ALL EM REVISTA 10.2 - ABRIL-JUNHO 2023

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EM REVISTA

EDITOR: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - Prefixo Editorial 917536

ANO DE GONÇALVES DIAS

NÚMERO 10, VOLUME 2 – ABRIL – JUNHO 2023

SÃO LUÍS DO MARANHÃO

EM REVISTA

NÚMERO 10, VOLUME 2 –

ABRIL-JUNHO 2023

SÃO LUÍS DO MARANHÃO

Prefixo
EDITOR: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ -
Editorial 917536
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

ALL EM REVISTA

Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536

vazleopoldo@hotmail.com

ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS

Praça Gonçalves Dias, Centro – Palácio Cristo Rei

65020-060 – São Luis – Maranhão

ALL EM REVISTA

Revista eletrônica da Academia Ludovicense de Letras

Gestão 2022/2023

COMISSÃO EDITORIAL

Como colocado na edição passada, ainda sem um formato definido para a Revista eletrônica; penso em voltar um dos anteriores, em que a contribuição dos membros estaria em ordem das cadeiras ocupadas, com o que publicaram e/ou mandaram para a Revista seja colocada na mesma ordem...

Continuamos com a ingrata tarefa de buscar por essas publicações, nos mais diversos canais/fontes de informação. A Coluna no Jornal Pequeno deveria ser seguida do envio do trabalho original, publicado, para constar na Revista... não se consegue!!!

Mas vamos, que vamos... um dia, quem sabe...

Mais uma tentativa junto aos membros para construção dos Perfis Acadêmicos... aqui, o que temos, e o que conseguimos através da nuvem... Alguns, já mandaram a história de suas vidas, outros, nada!!! Alguns, capturamos na nuvem os perfis, outros, nem aparecem... fica difícil assim, já que estamos solicitando esse material já mais de ano...

Mesma coisa acontece com relação à participação nas AGE, AGO, Encontros, Eventos... apenas aparecem na fundação, na indicação e mais nada. Nenhuma contribuição...

Então...

A participação de alguns poucos membros da ALL – também do quadro do IHGM -, demonstra a importância dessas duas instituições na vida cultural de São Luís e do Maranhão. Mas são uns poucos... Aqui, faremos o registro, dentro de suas páginas, do que andam fazendo. Uma pena que, mesmo insistindo, não nos mandem seus textos... Seria interessante tê-los registrados.

E Celso se foi... o sentimento de perda de alguns dos maiores intelectuais de sua geração reflete a sua importância para esta nova geração, que tanto fez para resgatar a literatura maranhense, renovando-a, aos poucos se tem reconhecido a importância desses jovens autores. Nauro Machado não tinha razão, em criticalos...

EDITORIAL
SUMÁRIO Expediente 3 Diretoria Editorial 4 Sumário 5 A FUNÇÃO DE UM IMORTAL ACADÊMICO Nilo Deyson Monteiro Pessanha 6 JORNAL PEQUENO – Editor: Vinícius Bogéa 8 CELSO VERAS 37 ACONTECEU... 58 ARTIGOS, CRÔNICAS, Contos, & poesias NOBERTO 59-87 ERICEIRA 88-89 SANATIEL 90-91 ALEXANDRE 92-96 CAMPOS 97 MACATRÃO 98 CLORES 99 DILERCY 100-112 IRANDI 113-118 LUNA 119-121 ANDRE 122 MICHEL 123-124 MARIA TEREZA 125 OSMAR 126-135 DANIEL 136-137 AYMORÉ 139-145 MAIRELES 146-148 BOGEA 149 BATALHA 150-152 ARQUIMEDES 153 LEOPOLDO 154-197 AILTON 198-199 ALVARO 200 FELIPE 201-202 MIRIAM 203-204 JOÃO BATISTA 205-208 JO´SE RIBAMAR 209-210 BRUNO 211 AMERICO 212 CLORES 213-215 ANA LUIZA 216-223 ALDY 224 PAULO 225-226 CERES 227-238
JUCEY 239-241 VIANA 242 JADIR 243 JOSÉ NERES 244-251 ROBERTO 253-255 BENEMÉRITOS 257 HONORÁRIOS 258 260 A PROVA INCONTESTE QUE MARIA FIRMINA DOS REIS É DIFERENTE DE MUITOS OUTROS... MHARIO LINCOLN 260 SOBRE A OBRA DE JOÃO EWERTON: "O GRITO QUE SANGRA, A COR QUE CHORA!" MHARIO LINCOLN 263 "LER E ENTENDER POESIA: EIS A QUESTÃO!" MHARIO LINCOLN 266 UM TRISTE "FLÂNEUR"? OU O VAGUEAR FLAMEJANTE DA CONSTRUÇÃO POÉTICA? MHARIO LINCOLN 268 O MAPA DA TRIBO E O ÉTHOS DISCURSIVO DE SALGADO MARANHÃO PAULO RODRIGUES 271 ESCRITORA E POETA JOEMA CARVALHO FALA DO LIVRO "A BULA DOS SETE PECADOS", EM TRÊS MOMENTOS ESPECIAIS 274 OS LIMITES DA LINGUAGEM: PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS DO SIGNIFICADO Rogerio Henrique Castro Rocha 280 OUTROS ESCRITOS... ESCRITOS POR OUTROS 281 MARIANA LUZ ENTRE “OS NOVOS” GABRIELA OLIVEIRA 282 CAPATAZES DO ASFALTO De João Batista do Lago 282 RUÍDO NA COMUNICAÇÃO JOAQUIM HAICKEL 286 GONÇALVES DIAS E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ANTONIO CARLOS LIMA 287 MEMORIAL DE PEDRO BRAGA FILHO FERNANDO BRAGA 288 GRAÇA ARANHA E A ESTÉTICA MODERNA * FERNANDO BRAGA 290 LANÇAMENTOS 293

A FUNÇÃO DE UM IMORTAL ACADÊMICO

Muitos ainda desconhecem os atributos de um imortal acadêmico. A priori, ele é aquele que cria conhecimento, que participa diretamente da cultura, dos eventos culturais da sua cidade. No meio acadêmico existem muitas pesquisas, projetos, participação em eventos e, principalmente, muito carinho com a comunidade, afinal, toda Academia de Letras precisa da sociedade para ser reconhecida e visitada, logo o papel dos imortais acadêmicos é fundamental nesse processo de divulgação e de boa vizinhança.

O imortal acadêmico é uma pessoa que foi escolhida e votada dentro de uma Academia de Letras pelo seu conhecimento, pela sua envergadura de empatia e ação criativa dentro de um coletivo no campo cultural, isto é, a Academia entende que o ingresso daquela pessoa implica bons resultados para a instituição, pois percebe nela um talento único dentro de seu campo de atuação, logo ela é convidada e passa por uma série de etapas até se tornar um membro efetivo da Academia de Letras para a qual fora convidada. Quando uma pessoa se torna um imortal acadêmico de uma Academia de Letras, ela deixa obviamente de ser uma pessoa comum e passa a ser um obreiro da cultura. Pelo menos deveria ser assim. Um acadêmico precisa estar inserido no mundo das letras, da cultura, das pesquisas, da literatura, enfim, do conhecimento.

O sacerdócio acadêmico é uma coisa maravilhosa, esplêndida, pois viajamos os diversos universos através da literatura, da escrita. As escolas fazem o seu papel com os alunos, ensinando os princípios da educação através das matérias e disciplinas. Ao ingressar na faculdade, os estudos são intensos e difíceis, no entanto, ao fim dos 4, 5 anos na faculdade, o aluno se forma, ou não, e segue sua vida comum dentro dos seus interesses. Porém, um imortal acadêmico é muito diferente.

Ele, ao ser convidado para disputar uma cadeira em uma Academia de Letras, sabe bem da responsabilidade a partir da sua aprovação através de escolha dentro de uma votação interna dos acadêmicos da Academia. Cada acadêmico atua em um tipo de segmento cultural. Uns são poetas, outros escritores, outros filósofos, outros artistas, outros são cantores, cientistas, advogados, professores, jornalistas, colunistas, intelectuais etc.

O fato é que cada um colabora para o desenvolvimento da cultura naquele universo de atuação que lhe é de pertencimento. O imortal acadêmico é imortal nas suas obras, pois elas ficarão para sempre em suas escritas, em seus livros, em seus periódicos, em suas antologias, enfim, em suas infinitas obras espalhadas para colaborar com a cultura.

Eu, por exemplo, sou filósofo e poeta, não deixo um único dia de criar algo positivo para o mundo através da escrita ou das obras culturais, pois penso que minhas obras são eternas e quando eu morrer eu estarei vivo nas minhas obras, logo, se alguém ler o que escrevi, seja em um artigo no Google, seja em outras plataformas e meios de comunicação, eu estarei vivo naquele momento. Existe um hiato de envergadura entre estrelas e estrelas, uma brilha mais que a outra pelo simples fato de sua essência, suas intenções.

DAPA Escrito por Nilo Deyson Monteiro Pessanha

A nossa sociedade vive tão distante da cultura, do conhecimento, dos livros que penso que os acadêmicos podem auxiliar na divulgação e na criação da cultura através da escrita, através do teatro, através da arte, enfim, através do mundo cultural.

Para finalizar, os acadêmicos são artistas da cultura, pessoas sensíveis de grande conhecimento literário. No Brasil nós temos diversas Academias de Letras, sendo que a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS é a mãe de todas as Academias. Eu, por exemplo, faço parte de diversas instituições culturais e sou acadêmico, minha primeira Academia foi a ACADEMIA PEDRALVA LETRAS E ARTES, onde eu ocupo a cadeira n° 17, inclusive convido a todos para conhecerem no Google o blog Academia Pedralva Letras e Artes, bem como no Facebook a página Academia Pedralva Letras e Artes. Como eu salientei, faço parte de diversas instituições culturais e penso que todas as Academias devam incentivar os seus acadêmicos a escreverem livros, participarem de antologias e participarem de tudo que eles possam participar dentro do campo cultural. A vida passa muito rápido, logo a necessidade de escrever, de criar, a fim de ajudar outras pessoas a se encontrarem dentro de si a partir das letras, daquilo que escrevemos, pois penso que cada coisa que eu escrevo, cada artigo, cada poesia, cada filosofia, enfim, cada qual se encaixa e se agasalha em uma realidade diferente. Portanto, eu escrevo, depois participo de um breve interstício e logo volto a criar no afã de criar uma extensão de consciência que faça com que haja um hiato entre o antigo e o novo modo de ver o mundo e a vida, assim, a minha escrita cumpre seu papel ao fazer com que as pessoas façam de suas tomadas de decisão algo positivo a partir do que leram daquilo que escrevi, logo em pouco tempo essas pessoas poderão talvez fazer de suas vidas um verdadeiro espetáculo aos seus próprios olhos. Deixo uma filosofia de minha autoria: Eu nunca me unirei a alguém sem metas, sem sonhos, sem intenção, sem ambição, também nunca me unirei a quem queira tudo isso com paixão, me unirei, portanto, com meu silêncio e se for para tocar em meu Silêncio que seja para me oferecer uma companhia de verdade.

ANO DE GONÇALVES DIAS

Assembleia Ordinária da Academia Ludovicense de Letras ocorrida no Palácio Cristo Rei, onde foram definidas várias atividades para o ano de 2023.

ALL, divulgando nas escolas nosso projeto de homenagens a Gonçalves Dias, pelo seu bicentenário de nascimento. Parabéns ao trabalho de Clores Holanda, à frente sa comissão das comemorações! como parte das celebrações do Bicentenário de Gonçalves Dias, tivemos a oportunidade de visitar o Centro Educacional Bernardo Coelho de Almeida, anteriormente conhecido como Colégio Raimundo Corrêa. Para convidá-los a participar da programação especial que ocorrerá no dia 05 de maio de 2023, iniciando às 16h no Palácio Cristo Rei da Universidade Federal do Maranhão e encerrando-se na Praça Gonçalves Dias.

Durante a nossa visita, fomos recebidas com muita simpatia pela Sr.ª Maria das Graças Aragão, responsável pela segurança da escola. A visita contou com a presença da presidente da comissão do Bicentenário de Gonçalves, Clores Holanda, e de Megan Skakti, Design Editorial.

AtodereinstalaçãoAcademiadeLetras,ArteseCiênciasdeChapadinha,ocorridoEM21deabril

Palácio Cristo Rei, reunião administrativa da ALL, sob a liderança da nossa presidente Jucey Santana. A reunião contou com a presença do secretário João Francisco Batalha, do 1º tesoureiro Irandi Marques Leite, da 2ª tesoureira Clores Holanda e de vários acadêmicos, incluindo Alexandre Maia Lago, André Gonzalez, Bruno Tomé, Jadir Lessa, Mário Luna, Osmar Gomes, Raimundo Costa Viana, Roque Pires Macatrão e Vinicíus Bogea.

louvação a Gonçalves Dias, no Palácio Cristo Rei!

AGE 09/06/2023

Encontro de Baixadeiros na UFMA.

Teve lugar ontem a noite, no Auditório do COLUN da Universidade Federal do Maranhão, o encontro "Diálogos de Baixadeiros"

promovido pelo curso de História da UFMA. O encontro dos universitários, que durou mais duas horas, desta vez foi com os professores Manoel Barros e João Batista, de São João Bstista; Vavá Melo, de São Bento; e João Francisco Batalha, de Arari.

Sônia , 18. Agenor,14 votos. Sanches 1 voto; 1 voto nulo.

Sônia eleita.

Momento de confraria de nosso sodalício no Gramado Cru.

Ago 30/06/2023
Em reunião com as gestoras do Memorial Gonçalves Dias

Mobiliado pela ALL, com o patrocínio do querido confrade Daniel Blume. A Ludovicense agradece!!!!

Assembleia Geral Ordinária da ALL ocorrida ontem na nossa sede. Após seguimos para as celebrações dos 32 anos de sacerdócio do confrade Pe. Meireles que foi homenageado após a missa pelas confreiras Jucey e Dilercy.

CELSO BORGES SE VAI...

Somos poucos, cada vez menos. Somos loucos, cada vez mais. Somos loucos, cada vez menos. Somos poucos, cada vez mais. Somos poucos os loucos que sabem o que realmente são. E aquela matéria óbvia que nos faz dizer tá tudo bem, não sabe nada. Não está tudo bem. O meu único consolo é que eu vivi, é que vivemos, e isso basta. Com amor, O teu amigo Rua.

CELSO BORGES: “A POESIA É MAIOR QUE A MORTE”

23 DE ABRIL DE 2023

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Antonio Celso Borges de Araújo (São Luís, Maranhão, 1959). Poeta e jornalista. Desde a adolescência interessa-se por música popular brasileira e poesia, que começa a escrever aos 16 anos. Aos 22, publica em edição independente seu primeiro livro de poemas, Cantanto. Em 1989, muda-se para São Paulo, onde vive até 2009, quando retorna para a cidade natal.

Durante os 20 anos em que vive na capital paulista, Borges intensifica a pesquisa, já presente nos primeiros livros, sobre as relações entre música popular e poesia. Publica uma trilogia de livrosCDs: XXI (2000), Música (2006) e Belle Époque (2010). Seus poemas são acompanhados de CDs com releituras de seus escritos por compositores, músicos e poetas brasileiros. No final dos anos 2000, passa a se apresentar em festivais de poesia e música em parceria com o DJ Otávio Rodrigues, levando para os palcos, em formato de espetáculo experimental, as relações entre música, poesia e artes visuais que busca integrar em sua obra.

Desde o fim da década de 1990 a obra de Celso Borges dedica-se à pesquisa sobre as relações entre poesia, música e artes visuais. Tais relações já são exploradas nos primeiros livros do autor, como Cantanto e Nenhuma das Respostas Anteriores (1996), mas são intensificadas a partir do lançamento do livro-CD XXI. Nestas obras, Borges reflete sobre os limites do gênero lírico, explorando a disposição gráfica dos poemas, sondando os múltiplos sentidos dos signos que os compõem e muitas vezes abandonando o verso tradicional – neste sentido, pode-se dizer que sua poesia aproxima-se da poesia concreta.

Tal aproximação torna-se evidente quando nos debruçamos sobre o livro Belle Époque, no qual a maioria dos poemasapresentaênfasenaparanomásia(“ositecedomesitia”,versodopoema Urbano),concisãovocabular, ausência de pontuação e uso mínimo de verbos – em poemas como Depois de uma Porta e Silicone nos Cotovelos verificam-se todas as características citadas. Além disso, observa-se o uso inventivo da tipografia já na capa do volume.

Borgestambém exploraasonoridadedospoemaspormeiodapesquisadesuasrelaçõescomamúsicapopular: os livros-objetos que compõem a trilogia são acompanhados de CDs nos quais poetas, compositores e músicos releem e interpretam os poemas de diversas maneiras, aproximando-os de tradições diferentes, de acordo com cada intérprete. Assim, sua poesia é constituída do cruzamento entre experimentalismo estético (ligado, sobretudo, à influência da poesia concreta) e da música enraizada na cultura popular.

Residindo em São Paulo, foi o responsável na aproximação de dois novos talentos da MPB, Zeca Baleiro e Chico César.

Como letrista tem parcerias com Fagner, Chico César, Zeca Baleiro, Fausto Nilo, Nosly, Alê Muniz, Gerson da Conceição, Décio Rocha, Mano Borges, Lourival Tavares, Papete, Tutuca, Sérgio Habibe e Cesar Nascimento, entre outros.

No ano 2000 publicou o livro-CD “XXI” com 40 poemas seus na voz de 21 poetas maranhenses. O disco ainda contou com as participações especiais de Zeca Baleiro, Chico César, Nosly, Rita Ribeiro, Paulo Lepetit e Décio Rocha, entre outros. Neste mesmo ano Nosly incluiu “June”, parceria de ambos, no CD “Teu lugar”.

No ano de 2003 no disco “Raimundo Fagner & Zeca Baleiro” foi incluída de sua autoria a composição “Canhoteiro”, em parceria com Fagner, Zeca Baleiro e Fausto Nilo.

Em 2005 lançou o CD-livro “Música”, no qual foram interpretadas várias de suas poesias e ainda algumas canções de sua autoria, destacando-se as participações de Zeca Baleiro, Chico César, Carlos Careqa, Ceumar, Clayton Barros (Cordel do Fogo Encantado), Décio Rocha, Fernando Abreu, Josias Sobrinho, Kleber Albuquerque, José Paes do Lira – Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Maria Eugênia, Miriam Maria, Nosly, Paulo Lepetit, Sacha Amback, Sergio Natureza, Tata Fernandes, Tuco Marcondes, Vanessa Bumagny, Vange Milliet e Vitor Ramil. No CD também foi incluída a faixa “Devoluto”, poema de Sergio Natureza, dedicado a Celso Borges, musicado por Kleber Albuquerque.

Em 2006 o parceiro Cesar Nascimento incluiu “Que tal”, parceria de ambos, no CD “Quero fogo”.

Entre seus intérpretes destacam-se Miriam Maria em “Morada” (c/ Zeca Baleiro); Ceumar em “Aurora” (c/ Zeca Baleiro) e Vange Milliet em “Motor”, em parceria com Nosly.

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1984 surge a Antologia Guarnicê, para comemorar o primeiro ano do Suplemento/Revista. Reúne 25 poetas e 60 poemas. De Antonio Carlos Alvim a Wanda Cristina; de Cesar Teixeira a Wagner Alhadef; Francisco Tribuzi a Paulo Melo Souza. Recebe capa e ilustrações de Erico Junqueira Ayres e a seleção dos poemas fica a cargo de Celso Borges e Joaquim Haickel.

“Qualquer semelhança com um movimento morto é mera coincidência”, alertavam já na primeira edição do Suplemento Guarnicê, evitando comparações com os integrantes da antologia Hora do Guarnicê (Poesia nova do Maranhão), lançada em São Luís em 1975 pela Fundação Cultural do Maranhão (LIMA, 2003)1. Hora do

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LIMA, Félix Alberto. ALMANAQUE GUARNICÊ
ANOS 1883-2003, São Luis, Clara; Guarnicê, 2003.

Guarnicê foi um livro, uma antologia da jovem poesia da primeira metade da década de 70 no Maranhão, tendo congregado, num ponto de convergência, integrantes do Movimento Antroponáutica: Em maio de 1972, ano em que se comemora o cinquentenário da Semana de Arte Moderna, cinco jovens empenhados e emprenhados na/de poesia criam um movimento com o nome de Antroponáutica e lançam de saída uma antologia. O mais novo deles é Luís Augusto Cassas, com 19 anos. Os outros são Valdelino Cécio e Viriato Gaspar ambos com 20 anos; RaimundoFontenele,24; eChagas Val, 28.AAntologiadoMovimentoAntroponautico traz na capa uma ilustração de Cesar Teixeira.

Nauro Machado, no Caderno Alternativo, publica uma crítica implacável à Antologia Guarnicê, que segundo ele,os poemasali editados representavam “um simplesódio contraosistemaouavida”,com amédia beirando a “entronização de um compromisso que se pretendendo político consegue apenas baratear a Arte como um produto também cultural”. Recomenda que os poetas se submetam à orientação de alguém experimentado. Não tarda a resposta, dada por Celso e Joaquim... No ano seguinte, a Antologia Erótica Guarnicê. No dizer de Roberto Kenard, o Guarnicê nunca chegou a ser um movimento. Era tão somente uma publicação. O programa Em tempo de Guarnicê, nas ondas da rádio Mirante FM, que estreia em setembro de 1981, dá origem ao Suplemento de O Estado do Maranhão; comando do economista Ronaldo Braga. A Revista Guarnicê, publicada entre os anos de 1983 e 1985, chegou a 45 números: 20 suplementos e 25 revistas, incluindo a devezenquandal, seu ultimo numero2. E teve em seu núcleo não mais que cinco pessoas – Joaquim Haickel, Celso Borges, Roberto Kenard, Paulo Coelho e Érico Junqueira Ayres, e divulgou o trabalho de mais de 40 artistas de São Luís e outros tantos do Rio Grande do Norte, Piauí e Brasília.

FONTE: Lima, 2003,

GUARNICÊ 20 anos, p 9; 100

ALMANAQUE
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BORGES, Celso. AMOR & RIGOR. In LIMA, Félix Alberto. ALMANAQUE GUARNICÊ – 20 ANOS 1883-2003, São Luis, Clara; Guarnicê, 2003.

Não devemos esquecer a “Akademia dos Párias”. Lima e Outros (2003) 3 confirmam que já em 1985 Celso Borges abrira uma janela na revista Guarnicê para a Akademia dos Párias, que contava em seus quadros com Fernando Abreu, Raimundo Garrone, Ademar Danilo, Sonia Jansen, Antonio Carlos Alvim, João Carlos Raposo, Paulinho Nó Cego, Guaracy Brito Junior, Ronaldo Reis, Gisa Goiabeira, Maristela Sena, Rozendo, Henrique Bóis, entre outros. “Bem vindos, los párias!”, os saudou Celso no lançamento da revista Uns e Outros, em 1984. Os Párias? - Pergunta-se Félix Lima, e responde que recebem influências variadas: de Ferreira Gullar e Mário Quintana a Lobão e Caetano; de Whitman e Drummond a Leminski e Chacal; e ainda Angela Rôrô, Elomar, Bukovski, Poe, etc. Anunciam o novo e pregam o desregramento e o antiacademiscismo. “Nenhum de nós vai à missa aos domingos”, advertem4 .

CARTA A UM IRMÃO

Meu querido amigo CB, (Permita-me chamá-lo por seu nome de batismo, sem que de forma alguma eu seja formal, e me permita desfolhar sua árvore genealógica, em homenagem a seus maravilhosos e amados ascendentes, laterais e descendentes)

Meu querido António Celso Borges de Araújo, doce fruto da árvore plantada no solo fértil do amor de Maria Eugênia e Mário Araújo, árvore frondosa e frutífera que também gerou Fátima, Amélia, Carlos, Goretti e Teresa.

Você que ainda jovem, enamorou-se de Dulce, com quem escreveu três de seus melhores poemas: Daniel, Davi e Diego.

Você, mais tarde e mais maduro, apaixonou-se por Andrea, com quem produziu mais dois poemas extraordinários, Pedro e Clarisse.

És meu dileto e amado irmão de alma, unidos que fomos por sentimentos de genuína amizade, de profundo respeito e grande admiração.

Nós que vivemos juntos alguns dos melhores anos de nossas vidas, lado a lado, sendo não só irmãos, mas companheiros, comparsas, compadres e cúmplices, fecundamos nossos primeiros poemas.

Nós que nos “arreunimos” e guarnecemos corações e mentes daqueles que como nós eram jovens no início dos anos 1980.

Você, eu, Kenard, Paulinho, Érico, Cordeiro, e tantos outros, que movimentamos a vida de nossa cidade com um programa de rádio, com uma revista, com nossos livros, não vimos o tempo passar enquanto simplesmente vivíamos nossas vidas, e pouco a pouco fomos nos distanciando, mas o sentimento de irmandade forjado na juventude, serviu de laço inquebrantável, que nos liga, mesmo distantes fisicamente.

3 LIMA, Félix Alberto, e Outros. ALMANAQUE GUARNICÊ 20 ANOS 1983-2003. São Luis: Clara; Guarnicê, 2003. 4 LIMA e Outros, 2003, obra citada..

Nós nos conhecemos já faz bem mais de 40 anos e ainda assim parece que foi ontem. O tempo fica turvo e nos confunde.

Nossos caminhos nos levaram a destinos bem diferentes, mas nossos corações jamais se afastaram.

Nossas diferenças ideológicas não nos separaram antes e não nos separam agora, porque nenhuma ideologia supera o amor e o respeito.

O tempo e o espaço, variáveis constantes em nossas vidas, são nossos eternos tormentos, mas não superam a verdade simples contida em seu poema que eu mais gosto. Gosto tanto que me apodero dele e o reescrevo, por amor a mim, por te amar meu irmão.

Somos poucos, cada vez menos.

Somos loucos, cada vez mais.

Somos loucos, cada vez menos.

Somos poucos, cada vez mais.

Somos poucos os loucos que sabem o que realmente são.

E aquela matéria óbvia que nos faz dizer tá tudo bem, não sabe nada.

Não está tudo bem. O meu único consolo é que eu vivi, é que vivemos, e isso basta. Com amor, O teu amigo Rua.

CB foi o companheiro de muitas viagens. Desde quando na Mirante FM ousava engenharias poetico musicais à doidado, ao lado de outros bravos companheiros, quando eu militava as fileiras do Rabo de Vaca. Sempre esteve atento e antenado às coisas que eu tentava. Até quando fomos no mesmo barco para Alcântara ano passado para o lançamento do livro de Dedeia e um show meu na cidade depois de muitos anos. Ele agora empreende A Viagem. Vai, irmão, segue na paz dos que souberam plantar caminhos de beleza e solidariedde. Sobrinho te saúda!! Evoé, poeta!! Continuarei cantado pra você aquelas que você adotou. Gratidão.

#celsoborges #josiassobrinho

CELSO BORGES: “A POESIA É MAIOR QUE A MORTE”

23 DE ABRIL DE 2023

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Por Wellington Soares, professor e escritor

A poesia é maior que a morte

O impacto foi tanto que guardo a cena até hoje na memória. Ano e local, lembro não, mas o poeta, vindo de São Luís, fixei seu nome na hora: Celso Borges, numa performance literária, reunindo versos e acordes de guitarra, soltando o verbo em Teresina: “Oi, oi, cadê a língua que se foi?/ Oi, oi, cadê a língua que se foi, hein?// Leiam minha língua/ Ouçam minha língua/ Lambam minha língua/ Rocem minha língua/ Beijem minha língua/ Chupem minha língua/ Mordam minha língua/ Comam minha língua/ Falem minha língua”

Maravilhado, fiquei quietinho, na cadeira, assuntando com atenção. Por nada deste mundo queria perder, do Celso, cada palavra falada e musicada dita – clarões se abrindo dentro da gente – de forma contundente e provocativa: “A posição da poesia é oposição”. Ali percebi, com ele, a força mágica da poesia, algo capaz de revolver nossas vísceras e sentimentos. Daí o medo dos tiranos, ontem hoje e sempre, dessa arte da palavra que, historicamente, desperta consciências e revoltas humanas.

Não tardou muito para Celso Borges, a meu convite, retornar à nossa capital, em 2017, a fim de participar do Salão do Livro do Dirceu (Saliceu), no campus Clóvis Moura da Uespi, onde reapresentou o mesmo espetáculo, desta vez sob o olhar curiosíssimo de uma galera jovem, formada por estudantes secundaristas e universitários. No final, o auditório quase veio abaixo, acredite, de tanto aplausos e assobios e gritos e urros e vivas. Será se gostaram?

E pensar que essa travessia poético-existencial começou em 1981, quando Celso publicou Cantanto, seu livro de estreia. Depois vieram uns outros dez títulos, entre os quais Persona Non Grata (1990), Belle Époque (2010), Fúria (2015) e Pequenos Poemas Viúvos (2020). Sem falar ainda, claro, das parcerias musicais com Zeca Baleiro e Chico César, oficinas poéticas, programas de rádio, curadoria de feiras literárias e, ufa, organização de livros coletivos (São Luís em Palavras).

A fim de espantar a morte pra longe, nestes tempos de Covid-19, que tal se ligar nas sábias palavras de Celso Borges, poeta maranhense que encanta o Brasil?

Seu novo livro, “Pequenos poemas viúvos”, tem dado o que falar, sobretudo, pelo título recebido. Pequenos poemas tudo bem, uma vez que os textos são curtos, mas a que viuvez se reporta na obra?

O prefácio assinado pelo poeta Samarone Marinho foi muito feliz na percepção dos poemas viúvos quando diz que eles invertem o sentido da perda, transformando ausência em presença, criações que vão além do inevitável universo da finitude. Escolhi, principalmente, personagens da arte vivendo situações de limite, às vezes próximo da morte, e tentei de alguma forma encontrá-los naqueles momentos, inventá-los, poetizar fatos e experiências extremas. A palavra viuvez tem um peso muito grande, eu quis de alguma forma trazêla para minha voz poética, tentando sentir o outro, imaginar o outro, inventar o outro. Há um sentido de perda, sim, nesses poemas, mas há sobretudo intenção de embrulhar carinhosamente, às vezes ironicamente, essa perda com poesia.

A gente morre e a poesia fica. Depois de tudo, sobreviveremos naquilo que inventamos e vivenciamos com a arte.

O que leva você afirmar, no último texto do livro, que a poesia é maior que a morte?

A gente morre e a poesia fica. Depois de tudo, sobreviveremos naquilo que inventamos e vivenciamos com a arte, com a poesia. Quero com esse verso ratificar a minha crença e percepção do real significado da poesia pra mim. Ana Cristina, Maiakovski, Pizarnik, Sousandrade, Yuka, Cortazar estão mais vivos do que nunca, maiores que a matéria que já não existe. A poesia é maior que a morte é também o título de um livro inédito que escrevi sobre a segunda morte de meu irmão Antonio José, que morreu aos 18 anos, quando eu tinha 13, em 1972. Mais de 40 anos depois, ele voltou a morrer quando a maioria de suas fotografias foi destruída pelos cupins. Criei poemas sobre a destruição, transformei em poesia. Foi uma vivência muito dolorosa, mas sobrevivemos.

