Normandia, França, tendo estudado no Império Áustro-Húngaro, onde fez seu curso militar e serviu no exército imperial e real daquele país. Tentativas de restauração Com a deposição de Pedro II do Brasil e a partida da família imperial para o exílio, vez por outra surgiam boatos e até iniciativas pela restauração. Em 1893, a república cambaleava com a segunda Revolta da Armada e a Revolução Federalista no sul do país. O líder deste último movimento, Gaspar Silveira Martins, declaradamente monarquista, engajava-se em conspirações para restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Já insistira em vão para que Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. Com o avanço da revolução, propôs à princesa Isabel que permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem seu filho mais velho, Pedro, príncipe do Grão-Pará, para ser aclamado Pedro III do Brasil. Ouviu da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar".[3] Indignado, Silveira Martins respondeu: "Então, senhora, seu (dele) destino é o convento." A casa de Bragança não se dispôs aos riscos de uma aventura sangrenta no sul do Brasil. Se, por um lado, o príncipe imperial teria dado a uma revolução que tinha homens e armas uma alma, por outro lado, poupou-se do triste fim de Custódio de Melo, Gumercindo Saraiva e tantos outros que mediram forças com a república. Renúncia ao trono Em 1896 Pedro de Alcântara conheceu a jovem condessa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz e queria se casar, mas sua mãe, Isabel, se opôs a esse casamento. Na época, as leis das famílias reinantes eram restritas e formais. O herdeiro de um trono só podia se casar com uma princesa de sangue real. Nessa altura o Conde d'Eu apresentava uma proposta ao Duque de Orléans, que este concedesse aos seus descendentes o direito de sucessão no trono francês em caso de extinção da Casa de França; em troca, um de seus filhos renunciaria aos eventuais direitos ao extinto trono do Brasil, evitando que estrangeiros viessem a ocupar a Chefia da Casa Real francesa. Supunha-se que Luís, segundo filho, apresentaria sua renúncia aos direitos brasileiros, mas como este se negou a fazê-lo, o Conde d'Eu acabou por propô-la ao primogênito em troca da obtenção da licença para casar com a condessa Elisabeth de Dobrzenicz. Tais propostas foram aceitas pelo Duque de Orléans em 24 de abril de 1909, quando a esposa de Luís já se encontrava esperando seu primeiro filho e a renúncia de Pedro de Alcântara já se tinha concretizado. Prova do cumprimento do acordo por parte da família Orléans foi o fato de, em 1931, aceitar o casamento da filha mais velha de Pedro de Alcântara, Isabel de Orléans e Bragança (19112003), com o Conde de Paris.[4] A Princesa Isabel pediu ao Imperador Francisco José da Áustria que elevasse a condição nobiliárquica da família de Elisabeth, que foi elevada ao título nobiliárquico de conde em 1906. Até então seus antepassados haviam sido barões. Com a renúncia de Pedro de Alcântara, os estilos e direitos dinásticos ao extinto trono brasileiro passaram a seu irmão Luís Maria Filipe, ao passo que Pedro de Alcântara manteve-se como príncipe de Orléans


e Bragança, garantindo assim que tanto ele quanto seus descendentes poderiam casar-se com nobres sem o ser morganaticamente.[5] Pedro de Alcântara e Elisabeth casaram em Versalhes, França, no dia 14 de novembro de 1908, Elisabeth era filha de Johann-Wenzel, Conde Dobrzensky von Dobrzenicz, proveniente de uma antiga família nobre da Boêmia (àquela época a Boêmia encontrava-se sob a soberania do Império ÁustroHúngaro),[6] e de Isabel, Baronesa Kottulin und Krzischkowitz e Condessa Kottulinsky.[7] Instrumento de renúncia Um instrumento de renúncia foi emitido em três vias, todos assinados por Pedro de Alcântara diante de sua mãe, ex princesa imperial do Brasil, a qual enviou uma das vias ao Diretório Monárquico do Brasil, então localizado no Rio de Janeiro, aos 9 de novembro de 1908. Repercussão da renúncia: a sucessão dinástica

Pedro Orleans e Bragança, Elisabeth, Isabel e Pedro Gastão. A partir de então, Pedro de Alcântara perdeu automaticamente quaisquer direitos sobre os extintos títulos da Casa Imperial, passando seus direitos de sucessão ao irmão mais novo Luís Maria Filipe, que à altura reclamava para si apenas o título de príncipe do Brasil – um título dedicado apenas aos monarquistas brasileiros, então os descendentes que pertenceram família imperial sem terem uma posição privilegiada em uma eventual restauração da monarquia . O filho de Luís Maria Filipe, Pedro Henrique, nascido um ano antes, passou a pretender ao extinto título de príncipe do Grão-Pará – título que vale simbolicamente entre monarquistas , o primogênito passa a se chamar príncipe imperial do Brasil Ocorre que Luís Maria Filipe, então príncipe imperial, morreu dez anos depois, em 1920, e D. Isabel, então chefe da casa imperial, morreu no ano seguinte, em 1921, legando ao jovem Pedro Henrique, então com apenas doze anos de idade, a chefia da casa. Ressalta-se o fato de que outra importante figura que poderia dar-lhe apoio, seu tio Antônio Gastão, faleceu em 1918. A jovialidade de Pedro Henrique e a falência de dois dos principais membros da casa imperial criaram a oportunidade para algumas pessoas questionarem a validade do documento de renúncia de Pedro de Alcântara. O próprio Pedro de Alcântara chegou a considerar a possível invalidade jurídica de sua renúncia, pois afirmara em entrevista: Quando há muitos anos renunciei aos direitos da chefia da Casa imperial do Brasil – Disse A.A. – em favor de meu irmão o Príncipe D. Luiz, o fiz apenas em caráter pessoal sem atender as determinações das Leis do extinto imperio do Brasil , sem prévia consulta à nação, sem os necessários protocolos que precedem atos dessa natureza, não foi, além disso, uma renúncia hereditária [sic]. Mas tarde conversando na Europa e durante minhas visitas ao Brasil, com alguns monarquistas, verifiquei que minha renúncia não é válida por muitos motivos, além dos que acabo de citar. O Conselheiro João Alfredo, que detinha em se poder uma cópia autêntica da renúncia, também me afirmou idêntico parecer. .</ref> Porém, anos mais tarde, retificara sua posição: Corre por aí pretender eu reaver os direitos de sucessão eventual ao trono do Brasil, com prejuízo de d. Pedro Henrique, meu sobrinho, renegando minha renúncia de 1908. A minha renúncia, em 1908, é válida, embora muitos monarquistas (...) entendessem que, politicamente e pelas leis brasileiras que vigoravam em 1889, ela


deve ser ratificada pelas Câmaras no caso de ser restaurada a monarquia. Aliás, na minha família nunca haverá dissensões ou disputas por causa do poder imperial.[8]

Pintura de Pedro de Alcântara com seus pais. Até morrer em 1940, em Petrópolis, onde residia no Palácio do Grão-Pará, Pedro honrou a renúncia. Morta a princesa Isabel em 14 de novembro de 1921, encaminhava questões monárquicas ao sobrinho Pedro Henrique de Orléans e Bragança. Também Luís Gastão, conde d'Eu, apoiava o seu neto Pedro Henrique como o herdeiro do trono imperial. Após as mortes do Conde d'Eu, em 1922, e de Pedro de Alcântara, em 1940, é que a chamada questão dinástica brasileira ganhou força, sendo incitada principalmente por Pedro Gastão, filho de Pedro de Alcântara, que nunca aceitou a renúncia do pai em favor do tio. Porém, à morte de Pedro de Alcântara, Pedro Henrique já tinha trinta e um anos de idade e vinte anos de chefia da casa imperial, posição consolidada e que dificilmente seria questionada pelos partidários de Pedro Gastão. Apenas a partir de 1981, com a morte de Pedro Henrique e a ascensão de seu primogênito, Luís Gastão, à chefia de suas pretensões, é que novamente foram feitas reivindicações por parte de Pedro Gastão. A partir de então, as contestações ganharam corpo, principalmente devido ao destaque social conferido a Pedro Gastão e seus filhos, a maioria casada com membros de outras casas reais, e à reclusão dos filhos de Pedro Henrique, cuja maioria renunciou a seus direitos dinásticos. Dessa divisão surgiu o chamado Ramo de Petrópolis, formado pelos descendentes de Pedro de Alcântara, e o Ramo de Vassouras, formado pelos descendentes de Pedro Henrique. À época do plebiscito de 1993, pelo qual se consultaria a forma e sistema de governo que a população preferia, a questão dinástica foi novamente suscitada. Disputas ocorreram para decidir quem seria o candidato do movimento monarquista (se Pedro Gastão ou Luís Gastão), o que acabou por dividir e enfraquecer a causa monárquica. De fato, Pedro Gastão era o que recebia mais destaque na propaganda eleitoral gratuita, onde Luís Gastão sequer tinha espaço. Após a morte de Pedro Gastão, porém, a questão dinástica parece encerrada. Retorno ao Brasil

Pedro de Alcântara, Elisabeth e seus filhos


Pedro, após a extinção do exílio, veio ao Brasil para realizar excursões de caça nos sertões brasileiros. Acompanhado por seu secretário, fez entre 1926-1927 uma das viagens mais conhecidas da época: um "autoraid" da Bolívia até o Rio de Janeiro, percorrendo quatro mil quilômetros de automóvel por estradas praticamente intransitáveis. Dessa expedição existem reportagens publicadas por Mario Baldi em jornais e revistas ilustradas brasileiras e europeias. Muitas fotografias foram feitas na ocasião; as imagens fazem parte da coleção Mario Baldi, da secretaria de cultura de Teresópolis, cidade onde morava o austríaco. Mais uma expedição foi feita pelo príncipe e seu secretário, desta vez com os filhos de Pedro, em 1936. Nesta ocasião os expedicionários visitaram aldeias indígenas dos sertões brasileiros. A revista A Noite Ilustrada publicou várias reportagens e fotografias de Mario Baldi, que fez novamente a documentação da aventura. Pedro de Alcântara retornou ao Brasil na década de 1930, estabelecendo-se no Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis. Tornou-se figura obrigatória nas comemorações e realizações locais, sendo muito admirado pela maneira afetuosa e simpática com que sempre se dirigia aos seus compatriotas. Foi escolhido como presidente de honra do Instituto Histórico de Petrópolis.[9] Nessa mesma cidade o príncipe faleceu, aos 64 anos de idade, vítima de uma doença respiratória, e foi sepultado no cemitério local com honras de chefe de estado. Em 1990, seus restos mortais foram trasladados junto com os de sua esposa para o Mausoléu Imperial, na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, onde repousam ao lado das tumbas de seus pais e avós, num jazigo simples. Títulos e honrarias Títulos e estilos 15 de outubro de 1875 – 5 de dezembro de 1891: Sua Alteza Imperial, o Príncipe do Grão-Pará 5 de dezembro de 1891 – 30 de outubro de 1908: Sua Alteza Imperial, o Príncipe Imperial 30 de outubro de 1908 – 26 de abril de 1909: Dom Pedro de Alcântara, Príncipe Imperial do Brasil 26 de abril de 1909 – 29 de janeiro de 1940: Sua Alteza Real, o Príncipe-Títular de Orléans e Bragança[10]

Pedro Queiroz

Alcantara

Carapuça/1884

Pedro Tomás de Queirós Ferreira (Beberibe,[1] 5 de setembro de 1854 — Fortaleza, 12 de julho de 1918[2]) foi bacharel em Direito, magistrado, jornalista e historiador brasileiro. Pertenceu à Academia Cearense de Letras (cadeira n.° 6), que ajudou a fundar. Biografia Nasceu em Beberibe, que então fazia parte do município de Cascavel, filho de João Tomás Ferreira e de Laurentina de Queirós (Lima) Ferreira, através de quem, era primo-tio da também escritora Raquel de Queirós. Em 12 de novembro de 1880, formou-se em Direito pela Faculdade de Recife. Quando estudante de preparatórios, redigiu em Fortaleza, com Clóvis Beviláqua, Paula Nei, Gil Amora e João Edmundo, o jornal E Pur Se Mouve. Em Recife redatoriou, com Antônio Augusto, Virgílio Brígido, Gil Amora, Tarquínio de Sousa Filho e José Augusto de Sousa Amaranto, o Ensaio Jurídico e Literário, colaborou no Academus, Revista de Pernambuco e Província de Pernambuco e foi relator da comissão da redação do órgão do Clube Liberal Acadêmico e um dos oradores das solenidades promovidas por ocasião da passagem do centenário de Camões. Em 15 de agosto de 1894, junto com o Barão de Studart, Antônio Augusto de Vasconcelos, Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho, entre outros, fundou a Academia Cearense de Letras, que precedeu à Academia Nacional. Exerceu no Ceará os cargos de juiz municipal de Baturité, chefe de polícia, na antiga província (ocupando o cargo interinamente quando no fim do regime monárquico) e, depois, no estado, e desembargador do Tribunal da Relação. Manteve em Baturité o periódico O Tempo, com Pedro Sombra e Pedro Catão, e colaborou vastamente na imprensa da capital. Após ser desapossado do cargo de desembargador por ter participado da sedição ao presidente estadual José Clarindo de Queirós, retirou-se da vida pública, tendo falecido aos 64 anos incompletos.

