MARANHAY - Revista de Históriaa(s) do Maranhão - N 5 - julho 2023

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MARANHAY “ÁGUAS REVOLTAS QUE CORREM CONTRA A CORRENTE” REVISTA DE HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536 NÚMERO 05 – JULHO – 2023 MIGANVILLE – MARANHA-Y

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

MARANHA-Y REVISTA DE HISTÓRIAS DO MARANHÃO Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 82067923

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 16 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019), hoje MARANHAY – Revista Lazeirenta, já voltando ao antigo título de “Revista do Léo”; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
UM PAPO
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Editor

EDITORIAL

SUMÁRIO 4

MANO: a morte do filho do escritor maranhense Coelho Netto

DIOGO GAGLIARDO NEVES

DOM LUIZ RAIMUNDO HOJE É DESCONHECIDO, ESPECIALMENTE NO MARANHÃO, SUA TERRA NATAL.

VILA DE GUIMARÃES

CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES

SÍTIO DO PHYSICO (Séc. XIX)

SÍTIO DO FÍSICO: PRIMEIRA ESCOLA TÉCNICA DO MARANHÃO ?

SOUSÂNDRADE NO FINAL DO SÉCULO XIX

SOUSÂNDRADE E A UNIVERSIDADE NOVA ATENAS

FAMÍLIA BEZERRA EM MIRADOR

DIOGO GAGLIARDO NEVES

RAMSSÉS SILVA

RAMSSÉS SILVA

DIOGO GAGLIARDO NEVES

RAMSSÉS SILVA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Agenda Maranhão (agendamaranhao.com.br)

EURÍPES BERNARDINO BEZERRA - – Pioneiro da Educação Física no Maranhão

266 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E ELEVAÇÃO À VILA DE VIANA.

VIANA, 266 ANOS DE HISTÓRIA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

ÁUREO MENDONÇA

NONATO REIS

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ONDE FICA A RUA DA AMARGURA?

RAFAEL RIGOLON

Turma de Pedagogia do Câmpus Codó produz livro sobre culturas codoenses

O CEMITÉRIO DA MISERICÓRDIA

PRAÇA JOÃO LISBOA, CENTRO, DÉCADA DE 1950-1960

RAMSSÉS DE SOUZA SILVA

IGREJA SÃO JOÃO BATISTA, NO VINHAIS VELHO MAS TAMBÉM CHAMADO DE RECANTO DO VINHAIS, 1979.

IGREJA SÃO JOAQUIM DO BACANGA, VILA MARANHÃO, SÃO LUÍS-MA, FOTO TIRADA EM 1987.

A LENDA DA SERPENTE DE MORROS ROGÉRIO ROCHA

BELFORT – ORIGEM DA MINHA FAMILIA NO BRASIL!

JOHN WILSON DA COSTA

VIEIRA DA SILVA E SOUSA – MARANHÃO

ANAMARIA NUNES VIEIRA FERREIRA

VIRIATO BANDEIRA DUARTE

Anamaria Nunes

SUMÁRIO
2
EXPEDIENTE
3

MANO: A MORTE DO FILHO DO ESCRITOR MARANHENSE COELHO NETTO

DIOGO GAGLIARDO NEVES

Hoje esquecido, um dos maiores escritores da literatura brasileira de todos os tempos, Coelho Neto (Henrique Maximiano Coelho Neto), nasceu em Caxias, Maranhão, em 21 de fevereiro de 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 1934.

Seus filhos “Mano” e “Preguinho” eram jogadores de futebol pelo Fluminense. “Mano”, ou Emmanuel Coelho Netto, foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante. Nasceu no Rio de Janeiro em 28 de julho de 1898 e nessa cidade faleceu a 30 de setembro de 1922.

Ele sofreu um traumatismo no confronto contra o São Cristóvão no qual o Fluminense venceu por 2 a 1. Mesmo sentindo fortes dores no abdômen, que lhe causou infecção generalizada, não abandonou a equipe. Seu passamento se deu na véspera de confronto entre a Seleção Brasileira e a Seleção Uruguaia pelo Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1922, quando a Seleção Brasileira jogou com braçadeiras negras em sua homenagem. Tinha apenas 24 anos.

Sua família morava em frente ao campo do Fluminense desde 1904, único clube que defendeu em sua exitosa carreira.

Coelho Netto ficou profundamente abalado com a morte precoce de seu filho, e lhe dedicou um livro cujo título é o apelido carinhoso pelo qual era conhecido.

DOM LUIZ RAIMUNDO HOJE É DESCONHECIDO, ESPECIALMENTE NO MARANHÃO,

SUA TERRA NATAL.

DIOGO GAGLIARDO NEVES

Nascido numa família pobre no município de São Bento, na Baixada, era um homem negro, alto, corpulento e filiado ao ultramontanismo. Além de conseguir galgar degraus importantes na hierarquia católica, foi vereador e deputado provincial.

Adotado como guia espiritual por Dona Isabel, filha do imperador do D. Pedro II, frequentava o Paço em Laranjeiras. Sua posição afirmava o compromisso da sucessora do Império com a Abolição e rejeição das pautas do racialismo científico, que prosperavam.

OmonsenhorteriaauxiliadoD.Isabelaorganizaraprimeiraeconcorrida“BatalhadeFlores”,festatradicional do carnaval de Nice, França, e realizada em Petrópolis no dia 12 de fevereiro de 1888 com o objetivo de reunir fundos para a alforria de escravizados dessa cidade na Páscoa daquele ano.

Por ocasião do 13 de maio de 1888, a abolição da escravatura, era vigário-geral no Município Neutro, e, em nome do bispo diocesano, ordenou a todos os demais vigários do Rio de Janeiro que celebrassem ação de graças pela promulgação pacífica da lei.

Foi o maior orador sacro de sua época, e suas homilias eram disputadas, lotando as igrejas. Onde falasse era respeitado.

Sá Vale, em 1937, o chama de “O Bossuet maranhense” e talvez esse epíteto já fosse usado nos anos finais do Segundo Reinado. Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704) foi um padre e orador sacro mais respeitado na França de sua época. Porém, não apenas fosse essa a razão de tal comparação, senão, também, a proximidade do monsenhor Brito com a Família Imperial, posto que o próprio Bossuet era conselheiro do rei Luís XIV, cognominado “Rei Sol”, e entraria para a história da política como um defensor intransigente da autoridade real, inclusive sobre a do papa em determinadas matérias.

Por óbvio, não era esse caso, nem do monsenhor Brito e nem mesmo de D. Isabel, dados os contextos e configurações completamente díspares.

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.Imagem: D. Luiz Raimundo da Silva Brito como bispo de Olinda. Acervo do Museu Histórico e Artístico do Maranhão Texto e pesquisa de Diogo Guagliardo Neves

VILA DE GUIMARÃES RAMSSÉS

SILVA

Com o desenvolvimento da Vila de Guimarães, algumas famílias tradicionais de Alcântara migraram pra lá e ajudaram a povoar o litoral ocidental. Muitos ocupavam postos militares. Entre essas famílias, podemos citar os Guterres e os Franco de Sá.

Em 1856 foi assinado o Inventário de D. Feliciana Maria Franco de Sá, esposa do inventariante, o capitão Luiz Manoel Ferreira Guterres. Eram proprietários, entre outras, de terras no lugar "Alegre" e da "Fazenda Guapiassú".

Alegre, hoje povoado, pertence ao município de Cedral-MA. Cheio de banhos e de belos sítios. Já a extinta Fazenda Guapiassú, que era composta de sede, engenho movido à roda d'água, cavalos e 23 escravos, hoje é parte do povoado Belo Horizonte ou, simplesmente, "Belo", pertencente ao município de Porto Rico do Maranhão-MA.

Asterras antes ocupadas pelos FrancodeSá-Guterres hojepertencem à famíliaCampos Coimbra,damatriarca D. Iraci edos seus filhos Liberata Campos ,Joaquim CoimbraeCarlosCoimbra, mais conhecido como "Chico Barbudo".

O lugar não tem mais ninguém escravizado. É sinônimo de paz e liberdade. Ah, e continua com a presença de cavalos e da cachaça artesanal produzida por Chico. Não coincidentemente, foi batizada de "Guapé-açu" e, segundo ele, "não dá ressaca e dá tesão!"

Texto: Ramssés Silva

Fonte: Arquivo Tjma

Celso, natural de Viana-MA, era tio de Antônio Lopes (fundador do IHGM) e, como este, também era parente do Marquês de Pombal.

Aureo Mendonça - Celso Magalhães, vianense nasceu na Fazenda Descanso no então povoado Penalva (hoje munícipio) foi promotor público da capital e sua atuação de maior destaque refere-se ao processo da Baronesa de Grajaú.

Dr. Celso Tertuliano da Cunha Magalhães, o homem que levou ao júri a infanticida D. Ana Rosa Viana Lamagnere Ribeiro, a Baronesa de Grajaú.

SÍTIO DO PHYSICO (Séc. XIX) DIOGO GAGLIARDO NEVES

É um dos atrativos no Passeio Eco-Histórico pelo Rio Bacanga! Venha conferir!

SÍTIO DO FÍSICO:

PRIMEIRA ESCOLA TÉCNICA DO MARANHÃO ?

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

INTRODUÇÃO:

Na apresentação de sua "História da técnica e da tecnologia", Ruy GAMA (1985) - ao analisar a obra de Johan Beckmann - pergunta:

"o que há de comum entre o pensamento de José de Bonifácio, cientista que estudou na Alemanha na segunda metade do século XVIII, e os de Manuel Jacintho, 'filósofo' às voltas com inventos destinadosao aperfeiçoamentodosengenhosdeaçúcar,dofísico(médico) portuguêsAntônioJosé da Silva Pereira (que sob suspeitas e pressões montou um curtume no começo do século XIX, em S. Luís do Maranhão), de Benjamin Franklin, Jacob Bigelow e de tantos outros americanos ? ". (p. 11).

É o próprio GAMA (1985), ao discutir a natureza política do problema tecnologia, que nos dá uma primeira resposta ao questionamento levantando, quando se refere aos "segredos de ofício" - onde passar do conhecimento do "know-how" para o do "know-why" exige o enfrentamento de corporações mais poderosas do que as antigas corporações de ofício : "... Voltam à memória as palavras de Beckmann sobre a união de 'sábios' e 'fabricantes', as de José Bonifácio sobre as relações entre a 'Theorica e a prática', o discurso de Manuel Jacintho sobre a ciência e as obras práticas, e o lema do MIT Mens et Manus ...". (p. 12).

Johan Beckmann foi professor de ciências econômicas em Göttinguen. Para ele - e para seus seguidores -, a questão básica estava na união dos sábios e fabricantes. Considera que a tecnologia estava intimamente ligada à escola, tendo adotado como lema "a escolarização ajudará a incrementar os negócios" (GAMA, 1985, p. 8). Foi o iniciador das disciplinas de comércio e tecnologia - termo esse forjado por ele para designar a disciplina que descreve e ordena os ofícios e as indústrias existentes.

Para Benjamin Franklin, a questão da independência americana passa também pela separação entre o saber metropolitano e o fazer colonial, sentido que pode ser identificado em seus esforços para instituir o ensino técniconaPensilvânia,já em 1749.Franklinafirmou,jánofim desuavida,quea"Ciência,noséculo vindouro serviria às artes como uma criada" (GAMA, 1985, p. 10). Algumas décadas depois, o médico Jacob Bigelow reintroduz nos Estados Unidos a palavra "technology", numa série de aulas que deu em Harvard:

"... Em 1861 foi fundado o MIT - Massachusetes Institute of Technology, o que contou com a participação de J. Bigelow, a quem se deve a presença da palavra 'technology' no nome da instituição, indicando que, ao invés de orientar-se para o conhecimento 'puro', deveria voltar-se para finalidades práticas: Mens et Manus foi o lema adotado pelo Instituto, bastante revelador na pretensão de unir a teoria à prática". (p. 10-11).

JoséBonifáciodeAndradeeSilva,emrelatórioapresentadonoanode1793àAcademiadeCiênciasdeLisboa - da qual era secretário, refere-se à tecnologia, voltando a empregá-la na Memória sobre a necessidade e utilidade do plantio de novos bosques em Portugal, onde enfatizava a necessidade de se eliminar a oposição entre teoria e prática. Manuel Jacintho de Sampaio e Melo, senhor de engenho, também escreve com veemência sobre o uso da ciência para finalidades práticas, ainda no alvor do século XIX.

O médico Antonio José da Silva Pereira tentou construir às margens do Bacanga, no Sítio Santo Antonio da Alegria, um avantajado complexo industrial, cujas ruínas atestam a grandiosidade de seu sonho:

" As sólidas paredes e muralhas do Sítio - esta é a única certeza - não foram construídas à toa. O intrincado da imensa construção deveria obedecer a um plano muito bem estudado. O Físico fez construir, alí, além de uma casa grande, uma fábrica de pólvora, dezenas de poços para preparação de couros, tanques e fornos para fabricação de velas, uma usina para beneficiamento de arroz, uma oficina mecânica, outra de cerâmica, celas para presos, tudo com originalidade arquitetônica.

Afora isso, há outros conjuntos, tudo extremamente bem sólidos. Há paredes com quase dois metros de largura. Em pedra e cal. E a funcionalidade deixa embasbacado muito técnico de agora.

"Não há, no Sítio do Físico, apenas pedras, muralhas, construções super-sólidas. Há mecânica. Muita mecânica também. E tudo avançado. Por exemplo, a usina de beneficiamento de arroz. Para que uma usina tão grande? As peças de ferro e bronze vão surgindo. Cinco pedras-mós já foram encontradas, e tão pesadas, tão pesadas, que nem dez homens conseguem ergê-las ... no topo das paredes, cachas (sic).Paraabastecimento dágua. W(sic)nointeriordas calhas furos regulares para descompressão do ar ... E a gente, deste século XX a pensar que o tijolo furadinho é inveção do homem moderno ...

"O sistema de esgotos é tão avançado como o de abastecimento dágua. E o despejo no Igarapé não é coisa comum. Nada disto. é feito de tal, com tal técnica e ciência que funciona até hoje, melhor, talvez do que muita obra moderninha.

"Sobre tudo paira o ar de mistério." (VALDIRA, 1972, p. 2).

Ao tempo da chegada do Físico-Mor - junho de 1799 - , São Luís era a cabeça da Capitania-Geral do Maranhão, governada por Dom Diogo de Souza, Governador e Capitão-Geral no período de 1798 a 1804. Contava com "vinte e duas mil almas debaixo da direção de um só Pároco" ( MEIRELES, 1977, p. 180). A administração da cidade tinha como principais órgãos: o Senado da Câmara - composto do juiz de fora, como presidente nato, três vereadores e um escrivão; a Junta da Fazenda Real; a Junta de Justiça; a Junta da Coroa; a Provedoria dos Defuntos e Ausentes; e a Intendência da Marinha, esta criada em 1797, cujo primeiro titular foi o Capitão de Mar-e-Guerra Pio Antônio dos Santos, chegado a São Luís em 24.12.1798, um ano antes, portanto, do desembarque do Físico-Mor.

Pouco depois, a 8 de julho, desembarca o 11o. titular da Diocese do Maranhão, D. Joaquim Ferreira de Carvalho, assumindo solenemente o cargo no dia 27. Seria essa a primeira solenidade ocorrida em S. Luís desde a recente chegada de Silva Pereira, em princípios do mês anterior", informa MORAES (1980, p. 17).

