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A CAPOEIRAGEM EM MINAS GERAIS

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA; MESTRE EM CIÊNCIA DA

INFORMAÇÃO

Mal publiquei “Cada quá no seu cada quá: quando a Capoeiragem começou...” e já tenho que fazer algumas modificações. Na leitura dos meus próprios artigos sobre o inicio da Capoeirgem nos diversos estados, ‘perdi’ nos mais de 420 artigos registrados, “’Capoeiras’ nas Gerais”... E lá vamosa nós, fazer um cotejo entre os dois artigos, para uma melhor identificação de quando a Capoeiragem inicou naquele Estado brasileiro:

“CAPOEIRAS” NAS GERAIS foi especialmente preparado para o I CONGRESSO MINEIRO DE CAPOEIRA ON-LINE

A história da capoeira de Minas Gerais é, muitas vezes, retratada de forma indireta. Vários estudos contemplam os capoeiras mineiros que atuaram em outros estados brasileiros, auxiliando as reflexões sobre a capoeira em Minas Gerais no final do século XIX e início do XX, e também sobre sua trajetória na contemporaneidade. Temos, por exemplo, as histórias e vivências do célebre capoeira mineiro Pedro José Vieira, cujo apelido era Pedro Mineiro, que viveu em Salvador, na Bahia, no início do século XX. Existe também a identificação de capoeiras mineiros na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, na década de 1880, e nos Livros de Registros de Presos da Casa de Detenção da Corte e do Distrito Federal, no período de 15 de novembro de 1889 a 13 de maio de 1899. http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mapeamento_da_capoeira_de_minas_ge rais.pdf

De acordo com a historiadora Ilka Boaventura Leite, motivos econômicos fizeram com que muitos viajantes europeus estivessem em terras mineiras para registrar sua visão sobre aquele “novo mundo‟. E o que mais chama atenção nos diferentes relatos dos mais diversos viajantes foi que “todos os viajantes que passaram por Minas Gerais, no século XIX, foram unânimes em destacar a dança e a música como traços característicos e marcantes da cultura dos negros africanos e seus descendentes” (LEITE, 1996, p. 149)1

O naturalista alemão George Wilhelm Freyreiss[1] em viagem a Minas Gerais em 1814 -1815, em companhia do barão de Eschwege [2], assistiu e registrou um batuque, e ao descrever a dança, fala da umbigada [punga]:

“Os dançadores formam roda e ao compasso de uma guitarra (viola), move-se o dançador no centro, avança, e bate com a barriga na barriga de outro da roda (do outro sexo). No começo o compasso é lento, depois pouco a pouco aumenta e o dançador do centro é substituído cada vez que dá uma umbigada. Assim passam a noite inteira. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta. Razão pela qual tinha muitos inimigos, principalmente os padres.” [3] (Grifos nossos)

1 LEITE, I. B. Antropologia da Viagem: escravos e libertos em Minas Gerais no século XIX. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. Citada por Palhares, Leandro Ribeiro Capoeira mineira brasileira: uma introdução aos fundamentos históricos da capoeira, disponível em http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/1058/4/capoeira_mineira_brasileira.pdf

MAIS
SOBRE

1810-RIO - danzas de africanos españoles y portugueses, capangas Disponível em http://www.cchla.ufpb.br/pergaminho/1907_capitulos_-_capistrano.pdf

Mestre André Lacé 2, a esse respeito, lembra que a capoeira tradicional, na Bahia e pelo Brasil afora, tinham a mesma convivência com o batuque. Além do mais há registros autorizados jurando que a Regional nasceu da fusão da Angola com os melhores golpes das lutas europeias e asiáticas3 Quero tratar aqui das “CAPOEIRA(S) PRIMITIVA(S)”4 ou, formas primitivas de/da capoeira – outras capoeiras. O fenômeno das academias baianas trará uma nova conformação à própria história da capoeira, uniformizando (no que tange às tradições, hábitos, costumes, rituais, instrumentação, cantigas etc.) sua prática, especialmente após a migração de mestres para o sudeste brasileiro. Isso foi um dos motivos pelos quais a capoeira conhecida e praticada hoje é a baiana. Infelizmente, por outro lado, foram-se apagando pouco a pouco as práticas regionais anteriores como a pernada, a tiririca, o cangapé, a punga, o bate-coxa... Que não puderam oferecer resistência e nem conseguiram criar condições para competir com a capoeira baiana. (Carlos Carvalho Carvalhedo, in Jornal do Capoeira).

2 LOPES,

LOPES, André Luiz Lacé. Capoeiragem. In DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/capoeiragem/

LACÉ LOPES, André Luiz. CAPOEIRAGEM. Palestras e entrevistas de André Lacé Lopes, edição eletrônica em CD-R. Rio de Janeiro, 2006.

LOPES, André Luiz Lacé. A VOLTA AO MUNDO DA ARTE AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM - Ação Conjunta com o Governo Federal - Estratégia 2005Contribuição do Rio de Janeiro - Minuta de André Luiz Lace Lopes, com sugestão de Mestre Arerê (ainda sem revisão).

3 LACÉ LOPES, André. Correspondência eletrônica enviada em 20 de agosto de 2009 a Leopoldo Gil Dulcio Vaz.

4 Pernada de Sorocaba -vercrônicadofolcloristaCarlosCavalheiro,emquefazumaanálisedarelaçãoentredanças-luta(pernada, tiririca etc.) com a Capoeira no interior Paulista. In http://www.capoeira.jex.com.br/

O ensino da capoeiragem no início do século XX, ver crônica do folclorista Carlos Cavalheiro onde comenta a repercussão em jornaldeSorocaba,SãoPaulo,sobreaaberturadeAcademiadeCapoeiranoRiodeJaneiro,em1920.Amatériatrouxe achamada "Um Desporto Nacional", disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/

Capoeira, Pernada e Tiririca in Crônica sobre Capoeira, com algumas informações sobre a Pernada de Sorocaba e a Tiririca da capitalpaulista,ambasumaespéciede"capoeiraprimitiva"doEstadodeSãoPaul,porMiltinhoAstronauta,in JornaldoCapoeira Edição AUGUSTO MÁRIO FERREIRA - Mestre GUGA (n.49) de 13 a 19 de Novembro de 200, disponível em www.capoeira.jex.com.br

Tiririca, Capoeira & Barra funda, por Elaine Muniz Pires, sobre a história dos bairros paulistanos, em especial a Barra Funda, onde acontecia a Tiririca, uma espécie de Capoeira Primitiva, disponível em www.capoeira.jex.com.br

Notas sobre a Punga dos Homens - Capoeiragem no Maranhão: crônica por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, in Jornal do Capoeira - Edição 43: 15 a 21 de Agosto de 2005, EDIÇÃO ESPECIAL- CAPOEIRA & NEGRITUDE, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/ Ainda sobre a Punga dos Homens – Maranhão -VisitaàCâmaraCascudo:crônicaporLeopoldoGilDulcioVaz,in JornaldoCapoeira - Edição 44: 22 a 28 de Agosto de 2005 EDIÇÃO ESPECIAL estendida - CAPOEIRA & NEGRITUDE, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/

André Luiz Lacé , in CAPOEIRAGEM NO RIO DE JANEIRO, NO BRASIL E NO MUNDO; literatura de cordel, Rio de Janeiro, 2005 (trecho tirado da edição em francês, 2006).

O batuque, também chamado de pernada, é mesmo, essencialmente, uma divisão dos antigos africanos, com especialidade dos procedentes de Angola. Onde há capoeira, brinquedo e luta de Angola, há batuque, que parece uma forma subsidiária da capoeira5 .

