"CADA QUÁ NO SEU CADA QUÁ" - ATLAS DA CAPOEIRAGEM NO BRASIL (E NO MUNDO): LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CA

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QUÁ NO SEU CADA QUÁ"...
DA CAPOEIRA (GEM) no BRASIL (e no MUNDO...)
PARA O LIVRO-ÁLBUM DOS
CAPOEIRAS - LIVRO I LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ (organizador) 2023
"CADA
ATLAS
NOTAS
MESTRES

"CADA QUÁ NO SEU CADA QUÁ"...

ATLAS DA CAPOEIRA (GEM) no BRASIL (e no MUNDO...)

NOTAS PARA O LIVRO-ÁLBUM

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ (ORGANIZADOR)
SÃO LUIS – MARANHÃO 2023
DOS MESTRES CAPOEIRAS LIVRO I

NOTAS PARA O LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRAS

Uma advertencia: “Escrevi para aprender”. Não é livro de historiador; não há pesquisa inédita nos arquivos. Não há conclusões ou interpretações inovadoras. Não se pretendeu ser original. Para a construção do que tratamos constituíram-se em importantes fontes as publicações biográficas promovidas por instituições dedicadas à consagração de personagens que se destacaram no cenário da capoeiragem. Buscaram-se mesmo, nas obras citadas as informações necessárias, assim como se utilizou amplamente das ferramentas de busca disponíveis na ‘nuvem’. Além destes, recolhemos informações de biografias, livros de memórias, prefácios, antologias, sítios particulares ou institucionais, entrevistas, e alguns trabalhos acadêmicos que nos auxiliaram no mapeamento e caracterização historiográfica em pauta. Sempre indicando a fonte, de quem se usou o “copiar/colar”; ou os depoimentos, recebidos através do correio eletrônico. A originalidade está na abordagem...

Leopoldina,André Lacé,Artur e Celso, no Largo daApoteose, durante o Rio World Capoeira Meet, 1984. Foto:Acervo M.André Lacé.

A proposta não é minha, e nem é nova!!!A ideia é doAndré Lacé, do Quilombo do Leblon. Surgiu durante a construção do Atlas do Esporte do Brasil, engendrado pelo Lamartine Pereira da Costa1, ainda no início dos anos 2.000...

André Lacé escreveu, algumas décadas atrás, uma comparação entre o capoeira com o “bluseiro” afro-americano, tocador de banjo ou gaita, cantador de blues que saía pelos Estados Unidos, sem rumos, sem endereço, posto que sua verdadeira terra era a África. O capoeira não ficaria atrás, como se pode verificar pelas andanças de vários mestres pelo mundo afora. Tem mais, o “bluseiro” tinha a sua lenda de pacto místico na estrada, garantindo para si extraordinária performance; na Capoeira também temos o “corpo fechado”, o nego mandingueiro. E por aí vai:

Muito simples, 3, 4 décadas atrás, muito pouco se haviam publicado sobre a fascinante Arte da Capoeiragem, basicamente, o que existia saía do Rio de Janeiro, então capital federal e corria o Brasil inteiro. Durante muito tempo o Rio foi o grande modelo para o resto do país, como ocorre com toda Capital federal.

De repente, não mais do que de repente, começaram a proliferar dezenas, centenas de livros sobre o assunto, quase todos professorando, eram e continuam sendo os donos da verdade. “Causos” foram transformados em verdade verdadeiros; manchetes de jornais foram apagadas, outras adulteradas ao bel prazer do “pesquisador” de plantão, verdadeiras penas de aluguel. Cristalizou-se, então, grande fantasia como a versão oficial, consagrando longo processo de embranquecimento e aburguesamento da capoeiragem.

Processo, diga-se de passagem, já detectável na própria África, especialmente na triste fase dos navios tumbeiros, mas que foi marcantemente acentuado durante os períodos Vargas, onde a liderança negra ou era captada ou era perseguida. Deste processo surgiu uma nova capoeira, que não era barro nem tijolo, não era folclore autêntico, muito menos luta eficaz, mas juravam que era. Dezenas de livros passaram a ser escritos, dezenas de congressos passaram a ser realizados, alardeando essa verdade mentirosa, falseando-se datas e inventando-se teorias. Mais do que nunca se fortaleceu o capoeira chapa-branca, contraditoriamente vangloriando-se de que a capoeira estava no mundo todo (o que significaria rico mercado para todo mestre) e, ao mesmo tempo, exigindo dos governos todo tipo de ajuda possível, até mesmo uma mesada para todos.

Após mais de 20 anos vivendo dessa fantasia começaram a surgir, com mais intensidade, pesquisadores realmente isentos, admiradores da capoeira, mas não ao ponto de negar registros históricos reveladores. Além disso, tais pesquisadores trataram de mergulhar mais nas origens da capoeira.

MestreAndré Luiz Lacé Lopes enviou-me documento em que propunha "Dez Projetos para o Rio de Janeiro" chamando-me atenção para o "Projeto Livro-Álbum dos Mestres de Capoeira no Rio de Janeiro", em que

1 Em 2004, encontrei o Prof. Dr. Lamartine Pereira da Costa em um dos Congressos de História da Educação Física, Esportes, Lazer e Dança1; tomei conhecimento do “Atlas do Esporte no Brasil” 1, que ele estava a organizar; comprometi-me a escrever um capítulo sobre o Maranhão – Cluster Esportivo de São Luis1... Foi assim que entrei em contato com o Prof. André Luiz Lacé Lopes, autor de capitulo sobre a Capoeiragem1. Desde então trocamos correspondência, e passei a colaborar, por insistência dele, com o “Jornal do Capoeira”1, editado pelo Miltinho Astronauta; passei a escrever sobre a Capoeira no/do Maranhão...

O 8º Congresso, realizado em Ponta Grossa, no Paraná. Ver mais em VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A Capoeira nos Congressos de História da Educação Física, Esportes, Lazer e Dança JORNAL DO CAPOEIRA, Edição 73 - de 14 a 20 de Maio de 2006, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/DaCOSTA, Lamartine Pereira. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006, disponível em www.atlasesportebrasil.org.br/capoeira

O "Atlas do Esporte no Brasil" é uma publicação inicial do Sistema de Informações sobre Esporte e Atividade Física [...] com a finalidade de promover ou criar vias de promoção de levantamentos sobre atividades físicas em geral em perspectiva nacionais e visando à utilidade pública. Os dados desta publicação são referidos até ao final do ano de 2004. Trata-se de um livro que apresenta os resultados de uma das maiores pesquisas sobre esporte até hoje feitas no mundo: cerca de 410 colaboradores qualificados e 17 editores, trabalharam voluntariamente durante dois anos, levantando memória (passado) e inventário (presente) de diferentes facetas do esporte e de atividades físicas congêneres, cobrindo todo o Brasil. São 924 páginas tamanho duplo, com centenas de mapas, quadros e tabelas, completadas por uma seção especial com cerca 200 fotos e figuras que sintetizam a história do esporte brasileiro, do Descobrimento do Brasil em 1500 aos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. O obra é multidisciplinar, com seus capítulos apresentados em língua portuguesa (textos completos) e inglesa (resumos e textos complementares) [...]. O formato livro foi adotado inicialmente mas outros suportes estão previstos para o desdobramento futuro da obra. http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf

LOPES, André Luiz Lacé. Capoeiragem. In DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/capoeiragem/

propunha o cadastramento dos aproximadamente 150 mestres capoeiras do Rio de Janeiro; uma página para cada mestre, com foto. Haveria uma parte Introdutória com resumo da História da Capoeira no Rio de Janeiro e, também, resumo crítico dos principais livros sobre o assunto. Este projeto estava, na ocasião, com 12 biografias2 .

Em outra correspondência, ao indagar sobre um aspecto da Capoeira no Maranhão, sugeriu-me a elaboração do "LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO", assim como anteriormente já havia sugerido a criação de um "Centro de Capoeiragem do Maranhão". Os demais projetos eram:

1. Projeto SEIS RODAS ESPECIAIS de CAPOEIRA - Idealização (através de concurso para arquitetos urbanistas), construção e implantação de uma Programação Anual. Rodas especiais, concha acústica de cimento para a "orquestra", roda acimentada de apresentação e arquibancada tipo anfiteatro.

2. Projeto "CENTRO DE MEMÓRIA DA ARTE-AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM NO RIO DE JANEIRO" - um espaço que poderá abrigar o "Centro de Memórias da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem".

3. Projeto CONCURSO LITERÁRIO ANUAL - Redação, para o Ensino Médio; Monografia, para o Ensino Superior - Tema Básico: Capoeiragem no Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo.

4. Projeto FUNDAÇÃO RIO CAPOEIRA - Criação de um Organismo que realmente contemple todos os múltiplos aspectos da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem. O Projeto incluirá a criação de um PONTO DE ENCONTRO DOS CAPOEIRAS que, em princípio, será calcado na experiência vitoriosa do Espaço nos Capoeiras, no Mercado Popular da Uruguaiana.

5. Projeto LABORATÓRIOS DE CAPOEIRA - Série de experiências práticas testando a real eficácia da Capoeira enquanto Luta Marcial.

6. Projeto FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA - Criação de um grupo multidisciplinar para estudar, sem fantasias, os fundamentos da Capoeiragem em todos seus múltiplos aspectos: religioso, filosófico, ritmo e cantado, histórico, sociológico etc.

7. Projeto UNIVERSIDADE DA CAPOEIRA - Projeto, inicialmente, apresentado do Governo Federal e, depois, à Universidade Estácio de Sá.

8. Projeto HOMENAGENS ESPECIAIS - Exemplo: reforma completa do túmulo do Sr. Agenor Sampaio, Sinhozinho, com colocação solene de uma Placa de Agradecimento.

9. CAPOEIRA EDITORIAL - Republicação enriquecida por uma avaliação crítica dos principais livros escritos Capoeiragem - ODC, Plácido de Abreu, ZUMA, Inezil Penna Marinho etc.

Em 2006, já iniciada a elaboração do Livro-Álbum dos Mestres Capoeira do Maranhão (Anexo I), propus a AndréLacé,ao MiltinhoAstronauta,eaoCarlos CavalheiroaelaboraçãodoAtlasdaCapoeira(gem)no Brasil (e no Mundo):

A TÍTULO DE JUSTIFICATIVA

Miltinho,

At. de André, Lamartine, Laércio:

Sinto-me provocado! Você tem colocado no nosso “Jornal do Capoeira” o pioneirismo do Maranhão na construção do Atlas da Capoeira e do Livro-Álbum dos Mestres (e Contramestres) Capoeira; eu, a frente desse projeto... O que, sabemos, não é verdade!

A ideia de construção de um Atlas deve-se ao Professor-Doutor Lamartine Pereira da Costa (Mestre Capoeira) e ao Mestre André Luis Lacé Lopes (Mestre em Administração), a do Livro-Álbum. Como você disse, em correspondência pessoal, citando Mestre Caiçara, "Cada quá no seu cada quá"...

2 LOPES, André Luiz Lacé. A VOLTA AO MUNDO DA ARTE AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM - Ação Conjunta com o Governo Federal - Estratégia 2005 - Contribuição do Rio de Janeiro - Minuta de André Luiz Lace Lopes, com sugestão de Mestre Arerê (ainda sem revisão).

Em “CAPOEIRAGEM EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO” 3, publicado ano passado no Jornal, proponho-me a “resgatar os primórdios da capoeira praticada em São Luís do Maranhão (Brasil), assim como seu estágio atual, através do resgate da história de vida de seus principais atores – os Mestres de Capoeira... Ainda, procura-se cadastrar os Mestres atuantes em São Luís, através de projeto apresentado por Mestre André Lacé, do Rio de Janeiro (Brasil)...”.

PROPOSTAS - "CADAQUÁ NO SEU CADAQUÁ"...

ATLAS DACAPOEIRA(GEM) no BRASIL(e no MUNDO...).

Nãodevemosnosafastardo“ATLASDOESPORTENOBRASIL”;aconstrução –coletiva,comosepropõem no Atlas – será parte integrante do mesmo, inserido no capítulo das “Tradições”. Assim, dentro da estrutura proposta por DaCosta (org.) (2005; Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro : Shape), devemos estabelecer as origens e a definição da Capoeira, para em seguida, traçar a sua memória (fatos e acontecimentos, quando, quem, onde, como, porque) em ordem cronológica... O objetivo, explicitado, é o de “elaborar mapeamento por meio de levantamento de fatos de memória e de inventário das condições presentes de ocorrências”dessas atividades, no caso, da Capoeira (gem) -, “constituindo um conjunto de dados espaciais (mapas) e/ou dados quantitativos (tabelas e quadros) e qualitativos (textos descritivos e analíticos resumidos), com as respectivas interpretações que possam render significados setoriais, regionais e nacionais” - (agora, internacionais, também).

No Atlas, fez-se a opção pela cronologia dos fatos de memória como sustentação de cada capítulo. O “Atlas da Capoeira” seguirá essa mesma construção; assim sendo, é um documento de memória e não de história, a qual poderá ser mobilizada para as devidas interpretações , se julgadas convenientes por outros estudos.

LIVRO-ALBUM DOS MESTRES CAPOEIRA

Naturalmente, seguirá a proposta de André Lace... E será parte integrante do Atlas da Capoeira (gem). Cada Estado – e País – elaborará o seu. Mas, quem é o Mestre Capoeira (e o Contramestre...); na falta de uma regulamentação – desculpe Mestre André – comum a todas as capoeiras, se ficará com a tradição: o reconhecimento, como Mestre, pelos seus pares; junto com o nome pelo qual é conhecido dentro da capoeira (batismo), o nome “civil”, e principalmente, quem o iniciou, quem o preparou, quem lhe outorgou o título. Como se observa esse(s) nome(s) não é necessariamente o mesmo, muito embora se encontrem mestres que tem toda a sua trajetória ligada a um mesmo Mestre...; quando se deu o reconhecimento pela Mestria; a qual capoeira pertence (estilo); e uma breve história de vida.

OPERACIONALIZAÇÃO

Além dos dados já constantes no Atlas do Esporte no Brasil – Capoeira, por Sérgio Luiz de Sousa Vieira (p. 116-117); e Capoeiragem, por André Lace Lopes (p. 386-387), devemos proceder à busca da memória da Capoeira – Brasil, Estados, Outros Países -; o que for comum, no capítulo geral – Brasil -; cada estado da Federação, com suas especificidades (anexo II); e cada país onde hoje se pratica a Capoeira – fora o Brasil

o resgate de sua memória...

Nesta Segunda Edição - a primeira foi em formato eletrônico – optamos por dividi-lo em dois volumes, cada um com pouco mais de 400 páginas, sendo o segundo dedicado ao Atlas da Capoeira – no Maranhão, com o Livro-Álbum dos Mestres Capoeiras; no Brasil; e de alguns estados e/ou cidades... ainda em construção!!!

Primeira questão: definição! Como vamos definir Capoeira (gem)? Vamos aceitar a do Atlas 2005? A da FICA? Vamos construir outra?

3 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio Notas sobre a Capoeira em São Luis do Maranhão JORNAL DO CAPOEIRA - Edição 42: 8 à 14 de Agosto de 2005. http://www.jornalexpress.com.br

Da ideia – e proposta – elaborei um livro-álbum dos mestres capoeiras do Maranhão.Assim, vamos em frente. Na feitura do ‘cada quá no seu cada quá’ acabei levantando a biografia de muitos mestres. Agora, vamos à operacionalização... Um primeiro problema: de onde é o Mestre? Vamos utilizar o local de nascimento –cidade e estado, considerando o Estado!!! E não aquele em que atuou e se destacou. Mais simples... o segundo, quem é realmente Mestre? Quando comecei a elaboração do livro-álbum do Maranhão, tinha já 86 (oitenta e seis) nomes, quando recebi o alerta de que nem todos eram reconhecidos Mestres. Outro problema: quem outorga o título? O costume é o reconhecimento pelos demais; depois da regulamentação, uma entidade

federação, grupo constituído – outorga o título; a FICAregulamentou a outorga/reconhecimento dos diversos títulos em seu Artigo 34- São estabelecidos os seguintes tempos mínimos para promoção, conforme discriminado na tabela abaixo:

NÍVEIS DE GRADUAÇÃO OFICIAL

Utilizaremos, pois, todas as formas de reconhecimento do Mestre... mas, aí vem outro problema: como registrá-lo? Pelo seu nome de batismo na Capoeira? Creio ser essa a melhor forma... e quanto ao estilo? Ao grupo que pertence? E quem foi seu mestre? São muitas as questões a serem resolvidas... alguns, temos foto, outros, não, especialmente os mais antigos... Registramos todos, ou apenas os que estão atuando, vivos? E os precursores?Quanto aoperíodo,levaremosem consideraçãotodos,desdeo“Amotinado”?nosvários períodos em que é dividida a Capoeiragem? Mesmo quando não havia a titulação, e considerando o reconhecimento como Capoeira que exerceu alguma influência na modalidade do jogo/luta/dança/folclore? Uma página para cada mestre... Vamos construindo... a apresentação, em princípio – pensei -será em ordem alfabética... refletindo melhor, e para dar uma ideia da evolução e construção da Capoeira atual, , vamos rever tudo e colocar os Mestres em ordem de nascimento e início da Capoeiragem.

Como meu limite de páginas para publicação na ferramenta que utilizo – ISSUU - é de 400, vamos indo para um segundo livto, com novas biografias, seguindo-se a mesma metodologia...

Categoria:Mestres de capoeira – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Mestres da capoeira | Grupo Camará Capoeira (camaracapoeira.com.br)

Mestres no Rio de Janeiro – CAPOEIRA CONTEMPORÂNEA (capoeirahistory.com)

Memória Periféricas da Capoeira Angola de Salvador: o Acervo Pessoal de Mestre Nô | Museu Afro-Digital da Memória Africana e Afro-Brasileira (ufba.br)

portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/DossieCapoeiraWeb.pdf

IDADE MÍNIMA TEMPO DE CAPOEIRA
do 1° ao 7° estágio 03 aos 14 anos De ano em ano Aluno do 8° ao 14° estágio 15anos em diante 4 anos e 11 meses 15° estágio: Formado 18 anos 5 anos 16° estágio: Monitor 20 anos 7 anos 17° estágio: Professor 25 anos 12 anos 18° estágio: Contra-Mestre 30 anos 17 anos 19° estágio: Mestre 35 anos 22 anos 20° estágio: Integrante - CSM 45 anos 30 anos 21° estágio: Efetivo - CSM 55 anos 40 anos 22° estágio: Honra - CSM 65 anos 50 anos
Aluno

DossieCapoeiraWeb.pdf (iphan.gov.br)

Mestres e capoeiras famosos da Bahia Coordinator: Abib, Pedro Rodolpho Jungers

SUMÁRIO

MARIA FELIPA DE OLIVEIRA

BAHIA – ITAPARICA, 18???

ALÍPIO - TIO ALÍPIO

África – 18 ??

CYRIACO MACACO VELHO - CIRÍACO FRANCISCO DA SILVA

RIO DE JANEIRO – Campos, (1872

PRATA PRETA – OU CATTA PRETA - HORÁCIO JOSÉ DA SILVA

RIO DE JANEIRO (?) - 1874

PASTINHA - VICENTE FERREIRA PASTINHA

BAHIA - Salvador, 5 de abril de 1889 Salvador, 13 de novembro de 1981

JOÃO ANDRÉ

SÃO PAULO - TIETÊ (?), 1889 - Faleceu em Sorocaba em 1965

SINHOZINHO - AGENOR MOREIRA SAMPAIO

SÃO PAULO - Santos, Brasil, 1891-1962

TOTONHO DE MARÉ - ANTONIO LAURINDO DAS NEVES -

BAHIA - nasceu em 17 de setembro de 1894 na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos em Salvador

ABERRÊ - ANTÔNIO RAIMUNDO ARGOLO -

BAHIA – Salvador, 06/08/1895 // falecimento:??/09/1942 -

BESOURO MANGANGÁ - MANOEL HENRIQUE PEREIRA -

BAHIA - Santo Amaro nasceu em 1895 no bairro de Urupi (Santo Amaro, 1895 Santo Amaro 1924),

ZUMA - ANNÍBAL ZUMALACARAGUHY DE MENCK BURLAMAQUI -

RIO DE JANEIRO - (1898-1965)

BIMBA - MANOEL DOS REIS MACHADO

1900/1910

BAHIA - Engenho Velho de Brotas, em Salvador, no dia 23 de novembro de 1900.

PEDRO PORRETA - PEDRO CELESTINO DOS SANTOS

BAHIA - (Salvador?) nasceu em 1902

ONÇA PRETA VELHO - CÍCERO NAVARRO

BAHIA – Salvador 27 de janeiro de 1909 – faleceu em São Paulo em 2006 1911/1920

JOÃO PEQUENO - JOÃO PEREIRA DOS SANTOS -

BAHIA - Nasceu em Araci, no dia 27 de dezembro de 1917 - faleceu em Salvador, no dia 9 de dezembro de 2011

CAMAFEU DE OXÓSSI - ÁPIO PATROCÍNIO DA CONCEIÇÃO

BAHIA - Salvador - 10/out/1915 - 26/mar/1994

WALDEMAR; WALDEMAR DA LIBERDADE; WALDEMAR DO PERO VAZ - WALDEMAR RODRIGUES DA PAIXÃO

BAHIA - Salvador (Ilha de Maré, 22 de fevereiro de 1916 - Salvador, 1990), mais conhecido como

COBRINHA VERDE - RAFAEL ALVES FRANÇA -

BAHIA - Nascido na cidade de Santo Amaro da Purificação em 1917

GIGANTE - FRANCISCO DE ASSIS

BAHIA – SANTO AMARO - 4/out/1920 - 30/mai/2016

CAIÇARA - ANTÔNIO CARLOS MORAES

BAHIA - (1923 - 1997)

PARANÁ - OSVALDO LISBOA DOS SANTOS

1921/1930

BAHIA - Salvador (1923 - dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro )

ANANIAS FERREIRA

BAHIA - (São Félix, 4 de outubro de 1924 - Bela Vista, 21 de julho de 2016)

CANJIQUINHA - WASHINGTON BRUNO DA SILVA -

BAHIA - Salvador - 25-09-1925

BOBÓ - MILTON SANTOS

BAHIA - - 25/mar/1925 - 8/jul/1994

GERSON QUADRADO - GÉRSON FRANCISCO DA ANUNCIAÇÃO

BAHIA - Gamboa na Ilha de Itaparica - 1/jul/1925 - 17/abr/200

CUICA - DORIVAL DUTRA

SÃO PAULO - Nascido em 19 de setembro de 1926 em Cosmópolis / SP,

FELIPE DE SANTO AMARO - FELIPE SANTIAGO -

BAHIA - Santo Amaro, recôncavo baiano, no dia 11 de maio de 1927

ZÉ JAÚ - JOSÉ DE BARROS PRADO

SÃO PAULO - nasceu em Tietê por volta de 1927

MESSIAS

BAHIA - 6 de agosto de 1927 no distrito de São Brás

DINIZ - FIRMINO DINIZ -

MARANHÃO - nascido em 1929 em São Luis - Maranhão – faleceu em 2014

MESTRE NORONHA - DANIEL COUTINHO -

BAHIA - nasceu em Salvador (BA), 19??

ARTUR EMÍDIO - ARTUR EMÍDIO DE OLIVEIRA -

BAHIA - nasceu em 1930 em Itabuna (Bahia), 1931/1940

MENDONÇA - DAMIONOR RIBEIRO DE MENDONÇA

SERGIPE - nasceu em 16 de julho de 1931, em Aracaju, ele veio para o Rio de Janeiro na década de 1950.

LEOPOLDINA - DEMERVAL LOPES DE LACERDA -

RIO DE JANEIRO - nascido o 12 de fevereiro de 1933 no Rio de Janeiro. Falelceu em 17/10/2007)

BIGODINHO - REINALDO SANTANA

BAHIA - nasceu em 13 de setembro de 1933 na cidade de Santo Amaro, Bahia.

JOÃO GRANDE - JOÃO OLIVEIRA DOS SANTOS

BAHIA - (Itagi, Bahia, 15 de janeiro de 1933),

PELÉ DA BOMBA - NATALÍCIO NEVES DA SILVA -

BAHIA - 1934 - Nasceu no 25 de dezembro no distrito de Cipoá do município de Governador Mangabeira, Bahia,

MÁRIO BUSCAPÉ - MÁRIO DOS SANTOS -

BAHIA - nasceu em 1934 num povoado perto de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano.

DJALMA BANDEIRA - DJALMA BANDEIRA LIMA

nasceu em 1934. Natural de Sergipe, era alfaiate de profissão.

GENARO - GENARO RAIMUNDO COELHO

BAHIA - nasceu no bairro de Nazaré, em Salvador em 21 de junho de 1934.

LAMARTINE - LAMARTINE PEREIRA DA COSTARIO DE JANEIRO - nasceu em 1935, no Rio de Janeiro

ROBERVAL SEREJO - ROBERVAL BARBOSA SEREJO

MARANHÃO – SÃO LUIS (?) (08/01/1936 – 21/06/1971)5

BOCA RICA - MANOEL SILVA

BAHIA - Nascido em Maragojipe, em 26 de novembro de 1936, JAIR MOURA - JAIR FERNANDES MOURA

BAHIA - nasceu em Salvador no dia 27 de agosto de 1936

PAULO DOS ANJOS - JOSÉ PAULO DOS ANJOS -

BAHIA - Salvador 5-08-1936 - 26-03-1999

VERMELHO 27 - JOSÉ CARLOS ANDRADE BITTENCOURT

BAHIA - (SALVADOR?) – 09 março de 1936-18 de maio de 1996

CURIÓ - JAIME MARTINS DOS SANTOS

BAHIA - Candeias - 23/jan/1937

ANDRÉ LACÉ - ANDRÉ LUIZ LACÉ LOPES

PARANÁ, Curitiba, 1938

SUASSUNA - REINALDO RAMOS SUASSUNA

BAHIA - (Itabuna, 16 de janeiro de 1938)

ROQUE - ROQUE MENDES DOS SANTOS -

BAHIA - nasceu em 1938, em Salvador

LUIZÃO - LUIZ GONZAGA RODRIGUES -

SÃO PAULO - nascido em Cesário Lange, em 1938

SABÚ - MANOEL PIO DE SALES

GOIÁS - nasceu em Goiás no dia 06-05-1940

GILDO ALFINETE - GILDO LEMOS COUTO

BAHIA - 16 de janeiro 1940 - no bairro de Tororó em Salvador - 12/out/2015

1941/1950

PAULO GOMES (GALO CEGO) - PAULO GOMES DA CRUZ

BAHIA - ITABUNA, 25 DE JANEIRO DE 1941 -

EZIQUIEL / VELHO ZICA - EZIQUIEL MARTINS MARINHO

BAHIA - (Salvador, 18 de outubro de 1941 Salvador, 26 de março de 1997)

BRASÍLIA - ANTÔNIO CARDOSO ANDRADE

BAHIA - Alagoinhas, 29 de maio de 1942)

TRAVASSOS - VICTOR WIDAWSKI –

BAHIA - Nascido na Cidade Alta, Salvador, Bahia, em 07 de setembro de 1942

CARCARÁ - ANTÔNIO DOS SANTOS

BAHIA - Santo Amaro, em 3 de janeiro de 1942

BEZERRA - ANTONIO BEZERRA DOS SANTOS -

MARANHÃO - Coroatá, ( 1942)

ACORDEOM - UBIRAJARA GUIMARÃES ALMEIDA

BAHIA - nasceu em Salvador em 1943

CAMISA ROXA - EDVALDO CARNEIRO E SILVA

BAHIA - 07/01/1944 Nasceu na Fazenda Estiva, Jacobina – faleceu em 18/04/2013

SILAS - SILAS LUÍS

RIO DE JANEIRO - nasceu em 16 de setembro de 1944.

SACI - - JOSEVALDO LIMA DE JESUS

BAHIA - Santa Barbara em 1945/03/16

NÔ - NORIVAL MOREIRA DE OLIVEIRA

BAHIA - nasceu em 1945, na Ilha de Itaparica

ZULU - ANTÔNIO BATISTA PINTO ZULU

MINAS GERAIS - Mineiro de Unaí, nascido em 09/05/1946

NESTOR CAPOEIRA - NESTOR SEZEFREDO DOS PASSOS NETO -

MINAS GERAIS -nasceu em 1946, em Belo Horizonte

PATURI - ANTONIO ALBERTO CARVALHO

MARANHÃO - São Luis – MA, 09 de novembro de 1946

VERMELHO DE PASTINHA - MAURÍCIO LEMOS DE CARVALHO

BAHIA - 1946 - Nasceu no 9 de março na cidade sertaneja de Itiúba, filho de João e Ligia. 30/mar/2022

BIGO - FRANCISCO TOMÉ DOS SANTOS FILHO

BAHIA - nasceu em 1946, em Salvador-

TABOSA - HÉLIO TABOSA DE MORAES

1948

SAPO - ANSELMO BARNABÉ RODRIGUES

BAHIA - Salvador? 21 de Abril de 1948 - morreu em 30 de maio, de 1982, em São Luis

MIGUEL MACHADO

BAHIA - Piaú , 29 de setembro de 1948

ROMÃO - JULIO ROMÃO DA SILVA FILHO

RIO DE JANEIRO, 1949

CELSO PEPE -

RIO DE JANEIRO - nasceu em 1949, no Rio de Janeiro.

MEDICINA - LUIZ OLIVEIRA ROCHA

BAHIA - Itabuna-BA (195?)

AÇOUGUEIRO - JOÃO JOSÉ MENDES SILVA

MARANHÃO - São Luis, 1º. De julho de 1950

TOURO. - ANTONIO OLIVEIRA BEMVINDO

ESPÍRITO SANTO - natural de Cachoeiro de Itapemirim, Data de nascimento: 3 de novembro de 1950.

MORAES - PEDRO MORAES TRINDADE

BAHIA - (Salvador, 9 de fevereiro de 1950)

ADILSON - ADILSON ALVES DA SILVA

(RIO DE JANEIRO, 30 de maio de 1952)

ZUMBI BAHIA - ADALBERTO CONCEIÇÃO DA SILVA

BAHIA - Salvador, 18 de agosto de 1953

PATINHO - ANTONIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO RAMOS -

MARANHÃO - SÃO LUÍS / 14 / 09 / 1953

1951/1960

MÔA DO KATENDÊ - ROMUALDO ROSÁRIO DA COSTA (Salvador, 29 de outubro de 1954 Salvador, 8 de outubro de 2018),[1]

BURGUÊS - ANTONIO DE MENEZES

SERGIPE - nasceu em 06/09/1955 em Laranjeira

PIRRITA - VICENTE BRAGA BRASIL

MARANHÃO - São Luís - Maranhão, 11 de abril de 1955.

TIL - GENTIL ALVES CARVALHO

MARANHÃO - Coroatá, 21 de outubro de 1955

CAMISA - JOSÉ TADEU CARNEIRO CARDOSO

BAHIA - Jacobina, 1955

PEZÃO - JOSÉ DE RIBAMAR TEIXEIRA SILVA

MARANHÃO - São Luís – Ma – 26 de dezembro de 1956

CURIÓ - JOÃO PALHANO JANSEN

MARANHÃO - Comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, 15 de fevereiro de 1956

DE PAULA - FRANCISCO DE PAULA BEZERRA -

MARANHÃO - São Luis, 02 de abril de 1956

RAIMUNDÃO - RAIMUNDO APRÍGIO MENDES -

MARANHÃO - São Luis, 06 de setembro de 1956

NAGÔ - SERGIO SOUZA DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO, 1956

INDIO DO MARANHÃO - OSIEL MARTINS FREITAS -

MARANHÃO - São Luis, 18 de julho de 1957, no Bairro de Fátima

DINHO - RAIMUNDO DOS SANTOS

BAHIA - - nasceu em 15 de maio de 1957, no bairro da Boa Vista de São Caetano, na Cidade Baixa, em Salvador

BEBETO - JOSÉ ROBERTO LIMA

RIO DE JANEIRO, nasceu em 195

PRETO VELHO - DENNIS NEWSOME

USA - CALIFÓRNIAnascido em 21 de junho de 1958, no hospital naval de Balboa

RUI CHARUTO - RUI MONTANHEIRO

RIO DE JANEIRO - Nascido em 1º de abril de 1959, no bairro da Abolição

JANJA - ROSÂNGELA COSTA ARAÚJO

BAHIA - (Feira de Santana, 4 de outubro de 1959),

BACICO - GERALDO FERREIRA DA SILVA

PARANÁ - Paranaguá, 16 de agosto de 1959

BAÉ = FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA

MARANHÃO - Penalva , 01 de novembro de 1960

RUI - RUI PINTO

MARANHÃO - São Luis (1960?

COBRA MANSA - CINÉZIO FELICIANO PEÇANHA

RIO DE JANEIRO. Nascido em 19/05/1960.

1961/1970

ALEXANDRE BATATA - ALEXANDRE NERY CAULIT FERREIRA -

RIO DE JANEIRO - Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 1961

SOCÓ - EVANDRO DE ARAÚJO TEIXEIRA -

MARANHÃO - São Luis, 03 de setembro de 1961

AMARO - AMARO CAETANO DE SOUZA

SÃO PAULO, 1962

HULK - SÍDNEY GONÇALVES FREITAS

RIO DE JANEIRO - (Rio de Janeiro, 1962),

ALBERTO EUZAMOR - ALBERTO PEREIRA ABREU

MARANHÃO - São Luisa – 15 de janeiro de 1962 (faleceu em 11 julho de 2017

MARCO AURÉLIO - MARCO AURÉLIO HAIKEL

MARANHÃO - 11 de março de 1963

JORGE NAVALHA - JORGE LUIS LIMA DE SOUSA

MARANHÃO - São Luis – São Luis, 08 de abril de 1963

EVANDRO - EVANDRO COSTA

MARANHÃO - São Luis – Guimarães, 1963

FRED - FREDERICO PIRES

MARANHÃO - São Luis – 03 de fevereiro de 1963

COBRA - ANTONIO MARCELO RODRIGUES TRINADE

SÃO PAULO - nasceu em Amparo, 18 de novembro de 1963

PÉ DE CHUMBO - GIDALTO PEREIRA DIAS

BAHIA - (Floresta Azul, 8 de dezembro de 1964)[1] ,

TONY - ANTÔNIO RODRIGUES NOGUEIRA FILHO

BAHIA - Serrinha, 17 de Junho de 1964

JUVENAL - JUVENAL DOS SANTOS PEREIRA

MARANHÃO - Pinheiro, 22/05/1965

NEGÃO - JOSÉ TUPINAMBA DAVID BORGES

MARANHÃO - São Luis, 15 de janeiro de 1966

NELSON (Canarinho) - NELSON DE SOUZA GERALDO

MARANHÃO - SÃO LUIS, 12 D JANEIRO DE 1966

BAMBA - KLEBER UMBELINO LOPES FILHO

MARANHÃO - São Luís – 12 de abril de 1966

MIRINHO - CASEMIRO JOSÉ SALGADO CORREA

MARANHÃO - Cururupu – 08 de outubro de 1966.

MÁRCIA CIGARRA - MÁRCIA TREIDLER

RIO DE JANEIRO (?) 1966

GRILO - FLAVIO MACHADO DE BULHÕES

1967 – (?)

ABELHA - JULIO SÉRVIO COELHO SERRA

MARANHÃO - Viana, 23 de setembro de 1967

GAVIÃO - HELIO DE SÁ ALMEIDA

MARANHÃO - São Luis, 05 de novembro de 1967

TUTUCA - JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES

MARANHÃO - São Luís , 25 de novembro de 1967

MIZINHO - ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO

MARANHÃO - São Luis , 21 de setembro de 1968

MARINHO - AMARO ANTÔNIO DOS SANTOS

São Miguel dos Milagres, Estado de Alagoas, 22 de Outubro de 1968

DOMINGOS DE DEUS - JOSÉ DOMINGOS DE DEUS SANTOS

MARANHÃO - Humberto de Campos, 22 de setembro de 1968

ADRIANO - ADRIANO FABIO DA GUIA

RIO DE JANEIRO - 23/07/1968 (Angra dos Reis?

ROBERTO - ROBERTO JAMES SILVA SOARES

MARANHÃO - São Luis, 14 de agosto de 1969 (Bairro Santa Cruz)

CADICO - CLÁUDIO DA CONCEIÇÃO RODRIGUES -

MARANHÃO - Bequimão 08 de dezembro de 1970

PEDRO - PEDRO MARCOS SOARES

MARANHÃO - Povoado quilombola Santa Maria Porto Rico em 29 de Junho de 1970 1971/1980

MILITAR - CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA

MARANHÃO - Cândido Mendes, 19 de maio de 1971

LUIS SENZALA - LUIS AUGUSTO LIMA

MARANHÃO - São Luís, 8 de abril de 1971

CANGURU - JORDEJARO GONÇALVES MACIEL

MINAS GERAIS – 20/08/1971

CACÁ - CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNE

MARANHÃO - São Luís, 17 de fevereiro de 1972;

XANGÔ - JOSÉ CARLOS BARNABÉ DE MELO

AMAZONAS - Nascido no dia 16 de maio de 1972, em Manaus

NAMORADO - MARCELO FERREIRA ANDRÉnasceu em 1973, no Rio de Janeiro

LUIS - LUIS GENEROSO ABREU NETO

MARANHÃO - São Luís, 10 de outubro de 1974

MÃO DE ONÇA - CLÁUDIO TODETE SÁ RODRIGUES

MARANHÃO - São Luís, 12/04/1974

NELSINHO - NELSON BRITO MARTINS

Rio de Janeiro – 19 de abril de 1975

ARY - ARY LEANDRO DOS SANTOS AMARAL

MARANHÃO - São Luis, 19 de abril de 1975

MANOEL - JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA

MARANHÃO - Humberto de Campos, 08 de março de 1975

NILTINHO - JOSE NILTON PESTANA CARNEIRO

MARANHÃO - São Luis (?), 02 de setembro de 1975

SR. MIYAGE - JOSÉ ANTONIO DE ARAUJO COELHO

MARANHÃO - Colinas– 23 de setembro de 1975

PALHANO / SENA - ROBERVAL DE SENA PALHANO -

MARANHÃO - São Luís– 27 de janeiro de 1976

ALCIONE - ALCIONE ALVES DE OLIVEIRA

MINAS GERAIS, 1977

LATEEF CROWDER DOS SANTOS

BAHIA - (Salvador, 23 de novembro de 1977)

JO - JOSELITA PEREIRA DE OLIVEIRA,

BAHIA, Juazeiro, 1977

BETINHO - IRALBERTH MENDES SOUSA

MARANHÃO - São Luis, 13 de novembro de 1978

MAXUEL - MAXUEL MOREIRA SANTOS

BAHIA - was born on July 13, 1978 in Eunapolis,

UBIRACI - UBIRACI SANTOS VIEGAS

MARANHÃO - São Luis, 19 de abril de 1980

JASON - WILLIAM ALVES DOS SANTOS

SÃO PAULO - 21/07/1989

NELSINHO - NELSON BATISTA

BAHIA – SALVADOR (198?)

1981/1990

MESTRES: SEM DATA DE NASCIMENTO E/OU LOCAL

JUCA REIS - JOSÉ ELYSIO DOS REIS

BETÃO - ?

DELICADO - HOLIEN JOSÉ DE SÁ JUNIOR

SÃO PAULO ?

DENDÊ - LÁZARO VIEIRA DOS SANTOS

BAHIA -

GUDA - GULDEMAR ALMEIDA DE ARAÚJO

MARANHÃO - Vitória do Mearim, ?

ÍNDIO - MANOEL OLÍMPIO DE SOUZA

BAHIA -

JORDILAN SILVA AVELAR

MARANHÃO

MILANI - LUCIANO MILANI

SÃO PAULO ?

MIRÃO - EMÍLIO DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO

SÃO PAULO ?

SILVESTRE - - SILVESTRE VITÓRIO FERREIRA

BAHIA – SALVADOR ?

ZÉ PEDRO - - JOSÉ PEDRO DA SILVA

PARAIBA - SANTA RITA,

PUMA - PAULO CÉSAR ALMEIDA DO PRADO

RIO DE JANEIRO

SAGUIN - JUDIVAL SANTOS DE FILHO BRITO

BAHIA – SALVADOR ?

HENRIQUE - HENRIQUE GONÇALVES DOS SANTOS

RIO DE JANEIRO - fazenda Felício Moreira em Santo Inácio – município de Valença

MARIA FELIPA DE OLIVEIRA

BAHIA – ITAPARICA, 18???

Negra, marisqueira, capoeirista, Maria Felipa nasceu na Ilha de Itaparica, e ali teria comandado um grupo de mulheres que usaram de malícia e sedução para conseguir se infiltrar em dezenas de barcos portugueses, tocando fogo nas embarcações e expulsando seus tripulantes com surras de cansanção18. A lenda de Maria Felipa segue viva e é celebrada no cotidiano dos e das capoeiristas. Em 1936, Mestre Bimba seria convidado para integrar oficialmente a comemoração do 02 de Julho. Hoje a Associação Brasileira de Capoeira Angola integra a linha de frente do cortejo, e diversos grupos promovem rodas e atividades durante a festa

Maria Felipa de Oliveira foi uma mulher marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal. Teria participado da luta da Independência da Bahia. Sobre a personagem, há uma narrativa ficcional por vezes vista como fato histórico. Wikipédia

Nascimento: Ilha de Itaparica, Bahia

Falecimento: 4 de julho de 1873, Itaparica, Bahia

Conhecido(a) por: ter participado da luta da Independência da Bahia em 1823

• Evanildo da Silveira

• De Vera Cruz (RS) para BBC News Brasil

6 agosto 2022

Quem foi Maria Felipa, a escravizada liberta que combateu marinheiros portugueses e incendiou navios

CRÉDITO,FILOMENA MODESTO/ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO BAHIA

Legenda da foto,

Maria Felipa continua viva na tradição oral de Itaparica e de cidades do Recôncavo Baiano

"Nasceu escrava, mas depois de liberta colocou a liberdade como maior tesouro de sua vida, moradora da Ilha de Itaparica, negra, alta, desde cedo aprendeu a trabalhar como marisqueira, pescadora, trabalhadora braçal que aprendeu na luta da capoeira a brincar e a se defender, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas, foi líder de um grupo de mais de 40 mulheres e homens de classes e etnias diferentes, ondevigiavaapraia dia enoiteafortificando com trincheirasparaprevenira chegada do exército inimigo, e organizava o envio de alimentos para o interior da Bahia (recôncavo), atuando na luta pela libertação da dominação portuguesa."

Este trecho do livro Maria Felipa de Oliveira - Heroína da Independência da Bahia, de Eny Kleyde Vasconcelos Farias, se refere a esta personagem no mínimo controversa da história baiana e brasileira. Praticamente não existem registros ou documentos históricos que atestem a existência dela e de seus feitos. Mas 200 anos depois, ela continua viva na tradição oral de Itaparica e de cidades do Recôncavo Baiano e nas comemorações da independência.

De acordo com o historiador Milton Moura, professor de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a tradição popular situa Maria Felipa sempre ao lado das outras duas heroínas, Joana Angélica e Maria Quitéria.

Quem foiMaria Felipa, a escravizada libertaquecombateumarinheiros portugueses e incendiou navios -BBC News Brasil

África - ???

TIO ALÍPIO

O mestre mais famoso dentro de Santo Amaro chamava-se Alípio, apelidado de Tio Alípio. O mesmo era africano e foi o mestre de Besouro – o capoeirista mais famoso do recôncavo baiano. Ele veio acorrentado para trabalhar no Engenho de Pantaleão.

Alípio foi cativo do engenho Pantaleão crescido no sofrimento da escravidão, onde passou por maus tratos até vir a abolição, conheceu Besouro ainda jovem e passou a ser o seu mestre, o lugar onde o Africano Alípio ensinava Besouro era no meio das plantações e nos canaviais.

ALÍPIO

CIRÍACO FRANCISCO DA SILVA

RIO DE JANEIRO – Campos, (1872)

CYRÍACO MACACO VELHO

Natural de Campos (RJ), sujeito elegante – sempre acompanhado de sua bengala, ou “Santo Antônio 16”, como ele preferia chamá-la – entre grande parte dos cariocas de hoje, ele não passa de um anônimo (pesquisando no Google Maps, não é sequer nome de rua). Entretanto, nem sempre foi assim. Não que os dias tenham sido melhores.Aliás, pelo contrário. Mas por ironia do destino e por contradições peculiares de nossa história, quis o tempo que um negro pobre nascido em 1872, capoeira e morador dos cortiços do Rio de Janeiro tivesse seus dias de glória justamente num momento em que todas as suas qualidades, características e condições concretas de vida fossem, sob o ponto de vista do poder instituído, algo indesejável. Ciríaco era exatamente o que a nascente República queria extirpar da sociedade. No dia 15 de maio de 1909, a revista O Malho publicou uma reportagem sobre o acontecimento que transformou Ciríaco numa celebridade: a luta do capoeirista contra o japonês Sado Miako, expoente do jiujitsu que ministrava ensinamentos da luta para a Marinha do Brasil, ocorrida no Pavilhão Internacional Paschoal Segreto. Nas palavras do próprio Ciríaco, eis o desenrolar da contenda: ”Cheguei em frente com ele, dei as minha cuntinença e fiz a primeira ginga, carculei a artura do negrinho, a meiada das perna, risquei com a mão p’ra espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: então? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu está ruim comigo, pruque eu imbolá, não imbolo. O japonês tremeu, risquei ele por baixo, dei o passo da limpeza gerá, o negrinho aturduou, mexeu, mas não caiu”. Durante a luta, Ciríaco percebeu as reações do público ao seu favor e continua no relato: “Eu me queimei e já sabe: tampei premero, distroci a esquerda, virei a pantana, óia o hóme levando com o rabo-de-arraia pela chocolateira. Deu o ar comprimido e foi cumê poeira.Aí eu fiz o manejo da cumprimentação e convidei o hóme p’ro relógio de repetição, mas o gringo se acontentou com a chamadaesedeu porsastifeito”.Oêxitonalutaresultouem “dezoitomil réis”jogadospelaplatéia,entrevistas a jornais e demonstrações para estudantes do Rio de Janeiro.

Mas é necessário que o acontecimento seja analisado em seu contexto. Durante quase todo o século XIX, os debates parlamentares sobre o que fazer com a enorme massa de escravos, caso a escravidão acabasse, e em como fazer do Brasil um país racialmente branco, livre da presença negra, foram constantes no parlamento. O

pensamento de Tavares Bastos, jurista e político atuante na segunda metade do século XIX, reflete bem isso. Defendia ele, sobre o estímulo à imigração europeia, que: “O homem livre, o homem branco, além de ser muito mais intelligente que o negro, que o africano boçal, tem o incentivo do salário que percebe, do proveito que tira do serviço, da fortuna que enfim pode accumular a bem da sua família. Há entre esses dous extremos, pois, um abysmo que separa o homem do bruto [...] Cada africano que se introduz no Brazil, além de afugentar o emigrante europeu, era em vez de obreiro do futuro, o instrumento cego, o embaraço, o elemento de regresso das nossas indústrias”.

Na virada do século, discursos racistas que defendiam o branqueamento da população – o tal “racismo científico” – ainda encontravam forte repercussão entre as elites e o meio acadêmico. Oliveira Vianna, outro juristaedefensorda eugenia,referêncianas primeiras décadas doséculo XX,acreditavaque: “Amiscigenação roubou o elemento negro de sua importância numérica, diluindo-o na população branca. Aqui o mulato, a começar da segunda geração, quer ser branco, e o homem branco (com rara exceção), acolhe-o, estima-o e aceita-o no seu meio. Como nos asseguram os etnólogos, e como pode ser confirmado à primeira vista, a mistura de raças é facilitada pela prevalência do ‘elemento superior’. Por isso mesmo, mas cedo ou mais tarde, ela vai eliminar a raça negra daqui”.

Na mesma onda, a cidade do Rio de Janeiro, desde os anos de 1880, sofria profundas transformações urbanísticas, orientadas por ideias higienistas, cujos principais propósitos eram a modificação/eliminação das áreas onde se encontravam as chamadas “casas de habitação” (casarões velhos que tinham seus quartos alugados para diferentes famílias) e principalmente os malfadados cortiços, maciçamente habitados por escravos e capoeiras. Não somente o espaço urbano, mas várias manifestações negras foram sistematicamente perseguidas pela ordem. Nesse momento, a capoeira, considerada pelo estudioso Luiz Sérgio Dias como “prática negra organizada”, é criminalizada e enquadrada no Código Penal de 1890. De maneira geral, a “turba” carioca está sob inconveniente assédio por parte do Estado – vide aí a Revolta da Vacina.

Voltemos ao nosso camarada Ciríaco. Havia, de um lado, uma estrutura político-ideológica francamente racista, edeoutro,umacidadeque,senaépocadas maltaseraa“cidade-esconderijo”dos capoeiras eescravos, oferecendo sempre vias de fuga e espaços de socialização (como os cortiços), no período da contenda do ilustre personagem, ela apresentava-se como “cidade-inimiga”.

Surge então um paradoxo: apesar da ordem vigente, perseguidora dos capoeiras, existe também uma grande receptividade (ainda que problematizável, inclusive do ponto de vista das relações raciais) popular, mostrada na própria luta de Ciríaco e Sado Miako. Os jornais apresentavam discursos exaltando a capoeira, sobre sua importância como a “luta brasileira”, revelando indícios sobre manifestações de nacionalidade, fortemente exploradas anos mais tarde no governo de Getúlio Vargas (também sobre isso, ler O Jogo da Capoeira: corpo e cultura popular no Brasil, de Luiz Renato Vieira). A própria manifestação de apreço por parte da platéia durante e após o embate, de certa forma, demonstra isso, assim como a notícia de falecimento de Ciríaco veiculada até em PortoAlegre, em 21 de maio de 1912 (vitimado pela uremia).Acapoeira tornava-se então a benção e maldição do Brasil, e em particular, do Rio de Janeiro.

Como nos lembra Jair Moura, Ciríaco e seu rabo-de-arraia certeiro colaboraram muito para a reafirmação da capoeiragem, desarticulada pela repressão no Rio de Janeiro desde as últimas décadas do século XIX. Se Mestre Bimba e Mestre Pastinha foram representantes que reivindicavam a importância da capoeira como

grande manifestação cultural brasileira frente ao poder institucional e a setores da intelectualidade, Ciríaco é uma espécie de titã negro; é a cara de uma capoeira cujo único poder era seu enorme apelo popular.

Referências:

CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

MOURA, Jair. ACapoeiragem no Rio de Janeiro através dos Séculos. Salvador: JM Gráfica e Editora LTDA, 2009.

SILVA, Eduardo. Dom Obá II d’África, o príncipe do povo: vida, tempo e pensamnto de um homem de cor. São Paulo : Cia. das Letras, 1997.

THEODORO, Mário. (Org.). As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. Brasília : Ipea, 2008.

VIEIRA, Luiz Renato. O jogo da capoeira: corpo e cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. Grupo de Estudos de História da Capoeira: Ciríaco x A República (estudoscapoeira.blogspot.com)

Ciríaco x A República - Breves considerações acerca da vida de um capoeira na virada do século XIX/XX. Marco Castilho Felício

O Lendário Capoeirista Ciríaco

Em 1904aMarinhadeGuerra doBrasil tinha acabadode contratar,diretamentedoJapão,um grande campeão e professor de ju-jutsu, o japonês Sada Miyako. Foi o que bastou para despertar, em atuante grupo de acadêmicos de medicina, a idéia de um tira-teima com a capoeiragem brasileira.

Apresentaram, como oponente ao japonês, o campista (Município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro), o Senhor Francisco da Silva Cyríaco, mais conhecido como Cyríaco Macaco Velho. Francisco da Silva, mestre de vários desses universitários, era considerado um dos maiores, senão o maior capoeira brasileiro da época.

Depois de natural relutância, autoridades (inclusive autoridades militares) e o Sr. Pachoal Segreto, proprietário-administrador do Pavilhão Internacional, resolveram aceitar o desafio.

Em muito pouco tempo, Brasil e Japão tomaram conhecimento do resultado da luta. Cyriaco, com surpreendente rabo-de-arraia vencera o campeão que, perplexo, não aceitou a revanche que, ainda no tablado, lhe foi oferecida pelo capoeira.

Na verdade Sada Miyaco esportivamente estendera-lhe a mão para cumprimentar o capoeirista, em troca recebeu um violento golpe de capoeira e acabou perdendo a luta devido o golpe desleal.

A foto publicada pela Careta é prova absoluta do combate, O fato é que esta matéria da Careta é marcante. Até pelo fato de ter registrado o confronto de Mestre Cyríaco com o campeão japonês Sada Miyako, contratado pela Marinha de Guerra do Brasil. Confronto oficial, formal, fartamente divulgado pela mídia, com bilheteria,equecontou com apresençadeaficionados deluta,dasociedade em geral ede autoridades públicas da então Capital Federal. O que joga por terra, entre outras coisas, a "folclórica" versão que, muitos anos mais tarde, Getúlio Vargas, impressionado com um jogo de capoeira, assinou decreto liberando sua prática. Exemplar da famosa Revista Careta, de 29 de maio de 1909.

"Cyriaco, como todos sabem, venceu em poucos minutos, no tablado do Concerto Avenida, o até então invencível Sada Miaco, professor japonez da luta jiu-jitsu. Cyriaco, natural de bom gênio, mas destro e conhecedor de capoeiragem como poucos quis repetir a dose, no que não consentiu o japonez vencido. Isto vem provar mais uma vez as vantagens da capoeiragem como exercício, que há longo tempo preconizamos pelas columnas do Jornal do Brasil, vantagens que subiriam mais se fosse methodizado o exercício, expurgados os golpes misteriosos e mortaes". (Revista da Semana, 30 de maio de 1909 - Domingo - Anno IX - 472)

PÉ DE BOLA!

Em outubro de 1915 teve uma apresentação em Belém no Bar Paraense (era um Cine tetro e bar localizado dentro da Fabrica de cerveja Paraense CERPA - localizado na avenida da Independência hoje é um conjunto habitacional com nome de independência no centro de Belém aconteceu um confronto envolvendo o judô e a capoeira, o japonês do Kodokan, o Satake ( amigo de Conde Koma) lutou contra o capoeirista Pé de Bola e venceu a luta por imobilização, ou seja não foi o Conde Koma que lutou com o Pé de Bola como relata o Stanley Virgilio em seu livro e a mídia do jiu-jitsu no Brasil.

Alguns anos depois um outrocombateentreas duas modalidades aconteceucom opatriarcadaFamíliaGracie, Carlos Gracie acompanhava de perto tudo que aconteciam no mundo das lutas, certo dia ouviu uma história antiga,queodeixouindignado,arespeitodeumjaponêschamadoSadaMiyakoquesedizialutadorde jujutsu, e que fora vítima de uma farsa. Antes de iniciar a luta com o capoeirista Cyríaco, muito famoso no Rio de Janeiro, Miyaco esportivamente estendera-lhe a mão para cumprimentar o capoeirista, em troca recebeu um violento golpe de capoeira, um forte chute no rosto.

Esse confronto aconteceu em 1904, no Pavilhão Internacional.Ao tomar conhecimento do acontecido, Carlos ficou furioso com o que considerou uma deslealdade.

Quando outro famoso capoeirista valente, o estivador Samuel fez referências desrespeitosas ao jujutsu, Carlos Gracie sentiu-se atingido, viu que era chegada a hora de vingar Sada Miyaco, dando uma lição naquela turma de capoeiristas.

Foi Carlos Gracie ao jornal e desafiou Samuel.

Aluta entre Carlos e Samuel foi realizada naAssociação Cristã de Moços, o juiz foi um professor de educação física. Foi uma luta sem regras, porém antes do início da luta, Carlos e Hélio fizeram uma demonstração de jiu-jitsu.

Os relatos afirmam que o Capoeirista Samuel era forte e muito ágil. Carlos exigiu que o mesmo usasse uma camisa para o combate, nos primeiros contatos dos lutadores na luta corpo-a-corpo a camisa se desfez.

Foi uma luta dura, Carlos conseguiu derrubar, mas Samuel não era um oponente fácil, Carlos montou e socou muito Samuel, mas o capoeirista resistia, a luta durou cerca de dez minutos até Carlos aplicar um estrangulamento frontal, desesperadoocapoeiristaatacaos testículos dojujutsukaolevandoaquase desmaiar, se recuperando Carlos reencaixou-lhe uma chave de braço, mas Samuel escapou mordendo-lhe a perna.

Novamente Carlos consegue a montada e começa uma sequência de golpes que por pouco não termina com a vida de Samuel que persistia, mas nada podia fazer para se defender.

Opúblicoseparaoslutadoreseojuiz,apesardeconstatarasuperioridadedojujutsuka,deu alutacomoempate alegando não ter havido uma desistência de Samuel.

oliveira-9788523217266-08.pdf (scielo.org)

HORÁCIO JOSÉ DA SILVA

RIO DE JAEIRO (?) - 1874

“PRATA PRETA”

Prata Preta: Um capoeira desterrado - por KK Bonates – Luiz Carlos de Matos Bonates

Em 10 novembro de 1904, ocorreu nas ruas do Rio de Janeiro, então capital da República, uma série de manifestações populares que contestavam a obrigatoriedade da vacinação contra varíola e que resultaram em confrontos com as forças de segurança que perduraram até o dia 16 de novembro e, para conter a revolta popular, foi decretado o estado de sítio e revogada a obrigatoriedade da vacinação.

Essa convulsão social recebeu o nome de Revolta da Vacina ou Quebra Lampiões e teve como saldo oficial 30 pessoas mortas, 110 feridas e 945 presas na Ilha das Cobras, que foram posteriormente deportadas, se estrangeiras, ou desterradas para o norte do país, se brasileiras, principalmente para oAcre, à época, território federal recém-incorporado ao Brasil.

Uma das figuras de destaque nesta revolta foi o estivador e capoeira Horácio José da Silva, o Prata Preta, reconhecido por muitos pela liderança em um dos principais redutos da resistência popular, a barricada Porto Arthur, localizada no Bairro da Saúde, assim denominada em referência à violenta batalha ocorrida na guerra russo-japonesa (1904-1905).

O desterro dos socialmente indesejáveis para a Amazônia, um lugar distante, fronteiriço e rústico, data da época do Brasil Colônia estendendo-se até as primeiras décadas da República. O perfil da grande maioria destes indesejáveis era caracterizado pela pobreza, pelo crime ou por promoverem desordem social.

Em geral, o tratamento dado aos indesejáveis “canas graúdas”, ou seja, aos da burguesia, tais como militares de alta patente, políticos influentes e jornalistas era diferenciado do tratamento dos “canas miúdas”, estes provenientes das classe subalternas. Via de regra, o “cana graúda” era processado, continuava no seu lugar de origem, sendo primeiro preso, depois anistiado e em seguida, retornava à vida pública.

O embarque dos desterrados de 1904 para o Acre deu-se através de navios denominados paquetes, conhecidos como Itas, movidos a vapor e pertencentes à Companhia Nacional de Navegação Costeira e foram alugados pelo Governo Federal para o transporte dos desterrados.

Os prisioneiros eram alocados nos porões em condições de promiscuidade, sem direito de subir ao tombadilho e vigiados por forte contingente de militares.

Três paquetes foram responsáveis por transportar os desterrados de 1904 – Itaipava, com duas viagens, Itaperuna e Itapacy, com uma viagem cada.

O trajeto entre o Rio de Janeiro e Belém do Pará levava, em média, 11 dias, e entre Belém e Manaus, 5 dias. Quando em Manaus, os desterrados eram transferidos para barcos regionais de menor calado, os “gaiolas” ou “batelões”. Estes barcos então seguiam rumo ao Território do Acre e, dependendo do seu destino, poderiam navegar por três tributários do Rio Amazonas, os rios Madeira, Purus e Juruá. Se o porto de destino era

Pennapolis (antiga Vila Empreza , atual Rio Branco) ou Senna Madureira, o tempo médio da viagem era de 15 dias. Para Cruzeiro do Sul, sede do Departamento doAlto Juruá, cerca de 20 dias.

Prata Preta, um indesejável “cana miúda”, foi preso em 17/11/1904, às 9 horas da manhã, fora das trincheiras de Porto Arthur. Portava consigo dois revólveres, uma faca e uma navalha e seu corpo estava marcado de contusões causadas por espada. Reza a lenda que comandava em torno de 2.000 revoltosos. Foi levado com outros 96 presos para a Ilha das Cobras para serem posteriormente embarcados para oAcre.

Não há muitas informações bibliográficas ou orais sobre Prata Preta. O pouco que se tem está em notícias de jornais, revistas e almanaques do período, que, dependendo da linha ideológica da imprensa (monarquia, república ou anarquismo), afirmam ou negam sua liderança popular, elegendo-o ora como um herói, ora como anti-herói ou vilão, como exemplificado a seguir.

Prata Preta é um homem de 30 anos presumíveis, alto, de compleição robusta, completamente imberbe. A sua fama de homem valente e rixento não foi desmedida, pois ele era visto nos pontos mais perigosos das trincheiras e barricadas, atirando de carabina nas forças atacantes…Ao que parece, Prata Preta era considerado o general Stoessel de Porto Arthur, da Saúde..” ANotícia, 16 e 17/11/1904, XI, n 271, p 1.

A grande custo ele foi conduzido para a Repartição Central de Polícia, sendo antes desarmado…deu o nome deHorácio José da Silvaefoimetido em uma camisadeforça,recolhidoao xadrez. Esse crioulo tem aalcunha de“PrataPreta”e,pelasuaconhecidabravuracomofamosodesordeiro,foraproclamadochefedossublevados da Saúde.” Jornal do Commercio, 17/11/1904, n 521, p 2.

(…) um negro terrível, um verdadeiro demônio. Este negro, alto, musculoso, forte entre os mais fortes, tomou logo certa supremacia, assumindo as funções de chefe dos porões. Armado de um grosso pedaço de cabo, entrou logo a surrar bestialmente, ferozmente seus companheiros de infortúnio, só os abandonando quando o sangue rubro esguichava das feridas.” Jornal do Brasil, 28/12/1904, p 2.

Tudo era mentira, mas ainda existia o Prata Preta alí…à preta! Fomos então saber da história do celebrado Prata.Ora, o Pratatambém épilheria. Não sesabe atéagorao personagem quemais se salientasse nos famosos distúrbios. Prata Preta costuma parar nos jaburus das ruas da Conceição e S. Jorge. Em geral, é um pai d’agua, quebra água, mata o bicho, embebeda-se. Os últimos conflitos tinham-no excitado, como excitou as mulherinhas das rótulas, fazendo-as gritar mata! Em acessos histéricos. Nosso Prata Preta nunca tinha sido valente.” Gazeta de Notícias, 18/11/1904, “Aúltima ilusão”, p 2.

Sobre o desterro de Prata Preta para oAcre encontramos algumas referências em noticiosos que apenas citam o fato, mas, devido ao uso partidário e/ou ideológico do nome Prata Preta pela imprensa e na falta de documentação comprobatória plausível, o que resta são pistas, indicativos e evidências de que Prata Preta foi mesmo desterrado e retornou ao Rio de Janeiro anos depois.

Arespeito das pistas, indicativos e evidências, citamos a crônica O K.Abrahão, deArmando Sacramento, e a descrição de um carro alegórico no carnaval de 1905, que teve como tema a barricada PortoArthur, do Bairro da Saúde.

Ainda perseguido pelo homem dos óculos, um dia quase o K.Abrahão foi levado para oAcre juntamente com o Prata Preta. Depois das explicações foi posto a rua e desde então, para evitar outra embrulhada idêntica, não mais saiu de cena.” O Rio Nu, 4/3/1905, edição 695, p 2.

O PortoArthur, da Saúde, é mais um carro de crítica. Sobre uma carroça a que se lê a inscrição – Hospital de sangue, há um grande canhão …tapado. Do lado direito uma flamula vermelha indicava o espírito guerreiro de façanhudos desordeiros sob a chefia do intrépido Prata Preta. Lampiões quebrados cercam o carro, em espirituosos democráticos eram sublimes de verve. Guarda de honra de acreanos, transportando o machado e a caneca que os hão de regenerar na terra da borracha.” Gazeta de Noticias, 4/3/1905, “Pepinos Carnavalescos”, edição 63, p 2.

Por fim, Silva (2013) informa, sem maiores detalhes, que Prata Preta foi desterrado para o Acre no dia 25 de dezembro de 1904 e embarcado no navio Itaipava, com outras centenas de desterrados desconhecidos.

Segundo Bonates (2016) e Bonates & Cruz (2020) o registro documental mais antigo da presença da capoeira no Estado do Amazonas, até a data deste ensaio, data de 1899, contudo, evidências indicam comportamentos sociais relacionados com a cultura da capoeira ou ação de capoeiristas em datas anteriores, podendo-se retroagir até a época da Revolta da Cabanagem (1835-1840).

Intrigante é o fato de a raridade do registro de capoeiragem nos noticiosos amazonenses ser quebrada a partir dos festejos carnavalescos de fevereiro de 1905, portanto, logo após a chegada dos desterrados. Os registros aumentam até 1920, quando ocorre a derrocada do Ciclo Econômico da Borracha, e só voltam a crescer a partir ano de 1972, com a vinda de Julival do Espírito Santo, o mestre Gato de Silvestre, em pleno Ciclo Econômico da Zona Franca de Manaus.

ARevolta da Vacina na imprensa de 1904

AAvenida (revista)

Pelo exposto, três perguntas se fazem pertinentes:

O Malho (revista)

Prata Preta teria retornado ao Rio de Janeiro? Prata Preta teria estado ou permanecido algum tempo em Manaus?

A passagem e/ou a presença de desterrados teria contribuído para a intensificação de notícias na imprensa sobre capoeiragem noAmazonas no período de 1905 a 1920?

Consideramos que as respostas são positivas para as três perguntas, desde que se aceite para a primeira pergunta a possibilidade de Prata Preta ter sido mesmo desterrado. Apresentamos alguns fatos que podem colaborar para a aceitação dessas hipóteses:

Notícias em jornais cariocas informam a prisão ou ação de um indivíduo ou de indivíduos com a alcunha Prata Preta, nos anos posteriores à Revolta da Vacina (1909 e 1910) . Embora o nome conhecido de Prata Preta aqui referenciado seja Horácio José da Silva, e o da citação abaixo seja Honório Manoel Leandro, deve-se considerar que aqueles que já estiveram às voltas com a polícia se valiam do expediente de documentos de identificação e endereços falsos para esconder sua verdadeira identidade.

Também foi preso o conhecido desordeiro da saúde Honório Manoel Leandro, vulgo Catta Preta ou Prata Preta. Esse tipo vinha acompanhado desde a Central por um agente, sendo preso quando desembarcava em Campo Grande.” O Paiz, 31/1/1909, “Eleições Federais”, p 2.

Solidário, político, amigo inseparável, o moralista Dr. Barbosa Lima, como o amigo político de Prata Preta, José do Senado, Camisa Preta, os heroicos cabos eleitorais de um deputado que tem horrorizado o espírito público com os maiores crimes.” O Paiz, 3/11/1910, “CartaAberta”, p 3.

Não vale a pena voltar a fazer considerações acerca do fato de terem os incorruptíveis e austeros magistrados apurado a eleição realizada na Biblioteca Nacional, cujos votos continuam encerrados na urna lacrada e depositada na polícia, arrebatada das mãos ensanguentadas do cidadão, galopim eleitoral, que acode a sugestiva alcunha de Prata Preta.” O Paiz, 20/11/1909, “Conselho Municipal”, p 1.

Aí está a que fica reduzido todo o programa em torno do caso do Conselho, eleito pela junta de pretores, que secundou com notável elevação e patriotismo, os esforços do Prata Preta e da honrosa entourage do glorioso deputado Irineu Machado, empreiteiro-mor da mazorca civilista que virá regenerar os nossos costumes políticos e moralizar o sufrágio universal.” O Paiz, 07/01/1910, “Água na Fervura”, p 1.

Honório Prata Preta perigoso indivíduo viciado, penetrou ontem no botequim n. 67, da rua D. Clara e pediu Paraty ao caixeiro Raul Santos. Como na véspera Prata preta tivesses bebido e não quisesse pagar, o caixeiro Raul negou-lhe a bebida. Valeu-lhe isso levar uma valente cacetada na cabeça , vibrada pelo desordeiro, que, após o delito, bateu em retirada.” Gazeta de Notícias, 18/09/1911, “Valente Cacetada”, p 1.

Quando aportados em Manaus, os desterrados eram transferidos para barcos regionais de menor calado, os “gaiolas” ou “batelões”. Essas transferências poderiam levar alguns dias, dependendo do número de desterrados e da logística do transbordo, entre outras, o que poderia aumentar o tempo de permanência em Manaus e elevar a possibilidade de uma fuga de pris ioneiros dos navios para a cidade;

A primeira cidade portuária com navios aptos para o retorno ao Rio de Janeiro era Manaus e em seguida Belém. Como as condições de vida social, trabalhista e econômica nos seringais eram péssimas, podemos inferir que muitos dos desterrados ao partirem do Acre para Manaus estariam em condições de penúria e, por conseguinte, com grande dificuldade para conseguir trabalho e dinheiro suficiente para sua subsistência e concretizar seu retorno ao Rio de Janeiro. Essas circunstâncias, possivelmente, forçaram que muitos dos desterrados optassem por ficar em Manaus ou Belém.

Temos assim, que o governador Silvério Nery em sua mensagem proferida na abertura da 2ª sessão ordinária da 5ª legislatura, em 10/06/1905, reclama da presença de capoeiras enviados para o Amazonas pelo governo federal numa tentativa de transformar o Estado em presídio.

Aação da capoeiragem noAmazonas, principalmente em Manaus, não pode ser mais despercebida e faz com que o governador do Estado do Amazonas, Pedro Alcântara Bacelar, em 1/10/1917, em plena derrocada do Ciclo Econômico da Borracha, sancione a Lei número 920 que promulga Código do Processo Penal do Estado do Amazonas. Nesta lei, no Capítulo VI que trata do Processo das Contravenções, reza nos artigos 251 e 252 o seguinte: Quando o delinquenteforcondenadocomo vadio oucapoeira,a sentençaobrigá-lo-áassinartermo deocupação dentro de quinzedias, contados do cumprimento dapena.” (artigo 251). Se otermofor quebrado, o delinquente será novamente processado na forma do presente Código do Processo Penal. (artigo 252).

Embora tenha feito uma pesquisa basilar para o estudo dos desterrados para oAcre, Silva (2013) comenta que pouco se sabe sobre as desventuras das pessoas desterradas para as regiões do Acre na primeira década do século XX. Comenta ainda que não se encontram muitos rastros documentais ou testemunhais.

Em consonância com Silva, Patrícia Sampaio (2011) informa que a pesquisa da presença da cultura da capoeiragem no Amazonas não pode ser mais ignorada. Concordamos com esses autores e almejamos que essa frente de pesquisas se concretize e que seja extensiva a região norte como um todo e enfatize, quantitativa e qualitativamente, a contribuição cultural e econômica dos degredados e de outros migrantes naAmazônia.

O nome Horácio José da Silva e a alcunha “Prata Preta” parecem ser comuns para a época da Revolta da Vacina e são encontrados entre 1901-1911 nos jornais do Rio de janeiro referindo-se a pessoas brancas ou negras, aoficial dejustiça ealadrãodegalinha, anavalhistaea secretário de blococarnavalesco,atestemunha de agressão física e a capitão e ainda, a assassino.

Os fatos aqui narrados mostram que a controversa imagem do personagem Horácio José da Silva, o Prata Preta,estivador, capoeiristaehomempreto, consideradopormuitoscomoumheróidaculturadasruas,merece esclarecimentos da historiografia, tanto no detalhamento de sua ação na Revolta da Vacina, quanto a sua vida no desterro e seu possível retorno ao Rio de Janeiro. A memória da capoeiragem e das lutas populares no Brasil agradecem se isto for feito.

KK Bonates: Mestre da Escola de Capoeira “Matumbé”, Manaus, AM. kkbonates@yahoo.com.br

Bibliografia

Bonates, L.C.M. 2016.ACapoeiragem noAmazonas (1905 a 1980) In: Capoeira em múltiplos olhares: estudos e pesquisas em jogo / Organizado porAntônio Liberac Cardoso Simões Pires e outros – Cruz dasAlmas: EDUFRB; Belo Horizonte. FinoTraço.Coleção UNIAFRO :13.

- & Cruz, T.S. 2020. CAPOEIRA: o patrimônio gingado do Amazonas e sua salvaguarda. Conselho de Mestres da Salvaguarda da Capoeira doAmazonas/IPHAN, Manaus, 148p.

Sampaio, P.M. 2011. O fim do silêncio: a presença negra naAmazônia. Belém: EditoraAçaí; CNPq 298p. Silva, F.B. 2013.Acre, a Sibéria tropical: desterros para as regiões doAcre em 1904 e 1910. Manaus: UEAEdições, 326p

VICENTE FERREIRA PASTINHA

Salvador, 5 de abril de 1889 Salvador, 13 de novembro de 1981

MESTRE PASTINHA

Vicente Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história

Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889 dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre.Então euiachorar escondido devergonha ede tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.

"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito." Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.

Em 1941, fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um restaurante do Senai.

Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no Senegal, e foi um dos destaques do evento. Contra a violência, o Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. Em 1965, publicou o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta do jogo.

Entreseus alunos estão Mestres como JoãoGrande, JoãoPequeno,Curió,BolaSete(Presidenteda Associação Brasileira de Capoeira Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola ganhou notoriedade com o tempo,frequentadaporpersonalidades como Jorge Amado,MárioCravo eCarybé,cantada por Caetano Veloso no disco Transa (1972). Apesar da fama, o "velho Mestre" terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos, que o deixaram cego e indefeso. Morreu aos 93 anos.

Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nos capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo. "Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:

"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."

Mestre Pastinha (comunidades.net)

JOÃO ANDRÉ

TIETÊ (?), 1889 - Faleceu em Sorocaba em 1965

Segundo testemunho da senhora Thereza Henriqueta Marciano, 71, nascida em Tietê e residente em Sorocaba desde 1934, seu pai, o senhor João André era praticante dessa arte, a qual aprendeu com José André, seu pai, na fazenda Parazinho em Tietê. Da época em que viveu em Sorocaba, ou seja, a partir de 1934, João André sempre brincou de capoeira e de maculelê (dança de paus, como disse dona Thereza). João André era negro e nasceu em 1889. Além da capoeira e do maculelê, conhecia o tambú, ou samba caipira. Faleceu em Sorocaba em 1965, aos 74 anos de idade. (Fonte: Entrevista de dona Thereza Henriqueta Marciano cedida a Adilene Ferreira Carvalho Cavalheiro e a Carlos Carvalho Cavalheiro em 14.12.2003.)

PEDRO ALCÂNTARA DA CONCEIÇÃO

BAHIA– (Salvador?)teria nascido entre 1890 e 1891

PEDRO PIROCA

conhecido no mundo da capoeiragem como "Pedro Piroca",este teria nascido entre 1890 e 1891, tinha as mesmas ocupações do irmão no mercado e também era alfabetizado. Sobre Pedro Piroca pouco se sabe, porém sobre seu irmão Pedro Porreta, este existe mais fontes, pois a sua ficha criminal é extensa, preso inúmeras vezes por agressão a mulheres, desacato á autoridades, lesões corporais e etc. Obs:

Apalavra piroca, em alguns lugares do Brasil, fazem uma chula alusão ao órgão genital masculino. Em outros lugares significa pessoa calvo(a). Porém na Bahia significa avarento, mão de vaca, pão duro. Etc.(boa alma)

AGENOR MOREIRA SAMPAIO

Santos, Brasil, 1891-1962

MESTRE SINHOZINHO

Agenor Moreira Sampaio (Santos, Brasil, 1891-1962), mais conhecido como Mestre Sinhozinho, foi um mestre ou mestre praticante da arte marcial afro-brasileira de capoeira. Ele foi o principal expoente do estilo de combate conhecido como capoeira carioca.

Primeira vida e treinamento Algumas fontes dão a ele um segundo sobrenome "Ferreira", mas o resto de sua vida está bem documentado. Era um dos oito filhos do oficial e político brasileiro José Moreira, descendente de Francisco Manoel da Silva. Atleta apaixonado,Agenor formou-se formalmente no boxe, no savate, na luta greco-romana e na queda de braço desde a infância, e aprendeu capoeira no cais santista. Porém, quando sua família se mudou para o Rio de Janeiro em 1908, ele mudou o estilo local da capoeira carioca, uma variante agressiva e violenta fortemente associada a policiais e gangsters. Moreira acabou por se tornar um mestre da arte, recebendo o nome de Mestre Sinhozinho (Sinhozinho significa "Senhor Pequeno").

Teve sua primeira atuação nacional como lutador em 1917, quando aceitou o desafio do campeão de luta livre João Baldi para evitar ser baleado em cinco minutos. Sinhozinho arrancou o desafio com uma facilidade chocante, conseguindo uns impressionantes 40 minutos contra o campeão, embora o prémio em dinheiro acabou por não existir porque o promotor não esperava que o desafio passasse.

Como seu contemporâneo Mestre Bimba, Sinhozinho abriu uma escola em 1930 para ensinar capoeira a cidadãos ricos de classe média. No entanto, sua escola carioca não se baseava em uma única quadra, já que Sinhozinho dava aulas em diversos clubes esportivos e espaços emprestados de seus benfeitores, geralmente na região da próspera Praia de Ipanema. Além disso, ao contrário da maioria dos mestres da capoeira, Sinhozinho preferia a eficácia do combate à expressão artística, abandonando a música e os rituais da arte por completo e generosamente misturando-os com outros estilos de luta. Foi proposto que Mestre Bimba decidiu

focar nos aspectos mais tradicionais da capoeira em resposta a variações pragmáticas e combativas como as ensinadas por Sinhozinho e Anibal “Zuma” Burlamaqui. No entanto, ele é creditado por manter a prática da capoeira no Rio de Janeiro. Foi também instrutor corpo a corpo da Polícia Especial, criada pelo presidente Getúlio Vargas.

Moreira abordou a capoeira de forma científica, adaptando seus métodos de treinamento individualmente para cada aprendiz. Ele até construiu seu próprio equipamento de treinamento e ferramentas para treinar movimentos artísticos e submeteu seus alunos a treinamento com pesos pesados. Modificou o tradicional Ginga, tornando-o mais parecido com o footwork do boxe, e também introduziu as técnicas de luta livre e judô, principalmente por meio da parceria com o professor de judô Augusto Cordeiro. Sinhozinho também cultivou o aspecto psicológico da autodefesa, pedindo a seus alunos que rissem de seus agressores antes de lutar, a fim de exasperá-los e dissipar seu próprio medo. Por fim, a capoeira carioca também ensinou o uso de armas como a Sardinha ou o Santo Christo (navalhas) e a Petrópolis (cana), e entre suas poucas tradições, conservou um antigo jogo de luta semelhante ao Batuque denominado Roda de Pernada onde os capoeristas trocaram chutes.

O próprio Sinhozinho era conhecido como um excelente atleta e lutador.Além do já citado desafio com João Baldi, teria sido invicto na queda de braço, e muitas vezes mostrou aos seus estagiários como levantar pesos fazendosozinhonavelhice.Hátambémumaanedotadecomo,aoverumburroatropeladoedeixadomorrendo na rua do Arpoador, Moreira tirou o animal de seu sofrimento com um gesto. No entanto, como nunca criou uma modalidade de ensino padronizada, seu estilo de luta morreu com sua própria morte em 1960. Sinhozinho acabou sendo mais influente como professor de educação física cujos métodos de treinamento muitosAtletas brasileiros foram beneficiados. Entre os alunos de seu método estavam o futuro judoca Rudolf de Otero Hermanny, os lutadores Reinaldo Lima e Paulo Paiva, os atletas Paulo Amaral e Paulo Azeredo, o músico Antonio Carlos Jobim e o futuro presidente do Comitê Olímpico Sylvio de Magalhães Padilha.

Desafio escolar regional

Em fevereiro de 1949, Sinhozinho lançou um desafio à rival escola regional de capoeira liderada por Mestre Bimba, que estava em turnê em São Paulo. Bimba e seus alunos foram obrigados a trabalhar apenas em lutas de exibição e estavam ansiosos por lutas reais (pra valer), então concordaram rapidamente em viajar ao Rio de Janeiro para o desafio. Um evento de luta de dois dias foi organizado pela Federação Metropolitana de Pugilismo no Estádio Carioca, incluindo também uma equipe de lutadores que também havia desafiado a academia regional.

Duas lutas aconteceram entre as duas escolas de capoeira. Na primeira partida, no dia 2 de abril, o aprendiz de Sinhozinho Luiz "Cirandinha" Pereira Aguiar lutou contra o aluno de Bimba Jurandir, nocauteando-o no primeiro round com um chute. Jurandir afirmou que foi um golpe baixo, mas como testemunhas e o médico do ringue disseram o contrário, o resultado foi mantido. No dia 7 de abril, o lutador carioca Rudolf Hermanny, de 17 anos, derrotou o regional Fernando Rodrigues Perez em dois minutos, dominando a luta e ferindo o braço de Perez com um chute. Diz-se que Bimba ficou tão impressionado que aprendeu certos movimentos que via em combate para absorvê-los em seu próprio estilo.

Desafio na família Gracie

Em 1953, Sinhozinho desafiou a família Gracie, convidando-os a enviar dois de seus representantes do jiujitsu brasileiro a um evento beneficente de vale tudo no estádio Vasco da Gama em 17 de março. Seus próprios lutadores cariocas voltariam a ser Hermanny e Cirandinha, treinados por seu habitual consultor de judô Augusto Cordeiro, enquanto os Gracies mandavam Guanair Gial Gomes e Carlson Gracie.

A primeira luta colocou Hermanny contra o quimono Gomes, que era bem mais pesado e tinha treino de wrestling. O lutador Gracie dominou os minutos iniciais, assumindo posição dominante no terreno, mas Hermanny escapou. Porém, quando Gomes tirou a jaqueta do quimono e voltou a atirar nele, o carioca passou a se defender ativamente da guarda com socos, marteladas e chutes nas costas, contando com a ajuda de seu condicionamento superior para rebaixar Gomes. Depois de uma hora e 10 minutos, com Gomes espancado e um cooler Hermanny procurando finalizá-lo em pé, o ex-escanteio Carlos Gracie pediu o abandono da partida e empatou. Embora Hermanny quisesse continuar, os juízes acabaram concordando.

A segunda luta viu Cirandinha lutar contra Carlson Gracie, com uma história quase oposta. Dominando os momentos iniciais, a mais forte Cirandinha castigou Carlson em pé com vários socos e chutes, seguidos de

um lançamento de quadril e um forte gancho que quase finalizou Gracie. No entanto, Carlson conseguiu sobreviver à surra e aos poucos retomou a luta com golpes e esquivas em Cirandinha, que se cansava visivelmente rápido. O lutador de jiu-jitsu puxou-o para a guarda e alcançou a posição dominante, de onde mandou socos e cotoveladas e buscou uma chave de braço. Apesar de Cirandinha não ter aceitado a pegada, seu treinador jogou a toalha devido aos ferimentos, declarando Carlson o vencedor sob aplausos da torcida. Elogiando as lutas, a imprensa viu o evento como um destaque para as duas escolas. O jornal O Popular classificou os dois vencedores de"impressionantes" ("RudolfHermannyeCarlsonGracie -Impressionante!"), Enquanto a revista O Cruzeiro proclamou "o sangue de homens valentes encharcou um lugar de concreto no Estádio Vasco "Quadra de Cimento do Estádio do Vasco").

Fim de carreira e morte

Em junho de 1953, a escola de Sinhozinho foi desafiada por Artur Emídio de Oliveira, Capoerista Regional da Bahia e também um popular lutador de vale tudo. Devido ao embate ideológico entre a capoeira tradicional de Emídio e a versão utilitária de Sinhozhinho, uma luta entre Emídio e o habitual lutador carioca Hermanny aconteceria no dia 29 de junho, no Palácio de Alumínio. Foi contestado pelas regras da capoeira de Burlamaqui, incluindo apenas uma modificação que permitia o trabalho preparatório, e contava com Carlos e Hélio Gracie como espectadores.

Hermanny controlou o primeiro assalto, enviando chutes circulares e de palma enquanto se defendia com um guardadeboxe, masEmidio seagachouetentourasteiras echutesdochão.Nasegundajornada,porém, depois de castigar Emídio com pontapés, Hermanny acertou na sua Rasteira e deu um murro na cara de Emídio quando este se levantou, o que acabou por ser decisivo. O lutador carioca então finalizou o baiano com projeção e sempre mais socos, levando o árbitro a interromper a luta.

Sinhozinho morreu em 1962. Sua herança cultural era obscura, mas nos tempos modernos foi considerado o esteio da capoeira carioca.

Fonte : Wikipédia

sábado, 10 de março de 2018

Capoeira é coisa de malandros?

Mestre sinhozinho

Capoeira é coisa de malandros?

Por Vivian Fonseca

O senso comum costuma associar a capoeira, principalmente até as primeiras décadas do século XX no Rio de Janeiro, como atividades de malandros e de categorias sociais que orbitavam em torno de um ambiente de boemia. Exemplos

para isso não faltam: de Manduca da Praia, capoeira que viveu no início do século no Rio e que soube traçar relações proveitosas com figuras de elite que o mantiveram fora da cadeia; até Madame Satã, personagem lendária da região da Lapa que soube enfrentar o preconceito contra o homossexualismo a base de muitas navalhadas e rabos de arraia. No entanto, nem só do universo da rua e da malandragem a capoeira do Rio se alimentou no início do século. Ainda nos anos 1920, uma capoeira voltada para filhos da elite carioca despontou e fez escola pelas mãos de Agenor Moreira Sampaio, o Mestre Sinhozinho de Ipanema.

Sinhozinho fotografado aos 51 anos de idade.

Por mais que se convencione associar o ensino de capoeira em academia como uma invenção baiana, personificado nos Mestres Bimba e Pastinha, Sinhozinho abre sua instituição de ensino na mesma época, no Rio. Sinhô, como era conhecido, nasceu em 1891, em Santos, filho de um tenente-coronel e chefe político local. Esses dados nos permitem perceber que Sinhozinho, como seu próprio apelido sugere, não provinha das classes baixas, fazendo parte das camadas mais favorecidas. Sua clientela também era composta por rapazes de classe média, em geral jovens de Ipanema e Copacabana. Aprendeu boxe e luta greco-romana, e achando que a capoeira se mostrava pobre para a luta, principalmente a ‘agarrada’, resolveu aplicar alguns dos golpes aprendidos nas outras artes marciais à capoeira. Em sua Escola, a capoeira era praticada sem a utilização de qualquer instrumento musical e o treinamento era auxiliado por levantamento de peso, o que o difere completamente de outros treinamentos de capoeira até finais do século XX. Sinhozinho também atuou como preparador físico, tendo trabalhado, por exemplo, para o América Futebol Clube. Pela sua Escola passaram figuras notórias em nossa sociedade, tais quais: Antonio Carlos Jobim e Rudolf Hermany, lutador e um de seus alunos mais conhecidos.

Alvo de diversas polêmicas, principalmente pela fala de diversos capoeiristas que afirmam que a atividade praticada em sua Academia não era capoeira, Sinhô conseguiu projetar a imagem de sua atividade física para além das ruas. Defendendo a criação de seu mestre, Hermanny, no site que criou em sua homenagem, aponta que “A capoeira de Sinhozinho era baseada na capoeira das antigas maltas que tanto perturbaram as autoridades do Rio de Janeiro durante longos anos e teve pouca influência das modalidades praticadas ao som dos berimbaus”. Vê-se nessa fala, uma busca de respaldo para a capoeira de seu Mestre, Sinhozinho. Baseando-se em uma suposta tradição de capoeira do século XIX, não poderia haver dúvidas com relação à atividade que Sinhô ensinava.

Tom Jobim (em primeiro plano) na Academia de Mestre Sinhozinho.

Para além dessas questões, Sinhozinho nos ajuda a entender que além da rua e da boemia, a capoeira freqüentou os salões e gingou com parte da fina flor da elite carioca. Elite esta, que já flertava, mesmo que de maneira velada, com a prática de origem negra, ainda no século XIX.

FOTO : Agenor Moreira Sampaio, mais conhecido como Sinhozinho, ao centro, e alunos. Ano: 1940 (Paulo Azeredo é o último à esquerda).

Refs. web. Postado por Mestre Bicheiro BLOG MESTRE BICHEIRO: Capoeira é coisa de malandros?

ANTONIO LAURINDO DAS NEVES,

nasceu em 17 de setembro de 1894 na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos em Salvador

MESTRE TOTONHO DE MARÉ

ANTONIO LAURINDO DAS NEVES, nasceu em 17 de setembro de 1894 na Ilha de Maré, localizada na Baía de Todos os Santos em Salvador. Filho de Manoel Gasparino Neves e de Margarida Neves, faleceu em 18 de outubro de 1974, aos 80 anos. Mestre Maré foi um dos fundadores da famosa Gengibirra ao lado de importantes figuras da Capoeira Angola como Mestres Noronha, Amorzinho, Aberrê, entre outros. Foi muito respeitadonasrodas decapoeiraecostumavacantarumaquadraqueindicavaolugarprivilegiadoqueocupava na capoeira angola. Mestre Maré utilizava a expressão “galanteria da capoeira” quando se referia aos antigos mestres da capoeira baiana.

Quem quer saber do meu nome, como foi dado na pia* me chamo Maré sem medo, e sou da galantaria.

*O mestre se referia a pia batismal.

Fonte:Arquivo particular de Jair Moura.

Mestre Moraes - GCAP: Homenagem do mês: Mestre Totonho de Maré

ANTÔNIO RAIMUNDO ARGOLO

MESTRE ABERRÊ

Há 124 anos atrás, no dia 06 de Agosto nasceu Antonio Raimundo Argolo mais conhecido na Bahia como Mestre ABERRÊ. Apesar de ter um papel chave e crucial na retomada da capoeira angola baiana sua vida e histórias ainda carecem de uma melhor pesquisa, pois ele hoje se encontra no meio de um grande debate tanto acadêmico quanto oral no meio da capoeiragem.

São tantas controvérsias que até a sua naturalidade é questionada, se seria de Salvador ou Santo Amaro, no recôncavo baiano. A verdade é que Aberrê em 1910, na adolescência, já morava na capital e já praticava capoeira na Baixada do Matatu Preto, no bairro do Matatu. Foi contemporâneo de famosos capoeiristas como Onça Preta, Geraldo Chapeleiro, Totonho de Maré, Creoni, Chico Três Pedacos, Pedro Paulo Barroquinha, Barbosa, entre outros.

De acordo com os manuscritos de Mestre NORONHA, livro de memórias, o mestre exerceu uma espécie de liderança entre os outros capoeiristas e junto com ele, Amorzinho (guarda civil) e Totonho de Maré foram os responsáveis pela criação do centro de capoeira angola da Conceição da praia, embrião da lendária roda da GENGIBIRRA, ponto de encontro dos grandes capoeiristas de Salvador, a partir da década de 30, do século passado. Com o tempo e falecimento de vários mestres houve a preocupação com a continuidade daquela tradição é nesse momento que Aberrê consegue convencer PASTINHA a voltar para a capoeira da qual estava afastado há mais de 30 anos, em 1941. O que hoje se conhece pela linhagem “pastiniana” não existiria sem a interferência e influência desse mestre. Então nasce a primeira grande controvérsia, pois Pastinha posteriormente relata que Aberrê teria sido seu aluno, o que hoje é discutido e negado por alguns Mestres que fazem parte de sua linhagem.

Outro grande papel desempenhado por Aberrê foi ter deixado seu legado na mão de duas lendas da capoeira, seus alunos: Mestre CANJIQUINHA e Mestre CAIÇARA. Cada um criou uma linhagem independente, que se perpetuou pelo Brasil afora e são responsáveis também pela manutenção do legado da capoeira angola até hoje. Os dois também sempre negaram sua proximidade com a linhagem de Pastinha, o que também gerou um outro questionamento, sobre a possibilidade da existência de dois capoeiristas chamados “ABERRÊ”, na Bahia.

- 06/08/1895 // falecimento:??/09/1942 - // (?) 1910
Salvador-BA

Sendo verdade, a história da capoeira angola baiana precisará ser reescrita no futuro, pois seu legado é tão importante quanto de qualquer outro Mestre e seu nome precisará entrar no panteão dos grandes guardiões da arte ao lado de Pastinha, Waldemar, Cobrinha Verde, entre outros.

O pouco que se sabe, é que o mestre participou do circuito de lutas de Salvador, aonde teria desafiado Bimba e Onça Preta, no ano de 1936. Segundo pesquisas feitas pelo escritor Paulo Magalhães, autor da obra “Jogo de dicursos”.

Sua morte é relatada da seguinte maneira por Canjiquinha: “…Um dia ele comeu feijão de fardo, num dia de domingo, então um aluno dele jogando tomou uma rasteira e caiu, ele com aquilo se sentiu desmoralizado….Ai comprou o jogo e foi jogar com o cidadão…quando ele deu um Au pra lá, um Au pra ca, ja caiu …”

O Aberrê fez sua passagem em setembro do ano de 1942, um ano após ter articulado a reorganização da capoeira. Foi seu último golpe de mestre !!!

Aberrê, um nome disputado no mundo da capoeira (ipcb-rj.com.br)

MANOEL HENRIQUE PEREIRA

natural de Santo Amaro nasceu em 1895 no bairro de Urupi (Santo Amaro - Ba, 1895 Santo Amaro - Ba, 1924),

BESOURO MANGANGÁ

[...] segundo relatos, devido às suas rezas ou feitiços popularmente conhecidos como mandinga era capaz de voar desviar de tiros com destreza e habilidade além de ter o corpo fechado, ou seja Besouro recebera proteção espiritual contra seus inimigos, era contra qualquer forma de injustiça, solidário aos mais fracos e oprimidos tomava as dores dos humilhados e estava sempre metido em brigas e confusões, conforme Abib em diálogo com Mestre Bimba sobre a mandinga de Besouro Mangangá destaca que:Amandinga de Besouro Mangangá - que segundo mestre Bimba, “era capaiz di sartá di costa i caí de vórta dentru dus chinélu” - , de mestre Noronha e de tantos outros capoeiras antigos, considerados “mandingueiros”, que povoam o imaginário popular de Salvador e do Recôncavo, parece exercer sobre o angoleiro, uma influência que vai além daquela aqui já analisada, referente às “qualidades” de desordeiros e valentões.(Abib 2004, p.143)

Manoel Henrique Pereira, popularmente conhecido como Besouro Mangangá, era filho de Maria José Pereira e João Matos Pereira, primo do pai de Mestre João Pequeno, irmão de Caetano Pereira, recebeu status de lenda ou mito devido as suas habilidades e temperamento de justiceiro, seu nome ficou cunhado na história como Besouro Mangangá.

Besouro possui sua história e legado narrado pelos mais antigos da cidade, natural de SantoAmaro nasceu em 1895 no bairro de Urupi, era conhecido por não tolerar injustiças, um homem revolucionário e subversivo de sua época, costumava defender os mais fracos de abusos e covardias cometidas pelos senhores de engenho e seus capatazes, assim como, os abusos e 7 violências policiais contra qualquer pessoa que fosse, caso testemunhasse algum fato sempre tomava as dores dos oprimidos, por esses motivos estava sempre metido em confusões e brigas. Acredita-se que ele era capaz de realizar atos misteriosos como transformar-se em uma bananeira ou simplesmente voar, tudo graças à mandinga, ou seja, o poder espiritual das rezas e entidades chamadas de orixás presentes em religiões de matrizes africanas, por consequência seu corpo era fechado, dizem que carregava um patuá como amuleto e forma de proteção, morreu em 5 de Setembro de 19255 na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, vítima de uma perfuração no abdômen com uma faca de ticum, segundo relatos Besouro era mandingueiro e seu corpo havia sido fechado em um ritual espiritual realizado em um terreiro de candomblé, carregava consigo sempre um patuá (amuleto) com rezas e orações além de elementos sagrados.

No dia de sua morte foi atingido por uma faca de ticun no abdômen, único elemento capaz de abrir um corpo fechado, acredita-se que no dia fatídico de sua morte havia cometido alguns erros capitais como passar por debaixo de uma cerca e ter passado a noite na companhia de uma mulher, a mesma teria sido paga para tal, além de lhe roubar seu patuá em um momento de distração, a emboscada foi realizada no município próximo chamado São Sebastião do Passé, no bairro Cinco Rios, também conhecido como Maracangalha imortalizado na música de Dorival Caymi, objetivando ceifar sua vida, depois de atingido foi levado de barco até a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro chegou pela manhã e lá deixado sangrando por quase 10 horas até sua morte por hemorragia vítima de emboscada e consequentemente de negligência médica.6

Manoel Henrique Pereira (Santo Amaro - Ba, 1895 Santo Amaro - Ba, 1924), mais conhecido como Besouro Mangangá foi um capoeirista baiano que no início do século XX tornou-se o maior símbolo da capoeira baiana. Sua fama chegou ao nível nacional a partir dos anos 1930 e, com a expansão da capoeira para outros continentes, internacionalizou-se.[1]

História

Besouro Mangangá era filho de Maria José e João Matos Pereira, nascido em 1895, e foi assassinado no arraial de Maracangalha, local que foi imortalizado pelas letras de Dorival Caymmi, na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro onde faleceu em 1924. [2]Era natural do recôncavo baiano e viveu naquela região, em um período nas florescências dos canaviais em Santo Amaro, tinham importante papel no cenário produtivo, através dos saveiros pelo rio subaé levavam as mercadorias que iam e chegavam até o cais de Salvador.[3]

Manoel Henrique que, desde cedo, aprendeu os segredos da capoeira com o Mestre Alípio no Trapiche de Baixo, foi batizado como Besouro Mangangá por causa da crença de muitos que diziam que quando ele entrava em alguma embrulhada e o número de inimigos era grande demais, sendo impossível vencê-los, então ele se transformava em besouro e saía voando.[4][5] Várias lendas surgiram em torno de Besouro para justificar de seus feitos, a principal atribui-lhe o “corpo fechado” e que balas e punhais não podiam feri-lo. Devido aos seus supostos poderes Besouro Mangangá tornou-se um personagem mitológico para os praticantes da capoeira, tendo sua identidade relacionada aos valentões, capadócios, bambas e malandros.

Especula-se que não gostava da polícia e que teria praticado de vários confrontos com as força policiais, às vezes levando vantagem nos embates, porém, segundo Antonio Liberac Cardoso Simões Pires[6]: “Suas práticas não podem ser associadas ao banditismo, pois Besouro sempre se caracterizou como um trabalhador por toda sua vida, nunca sendo preso por roubo, furto ou atividade criminal comum. Suas prisões foram relacionadas às ações contra a polícia, principalmente no período em que esteve no exército”. Algumas documentações históricas registram os confrontos entre Besouro Mangangá e a polícia, como o ocorrido em 1918, no qual Besouro teria se dirigido a uma delegacia policial no bairro de São Caetano, em Salvador, para recuperar um berimbau que pertencia ao seu grupo. Com a recusa do agente em devolver o objeto apreendido, Besouro partiu para o ataque com ajuda de alguns companheiros. Eles não conseguiram recuperar o berimbau desejado, pois foram vencidos pelos policiais, os quais receberam ajuda de um grupo de moradores locais[7]: Aos dez dias de setembro de mil novecentos e dezoito, nesta capital do estado da Bahia (…) Argeu Cláudio de Souza, com vinte e três anos de idade, solteiro, natural deste estado, praça do primeiro batalhão da brigada policial (…) foi interrogado pelo doutor delegado que lhe perguntou o seguinte: como foi feita a agressão de que foi vítima no posto policial de São Caetano? (…) Ali apareceu um indivíduo mal trajado, e encostando-se a janela central do referido posto, durante uns cinco minutos, em atitude de quem observava alguma coisa, que decorrido este tempo, o dito indivíduo interpelando o respondente, pediu-lhe um berimbau que se achava exposto juntamente com armas apreendidas….[8]

Estilo de luta

A capoeira praticada no recôncavo baiano no final do século XIX e início do século XX apresentava aspectospróprios,tinhaemseustraçoslúdicosainserçãodeinstrumentosdecordas -possivelmentehouve a mescla entre a prática do samba e da capoeira - e nos treinamentos de luta envolvia técnicas em torno do uso de armas como a faca e a navalha; o chapéu era um importante elemento na defesa das investidas de mão armada.[9] Os praticantes de capoeira desse período desenvolveram uma técnica de ataque com faca e navalha que consistia no fato do lutador amarrar sua arma e um elástico e treinar o ato de lançar a arma, ferir o adversário e retornar a mão novamente.[10]

Morte de Besouro

As circunstâncias de sua morte são contraditórias. Há versões que afirmam que Besouro morreu em um confronto com a polícia; outras, que foi traído, com um ataque de faca pelas costas. Esta última é muito

cantada e transmitida oralmente na capoeira conta que um fazendeiro, conhecido por Dr. Zeca, após seu filho Memeu ter apanhado de Besouro, armou uma cilada. O fazendeiro tinha um amigo que era administrador da Usina de Maracangalha, de nome Baltazar. Besouro não sabia ler, então mandaram uma carta para Baltazar, pelo próprio Besouro, pedindo ao administrador que desse fim dele por lá mesmo. Baltazar recebeu a carta, leu, e disse a Besouro que aguardasse a resposta até o dia seguinte. Besouro passou a noite por lá; no outro dia foi buscar a resposta. Quando chegou na porta foi cercado por uns 40 homens, que o iam matar. As balas nada lhe fizeram; um homem o feriu a traição com uma faca de tucum (ou ticum), um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de corpo fechado.[4][5]

O atestado de óbito relata da seguinte forma: Manoel Henrique, mulato escuro, solteiro, 24 anos, natural de Urupy, residente na Usina Maracangalha, profissão vaqueiro, entrou no dia 8 de julho de 1924 às 10 e meia horas do dia, falecendo às sete horas da noite, de um ferimento perfuro-inciso do abdômen [11]

Filme

Uma adaptação cinematográfica dahistóriadeBesouro,dirigidapor JoãoDanielTikhomiroff, estreou no Brasil no dia 30 de outubro de 2009. Besouro foi interpretado por Ailton Carmo. O trailer foi o de maior sucesso do cinema brasileiro no ano.[carece de fontes]

Referências

1. ↑ PIRES, Antonio Liberac Cardoso Simões. O Capoeira Besouro Mangangá: Alguns Aspectos Culturais do Recôncavo da Bahia (1890-1930). In: GODINHO, Luis Flávio Reis; DOS SANTOS, Fábio Josué Souza (org). Recôncavo da Bahia: Educação, Cultura e Sociedade. Bahia: UFRB, 2007, pág. 45

2. ↑ O Capoeira Besouro Mangangá:AlgunsAspectos Culturais do Recôncavo da Bahia: Educação, Cultura e Sociedade. Bahia: UFRB, 2007, pág. 47

3. ↑ PIRES, Antonio Liberac Cardoso Simões. O Capoeira Besouro Mangangá: Alguns Aspectos Culturais do Recôncavo da Bahia (1890-1930). In: GODINHO, Luis Flávio Reis; DOS SANTOS, Fábio Josué Souza (org). Recôncavo da Bahia: Educação, Cultura e Sociedade. Bahia: UFRB, 2007, pág. 46

4. ↑ Ir para:a b «Portal Capoeira: Besouro Mangangá». Portalcapoeira.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2012

5. ↑ Ir para:a b «Arte e Luta: Besouro» Universo Online. Arteeluta.vilabol.uol.com.br Consultado em 17 de fevereiro de 2012

6. ↑ PIRES, Antonio Liberac Cardoso Simões. O Capoeira Besouro Mangangá: Alguns Aspectos Culturais do Recôncavo da Bahia Recôncavo da Bahia: Educação, Cultura e Sociedade. Bahia: UFRB, 2007, pág. 47

7. ↑ PIRES, Antonio Liberac Cardoso Simões. O Capoeira Besouro Mangangá: Alguns Aspectos Culturais do Recôncavo da Bahia (1890-1930). In: GODINHO, Luis Flávio Reis; DOS SANTOS, Fábio Josué Souza (org). Recôncavo da Bahia: Educação, Cultura e Sociedade. Bahia: UFRB, 2007, pág. 47 e 48

8. ↑ PIRES,Antonio Liberac Cardoso Simões. Bimba, Pastinha e Besouro de Mangangá. Três personagens da capoeira baiana. Goiânia/Tocantins: UFT, 2002, pág. 27

9. ↑ PIRES,Antonio Liberac Cardoso Simões. Bimba, Pastinha e Besouro de Mangangá. Três personagens da capoeira baiana. Goiânia/Tocantins: UFT, 2002, pág. 20

10. ↑ PIRES,Antonio Liberac Cardoso Simões. Bimba, Pastinha e Besouro de Mangangá. Três personagens da capoeira baiana. Goiânia/Tocantins: UFT, 2002, pág. 21

11. ↑ PIRES,Antonio Liberac Cardoso Simões. Bimba, Pastinha e Besouro de Mangangá. Três personagens da capoeira baiana. Goiânia/Tocantins: UFT, 2002, pág. 32 Ligações externas

• «Página oficial de "Besouro, o Filme"». www.besouroofilme.com.br

• «Portal Capoeira». Portalcapoeira.com

• «Arte e Luta»

ANNÍBAL ZUMALACARAGUHY DE MENCK BURLAMAQUI (1898-1965)

MESTRE ZUMA

Anníbal Zumalacaraguhy de Menck Burlamaqui

Anníbal Burlamaqui, agente aduaneiro e poeta; Zuma, capoeira e boxeador (1898-1965)

PorAna Paula Höfling

No dia 18 de agosto de 1965 o Jornal do Brasil publicou uma nota na qual a Senhora Burlamaqui e sua família agradeciam as manifestações de pesar recebidas. Anníbal Z. M. Burlamaqui, autor do influente manual de capoeira de 1928 Gymnástica Nacional (capoeiragem) methodisada e regrada, havia morrido aos sessenta e sete anos.1 Burlamaqui, cujo folheto galvanizou os esforços para passar a capoeiragem das páginas policiais às páginas esportivas dos jornais cariocas com o propósito de legitimar e reabilitar esse jogo de combate afro-brasileiro fazia parte do número crescente de entusiastas da gymnástica nacional, uma prática rebatizada estrategicamente por ter sido proibida por lei como capoeiragem.2 Não sabemos com quem Burlamaqui aprendeu a capoeiragem e por quanto tempo, o que é certo é que na década de 1920 no Rio de Janeiro não faltavam oportunidades para estudar a ginástica nacional. Burlamaqui poderia ter estudado em espaços de aprendizado formais como o Ginástico Português, onde o professor de educação física Mario Aleixo ensinava a ginástica nacional desde 1920, ou pode ter se juntado aos homens que praticavam “exercícios de capoeiragem” em espaços públicos como as praças e os largos da cidade.3 Com o apelido de Zumaeleparticipoudecompetiçõesduranteofinaldadécadade1910eoiníciodadécadade1920,fazendo uso de suas habilidades de capoeira e de boxeador.4

Apesar de não sabermos muito sobre Zuma – o sportsman, o capoeira e o boxeador – além de seu influente livro de 1928, sabemos alguma coisa sobre a vida de Burlamaqui fora da capoeiragem: ele trabalhou como guarda da polícia aduaneira e foi um membro da sociedade literária Cenáculo Fluminense de História e Letras, baseada em Niterói,5 na qual ingressou no dia 8 de março 1930 ocupando a cadeira número 33.6 Durante os anos 1950, fazia parte da diretoria, foi membro da comissão de redação e parecer e foi eleito duas vezes presidente da sociedade.