Jáa27denovembrode1799,D.JoaquimenviarelatórioaoMinistrodoReino,D.RodrigodeSousaCoutinho, informando-o da situação dos negócios eclesiásticos do Maranhão, os quais não eram dos melhores. Afirma que não encontrara aqui "... nem letras, nem Religião, nem costumes..." (MEIRLES, 1977). Lamentava-se, em seu relatório, da "... inexistência de estabelecimentos educacionais ...":

" ... falta de uma 'casa de educação onde se possa formar bons Ministros para a Igreja e bons cidadãos para o Estado'. Tal fato significava o completo desmoronamento de todo um sistema educacional que, a cargo dos jesuítas e outros religiosos desde os primeiros tempos da vida colonial, atingira seu apogeu na primeira metade do século XVIII. É oportuno lembrar que pelo Breve 'Expondi Nobis', de 25 de junho de 1727, o Papa Benedito XIII concedia ao Vicariato de Carmo a faculdade de conferir o grau de doutor em Teologia aos concludentes desse curso no Convento de São Luís.... por essa época, estudantes transferidos da Universidade de Coimbra para São Luís podiam concluir seus estudos de Filosofia e Teologia..." (MORAES, 1980, p. 19).

O FÍSICO-MOR DO MARANHÃO:

Segundo MORAES (1980), até hoje não existe um corpus de dados informativos que permita levantar o perfil biográfico de Antônio José da Silva Pereira. Afirma haver, sobre o Físico-mor, uma curiosíssima e intrigante "... conspiração de silêncio" que

" ... envolveu na mais incompreensível indiferença a figura desse capitão de indústria cujo pioneirismo e arrojo empresarial não se admite tenha parecido desimportante aos olhos de seus contemporâneos, fosse eles residentes no Maranhão ou viajantes que aqui passassem em missão de estudo ou simplesmente fazendo turismo". (p. 39).

Antonio José da Silva Pereira foi o primeiro Físico-mor do Maranhão, da parte da Real Junta do ProtoMedicato. Formado por Coimbra no ano de 1796, seria nomeado para a função por Carta Régia de 5 de dezembro de 1798:

"... Dito ao Escrivão da fazenda sobre ter S. Majestade nomeado para Físico-Mor desta Capitania a Antônio José Pereira da Silva (sic) / Pela carta Régia da cópia n0 1 foi Sua Majestade servida

nomear a Antônio José Pereira da Silva (sic) para Físico-Mor desta Capitania vencendo quatrocentes mil réis por ano, pagos da fazenda Real. (...) Deus guarde a V.M. - Palácio de São Luís do Maranhão, 15 de julho de 1799. - D. Diogo de Sousa - Sr. Elias Aniceto Martins Vidigal."

( Ofício s/n, registrado sob número 219, das fls. 41-v, transcrito do códice "Objetos Diversos1798-1800", do Arquivo Público do Maranhão, citado por MORAES, 1980, p. 29).

Este autor chama atenção para o fato de que, das duas vezes em que é referido no ofício, o Físico-mor teve seu apelido de família trocado de Silva Pereira para Pereira da Silva, quando de sua apresentação.

MEIRLES (1993; 1995a; 1995b; 1995c), ao traçar as histórias da medicina e da farmácia no Maranhão, esclarece que a profissão de médico, no período colonial, tinha dupla especialidade - físicos e cirurgiões - e só seria regulamentada, em Portugal, pelos regimentos de 25/2/1571, dado ao Físico-Mor do Reino, e de 12/12/1617, dado ao Cirurgião-Mor do Reino. A essas autoridades sanitárias maiores, sediadas na Corte, cabia conhecer de todos os fatos ou delitos ocorridos no domínio da saúde pública e decidir a respeito, sem apelação ou agravo:

"A estas autoridades máximas no campo da saúde, é que competia nomear, dentre os diplomados por aqueles cursos, os físicos e cirurgiões-mores que seriam seus delegados comissionários nas províncias e nas capitanias ... a Coroa nomeava os físicos e cirurgiões que, sem aos mesmos estarem sujeitos, serviriam nas tropas e hospitais militares. (MEIRELES, 1993, p. 18; 1995a, p. 206).

Nas Notas, MEIRELES esclarece que foi só a partir de 1425, na Universidade de Paris - fundada em 1150que se fizeram distintos, com currículos própios, os cursos de médico (físico ou clínico), de cirurgião e de boticário: "... o studium generale, fundado em Lisboa no ano de 1290 e depois em 1537, transformado na Universidade de Coimbra, já mantinha um curso de medicina, ao qual se seguiriam os da Escola MédicoCirúrgica e do Real Hospital de São José, ambos na Corte.". (1993, p. 17; 1995a, p. 205).

Os cirurgiões eram tidos em menor conta que os físicos, que exerciciam a clínica geral; daí possivelmente, porque só obtiveram seu Regimento, em Portugal, cerca de cem anos depois de que baixado para aqueles outros. Esse autor esclarece que:

"Ao tempo (da fundação de São Luís - 1612), e aliás desde a velha Grécia de Antes de Cristo, já se distinguiam, entre os que se dedicavam à arte de curar, e mesmo antes que existissem escolas regulares de medicina, os Klinikos e os cheirurgikos; no Império dos Césares, embora a profissão não fosse considerada digna de um cidadão romano e deixada para os escravos, e por excelência os gregos, já se distinguiam não só clinici e os chirugli como os occulari." (MEIRELES, 1993, p. 23; 1995, p. 203).

..."E foi então com o Renascimento, que marca no tempo o início da Idade Moderna, que os discípulos de Hipócrates, de Galeno e de Avicena passaram à designação com que viriam, para o Brasil, a partir do século XVI, os primeiros médicos portugueses - os físicos (physicós), os que haviam estudado as coisas da Natureza, apelido que ainda sobrevive nos physicians ingleses ..." ( MEIRELES, 1995b, p. 166).

NoreinodeD.MariaI(1777/1816),osregimentos de1521ede1617foram alteradosparaque,coma extinção dos cargos de Físico-mor do Reino e de Cirurgião-mor do Reino, suas atribuições passassem, na metrópole, para um colegiado, integrado por sete deputados graduados em medicina: "... foi a Real Junta de ProtoMedicato, a qual estaria representada, nas províncias e colônias, por delegados-comissários que continuariam sendo o Físico-mor e o Cirurgião-mor de cada unidade" (MEIRELES, 1993, p. 40; 1995a, p. 220).

Para MEIRELLES, o Físico-mor foi um

"Homem de idéias avançadas e tido como suspeito de simpatizante de Napoleão Bonaparte que então pretendia impor a toda a Europa, pela força das armas, os ideais igualitários da Revolução FrancesaequeacabariapormandarinvadirPortugal(1808),seucorpoapareceuboiandonaságuas da Praia das Mercês (15/11/1818), sem que jamais se tenha apurado se fora assassinado ou se teria se suicidado." (1993, p. 40; 1995a, p. 220).

Sobre o Físico, existem muitas hipóteses. Uma delas refere-se aos interesses de Napoleão Bonaparte. Outras dizem respeito à correspondência que manteria com generais de Napoleão, com a rainha Carlota Joaquina e mesmo com San Martin, o Libertador - "... Há indícios muito concludentes de que San Martin veio a São Luís, especialmente para um encontro com o Físico. Mas para quê ?" (VALDIRA, 1972, p. 2) - Prossegue, indagando:

"O que veio ele fazer no Maranhão ? Até hoje é mistério. Ninguém conseguirá saber. Nem os de sua época. Nem os historiadores. Possuiu 600 escravos, e os usou como mão de obra para erguer aquilo que a todos dá a impressão de um império logístico. Ficava ao lado da capital, mas com o crescimento da cidade, está hoje bem no perímetro urbano.

"Qual o objetivo da construção ? Ninguém soube. O que há, hipóteses ..." (p. 2) . Pergunta, ainda, se o Físico foi um revolucionário ou traidor ? "Em 1818 o Físico se suicidou. Por quê ? Só hipóteses, não obstante as pesquisas de vários historiadores. Entre outras destaca-se uma que o considera colaboracionista de Napoleão. Teria participado com sua técnia e sabedoria nas campanhas de Napoleão na Espanha, Holanda, Rússia." (p. 2).

Em conversa com o então proprietário do "Sítio do Físico", VALDIRA (1972) informa que "Seu" Joaquim Cavalcanti Silva sempre pesquisou sobre o antigo proprietário - o Físico - e faz também suas indagações: "Por que um catedrático de Universidade de Coimbra, que era também médico particular da Rainha de Portugal, sairia de Portugal ? Só mesmo em missão oficial..." (p. 2).

Clóvis MORAIS, em seu "Terra Timbira", refere-se ao "O SÍTIO DO FÍSICO", revelando ter sido sua morte por enforcamento, temeroso das consequências de suas opiniões políticas:

"Com a prisão e exílio de Napoleão, em 1816, e a aclamação de Dom João VI, como Rei de Portugal, houve radical mudança política entre o Reino Unido Portugal-Brasil, e o fracasso dos planos da Rainha Carlota Joaquina, o Físico-Mor ficou tomado de pavor. Prevendo a sua condenação, suicidou-se, por enforcamento, no dia 14 de novembro de 1818." (p. 38-39).

MORAES (1980) informa ser 15 de novembro de 1817 a data de sua morte:

"Sistematicamente os que se têm referido ao Físico-Mor dão-no como falecido em 1818. O erro certamente provém de César Marques, que em seu Dicionário (p. 459) assim afirma. Mas todos os documentos oficiais até hoje consultados registram 1817 e assim o diz a certidão de óbito lavrada às fls. 242 do Livro de Óbitos da Sé, n0 7, correspondente ao período de 1807 a 1819..." (p. 56).

LIMA (1981), em seu "História do Maranhão", afirma serem as ligações do Físico-mor com a então Princesa Carlota Joaquina e com o "Cabrinha", como era alcunhado o então governador da Província, a causa de seu suicídio:

"O tal 'Cabrinha' [Francisco de Melo Manuel da Câmara, governador do Maranhão no período de 1806 a 1809] tantas fez que, temeroso decerto do julgamento da posteridade, carregou consigo toda a correspondência oficial, ao deixar o cargo. Dele, porém, ainda se sabem muitas cousas, que foi briguento, infamante e vingativo, além de ter-se comprometido, quando da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, com declarada simpatia aos franceses, de quem ocultava as derrotas, publicando sofregadamente seus triunfos, e blasonando que 'se estivesse em Lisboa nada sofreria, porque seu sogro era amigo de Junot, o qual talvez, longe de perseguí-lo, bem poderia fazê-lo muito feliz e engrossar-lhe os bens'. Entretinha amizade íntima com o físico-mor Antônio José da Silva Pereira, partidista da causa francesa sem o menor rebuço. Êste médico, 'homem ativo, laborioso e empreendedor', e que aqui chegou quando os corsários franceses fizeram muitas depredações nas águas da capitania, ergueu à margem direita do rio Bacanga, no Sítio Santo Antônio da Alegria, com área superior a 100 hectares e, que depois passou a ser conhecido como 'Sítio do Físico', um complexo industrial que compreendia um cortume, indústria de beneficiamento de arroz, f'ábrica de cal, cera, pólvora, etc., abrangendo edifícios com paredes de 8m de altura, espessas de l,50m, inúmeros tanques de curtir couro, duas mós enormes, senzala, 12 casas pequenas, 18 prisões de escravos, igreja, praça, rede de esgotos, fornos, escadaria e rampa

do porto, casa-grande alpendrada com 30 compartimentos e duas dezenas de padrões de azulejos, tudo calçado em cantaria e pedra preta lavrada e cujas ruínas ainda são admiradas, e isto, note-se, ao tempo em que a cidade não possuía engenheiro, 'ficando as obras de edificação a cargo de curiosos, sem planos assentados e direção fixa', segundo César Marques. Personagem misterioso, lendário, teria sido médico do estado-maior de Napoleão, e também de D. Maria I, a louca, mãe de D. João VI. Por isso travara amizade com D. Carlota Joaquina, suposto elemento de ligação entre o físico e seus partidários (notadamente o governador) e o estado-maior francês, com vistas aumhipotéticoapoio àFrança.Nadasepodeafirmar,mascertasatitudesdogovernadortornaramse suspeitas, e D. Carlota, que já se envolvera em várias revoluções, contra seu próprio marido, bem que era capaz...

"Causa espécie que esse empreendimento de tal envergadura e tamanha importância econômica e social hajapermanecido sistematicamenteignoradodeautores locais evisitantes queseocuparam, até minuciosamente, às vezes, da história e da vida da cidade, e nem os contemporâneos do físicomor, nem os seus pósteros, o comentaram ou, apenas citam, porquanto esse relevante parque industrial ainda está aí, suas ruínas testemunham seu significado e grandeza. Não fôra César Marques que,em uns poucos verbetesdeseu'Dicionário',lhededica algumas linhas, tratandomais do homem e do médico, do que de sua extraordinária obra, e estaria ele irremediávelmente sepultado no mais absoluto silêncio, a que o conduziria sua misteriosa morte, sem sacramento, devida, segundo o mestre César Marques, ao suicídio por 'desgostos profundos e loucura'. "(p. 109-110).

Busquemos em Cesar Augusto MARQUES -" Dicionário histórico-geográfico da província do Marannhão", de 1870 - , mais algumas referências ao Físico-Mor:

" ATANADOS (SOLA OU COURO PREPARADO) - Houve antigamente grandes fábricas para êste gênero de indústria. Lembramo-nos de uma montada em grande escala na Praça do Mercado, onde esteve o teatro público, a qual pertencia a Lourenço Belfort, e no sítio do Físico, geralmente à margem direito do Bacanga, ainda se vêem os restos de outra, também espaçosa ... Tudo isto desapareceu...". (p. 99).

Prossegue, mais adiante, ao referir-se sobre a administração do Governador e Capitão-General D. Francisco de Melo Manuel da Câmara:

"Entre seus adversários veio surpreendê-lo a notícia da invasão de Portugal pelas tropas sob o mando do General Junot em 18 de novembro de 1807, e da partida do Príncipe Regente e da Família Real no dia 29 do mesmo mês em busca das terras do Império de Santa Cruz.

"Falando destas ocorrências, na ausência habitual de critérios, disse por vêzes que se estivesse em Lisboa nada sofreria dos invasores, porque seu sogro o General João Forbes era amigo de Junot, e portanto êste longe de o perseguir, talvez até o fizesse muito feliz, engrossando mais os seus bens.

"Em suas conversações fazendo o paralelo da educação da França com a de Portugal, avaliando os recursos de uma e de outra nação, dava sempre preferência à França, e não poucas vêzes falava em desabono de sua terra natal.

"Estas práticas imprudentes, auteradas e aumentadas por vozes apaixonadas, o fizeram passar por amigo da causa invasora, havendo para isto tais fundamentos e bem fortes, e entre êstes cita-se o ter êle ocultadoà chegada de vários navios a êste porto as derrotas, que sofriam os franceses, e publicado sofregamente os seus triunfos.

"Entretinha êle amizade íntima com Dionísio Rodrigues Franco, professor de filosofia, e com o Físico-Mor Antônio José da Silva Pereira, ambos partidistas da causa francesa, porém aquêle com reserva e êste sem o menor rebuço.

"Esta intimidade dá motivos para crer-se nesses boatos de então". (p. 349-350).

Sobre um atrito ocorrido em 1808 entre o Juiz de Fora Luís de Oliveira Figuiredo Almeida e os vereadores da Câmara de São Luís, MORAES (1980), citando César Marques, comenta:

"Para rebater uma representação que o magistrado enviara ao Príncipe Regente, o Governador convocou uma reunião que é assim registrada: Imediatamente, à noite no palácio do Governador, reuniram-se com o fim de estudar os meios de nulificá-la Sebastião Gomes, Joaquim Velho, Castelin e Basson, o Capitão Café, o Físico-Mor, o Filosofia, (...) e outros." (p. 48; MARQUES, 1870, p. 353).

Cesar Marques ainda registra, sob os verbetes "Higiene Pública", "Hospital Militar", "Junta da Administração da Real Fazenda", "Médicos e Cirurgiões" e "Quina", o que segue:

"... Deste físicos-mores aqui houve dois, sendo um o Dr. Antônio José da Silva Pereira, nomeado por Decreto de 5 de dezembro de 1798 ...". (p. 371)

...