Esse tempo de pandemia e isolamento social aumentou ou diminuiu sua criatividade poética e literária? Ou é indiferente?

A pandemia não me imobilizou, trabalhei muito, escrevi muitos poemas, finalizei dois livros em prosa (um ensaio biográfico e uma ficção), continuei fazendo meus livrinhos da série Poéticas afetivas, além de parcerias musicais com Nosly, Ivandro Coelho, Alê Muniz, Marcos Magah, Fernando Abreu, Sérgio Habibe e algumas canções solo. Terminei também um filme documentário, em parceria com o cineasta Beto Matuck, sobre o poeta maranhense Bandeira Tribuzi. Tudo isso, no entanto, não impediu que eu vivesse alguns momentos difíceis, crises de ansiedade e um doloroso sentimento de impotência diante da situação política. Sinto falta das ruas e dos amigos, mas a chama da criação continua acesa.

A estrutura não gosta da gente, às vezes finge que gosta ou nos tolera. Na verdade, prefere “poetinhas civilizados”.

Você ainda acredita que a posição da poesia, como expressou em performance pelo Brasil, é realmente a oposição?

Sim, cada vez mais. O sentido da oposição poética é muito mais amplo. Para mim, a posição da poesia é de enfrentamento político, de luta como cidadão e criador, não apenas partidária. A estrutura não gosta da gente, às vezes finge que gosta ou nos tolera. Na verdade, prefere “poetinhas civilizados”, domados, acadêmicos, e eu procuro na contramão disso.

Letra de música deve ser, como as que você faz pro Zeca Baleiro, tomada como poesia ou são coisas distintas?

Não me preocupo muito com isso na hora de elaborar um poema ou uma letra de canção, mas acho que são estruturas distintas, embora possam dialogar esteticamente, se alimentar, criar atritos interessantes. Eu gosto desse desafio das possibilidades de troca entre um e outra. Às vezes um poema de livro vira canção, outras vezes uma letra tem vida além da melodia que lhe foi sugerida. Há, também, letras de canções que precisam da melodia para se tornar grandes e canções que enfraquecem o poema. Enfim, é um universo muito rico e cheio de nuances. Sinto uma alegria enorme de compor com meus parceiros e privilegiado em poder dividir isso com algumas pessoas. A única palavra que não entra nessa troca é “sucesso”, um veneno que destrói a alma de muitos criadores. É claro que determinadas canções podem virar sucesso, mas nunca devemos colocar isso em primeiro plano.

Além de você, que outros poetas maranhenses, entre nomes já consagrados e contemporâneos, precisam ser lidos e amados?

Vou fugir dos consagrados (rsrs).Temos uma safra boa de poetas contemporâneos e não é tão simples nominá-los, porque toda escolha é excludente, a gente sempre deixa de lado artistas importantes. Mas vamos lá: Fernando Abreu, Luís Inácio, Josoaldo Lima Rego, Reuben Rocha, Lúcia Santos, Dyl Pires, Adriana Gama de Araújo, Jorgeana Braga, Antonio Ailton, Kissyan Castro, Carvalho Júnior etc.

O que é, para que serve e o que lhe deu a poesia até hoje?

A poesia me deu a possibilidade de reinventar a vida e dividir isso com os outros. É por meio dela e por causa dela e da arte que procuro dar um sentido à minha existência e aos diversos mundos que vivencio com as pessoas. Tudo passa pelas possibilidades da palavra e das imagens. Vivo disso e pra isso. Viva!

JOÃOZINHO RIBEIRO

Ahhh, meus amigos, sem chão aqui com a notícia de que meu parceiro querido, Celso Borges partiu. O que dizer numa hora dessas? As palavras e os pensamentos se embaralham, tudo fica meio nebuloso, o peito apertado.

Lembro-me de quando estava em São Paulo gravando meu primeiro Álbum, Bodega Brasil, produzido por outro grande amigo e parceiro, Gerson da Conceição. A gente discutindo o formato e as músicas que poderiam entrar no disco, aí surgiu a ideia de falar com Celso sobre a possibilidade de incluir uma poesia dele. Sempre generoso, ele aceitou de cara. Alguns dias depois recebi o poema Sempre, que tem um verso lindo que diz: “Cada ausência por si só tem sua companhia”. Daí em diante a amizade, a admiração e o companheirismo foi só aumentando entre nós. Um dia, durante a pandemia, recebi um outro poema, “Visão”. E depois desse mais outros tantos, que viraram música e devem estar em um futuro álbum.

Outro momento ímpar que vivemos juntos foi Durante o Festival da Semana Cultural Samuel Barreto, em Pedreiras. Foram três dias de muitas alegrias, trocas, poesias, canções e afetos, juntos com parceiros queridos como Elizeu Cardoso. Juntos defendemos a nossa música “O futuro tem um coração antigo”, vencedora de primeiro lugar e melhor intérprete. Depois disso, mais outra parceria em homenagem a Pedreiras e o projeto de um show envolvendo poesia, fotografia e música, que infelizmente não conseguimos realizar.

Generoso, criativo, inventivo, inquieto, inconformado com a mesmice, profundamente humano, Celso é o maior responsável por acender em mim o carvão da poesia. Sou eternamente grato a você, meu parceiro querido. Siga em paz e viva tu! Salve, salve CB!

FICA UM GRANDE VAZIO FÍSICO. MAS A OBRA É LITERALMENTE IMORTAL. ADEUS

CELSO BORGES!

Celso Borges é um dos mais aplaudidos poetas de sua geração, cujas obras impulsionaram a modernidade poético-crítica no Maranhão. 23/04/2023 às 11h47Atualizada em 23/04/2023 às 21h26

Por: Mhario LincolnFonte:

"Somos poucos/ cada vez menos/ Somos loucos/ cada vez mais/ Somos além/ dessa matéria óbvia/ que nos faz dizer/ - tá tudo bem!" - Celso Borges talvez representasse o cantar do martírio dos últimos poetas loucas e únicos, da ludovivência parida de Ina, abençoada por D. Sebastião, de cuja maresia de azulejo se entendia o mundo sombrio das serpentes; e dos seus chinelos trançados, se ouvia o gritos dos hipócritas, presos à própria insignificância. Ave, poeta! Agora o Céu é teu caderno, teu lápis mordido e tua borracha do depois. Use-os! (Mhario Lincoln).

Abaixo, a última entrevista de Celso Borges concedida a Chefe da ASCOM, da Academia Poética Brasileira, jornalista Orquídea Santos, dia do lançamento do livro do poeta Ítalo Gondim - "Histórias de um Louva-Deus".

https://www.facetubes.com.br/.../fica-um-grande-vazio...

Joaquim Haickel

Celso Borges

Nos últimos dias senti uma dor que já fazia trinta anos que não sentia. A dor da perda da presença física de uma pessoa. Em 1993 perdi meu pai, Nagib Haickel, e no último dia 23 de abril, perdi meu “irmão” Celso Borges.

No caso da morte de meu pai, eu perdi o chão embaixo de mim. Perder Celso me tirou a lateralidade e a visão em profundidade, em perspectiva.

A perda de meu pai me obrigou a, em alguns aspectos, tomar o lugar dele, a perda de Celso faz de mim um inútil, pois nada que ele fazia eu posso minimamente imitar.

Há mais de quarenta anos eu conheci um garoto de seus vinte e poucos anos, magrinho, lourinho, risonho. Literalmente um garoto, coisa que ele, para o seu bem e para o bem de quem com ele convivia, jamais deixou de ser.

As pessoas se identificam com as outras por suas semelhanças e havia muitas entre nós. Assim como havia diferenças, que não servindo para nos identificar, estabeleceram os parâmetros que nos fizeram buscar a compreensão e o entendimento.

Eu e Celso, desde sempre construímos nossa amizade baseados na admiração por nossas semelhanças e no respeito por nossas diferenças. Eu sempre pude beber da fonte da pureza e da inocência dele e ele sempre pode aproveitar de meu celeiro de praticidade e objetividade.

Em 1982 reunimos um seleto grupo e resolvemos fazer um programa de rádio, onde só tocaríamos músicas maranhenses e só falaríamos de arte e de cultura de nossa terra. Foi o “Em tempo de guarnicê”. No ano seguinte,transformamos oprogramaderádioemumarevista,a“Guarnicê”. Juntocomelavieramumagráfica, umaeditoraeuma produtorade audiovisual emais queisso,vieram Kenard, PaulinhoCoelho, ÉricoJunqueira Ayres, Cordeiro Filho, Dulce Brito, Ronaldo Braga, e tantos outros amigos e parceiros, que durante toda a vida iriam, de uma forma ou de outra, caminhar conosco.

O tempo passa e passa muito depressa, e nem sempre se percebe as mudanças que ele traz consigo.

Eu que já era deputado estadual, em 1986 me elegi deputado federal constituinte e nossa aventura editorial teve fim, mas nossa amizade não, mesmo que fosse ser modificada, primeiro pela distância e depois pelo tempo.

Cada um tomou seu rumo. Eu fui para Brasília, Celso foi para São Paulo, Kenard para o Rio de Janeiro, Paulinho foi trabalhar com Antônio Carlos, na Gráfica Minerva, Érico continuou dando aulas e fazendo seus maravilhosos desenhos... A vida iria continuar e cada um de nós iria em busca de seu destino. O meu foi durante trinta e poucos anos, a política, com suaves e discretas incursões na literatura. O de Celso foi a poesia e a fecundidade... Em todos os aspectos. Com cinco filhos, ele tem mais que eu, Kenard, Paulinho e Érico juntos! Fecundo em tudo.

Fico falando do Celso da década de 80, porque é nele em que o meu sentimento se reflete. No irmão, com quem dividíamos nossas famílias. Nossas mães, amigas de infância eram nossas.

É verdade que eu era mais filho de “Marrenha” que CB de “Cici”. É que a timidez dele o fazia desfrutar pouco daquilo que eu muito desfrutava: do convívio com a família dele, onde todos, menos “seu” Mário, me chamavam de “Rua”, apelido que ele e Kenard me deram, em homenagem a Joaquín Murieta, uma espécie de Robin Hood do velho oeste, que era visto por uns como um revolucionário patriota e por outros como um bandoleiro mexicano. Bem como acontece realmente comigo.

Lembrar dessas coisas é um balsamo para a dor latejante que tenho em meu peito e em minha cabeça. Melhor que essas lembranças, só a certeza de que CB realizou quase tudo a que se propôs. Digo quase tudo porque em nenhuma agenda cabem os planos que ele tinha.

Mesmo que não tivéssemos o mesmo convívio dos anos 1980, continuamos realizando muitos trabalhos juntos. Participei devários projetos literáriosde e com Celso. Produzi praele um disco com poemas de Tribuzi adaptados e musicados por ele e seus parceiros. Ele fez comigo e Beto Matuck diversos filmes, entre eles, dois inéditos, um sobre o próprio Tribuzi e outro sobre músico Miguel Damous. Além disso estávamos começando a trabalhar num documentário sobre o mestre Catulo da Paixão Cearense. Eu e Beto teremos um grande problema: Arrumar alguém que minimamente possa fazer o mesmo trabalho sensível de Celso, quanto aos textos para este filme.

O espaço está acabando e eu ainda não disse quase nada efetivamente sobre Celso, mas pelo menos preciso dizer que seus amigos estão programando fazer uma homenagem para ele no próximo dia 18 de maio, quando ele COMPLETARÁ 64 anos, algo que deixe claro que a nossa alegria por ele ter existido e por nós termos podido desfrutar de sua companhia, é infinitamente maior que a tristeza que sentimos por ele ter partido. Para o ano que vem, quando Celso COMPLETARÁ 65 anos, quem sabe possamos exibir um documentário completo, e apoiarmos sua família a lançar um livro de poemas dele, com suas poesias inéditas ou talvez com suas obras completas.

Avé, Celso!... Todos por aqui de saúdam!...

JORNAL PEQUENO – AOS DOMINGOS

Editor: VINÍCIUS BOGÉA

ARTIGOS, CRÔNICAS, Contos, & poesias

ANTÔNIO JOSÉ NOBERTO DA SILVA - (Fundador)

Turismólogo, pesquisador,escritor,servidor federal (PRF)epalestrante;EmbaixadordaPazpelaOrganização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos -OMDDH; DoutorHonoris Causaem Históriapela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes - FEBACLA; membro fundador e ex-presidente da Academia Ludovicense de Letras - ALL, onde ocupa a cadeira de número 1; membro fundador da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes - AVLA; membro fundador da Luminescence Academie Française (filial Brasil); idealizador e curador da exposição França Equinocial para sempre, projeto escolhido no Prêmio Cazumbá de turismo como Melhor evento cultural voltado para os 400 anos de São Luís; idealizador e realizador do passeio musicado Cemitour do Gavião; segundo vice-presidente da Cruz Vermelha no Maranhão. Já ministrou três palestras na França sobre a relação França Maranhão. É atualmente o maior defensor da causa francesa no Maranhão.

Antonio Noberto nasceu em Pentecoste, no Ceará, e quando fala a cidade, ele diz quantos quilômetros tem de distância até a capital, sua localização geográfica precisa, onde é a entrada, se é pela direita da estrada ou esquerda.

Noberto teve uma infância simples, aos cinco anos vendia tomate com os irmãos para ajudar no sustento da família.Tevequelidarcedocom amortedopai egraças duas irmãs mais velhasquejámoravam noMaranhão, o estado ganhou de presente este cearense ludovicense, com título de cidadão e tudo mais que tem direito. Sempre estudou em escolas públicas, era um aluno do estilo normal, perto da capacidade que é hoje e, que sempre ficava entre os 10 da classe. Hoje, sem medo de errar, fica fácil entre os primeiros de qualquer lugar.

Apesar de ter que trabalhar muito cedo, o que muitas vezes faz com que uma criança amadureça muito rápido, ele ainda lembra com carinho das suas brincadeiras de rua: patinete de rolimã e de pegar uma lata, colocar areia, fazer dois furos, amarrar um barbante e puxar como se fosse um carrinho, conhecido como rodo.

Ouvir o mestre Antonio Noberto falar é algo encantador, a cada fala sobre a história do Brasil, do Maranhão e de São Luís, sobre os séculos XVI, XVII XVIII e XIX, é um verdadeiro deleite. Ele tem uma facilidade de relacionar acontecimentos passados com os atuais de forma impressionante, levando o ouvinte a viajar em pensamentos e se vendo no local que Noberto falou.

Diz que moraria na Serra da Ibiapaba em Viçosa, no Ceará, porém, a paixão por São Luís é tão grande, que na cidade tem um pouco da história do Maranhão. Os franceses antes de fundarem nossa capital, saíram de onde hoje é o bairro do São Francisco, em São Luís, e foram para Viçosa.

Antonio Noberto atualmente trabalha na Policia Rodoviária Federal (PRF), onde é responsável pelo setor de comunicação trabalhando no suporte de jornalistas e parlamentares.

Entre os profissionais do jornalismo ele é uma unanimidade, pois, todos gostam dele.

Ele é o idealizador do passeio turístico musicado no cemitério do Gavião, "Cemitour do Gavião”, que apresenta a história do Maranhão a partir das personalidades que estão inumadas no Gavião.

Livros publicados

01 - CLAUDE D’ABBVEVILLE

1

A influência francesa em São Luís: uma oportunidade de segmentação do mercado turístico local (EDICEUMA. 2004)

2 – Só por uma estação: uma viagem ao Brasil (Arco Iris. 2007)

3 – França Equinocial: uma história de 400 anos (UNIGRAF. 2012)

Currículo

Graduou-se em Turismo pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Iniciou Licenciatura em História pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, sem, no entanto, pelas circunstâncias, dar continuidade ao curso.

É pós-graduado em Gestão Mercadológica e Consultoria em Turismo pelo Centro Universitário do Maranhão – UNICEUMA, e pós-graduando em Gestão Empresarial pelo ISAN/FGV – Instituto Superior de Administração e Negócios / Fundação Getúlio Vargas. É membro fundador da Academia Ludovicense de Letras (ALL), onde ocupa a cadeira número 1, patroneada pelo capuchinho francês Claude Abbeville.

Foi eleito em 16 de dezembro de 2017 para exercer a presidência da ALL no biênio 2018 e 2019. Eleito também na mesma data para o Conselho da Cruz Vermelha Brasileira no Maranhão. É membro do Conselho do CEPROMAR / Sítio Piranhenga.

Servidor federal do Departamento de Polícia Rodoviária Federal – DPRF/MJ desde 1994.

Pesquisador, escritor, professor, palestrante e guia de turismo (SENAC/EMBRATUR).

Atualizado m abril 2023

Antonio Noberto sendo entrevistado na Rádio Timbira pela apresentadora Mônica Moreira Lima. Na pauta: história, cultura e academia de Letras.

Um bate papo no dia do Índio, 19 de abril de 2023, no Centro Beneficente Nossa Senhora da Glória, às 8h e às

14h . 02 -

Uma gostosa e rica palestra para a intelectualidade do Rotary de São Luís, com o título: "Do Vinhais Velho à Ponta da Areia um reduto que deu origem a São Luís"... uma verdadeira viagem aos primórdios da capital maranhense. Grato à Silvia Dino, ao presidente Carlos Nina, Clésio Muniz, @cloresholanda e tantos outros amigos que formam o Rotary da nossa cidade.

DO VINHAIS VELHO À PONTA DA AREIA – UM REDUTO QUE DEU INÍCIO A SÃO LUIS

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ANTONIO NOBERTO

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras

"Des Vaux e Migan desempenham papéis tão ou mais vitais para a França Equinocial quanto alguém como La Ravardière, personagem que a historiografia optou por reter". (PERRONEMOISÉS, 2013) 5 .

5 PERRONE-MOYSÉS, L. CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA FRANCESA NO BRASIL: INVASÕES, MISSÕES, IRRUPÇÕES. São Paulo: Edusp, 2013. FALEIROS, Álvaro. Presença francesa no Brasil ESTUD. AV [online]. 2013, vol.27, n.79 [cited 2015-08-24], pp. 277-280 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300020&lng=en&nrm=iso>. ISSN 01034014. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000300020.

De algum tempo tenho defendido a ideia de que o Maranhão e a sua cidade, São Luís, foram obra de conquista e ocupação – se não fundação, pelo menos pré-fundação – de dois aventureiros franceses: Jacques Riffault e Charles de Vaux, pois ambos antecederam à expedição de instalação da França Equinocial, comandada por LaTouche e Razzily6 .

A "ilha de Maranhão", como chamavam os franceses, e suas cercanias haviam sido povoadas tardiamente pelos Tupinambá, em grande parte originários das zonas do litoral situadas mais a leste. Quando, em 1612, os primeiros contatos com os capuchinhos foram estabelecidos, os índios ainda se lembravam da chegada à região. Claude d'Abbeville afirma haver encontrado testemunhas oculares daquela primeira vaga migratória, ocorrida provavelmente entre 1560 e 1580: "Muitos desses índios ainda vivem e se recordam de que, tempos após a sua chegada à região, fizeram uma festa, ou vinho, a que dão o nome de cauim […]" (ABBEVILLE, 1614, p. 261) 7 .

Alfred Métraux (1927, p. 6-7) 8 cita outras narrativas concordantes com a de Claude d'Abbeville, a fim de assegurar-se do período provável dessa primeira migração (entre 1560 e 1580), especialmente a do português Soares de Souza (Tratado Descriptivo do Brasil) que afirma, em 1587, que a costa atlântica, do Amazonas à Paraíba, era povoada pelos Tapuia. Essa primeira migração é a única que teve como resultado, segundo Métraux, uma nova extensão dos Tupi.

Depois, chegando em 1590, e se estabelecendo em 1594, Riffault, Des Vaux, e Davi Migan... E fundam Miganville, mais junto à aldeia de Uçuaguaba, a primeira povoação ocupada continuamente desde então por europeus, na grande ilha do Maranhão.

Comecemos por Des Vaux:

Encontramos em “A Pacotilha”, de 25 de novembro de 1927, de Fulgêncio Pinto o que segue9 - Um conto de Natal:

Era o ano de 1609, em Saint Malo, ilha de França, cidade dos corsários. Numa taberna reuniam-se muitos homens a gritar, a falar alto

[...] De repente surge um cavalheiro de olhos azues, porte esbelto e fidalgo, vestindo um gibão escarlate, trazendo sob a cinta de couro de serpente, um punhal de cabo de prata.

Ele chegava de longe, de outras terras, de lugares desconhecidos.

- De onde vem?

- Quem será ele?

- Para onde irá?

- Parece-me que o conheço!...

- Creio que fazia parte da tripulação de Jacques Riffault.

- Não estás enganado?

- Por Deus, que não. Não me são estranhos, este roto e esta voz.

Eram estes os commentarios em torno d figura simpatica daquele homem que ali entrara, pedira um copo de cidra, e o esquecera em cima da mesa, entretendo-se a examinar um velho mapa.

Ele havia chegado em companhia de alguns indios, dois dias antes numa das naus que ali estavam ancoradas no porto.

Ali viam-e homens de todos os aspectos, de todas as raças, de todas as nacionalidades, de todas as cores, desde os mais ferozes até os mais pacíficos.

Misturavam-se as línguas; ora ouviam dialetos sonoros, ora idiomas duros e quasi imperceptíveis. A fumaça dos cigarros diluindo-se no éter deitava uma iaca enjoativa, acre, misturando-se com o cheiro de alcatrão e da maresia.

6 http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/o-potengi-o-rifoles-e-a-ocupacao-do-maranhao-1/ file:///G:/LEOPOLDO%20ATUAL/PAPERS/PAPER%20235%20%20O%20POTENGI,%20O%20RIFOLES%20E%20A%20OCUPAÇÃO%20DO%20MARANHÃOb.pdf http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/riffault-o-corsa-rio-franca-s/377604

7 DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ.ANTROPOL. vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004

8 MÉTRAUX, Alfred. Migrations historiques des tupi-guaranis Paris: Maisonneuve Frères, 1927 citado por DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ. ANTROPOL vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004

9 PINTO, Fulgêncio. Um conto de Natal. In A PACOTILHA, São Luis, 27 de novembro de 1927

Aquela velha casa onde se reunia tanta gente, era a taberna cuja porta encimava garbosamente este letreiro’Au rendez vous dês corsaires’ sobre uma grossa chapa de ferro.

Em frente desdobrava-se uma paizagem marítima, banhada pela margem do oceano aformoseando o horizonte, quer nas manhãs magníficas quer nas tardes silenciosas, quando o sol com seus aparatos de riquezas sumiam-se no mundo do sonho e do nada.

Quatro mesas enormes estavam cercadas de bancos de carvalho.

Apesar da grita o homem que entrara ha pouco, esquecia-se da cidra e continuava a estudar o mapa com muita atenção.

- Diabo! Quem será aquele cavalheiro? Gritou um corsário.

- Não o incomodeis berrou Tricon, pronto para fazer calar com um murro, o curioso.

A’ porta da taberna assomaram mais dois cavalheiros. Um era François Dupré, filho único de um rico armador de Saint Malo, que havia conquistado nome e fortuna no Corso; o outro Raul Renaud, antigo professor em Paris, na Universidade de Sorbona, conhecido como sábio em sciencias naturaes.

Entram e sem dirigir palavras aos demais que ali se embebedavam, tomam assento justamente, diante do desconhecido que lia o mapa.

- Carlos Des Vaux!... Vós aqui!

Já vos tínhamos como morto!... gritou admirado Dupré.

O homem, espantadoouvia-lo o seu nome levantou a vista, e reconhecendo no jovem, o pequeno Dupré, o garoto que deixara ainda imberbe quanto partira para as suas correrias pelo oceano, poz-se de pé e estendeu-lhe as mãos entusiastamente.

- Bravo Dupré! Estaes um perfeito homem.

- Onde andaveis vós?

- Cruzando os mares – responde o pirata.

- O que tanto vos prende a esse papel

- Um sonho, pequeno.

- De amor?

- Não, de conquista.

- Que papel é esse Des Vaux?, Um mapa?

- Sim, um mapa.

- E que sonho de conquista será esse?

Dupré apresentou-lhe o seu velho amigo e mestre Raul Renaud.

-Ouçam-me o grande sonho – pediu Des Vaux.

Contentes achegaram os bancos de carvalho, e debruçados da mesa, quedaram-se sobre o mapa que Carlos Des Vaux tinha entre as mãos, apontando-lhes ali, num belo discurso, os encantos de uma terra prodigiosa e moça, para la do oceano, em que ele havia havia habitado por muito tempo entre os índios.

Quinze anos eram decorridos, desde o naufrágio de Jacques Riffault num dos baixios ao norte do Brasil, nas proximidades da costa do Maranhão.

Quinze anos aquele homem de olhos azues, cor bronzeada, pele queimada pelo sol caustigante dos trópicos, que ali estava a conversar animadamente, errara pelas matas da formosa terra moça pelos litoraes, pelos ínvios sertões, e depois de haver alcançado Victoria brilhantes ao lado dos índios nos conflitos de Hibiapaba, resolvera fixar residência no ponto mais pitoresco numa ilha arborizada, seguro da amizade dos Tupinambás, tornando-se o homem de confiança de toda a tribo, que lhe admirava a bravura e a bondade do coração.

Era ali a formosa ilha dos Tupinambás, ilha d sol, vivendo na exuberância da sua luz, tecendo magníficos cortinados nas franças dos arvoredos selvagens, cheia de mistérios e explendores, flora maravilhosa, vales rumorosos, que ao revelhar-lhes os encantos, o pirata, sentia uma certa transfiguração de espirito, e o cérebro embriagava-se de sonhos magníficos.

Era ali que Japiassú grande amigo e aliado de Des Vaux, era chefe, principal, irradiando o seu alto poder, de Juniparan, a aldeia mais notal de quantas existiam na ilha.

Terminada a narração ele o pirata explicou aos amigos que voltava à pátria afim de oferecer à sua magestade cristianíssima Henrique IV, rei de França e senhor de Navarra, não só a posse do território fertilíssimo como também a amizade e obediência dos Tupinambas.

Os três homens esquecidos do tudo quanto os cercava, confabularam em armar uma expedição, em demanda da terra previlegiada, expedição que mais tarde foi levada a efeito auxiliada pelo conde de Sulley, então governador da Bastilha, conselheiro de sua magestade Henrique IV, sob o comando do

senhor de La Ravardiere, que foi ali fundar uma cidade em honra a Luis XIII, na regência de Maria d Medicis.

[...] onde fica essa formosa terra tão linda, tão moça de Carlos dês Vaux.

[...] essa formosa terra moça e previlegiada é S. Luis é o Maranhão [...]

- É Maranhão!...

- E quem era Carlos Des Vaux?

Era um Frances, amigo do Maranhão que sacrificara tudo, para fundar aqui a França Equinocial!

BeatrizPerrone-Moisés (2013,citadaporFaleiros, 2013,em"Francesesno Maranhão: históriadeintérpretes”) 10, retoma a trajetória de Charles des Vaux, jovem nobre responsável pela ideia da fundação da França Equinocial no século XVII, assim como a história de David Migan, jovem intérprete francês que viveu entre os índios tupi. O centro do argumento de Beatriz Perrone-Moisés é que "Des Vaux e Migan desempenham papéis tão ou mais vitais para a França Equinocial quanto alguém como La Ravardière, personagem que a historiografia optou por reter".

Ao colocar o que chama de "intérpretes-embaixadores" como protagonistas da história da França Equinocial, a antropóloga lança luz sobre estratégias fundamentais de contato e de conquista ainda pouco visíveis para a historiografia oficial:

Depois de serem expulsos pelos portugueses da Guanabara e da costa nordeste do Brasil, os franceses se voltaram para a região do Maranhão. Embora não atingida pela colonização portuguesa, ela já havia sido brevemente explorada por Aires da Cunha, Diego Nunes e Luís de Mello, a serviço do rei de Portugal. (FALEIROS, 2013).

Des Vaux é quem negocia o local onde seria instalado o forte e o convento dos religiosos, nas colinas desocupadas, onde não se encontravam instalados os primitivos habitantes:

[...] O padre Abbeville enumera no seu livro 27 aldeias dos Tupinambás, explica a situação geográfica de todas elas, dá todos os nomes, conta o número de habitantes de cada uma; mas o livro não contem qualquer noticia a respeito da situação da cidade de S. Luis. Em vão procuramos alguma indicação a respeito das colinas onde foi construído o forte e onde estavam as habitações dos antigos moradores. Ele narra que, na sua chegada, o francês Dês Vaux tratou longamente com o “príncipe” da ilha e com os outros principais, para lhe cederem eles um pequeno terreno, onde pudessem fazer o forte, e entregassem a metade da colina de Santo Antonio, para nela fundar um estabelecimento religioso. Os chefes dos índios cederam esses dois pontos, que não estavam ocupados. Mas isso quer dizer, que as outras partes do território, onde está hoje S. Luis, eram ocupadas pelos antigos habitantes. (PINTO, 1927) 11 .

Ludwig Schwennhagen (1924) 12 estranha a ‘censura’ ao livro do primeiro cronista do Maranhão, com a supressão de três capítulos, justamente os que falam da ‘cidade’ de São Luís, já que aquele sacerdote descreve todas as aldeias instaladas na Ilha e adjacências.

Relata D’ Abeville que saíram a visitar a Ilha: De Rasilly13, o Barão de Sancy e os padres D' Abbeville e Arséne de Paris, acompanhados de um antigo morador de Upaon-Açú, de nome David Migan:

10 PERRONE-MOYSÉS, L. CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA FRANCESA NO BRASIL: INVASÕES, MISSÕES, IRRUPÇÕES. São Paulo: Edusp, 2013. FALEIROS, Álvaro. Presença francesa no Brasil ESTUD. AV [online]. 2013, vol.27, n.79 [cited 2015-08-24], pp. 277-280 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300020&lng=en&nrm=iso>. ISSN 01034014. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000300020.

11 PINTO, Fulgêncio. Um conto de natal. In A PACOTILHA”, de 25 de novembro de 1927

12 SCHWENNHAGEN, Ludwig. São Luis na antiguidade. A PACOTILHA, São Luis, 7 de outubro de 1924.

13 Ferro (2012, 2014) 13; e Ferro e Ferro (2012) 13 afirmam que La Ravardière não fundou sozinho São Luís: O cofundador da cidade, a quem esta, na verdade, deve o nome, foi o Senhor de Razilly, de Oiseaumelle e de Vaux-en-Cuon, nascido em 1578, originário da região de Touraine. Já na cerimônia de 1º de novembro de 1612 – de afirmação da autoridade da Coroa francesa e cunho especificamente político e complementar àquela de 8 de setembro –, em que os indígenas chantaram o estandarte real, contendo as armas da França, junto da cruz anteriormente cravada no solo da Ilha do Maranhão, o mesmo personagem e seu sócio La Touche decretaram as importantíssimas Leis Fundamentais da França Equinocial, marco legal pioneiro de manifestação de natureza constituinte elaborada nas Américas. Foi ainda o almirante Razilly quem, de volta à França, salvou da destruição um ou mais exemplares, não obstante o desaparecimento de algumas partes, da obra Seguimento da História das coisas mais memoráveis, ocorridas no Maranhão nos anos de 1613 e 1614, de Yves d’Évreux, cuja publicação fora autorizada em 1615 para, logo em seguida, ser abortada. E, todavia, François de Razilly é o fundador esquecido de São Luís.