Egas Moniz Barreto de Aragão

O poeta Ceci tuera cela Christi de bronze

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1902

Phetion de Villar

Harmonia suprema

Revista do Norte/1903

Pethion de Villar


Péthion de Villar é o pseudônimo literário do médico e poeta brasileiro Egas Moniz Barreto de Aragão (Salvador, 4 de setembro de 1870 - Salvador, 18 de novembro de 1924). Filho de Francisco Moniz Barreto de Aragão (1846-1922) e Ana de Lacerda Moniz de Aragão (1850 - 1946), iniciou os estudos com uma preceptora suíça, continuando-os nos Colégios São José e Marquês de Santa Cruz. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual diplomou-se em 1895. No mesmo ano, começou a lecionar francês , inglês e alemão no Ginásio da Bahia. Ainda estudante, fundou duas revistas: Revista Acadêmica e Renascença. Em 1911, passou a integrar, após concurso, o corpo docente da Faculdade de Medicina da Bahia, como professor extraordinário de História Natural Médica. Passou a professor substituto da mesma disciplina, em 1924. Lecionou, durante muitos anos, no curso de Farmácia, anexo à faculdade. Foi eleito deputado estadual, em 1921 e 1923. No Diário de Notícias, mantinha uma coluna humanística, com o pseudônimo de Diavolina. Foi um dos fundadores da Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira nº 13. Colaborou na revista simbolista Os Anais, na Revista do Grêmio Literário, na revista Brasil-Portugal[1] (18991914) e ainda na revista Tiro e Sport [2] (1904-1913). Foi contemporâneo de diversos grandes poetas baianos como Artur de Salles, Álvaro Reis e Pedro Kilkerry. Alguns de seus versos foram escritos em francês. Deixou extensa bibliografia científica, literária e filosófica, posteriormente relacionada no livro Breve introdução sobre Pethion de Villar, editado por seu neto, João Augusto Didier. Da sua obra poética, publicou em vida apenas um folheto com 39 páginas, sob o título Suprema Epopéia. Depois de sua morte, a viúva Maria Elisa de Lacerda Valente Moniz de Aragão (1874-1964) publicou, em Lisboa, Poesias Escolhidas (1928). Em 1975, o MEC Conselho Federal de Cultura publicou Poesia Completa, com introdução de Pedro Calmon.[3] Obras Poesia de Péthion de Villar Poesia completa, MEC- Conselho Federal de Cultura, 1978. Poesias escolhidas, Lisboa : Ressurgimento, 1928. A Suprema Epopea : synthese lyrica em 3 cantos. Bahia, 1900 Poesias escogidas de Pethion de Villar, [S.l.] : Cooperativa Tipográfica Editora Ressurgimento, 1928. (em castelhano) Ensaios de Egas Moniz Barreto de Aragão Cura promta e radical da Syphilis por um novo methodo therapeutico : Memoria apresentada ao III Congresso Medico-Latino-Americano. Bahia: Lyceu de Artese Officios, 1907 Dermatologie tropicale, Clermont [Oise] : Imp. Daix et Thiron, 1910(em francês) Un probléme de pathologie tropicale: le maculo, Paris : Vigot, 1911 (em francês) Indice de trabalhos scientificos especialmente sobre clinica dermatologica e syphiligraphica, Bahia, 1911. Arsenotherapia da syphilis Problemas de educação nacional e de instrucção publica : notas à margem da mensagem apresentada a Assemblea geral em a sua primeira reunião (7 de abril de 1921) da 16ª legislatura, pelo Exmo. Sr. Prof. Dr. J. J. Seabra, governador da Bahia. Bahia : Imprensa Offical do Estado, 1921 Criteriologia de Reaccao de Wassermann - Apparelho de Finkelstein. Rio de Janeiro : Typ. Besnard, 1911. Júlio Dinis e a sua obra. Porto: Livraria Civilização, 1946 Referências ↑ Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (18991914).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014 ↑ Rita Correia (22 de abril de 2014). «Ficha histórica:Tiro e sport : revista de educação physica e actualidades (1904-1913)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de dezembro de 2015 ↑ Pethion de Villar. Jornal da Poesia.


Bibliografia Almeida Gouveia, Pethion de Vilar, cavaleiro do sonho e do ideal : interpretação do simbolismo Veiga, Cláudio O poeta Pethion de Villar : uma figura romanesca Raimundo Correa

Ideal Mofa e despeito

Raymundo Correa

Mal secreto

Mau secreto As despedidas

Elegante/1894 Elegante/1894 O Combate/1906 O Combate/1916 A Noticia/1928

Raimundo Correia (Raimundo da Mota de Azevedo Correia), magistrado, professor, diplomata e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís, ancorado na Baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro de 1911. Foram seus pais o Desembargador José Mota de Azevedo Correia, descendente dos duques de Caminha, e Maria Clara Vieira da Silva. Vindo a família para a Corte, o pequeno Raimundo foi matriculado no Internato do Colégio Nacional, hoje Pedro II, onde concluiu os estudos preparatórios em 1876. No ano seguinte, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali encontrou um grupo de rapazes entre os quais estavam Raul Pompeia, Teófilo Dias, Eduardo Prado, Afonso Celso, Augusto de Lima, Valentim Magalhães, Fontoura Xavier e Silva Jardim, todos destinados a ser grandes figuras das letras, do jornalismo e da política. Em São Paulo, no tempo de estudante, colaborou em jornais e revistas. Estreou na literatura em 1879, com o volume de poesias Primeiros sonhos. Em 1883, publicou as Sinfonias, onde se encontra um dos mais conhecidos sonetos da língua portuguesa, “As pombas”. Este poema valeu a Raimundo Correia o epíteto de “o Poeta das pombas”, que ele, em vida, tanto detestou. Recém-formado, veio para o Rio de Janeiro, sendo logo nomeado promotor de justiça de São João da Barra e, em fins de 1884, era juiz municipal e de órfãos e ausentes em Vassouras. Em 21 de dezembro daquele ano casou-se com Mariana Sodré, de ilustre família fluminense. Em Vassouras, começou a publicar poesias e páginas de prosa no jornal O Vassourense, do poeta, humanista e músico Lucindo Filho, no qual colaboravam nomes ilustres: Olavo Bilac, Coelho Neto, Alberto de Oliveira, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães, Luís Murat, e outros. Em começos de 1889, foi nomeado secretário da presidência da Província do Rio de Janeiro, no governo do conselheiro Carlos Afonso de Assis Figueiredo. Após a proclamação da República, foi preso. Sendo notórias as suas convicções republicanas, foi solto, logo a seguir, e nomeado juiz de direito em São Gonçalo de Sapucaí, no sul de Minas. Em 22 de fevereiro de 1892, foi nomeado diretor da Secretaria de Finanças de Ouro Preto. Na então capital mineira, foi também professor da Faculdade de Direito. No primeiro número da Revista que ali se publicava, apareceu seu trabalho “As antiguidades romanas”. Em 1897, no governo de Prudente de Morais, foi nomeado segundo secretário da Legação do Brasil em Portugal. Ali edita suas Poesias, em quatro edições sucessivas e aumentadas, com prefácio do escritor português D. João da Câmara. Por decreto do governo, suprimiu-se o cargo de segundo-secretário, e o poeta voltou a ser juiz de direito. Em 1899, residindo em Niterói, era diretor e professor no Ginásio Fluminense de Petrópolis.


Em 1900, voltou para o Rio de Janeiro, como juiz de vara cível, cargo em que permaneceu até 1911. Tuberculoso, por motivos de saúde partiu para Paris em busca de tratamento. Ali veio a falecer. Seus restos mortais ficaram em Paris até 1920. Naquele ano, juntamente com os do poeta Guimarães Passos, também falecido na capital francesa, para onde fora igualmente à procura de saúde, foram transladados para o Brasil, por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, e depositados, em 28 de dezembro de 1920, no cemitério de São Francisco Xavier. Raimundo Correia ocupa um dos mais altos postos na poesia brasileira. Seu livro de estreia, Primeiros sonhos (1879) insere-se ainda no Romantismo. Já em Sinfonias (1883) nota-se o feitio novo que seria definitivo em sua obra o Parnasianismo. Segundo os cânones dessa escola, que estabelecem uma estética de rigor formal, ele foi um dos mais perfeitos poetas da língua portuguesa, formando com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac a famosa Trindade Parnasiana. Além de poesia, deixou obras de crítica, ensaio e crônicas.

Raimundo da Mota de Azevedo Correia (São Luís, 13 de maio de 1859 — Paris, 13 de setembro de 1911) foi um juiz e poeta brasileiro. Biografia

Raimundo Correia. Nasceu a bordo do navio São Luís, ancorado em águas maranhenses, em 1859. Referindo-se a seu nascimento sobre as águas, costumava Raimundo dizer de si, pilhericamente, "Sou um homem sem pátria; nasci no Oceano".[1] Filho de família de classe elevada, foram seus pais o desembargador José da Mota de Azevedo Correia e Maria Clara Vieira da Mota de Azevedo Corrêa,[2] ambos naturais do Maranhão. Seu pai descendia dos duques de Caminha e era filho de pais portugueses. Realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em 1882 formou-se advogado pela Faculdade de Direito de São Paulo, localizada no Largo de São Francisco, conhecida como Faculdade do Largo São Francisco, desenvolvendo uma bem-sucedida carreira como Juiz de Direito no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Neste Estado, foi o primeiro Juiz de Direito da comarca de São Gonçalo do Sapucaí.[3] Casou-se em 1884 com Mariana de Abreu Sodré ("Zinha"), tendo três filhas: Lavinia, Stella e Alexandrina. Sua filha, Stella Corrêa da Paixão, foi casada com Rodolpho Gustavo da Paixão Filho, filho do também poeta Rodolfo Gustavo da Paixão.[4] Sua filha Lavínia é a mãe do diplomata Sergio Corrêa da Costa sendo Raimundo Correia, portanto, avô materno deste. Teve um tio homônimo (1838-1889), que foi juiz.[4] Teve também um sobrinho que levou seu nome, Raimundo Correia Sobrinho, formado em direito e poeta como o tio, que escreveu um livro de poesias, Oração aos Aflitos, publicado em 1945 pela Livraria José Olympio Editora.