"

... O Capitão-Geral Paulo José da Silva Gama em seu ofício n0 1, de 2 de janeiro de 1812, disse ao Condede AguiarquenoanoantecedenteaJunta daReal Fazenda,delivre eespontâneo arbítrio e sem ouvir o parecer e exame do físico-mor e mais professores, mudou o Hospital Real de um lugar, onde se achava establecido a 51 anos para outro, em que são frequentes e constantes os males, que resultam prejudiciais às curas dos doentes." (p 379).

...

" ... Contra o parecer e exame do físico-mor e mais cirurgiões, e sem prévia licença mudou o Hospital ...". (p. 422).

...

"Médicos e Cirurgiões. - São os seguintes por ordem cronógica, quando for possível, os médicos e cirurgiões que aqui exerceram sua profissão:

"Antônio José da Silva Pereira. - Por Decreto de 5 de dezembro de 1798 o Dr. Antônio José da Silva Pereira, da Universidade de Coimbra, foi nomeado físico-mor, e para aqui veio exercer êsse cargo.

"Foi o criador do sítio conhecido à margem do Bacanga pelo nome de Físico. Homem ativo, laborioso e empreendedor aí levantou grandes muros, edificou muitas casas e fundou fábricas para curtir couros, dscascar arroz, fabricar cêra, cal, etc.

"Infelizmente desgostos profundos ou atos de loucura o levaram a suicidar-se, e na manhã de 15 de novembro de 1818 o mar atirou seu corpo às praias das Mercês." (p. 458-459). ...

" [Em 6 de abril de 1803 disse o governador D. Diogo de Sousa]... ser antiguíssimo o uso que se fazia no sertão da casca da árvore chamada quinaquina, e que o Dr. Antônio José da Silva Pereira principiou a aplicá-la com bom sucesso nas febres intermitentes com o título de cascas amargosas de Pernambuco". (p. 548).

MORAES (1980) informa que o Físico-mor nasceu por volta do ano de 1767 "... partindo da informação que contava 29 anos ao concluir o curso de Medicina pela Universidade de Coimbra, em 1796." (p. 65):

"Sabendo-se que levou 9 anos para fazer seu curso superior, teria ingressado na Universidade aos 20 anos, hipótese bem mais aceitável que a decorrente de sua qualificação como testemunha arrolada em sindicância realizada em 1814, para apurar responsabilidades do ex-Governador e Capitão-General do Maranhão, Francisco de Melo Manuel da Câmara. Naquela peça processual, segundo extratos publicados na imprensa maranhense por João da Mata Moraes Rego, teria o Físico, em 1814, apenas 40 anos de idade, o que avança a data de seu nascimento para cerca de 1774 e fá-lo matricular-se na Universidade de Coimbra com apenas 13 anos." (p 65).

Pergunta-se MORAES (1980): "Teria o Físico diminuído sua idade no depoimento?" (p. 65). Diz a mencionada qualificação: "15a - Antônio José da Silva Pereira, natural Sanhoane [Sanhoão - Santo Antonio da Madeira de Sanhoão], comarca de Vila Real, Físico-Mor da Capitania, 40 anos.". (p. 66).

Recorre-se ao assentamento de óbito do Físico para resgatar mais alguns dados biográficos:

"Aos dezessis dias do mês de novembro do ano de mil, oitocentos e dezessete, nesta Cidade do Maranhão, Freguesia de Nossa Senhora da Vitória da Catedral faleceu sem sacramento o Doutor Físico-Mor deste Estado do Maranhão (,) Antônio José da Silva Pereira, natural da freguesia de Santo André da Madeira de Sanhoão, Bispado do Porto, filho legítimo de Custódio José da Silva e de Teresa Maria de Jesus Pereira, era casado nesta Cidade com D. Rosa Tavares da Silva Pereira, de cujo matrinômio não houveram filhos, não fez testamento, foi achado morto na beira de uma praia, e dizem ter se afogado, foi envolto em hábito de N. Sra. do Carmo e sepultado na Igreja do Convento de Nossa Sra. das Mercês. Para constar se fez este assentamento em que me assino. José Joaquim Lisboa." (Livros de Óbitos da Sé, no. 7 - 1807-1819, fls. 242. Curia Metropolitana da Arquidiocese de São Luís, citado por MORAES, 1980, P. 66).

Silva Pereira colou grau em Medicina pela Universidade de Coimbra, "... de onde não sairia como aluno destacado, hava vista que além da reprovação sofrida no ano letivo de 1789, foi 'aprovado simpliciter em sua formatura (1796), e de seus quatro examinadores obteve os seguintes conceitos: bom por um, suficiente por um, medíogre por dois'."(MORAES, 1980, p. 68).

O SÍTIO SANTO ANTONIO DA ALEGRIA:

Situado à margem direita do Rio Bacanga, no município de São Luís, o Sítio Santo Antonio da Alegria pertenceu ao Físico-Mor do Maranhão. De acordo com MORAES (1980), "ainda não dispomos de fontes fidedignas que possibilitem precisar como e quando entrou Silva Pereira na posse do Sítio Santo Antônio da Alegria, popularmente conhecido como Sítio do Físico ..."(p. 31).

Maria VALDIRA, em artigo sobre o Sítio do Físico publicado em 1972, pergunta:

"... qual o objetivo da construção ? Ninguém soube, O que há, hipóteses.

"... o Físico que dera nome ao Sítio era tudo, menos Físico... Era Químico, Médico, Engenheiro, Político.Português de nascimento, desembarcou no Maranhão em 1798. Chamava-se José da Silva Pereira, e tinha o título de Físico-Mor da Corte Portuguesa." (p. 2).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GAMA, Ruy. História da técnica e da tecnologia. São Paulo : T.A. Queiroz : Ed. da Universidade de São Paulo, 1985.

LIMA, Carlos de. História do Maranhão. (s.l., s.e.), 1981

MARQUES, César Augusto. Dicionário histórico-geográfico da províncai do Maranhão. Maranhão : Tip. do Frias, 1870. (reimpressão de 1970) .

MEIRELES, Mário M. História da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. São Luís : UFMA/SIOGE, 1977.

MEIRLES, Mário M. Apontamentos para a história da medicina no Maranhão. São Luís : SIOGE, 1993.

MEIRELES, Mário M. Apontamentos para a história da medicina no Maranhão. IN _______. Dez estudos históricos. São Luís : ALUMAR, 1995, p. 197-256.

MEIRELES, Mário M. Apontamentos para a história da farmácia no Maranhão. IN _______. Dez estudos históricos. São Luís : ALUMAR, 1995, p. 161- 193.

MEIRELES, Mário M. Dez estudos históricos. São Luís : ALUMAR, 1995.

MORAES, Jomar. O Físico e o sítio (tentativa de reconstituiçõao histórica). São Luís : SIOGE, 1980.

MORAIS, Clóvis. Terra timbira. Brasília : (s.e.), 1980.

VALDIRA, Maria. História feita de pedra. São Luís : (s.e.), 1972, p. 2. (Recorte de jornal).

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SOUSÂNDRADE NO FINAL DO SÉCULO XIX RAMSSÉS SILVA

Joaquim de Sousa Andrade, ou, pelo pseudônimo que criou, “Sousândrade”. Nasceu nas terras da fazenda paterna, região de Guimarães, em 1833. Não conseguiu o patronato imperial para permanecer na Europa, o que lhe atirou no republicanismo.

Para financiar sua formação, dissipou grande parte do patrimônio de propriedades e escravarias herdado dos pais e recebido pelo casamento com Mariana de Almeida e Silva. Estudou letras e engenharia de minas na Universidade de Sorbonne. Vagou pela Europa e esteve por duas vezes nos EUA. Até 1879 colaborou no periódico O Novo Mundo, editado em português na cidade de Nova York. Nesse período escreve sua opus magna: “O Guesa Errante”.

Com o fim de sua fortuna, se vê obrigado a retornar ao Maranhão em meados da década de 1880. Defende a instalação da República, apresentando candidatura à Assembleia Geral do Império. No entanto, as tentativas de ingresso na política são malogradas.

Era ativo propagandista nos periódicos locais, e a política o fez uma personalidade muito mais conhecida do que por sua literatura, pouco compreendida pelos contemporâneos. Com a deposição da Monarquia é convidado a ocupar postos administrativos, como a Intendência da capital. É o responsável pelo desenho da bandeira do Maranhão, que faz alusão direta à dos Estados Unidos.

Teve duas filhas conhecidas, sendo Maria Bárbara (segunda imagem), fruto do matrimônio, e Valentina, mais velha, e cuja mãe era uma mulher escravizada.

Valentina, ou como era também conhecida, “Vanna”, foi tratada pelo pai como criada e nunca teve o reconhecimento dado à meia-irmã. Mariana e Maria Bárbara fundariam na capital maranhense o “Collegio de Industria”, que teve duração efêmera.

A esse tempo, a esposa Mariana se separou de Sousândrade, e junto com a filha e Vanna se transferiram para a cidade de Santos, onde fundariam outra instituição de ensino com o mesmo nome. É de se crer que o motivo da separação fosse a personalidade instável e violenta do esposo.

Vanna faleceu em 1902, meses antes de Sousândrade, e Mariana em 1907, ambas em Santos. Maria Bárbara morreu em avançada idade no Rio de Janeiro, no final da década de 1930.

SOUSÂNDRADE E A UNIVERSIDADE NOVA ATENAS

JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE e AUGUSTO O. VIVEIRO DE CASTRO encaminharam, em 02 de julho de 1894 uma representação ao Seado requerendo a criação de um fundo universitário:

“ Considerando que há um Tesouro providenciado por nossos Maiores para a abertura do Canal do Arapapahy, e que, tendo sido essa necessidade removida pelos vapores que a salvamento navegam pelo Boqueirão, é hoje para ser empregado ao socorro das necessidades maiores; - considerando que a forma republicana de governo requer o mais amplo derramamento de luzes de todos os conhecimentos científicos de modo que os Estados federativos em sua autonomia possam ser cada qual uma capital distinta na grande União; e considerando que ao desumano e às descrenças que lavram, não só as reações são verdadeiras ciências podem ser salutares, e tendo o lo. projeto da constituição destes Estado (de 3 de dezembro de 1890), incluindo a Universidade de Atlantida, art. 89, e reconhecido já pelo Congresso Federal o direito d´este aquele Tesouro; e sendo de sentimento nacional que seja ele destinado para um monumento eles no qual o será a Universidade;

“O abaixo assinado, membro da Comissão eleita de comicio popular de 17 do corrente mês de junho, reunindo-se no salão do juri da municipalidade, vem representar ao Congresso, em sua sabedoria e no amor pátrio e o da geração que surge esperançosa hoje do Diretorio ao Tesouro do Arapapahy (em títulos imperecíveis e dos quais sómente os juros se dispensarão) aos fundos universitários, indicando as Academias por onde com esses juros começar.

“O governo federal que tem demorado a entrega do Tesouro do Arapapahy, talvez sentimentos piedosos e temendo que impiamente fossem esbanjados essas honrosas economias de nossos pais, com segurança o entregará sabendo que será consagrado aos fundos inalienáveis da Universidade Atlântida. Fora loucura, fora imoralidade pública e pública desgraça o desaparecimento d´aquele Tesouro que, sustentando com seus juros a Universidade, reproduzirá tesouros maiores quais os da inteligência.

“Em 20 anos (começando já como o podemos e devemos) vereis ao nosso concurso o Estado florescer transformando em verdadeiro centro de civilização. Se para a Faculdade de Direito, a qual achará entre nós distintos professores de bom caráter, pouco dispenderá a Universidade, além do edifício e do contrato de um professor para a nova cadeira de Direito Índico, o qual pediremos ao Chile, país único na América que tem a ciência da educação dos Naturais, não acontece o mesmo com a Academia de Minas e Agricultura (as que possível forem e são necessidades urgentes d´este Estado) para os quais professores têm de vir estrangeiro.

“Logo que o patriótico congresso estadual, que por isso terá a benção da posteridade, haver decretado o Tesouro do Arapapahy aos primeiros fundos universitários, a comissão dará princípios aos reparos do antigo convento dos carmelitas, que já foi pedido em concessão ao governo da União para lá solenizar-se a fundação da Universidade em 15 de novembro e que é também a data da inauguração do 1o. presidente eleito da República. Paço da Intendencia, salão do juiz, 26 de junho de 1894.”. (O FEDERALISTA, 26 de junho de 1894, p. 3).

Entre julho e agosto de 1894, Sousândrade publica sob o título “Atlântida” anúncio da revista mensal da Universidade de Atlântida. Em formato da Humboldt Library de New York, continha 24 páginas, 3 colunas e o primeiro número apareceu em 13 de novembro de 1894. Aceitava subscrição (assinatura), sendo

publicados 8 números por ano. A sede provisória estava localizada em sua Quinta da Vitória. Informava, ainda, que o “Senado Bahiano confirmara a causa da Universidade; aguardamos a sabedoria de nosso congresso”. (O FEDERALISTA, 30/07 e 01/ a 06/08/1894, p. 3).

Por essa mesma época, são publicados os Regulamentos da instrução Pública do Maranhão (O FEDERALISTA, 02, 03 de agosto de 1894) e o da Escola Normal (O FEDERALISTA, 06/08/1894).

No ano seguinte, sob o título “NOVA ATHENAS”, nas edições de 21 e 22 de fevereiro, é publicado anúncio de convocação do diretório da Universidade:

“São pela imprensa convidados os membros do Directorio da Universidade a se reunirem no Paço Municipal ao meio dia, em 24, comemoração da Constituição da República.

“Os 12 eleitos à Inauguração de 25 de Dezembro p.p. são o cidadão Souzandrade, o Governador do Estado, o Presidente do Congresso, o Presidente do Superior Tribunal de Justiça, o Bispo Diocesano, o Inspetor da Instrução Pública, o Senador Federal (o último eleito), o Cônsul do Chile, o Cônsul dos Estados Unidos, o Presidente da Associação Comercial, o Juiz seccional, o Diretor (Vigilante) da Escola Normal.

“O que não poder comparecer delegará seus poderes por escrito ou pelo telefone à horas dadas esprimindo a sua idéia e o seu voto.” (O FEDERALISTA, 21-22/02/1895, p. 3).

É de se supor que da reunião de 24 de fevereiro, os membros do diretório da Universidade tenham deliberado sobre os cursos que seriam oferecidos e sobre o exame de admissão à Faculdade de Direito, conforme anúncio publicado em agosto:

“De acordo com os regulamentos em vigor até 1896, serão exigidos os seguintes exames para admissão à matrícula: Nas faculdades de direito (art. 430 do decreto n. 1232F, de 2 de janeiro de 1891, cit.): portugues, frances, ingles, ou alemão (à vontade do candidato); latim; matemática elementar; geografia, especialmente do Brasil; história universal, especialmente do Brasil; física e química geral, estudo concreto; história natural, estudo concreto: (Do Diário Oficial de 18 de março de 1893, no. 74). O Directório”. (O FEDERALISTA, 03, 05, 06, 07, 09, 10/08/1895).

Bibliografia:

UNIVERSIDADE NOVA ATHENAS. O FEDERALISTA, São Luís, 03 a 10 de agôsto de 1895, p. 3.

NOVA ATHENAS. O FEDERALISTA, São Luís, 21,22/02/1895, p. 3.

ATLANTIDA. O FEDERALISTA, São Luís, 30/07, 01, e 06/08/1894, p. 3.

UNIVERSIDADE DE ATLANTIDA, O FEDERALISTA, São Luís, 26/07/1894, p. 3.

FAMÍLIA BEZERRA EM MIRADOR

A fotografia mostra a Família Bezerra, na cidade de Mirador, no estado do Maranhão (Brasil), em meados do século XX.

Faz parte da coleção de fotografias do professor Dimas (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo), 94 anos, professor aposentado do curso de Educação Física da UFMA.

Ao centro da imagem, sentada, de roupa mais escura, a avó do professor Dimas, Belcina Bezerra. Acima, a esquerda, em pé, de roupa mais clara, Eulina Bezerra, mãe do professor Dimas.