"levaram-nos os índios, de canoa, até Eussauap, onde chegamos no sábado seguinte ao meio-dia.

O Sr. de Pizieux e os franceses que com ele aí residiam receberam-nos com grande carinho" (D’ABEVILLE, 1975)14

A hoje Vila Velha de Vinhais – a Uçaguaba dos Tupinambá - é ocupada desde tempos imemoriais; primeiro, pelos povos dos sambaquis; depois pelos Tremembés, e por ultimo, pelos Tupinambá (BANDEIRA, 2013) 15

A ocupação do Vinhais Velho data de pelo menos 3.000 anos de duração:

As datações obtidas para as ocupações humanas que habitaram o Vinhais Velho possibilitaram construir uma cronologia para a presença humana nesta região da Ilha de São Luis, que data desde 2.600 anos atrás se estendendo até a chegada dos colonizadores (1590-1612?). [...]

Essas datações se relacionam com os três períodos de ocupação humana no Vinhais Velho em tempos pré-históricos: ocupação sambaqueira / conchífera, ocupação ceramista com traços amazônicos e ocupação Tupinambá (p. 75).

[...] A presença dos grupos sambaquieiros na região durou até 1.950 atrás, com uma permanência de 650 anos. (p. 76).

[...] Em torno de 1840 anos atrás essa região foi novamente ocupada por grupos humanos bastante diferentes dos povos que ocuparam o sambaqui. Esses grupos produziam uma cerâmica muito semelhante às encontradas em regiões amazônicas, sendo prováveis cultivadores de mandioca. (p. 76).

[...] Esses grupos habitaram a região do Vinhais Velho até o ano 830 antes do presente, totalizando uma ocupação de 1.010 anos. A provável origem dos grupos ceramistas associados à terra preta é a área amazônica, possivelmente o litoral das Guianas e do Pará. (p. 76).

14 D´ABBEVILLE, Claude. HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1975. 15 BANDEIRA, Arkley Marques. VINHAIS VELHO – Arqueologia, História e Memória. São Luis: Ed. Foto Edgar Rocha, 2013.

A ultima ocupação humana [...] ocorreu em torno de 800 anos antes do presente e durou até o período de contato com o colonizador europeu, já no século XVII.

Tratam-se de povos Tupinambás, que ocuparam essa região, possivelmente vindos da costa nordestina, nas regiões do atual Pernambuco e Ceará [...]

[...] a ocupação Tupi, a julgar pelas datações durou pouco mais de 800 anos [...] (p. 76).

partir do meado dos anos 1500, o Tratado de Tordesilhas, assinado por Portugal e Espanha, não era respeitado pela França, que contestara de maneira mais veemente a divisão do mundo. Em termos de expansão marítima, os franceses, mesmo perdendo a corrida, buscaram terras sem colonização para poder explorar. Corsários recebiam apoio do governo francês, com financiamento, para explorar as riquezas das Américas, fazendo contrabando, principalmente de pau-brasil e muitas outras madeiras, além de pássaros silvestres, macacos, e de até mesmo de tabaco.

A presença de traficantes de pau-brasil no litoral brasileiro, remonta ao ano de 1503 e é aceito como o do início das incursões francesas na costa norte-rio-grandense e 1516 como o momento em que traficantes e corsários vindos da França agiam na Costa dos Potiguares, como era então conhecido o território habitado por aqueles silvícolas, dele fazendo parte o atual Rio Grande do Norte.

Portugal reagia como podia às investidas francesas, financiando “varreduras costeiras” entre Pernambuco e o rio da Prata, de 1516 a 1519 e de 1526 a 1528, ambas realizadas por Cristóvão Jacques, pois os franceses costumavam visitar a costa brasileira entre o cabo de São Roque e a Angra dos Reis, mais fácil e acessível.

Em 1524 vamos encontrar Guérard e Roussel, corsários de Dieppe, visitando o Maranhão16 .

Todo o Brasil setentrional estava completamente abandonado pelo colonizador luso e, portanto, nas mãos de comerciantes de outras nações, aí também incluídos ingleses, holandeses, espanhóis, escoceses, dentre outros. Vale lembrar que, nesta época, o último reduto português era a fortaleza do Natal, edificada em 1599 por Mascarenhas Homem com a participação de Jerônimo de Albuquerque.

Este abandono fez o historiador maranhense João Lisboa declarar no livro Jornal do Tímon 17que os franceses não invadiram o Maranhão. Eles ocuparam uma terra vaga, desabitada, e que os donatários régios de Portugal e Espanha estavam sujeitos às penas de comisso, pois já se passara mais de um século sem as terras terem sido ocupadas.

Conquistado o Rio Grande, os franceses perderam magnífico ponto de apoio na costa brasílica. O comércio corsário atingia, porém, o seu ponto máximo. Não podiam voltar atrás. Expulsos da Paraíba e do Rio Grande foram mais para o Norte18:

Em princípio do século XVII estabeleceram-se no Maranhão Jacques Riffault e Charles des Vaux, que haviam desembarcado em 1594, na aldêa de! São Luis, onde, obtendo a amisade do gentio, fundaram uma colonia.

De regresso á França, expoz Charles des Vaux ao rei Henrique IV seu plano de ali fundar uma grande colonia francesa, já que se haviam frustrado as tentativas anteriores, desde as de Villegagnon.

Mandou então Henrique IV ao Maranhão Daniel de Ia Touche, senhor de La Ravardíere, que voltando á França, opinou pela execução do plano, cujas possibilidades estudou no proprio local.19(Grifo nosso).

A "ilha de Maranhão", como chamavam os franceses, e suas cercanias haviam sido povoadas tardiamente pelos Tupinambá, em grande parte originários das zonas do litoral situadas mais a leste. Quando, em 1612, os primeiros contatos com os capuchinhos foram estabelecidos, os índios ainda se lembravam da chegada à região.

Claude d'Abbeville afirma haver encontrado testemunhas oculares daquela primeira vaga migratória, ocorrida provavelmente entre 1560 e 1580: "Muitos desses índios ainda vivem e se recordam de que, tempos após a sua chegada à região, fizeram uma festa, ou vinho, a que dão o nome de cauim […]" (ABBEVILLE, 1614, p. 261) 20

Alfred Métraux (1927, p. 6-7) 21 cita outras narrativas concordantes com a de Claude d'Abbeville, a fim de assegurar-se do período provável dessa primeira migração (entre 1560 e 1580), especialmente a do português Soares de Souza (Tratado Descriptivo do Brasil) que afirma, em 1587, que a costa atlântica, do Amazonas à Paraíba, era povoada pelos Tapuia. Essa primeira migração é a única que teve como resultado, segundo Métraux, uma nova extensão dos Tupi.

Depois, chegando em 1590, e se estabelecendo em 1594, Riffault, Des Vaux, e Davi Migan... E fundam Miganville, mais junto à aldeia de Uçuaguaba, a primeira povoação ocupada continuamente desde então por europeus, na grande ilha do Maranhão.

Quando os franceses foram lançados do Rio de Janeiro (1567) passaram para Cabo Frio e daí para o Rio Real, entre Bahia e Sergipe. Escorraçados dessas paragens, procuraram se estabelecer nas costas da Paraíba e do

16 MEIRELES, Mário Martins. FRANÇA EQUINOCIAL. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Luis: Secretaria de Cultura do Maranhão, 1982; LIMA, Carlos de. HISTÓRIA DO MARANHÃO - A COLÔNIA. São Luís: GEIA, 2006, p. 172-173

17 LISBOA, João Francisco. JORNAL DE TÍMON – apontamentos, noticias e observações para servirem à História do Maranhão. 2 volumes. Brasilia: Alhambra, s/d.

18 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgDqMAG/historia-rio-grande-norte?part=6

19 FLEIUSS, Max. OS FRANCESES NO MARANHÃO, SUA RECONQUISTA PELOS PORTUGUESES. SARNEY, José; COSTA, Pedro. AMAPÁ: A TERRA ONDE O BRASIL COMEÇA. Brasilia: Senado Federal, 1999

20 DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ.ANTROPOL vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004

21 MÉTRAUX, Alfred. Migrations historiques des tupi-guaranis Paris: Maisonneuve Frères, 1927 citado por DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ. ANTROPOL vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004

Rio Grande do Norte. Com a retomada do Rio Grande, que já se fazia até no interior do Estado, Portugal passou a também perseguir os franceses do território do Maranhão22 , 23 , 24 , 25 , 26 .

Os franceses demoraram a serem expulsos do Rio Grande do Norte por três motivos: porque Portugal tinha uma população diminuta e grande parte dela estava envolvida “em manter conquistas ultramarinas desde o Marrocos à China”, pela importância do comércio de especiarias orientais e pela tibieza do Estado português em se fazer respeitar pela coroa francesa. Outro fator era que aliança com os índios potiguares garantia uma boa retaguarda para os franceses. Como se vê, os corsários franceses deste período não descansavam. Entre Pernambuco e a Amazônia estendia-se uma área que ainda não se encontrava, propriamente, integrada na unidade da Colônia. A presença dos povoadores não se fazia, então, nessa parte do litoral. Era preciso partir para a conquista, batendo-se com invasores e índios, seus aliados27 Jacques Riffault negociava madeiras, como o pau brasil, que existia em abundância na margem esquerda do rio Potengi e, principalmente pelo lado direito onde havia a chamada Mata Atlântica. Levava madeiras do Rio Grande do Norte e até do Rio de Janeiro. Na hoje Natal, a boa amizade com que Riffault tratava os índios, dava-se à falta de colonização efetiva do território.

Fonte: Reportagem sobre a França Equinocial nos 403 anos de São Luís.

https://www.youtube.com/watch?v=kQ-SpiIYRwo

EssaestânciapertenceuaJacquesRiffaultmaisconhecidoporRefoles.FoiomesmoRefolesquem negociou antes da descoberta do Brasil (sic) com os índios potiguares espelhos, tintas e outros objetos em troca de pau-brasil, de modo especial as existentes na margem direita do rio Potengí.

22 Alderico Leandro, in http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009/02/jacques-riffault-refoles.html, acessado em 25]/07/2015

23 SALVADOR, Frei Vicente do. HISTÓRIA DO BRASIL. Edição revista por Capistrano de Abreu. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010.

24 http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_do_Rio_Grande

25 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DE CAMOCIM – CEARÁ.

26 http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_francesas_do_Brasil

27 http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia

Essa foto mostra o local onde ficava o corsário francês a negociar com os silvícolas. Longe da colonização de Natal, Jacques Riffault negociou todasorte de suprimentos e atéas mulheres índias que partiram para a França28

Jacques Riffault, Charles des Vaux, David Migan, e Adolphe de Montville, na companhia de centenas de outros navegadores e selvagens de diferentes tribos, se faziam presentes nos mais diversos recantos do Norte e Nordeste brasileiro, entre o Potengi e o Amazonas29 .

A expulsão dos franceses do litoral do Rio Grande, logo depois de sua expulsão da Paraíba, tornou-se a pedraangular da colonização, pois só assim estaria confirmada a conquista da região pelos portugueses, porque era o Rio Grande que eles procuravam de preferência, pela sua proximidade dos estabelecimentos e portos paraibanos e pela cordialidade de relações com os potiguares, cujo apoio e auxílio lhes eram valiosos. É de Jacques Riffault a primeira ideia de ocupação do Maranhão. Em 1594, animado pelas boas relações que mantinhacomo chefeselvagemUirapive,seassociouaoutrosaventureiros,e,commeiossuficientes, recrutou e veio para o Brasil em três navios, aportando no Maranhão, longe do local do objetivo inicial, mas decidiu fixar-se ali como base de partida para outras incursões ao longo do litoral brasileiro30

Sua estada na região do Maranhão tinha começado por um acidente: já fazia viagens regulares à região havia alguns anos, e perdera ali um de seus navios e fora obrigado a deixar parte de sua tripulação. De acordo com o sitio “NAUFRÁGIOS NO BRASIL/MARANHÃO” consta que o naufrágio da nau de Jacques Riffault se deu em 159031 .

ParaBueno (2012) 32,Riffault -em 1593-,retornandoàFrançadepois deterinspecionadoaentãodenominada ilha do Maranhão, conseguiu convencer um rico cavalheiro francês, Charles de Vaux, a investir seu dinheiro numa expedição colonizadora. Em 15 de março de 1594, Riffault e Des Vaux partiram para o Maranhão, com cerca de 150 colonos e soldados a bordo de três navios. Um naufrágio e uma série de outras dificuldades fizeram fracassar a empresa (p. 84).

O dia era 26 de julho, o ano 1594, o local, a Ilha de Sant’ Ana:

Sr. Redactor, amigo. – Começo esta n´um dia memorável para a província: o em que Jacques Rifault e Charles dês Vaux, primeiros franceses vindos ao Maranhão, chegaram à nossa ilha de Sant’ –Anna, nome que lhe pozerão, com seus quatro capuchinos, no dia desta santa.33

Desse naufrágio, os tripulantes de dois navios franceses, dos três que formavam a frota de Jacques Riffault, ficaram perdidos na ilha de Santana, e conviveram pacificamente com os índios Tupinambás. Des Vaux foi um dos que ficaram com a gente de Usirapive – chefe tupi com quem Riffault tinha selado aliança34 Aqui desembarcados, fundam um estabelecimento que se tornou o "refúgio dos piratas” 35

Charles Des Vaux aprendeu a língua dos índios e prometeu trazer-lhes outros franceses para governá-los e defendê-los. De volta à França, Des Vaux conseguiu do rei Henrique IV que Daniel de la Touche, senhor de

28 CAMARA CASCUDO, Luis da. REFOLES http://www.flickr.com/photos/alderico/7159126836/FERREIRA, Laélio DE RIFFAULT AO REFOLES - OS

FRANCESES Postado por Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto http://nataldeontem.blogspot.com.br/2010/11/de-riffault-ao-refoles-osfranceses.html

http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009/02/jacques-riffault-refoles.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a_Equinocial

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/outra-tentativa

29 BONICHON, Philippe; e GUEDES, Max Justo. “A França Equinocial”. In. HISTÓRIA NAVAL BRASILEIRA, primeiro volume, tomo I. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1975

30

BITTENCOURT, Armando de Senna; LOUREIRO, Marcello José Gomes; RESTIER JUNIOR, Renato Jorge Paranhos. Jerônimo de Albuquerque e o comando da força naval contra os franceses no Maranhão NAVIGATOR 13, P. 76-84

INVASÕES FRANCESAS NO RIO DE JANEIRO E MARANHÃO

http://www.ahimtb.org.br/confliext2.htm

DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII. HORIZ. ANTROPOL. [online]. 2004, vol.10, n.22, p. 67-92. ISSN 0104-7183. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832004000200004&script=sci_arttext

SILVA, Paulo Napoleão Nogueira da. A FRANÇA NO BRASIL

31 “NAUFRÁGIOS do BRASIL/MARANHÃO”

http://www.naufragiosdobrasil.com.br/maranhao.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o

32 BUENO, Eduardo. BRASIL, uma História. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Leya, 2012

33 DIÁRIO DO MARANHÃO, 7 de agosto de 1881. Secção Geral – Victória. Mearim, 26 de julho de 1881

34 http://pinheiroempauta.blogspot.com.br/2012/09/distribuicao-das-sesmarias-em-cuma.html

35 http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia

La Ravardière, o acompanhasse ao Maranhão, para verificar as maravilhas que lhe narrara, e prometeu-lhe a conquista da nova terra para a França.36

A segunda invasão acontece no Maranhão, a partir de 1594. Depois de naufragar na costa maranhense, os aventureiros Jacques Riffault e Charles des Vaux estabelecem-se na região. Diante do lucro obtido com o escambo, conseguem o apoio do governo francês para a criação de uma colônia, a França Equinocial. Em 1612, uma expedição chefiada por Daniel de la Touche desembarca no Brasil centenas de colonos, constrói casas e igrejas e levanta o forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do Maranhão.37

Os companheiros de Riffault, que ficam em terra tornam-se os “truchements“ - “tradutores” - quando da chegada dos capuchinhos:

Os tradutores são geralmente franceses que viveram muito tempo no Brasil, onde praticavam o comércio do pau-brasil e que se associaram à aventura colonial da França equinocial. Dois desses tradutores aparecem nos textos e são citados como sendo os interlocutores aos quais os índios se dirigiam, trata-se de Sieur des Vaux,38 francês de Touraine que se tornou líder de guerra no Brasil sob o apelido de Itajiba (Arm Wrestling) e de Migan, que chegou ainda criança ao Brasil e aí cresceu. Para os líderes indígenas, esses tradutores são, por sua vez, homens brancos, mas também homens que falam sua língua, que compartilham de seus costumes e que estreitaram alianças com eles (CASTELNAU-L’ESTOILE, 2013). 39

Os tradutores, os “truchements“, podiam ser em número suficiente para contatos de comércio, porém, para a fundação de uma colônia duradoura, os franceses levaram ao Brasil crianças que deveriam aprender a língua indígena nas aldeias:

O melhor “truchement“ da colônia foi David Migan de Dieppe (para o prenome ver Abbeville Historia, 32 r.), um marinheiro que vivia no Brasil desde o tempo da sua juventude (“qui dés son enfance avoit tousiours demeuré dans ce païs” Claude, Histoire,153 v.). Migan foi o seu nome verdadeiro, talvez um pouco alterado para se pronunciar como “mingau“, produto conhecido na colônia (“bouillie de farine”, ver Yves d’Évreux Suitte, 4 r./Denis 12). Ele foi chamado nos momentos de conflitos entre índios e europeus (Suitte 150 v./Denis 151 r. seguintes) e pôde restabelecer a autoridade dos franceses. Voltou com o Padre Claude à França, sendo provavelmente quem, com os índios, apresentou uma dança para Marguerite de Valois. Malherbe fala dessa dança em uma carta de 15.04.1613, citada em Leite de Faria (1961, p. 192-193). Essa dança é também ilustrada numa folha volante de que falaremos depois. Sabemos que Migan morreu na batalha entre portugueses e franceses, em 1615.

O segundo tipo social do “truchement” é representado por Charles des Vaux, que esteve no Brasil em 1594, com uma expedição do capitão Riffault, no Maranhão, da qual fala Abbeville no início do seu livro. Ele ficou ali e vivia como os índios, segundo os seus costumes “se façonnant tousiours aux moeurs e coustumes du païs” (Abbeville, Histoire, 13 r.) Voltou à França para convencer a corte de fundar uma colônia na região. De volta ao Brasil, foi capturado nas guerras com os portugueses e morreu na cadeia em Portugal. Foi um outro tipo de “truchement“: pode ter sido o segundo filho de uma família nobre sem esperança de herdar o domínio e queria fazer fortuna na América. (OBERMEIER , 2005) 40 .

Des Vaux é aprisionado por Feliciano Coelho, capitão mor da Paraíba – junto com 13 companheiros aqui deixados por Riffaul em 1594, quando do naufrágio na Ilha de Sant´Ana: Ganhando a liberdade e retornando à França, tudo fez des Vaux para divulgar as riquezas da região e incentivar sua colonização pelos franceses. Em 1604, Daniel de la Touche, senhor de La

36 http://planeta-brasil-turismo.blogspot.com.br/2010/05/maranhao-historia.html

37 AinvasãofrancesanoMaranhão. http://deywison3d.blogspot.com.br/2009/04/invasao-francesa-no-maranhao.html

38 (10) Des Vaux, natural de Sainte Maure de Touraine, companheiro de Jacques Riffault, passou muitos anos no Brasil, ele guerreou com os Índios sob o nome de Itajiba, braço de ferro. Partiu à França a pedido de seus companheiros para pedir ao Rei da França a incorporação do Maranhão à coroa.

39 CASTELNAU-L’ESTOILE, Charlotte de. Interações missionárias e matrimônios de índios em zonas de fronteiras (Maranhão, início do século XVII).

REVISTATEMPO, vol. 19 n. 35, Jul. – Dez. 2013: 65-82

40 OBERMEIER, Franz. Documentos inéditos para a história do Maranhão e do Nordeste na obra do capuchinho francês Yves d’Évreux Suitte de l’histoire (1615). BOL. MUS. PARA. EMÍLIO GOELDI, sér. Ciências Humanas, Belém, v. 1, n. 1, p. 195-251, jan-abr. 2005.

Ravardiere, partiu da França para o Maranhão a mando de Henrique IV, levando à bordo des Vaux. Sua expedição durou seis meses. (AVILA-PIRES, 1989) 41 .

Para Rubem Almeida (1923) 42, esta se constitui a terceira etapa da conquista do Maranhão: a segunda foi a das tentativas malogradas, ocorridas entre 1539 e 1594:

Mais afortunado, porém, foi o Frances Riffault, a quem as próprias tespestades (sic)– diz-se – aos portugueses tão inimigas, vieram atirar ao littoral onde dominava a forte nação dos Tupinambás, iniciando assim, a terceira etapa – a do Maranhão preza que franceses, holandezes e verdadeiros donos vão disputar...

É dai, parece-nos razoável affirmar, que verdadeiramente começamos a ter historia. A colonização é obra, ora de leigos, fidalgos alguns como Ravaediére, pirats outros, como de Vaux, ora de missionários que se entregam à catechese.

As"vantagens" decolonização doMaranhãoeram propagadas desde1594, quandoalguns náufragos franceses liderados por Jacques Riffault se estabeleceram na região. Charles des Vaux, aprisionado no Ceará, regressou à França e difundiu a ideia de que se criasse uma colônia francesa no litoral.43

Mas para os seus planos de Riffault e Des Vaux, um simples estabelecimento não significava grande obra; pensaram em aí fundar uma colônia: a França Equinocial.44

Data de 1596 a visita de um Capitão Guérard, que armou dois navios, sendo um deles para o Maranhão

Poste (atual Camocim) 45, – estabelecendo com regularidade as visitas à terra de corsários de Dieppe, de La Rochelle e de Saint Malo. É nesse ano que o Ministro Signeley toma como ponto de partida dos direitos da França nesta região, funcionando como uma linha regular de navegação entre Dieppe e a costa leste do Amazonas46

No mês de agosto de 1597, uma esquadra francesa composta por treze naus zarpou do rio Potengi para atacar a fortaleza de Cabedelo, em Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa; sabe-se que a alma da ofensiva é Riffault, que frei Vicente do Salvador chama Rifot e os portugueses Rifoles e Refoles47 .

Datado de 26 de julho de 1603 há um arresto do tenente do Almirantado em Dieppe relativo a mercadorias trazidas do Maranhão, ilha do Brasil, pelo Capitão Gérard. Meireles (1982, p. 34) traz também Du Manoir em Jeviré; Millard e Moisset, também encontrados na Ilha Grande. Os comandados de Du Manoir e Gérard chegam a quatrocentos; há esse tempo já dois religiosos da Companhia de Jesus haviam estado no Norte do Brasil (PROVENÇAL, 2012) 48 .

Entre 1603-1604 Jacques Riffault percorre o litoral do Ceará, quando o Capitão-mor Pero Coelho de Souza recebeu Regimento, passado pela Coroa ibérica, que lhe determinava:

"[...] descobrir por terra o porto do Jaguaribe, tolher o comércio dos estrangeiros, descobrir minas e oferecer paz aos gentios"e"fundar povoações e Fortes nos lugares ou portos que melhores lhe parecerem". 49

41 AVILA-PIRES, Fernando Dias de. Mamíferos da França Equinocial (Maranhão, Brasil) REV. BRAS. ZOOL [online]. 1989, vol.6, n.3, pp. 423-442. ISSN 0101-8175.

42 ALMEIDA, Rubem. No decorrer de 424 anos – ligeira synthese histórica do Maranhão. IN DIÁRIO DE SÃO LUIS, 28 de julho de 1923. 43 http://www.infoescola.com/historia/franca-equinocial/ https://books.google.com.br/books?id=vZ1DayOctt4C&pg=RA1-PA30&lpg=RA1PA30&dq=jacques+riffault+%2B+maranh%C3%A3o&source=bl&ots=ew-VavOAMv&sig=E9q4gaga6KTIoI7i1pdioEAUyGo&hl=ptBR&sa=X&ved=0CCEQ6AEwATgKahUKEwiT3Pv85bfHAhUBEpAKHbfxA1U#v=onepage&q=jacques%20riffault%20%2B%20maranh%C3%A3o &f=false

44 HISTÓRIA DO MARANHÃO http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o

FRANÇA EQUINOCIAL http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/franca-equinocial

BANDECCHI, Brasil OCUPAÇÃO DO LITORAL. A CONQUISTA DO NORTE E A PENETRAÇÃO DA AMAZÔNIA. http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia

45 Não seria POTE -

46 PROVENÇAL, Lucien. LES FRANÇAIS AU BRÉSIL, LA RAVARDIÈRE ET LA FRANCE ÉQUINOXIALE (1612 -1615) par Conférence du mardi 20 mars 2012. Texte intégral et illustration du conférencier mis en page par Christian Lambinet. SOCIÉTÉ HYÉROISE D'HISTOIRE ET D'ARCHÉOLOGIE

47 http://www.natalpress.com.br/cultura.php?id=8067 http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_2b.htm

48 MEIRELES, Mário Martins. FRANÇA EQUINOCIAL. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Luis: Secretaria de Cultura do Maranhão, 1982

49 BARRETO, Aníbal (Cel.). FORTIFICAÇÕES NO BRASIL (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958.

Em 1604, Pero Coelho de Souza, passou rumo a Ibiapaba e as batalhas contra os nativos que apoiaram os franceses e contra os franceses estabelecidos na região entre o Camocim e o Maranhão. As Fortificações do Camocim localizavam-se na margem esquerda da foz do rio Coreaú, atual Barreiras (município de Camocim) 50. Barreto (1958) 51 informa que uma fortificação neste ancoradouro já havia sido cogitada em 1613 por Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618), no contexto da conquista da Capitania do Maranhão aos franceses, optando por se estabelecer, entretanto, em Jericoacoara (p. 92).

O interior do Maranhão era bem conhecido por eles. O Mearim, Itapecuru, Munim, Grajaú, Tocantins e tantos outros eram vias utilizadas que ligavam o interior maranhense com o litoral e a Europa.

Nosoutrosrecantos, ahistóriafaz mençãoa elesno constantecomércio com os potiguaras, noportodo Rifoles – na margem direita do Rio Potengi; nos dois ataques à Fortaleza do Cabedelo, na Paraíba, realizadas em 1591 e 1597. Nesta última, Migan foi gravemente ferido, mas sobreviveu.

Foram eles que fundaram o núcleo urbano de Viçosa do Ceará, sendo que a cidade ainda hoje conserva os topônimos do legado francês52. Barreto (2006; 2012) 53, ao narrar a história de Viçosa do Ceará, diz que, por volta de 1590, franceses provenientes do Maranhão estabeleceram-se na Grande Serra, firmando suas bases junto às principais lideranças Tabajaras. Esses franceses, em número de 16 milicianos, tinham no comando o seu compatriota de nome Adolf Montbille (Adolphe de Montville). Lideravam os nativos o índio Jurupariaçu eoirmãodenome Irapuã,também conhecido porMelRedondo,sebem queoprimeirotivessesuas possessões no reduto de Biapina ou Ibiapina (p. 12).

Atraídos por notícias de existência de ouro, o reduto transformou-se em verdadeira cidade, com cerca de 12 mil indivíduos, incluindo rabinos, calvinistas e católicos se confundindo em suas batalhas de pregação (p. 14). Por 14 anos os franceses estiveram ali, quando chega Pero Coelho, em janeiro de 1604, acompanhado de cerca de cinco mil indivíduos, entre militares, índios validos, velhos, mulheres e crianças. Ao cabo de seis meses os lusos triunfam; os franceses, aprisionados e algemados, são conduzidos a Pernambuco.

Em 1607, chega ao local a Companhia de Jesus, chefiados por Francisco Pinto e Luís Figueira.

Em 1608, a 11 de janeiro, os índios tucurijus atacam a pequena aldeia; Luiz Figueira sobrevive... (p. 16). Em sua Relação do Maranhão (de 1608) confirma a presença de franceses: Mandamos recado a outra aldea para sabermos se nos quirião la e q' viessem alguns a falar cõ nosco, e tãbem nos queriamos emformar dos q' tinhão vindo do maranhão q' la estavão principalmente acequa dos frãcesez que tinhamos por novas que estavão la de assento com duas fortalezas feitas em duas ilhas na boca do rio maranhão.

O Pará e o Rio Amazonas eram lugares bem conhecidos destes navegadores. Quando Francisco Caldeira Castelo Branco partiu do Maranhão para fundar Belém (1615) levou consigo Des Vaux e Rabeau para auxiliarem na navegação e nos primeiros contatos com os índios de lá.

Tanto comércio fez com bretões e normandos se estabelecessem com feitorias na Ilha Grande, e um desses lugares era a aldeia de Uçaguaba/Miganville (atual Vinhais Velho), misto de aldeia e povoação europeia.

O porto usado nessas atividades era o de Jeviré (Ponta d'Areia) (NOBERTO DA SILVA, 2012) 54 .

Quando a esquadra de Daniel de La Touche, Francisco de Rasilly e o Barão de Sancy a 6 de agosto de 1612 veem fundear frente a Jeviré (ponta de São Francisco), ali encontraram as feitorias de Du Manoir e do Capitão Guérard (BITTENCOURT, 2008)55

Bittencourt (2008, p. 64) informa que Jacei, filha do cacique Japiaçu era casada com Guérard, e que a outra filha, Aracei, casada com o interpetre Sebastien. Des Vaux era casado com “Lua Cheia”, também filha de Jupiaçu.

50 http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortifica%C3%A7%C3%B5es_do_Camocim

51 BARRETO, Aníbal (Cel.). FORTIFICAÇÕES NO BRASIL (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958

52 BARRETO, Gilton. VIÇOSA DO CEARÁ – História, fatos e fotos. Fortaleza: Pouchain Ramos, 2006 BARRETO, Gilton. VIÇOSA DO CEARÁ sob um olhar histórico. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 2012.

53 BARRETO, Gilton. VIÇOSA DO CEARÁ – História, fatos e fotos. Fortaleza: Pouchain Ramos, 2006 BARRETO, Gilton. VIÇOSA DO CEARÁ sob um olhar histórico. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 2012.

54 NOBERTO DA SILVA, Antonio (Organizador). FRANÇA EQUINOCIAL – uma história de 400 anos em textos, imagens, transcrições e comentários. São Luis, 2012.

55 BITTENCOURT, Joana. ITAGIBA o braço de pedra da França Equinocial. São Luis: Grafic Aquarela, 2008

Du Manoir, Riffault, Des-Vaux e os piratas de Dieppe, encontravam-se fundeados no porto, confirmam a presença continuada dos exploradores de todas as procedências nas costas do Maranhão, e do Norte em geral: uma companhia holandesa presidida pelo burgomestre de Flessingue, ingleses, holandeses e espanhóis negociando com os índios o pau-brasil; armadores de Honfleur e Dieppe; o Duque de Buckigham e o conde de Pembroke e mais 52 associados fundaram uma empresa para explorar o Brasil; espanhóis de Palos. É quase inimaginável que todo esse aparato comercial existisse sem uma forte proteção das armas. Some-se queochefemaiordetudo issoeraDavidMingan,oMinguão,o"chefedosnegros"(daíonomedeMiganville), que tinha a seu dispor cerca de 20 mil índios e era "parente do governador de Dieppe". Por fim, a localização da fortaleza está exatamente no lugar certo de proteção do Porto de Jeviré e da entrada do rio Maiove (Anil), que protegeria Miganville.