Busto de Raymundo Corrêa. Raimundo Correia iniciou a sua carreira poética com o livro Primeiros sonhos, revelando forte influência dos poetas românticos Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves. Em 1883 com o livro Sinfonias, assume o parnasianismo e passa a integrar, ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac, a chamada Tríade Parnasiana. Os temas adotados por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos. Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada por um forte pessimismo, chegando até a ser sombria. Ao analisar a obra de Raimundo Correia percebe-se que há nela uma evolução. Ele iniciou sua carreira como romântico, depois adotou o parnasianismo e, em alguns poemas aproximou-se da escola simbolista. Faleceu em 13 de setembro de 1911, em Paris, onde foi tratar da saúde. Obras Primeiros Sonhos (1879) Sinfonias (1883) Versos e Versões (1887) Aleluias (1891) Poesias (1898) Obra completa: Poesias completas. 2 vols., [org. Múcio Leão]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1948. Poesia completa e prosa. [Texto, cronologia, notas e estudo biográfico Valdir Ribeiro do Val; introdução Manuel Bandeira]. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1961. Poesia Completa. [org. Claunísio Amorim Carvalho]. São Luís: Café & Lápis, 2012. Ramada Curto

Carta de despédida

Revista do Norte/1904

Amílcar da Silva Ramada Curto (Lisboa, 6 de abril de 1886 — Lisboa, 18 de outubro de 1961) foi um advogado, escritor e político. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, foi advogado, jornalista e escritor.[1][2] Biografia Nasceu em Lisboa, filho de João Rodrigues Ramada Curto e de sua mulher Delfina Guiomar da Silva. Era sobrinho paterno do médico militar e político António Duarte Ramada Curto. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, iniciando enquanto estudante a sua militância no Partido Republicano Português. Terminado o curso instalou-se em Lisboa como advogado, mantendo intensa actividade forense. Envolvido na propaganda republicana, também se dedicou ao jornalismo e à escrita. Com o derrube da Monarquia, e a implantação da República Portuguesa a 5 de outubro de 1910, Ramada Curto foi eleito deputado à Assembleia Constituinte de 1911, destinada e elaborar a constituição do novo regime. Com a aprovação da Constituição


Portuguesa de 1911 foi um dos deputados que manteve assento na Câmara dos Deputados do Congresso da República, além de funções no Governo, como a de Ministro das Finanças a 30 de Março de 1919.[2] Enquanto escritor, Ramada Curto teve na sua intensa actividade forense o fermento das personagens que criou, de onde salta a sua riqueza psicológica. Foi acima de tudo dramaturgo, com mais de 30 peças escritas. Destacase a sua obra Recompensa, tendo sido quase sempre fiel a um realismo naturalista, por vezes extremo. Há em Ramada Curto certa preocupação de fundo moralizante e de critica social e de costumes, ainda hoje com momentos de interesse estético e ideológico. Tem colaboração em A Farça[3] (1909-1910) e também na II série da revista Alma nova[4] (1915-1918) começada a publicar em Faro no ano de 1914, bem como na revista Atlântida[5] (1915-1920) e na edição mensal do Diário de Lisboa[6] (1933). Foi Juiz Conselheiro e 11.° Presidente do Tribunal de Contas de 15 de Maio de 1926 a 27 de Julho de 1927, depois da Implantação da Diradura Militar.[7] Entre 1931 e 1932 foi o 32.º Presidente do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano.[8] Nunca aceitou condecorações por ser membro da Maçonaria. Bibliografia Entre muitas outras obras, é autor das seguintes obras: Teatro Segundas Núpcias - 1913 Sombra - 1913 A Boneca e os Fantoches O Sapo e a Doninha A Noite do Casino Sua Alteza O Caso do Dia - 1931 Justiça! O Homem que se arranjou - 1931 Três Gerações - 1931 O caso doméstico do Dr. Medeiros - 1932 O diabo em casa A Fera Cadeira da Verdade Mascarada Sol Poente - 1935 O Perfume do Pecado - 1936 Os redentores da Ilyra O Gonzaga O tio rico Recompensa O Diabo em casa Do "Diário de José e Maria" - 1941 Dedicou-se ainda à produção de argumentos para cinema, entre os quais co-autorou com Chianca de Garcia e José Gomes Ferreira o argumento de Aldeia da Roupa Branca. Robson Campos Martins

Alma da Raça

Novidades/1952

Robson Campos Martins (Biografia de Costa Filho, Edmar), nasceu aos 04 de abril de 1911, em Vila do Axixá, no estado do Maranhão, filho de Jacintho Antonio Martins e Lília Maciel Campos Martins.


Foi um menino precoce, e, com apenas dois anos de idade, recitou uma poesia, de título desconhecido, provocando admiração dos presentes. Aos três anos deu inicio ao curso primário, lendo fluente e corretamente, sendo educado pela avó Raimunda Elisa Maciel Campos, a qual era professora e devido a uma nomeação residia em São Bento. Passou uma infância “cheia de livros”, obedecendo a princípios rígidos de educação. Aos nove anos viera o menino Robson para a casa do avô, Sebastião Augusto Vaz Campos, em São Luís, no antigo Beco do Seminário, para continuar os estudos. Assim, deu ingresso no curso secundário, tendo sido necessário aumentar-lhe a idade. Conta-se que o exprofessor Luís Viana lhe dizia brincando, quando o encontrava, de calças curtas, no colégio secundário: “Meu filho, este é um colégio para adultos, não para crianças”. Nessa época havia iniciado em São Luís o Curso de Farmácia, a nível superior, e também uma legislação conhecida como o “artigo noventa e nove”, que permitia ao aluno cursar os níveis secundário e superior, ao mesmo tempo. Assim o fez o nosso Robson. Por morte do seu avô, passou ele a residir em casa de sua tia Zélia, experimentada educadora da velha São Luís, onde estudava e trabalhava, para servir àqueles que o acolhiam, passando muitas vezes por momentos difíceis. Apesar dos maus tratos sofridos, jamais foi capaz de chegar à casa paterna sequer uma queixa, pelo contrário, até elogiava a hospedagem. Mesmo assim, seus pais eram conscientes da real situação por qual passava o filho. Filho este que jamais esqueceu-se da casa paterna, provando isto ao sair do colégio, no ultimo dia de aula, quando já estava com viagem marcada para São Bento. O jovem Robson era de extrema humildade, não tinha vaidade de qualquer natureza e não se preocupava com o luxo, pois, no dia de sua formatura, fora receber o seu “canudo” com as roupas que normalmente trajava. E, assim, ele que nos contava sereno, em 1926, quando com apenas 15 anos, concluiu o curso normal (único existente na época), já era formado em Farmácia há dois ou três meses. Uma vez formado, voltou o farmacêutico e o professor para São Bento e foi nomeado para lecionar na Escola Paroquial daquela cidade. E, como filho exemplar que era consciente da situação difícil de sua família, no final do mês entregava o seu ordenado, intacto, à mãe. Foi o jovem Robson um filho e irmão exemplar, sob todos os aspectos, como afirmam seus familiares. VIDA POLÍTICA: o Professor Robson Campos Martins passou alguns anos em São Bento, dando inicio a sua vida politica, como admirador do Movimento Integralista, cujo objetivo era o sentimento de Integração Nacional, pelo reconhecimento dos nossos valores e pela recusa dos valores estranhos, como também o forte sentimento de Nacionalismo. Com a revolução de 1930 o Professor Robson Campos foi chamado a servir à Pátria e ingressou nas Forças Armadas, chegando a atingir o posto de Tenente-farmacêutico. Nessa ocasião passou pela primeira vez nesta cidade, na qualidade de professor, transferido por motivos políticos, porém, pela revolta que isto lhe causou, jamais assumiu esse cargo. Nessa ocasião conheceu Mariana Sodré, da qual ficara noivo, voltando em seguida para Bacabal, onde começou a trabalhar como farmacêutico em um estabelecimento comercial. Após dois anos retornou a esta cidade para contrair matrimonio com Mariana Sodré, estando registrado em cartório o termo do seu matrimonio livro 8, folhas 67 a 68 sob nº. 192, ocorrido aos nove de janeiro de 1936, na época com 24 anos de idade. Em seguida regressou a Bacabal, onde nasceram seus primeiros filhos e lá ele muito cresceu no seu intelecto com grandes participações em atividades culturais como o teatro, palestras, etc. Além de produzir muito em obras literárias. Com essa ascensão intelectual consolidou no seu caráter a filosofia integralista e, essa convicção tão profunda, os seus últimos escritos traduzem claramente os princípios filosóficos daquela corrente. Sob o ponto de vista político essa posição o levou a sofrer pressões, tendo ele certa vez recebido “ordem de Prisão” e sido levado à delegacia, entretanto não chegou a ser propriamente preso, mas ficou sobre guarda. Em 1940 o Professor Robson Campos mudou-se para Turiaçu, tornando a cidade de seu coração e continuando com sua vida politica, foi eleito várias vezes vereador. Como tal foi autor de várias leis, ainda hoje em vigor, entre elas a Reforma Tributária do Município, a lei Salarial do Município e outras. Chegou a se candidatar Prefeito, não tendo sido, entretanto eleito, devendo isto ao fato de que não aceitava as negociatas que lhe eram propostas pelos políticos locais, antes tinha em vista os interesses do povo, a quem inclusive não fazia promessas. Tinha um sentimento de patriotismo muito grande que preferia chamar de “brasilidade”. Fiel a sua consciência, foi um integralista convicto, embora não se posicionando nesse campo nos últimos anos de sua vida. Importancia na Vida Cultural Turiaçuense: nesta cidade, o Professor Robson Campos pode exercer tranquilamente as funções a que aspirava, como professor, advogado (provisionado) e farmacêutico. A vocação para o magistério outorgou ao professor Robson Campos o titulo tão engrandecedor de Mestre Robson, pois,