A criança em pé, entre os dois bebês, é o professor Antonio Ribeiro. Ele foi funcionário da Empresa Ullen Company, em São Luís, por anos.

Mirador é uma cidade localizada ao oeste do Maranhão, com cerca de 25 mil habitantes. Suas origens remontam ao século XIX e estão ligados ao município vizinho, Pastos Bons.

OBS: A identificação das pessoas integrantes da fotografia ainda é preliminar e sujeita a alterações e complementos.

Agenda Maranhão (agendamaranhao.com.br)

EURÍPES BERNARDINO BEZERRA

– Pioneiro da Educação Física no Maranhão

EURÍPES BERNARDINO BEZERRA - nasceu em 17 de dezembro de 1915, na cidade de Curador (hoje, Presidente Dutra); filho de Ludgero Alves Bezerra (cearense) e de Maria Bernardina de Oliveira (maranhense). Maria Bernardina era irmã do legendário Manoel Bernardino, o Lenine do Sertão.

Ingressou na Polícia Militar, como soldado, em 1936; promovido a 3º Sargento, por ter feito curso de enfermeiro; em 1941, foi para o Rio de Janeiro cursar Educação Física, na Escola do Exército, a mando do Interventor Paulo, Ramos; na volta, passa a ser o responsável pela educação física na Polícia e torna-se professor do Marista e São Luís.

Em 1967, é reformado no posto de Coronel PM, após passar pelo Gabinete Militar do Governo Sarney - José Sarney fora seu antigo aluno de educação física, nos Maristas. Foi Deputado Estadual, Prefeito de Imperatriz, Vereador por São Luís; Delegado de Polícia em 105 municípios maranhenses. Por 65 anos prestou serviço público; 55 anos de casamento; 35 de Lions Clube; 40 anos de PTB.

CARREIRA NA POLÍCIA - Na Polícia Militar eu cheguei como retirante, vindo do interior do Estado, lavrador convidado por um amigo, para vir aqui em São Luis, com o apelido de Seringueiro; me deu o número [endereço] da Rua 28 de Julho, para eu falar com ele; quando eu cheguei, não estava mais na 28 de Julho, não era Seringueiro, não era residência; era o Colégio Maranhense ... não, era Escola Modelo; e com essa circunstância, eu voltei para a Praça João Lisboa, onde fiquei dormindo em cima do banco; pela manhã, fui detido pelo investigador Zé Lopes - que eu não tinha onde dormir -, me levou para a Central de Polícia, e lá eu fiquei carregando comida para os presos do Quartel, lá no Hospital Geral, para Polícia Civil, que era na Igreja de São João; daí eu fui dando recado, comprando cigarro, para os presos por ai, até que a mudança da comida do Hospital Geral, passou para a Polícia Militar, e lá na Polícia Militar eu fiquei levando as comidas; achei bonito os toque de corneta - tinha segundo ano primário - achei bonito o toque de corneta, pedi a um cabo, filho do tenente França (Francisco Soreano de França) se era possível eu servir à Polícia Militar, ele disse: - só se tiver com os documentos; eu não tinha documentos, arranjei na Polícia Civil um atestado de miserável, tirei uma certidão, provando que eu era do Maranhão mesmo - eu tinha uma certidão, filho de outra mãe, do Ceará, meu pai tinha trocado -; daí sentei praça, como soldado. De soldado, passei quase um ano, fiz o curso de Sargento, fiz o curso de enfermeiro, fui Sargento-enfermeiro; fui sargento da ativa, comecei a estudar e na ativa fui fazer Escola de Educação Fisica no Rio de Janeiro, na época do Governo de Paulo Ramos, em 1941, na escola do Exército, do Parque São João, na Urca.

CARREIRANANAEDUCAÇÃOFÍSICA - Em1942,efuilogoindicadoparalecionarnoColégio MaristaeColégioSãoLuís,doprofessorLuísRegoedoprofessorirmãoFloriano,doColégioMarista. NaPolíciaMiltar,eraresponsávelpelaeducaçãofisica,Diretordaeducaçãofísicadoquartelcomos meus companheiros auxiliares, Emílio me auxiliava, sargento Sirino, com serviço prestado, eles ajudavamnoquartel,tambémoSoaresNascimento,hojedentistaformado.

NoColégiodosMaristas,eraoúnicoprofessordeeducaçãofisicaespecializadonaescola,foiaiqueos meusalunosforam,JoséSarney,Pedro,DejardMartins,MauroFecury,JoãoCastelo,RibamarFiquene, etantosoutrosdaquelageração. AEducaçãoFísicanaquelaépoca,eraométodofrancês,amodalidade deensinoera: osexercíciospreparatóriosepropriamenteditos,constituía-seevoluçõesdemarchase depoisosexercícios desaltar,trepar,levantar,edespertar,correr,atacaredefenderevoltaacalma, exercícios progressivos sem solução de continuidade. Era o mesmo método, trazido pela Colônia Francesa,pelaMissãoFrancesaem1922,paraoBrasil.Permaneceupor27nosMaristas,aposentado comoprofessorporlápeloINPS.

A REFORMA DO COSTA RODRIGUES - FIZEMOS UMA DEMONSTRAÇÃO DE GINÁSTICA TÃO BONITA QUE

MINISTRO DOS ESPORTES [REFERE-SE AO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA ÉPOCA] CARLOS

VASCONCELOS - ERA O MÉDICO DE EDUCAÇÃO FISICA -, O NEGÓCIO FICOU TÃO BONITO QUE O

EURÍPEDES, DIMAS E CIRINO... QUE QUANDO ACABOU A DEMONSTRAÇÃO, A PASSAGEM DO POVO, E

OUTROS DOIS POR PEDIDO DE MODALIDADES DE EXERCÍCIOS DIFÍCEIS, O MINISTRO NOS DEU DE

PRESENTE 400 MIL CONTOS PARA FAZER A ARQUIBANCADA DO COSTA RODRIGUES; AQUELA

ARQUIBANCADA DO COSTA RODRIGUES FOI GRAÇAS A NOSSA DEMONSTRAÇÃO DE EDUCAÇÃO FISICA NO

COSTA RODRIGUES, QUE ELE NOS DEU ESSE PRESENTE DE 400 MIL QUE O CARLOS VASCONCELOS JÁ

PREFEITO DE SÃO LUIS, JÁ APLICOU NO COSTA RODRIGUES, QUE A SEDEL DE HOJE.

OEPISÓDIODOGENERALBASTINHO...EmtodaselaseucolocavaEducaçãoFisica.EmCajarí mataramoPrefeito,mataramoDelegadoemataramoPresidentedaCâmara,mataramoPresidentedo Correio,ohomemdaoposição,mataramochefedodestacamento....Faziatudoisso,eeufuiodelegado, masnuncadeixeidepegardemanhãde7às8.umaturmade30a40meninosdeeducaçãofisica;quando encontrogenteporaíessefilhodoJurivêMacedo(Sérgio Macedo)foimeualunonoBairrodeFátima [BairrodeImperatiz].Eu,jáeleitoPrefeito,dandoauladeeducaçãofisicalánoBairrodeFátimadando aulapara50,60,alunos,paraverexercícioempráticaeatuaiseatuaisevoluções,jogosediversõese exercíciosindividuaisecoletivos.

NoBrejo,noBrejocomumaturmacomquase50alunosde6:00às7:30ejávejoalunos até na Aeronáutica,aténaAméricadoNorte,aténaVASPeemNovaYorkencontroalunomeunesseBrasil todinhoporaí.NoBalsas,porondepassei,fizemosumaColôniadeFérias,ColôniadeFériasem Pedreiras,eemImperatrizeColôniasdeFériasemBacabaleemJapiruíondepasseilá17anos;em Cururupú,emCodó,emPedreiras,essasociedadetodinhasãoformadashojequeestamosintegrados nosexercíciosfísicos,conhecerovigordosmúsculos,apotênciadocérebroeajovialidadedoespírito.

PREFEITODEIMPERATRIZ-ComoPrefeitoeleito,fuidelegadodepolícianomeadopelogoverno deNewtonBeloeprefeitodeImperatrizaconteceuoimpossível.ODelegadodePolíciaquequando prendeéviolentoesenãoprendeérelaxado.FoinessascondiçõesqueeuconseguisereleitoPrefeito deImperatriz,delegadodeterra,delegadodepolícia,umruimacordoémelhorqueumaboaquestãoe vamosatenuaraviolênciadomicróbioeevitandoosmales;dessascondiçõesfuieleitoprefeito,perdi por13votosepasseiaassistentemilitarencarregadodoconveniofiscalMaranhãoePará,Maranhãoe Goiás,MaranhãoePiauí,MaranhãoeParáedessamovimentaçãodejovensediversões;edefiscalização dasfronteirasdoEstado.EuerasenhorabsolutodessasfronteirasMaranhãoePará,MaranhãoeGoiás, eMaranhãoePiauíeatéoOceanoAtlântico,Tutóia....

Nãodeu6meses.Aconteceuoseguinte:nomêsdemarçochegouumaverbade4,5milhõesemeio, vamosreceberessedinheiro,vamosfazeracadeia,fazeromeio-fiodaAv.PresidenteVargas,vamos tambémfazeromurodocemitério,maisalgumasbenfeitoriaseemmarçonãoveioodinheiroemeabril nãoveioodinheiroeemmaionãoveioodinheiro...chegou42milhõesissofoisóseismesesechegou quatroprefeiturasemImperatrizficou42,quandoelesvieram[osvereadores]emcimademim,tipo urubuatrásdacarniça,aíeudisse-essedinheironãoénosso,nãopodesereupodiaaumentardoisou trêsmasseeuaumentar36nãopodedejeitonenhum,masédaqui,édaprefeituradeImperatrizasua disposiçãopararecebê-lo,maseunãoquero,umqueria4,outroqueria 2,outrosqueria6nototal queriam24milhõesparaeles.Eufiqueitãoenojadocomaquilo,vocêssabemdeumacoisa,pegueia máquinacansadodeescrever...(?)..., - "senhoresvereadores,minhapresençaaquirepresentouum cachorrofielencarregadodeumacarniçagorda,osurubusfamintosnãopermitiramqueeuzelasseaté ofim,sóassimseuinstintospodreseimundosqueeusabereicumprirmeudever.Mulherembarcada comacaixaarrumadaatravésdacerrada,adeus!"...Vimembora,sealguémmandoumebuscarnoavião

Pepêvelhonãoretornamais.Tinhaalguémlánoaeroporto,qualéZéassuasúltimaspalavraspara...?... deImperatrizparaprefeitoEuricoNovaes.Evimembora,masaíganheiaeleição,recorreramaquipara oTribunal,euganhei,recorreramparaoSupremo,nodiadojulgamentolá,ooutromorre,aíeuassumi, passaramosdireitosparamimcomosegundomaisvotado,aífui,reassumioquedeuessaargoladatoda lá.

REFORMAEM1969-Em1969,oucomoprofessorcommaisdevinteecincoanosdeserviço,queem educaçãofisicaésalubridade,ouportempodeserviço33anosdeserviçoouporidade, 69anos,eu escolhiprimeiroodaidadeporqueeunãotinhamaisrepressão.

Acheiqueerapouco,acheibonitoquandochegueiSarney,nahorademeaposentarcomoCoronel, Sarneydisse:Agoraoquesefaz?DeviaserfiscalderendadoEstado.Euvenhodeauxiliardefronteiras eiaserfiscalderenda...passeiparaareservanãoremunerada - coronelsemdinheiroareservanão remunerada de acordo com as atividades militares ... e aí fui enviado a Auditor Fiscal do Estado ganhandodezvezesmaisdoquesaláriodepolícia,docoroneldepolícia,quandoéagora,políciatána frenteeeufiqueiatrás,nemporissoperdioestímulo.

(Entrevistarealizadanodia21/02/2001,naresidênciadoCoronel EurípidesBezerra,àTravessa ParqueAtenas, n°25)

ÁUREO MENDONÇA

é pesquisador, escritor e membro fundador do IHGV.

A cidade histórica de Viana a quarta cidade mais antiga do Estado Maranhão tem uma história repleta de acontecimentos, está entre as cidades mais antigas do Brasil, a cidade foi colonizada pelos portugueses na época do Brasil Colônia, a Fazenda Agrícola São Bonifácio do Maracu e a igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição foram as primeiras edificações que fazem parte da história da cidade.

A memória de Viana remonta a época do aldeiamento dos índios Guajajaras, às margens do Rio Maracu, e dos Gamelas às margens do lago do Aquiri, cujo período existem referências de nomes indígenas como: Aquiri, Araçatuba, Biciquara, Ibacá, Maracaçumé, Maracu, Mocoroca, Itaquaritiua, dentre outros.

Importante destacar que a história da cidade de Viana teve a sua origem na missão jesuística como aldeia missionária de Nossa Senhora da Conceição do Maracú, está destacada em várias obras, inclusive escritas por padres jesuítas.

Viana comemora a data de fundação como Vila em 08 de julho de 1757 e a elevação à categoria de cidade em 30 dejunho de1855, hoje 08dejulhode2023completa266anos de emancipaçãopolítica,naépocadacriação da Vila de Viana obedeceu os seguintes cronogramas:

08 de julho de 1757 - (elevação de Aldeia à Vila) e eleição dos integrantes da Câmara.

09 de julho de 1757 - recebimento da fazenda Araçatuba.

10 de julho de 1757 – o Governador da província tomou posse em nome do rei da Vila de Viana e a Vila de Viana passou a ser administrada pelo Senado da Câmara da República de Viana que se compunha de dois juízes ordináios, dois vereadores, um procurador e dois escrivães.

Afundação do Engenho AgrícoladeSão Bonifácio às margens doRio Maracu,entreolagosde VianaeAquiri pelo Padre Manuel de Brito, a sua concessão régia a data de 23 de setembro de 1652, na localidade conhecida como Ibacazinho, sendo o marco inicial da cidade de Viana e dos jesuítas na zona do Maracu. Portanto Viana já existe há 372 anos, desde a chegada dos primeiros jesuítas e formalmente a cidade tem 266 anos de elevação à categoria da Vila de Viana.

Em 1683 o Padre Pedro Pedrosa chega a região do Maracu liderando um grupo de índios Guajajaras. Segundo Marques (1970) “o Padre Pedro Pedrosa não foi o primeiro jesuíta a chegar na zona do Maracu e que por volta de 1679 a Aldeia de Nossa Senhora da Conceição do Maracu já contava com dois padres jesuítas”.

Em 1709 com a fundação da Missão da Imaculada Conceição do Maracu para catequisar os índios Guajajaras. Em 1751 o Estado Colonial do Maranhão muda de nome para Estado do Grão-Pará e Maranhão, e em 08 de julho de 1757 a Missão do Maracu é elevada à categoria de Vila de Viana, o Cemitério dos Tamarindeiros uma relíquia dos jesuítas no local do antigo Engenho São Bonifácio do Maracu da Missão jesuística da Conceição atual cidade de Viana. Nessa época Viana tinha uma população de 300 habitantes, com a nova política adotada por Sebastião José de Carvalho e Melo o Marquês de Pombal e a consequente expulsão dos jesuítas do território brasileiro, o então governador da Capitania do Maranhão, Gonçalo Pereira Lobato e Sousa, subalterno ao Governador Geral Francisco Xavier Mendonça Furtado (irmão de Marquês de Pombal) a antiga Aldeia do Maracu recebeu esse nome de Viana em homenagem à cidade portuguesa de Viana do Castelo. Em 1761 o Governador Joaquim de Melo e Póvoas que era sobrinho de Marquês de Pombal visita Viana e todas as fazendas que foram confiscadas dos jesuítas. José Feliciano Botelho de Mendonça, meu hexavô primo de Marques de Pombal chegou em Viana na segunda metade dos anos 1700 para junto com o mestre-de-campo José Nunes Soeiro que na época era a segunda pessoa mais rica do Maranhão, dono de um vultoso patrimônio, os dois passaram a administrar a Fazenda São Bonifácio do Maracu um dos espólios dos jesuítas após asuaexpulsãodaCapitaniado Maranhão.OMestre-de-Campo JoséNunes Soeirose estabeleceu em Viana-MA no século XVIII e José Feliciano Botelho de Mendonça, conhecido como o Adão do Pindaré.