FORTE DO SARDINHA, QUE PROTEGIA MIGANVILLE

Pianzola, em sua obra “OS PAPAGAIOS AMERELOS – os franceses na conquista do Brasil (1968, p. 34) apresenta decalque de mapa datado de 1627, cujo original desapareceu, feito em torno de 1615 pelo português João Teixeira Albernaz, cosmógrafo de sua Majestade, certamente feito a partir daquele que LaRavardiére deu ao Sargento- Mor Diogo de Campos Moreno durante a trégua de 1614. O autor chama atenção para os nomes constantes dos mapas, entre os quais muitos de origem francesa, ‘traduzidos’ para o português. Vê-se, na Grande Ilha dentre outros, Migao-Ville, propriedade do intérprete de Dieppe, David Migan, seguramente um psudônimo, no entender de Pianzola:

“[...] No último quartel daquele século, o que era apenas um posto de comércio, sem maior raiz, tornou-se morada definitiva dos corsários gauleses, vindos de Dieppe, Saint-Malo, Havre de Grace e Rouen, que aqui deixavam seus trouchements (tradutores) que viviam simbioticamente com os tupinambá (escreve-se sem “s” mesmo). Entre estes estava David Migan, o principal líder francês desta época. Ele era o “chefe dos negros” (índios) e “parente do governador de Dieppe”. Tinha a seu dispor cerca de vinte mil guerreiros silvícolas e residia na poderosa aldeia de Uçaguaba (atual Vinhais Velho), apelidada de Miganville[...].(NOBERTO SILVA, 2011).

Fonte: PIANZOLA, 1968, p. 34

Padre Claude D'Abbeville, quem primeiro escreveu sobre o Maranhão e seus habitantes afirma que a aldeia deíndios localizadano hojeVinhais Velho foio primeironúcleoresidencial dos brancos, queseestabeleceram no Maranhão. A primeira a ser ocupada, foi Eussauap56

Segundo Capistrano de ABREU, “EUSSAUAP - nom do lieu, c'est à dire le lieu ori on mange les Crabes”.Bettendorf leu em Laet Onça ou Cap, que supôs Onçaquaba ou Oçaguapi; mas tanto na edição francesa, como na latina daquele autor, o que se lê, é EUSS-OUAP57 .

Na história da Companhia de Jesus na extinta Província do Maranhão e Pará, do Padre José de Morais58, está Uçagoaba, que com melhor ortografia é Uçaguaba composto de uçá, nome genérico do caranguejo, e guaba, particípio de u comer: o que, ou “onde se come caranguejos”.

Continuemos com Noberto Silva (2011) 59:

[...] Na virada do século, segundo o padre e cronista Luis Figueira, que escreveu sua penosa saga na Serra de Ibiapaba, os franceses no Maranhão contavam, inclusive, com “duas fortalezas na boca de duas grandes ilhas”. Uma destas fortificações, por certo, era o Forte do Sardinha, localizado no atual bairro Ilhinha, nos fundos do bairro Basa em São Luís. Esta, em mãos

56 D´ABBEVILLE, Claude. HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1975.

57 IN nota de pé de página em D´ABBEVILLE, Claude. HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1975.

58 MORAES, José de. HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS NA EXTINTA PROVÍNCIA DO MARANHÃO E GRÃO-PARÁ Rio de Janeiro : Alhambra, 1987.

59 http://www.netoferreira.com.br/poder/2011/11/o-maranhao-frances-sempre-foi-forte-e-lider/

portuguesas, foi nomeada de Quartel de São Francisco, que deu nome ao bairro. Servia de proteção ao lugar, em especial, a Uçaguaba, reduto de Migan.

FORTE DO SARDINHA

Quando da implantação da França Equinocial esse complexo passou para mãos oficiais. Uçaguaba/Miganville passou a ser chamada pelos cronistas Claude Abbeville e Yves d'Evreux de "o sítio Pineau" em razão de Louis de Pèzieux, primo do Rei, ter adotado o local como moradia. Riffault fora buscar recursos e permissão na Europa, partindo para a França, divulgando as grandes riquezas da terra e facilidades de conquista. Charles Des Vaux ficara em terra conquistando a confiança dos tupinambás, para aprender a sua língua.

A falta de notícias de Riffault fez com que Charles fosse ter com Henrique IV, que então reinava na França, e lhe expusesse o desejo que tinham, não de manter um estabelecimento, mas de fundar uma verdadeira colônia francesa no Brasil.

A exposição interessou ao Rei que determinou a Daniel de La Touche, senhor de Ravardière, oficial da Marinha, viesse para constatar as possibilidades da realização dos planos que acabavam de lhe ser expostos. La Touche, aqui chegando, entusiasmou-se com a empresa e com ele Des Vaux, retornou à França para obter o apoio oficial e decisivo.

Henrique IV havia falecido e, como seu sucessor Luís XIII era menor, governava, como Regente, Maria de Médici, que logo apoiou a idéia e sob sua proteção determinou que se tomassem as iniciativas para concretizar os planos de uma posse definitiva e sólida no Maranhão.

Daniel de La Touche, senhor de Ravardière, associa-se a outros comerciantes abastados, como Nicolas de Harlay e François de Razily. A concessão dada pela Rainha-mãe o fora pela promessa de catequizarem o gentio, trazendo em, 1612, quatro frades capuchinhos (Yves DÈvreux, Claude dÀbbeville, Arsênio de Paris e Ambrósio de Amiens) e de anexarem à França o território conquistado, com a ajuda dos tupinambás, sob a denominação de França Equinocial.

No entanto, encontramos em Evaristo Eduardo de Miranda (2007, p. 162) 60 que essa concessão fora dada pela RegenteMariadeMedicis, com oapoio doCondedeDanville,almirantedeFrançaeBretanha, a1ºde outubro de 1610 a Charles dês Vaux, para o estabelecimento de uma colônia ao sul do Equador, com a extensão de 50 léguas para cada lado do forte que ai erigisse. É Charles dês Vaux, segundo esse autor, quem se associa a Nicolas de Harlay e ao almirante Razilly...

De acordo com Beatriz Perrone-Moisés (2009, 2013) 61, para os tupis da costa, se havia invasores, não eram os franceses, que sempre lhes pediram licença. Em meados do século XVI, já havia dezenas de pontos no litoral brasileiro nos quais súditos do rei da França tinham instalado bases de apoio para um comércio altamente rentável de pau-brasil e de outras madeiras, especiarias, papagaios e micos:

No final do século XVI, uma dessas viagens de navios mercantes daria origem à segunda colônia francesa em território hoje brasileiro: a França Equinocial. Em 1596, um nobre francês de nome

60 MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO – uma história desconhcida da Amazônia. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2007

61 PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Outra tentativa. REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Disponível em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/outra-tentativa,2/10/2009, PERRONE-MOYSÉS, L. CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA FRANCESA NO BRASIL: INVASÕES, MISSÕES, IRRUPÇÕES. São Paulo: Edusp, 2013.

Charles des Vaux, depois de ter passado dois anos na costa norte da América do Sul, voltou à França para promover a ideia de estabelecer ali uma colônia.

[...] A região estava “vazia” – como diziam – de ocupação europeia. Os franceses contavam com a aliança dos nativos, que já haviam declarado a des Vaux sua disposição de receber mais deles em suas terras. Além disso, o lugar proposto, bem próximo da linha equinocial, ou Equador, tinha um clima abençoado, de temperaturas constantemente amenas, com muito sol e fartas riquezas, além de muitas terras férteis, regularmente regadas por chuvas e cortadas por grandes rios de água límpida. Uma colônia ali tinha tudo para prosperar e só poderia contribuir para a grandeza do reino de França.

Henrique IV convocou outro fidalgo, Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, e ordenoulhe que fosse com des Vaux para a região. Partiram em 1607, e La Ravardière pôde comprovar os relatos de des Vaux [...].

Em busca de parceiros, [La Ravardière] encontrou dois outros nobres interessados em investir tempo e recursos numa nova colônia: François de Rasilly e Nicolas Harlay de Sancy. Em 1611, a rainha regente nomeou-os “lugares-tenentes generais nas Índias Ocidentais e terras do Brasil”. Comprometiam-se a fundar no Maranhão uma colônia, para “o engrandecimento da França e a expansão da fé”. O monopólio do comércio na região, concedido pela Coroa, viabilizaria o projeto. (PERRONE-MOISÉS, 2009).

Interessante, que a escolha para edificar o forte, segundo Meireles (2012, p. 21)62: [...]seria escolhida justamente a Ilha da Trindade63, também então conhecida como das Vacas. Das Vacas, possivelmente, pela tradução deturpada e literal do gentílico pessoal de Charles dês Vaux; mas Varnhagen diz que a das Vacas não era a Upaon-açú, e sim a Upaon-Mirim, a de Sant’ Ana.

Gaspar e Licar (2012, p. 24) 64 esclarecem:

A ilha, hoje de São Luis, ou do Maranhão, como também é chamada, e que os indígenas diziam Upaon-Açú, ilha grande, além dos nomes Trindade e das Vacas, teve os de Ilha do Ferro e de Todos-os-Santos, como pretendeu batizá-la Alexandre de Moura. Carlota Carvalho, em seu ‘O Sertão’ (200065), diz que, quando a ela chegou Jacques Riffault, em 1594, ela era conhecida como de Jeviré66 .

Em 1614, na célebre batalha de Guaxenduba, os franceses comandados por De Pizieuz foram fragorosamente derrotados, apesar da superioridade numérica (quase 500 homens) e bélica, sendo mortos 115 franceses e aprisionados nove.

Seguindo projeto feito pelo engenheiro Francisco Frias de Mesquita iniciou-se a construção de um povoado, próximo ao forte deixado pelos franceses, sendo a primeira povoação no Brasil a ter a sua planta previamente traçada em uma malha urbana octogonal, posicionada no sentido dos quatro pontos cardeais.

Corroboram a afirmativa da existencia de outros fundadores – além de LaTouche e Razzily (FERRO, 2014) –as discussões em torno de comemorações do aniversário de São Luís, ocorrida no inicio do século passado, conforme publicação dos jornais “Diário de São Luís”, e “A Pacotilha”, de 26 de agosto de 1922. A proposta - feita pelos Professores Raimundo Lopes, Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva - de um marco comemorativo – projeto de Paula Barros - em que deveriam constar o nome dos fundadores; incluo Migan; no Diário de São Luis, sob o titulo O Centenário:

62 MEIRELES, Mário Martins. HISTÓRIA DE SÃO LUIS. (Org. GASPAR, Carlos ; LICAR, Caroline Castro. São Luis : Faculdade Santa Fé, 2012. 63 Gaspar e Licar, em nota 7, do livro de Meireles (2012) informam que o nome de Trindade, dado à ilha de São Luis, vem de 1513, desde a discutida viagem de Diogo Ribeiro a região. Ribeiro do Amaral (Diário Official, 27 out. 1911, O Maranhão Histórico) admite que o tenha sido pelos fundadores de Nazaré, em 1535, em homenagem aos três associados - João de Barros, Fernão Álvares de Andrade e Aires da Cunha. (p. 23).

64 GASPAR, Carlos ; LICAR, Caroline Castro (Organizadores). Em nota 24 em MEIRELES, Mário Martins. HISTÓRIA DE SÃO LUIS. (Org. GASPAR, Carlos ; LICAR, Caroline Castro. São Luis : Faculdade Santa Fé, 2012.

65 CARVALHO, Carlota. O SERTÃO. Imperatriz: Ética, 2000

66 Nazaré? Os fundadores de Nazaré, em 1535, eram, os três associados, João de Barros, Fernão Álvares de Andrade e Aires da Cunha (Ribeiro do Amaral (Diário Official, 27 out. 1911, O Maranhão Histórico).

O município escolheu o dia 8 de setembro para a sua parte nas festas do centenário, por ser esse o dia da fundação da cidade de São Luiz em 1612, pelos franceses comandados por La Raverdiére. Entre outras homenagens à data, o Sr. Coronel prefeito municipal, depois de se entender com os Srs. Dr. Antonio Lopes, professor Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva, resolveu inaugurar na Avenida Maranhense, em frente à CSA do Município, um marco comemorativo da fundação da cidade, que perpetue o acontecimento e lembre os nomes dos fundadores.

O projeto, elaborado pelo Sr. Paula Barros de acordo com as indicações dos professores acima, comporta um obelisco de mármore em assente num plinto do mesmo material. Numa das faces do plinto será gravada a flor de lis simbólica da França ao tempo da fundação. Na parte oposta, o escudo do Estado. Nas duas outras faces inscripções, sendo uma alusva a inauguração com a data – 8 de setembro de 1922 – e a outra com os nomes de Charles dês Vaux, Ives d´Evreux e Claude d´Abeville, os funddores de São Luis, e a da – 8 de setembro 1612.

O marco terá ao todo 5m, 24 de altura. 67

E na Pacotilha, sob o titulo A festa do Centenário:

Tendo o municipio escolhido o dia 8 de setembro para as suas homenagens ao centenário da independencia nacional esta sendo elaborado um programa para esse dia, do qual sabemos constar a inauguração do marco comemorativo da fundação da cidade de S. Luis, ocorrida no dia 8 de setembro de 1612.

É uma ideia feliz. Não há na cidade uma lembrança do feito inicial da vida do Maranhão, essa aventura da França Equinocial que tanto se individua como episódio à parte da história do Brasil. Sabe-se o dia em que se fudou São Luis, sabe-se que o ato solene da fundação teve lugar na esplanada hoje correpondente á Avenida Maranhense, e não há nada na cidade que rememore o seu começo. O marco que isso lemmbre será um momento indispensável.

O marco comemorativo da fundação da cidade foi enomendado hoje. Executa-lo-a, sob projeto do sr. Paula Barros, e dentro da brevidade do prazo daqui até 7 de setembro, o marmortista sr. A. F. Brandão. O projeto consta de um obelisco de marmore que assentará sobre um plinto em cujas faces se lerão uma inscrição alusiva a inauguração, com a data de 8 de setembro de 1922 e outra com os nomes de La Raverdiere, Charles des Vaux, Claude d´Abbeville e Ives d´Evreux. Nas duas outras faces, a flor de lis simbolo da França e o escudo do Maranhão. O monumento terá, ao todo 5,m24.

Para comemorar a tomada de São Luis pelos portugueses, ergue-se, remodelada, com a estatua de N. S. da Vitória, a nossa Catedral. 68

Ou conforme consta no Diário de São Luis, de 20 de junho de 1946:

MARCO COMEMORATIVO DA FUNDAÇÃO DA CIDADE

Na avenida Pedro II, praça do tempo da Missão Francesa, foi levantado o “Marco Comemorativo da Fundação da Cidade de S. Luiz”, erigido pelo município, no centenário da independência nacional, a 8 de setembro de 1612.

Sobre uma base toc de pedras do Estado foi assentado um prisma retangular revestido de mármore, ao cimo do qual descansa uma pirâmide de granito maranhense, levantada por garras da mesma pedra.

Numa face do pedestal foram gravados os nomes das proeminentes figuras da missão:

Charles dês Vaux, Rasilly, La Ravardiére, Ives d´Evreux, Claude d´Abeville – 8 de setembro de 1612.69

A partir da França Equinocial o Maranhão passou compreender parte do Ceará (desde o Buraco das Tartarugas – Jericoacoara), o que foi referendado pelo governador geral do Brasil e, poucos anos depois, quando da

67 O CENTENÁRIO DIÁRIO DE SÃO LUÍS”, de 26 de agosto de 1922.

68 A FESTA DO CENTENÁRIO A PACOTILHA”, de 26 de agosto de 1922.

69 HISTÓRIA DOS NOSSOS MONUMENTOS DIÁRIO DE SÃO LUIS, de 20 de junho de 1946

divisão do Brasil, em 1621, estendendo o território até o Mucuripe, serviu de marco para a criação do Estado do Maranhão, com capital em São Luís compreendendo ainda o Ceará e o Grão-Pará.

Tal divisão era praticamente igual aos limites extra-oficiais do empreendimento conquistado por Riffault, Des Vaux, e Davi Migan, e depois capitaneado por La Ravardière...

Miganville era sua capital...

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blob:https://web.whatsapp.com/a49a6058-1fbe-4174-8cd3-37a908ff78af COM A CANTORA MARANHENSE ANNA TORRES E O VEREADOR ALDIR JUNIOR NO PORTO DE LA HOULE, EM CANCALE, NA BRETANHA, FRANÇA. HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/CR5PYOXNF1V/?IGSHID=NJZIM2M3MZIXNA= =

Um momento lindo de homenagem ao fundador de São Luís, o navegador francês Daniel de la Touche de la Ravardière, no porto de la Houle, em Cancale, na Bretanha, França. Eu, o vereador Aldir Junior, e a cantora maranhense Ana Torres. Recebi das mãos do prefeito a comenda maior de Cancale....

Cidades da Europa que impulsionaram o Maranhão

Antônio Noberto

Nove cidades da Europa que impulsionaram o Maranhão Gratidão não é um sentimento inerente a todo ser humano, mas quem nos faz feliz a gente nunca esquece. O Maranhão já foi uma das cinco províncias mais prósperas do Brasil, quando a capital São Luís ocupava o honroso posto de "quarta cidade brasileira", segundo os viajantes e pesquisadores bavaros Spix e Martius, que aqui aportaram no alvorecer do século dezenove. Naquele período, a capital e outras cidades, a exemplo de Alcântara, Caxias e Viana, respiravam os bons ventos civilizatório do primeiro mundo, na economia, na indústria, na medicina, na engenharia, na cultura, na educação, nas artes e em outros seguimentos. Não era raroviajantese caixeiros afluirem de locais distantes paraadquiriroquede mais novoaqui chegavadeLisboa, Londres e Paris. O afluxo da antiga capital do Piauí, Oeiras, para a Ilha do Maranhão era uma constante. Descia-se o rio Parnaiba e, de lá, navegava-se até cá para a prática do comércio, dos estudos e para aproveitar as benesses trazidas do Velho Mundo. Os maranhenses viveram estes bons momentos até o final da Belle Époque (Bela Época), quando as bombas da Primeira Guerra (1914 a 1918) deceparam o belo e instituíram o terror em quase todo o planeta. Aquele momento de glória nestas terras tupinambás teve início três séculos antes, quando navegadores franceses, holandeses e portugueses aqui vinham se aventurar na esperança de implantar uma colônia para seu país e para si.

É possível elencar dezenas de cidades europeias importantes no processo de consolidação do Maranhão durante os séculos, mas seria difícil pormenoriza-las dando os devidos créditos. Na verdade, até mesmo os países seriam difícil detalha-los. Como esquecer a contribuição espanhola, holandesa, italiana, americana, escocesa, irlandesa... como não mencionar a contribuição de sírio-libaneses, que, agrupados no porto de Marselha, para este torrão partiram trazendo-nos a expertise do comércio e do cinema, aqui chegado apenas dois anos depois de criado pelos irmãos Lumière.

São muitas as contribuições dos mais diversos povos, mas aqui resumiremos a três países e nove cidades que contribuíram de forma decisiva para que alcançássemos no século XIX o codinome de _La petite ville aux palais de porcelaine_ (A cidadezinha dos palácios de porcelana). A escolha destes lugares não é a toa, segue ao menos dois critérios de escolha: são lugares de proeminência na contribuição ao Maranhão e, por conta disto, foram visitadas nos últimos anos por este pesquisador e acadêmico que escreve este texto. Então vamos lá.

França: Paris, Saint-Malo e Cancale - foi onde tudo começou. As viagens pioneiras e de sucesso, que estabeleceram o início da colonização no Maranhão partiram deste país irmão, a França. Foi no então Palácio do Louvre - hoje o maior museu do mundo - em Paris, onde aconteceram as reuniões e o planejamento para a criação de uma colônia no norte do Brasil, com sede na Upaon Açu, batizada de São Luís. Foi em Paris que se ouviu pela primeira vez o som dos maracás atraindo a atenção do rei menino, Luís XIII, que emprestou seu nome à capital do Maranhão.

Foi das cidades bretãs de Saint-Malo (pronuncia-se Sã Malô) e de Cancale, que partiu sob salvas de canhões a esquadra fundadora de 1612. Atualmente, as duas cidades vêm trabalhando o nome do fundador Daniel de la Touche de la Ravardière colocando-o no nível de outros grandes navegadores franceses, a exemplo de Jacques Cartier, o descobridor do Canadá, Samuel de Champlain, o conquistador do Canadá, Duguay-Trouin, que colocou de joelhos o Rio de Janeiro em 1711, após o assassinato de outro navegador francês nas prisões do Rio. La Touche é também o descobridor das Guianas.

Hoje, o porto de La Houle, em Cancale, conta com um busto de La Touche em local proeminente, sendo o ponto mais demandado por turistas que visitam a cidade.

No século dezenove a França se instalou no Maranhão através de uma colônia que nos vendia o luxo e a arte. NoiníciodaRuaGrande,nalojaDouchement,era possívelcomprarpianos,osmesmosvendidosnas melhores lojas da capital francesa.

Portugal: Lisboa, Setúbal e Coimbra - a pátria mãe continua firme no coração do brasileiro. Era de Lisboa e (do Porto) que partia a força colonizadora para o Brasil e para o Maranhão. E eram nestes portos que os brasileiros desembarcavam para os estudos, na esperança de retornar levando o tesouro do conhecimento para seu país de origem. Eram neles o embarque e desembarque do grosso do comércio praticado no Maranhão. Enquanto Lisboa era a capital administrativa, Setúbal era a cidade de apoio. Em 1494, três meses após a assinatura do Tratado de Tordesilhas, na Espanha, todo o aparato do poder ibérico se reuniu em Setúbal para referendar o Tratado. Setúbal é a cidade de figuras proeminentes, a exemplo de Manuel Maria du Bocage, o poeta do arcadismo lusitano, o Frei Sardinha, primeiro bispo do Brasil, e o ilustre Fran Paxeco, fundador da Faculdade de Direito do Maranhão e da Academia Maranhense de Letras.

Coimbra foi a Meca do conhecimento para muitos maranhenses ilustres, sendo Antonio Gonçalves Dias o mais destacado. Coimbra foi o local do exílio do nosso maior poeta, após se declarar contra a Independência do Brasil. Foi no Colégio das Artes que ele concluiu o curso secundário

Inglaterra: Londres, Liverpool e Manchester - no século dezenove, enquanto a França vendia o luxo aos maranhenses, a Inglaterra nos proporcionava o conforto através das máquinas. Naquele período, a política internacional inglesa era tão forte que, no Maranhão, as pessoas mais simples criticavam em versos: "Não se pesca mais aqui, não se pode mais pescá, que já sube da nutiça, que os ingrês comprou o mar". Além de Londres, grande parte das máquinas que nos eram enviadas vinham do parque fabril de Liverpool e de Manchester, localizadas a cerca cem quilômetros da Escócia e a cinquenta da Irlanda.

Conforme mencionado, são inúmeras as cidades européias que propiciaram à capital do Maranhão o invejável status de principal cidade do Brasil setentrional. Estas nove são apenas o incentivo para que muitos outros

pesquisadores coletem e tragam a lume os grandes tesouros do passado, pois o Maranhão é o estado desta terça parte do Brasil que mais tem história a oferecer a população e aos seus visitantes.

ANTONIO NOBERTO estará no Programa STANDBY 5a. Temporada " Renovando as Forças, e Voando mais Alto" nas plataformas digitais da www.rnnn.com.br

Quem é ANTÔNIO NOBERTO ?

Pesquisador, palestrante e escritor. Membro-fundador e ex-presidente da Academia Ludovicense de LetrasALL, membro-fundador da AVLA, membro da Luminescence Academie Française (Vale do Loire), Doutor Honoris Causa em História (FEBACLA). Idealizador e curador da exposição França Equinocial para sempre.

Bicentenário de Gonçalves Dias: Antonio Noberto sendo entrevistado na Mirante durante evento de lançamento de plataforma tecnológica de interação com o Maior poeta brasileiro

https://globoplay.globo.com/v/11705982/

O CINE ÉDEN E OS PRIMÓRDIOS DO CINEMA NA CAPITAL MARANHENSE

*ANTONIO NOBERTO E **VALTERIAN MENDONÇA

QUEM JÁ ENTROU NA FILA DO CINE ÉDEN PARA ASSISTIR A ALGUM FILME CLÁSSICO OU A ALGUM SUCESSO DE BILHETERIA?

O CINEMA MAIS TRADICIONAL E CHIC DE SÃO LUÍS ERA O CINE ÉDEN, LOCALIZADO NA RUA GRANDE, ANTIGO "CAMINHO GRANDE", A VIA MAIS IMPORTANTE DA ILHA, QUE LIGAVA O CENTRO DA CIDADE ÀS ÁREAS MAIS AFASTADAS, COMO O AREAL (MONTE CASTELO) E O ANIL, ATÉ CONECTAR À ESTRADA REAL OU CAMINHO PARA A ESTIVA, EMBRIÃO DA BR-135. A RUA GRANDE TINHA NOS DOIS PRIMEIROS QUILÔMETROS DE EXTENSÃO (DO LARGO DO CARMO À QUINTA DAS LARANJEIRAS), O ÁPICE DO LUXO, DA POMPOSIDADE, DO COMÉRCIO, DA RIQUEZA E DO GLAMOUR. ALI COMPRAVA-SE "O QUE DE MAIS NOVO CHEGAVA DE PARIS". LOGO NO INÍCIO DO LOGRADOURO ERA POSSÍVEL COMPRAR PIANOS DE CAUDA OS MAIS LUXUOSOS, NA LOJA FRANCESA DOUCHEMIM. UMA QUADRA DEPOIS MORAVA ANA JANSEN OU DONANA, A "RAINHA DO MARANHÃO", A MAIOR PROPRIETÁRIA DE ESCRAVOS DA ABASTADA PROVÍNCIA.

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JOÃO BATISTA ERICEIRA - (Fundador)

FALECIDO EM 2022

João Batista Ericeira é membro fundador da Academia Ludovicense de Letras, ocupando a Cadeira n 02, patroneada pelo Padre Antônio Vieira.

Mestre em Direito e Estado pela Universidade de Brasília, profissional nacionalmente respeitado e cultivador de notáveis conhecimentos nas áreas de História e Ciências afins, é Presidente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, Vice-Diretor-Geral da Escola de Formação de Governantes do Maranhão, Vice-Diretor da Associação Brasileira de Advogados Eleitorais (ABRAE), Presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA/Seccional Maranhão), Presidente da Associação Maranhense de Advogados AMAd, Diretor da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Maranhão e sócio majoritário do escritório ?João Batista Ericeira Advogados Associados?.

É também membro do Instituto dos Advogados do Brasil e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Atualmente é articulista do jornal O Imparcial, escrevendo às terças-feiras. Igualmente publica seus artigos no www.ericeiraadvogados.com.br.

Na Advocacia Municipalista foi Consultor Jurídico da FAMEM, tendo atuado, como escritório de advocacia e assessoramento jurídico, para os municípios maranhenses de Pedreiras, São José de Ribamar, Caxias, Morros, Presidente Vargas, Vargem Grande, Grajaú, Anajatuba, Matinha e Sítio Novo. Atua também na advocacia eleitoral. Recentemente recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Ciências Jurídicas pela Emil Brunner World University ? USA.

ANTONIO VIEIRA

SANATIEL DE JESUS PEREIRA - (Fundador)

SANATIEL DE JESUS PEREIRA nasceu a 17 de agosto de 1950. Professor universitário da UFMA, articulista e cronista. Diretor da Gráfica da UFMA. Autor do livro Mulheres de Atenas composto de vinte e três belas e excelentes crônicas e magníficos artigos. Livro Os quatro elementos. Pequeno Dicionário de Ciência e Tecnologia da Madeira, Severiano Marinheiro, O Poço. Ex-Presidente da Academia Sambentuense, fundador da Cadeira 4, patroneada por Dom Felipe Conduru. Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras e da SOBRAMES. Medalhas Bicentenário da Justiça Militar – Brasil 2008. Newton Bello – Prefeitura de São Bento - 2013

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Estadual do Maranhão (1974), mestrado em EngenhariaCivilpelaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(1984)edoutoradoemEngenhariaFlorestal pela Universidade Federal do Paraná (2001). Atualmente é professor associado e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão. Tem experiência na área de Engenharia de Materiais, com ênfase em Compósitos de Madeira e Cimento, atuando principalmente nos seguintes temas: madeiras tropicais, resíduos de madeira, compósitos cimento madeira, edificações de interesse social, coordenação modular, propriedades e fibras vegetais do Maranhão. Além das funções de docente é o atual Diretor da Editora da Universidade Federal do Maranhão - EDUFMA.

AcademiaMaranhense,deCiências,LetraseArtesMilitares(@amclamma),oSecretárioMunicipalde Cultura,@marcoduailibe,representouoprefeito@eduardobraide,nasfestividadesdaSessãoSolene emhomenagemao30°AniversáriodaAcademiadePolíciaMilitarGonçalvesDias.

03 - MANOEL ODORICO MENDES

Falecido – 2023

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (1993). Organizador dos livros "Manual deDireito Eleitoral" (2004)e"Manual deDireito Administrativo" (2005).Autordos livros"Letras deSempre" (2018) e "Litterae Semper" (2019). Colunista literário do Jornal Pequeno com a coluna Letras de Sempre e do Jornal do Maranhão.

Informações coletadas do Lattes em 07/09/2022

04 - FRANCISCO SOTERO DOS REIS
BRANDÃO – FUNDADOR
ALEXANDRE MAIA LAGO - 1º OCUPANTE
ANTONIO AUGUSTO RIBEIRO
/ HONORÁRIO

RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO. (Fundador)

Graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Maranhão (1988), graduação em Direito pela Universidade CEUMA (2007), graduação em Psicanalista Clínico pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil (2002), graduação em Licenciatura em Disciplinas Profissionalizantes pela Universidade Estadual do Maranhão (1996), graduação em Química Industrial pela Universidade Federal do Maranhão (1983), graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Maranhão (1989), Curso de Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal do Maranhão, Curso de Especialização em Auditoria Contábil, pela Universidade Federal do Maranhão, Curso de Especialização em Direito Tributário e Legislação de Impostos e Curso de Especialização em Educação: administração escolar. Mestrado em Ciências da Educação: administração escolar, pela Escola Superior de Educação Almeida Garrett, Grupo Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). Doutorando em Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). Doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa. Professor adjunto do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão, experiência em Direito Empresarial; Direito Previdenciário; Direito Agrário; Direito Imobiliário; Contabilidade Empresarial; Auditoria e Gestão Empresarial Informatizada, com ênfase em Auditoria. Coordenador do Curso de Desenvolvimento de Ensino em Prática Jurídica Simulada. Admitido na Universidade Federal do Maranhão em 05 de janeiro de 1990, através de Concurso Público. Nascido no Distrito de Olinda dos Castro (Hoje Município de Olinda Nova), Município de São João Batista, Estado do Maranhão.