O Cenáculo organizava leituras de poesia e recitais de música, e patrocinava publicações de livros escritos por seus membros, como o livro de poesia erótica de Burlamaqui intitulado O meu delírio: poema do instinto (1939), que revela o autor como um homem apaixonado que ousava expressar sua libido e seu desejo na escrita.7 A vida de Burlamaqui foi guiada pela curiosidade; sua capacidade de ver mais além das normas aceitas na sua época fizeram dele “um homem além do seu tempo”, ao mesmo tempo que tenha sido

exatamente do seu tempo – um intelectual carioca e um sportsman profundamente imerso na modernidade brasileira.

Como Zuma, o esportista, e como Burlamaqui, o escritor, Anníbal parecia ser a pessoa perfeita para publicar um livro que apoiaria os esforços contínuos de reabilitar a capoeiragem, esforços liderados por vários outros entusiastas de capoeira brancos, instruídos e de classe média, como o jornalista e cartunista Raul Pederneiras. Em um artigo de duas colunas para o Jornal do Brasil, no mesmo ano em que o livro de Zuma foi publicado, Pederneiras, assinando apenas como Raul, lembra os malogrados esforços anteriores de organizar e criar um método para a ginástica brasileira, e louva a Gymnástica Nacional como uma metodização muito esperada de sua prática: um trabalho de grande utilidade e que deve contribuir para a adopção do desporto nacional nos gymnasios, com todas as probabilidades de exito.A prova segura desse exito está na grande procura do livro do Zuma que assim veio trazer optima contribuição para que cultivemos e apreciemos, com resultado efficaz, o que é nosso, o que é bem brasileiro.”8

É claro que o objetivo principal da Gymnástica Nacional era legitimar a prática e remover o estigma que pesava sobre a capoeiragem.9 Dr. Mario Santos, que escreveu o prefácio do livro e também posou como o oponente de Zuma nas vinte fotografias que ilustraram o livro, cita a legitimação do boxe inglês, da savate francesa e do jiu-jitsu japonês como precedente e pergunta: “Porque […] a capoeiragem, no Brasil, haveria de escapar à marcha evolucional de suas congêneres? […] Porque não haveremos de regularizar e regenerar a capoeiragem?”10

Zuma faz exatamente isso ao longo do livro. Inspirado por dois esportes populares importados, o boxe e o futebol. Zuma prescreve o diâmetro do campo circular do jogo, as posições iniciais dos jogadores, a duração de cada round (três minutos, com uma pausa de dois minutos), e critérios para estabelecer o vencedor em cada partida: um lutador ganharia por incapacitar o seu oponente, ou, se assim estipulado antes da partida, por pontos contados por um juiz que proclamaria vencedor o jogador que mais vezes derrubasse o seu adversário.11 Com essas regras, Zuma esperava levar a capoeira para “a sociedade,” transformando-a numa “defesa própria, um sport como os demais”.12 Apesar de muitas regras propostas por Zuma

a presença de um juiz, um sistema de pontos, uma partida dividida em rounds cronometrados – obviamente representarem apropriações de esportes estrangeiros, Zuma rearticulou a capoeiragem de rua em termos hegemônicos através desses empréstimos estrangeiros. Muita atenção foi dada às suas regras para competições de capoeira –sua metodização– e à linguagem evolucionista de “melhorar” a capoeira que permeia o texto, enquanto as fotos demonstram amplamente que a prática de Zuma era fundada na capoeiragem de rua. Tanto as ricas descrições dos movimentos como as fotos que ilustram Gymnástica Nacional comprovam o conhecimento profundo que Zuma tinha da prática. É provável que ele tenha treinado pelo menos durante uma década antes de publicar o livro.

Zuma ensina ao leitor a postura própria da guarda: “Leva-se á riba o corpo, num aprumo natural, em attitude nobre e erecta, oitava-se á direita ou á esquerda.”13 No entanto, em mais da metade das fotos do livro os jogadores aparecem agachados, com suas mãos apoiando seu peso, contradizendo essa postura em pé, “nobre” e ereta. Zuma e Santos demonstram uma técnica que exigia uma movimentação perto do chão, quer agachando debaixo de um golpe, quer iniciando um chute de baixo.Apostura ereta da guarda, que Zuma ainda descreve como “aprimeiraposição, nobree leal”, permanecequase exclusivamente retórica,invocandoa nobreza como parte do seu esforço de remover o estigma que prejudicava a prática da capoeira no início do século vinte.14

A maior parte dos ataques e das defesas de Zuma são baseados em rasteiras e golpes de pé ao invés de socos e golpes com as mãos, precisamente porque as mãos são usadas para sustentar o peso do corpo.Apoiando as palmas das mãos no chão e liberando os pés para o ataque, a capoeiragem de Zuma exige que os jogadores constantemente desloquem o peso dos pés para as mãos e das mãos para os pés. A técnica de Zuma tem sido interpretada como uma versão ereta e rígida da capoeiragem, onde os movimentos não fluem. Porém, uma pessoa seguindo as descrições e instruções de Zuma, teria que constantemente levantar, cair, mergulhar, agachar e pular.

O texto fornece ampla evidência de interação constante e, de fato, Zuma instrui seus leitores para iniciar um ataque a partir de um movimento de defesa, da mesma maneira que ataques e manobras evasivas fluem de um ao outro na capoeira de hoje em dia. Um movimento que Zuma chama de “pentear” ou “peneirar” reforça a evidência da fluidez de seu jogo, mas também incorpora a “tapeação”, o elemento central da malícia na

capoeira e capoeiragem. Zuma ensina: “Joga-se os braços e o corpo em todos os sentidos em ginga, de modo a perturbar a atenção do adversário e preparar melhor o golpe decisivo.”15

Em contraste ao entendimento atual da ginga na prática da capoeira como um passo básico de conexão, o “peneirar” de Zuma tem a intenção explícita de confundir e enganar, uma manobra tática para preparar um ataque. Enganação, malandragem e imprevisibilidade, as mesmas táticas consideradas fundamentos da capoeira hoje, permeiam a Gymnástica Nacional de Zuma.

As descrições de capoeiragem que precedem a publicação da Gymnástica Nacional revelam várias continuidades entre a ginástica nacional de Zuma e a capoeiragem oitocentista. Numa das descrições detalhadas mais antigas de capoeiragem, incluída nas Festas e tradições populares do Brasil, de 1893, do folclorista brasileiro Alexandre Mello Moraes Filho, encontramos descrições de vários movimentos quase idênticos aos incluídos na Gymnástica Nacional de Zuma. Mais da metade dos golpes mencionados por Mello Moraes também se encontram no livro de Zuma: o rabo de arraia, a cabeçada, a rasteira, o escorão e o tombo da ladeira.16

Da mesma maneira, as descrições de Plácido de Abreu (1886), Raul Pederneiras (1921;1926) e Henrique Coelho Neto (1928) apontam para uma capoeiragem muito parecida à ginástica nacional de Zuma. Ele reivindica haver inventado três movimentos novos especificados no livro: a queixada, o passo da cegonha e a espada.17 Ainda que Zuma, sem dúvida, tenha tentado “melhorar” a capoeiragem através da codificação, ele também advogou seu valor intrínseco: a capoeiragem “encerra, embora ainda um pouco confusa e mal definida, todos os elementos para uma cultura física perfeita”.18

De fato, ele propunha que a capoeiragem fosse um instrumento de aperfeiçoamento pessoal para jovens “de família”. Cultivando o corpo através da capoeiragem, o homem brasileiro se tornaria “forte, temido, corajoso e audacioso”.19 Se todos os jovens aprendessem capoeiragem, assim Zuma prognosticava, os cidadãos brasileiros do futuro seriam “respeitados, temidos [e] fortes”.20 Ainda que propusesse “melhorar” a capoeiragem, Zuma imaginou um “cidadão do futuro” brasileiro, melhorado através de uma prática afrodiaspórica que já continha todos os elementos para uma cultura física perfeita. Cultivar ambos corpo e corpo político através de um jogo afro-diaspórico virava o pensamento eugenista de cabeça para baixo, permitindo que a africanidade fosse vista como uma fonte para a “regeneração”, ao invés de uma degeneração, uma fonte de força e de orgulho nacional.

1 André Luis Lacé Lopes relata a data de nascimento de Burlamaqui’como 25 de novemberro de 1898. A capoeiragem no Rio de Janeiro: primeiro ensaio, Sinhozinho e Rudolf Hermanny. Rio de Janeiro: Editora Europa, 2002, 88.

2 Em meados da década de 1910, algumas reportagens de competições de capoeiragem começaram a aparecer nas páginas de esportes do Jornal do Brasil, mesmo que nesse momento as notícias sobre capoeiragem ainda aparecessem principalmente nas colunas de “queixas” e nas notícias policiais, onde era associado com esfaqueamentos e homicídios.

3 Jornais da época noticiavam a prática diária de capoeiragem em espaços públicos nos anos 1910 e 1920 no Rio de Janeiro, muitas vezes em colunas de queixas do público (tal como a coluna do Jornal do Brasil “Queixas do povo”). “Exercícios de capoeiragem” aconteciam em várias praças da cidade, tais como a Praça Quinze de Novembro e a Praça Onze de Junho, como também em estações de trem, esquinas de bairros residenciais, ae varios locais nos subúrbios (Engenho de Dentro, Cascadura, e Rocha).

4 Em uma nota nas páginas esportivas do Correio da Manhã, de 20 deAbril 1920, e uma nota em O Jornal de 19 deAbril de 1920, Zuma é referido como “capoeira e boxeur.” No seu livro, Zuma explica que seu apelido é derivado do seu segundo nome de batismo; seu nome completo eraAnníbal Zumalacaraguhy de Menck Burlamaqui.Anníbal Burlamaqui, Gymnastica Nacional (capoeiragem) methodizada e regrada (Rio de Janeiro: s.p., 1928), 15; Ulysses Burlamaqui, comunicação pessoal.

5 Eleéreferidocomo“guardadapolíciaaduaneira”emumartigodejornalondeosoficiais tentavamencontrarumasolucão criativa para poderem revistar uma mulher suspeita de carregar contrabando debaixo de sua saia. “Um contrabando complicado e engraçado,” Correio da Manhã, 15 de junho de 1924; ele foi promovido até chegar na posição de inspetor de impostos da Receita Federal. Ulysses Burlamaqui, comunicação pessoal.

6 “Posse do novo acadêmico,” Jornal do Brasil, 2 de março de 1930.

7 O livro recebeu uma resenha ambivalente no Jornal do Brasil, e uma resenha devastadora no Correio da Manhã. “Registro Literário,” Jornal do Brasil, 14 de abril de 1939; Álvaro Lins, “Critica Literária Poesia,” Correio da Manhã, 16 de novembro de 1940. Ele também publicou um segundo livro de poesia, eintitulado Babel de Emoções. Ulysses Burlamaqui, comunicação pessoal.

8 Raul Pederneiras, “AGymnastica Nacional,” Jornal do Brasil, 22 deAbril 1928.

9 Para uma leitura detalhada da Gymnástica nacional de Zuma, verAna Paula Höfling, Staging Brazil: choreographies of capoeira. Middletown, CT: Wesleyan University Press, 2019.

10 Burlamaqui, Gymnastica nacional, 4.

11 Burlamaqui, Gymnastica nacional, 18-19.

12 Ibid., 15.

13 Ibid., 23.

14 Ibid.

15 Burlamaqui, Gymnastica nacional, 42.

16 Alexandre José de Mello Moraes Filho, Festas e tradições populares do Brasil. (Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1946 [1893]), 448.

17 Ibid., 21.

18 Ibid, 13.

19 Ibid.

20 Ibid., 15.

Bibliografia citada:

Jornais do Rio de Janeiro consultados na Hemeroteca da Biblioteca Nacional: Jornal do Brasil

Correio da Manhã

O Jornal

Abreu, Plácido de. Os capoeiras. Rio de Janeiro: Typ. da Escola de Serafim JoséAlves, 1886. Burlamaqui,Anníbal. Gymnastica nacional (capoeiragem) methodisada e regrada. Rio de Janeiro: n.p., 1928. __________. O meu delírio: poêma do instinto. N.p.: Cenáculo Fluminese de História e Letras, 1939. Burlamaqui, Ulysses Petronio. Comunicação pessoal. Junho 19, 2020.

Coelho Netto, Henrique. “Nosso jogo.” In Bazar. Rio de Janeiro: Livraria Chardron, de Lello e Irmão, Ltda Editores, 1928. Höfling,Ana Paula. Staging Brazil: choreographies of capoeira. Middletown, CT: Wesleyan University Press, 2019. Lopes,André Luiz Lacé. Acapoeiragemno Rio de Janeiro:primeiro ensaio, Sinhozinho eRudolf Hermanny. Rio de Janeiro: Editora Europa, 2002.

Mello Moraes Filho,Alexandre José de. Festas e tradições populares do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1946 [1893]. Silva, Elton e Eduardo Corrêa, Muito antes do MMA: O legado dos precursores do Vale Tudo no Brasil e no mundo. Kindle edition, 2020.

Capa da Gymnástica Nacional, de Zuma,

Para uma leitura detalhada da Gymnástica Nacional, de Zuma, veja o livro deAna Paula Höfling, Staging Brazil: choreographies of capoeira. Middletown (2019). https://www.hfsbooks.com/books/staging-brazilhofling/

Ana Paula Höfling é da Universidae da Carolina do Norte, Greensboro.

MANOEL DOS REIS MACHADO

Engenho Velho de Brotas, em Salvador, no dia 23 de novembro de 1900.

MESTRE BIMBA

MANOEL DOS REIS MACHADO, conhecido como Mestre Bimba, foi o criador da capoeira regional, também chamada de luta regional baiana, no final da década de 1920.

A partir de seus conhecimentos sobre a capoeira primitiva – capoeira Angola – e sobre a luta denominada batuque, ele foi o primeiro capoeirista de sua época a desenvolver um sistema de ensino e, também, o primeiro a dar aulas em ambiente fechado.

Conquistou reconhecimento e respeito da sociedade, numa época em que a perseguição a manifestações da cultura negra era intensa.

“O Bimba foi, talvez, uma das últimas figuras do ciclo heroico dos negros na Bahia. Era um negro enorme, muito forte, analfabeto. Com consciência, com uma erudição no que diz respeito a Bahia e com uma cultura sobre a gente negra inédita”, afirmou Muniz Sodré, ex-aluno e autor do livro Mestre Bimba: corpo de mandinga, em entrevista a Ancelmo Gois, no programa De lá pra cá, da TV Brasil, em 2010.

A vida de Mestre Bimba e o início na capoeira

Mestre Bimba deixou como herança o respeito da sociedade pela capoeira (Foto: Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba, EDUFBA, 2009)

O apelido Bimba é fruto de uma aposta entre sua mãe e a parteira, sobre qual seria o sexo da criança. “Ganhei a aposta, o cabra tem bimba e cacho”, teria dito a parteira na hora do nascimento.

O início na capoeira se deu aos 12 anos de idade, no aprendizado do batuque, luta considerada como uma das matrizes da capoeira.

Seu primeiro mestre foi o africano Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Baiana.

Aos 18 anos, começou a dar aulas e, aos 27 anos, já era conhecido como Mestre Bimba.

Além de capoeirista, foi carvoeiro, trapicheiro, carpinteiro e doqueiro (trabalhou em docas).

Mestre Bimba cria a capoeira regional

O sentimento de que a capoeira estava perdendo suas características de luta, com golpes estilizados feitos na intenção de empolgar os espectadores, é apontado como o principal motivo que levou Bimba a desenvolver uma variante da capoeira tradicional, denominada Angola.

Mestre Bimba transformou a capoeira em uma luta com método de ensino próprio (Foto: Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba, EDUFBA, 2009)

“Em 1928, eu criei, completa, a Regional, que é o batuque misturado com a Angola, com mais golpes, uma verdadeira luta, boa para o físico e para a mente”, disse Bimba, conforme relatado no livro A saga do mestre Bimba, de Raimundo Cesar Alves.

Ao longo dos anos, o baiano transformou a capoeira numa luta com método de ensino próprio, criando rituais como o batizado, a formatura e a especialização.

A capoeira era trabalhada em duas vertentes: como luta de defesa pessoal e como manifestação cultural e artística.

“Com a Capoeira Regional, Mestre Bimba suscitou uma nova abordagem expansionista e pedagógica da capoeira: subiu no ringue, realizou apresentações, montou academia, estabeleceu aulas regulares, lições, turmas de alunos com horários preestabelecidos e uma metodologia do ensino através das sequências e jogos diferenciados”, diz Hellio Campos (Mestre Xaréu), no livro Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba

As variações musicais do berimbau ditam o ritmo, o tipo de jogo que será feito na roda. Na capoeira regional, isso acontece por meio de sete toques criados por Mestre Bimba. São eles: São Bento Grande, Santa Maria, Banguela, Amazonas, Cavalaria, Idalina e Iúna.

Capoeira: de renegada a esporte nacional

Antes de Bimba, a capoeira era ilegal e discriminada como “coisa de malandro” e de escravo “fujão”.

Na década de 1930, Getúlio Vargas, em busca de apoio popular, passou a permitir a prática, apenas em ambientes fechados e com alvará da polícia.

“Acapoeira é o único esporte verdadeiramente nacional”, disse Getúlio Vargas, em 1953, ao presenciar apresentação de Mestre Bimba (Foto: Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba, EDUFBA, 2009)

Assim, em 1932, Mestre Bimba fundou sua primeira academia no bairro do Engenho Velho de Brotas. Essa foi, oficialmente, a primeira academia de capoeira a ter um alvará de funcionamento, datado de 1937, registrada com o nome de Centro de Cultura Física Regional.

Mestre Bimba desafiou lutadores e não se soube de alguma ocasião em que tenha sido derrotado.

Levou seu grupo a diversas cidades brasileiras, apresentando a capoeira baiana. Em 1949, por exemplo, realizou em São Paulo uma série de lutas, com atletas de outras modalidades.

Em 1953, fez uma apresentação para o então presidente Getúlio Vargas, que estava de passagem por Salvador. Na ocasião, Vargas afirmou que “a capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional”.

Na apresentação, o grupo de Bimba era formado por duas alas. A da percussão, com dois pandeiros e um berimbau – instrumento símbolo da capoeira e da Bahia –; e a dos capoeiristas, que se revezavam de dois em dois, com movimentos e coreografias encenando os golpes.

A capoeira foi oficializada como prática esportiva pelo Conselho Nacional de Desportos apenas em 1972.

Mestre Bimba: representante da cultura afro-brasileira

Mestre Bimba faleceu em 1974, vítima de derrame cerebral (Foto: Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba, EDUFBA, 2009)

Em 1973, Mestre Bimba deixou a Bahia rumo a Goiânia, por motivos financeiros e por ter considerado que os “poderes públicos” não o teriam dado o devido valor.

Um ano depois, em 5 de fevereiro de 1974, ele faleceu na capital goiana, vítima de um derrame cerebral, aos 73 anos.

Seus familiares dizem que ele morreu por tristeza, de “banzo” – doença da nostalgia e saudade que acometia os negros escravizados.

Mestre Bimba contribuiu para a difusão de manifestações culturais da Bahia, como o samba de roda e o maculelê.

Deixou como herança a profissionalização, a metodologia e o respeito da sociedade pela capoeira.

Por influência dele e de seus discípulos, a capoeira conquistou o Brasil e é praticada em diversos países do mundo.

Em 1996, em uma homenagem póstuma, Mestre Bimba recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia.

No mesmo ano, ganhou a maior honraria da Câmara Municipal de Salvador, a Medalha Thomé de Souza.

Fontes:

ALMEIDA, Raimundo Cesar Alves. A saga do mestre Bimba. Salvador, 1994.

BARBOSA, Fayson Rodrigo Merege. Mestre Bimba: o fundador e rei da capoeira regional.

EFDeportes.com – Revista Digital – Buenos Aires, 2009.

CAMPOS, Hellio (Mestre Xaréu). Capoeira Regional: a escola de Mestre Bimba. Salvador: EDUFBA, 2009.

FILHO, Ubaldo Marques Porto. Bahia, Terra da Felicidade – Mestre Bimba

FONSECA, Vivian Luiz. A Capoeira Contemporânea: Antigas Questões, Novos Desafios. CPDOC/ Fundação Getúlio Vargas – RJ. http://www.capoeiramestrebimba.com.br/mestre_bimba.html

Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de novembro de 1899 – Goiânia, 5 de fevereiro de 1974),[1] foi um mestre brasileiro de capoeira e, criador da Luta Regional Baiana, mais tarde chamada de capoeira regional.

Biografia

Mestre Bimba nasceu em Salvador em 1899.[2] Trabalhou como minerador de carvão antes de criar a capoeira regional.

Ao perceber que a capoeira estava perdendo seu valor cultural e enfraquecendo enquanto luta, Mestre Bimba misturou elementos da Capoeira Tradicional com o batuque[3] (luta do Nordeste Brasileiro extinta com o passar do tempo) criando assim um novo estilo de luta com praticidade na vida, com movimentos mais rápidos e acompanhada de música.[3] Assim conquistou todas as classes da sociedade. Foi um excelente lutador e acima de tudo um grande educador, foi o responsável por tirar a capoeira da marginalidade.

A capoeira

Praticantes dessa arte se denominam "capoeiristas", pois, para eles, a capoeira é um estilo de vida – ser, pensar, agir como a arte da capoeira.

Bimba impunha regras para os praticantes da capoeira regional, sendo elas:

• Não beber e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência da capoeira;

• Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte;

• Praticar os fundamentos todos os dias;

• Não dispersar durante as aulas;

• Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma a capoeira desenvolveria mais.

No vídeo "Relíquias da Capoeira: Depoimento do Mestre Bimba", um documento audiovisual em VHS produzido por Bruno Farias, onde Bimba comenta os motivos que o fizeram se mudar para Goiânia, onde ele conseguiu mais apoio financeiro.[3] Posteriormente, em uma reunião de especialistas em capoeira no Rio de Janeiro, explicase mais sobre o nome do esporte, sobre a criação da capoeira regional e sobre este mestre. A versão original do vídeo, veiculada em 2006 pela extinta PAM TV Florianópolis (antigo canal 17 da TVA) acabou sendo extraviado.

Porém, recentemente, o jornalista Bruno Farias encontrou no acervo da emissora uma amostra de 2 minutos deste documento audiovisual, e assim escreveu uma matéria sobre o assunto, publicada no site da Revista de História da Biblioteca Nacional, junto à referida amostra.[4]

O 119º aniversário do Mestre Bimba foi objeto de homenagem com um "Doodle" na maior empresa transnacional de serviços online, a Google [5]

Referências

1. ↑ Mano, Lucyanne. (05/02/2011). 5 de fevereiro de 1974 - A morte de Mestre Bimba, um filho de Zumbi Arquivado em 29 de maio de 2015, no Wayback Machine . JBlog Hoje na história, acessado em 10 de fevereiro de 2011

2. ↑ López, Alberto (23 de novembro de 2018). «Mestre Bimba, o homem que abriu as portas para o 'boom' mundial da capoeira». EL PAÍS

3. ↑ Ir para:a b c Farias, Bruno. (26 de junho de 2010). Mestre Bimba[ligação inativa] Revista de História da Biblioteca Nacional, acesso em 4 de julho de 2010

4. ↑ Farias, Bruno. (maio de 2010). Recuperados trechos do vídeo perdido "Relíquias da Capoeira: Depoimento do Mestre Bimba", acesso em maio de 2010

5. ↑ «Mestre Bimba's 119th Birthday» (em inglês) Consultado em 23 de novembro de 2018

Ligações externas

• Quem foi Mestre Bimba que recebe um Google Doodle

• Mestre Bimba - A Capoeira Iluminada

• Mestre Bimba e a história da Capoeira

• Mestres - Manoel dos Reis Machado

• MANOEL DOS REIS MACHADO, O MESTRE BIMBA

• Biografia - MESTRE BIMBA[ligação inativa]

• Capoeira Regional - Mestre Bimba

PEDRO CELESTINO DOS SANTOS

BAHIA- (salvador?) nasceu em 1902

PEDRO PORRETA

PEDRO PORRETA, UM DOS MAIS TEMIDOS E PERIGOSOS CAPOEIRISTAS QUEAVELHABAHIA PRESENCIOU

Muitos foram os valentões perigosos, que causaram tumultos pelas ruas da Bahia, mas nenhum desses valentes, ficou tão afamado como Pedro Porreta, irmão mais novo de outro famoso desordeiro Pedro Piroca. Pedro Celestino dos Santos, conhecido no mundo da capoeira como "Pedro Porreta" nasceu em 1902, era alfabetizado, carregador no trapiche e peixeiro no mercado de Santa Bárbara.

O IRMÃO - Seu irmão mais velho chamava-se Pedro Alcântara da Conceição conhecido no mundo da capoeiragem como "Pedro Piroca",este teria nascido entre 1890 e 1891, tinha as mesmas ocupações do irmão no mercado e também era alfabetizado. Sobre Pedro Piroca pouco se sabe, porém sobre seu irmão Pedro Porreta, este existe mais fontes, pois a sua ficha criminal é extensa, preso inúmeras vezes por agressão a mulheres, desacato á autoridades, lesões corporais e etc.

Obs: A palavra piroca, em alguns lugares do Brasil, fazem uma chula alusão ao órgão genital masculino. Em outros lugares significa pessoa calvo(a). Porém na Bahia significa avarento, mão de vaca, pão duro. Etc.(boa alma)

ESSE TERRITÓRIO TEM DONO - Próximo ao elevador do Taboão, existia um local denominado "Baixinha", esse local ligavam as ladeiras do Poço, do Carmo e do Pelourinho, próximo ao mercado de Santa Bárbara. Pedro Porreta e Pedro Piroca eram os "donos", desse território e ali só entrava quem eles autorizassem.

SECRETAS DAPOLÍCIA-Acapoeiranaqueletempo erasinônimodeboêmia,presentenanoite,nos cabarés, no caís, nas casas de jogos, na disputa por mulheres, na bebedeira... Era difícil para a policia manter a ordem, as autoridades então davam á alguns valentões o título de inspetores de "quarteirão" ou "secretas" da policia,(capangas), assim alguns desordeiros detinham outros quando a polícia precisasse, porém, o fato de terem tais poderes, provocavam nesses homens, ainda mais vaidades, e descontrole social.

NAROTINADAS NOITES PORTUÁRIAS - Pedro Porreta, assim como Pedro Mineiro já falecido na época, foram secretas da policia, e também cafetões, responsáveis pelo aliciamento e prostituição de mulheres e homossexuais nas suas respectivas zonas portuárias, sendo conduzidos muitas vezes as delegacias por agressão contra mulheres de rua.

VALENTÃO POR EXCELÊNCIA - Existiram os bons malandros que viviam de astúcia, carisma e pequenos golpes, e existiram também perigosos valentões, capazes de terríveis atrocidades, nesse Hall de malandros perigosos e capazes de qualquer coisa, estava a figura de Pedro Porreta.

PORRETA E PIROCA x GURRUXINHA - No dia 24/12/1920, os dois bebiam em um boteco na Baixinha, quando chegaram outros dois capoeiras também temidos de outra zona portuária, os sujeitos em questão eram os arruaceiros Guruxinha e Rajado, ambos trabalhadores das do cais, ao entrarem na Baixinha Pedro Porreta chamou Rajado e perguntou: “– Que é que vocês vêm fazer nesta zona?”. Rajado explicou, que estavam indo pegar uma roupa na casa de um alfaiate que morava na Baixinha. Porém Pedro Porreta, em alto e bom som, retrucou: “– Pois estão os dois presos, porque aqui quem manda sou eu!”.Rajado então fugiu em disparada, porém Gurruxinha não reconheceu a autoridade de Pedro Porreta e o enfrentou. O irmão mais velho Pedro Piroca tomou a iniciativa de agredir Gurruxinha com uma navalha, porém Gurruxinha puxou um punhal e ambos ficaram feridos, já Pedro porreta que era um exímio capoeira, desarmou o seu inimigo e quase o matou de pancada, a briga só acabou porque a polícia chegou.

Fontes:

.Jornal o correio da Bahia 25/12/1920

.Jornal o imparcial 24/12/1920

.Jornal o dia 25/12/1920

.Agazeta do povo 25/12/1920/ (o assunto

foi as principais manchetes, dos principais jornais baianos no dia seguinte)

Porreta x PORRETAx MESTRE PASTINHA: Nesse Pedro Porreta morava em um barraco perto das Rua das Laranjeiras, onde o Mestre Pastinha, possuía uma Quitanda. O Mestre tinha ido a feira buscar bananas e deixou sua mulher tomando conta do estabelecimento, Pedro Porreta, chegou ao local querendo comprar meia-duzia de bananas. - Não temos, o meu marido foi buscar ainda agora, na feira, respondeu-lhe a mulher do mestre. Pedro Porreta já ia saindo quando avistou quatro bananas em cima do balcão, virou-se e indagou:

- E estas quarto bananas que estão aí, para quem são? - São para os bichinhos! disse a mulher do mestre pontando para uma gaiola com dois pássaros. Pedro Porreta avançou, pegou as bananas, e saiu, dizendo:

- Os bichinhos sou eu!

Assim que o mestre voltou da feira, sua mulher foi- contando o sucedido. Ao terminar o relato, o mestre saiu imediatamentea procura do seu rival, encontrando o elemento na porta da sua residência. -"Como vai mestre? O que deseja?" Disse porreta. -Vim disposto a saber uma explicação sobre o ocorrido no meu estabelecimento. Respondeu Pastinha. Porreta abriu a porta, soltou uma gargalhada e apontou as bananas dentro de uma panela cozinhando. O Mestre Pastinha, notando a expressão zombeteira de Pedro Porreta, virou-se para ele e disse: "Pedro, eu vou levar as bananas assim mesmo, só por causa do seu desaforo de invadir minha quitanda sem a minha presença e zombar da minha mulher."Ao ouvir isto, Pedro Poretta dirigiu-se ao meio da rua e desafiouo para lutar.

Mestre Pastinha aceitou o desafio e a briga prolongou-se por vários minutos, sem que ninguém tivesse a coragem de apartá-los, só terminando com uma violenta cabeçada do Mestre Pastinha, atirando-o longe, estendido junto ao passeio. Neste momento aproximou-se um senhor, que morava nas proximidades e depois de inteirar-se do motivo da briga, prontificou-se a pagar a despesa, contanto que encerrassem aquele assunto. Mestre Pastinha não aceitou o dinheiro de tal senhor, dizendo-lhe, "Meu amigo, eu agredeço a sua gentileza maso que motivou aminhabriga com Pedronão foi odinheirodespesa com as quatro bananas esim amaneira que ele procedeu." Dizendo isto retirou-se para a sua quitanda e Pedro Porreta mudou-se de seu barraco no dia seguinte.

Fonte: CapoeiraAngola na Bahia Livro do M. Bola sete

Obs: Apesar do autor não citar a data desse confronto, podemos deduzir que foi no período que o mestre pastinha esteve afastado da capoeira, pois porreta morreu em 1935, e Pastinha voltou para a capoeira em 1941. Vinte e nove anos após ter se afastado das atividades da capoeiragem em 1912.(boa alma)

PORRETAx CHICÃO;AMORTE BATE NAPORTA

Chicão era o apelido de Francisca Albina dos Santos, ela era uma das muitas meretrizes da zona portuária, Chicão era famosa por bater em homens, e com Porreta não foi diferente. O primeiro confronto entre Pedro Porreta e Chicão aconteceu no dia 29/08/1935. Na ocasião Porreta invadiu a casa da mesma para pegar uns pertences seus, queestavacom umaexcompanheirasua,quenaquelemomento abrigava-sena casadeChicão, ela então o agrediu fisicamente vindo a desmoraliza-lo a ponto de Porreta chamar a polícia para a mesma. Tanto Chicão como Porreta tinham uma extensa ficha de passagens pela polícia ambos não eram bem vistos pelas autoridades.

Obs: Fred Abreu explica que dá queixa de Chicão na delegacia e acusá-la de covardia sabendo que ele não poderia se defender, foi uma tática que porreta achou para disfarçar o seu amofinamento, pois nos velhos tempos em que porreta não levava desaforo para casa, isso não aconteceria.Abreu conclui que a surra aplicada no mesmo por Parte de Chicão, marca o fim ciclo dos grandes valentes da Bahia, restando apenas alguns que ainda resiste por pouco tempo.

Teve também um segundo confronto onde Chicão novamente saiu vencedora, porém carece de datas e fontes. Houve um terceiro confronto no dia 10/09/1935, onde Chicão teria dado um pontapé em Pedro Porreta, esse por sua vez, caíra batendo a cabeça numa guia de calçada, vindo a falecer no local. Apesar das testemunhas ninguém se pronunciou na delegacia e por falta de provas Chicão não foi acusada do crime.

Fonte: Jornal o imparcial 10/09/1935 -

Os jornais da época atribuíram a morte de Porreta ao seu vício por cachaça, segundo as notícias publicadas e declarações de outros valentes, se Porreta não bebesse tanto ele não estaria tão fraco a ponto de apanhar e morrer pelas mãos de uma mulher.

Obs: Devemos levar em conta que essas declarações são frutos da mentalidade machista da época, jamais um valentão admitiria apanhar de mulher.(boa alma)

E foi no dia 10 de setembro de 1935, que no auge dos seus 33 anos de idade, acabou se, toda a valentia, do mais temido e perigoso capoeira, que as ruas da velha Bahia, como palco e cenário, por muitas vezes presenciou as suas atuações. Porém nem Porreta, nem outros valentes, nem mesmo a polícia que tanto sofria nas suas mãos, poderiam sequer imaginar, que no final dessa peça, uma mulher seria a estrela principal. Um tapa na cara do machismo de uma época, uma prova que o sexo frágil só existe na literatura romancista.(boa alma).

Fontes: .Mestres e capoeiras famosos da Bahia; Autor PedroAbib(Pedrão de João pequeno)

Pós-Doutor em Estudos Lusófonos pela Universidade Nanterre La Defense-Paris X (2014) e Pós-Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Lisboa (2009), doutor em Ciências Sociais aplicadas à Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2004) e mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (1997). ProfessorAdjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Líder do Grupo de Pesquisa GRIÔ: "Culturas Populares,AncestralidadeAfricana e Educação", ligado ao Programa de PósGraduação em Educação da UFBA.

.Josivaldo Pires de Oliveira PELAS RUAS DABAHIA

Criminalidade e poder no universo dos capoeiras na Salvador republicana (1912-1937)

Universidade Federal da Bahia - UFB

Jornal o correio da Bahia 25/10/1920

.Jornal o imparcial 25/10/1920

.Jornal o dia 25/20/1920

.Agazeta do povo 25/10/1920/

Texto:

Antônio Luíz dos Santos Campos(boa alma)

PEDRO PORRETA EATURMADA BAIXADOS SAPATEIROS

CONHECIDO COMO CAPOEIRAVALENTÃO, CHEFE DE GRUPOS, TRABALHAVACOMO VENDEDOR DE PEIXE NO MERCADO DE SANTABÁRBARA

Pedro Porreta foi um importante líder na área da Baixa dos Sapateiros , conhecido como capoeira valentão, chefe de grupos, trabalhava como vendedor de Peixe no Mercado de Santa Bárbara, no Distrito do Pilar, famoso lugar de encontro dos praticantes da Capoeira.

ProfessorAntonio Liberac Cardoso Simões Pires

Pedro Porreta , era o apelido de Pedro Celestino dos Santos, famoso capoeira, desordeiro, e homem da lei. Ele e sua turma dominavam a área da Baixa dos Sapateiros, a famosa “Baixinha”, como era conhecida na primeira metade do século XX. O Jornal A Tarde de Dezembro de 1920 informa que “ Pedro Porreta, que é peixeiro no Mercado de Santa Bárbara e antigo desafeto de Guruxinha, chama Rajado a fala e indaga. ‘O que é que você veio fazer nessa zona. Viemos buscar uma roupa na casa de um alfaiate na Baixinha, respondeu Rajado. Pois estão os dois presos, pois aqui quem manda sou eu’, grita o Porreta, foram trocando insultos até que Piroca avança para Guruxinha e se atraca com ele”.

Pedro Porreta fazia parte de uma turma de capoeiras, desordeiros e capadócios. Por isso Pedro Porreta dá ordem de prisão, ele era uma autoridade local, morava na Rua do Tijolo e tinha o apoio de políticos e policiais aliados para manter a ordem e a desordem na região. Eles trabalhavam no Mercado Santa Bárbara (este mercado não existe mais), local de venda do peixe e de reunião dos capoeiras nas festas comemorativas da santa católica.

Outro caso que selecionamos envolve outro capoeira conhecido como Antônio Boca de Porco, também da estirpe de Pedro Porreta. Seu nome era Antonio Américo, exímio capoeira e valentão, enfrentou três praças da polícia que queriam prendê-lo. Ele feriu gravemente o policial, desferindo-lhe violenta cabeçada e galopantes. Antonio Boca de Porco ou Boca de Fogo como também ficou conhecido, trabalhava no trapiche,

e, naquele local, para os estivadores, nem a polícia poderia entrar, pois era território da Marinha, portanto eles eram autoridades, por isso ao se defender da agressão, esclareceu “eu sou uma autoridade a paisano”.

O nosso já conhecido Pedro Mineiro, também se dizia polícia secreta. Na verdade existiram muitos policiais que foram praticantes da capoeira, como o “Zebedeu do Cova”, apelido de José Albino dos Santos (conhecido de Mestre Pastinha). Ele foi convocado para prender nada mais nada menos que “Manduca Moleque”, o apelido de Manoel Bonifácio dos Santos. Manduca Moleque foi um célebre capoeira, chefe de “maltas de capoeiras” na cidade do Rio de janeiro. Migrou para a Bahia, a polícia carioca já ameaçara deportá-lo para presídios em ilhas marítimas, como de Fernando de Noronha, em Pernambuco ou na Ilha Grande, no Rio de Janeiro – lá podemos encontrar documentação referente a vários praticantes de capoeira presos e deportados, como orienta o artigo 402, que proibia a prática da capoeira.

Manduca Moleque fugiu para território soteropolitano e tornou-se o maior desafeto do capoeira policial “Zebedeu”. Certa ocasião colocou o policial para correr a pancadas até a Barroquinha, de outra vez espancoulhe com o cinturão. Zebedeu não aguentou passar tamanha vergonha e desferiu-lhe um tiro. Manduca Moleque tinha coragem, e quase recebeu o tiro, mas carregava seu patuá, objeto mágico que dá proteção aos capoeiras, a bala não o acertou. Ele dominava a cultura dos lutadores e, no momento certo, num movimento de suicídio (golpe quando o lutador se atira de cabeça sob o adversário voando em suas pernas), conseguiu mobilizar Zebedeu e, segundo testemunhas, somente não o matou porque não quis. Pedro Porreta e seus amigos também representam a capoeira do início do século XX.

CÍCERO NAVARRO

BAHIA – Salvador 27 de janeiro de 1909 – faleceu em São Paulo em 2006

MESTRE ONÇA PRETA VELHO

1909 - Nasceu Cícero Navarro no 27 de janeiro em Salvador.

1937 - Em 14 de janeiro participou na roda do II Congresso Afro-Brasileiro em Ribeira, Salvador.

1938 - Em 18 de setembro (domingo) participou numa roda em Itapagipe, Salvador, junto com M Samuel Querido de Deus. Veja as fotos de Ruth Landes abaixo.

1941 - De acordo com os manuscritos de M Pastinha em 23 de fevereiro em Gengibirra Onça Preta fez parte dos que fundaram o CECA. Um dos fundadores também é M Aberrê e em sua vez não aparece M Samuel Querido de Deus.

1942 - No 13 de janeiro nasceu em Salvador uma das suas duas filhas (com Julia Batista dos Santos) - Iraci dos Santos Navarro.

1943 - No 9 de março nasceu seu filho Jurandir Navarro.

1948 - Em 10 de janeiro em O Cruzeiro lemos que: Aluno de Aberrê foi Onça Preta, que possui destacadas „rodas de mandinga“, no Pau Miúdo e no Alto das Pombas, lugares onde proliferam os candomblés.

1959 - Mudou para Rio de Janeiro.

1960 - No 21 de julho foi fundado o grupo Filhos de Angola em Rio pelos mestres Mucungê, Dois de Ouro, Baleado, Onça Preta, Imagem do Cão e Roque.

1962 - Tem notícia sobre M Onça Preta como integrante do grupo de Capoeira Angola de M Joel Lourenço do Espírito Santo.

1963 - M Gegê informa que ele toca pandeiro no disco de M Paraná. Também participou M Mucungê.

1968 - W. Rego menciona ele em livro dele.

1972 - Em 10/11 de setembro O Dia publicou um artigo sobre ele e M Roque (leia abaixo!). Nesse tempo trabalhou como servente no Hospital de Puericultura.

1982 - Do 4 até o 7 de março participou no Projeto Capoeira Dança em Circo Voador (Rio) junto com Baleado, Leopoldina e o Grupo Senzala (M Camisa).

1985 - Mudou para São Paulo (não ensinou mais capoeira lá).

1989 - Em entrevista dele M Waldemar comenta: «Onça Preta - esse tá no Rio, velho, mas tá vivo».

2006 - Faleceu com 97 anos de idade em São Paulo.

BAHIA- Salvador - 10/out/1915 - 26/mar/1994

MESTRE CAMAFEU DE OXÓSSI

ABC de M Camafeu de Oxóssi

1915 - Nasceu no 4 de outubro na Rua Gravatá, bairro Nazaré de Salvador, filho de Faustino José do Patrocínio e Maria Firmina da Conceição.

1945 - Conseguiu sua primeira barraca no Mercado Modelo.

1961-1964 - Foi um dos primeiros alunos do curso de iorubá da UFBA, freqüentou aulas às têrças e quintas-feiras.

1966 - Viajou a Dakar à I Festival Mundial da Arte Negra com M Pastinha, M Gato Preto, M João Grande, M Roberto Satanás e M Gildo Alfinete.

1967 - Gravou seu primeiro LP Berimbaus da Bahia (escuta acima), nos 80-s relançado pelo nome Berimbau.

1968 - Philips gravou seu segundo LP Camafeu de Oxóssi (escuta acima).

1969 - Perdeu tudo no fogo de Mercado Modelo.

1971 - Inaugurou, ao lado de sua esposa Toninha, um restaurante no novo Mercado Modelo.

1976-1982 - Foi presidente do Afoxé Filhos de Gandhi.

1994 - Faleceu no 26 de março.

ÁPIO PATROCÍNIO DA CONCEIÇÃO

Galeria de fotos

M Gato Preto, M Pastinha

A viagem para Dakar: M Pastinha,

M Roberto Satanás, M Gato Preto,

M Gildo Alfinete,

M Camafeu de Oxóssi,

M João Grande

1966

M Camafeu de Oxóssigachados: M Gildo Alfinete e M Roberto Satanás

WALDEMAR RODRIGUES DA PAIXÃO

BAHIA - Salvador (Ilha de Maré, 22 de fevereiro de 1916 - Salvador, 1990), mais conhecido como

MESTRE WALDEMAR, WALDEMAR DA LIBERDADE OU WALDEMAR DO PERO VAZ

História

A vida de Waldemar como capoeirista e mestre de capoeira começa na década de 1940, onde ele implanta um barracão na invasão do Corta-Braço, futuro bairro da Liberdade, onde joga-se capoeira todos os domingos, também ensinando na rampa do mercado na cidade baixa. Praticava uma diversidade de capoeira, dos mais lentos aos mais combativos, com afirmada preferência para os mais lentos.[1]

Durante a década de 1950, a capoeira dele na Liberdade atrai acadêmicos, artistas e jornalistas. Os etnólogos Anthony Leeds em 1950 e Simone Dreyfus em 1955 gravam o som dos berimbaus. O escultor Mário Cravo e o pintor Carybé, também capoeiristas, frequentam o barracão. Mais tarde, a maior parte dos renomados capoeiristas afirmam ter grande influência na capoeira de Waldemar, na de Mestre Cobrinha Verde do bairro de Nordeste de Amaralina até na de Mestre Bimba.

De acordo com Albano Marinho de Oliveira (1956), o grupo da Liberdade começou a cantar longos solos antes do jogo (hoje chamados ladainhas). O próprio Waldemar reivindicou, em depoimento a Kay Shaffer, ter inventado de pintar o berimbau. A fabricação e venda para os turistas de berimbau foi uma fonte de renda para mestre Waldemar.

Waldemar, como bom capoeirista, andou na sombra. Ficou discreto sobre suas atividades e breve em sua fala. Mal existem fotos dele antes de velho. Não procurou a fama e, apesar de seu notado talento de cantor e de tocador de berimbau, não integrou muito o mercado de espetáculo turístico. Também, a música que se escuta nas gravações de 1951 e 1955 é coletiva, sempre tendo, ao menos, um dialogo de dois berimbaus.

Velho e impossibilitado de jogar capoeira e de tocar berimbau pela doença de Parkinson, Waldemar ainda aproveitou um pouco do movimento de resgate das tradições dos anos 1980, cantando em diversas ocasiões e gravando CD com Mestre Canjiquinha.

Na Bahia existem um bairro e uma rua que recebem seu nome. Referências audiovisuais

• Robatto Filho,Alexandre, Vadiação, filme, 1954.

• Queiroz, Mércia; Ottoni, Ricardo, Em cena: Capoeira, IRDEB, 1986. Video.

• Chagas, Raimundo & Silva, Wanda, Berimbau, Salvador:IRDEB, 1989; programa O Som dos Instrumentos; video.

Gravações

Por ordem cronológica

• Leeds,Anthony (1925-1989), Sound recordings ofAfro-Bahians, collected byA. Leeds, 1951-52. Archive of Traditional Music, Indiana University.Audio recordings and brief notes.

• Dreyfus, Simone, Bahia, Brésil capoeira, 31 octobre 1955. Paris, CNRS/Musée de l'Homme. editado em disco LP Brésil n.2 Bahia, Paris:Musée de L'Homme MH16, 1956.

• Paixão, Waldemar da, & Silva, Washington Bruno da, Mestre Waldemar e Mestre Canjiquinha, disco; 1986.

Fotografias

Livros

• Verger, Pierre (1902-1995), fotografias.[2]

• Abreu, Frederico, O Barracão de mestre Waldemar, Salvador:Zarabatana, 2003.

• Amado Jorge, Bahia de todos os Santos, guia de ruas e mistérios, 1961:210. A primeira edição é de1945.JorgeAmado atualizouoseuguia em 1960evárias vezes nos anos 1970e1980,mudando as relaões da capoeira baiana. Waldemar sumiu da última edição, 1991.

• Carybé, Hector Barnabó Paribe, dito, Jogo da capoeira, Salvador:Livraria Turista, 1951; Col. Recôncavo, nº3, p. 8.

• Ott, Carlos B., Formação e evolução étnica da Cidade do Salvador: o folclore baiano, Salvador:Tipografia Manú Editora, 1955; pp. 151–152.

• Pinto, Tiago de Oliveira, Capoeira, Samba, Candomblé. Afro-brasilianische Musik im Recôncavo, Bahia, Berlin:Dietrich Reimer Verlag, 1991; Abt. Musikethnologie VII, Neue Folge 52. Berlin, Staatliche Museen Preußischer Kulturbesitz. pp. 63–64, 245.

• Rego, Waldeloir, Capoeira Angola, ensaio socio-etnográfico, Salvador:Itapoã, 1968, pp. 61, 279;

• Shaffer, Kay, O Berimbau-de-barriga e seus toques, Rio de Janeiro:MEC, 1977 Monografias folclóricas 2, pp. 21–22, 26-27, 29, 35-37, 41, 47-48, 50, 52, 55.

• Tavares, Odorico, Bahia Imagens da Terra e do Povo, ilustrado por Carybé (Heitor Barnabo Paribe); Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 3ª ed. 1961 4ª ed. 1964, pp. 177–178;

Periódicos

• Barbosa, Guilherme dos Santos , Capueira de Angola. A Personal View of a Capueira Master, The world of music 30, 1988(2):69-85.

• Catunda, Eunice, Capoeira no Terreiro de Mestre Waldemar, Fundamentos Revista de Cultura Moderna, São Paulo, 1952. [1]

• Oliveira, Albano Marinho de, Berimbau, o arco musical da capoeira, Revista do Instituto Geográfico Histórico da Bahia, n°80, Salvador:IGHBa, 1956.

Referências

1. ↑ Capoeira palmares

2. ↑ http://www.pierreverger.org esp Verger, Pierre (1902-1995)

MESTRE WALDEMARA DA PAIXÃO

um capoeirista de grande destaque entre em os que defendiam a escola tradicional foi Mestre Waldemar da Liberdade, nascido 1916 e falecido em 1990, cantador absoluto, Capoeira desde rapaz. Teve como seus Mestres, nada menos do que Siri de Mangue, Tanabí e Canário Pardo. Frequentador assíduo das Festas de Largo, tinha o seu barracão, na Liberdade, onde ensinava e promovia as suas Rodas, muito conhecidas e apreciadas por todos e frequentadas por capoeiras e artistas como o notável Carybé. Ficou conhecido também pela qualidade e beleza dos berimbaus que fabricava. Temido e respeitado, por todos com quem jogava, teve vários admiradores e alunos, dentre eles Zacarias. Muitos e muitos capoeiristas e estudiosos, várias vezes recorrem ao Mestre que sempre atendeu a todos com a simpatia e cortesia de um Capoeira genuíno. Hoje Mestre Waldemar anda por outras Rodas, porém aqueles que passam pela Avenida Peixe, na Liberdade, ainda podem sentir a sua presença e ouvir o seu inconfundível canto, acompanhado com seu “berimbau voizero”. Toques de berimbau usados por Mestre Waldemar da Paixão:

São Bento grande, São Bento pequeno, Angola, Guarani, Ave Maria, Santa Maria, Cavalaria, Angolinha, Gegê, Estandarte e Iuna.

JOÃO PEREIRA DOS SANTOS

Nasceu em Araci, no dia 27 de dezembro de 1917 - faleceu em Salvador, no dia 9 de dezembro de 2011

MESTRE JOÃO PEQUENO

João Pereira dos Santos (Nasceu em Araci, no dia 27 de dezembro de 1917 - faleceu em Salvador, no dia 9 de dezembro de 2011)

Foi um mestre de capoeira brasileiro. Filho de Maria Clemença de Jesus, ceramista e descendente de índio e de Maximiliano Pereira dos Santos cuja profissão era vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto na Região de Queimadas. Aos quinze anos fugiu da seca a pé, indo até Alagoinhas, seguindo depois para Mata de São João onde permaneceu dez anos e trabalhou na plantação de cana de açúcar como chamador de boi, então conheceu Juvêncio na Fazenda são Pedro, que era ferreiro e capoeirista, foi aí que conheceu a capoeira.

Aos 25 anos, mudou-se para Salvador, onde trabalhou como condutor (cobrador) de bondes e na construção civilcomoserventedepedreiro,chegandoasermestredeobras. FoinaconstruçãocivilqueconheceuCândido que lhe apresentou o mestre Barbosa que era um carregador do Largo 2 de Julho, Barbosa dava os treinos, juntava um grupo de amigos e nos finais de semana ia nas rodas de Cobrinha Verde no Chame-chame. Inscreveu-se no Centro Esportivo de Capoeira Angola, que era uma congregação de capoeiristas coordenada pelo Mestre Pastinha. Desde então, João Pereira passou a acompanhar o mestre Pastinha que logo ofereceu-lhe o cargo de treinel, isso foi por volta de 1945. Algum tempo depois João Pereira tornou-se então João Pequeno.

No final dadécadadesessenta quandoPastinhanãopodiamais ensinarpassou acapoeiraparaJoão Pequeno dizendo: “João, você toma conta disto, porque eu vou morrer mas morro somente o corpo, e em espírito eu vivo, enquanto houver Capoeira o meu nome não desaparecerá”. Na academia do Mestre Pastinha, João Pequeno ensinou capoeira a todos os outros grandes capoeiristas que dali se originaram e mais tarde tornaramse grandes Mestres, entre eles João Grande, que tornou-se seu Grande parceiro de jogo, Morais e Curió. Foi aconselhado pelo Mestre Pastinha a trabalhar menos e dedicar-se mais a capoeira. Embora pensasse que não passaria dos 50 anos percebeu que viveria bem mais ao completar tal idade.

Tendo que enfrentar a dureza da cidade grande, João Pequeno também foi feirante, e carvoeiro chegou a ser conhecido como João do carvão, residiu no Garcia, e num barraco próximo ao Dique do Tororó. Sua primeira esposa faleceu, mas, um tempo depois conheceu Dona Mãezinha no Pelourinho, nos tempos de ouro da academia de seu Pastinha, constituíram família, e com muito esforço construíram uma casa em fazenda Coutos, Lá no subúrbio, bem longe do Centro onde foram morar e receber visitas de capoeiristas de várias partes do mundo. Para João Pequeno o capoeirista deve ser uma pessoa educada “uma boa arvore para dar bons frutos”. Para quem a capoeira é muito boa não só para o corpo que se mantém flexível e jovem, mas também para desenvolver a mente e até mesmo servir como terapia, além de ser usada de várias formas,

trabalhada como a terra, pode-se até tirar o alimento dela. João Pequeno vê a capoeira como um processo de desenvolvimento do indivíduo, uma luta criada pelo fraco para enfrentar o forte, mas também uma dança, ´na qual ninguém deve machucar o respectivo par. Ele defende a ideia de que o bom capoeirista sabe parar o pé para não machucar o adversário.

Algum tempo após a morte do mestre Pastinha, em 1981, o mestre João Pequeno reabre o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA) no Forte Santo Antônio Além do Carmo (1982), onde constitui a nova base de resistência, onde a capoeira angola despontara-se para o mundo, embora encontrando várias dificuldades para manutenção de sua academia, conseguiu formar alguns mestres e um vasto número de discípulos. Na década de noventa houve várias tentativas por parte do governo do estado em desocupar o forte Santo Antônio para finsdereformaemodificaçãodousodoforte,paradoxalmenteemumperíodotambémemquefoiamplamente homenageado recebendo o título de cidadão da cidade de Salvador pela câmara municipal de vereadores, Doutor Honoris Causa pela universidade de Uberlândia, e Comendador de Cultura da República pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A festa anual comemorativa de seu aniversário é um evento espontâneo da capoeira, onde se realiza uma grande roda, com a participação de vários mestres e membros da comunidade capoerana. Além de ser de impressionar a todos que tem a oportunidade de vê-lo jogar com a sua excelentíssima capoeira e mandigagem, João Pequeno destaca-se como educador na capoeira, uma autoridade maior na capoeiragem de seu tempo, um referencial de luta e de vida em defesa da nobre arte afrodescendente. Em 1970, Mestre Pastinha assim se manifestou sobre ele e seu companheiro João Grande: "Eles serão os grandes capoeiras do futuro e para isso trabalhei e lutei com eles e por eles. Serão mestres mesmo, não professores de improviso, como existem por aí e que só servem para destruir nossa tradição que é tão bela. A esses rapazes ensinei tudo o que sei, até mesmo o pulo do gato".

Fonte: Wikipédia

RAFAEL ALVES FRANÇA

Nascido na cidade de SantoAmaro da Purificação viveu entre 1917 e

COBRINHA VERDE

ByPedro JungersAbib8 de Novembro, 2010

Muito se diz sobre Besouro Mangangá. Muitas histórias, feitos, crendices. Pouco se sabe sobre sua vida de capoeirista, se procurava transmitir seus conhecimentos na capoeiragem, se tinha alunos. Muitos mestres antigos reivindicam inclusive parentesco com Besouro. Porém, do que se tem conhecimento, somente um reivindica ter sido seu aluno. Estamos falando do famoso Cobrinha Verde

Em Santo Amaro, onde nasceu e cresceu, muitas outras pessoas o ensinaram capoeira, entre eles também os famosos Espinho Remoso, Canário Pardo e Siri de Mangue, mas segundo ele, foi com Besouro que aprendeu o principal. Nascido RafaelAlves França, Cobrinha Verde recebeu esse apelido de Besouro pela sua agilidade e destreza com as pernas, que era tanta que, em certa feita, ele enfrentou sozinho oito policiais com um facão de 18 polegadas, segundo conta o próprio.

Cobrinha Verde sai de Santo Amaro e ganha o mundo, mudando de cidade em cidade, procurando pouso em casas de parentes e em bandos de cangaceiros do sertão, como o de Horácio de Matos. Muitas aventuras, muitas cidades e amores até voltar para a Bahia

E, como todo mundo sabe, capoeira é boa pra se defender, mas não livra ninguém de bala, nem de morte, por isso fortalecer suas defesas com fé e orações foi o caminho escolhido por Cobrinha Verde. Conta Cobrinha que ele possuía um breve, também conhecido como patuá, que o livrava de muitos problemas. Como da vez que dispararam contra ele uma enorme quantidade de balas, e ele desviou todas na ponta de seu facão. Essas mandingas ele aprendeu em Santo Amaro com o velho Pascoal, um africano que era vizinho da sua avó, e segundo contava Cobrinha, esse breve que possuía era vivo e ficava pulando, quando era deixado num prato virgem, depois de utilizado por ele. Mas certo dia, conta Cobrinha, que o breve foi embora e o deixou, depois de um erro que ele havia cometido

Ter sido aluno de Besouro Mangangá é um privilégio para poucos, e assim ensinar se tornava um chamado da arte. Em 1937 começa a ensinar de graça, como gostava de enfatizar, na Fazenda Garcia, depois de ter saído do exército. Nessa época convivia com Bimba e outros capoeiras famosos como Aberrê. Mas com o passar dos anos e morte de muitos dos seus contemporâneos, ele foi o mais velho capoeirista em atividade no Brasil, e um dos únicos a conhecer a técnica de jogar com navalhas entre os dedos do pé.

Na sua vida de professor, muitos capoeiras famosos beberam na fonte desse mestre; João Grande é um deles, que diz ter treinado com ele no Chame-Chame nos domingos pela manhã. Como dividia trabalhos com Pastinha, outros capoeiras como João Pequeno também beberam da fonte desse mestre. Como conta mestre João Grande, freqüentavam esses treinos também Gato Preto, Didi, Bom Cabrito, Rege de Santo Amaro, entre outros.

Vida e obra de um capoeira nesse mundo não são reconhecidas, então o maior medo de um capoeira como Cobrinha Verde, era morrer a míngua como Pastinha e Bimba. Sua profissão de pedreiro tinha rendido uma mísera aposentadoria, que não dava pra nada, mas que pelo menos não o deixava na mão. Sua fé também ajudava a não adoecer. O capoeira pra ter uma boa velhice, tem que trabalhar com outras coisas e não só viver da arte… Ô mundo injusto!

Rafael Alves França, o Mestre Cobrinha Verde, viveu entre 1917 e 1983 e foi um dos mais temidos e respeitados capoeiristas de sua época.

Nascido na cidade de SantoAmaro da Purificação, berço da capoeira baiana, afirmava ser um parente legítimo do lendário capoeirista Besouro Mangangá, mais precisamente seu primo. Foi com ele que aos quatro anos de idade que se iniciou na arte da capoeiragem. Além de seu primo, também teve a oportunidade de aprender com os mais famosos capoeiristas daquela época, como Siri de Mangue, Canário Pardo e Doze Homens.

O apelido “cobrinha-verde” foi dado pelo próprio Besouro Mangangá, devido à sua agilidade e destreza com as pernas. Foi um dos poucos conhecedores do jogo de “Santa Maria”. Toque onde os capoeiras jogavam com navalhas entre os dedos dos pés e chegou a ser o mais antigo capoeirista em atividade.

Alcançou o posto de 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande e chegou a participar da revolução de 32. Após dar baixa no exército, começou a dar aulas de capoeira na Fazenda Garcia. Também ensinou no Centro Esportivo de CapoeiraAngola Dois de Julho, localizado no nordeste deAmaralina. Chegou a dividir os trabalhos com Mestre Pastinha, onde passou seus conhecimentos para seus alunos que incluíam os futuros mestres, João Grande e João Pequeno.

Cobrinha Verde sempre ensinou a capoeira de graça. Conforme foi contado por ele próprio, seu primo Besouro o fez prometer que jamais cobraria dinheiro para ensinar a arte da capoeira. E essa promessa foi mantida até o final de sua vida.

Em determinada época de sua vida Mestre Cobrinha Verde sai do recôncavo baiano e viaja grande parte do nordestesemetendoemvárias aventuras,entreelas,acompanharobandodecangaceirosdeHorácio deMatos.

Em uma dessas aventuras contou que em certa ocasião, armado com um facão de 18 polegadas, enfrentou oito policiais que abriram fogo contra ele e com o dito facão conseguiu desviar todas as balas. Alguma semelhança com seu primo Besouro?

Esta e muitas outras façanhas eram atribuídas não só à sua agilidade e destreza, mas também a algumas mandingas quesó os baianos dorecôncavoconhecem. Contavaomestreque essasmandingas foram ensinadas por um africano de nome Pascoal que era vizinho de sua avó.

Dizia o mestre que possuía um patuá com poderes mágicos, que poderiam livrá-lo de inimigos e de algumas situações críticas, quando se metia em alguma confusão. Dizia também que esse patuá era vivo e que ficava pulando, quando era deixado num prato virgem. Mas um dia o patuá foi embora por causa de um erro que o mestre havia cometido.

Depois de muitas aventuras e “causos” para contar, Cobrinha Verde volta à Bahia, onde vive até o final de sua vida.

Em 1963, foi convidado pelo ator de cinema Roberto Batalin, para gravar um disco de capoeira, junto com os mestres Traíra e Gato. Este disco recebeu o nome de “Traíra Capoeira da Bahia”. Foi um dos primeiros do gênero e é considerada uma obra prima da capoeira.

Em 1983, Mestre Cobrinha Verde se despede deste mundo, deixando um legado digno dos antigos mestres da capoeira da Bahia.

JUVENAL HERMENEGILDO DA CRUZ

31/01/1919 - 20/03/1998

ABC de M Juvenal

MESTRE JUVENAL

1919 - Nasceu no 31 de janeiro de 1919 filho caçula da índia Maria Raimunda da Cruz.

1937 - Em 14 de janeiro participou no II Congresso Afro-Brasileiro da Bahia (veja a foto abaixo e leia mais aqui)

1940 - Em 7 de novembro ele gravou músicas de capoeira por Lorenzo Turner junto com Luciano José Silva e Manoel Oliveira. Provávelmente o cantor principal era o Luciano - talvez alguém ligado ao candomblé (escuta acima!).

1945 - Aparece no livro Bahia de Todos os Santos de Jorge Amaro como "Juvenal, jovem de 20 anos".

1946 - Jornal O Momento publicou em 16 de junho um artigo chamado "Os discípulos de mestre Juvenal desafiam um capoeirista", mencionando Juvenal como o campeão da Conceição da Praia (leia abaixo!). No fim do ano (20 de novembro?) foi fotografado por Pierre Verger para aparecer na revista O Cruzeiro em 1948.

1947 - O. Tavares em O Cruzeiro do 31 de maio falando sobre a festa de Conceição da Praia destaca ele e Bimba.

1948 - Em 10 de janeiro O Cruzeiro publicou o artigo "Capoeira mata um!" destacando M Juvenal (veja as fotos abaixo e leia mais aqui).

1951 - O. Tavares em seu livro Bahia - Imagens da terra e do povo diz que o barração de Juvenal ficou em Chame-Chame.

1953 - Em 9 de setembro o Diário Oficial listou como marinheiro de Alfândega de Salvador um Juvenal Hermenegildo da Cruz.

1978 - Em 12 de decembro de 1980 o Diário Oficial notificou da aposentadoria de um agente de transporte marítimo fluvial chamado Juvenal Hermenegildo da Cruz no dia 30 de novembro de 1978.

1998 - Faleceu no 20 de março.

PS CM Rouxinol entrevistando os familiares de M Juvenal descobriu que sua primeira mulher se chama Nair Pereira de Assis e o filho deles Romenil Assis da Cruz. A segunda mulher Olga Maria Santos da Cruz e a filha Olga Silva da Cruz.

FRANCISCO DE ASSIS

BAHIA – SANTO AMARO - 4/out/1920 - 30/mai/2016

MESTRE GIGANTE

É conhecido na roda de capoeira Angola como Bigodinho, na Roda de capoeira Regional como Gigante e pelos menos mais antigos como Pequenininho. Iniciou-se na capoeira no jardim suspenso na Barra, com Mestre Cobrinha Verde e depois foi aluno do mestre Pastinha. “Mudou de partido” quando foi a academia do mestre Bimba. Parceiro de Menino Gordo (muitas vezes confundido com ele por ser muito parecido) começou a ensinar no Seminário Central, passando depois para sua Academia “Capoeira São Gonçalo”, com sede à rua Rodrigues Ferreira 226, na Federação. Freqüentador assíduo das rodas no Lar das Pombas (aos domingos) e na Barra, no Jardim Baiano, Mestre Bigodinho tem no rol de sua criação o toque de berimbau chamado “Cinco Salomão”, que como ele diz para “jogo miudinho, embaixo, jogo miudinho no chão, só embaixo”. Além de ter participado do filme “os Cangaceiros” e ser um exímio contador de “causo”, Mestre Gigante, como um bom e apaixonado seresteiro, não rejeita um bom violão para cantar e relembrar aventuras do passado.

Calendário da capoeira, Programa Nacional de Capoeira – Projeto Capoeira Arte e Oficio – Centro de Informação e Documentação sobre a capoeira

ABC de M Gigante

1920 - Nasceu no 4 de outubro em Santo Amaro (a fonte é o video de 2006 abaixo).

Talvez pela sorte de nascer no dia 4 de outubro recebeu o nome de santo do mesmo nome. [São Francisco de Assis] nasceu em Assis, Itália, em 26 de setembro de 1181. Em 4 de outubro é comemorado o seu dia. Este gigante [!] da santidade [também] era fisicamente de modesta estatura [..]

1950-s - Aparece nas fotos de Pierre Verger e Marcel Gautherot (veja as fotos).

1964 - Aparece nas fotos junto com M Pastinha (veja as fotos).

1968 - Participou numa série de videos tocando e jogando por filme Dança de Guerra.

1980 - O Pulo do Gato (veja abaixo).

2006 - Temos uma entrevista mais longa, feita por Francisco Canindé (veja abaixo).

2007 - Gravou seu CD O Canto do Berimbauman (escuta acima).

2016 - M Gigante faleceu no 30 de maio.

com M Boa Gente. 2014 M João Pequeno, M Waldemar, M João Grande. 1989

ANTÔNIO CARLOS MORAES

BAHIA - (1923 - 1997)

MESTRE CAIÇARA

"Roupa de homem não dá¡ em menino"

Antônio Conceição Moraes, quem já não ouviu falar do famoso Mestre Caiçara da Bahia? Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estorias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também. Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre está¡ presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também dá o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco. Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagã¢, Ketu, Gegê eAngola, suas benções e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.

Mestre Caiçara (Antônio Carlos Moraes)

Caiçara marcou época na história da capoeira… provocante, controvertido, alegre, atrevido, simpático… formou uma das equipes mais brilhantes de sua época… seus alunos primavam por exibir uma capoeira bonita de se ver e eficiente.

Nas palavras de Eduardo (A.C. São Salomão/Recife/PE) foi : “Uma das lendas vivas da Capoeira; sua história mais parece tirada de livros de ficção… Numa época em que o Pelourinho não tinha o glamour de hoje, Mestre Caiçara ditava as regras num território de prostitutas e cafetões; de traficantes e malandros. Todos tinham que pedir a sua benção. Gravou um dos principais discos da Capoeira Angola onde exemplifica os diversos toques de berimbau, além de cantar ladainhas e sambas de roda.”

(Fonte: Capoeira IBECA - Instituto Brasileiro de Esporte, Cultura e Arte)

OSVALDO LISBOA DOS SANTOS

BAHIA - Salvador (1923 - dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro )

MESTRE PARANÁ -

Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como Mestre Paraná, foi um dos melhores tocadores de berimbau de todos os tempos. Nasceu em Salvador - Bahia - em 1923, sendo o primeiro a tocar berimbau na orquestra sinfônica do teatro municipal do Rio de Janeiro. Participou também no filme "O Pagador de Promessas". Esse angoleiro nato, foi aluno do Mestre Antônio Correa ex-escravo na Bahia, viajou por todo o Brasil, mostrando a capoeira e o som inigualável do seu "gunga", gravando um compacto duplo pela CBS (Capoeira Mestre Paranã¡), fato este o primeiro que se tem notícia Convidado por Mercedes Batista, foi a Portugal divulgar a capoeira jogada no Brasil. Mestre Paraná¡ fundou o Grupo de capoeira São Bento Pequeno nos anos 50, do qual com muito orgulho, constitui toda a formação do grupo Muzenza. No dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro), vítima de um súbito colapso cardíaco, morreu cantando o grande angoleiro, deixando uma lacuna em nossa capoeiragem.

Batizado Oswaldo Lisboa dos Santos, Mestre Paraná nasceu em 1922, em Salvador.

Juliana Pereira (abril de 2020)

De acordo com os depoimentos de seus antigos alunos foi nas terras baianas que ele aprendeu capoeira com Antônio Correa. Paraná mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944, quando tinha apenas 22 anos de idade, sendo, entre os capoeiristas de sua geração, um dos primeiros baianos a chegar e se estabelecer na cidade. No Rio de Janeiro, conseguiu trabalho no Instituto de Pensões e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE). Residiu no bairro de Bonsucesso, zona norte da cidade, e foi lá, nos fundos do quintal de sua casa, que na década de 1950, começou a ensinar capoeira. Mestre Paraná recebia muitas crianças, sendo fundamental o papel de sua companheira Maura Bastos, conhecida como “Tia Maura”, que recebia e acolhia os alunos.

Dentro da capoeira, Paraná ficou conhecido principalmente por ser um exímio tocador de berimbau. Carpinteiro de formação, ele mesmo produzia cuidadosamente seus berimbaus com cordas encapadas e madeira sempre envernizada. Sua reconhecida habilidade como músico levou-o a gravar no ano de 1963, pela

gravadora CBS, um compacto chamado “Capoeira – Mestre Paraná” e ainda a ser chamado para tocar berimbau e atabaque em academias, como a do MestreArtur Emídio.

De acordo com Mestre Polaco, em 1956 Mestre Paraná fundou o Conjunto Folclórico de Capoeira São Bento Pequeno. O grupo se exibiu em várias modalidades de espetáculos divulgando a cultura afro-brasileira em “noites baianas” organizadas em clubes sociais, nos desfiles carnavalescos de blocos e Escolas de Samba e em espetáculos teatrais como a montagem da peça de Dias Gomes O Pagador de Promessas, no Rio de Janeiro, em 1962, em companhia do capoeirista Joel Lourenço do Espírito Santo.

Aproveite e leia aqui o texto de Juan Diego Díaz sobre a herança musical de M. Paraná!

Mestre Paraná também teve uma parceria artística com a bailarina Mercedes Baptista, se apresentando com ela em espetáculos e festivais como o “IV Festival Folclórico do Distrito Federal”.

Paraná faleceu em 1972, aos 49 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco. Sua habilidade e talento com o berimbau sempre são elogiados pelos mestres que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Sua passagem, mesmo que breve deixou uma herança importante na história da capoeira contemporânea e hoje vários mestres e grupos reivindicam sua herança.

M. Paraná dá aulas de capoeira para jovens. Foto: acervo M. Polaco.

Neste vídeo você pode ver mais sobre Paraná e seu berimbau:

Fontes:

Entrevistas com os Mestres Cabide, Polaco, Genaro e Mintirinha.

Jornais Hemeroteca Digital da Biblioteca Digital. Cedoc Funarte.

ANANIAS FERREIRA

BAHIA - (São Félix, 4 de outubro de 1924 - Bela Vista, 21 de julho de 2016)

MESTRE ANANIAS

Quando jovem, trabalhou em lavoura de cana-de-açúcar e na indústria de fumo, antes de se mudar para Salvador, onde conviveu com mestres de capoeira e foi descoberto por produtores da cena teatral paulistana na décadade1950. Em São Paulo fundou o CentroPaulistanodeCapoeiraeTradiçõesBaianas, também conhecido como Casa Mestre Ananias, onde conduzia rodas de capoeira e de samba. [1] Morreu em 21 de julho de 2016, aos 91 anos[2] .

Referências

1. ↑ Maurício Tuffani (21 de julho de 2016). «Mortes: Morre aos 91 anos mestre de capoeira Ananias Ferreira». Folha de S. Paulo. Consultado em 21 de julho de 2016

2. ↑ Por Redação Universidade. «Morre aos 91 anos mestre de capoeira Ananias Ferreira» Jornal USP Consultado em 21 de julho de 2016

WASHINGTON BRUNO DA SILVA

Salvador, Bahia- 25-09-1925

MESTRE CANJIQUINHA

Nombre: Washington Bruno da Silva

Pais: Brasil

Ciudad: Salvador, Bahia

Nacimiento: 25-09-1925

Defunción: 1994

Origin: Mestre Aberrê

Washington BrunodaSilva

MestreCanjiquinha,nasceu a25desetembrode1925, em Salvador. Discípulo do Mestre Raimundo Aberre, natural de Santo Amaro da Purificação, Canjiquinha foi um dos capoeiras que mais visibilidade deu a sua arte, viajando por todo o Brasil em exibições e também atuando em muitos filmes entre ao quais, Barlavento (Glauber Rocha) e O pagador de Promessas (Anselmo Duarte).

A partir dos anos 60, quando a capoeira se tornou mais conhecida e divulgada no Brasil, a figura do Mestre Canjiquinha ganhou maior relevo. Sua academia tornou-se uma das principais agências de formação de novos capoeiristas com Mestre Paulo Dos Anjos, Geni, Lua – que se tornaram mestres de outros e contribuidores para a expansão da capoeira em outros países. São os responsáveis pela continuidade da herança de Canjiquinha. A este a capoeira deve uma serie de invenções sendo as mais conhecidas aquelas que ele introduziu nos toques e jogos : Muzenza, Samango, Samba de Angola.

“Canjiquinha é um capoeira jovem e ágil, fazendo com que se destaque entre os seus companheiros, porém o seu maior destaque é no canto e no toque. Canta como bem poucos e com um repertório vastíssimo, inclusive com uma grande facilidade de improvisar e de todos é quem mais tem contribuído para a adaptação de outros cânticos do folclore, à capoeira”

Fuente capoeiranacao.org

“A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo”

Washington Bruno da Silva, nasceu em Salvador (BA), filho de D. Amália Maria da Conceição. Aprendeu Capoeira com Antônio Raimundo – o legendário Mestre Aberrê. Iniciou-se na Capoeira em 1935, na Baixa do Tubo, no Matatu Pequeno. “No banheiro do finado Otaviano” (um banheiro público). Filho de lavadeira, Mestre Canjiquinha foi sapateiro, entregador de marmita, mecanógrafo. Dentre outras atividades foi também jogador de futebol (goleiro) do Ypiranga Esporte Clube, além de cantor de boleros nas noites soteropolitanas. Foi um visionário da capoeira, dizia sempre aos seus alunos” A capoeira não tem credo, não tem cor, não tem bandeira, ela é do povo, vai correr o mundo”. Tinha uma característica toda própria de tocar o berimbau, instrumento que segurava com a mão direita e tocava com a vaqueta na mão esquerda, mantendo o berimbau a altura do peito. Canjiquinha na sua ascensão, mesmo não tendo sido aluno do Mestre Pastinha foi Contra Mestre na academia deste. Ao sair fundou, já como Mestre, a sua própria academia. ASS. De capoeira Canjiquinha e seus amigos, fundada em 22/05/52, por onde passaram grandes capoeiras, alguns dos quais hoje

renomados Mestres: Manoel Pé de Bode, Antonio Diabo, Foca, Roberto Grande, Roberto Veneno, Roberto Macaco, Burro Inchado, Cristo Seco, Garrafão, Sibe, Alberto, Paulo Dedinho (conhecido hoje como Mestre Paulo Dos Anjos), Madame Geni (conhecido hoje como Geni Capoeira), Olhando Pra Lua (conhecido hoje como Lua Rasta), Brasília, Sapo, Peixinho Mine-saia, Papagaio, Satubinha, Vitos Careca, Cabeleira, Língua de Teiú, Urso, Bola de Sal, Boemia Tropical, Salta Moita, Melhoral, Lucidío, Bico de Bule, Bando, Dodô, Salomé, Mercedes, Palio, Cigana, Urubu de Botina, entre outros. Canjiquinha na sua academia jamais formou alunos, seguia a seguinte graduação: Aluno, Profissional, Contra Mestre, Mestre.

Participou também dos filmes “O Pagador de Promessas”, “Operação Tumulto”, “Capitães de areia”, “Barra Vento”, “Senhor dos Navegantes” e “A moça Daquela Hora”. Além de fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Fundou o Conjunto Folclórico Aberrê.

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Fuente portalcapoeira.com

Download livro: Alegria da capoeira http://www.portalcapoeira.com/Downloads-da-Capoeira/View-document-details/Canjiquinha-A-alegria-dacapoeira

MILTON SANTOS

BAHIA- - 25/mar/1925 - 8/jul/1994

1925 - Nasceu no 25 de março.

MESTRE BOBÓ

1962 - No 26 de dezembro fundou a Academia de Capoeira Angola Cinco Estrelas nos fundos de um quintal na casa do Senhor Mane Jegue com mais de 40 alunos, entre crianças e adultos. Ensinou a capoeira no Dique do Tororó por mais de 50 anos tendo formado grandes capoeiristas como M Moa do Katendê e M Lua de Bobó, os dois primeiros mestres formados.

1979 -Após o afastamento de M Pastinha do “19”, no Pelourinho, o M. Pastinha, doente e praticamente sem visão, precisava de alguém para tocar a capoeira no novo espaço do “51”, também no Pelô. Assim, José Luiz [M Bola Sete] convidou Mestre Bobó, que para lá foi, dando seguimento ao trabalho por um bom tempo.

1985 - O mestre ia aos Estados Unidos passando por Los Angeles e em Nova York, para participar de um festival.

1987 - No 5 de abril formou sua primeira geração de capoeiristas: Mestre Môa do Katendê e Mestre Lua do Bobó. A partir daí, Mestre Môa começou a ensinar capoeira angola na Academia de Capoeira Angola 5 Estrelas, na época no Espaço Clube de Regatas Vasco da Gama.

1988 - Participou no 2° Batismo de Capoeira Palmares Sul, em Florianópolis (escuta o áudio acima).

1989 - Participou no CD do M Jelon Vieira Capoeira: Afro-Brazilian Art Form junto com M João Pequeno e M João Grande (escuta a faixa 4 acima).

1994 - Faleceu no 8 de julho.

M Boca Rica, M João Pequeno, M Canjiquinha, M Bobó, M Gladson

Clínica de Capoeira

USP, 1991

Foto: M Michel

Acervo:Andre Fonseca

GÉRSON FRANCISCO DA ANUNCIAÇÃO

BAHIA - Gamboa na Ilha de Itaparica - 1/jul/1925 - 17/abr/2005

MESTRE GÉRSON QUADRADO

ABC de M Gérson Quadrado

1925 - Nasceu no 1 de julho filho de Maria Francisca da Anunciação e Leonardo Francisco da Anunciação em Gamboa na Ilha de Itaparica.

1937 - Começou na arte da capoeira com 12 anos de idade com o mestre Bitonha e mais tarde aprendeu com o mestre Reginaldo em Salvador.

1955 - Abandou a capoeira.

1993 - Foi puxado de novo para a capoeira pelo M Jaime.

2002 - Lançou seu primeiro CD chamado Encanto Banto num Recanto da Ilha com a Associação Cultural de Capuêra Angola Escrava Anastácia. No dia 24 de fevereiro foi publicado uma entrevista dele no Correio da Bahia.

2004 - Gravou seu CD de samba chamado Aruê Pã com o grupo Samba Tradicional da Ilha. Em agosto participou no II Encontro de Capoeira do Recôncavo Baiano em Santo Amaro.

2005 - Faleceu no 17 de abril.

DORIVAL DUTRA

Nascido em 19 de setembro de 1926 em Cosmópolis / SP,

CUICA

viveu muitos anos em Sorocaba. Teve alguns problemas com a justiça por motivos de agressão. Era conhecido pelo apelido de Cuíca. Em meados da década de 1960 já estava em Sorocaba Pedro Feitosa de Almeida, que, embora criança aprendesse capoeira no nordeste com o capoeirista Zuza.

FELIPE SANTIAGO

SantoAmaro, recôncavo baiano, no dia 11 de maio de 1927

MESTRE FELIPE DE SANTO AMARO

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Mestre Felipe Santiago nasceu na cidade de Santo Amaro, recôncavo baiano, no dia 11 de maio de 1927. A relação de mestre Felipe com a música vem de muitas décadas atrás, seu primeiro contato aconteceu aproximadamente em 1944, quando ainda jovem e, influenciado pelo seu pai com cantigas de samba de estivador, começou a participar com grupos de amigos das rodas de sambas pela comunidade. Tempos depois, aos 18 anos de idade, começou a praticar capoeira. Seu mestre foi Vivi de Popó. Seu primeiro contato com a música nas rodas da Capoeira Angola só venho acontecer no final da década de 60, cantando músicas de mestres da época e adaptando os sambas de estivador do seu pai em ladainhas e corridos para embalar as rodas de capoeira. Mestre Felipe é um santamarense que traz marcada na sua identidade e na sua memória, as tradições de um local que foi a primeira região no Brasil a receber as primeiras levas de negros escravizados vindos da África, sendo o palco, portanto, das primeiras articulações entre sujeitos de línguas e expressões culturais e, é baseado nesse passado que o mestre compõe suas músicas – ladainhas e corridos. Mestre Felipe começou a ser visto como importante remanescente da história da capoeira tradicional de SantoAmaro a partir dos 60 anos de idade, desde então passou a ser convidado para participar de eventos de capoeira em todo o Brasil, além de gravações de discos, documentários e a receber títulos e homenagens. Gravou mais de 60 músicas além de um documentário.

filho de Maria Quintiliana dos Santos e Pedro Celestino dos Anjos nasceu em 11 de maio de 1927, perdeu os pais muito cedo, dos 20 filhos só restou ele, exímio cantador, compositor e tocador de berimbau iniciou na capoeira com Mestre Arlindo, depois foi aluno de Mestre Vivi de Popó com quem aperfeiçoou suas técnicas e habilidades.

JOSÉ DE BARROS PRADO

nasceu em Tietê por volta de 1927

ZÉ JAÚ

Zé Jaú, negro esguio, alto (cerca de 1,90 metros de altura), magro, e muito bom de pernada. Era ágil e ninguém podia com ele. Foi o mais famoso e valente negro da pernada sorocabana. Isso lá pelos idos de 1950. Seu nome completo era José de Barros Prado e nasceu em Tietê por volta de 1927. Segundo o cururueiro Daniel Araújo, que trabalhou com Zé Jaú nas Indústrias Barbéro, a partir do ano de 1955, a pernada era um “tipo de capoeira, com bastante agilidade”. Quem praticava a pernada conseguia lutar com relativa facilidade com três ou quatro oponentes.Apesar de não ser praticante da pernada, DanielAraújo foi muito amigo de Zé Jaú, antes mesmo de trabalharem juntos, e presenciou várias brigas em salões de baile envolvendo o pessoal da pernada. Era chute, cabeçada, rasteira... (Fonte: Cavalheiro, Entrevista cedida por telefone dia 14.12.2003, às 21 horas.) Zé Jaú morou no bairro do Vergueiro e era filho de Chico Gato. Casou-se com Luzia Arruda e foi morar na rua Santa Rosália. Faleceu em 1964. Ainda pequeno veio para Sorocaba. Fazia parte do pessoal da pernada em Sorocaba o Mula, o Vadeco, o Luizão entre outros. Ainda pequeno veio para Sorocaba. Fazia parte do pessoal da pernada em Sorocaba ainda o Mula, o Vadeco, o Luizão entre outros. (Fontes: Entrevista feita por Carlos Carvalho Cavalheiro com Daniel Araújo e sua esposa Inês, realizada no dia 21.02.2004; Sobre o Zé Jaú: entrevista com Luzia Arruda no dia 20.02.2004 feita porAdilene Ferreira Carvalho Cavalheiro e entrevista com DanielAraújo e sua esposa Inês, realizada no dia 21.02.2004 por Carlos Carvalho Cavalheiro eAdilene Ferreira Carvalho Cavalheiro.Ainda, entrevista por telefone com Maria José Lima no dia 20.02.2004 feita por Carlos Carvalho Cavalheiro.)

A história da capoeira em Sorocaba | Portal Capoeira

MESTRE MESSIAS

BAHIA - 6 de agosto de 1927 no distrito de São Brás

filho de Isidora Santana Pereira e Paulo Cândido de Almeida, nasceu em 6 de agosto de 1927 no distrito de São Brás, aos 20 anos já era Mestre, grande capoeirista tinha a destreza e habilidade no jogo com facas e navalhas, curandeiro, pescador trabalhava com manifestações culturais como o Bumba Meu Boi, Samba de Roda, ainda jovem aprendeu com Mestre Lió a pegar uma agulha com a língua depois de soltar o golpe de meia lua de compasso, Mestre Messias era do tempo de pegar um lenço com dinheiro no chão com a boca entre outras histórias, recebeu o título de Grão Mestre ainda em vida no ano de 2011 lamentavelmente veio a óbito do dia 9 de fevereiro de 2019

FIRMINO DINIZ

nascido em 1929 em São Luís - Maranhão

FIRMINO DINIZ - 1929 – 2014

Mestre DINIZ

Mestre Firmino Diniz – nascido em 1929 –, teve os primeiros contatos com a capoeira na infância, através de seus tios Zé Baianinho e Mané. Mestre Diniz se referia, ainda a outros Capoeiras da época de sua infância, como “Caranguejo”, apelido vindo de seu trabalho de vendedor dessa iguaria, que costuma tocar berimbau na “venda” de propriedade de sua mãe, localizada no bairro do Tirirical. Viu, algumas vezes, brigas desse capoeirista com policiais. (SOUZA, 20024, citado por MARTINS, 2005, p. 30)5 .

Mestre Diniz teve suas primeiras lições no Rio de Janeiro com “Catumbi”, um capoeira alagoano. Diniz era o organizador das rodas de capoeira e foi um dos maiores incentivadores dessa manifestação na cidade de São Luís.

Quando do “Renascimento” da capoeira em São Luís, com a chegada de ROBERVALSEREJO no início dos anos 60 e a criação do Grupo “Bantus“, do qual participavam, além de Mestre Roberval Serejo, graduado por Arthur Emídio; Mestre Diniz (aluno de Catumbi, de Alagoas), Mestre Jessé Lobão (aluno de Djalma Bandeira), de Babalú; Gouveia [JoséAnunciação Gouveia]; Ubirajara; Elmo Cascavel;Alô; Patinho [Antonio José da Conceição Ramos]; e Didi [Diógenes Ferreira Magalhães deAlmeida].

Firmino Diniz, conhecido também como Mestre Diniz ou Velho Diniz. Também serviu a Marinha no Rio de Janeiro e seu mestre foi o alagoano Catumbi. Alguns capoeiras que treinavam com Serejo e posteriormente com Gouveia passaram a frequentar as rodas realizadas pelo Mestre Diniz. Com isso, o mestre deu grande impulso para a popularização da capoeira, conseguindo instrumentos e organizando as rodas. Sobre isso, RobertoAugustoA. Pereira diz que: No código de Posturas deTuriaçu foi proclamada uma Lei – de no. 1.341, de 17 de maio de 1884 – em que constava no artigo 42 a proibição da prática denominada jogo de capoeira ou carioca, com multa aos contraventores e se reincidente o dobro e 4 dias de prisão.

(...) quando o Mestre Diniz chegou por aqui, as rodas eram feitas por poucas pessoas, sem uniforme, ao som de palmas, ou de no máximo, um pandeiro para marcar o compasso do jogo. Quem tinha instrumento nesse tempo? Atabaque era coisa rara, berimbau era mais difícil ainda de encontrar. (PEREIRA, 2009, p. 12)

BOÁS, Marcio Aragão. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. São Luís 2011

4 SOUSA, Augusto Cássio Viana de Soares. A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS: DINÂMICA E EXPANSÃO NO SÉCULO XX DOS ANOS 60 AOS DIAS ATUAIS. Monografia (Graduação em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002

5 BRITO, Nelson Brito. UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE SAPO PARA A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS, monografia de graduação em Educação Física orientado pelo Prof° Drdo. Tarciso José Melo Ferreira, 2005

PEREIRA, Roberto Augusto A. Roda de Rua: memórias da capoeira do Maranhão da década de 70 do século XX. São Luís: EDUFMA, 2009.

PEREIRA, Roberto Augusto A. O Mestre Sapo, A passagem do Quarteto Aberrê por São Luís e a (Des)Construção do “Mito” da “reaparição” da capoeira no Maranhão dos anos 60. In: Recorde: Revista de História do Esporte. Vol. 3, n. 1. Rio de Janeiro, 2010.

DANIEL COUTINHO

nasceu em Salvador (BA),

MESTRE NORONHA-

DANIEL COUTINHO nasceu em Salvador (BA), na Baixa dos Sapateiros e iniciou seu aprendizado na Capoeiracom Cândidoda Costa (CândidoPequeno)aos 8anos deidade. Foi engraxate,estivador, doqueiro, trapicheiro e ajudante de caminhão. Junto com Livino, Maré, Amorzinho, Aberrê, Percílio, Geraldo Chapeleiro, Juvenal Engraxate, Geraldo Pé deAbelha, Zehí, Feliciano Bigode de Seda, Bom Nome, Henrique Cara Queimada, Onça Preta, Cimento, Argemiro Grande, Argemiro Olho de Pombo, Antônio Galindeu, Antônio Boca de Porco, Cândido Pequeno (Argolinha de ouro), Lúcio Pequeno e Paquete do Cabula fundou o “Primeiro Centro de Capoeira Angola do Estado da Bahia”, em Ladeira da Pedra, Gengibirra, na Liberdade. Com Livino fundou, também o “Centro de Capoeira Angola da Conceição da Praia”. Deixou seus manuscritos organizados por Fred Abreu e publicados pelo Programa Nacional de Capoeira, intitulado “ABC da CapoeiraAngola”

O Legado de Mestre Noronha | Portal Capoeira - Muito sobre as memórias dos tempos dos valentões e dos grandes capoeiristas do início do século XX, chegou até nós graças a um costume que o Mestre Noronha (Daniel Coutinho por batismo) tinha, de anotar nomes, datas, locais e “causos” envolvendo os personagens envolvidos com a capoeiragem da Bahia. O “A.B.C. da CapoeiraAngola” foi um livro organizado pelo nosso grande pesquisador da capoeira – Frede Abreu, a partir dos manuscritos deixados por Noronha, e se tornou um grande legado para todos aqueles que pretendem saber mais sobre esta arte-luta, e de tudo aquilo que estava ao seu entorno. Capoeira e seus personagens, a política e seus políticos, festas populares, economia, repressão policial, história do Brasil, são alguns assuntos abordados por este grande mestre da capoeira em seus manuscritos, que posteriormente à sua morte, Frede Abreu transformou em livro, como forma de perpetuar essa memória.

Noronha teve o privilégio de vivenciar os momentos áureos da capoeira baiana do início do século XX. E nos deixou relatos belíssimos desses tempos. Desde a perseguição dos capoeiras, devido à política vigente na época, até a sua visão de decadência dessa arte, norteada pela imagem das academias formadoras de capoeiras.

ARTUR EMÍDIO DE OLIVEIRA

nasceu em 1930 em Itabuna (Bahia),

MESTRE ARTUR EMÍDIO

ARTUR EMÍDIO DE OLIVEIRA nasceu em 1930 e viveu toda sua juventude em Itabuna (Bahia), onde completou os estudos até o ginásio. Saiu de Itabuna no início da década 1950, quando tinha pouco mais de 20 anos de idade. Roberto Pereira (2018, p. 7-8) sugeriu que teria sido motivado pela leitura numa revista sobre lutas entre capoeira e jiu-jitsu. Artur primeiro foi para São Paulo onde desafiou lutadores de diversas modalidades. Na capital paulista Artur Emídio residiu por mais ou menos um ano. Depois dessa pequena temporada em São Paulo, se estabeleceu no Rio de Janeiro a partir de 1953 (Lacé, 2002, p. 226).

Aprendeu capoeira “na rua, no rés do chão”, aos 7 anos de idade, com “Paizinho” (Teodoro Ramos), seu mestre. Com a morte de Paizinho em 1945, Emídio assumiu a academia, ainda aos 15 anos de idade. Apesar da pouca idade passou a ensinar aos alunos de Paizinho e logo começou a ganhar notoriedade, recebendo até alunos de Salvador.

O início da trajetória de Artur Emídio em São Paulo e no Rio de Janeiro é marcado pelas lutas de ringue. Na primeira luta de que temos notícia no Rio, em 29 de junho de 1953, enfrentou Rudolf Hermanny, aluno de Sinhozinho, e perdeu por nocaute. Talvez por isso tenha visitado a academia dos Gracie, onde deve ter apreendido algumas noções de jiu-jitsu.

Artur Emídio bem jovem, em foto de viagem. Foto:AcervoAndré Lacé.

Acabou sendo praticante do que se chamava, na época, de luta livre. No entanto, fazia questão de afirmar a superioridade da capoeira sobre outras lutas. Uma das questões nessas lutas entre modalidades diferentes foi o uso do uniforme e outra foi a dos golpes permitidos.Artur Emídio recusava-se a usar quimono e exigia lutar de calção, calçado de tênis e empregar todos os golpes de capoeira.

Ele e Robson Gracie protagonizaram uma das lutas mais famosas no ringue. No fatídico dia 13 de abril de 1957, como relataoDiárioCarioca,Emídio foi“derrubadologo nocomeço”,sofrendo“estrangulamento pelas costas”. A luta durou apenas quatro minutos. As derrotas levaram Emídio a procurar outros caminhos para a sua arte e sua carreira de capoeirista, no entanto, a experiência do ringue marcou o seu estilo – rápido e objetivo. Mestre Burguês, que conviveu com Artur Emídio na década de 70, caracteriza seu estilo assim: “Eu vi várias vezes ele dando aula. Ele tinha uma preocupação muito grande com a objetividade, a eficiência da capoeira. A capoeira é luta, mas o capoeirista sempre procurando descer, esquivar, não ter o confronto direto de o cara chutar e querer bloquear com o golpe.” As entradas e a velocidade passaram a caracterizar o estilo de Emídio, como lembra Mestre Silas: “O símbolo doArtur Emídio era o raio, porque ele era muito veloz”.

Começou a dar aula na academia de luta livre de Waldemar Santana, em Higienópolis. Essa academia era localizada em cima da farmácia Rio Novo, naAvenida dos Democráticos, 1313, lugar ondeArtur também trabalhou como massagista. Algum tempo depois instalou sua própria academia na rua Manuel Fontenele, a rua detrás da farmácia. Nesse momento havia poucos lugares para se praticar capoeira no Rio de Janeiro e a “Academia de Capoeira Artur Emídio” foi uma das primeiras na cidade. A roda de domingo na academia de Artur teve um papel muito importante no desenvolvimento da capoeira contemporânea carioca, e mesmo brasileira, por ter sido um ponto de encontro importante entre capoeiristas de vários estilos. Conforme depoimento de Mestre Paulão: “Na roda do Mestre Artur Emídio vinham mestres de todo o Brasil, […] ali concentrava o subúrbio, a zona norte e a zona sul, era uma capoeira eclética.” A bateria da roda era formada por exímios tocadores de berimbau, como os mestres Paraná e Mucungê. A partir da década de 1960, Artur Emídio abandona o ringue e passa a se dedicar exclusivamente à capoeira, seja cuidando de sua academia, seja fazendo apresentações pela cidade, arbitrando em competições de capoeira (como o Berimbau de Ouro) ou se envolvendo na Federação Carioca de Pugilismo, que então começava a institucionalizar a capoeira, formalizando a prática e estabelecendo regras. Ele também trabalhava como massagista e, conforme depoimento de M. Gegê, Artur orgulhava-se muito de ter tratado Martha Rocha, após ser consagrada Miss Brasil, em 1954.

Batizado naAcademiaArtur Emídio, repleto de grandes nomes da capoeira.AcervoAndré Lacé.

Artur Emídio destacou-se como um dos mestres que mais divulgava a capoeira em vários espaços e mídias, desde aulas a shows e programas de TV. Em entrevista concedida à Revista do Esporte, em 1959, ele já afirmava: “[se] as autoridades brasileiras me apoiarem, mostrarei que não existe esporte mais bonito ou exercício mais perfeito para o corpo humano do que a nossa capoeira”.

Com Djalma Bandeira (um de seus primeiros alunos), apresentava-se com um número de capoeira no espetáculo de variedades folclóricas “Skindô”. O empresário Abraão Medina os contratou para se apresentarem acompanhando o show do Nelson Gonçalves, em Nova York, Paris, Acapulco e Buenos Aires. É acertado dizer queArtur foi um dos pioneiros na internacionalização da capoeira.

Artur Emídio formou muitos mestres importantes como Djalma Bandeira, Paulo Gomes, Mendonça, Leopoldina e Roberval Serejo, transmitindo para a posteridade seu estilo e sua agilidade, características que marcaram a emergente capoeira contemporânea.

Artur Emídio de Oliveira, 1930-2011

Por Geisimara Matos & Matthias RöhrigAssunção (junho de 2019)

Fontes:

Jornais da época consultados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional;

MestreArtur Emídio, Pigmeu no atabaque e Mestre Gilberto cantando uma ladainha. Foto:Acervo M. Paulão da Muzenza. Leopoldina,André Lacé,Artur e Celso, no Largo daApoteose, durante o Rio World Capoeira Meet, 1984. Foto:Acervo M.André Lacé.

Entrevistas com M.Artur Emídio (2011), M. Burguês (2018), M. Paulão Muzenza (2016), M. Silas (2014). Para saber mais:

Ferreira, Izabel, Acapoeira no Rio de Janeiro, 1890-1950. Rio de Janeiro: Novas idéias, 2007. Lacé,André. Acapoeiragem no Rio de Janeiro. Editora Europa. Rio de Janeiro, 2002.

Pereira, Roberto Augusto A., O mestre Artur Emídio de Oliveira e a defesa da capoeiraem enquanto “Luta Nacional”. Recorde, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 1-24, jul./dez. 2018.

Pires, Antonio Liberac Cardoso Simões, Culturas Circulares. A formação histórica da Capoeira Contemporânea no Rio de Janeiro. Curitiba: Editora Progressiva, 2010.

MestreArtur Emídio – CAPOEIRACONTEMPORÂNEA(capoeirahistory.com)

MestreArtur Emidío

HOJE, 02 DE MAIO DE 2011, O RIO DE JANEIRO PERDE SEU GRÃO MESTRE MAIOR, MESTRE ARTUR EMÍDIO FEZ SUA PASSAGEM E DEIXA SAUDADES EM TODO O RIO DE JANEIRO. VAI PARADEUS MESTRE! BOM RETORNO. NOSSOAXÉ!

MestreArtur Emídio ainda é lenda viva da Capoeira, arte que conheceu em todas as suas dimensões. Foi aluno demestrePaizinho,outropersonagemlendáriodaregiãodeIlhéus eItabuna.Estabeleceu-senoRiodeJaneiro, onde ajudou a introduzir a Capoeira e conheceu grande sucesso. Considerado o Mestre dos Mestres do Rio de Janeiro.

Nome:Artur Emídio Sobrenome: De OliveiraData de Nascimento: 31/03/1930 Cidade: Itabuna (BA)

Brasil

Naturalidade: Brasileiro Grupo de Capoeira: Escola de Capoeira Artur Emídio Gráu: Cordel Branco (Grã Mestre)Tempo de Capoeira: 69 anos

Artur Emídio de Oliveira nasceu em Itabuna, sul da Bahia, em 31 de março de 1930.Morava com os pais, fazendeiros, numa casa modesta da então "Rua Direita", no bairro do Pontalzinho. Começou a praticar a Capoeira quando tinha apenas sete anos, com Mestre Paizinho, Teodoro Ramos, discípulo do Mestre Neném, de origem africana. Paizinho às seis horas da manhã ia diariamente acordá-lo para treinar. O Mestre conta sobre essa época: "a prática da Capoeira era proibida. Treinava-se no alto dos morros, nas vielas, à noite e sempre escondido. Muitas foram as vezes que o meu Mestre foi preso. Mas no dia seguinte a fiança era paga, e ele saía. E, de noite, voltava a ensinar Capoeira, praticada por amor! É ... naquele tempo era assim: bastava gingar. Gingou ia preso! Mas já a praticavam comerciantes, estudantes, universitários, gente pobre e gente rica!" Quando completou 15 anos de idade seu mestre faleceu. Mestre Paizinho foi uma figura misteriosa sobre a qual se criaram diversas histórias, inclusive sobre sua morte. Segundo Artur Emídio, ele morreu de "morte morrida", atacado por meningite, mas até hoje há quem se refira à sua morte "heroica" . Há quem conte, que nas noites enluaradas de Itabuna e Ilhéus, que ele tentou voar do alto de um coqueiro utilizando folhas depalmeiras como asas, como fez Ícarona GréciaAntiga.Aexperiênciaterminouna suaquedaemorte. Aindaadolescente,Artur Emídio deliciavaplateias decircos eparques dediversões deItabunacom programas de "luta livre", que se constituíam em demonstrações de habilidade nas artes marciais ainda pouca conhecidas e, principalmente, na arte daCapoeira.Com 23 anos (1953)sai de Itabuna paraSãoPaulo, a fim delutarcontra Edgar Duro, lutador de Luta Livre. E sagra-se vencedor! Em 1954 vai ao Rio de Janeiro para lutar contra Hélio

Morreu um grande mestre de capoeira!

Gracie, lutador de Jiu-Jitsu. E o empate é o resultado da luta! O MestreArtur Emídio é o precursor da Capoeira do Rio de Janeiro. Em 1955 se mudou para o Rio de Janeiro com sua família, naquela época segundo Mestre Artur a única capoeira que existia no Rio de Janeiro era do Mestre Sinhozinho, uma capoeira que não existia ritmo, não tinha berimbau, pandeiro, atabaque, somente tinha luta. MestreArtur Emídio conta: "Na academia de Sinhozinho o que rolava era pancadaria e esse não era meu tipo de ensinar a capoeira". Nesta época Sinhozinho e Artur foram convidados para fazer uma apresentação de capoeira no exército, os alunos de Sinhozinho entraram de sunga metendo soco um na cara do outro, um coisa horrível longe das raízes da capoeira, já os alunos deArtur jogaram capoeira, foi um sucesso. Nos ringues, enfrentou lutadores de primeira linha, como Rudolf Hermany, Robson Gracie, Carlos Coutinho (da Bahia), Carbono (do Rio) e Edgar Duro (de São Paulo). Enfrentou, com sucesso, alguns alunos do Mestre Bimba que cruzaram seu caminho. Seu primeiro aluno foi Djalma Bandeira, companheiro de viagens ao exterior, com quem o Mestre se aprimorava na Capoeira. Foi um dos pioneiros na difusão internacional da Capoeira, realizada através de viagens a cerca de 20 países. Exibiu-se, também, para o ex-Presidente Getúlio Vargas, em Salvador: "... quando os berimbaus pararam, o ex-Presidente levantou-se e veio cumprimentar-me: 'parabéns rapaz. Esse é um esporte verdadeiramente brasileiro! E você sabe praticá-lo!', foi o que me disse então o ex-Presidente." Foi um dos pioneiros na difusão internacional da Capoeira, realizada através de viagens a cerca de 20 países.Artur Emídio formou muitos alunos entre eles os mestres: Celso (Engenho da Rainha), Mendonça (criador dos cordéis) , Paulo Gomes (falecido, fundador da ABRACAP), Vilela. Uma artrose no joelho esquerdo o impossibilita de continuar jogando e ensinando Capoeira. Continua, porém, em permanente contato com o Mundo da Capoeira e profere palestras sobre a Capoeira, seus fundamentos e sua História: "Mestre Bimba e Mestre Pastinha já morreram, mas eu não, quando eu puder voltarei a dar aula, tenho muita coisa para ensinar que nunca vi ninguém fazer."

Ninho do Carcará: Mestre Artur Emidío (alexcarcara.blogspot.com)

(60) O MESTRE ARTUR EMÍDIO DE OLIVEIRA E A DEFESA DA CAPOEIRAGEM ENQUANTO " LUTA NACIONAL " 1

MESTRE ARTUR EMÍDIO DE OLIVEIRA AND THE DEFENSE OF CAPOEIRAGEM AS "NATIONAL FIGHT" | Roberto Augusto A. Pereira - Academia.edu

DAMIONOR RIBEIRO DE MENDONÇA

SERGIPE - nasceu em 16 de julho de 1931, emAracaju, ele veio para o Rio de Janeiro na década de 1950.

MESTRE MENDONÇA

Geisimara Matos & Matthias RöhrigAssunção (abril de 2020)

Filho de general de Exército, ele estabeleceu residência no bairro do Grajaú, zona norte da cidade. O interesse pela capoeira se deu a partir do ano de 1964, momento em que começou a trabalhar no serviço de segurança no Banco do Brasil. Naquela ocasião, decidiu, com alguns companheiros de trabalho, que a capoeira seria uma ótima atividade complementar à sua profissão.

A partir desse momento começou a praticar a capoeira com Artur Emídio, que escolheu como seu mestre. Entretanto, segundoMestreBebeto, também aprendeucapoeira com ogrupoBonfim,queseramificavanessa época pela Zona Norte do Rio de Janeiro. Na década de 1970 Mestre Mendonça dava aulas de capoeira no Satélite Clube do Banco do Brasil.

O interesse de M. Mendonça pela capoeira passou a abranger as políticas públicas direcionadas para o que ele entendia como esporte.

Homenagem da Federação Sergipana de Capoeira a Damionor Mendonça.AcervoAndré Lacé. Apartir de 1967 começou a lutar pela regulamentação da capoeira. Durante o Segundo Simpósio de Capoeira, em 1969, foram escolhidos representantes de cada estado para a redação do de um pré-projeto de regulamentação da capoeira, que seria enviado ao Departamento de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo. Damionor Mendonça foi escolhido para representar o então estado da Guanabara.

Como responsável pelo projeto, que passou a vigorar como “Regulamento Técnico da Capoeira” a partir de 1973, é creditado a ele a criação do sistema de graduação em cordéis na capoeira nas cores: verde, amarelo, azul e branco com o objetivo de criar uma hierarquia entre os praticantes da capoeira. Baseados nas cores da bandeira do Brasil, os estágios vão desde o cordel verde até o cordel branco de mestre. Como não existia, na época, uma roupa padrão para os capoeiristas, foi instituído o uniforme branco – inspirado na roupa branca tradicional dos antigos capoeiras na Bahia - como o uniforme oficial de seus praticantes.

M. Mendonçafoimuito ativonacomissãodemestres decapoeiranaFederaçãoCariocadePugilismoe,depois também, na Confederação Brasileira de Capoeira, até uma idade avançada. Além disso, era um estudioso da capoeira e compositor de várias músicas tocadas em rodas de capoeira. Pela sua dedicação à capoeira desportiva recebeu várias homenagens como o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. M. Mendonça faleceu em 2017.

Saiba mais:

Aproveiteparaouvir aqui aentrevistaqueAndréLacé fez com DamionorMendonça eSamuelTaets, em 1975, para seu programa Roda de Capoeira, na Rádio Roquette Pinto

Fontes:

Entrevista Mestre Bebeto

EntrevistaAndré Lacé (2018)

Entrevista Mestre Silas (2018)

https://www.rabodearraia.com/capoeira/news/nota-de-falecimento-mestre-mendonca.html

http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/O-Legado-de-Mestre-Mendonca-para-a-Capoeira/

DEMERVAL LOPES DE LACERDA

nascido o 12 de fevereiro de 1933 no Rio de Janeiro.