Por "Punga” 6, registra: jogo ginástico, brincadeira de agilidade, entre valentões, malandros e capadócios. É uma simplificação da capoeira... Sua descrição, assemelha-se à da "punga dos homens", do Tambor-deCrioulo(a) (p. 709). Já "bambelô" é descrito como samba, côco de roda, danças em círculo, cantada e acompanhada a instrumentos de percussão (batuque), fazendo figuras no centro da roda um ou dois dançarinos, no máximo. O ético é o vocábulo quimbundo “mbamba”, jogo, divertimento em círculo (CÃMARA CASCUSO, 1972, p. 113).

Por “Pernada”, registra: jogo ginástico, brincadeira de agilidade, entre valentões, malandros e capadócios. É uma simplificação da capoeira (p. 709)7 .

Crê Câmara Cascudo8 que punga é um termo em uso apenas no Maranhão e significa, na dança em questão, a umbigada, a punga. A punga seria uma dança cantada, mas sem versos próprios, típicos. Geralmente são improvisados na hora, quando as libações esquentam a cabeça e despertam a “memória” do “tiradô” de versos. Após descrever o que seria a dança do tambor-de-crioula, informa que pong provirá do tupi – soar, bater, ou antes soar por percussão. “O que fervia era o lundum, e estalavam as umbigadas com o nome de ‘pungas’” (p. 742-743). No verbete “punga”, consta: dança popular no Maranhão, capital e interior que é a mesma “dança do tambor”. Há também referencia a grafia “ponga”, que como se sabe é um jogo. Punga é também espécie de pernada do Maranhão: batida de perna contra perna para fazer o parceiro cair. Às vezes o Tambor-de-Crioula termina com a punga dos homens.”. (p. 851).

É descrita por Edson Carneiro (Negros Bantos) 9 - a luta mobilizava um par de jogadores, de cada vez; dado o sinal, uniam as pernas firmemente, tendo o cuidado de resguardar o membro viril e os testículos. Dos golpes, cita o encruzilhada, em que o lutador golpeava coxa contra coxa, seguindo o golpe com uma raspa, e ainda o baú, quando as duas coxas do atacante devam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente. Todo o esforço dos lutadores era concentrado em ficar de pé, sem cair. Se, perdendo o equilíbrio, o lutador tombasse, teria perdido a luta. Por isso mesmo, era comum ficarem os batuqueiros em banda solta, equilibrando-se em uma única perna, e outra no ar, tentando voltar a posição primitiva.

Encontramos em Angola um estilo musical popular - O Semba10, que significa ‘umbigada’ em quimbundolíngua de Angola. Foi também chamado ‘batuque’, ‘dança de roda’, ‘lundu’, ‘chula’, ‘maxixe’, ‘batucada’ e ‘partido alto’, entre outros, muitos deles convivendo simultaneamente! O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na ‘massemba’ (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba). Jomo explica que o semba (gênero musical), atual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assente fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.

5 CARNEIRO, Edison. FOLGUEDOS TRADICIONAIS. 2 ed. Rio de Janeiro: FUNARTE; 1982., 1982 (p. 109), nota enviada por Javier Rubiera para Sala de PesquisaInternacional FICA el 8/18/2009

6 CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Pungada dos Homens & A Capoeiragem no Maranhão: MESTRE BAMBA, do Maranhão. In JORNAL DO CAPOEIRA, 30 de julho de 2005, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/cronicas/pungada+dos+homens+a+capoeiragem+no+maranhao

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Punga dos Homens e Capoeira no Maranhão. In DaCOSTA, Lamartine PEREIRA. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006 disponível em WWW.atlasdoesportebrasil.org.br

7 CÂMARCASCUDO, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972;

8 CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972;

9 Citado por Câmara Cascudo, 1972

10 http://forum.angolaxyami.com/musica-de-angola-e-do-mundo/71-historia-do-semba.html. disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Semba

Mas vamos prosseguir com Mestre Cavalheiro, em correspondência pessoal (04/02/2006) quando me pergunta se ainda estou interessado na Punga; informa, então:

Encontrei outra referência: "A punga entre homens não tem características de convite à dança como entre as mulheres. É uma espécie de briga que se assemelha, ligeiramente, à capoeira, onde o objetivo de cada um é derrubar o companheiro. Isto faz lembrar a hipótese de que o Tambor de Crioula inicialmente era um exercício de luta como a Capoeira. É aplicada no joelho ou dada em forma de rasteira nos pés. [...]". Há um pouco mais de informações, mas isto é o essencial. A referência? FERRETTI, Sérgio et al. TAMBOR DE CRIOULA, Cadernos de Folclore n. 31. RJ: Funarte/MEC, 1981, pp. 08 - 11.

Em estudo de 2016, Palhares11 afirma que a capoeira mineira tem inicio em 1907, quando surge em Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto) o capoeira, valentão e desordeiro Pedro Mineiro:

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PEDRO MINEIRO

Pedro Mineiro nasceu Pedro José Vieira em 1887 na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Ele era “... um homem negro, de olhos pequenos, lábios grossos e nariz largo. Seu cabelo era crespo e tinha sobrancelhas largas, usava um bigode ralo e costeleta, sinal típico da capoeiragem. Tinha o corpo coberto por cicatrizes de [...] faca, navalha e canivete [...]” 13. Na sua infância foi alfabetizado, pois é do conhecimento geral que ele sabia ler e escrever, mas apesar de não haver nenhuma comprovação documental, com apenas vinte anos de idade aproximadamente já era conhecido por suas desordens e arruaças pelos becos e vielas de Ouro Preto. E por conta de seu modo de vida, Pedro Mineiro foi perseguido e teve de fugir da cidade, indo se estabelecer na capital baiana. Foi em Salvador que ele foi apelidado de „mineiro‟, surgindo então o seu „nome de guerra‟ – que entrou para a história da capoeiragem. Pedro Mineiro foi um dos capoeiras de maior fama e dos mais temidos nos primeiros anos da primeira década do século XX. Contraditoriamente, ele tinha residência fixa e trabalhava nas mais diversas ocupações, desde carregador e marítimo e também como policial e capanga 14. Ele sempre estava envolvido em brigas e badernas nos bares e ruas próximos ao Cais do Porto da Bahia – região onde a maioria dos valentões da época frequentava. Desse modo, em locais onde se reuniam valentões e desordeiros, mulheres e bebidas e com a presença de marinheiros e da polícia, era de se esperar que o desfecho corriqueiro fossem atos de vandalismo e violência, que muitas vezes acabavam em mortes. De todos os seus feitos, fatos cercados por tumultos e confusões, o principal deles ganhou muita repercussão, inclusive pela imprensa da época. No dia 26 de dezembro de 1914 “... um conflito a bala explodiu entre capoeiras e um grupo de marinheiros do torpedeiro Piauhy...” 15 e dois marinheiros foram mortos. Os três capoeiristas envolvidos tentaram fugir, mas acabaram presos e levados para a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia. Foi aberto um inquérito para investigar o caso e dois dias depois – 28 de dezembro de 1914 – Pedro Mineiro estava prestando depoimento e quando perguntado de sua profissão ele respondeu que era um „secreta da polícia‟. Um dos marinheiros envolvidos no episódio e que estava presente se sentiu ofendido com a resposta e atirou três vezes contra o capoeira valentão. Pedro Mineiro ainda foi levado com vida ao Hospital Santa Izabel, mas dias depois não resistiu aos ferimentos. Ele morreu com 27 anos de idade e seu corpo foi enterrado no Cemitério da Quinta dos Lázaros. A partir de então seus feitos ganharam fama e ele se tornou um mito entre os valentões e capoeiras. Anos