05 - JOÃO FRANCISCO LISBOA

ROQUE PIRES MACATRÃO - (Fundador)

ROQUE PIRES MACATRÃO, n. 13-11-1935 em Brejo dos Anapurus MA. Advogado formado na Universidade Federal do Pará em 1963. Começou a carreira como advogado em Belém, transferindo-se depois para São Luís. Procurador-geral da Justiça no Maranhão, no governo de seu primo João Castello [v. 41.431]. Membro da Academia Brejense de Artes e Letras. Publicou: . Discursos, 2009 . História do Brejo dos Anapurus, 2009 . Depoimentos de pessoas do Brejo que viveram no fim do século XIX e no século XX, 2010. Criou em Brejo dos Anapurus o Memorial da Família Macatrão, com objetos preservados pela família. Roque Pires Macatrão casou-se em Brejo dos Anapurus com MARIA CÉLIA BATISTA DA SILVA [44.137a], n. em Brejo dos Anapurus. Filha de Raimundo Batista da Silva Filho e de Raimunda Nonata da Silva. Residiam em São Luís em 2012.

06 - CÂNDIDO
MENDES DE ALMEIDA

WILSONPIRESFERRO(Fundador) CLEONES CARVALHO CUNHA 2º Ocupante.

CLEONES CARVALHO CUNHA nasceu na cidade de Tuntum, Maranhão em 10 de fevereiro de 1958

Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 1981. Bacharel em Teologia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA) - Faculdade Católica do Maranhão. Mestre em Direito Canônico pelo IPDC-RJ/Universidade Gregoriana.

Promotor na Comarca de Pindaré-Mirim entre os anos de 1983 e 1984.

Juiz de Direito nas Comarcas de Vitorino Freire, São Bento, Coroatá e São Luís. Como Juiz foi Corregedor-Regional Eleitoral no período de 16/02/1993 a 12/02/1997. Em 1998, assumiu as funções de Juiz Corregedor da Corregedoria Geral da Justiça.

Em 1999, foi nomeado Desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Membro da Sociedade Brasileira de Canonistas, da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (Cadeira Nº 25) e Membro da Academia Ludovicense de Letras.

No Tribunal de Justiça do Maranhão exerceu a função de supervisor-geral dos Juizados Especiais. Em fevereiro de 2005, assumiu a direção da Escola Superior da Magistratura do Maranhão. Corregedor-Geral da Justiça no biênio 2012/2013.

Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão no biênio 2016/2017.

O Desembargador Cleones foi eleito Corregedor Regional Eleitoral do Maranhão em solenidade realizada no dia 18/12/2017.

07 - ANTÔNIO
GONÇALVES DIAS

DILERCY ARAGÃO ADLER (Fundadora)

DILERCY ARAGÃO ADLER. É Psicóloga. Doutora em Ciências Pedagógicas - Cuba (revalidação na UnBBrasilia); Mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA; Especialização em Metodologia da Pesquisa em Psicologia e Especialização em Sociologia pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA. É aposentada pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA. É membro do Banco de Avaliadores do Sinaes - BASIS/INEP/MEC.

Membro Fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras - ALL, ocupando a Cadeira de nº 8. Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente Fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_SCL-MA, Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil. Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, de Membros Correspondentes da Academia Irajaense de Letras e ArtesAILA, Rio de Janeiro; Membro Correspondente da Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo, Membro Correspondente da Academia Letras de Teófilo Otoni e Diretora Estadual da Federação Brasileira de Alternativos Culturais. Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha). Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/Itália; International Writers And Artists Association-OHIO/EUA; Casa do Poeta do Rio de Janeiro; Associação Profissional de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro-APPERJ; Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur – Cuba; Representante da aBrace no Estado do Maranhão e Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional Maranhão-SOBRAMES-MA, Corresponsal Internacional de la Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias - S.A.L.A.C., Representante no Brasil do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de Escritores y Artistas de Tarija-Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora Universal de la Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija; Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”, Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union Latinoamericana de Escritores (ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture, Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora do Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Suisse / France. Medalha Simão Estácio da Silveira, dezembro de 2022; (Certificado do) Título Cidadã Gonçalvina 20 de abril de 2023

Tem participação em mais de cem antologias nacionais e internacionais entre elas: Mil Poemas a Pablo Neruda: Un canto de amor. Organizada por Alfred Asís, Chile, 2011 Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal, Organizado por Jean Paul Mestas escritor Francês e lançada em Portugal, 2000;A Poesia Maranhense no Século XX (Sioge e Imago) Organizada por Assis Brasil – São Luís/MA; Rio/RJ, 1994. Publicou o Informativo “Praia Grande” da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_SCL-MA (Bimestral), de Setembro de 1998 a Janeiro de 2005 (39 números)

Já recebeu vários prêmios, troféus e menções honrosas por trabalhos poéticos e culturais.

Trajetória profissional:

08 - - MARIA FIRMINA DOS REIS

Iniciou a sua carreira profissional na área pedagógica, na Fundação Educacional de Distrito Federal, em 1969, como professora alfabetizadora nas periferias de Brasília. O seu trabalho pedagógico era assim, desenvolvido com os estratos mais pobres. A seguir submeteu-se a uma seleção para fazer um curso de Aperfeiçoamento e Treinamento para professores de Educação Musical (587 horas), o qual possibilitou otimizar as condições do trabalho pedagógico na sala de aula e propiciou melhores desempenhos dos escolares, através das artes. Nos últimos dois anos na Fundação Educacional de Distrito Federal, trabalhou na Educação Especial (com alunos com necessidades especiais). Em 1974 solicitou rescisão de contrato para a Fundação Educacional de Distrito Federal objetivando retornar a São Luís do Maranhão.

Ainda em Brasília foi monitora da disciplina de Didática Geral, durante o primeiro e o segundo semestres letivos de 1973 no CEUB y foi estagiária de Psicologia no Colégio D. Bosco de Brasília (1973-1974) e do Instituto de Psicologia, Seleção e Orientação (1973-1974), ano em que regressou aa Maranhão.

Em 1974, iniciou trabalho clínico em consultório particular e, nesse mesmo ano, foi contratada para trabalhar naFundação do Bem EstarSocialdoEstado do Maranhão, na funçãodepsicóloga,ondepermaneceu até1976.

Em 1978 foi contratada para trabalhar na Companhia de Desenvolvimento de Distritos Industriais do Maranhão CDI-MA, como Assessora Técnica, para prestar serviços no Sistema Nacional de Emprego-SINE, onde permaneceu até 1980, época em que iniciou seus trabalhos na Universidade Federal do MaranhãoUFMA.

De 1974 a 1980 desenvolveu alguns trabalhos como voluntário-convidada ou sem vínculos, entre eles: atendimento psicológico a alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais - APAE; realizou exames psicotécnicos em militares do 24º Batalhão de Caçadores do Exército, 10ª Região Militar. O convite do Comandante do mesmo deu-se em função de ser filha de um Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira - FEB, condecorado como “herói da Segunda Guerra Mundial”; fundou a Associação Profissional de Psicólogos do Estado de Maranhão, da qual foi a Presidente Fundadora (1986-1989). Foi representante do Conselho de Psicologia-2ª Região (1983-1992). Fez várias palestras e ministrou vários cursos em diversas empresas e instituições. Trabalhou no Departamento Estadual de Trânsito, como psicóloga credenciada para realizar exames psicotécnicos para motorista, em todo o Estado do Maranhão (1974-1995).

Na Universidade Federal do Maranhão, trabalhou durante dezesseis anos (1980-1996), data da sua aposentadoria. Durante esse período, coordenou vários projetos, como: “Pré-escolar Comunitário da Vila Palmeira”, “Práticas Educativas nas séries iniciais do 1º Grau”, “Integração Universidade/Ensino de 1º Grau”, “Programa de Alfabetização: Compromisso da UFMA com o resgate/Conquista da Cidadania”, “Programa de Psico & Pedagogia”, “Em Busca da Reconstrução da Escola Normal”, “Psiquiatria Comunitária”. Exerceu atividades de direção em Campus Universitários da UFMA. Elaborou a Cartilha de Alfabetização: “Lendo com Malu Nilo na Villa Palmeira”. Integrou a Comissão de Extensão Universitária e Bancas Examinadoras de Concursos para admissão no Colégio Universitário - UFMA e de Apresentação de Monografias de alunos da Pós-graduação da UFMA, como orientadora e como professora convidada. Ministrou vários cursos e palestras, representando a Universidade em eventos diversos e em outras instituições. A grande maioria dos projetos desenvolvidos pela UFMA, dos quais participou era tinh como clientela alvo pessoas dos estratos pobres de São Luís, e do interior do Estado do Maranhão.

Em outubro de 1995 participou de intercâmbio entre a UFMA e o Centro de Psiquiatria Social de Tradate –CPS - Italia, onde desenvolveu serviços clínicos no referido Centro de Psiquiatria Social. Além disso, participou da “Távola Retonda: La salute mentale: un discorso transculturale, esperiense la confrontación di psichiatria sociale” representado o Brasil. Recebeu homenagens pelas palestras proferidas em várias instituições da Itália, assim como participou de outros eventos na área da saúde mental na região de Milão. No mesmo período realizou a exposição “Circuito da Poesia Maranhense”, no Consulado do Brasil, em Milão. Professora dos Cursos de Graduação e Pós-graduação e desenvolveu atividades de pesquisa na Graduação do Centro de Ensino Unificado do Maranhão

UniCEUMA e da Faculdade Cândido Mendes do Maranhão

FACAM, posteriormente Faculdade do Maranhão - FACAM. Integrou Bancas Examinadoras de Seleção para Docente e apresentação de Monografias de alunos dos Cursos de Graduação e Pós-graduação, como

orientadora e, também, como professora convidada. Desde 1994. É membro do Banco de Avaliadores do Sinaes – BASis/INEP.

É membro das Entidades que seguem:

Sócia Efetiva e Presidente (biênio 2021-2023) do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. MembrofundadoraeVice-Presidente(biênio2014-2015)ePresidente(2016-2017)daAcademiaLudovicense de Letras - ALL, ocupando a Cadeira de nº 8. Presidente fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão - SCL-MA, Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil. Vice- Presidente da Academia Maranhense de Trovas- AMT, 2ª Diretora da Associação de Jornalistas do Brasil- Coordenadoria do Maranhão-AJEB-MA. Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, de Membros Correspondentes das Academias que seguem: Irajaense de Letras e Artes - AILA, Rio de Janeiro; Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo; Academia de Letras de Teófilo Otoni, Academia Juizforana de Letras, Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores -ACLAPTCTC, Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes-AICLA, Academia Zedoquense de Letras, Academia Vargem-Grandense de Letras e Artes-AVLA, Academia Vianense de Letras. Academia de Letras de Teófilo Otoni, Academia de Belas artes do Rio Grande do Sul; Membro correspondente da União Brasileira de Escritores UBE - Rio de Janeiro. Diretora Estadual da Federação Brasileira de Alternativos Culturais; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba;Diretora Estadual da Federação Brasileira de Alternativos Culturais, Integrante da Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/Itália; International Writers And Artists AssociationOHIO/EUA; Casa do Poeta do Rio de Janeiro; Associação Profissional de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro - APPERJ; Associaçãodos Escritores do Amazonas - ASSEAM; CoordenadoraEstadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba; Correspondente - representante, em São Luís/MA do LITERARTE- São Paulo; Representante da aBrace no Estado do Maranhão; Membro da Sociedade Brasileira de Médicos EscritoresRegional Maranhão - SOBRAMES-MA; Corresponsal Internacional da Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias - S.A.L.A.C. Representante no Brasil do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de Escritores y Artistas de Tarija - Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora

Universal de la Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija; Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”, Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union

Latinoamericana de Escritores (ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture. Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz.

Publicações

2022. Maria Firmina dos Reis: Homenagem pelo seu Bicentenário de Nascimento. - X Antologia Cultive

2022 A mente ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis pela crítica literária contemporânea. Coleção crítica contemporânea, São Paulo: Alameda.

2021 200 Anos da Imprensa no Maranhão V. 1, São Luís: EDUFMA.

2021 Direitos humanos e fraternidade: estudos em homenagem ao Ministro Reinaldo Soares da Fonseca Volume 01. São Luís :ESMAM EDUFMA.

2018 I Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Brasil: Construindo Pontes (Org.)

2017 Cantos à beira-mar e Gupeva de Maria Firmina dos Reis (co - organizadora)

2017 Círculo de Fuego nº 49 – Org. Feliciano Mejía Revista do Movimento Amaro/Peru com poesias de Dilercy Adler

2017 Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor

2016 Pelos Caminhos da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial: condições e contradições de uma época (org.)

2015 Sobre Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.)

2015 Cento e noventa poemas para Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.)

2015 Doses Homeopáticas de Poesias: Lua e Poesia num ato libidinosamente sensual

2014 Círculo de Fuego – Org. Feliciano Mejía Revista do Movimento Amaro/Peru com poesias de Dilercy Adler

2014 De subido à Deriva

2014 Maria Firmina dos Reis: ontem, uma maranhense; hoje uma missão de amor!

2014 Mil poemas para Gonçalves Dias: diário de viagem (coorganizadora)

2013 Mil poemas para Gonçalves Dias (coorganizadora))

2013 Sobre Gonçalves Dias (co - organizadora)

2012 TINKUY

2011 Poesia feminina: estranha arte de parir palavras

2011 Uma história de Céu e estrelas

2008 Desabafos… flores de plástico… libidos e licores liquidificados

2005 Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé... uma história sem fim

2005 Tratamiento Pedagógico de los valores Morales: de la comprensión teórica a la práctica consciente (Tese de Doutorado)

2004 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-IV (org)

2003 Carl Rogers no Maranhão: Ensaios Centrados (org)

2002 Alfabetização & Pobreza: A escola comunitária e suas implicações (Dissertação de mestrado)

2002 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-III (org)

2001 Seme…ando dez anos

2000 Cinqüenta vezes Dois Mil human(as) idade(s)

2000 Genesis-IV Livro

2000 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-II (org)

1999 Arte Despida

1998 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-I (org)

1997 Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário

1996 Circuito de Poesia Maranhense (org)

1991 Crônicas & Poemas Róseos-Gris

E-books

2020-Por que escrevemos: Coletânea Literária Organizada pela AJEB-MA.

2021- Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa-Ser MulherArte Selo Editorial/Alemanha.

CAPÍTULOS DE LIVROS/PREFÁCIOS

2022- Lampejos Poéticos. IHGM- MA

2020 Toda Forma de ser Mulher. Antologia AJEB - Maranhão.

2020 Lagusa Poemas I: orgasmos em dose dupla. Edições AICLA.

2019- No Semblante do Cotidiano- AMT-MA

2019 Mulheres Extraordinárias. Coletânea Literária AJEB -Rio de Janeiro.

2018 Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora. Malê: Rio de Janeiro.

2017.- Cantos à beira-mar- ALL-MA

2018-Púcaro Literário II- Itapecuru Mirim, 200 anos. Edições AICLA-MA.

Participação em Antologias Nacionais e Internacionais:

1993 Oficina Cadernos de Poesia do n º 19 Rio de Janeiro/Brasil.

1994 Oficina Cadernos de Poesia do n º 20 Rio de Janeiro/Brasil.

1994 A Poesia Maranhense no Século XX, do Sioge/Imago, São Luís/MA; Rio de Janeiro/Brasil.

1994 2.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil

1995 Oficina Cadernos de Poesia do n º 21 Rio de Janeiro.

1995 Agenda 94 e 95 da Oficina Letras e Artes, Rio de Janeiro.

1995 3.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil.

1995 Mulher, Rio de Janeiro/Brasil.

1995 Catálogo da Produção Poética dos anos 90, Blocos Editora: Rio de Janeiro.

1995 Antologia Poética Del’Secchi”, vol. II, Rio de Janeiro/Brasil.

1996 Oficina Cadernos de Poesia do n º 22 Rio de Janeiro/Brasil.

1996 O Beijo, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil.

1996 Grandes Talentos, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil.

1996 Antologia Poética Del’Secchi” Volume IV. Rio de Janeiro/Brasil.

1996 Antologia Internacional de Poesia, v.2, do Movimento Poético de São Paulo/Brasil.

1996 Athena, 1.ª edição, da Edizioni Universum, Trento/Itália.

1997 Oficina Cadernos de Poesia do n º 23 Rio de Janeiro.

1997 Eros e Psique. Blocos Editora: Rio de Janeiro/Brasil.

1997 2.º Catálogo da Produção Poética dos anos 90, da Sociedade dos Poetas Vivos. Blocos: Rio de Janeiro.

1997 Planetária Multilingual Anthology, da Edizioni Universum, Trento/Itália.

1997 International Poetry Yearbook, International Writers and Artistis Association-OHIO/EUA.

1997 Primeira Antologia de Poetas Brasileiros, Editora do Poeta: Rio de Janeiro.

1998 Athena, Antologia di Litteratura Contemporanea Multilingue da Edizioni Universum, Trento-Itália.

1998 Jalons, nº 62, Nantes-França.

1998 Antologia “Mulher”, Produções Culturais Ltda., Engenho Novo-RJ/Brasil.

1999 Antologia de Poesias, Contos e Crônicas SCORTECCI para o Salão Internacional de São Paulo, Scortecci, São Paulo-SP/Brasil.

1999 Poesia Viva, Biblioteca Rosa Castro-SESC, São Luís-MA/Brasil.

2000 Laços de Cultura, Brasil Quinhentos Anos, da Sociedade de Cultura Latina do Estado de Goiás, Goìânia/Goiás/Brasil.

2000 Poesía de Brasil Proyecto Cultural Sur- Brasil Bento Gonçalves- RS/Brasil.

2000 Antologia di Letteratura Contemporanea Multilingue “Globus”, Edizioni Universum, Trento-Itália.

2000 Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal, Universitária EditoraLisboa/Portugal.

2000 Letras Derramadas: seleción de poesía erótica y amatoria, 2002, Montevidéo/Uruguai.

2001 Terceiro Milênio: Antologia da Sociedade de Cultura Latina do Brasil. ZMF Editora: Rio de Janeiro.

2002 Antologia “Terceiro Milênio” da Sociedade de Cultura Latina do Brasil, São Paulo/Brasil.

2002 Anthology “The XXIInd World Congress of Poets”, Iasi/Romania.

2002 Una Poesia per la vita, Edizioni Universum, Trento/Itália.

2005 Poetando para um mundo de Paz: Renza Agnelli, Dilercy Aragão Adler e Victor Corcoba. Edizioni Universon. Itália.

2008 Brasileiros em Prosa &Verso. Edições Alba: Varginha/Minas Gerais.

2009 Receita Poética. Lithograf: São Luís/ Maranhão.

2009 10 anos de aBrace. Movimiento Cultural aBrace, Organizadores: Roberto Bianche e Nina Reis.Uruguai.

2009 Voces em Plenilunio; Antologia Latinoamericana. Casa de la Cultura Ecuatoriana /Universidad de Loja. Ecuador.

2011 Antologia Literária Cidade: verso e Prosa. Belém:L&A Editores.

2011 Perfil da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro. APPERJ: RJ.

2011. Sobre o Amor. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão.

2011. Antologia da Associação Internacional Poetas Del Mundo. Life Editora/ Campo Grande/Mato Grosso do Sul.

2011- Un canto de amor: Mil poemas a Pablo Neruda. Antologia poetas del mundo. Isla Negra-Chile.

2012 Oficina Agenda Literária Equinócio. Oficina Editores: Rio de Janeiro

2012 Poesía Cuentos y Vos 2012 Argentina.

2012 São Luís 4 Séculos de Beleza e Poesia. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão.

2012- Palavras 2012-Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil. Porto Alegre.

2014 Perfis Acadêmicos: Fundadores- Academia Ludovicense de Letras

2015 Antologia Rio de Janeiro 450 anos de Verso e Prosa. Rio de Janeiro

2015 Terapia Poética. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão.

2015 Renovarte. Revista da União Brasileira de Escritores/RJ.

2015 Antologia Falarj. ZMF Editora: Rio de Janeiro.

2015 Varal Antológico 5. Designe Editora: Jaraguá do Sul/Santa Catarina.

2015 Perfil: APPERJ 26 anos. Org. Sérgio Gerônimo. Rio de Janeiro.

2015. Mesturas. Sacautos Cooperativa Gráfica. Espanha.

2016. Agenda. Poetas del Mundo. Chile.

2016 Hay Cura para el Amor?: Antologia Poética de Amor e Desamor. Selección de Annabel Villar & Julio Pavanetti. Liceo Poético de Benidorm

2016 Siempre el Amor-Sempre o Amor. Antologia. Ediciones Revista Capital Brasília-DF

2016 Palavras 2016. Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB. Evangraf:Porto Alegre.

2016 O Trem e o Imaginário IV: Verso e prosa. Academia Ferroviária de Letras. Rio de Janeiro.

2016 Coletânea Literária: a Arte de ser Mulher. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro.

2016 Coletânea Literária: II Seminário Internacional Encontro das Américas: Literatura, Arte e Cultura em Terras Potiguares. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro.

2016 Integração Cultural Interestadual: Coletânea Literária. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro.

2016 ? Hay cura para el amor? Liceo Poético de Benidorm Editora PIN: Espanha.

2016- Agenda 2016-Uma Antología Anual de Poetas del mundo. Espanha.

2018 aBrace Letras Poesia. Editora aBrace; Uruguai.

2018 100 Melhores Poetas Lusófonos Contemporâneos 2018. Literarte: Rio de Janeiro.

2018 Antologia Bilíngue Corazones Calientes/Corações Quentes. Revista Capital: Brasíla/DF

2018 aBrace Letras Poessía- Montevideo-Uruguai.

2018 Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora. Malê: Rio de Janeiro.

2019 Mulheres Extraordinárias. Coletânea Literária AJEB -Rio de Janeiro.

2020 Toda Forma de ser Mulher. Antologia AJEB - Maranhão.

2020 Poetas e Escritores Brasileiros. Antologia Academia Capixaba de Letras e Artes e Poetas TrovadoresACLAPTCTC

2020 O Iguarense:175 anos de Vargem Grande. Antologia da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes.

2020- Literatos: V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho-Academia de Letras de Teófilo Otoni-MG

2020- Café-com- Letras. Revista Literária da Academia De Letras de Teófilo Otoni: Futuro, presente pretérito Ano 18-Nº18 -MG.

2020 -Antologia Literária-FALARJ/2020- Rio de Janeiro.

2021- Cena Poética 7-RS Edições & Edições Baroni-MG

2021- Coletâneas Enluaradas II- Ciranda de Deusas- São Paulo

2021- Antologia Crisálidas: Literatura Feminina Maranhense – São Paulo.

2021-Antologia Mulheres Artistas Conversam... e Convidadas. Ações Literárias Editora-MT

2021- Literatos VI Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho-Academia de Letras de Teófilo Otoni, Vol. II-MG

2021- Literarte Celebra o Nordeste Brasileiro- Literarte-RJ

2021- Púcaro Literário III: protagonismo feminino. Edições AICLA-MA.

2021 -Dicionário de Escritores de Brasília, 4ª Edição. Brasília-DF

2021-América Toda. Ed. Pehuajó:Argentina.

2022- Vozes do Alto- Poesias- Teófilo Otoni-MG

2022- As Valkyries visitam o Brasil IX Antologia Cultive -Genebra

Prêmios Literários e Culturais:

Prêmio de edição do “I Concurso Litteris de Cultura” com a poesia “O Beijo”, Litteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil 1995.

Colar do Mérito Cultural da Revista Brasília, Brasília/DF/Brasil, 1996.

Medalha de Mérito pelos relevantes serviços prestados à Cultura e participação nas iniciativas do Grupo Brasília de Comunicação, Brasília/DF/Brasil, 1996.

Diploma de “honour and excellence” , the International Writers and Artists Association and Bluffton College, Ohio/EUA, 1996.

Prêmio de Publicação da Obra “Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário” do 1º Concurso Blocos de Poesia, Rio de Janeiro/RJ/Brasil, 1997.

Título de melhor ativista Cultural do ano de 1997, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 1998.

Título de Honra ao Mérito pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil,1998.

Menção Honrosa pela participação no livro “Mulher” no 3º salão de Artes Plásticas na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro/RJ, 1998.

Moção de Congratulação com louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo reconhecimento de seus grandes méritos à Literatura Brasileira, Rio de Janeiro/RJ, 1999.

Diploma de Destaque em Literatura do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura latina do Brasil, Mogi das cruzes/São Paulo/Brasil, 1999.

Prêmio a Latinidade I da Sociedade de cultura Latina do Estado do Maranhão, como uma das melhores coletâneas do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes,/São Paulo/Brasil, 1999.

Título “ Autore dell’Anno”, da Edizioni Universum, Trento/Itália, 1999.

DiplomadeParticipação no“IEncuentroLatinoamericanodeCasas dePoetasyCongreso BrasileñodePoesía em Habana”, Habana/Cuba 1999.

Diploma de participação no VII Encuentro Internacional en la Mixteca de Mujeres Poetas en el pais de las nubes, nas cidades de Huajuapan de León y Oaxaca/México, 1999.

Título dePersonalidadedoSéculo XXporsuaparticipaçãonaColetânea“Laços deCultura,Brasil Quinhentos anos” e sua brilhante produção poética e integração ao Movimento Alternativo Cultural Brasileiro, pela Sociedade de Cultura latina do Estado de Goiás, Goiânia/Goiás/Brasil, 2000.

Título de Honra ao Mérito, pelos relevantes serviços prestados à Cultura Brasileira e a esta entidade, durante a gestão de Joaquim Duarte Baptista, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 2001.

Diploma de Participação no “III Encuentro Internaciol da aBrace” Montevideu/Urugua, 2001.

Premio Internazionale II Convivio dell’ anno 2001 , nella sezione “Poesia” com la lírica “ Desabafo”, da Accademia Internazionale, II Convivio, Castiglione di Sicilia/ Itália, 2002.

Diploma di Merito per l’opera “Desejos espúrios, e Prêmio Internazionale “Una Poesia Per la vita, Omaggio a Dennis Kann”, Edizione Universum, Trento/Itália, 2003.

Título e Troféu “Personalidade Destaque SCLB-2003” na categoria escritora- Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Porto Alegre/Rio Grande do Sul/Brasil, 2003.

Diploma di riconoscimento di mérito al Premio “Filoteo Omodei” nella sezione poesia in portughese, Pela Accademia Internazionale II Convívio, Castiglione di Sicília, 2004.

2013-Diploma Grande Mérito Cultural-ABRAMES- Coord “Mil poema para Gonçalves Dias”- IHGM

Comenda Laura Rosa - EMEMCE E SIMPERGEN

Comenda Maria Firmina dos Reis- Academia Ludovicense de Letras-ALL

2015 Sobre Maria Firmina dos Reis (org)

2015 Cento e noventa poemas para Maria Firmina dos Reis (org)

2015 Doses Homeopáticas de Poesias: Lua e Poesia num ato libidinosamente sensual

2014 Círculo de Fuego – Org. Feliciano Mejía - Revista do Movimento Amaro/Peru com poesias de Dilercy Adler

2014 De Súbito... à Deriva

2014 Maria Firmina dos Reis: ontem, uma maranhense; hoje uma missão de amor!

2014 Mil poemas para Gonçalves Dias : diário de viagem (org)

2013 Mil poemas para Gonçalves Dias (org)

2013 Sobre Gonçalves Dias (org)

2012 TINKUY2011 Poesia feminina: estranha arte de parir palavras

2011 Uma história de Céu e estrelas2008 Desabafos... flores de plástico... libidos e licores liquidificados

2005 Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé... uma história sem fim

2005 Tratamiento Pedagógico de los valores Morales: de la comprensión teórica a la práctica consciente (Tese de Doutorado)

2004 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-IV (org)

2003 Carl Rogers no Maranhão: Ensaios Centrados (org)

2002 Alfabetização & Pobreza: A escola comunitária e suas implicações (Dissertação de Mestrado)

2002 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-III (org)

2001 Seme...ando dez anos2000 Cinqüenta vezes Dois Mil human(as) idade(s)

2000 Genesis-IV Livro

2000 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-II (org)

1999 Arte Despida

1998 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-I (org)

1997 Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário

1996 Circuito de Poesia Maranhense (org)

1991 Crônicas & Poemas Róseos-Gris.

A força da mulher! - A presidente do IHGM Dra.Dilercy Aragão Adler e sócia da instituição, Dra. Diomar das Gracas Motta visitam Caxias por ocasiao dos eventos e do bicentenário goncalvino que ocorrem junto aos parceiros institucionais caxienses. Na foto, ao centro , a presidente IHGC profa Me. Antonia Miramar Alves e Silva participam , Dra. Dilercy Aragão Adler e Dra. Diomar das Graças Motta, Ladeadas pelas Dras Regina e Deuzimar e pelas mestres Erlinda Bittencourt e Joana Batista.

https://www.instagram.com/p/CrQwwvmOAGh/?igshid=ZTE2MDY0MWU=

IRANDI MARQUES LEITE - 1º. Ocupante

Nasceu no dia 30 de novembro de 1955 em São Luís do Maranhão, Brasil, América. Filho de Caetano Santos da Costa Leite (boêmio Benzinho) e Didier Rodrigues de Lima Marques Leite; pai de Maiara Monteiro Marques Leite Castelo Branco, Raoni Monteiro Marques Leite e Irandi Marques Leite Júnior. Nome em homenagem ao tio e padrinho Iran e os primos Irandir e Jurandir (São Paulo). Engenheiro Civil formado pela Escola de Engenharia do Maranhão, aprovado no vestibular em 22 de julho de 1976.

Sua trajetória escolar iniciou-se no Jardim de Infância Dom Francisco, do Governo do Estado do Maranhão, Praça da Alegria; São Luís – MA e prosseguiu no Colégio Francisco Brandão, da Prefeitura de São Luís, rua das Crioulas; São Luís – MA, no Curso Cruzeiro, Professor Moacir Ribeiro ( Exame de Admissão)– rua 11 de Outubro, 96, bairro Monte Castelo – São Luís -MA; Escola Técnica Federal do Maranhão; aprovado em 05 de dezembro de 1968; Ginásio Básico Industrial e Técnico em Edificações; Curso José Maria do Amaral

São Luís – MA; Universidade Federal do Maranhão/ Escola Técnica Federal do Maranhão. Licenciatura para Graduação de Professores, Metodologia do Ensino Médio, disciplinas profissionalizantes (Construção Civil}. Habilitação em Tecnologia das Construções.; Conselho de Corretores de Imóveis do Maranhão – CRECIMA.- Curso de Transações Imobiliárias e registro no Conselho; Companhia Progresso do Maranhão -CPM, Curso Mercado de Capitais, Registro Autônomo de Investimento -RGA para operar na Bolsa de Valores; Universidade Federal do Maranhão - Curso de Direito; Fundação Getúlio Vargas- FGV/ Instituto Superior de Administração e Negócios – ISAN, MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e Construção Civil; Boletim deCustos MiguelStabile,Rio deJaneiro; EditoraPINISistemas,SãoPaulo;InstitutoBrasileirodeEngenharia de Custo -IBEC, Rio de Janeiro.- cursos na área de Engenharia de Custo; Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES; Associação dos Engenheiros da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo); Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão -CAEMA; Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento – AESBE; Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CAESB.- cursos e treinamentos na área de Engenharia Sanitária; ZÊNITE

Curso de Licitações e Contratos de Obras sob orientação do Tribunal de Contas da União, TCU. Brasília. Seus primeiros passos seguiram o vetor de casa para a Igreja São Pantaleão. O menino sonhava ser padre. Na janela de sua casa com a irmã Maria da Glória e primos olhava a passagem dos pregoeiros, alguns veículos, o bonde que passava na esquina da rua das Cajazeiras e, nos dias de Carnaval, os Blocos Tradicionais - Mal Encarados, Boêmios do Ritmo, Consciente do Ritmo e a Escola de Samba Turma do Quinto. Com os pais e avós participava das festas da Casa das Minas, da Casa de Nagô e do Divino Espírito Santo do bairro Madre de Deus; a festa do Divino era organizada pela Srª Genésia, comadre da avó Alzira (madrinha de Nicéias, mãe Dadá, caixeira e de mãe Lindaura).