266 ANOS DE EMANCIPAÇÃO
ELEVAÇÃO À VILA DE VIANA.
POLÍTICA E

Anosdepoisasterras foramdivididas,JoséNunes Soeiroficoucom asterrasdoIbacazinho, chamadaEngenho do Maracu e José Feliciano de Botelho Mendonça ficou com as terras da Palmela, em homenagem à região dos seus antepassados em Setúbal, Portugal. Vale ressaltar que até hoje as terras da Palmela está sob a posse dos descendentes dos Mendonça.

Em 1774 Estado do Grão Pará e Maranhão é extinto e em 1777 Marques de Pombal vai para o ostracismo é afastado da corte portuguesa e em 1794 o governador D. Fernando Antônio de Noronha manda abrir uma estrada para a comunicação da Capitania com o Pará, que passava no local do Poço do Pará que existe há 296 anos e faz parte da história e da memória da cidade de Viana.

Em 1820 a Vila de Viana contava com 137 residências, localizadas na Praça da Matriz, cinco ruas e algumas travessas, a população era de 843 habitantes. Nessa época Viana possuía o seu Pelourinho localizado na Praça da Matriz, uma Igreja e a casa de câmara e cadeia.

Em 30 de junho de 1855 a Vila de Viana é elevada à categoria de cidade através da Lei Provincial N° 377 de 30 de junho de 1855 e compunha-se das freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Viana, São Francisco Xavier de Monção e São José de Penalva.

Em 19 de junho de 1859 Monção é desmembrada de Viana. Em julho de 1867, durante a guerra do Brasil com o Paraguai, o município de Viana tornou-se palco de uma das mais significativas insurreições de escravos ocorrida no país, conhecida como a revolta dos quilombolas em Viana. Em 1871 a freguesia de São José de Penalva é elevada à categoria de Vila São José de Penalva. Em 10 de agosto de 1915 a Vila de Penalva é promovidaaMunicípio.Em04deabril1919MatinhaéelevadaàcategoriadeVila.Em1925houveaelevação da povoação de Barro vermelho à categoria de Vila e em 13 de novembro de 1948 vira o município de Cajari e desmembrado de Penalva, Pindaré Mirim e Vitória do Mearim. Em 31 de dezembro de 1948 Matinha é desmembrada de Viana e vira munícipio. E recentemente em 1994 o povoado Bela Vista vira município, desmembrado de Pinheiro com o nome de Pedro do Rosário e Viana perde alguns povoados com o novo limite territorial.

(*) Áureo Mendonça, é pesquisador, escritor e membro fundador do IHGV.

VIANA, 266 ANOS DE HISTÓRIA

NONATO REIS

Vianacompletouontem266anosdefundação.Acronologiaéfeitaapartirdaelevaçãodopovoadoà categoria de vila em 1757, o que faz dela a quarta cidade mais antiga do Maranhão, atrás de São Luís, Alcântara e Caxias.

A Prefeitura organizou uma série de eventos para comemorar a data. Mas, para além de festividades, o que importa mesmo é saber qual a cidade que emerge desses 266 anos.

Em que pese os esforços do poder público, Viana é uma cidade carente de alguns serviços importantes, não por conta da gestão atual, mas em face administrações inéptas.

A cidade tem um serviço de água tratada anacrônico e ineficaz, que só contempla parte da população, e ainda assim de forma irregular. A Prefeitura está construindo um novo sistema, que promete resolver esse problema. Tomara!

Há também a avenida Luiz de Almeida Couto, que liga a MA 014 com a entrada da cidade. Precisa ser reconstruída, porque foi assentada sobre terreno alagadiço, o que requer um trabalho de drenagem profunda, e isso implica alta soma de recursos. Não há solução à vista.

Outro grande problema é a Barra do Sol, que concentra a feira e o centro comercial. O local ganhou fama pela promiscuidade, falta de higiene e desorganização do trânsito, que faz lembrar cidades indianas.

O poder público vai construir uma nova feira e disciplinar o tráfego de veículos. Os feirantes já foram cadastrados e devem ser transferidos, provisoriamente, para outra área, até a conclusão da obra.

Em suma, a cidade que completa 266 anos é uma obra incompleta, como toda e qualquer cidade, mas as intervenções em curso permitem imaginar um cenário muito melhor para o futuro.

Isso, sim, é um bom motivo para comemorar.

Os bantus ou bantos são povos que constituem um grupo etnolinguístico localizado principalmente na África subsariana e que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes.

A palavra "����������" é derivada da palavra "����-������", formado por ba (prefixo nominal de classe 2) e nto, que significa "������������" ���� "��������������. As sociedades bantus dominavam desde sempre a metalurgia, bem como a arte de edificação de grandes monumentos, as mais conhecidas ruínas do império do grande Zimbabwe é uma prova clara da sabedoria desses povos.

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O povos bantus encontram-se centrados maioritariamente nos países de Angola, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Lesoto, Quênia, Essuatini ,Botswana , Tanzânia ,República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Camarões ,República Centro-Africana, Uganda, Burundi, Ruanda, Comores, e Malawi.

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Os Bantus provavelmente vêm dos Camarões e do sudeste da Nigéria por volta de – 2000, eles começaram a estender seu território na floresta equatorial da África Central. Mais tarde, por volta do ano 1000, ocorreu uma segunda fase de expansão mais rápida para o Oriente. Os Bantus então se misturaram com grupos indígenas e formaram novas sociedades.

Nos séculos 16 e 17, as populações Bantu do actual Quênia foram forçadas a se mudar para o sul, empurradas primeiro pelos guerreiros Kalenjin, depois pelos Masai e finalmente pelos Luo, todos vindos do actual Sudão.

Os Bantu provavelmente vieram de migrações africanas do leste (��������������������, ��������, ��������) principalmente para o oeste, depois para o sul (sudeste, sudoeste, centro). Restos bantu, às margens do lago Upemba, em Sanga, fornecem muitas informações sobre essas migrações.

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Muitos afirmam que a África é um continente sem história, mas isso é verdade? Esquecendo um pouco da civilização egípcia e que a todo o custo tentaram excluir ela como parte da África negra, os outros povos africanos desenvolveram sua história mediante a transmissão da oralidade desde a tenra idade.

A originalidade das sociedades ditas “sem escrita” tem um papel primordial, pois o conhecimento oral é ao mesmo tempo o conhecimento da religião, da história, do entretenimento, da ciência da natureza e da iniciação à profissão, o que podemos aqui chamar de, “�� ������������ ���� ��������”. Nas sociedades africanas as ditas " sem escrita", os guardiões desse patrimônio são, de um lado, os tradicionalistas, responsáveis pela transmissão do conhecimento controlado pelo comitê de sábios, e, de outro, os griots, que são genealogistas, historiadores e poetas.

A vantagem da tradição oral é que ela vem de dentro das sociedades africanas, portanto, reflete uma organizaçãomental eumavivênciadogruposócio-cultural.Noentanto,atradiçãooralnãopermiteestabelecer uma cronologia. Isso coloca sérios problemas para os historiadores, e aqui abre caminho para a multidisciplinaridade na tentativa de preencher as lacunas, e que muitas vezes acabam preenchendo essas lacunas com inverdades. Fragmentando assim uma rica história que remonta a milhares de anos.

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A afirmação de alguns historiadores de que o grupo proto bantu que ocupa actualmente o leste, centro e sul do continente africano foi formado no primeiro milênio AC nas fronteiras dos Camarões e da Nigéria. Essa afirmação merece cautela, pois a migração bantu teria começado bem antes do primeiro milênio, pois foi a contrapartida do ressecamento do Saara que data do início do terceiro milênio. Os Bantus então viviam na região do Alto Nilo entre os paralelos 17 e 21 nas margens de grandes pântanos

Estapresençacontinuounaépocadoreinadodograndefaraósudanês �������������� oGrande(689-664)durante o período húmido do Neolítico. Alguns Bantus foram estabelecidos entre a quinta e a sexta catarata do Nilo,

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cerca de cinquenta quilômetros ao sul da confluência ������-������������.Eles então formaram o reino de ��������������������-����������.

Este reino era dotado de uma escrita alfabética ainda não decifrada até hoje, e do domínio da metalurgia do ferro. O clima de África, numa região compreendida entre o Saara e a extensa zona equatorial, era muito húmida há oito ou dez mil anos. O modo de vida Bantu estava intimamente ligado à água. O desenvolvimento das civilizações pesqueiras foi datado entre 8.000 e 5.000 aC, ao longo do Médio Nilo e no Saara. Vestígios dos bantus foram encontrados até no norte do continente africano, tanto no Ocidente quanto no Oriente.

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Os bantus contruíram várias sociedades e impérios que prosperaram por milénios em várias partes do continente africano, na África Austral, no rio Zambeze, nasceu o grande império de Zimbabwe construído pelos reis Mwenemutapa, nasceram ainda outros impérios como: Império Rozui, e os Danangombe, Cami. Na África Central, nasceram os impérios do Kongo, o Império Lunda, o Império Luba localizados hoje no que é Angola, República do Congo e a República Democrática do Congo; Na Região dos Grandes Lagos Africanos, os impérios Buganda e o Caragué Reino de Uganda e da Tanzânia.

A família linguística bantu inclui cerca de 400 idiomas falados em cerca de vinte países da metade sul da África. O número total de falantes dessas línguas é estimado em 100 milhões. As principais línguas bantus que representam o maior número de falantes são:

•Resumo do volume das coleção da história geral de áfrica.

R e M. CORNEVIN, História da África P.43 e 58 ).

•John M. Janzen, Ngoma: Discourses of Healing in Central and Southern Africa, University of California Press, Berkeley and Los Angeles, 1992

•James L. Newman, The Peopling of Africa: A Geographic Interpretation, Yale University Press, New Haven, 1995

•Kevin Shillington, History of Africa, 3rd ed. St. Martin's Press, New York, 2005

•Jan Vansina, Paths in the Rainforest: Toward a History of Political Tradition in Equatorial Africa, University of Wisconsin Press, Madison, 1990

Uma África Desconhecida

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•(cf.
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ONDE FICA A RUA DA AMARGURA?

RAFAEL RIGOLON

A Rua da Amargura está na cidade histórica de Alcântara, ali na região metropolitana de São Luís, Maranhão. Antigamente, se chamava Rua Bela Vista já que contava com uma linda vista para o oceano Atlântico. Era uma rua glamurosa onde se encontrava o comércio de secos e molhados e residiam as famílias mais ilustres e abastadas da raissoçaite alcantarense. O declínio econômico ocorrido na segunda metade do século XIX fez com que hoje só restassem as ruínas daqueles antigos palacetes. Será que é por isso a origem do nome da rua?

‘Amargura’ é o mesmo que ‘amargor, sabor amargo’ (“não gosto da amargura do jiló”), mas, no sentido figurado, representa angústia,tristeza ouaspereza. Deveria, então,haver naquelarua algo que fosse bem triste. Os guias de turismo gostam de contar duas versões pseudoetimológicas para a origem do nome: a primeira diz que o nome vem da angústia que viviam os escravos já que ali havia um mercado escravista e um pelourinho; a segunda afirma que a amargura se deve à dor da despedida, pois lá era a rua da qual os pais viam seus filhos embarcarem no antigo Porto das Barcas para estudar na Europa. Há, no entanto, meus amigos, uma explicação mais plausível.

Além de Alcântara, A Rua da Amargura também é nome de logradouro em várias cidades e vilas desse Brasilzão, como em João Pessoa-PB, Governador Lindeberg-ES, Elesbão Veloso-PI e Milho Verde (distrito deSerro-MG).TambémemPortugalhámuitasruascomomesmonome,comoemBragança,Machico,Caldas da Rainha, Atalaia e Teixoso.

Cada localidade tem lá seus motivos para nomear uma rua com um nome tão amargo. Sabe-se lá o que aconteceu...Masaexpressão‘ruadaamargura’fazreferênciaaumaúnicaruadomundo,aqueJesuspercorreu carregando sua cruz até o Calvário, mais conhecida como ‘Via Dolorosa’, em Jerusalém.

Muitas cidades históricas de Portugal têm uma rua com o nome de ‘Rua da Amargura’ porque havia (ou ainda há) a tradição de se representar nelas a Paixão de Cristo. Por influência portuguesa, é o caso de Alcântara, em cuja antiga Rua Bela Vista havia os Passos da Paixão e também se representava a Paixão na Semana Santa. O nome da rua de Alcântara e a expressão ‘rua da amargura’ vêm da ‘Via Dolorosa’. Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, foi o padre português Pantaleão de Aveiro que, por ter percorrido a ‘Via Dolorosa’, em 1563, traduziu o nome da via para ‘Rua da Amargura’.

Então, por metáfora, estar na ‘rua da amargura’ é ver-se numa situação de sofrimento e desamparo tal pela qual Jesus passou.

Bom, se você já conheceu alguma Rua da Amargura, espero que um dia chegue à Rua da Consolação – fica na capital paulista. Vale para o sentido figurado também.

Referências: ‘Grande diccionario portuguez’, por Domingos Vieira (1871); ‘Alcântara: subsídios para a história da cidade’, por Antônio Lopes (1957); e ‘Afinal, onde fica a ‘rua da amargura’’, por Lívia Lombardo, na página ‘Aventuras na História’ (ago. 2017).

Foto: Rua da Amargura, em Alcântara-MA, por Daniela Aranha (fev. 2021).

Sugestão: Daniel Michel Margotti.

Turma de Pedagogia do Câmpus Codó produz livro sobre culturas codoenses

Organizado por professores do Centro de Ciências de Codó da Universidade Federal do Maranhão, Cristiane Dias Martins Costa e Danilo Araújo de Oliveira, o livro “Encantar-se pelas Culturas de Codó (MA)” será lançado nessa quinta-feira, 13, a partir das 18h, no Instituto Histórico e Geográfico de Codó. Os amantes da literatura regional poderão adquirir o livro no dia do lançamento por R$ 35 ou, gratuitamente, por meio do site da Editora Pedro e João, após seu lançamento. Fruto de um projeto de pesquisa, o exemplar foi produzido por estudantes do curso de Pedagogia do Câmpus Codó.

A educação como transmissora da cultura é a palavra. Dividido em dez temas, as histórias do livro são narradas pelos próprios moradores da cidade, que contam e visibilizam aspectos variados das culturas codoenses. O grande desfecho da obra, segundo Danilo Oliveira, são os saberes históricos contados a partir das próprias experiências das pessoas, que trazem para as narrativas elementos substanciais de relações históricas e socioculturais.

O contato com a vizinhança foi o principal alicerce para a produção do livro. A proposta inicial, como revela o professor, era que os alunos fizessem um trabalho de pesquisa, entrevistando moradores locais. “Foi um trabalho difícil, pois dependeu da agenda e disponibilidade das pessoas entrevistadas. E, com as entrevistas já prontas, os discentes as transcreveram e prepararam um seminário apresentando os dados. Diante disso, adoramos o resultado final e aceitamos o desafio de produzir o livro”, comenta Oliveira.

Conheça a história de Codó

O ano de 1780 marcou o início do povoamento de Codó. Sua economia era baseada em atividades agrícolas desenvolvidas por portugueses e senhores da aristocracia rural maranhense. Um dos primeiros exploradores foi o agricultor Luís José Rodrigues e o português Francisco Marques Rodrigues. O povoamento também teve a participação de escravos africanos que trabalhavam nas lavouras, índios Barbados e Guanarés e de imigrantes sírios e libaneses.

No período colonial, Codó destacou-se pela produção de algodão, tendo êxito na participação do processo de industrialização do Maranhão. A primeira indústria do município foi construída em 1892 e se chamava

Companhia Manufatureira e Agrícola, de propriedade de Emílio Lisboa, que posteriormente teve seu monopólio passado para Sebastião Archer.