11 Palhares, Leandro Ribeiro Capoeira mineira brasileira: uma introdução aos fundamentos históricos da capoeira, disponível em http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/1058/4/capoeira_mineira_brasileira.pdf

12 ABIB, P. R. J. Mestres e capoeiras famosos da Bahia. Salvador: EDUFBA, 2009.

13 DIAS,A.A. Os “fiéis”danavalha:PedroMineiro,capoeiras,marinheiros epoliciais em Salvador na República Velha. Revista AfroÁsia, Salvador, n.32, p.271-303, 2005

14 ABIB, P. R. J. Mestres e capoeiras famosos da Bahia. Salvador: EDUFBA, 2009.

15 DIAS,A.A. Os “fiéis”danavalha:PedroMineiro,capoeiras,marinheiros epoliciais em Salvador na República Velha. Revista AfroÁsia, Salvador, n.32, p.271-303, 2005

após sua morte surgiu a expressão „fulano está com o espírito de Pedro Mineiro‟ se referindo a alguém que se encontra fora de si, em um estado de valentia

Depois dessa data nos remete até os anos 1960, quando em 1969 chega o Mestre Toninho Cavalieri em Belo Horizonte – momento considerado o marco inicial da capoeiragem na capital mineira:

MESTRE TONINHO CAVALIERII

16 .

Antônio Maria Cavalieri, o Mestre Toninho Cavalieri, nasceu na cidade de Juiz de Fora/MG, no dia 03 de março de 1938. De família pobre que viveu em um momento conturbado, Segunda Guerra Mundial e crise econômica no Brasil, sua infância foi marcada pela rua: as brincadeiras e confusões. Soma-se a isto a proximidade da oficina onde seu pai trabalhava com a „zona boêmia‟ (o baixo meretrício, a delegacia e os bares). Por volta de 1948-1950, quando ele tinha seus 1012 anos de idade, indo para a aula de judô, três garotos o provocaram e como ele mesmo disse “eu gostava de uma briga, não procurava não, mas gostava...”, enfrentou os meninos; só que seu professor de judô, Fábio Maia, assistiu aquela cena e disse que iria ensinar-lhe a capoeira, já que também tinha conhecimento da modalidade. Após algum tempo de aprendizagem seu professor lhe disse que iria levá-lo para passar um final de semana no Rio de Janeiro para conhecer o Mestre Arthur Emídio, “... mas quando eu cheguei lá... treinei um bocadinho com o Arthur Emídio, mas não era o meu prato, eu gostava era da Capoeira da rua mesmo”. Então encontra com um amigo seu, o Paulo Lopes, que o leva para ver os malandros jogarem na praia, daí “... eles começaram a me ensinar e eu fui aprendendo, na beira da praia”. E estas idas ao Rio de Janeiro começaram a ficar frequentes e constantes. Este trecho e os demais aqui apresentados são de uma entrevista concedida pelo Mestre Toninho Cavalieri, extraída de Palhares (2016) 17. Por volta de 1969, logo após ter se casado, foi transferido para Belo Horizonte: “chegando aqui eu vi que não tinha capoeira aqui. [...] Não tinha, pelo menos ninguém sabia disso”. Já instalado na capital, estava ganhando pouco e, para tentar melhorar o orçamento, resolveu ir à Associação Cristã de Moços (ACM) oferecer seus serviços como professor de capoeira. A pessoa com quem Cavalieri conversou lhe disse que colocaria um aviso no antigo jornal Diário da Tarde anunciando aulas de capoeira na ACM. Logo pela manhã, uma pessoa já estava na porta de sua casa para saber mais informações a respeito da capoeira: era o Luís Mário Ladeira, que mais tarde se tornaria o Mestre Jacaré – da velha guarda da capoeiragem mineira. Logo em seguida veio o Luís Alberto, o Paulo Batista, o Mestre Paulão (fundador do Grupo Ginga) e tantos outros: “... chegaram uns vinte lá em casa e montamos o primeiro grupo” [...] Nós começamos a treinar, o grupo foi aumentando, aumentando e ficou bem grande, uns 50 alunos mais ou menos”. Neste período, o grupo ia se divertir jogando capoeira na Praça da Liberdade. E, da mesma forma como acontece hoje, as pessoas que por ali circulavam paravam para assistir: “... começou a aparecer feira, barraquinha daqui, barraquinha dali e eles punham dinheiro lá no chão para a gente catar com a boca, dentro do chapéu, dentro do berimbau...”. Assim, de forma espontânea, surgiu um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte até os dias de hoje: a feira hippie (atual Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena). À medida que começaram a ter condições (técnicas, musicais, de jogo), cada um procurou caminhar „com as próprias pernas‟, ou seja, começam a ensinar próximos de suas residências, para suas comunidades. Tem-se aí o surgimento de vários agrupamentos e a consequente expansão da capoeira na capital mineira.

16 FONTE: http://www.ilefoundation.org/Masters.html.

17 PALHARES, L. R. O discurso da presença da capoeira em Belo Horizonte nas décadas de 1970 e 1980: produção e produto de sentidos, significados e identidades. Revista Brasileira de Estudos do Lazer, Belo Horizonte, v.3, n.1, no prelo, 2016

1968 Antônio Maria Cavalieri, o mestre Toninho Cavalieri, foi o primeiro a ministrar aulas de capoeira na cidade de Belo Horizonte, na Associação Cristã de Moços (ACM) (LOPES, 2010).

Depois disso:

1970: Nos primeiros anos da década de 1970 ocorreu o encontro entre os Mestres Toninho Cavalieri e Dunga, na cidade de São João Del-Rey, fato que trouxe Mestre Dunga em definitivo para Belo Horizonte:

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MESTRE DUNGA

O Grão Mestre Dunga (Amadeu Martins), considerado por todos no meio capoeirístico como a „lenda viva‟ da capoeira mineira, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1951. Filho de pai maquinista de trem a vapor e mãe dona de casa, ele começou a treinar capoeira com oito anos de idade na cidade de Salvador. Ainda jovem, no ano de 1965, mudou-se para o interior de Minas Gerais, cidade de São João Del-Rei, para trabalhar em uma fazenda. Um ano depois ele ingressou no Exército na cidade de Juiz de Fora. Alguns anos se passaram e, por intermédio do Mestre Boca, conheceu o Mestre Toninho Cavalieri que tempos depois lhe conseguiu uma casa para morar em Belo Horizonte, para onde se mudou em definitivo. Desde sua chegada a Belo Horizonte viveu em rodas de capoeira jogadas em fundo de quintal e em praças públicas. Nas décadas de 1960 e 1970, não havia academias para a prática da capoeira, motivo pelo qual a capoeira passou a ser chamada de batuque de fundo de quintal. Isso porque os jogos de capoeira aconteciam nos terreiros dos barracos, nos „quilombos‟ – como ele mesmo denomina as favelas da capital mineira. Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a capoeira de rua sofreu repressão e perseguição, considerada atividade subversiva pelo governo militar. A polícia tratava de dispersar os „montinhos‟ – aglomerados de pessoas que se reuniam pelas ruas de Belo Horizonte. “Foram dez anos de perseguições à capoeira de rua. A Rural era o carro do exército que rondava a Praça da Liberdade, a Praça Sete, a Praça da Rodoviária e o Parque Municipal e acabava com qualquer montinho”12 . Na década de 1970, duas situações bastante contraditórias e inusitadas aconteceram com Mestre Dunga. Quando foi morar em Belo Horizonte ele ainda era soldado do exército e, às escondidas, alimentava os universitários presos durante as manifestações estudantis contra a ditadura militar. Em outra oportunidade, após ter saído do exército e já conhecido na capoeiragem de rua, ele foi preso pela polícia porque tocava berimbau e atabaque na Praça Sete: “me levaram para a Polícia Federal, mas esqueceram o berimbau e o atabaque nas minhas mãos. Eu falei para os presos: vamos gingar todo mundo na cadeia e comecei a tocar. Depois fiquei 15 dias na solitária”. O Mestre ensinou capoeira para malandros e conheceu a vida noturna da capital mineira, “da época da Boemia, do bairro Bonfim e da região da Lagoinha”. Ele relata também o convívio com alguns dos personagens reais citados no romance Hilda Furacão, de 12 Este trecho e os demais aqui apresentados são de uma entrevista concedida pelo Grão Mestre Dunga 19. Roberto Drummond, como a prostituta Maria Tomba Homem e o travesti Cintura Fina, um alfaiate que usava terno e sapato branco e praticava a vadiagem – capoeira típica das ruas, dos malandros e valentões: “a capoeira de vadiagem era um jogo cheio de ginga e malandragem, mas também tinha toda uma vestimenta própria”. Ao longo de três décadas (1970 a 1990) ele foi uma liderança na criação, conservação e perpetuação das mais tradicionais rodas de rua da capital mineira: Praça Sete, Praça da Rodoviária, Praça da Estação, Praça da Liberdade e Parque Municipal. Seu trabalho com a capoeira tem como „marca registrada‟ a inclusão de meninos de rua e de favelas no universo da cultura popular formando novos agentes culturais. Atualmente, o Grão Mestre Dunga conduz treinamentos e rodas em sua academia, a Associação Cordão de Ouro - A Senzala Eu Bahia. Também é possível compartilhar seus conhecimentos, sua ritualística marcante e sua energia sem igual na tradicional roda de capoeira da Praça Sete, nas tardes de domingo em Belo Horizonte.

18 FONTE:http://senzalagmdunga.blogspot.com.br/p/o-gr.html.

19 SÁ, G. Entrevista concedida pelo Mestre Dunga à Georgiana de Sá, em 04 de fevereiro de 2008. Disponível em http://www.overmundo.com.br/overblog/desafios-de-umcapoeirista.

Mestre Dunga diz que, em Minas Gerais, nas décadas de 1960 e 1970, não havia academias para a prática da capoeira, motivo pelo qual a capoeira passou a ser chamada de batuque de fundo de quintal. Isso porque os jogos de capoeira aconteciam nos terreiros dos barracos, nos „quilombos‟ – como ele mesmo denomina as favelas da capital mineira.

Vinícius Thiago de Melo (2013)20 refere-se ao Mestre Tigre, Jailton Mendes, nascido em 14 de junho de 1956, iniciou na capoeira por volta de 1970, quando tinha 14 anos de idade e morava no bairro Santa Inês, em Belo Horizonte. Natural da cidade de Feira de Santana, na Bahia, revelou que foi criado na capital mineira pelas tias, pois sua mãe faleceu quando ainda era muito novo.

1972 - a união entre os mestres Dunga, Boca, Negão e Farofa, por volta de 1972, fez surgir uma roda de rua paralela à roda realizada pelo grupo do mestre Paulão na Praça da Liberdade.

Aí o Farofa chegou com o Negão, o Márcio Alexandre, e aí o Dunga lá no bairro falou: “oh, nós estamos querendo montar uma roda na rua lá no Parque Municipal porque tá faltando capoeira”. Porque na época capoeira era muito escassa, tinha pouco capoeirista, os capoeirista que tinha era mais da classe média, média burguesa. Aí o Farofa falou que vocês tem um grupinho aí. Falei que nós temos. Aí começamos a fazer a roda lá no Parque Municipal, uma roda paralela a da Praça da Liberdade21

A partir dessa fusão, além da roda da Praça da Liberdade, começam a ser realizadas outras rodas de capoeira em outros pontos da cidade como o Parque Municipal, a Praça Sete, Praça da Rodoviária, Praça da Estação, entre outras22

Palhares regista que em 1983 ocorreu o primeiro evento de capoeira em Belo Horizonte com um formato já utilizado em outros locais no país: cerimonial, convidados, entrega de graduações, batizado. Até então nenhum capoeirista realizava este tipo de evento na capital mineira. Depois dessa data, só em 1987 é realizada a 1ª Jornada Cultural de Capoeira, na cidade de Ouro Preto com a presença de capoeiristas de todo o Brasil, em especial a velha guarda da capoeiragem baiana.

O I Encontro Mineiro de Capoeira é realizado em 1988, na cidade de Belo Horizonte, reunindo grandes nomes da 80 capoeira baiana e carioca, além de promover um forte intercâmbio.

E em 1990 há a criação do jornal impresso Rabo de Arraia, veículo de divulgação exclusiva da capoeira mineira.

1991: Criação da Federação Mineira de Capoeira, órgão de representatividade e organização da capoeira. Sua criação contribuiu para a criação da Confederação Brasileira de Capoeira.

1995: Realização do I Encontro Internacional de Capoeira, evento que reuniu capoeiristas renomados do Brasil e de diversas partes do mundo e contou com grande audiência e repercussão, inclusive na grade mídia. Foi o primeiro evento de grande porte e internacional realizado na capital mineira.

2005: Criação de um novo órgão de representatividade e organização da capoeira: a Federação de Capoeira do Estado de Minas Gerais, a FECAP-MG.

Palhares, em seu estudo, trás a biografia de MESTRE MÃO BRANCA·.

20 MELO, Vinícius Thiago de. HISTÓRIA DA CAPOEIRA DE RUA DE BELO HORIZONTE (1970-1990): MANIFESTAÇÃO CULTURAL, LAZER E POLÍTICA NA SOCIEDADE MODERNA. Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013

21 MELO, Vinícius Thiago de. HISTÓRIA DA CAPOEIRA DE RUA DE BELO HORIZONTE (1970-1990): MANIFESTAÇÃO CULTURAL, LAZER E POLÍTICA NA SOCIEDADE MODERNA. Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013

22 MELO, Vinícius Thiago de. HISTÓRIA DA CAPOEIRA DE RUA DE BELO HORIZONTE (1970-1990): MANIFESTAÇÃO CULTURAL, LAZER E POLÍTICA NA SOCIEDADE MODERNA. Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013