De madrugada, após o galo cantar, pouco depois da passagem da Carruagem da Lendária Ana Jansen, os amigos (Catarino, Mizico, Botelho, Manoel, Caetano) arranhavam as rótulas das janelas da casa 673, da rua

09 - ANTÔNIO HENRIQUES LEAL

São Pantaleão, o som se propagava, em forma senoidal, até a Igreja São Pantaleão e até a serpente encantada. Chamavam Benzinho para tomar cachaça na barraca de Rayol, no Mercado Central. Vovó Alzira e mãe Didier preparavam o café. Vovô Costa Leite ia muito cedo estudar e desvendar fórmulas de remédios (mágica química) e o tio José Vasquez Ver Wallen ia cuidar de doentes em casas e hospitais.

Em 1915 a irmã da avó Alzira foi para o balé em São Paulo e casou-se com Ralf, descendente de alemão. Houve emigração da família para São Paulo. Aos seis anos Irandi começou escrever cartas para avós, tios e primos em São Paulo. Mãe Didier dizia “Quando escrever as cartas, principalmente para o tio e padrinho Iran da Silva Salazar, muito cuidado com o português”.

“Meu ex-aluno etesselitano... Revê com emoção incontida o que viveu na Escola Técnica Federal do Maranhão...Alude também à sua passagem pela Escola de Engenharia do Maranhão...tudo que ele lavrou é altamente apreciável, configurando-se (a meu ver) um calidoscópio memorialista ... revela-se um painel cultural admirável. “, escreveu o Professor Ramiro Azevedo, no prefácio do livro Viagem pela ilha Upaon Açu e além mares).

A alma do poeta já se manifestava na Escola de Engenharia do Maranhão ( !976/1977)...Irandi mostrava a diferença entre a matemática e a palavra sem ferir a geometria e nem dividir o verbo... No concurso de poesia realizado pelo Diretório Central dos Estudantes e Diretório Joaquim Gomes de Souza” e transformado em livreto, lá estava ele com sua louvação a São Luís” (escreveu Raimundo Nonato Medeiros da Silva, Engenheiro Civil, Escritor das Águas, no prefácio do livro Viagem pela ilha Upaon Açu e além mares).

SUA PARTICIPAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES INICIOU NO PERÍODO DE ESTUDANTE

- Secretário, Vice-Presidente e Presidente da Câmara de Representantes de Alunos da Escola Técnica Federal do Maranhão; Secretário e Vice- Presidente do Interact Clube da Escola Técnica Federal do Maranhão; RepresentantedeturmajuntoaoDiretórioAcadêmicoGomesdeSousadaEscoladeEngenhariadoMaranhão; Juventude Universitária Autêntica Cristã - JUAC, Igreja da Sé, Orientador Espiritual Padre João Mohana; Grêmio Cultural 23de Setembro,EscolaTécnica Federal doMaranhão; Secretário doCentro Cívicoda Escola Técnica Federal do Maranhão; Conselho de Recursos Hídricos do Estado do Maranhão- ex conselheiro, representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS LITERÁRIOS E ANTOLOGIAS

Iniciou na Semana da Literatura Jomar Moraes e Professor Constantino Frazão, coordenação do Professor Ramiro Azevedo na Escola Técnica Federal do Maranhão (1971) e prosseguiu:

Antologia dos Mil Poemas para o Poeta Antônio Gonçalves Dias, aniversário de 190 anos.

Autor dos poemas Dialética Indianista (2013) e De Caxias (Maranhão) Para o Mundo (2013), ambos publicados no Livro “Antologia dos Mil Poemas para o Poeta Antônio Gonçalves Dias”.

Viagem dos Poetas do mundo pelas águas e terras do Maranhão (São Luís, Caxias e Guimarães) em homenagem ao Poeta Gonçalves Dias (11, 12 e 13 de agosto de 2013)

Autor do poema Viagem da Poesia pelas Terras e Águas do Maranhão, Diário de Viagem, autor da toada Viagem da Poesia Pelas Terras e Águas do Maranhão em homenagem ao Poeta Gonçalves Dias, ambos publicados no livro “Viagem na Nau do Poeta Gonçalves Dias”. (11,12 e 13 de agosto de 2013).

Fundação da Associação dos Poetas dos Mil Poemas Para Gonçalves Dias

Antologia em homenagem à escritora Maria Firmina dos Reis. Participação com os poemas Canto para Maria Firmina e Sons Africanos para Maria Firmina, ambos publicados no livro Cento e Noventa Poemas para Maria Firmina (fevereiro/março de 2015).

1ª FeiraLiterária – FLIM eAntologia em comemoração ao bicentenáriodaemancipaçãopolíticado município de Itapecuru-Mirim (Maranhão), projeto literário coletivo da Academia Itapecuruense de Letras, organizado por Jucey Santana. Participação com o poema “O Poeta Sonha com a Matemática”, homenagem ao matemático Gomes de Sousa, nascido em Itapecuru (pág. 54) e Homenagem a Antônio Henriques Leal e itapecuruenses ilustres (pág. 129 a 133), publicados no Livro Púcaro Literário II, Itapecuru Mirim, 200 anos. ( 21/10/2018).

Antologia “Poesias sem Fronteiras” São Paulo. Participação com os poemas Beijo Metafísico, Download, O Poeta Sonha com a Matemática, Garimpar Poesia para um Poema Técnico, O Poeta Nauro Machado publicados nas páginas de 66 a 71, no Livro XV Concurso Literário “Poesias Sem Fronteiras. São Paulo (2019).

Antologia “Cartas que não escrevi”. Participação com a Carta para Benzinho no Livro “As Cartas que não escrevi” (páginas 85 a 89), publicado no 33º Salão do Livro de Genebra (Suiça), no dia 02 de maio de 2019) e na Feira do Livro de Paraty (Rio de Janeiro), 2019.

IV Festival de Poesia de Lisboa, 12 a 14 de setembro de 2019.Promoção – Helvetia Editions; apoio – Camões, Instituto da Cooperação e da Lingua Portuguesa, Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa – CPLP e InFinita, organização – Jannini Rosa e Carla de Sá Morais. Participação com o poema Poesia Indefinida com Plasticidade Aparente (páginas 92,93), no livro A Vida em Poesia IV, publicado em Lisboa, Portugal (13/setembro/2019).

Feira do Livro de São Luís 2016, lançamento do livro Poemas, Mensagens e Artigos. O autor foi interpretado pelo ator Irê, da Sociedade Artística e Cultural Beto Bittencourt

IV Encontro Nacional da Sociedade de Cultura Latina do Brasil, 19 a 21 de julho de 2018 em São Luís do Maranhão.

Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA. Participação na 13ª Feira do Livro de São Luís (13 de outubro de 2019).

PARTICIPAÇÃO EM CONCURSOS LITERÁRIOS

Iniciou na Escola de Engenharia do Maranhão,1977, Diretório Central da Federação das Escolas de Ensino Superior do Maranhão e Diretório Gomes de Sousa. Concurso de Poesias. Participou com o poema Verdade Timbira e outros. Foi publicado um livro com poemas dos participantes e prosseguiu:

Participou da semi-final do Concurso de poemas do Papopoético, Feira do Livro de São Luís, outubro 2013 com o poema Dialética Cultural em São Luís, homenagem aos Poetas Antônio Gonçalves Dias e Nauro Machado.Local -EscadariaCatarinaMina. Apresentação dopoema – Irandi LeiteeCoqueiroda Ilha (vocais), pianista Heitor Marques Marangoni (escaleta), Jeferson Gomes Coimbra do Grupo de pagode Palmares(tambor), Maiara M. Leite e Venina, da Escola de Dança Sonho (livros).

Participou da semi- final do Concurso de poemas do Papopoético, Feira do Livro de São Luís com o poema Dialética da Rede. Escadaria Catarina Mina. Apresentação do poema – Atores do grupo de Artes Graciele Costa: Dudu Garlen e Juliana Melo (11 de novembro de 2016).

Concurso de Poesia da Companhia de Saneamento do Maranhão - CAEMA no Dia Mundial da Água. Participou com o poema Dialética da Água, 22 de março de 2013.

Concurso de Redação para Professores, Rio de Janeiro com a redação A Vida da Palavra, texto revisado pelo Professor Ramiro Azevedo. (16 de maio de 2003)

Concursos de Poesia Prefeitura São Luis, 2015 e 2018.

Concurso de Poesia, Universidade Estadual do Maranhão- UEMA, 2015

Concurso de Poemas do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão - STIU MA

Participou com o Poema Dialética do Pacote 24/07/2013.

PARTICIPA (ou) DA DIRETORIA/ CONSELHO DAS INSTITUIÇÕES/ SÓCIO

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES, seção Maranhão), ex- secretário, extesoureiro; atualmente é membro do Conselho Consultivo.

Sindicato dos Engenheiros do Maranhão- SENGE MA, ex- secretário; atualmente é membro do Conselho Fiscal.

Clube de Engenharia do Maranhão – ex- Diretor Sócio Cultural

Conselho de Engenharia do Maranhão - CREA MA, ex- Conselheiro Titular e Suplente; atualmente é Conselheiro Suplente.

Associação Maranhense de Escritores Independentes (AMEI) – Sócio.

AssociaçãodosEngenheirosdaSABESP(CompanhiadeSaneamentoBásicodoEstadodeSãoPaulo) -Sócio.

INICIOU SUA PARTICIPAÇÃO EM VIAGENS DE ESTUDO E CONGRESSOS NA ESCOLA DE ENGENHARIA DO MARANHÃO

Pesquisa Metalúrgica e Cultural– AÇOMINAS, Refinaria Gabriel Passos, Instalações da FIAT, Museu de Mineralogia de Ouro Preto- Minas Gerais, organização -Escola de Engenharia do Maranhão.

Pesquisa Industrial e Cultural -Indústria Brasilit , Belém, Canteiro de Obras da Barragem e Hidro elétrica de Tucuruí, rio Amazonas e Teatro Amazonas ,Manaus; organização - Escola de Engenharia do Maranhão.

3º ENCOSAN - Encontro Técnico para padronização dos descritivos de orçamentos dos serviços de saneamento básico, Empresa de Saneamento de Brasília, CAESBE, Associação das Empresas de Saneamento , AESBE, Brasília.

Pesquisa do meio ambiente. Viagem de barco em volta da ilha Upaon Açu, SãoLuís do Maranhão. ECOBELLA, Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES.

Congresso Mundial dos Engenheiros WEC,2008., 1 a 5/12/2008.

Simpósio Portugal - Brasil de Engenharia Sanitária e Ambiental - SILUBESA, promovido pela Empresa Portuguesa de Águas Livres e Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES.

Quinze Congressos Brasileiros de Engenharia Sanitária e Ambiental – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental- ABES.

Cinco Congressos do Conselho Federal de Engenharia- CONFEA, sendo um congresso em São Luis-MA.

Três Congressos da Federação Nacional dos Engenheiros -FNE.

Dois Congressos da Associação dos Engenheiros da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Seminário Internacional de Meio Ambiente, 1997 - São Luís do Maranhão.

Seminário de Recursos Hídricos do Nordeste, dez ,2004, São Luís do Maranhão.

Três seminários do Programa Água Doce- Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão.

Pesquisa Índios Mayas, México 2017 , cidades de Cancun, Playa Del Carmen e Valladolid. Península de Yucatán. Edificações dos índios Mayas em Toulon e Chichén Itzá .Apresentação teatral de antigo ritual com conhecimento milenar indígena no Parque eco-arqueológico X Caret.

NASCEU NA ÁREA CULTURAL E PARTICIPA DESDE CRIANÇA DA HERANÇA FAMILIAR

Participou do Bloco Tradicional Mal Encarados; participa do Bloco Tradicional os Versáteis; padrinho do Bloco Tradicional Os Guardiões; participa e desfila pela Escola de Samba Turma do Quinto; no Carnaval 2020 desfilou pela Escola de Samba Turma de Mangueira.- samba enredo em homenagem á escritora Maria Firmina dos Reis.

Homenagem ao Rio Itapecuru baseada no livro de Medeiros Irandi idealizou a homenagem ao Rio Itapecuru. Tema baseado no livro Rio Itapecuru, Águas que Correm Entre Pedras, do Engenheiro Civil e Escritor das Águas, Raimundo Nonato Medeiros da Silva. Com apoio de diretores, componentes e simpatizantes do Bloco Tradicional Os Versáteis chegou ao tema “Rio Itapecuru, As Águas do Maranhão”. Autores do tema: Irandi, Roberto Leitão e Darlan Oliveira. No Carnaval de São Luís,2005, o Bloco desfilou com este tema. Uma bonita homenagem ao Rio Nilo maranhense. Os Versáteis, o primeiro Bloco Tradicional a homenagear o Rio Itapecuru. O escritor Medeiros acompanhou o Bloco na Passarela do Samba Joãozinho Trinta.

Homenagem ao Poeta Nauro Machado. Irandi idealizou a homenagem ao Poeta Nauro Machado. Com apoio de diretores, componentes e simpatizantes do Bloco Tradicional Os Guardioes chegou ao tema “Nauro Machado, Guardião da Poesia.” No carnaval de São Luís,2019, o Bloco desfilou com este tema. Uma bonita homenagem ao Poeta, interpretado na passarela do Samba Joãozinho Trinta pelo ator Uimar Júnior.

Irandi e Roberto Leitão idealizaram o tema Rua São Pantaleão, Nossa Origem, Nossa História, Nossa Paixão para o Bloco Tradicional Os Versáteis no carnaval de São Luís,2008.

ASLETRASRECEBERAMMELODIAEOFOLIÃOPARTICIPOUDECONCURSOSDEMÚSICA

NO PROJETO DA EMPRESA ONDE TRABALHA

Carnaval 2013 Concurso de Música da Companhia de Saneamento do Maranhão CAEMA.

1º lugar - Música - A Musa Caemeira e o Sapo Folião, samba em ritmo de Bloco Tradicional.

3º lugar- Música - Sapo Folia em ritmo de marcha carnavalesca (em ambas apresentações participação do cantor Coqueiro da Ilha e pianista Heitor Marques Marangoni).

Carnaval 2014 Concurso de Música da Companhia de Saneamento do Maranhão CAEMA.

2º lugar - Música - A Índia Caemeira e o Poeta Gonçalves Dias, samba em ritmo da Escola de Samba Turma do Quinto. O Poeta Gonçalves Dias foi interpretado por Raimundo Nonato Medeiros da Silva, engenheiro escritor das águas e a índia caemeira interpretada por Anne Grazielle Licar, do Bumba Boi de Nina Rodrigues, Maranhão.

Carnaval 2015- Concurso de Música da Companhia de Saneamento do Maranhão CAEMA.

1º lugar - Música - A Sereia Caemeira e o Poeta das Águas, em ritmo de marcha carnavalesca. O Poeta das Águas foi interpretado por Raimundo Nonato Medeiros da Silva, engenheiro escritor das águas e a sereia caemeira interpretada por Raissa Santana Pinheiro.

Carnaval 2016 Concurso de Música da Companhia de Saneamento do Maranhão CAEMA.

3º lugar - Música - Dialética Carnavalesca, do Concreto e da Água, em ritmo de marcha carnavalesca. (27 de janeiro de 2016).

Carnaval 2017 Concurso de Música da Companhia de Saneamento do Maranhão – CAEMA.

1º lugar - Música “O Poeta das Águas e a Carruagem de Ana Jansen” no Carnaval do Maranhão, música em ritmo de marcha carnavalesca e batida dos índios no Carnaval do Maranhão. A personagem Ana Jansen foi interpretada pela atriz Nila Rosa Bittencourt, da Sociedade Artística e Cultural Beto Bittencourt e o Poeta das Águas foi interpretado pelo cantor Coqueiro da Ilha ( 23 de fevereiro de 2017).

PARCERIADE MÚSICASCOMO CANTORECOMPOSITORCOQUEIRODAILHA,ESCRITOR MEDEIROS E O CARNAVALESCO IVALDO, PARA BLOCOS TRADICIONAIS, CARNAVAL DE SÃO LUÍS

Carnaval 2007 – Música – “No Vermelho das Fantasias Vou Versatilizar Paz e Harmonia”. Autores – Ivaldo Privado e Irandi M. Leite. Bloco Tradicional Os Versáteis. Passarela do Samba Joãozinho Trinta.

Carnaval 2015 – Música – Sou Guardião, Sou Ilusão, na Capital do Reggae, São Luís do Maranhão para o Bloco Tradicional Os Guardiões. Autores – Reinaldo Coqueiro Rodrigues (Coqueiro da Ilha), Irandi Marques Leite e Raimundo Nonato Medeiros da Silva.

Carnaval 2015 – Música – No Bailado do Fofão para o Bloco Tradicional Os Vingadores. Autores – Reinaldo Coqueiro Rodrigues (Coqueiro da Ilha), Irandi Marques Leite e Raimundo Nonato Medeiros da Silva.

Carnaval 2016 – Música – Sou Filho do Vento, Sou Guardiões para o Bloco Tradicional Os Guardiões. Autores

Reinaldo Coqueiro Rodrigues (Coqueiro da Ilha), Irandi Marques Leite e Raimundo Nonato Medeiros da Silva (Fevereiro/2016).

Carnaval 2017

Música

OsGuardiões ePoetas Apaixonadosnas Asas e Sonhos daImaginaçãoparaoBloco Tradicional Os Guardiões. Autores – Reinaldo Coqueiro Rodrigues (Coqueiro da Ilha), Irandi Marques Leite e Raimundo Nonato Medeiros da Silva (25/fevereiro/2017).

PELA PARTICIPAÇÃO NA CULTURA DE SÃO LUÍS
RECEBEU HOMENAGENS

- Medalha e condecoração pelos 50 anos do Bloco Tradicional Os Versáteis; Prêmio Cultural Gonzagão

Troféu Centenário 2019, Diploma de Cidadão Gonzagueano, 2019; Luiz Gonzaga homenageando Jackson do Pandeiro, 107 anos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião- 17 anos do Progama Gonzagão; Pedro Sampaio e equipe. Fortaleza, Ceará 23 de novembro de 2019.

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Iniciou no seio da família - artesão, confecção de caixas para pílulas, caixinhas para armazenar as pílulas contra o estupor e prosseguiu: Curso Cruzeiro Professor Moacir Ribeiro - Professor de Matemática; Bolsa Paulista de Livros

vendedor de livros; Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - Auxiliar de Agência, Auxiliar de Serviços Postais e Auxiliar de Escritório; Centrais Elétricas do Maranhão/ Companhia Energética do Maranhão - CEMAR – Auxiliar Técnico, Técnico em Edificações; Companhia de Habitação Popular do Maranhão - COHAB – Auxiliar Técnico A1, Técnico em Edificações; Construtora TEMESC -Técnica Maranhense de Saneamento, Construção e Comércio LTDA e Construtora Mairá – Técnico em Edificações e Auxiliar de Engenheiro Civil; Colégio Henrique de La Roque – Professor de Matemática; Construção do Complexo Esportivo Canhoteiro – Estádio de Futebol Castelão, Ginásio Georgiana Pflueger (Castelinho), Parque Aquático – Técnico em Edificações e estagiário do Curso de Engenharia Civil; Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão/ Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão–CAEMA.- Engenheiro Civil, Projeto ITALUIS, Gerente do Sistema Maiobão, Coordenador das Seções de Medição, Corte e Religação, Gerente de Engenharia de Custo e Orçamento, Analista de Projetos de Sistemas da Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário; Escola Técnica Federal do Maranhão – ministrou aulas de estágio do Curso Metodologia de disciplinas profissionalizantes; Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão –CEFET-MA - Aprovado no concurso para Professor de Tecnologia das Construções em dezembro/1993; Escola Técnica Estadual do Maranhão -ETEMA/ Colégio Bacelar Portela – Professor da disciplina Organização e Normas/ Aprovado no concurso para Professor em janeiro/1994; Prefeitura de São Luis / Departamento Municipal de Estradas de Rodagem – DMER, Engenheiro Civil, Gerente da Divisão de Conservação de Vias Públicas / Secretaria Municipal de Infraestrutura - SEMFRA, Engenheiro Civil, Gerente da área de Engenharia de Custo e Orçamento; Representante da CAEMA no Programa Água Doce-PAD, Grupo Executivo, No início coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, hoje coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão.

LIVROS PUBLICADOS

- Poemas, mensagens e artigos na ilha upaon-Açu (1ªedição)

Viagem pela ilha Upaon-Açu e Além Mares (1ª e 2ª edições)

Axipiriko aiko iwipeheger'i rehe

- Engenharia da Palavra -1ª edição

LIVRO EM PARCERIA COM OUTROS AUTORES

- Baile à Meia Luz - Autores: Maria Nilza Lima Medeiros, Raimundo Nonato Medeiros da Silva e Irandi Marques Leite. O livro é uma homenagem a um dos eventos mais dançantes da Ilha Upaon Açu (seresta do Maranhão Atlético Clube) e ao cantor Walber Carvalho. Um registro de memórias das noites seresteiras de São Luís do Maranhão.

PARTICIPOU DA PESQUISA E ESCREVEU A ORELHA DO LIVRO.

-Água deBeber:AEstatização dos Serviços deSaneamento em São Luís Autor: RaimundoNonatoMedeiros da Silva, Engenheiro Civil e Escritor das Águas.

Em sonho, busca sabedoria de Deus, pescando palavras, entre razões e proporções (José de Ribamar Carvalho, professor de matemática, Escola Técnica Federal do Maranhão,1970), limites e derivadas, catenárias e cabos elétricos com alma de aço.

Hoje, Pescador de Palavras, no futuro Engenheiro da Palavra (Today, word's fisherman, in the future, word's engineer).

MARIO DA SILVA LUNA DOS SANTOS FILHO

1º. Ocupante

Mario Luna Filho |São Luís, 27.07.1950|. Poeta, contista e ensaísta brasileiro. Membro da Academia Ludovicense de Letras (ALL). É, ainda, médico, cirurgião-pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Maranhão – SOBRAMES/MA. Vencedor de vários concursos em território nacional. É o autor de Do sapato ao pé descalço (poesia), um pingo para o seu devido i (Ensaio Literário), Chão Azul (Conto) e Do Granito ao Infinito (Poesia).

Cântico

Meu verso Anúncios traz nos braços o pranto de meu povo e a lágrima da rua.

Meu verso é órfão e preenche a boca desdentada do luético que prescruta a manhã que nunca será sua.

Meu verso anda descalço como o meu povo e é marquise para a alma sem teto.

Meu canto é o meu povo.

Meu canto se torna olho de esperança dessa gente que se veste de futuro.

Noturno

Meu verso entrará na fila/ para comprar o pão de cada dia. Lago

10 - JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE (SOUSÂNDRADE)

O silêncio preenche o vazio de meu adeus. Meu peito debruça sobre a noite que fabriquei em meu próprio mundo.

Minha noite desconhece a disputa pelo mínimo, o sobrado de corpos minguando frio, o colorido fabricado da vitrine sideral.

Minha noite não mostra o rosto cansado do poeta sem bandeira, não tem a marca registrada do consumo universal.

Minha noite não tem cancelas.

Em minha noite os homens não julgam e a esmola não é necessária.

Anúncios Minha noite é apenas vida.

Ponto

E do monte desci apenas pé.

Dos lagos emergi acéfalo.

Te encontrei buscando verdades no olho da rua.

Então te fiz meu lado.

Canto hidráulico

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A gota cai paralela à meta dos homens. O rio cada vez mais

|Fragmentos de mim mesmo, para cântico em duas vozes, ofertados a Suely Martins de Matos|

|O último pingo adquiriu a cor das ideias dos homens|

se torna grávido de náufragos.

Cada vez mais em hidráulico as fases se multiplicam em êxodo de cibernético.

O rosto anêmico do rio se mimetiza com a face do mundo.

A voz de tango do rio esconde o grito sem nau. No lodo há o laboratório das consciências.

ANDRÉ GONZALEZ CRUZ - (Fundador)

Mestre em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Especialista em Ciências Criminais pela Universidade Gama Filho (UGF). Especialista em Ciências Criminais pela Escola Superior do Ministério Público do Estado do Maranhão (ESMP/MA) em convênio com a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Analista Ministerial e Assessor no Ministério Público do Estado do Maranhão. Membro do Instituto dos Advogados do Maranhão. Membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas. Membro e Fundador da Academia Ludovicense de Letras. Autor dos seguintes livros: A nulidade absoluta da audiência de instrução criminal realizada sem a presença do Ministério Público, A prisão penal brasileira e seus efeitos sobre a família do século XXI: diagnóstico e propostas, A atuação do Advogado na Lei Maria da Penha e Sentimentos Criminais. Organizador do Compêndio de Regimentos Internos dos tribunais brasileiros: do Maranhão ao Supremo Tribunal Federal, do livro Direito Criminal Contemporâneo e do livro Estudos atuais de Direito Constitucional. Autor de capítulos de livros e de dezenas de artigos publicados em revistas, jornais e em meio eletrônico. Advogado, com inscrição na OAB/MA sob o nº 8.326, atualmente licenciado.

Informações coletadas do Lattes em 02/05/2022

11 - CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES

MICHEL HERBERT ALVES FLORÊNCIO (Fundador)

Nasceu em Bacabal, em 1º de agosto de (?), filho de João Ivonildo Florêncio e de Francisca Almeida Alves Florêncio, divorciado. ESTUDOU PRIMÁRIO - COLÉGIO MUNICIPAL DE ZÉ DOCA E INSTITUTO FUNDAMENTAL BRASILEIRO EM ZÉ DOCA; GINÁSIO - SEGUNDO GRAU - 1º. ANO COLÉGIO NOSSA SENHORA DOS ANJOS; 2º. E 3º. ANO COLÉGIO MODERNO - BELÉM –PA

GRADUAÇÃO - MÉDICO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA (1990-1996). PÓS-GRADUAÇÃO - PEDIATRIA-HOSPITAL MUNICIPAL DE COTIA – SUS-SP (1998-2000); ENDOCRINOLOGIA INFANTILHOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO DE SÃO PAULO - 2001.

II -MEMBRO DE AGREMIAÇÕES:

• MEMBRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORESREGIONAL PAULISTA-1999-2000

• SOBRAMES - MA DESDE 2003

• DELEGADO REGIONAL DO MOVIMENTO POÉTICO NACIONAL.(2010)

• PRESIDENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES SOBRAMES - MA (-200820010).

• MEMBRO FUNDADOR DA SOBRAMES - MA 2012.

• MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE PESQUISAS E ESTUDOS LITERÁRIOS (ABPEL).

PARTICIPAÇÕES EM ANTOLOGIAS:

2000: ANTOLOGIA PIZZA LITERÁRIA DA SOBRAMES - SP: DÉCIMA FORNADA.

2003: PARTICIPOU DA I ANTOLOGIA DA SOBRAMES - MA: ARTE DE SER.

2009:ORGANIZOU A II ANTOLOGIA SOBRAMES - MA: RECEITA POÉTICA.

PARTICIPOU DA TERCEIRA ANTOLOGIA SOBRAMES - MA: SOBRE O AMOR.

2012: ANAIS DO XXIV CONGRESSO NACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES. SOBRAMES, VIII CONGRESSO DA UNIÃO MÉDICOS ESCRITORES E ARTISTAS LUSÓFONOS-UMEAL.

2010- FUNDOU O INFORMATIVO RECEITA POÉTICA - DA SOBRAMES - MA.

2011- ORGANIZOU I JORNADA MÉDICO LITERÁRIA - SOBRAMES - MA

VI JORNADA NACIONAL SOBRAMES - MA/II - EXPOSIÇÃO DE ARTES MÉDICAS DO MARANHÃO.

2012 - ORGANIZOU A ANTOLOGIA EM HOMENAGEM AO QUARTO CENTENARIO DE SÃO LUÍS: IV SÉCULOS DE BELEZA E POESIA. (EDIÇÃO LIMITADA)

Participação em Eventos Literários

2007 - Participação na I FEIRA LITERÁRIA DE SÃO LUÍS COM O LANÇAMENTO DE LIVRO - O Verbo em Ebulição.

2008 - PARTICIPAÇÃO DA II FEIRA DO LIVRO DE SÃO LUÍS COM LANÇAMENTO DE LIVRO: Palavras e Verbos.

2009 PARTICIPAÇÃO DA E ANTOLOGIA SOBRAMES - SOBRE O AMOR.

2011- PARTICIPAÇÃO DA V FELIS - COM LANÇAMENTO DO LIVRO: ZÉ DOCA PASSADO E PRESENTE.

2008 - XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE MÉDICOS ESCRITORES - FORTALEZA CE.

2010 - XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE MÉDICOS ESCRITORES OURO PRETO - MG

12 - JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL

III JORNADA GIMARÃES ROSA

2012 - XVII CONGRESSO BRASILEIRO DA HISTÓRIA DE MEDICINA.

PALESTRA: A MEDICINA E A LITERATURA DO MARANHÃO: MINIBIOGRAFIA DE DR. ODORICO AMARAL DE MATOS.

LIVROS PUBLICADOS

2007-O VERBO EM EBULIÇÃO: ORAÇÕES SALMOS E POESIAS.

2008- PALAVRAS E VERBOS.

2011- O MUNICÍPIO DE ZÉ DOCA : PASSADO E PRESENTE (HISTÓRIA)

AUTORES: MICHEL HERBERT/ ANTÔNIO MENDES.

MARIA THEREZA DE AZEVEDO NEVES 1º. Ocupante

D. Maria Thereza de Azevedo Neves nasceu em 12 de novembro de 1932, em um daqueles casarões da antiga Rua da Paz, em São Luís; filha de Emílio Lobato de Azevedo e Maria José Costa Leite Azevedo, já trouxe de berço o estigma das letras e a herança atávica dos grandes escritores que construíram a memória artística e cultural da Idade Contemporânea. Seus irmãos: Maria Ruth e Américo Azevedo Neto, membro da Academia Maranhense de Letras.

Ela sustenta, como uma representante das letras, a honra e o peso da responsabilidade de ser uma descendente direta do dramaturgo e jornalista Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo, seu tio-avô, irmão de Américo Azevedo, seu avô, e pai de Emílio Azevedo, seu progenitor.