desde os seus dezesseis anos já lecionava na qualidade de professor nomeado. Isto demonstra sua convicção de educador e a consciência de que o ensino deveria estar ao alcance de todos. Quando aqui chegou lecionava gratuitamente no prédio da Prefeitura Municipal e, alguns anos depois, com alguns amigos, fundou nesta cidade a primeira escola de ensino ginasial, em caráter gratuito, como consta da apresentação do seu Regimento Interno, redigido pelo seu fundador e primeiro diretor que esteve à frente do seu trabalho desde 1952. Como advogado, cuidou muitas vezes das causas dos mais necessitados, sem visar lucros ou remunerações. Defendeu causas importantes, ainda hoje célebres, relembradas por vezes em conversas entre pessoas desta cidade. Como farmacêutico, além de “manipular” em sua própria farmácia, procurou atender àqueles que dele necessitava, fosse dia ou noite. E na ausência de um profissional médico, exercia esta função diagnosticando e tratando enfermidades. E vale ressaltar que chegando um acadêmico ou profissional médico à cidade, ele não mais atendia à pacientes, mas encaminhava-os à pessoas mais indicadas. O Professor Robson Campos foi durante muitos anos, o Agente do INSS nesta cidade, ajudando muito por este meio a população. Como intelectual o Professor Robson Campos pode pesquisar calmamente as origens desta cidade e, mais tarde, provar sua decadência desde a Abolição. Constata-se pelos seus dois trabalhos ainda inéditos: “Monografia de Turiaçu” e “Turiaçu, Ontem e Hoje”. Neste último ele prova com dados detalhados e precisos a decadência de Turiaçu. Ainda como historiador começou a escrever “Memorias para a História da Capitania do Maranhão”, obra incompleta e também inédita. Além de historiador, era o Professor Robson Campos um verdadeiro poeta, pois nos versos que fez em homenagem a sua “NAIADE MEIGA”, nota-se a paixão que tanto tinha por esta terra a qual se orgulhava de pertencer. Como poeta escreveu vários livros de poesias, como “Fragmentos”, “O Continente Infantil”, “Ela”, “Poesias Esparsas”, como as outras também inéditas. Das poesias por ele escritas, umas há de cunho profundamente líricos, outras há que traduzem seu sentimentos e posicionamento em relação à politica e determinadas causas sociais, ou ainda outras, sua religiosidade, que por sinal era muito evidente em seu cotidiano. Além de poeta era romancista, chegando a escrever “Ao Sol de Setembro” e “Um Poema que eu Escreveria”, ambos de cunho histórico, como também inéditos. Outro manuscrito há, em código, tendo na capa o nome “Criptogramas” e do qual não se sabe, até a atualidade, o conteúdo. Há também em seu acervo cultural um organizado dicionário da linguagem “TUPI”. Como todas essas obras são inéditas deixamos de nos aprofundar mais detalhadamente. Além dos trabalhos citados, chegou a escrever e montar peças teatrais, como tem-se noticias de que ele encenava nesta cidade uma Paixão de Cristo escrita por ele mesmo. Constituem seu acervo cultural, conhecimentos profundos de Filosofia, Sociologia, Psicologia, além de literatura e mitologia Greco-Romana, literatura Brasileira, Portuguesa e de outras nações. Escrevia e falava fluentemente o francês, tendo sido professor desse idioma. Conhecendo o latim, chegou ao profundo conhecimento da Língua Portuguesa. Pelo profundo conhecimento de história e literatura, foi convidado a fazer parte do Instituo Histórico e Geográfico do Maranhão, tendo feito no dia de sua posse, um elogio de improviso ao seu patrono Diogo de Campos Moreno, que teve a duração de duas horas e meia, isto em 01 de julho de 1967, passando a partir desta data a ocupar a cadeira numero três daquela casa. O Professor Robson Campos Martins sempre nutriu por esta terra um amor nunca visto em seus próprios filhos e a escola que ajudou a fundar é o exemplo dessa demonstração de amor e de civismo. O seu exemplo será transmitido às gerações ou posteridades e nós que tivemos a honra de sermos seus discípulos, somos encarregados de levar aos filhos de hoje sua mensagem e seus conhecimentos, enfim não devemos permitir que seu nome, que tanto nos honra, seja esquecido e apagado no nosso meio, pois como o mártir da nossa educação, temos o dever de propaga-lo ao longo da vida educacional desta cidade. A escola que o Professor Robson Campos Martins fundou,funcionou até o ano 2004. Tiveram a colaboração dos Professores: Hélio Benedito Sousa, Nivaldo Ribeiro Pereira, Edinaldo Sousa, Eliel Ribeiro da Silva... e as professoras: Dirce Lopes Ribeiro, Edinalva Costa Nogueira da Cruz, Maria da Graça Roxo Rabelo, Irosélia Rodrigues Soares e tantos outros. Por iniciativa do Vereador Edmar Costa Filho autor desta biografia a biblioteca Municipal de Turiaçu tem o seu nome: “Biblioteca Municipal Professor Robson Campos Martins”. Robson Campos Martins morreu aos 24 de novembro de 1981, em São Luís, MA estando o seu corpo sepultado no Cemitério do Gavião.


Rosalia Sandoval

De longe

Ave erradia Serenata

Revista do Norte/1904 Revista do Norte 1905 Revista do Norte 1906

://blogdoetevaldo.blogspot.com ROSÁLIA SANDOVAL (1876-1956) Professora primária e literata Rita de Souza Abreu, mais conhecida pelo pseudônimo literário de Rosália Sandoval, nasceu em Maceió provavelmente em 1876 e faleceu no Rio de Janeiro em 1956, aos 80 anos. Mais a frente, em 1912, ela assumiu o cargo de diretora e professora do Colégio Auta de Souza. Por volta de 1917, Rita de Abreu encontrava-se professora no colégio Pritaneu Alagoano, de propriedade de Esmeralda Roza e Silva, onde ensinava letras e artes juntamente com Anna Sampaio Duarte, filha da escritora e também professora Maria Lúcia Romariz. Foi colaboradora de vários periódicos de capitais brasileiras com poesias e contos. Fragmento de biografia por Mariana Tenório da S. Lima.

AVELAR, Romeu de. Coletânea de poetas alagoanos. Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959. 286 p. ilus. 15,5x23 cm. Exemplar encadernadoAVELAR, Romeu de. Coletânea de poetas alagoanos. Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959. 286 p. ilus. 15,5x23 cm. Exemplar encadernado bibl. Antonio Miranda

CASINHA BRANCA Eu tive um sonho que viveu florido, que era o senhor das ilusões escravas; — uma casinha num oiteiro lindo, toda cercada de roseiras bravas. Casinha branca, tu que dominavas tudo que no futuro ia surgindo, a noite das tristezas me aclaravas, porque eras o meu sonho infindo. E durou tanto esse formoso sonho, que muitas vezes, hoje, ainda suponho que o meu sonho tão lindo não fugiu! É que a esperança, mesmo quando mente, sabe tanto prender-se à alma da gente, que, partilhando, parece não partiu!

ARLEQUIM


Dizem que, antigamente, numa escola, um dos alunos, o mais pobrezinho, chamava-se Arlequim. Era tão pobrezinho o coitadinho! Mas dentro de su´alma, que riqueza! Que bondade sem fim! Chega o Carnaval. A criançada alegre, alvoroçada, expande pelas salas da escola toda a alegria de que estava impregnada. Um contava, outro contava como ia ser a sua fantasia que a mamãe preparava. Somente Arlequim nada dizia. Um dos colegas fala à queima-roupa: — Que vais representar, ó Arlequim? Irás fantasiado de segredo? Tão calado assim?... E o menino por todos estimado respondeu meigamente: — Minha mãe, bem sabeis, é pobrezinha. Fosse eu lhe falar em fantasias de Carnaval a faria chorar. Eu me contento com a alegria de vocês, meus coleguinhas. Ao vê-los rir, pular, cantar, minh´alma canta e pula no meu peito. E vejo em cada trejeito dum coleguinha amigo o meu contentamento a saltitar! Fez-se grande silêncio em toda a sala. Os meninos se olharam surpreendidos. Em seguida se ouviu sonora fala: — Colegas, provemos a Arlequim nossa afeição. Amanhã, cada um de nós há de trazer retalhos de sua fantasia, quer seja dominó ou jaquetão, para Arlequim... Um dia após o da combinação, a boa mamãezinha do Arlequim sorrindo, transformou em quadradinhos os retalhos de seda e de cetim. Depois... o que se sabe é que o traje mais bizarro, mais gracioso e mais original que apareceu em todo o Carnaval daquele ano distante, fora a fantasia do Arlequim. Fantasia ideal,


feita dos retalhos que lhe deram os colegas gentis e do talento que as mãos pobre têm de transformar um nada numa graça, de mudar um farrapo num jasmim... E Arlequim fora o eleito do belo Carnaval daquele ano remoto, pelo traje tão lindo e tão perfeito, que ficou imortal! .................................................. Quantos seres neste mundo que andam assim! com a vida comparada ao traje do Arlequim!

FIM DE OUTONO Tudo ficou atrás. A mocidade que se foi devagar, tão sutilmente, que eu bem julgava tê-la ainda presente quando já era sombra do passado. Quanta vez me procuro, na ansiedade de me encontrar em tudo o que a alma sente! Sou assim mesmo? — interrogo — o tempo mente? O que vejo é mentira ou verdade? Só reconheço em mim o sentimento. Este é o mesmo — bem sei — ficou isento da derrocada... de um caos, um abantesma. Tudo que outrora foi ledo e risonho, Hoje me surge à mente como um sonho, nesta grande saudade de mim mesmo.

MINHA CASA A minha casa é pobre, mas tão linda! Pela manhã diversos passarinhos ledos, vêm cantar dentro do meu jardim, nos canteirinhos, e dentro do pomar. Vejo palácios de beleza imensa, cuja deslumbrante arquitetura a mente abrasas... Contudo os não prefiro à sã ventura que sinto quando estou na minha casa. À tarde, quando o pai vem do trabalho, — da luta nobre que nos dá o pão, cotidianamente, — mamãe o abraça e eu beijo-lhe a mão...


Como é feliz a gente! À mesa do jantar, todos reunidos. A louça limpa, os vidros cristalinos, a comida cheirosa... A Ventura nos vendo assim unidos, Atira sobre nós pétalas de rosa. E, quando um dia a contingência humana, obrigar-me esta casa que amo tanto, a abandonar, será com a alma toda imensa em pranto que deixarei o meu querido lar!

Rufino Coelho

Dois crepusculos

A Luz/1931

O jornalista Raimundo Nonato Coelho Neto itapecuruense, filho de Osman dos Santos Coelho e Maria Mota Coelho nasceu em 16 de dezembro de 1953. Coelho Neto ou “Coelhão”, como lhe chamavam, foi um dos grandes nomes da imprensa maranhense. O pai de Coelho Neto, Osman (Osanan), marcou presença em Itapecuru Mirim como próspero comerciante, dando continuidade aos negócios do ramo farmacêutico, da família: os farmacêuticos: Mundico Coelho, avô e Rufino Coelho, bisavô. Eram proprietários da conceituada Farmácia São José, na Rua do Sol, que ainda hoje, permanece de portas abertas. Dos tantos ambulantes que passaram por São Luis desde 1898, Rufino Coelho foi o primeiro maranhense a exibir urn "cinemat6grafo parisiense" e tornou-se um dos pioneiros do cinema no Maranhão, produzindo as primeiras imagens em movimento no estado, de acordo com o jornal A Pacotilha, de 11/09/1906: Entre as vistas do cinematographo figurnram o pavilhao da Kermesse, a imagem de N.S. dos Remedios e, por ultimo, o retrato do Sr. Commendador Augusto Marques( ... ). (citado por MATOS, 2002, p. 112) Entretanto, como adverte Matos, pode ter havido imagens produzidas anteriormente as de Rufino, realizadas por outros cinegrafistas. MATOS, Marcos. Os primeiros filmes maranhenses. Jornal 0 Estado do Maranhao. Sao Luis, 19/06/2001, Cademo Alternativo, p. 6.

Sabino Baptista

Duas almas

A Luta/1891

Em 1896, Anna casou-se com Sabino Baptista, o “Sátiro Alegrete” da Padaria Espiritual. Foi no Java que, com a colaboração material de Mané Coco, nasceu a Padaria Espiritual. Éramos um pequeno grupo de rapazes – Lopes filho, Ulisses Bezerra, Sabino Batista, Álvaro Martins, Temístocles Machado, Tibúrcio de Freitas e eu, que ali nos juntávamos a uma mesa para conversarmos de letras.2 SALES, Antônio. Retratos e lembranças. 2ª edição. Fortaleza: SECULT, 2010. p. 16-17 Na obra Retratos e lembranças (1ª edição, 1938), Antônio Sales descreve o que o motivou a participar do grêmio e a construção dos simbolismos do grupo. Ulisses e Sabino insistiram para que formássemos um grêmio literário para despertar o gosto das letras, então em estado de letargia; mas eu me opunha. Uma sociedade literária, como já se haviam fundado tantas, com um caráter formal de academia mirim, burguesa, retórica e quase burocrática, era cousa para qual eu sentia uma negação absoluta. — Só se fosse uma cousa nova, original e mesmo um tanto escandalosa, que sacudisse o nosso meio e tivesse uma repercussão lá fora. — Pois seja assim, diziam os outros. — Nessa noite foi aceita em princípio a ideia de fundar se a sociedade, e eu encarregado de lhe achar um nome. No dia seguinte, depois de ter dormido sobre o caso, eu apresentava o nome – Padaria Espiritual, que foi recebido com bravos! O título da sociedade foi o ponto de partida para se achar todos os elementos que constituíram o seu sucesso de originalidade. Tomei o compromisso de escrever, não os estatutos, mas o programa com que a sociedade devia apresentar-se ao público, programa que escrevi dentro de poucos dias e, quando publicado, se tornou conhecido do país inteiro pelas numerosas transcrições que teve na imprensa: o Jornal do Comércio o reproduziu na íntegra.18 SALES, Antônio. Retratos e lembranças. 2ª edição. Fortaleza: SECULT, 2010. p. 16.