William Douglas Guimarães, mais conhecido como Mestre Mão Branca, nasceu no dia 14 de abril de 1960. Filho de Maria Luiza Magalhães e Jones Adativo Guimarães teve seu primeiro contato com a capoeira aos 10 anos de idade na cidade do Rio de Janeiro, em uma roda na Central do Brasil, quando morava em uma favela denominada morro da Providência. Porém, foi em Belo Horizonte, sua cidade natal, já com 15 anos de idade onde deu inicio aos seus treinamentos com o Mestre Jacaré (Luiz Mario Ladeira). Treinou aproximadamente dois anos e em seguida mudouse novamente para o Rio de Janeiro, onde deu continuidade aos treinamentos com um grupo de capoeiristas que treinavam na quadra da escola de samba Porto da Pedra, com o Mestre Elinho Águia Negra. Um dia o Mestre Elinho Águia Negra levou seus alunos para visitarem a Associação de Capoeira Negrinhos de Sinhá (ACNS). Foi então que Mestre Mão Branca conheceu aquele que escolheria para ser seu Mestre nos caminhos da capoeiragem: José Carlos Vicente, o Mestre Gigante (nascido em 1950 e falecido em 1989). Mestre Mão Branca se encantou com o estilo de capoeira e o modo como o Mestre Gigante conduzia seu trabalho com a capoeira e então decidiu ingressar na ACNS onde treinou até se formar Mestre, em 1985. De volta a Belo Horizonte desde 1980, Mestre Mão Branca passou a utilizar o nome da ACNS no trabalho que vinha desenvolvendo na capital mineira. Durante a década de 1980 ele foi o responsável por implantar algumas inovações na capoeira belo horizontina: a cerimônia do batizado (1983) – evento exclusivo de capoeira que também até então não era praticado em 105 terras mineiras; o sistema de graduação – que já vinha sendo utilizado em alguns locais do país, mas que em Minas ainda não existia; o registro em cartório do seu grupo de capoeira (1985) – mostrando organização e segurança; o processo de internacionalização da capoeira mineira (a partir de 1988) – levando a capoeira mineira e shows folclóricos para diversos países da Europa; o jornal impresso Rabo de Arraia (1990) – veículo de informações exclusivo aos capoeiristas; fundou e presidiu a Federação Mineira de Capoeira (1991), ajudando a fundar a Confederação Brasileira de Capoeira. Após o falecimento de Mestre Gigante, em 1989, Mestre Mão Branca resolveu criar um novo nome para seu trabalho, onde pudesse desenvolver seus ideais sem causar problemas com os demais formados de Mestre Gigante. Então, em 1993 cria o Grupo Capoeira Gerais. Ao longo de mais de trinta anos de dedicação exclusiva à capoeira seu trabalho tem por características principais a alta qualidade técnica e musical, o respeito aos fundamentos e rituais e, principalmente, a formação 106 de agentes culturais capacitados a continuarem sua missão: disseminar a capoeira. Atualmente, o Mestre Mão Branca tem divulgado a capoeira ao redor do mundo ministrando cursos e realizando eventos. Além disso, já gravou quatro CDs e duas coletâneas com mais de 80 mil copias vendidas. Vem realizando desde a década de oitenta vários eventos nacionais e internacionais, dentre eles destacam-se: o 1º Encontro Internacional de Capoeira (1995), um marco para a capoeira em Minas Gerais. Neste evento formou sua primeira turma de Mestres; o 7° Festival Mundial Capoeira Gerais (2015), evento onde recebeu a graduação máxima na capoeira; e o 6º Campeonato Europeu de Capoeira – Duelo de Camaradas (2016), campeonato de capoeira que teve suas finais disputadas no Museu Olímpico, na cidade de Lausanne na Suíça.

Procurando mais dados, encontramos artigos publicados nos jornais mineiros, referindo-se á ‘capoeira’ como mato, ocorrência em quase todas as referencias encontradas pelo Brasil afora, quando se procura pelo termo “capoeira” na Hemeroteca da Biblioteca Nacional; in O Pharol, de Juiz de Fora, edição de 1877 http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=258822&pesq=capoeira&pagfis=68.

uma citação sobre politica e seus representantes, a classificação de ‘capoeira’ pra denegrir a imagem de um opositor, como acontecia em outras províncias:

1878 OURO PRETO - O Constitucional (MG) – 1878 \Edição 00020 (1) – Folhetim

Assim, a partir daqui, vamos iniciar o cotejamento, pois a citação mais antiga que encontráramos referia-se ao ano de 1878. Agora, recuamos mais...

1878 OURO PRETO - O Constitucional (MG) – 1878 \ Edição 00021 (2)

Ano 1825\Edição 00036 (1) O Universal (MG) - 1825 a 1842

Ano 1844\Edição 00002 (1) O Mercantil (MG) - 1844 a 1847

Ano 1844\Edição 00014 (1)

Ano 1844\Edição 00023 (1)

OBS: NAS EDIÇÕES SEGUINTES, ATÉ O TÉRMINO DO ANO, HÁ A INFORMAÇÃO DE PRISÃO DE ESCRAVO PRESO POR CAPOEIRA; A MAIORIA, ESCRAVO FUGIDO ESSES ANUNCIOS, DE REPARTIÇÃO DE POLICIA, REPETEM-SE ATÉ 1847

0
A n 5 1\ E di ç ã o 0
1 8 6 (1 )
Ano 1851\Edição 00186 (O Conciliador (MG) -1851

Ano 1867\Edição 00055 (1)

Ano 1866\Edição 00011 (1) Constitucional : Jornal Politico, Litterario e Noticioso (MG) - 1866 a 1868

1878 OURO PRETO - O Constitucional (MG) – 1878 \Edição 00020 (1) – Folhetim uma citação sobre politica e seus representantes, a classificação de ‘capoeira’ pra denegrir a imagem de um opositor, como acontecia em outras províncias:

Ano 1868\Edição 00026 (1) O Liberal de Minas (MG) -
a 1870
1868
1878 OURO PRETO - O Constitucional (MG) – 1878 \ Edição 00021 (2)

1880 Baependy - O Baependyano : Folha Scientifica, Litteraria e Noticiosa (MG) - 1877 a 1889, edição 151, de 18 de julho uma citação sobre politica e seus representantes, a classificação de ‘capoeira’ pra denegrir a imagem de um opositor, como acontecia em outras províncias:

1882 E em 1882, em 7 de novembro nesse mesmo Pharol, uma referencia à capoeira como cesto para transporte:

E é nesse mesmo ano, em o Pharol edição de 9 de novembroAno 1882\Edição 00130 (1), anuncio de fuga de preto escravo, tendo como característica, ser capoeira:

1883 - O Pharol, edição de 22 de fevereiro:
1883 -APROVINCIA DE MINAS 1885 - OArauto de Minas : Hebdomadario Politico, Instructivo e Noticioso (MG) - 1877 a 1889 Ano 1885\Edição 00395 (1) O Baependyano : Folha Scientifica, Litteraria e Noticiosa (MG) - 1877 a 1889

1886, em O Liberal Mineiro, de Ouro Preto, edição de 24 de março uma citação sobre politica e seus representantes, a classificação de ‘capoeira’pra denegrir a imagem de um opositor, como acontecia em outras províncias:

1886 A Provincia de Minas : Orgão do Partido Conservador (MG) - 1884 a 1887 Edição 00338 (1), 30 de maio, Ouro Preto

Ano 1887\Edição 00023 (1) O Arauto de Minas : Hebdomadario Politico, Instructivo e Noticioso (MG) - 1877 a 1889

1887 A PROVINCIA DE MINAS, OURO RETO, 5 DE FEVEREIRO
1887 – O PHAROL – 7 DE NOVEMBRO DE 1887
O PHAROL, 09 DE NOVEMBRO
1877 O PHAOL, 14 DE NOVEMBRO
C

1887 - Jornais de Ouro Preto : Orgão do Partido Conservador (MG) - 1884 a 1947 – Ouro Preto – A PROVINCIA DE MINAS 2 de agosto