MESTRE LEOPOLDINA - (12/02/1933 –17/10/2007)

Demerval Lopes de Lacerda, Mestre Leopoldina nascido o 12 de fevereiro de 1933 no Rio de Janeiro. Iniciouse na capoeira na década de 1950, com Joaquim Felix de Souza, Mestre Quinzinho, um temido malandro de favela que já tinha processo penal por morte, herdeiro das violentas maltas de capoeira que aterrorizaram o Rio de Janeiro no século XIX.

Depois que mestre Quinzinho foi assassinado na década do 50 na Colônia Penal, o Mestre Leopoldina sumiu das ruas por medo a represarias por inimigos de Quinzinho. Logo continuou seu treino com o baiano Mestre ArturEmídio queabriu umaacademiae influenciouacapoeira Cariocana década50e 60baseado no método sistematizado de Mestre Bimba.

Mestre Leopoldina começo a dar aula em 1961 na academia Guanabara, no Rio de Janeiro, e graças à capoeira viajou na Suíça, Itália, Amsterdam, Alemanha e Senegal. O mestre tem muita afinidade com o povo de rua, na chamada lei dos malandros, com a filosofia da malandragem, que é a estratégias de não confronto. Sua visão de mundo e sua relação com a malandragem transparecem em suas histórias e suas músicas.

Protagonista do documentário “Mestre Leopoldina, A Fina Flor da Malandragem”, 2005. O documentário narra a vida de Mestre Leopoldina, de vendedor de bala na Central a Mestre de Capoeira reverenciado mundialmente, feito por seu aluno Mestre Nestor Capoeira.

Foi criado pela mãe e depois por tias e outras senhoras que o acolheram. Menino ainda, fugiu de casa para vender balas junto a outros moleques que dominavam as linhas da Estrada de Ferro Central do Brasil, que une o centro da cidade aos subúrbios mais distantes do Rio. Foi na Central do Brasil que ele se formou e fez pósgraduação em malandragem, aproximadamente em 1950.

Adolescente, foi, por vontade própria, numa época de vacas muito magras, para o SAM - o temido Serviço de Assistência ao Menor. Leopoldina não tinha reclamações desta época; ao contrário, jovem malandro criado nas ruas, entrou logo para o time dos “diretores”. Entre outras coisas, aprendeu a nadar, dando regularmente a volta na ilha onde estava situado o reformatório, o que lhe deu uma excelente forma física.

Ao sair do SAM, já com 18 anos em 1951, e velho demais para vender bala e amendoim nos trens, começou a vender jornais e logo montou uma equipe de pivetes. Pela primeira vez, começou a ganhar dinheiro, vestir altas becas e frequentar o mulherio da Zona do Mangue, onde fez fama devido ao tamanho de seu pênis. Leopoldina frequentou as prostitutas, não raro mais de uma vez ao dia, sem usar qualquer proteção, como as camisinhas de Vênus, e incrivelmente nunca pegou doenças venéreas.

A Capoeira

Foi nessa época que conheceu Quinzinho, Joaquim Felix, um jovem e perigoso marginal, chefe de quadrilha, que já havia cumprido pena na Colônia Penal e carregava algumas mortes nas costas. Quinzinho era capoeirista e foi o primeiro mestre de Leopoldina na arte da “tiririca”, a capoeira dos malandros cariocas, sem berimbau, descendente da capoeira das maltas dos anos 1800.

Alguns anos mais tarde, Quinzinho foi, mais uma vez, preso e, desta vez, assassinado na prisão. Leopoldina sumiu da área, com medo de represálias de marginais inimigos. Quando voltou às ruas, conheceu Artur Emídio, chegado recentemente de Itabuna, Bahia. Tornou-se aluno de Artur por volta de 1954, conhecendo então a capoeira baiana jogada ao som do berimbau.

Mais tarde, Leopoldina foi trabalhar no Cais do Porto e acabou conseguindo entrar para a Resistência, um dos ramos da estiva. Aposentou-se cedo, antes dos 45 anos de idade devido a um acidente de trabalho (que, felizmente, não deixou sequelas) e pode viver mais intensamente a vida de capoeirista e malandro alto-astral.

A Mangueira

Outro aspecto importante da vida de Leopoldina foi seu relacionamento com o samba. Saiu com a Mangueira, pela primeira vez, no carnaval de 1961, aos 28 anos de idade. A Mangueira foi a primeira escola de samba a colocar a capoeira em seus desfiles, o que deu grande visibilidade à capoeira. Leopoldina chegou a organizar um grupo de 60 capoeiristas na ala V.C. Entende, a ala show da Mangueira. E continuou saindo até aproximadamente 1974.

O mestre

Quinzinho (aprox.1925-1950) - Joaquim Felix: foi um jovem marginal temido e bastante conhecido em sua época.

Leopoldina contou (num depoimento a Nestor Capoeira, gravado em DVD, em 2005, Mestre Leopoldina, o último bom malandro), como conheceu seu primeiro mestre, Joaquim Felix, o Quinzinho, por volta de 1950; quando Leopoldina tinha uns 18 anos de idade e Quinzinho tinha, talvez, uns 23 anos de idade.

Leopoldina: ‘Eu olhava pra ele [Quinzinho], olhava para os caras em volta, e ele berrava pra mim - ‘Desembandeira!’. Quando eu me preparava pra atacar, ele fazia aquelas coisas com o corpo. Eu pensei: ‘Vou matá-lo!’. Dentro da Central do Brasil, escondido nos trilhos, eu tinha uma faca de 8 polegadas que eu costumava esconder ali. De madrugada, eu pegava a faca e caía na noite. Então eu deixei o Quinzinho e entrei na Central pra pegar aquela faca. Neste momento, um jornaleiro que nunca mais vi, acho que já morreu, chamado Rosa Branca, me perguntou: - ‘o que é que tá acontecendo?’. Ele me viu muito agitado e perguntou: - ‘o que é que tá acontecendo?’. Eu respondi: - ‘Quinzinho roubou o meu chapéu e eu vou dar uma facada conversada nele’.”

O marginal e o mestre

Poderíamos pensar o Quinzinho como uma espécie de herdeiro da violenta capoeira praticada pelas maltas cariocas nos anos 1800.

O Quinzinho, na verdade, não tinha nem um método de ensino estruturado; como já existia na Bahia, com mestre Bimba, desde 1930; ou com Sinhozinho, no Rio, no mesmo período. Leopoldina explicou como Quinzinho ensinava: ia jogando com o aprendiz e dizendo: “Faz assim… Faz assim”. No entanto, quando encarnava o “mestre de capoeira”, Quinzinho tinha uma ética impecável. Mais impecável ainda, pois naquele tempo, o Rio dos 1950, aluno aprendia capoeira levando porrada pra “ficar esperto”. E até hoje, mesmo que o mestre não bata nos aprendizes (alguns batem), é comum os alunos mais experientes (e/ou mais fortes) descascarem os iniciantes (e/ou mais fracos).

Eu vejo esta passagem como algo muito emblemático na complexidade do mundo da capoeira, com seus bizarros paradoxos, que, naverdade,nãoparecem tãoestranhos assim, para aquelesquetêmocorpo e acabeça feitos pelos fundamentos da malícia

REINALDO SANTANA,

nasceu em 13 de setembro de 1933 na cidade de SantoAmaro, Bahia.

MESTRE BIGODINHO

"Lá no céu tem capoeira, uma estrela me falou Quando ronca a trovoada é que a roda começou..."

Hoje, 05 de abril de 2011, faleceu Mestre Bigodinho, capoeira respeitado e admirado, uma das importantes referências da capoeira.

Reinaldo Santana, conhecido na capoeiragem como Mestre Bigodinho, nasceu em 13 de setembro de 1933 na cidade de SantoAmaro, Bahia.

Iniciou a prática da capoeira em 1950 com Mestre Waldemar da Paixão, tendo se afastado na década de 70 por conta da repressão e desvalorização que a capoeira enfrentava.

MESTRE WALDEMAR, WALDEMAR DA LIBERDADE OU WALDEMAR DO PERO VAZ

Nos anos 90, incentivado pelo mestre e amigo Lua Rasta, retorna ao convívio da capoeira, ingressando na Associação Brasileira de Capoeira Angola - ABCA e presenteando a todos que tiveram a felicidade de conhecê-lo com seus conhecimentos e sabedoria.

Informações do Iphan:

Reinaldo Santana nasceu na comunidade quilombola do Acupe, Santo Amaro da Purificação-BA em 13 de setembro de 1933. Morava no bairro do Cabula, em Salvador e começou na capoeira em 1950. Em 1960 passa

a professor e é reconhecido mestre em 1968. Discípulo de Waldemar da Paixão, jogava na rua Pero Vaz, Liberdade,ondeherdouemantevealinhagemdecapoeiraAngoladaBahia.Tambémaprendeucomos mestres Traíra e Zacarias. Coordenou o grupo resistência na década de 60, na Lapinha-BA. Dizia “ser do tempo” em que a polícia reprimia as rodas e ameaçavam: “pare senão furo o pandeiro e quebro o berimbau”. “Mas graças a Deus hoje tá diferente”, concluía. Integrou o grupo folclórico Viva Bahia de Emília Biancardi. Compositor, participou de inúmeras gravações em especial de um CD com Mestre Boca Rica. Fala da sua vida no Brasil e no mundo no DVD Tributo a Mestre Bigodinho. Afirmava que preferia “fazer pouco bem feito que o muito mal feito”; “Capoeira não é valentia. É defesa pessoal e cada qual se defende como pode na hora da necessidade”.

Esse acontecimento acirra o debate em torno da inércia e descaso do poder público diante da situação de esquecimento, desamparo e abandono que muitos dos antigos mestres da capoeira enfrentam. O ofício de mestre de capoeira foi registrado como patrimônio cultural do Brasil, no entendimento de que o mestre é o detentor de um saber popular transmitido oralmente que deve ser preservado, porém até o momento nenhuma ação efetiva foi realizada para reverter a situação dos mestres e valorizar estas pessoas que são tão importantes para todos nós capoeiristas.

Enquanto o governo não atua de forma eficaz e eficiente, nossos mestres vão partindo dessa vida à mingua, muitas vezes em uma precária situação financeira e de saúde.

Nesse meio tempo, o Governo Federal nos envia comunicados com frases nada esclarecedoras do tipo "a nova gestão do Governo Federal tem empreendido esforços no sentido de equilibrar as contas públicas para iniciar o ano orçamentário" no intuito de justificar sua falta de ação.

Fonte:Atelier Lua Rasta / Iphan

OBS:

Um dia depois do falecimento de Mestre Bigodinho, o Iphan publicou a lista de candidatos aprovados para participar da seleção do prêmio Viva Meu Mestre - edição 2010, que concederá a 100 mestres de capoeira o valor de R$ 15.000,00. Ainiciativa tem o objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho que estes mestres tem desenvolvido ao longo desuas vidas. Mestre Bigodinho é um dos que está nalista de aprovados para a seleção, porém, para ele, esta ação do governo chegou tarde demais.

Read more: http://bibliotecadacapoeira.blogspot.com/2011/04/nota-de-falecimento-mestrebigodinho.html#ixzz7qqMl4R8n

JOÃO OLIVEIRA DOS SANTOS

(Itagi, Bahia, 15 de janeiro de 1933),

MESTRE JOÃO GRANDE

mais conhecido como Mestre João Grande, é um mestre da Capoeira Angola. Há mais de sessenta anos que tem na arte passando os ensinamentos que recebeu de Mestre Pastinha, pai da CapoeiraAngola, e Mestre João Pequeno, seu primeiro professor e parceiro na capoeira. Hoje João Grande mora em Nova Iorque onde tem ensinado há mais de vinte e cinco anos na sua academia Capoeira Angola Center of Mestre João Grande e continua viajando pelo mundo fazendo aulas de capoeira deAngola. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural[1].

Iniciou sua vida de capoeirista após presenciar uma roda, em Salvador, comandada por Mestre Barbosa, primeiro tutor de Mestre João Pequeno, que se tornou o principal parceiro de João Grande na capoeiragem. João Pequeno apresentou-o, então, a Mestre Pastinha, que dava aulas no Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Pelourinho. Pastinha aceitou o pedido de João Grande para ser seu aluno, porém foi mais do que isso. Ele e João Pequeno tornaram-se seus discípulos diretos, guardiões dos ensinamentos de Pastinha, que os qualificava como os grandes mestres do futuro, a quem teria ensinado tudo o que sabia, até mesmo “o pulo do gato”.

A habilidade, plasticidade e eficiência com que Mestre João Grande jogava eram tão admiradas que o pintor Carybé o escolheu como modelo para seus estudos sobre a capoeira.

Em 1966, João Grande viajou com Mestre Pastinha para representar o Brasil por meio da Capoeira Angola no 1º Festival Mundial das Artes Negras, em Dacar/Senegal. Dois anos depois, Pastinha o consagrava mestre de capoeira. Em seguida, Mestre João Grande excursionou pela Europa e Oriente Médio junto com o Grupo Viva Bahia, pioneiro na disseminação da cultura afro-brasileira.

Aí reside o grande diferencial e importância de Mestre João Grande, pois, na transição entre as décadas de 1980 e 1990, tomou para si o papel de difusor da Capoeira Angola pelo mundo, fundando o grupo Capoeira Angola Center, em Nova Iorque/EUA, de onde partiu em excursões pela Europa, Ásia e diferentes partes do Brasil e dos Estados Unidos, onde foi congratulado com várias premiações. Hoje em dia, seu grupo possui filiais na Itália, Finlândia, Sérvia e Japão.

DJALMA BANDEIRA LIMA

nasceu em 1934. Natural de Sergipe, era alfaiate de profissão. Morou boa parte de sua vida no bairro de Olaria, zona norte do Rio de Janeiro.

MESTRE DJALMA BANDEIRA

Geisimara Mattos (março de 2018)

Aprendeu capoeira com seu MestreArturEmídio de Oliveira, com quem construiu uma relação profissional e de amizade muito próxima.André Lacé refere-se aos dois como Dom Quixote e Sancho Pança.

Apreciador de lutas, Djalma foi aluno dos Gracie e com eles aprendeu jiu-jitsu em Copacabana. Já o caratê aprendeu na Kobucana, no Largo da Carioca. Além disso, era exímio praticante do Pau Português. Por conta dessa paixão, durante a década de 1950, tentou a carreira de lutador profissional participando de competições, mas sem muito êxito. Em uma dessas lutas, contra Angelito Cruz, Djalma perdeu contra uma chave de pé aplicada pelo seu adversário (Jornal dos Sports, 25 de março de 1956). Segundo um de seus alunos, mestre Vilmar, teria largado as lutas para se dedicar integralmente à capoeira.

A dedicação à capoeira resultou na famosa parceria com Artur Emídio. Os dois passaram a viajar juntos fazendo participação em shows sobre a cultura popular brasileira.Aparte de capoeira ficava a cargo dos dois. Apresentando-se no Brasil e no exterior, alguns desses espetáculos produzidos por Abraão Medina e Carlos Machado ficaram famosos no Rio de Janeiro, tais como: “Capital Samba”, “Skindô” e o musical “Arco-Íris”, eventos dos quais participaram grandes nomes da cultura popular carioca como Joãozinho da Gomeia, Ary Barroso e Mestre Paraná (Osvaldo Lisboa dos Santos). Em 1961, Djalma Bandeira e Artur Emídio participaram também da introdução oficial da capoeira na Marinha, através de um curso ministrado por Lamartine Pereira, que contou com aulas da dupla.

Djalma eArtur no jogo. Acervo M. Genaro. As fotos de Artur Emídio e Djalma Bandeira ilustram a matéria "Artur Emídio: uma vida em prol da capoeira". Acervo Paulão da Muzenza.

Seu estilo era de uma capoeira em pé e objetiva, características adquiridas como lutador. Entretanto, nunca precisou colocar jiu-jitsu ou caratê no seu jogo. Tendo sua jornada marcada pela parceria comArtur Emídio e suas apresentações, Djalma Bandeira foi também um estudioso de artes marciais e seguiu sua trajetória como professor de capoeira. Deu aula para crianças de graça e começou a fazer exibições com seus alunos do Grupo de Capoeira Djalma Bandeira, onde formou excelentes capoeiristas. Muito técnico, exigia dos seus alunos o uso do uniforme e, dessa forma, foi organizando a capoeira em Olaria, mais especificamente no Conjunto Residencial do IAPC, onde o grupo se firmou. Djalma Bandeira também participou do início da regulamentação da prática da capoeira no Rio de Janeiro. Em 1975 foi nomeado assessor de arbitragem da Diretoria de Capoeira da Federação de Pugilismo.

Djalma faleceu em 1988, aos 54 anos de idade. Contudo, apesar da vida curta, Djalma foi uma “grande figura humana, sempre muito sincero e franco, quase rude, bom caráter, bom amigo […] foi um dos melhores mestres de capoeira que o subúrbio do Rio de Janeiro já produziu, numa época onde a melhor capoeira do mundo era jogada, justamente, no subúrbio do Rio. […] Era respeitado e querido em todas as rodas que chegava” (Lacé, 2015).

Mestres Paraná eArtur Emídio visitam a academia de Djalma Bandeira.Acervo M. Polaco

Djalma Bandeira na Roda de Zé Pedro, nos anos 1970. Da esquerda para a direita: Djalma e Zé Pedro no berimbau, Silas no atabaque, Celso no pandeiro. Agachados: aluna sendo batizada eAndré Lacé.Acervo André Lacé.

Fontes:

Jornais da época consultados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Entrevistas dos Mestres Artur Emídio, Genaro e Vilmar ao Projeto Capoeira Contemporânea. LACÉ, André. Primeiro ensaio Sinhozinho e Rudolf Hermany. In: LACÉ, André. A capoeiragem no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Europa, 2002.

NATALÍCIO NEVES DA SILVA

1934 - Nasceu no 25 de dezembro no distrito de Cipoá do município de Governador Mangabeira, Bahia,

MESTRE PELÉ DA BOMBA

1934 - Nasceu no 25 de dezembro no distrito de Cipoá do município de Governador Mangabeira, Bahia, filho de Cosme Neves e dona Isaura.

1946 - Começou a aprender capoeira aos 12 anos de idade com M Bugalho na rampa do antigo Mercado Modelo.

1958 - Foi reconhecido como mestre.

1959 - Começou a dar aulas no Exército na Região Companhia do QG.

1964 - Em janeiro aparece nas fotos de H. Rautavaara da festa da (Segunda-Feira Gorda da) Ribeira.

1966 - Começou a dar aulas no Corpo de Bombeiros e também na Polícia Militar.

1981 - Parou a dar aulas por causa de uma doença voltando cerca de 20 anos depois a um convite da ABCA.

2003 - Participou da gravação do CD Lenço de Seda - Antologia de Ladainhas e Corridos (escute acima).

2010 - Lançou seu livro O Pelé da capoeira.

M Pelé da Bomba gravou 3 CD-s, 2 DVD-s e atualmente é o presidente da ABCA.

Nombre: Natalício Neves da Silva

País: Brasil

Ciudad: Recôncavo Baiano, Salvador

Nacimiento: 1934

Origen: Mestre Bugalho

Mais usada na Bahia, a expressão “gogó de ouro”é sinônimo de boa voz e de afinação. Num universo de opiniões tãodivergentes como odacapoeira,mestrePeléestá entreos poucos querecebem, com unanimidade, este título. Direto de Salvador, ele nos conta o que viu e viveu nas rodas, uma história que começa há mais de meio século

“Iêêêêêêêê!” O chamado de Natalício Neves da Silva, o mestre Pelé, aliado aos primeiros acordes do berimbau, é experiência que, quem viveu, não esquece Sua voz expressiva é capaz de nos conduzir or 500 anos de história e de nos conscientizar do poder libertador que a roda de capoeira representa.

Mestre Pelé nasceu em 1934. E do tempo em que se jogava capoeira nos finais de feira e nos lias de festa. Também fez parte de uma geração dividida entre a marginalizada capoeira de rua institucionalizada capoeira nas academias.

Primeira roda Na infância, Pelé ajudou o pai na luta pela sobrevivência. Fazia carvão, colhia mandioca e tratava a terra. Depois, vendia as mercadorias na capital baiana. Foi assim que chegou à rampa do Mercado

Modelo, próxima igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde encontrou a nata da capoeira. “Conheci a capoeira aos 12 anos de idade, quando ia às feiras e às festas populares do recôncavo baiano. Eu ia com meu pai a Muritiba, São Félix e Cachoeira vender carvão. No final do dia, chegavam os ‘senhores’ de toda a região e”.

começavam a brincar para se divertir. Era o povo que dava para o capoeirista o título de mestre, que disputava o título ali no jogo, jogo duro”, lembra. Foi numa dessas rodas que Pelé diz ter conhecido o lendário Besouro Mangangá. E confirma a lenda: “Ele sumia quando queria”.

Lendários Para o mestre, era entre a Igreja da Conceição e a rampa do Mercado que rolavam as melhores rodas de capoeira da época. Em sua memória estão personagens como Valdemar da Liberdade, Caiçara, Zacarias, Traira, Angolinha, Avani, Bel e DeI (irmãos), Onça Preta, Sete Mola, Cabelo Bom e Bom Cabelo (gêmeos) e Bugalho, que o teria encantado com sua agilidade. “Tinha muita gente importante, naquela época, além de Bimba e Pastinha. Os alunos deles não jogavam muito na rua. Eles evitavam por causa das brigas, não queriam ficar difamados. O pau quebrava e a polícia na cavalaria vivia ‘escarreirando’ os capoeiras, acabando com as rodas. Oscapoeiristas, porsuavez,quebravam apolíciano cacete.BimbaePastinhaqueriam evoluir, acabar com essa imagem do capoeira”.

Capoeira de Rua – O aprendizado da maioria dos capoeiristas dessa época era mesmo nas grandes rodas na rampa do Mercado Modelo e nas chamadas festas de largo, que começavam na festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia – coração da cidade baixa, próxima ao elevador Lacerda no dia 1º de dezembro e se prolongavam até o dia 8 do mesmo mês. Depois, vinha a festa de Santa Luzia, frequentada pelos estivadores (trabalhadores do cais do porto), muitos deles, capoeiristas. “Era o dia todo: banho de mar, samba de roda, samba de viola que era uma tradição. Todos os ritmos vindos do recôncavo baiano. Nestas festas, reuniam-se os melhores mestres decapoeira eos melhores locadores deberimbau. Foi num dessesmomentos que comecei a cantar e a tocar”, relembra.

Foi Bugalho, carregador de embarcações que, nas horas de descanso e nas noites de lua-cheia, ensinou o menino Natalício a gingar nas areia da praia da Preguiça. “Segui a tradição do meu mestre, Bugalho, um grande tocador de berimbau. Ele era um dos melhores, tocava muito bem o São Bento Grande, principalmente quando era noite de lua. Sentávamos na areia da praia e, quando ele tocava, era possível ouvi-lo na cidade alta”

Além das rodas da Liberdade nas tardes de domingo, em que o guarda civil Zacarias Boa Morte “tomava conta”, Pelé mostrava sua arte nas rodas de Valdemar da Liberdade, num galpão de palha de dendê, cercado debambu.“Eueraligeiro,tinhaumsapateadoque ajudavamuito.Elesnãomepagavam.E,quandoeuchegava nas rodas da invasão do Corta Braço, no bairro de Pero Vaz, mestre Valdemar dizia: Lá vem Satanás!”

Experiência Durante 25 anos Pelé deu aulas de capoeira e, também, no V Batalhão da Policia Militar. “Naquele tempo, era comum a polícia treinar capoeira”. Além dessas atividades, mestre Pelé participou, ao mesmo tempo, deimportantesgrupos folclóricos daBahiacomo o VivaBahia.Fezapresentações com ogrupo de mestre Canjiquinha, no Belvedere da Praça da Sé, shows para turistas, onde mostrava a capoeira, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda. Sorrindo muito, Pelé explica que “na capoeira, tudo sai da ginga. A ginga, o molejo e a flexibilidade são importantes para o capoeirista, tanto para defesa quanto para o ataque”.

Retorno Mestre Pelé ficou longe da capoeira por vinte anos. Foi trazido de volta às rodas pelo projeto de resgate e valorização de mestres antigos, criado pela Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA). Hoje, ele integra o Conselho de Mestres da associação e participa de eventos importantes. Recentemente, emocionou, com sua voz, quem esteve presente no enterro dos mestres Caiçara, Bom Cabrito e Zacarias Boa Morte, e na missa de sétimo dia de Caiçara.

Na ABCA, Pelé espera conseguir viabilizar o projeto de aposentadoria para mestres com mais de 65 anos de vida e 35 anos de capoeira. “O ministro da Previdência, Waldec Ornelas, já votou a aposentadoria das mães e pais de santo que, como os capoeiristas, também tiveram suas atividades proibidas e perseguidas. Além disso, também vamos conseguir provar que Capoeira Angola é cultura popular, e não arte marcial”, finaliza o cantador.

capoeiramalungo.hpg.ig.com.br

MÁRIO DOS SANTOS

nasceu em 1934 num povoado perto de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano.

MESTRE MÁRIO BUSCAPÉ

Mário dos Santos, mais conhecido como Mestre Mário Buscapé, nasceu em 1934 num povoado perto de São Francisco do Conde, no Recôncavo baiano.

Matthias RöhrigAssunção (20 de abril de 2020)

Segundo ele mesmo conta, sua mãe era mariscadeira e seu pai era caranguejeiro. Seu pai, José Bidel, e seu tio, de apelido Dendê, praticavam capoeira e conheciam capoeiras famosos do Recôncavo como Siri de Mangue, Canário Pardo e Besouro, de Santo Amaro. Segundo Mário, Besouro até frequentava sua casa, mas isso deve ter sido antes de ele nascer, pois Besouro foi morto em 1924.

Mário começou a se familiarizar com a capoeira desde criança, nas rodas improvisadas no terreiro de sua casa, sendoseutioDendêseu primeiroprofessor.Quandoadolescentefoiempregado(epraticamenteescravizado, segundo seu testemunho) em uma fazenda da vizinhança. Em busca de uma vida melhor, veio para o Rio de Janeirocom umatia,noiníciodadécadade1950. Foi morarnoJacarezinho e seuprimeirotrabalho eracolocar placas de sinalização e tampas na via férrea para evitar acidentes. Depois trabalhou muitos anos na empresa de postes Cavan.

Ali conheceu Irineu dos Santos, e Mário começou a ensinar-lhe os primeiros passos da capoeira. Logo conquistou outros adeptos para praticar capoeira, entre eles os irmãos de Irineu, Zé Grande e Deraldo, curiosamente eram todos da família dos Santos, também baianos do Recôncavo, mas sem parentesco com Mário Buscapé.

Waltinho e Mário Buscapé na foto doAcervo de M. Luizão M. Mário ao berimbau, na apresentação do Grupo Bonfim. Foto Acervo M. Luizão. Árvore genealógica da capoeira de M. Mário Buscapé.Acervo M.André Lacé.

Em 1953 fundaram o grupo de capoeira Bonfim, depois também conhecido como “Capoeiras do Bonfim”. O grupo, inicialmente, ocupou um pequeno espaço no bairro de São Cristóvão. Como escreveuAndré Lacé: Lá não permaneceram por muito tempo, pois o espaço tornou-se pequeno devido ao grande número de alunos. Muda a academia para o bairro de Olaria, um local espaçoso e agradável, e aí não parou mais, formou grandes capoeiristas, como o saudoso mestre Zé Grande, que se destacou como o melhor discípulo.”

Mário Buscapé também frequentava a roda doArtur Emídio, uma das poucas rodas que aconteciam com regularidade no Rio na década de 1950. Dizem os capoeiristas que viveram essa época que Mário ficou muito impressionado com a rapidez do jogo deArtur Emídio e começou a levantar o seu jogo também.

O grupo Bonfim, liderado pelo Mestre Mário Buscapé, ficou famoso no Rio de Janeiro porque formou muitos capoeiristas de alto nível, ganhando com frequência as competições que começaram a ser organizadas na cidade a partir de meados da década de 1960. Em 1969, M. Mário voltou para Bahia e seus alunos, Zé Grande e Deraldo, assumiram a liderança do grupo Bonfim no Rio. Somente muitos anos depois, em 1994, os alunos da Bonfim trouxeram o mestre de volta para o Rio de Janeiro. Desde então Mário Buscapé vem tentando resgatar a herança do grupo Bonfim, que desempenhou um papel tão central no desenvolvimento da capoeira no Rio de Janeiro nas décadas de 1950 a 1970.

Mário Santos, em 2017. AcervoAndré Lacé.

Mestre Mário na foto do acervo de M. Ziza, cedida por André Lacé.

Assista o vídeo documentário "Mestre Buscapé"!

O Mestre conta a sua infância, seu aprendizado na linhagem de Besouro e sua vinda para o Rio de Janeiro. Outros mestres que o conheceram comentam sua atuação no Rio e a criação, nos anos 1960, do grupo Capoeiras do Bonfim

Fontes e para saber mais:

Lacé, André Luis Lopes. Texto da capa do disco Bonfim, gravado em 1968, no Rio de Janeiro, por M. André Lace e remasterizado por Nilson Rossi, do RJ Studio, em 1994.

Santos, Mário dos. Asaga de uma lenda viva. Mário dos Santos. Editado porPaulinhoSalmon. Rio de Janeiro: Azougue, 2016.

Entrevista de Mário Buscapé ao projeto Capoeira Contemporânea no Rio de Janeiro, em 21 de agosto de 2018.

Mestre Mário “Buscapé” nasceu em 17 de Julho de 1934 em São Francisco do Conde – BA e começou a aprender a arte da capoeira aos 8 anos de idade com mestre Dendê e mestre Bidel. Chegou ao Rio de Janeiro em 1951, aos 17 anos e saiu em 1957 de navio, onde retornou a sua cidade natal.

No Rio de Janeiro mestre Mário foi mestre dos mestres “Zé Grande” e “Deraldo”, que em 06 de janeiro de 1953, fundaram a Associação Cultural Bonfim, onde aos 12 anos, mestre Gary, formado como mestre 22, começou a prática da capoeira.

O Grupo de Capoeira Liberdade vem de uma linhagem antiga, sua capoeira é de raiz, como pode ser visto em nossa árvore genealógica, mostrando a linhagem de mestres até chegar ao nosso mestre titular. E dele, os mestres que foram formados e que, se formos acrescentar aqueles que formaram seus mestres abaixo, teremos muito mais.

Na árvore abaixo temos Mestre Besouro encabeçando a lista, em seguida mestre Bidel, mestre Dendê que ensinou a mestre Mário “Buscapé”, os mestres ´”Zé Grande” e “Deraldo”, que ensinaram a mestre Gary, ou como era conhecido, mestre 22, que ensinou e formou à Mestre Lébio, Mestre Rui charuto, mestre Mão de Onça, mestre Toinho, Mestre Elias e Mestra Marly “Malvadeza”.

GENARO RAIMUNDO COELHO

BAHIA- nasceu no bairro de Nazaré, em Salvador em 21 de junho de 1934.

MESTRE GENARO

Geisimara Soares Matos (abril de 2020)

Veio ainda muito pequeno para o Rio de Janeiro com a família, que se estabeleceu no bairro de Bonsucesso. Entretanto, aos 10 anos de idade teve de voltar para sua terra natal onde começou sua vida como trabalhador. Após muitas dificuldades para conseguir trabalho em Salvador, voltou para o Rio de Janeiro, aos 19 anos, e vai morar com sua madrinha no bairro de Higienópolis com o objetivo de conseguir melhores oportunidades profissionais.

Assim que chegou se alistou no Exército e mais ou menos nesse período conheceu o MestreArtur Emídio que morava na época na avenida dos Democráticos. Reunindo-se com Emídio, Valdemar Santana e outros, nos altos da farmácia Rio Novo, esses jovens compartilhavam o interesse pela capoeira e outras artes marciais.

Frustrado com a derrota que teve na luta contra Robson Gracie, Artur foi motivado pelos amigos a ensinar capoeira. Mestre Genaro se tornou seu aluno e participou, a partir de 1955, de apresentações de capoeira, a

Mestres Genaro, Djalma Bandeira eArtur Emídio. Foto:Acervo M. Genaro. Afamosa foto em que Genaro aparece com seu pandeiro e sorriso largo no estúdio de gravação ao lado de nomes como Nelson Motta, Caetano, Betânia, Paraná e Jards Macalé. Foto:Acervo M. Genaro.

primeira sendo na Associação Cristã de Moços, a ACM, na Lapa. Com Artur Emídio, Djalma Bandeira e Vilela, participou do show “ANoite dos Escravos”, na TV Rio, em 1957, a convite de Haroldo Costa. Não demorou muito para que Genaro conhecesse o Mestre Paraná (Osvaldo Lisboa dos Santos), com quem aprendeuatocarberimbau. ParanámuitasvezesassumiaadireçãodabaterianarodadeArturEmídioeGenaro o acompanhava. Era exímio tocador de pandeiro e também tocava berimbau na roda e nas apresentações. Genaro também participou de excursões desse grupo de capoeiristas e percussionistas quando foram convidados porAbraão Medina para levar sua arte a países como Portugal, México,Alemanha, e França, entre outros.

Em uma das apresentações, no Rio, com Tom Jobim, Caetano Veloso, Maria Bethânia e outros músicos e compositores da MPB, Genaro, no calor do momento, compôs uma nova versão da música “Paranaê”, de domínio público.Aproveitando o refrão homônimo a seu mestre de ritmo, cantou a música com letra nova, se referindo ao Mestre Paraná que, na ocasião, havia faltado a seu compromisso causando um grande desfalque na bateria e forçando Genaro a assumir a direção do ritmo. No vídeo a seguir você pode conferir mais sobre a história dessa música e a versão da mesma cantada pelo próprio mestre Genaro.

Ahistória de Paranaê

LAMARTINE PEREIRA DA COSTA

nasceu em 1935, no Rio de Janeiro

MESTRE LAMARTINE

LAMARTINE PEREIRA DA COSTA nasceu em 1935, no Rio de Janeiro, em uma família de açorianos espalhada porváriospaíses.Aos 16 anos entrou no ColégioNaval e em seguidacomeçoua estudarEngenharia Operacional, na Escola Naval da Marinha. Mais motivado pelo esporte do que pela engenharia, acabou se transferindo para a Escola de Educação Física do Exército. Começou também a praticar capoeira com Mestre Artur Emídio e seu discípulo Djalma Bandeira. O seu fascínio pela capoeira o levou a visitar os mestres na Bahia e também a divulgar a capoeira entre os soldados e fuzileiros navais.

Autor do primeiro bestseller sobre capoeira, na década de 1960, organizador do Atlas do Esporte no Brasil e do eEsporte, se dedica à disseminação de conhecimentos nas diversas áreas de educação física.

A partir de março 1961, o então tenente Lamartine, da Escola de Educação Física, passou a administrar um “curso de metodologia do ensino da capoeira”, com a assistência de seu mestre Artur Emídio e de Djalma Bandeira. Segundo o Jornal do Brasil, em matéria de 9 abril 1961, Lamartine administrava aulas para 208 oficiais e praças no Centro de Esportes da Marinha. O objetivo era “formar monitores-capoeiras, que propagarão o exercício da capoeira em todos os estabelecimentos da Marinha, com vistas à aviação embarcada”.

Ao mesmo tempo, Lamartine tentou desenvolver um método de aprendizagem nos moldes da disciplina de Educação Física europeia. Baseado no seu aprendizado com Artur Emídio e em estreita colaboração com o mestre, elaborou um manual de capoeira que catalogava e explicava os principais golpes de maneira didática, usando imagens que ficaram icônicas.

Nota

Aprimeira edição, intitulada Capoeiragem.Aarte de defesa pessoal brasileira, foi publicada em 1961 e de forma ainda bastante artesanal. Em 1962, a editora Tecnoprint bancou uma nova edição e decidiu mudar o título para Capoeira sem mestre, seguindo uma linha editorial comum na época, que popularizava manuais técnicos em publicações de bolso. O novo título e o conteúdo do livro não deixaram de levantar polêmicas. Muitos mestres de capoeira baianos, que defendiam o método tradicional de ensino, criticavam uma capoeira aprendida sem a presença física de um mestre que ensinasse pessoalmente os fundamentos da arte. No entanto, o livro vendeu milhares de exemplares e foi reeditado em 1964, 1968 e 1970. Dessa maneira teve um papel muito importante na disseminação da capoeira pelo Brasil inteiro durante as décadas de 1960 e 1970. Assista o vídeo documentário "xxxxxx"!

E veja o professor Lamartine contar esses e outros episódios na entrevista que concedeu à equipe do projeto e o canal CapoeiraHistory em 27 de agosto de 2019:

Por Matthias RöhrigAssunção (07 de outubro de 2022)

Professor Lamartine – CAPOEIRACONTEMPORÂNEA(capoeirahistory.com)

publicada na colunaApito Final, da Revista do Esporte, n. 178, de1962. Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional.

JAIR FERNANDES MOURA

nasceu em Salvador no dia 27 de agosto de 1936

MESTRE JAIR MOURA

(Dadá Jaques/CORREIO) Vítima de covid-19, Mestre Jair Moura morre, aos 84 anos, em Salvador - Jornal Correio (correio24horas.com.br)

A Capoeira está de luto. O Mestre de Capoeira, escritor e cineasta baiano Jair Moura morreu, aos 84 anos, na manhã desta quarta-feira (19), em Salvador. Um dos precursores nos Estudos da Capoeira no Brasil, ele foi vítima da covid-19.

Jair, que completaria 85 anos no próximo dia 27, tinha câncer de pele, o que afetou sua visão. No início deste ano, ele fez uma operação nos olhos, também no Santa Izabel. Desde então, estava morando na casa da filha, Jacir Moura, 44 anos, em Itapuã.

Jair Fernandes Moura, o Mestre Jair Moura, nasceu em Salvador no dia 27 de agosto de 1936. Morou no Rio de Janeiro na década de 1980 e voltou à capital baiana nos anos 1990. Nas duas cidades, divulgou em jornais e revistas, diversos artigos que contribuíram decisivamente para incrementar os estudos relativos à Capoeira tanto em Salvador como no Rio.

Pesquisador de Capoeira e documentarista, Jair é autor de vários livros sobre o assunto, inclusive sobre a vida do renomado Mestre Bimba, o criador da capoeira regional, de quem era discípulo desde o final dos anos 1950. Mestre Jair Moura foi um dos quatro únicos capoeiristas a receber diretamente das mãos do professor o Lenço Branco - que simboliza o título de Mestre na capoeira regional.

Mestre Bimba - de camisa branca, na lateral - e Jair Moura, agachado "ao pé do berimbau" perto de Bimba, pronto para inciar o jogo. Foto tirada em 1956 em uma das apresentações no Rio de Janeiro (Foto: Acervo Jair Moura)

"Mestre Jair foi, talvez, o cara que iniciou essa preservação do histórico da Capoeira. Ele sempre foi um cara observador e muito íntegro. Foi um dos caras mais bem considerados pelo meu pai. Eu considerava ele como um irmão mais velho. A gente conversava bastante e meu pai considerava muito ele. Ele era aluno de meu pai desde a década de 1950 e foi o último capoeirista a receber o Lenço Branco de meu pai. Além disso, ele publicou vários livros, textos e fez apanhados, não só de meu pai como da Capoeira Angola e regional. Com certeza, ele teve uma importância imensurável", disse, ao CORREIO, o Mestre Nenel, filho de Mestre Bimba.

Jair Moura foi ainda responsável por vários registros fotográficos de Mestre Bimba e de outros capoeiristas baianos e cariocas.

Mestre Jair Moura também foi amigo de Glauber Rocha. Eles se encontravam sempre em frente ao Colégio Central da Bahia, localizado no bairro de Nazaré, onde o cineasta estudou. Era amigo de outro grande pesquisador de capoeira: o historiador Frederico José de Abreu (1947 - 2013), o Frede, que publicou diversos livros sobre a Capoeira do país e fundou o Instituto Jair Moura, que ganhou o nome em homenagem ao amigo e tinha um acervo com mais de 40 mil títulos, entre livros, recortes de jornais, revistas, CDs, fotos e vídeos.

Jair trabalhou ainda no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), onde foi montador, diretor cinematográfico, escritor e ensaísta.

Jair Moura ao lado do Mestre Daniel Coutinho no antigo Beco do Girassol, na Baixa dos Sapateiros, nos anos 1960 (Foto: Acervo Jair Moura)

Jair Moura ao lado do Mestre Totonho de Maré, nos anos 1960 (Foto: Acervo Jair Moura)

Foto tirada no Cais do Porto de Salvador, em 1968. Da esquerda para direita, José Izidoro de Carvalho (Gajé), Domingos André dos Santos (DiMola), Daniel Coutinho (Noronha), Antônio Laurindo das Neves (Totonho de Maré), no último pandeiro Manoel Olimpio de Souza (Índio).

Agachados: João Grande, Jair Moura e João Pequeno. Cena do filme Dança de Guerra, de Jair Moura

Obras

Entre suas obras mais conhecidas estão o livro “Mestre Bimba: Uma Vida consagrada à Capoeiragem”, reunindo arquivos, histórias e anedotas em torno do criador da capoeira regional, com quem ele teve uma excelente relação, e “A Capoeiragem no Rio de Janeiro através dos séculos”, que mostra que o seu olhar sobre a capoeira não se restringia à Bahia.

Também dirigiu o documentário Dança de Guerra (1968), com participação de Mestre Bimba, Mestre Tiburcinho, Mestre Totonho de Maré e Mestre Noronha e lançou o disco Dança de Guerra (1960), com a trila sonora do filme de mesmo nome.

Mestre Jair Moura deixa um casal de filhos: Jacir Moura, 44 anos, e Moacir Moura, 42.

Homenagens

O Contramestre, pesquisador e editor do Portal Capoeira Luciano Milani lembrou que Jair dedicou sua vida a estudar Capoeira e divulgar a sua história através de filmes, livros e estudos, "sempre disponível a ajudar e divulgar o seu conhecimento". "Tive o prazer de participar, juntamente com Mestre Jair Moura e Frede Abreu, da banca de avaliações de projetos do Capoeira Viva, em 2007. Boas lembranças na troca de informações e bate-papo sobre nossa capoeiragem… Um Mestre com enorme conhecimento que deixa uma enorme contribuição cultural", escreveu.

Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) lamentou o falecimento do Mestre Jair Moura e destacou o seu legado e a sua imensa contribuição para a preservação da história da capoeira e dos grandes mestres. Veja a nota na íntegra.

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lamenta o falecimento do Mestre Jair Moura. Discípulo de Mestre Bimba desde o final dos anos 1950, tendo sido um dos 04 únicos agraciados a receber diretamente das mãos dele o Lenço Branco que simboliza o título de Mestre na capoeira regional, o escritor, historiador e cineasta foi um dos percussores nos estudos e pesquisas da capoeira no Brasil.

Mestre Jair Moura difundiu a produção de conhecimento em torno da capoeira, realizando palestras por todo o Brasil, publicando livros, como “Mestre Bimba: Uma Vida consagrada à Capoeiragem”, reunindo arquivos, histórias e anedotas em torno do criador da capoeira regional, com quem ele teve uma excelente relação, e “A Capoeiragem no Rio de Janeiro através dos séculos”, que mostra que o seu olhar sobre a capoeira não se restringia à Bahia. Escreveu artigos para jornais e revistas que contribuíram decisivamente para incentivar os estudos da capoeira.

Como cineasta, se destaca entre as produções na qual esteve envolvido “Dança de Guerra” (1968), um registro histórico singular, que traz performances e registros de mestres como João Pequeno, Bimba e João Grande. O acervo de imagens deste filme gerou também a exposição fotográfica “Camarada toma sentido! Capoeira tem fundamento”, que é permanentemente exposta no Forte de Santo Antônio Além do Carmo (Forte da Capoeira). Jair Moura foi também membro do Instituo Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), instituição hoje apoiada pelo Fundo de Cultura.

A SecultBA reconhece a imensa contribuição de Jair Moura para a preservação da história da capoeira e dos grandes mestres, seu legado permanece e estimula outras gerações de pesquisadores, mestres e intelectuais. Nossa solidariedade aos amigos, aos entes queridos e à Capoeira que está de luto neste dia.

JOSÉ PAULO DOS ANJOS

Salvador 5-08-1936 - 26-03-1999

MESTRE PAULO DOS ANJOS

Nombre: Origen: Mestre Canjiquinha

Poucos praticantes de Capoeira da atualidade se apegaram tanto à tradição e à originalidade da luta quanto o sergipano de Estância, José Paulo dos Anjos, ou apenas mestre Paulo dos Anjos. Ele faleceu em Salvador, onde residia, vítima de infecção hospitalar, contraída durante uma cirurgia, num hospital local. Seu desaparecimento, além decausar a perdadeuma figurahumanamuito estimada, representa também umaoutra perda irreparável para a Capoeira. Em especial para a linhagem da Capoeira Angola.

Mestre Paulo dos Anjos destacou-se, em vida, como um dos mais versáteis e exímios angoleiros deste século e um dos que mais resistiram às tentativas correntes de enxertar a Capoeira tradicional com os modismos e inovações da capoeira moderna. “Para mim, nada mudou. Eu continuo fazendo a Capoeira Angola conforme a tradição”, ele costumava dizer.

Nascido em 15 de agosto de 1936, na cidade sergipana de Estância, o jovem de catorze anos José Paulo dos Santos já despontava, em Salvador(1950) como um promissor lutador de boxe. Desde que conheceu o mestre Canjiquinha, um ano antes, afeiçoou-se à Capoeira e passou a frequentar as rodas de rua da capital baiana e das cidades do Recôncavo. Nas festas de largo, sua técnica e sua habilidade começaram a chamar a atenção de todos e, daí em diante, o tempo se incumbiu de transformá-lo no mestre Paulo dosAnjos, consagrado pelas mãos do próprio mestre Canjiquinha.

Além do respeito que sua personalidade impunha naturalmente aos seus contemporâneos, ele se tornou muito conhecido, também, como cantador de Capoeira e teve várias músicas gravadas em CD, com seu estilo

peculiar, mantendo a tradição da Capoeira também nas músicas. Ao lado do mestre Gato Preto, deu aulas na Ilha de Itaparica e também em outras localidades da região metropolitana de Salvador.

Na década de 70, transferiu-se para São Paulo, onde permaneceu por cinco anos. Em São José dos Campos, formou o grupo Anjos de Angola. Em 1978, venceu o campeonato de Capoeira, promovido no Ginásio do Pacaembu, na capital paulista. Retornou a Salvador, em 1980, e influiu no movimento de conscientização dos capoeiras na luta por melhores condições de trabalho. Integrou, a partir de 1987, a Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA) e acumulou seu trabalho na Capoeira com as atividades de funcionário público, naprefeituradeSalvador. Muitos deseusalunos são hoje,professores emestres.Alguns jápossuemacademias próprias em Salvador e em São Paulo: Virgílio do Retiro, Jaime de Mar Grande, Jorge Satélite, Pássaro Preto, Amâncio,Neguinho,Renê,Alfredo,Djalma,Galego,Mala,Josias,Cabeção, Jequié,Feijão,Vital eAlCapone, entre outros.

Entrevista

“Eu sempre fui um angoleiro”

Uma das mais interessantes entrevistas do mestre Paulo dos Anjos foi concedida, em 1995, ao periódico “Capoeirando”, da Universidade Estadual Paulista (Unicamp), de Campinas. Como homenagem póstuma ao estimado mestre, a RC reproduz, abaixo, uma síntese dessa entrevista:

Capoeirando: Como ocorreu sua intimidade com a Capoeira?

Mestre Paulo dos Anjos: Aprendi com o mestre Canjiquinha e participava das rodas na academia do mestre Pastinha. Convivi com o mestre Gato Preto, ensinei com ele na Bahia e também ensinei muito tempo na academia dele, em São Paulo.

Cap.: Por que trocou a Bahia por São Paulo, na década de 70?

Paulo dosAnjos:Asituação estava ruim para mim, numa época de maré sem peixe e um aluno que treinava boxe comigo e sabia que eu jogava Capoeira me convidou para ir para São Paulo, e eu fui.

Cap.: Continua ainda com suas aulas de Capoeira, em Salvador?

Paulo dosAnjos: Eu tenho aAssociação de CapoeiraAngola, mas são os alunos que dão as aulas. Eu dou aula no Salão Paroquial da Paz e alguns cursos fora da Bahia.

Cap.: Pela sua vivência, acha que a Capoeira está mudando?

Paulo dos Anjos: Para mim, nada mudou. Eu continuo fazendo a Capoeira Angola conforme a tradição. Eu sempre fui um angoleiro. Nem discuto a Regional porque não conheço, nem entendo. Se eu não entendo, não tenho que dar uma de entendedor!

Cap.: E como é essa questão da tradição?

Paulo dosAnjos: Tem que ter um cara mais velho do que eu para explicar.

Cap.:A tradição incluía o uso da navalha?

Paulo dos Anjos: Sempre teve gaiato, desordeiro com navalha. Safado, nunca deixou de ter (na Capoeira), mas uma coisa existia e parece que não existe mais: o respeito. Agora, tem moleque de vinte anos que, só porque dá um bocado de pulos, desafia o mestre e chama para brigar!

Cap.: Por que não se joga mais com navalha?

Paulo dos Anjos: Porque nunca se jogou Capoeira com navalha. Botar (navalha) no pé para jogar? Isso é mentira. É só exibição! É só show!

Cap.: Mesmo na antiga capoeira de rua não tinha navalha?

Paulo dos Anjos: Tinha, mas era no bolso do capoeirista. Para botar no pé e sair cortando, é mentira. Tem gente boa por aí que, se você pegar uma faca na mão e não for macho mesmo, ele toma a faca e ainda bate em você. Imagine por navalha no pé para sair cortando todo mundo! Isso é fantasia para enganar criança boba!

MANOEL SILVA

BAHIA- Nascido em Maragojipe, em 26 de novembro de 1936,

MESTRE BOCA RICA

é um exemplo de dedicação a Capoeira.Nos anos de 50 inicia seus estudos com o Mestre Pastinha. Também frequentou o famoso barracão do Mestre Waldemar, o Passeio de Aguinelo, e outras rodas de Salvador.Hoje seu curriculo é rico: mais de 30 países visitados, 5 cd’s gravados, e infinito número de amigos e admiradores.Capoeiristas e pesquisadores do mundo todo vem a Salvador aprender e conhecer o Mestre Boca Rica.Na década de 50, Manoel Silva inicia seus estudos com o Mestre Pastinha, que lhe dá o apelido de Boca Rica, por Manoel usar dentes de ouro em toda parte superior da boca. Mestre Boca Rica também frequentou o famoso barracão do Mestre Waldemar, o Passeio de Agnelo, e outras rodas de capoeira de Salvador. Atualmente dedica seu tempo às aulas de capoeira e de instrumentos no Forte da Capoeira. fonte https://www.congodeouro.com.br/conhecam-mestre-boca-rica/

ROBERVAL BARBOSA SEREJO

MARANHÃO – SÃO LUIS (?) (08/01/1936

21/06/1971)5

Mestre ROBERVAL SEREJO

Roberval Serejo aparece no Maranhão por volta dos anos 60 do século passado; era escafandrista da Marinha, tendo aprendido capoeira no Rio de Janeiro – quando lá servia -, com o MestreArthur Emídio, um baiano de Itabuna, considerado referência na história da capoeira: “Segundo ‘Seu’ Gouveia [José Anunciação Gouveia] esse pequeno grupo [de capoeira, liderado por Roberval Serejo], não tinha um local nem horário fixo para seus treinamentos, sendo que, por volta de 1968, criou-se a primeira academia de capoeira em São Luís, denominada Bantú, quando passou a contar com vários alunos, como Babalú, Gouveia, Ubirajara, Elmo Cascavel, Alô, Jessé Lobão, Patinho e Didi”. (MARTINS, 2005, p. 31)6

DJALMA BANDEIRA

Em São Luís, a capoeira começou realmente a dar as caras na década de 1960, aparecendo vários praticantes que ficaram conhecidos. Nessa época começou a circular pela cidade o nome de Roberval Serejo, que estava de volta a São Luís, pois estava servindo a Marinha no Rio de Janeiro, e lá aprendeu capoeira com o mestre baianoArthur Emídio. Com o tempo, Serejo foi reunindo amigos e admiradores e formou um pequeno grupo de capoeira, que fazia seus treinamentos nos quintais de suas casas e na rua mesmo. O grupo foi crescendo e, em 1968, criou-se a primeira academia de capoeira de São Luís, chamada Bantu. Esse grupo contava com Roberval Serejo, o Capitão Gouveia (sargento da polícia militar), Babalu, Bezerra, Ubirajara, Jessé Lobão, Patinho, dentre outros. A primeira sede do grupo foi o Sítio Veneza, onde hoje funciona a Guarda Municipal, no bairro daAlemanha. Depois se mudou para a casa de Babalu, na Rua da Cotovia, próximo a Igreja de São

6 MARTINS, Nelson Brito. UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE SAPO PARA A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS Monografia apresentada ao Curso de Educação Física da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física. São Luís, UFMA/DEF, 2005. Orientador: Prof. Drdo. Tarcísio José Melo Ferreira.

Pantaleão. Roberval Serejo era escafandrista e morreu em 1971, quando trabalhava mergulhando, durante as obras do Porto do Itaqui. Com a sua morte, muitos de seus alunos deixaram de treinar, mas outros continuaram e o que mais se destacou e continuou a dar aulas foi o Sargento Gouveia.

BOÁS, MarcioAragão. O ENSINO DE MÚSICAEM ESCOLAS DE CAPOEIRADE SÃO LUÍS

– MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. São Luís 2011 ROBERVAL BARBOSA SEREJO era bombeiro civil e escafandrista cedido pela Prefeitura de São Luís à empresa Serveng-Civilsan para os trabalhos na construção do Porto do Itaqui. Segundo Bento Moreira Lima Neto, que traça um brevíssimo perfil do mergulhador em seu livro de memórias, Roberval Serejo tinha “[...] marcantes feições de índio, estatura média, cabelos grossos e lisos, [era] calmo e recatado [...]”7 . De acordo com diversos testemunhos, assim como bibliografia referente ao tema, sua iniciação na capoeira ocorreu no Rio de Janeiro, quando servia a Marinha de Guerra e conheceu o mestreArtur Emídio de Oliveira, capoeira de Itabuna, Bahia, com quem aprendeu. Levando em conta o período que corresponde à chegada do mestre baiano ao Rio de Janeiro e à volta de Serejo para São Luís, podemos afirmar que o contato entre eles e o aprendizado deste ocorreu aproximadamente entre os anos 1953 e 1958. Essa constatação indica ainda que o capoeira maranhense foi integrante da primeira geração de alunos do mestreArturEmídio noRio deJaneiro8 Após seu retorno à terra natal, Serejo continuou com a prática da capoeira e lentamente formou um pequeno grupo de alunos que se reuniam para treinar, primeiro em sua própria casa, no bairro do Apeadouro e, em seguida, com o crescimento do grupo, no Sítio Veneza, nas imediações da antiga rodoviária da cidade, localizadonaavenidados Franceses.Comessesseguidores,alguns anosdepoisSerejocriariaoprimeirogrupo de capoeira do Estado, ao qual deu o nome de grupo Bantu, e cujo local de treinamento se estabeleceu na casa de um de seus alunos, Jurandir Gama, o Babalu, na rua da Cotovia, n. 302, no centro da cidade . Por volta do final dos anos 1960,o pequenogrupoliderado pelo escafandristacomeçara ase organizar,jáhaviaadotado um uniforme, composto de calça, de camiseta e de calçados, realizava apresentações pela cidade, tornando-se conhecido. A partir da rara imagem da apresentação realizada pelo grupo Bantu em uma quadra de esportes, aproximadamente por volta de 1970, é possível perceber que o grupo já dispunha de instrumentos, o que não era comum à época, pois o berimbau, se não fosse comprado em Salvador, deveria ser confeccionado pelos próprios praticantes. Chama a atenção ainda, o fato de os berimbaus estarem pintados, mais uma inovação surgida na Bahia, e que, por sinal, iniciava também a sua difusão em terras maranhenses.

Apesar de sua morte precoce, podemos afirmar que a herança do capoeira Roberval Serejo é marcante. Serejo é considerado o pioneiro da capoeira maranhense da segunda metade do século XX. Foi criador do primeiro grupo de capoeira de que se tem notícia no estado, o Bantu. Seus diversos alunos, apesar de terem se integrado a outra linhagem de capoeira – a do mestre Sapo, que depois dominaria a capoeira no Maranhão

, nunca esqueceram seu mestre. Guardaram e transmitiram sua memória orgulhosamente para as novas gerações, transformando-o em um ícone da capoeira maranhense. Podemos afirmar, ainda, que Roberval Serejo, como discípulo de um mestre baiano, ao difundir os ensinamentos aprendidos com Artur Emídio, deu os primeiros passos em direção à implantação, em São Luís, de uma nova tradição de capoeira, possibilitando o desenvolvimento, no estado, de uma capoeira herdeira direta da capoeira baiana, e sem qualquer relação com a capoeira maranhense que remontava ao século XIX. Além disso, o retorno de Serejo a São Luís no fim da década de 1950 e o seu imediato compromisso em montar um pequeno núcleo de capoeira, que anos depois daria origem ao grupo Bantu, possibilita a sua inclusão, no plano nacional, entre os pioneiros na difusão da capoeira baiana, mesmo sendo um não baiano. Note-se que, nos anos 1950, a capoeira da Bahia dava ainda os primeiros passos em seu processo de expansão para além de suas fronteiras, o que torna a atuação de Serejo concomitante a dos primeiros baianos que começavam a desbravar, principalmente, o eixo Rio-São Paulo. Por sua vez, sua religiosidade e seu protagonismo em aproximar, em São Luís, a capoeira e as religiões de matriz africana, não só frequentando e levando o seu grupo de capoeira para apresentar-se no terreiro do “velho” Wolf, como visto, mas introduzindo o berimbau nos rituais da casa, são pouco conhecidos das novas gerações. E, olhando para o passado, devem ser vistos como a continuidade de

7 LIMA NETO, Bento Moreira. Histórias do Porto do Itaqui. São Luís: Gráfica e Editora Belas Artes Ltda. 2015. Edição do Kindle, posição 4886

8 Para uma análise da trajetória do mestre Artur Emídio de Oliveira nesse período ver: PEREIRA, Roberto Augusto A. O mestre Artur Emídio de Oliveira e a defesa da capoeiragem enquanto “luta nacional”. Recorde, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 1-24, jul./dez., 2018.

uma antiga tradição que remonta a um tempo em que estas diversas manifestações de matriz afro-brasileira andavam, como ainda hoje andam, lado a lado.

DOI: http://dx.doi.org/10.18817/ot.v17i30.712

CAPOEIRA, RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA E O IMAGINÁRIO DA SOCIEDADE MARANHENSE DOS ANOS 1960/19701,2 ROBERTO AUGUSTO A.

PEREIRA Doutorando em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro-RJ, Brasil Outros Tempos, vol. 17, n. 30, 2020, p. 1 - 18. ISSN: 1808-8031

JOSÉ CARLOS ANDRADE BITTENCOURT

BAHIA - (SALVADOR?) – 09 março de 1936-18 de maio de 1996

MESTRE VERMELHO 27

Mestre Vermelho 27 - José Carlos Andrade Bittencourt (1936-1996) reuniu Mestre Bimba no ano 1952. Ele estava um dos 10 melhores alunos de Mestre Bimba, e Mestre Bimba disse sobre Vermelho 27, ele foi "Maluco por Capoeira." No ano de 1970 Bimba mudou para Goiânia. Ele entregar a direção da Academia de Mestre Vermelho 27. Após a morte de Bimbas ele mudou o nome da Academia de "Centro de cultura física regional" para "Academia do Mestre Bimba.

Mestre Vermelho 27 salvou o patrimônio histórico que é o prédio que funciona até hoje Associação Mestre Bimba Rua Moniz Bareto No. 01.

MESTRE VERMELHO 27

José CarlosAndrade Bittencourt nasceu no dia 09 de março de 1936. Em 1953, começou a praticar a capoeira com Mestre Bimba no Centro de Cultura Física Regional (CCFR). Recebeu do Mestre Bimba o apelido de “Vermelho” devido à cor de sua pele avermelhada. Posteriormente passou a ser conhecido na capoeiragem como “Vermelho de Mestre Bimba”, pela forte ligação que tinha com seu mestre. No entanto, para se diferenciar de outro capoeirista, aluno de Mestre Pastinha, que também tinha o apelido de Vermelho, ele mesmo acrescentou o número 27 ao apelido por ser este seu número de sorte no jogo de roleta, passando então a ser conhecido como “Vermelho 27”!

Dedicado aos treinos, rodas e eventos de capoeira, tinha um jogo técnico, forte, rápido, mandingado e eficiente. Formou-se na capoeira em 1956 e sempre representou com fidelidade a capoeira regional de Mestre Bimba. Vermelho 27 foi o mestre de muitos outros renomados mestres de capoeira, dentre eles: M. Boa Gente, M. Bamba, M. Cabeludo, M. Marinheiro, M. Traíra e M. Zambi.

Baixinho e troncudo, alegre, falante e brincalhão, espontâneo, irreverente e imprevisível, verdadeiro e companheiro,eramalgumasdascaracterísticasdoMestreVermelho27.Alémdemestredecapoeira,Vermelho 27 trabalhava na Refinaria LandulfoAlves da Petrobrás.

Mestre Vermelho 27 foi o responsável pela organização da festa de despedida do Mestre Bimba quando este foimorar em Goiás em 1973.Afesta ocorreu narefinariadaPetrobrás, na cidadede Madrede Deus (Mataripe) local onde o Mestre Vermelho 27 trabalhou;

Com a ida do Mestre Bimba para Goiânia, muito se especulou sobre o destino da academia do Mestre Bimba (Centro de Cultura Física Regional) e quem ficaria no seu lugar. Foi Mestre Vermelho 27 que adquiriu a

academiaedeu continuidadeaos ensinamentos da capoeiraregional.Além detera confiançadoMestreBimba e ser “maluco pela capoeira”, Mestre vermelho 27 era o único que tinha condições financeiras para comprar a academia. Depois da morte de Mestre Bimba, em homenagem a ele, registrou sua academia com um novo nome:Associação de Capoeira Mestre Bimba.

Mestre Vermelho 27 é também o patrono do Grupo de Capoeira Porto da Barra, criado pelo Mestre Cabeludo quando este foi expulso da Associação de Capoeira Mestre Bimba. Ele nunca abandonou seu discípulo e o apoiou na criação e no desenvolvimento deste grande grupo de capoeira regional enquanto esteve vivo.

Tendo dedicado 43 anos à capoeira, Mestre Vermelho 27 morreu aos 60 anos de idade, no dia 18 de maio de 1996, em decorrência de complicações respiratórias, causadas por um câncer de pele, contra o qual já vinha lutando por anos. Em seu leito de morte, fez um ultimo pedido ao seu amigo e discípulo Mestre Cabeludo: “Não pare a Capoeira Regional, escreva meu livro e não pare de falar do Mestre Bimba”.

JAIME MARTINS DOS SANTOS

BAHIA - Candeias - 23/jan/1937

MESTRE CURIÓ

ABC de M Curió

1937 - Nasceu no 23 de janeiro em Candeias filho de capoeiristas dona Maria Bispo (Pequena) e José Martins dos Santos (Malvadeza), o Martim da Pemba, e neto de capoeirista Pedro Virício (Curió). Cresceu em Santo Amaro.

1943 - Começou aprender capoeira com seu pai e avô.

1944 - Fugiu da casa.

1951 - Começou ensinar capoeira.

1954 - Dizem que aparece nas fotos de M. Gautherot junto com M Waldemar e outros.

1968 - No 10 de abril tornou parte da CECA de M Pastinha.

1980 - Participou no evento de Frede Abreu chamado 1° Seminario de Capoeira e festival de Ritmos de Capoeira com M Cobrinha Verde, M Gigante, M João Grande e outros.

1982 - No 7 de janeiro fundou a Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos (ECAIG).

1988 - Participou no evento da Velha Guarda em Fortaleza com M Waldemar e M Boca Rica. Também visitou Floripa com M Bobó e M João Pequeno.

1997 - Gravou seu CD A voz viva da capoeira Angola em México (escute acima).

2000-2002 - Foi diretor de ABCA.

2016 - Foi condecorado com a Medalha Zumbi dos Palmares. Continua ensinando na sua academia no forte de capoeira em Santo Antônio Alem de Carmo, Salvador.

ANDRÉ LUIZ LACÉ LOPES

Paraná, Curitiba, 1938

MESTRE ANDRÉ LACÉ

André LuizLacé Lopes (Paraná, 1938) foicriadonoRio deJaneiro, onde se formou jornalista e administrador. Com mestrado na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque, é autor de seis livros e de mais de trezentos artigos e crônicas sobre Administração, Cultura Popular e Esporte em geral. Tem participado de várias coletâneas literárias, com poemas e contos premiados.

André aprendeu capoeira inicialmente com Hermanny e Sinhozinho, depois com NeiderAlves e finalmente com Artur Emídio. Ele começou a dar aulas de capoeira no início da década de 1960. Organizou eventos de capoeira e assumiu cargos no departamento de capoeira na Federação Brasileira de Pugilismo.

Foi redator e produtor da Rádio Roquette Pinto, onde produzia um programa sobre capoeira. Também foi superintendente administrativo do Flamengo, diretor do Escritório de Assuntos da Juventude, na OEA, assessor técnico do IBAM e professor universitário.

REINALDO RAMOS SUASSUNA

(Itabuna, 16 de janeiro de 1938)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

MESTRE SUASSUNA

Reinaldo Ramos Suassuna, ou Mestre Suassuna, (Itabuna, 16 de janeiro de 1938) é um dos mais importantes mestres de capoeira no Brasil.[1]

Fundou em 1967, o Grupo de Capoeira Cordão de Ouro em São Paulo, e é considerado um dos maiores difusores da capoeira internacionalmente. Ele formou Mestre Caveirinha, que gravou os movimentos para o personagem do vídeo game Tekken 3, Eddy Gordo [carecedefontes]

Referências

1. ↑ Os Mestres da Capoeira - Grupo Cordão de Ouro Reinaldo Ramos Suassuna, nascido em Ilhéus e criado em Itabuna, começou a praticar capoeira em Meados do Anos 50 devido a orientação médica para praticar esportes e tratar assim de um problema de deficiência nas pernas. Teve seu início capoeirístico em Itabuna, tendo como seu 1º mestre o mestre Maneca aluno de M. Bimba e Zoião. Anos depois em 1972, mestre Bimba visitou mestre Suassuna em São Paulo e reconheceu o seu trabalho através de um Certificado.

Um dos mais importantes mestres que a capoeira já conheceu. Líder inconteste da capoeiragem em São Paulo e na região de Itabuna, de onde veio. Realizou o que para muitos era um sonho e uma meta, principalmente para mestre Bimba e seus discípulos: instalar definitiva e solidamente a capoeira no coração de São Paulo, a maior metrópole do país. Foi por eles reconhecido, nas palavras de mestre Decânio, como “o apóstolo de mestre Bimba em São Paulo”, liderando o grupo de pioneiros que aqui se encontravam. Daqui, a capoeira ganhou o mundo, e consolidou sua internacionalização. Fundador, em 1967, do Grupo de capoeira Cordão de Ouro, um dos mais expressivos grupos da capoeira brasileira e mundial, mestre Suassuna é o principal responsável pela preservação do que há de melhor na movimentação e na arte da capoeira. Continua até hoje formando os seus "bambas" e orientando a todos que o procuram.

Entre os muitos capoeiristas que mestre Suassuna conheceu, dois foram de extrema importância para o desenvolvimento de seu trabalho, João Batestaca, ou mestre João Grande, discípulo de mestre Pastinha e mestre Canjiquinha. mestre João Grande influenciou o famoso Miudinho que é uma angola sarada que joga

em cima, joga embaixo e joga dentro. mestre Canjiquinha, artista que também era, influenciou toda a carreira artística de mestre Suassuna.

Mestre Suassuna reinventou as sequências da capoeira e tem um vasto trabalho artístico e musical. Tão importante no nosso tempo quanto foram mestre Bimba e mestre Pastinha no século XX, mestre Suassuna é ícone na capoeira e tem reconhecimento internacional com discípulos atuando em vários países do mundo.

2. Versão 1, editada por milibraga em 8 Outubro 2010,

3. · Visualizar histórico de versões

Só para compartilhar a lista de mestres já confirmados:

Mestre Flavinho – CDO São Paulo

Mestre Sarara – CDO São Paulo

Mestre Lobão – Besouro Mangangá São José dos Campos

Mestre Sampaio – CDO São Paulo

Mestre Nathanael

Mestre Jogo de Dentro – Semente do Jogo de Angola

Mestre Cavalca – CDO Guaratigueta

Mestre Falcon – Associação Nacional de Capoeira Mestre Urubu Malandro – Capoeira

Ijexa USA

Mestre Xavier – CDO São Paulo

Mestre Lúcifer – CDO

Mestre Cueca – CDO Moscou estre Zuza – CDO São Paulo

Mestre Ponciano – CDO Guaratigueta

Mestre Risadinha – CDO Itabuna

Mestre Rubao – CDO Osasco

Mestre Sarue – Ribeirão Preto

Mestre Geraldinho – CDO Santa Maria Perus

Mestre Quebrinha – Ginga Brasil CDO Taubaté

Mestre Macaco – Coquinho Baiano Campinas

Mestre Tinta Forte – CDO São José dos Campos

Mestre Cícero – CDO Campinas Mestre Irani – CDO Natal

Mestre Ataulfo – CDO Natal

Mestre Tamanduá – CDO Rio de Janeiro

Mestre Virgulino – CDO Cangaço

Mestre Edan – CDO Israel

Mestre Xandao – CDO Acre

Mestre Tião – CDO São Paulo

Mestre Morena – CDO Guaratigueta

Mestre Coruja – CDO Mangalot

Mestre Fuinha – CDO Belo Horizonte

Mestre Boca Rica – CDO Barcelona

Mestre Esquilo – CDO Sete Lagoas

Mestre Chicote – CDO Paris

Mestre Escravo – CDO Piauí

Mestre Lu Pimenta – CDO Campinas

Mestre Paulinha Zumba – CDO Fortaleza

Mestre Vitor – CDO Natal

Mestre Giló – CDO São Paulo

Mestre Marquinhos – CDO Boituva

Mestre Lucas – CDO Sorocaba

Mestre Kino – CDO São Paulo

Mestre Kibe – CDO São Paulo

Mestre Joguinho – CDO Campinas

Mestre Habibs – CDO Florianópolis

Mestre Arrepiado – CDO Acre

Mestre Ivan – CDO Osasco

Mestre Gaiola – CDO Rússia

Mestre Espirrinho – CDO África do Sul

Mestre Primo – CDO Itália

Mestre Pium – CDO Finlândia

Mestre Folgadinha – CDO Belo Horizonte

Mestre Andrezinho – CDO Santa Maria Perus

Mestre Tico – CDO Rússia

Mestre Kuata – CDO Osasco

Mestre Cobra – CDO Acre

Mestre Paulinho – CDO Pilar do Sul

Mestre Dani – CDO São José dos Campos

Mestre Rodrigo – CDO Itapira

Mestre Papa-Leguas – CDO Patos de Minas

Mestre Santo – CDO São Paulo

Mestre Nei – CDO Patrocínio

Mestre Padeiro – CDO Caieras

Mestre Vitinho – CDO Viçosa

Mestre Chico Coco – CDO Guaratigueta

Mestre Carijo – CDO São Miguel Arcanjo

Mestre Barriga – CDO Santa Cruz Cabralia

Mestre Curiango – CDO Cangaço Balneário Camboriú

Mestre Pinoquio – CDO Cangaço Botucatu

Mestre Pipoca – CDO Cangaço Natal

Mestre Chiquinho – CDO Cangaço Natal

Mestre Nildo – CDO Cangaço Natal

Mestre Boneco – CDO Cangaço Natal

Mestre Matraca – CDO Acre

Mestre Carlinhos – CDO Belo Horizonte

Mestre Kennedy – CDO Goiás

Mestre Dada – CDO Piauí

Mestre Calango – União Capoeira Guaratigueta

Mestre Pula Pula – CDO Goiás

Mestre Cláudio Dandara – Dandara CDO Campinas

Mestre Zenaldo – CDO Campinas

Mestre Téo – CDO Campinas

Mestre Braulio – CDO Malásia

ROQUE MENDES DOS SANTOS

nasceu em 1938, em Salvador

MESTRE ROQUE

Roque Mendes dos Santos nasceu em 1938, em Salvador, filho de um capoeirista de renome, Liberato Francisco Xavier, o Chico Preto, que tinha uma tenda de peixe no Mercado Modelo.

Matthias RöhrigAssunção (julho de 2019)

Ele começou a aprender capoeira ainda menino, em 1948, com o compadre do pai, um alfaiate que morava no do Alto do Peru, perto do Largo do Tanque. Conforme seu testemunho, ainda adolescente, conviveu com muitos capoeiristas famosos da antiga, como Gajé, Índio, Tatu Bola, Bom Cabrito, Boca de Fumaça, Traíra e Canjiquinha. Conta também que aprendeu muito com Cobrinha Verde.

Roque se alistou na Marinha e veio para o Rio de Janeiro em 1956. Quando deu baixa da Marinha, ficou na cidade, residindo em vários morros, principalmente o Pavão Pavãozinho, na Zona Sul, entre Ipanema e Copacabana. Começou a ensinar capoeira, inicialmente no Catumbi e logo na Associação dos Moradores do Pavão Pavãozinho. Em 1960 fundou o grupo de capoeira Filhos de Angola Desta maneira, Roque foi pioneiro no ensino da capoeira na Zona Sul. Seu grupo participou de torneios e competições que ajudaram a divulgar a capoeira, como o Berimbau de Ouro (1967).

Aula na academia de M. Roque, no Pavão Pavãozinho. Foto: Acervo M. Paulo Siqueira

Mestres Artur Emídio, Mendonça, Roque e Lapinha (agachado). Acervo M. Lapinha.

Aniversário de Roque no IPCN, Rio de Janeiro. Na roda, mestres Roque e Levi.Acervo M. Paulo Siqueira.

Mestres Lapinha,Acordeon e Roque.Acervo M. Lapinha.

Roque afirma que aprendeu a tocar berimbau com Mucungê, outro migrante baiano no Rio, com fama de exímio tocador. Tocou berimbau no Pagador de Promessas, de Dias Gomes, quando essa peça foi encenada no Rio de Janeiro. O seu grupo de capoeira Filhos de Angola participava de apresentações folclóricas com o espetáculo Uma Noite na Bahia, que se inspirava nas festas de largo em Salvador.Apresentava-se em clubes, quadras de escolas de samba e no bloco carnavalesco Império do Pavão, na Rua Saint Roman. Mestre Roque também participou do grupo folclórico Capoeiras do Bonfim, do Mestre Mário Santos, conhecido com Mário Buscapé.

Depois de 12 anos no Pavão Pavãozinho, deu aulas na Praia do Pinto, na praça Mauá, em Jacarepaguá e em vários outros lugares pela cidade. Quando trabalhava como segurança na Refinaria da Petrobras, em Caxias, deu aulas na Associação dos Empregados da empresa, na rua da Conceição, no Centro. Passou a residir em São João de Meriti, onde sua esposa mantinha um terreiro.

Roque formou uma série de mestres, como Adilson, Poeira, Derli, Lapinha, Paulo Siqueira e Sandrinha. Sandrinha foi uma das primeiras mulheres formadas na capoeira, no Rio e no Brasil. Angoleiro na origem, Roque insiste que a sua capoeira e a de seus mestres era da linha de São Bento, mais rápida. De fato, teve contato com alunos de Bimba, como o Vermelho 27, e reivindica ter sido um dos primeiros a ter introduzido o cordel na sua academia. Por isso, Mestre Roque representa uma das linhagens fundadoras da capoeira contemporânea no Rio de Janeiro.

Veja aqui o clip “Conversa com Mestre Roque”, gravado na sua casa em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, em 2016:

Fontes:

Jornais da época e entrevistas com M. Roque (2016), M. Lapinha (2019) e M. Paulo Siqueira (2019). Fotos doAcervo de M. Lapinha e M. Paulo Siqueira.

LUIZ GONZAGA RODRIGUES

nascido em Cesário Lange, em 1938

LUIZÃO

(Luiz Gonzaga Rodrigues), nascido em Cesário Lange, em 1938, chegou a Sorocaba em 1953, tendo contato com o samba e a pernada com o pessoal da Escola de Samba Guarani, por volta de 1965. Era passista, ou seja, pertencia a ala do pessoal da pernada. Para ele a pernada “...é o tipo de movimento de quem pudesse mais chorava menos. Então era, propriamente para mim, uma capoeira que a gente fazia com um tipo mais simples, não tinha assim um preparo mesmo para dizer: “− Você dá assim e eu saio...”, tipo combinado, não. Se errasse, caia mesmo. Era pernada, tinha rabo de raia, tinha um chute de pé, chute de lado, valia cotovelada, cabeçada, não interessa... E o sujeito tinha que bancar bem a rasteira, né”. Luiz Gonzaga Rodrigues se lembra de mais alguns nomes do pessoal da pernada: Lamparina, Ardano, Pedro Fuminho, Tavinho, Tião Preto, Lazinho, Nardo, Dito Vassoura, Darci Branco, Maurinho Meia Lua, Vartinho, Sapatão... (Fonte: [33] Entrevista realizada em 03.03.2004 com Luiz Gonzaga Rodrigues por Carlos Carvalho Cavalheiro.)

MANOEL PIO DE SALES

nasceu em Goiás no dia 06-05-1940

MESTRE SABÚ:

Em homenagem ao Mestre Sabu que faleceu hoje 27-02-2017 com 76 anos de idade.

Mestre Sabú: Manoel Pio de Sales, nasceu em Goiás no dia 06-05-1940 e ainda criança se mudou proSalvador aonde aprendeu capoeira com entre outros: Mestre Pastinha, Mestre Noronha e Mestre Caiçara que segundo ele, lhe formou. Já na década de 60, Mestre Sabú estava de volta em Goiania aonde começou a dar aula de luta e também de Capoeira Angola formando o seu grupo: Terreiro de Capoeira Angola. Mestre Suíno dedicou um livro a ele e o outro pioneiro de capoeira em Goiás, Mestre Osvaldo, que trouxe Mestre Bimba e sua família pra lá.

O outro livro do Emilio Vieira é de 1973 e conta sobre a capoeira em Goiás e mostra inclusive fotos do Mestre Sabú demonstrando golpes de capoeira com um aluno seu na época. Foi um Mestre único e se apresentava nos últimos anos de terno nas rodas e eventos de capoeira. O projeto "Tribute to the Mestres" do Mestre Maxwel e parceiros fez uma homenagem ao Mestre e conseguiu ajudar ele também financeiramente no final da sua vida, que é bom e importante. Sobre este projeto que valoriza e apoia Mestres antigos de capoeira, vou contar mais, no próximo post. fonte: facebook / Jeroen Verheul Rouxinol Capoeira

GILDO LEMOS COUTO

BAHIA - 16 de janeiro no bairro de Tororó em Salvador

16/jan/1940 - 12/out/2015

MESTRE GILDO ALFINETE

OABC de M GildoAlfinete

1940 - Nasceu no 16 de janeiro no bairro de Tororó em Salvador.

1959 - Iniciou na capoeiraAngola no Pelourinho 19 com M Pastinha.

1963 - Recebeu o diploma de capoeirista de M Pastinha.

1966 - Viajou ao I Festival dasArtes Negras em Dakar, Senegal, junto com M Pastinha, M Camafeu de Oxossi, M Gato Preto, M João Grande e M Roberto Satanás.

1968 - Foi idealizador do Grupo Folclórico Ganga Zumba.

1993 - No 18 de julho participou da refundação daABCA.

2015 - Faleceu no 12 de outubro em Salvador.

e M Gildo Alfinete

PAULO GOMES DA CRUZ

BAHIA - ITABUNA, 25 DE JANEIRO DE 1941 - FALECEU

MESTRE PAULO GOMES (GALO CEGO)

25/jan/1941 - 23/set/1998

1941 - Nasceu no 25 de janeiro em Itabuna, BA.

1962 - Começou aprender com Artur Emídio no Rio.

1963 - No 11 de junho fundou o Centro de Capoeira Ilha de Maré. Também criou o batismo na capoeira.

1967 - Se estabeleceu em São Paulo na ruaAugusta 1351.

1982 - No 3 de agosto participou da Inauguração da Praça do Capoeira em SP. Publicou o livro chamado Capoeira -Aarte marcial brasileira.

1985 - Criou a Associação do Brasil da Capoeira (ABRACAP).Ajudou a instituir a Lei Estadual nº 4.649, de 7 de agosto, que definiu o dia 03 de agosto como O Dia da Capoeirista no Estado de São Paulo.

1988 - De 23 a 28 de maio participou do evento de M Suassuna Projeto Roda Capoeira.

1998 - Faleceu no 23 de setembro assassinado, dentro do escritório de sua academia Ilha de Maré, localizada naAv. Brigadeiro LuisAntonio n. 3940, SP.

Paulo Gomes da Cruz nasceu em 25 de janeiro de 1941 em Itabuna, sul da Bahia - região do cacau e terra natal do escritor JorgeAmado.

Por Marcelo Cardoso da Costa

Veio para o Rio de Janeiro como muitos outros baianos que, segundo o Iphan (BRASIL, 2007) “vieram em busca de melhores oportunidades de vida.

Na capital carioca aprendeu a capoeira com o Mestre Artur Emídio, também itabunense, e que tinha uma academia em Bonsucesso, subúrbio carioca. Lá treinou e se formou mestre junto com outros nomes importantescomo Leopoldina,CelsodoEngenhodaRainhae DjalmaBandeira.FoinessaacademiaquePaulo Gomes passou a ser respeitado e conhecido como Mestre Paulo Gomes, seu nome de batismo dentro da capoeira. Sua genealogia na capoeira é a seguinte: “Filho” de Mestre Artur Emídio (1930-2011), “Neto” do Mestre Paizinho (Teodoro Ramos) e “Bisneto” de Mestre Neném (MACHADO, 1998).

Mestre Paulo Gomes. Fonte: Marchado, 1998.

Na década de 1960, mestre Paulo Gomes foi morar na Baixada Fluminense, mais precisamente em São João de Meriti, bairro Coelho da Rocha. Foi nesta região que passou a ensinar a capoeira e a formar importantes capoeiristas, dentre eles, mestres Valdir Sales (1942-2019) e Josias da Silva, que se transformaram em seus principais discípulos efundaram importantes academias naBaixada,respectivamente,Associaçãode Capoeira Valdir Sales, no município de São João de Meriti, e Associação de Capoeira Josias da Silva, nos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.

Convite do Grupo de Capoeira Netos deAmaralina para o 1º batizado de seus alunos em São Paulo. Foto:AcervoAndré Lacé. Em umaoutrafase,mestrePaulo Gomes foimorarnacapital paulistaelá,assim como naBaixadaFluminense, foi um dos fundadores da capoeira, onde criou o Centro de Capoeira Ilha de Maré e, em 1985, aAssociação do Brasil da Capoeira (ABRACAP). Mestre Paulo Gomes também foi assessor do ex- governador de São Paulo Mário Covas, quando ajudou a instituir a Lei Estadual nº 4.649, de 7 de agosto de 1985, que definiu o dia 03 de agosto como “O Dia da Capoeirista” no Estado de São Paulo.

Mestre Paulo Gomes teve uma morte trágica em 1998. Ele foi assassinado aos 57 anos em São Paulo, dentro de sua academia, localizada na Ilha da Maré. A motivação do assassinato teria sido uma dívida que o mestre tinha com uma locadora de carro (Folha de São Paulo, 1998). Segundo mestre Ribas Machado (1998): Naocasião,duranteanoite,aaulahaviaacabadode terminaremuitos alunosestavam novestiáriosetrocando, quando um oficial de justiça, acompanhado de mais um sujeito, por razões que só quem estava lá sabe e pode

falar com certeza, descarregou sua arma no Mestre que, passado um bom tempo, foi levado para o hospital, mas não resistiu…Durante a trágica ocorrência, dois outros capoeiras foram acertados de raspão, enquanto tentavam acalmar a confusão, são eles: Mestre Fernandão (dirigente da ABRACAP na época e tradicional capoeirista na Roda da Praça da República em São Paulo) e o Formado Cristhiano”.

O velório de Mestre Paulo Gomes foi realizado na sala da academia, repleto de homenagens de mestres de capoeira,que fizeram discursos e uma roda em homenagem aomestre.AindasegundoMestre Ribas Machado: Em seguida, todos foram para o cemitério São Pedro (situado naAvenida Francisco Falconi, 837 –VilaAlpina

São Paulo) e, lá, na presença de mais Mestres e capoeiristas (que foram se juntando desde o velório), o corpo foi enterrado ao som de lamentos, xulas, rezas e berimbaus…

Por fim, mestre Paulo Gomes deixou saudades no mundo da capoeira, agradecimentos de seus discípulos e contribuições em termos de memória da capoeira, como o livro “Capoeira: a arte marcial brasileira”, de 1982, e o CD “Roda de Capoeira da Ilha de Maré”.

Paulo Gomes da Cruz, 1941-1998

Encontro de mestres no Rio de Janeiro: Artur, Cabide, Celso (atrás), Paulo Gomes, Zé Maria (da Bonfim) e esposa. Malhado (agachado). Foto:AcervoAndré Lacé.

Paulo Gomes e esposa. Fonte: Machado, 1998.

Para saber mais:

MACHADO, Ribas. A Capoeira de São Paulo (e do Brasil) perde Mestre Paulo Gomes. Consultado em 21/10/2019. 1998. Avaiable on: http://www.fontedogravata.org/1998/09/capoeira-de-sao-paulo-e-do-brasilperde.html

FOLHADESÃOPAULO.OficialdeJustiçamataassessordeCova.In:cotidiano.Consultadoem21/10/2019. Avaiable on: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff24099832.htm

BRASIL. Ministério da Cultura. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Inventário para registro e salvaguarda da capoeira como patrimônio cultural do Brasil. Brasília: MEC, 2007.

OLIVEIRA, J. P.; LEAL, L. A. P. Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2009.

EZIQUIEL MARTINS MARINHO

BAHIA - (Salvador, 18 de outubro de 1941 Salvador, 26 de março de 1997)

MESTRE EZIQUIEL / VELHO ZICA

Mestre Eziquiel - Grupo Luanda

Iniciou-se na Capoeira ainda menino, aprendendo-a de oitiva, coisa comum aos meninos de Salvador. Somente na década de 1960, levado por Sacy aluno de Mestre Bimba, chegou ao Centro de Cultura Física RegionalCCFR, de onde não saiu mais, formando-se lenço azul do Mestre Bimba e um dos seus mais fiéis discípulos, informação dada pelo Prof. Romário Itacaré do Grupo Luanda.

Foi por muito tempo da Polícia Militar Baiana, onde iniciou sua carreira de Mestre de Capoeira ensinando no quartel dos dendezeiros. Mais tarde, com a partida de Mestre Bimba para Goiânia (1972), assumiu, juntamente com MestreVermelho27, a responsabilidade pela academia do antigo Mestre no Terreiro de Jesus em Salvador. Por fim, acabou por fundar seu próprio grupo, junto do Mestre Franklin, o Grupo Luanda, com sede no Bairro do Resgate (Cabula), próximo a sua casa. O grupo tinha a intenção de realizar shows e divulgar a cultura baiana, e com ela o Maculelê, a Puxada de Rede, e principalmente, a Capoeira.

Um dos maiores divulgadores da Capoeira pelo Brasil e pelo mundo, fez parte dos Grupos Folclóricos Olodum e Grupos Folclóricos Olodumaré, participando inclusive do Festival Internacional de Folclore, em Salta na Argentina. Com esses grupos obteve o primeiro lugar em dois anos consecutivos. Mais tarde, em Quito, Equador, sagrou-se também "Campeão de Folclore", recebendo o "Huminaua de Oro", e Campeão Brasileiro de Ginga.

Como discípulo de Mestre Bimba é, juntamente com Mestre Itapoan, um dos maiores responsáveis pela disseminação da filosofia e dos conhecimentos de seu Mestre e da Capoeira Regional pelo mundo da Capoeira. Mestre Itapoan comandando a parte teórica e histórica da Regional, e o saudoso Mestre Eziquiel preparando os esquetes dos jogos de Iuna, Benguela e São Bento Grande, como também, das sequências e balões ensinados no CCFR.

A figura humilde, alegre e amiga de Mestre Eziquiel sempre foi uma porta aberta para qualquer pessoa interessada em aprender um pouco mais. No passado, a voz marcante, com um estilo único de interpretar, fez dele um dos maiores cantadores e compositores da Capoeira, enquanto, no presente, a saudade e o vazio deixados por sua partida o tornam uma das maiores presenças em nosso meio.

Referências bibliográficas

• DE CAMPOS, Helio José Bastos Carneiro. UMA VIDA NA CAPOEIRA REGIONAL: Os seguidores da escola de Mestre Bimba.

ANTÔNIO CARDOSO ANDRADE,

Alagoinhas, 29 de maio de 1942)

MESTRE BRASÍLIA

ANTÔNIO CARDOSO ANDRADE, Mestre Brasília, nascido em 29-05-1942, é também um dos pioneiros da Capoeira paulista. Aprendeu com mestre Canjiquinha, de quem foi discípulo e amigo dedicado. Veio para São Paulo, gostou, acabou ficando. Praticava capoeira na antiga CMTC, com mestre Melo, e na academia do mestre Zé de Freitas, no Brás. Conheceu então mestre Suassuna, e juntos fundaram uma academia,a“CordãodeOuro”,queviriaasetornarnopoloprincipaldaCapoeirapaulista.Jogacom extrema elegância e habilidade.

Atualmente, Mestre Brasilia está ministrando suas aulas no Galpão do Circo, R. Girassol, 323, Vila Madalena, SP. É vice-presidente cultural da Federação de Capoeira do Estado de São Paulo, entidade filiada à Confederação Brasileira de Capoeira e à Federação Internacional de Capoeira; atualmente, é presidente do Conselho Superior de Mestres – seção São Paulo.

Carreira

É discípulo de Mestre Canjiquinha que por sua vez aprendeu capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Mestre Aberrêque aprendeu com o escravo Benedito. Mestre Brasilia treinou e conviveu também com mestres renomados como Mestre Bimba, Onça, Limão, Silvestre, Suassuna, Joel, Zé de Freitas entre outros É pioneiro da capoeira de São Paulo junto com o Mestre Suassuna. Fundou o grupo Cordão de Ouro com Mestre Suassuna e depois desligou-se criando a Associação de Capoeira São Bento Grande.[1]

Brasilia é compositor de diversas músicas entre capoeira, samba, puxada de rede, maculelê e outros ritmos brasileiros, já escreveu 2 livros,[carecede fontes] entre eles Vivência e Fundamentos de um Mestre de Capoeira, [1] publicado pela editora Circuito LW,[2] sobre sua trajetória e a capoeira e gravou discos e DVDs que reúnem composições próprias e obras do cancionário de domínio popular brasileiro.[3]

Referências

1. ↑ Ir para:a b Taylor, Gerard (2007). Capoeira: The Jogo de Angola from Luanda to Cyberspace, Volume Two. [S.l.]: Blue Snake Books. p. 152-153. ISBN 978-1-583-94183-6

2. ↑ «Entrevista: Mestre Brasília». www.capoeiradobrasil.com.br. Consultado em 6 de abril de 2013

3. ↑ «Mestre Brasília, um dos precursores da capoeira em São Paulo, lança CD e DVD e faz batizado» Portal Capoeira. Consultado em 6 de abril de 2013

VICTOR WIDAWSKI

Nascido na CidadeAlta, Salvador, Bahia, em 07 de setembro de 1942

MESTRE TRAVASSOS

Victor Widawski

Antes de conhecer a capoeira Mestre Travassos conheceu o samba duro, o samba de pernada, que impressionou bastante o então adolescente Victor.

Jorge Columá, Jaqueline Ribeiro e Rômulo Reis

Tradições, cultura oral e capoeira

Todos os amantes da capoeira já devem ter ouvido falar sobre respeito aos mestres, ancestralidade e tradições que acompanham nossa arte. A principal via de comunicação entre as tradições dos mais antigos e os novos praticantes é a cultura oral, que transmite ensinamentos e mostra diversificadas formas de fazer, ser e entender a capoeira, porque traduz aquilo que não se ensina diretamente – mas se aprende. A cultura oral depende necessariamente da memória, vivência, experiência e sentimento, transmitidos a cada nova geração. Convidamos os leitores a conhecerem a história de Mestre Travassos, o precursor do ensino da capoeira nos municípios de Niterói e São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro.

Nascido na Cidade Alta, Salvador, Bahia, em 07 de setembro de 1942, Mestre Travassos é um dos muitos nordestinos que migraram para a região sudeste em busca de novas oportunidades. Sua família chegou ao Rio de Janeiro por volta de 1945, onde o menino Victor Widawski teve uma infância pobre e modesta. Foi no bairro do Flamengo que Travassos deu os primeiros passos na capoeiragem com um rapaz conhecido como Baianinho. Tempos depois, em 1960, passa a treinar com o capoeira Antônio Nascimento de Morais, que tinha sido aluno de Mestre Pastinha.

Ainda na sua mocidade, Mestre Travassos frequentou a Escola de Samba São Clemente, em Botafogo, onde participou do auge da combinação entre samba e capoeira. O mestre era o responsável por uma ala exclusiva para o samba duro, modalidade em que dois sambistas, que também eram capoeiras, se enfrentavam em um duelo de samba, palmas, improvisos, rasteiras e pernadas.

Como, naquela época, a profissionalização, ou apenas sobreviver financeiramente da capoeira, era algo distante da realidade, Mestre Travassos seguiu outros caminhos que o levaram a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ. Com o ingresso na corporação, mudou-se para a vizinha cidade de Niterói e novos horizontes se abriram, inclusive, com a oportunidade de ministrar aulas de capoeira em seu Batalhão.Assim, o mestre passou a dedicar-se às aulas na polícia e também em outros dois locais, em Niterói e em São Gonçalo. Nos anos de 1970, a capoeira experimentava um processo de institucionalização e chegava às universidades, tendo como palco de suas transformações as discussões em caracterizá-la como luta e desporto. Desse modo, como luta brasileira, a capoeira estava vinculada à Confederação Brasileira de Pugilismo

CBP, à qual era afiliada a Federação de Pugilismo do Estado do Rio de Janeiro – FPERJ, instituição em que Mestre Travassos

oficializou sua titulação de Mestre. Na FPERJ, Mestre Travassos foi Assessor de Capoeira da direção e dirigente, além de árbitro em competições estaduais e nacionais de capoeira.

Em paralelo, Travassos escrevia sua própria história com a capoeira ministrando aulas, formando discípulos, organizando e participando de eventos como simpósios, palestras, batizados, shows e rodas de conversa. No final dos anos de 1970, funda a Associação de Capoeira Pequenos Mestres, onde priorizou sua técnica e seu estilo próprios, diferente da capoeira angola e também da capoeira regional. Com o trabalho naAssociação Pequenos Mestres, existente até hoje, Mestre Travassos formou gerações de mestres, tais como Chita (in memorian), Bocka, Bailarino, Jacaré, Casquinha, Santana e Ricardo Feijão.

Nos anos de 1980, Mestre Travassos junto aos Mestres Bocka, Martins e Bogado, fundou a Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro – FCERJ. Na década de 1990, participou ativamente da fundação da Federação de Capoeira Desportiva do Estado do Rio de Janeiro – FDCRJ. Em 1998, após militar pela capoeira ativamente por mais de 30 anos, Mestre Travassos recebeu a máxima graduação de mestre, o cordel branco.

Atualmente, o Mestre Travassos, com 78 anos, mesmo não lecionando mais capoeira, é uma figura ativa em eventos, sempre que convidado. Seu pioneirismo e mérito por muitas conquistas para a capoeira são reconhecidos e seu trabalho segue vivo através de seus discípulos.

Jorge Felipe Columá é Dr. em Educação Física e Cultura.

Jaqueline Ribeiro é profissional de Educação Física.

Rômulo Reis é Dr. em Ciências do Exercício e Esporte.

Este texto foi publicado pela primeira vez na Revista Muzenza Grupo de Capoeira, nº 9, de março de 2021, com o título “Mestre Travassos, o pioneiro nas cidades de Niterói e São Gonçalo”.

ANTÔNIO DOS SANTOS

BAHIA - Santo Amaro, em 3 de janeiro de 1942

MESTRE CARCARÁ,

nasceu em 3 de janeiro de 1942, filho de Maria Domingas dos Santos e Júlio dos Santos, teve seu primeiro contato com a capoeira com o Mestre Vivi, depois foi aluno de Mestre Felipe Santiago, figura presente todos os anos nas festas do Bembé do Mercado, relata que na juventude correu muito da polícia por armar roda nas praças, o que era proibido na época, segundo ele quando chega em uma roda de capoeira e não sente o axé, a energia logo vai embora sem jogar, nas palavras dele: “se não arrupeia não é capoeira”. Juntamente com Mestre Felipe são nomes reconhecidos e respeitados no universo da capoeira de Santo Amaro.

2020_arti_franciscobessa.pdf (unilab.edu.br)

ANTONIO BEZERRA DOS SANTOS

Coroatá,(? 1942)

MESTRE BEZERRA

Antônio Bezerra dos Santos, conhecido no mundo da capoeira como Mestre Bezerra. Nascido em Coroatá no Maranhão, Mestre Bezerra fundou e presidiu, já na década de 1990, por quatro anos a Federação Paraense de Capoeira - FEPAC, o que lhe garantiu um lugar de destaque no cenário da capoeira paraense e brasileira. Professor de Judô e eletricista, Mestre Bezerra conseguiu reconhecimento nacional e internacional também pelas viagens e trabalhos que realizou em quase toda a região norte e Guiana Francesa. Ele iniciou na capoeira aos 23 anos com o Mestre Roberval Cerejo. De acordo com ele “foi em 67 mais ou menos no meio do ano quando começou (a ter aulas de capoeira). Eu estava dando aula de judô, no corpo de bombeiros quando conheci o Mestre Roberval Cerejo ” . Sua ligação com as artes marciais vai se solidificar também com sua relação com o boxe, pois um de seus alunos que era boxer trouxe o mestre Bezerra para Belém em 1971, concretizando-se em definitivo em 1990 quando fundaa Federação Paraense deCapoeira -FEPAC, instituição legalizada pela Confederação Brasileira de Capoeira e que confere um posicionamento bem definido de uma experiência filiada às instituições desportivas.

Ai resolvemos documentar, criar três associações, a Associação Arte Brasil de Capoeira, ai um colega de Ic oaraci criou a Associação Rei de Capoeira, e o outro criou Associação Zumbi de Capoeira que era o aluno do Zumbi. Quando criamos as três associações, ai nós tínhamos condições de criar uma federação, ai foi criado a Federação Paraense de Capoeira [...] filiamos na Confederação Brasileira de Capoeira em São Paulo. (entrevista com Mestre Bezerra emfevereiro de 2009)

A trajetória de mestre Bezerra se solidificou e ganhou notoriedade nacional einternacional através da FEPAC e foi através disso que o mesmo conseguiu várias conquistas nos campeonatos nacionais através da delegação paraense.

UBIRAJARA GUIMARÃES ALMEIDA

nasceu em Salvador em 1943

nasceu em Salvador em 1943 iniciou-se na capoeira em 1956 e foi um dos alunos do Mestre Bimba que mais se destacou. Em 1959 começou a ensinar capoeira e em 1961 abriu sua 1º academia denominada Quilombos. Atualmente ensina capoeira na cidade Berkeley Califórnia - USA. Já gravou vários cds e editou tres livros.

Ubirajara (Bira) Guimarães Almeida (nascido em 1943), mais conhecido como Mestre Acordeon, é natural de Salvador, Bahia, Brasil, e um mestre da arte popular brasileira conhecido como Capoeira.

Sua reputação internacional como um professor respeitado, performer, músico, organizador e autor é construído sobre 50 anos de prática ativa, bem como a pesquisa sobre as origens, tradições, conotações políticas, e as tendências contemporâneas de Capoeira. Mestre Acordeon tem viajado extensivamente promover a Capoeira fora do Brasil.

Acordeon foi aluno do lendário Mestre Bimba na década de 1950 e começou a ensinar Capoeira em 1960. Ele fundou o Grupo Folclórico da Bahia em 1966 que realizou o show Vem Camará: Histórias de Capoeira no Teatro Jovem, no Rio de Janeiro.

O show apresentou uma abordagem para a Capoeira que influenciou uma nova geração de capoeiristas jovens eafirmou o conceitodegrupodeCapoeiraedehojecapoeiraregional.Eleganhoutrês títulos em campeonatos nacionais capoeira na década de 1970, antes de vir para os Estados Unidos no final de 1978. Acordeon Capoeira introduzido na Costa Oeste no início de 1979 e atualmente mantém a United Capoeira Association (UCA) com vários Escolas Associadas.

Ele também criou a Capoeira Arts Foundation, em Berkeley, Califórnia, que patrocina UCA ea Kirimurê Projeto, um programa social para crianças no bairro de Itapoã, em Salvador, Bahia, Brasil. Acordeon gravou 9 CDs, 3 DVDs produzidos, e é autor de artigos de revistas e livros sobre Capoeira, incluindo Agua de Beber, Camará: Um bate Papo de Capoeira, e da Capoeira Artes Café:. Uma Academia de Capoeira O seu livro Capoeira: Uma Forma de Arte Brasileira, foi o livro Capoeira primeiro em Inglês.

Ele recebeu homenagens em apoio da sua prática, ensino e pesquisa da Capoeira. Entre eles, no outono de 1994, ele tornou-se o "artista" primeiro a receber o Professorship Tinker visitante na University of WisconsinMadison. Em 2008, em reconhecimento de seus trinta anos de trabalho contínuo na Costa Oeste, a cidade de Berkeley proclamou 18 outubro como Dia Mestre Acordeon .

MESTRE ACORDEOM - Califórnia - USA (1943)

Mestre Acordeon passa muito do seu tempo a viajar pelo mundo ensinando Capoeira. A partir de 17 fevereiro - 20 fevereiro, ele estava no México cortesia Cidade do grupo Capoeira Longe do Mar, inaugurando o novo estúdio.

Ele viajou para o Reino Unido no dia 11 à 13 de março de 2011 para ensinar na Reunião de Primavera Cordão de Ouro, em Liverpool, que era dirigida por Contra Mestre Parente da Cordão de Ouro North West Reino Unido. Ele então entregou workshops masterclass na segunda Cordão de Ouro de Birmingham Festival Internacional de Capoeira e Batizado de 18 a 20 março de 2011.

Ubirajara Almeida, Mestre Acordeon, é, sem dúvida, uma das personalidades mais marcantes no mundo da Capoeira.

Aluno do legendário Mestre Bimba, várias vezes campeão nos anos 70, criador de um dos primeiros grupos a apresentar espetáculos de Capoeira nos palcos do Brasil (Grupo Folclórico da Bahia), ex-professor de administração de empresas, vive hoje exclusivamente de Capoeira nos Estados Unidos.

É autor de vários livros, artigos em revistas e CDs.

Foi um dos pioneiros da Capoeira em São Paulo. Em 1968, em parceria com Ayrton Neves Moura, mestre Onça, fundou na rua Augusta a academia K-poeira, um dos melhores centros de prática e ensino da arte-luta em São Paulo.

Atualmente, mantém uma escola com mais de 300 alunos, em parceria com Cássio Martinho (mestre Rã), em Berkeley (EUA). Exímio jogador de Capoeira, dono de grande simpatia e fluência verbal que o fazer ser uma companhia das mais agradáveis e frutíferas em todo o universo da Capoeira.

Biografia

Ubirajara (Bira) Guimarães Almeida (born 1943), better known as Mestre Acordeon is a native of Salvador, Bahia, Brazil, and a master (pt.: mestre) of the Brazilian folk art known as Capoeira. His international reputation as a respected teacher, performer, musician, organizer, and author is built upon fifty years of active practice, as well as research into the origins, traditions, political connotations, and contemporary trends of Capoeira. Mestre Acordeon has travelled extensively promoting Capoeira outside Brazil.

Acordeon was a student of the legendary Mestre Bimba in the late 1950s and began teaching Capoeira in the early 1960s. He founded the Grupo Folclorico da Bahia in 1966 that performed the show Vem Camará: Histórias de Capoeira in the Teatro Jovem in Rio de Janeiro. The show presented an approach to Capoeira that influenced a new generation of young capoeiristas and affirmed the concept of grupo de Capoeira and today’s capoeira regional. He won three titles in capoeira national championships in the 1970s before coming to the United States towards the end of 1978. Acordeon introduced Capoeira on the West Coast in early 1979 and currently he maintains the United Capoeira Association (UCA) with several associated schools. He also has created the Capoeira Arts Foundation in Berkeley, California which sponsors UCA and the Projeto Kirimurê, a social program for children in the neighborhood of Itapoã in Salvador, Bahia, Brazil.

Acordeon has recorded 9 CDs, produced 3 DVDs, and is the author of magazine articles and books about Capoeira, including Agua de Beber, Camará: A bate Papo de Capoeira, and the Capoeira Arts Café: An Academia de Capoeira. His book Capoeira: A Brazilian Art Form, was the first Capoeira book in English. He has received honors in support of his practice, teaching, and research of Capoeira. Among them, in the Fall of 1994, he became the first "artist" to receive the Tinker Visiting Professorship at the University of Wisconsin–Madison. In 2008, in recognition of his thirty yearsof continuous work in theWest Coast, the City ofBerkeley proclaimed October 18 as Mestre Acordeon Day.

Mestre Accordeon spends much of his time travelling the world teaching Capoeira. From February 17 to February 20 he was in Mexico City courtesy of the Capoeira group Longe do Mar, inaugurating the new studio. He travelled to the UK on the 11th to the 13th of March 2011 to teach at the Cordão de Ouro Spring Meeting in Liverpool, which was run by Contra Mestre Parente of Cordão de Ouro North West UK. He then delivered masterclass workshops at Cordão de Ouro Birmingham's 2nd International Capoeira Festival and Batizado from 18 to 20 March 2011.

EDVALDO CARNEIRO E SILVA

BAHIA - 07/01/1944 Nasceu na Fazenda Estiva, Jacobina – faleceu em 18/04/2013

MESTRE CAMISA ROXA

foi considerado o melhor aluno de Mestre Bimba. É Grão-Mestre da Abadá-capoeira, título vitalício para o qual foi escolhido por um conselho de Mestres de notório saber. Sua função é de orientador e consultor, sendo o seu título o mais alto grau na Abadá-capoeira. É o capoeirista que mais divulgou a Capoeira pelo mundo, viajou por mais de 50 países, levando a Capoeira como manifestação de arte e cultura brasileira.