Os padeiros publicaram um jornal intitulado O Pão, que contou com 36 números, editados entre 1892 e 189619. O grêmio foi formado por vinte sócios (padeiros), que adotaram nomes de guerra e, posteriormente, em 1894, houve uma reorganiza ção, em que alguns membros saíram e entraram mais 14 membros. Os padeiros mais destacados foram Antônio Sales, Adolfo Caminha, Jovino Guedes, Tibúrcio de Freitas, Ulisses Bezerra, Álvaro Martins, Temístocles Machado, Sabino Batista, Henrique Jorge, Lívio Barreto, Luís Sá, José Carlos Junior, Rodolfo Teófilo, Almeida Braga, Valde miro Cavalcante, Antônio Bezerra, José Carvalho, Xavier de Castro e José Nava. AZEVEDO, Sânzio (org). O PÃO da Padaria Espiritual. Fortaleza: Academia Cearense de Letras; Edições UFC, 1982. Na segunda fase da Padaria, houve a publicação de variados livros (exceto Phantos, de Lopes Filho, do ano de 1893), tais como Versos, de Antônio de Castro (1894); Flocos, de Sabino Batista (1894); Contos do Ceará, de Eduardo Sabóia (1894); Cromos, de X. de Castro (1895); Trovas do Norte, de Antônio Sales (1895); Os Bri lhantes, de Rodolfo Teófilo (1895); Vagas, de Sabino Batista (1896); Dolentes, de Lívio Barreto (1897); Marinhas, de Antônio de Castro (1897); Maria Rita, de Rodolfo Teófilo (1897); Perfis sertanejos, de José Carvalho (1897) e Violação, de Rodolfo Teófilo (1898).

Silveira Netto

Turrisd eburnia

Revista do Norte/1901

Manuel Azevedo da Silveira Neto (Morretes, 4 de novembro de 1872 – Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1942) foi um poeta simbolista brasileiro. Silveira Neto é pai do escritor Tasso da Silveira. Biografia Nascido em Morretes, Paraná, em novembro de 1872, aos sete anos de idade muda-se para a capital paranaense e inicia seus estudos, que incluem gravura e desenho na Escola de Belas-Artes de Curitiba, com o sonho de chegar a Academia de Belas-Artes na cidade do Rio de Janeiro. Antes de iniciar seus estudos artísticos entra no curso de humanidades, porém, é interrompido com a clara intenção de enveredar-se nas “belas artes”. Sem realizar seu intento, ingressou através de concurso, na Fazenda Federal no ano de 1891. Em 1893 integra o grupo de “O Cenáculo”, nome este dado pelos que participam da revista de mesmo nome, e seus companheiros neste grupo são Dario Velloso e Júlio Perneta, entre outros. Transfere-se, em 1896, para a capital federal e passa a freqüentar os mesmo lugares que o poeta parnanguara Nestor Vítor, conhecendo-o e também o poeta Cruz e Sousa. É a partir destas amizades e deste período que escreve e publica suas poesias com a forte influência no simbolismo. Silveira Neto escreveu Pela Consciência (opúsculo, 1898) e Antonio Nobre (elegia, 1900). Com a publicação de Luar de Hinverno (1900), passa a desfrutar de prestígio na arte literária. Brasílio Itiberê (elegia com música de 1913), Do Guairá aos Saltos do Iguaçu (1914), Ronda Crepuscular (1923), Cruz e Sousa (ensaio de 1924), O Bandeirante (1927), entre outros, são de autoria do poeta morretense. Falecimento e homenagens Com o falecimento do curitibano Emiliano Perneta, em janeiro de 1921, Silveira Neto é aclamado o novo “príncipe dos poetas paranaenses”. Com a obra “Nas Margens do Nhundiaquara” (poema regional de 1939) é chamado, em sua terra natal, de “o cantor do Nhundiaquara”. No sábado, dia 19 de dezembro de 1942, Manuel Azevedo da Silveira Neto faleceu aos 70 anos e 01 mês de idade. Ao poeta simbolista foram dadas inúmeras homenagens Brasil afora, porém, na capital paranaense, cidade onde o poeta morou e estudou, faz-se a veneração e respeito ao denominar uma das vias do bairro Água Verde como Rua Silveira Neto.


Sousa Reis

Crepusculo Caveira

A Mocidade/1934 A Mocidade/1934

Otelo de Sousa Reis

Admissão 06/08/1921 Cidade Rio de Janeiro Nascimento: 16 de julho de 1890 Município e Estado: Itaboraí, RJ Nasceu em Itaboraí, RJ, em 16 de julho de 1890, e faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de agosto de 1948. Filho de Alfredo de Sousa Reis e Maria Paula Soares Reis. Fez o curso de humanidades no Colégio Pedro II e o superior na Faculdade Nacional de Direito. Desde cedo dedicou-se ao magistério, tendo alcançado, por concurso, as cátedras de Inglês da Escola Normal (hoje Instituto de Educação) e de Português do Colégio Pedro II (Internato). Dedicou toda sua vida à formação intelectual da juventude. Foi membro da Comissão Nacional do Livro Didático, interventor no Ginásio Cruzeiro, antiga “Deutsch Schule” (Escola Alemã). Colaborou em vários jornais e revistas, mantendo durante algum tempo uma coluna de filologia em A Manhã. Foi eleito sócio efetivo do IHGB em 6/8/1921 e passou a honorário em 4 de dezembro de 1936. Publicou: História do Brasil – Breviário da Conjugação dos Verbos – Textos para Corrigir – Cosmografia – Guia da Análise Léxica – Temas para Redação – Três palavrinhas – Geofísica – Livro da Previdência – Primeiros Passos da Álgebra – Pesos e Medidas – Manual de Redação Oficial – Aritmética, e outros. Teophilo Dias

Coro de pastores

Theofilo Diaz

Soneto de uma moça pobre Coro de pastores

O Combate/1906 A Noticia/1928 O Combate/1916

Teófilo Dias (Teófilo Dias de Mesquita) nasceu na cidade de Caxias, no Maranhão, a 8 de novembro de 1854. Era filho de Odorico Antônio de Mesquita e de Joana Angélica Dias de Mesquita. Faleceu na cidade de São Paulo, a 29 de março de 1889. Patrono da cadeira nº 36 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Afonso Celso. Pertencia à família do consagrado poeta Antônio Gonçalves Dias, de quem era sobrinho. Os primeiros estudos de Teófilo foram feitos no Liceu de Humanidades, em São Luís, capital da Província do Maranhão. Em 1875 já residia no Rio de Janeiro, onde encontrou abrigo no Convento de Santo Antônio. Completou sua formação cultural matriculando-se na Faculdade de Direito de São Paulo, na qual concluiu o curso em 1881. Embora exercesse a militância na advocacia, dedicou-se, também, ao jornalismo, ao ensino e à poesia. Casando-se com uma filha de Martim Francisco, da família Andrada, ingressou na política, filiando-se ao Partido Liberal. Em 1885 era eleito deputado provincial. Cultivou íntimas relações de amizade com Assis Brasil, Lúcio de Mendonça, Valentim Magalhães e, principalmente, com Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, cujo pai, o Visconde de Ouro Preto, seria o último presidente do Conselho de Ministros do Império, derrubado em 15 de novembro de 1889. A amizade com Afonso Celso Júnior teve, como consequência, a escolha de seu nome, como patrono da cadeira nº 36, da Academia Brasileira de Letras.


Da obra de Teófilo Dias merecem especial destaque: Flores e amores, Caxias, 1874; Cantos tropicais, São Paulo, 1878; Fanfarras, São Paulo, 1882; Lira dos verdes anos, São Paulo, 1878 e A comédia dos deuses, São Paulo, 1888. Colaborou Teófilo Dias em A Província de São Paulo, em A República, na Revista Brasileira, de José Veríssimo e em outras publicações. Lecionou Gramática Filosófica e Francês no Colégio Aquino. Sua poesia, influenciada, a princípio, pelos líricos franceses, foi, aos poucos, assumindo novas formas, de acordo com a tendência geral da época. Na introdução ao poema de Teófilo Dias A comédia dos deuses, o escritor português Pinheiro Chagas publicou o seguinte comentário: “A língua portuguesa no Brasil, manejada por um escritor de pulso, como o senhor Teófilo Dias, enriquece-se de um modo estranho; toma novas fulgurações, como os pobres pirilampos da Europa, que na América do Sul se mudam em aladas estrelas. A metrificação variada, mas variada com arte infinita, presta uns misteriosos efeitos a algumas das suas cenas mais dramáticas.”

Thaumaturgo Vaz

Canções Via dolorosa

Teu pedido Del

Revista do Norte/1901 Revista do Norte/1903 Elegante/1897 Elegante/1898

Thaumaturgo Sotero Vaz (1869-1921). Fundador da Cadeira nº 7, de Raimundo Corrêa (1860-1911), posteriormente renumerada para 26, sob o patronato de Rui Barbosa. Piauiense, formado em Direito em Recife, Thaumaturgo Vaz (apelidado de Th Vaz) atuou no foro e na imprensa de Manaus, foi secretário da Prefeitura Municipal e chefe do gabinete do governador Jonathas Pedrosa (1848-1922). Obra poética: Cantigas (1900) e Lembranças, livro póstumo, editado em 1993. Th Vaz escreveu o Hino Oficial de Manaus, musicado pelo maestro paulista Nicolino Milano (18761931).

Theotonio Freire

Adeus

Revista do Norte 1906

Manoel Theotônio Freire Júnior ( Acari, 6 de outubro de 1865 — Recife, 24 de março de 1917) foi um escritor brasileiro naturalista da escola recifense, fundador do Silogeu de Pernambuco. Biografia Primogênito de seus pais, Theotônio Freire era descendente de tradicionais famílias potiguares, sendo, pelo linha paterna direta, trineto do capitão-mór Bento Freire do Revoredo, e, através de sua avó paterna, trineto do


coronel Cipriano Lopes Galvão, da Ribeira do Seridó. Era também primo do professor e pesquisador Coucy Freire. Diplomou-se pela Escola Normal do Rio de Janeiro, escreveu poesias, contos, um drama de propaganda abolicionista e dois belos romances injustamente esquecidos. Além disso, foi fundador da Academia Pernambucana de Letras. Foi o primeiro ocupante da cadeira 19 e primeiro presidente eleito da nova instituição, prova do seu prestígio no meio da coletividade intelectual da época. Exerceu, como cronista, o jornalismo provinciano. Casado com D. Praxedes de Lacerda Freire, paraibana, Theotônio foi pai de oito filhos que chegaram à idade adulta. Foi primogênito do casal o jornalista e romancista "pré-modernista" e "maldito" Theotônio de Lacerda Freire, o Theo Filho, que em 2000 teve reeditado seu Praia de Ipanema, na coleção Babel, da Dantes Editora. Lacerda Freire obteve algum sucesso de público, como ficcionista, no eixo Rio-São Paulo. Theotônio Freire foi autor das obras Passionário e Regina, ambas de cunho naturalista, que graças ao escritor Lucilo Varejão Filho, foram recentemente reeditadas na coleção Grandes Mestres do Romance Pernambucano. Passionário e Regina têm em comum serem estudos de caso: as taras pessoais que conduzem à tragédia. No primeiro caso, Arthur, jovem rico e estroina, nutre um desejo mórbido por Lúcia, afilhada de sua mãe, pobre e de pais obscuros - ele quer apenas seduzi-la, ela sonha com um lar e com uma família. No segundo, acompanhamos a queda de Regina, de moça rica e culta a trapo humano, arrastando-se pelas ruas do Recife. Quando de seu falecimento, prestaram-lhe homenagem figuras como seus colegas literatos Pereira França, Gervásio Fioravanti, Lucilo Varejão e o general Dantas Barreto. Theotônio deixou a esposa e os oito filhos, bem como dois irmãos e diversos sobrinhos e primos. Foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro em 25 de março de 1917. Atualmente, dá nome a uma rua no bairro do Cordeiro, em Recife. Um retrato seu pode ser visto na sede da APL. Obras Ritornelos Líricos (1899, poesia) Lavas (1899, poesia) Bronze de Corinto (1907, poesia) Relevos (1894, contos) Clotilde (1887, poesia) Passionário (1897, romance) Regina (1899, romance)