1888 A UNIÃO, OURO PRETO 7 DE JANEIRO

1888 a união, 7 de janeiro

1888 A UNIÃO 14 DE JANEIRO

1890 – O PHAROL 30 DE AGOSTO

1890 – O PHAROL, 22 DE FEVEREIRO
1891 A Ordem (MG) – 1889 OURO PRETO, 5 DE JANEIRO DE 1891

Ano 1891\Edição 00001 (1) Almanak de Juiz de Fora : Publicação Commercial, Industrial, Litteraria, Recreativa, Administrativa, ETC. (MG) – 1891

Ano 1896\Edição 00215 (1) Gazeta de Ouro Fino (MG) - 1892 a 1915

Ano 1899\Edição 00062 (1) Diario de Minas : Propriedade de uma Associação Anonyma (MG) - 1899 a 1901
1901 – A CIDADE - OURO PRETO 2 DE OUTUBRO
1911 o O PHAROL, 12 DE JANEIRO
1911 – O PHAROL, 22 DE MARÇO
1914 Correio da Semana (MG) - 1913 a 1925 Queluz de Minas 14 de julho

1916 O PHAROL 30 DE MARÇO

1915 – O PHAROL – 27 DE ABRIL

1916 - Em Belo Horizonte aparece a primeira academia de ginástica da cidade, que oferece, em meio a modalidades de luta e ginástica, aulas de capoeira http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mapeamento_da_capoeira_de_minas_gerais.pdf

1923 – O PHAROL , 23 DE JUNHO

Ano 1923\Edição 00015 (1) O Abrolho (MG) - 1922 à 1926
1933 - Gazeta de Leopoldina (MG) – 22 de novembro
1945 - Vitaminas (MG) – 04 de outubro 1945
1944 Correio de Uberlandia : Diario Independente (MG) - 1939 a 1954 - 1 de novembro

DECADADE 1960 - EM Teófilo Otoni registra-se que no final da década, o precursor da capoeira na cidade, Wilson Pires (conhecido como Mestre Maxixe), levou até lá, pela primeira vez, o famoso Mestre Bimba. Mestre Maxixe também registrou o seu encontro com o Mestre Bimba no livro intitulado Memória de um capoeirista

1946 - O Patriota (MG) - 1927 a 1951 22 de junho 1953 - Tribuna de Minas – belo horizonte (MG) - 1952 a 1954 – 02 de julho, p. 8

1972 - uma portaria do MEC reconheceu oficialmente a capoeira como esporte.Acapoeira foi vinculada então “à Confederação Brasileira de Pugilismo que, através de seu Departamento Especial de Capoeira, instituiu um regulamento técnico para ela que deveria entrar em vigor em 1o de janeiro de 1973. O primeiro presidente do Departamento de Capoeira da CBPfoi um militar, oGeneral Eurico deAndrade Neves Filho” (FONSECA, V.,2009). Desde a sua fundação a Confederação mirava a capoeira, como deduz-se do artigo 3 do seu estatuto: “Entendem-se por pugilismo todos os desportos praticados em

Ano 1923\Edição 00015 (1) O Abrolho (MG) - 1922 à 1926

ringues, tais como boxe, jiu-jitsu, catch-as-catchcan. Lutas: livre, romana e brasileira (capoeira)” (SOARES eABREU).ACBPestabelece então um sistema oficial de graduações, baseado na bandeira do Brasil.” (MAGALHÃES FILHO, 2012, p.93). MAGALHÃES FILHO, P. A. Jogo de discursos: a disputa por hegemonia na tradição da capoeira angola. 1 ed. Salvador: EDFUBA, 2012. 258 p.

1978 O Progresso : Orgão de um grupo de alunos da Faculdade de Direito (MG) - 1972 a 1979 16 a 22 de dezembro de 1978

Ano

Ano

Ano
1978\Edição 00137 (2)
1978\Edição 04007 (1) O Triângulo (MG) - 1891 a 1979 1978\Edição 00544 (1) UFV Informa (MG) - 1977 a 1979 1979 - Ipatinga – Diário da Manhã 9 de setembro
04181 (1)
1979
1979 - Ipatinga – Diário da Manhã outubro
Ano 1979\Edição
O Triângulo (MG) - 1891 a

1979 Gazeta de Passos (MG) – 1979 28 de julho

1979 Gazeta de Passos (MG) – 1979 28 de agosto

Ano 1979\Edição 00567 (2)
1980 Itabira – O PASSARELA JANEIRO
Voz de S. João (MG) – 1981 - Ano 1981\Edição 02247
1981
1982 Tribuna de Lavras (MG) – 1982 - 9 de setembro 1982 - SF : O Jornal de São Francisco (MG) – 1982 28 de março
1982 - SF : O Jornal de São
(MG) – 1982 \Edição
(1) 14 de
Francisco
01060
novembro
1982 Ponto de Vista (MG) – 1982
1982 Ponto de Vista (MG) – 22 maio 1982
1982 Ponto de Vista (MG) –18 de dezembro Ano 1982\Edição 00003 (1) Vanguarda (MG) – 1982 Ano 1982\Edição 00690 (1) O Correio (MG) – 1982 – SANTA RITA DO SAPUCAÍ
1987 1ª Jornada Cultural da Capoeira, realizada na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, no período de 18 a 20 de dezembro de 1987, vários trabalhos foram apresentados. http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/4984 Ano 1993\Edição 01157 (1) Botija Parda (MG) - 1970 a 1997 1995 - Ano 1995\Ano I, nº 1 - 1ª Quinzena de Novembro de 1995 (1)

1997 a Capoeira Angola chegou a Uberlândia, com o grupo hoje conhecido como Malta Nagoa. tualmente, temos na cidade três grupos desenvolvendo trabalhos em regiões periféricas, universitárias, centrais, escolas e associações os Grupos Canto d’Angola, Galo Cantô e Malta Nagoa.

2005 – em Guaranésia, Ano 2005\Ano I, nº 10 - 29 de Outubro de 2005 (1)

2005 – Publicado DIAS, A. A. Os “fiéis” da navalha: Pedro Mineiro, capoeiras, marinheiros e policiais em Salvador na República Velha. Revista Afro-Ásia, Salvador, n.32, p.271-303, 2005

2007 Educação e cultura popular: inclusão social pela capoeira. LR Palhares - LICERE-Revista do Programa de Pósgraduação …, 2007 - periodicos.ufmg.br; a trajetória histórica da capoeira: dos navios negreiros à capital mineira. 1999.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999

2008, antes mesmo de acontecer o Registro da Roda de Capoeira e do Ofício de Mestre de Capoeira, foi promovido o Primeiro Fórum dos Capoeiristas de Belo Horizonte e Região Metropolitana. O evento foi realizado na Funarte-MG, em atendimento à solicitação de um grupo de mestres e capoeiristas da capital mineira. http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mapeamento_da_capoeira_de_minas_gerais.pdf

2010 foi realizado, no Iphan MG, o Balaio do Patrimônio Cultural. Esse encontro pretendia reunir os detentores dos bens registrados no estado produtores de queijo, sineiros, jongueiros e capoeiristas e representantes dos poderes públicos estaduais e municipais, tendo por objetivos: a divulgação da política nacional de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial; a troca de experiências entre os grupos ali representados; Após a realização do Balaio do Patrimônio Cultural, ainda em 2010 os capoeiristas foram chamados a participar de duas reuniões de mobilização para participação no Encontro Regional do Programa Pró-Capoeira, realizado no Rio de Janeiro. A partir desse momento, um grupo de mestres de capoeira de Belo Horizonte solicitou à equipe do setor de patrimônio imaterial do Iphan MG a organização de reuniões de mestres com vistas à formação do Conselho de Mestres de Capoeira da Região Metropolitana de Belo Horizonte