07/01/1944 Nasceu na Fazenda Estiva, Jacobina, Bahia

1954 primeiro contato com a Capoeira

1962 Ida para a cidade de Salvador para estudo do curso científico Entrou na academia de Mestre Bimba em Salvador

1964 Participação do Grupo Folclórico da Bahia, Viva Bahia Fundação do Grupo Olodum

1966 Participação do espetáculo Vem Camará, nos teatros Vila Velha e Castro Alves, Salvador; Apresentação no teatro Jovem na cidade do Rio de Janeiro é o Grão Mestre da ABADÁ-CAPOEIRA, título vitalício e de mais alto grau dentro desse sistema, para o qual foi escolhido, por ter semeado os primeirosgrãos na formação da entidade, ser o mais velho da família, introdutor da prática da capoeira aos demais irmãos e da sua experiência na divulgação da Capoeira. Participou, juntamente com os Mestres Santana e Mestre Camisa nas primeiras reuniões, na Áustria e no Brasil, para a fundação da entidade Abadá-Capoeira. O raciocínio do Grão Mestre foi fundamental para a criação do Estatuto, o Fundo Abadá-Capoeira, o boletim, os rituais, os fundamentos e características das técnicas e do sistema de graduação da Abadá-Capoeira. Também podemos citar, como uma das suas contribuições, o projeto detalhado de descentralização da Abadá-Capoeira, como também fundamentação das esquivas e movimentação de Capoeira.

FoiresponsávelpelacoordenaçãodaAbadá-CapoeiranaEuropa,ondeorganizouregularmentecursospráticos de reciclagem para os instrutores e professores. Foi o mentor do Encontro da Primavera que antecedeu os Jogos Europeus quetambémorganizoudurantemuitos anos. Éum evento quevisa aintegração e aatualização dos alunos da Europa e outros continentes através de aulas teóricas e práticas ministradas por mestres e mestrandos convidados do Brasil.

Edvaldo Carneiro e Silva conhecido como Camisa Roxa, entre seus contemporâneos e artistas simplesmente como Camisa, foi o grande semeador da difusão da arte popular brasileira no mundo e especialmente na Europa.

Hoje, em qualquer País que se vá, encontramos a Capoeira. Há mais de 48 anos, quando levou pela primeira vez um grupo de capoeiristas para o exterior, estava apostando tudo num projeto em que só eles acreditavam. Acreditavam como promissor para a capoeira e para o capoeirista, mas não imaginava a dimensão da importância que teria para o engrandecimento da arte da Capoeira. Ele teve várias profissões além de empresário cultural foi produtor rural e capoeirista.

Camisa Roxa nasceu em 1944, na Fazenda Estiva, no interior da Bahia. Começou a praticar Capoeira aos 10 anos de idade como divertimento, o que mais tarde foi copiado por todos os outros irmãos. Na década de 60, foi para Salvador fazer o científico e começou a treinar naAcademia de Mestre Bimba, onde se formou e foi considerado o melhor aluno pelo Mestre. Seus irmãos Ermival, Pedrinho e Camisa também se formaram na Academia de Bimba.

O apelido do Grão Mestre surgiu devido ao fato de que ele sempre freqüentava as rodas de Capoeira da Bahia vestindo uma camisa roxa da qual gostava muito. Gostava também de jogar nas rodas de Capoeira tradicional da academia de Mestre Pastinha e nas rodas dos Mestres Waldemar e Traíra na rua Pero Vaz, onde era muito respeitado por sua postura e o grande conhecimento que possuía dos fundamentos da Capoeira. Camisa Roxa pensa a Capoeira como um todo, reunindo Regional eAngola. “Na verdade, bem poucas pessoas compreenderam a verdadeira intenção de Mestre Bimba”, declara o Grão Mestre. “Primeiro ele ensinava com seu método uma Capoeira alta, mas com o tempo a pessoa deveria aprender a jogar baixo”, completa. Camisa Roxa é responsável pela coordenação da Abadá-capoeira na Europa, e realiza regularmente cursos práticos dereciclagem paraos instrutores eprofessores queatuamporlá.Étambém oorganizadordo Encontro de Primavera Capoeira na Europa e Jogos Europeus daAbadá-capoeira. Estes eventos visam à integração e a atualização de capoeiristas na Europa através de aulas teóricas e práticas ministradas por mestres convidados do Brasil.

Hoje o Grão Mestre dedica grande parte do seu tempo a pesquisas sobre capoeira, sempre em busca de novos caminhos e ampliação de sua visibilidade no mundo. Para ele, no Brasil deveria haver mais união entre os diferentes grupos, para que seja possível estabelecer uma ordem nas atividades e nos ensinamentos. “Talvez uma Capoeira mais disciplinar e a união entre os líderes, produza uma Capoeira com mais responsabilidade e profissionalismo”, afirma. Camisa Roxa diz que ao passar sua experiência procura retribuir tudo o que a Capoeira lhe deu até hoje.

(www.abadacapoeiraeuropa.eu)

SILAS LUÍS

RIO DE JANEIRO - nasceu em 16 de setembro de 1944.

MESTRE SILAS

Seu primeiro contato com a capoeira aconteceu em 1952, no Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Capela, localizado em Parada de Lucas, zona norte do Rio.

Geisimara Mattos e Matthias RöhrigAssunção (junho de 2021).

Silas Luís nasceu em 16 de setembro de 1944. Natural do Rio de Janeiro, cresceu no bairro de Cordovil, zona norte da cidade, mais exatamente na rua Antônio João. Após o falecimento do pai, aos 10 anos de idade, mudou-se para Brás de Pina, onde reside até hoje.

Impressionado com a apresentação de capoeira na quadra da escola, em um dos ensaios, ficou motivado e começou a se aproximar da capoeira e do samba duro. Iniciou-se na capoeira com Mestre Índio, aluno do Mestre Roque. Depois conheceu o Mestre Mintirinha e passou a treinar com ele. Através de Mintirinha conviveu com os mais famosos mestres daquela época no Rio: Paraná, Artur Emídio, Deraldo, Zé Grande da Bonfim, Mário Buscapé e o Garrinchinha (aluno de Mário). Participou da criação do grupo Kapoarte – Filhos deAbaluaê junto ao seu mestre, Paulão, Piriquito e Korvão no ano de 1965.

Assumiu a direção do grupo, em 1975, quando Mestre Paulão criou outro grupo, o Barravento. No mesmo ano, Mestre Silas participou da elaboração das regras para as competições organizadas na academia de Zé Pedro.

Muitos de seus alunos do grupo Kapoarte, como Jorge Roberto Siqueira, José Fernandes, Jorge Alvarenga Costa, Wladimir da Silva, Milton Bento Cabral e outros, se destacaram nas competições de capoeira que aconteceram, no Rio de Janeiro e outros estados, nos anos subsequentes.

O Kapoarte liderava repetidamente as rodadas dos “Torneios Interclubes” de 1975 e 1976.

Listagem oficial de mestres formados por M. Silas

Mestre Silas fez apresentações cênicas de capoeira em festas dos clubes sociais muito frequentes, principalmente nos bairros da zona norte da cidade.

Também participou de vários shows em boates, como o Sambão e Sinhá, de Ivon Cury. Como militar da Aeronáutica foi convidado a dar aulas no Clube dos Taifeiros da Aeronáutica. Também deu aulas na Maré, lugar onde a Kapoart tem um de seus maiores redutos até hoje.

Silas e Mintirinha.Acervo M. Paulão da Muzenza. Exibiçãodos Mestres MintirinhaeSIlas.Acervo M. Paulãoda Muzenza.

Segundo MestreSilas, a grafiado nomeKapoarte(mudadoulteriormenteparaKapoart) foiinspirada nalíngua quimbundo, cuja ortografia não possui “c”, somente k.Assim, resolveram grafar o nome “Kapoarte” com “k” fazendo uma referência à língua africana. O que demonstra também sua preocupação em resgatar as raízes africanas através da capoeira.

Ativo no meio da capoeira, Silas participou de rodas importantes no Rio de Janeiro, como a famosa roda da Central do Brasil, realizada durante o carnaval; a roda da Quinta da Boa Vista e a roda da Penha, realizada nos quatro domingos do mês de outubro durante a Festa de Nossa Senhora da Penha. Envolveu-se ainda na formação da Federação de Capoeira no Rio de Janeiro, onde foi atuante durante muitos anos. Silas formou muitos mestres e até hoje continua suas atividades em frente à sua casa em Brás de Pina, lugar que ele chama de Quilombo da Kapoart.

Assista o vídeo documentário "Conversa com Mestre Silas"!

MestreSilasgentilmenterecebeua equipedoCapoeiraHistoryparaessaconversasobreasuavidaeacapoeira da sua geração.

JOSEVALDO LIMA DE JESUS

BAHIA - Santa Barbara em 1945/03/16

MESTRE SACI

Valdo José Lima de Jesus "Saci", nasceu em 1945/03/16, em Santa Barbara, no estado da Bahia.

Mestre Saci começou com Capoeira Regional em julho de 1964 na academia de Mestre Bimba. Ele aprendeu há muitos anos com o Mestre Bimba e, assim, testemunhas dos acontecimentos históricos na academia de Mestre Bimba e da Capoeira Regional na Bahia. Ele testemunhou muitos desenvolvimentos e mudanças em si mesmo e pode, portanto, reproduzir uma imagem de som de seu tempo.

Mestre Saci

Josevaldo Lima de Jesus “Saci” nasceu em 16/03/1945, na cidade de Santa Bárbara, do estado da Bahia e começou a praticar Capoeira Regional em julho de 1964 na Academia de Mestre Bimba. Em 1965 logrou a formatura e no mesmo ano fez o curso de especialização recebendo o lenço vermelho. Neste ambiente se projetou como um dos mais afamados capoeirista da sua época, pois, além de ser um “fominha” de treinamento, desenvolveu um estilo próprio, jogando com grande desenvoltura e tendo como característica a agilidade, destreza, velocidade de movimento e a combinação de golpes associada a coragem e o gosto pela arte de capoeirar.

Atuou no Grupo deApresentação de Mestre Bimba, Grupo Viva Bahia e Olodumaré. Participou na década de 60 do Festival de Salta na Argentina, em 1976 no Festival of American Folklaife nos Estados Unidos da América e posteriormente se apresentou no México e Canadá. Neste mesmo período recebeu o título de Honorary Citzen pelo estado da Geórgia.

Integrou a comitiva de Mestre Bimba em 1969 no II Simpósio Brasileiro de Capoeira realizado naAcademia Militar da Aeronáutica situada no Campos dos Afonsos na cidade do Rio de Janeiro. Em 1973 fundou a Associação de Capoeira Aluvião e estreitou relações com os principais mestres baianos: Pastinha, Canjiquinha, Caiçara, Waldemar, Aristides, Itapoan, Xaréu, Geni, Decanio e tantos outros. Em nível competitivo sagrou-se campeão brasileiro de capoeira em 1975 na cidade de São Paulo, em evento organizado pela Confederação Brasileira de Capoeira.

Logo cedo descobriu sua vocação para a docência, e em 1966 teve sua primeira experiência no Ginásio Acrópole em substituição ao Mestre Acordeon. O Ginásio Acrópole era uma das principais academias de Salvador e ali freqüentava a juventude soteropolitana amante dos esportes, principalmente do fisiculturismo.

Saci ainda ministrou aulas naAssociação de Capoeira Arte e Luta (ACAL), no 35º Batalhão de Infantaria do Exército (Feira de Santana), 19º Batalhão de Caçadores de Pirajá e Polícia Militar.

Na área escolar Saci ocupou o cargo de Coordenador de Capoeira do Departamento de Educação Física da SEC/Bahia e participou dos Jogos Escolares Brasileiros em Vitória e Brasília. Ministrou aulas em colégios da rede pública estadual, selecionou e treinou as equipes escolares.

Na área acadêmica Saci enveredou pela Educação Física, primeiro formou-se na Universidade Católica do Salvadorenestamesmauniversidadeimplantoua Capoeiracomo disciplina obrigatórianoCurso de Educação Física em 1982.Apartir desta iniciativa realiza anualmente seminários, debates e no 2º Sem. de 2008 realizou o 42º batizado de capoeira. Este evento tem uma característica peculiar, a presença dos principais mestres de Capoeira, ou seja, da nata dos capoeiristas baianos.

Saci, também é formado em Direito pela UCSAL e reunindo toda sua experiência de advogado, professor, mas principalmente de capoeirista é que assumiu a Presidência da Federação de Capoeira do Estado da Bahia, ao tempo em que participa intensamente de eventos de Capoeira no Brasil e no exterior a exemplo de Portugal, Alemanha, Áustria, Bélgica, Suíça e Holanda.

Postado por Helio Campos (Mestre Xaréu) às 06:09

NORIVAL MOREIRA DE OLIVEIRA

BAHIA- nasceu em 1945, na Ilha de Itaparica

MESTRE NÔ

Norival Moreira de Oliveira nasceu em 1945, na Ilha de Itaparica, Bahia. Conheceu a capoeira aos 4 anos de idade com seu avô Olegário e aos 7 anos foi morar na Massaranduba, bairro da periferia da cidade baixa de Salvador. Discípulo de Mestre Nilton, tornou-se frequentador das Rodas organizadas por Mestre Pirro, também da Massaranduba e Mestre Zeca, do bairro Uruguai, de quem aprendeu a tocar o berimbau. Hoje, com 72 anos, dos quais 68 dedicados à arte, é considerado baluarte da CapoeiraAngola.

Aexposição Memórias periféricas da CapoeiraAngola de Salvador: o acervo pessoal de Mestre Nô possibilita conhecer a história desde a periferia desta cidade, a partir da década de 60. Uma parte deixada de lado e ainda por contar, inserida na necessidade de preservar, difundir e salvaguardar uma das suas memórias.

O acervo contém um pouco dos registros que o Mestre fez durante sua vida dedicada à CapoeiraAngola, dos aspectos filosóficos, aos fundamentos do jogo e daética, aos toques de berimbau. Os registros mostram modos de ensino e a compreensão da capoeira como possibilidade de formação cultural para além dos limitesda roda, uma formação para a vida. São relíquias de uma história. A exposição é composta por fotos e áudios e documentos sobre a memória e a história deste grande Mestre da Capoeira Angola de Salvador/BA.

O projeto tem como idealizadores Norival Moreira de Oliveira – Mestre Nô e Leandro de Oliveira Accordi “Desenho”, parceria do Grupo de Pesquisa HCEL/UFBA, do Museu Digital da Memória Africana e Afrobrasileira/UFBA, do Núcleo de Pesquisa NEPECs/UFSC, do Grupo de Estudos GRECCO/URGS, Associação Brasileira Cultural de Capoeira Angola Palmares, Associação de Capoeira Angola Nascente Palmares do Sul e,AssociaçãoCultural FortalezadaIlha. Com apoio financeirodo Governodo Estado,através doFundodeCultura,SecretariadaFazenda,CentrodeCulturasPopulareseIdentitáriaseSecretariadeCultura da Bahia, tendo sido contemplado pelo edital Culturas Populares – Capoeira.

Norival Moreira de Oliveira, Mestre Nô, foi o primeiro educador popular e mestre de capoeira a receber o título de Notório Saber na UFSC, no ano de 2016. Sua trajetória deve estar registrada nesta universidade. Esta pesquisa teve como objetivos analisar o modo de ensino da capoeira criado por Mestre Nô, levantar e caracterizar seus princípios didáticos, seus valores humanísticos e seus conhecimentos históricos; registrar sua trajetória de vida e refletir as ideias e ações de sua prática pedagógica; por fim, relacionar elementos teóricos da pedagogia de Paulo Freire com o ensino da capoeira. Através da história oral e análise de vídeos de aulas do Mestre Nô, utilizou-se princípios metodológicos da pesquisa qualitativa. Esta é uma pesquisa militante, pois a pesquisadora está identificada organicamente com a vida do sujeito, promovendo uma ação política de formação e atuação mais crítica no mundo da capoeiragem. A capoeira como educação popular é um

movimento político e cultural de resistência, quando praticada de forma crítica.APedagogia da Capoeiragem é forjada na experiência dos mestres, sujeitos pedagógicos, educadores da cultura, guardiões de saberes e fazeres tradicionais. A visão do processo de ensino e aprendizagem de Mestre Nô é de emancipação. É um educador em movimento, imerso no mundo da capoeiragem, traz as suas experiências e humaniza suas práticas. O mestre de capoeira é aquele que permite que seus saberes sejam transmitidos. Mestre Nô ensina e aprende, tem uma liderança revolucionária, coloca na prática a capoeira no contexto da vida. Mestre Nô fez da capoeira sua escola, que lhe deu sabedoria e uma filosofia, transmitida aos seus alunos. A Pedagogia da Capoeiragem, como nos ensina Mestre Nô, acontece na roda e na vida. É insurgente, rebelde. Nesta volta ao mundo , somos camaradas e devemos estar do lado dos oprimidos, acreditar que é possível revolucionar, sonhar com um mundo melhor, lutar para a transformação da nossa realidade. E a capoeira é um campo de mandinga e fonte inesgotável de saberes.

A arte de ensinar a capoeira, na roda e na vida: pedagogia da capoeiragem de Norival Moreira de Oliveira - Mestre Nô (ufsc.br)

Norival Moreira de Oliveira, nascido na Bahia, em 1945 (mesmo ano que minha mãe). Ele ainda vive e trabalha com Capoeira lá.

Fundou as Academias de Capoeira Retintos, Orixás da Bahia e Capoeira Palmares. É fundador, presidente e grão-mestre da Associação Brasileira Cultural de Capoeira Palmares (ABCCP) – organização dedicada ao ensino, promoção e manutenção das tradições da Capoeira Angola.

Ele é conhecido como um "Mestre de Mestres" por conta de classificar tantos mestres e ensinar tantos alunos. Aqui estão alguns dos mestres classificados por ele: M.Braulio, M.Alabama, M.Dinelson, M.Túnico, M.Lincoln, M.Lázaro, M.Dindo, M.Dunga, M.Beto Baraúna, M.Henrique, M.Sabiá (fonte, wikipedia)

Seus primeiros mestres, em Massaranduba, na periferia de Salvador, foram Mestre Nilton, Mestre Zeca e Mestre Pirrô – e eles costumavam organizar rodas de rua, a famosa 'Roda de Mestres', frequentada por vários mestres, incluindo Mestre Waldemar, a quem eu estava pesquisando recentemente. Mestre Nô estava regularmente nessas rodas, daí ele estar em tantos vídeos antigos do YouTube.

Aos 20 anos abriu sua primeira escola de Capoeira Angola e é conhecido por um estilo angolano da periferia (não diria subúrbios de Salvador, eram áreas pobres – e um 'subúrbio' é algo mais de classe média), que era diferente do que se via no centro, áreas turísticas, de Salvador.

Outras fontes: http://newyorkcapoeira.com/mestre-no/ http://en.wikipedia.org/wiki/Norival_Moreira_de_Oliveira

Em outras notícias mais mundanas, ganhei duas calças novas de capoeira, uma branca para a roda BIG (OMG!!!!!) de sextafeira e uma verde. Eu gosto do corte destes, eles se sentam muito bem e parecem inteligentes!

Mestre Nô – Norival Moreira de Oliveira – Blog de Capoeira do Lélé' (tootington.com)

ANTÔNIO BATISTA PINTO ZULU

Mineiro de Unaí, nascido em 09/05/1946

MESTRE ZULU

ANTÔNIO BATISTA PINTO ZULU, também conhecido como "Mestre Zulu". Um dos maiores Mestres de Capoeira do Brasil! Mineiro de Unaí, nascido em 09/05/1946. Professor aposentado da Secretaria de Educação do Distrito Federal; Professor aposentado do Ministério da Educação; Químico; Pós-graduado em Didática e em Metodologia do Ensino Superior;Autodidata e Mestre de Capoeira; Introdutor da Capoeira na Rede Oficial de Ensino do DF; Fundador do Grupo de Capoeira Beribazu e do Centro Ideário de Capoeira; Formulador do Ideário Arte-Luta; Cidadão Honorário de Brasília; Medalha e Título deAmigo da Marinha do Brasil.

No ano de 1970, na Sociedade Desportiva Sobradinhense, começou ensinar capoeira àqueles que tornaramse seus companheiros de treinamentos e ali permaneceu até o final do ano de 1971. Em 11 de agosto de 1972 começou a ensinar capoeira no Colégio Agrícola de Brasília, e delinear a formulação do Ideário Arte-Luta, o qual é constituído de idéias, concepções, princípios, processos, valores e estudos os quais fundamentam as atividades e ações de ensino-aprendizagem e de prática de capoeira.

Entre agosto de 1972 e agosto de 1977, Mestre Zulu e seus discípulos do Colégio Agrícola de Brasília delinearam o que seria o Ideário Arte-Luta e como seria o seu uso cotidiano, o qual passa, sempre que necessário, por ajustes e aperfeiçoamentos. Em linhas gerais esculpiram as bases do Ideário de Capoeira da seguinte forma: optaram pela postura pedagógica multidisciplinar; por uma proposta de ensino que enfatiza o aprendizado da capoeira por vivências nas preparações física, técnica, tática, psicológica, ideomotora e invisível, ainda mais, operacionalmente recorreram à oralidade informal, recomendaram leituras e composições, e buscaram realizar ou participar de discussões dirigidas, palestras, seminários, congressos, e festivais de capoeira. Definiu assim, o universo de abrangência do Ideário Arte-Luta por meio de princípios de tratamento; descartando a idéia de resgate da pureza, da autenticidade, da tradição ou da gestualidade primitiva; buscando resgatar seletivamente as características e valores da capoeira, redimensionando-a sob a perspectiva do binômino arte-luta, temporalmente dinâmica e espacialmente fluente; fundamentando filosoficamente o sistema de graduações de capoeira baseado na vivência e na cultura do negro africano e de seus descendentes no Brasil; optando pelo meio escolar como principal contexto para respaldar a capoeira perante a sociedade e o poder público.

No período citado, Zulu e seus discípulos redimensionaram a capoeira articulando ciência, vivência e experiência na formulação de: segmentos solitários de jogos; segmentos duplos de jogos; formas de jogos; modalidades de competições; temas de jogos. Estabelecendo a distinção entre apresentação e demonstração de capoeira; e ainda idealizaram a Grande Roda Brasileira de Capoeira (GRBC).

A Grande Roda Brasileira de Capoeira

Um dos maiores eventos capoeirísticos já realizados no Brasil e no mundo. Agrupava capoeiristas de todo o País! Foi realizada de 1976 a 1994 (19 anos consecutivos), a qual congregou as várias tendências da capoeira e permeou os meios: educacional, cultural, esportivo, acadêmico, artístico e político. Foi Realizada anualmente no Distrito Federal-DF, em várias escolas e espaços públicos, tais como: Colégio Agrícola de Brasília - CAB, Ascad, Caseb, Ceub e no Ginásio Cláudio Coutinho, entre outros. No ano de 1976, foi realizada a Iª Grande Roda Brasileira de Capoeira no Colégio Agrícola de Brasília (CAB). Contou com a participação de diversas Unidades da Federação. O evento foi marcado pelas competições de capoeira: Combate; exibição de duplas e Tríades; estilo individual; Festival de Cantigas; Debates e Palestras com estudiosos, mestres e convidados. Dentre os seus principais objetivos podemos destacar: a) Desenvolver o Intercâmbio social e desportivo entre os capoeiristas de todo território nacional. b) Fomentar o aprimoramento técnico-desportivo da modalidade. c) Firmar a capoeira como meio eficiente para superação do indivíduo dentro do processo educacional. d) Sensibilizar o Poder Público, as Federações e a Confederação para a acuidade de uma política digna e racional para a capoeira. A Grande Roda, tornou-se um evento disseminador das várias facetas da capoeira, pois era aberto, eclético e democrático.

O Grupo de Capoeira Beribazu

Mestre Zulu é o fundador do Grupo de Capoeira Beribazu, cujo inicio se deu no dia 11 de agosto de 1972, no Colégio Agrícola de Brasília, em Planaltina-DF. O Grupo Beribazu constitui-se numa instituição organizada historicamente e inserida no contexto social com uma sistemática administrativa e operacional. Os integrantes do Grupo Beribazu tem um vínculo definido com os princípios que regem suas ações. É uma instituição forte, maior até que a soma de todos os seus integrantes juntos. Em sua trajetória histórica, o Grupo sempre esteve vinculado as instituições escolares, mantendo com elas um estreita relação de ensino-aprendizagem. O Grupo Beribazu procura elaborar uma síntese que busca a superação da dicotomia Capoeira Angola/Capoeira Regional, procurando difundir a capoeira da forma mais abrangente possível, através de resgate crítico dos seus valores histórico-culturais, sendo regido juridicamenteporum estatuto quedefineseus objetivos eorienta suas ações. No dia 29 de junho de 1994 foi criado e organizado o Conselho de Mestres do Grupo Beribazu para exercer sua direção. Atualmente existem representações do Grupo Beribazu em vários estados do Brasil e no Exterior.

O Sistema Beribazu de Graduações segue a fundamentação elaborada por Mestre Zulu, a partir da relação de fases sociais que marcaram avida donegrono Brasil com os domínios deirradiação dos Orixás do Candomblé e da Umbanda. A relação é de conotação meramente filosófica, portanto, desvinculada de qualquer indução ou orientação para alguma prática religiosa. As cores fundamentais das cordas do Sistema de Graduação do Grupo de Capoeira Beribazu são: Azul, Marrom, Verde, Amarela, Roxa, Vermelha e Branca. As graduações de duas cores representam uma fase de transição e preparação para a fase seguinte de cor pura. Esquema de Graduação Beribazu. Conforme abaixo:

Fundamentação de acordo com as fases sociais vividas pelo negro e as linhas de Orixás

• Cor da Corda: Azul e Azul-Marrom

Categoria: Aluno

Fase Social do Negro: Fase do Negro Cativo. Representa o período compreendido entre o aprisionamento do negro na África, o seu transporte pelo mar e sua venda em terras brasileiras. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem domínio de irradiação sobre o mar e suas areias é Iemanjá. Relação Metafísica: As viagens dos negros eram verdadeiros martírios em alto-mar, lemanjá tem domínio de irradiação sobre o mar. Assim, os negros cativos estavam sob a proteção da rainha do mar. Cor representativa de lemanjá: AZUL.

Cor da Corda: Marrom e Marrom-Verde

Categoria: Aluno

Fase Social do Negro: Fase do Negro Escravo. Representa a fase em que o negro começa a prestar trabalho escravo nas lavouras, perdendo assim asualiberdadepelaexploração desua forçadetrabalho porum "senhor" - seu dono absoluto que aniquilava todas as suas esperanças de liberdade para o corpo e para a alma. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá Xangô representa o grande guardião do céu e da terra e seu domínio de

irradiação está nos raios, no trovão e no fogo. Relação Metafísica: Desterrar o negro de seu torrão natal significou a perda total da liberdade. Estando o negro fora do âmbito da terra e do céu da África, Xangô não o acolheria. Cor representativa de Xangô: MARROM.

Cor da Corda:Verde e Verde-Amarela

Categoria: Aluno e Estagiário

Fase Social do Negro: Fase do Negro Quilombola. Representa a alternativa de rebeldia preferida pelos escravos para conquistarem a liberdade. Os quilombos eram comunidades independentes, cada qual com sua importância e com as suas peculiaridades. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem irradiação sobre as matas, onde ficavam os quilombos é Oxossi. Relação Metafísica: Os quilombos eram comunidades muito dinâmicas, de grande riqueza sócio-cultural. O quilombola tinha nas matas o seu ambiente, a sua moradia. O Orixá Oxossi tem relação direta com as matas. Cor representativa de Oxossi: VERDE

Cor da Corda: Amarela e Amarelo-Roxa

Categoria: Monitor e Instrutor

Fase Social do Negro: Fase do Negro Capitão de Areia. Representa a fase decorrente da promulgação da Lei do Ventre Livre em 1871, em que as crianças nasciam livres como as águas doces, mas caiam na delinqüência como as águas de cachoeira, por não terem condições de se manterem plenamente livres. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem domínio de irradiação sobre os rios e cachoeiras é Oxum, detentora de grande beleza e filha mimada de Oxalá. Relação Metafísica: A Lei do Ventre Livre representa um aspecto dúbio,, em que a criança nascia livre como as águas doces nas nascentes e caia na delinqüência e na marginalidade como as águas em queda numa cachoeira. Oxum tem domínio de irradiação sobre os rios e cachoeiras. Cor representativa de Oxum: AMARELA

Cor da Corda: Roxa

Categoria: Contramestre

Fase Social do Negro: Fase do Negro Sexagenário. Representa a fase advinda com a vigência da Lei dos Sexagenários que, a primeira vista, apresentava-se como uma generosa concessão. No entanto, faltava ao escravo sexagenário, condições de vida para exercer uma atividade lucrativa capaz de promover a sua manutenção. Assim. Conheceu a liberdade como a dos ventos e também o desafio da sobrevivência como que uma tempestade. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem domínio de irradiação sobre os ventos e tempestades é Iansã, uma altiva guerreira que enfrenta destemidamente o perigo. Relação Metafísica: A Lei dos Sexagenários promoveu uma dualidade na vida do negro: a liberdade tão almejada e o desafio da sobrevivência na velhice. A liberdade sem berço é representada pelos ventos de origem incerta; o desafio da sobrevivência é representado pelas tempestades. Cor representativa de Iansã: ROXA

Cor da Corda: Vermelha

Categoria: Mestre Edificador

Fase Social do Negro: Fase do Negro Liberto. Representa a fase advinda com a vigência da Lei Áurea, de 13 de maio de 1888. A sociedade da época via o negro liberto como ignorante, preguiçoso e desordeiro e o marginalizava. Este, por sua vez, na busca pela sobrevivência, notabilizou-se como guerreiro, participando de maltas e empreitadas como capanga. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem domínio de irradiação sobre as guerras, os desastres e os conflitos em geral é Ogum. Relação Metafísica: As rivalidades entre as maltas de capoeira eram seriíssimas e os confrontos eram sempre sangrentos. A polícia era o terror dos escravos libertos. A atitude guerreira do negro libertado se ajusta no domínio de irradiação de Ogum. Cor representativa de Ogum: VERMELHA

Cor da Corda: Branca

Categoria: Mestre Dignificador

Fase Social do Negro: Fase do Negro Cidadão. Representa a fase em que o negro consegue reconhecer-se criticamente a partir de sua inserção na sociedade e torna-se consciente de seus direitos universais de cidadania. A partir daí aprende a ser universal. Domínio de Irradiação do Orixá: O Orixá que tem domínio sobre todo o universo é Oxalá. É a divindade da criação, da pureza e da paz. É o chefe supremo e pai de quase todas as divindades. Relação Metafísica: Com a veiculação secular de imagens estereotipadas do negro,

formou-se um racismo dissimulado. O seu combate exige o envolvimento consciente de todos os segmentos sociais na busca de uma cidadania plena para todos. O exercício da cidadania plena esta associada à universalidade de irradiações de Oxalá. Cor representativa de Oxalá: BRANCA

Capoeira na Rede Oficial de Ensino

Zulu é o principal Introdutor da capoeira na Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal, desde o ano de 1982, o referido projeto é coordenado pela Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF). Tudo começou ainda de maneira informal no Colégio Agrícola de Brasília, aonde o Mestre, era professor. O projeto ganhou consistência, pois Zulu buscou com muita dedicação e trabalho novas alternativas para ampliar e sedimentar a idéia da capoeira nas Escolas Públicas do Distrito Federal. História da Luta: No ano de 1979, a Secretária de Educação do DF (Eurides Brito), em visita ao Colégio Agícola de Brasília, assistiu uma apresentação e ficou vislumbrada com a riqueza de nossa capoeira. Mestre Zulu expôs suas idéias e a Secretária prometeu empenhar-se para implantação da capoeira na Fundação Educacional do DF. No ano de 1981, Mestre Zulu e o Dr. Inezil Pena Marinho apresentaram à Secretaria de Educação do Distrito Federal, um projeto Integrado de Capoeira e "Ginástica Brasileira". Depois de vários anos de tramitação o referido projeto foi aprovado, ainda de forma experimental, com Sede provisória no Colégio Agrícola. No ano de 1986, Mestre Zulu, apresentou um novo projeto a FEDF, intitulado "Prospectiva Construtivista de Capoeira", com o objetivo de expandir o ensino de capoeira na Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal, tendo por base as seguintes metas: a) Implementação dos Centros de Aprendizagem de Capoeira (CAC´s); b) Instrumentalização de professores de Educação Física através de cursos e reciclagens; c). Instrumentalização de docentes de Capoeira através de cursos e reciclagens.

No ano de 1987, Mestre Zulu, apresentou novo projeto chamado de "Curriculos e Programas" que tinha como objetivos: a) A capoeira em Nível Fundamental.; b) A capoeira em Nível de Treinamento Básico; c) A capoeira em Nível de Treinamento Desportivo. O referido projeto funcionou e ainda funciona, como um dos mais belos exemplos de proposta pedagógica, tendo por base a história e a cultura do povo brasileiro.

O Mestre Zulu, é o responsável pela formação de diversos mestres, contramestres, instrutores e monitores, dentre eles: Mestre Odilon-ES, Mestre Íris-ES, Mestre Falcão-DF, Mestre Luiz Renato-DF, Mestre Onça-DF, Mestre Sardinha-DF, Mestre Abdi-DF, Mestre Dionízio-DF, Mestre Divino-DF, Mestre Abimar-DF, Mestre Marcelo Brandão-França e Mestre Gárclei-DF...... e mais, dezenas de Contramestres e Instrutores espalhados pelo mundo, os quais estão congregados nos Grupos Beribazu, N’Golo, Corpo e Mente, Cultura Capoeira e Odara Arte-Luta. Este último, o Grupo Odara, está em processo de fundação e consolidação pelos docentes e alunos do Centro Ideário de Capoeira, sendo acompanhado em suas atividades pelo próprio Mestre Zulu, durante os primeiros anos de funcionamento.

Trabalhos Publicados

Dentre os trabalhos mais relevantes publicados, estão: Capoeira: Arte, Folclore e Luta; Catira ou Cateretê; Pequeno Histórico da Capoeira; Sistema de Graduações de Capoeira; Metodologia do Ensino de Capoeira; Ritmos Afro-Brasileiro; Características Imutáveis da Capoeira; Cânticos de Capoeira; Regulamento de Competições de Capoeira; Regulamento Técnico Escolar de Capoeira; Regulamento do Centros de Aprendizagem de Capoeira (CAC`s); Depoimento Sobre o Ideário Beribazu de Capoeira; Capoeira Arte-Luta; Manifesto Evocativo da Capoeira e os Livros Idiopráxis Capoeira e Organização de Eventos.

Experiência em Pesquisa

O Mestre Zulu teve participação em pesquisas, relacionadas à Capoeira e áreas afins, juntamente com pesquisadores e estudiosos, nos seguintes temas apresentados em Grandes Rodas Brasileiras: Idealização e Formulação do Ideário Arte-Luta; Sistema de Graduações Referenciais da Capoeira; (1979 – 4ª GRBC) Capoeira Folclore-Estilizado e Capoeira Desporto; (1980 – 5ª GRBC) Avaliações em Competições de Capoeira; (1981 – 6ª GRBC) Capoeira - Alimento da Alma Nacional; (1983 – 8ª GRBC) O Fator Humano nas Organizações; (1984 – 9ª GRBC) A Capoeira e a Questão do Negro; (1985 – 10ª GRBC) A Dimensão Corporal da Capoeira na Estrutura de Classes; (1986 – 11ª GRBC) Latência da Capoeira; (1987 – 12ª GRBC)

Estudo da Nomenclatura da Capoeira; (1988 – 13ª GRBC) A Capoeira e o Centenário da Abolição ; (1989

14ª GRBC) As Questões Políticas da Capoeira.

Ideário Arte-Luta

Sabendo que o comportamento humano é construído numa interação homem, natureza e cultura, e que, quanto mais complexa seja esta interação, mais inteligente torna-se o ser humano. Assim sendo, o Mestre Zulu idealizou esse complexo temático, o Ideário Arte-Luta, para que os seus discípulos interagissem com ele e se tornassem cada vez mais inteligentes.

Dentro das perspectivas técnica, estética e lúdica, recorreram aos princípios funcionais, estruturais, espaciais e temporais de movimento, bem como aos princípios sensoriais, equalizacionais e posturais Formulou a classificação dos golpes e movimentos agrupando-os segundo suas funções como movimentos: educativos, esquivantes, desequilibrantes, traumatizantes, acrobáticos, derivados, de manejos, de bloqueios, de projeções, de imobilizações e de chaves e torções. Na concepção do Ideário Arte-Luta adotou-se os movimentos que figuram nas seguintes classes: educativos, esquivantes, desequilibrantes, traumatizantes, acrobáticos e movimentos derivados. Não incluíndo as demais classes de movimentos, tendo em vista a busca pela maior consonância epertinência possível com oevidenciado acervoeevolução da culturamotrizdo negro, etambém pelos indicativos históricos, selecionados, bem como pela inspirada e inspiradora definição de Dias Gomes. Vejamos o que se segue:

(...) luta de destreza (...) luta de derrubar por desequilíbrio, de golpear, de não segurar, na qual a defesa se baseia em esquivas (vide Idiopráxis p.25).

(...) uma coisa importante a ser observada é o comportamento do capoeira, onde os mesmos não se ligam uns aos outros e nem se arriam no chão. Apenas tocam o chão e a si mutuamente (vide Idiopráxis, p. 25)

(...) os golpes são característicos de luta “por aproximação”, em que os adversários não se atracam, mas guardando distância, livres, entram em contato apenas no momento exato do ataque e da defesa (vide Idiopráxis, p.25)

Capoeira é luta de bailarinos. É dança de gladiadores. É duelo de camaradas. É jogo, é disputa – simbiose perfeita de força e ritmo, poesia e agilidade. Única em que os movimentos são comandados pela música e pelo canto. A submissão da força ao ritmo. Da violência à melodia. A sublimação dos antagonismos (vide Idiopráxis, p.29).

Formas de Jogos Ideário

As formas de jogos são partes dos componentes do processo ensino-aprendizagem do Ideário Arte-Luta, com iniciação e aplicação seletiva de golpes, movimentos, andamentos e procedimentos atrativos, prazerosos e emulativos, que buscam o desenvolvimento psicomotor, a recreação, a ludicidade, a cooperação e a competitividade.As formasdejogosfuncionamtambémcomosubsídiostáticoscomplementaresparaosjogos e as competições de capoeira. As formas de jogos foram elaboradas para explorar a alternativa da influência mútua exercida entre os fatores psíquicos e somáticos, buscando aumentar o rendimento do capoeirista na preparação e na prática lúdico-esportiva ou de competição da capoeira.

1. Jogo Solitário – toque Idalina, andamento moderado. É uma forma de jogo no qual o capoeirista deve evidenciar: sua mobilidade articular; o controle do seu corpo no espaço; os efeitos estéticos dos golpes e movimentos; os efeitos de composições de deslocamentos, gestos e figuras; a racionalidade e a perfeição na execução dos golpes e movimentos; a matização de um conteúdo de energia, idéias e sentimentos.

2. Jogo Rasteiro – toque Santa Maria, andamento lento. É uma forma de jogo cujos golpes e movimentos foram desenvolvidos para serem executados com o corpo dos capoeiristas postado sobre os calcanhares ou cotovelos. Os golpes e movimentos são derivados daqueles ditos convencionais e executados sobre calcanhares e cotovelos, não permitindo aos capoeiristas elevarem seus corpos além de meia altura.

3. Jogo Formativo – toque Banguela, andamento moderado. É uma forma de jogo destinada à exploração: das qualidades físicas do capoeirista; dos efeitos estético-gestuais dos golpes e movimentos; das movimentações e dos deslocamentos esquivantes para formulações de defesas; evidenciação dos efeitos dos golpes desequilibrantes; e demonstração dos efeitos dos golpes traumatizantes, com moderação.

4. Jogo Alto-Ligeiro – toque Cavalaria, andamento rápido. É uma forma de jogo disciplinada pelo uso de golpes traumatizantes exclusivamente rotatórios, explorando ao máximo a amplitude articular na execução dos movimentos. Os golpes são executados alternadamente pelos adversários – a curtíssima distância – e as esquivassão realizadas comdiscretaflexão dacoluna,semocorrerorebaixamentodoquadril.Érecomendável

a repetição quase simultânea de um mesmo golpe, pelos dois concorrentes. Os golpes devem ser executados com trajetórias de mesma direção, por algumas vezes, por ambos os concorrentes, sem que um atinja o outro.

5. Jogo Simulado – toque Amazonas, andamento moderado. É uma forma de jogo regulada por ações de desequilibrações e recuperações do equilíbrio pelos capoeiristas confrontantes. Cada capoeirista ataca seu confrontante, colocando-se ao dispor da ação de desequilibração e que imediatamente busca recuperar seu equilíbrio corporal, apurando assim as habilidades de derrubar e de evitar cair.

6. Jogo Competitivo – toque São Bento Grande Regional, andamento rápido. É uma forma de jogo que visa à obtenção de resultado, segundo critério de pontuação objetiva de parâmetros como: derrubada, desequilibração, expulsão, toque, afronto, falta.

7. Jogo da Pausa – toque Santa Maria Regional, andamento moderado. Forma de jogo caracterizada por interrupções dos jogos, comandados pelo toque Santa Maria Regional. Técnica e esteticamente esta forma de jogo é semelhante ao jogo formativo. Várias duplas jogam ao mesmo tempo, e simultaneamente com a interrupção do toque do berimbau, os capoeiristas formam uma imagem estática de um determinado momento do jogo.

8. Jogo Matreiro – toque Iúna, andamento moderado. Forma de jogo destinada exclusivamente aos capoeiristas formados. Os jogos devem acontecer praticamente sem ginga, e com movimentação moderada e constante. Os golpes traumatizantes devem ser desferidos com o mínimo de fintas e dentro do raio de ação do concorrente. Os jogos devem ser esteticamente ricos, porém sem saltos em sua acrobacia. Os confrontantes devem demonstrar autoconfiança e autodomínio emocional nas varias situações e circunstâncias dos jogos.

9. Jogo Contraste – Toque Odara, andamento moderado. É uma forma de jogo disciplinada pelo contraste ou oposição de posturas estéticas entre os oponentes. O jogo consiste na aplicação seletiva de golpes e movimentos de formas técnicas e táticas distintas para cada um dos capoeiristas concorrentes, evidenciando os efeitos funcionais dos golpes e movimentos esquivantes, desequilibrantes e traumatizantes. O jogo é dividido em dois momentos: no primeiro momento do jogo um dos concorrentes jogará aplicando golpes sem tocar as mãos no solo; e o outro concorrente só poderá aplicar golpes com o apoio de uma ou das duas mãos no solo; no segundo momento do jogo invertem-se os papeis dos capoeiristas concorrentes.

10. Jogos Emulativos – Segundo o Ideário Arte-Luta as rodas são realizadas em três andamentos, a saber: andamento lento, toque Angola; andamento moderado, toque São Bento Pequeno; andamento rápido, toque São Bento Grande.

Oprimeiro andamento é reservado às Rodas Internas do Ideário. Nesteandamento os jogos emulativos devem ser lentos e maliciosos, com ênfase na brincadeira e na vadiação. Devem ser ricos esteticamente, porém sem saltos em suas acrobacias. O andamento lento determina ainda o início da Roda Aberta, realizada nos moldes Ideário. Neste caso a polifonia é usada como prelúdio para dar início aos jogos do segundo andamento.

No segundo andamento os jogos emulativos devem ter cadência intermediária, buscando-se o equilíbrio entre as emulações, as acrobacias e as qualidades funcionais dos movimentos, onde se permite os saltos moderadamente e de forma harmoniosa.

No terceiro andamento os jogos emulativos devem ter cadência rápida e o capoeirista deve expressar equilíbrio e harmonia entre expressão corporal e eficiência combativa. Além disso, deve-se manifestar o autodomínio emocional nas adversidades dos jogos.

Por fim, na formulação do Ideário Arte-Luta optou-se por uma prática corporal formada pela conjunção da dimensão gesto-musicultural com as qualidades físicas. Essa integração se expressa pela movimentação constante na consecução de quedas por desequilíbrios, de traumatismos por impactos, de defesas por esquivas, da plasticidade pelo estilo e da transcendência pela polifonia. (Este texto é reescrito a partir de trechos extraídos do livro Idiopráxis de Capoeira de autoria do Mestre Zulu, publicado em 1995.)

Paragens na Docência de Capoeira:

1 - Clube Sodeso em Sobradinho - março de 1970 a dezembro de 1971. 2 - Colégio Agrícola de Brasília em Planaltina - agosto de 1972 a setembro de 1992, com um hiato entre 1987 e 1990. 3 - Academia Ideário e Academia Quorum na Asa Norte - outubro de 1979 a fevereiro de 1991. 4 - Centro Educacional 02 em Planaltina - março de 1982 a julho de 1993. 5 - Centro Inter-escolar de Educação Física na Asa Sul - abril de

1985 a fevereiro de 1991. 6 - Entre o Galpão João de Barro e a Quadra Coberta da Igreja Cristã Evangélica em Sobradinho - março de 1994 até maio de 2010.

As paragens na docência de capoeira de Mestre Zulu completaram, em março de 2010, efetivos quarenta anos no magistério da capoeira. Chega o momento de interromper o ensino sistemático diário. Ao completar 40 anos de dedicação ao magistério de capoeira e de dedicação ao Ideário Arte-Luta, Zulu torna público, através deumapublicação na redeinternet, adecisão de findaro ensino da capoeira, ministrado diretamente, mediante o apoio dos docentes e alunos do Centro Ideário. Encerra a atividade de ensino regular de capoeira em 23 de maio do referido ano, porém continuará no meio capoeirístico com o suporte e apoio de muitos daqueles que se formaram sob a égide do Ideário Arte-Luta.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Zul

NESTOR SEZEFREDO DOS PASSOS NETO

nasceu em 1946, em Belo Horizonte

NESTOR CAPOEIRA

NESTOR SEZEFREDO DOS PASSOS NETO nasceu em 1946, em Belo Horizonte. Foi iniciado na Capoeira em 1965 por mestre Leopoldina (Demerval Lopes de Lacerda, 1933-2007).

Em 1968, entrou para o Grupo Senzala de Capoeira do Rio de Janeiro, onde recebeu sua corda vermelha (graduação máxima) em 1969. Deu e continua a dar aulas no Brasil e estrangeiro há 12 anos. Em paralelo, formou-se Engenheiro (UFRJ, 1969), fez Mestrado (ECO-UFRJ, 1995) e Doutorado (ECO-UFRJ, 2001) em Comunicação e Cultura, e Pós-Doutorado na PUC/São Paulo. Escreveu 10 livros sobre Capoeira (Ground, Record,Amazon, etc.), sendo alguns publicados em 8 outros países, ultrapassando os 120.000 livrosvendidos. Homem de grande humor e discernimento, é um mestre e professor de longa data de capoeira e autor de Capoeira: Raízes da Dança-Luta-Jogo e Uma Canção Inteligente de Rua: Capoeira Filosofia e Vida Interior. Foi pioneiro no ensino de capoeira na Europa, e seus livros foram publicados no Brasil, França, Dinamarca, Alemanha e Estados Unidos, entre outros países. Trabalhou em cinema, teatro e televisão, e atualmente leciona no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, Brasil.

ANTONIO ALBERTO CARVALHO

São Luis – MA, 09 de novembro de 1946

Mestre PATURI

MESTRE PATURI

ESTILO CAPOEIRAMISTA - Capoeiragem Tradicional Maranhense

ANTONIOALBERTO CARVALHO

São Luis – MA, 09 de novembro de 1946

Rua 04 Quadra 08 Casa 08Av.Contorno Vila Embratel

DADOS

Filho deAntonio Carvalho e Isabel Silva

Formação escolar: primário

Mestre em 06 de Setembro de 1996

Manuelito

Sapo

Alô

MESTRE(s)

GRUPO/NÚCLEO Associação Comunitária deApoio a Capoeira (1979)

HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Comecei no Judo e Luta Livre em 1962 e Logo em seguida passei para a CAPOEIRA, Comecei a treinar com MANOELITO, LEOCADIO E AUBERDAN, Vivíamos treinando pelo Rio das Bicas, Bairro de Fátima, Parque Amazonas, DEPOIS Passamos a treinar atrás da Itapemirim no bairro de Fátima e foi chegando

Lourinho, Zeca Diabo, Fato Podre, Ribaldo Preto,Alô, Babalu, e as vezes Ribaldo Branco; também treinamos no Sá Viana e sempre participavam Cordão de Prata, Butão, Romário e Curador. Passei um Período treinando com SAPO, no Ginásio Costa Rodrigues, e depois noAlberto Pinheiro . Depois passei a treinar direto comALÔ na 28, mais precisamente na CASAE BAR DO DEZICO.

Meus primeiros alunos foram CURADOR, ADALBERTO, ZÉ RAIMUNDO, Meu Irmão JOÃO BICUDO, BAÉ, RAMOS, CARRAL e ROLA.

DeiAulas na Encruzilhada da UFMA, Bairro de Fátima,Areinha, Centro de Esportes que depois passou a se chamar Vila Embratel, Igreja do Bairro de Fátima, São Bernardo e voltei novamente para Vila Embratel.

CRIEI A ASSOCIAÇÃO COMUNITARIA GRUPO DE APOIO A CAPOEIRA Em 1979 Começando o processo de registro so em 1983.

Me formei Mestre em 06 de Setembro de 1996 pela FMC- FEDERAÇÃO MARANHENSE DE CAPOEIRA, Mas Tenho como MEUS MESTRES; MANOELITO , SAPO EALÕ .

CAPOEIRÁ É: Para mim CAPOEIRAÉ DANÇA,JOGO,LUTA E DIVERSÃO .

MAURÍCIO LEMOS DE CARVALHO

BAHIA- 1946 - Nasceu no 9 de março na cidade sertaneja de Itiúba, filho de João e Ligia. 30/mar/2022

MESTRE VERMELHO DE PASTINHA

«Eu sou daqueles que diz: capoeira é capoeira!Aregional é uma variante. Tem o mesmo valor, embora eu seja angoleiro. Podemos dizer que são modos de jogar capoeira, mas são também duas culturas. O angoleiro pensa um pouco diferente do regional. O regional enfatiza mais como luta e o angoleiro o universo. O angoleiro é angoleiro no modo de andar, ao dobrar a esquina e de se vestir, já o regional é mais solto, é formado mais por estudantes.As duas são muito importantes e se misturam. Daqui a um tempo vai se falar apenas CAPOEIRA.»

OABC de M Vermelho de Pastinha

1946 - Nasceu no 9 de março na cidade sertaneja de Itiúba, Bahia, filho de João e Ligia.

1964 - Mudou para Salvador e no 10 de março ingressou na escola do M Pastinha ficando até 1970.

1970 - Ganhou o segundo lugar na competição chamado Berimbau de Ouro em Balbininho, Forte Nova. Ele só perdeu a M Gato Preto. O terceiro foi M Canjiquinha.

1971 - Fundou Grupo FolclóricoAfonjá.

1976 - O grupo virou Grupo Folclórico Bahiatotal

1985 - Participou numa das gravações de Capoeira em Cena (veja abaixo).

1986 - O grupo dele virou Grupo Moenda, quando o mestre comprou o Moenda Turismo Ltda em Boca do Rio.

2022 - Faleceu no 30 de março.

M Vermelho de Pastinha sobre berimbau, 1985 (em 2:47)

M Vermelho de Pastinha, 1985

FRANCISCO TOMÉ DOS SANTOS FILHO

BAHIA - nasceu em 1946, em Salvador-

MESTRE BIGO

Mestre Bigo. Iniciou na capoeira em meados dos anos 50, após assistir a uma apresentação de capoeira onde viu Mestre Pastinha e Mestre Cobrinha Verde num emaranhado de corpos. Treinou na Academia de Mestre Pastinha até 1975 (época em que casou-se e veio para São Paulo), convivendo com grandes expoentes da capoeira, como: João Grande, João Pequeno, Natividade, Papo Amarelo, Jonas, Bola Sete, Gildo Alfinete, Genésio Meio Quilo, Roberto Satanás, entre outros. Após chegar em São Paulo ficou um tempo afastado da capoeira, mas afirma que em momento algum esteve separado dela, pois a capoeira está no seu sangue, correndo em suas veias. Em 1989, Mestre Bigo fundou a Academia de Capoeira Angola Ilê Axé, onde realiza um trabalho até hoje. fonte https://www.congodeouro.com.br/conhecam-mestre-bigo/

HÉLIO TABOSA DE MORAES

MESTRE TABOSA

Mestre Tabosa, pioneiro da capoeira em Brasília (Foto: Bárbara Nascimento/G1)

HÉLIO TABOSA DE MORAES veio para Brasília com 12 anos, em 1960. O pai, que era militar, foi transferido para a capital e Tabosa achava a cidade um pouco entediante. "Não tinha nada no começo, as coisas ainda estavam acontecendo por aqui". Hoje, mais conhecido como Mestre Tabosa, o senhor de 69 anos acha a cidade um dos lugares mais bonitos do mundo. Nascido no Rio de Janeiro, se considera "muito mais brasiliense do que qualquer outra coisa". Foi aqui que conheceu seus dois amores: a mulher, Tereza, e a capoeira.

Eu não conhecia de perto a capoeira, mas a vibração dentro de mim me fazia querer aprender. "

MestreTabosa

Mestre Tabosa foi o fundador da primeira academia de capoeira e um dos primeiros professores da luta no Distrito Federal. Formou mais de 20 pessoas, entre elas a primeira mulher do Brasil a receber a corda vermelhaque na capoeira de Tabosa significa se tornar mestre, abaixo somente da corda branca. "Ela foi para os Estados Unidos e até hoje ensina capoeira lá. Fiquei muito orgulhoso,mas o mérito é todo dela."

Tabosa começou na capoeira em 1964, após assistiruma exibição no ElefanteBranco. "Eu não conheciade perto a capoeira,mas avibraçãodentrodemimmefaziaquereraprender. Quando vi aexibição do MestreArraia, sópela destreza dessa pessoa, eu decidi fazer", conta. Mestre Arraia, que veio da Bahia para Brasília, virou seu mentor e professor. "Foi por pouco tempo. Arraia era metido em movimentos políticos, teve que sair fugido daqui depois do golpe militar."

Anos depois, em 1968, Tabosa foi convidado pela Universidade de Brasília para dar aulas de capoeira por meio da federação de educação física da instituição. Durante esse período, Tabosa foi campeão da competição nacional "Berimbau de Ouro", que acontecia no Rio de Janeiro. Ele e dois amigos receberam o troféu em formato de berimbau, que era feito de ouro mesmo, mas foram furtados dias depois. "Nem deu pra ficar rico", comenta. Entre 1964 e 1970, a capoeira foi crescendo na capital e grupos foram formados, que Tabosa descreve como sendo "gangues". "A capoeira antigamente era mais violenta, as pessoas formavam gangues mesmo. Na rua, tinha briga, tinha luta. Eu sempre fui da paz."

TabosatambémfoiconvidadoaseapresentarnoPaláciodoBuritiparaafilhadoex-presidenteErnestoGeisel."Foi algo um pouco confuso, fui pego de surpresa. Meu pai sendo militar, não podia me envolver muito com essas questões políticas, não poderia recusar. Acabou que me senti lisonjeado", diz.

A ideia de inaugurar a academia de capoeira surgiu depois que um amigo voltou de um intercâmbio nos Estados Unidos. "Ele veio cheio de ideias no campo comercial. Ele propôs pra mim, já que eu tinha um certo nome na comunidade aqui. No início eu fui contra e não queria me meter muito nisso", diz. Na época, Tabosa ainda cursava direito no Ceub. "Acabou que a capoeira virou a coisa mais importante da minha vida. Nunca virei advogado."

Em1974,Tabosa,quejáeramestre,fundouaAcademiaTabosadeCapoeiraeGinásticacomseuamigoRobson Machado, na 505 Sul. "Tinha pouca gente, inicialmente. Eu tinha toda a preocupação de pagar os custos fixos da

1948

academiaetudo,masnosprimeirosdoismesesjátinhaorçamentosuficienteprahonraroscustos",diz.Aacademia já chegou a receber mais de 200 alunos de capoeira. "Já tive que dar aula em um ginásio uma vez porque não tinha espaço."

A academia funcionou por 26 anos e mudou de lugar duas vezes: foi para a 506 Sul e para a Asa Norte. Em 2002, Tabosa resolveu ir para o Rio de Janeiro com a esposa, depois de ter passado o negócio para alunos. "Já estava cansado e fui para Búzios, mas continuava vindo para Brasília sempre que podia, para dar palestras e oficinas".

TabosadizquetentoumoraremBúziosportersedecepcionadocomBrasília."Noiníciode90,ofilhodajornalista [Valéria]Velascofoiassassinadoporumaganguequepraticavaartesmarciaiseaspessoascomeçaramademonizar qualquer tipo de luta", diz."Depois disso fiquei desanimado com a cidade."

Apesar de ter se mudado para o Rio de Janeiro, Tabosa sentia falta da capital. "Todo mês eu estava aqui e resolvi voltar.Brasíliatem essaenergiamísticaquefazagentequerervoltarenuncasair", declara. "Qualidadedevidanão é morar na beira da praia. É você sair, ter amigos, ser reconhecido. É você estar numa cidade em que você se locomove facilmente", completa.

"BrasíliaémuitomaisforteemmimqueoRio.Meuginásiofoitodoaqui,minhauniversidadefoiaqui,aacademia, o esporte.De60 atéagora, vocêvê,56anos.Éum tempão", diz. Hoje, Tabosamorano Lago Sul, bairro queficaàs margens dolago que, para ele, éomelhorlugar deBrasília. "Éo pulmão deBrasília. Gosto deacordar evero lago, gosto de remar de manhã e sentir a calmaria."

Graduação

MestreTabosa,enquantoensinavacapoeiranaacademia,criousuaprópriaformadegraduaçãonoesporte.Acorda branca com pontas vermelhas amarrada na cintura caracteriza o nível mais alto de formação de um capoeirista que aprendeu com Tabosa. "Cada estado, cada lugar tem um jeito de formar, cores diferentes de graduação", explica. Brasília tem essa energia mística que faz a gente querer voltar e nunca sair"

MestreTabosa

Tabosa criou um jeito próprio de avaliar os capoeiristas brasilienses, baseando as cores da corda nas cores dos sete orixás da umbanda para mostrar cada evolução. Para o mestre, a umbanda sintetiza a fé do negro escravo. "Escolhi aumbandaporqueelaéumareligiãoafrobrasileira,assimcomoacapoeira.Aféeraaúnicacoisaqueonegrotinha. Eu resolvi homenagear o negro africano, que veio no navio negreiro, mas que pariu a capoeira em solo verde e amarelo", diz.

As cores da graduação de Tabosa, do nível inicial ao nível mais avançado, são azul, que representa Iemanjá, verde, que representa Oxó, amarelo, que representa Iansã, roxo, que representa Oxum, marrom, que representa Xangô, vermelho, que representa Ogum, e branco, que representa Oxalá. "As três primeiras cores formam a bandeira do Brasil."

Na umbanda, Oxalá simboliza o mais elevado estágio vibratório. Representa a paz, o amor, o abrigo, a resignação, a dignidade e o exemplo maior de evolução espiritual. "A corda branca com pontas vermelhas também homenageiam Ogum, divindade guerreira".

Reconhecimento

Em 2010, Mestre Tabosa recebeu o título de cidadão honorário de Brasília, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, por ser pioneiro da capoeira na cidade e pela divulgação do esporte. "A gente pensa que não tem ninguém vendooqueagenteestáfazendo.Àsvezesvocêdáoseumelhoreparecequeninguémestáprestandoatenção,mas sempre tem alguém vendo. Fiquei extremamente feliz de receber esse título."

Além dotítulo, Tabosapublicouum livrocom o apoiodo Fundo deApoio àCultura. Olivro, "O filhodeXangô", foidistribuídoemtodasasbibliotecaspúblicasdoDFecontaahistóriadeTabosaedacapoeiraemBrasília.Xangô, nas religiões africanas, é o orixá da justiça, do trovão e do fogo. "Um amigo meu me deu a ideia de contar a minha história, que é muito próxima da história de Brasília. Se eu não contasse, ela poderia se perder."

ANSELMO BARNABÉ RODRIGUES

(Salvador?) 21 deAbril de 1948 - morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis

MESTRE SAPO

Estilo Angola/Regional

DADOS PESSOAIS

ANSELMO BARNABÉ RODRIGUES

(Salvador?) 21 deAbril de 1948

morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis

Pelé, de Salvador (Natalício Neves da Silva, nascido em 1934)

Canjiquinha (Washington Bruno da Silva)

Zulú, de Brasília (Antonio Batista Pinto Zulu)

MESTRE SAPO

Mestre

HISTÓRIA DE VIDA

No dia 21 deAbril de 1948, nasceuAnselmo Barnabé Rodrigues, o Mestre Sapo, que em 1966 passou por São Luis, junto ao quarteto Aberrê (M.Canjiquinha, Vitor Careca, Brasília, Sapo), em uma viagem que mudou a história da capoeira do Maranhão. Em 1967 mestre Sapo retorna a São Luis para trabalhar na construção civil, e posteriormente na secretaria de agricultura. Em 1972, começou a dar aulas de capoeira, no ginásio Costa Rodrigues, e depois em diversos pontos da cidade. Mestre Sapo formou uma geração de capoeiristas, como Mestre Euzamor e Mestre Patinho, que preservam a linhagem de Mestre Aberrê e Cajiquinha. Mestre Sapo morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis, vítima de atropelamento.

http://nzambiangola.blogspot.com.br/p/nossos-mestres.html

Em 1965, um quarteto baiano denominadoAberrê fez uma demonstração de Capoeira no Palácio dos Leões

sede do governo estadual. Desse grupo participavam Anselmo Barnabé Rodrigues – Mestre Sapo -, o lendário Mestre Canjiquinha, Vítor Careca, e Brasília. Após essa apresentação, receberam convite para permanecer no Estado, para ensinar essa arte marcial brasileira.

Em 1966, Mestre Sapo – incentivado por Alberto Tavares, aceita o convite e passa a fazer parte do Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação – DEFER -, onde trabalha até sua morte, em 1982. In RODRIGUES, Inara. Patinho: vida dedicada à capoeira. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de setembro de 2003, Domingo, p. 6. Caderno de Esportes

in PEREIRA, Laércio Elias. Tributo ao mestre Sapo. São Luís, DESPORTO E LAZER, n. VII, ano II, maio/junho e julho de 1982, p. 17

“Era um dos ‘capitães da areia’das histórias que JorgeAmado contou sobre os meninos que vivem nas praias de Salvador, deslocando um bico ou uma carteira, aqui e ali. Vicem é muito otimismo; sobrevivem à margem da sociedade dando e pedindo esmola, como cantou outro baiano, Moraes Moreira.

“Daí até chegar à capoeira pra turista foi fácil, que a Capoeira era parte de seu dia-a-dia. Já tinha até arranjado um lugar de destaque junto a Mestre Canjiquinha, que fazia apresentações em bares e boates da Bahia de Todos os Santos. Com Canjiquinha apareceu na maioria dos filmes feitos sobre a Bahia pela Atlântica e se orgulhava de ter filmado comAnselmo Duarte.

“Convidado, Canjiquinha fez uma excursão pelo Nordeste, e, no Maranhão, o garoto Sapo foi convidado para ficar. Era bom de luta e a política local precisava de guarda-costas. Foi a primeira investida da máquina, desta vez a política. Com a facilidade de manejar armas pela nova profissão Mestre Sapo teria aí uma de suas paixões: sempre tinha um trintaeoito ou uma bereta pra ‘botar no prego’e recuperar quando aparecesse algum, pois a convivência com políticos não tinha deixado nada que o ajudasse no leite das crianças, a não ser o estudo, com que ele deu um rabo-de-arraias nas poucas letras trazidas de Salvador. Estudou muito. Até o cursinho, e se foi sem ter conseguido superar o vestibular que a Universidade teima em manter na área médica, pra Educação Física. Mas era professor de Educação Física: Professor Anselmo. Anselmo ??? Que nada! Mestre Sapo. Era a segunda investida da máquina: a administrativa.Amodernização da pobreza também tenta tiraraoriginalidadedas pessoas.Como Saponãoseriaaceito; só comoAnselmo.Essaparadacontraa máquina ele ganhou: nunca deixou de ser Mestre Sapo.

“Crescendo em Capoeira e fama ele agora sai nos livros: a ramificação da Capoeira no Maranhão, contada por Waldeloir Rego em ‘CapoeiraAngola’é Mestre Sapo.Ah! E como juiz nacional da nova ‘Ginástica Brasileira’ a sua capoeira que ele brigou tanto pra não virar ginástica olímpica.

“Ia se aperfeiçoar e o sonho de fazer Educação Física ia ficando cada vez mais sonho. Mas tinha orgulho de sua forma física: ‘Fique calmo!’, ‘Olha o bíceps!’.

“Ele gostava de domingo. Um dia malemolente pra se tomar cana e brigar. Brigar com os companheiros de briga. E foi num domingo, domingo de cachaça e briga, que ele recebeu a terceira e definitiva investida da máquina: o automóvel, que mostrava a ‘mais vaia’ de sua capacidade de competição contra os músculos do Homem. Os músculos bem treinados de Mestre Sapo nada puderam contra a máquina forte e estúpida, medida em cavalos. Mais de cincoenta. Uma máquina movida por um companheiro de profissão, um amigo, pra combinar com o domingo, com a briga e a cachaça. Jamais seria um desconhecido dirigindo a máquina da norte. Sapo era amigo de todo mundo”.

Tenho em mãos livro – inédito – do Bruno Tomé Fonseca. Um contador de histórias fantástico!!! Procurou-me para saber sobre o tarracá e o Rei Zulu, pois pretendia escrever uma biografia desse fantástico lutador de vale tudo (luta livre)... Pois bem, passei-lhe as metodologias e as técnicas da ‘história oral’ e da ‘história de vida’... surpreendeu-me com uma história sobre a vida de Zulu... Ah, se eu conseguisse escrever dessa maneira... Mas vamos ao que interessa: vou transcrever o que consta de seu livro, breve nas livrarias...

Comecemos pelo título: “A majestade bárbara do Rei Zulu”, o capítulo ‘Caserna’: começa com as lembranças de Zulu dos tempos de guarda-vidas na Praia do Olho D´água, também freqüentada por Sapo – Mestre Sapo – um dos pioneiros da capoeira em São Luis: Por ali, rodas de capoeira comandadas por ele levantavam a areia fina da praia. Sob o olhar pasmo de Zulu, Mestre Sapo fazia apresentações antológicas, efetuando golpes complexos, como o chamado de ‘boca de siri’, em pleno por do sol.

É por essa época que Casimiro de Nascimento Martins ingressa no Exército – 24 BC, hoje BIL -; trabalhava, também, como segurança nos fins de semana em que não estava de serviço. Zulu já tinha certo nome nas pugnas de luta livre, forjados no vale-tudo. Certo oficial, acompanhado de um amigo, que se dizia dono de uma emissora, e amigo do MestreSapo, da capoeira, comentamsobre quem venceriaumalutaentreambos; oOficial exaltava Zulu,o amigo, Sapo; começou uma discussão acalorada se capoeira era páreo para vale-tudo, e vice-versa.

Lançada a semente de um desafio!

Próximo da Semana da Pátria, precisava-se de um evento para animar a tropa e a comunidade. Algo além do tradicional desfile de 7 de setembro... Sem que Zulu soubesse, os comandantes articularem uma luta de portão aberto no quartel: - Zulu está servindo a Pátria, não pode cobrar ingresso – dizia o comandante. Já tinham até providenciado um ringue para sustentar a peleja.

Zulu é chamado pelo Comandante, recebendo ordens expressas que não podia sair do quartel. Tinha que ficar arranchado:

- Dorme no quartel. De manhã está liberado do serviço. Veste o uniforme de educação física e corre em volta para te preparares. Nada de farra e de bagunça. Tu vais lutar e quebrar um cara pra mim.

Ao recruta só restava cumprir a ordem... Só mais tarde soube ser o adversário Mestre Sapo, lamentando a oportunidade de ganhar algum dinheiro escapando pelo ralo: se essa luta fosse fora do quartel, sabia que muita gente iria pagar para assistir.Afama de Zulu e Sapo corria pela cidade, era público garantido!

Zulu fica matutando como ganhar algum. Faltando dois dias para a pendenga, ligou para seu irmão Jeco, para que fosse até a casa de Sapo para convencê-lo a não participar da quizila que se estava armando: seria fácil arrumar uma desculpa. Que esperasse Zulu dar baixa do Exército para os dois faturarem bem numa luta fora dos muros do 24 BC: Sapo não quis saber de acordo.Ainda mandou um recado: Zulu que esperasse que iria apanhar no quartel diante de todo o Batalhão. Zulu ficou furioso com a oportunidade perdida de faturar um bom capital.

O apetite para a luta fermentou, quando foi chamado para ‘um particular’por um dos comandantes: - quem está lutando aqui não é o Rei Zulu e nem o soldado Zulu. É o batalhão. Se tu perderes, quem perde é o batalhão inteiro

Pensou o soldado Zulu em voz alta: “eu vou matar esse Sapo’

Chegada a hora, ringue armado. Bufando, Zulu deu um ultimato ao adversário estipulando contagem regressiva: - Sapo, tu tens cinco minutos pra fazer alguma coisa comigo e tem dois minutos pra sair daqui pro hospital.

O capoeirista ignorou o disparar do cronometro fictício dado por Zulu. Apresentou como cartão de visitas uma meia lua espetacular em direção ao soldado. Zulu conseguiu pegar o contendedor no ar. Ao proteger o corpo da queda com o braço, Sapo acabou por deslocá-lo. Sucumbiu.

Fim da luta...

SAPO x ZULU. DEU ZULU...

MIGUEL MACHADO

BAHIA - Piaú , 29 de setembro de 1948,

MESTRE MIGUEL MACHADO

formado em Educação Física , iniciou à capoeira em 1964 na cidade de Itabuna (BA), com Mestre Antônio Rodrigues, recebendo do mesmo o diploma de Professor em 1965. Teve como Mestres: - Mestre Augusto de São Pedro, aluno do Mestre Bimba - Mestre Gato Preto - Mestre Waldemar da Liberdade - Mestre João Pequeno -MestreCanjiquinhaNãoháum capoeiristaem SãoPaulo ou em outrosestadosbrasileiros, (dosmais antigos) que não tenha de alguma forma treinado com o Mestre ou com algum dos seus discípulos, espalhado por todo mundo em lugares como, Jamaica, Bélgica e muitos outros países, e no Brasil em São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e em grandes Cidades brasileiras como Ribeirão Preto e muitas outras o Grupo Cativeiro do mestre Miguel Machado vem escrevendo sua história há dezenas de anos. Presente pelo menos em 14 Países e em mais de 10 estados brasileiros.HistoriaO Grupo Cativeiro Capoeira resulta da união de seis Mestres de Capoeira: Miguel, Caio, Belisco, Ely, Rodolfo e Sidney, responsáveis pelo melhor nível técnico da capoeira treinada nas academias, festas e praças no Estado de São Paulo e no Brasil. Porém, por problemas particulares de cada um, pararam com a prática da capoeiragem, ficando só Mestre Miguel.A Capoeira, na década de 1970, durante o governo do Presidente Médici, e oficializada como Esporte Nacional. Em todo o país são organizados seminários e simpósios para se estabelecer critérios, regras e conceitos para se criar federações e campeonatos estaduais e nacionais.Mestre Miguel participou do primeiro Campeonato Paulista em 1975, quando se sagra Campeão Paulista na categoria de Peso Médio para, em seguida, representando o Estado de São Paulo, ser o único Campeão Brasileiro, na categoria Peso Médio. Na década de 80, sagra-se Campeão Universitário Paulista pela UMC – Universidade de Mogi das Cruzes. fonte https://www.congodeouro.com.br/conheca-mestre-miguel-machado/

MestreMiguel Preto (Miguel Machado)nasceu em Piaú -Bahiaem 29/09/1948 eem 1964aos 16anos, iniciou a capoeira do Mestre António Rodrigues em Itabuna - Bahia, tornando-se um dos seus professores em 1965. Mestre Miguel aprofundou o seu conhecimento de capoeira através da convivência e treinamento com os mestres da velha guarda baiana: Augusto de São Pedro (discípulo de Mestre Bimba), Gato Preto (aluno de Lúcio e Catarino Góes, Cobrinha Verde, Waldemar da Liberdade e Leó e Paulo de Santo Amaro), Canjiquinha (pupila de Aberrê), Waldemar da Liberdade (aluno de Talabí, Ricardo de Ilha de Maré, Neco Canário-Pardo e Siri de Mangue) e João Pequeno de Pastinha (aluno de Barbosa e Pastinha). É fundador e Mestre-Presidente do Grupo Cativeiro Capoeira.

Tendo Ogum como orixá-de-cabeça, Mestre Miguel possui a característica daqueles que gostam de iniciar conquistas e que não se contentam em relaxar com os resultados. Desta forma, foi o responsável por implementar a capoeira em diferentes partes do Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Porto Alegre, Manaus, Sorocaba, Ribeirão Preto, Ceará, Espírito Santo, Piauí, etc.) e em vários países europeus, América Central e África. Mestre Miguel Preto possui uma lista longa de realizações e serviços prestados à capoeiragem: formou mais de 120 instrutores de capoeira entre mestres, contramestres, professores e monitores; foi homenageado

pela Camara de vereadores de itabirito, Ribeirão Preto e São Paulo; presidente do conselho de liga da capoeira do estado da Bahia; vice-presidente de cultura da federação internacional de capoeira; diretor técnico e vicepresidente nacional e internacional do conselho superior de mestres da confederação brasileira de capoeira; presidente e fundador da federação amazônica da capoeira; diretor da região norte da confederação brasileira; terceirolugarnoprimeirocampeonatobrasileirodecapoeira;campeãouniversitáriodecapoeiraemSãoPaulo; campeão paulista de capoeira na categoria mestre; campeão bi-brasileiro de capoeira na categoria mestre. Mestre Miguel é formado em Educação Física na Universidade de Mogi das Cruzes - São Paulo. Atualmente vive em Ilhéus-Bahia e continua a sua "volta ao mundo", ministrando estágios, cursos e aulas de capoeira.

JULIO ROMÃO DA SILVA FILHO

Rio de Janeiro, 1949

MESTRE ROMÃO

chegou a Belém, na “época dos hippies”. Júlio Romão da Silva Filho, como foi registrado, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, iniciou-se na capoeira, denominada por ele de “regional”, aos 12 anos, em Bonsucesso, Rio de Janeiro. Seu mestre foi Zé Pedro. Em 1974, aos 25 anos, Mestre Romão chegou a Belém e logo começou a ministrar aulas de capoeira e a montar suas estratégias de conquista de espaços na capital paraense. Com acesso à Universidade do Estado do Pará, passou a dar aulas na Escola Superior de Educação Física. As referências de formação com seu mestre ficaram em sua memória e definiam seus caminhos. Mesmo em uma nova terra, era o seu lugar de origem que lhe inspirava valores. Nas palavras de Mestre Romão: […] a lembrança que fica é que foi a roda de capoeira mais bonita e bem frequentada do Rio de Janeiro, talvez do Brasil. O Mestre Zé Pedro foi meu pai, irmão, filho. Eu vi e senti o universo da capoeira naquela roda.Aprendi queo meuvaloré construído nomeufeitoenãono quetenhonobolso ounas cores daminha roupa(Entrevista com Mestre Romão em junho de 2009). A importância da dimensão espacial, do lugar da roda e das experiências lá vividas por Mestre Romão, se faz presente na marcação da diferença e na construção de uma alteridade que conduzirá também à formação de territórios.Apartir de 2000, Mestre Romão passa a dar maior atenção à CapoeiraAngola. Segundo ele, foi uma descoberta interior, como se este tipo de capoeira já existisse nele em estado de latência, à espera de ser despertada. Nesta CapoeiraAngola, de acordo com Mestre Romão, diferente da Regional, não é somente o corpo que importa, é sua movimentação e empolgação. É a alma e é o sentimento. Não se tratava apenas de um “estilo de jogar”, mas de um movimento cultural de afirmação da sua identidade negra. Em sua definição: A Capoeira Angola estava em mim, estava no sangue e eu precisei estudar muito para ver, era um filho que estava dentro de mim. A Angola é sentimento, é preciso sentir. A Capoeira Angola é pra todo mundo, mas nem todo mundo é pra Capoeira Angola (Entrevista com Mestre Romão em junho de 2009). Romão acreditava, naquele momento, que o mercado havia dominado a capoeira. Por isso, ressaltava a importância das tradições, de não perder de vista os elementos constituintes da capoeira. Neste sentido, ele destaca a importância de manter alguns traços que caracterizam a capoeira como manifestação afro-brasileira. Em particular, a oralidade e a ancestralidade.

Júlio Romão, nascido na cidade do Rio de Janeiro, conhecido como Mestre Romão, inicia na capoeira denominada de “regional” com 12 anos, aprendida em Bom Sucesso, Rio de Janeiro com o Mestre Zé Pedro. Em 1974, aos 25 anos, Mestre Romão chega a Belém e logo começa a ministrar aulas de capoeira e montar suas estratégias de conquista de espaços dentro do segmento da capoeira na capital paraense. Entra na UEPA (Universidade do Estado do Pará) e começa a dar aulas na Escola Superior de Educação Física. A partir de 2000 acontece uma descoberta da Capoeira Angola, uma descoberta interior, como que este tipo de capoeira já existisse em estado de latência no próprio mestre a espera de ser despertada. Esta Capoeira Angola,de acordo com mestre Romão, diferente da Regional, não é só o corpo que importa e sua movimentação e empolgação, é a alma, é o sentimento. Em sua definição:

A Capoeira Angola estava em mim, estava no sangue e euprecisei estudar muito para ver, era um filho que estava dentrode mim. A Angola é sentimento, é preciso sentir. A Capoeira Angola é pra todo mundo, mas nem todo mundo é praCapoeira Angola (entrevista com Mestre Romão em junho de200(53) Entre Pernadas e Saberes: experiências, tradicionalidades e disputas na capoeiragem em Belém do Pará | FabioA. Fernandes -Academia.edu

Na “época dos hippies”: a redescoberta da capoeira paraense na década de 19701 “In theTime of the Hippies”. The Rediscovery of Capoeira in Pará in the 1970s LuizAugusto Pinheiro Leal2 Doutor em Estudos Étnicos e Africanos – Universidade Federal do Pará (UFPA) Fabio Araújo Fernandes3 Doutor em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC

CELSO PEPE

RIO DE JANEIRO - nasceu em 1949, no Rio de Janeiro.

MESTRE CELSO PEPE

Matthias RöhrigAssunção (setembro de 2020)

Seu pai, Hugo Pepe, foi combatente da FAB na Itália e serviu na famosa batalha de Monte Castelo. Celso se iniciou na capoeira em 1957. Nessa época, morava no conjunto residencial IAPC, em Olaria, e era vizinho de Djalma Bandeira. Todo domingo de manhã escutava uma batida de pandeiro e outros instrumentos vindos do centrocomunitário do condomínio. Com apenas oitoanos escapuliudecasaefoi parao centrocomunitário, onde assistiu pela primeira vez uma aula de capoeira ministrada por Djalma. Apresentou-se e pediu para participar, no entanto, Djalma recusou, alegando que ele era muito criança.

Decidiuentãopraticarsozinho, mascontinuavaassistindootreino eas ocasionais rodas dedomingodemanhã. Viu ali MestreArtur Emídio e seus estudantes, ou seja, a velha guarda dos alunos de 1956, e também o Mestre Paraná. Celso se juntou então a um amigo da mesma faixa etária, Luiz Garcia Filho, de apelido Pelé, e a seu irmão, Walter Hugo Pepe. Esses três garotos, sozinhos, treinavam atrás de um prédio do IAPC, durante vários meses, reproduzindo todos os movimentos que viam na aula de Djalma.

M. Valter Pepe na Queda de Rins. M. Celso Pepe é o segundo berimbau, fazendo uma linha vertical. da direita para a esquerda,

A partir de 1959-60 Leopoldina e Djalma Bandeira convidaram Celso Pepe para exibição em vários eventos. Ia com a autorização dos pais e Leopoldina ou Djalma ficavam responsáveis por ele. Se apresentou com Djalma na TV Rio, no programa Carlos Imperial, por várias vezes, e também em outras emissoras, por exemplo na TV Tupi, com o CM Paulo Russo (aluno do Djalma), no programa semanal “Em Guarda”. Como sempre precisavam apresentar novidades (e na época quase ninguém conhecia a capoeira), constantemente eram convidados para se apresentarem na TV e em outros eventos.

Celso participou de uma caravana de shows de lutas, da primeira Feira da Providência e do primeiro desfile de escola de samba com capoeira. Isso foi em 1961, com M. Leopoldina, no enredo “Reminiscências do Rio Antigo”, da Mangueira. Depois acompanhou Leopoldina no Cacique de Ramos, conforme registrou o Diário de Notícias, em 1965. Dessa maneira Mestre Celso Pepe aprendeu simultaneamente com dois alunos deArtur Emídio: fazia aulas com Leopoldina e assistia as aulas e rodas com Djalma Bandeira, seu vizinho. Quando ele começou a ficar bom de capoeira e já mais velho, Djalma passou a convidá-lo para treinar com saco na sua academia e ir aos treinos. Por isso, Mestre Celso afirma: “Tudo que aprendi olhando Djalma, foi o jogo de São Bento Grande e depois eu fui aprender com Leopoldina o jogo deAngola, São Bento Pequeno. Então eu aprendi dois estilos diferenciados um do outro”. Tempos depois Celso se matriculou com seu irmão Hugo na academia Guanabara, onde eram oferecidas aulas de artes marciais e luta livre. Lá, praticou judô, jiujitsu e luta livre. Um dia, como ele mesmo conta, chegou à academia um senhor, preto, magro, e o professor Vinagre da academia avisou: “Esse é capoeirista! O nome dele é Leopoldina.” Naquela época Leopoldina tinha 23 anos e era aluno deArtur Emídio. Leopoldina ainda tentou desconversar: “Eu ainda sou aluno!” Mas Celso tanto insistiu que queria aulas com ele, que Leopoldina acabou marcando de treinar ao ar livre, debaixo de uma amendoeira, no quintal da academia Guanabara no domingo seguinte.Assim, segundo Celso Pepe, os primeiros alunos de Leopoldina foram esses três meninos: Hugo, Pelé e ele.

Tempos depois Celso se matriculou com seu irmão Hugo na academia Guanabara, onde eram oferecidas aulas de artes marciais e luta livre. Lá, praticou judô, jiu-jitsu e luta livre.Um dia, como ele mesmo conta, chegou à academia um senhor, preto, magro, e o professor Vinagre da academia avisou: “Esse é capoeirista! O nome dele é Leopoldina.” Naquela época Leopoldina tinha 23 anos e era aluno de Artur Emídio. Leopoldina ainda tentou desconversar: “Eu ainda sou aluno!”

Leopoldina recebe a visita de Valter e Celso Pepe na sua casa na Cidade de Deus, Rio de Janeiro, no início dos anos 2000.

Mas Celso tanto insistiu que queria aulas com ele, que Leopoldina acabou marcando de treinar ao ar livre, debaixo de uma amendoeira, no quintal da academia Guanabara no domingo seguinte.Assim, segundo Celso Pepe, os primeiros alunos de Leopoldina foram esses três meninos: Hugo, Pelé e ele.

Em 1968, o samba enredo da Imperatriz Leopoldinense dizia: Em te exaltar Bahia Nas tuas feiras os famosos capoeirasAosom dopandeiroedo berimbau Demonstram dançandoe cantandoQue és de fato original Beribá é pau, beribá é pau Beribá é pau, de fazer berimbau (bis).

Apartir de 1961, Celso Pepeseguiu seu próprio caminhonacapoeira. Nessa épocaconheceuobloco Sai como Pode, em Ramos. Nesse bloco, deu aula pela primeira vez para vinte alunos, entre crianças e adolescentes. Se desvinculou de Leopoldina em termos de aulas, mas continuava com ele nas apresentações. Quando Celso Pepecomeçouaensinar,usouosdoisestilosdeseusdoisprofessoresebatizouseuestilode“capoeiracarioca”.

Segundo suas palavras, é “um jogo em cima, em baixo, no meio, com flexibilidade, sem fugir das origens”. Celso Pepe foi professor de muitos alunos, “centenas”, segundo afirma. Uma característica marcante é que ele ensinou em muitos lugares, diferenciados pela geografia e o meio social. Começou a dar aula na academia Líder, em Caxias, e depois na Imperatriz Leopoldinense, na Penha; ensinou na Tijuca, em Copacabana e no Complexo do Alemão. Como diz: “Consegui arrumar problemas, porque não me tranquei num espaço”. No Alemão bateu de frente com uma gangue e teve que sair. Na Tijuca, no Clube Orfeão Portugal, enfrentou uma quadrilha de lutadores de karatê. Em Copacabana, deu aula no Sport Club Radar e na Igreja Presbiterana na Barata Ribeiro. Na Penha, seus alunos, entre eles o Mestre Touro ainda criança, eram conhecidos como os “cabeludos de Pepe”, enquanto outro grupo de alunos de classe média de Copacabana era chamado de “playboys do Mestre Pepe”.

Mestre Celso Pepe enfatiza, no entanto, que começou na capoeira numa época muito pesada.Acapoeira ainda era muito discriminada. Ele lembra que foi xingado, cuspido e até preso simplesmente por estar na rua. Seu próprio pai o chamava de vagabundo, porque queria viver de capoeira.Assim, quando se casou, aos 28 anos, tirou carteira de motorista e começou a ganhar sua vida como taxista, profissão que o sustenta até hoje. No entanto, nunca abandonou a capoeira e deu aulas até 2003.

Mestres Celso e Valter Pepe, naAcademiaAlmir Ribeiro, na Tijuca, Rio de Janeiro, em 1962.

Fontes:

Todas as fotos são do acervo Celso Pepe.

Entrevistas com M. Celso Pepe e M. Touro.

Diário de Notícias (Hemeroteca Nacional)

PEDRO MORAES TRINDADE

BAHIA - (Salvador, 9 de fevereiro de 1950)

MESTRE MORAES,

Começou a treinar por volta dos oito anos na academia de Mestre Pastinha, levado por seu vizinho que viu o garoto a fazer seus próprios berimbaus. Mestre Moraes foi aluno de Mestre João Grande e João Pequeno que eram grandes discípulos de Mestre Pastinha. Sua influência musical na Capoeira foi Mestre Traíra.[1]

Por volta dos anos 80, na intenção de preservar e transmitir os ensinamentos de seus mestres, fundou o GCAP - Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - na tentativa de resgatar a filosofia da capoeira em suas raízes africanas, que havia perdido seu valor para o lado comercial das artes-marciais.[2]

Atualmente vive em Salvador, Bahia e divide seu tempo entre lecionar Inglês e Português numa escola pública, e presidir os projetos culturais da GCAP.[1]

Referências

1. ↑ Ir para:a b c «Raridades da Capoeira - Mestre Moraes» sites.google.com. Consultado em 26 de novembro de 2022

2. ↑ «Mestre Moraes - GCAP» mestremoraes-gcap.blogspot.com. Consultado em 26 de novembro de 2022

Ligações externas

Blog de Mestre Moraes

LUIZ OLIVEIRA ROCHA

Itabuna-BA(195?)

MESTRE MEDICINA

LUIZ OLIVEIRAROCHA, mas conhecido como Mestre Medicina conta-nos que começou a jogar capoeira ainda garoto, sua origem é de família humilde e afirma que sempre gostou de esportes, em sua época na cidade de Itabuna-BA (sua terra natal) tinha uma academia de judô, que era uma escola que se jogava pra aprender, ele fazia ginástica e corridas isso quando contava com 10 anos de idade.

Logo depois, através de um amigo, ficou sabendo da capoeira, que era uma coisa que se fazia na rua, nesse momento o mesmo amigo lhe falou de um capoeirista de rua que se chamava Antônio Rodrigues (já falecido) e que o levou para as rodas de rua em Itabuna, naquele período não existiam academias de capoeira, então começou a frequentar as rodas de capoeira e desenvolveu uma paixão imensa, mandavam o avisar, "diga àquele menino que vai ter roda".

Em um bairro ou outro ele ia, até que um dia ouviu falar do Mestre Suassuna, o Reinaldo Ramos Suassuna, que naquela época era chamado de Nado. Disseram a ele "rapaz tem uma pessoa que ensina capoeira na rodagem de Itajuípe", logo que soube disso terminou entrando na academia porque tocava berimbau, passando assim a ser aluno do Nado, hoje Mestre Suassuna. Ele tinha uns 15 anos de idade, cerca de dois anos depois Mestre Suassuna foi embora tentar ganhar a vida em São Paulo e Mestre Medicina assumiu a academia dele, alterando o nome de ACRI - Academia de Capoeira Regional de Itabuna para ACRESI - Academia de Capoeira Regional Suassuna de Itabuna.

Em 1972 ele foi para Salvador, em seguida passou no vestibular de Medicina. No segundo ano do curso ele começou um trabalho que denominava Kilombolas, porque naquele momento as pessoas faziam muito pouco capoeira, sendo rara a sua prática. Era comum se praticar Karatê ou Taicondô.

Quando estava para formar, voltou a cidade natal para fazer o último ano de medicina e só retornou a Salvador para fazer residência, tentou fazer capoeira como escola, mas não deu certo e Mestre Dedé ficou com o grupo Kilombolas, que organizou-se como Associação.

Após terminar a residência ele foi morar na Ilha Mar Grande, lá teve uma experiência incrível com rapazes que pareciam garotos, era uma alegria, uma ausência de maldade, fazia uma capoeira alegre. Lá foi feito um trabalho com as características e garotos e este trabalho sendo chamado de "meninos da Ilha", este grupo se estabeleceu.

Depois de morar 5 anos em Mar Grande ele foi morar em Cachoeira-BA, local onde já trabalhava, durante um certo tempo ficou indo e voltando, quando por fim decidiu fixar residência lá, começou outra trabalho de capoeira, nesse momento sentia que tinha uma relação com a capoeira maior ainda, que a vivência mostrou de uma forma intima, mais apertada, que a capoeira merece.

Aí surgiu capoeira Raça, porque a capoeira Raça identifica a capoeira, nós, como uma raça diferente, é como sefossepessoas diferentes, eralargaro domingo,eraseencontrarjogar,baterpapo,assim ele classificou como uma raça diferente de ser humano, que é uma raça muito especial, o que elas mais querem é aprender capoeira em qualquer idade, aí ficou a idéia do nome e de gente que vive em turmas e que busca aprender a arte da capoeira.

Esse trabalho para o Mestre Medicina foi o mais incrível porque o encontrou com mais maturidade e lógico, porisso,cresceumais, algunsalunosquefaziamkilombolaspassaramaadotarposturabemparecida, passando a ver a capoeira com mais serenidade, tudo belo: a graduação, a roda, o berimbau, o canto, o uniforme e aí terminaram passando a utilizar o nome capoeira Raça, o pessoal de Maceió Salve Axé que é do Ventania, China que era do grupo Kilombolas, o pessoal de Itabuna do grupo Luiz Medicina.

O Mestre Medicina não gostava o fato de uma grupo com nome de uma pessoa que não fosse o Mestre Bimba, mas aceitou que o Mestre Magrelo (Itabuna-BA) que é seu aluno tenha atribuído o nome Luiz Medicina. Mas hojeachamuitobacanaaideiadequetodasaspessoasestejamnacapoeiradeumaformaoculta,entãoaprovou essa transformação do grupo Luiz Medicina para capoeira Raça, ficando feliz por isso.

AAcademia para o Mestre Medicina é uma escola de vida, é uma forma de você fazer companheiros e amigos, de você melhorar mais a sua caminhada.

Ele é médico, mas quando estava exercendo sua profissão foi que conseguiu provar a si mesmo a relação que tem com a capoeira, porque estava na medicina e fez o curso em 7 anos e passou no primeiro vestibular, contudo se desencantou dentro da medicina, na faculdade se deu conta que existia esse mundo que é esse nosso e passou a viver em outro mundo que era de estudante de medicina, que não tinha nada a ver com o outro mundo e nesse momento quase desistiu da medicina. Seu irmão que o salvou e disse-lhe: "não, você vai ficar na medicina, porque na verdade a medicina parece contigo, não existem muitas pessoas que parecem com a medicina, pessoas simples que atende às pessoas de uma forma comum, tem Doutor é logico e você vai ser um médico, uma pessoa comum como outra qualquer". Isso o salvou, ele estava em Itabuna e voltou para Salvador, cortou os cabelos e começou a fazer medicina novamente, enfrentando as dificuldades de um mundo diferente da capoeira que ele enxerga como um mundo muito especial, que vale a pena viver, seus filhos cresceram no mundo da capoeira e acredita que por isso cresceram bem.

O seu aluno e amigo Mestre Magrelo carregava Luizinho (filho do Mestre Medicina) no colo, hoje os dois jogam nas rodas, isso é coisa da capoeira, só na capoeira se consegue isso, porque as pessoas param na idade. Ele afirma o Magrelo parou, Luizinho cresceu. A Capoeira te para, ela não impede que você envelheça, até porque não tem como isso deixar de acontecer, isso é coisa de Deus e Deus nos ofereceu o direito e a condição, se você quiser retardar o processo, você envelhece devargazinho, de uma forma doce, bacana. A capoeira é uma dessas maneiras.

MESTRE DIDI POÇÕES BAHIA.

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JOÃO JOSÉ MENDES SILVA

São Luis, 1º. De julho de 1950 // 1967

Mestre AÇOUGUEIRO

Estilo

Angola e Regional Mestre

Mestre Sapo

Nome

João José Mendes Silva

Filiação

José Ribamar Silva e Joana Mendes Silva Local e Data de nascimento

São Luis, 1º. De julho de 1950

Endereço

Rua 8, casa 65 IV Conjunto da CohabAnil Academia

HISTÓRIA DE VIDA

Iniciei o aprendizado com 17 anos de idade e comecei a dar aulas em 1977, na cidade de Bacabal-Ma; eu fui introdutor da capoeira em Bacabal; lá, eu tinha uma escolinha – Grupo de CapoeiraAngola – no CSU e deixei um aluno capoeira chamado Pinta ministrando as aulas.

O nomeAçougueiro eu ganhei na escolinha do Mestre Sapo, que funcionava no Costa Rodrigues, num jogo com um capoeira chamado Boi, na roda de sexta-feira, que recebeu um martelo no braço aplicado por mim. Aí a turma gritou: quer matar o Boi, açougueiro? E o nome pegou Fui contra-mestre de Mestre Sapo e uso a graduação que Mestre Sapo seguia do Mestre Zulu, de Brasília, do Grupo Biribazu

O Mestre Sapo foi aluno dos Mestre Pelé e Canjiquinha, da Bahia Orientava o grupo África, que funcionava na EscolaAgrotécnica Federal, onde dava aulas de Capoeira, entre 1998 e 2003

No momento está sem alunos, mas está pensando em formar novo grupo

ANTONIO OLIVEIRA BEMVINDO

natural de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, Data de nascimento: 3 de novembro de 1950

MESTRE TOURO.

ANTONIO OLIVEIRA BEMVINDO, natural de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, Data de nascimento: 3 de novembro de 1950. Escolaridade: 2ª série. Formação profissional: Assistente Legislativo, Ator e Mestre de Capoeira. Começou na capoeira em 1957, no Rio de Janeiro com o Mestre Celso Pepe.

Celso Pepe

Estilo de capoeira que pratica Angola de São Bento Grande Tempo de prática - 45 anos Tempo de mestrado em Capoeira - 38 anos.

Ministra aulas de Capoeira: Penha - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro – BRASIL; San Diego - Califórnia – EUA; Dallas - Texas – EUA; Austin - Texas – EUA; Oakland - Califórnia – EUA; Los Angeles – Califórnia – EUA

Os Malandros de Mestre Touro são proponentes da Capoeira do Rio de Janeiro, especificamente a "Capoeira Angola de São Bento Grande". É uma forma agressiva de Capoeira Angola do Rio de Janeiro. Arvore genealógica é Horácio José da Silva (Prata Preta Nascido em 1868 - Rio de Janeiro) - Campanhão (Nascido em 1900 - Rio de Janeiro) - Joaquim Felix de Sousa (Quinzinho Nascido em 1925 - Rio de Janeiro) - Dermeval Lopes de Lacerda Mestre Leopoldina Nascido em 1933 - Rio de Janeiro) - Celso Pepe (Celso Pepe nascido em 1949 - Rio de Janeiro)Antonio Oliveira Bemvindo (Mestre Touro nascido em 3 de novembro, 1950 - Cachoeiro do Itapemirim - Espírito Santo).

ADILSON ALVES DA SILVA

(Rio de Janeiro, 30 de maio de 1952)

MESTRE ADILSON [1]

Nascido em Marechal Hermes, mudou-se para Brasília, DF em 1961.

Formou-se em medicina em 1977 na Universidade de Brasília (UnB) e fez residência em Cirurgia Plástica, de 1978 a 1980

Ingressou na Capoeira em 1965, através de livros . Posteriormente viu a Capoeira praticada embaixo de um dos dois únicos blocos de apartamento da SQS 209 em Brasília. Conheceu aí os futuros mestres Cláudio Danadinho Fritz e Tabosa. Este último já era um dos mais ágeis capoeiristas do Brasil, e a amizade entre eles foi marcante em sua formação. Só conheceu o mestre deles, Aldenor(mestre Arraia) muitos anos depois quando retornou ao DF e ensinou para alguns capoeiristas.

Foi convidado pelo Boxer Manoel Boa Morte a dar aula em um Colégio em frente à Academia Júlio Adnet durante o ano de 1988.

Teve oportunidade de ser convidado pelo Mestre Rafael, fundador do antigo Grupo Senzala (RJ), para o último Campeonato Berimbau de Ouro, em 1968, realizado na Feira da Providência à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Neste evento o Mestre Rafael lhe graduou a corda vermelha (Mestre), dizendo:

"A partir do momento que eu o convidei para compor o Grupo, eu o considero mestre, pois só mestres podem representar o Grupo no Berimbau de Ouro."

Neste campeonato, o antigo Grupo Senzala (RJ) sagrou-se tricampeão do Berimbau de Ouro. Nesta época, Adilson tinha 16 anos.

Participou do Campeonato Brasileiro de Capoeira, em 1977, no Clube Botafogono Mourisco, onde foi para a final com o Mestre Acordeon da Bahia, ficando em 2º lugar. Ganhou porém, o troféu de destaque técnico pelo golpe mais rápido e preciso do evento.

Através dos professores César e José Gomes, foi indicado para ministrar aulas no Colégio Elefante Branco, em Brasília, onde permaneceu de 1968 a 1978.

Através da Sra. Maria Duarte, deu segmento aos trabalhos no SESC da 913 Sul, onde permaneceu dando aulas de 1978 a 1988, passando a coordenação para o Prof. Cid José de Sena Cabral.

Em 1990, foi comemorado os 25 anos de Capoeira do Mestre Adilson, no 2o. Batizado, sob coordenação do Prof. Cid e Prof. Marquinhos (Grupo Adilson Capoeira).

Em novembro de 1993, o Mestre Adilson encerrou as atividades do Grupo Adilson Capoeira. Entretanto, não se afastou da Capoeira. Retornou a ministrar aulas em 1995 na Academia Almir Fitness, apenas para um grupo seleto de alunos.

Durante todo o seu trabalho, o Mestre Adilson formou a mestres os Senhores: Antônio Carlos (AC), Jomar, Roberto (Negão), Marcus Vinicius (Marquinhos). A estes ex-alunos e amigos, foram considerados Mestre e entregue uma corda vermelha simbólica, pelas mãos do organizador do evento, Rodrigo(Galego), com autorização do Mestre Adilson, foram eles: Tavinho, Minhoca,Zé Reinaldo, Enio,Luiza, Clodomir, Marcos Borel, Carlito, Carioquinha, Péricles, Cid, Edu Quadra, João Batata e Baiano

Até o final de 2006, Mestre Adilson supervisionou as atividades do Grupo Brasília Capoeira, que estava sob coordenação do Mestre Marquinhos.

Após o falecimento do Mestre Marquinhos, ressurge em fevereiro de 2007 o Grupo Adilson Capoeira.

Em 11 de Outubro de 2015, foi comemorado os 50 anos de Capoeira do Mestre Adilson, no Colégio Elefante Branco, sob coordenação do Contramestre Rodrigo (Galego) Grupo Adilson Capoeira e Mestre Eduardo (Foca) Grupo UCDF.

ADALBERTO CONCEIÇÃO DA SILVA

Salvador, 18 de agosto de 1953

Mestre ZUMBI BAHIA

MESTRE ZUMBI BAHIA ESTILO ANGOLA

DADOS PESSOAIS

Adalberto Conceição da Silva

Salvador, 18 de agosto de 1953

Mãe: Maria Conceição da Silva – Pai: HumbertoAlves da Silva

Formação: Licenciatura em Pedagogia; Habilitação em Magistério Superior e Gestão Educacional; Especialização em Docência do Ensino Superior; ProfessorAcadêmico; Coordenador Pedagógico do Instituto OfficinaAffro/MA; Angoleiro, Coreógrafo, Vocalista, Compositor, Percussionista. Patrimônio Cultural Imaterial Vivo – Prêmio conferido pelo IPHAN (2010), pela implantação e atividades de preservação da CapoeiraAngola, na Paraíba e Recife.

1977 - consagrado Mestre de Capoeira - Zumbi Bahia - pelo Mestre Boa Gente, embora, o meu Mestre por consideração seja o Mestre Bigode de Santo Amaro, já falecido.

MESTRE Mestre Bigode de Santo Amaro

Mestre Boa Gente

GRUPO/NÚCLEO Instituto OfficinaAffro

Nome completo:Adalberto Conceição da Silva – Mestre Zumbi Bahia

Dia e Local de nascimento: 18/08/1953–Salvador – Bahia

Mãe: Maria Conceição da Silva – Pai: HumbertoAlves da Silva

Formação: Licenciatura em Pedagogia; Habilitação em Magistério Superior e Gestão Educacional; Especialização em Docência do Ensino Superior; ProfessorAcadêmico; Coordenador Pedagógico do Instituto Officina Affro/MA; Angoleiro, Coreógrafo, Vocalista, Compositor, Percussionista. Patrimônio Cultural Imaterial Vivo – Prêmio conferido pelo IPHAN (2010), pela implantação e atividades de preservação da CapoeiraAngola, na Paraíba e Recife.

Capoeira: catimba (inteligência) de negro em ânsia de liberdade.

U M

As minhas experiências profissionais tiveram início em 1976 no Centro Educacional de Periperi em Salvador – Bahia, como professor de Folclore, que dentre outras manifestações, ensinava a arte da Capoeira Angola, momento pelo qual (1977) fui consagrado Mestre de Capoeira e obtive o apelido de Zumbi Bahia. A minha consagração foi pelo Mestre Boa Gente, embora, o meu Mestre por consideração seja o Mestre Bigode de SantoAmaro, já falecido.

Cheguei à Paraíba entre (1977 até 1979)

Aminha vida capoeirística na Paraíba, deu-se início em 1977, na cidade de João Pessoa, quando a convite do senhor Tenente Lucena, passei a ministrar a Capoeira no SESC/PB para 50 alunos.Aarte ganhou repercussão quando levei a “brincadeira” para o Ponto de Cem Reis e para a praia de Tambaú, congregando assim mais adeptos. Em 1978 e 1979, ministrei capoeira para crianças de Colônia de Férias da UFPB. Houve o lançamento oficial da capoeira na Reitoria e lecionei também a capoeira, visando incluir como disciplina (1 e 2) no Curso de Educação Física daquela universidade.Aos 33 anos, depois, fui convidado para um Simpósio de Memórias da Capoeira e lá em Recife me encontrei com os remanescentes da arte de Zumbi dos Palmares (meus antigos alunos atuais Mestres), para celebrar a resistência de preservação tanto na Paraíba quanto na capital pernambucana.

Quando chegou a Pernambuco: Cheguei a Recife entre (1979 até 1992)

Ações com a capoeira em Recife:

Estava na cidade de João Pessoa (PB.), no final de 1978, quando o professor de música da UFPB, naquela época, oAntônio Carlos Nóbrega me convidou para ministrar algumas aulas esporádicas de capoeira, na sede do Grupo Boi Castanho Reino do Meio Dia, localizada na Rua Real do Poço em Casa Forte. Nas turmas estavam incluído o próprio Antônio Carlos Nóbrega, batizado pelo apelido de “Avestruz”, também o “Meia Noite”, o “Branco Aluanda”, o “Silê” e outros que não recordo o nome. No primeiro semestre de 1979 eu me mudei definitivamente para a capital pernambucana e dava aula no bairro de Casa Forte e também no SESI. Comecei a pesquisar os pequenos núcleos de capoeira ainda existentes, de pouca visibilidade, e foi quando encontrei Mestre Pirajá, no Morro da Conceição, que já me conhecia de outra época no Rio de Janeiro. Mestre Pirajá comandava um pequeno grupo composto pelo capoeirista Teté, Espinhela, entre outros, que se apresentavam na festa de N.S.daConceição.Depois conheci Paulo Guiné,queensinavacapoeira aos parentes e amigos próximos, no quintal de sua casa e aprimorava os conhecimentos nas areias da praia de Prazeres. E, bem mais tarde, fui apresentado ao Mestre Coca-Cola, Mestre Mulatinho, o Bigode e Mestre Lázaro. Foram com estes que a gente formou a primeira Associação Pernambucana de Capoeira, que funcionava, na Rua Gervásio Pires – Centro – Recife.

Ainda no primeiro semestre de 1979, me dediquei à difusão da Capoeira. E junto a UFPE, foi organizado o lançamento da capoeira em Recife, após 90 anos de exílio, com um grupo constituído de meus alunos paraibanos e recifenses, com direito a divulgação na TV afiliada à Rede Globo e o jornal Diário de Pernambuco.

No mês de março e abril de 1979 foi realizado a 1ª Roda de Capoeira, no Ginásio Poliesportivo do SESC, de Santo Amaro, reunindo alunos e seus respectivos Mestres, pelos quais já tínhamos contatos. No dia 26 de agosto do mesmo ano, foi realizado o 1º Batismo de Capoeira também realizado no Ginásio Poliesportivo do SESC de SantoAmaro, com 60 capoeiristas paraibanos e recifenses. Naquela época tínhamos um controle do que acontecia no mundo da capoeira, pois sabíamos quem era iniciante e quem era veterano, havia um acompanhamento na formação daqueles capoeiristas, de modo, que as graduações eram realizadas de seis em seis meses, outorgadas pelaAssociação Pernambucana de Capoeira.

Já por volta de 1982 houve um desacordo naAssociação Pernambucana de Capoeira em que me afastei. Nesta época eu já estava ministrando capoeira na Escola Antônio Heráclio do Rego, pela Fundação Guararapes, no bairro de Água Fria, bem como, no CSU de Campina do Barreto e também no SESC, SESI e a LBA. Foi no SESI de Casa Amarela onde a capoeira serviu de base para ser criado o Balé Primitivo de Arte Negra e em 1985 a capoeira sustentou as técnicas necessárias para a criação das coreografias do Balé de Arte Negra de Pernambuco.

Saí de Recife em 1992 e fui para Bahia e em 1994 radicalizei-me em São Luís do Maranhão e criei com a professora Waldecy Vale o Instituto Officina Affro associado ao então Grupo de Dança Como Ver, fundado em 1982 na UFMA.

Segue outras informações no meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/3058394618602038

ADALBERTO CONCEIÇÃO DASILVA - -MEMORIAL - São Luís – Maranhão - 2017

Opresentememorial refere-se aumaparteintegrantedadocumentação necessáriaque estabeleceas inscrições para a seleção ao Curso de Mestrado em Educação, conforme o Edital PPPGI Nº19, publicado pela PróReitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal do Maranhão. Pretendo contemplar análise das minhas experiências profissionais e acadêmicas, relacionadas às razões da escolha do objeto de estudo. Inclusive, às expectativas em relação ao Curso eàs perspectivas profissionais após aminhaconclusão.