Por: Lucas Araújo

Produção: Sarah Dantas

O CEMITÉRIO DA MISERICÓRDIA RAMSSÉS DE SOUZA SILVA

Em São Luís, na esquina da Rua das Cotovias com Rua do Norte (Hospital Socorrão I), pessoas lancham tranquilamente e, sem saber, sobre o que já foi o maior cemitério da cidade, o Cemitério da Misericórdia, desativado ainda no séc. XIX por superlotação de sepultamentos. Notem, na calçada, as pedras de cantaria que delimitavam o perímetro do cemitério que, no mapa de 1858, é marcado pelo número 27.

PRAÇA JOÃO LISBOA, CENTRO, DÉCADA DE 1950-1960

Essa imagem foi tirada do livro que se chama "Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil", de Augusto Carlos da Silva Telles. A primeira edição desse atlas foi lançada em 1975 e foi patrocinado pelo antigo Ministério da Educação e Cultura com intuito de ser um manual básico pra quem começa a estudar patrimônio cultural brasileiro. Acreditamos que as fotos que compõe o Atlas, foram retiradas do acervo geral do IPHAN. Quando se refere São Luís a uma publicação nacional sobre patrimônio histórico, seja um livro de edição mais antiga até o mais recente, tem que mostrar alguma imagem relacionado ao conjunto urbanístico e paisagístico do Largo do Carmo//Praça João Lisboa. Essa foto destaca o conjunto de casarios e também podemos ver um carro, pessoas, trilho do bonde e uns fios de poste que cortam a imagem. Sobre a autoria da foto, acreditamos que talvez seja uma foto de Marcel Gautherot quando trabalhava freelance para o IPHAN. Parte de suas fotos estão no acervo geral do IPHAN e a sua obra fotográfica completa está no Instituto Moreira Salles.

: "Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil", de Augusto Carlos da Silva Telles

IGREJASÃOJOÃOBATISTA,NOVINHAISVELHOMASTAMBÉMCHAMADODERECANTODO VINHAIS,1979.

AIgrejadeSãoJoaquimdoBacangaéumaconstruçãodepedraecaldatadadoséculoXIX,começou aseredificadonamesmadaépocadacriaçãodaFreguesiadeSãoJoaquimdoBacanga,criadano lugardaantigaVilaArapapaí.AFreguesiaSãoJoaquimdoBacangaqueposteriormentese transformouemVilaMaranhão,localizadonaáreadelimitadacomopartedaáreaItaquiBacangae zonaruraldeSãoLuís,ondeotremdaValepassa,poisrelativamentepertodaigreja,temumtúnel ondeotremdavalepassaporcima.

AIgrejadeSãoJoaquimtemumdosfestejosmaistradicionaiseantigosdacidadequeéofestejodo padroeirodavila:SãoJoaquimdoBacanga.Alémdofestejo,aIgrejaSãoJoaquimtemumapeçasacra muitoraro.Deacordocomolivro"BensTombadosdoMaranhão-TombamentosEstaduais"(1987),se tratadeumaltarqueserviudecelebraçãodosatoslitúrgicosassistidospelospresosdaantigacadeia públicaqueficavalocalizadonapartetérreadaantigacâmaramunicipal,atualPalácioLáRavardiére, sededopoderexecutivomunicipal.OaltarfoisolicitadopelopresidentedaprovínciaAmbrósioLeitão queretirouoaltardaCâmaraeconduziuparaaViladeSãoJoaquim,atualVilaMaranhão.

AIgrejadeSãoJoaquimdoBacangaétombadopelogovernodoestadopormeiododecreto10.453, de8/07/1987,publicadonoDiárioOficialde16/07/1987

:LuizBraga(@luizbraga)vialivroBensTombadosnoMaranhão-TombamentosEstaduais.SãoLuís, 1987

TextodeApoio:BensTombadosnoMaranhão-TombamentosEstaduais.SãoLuís,1987 Vermenos

IGREJASÃOJOAQUIMDOBACANGA,VILAMARANHÃO,
LUÍS-MA,
TIRADAEM1987.
SÃO
FOTO

A LENDA DA SERPENTE DE MORROS

Rogério Rocha

Ilustração de uma das versões da lenda, onde a cobra grande vive em baixo de uma cidade. Foto: Reprodução

Lenda é uma narrativa transmitida oralmente pelas pessoas, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais, com imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginário popular.

http://www.significados.com.br/lenda

Quando ainda muita criança, ouvia com muita frequência a história de que na barreira em frente a Igreja Católica (capela dedicada a festa de São Bernardo) vivia adormecida uma grande serpente. Diziam até que a cabeça dela ficava em baixo do templo religioso e sua cauda no início de sua toca às margens do rio. Comentavam os mais idosos da época que quando a cobra gigante se mexia, a barreira do rio quebrava, ameaçando assim a construção da velha ermida.

As crianças da época e até mesmo adultos, evitavam se aproximar sozinhos daquela área. O certo é que havia um pavor muito grande por parte da garotada em se aproximar da região. A serpente quando acordava, devorava gente, devorava virgens. A verdade é que nunca se soube que a tão temida malacatifa tenha de fato, devorado alguma pessoa. Essa, não. Talvez outras.

O que é mais crível, nesta lenda, é que os pais da época, os pais dos seus pais; e, os que vieram antes deles, criaramessanarrativaparaamedrontarseusfilhos efilhas;protegê-losdosperigosdorio,oudeperigosoutros. Não vá para a barreira do rio, não vá para aquele lugar; lá é muito perigoso, existe uma serpente. Recomendavam.

Se houve em toda essa história, algum resquício de verdade, não sabemos. Sabe-se, porém, que a lenda da SerpentedeMorros,seconfundecom alendadaSerpentedeSãoLuís, onde ogigantescoser,vive adormecido dentro das galerias subterrâneas da “Cidade dos Azulejos” e seu corpo ocupa toda região que compreende o Centro Histórico. Reza a lenda que sua cabeça de olhos avermelhados e presas afiadas fica na Fonte do Ribeirão; sua barriga está sob a Igreja do Carmo e a cauda está debaixo da Igreja de São Pantaleão. Destas duas narrativas concluo portanto, que o enredo é praticamente o mesmo diferenciando-se somente pelas características locais.

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Sobre a serpente de Morros, foi atribuída o que ocorrera no final da década de 1960 ao inicio da década de 1970, quando as paredes laterais da Capela de São Bernardo caíram depois de fortes chuvas. Estes fatos que

recordo, aconteceram em períodos distintos, portanto, devido à esses dois episódios, que preocupou a cidadezinha isolada do mundo; os mais idosos comentavam que fora a serpente, responsável por tais acontecimentos. Mas, o que houve de verdade é que a região em torno da capela é muito arenosa como toda a cidade, como ainda não havia pavimentação e com as fortes enxurradas acabou abalando a construção em adobe, material pouco resistente à humidade.

O fato, é que, em todo lugar, em qualquer aglomerado humano, grupo social e cultural, existem suas lendas, seus mitos e suas formas de ver e explicar o imaginário coletivo. Essa leitura de mundo ou modo de interpretálo, dá ao humano a capacidade de criá-las e reinventá-las com o passar dos anos. Morros, não é diferente, e como qualquer outro agrupamento humano, tem suas lendas, seus medos, suas crenças. Suas histórias para contar e transmitir de geração a geração, até que desapareça com o tempo.

ORIGEM DA MINHA FAMILIA NO BRASIL!

A CASA DE BELFORT NO BRASIL

Casa de Belfort, uma das mais antigas da Europa, pois remonta sua origem aos século XI, estabeleceu-se no Brasil em meados do século XVIII, na pessoa de Lancelot Belfort, conhecido no Maranhão por Lourenço Belfort.

FAZENDA "KYLRUE"

CULTURA DO BICHO DA SEDA

TESTAMENTO

Lourenço Belfort teve notável atividade no Maranhão. Foi Almotacé em 1744, 1750 e 1754; Vereador em 1753 e 1759 e Juiz de Fora interino.

Fundou na margem esquerda do Itapicurú uma importante fazenda, “Kylrue”, dotando-a de igreja e cemitério, como prova o seu requerimento de 7 de setembro de 1769 dirigido ao Vigário Geral do Bispado, Dr. Barboza Canaes, em que pedia licença para benzer a Capela, cuja obra já se encontrava terminada, tendo oitenta palmos de cumprimento e tinta e cinco de largura, com coro, púlpito, tribunas e sacristia; toda forrada e coberta de telhas. Por despacho do Cabido de 23 de fevereiro de 1770, foi concedida licença para se celebrar o santo sacrifício da missa e mais ofícios divinos. As custas dos autos montaram a 1.003 réis.

Diversos historiadores e genealogistas têm escrito sobre a sua personalidade e descendência, mas, por tratarem em tais escritos de partes fragmentárias.

MESTRE DE CAMPO LOURENÇO BELFORT

Aos cinco de Julho de 1708, nasceu em Dublin, capital da Irlanda, Lourenço Belfort, sendo batizado na Paróquia da Vila de St. Michans, no Arcebispado de Dublin, conforme se vê no documento seguinte, (373) / existente na Torre do Tombo, Arquivo de Marinha e Ultramar, de Lisboa (Doc. avulsos do Maranhão, Ano de 1799):

D.Izabel de Andrade, sua primeira esposa, faleceu na cidade de São Luiz do Maranhão, conforme se verifica do assentamento seguinte:

Certifico que revendo os livros findos de assentos de OBITOS da parochia da Sé Cathedral, no Livro 2, folhas 22, encontrei o seguinte: Em primeiro de Junho de mil setecentos e quarenta e dois faleceu com todos os Sacramentos IZABEL DE ANDRADE , mulher do Capitam Lourenço Belfort, deixando para testamenteiro seu marido, segundo Duarte Pereyra, terceiro Ignácio Camelo de Britto; enterrou-se no Carmo e levou todas as comunidades e capeloens da Sé e deixou quatro filhos, tres maxos e duas femeas aos quais deixou suas terças.E para constar fiz este assento que asssigno era ut supra

BELFORT –

VIEIRA DA SILVA E SOUSA – Maranhão

Anamaria Nunes Vieira Ferreira

Certidão de Casamento de Torcato Vieira e Jerônima Fernandes

Foi através da Certidão do Casamento de Torcato Vieira e Jerônima Fernandes, nossos 8º Avós, realizado em 25 de Fevereiro de 1702, que encontramos o caminho de pedras que ainda temos que percorrer. Enfim, o tão esperado nome do seus pais: Antonio Vieira e Jerônima Francisca.

OsVieirasão FamíliadeantiganobrezamasaindanãofoipossívelligarAntonioVieira,nosso Patriarca mais antigo, às suas origens ilustres, mas já sabemos que foi muito pouco nobre com a mulher que escolheu para mãe de seus quatro filhos: Jerônima Francisca morreu solteira e na mais absoluta miséria!

É a ela, a nossa avó Jerônima, que dedicamos esta página!

domingo, 1 de agosto de 2010

VIEIRA DA SILVA E SOUSA - Maranhão

DESCENDÊNCIA

Pais de Luiza Rita Vieira da Silva e Sousa

Avós de Joaquim Vieira Ferreira

Bisavós de Fernando Luis Vieira Ferreira

Terceiros Avós de Joaquim Vieira Ferreira Netto

Quartos Avós de José Bento Vieira Ferreira

Quintos Avós de Anamaria Nunes Vieira Ferreira

VIEIRA DA SILVA

Importante família do Maranhão, com ramificações no Ceará, à qual pertence o Brigadeiro Luiz Antônio Vieira da Silva, com carta de Brasão de Armas passada em 30 de Julho de 1804 (Visconde de Sanches de Baena - Arquivo Heráldico Genealógico. Páginas 445, 446. No. 1761 - Lisboa. Typographia Universal, 1872), que deixou numerosa descendência do seu casamento em 1775, com Maria Clara de Souza. Entre os descendentes deste último casal:

O filho, Joaquim Vieira da Silva e Souza, nascido em 12 de Janeiro de 1800, no Maranhão e falecido em 23 de Junho de 1864, São Luiz, Maranhão. Matriculado no curso de Direito da Universidade de Coimbra, em

***
I

31 de Outubro de 1817, recebendo o grau de bacharel a 21 de Junho de 1822. Juiz de Fora de Fortaleza em 29 de Novembro de 1825. Provedor da fazenda dos Defuntos e Ausentes, resíduos e Capelas em 3 de Agosto de 1825. Ouvidor da Província do Ceará em 18 de Outubro de 1829. Desembargador da Relação do Maranhão em 02 de Dezembro de 1839. Presidente da Relação do Maranhão, nomeado em 28 de Outubro de 1853, em 11 de Setembro de 1856, em 20 de Setembro de 1859 e em 13 de Março de 1863. Deputado da Junta do Comércio do Maranhão em 30 de Novembro de 1850. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça em 1 de Março de 1864. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pelo Maranhão de 1834 a 1837 e de 1838 a 1841. Senador do Império, pelo Maranhão nomeado em 27 de Setembro de 1859: com mandato de 1860 a 1864. Presidente da Província do Rio Grande do Norte, nomeado em 24 de Setembro de 1831 e da Província do Maranhão em 13 de Agosto de 1832. Ministro de Estado do Império em 1835. Ministro de Estado da Marinha em 1835. Ministro de Estado da Guerra em 1835. Comendador da Ordem de Cristo em 2 de Outubro de 1840. Conselheiro do Império em 26 de Julho de 1841. Sócio honorário da Academia Imperial de Medicina. Fidalgo Cavaleiro em 19 de Março de 1855. Comendador da Ordem de Cristo. Deixou geração do seu casamento em 16 de Julho de 1827, com Colomba de Santo Antônio Gaioso, falecida em Agosto de 1888, filha do Tenente-Coronel Raimundo José de Souza Gaioso e de Ana de Souza Gaioso.

II

O filho, João Victor Vieira da Silva, Tenente-Coronel Graduado, em 1856. Engenheiro-Militar. Em 1857, servia na Província do Maranhão. Cavaleiro da Imperial Ordem de S. Bento de Aviz. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa.

III

O neto, Dr. Luiz Antônio Vieira da Silva, nascido em 2 de Outubro de 1828, em Fortaleza, Ceará e falecido em 3 de Novembro de 1889, no Rio de Janeiro, Doutor em Leis e Cânones pela Universidade de Heidelberg, no Grão-Ducado de Baden, Alemanha. Literato, dedicado aos estudos da História. Secretário do Governo do Maranhão de 1854 a 1858. Diretor da Repartição de Terras de 1859 a 1860. Procurador Fiscal da Tesouraria da Fazenda em 1859. Deputado Provincial pelo Maranhão de 1860 a 1861. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pelo Maranhão, em 3 Legislaturas, de 1861 a 1863, de 1867 a 1868 e de 1869 a 1871, Senador do Império, pelo Maranhão de 1871 a 1889. 1.º Vice-Presidente da Província do Maranhão em 1875, tendo exercido a Presidência de 17 de Janeiro a 02 de Fevereiro de 1876. Ministro da Marinha de 1888 a 1889 e Presidente da Província do Piauí de 1869 a 1870. Conselheiro de Estado. Conselheiro de Sua Majestade. Moço Fidalgo da Casa Imperial. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Foi agraciado com o Título de Visconde com Honra de Grandeza de Vieira da Silva por Decreto de 05 de Janeiro de 1889. Grão Mestre da Maçonaria. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1863. Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa. Membro da Academia Real de Ciências de Lisboa. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco. Com geração do seu casamento com Maria Gertrudes da Mota de Azevedo Correia, nascida em 1836 e falecida em 6 de Novembro de 1911, no Rio de Janeiro, Viscondessa de Vieira da Silva, filha do Conselheiro Joaquim da Mota de Azevedo Correia e de Maria Getrudes de Azevedo Correia.

IV

O bisneto, Dr. Raimundo José Vieira da Silva, Advogado. Bacharel em Direito. Moço Fidalgo da Casa Imperial. Governador das Províncias do Piauí [1888] e do Espírito Santo.