2010 - a Superintendência do IPHAN em Minas Gerais mobilizou-se para apoiar a organização da comunidade da capoeira no sentido de auxiliá-la na sistematização de demandas e para promover debates relativos ao Plano de Salvaguarda. os dados levantados durante o mapeamento da capoeira em Minas Gerais nos indicam um universo complexo e multifacetado de identificação dos capoeiristas com os estilos que praticam. Alguns deles se identificaram como praticantes de todos os estilos; outros se definiram simplesmente como “capoeiras”; houve, ainda, os que afirmaram não seguir “rótulos” e aqueles que disseram praticar os estilos “Capoeira raiz”, “Benguela”, “Descendentes de angoleiro”, entre outros

2011 - A capoeira na escola e na Educação Física, Vinicius Thiago Melo, DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2011v23n37p190

-Capoeira angolanafavela:juventudes,sentidose redessociais RCMKanitz -LICERE-RevistadoPrograma de Pós-graduação …, 2011 - periodicos.ufmg.br

2011 - Mapeamento_da_capoeira_de_minas_gerais.pdf (iphan.gov.br)

A história da capoeira de Minas Gerais é, muitas vezes, retratada de forma indireta. Vários estudos contemplam os capoeiras mineiros que atuaram em outros estados brasileiros, auxiliando as reflexões sobre a capoeira em Minas Gerais no final do século XIX e início do XX, e também sobre sua trajetória na contemporaneidade. Temos, por exemplo, as histórias e vivências do célebre capoeira mineiro Pedro José Vieira, cujo apelido era Pedro Mineiro, que viveu em Salvador, na Bahia, no início do século XX. Existe também a identificação de capoeiras mineiros na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, na década de 1880, e nos Livros de Registros de Presos da Casa de Detenção da Corte e do Distrito Federal, no período de 15 de novembro de 1889 a 13 de maio de 1899.

Em Belo Horizonte aparece, no ano de 1916, a primeira academia de ginástica da cidade, que oferece, em meio a modalidades de luta e ginástica, aulas de capoeira. Mas é apenas a partir da segunda metade do século XX que a capoeira começa a ganhar grande adesão em Minas Gerais e a se propagar, mais precisamente no fim da década de 1960 e no início de 1970, tendo destaque os municípios de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Teófilo Otoni.

O caso de Teófilo Otoni, por exemplo, é emblemático. Registra-se que no final da década de 1960, o precursor da capoeira na cidade, Wilson Pires (conhecido como Mestre Maxixe), levou até lá, pela primeira vez, o famoso Mestre Bimba. Mestre Maxixe também registrou o seu encontro com o Mestre Bimba no livro intitulado Memória de um capoeirista MAIS INFORMAÇÕES MELLO e SOUZA, 2004; MAIS INFORMAÇÕES Campos, 2006 MAIS INFORMAÇÕES Jornal “As Alterosas”, 11 de novembro de 1916 Maxixe, publicado em 2005. Atualmente, Maxixe é referência para os capoeiristas de Teófilo Otoni. Em contato por telefone realizado em maio de 2014, ele disse que não é vinculado a nenhum grupo de capoeira e que estava doente. QUADRO 2

Atuação dos grupos de capoeira por mesorregião Verificadas as quantidades de grupos de capoeira por município, identificou-se que em Belo Horizonte existem 49 grupos; em Montes Claros, 10; em Juiz de Fora e Uberaba, 09;

e em Betim, Contagem e Uberlândia, 08. Esses são os únicos municípios de Minas Gerais que possuem quantidade expressiva de grupos de capoeira, principalmente a capital mineira. Os 430 municípios restantes têm de um a seis grupos, sendo que o número de municípios com apenas um grupo é 304. Dos 389 grupos de capoeira identificados em Minas Gerais, 317 foram fundados no próprio estado, 68 foram criados em outros estados da federação e quatro foram fundados em outros países. Ainda que nem todos os respondentes tenham identificado, durante a pesquisa, a data de criação dos seus grupos, é importante destacar que nove grupos foram criados na década de 1970 (Quadro 3), 32 na década de 1980, 86 na de 1990 e 118 no século XXI. O Quadro 4 apresenta a atuação desses grupos nas mesorregiões de Minas Gerais.

2012 I Encontro de Mestres de Capoeira da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além dessas reuniões, o Iphan MG passou também a apoiar a realização de eventos de Capoeira no espaço da Funarte MG, bem como deu início às Oficinas de Capacitação para o Plano de Salvaguarda da Capoeira, ocorridas entre maio de 2012 e junho de 2013. Nesse ano foi eleito o primeiro Comitê Gestor Provisório do Plano de Salvaguarda da Capoeira, responsável, a partir de então, pela condução do Plano de Salvaguarda da Capoeira no estado e pela realização das Reuniões deArticulação do Plano de Salvaguarda da Capoeira, que acontecem periodicamente na sede do Iphan MG.

- Representações do corpo e da cidade na série de games Capoeira Fighter. Bruno Soares Ferreira. https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/contemporanea/article/view/3011

- Práticas de capoeira: grupos, mestres e contratos diversos http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mapeamento_da_capoeira_de_minas_gerais.pdf : Identificou-se práticas de capoeira em 546 municípios mineiros. Dentre eles, 437 possuem grupos e/ou mestres e em 109 a capoeira é praticada por meio do CRAS e de outros programas socioeducacionais. Verificadas as quantidades de grupos de capoeira por município, identificou-se que em Belo Horizonte existem 49 grupos; em Montes Claros, 10; em Juiz de Fora e Uberaba, 09; e em Betim, Contagem e Uberlândia, 08. Esses são os únicos municípios de Minas Gerais que possuem quantidade expressiva de grupos de capoeira, principalmente a capital mineira. Os 430 municípios restantes têm de um a seis grupos, sendo que o número de municípios com apenas um grupo é 304. Dos 389 grupos de capoeira identificados em Minas Gerais, 317 foram fundados no próprio estado, 68 foram criados em outros estados da federação e quatro foram fundados em outros países. Ainda que nem todos os respondentes tenham identificado, durante a pesquisa, a data de criação dos seus grupos, é importante destacar que nove grupos foram criados na década de 1970, 32 na década de 1980, 86 na de 1990 e 118 no século XXI.

Análise do perfil de liderança percebido por praticantes de capoeira; MAM Simim, F Noce - Motricidade, 2012redalyc.org; … Journal of Sport Behavior, 20(3), 313-319. Jaqueira, ARF (1999). Análise do comportamento agressivo na capoeira sob a conceção dos Mestres. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil. Jaqueira, ARF (2000)

2013 Publicado MELO, Vinícius Thiago de. HISTÓRIADACAPOEIRADE RUADE BELO HORIZONTE (1970-1990): MANIFESTAÇÃO CULTURAL, LAZER E POLÍTICANA SOCIEDADE MODERNA. Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013, http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/DATA/defesas/20150710191649.pdf

- o Conselho de Mestres passou a ser denominado como Conselho de Mestres de Capoeira do Estado de Minas Gerais – COMCAP-MG; foi eleita a diretoria; estabelecido o estatuto e, em sequencia, formalizado em cartório. Conforme seu estatuto, COMCAP-MG tem por finalidade acompanhar as políticas nacional, estadual e municipal da Capoeira, incluindo o plano de Salvaguarda da Capoeira.

- setembro - aconteceu o I Encontro de Capoeira Minas Gerais: Debate sobre novos rumos da capoeira no Brasil, realizado pelo Fórum Capoeira BH, através da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o IPHAN e o COMCAP-MG.