SouAdalberto Conceição da Silva, RG nº 045286702012-6 SSP/MAe CPF nº 284265504-44, nascido no dia 18 deagostode1953, natural dacidadedeSalvador, capital doestadodaBahia,atualmente,resido naTravessa Padre Manoel da Nóbrega nº 07, bairro doApeadouro (CEP: 65.036-500) em São Luis do Maranhão.

Tenho graduação em Licenciatura em Pedagogia, Habilitação em Magistério Superior dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Gestão Educacional, concluído em 2007, no Instituto de Ensino Superior Franciscano e Pós-Graduação em Docência na Educação Superior, concluído em 2009, na Faculdade Santa Fé em São Luís – Maranhão. Possuo ainda Pós-Graduação com acesso ao Mestrado em Ciências da Educação (ISEC, 2012)eEspecialização Lato Sensu em Gestão Educacional pela Faculdade Mário Schenberg, Brasil(2013).

As minhas experiências profissionais tiveram início em 1976 no Centro Educacional de Periperi em Salvador

Bahia, como professor de Folclore, que dentre outras manifestações, ensinava a arte da Capoeira, momento pelo qual (1977) fui consagrado Mestre de Capoeira e obtive o apelido de Zumbi Bahia. Atividade que em 1978 passei a ministrar no Serviço Social do Comércio – SESC em João Pessoa na Paraíba, até o mês de agosto de 1979. Acerca deste mesmo ano, em Recife – Pernambuco, assumir o cargo de professor de Capoeira no Serviço Social do Comércio – SESC, também como Auxiliar de Recreação e Mestre de Capoeira(1980 –1985)no Serviço Social da Indústria – SESI/PE. Instrutor de Folclore na Fundação Legião de Assistência/PE e ainda como Instrutor de Artes e Mestre de Capoeira na Fundação Guararapes/PE.,entre 1982 e 1990. A Fundação Guararapes era uma subsidária da Secretaria Municipal de Educação do Recife, que se encarregava, dentre outras ações, com as atividades de ensino, inclusive a contratação e capacitação de pessoal docente e técnico-administrativo. Foi através dessa Instituição que trabalhei na Escola Paulo VI e na U.E. Antônio Heráclito do Rêgo, no Bairro de Água Fria, onde eu criei a proposta pedagógica da capoeira no cotidiano escolar,com vistas a privilegiar o ensino enquanto construção do conhecimento, o desenvolvimento pleno das potencialidades dos praticantese sua inserção no ambiente social. Foi utilizado para isso, o referencial dos conteúdos curriculares da base nacional comum e a diversificada e, ainda os temas transversais, trabalhados em sua contextualização, fazendo uma conversão dos recursos didáticos tradicionais da escola formal, com o conjunto de tópicos da arte e cultura afro-brasileira. A Capoeira associada às distintas áreas de conhecimentos: Estudos Sociais, História,Geografia, Ciências, Matemática, Português, Artes e a Educação Física, muito antes de ser sancionada a Lei nº10.639/2003 na Educação Básica.

Aolongo dessesdozeanos, participeidoMovimentoSocialNegroejácom o registrodecoreógrafooutorgado pelo Departamento Regional do Trabalho em Pernambuco (DRT-PE) sob o nº. 24330-004733/87 tive a responsabilidade em fundar o Balé Primitivo de Arte Negra e o Balé Arte Negra de Pernambuco, que produziram belíssimos espetáculos exibidos em Recife, em outros estados e até no Paraguai (Festival Folclórico Recuerdo de Ypacaraí). Foram experiências por demais valiosas, que renderam suporte para a minha nova etapa profissional, por conseguinte no Estado do Maranhão.

Foi 1994 em que passei a fazer parte do Instituto Como Ver Officina Affro do Maranhão.A função era realizar um trabalho pedagógico, onde as culturas negras seriam os próprios materiais didáticos, por meio de cursos: de capoeira, dança afro, percussão, confecção de instrumentos musicais da cultura maranhense, montagem de espetáculos e oficina de música percussiva. Também se utiliza do material cênico e instrumental para interagir com as disciplinas curriculares – frutos adquiridos na capital pernambucana – e ainda havia, como até hoje, um trabalho sócio educativo na prevenção do uso de drogas, gravidez prematura e doenças sexualmente transmissíveis. O Instituto promove o estímulo à leitura, que faculta aos integrantes do grupo e à comunidade em geral o estudo e a compreensão teórica da realidade social e da questão do negro na sua totalidade.

Em 2006 houve um contrato para trabalhar na Universidade do Sul do Maranhão (UNISULMA) lecionando a disciplina Fundamentos de Lutas (Capoeira) para nível de graduação, no Curso de Licenciatura em Educação

Física. Também em 2006 ocorreu a minha participação como Professor/Formador na capacitação de docentes do Ensino Médio, acerca dos Referenciais Curriculares, realizada pela Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, em diversos municípios do Estado.

Por volta de 2011, obtive o convite para lecionar a disciplina “Práticas CorporaisAfrodescendentes” no curso de Educação Física Licenciatura, na então Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de São Luis (atual Faculdade Estácio de São Luís). Como iniciativa pioneira no Estado, na pretensa de ministrar valores relativos à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira. No mesmo ano foi organizado, como projeto de extensão a Iª FeiraAcadêmica da Consciência Negra. O evento versa sobre a disseminação de pesquisas e seus resultados na área de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com a pretensa de ampliar o desenvolvimento intelectual e cultural dos acadêmicos da Faculdade Estácio São Luís e a população em geral, bem como o processo sistemático de construção do conhecimento. É uma proposta elaborada na intenção de atender os requisitos de contextualização de práticas corporais afrodescendentes aplicados em sala de aula orientada pela então disciplina do mesmo nome, em parceria com o Instituto Officina Affro do Maranhão. O projeto tem como um dos objetos de pesquisa o estudo do movimento, do ritmo e expressão e do ensino e aprendizagem das manifestações afrodescendentes. Com vistas à efetuação das Leis que preconizam o ensino de conteúdos étnico-raciais nos currículos oficiais dos estabelecimentos de ensino superior e de educação básica (públicos e particulares) de todo o Brasil.

Em 2012, sob a minha orientação foi realizada uma pesquisa de campo, com a colaboração de 35 alunos visando revelar como a temática História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena estavam sendo ministradas nas escolas públicas e privadas na cidade de São Luís. Teve como amostra o total de 137 professores da Educação Básica, onde apesar de 70% já terem conhecimento sobre as leis de reparação, observou-se que 107 dos entrevistados, até aquele momento, não tinha conseguido inseri-la nos seus programas de curso. E, muito menos aplicados em suas aulas conteúdos étnico-raciais de conformidade com o conjunto de normas determinadas pela LDBEN–Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Participação em trabalhos de conclusão de curso de graduação na Faculdade Estácio São Luís:

SILVA, A. C.; LIMA, B. S.; SILVA, M. R.. Participação em banca de Jossandro Santos Dutra.O Eixo Lutas na Educação Física das Escolas de São Luís: Perspectivas dos Professores e dosAlunos, 2013.

SILVA, A. C.; SILVA, M. R.; SOARES, R. B.. Participação em banca de José Paulo Sampaio Santos.A dificuldade do Professor de Educação Física, em Trabalhar o Conteúdo Lutas nas Aulas Práticas e Teóricas, 2013.

SILVA, A. C.; BATISTA, J.; PONTES, R.. Participação em banca de Diogo Paulo Paz Fernandes.A Importância do Conteúdo Lutas no Âmbito Escolar: visão dos futuros professores de Educação Física da Faculdade Estácio São Luis, 2013.

SANTIAGO, M. R. G.; OLIVEIRA, M. I. P.; SILVA, A. C.. Participação em banca de Paulo Henrique de Oliveira Lima.O Conteúdo Lutas comoAprendizado da Educação Física nas Escolas, 2013.

LAPIS, E. C.; SANTOS FILHO, J. A. A.; SILVA, A. C.. Participação em banca de Hianne Suelen Ferreira Pimenta.O Tambor de Crioula como Possibilidade pedagógica na Educação Física Escolar: estudo de caso em uma escola pública de São Luís, Maranhão, 2013.

SILVA, A. C.; COSTA, A. V.; BATISTA, J.. Participação em banca de Itaceni de Araújo Sousa.A Caracterização do Ensino da Capoeira: um estudo realizado na Escola Maria Mônica Vale. 2012.

SILVA,A. C.; COSTA,A. V.. Participação em banca de Reinaldo de Jesus Araújo Júnior.O Ensino do Karatê na Escola: um estudo sobre sua metodologia utilizada, 2012.

SILVA, A. C.; LAPIS, E. C.; ROCHA, M. F, S.. Participação em banca de Josué Licar da Silva.A Educação das Relações Étnico-Raciais na Educação Física Através das Práticas Corporais em Escolas Públicas de São Luís do Maranhão, 2012.

SILVA, A. C.; LAPIS, E. C.; FERREIRA, M. L. S.. Participação em banca de Claudionísio Amorim Carvalho.Desafios da Educação Física na Educação de Jovens eAdultos em São Luís do Maranhão, 2012.

Destacam-se os artigos publicados em periódicos como:

SILVA, A. C.; SANTOS FILHO, J. A. A. ; VALE, W. D. V. .A Religiosidade da Capoeira no Maranhão.

Revista Sapientia, v. IV, p. Editorial, 2012.

SILVA, A. C.; SANTOS FILHO, J. A. A. .DisciplinaAfrodescendente no Maranhão. Revista Sapientia, v. III, p. Editorial, 2011.

Livros publicados

BAHIA, Z. eAVESTRUZ. História da Capoeira no Recife. Recife – PE: MS/Xilogravura, 1979.

SILVA, A. C.; VALE, W. D. V. Legados Africanos na Cultura Brasileira.1. ed. Recife: Universitária - UFPE, 2014. v. 1. 163p.

Quanto às atividades profissionais desenvolvidas na área de gestão de ensino podem-se citar as experiências em sala de aula, quando foram administradas as seguintes disciplinas: em 2013, Professor/Formador na capacitação de docentes de Pós-Graduação no curso de Docência do Ensino Superior, ministrando a disciplina Didática Do Ensino Superior, na cidade de Barra do Corda e na cidade de Buriti Bravo, municípios do Estado do Maranhão, assim como Metodologia Da Investigação Em Educação, na cidade de Vigia de Nazaré, município do Estado do Pará.

Na qualidade de professor acadêmico na Faculdade Estácio São Luis no Curso de Educação Física Licenciatura,eu ministrei a disciplina História da Educação no Brasil; História e Fundamentos da Educação Física; Teorias e Práticas dos Esportes de Luta,e, em 2017-1, Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Educação Física I.

Em outra instância, entre 2010 e 2011, foi ministrada a disciplina de História Geral, no nível de Ensino Médio, no Centro Educacional Professor Machadinho – Paço do Lumiar – Maranhão, bem como, no Ensino Fundamental II e Ensino Médio (2012), na Unidade Escolar General Artur Carvalho, também na função de professor de História.

PRÊMIOS E TÍTULOS

2010–Prêmio Viva Meu Mestre – Patrimônio Imaterial Vivo – IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Referente ao trabalho de implementação da Capoeira em João Pessoa/PB e Recife/PE. 1982–Troféu Recuerdos de Ypacaraí, XII Festival Del Lago Ypacaraí.

PRODUÇÃOARTÍSTICO-CULTURAL

Artes Cênicas

SILVA,A. C.; VALE, W. D. V. Espetáculo: 170Anos da Balaiada X 120Anos daAbolição. 2009. Produção Coreográfica com mais de 300 participantes, na maioria com alunos de Escolas Públicas da Rede Estadual de Ensino.

Outras produções artísticas/culturais

SILVA,A. C.; VALE, W. D. V. Bloco de Carnaval OfficinaAffro. Desde 1999 (Cultura Popular).

O Bloco OfficinaAffro no Carnaval maranhense de 2017 mostrou a força negra em defesa do meio ambiente, com o tema “Oxum das Águas Doces”. O Officina Affro, animado pela sua orquestra percussiva composta de instrumentos populares e étnicos, foi para a avenida, praças e bairros de São Luís a fim de chamar a atenção para o problema de escassez da água no Brasil e no Maranhão.Amúsica oficial do tema/enredo de autoria do compositor Mestre Zumbi Bahia, tornou-se expressiva com a seguinte letra: “Oxum perdão, perdoa os seus filhos Oxum, sem consciência poluem os seus rios sem se preocupar. Eles não lembram que a água é a fonte da vida, pois daqui a poucos anos a água pode se acabar...”. O Bloco de natureza afro-maranhense, através da arte de suas indumentárias, músicas e danças pretendem de maneira gostosa e agradável promover a conscientização do valor da preservação dos mananciais hidrográficos brasileiros, em particular, os maranhenses, para que a população não venha sofrer com a falta de um bem tão precioso.

Produção Fonográfica: CD Ritmos Nos Quilombos. Composto de 17 faixas, que contam em forma musicada a história do Quilombo de Frechal, localizado a 390 km da capital São Luís, após dois anos de pesquisa. Grande parte das músicas foi composta e, interpretadas por mim, além da participação percussiva tocando Timbau e outros instrumentos. Todas estas produções ganharam valores de identidade e de preservação cultural.

EXPERIÊNCIAS COM PROJETOS SOCIAIS E DE EXTENSÃO

PROJETO BATUCADA MARANHENSE– (2000)

Objetivos: Confecção de Bandinhas Rítmicas Pedagógicas com Instrumentos étnicos e populares, para crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.

Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Bequimão – São Luís/MA.

PROJETO ATABAQUES E BATUQUES – (2002)

Objetivos: Capacitar jovens em confecção e uso de instrumentos musicais percussivos da cultura popular. Faixa Etária: 16 a 21 anos.

Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA.

PROJETO TOQUE CIDADÃO – (2002)

Objetivos: Capacitar jovens no uso prático da percussão com instrumentos artesanais étnicos e populares, como meio alternativo de Educação Complementar. Faixa Etária: 16 a 21 anos.

Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA.

PROJETO BATUCADA MIRIM– (2002-2003)

Objetivos: Capacitar crianças através do artesanato e da percussão, como meio alternativo de Educação Complementar. Faixa Etária: a partir dos 7 anos.

Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA.

PROJETO SAURÊ-NUPE: Núcleo de Práticas Esportivas na Estácio São Luís– (2016-17).

Objetivos: Conhecer e intervir na realidade de aptidões e condicionamentos físicos dos acadêmicos e da população que habita nos arredores da Faculdade, por meio de práticas esportivas de diversas modalidades.

Local de Realização: Faculdade Estácio São Luís, Escola Estado do Pará e Ministro Mário Andreazza(Bairro da Liberdade) – São Luís/MA.

Considerações: O Saurê-Nupe visa fomentar as práticas esportivas comunitárias no Curso de Educação Física, tendo como desígnio contribuir para o fortalecimento da missão institucional da Faculdade, voltada paraumaeducaçãotransformadora dimensionando assim seucompromisso com asociedadeeas comunidades em seu entorno. A sua preparação foi constituída de seleção de estagiários para trabalhar na comissão organizadora, assim como aqueles que iriam atuar como oficineiros.

OProjetoSaurê-NupeparticipoudaAçãoSocialnodia29/04/17ocorridanaEscolaMinistroMárioAndreazza e no Ginásio Poliesportivo do bairro da Liberdade. Além de vários atendimentos houve oficinas de Jogos e Brincadeiras africanas, Basquete, Vôlei, Futsal e Zumba.

ANTONIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO RAMOS

SÃO LUÍS – MA / 14 / 09 / 1953

Estilo

MESTRE PATINHO9

CAPOEIRAGEM CONTEMPORÂNEO (Josué)

Nome

ANTONIO JOSÉ DACONCEIÇÃO RAMOS

Filiação

Mestre MESTRE SAP0

PAI: DJALMAESTAFANIO RAMOS - MÃE: ALAÍDE MENDONÇASILVARAMOS

Local e Data de nascimento

SÃO LUÍS – MA / 14 / 09 / 1953

Endereço

SÃO PANTALEÃO, 513 - CENTRO – 65000-000

Telefone (098) 9968-2525

Endereço Eletrônico

Mestrepato@uol.com.br

Academia

ESCOLACENTRO CULTURAL MESTRE PATINHO HISTÓRIA DE VIDA

Foram os movimentos da capoeira, a ginga que o encantou aos 9 anos. Vendo como um rapaz jogava, passou a imitá-lo.

O Mestre Sapo foi quem o ensinou e o graduou. Observando, que seu conhecimento muito restrito, foi estudar a capoeira na Bahia, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Trabalhou no Ginásio Costa Rodrigues, naAcademia Senzala. Acapoeira o influenciou a ser um ginasta (olímpica); e um dançarino pelas escolas Pró-dança, Lítero e Gladys Brenha. Hoje divulga capoeira no Laborarte e em sua escola Centro Cultural Mestre Patinho. Em entrevista concedida a Erodax Rocha Caldas Filho - Se interessa pela capoeira aos 9 anos de idade, e através do movimento, da ginga que ele começa a jogar. O mestre Sapo faz sua graduação, mas como fica muito restrito em relação a fundamentos, viaja para lugares onde a capoeira é mais fluente e trabalhando a história. A capoeira ajudou no balé e na ginástica, divulgando seu trabalho no Pró-dança, Lítero e Gladys Brenha como dançarino e ginasta, tornando-se mais tarde técnico para ginastas. E por fim abre sua própria escola chamada, Centro Cultural Mestre Patinho. Onde seu maior desejo é que a exerça seus fundamentos.

9 Entrevistas realizada por Allyson Ricardo Dias Nunes; Erodax Rocha Caldas Filho; Priscila Souza Alves Pereira; Josué Paiva Gomes; Marco Antonio Pires da Silveira Leite; Manoel Maria Pereira

Em entrevista concedida a Priscila Souza Alves Pereira - Começou com 9 anos, tinha uma pequena noção da existência da capoeira e se encantou pelos movimentos. Sendo o décimo filho, nasceu raquítico, logo a capoeira o ajudou a se desenvolver. Observando os movimentos de um rapaz (hoje mestre Jessé) que com o tempo tornou-se um dos seus grandes amigos, passou a imita-lo na capoeira, mais foi com o mestre sapo que aprendeuos fundamentos efoigraduado. Apartirdaí passou aestudaracapoeira,viajandoparaBahia,Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde esses lugares eram berço da capoeira. Foi por conta do esporte que se tornou ginasta e dançarino de Ballet, e muito tempo depois passou a ser técnico de ginastas. Trabalhou no Costa Rodrigues, Academia Senzala, divulgou seu trabalho no Parque Bom Menino e depois foi convidado a trabalhar no Laborarte e por fim abriu sua própria escola chamada de Centro Cultural Mestre Patinho.

Em entrevista concedida a Josué Paiva Gomes - Começou a capoeira em 1975 em São Luis do Maranhão, se interessou pela arte marcial mas não deu certo, foi ai que conheceu a capoeira o mais interessante foi uma técnica chamada corta capim, daí para a frente começou a treinar na praia com os amigos, um aluno lhe mostrou alguns movimentos, chamado bombonzeiro e mais tarde conheceu o berimbau instrumento musical. Logo depois foi a procura de mestres para melhorar sua performance na capoeira. Passou a dar aulas em 1983 no Laborarte e logo foi contratado, recrutou alunos de periferia, onde trabalhou sempre com crianças e adolescentes e hoje trabalha na GDAM e no Colum

Entrevista concedida a Marco Antonio Pires da Silveira Leite - Começou com 9 anos, com Jessé Lobão, em São Luís, depois conheceu Roberval Serejo, e posteriormente teve aulas com Firmino Diniz (descendente da capoeira do Rio de janeiro). Finalmente conheceu o Mestre Sapo, membro do famoso quarteto Aberre, que viria a ser seu grande mestre. Atualmente coordenada a escola de capoeira de angola do Laborarte com cerca de 300 alunos.

Entrevista concedida a Manoel Maria Pereira - Tinha medo dos meus amigos, pois apanhava cascudo, rasteira, todos da mesma idade simplesmente porque tinha o corpo raquítico, tudo isso as nove anos de idade. Por coincidência bem aqui na Quinta, bem no SIOGE. Década de 60 era um grande reduto da capoeira principalmente na São Pantaleão onde nasci. Pois bem, um amigo que tinha recém chegado do Rio de Janeiro, Jessé Lobão, que treinou com Djalma Bandeira na década de 60, Babalú, um apaixonado pela capoeira, outro amigo que era marinheiro da marinha de Guerra, também aprendeu com o mestre Artur Emídio do Rio, Roberval Serejo; juntamos Jessé, Roberval Serejo, Babalú, Artur Emídio e eu formamos a primeira academia de capoeira, Bantú, e estava sem perceber fazendo parte da reaparição da capoeira no Maranhão. Também participaram Firmino Diniz e seu mestre Catumbi, preto alto descendente de escravo. Firmino foi ao Rio e aprendeu a capoeira com Navalha no estilo Palmilhada e com elástico, nos repassando. Daí por volta de 62 e 63 esteve aqui em São Luís o Quarteto Aberrê com o mestre Canjiquinha e seus discípulos: Brasília, hoje Mestre Brasília, que mora em São Paulo; e o nosso querido Mestre Sapo; Vitor Careca. Quando Vitor Careca e seus amigos chegaram aqui em São Luís não foram bem sucedidos. Por sorte do grupo, na Praça Deodoro, na apresentação, estava assistindo o Mestre Tacinho, que era marceneiro e trazia gaiola. Era campeão sul-americano de boxe no estilo médio ligeiro e gostava da capoeira. Vendo que o grupo tinha um total domínio da capoeira, apresentavam modalidades circenses, mas ligadas a capoeira, como navalha, faca, etc. Tacinho convidou-os para uma apresentação no Palácio do Governo, pois era motorista do Palácio. O Governador da época era Sarney, gostando muito da apresentação, convida umdelesparaministrar auladecapoeiranoMaranhão, poisnãofoi possível porqueeram demenor.Anosdepois, Mestre Barnabé (Mestre Sapo), Anselmo Barnabé Rodrigues, volta ao Maranhão. Por volta de 66 ou 67, está tendo uma roda de capoeira no Olho d´Água com o Mestre Sapo, coincidentemente estando na praia, entrei na roda, conheci o Mestre Sapo e nos tornamos amigos e comecei a estudar com eles. Através do Professor Dimas. Como a capoeira era mal vista na época r cheia de preconceito, parti para a Ginástica Olímpica, volto para a capoeira e participo com o Mestre Sapo do primeiro e segundo Troféu Brasil e fomos campeões, eu no peso pluma e Sapo no peso pesado. Me intensifiquei pela capoeira e fui para Pernambuco, Bahia e São Paulo, estudar capoeira. Eu recebi muita influência de Mestre Sapo, Artur Emídio, Catumbi e Djalma Bandeira que todos foram alunos de Aberrê. Quando eu conheci Sapo, eu me defini no estilo Capoeiragem da Remanecença, fundamentada. Eu vivo do fundamento de que, apesar de ser baixo, mas na capoeira se vive pela altura. Existem três alturas, três distancias e três ritmos. O termo capoeira vem do chapéu que os mercadores usavam para vender seus produtos, com abas longas, botavam sues produtos dentro do chapéu, e com berimbau na mão vinham a chamar a atenção. Eu quero deixar uma ressalva na entrevista. A capoeira por ser um jogo de guerra, o golpe estratégico era o disfarce. O Capitão-do-Mato, quando ia prender o negro que fugia das senzalas, e via o negro ‘gingar’, dizia: “Preto ta disfarçando de angola”, quando investia pegava um ponta-pé ou rasteira. O risco que tem pela perca (sic) dos fundamentos pelo grau de dificuldade de execução ou falta de conhecimento. Temos que ter forma de viver e formas e meios de sobreviver. A capoeira saiu dos quilombos e hoje está nos shopings. Digo, querem transformar a capoeira em jogo de competição que é um risco. A capoeira tem golpes perigosos que pode até matar. A facilidade que você aplica um golpe mortal é muito grande. No século XIX, em Tutóia, Caxias, Pindaré e Codó se vê a capoeira com influência bahiana, só se vê na forma capoeiragem, no folclore, como o Boi da Ilha, por exemplo.O caboclo de pena, pela sua malicia, seu gingado e vadiagem em estilo defensivo da capoeira. O miolo do boi, que é a pessoa que fica

debaixo do boi, pela forma de artimanha utilizando na coreografia de luta. No tambor de crioula, não só pelos componentes mas pela primeira colocação antropóloga (sic) afinado do afogo (sic) tocado a mucê (sic) e dançado a foice, que vem provar a chamada pernada. Me casei, aumentando o meu ensino voltado para academias, me separei indo ministrar no Bom Menino, voltando para a dança, também para o Lítero e depois para o Gladys Brenha e percebi que não tinha nada a ver com academias e fundei a primeira escola de capoeira do Maranhão, que foi a escola de capoeira do Laborarte. Meus últimos trabalhos que realizei aberto ao público foi “Quem nunca viu, venha ver” e outros que me deram prêmios, como a gravação de um CD. Hoje tenho minha forma de ensinar, buscando sempre a forma indígena que tem na capoeira, pois estudei com os índios samangó – só o berimbau dos instrumento participa e tem uma só batida de marcação iúlna (sic) – a batida do berimbau é mudada e tem uma formação de entrada dos instrumentos. O Mestre chama, colocandoritmoeordenandoaentradadecadainstrumento –agogô,atabaque,berimbaucontra-baixo,berimbau viola, berimbau violinha, reco-reco e pandeiro; entra também as palmas. Santa Maria – uma batida que diferencia das outras duas é que tem duas batidas de marcação, sempre acompanha cm as palmas. Marvana – com 3 palmas Caudaria – com 2 toque e 3 batidas Samba de roda – neste ele explica que não precisa tocar bem, pois cabe a cada um o seu interesse pelo aperfeiçoamento. Angola – é mais compassada e cheia de ginga. Cabe ressaltar que a ‘ iúlna’ é destinada a recepção de pessoas na roda e momentos fúnebres. Ladainha – é uma louvação a Deus e as formas de vida e espírito que queiram citar. O mestre não participa da roda, ele coordena, ensina, dando ritmo e puxando as músicas.Mestre Pato ou Patinho

ANTÔNIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO RAMOS – MESTRE PATINHO

Nasceu em 1953, tendo como seu grande Mestre o Sapo –Anselmo Barnabé Rodrigues. Patinho, além da capoeira, praticou ginástica olímpica, sendo aluno de Dimas, e judô.

Aos 9 anos, franzino, procurava uma atividade que lhe desse força nos braços e pernas.Ao observar um vizinho fazendo exercícios de capoeira, apaixona-se pela atividade e passa a observar seus movimentos e a imitá-los, aprendendo sozinho os vários golpes e movimentos. Depois de algum tempo, passa a ter aulas com ele. Mais tarde, teve outro mestre – um escafandrista chamado Roberval Serejo, com quem treinou por dois anos. Foi quando assistiu à demonstração dos baianos, no Palácio dos Leões ... no ano seguinte, quando Sapo se estabeleceu no Maranhão, Patinho estava entre seus primeiros alunos...

In RODRIGUES, Inara. Patinho: vida dedicada à capoeira. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de setembro de 2003, Domingo, p. 6. Caderno de Esportes

ABERRÊ

Djalma Bandeira Catumbi Canjiquinha Cais do Porto Jessé Firmino Diniz Sapo Roberval Serejo

MESTRE PATINHO

Costa Rodrigues Academia Senzala Parque do Bom Menino

Pró-Dança Lítero Gladyz Brenha

Tião Carvalho Bigu Gavião Jacaré Robert Carlos César Brenha Neto

Marquinhos

ESCOLA LABORARTE

Laborarte Mandigueiros do Amanhã Centro Matroá Escola Criação

Maré do Chão

N´Zambi Brinquedos de Angola

Nelsinho Klebinho Bamba Marco Aurélio Same Serginho Marinheiro Nestor Elma Frederico

CENTRO CULTURAL MESTRE PATINHO

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ENTREVISTACOM MESTRE PATINHO. BOÁS, MÁRCIOARAGÃO.

O ENSINO DE MÚSICAEM ESCOLAS DE CAPOEIRADE SÃO LUÍS – MA.

Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. http://musica.ufma.br/ens/tcc/04_boas.pdf

Nome completo:

Eu nasci, mestre Patinho nasceu Antonio José da Conceição Ramos

Profissão:

Eu sou formado em Educação Física licenciatura, tenho especialidade em ginástica olímpica masculina e feminina, né? Exerci minha vida quase inteira como arte-educador na área do corpo, né? E tenho, fiz quinze anos na ginástica olímpica como atleta, depois como técnico da seleção maranhense, fiz dez anos de judô, oito anos de balé clássico, oito anos estudando a educação física mesmo, né? E quatro anos de jiu jitsu, dois anos de boxe, nove anos de caratê, cinquenta anos de capoeira que eu vou fazer ano que vem, né? Dançarino popular também, danças populares, sonoplasta, sou ator, né? E vim de uma aborrecência muito difícil, então pra ti entender mais essa questão tem que ter o portifólio...

Nome da escola de capoeira:

Bem eu fundei a primeira escola de capoeira do mundo, né? Que a capoeira tava na academia e eu sempre me senti, insaciei com essa questão da academia porque eu já sentia ser restrito só a questão do corpo, né? então eu fui, fundei a primeira escola do mundo da capoeiragem, inclusive é o segundo grupo de capoeira angola registrado no mundo, né? Que o primeiro é o GECAP, é dirigido pelo mestre Moraes que é da Bahia, mas o GECAP foi fundado no Rio de Janeiro, e hoje em dia em Salvador, aonde o coordenador e diretor é o mestre Moraes, que é uma pessoa muita querida e desenvolto também nessa questão da musicalidade, né? e dos fundamentos da capoeiragem, e a escola de capoeira angola que eu criei no LABORARTE, que é o segundo grupo de capoeira angola registrado no mundo, mais antigos. E a primeira como escola, porque escola? Porque agente não só trabalha a questão do corpo, a gente trabalha a história, a geografia, essa questão da musicalidade, né? a pesquisa e tal, e no intuito de formar pessoas com capacidade pra trabalhar com a capoeira como a educação escolar

E a escola funciona aqui?

Não a escola funciona no Laborarte, nós temos nove pontos, pra você entender melhor nós temos aqui a nossa árvore genealógica, seria legal que eu te respondas as perguntas mas que você também tirasse fotos, olha aqui está a minha trajetória, a raiz vem ser onde eu comecei, quem foram meus netos e tal... e aqui nos temos aqui a Escola de Capoeira do Laborarte e hoje eu estou aqui no Centro Cultural Mestre Patinho, então quem são as pessoas que estudam no centro cultural, quem está dando aula, quem são os alunos formados, que aqui é sobre a minha trajetória, né? É a árvore genealógica dos nossos trabalhos, hoje aqui nós somos sabe quantas escolas no Maranhão? somos nove escolas no Maranhão regidas pela escola do Laborarte...

Aqui é Bamba?

Aqui é Bamba, é o Mandingueiros, né? Aí você vai ver aqui Mandingueiros do Amanhã quem é, Escola do Laborarte quem é? Nelsinho, e todos eles vão passando, Escola Criação quem é o cara? Mestre Serginho, né? Aí aqui, Centro Matroá? Marco Aurélio e contra-mestre Júnior, então assim tu vai vendo aonde a gente tá aqui no Maranhão, e lá fora uma mestra Elma que trabalha em Brasília, Florianópolis e Rio Grande do Sul, né? e também a galera nossa que está dando aula lá fora como o Bruno Barata que está no Rio de Janeiro, que está trabalhando com a capoeira, aí tem uma galera da gente que tá trabalhando aí, e a gente que mora em São Luís, que vai nos Estados Unidos e volta, em Portugal e volta, mas não fazemos questão de estarmos lá, porque o importante é que a gente estude a capoeira no Brasil pra entender o que é jogar capoeira, pra depois ir lá fora fazer uma oficina porque vai ser difícil pra ver o que vai ser mal empregado lá fora.

Qual é o público atendido?

Bem na minha versão, até porque eu tenho uma sacação de que a capoeira é uma arte cultural desportiva hoje que tá no mundo aí, né? então em cento e cinqüenta países, então é muito né? e a capoeira era a única essência de corporal e educacional que a comunidade tinha acesso sem ônus e hoje é muito caro pra se fazer capoeira, e meu trabalho é o trabalho com a questão da educação inclusiva, né? não só como a questão do mongolóide, especial, como nós temos lá o Bamba você vê, tem os meninos, eu aqui infelizmente ainda não tenho condição de atender essa demanda, mas assim há muitos anos que a galera vai pra rua aí fazer besteira, se distanciam da leitura escolar, então eu acho muito importante meu trabalho é muito voltado pra isso, pela questão do social, agora eu tenho que me sustentar, eu tenho alguns padrinhos, esses padrinhos são meus companheiros de estudo, são aquelas pessoas que pagam cinqüenta reais

que é barato, né? Meu trabalho é um dos trabalhos mais baratos que existem nesse país porque se você vai no Rio, São Paulo é cento e cinqüenta é duzentos reais uma mensalidade de capoeira, e aqui quem pode pagar paga cinqüenta reais, e quem já passou da aborrecência e não tem condições de pagar, eu faço a permuta, chega mais cedo e dá uma varrida na sala, tem uma hora que eu chamo a atenção dos alunos para afinar os instrumentos, porque as pessoas acham que os instrumentos da capoeira não tem afinação, está entendendo, então essa coisa toda que agente faz questão de ser diferente mesmo, de respeitar as diferenças, pra poder entender melhor a diversidade.

Como é que feita a divisão dos trabalhos no ensino da capoeira?

É muito interessante a tua pergunta, até porque eu não vejo essa questão da musicalidade dentro da sala de aula na hora do ensinamento, eu vejo mais as pessoas fazendo seqüência e tal, eu não me importo muito com essa questão de seqüência, apesar de respeitar muito a luta regional baiana que Bimba criou, que não é a capoeira regional, a capoeira que se chama a capoeira regional é a capoeira pós-moderna, então eu respeito muito essa questão, mas aqui eu tenho uma forma metodológica que eu acho que é a única parte que eu tenho a contribuir pra a capoeira, até porque eu nunca ousei criar nenhum fundamento, inventar nada no mundo da capoeira, a não ser o que me da direito de fazer uma construção de uma ladainha que é minha, um corrido meu, uma chula, uma quadra, tá entendendo? minha, que eu faço questão de que as pessoas percebam que agente não tem que ficar no tin tin tin don don don da capoeiragem antiga, a musicalidade da capoeira é muito imensa como o jogar da capoeira é muito imenso, como diversos números, você a formata e consegue registrar infinitas numeralidades, em questão de quantidade, a capoeira através de seus fundamentos ela consegue fazer a leitura de inúmeras necessidades, que cabe entender pra que significa cada um dos fundamentos, a família que cada um tem, a forma como se relaciona, que quando isso bem inserido, que é aquela inteligência sacou, leu, inseriu, aí vira sabedoria, aí fica o jeito e a hora a seu mercê, de acordo com a necessidade de cada um. Assim eu acho muito legal que agente tenha essa consciência do social com a capoeira que ela é muito importante.

Em relação à musica, tens em média o tempo destinado à musicalidade durante a semana?

Eu tenho, por exemplo, assim, dentro da minha aula eu tenho um processo, na segunda, terça e quinta que eu costumo dar aula, nos demais horários eu vou no Laborarte, eu vou no Maré de Chão, no Matroá, eu vou no Brinquedo de Angola, entendeu? então eu faço assim, na segunda-feira eu dou um exercício ligado aos fundamentos da capoeira, só fundamentos, até de certa forma vim descartando a educação física corporal, usando o próprio recurso da capoeira, chamado despertar o que tá dormindo, porque tem muita coisa dentro da gente que está adormecido, que agente não sabe que tem, nem sabe da função que precisa pra acordar e ser mais feliz, ser mais saudável, e no segundo dia na terça-feira treinar pra jogar, na quinta-feira jogar pra treinar. Então, sempre que eu estou no treinar pra jogar, sem instrumento nenhum, o corpo como instrumento e o cântico: “oh nêga! que vende aí? que vende aí?”, gingando, jogando de três, no médio plano, no rasteiro plano, no jogo de dentro, no jogo de fora, cantando inclusive pra facilitar o momento que ele for, porque é o seguinte, no meu ritual de jogo, saiu do jogo foi pro instrumento, não tá com o instrumento na orquestração, não tá tocando instrumento, tá ao redor da roda, tá fazendo o coro, porque isso te mantém aquecido, te mantém, facilita quando você for tocar cantando, porque é um terror quando a agente se desgarra, a pessoa que toca muito bem o instrumento, mas já viu aquela pessoa que não sabe tocar o instrumento sem estar com a partitura na frente? né? mas na capoeira não tem partitura, mas tem a simbologia que eu fiz que um tempo eu vou te mostrar como foi que eu fiz, que é pra exatamente contribuir nessa questão, eu posso te mostrar no toque que eu tenho aqui, que é uma coisa que ainda não está registrado mas agente já estuda isso aqui, já pratica isso aqui, né? Dentro do meu grupo, e eu vejo assim muito pouco novos tocadores, tem poucos instrumentos, as pessoas não lida mais com essa questão e o cd e a fita cassete evitou que muita gente desenvolvesse essa questão porque ficou bebendo do cassete e na aula só o instrumental, eu aqui por exemplo não joga ninguém, não joga capoeira aqui se não tiver tocando, se não estiver fazendo o canto, que é pra exatamente manter o equilíbrio do instrumental, o corpo e o canto.

Em relação ao auxiliares nos seus trabalhos, você tem?

Ah, eu tenho, tenho vários, todos são os auxiliares, só de citar uns auxiliares, porque há um revezamento do instrumental, por exemplo, assim tem alunos meus que estão restritos ao gunga, quando não sou eu é um aluno que tá bem desenvolvido, que está estudando pra se tornar professor, aí ele vem pra cá pra aprender regência, que hoje não é separado do mestre de capoeira, o mestre de capoeira ele também é um mestre de regência, ele tem que saber da musicalidade, ele tem que saber do ritual, ele tem que saber como se formata esse item de suma importância, pra que o jogo continue sendo o jogo.

Como é que você vê essa relação entre a energia com a capoeira e com a música?

Bem, é peculiar do jogo da capoeira essa unção divina, na verdade isso é uma unção é uma massagem através do solfejo, do seu próprio solfejo, suas nuances, por exemplo, você canta uma ladainha “Riachão tava cantando olha ai meu Deus”, você fala de Riachão você vê ele que é o guerreiro, né? “Riachão tava cantando olha ai meu Deus, na ilha de Upaon Açu, quando apareceu um negro, quando apareceu um negro olha ai meu Deus da espécie de urubu, vestia calça de couro, camisa couro cru, tinha um olho encarnado, ai ai ai outro bastante amarelo, tinha o beço virado, olha ai meu Deus, igual a sola de um chinelo, veio convidar Riachão olha ai meu Deus para vir cantar martelo, para vir

cantar martelo com negro desconhecido, ele pode ser escravo olha ai meu Deus e tá por aqui fingido, ê viva meu Deus!”, aí isso é uma louvação, aí isso tem que ter unção, essa unção é uma energia dessa que você tá falando, essa energia ela tem que contagiar o círculo da roda, pra poder enaltecer os jogos e até proteger pra que agente, jogador, os jogadores não se machuquem, né? que tenham o instinto deles consciente, e eu vejo muito o capoeira hoje mais moderno aí, com o espírito incosciente fazendo coisas sem saber, que um calcanhar do malá, é afundamento do malá, uma rasteira sem ser ritmada, vai machucar um, vai bater num, vai fazer um acidente.

A forma que você elabora a forma de passar os toques e as diferenças entre eles...

Bem, isso é muito na prática, primeiro que eu não comercializo o berimbau, o berimbau é uma pesquisa do aluno, o berimbau pra mim não é um elemento de comercialização, e sim de estudo, então como você tem sue livro de inglês, você tem seu livro de português, seu livro pra ajudar na tua escola, na capoeira você tem que ter seu instrumental, então seu berimbau, eu digo olha o berimbau é feito do arco de biriba e tal, que nos vamos ao mato numa certa data buscar, inclusive fazer o remanejo dessa essência, pra poder agente uma horas dessas se surpreender, já tem um arco de berimbau feito de fibra de vidro e uma cabeça feita de recipiente de manteiga, tu tá entendendo? Então é fazer o próprio aluno fazer o instrumento dele, começa a tocar, e mostrar pra ele como é que corta a caixa acústica do jeito que é, o tamanho da abertura da boca que vai fazer a acústica sonora na barriga, enfim... tocar com a pedra que é uma pedra de seixo, então uma pesquisa pra ele não ter esse instrumento como um acessório de decoração, que eu acho horrível, um acessório de decoração que você coloca ele na parede, deixa cheio de traça, não é tocado, não é prestigiado, então ele fazendo esse instrumento, ele vai ter zelo com ele, ele vai andar com ele, vai tocar com ele, vai aprender com ele, eu tenho instrumento aqui cara que tem trinta anos comigo, que me acompanha, eu to com cinqüenta anos que estudo capoeira, infelizmente alguns instrumentos eles caem e quebram, eu to com minha viola aqui a trinta anos toda arrebentadinha mas ela vai viajar comigo, sabe ela tem um som especial, eu queria ter assim um tempo contigo pra poder mostrar isso na prática, colocar a galera pra sentar, tocar, cantar, tá entendendo? e no dia da sua apresentação agente combinar, agente pode levar uma bateria só pra fazer o canto, não é pra ter jogo, um painel pra você mostrar a importância de se ter, ceder alguns instrumentos pra você possa expor, tá entendendo, eu acho interessante.

Quanto ao aspecto simbólico, o que é ensinado acerca de cada instrumento e de movimentos essências na capoeira? Oh, a simbologia ela não existia, eu fiz a forma de como registrar não só o andamento como também o toque, né? através de símbolos como eu te falei, que é uma coisa inédita que faz parte do meu trabalho, que inclusive ainda não está registrado, que eu só utilizo com meus alunos, ou então quando eu tenho uma pessoa muito interessada em aprender, tá entendendo? pra que ele não esqueça eu ensino a registrar, mas é muito prático, é muito da leitura prática, eu digo assim olha esse instrumento é grave, esse aqui é médio, esse aqui é um agudo, o médio toca assim, o grave toca assim, é uma coisa muito prática, como nós falamos.

Quando eu falei relacionado ao aspecto simbólico é assim mais ou menos sobre o significado de cada instrumento, relacionado a tradição, a história...

Ah sim, sim... isso aí é o seguinte, primeiro na questão do berimbau eu costumo falar assim, o berimbau é um instrumento que descende dos arcos musicais, onde antigamente a caixa acústica não era uma cabaça, não era uma coitela, coitela que eu falo é uma cuia, que a ressonância de uma cuia não é um berimbau é uma marimba, a marimba aí está a grande diferença, mas todos dois descendem dos arcos musicais, como o violino, a rabeca, a viola, todos nasceram dali, então como era o arco musical primeiro? O arco musical primeiro era um buraco no chão, uma verga de fibras retilíneas de tronco, porque não pode ser de galho,você não pode fazer um arco de um berimbau de galho, porque um galho anelar não dá brando, esse brando é a envergadura que dá, então um arco anelar vai quebrar, então tem que ser com troco, que as linhas são retilíneas que assim ele retoma esse brando, então não tinha na época arame, esse arame que hoje é retirado dos pneus dos carros usados, esse pneu de automóvel, antigamente essa corda era feita da tripa de macaco, ou tripa de porco seca bem trabalhada pra fazer a ressonância...

Eu já ouvi falar não sei onde que tem gente que já usa corda de piano...

É, mas isso aí não tem sentido, porque a corda de piano ela emite um harmônico que não tem controle (ããããã), fica no harmônico que ninguém sabe porque, agora que ele não vai mais mudar essa corda por resto da vida, isso não vai porque a corda de piano não desgasta, mas no ato você vai ver que ele dá a nota, meus berimbau eles todo tem a afinação e a nota certinha, eu converso com meus instrumentos, né? eu sei onde ele tem um grave, onde ele tem um agudo, isso requer muita comunhão com instrumento, muita prática, muita prática.

Agora indo pro canto, como é que é feito o trabalho com canto aqui nas tuas aulas e com as letras das músicas? Geralmente, eu sugiro que cada um faça o seu repertório, e nenhum tem o mesmo repertório, mas eu, por exemplo, eu canto em algumas línguas para despertar, ensinar a liturgia popular, por exemplo , eu vou no dito do Leo Bahia que era o principal musicista do meu tempo, que aborda um tema em ioruba que era cantando pelos escravos que remavam nas embarcações negreiras que é assim... (tema em iorubá) que eu canto isso pra poder ensinar eles a ter memorização, aprenderem nunca, e também você ter um momento de você ter uma atenção de unção divina, ele fala assim os negros

que tavam no açoite, por conta do açoite e não tinham força pra remar, quando as embarcações não tinham motor, era à vela, né? e a vela, dava a calmaria, não tinha vento, na calmaria eles baixavam a vela e iam no remo, então eles cantavam assim (canção ioruba), então através do ritmo eles remavam ao mesmo tempo, e diminuíam a força de todos, somavam pra tirar o esforço daqueles que estavam sequelados, e eu botei assim na minha aula um repertório que é pra poder eles se desinibirem, perderem a vergonha de cantar, porque isso tudo acontece na roda, a roda tem esses fundamentos que tem suma importância pra vida, não é só pra jogar capoeira, capoeira não só é essa questão de jogo, os cânticos são também uma denuncia, você pode denunciar cantando na roda de capoeira, pode desafiar, pode falar de uma pessoa, como também pode fazer seu corpo fechar pra não apanhar. Como se dá a relação entre a música e o jogo na roda?

Bem o jogador tem que ter seu corpo musical, porque ele tá jogando e tem que está ouvindo e muitas das vezes até respondendo o coro, também pra não perder a cadência do ritmo, e não ser um risco nem pra ele nem pra quem tá jogando com ele. Isso é uma questão do próprio fundamento que exige que o jogador tenha essa interatividade no campo, porque eu posso está no campo e incentivando o outro a fazer o mal pro outro, faz isso com ele, e o cara não estar ouvindo, então ele tem que estar ligado, tem que ter o instinto dele bem trabalhado, na verdade é a proteção bem trabalhada no deredor, entender o círculo da roda tem que está ligado em tudo o que acontece pra não vacilar, como é na vida né?

Pra você qual o significado da roda e qual é o significado das palmas?

Bem as palmas ela é uma grande indutora de novos adeptos, não só na resposta do coro como também no ritmo da energia da roda, ela é um instrumento musical, inclusive eu falei antes, ela foi o primeiro depois do corpo na capoeira... Você até falou sobre a utilização de material escrito para aprendizado dos toques...

Pois bem, existe vários, agora, eu tenho um dos, a maioria são ligados ao pentagrama, e nem todo mundo se interessa em fazer, então eu busquei uma outra forma que vai de encontro a essa questão do pentagrama, essa questão do academicismo, inclusive eu não uso esses termos acadêmicos dentro da capoeiragem que eu pratico, exatamente para facilitar o que agente acha que é impossível, sem perceber que é impossível porque agente nunca tentou, que é difícil, porque agente confunde com edifício que é bem alto, porque não existe padre nosso sem seu vigário, nem ave maria sem beata, nem capoeira sem mestre patinho

Nas suas aulas há algum momento específico destinado ao ensino dos fundamentos da capoeira e como isso é realizado?

Bem isso é através da prática dentro da sala de aula, o nome desse dia é jogar pra treinar, é o tempo, não é uma roda aberta, eu paro a roda, eu induzo as pessoas a revezarem o canto, o instrumental, o jogo, não é um ensaio, é uma vivência, que é uma aula.

Você faz alguma divisão por faixa etária?

Não, nem por nível.

Você observa o comportamento dos alunos perante a música. Como é que eles se comportam perante a música?

Alguns ficam dispersos, intimidados com o coro, né? aí eu vou e dou um incentivo, pra que ele cante e explico porque ele tem que tá interagindo no coro, eu digo: ó você vai jogar as pessoas cantaram e responderam o coro pra você, agora os outros vão jogar e você não vai tocar, cantar e responder o coro pros seus colegas? Eles cantaram pra você, então é uma recíproca, é uma permuta... então, incentivando e dando a importância, até porque o cara que não canta, ele vai entrar sem ritmo, ele vai ficar com dificuldade ele vai levar rasteira, que a tomada de centro é um dos principais objetivos do jogo.

Quais os reais motivos que as pessoas procuram a capoeira?

A maioria vem porque levou uma surra na rua, “eu quero dar porrada no sacana que me bateu”, aí eu mudo essa história né? porque eu não ensino ninguém a brigar, a capoeira no seu próprio fundamento faz com que você não apanhe mais, eu mesmo levei muita porrada sabe? mas com um detalhe eu nunca apanhei, levei porrada, mas não apanhei, apesar de ter o corpo franzino mas você com os fundamentos bem formatados você não apanha, mas também não bate, mas também não apanha.

Aúltima é uma coisa bem subjetiva assim... Pra você o que significa a figura do mestre na capoeira?

O mestre é uma figura que tem que ter na sua consciência com a lida, com a arte que ele pratica no caso a capoeira, a capoeiragem, é estar pronto a aprender, aprender sempre, nada mais, porque não se sabe, né? então continuar a aprender é um dos principais objetivos do mestre de consciência.

“A capoeira me trouxe o artista que sou. Eu vou além da capoeira, mas sem me descartar dela, ela é o carro-chefe. Assim que eu sou feliz". Mestre Patinho.

FÁBIO ALLEX

(Publicada no Jornal Pequeno em 11 de fevereiro de 2012)

http://fabio-allex.blogspot.com.br/2012/02/o-capoeira-poeta-das-expressoes.html

“[...] Ê, volta do mundo, camará. Ê, o mundo dá volta, camará [...]”. Estes versos constantes em rodas de capoeira parafraseadospelocantorecompositor Gilberto Gil para criaramúsica “Parabolicamará”,dodiscohomônimo,de1991, nada mais é do que uma ilustração da certeza sobre o mundo possibilitar voltas, em idas e vindas, onde nessa perspectiva há também a possibilidade de conquistas para quem um dia precisou conviver com o acre gosto de desventuras. ParaGil,oneologismo,umaaglutinaçãodaspalavrasparabólica –daantenaonipresenteatéemredutoscarentes do Brasil – e camará – maneira como os adeptos do jogo lúdico afro-brasileiro adotaram para chamar seus parceiros, contempla ainda o mundo globalizado que o tropicalista vislumbrara há mais de 20 anos. “Tudo muda o tempo todo. E só quem sabe entender amudança pode conquistar a vitória, ou melhor, vitórias, sempre parciais”, disse o então ministro da cultura, em 2006, no Rio de Janeiro, durante o iSummit, evento voltado para tratar de direitos autorais sobre criações artísticas e intelectuais.

E é nessa atmosfera, nessa filosofia de superação, de mudança que se encaixa e bebe um dos personagens vivos mais emblemáticos da cultura maranhense e brasileira, onde “o novo no velho sem molestar as raízes” se faz facilmente presente: Antônio José da Conceição Ramos, o Mestre Patinho. O ‘capoeira’, como gosta de ser chamado (por achar o termo capoeirista pejorativo), é um desses homens que escolhe (ou é escolhido por) uma causa para abraçar, defender e que se confunde com a própria história e com a própria causa. É daqueles homens que se perpetuam a partir do contexto ao qual se propôs a erigir e desbravar, perpassando por um passado que não poderá se calar diante de contribuições atemporais.

O pato rouco, outra alcunha do Mestre recebida após a retirada das amígdalas e ter feito quatro raspagens nas pregas vocais, nasceu em São Luís, na casa onde mora até hoje, na Rua São Pantaleão, casa 513, Centro, em 14 de setembro de 1953. É lá, próximo à igreja concluída em 1817, de mesmo nome da sua rua e de seu berço esplêndido, que surge para o mundo o 15º filho de Djalma Stefânio Ramos e Alaíde Mendonça Silva Ramos. É por lá, em 1962, os primeiros passos para a vida e para a capoeira, do menino que veio raquítico, com deficiência respiratória e febre reumática.

Apenas 9 anos de idade foram suficientes para conhecer e deslumbrar-se com a manifestação artística que se tornaria sua missão e sua trajetória. “Fugi de casa num sábado, de manhã. Vi dois galos brigando, próximo à Rua da Palha [divisa com a São Pantaleão]. Eu nunca tinha visto aquilo, cara”, conta entusiasmado. “Em seguida, do outro lado, olhei Jessé [Lobão, capoeirista maranhense que havia sido treinado por Djalma Bandeira, no Rio de Janeiro, e, ao retornar para o Maranhão, passou a promover brigas entre galos], fazendo meia lua (golpe tradicional da capoeira), batendo em uma lata pendurada em um arame preso [em duas extremidades]. De imediato tirei a atenção dos galos que estavam brigando e, numa atitude divina, imitei esse momento. E foi justamente por meio de Jessé Lobão, que Patinho descobriu, encantou-se e pôde agregar os primeiros valores oriundos da capoeira.

MESTRE SAPO

O CAPOEIRA. POETADAS EXPRESSÕES CORPORAIS

Em1965,MestrePatinho,játotalmenteinseridoeembriagadopelafontedacapoeira,conheceAnselmoBarnabé Rodrigues, o Mestre Sapo, discípulo do baiano Washington Bruno da Silva, o Mestre Canjiquinha (1925-1994), em oportunidade de demonstração realizada no Palácio dos Leões. Por conseguinte, Sapo, de acordo com relatos populares, fixa residência em São Luís, possivelmente a convite de integrantes da gestão do então governador do Estado José Sarney. O intuito seria promover a capoeira, o que o colocaria no posto de referência mais efusiva e responsável pela reaparição do jogo-arte durante a década de 1970, no Maranhão, além de ter sido também o mais proeminente incentivador e professor de Patinho.

Sapo, que participava do Quarteto Aberrê (nome em homenagem ao mestre de Canjiquinha), juntamente com Vitor Careca e Brasília, além do próprio Mestre Canjiquinha, líder do grupo baiano, de fato, depois de estabelecido em São Luís, a partir de 1966, segundo o artigo O Mestre Sapo, a passagem do Quarteto Aberrê por São Luís e a (des)construção do ‘mito’ da ‘reaparição’ da capoeira no Maranhão dos anos 60 (2010), do professor de História Roberto Augusto Pereira, passa a ministrar aulas de capoeira somente após cinco anos, no Ginásio Costa Rodrigues, já no governo Pedro Neiva de Santana.

ORIGEM DACAPOEIRANO MARANHÃO

Considerada patrimônio imaterial da cultura brasileira desde 2008, por decisão do Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan), a manifestação artística, e luta de outrora, oriunda das senzalas, dos guetos, sob a tutela de escravos negros a fim de protestar contra mazelas sociais, tem indícios de ter aparecido no Maranhão na década de 1870, na região da Baixada. Todavia, há também registros que narram sua aparição entre 1830 e 1840, reaparecendo, já na capital maranhense, aproximadamente, 100 anos mais tarde.

Apartir daí esquiva-se para ressurgir no início da década de 1960, representada pela Academia Bantu, pioneira em capoeira no estado. À frente do projeto estava o aluno do Mestre Artur Emídio (1930-2011), o Mestre Roberval Serejo (1936-1971), um marinheiro que serviu a Marinha de Guerra do Rio de Janeiro e foi morto quando trabalhava na construção do Porto do Itaqui. Há vários relatos, portanto, inclusive de Mestre Patinho, que afirmam que Mestre Roberval Serejo foi antecessor de Sapo.

Também de acordo com o artigo do professor Augusto Pereira (2010), é possível destacar, ainda, como antecessor de Mestre Sapo, Firmino Diniz, aluno de mestre Catumbi, no Rio de Janeiro. posteriormente, tornar-se-ia um dos expoentes mais expressivos e fomentadores da capoeira em rodas de rua realizadas em praças da capital. Além do Mestre Roberval Serejo, participavam da Bantu, Mestre Diniz, Mestre Jessé Lobão, Babalú, JoséAnunciação Gouveia, Ubirajara, Elmo Cascável,Alô, Mestre Patinho.

Com a missão de dar continuidade ao legado e ao conhecimento buscado e adquirido com esforço, sempre “na barganha do aprender”, por meio de vários mestres como João Pequeno (1917-2011), João Grande, Curió, Jaime de Margrante, Artur Emídio, sobretudo após a morte de Mestre Sapo (em decorrência de atropelamento no trânsito do Bairro da Cohab, em 1982), Mestre Patinho delineia sua sina na capoeiragem, desde que fora aluno e colaborador de Sapo, no Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação; da Secretaria de Educação do Estado. “Pra eu ter o armazenamentomaisaproximadodoqueéojogo[dacapoeira]foinecessárioirbuscarabrasilidadeemmuitosmestres”, garante.

"ACAPOEIRAÉ UMASÓ"

Sobre essa brasilidade, dentre tantos mestres respaldados na arte, pesquisada a fundo e com exclusividade durante cerca de cinco décadas, Patinho torna-se credenciado, não apenas por especialistas célebres da manifestação afro-descendente que o antecederam, mas também peloempirismo e pela incansável disciplina que lhe revigoram a cada dia, trafegando por infindáveis amálgamas imbuídas na capoeira e na coletividade a qual ela proporciona. “A minha preocupação não é em ser sistemático, mas exigente. A minha exigência é prática, lúdica e vem de uma perseverança

muito grande. Eu lido com a capoeira em primeiro plano e a maioria das pessoas que lidam: mestres, contramestres, professores, trainees têm outra função, porque a capoeira para elas é para um espaço de tempo quando estão livres, e não vão à capoeira quando ela precisa. Somos diferentes, mas precisamos entender as diversidades”, enfatiza.

Envolto em ‘jogadas’, como meia lua, chapéu de couro, chapa, meia lua de compasso, aú, benção, rabo de arraia edoispandeiros,umagogô,umreco-reco,trêsberimbaus(detrêstons)eumatabaque,aspráticaseconceitosaprendidos e adotados por esse lendário gigante da arte e da vida, de 1,60 m, são vastos e estão disponíveis por considerar que “reter conhecimento é crime”. Patinho, portanto, ensina que a capoeira não é uma dança tampouco luta, e sim um jogo por que contém fundamentos, “como os números de zero a nove que formatam uma quantidade infinita de números”, todos com alguma função. “Não é dança, é estratégia de jogos para a guerra”. Fala ainda sobre a função dos fundamentos, caracterizados pela ‘família’ que possuem, resultando em “mistura por excelência”, “diálogo corporal”, “xadrez do corpo”, além de seus andamentos: lento, intermediário, acelerado. Das alturas: rasteira, intermediária e alta. Das distâncias: dentro, fora, à distância. “Para jogar capoeira é necessário ter uma gama enorme de saberes”, afirma.

1. Aula realizada no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho

2. Aula no Laborarte

Para quem, de alguma forma, já teve contato sobre o jogo corporal, deve ter tido notícia quanto aos estilos da capoeira: regional e angola. Todavia, Patinho afirma com convicção que a capoeira, o seu ritual do dia a dia, é uma só. “No estilo regional, só há uma altura, em cima; na de angola, em baixo e lento. E não é isso.Acapoeira que eu conheço tem fundamentos: tem três alturas, três andamentos e três distâncias, para que se venha a perceber a diversidade e a importânciadesedominardeformabemlenta,bemequilibrada,deformaambidestra.APsicomotricidadeficadecabeça pra baixo, onde tórax vira cervical, mão vira pé, pé vira mão, perna vira braço. E não é aleatório. O que aprendi em 50 anos, posso ensinar em cinco. Hoje eu consigo colocar leigo na leitura da capoeira e em três meses dentro da roda”.

POETADAS EXPRESSÕES CORPORAIS

O multifacetado poeta das expressões corporais, sempre com uma visão além do seu tempo, não se contentou apenas em adquirir seus conhecimentos técnicos, práticos, artísticos e filosóficos por meio da capoeira, por mais rica que ela possa ser. Patinho mergulhou fundo em outras áreas afins com o objetivo de multiplicar possibilidades e agregar valores que possam se complementar. Concluiu curso de dança primitiva, moderna e contemporânea, balé clássico, dança folclórica, expressão corporal, fez cursos de atualização em educação física, além de ser percussionista e ter lançado, em 2008, o primeiro CD de capoeira do estado, intitulado de ‘Capoeira do Maranhão – Mestre Patinho’, com sete faixas de sua autoria e mais seis de grupos da Escola de CapoeiraAngola do Laborarte.

O reconhecimento que já ultrapassou fronteiras, como a participação com seu grupo no Festival Internacional de Expressões Ibéricas (FITEI), na cidade de Porto, em Portugal, em 1990, foi ainda mais ratificado com o ‘PrêmioViva Meu Mestre’, em 2011, uma política de reconhecimento e valorização de mestres com o objetivo de reconhecer e fortalecer a tradição cultural da capoeira e homenagear mestres com igual idade ou superior a 55 anos. “A minha praia é preservá-la, torná-la mais fácil e que todos percebam a importância que ela tem nas nossas vidas. E perceber que não se muda ninguém. Cada um tem que perceber e se permitir a aceitar os discernimentos. Uma roda de fundamento em harmonia, não só encanta como eleva, como massageia, espiritualiza, autoafirma a personalidade. É muito triste as pessoas julgarem o que nunca tiveram ideia do que é”, filosofa o homenageado.

O Mestre contemplando a árvore genealógica das escolas de capoeira

Assim, a capoeira, a clássica expressão popular, o jogo, o balé rústico, que tanto Patinho cultiva e compartilha, faz da sua própria existência um acervo cultural percebido em cada palavra, gesto, na plasticidade e comunhão dos movimentos. Arte, artista, trajetória e presente se confundem. Eis que a força do berimbau faz ecoar de São Luís ao mundo afora, o canto, o equilíbrio e o mais singelo amor pelos dias, pelos camaradas, pela capoeira. Eis o Mestre que proclama: “Ser mestre é estar pronto para aprender, não esconder conhecimento e torná-lo em uma leitura ao alcance de todos”.

Árvore genealógica de Patinho

ROMUALDO ROSÁRIO DA COSTA

(Salvador, 29 de outubro de 1954 Salvador, 8 de outubro de 2018),[1]

MESTRE MÔA DO KATENDÊ,

Considerado um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, começou a praticar capoeira aos oito anos de idade, no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain.[5]

Foi campeão do Festival da Canção do bloco Ilê Aiyê em 1977. Promoveu o afoxé, fundando em 1978 o Badauê, e em 1995 o Amigos de Katendê. Defendia um processo de “reafricanização” da juventude baiana e do carnaval, seguindo as propostas de Antonio Risério [6]

Foi assassinado com doze facadas pelas costas após o primeiro turno das eleições gerais de 2018. Segundo testemunhas e a investigação policial, o ataque foi motivado por discussões políticas, após Romualdo declarar ter votado em Fernando Haddad. O agressor, apoiador do candidato adversário Jair Bolsonaro, teria discutido com o capoeiristae deixadoacena,voltandologo em seguidacom o facão com oqual teriadesfilado ao menos 12 facadas[7][nota 1] na vítima. Romualdo não resistiu e morreu no local.[8][9] Seu primo, Germino Pereira, foi esfaqueado profundamente no braço ao tentar defender o capoeirista.[10]

A morte do compositor suscitou homenagens por artistas próximos como Caetano Veloso[11] e Gilberto Gil[12] e também de artistas internacionais, como Roger Waters.[13] Grupos de capoeira e movimentos ligados à cultura africana também fizeram homenagens em Salvador,[14] Recife[15] e São Paulo.[16] O grupo BaianaSystem prestou uma homenagem na faixa "Navio" do álbum "O Futuro Não Demora".[17]

Foi enterrado no Cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador, no dia 8 de outubro de 2022. No dia 13 de outubro, familiares e amigos celebraram a missa do sétimo dia na Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Pretos.[18]

Legado

O Mestre se preparava para construir um espaço próprio na comunidade Dique Pequeno, em Salvador. Segundopessoaspróximas,aconstruçãoseriaum sonhodocapoeirista.[19] AfamíliaestáaconstruiroInstituto Mestre Môa do Katendê dentro da comunidade. A construção não conta com verba do governo, e é financiada principalmente pelos mestres de capoeira amigos de Môa.[10]

O colégio estadual Victor Civita foi renomeado para Môa do Katendê. A petição foi feita pela comunidade escolar,osmoradoresdo EngenhoVelho deBrotas eomovimentonegroao governoestadualdaBahia.[17] Seu rosto passou a estampar diversos grafites pelos muros de Salvador.[20]

Após seu falecimento, foi produzido o documentário "Quem vai quebrar a máquina do mal?", sob direção de Carlos Pronzato. A película conta a história de Romualdo e traz entrevistas de pessoas próximas e testemunhas do crime que o vitimou.[19] Outro documentário produzido é "Môa, Raiz Afro Mãe", da Kana Filmes, com direção de Gustavo McNair. O filme começou a ser produzido antes da morte do capoeirista, e tem previsão de lançamento em outubro de 2022. Além do filme, o projeto conta com o álbum "Raiz Afro Mãe", com músicas autorais de Môa, produzido pela Mandril Audio, com produção musical de Rodrigo Ramos, a ser lançado no mesmo ano.[10]

Ver também

• Assassinato de Marielle Franco

• Bancada BBB

• Controvérsias envolvendo Jair Bolsonaro

• Preconceito contra religiões afro-brasileiras

• Racismo no Brasil

Notas

1. ↑ Algumas notícias dão conta de 13 facadas[1], enquanto outras falam em 12[2].

Referências

1. ↑ «Discussão política acaba em assassinato na Bahia; polícia investiga - Política - Estadão» Estadão

2. ↑ Romualdo Rosário da Costa | Mestre Moa de Katende | Bahia 1954. Arte e Vida Capoeira

3. ↑ Mestre Moa do Katendê: O triste e covarde fim de um capoeira. Portal Capoeira, 8 de outubro de 2018

4. ↑ Música: Mestre Moa e Batucada Aroeira. casa de Cultura de Paraty

5. ↑ SILVA, Sonaly Torres da. Capoeira: movimento e malícia em jogos de poder e resistência Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. P. 86

6. ↑ Mestre Moa do Kantendê é morto a facadas após discussão política em Salvador. Geledés, 8 de outubro de 2018

7. ↑ «MP-BA denuncia suspeito de matar mestre de capoeira Moa do Katendê». R7.com. 18 de outubro de 2018

8. ↑ Mestre de capoeira é morto com 12 facadas após dizer que votou no PT, em Salvador. Extra, 8 de outubro de 2018

9. ↑ Os minutos que antecederam o assassinato de um mestre de capoeira na Bahia. UOL Eleições 2018, 10 de outubro de 2018

10. ↑ Ir para:a b c João Pedro Pitombo (14 de julho de 2022). «Família luta por legado de Moa do Katendê, morto há 4 anos após discussão política». Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de julho de 2022. Cópia arquivada em 16 de julho de 2022

11. ↑ «Vídeo: Caetano lamenta morte de mestre de capoeira após discussão política» O Globo. 9 de outubro de 2018

12. ↑ Globo, Agência O. «Gilberto Gil publica foto ao lado de mestre de Moa do Katendê: 'Luto e esperança'iBahia» iBahia

13. ↑ «Roger Waters faz homenagem a Moa do Katendê no show de Salvador»

14. ↑ Muniz, Tailane. «Moa do Katendê é homenageado em roda de capoeira no Pelô: 'símbolo de resistência'» CORREIO | O QUE A BAHIA QUER SABER

15. ↑ «Terça Negra renderá homenagem ao mestre baiano Moa do Katendê». Folha - PE. Consultado em 23 de outubro de 2018

16. ↑ «São Paulo terá ato de homenagem ao Mestre Moa do Katendê | Revista Fórum» Revista Fórum. 12 de outubro de 2018

17. ↑ Ir para:a b «Escola estadual da Bahia recebe nome de Moa do Katendê; unidade fica no bairro onde capoeirista morava». G1. 18 de abril de 2019. Consultado em 16 de julho de 2022 Cópia arquivada em 16 de julho de 2022

18. ↑ «Familiares e amigos participam da missa de sétimo dia de Moa do Katendê no Pelourinho». G1. 13 de outubro de 2018. Consultado em 16 de julho de 2022 Cópia arquivada em 16 de julho de 2022

19. ↑ Ir para:a b «Ferido no ataque que matou Moa do Katendê após discussão política em Salvador, primo da vítima tem alta médica» G1

20. ↑ Valma Silva (8 de novembro de 2018). «Grafites em muros de Salvador homenageiam mestre Moa do Katendê; morte do capoeirista completa 1 mês» G1. Consultado em 16 de julho de 2022

Romualdo Rosário da Costa

Mestre Moa do Katendê

29/Out/1954 - 7/Out/2018

OABC

1954 - Nasceu no dia 29 de outubro no Dique Pequeno, Salvador.

1962 - Começou a praticar capoeira aos 8 anos de idade no santuário de sua tia chamado Ilê Axé Omin Bain. Mais tarde continuou a aprender com M Bobó na academia que foi inaugurada no mesmo ano.

1970 - Aos 16 anos distanciou-se da capoeira angola e desenvolveu seu trabalho em grupos folclóricos como o "Viva Bahia" e o "Katendê"*.

1977 - Sagrou-se campeão no Festival da Canção Ilê Aiyê, o primeiro grupo afro-carnavalesco do Brasil.

1978 - Em maio fundou o "Afoxé "Badauê", que subiu ao palco pela primeira vez.

1979 - "Afoxé "Badauê" tornou-se o campeão do carnaval na categoria afoxé.

1984 - Foi para o Rio de Janeiro onde começou a ensinar capoeira angola para não ter que parar para treinar.

1987 - No dia 5 de abril M Bobó formou sua primeira geração de capoeiristas: Mestre Môa do Katendê e Mestre Lua do Bobó. A partir de então Mestre Môa passou a lecionar capoeira angola na Academia de Capoeira Angola 5 Estrelas, que na época ficava no Espaço Clube de Regatas Vasco da Gama. Ele também tem aulas no santuário de sua tia Ominbain.

1995 - Junto com seus colegas e fãs da cultura afro-brasileira foi formado um grupo de afoxé chamado "Amigos de Katendê".

1997 - De regresso à sua terra natal iniciou juntamente com outros mestres de capoeira um projecto com 60 crianças na Associação Brasileira de Capoeira Angola.

2013 - Participou da gravação do CD Angoleiro Sim Sinhô. Ele também havia gravado um CD de capoeira Angola/afoxé chamado Raiz Afro-Mãe (ouça abaixo!) e outro de afoxé apenas.

2018 - Morreu no dia 7 de outubro por homicídio.

* Uma aldeia sagrada no Kongo, ler mais

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ANTONIO DE MENEZES, nasceu em 06/09/1955 em Laranjeiras/SE.

MESTRE BURGUÊS

ANTONIO DE MENEZES, O MESTRE BURGUÊS, nasceu em 06/09/1955 em Laranjeiras/SE. Aos três meses de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.

Aos doze anos de idade, deu seus primeiros passos na capoeira com um amigo de colégio, Nelson, em Ramos. Os dois para não apanhar do China, um menino que gostava de bater em todo mundo, compraram o livro “Capoeira Sem Mestre” e começaram a treinar.

Com o passar do tempo, entrou em contato com as rodas de Mestre Mentirinha em Ramos, Bonsucesso e identificou-se com o estilo de Mestre Paulão, fundador do grupo Muzenza.

Nessa época, Mestre Paulão estava iniciando as aulas, no Clube do Bolinha, e Burguês decidiu matricular-se. Oapelidoresultoudofatodeapósarrecadargarrafasechumbopelasruasevenderferrovelho,pagaradiantado a mensalidade de 3 meses.

Mestre Burguês, dedicou-se bastante à capoeira e depois de alguns anos, Mestre Paulão, ocupado com suas atividades na Marinha, transferiu o comando do grupo a Burguês, que é o presidente até hoje.

Em 1975, após lecionar em Madureira e Meyer (RJ), foi para Curitiba, transferindo a matriz da Muzenza para o Paraná iniciando um trabalho voltado para as raízes da capoeira, implantando essa modalidade em clubes, escolas, comunidades carentes, universidades e quartéis.

Ao longo de sua carreira realizou vários congressos, encontros nacionais, fundou a Federação Paranaense de Capoeira, a confederação Brasileira de Capoeira e a Super Liga Brasileira de Capoeira, na qual é presidente. Em 2006 retorna à cidade do Rio de Janeiro, reencontrando sua raiz, amigos e família, renovando as energias para continuar a saga da Família Muzenza

Mestre Burgues Site Oficial

MESTRE BURGUÊS

AntonioCarlosdeMenezes,oMestreBurguês,nasceunodia06desetembrode1955nacidadedeLaranjeiras, Sergipe. No entanto, é sergipano apenas por este fato: não passa sua infância na terra natal, mas sim no Rio de Janeiro, emigrando a família para a capital fluminense quando ele estava com apenas três meses de vida. Lá, fixam moradia nas redondezas da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, anexa ao Morro doAlemão.

Esta proximidade fez com que sempre estivesse envolvido com o samba. A capoeira também era presente neste espaço, levando a seu encantamento:

Você ouve o berimbau, é uma coisa que é contagiante. E o sangue do nordestino também, isso tudo acho que influencia muito. E a Capoeira foi a minha paixão, vi a primeira vez e fiquei louco. Falei é isso que eu quero. As dificuldades financeiras enfrentadas pela família, aliadas ao preconceito dos pais com relação à Capoeira – pensada por eles como coisa de negro e marginal- impedia o pagamento de aulas desta arte-luta, levando a que o Mestre, quando com cerca de doze anos, recorresse a um livro intitulado “Capoeira sem Mestre”, publicado pela Edições de Ouro, a fim de realizar seus primeiros treinamentos. Com o amigo Nelson, que já tinha pequena experiência na área, observavam no livro as ilustrações dos movimentos e tentavam repeti-los. Nesse mesmo período, os dois amigos começaram a assistir rodas de capoeira no bairro de Ramos, onde conheceram Mestre Paulão. Vislumbraram a possibilidade de sair da mera repetição dos movimentos do livro para o treinamento mais sistemático, com orientação, em academia. Mestre Burguês a fim de viabilizar o projeto de adolescente (tinha então quatorze anos), passou um tempo juntando garrafas, cobre e chumbo, e assim reuniu o dinheiro para pagar as três primeiras mensalidades. Garantia, desta maneira, um tempo mais longo de treinamento, afastando o risco de precisar interrompê-lo por falta de recursos. Curiosamente, este fato lhe rende o apelido que carregará por toda a vida, Burguês, recebendo Nelson o de Conde. Passados os três primeiros meses, os dois “ricos meninos pobres” negociam a possibilidade de continuar na academia através da troca dos treinamentos por serviços de limpeza e cuidados do espaço.

Mestre Paulão foi, para Burguês, o único Mestre de sua vida. Ao abordar sua linhagem na Capoeira, ele explica que é neto de Mestre Mentirinha, o irmão de Mestre Paulão que foi responsável pela formação deste, e que era conhecido também como exímio tocador de berimbau. Mestre Mentirinha, por sua vez, vinculavase à escola de Mestre Paraná – uma das três escolas responsáveis por retomar a capoeira no Rio de Janeiro, na década de 1950. O que ocorre segundo o modelo baiano, após o fim da criminalização da prática instaurado no início da República – retomada necessária devido à criminalização ter praticamente dizimado a Capoeira carioca. Ao abordar a temática, Burguês aponta as duas outras escolas com influência baiana na Capoeira do Rio, na década de 1950, como a do MestreArtur Emídio (também lutador de vale tudo) e a do Mestre Mário Buscapé.

Em 1975, convidado por um amigo que já era professor em Curitiba, Burguês vem para a capital paranaense, local onde reside por décadas. Os primeiros tempos não são nada fáceis, sendo necessário um esforço significativo para que a arte/jogo/luta fosse conhecida e reconhecida pelos curitibanos. Mas paulatinamente a Capoeira ganha espaço na cidade e as condições melhoram:

Eu tinha um amigo que já estava dando aula aqui, chamava Monsueto, que era do Rio de Janeiro. E vim para cá com a cara e a coragem, somente com a passagem de vinda para Curitiba, e acabei ficando aqui. Passei muitas dificuldades tais como fome, frio. Passei mais de seis meses aqui comendo só banana, foi um sofrimento.

O primeiro local onde eu comecei a ministrar aulas foi na Galeria Ritz: Centro de Artes Orientais, do Prof. Akira Tanigushi. Neste período eu morava dentro da academia por não ter condições financeiras. Passava os finais de semana trancado escondido na academia, desde sexta-feira a noite até a segunda-feira, devido ao fato de que o prédio era comercial e só abria durante a semana. Quanto ao ensino de Capoeira na cidade trabalhou muito para a divulgação da Capoeira, conforme o próprio Mestre afirma: Minha trajetória aqui começou assim, trabalhando, com muita dificuldade. Só existia um mestre na cidade. Já estava aqui antes, chegou aqui uns dois anos antes de mim. Ele é o mais antigo. E lutamos muito aqui, fizemos muita roda na rua para poder divulgar … Saía na rua, todo mundo perguntava que era aquilo que a gente andava na mão, se era uma vara de pescar, se era um cachimbo … Então realmente, quando eu cheguei a população de Curitiba era seiscentos mil habitantes e quase não existia negros na cidade, era uma dificuldade. Era muito estranho para mim que vim do Rio, onde tinha muitos negros. Fazia roda de Capoeira só com brancos. Segundo Mestre Burguês, Curitiba é o local que lhe dá condições de consolidar o seu grupo, hoje presente em vários países do mundo. Mesmo com os inúmeros empecilhos enfrentados, a chance de dar aulas em academia foi o que o manteve na cidade. Resistindo inclusive, nas épocas difíceis, a convites de amigos para ir embora

como aconteceu com um grupo de shows vinculado a Ivon Cury que passou por aqui, e do qual fazia parte seu amigo Mestre Edvaldo Baiano. Em seu relato, sua história se mescla à do Grupo Muzenza, por ele consolidado a partir de sua atuação em Curitiba.

Este, contudo, não se iniciou na capital paranaense: foi fundado por Mestre Paulão, ainda no Rio de Janeiro. Oriundo do grupo de Mestre Mintirinha, Capoarte Filhos de Obaluaê, passa à presidência para Mestre Burguês após o ingresso de seu Mestre na Marinha. E é no Paraná que se fortalece, inicialmente denominado Netos da Muzenza e, posteriormente, apenas Muzenza – tanto que o próprio Mestre, mesmo nordestino e atualmente residindo na capital fluminense, é ainda identificado como sendo do Paraná. Suas palavras sintetizam a trajetória do grupo:

Cheguei aqui e comecei … fiquei um bom tempo dando aula para dois alunos , e um desses alunos é que me ajudava na minha alimentação. Não ganhava dinheiro nem pra comer. E fui crescendo, divulgando muito a Capoeira. Ia às ruas de madrugada colar cartazes na rua e panfletava na porta de colégios. E fazia muita roda na rua, sozinho às vezes. Tinha que fazer exibições sozinho para tentar trazer alunos, ganhar adeptos. E a coisa foi crescendo, devagarzinho, devagarzinho. Depois mais tarde abri um núcleo em Foz do Iguaçu. Foi o primeiro núcleo que eu tive. Começou a crescer a nível estadual, comecei a ter uma repercussão a nível nacional, capoeiristas de outros estados passaram a me procurar para serem meus alunos. Hoje temos filiais em todos os estados do Brasil e em 49 países.

Ao ressaltar a discriminação e as dificuldades enfrentadas pela Capoeira neste período, Mestre Burguês relata como foi conquistando espaço e expandindo seu trabalho. Em um primeiro momento, seus alunos eram adultos, trabalhadores e estudantes, sendo o público infantil praticamente inexistente. Após algum tempo de atividade na Galeria Ritz, consegue inserir a prática também em diversos espaços da capital paranaense, tais como o Clube Curitibano, o Graciosa Country Clube, em quartéis militares, em comunidades carentes. Fez, ainda, trabalho com a comunidade negra, contribuindo para o início e crescimento do movimento negro na cidade: juntamente com Charrão, presidente da Escola de Samba MocidadeAzul, passam a comemorar o dia de Zumbi reunindo samba, Capoeira e danças folclóricas do nordeste, como maculelê e puxada de rede. Apresentam-se no carnaval, participando das Escolas de Samba Colorado, MocidadeAzul e Sapolândia, com a formação da ala da Capoeira em cada uma delas – A arte/jogo/luta estava presente, segundo ele, em todos os segmentos da cultura negra de maneira significativa.

As atividades do Grupo Muzenza não se limitavam às aulas. Começaram a organizar, a partir da década de 1980, grandes eventos de Capoeira, transformados depois em filmes, revistas, materiais de divulgação. Este material torna a Capoeira de Curitiba reconhecida nacionalmente embora o Mestre afirma das dificuldades de se obter apoio público:

Eu sempre procurei trabalhar profissionalmente, sem amadorismo. Eu acho que as coisas acontecem, quem trabalha direito acaba tendo reconhecimento. Sempre fiz grandes eventos aqui em Curitiba, que toda a comunidade gostava, muitos mestres eram loucos para virem nos meus eventos aqui. Os meus eventos começaram a ter destaque não apenas nacional, mas a nível internacional. E foram eventos que eram filmados, passados para DVD, saíram em bancas de jornais. Eu divulguei muito a cidade também. Curitiba ficou super conhecida pela Capoeira. Eu fiz muitos eventos grandíssimos aqui, com grandes públicos, mais de duas, três mil pessoas assistindo. Eu comecei a fazer eventos grandes a partir da década de 80. Sempre vieram grandes mestres, sempre 40, 50 e até mais. Um mega evento que eu fiz aqui, com grande destaque, foi em 2000, um Festival Mundial de Capoeira: “Os melhores do século.” Nós tivemos a presença de mais de 90 mestres do mundo presentes. Então era um negócio que acontecia, saía em tudo que é revista especializada de Capoeira e até na televisão.

MestreBurguês apontacomo diferencialdoGrupo Muzenzaaseriedadecom quelevam seutrabalho, exigindo dos alunos treinamento e uma preocupação acentuada com a performance e com a parte cultural da capoeira. Assume, ainda, a Capoeira como profissão e ensina seus alunos a acreditarem no que estão fazendo: Ele poderia viver e vencer com a Capoeira. Então, acreditar naquilo que faz e passar a acreditar nesta arte-luta e por seguinte enfrentar os obstáculos do mundo a fora. Procurei formar realmente cidadãos que acreditasse que ele poderia Vencer na vida. Incentivei muita gente a estudar, tirei muita gente das drogas também.

Os eventos que organizava eram criativos e variados, incluíam sempre novos elementos (workshops, espetáculos, vínculo com o cenário do folclore nordestino e carioca, competição) e procurava envolver ao máximo os Capoeiristas que deles participavam: Sempre procurei dar visibilidade a capoeira, de fazer meu trabalho, gravar e colocar no mercado. E a Capoeira de Curitiba cresceu bastante, ficou conhecida no cenário nacional e internacional. Hoje ela está respeitada, graças ao trabalho árduo destes primeiros mestres que chegaram aqui na capital paranaense. Eu sempre procurei trabalhar todas as vertentes da Capoeira, a parte

cultural, o esporte, a performance, a luta, o ritual, a musicalidade, a pesquisa. Então eu procuro trabalhar no grupo com todas estas vertentes que a Capoeira nos proporciona.

Da consolidação em Curitiba, no Paraná e no Brasil, o Grupo Muzenza inicia sua expansão internacional, que ocorre a partir do ano 1986 – com o primeiro núcleo internacional: na capital britânica. Hoje, existem integrantes em países muçulmanos, judaicos , em países asiáticos, enfim em todos os continentes. Fui o responsável pela fundação da Federação Paranaense de Capoeira em 1985, tendo sido também seu presidente por vários anos. Também fui um dos fundadores da Confederação Brasileira de Capoeira, em 1992. Fundei também a Superliga Brasileira de Capoeira em 1998. Em agosto de 2006, Mestre Burguês muda-se novamente para o Rio de Janeiro, depois de passar por um momento difícil de saúde, buscando ficar mais próximo de sua mãe, já idosa, além de retornar as suas raízes. Continua organizando eventos importantes, mas agora em várias partes do Brasil que contribuem com a divulgação cada vez maior da arte/luta/jogo. Acrescenta que, mesmo residindo no Rio, mantém contato constante com Curitiba, permanecendo com sua academia na cidade, a qual é a academia mais antiga de capoeira do sul do Brasil. Para Mestre Burguês o significado de Mestre de Capoeira é uma prática que vai além do jogo, da luta e da arte, é um espaço de cidadania. O que leva o Mestre a ter como meta formar pessoas que também colaborem com a melhoria da sociedade: Ser Mestre é ser exemplo. Um Mestre de Capoeira tem que ser exemplo de tudo a seus alunos.

Não só ensinar a arte, mas mostrar os melhores caminhos a percorrer para enfrentar a vida. Enfim, criar um cidadão realmente. Não só que jogue Capoeira, mas que ele realmente possa contribuir com a sociedade. Não adianta só ser bom de Capoeira e ter a cabeça ruim. Ele tem que saber a arte, saber ensinar. Ter alunos, mas saber direcionar estes alunos. Para formar cidadãos e poder melhorar a nossa sociedade, o nosso povo, o nosso país.

Falando da Capoeira e do lugar que ela ocupa em sua história, Mestre Burguês nos diz que, embora tenha tido contato com outras lutas, sua vida foi sempre dedicada, exclusivamente, à Capoeira. Para ele, vida e Capoeira se misturam e complementam, chegam até a confundir-se:

Todo dia eu agradeço a Deus por estar na Capoeira.ACapoeira me deu tudo, me deu a minha família, me deu os meus filhos. Tudo até hoje que eu como é a Capoeira que me deu. O patrimônio que eu consegui foi com Capoeira. Lutando, trabalhando até hoje. E eu acho que a Capoeira é um monstro que está dormindo, na hora que acordar, ela vai conquistar o mundo. Para quem passou fome aqui, comia banana, não tinha dinheiro nem para comprar um pão para comer com banana, então para mim foi uma vitória muito grande. Eu devo tudo à Capoeira. Tudo, tudo, tudo mesmo. Eu respiro capoeira, vivo Capoeira, penso em Capoeira, minha mulher é Capoeirista.

E,seaCapoeiradeutudo aMestreBurguês,tambémele,aodedicarsuavidaàCapoeira,contribuiudemaneira incontestável para consolidar a Capoeira em Curitiba, no Paraná, no Brasil e no exterior.

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VICENTE BRAGA BRASIL

São Luís - Maranhão, 11 de abril de 1955.

Mestre PIRRITA

Mestre PIRRITA

ESTILO Capoeira Mista, Angola do Maranhão. Capoeiragem Tradicional Maranhense

VICENTE BRAGA BRASIL

São Luís - Maranhão, 11 de abril de 1955.

DADOS PESSOAIS

Rua São Sebastião, nº 08 – Anjo da Guarda - Escolaridade: Ensino Médio Completo

Mestre pela Associação de Capoeira Angola, Mestre Pezão ( José de Ribamar Teixeira Silva)

Pezão José de Ribamar Teixeira Silva,

MESTRE

GRUPO/NUCLEO ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA ARUANDÊ

Vida na Capoeira:

Reconhecido mestre pelaAssociação de CapoeiraAngola, a qual tem como mestre dirigente, José de Ribamar Teixeira Silva, o mestre Pezão, Campeão e Vice-Campeão Brasileiro de Capoeira.

Começou a simpatizar pela capoeira em 1972, quando pela primeira vez teve a oportunidade de assistir uma exibição na Praça Deodoro, onde estavam presentes, Anselmo Barnabé Rodrigues, o Mestre Sapo, Velho Diniz, Babalu, Manoel Peitudinho, Cara de Anjo, Sargento Gouveia, Antonio José (Mestre Pato) e outros. Com a euforia daquele jogo de pernas, movimentos rápidos que se entrelaçavam e com o encanto produzido pelos sons dos berimbaus, começou a dizer para si, que um dia aprenderia aquela luta, que nem mesmo sabia o nome, desse dia em diante começou a se informar sobre a capoeira.

Foi quando em 1973 ficou sabendo que Anselmo Barnabé (mestre Sapo), estava dando aula de capoeira no ginásio Costa Rodrigues, indo a procura do mestre Sapo para efetuar a sua inscrição e passou a treinar a capoeira pela primeira vez, mas na época trabalhava como ferreiro armador, tendo de viajar para o interior do

estado do Maranhão pela empresa que era empregado, parando assim os treinamentos. Quando voltou a São Luís, sua irmã um ano mais nova do que ele, estava treinando um pessoal da MARATUR, a dança do Caboclo de Pena, para uma peça teatral baseada no Bumba Meu Boi do Maranhão, onde Babalu fazia parte desse elenco.

Através de sua irmã foi apresentada a Babalu; sabendo que Pirrita gostava de capoeira e não tinha quem o ensinasse, convida-o para treinar com ele, nessa época o Babalu dava aula na praça Gonçalves Dias, não chegando a treinar dois meses, pois Pirrita se sentiu rejeitado pelos outros alunos, por serem de classe econômica mais alta, e tinham mania de grandeza, quando terminavam as aulas, saiam de carros ou motos, e o Pirrita voltava andando para sua residência no Bom Milagre, se sentindo mal, com complexo tolo de inferioridade, parou de treinar com Babalu, com isso passou a frequentar as rodas de capoeira, ficava a observar com cuidado os movimentos, chegava em casa treinava sozinho, sem ter ninguém para treinar ou orientá-lo.

No final de1973, descobriu que próximo a sua residência, havia um pessoal treinando capoeira, um cidadão chamado Suruba, o mesmo treinava com Ribinha de Tapuia, juntou-se a eles e passou a desenvolver mais os treinamentos. Em 1974, quando se casou, foi morar na residência da sogra e começou a incentivar o seu Cunhado Jorge (Mestre Jorge) a praticar capoeira, juntos começaram a desenvolver os movimentos que já conhecia, mas com a vida de casado as coisas começaram a ficar difíceis, mesmo assim, continuou firme treinando a arte que escolhera para se dedicar.

Em 1979 Pirrita se mudou para o bairro Anjo da Guarda, junto com Jorge começou a treinar capoeira com mais dedicação, nessa época já tinha mais entrosamento com outros capoeiristas de São Luís, passando a participar de rodas que a aconteciam na Praça Deodoro e na Praia do Olho D’água, organizadas por Pezão, chegando a marcar presença em outras rodas de capoeira que aconteciam na ilha. No mesmo ano de 1979, Pirrita começou a ensinar o que já sabia a alguns jovens, que o procurava para aprender capoeira, entre eles se destacou o Zezão, já falecido, foi aí que surgiu a ideia de formar um grupo. Com o fruto dessa ideia, surgiu o Grupo de Capoeira Aruandê, formado por Pirrita dirigente, Jorge, Sabujá, Zezão, Cícero, Roquinho, João Bicudo,Bigu emaisalguns alunos,tendoduradopoucotempo, porrazãode alguns participantes nãoquererem seguir as normas, colocadas por Pirrita.

Em 1980 Pirrita começou a treinar alguns alunos que mostraram interessados em manter o grupo com suas atividades,masumavezobservouqueos alunosnãoqueriamsaberdecompromisso.OPirritaprocuroualguns capoeiristas experientes para fazerem exibições de capoeira nos festejos juninos, permanecendo ainda o nome de grupoAruandê, dentre eles o Jorge, Índio, Zé da Madeira, Curió, China, Baiano, Zezão, Roquinho, Cícero e seu irmão Brasil, que na época já praticava capoeira, quando terminaram os festejos juninos, o grupo novamentesedispersou,porincompreensãodosparticipantes.Nessamesmadécadade80,acapoeiradonosso estado passou no anonimato, apóia rodas de capoeira já não se olhava, as pessoas que praticavam tinham se acomodado, não se olhava mais as rodas na Deodoro, Casas das Minas e Praia do Olho D’água. Nesse período Mestre Pirrita e o Mestre Jorge tiveram a ideia mais uma vez de reunir os capoeiristas que frequentavam seu centro de treinamento, entre eles estavam Sabujá, João Bicudo, Urucunga, Cícero, Ribaldo Preto e outros, e aproveitando a época do carnaval começaram a reativar as rodas de capoeira na praça Deodoro, despertando nos capoeiristas a vontade de voltarem a jogar capoeira em nossa praça.

Mestre Pirrita deu um grande passo, pois os capoeiristas veteranos voltaram a se encontrar na praça Deodoro para a pratica da capoeira. Entre eles Ruy Pinto, Euzamor, Candinho, Curador, Pelé, Patinho, Madeira, De Paula, Banana, Miguel, China e Outros.

Neste período a área Itaqui – Bacanga passa a ser uma grande referência da capoeira do nosso estado, pois reunia-se capoeira de todos os bairros para a pratica da capoeira noAnjo da Guarda, a mesma sob a liderança do mestre Pirrita e do mestre Jorge, pois os dois começaram a realizar grandes eventos da época, como: ITorneio Classe Estreante, II, III e IV Movimento Pró-Capoeira, I Festival Capoeira nos Bairros, nessa época já existiam na área Itaqui-Bacanga, vários grupos organizados como: Aruandê (Mestre Pirrita), Filho de Aruanda ( Mestre Jorge), Filhos de Ogum (Mestre Índio) e Marabaiano (Mestre Jair). Apesar dos eventos realizados, os mesmos realizavam batizados, e haviam rodas em vários locais como a Praça do Anjo, Teatro Itapicuraíba, Barrigudeira, Mercado do Anjo da Guarda e União de Moradores do Sá Viana, e aos sábados o Mestre Pirrita recebia grande número de capoeirista em sua academia.

Centro de TreinamentoAruandê, com a ideia de manter o grupo com alunos formados por ele, tendo como objetivo, divulgar e valorizar a nossa capoeira. Em janeiro de 1982, pais de alguns jovens, da rua em que mora, para participarem de uma reunião, onde procurou mostrar para eles o plano de trabalho, fazendo entender que ali a capoeira, iria ser ensinada de modo educativo, como esporte, cultura e defesa pessoal, de maneira que o trabalho seria em prol da capoeira, como alguns amigos já vinham desenvolvendo em outros bairros. Com essa reunião, surgiram os primeiros alunos do Centro de treinamento Aruandê, com ideias voltadas em benefícios dos alunos, desenvolveu um método de treinamento, muito simples, transmitindo o quejásabia, dando os mais importantesexemplos dacapoeira, ométodobaseadoem sequências,combinações e transformações, que segundo o seu ver, é o meio mais simples de se aprender capoeira para as pessoas que se dedicarem as suas normas.Através do centro de treinamento, o Grupo de CapoeiraAruandê, vem fazendo história em nosso estado, com a missão de engrandecer cada vez mais essa arte genuinamente brasileira, participando de outros encontros, movimentos, e outros eventos relacionados a capoeira.

Em 1985 o grupo Aruandê juntamente com o grupo Filhos de Aruanda, promoveram o Primeiro Movimento Pró- Capoeira do Maranhão, que tinha por objetivo, reunir todos os capoeiristas do nosso estado para o engrandecimento da capoeira. Em agosto do ano em curso, o grupoAruandê, participou do Primeiro Encontro de Capoeira do Maranhão, e de várias reuniões onde estavam presentes vários capoeiristas do Maranhão. Em 1986, o grupo Aruandê se destacou entres outros grupos de nosso estado, junto ao grupo Filhos de Aruanda com apoio do CCN-MA - Centro de Cultura Negra do Maranhão, realizaram o Segundo Movimento PróCapoeira do Maranhão e o Primeiro Torneio de Classe Estreante, com objetivo de chamar atenção da classe capoeirística para a necessidade de melhor organização da capoeira em nosso estado, no torneio de classe estreante, o grupoAruandê ficou em segundo lugar por equipe, receberam o troféu destaque os alunos Brasil, Zeca e Magno, recebendo medalhas de ouro, prata e bronze. No período de 31 de janeiro a dois de fevereiro de 1986 o professor Pirrita participou em Vitoria-ES, do segundo congresso nacional da UJS, representando seu grupo e estado, tendo como pauta do congresso, voto aos 16 anos, luta contra o racismo, defesa da liberdade, direito a prática esportiva e culturais. Aconteceram torneios esportivos, maratonas, apresentações folclóricas, culturais, debates e exibição de capoeira. Na delegação que estava representando o estado do Maranhão, teve como destaque o professor Pirrita recebendo medalha de honra ao mérito por se destacar individualmente na apresentação de capoeira.

O Grupo de Capoeira Aruandê participou da festa em comemoração ao dia do trabalhador, primeiro de maio, promovida pela FETIEMA, tendo por objetivo, levar ao conhecimento da sociedade a importância de resgatar a capoeira do Maranhão, para engrandecer mais esse dia, teve a presença de capoeiristas veteranos, entre eles Baiano, Ruy e Euzamor. Ainda nesse mês, o grupo Aruandê marcou presença no Programa Nacional de Capoeira - PNC, onde as reuniões aconteceram no Centro de Cultura Popular, contando com a presença de vário capoeiristas de São Luís, o subsecretário de educação física da SEED, Professor Person Cândido Matias, explicou a importância do PNC em nosso estado. Na candidatura do deputado Luis Pedro, o grupo Aruandê foi convidado para marcar presença na câmara dos deputados, dando naquele local uma verdadeira exibição de capoeira, aproveitando a oportunidade, o Professor Pirrita, levou ao conhecimento de todos a falta de apoio a capoeira em nosso estado.

Em agosto de 1986 alguns participantes do grupo Aruandê, Cascavel e Raízes de Palmares, fizeram juntos várias apresentações de capoeira na ESPOABA em Bacabal-MA, com objetivo de difundir naquela comunidade a capoeira arte, cultura e esporte, praticada por todas as camadas sociais, tendo êxito no objetivo. O CCN-MA, realizou nesse mês a segunda noite do som afro e o grupoAruandê foi convidado para fazer uma exibição, nessa oportunidade o grupo fez uma grande apresentação de maculelê. No dia 20 de novembro de 1986, o CCN-MA comemorou o Dia Nacional da Consciência Negra, tendo como objetivo o resgate da memória nacional do grande herói, Zumbi, que morreu na luta pela liberdade de seu povo e o grupoAruandê, marcou presença em mais um importante evento relacionado a nossa cultura. No dia 30 de novembro do ano em curso, aconteceu em Brasília-DF, o Primeiro Festival Praia Verde SESC-DF de Capoeira, o Maranhão foi representado por uma delegação composta pelo professor Pirrita e o seu aluno Negão do grupoAruandê, pelos professores Neguinho do grupo Argolonã, Evandro do grupo Raízes de Palmares, Vânio do grupo Cascavel, professorJorgedo Filhos deAruanda eo professorTitadogrupoUnidos deAngola,mais umavezo Maranhão esteve presente evento, procurando engrandecer cada vez mais a capoeira arte marcial brasileira.

No dia 03 de março de 1987, o CCN-MA promoveu uma festa em comemoração ao primeiro aniversário do grupo Raízes de Palmares, tendo a participação de vários grupos de capoeira, que organizaram uma grande roda, mais uma vez o grupoAruandê se fez presente em um grande evento.

Com o objetivo de levar a capoeira aos colégios, não como jogo de competição, e sim como educação física, reunira-se no dia 13 de março de 1987, no ginásio do SESC, para criação desse projeto, o professor de educação física da UFMA, Denosthenes Montanane, o professor de educação física do SESC, Carlos Alberto, o professor do Grupo Aruandê, Pirrita e seus alunos Brasil e Ciane, o professor do grupo Cascavel, Vânio, o professor do grupo Raízes de Palmares, Evandro e o professor do grupo de Apoio a Capoeira, Betinho.

Organizador da reunião o CCN-MA, no dia 24 de abril 1987, todos os grupos de capoeira de São Luís, foram convocados para uma reunião na sede do Bumba Meu Boi da Floresta, tendo como objetivo a melhor organização da capoeira e que os capoeiristas veteranos dessem oportunidades para os novatos participarem de rodas abertas, que sempre aconteciam em nossa cidade, Niltinho representante do CCN, explica aos demais que a capoeira não deve ser mostrada com violência, e sim com toda a sua beleza, entre os participantes veteranos destacaram-se Pirrita, Neguinho, Pelé, Ruy, Candinho e outros.

No dia 01 de maio de 1987, aconteceu uma grande manifestação da comunidade do bairro Anjo da Guarda e comunidades adjacentes, na luta pela legalização dos terrenos da área Itaqui-Bacanga, fazendo-se presente nessa manifestação, líderes políticos e comunitários, nessa oportunidade muitos poderam acompanhar uma exibição de capoeira arte marcial brasileira do grupoAruandê. no dia 30 de maio do decorrente ano, o CCN, promoveu NO GINÁSIO Costa Rodrigues, a primeira mostra de capoeira do Maranhão, tendo por objetivos, mostrar para a sociedade a importância dessa cultura que educa, mente, corpo e espírito, e conscientizar os órgãos competentes em relação a capoeira, houveram competições entre os grupos presentes, ficando o grupo Aruandê em segundo lugar no Estilo Regional e segundo lugar no Estilo Angola, e o professor Pirrita foi condecorado com duas medalhas de honra ao mérito.

No dia 29 de agosto o grupo Aruandê, se juntou ao grupo Filhos de Aruanda, e promoveram o Terceiro Movimento Pró- Capoeira do Maranhão. Neste evento juntaram-se no ginásio do SESC, vários capoeiristas e simpatizantes da arte para prestigiarem as exibições dos grupos participantes, tendo o apoio da federação e do CCN-MA, sendo condecorado com medalha de honra Pirrita e outros professores.

O grupo de capoeiraAruandê e o professor Pirrita parabeniza CCN-MApor estar sempre presente na luta pelo engrandecimento da capoeira do Maranhão, promovendo e apoiando todos os eventos de capoeira em nosso estado. Parabeniza todos os capoeiras que tem lutado lado a lado, pela melhor imagem da nossa capoeira, pois unidos mais nossa cultura genuinamente brasileira, a Capoeira. Parabeniza aqueles que já se foram, mas deixaram grande contribuição para a capoeira, queremos expressar os nossos mais elevados sentimentos, e dizer que enquanto existir a capoeira, suas memórias serão sempre lembradas.

Mais uma vez, no intuito de melhorar a organização da capoeira do Estado do Maranhão, reuniram-se os representantes dos grupos de capoeira, Pirrita, Jorge, Roberval Sena, Vânio, Evandro e Índio. Objetivo desta reunião, formar associações de capoeira, para a criação da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão, na ocasião foram registradas asAssociações de CapoeiraAruandê, Filhos deAruanda e Cativos já existentes. Houveram várias reuniões sempre presentes os representantes de associações e grupos, as quais foram registradas em atas. Houve eleição dos membros da federação, tendo Sena sido eleito presidente e Jorge vice, Pirrita secretário. Logo após a eleição Sena relatou que todas as associações teriam que seguir o sistema de graduação da federação, contradizendo o que o mesmo tinha falado antes da eleição, que as associações teriam apenas que se filiarem. Com a nova ideia, o mestre Pirrita deixou o cargo e se ausentou das reuniões, pois tinha se decepcionado e não concordava com as normas impostas pela federação.

Na década de 90 Pirrita com o objetivo de melhorar seu conhecimento, começou uma jornada de várias viagens a outros estados, entre eles o Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Piauí e outros. Já com os conhecimentos mais apurados começou uma turnê pela por cidades do Maranhão, podendo citar Coelho Neto, São Vicente de Ferrer, colinas, Buriti Bravo e Presidente Dutra.

Da década de 2000 a 2017, o mestre Pirrita formou vários mestres, contramestres, professores e instrutores, dando continuidade aos seus ensinamentos, podemos mencionar entre eles os Mestres Pinta (Bacabal), Negão,

Pedro, e Nelson (São Luís) e Rico (Valparaiso – GO), os contramestres DeAço (São Luís) e Ruston (Bacabal), os professores Leonardo e Tucano (São Luís) e Barra (Bacabal) e o instrutor Borracha (São Luís).

O mestre Pirrita continua firme com o seu objetivo, realizando eventos, cursos, palestras e oficinas, tanto no Maranhão, quanto em outros estados, levando ao pódio mais alto, esta arte genuinamente brasileira a “Capoeira

GENTIL ALVES CARVALHO

Coroatá, 21 de outubro de 1955

MESTRE TIL

Mestre TIL

ESTILO CAPOEIRAMARANHENSE ENSINADAPELO MESTRE RIBALDO BRANCO

Capoeiragem Tradicional Maranhense

GENTILALVES CARVALHO

Coroatá, 21 de outubro de 1955

DADOS PESSOAIS

Filiação: JoseAlves carvalho e Zilda Tiburcia Carvalho

2º Grau –

UNIT – UFMA

2000 – Ribaldo Branco

Ribaldo Branco

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Associação Maragnon de Capoeira

QUAL O SEU ESTILO?

CAPOEIRA MARANHENSE ENSINADA PELO MESTRE RIBALDO BRANCO ; NÃO SOU ANGOLA E NEM REGIONAL; SOU CAPOEIRA, JOGO EM CIMA E EM BAIXO AO MESMO TEMPO, QUANDO PRECISO, ACOMPANHOAGINGADO JOGO, DEIXO ME LEVAR, ME TRANSFORMO CHEGANDOAME EMOCIONAR COM O ESPÍRITO DACOPEIRACOISAMAIS LINDANÃO HÁ.

EU MESTRE TIL APRENDE A CAPOEIRA EM MEADO DOS ANOS DE (1968) C0M MEU IRMÃO RIBALDO BRANCO, HOJE MESTRE RIBALDO, QUE TREINAVACOM MESTRE SAPO.

NESSE PERIODO, RIBALDO E HOSEMIR FORAM FAZER INSCRIÇÃO PARAESCOLINHADE FUTEBOL NO

GINÁSIO COSTA RODRIGUES; ENCONTRARAM E CONHECERAM O MESTRE SAPO FAZENDO UMA

DEMOSTRAÇÃO DE CAPOEIRA E TOQUE DE BIRIMBAL, RIBALDO E SEU AMIGO SE ENCANTARAM

PELACAPOEIRA.

AO CHEGAR EM CASA, ME DISSE, COM MUITO ENTUSIASMO, QUE TINHA FEITO SUA INSCRIÇÃO NA

CAPOEIRA; E IRIAME ENSINARTUDO QUEAPRENDESSE LÁ; EASSIM O FEZ, ME PASSANDOTODOS OS CONHECIMENTOS; ERAAFORMADETREINAR O QUEAPRENDIAE DE ME ENSINAR, ONDE FICAVAMOS ATE A MADRUGADA TREINANDO NA LUZ DA LAMPIÃO E TOMAVAMOS AGUA DE ACÚÇAR PARA REPORAS ENERGIAS.

EASSIMINICIOU-SE EMNOSSO QUINTAL,AOSDOMINGOS, QUIZENALMENTE, RODADE CAPOEIRAAO SOM DE LP DO MESTRE PASTINHA.

AS RODAS ERAM COMPOSTAS POR: MIM, RIBALDO BRANCO, LUIS, MURILO, ALÔ, RIBALDO PRETO, LEOCÁDIO, GARFO DE PAU, SANSÃO, ZECA DIABO, MARTINS E SEU ALUNO (NÃO LEMBRO O NOME) FOI ASSIM QUE TUDO COMECOU EM MINHA VIDA ATÉ A DATA DE HOJE ONDE CONHECE MUITOS CAPOEIRA.

PORÉM ALGUNS QUE FORAM DESTAQUE PRA MIM: MEU IDÓLO MESTRE RIBALDO BRANCO, DINIZ, GOLVEIA, BABALU, JESSER, RAIMUNDÃO, CARADEANJO.

O QUE É CAPOEIRA?

É UMA LUTA, DANÇA, ESPORTE E LAZER, UM PRENDIZADO DE VIDA,NA QUAL DEVO MUITO ATÉ A PRÓPRIAVIDA. SOU FELIZ EM PRATICÁ-LA, POIS QUANDO ESTOU JOGANDO SINTO-ME REALIZADO E MUITO CHEIO DE EMOÇÕES.