D. Maria Thereza foi interna do colégio Santa Teresa, onde viveu dos oito aos dezoito anos e de onde saiu somente para prestar exames ao vestibular de Medicina na Faculdade de Medicina do Ceará, em Fortaleza. Deixou o curso de Medicina pelo de Ciências Biológicas, agora na Faculdade de Filosofia do Recife, onde se formou em 1960.

Casada com o Deputado José Bento Nogueira Neves, um dos mais notáveis políticos do Maranhão pósrevolução. Ainda chegam aos meus ouvidos os seus discursos inflamados apontando novos caminhos para este Estado ainda em construção. A relação durou 50 anos, ficaram como prova viva desse tempo e desse amor as filhas, Rafaela, Eugênia e Virgínia; e o filho, Rodrigo Azevedo Neves; e, muito mais tarde, as netas, Maria Paula e Tarsila, e o neto, David.

D. Maria Thereza tem o seu début literário em 2005, quando publica o livro de contos Atalhos e o de literatura infantil Historinhas, ambos naLithograf.Após esseano, em 2006,publicou olivrodememóriaMinhaÁrvore. Em 2008, 107 – Memórias. Em 2012, Pena Vadia: Cantando & Contando, outro livro de contos; e, em 2013, Café ou Chocolate?, também de contos.

Maria Thereza de Azevedo Neves tem sua descendência direta de dois grandes vultos da literatura brasileira, Artur e Aluísio Azevedo, como também do seu próprio e incontestável talento como intelectual das letras.

OBS. Texto baseado na apresentação que fará o acadêmico Sanatiel Pereira

13 - ARTUR NABANTINO GONÇALVES
DE AZEVEDO

TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO

OSMAR GOMES DOS SANTOS - (Fundador)

OSMAR GOMES DOS SANTOS - (Fundador)

Osmar Gomes dos Santos nasceu no povoado Enseada Grande, município de Cajari-MA em 25 de março de 1962. Filho de José Basílio dos Santos (in memorian) e Maria Gomes dos Santos. Com apenas quatro anos de idade presenciou o falecimento prematuro de seu pai, que havia sido acometido de uma doença conhecida por barriga d"água - esquistossomose.

Osmar, iniciou os estudos no povoado onde nasceu. Nos intervalos da escola, ajudava a mãe e os irmãos na luta pela sobrevivência: quebrava coco babaçu e vendia de casa em casa bolo de tapioca e pudim de milho. Aos nove anos, mudou-se para a capital São Luís juntamente com a mãe e os irmãos Pedro, Lúcia, Jurandir e Zuila, ficando no povoado apenas o irmão mais velho, Raimundo José, já casado.

Em São Luís, passou a morar em uma palafita, hoje chamada Ilhinha, no Bairro São Francisco. Ainda criança Osmar exerceu os ofícios de jornaleiro e vigia de carros. Na adolescência, foi ajudante de pedreiro e coveiro. Estudou no colégio CEMA da Avenida Kennedy, depois na Escola Lia Varela, no Bairro São Francisco e posteriormente no Colégio Nina Rodrigues, do saudoso poeta Carlos Cunha, na rua do Sol. Iniciou o Ensino Médio no Colégio Gonçalves Dias, na Avenida Kennedy, mas concluiu no Colégio Silva Martins em 1981.

Em 1982 foi aprovado no vestibular para Direito na Universidade Federal do Maranhão, concluindo em 1986. Casou-se em 1985 com Maria Félix Rodrigues dos Santos , na cidade de Loreto-Ma, com quem teve dois filhos Osmar Gomes dos Santos Filho e Bianca Rodrigues dos Santos.

Osmar foi professor de escolas particulares, como Escola Pentecostal Cândido Rodrigues e Centro Caixeiral. Foi também professor Universitário. Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Del Museo Social Argentino. Mestre em Garantismo e Processo Penal, pela Universidade de Girona-Espanha.

É Especialista em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes-Rio de Janeiro e em Direito Constitucional, pela UNDB.

Atuou como Advogado -chefe do Banco Bradesco S/A, na Regional Maranhão/Piauí. Foi Delegado de Polícia Civil concursado, exercendo os cargos de Assessor-Chefe e Coordenador da Polícia Especializada da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Foi Secretário-Chefe do Gabinete e Procurador Administrativo do Poder Legislativo de São Luís-MA.

É Juiz de Direito de Entrância Final, titular da Segunda Vara da Fazenda Pública do termo judiciário de São Luís. Foi Diretor Geral do Fórum Desembargador Sarney Costa 2014/2015 e Membro Substituto do Tribunal

Regional Eleitoral do Maranhão, na categoria Juiz de Direito. Foi Diretor Social e Vice Presidente da

14 -
ALUÍSIO

Associação dos Magistrados do Maranhão. Foi Diretor Tesoureiro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas e da Academia Ludovicense de Letras.

É escritor, cronista, colunista e poeta. Autor das obras Manual Prático do Candidato a Cargo Eletivo; Lembranças e Emoções; Crônicas Selecionadas; Janelas para o Cotidiano. É Co-autor das obras SentençasJuízes Vitaliciandos; Revista da Academia Ludovicense de Letras; Revista da Academia Maranhense de Letras Jurídicas-Edição 2013; Revista da Academia Maranhense de Letras Jurídicas - Edição 2022; Antologia Internacional "PEGASI"-Albânia; Elos da Língua Portuguesa-Editora Guiné Bissau.

Osmar recebeu os títulos de cidadania dos municípios de São Luís; Barreirinhas; Coelho Neto; Afonso Cunha; Bacabal; Loreto e Penalva, além de Medalhas e Diplomas: Do Mérito Judiciário ao completar 10 e 20 anos de relevantes serviços como Magistrado; Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas, no grau Cavaleiro, do Ministério da Justiça; Comenda Mérito Literário Gonçalves Dias, pela FEBACLA; Mérito Cultural e Social, pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes; Doutor Honória Causa em Literatura, pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos; Embaixador da Paz, pela Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos, entidade filiada à ONU; Cavaleiro Comendador, pela Soberana Ordem da Coroa de GOTLAND; Título de Grande Honra, da FEBLACA; Medalha Simão Estácio da Silveira, pela Câmara Municipal de São Luís; Comenda Batalhão SUEZ, pela Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão SUEZ do Rio Grande do Sul; Medalha da Ordem do Mérito, da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão; Medalha Alferes Moreira Santos, do Corpo de Bombeiro Militar do Maranhão; Medalha Madalena Serejo, da Associação dos Magistrados do Maranhão; SELO BRONZE, da ENASP(Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Publuca).Certificado Meta 2 , do Conselho Nacional de Justiça;

É Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

EDUCAÇÃO DECADENTE OU REFLEXO DA SOCIEDADE?

Ser professor na rede pública de ensino do Brasil tem se tornado um desafio cada vez difícil de ser enfrentado. Afora os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e a falta de apoio para qualificação permanente, esse profissional agora precisa lidar com os problemas sociais que desaguam nas salas de aula.

A violência está presente nas salas de aula. Não se trata de afirmação tola, alheia aos acontecimentos, mas baseiam-se neles. Pelas telas que chegam aos nossos olhos ou pelas conversas com pais e mesmo com professores.

Todos os dias um caso novo, sempre uma história a relatar. Tenho amigos e amigas educadores, minha esposa era educadora, e as conversas que já tive com muitos deles revelam que mesmo quem nunca sofreu uma agressão física direta, certamente precisou ceder para não se tornar mais um número na estatística. Estratégias de sobrevivência são colocadas em prática, conforme o perfil dos alunos, a rotina e a localização da escola. Em bairros mais violentos o problema se torna ainda maior.

Há casos que a disciplina não funciona, aplicar notas baixas como medida de avaliação refletindo o baixo desempenho pode significar o início de uma grande tensão entre professor e aluno. Outro fator de permanente tensão tem sido o bullying, que precisa ser identificado e eliminado da cartilha de bons modos.

De forma crescente, temos visto atentados contra instituições de ensino e seus profissionais, o que nos deixa a todos estarrecidos. O caso da professora assassinada em São Paulo, no dia 27 de maio, repercutiu no mundo, mas parece não ter sido necessário para acender o alerta e conter novos casos.

Logo na sequência, dia 28, no Rio de Janeiro, um aluno foi detido após tentar esfaquear colegas de sala. No mesmo dia, em escola da zona Rural de Caxias, Maranhão, um aluno efetuou disparos dentro da unidade de ensino. Os alvos, a diretora e um amigo de sala. Felizmente o plano não se concretizou. Mais recentemente, foi o caso de Blumenau, onde quatro crianças foram violentamente assasinadas. Que horror.

Para a sociedade muito do que acontece de forma velada dentro das salas ainda pode constituir um tabu e apenas causa espanto quando veiculado na mídia. No entanto, este assunto é uma realidade e comum nas rodas de conversa de muitos educadores.

A consequência, quando não há uma agressão direta, esses profissionais apresentam problemas de ansiedade, síndrome de pânico, depressão, baixo autoestima. A educação, ou melhor, o sistema educacional, também contribui para gerar sérios problemas de saúde.

Ensinar deveria ser a mais nobre e valorizada profissão. A pedagogia deveria e deve ser desenvolvida com prazer e alegria no compartilhamento de saberes e na transformação do conhecimento.

Chegamos ao ponto de perguntar se estamos errando enquanto educadores ou se os episódios vistos apenas refletem o comportamento de uma sociedade cada vez mais violenta.

Não se pode permitir que mensageiros do apocalipse prenunciem a morte da nossa educação, sob pena de termos falhado enquanto nação naquilo de mais essencial.

Em que pese o sistema educacional no Brasil caminhar a duras penas, temos bravos e combatentes educadores que continuam nessa linha de frente. Esses profissionais seguem, com suas armas engatilhadas: o livro em uma mão e a caneta na outra.

O HOMEM ONTEM E HOJE. AMANHÃ?

*Por Osmar Gomez dos Santos

Lá fora tudo fervilha. Política internacional, interna, economia, ameaças a escolas, terrorismo, saúde, segurança. O mundo, o Brasil, o Maranhão, São Luís seguem com seus cenários agitados com um turbilhão de acontecimentos que afeta a todos indistintamente.

Mas há algo mais interno, que fala mais alto de forma particular, do qual não poderia me furtar de reverenciar nesta data importante. Nascido em 14 de abril de 1957, na capital maranhense, a reverência destas singelas palavras são hoje direcionadas ao literalmente imortal Aluísio de Azevedo. Tenho orgulho e, de certa forma, o ego um tanto quanto inflado por poder estar acolhido na cadeira de número 14 da Academia Ludovicense de Letras, patroneada por esse respeitado intelectual, da qual estou como membro titular.

Falar de Aluízio é ao mesmo tempo fácil e difícil. Por um lado, em razão de tanto que já foi dito sobre este expoente da literatura mundial; noutra via, o desafio se coloca devido a sua grandeza enquanto jornalista, romancista, cronista, diplomata, intelectual, homem.

Aproveito este último termo do parágrafo acima encerrado para invocar obra de mesmo nome, Homem, e trazer algumas considerações importantes. Ser humano retratado nas suas nuances mais intimistas, dentro da realidade fática de uma sociedade preconceituosa, hipócrita, racista.

Com uma “caneta” e um papel em branco ousou enfrentar o conservadorismo e defender abolição da escravatura, enquanto setores tradicionais a defendiam. Com sua originalidade, tornou-se o principal autor da corrente naturalista no país.

Narra em “O Homem” a relação entre Fernando e Magda, ela filha do conselheiro Pinto Marques e ele, que morava na mesma casa, é revelado na trama como filho do patriarca, resultado de uma traição. Tal revelação a Fernando pôs fim a aproximação entre os irmãos e a uma jura de que viveriam um para o outro.

Ele foi para Europa estudar e Magda seguiu nutrindo seu amor, sem saber que se tratava de seu irmão. Chega a notícia do falecimento do amado e ela cai em desgraça por longo tempo, sem esticar os olhos a qualquer outro pretendente. Ao voltar de uma viagem também à Europa, decide virar freira.

Passa tempos sem qualquer encantamento, até conhecer Luis, por quem passa a nutrir um amor que reacendeu sua alma. Novamente, aquele pretendido não estaria ao seu alcance, pois já era comprometido com Rosinha, com quem viria a se casar.

Magda oferece uma recepção ao casal e serve vinho envenenado para ambos, que logo vieram a falecer. Não suportava ela a perda de outro amor, pondo fim a vida de ambos e, por consequência, a sua, sendo arrastada à detenção como louca desvairada.

O Homem segue presente em nossa sociedade. Relações extraconjugais, falsidade, egoísmos, desventuras familiares. A não aceitação dos acontecimentos do acaso e o sentimento de perda que não passa e que se revela como fim de tudo.

Tal qual nossa sociedade, que vem formando uma geração que não aceita perder, não sabe receber um “não” e é emocionalmente mais sensível. O Homem de ontem voltou a ser o de hoje e corre o risco de nada o ser amanhã.

Utilizemos as inteligências daqueles que nos antecederam, daqueles que ousaram desenhar a sociedade com pinceladas de tinta real. Quem sabe, dessa forma, o homem de agora possa escrever uma história diferente e assegurar a todos um futuro.

MINHA TERRA TEM POETAS

Por Osmar Gomes

Minha terra tem poetas, palmeiras e sabiás. Aves, céu de estrelas e bosques com mais vida e alegria.

A terra em questão é aquela da qual falei e falo com paixão. Se há lugar mais lindo desconheço, esse é meu Maranhão, terra de Gonçalves Dias. Terra do índio, mulato, caboclo, do branco, do pardo e do preto. Das misturas de cores, de raças, de gente, para formar um só povo que brinda mais um grande nome da nossa literatura raiz, daquela vinda de gente como a gente.

Em 2023 é comemorado o bicentenário de Gonçalves Dias. Tal como tantos outros poetas, ele também marcou uma geração que formou a “nata” de escritores e que colocou o Maranhão, de forma permanente, no mapa da literatura brasileira.

Neste momento importante do bicentenário, minha reverência a Gonçalves Dias; mas as vozes da história me permitem estender homenagens a tantos outros poetas que este chão viu brotar e florescer. Ao enaltecê-lo, faço a cada poeta maranhense que retratou seu povo e deixou ensinamentos para a posteridade.

Filho da mistura de um povo e das relações paralelas, sem oficialização, fora dos “padrões” da época. O pai era um comerciante português, de pele branca; enquanto a mãe lhe deu traços do índio e do negro. Um mestiço daquilo que o Brasil tem de rico em seu DNA.

Como muitos filhos deste solo, o estudo superior foi buscar além-mar, em chão português, onde a falta de calor, fez um coração gélido e solitário rascunhar na ponta dos dedos a Canção do Exílio. Escrito saudosista que marcou a carreira do escritor, sendo uma de suas grandes composições. Poema cujo trecho da letra foi costurado em nosso Hino Nacional. Não por acaso, todavia uma constatação de que “nossos bosques têm mais vida, nossa vida, no teu seio, mais amores”. Versos que representam a marca de um povo, mas que não traduziram a vontade do escritor: “…não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá…”. Após idas e vindas entre Portugal e Brasil, um naufrágio submergiu todo aquele desejo de sempre regressar à sua terra natal.

Mesmo homem já formado, carregava a sina de ser um mestiço, quase uma sentença condenatória em uma sociedade racista. Fardo que lhe trouxe desventuras amorosas, impossibilitando a união com aquela por quem nutria um grande amor. Como ele mesmo dizia, estava “longe de ser fidalgo de sangue azul”. Entretanto ele era preparado, pois além de escritor, foi professor, servidor público. Integrou a primeira geração do Romantismo no Brasil, com tons marcados pelo enredo indigenista e nacionalista.

Ah! Gonçalves Dias, soubesses tu que o índio retratado por ti, já não tem a caça e o prato de comida lhe falta… Suas terras foram tiradas e as poucas que sobrou ainda são saqueadas pela ganância, como se a riqueza material valesse mais que um povo.

Neste centenário que se aproxima, entoemos os versos de Gonçalves Dias a ponto de nos trazer a inquietação, de nos fazer cismar sozinhos, dia e noite. Que seu legado nos ensine que tudo na vida tem um preço e que nossas atitudes deixam marcas indeléveis na posteridade, para o bem ou o mal. Que seus versos nos devolvam a esperança de um convívio em harmonia com a natureza esplêndida. Para que em cada palmo desta terra, possamos avistar as palmeiras, onde canta o Sabiá e a Arara faz seu ninho.

*Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

O FUTURO PODE ESPERAR?

*PorOsmarGomesdosSantos

Ao fazermos uma rápida pesquisa sobre pautas importantes das quais o Brasil assumiu o compromisso de cumpri-las e metas a serem alcançadas, constataremos que, irá remeter praticamente em todos os casos, a resultados insatisfatórios. O assunto, em si, pode não parecer, mas é de extrema relevância quando se trata de assegurar melhor qualidade de vida à população, bem como atingir as metas pautadas nas agendas assumidas de cunho nacional e internacional, tais como: desmatamento; redução de poluentes; tratamento de esgoto; serviço de água potável; saúde; erradicação de trabalho infantil; erradicação do sub-registro civil de nascimento; erradicação de doenças e muitos outros problemas.

Esses são alguns dos muitos temas, nos quais é fato, o país precisa avançar. Não apenas para “agradar” o desejo de gringos, mas, sobretudo, para gerar riquezas e garantir melhores condições de vida à sua população. Todavia volto a destacar um tema que muito me preocupa e sobre o qual debruço certo olhar mais acurado: educação. Em 2024 vence o prazo para que o Brasil erradique o analfabetismo, meta estabelecida em 2014, no Plano Nacional de Educação. Para o analfabetismo funcional, a meta de redução era de 50%. Avançamos em alguma medida? Sim, até porque não se pode retroceder em tudo Porém caminhamos a passos lentos. Passados praticamente os 10 anos e ainda estamos com cerca de 9,6 milhões de adultos que não sabem ler e nem escrever. Pesquisa recente, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para uma taxa de analfabetismo de 5,6% para os de 15 anos ou mais. Já quem tem 60 anos ou mais, esse percentual é de 16%.

Assim sendo, é bastante nítido que essa meta do Plano Nacional, ainda está longe de ser alcançada. E outras metas importantes, algumas delas, inclusive, com regressão aos objetivos propostos. Dados recentes mostram que “se andou para trás”, em relação as metas como: educação em tempo integral; erradicação do analfabetismo funcional; educação profissional e de jovens e adultos.

Acompanha esses dados alarmantes o velho problema societário, geográfico e racial. A maior parcela das pessoas enquadradas nos piores índices é naturalmente, pobre e está na região nordeste, em sua maioria, preta e parda. Esta última parcela chega a representar o dobro do percentual, em alguns casos.

Quantas agendas mais teremos que postergar para realmente avançarmos enquanto nação? Educação não é uma opção, mas é “a” opção para o Brasil sair do seu estado de letargia e caminhar firme para um futuro almejado; que há tempos figurou como um lema de nação.

Precisamos avançar! Não é mais permitido aceitar: escolas de taipa, salas multisseriadas, merenda insuficiente ou a falta dela, a baixa formação dos profissionais da educação, em algumas regiões remotas do país, a violência que aumenta dentro das escolas e em seus arredores, falta de transporte ou inadequados, como ônibus/vans caindo os pedaços, e até pau-de-arara, ou jumentos, em casos mais extremos por falta de boas estradas.

Existem problemas diversos a solucionar e só um caminho a seguir: o da educação. Entretanto para que isso se concretize, o Brasil precisa, urgentemente, honrar os seus compromissos assumidos no papel perante seus cidadãos e cidadãs que seguem aguardando o dia em que as páginas de suas vidas serão transformadas.

CNJ CHEGA À MAIORIDADE

*Por Osmar Gomes dos Santos

Obviamente que o título é mera analogia com a passagem que temos em nossas vidas, que nos transporta a uma condição de autonomia “absoluta”. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é claro, já nasceu com suas prerrogativas funcionais e missão devidamente estabelecida.

Fruto de muitos debates e controvérsias, muitas das quais vindas da própria magistratura, inclusive com ações contrárias à criação do CNJ, fato é que ao completar 18 anos o órgão mostra, pela sua história, uma decisão acertada do legislador.

A desconfiança se dava com base no argumento de que a atuação poderia ferir autonomia dos tribunais, ou de que sua criação não feriria bases legais, ou, ainda, o fato de que sua composição traria para fiscalização e acompanhamento do Judiciário pessoas estranhas a ele: advogados, membros do MP, cidadãos comuns. Estranhas?

Ocontexto da época praticamente impôs anecessidadedeuma reformulação noSistemadeJustiça, daí porque a Emenda Constitucional 45/2004 ficou conhecida como aquela que promoveu uma “reforma no Judiciário”. Após mais de 10 anos de tramitação da proposta original, foi votada, aprovada e entrou em vigor no ano de 2004.

Seis meses após sua vigência, essa mesma reforma trouxe ao mundo o CNJ, cabendo ao órgão controlar a atuação administrativa e financeira do Judiciário, bem como fazer cumprir preceitos e deveres funcionais dos juízes, sempre em observância à Lei Orgânica da Magistratura.

Naturalmente que são muitas as competências do órgão e não cabe, aqui, discorrer sobre todas elas. Vale tão somente, em minha breve análise, tratar aqui de como o Conselho evoluiu desde a sua implantação e os reflexos de sua atuação para Justiça brasileira.

Não adentro no mérito de sua competência “punitiva”, o que não se configura novidade, uma vez que este papel também cabe aos próprios tribunais. Nessa passagem da “maioridade” de 18 anos, vale o registro do quanto o Judiciário avançou.

A Justiça brasileira, hoje, graças a forte atuação do CNJ, avança rumo à eficiência, princípio preconizado na Constituição Federal. O investimento nas mais diversas áreas e, acima de tudo, em pessoas, tem possibilitado o aprimoramento de práticas e rotinas de trabalho que garantem a entrega de um serviço cada vez melhor à população.

Neste ponto, cabe destacar o papel das escolas judiciais, oportunidade que destaco o grande trabalho que vem sendo realizado pela nossa Escola da Magistratura do Maranhão. Organização, antes de tudo, é feita de pessoas. O investimento nelas, na capacitação, na melhoria das rotinas desempenhadas, garantem o que a mudança em curso seja sólida e positiva.

Pessoas que não foram deixadas de lado em razão da virtualização dos processos, mas que estão na dianteira dessa revolução. O investimento em tecnologia, inteligência artificial, estrutura e conhecimento nunca alcançou patamar de tanto destaque e tão depressa quanto agora.

Para além de seus processos de trabalho alinhados à função precípua de julgar, o Judiciário fomenta debates, elabora e executa políticas voltadas para os mais diversos segmentos, especialmente os vulneráveis e aqueles que historicamente sofreram, e ainda sofrem, com preconceito e discriminação. Assim, estimulados pelo CNJ, pegamos “carona” na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, que pretende construir uma sociedade mais justa e solidária. Adotamos práticas ambientais e sociais à luz dos anseios da nação brasileira.

Críticas ainda existem, e é bom que assim seja, posto que convivemos dentro de uma conjuntura democrática, na qual as instituições também devem ter sua atuação questionada, sempre. E nenhuma deve escapar ao controle maior, que é o da sociedade, para a qual toda finalidade deve ser voltada. E que essas críticas possam manter vivos os debates tão necessários ao aprimoramento permanente da Justiça, que desempenha papel fundamental dentro da construção da ordem social cotidiana.

Parabéns, CNJ. Seja bem-vindo à maioridade, que na prática existe desde sua criação. Que tão importante órgão possa seguir cumprindo sua missão de contribuir para a distribuição de justiça, seja na forma da lei, seja justiça social, ainda tão sonhada por milhões de brasileiros.

DANIEL BLUME PEREIRA DE ALMEIDA 1º. Ocupante

Daniel Blume Pereira de Almeida é maranhense de São Luís, nasceu em 27.10.1977. Estudou na escola Literato. Cursou Direito na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e se especializou em Processo e Direito Eleitoral pela Faculdade Cândido Mendes. Cursou Harmonização do Direito na Europa e o Papel da AdvocaciaPública, na Università degli Studi di Roma Tor Vergata (UniversidadePúblicadeRoma II– Itália). Mestre e doutorando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa – UAL. É advogado no Brasil e em Portugal, Procurador do Estado do Maranhão de carreira e professor da Escola Superior da Advocacia da OAB. Juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, por dois biênios (2014/2015 e 2016/2017). Presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Maranhão – Aspem (2011/2014) e da Comissão da Advocacia Pública da OAB-MA (2013/2015). Conselheiro Federal da OAB (2013/2015, 2019/2021 e 2022/2024). Presidente da Comissão de Direito Lusófono da OAB Nacional (2019/2021). É membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB Nacional, onde integra as ComissõesdeDireitoEleitoral e Digital. Representanteinstitucionaldo IAB Nacionalno Estado doMaranhão (2020/2022).

Membro Titular do PEN Clube do Brasil, da Academia Internacional de Cultura e da Academia de Letras e Música do Brasil. Membro correspondente da União Brasileira de Escritores/RJ e da Academia Pan-Americana de Letras e Artes. Ocupa a Cadeira n. 15 da Academia Ludovicense de Letras, da qual foi Presidente (2020/2021). Ocupa também a Cadeira n. 15 da Academia Maranhense de Letras. Recebeu, dentre outras, a Medalha Simão Estácio da Silveira da Câmara Municipal de São Luís/MA (2006), o Troféu Mérito da Advocacia Rymundo Faoro da OAB Nacional (2015), o Troféu The Best – Advocacia do Jornal O Estado do Maranhão (Em Cena/2015), a Medalha do Mérito Eleitoral do Maranhão do TRE-MA (2015),aMedalhaComemorativados 85anos da Ordem dos Advogados doBrasil (2015),oTítulodeCidadão Honorário da Cidade Rio do Janeiro (2018), a Medalha do Mérito Judiciário Antônio Rodrigues Velozzo do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (2018), o Troféu The Best – Literatura do Jornal O Imparcial (NM/2018), o Prêmio Moacyr Félix da União Brasileira de Escritores (Poesia/2018), o Troféu Talentos Helvéticos-Brasileiros na Categoria Poesia (Genebra/2019), o Título de Expressão Nacional da Academia Internacional de Cultura (Brasília/2019), a Medalha do Mérito Legislativo Manuel Beckman da Assembleia do Estado do Maranhão (2019), a Medalha Comemorativa dos 90 anos da Ordem dos Advogados do Brasil (2020)

15 - RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA

AYMORÉ DE CASTRO ALVIM - (Fundador)

Natural de Pinheiro-MA, baixada maranhense, é professor adjunto IV do Departamento de Patologia da Universidade Federal do Maranhão, aposentado. Ele tem especialização em Biologia Parasitária. Foi chefe do departamento de Patologia, Pró-Reitor de Graduação e Chefe de Gabinete do Reitor da UFMA. Em 2006, recebeu o Diploma de Honra ao Mérito Médico Nacional, conferido pela Federação Brasileira de Academias de Medicina. Desde 1996, realiza trabalhos de pesquisa sobre a Evolução da Medicina no Maranhão.

Foi um dos fundadores da “CulturaMédica”,primeirarevista voltadaa publicartrabalhos naáreadamedicina. O docente incentivava diversas competições esportivas, apoiando a Associação Atlética, presidida pelo colega de turma Nelson Parada.

Em 1967, Aymoré Alvim realizou sua residência médica no Rio de Janeiro, servindo como oficial médico, no Exército Brasileiro. Realizou um curso preparatório de oficiais da reserva e, após 45 dias de curso, foi designado para servir na Unidade de Saúde, do 24º Batalhão de Caçadores, em São Luís, onde passou 1 ano e 3 meses, sendo promovido a 2º Tenente Médico.

Em 1962, começou a ministrar aulas de Biologia no colégio Liceu Maranhense, o que se estendeu até 1966. Ministrando aulas, enquanto fazia o segundo ano do curso médico, ele lecionou no cursinho pré-vestibular JoséMariadoAmaral, cujasexperiênciasforammuitoimportantesparanortearadecisãoemoptarpelocampo das Doenças Tropicais e da Infectologia.

Graduado em Medicina em 1966, ele tinha pretensões de ser docente da UFMA, quando, em 1970, assinou um Contrato de Trabalho para cobrir vaga de uma professora de Parasitologia, que estava se afastando para mestrado, em Minas Gerais. Foi então que iniciou suas atividades universitárias como Professor Provisório, lotado no Departamento de Parasitologia e Microbiologia do Instituto de Ciências Físicas e Naturais da Fundação Universidade do Maranhão.

Em 1971, foi aprovado em primeiro lugar do concurso público para professor auxiliar do departamento de Parasitologia. Por volta de 1978, foi realizada uma reforma administrativa na estrutura da Universidade, criando novos cursos e reorganizando departamentos.

Nessas modificações, o departamento de Parasitologia e Microbiologia passou a integrar o departamento de Patologia, oferecendo disciplinas a todos os cursos da área da saúde, vinculando-se ao Centro de Ciências da Saúde. Ainda em 1978, Aymoré Alvim participou de outro concurso público, mas dessa vez para a classe de Professor Assistente, e novamente foi aprovado em primeiro lugar. No ano de 1992, ele ascendeu à classe de Professor Adjunto.

Ele é membro fundador e sócio da Sociedade de Parasitologia e Doenças Tropicais do Maranhão, membro fundador da Academia Maranhense de Medicina e ocupante da cadeira n° 8, cujo Patrono é o Dr. César Augusto Marques, membro diretor do Conselho Regional de Medicina do Maranhão, Membro da Comissão

16 - ANTÔNIO BATISTA BARBOSA DE GODOIS

Organizadora do XXXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, sócio fundador da Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA e Membro do Conselho Consultivo para o período 2000/2003, Membro Titular da Sociedade Brasileira de História da Medicina, Membro Fundador da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências-APLAC e ocupante da cadeira nº 9, cujo Patrono é o Dr. Odilon da Silva Soares. Coordenou, em 1981, a IV Jornada de Parasitologia e Medicina Tropical do Maranhão e presidiu, em 2012, o Congresso Brasileiro de História da Medicina.

Aymoré de Castro Alvim é autor de obras como "Pinheiro em Foco", "Contos e Crônicas de um Pinheirense", "400 Anos de Medicina no Maranhão", "Ecos do Pericumã", "O Lugar do Pinheiro – Recontando a história".

Tem vários artigos, contos e poesias publicados nos Jornais: Cidade de Pinheiro, Jornal do Estado do Maranhão, Jornal Pequeno e Jornal da Tarde, além de trabalhos publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e na Revista da Academia Ludovicense de Letras.

Atualizado em abril 2023

D. JOÃO E A ESCOLA DE MEDICINA DO MARANHÃO.

AYMORÉ ALVIM, AMM, APLAC, ALL.

A chegada da família real portuguesa ao Brasil, em janeiro de 1808, dentre as muitas expectativas que criou, na população local, a melhoria das condições sanitárias deve ter sido uma delas.

A situação que vigia, no Maranhão, a partir do seu processo de colonização iniciado, em 1615, como assim considerou Carlos de Lima, até meado do século seguinte, era de extrema miséria conforme relatou, em 1751, o governador recém-chegado, Mendonça Furtado, ao seu irmão, o Marquês de Pombal, à época, o primeiro ministro do governo de D. José I.