Dicionário das Famílias Brasileiras

Barata e Cunha Bueno

Família Aristocrática do Maranhão

Descendente dos Reis de França

Nobreza Titulada

“Seus avós maternos são: o Coronel Luiz Antonio Vieira da Silva, português, e sua avó D. Maria Clara Gomes de Sousa Vieira, brasileira, filha legítima do Coronel José Antonio Gomes de Sousa, filho legítimo do Sargento-Mor Antonio Gomes de Sousa, português. Ambos estes seus avós têm Brasões de Armas de

***

Antiga Nobreza e Fidalguia, como se pode verificar na obra: Arquivo Heráldico-Genealógico do Visconde de Sanches Baena, impresso em 1872, em Lisboa, na Tipografia Universal, achando-se o primeiro sob o número 1761, e o segundo sob o número 1426.”

Álbum de Portugueses e Brasileiros Eminentes

Fascículos XVII e XVIII Tipografia Portuense, 1891 e 1892

Lisboa, Portugal

1. LUIS ANTONIO VIEIRA DA SILVA. Nascido em 5 de Agosto de 1760, na Freguesia de São Vicente de Fora, Lisboa. Falecido em 12 de Novembro de 1825, em São Luís.

Filho de José Vieira da Silva e de Dona Anna Maria de Assumpção. Neto paterno de Antonio Vieira da Silva e Josefa Maria Vieira. Neto materno de Francisco Pires Monção e Bernarda Luísa.

Bisneto paterno de Torcato Vieira e Jerónima Fernandes. De Sebastião Mendes da Silva e de Dona Maria Francisca. Terceiro neto paterno de Antonio Vieira e Jeronima Francisca. De João Francisco Almeida e Jeronima Fernandes. De Pascoal Mendes e Serafina da Silva. De Baltazar Francisco. Quarto neto paterno de Jerônimo Gonçalves e Jeronima Gonçalves. De Gervásio Francisco e Maria Francisca. De Domingos Fernandes e Damásia Gomes. De Antonio da Silva e Francisca Mendes. De Jerônimo Martins e Margarida. Quinto neto paterno de João Gonçalves e Inês Pires Gonçalves. De Gonçalo Jorge e Maria Jorge Martins. De Gonçalo Pires e Maria Francisca. De Belchior Fernandes e Filipa Gomes. Sexto neto paterno de Pedro Vicente do Souto. De Jorge Anes e Ana Jorge. De Jorge Anes e Catarina Anes. De Vasco Dias. De Sebastião Gonçalves. De Isabel Gomes. Sétimo neto paterno de Gonçalo Álvares e Margarida Gonçalves.

Carta de Brasão

Passada em 30 de julho de 1804.

Luiz Antonio Vieira da Silva, capitão de infantaria de milícias da ribeira do Itapecuru, e natural da cidade de Lisboa; filho do capitão José Vieira da Silva, e de sua mulher d. Anna Maria da Assumpção Vieira; neto paterno de Antonio Vieira da Silva, e de sua mulher d. Josepha Maria da Silva; e materno de Francisco Pires Monção. Um escudo partido em pala; na primeira as armas dos Vieiras, e na segunda as dos silvas. – Br. p. a 30 de julho de 1804. Reg. no Cart. da N., liv. VII, fl. 89 v. (C.C.)

Visconde de Sanches de Baena

Arquivo Heráldico Genealógico. Páginas 445, 446. No. 1761 Lisboa. Typographia Universal, 1872.

Vida Militar

Em 20 de Dezembro de 1796 recebeu Carta Patente de Capitão dos Auxiliares.

Torre do Tombo

20 de Dezembro de 1796

Registo Geral de Mercês, D.Maria I, liv.17, fl.158

Carta Patente. Capitão dos Auxiliares

Em 1804 requer a confirmação no posto de Capitão Mor do Regimento de Milícias da Ribeira de Itapecuru.

Arquivo Ultramarino

Em 27 de Abril de 1804 fez requerimento solicitando confirmação de patente. (Ahu Acl Cu 009 – Caixa 134 – Documento 9883)

5 de Novembro de 1804

Requerimento de Luiz Antonio Vieira da Silva ao Príncipe Regente Dom João solicitando sua promoção ao posto de Capitão Mor da Ribeira do Itapecuru. Em anexo: 2 Documentos e 1 Bilhete. (Ahu

Ahl

Cu

009

Caixa 137 - Doc: 10052)

28 de Fevereiro de 1805

Requerimento do Capitão Luiz Antonio Vieira da Silva ao Príncipe Regente Dom João solicitando a anexação de documentos a um requerimento em que solicitava sua nomeação para o posto de Capitão Mor do Regimento de Milícias da Ribeira de Itapecuru. Em anexo: 18 Documentos

(Ahu – Ahl – Cu – 009 – Caixa 139 - Doc: 10149)

Ainda em 1804 requer confirmação no Comando da Fortaleza de Itapecuru:

O vertiginoso crescimento populacional e econômico da capitania do Itapecuru, então comandada pelo capitão Luis Antonio Vieira da Silva, foi de tal modo auspicioso que ao findar o século XVIII, de acordo com o relatório do Procurador da Câmara de São Luis, Francisco João de Serra Freire, sem que dela fizessem parte as Aldeias Altas, "compreendia 196 fazendas, 226 sítios, 333 agricultores, 27 negociantes, 52 artistas, além dos mais indivíduos brancos e forros de um e outro sexo, tem mais de 10.179 escravos de ambos os sexos, a despeito do rigoroso inverno que assolou a ribeira (1778/1779), causador não só da queda da produção, mas da morte de um quinto de sua população."

Jornal de Itapecuru

Edição 124 - Destaques

Arquivo Ultramarino

27 de Abril de 1804

Requerimento de Luiz Antonio Vieira da Silva ao Príncipe Regente Dom João solicitando confirmação da patente de Comandante da Fortaleza da Ribeira de Itapecuru. Em Anexo: 1 documento.

(Ahu – Ahl – Cu – 009 - Caixa: 134 - Doc: 09883)

Recebeu Sesmaria no Maranhão, junto ao Rio Turiaçu.

Torre do Tombo

08 de Abril de 1788

Registo Geral de Mercês, D.Maria I, liv.23, fl.216 Carta de Confirmação. Sesmaria.

10 de Setembro de 1796

Registo Geral de Mercês, D.Maria I, liv.17, fl.8 Carta de Sesmaria.

Arquivo Ultramarino

25 de Setembro 1787

Requerimento de Luiz Antonio Vieira da Silva à Rainha Dona Maria I em que solicita confirmação de Carta de Sesmaria junto ao Rio Turiaçu. Em anexo: 1 Requerimento, 1 bilhete e 1 Carta de Data de Sesmaria.

(Ahu – Ahl – Cu – 009 - Caixa: 69 - Doc: 06029)

Casado, em 13 de Janeiro de 1794, em São Luís, com Dona MARIA CLARA GOMES DE SOUSA

... Reacionários e filósofos piegas, viam o coronel de milícias, Luís Antonio Vieira da Silva e sua esposa D. Maria Clara Gomes de Sousa abençoada sua felicidade conjugal com o nascimento de um filho, que no dia 12 de Janeiro recebeu na pia batismal da freguesia do Rosário o nome de Joaquim...

Pantheon maranhense:

Ensaios biográficos dos maranhenses ilustres já falecidos

Antônio Henriques Leal

Nascida em 1 de Agosto de 1777, na Freguesia de Nossa Senhora das Dores, Itapecuru Mirim, Maranhão. Falecida em 17 de Novembro de 1862, em São Luís.

Filha de José Antonio Gomes de Sousa e de Dona Luiza Maria da Encarnação. Neta paterna de Antonio Gomes de Sousa e de Dona Mariana das Neves. Neta materna de José Luiz Barbosa e de Dona Rosa Helena Garrido.

Bisneta paterna de Antonio de Sousa e de Dona Joana Gomes. De Phillipe Marques da Silva e de Dona Rosa Maria do Espírito Santo. Bisneta materna de Pedro Gonçalves Garrido e de Dona Maria da Silva. Terceira neta paterna João Francisco da Silva e Marianna das Neves. De Antonio da Silva Carvalho e de Dona Ignácia da Silva Mello. Quarta neta paterna de Manoel Marques e Mariana das Neves.

Signatária de uma “Relação Nominal dos Lavradores e Negociantes que subscreverão com donativos em favor da limpesa do rio Itapecuru”, como Dona Maria Clara de Souza Vieira, com a quantia de 50$000. (Almanak, 1850, Presidencial, 348 S1-1)

Foram Pais de:

1. Ana Rita Vieira da Silva. Nascida em 6 de Agosto de 1795, na Fazenda da Conceição, Itapecuru. Falecida em 31 de Maio de 1863, em São Luis.

2. José Vieira da Silva. Comendador e Capitalista. Nascido em 20 de Novembro de 1796. Falecido em 16 de Setembro de 1865. Foi testemunha do casamento de sua prima irmã, Dona Maria Clara Vieira da Silva com o Desembargador Dr. José da Mota de Azevedo Corrêa, pais do poeta Raimundo Corrêa, seu sobrinho. Signatário de uma “Relação Nominal dos Lavradores e Negociantes que subscreverão com donativos em favor da limpesa do rio Itapecuru”, com a quantia de 50$000. (Almanak, 1850, Presidencial, 348 S1-1). No Almanak, de 1821 a 1823, do Ministério da Fazenda, à Página S1-7, em Tabela de Recebidos, há o lançamento de 4$000 em nome de Jozé Vieira da Silva, com data de 21 de Novembro de 1822. Citado como subscritor do livro “Compêndio da História do Brasil” de José Ignácio de Abreu e Lima, que contém nomes de brasileiros de todos os Estados. 1844. Casado, em 4 de Outubro de 1829, com Dona Maria Gertrudes de Souza Gayoso, nascida em 1796, no Maranhão, e falecida em 16 de Setembro de 1865. Com Geração.

1.3 Maria Rita Vieira da Silva. Nascida em 9 de Abril de 1798, em São Luis. Falecida em 26 de Novembro de 1834.

1.4 Joaquim Vieira da Silva e Sousa. Ministro do Império e Conselheiro do Império. Nascido na Fazenda Conceição, Freguesia do Rosário, em 12 de Janeiro de 1800. Falecido, na Rua dos Remédios, em São Luís, no dia 23 de Junho de 1864.

(...) O irmão de sua virtuosa mãe, Senador do Império, Dr. Joaquim Vieira da Silva e Souza, membro do Antigo Supremo Tribunal de Justiça, que foi Ministro de Estado em 1835, sendo magistrado como e tendo recebido um rico presente em moedas de ouro numa rica salva cheia de frutas que encobriam o presente, tirou apenas a mais insignificante fruta, uma banana de uma penca e devolveu tudo o mais com este recado:

“Diga que muito agradeço a delicadeza, mas que para prova de apreço que tenho as pessoas que querem me obsequiar basta-me esta fruta. (...)”

In “O Cristo no Júri” de Miguel Vieira Ferreira

Fidalgo Cavaleiro tendo recebido o foro em 19 de março de 1855.

Hei por bem Fazer Mercê do Foro de Fidalgo Cavalleiro da Minha Imperial Casa ao Desembargador

Joaquim Vieira da Silva e Souza. Palacio do Rio de Janeiro em dezenove de março de mil oitocentos e cincoenta e cinco, trigésimo quarto da Independencia e do Imeperio = Com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador = Luiz Pedreira de Couto Ferraz

Fez o pedido de foro de Fidalgo para o filho Luis Antonio Vieira da Silva, Visconde com Honras de Grandeza de Vieira da Silva:

Joaquim Vieira da Silva e Souza tendo sido honrado por Vossa Magestade com o Fôro de Fidalgo Cavalleiro de sua Imperial Casa (docs. n.1º) deseja encartar no mesmo Foro a seu filho legítimo (docs. ns. 2 e 3)o Doutor (...) Luiz Antonio Vieira da Silva; pelo que: vem perante Vossa Magestade Imperial solicitar que, por Sua estimada Munificência, Haja de ordenar que seja elle tomado em dito Fôro expedindo para isso o competente Alvará de Mercê. Portanto: Pede A Vossa Magestade Imperial o bom defferimento. E.R.M. Joaquim Vieira da Silva e Souza.

Arquivo Nacional

Pesquisa de Ana Carolina Nunes

Conselheiro Imperial de Sua Majestade tendo recebido o título em decreto de 26 de Julho de 1841.

Ministro do Império

Ministro da Marinha

Ministro da Guerra. Ministro do Supremo Tribunal da Justiça

Cavaleiro da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, agraciado por Dom Pedro II, em decreto de 2 de outubro de 1840.

Matriculado na Faculdade de Direito em 31 de Outubro de 1817. Bacharel pela Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra, em 21 de Junho de 1822.

Magistratura

Juiz de Fortaleza, Ceará.

Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes. Ouvidor da Província do Ceará. Desembargador da Relação do Maranhão Deputado da Junta do Comércio do Maranhão.

Presidente de Província - 1832 a 1833

Presidente de Província - 1833 a 1834

Deputado Geral - 1834 a 1834

Deputado Geral - 1838 a 1841

Senador - 1860 a 1864

Em 8 de Maio de 1835 assina decreto regencial que estabelece subvenção do Tesouro Público para a Academia Imperial de Medicina.

A partir de 1833, o tema discutido em suas sessões era a reforma dos estatutos, finalmente efetivada pelo decreto regencial de 08/05/1835, assinado pelo Ministro dos Negócios do Império Joaquim Vieira da Silva e Souza. Dentre os principais pontos estabelecidos pelo decreto, destacavam-se o recebimento de uma subvenção do Tesouro Público, e conseqüentemente a mudança do seu nome para Academia Imperial de Medicina, e a criação da seção de farmácia. A partir de então, a entidade ficou dividida em três seções:

medicina, constituída por 15 membros honorários, 5 titulares e 13 adjuntos; cirurgia, com 11 membros honorários, 15 titulares e 9 adjuntos; e farmácia, composta por 7 membros honorários, 11 titulares e 5 adjuntos. Cada uma delas teria sessões públicas, que deviam ser realizadas duas vezes ao mês, nas quais seriam debatidas matérias de ciência e estudo relativos à sua área específica. A mesa da Academia era formada por um presidente honorário, cargo ocupado sempre pelo Ministro do Império, um presidente temporário, um secretário geral e um tesoureiro, escolhido entre os membros titulares.

http://lepto.procc.fiocruz.br:8081/dic/verbetes/

Fato Histórico

Membro da 1ª Câmara Independente de São Luís

13 de agosto 1823 – Eleição da primeira Câmara Independente de São Luís, constituída de: Capitão-mor Rodrigo Salgado de Sá e Moscoso, presidente; Capitão Manuel Bernardes Lamagnere, José Tavares da Silva, Dr. Joaquim Vieira da Silva e Souza, Dr, Francisco Corrêa Leal, Tenente-Coronel Raimundo Ferreira de Assunção Parga e Antônio José Guilhon, vereadores, e Manuel Raimundo Corrêa de Faria, procurador.

13 de outubro de 1832 (César Marques) - 20 de novembro (Mário Meireles) - Governo do Dr. Joaquim Vieira da Silva e Souza, nascido em Rosário que, por pouco que tenha feito, muito fez – a paz, tão necessária após os acontecimentos de setembro e novembro de 1831.

Em 1836, era Membro da Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, ao lado do Visconde de Cayru, fallecido, José Bonifácio Andrada e Silva e do Marques de Paranaguá, entre outros.

Teve confirmação de sesmaria em 1788

Torre do Tombo

08/04/1788.

Registo Geral de Mercês, D.Maria I, liv.23, fl.215. Carta de Confirmação. Sesmaria

Casou-se em 16 de Julho de 1827, com sua prima Columba de Santo Antonio de Souza Gayoso, nascida em 9 de Setembro de 1808, em Codó, e falecida em Agosto de 1888, filha do Tenente Coronel Raimundo José de Souza Gayoso, nascido em 1747, na Argentina, e de Dona Ana Rita Gomes de Sousa, Patriarcas da Família de Souza Gayoso. Com Geração.