2013 - 20150710191649.pdf (ufmg.br) Vinícius Thiago de Melo HISTÓRIA DA CAPOEIRA DE RUA DE BELO HORIZONTE (1970-1990): MANIFESTAÇÃO CULTURAL, LAZER E POLÍTICA NA SOCIEDADE MODERNA capoeira, disponível em http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/1058/4/capoeira_mineira_brasileira.pdf

- A participação social na formulação das políticas públicas para a capoeira em Minas Gerais Priscila Soares de Paiva Campos Moreira; Luiz Renato Vieira https://capoarte.com.br/Artigos%20%20A%20participa%C3%A7%C3%A3o%20social%20na%20formula%C3%A7%C3%A3o%20das% 20pol%C3%ADticas%20p%C3%BAblicas%20para%20a%20capoeira%20em%20Minas%20Gerais.p df

2016 - capoeira_mineira_brasileira.pdf (ufvjm.edu.br) - Leandro Ribeiro Palhares

- 1700 a 1888: Por quase dois séculos a mão de obra escrava foi utilizada em Minas Gerais para extrair riquezas, especialmente ouro e diamante.

- 1720: Criação da Capitania Hereditária Minas Gerais.

- 1822: Criação da Província de Minas Gerais (substituindo a Capitania Minas Gerais), cuja capital era Vila Rica.

- 1889: Criação do Estado de Minas Gerais (em substituição à Província de Minas Gerais).

- 1907: Nos primeiros anos da primeira década do século XX, surge em Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto) o capoeira, valentão e desordeiro Pedro Mineiro.

- 1969: Chegada de Mestre Toninho Cavalieri em Belo Horizonte – momento considerado o marco inicial da capoeiragem na capital mineira

- 1970: Nos primeiros anos da década de 1970 ocorreu o encontro entre os Mestres Toninho Cavalieri e Dunga, na cidade de São João Del-Rey, fato que trouxe Mestre Dunga em definitivo para Belo Horizonte.

- 1983: Primeiro evento de capoeira em Belo Horizonte com um formato já utilizado em outros locais no país: cerimonial, convidados, entrega de graduações, batizado. Até então nenhum capoeirista realizava este tipo de evento na capital mineira.

- 1987: Realização da 1ª Jornada Cultural de Capoeira, na cidade de Ouro Preto reunião capoeiristas de todo o Brasil, em especial a velha guarda da capoeiragem baiana.

- 1988: Realização do I Encontro Mineiro de Capoeira, na cidade de Belo Horizonte, reunindo grandes nomes da 80 capoeira baiana e carioca, além de promover um forte intercâmbio.

- 1990: Criação do jornal impresso Rabo de Arraia, veículo de divulgação exclusiva da capoeira mineira.

- 1991: Criação da Federação Mineira de Capoeira, órgão de representatividade e organização da capoeira. Sua criação contribuiu para a criação da Confederação Brasileira de Capoeira.

- 1995: Realização do I Encontro Internacional de Capoeira, evento que reuniu capoeiristas renomados do Brasil e de diversas partes do mundo e contou com grande audiência e repercussão, inclusive na grade mídia. Foi o primeiro evento de grande porte e internacional realizado na capital mineira.

- 2005: Criação de um novo órgão de representatividade e organização da capoeira: a Federação de Capoeira do Estado de Minas Gerais, a FECAP-MG Existem indícios dessa prática no ano de 1916, como uma reportagem do jornal As Alterosas, do mês de novembro daquele ano, divulgando o “... Centro de Cultura Physica Olavo Bilac...” (KANITZ, 2011, p. 67), onde a capoeira teria sido praticada. Cabe aqui o mesmo questionamento feito em relação a quem ensinou capoeira a Pedro Mineiro: o capoeirista que ensinaria no referido „Centro de Cultura Physica‟ teria aprendido com quem? Mais uma vez me permito arriscar uma possível resposta: provavelmente com alguém que aprendera em fins do século XIX e/ou início do século XX (haja vista a data da publicação da notícia) – um terceiro fato que vem fortalecer a „teoria‟ que houve práticas de capoeira em Minas Gerais no século XIX e princípios do século XX.

2016 – publicado Palhares, Leandro Ribeiro Capoeira mineira brasileira: uma introdução aos fundamentos históricos da

2018 - Conheça a primeira mestra da Capoeira Angola em Minas Gerais: Alcione é uma das poucas que assumiram o posto no Brasil e espera que sua experiência abra portas para mais mulheres

Raíssa Lopes Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) | 08 de Agosto de 2018 / A mestra inaugurou um espaço para viver de cultura popular em Belo Horizonte

- Foto: Ronaldo Nina

Com 41 anos, Alcione Alves de Oliveira está ultrapassando barreiras que ainda resistiam na Capoeira Angola do estado. Ela conheceu a prática por incentivo do irmão mais velho, ainda na adolescência, e desde então se encantou e não parou de praticar. Agora ela se tornou mestra e está ao lado de poucas outras mulheres que assumiram o posto no país, como Janja e Paulinha, de Salvador, a Gege, do Rio de Janeiro, e a Elma, do Maranhão. Para se tornar mestre na Capoeira Angola, primeiro é preciso passar pela fase de treinel (quando se é aluno, mas já treina outras pessoas) e depois para contramestre. Hoje existem algumas contramestras angoleiras em Belo Horizonte, mas Alcione também foi a primeira de Minas. “Atualmente, muitas mulheres estão envolvidas com a capoeira, mas ao longo da história os homens foram as lideranças”, comenta. Ao protagonismo masculino, ela atribui vários motivos. Por exemplo, desde pequenos foram incentivados a brincar, correr, explorar o corpo e as milhões de possibilidades de brincadeiras. À mulher, no entanto, era aconselhado se manter protegida, quieta, ficar em casa e se envolver apenas com as tarefas do lar. Para Alcione, isso interfere na maneira como percebemos o corpo, a mente e o que eles têm capacidade de fazer. “A capoeira é um ambiente em que você toca, joga, brinca… É uma vadiação, como a gente fala. E a mulher não podia estar de jeito nenhum nesse lugar. Porém, o mundo está mudando e a capoeira acompanha. Já conseguimos ver como essa prática é um instrumento forte para elas, assim como para os homens, a nível físico, emocional, psicológico”, defende.

Alcione inaugurou há cinco meses um espaço no bairro Floresta, na região central de Belo Horizonte, para viver de cultura popular. Ela reconstruiu o local, e afirma que conquistou o resultado por crer no valor da tradição e da sabedoria ancestral. Em suas aulas, busca repassar o aprendizado que assimilou nessas mais de duas décadas: a visão de mundo da capoeira. “A capoeira tem dois lados. O bem e o mal, o lúdico e o sério. Traz muita coisa para lidar com a vida. São coisas de base para o ser humano”, diz. Outro conhecimento que ela faz questão de transmitir é a importância da insistência e da constância. “Demora, não é fácil. Mas tem a resistência. Tudo que a gente consegue criar uma rotina é bom, segura a gente mais na terra, com o pé no chão. Ajuda a ser mais feliz", ressalta.

2018 - O espetáculo na capoeira de rua de Mariana, Minas Gerais: teatralidade e musicalidade como resistência em cena. GC Pereira - 2018 - repositorio.ufop.br Esta dissertação tem o objetivo de analisar, sob o olhar etnográfico, o fazer tradicional da Capoeira de Mestre Damião, em Mariana-Minas Gerais, com foco nas suas particularidades relacionadas às Artes Cênicas

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