Trajano Galvão de Carvalho

O Brazil O Calhambola A creoula Á R. Carvalho Num album Nurunjan À morte do dr. Eduardo Olympio Machado O caçador e a leiteira Moisés no Nilo À morte de J. B. Russeau Sultões e eunucos A santíssima morte do Brigadeiro Falcão A Lua O nariz palaciano

Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1853 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854 Tres Lyras/1854


Trajano Galvão de Carvalho nasceu no sítio Barcelos, em terras da vila de N. S. de Nazaré, no Mearim, a 19 de janeiro de 1830 e faleceu em São Luís, a 14 de julho de 1864. Bacharel em direito pela Faculdade de Olinda, não quis fazer a carreira da magistratura nem da advocacia, não obstante as instâncias de seus parentes e amigos; e mesmo o magistério, em que se ensaiou pela mão de Pedro Nunes Leal, foi preterido pela vida simples e patriarcal de “fazendeiro” nas terras do Alto Mearim. Esta inclinação reponta e influi decisivamente em sua poética, e ele integra, como figura proeminente, o número dos chamados “poetas campesinos” do Grupo Maranhense de sua geração, em que se nos apresenta como excelente poeta, em que pese a sua pouca fecundidade. Sílvio Romero identifica-o com justeza no panorama da literatura nacional quando ressalta ter sido um predecessor na poesia social do negro escravo. Fundada a Academia Maranhense de Letras, Barros e Vasconcelos escolheu-o para patrono da Cadeira nº 20. TRAJANO GALVÃO DE CARVALHO A CRIOULA Sou cativa... que importa? Folgando Hei de o vil cativeiro levar!... Hei de sim, que o feitor tem mui brando Coração, que se pode amansar!... Como é terno o feitor, quando chama, À noitinha, escondido co'a rama No caminho — ó crioula, vem cá! — Não há nada que pague o gostinho De poder-se ao feitor no caminho, Faceirando, dizer — não vou lá! — Tenho um pente coberto de lhamas De ouro fino, que tal brilho tem, Que raladas de inveja as mucamas Me sobreolham com ar de desdém. Sou da roça; mas, sou tarefeira... Roça nova ou feraz capoeira. Corte arroz ou apanhe algodão, Cá comigo o feitor não se cansa; Que o meu cofo não mente à balança, Cinco arrobas e a concha no chão! Detalhe: Negros e negras escravizados trabalhando na roça. Detalhe: Cofos. Eram os utensílios mais usados nas roças em todo o Maranhão. Detalhe: Negra escravizada vindo da roça Ao tambor, quando saio da pinha Das cativas, e danço gentil, Sou senhora, sou alta rainha, Não cativa, de escravos a mil! Com requebros a todos assombro Voam lenços, ocultam-me o ombro Entre palmas, aplausos, furor!... Mas, se alguém ousa dar-me uma punga, O feitor de ciúmes resmunga, Pega a taca, desmancha o tambor! Detalhe: Tambor de Crioula, São Luís, 2018. Na quaresma meu seio é só rendas Quando vou-me a fazer confissão; E o vigário vê coisas nas fendas, Que quisera antes vê-las nas mãos... Senhor padre, o feitor me inquieta; É pecado...? Não, filha, antes peta... Goza a vida... esses mimos dos céus És formosa... E nos olhos do padre Eu vi coisa que temo não quadre Com o sagrado ministro de Deus... Detalhe: O padre e o seu confessionário. Sou formosa... e meus olhos estrelas Que transpassam negrumes do céu Atrativos e formas tão belas P'ra que foi que a natura m'as deu? E este fogo, que me arde nas veias Como o sol nas ferventes areias, Porque arde? Quem foi que o ateou? Apagá-lo vou já — não sou tola... E o feitor lá me chama — ó crioula E eu respondo-lhe branda “já vou!”. 1853. Detalhe: A atriz Cris Viana como Cairu, de O Tempo não Para, novela de Mário Teixeira, Globo, 2018. O eu-lírico do poema de Trajano Galvão vê-se com uma beleza capaz de tentar até um ministro de Deus. Poema extraído do livro Três Liras. De Trajano Galvão de Carvalho, Antônio Marques Rodrigues e Gentil Homem de Almeida Braga. São Luís, Tipografia Progresso, impresso por Belarmino Mattos, 1862. TRAJANO GALVÃO DE CARVALHO Trajano Galvão de Carvalho (Arraial da Vitória do Mearim, 1830-1864). Promotor Público de Itapecuru-Mirim (1858-1859). Segundo Maria Rita Santos, “Apesar do pouco tempo de vida (34 anos e meio), o fazendeiro Trajano, amigo da vida campesina, foi, no Maranhão, o primeiro a cantar o negro escravo e em tom sério, isto é, refletindo sobre a condição do ser escravo e do peso da perversa escravidão num mundo só e somente construído, sistematizado e controlado pelo europeu”. É Patrono da Cadeira 20 da Academia Maranhense de Letras, fundada por Barros e Vasconcelos. Deixou o seu nome escrito na História da Literatura Maranhense. Seleção, Digitalização, Organização e Estabelecimento de Texto de Dino Cavalcante

ISSN

www.even3.com.br/Anais/selluftm/488160-A-CRITICA-A-COLONIALIDADE-NO-POEMA-AARVORE-AMERICANA-DE-TRAJANO-GALVAO

1984-7610 Palavras-Chave


Trajano Galvão, Literatura Maranhense, Crítica Pós-colonial. Resumo Trajano Galvão de Carvalho (1830-1864) foi um poeta maranhense inserido no contexto do Romantismo no Brasil, em pleno século XIX, quando o País passou por importantes marcos históricos, como o processo de Independência política e a abolição – gradativa – da escravatura. É salutar destacar que a Literatura Maranhense é oficialmente inaugurada em 1832, após a Independência do Brasil. Nas palavras de Moraes (1977), “somente a partir desse período o Maranhão passa a ter sua literatura e São Luís, conseqüentemente, inicia uma vida literária considerável. Já agora não são europeus, escrevendo memórias e observações sobre a terra e sua gente, mas poetas e prosadores maranhenses produzindo uma literatura que logo se fará digna da admiração nacional pela cultura e talento dos que a produzem.” (MORAES, 1977, p. 89). Ressaltamos, assim, nas esteiras de Bonnici (1998), que a Literatura Maranhense é pós-colonial, considerando o conceito de que “toda a produção literária dos povos colonizados pelas potências européias entre o século XV e XX” consiste em literatura pós-colonial (BONNICI, 1998, p. 9). Esta comunicação oral, então, tem como objetivo observar a perspectiva da crítica à colonialidade no poema “A árvore americana” (1852), contido na obra Sertanejas (1898), do maranhense Trajano Galvão, cujos versos apresentam uma linguagem bucólica, de exaltação à natureza e ao campo, denotando admiração pelo País e pela terra, mas sem deixar de imprimir um juízo acerca do contexto social. A voz poética em “A árvore americana” pinta a imagem de uma árvore frondosa e imponente que fora abatida pelos colonos, numa analogia com o Brasil e os indígenas, ambos devastados pelos colonizadores. Diz o eu-lírico: “E a planta crescia; – referve-lhe a seiva, / Qual sangue nas veias do jovem tupi; / E diz o colono: – “teus frutos e sombra / Não são mais das tribos – são só para mi.” (CARVALHO, 1898, p. 32). Utilizando estrofes e versos que se repetem, como num canto melodioso, o poema reforça a representação da pátria que nascera para ser grandiosa, mas que foi invadida, explorada, destruída. Apesar disso, o eu-lírico resgata, ainda, a visão patriótica heroica de reação ante os colonizadores. O percurso de análise poética orientado por Moisés (2008) conduz à percepção das metáforas presentes no poema. Encontramos, então, o próprio Brasil representado como a árvore americana, cuja história é contada em versos de linguagem bucólica, com momentos de apelo heroico e também com traços de denúncia social. Os colonizadores são metaforizados no poema como guerreiros vestidos de aço, que pousaram à raiz da árvore depois de encontrá-la chegando em uma esquadra feliz. Ao longo do poema, a face exploradora do colono é demonstrada, com a metaforização de tribos dizimadas, africanos “enxertados” no tronco da árvore e a quase destruição da árvore americana. O colonizador é, então, representado também pela metáfora de uma serpente raivosa que inocula veneno em suas presas. Por outro lado, a voz poética enuncia a reação dos “filhos nascidos à sombra das ramas” dessa árvore, numa alusão aos movimentos em prol do rompimento da relação política entre metrópole e colônia. Note-se que o poema A árvore americana data de 1852, trinta anos após a Independência do Brasil. A imagem, no poema, do “sangue de peitos briosos”, portanto, evoca a memória dos muitos brasileiros envolvidos nas revoltas e insurreições ocorridas no Brasil colonial, do fim do século XVIII a meados do século XIX. Pretende-se, então, observar as metáforas empregadas em “A árvore americana” (1852) na crítica ao processo de colonização do Brasil e – por que não expandir o escopo do poema? – das Américas.

Uipiano Brandão Ulpiano Brandão Uspiano Brandão • •

Amor de mãe Por uma amor de anjo Olhar de mal

O Guri/1915 A Semana/1917 A Tarde/1915

Nome completo: Ulpiano Brandão Descrição: Poeta participando da obra "Sonetos maranhenses".

Fonte(s) dos dados •

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin Digital. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/.


Vespasiano Ramos

Amor a vida

Revista do Norte/1904

Joaquim Vespasiano Ramos (Caxias, 13 de agosto de 1884 — Porto Velho, 26 de dezembro de 1916) foi um poeta brasileiro. Nasceu nas condições mais humildes, desde cedo começou a trabalhar no comércio local, no entanto buscando sempre o saber tornou-se um viajante compulsivo, que levaria o conhecimento a outros povos, durante a sua vida viajou por quase toda a região norte e também a então capital do Brasil, o Rio de Janeiro. Publicou sua obra poética em diversos jornais e revistas de seu tempo. É autor do livro “Cousa alguma”, publicado no ano de sua morte no Rio de Janeiro e bastante repercutido no Região Norte do Brasil. É considerado o precursor da literatura em Rondônia e aparece no Mapa Brasileiro de Literatura como representante de Rondônia. Em sua homenagem foi criada a medalha “Vespasiano Ramos”, como a principal insígnia outorgada pela Academia Rondoniense de Letras. Em Porto Velho há uma rua com o seu nome. No Maranhão, uma das mais belas praças da capital recebe o seu nome, além de haver uma estátua em sua homenagem em Caxias (Maranhão), terra natal do poeta. É patrono da cadeira n° 32 da Academia Maranhense e da cadeira n°40 da Academia Paraense de Letras e da cadeira n°2 da Academia Rondoniense de Letras. Foi retratado em diversas biografias, sendo a mais recente lançada em 2016, ano do centenário de sua morte. Trata-se do livro “O poeta que morreu de amor”, autoria de Júlio Olivar. Faleceu aos 32 anos em Porto Velho no estado de Rondônia, sendo sepultado no Cemitério dos Inocentes. Em homenagem ao centenário de sua morte, seu jazigo foi restaurado e reinaugurado, sob iniciativa do então presidente da Academia Rondoniense de Letras, Júlio Olivar, em 06 de junho de 2016.[1]


Viana Guará

Saudade

Idade Nova/1937

Viana Guará: um jovem que também poetizou sua terra natal Início do século XX. Contexto histórico mundial marcado pelas grandes guerras. O Brasil passa por transformações na cultura, política e indústria. Na principal cidade do país, jovens querendo destruir a velha arte, que tinha como paradigma à européia, para criar uma forma de expressão artística genuinamente brasileira. Neste cenário, surge um novo estilo de vida bastante conturbado para todos que residem na Pátria Amada. Nesse mesmo período, na região sul do estado maranhense, alto sertão, mais especificamente no município de Grajaú, nasceu João Viana Guará, aos seis de outubro de 1916. Filho de José Pereira Guará e Amélia Viana Guará ambos residentes ali. Fez os primeiros estudos em sua terra natal, onde, desde cedo, mostrava pendor para as letras.