JOSÉ TADEU CARNEIRO CARDOSO

BAHIA - Jacobina, 1955

MESTRE CAMISA

Iniciou-se na Capoeira nos anos 60, com seu irmão mais velho, Camisa Roxa. Em seguida mudou-se para Salvador, indo morar na Lapinha, onde continuou a praticar Capoeira nas rodas de rua, principalmente nas de Mestre Valdemar e Traíra, que eram realizadas na Rua Pero Vaz, posteriormente foi treinar na academia de Mestre Bimba onde se formou. Rodou todo o Brasil fazendo demonstrações de Capoeira na equipe de seu irmão, Camisa Roxa. Em 1972, com 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a dar aulas em academias. No Rio de Janeiro, Camisa se dedicou a pesquisa da Capoeira, desenvolveu seu próprio método de ensino, seguindo os conceitos inovadores de Mestre Bimba.

Passou a ensinar capoeira pelo grupo Senzala. Por volta de 1988 separou-se deste grupo e fundou a Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte-Capoeira (Abadá-Capoeira).

Viajou para mais de 60 países divulgando a cultura brasileira e ensinando capoeira. Hoje, com os núcleos de capoeira já desenvolvidos, viaja o mundo ministrando palestras e cursos de capoeira nos 5 continentes.

Em 2011 recebeu o título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Camisa, outorgado em 28 de maio de 2010 pelo Conselho Universitário da Universidade de Uberlândia. Indicado como personalidade eminente que contribui de modo relevante para o desenvolvimento da cultura afro – brasileira e detém valioso conhecimento sobre capoeira,Patrimônio ImaterialBrasileiro e sedistinguepor sua atuação cultural, social e educacional noBrasil e no exterior.

Formação:

- Capoeirista formado por Mestre Bimba.

- Mestre de capoeira da Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte Capoeira.

Experiência Profissional: - Presidente fundador da Federação ABADÁ Capoeira do Estado do Rio de Janeiro.

- Presidente e fundador da ABADÁ Capoeira (Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte Capoeira) reconhecida como uma instituição de utilidade pública. Responsável pela filiação de mais de 50 mil

capoeiristas localizados em 26 estados do Brasil (só no Rio de Janeiro são mais de 100 professores de capoeira trabalhando com o grupo ABADÁ) e 53 países.

- Consultor técnico do 1º Curso de Nível Superior em Capoeira oferecido pela Universidade Gama Filho.

- Criador da CEMB – Centro Educacional Mestre Bimba, centro de treinamento específico para capoeira e ecologia, onde se desenvolve o projeto capoeira ecológica.

- Palestra na embaixada brasileira na França (1997).

- Parceria há mais de 20 anos com a UERJ (eventos, palestras, apresentação e shows de folclore e capoeira).

- Coordenador do Projeto Rio Criança Esporte (desenvolvido pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro) apoiando as crianças carentes.

- Palestra na união dos escritores de angola (sobre a origem da capoeira).

- Professor e pesquisador na disciplina de educação física – folclore e cultura popular – UERJ (palestras, oficinas, aulas e projeto de integração.

- Produção e edição de dois programas sobre capoeira na TV a cabo Sport TV (1997).

- Workshops de capoeira em geral (técnica, didática, ritmo, história) ministrados em universidades, escolas, academias em todos os estados do Brasil, na América do Norte e em mais de 20 países da Europa.

- Criou o Jornal mensal de capoeira – ABADÁ.

- Capoeira Espacial Inclusiva (prática de capoeira desenvolvida junto a várias instituições para portadores de necessidades especiais desde 1984).

- Incorporou expressões de capoeira pra o dicionário Aurélio. Como Mestre de Capoeira.

- Projeto Volta ao Mundo: Palestras, cursos, seminários e shows em todos os estados do Brasil e 30 países dentre os quais: Alemanha, França, Japão, Inglaterra, Itália, Israel, Angola, etc. com o objetivo de divulgar a cultura brasileira através da capoeira.

- Eleito melhor capoeirista do Brasil pela antiga revista DÔ de Artes Marciais (1977).

- Participou de vários programas de TV, dentre os quais: Fantástico

TV Globo; Programa Realce

TV Bandeirantes; Jô Soares 11:30 – TV Globo; Aqui e Agora – SBT; Sem censura – TVE, Espacial de Capoeira – TVE; Show do Esporte – TV Globo; Esporte Espetacular – TV Globo; Documentário – TV Japonesa; Noticiário NBC EUA; TV DW Alemã; Documentário TV Francesa; Documentário TV Suíça.

- Ministrou aulas nos seguintes estabelecimentos: Escola Naval, Academia Saga, Academia Nissei, Casa do Estudante, Colégio Divina Providência, Ginásio Samurai, Clube Guanabara, Lagoa Sport, Academia Faixa Preta, Academia Scrett, Escola de Belas Artes (UFRJ), Ass. Dos Servidores civis do Brasil, Clube de Natação Santa Luzia, Tijuca Country Club, Colégio Souza Leão, Escola de Engenharia, Academia Dukan.

- Produziu e/ou participou dos seguintes shows em Teatros: Cantos e danças da Terra (Teatro Gláucio Gil e Galeria, Circo Voador Arpoador RJ); Ballet Brasileiro (Teatro João Caetano) Furacões da Bahia (Canecão e TeatroOpinião)Brasil Tropical (Gold Room eHotel Nacional)Heranças de Angola(TeatroVilaVelha)Show de Capoeira (Circo Voador) Viva Bahia (Teatro Castro Alves BA)

Referências

• Garambone, Sidney, "O Mestre da Briga", Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17/09/89.

• RevistaAbadá Capoeira - ano 1, nº1Agosto 2005.

JOSÉ DE RIBAMAR TEIXEIRA SILVA

São Luís – Ma – 26 de dezembro de 1956

Mestre PEZÃO

Mestre

Mestre Bartô (José Paulo)

MESTRE PEZÃO

ESTILO Regional (Mista)

DADOS PESSOAIS

Capoeiragem Tradicional Maranhense

JOSÉ DE RIBAMAR TEIXEIRASILVA

São Luís – Ma – 26 de dezembro de 1956

Filiação: Humberto Silva e Maria de Nazaré Teixeira Silva

Endereço Rua Paquyistão, c 01, q. 35B –Anjo da Guarda Fone 3242 - 2272

MESTRE Bartô (José Paulo)

GRUPO/NÚCLEO

HISTÓRIA DE VIDA

Desde rapazinho tive vocação por capoeira só que não tinha condição financeira e nem alimentação adequada , fazia o que podia. Para melhorar seu potencial viajou pra avaria cidades, morou em Brasília, onde passou 16 anos; participou de várias rodas de capoeira, voltou a São Luís contando história; já trabalhou com James Adler e Otávio Leão (academia).

Se acha um vencedor por ter passado por vários obstáculos. Hoje só treina de vez em quando, faz uma roda de capoeira.

Tem participação no CD “Capoeira 500 anos” com duas músicas de sua autoria

Sacode Negra e Tanta mentira; outro CD daAssociação de capoeiraAve Branca “Dia de Roda”.

Tem uma filha e, perguntado se a colocaria na capoeira, respondeu que não, porque hoje a capoeira é muita violenta, não é mais tranquila, não tem mais aquele prazer de jogar aquela agilidade.

Acapoeira regional foi criada por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado) na década de 30.

Participou das seguintes rodas e campeonatos:

- VI Grande Roda de Capoeira - Troféu Beribazu – 3º lugar - Brasília-DF, 1981

-Absoluto de 82 – 4º lugar –

- Troféu GPT FN Brasília – julho de 83 - Grupamento Fuzileiro Naval - Brasília - DF

- RBCAdulto - Vice-campeão - Brasília – 1983 - Exibição coletiva e 2º combate

- Campeão Brasília 85

- IX ENCA/99 – Mestre Gilvan Brasília - DF

- Circuito Maranhense de Lutas (Mira Sport) Campeão invicto – quatro lutas

- I Festival de Canto de Capoeira (Ladainha) APCEF-MA 3º lugar

JOÃO PALHANO JANSEN

Comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, 15 de fevereiro de 1956

Mestre CURIÓ

JOÃO PALHANO JANSEN

MESTRE CURIÓ

ESTILO Capoeira mista. Capoeiragem Tradicional Maranhense

JOÃO PALHANO JANSEN

Comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, 15 de fevereiro de 1956

DADOS PESSOAIS

Filiação: Domingos Palhano Jansen eAntônia Palhano Jansen

Não tendo formação escolar

2000 – 25 de maio - Certificado de Contramestre dado pelo mestre Miguel pelo Grupo de CapoeiraAngola São MiguelArcanjo

2003 – reconhecido Mestre, pela FECAEMA

RAIMUNDÃO

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO Associação de CapoeiraArte Fiel.

BIOGRAFIADO MESTRE CURIÓ

João Palhano Jansen, o Mestre Curió, casado com dona Joana Santos Reis Jansen, da qual teve quatro filhos, nasceu em 15 de fevereiro de 1956 na comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, no interior do Estado do Maranhão. Seus pais se chamavam Domingos Palhano Jansen eAntônia Palhano Jansen. Aos oito anos de idade foi para Santana, uma cidadezinha da região. Aos 10 anos de idade, sem saber, foi vendido para trabalhar em regime de escravidão numa fazendo do interior do Estado, mas sendo observador das coisas ao seu redor, percebeu que havia algo de errado e fugiu. Com 12 anos se mudou para a cidade de Coroatá. Aos 16 anos veio para São Luís, capital do Estado. Recebeu o apelido de “Curió” ainda criança, pois gostava muito de criar esse pássaro. Vivendo em um contexto de trabalho rural, não pôde estudar quando criança, mas na cidade aprendeu a profissão de pedreiro. Já adulto e com família para sustentar, cada vez que se matriculava em uma escola sempre surgia algum serviço fora da cidade em que precisasse viajar e

com isso nunca conseguia conciliar estudo e trabalho, não concluindo as séries iniciais. Não tendo formação escolar, entretanto formou-se na escola da vida.

Primeiro conheceu o karatê em 1975 por intermédio de um amigo por nome Luís, apelidado de Gigante. Luís lhe falou de outra luta chamada capoeira. Então, lembrou-se de que já havia visto essa luta no Arraial de Zé Cobertinho, no bairro do João Paulo, no período das festas juninas um ano antes. Nessa roda testemunhou Manuel Peitudinho jogando e ao assistir a apresentação de capoeira imediatamente relacionou-a com a Punga dos Homens, uma brincadeira de sua terra. Pensava se tratar da mesma coisa, mas aos poucos percebeu que eram diferentes.

No mesmo ano, em 1975, aos 19 anos de idade, já fazia alguns movimentos e golpes da capoeira, sem no entanto saber direito o que fazia. Passou a assistir as apresentações de capoeira na antiga Estrada de Ferro, na casa de um amigo conhecido como Beto do Cavaco. Começou a se motivar. Os dois ainda iniciantes, brincavam juntos tentando aprender alguma coisa. Por meio desse amigo entrou pela primeira vez numa roda, na Praça Duque de Caxias (no João Paulo). Foi quando Curador, um capoeirista dessa época, comprou o jogo e desferiu sobre ele vários golpes violentos sem levar em consideração que se tratava de um iniciante (esse mesmo Curador, conhecido por seus poderosos movimentos, martelo, meia-lua e ponteira, era um capoeirista marginalizado). Nesse momento outro colega, conhecido como João Matavó, interviu e disse pra não fazer isso com ele, ao que respondeu Curador: “Só entra em roda quem se garante!”.

Este episódio ficou registrado na memória do Mestre Curió. Depois disso não entrou mais nas rodas, ia apenas para observar os capoeiristas jogando, analisando seus pontos fortes e fracos. A noite, ao chegar em casa do serviço, treinava sozinho no seu quintal os movimentos que aprendia olhando. Também treinava com alguns amigos em algumas ocasiões.

Beto do Cavaco o levou para treinar com Raimundão. Treinou apenas dois meses, pois Raimundão precisou viajarparaoRio deJaneiro.Ali conheceualguns capoeiras quetambém estavam aprendendo,Miguel,Tancrei, Boi, Caninana, Socó, dentre outros. Sem seu mestre, passou a treinar sozinho novamente, fazendo o que já sabia e esporadicamente pegando dicas com um e com outro, aprendendo a capoeira “no tempo”. Autodidata também não teve mestre de berimbau, aprendeu olhando e imitando.

Quando ele conheceu a capoeira ainda morava na Jordoa, no João Paulo, e já com família, mulher e filhos, prosseguiu treinando. Em 1979 mudou-se para o bairro do Coroado, alguns meses depois para o bairro do Sacavém, e em 1980 já estava morando no bairro do RioAnil, no Conjunto Bequimão.

Na época em que Mestre Sapo ensinava nas escolas da cidade, Curió aprendia a arte da capoeira nos quintais e nas rodas de rua. Não conheceu pessoalmente o Sapo, só ouvia falar. Entretanto, conheceu personalidades da capoeira que não foram alunos de Sapo, mas de capoeiristas anteriores a ele.

Boêmio, era frequentador das danceterias e dos clubes de reggae espalhados pela ilha, o Pop Som da Jordoa, o Espaço Aberto do São Francisco, na praia da Ponta da Areia, etc., entre o reggae e as rodas de rua, sua capoeira foi vivenciada num ambiente de periferia e de muita marginalização.

Aproximadamente, dez anos depois, quando já se sentia suficientemente preparado para entrar na roda, jogou novamente com Curador e retribuiu a “lição”, caiu dentro dele atropelando seus martelos e meia-luas, jogando-o no chão. Caído, Curador exclamou: “Mestre! Mestre!”, ao que respondeu Curió: “Tu que é meu mestre!”. Desde então, o Mestre Curió sempre diz de forma irônica que seu mestre foi Curador, pois despertou nele o que precisava em sua aprendizagem.

No afã de sua própria aprendizagem começaram a se reunir a ele amigos e vizinhos no seu quintal para aprenderem um pouco do que ele já sabia, isso por volta dos anos 80 no bairro do Rio Anil. Numa época em que ainda era incerta a definição de “mestre” no universo capoeirando ludovicense, sua aprendizagem se confundia com o ensinamento propriamente dito, “amigo” e “discípulo” não eram categorias muito diferenciadas, o que de fato existia era uma relação de troca de conhecimentos e experiências em diversos espaços da cidade (ruas, praças e quintais). Entretanto, por meio de sua ética e humildade, conquistou o respeito e admiração das pessoas, de maneira que o título de “mestre”, dado a ele, foi obra da experiência do tempo.Foiaprendendoeensinandoaomesmotempo,queoMestreCuriódesenvolveunobairroumatrajetória de 40 anos de capoeira.

Nadécada de90 criou o GrupodeCapoeiraArteNegra Em 25 demaio de2000omestreCuriójuntamente com o mestre Socó recebeu um certificado de contra-mestre dado pelo mestre Miguel pelo Grupo de Capoeira

Angola São MiguelArcanjo. Mais tarde também foi reconhecido formalmente pela Federação Maranhense de Capoeira. Depois em 2004 o Mestre Curió viajou para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições financeiras. O grupo ficou sob a direção de Bal (na época ainda era Contra-mestre) e de Português (na época professor). Durante este tempo, longe de São Luís, se tornou evangélico, primeiramente frequentando a Igreja Assembleia de Deus, depois a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nesse período se afastou completamente da capoeira, mas esta permaneceu no sangue.Ao som do berimbau seu corpo estremecia. Com o passar do tempo a saudade da arte superou o preconceito.

Em 2014, de volta a São Luís, por incentivo dos amigos e discípulos, revitalizou o grupo de capoeira mudando o nomeparaArteFiel,em alusãoaoseuideal evangélico.Em 2015,em parceriacom seufilho Roberto,fundou o Instituto Funcional Viva Rio Anil, uma entidade sem fins lucrativos que engloba várias atividades esportivas e culturais.

Hoje, aos 61 anos de idade, o Mestre Curió ainda desenvolve um excelente trabalho de capoeira com crianças, adolescentes, jovens e adultos no bairro. Dono de uma natural sensibilidade ética, gosta de sintetizar sua filosofia de vida na frase: “Respeito não se compra, se conquista!”.

Falando sobre a capoeira ele diz: “Eu não vejo capoeira como agressão […] o capoeirista não é para agredir as pessoas, o capoeirista é pra educar, apenas descobrir o talento de cada aluno, aperfeiçoar o aluno, por que o aluno já tem o talento, vai só aperfeiçoar o aluno. Cada dia ele vai passando e vai mostrando o que ele é capaz de fazer assim como o mestre passou pra ele. Então ele não é pra atacar ninguém [...] o mestre [...] quanto mais tu ensina mais tu aprende, quanto mais tu ensina, mais tu recebe, por que tu tá dando não é de graça?Daí degraça erecebei degraça,porquetu fazaquilopor amor[...]minhaexperiência édemim mesmo. Eu não tive mestre, meu mestre me ensinou dois meses, entendeu? E os alunos que eu tinha em qualquer lugar que ele chega ele joga capoeira. Cada um tem sua capoeira. Vanio tem a capoeira dele, eu tenho a minha, Alberto a dele, mas cada um tem sua capoeira. O teu estilo é tu que faz. Tu tem um aluno, mas ele joga num estilo diferente de tu. Tu vai só [...] não é obrigado tu ser mestre dele e ele jogar do teu jeito. Não. Tu vai descobrindo ele, ele pode criar o jeito dele diferente. Não é obrigado tu jogar a capoeira do meu jeito. Mas eu que te dei o incentivo pra tu treinar. O mestre é isso aí. Só que eu dó um soco e tu dá três ao mesmo tempo [...] ‘Ah o mestre é o melhor’, não. Ele treina o aluno pra ficar melhor. Ele é criativo, o mestre é mais criativo. Ele tem coisa pra criar mais passando mais, mais, mais, entendeu? O mestre nunca tá perfeito, sempre tá aprendendo mais... Nós como mestre de capoeira, por que o Mestre Verdadeiro [Jesus Cristo] é perfeito. Ele veio como filho [...] tudo que ele fazia ele dizia, não sou eu quem faço, mas o pai faz em mim [...]”

O mestre Curió não vê a capoeira somente como uma luta corporal, mas como uma luta espiritual. Segundo ele a luta do capoeirista é consigo mesmo, a capoeira é uma luta para a educação do próprio capoeirista. O mestre descobre o aluno e busca encontrar nele suas maiores qualidades. O mestre nunca está perfeito, os alunos ensinam o mestre, eles estimulam o mestre a buscar conhecimentos para passar pra eles. O mestre não deve atacar o aluno, o mestre é pra ser atacado e mostrar equilíbrio e paciência. O herói não é aquele que briga com dez, mas é aquele que diante dos agressores sabe se comportar de maneira que não ataque ninguém. O mestre aprende com os alunos e para os alunos. Quanto mais tu ensinas mais tu recebe. O mestre é criativo e tem sempre coisa pra passar e pra aprender. O mestre é um educador, deve trabalhar com as pessoas mais difíceis, deve conquistar as pessoas com paciência e carinho.

O QUE É CAPOEIRA:

O mestre Curió não vê a capoeira somente como uma luta corporal, mas como uma luta espiritual. Segundo ele a luta do capoeirista é consigo mesmo, a capoeira é uma luta para a educação do próprio capoeirista. O mestre descobre o aluno e busca encontrar nele suas maiores qualidades. O mestre nunca está perfeito, os alunos ensinam o mestre, eles estimulam o mestre a buscar conhecimentos para passar pra eles. O mestre não deve atacar o aluno, o mestre é pra ser atacado e mostrar equilíbrio e paciência. O herói não é aquele que briga com dez, mas é aquele que diante dos agressores sabe se comportar de maneira que não ataque ninguém. O mestre aprende com os alunos e para os alunos. Quanto mais tu ensinas mais tu recebe. O mestre é criativo e tem sempre coisa pra passar e pra aprender. O mestre é um educador, deve trabalhar com as pessoas mais difíceis, deve conquistar as pessoas com paciência e carinho.

Mas resumindo, ele vê a capoeira não apenas como uma luta corporal, mas principalmente uma luta espiritual, onde em sua prática ele elabora um sentido ético-moral e trata ela (a capoeira) como um instrumento educacional. Entretanto ele fala essas coisas com palavras muito simples, mas poderosas. Ele sempre repete: "Essa luta é com nós mesmos."

FRANCISCO DE PAULA BEZERRA

São Luis, 02 de abril de 1956

FRANCISCO DE PAULA BEZERRA

MESTRE DE PAULA

ESTILO Regional e Angola

DADOS

PESSOAIS

Mestre DE PAULA

FRANCISCO DE PAULA BEZERRA

São Luis, 02 de abril de 1956

Filiação: João Bezerra e Maria de Lourdes Bezerra

Formado em administração de empresa

MESTRE SAPO

HISTÓRIA DE VIDA

Foi aluno de Mestre Sapo, e treinou dois estilos, o Regional eAngola, se destacando melhor no estiloAngola; pertence a academia e possui dois alunos, inclusive é mestre de Mestre Gudemar e atualmente apenas pratica na academia, sempre conciliando com o serviço de Policia Civil.

Me chamo: Francisco de Paula Bezerra, filho de João Bezerra e Maria de Lourdes Bezerra, natural de São Luis-Ma, nascido em 02 de Abril de 1956, formado em administração de empresa.

A minha intimidade com a capoeira nasceu em 1973, quando conheci o mestre “Anselmo Barnabé Rodrigues, conhecido como Mestre Sapo", o mesmo ensinava capoeira pela SEDEL " Secretaria de Esporte e Lazer, que na época era uma secretaria que lidava com esporte do estado, e o mestre Sapo era funcionário do órgão, e usava o Ginásio para praticar e lecionar a capoeira , foi ai que comecei a fazer uso e treinar no ginásio, nos horários das 18: 00 horas , nos dias : SEGUNDA , QUARTA E SEXTA.

Na época tinha uma amizade construtiva com mestre, existia um respeito grande, que já não vê ultimamente; existia as rodas como: Praça Gonçalves Dias, e outras, onde alguns capoeiristas sempre fazia presente como : Babalú, Gouveia (falecido) Cordão de Prata, Curador, Batista, Magrinho, e muitos outros, como também participei de campeonatos, eventos enfim, foi onde tive oportunidade de vivenciar o mundo da capoeira. Hoje participo de poucos encontros, isso porque existem tantas pessoas se titulando mestre, e a capoeira perdeu sua essências"

A minha intimidade com a acapoeira foi com 16 anos, em 1974, quando passei a treinar com mestre Sapo, com o decorrer do tempo comecei a participar das rodas de capoeira, onde o mestre DINIZ fazia em determinados pontos da ilha, como: Parque do Bom menino, Praça Gonçalves Dias, Veneza (Alemanha) e outros..pois na época o único que tinha instrumento , como atabaque e berimbaus. O meu estilo era regional e angola "

RAIMUNDO APRÍGIO MENDES

São Luis, 06 de setembro de 1956

Mestre RAIMUNDÃO

São Luis, 06 de setembro de 1956

R

Bem, eu vivo na área de educação física, mas na verdade, eu sou formado em Química Industrial, me formei em 1992 na Universidade Federal do Maranhão, mais tenho uma larga experiência não só como atleta, mas também como técnico; fiz vários cursos técnicos na área de Ginástica Olímpica, tanto a nível estadual como também fora de nosso Estado, tenho curso ate Internacional de Técnicas de Ginástica Olímpica, realizado no Flamengo em 1996.

R – É, eu comecei a minha vida como atleta na década de 1978 Eu treinava Capoeira já uns dois anos antes, eu participava, eu fazia parte grupo do Mestre Sapo, do falecido Mestre Sapo, que funcionava no Ginásio Costa Rodrigues; nos trinávamos sempre no período da tardezinha, tipo assim 17:30 e ... ia até 20:30 horas. em 76;Aí, oprofessorDimasapareceu nofinal de1977,àprocuradepessoas quetivessemumaboahabilidade para a pratica da Ginástica Olímpica então... Nessa época, tinha 14 anos. Então, ele buscou muitos alunos, muitos alunos de Ginástica Olímpica dessa época vieram da Capoeira, e ele preferiu assim porque os alunos da Capoeira já sabiam fazer alguns saltos que a Ginástica exige, e já tinham uma assim, digamos assim, um bom trabalho de preparação física, principalmente na parte de resistência orgânica e flexibilidade.

L – Você já fazia capoeira nessa época? R – Não! Não tinha noção nenhuma do esporte foi... Eu tinha mais ou menos 11 anos. Já conhecia o Dimas, era meu professor de educação física no CEMA Aí, ele viu eu jogando capoeira, me convidou para fazer ginástica olímpica, então eu fiquei nos dois, mas depois eu me interessei mais pela ginástica, até porque teve uma coisa assim, digamos assim, eu aprendi a gostar mais da ginástica olímpica.

Entrevista com o prof. Raimundo Aprígio Mendes, realizada no dia 31/08/2001 com inicio às 15horas e 5 minutos no Ginásio de Esportes Rubem Goulart situado no bairro do João Paulo.

SERGIO SOUZA DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO, 1956

MESTRE NAGÔ

Sergio Souza de Oliveira, better known as Mestre Nagô, is one of the very few capoeira masters conforming to the standards ofABADÁ-Capoeira. Originally from Rio de Janeiro, Mestre Nagô began to play capoeira at the age of 14 with friends from the neighborhood. Street rodas around the city were abundant for the boys, and Mestre Nagô was always ready to go play.

When he was 17 years old, Mestre Nagô overheard a friend talking at a street roda in Rio about traveling the world performing capoeira. Inspired by the idea of traveling to unfamiliar places, Mestre Nagô started to see capoeira as more than just a form of self-defense or a way to have a good time. That same friend also later invited him to a batizado where Mestre Camisa mesmerized the audience with his skills, and Mestre Nagô instantly felt he had found where he belonged.

In 1978, at the age of 22, he started training with Mestre Camisa at the Regatta Guanabara Club in Rio de Janeiro and soon came to be known as Nagô. In a span of two months Mestre Nagô received his blue cord, the rank of aluno graduado, from Mestre Camisa, and he soon decided to pursue capoeira as a career. He quit his job as a metal worker and became a full time professional capoeirista.

Trainings, batizados, street rodas with legendary capoeiristas from Rio de Janeiro and performances around the country were priorities for Nagô, Camisa, and alunos formados Claudio Moreno,Arara, and Mula. In 1982 Mestre Nagô made his first oversea travel to Montreal, Canada with Mestre Camisa Roxa’s Brasil Tropical performance company, the first of many trips Mestre Nagô had once dreamt about. In 1984 Mestre Nagô received the rank of Mestrando, the 3rd to highest rank an ABADÁ-Capoeira member could achieve.

The discipline, character, experience and wisdom Nagô gained throughout the years turned him into a master in the art, and in August 2001, after 23 years of training, ABADÁ-Capoeira recognized him as the second member to receive the title of Mestre. During that same year, Mestre Nagô opened his own capoeira academy in his beloved neighborhood of Nova Iguaçu in Rio de Janeiro.Throughout the years Mestre Nagô has visited more than 20 countries including Angola, Germany, Japan,Austria, and the United States for guest events and teaching workshops. Recently,Mestre Nagô received a prestigious award from the city of Rio de Janeiro, where he was praised, along with other distinguished figures of the city, for his work in the community.

OSIEL MARTINS FREITAS

São Luis, 18 de julho de 1957, no Bairro de Fátima

MESTRE ÍNDIO DO MARANHÃO

ESTILO

DADOS PESSOAIS

MESTRE(S)

Mestre INDIO DO MARANHÃO

Mista - Capoeiragem Tradicional Maranhense

OSIELMARTINS FREITAS

São Luis, 18 de julho de 1957, no Bairro de Fátima

Filiação:Aurino Marques Freitas e Zilda Maria Martins Freitas

Fundamental – (4ª. Série)

Mestre em 1996, Por Firmino Diniz

Diniz (Firmino Diniz)

Associação Cultural de Capoeira São Jorge

NÚCLEO

OU GRUPO

Antologia do Mestre Índio Maranhão

Eu como todo menino traquino, pulador e saltador, aos meus 9 para 10 anos já apresentava vocação para a luta. Gostava de brigar, “tarracar”, termo usado pelos mais velhos da época, por esta razão era chamado para “garrotiar” com os garotos do meu tope ou até maiores naquela época. Mas foi em 1970, assistindo na televisão, naTVDifusora canal 4, vi uma apresentação do Mestre Sapo,Anselmo Barnabé Rodrigues, fazendo uma chamada para matriculas na escolinha de capoeira no Ginásio Costa Rodrigues, no qual era o Mestre de Capoeira. Após assistir essa apresentação pela televisão, eu fiquei encantado, doido, queria muito aprender aquela capoeira que eu tinha visto na televisão.

Filho de policial e mãe crente da Assembleia de Deus, eles jamais deixariam eu fazer capoeira, quando falei que queria fazer foi um terror a palavra capoeira para meus pais. Como eu em minha inocência, queria era praticar capoeira, toda tarde subia para oAlto de Fátima e ia correr, pular, saltar, fazer movimentos de minha cabeça, e nisso eu passei um bom tempo, saltando e pulando fazendo movimentos de capoeira, sem saber que todos os movimentos que executava eram de capoeira. Foi quando um companheiro me observando, um bom tempo, chegou pra mim e disse: - Tu quer fazer judô comigo? então lhe respondi: - Não, eu quero é capoeira. Ele então falou, eu faço judô lá no Ginásio Costa Rodrigues com Jorge Saito, um japonês, mas todo dia eu assisto o treino do Mestre Sapo, ai eu venho e te passo os nomes dos movimentos Na semana seguinte ele estava lá e já foi me falando, eu vou dá uma meia lua de frente e você se abaixa, o nome da defesa é cocorinha, eu vou dá um martelo e você faz assim....uma resistência. Essa atenção comigo durou de julho de 1971 a Abril de 1972, ele se chamava José de Ribamar, mas era conhecido como Hipopótamo, apelido que ele não gostava, foi esse rapaz que me iniciou na capoeira com os primeiros passos, porém ele não era capoeira. No dia 22 de junho, ano que eu me intitulo capoeira, foi após eu assistir uma roda de capoeira no Centro Comunitário do Bairro de Fátima, sob o comando do Mestre Manoel Peitudinho e os companheiros, Ribaldo Branco, Leocádio, Ribaldo Preto, Batista, Bambolê e Sansão.Após essa apresentação, o Cabral, que estava no comando da Radiola, colocou o disco de Oswaldo Nunes, com a letrada cantiga “Você me chamou pra jogar capoeira na Beira do Mar”. Como eu já estava arrisco nos movimentos, convidei um amigo chamado Emidio, pra trocarmos movimentos de todo jeito e fomos cercados por um conjunto de pessoas que estavam no arraial esperando outras apresentações folclóricas, isto em 1972.

Final de julho, começo de agosto, eu brincando de rouba bandeira na Rua Nossa Senhora de Fátima, bem em frente a garagem da extinta Itapemirim, estavam lá um pequeno grupo de capoeira fazendo roda ao som de um tocadiscodaépoca, e láMestre Paturi estavanestaroda juntoáBabalú, Gouveia,RibaldoPreto, Leocádio, Samuel e deste dia em diante comecei a ir olhar essa roda até que um dia o famoso Babalú, de tanto me ver lá um dia, me chamou pra fazer um jogo. – Quer fazer um jogo? E eu um garoto meio envergonhado respondi:Sim, eu quero, então entrei na roda e comecei a dá meus pulos com o Babalú. Então ele viu que eu levava jeito e me convidou para ir até a roda da Bom Milagre que era comandada pelo Velho Firmino Diniz. Quando Babalú chegou foi logo dizendo: - eu trouxe esse indiozinho pra jogar na roda com nós!

Fiquei nervoso, mas quando berimbau tocou, o atabaque acompanhou, ai eu fiquei tonto, cai na roda com vontade, isso já em outubro de 1972. Daí em diante passeia a ser frequentador dessa roda e lá fui conhecendo muitos capoeiras, tais como o Velho Diniz, Babalú, Gouveia, Esticado, Raimundão, Alô, Elmo Cascavel, Murilo, Sansão, De Paula, Gordo, Teudas, Mimi, Volf, Alan, Rodolfinho, Ribaldo Branco, Til, Fato pode, Nelson galinha, Geraldo cabeça, Manoel pretinho, Cesar dentinho, Batista, Bambolê, Tião Carvalho, Jesse, Didi, Sócrates, Carlinhos, Louco, Patinho, Cordão de Prata, Sapo Cola, Faquinha, Valdecir, Cebola, Pelé, Sabujá Candinho, Boi, Mimoso, Carioca, Leocádio, Samuel, Paturi, Zeca diabo, Cabeça, Miguel, todos esses companheiros citados são da minha época de 1972 a 1976, quando eu migrei para o Rio de Janeiro.

De outubro de 1972 eu comecei a participar das rodas de rua, indo para a casa do Velho Diniz na Rua Paulo de Frontin, próximo a Casa Inglesa, entrada da Liberdade. Em sua casa, Velho Diniz me dava aula de toques de berimbau, pandeiro e atabaque, mas me recomendando a treinar com Mestre Gouveia e Raimundão no fundo da casa de Raimundão, numa casa de conjunto Elca acima da Bom Milagre, e foi neste treinamento que aprendi muito com Gouveia e Raimundão, uma vez ou outra o Babalú e o Velho Diniz apareciam lá para ver os treinos.

Foi através do velho Diniz que eu pude treinar com o Mestre Sapo cola em abril de 1973 até outubro do mesmo ano, não fui muito feliz por causa das pancadas que ele me dava, mais sempre acompanhando o velho Diniz nas rodas de rua, e sobre seu comando.

Em 1976, precisamente no dia 19 de Abril, eu migro ou seja, eu viajo para o Rio de Janeiro e no dia 22 eu desembarco na Rodoviária Novo Rio, cidade onde eu conheci vários mestres, aonde o primeiro mestre o qual eu tive o meu primeiro contato, foi o Mestre Dentinho no Sindicato dos Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, daí pra frente muitos mestres passaram a fazer parte do meu convívio, tais como Mestre Dentinho, Canela, Touro, Levi, já falecido Medeiros, mestre Dé, Mosquito, já falecido, mestre Peixinho da Senzala, já falecido Mais Velho, já falecido boca, Mestre Capa, Canela, Preguiça do Iê Capoeira, Titio, Chita, Beira mar, Djalmir, Sorriso, Rege Angola, Sorriso Senzala, Russo, Ramos, Gigante, Edgar, Gege, Pitu, Thiara, Mancha e tantos outros no Rio de Janeiro.

Mas o mestre que me deu toda a orientação para eu me tornar um capoeira, foi o Velho Firmino Diniz a quem eu devo Saúde, dinheiro e obrigação, foi quem me ensinou a tocar o berimbau, pandeiro, atabaque e agogô e me ensinou a cantar e compor as minha músicas e letras, ele dizia: “ Indio aprenda a compor as suas cantigas de capoeira”, músicas da Bahia e da Bahia tem que cantar músicas nossas feitas por você, Babalú, Miguel e Patinho.

Firmino Diniz é o meu Mestre porque o acompanhei desde 1972 a 1982, após a morte de Mestre Sapo, foi quando ele se afastou das rodas até a sua morte em 22 de dezembro de 2014, mesmo longe da capoeira, no dia 07 de Setembro, ele foi me entregar a corda de Mestre no Clube Nova Geração II, no bairro do Sá Viana, mesmo assim ele ainda marcou presença em alguns eventos de nossa cidade e de alguns companheiros. Em 1987, eu Mestre Índio Maranhão fundei o Grupo de Capoeira Filhos de Ogum, na Casa da Finada Mãe Angela, uma Ialorixá, zeladora de Guias, caboclos e Orixás, na travessa da Fortuna no bairro Monte Castelo e esse meu trabalho iniciou-se no dia 07 de Julho de 1987, com a denominação Filhos de Ogum, em 1998 se chamou Centro Cultural Filhos de Ogum e por motivo religioso de alguns alunos cristãos, quando do seu registrooficial em 2002 senominouAssociaçãoCultural deCapoeiraSãoJorgeepermaneceatéos diasatuais. Devoto de São Jorge desde março de 1973, após uma briga na Areinha, que começou com o Gilmar sendo agredido por um rapaz da Liberdade, então começamos uma grande confusão, onde todos entraram em confronto que demorou demais para parar. Foi quando ficamos sendo ameaçados e perseguidos pelos rapazes da Liberdade, foi quando então a mãe do companheiro Wilson Botão nos procurou e nos deu a oração de SÃO JORGE, na qual eu depositei a minha fé há 28 anos e mantenho até os dias de hoje, realizando todos os anos Uma grande Festa em Louvor a São Jorge onde a festa maior é a roda de capoeira.

Por Osiel Martins Freitas - Mestre Índio Maranhão

Entrevista com Mestre Índio Maranhão - Conheça um pouco da história dos 43 anos de capoeira do Mestre Índio Maranhão por suas palavras. Saiba como ele conheceu a capoeira, como a vive e como aprendeu a história da capoeira do Maranhão na qual ele ensina aos seus alunos com alegria e dedicação.

http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/Entrevista-com-Mestre-Indio-Maranhao/1

Publicado em 19/11/2015, enviado por: jeffestanislau

UMACONVERSADESCONTRAÍDAE EMOCIONADA

RODADE CAPOEIRA: Como o senhor conheceu a capoeira?

MESTRE ÍNDIO: Minha primeira lembrança com a capoeira vem de 1970, assistindo um programa de televisão da TV Difusora em São Luis do Maranhão, onde um grupo de capoeira de Anselmo Barnabé Rodrigues “Mestre Sapo”, que eu fui conhecer muito tempo depois, quase 2 anos. Vendo todos aqueles movimentos eu me apaixonei, gostei pra caramba e comecei a fazer aqueles movimentos aleatórios, sem nenhuma técnica e sem ninguém para me orientar.

Já em meados de 1971, eu conheci um rapaz que me vendo pular, dando flip, mortal, chapéu de couro, fazendo esses movimentos de capoeira que até então eu não tinha certeza de que eram de capoeira. Aí ele começou a me iniciar, esse rapaz não era um capoeira, ele era boxer, ele ia para a academia fazer o treinamento dele de boxe e assistia o Mestre Sapo dando aula de capoeira e ouvia os nomes dos movimentos e golpes que o mestre falava e vinha pra mim e passada assim: Oh, eu vou dar meia lua de frente e você desce na cocorinha, eu vou dar meia lua de costa e você desce na negativa de frente ou negativa de dentro, eu vou dar o martelo e você faz a resistência. E assim eu fui pegando esses movimentos. Então ele me iniciou sem nenhum sentido exato de capoeira, ele falava aquelas coisas e eu acompanhava ele.

Até que em junho de 1972, eu assistindo uma roda de capoeira, o grupo estava com dois berimbaus e dois pandeiros, eles se apresentaram para a festa de São João, e após aquela apresentação, vendo os movimentos queos camaradas faziam eumeidentifiquei.Aí terminouarodadecapoeira, eeueum colegameucomeçamos a brincar e o rapaz que comandava o som, colocou o disco de Osvaldo Muniz, na época muito tocado...

“Você me chamou pra jogar, capoeira na beira do mar Tenho fama de bom jogador, esse convite eu não vou rejeitar

Não importa que chova ou que faça sol, o que eu faço é fazer tocar berimbau Toque o berimbau, que eu quero jogar...”

E eu brincando ali com aquele colega meu e de repente formou aquela multidão, aquele grupo de gente da festa de São João que esperava o Bumba Boi, Quadrilha e Cacuriá, formou aquela roda imensa em volta de mim e o outro companheiro e o rapaz do som voltou a repetir a música que é comprida mais ou menos umas 4 vezes, e daquela data em diante eu me tornei capoeira, 22 de junho de 1972.

Passou julho, agosto e em setembro eu conheci outro grupo de capoeira que estavam brincando no meio da rua,eeufiquei ali quietinho observando,atéquandooBabalu, quesó depoiseuvim saberonomedele,chegou e disse assim:

- Sabe jogar capoeira?

Eu respondi: Não.

E ele: Quer aprender?

E eu: Vontade eu tenho.

E ele: Então vem brincar!

E com essa brincadeira, com os movimentos que eu já fazia, o Babalu se surpreendeu e me chamou de malandro, “Tu é malandro heim, que me pegar!” aquela brincadeira de capoeira mesmo. E dali então, ele me colocou o apelido de Índio. “Tu parece um índio rapaz, vou te chamar de índio.” E esse índio está até os dias de hoje, conhecido agora como Mestre Índio Maranhão.

Logo em seguida, eu conheci outra roda de capoeira, que tinha como comandante o Firmino Diniz ou “Velho Diniz”, que eram rodas de rua, e ele fazia essa roda em vários bairros e setores lá de São Luis, e eu comecei a acompanhar esse cidadão, que foi aluno de Mestre Catumbi no Rio de Janeiro na década de 50, quando ele serviu na Marinha. E eu o acompanhei, fazendo minha caminhada até 2012 quando ele veio a óbito aos 87 anos de idade, falecendo por doenças múltiplas, pois ele já vinha meio adoentado. Ele foi o homem que me formou a Mestre em 1996. Na minha caminhada muitos já me chamavam de mestre, mas ele foi o homem que deu a minha graduação de mestre.

Pausa: “Neste momento Mestre Índio se emociona pela lembrança do velho amigo”.

RODADE CAPOEIRA: Mestre Índio, voltando lá atrás, nessa iniciação de sua caminhada a partir de quando o senhor conheceu o Babalu e o Velho Diniz, quais eram as referências de capoeira conhecidas em São Luis do Maranhão? Teve alguma roda ou um momento que te marcou e deixou saudade?

MESTRE ÍNDIO: Neste tempo lá atrás eu não acompanhei muito, mas eu tenho conhecimento da história da capoeira de São Luis do Maranhão, pois o Velho Diniz passava isso para a gente. Ele dizia que a história da capoeira lá no Maranhão, precisamente em São Luis, ela começa em 1885. Ele dizia que os estados mais antigos da capoeira, eram Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Maranhão. A capoeira chega em 1885 no Maranhão, porque os escravos que eram enviados para lá, vinham do Rio de Janeiro, não vinham de outros estados, eram específicos do Rio de Janeiro, enviados para a cidade de Turiaçu, e de Turiaçu para São Luis. Deste período de 1885 a 1959, quando surgiu o primeiro grupo de capoeira, um grupo chamado Grupo Bantu de Capoeira, comandado por Roberval Cereja, que era marinheiro, e foi do Rio de Janeiro para São Luis, e chegando lá montou esse trabalho de capoeira. Lembro muito bem do Velho Diniz contando isso para a gente, eram: Roberval Cereja, Babalu, Jese, Patinho, Bizerra, Manuel Peitudinho, Murilo, Lourinho, Elmo Cascavel eAlô, esse grupo de 10 pessoas. Era um grupo isolado, não saia muito até por causa do preconceito da época e da taxação que aquela rapaziada recebia de vagabundo, arruaceiro e etc, pois capoeira era tudo o que não prestava na boca da sociedade. Então nego se isolava muito, treinavam muito ali e às vezes saiam para as festas, onde aconteciam as brigas, ai eles quebravam a galera e os caras às vezes nem sabiam de quem estavam apanhando, anos depois vieram a saber, que eram da capoeira.

Em 1966, um grupo chamado Aberrê, fez sua primeira viagem a São Luis, era comandado pelo Mestre Canjiquinha, acompanhado de Brasília, Vitor Careca e João Pequeno. Dois anos depois eles retornaram, isso em 1968, dessa vez com uma alteração no quarteto, tendo Canjiquinha como mentor, Sapo Cola, Brasília e

João Pequeno, o Vitor Careca não foi. Assim eles ficaram como uma referência dos percussores da capoeira, sendo que o Sapo Cola, a convite do governador, permaneceu em São Luis. Dessa forma, até o José Sarney, querendo ou não, tem um dedo dele na capoeira do Maranhão, isso em 1968 quando ele foi governador do nosso estado.

A roda de capoeira mesmo que me marcou, foi quando eu comecei a frequentar as rodas do Velho Diniz, que era uma roda lá na Bom Milagre, com vários companheiros que eu lembro até hoje o nome deles, que era o Velho Dinizcomo chefe daroda,Sargento Gouveia, Babalu, Jese,Elmo Cascavel, Esticado,Raimundão,Alan, Gordo, Volf, Mimi, Ribaldo Branco, Ribaldo Preto, Zeca Diabo, Curador, Cordão de Prata, Sabujá, Patinho e Mareco, tinhamais ou menos uns 30 capoeiras que elecomandava essagaleratodinhaque comparecia lánessa roda, e isso marcou a minha iniciação na capoeira, foi a roda da Bom Milagre, eu estava com uns 15 anos de idade na época, hoje estou com 58, daqui a 2 anos eu completo os 60 anos nesse mundo cão ai da capoeira. Em 1976 eu vim no Rio de Janeiro, e o primeiro capoeira que eu conheci nessa cidade foi o Dentinho, irmão do Mestre Touro, depois eu vim conhecer o Farpa, o Mosquito que dava aula lá na Pompeu Loreiro em Copacabana, edepois eufuiconhecendomais agaleraaí dacapoeira. Em 1980 eu conheci o MestreZé,Mestre Medeiro, o Canelinha e mais um outro que eu não consigo lembrar o nome dele agora. E essa caminhada já tem aí 43 anos, que eu completei em junho passado.

RODA DE CAPOEIRA: Com essa sua caminhada, que como o senhor disse já tem 43 anos iniciado no Maranhão, passando pelo Rio de Janeiro e com certeza muitos outros estados e até outros países, o senhor tem uma história muito grande, muitas vivências. Como o senhor vê a capoeira hoje em dia? Pois naquela época a capoeira era bem recriminada como o senhor já citou, quem praticava era considerado como vadio, arruaceiro, vagabundo e hoje em dia está em um patamar que talvez ainda não seja o ideal, mas teve uma melhora significativa!

MESTRE ÍNDIO: Vou falar como vejo lá em São Luis, a capoeira no Maranhão teve uma mudança já dos anos 80 pra cá, após a morte do Mestre Sapo “Anselmo Barnabé Rodrigues”, vários capoeiras que estavam isolados, criaram seus grupos, eram grupinhos mesmos só para treinar, eu mesmo criei o meu nessa época. Antes disso seoSaposoubessequetinhacapoeiraourodadecapoeira,eleia láedavaporradaem todo mundo. Por que ele queria ser o centro das atenções, capoeira era só ele, e o resto era o resto. E após a morte, vitima de um atropelamento em 29 de maio de 1982, após uma confusão muito grande que ele arranjou, enquanto ele foi em casa buscar um revolve, na travessia dele um carro em alta velocidade lhe deu uma trombada, e ele veio a óbito no dia 1 de junho sendo sepultado em 2 de junho, para esperar alguns parentes que moravam em outro estado. Como eu disse, após isso surgiram vários grupos, eu criei o meu que na época se chamava Filhos de Ogum, e tinha o Gayamus, Filhos de Aruanda, Aruande, Cascavel, Escola de Capoeira Laborarte e outros que eu não lembro os nomes nesse momento.

Com essas minhas andanças com a capoeira, passei por Rio de Janeiro, Goiania, São Paulo, Fortaleza, Belém e outros estados. Em julho de 1999 tive a felicidade de ir à Espanha através da capoeira, pelo Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua do Rio de Janeiro, por intermédio de um intercâmbio eu passei 35 dias na Catalunha. E dessa época pra cá, eu vejo a capoeira só se fortalecendo, com viagens que outros mestres vem fazendo pelo outro lado do atlântico, como o Nestor Capoeira que é um dos percussores da capoeira para a Europa, e outros tantos mestres para Estados Unidos, Ásia e etc, tendo a capoeira em mais de 160 países. Veja só, não são 60, são 160 países, graças a Deus. E a UNESCO vendo a capoeira em todos esses territórios, veio a agraciar a Roda de Capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. E temos visto vários projetos sendo feitos no Senado e Câmara dos Deputados beneficiando a capoeira, então isso para nós é de tamanha grandeza, porque lá nos anos 60 e 70 a capoeira era muito mau vista, hoje a capoeira deu um salto muito grande e isso satisfaz muito nós capoeiristas, apesar de ter um grupinho querendo a profissionalização da capoeira, mas a capoeira já é profissão a muito tempo, começando do Bimba que foi o camarada que levou a capoeira pra dentro de recinto fechado, pois a capoeira primitiva era praticada na rua e de repente o Mestre Bimba coloca dentro de recinto fechado, tendo a maioria dos alunos sendo de família nobre, abastada de Salvador que passam a pagar para assistir as aulas. E hoje, querendo ou não a capoeira passou a movimentar dinheiro, não enriqueceu os Mestres como eu e muitos outros que tem por aí, mas a capoeira move bilhões e bilhões no Brasil e no mundo, e isso está crescendo o olho dos camaradas, querendo fazer essa profissionalização.Vejabem,acapoeirajáéprofissãoparamuitosdesdeosanos30,paraoutrosquesóquerem

vadiar e jogar é esporte. Mas a capoeira como sempre é uma luta de resistência, e vamos resistir a mais isso aí.

RODADE CAPOEIRA: Como o senhor lembrou a UNESCO declarou a Roda de Capoeira como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. O senhor já viajou para fora do Brasil, indo à Espanha em 1999. Como se diz no futebol, o brasileiro já nasce com um gingado, e vemos hoje muitos estrangeiros se esforçando para aprender a capoeira e a nossa língua. Com essa percepção, como o senhor vê atualmente os estrangeiros na capoeira?

MESTRE ÍNDIO: Estava a pouco conversando com outros mestres ali sobre essa situação dos estrangeiros na capoeira. Na década de 80 os Estados Unidos estavam investindo em pesquisas para provar que a capoeira não era genuinamente brasileira. O Mestre Dé que é mais velho do que eu, confirmou essa história. Vou citar a Europa que tem muito países, onde vemos que os estrangeiros são muito determinados, querendo ou não éapalavraperfeitaparaisso,eelestambém sãoexigentes ecumpridores dehorários,eelessãoterríveis neste ponto, pois eles te sugam até a última gota querendo aprender e vemos que cada um é melhor do que o outro.

Nos meus encontros, lá em São Luis do Maranhão, eu tenho recebido pessoal da França, da Itália, que vão a eventos de outros capoeiras e acabam indo visitar o nosso evento através de outros mestres, e você vê aqueles camaradas jogando capoeira, até muitas vezes melhor do que nós brasileiros. Eu acho incrível, como aqueles meninos se sobressaem dentro da roda de capoeira. E hoje, tem roda de capoeira em Portugal e na Espanha que brasileiro não joga, é proibido jogar. E o que vai acontecer é que esses caras vão olhar a gente de cima. Esse Campeonato Internacional que eles estão querendo fazer aqui no Brasil tem dinheiro deles aí. A nossa comunidade, os grandes estados da capoeira no Brasil, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Bahia não estão muito de acordo. Eu não sei qual é a linguagem deles, mas eles estão aí pra fazer, com financiamento alto.

RODADE CAPOEIRA: Fale um pouco sobre o seu grupo e o seu trabalho?

MESTRE ÍNDIO: O meu grupo foi fundado no dia 07 de julho de 1987, inicialmente com o nome de Grupo de Capoeira Filhos de Ogum, no bairro Bom Milagre em São Luis – MA. Em 1992, alterei o nome do grupo para Centro Cultural de Capoeira São Jorge e em 2000, consolidamos o nome como Associação Cultural de Capoeira São Jorge.

Atualmente aAssociação Cultural de Capoeira São Jorge realiza trabalhos nas cidades do Rio de Janeiro – RJ, São Bento - MA, São Vicente – MA, Palmeirandia - MAe na capital maranhense onde fica a nossa sede.

A 8 anos eu venho realizando um evento que eu chamo de encontro, este ano estaremos fazendo nosso 8ª EncontroNacional deCapoeirano Maranhão, ea realizaçãodisso éum trabalho muito grande, eulevomestres do Rio de janeiro, de São Paulo, de Brasília pra lá aos trancos e barrancos sem um puto de governo nenhum pra ajudar.Acapoeira é essa luta o tempo todo.

Sabemos que todos os Iphans do Brasil possuem uma verba para investir na cultura, mas quando você chega lá com seu ofício, com sua solicitação, é exigido um monte de documentos que você não tem, te pedem nada costa de INSS, nada consta do Ministério do Trabalho, nada consta da Polícia, nada consta disso e daquilo. É tanta burocracia, e você precisando daquilo para ontem. E você acaba desistindo, e esse dinheiro acaba não sendo usado e volta para os cofres públicos. Em 2012, voltou 300 milhões para o caixa da receita federal do Iphan, porque esse dinheiro não foi usado.

Eu tenho um trabalho na periferia, na zona rural, onde temos 60 crianças, e não temos ajuda do governo, seja federal, estadual, municipal, é bancado pelo organizador, que é o Sargento Edson, ele e a esposa, eles são policiais, e são eles que dão o lanche para essas crianças 3 vezes por semana. Eu dou aula nas terças e quintas, e no sábado é o Bombeiro Mirim, isso para ocupar aquela criançada lá, o que deveria ser um trabalho do governo. Sabemos que dinheiro tem, mas nego fica fazendo aquelas enroladas e dinheiro não aparece, mas a gente tá lá, aconselhando, educando e disciplinando essa criançada, ocupando o tempo deles para eles não ficarem lá a toa fazendo bobagens.

Para esse evento, sortíamos 10 cordas e 10 camisas para essas crianças que não tem nada, com o dinheiro que conseguimos com as cordas e camisas nos outros núcleos, utilizamos para montar a estrutura do evento e para trazer outros mestres e convidados de fora, pagando passagem de avião, translado, estadia e alimentação. Eu já tive a oportunidade de trazer para evento meu o Mestre Toni Vargas, Mestre Bocka, Mestre Ramos, Mestre

Onça, Mestre Deputado sem precisar da ajude de nenhum infeliz. Mas quando é época de eleição, aparece um monte de infeliz oferecendo ajuda, pois sabe que temos uma presença dentro das comunidades com a galera, mas fora disso quando precisamos, se a gente chega lá atrás deles, e eles nunca podem.

RODA DE CAPOEIRA: Mestre Índio, para não continuar tomando muito seu tempo, pois estamos aqui num evento, eu gostaria que para encerrarmos esse papo, o senhor deixasse uma mensagem para os jovens que estão iniciando na capoeira?

MESTRE ÍNDIO: Bons mestres nós temos em todo lugar, maus mestres também não faltam, isso é claro! Para o aluno, ele tem que procurar uma boa casa, uma boa escola de capoeira. Temos aí vários nomes na capoeira, seja ela capoeira angola, capoeira regional, capoeira contemporânea, capoeira moderna ou capoeira mista, lá em São Luis nomeamos como capoeira mista, que é a capoeira angola e regional tudo junto. Já diz o Mestre Deputado muito bem, para você dizer que éAngoleiro, você tem que ser de uma Escola de CapoeiraAngola, para dizer que é regional, você tem que ser de uma Escola de Capoeira Regional. E nossa rapaziada hoje que tá iniciando, que quer aprender realmente a capoeira, tem que ter determinação, estudar muito, porque num futuro bem próximo, o que está acontecendo hoje, alunos querendo ser mestre a qualquer custo, comprando corda e outros se auto-graduando, acabam que não conhecem sua raiz, não conhecem sua vertente, não conhecem a sua linhagem. Não tem história para contar e assim, o que ele vai ensinar para seus alunos no futuro? Por isso, você tem que se dedicar muito há capoeira, não só na capoeira mais como nos estudos, completar o colégio e se possível chegar a faculdade, podendo fazer a área da Educação Física que vai te ajudar a conhecer toda a anatomia do corpo humano. Na minha época tivemos pouca oportunidade para isso, mas hoje em dia é preto no branco, você não é ninguém se não tiver um bom estudo.

O que eu peço hoje para os alunos é que não parem de estudar para um dia chegar a ser um mestre de capoeira. OMestre Deputado éum grande cirurgião, oMestreMedicina éoutrograndemédiconesseBrasil enomundo, e são meus camaradas, e de uma simplicidade sem igual. E temos outros mestres que são advogados, engenheiros e outras profissões que estão ai no mundo da capoeira, pois se apaixonaram pela arte, se dedicaram e hoje são mestres. A rapaziada de hoje pode ter o mesmo caminho, ter uma boa profissão, ser um doutor, advogado, promotor e até juiz, mas tem que se dedicar e estudar. Isso que eu falo para meus alunos, para que eles possam ter um futuro bem próspero.

Eu não sobrevivo 100% da capoeira, pois eu sou funcionário público lá em São Luis do Maranhão, mas é ela que me leva e me trás, e eu só tenho que agradecer a ela por tudo que ela me deu.

RODA DE CAPOEIRA: Mestre Índio Maranhão, queremos deixar registrados o nosso agradecimento por aceitar o convite para esse bate-papo, deixando as portas do site abertas, sendo mais uma ferramenta para o senhor e para o seu grupo continuar contribuindo com a capoeira.

JOSÉ ROBERTO LIMA

nasceu em 1958, no Rio de Janeiro

RAIMUNDO DOS SANTOS

BAHIA - - nasceu em 15 de maio de 1957, no bairro da Boa Vista de São Caetano, na Cidade Baixa, em Salvador

MESTRE DINHO

Nenhum de seus ancestrais jogava a capoeira, que ele aprendeu, aos 14 anos, com Mestre Fiinho e Mestre Nô, na Boca do Rio.

Extremamente disciplinado, não fuma nem consome bebidas alcoólicas, além de incentivar que todos os seus alunos o tenham como exemplo de vida saudável a ser seguido: treina capoeira, boxe, jiu-jitsu, corre e faz musculação diariamente, não perde noite e promove entre os componentes do grupo campanha contra as drogas.

Começou a projetar seu nome ao ser integrante do Grupo Viva Bahia, da professora Emília Biancard, de 1978 até 1982, com o qual viajou para diversos países realizando show folclórico. Desde 1983 coordena e participa diariamente do show do Restaurante Solar do Unhão, em Salvador, que além da capoeira, faz apresentações de maculelê, dança dos orixás do candomblé, puxada de rede e samba de roda.

Fundador do Grupo Topázio, tem entre seus melhores alunos seus próprios filhos, Rudson, que treina com o pai desde os 4 anos de idade e no batizado dos 25 anos do Grupo no ano 2013 foi nombrado Mestre de Capoeira. E Ramon já formado na arte de luta brasileira.

O Mestre Dinho é conhecido no cenário da capoeira por introduzir golpes de outras modalidades, declara estar contribuindo para a atualização da capoeira, sem, no entanto, descaracterizá-la.

Neste sentido, Mestre Dinho atua como continuador do trabalho de Mestre Bimba, que inaugurou a capoeira regional ao diferencia-la da capoeira praticada na época (e posteriormente chamada de capoeira Angola), pela introdução de movimentos de outras artes marciais.

Por 25 anos o show se apresentou no Restaurante Solar do Unhão, em Salvador. E atualmente coordena e participa diariamente do show no Restaurante O Coliseu, no Pelourinho - Salvador;

JOSÉ ROBERTO LIMA

nasceu em 1958, no Rio de Janeiro

MESTRE BEBETO

José Roberto Lima nasceu em 1958, no Rio de Janeiro, e se iniciou na capoeira em 1970, com Mestre Rui Montanheiro, mas conhecido como Rui Charuto, no centro de umbanda de Dona Valquíria, mãe de seu mestre. Começou a dar aulas de capoeira em 1979, no Condomínio Brasil Novo, em Pilares. Atuou como professor nos projetos Segundo Tempo (2008), Rio em Forma, Igreja Luz do Mundo e Aprender Para Viver (2012).

M. Bebeto é membro fundador da ACONCERJ (Associação Comunitária dos Mestres de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro), desde 1999; diretor técnico da LINCARJ (Liga de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro), desde 1999; conselheiro do Conselho de Salvaguarda do IPHAN pelo Estado do Rio de Janeiro, desde 2014, e diretor cultural da Federação Fluminense de Capoeira (2016).

DENNIS NEWSOME,

nascido em 21 de junho de 1958, no hospital naval de Balboa – San Diego - Califórnia

MESTRE PRETO VELHO

- Mestre Dennis Newsome

DENNIS NEWSOME, nascido em 21 de junho de 1958, no hospital naval de Balboa – San DiegoCalifórnia. Ele viveu em Bremerton, Washington, e Havaí antes de voltar para San Diego. Por volta da sétima série, ele morou no bairro Skyline, na parte sul da cidade, e foi para Morse High. Dennis Newsome praticou várias formas de artes marciais. Ele é um mestre da Capoeira, um estilo de luta afro-brasileiro. Seu pai começou a ensiná-lo artes marciais quando ele tinha cerca de 11 anos. Seu pai conhecia a luta tradicional, mas também outras artes marciais, aquelas com raízes africanas, como Laamb, um estilo de luta livre sengalês, e bater e chutar que era praticado no sul. Ao longo dos anos, Newsome adicionou outras formas - sistemas de luta de varas Dula Meketa (da Mestra Demisie Daumachet) e Kalenda (de um especialista conhecido como Mestre Harrison), bem como um estilo eritreu de cabeçada chamado Testa (do Mestre Joseph Tewolde). É o primeiro instrutor de Capoeira em San Diego e localizado no Quarto Distrito há mais de três décadas. Ele também é o primeiro africano nascido fora do Brasil a se tornar um Mestre de Capoeira. Sua Academia está localizada na 6429 ImperialAvenue, San Diego, CA92114.

É o fundador e diretor de Os Malandros de Mestre Touro. Este grupo expandiu-se de San Diego (Califórnia) para Los Angeles (Califórnia) Dirigido por Professor Jahsun, Dallas (Texas) Dirigido por Contra Mestre Bode Cantador, Austin (Texas) Dirigido por Contra Mestre Cara de Cavalo, Chicago (Illinois) Dirigido por Kamau Rashid e Atlanta (Geórgia) Dirigido por Geno Fearce.

MESTRE TOURO

RUI MONTANHEIRO

Nascido em 1º de abril de 1959, no bairro daAbolição, Rio de Janeiro

MESTRE RUI CHARUTO

Rui Montanheiro é conhecido no mundo da capoeira como Mestre Rui Charuto. Nascido em 1º de abril de 1959, no bairro da Abolição, Rio de Janeiro, começou na capoeira em 1967, na linhagem da Capoeira Bonfim.

Por Gabriel Cid e Mestre Bebeto.

Esse primeiro contato com a capoeira aconteceu na atual Escola Municipal Alagoas, em Pilares, através de um professor de educação física chamado Márcio Monciolo. Em 1967, começou a treinar em uma academia deCascaduracomumcapoeiristadeAlagoas, Guere22,alunodeEraldo eZéGrande.Poressaépoca,treinava com Lébio, também aluno de Guere 22, mas que também foi aluno de Celso Pepe. Ainda nestes primeiros passos, em 1969, frequentava o clube do Furgão, no bairro de Pilares, onde praticava com João Marcos e Adilson Vitor, alunos de Celso Carvalho do Nascimento, conhecido Mestre Celso da Engenho da Rainha.

No ano de 1972, junto a Mestre Bebeto (José Roberto Lima), organiza um grupo de capoeira para uma apresentação em escolas. Deste movimento inicia o ensino da capoeira na Rua Francisco Azieze, 227, endereço do centro de umbandaTenda Espírita Caboclo FlechaAzul e Vovó Catarina, que pertencia à sua mãe de criação, Dona Valquíria. O pai de Rui Montanhês, Iran Gil, era músico violonista e tocava em diversas casas de show e boates. Os treinos de capoeira eram às terças e quintas de noite e aos sábados de manhã, dias que não coincidiam com as sessões da Tenda Espírita. Capoeiristas ilustres frequentaram esse espaço, como ToniVargas, Márcio Kabula(aluno deZéMaria),Altair,ArlindoBarrica,alguns alunos deMestreRoni, outros de Mestre Touro.

Em 20 de abril de 1970, Rui cria o Grupo Capoeira São Bento, ainda hoje em atividade, com os mestres Chico, Massa e Bebeto. Mas em 20 de junho de 1974, Mestre Rui muda o nome para Grupo de Capoeira Sinhá, por sugestão de Djalma Bandeira pra não se confundir com o Grupo de Capoeira São Bento Pequeno, de Mestre Paraná. Dos alunos da década de 1970 , temos ainda em atividade Pilim, Lacraia, Claudinho, Maurinho Mau criado, Titinho, Delma, Caranguejo (irmão de Mestre Rui) e Apsur. Com pesar, lembramos dos falecidos Edmilson Cambraia,Amarelinho, Ivan, Ivan do Pandeiro, João Joca e Roberto (conhecido como Índio).

Em 1972, o grupo migrou para o Morro do Engenho da Rainha, na casa de Chico, futuro Mestre. Naquela época Mestre Rui era muito magro e usava cabelos black power. Luis Peidão, aluno com quem Rui costumava brincar dizendo parecer um cigarro por ser magro e comprido, certa vez o responde comentando que se ele era um cigarro, Rui seria um charuto, daí seu o apelido. Neste espaço circularam capoeiristas como Valteno (aluno de Zé Maria), Silvanei e Umbigão (alunos do Valdo Santana, irmão de Waldemar Santana, que dava aulasnocolégioViscondedeCairu,noEngenhoNovo.Em1974,foramparaoCentro deComércioeIndústria de Pilares, popularmente conhecido como CCIP. Mantendo os treinos no clube Sentinelas de Pilares, por onde circularam, dentre outros, Edson Paraná, os falecidos Joênio (da Cidade de Deus) e Alfredo e Paulinho Guaiamum (alunos de Zé Pedro). Ainda em 1975, houve um período de treinos na Escola de Samba Caprichosos de Pilares. Entre 1975 e 1979, Mestre Rui também deu aulas na Academia de Polícia do Rio de Janeiro.

Mestre

Em 1977, em uma briga de bar, no Clube Maria da Graça, Mestre Rui deu uma banda em um notório bandido do Morro de Pilares, chamado Fia.Apartir daí passou a ser perseguido chegando a ser atacado a tiros no Bloco Carnavalesco Panteras do Engenho da Rainha, onde também dava aulas. Foi então para São Paulo, onde já tinha a indicação de um espaço para dar aulas. Como já havia frequentado algumas rodas em São Paulo, como a de Mestre Suassuna, do Cordão de Ouro, sua permanência foi facilitada por um tempo, período em que Mestre Bebeto manteve os treinos e rodas do grupo no Rio de Janeiro.

Ao retornar de São Paulo, em 1978, retoma as aulas naAcademia de Polícia, onde fica até 1979. À convite do capoeirista Cledson Jesus Filho, que gerenciava uma casa chamada Berro d’Água, no Pavão Pavãozinho, montou com Mestre Bebeto um grupo para apresentações artísticas. Faziam exibições na boate e davam aulas no Pavão Pavãozinho. Logo depois, juntam-se a Mestre Massa para apresentações na boate Oba Oba, onde ficam de 1979 até 1982. Em 1983, o trio novamente se reúne para apresentações na boate Plataforma 1, onde Mestre Rui continua até 1989.

Na década de 1980, Mestre Rui manteve uma roda famosa no estacionamento do Norte Shopping, no bairro do Cachambi, reconhecida como uma roda dura, onde mestres como Mintirinha, Suelli Cota e Corvinho se faziam presentes. Neste período Rui Charuto cursou a faculdade de Direito, na antiga Faculdade SUESC, no Campo de Santana e fortaleceu sua amizade com o também mestre, hoje falecido, Pistola, Luizão, sobrinho de Mestre Celso. Foi nesta época que adquiriu a Síndrome de Guillain-Barré, doença que se tornou crônica e contra a qual Rui Montanhês, Mestre Rui Charuto, luta até os dias de hoje.

Fontes:

Mestre Rui Charuto foi entrevistado por Gabriel Cid e Mestre Bebeto em março de 2021.

Para mais informação: https://youtu.be/TeWN0KgLW_0

Mestre Bebeto é consultor do projeto CapoeiraHistory. Gabriel Cid é sociólogo e Doutor em Sociologia pela UERJ.

Rui Charuto em apresentação com Mestre Bebeto, na boate Oba Oba, Rio de Janeiro. Cerca de 1979 ou 1980. Foto do Acervo de Mestre Bebeto.

ROSÂNGELA COSTA ARAÚJO

BAHIA - (Feira de Santana, 4 de outubro de 1959),

Capoeira

MESTRA JANJA,

Seguidora do estilo Capoeira Angola, foi uma das fundadoras do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho/Bahia, em 1982. Permaneceu no grupo até 1995. Mudou-se então para São Paulo, onde fundou o Grupo Nzinga.[4]

Em 2001, ampliando as atividades do grupo, formou o Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Banto no Brasil. A entidade atua na pesquisa e difusão das diversas tradições de matriz banto, promovendo ações sociais e educativas.[5]

Carreira acadêmica

Graduou-se em História pela UFBA. Fez o mestrado e o doutorado em Educação na USP. Voltou para Salvador para coordenar o Departamento de Mulheres da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia. Mais tarde, assumiu o cargo de professora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da UFBA.[6]

Publicações

• 2015 - É Preta Kalunga: A Capoeira Angola como Prática Política entre os Angoleiros Baianos –Anos 80-90 - Fundação Gregório de Mattos.[7]

Referências

1. ↑ Latinidades: capoeiristas debatem regulamentação da profissão. Agência Brasil, 26 de julho de 2015

2. ↑ Entrevista Senhora Rosângela C. Araújo (Mestra Janja). Ministério das Relações Exteriores - Revista Textos do Brasil, Edição nº 14 - Capoeira

3. ↑ Experiências femininas em Moçambique. ATarde,23 de novembro de 2010

4. ↑ Mestra Janja. FICA Mundo

5. ↑ «Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e de Tradições Educativas Banto no BrasilINCAB» prosas.com.br. Consultado em 14 de setembro de 2020

6. ↑ Grupo Nzinga de Capoeira Angola

7. ↑ XX Encontro | Lançamento do livro da Mestra Janja. FICA Mundo

Ligações externas

• MACHADO, Sara Abreu da Mata. Saberes e Fazeres na Capoeira Angola: AAutonomia no Jogo de Muleekes. Dissertação de Mestrado em Educação, UFBA, 2012

GERALDO FERREIRA DA SILVA

PARANÁ - Paranaguá, 16 de agosto de 1959

MESTRE BACICO

Em Matinhos

Outra cidade importante para a capoeira do Paraná, principalmente para o litoral paranaense, foi Matinhos O principal responsável pelodesenvolvimentodacapoeiranessacidadefoiMestreBacico.Essemestre veio para a cidade em 1998, como aponta Launa Sentone (2013). Quando ele chegou a cidade já havia o Mestre Crespim do Grupo Ilha Bela, que ministrava aulas para alguns alunos e o Gêge do grupo Muzenza, que já havia ministravam aulas no SESC, mas que já havia ido embora da cidade.

Antes de Mestre Bacico chegar a cidade ele já tinha vasta trajetória e experiência na capoeira. No ano de 1998 ele ingressou no Centro Paranaense de Capoeira, do Mestre Sergipe. Mais tarde (1984-1986) passou dar aulas na Escola de formação de soldados da Policia Militar do Estado do Paraná, no município de Pontal do Paraná. Nessa mesma época (1985) Bacico levou a capoeira para os Balneários de Pontal do Sul, Ipanema e Praia do Leste em Pontal do Paraná e também concluiu o estágio de instrutor, sendo reconhecido como contramestre pela FEPARCA. Dois anos depois instituiu e constituiu a diretoria da Associação de Capoeira Ayê Raça em Liberdade, em Paranaguá. Ainda em 1987 Bacico coordenou a capoeira em Itajaí, na Casa da Cultura e orientou a inserção dela nos munícipios de Morretes eAntonina (SILVA, 2014).

Em Matinhos, o primeiro local onde Mestre Bacico deu aulas foi no MainShwartz. Mas ficaram pouco tempo neste local, pois como a esposa do proprietário não gostava de capoeira eles procuraram mudar de local e assim foram para o clube Caravelas (SENTONE, 2013). No ano de 1996 Mestre Bacico contava com o apoio de outros professores, como Praia Grande, Cesar. Além dos instrutores Marcelo, China e Edson que davam aulas nos bairros Tabuleiros e Rio da Onça (SENTONE, 2013). Em 1988, Bacico fundou o Grupo de Capoeira Zoeira Nagô em 1999 organizou a diretoria daAssociação de Capoeira Zoeira Nagô (ACZN), no ano de 1998 (SILVA, 2014).

Mestre Bacico nasceu em Paranaguá/PR, no dia dezesseis de agosto de mil novecentos e cinquenta e nove. Seus pais são nordestinos de Pernambuco. Com dez ou doze anos ele costumava levar café ao pai, que trabalhava de estivador nos armazéns de café, e segundo ele narra: [...] lá era muita concentração de nordestinos, então sempre nos intervalos tinha capoeira que ficavam dando pernada pelos armazéns [...] na realidade a capoeira, pra mim, eu tava inserido nela sem saber, tava inserido nela sem saber, porque cultura, carnaval essas coisas, tudo dentro de casa com meu pai, era carnaval, era samba de coco, samba de roda, era roda de samba, era repente, tudo essas coisas aí, os saqueiros do armazém dando pernada, que eu não sabia que era capoeira, desde pequeno.

Um dia chega um tio de Pernambuco, conhecido por “Baianinha”, e que já dominava a técnica da capoeira e resolve ensinar ao jovem Geraldo alguns golpes. Bacico, relembra um trecho da conversa com o tio: [...] ele chegou para mim e disse ‘você gosta de jogar bola? Por que não vai aprender capoeira?’, mas eu, eu não sabia o que era capoeira e perguntei se era aquilo que o saqueiro fazia no armazém. Ele me respondeu que sim. Mas eu não gostava muito, gostava de ver, mas não queria fazer, mas meu tio dizia que era bom pra se defender. Quando o Bacico já estava com uns quinze anos começam a aparecer uns capoeiristas em Paranaguá, agora já uniformizados. Seguia eles, pois tinha curiosidade de saber onde estavam praticando capoeira. Os capoeiristas

iam até a Serraria do Rocha, que segundo mestre Bacico, foi o berço da capoeira no litoral do Paraná, onde havia a maior concentração de capoeiristas.

Nos anos 1980 o professor Adilson vai embora e deixa no seu lugar o professor Ginquele, também aluno do mestre Sergipe. Segundo mestre Bacico: “um negrão grande do meu tamanho mais ou menos. Seus treinos eram muito intensos e pra você pegar uma corda, meu pai do céu, você tinha que suar muito” rodas do mestre Sergipe em Curitiba para conhecer outras “técnicas de capoeira”. Foi aí que mestre Bacico conheceu o mestre Sergipe e o restante do grupo.

Em Curitiba ele se depara com um estilo de capoeira diferente daquele que estava acostumado em Paranaguá. Mestre Bacico relata que: [...] teve vez de chegar em Curitiba assim, chegar embaixo da escadaria da Pedro Ivo...escutar a roda e voltar embora de medo...porque na escadaria ficava muita gente..., o pessoal que ficava na escadaria já dizia: “não sobe não, não sobe que já desceu uns dois já”.

Certo dia mestre Bacico se desentendeu na roda com o Ginquele e resolveu abrir sua própria academia. Ele relembra a conversa: “Ginquele disse para mim: ‘como você vai abrir uma academia rapaz, você não tem nem corda ainda’, e respondi que não tinha corda, e daí?.” Então foi falar com o Sr.Alicio, dono de uma danceteria , que liberou para ele treinar, em pouco tempo a sala estava cheia de alunos. Ginquele foi visitar a academia e disse ao Bacico que ele não poderia dar aula, e Bacico explicou que na academia do Ginquele era muito caro e que ele não aceitava o seu sistema rigoroso. Depois de uma boa conversa ficou decidido que o Ginquele ministraria aulas nos dois locais, e assim ficaram treinando até graduarem-se.

Algum tempo depois o mestre Bacico entra para polícia militar (PM), e vai fazer escola de polícia em Praia de Leste, balneário de Pontal do Paraná/PR (cidade próxima a Paranaguá). Dentro do quartel passa a ensinar capoeira para os soldados, isso com ajuda do Ginquele que se desloca todas as quartas de Paranaguá até Praia de Leste para ajudar nos treinos.

Em 1985 passa a ministrar aulas em um local específico na Praia de Leste, outro em Ipanema e outro em Pontal do Sul, esses últimos também balneários de Pontal do Paraná.

Em 1988 surge umaoportunidadede trabalho (escaladeseis horas),noquartel em Matinhos eomestrerecusa: “não vou nem amarrado, não vou e não vou e não vou,... na realidade eu nunca gostei de praia, vim vê praia com vinte e três anos, quando era policial”. Depois de algumas conversas Bacico foi pra Matinhos, realizou o serviço evoltou paraPraiadeLeste. Numaoutraoportunidadeficoutrês meses em Matinhos, gostoudacidade e das pessoas que encontrou lá e resolveu ministrar aulas de capoeira na cidade.

Quando ele chega em Matinhos encontra o mestre Crespim do Grupo Ilha Bela, que dava aula de capoeira para um grupo de aluno e tinha também o Gêge do Grupo Muzenza que havia trabalhado com capoeira no SESC, mas já tinha ido embora.

O primeiro local em que o mestre ministrou Capoeira em Matinhos foi no MainSchwatz , lá treinaram alguns companheiros da PM, Edmildo, Anderson, Bonfim (falecido) e Hamilton que era capoeirista de Londrina. Nesse local as aulas não duraram muito tempo, porque segundo o mestre, a esposa do proprietário não gostava de capoeira, então Bacico procurou outro local e passou a desenvolver as atividades no clube Caravelas.

Nessa época o mestre comentou que havia um grupo de pessoas que está envolvido com a Capoeira até os dias atuais: [...] na época era tudo iniciante... Vando, o Neri, era o Marcelo, o China, eles treinavam com o Crespim, e tinha o Praia também, que já tinha vindo com capoeira de São Paulo... depois que eu tava aqui, uns dois, três meses o Crespim foi embora pra Guaratuba.

Em 1996 a revista Novo Tempo, publica na edição de agosto (tiragem municipal), uma matéria que conta um pouco da história da capoeira no Brasil e relata também sobre a história do mestre Bacico. Comenta que nessa época o mestre já residia em Matinhos e trabalhava com Capoeira há oito anos. Contava com o apoio dos professores: Praia Grande, Cesar e Neri e também instrutores Marcelo, China e Edson que trabalhavam com capoeira em salas de treino nos bairros Tabuleiro e Rio da Onça, na escola municipal Caetana Paranhos e na Praia dos Pescadores (NOVO TEMPO, 1996).

Desses, formaram-se mestres e continuam atuando com o ensino e demais atividades de Capoeira em Matinhos: Praia Grande (1996) e Vando (2012). Os demais não estão ministrando aulas de capoeira, mas mantém contato com o mestre Bacico e participam de algumas atividades pontuais até a atualidade.

FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA

Penalva – MA, 01 de novembro de 1960

Mestre BAÉ

FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇACOSTA

MESTRE BAÉ

ESTILO CAPOEIRAMISTA/REGIONAL Capoeiragem Tradicional Maranhense

FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇACOSTA

Penalva – MA, 01 de novembro de 1960 (identidade de 1966)

DADOS PESSOAIS

Rua de Santa Rosa n.82 Bairro Forquilha

Filho de Florizaldo dos Reis Costa e Inez das Graças Mendonça

Formação escolar: Ensino Médio

formado a Mestre em 15 de Janeiro de 2008 pelo Mestre Edybaiano

PATURI (ANTONIOALBERTO CARVALHO / BETINHO)

EDY BAIANO (EDMUNDO DACONCEIÇÃO)

BAMBA (Salvador) (RUBENS COSTASILVA)

MESTRE(s)

GRUPO/NÚCLEO Associação de Cultura Educacional Candieiro de Capoeira (17 DE Fevereiro de 1999)

HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Em 1974 conheci O SR. ANTONIO ALBERTO CARVALHO / BETINHO (MESTRE PATURI) na Avenida Kenedy em frente da Paulo Frontim pois foi o primeiro local onde fui morar e logo depois me mudei para o bairro de Fátima; morava ao lado do bar da ZILOCA, que era um local muito frequentado pelos amigos capoeiristas do Mestre Paturi, mas foi só em 1976 através de ALÔ que comecei a frequentar os treinos do

Mestre Paturi, na época não tinha academia para a gente treinar pois a gente treinava era nos locais combinados, ate porque tudo era bem escondido. No começo de 80 ainda treinei um período com o Mestre Jacaré e Depois por motivo de local de trabalho e estudo, ainda passei um período com o Mestre Pato, na época meus parceiros de treinos com Pato eram; Marcos Aurélio, Fred, Telmo, Riba e Iram.

Ainda na década de 80, comecinho de 88, passei a treinar com EDMUNDO DACONCEIÇÃO (MESTRE EDYBAIANO)ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRAREGIONAL DO MESTRE EDY BAIANO E SEUS ALUNOS, onde me encontro até os dias de hoje.

Mas a partir de 1993, o Mestre Edy Baiano me passou para também treinar em Salvador naASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRAMESTRE BIMBACom o SR, RUBENS COSTASILVA(MESTRE BAMBA), Onde todo ano tenho que visitar e participar das suas atividades.

Fui formado a Mestre em 15 de Janeiro de 2008 pelo Mestre Edybaiano.

Mas eu já havia criado o GRUPO CANDIEIRO DESDE 17 DE Fevereiro de 1999.

Trabalho este que hoje vem Supervisionando outros Grupos criados por alunos meus em outras Cidades com a minhaAutorização dando liberdade para que cada um possa colocar em pratica seus desejos de como trabalhar a CAPOEIRA.

CAPOEIRÁ É: Acima de qualquer conceito para mim a Capoeira é uma filosofia de vida.

MESTRE BAÉ

Entrevista realizada por: Raimunda Lourença Correa Witaçuci

Khlewdyson Reis Bezerra Maria do Socorro Viana Rego

José César Sousa Freire Hermílio Armando Viana Nina

Roberval Santos Corrêa

Estilo

REGIONAL Mestre

*Mestre Alô - José Ribamar Viegas;

*Mestre Paturi - Antônio Alberto Carvalho;

*Mestre Patinho - Antônio José da Conceição Ramos

*Mestre Edy Baiano - Edmundo da Conceição

Nome - FLORISVALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA

Filiação - Pai – Florisvaldo dos Reis Costa - Mãe – Inês da Graça Mendonça

Local e Data de nascimento - Penalva - 01 de novembro de 1966

Endereço Rua Santa Rosa, n° 82 – Forquilha - CEP: 65054-210 – Telefone (098) 3244 6292

Endereço Eletrônico

Academia

Associação de Cultura Educacional Candieiro da Capoeira

Comanda 588 alunos no Estado e 22 na Capital

Filiado à federação de Capoeira do Estado do Maranhão

HISTÓRIA DE VIDA

Iniciei a capoeira em fevereiro de 1977, na feira do João Paulo com o finado Alô, depois passei a treinar com o mestre Paturi até conhecer o mestre Patinho tendo me afastado devido o mesmo ter se dedicado só à capoeira de angola, e meu objetivo eram me aprofundar mais na capoeira, pois a mesma está no sangue. Em 1989, comecei a praticar e estudar a capoeira regional pelo Brasil inteiro.

A partir de 1990, iniciei um trabalho de estudo e pesquisa da capoeira no Brasil. De forma geral, hoje sou mestre de capoeira e amo o que faço.

Entrevista realizada por: José César Sousa Freire Nasceu em Penalva, estado do Maranhão, no dia 01/11/1966, onde logo depois se mudou para a capital, São Luís.

Teve uma infância comum como qualquer outra criança, jogava pelada, bola de gude, soltava pipa. Mas aos 11 anos ingressou no dia 17 de fevereiro de 77, na Feira do João Paulo, bairro popular de São Luís, começou com o já falecido Senhor Alô, que foi meados de 1984, seu mestre foi Paturi, 95 Mestre patinho, 89 Mestre Edy baiano o mesmo que o graduou contramestre juntamente mestres.

Atualmente Florisvaldo ou Mestre Baé é bombeiro militar e presidente da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão, segundo ele o número de mestres da capoeira no Maranhão não passa de 16, a maioria são contramestres.

RUI PINTO

São Luis (1960?

Mestre RUI

MESTRE RUI

ESTILO CAPOEIRAMARANHENSE - Capoeiragem Tradicional Maranhense

DADOS PESSOAIS

Em 1970, aos 10 anos de idade conheci a capoeira, e com os primos como Roberto Edeutrudes Pinto Cardoso, (conhecido como Jacaré) e outros amigos, brincávamos nos quintais de parentes, treinávamos sem orientação de um mestre. Com o passar do tempo, continuei na adolescência, aprendia apenas por ver os demais que tinham mais experiências praticando. Aos sábados à tarde, na casa de tia Dadá, no bairro do Bom Milagre e no parque do Bom Menino, nos reuníamos para treinarmos, tocar os instrumentos e cantar, em pouco tempo aprendemos a fazer os berimbaus e outros instrumentos.

Em meio a minha iniciação à capoeira, já na adolescência, conhecemos Gouveia e Raimundão, que eram os adultos que viram o nosso interesse em aprender e praticar, passando a partir daí seus ensinamentos sobre a capoeira; para nós, em nossos encontros aos sábados, também no quintal de Raimundão.Filho do mecânico de maquinas pesadas João Batista das Chagas, e a tecelã Maria de Jesus Vieira Pinto,

Residente da Rua Santo Expedito nº 29, Coreia de Cima.

Escolaridade: 2º Grau, Curso deAnálises Químicas no Liceu Maranhense.

MESTRE Sapo (Anselmo Barnabé Rodrigues).

GRUPO/NÚCLEO

BIOGRAFIADAMINHAVIDANA CAPOEIRA

Eu, Rui Pinto, nascido em 08 de Janeiro de 1960, São Luis

MA, filho do mecânico de maquinas pesadas João Batista das Chagas, e a tecelã Maria de Jesus Vieira Pinto, residente da Rua Santo Expedito nº 29, Coreia de Cima.

Em 1970, aos 10 anos de idade conheci a capoeira, e com os primos como Roberto Edeutrudes Pinto Cardoso, (conhecido como Jacaré) e outros amigos, brincávamos nos quintais de parentes, treinávamos sem orientação de um mestre. Com o passar do tempo, continuei na adolescência, aprendia apenas por ver os demais que tinham mais experiências praticando. Aos sábados à tarde, na casa de tia Dadá, no bairro do Bom Milagre e no parque do Bom Menino, nos reuníamos para treinarmos, tocar os instrumentos e cantar, em pouco tempo aprendemos a fazer os berimbaus e outros instrumentos.

Em meio a minha iniciação à capoeira, já na adolescência, conhecemos Gouveia e Raimundão, que eram os adultos que viram o nosso interesse em aprender e praticar, passando a partir daí seus ensinamentos sobre a capoeira; para nós, em nossos encontros aos sábados, também no quintal deRaimundão. Mas esse treinamento durou pouco, pois nos matriculamos na escolinha de capoeira que funcionava no Ginásio Costa Rodrigues com Mestre Sapo (Anselmo Barnabé Rodrigues).

Algum tempo depois fomos para o Instituto Tecnológico deAprendizagem - (ITA), em um prédio ao lado do ginásio Costa Rodrigues, e demos continuidade aos nossos treinos com Mestre Sapo. Com o tempo o mesmo prédio onde funcionava o ITA, tornou-se o colégio MENG, onde o Mestre Sapo continuou dando aula. No mesmo período já com 15anos, perto dos 16, comecei a jogar Handball com o professor Dimas no SESC Deodoro, na época os jovens que jogavam capoeira faziam outros esportes, por que a capoeira não era um esporte “olímpico” da época, o maior objetivo dos jovens em praticar outros esportes era o simples fato de que viajavam para competir em outros estados.

As competições de capoeira chamadas de “AGrande Roda” só aconteciam em Salvador no mês de Dezembro de cada ano, e por falta de patrocínio poucos éramos os alunos que iam, pois os custos eram altos, a outra forma de ir era por conta própria, o que era muito difícil para alguns.

Nesse período, como aluno do Mestre Sapo, participamos de diversos campeonatos tendo como parceiro, amigo e irmão de capoeira Alberto Euzamor, Marquinho, Didi, Curador e outros, onde compartilhávamos as rodas celebradas nas festas religiosas como a do Divino Espírito Santo, na casa das Minas, seguido de 13 de Maio na casa de Jorge Babalaô, 8 de dezembro na igreja de nossa Senhora da Conceição, na praça Deodoro, onde era de costume se reunir as sextas- feiras a partir das 17:00 até as 23:00 horas.

E não nos restringíamos a essas datas, tínhamos o período carnavalesco na Deodoro, Madre Deus, Praça da Saudade, Largo do Caroçudo, também no dia da Raça, 05 de setembro e Independência do Brasil, 07 de setembro, tradicionalmente em todas essas datas era realizada uma roda.

Em 1979 aos 18 anos, entrei para o Exército, e mesmo servindo a pátria, continuei com os amigos anos encontrar para jogar, e nessa mesma época reencontrei amigos como D’Paula, capoeirista que tornou-se cabo do exército, e Roberval Sena que tornou-se sargento do exército, grande capoeirista da época.

Com a morte de Mestre Sapo em 1982, a capoeira sofreu uma grande perda, causando a dispersão de muitos capoeiristas que o tinham como mestre, enfraquecendo assim a capoeiragem (congregação dos capoeiras), por um curto período de tempo. Até que movimentos começaram a ser criados renovando e incentivando a manutenção da capoeiragem, que, com esse incentivo fui em busca de mais informações em outros estados, como São Paulo, no DEF (Departamento de Educação Física - em Água Branca), e em União dos Palmares –Serra da Barrica – Alagoas, e dessa forma adquiri mais conhecimento. Hoje componho o Fórum Permanente dos Mestres de Capoeira, e faço parte do Curso de Capacitação de Mestres do Maranhão.

Quando eu aprendi não tínhamos o entendimento de que existia dois estilos de capoeira, e sim que existia vários ritmos. Só passamos a ter informação de capoeira angola e regional com o tempo e viagens.

Estilo é capoeira Maranhense, nós na época não aprendemos estilo, tínhamos a informação que angola é um toque seguido de um jogo em baixo (no chão), que significa mais lento e cadenciado, com malícia e molejo. Regional, um toque com jogo rápido, com velocidade dos movimentos com muita malícia e molejo, jogo em cima.

Mestre com formação além de Sapo eu não tive, treinávamos separado da academia com alunos normais, do mesmo nível de conhecimento, para quando chegarmos na academia estarmos mais aperfeiçoados. Com a morte de Mestre Sapo, demos continuidade ao trabalho dele; e fomos intitulado pela comunidade do movimento a Mestre. Fui reconhecido mestre por antiguidade, pelos trabalhos realizados como dos mais antigos. Não existiu uma data oficial de um lançamento para essa mestria, no meu caso como mais antigo. Pelos trabalhos realizados nas rodas, como comprometimento, altivez, compromisso, e liderança despertei destaque diante dos outros, que formalmente passaram a me intitular.

O que é capoeira?

Para mim, a definição mais que pessoal é de um esporte, que pode ser visto como lazer, ou um entretenimento, mas que vai além disso: é uma luta uma alegria um prazer. Minha forma de resistência, e manifestação da minha cultura perante a sociedade. É a exposição da minha raça diante dos povos, é a preservação de ritos antigos e perpetuados, é a graça e beleza dos atletas comprometidos com a única instituição importante para o momento, a cultura do legado.

CINÉZIO FELICIANO PEÇANHA

Rio de Janeiro. Nascido em 19/05/1960.

MESTRE COBRA MANSA

Começou na capoeira em 1973 junto com Mestre Josias da Silva e Raimundo no Rio de Janeiro, mais precisamente em Duque de Caxias. Jogou capoeira em rodas de Duque Caxias com os mestres Russo e Peixinho de Caxias. Em 1974 Cobra Mansa começou estudos em capoeira com o Mestre Moraes sempre na modalidadeAngola.Antes de dedicar sua vida à Capoeira deAngola, Cobra Mansa trabalhou como fotógrafo e como vendedor de rua. Em 1979 foi para Belo Horizonte, onde trabalhou como policial por 2 anos. Em 1981 passou a residir em Salvador, em 1992 juntamente com Mestre Moraes funda o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho (GCAP), onde por um período, também teve a oportunidade de treinar com Mestre João Grande (Discípulo de Mestre Pastinha).Mestre Cobrinha mudou-se para os Estados Unidos, onde abriu uma escola emWashington DC, em 1994. Posteriormente começou a atuar como professor adjunto na GeorgeWashington University.Em1996,CobraMansadeixaoGCAPefundaaInternationalCapoeiraAngolaFoundation(ICAF) em Washington e, junto aos Mestres Jurandir e Valmir, expande a ICAF e cria uma comunidade com escolas filiadasemvárias partes domundo,aFundaçãoInternacionaldeCapoeiraAngola(FICA). Em2004 eledeixou os EUA e voltou a residir em Salvador, no Brasil, criando o Kilombo Tenonde, organização que atualmente situa-se na cidade de Valença, região sul da Bahia. O Kilombo Tenonde atua no ensino e divulgação da Capoeira e no desenvolvimento de projetos de agricultura orgânica. O Mestre Cobra Mansa participou de vários documentários como Capoeiragem na Bahia, No Rastro da Cobra, Mandinga em Manhattan, Mandinga em Colômbia entre outros. Recentemente ele completou uma jornada pela região centro-oeste da África, em busca das raízes da Capoeira naquele continente. Esteve por 06 anos viajando para Angola e Moçambique pesquisando sobre o “N’golo” e outras tradições culturais locais que tenham contribuído de alguma forma, no passado, para o desenvolvimento da Capoeira. Foi condecorado embaixador cultural pela embaixada do Brasil em Chicago , co-diretor nos documentários Mandinga em Manhattan, Mandinga em Colômbia e Jogo de corpo, ganhou em 2º lugar o concurso de jardinagem na Rússia .Realizou e ministrou palestras em diversos lugares do Brasil e do Mundo suas pesquisas sobre o arco musical e as danças e lutas e jogos de combate em Moçambique, África do Sul, Namíbia e Angola .Tem ministrado palestras sobre Permacultura e Capoeira Angola em países como Rússia, Trinidad e Tobago,Costa Rica, entre outros. Atualmente promove o Permangola, um evento que envolve a permacultura e capoeira. fonte: https://www.congodeouro.com.br/conheca-o-mestre-cobra-mansa/ Cinézio Feliciano Peçanha, conhecido como Mestre Cobra Mansa e Cobrinha (Duque de Caxias, 19 de maio de 1960)[1][2], é um mestre de Capoeira do gênero Angola [3]

Biografia

Um dos fundadores da Fundação Internacional de Capoeira de Angola (FICA), com sedes em diversos países da Europa, Américas e Ásia. Mestre Cobra Mansa é bem conhecido na capoeira mundial. Começou na capoeira em 1973, junto com Mestre Josias da Silva e Raimundo no Rio de Janeiro, mais precisamente em Duque de Caxias. Jogou capoeira em rodas de Duque Caxias com os mestres Russo e Peixinho de Caxias. Em 1974, Cobra Mansa começou estudos em capoeira com o Mestre Moraes sempre na modalidade Angola. Antes de dedicar sua vida à Capoeira de Angola, Cobra Mansa trabalhou como fotógrafo e como vendedor de rua. Em 1979, foi para Belo Horizonte, onde trabalhou como policial por 2 anos. Em 1981, passou a residir em Salvador, onde começou a organizar uma escola, a GCAP (Grupo Capoeira de Angola Pelourinho), juntamente com Mestre Moraes.[3]

História

Durante seus últimos anos de atuação na GCAP, os Mestres Cobrinha e Moraes tiveram divergências na gestão da escola. Ao final Mestre Cobrinha e vários outros integrantes saíram do GCAP, passando a integrar a FICA. Graças a um convite da Aussar Auset Society, Mestre Cobrinha mudou-se para os Estados Unidos, onde abriu uma escola em Washington, D.C., em 1994. Posteriormente ele começou a atuar como professor adjunto na Universidade George Washington, e também presidiu a recém fundada FICA. Em 2004, ele deixou os EUA e voltou a residir em Salvador, no Brasil, criando o Kilombo Tenonde, organização que atualmente conta com duas sedes, sendo uma em Salvador e a outra em Valença, região sul da Bahia. O Quilombo Tenonde atua no ensino e divulgação da Capoeira e no desenvolvimento de projetos de agricultura orgânica [3]

Seu estilo

Os nomes de roda Cobra Mansa e Cobrinha foram adotados por conta do estilo de luta e jogo deste mestre. Sua habilidade para introduzir inovações e movimentos acrobáticos o transformou no mais influente Angoleiro (praticante de Capoeira de Angola) da sua geração. Cobra Mansa nunca tentou colocar a Capoeira de Angola acima da Capoeira Regional, sempre destacando a complexidade desta última. Ele sempre buscou manter contato com capoeiristas e rodas de capoeiristas regionais, e deu grande contribuição para resolver antigas rixas entre os adeptos dos dois estilos. Com essa postura ele tornou-se respeitado por capoeiristas dos dois estilos e permanece como um modelo para os capoeiristas mais jovens.[3]

Mestre Cobrinha é renomado como um grande mestre da Capoeira de Angola, respeitado por seu profundo conhecimento da arte da Capoeira e por sua atuação como professor, na qual sempre procurou divulgar a história e a cultura da Capoeira. Também é respeitado por seu estilo dinâmico e agressivo no jogo de roda.[3]

Recentemente ele completou uma jornada pela região centro-oeste da África, em busca das raízes da Capoeira naquele continente. Esteve por algum tempo em Angola e Moçambique pesquisando sobre o "N'golo" e outras tradições culturais locais que tenham contribuído de alguma forma, no passado, para o desenvolvimento da Capoeira.[3]

Realizou e ministrou palestras em diversos lugares do Brasil e do mundo. Suas pesquisas sobre o arco musical e as danças e lutas e jogos de combate em Moçambique, África do Sul, Namíbia e Angola. Tem ministrado palestras sobre Permacultura e Capoeira Angola em países como Rússia, Trindade e Tobago, Costa Rica, entre outros. Atualmente promove o Permangola, um evento que envolve a Permacultura e Capoeira. E como a busca por conhecimento não pode parar, o Mestre está atualmente fazendo Doutorado em Educação na área de Difusão do Conhecimento [2] Concluiu seu doutorado, defendendo-o no ano de 2019, numa cerimônia com a sala cheia, principalmente pela presença de capoeiras. Referências

1. ↑ «EDITAL 011/2016 – SELEÇÃO DE PROJETOS DE VALORIZAÇ» (PDF). Governo do Estado do Espírito Santo. 2016. Consultado em 26 de novembro de 2022

2. ↑ Ir para:a b «Conheça o Mestre Cobra Mansa» Congo de Ouro. 20 de março de 2015. Consultado em 26 de novembro de 2022 Arquivado do original em 23 de setembro de 2016

3. ↑ Ir para:a b c d e f «Mestre Cobra Mansa» Experience Festival [ligação inativa] Ligações externas

• Portal capoeira

ALEXANDRE NERY CAULIT FERREIRA

RIO DE JANEIRO - Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 1961

MESTRE ALEXANDRE BATATA

Alexandre Nery Caulit Ferreira, mais conhecido como Mestre Alexandre Batata, nasceu em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro no dia 12 de abril de 1961. Ao 14 anos, se encontra com o universo da capoeira na escola do Mestre Mintirinha. Com 17 anos, abre sua primeira classe de alunos na cidade de Niterói. Em 1992 lançou, pelo selo Niterói Discos, junto com seu mestre (Mestre Mintirinha), o LP Raízes D’África. Esse trabalho marcou aquela geração de capoeiristas.

Noinício dos anos 80, MestreAlexandreingressounaUniversidade Gama Filho,nocursodeEducação Física. Posteriormente,decidiuabandonaraUniversidade. Paraele,os conhecimentos acadêmicos que adquiriraeram mais importantes que o diploma. Neste tempo, Mestre Batata já tinha a capoeira como estilo de vida e meio de subsistência.

Segundo ele, a capoeira é uma luta e também um complexo de dança. Como atleta, foi campeão de capoeira do Estado do Rio de Janeiro e campeão brasileiro.

EVANDRO DE ARAÚJO TEIXEIRA

São Luis, 03 de setembro de 1961

Mestre SOCÓ

MESTRE SOCÓ

ESTILO Capoeiragem - Capoeiragem Tradicional Maranhense

EVANDRO DEARAÚJO TEIXEIRA

03 de setembro de 1961

Filiação:Antônio TeixeiraeAltamira Brito deAraújo Teixeira casado com Ruthlene Meireles Magalhaes Teixeira

DADOS PESSOAIS

MESTRE(S)

NÚCLEO

OU GRUPO

HISTÓRIA DE VIDA

Escolaridade: 2º grau completo. ColégioAteneu Teixeira Mendes

Profissão: Mecânico

2000 - Reconhecido como contramestre pelo mestre MiguelArcangelo em 25 de maio de 2000.

2002 certificado concedido pelo mesmo mestre MiguelArcangelo Santos Loredo –título de Mestre

Mestre Raimundão (RaimundoAprígio)

Mestre MiguelArcangelo Santos Loredo

Arte Fiel Capoeira

Na capoeira sou conhecido como mestre “Socó”. Iniciei na pratica da capoeira em 1971, com mestre RaimundoAprígio,nobairroBomMilagre,noqualeleeraalunodemestreGouvêia,quefoialunodeRoberval Cerejo. Treinávamos aos sábados e domingos. Desenvolvíamos uma capoeira chamada: “encima –embaixo”, um jogo no qual não era nem (Angola nem regional), era conhecido com “Capoeiragem”. Eram alunos: Miguel, “China”, Zé Mario, “Socó”, Beto, “Cabeca”, “Boi”, “Raspota”, Danclei, Messias, Batata, Nei,

Roberval, Ribaemuitosoutros. Euparticipavamuito das rodas decapoeiras domestreDiniz,noqual estavam: “Curador”, “Pelé”, “Didí”, “Cordão de Prata”, “Pesão’’, Miguel, “China”, D´paula, “Mimoso’’,Alberto, Rui, “Jacaré’’, Mariano,”Boi’’, Nei,” Faquinha’’, Ze Melo, ‘’Pato’’, ‘’Aló’’, Sebastião e muitos outros. Fizemos muitas rodas no feriado de 7 de setembro, e nos festejos de Nossa Senhora da Conceição, também no dia do soldado no quartel do 24º BC, na Casas das Mina, Jorge Babalaô no dia 13 de maio, dia dos escravos no bairro da Fé em Deus, assim como nos sábados a tarde tínhamos no João Paulo, na casa do Beto na antiga Estrada de Ferro. No fim dos anos 70 foi feito um bloco carnavalesco porAfonso “BarbaAzul”, que era aluno do finado mestre “Sapo”, era na Rua da Saúde, onde se reuniu a grande massa capoeirista, para desfilar no carnaval da João Lisboa. No ano de 1976, no bairro do Diamante centro, no estacionamento do “fomento”, (Ministério da Agricultura), treinávamos capoeira, com os alunos, “Biné”, Celso, Alex, Missinho, Déco, Mauro Jorge, Marcelo, “Uruca”, “Motor”, e muitos outros.Aprendiam a praticar a capoeira com Socó. Nessa época, não era necessário o reconhecimento como mestre para dar aula, bastava saber e conhecer na pratica o “jogo” da capoeira.

No ano de 1992, também tive um trabalho de capoeira na sede do PDT, no bairro do Monte Castelo, na rua 24 de outubro, eu Socó, dava aula para os seguintes alunos: João, Batata, “Travolta”, Wadson, “Batam”, Carlos Cesar, Irineu, “Mizinho”. Também frequentado pela grande massa de capoeiristas de São Luis como: Miguel, Ze Mario, “China”, Míro, “Chicao”, “Jacaré”, e outros. Mudei para o bairro do Bequimão no ano de 1999, fiz uma parceria com Curió, que era o fundador do grupo “Arte Negra”, no qual eu e Curió fomos reconhecidos como contramestre pelo mestre MiguelArcangelo em 25 de maio de 2000.

Já em 2002, foi reconhecido através de certificado concedido pelo mesmo mestre Miguel Arcangelo Santos Loredo, e a partir dessa data iniciei minhas atividades já como mestre “Socó”, continuando o trabalho no grupo Arte Negra que logo depois veio a se tornar ( Arte Fiel Capoeira), com os seguintes mestres: Joao Palhano Janssen (Mestre Curió), Evandro de Araujo Teixeira (Mestre Socó) e Mestre Ball e contramestres:”Português”, Eduardo, “Caco” eAlcimar. E partir de então iniciei também a consagrar outros mestres, sendo o primeiro em 2003, mestre Luiz Generoso e Mestre Valderez, e outro mestres a partir daí, são eles: mestre Wadson, “Bodinho”, “Miro” e” Chicao” e os contras-mestres “Juruna” e” Cobra Negra”. Hoje desenvolvemos um grupo de capoeira no bairro do Rio Anil na escola Maria Helena Duarte, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos atletas que la estão e incentivando no estudo e crescimento como cidadão através da pratica desse esporte.

Sobreacapoeiranaminhavida. Foi um grandedescobrimento paramim, noqual ajudou amelhorarem muitos aspectos, como por exemplo: família, trabalho, amigos e outras. Descobri na pratica da capoeira que poderia também ajudar outras pessoas que precisavam de um incentivo na vida como cidadão. E assim ajudar a tirar crianças e adolescentes da rua e trazer para o esporte, criando um meio de respeito e humildade perante a sociedade e principalmente nas suas casa com suas famílias.

AMARO CAETANO DE SOUZA

São Paulo, 1962

MESTRE AMARO

Capoeirista de Suzano: conheça a história do mestreAmaro, um dos pioneiros da capoeira paulista

A capoeira está no sangue de Amaro Caetano de Souza, 59. Nascido em uma família de capoeiristas da Bahia, mestre Amaro, como é conhecido, aprendeu a gingar aos 3 anos. Aos 17, assumiu a direção da AcademiaMarinheiro,aprimeiraescoladecapoeirade Suzano,na GrandeSãoPaulo,ondeministraaulas atualmente.

Antes de seguir carreira como capoeirista, Amaro teve que superar alguns obstáculos. Entre eles, enfrentar dificuldades financeiras, trabalhar como revendedor de roupas e calçados e ao mesmo tempo dar aulas particulares de capoeira para se manter.

“Lutei muito até chegar aqui, mas no final, todas essas experiências me ajudaram a gerenciar melhor a academia e aprender sobre o mundo comercial”, afirma.

Para ele, a capoeira é uma filosofia de vida, em que o jogador deve priorizar a saúde, evitando o uso drogas, se alimentando corretamente e treinando. Para isso, mestre Amaro explica que o capoeirista precisa ter disciplina e vontade de aprender.

“Dou aulas há 44 anos e ainda não sei tudo. A capoeira é uma arte infinita, não dá pra defini-la como apenas como um estilo de luta ou uma dança. Ela é uma expressão cultural”, afirma.

Nascido no distrito de Tucuruvi, zona norte de São Paulo, enquanto a mãe fazia uma visita de emergência. Porém, logo voltou a Salvador, na Bahia, onde teve o primeiro contato com a capoeira.

“Tiveoprivilégiodenasceremumberçodecapoeiristas.Meupai emeustioscomeçaram ameensinarquando eu tinha 3 anos”, relata.

Pouco tempo antes de nascer, o pai tinha ganhado na loteria, porém acabou gastando todo o dinheiro sem fazer investimentos. Isso fez com que Amaro, desde jovem, planejasse com cautela os gastos.