Destaque na Descendência

Luis Antonio Vieira da Silva

Visconde com Honras de Grandeza de Vieira da Silva Historiador

1.5 Luiza Rita Vieira da Silva e Sousa, que segue.

1.6 João Victo Vieira da Silva e Sousa. Tenente Coronel do Imperial Corpo de Engenheiros. Nascido em 15 de Junho de 1809, no Maranhão. Falecido em 20 de Dezembro de 1869, Alto Maranhão, Minas Gerais. Cavaleiro da Imperial Ordem de São Bento de Aviz. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Lutou na Guerra do Paraguai tendo falecido em Santa Catarina, na viagem de volta ao Brasil. Bacharel em Matemática pela Academia Militar. Graduado pela Escola de Engenheiros, em 1856.

João Vito Vieira Da Silva – Natural desta Província, estudou no Rio de Janeiro o curso de Engenharia, e cremos que foi contemporâneo do Tenente-Coronel Fernando Luís Ferreira, seu amigo e cunhado. Assentou praça no Corpo de Engenheiros e percorreu todos os postos até Tenente Coronel. A maior parte da sua vida

estêve empregado nesta Província e por isso prestou-lhe alguns serviços na direção das suas obras, gerais ou provinciais como sejam cais, dique, quartel, Fortaleza da Vera Cruz, Hospital da Madre de Deus, etc, etc. Quase no fim da guerra, que o Brasil sustentou contra o Governo do Paraguai, faleceu êle vindo de Assunção a bordo do vapor, que o conduzia, e dorme o sono eterno na capital da Província de Santa Catarina.”

Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão César Augusto Marques

João Victo Vieira da Silva – Natural do Maranhão, falleceu no anno de 1869 a bordo de um paquete em que vinha da campanha do Paraguay, sendo o seu corpo sepultado na capital de Santa Catharina. Era bacharel em mathematicas pela antiga academia militar e, com praça a 19 de janeiro de 1825, serviu no corpo de engenheiros, subindo a diversos postos até o de tenente-coronel, em que foi reformado a 4 de janeiro de 1864; era cavalheiro da ordem da Rosa e da de S. Bento de Aviz, e escreveu:

- Alguns apontamentos da viagem feita por terra desta côrte à cidade de Cuyabá – sahiu na “Revista do Instituto Histórico”, tomo 35, 1872, parte 1a. pags. 423 a 438.

- Intinerario da viagem que fez da cidade de Goyaz até Cuyabá desde 3 de setembro até 2 de outubro de 1865 – É escripto em 1869 e o autographo pertence ao archivo militar.

- Planta do forte de Vera-Cruz, cachoeira do Rio Itapicurú, levantada, etc. 1841.0m,324X0m,480. – Ha varias cópias e duas no mencionado archivo.

Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento Diccionario Bibliographico Brazileiro.

Volume 4. 1898. Páginas 65 Rio de Janeiro. Imprensa Nacional.

Em 1837-1, Ministério da Guerra, Página 54, era 1º Tenente de Engenheiros recebendo o soldo de 300$000. Em 1849, à Página 150, era Capitão. Em 1866, à Página 273, era Tenente Coronel, servindo em Mato Grosso.

Casado, em 1846, em Caxias, com Dona Edeltrudes Rosa Cantanhede Machado, nascida em 1825, em Caxias, Maranhão. Com Geração.

Destaques na Descendência

Raimundo Corrêa

(Raimundo da Mota de Azevedo Corrêa)

Poeta, Magistrado, Professor e Diplomata. Patrono da Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras

Sérgio Corrêa da Costa

Advogado, Diplomata e Historiador.

Membro da Academia Brasileira de Letras

1.7 Rita Evangelista Vieira da Silva. Nascida em 1811, em São Luís. Casada, em 1ª Núpcias, com Francisco Pereira Coqueiro, viúvo de sua irmã, Dona Mariana Vieira da Silva. Casada, em 2ª Núpcias, com José Pereira da Silva Borges Coqueiro, primo de seu 1º marido, Francisco, e padrinho de Batismo de Dona Ana Rita Vieira Ferreira, filha de sua cunhada Dona Luiza Rita Vieira da Silva e Sousa e do Tenente Coronel Fernando Luis Ferreira, Meus 4º Avós. Com Geração.

1.8 Edwiges Rita Vieira da Silva. Nascida em 17 de Outubro de 1813, em São Luís.

1.9 Mariana Vieira da Silva. Casada com Francisco Pereira Coqueiro que, depois de viúvo, casou-se com a cunhada Dona Rita Evangelista Vieira da Silva. Com Geração.

1.10 Raymundo Vieira da Silva. Casado com Dona Elvira.

1.11 João Vieira da Silva. Tenente Coronel Graduado. Cavaleiro da Imperial Ordem de Jesus Cristo. Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Comandante da Fortaleza da Praia Vermelha. Em 1844, à Página 143 era Tenente Coronel Graduado e Comandante da Fortaleza da Praia Vermelha. Em 1845, à Página 139, era Tenente Coronel Graduado. Em 1845, à Página, 143, era Tenente Coronel Graduado e Comandante da Fortaleza da Praia Vermelha. (Almanak Laemmert). Segundo o Almanak, Ministério da Guerra, 1832, Página N8, foi reformado em 1832 recebendo o soldo de 576U000.

2. LUIZA RITA VIEIRA DA SILVA E SOUSA casada com o Tenente Coronel de Engenheiros FERNANDO LUÍS FERREIRA, Patriarcas da Família Vieira Ferreira.

Fontes:

Árvore dos Costados da Família Gomes de Sousa

Helena Ranken Shalders

Genealogia Maranhense

John Wilson da Costa

Gentilmente cedida por Guilherme Serra Alves Pereira

Anuário Genealógico Brasileiro

Ano III - 1941

Salvador Moya

Pesquisas

Arquivo Público Nacional

Cúria Metropolitana

Colégio Brasileiro de Genealogia

Biblioteca Nacional

Ana Carolina Nunes

Almanak Laemmert

Arquivo Ultramarino

Torre do Tombo

Anamaria Nunes

VIRIATO BANDEIRA DUARTE

Anamaria Nunes

MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

CAVALEIRO FIDALGO DA CASA IMPERIAL

Dados Biográficos

Nascido em 21 de Julho de 1819, em São Luís.

Árvore de Costados

Filho do Conselheiro do Império Francisco de Paula Pereira Duarte e de Dona Carlota Joaquina Belfort

Leitão Bandeira. Neto paterno do Sargento Mor Manoel Pereira Duarte e de Dona Joana Jacintha Cláudia de Freitas. Neto materno do Ouvidor Manoel Antonio Leitão Bandeira e de Dona Maria Joaquina Vieira Belfort. Bisneto materno de Antonio Gomes Leitão Bandeira e de Dona Joaquina Eugenia Mariana de Campos. Bisneto materno do Cirurgião Mor Leonel Fernandes Vieira e de Dona Francisca Maria Belfort. Terceiro neto materno de Lourenço Belfort e de Dona Anna Thereza Marques da Silva.

Casa Imperial

Moço Fidalgo com exercício no Paço.

Distinções

Oficial da Imperial Ordem da Rosa.

Ministério

Nomeado Ministro Adjunto do Conselho Supremo Militar em 5 de Abril de 1880. Nomeado Ministro do Supremo Tribunal de Justiça em 4 de Dezembro de 1886.

Formação Intelectual

Formou-se em Direito pela Faculdade de Olinda em 1840.

Magistratura

Juiz Municipal em São Luís do Maranhão.

Juiz de Direito da Comarca de Cuiabá, de Coroatá, de Itapecuru.

Juiz da 1a Vara do Crime do Maranhão.

Tribunal da Relação

Desembargador da Relação do Maranhão em 24 de Julho de 1872. Removido para Ouro Preto em 6 de Novembro de 1873, por ocasião de sua criação.

Removido para a Corte em 31 de Janeiro de 1877.

Presidente da Relação de Ouro Preto.

Auditor da Marinha

Auditor Geral da Marinha.

Chefe de Polícia

Chefe de Polícia da Província de Mato Grosso. Chefe de Polícia da Província do Maranhão.

Vida Política

Deputado à Assembléia Geral Legislativa pela Província de Mato Grosso. Deputado à Assembléia Geral Legislativa pela Província do Maranhão.

Deputado à Assembléia Geral Legislativa pela Província de Mato Grosso.

Aposentadoria

Aposentado em 21 de Março de 1891.

Casamentos

Casado, em 1ª Núpcias, em São Luís do Maranhão, em 8 de Junho de 1841, com Dona Rosa de Viterbo Gomes da Silva Belfort, falecida em 10 de Outubro de 1858, filha de Manuel Gomes da Silva Belfort, Barão de Coroatá, neta do Capitão Felipe Marques da Silva e bisneta do Mestre de Campo Antonio Gomes de Sousa. Foram Pais de 8 filhos: Carlota Augusta, Maria Bárbara, Dr. Viriato, Rosa, Emílicia, Dr. Francisco de Paula, Horácio e José Belfort Duarte.

Casado, em 2ª Núpcias, em 17 de Setembro de 1859, com Dona Marianna Fortunata da Silva Maia, viúva de Manoel Felix Pereira Junior, e filha de José Antonio da Silva Maia. Foram Pais de: Carolina Bandeira Duarte, nascida no Rio de Janeiro. Batizada na Freguesia de Sant´Anna, e casada com Ajax Lobo.

Fonte

Casa dos Belfort

John Wilson da Costa

Pesquisa

Anamaria Nunes

Até 2009 foi o maior município do mundo em extensão territorial, sendo maior que dez estados brasileiros, além do Distrito Federal e vários países como Portugal, Islândia, Irlanda, Suíça, entre outros. Fica a uma altitude de 109 metros, latitude 03º12'12" sul e longitude 52º12'23" oeste.

A Rodovia Transamazônica atravessa o município no sentido leste-oeste numa extensão de 60 km, ligando Altamira a Belém (800 km), Marabá (510 km), Itaituba (500 km) e Santarém (570 km). Característica notória do município é sua hidrografia: Altamira está cravada às margens do rio Xingu, com sua série de afluentes e cachoeiras que se distribuem por toda a região.

Tradicionalmente considera-se que foi o coronel Gayoso o responsável pela mudança de nome do povoado de Tavaquara, que passou a chamar-se Altamira. Gayoso, por ser um rico comerciante, viajava para a Europa, e numa de suas viagens à Espanha conhecera ou ouvira falar da recém-descoberta Caverna de Altamira, que continham pinturas rupestres pré-históricas admiráveis, razão pela qual passou a chamar a área próxima de sua propriedade de Altamira, onde moravam seus escravos.

A etimologia para o vocábulo "Altamira" vem do espanhol, e provavelmente sua origem não está relacionada com o verbo mirar, mas tem uma origem pré-romana, com o elemento hidronímico mira e o elemento inicial al-t , o que poderia corresponder à raiz indo-europeia al (elevado, esplêndido), próximo do latim altus.

A história de Altamira compreende, tradicionalmente, o período que vai da instalação da missão jesuíta formadora da cidade até os dias atuais. Entretanto o território municipal é habitado, desde tempos imemoriais, por povos indígenas nômades e seminômades.

Apesar de se saber que mesmo antes do século XVIII antigas Missões Jesuíticas já habitavam a região do Xingu, foi somente na década de 1750 que o Padre Roque Hunderfund adentrou o rio Xingu até o Igarapé Tucuruí, posteriormente denominado Vitória. Ali, fez contatos com indígenas Xipaia e Kuruaya, que lhe guiaram em direção à Volta Grande do Xingu. Ali, próximo à foz do igarapé Panelas, escolheram o local de fundação da Missão Tavaquara, cujo aldeamento formou a cidade de Altamira.

As políticas do primeiro-ministro português Marquês de Pombal, ainda no século XVIII, fecham todas as missões jesuítas nas colônias, fazendo a Missão Tavaquara encerrar suas atividades. A paróquia de Souzel continuou a prestar assistência ao aldeamento, porém, somente em 1841, o Pe. Antônio Torquato de Souza, reabre a picada que ligava, por terra, o igarapé Vitória, no baixo Xingu, à Missão Tavaquara, mais acima, de maneira a transpor os trechos de cachoeira, tornado mais acessível o trabalho em Tavaquara.

A primeira elevação administrativa se deu em 14 de abril de 1874, no ato de criação do município de Souzel (atual Senador José Porfírio), onde a Missão Tavaquara (Altamira) foi elevada à categoria de povoado. Nesse período o povoado sobrevivia da extração e comercialização da borracha e de outras drogas do sertão, além de se comunicar com Souzel e Porto de Moz por navegação a vapor.

Em 2 de abril de 1883, por influência do coronel Francisco Gayoso, o povoado de Tavaquara é elevado a vila do município de Souzel, recebendo na data o nome de Altamira. Por influência também do coronel Gayoso foiabertaumapicada,ligandoobaixoaomédioXingu,comoobjetivodetransformaremestrada,empregando trabalho escravo africano.

Em 1880, Agrário Cavalcante retomou os trabalhos do coronel Gayoso, retificando o traçado da estrada, partindo do local onde se encontra hoje a sede do município de Vitória do Xingu e chegando à foz do igarapé Ambé, ali construindo o Forte Ambé, que já não mais existe.

Pela lei estadual nº 1234, de 6 de novembro de 1911, a vila de Altamira foi elevada à categoria de distrito e município com a denominação de Altamira, desmembrado de Souzel (atual Senador José Porfírio). A sede foi estabelecida em Altamira, que para tal foi ratificada como vila. Na data da emancipação, era constituído somente pelo distrito sede. O município foi formalmente instalado em 1º de janeiro de 1912, com a posse do seu primeiro intendente (atualmente cargo correspondente a prefeito) Pedro de Oliveira Lemos.

A sede municipal somente foi elevada à condição de cidade, com a denominação de Altamira, pela lei estadual nº 1604, de 27 de setembro de 1917.

ALTAMIRA PARÁ.

Pela lei estadual nº 8, de 31 de outubro de 1935, Altamira passou a denominar-se Xingu, e; pelo decreto-lei estadual nº 2972, de 31 de março de 1938, o município de Xingu voltou a denominar-se Altamira.

Década de 1940 a década de 2000

Em 1972 foi implantado nesse município o marco zero da Rodovia Transamazônica (BR-230) pelo presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici. Iniciava-se um período de intensa exploração da floresta amazônica, com assentamentos de colonos e abertura de vias terrestres, algumas já abandonadas e outras que geraram os municípios da região (Medicilândia, Anapu, Vitória do Xingu etc.).

Entre o final da década de 1980 e 1990 Altamira ganhou notoriedade com uma série de crimes que ficaram conhecidos como o caso dos meninos emasculados, que vitimou meninos com idades entre 8 e 14 anos.

Década de 2010: Belo Monte e impactos socioambientais

Desde 2009 Altamira atrai atenções por ser a cidade mais próxima da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cujo impacto divide opiniões. Os cidadãos locais no geral aprovam a obra, apesar de admitirem que o inchaço populacional trouxe problemas. O empreendimento de R$ 30 bilhões fez a população altamirense saltar de 100 mil segundo o Censo de 2010, para mais de 140 mil, na avaliação da prefeitura. Dentre os problemas estão a piora do trânsito local causada pelo aumento da frota de motocicletas - muitas das quais são dirigidas por motoristas sem carteira de habilitação - e um aumento na violência.

Um dos episódios correlacionados aos problemas socioeconômicos e ambientais do empreendimento de Belo Monte ocorreu em julho de 2019, no Massacre em Altamira em 2019, quando uma disputa entre as facções criminosas Comando Vermelho e aliados do Primeiro Comando da Capital pelo domínio do trafico de entorpecentesearmas na região,levouamortede62detentos doCentrodeRecuperaçãoRegionalde Altamira (CRRALT).

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