Durante seus anos escolares, em Grajaú, pouco se sabe da infância do poeta, entretanto, valem as palavras de seu amigo de estudos secundários, Antônio de Oliveira, que o descrevera com bastante maestria: “[…] Sua infância deve ter transcorrido como a de todos os garotos do interior maranhense: armando arapucas para pegar jaós, nambus e perdizes, caçando, de bodoque em punho, pequenos animais e banhando-se nas lagoas e riachos […]”. Por conseguinte, passado essa efemeridade e com o intuito de dar continuidade aos estudos, decide morar em São Luís. Matricula-se na escola Arimatéia Cisne, depois, no Ateneu Teixeira Mendes. Viana Guará, nessa fase da vida, já escrevia e declamava seus poemas “saudosos” sobre sua distante terra natal, nos encontros que tinha com amigos após as aulas, no Largo do Carmo, onde se reuniam estudantes de várias escolas para conversas compridas na companhia de cigarros e poesias. Consequentemente, após esta época vindoura e ao término do curso ginasial, o poeta percebe que é hora de dar mais um passo em sua vida. Muda-se para Recife, PE, com o intuito de fazer-se advogado. A escolha da instituição universitária é simples: queria adquirir conhecimentos onde alguns dos seus grandes ídolos da literatura nacional haviam estudado ou lecionado – Tobias Barreto, Fagundes Varela, Castro Alves-. Sua terra, infância, costumes, saudades, amigos, o rio e escritores nacionais foram fatores que influenciaram, mais do que nunca, o escritor em sua arte, que se mostra, às vezes, de exaltação: “Grajaú. Velho atalaia dos sertões/ beijando o panorama da cidade/ desliza-se cantando mil corações/ e encerrando o poema da cidade…”, noutras, bem saudosistas “ É triste viver longe/ Enamorado de belezas já fui/ Os passarinhos/ sentem no meu cantar de apaixonado/ muitas saudades dos ditosos ninhos.” Contudo, por ironia do destino, assim como Álvares de Azevedo, principal poeta ultra-romântico brasileiro, nosso conterrâneo tem de interromper o curso de Direito, no terceiro ano, por moléstia. Por conta disso regressa a Grajaú para não mais sair, pois as complicações levaram-no ao falecimento, aos 24 anos de idade. “POEIRA DOURADA”


Capa do Livro Poeira Dourada Poeira dourada é uma obra “post mortem” que visa atender ao pedido de Viana Guará em um de seus escritos “Buscai um dia os meus papéis dispersos […] encontrareis de certo uns trapos e entre as traças vereis, desses farrapos, a poeira dourada de meus versos.” ( este poema encontra-se na íntegra, logo abaixo) O livro é composto por prosa e poesia, esta a maior parte, na qual predominam alguns sonetos que foram criados durante o curso da enfermidade do autor. Percebe-se claramente nas poesias de Viana Guará suas múltiplas experiências de vida, paradoxalmente num curto espaço de tempo. Teve experiências com: a morte – “Morto meu pai, – o meu maior amigo, que foi também meu carinhoso abrigo para aventura dos primeiros anos […]”; a saudade – “Berço! Terra das minhas ilusões […] saudoso ninho de felicidade.”; o amor – “Amo-te, oh cor das láteas nebulosas/ Entre lençóis de espumas, guirlandadas […]”; a arte – “Ser poeta é ser um mártir, ser ditoso/ é viver n´asa dum padecimento […]”; a despedida – “Adeus, adeus, eu vou partir chorando/ não mais verei o teu semblante amigo […]” etc. Ou seja, apesar de cedo ter cerrado os olhos para vida, não lhe faltaram inspirações poéticas.

Poema retirado da obra Poeira Dourada, de Viana Guará GRAJAÚ Estradas abertas nos desvãos sombrios Entre coivaras, tucuru´s e caçapavas, Acordando às manhãs


Com o matraquear das tropas E o estalejar das tacas, Visando, nas quebradas dos lubungos, a grinalda cinzenta de poeira, O rastejador constante dos tropeiros: – Eis minha terra! Cantigas de xexéus e jaçanãs a beira de irapós Vigilengas rústicas dormindo À sombra das palmeiras. As correrias dos titãs do aboio Vestidos nos gibões de couro cru… Asa procissões de igarités, rasgando O segredo do rio, Entre as cantigas tristes dos vareiros; A rebeldia das itaipavas: – Eis minha terra! A igreja festejada de andorinhas, Com um velho sino, Nos altos da cidade, entre verdores, De mangueirais, oitis e amendoeiras, Pitombeira, – Tarrafa, Porto Grande Madeira, Tresidela, E a rua da aldeinha, em reboliço, A vareiama que chegou cansada Bebendo pinga nas tavernas: – Eis minha terra! Outrora a história triste de cangaço, As lendas das tocaias… Malocas agrupadas para guerras Com pontas e batins nas canajubas… Hoje, a vertigem de um comércio impera Deixando nas rechãs, nos tabuleiros, A sinfonia máxima do progresso, O ritmo mecânico da vida: – Eis minha terra! Recebe, ó minha terra, do teu filho O canto da saudade… Canoeiros, flecheiros, meus irmãos, Sinto o calor de vossas atitudes, Pois minha alma cabocla Guarda, latente, a audácia dos timbiras E a timidez dos índios guajajaras!

Vicente de Carvalho

Olhos verdes

Primavera/1909

Vicente de Carvalho (Vicente Augusto de Carvalho), advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista, nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866, e faleceu na mesma cidade em 22 de abril de 1924.


Era filho do Major Higino José Botelho de Carvalho e de D. Augusta Bueno Botelho de Carvalho. Fez o primário na sua cidade natal e, aos 12 anos, seguiu para São Paulo, matriculando-se no Colégio Mamede e, depois, no Seminário Episcopal e no Colégio Norton, onde fez os preparatórios. Aos 16 anos matriculou-se na Faculdade de Direito. Em 1886, com vinte anos, era bacharel em Direito. Republicano combativo, cursava ainda o 4º ano quando foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos. Em 1887, era delegado a Congresso Republicano, reunido em São Paulo. Em 1891, era deputado ao Congresso Constituinte do Estado. Em 1892, na organização do primeiro governo constitucional do Estado, foi escolhido para a Secretaria do Interior. Por ocasião do golpe de estado de Deodoro, abandonou o cargo que vinha exercendo. Mudou-se, então, para Franca, município do interior paulista, e tornou-se fazendeiro. Em 1901, regressou a Santos, dedicando-se à advocacia. Em 1907, mudou-se para São Paulo, onde foi nomeado Juiz de Direito. Em 1914, passou a ministro do Tribunal da Justiça do Estado. Vicente de Carvalho foi, durante toda a sua vida, um jornalista combativo. Até 1915, sua atuação na imprensa foi quase ininterrupta. Em 1889, era redator do Diário de Santos, fundando, no mesmo ano, o Diário da Manhã, da mesma cidade. Ali manteve ainda colaboração em A Tribuna e fundou, em 1905, O Jornal. Até 1913 colaborou n’O Estado de S. Paulo. No fim da vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato com seus leitores através dos versos que publicava nas páginas de A Cigarra. Poeta lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas de tendência parnasiana. Foi grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. Da sua produção poética ele próprio destacou poemas que são de extrema beleza, como: “Palavras ao mar”, “Cantigas praianas”, “A ternura do mar”, “Fugindo ao cativeiro”, “Rosa, rosa de amor”, “Velho tema” e “Pequenino morto". Segundo ocupante da cadeira 29, foi eleito em 1º de maio de 1909, na sucessão de Artur Azevedo, e recebido por carta na sessão de 7 de maio de 1910.

Viriato Correa

Ao sol

Fui um louco (?) Mesmo morto Estou livre; adeus

Revista do Norte/1903 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898 O Ideal/1898

Manuel Viriato Correia Baima do Lago Filho, ou apenas Viriato Correia (Pirapemas, 23 de janeiro de 1884 — Rio de Janeiro, 10 de abril de 1967) foi um jornalista, escritor, dramaturgo, teatrólogo e político brasileiro. Biografia Viriato nasceu na cidade de Pirapemas, em 1884. Era filho de Manuel Viriato Correia Baima e de Raimunda Silva Baima. Ainda pequeno, foi para a capital do Maranhão para ingressar nos ensinos primários no Colégio São Luís e, posteriormente, no secundário, no Liceu Maranhense.[1] A escrita começou aos 16 anos, com poesias e contos. Mudando-se para Recife, após o curso preparatório, ingressou na Faculdade de Direito, que cursou por três anos.[2] Inicialmente, seus planos eram de se mudar para o Rio de Janeiro para terminar a faculdade, mas juntou-se à boêmia carioca, traço característico de grande parte dos intelectuais brasileiros da época.[1] No Maranhão em


1903, Viriato publicou seu primeiro livro, uma coletânea chamada Minaretes, que marca o início de sua carreira como escritor.[2] João Ribeiro foi um feroz crítico da coletânea, acreditando que o título de inspiração árabe não condizia com os contos sertanejos ali incluídos.[1][2] Completou o curso de Direito no Rio de Janeiro em 1907, mas trabalhou pouco como advogado. Viriato se destacou na literatura, no jornalismo e na carreira política. Por intermédio de Medeiros e Albuquerque, conseguiu um emprego no jornal Gazeta de Notícias. Contribuiu, ao longo dos anos, com vários jornais, como o Jornal do Brasil, Correio da Manhã, além de revistas como a A Noite Ilustrada e a Tico-Tico.[1] Foi também fundador de dois jornais, o Fafazinho e A Rua.[1] Atuação política Ingressou na política em 1911, onde foi eleito deputado estadual no Maranhão e pelo mesmo estado foi deputado federal em 1927 e 1930. Acabou afastando-se da política em 1930 ao ser preso pela Revolução de 1930 e seguiu para a literatura, onde escreveu romances, peças teatrais, livros para crianças e crônicas históricas.[1] Academia Brasileira de Letras Viriato Correia foi membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o terceiro ocupante da cadeira 32.[3] Foi eleito em 14 de julho de 1938, na sucessão de Ramiz Galvão, tendo sido recebido por Múcio Leão em 29 de outubro de 1938.[2][4] Morte Viriato morreu em 10 de abril de 1967, no Rio de Janeiro, aos 83 anos.[1][2][4] Obras Crônicas históricas Terra de Santa Cruz (1921) Histórias da nossa estória (1921) Brasil dos meus avós (1927) Baú velho (1927) Gaveta de sapateiro (1932) Alcovas da história (1934) Mata galego (1934) Casa de Belchior (1936) O país do pau de tinta (1939) Minaretes (1903) Contos do sertão (1912) Novelas doidas (1921) Histórias ásperas (1928) Romance A Balaiada: romance histórico do tempo da Regência (1927) Literatura infantil Era uma vez... (1908) Contos da história do Brasil (1921) Varinha de condão (1928) Arca de Noé (1930) No reino da bicharada (1931) Quando Jesus nasceu (1931) A macacada (1931) Os meus bichinhos (1931) História do Brasil para crianças (1934) Meu torrão (1935) Bichos e bichinhos (1938) No país da bicharada (1938) Cazuza (1938) A descoberta do Brasil (1930) História de Caramuru (1939) A bandeira das esmeraldas (1945) As belas histórias da História do Brasil (1948) A macacada (1949) Teatro Sertaneja (1915)


Manjerona (1916) Morena (1917) Sol do sertão (1918) Juriti (com música de Chiquinha Gonzaga, 1919) Sapequinha (1920) Nossa gente (1924) Zuzú (1924) Uma noite de baile (1926) Pequetita (1927) Bombonzinho (1931) Sansão (1932) Maria (1933) Bicho papão (1936) O homem da cabeça de ouro (1936) A Marquesa de Santos (1938) Carneiro de batalhão (1938) O caçador de esmeraldas (1940) Rei de papelão (1941) Pobre diabo (1942) O príncipe encantador (1943) O gato comeu (1943) À sombra dos laranjais (1944) Estão cantando as cigarras (1945) Venha a nós (1946) Dinheiro é dinheiro (1949) O grande amor de Gonçalves Dias (1959).