“Foi um momento difícil. Certa vez um bandido entrou em casa e roubou até as vestimentas do meu pai. Já não tínhamos dinheiro guardado. Esse acontecimento me marcou”, afirma.

Aos 14 anos ele se mudou para São Paulo. Morava com as tias e queria estudar para se tornar advogado, mas alguns anos depois, foi morar sozinho no Bairro da Liberdade. Para se manter, ele ministrava aulas particulares de capoeira e atuou na área de finanças em diversas empresas. Outro meio que Amaro encontrou para complementar a renda, foi vender roupas e calçados de marcas para universitários. No entanto, mesmo trabalhando duro, enfrentou dificuldades financeiras. “Cheguei a passar fome aqui. As pessoas achavam que eu estava magro por causa dos treinos de capoeira, mas era fome mesmo. O padrão de vida aqui em São Paulo é muito caro”, conta.

Em 1976, Amaro visitou o Exército da Salvação, em Suzano, para assistir uma aula de José Pereira, o mestre Pantera Negra. O jovem capoeirista ficou durante alguns anos sendo treinado por José, e se graduou em 1980.Nesse mesmo ano, o Pantera Negra o convidou para trabalhar junto em uma academia de capoeira em Poá, na Grande São Paulo. Amaro aceitou e após seis meses, recebeu outra proposta. Dessa vez, ele comandaria uma academia em Suzano, na cidade vizinha.

“O mestre Pantera Negra, disse que a escola chamaria Academia Marinheiro e um dia eu compreenderia o significado do nome. Hoje estou começando a entender. Marinheiro não tem amarras e não tem medo do mar revolto”, afirma.

Entre a década de 1970 e 1990 houve uma ascensão da capoeira em São Paulo. Mestre Amaro usou o conhecimento na área financeira, a habilidade na capoeira somado com o bom momento para consagrar o seu nome.

Passaram-se 41 anos e o mestre Amaro continua com o trabalho de difundir a expressão cultural em todas as camadas sociais. O capoeirista afirma que nas aulas, ele preza pela igualdade e todos os alunos têm que se vestir da mesma forma. Um calça de lã branca e uma camiseta branca.

O JOGO

Mestre Amaro explica que o termo correto é “jogar” capoeira, e não “lutar”, pois a expressão cultural vai além dos golpes. A arte envolve dança, música e cultura popular.

Geralmente a roda de capoeira é composta pela ladainha (cântico entoado), por três berimbau diferentes (gunga, médio e viola), um atabaque, um reco-reco, um agogô e um pandeiro.

Na roda, o berimbau rege o ritmo e os capoeiristas jogam seguindo o toque do instrumento. Amaro também ensina que durante o jogo, existe uma conversa subjetiva no cântico entoado, no toque dos instrumentos e no ritmo.

“Um capoeirista ‘mandingueiro’ é aquele jogador diferenciado. Que sabe o que faz. Na minha visão, além de efetuar golpes com maestria e seguir o toque, também sabe empunhar um berimbau”, afirma mestre Amaro.

Capoeirista de Suzano: conheça a história do mestre Amaro, um dos pioneiros da capoeira paulista - Agência Mural (agenciamural.org.br)

SÍDNEY GONÇALVES FREITAS

RIO DE JANEIRO - (Rio de Janeiro, 1962),

MESTRE HULK, Biografia

Começou na capoeira em 1974 com Jorge Portes Ilídio (Mestre Portes), no Rio de Janeiro. Tornou-se mestre em 1983. Ganhou o cordel branco em 2013, no dia 7 de setembro, no SESC de Nova Iguaçu, das mãos do próprio Mestre Portes.

O grande feito de Mestre Hulk foi ganhar Desafio Internacional de Vale Tudo, disputado em agosto de 1995 no Maracanãzinho, derrotando com uma série de socos o favorito Amaury Bitetti, lutador de jiu-jitsu, no combate final, por nocaute, com apenas 22 segundos de luta.[1]

Mestre Hulk fundou a Associação de Capoeira Terra Firme no dia 16 de setembro de 1993 e com sua vitória no Vale Tudo em 1995, uma vitória que entrou para a história da capoeira, o grupo Terra Firme cresceu muito e tornou-se um dos maiores grupos do Rio de Janeiro e posteriormente expandiu seus domínios pelo Brasil e pelo mundo.

Mestre Hulk é conhecido não só pela sua qualidade como capoeirista, como também por ser uma pessoa de bem, que tem um coração de ouro e a maior prova disso são seus trabalhos sociais, tanto em comunidades carentes como em instituições de apoio a crianças com necessidades especiais.

Referências

1. ↑ sportv.globo.com/ Maracanãzinho viu Mestre Hulk fazer história ao vencer o jiu-jitsu em 1995

ALBERTO PEREIRA ABREU

São Luis – Ma – 15 de janeiro de 1962 (faleceu em 11 julho de 2017

Mestre ALBERTO EUZAMOR

ALBERTO PEREIRAABREU 1962-2017 // 1969

MESTRE ALBERTO EUZAMOR ESTILO ANGOLA

ALBERTO PEREIRAABREU

São Luis – Ma – 15 de janeiro de 1962 (faleceu em 11 julho de 2017

DADOS PESSOAIS

MESTRE(S)

Filiação Euzébio Ramos deAbreu – Maria da Conceição PereiraAbreu

2º. Grau na Escola do Comércio Centro Caixeiral mestreuzamor@yahoo.com

Luciel Rio Branco (falecido em 1984)

Mestre Sapo (falecido em 1972)

Mestre Rui Pinto

NÚCLEO OU GRUPO

Centro deArtes Japiaçú –

Associação Cultural de CapoeiraAngola Ludovicence –ACCAL

HISTÓRIADE VIDA- Entrevista realizada por José LindbergA. Melo

Funcionário público estadual; Concluiu o 2º. Grau na Escola do Comércio Centro Caixeiral;Alberto – Mestre Euzamor recebeu esse título em função de sua irmã que era conhecida pelo seu segundo mestre Anselmo Barnabé Rodrigues – mestre Sapo (falecido em 1972 (SIC) em envolvimento de acidente automobilístico). Iniciou a capoeira aos 07 (sete) anos de idade na escolinha do Costa Rodrigues, antigo ITA (Instituto Tecnológico de Aprendizagem) depois passando a se chamar Meng, com seu primeiro mestre Luciel Rio Branco (falecido em 1984 vitima de homicídio), depois Mestre Sapo e por último o mestre e irmão Rui Pinto. Mestre Euzamor comenta que até 1930 só existia capoeira ou capoeiragem (palavreado maranhense). Era considerado esporte marginalizado devido à prática e ação de como era jogado. Distingue os tipos de capoeira como: Capoeira Regional que era praticado apenas no estado da Bahia e difundindo-se para as demais regiões, era jogada mais por pessoas que tinham certo poder aquisitivo; a Capoeira deAngola; Memoriza na Capoeira deAngola a existência de três tipos de ritmo mais jogado hoje:Angola (fase de preparação, aquecimento), São

Bento Pequeno (fase intermediária) e São Bento Grande (fase de roda). Explica o motivo que levou a esta escolha que foi origem, habitat, vindo do sangue sob o fato de ter nascido num lugar de sobrevivência cotidiana “Madre Deus”.

Com 35 anos dedicado a capoeira, agora e em primeiro momento foi formado o 1º. Mestrando que será chamado futuramente de mestre Cacá (Cláudio Lúcio), não costuma adotar a regra contra-mestre, e sim mestrando.Além desse, formou quatro discípulos. Fala que não vê a Capoeira como coisa aleatória, mas como um todo. Obtém como fonteinspiradoraseus mestres: Luciel eRui, esteúltimo como modelodetransparência, lealdade e responsabilidade e fora da Capoeira seu ídolo é o Steve Segal. É viajado pelo mundo afora, onde esteve duas vezes na Itália e duas na França, pretendendo voltar.

Entrevista realizada por Fábio Luiz B. Silva

O primeiro momento da existência na capoeira foi aos sete anos de idade com seu primeiro mestre: Luciel Rio Branco Rosa, depois com MestreAnselmo Barnabé Rodrigues, vulgo Sapo.E, por último com Mestre Rui Pinto.

Ensino médio completo, funcionário público estadual; motivo de escolha foi o sangue sob o fato de ter nascido num lugar de sobrevivência do dia-a-dia, ou seja “Madre-Deus”; até o momento formou um mestrando chamado Cláudio Lúcio, vulgo “Cacá” , além de quatro discípulos, não relacionados.

Experiência de 35 anos dedicados a capoeira; distingue a capoeira em Regional (Mestre Bimba), mistura com outras técnicas de outras lutas; a Regional é mais competitiva, mais para lutar, disputar. Enquanto que a Capoeira Angola (Mestre Pastinha), o objetivo principal é formar cidadãos no todo, melhorar a auto-estima, além de proporcionar resistência muscular, mantendo o corpo com a mesma performance. Ritual da capoeira Angola ou ritmo: Angola (que é aquecer); São Bento Pequeno (que é a fase de intermédio); e São Bento Grande (que é o momento da roda). O objetivo do mestre em capoeira é deixar fluir o que tem dentro do ser, a fim de que possa identificar-se com o que realmente está querendo.

Acapoeira já lhe levou 2 vezes a Itália e duas a França, pretendendo voltar.

Tem maior inspiração pelo seu irmão de afinidade, o mestre Rui Pinto, devido servir-lhe de modelo na transparência e responsabilidade.

MARCO AURÉLIO HAIKEL

11 de março de 1963

Mestre MARCO AURÉLIO

MESTRE MARCOAURÉLIO ESTILO ANGOLA DADOS PESSOAIS MARCOAURÉLIO HAIKEL

11 de março de 1963

Filiação: JoséAntonio Haikel – Maria dos Ramos Jansen Haikel Advogado

marcohaikel@bol.com.br

MESTRE PATINHO

GRUPO/NÚCLEO Matro-á

HISTÓRIA DE VIDA

Começou na Faculdade; conheceu seu mestre lá, tem 21 anos de roda. Conhece a capoeira desde 0s 7 anos, mas não praticava porque sua mãe não deixava, daí quando entrou na Faculdade conheceu Mestre Patinho, e com os seus amigos influenciaram começou a praticar.

Ele conta que, como sua mãe achava a capoeira coisa de marginal ele entrou na turma de basquete, pois ele achava legal as manhas dos dribles, as gingas e as formas que o basquete tem, então achava parecido com a capoeira.

Hoje tem a sua própria academia Matroa, perto da Poemese e agora nesses últimos meses por motivo de saúde doença (problema no joelho) sua academia está sem o Mestre jogando,mas comanda a roda.

JORGE LUIS LIMA DE SOUSA

São Luis, 08 de abril de 1963

Mestre JORGE NAVALHA

JORGE LUIS LIMADE SOUSA

MESTRE JORGE NAVALHA

ESTILO Mista Capoeiragem Tradicional Maranhense

DADOS PESSOAIS

JORGE LUIS LIMADE SOUSA

São Luis, 08 de abril de 1963

Filiação:Antonio Pereira de Sousa e Dulcelina Lima Sousa

Escolaridade: 2º Grau incompleto

1995 – Curso de Árbitro, pela FMC

1994 – Mestre pela FMC

Pato

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO Associação de Capoeira Filho deAruanda

EVANDRO COSTA

Guimarães-Maranhão, 1963

MESTRE EVANDRO

FREDERICO PIRES

São Luis – 03 de fevereiro de 1963

Mestre FRED

Entrevista realizada por Fábio Luiz B. Silva Enéas do Espírito Santos

Estilo

MARANHENSE PARA

ANGOLA

Nome

FREDERICO PIRES

Filiação

Flavio Pires – Delci Pires

Local e Data de nascimento

Mestre Patinho

São Luis – 03 de fevereiro de 1963

Endereço

Rua do Mocambo, 158 – Centro

Fone 098 8115 3104

Endereço Eletrônico

Academia

Brinquedo deAngola – Fonte das Pedras

Projeto CapoeiraArte & Ação – Rua do Giz, 158 – Centro

HISTÓRIA DE VIDA

Quando começou a jogar capoeira tinha apenas 17 anos de idade. Possuiu apenas um mestre conhecido pela alcunha de Patinho, José da Conceição Ramos.

Motivo que o levou a jogar capoeira foi lúdico, o musical de apreciação a vida, natureza, espírito, alma, não viver isolado, mas sempre em contato com eterno. Principiou a capoeira no Parque Bom Menino; instituidor da capoeiraAngola no Laborarte com Mestre Patinho e Mestre Telmo. Inspirado no seu único mestre devido a lucidez que tem em seu poder.

ANTONIO MARCELO RODRIGUES TRINADE

SÃO PAULO - nasceu em Amparo, 18 de novembro de 1963

Mestre COBRA

Esta biografia apareceu originalmente no site daACNYC. Esta versão foi significativamente editada por erros gramaticais, de tradução e estilísticos; o conteúdo não foi alterado.

Mestre Cobra, Antonio Marcelo Rodrigues Trinade, nasceu em Amparo, cidade do interior do estado de São Paulo, em 18 de novembro de 1963. Quando adolescente, ele costumava assistir a rodas de capoeira pela cidade com amigos. Capoeiristas notaram seu interesse pela arte e o convidaram para treinar na escola de capoeira local, onde conheceu Mestre Carlão. Cobra era o mais velho de quatro filhos, então quando ele completou dezesseis anos, ele estava trabalhando como tecelão para ajudar a sustentar sua família. Todos os dias, depois do trabalho, ele ia para a escola de capoeira e se tornava um dos alunos mais dedicados de Carlão. A capoeira também o ajudou a superar um dos momentos mais difíceis de sua vida: a perda precoce de sua mãe quando ele tinha 16 anos de idade. A família viveu momentos difíceis com a separação dos irmãos, enquanto o pai, que era caixeiro-viajante, reorganizava a estrutura da família. "Naquele momento, a capoeira era a minha válvula de escape; [é] o que me manteve unido, e isso me deu motivação", explica Cobra. Cobra treinou na cidade deAmparo por seis anos, ouvindo histórias de grandes capoeiristas e sobre capoeira no Rio de Janeiro. Mestre Carlão falou de Camisa não apenas como um grande capoeirista, mas também em referência à sua personalidade, ao trabalho que estava fazendo e à sua preocupação com a direção em que a capoeira estava indo. Essas conversas despertaram o interesse de Cobra em ir ao Rio de Janeiro para conhecer Mestre Camisa. Durante uma viagem a Acres para um batizado na escola do Mestre Rodolfo (o Mestre de Carlão), Cobra conheceu Mestre Camisa e perguntou se ele poderia ir ao Rio de Janeiro para fazer uma aula com ele; Mestre Camisa concordou. Cobra ocupou o posto de Graduado e ensinou capoeira em Amparo, mas ele tinha muitas dificuldades financeiras. Apesar disso, Cobra começou a economizar dinheiro para a viagem ao Rio.

Em dezembro de 1984, Cobra foi para o Rio com dinheiro suficiente para assistir a uma das aulas de Camisa e retornar a Amparo no dia seguinte. Quando chegou à aula, foi-lhe dito que Mestre Camisa estava no Circo Voador, organizando o Primeiro Encontro Nacional de Capoeira. Quando Cobra chegou ao Circo Voador, ele viu o Mestre Rodolfo, que lhe disse que era muito importante que Cobra participasse do evento de Camisa. Mestre Rodolfo pagou o hotel e as refeições de Cobra por uma semana, que ele lembra hoje como o maior presente de sua vida. Ele reflete: "Naquele momento, percebi que meu destino iria mudar... Entendi como a capoeira era avançada no Rio de Janeiro em comparação com o resto do país; Fiquei fascinado com o mundo da capoeira e sua liderança aqui no Rio de Janeiro".

De 1985 a 1986, o Cobra treinou mensalmente no Rio de Janeiro. Passou uma semana na Associação Botafogo, onde treinou diariamente das 16h às 18h com o Mestre Camisa e das 19h às 22h com o Mestre Caio antes de retornar a São Paulo. Em 1987, Cobra decidiu se mudar para o Rio de Janeiro permanentemente. Cobra informou Mestre Carlão sobre sua decisão. Em resposta, Mestre Carlão pediu ao Mestre Camisa que recebesse Cobra, dizendo que ele era um bom homem para se ter ao seu lado. E assim Camisa deu a Cobra uma pequena sala na Associação, a escola de capoeira onde Camisa uma vez lecionou. "Aquele pequeno quarto era como um hotel cinco estrelas; um lugar onde eu possa viver e treinar... foi o melhor", recordaria Cobra. Começou a treinar de forma consistente com Mestre Camisa and logo assumiu a organização de eventos e projetos sociais. Como Mestre Camisa desenvolveu oABADÁ-Capoeira no final da décadade1980,Cobraficouaoseulado,eeletemfeitoissodesdeentão.ÀmedidaqueaorganizaçãoABADÁ crescia, o mesmo acontecia com a popularidade de Mestre Cobra como um dos capoeiristas mais técnicos do Rio.

Mestre Cobra não parou de dar workshops e seminários em todo o mundo. Em 1993 recebeu o posto de Mestrando, e em 2005 foi reconhecido como Mestre. Mestre Cobra orientou centenas de alunos e tem sido uma peça essencial no crescimento daABADÁ-Capoeira.

GIDALTO PEREIRA DIAS

BAHIA - (Floresta Azul, 8 de dezembro de 1964)[1] ,

MESTRE PÉ DE CHUMBO

é um mestre de Capoeira Angola, e discípulo do Mestre João Pequeno. Ele foi um dos primeiros mestres de Capoeira Angola a levar o estilo para o sudeste do país, ministrando aulas em São Carlos, Sorocaba e Bauru.[1][2]

Biografia

Filho de João Pereira Dias e Erotildes Maria de Jesus, nasceu em Floresta Azul no dia 08 de dezembro de 1964. Foi criado pelos seus avós, devido ao falecimento de sua mãe no seu parto, e viveu durante sua infância nas cidades de Ibicaraí, Eunápolis e Porto Seguro [3]

Seu irmão praticava capoeira, e em 1974, na cidade de Ibacaraí, se interessou pela prática e iniciou estudos em capoeira. Na década seguinte, após o falecimento de sua avó, Dona Brasilina Maria de Jesus, mudou-se para Indaiatuba (SP) para trabalhar, devido à exigência de seu avô, José Domingo Filho.[4] E em uma viagem de férias a Salvador, conheceu Mestre João Pequeno , permaneceu por um ano aprendendo Capoeira Angola.[3]

Ao retornar para São Paulo, se dividiu entre a Capoeira Angola e a Capoeira Regional. Tendo se formado professor de Capoeira Regional em 1987, e mestre em 1989. A partir de 1990 abandona a prática de Capoeira Regional e se dedica exclusivamente à Capoeira Angola, se tornando professor em 1991, e mestre em 1994.[3]

Mestre Pastinha fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), academia de Capoeira Angola com atuação nacional e internacional. O Mestre Pé de Chumbo é dirigente de vários núcleos de tal academia, não apenas no Brasil, onde atua em São Paulo, mas também em Portugal, EUA, Suécia e México.[1][3] Obras e participações

• Realizou a narração, produção musical e atuação do curta-metragem Porto e Raiz (2021)[5]

• CD Mestre Pé de Chumbo – Mestre Pé de Chumbo e Convidados (2002)[6]

Referências

1. ↑ Ir para:a b c Simões, R. M. A. (21 de abril de 2010). «CULTURA, ARTE E SOCIEDADE: REFLEXÕES A PARTIR DA LINGUAGEM CORPORAL DA CAPOEIRA ANGOLA E SUAS LINHAS DESENHADAS NO ESPAÇO» (PDF). World Congress on Communication and Arts (WCCA). Consultado em 9 de dezembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 9 de dezembro de 2021

2. ↑ «Semana de Acolhimento no CSC teve treino aberto de capoeira angola» Universidade Federal do Sul da Bahia. 7 de junho de 2018. Consultado em 9 de dezembro de 2021

3. ↑ Ir para:a b c d Alves, C. C. (2018). «GRUPO DE CAPOEIRA ANGOLA MALTA NAGOA: ESTUDO SÓCIOANTROPOLÓGICO DE UM PATRIMÔNIO CULTURAL NEGRO» (PDF). Repositório Universidade Federal de Uberlândia. Consultado em 9 de dezembro de 2021

4. ↑ Simões, R. M. A. (2006). «DA INVERSÃO À RE-INVERSÃO DO OLHAR: RITUAL E PERFORMANCE NA CAPOEIRA ANGOLA» (PDF). Repositório Universidade Federal de São Carlos. Consultado em 9 de dezembro de 2021

5. ↑ «Porto e Raiz - FECIBA». Festival de Cinema Baiano. 2021. Consultado em 9 de dezembro de 2021

6. ↑ «Mestre Pé de Chumbo – Mestre Pé De Chumbo E Convidados». Discogs. Consultado em 9 de dezembro de 2021

Ligações externas

• Site do Mestre Pé de Chumbo

Mestre Pé de Chumbo é Gidalto Pereira Dias, nascido em 08 de dezembro de 1964 na cidade de FlorestaAzul – Bahia.

Começou a treinar capoeira na cidade de Ibicaraí – Bahia por volta de 1975 por incentivo de seu irmão, que já era capoeirista, e, por ter levado desvantagem em uma "briga" com um menino capoeira. Desde essa data, nunca se afastou da capoeira.

Segundo Mestre Pé de Chumbo, nessa época, ele fazia capoeira, não tinha esse rótulo de Capoeira Angola ou Capoeira Regional, mas a capoeira desta época era muito parecida com o que dizem ser a Capoeira Angola dos dias de hoje.

Sua relação com a CapoeiraAngola - rotulada desta maneira, começou em 1977 quando conheceu os Mestres

Dois de Ouro e Cebolinha, que se apresentaram como “angoleiros” em sua cidade, através de uma capoeira bonita e eficiente. E, desde esse momento, ficou a vontade em conhecer mais a CapoeiraAngola.

Por volta de 1980, com era de costume na época, saiu da Bahia e veio trabalhar no estado em São Paulo, cidade de Indaiatuba, onde moravam suas irmãs. Morou por um tempo nessa cidade, trabalhando em diversas empresas e também chegou a morar por um período na cidade de São Paulo, onde freqüentava a famosa roda da Praça da República.

No ano de 1981, e com a lembrança da CapoeiraAngola vista em 1977, foi passar suas férias em Salvador em busca da CapoeiraAngola do Mestre Pastinha - nome indicado pelos Mestres Dois de Ouro e Cebolinha, mas infelizmente sua passagem estava marcada para 14 de novembro e Mestre Pastinha faleceu no dia anterior (13 de novembro de 1981).

Com o falecimento do Mestre Pastinha, ele circulou por Salvador em busca da Capoeira Angola e conheceu Mestre Ezequiel, que indicou o Mestre João Pequeno, com o qual ele iniciou sua formação como angoleiro em 1982.

Encantado com a Capoeira Angola do Mestre Pastinha e Mestre João Pequeno, não voltou para o estado de São Paulo, permaneceu em Salvador treinando com o Mestre João Pequeno, período em que também teve aulas com o Mestre João Grande na academia do Mestre João Pequeno.

Ao retornar para o estado de São Paulo, manteve os treinamentos do Mestre João Pequeno e em 1983 fundou o grupo Filhos de Bahia, onde ele trabalhava a Capoeira Regional que sempre praticou e a CapoeiraAngola a qual ele tinha dedicado seus últimos anos de treinamento.

Em 1987 formou-se professor de Capoeira Regional no estado de São Paulo, mas sem abandonar a prática da Capoeira Angola do Mestre João Pequeno, uma vez que mantinha os treinos de Capoeira Angola (com seus fundamentos) e sempre viajava a Salvador em busca do mestre.

Em 1988, como era prática constante, fez nova viagem a Salvador durante as férias, mas desta vez retornou de lá com o Mestre João Pequeno que passou três meses em Indaiatuba, ministrando aulas de CapoeiraAngola no seu espaço.

Em 1989 formou-se Mestre de Capoeira Regional e, neste ano, novamente trouxe Mestre João Pequeno para o estado de São Paulo, até que em 1990 retornou a Salvador novamente e, desta vez, determinado a seguir exclusivamente a CapoeiraAngola, abandonou seu título de Mestre de Capoeira Regional.

Neste ano (1990) ficou longo período em Salvador, ministrou aulas na Academia do Mestre João Pequeno, sendo formadoProfessor deCapoeiraAngola em 1991,anoem quenovamenteorganizouum evento no estado de São Paulo com o Mestre João Pequeno e outros nomes da CapoeiraAngola.

Em 1992 fundou no estado de São Paulo a Academia de Capoeira Angola João Pequeno e João Grande de Pastinha e foi convidado para ministrar aulas de CapoeiraAngola na Suécia. Nesta época, estave em diversos países da Europa e foi reconhecido pela sua qualidade como "angoleiro".

Ao retornar da Europa em 1993, foi para Salvador onde o Mestre João Pequeno lhe pediu que usasse o uniforme dele

Academia João Pequeno de Pastinha / CECA, uma vez que ele já era formado professor por essa academia.

Dedicado exclusivamente a CapoeiraAngola e desenvolvendo com responsabilidade o trabalho do Meste João Pequeno, em 1994, foi formado Mestre de CapoeiraAngola pelo Mestre João Pequeno de Pastinha, junto aos demais formandos Barba Branca, Jacaré, Junior médico e Jogo de Dentro.

Hoje Mestre Pé de Chumbo é reconhecido no mundo como um dos grandes nomes da CapoeiraAngola devido a seriedade do seu trabalho, e a sua dedicação com seu mestre e com linhagem da CapoeiraAngola do Mestre Pastinha.

Possui trabalhos em diversas cidades do Brasil, além de trabalhos na Suécia, Alemanha, Portugal, Estados Unidos daAmérica e México.

Desde a década de 80 configura como um dos maiores difusores da CapoeiraAngola no estado de São Paulo, pois além de manter seu trabalho de Capoeira Angola desde 1983, em seus eventos sempre trouxe os “angoleiros” da Bahia, muitos dos quais organizaram seus grupos em São Paulo.

ANTÔNIO RODRIGUES NOGUEIRA FILHO

BAHIA- Serrinha, 17 de Junho de 1964

MESTRE TONY

Filho deAntônio Rodrigues Nogueira Neto e Filomena Ribeiro Nogueira,Antônio Rodrigues Nogueira Filho, conhecido no mundo da Capoeira como “Tony”, nasceu na cidade de Serrinha, Bahia no dia 17 de Junho de 1964. Na década de 70, seguiu com a sua família para morar em Salvador. Tony sempre gostou de atividades com o mar, entre elas, o mergulho, a natação, o surf e até mesmo o fluir (skimboard) , que é um estilo de surf, onde é utilizada uma tábua de espessura fina no lugar da prancha lançada na beira do mar.

Na década de 80, “Nogueira” como era chamado no novo trabalho, entra para o Salvamar, onde salvou muitas vidas por mais de 10 anos. A partir daí, teve o primeiro contato com a Capoeira. Tony juntamente com seus companheiros de Salvamar, Orelha, Zambi e Marinheiro entre outros tiveram conhecimento da Capoeira no Pelourinho, mas especificamente na Rua das Laranjeiras Número 1, que continua sendo o endereço da Associação de Capoeira Mestre Bimba. Tendo a frente da academia na época os o senhor José Carlos Andrade Bittencourt , Mestre Vermelho 27, discípulo do Mestre Bimba e Rubens Costa Silva , Mestre Bamba, que da continuidade ao trabalho naAssociação firme e forte até os dias de hoje.

Em 1987, inicia a capoeira na Casa 14. Foram muitos anos de treinamento, dedicação, eventos, batizados, viagens e acima de tudo respeito e amor pelo grupo. No ano de 1994 é implementado na Associação de Capoeira Mestre Bimba o sistema de graduação, utilizando as cores das bandeiras do Brasil e da Bahia como referência. Tony e seus companheiros recebem das mãos do Mestre Bamba e na presença do Mestre Vermelho 27, a graduação de professor de Capoeira.

No ano de 1998 é apresentado ao Grupo Tempo através da A.C.M.B. um grupo de Japoneses que vieram visitar e treinar Capoeira na cidade de Salvador durante um longo período.Entre eles, Lyúta (Ligeirinho), Shotaro (Moleque de Ouro)eSayaka (Ligeirinha), queno anode 2003se filiam aogrupo,surge então o Grupo Tempo Japão. Com uma relação sempre aberta e verdadeira, ao longo de sete anos de filiação, com sete Batizados realizados em Tóquio.

No dia 02 de Julho de 2009, Tony recebe das mãos de Mestre Bamba, a graduação de Mestre em reconhecimento aos muitos anos de trabalho pela capoeira. Hoje, após 23 anos de trabalho e muito suor, o Mestre Tony continua educando e ensinando a seus discípulos a arte da capoeira.

JUVENAL DOS SANTOS PEREIRA

Pinheiro-Maranhão, 22/05/1965

MESTRE JUVENAL

JOSÉ TUPINAMBA DAVID BORGES

São Luis-MA, 15 de janeiro de 1966

MESTRE NEGÃO

Mestre NEGÃO

ESTILO Capoeira angola maranhense jogada em três tempos

Capoeiragem Tradicional Maranhense

JOSÉ TUPINAMBADAVID BORGES

São Luis-MA, 15 de janeiro de 1966

Filiação: José de Ribamar Costa Borges e Maria do Carmo David Borges

Escolaridade: Ensino Médio Completo

2009 - Árbitro de Capoeira - 28 a 30 deAgosto - FECAEMA.

2012 - Árbitro e mesário de Capoeira. 21 de maio de 2012 –

2012 - Reciclagem do curso de arbitro, mesário e instrumentista. 25 e 26 de 05 de 13 - FMC.

DADOS PESSOAIS

2005 - Mestre de Capoeira -Associação de CapoeiraAruandê e Sociedade

Cultural de Capoeira Congo-Aruandê do Estado do MA;15 de Janeiro de 2005Vicente Braga Brasil (Mestre Pirrita)

Diploma de Honra ao Mérito - Câmara Municipal de São Luís;Agosto de 2008.

Endereço:Av. José Sarney N° 51 – Vila Nova.

Email: mestrenegao2009@hotmi.com

Fone: (98) 98780-8200 / Zap: 98285-3067

Pirrita (Vicente Braga Brasil)

MESTRE

Sociedade Cultural de Capoeira CongoAruandê do Estado do Maranhão (Grupo de Capoeira Congo-Aruandê). 15 de maio de 1988

Inicio de treinamento: 17 de janeiro de 1983 na associação de capoeiraAruandê do mestre Pirrita. Inicio de ensinamento: 15 de maio do ano de 1988 na escola comunitária Mariana no bairro de Vila Nova São Luis MA.

Fundador: Sociedade Cultural de Capoeira CongoAruandê do Estado do Maranhão (Grupo de Capoeira Congo-Aruandê). 15 de maio de 1988

Cursos:

Árbitro de Capoeira. de 28 a 30 deAgosto de 2009.

Organização: Federação de Capoeira do Estado do MA. (FECAEMA). Árbitro e mesário de Capoeira. 21 de maio de 2012.

Reciclagem do curso de arbitro, mesário e instrumentista. 25 e 26 de 05 de 13.

Organização: Federação Maranhense de Capoeira (FMC).

Formação Continuada:

Organização: SEMED (Programa Mais Educação). Período: Junho a dezembro de 2015.Abril a novembro de 2016.

-Seminário: Construindo Caminho Para a Educação Integral em São Luís. Período: 23 de maio de 2016.

Experiências profissionais:

- Promotor de eventos culturais e esportivos relacionados com a capoeira.

- Mestre fundador e coordenador do grupo de capoeira Congo-Aruandê. Período: 1988 aos dias atuais,

- Mestre de Capoeira naAssociação de Mães de Vila Nova Programa Pete Período: 2001 a 2016.

- Mestre de capoeira no Instituto São José do Bom Fim. Período: 2004 aos dias atuais.

- Mestre na Escola Carlos SAADS. Programa Mais Educação Período: 2009 a fevereiro de 2017.

- Mestre no Centro Educacional Portal do Saber: Julho de 2014 aos dias atuais.

-Atuação em todos eventos de competição da FMC.

-Atuação como Arbitro Nos JEMS Jogos Escolares Maranhense. Ano. 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016

Capoeira pra mim

É uma luta de resistência, contra a opressão e discriminação de uma raça, sendo ensinada na roda a historia, instrumentação, cânticos e movimentos físicos que nos proporciona equilíbrio físico mental através do toque do berimbau.

Pastinha já dizia capoeira é tudo que a boca come. Então capoeira é vida.

GRUPO/NUCLEO

NELSON DE SOUZA GERALDO

SÃO LUIS, 12 D JANEIRO DE 1966

Mestre NELSON (Canarinho)

MESTRE NELSON (CANARINHO)

ESTILO

MISTA: TRÊS TEMPOS-ANGOLA, SÃO BENTO PEQUENO E SÃO BENTO

GRANDE DEANGOLA

Capoeiragem Tradicional Maranhense

NELSON DE SOUZAGERALDO

SÃO LUIS, 12 D JANEIRO DE 1966

DADOS PESSOAIS

Filho de Raimundo Geraldo e Zulmira Souza Geraldo

Fundamental incompleto (7ª série)

Contra- Mestre, em 16 de setembro de 1999 - Mestre- Jorge. Mestre, em 09 de novembro de 2013, consagrado pelo Mestre Pirrita

Jorge Navalha (JORGE LUIS LIMA DE SOUSA)

Pirrita

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Associação de Capoeira Itaqui Bacanga Raízes

HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Por volta de 1985, aos 13 anos de idade, Nelson de Souza Geraldo, filho de Raimundo Geraldo e Zulmira Souza Geraldo, iniciou a pratica da capoeira com o professor Jorge (Mestre Jorge – Navalha atualmente) incentivado por amigos chamados: Manel e Roberto. Iniciou o esporte por admiração pelas rodas de rua, estilos de jogo, movimentos e instrumentos, os quais via em grupos : Marabaiano, Aruandê e Filhos de Aruanda...

As dificuldades em sua locomoção para o seu aprendizado pela distância da academia não foram obstáculos e o mesmo conquistou sua 1ª graduação. Por um desentendimento com o seu professor (Jorge) passou a treinar com o professor Pirrita (atualmente Mestre Pirrita), concretizando a sua 2ª e 3ª graduação. Nelson sempre teve apoio familiar em seus eventos e trabalhos com o esporte.

Em 28 de outubro de 1996 iniciou um trabalho na Igreja Nossa Senhora Aparecida no Bairro Mauro Fecury II, juntamente com o amigo de esporte Pedro Marcos, formando assim o Grupo de Capoeira “Raízes”.

Em 16 de agosto de 1998 foi aprovado nas provas práticas e teóricas com Cordel azul - fez um exame de capoeira pela associação filhos deAruanda – filiada a Federação Maranhense de Capoeira promovido pelo Mestre- Jorge.

Em 11 de setembro de 1999 iniciou um trabalho na FundaçãoAssistencial da Criança e doAdolescente (FASCA) localizado na rua Hungria nº 22 quadra 2 bairroAnjo da Guarda .

Em 16 de setembro de 1999 foi aprovado nas provas práticas e teóricas como Contra- Mestre (trançado azul e amarelo); fez um exame de capoeira pela associação filhos deAruanda - filiada a Federação Maranhense de Capoeira, promovido pelo Mestre Jorge.

Por volta de 2005 participou do: Programa de Erradicação do trabalho infantil (PETI) localizado no CLUBE DE MÃES do bairro São Raimundo –Anjo da Guarda, PACRIAMAtambém do bairro São Raimundo e LIGADE EDUCADORES DAÁREAITAQUI BACANGA(LECAIB) beneficiando varias comunidades com cestas básicas ...

EVENTOS

- Festival de ladainha do Laborarte (com registro no jornal O Estado do Maranhão por volta de 1900) como compositor e interprete da musica : “E Chorou o Negro” alcançando o mérito de 1º lugar.

- 1ª Roda de Capoeira “Vamos Vê” promovido pela associação de Capoeira Angola-Mestre Pesão em 12 e 13 de dezembro de 1992 com medalha de ouro em exibição, saindo entre os dez capoeiristas completos de São Luis –Ma.

- 3º festival de ladainha em 1994 ,realizado na sede do Laborarte como compositor e interprete da musica Alforria alcançando o mérito de 1º lugar.

- 2º festival Regional de Capoeira de Bacabal promovido pelaAssociação de Capoeira Zambi - Mestre Pinta, com apoio da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Secretaria do Estado da Cultura (CECMA) e Casa doArtista de Bacabal (CAB) em 24 de setembro de 1995 como compositor e interprete com o mérito de 1º lugar.

-Através da LECAIB foi um dos idealizadores da 1ª COPADE CAPOEIRAVENHAVER TAÇAMESTRE PATO E da 2ª COPADE CAPOEIRAVENHAVER TAÇAMESTRE JORGE.

- Juntamente com Contra mestre – Pedro realizou através daAssociação de Capoeira Raízes inúmeros eventos como: 1ª Festival de Cantigas Mestre Ciba no teatro itapicuraíba bairroAnjo da Guarda, 2ª Festival de Cantigas Mestre Pirita ” no Parque Bom Menino bairro Centro, Festival Balneário de Ribamar, 1º Festival de cânticos inéditos de capoeira no teatro Itapicuraíba entre outros.

-Atualmente o Mestre Nelson tem um trabalho com o grupoACIBR (ASSOCIAÇÃO CULTURAL ITAQUI BACANGARAÍZES) E MINISTROU SEU PRIMEIRO EVENTO : 1º encontro de capoeira Camaradas Velha Guarda COM OS IDEALIZADORES MENSTRE NELSON E MESTRE JORGE.

- Em 09 de novembro de 2013 consagrado pelo Mestre Pirrita como Mestre (corda vermelha) juntamente com o MESTRE PEDRO pelos relevantes trabalhos desenvolvidos em prol nosso estado.

-Atualmente tem um trabalho como mestre daAssociação de Capoeira Itaqui Bacanga Raízes e realizou um evento idealizado com Mestre Jorge Navalha dia 08 de julho de 2017 chamado: : I ENCONTRO DE CAPOEIRA“CAMARADAS VELHA GUARDA” - CAPOEIRADO MARANHÃO ,CAPOEIRANO MARANHÃO realizado no MARAVISTA(PRAIADO BONFIM).

DECLARAÇÃO PESSOAL: a capoeira me trouxe Benefício em minha saúde, o não envolvimento na marginalidade, onde perdi vários amigos no mundo das drogas, me dando outra visão de vida. Me entristece as dificuldades para realização de eventos sem a colaboração maior do ESTADO do MUNICIPO.

OBJETIVO FUTURO: Desenvolvimentos de trabalho com: idosos e portadores deficiências físicas.

CAPOEIRÁ É: MINHAFILOSOFIA, HOBE,UMAPAIXÃO E UM COMPLETO DO MEU DIAADIAE FONTE DE ESPIRAÇÃOALÉM DE UMAARTE OU UMALUTAQUE SE ESCONDEATRÁS DE UMA GINGA

KLEBER UMBELINO LOPES FILHO

São Luís – 12 de abril de 1966

Mestre BAMBA

KLEBER UMBELINO LOPES FILHO

MESTRE BAMBADO MARANHÃO

ESTILO Angola

DADOS PESSOAIS

KLEBER UMBELINO LOPES FILHO

São Luís – 12 de abril de 1966

Filiação - Kleber Umbelino Lopes - Marinildes Pinheiro Braga

Endereço: Rua João Vital 0 Beco da pacotilha -129 – Centro Histórico quilombomusica@bol.com.br centromandiqueira@bol.com.br

MESTRE Patinho

GRUPO/NÚCLEO Escola de Capoeira Mandigueiros doAmanhã

HISTÓRIA DE VIDA

Começou na capoeira aos 12 anos de idade.Apartir de 1995 conheceu o Mestre Patinho com quem aprendeu as técnicas. Ele trabalha com a capoeira Angola. Na capoeiraAngola seu título através dos graus e pela comunidade. Há um grande respeito pela comunidade. Jána capoeira Regional seu título vem através de cordéis que dependendo da graduação vai mudando de cor.

Entrevista concedida a Manoel Maria Pereira

Em 1978, eu tinha 12 anos via a capoeira como uma forma de brincadeira; como sou baixinho e magro, na época eu tinha 39 quilos mais ou menos, os meninos do bairro impunham a soberania, não podia jogar bola que apanhava, até para ir na quitanda, eu tinha que arrudiar (sic) uma pracinha que tinha em frente da minha

casa, por que tinha um menino que se eu passasse por lá, apanhava. Eu via a capoeira na rua com o som dos birimbaus (sic), a música, a ginga, a movimentação, me fascinava.

Como morei sempre na Madre-Deus, um bairro periférico, na época mais ainda, eu sentia a necessidade de me proteger mais ainda. Na época de 60 e 70 tinha a imagem de malandragem e vagabundagem que perdura até hoje, não com a mesma intensidade. Os pais não deixavam aos filhos entrarem, sempre morei com a minha mãe e dois irmãos; só fui ter o apoio de minha mãe depois de ser contra-mestre e fundar a academia e trabalhar com crianças do bairro; antes vinha a cobrança para estudo, mas o meu padrinho era aluno do Mestre Sapo, o Mestre Eusamô, hoje. Me levava para as rodas e me iniciou na capoeira.

O Mestre Sapo, para mim, foi o Mestre que mais propagou a capoeira no Maranhão na década de 80. O que trouxe de benefício?

As melhores coisas de minha vida. Um rico sem dinheiro no bolso.Antes de viver da capoeira não tinha nada. Com a capoeira tive a felicidade de conhecer a minha esposa que me deu dois filhos e me fez superar a morte de minha mãe. O espírito foi superado com a capoeira.AValdira Barros me deu força para superar a capoeira, não ficando só no jogar pernas para o alto. Jandira Barros é a minha esposa. Me incentivou a pesquisar, me integrar a modernidade e não esquecendo de onde a capoeira surgiu.

Antigamente um mestre para chegar a mestre, treinava 4 a 5 anos, montava uma academia e se intitulava mestre, com a modernização isso mudou.

Existe duas vertentes. A capoeira regional que tem algumas linhas intitulada de capoeira contemporânea, criada pelo Mestre Bimba na década de trinta.

Como é o negro na capoeira?

Acapoeira de 1880 a elite era branca e sempre praticou, no Rio de Janeiro na década de 30.

O Mestre Bimba, por participar e ter uma influência branca de amizade na sociedade, a capoeira Regional era praticada por influencia do mestre Bimba, que trouxe seus amigos para a prática, levando a capoeira para o lado do esporte. Enquanto a Angola, praticada por 80% dos negros se constituía cada vez mais como arte afrobrasileira, como forma de brincadeira lúdica,pois aAngola é mais próxima a religiosidade, e o negro, que seescondiaparapraticarsuasreligiões,mostravatambémnacapoeirasuascrenças, emformasdesuas músicas e ladainhas.

Na década de 30 a 50, com a adoção do estilo de educação física francesa, a capoeira foi se levando mais para o gueto. Valorizando uma herança que é nossa, o capoeirista só, não pode esperar ela se valorizar, caindo do céu. Apesar de não ser universitário, mas com o trabalho social que faço, me adequando ao que tenho, me valorizo.

Existe academia que vê mais o corpo, eu ao contrário trabalho mais a mente, no natural, não importando se você e alto, magro, baixo, gordo o importante é você aprender além dos meios de fazer é entender como fazer.

Eu após conhecer o Mestre Pato é que fui seguir a linha da mentalidade correta da pratica da capoeira na roda, até mesmo na briga.Após conhecer o Mestre Pato é que me transformei em um devoto da capoeira

Entrevista realizada por Ismênia de Abreu Mendes

Mayara Mendes de Azevedo

Sâmia Valéria Madeira Irineu

José Maranhão Diniz

Manoel Maria Pereira

CASEMIRO JOSÉ SALGADO CORREA

Cururupu – Ma – 08 de outubro de 1966.

Mestre MIRINHO

Estilo

CAPOEIRA MISTA: ANGOLA E REGIONAL.

Nome

CASEMIRO JOSÉ SALGADO CORREA

Filiação

Mestre Ivandro Costa Mestre Baê

Pai – Pedro Alcântara Correa. - Mãe – Rosires Salgado Correa. Local e Data de nascimento

Cururupu – Ma – 08de outubro de 1966.

Endereço

Rua Porto Caratatiua, n° 23 – Ivar Saldanha.

Telefone – 3249 – 4862

Endereço Eletrônico

Academia

Academia – Rua Santa Rosa, n° 82 – Forquilha.

CEP: 65037-200

HISTÓRIA DE VIDA

Iniciou a capoeira em 03 de março de 1982, com 15 anos, na Rua do Poço – Bairro da Liberdade, passando poucos dias. Depois mudou para o Laborarte. Na época, não podia colocar o nome identificando capoeira, pois era discriminada. Do Laborarte, passamos para o CCN (Centro de Cultura Negra) com o mesmo estilo (capoeira mista) que durou até 1986. Comecei a dar aulas em Cururupu, onde fui o pioneiro fundando o grupo de capoeira Águia Negra Posteriormente viajei para Vargem Grande fundando o grupo “Grito de Liberdade”, depois vim para São Luís ficando parado, só estudando a origem da capoeira e da cultura negra para a comprovação dos fatos e a discriminação racial, mas sempre participando de rodas de capoeira.Em 2000, conheci o mestre Baé e até hoje ele é o meu instrutor.

Escolhi a capoeira, porque sempre fui voltado para a origem negra, pois a mesma me fascina, está no meu sangue. Nunca lutei outro estilo, só a capoeira; não só pela luta, mas pelos rituais. Considero que o capoeirista é um artista e um artesão, pois o mesmo confecciona seus próprios instrumentos.

A capoeira no Maranhão é muito boa, é a das melhores existentes no Brasil, precisando apenas ser lapidada.

O meu objetivo em relação a capoeira é resgatar aquela que os negros praticavam na época, a essência da verdadeira capoeira que hoje ficou muito estilizada.

Entrevista realizada por Hermílio Armando Viana Nina

O Mestre Mirinho nasceu no dia 8 de outubro de 1966 na cidade de Guimarães (MA). Quando se iniciou na capoeira já contava 16 anos, isto em 1982, pelas mãos de Mestre Evandro, daquela cidade. Em São Luís praticou inicialmente na Rua do Poço da Liberdade e também no Laborarte. Em 1986 montou seu primeiro grupo na cidade de Cururupu (MA), especificamente no Palácio das Festas. No ano seguinte, 1987, cria o denominado grupo Grito da Liberdade na cidade de Vargem Grande (MA).

Atualmente Mestre Mirinho é membro do grupo Candieiro. Este grupo desenvolve a capoeira no interior do Estado, já estando nas cidades de Tutóia, Icatú, Paulino Neves, Cachoeira Grande e Morros. O próximo passo é a cidade de Presidente Juscelino.Afunção de Mestre Mirinho no grupo é transmitir sobre o desenvolvimento e a história da capoeira no Brasil, sua origem, etc. Compreende também o ensino dos rituais, músicas e ritmos, tirados dos diversos instrumentos utilizados.

O Mestre Mirinho é casado e tem dois filhos, Ruan de 13 e Carla de 11 anos. Já estão sendo iniciados na capoeira pelo Mestre.

Quando na está atuando na Capoeira, o Mestre Mirinho é um comerciante autônomo. Como pessoa é extremamente educada e gentil, conhecedor das origens e importância da Capoeira. Ele defende que a origem da capoeira no Maranhão se deu com o finado Roberval Serejo, quando fundou o grupo “Bantos”, em época remota. Este grupo praticava a capoeira na antiga guarda municipal no Parque Veneza.

Para o mestre Mirinho, aquele que transmite a capoeira tem que estar preparado para transmiti-la. É ter uma completa visão do que ser educador. É preciso ser um poeta, um compositor e um cantor também, além de instrumentista. Resume-se em se dar completo, em uma só palavra, amor pela capoeira.

Entrevista realizada por: Witaçuci Khlewdyson Reis Bezerra

Iniciou-se na capoeira em 1982, com 15 anos de idade, na Rua do Poço, na Liberdade, depois mudou-se para o Laborarte. Do Laborarte passou para o Centro de Cultura Negra, permanecendo até 1986. Começou a dar aulas em Cururupu, fundando o grupo de capoeira Água Negra, depois foi para Vargem Grande, fundando entãoo Grupo grito deLiberdade.VoltandoaSãoLuís, ondeseprendeuaos estudos daCulturaNegra eorigem da capoeira. Desde 2000 está com o Mestre Baê.

Buscou a capoeira devido a origem negra, onde a mesma o extasiara. Se identificou muito com os rituais, a música. Compara o Capoeirista como um artesão, um artista onde consegue confeccionar sues próprios instrumentos. Acha a Capoeira do Maranhão de excelente qualidade necessitando somente ser lapidada, onde sua meta é regatar a real essência deste maravilhosa arte.

Entrevista realizada por: Maria do Socorro Viana Rego

Iniciou a capoeira em 03 de março de 1982, com 15 anos, na Rua do Poço – Bairro da Liberdade, passando poucos dias. Depois mudou-se para o Laborarte. Na época não podia colocar o nome identificando capoeira, pois era discriminada. Do Laborarte passamos para o CCN (Centro de Cultura Negra) com o mesmo estilo (capoeira mista) que durou até 1986. Comecei a dar aulas em Cururupu, onde fui o pioneiro fundando o grupo de capoeira Águia Negra. Posteriormente viajei para Vargem Grande fundando o grupo Grito da Liberdade, depois vim para São Luís ficando parado, só estudando a origem da capoeira e da cultura negra para a comprovação dos fatos e a discriminação racial, mas sempre participando de rodas de capoeira. Em 2000, conheci o mestre Baé e até hoje ele é meu instrutor.

Escolhi a capoeira porque sempre fui voltado para a origem negra, pois a mesma me fascina, está no sangue. Nunca lutei outro estilo, só a capoeira; não só pela luta, mas pelos rituais. Considero que o capoeirista é um artista e um artesão, pois o mesmo confecciona seus próprios instrumentos.

A capoeira no Maranhão é muito boa, é das melhores existentes no Brasil, precisando apenas ser lapidada. O meu objetivo em relação a capoeira é resgatar aquela que os negros praticavam na época, a essência da verdadeira capoeira que hoje ficou estilizada.

Entrevista realizada por: Raimunda Lourença Correa

Witaçuci Khlewdyson Reis Bezerra

Maria do Socorro Viana Rego

HermílioArmando Viana Nina

MÁRCIA TREIDLER

RIO DE JANEIRO (?) 1966

MESTRA MÁRCIA CIGARRA

Mestra Márcia "Cigarra" (Márcia Treidler), é uma veterana de Capoeira de 39 anos e fundadora e diretora artística da ACSF. Márcia começou a Capoeira em 1982 com o renomado Mestre Camisa, aluno do lendário Mestre Bimba.

Ao longo da década de 1980, havia apenas um punhado de mulheres treinando. Márcia estava determinada a mudar a trajetória das mulheres na arte. Com trabalho árduo persistente, ela ganhou respeito e um lugar entre os principais praticantes. Em 1987, começou a ensinar crianças de rua e, em 1990, atingiu o mais alto nível alcançado por qualquer mulher noABADÁ-Capoeira, status que mantém até hoje.

Em 1991, aos 25 anos, Márcia deixou o Brasil para os EUA e fundou a ACSF para preservar e expandir a Capoeira e usar a Capoeira como catalisadora de mudanças positivas.

Como uma artista imigrante gay indocumentada, Márcia começou modestamente com duas aulas semanais para um punhado de alunos. A consciência de seu talento cresceu e, gradualmente, ela adicionou aulas, performances e eventos.

Em 1997, sua contribuição artística para os EUA foi reconhecida quando ela foi a primeira artista feminina a receber uma Isenção de Interesse Nacional como "Alien com Habilidades Extraordinárias", concedendo sua residência permanente. Nesse mesmo ano, com a Diretora Executiva Jennifer Walsh, fundou o Centro da ACSF, o primeiro local da região dedicado à arte e cultura brasileiras.

Em 2013, foi a primeira mulher do legado da ABADÁ a receber o título de "Mestra", tornando-se uma das 8 melhores Capoeiristas de cerca de 60 mil membros internacionais.

ComolíderdaorganizaçãoglobalABADÁ,MárciaatuaeensinaemtodooBrasil,AméricadoNorteeEuropa, e é uma das sete juradas dos prestigiados Jogos Internacionais e Nacionais de Capoeira "Jogos".

Ela é valorizada como uma coreógrafa inovadora; um professor procurado; professor e mentor de artistas da ACSF e da ABADÁ-América do Norte; um modelo para as populações brasileiras, imigrantes, mulheres e meninas e LGBTQIA+; e um construtor de pontes em nossa comunidade.

Márcia leva mulheres e homens a níveis sem precedentes de sucesso na arte, e seu trabalho promove a crescente presença e impacto das mulheres na arte.

Ela continua seu compromisso de proteger a integridade da Capoeira, iluminando o significado histórico enquanto avança o conhecimento cultural; mentoring de artistas da próxima geração; e ampliar a equidade de gênero na Capoeira internacionalmente.

PRÊMIOS e MARCOS RECENTES

2016: Mestra Márcia Cigarra recebe o prestigiado Prêmio KPIX Jefferson por levar a capoeira aos milhares.

2014: Prêmio Perfil de Excelência ABC 7 – Mestra Márcia Cigarra recebe o prestigiado Prêmio Perfil de ExcelênciaABC 7 por contribuir significativamente para a diversidade cultural da BayArea.

Agosto de 2013: Título de Mestra dado por Mestre Camisa no Rio de Janeiro, Brasil

Agosto de 2010: Homenageada pelo Encontro de Mulheres Líderes de Capoeira no Rio de Janeiro, Brasil, e premiada com o "1º lugarABADÁ-Capoeira Feminina Competition)

2010: Mestra Cigarra foi adicionada como uma das líderes comunitárias retratadas em um mural na Horace Mann Middle School, no Distrito Missionário de São Francisco.

Maio de 2010: Prêmio de Liderança Comunitária em uma cúpula estadual para meninas no esporte organizada pela Team up for Youth &Athletes for Hope por seu papel ajudando a apoiar meninas e mulheres no esporte

Outubro de 2009: Prêmio 10 Women Campaign da Flyaway Productions por seu trabalho como "BridgeBuilder" que reúne comunidades díspares

Maio de 2008: Junte-se ao PrêmioAll-Star da Juventude, que reconhece modelos excepcionais

Abril de 2008: Cidadania americana concedida

Março de 2008: Nomeado Líder Regional para a América do Norte pela liderança internacional da ABADÁCapoeira

Dezembro de 2007: Certificado de Honra de Gavin Newsom e da Cidade e Condado de São Francisco por seu serviço dedicado à comunidade latina

Outubro de 2007: O documentário Cigarra Capoeirista foi concluído e exibido em festivais de cinema em São Francisco e Boston

Setembro de 2007: KQED Latino Community HeroAward em reconhecimento ao seu impacto de longa data nas comunidades da Bay Area

FLAVIO MACHADO DE BULHÕES –

1967 – (?)

MESTRE GRILO

Iniciou na capoeira em 1979, aos 12 anos com o Mestre Garrincha e Sorriso, formado por Mestre Garrincha em 2009. Em 1987 comecei a dar aulas de capoeira para crianças e em 1992 comecei a dar aula naAlemanha na cidade de Bremen e posteriormente na Holanda, na cidade de Amsterdã. Hoje minhas aulas são na Alemanha e na Holanda com adultos e crianças.

Contato: www.grilocapoeira.com

JULIO SÉRVIO COELHO SERRA

Viana-Ma, 23 de setembro de 1967

MESTRE ABELHA

ESTILO ANGOLA

DADOS PESSOAIS

Mestre ABELHA

JULIO SÉRVIO COELHO SERRA

Viana-Ma, 23 de setembro de 1967

Professor de CapoeiraAngola

1999 – Mestre CapoeiraAngola - João Pequeno de Pastinha

MESTRE Mestre João Pequeno de Pastinha (João Pereira Dos Santos)

GRUPO/NUCLEO Escola Cortiço doAbelha

Me chamo Julio Sérvio Coelho Serra, nasci na cidade de Viana-Ma em 23 de setembro de 1967.

Criei-me em São Luis do Maranhão, no mundo da capoeira sou conhecido como Mestre Abelha. Comecei a praticar a capoeira com os meus 12 anos em São Luís

Em 1998- fui pra Salvador a convite do senhor João Pereira Dos Santos, o ilustre Mestre João Pequeno de Pastinha, onde ele me acolheu em sua casa, consequentemente me formando professor de capoeira Angola, na sua (academia de João Pequeno de Pastinha Centro Esportivo de CapoeiraAngola ) no Lago do Carmo no Forte SantoAntonio e dando o nome da minha escola ( Cortiço doAbelha ).

Em 1999- o Cortiço do Abelha realiza a I Clinica de CapoeiraAngola em São Luis do Maranhão trazendo o seu tutor o ilustre Mestre João Pequeno de Pastinha, onde eu tive o privilégio de ser reconhecido (mestre de capoeiraAngola, por ele.)

2001- começo a viajar pelo mundo ministrando oficinas e dando palestras sobre a capoeiraAngola, incluindo Brasil, Itália, França, Bélgica, Suíça, Holanda, Áustria, Alemanha e Grécia.

2013- eu faço moradia definitiva em Atenas-Grécia, onde organizo a Escola de Capoeira Angola Cortiço do Abelha na Grécia, Brasil, Itália,Austrália e França.

2022 – Cidade do Porto

HELIO DE SÁ ALMEIDA

São Luis, 05 de novembro de 1967

HELIO DE SÁALMEIDA

MESTRE GAVIÃO

capoeira angola e regional

ESTILO

DADOS PESSOAIS

Mestre GAVIÃO

Capoeiragem Tradicional Maranhense

HELIO DE SÁALMEIDA

São Luis, 05 de novembro de 1967

Filho deAlcinoAlmeida e Francisca das ChagasAlmeida

1992 - Formado Professor (Mestre Madeira) e Mestre reconhecido pela comunidade capoeirista e formalizado com o mestre Pirrita através de um certificado.

Madeira

Pirrita

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Grupo Tombo da Ladeira (Desterro, fundado em 1992)

BIOGRAFIA

Eu, Helio de Sa Almeida, filho de Alcino Almeida e Francisca das Chagas Almeida, nascido no dia 05 de novembro de 1967, em São Luís –MA, no bairro do Desterro, onde tive meu primeiro contato com a capoeira em 1977. Numa época, quando tudo se focava no Centro Histórico: comércio, malandragem, etc. entre o Desterro e a Praia Grande, veio para o bairro um trabalho social liderado por Tácito Borralho que oferecia: teatro, música e capoeira. Tentavam contar a história da igreja do Desterro aos turistas que vinham visitar a área. Nessa feita conheci Raimundinho, o responsável pelas aulas de capoeira através do projeto. Ele era conhecido na capoeira como: “Raio”. Foi ele quem me deu os primeiros passos na capoeira, considerando que eu já gostava de arte marcial, mesmo antes começar a capoeira.

As aulas eram realizadas na Igreja do Desterro e como criança se desenvolve rápido, começamos a fazer as rodas de capoeira, onde recebíamos diversos visitantes, dentre eles o Mestre Sapo, Pato, Louro, Baiano, Sócrates (irmão de Didi), Curador e outros capoeiristas da época. Meu primeiro parceiro na capoeira foi Bigu. Passamos 3 anos treinando juntos no projeto, quando nosso professor Raimundinho teve que ir embora para São Paulo e o projeto social acabou.

Nós continuamos treinando, sem professor e ficamos sabendo que o Mestre Sapo dava aula na EscolaAlberto Pinheiro e no antigo e fomos olhar a aula. Quando chegamos lá, para nossa surpresa a aula era escola de elite, só estudava quem tinha uma boa condição financeira.A sala era toda no tatame e cheia de alunos jogando de 2 em 2. E movidos pelo ritmo da música de capoeira do Mestre Caiçara, sem sermos convidados, começamos a jogar. Logo chamamos atenção de todos por ter o jogo desenrolado e cheio de floreio. Estávamos fazendo bastante movimentos no jogo, quando o mestre Sapo nos abordou perguntando se éramos alunos da escola. Dissemos que não, então ele nos disse que não poderíamos jogar mais. Nesse dia voltamos pra casa muito tristes. No outro dia, curiosamente, Mestre Pato apareceu na minha casa conversando com meus pais para que meliberassemparatreinarcapoeira.Meupainãoviacombonsolhosacapoeira.Paraeleeracoisademarginal, mas minha vó-mãe liberou pra que eu pudesse treinar. Desde então comecei a treinar com mestre Pato que na época ainda era contramestre e eu tinha por volta de oito anos de idade.

Treinamos na rua Cândido Ribeiro, na antiga academia Real de Karatê do professor Zeca, e passado um tempo mudou-se para o antigo Lítero. Depois mudamos para Rua daAlegria e na Deodoro fazíamos bastantes rodas de apresentação com Mestre Sapo e M. Pato. Essas rodas reuniam todo o grupo. Esse tempo foram 3 anos de treinos e depois a academia acabou.

Fiquei treinando sozinho numa fábrica; por volta dos meus 17 anos fui treinar Karatê na academia Real. Quando cheguei lá, eram aulas de capoeira com Mestre Madeira. Cheguei numa quinta-feira e passei pelo primeiro teste: uma “bênção” e um” galopante” no ouvido. No outro dia ele falou que era apenas um teste pra saber se queríamos mesmo treinar capoeira. E isso eu pagando a mensalidade que na época custava R$ 5 cruzeiros! Começou a me levar para as rodas. Fomos a roda da 13 de Maio, na casa de Jorge Babalao, e nas rodas da Deodoro, foi onde eu conheci meu segundo parceiro na capoeira: Fabio Arara. Pagamos um preço alto para treinarmos capoeira, até fome passamos. O mestre era muito rigoroso na sua aula.Treinamos durante 15 anos juntos, quando comecei a dar aulas no bairro do Desterro, na sede da Flor do Samba, em 1992. Infelizmente tive que romper com meu mestre devido a sua ignorância. Ele nos visitou na sede com alunos mais velhos e começou a machucar meus alunos que eram praticamente crianças. Eu nunca havia enfrentado meu mestre, sempre lhe fui muito obediente, mas precisei tomar uma postura frente a essa situação grotesca. Eu, sozinho, chamei para mim a responsabilidade, e joguei com todos. Foi um dia difícil, mas não poderia deixar meus alunos apanharem violentamente.Apartir daí criei meu próprio grupo o Tombo da Ladeira, que já tem seus 26 anos de existência e resistência na capoeira.

Já viajei por muitos estados brasileiros a procura de capoeira, e sempre busquei manter minhas raízes e só absorvendo o que achava interessante para enriquecer minha capoeira. Certa vez, um mestre em um evento em São Paulo, me viu jogando e me perguntou: “Oh Mestre essa sua capoeira é africana”

Hoje já tenho meus 40 anos de capoeira, onde já tenho uma certa vivência e posso afirmar que, se não fosse a capoeira, provavelmente não estaria vivo agora.

Para mim capoeira é: arte, esporte, lazer, luta e cultura. A capoeira maranhense é mista: joga em cima e joga em baixo.

JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES

São Luís – MA, 25 de novembro de 1967

Mestre TUTUCA

MESTRE TUTUCA

ESTILO Capoeira Capoeiragem Tradicional Maranhense

JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES

São Luís – MA, 25 de novembro de 1967

Filho de JoãoAlves Fernandes e de Conceição de Maria Borges

Escolaridade: 2º Grau – Escola Humberto Teixeira

DADOS PESSOAIS

Formado a contra mestre de capoeira em 08 de Março de 1994 pela associação de capoeira Mara Brasil.

Formado a contra mestre pela Federação Maranhense de Capoeira em 10 de abril 1994

Formado a Mestre em 23 de Março de 2002 pelo seu próprio Mestre Evandro

MESTRE EVANDRO

GRUPO/NUCLEO Grupo Gira Mundo Capoeira (fundado em 23/04/1998)

HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Iniciei a Capoeira no ano de 1981com o Mestre Evandro aos 12 anos de Idade, no Laborarte. Hoje Mestre e fundador do Grupo Gira mundo Capoeira fundado em 23 de abril de 1998; Atualmente sua sede funciona naAssociação da Caixa Econômica Federal do Maranhão (APCEF/MA), desde 1998, tendo alguns núcleo nos bairros periféricos da cidade de São Luis, aulas ministrada por alunos graduado a Estagiários, Monitores, Formados, instrutores, Contra Mestres. Na comunidade da Vila Kiola, João Paulo, Sol e Mar, São José de Ribamar,Vicente Fialho. Graduados Envolvidos: EstagiárioMarquinho, MonitorDeivid,FormadoMalheiros, Instrutora Neta, Instrutor Ronald. Contra Mestre formados por mim: CABEÇA, MAGÃO.

-Arbitro pela Federação de Capoeira do Estado do Maranhão( FECAEMA) e pela Federação Maranhense de Capoeira. (FMC).

PARTICIPAÇÃO EM EVENTO:

- Festival de HAUSTS DE GARONNE 15 de julho de 2000 na cidade de BORDEAUX (França)

- 5º encontro mundial de capoeira FICAG realizado em comemoração aos 20 anos de que acontece no período do dia 09 a 14 de julho 2012 na cidade de Belo Horizonte/MG.

- IIIº Movimento Pró – Capoeira do Maranhão

- IV Movimento Pró – Capoeira Filhos deAruanda,Aruandê e Clube Center.

- Projeto Cultura Capoeira nos Bairros, promovido pelas associações de capoeiraAruandê e Filhos de Aruanda.

- Roda de Capoeira Vamos ver realizada pela associação de capoeiraAngola.

- 2º Encontro Estadual de Capoeira realizado pelo Grupo Candieiro.

- 1º, 2º, 3ºEncontro nacional de capoeira realizado pela associação de capoeira São Jorge.

- 1º Tem Sinhá na Roda, realizado pela Federação Maranhense de Capoeira.

- Oficina de Movimentos e Instrumentação de Capoeira realizada pela associação de Capoeira São Jorge.

- Oficina de percussão Ministrada pelo mestre Pezão.

- Clinica FECAEMAde capoeira.

- Copa ceut realizada pelo grupo Raizes do Brasil.

- Copa cajuína realizada pelo grupo Raizes do Brasil

Cursos:

- Fundamento da Malicia (FECAEMA)

- Capoterapia, (FMC)

- Capoeira Inclusa (ASSOCIAÇÃO VOLTAAO MUNDO).

- Capacitação de Mestres do Estado do Maranhão Pela (UFMA).

- Capoeira inclusa para deficiente visual e auditivos.

- 1º Festival de capoeira nos Bairros realizado pela associação FILHO DE OGUM.

- Batizados e troca de cordas em outros estado como Rio de Janeiro, Belém, Teresina, Fortaleza, Belo Horizonte, Campinas – SP.

- Batizados e troca de cordas no Estado do Maranhão.

Eventos Organizados:

- 1º Oficina de Capoeira Ginga da Solidariedade, 1º 2º, 3º, 4º

- Festival Ludovicense de Capoeira com os mestres da cidade.

- 1º Festival de Canto de Ladainha.

- Batizados com Oficinas e cursos de Capoeira com Mestres de outros Estado e do Estado do Maranhão.

HOMENAGEM:

Pelo reconhecimento a importância do seu nome na capoeira maranhense. GRUPO CANDIEIRO. HONRA AO MÉRITO: ao apoio em reconhecimento a capoeira e a cultura brasileira através desta entidade.

CAPOEIRÁ É:

Capoeira: é a luta de um povo disfarçada em dança para confundir seu opressor no tempo da Escravidão. Mestre Tutuca!

ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO

São Luis – MA, 21 de setembro de 1968

Mestre MIZINHO

MESTRE MIZINHO ESTILO CAPOEIRACONTEMPORÂNEA

ALCEMIR FERREIRAARAÚJO FILHO

São Luis – MA, 21 de setembro de 1968

FiliaçãoALCEMIR FERREIRAARAÚJO eAMÉLIAVITÓRIAMARQUES

DADOS PESSOAIS

ESCOLARIDADE: ENSINO MÉDIO

1994 formado Contramestre pelo Mestre Evandro.

1999 graduado Mestrando pelo Mestre Evandro

11 de outubro de 2003 formado Mestre pela “FECAEMA”

GRUPO: “MARANHÃOARTE CAPOEIRA”, 15 de março de 2006

GRUPO/NUCLEO

MESTRE EVANDRO HISTÓRIADE VIDA

Meu primeiro contato com a Capoeira foi em 12 de outubro de 1978, quando fui levado pelo meu primo “Chico” ao Teatro Arthur Azevedo para assistir uma peça de bonecos sobre o dia das crianças. Ao final da peça, com um foco de luz, surge um homem de cabelos lisos e longos, de corpo esbelto e que ao som de um instrumento desconhecido (berimbau), começa a se movimentar seguindo o som do ritmo do tal instrumento tocado. Fiquei pasmo, sem acreditar que uma pessoa pudesse fazer tudo aquilo com o corpo e perguntei para meu primo o que era aquilo e ele me respondeu: - “Se chama Capoeira”. Esse homem se chamava Antônio

José da Conceição Ramos, conhecido como “Mestre Patinho”. Quando cheguei em casa, disse à minha mãe que queria treinar, mas ela não concordou e disse para que eu não falasse mais nisso, que era coisa praticada por marginais, e assim fiquei calado e esqueci.

Passaram três anos, na ocasião em que eu tinha um professor particular chamado “João Evangelista”, no qual minha mãe continha a maior confiança. E certo dia cheguei para estudar e ele falou para fazermos uma cópia e um ditado pois ele precisaria sair mais cedo. Eu comecei a fazer a cópia e ele pegou um arco, começou a armar esticando um arame, botando depois uma cabaça e no instante que começou a tocar aquele instrumento eu logo reconheci que era o som da apresentação que eu havia assistido no Teatro, e perguntei: - “O que é isso? ” Ele respondeu: - “Um berimbau, serve para jogar Capoeira. ” Perguntei: - “ Você treina isso? ” Ele disse: - “Eu treino.” Daí pedi a ele que pedisse à minha mãe para treinar com ele pois ela tinha total confiança nele. E assim João foi e teve quase uma hora de conversa com minha mãe e ela acabou cedendo com uma condição, que ele me levasse e me trouxesse, e assim ele concordou.

Meu início na Capoeira foi em 1982, na academia do Mestre Socó, na rua 24 de outubro, no bairro do Monte Castelo, onde treinamos por (07) sete meses. Conheci vários capoeiristas que faziam parte da história da Capoeira Maranhense da época: Rui Pinto, Beleleco, Sabujá, Miguel, Brinco Dourado, Euzamor, Toba, Banana,Cláudio,DanClayeChicão.NesteperíodoconheciMestreEvandro,oqualposteriormentesetornaria meu Mestre. Saímos do Monte Castelo, já como seu aluno, indo para o Parque do Bom Menino para treinar com ele. Passei (19) dezenove anos com ele, passando por vários lugares. Em 1982 treinamos na Associação de Moradores da Liberdade durante um ano mais ou menos, depois migramos para o Laborarte (Laboratório de Artes), em 1983, até meados do ano de 1986, e nesse mesmo ano fui convocado para disputar o JEB’s (Jogos Escolares Brasileiro). Viajamos para disputar, na cidade de Vitória – ES, tendo como meu técnico o “Luisinho” (aluno do Mestre Sapo).

No final de 1986, fomospara o CCN (Centro de Cultura Negra), onde fui campeão de uma Mostra deCapoeira organizada e realizada por esta mesma instituição, enquanto o Mestre Evandro se formou a Mestre com o Mestre Canjiquinha indo à Salvador - BA. No ano de 1987 retomamos nossos treinamentos no CSU do Habitacional Turú, no qual treinamos até o final de 1994, ano em que fui formado a Contramestre pelo Mestre Evandro.Em 1995 passamos atreinarnoEstádioCastelão,ondecomecei aauxiliar naadministraçãodo Grupo Mára-Brasil, em que participava, criado pelo Mestre Evandro, e quando dei início às viagens para eventos no interior do Estado em cidades como: Bacabal, Imperatriz, Cururupu, Pinheiro, São João Batista, Viana, São Mateus, etc.

Em seguida, profissionalmente, transpus os limites maranhenses viajando para outros Estados para ministrar cursos e arbitrar campeonatos em Piauí, Pará, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, etc. Em 31 de maio de 1997 participei do “Festival de Cantigas” realizado pelo Laborarte ganhando o 2º Lugar na categoria de chulas, recebendo um brinde de um LP de Capoeira pelo grande Mestre Brasília.

No ano de 1999 fui graduado a Mestrando pelo Mestre Evandro. No entanto, no começo do ano 2000 saí do Grupo do Mestre Evandro, o Mára-Brasil, e decididamente com o Contramestre Jota-Jota e Contramestre Manoel, fundamos a ‘Associação Nação Palmares Capoeira, me tornando coordenador-geral, permanecendo neste cargo por 05 (cinco) anos. Neste período obtive minha primeira viagem internacional, com destino a duas cidades: Bordeaux e Lille, na França na Europa. Nesta viagem, foram uma equipe de 04 (quatro) capoeiristas: Contramestre Mizinho, Contramestre Tutuca, Contramestre Manoel e o Monitor Betinho, através da ajuda do Contramestre Jota-Jota que já se encontrava na França. Ficamos na cidade de Bordeaux por um mês, e depois CMTutuca, CM Manoel e Monitor Betinho voltaram para o Brasil enquanto continuei na cidade de Lille, com o CM Jota-Jota para realizar outro trabalho, onde me mantive por mais um mês.

Em 11 de outubro de 2003 fui formado a Mestre pela “FECAEMA” (Federação de Capoeira do Estado do Maranhão) numa solenidade no “Convento das Mercês”. No ano de 2005 recebi da Câmara de Vereadores de São Luís umacomendapelos bons serviços prestados pelavalorizaçãodaCapoeiranumacerimôniano interior da Plenária da Câmara de Vereadores juntamente com outros Mestres de Capoeira.

Ao sentir a necessidade de pôr em prática meus conhecimentos através de todo o aprendizado que adquiri da Capoeira e sendo capaz de oferecer uma grande contribuição na arte, na cultura, no esporte até mesmo no meio educacional para a formação do caráter de crianças, adolescentes e na profissionalização de adultos, decidi fundar em 15 de março de 2006 o “Centro Cultural Educacional Maranhão Arte de Capoeira”. Hoje o “MaranhãoArte Capoeira” desenvolve um trabalho com uma equipe de 17 (dezessete) professores, 01 (um) Monitor, 06 (seis) alunos formados e 10 (dez) estagiários. De todos, 11 (onze) são da cidade de São Luís e 08 (oito) do município de Icatu - MA.Através da qualificação de Mestre desses profissionais promovo aulas 02 (duas) vezes na semana e capacitações práticas e teóricas uma vez ao ano. Atualmente nosso trabalho abrange 15 (quinze) bairros em São Luís: Maracanã, Nova República, Vila 2000, Quebra-Pote, Fé em Deus, Coroadinho,Alemanha, CidadeOperária,SantaEfigênia,VilaOperária,VilaLuizão,Matinha,VilaFlamengo, Vila Cafeteira e Filipinho; e em 03 (três) municípios maranhenses: Icatu, Santa Quitéria e Cururupu. Fora do Brasil, tenho trabalho com dois alunos na Europa, na cidade de Bordeaux com o Mestre Betinho do Grupo “ATUAL– Capoeira” (Aliança de Treinamento Unificado da Arte Luta Capoeira) e na cidade de Torcoing com o Mestre Mão de Onça do Grupo Nação Palmares de Capoeira, ambos na França.

E assim finalizo essa resumida escrita autobiográfica relatando e registrando minha humilde contribuição para o mundo desta maravilhosa arte capoeira durante estes 36 anos desde aluno a profissional renomado, reconhecendo e acreditando no poder que a Capoeira tem em sua essência, através das suas múltiplas qualidades e no serviço que pode oferecer a quem a usufrui e a vivencia.

CAPOEIRAÉ: É o jogo atlético de ataque e defesa, baseado em movimentações de animais,de origem afrobrasileira com grande influência indígena, nascido em senzalas brasileiras por negros africanos como forma de defesa contra seus opressores. Tem início desde a descoberta do Brasil, perpassa o período escravocrata colonial e imperial e segue até os dias de hoje, sendo usada como ferramenta de inclusão social, terapia, lazer, arte e luta. É reconhecida atualmente uma atividade que se confunde até mesmo com o fato histórico do descobrimento do Brasil.

AMARO ANTÔNIO DOS SANTOS

São Miguel dos Milagres, Estado deAlagoas, 22 de Outubro de 1968

MESTRE MARINHO

ESTILO REGIONAL DADOS PESSOAIS

Mestre MARINHO

AMARO ANTÔNIO DOS SANTOS

São Miguel dos Milagres, Estado deAlagoas, 22 de Outubro de 1968

filho deAntônio Benedito dos Santos eAmara Flor dos Santos

MESTRE MEDICINA

GRUPO/NÚCLEO Associação Cultural Capoeira Raça

Amaro Antônio dos Santos, nascido no dia 22 de Outubro de 1968 em São Miguel dos Milagres, Estado de Alagoas, filho de Antônio Benedito dos Santos e Amara Flor dos Santos, e mais três irmãos, solteiro, pai de duas meninas, Marina 18 anos eAgatha de 08 anos, comAndréia onde tive uma relação de 18 anos.

EuAmaroAntônio dos Santos, conhecido no mundo da capoeira como “Mestre Marinho”, chegando a Maceió na capital de Alagoas, com 08 anos de idade no ano de 1976, fui morar no conjunto Santo Eduardo onde lá existe o C.S.U

Centro Social Urbano, com várias atividades esportivas, exemplo: futebol de salão, capoeira, taekwondo, e outros. Eu estudava no grupo Escolar Ladislau Neto, onde eu comecei a minha vida escolar.

Na década de 80 meu pai se separou da minha mãe, nós fomos morar na Avenida Maceió, onde a partir daí fui estudar na Escola Benicio Dantas de Barros, ali eu cursei o ensino básico. Já tinha tido contato com outros esportes como ciclismo, futebol e natação.

Em 1984 nós nos mudamos de novo de endereço, mais uma vez, desta vez fui morar na Rua Alzira Aguiar, próximo da feirinha de artesanato da Praia da Pajussara, onde futuramente iria acontecer umas das maiores e mais conhecidas rodas de capoeira de Maceió, coordenado pelo meu Mestre Fernando Ventania. Conheci um amigo por nome de Erico que me convidou para vê-lo treinando capoeira. Assim foi o meu primeiro contato com a capoeira. Com o professor Marculino, treinei por três meses aproximadamente na Escola Santa Rosa, treinava com os amigos Erico, Walter, Silvamir, Jarbinha, Marculino hoje chamado de “Mestre Urubu”. Logo depois conheci o Mestre FernandoVentania, eu morava na RuaAlziraAguiar e os avós de Fernando moravam na mesma rua, e ele ia visitar os avós dele e eu acabei o conhecendo, e fui treinar com ele no Centro Social Urbano. Estão com 15 para 16 eu comecei de verdade praticar a capoeira. Nesta data eu comecei a treinar com os amigos Erico, Durão, Índio, Junior, Graça Barboza, Flávia Furacão e outros. Depois de quase dois anos treinando direto, meus pais já separados então fui morar com minha mãe em Ipioca, um bairro do litoral norte de Maceió.

Neste período já com idade para se alistar no Exército Brasileiro, onde fiquei no 59º Batalhão de Infantaria Motorizado onde servi por 01 ano e 02 meses. Mesmo assim neste período eu treinava capoeira e taekwondo, ondefuicampeãolocaldetaekwondo.Edurante04anoseufuidestaquenacapoeiradeAlagoas. Nesteperíodo existiam grandes rodas de capoeira, na feirinha de artesanato de Pajussara era a melhor de todas, coordenada pelo “Mestre Ventania” e também no C.S.U e no SESC.

Até que em 1989, conheci Eduardo Canuto, fisiculturista que migrou para FULL – CONTATO. Foi campeão Alagoano, Norte Nordeste, Brasileiro, lutou até fora do Brasil em Las Vegas. Então ele teve a idéia de juntar as melhores de cada modalidade de lutas para treinar. E eu como destaque da capoeira fui convidado a participar. Também como aluno formado já estava dando aulas nos bairros de Maceió, ex: Ipioca, Riacho Doce, Garça Torta. Já pelos anos 90 e 92 aluno formado e com bom conceito e curioso no mundo dos esportes fui para a ginástica aeróbica, que não demorou muito e fui destaque na ginástica em duplas, junto com Rita na qual formávamos uma dupla ginástica aeróbica,e a Rita que era namorada de Ceroca, e dono da academia de ginástica e musculação, por nome de Fishico e Cia. Onde comecei a pratica da musculação e ginástica, passei a me interessar por estas atividades e também.Além da capoeira, essa eu nunca parei de treinar. E nesse meio tempo eu fazia também segurança particular (ex: Mario Leão, dono da usina Utinga Leão e Juca Sampaio exprefeito de Palmeira dos Índios um interior deAlagoas

No ano de 91, vindo do Rio de Janeiro indo para o Maranhão, sua terra natal. Parou em Maceió e ficou morando durante 1 ano Fernando Coelho deAlmeida artista plástico e muito bem conceituado.

Um amigo Professor de Educação Física me convidou para das aulas de capoeira para uma turma particular de oito pessoas entre elas o Fernando Almeida, logo depois ele voltou para sua terra, e me convidou para conhecer sua cidade São Luís – MA Finalmente chegando em São Luís/MA no final do ano de 1992. Bem, chegando na casa de Fernando, largamos as malas e fomos na casa de um amigo de infância de Fernando. Que era o saudoso “Mestre Patinho”, quem eu já tinha visto falar por outros amigos que já tinham vindo à São Luís, Ex: “Mestre Claudio” e Professor Queixinho ambos de Maceió.

Para mim o “Mestre Patinho”, um grande conhecedor da capoeira do Maranhão, um conhecimento profundo principalmente sobre capoeira angola. E um grande amigo que eu ganhei em São Luís E também tive o prazer de conhecer outros mestres como Evandro, Índio Madeira, Paturi, Betinho Paturi, Gavião, Ribaldo, Tio, Mizinho, Tutuca, Açougueiro, Ciba e o grande Alberto Euzamor. Todos grandes mestres de capoeira, com seus trabalhos, entre eles “Mestre Edy Baiano” vindo da Bahia, neste tempo dava aulas no Club daAlumar no bairro do Olho D’Água.

Já com experiência em lutas e academias parti para o trabalho nas academias. Então 1994 comecei a trabalhar na academia CIA DO CORPO na Avenida Grande Oriente Renascença onde trabalhei com ginástica e musculação. Uma empresa que me projetou para o mundo das academias em São Luis. Com muitas matérias no jornal e um bom trabalho realizado. Então em 1996 eu já estava trabalhando na academia Corpo Suor no bairro da Cohama, onde dei aulas de musculação, ginástica e capoeira. No ano de 99 eu chegava voltar para Maceió, quando fui convidado para retornar para São Luís, para trabalhar na GIM Esporte Center academia, onde cheguei a dar aulas de capoeira, musculação, localizada no bairro do Calhau, foi quando nasceu minha

primeira filha Marina. Também trabalhei na academia MK3 com capoeira e ginástica, localizada no bairro do São Francisco. Então neste meio tempo também cheguei a fazer algumas lutas de vale tudo, no ano de 95 e 96, com Demônio Loiro, no Estádio Nhozinho Santos e com o lutador Wellington no Campeonato Difusora (Champions Chip). Dando continuidade aos trabalhos de capoeira em 1996, conseguimos realizar o nosso primeiro batizado de capoeira, que foi realizado na Associação da Caixa no bairro do Olho D’Água, com a presença do “Mestre Fernando Ventania”, “Mestre ÍndioAxé”, e na e poça aluno formado Junior Graça, todos deMaceió.NessaépocaonossogrupoerachamadoSalveAxé,atéqueumdoisanosdepoisoMestreMedicina criou em Salvador o grupo Raça e todos os grupo que era filiado ao Mestre Medicina foram unificado.

Associação Cultural Capoeira Raça Pois bem depois do nosso primeiro evento continuei o meu trabalho pelas as academias e passei assim ao longo deste tempo dando aulas fazendo oficinas e apresentações. Estamos durante este período dando aulas Formando Pessoas e Capoeiras, para a vida com alunos graduados, formados, professores e um contra mestre. Alunos formados, Terra Samba, Nissim, Simpsom, Sarara. Professores, Notre Dame e Dentinho, contra Mestre Fred, Cachorrão graduado em Historia da Ufma.

Desenvolvendo um grande trabalho com a capoeira em Brasília. E 2011 fui agraciado com o reconhecimento do CREF 5 expedido 19-04-2011, pelo Conselho Regional de Educação física, como profissional na área de musculação. Poderia ter escolhido ginástica, também teria como provar através da carteira CLT, cotas e notas de jornais que aliás foram muitas. Com o longo tempo de trabalho nas academias com musculação, ginástica e capoeira.

Em 2011 finalmente, foi uma honra, um prazer e uma satisfação, quando eu estava em um evento do grupo raça de Maceió e o mestre Medicina me falou para que eu fosse naquele ano a um evento dele em Salvador, para que ele mim graduasse lá, e eu pedi para ele que fosse no ano seguinte, aqui em São Luís para que os mestres do Maranhão estivessem na minha formatura. Então em 2012 vieram um São Luís, Medicina. Mestre de China. China mestre de Ventania e Ventania o meu Mestre. Mestre Medicina e China de Salvador e Mestre Ventania de Maceió, vieram a São Luís juntos com os Mestres do Maranhão. Depois de 30 anos da pratica da capoeira e com muita honra o seguimento me consagrou mestre. No dia 8 de Setembro data em que a cidade de São Luís estava fazendo aniversario de 400 anos.

Já em 2013 na necessidade de sobrevivência em busca de mais uma profissão fui fazer o curso de corretor de imóveis, curso concluído, trabalhando assim como corretor de imóveis CRECI Nº 4238 Desde de 2013 nós estamos desenvolvendo um trabalho no bairro do Vinhais mais especificamente naAssociação do Recanto do Vinhais, com aulas de capoeira todas as noites com os nossos professores onde até esta data fazemos um trabalho direcionado e bem aceito pela comunidade.

JOSÉ DOMINGOS DE DEUS SANTOS

Humberto de Campos - Maranhão, 22 de setembro de 1968

Mestre DOMINGOS DE DEUS

Estilo

Angola Mestre Mestre Patinho

Nome

José Domingos de Deus Santos

Filiação

Orivaldo Correa Furtado eAna Julia de Deus Sousa Local e Data de nascimento

Humberto de Campos, 22 de setembro de 1968

Endereço

Rua 02, casa 432 – São Francisco

Endereço Eletrônico

Academia

Academia Renascença 8 a 10 alunos

Academia Matruá com 20 alunos

HISTÓRIA DE VIDA

Começou em 1985, com o Mestre Lelis no Clube Center; parou durante um ano e em 1987 voltou e foi para o Laborate, com o Mestre Patinho.

MESTRE ADRIANO

https://www.facebook.com/adrianofabio.daguia Site https://capoeirailhagrande.wordpress.com/

Grau de escolaridade Médio Incompleto Graduação de capoeira Mestre 2017

Município da formatura Angra do Reis Estado/País da formatura Rio de Janeiro

Quem lhe deu a sua graduação atual? Nome Completo Antonio César de Vargas Toni Vargas Associação, grupo ou entidade de capoeira da qual faz parte GRUPO SENZALA DE CAPOEIRA

Em que ano começou a aprender capoeira 1986 Meu inicio na capoeira teve a influencia do contra mester Nigretinho, hoje conhecido com Mestre Sandoval

Em quais associações, grupos ou entidades aprendeu capoeira Grupo Aruande, E Grupo Senzala de Capoeira

Em quais cidades aprendeu capoeira Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e São Paulo, nais viagem e visita da capoeiragem pelo país.

Quais mestres influenciaram sua formação Mestre Sandoval, Angra dos Reis, Mestre Abubre Angra dos Reis, Mestre Peixinho Rio de Janeiro, e Mestre Toni Vargas Rio de Janeiro

Você ensina capoeira Sim 1994

Atuou como educador em projetos de educação integral ou outros projetos sociais? Sim

ADRIANO FABIO DA GUIA
23/07/1968

ROBERTO JAMES SILVA SOARES

São Luis – MA, 14 de agosto de 1969 (Bairro Santa Cruz)

Mestre ROBERTO

MESTRE ROBERTO ESTILO Maranhense Capoeiragem Tradicional Maranhense

ROBERTO JAMES SILVASOARES

São Luis – MA, 14 de agosto de 1969 (Bairro Santa Cruz)

DADOS PESSOAIS

Filho de Raimundo Nonato Soares (militar) e Joana Dias da Silva Soares (dona de casa)

Formação escolar: Nivel Médio - Técnico em Laboratórios <roberto.soares1408@gmail.com>

Guda (GuldemarAlmeida deAraújo)

Ciba (Sebastião de Sousa Sabino)

Baé (FLORIZALDO DOS S. MENDONÇA)

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO Associação Cultural e Desportiva CapoeiraAREIAS BRANCAS

HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Iniciei na capoeira na década de 80, primeiramente com o meu irmão Nato Filho segunda geração de alunos do GRUPOAÚ CHIBATA, logo ele foi para servir na Marinha devido a sua ida para a Marinha continuei com mestre GuldemarAlmeida deAraújo o Mestre Guda o qual era mestre e fundador do nome que logo se tornou

Associação Aú Chibata tendo na época vários alunos que logo depois se tornaram c.mestres daquela associação, onde citarei alguns c.mestres Nato Filho, Riba ou Macaco, Ademir, dentre outros, todos eles sempre defenderam a capoeira como um grande veículo de inclusão social e dentre os c.mestres destaco o braço direito do Mestre Guda, Sebastião de Sousa Sabino o C.Mestre Ciba, que á época já servia o Exército de onde trazia as atividades físicas, ou seja, na década de 1980 o regimento interno do GrupoAú Chibata era totalmente militarista e machista a onde não era permitido a presença de mulheres no grupo; regra que durou alguns anos, sendo quebrada por mim, pois comecei a namorar a mãe dos filhos hoje minha esposaAna Luzia. Não tínhamos estilo determinado para jogarmos capoeira e sem nenhum fundamento e conceito daquela capoeira jogada na época; sentindo a necessidade de evoluir com os demais grupos da época, comecei a ler mais sobre a Capoeira, pois éramos muito fechados e não recebíamos visitas; Hoje, tenho plena convicção que a Associação Aú Chibata de Capoeira foi, e ainda é, a única a realizar seus batizados todos na mata e sempre dando início á meia noite, pois o Mestre Guda tem suas crenças, Minha vida na capoeira deu-se a partir do final de 1999, quando fui morar no município de Tutoia, levado por um futuro aluno; eu ainda era do Grupo Aú Chibata; realizei o primeiro batizado capoeira organizado no município no ano de 1999 a 2000, onde levei vários mestres convidados dentre eles, mestres INDIO, VÃNIO, MIZINHO, e MESTRE BAÉ.

Um ano depois, mais ou menos, com muito pesar e magoado, me desfiliei do Grupo Aú Chibata, a casa que me iniciou na capoeira, e devendo até hoje os dois mestres que me ajudaram: o Mestre CIBA, hoje falecido, e o Mestre GUDA, hoje em plena atividade.

Filiei no Centro de Cultura Educacional Candieiro de Capoeira, na época era projeto e logo depois se tornou associação, onde o sr. FLORIZALDO DOS S. MENDONÇA, o Mestre BAÉ, aceitando o meu pedido depois de ano e onde estou até hoje, e já iniciando um trabalho na cidade de Tutoia-Ma, com a autorização do meu atual mestre o Mestre Baé, como c.mestre da Associação Cultural e Desportiva Capoeira AREIAS BRANCAS uma homenagem ás dunas brancas da cidade.

CLÁUDIO DA CONCEIÇÃO RODRIGUES

Bequimão-Maranhão – 08 de dezembro de 1970

MESTRE CADICO

PEDRO MARCOS SOARES

Povoado quilombola Santa Maria em Cedral - MA, (atualmente Porto Rico do Maranhão – MA), em 29 de Junho de 1970

PESSOAIS

Mestre PEDRO

Capoeirista maranhense, capoeira jogada nos três tempos (Angola, São Bento Pequeno deAngola e São Bento GrandeAngola) seguindo os ensinamentos dos meus dois

Povoado quilombola Santa Maria em Cedral - MA, (atualmente Porto Rico do Maria Lilásia Soares e José Zacarias Sales.

Colégio Marquês de Tamandaré ( Ensino Primário)

Centro Educacional do Maranhão – CEMA(Ensino Fundamental II) Centro de Ensino Anjo da Guarda ( Ensino Médio) - Técnico em Contabilidade

Consagrado Mestre no dia 18 de Julho de 2015, pelo Mestre Pirrita daAssociação Aruandê.

vivameudeus@bol.com.br

PIRRITA

MESTRE

Grupo ou nucleo

ASSOCIAÇÃO CULTURALAFRO-BRASILEIRARAÍZES

C.N.P.J.: 05.354.315/0001-50 - São Luís/MA

Vida na Capoeira:

Iniciei a capoeira no ano de 1983 com o Mestre Jair daAssociação Marabaiano e o Mestre Bira irmão do Mestre Pezão, no Bairro Anjo da Guarda, treinei também com o falecido Professor Bigú no Bairro São Raimundo do segundo semestre do ano de 1984 ao primeiro trimestre do ano de 1985, no mesmo ano comecei a treinar com o Mestre Jorge Navalha da Associação Filhos de Aruanda, devido a ida do Professor Bigú para a cidade de São Paulo – SP; onde permaneci treinando até o final da década de 80, onde neste período

comecei treinar com o Mestre Pirrita da Associação Aruandê, onde permaneci até o ano de 1995, devido ao afastamento do mestre Pirrita, nesse de 1995 a Associação Aruandê foi desativada, e a partir de outubro de 1996 juntamente com o Mestre Nelson fundamos o "Grupo de Capoeira Raízes", no bairro Vila Mauro Fecury II no eixo Itaqui-Bacanga, onde mais tarde em julho de 2002 se tornaria a Associação Cultural Afrobrasileira Raízes no bairro Anjo da Guarda, também no eixo Itaqui-Bacanga, onde permaneço até a presente data, coordenando as atividades da Associação Raízes, sem o mestre Nelson que se afastou para fundar uma outra associação.

Na frente da coordenação da Associação Cultural Afro-brasileira Raízes, o Mestre Pedro fui levado à graduação deAluno Formado (Professor) no ano de 1998 e no ano de 2002 à graduação de Contramestre, pelo mestre Jorge Navalha, juntamente com o mestre Nelson, sendo consagrado a mestre de capoeira no ano de 2015, pelo mestre Pirrita. Ao longo desse período realizei vários atividades voltadas para a capoeira, em parceria com o mestre Nelson e outros mestres de capoeira do eixo Itaqui-Bacanga, dentre elas podemos mencionar o 1º e 2º Venha Ver, mostras de capoeira que homenagearam os mestre Patinho (falecido) e Jorge nos anos de 2002 e 2003respectivamente, em 2002 criação daLiga deEducadores de Capoeirada ÁreaItaquiBacanga - LECAIB, composta pelos mestres Pedro e Nelson (Raízes), Kaká e Cadico (Amarauê), Juvenal (Jêge-Nagô), Negão (Congo -Aruandê), Jorge (Filhos de Aruanda), pelos contramestres Presuntinho (Marabaiano), Neto e Reginaldo (Amarauê) e Cafezinho( Escorpiões). A LECAIB foi criada devidos os coordenadores de grupos de capoeira da Área Itaui-Bacanga não concordarem com a maneira que se conduziam as Federações de capoeira de nosso estado, pois por muitas vezes as reuniões dessas entidades acabavam em discussões divergentes entres seus afiliados, e não se definia nada em prol da capoeira, sendo quando uma das federação fazia algum evento a outra não participava, e com isso quem perdia era a capoeira, daí resolveu-se criar a liga de educadores, onde nos dois primeiros eventos chegou a reunir mais de 600 participantes, mas caiu no mesmo erro das federações, o ego individual de alguns falou mais alto do que o objetivo que era de fazer umacapoeira fortee unidaem nossa capital, principalmentena área aondeelaatuava, vindo a extintor dois anos após a sua fundação. Continuando a nossa participação na realização podemos citar também o 1º e 2° Festival Balneário de Capoeira, realizado na cidade de São José de Ribamar nos anos de 2007 e 2008, o 1° e Festival de Cantigas Inéditas, que prestou homenagem aos mestre Ciba (falecido) e Pirrita, realizados no Parque Botânico da Vale e Teatro Itapicuraíba, ambos no bairroAnjo da Guarda.

Quanto ao Estilo de Capoeira que sigo prefiro dizer que não tenho estilo definido, sou capoeirista maranhense, onde adotamos a capoeira jogada nos três tempos (Angola, São Bento Pequeno deAngola e São Bento Grande Angola) seguindo os ensinamentos dos meus dois mestres, o Pirrita e o Jorge Navalha.

Atualmente temos apenas um núcleo funcionado no bairro Anjo da Guarda, com ênfase voltada para a educação e inclusão social através principalmente da capoeira, bem como, de outras atividades afrobrasileiras, como a dança do facão, samba de roda, etc.

Finalizando gostaria de dizer que a capoeira só me trouxe ganhos, tanto fisicamente, quanto mentalmente, pois fiz muitos amigos, e quem tem amigos, tem tudo nessa vida, por isso sou feliz por ser capoeirista e se a minha felicidade depender da capoeira, então a minha felicidade vai durar por muito tempo, pois enquanto o senhor Deus me der forças não largarei a capoeira.

"Dê uma rasteira nas drogas, pratique capoeira"

São Luís, 03 de agosto de 2017

Pedro Marcos Soares

Mestre de Capoeira

CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA

Cândido Mendes – MA, 19 de maio de 1971

MESTRE MILITAR

CARLOSADALBERTOALMEIDACOSTA

MESTRE MILITAR ESTILO Regional

CARLOSADALBERTOALMEIDACOSTA

Cândido Mendes – MA, 19 de maio de 1971

Filiação: Sebastião de Jesus Costa e Marilourdes Almeida Nogueira Costa

Escolaridade: 2º Grau

1994 9 de janeiro - Contra-Mestre pela Associação de Apoio à Capoeira. Associação - Antonio Alberto Carvalho (Mestre Paturi)

DADOS PESSOAIS

2001 - Formado e Reconhecido a Mestre - Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho)

2003- Reconhecido a Mestre pela Federação de Capoeira do Rio de Janeiro (FCERJ) e pela Federação Nacional de Capoeira do Brasil (FNC do BR).

Profissional de Educação Física reconhecido pelo Conselho Regional de Educação Física Sistema CONFEF/CREF-05 RG:000479 - P/MA

mestremilitar@hotmail.com / mestremilitarmaranhao@yahoo.com.br / https://www.facebook.com/mestremilitar

BIGODILHO

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO GRUPO K DE CAPOEIRA

HISTORICO DO MESTRE MILITAR

CARLOSADALBERTOALMEIDACOSTA(MESTRE MILITAR) nascido em 19 de maio de 1971 em Cândido Mendes – MA, iniciou na Capoeira em 1982 com 11 anos de idade com o Mestre Neguinho no GrupodeCapoeiraAngolano,naEscoladeDançaPró-Dança,queeralocalizadanaRua13deMaionoCentro. Onde treinei como bolsista por quatro anos, por intermédio de Marco Antônio Vieira da Silva (Dirigente da Rádio e TV Cidade). Eu não tinha como pagar, meus pais não gostarem da capoeira. E como minha mãe trabalhou para ele, e sempre falava que o pessoal que faziam sua segurança todos eram Capoeiristas como: Mestre Rui Pinto, Batman, mestreAlberto (Euzamor) e outros. Resolvi pedir seu apoio. Minhas aulas eram à noite, sempre que saia da escola já ia direto para academia, sem o consentimento dos meus pais. Até rodas para eu participar, muitas vezes tinha que fugir de casa para participar. Nestas pequenas fugas de casa conheci vários capoeiristas e passei a ter contato com o Mestre Coquinho que hoje faz parte do quadro de Mestres da Associação Grupo “K” de capoeira. Na época o Mestre Coquinho lecionava na extinta FEBEM, localizada na Fonte do Bispo, na Madre Deus no Centro. O Mestre Neguinho nunca tomou conhecimento, que paralelamente, eu treinava Capoeira de Rua. Deixei de treinar com o mestre Neguinho porque o mesmo não quis mais saber de Capoeira e deixou de dar aulas.

Em 1987 – Tive a Participação no XV Jem’s , no governo de Cafeteira, através do Profº Robson, Professor de Ed. Física e Capoeirista da Escola São Lazaro, na qual eu era estudante. Nesse meio Tempo, tive contato também com o Mestre Madeira (Siri de Mangue) onde treinei por um tempo. Resolvi sair e procurar o Professor Robson que já não tinha interesse pela capoeira, mas através dele, passei a ter contato com alguns Capoeiristas que já tinham nome no cenário da Capoeira do Maranhão; Como: Candinho e Batman – os mesmos eram vizinhos do Profº Robson e da Escola que eu estudava. Ambos sempre me levavam para as rodas de Capoeira, que era realizada por eles aos Domingos pela Manhã. Na Coroa da Praça Gonçalves Dias, em frente à Igreja dos Remédios. Roda que só entrava para jogar, quem tinha muito axé ou era apadrinhado. RsRs Rs. Também através do Candinho que passei a participar das Rodas na Praça Deodoro.

Logo após fui fazer parte do Grupo de Capoeira Quilombo dos Palmares, do Centro de Cultura Negra, que era composto por Evandro (hoje Mestre do Grupo Mara Brasil), Militar, Nijon, Manoel, Mizinho (hoje Mestre Mizinho do grupo Maranhão Arte), Tutuca (hoje Mestre Tutuca do Gira Mundo) Careca, Wilson, Assis e outros. Através deste Grupo, eu participei da: 1ª Mostra de Capoeira do Maranhão. Organizada pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão - CCN.Após 1Ano e Meio, resolvi sair.

Emmarçode1988,participeido1ºCampeonatoInter-BairrorealizadopelaAssociaçãodeCapoeiraAruandê de Mestre Pirrita eAruanda do Mestre Jorge Navalha.

SÃO LUIS
MARANHÃO
BRASIL.

Gincana Mirante – na Praia da Ponta D`Areia, como a Participação de Vários Grupos da Capital. No mesmo ano, fui treinar com o Mestre Roberto, Conhecido como Mestre Jacaré que lecionava em uma academia de karatê que era localizada na Rua 18 de novembro, no bairro da Camboa até o ano de 1990.

Em 1991, dei formação ao grupo Nagoas que era sediado provisoriamente naAssociação de Moradores na rua da Brasília - Bairro da Liberdade, este grupo tinha em sua formação muitos bons capoeiristas, oriundo de outros grupos como: Careca, Juricabra, Abacate, Cudinho, Mata rato, Daniel, Wilson, Junior de Assis, Cabecinha (hoje Contra-Mestre do Grupo Liberdade Negra), e o Cacá (hoje Contra-Mestre do Grupo Ludovicense) entre outros. Apesar de bons capoeiristas fazerem parte do grupo na época, nós constantemente estávamos envolvidos em confusões no Centro da Cidade. Criávamos badernas em festas e praças só para ter o prazer de testar a potência de nossos golpes. Não sabia que essa atitude que era comum em muitos dos Capoeira da Minha época, iria render a muitos do grupo, inclusive a mim, a fama de desordeiro. (Marginal) Só depois de muitas Inimizades, que me conscientizei. E passei olhar a Capoeira de forma diferente. Vi também que a educação que meus Pais e Mestres me passaram, estava sendo manchada por atos involuntários, apenas pela empolgação da arte e copiando o que costumava ver outros capoeiristas fazendo. muitas foram as vezes queacabávamos com as rodas deoutros grupos. Essetipode ato já nãometrazia Satisfação.Analisei e vi que para eu ser um boa capoeira não precisaria de má fama e sim ser um bom educador.

Em 1993 deixei de compor o grupo Nagôas e no mesmo ano dei formação ao Grupo “K” de Capoeira com o objetivo de Resgate e Profissionalização da Capoeira em nosso estado. Ainda no Ano de 1993, embora eu nunca tenha sido aluno do MestreAntônioAlberto Carvalho (Mestre Paturi), mas sempre que ele precisava eu me coloquei a disposição para ajudá-lo na realização de Apresentações de seu Grupo, e pelo Respeito, o procurei para me formar. Eu já tinha trabalhos Reconhecidos e queria me profissionalizar ainda mais. No dia 09 de janeiro de 1994 me formei a Contra-Mestre pela Associação deApoio à Capoeira. Associação dirigida porAntonioAlberto Carvalho (Mestre Paturi)

A1ª
Criei e Realizei vários Projetos em São Luís do Maranhão:

Projeto Curumim: Nos Bairros: Maiobão, Coroadinho, Parque dos Nobres, Ilhinha, Diamante, Liberdade e Camboa. Com objetivo de educar e socializar Crianças e Jovens em situação de risco.

Projeto Capoeira na Praça: deu – se no intenção de resgate das rodas que ocorriam na Praça Deodoro e nos Carnavais de Rua na Madre deus. Esse projeto foi realizado de 1995 a 2013.

Capoeira na Escola – que foi Executado em Várias Escolas Estaduais com oApoio do Governo Estadual e o ProjetoAlvorada do Governo Federal.

Projeto Capoeira para Turista Ver: este era realizado com a finalidade de ultrapassar Barreiras Internacionais fazendo apresentações em Hotéis, em período de visitação Turísticas com objetivo da valorização daArte Capoeira praticada no Maranhão.

Com o objetivo de conhecer outros capoeiras e expandir meu trabalho em outras cidades do Estado e outros Estados, passei a fazer viagens. Nessas Viagens resolvi conhecer Salvador – BA. No ano 2000 sai Rumo a Salvador onde conheci bons Capoeiristas e Mestres como: Neco, Boa Gente, Boca Rica, Lua hasta, Cebolinha, Nenel (filho de Bimba), Cafuné e muitos outros alunos de Bimba que compõem a Fundação Mestre Bimba.

Também tive a oportunidade de conhecer o Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho). O único Aluno do Mestre Waldemar da Paixão vivo na Época.

Pelo qual em 2001 fui formado e Reconhecido a Mestre Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho)

Sei que a Capoeira que tenho é uma Mescla de cada Mestre por quem passei, vi e tive a oportunidade de jogar. A cada um devo o que aprendi. Ao meu Mestre devo Dinheiro, Saúde e Obrigação!! Foi ele que me ensinou a caminha, a ser Racional e Construir o melhor pela minhaArte. Hoje em todos os lugares que passo, divulgo não só o meu trabalho mais também o nome de meu Mestre. Reinaldo Santana (Mestre Bigodinho).

AtravésdeTrabalhosrealizadosjuntoaSecretariadeEducaçãoeoutrosÓrgãoscomoaPromotoriadeInfância e Juventude. Fiz o Diferencia em levar a Capoeira para os Desfiles Junto a ForçasArmadas. Não pelo prazer de ser o único Mestre de Capoeira a repetir a mesma façanha de Mestre Bimba. Mas para contar mais um Ganho da nossa Capoeira.

Desfile : 07 de Setembro de 2006, junto as Forças Armadas e apresentação para o governador José Reinaldo e Milhares de Pessoas.

Esse feito já tinha sido realizado em outros anos por escolas que trabalhei e realizando projetos Sociais como: O Projeto Capoeira Na Escola e O Projeto Curumim.

Sou Reconhecido a Mestre desde 2003, também pela Federação de Capoeira do Rio de Janeiro (FCERJ); E a pela Federação Nacional de Capoeira do Brasil (FNC do BR).

Sou Profissional de Educação Física reconhecido pelo Conselho Federal e Estadual de E.D. Fisica CONFEF e CREF-05 RG:000479 - P/MA

PROJETOS QUE PARTICIPEI:

PROJETO ORFÃO DE MIM - COMA1ª PROMOTORIADE INFANCIA.

PROJETO CAPOEIRAEM SENA - COM O SESC - MARANHÃO.

PROJETO ESCOLADE VIDA - COMASECRETARIADE EDUCAÇÃO DO ESTADO.

PROJETO 2º TEMPO - SECRETARIA DOS ESPORTES DO ESTADO DO MARANHÃO E O MINISTERIO DOS ESPORTES.

PROJETO ESCOLAABERTA - SECRETARIADE ED. DO ESTADO E DO MUNICIPIO.

PROJETO MAIS EDUCAÇÃO - SECRETARIADE ED. DO MUNICIPIO.

.

LECIONEI NAS ESCOLAS: NO LICEU MARANHESE, CEGEL, FILIPE CONDURU, JOSUÉ

MONTELO,RUBEMALMEIDA,SOUSANDRADE,BACELARPORTELA,DARCYRIBEIRO,CIDADE DE SÃO LUIS

CONTATO : WhatsApp 098 - 98862 - 2162 OU PELO E-MAIL: mestremilitar@hotmail.com / mestremilitarmaranhao@yahoo.com.br / https://www.facebook.com/mestremilitar

MESTRE MILITAR CAPOEIRA REGIONAL ; CORREÇAO :

A1ª Gincana Mirante – na Praia da Ponta D`Areia, como a Participação de Vários Grupos da Capital. No mesmo ano, fui treinar com o Mestre Roberto ( Grupo Cordel Branco ), Conhecido como Mestre Jacaré que lecionava em uma academia de karatê que era localizada na Rua 18 de novembro, no bairro da Camboa até o ano de 1990. Com o Mestre Jacaré, no Evento realizado no CSU do Bairro da Cohab, Recebi a 3ª Corda Amarela.( o meu Padrinho- Mestre Patinho ).

Em 1991, dei formação ao Grupo Nagoas que era sediado provisoriamente na Associação de Moradores na rua da Brasília - Bairro da Liberdade, este grupo tinha em sua formação muitos bons capoeiristas, oriundo de outros grupos como: Careca, Juricabra, Abacate, Cudinho, Mata rato, Daniel, Wilson, Junior de Assis, Cabecinha (hoje Contra-Mestre do Grupo Liberdade Negra), e o Cacá (hoje Contra-Mestre do Grupo Ludovicense) entre outros. através do Grupo Nagoas, realizávamos tradicionalmente Rodas todas as SextasFeiras na Praça do Bairro Camboa. também Revitalizamos uma Roda tradicional do Bairro do Monte Castelo ( Largo da Conceição ) roda que ocorria durante todos os dias nos Festejos de Nossa Senhora da Conceição. no Mês de Dezembro. lá participaram várias Gerações de Capoeiras, dentre eles : Miguel, Evandro, Bulão, Dunga, Ruso, Beleleco, Chicão, Curador e outros.

Apesar de bons capoeiristas fazerem parte do grupo na época, nós constantemente estávamos envolvidos em confusõesnoCentrodaCidade. Criávamosbadernasemfestas epraçassóparateroprazerdetestarapotência de nossos golpes. Não sabia que essa atitude que era comum em muitos dos Capoeira da Minha época, iria render a muitos do grupo, inclusive a mim, a fama de desordeiro. (Marginal)

LUIS AUGUSTO LIMA

São Luís, 8 de abril de 1971

LUISAGUSTO LIMA

MESTRE LUIS SENZALA

ESTILO CAPOEIRAANGOLA

LUISAUGUSTO LIMA

São Luís, 8 de abril de 1971

MESTRE LUIS SENZALA

DADOS PESSOAIS

FILHO DEAUGUSTO DOS ANJOS LIMAE MARIAMADALENALIMA

ESCOLARIDADE 2° GRAU COMPLETO ESCOLARONALD DASILVA CARVALHO

Diploma de honra ao mérito recebido pela Câmara Municipal de São Luis

MADEIRA

FABIOARARA

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Escola de CapoeiraAngolaAcapus, fundada em 1998 HISTÓRIADE VIDA - CAPOEIRA

Iniciei a Capoeira no ano de 1981 com o Mestre Madeira naAcademia Club Center, hoje Siri de Mangue, aos 11 anos de Idade. Também fiz parte do grupo Tombo da Ladeira do Mestre Gavião.

Atualmente, sou Mestre da Escola de Capoeira Angola Acapus fundada em 1998, com sede própria na Travessa Marcelino Almeida 173 A. Centro Historico – Praia Grande. Ministro aulas que abordam musicalidade, fabricação de instrumentos, história da Capoeira, aulas práticas (com a preocupação de preservar e difundir os rituais e fundamentos da Capoeira/ Tradição);

Realiza atividades na Sede da Escola de CapoeiraAngolaACAPUS: Palestras com Mestres convidados; rodas e aulas praticas abertas a comunidade.

Realização de vivencias em bairros de São Luis e intercambio com praticantes de outras nacionalidades.

Ministro oficinas de fabricação de berimbau, pandeiro, reco-reco, atabaque, agogô, caxixi, e repassamos como a matéria prima é adquirida e como preserva-la;

Realizamos palestras com mestres e pesquisadores convidados e aulas teóricas sobre a história da Capoeira, com temas diversificados, principalmente sobre os personagens que fizeram parte dos primeiros registros da Capoeira em São Luis e no Maranhão.

Ministrei aulas em Luzern/ Suiça; Bordeaux, Lille, Paris, Marselle / França; Oviedo, Murcia/ Espanha; Colonia, Munique, Hamburgo/Alemanha, Carinthian/Austria

Trabalhos sociais no Movimento de Menino e Menina de Rua, Casa João Maria, Funac, Cento de Cultura Negra, Cepromar.

Diploma de honra ao mérito recebido pela Câmara Municipal de São Luis pelos trabalhos sócio-educativos desenvolvidos em prol da comunidade Ludovicense atraves da Capoeira.

CAPOEIRAÉ :AARTE DE SABER VIVERAO REDOR DO MUNDO.

EM OUTRAS PALAVRAS, CAPOEIRAÉ MINHAVIDA.

Na minha biografia eu acho que esqueci de colocar uns dos professores na época que eu treinava com mestre Madeira, o nome do mestre Fabio Arara, por favor coloque o nome dele na minha biografia, por gentileza, obrigado.

O mestre era Madeira e na ausência dele quem dava aula para nós eram o professores Gavião e Fabio Arara, hoje mestres de capoeira.

O mestre Madeira chamava nós de o quarteto na época:

Mestre Madeira

Mestre Gavião

Mestre Fabio Arara

Mestre Luis Senzala

JORDEJARO GONÇALVES MACIEL

MINAS GERAIS – 20/08/1971

Data de nascimento 0/08/1971

MESTRE CANGURU

Endereço Bairro Jardim das Oliveiras Cidade Contagem Minas Gerais

País

Brasil

Parte inferior do formulário

Cadastro de capoeirista

Parte superior do formulário

Apelido ou nome pelo qual é conhecido na capoeira

MESTRE CANGURU

Tecnólogo em meio ambiente

Em que ano obteve sua graduação atual na capoeira 2012 Reconhecimento da sociedade me geral e do meio capoeiristico

GRUPO DE CAPOEIRAANGOLAHERANçANEGRA- CONTAGEM MG

Em que ano começou a aprender capoeira 1978

Com qual ou quais mestres, contra-mestres, professores aprendeu capoeira

1978 - Mestre Dunga- Belo Horizonte 1992 - Mestre Falcão - Contagem 1998 - Mestre Nenéu - Bahia 1999

- Mestre Curió - Bahia e dando sequência com vivência junto a grupos de capoeira angola em Belo horizonte comoACESA - associação de Capoeira ' Eu souAngoleiro de Mestre João e Grupo IUNAde mestre Primo Em quais associações, grupos ou entidades aprendeu capoeira

Senzala - Mestre Dunga - Belo HorizonteArte Brasil - Mestre Falcão - Contagem Filhos de Bimba - Mestre

Nenéu - Bahia Irmão Gêmeos - Mestre Curió - BahiaACESA - Mestre João - Belo horizonte IHUNAMestre primo

Quais mestres influenciaram sua formação

Mestre Dunga Mestre Falcão Mestre Nenéu Mestre Curió Mestre João Mestre primo e diversos outros que convivi e aprendi com eles Se outros, qual o nome do projeto?

DIVERSOS

Você formou algum mestre, contra-mestre ou professor Não

CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES;

São LuiS – Ma, 17 de fevereiro de 1972;

Mestre CACÁ

CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES

MESTRE CACÁ

ESTILO Capoeira Maranhense Capoeiragem Tradicional Maranhense

CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES;

São LuiS – Ma, 17 de fevereiro de 1972;

Pai:Antônio José Nunes; - Mãe: Telma Gusmão Nunes; Cresceu no Bairro do Sá Viana;

Curso Técnico – IFMA

Superior- UFMA – Licenciatura em Física

Especialização – UEMA – Ensino de Física

DADOS PESSOAIS

Especialização9 – Faculdade Santa Fé – Gestão e supervisão escolar

Mestrando – IFMA – Ciências dos Materiais

Profissão: Professor de Física

Militar do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (oficial – 1º tenente).

2002 consagrado Contramestre pelo mestre Jorge Navalha

2001, 2 de setembro de 2003 - Curso de Formação deArbitro e Mesário, organizado pela Federação Maranhense de Capoeira, 2009 Mestre de capoeira, pelo mestre Jorge Navalha.

Jorge Navalha (JORGE LUIS LIMA DE SOUSA)

MESTRE

GRUPO/NUCLEO

Amarauê – Capoeira

HISTÓRIADE VIDA

Estudei o ensino primário na Unidade Escolar José Giorcele Costa (Madre Deus); ginásio na escola Silva Martins - 5ª e 6ª serie (Rua do Passeio - Centro), escola Benedito Leite - 7ª serie (Praça SantoAntônio -

Centro), Colégio Henrique de La Roque - 8ª serie (Rua do Passeio - Centro); segundo grau na Escola Técnica - atual IFMA(Av. Getúlio Vargas - Monte Castelo); curso superior na Universidade Federal do Maranhão – UFMA; pós – graduação na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA(especialização em Ensino de Física), Faculdade Santa Fé

FSF (especialização em Gestão e Supervisão Escolar); mestrado no IFMA (Ciência dos Materiais – incompleto).

- Profissão: Professor de Física e militar do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (oficial – 1º tenente). *Iniciei na capoeira em 1984, aos 12 anos de idade, no Colégio Silva Martins, com Valderez (atualmente, sargento da Polícia Militar do Maranhão) e Robson (professor de educação física), treinei até o final de 1985, com participação nos JEM’S – 1984 e 1985; em 1986 treinei por algumas semanas com mestre Patinho (no Laborarte), depois com o mestre Neguinho (no Prodance) e com o mestre Jorge Navalha (no teatro Itapicuraiba). No ano de 1986 treinei, simultaneamente, com o mestre Jorge Navalha e com mestre Erasmo (na época, recruta do exército). Os treinos com Erasmo duraram até o início de 1987, quando o mestre Índio se mudou do Bairro de Fatima para o SáViana – como o mestre Índio, que na época era considerado professor (considerado, porque naquele tempo não tinha professores, contramestres e mestres de capoeira no Maranhão

existiam os capoeiristas mais experientes), assumiu os treinamentos de capoeira no Sá Viana. Então treinei com o mestre Índio de 1987 até 2001; fui batizado em 1987 (apelido de batismo – Marreta) e formado professor em 1994– pelo mestre Índio. Em 2001, houve um desentendimento do mestre Índio com Cadico (hoje, mestre Cadico), na oportunidade o mestre Índio afastou Cadico da diretoria do grupo (na época –Associação de Capoeira Filhos de Ogum– hoje, Grupo São Jorge), então, como éramos muito unidos, resolvemos sair do grupo, Cadico, Neto e Eu. Nesse mesmo ano fundamos a Associação Maranhense de Apoio e União Esportiva da Capoeira – AMARAUÊ - CAPOEIRA. No ano de 2002 fui consagrado contramestre e, em 2009 mestre de capoeira, pelo mestre Jorge Navalha.

- De 1993 até 2001, dei aulas de capoeira na União de Moradores/Clube de Mães do Sa Viana, juntamente com Cadico (hoje, mestre Cadico), pois o mestre Índio passava muito tempo no Rio de Janeiro. De 2001 a 2006 dei aulas de capoeira na União de Moradores do Angelim Velho/Novo Angelim/novo tempo IIIAngelim, e em um casarão na Rua da Estrela – centro (onde atualmente funciona a Casa da França no Brasil); de 2007 até os dias atuais dou aulas de capoeira na Madre Deus (Conselho Cultural/Sede do Boi/Choperia Madre Deus) e no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros – Vila Palmeira.

Cursos/Participações/Trabalhos em prol da capoeira

- Em 26 de junho de 1994, sagrei-me campeão do I Torneio de Capoeiristas Imperatrizenses.

- Em 7 de setembro de 2002, ajudei a organizar a primeira palestra sobre a Importância do Alongamento/Aquecimento para a Pratica da Capoeira, na programação do I ENCONTRO CULTURAL AMARAUÊ-CAPOEIRA.

- Em 2 de setembro de 2003 conclui o Curso de Formação de Arbitro e Mesário, organizado pela Federação Maranhense de Capoeira.

- Em 19 de setembro de 2003 participei do JEM’S como arbitro.

- Todos os anos, em 8 de setembro, ajudo a organizar, através do Amarauê - Capoeira a “caminha da melhoridade”, na Avenida Principal do Bairro Sá Viana.A caminhada serve para incentivar as pessoas da terceira idade a praticar capoeira e sair da ociosidade. O evento faz parte da programação de aniversário do Amarauê-Capoeira.

- Em 2002, juntamente com os capoeiristas Pedro, Nelson, Cadico, Negão, Presentinho, Juvenal, Jorge Navalha, Reginaldo e cafezinho fundamos a LECAIB – liga de educadores de capoeira da área Itaqui

Bacanga, cujo propósito era reativar, divulgar e aproximar a comunidade capoeirista da área Itaqui- Bacanga e de São Luiz. Em junho de 2002 promovemos a I CAPOEIRAVENHAVER – TAÇA MESTRE PATO. Em 2003 promovemos a II CAPOEIRA VENHA VER – TAÇA MESTRE JORGE e em 2004 promovemos III

CAPOEIRAVENHAVER – TAÇAUNIÃO.

O que é a capoeira:Acapoeira é minha filosofia de vida! / É minha luta, é minha dança, é minha arte, depende do momento! / É meu recarregar de bateria! / É minha dívida eterna! / É o alicerce da minha fortaleza!

São Luís – MA, 3 de agosto de 2017

CLODOALDO DONIZETI MARTINS

nasceu em 30 de outubro de 1972

MESTRE MARTINS

Clodoaldo Donizeti Martins, nasceu em 30 de outubro de 1972, atualmente conhecido como Mestre Martins, formado em Pedagogia, começou a treinar capoeira aos 12 anos na região de Ribeirão Preto-SP interior do estado de São Paulo.Durante sua fase de aprendizado teve como Orientadores e Mestres pessoas como Souza, Gato, Meinha e Mestre Miguel Machado.O Mestre Miguel Machado foi principal formador do Mestre Martins no Mundo da Capoeira com quem se formou para Professor, Contramestre e em 2008 para Mestre.Durante esse período de capoeira, o Mestre Martins tem regularmente viajado para Bahia e outros estados em busca de aperfeiçoar e compartilhar seus conhecimentos em rodas e eventos de capoeira, participou ativamente em projetos de capoeira na prefeitura de Santa Rosa de Viterbo – SP e em algumas cidades da região como Luiz Antonio – SPeSãoSimão -SP,junto com os demais alunos por4anos foiresponsável pelo projeto de capoeira “Roda de Boas Vindas” entre 2010 e 2014 que acontecia mensalmente na rodoviária de Campinas

SP, atualmente ele mora no interior do estado de São Paulo em Santa Rosa do Viterbo-SP, onde é convidado para orientar alguns grupos de capoeira da região e uma grande referência de Mestre para o Gingaiê.

JOSÉ CARLOS BARNABÉ DE MELO

AMAZONAS-Nascidonodia16demaiode1972,emManaus

MESTRE XANGÔ

Nascido no dia 16 de maio de 1972, em Manaus (AM), recebeu o nome de José Carlos Barnabé de Melo. Em 1982, começou sua jornada na Capoeira aos 11 anos de idade, embora já conhecia e apreciava a arte desde seus 8 anos nas ruas do bairro de São Jorge., onde mora até os dias atuais.

Na época, andava com os capoeiras Euler, Marcelo Batatão e Marquinho Morcego.Apaixonados pelo esporte, conta o mestre: “... nós éramos fome de Capoeira, íamos aonde o berimbau tocava, sem grupo, somente com a cara e a coragem.Assistíamos muitos jogos nas rodas de Capoeira na Praça da Saudade, no centro da cidade de Manaus. Naquela época, as rodas aconteciam também numa garagem acima da Academia Samurai, do Mestre Chaginha e dali por diante comecei a me encantar com esta arte chamada Capoeira”.

Iniciou na Capoeira treinando com o Mestre Alfredo Amorim com quem passou uns anos aprendendo a Capoeira. Treinava ao mesmo tempo com o Mestre Ronaldo Vargas, onde depois prosseguiu apenas com este, fazendo parte do Associação Terreiro doAmazonas durante 24 anos.

Quanto ao seu pseudônimo ‘Xangô’, o Mestre explica: “...No Catolicismo, sou devoto de São Pedro. E, no Candomblé, sou devoto de Xangô. Eu não tinha apelido e tomei essa decisão de homenagear o meu santo protetor. Sendo ele um orixá da justiça, senhor dos raios e dos trovões, não gosta dos bajuladores e nem das pessoas falsas. Sou filho de Xangô com Oxum e fui catulado como Ogan e chefe de atabaque...”. O Mestre Xangô relembra do recebimento de algumas graduações que foram destaques na sua vida, em especial, dentro da Terreiro doAmazonas:

- Formado, no dia 22/11/1996 pelo Mestre Ronaldo Vargas e o Professor Lucio Fernandes Ferreira (Secretario Municipal de Desporto);

Professor no dia 13/12/1997 pelo Mestre Ronaldo Vargas, no Ginásio Ninimberg Guerra, onde o Mestre Tito deu a honra de amarrar o cordel a sua cintura.

Em 16 de novembro de 2006, fundou o Grupo Manaus Capoeira (GMC), onde em batizados recebera as graduações:

- Mestrando, pelo Mestre Alfredo de Souza Amorim na quadra da Escola Estadual Antônio Bitencourt no bairro da Gloria;

- Mestre, no dia 12/12/2009 pelo Mestre Ronaldo Vargas, na quadra do Colégio Percília Nascimento, na Compensa.

No dia 16 de maio de 2012, completou 30 anos de prática da Capoeira sempre agradecendo aos capoeiras, amigos e familiares, dentre os quais: Mestre Ronaldo Vargas, Mestre Alfredo Amorim, Mestre Edson Peninha, Mestre Chiquinho Chapinha Ptb, Mestre Tigre, Professor Mario Jorge, Professor Geraldo, Professor Mapinha, Professor Sérgio Macaco, Professor Dinaldo, Professor Pica-Pau; aos amigos Euler, Marcelo Batatão e Marquinho Morcego; aos ‘irmãos de consideração’ Professor Ted Boy (Ted Harrison) e

Graduado Andry Holanda; a esposa Silvia Cavalcante da Silva e em especial aoAntônio Macaco, seu aluno que não se encontra mais nesse plano.

O Mestre Xangô almeja que um dia a Capoeira tenha um sistema de graduações unificado, pois acredita que todos falando a mesma linguagem, fica mais fácil termos uma organização no esporte Para entrar em contato com o Mestre Xangô (Jose Carlos Melo)

Celular: (92) 9135-1700 --mail: mestrexango@hotmail.com

MARCELO FERREIRA ANDRÉ

nasceu em 1973, no Rio de Janeiro

MESTRE NAMORADO

MARCELO FERREIRAANDRÉ, conhecido no mundo da capoeira como Mestre Namorado, sem dúvidas, é a figura mais importante para o desenvolvimento da Capoeira do Algarve, ele foi o primeiro a realizar um trabalho profissional no sul de Portugal. Graças ao seu pioneirismo e ao seu competente trabalho, o Grupo Muzenza é o maior grupo de capoeira na região, e todas as atuais lideranças do grupo descendem do trabalho realizado pelo Mestre Namorado.

Mestre Marcelo Namorado nasceu em 1973, no Rio de Janeiro e com poucos dias de idade mudou-se com seus pais para Niterói. Devido ao seu pai ser militar, as mudanças de endereço eram constantes. Com 04 anos, teve seu primeiro contato com as artes marciais, por meio do judô. Contudo, como ele tinha um primo mais velho, que era um ídolo para ele e treinava Capoeira, o caminho não foi outro. Assim, em dois de junho de 1986, aos 13 anos de idade, Namorado ingressou na luta com o Mestre Corvinho, na Academia 460, em Niterói. No entanto, menos de um ano depois, esse mestre, simplesmente desapareceu, e os alunos ficaram sem poder treinar. Para não ficar totalmente parado, Marcelo começou a visitar a academia do Mestre Bóca. Passado algum tempo, ele volta a treinar Capoeira na sua antiga Academia 460. Lá, começou a sua prática com aquele que o acompanharia até os dias de hoje: o Mestre Alexandre Batata. Mestre Namorado narra como as coisas se deram, por volta de 1987,

Assim, passados alguns anos, Marcelo muda-se para a cidade de Saquarema e começa a dar aulas de capoeira por lá, e, mesmo sendo desencorajado por muitos, os quais diziam que a Capoeira em Saquarema não iria dar certo, pois, na região, as pessoas só queriam saber de surf, conseguiu desenvolver um grande trabalho na cidade, eo seu começaaserreconhecido dentroda arte-luta.Poucotempodepois, ocorreatransiçãodo Mestre Batata para o Grupo Muzenza e, pelo fato de Namorado ser seu discípulo, a mudança estende-se a ele também

Marcelo deparou-se com o jornal informativo do Grupo Muzenza, produzido pelo Mestre Burguês, onde havia informações do trabalho do grupo, em Portugal. Foi a primeira vez que Namorado cogitou a possibilidade de se mudar. À época, o hoje Mestre Abdula, tinha um projeto em Lisboa e convidou o Mestre Batata para prestigiá-lo. Nessa viagem, ele convidou o Mestre Namorado. Foi um evento grande, com apresentações nos Bombeiros de Estoril e nos Bombeiros de Carcavelos, entre outros.

Nessa época Marcelo Namorado, no auge dos seus 23 anos, tinha uma Capoeira muito plástica e técnica, ele fazia vários movimentos acrobáticos que eram novidade, principalmente fora do Brasil. Seu estilo chamou muita atenção e, nessa mesma viagem, o capoeirista também conheceu e participou de rodas na França e na a Suíça. Ofascínio pelaEuropafoiinstantâneo, eteveacertezadequequeriasairdoBrasil.Quando ele regressa ao Brasil, já estava convicto de que retornaria, pois seu intuito era dar melhores condições de vida à família. Em 1997, no final de abril, Mestre Namorado e Mestre Canhão são graduados contramestres pelas mãos do Mestre Alexandre Batata, e, no dia seguinte, eles partem, definitivamente, para Portugal. Assim sendo, Marcelo Namorado começa a dar aulas no corpo de bombeiros de Albufeira. A maioria dos seus alunos era composta por jovens que já se interessavam pela Capoeira, haja vista a influência do filme “Only the Strong” (Esporte Sangrento), um filme holywoodiano estrelado por Mark Dacascos, que tinha Capoeira e era uma febre entre os jovens noventistas. Os alunos tentavam reproduzir os movimentos do filme na beira da praia, e, quando o então Contramestre Namorado apareceu, e começou a ensinar-lhes Capoeira, o encantamento foi imediato. Rapidamente, Namorado consegue a adesão de 50 alunos regulares. As aulas eram ministradas no Corpo de Bombeiros de Albufeira. Foi uma questão de tempo até abrir turmas nas cidades de Quarteira e Loulé. O fluxo de alunos era tão grande que ele não estava dando mais conta da demanda. Sobrecarregado, Marcelo convence o Contramestre Canhão a não ir para Lisboa, mas sim, ajudá-lo no Algarve. Ele enfatiza que, quando eu cheguei ao Algarve, o único que dava aulas de capoeira era o hoje Mestre Betão, ele era aluno do Mestre Nininho de Lisboa e morava em Portimão, aí ele ia a Lisboa treinar e quando voltava ensinava alguns movimentos, porém ele ainda não tinha a graduação para dar aulas, era algo meio informal e eu, como contramestre, não considerava que existia um trabalho na região (informação verbal).

Então, com a ajuda do contramestre Canhão, o trabalho de Capoeira no Algarve se expande. Além de Albufeira, Quarteira e Loulé, passam a dar aulas, também em Silves, Faro e Olhão. O Contramestre Canhão ficava em Faro, Olhão e Silves, e Namorado ficava emAlbufeira, Quarteira e Loulé.

O hoje contramestre Pena chegou em 2000, permitindo que a equipe se aprimorasse, sendo capaz de cobrir mais território. Participava também de programas de televisão como: Big Brother, Bar das Estrelas, Namoro naTV, Noites Marcianas, entre outros. Fizeram a abertura de vários shows importantes, tais como o da cantora Ivete Sangalo, na festa do marisco em Olhão, o da banda Cheiro de Amor e o do cantor Zé Ramalho. Realizaram muitas apresentações em grandes feiras como a Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL), por exemplo.

LUIS GENEROSO ABREU NETO

São Luís, 10 de outubro de 1974

LUIS

GENEROSO

ABREU NETO

LUIS GENEROSO

Mestre LUIS

ESTILO CAPOEIRAANGOLEIRO

DADOS LUIS GENEROSOABREU NETO

São Luis, 10 de outubro de 1974

FILHO DE DARIO DACRUZ MORAES E RAIMUDAGENEROSADASILVA ESCOLARIDADE MEDIO COMPLETO CURSO NÍVELTECNICO DE CAPOEIRA - CAIXAS-MA, NO PERIODO DE 11

A12 DDE FEVEREIRO DOANO DE 1987

1996 CONCURSO DE CAPOEIRAANGOLA, COM MESTRE JOÃO PEQUENO

GRADUADO CONTRAMESTRE POR MESTRE MIGUEL

RECONHECIDOAMESTRE POR MESTRE SOCÓ

MESTRE DUNGA(ALDAMIR MARQUES RIBEIRO) –Caxias-Ma

Madeira

GRUPO/NÚCLEO Grupo de Capoeira Jogo de Dentro (1995)

LUIS GENEROSO ABREU NETO, FILHO DE DARIO DA CRUZ MORAES E RAIMUDA GENEROSA DA SILVA NASCIDO EM 1974. AOS OITO ANOS DE IDADE CONHECI A CAPOEIRA QUANDO CONHECI O MESTRE DUNGA (ALDAMIR MARQUES RIBEIRO), E FUI PARTICIPAR DO CURSO NÍVEL TECNICO DE CAPOEIRA NO

DEPARTAMENTO DE ESPORTE E RECREAÇÃO DE CAIXAS-MA NO PERIODO DE 11 A 12 DDE FEVEREIRO DO ANO DE 1987 NO TOTAL DE 10 HS DE AULA.

ISSO TUDO ACONTECEU QUANDO EU E MINHA MÃE MUDAMOS DE SÃO LUIS PARA A CIDADE DE CAXIAS-MA, MAS PASSEI POUCO TEMPO EM CAXIAS, E VOLTEI PARA SÃO LUIS E VIM MORAR NO CONJUNTO DO RIO ANIL

FOI AI QUE PROCUREI A CAPOEIRAGEM EM SÃO LUIS E ENCONTREI O MESTRE MADEIRA LA NO REVIVER, PASSEANDO NA BEIRAMAR COM SEUS ALUNOS, COM UM BIRIMBAL NA MÃO, FUI ATÉ ELES E PERGUNTEI ONDE FICAVA A SUA ACADEMIA, E O MESTRE MADEIRA DAVA AULA LA NA RUA HUMBERTO DE CAMPO PROXIMO A PRAÇA JOÃO LISBOA. MAS NESSA ÉPOCA SURGIU UM PROJETO NA COMUNIDADE DE ENSINO DE CAPOEIRA, ME MATRICULEI NO CENTRO COMUNITARIO DO RIO ANIL E FUI APRENDER CAPOEIRA, COM O MESTRE MADEIRA, TREINEI MUITO TEMPO COM ELE E FUI CONHECENDO VARIOS MESTRES COM: CURADOR, MESTRE MIGUEL, MESTRE BELELECO, MESTRE GAVIÃO, MESTRE SENZALA, MESTRE PATO, E OUTROS MESTRES, QUANDO PAREI DE TREINAR COM O MESTRE MADEIRA COLOQUEI O PROPRIO GRUPO DE CAPOEIRA QUE SE CHAMAVA JOGO DE DENTRO, FUI GRADUADO A CONTRAMESTRE POR MESTRE MIGUEL, E DEPOIS FUI RECONHECIDO A MESTRE POR MESTRE SOCÓ.

ATE HOJE VIVO ENSINANDO A CAPOEIRA PARA MEUS ALUNOS, ME CONSIDERO EM CAPOEIRA ANGOLEIRO POR MEU MESTRE TER ME ENSINADO A CAPOEIRA QUE ELE APRENDEU COM O MESTRE JOAO PEQUENO, DE SAVALVADOR BAHIA .

AGRADEÇO MUITO AO MESTRE QUE ME GRADOU O (MESTRE MADEIRA E MESTRE MIGUEL E MESTRE SOCÓ).

GRAU DE ESCOLARIDADE MEDIO E FUNDAMENTAL COMPLETO.

EM 1996 FIZ UM CONCURSO DE CAPOEIRA ANGOLA COM MESTRE JOÃO PEQUENO

CAPOEIRA PARA MIM É: DEFESAE ATAQUE, GINGA NO CORPO E MALANDRAGEM.

SÃO LUIS MARANHÃO 09 DE AGOSTO DE 2017

CLÁUDIO TODETE SÁ RODRIGUES

São Luís, 12/04/1974

MESTRE MÃO DE ONÇA

NELSON BRITO MARTINS

Rio de Janeiro – 19 de abril de 1975

MESTRE NELSINHO

ESTILO Angola

Mestre NELSINHO

DADOS PESSOAIS NELSON BRITO MARTINS

Rio de Janeiro – 19 de abril de 1975

Filiação: José Carlos Castro Martins – Cíntia de Brito Martins

Rua Oscar Galvão, 35 – Centro Fone: 8126 99 04

Graduado em Educação Física

MESTRE Patinho

GRUPO/NUCLEO LABORARTE

Entrevista realizada por FelipeAlbuquerque Barboza Neto HISTÓRIA DE VIDA

“Nasci no Rio de Janeiro; vim de uma família pobre, mas os meus pais sempre tiveram cuidado com meu estilo de vida. Quando criança fiz tudo o que uma criança saudável faz. Eu estudava na escola Ronald Carvalho, uma das grandes escolas da época.”

COMO COMECEI, QUEM ME INCENTIVOU

“Como eu moro perto do Laborarte e o Mestre Patinho era amigo de meus pais e do meu tio, conheci o Mestre. Logo, meus familiares me levaram para assistir a capoeira; com isso, em 1986, pela primeira vez eu entrava em uma roda; e como eu tinha de dividir o tempo entre estudar e jogar capoeira, me afastei, em 87. Em 1990, tive uma passagem de dois meses e parei novamente.

“Em 1992, voltei novamente, pois até hoje jogo capoeira; passei a estudar a fundo, inclusive a história da capoeira é controversa, mas o que eu sei através da pesquisa dos livros do professor Leopoldo, apesar de não conhecê-lo, mais digo que admiro muito; a capoeira nasceu no Rio de Janeiro no século ( ) que era chamada capoeiragem. Outro registro nos mostra que 1877 a capoeira tinha adeptos aqui em São Luís especialmente na rua das Hortas, também falava-se na mesma época em Turiaçu, inclusive era proibida.”

CAPOEIRA – LUTAOU DANÇA

“Eu definiria como luta, dança e jogo; ela é tudo isso e muito mais. Não dá para defini-la só em uma coisa”.

“A capoeira é muito dinâmica, tanto é que ela mexe com toda parte do corpo, com todos os grupos musculares.”

ACAPOEIRAAJUDANO MEIO SOCIAL

“Depende de quem trabalha a capoeira e como trabalha, não basta só ensinar a criança a movimentar-se, o professor tem que mostrar a história, a realidade dos fatos, o cotidiano.”

OS INSTRUMENTOS

“Acapoeira como é dança também, precisa dos seus instrumentos, como: três berimbaus chamados de gunga (grande), viola de centro (médio), a violinha, e ainda tem a cabaça pequena. Os instrumentos dão um diferenciamento entre os dois estilos de capoeira, a de Angola e a Regional. Na Regional pode-se usar um berimbau e dois pandeiros.”

DIFERENÇAS ENTREANGOLAX REGIONAL

“Há várias diferenças, hoje a Regional é apenas o conteúdo luta, é mais voltada para o esporte. O criador da Regional foi o Mestre Bimba, ele era baiano”.

“AcapoeiraAngola é mais folclórica, voltada aos nossos costumes. Outra diferença básica é que a Regional é jogada alta e rápida e a Angola é um jogo mais lento, mas pode acelerar. A roda de Angola é sentada, a Regional, os integrantes ficam em pé.”

O SOM ENCANTAE O GINGADO TAMBÉM

“Quando eu escuto, e olho uma roda de capoeira eu me emociono, ainda mais quando o jogo tem um som melódico, uma roda harmônica com uma música bem tocada e um bom coro, é muito legal para a alma.”

QUANTOS ALUNOS VOCE ENSINA

“Atualmente 60 alunos: 15 no Laborarte, 30 no Projeto Criação no bairro do São Francisco e 15 na Universidade Federal do Maranhão onde eu faço o Curso de Educação Física e graças a Deus estou me formando”.

“Agora fui convidado para o Projeto 2º. Tempo com mais de 100 alunos, vou pegar sete turmas de capoeira sempre pela manhã e tarde.”

ACAPOEIRACOMO TERAPIA

“A capoeira, assim como qualquer ocupação que leve o cidadão a ser reconhecido como cidadão também dá sua contribuição nas questões de ajuda aos problemas através do envolvimento com o grupo, trazendo o mesmo para atividade de conhecimento. Pode também ser usado nas atividades físicas, por exemplo, uma pessoa obesa pode praticar capoeira.”

DISCRIMINAÇÃO

“Afalta de conhecimento sobre a capoeira faz que muitos tenham impressão inversa da modalidade. Às vezes, nós mesmos somos culpados por exemplos muitos professores não procuram estudar e visam à capoeira como arma, no entanto a capoeira é uma arte que envolve a música, dança, luta e o jogo, mais tudo nos conformes”. “Eu me sinto privilegiado, pois sou universitário, tenho um estudo avançado, isso me dá uma visão e um respaldo perante a sociedade.”

OS MOVIMENTOS

“A capoeira é complexa, o mesmo movimento tem três ou mais nomes, dependendo da vontade do Mestre, tem movimentos que ao ser executado se transforma em outra série, são exercícios que o aluno faz na roda sem que tenha exercitado.”

AMUSICA

“As músicas da capoeira são de conteúdo simples e são transmitidas de mestre para mestre. Tem música que são criadas na roda e a letra é cantada de acordo com o acontecimento do dia”.

“Aroda sempre começa com a ladainha, são usados cânticos corridos, como “ ia, ia, deu uma volta só ...”

“As quadras são músicas usadas na roda, geralmente quando termina usa-se o corrido: “adeus, adeus seria, eu já vou embora, adeus, adeus sereia eu já vou embora !...

AROUPA

“A calça chama-se abada, não é obrigatória o uso, se a pessoa quiser entrar na roda com outro tipo de calça, pode fazer a capoeira normal, só não é permitido a entrada de pessoas com bermuda.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Graças à capoeira eu me vi de uma forma diferente. Hoje, trabalho dentro dela, fiz amigos, tive conhecimento e exercito o meu corpo.

“Acapoeira também é uma ocupação e ajuda muito na formação das pessoas.”

ARY LEANDRO DOS SANTOS AMARAL

São Luis, 19 de abril de 1975

MESTRE ARY

JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA

Humberto de Campos – MA, 08 de março de 1975

Mestre MANOEL

JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA

MESTRE MANOEL

ESTILO Capoeirara do Maranhão jogo Misto Capoeiragem Tradicional Maranhense

DADOS PESSOAIS

JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA

Humberto de Campos – MA, 08 de março de 1975

Pai: Jose Manoel Teixeira; Mãe: Julia Rodrigues Teixeira.

Escolaridade: superior Completo em Pedagogia.

Profissão: Motorista.

MESTRE

Evandro Costa

GRUPO/NÚCLEO Associação Desportiva e Cultual Águas Puras dos Quilombos.

INICIO À CAPOEIRA:

Iniciei a treinar à capoeira em 13/11/1988 no antigo Centro Social Urbano no Habitacional Turu.

Hoje sou membro fundador daAssociação Desportiva e Cultual Águas Puras dos Quilombos.

Escolaridade: superior Completo em Pedagogia.

Dou aulas naAcademia Parati Fitness no HabitacionalTuru, em São Benedito do Rio Preto no Club Cecresbe.

Sou discípulo de: Mestre Evandro Costa. Fundador daAssociação Mara-Brasil Capoeira de onde são minhas raizes.

Sou Capoeira do Maranhão jogo Misto.

Capoeira para mim é o meu jeito de ser de inspiração de Deus.

JOSE NILTON PESTANA CARNEIRO

São Luis (?), 02 de setembro de 1975

MESTRE NILTINHO

ESTILO Capoeira Mista

DADOS PESSOAIS

Mestre NILTINHO

Capoeiragem Tradicional Maranhense

JOSE NILTON PESTANA CARNEIRO

São Luis (?), 02 de setembro de 1975

Filho: Zelino Carneiro e Terezinha de Jesus Pestana Carneiro

Escolaridade: Pedagogo

2007 - Mestrando de capoeira em 29 de Julho - Mestre Índio Maranhão

2012 - MESTRE de capoeira em 11 de Novembro - Mestre Índio Maranhão

2010 - eleito Presidente da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão –FECAEMA

INDIO

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Associação Cultural de Capoeira São Jorge

HISTÓRIADE VIDA- CAPOEIRA

Iniciei a Capoeira em Janeiro de 1989 com o Índio Maranhão aos 13 anos de Idade, na Associação de Moradores do Bairro Sá Viana. Ao longo de 28 anos de Capoeira venho ativamente contribuindo a capoeira do Estado, bem como os trabalhos da Associação Cultural de Capoeira São Jorge, entidade fundada pelo Mestre Índio, e que hoje tem núcleos em várias bairro de São Luís e em outro estado, como por exemplo, no Rio de Janeiro onde o mestrando Messias toma de conta desse trabalho, Em 2010 fui eleito Presidente da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão – FECAEMA, em 2013 Coordenei os Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRA, em 2014 fui Diretor deArbitragem dos Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRAem 2015 novamente Coordenei os Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRA.

PARTICIPAÇÃO EM EVENTO:

Em 27/08/1993 Participei do I FESTIVAL SESC DE CAPOEIRArealizado pelo SESC – Serviço Social do Comercio

Em 26/07/1994 Participei do I ENCONTRO DE CAPOEIRAIMPERATRIZENSE realizado pelo Grupo de Capoeira União eAvelar apoiado pelo Mestre Babalu.

Em 27/08/1994 Participei do II FESTIVAL SESC DE CAPOEIRA“TROFEU MESTRE SAPO” realizado pelo SESC – Serviço Social do Comercio

Em 31/05/1997 Participei do VI FESTIVAL DE CANTICO DE CAPOEIRArealizado pelo LABORARTE

Em 29/09/2002 Participei do FESTIVAL MARANHENSE DE CAPOEIRArealizado pelo FECAEMA –Federação de Capoeira do Estado do Maranhão.

Em 22/11/2008 Participei do I FESTIVAL DE LADAINHA10º SEMANA JEJE NAGO realizado pelo Associação de Capoeira JEJE NAGO

Em 27/12/2008 Participei do I INTERCAMBIO CULTURAL DE CAPOEIRA –ALTO DO PARNAIBAMArealizado pelaAssociação Cultural de Capoeira CongoAruande do Estado do Maranhão

Em 01/04/2009 Participei do ENCONTRO DE CAPOEIRADENDE DE OURO realizado pelo ASCCDOPI –Associação de Capoeira Cordão de Ouro do Piauí

Em 30/07/2011 Participei do ENCERRAMENTO OFICIAL DASATIVIDADES CULTURAIS DO PONTO DE CULTURADOANO LETIVO DE 2010 realizado peloAssociação de Capoeira ZAMBI

CAPOEIRÁ É:Aforça de expressão de um povo oprimido em busca de sua liberdade, e que se tornou símbolo de resistência desse povo escravizado, ela é Arte, cultura, destreza corporal, esporte é lazer.

JOSÉ ANTONIO DE ARAUJO COELHO

Colinas – Maranhão – 23 de setembro de 1975

MESTRE SR. MIYAGE

ROBERVAL DE SENA PALHANO

São Luís – Ma – 27 de janeiro de 1976

MESTRE PALHANO / SENA

Mestre SENA

ROBERVALDE SENAPALHANO

Estilo Mestre

Graduado Mestre pela CBP, RJ

Nome

ROBERVAL DE SENAPALHANO

Filiação

Márcio Palhano – Cláudia de Sena Palhano

Local e Data de nascimento

São Luís – Ma – 27 de janeiro de 1976

Endereço

Av. Kennedy – Vila Militar

Endereço Eletrônico

Academia

Associação Cativeiros da Capoeira

HISTÓRIA DE VIDA

Formado em Educação Física; Curso de Organização e Métodos, pela UFMA; Curso de Musculação pela CBS – SP; Curso de Árbitro de Capoeira, tendo participado do I Campeonato Maranhense de Capoeira

Juvenil, 1981; I Campeonato Maranhense de CapoeiraAdulto, 1981; I Campeonato de Capoeira de Volta Redonda,1986; I Festival de Capoeira daAABB, Niterói, 1988; fundador da Liga Imperatrizense de Artes Marciais, 1992; Fundador da Federação Maranhense de Capoeira; Entrevista realizada por Henrique de Jesus Sousa Diniz

ALCIONE ALVES DE OLIVEIRA

MINAS GERAIS, 1977

MESTRA ALCIONE

A mestra inaugurou um espaço para viver de cultura popular em Belo Horizonte - Foto: Ronaldo Nina Com 41 anos, Alcione Alves de Oliveira está ultrapassando barreiras que ainda resistiam na Capoeira Angola do estado. Ela conheceu a prática por incentivo do irmão mais velho, ainda na adolescência, e desde então se encantou e não parou de praticar. Agora ela se tornou mestra e está ao lado de poucas outras mulheres que assumiram o posto no país, como Janja e Paulinha, de Salvador, a Gege, do Rio de Janeiro, e a Elma, do Maranhão. Para se tornar mestre na Capoeira Angola, primeiro é preciso passar pela fase de treinel (quando se é aluno, mas já treina outras pessoas) e depois para contramestre. Hoje existem algumas contramestras angoleiras em Belo Horizonte, mas Alcione também foi a primeira de Minas. “Atualmente, muitas mulheres estão envolvidas com a capoeira, mas ao longo da história os homens foram as lideranças”, comenta. Ao protagonismo masculino, ela atribui vários motivos. Por exemplo, desde pequenos foram incentivados a brincar, correr, explorar o corpo e as milhões de possibilidades de brincadeiras. À mulher, no entanto, era aconselhado se manter protegida, quieta, ficar em casa e se envolver apenas com as tarefas do lar. Para Alcione, isso interfere na maneira como percebemos o corpo, a mente e o que eles têm capacidade de fazer. “A capoeira é um ambiente em que você toca, joga, brinca… É uma vadiação, como a gente fala. E a mulher não podia estar de jeito nenhum nesse lugar. Porém, o mundo está mudando e a capoeira acompanha. Já conseguimos ver como essa prática é um instrumento forte para elas, assim como para os homens, a nível físico, emocional, psicológico”, defende.

Alcione inaugurou há cinco meses um espaço no bairro Floresta, na região central de Belo Horizonte, para viver de cultura popular. Ela reconstruiu o local, e afirma que conquistou o resultado por crer no valor da tradição e da sabedoria ancestral. Em suas aulas, busca repassar o aprendizado que assimilou nessas mais de duas décadas: a visão de mundo da capoeira. “A capoeira tem dois lados. O bem e o mal, o lúdico e o sério. Traz muita coisa para lidar com a vida. São coisas de base para o ser humano”, diz. Outro conhecimento que ela faz questão de transmitir é a importância da insistência e da constância. “Demora, não é fácil. Mas tem a resistência. Tudo que a gente consegue criar uma rotina é bom, segura a gente mais na terra, com o pé no chão. Ajuda a ser mais feliz", ressalta.

LATEEF CROWDER DOS SANTOS

BAHIA- (Salvador, 23 de novembro de 1977)

Nascido em Salvador,no estado da Bahia, mudou-separa SanJose,na Califórnia,com apenas 4anos deidade. Com grande experiência e treinamento na Capoeira, ensinada por seu pai e ginastas, se tornou um competidor internacional e virou integrante do Zero Gravity Stunt Team. Hoje ele é um membro inativo. Lateef, desde então, vem trabalhando em sua própria carreira de ator.

Santos é mais conhecido por sua aparição no filme Tom Yum Goong (conhecido naAmérica do Norte como' 'The Protector' ') usando Capoeira em uma cena de luta com Tony Jaa. Devido a uma lesão no seu Tendão de Aquiles, a cena foi cortada, mas ele se recuperou e foi destaque no recurso de artes marciais, Duel of Legends [1] lançado em 2007. Devido às suas habilidades de Capoeira e semelhança com o personagem, Lateef Crowder desempenhou o papel de Tekken [2]. Ele também apresentou em Undisputed 3 estrelado por Scott Adkins e Mykel Jenkins,dirigido por Isaac Florentine e também participou do curtametragem Mortal Kombat: Rebirth [3] dirigido por Kevin Tancharoen. Outro trabalho memorável de Lateef foi na Fight Science quando ele representou seu estilo em testes para mostrar a eficácia de seus chutes. Em 2019, ele apareceu na série original da Disney+ The Mandalorian como o dublê de Din Djarin / O Mandaloriano [4]

Em 2009, Lateef ficou conhecido por namorar a modelo brasileiraAndressa Vallotti, o casal teve 3 filhos e se separaram em 2013.

Filmografia

Performances

2010 Undisputed 3

Tekken

2009 Avatar

Dragonball Evolution

The Girl from the Naked Eye

2008

Beyond the Ring Acts of Violence

2007 The Dead Undead Heroes (Fligh or Fligh)

Urban Justice

2005 Tom yum goong

2019 The Mandalorian

Ano Título

Personagem

2018 22 Milhas Liam

2017 Boone: O Caçador de Recompensas Juan Cardoza

2016 Batman v Superman: Dawn of Justice Renan

2014 Favela Carlo Bororo

2012 Amanhecer: Parte 2 Santiago

2011 Amanhecer: Parte 1 Santiago

2011 Call of Duty: Modern Warfare 3 Acrobacias, captura de movimento

2010 Mortal Kombat: Rebirth Alan Zané/Baraka

2010 O Imbatível III - Redenção Santiago Silva

2010 O Livro de Eli Sequestrador

2010 Tekken Eddy Gordo

ASaga Crepúsculo: Eclipse Santiago

2009 Blood and Bone Bead

ASaga Crepúsculo: Lua Nova Santiago

2009 Never Surrender - Jogo Mortal Marco

2009 Fading of the Cries Sylathus

Slums 13 Juiz

Crepúsculo Santiago

Ong Bak 2 Lutador de Capoeira

2008

Duel of Legends Lutador na festa

Ninja Cheerleaders Musculoso

Red Velvet Maníaco

Beyond the Ring Lutador de Taekwondo

2007 Heroes (Truth & Consequences) Membro #2 da gangue

2005 Tom yum goong Lutador de capoeira

2019 The Mandalorian Din Djarin (dublê)

Ligações externas

Lateef Crowder. no IMDb

↑ http : //www.dueloflegends.com/ DuelOfLegends02-layout <! - Título gerado por Bot ->]

↑ https://web.archive.org/web/20110105144650/http://www.tekkenpedia.com/wiki/Eddy_Gordo

↑ -mortal-kombat-promotional-featurette-deliverers-goods New Mortal Kombat Promotional Featurette entrega os produtos

↑ Nedd, Alexis (18 de maio de 2020). «Pedro Pascal shouts out the stuntmen who helped create his Mandalorian». Mashable (em inglês). Consultado em 27 de abril de 2022

JOSELITA PEREIRA DE OLIVEIRA, BAHIA,Juazeiro,1977

MESTRA JO

Nascida em Juazeiro da Bahia, a professora de educação física Joselita Pereira de Oliveira, Mestra Jo, tem 45 anos e é o que o livro da Paula classifica como mulher incorrigível. Ela começou a praticar capoeira aos 7 anos, sem o apoio damãe.“Fui insistenteem fazer com queminhamãe etodas as pessoasquenão acreditavam enxergassem que aquilo era minha vontade e determinação,” conta.

Jo viajou para fora do Brasil pela primeira vez em 1997. Ela representava a capoeira nos Estados Unidos e se apresentou com o grupo Dance Brazil, um companhia estadunidense de espetáculos voltados à cultura brasileira. Conseguiu contrato com a Nike por um ano e meio e teve sua imagem divulgada durante uma semana nos telões da Broadway, na Times Square, em Nova York.

Mestra Jo diz que nunca foi barrada ou proibida de jogar capoeira, mas quando começou sentia falta de outras mulheres no esporte. “No começo, minhas referências eram os homens. Sempre vivi no meio deles naquela época”, explica Jo. Hoje em dia, ela dá aulas na Capoeira Brasil, uma academia com unidades em vários lugares do Brasil e em mais de 30 outros países.

Novos tempos Para as mulheres, o cenário atual está diferente. “As contemporâneas são muitas”, afirma Mestra Jo, citando as mestras Sheila, Espaguete, Batatinha, Smurfette, Cigarra, Rufato, Bia, Cigana, Edna, Janja, Tisza, Mara, Brisa, Carol, Patrícia… E completa: “Que venham mais e mais referências, porque precisamos deste apoio e força feminina, uma dando suporte a outra a cada momento de nossa trajetória.”

Pesquisadora investiga a história de mulheres na capoeira – Estadão Expresso (estadao.com.br)

IRALBERTH MENDES SOUSA

São Luis, 13 de novembro de 1978

MESTRE BETINHO

MAXUEL MOREIRA SANTOS

was born on July 13, 1978 in Eunapolis, Bahia, Brazil

MESTRE MAXUEL

Maxuel MoreiraSantos was born on July 13, 1978 in Eunapolis, Bahia, Brazil. He thenlived inArraial Dajuda in the municipality of Porto Seguro in southern Bahia, where he began practicing Capoeira at the age of five with Mestre Railson.

In March 1997 he arrived in Chile to begin teaching Capoeira in Las Condes Cultural Centre. At the beginning of the first week he began with two students, but a few days later there were five and at the end of the month, twelve. He then began teaching at the Municipal Theatre Ballet School and then in other places.

In 1999 he organized the First International Meeting of Capoeira in Chile where he baptized nearly 300 students. He became a professor of physical education at the University of Chile to students studying medecine, as an elective class. He performed on television and brought Capoeira to Diego Portales University and Central University. He also set up social work in the slums of Santiago, to promote the social integration of their inhabitants, especially children. In 2001 he organized the Third International Meeting and opened the first Capoeira Academy of Chile. Since then, Maxuel has organized over twenty Baptisms and festivals in Chile. He also organized the First Seminar Capoeira University with the support of the University of Chile, Central University and Diego Portales University. He managed to gain recognition of Capoeira as a sport in Chile by the National Sports Institute.

In January 2006, Maxuel starting teaching in Paris, France. In 2007 he organized his 1st International Capoeira Sul da Bahia Meeting in France, with many guests like the Masters Mao Branca and Railson and some twenty Mestrando, Teachers and Instructors worldwide and about two hundred spectators The same year, he received the rank of Contra-Mestre of Capoeira, at the 3rd International Festival Capoeira Sul da Bahia Arraial d'Ajuda, Brazil.

In 2010, he opened the first Capoeira Academy in France to accommodate his students in a space dedicated entirely to this art and activities connected to it. He organized his 9th International Capoeira Festival and Batizado in France in 2015, with 300 participants including 178 children.

Currently the work developed by the Mestre Maxuel in Chile is maintained by his students, Professors Eddu, Alena, Francisco, Toro, Maicol, Remo, Malandro, and Fernado and many instructors. In France, his students Professor Michelle, Instructor Michou and Monitors David, Erwan, Stéphane and Laurence teach classes under Maxuel's supervision in Paris, Professor Passarinho teaches in Boulogne-sur-Mer and Professor Cedric KALONJI (Kunta Kinte) teaches in Lille. In Washington D.C., classes are taught by his student Professor Roberto Tapia (Bucho). Mestre Maxuel will be teaching in Philadelphia as of September 2015.

Informação pessoal

• Data de nascimento: 11 de julho de 1978

• Cidadania: Brasil, França

• Idiomas: português, Francês, espanhol, inglês

Visão geral: Maxuel Moreira Santos começou a praticar Capoeira na década de 80, aos 5 anos de idade, com o Mestre Railson na sua região natal na Bahia (Brasil).

Mestre Maxuel Criou escolas em vários países e, em novembro de 2014, atuou na sede da UNESCO em Paris, quando a Capoeira foi designada parte do Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade.

Lançou vários CD's contendo Musicas de Capoeira e Musicas Mixtas.

Experiência nos Estados Unidos (2016-atual): Mestre Maxuel se mudou para Filadélfia em 2016, onde ensina aulas de capoeira para crianças e adultos.

Ele também ensinou workshops na Associação 'Global Filadélfia' (ver artigos no Huffington Post e The Philadelphia Tribune), The Philadelphia School, e Penn Museum. Participou de manifestações de Capoeira na Fundação Barnes, Kimmel Center, City Hall e Penn's Landing (entre outros locais).

Experiência na França (2006-2016): em janeiro de 2006, Maxuel começou a ensinar em Paris, França. Em 2007, ele organizou o 1.º Festival Internacional de Capoeira Sul da Bahia Paris. A 11.ª edição deste evento anual altamente bem-sucedido ocorreu em abril de 2017, com mais de 300 participantes e espectadores. Enquanto na França, ele ensinava aulas no Instituto de Ciências Políticas de Paris (Sciences-Po), bem como nas escolas municipais, programas pós-escola para o Ministério dos Esportes e Juventude, centros culturais e esportivos em todo Paris. Em 2010, ele abriu a primeiraAcademia da Capoeira na França, para acomodar seus alunos num espaço dedicado inteiramente a esta arte e atividades ligadas a ela.

Experiência no Chile (1996-2006): quando tinha 17 anos, Mestre Maxuel mudou-se para o Chile para começar a ensinar Capoeira no Centro Cultural Las Condes. Ele então começou a ensinar na Escola Municipal de Ballet e Teatro assim como em vários outros locais. Em 1999, ele organizou o Primeiro Encontro Internacional de Capoeira no Chile, onde ele batizou muitos alunos. Ele se tornou professor de educação física nas faculdades de medicina e engenharia da Universidade do Chile, Universidad INACAP, Universidade Diego Portales, Universidade de Santiago, Universidade Central e Universidad Andres Bello. Ele atuou na televisão TVN, Chilevision, Mega, La Red e outros, Jornais El mercurio, La Tercera, La Quarta, e também criou um trabalho social nas favelas de Santiago, para promover a integração social de seus habitantes, especialmente crianças. Em 2001, abriu a primeira Academia Capoeira do Chile. Desde então, Maxuel organizoumais devintefestivais internacionais noChile.Eleconseguiu queaCapoeira sejareconhecidacomo esporte oficial no Chile pelo Instituto Nacional do Esporte (Ministerio de Esportes).

Experiência Global: os alunos do Mestre Maxuel ensinam em vários locais do mundo, incluindo muitas cidades do Brasil, Chile, França, nos Estados Unidos, Kuwait, Guiana, Peru, Moçambique e na Inglaterra. Mestre Maxuel é frequentemente convidado a participar de eventos internacionais de Capoeira como palestrante.

UBIRACI SANTOS VIEGAS

São Luis, 19 de abril de 1980

MESTRE UBIRACI

WILLIAM ALVES DOS SANTOS

SÃO PAULO - 21/07/1989

MESTRE JASON

Apelido ou nome pelo qual é conhecido na capoeira - JASON

Qual a sua profissão Bombeiro civil Grau de escolaridade Médio Incompleto

Graduação de capoeira Mestre Em que ano obteve sua graduação atual na capoeira 2017

Município da formatura São Paulo

Quem lhe deu a sua graduação atual? Holien José de Sá Júnior Apelido de capoeira Mestre Delicado

Em que ano começou a aprender capoeira 1997 Com qual ou quais mestres, contra-mestres, professores aprendeu capoeira Mestre pesqueiro, Mestre Bira, professor cantor, Mestre beleza, Mestra Rita

Em quais associações, grupos ou entidades aprendeu capoeira Grupo Facão Capoeira, grupo aruanã, grupo de capoeira ginga confiança, grupo GINGARTE

Quais mestres influenciaram sua formação Mestre pesqueiro, Mestre Beleza, Mestra Rita e Mestre Delicado

Você ensina capoeira Sim Em que ano começou a ensinar capoeira 2007

Atuou como educador em projetos de educação integral ou outros projetos sociais? Sim

NELSON BATISTA

BAHIA – SALVADOR (198?)

MESTRE NELSINHO

Desde que Mestre Nelsinho e Mestre Bamba se conheceram, na década de 70, em um show na escola de dança Senac, em Salvador, a Capoeira se tornou parte integrante da vida de Nelson Batista. Desde o início, o jovem Nelsinho treinou na academia do lendário Mestre Bimba com Mestre Vermelho 27 e Mestre Bamba no bairro do Pelourinho. Lá aprendeu técnicas e filosofia da Capoeira Regional, que mais tarde passou para seus alunos. No final dos anos 80, Mestre Nelsinho treinou seus alunos em diferentes academias de São Salvador, sempre ligado ao seu próprio Mestre e à sua primeira academia.

Alguns anos depois, Mestre Nelsinho mudou-se para a Europa. Lá, ele não só queria dar aos adultos a oportunidade de treinar Capoeira, mas também as crianças e os jovens deveriam ser capazes de aprender Capoeira de uma forma lúdica. Fundou o seu próprio grupo "Associação de Capoeira Mestre Vermelho 27 – Grupo Magia", que esteve representado na Alemanha e na Polónia. Seus alunos se beneficiaram de sua experiência versátil tanto como aluno quanto como professor de Capoeira no Brasil. Ele não só ensinou a seus alunos os elementos marciais, mas também os introduziu à filosofia e música das artes marciais brasileiras.

À medida que o interesse internacional pela Capoeira crescia gradualmente, Mestre Nelsinho foi convidado para vários workshops e shows na Alemanha, Espanha, França e outros países europeus.

Em 2003, Mestre Nelsinho decidiu fundar a União Internacional de Capoeira Regional com Mestre Saguin e os demais ex-alunos do Mestre Bamba. O motivo oculto era que a tradição do Mestre de Capoeira Bimbas não fosse esquecida, mas que os alunos do Mestre Bamba naquela época unissem forças novamente para transmitir a Capoeira original. Desde então, o grupo tem crescido de forma constante. Mestre Nelsinho já não treina os seus alunos apenas em Berlim e na Polónia, mas também em Braunschweig, Magdeburgo e Innsbruck. Em 2006, Nelsinho, que há muito tempo era considerado Mestre no mundo da Capoeira, recebeu o cordão Mestre de Mestre Saci, ex-aluno de Mestre Bimba

JUCA REIS

Juca Reis (José Elysio do Reis), filho do Conde de Matosinhos, que era amigo de Quintino Bocaiúva, Ministro das Relações Exteriores do governo provisório, foi preso pelo chefe de polícia Sampaio Ferraz. Este teve “carta branca” do governo para agir na repressão aos capoeiras, independente do pertencimento étnico-racial e/ou social.Apolêmica girou em torno da solicitação de Quintino Bocaiúva para a soltura do preso Juca Reis, chegando à altura de dispensar-se do seu cargo político, caso não resolvesse o problema do notório capoeira. Vale ressaltar que o Ministro era um político bem-conceituado entre os membros do Ministério. Tal esforço foi em vão e Juca Reis foi deportado para o conjunto penal de Fernando de Noronha.

17 SOARES, Carlos Eugênio Libano. A negregrada instituição, 1999. p. 77.

18 Quintino Bocayuva e a deportação dos capoeiras. ABRANCHES, Dunshee. Actas e actos do governo provisório. Brasília: Senado Federal, 1998. Edição fac-símile. Capoeira, Identidade e Gênero

ESTA É A HISTÓRIA - JUCA REIS

Juca Reis era nada menos do que irmão do Conde de Matosinhos, dono do jornal “O País”, o mais ferrenho defensor da causa republicana. Nas páginas do jornal, Quintino Bocaiúva defendeu com unhas e dentes a liberdade de Juca e o governo do Marechal foi obrigado a voltar atrás: ele acabou retornando para Portugal.

ESTE É O CASO DO CAPOEIRA JOSÉ ELYSIO DOS REIS (JUCA REIS)

Um caso específico de capoeira nos chama atenção no ano de 1890, com a aprovação do Código Penal e a guerra declarada, do então chefe do Governo Deodoro da Fonseca. Em sua obra “Actos e Actas do Governo Provisória, Dunshee de Abranches trás uma espécie de dossiê de atas e documentos do ano de 1890, no qual nos deteremos apenas em duas atas de reuniões do Conselho de Ministros com datas dos dias 12 e 19 do mês de abril do mesmo ano, e um texto específico do autor intitulado “A deportação dos capoeiras e o General Quintino Bocayuva”.Estes trechos tratam exclusivamente do tratamento do Governo para com os capoeiras,em particular o caso de José Elysio dos Reis, irmão do Conde de Mattosinhos, amigo do até então Ministro das Relações Exteriores Quintino Bocayuva. Na sessão do dia 12, o então Ministro expõe o fato de José Elysio e intercede para que o chefe de polícia desconsidere o fato de este ser um capoeira. Quintino Bocayuva, segundo Abranches, promete ao amigo a libertação do seu irmão preso desde o dia 08 do mesmo mês, porém, não conseguindo recorreu a sessão do dia 12 para interceder pelo capoeira: O Sr. Quintino Bocayuva, usando da palavra fala sobre o incidente, que ocupa a atenção pública, da prisão do cidadão José Elysio dos Reis pelo Sr. chefe de policia. Entende que foi exaggerado o arbítrio dado pelo governo áquela autoridade; e, como não há lei no arbítrio, a exigencia de fazer seguir para Fernando de Noronhao cidadão que fôrapreso tãosómentepelos seus precedentes,masquetranquilamenteseachavanesta

JUCA REIS - JOSÉ ELYSIO DOS REIS

capital, para onde viera a chamado de seu irmão, perece excessivo rigor. As relações pessoaes, que ligam o orador á família desse moço, a posição excepcional em que a contra-gosto se encontra, determinam a sua retirada do governo sem que este retire, entregamos, todo o valimento de seu esforço e apoio.

Não está em desacordo com seus colegas, entende que o acto do chefe de polícia deve ser mantido, mas, escrupulisa ou antes discorda em que vá preso para Fernando de Noronha, onde até sua vida correria risco. Acha que a sua deportação para qualquer parte satisfaria. Não se conseguindo esse acordo deixará o gabinete. Com o impasse Quintino Bocayuva considera o caso um “constrangimento pessoal”,pois, os companheiros do Conselho, mesmo dizendoentendersuaposiçãofrenteaoocorrido, nãocedem aoseupedido. Afaladopróprio Deodoro da Fonseca trás o sentimento por não poder ajudar o amigo, pois, estaria contradizendo, ele mesmo seu governo: “O Sr. Generalissimo Deodoro declara não poder consentir na retirada de tão ilustre companheiro, conquanto lhe louve os delicados melindres que manifesta a sua pureza de sentimentos de amizade.

Ou seja, Quintino Bocayuva, na tentativa de barganhar a liberdade do amigo, declara não poder continuar como Ministro das Relações Exteriores se não for estabelecido o acordo, sugeriu então que José Elysio fosse enviado para outro lugar, porém, toda a discussão coloca o Conselho de Ministros em crise, pois, Campos Salles, Ministro da Justiça opõe-se ao descumprimento total ou parcial da lei e a desautorização do chefe de policia frente à sociedade por fazer cumprir a Lei:

O Sr. Campos Salles diz que a opinião tem se manifestado contra José Elysio dos Reis, e anteveiu uma crise logo que se divulgou a noticia da prisão que se debate. Logo que o facto chegou ao seu conhecimento, dirigiuse ao chefe de policia, e tentou evitar, mas já era tarde a sua intervenção. Essa autoridade, disposta a manter a ordem, aliás manter o seu acto, declarou-lhe que, se Reis não seguisse o destino dos demais capoeiras presos, exonerar-se-ia do seu cargo. Qualquer decisão que não seja esta, collocará o governo em posição falsa e o exporá aos remoques da populaça.[...] Considera irreparável a perda do colega das Relações Exteriores, mas não pode convir também na retirada do chefe de policia, porque este cahirá armado de todo prestigio, e nos braços da opinião pública que censurará o Governo que não soube ser logico. [...]. Ao fim da discussão ficou decidido que, Campos Salles e Francisco Glicerio, este último, Ministro da Agricultura, Comercio e Obras Públicas tentariam conseguir, junto ao chefe de policia, o Sr. Sampaio Ferraz, uma solução para o caso, já que, o Ministro da Justiça Campos Salles facultou à família a deportação para a Europa.

Como resultado do caso José Elysio dos Reis, Abranches traz a ata do dia 19 de abril, onde no seu sumário lêse: “[...] – Aindaos capoeiras –demissãodoMinistrodoExterior insistência do General Quintino –adiamento da resolução da crise”, Deodoro pede para que adie-se a decisão: “O Sr. Generalíssimo diz que hoje o Sr. Quintino Bocayuva pediu exoneração do cargo ministro das Relações Exteriores. A falta, que resultará de sua retirada será, muito sensível.” Mesmo com as declarações de amizade e de entendimento da situação a qual o ministro se achava, Deodoro não voltou atrás em sua decisão, assim, Bocayuva declara:

[...] a declaração do S. Ex. o Sr. Generalíssimo, por mais patriota que seja e honrosa para a sua pessoa, não pode ser aceita por si. E’ uma questão pessoal, sabe airosamente. Concorda com tudo, como governo; mas é questão de honra a sua retirada no dia da partida de José Elysio dos Reis. Servirá melhor á causa do governo e da República fóra do gabinete.

Porquanto, não fica explicita a resolução do caso nas atas disponibilizadas por Abranches, mas, o seu texto nos dá notícias sobre a resolução do caso.

UM CAPOEIRA DEPORTADO, E UM MINISTRO EXONERADO

Na obra de Abranches e dos outros autores citados nos tópicos anteriores percebemos ns aspectos importantes para compreendermos a Capoeira como um movimento de resistência muito reprimido pela sociedade brasileira até então: a) o fato de a Capoeira estar presente ao longo da história do Brasil desde o século XVI, esta permeando a história de resistência dos escravizados; e b) foi elemento fortemente usado não só por escravizados, mas, também por pessoas da elite, tanto nos momentos de lazer como nos momentos de conflitos.

O caso analisado demonstra a maneira como essa arte/luta/dança criada por escravizados para resistir ao sistema social que lhes era imposto permeava as camadas mais altas da sociedade não só carioca, mas, em todo o país. José Elysio era filho de família portuguesa, seu irmão dono do mais importante jornal da época O País, este, por conseguinte, era dirigido por Quintino Bocayuva. Portanto, a relação firmada entre o Conde de

Mattosinhos estava a ruir-se, já que o Ministro não obteve sucesso em garantir a liberdade do capoeira, e aqui reside elemento indispensável para entender, como a capoeira estava intrínseca nessas relações apresentadas, Abranches nos texto finais da sua obra diz que:

Ocerto,porém, équea arteda capoeiragem, tornando-seum dos nossos usos mais característicos, não contava os seus cultores apenas nas classes baixas. Personagens ilustres e, entre elles, até homens políticos que ocupavam posição notável no parlamento ou nos conselhos da corôa, eram apontados como exímio no gênero Assim, a política de Deodoro da Fonseca de repressão aos capoeiras, não tendo distinção de classe provocou grande euforia, segundo Abranches. Ao chefe de polícia foi dada carta branca para prender e deportar os capoeiras para Fernando de Noronha:

A vista disto, ficou combinado que todos os capoeiras, sem distinção de classe e de posição, seriam encarcerados no xadrez comum da Detenção, tratados ahi severamente e pouco a pouco deportados para o presidio de Fernando de Noronha, onde ficariam certo tempo empregados em serviços forçados.

O caso de José Elysio nos chama atenção por está incluso na lista de nomes feita pelo chefe de polícia, o que mostra o cumprimento do acordo com Deodoro, a discussão feita em torno do caso no Conselho de Ministros, demonstra como a barganha não seria possível nesses casos, e mesmo o Ministro das Relações Exteriores colocando o seu cargo a disposição, caso não chegassem a um acordo que o satisfizesse, não passou de uma tentativa de barganha que não vingou, pois, percebemos ao longo da relação de 41 atas usadas por Abranches, 28 delas foram a partir do acontecimento, ou seja, das 41, 26 são atas de reuniões posteriores à prisão do capoeira, porém, Quintino Bocayuva tem sua presença registrada em todas, exceto na do dia 4 de outubro de 1890. Portanto, a partir desses fatos percebemos não ter dado certo sua barganha, o Ministro continuou em seu cargo, ou seja, não houve exoneração. Abranches no trecho intitulado “A deportação dos capoeiras e o general Quintino Bocayuva”, relata quanto ao destino de José Elysio dos Reis:

[...] continuou na Detenção até 1 de maio do ano seguinte, quando foi remetido com outros capoeiras, a bordo do vapor Arlindo, para Pernambuco, e dahi para Fernando de Noronha, onde se demorou por alguns mezes até obter permissão para seguir viagem de novo para a Europa. [...]

Houve sim o afastamento do Ministro Bocayuva do Jornal O País, pois, este foi vendido pelo Conde de Mattosinhos para os Srs. Antonio Leitão & Comp., assim, o Conde retornou para a Europa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, percebemos no contexto do Governo Provisório, medidas de repressão empregadas a fim de extinguir a Capoeira do cotidiano nacional, mais fortemente, no Rio de Janeiro. No entanto, compreendemos também, que, essa repressão, não foi simplesmente a tentativa de civilizar os libertos atendendo o ideal de República francesa, naverdade, estarevelou-se como movimentocontra as insurreições, que eram constantes em resposta às condições de vida e a negação de sua cidadania. A Capoeira, nas leituras feitas para a confecção deste trabalho, revelou-se como movimento de resistência, tanto dos libertos que lutavam para garantir seu reconhecimento como cidadão, quanto daqueles que de algumaforma se encontravam insatisfeitos com a ordem social vigente.

Nestesentido, aCapoeirademoroumuitoaserreconhecidacomoculturaecomoalgobomnanossasociedade, aqui fica a necessidade de se pensar os caminhos percorridos pela mesma, nos anos que se seguem após o Governo Provisório, pensar movimentos populares no inicio do século XX pode nos trazer melhores elucidações sobre essa arte, que tem como raiz, a resistência, e a politica como fio condutor, pois, resistir consiste primeiramente, em estar consciente e agir politicamente. E, é neste sentido, que, Aristóteles (2010) contribui com o objetivo deste trabalho, pois, para ele “o homem é naturalmente um ser político”, e assim se mostra a figura do capoeira

MESTRE BETÃO

Sobre Mestre Betão, Namorado relembra que, quando eu cheguei aoAlgarve, em 1998, não existia mestre de capoeira, não sei qual era a graduação do Mestre Betão, sei que ainda não era de professor, mas o Betão, pelo que eu sei, era o único que ensinava capoeira. Ele era um garoto que estava lá, dando aula, lá onde ele morava. Não conheci o trabalho dele, mas sei que é um cara sério, trabalhador e guerreiro (informação verbal) Mestre Betão é um capoeirista que representa o reencontro da Capoeira, com sua africanidade, em solo português. Ele é negro, português e descendente de africanos. Betão começou sua trajetória no mundo da Capoeiraaos13anos, em umprojetosocial,noqual,alémdaCapoeira,existiamtambématividades folclóricas de dança, música e representação. Porém, como ele já praticava outras lutas, e a Capoeira do projeto não tinha um caráter marcial, Betão procurou uma academia, onde conheceu o seu primeiro mestre, o Mestre Bwana

Em algum momento, no meio da década de 1990, Mestre Betão entrou para o Grupo Muzenza, e treinava Capoeira em Lisboa, ainda muito jovem. Quando ele vinha até o Algarve, ensinava Capoeira na cidade de Portimão, mesmo ainda não sendo graduado, formalmente, pelo grupo Muzenza para dar aulas. É provável que ele seja o primeiro capoeirista a ter ensinado a modalidade no sul de Portugal, ainda que, de uma maneira quase informal. Mestre Betão teve divergências com o Muzenza, e desligou-se do grupo. Hoje, é o Mestre Fundador do Grupo Capoeira Revolução, fundado em 2013 e que atua nas cidades de Portimão, Quarteira, Lagos e Lisboa.

HOLIEN JOSÉ DE SÁ JUNIOR SÃO PAULO ?

MESTRE DELICADO

HOLIEN JOSÉ DE SÁ JUNIOR mais conhecido no meio da capoeira como Mestre Delicado se formou com Mestre Mirão na Associação Rosa Baiana em Guarulhos no ano de 1979, e neste mesmo ano começou a lecionar a capoeira no SESC dando o nome ao seu grupo de Associação Angola e Regional no Bairro da Penha em São Paulo.

Através dos anos, Mestre Delicado dedica sua vida em busca da disseminação, reconhecimento e valorização da arte e cultura da CAPOEIRA, não só dentre os praticantes e alunos como também em associações que mantenham os mesmos objetivos socioeducacionais, socioculturais, e que compartilhem os valores e a filosofia do Grupo GINGARTE.

Participante ativo da sociedade em que vive, e com grande importância em ações de afirmação em sua região, Mestre Delicado atua em diversos projetos de inclusão social e disseminação de valores à jovens e crianças carentes que vão desde aulas de capoeira à oficinas de berimbau. Além disto incentiva diversas outras atividades como aulas de dança, programas de inclusão digital e aulas de alfabetização, voltados principalmente às comunidades mais carentes de sua região

Mestre Delicado (comunidades.net)

LÁZARO VIEIRA DOS SANTOS BAHIA -

MESTRE DENDÊ

Lázaro Vieira dos Santos foi iniciado no mundo da capoeiragem em 1990, no Grupo Filhos da Senzala, em Vitória da Conquista, Bahia. Seu primeiro e único mestre é Arquimedes Gonçalves dos Santos, Mestre Betão

QUEM É MESTRE DENDÊ

Atualmente, é dirigente e fundador do CETA CAPOEIRA, com experiência no ensino da capoeira em instituições importantes, dentre as quais destacamos: 1) a Pastoral do Menor – Lar Santa Catarina de Sena (Orfanato); 2) Projeto 2º Tempo; 3) Projeto Escola Mais. O Mestre Dendê também atuou como representante da capoeira no Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e é integrante-fundador do Conselho Municipal de Mestres de Capoeira

Aárvore genealógica do Mestre Dendê é a seguinte: Mestre Bimba, Mestre Zoiáo, MestreAntônioAcordeon e Mestre Betão. O Mestre Dendê já participou de diversos Encontros-Batizados, Cursos e Palestras etc., em Vitória da Conquista e em outras cidades da Bahia e do Brasil.

Mestre Dendê e o Historiador Uelber Barbosa Silva no Congresso de Reabilitação do Patrimônio na Universidade deAveiro em Portugal

CLIQUE AQUI PARA LER o trabalho apresentado pelos participantes brasileiros: MESTRE DENDÊ, UELBER BARBOSA E SILVA e MARIA RITAAMOROSO, no CONGRESSO DE REABILITAÇÃO DO PATRIMÔNIO que aconteceu na Universidade de Aveiro em Portugal.

CLIQUE AQUI PARA LER o trabalho CAPOEIRA: DANÇA DE NEGRO, CONTRAVENÇÃO PENAL, PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DAHUMANIDADE.

Mestre Dendê e o Historiador Uelber Barbosa Silva falam sobre a Capoeira no Congresso de Reabilitação do Patrimônio que aconteceu na Universidade de Aveiro em Portugal

GULDEMAR ALMEIDA DE ARAÚJO

MARANHÃO - Vitória do Mearim, ?

MESTRE GUDA

MANOEL OLÍMPIO DE SOUZA BAHIA -

MESTRE ÍNDIO

Manoel Olímpio de Souza Foi levado pelo Mestre Dimola a participar das aulas do Mestre Pelé da Bomba. Ele aperfeiçoou tão rápido a sua capoeira que logo depois já batia no Dimola que era Contra-Mestre.Veio para o Sul com Mestre Sergipe (que ficou no Paraná), e recebeu umaAcademia para treinar em PortoAlegre onde formou seu Grupo Oxóssi. Foi desafiado por várias Artes Marciais como o Karatê e o Kung-Fú; quando ele não conseguia dar um soco fatal ele largava sua meia lua de compasso. Atualmente encontra-se no Mercado Modelo em Salvador.

JORDILAN SILVA AVELAR MARANHÃO -

MESTRE JORDILAN

LUCIANO MILANI

SÃO PAULO ?

MESTRE MILANI

LUCIANO MILANI Iniciou na Capoeira em 1986 em São Paulo. Seu primeiro Mestre foi Silvestre Grupo Capoeira Vera Cruz. Em 1988 fez parte da EPC sob a tutela do Mestre Flavinho Tucano, tendo como paraninfo o grande Mestre Brasília. No início dos anos 90 ingressou na Casa de Capoeira de Malungos, convivendo com grandes Capoeiras, dentre eles, Pedro Miguel, Baiano, Gué, Lelo, Gia, os irmãos Ulisses e Flavinho Guaiamum, Peixe-Crú e Tucano Preto. Em 1996 passou a integrar o grupo Guerreiros do Abaeté de Mestre Chumbinho, onde se formou Professor.

Em 2004 cria o Grupo Capoeira Mogadouro em Portugal, e inicia o projeto Portal Capoeira. Em 2013 é formado Contramestre de Capoeira na cidade do Porto – PT

“A Capoeira, tem origens e raízes africanas… seu ventre, sua mãe… é conhecida como cultura negra… seu pai a liberdade… mas nasceu e foi criada no Brasil, algures no reconcavo Baiano… cercada de malandragem e brasilidade… quando jovem foi rebelde, mal vista, perseguida… na adolescência se desenvolveu, cresceu… ganhou o mundo e respeito… tirou o seu passaporte… Hoje, mais madura esta presente em todos os lugares, nos quatro cantos do mundo e tem o orgulho de dizer SOU BRASILEIRA.”

LUCIANO MILANI

EMÍLIO DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO

SÃO PAULO ?

MESTRE MIRÃO

EMÍLIO DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO, o Mestre Mirão, foi introdutor da Capoeira em GuarulhosSP, através daAssociação Rosa Baiana.

Foi discípulo de Mestre Silvestre, fundador da Liga Guarulhense de Capoeira, da Federação de Capoeira do Estado de São Paulo, da Confederação Brasileira de Capoeira e da Federação Internacional de Capoeira.

Sofria de diabetes e de hipertensão arterial e por causa de um problema de trombose foi submetido a uma cirurgia de altíssimo risco, capoeira de coração, preferiu arriscar a cirurgia do que ter as pernas amputadas.

Faleceu aos 61 anos sendo quarenta e cinco dedicados à causa da Capoeira e de sua ascensão social e esportiva.

SILVESTRE VITÓRIO FERREIRA

BAHIA – SALVADOR ?

MESTRE SILVESTRE

SILVESTREVITÓRIOFERREIRA,naBahiachamadoFerreirinha,aqui conhecidoporSilvestre, foialuno de Mestre Pastinha, treinou algumas aulas com Mestre Bimba e foi formado de mestre Caiçara. Em 1966 trouxe sua capoeira para São Paulo.

Mestre Silvestre foi o fundador do Grupo de Capoeira Vera Cruz e ensinou por muitos anos na Praça da Árvore em São Paulo.

Em 1972 fundou a Federação Paulista de Capoeira juntamente com outros Mestres.

JOSÉ PEDRO DA SILVA

PARAIBA - SANTARITA,

MESTRE ZÉ PEDRO

Começaremos nossa narrativa a partir de uma entrevista com o Mestre Zé Pedro em uma tarde quente no subúrbio de Olaria no Rio de Janeiro.

Jorge Felipe Columá, Thiago de Paula dosAnjos de Souza e Rômulo Reis

Paraibano da cidade de Santa Rita, José Pedro da Silva chegou ao Rio de Janeiro aos seis anos de idade após ter perdido seu pai. Mesmo com poucos recursos, conseguiu se alfabetizar aos oito anos e seguiu a vida sem nunca abandonar os estudos, deixando sempre a força de vontade guiá-lo para frente.

Ingressou na Marinha do Brasil como marujo, alegando na época idade maior que a sua, maneira que encontrou para sobreviver. Prestou concurso para Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) onde foi soldado. Formou-se em Direito após seus 30 anos de idade. Especializou-se em combate, inclusive com o curso de guerra na selva, no Centro de Instrução em Guerra na Selva (CIG), em Manaus/AM. Em sua vida militarascendeuatéopostodeMajor,sendoumdosfundadoresdoBatalhãodeOperaçõesEspeciaiso(BOPE) da PMERJ, instituição onde se tornou uma lenda e referência para muitos.

Nesse percurso, o mestre afirma nunca ter recebido ajuda de terceiros com indicações ou apadrinhamentos, cresceu sozinho com o próprio mérito e esforço. No entanto, teve ao seu lado um grande amigo das rodas da vida, Paulo Sérgio da Silva, o Mestre Paulão Muzenza, a quem Mestre Zé Pedro dizia “não nascemos para ser soldados, temos que subir”.

Apartir de sua prática em outras modalidades de luta, Mestre Zé Pedro lutou alguns vale tudo, tendo recebido inclusive a faixa preta de jiu-jitsu do lendário Mestre Hélio Gracie, que o considerava um “menino de ouro”. Segundo relato do próprio Mestre Zé Pedro, ele permaneceu invicto nos enfrentamentos: “nunca perdi uma luta de vale tudo”.

Mestre Zé Pedro

A capoeira como fenômeno sociocultural se manifestou no Rio de Janeiro de forma singular, normalmente ligada à sobrevivência e à malandragem. Perseguida duramente pelo Governo no século XIX, a capoeiragem carioca resistiu e se adaptou feito um camaleão, jogou conforme a razão e se ramificou criando linhagens

diversificadas de grupos, mestres e discípulos. Dentre os mestres de capoeira existe a figura de um lutador de vale tudo e faixa preta de jiu-jitsu, que se destacou com gingado, pontapés e jogo duro nas rodas de capoeira e da vida– o grande Mestre Zé Pedro, líder da lendária roda de capoeira de Bonsucesso nos anos 1970. Seu contato direto com a capoeira ocorreu quando viu um grupo de capoeiristas praticarem na academia do Mestre Valdo Santana. Valdo era irmão do afamado lutador Waldemar Santana – baiano, lutador de boxe, luta livre, jiu-jitsu, e capoeira, que ajudou a difundir a luta e os esportes de combate pelo país, tendo feito a luta mais longa da história do vale tudo com seu antigo mestre Hélio Gracie. Começou então a treinar sozinho os golpes e movimentos, ingressando tempos depois, na academia do baluarte, Mestre Mário Buscapé (Mario dos Santos), onde treinou por três anos e aprendeu com facilidade a arte capoeira, segundo o mestre, devido ao seu lastro esportivo.

Mestres Paulão da Muzenza e Zé Pedro

Na academia do Mestre Mario Buscapé conheceu grandes mestres que frequentavam o espaço, como Mestre Paulão Muzenza e Mestre Mintirinha, entre outros. Neste celeiro de bambas, Mestre Zé Pedro desenvolveu seu talento no berimbau – instrumento de que se orgulha ser exímio tocador – tornou-se um cantador e profundo conhecedor de chulas e cantigas de capoeira. Neste percurso, o mestre se desenvolveu, até se tornar um dos melhores capoeiras da “linha dura” do Rio de Janeiro.

Quando nego queria tirar uma onda a gente dava uma quedinha”.

Em seguida, Mestre Zé Pedro abriu uma academia na Rua Cândido Benício, em Jacarepaguá, e tempos depois dividiu o espaço com o Mestre Mintirinha. O local foi o berço da sua primeira escola, o Grupo Pequenos Libertadores, contudo, este nome lhe trouxe alguns percalços, pois em plena ditadura, teve que se explicar ao Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).Sua história com o bairro de Bonsucesso surge por volta dos anos 1970, a partir do convite para ministrar aulas em uma academia na Rua Uranos, nº 497, sobreloja. Agora com o nome Grupo Filhos de Amaralina, seu trabalho voltou-se para o ensino da capoeira e a realização de rodas e exibições.

Fotos:Acervo Paulão da Muzenza

Mais tarde o Grupo Filhos de Amaralina passa a se chamar Guaiamus e Nagoas, em homenagem às duas maltas de capoeiras rivais existentes no Rio de Janeiro. Mestre Zé Pedro revela que nesse período tinha um bom acesso à capoeiragem carioca, frequentando rodas por toda cidade, também ganhou amigos, treinou alunos e realizou muitas rodas em sua academia.

Aí fiquei com a academia, assumi tudo, as responsabilidades, e passei a fazer as grandes rodas”.

Assim nasceu a lendária Roda de Bonsucesso ou Roda do Mestre Zé Pedro. De acordo com o Mestre, a roda era frequentada por muitos capoeiras da época e só os bambas conseguiam realmente jogar. Perguntado sobre algum jogo ou momento especial da roda, o mestre respondeu: “As rodas meu camarada eram excelentes. E não dá para pra enumerar. Não, essa aqui foi a melhor”. No entanto, confirmou a presença de mestres de capoeira do naipe de Artur Emídio, Leopoldina, Mintirinha, Paulão, Camisa (Camisa Roxa), Camisinha (Camisa), Touro, Dentinho, Gato, Paulinho Godoi, Celso, Peixinho, Itamar, Anzol, Silas, Corvinho, Amarelinho, Garrinchinha, entre outros.

Aminhaacademiaficou conhecida porquetinha um contrato com aRioTour,entãoonomedaminha academia saía no calendário de turismo para o mundo inteiro”.

Com isso, a roda e a academia do mestre passou a ser uma referência, e os capoeiras de Brasília, São Paulo e Bahia a procuravam para jogar e às vezes servia de hospedagem e ponto de referência aos amigos.

Na roda realizada aos domingos e guiada tradicionalmente por um berimbau, os estilos de jogos eram diversificados, mas o mestre sempre defendeu que “capoeira é capoeira, existem os mais flexíveis, maleáveis, mais rápidos, os pra pancada esses mais próximos do meu estilo de jogo, o jogo duro, o combate corpo a corpo.” Os frequentadores da roda de Bonsucesso jogavam com muita malícia e naturalmente a rivalidade surgia, tal como nos sempre lembrados jogos entre Mestre Paulão e Mestre Camisa. Porém, apesar dos jogos mais duros,o mestrelembraqueninguémsetornavainimigo,eram capoeiras dealma,edepois darodasempre havia os momentos de confraternização.

No jogo: Mestres Paulão da Muzenza e Zé Pedro. Foto:Acervo Paulão da Muzenza.

Aorquestra da academia de Zé Pedro: Zé Pedro (bermbau), Baiano da Bonfim (pandeiro) e Bainaninho da Bonfim (berimbau). Entrando no jogo: Paulão da Muzenza e Touro. Foto: AcervoAndré Lacé.

Mestre Zé Pedro teve como alunos Paulinho Guaiamum, Alfredo, Célio, Élcio, Valmir, Murilo e Luiz Peito Queimado. Por volta de 1979 atendeu a uma “chamada da vida” e parou de ministrar aulas de capoeira para se dedicar aos estudos e seguir a carreira como sargento. Seu legado para a capoeiragem ficou marcado nos anais da história do Rio de Janeiro e sua contribuição para a capoeira permanece lembrada pelos mais antigos que se referem a sua roda como o local da capoeira pura, técnica, da destreza, agilidade, força e malandragem, símbolo de uma geração de mestres e praticantes da capoeira carioca.

Aproveite e assista:

Referências:

Baseada nas entrevistas com Mestre Zé Pedro realizada pelos autores e Mestre Paulão Muzenza em 17 de outubro de 2018.

Jorge Felipe Columá é Dr. em Educação Física e Cultura.

Thiago de Paula dosAnjos de Souza é Bacharel em Educação Física. Rômulo Reis é Dr. em Ciências do Exercício e Esporte.

Por Matthias Röhrig Assunção.

A Roda de Zé Pedro Mestre Zé Pedro, em um raro sorriso, ao lado de Mestre Artur Emídio, na década de 1970, na academia que compartilharam por um período na Rua Uranos. Foto Acervo André Lacé

Uma das rodas mais famosas do Rio de Janeiro na década de 1970 era conhecida como a “Roda de Zé Pedro”. José Pedro da Silva, na época, era soldado da Polícia Militar do Distrito Federal e, a partir de 1975, do Estado do Rio de Janeiro.

Zé Pedro participou de competições de luta livre na TV Continental (canal 9, até 1972). Aprendeu capoeira com o Mestre Mário Buscapé, liderança do grupo Capoeiras do Bonfim. Era também muito amigo de outro mestre baiano, Artur Emídio, com quem chegou a dividir o espaço da sua academia, na rua Uranos, 497, em Bonsucesso. Segundo Mestre Paulão Muzenza, que frequentou a roda:

Mestre Zé Pedro era professor de luta livre e jiu jitsu, mas a sua paixão era a capoeira. […] Mestre Zé Pedro tinha uma capoeira altamente belicosa.”

Ao mesmo tempo, era exímio tocador de berimbau e, como atesta Mestre André Lacé, tinha uma personalidade forte. Todas essas características lhe permitiram liderar a roda de capoeira de todos os domingos a partir das dez horas da manhã, que em pouco tempo se tornou uma referência no Rio de Janeiro. Como disse Mestre Valdir Sales, outro frequentador da roda: “A roda dele só tinha bamba, cara bom”.

A efervescência da Rua Uranos

De fato, os capoeiristas mais afamados no Rio de Janeiro compareciam à roda de Zé Pedro: Artur Emídio, Paulo Gomes, Mintirinha, Khorvo, Luis Malhado, Macaco Preto, Nilson Arerê, Paulão Muzenza, Moraes, Gato, Camisa, Celso, Touro e alguns outros. Os jogos eram duros, ou seja, os golpes eram executados até o final, sem parar o pé ou a cabeçada, levando capoeiristas menos experientes a frequentarem apenas para olhar, ou, como atesta Mestre Cobra Mansa, só conseguirem jogar bem no início ou no final da roda.

Não temos notícias de brigas na Roda de Zé Pedro, o que é atribuído ao fato de todos respeitarem os mestres presentes. A roda existiu de 1973 a 1979, quando seu idealizador extinguiu o evento para se dedicar inteiramente a sua carreira na PMERJ.

Frequentadores da Roda de Zé Pedro, segundo M. Paulão Muzenza:

Amarelinho, Altair, Artur Emídio, Baiano Anzol, Baiano do Colégio Santa Cruz, Burguês, Camisa, Canela, Celso, Corvinho, Crioulo Kapoarte, Denis, Dentinho, Djalma Bandeira, Eduardo de Celso, Gato, Gegê, Índio Aranha, Índia, Itamar, João de Celso, Julio César Figueiró, Khorvo, Luis Malhado, Macaco Preto, Medeiros, Mendonça, Mintirinha, Moraes,Mosquito, Mudinho, Nacional, Nilson Arerê, Nilton Kapoarte, Milton de Celso, Olímpio, Paulinho Godoí, Paulão Muzenza, Paulo Gomes, Peixinho da Senzala, Rui Henrique, Silas, Tabosa, Touro, Zé Maria, Ziza.

Outros participantes da roda sugeridos por comentaristas à nossa página:

Mestre Dentinho (Alcino Oliveira Bemvindo), Mestre Marquinhos Cigano.

Mestres Paulão Muzenza e Peixinho no jogo. Acervo Paulão Muzenza

Nos berimbaus, Mestres Paulão e Zé Pedro. Acervo Paulão da Muzenza

Na roda, Mestres Burguês e Paulão. Acervo Paulão Muzenza.

Artur Emídio, Aranha (berimbau), Zé Pedro (berimbau), Djalma (pandeiro), Silas (atabaque), Celso. Agachados: Malhado, Cigano, bebê filho de Mintirinha, Preguiça. Acervo André Lacé

Mestres Touro e Dentinho no jogo. Acervo André Lacé

André Lacé fez uma reportagem sobre essa roda em 1975, onde não somente documentou a musicalidade da roda, como entrevistou alguns dos participantes. Você pode ouvir a gravação original, precedida de nossa entrevista com André Lacé, aqui nesse podcast.

Fontes:

Fotos do acervo do Mestre Paulão da Muzenza.

M. Paulão Muzenza (Entrevista, 2014).

M. Valdir Sales (Entrevista, 2019).

M. André Lacé (Entrevista, 2018).

Raimundo Pereira de Araújo, conhecido como Mestre Mundico é natural de Belém do Pará e traz consigo algumas características interessantes para se pensar suas experiências pessoais.

Minha vó é filha de escravos [...] o meu pai é descendente marajoara de onde vem essa minha técnica de cabeçada né?!Essa raiz dele quando eu comecei. Essa época não existia mesmo aqui em Belém pelo menos não se ouvia alguém falar alguma coisa sobre capoeira [...] comecei a agregar saltos mortais a uma ginga, uma arcaica, sem técnica nenhuma. Isso é já ainda na década ali de 60 ainda, 68, 69, 70. E tanto é que não existia televisão na época na cidade. (entrevista com Mestre Mundico em março de 2009)

Há aqui uma clara reivindicação de uma ancestralidade marajoara que, aliado a descendência afro-brasileira e sua ginga arcaica com saltos mortais, compõem elementos constituintes de um contexto aonde a capoeira é por ele experiênciada. Outro fator importante neste contexto é a predisposição de mestre Mundico em criar redes de interação da capoeira com outras atividades, como o samba , o boi-bumbá e os cordões de pássaros juninos que garantem à ele uma espécie de legitimação e proximidade com uma percepção da capoeira voltada as práticas culturais regionais

(53) Entre Pernadas e Saberes: experiências, tradicionalidades e disputas na capoeiragem em Belém do Pará | Fabio A . Fernandes - Academia.edu

Capoeira: Mestre de Capoeira no/do Pará!

Mestres de Capoeira no/do Pará!

45 - Mestre Abel - União Capoeira

31 - Mestre Alexandre

Mestre Anzol

19 - Mestre Brinco de Ouro(In memoriam)

43 - Mestre Banjo (In memoriam)

30 - Mestre Bimba (In memoriam)

46 - Mestre Barra - Grupo Norte Brasil

44 - Mestre Borrachinha

16 - Mestre Bezerra

26 - Mestre Carioca

3 - Mestre Cléo

35 - Mestre Charles

52 - Mestre Canela

14 - Mestra Catita

12 - Mestre Caiçara - Grupo Regional Caiçara

39 - Mestre Divaney

38 - Mestre Dilon

24 - Mestre Damasceno - Acanp

38 - Mestre Dilon

29 - Mestre Diabinho

17 - Mestre Docinho (In memoriam)

49 - Mestre Ferro do Pé

20 - Mestre Gigante

33 - Mestre Imar Grupo Dandara Bambula

PAULO CÉSAR ALMEIDA DO PRADO

RIO DE JANEIRO

MESTRE PUMA

Mestre Puma nasceu no Rio de janeiro e foi registrado na Bahia. Iniciou capoeira em Sergipe 1977. Arquiteto engenheiro, teólogo professor da Universidade Federal de Sergipe UFS, Instituto Federal de Sergipe IFS e Pronatec formado como mestre 1996 por Pedro Rosemberg, Mestre Ziza do grupo resistência, que fundaram juntos no Rio de Janeiro em 1987. Mestre efetivo do conselho superior de mestres da Confederação Brasileira de capoeira CBC e da Federação Internacional de Capoeira FICA. Mestre fundador da Academia Brasileira de capoeira ABC.

Mestre Puma tem duas obras literárias: O Trivial da Capoeira e Capoeira Regional (luta regional baiana).

O Tribal da Capoeira

JUDIVAL SANTOS DE FILHO BRITO

BAHIA – SALVADOR ?

MESTRE SAGUIN

OsprimórdiosdabiografiadeMestreSaguin(JudivalSantosdeFilhoBrito)podemserencontradosna década de 70 em Salvador da Bahia, no bairro Bom Viagem. Foi aí que Mestre Saguin começou a Capoeira. Em Mestre Murici encontrou seu primeiro professor de Capoeira. Treinou em um estúdio de dança na Cidade Baixa.Depois queMestreMurici perdeuas instalações desuaacademiapor razões organizacionais e políticas, o treinamento e a capoeira mudaram para as ruas. Esse estado de prática de capoeira na rua durou cerca de um ano. Nesse período de capoeira de rua, Mestre Saguin entrou em uma briga com um capoeirista chamado Raimundinho – Peito de Pombo. A luta foi feroz e uma motivação para Mestre Saguin aprender a verdadeira Capoeira Regional.

Por isso, visitou a Academia do Mestre Vermelho 27 e Mestre Bamba. Aqui treinou, todos os dias após o trabalho como salva-vidas, pelos próximos oito anos a Regional de Capoeira no Mestre Vermelho 27 e Mestre Bimba na academia do lendário Mestre Bamba, no bairro do Pelourinho. Você tem que saber que naquela época o distrito de Pelourinho onde a academia estava localizada era uma área muito perigosa. Drogas, prostituição e violência estavam na ordem do dia aqui e o salvadorenho comum deu a este distrito um amplo berço. O antigo Pelourinho não é comparável ao recém-reformado Pelourinho de hoje, onde milhares de turistas se reúnem todos os dias e você pode encontrar um policial em cada esquina. Por isso, é importante mencionar que Mestre Saguin foi o primeiro Capoeirista do distrito de Boa Viagem a treinar na Academia Mestre Vermelho e Mestre Bamba em Pelourinho. Assim, Mestre Saguin não foi apenas um pioneiro para os outros capoeiristats de Boa Viagem, mas também para os dos distritos de Monta do Maita e Forte Mont Serrat. Assim, ele foi parcialmente responsável pelo fato de que a Capoeira se tornou conhecida nesses distritos.

Duranteo treinamento no MestreVermelho 27eMestreBamba,MestreSaguin tinhalevadomuitaexperiência básica de Capoeira Regional com ele. Estes incluíram as Sequencias, Centuras-Despresadas, Toques de Berimbao, Filosofia, Origem Africana. Ele também gostava de conhecer os antigos capoeiristas baianos. Entre eles estavam Mestre Caicara, Mestre Dois de Ouro, Mestre Eziquiel, Mestre Canjiquinha, Mestre Paulo dos Anjo, Mestre Desente, Mestre Bom Cabrito. Isso tudo aconteceu nos anos 80.

Em 1988, Mestre Vermelho 27 e Mestre Bamba viajaram junto com os Capoeiristas Saguin, Orelha, Zambi, Marinheiro, Ruivo, Neguinho e alguns outros para Porto Seguro para uma competição pelo Campeão de Capoeira de Regional. A competição foi organizada pelo Mestre Gaze. Nesta competição, Mestre Saguin conquistou o primeiro lugar.

No final dos anos 80, a cidade de Salvador estava em crise econômica e teve que demitir muitos de seus funcionários. Mestre Saguin também perdeu o emprego como salva-vidas. Agora havia chegado a hora de Mestre Saguin colocar em prática sua ideia de ir para a Europa como capoeirista. Chegou a Munique em julho de 1989. Inicialmente, Mestre Saguin realizou oficinas na Suíça e shows de Capoeira junto com outros Mestres baianos. Além disso, Mestre Saguin participou de encontros internacionais de Capoeira em Hamburgo, Amsterdã, etc. Em 1991 Mestre Saguin começou com aulas de capoeira na escola de dança "Tanzprojekt München". Naquela época, a Capoeira ainda era desconhecida na Europa. É por isso que foi particularmente difícil construir um grupo de Capoeira. No mesmo ano, Mestre Saguin abriu a primeira Academia de Capoeira Mestre Vermelho 27 em Munique. Assim, ele também foi o primeiro capoeirista com

sua própria academia na Alemanha e provavelmente em toda a Europa. A academia estava localizada perto de Hackerbrücke. Em 2000, Mestre Saguin mudou-se para Winzererstraße e abriu uma nova academia aqui. Até este ano, Mestre Saguin pertencia à escola de Mestre Bamba. Então, em 2003, Mestre Saguin, juntamente com Mestre Nelsinho, Mestre Marinheiro, Mestre Zambi e Mestre Traira, fundou a Capoeira UNICAR – União Internacional de Capoeira Regional. Desde então, a Capoeira UNICAR cresceu e agora tem escolas no Brasil, Alemanha, Áustria e Polônia. O número de estudantes de Capoeira continuou a crescer e agora a Capoeira UNICAR é provavelmente a maior Associação de Capoeira da Europa.

HENRIQUE GONÇALVES DOS SANTOS

RIO DE JANEIRO - fazenda Felício Moreira em Santo Inácio –município de Valença

MESTRE HENRIQUE

Criado na fazenda Felício Moreira em Santo Inácio – município de Valença, Rio de Janeiro –, Henrique Gonçalves dos Santos, mestre Henrique, aos dezoito anos deu baixa do quartel e foi para a cidade do Rio de Janeiro morar com um irmão em busca de emprego.

Esse irmão, Carlos – capoeirista conhecido como Veludo –, levou-o para treinar capoeira na academia Bonfim, em Olaria, com mestre Travasso e mestre Artur Emídio

Destacamos que, segundo Nestor Capoeira (2006), a capoeira no Rio de Janeiro foi praticamente extinta pela repressão policial, voltando a ser praticada com consistência, por essas terras, somente nas décadas de 1950 e 1960, época em que mestre Henrique ingressou como aluno da modalidade.

Esse recrudescimento da capoeira permitiu que seus mestres passassem a ganhar a vida com o trabalho de capoeira. Por volta de 1967, mestre Henrique se vê obrigado a voltar para Valença para ficar mais próximo de seu pai que sofria com problemas de coração. Em sua terra natal, desempregado e cuidando de seu pai, mestre Henrique enxerga na capoeira uma fonte de renda. De acordo com ele, a população de Valença da época não conhecia a capoeira, o que tornava o seu conhecimento valorizado.

Com seus objetivos traçados, sua iniciativa foi procurar o presidente do Clube Barroso – Senhor Nantin. Em outubro de 1967, Senhor Nantin concedeu-lhe a oportunidade de ensinar a capoeira trazida do Rio de Janeiro. Em fevereiro do ano seguinte, mestre Henrique vislumbrou a possibilidade de divulgar seu trabalho através da criação de uma ala de capoeira na escola de samba do mesmo clube. O sucesso desse empreendimento despertou o interesse de muitos alunos e ali nasceu o primeiro grupo de capoeira da região sul-fluminense, o Grupo Valenciano de Capoeira.

A consolidação da prática da capoeira em Volta Redonda e Barra Mansa Com seu casamento em vista, em 1973, mestre Henrique foi trabalhar na FORNASA – 6 fábrica de tubos, na cidade de Volta Redonda – deixando a cidade de Valença. Os primeiros mestres formados pelo grupo de capoeira do mestre Henrique herdaram o legado deste e passaram a conduzir a prática da capoeira no município de Valença. Os mestres Jorge, Zé Maria, Dinho, Caléu e Edgar, segundo mestre Henrique, são os responsáveis por coordenar e formar as novas gerações de capoeiristas daquela cidade até o presente momento.

Como era de costume, nas suas horas de lazer mestre Henrique se sentava em frente à sua casa e iniciava os toques característicos da capoeira em seu berimbau. Segundo ele, as crianças o cercavam e se divertiam ao som do instrumento, brincando de capoeira sob sua orientação. No final de 1973, quando mestre Henrique gozava do seu lazer rotineiro, o então presidente do Aero Clube de Volta Redonda – conhecido como Zé Botina – fez-lhe o convite para ensinar capoeira em seu clube. De acordo com as observações do mestre, nesse município também não havia capoeira até sua chegada.

Após um ano de trabalho, mestre Henrique muda seu local de treinamento para a sede do bairro Eucaliptal, onde ensinou capoeira por oito anos. Nesse novo local de trabalho, mestre Henrique concedeu aos seus primeiros alunos o título de mestre de capoeira

A capoeira para mestre Henrique não foi a fonte principal de seus recursos. A origem social de seus alunos o impedia de estabelecer uma meta fixa de pagamento para suas aulas, deixando a encargo das possibilidades desses a designação de quanto poderiam retribuir financeiramente pelos serviços prestados pelo seu mestre. Nem sempre os ganhos mensais oriundos das aulas de capoeira serviam para cobrir os gastos de mestre Henrique. Por esta razão, ele dividia as obrigações com seus alunos com outros trabalhos nas fábricas e indústrias, a fim de compor sua renda mensal. Outra alternativa para obter recursos financeiros com a capoeira se deu através de apresentações em festas. Ele organizava grandes rodas de capoeira e cobrava uma taxa para se apresentar em festas da região.

A capoeira após mestre Henrique Por volta de 1987/1988, mestre Henrique se afasta da capoeira por motivos pessoais, deixando seus alunos mestres no comando da capoeira nos municípios de Volta Redonda e de Barra Mansa. De acordo com mestre Evanil, esses mestres alugaram o Clube Sete de Setembro, no bairro 208, para darem prosseguimento aos treinamentos com uma certa liderança dos mestres Renatinho e Gomes. O ímpeto desses novos mestres capoeiristas deu origem ao grupo de capoeira de Volta Redonda.

Vale destacar que nesse momento os exalunos de Henrique, mestres e professores, tinham o objetivo de treinarem juntos, sem a intenção de receberem qualquer forma de remuneração com a capoeira. Eles também responsabilizavam-se pelo custeio do aluguel do clube a partir das suas rendas obtidas em empregos sazonais, em geral, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A maior parte dos mestres formados por mestre Henrique trabalhava em outras áreas – à exceção de mestre Evanil, que dedicou sua vida à capoeira, de onde retira até hoje seu sustento. Após dois anos de treinamento no Clube Sete de Setembro começaram a surgir dificuldades para pagar o aluguel do clube. Assim, somado a grande procura de novos alunos, iniciou-se a cobrança de mensalidades.

Em entrevista, mestre Evanil afirma que nesse momento começou a surgir tensões e desentendimentos entre os mestres, motivados por interesses financeiros e contradições ideológicas. Esse marco é importante na história da capoeira da região, porque a partir daí houve cisões e cada um dos mestres formou seu próprio grupo de capoeira.

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