VIRIATO CORREIA A RESSURGIR Jucey Santana É com satisfação que os membros da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes receberam a notícia da indicação do nome do ilustre itapecuruense Viriato Correa, patrono da cadeira 26 da instituição, representada por Raimundo da Cruz Soares (Raí), para o patronato da Biblioteca da UEMA, campus de Itapecuru Mirim. Além de Viriato foram indicados mais dois nomes para o pleito, Antonio Henriques Leal (escritor e biógrafo) José Cândido de Morais e Silva (jornalista e mártir da setembrada), todos patronos da AICLA e merecedores. Nada mais justos do que resgatar um dos maiores nomes da literatura maranhense que se encontrava esquecido. Eleição merecida. Patrono da Academia Ludovicense de Letras Está entre os principais objetivos das instituições literárias consta o resgate da nossa história e da nossa literatura. Diante deste critério a ALL, escolheu para patronear a cadeira número 24 o escritor Viriato Correa. O primeiro membro a ter assento na cadeira, eleito em dezembro passado, será o intelectual Felipe Costa Camarão, com posse marcada para o dia 28 do corrente no auditório da Fundação da Memória Republicana ocasião que fará o elogio ao seu patrono. Regozijamo-nos com esse importante resgate. A biblioteca da AICLA detém livros raros do autor como: Chica da Silva e outras histórias editado em 1955 – São Paulo e Baú Velho, roupas antigas da História Brasileira – 1941 Rio de Janeiro. À disposição de estudantes, professores e pesquisadores. VIRIATO CORREA Manuel Viriato Correia Baima Filho, nasceu em Pirapemas, distrito de Itapecuru Mirim em 23 de janeiro de 1884. Filho de Manuel Viriato Correia Baima e de Raimunda Silva Baima. Foi jornalista, contista, romancista, teatrólogo e autor de crônicas históricas e livros infantojuvenis. Começou a escrever aos 16 anos os seus primeiros contos e poesias. Iniciou o curso de Direito no Recife, depois se mudou para o Rio de Janeiro com o objetivo de concluir o curso. Na capital da República juntou-se à


geração boêmia de intelectuais do inicio do século XX. Em 1903 lançou no Maranhão o seu primeiro livro de contos, Minaretes, uma coleção de poemas sertanejos. Iniciou sua carreira jornalista, como redator na Gazeta de Notícias, a qual se estendeu por muitos anos e em outros jornais como: Correio da Manhã, Jornal do Brasil e Folha do Dia, além de ter sido fundador do Fafazinho e de A Rua. Colaborou também em O Careta, Ilustração Brasileira, Cosmos, A Noite Ilustrada, Para Todos, O Malho e o Tico-Tico. Muitos dos seus contos e crônicas foram divulgados pela primeira vez em periódicos do Rio de Janeiro. Produção Literária e Teatral Além de poeta, com narrativa histórica, obteve muito sucesso, escrevendo historietas e crônicas, com abrangência a todas as faixas etárias. Escreveu mais de uma dezena de títulos, como: Histórias da nossa história (1921), Brasil dos meus avós (1927) e Alcovas da História (1934). Ao público infantil, recorreu à figura do bondoso ancião com a garotada em sua chácara para ensinamentos escolares. As sugestivas "lições do vovô" encontram-se em livros como História do Brasil para crianças (1934) e As belas histórias da História do Brasil (1948). Deixou obras de ficção infantil, entre elas o romance Cazuza, (1938), em que descreve cenas de sua meninice utilizando uma linguagem ágil e adequada à compreensão infantil, com suas experiências escolares e os costumes; é considerado um dos maiores clássicos da literatura infantil. O meio teatral, onde foi crítico de jornal e mais tarde, professor de história do teatro, propiciou a Viriato Correia amplo domínio das técnicas dramáticas, transformando-o num dos mais festejados e fecundos autores teatrais em sua época. Escreveu quase 30 peças, entre dramas e comédias, que focalizam ambientes sertanejos e urbanos. Foi eleito deputado estadual no Maranhão, em 1911, e deputado federal em 1927. Esteve preso durante a Revolução de 1930 e quando liberto afastou-se da política, e dedicou-se integralmente à literatura e ao teatro. Outras obras: Chica da Silva e Outras Histórias (1920); Novelas Doidas (1921); Os Meus Bichinhos (1931); Gaveta de Sapateiro (1932); O Gato Comeu (1943); Baú Velho, Roupas Antigas da História Brasileira (19941); A Bandeira das Esmeraldas (1945); O Grande Amor de Gonçalves Dias (1959); Varinha de Condão; Brasil dos Meus Avós; Terra da Santa Cruz; Era uma Vez; Minaretes (contos); Zuzú (comédia); .Nossa Gente (comédia); Contos do Sertão; Contos da História do Brasil; Histórias Ásperas; A Arca de Noé; Bichos que Falam; Apólogos Cruéis e A Coluna Prestes Através do Brasil. Viriato Corrêa foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Maranhense de Letras e patrono da Academia Itapecuruense de Letrase da Academia Ludovicense de Letras. Faleceu a 10 de abril de 1967. W. Broadbent

Walter Broadbent

Annellos Suplica Anthitese Calunias Na estrada Vita nuova Soneto Exaltação Em frente do esquife Em frente ao esquife Queixumes Confidenza Atração e repulsa

Title: Sonetos maranhenses UFSC https://www.literaturamaranhense.ufsc.br › documentos

Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1896 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Elegante/1897 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895 Philomathia/1895


... Walter William Broadbent; Xavier de Carvalho. Information about the document ... São Luís, MA: Imprensa Oficial do Maranhão, 1923. Work characters. Insert/edit ... Jaqueline Freitas Sou da Família Broadbent Hoyer tem algum parente por aqui? Essa foi a residencia dos meus tataravós William Henry Broadbent, sua esposa: Maria Lina Belfort Sabino Broadbent, Filhos: minha bisavó Emily Amy Broadbent Hoyer, seus irmãos: Deelda Jessie, Harold, Walter Williams e Edwin Albert; residindo nela também, tempos mais tarde, a minha avó Amy Broadbent Hoyer e seus irmãos: Henry, Eunice e o caçula William.


Zito Baptista

Bebedo eterno

Voz do Povo/1937

ZITO BATISTA (1887-1926) Raimundo Zito Baptista nasceu no povoado Natal, hoje município de Monsenhor Gil, em 16 de setembro de 1887. Adolescente, ele veio para Teresina com o irmão Jônathas Batista (1885 1935), que depois se revelaria teatrólogo. Escreveu poesias desde moço. Fundou as revistas Cidade Verde e Alvorada. Mais sonhador ou romântico que o irmão, Zito entregou-se de corpo e alma ao poder embriagante da poesia. Por essa época, em Teresina, uma mocidade sonhadora dominava a cidade. Poesias, crônicas, cartas amorosas e os acontecimentos sociais que pudessem trazer alegrias ou tristezas ao meio eram traduzidos em versos por jovens poetas que se iniciavam em literatura. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1926, Amigo dos poetas Antônio Chaves e Celso.Pinheiro, com eles estreou em livro em 1909, com coletânea Almas Gêmeas, cabendo-lhe a parte sob o título Pedaços do Coração.

O Carnaval Põe a máscara e vai para a folia, Na afetação de uns gestos singulares, Esquecido dos íntimos pesares Que te atormentam todo santo dia ... Homem doente, perdido nesses mares Tenebrosos da dúvida sombria, Vê que há lá fora um frêmito de orgia, Mesmo através das coisas mais vulgares! Põe-te a cantar, desabaladamente! Vai para a rua aos trambolhões, às tontas, Como se enlouquecesse de repente ... Agarra-te à alegria passageira: Olha que o que te espera, ao fim de contas, É o triste Carnaval da vida inteira ... Monólogo de um Cego Falaram-me do sol! Maravilhoso sol Refulgindo na altura ... Ah! se eu pudesse ver, assim como um farol Imenso e inacessível


Em vertigens de luz sobre as nossas cabeças!. .. E — eterna desventura — Eu fiquei a pensar: por que o sol invencível Não rasga o negro véu de minha noite espessa Quando brilha na altura? Falaram-me das florestas e das aves! Das aves, cujo canto Põe na minha alma em febre uns arrepios suaves De vaga nostalgia ... Ah! se eu pudesse ver as aves e as florestas! Soberbo o meu encanto! Se eu pudesse aclarar ã minha noite sombria, Quando ouvisse enlevado em delírios e festas Num soberbo canto Todo poema de amor das aves nas florestas! E o mar? Onde o mais belo símbolo da vida? O mar é um rebelado! Que vive noite e dia "em soluços gemendo De cólera incontida, A investir contra o céu como um tigre esfaimado! É lindo o mar no seu desespero tremendo! Eu não o vejo não! Mas chega aos meus ouvidos E escuto alucinado A música fatal dos seus grandes gemidos! Há toda uma história enorme a interpretar Nesse choro convulsivo e incessante do mar ... Ah! que destino o meu! que desgraçada sorte Me traçou, pela terra, a mão de um Deus Brutal! Na vida, em vez da vida, anda comigo a morte, A escuridão sem fim ... Tenho a envolver-me o corpo a asa torpe do mal. E falam-me do céu, das aves e das flores; E dizem que o mundo é um paraíso, assim, Todo cheio de luz, de aroma, de esplendores! E eu creio! Eu creio em tudo ... Os homens têm razão! eu creio e desejara Vendo sumir-se ao longe a minha noite amara Ver o mar, ver o sol no firmamento mudo A brilhar!... a brilhar ... Mas o meu grande sonho, o meu sonho infinito É outro, um outro ainda: o que me faz chorar E há de, em fúria, arrancar-me o derradeiro grito Quando eu daqui me for, aos trambolhões, a esmo, É a ânsia indefinida, o desejo profundo De conhecer o que há de mais original no mundo, De conhecer a mim mesmo! Porque a julgar, talvez, pelo mal que me oprime Eu devo ser, por força, um monstro desconforme. Na eterna expiação do mais nefando crime Atado ao poste real de minha dor enorme!... (Harmonia Dolorosa, 1924) Poemas extraídos de


TAVARES, Zózimo. Sociedade dos Poetas Trágicos. Vida e obra de 10 poetas piauienses que morreram jovens. 2 ed. Teresina, Piauí: Gráfica do Povo, 2004. 122 p. Colaboração de Elimira Simeão, página publicada em julho 2007.

SONETOS. v.2. Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, s.d. 151 - 310 p. 16,5 x 11 cm. ilus. col. Editor: Edson Guedes de Moraes. Inclui 171 sonetos de uma centena de poetas brasileiros e portugueses. Ex. bibl. Antonio Miranda

VISIONÁRIO Soberbo como um deus que atingisse as alturas E sentisse , aos seus pés, curvada, a Terra inteira. Pensa em ressuscitar toda a lenda guerreira Do passado, ao sabor de conquistas futuras... E, assim, o seu olhar, num brilho de águas puras Que refletissem toda a paisagem fronteira, Basta ao lhe retratar a alma livre e altaneira, Rasgada num clarão forte de iluminuras... Ama já gloria da cor, e os céus, e o sol faiscante, E, na febre do sonho, e na ânsia da conquista, Guarda a nobreza real do alto gesto arrogante...


Certo, ainda ao morrer, no horror que a morte espalha, A ilusão da vitória há de acender-lhe a vista Ao raivante estridor da última batalha.

Página ampliada e republicada em dezembro de 2019



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.