Além da falta do que comer e do que vestir, segundo o padre Antônio Vieira, o ambiente insalubre que dominava o Estado e, em especial, a cidade de São Luís, com suas ruas estreitas, sujas e mal cheirosas, com seus mangues e os muitos charcos e pântanos, criava as condições ecológicas favoráveis à proliferação de diferentes tipos de patógenos. Para citar apenas as enfermidades mais frequentes, conforme relata César Marques no seu Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, as febres paludosas (malária) se destacavam pelo número de vítimas que faziam. Registram-se, ainda, a sarna, a sífilis, a câmara de sangue (disenteria hemorrágica), as dermatites causadas por piolhos, as hepatites crônicas, o maculo, a tísica (tuberculose), a morféia (hanseníase) dentre muitas outras que compunham o quadro nosológico do Maranhão colônia.

Além dessaspatologias, foram registradas freqüentes epidemiasquecausavam grandemortandade.Aprimeira de que se tem notícia foi a de varíola, em 1621. Logo, a seguir, ocorreu a de sarampão também com muitas vítimas, principalmente, entre os índios civilizados.

A partir de então, essas epidemias e mais a de bexiga se sucederam ao longo do tempo. Tantos males e a falta de profissionais qualificados abriram espaços para um grande número de curiosos e oportunistas que além dos físicos e cirurgiões de formação duvidosa se adestravam nos mistérios e na magia da arte de curar.

Segundo Bela Herson, a esses agentes de saúde, oriundos de famílias humildes e dotados de conhecimentos precários, juntavam-se os cristãos novos “proibidos de ser o que eram por não conseguirem ser o que a Igreja queria que fossem”. Para escapar do alcance do Santo Ofício, fugiam para a Colônia onde se dedicavam ao exercício dessas profissões buscando assegurar a sua sobrevivência e da família.

O estado de necessidade permanente, o fascínio pelo sobrenatural e a superstição forçavam a população a recorrer a esses tipos de curandeiros ou à medicina indígena onde o pajé, misto de feiticeiro e sacerdote, tentava resolver os problemas de quem o procurava com benzimentos, sangrias, beberagens, massagens, fricções e infusões.

Outra opção era a medicina negra trazida pelos africanos. A sua terapêutica constava de uma mistura de magia e feitiçaria exercida por curadores ou feiticeiros. Mas o tipo de medicina que mais prosperou, àquela época, não só no Estado como em toda a Colônia, foi a jesuítica, praticada pelos padres e irmãos leigos que possuíam alguns conhecimentos da arte de curar trazidos da Europa ou aprendidos, no exercício diário a que se dedicavam. Conheceram com os índios o valor terapêutico de muitos espécimes da nossa flora e com eles organizaram sua imensa e rica farmacopéia que se espalhou por toda Colônia. Foram físicos, parteiros, barbeiros e cirurgiões além de implantarem, em seus colégios e hospitais, as famosas boticas com medicamentos da terra e trazidos da Europa.

A presença de médicos ou cirurgiões com formação em cursos regulares, na Europa, era ocorrência rara. É, ainda, César Marques quem faz referências aos poucos que aqui exerceram a profissão, ao longo dos séculos 17 e 18. No início do século 17, chegou na expedição de La Ravardière o Dr. Thomas de Lastre. Sua permanência foi curta pois teve que se retirar daqui após a expulsão dos franceses. Por volta de 1693, aportou em São Luís o Cirurgião-Mór Manuel Diniz. Este, possivelmente, foi o primeiro que por aqui esteve enviado pela Coroa, mas o período da sua permanência é incerto.

A grave situação de saúde por que passava o povo justificou as inúmeras e insistentes solicitações da Câmara de São Luís à Corte para que enviasse médicos, cirurgiões e boticários com remédios.

Nenhum documento pesquisado confirma se tais pedidos foram atendidos. Mas, há referências sobre o trabalho aqui exercido, em 1752, pelo doutor em medicina João Domingos Alberty.

No ano de 1788, o governador Fernando Pereira Leite de Foios informou à Câmara a chegada do Dr. José Gomes dos Santos. Noentanto,os maustratos edesrespeitos dispensados aestemédicodesestimularam outros profissionais de fixar residência, no Maranhão.

Por essa e outras razões, possivelmente, é bastante reduzido o número de profissionais que aqui exerceram a medicina até 1808, ano da chegada ao Brasil do príncipe-regente D. João e sua corte.

Ainda, nessa época, a situação sanitária e a instrução, no Brasil, segundo Oliveira Lima, eram muito precárias. No Maranhão, não podia ser diferente, principalmente, após a expulsão dos jesuítas que, praticamente, detinham o monopólio da educação.

A melhoria desse binômio talvez fosse a grande oportunidade para alavancar o desenvolvimento por todos esperado.

Os resultados aguardados após a vinda da família real para o Brasil não se fizeram esperar.

Durante o curto período que passou, na Bahia, D. João, em 18 de fevereiro de 1808, autorizou a fundação de uma escola de cirurgia, em Salvador, para formar cirurgiões práticos que atendessem não somente as necessidades das cidades do litoral como as do interior.

Com igual propósito, criou por decreto, em 2 de abril desse mesmo ano, uma cadeira de anatomia, no Hospital Real Militar da Corte, embrião da futura Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro.

O plano organizado, por ordem do Príncipe Regente, pelo médico Manuel Luiz Álvares de Carvalho, Diretor dos Estudos deMedicina eCirurgiadaCorte,propôs acriação das Academias deSalvadore doRio deJaneiro, como ainda, deuma terceiraAcademia, noMaranhão.Conforme os relatos deLycurgoSantos Filhoe Oliveira Lima, uma Carta Régia de 29 de dezembro de 1815 reafirmava essa intenção. A longa distância da sede do poder e a falta de profissionais qualificados para tal mister talvez tenham sido as causas que inviabilizaram tal propósito.

Mas o Maranhão continuou alimentando a esperança de possuir também a sua Academia Médico-Cirúrgica. Nos primeiros anos do Império, em 1827, o Dr. Lino Coutinho, deputado e professor da Academia MédicoCirúrgica da Bahia, apresentou à Câmara um projeto de reforma do Ensino Médico e nele incluiu a instalação da terceira Academia de Medicina, em São Luís do Maranhão. Eram representantes da Província os deputados João Bráulio Muniz, Manoel Odorico Mendes, Francisco Gonçalves Martins e Manoel Teles da Silva Lôbo. O projeto recebeu parecer favorável, foi aprovado e enviado para o Senado. A bancada do Maranhão estava constituída pelos senadores João Inácio da Cunha, Visconde de Alcântara, e Patrício José de Almeida e Silva Seixas.

Por lá o projeto parou e ficou. E, assim, feneceram as esperanças do Maranhão possuir a sua Escola de Medicina. Foi preciso aguardar por mais de um século para que a promessa de D. João VI se tornasse uma realidade sob a égide da Igreja Católica de São Luís do Maranhão.

MENINA DE RUA

Esta é a minha homenagem às crianças de rua, no Dia do Trabalho.

Menina, me diga

Onde tu estavas?

Estava na rua.

Que rua, menina?

Na rua do tempo.

Que tempo tu falas?

Do tempo, na rua, Que levo a passar.

Então, o que fazes?

Por que me perguntas?

Pergunto por que me interesso por ti.

Por mim, não. Mentira.

Mentira, por quê?

Ninguém se interessa

Assim tanto por mim.

Eu vivo na rua

Desde pequenina

Onde passo meu tempo

Tentando sonhar

Eu sonho com o tempo

Embora na rua

Perdendo o meu tempo

Podendo estudar.

É essa a lida

De quem vai pra rua

Lutar pela vida

Pra algo ganhar.

Agora tu vens

Perder o teu tempo

Me deixa na rua

Quero trabalhar.

Não tenho instrução

Pra ganhar meu tempo

Ninguém se interessa

Pro tempo eu ganhar.

E o tempo se passa

E a gente na rua

Vivendo de sonhos

Sem poder sonhar.

E tu o que fazes, Não vais trabalhar?

Me deixa na rua

Pro tempo passar.

Eu passo meu tempo

Esperando, na rua, Que passe depressa

Pra tudo acabar.

Aymoré Alvim, APLAC, ALL, AMM.

O momento é propício para essas lembranças, Por isso procurei e encontrei entre os meus alfarrábios algumas anotações dos papos que tinha com dona Inêz quando, aos domingos, vinha almoçar comigo e com eles preparei este conto sobre a história das festas de São João, na Vila de Santo Inácio do Pinheiro, atualmente, Pinheiro. Nos primeiros anos do século passado (década de 1900), vivia, em um povoado não muito longe da Vila, um famoso cantador de bumba-meu-boi que, todos os anos, preparava com os amigos a brincadeira. Era um boi de zabumba muito apreciado pelo povo.

Naquela época, os batalhões de bumba-boi que visitavam a Vila costumavam fazer a primeira apresentação, na casa do delegado de Polícia, depois na do Intendente e, por fim, iam percorrer as várias ruas do lugar. Em um desses anos, João Distinto chegou com a sua brincadeira e, nas primeiras horas da noite, foi, como fazia todos os anos, à casa do Delegado.

Cadeiras à porta da rua, fogueira para iluminar o ambiente e aquecer o couro dos tambores e uma mesa com mingau de milho, manuê, pamonhas e muitas outras iguarias da época junina. Formando um círculo para a brincadeira do boi, as pessoas que iam chegando aguardavam o batalhão de Distinto que já desfrutava de muito prestígio na Vila não só como cantador, como ainda, por ser um bom repentista. Bastava alguém lhe dar um nome ou um tema e ele fazia o improviso.

Daí a pouco, chegaram os brincantes já cantando a toada que dava início à brincadeira, tendo à frente João Distinto. Foram recebidos com palmas e foguetes. Nesse tempo, o uso do busca-pé, tão comum em épocas passadas, já havia sido proibido pelo Intendente pelos graves acidentes que causava.

“ Abre alas,

Abre alas, meu povo, Abre alas com toda atenção. Para não sair ninguém machucado

Nem prejudicado

Das filas do nosso batalhão.

Senhora dona da casa, Abra a porta e acenda a luz, Venha receber a nossa brincadeira

Que é a verdadeira

Do precursor de Jesus.”

No final das danças, alguém gritou:

- Distinto, faz aí um repente para o nosso Delegado

“ Seu Chico Pinto, Homem honesto e educado

Por isso foi escolhido

Pra ser nosso Delegado

Nós queremos agradecer

Nos receber de bom grado.”

Palmas, muitas palmas. Outro gritou: Faz um agora pra dona Ritinha, filha do Intendente.

“Viva, então, dona Ritinha, Filha do nosso Intendente.

Moça prendada nascida

Numa família decente

É uma santa mulher

Pra nosso povo carente”.

Mais palmas. E os temas prosseguiram e João Distinto atendendo a todos. Já bem no final, uma pessoa gritou do meio do povo:

João, tu não vais fazer um repente pra dona Santinha, mulher do nosso Delegado?

“Dona Santinha, mulher de grande valor, Comparo dona Santinha com um anjo protetor.

Dona Santinha quando nasceu

Trouxe um bichinho com ela

Quando novinho é pelado

Mas quando velho encabela

Pra amolecer nervo duro

O BOI DE JOÃO DISTINTO.

É melhor do que panela.”

O silêncio foi geral. Ninguém ousava rir nem fazer qualquer movimento. O gênio do Delegado quando zangado já era conhecido.

Soldados, prendam esse infeliz. Dêem uma boa pisa nesse sujeito e amanhã eu vou lá na cadeia falar com ele: disse o Delegado que puxou um revolver e deu dois tiros para cima. Não ficou ninguém. E a festa acabou. No outro dia bem cedo, o Delegado foi à cadeia.

- Me tragam o cabra aqui.

Os soldados foram buscá-lo. Distinto estava ainda meio entrevado da sova que levara na noite anterior.

- E aí, cabra. Que bichinho é esse que tu falaste.

- Seu Delegado, o senhor me conhece. Eu sou um homem de bem. Não ia tomar gosto com dona Santinha. O bichinho que falei era o sovaco.

- Sovaco nada, miserável. Onde é que tu já viste sovaco amolecer nervo?

- Amolece, seu Delegado. Lá onde eu moro, quando o nervo do boi ta duro, as mulheres mais velhas de sovaco cabeludo colocam e amolece mais depressa.

- Rapaz, tu és um miserável mesmo. Tu vais apanhar mais uma sova e vais desaparecer daqui. Nunca mais pisa aqui na Vila.

E, assim, João Distinto nunca mais apareceu em Pinheiro. Foi cantar em outra freguesia.

RAIMUNDO GOMES MEIRELES - (Fundador)

Natural de Itapecuru Mirim, município do Estado do Maranhão. É professor e Presbítero católico. Mestre e Doutor em Direito Canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma (Itália). Especialista em Direito Internacional Comparado pela Universidade Lateranensis do Vaticano. Professor de Direito Canônico, Filosofia Política, Introdução à Filosofia, Gestão Eclesial, no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA). Estudioso dos temas: Catolicismo Popular Tradicional, Institucionalismo e Normativismo Jurídico, Direito de Associação e Direito Canônico.

Membro da Associação Brasileira de Canonista (ABC), Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras, cadeira nº 17, patroneada por Catulo da Paixão Cearense, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), cadeira nº 60, patroneada pelo Cônego José de Ribamar Carvalho, membro fundador da Academia de Ciências, Letras e Artes de Itapecuru Mirim, cadeira nº 9, patroneada por Astor Cruz Serra e membro fundador da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (AMCLAM), cadeira 11, patroneada por Josué Montello.

Infância e Juventude

Nasceu em 31 de outubro de 1962, no antigo povoado de Cajá Belém, hoje, Fazenda Sara na BR 135. Atualmente faz parte da área geográfica de Miranda do Norte, (desmembrada de Itapecuru-Mirim em 1988), filho de João José Meireles e de dona Maria Gomes Meireles.

Em 1970 a 1971, estudou no Colégio Nossa Senhora dos Remédios na cidade de Caxias no Maranhão, mudouse para a Capital do Maranhão dando continuidade em seus estudos nos colégios Sotero dos Reis (1973

1974), Centro Educacional do Maranhão (1975 - 1976), Colégio São Lázaro (1977 - 1978) e Gonçalves Dias, onde termina sua vida estudantil secundária.

Vida acadêmica

Em 1984, entra para o curso de Filosofia no Instituto de Ensino Superior do Maranhão (Iesma), depois, cursou Teologia no mesmo instituto e Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Mestrado em Direito Canônico na Pontifícia Studiorum Universitas AS. THOMA Aq. In Urbe (Roma – Itália). Mestrado em Direito Internacional Comparado na Pontifícia Universitas Lateranensis – Cittàdel Vaticano. Doutorado em Direito Canônico, também na Pontifícia Studiorum Universitas AS. THOMA Aq. In Urbe (Roma – Itália). Convidado para exposição de tema em congresso internacional na Itália.

Vida Profissional

Em 1997, iniciou a trabalhar como professor de Filosofia do Direito, Filosofia Política, Direito Canônico, Introdução à Filosofia e Administração Paroquial no Instituto de Ensino Superior do Maranhão (Iesma). Em 1996 – 1998, foi Administrador Paroquial da Quase-Paróquia São José do Bonfim na capital do Maranhão. Em 1997-2009, foi Pároco da Paróquia Nossa Sra. Aparecida da Foz do Rio Anil. Em 2006-2012, Juiz

17 - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

Presidente do Tribunal Eclesiástico do Regional Nordeste V, em São Luís. Trabalhou por dois mandatos como membro do Conselho Diretor da Ufma, na qualidade de representante da Sociedade Maranhense de Cultura Superior. Desde 2016 é Vigário Paroquial da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro da Cidade Olímpica, em São Luís do Maranhão. Entre 1997-1999 exerceu a Chancelaria da Cúria Metropolitana, da Arquidiocese de São Luís, sendo renomeado em 2006 até o presente. Monitor da disciplina Relações Humanas e Relações Interpessoais, Curso de Formação de Soldados da PMMA, CFAP, Maranhão. E em 2009, foi nomeado pelo Estado do Maranhão Capelão da Polícia Militar; atualmente é Capelão Militar do Corpo de Bombeiros do Maranhão, no posto de coronel.

Obras

Possui várias publicações em jornais e livros, dentre algumas, destacando:

- Maria è assunta? Dove sei? 1995, Itália;

- O Direito de os fiéis leigos constituírem associações privadas. Pistas Jurídico- pastorais para a compreensão do fenômeno associativo privado na Igreja (tese de doutorado), Roma, 1995;

- Il Diritto degli índios in Antonio Vieira, Itália,1997;

- A Noção de Direito em Norberto Bobbio, 1998;

- O institucionalismo jurídico em Santi Romano, 2002;

- A Filosofia da Prescrição Penal, 2003;

- O Padre na Academia de Letras, 2004;

- Podemos definir o Direito? 2005;

- O divórcio católico, 2006;

- O legado do Padre Jocy Rodrigues, 2007;

- Direito e Filosofia;

- A Farsa do Direito, 2017;

- O pacto das catacumbas, 2017.

Missa pelos 33 anos de ordenação sacerdotal de padre Meireles

ARTHUR ALMADA LIMA FILHO - (Fundador) / VINÍCIUS BOGÉA – 1º OCUPANTE

18 - HENRIQUE MAXIMIANO COELHO
NETO
FALECIDO 2022

JOÃO FRANCISCO BATALHA - (Fundador)

João Francisco Batalha, nasceu entre o Rio e o Campo das Folhas, na Tresidela do Bonfim do Arari, nas barrancas do extremo baixoMearim, em 8dejulho de1944,como gostadefrisar.Casou-se com MariaCeleste Ericeira Batalha, com quem tem três filhos: Alex, Sandra e Fernanda, e seis netos: Laís, Luiza, João Marcos, Gabriel, Maria Eduarda e Ludmila, e um bisneto: Bento.

São Luís do Maranhão é a cidade na qual João Francisco reside, mas teima em ter exílio voluntário na cidade Arari. Com orgulho, é mestre maçom Past-Master, gestor de Recursos Humanos, pesquisador e historiador.

Escreveu, ainda, os livros: Arari, Maçons & Maçonaria (2011), Um Passeio pela História do Arari (2011 e 2014), Pio XII, Sua História Sua Gente (2017), Arari em Datas (2019), Comigo Aconteceu (2020).

Já fez 13 participações em coletâneas literárias sendo sete da Elos Literários da Bahia, duas do Movimento Nacional da Elos Literários, duas da Academia de Letras da cidade de Itapecurú-mirim, uma da cidade de Arari e uma da Iguaraense, de Vargem Grande, no Maranhão. Além disso, fez publicações menores: Conheça Arari (1981), Arari, Símbolos do Município (1999), David Maciel Santos - Uma inteligência a serviço da Liberdade. AVL (2000), Arari - Candidatura a Intendência (reprodução de 1920 – 2001), O Marechal de Aço

Elogio a Horocídio Marques de Souza (2003), 3 em 1, Elogios (Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – 2009), Consciência e Remorso (Trabalho em Loja Maçônica – 2009), Arari, dos Primórdios ao Período Republicano (2011), Duas saudações, dois Elogios (Academia Ludovicense de Letras -2014).

João Francisco Batalha também é membro dos seguintes sodalícios: Academia Maçônica Internacional de Letras, Academia Brasileira Maçônica de Artes, Ciências e Letras, Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes da Confederação Maçônica do Brasil, Academia Maçônica Maranhense de Letras, Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense, Academias de Letras do Brasil/ALB, Academia Ludovicensede Letras (São Luís), presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão, fundador, primeiro presidente, e Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico de Arari, sócio honorário da Academia de Letras de Paço do Lumiar, sócio correspondente da Academia de Ciências, Letras e Artes de Itapecurú-Mirim, presidente de Honrada Academia Luminense de Letras (Paço do Lumiar), patrono da Cadeira número 22 do Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense.

Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ao Lions Clube Internacional e à Academia Arariense-Vitoriense de Letras, da qual foi sócio fundador.

Recebeu as seguintes comendas: Medalha do Mérito Arariense, Medalha da Academia Brejense de Letras, Comenda Cultural, concedida pela Academia Maçônica Paulistana de Letras, Comenda Cultural, concedida pela Academia Maçônica Internacional de Letras, Medalha do Mérito Gonçalves Dias, concedida pela Associação de Cultura Latina, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e Federação das Academias de Letras do Maranhão, Diploma concedido pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Doutor em Filosofia Univérsica

P h. I. Filósofo Imortal, concedido pela Academia de Letras do Brasil/ALB, homenageado do

19 - JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES
MOURA

ano 2018, pela Elos Literários Nacional em Salvador/BA, Medalha do Mérito FALMA 2018, homenageado do ano 2018 na I Bienal de Arari, pela Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências-ALAC. Personalidade 2018 de Paço do Lumiar, concedido pela Academia Luminense de Letras e Medalha Senhor da Literatura, concedida pelo Movimento Nacional Elos Literários, em março de 2020, Salvador/BA.

Com vasta bagagem cultural, conhece a maioria dos municípios maranhenses, vinte e cinco Estados da federação brasileira, suas capitais e cidades mais importantes e o Distrito Federal. Além disso, já esteve nos Estados Unidos da América do Norte, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Peru, Panamá, Cuba, Alemanha, Itália, França, Mônaco, Espanha e Portugal.

João Francisco Batalha é um dos poucos intelectuais brasileiros a exercer diversos cargos no setor público e privado. Foi assessorespecial daSecretariadeEstadodeEducação(Seduc), atuou como comerciário, bancário e securitário. Teve Passagem pela S.A. White Martins, Banco do Maranhão S.A. e Serviço Assistência Social dos Economiários – SASSE. Na condição de economiário, exerceu as seguintes funções na Caixa Econômica Federal: Chefe da Seção de Operações Passivas, Gerente da Agência Grajaú, da Agência Presidente Dutra, da Agência Santa Inês, da Agência Açailândia, da Agência Cidade dos Azulejos (São Luís), e Gerente de Público da Agência São Luís (João Paulo).

Como servidor público exerceu as seguintes funções: Chefe da Divisão de Legislação de Trânsito do DETRAN/MA, Chefe de Gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, Chefe de Gabinete na Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Maranhão, Assessor de Gabinete na Secretaria de Estado da Educação do Maranhão.

Jornalista registrado na DRT-MA, é associado à Associação Brasileira de Imprensa. Tem artigos publicados no Jornal Pequeno, O Imparcial, O Estado do Maranhão, O Debate e Jornal da Tarde, de São Luis, Maranhão. E ainda no Vanguarda, A Luta, O Combate Arariense, Cidade de Arari, Folha do Arari, de Arari/, Maranhão, Folha da AVL, de Arari/Vitória, O Trabalhismo em Movimento, de Brasília/DF, Notícias de Vanguarda, de Anajatuba, Maranhão, Revista A Trolha, de Curitiba/PR, A Gazeta Maçônica/SP, O Confrade, O Historiador, O Maçom, da Maçonaria Maranhense e O Canto do Sabiá, do Lions.

Batalha é autor da obra “Um passeio pela História do Arari”, e chegou a ser homenageado pela Academia Ludovicense de Letras Maranhão-Brasil (ALL), durante as comemorações do 1º ano de criação da entidade. Francisco Batalha também é autor dos livros “Família Batalha”, “Família Prazeres”, “Passageiro da Aurora” e “Mearim, a Morte de um Gigante”. Ele é integrante da Academia Arariense e Vitoriense de Letras.

Atualizado em abril 2023

ARQUIMEDES VIEGAS VALE - (Fundador)

ARQUIMEDES VIÉGAS VALE nasceu a 22 de julho do ano de 1949. Médico, professor universitário, articulistaepoeta.MembrodaSociedadeBrasileiradeMédicosEscritores (SOBRAMES-MA).Autordo livro Resíduos Cartesianos – Apologia do Abstrato -poesias, e muitos trabalhos científicos. Ex-Presidente da Academia Sambentuense, fundador da Cadeira 31, patroneada por Florêncio Soares. Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras. Ex-presidente da SOBRAMES. Membro correspondente da Academia Tupâense de Letras Artes e Ciências. Membro correspondente da União Brasileira de Escritores / Rio de Janeiro Membro Titular da Academia Maranhense de Medicina Prêmio “Stella Leonardos” da UBE/RJ para o livro “APOLOGIA DO ABSTRATO” Medalhas Bicentenário da Justiça Militar – Brasil 2008. Newton Bello – Prefeitura de São Bento – 2013

É graduado em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (1975) e tem o grau de Mestre em Ciências daSaúdepelaUniversidadeFederaldoMaranhão(2001).ResidenciaMédicaemClinicaMédicaeEndoscopia Peroral.EspecialistaemGastroenterologiaePós-GraduadoemHipnoseClínica.Atualmenteaposentadocomo Prof. Adjunto de Histologia e Embriologia da Universidade Federal do Maranhão e como Médico Endoscopista pelo Ministèrio da Saúde.

20 - JOSÉ
PEREIRA DA GRAÇA ARANHA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - (Fundador)

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 21 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais;

Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020);

Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do InstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão,edições29a43,versãoeletrônica;Editorda“ALLemRevista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, Revista Lazeirenta;

Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

21 - MANUEL FRAN PAXCO

“QUINZE”, AS MIGRAÇÕES NORDESTINAS, O FUTEBOL: ALGUMAS

ILAÇÕES

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO

O que teriam, o romance “O Quinze” de Rachel de Queiroz, e o futebol nascente no Maranhão?

Vaz e Vaz (Inédito) ao recuperarem a memória da família de Antonio de Brito Lira – o Antonio Paraibano –verificou-se que começaram um périplo por vários estados brasileiros, fugindo dessa seca, que assolou o Nordeste,incluindo, claro,oseuestadonatal:Pernambuco.FogemparaoCeará,embuscadeauxíliodealguns familiares, passando por Juazeiro do Norte; daí, seguem para a Paraíba, e para o Maranhão. Logo após a Guerra do Juazeiro - conflito popular ocorrido em 1914 durante a República Velha (1889-1930) na cidade de Juazeiro do Norte, no sertão do Cariri, Ceará. Sabe-se que, após perderem quase tudo, apostando na loteria de Padre Cícero, e a conselho deste, vêm para o Maranhão. Por volta de 1917, estão trabalhando, alguns na Mercearia dos Neves, como balconistas, outros, vão para o Engenho Central. O certo, que nesse período, passam por São Luís, como tantos outros migrantes, fugindo das secas...

Em 1915, o futebol – introduzido oficialmente em 1907, mas praticado desde 1905 – está em crise. Nesse, há uma tentativa de reabilitação por parte de jovens estudantes, alunos do Liceu Maranhense, dos Maristas e do Instituto Maranhense. São criados vários clubes, como o Brasil Futebol Clube, São Luís Futebol Clube, Maranhão Esporte Clube (1916), Aliança Futebol Clube, e Gentil Silva fundada um novo clube, o Guarani Esporte Clube.

Em 1915 tivemos outro “primeiro campeonato maranhense’ organizado em função de movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhos - Ceará e Piauí – tendo se reunidos na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa os idealizadores do “Campeonato Maranhense de Foot-ball”, que pretendiam realizar (O JORNAL, 14 de agosto de 1915). Nessa reunião ficou resolvido que

"... na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois 'team' denominados Franco Alemão - que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca.

"Ficam assim compostos os team

"Presidente: Carlos Alberto Moreira

"Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes

"Secretário: Hugo Burnett

"TEAM FRANCEZ

"Forwards - Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira;

"Half-backs - Carlos Leite; Antonio Cunha;

"Backs - Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;

"Goal-keeper - Antonio Carvalho Branco

"Captain - Carlos Moreira

"TEAM ALLEMÃO

"Forwards - Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos;

"Half-backs - João Guedes; Antonio Paiva;

"Backs - Julio Gallas; Raul Andrade

"Goal-keeper - Albino Faria

A movimentação esportiva nesse final de 1915 estava bem intensa. O Brazil Foot-ball Club convocava seus sócios para a partida de final de temporada (O JORNAL, 12 DE DEZEMBRO DE 1915). Haveria

O

outro jogo entre o "team" Allemão, do Internacional e os jogadores da Escola de Aprendizes Marinheiros. Eram convocados, pelo time Alemão, Branco, Fereth, Guillon, Albino, Paiva, Guedes, Trajano, Leite, Travassos, Madureira e Cunha. (O JORNAL, 13 de novembro de 1915). O Barrozo Foot-ball Club desafiara o "team" infantil dos Aprendizes, com o jogo terminando em 2 x 1 , para o Barrozo (O JORNAL, 22 de novembro de 1915). É anunciado um jogo do Internacional no campo da fabril (O JORNAL, 18 de novembro de 1915).

Em 1916 é fundada a Liga Sportiva Maranhense (LSM), que não sobrevive.

De acordo com MARTINS (1989), em meados de 1916, já era regular o número de clubes:

- BANGU FOOT-BALL CLUBE;

- FLUMINENSE FOOT-BALL CLUB;

- PAYSANDU FOOT-BALL CLUB;

- ATENIENSE FOOT- CLUBE;

- ONZE MARANHENSE F. CLUBE;

- MARANHÃO ESPORTE CLUBE;

- FOOT-BALL ATHLETIC CLUB;

- BARROSO F. CLUBE;

- CABRAL F. CLUBE;

- IPIRANGA F. CLUBE;

- GUARANI ESPORTE CLUBE;

- SÃO PAULO F. CLUBE e outras associações menores (p. 344).

A IMPORTÂNCIA DA CAPOEIRA NA EDUCAÇÃO

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Centro Esportivo Virtual

Professor de História, do Ensino Médio, me liga perguntando se tenho alguma referência sobre a importância da capoeira na educação...

Depende de que ponto de vista!!! Ou de qual objetivo!!! Capoeira é Educação!!! Primeiro, faz parte do conteúdo curricular Educação Física, dentro do componente “Lutas”; preferível ensinar uma luta brasileira, dentre as possibilidades de ensino dessa matéria.

Segundo, pode ser ensinada ainda, dentro do componente curricular “Artes”, pois na concepção moderna, a Capoeira pode – e está – sendo caracterizada como ‘dança’, em especial após a sua mundialização: diversas academias de dança ao redor do mundo a têm como forma de dança moderna, contemporânea, com características próprias, com uma coreografia ‘livre’.

Terceiro, pode ser caracterizada como ‘Folclore”, devido à essas mesmas características, e, em especial, de sua origem e desenvolvimento.

Quarto, a Capoeira tem uma História, ligada à diáspora forçada de “africanos” para o Brasil, durante o período colonial, indo até ao Império, as leis proibindo o tráfico negreiro, e estendendo-se até a República, quando vem a se constituir em elemento formador do povo brasileiro. A constituição da Nação passa pela introdução do ‘negro’. Em tempos de “politicamente correto”, passa pela hifenização da cultura...

Quinto: dependendo do local onde está sendo desenvolvida, serve como ‘controle social’, afastando os jovens do mundo das drogas. Há uma ética, que deve ser respeitada pelo praticante da Capoeira!!! Respeito aos Mestres, Professores, e condução de vida regrada.

Sexto , a Capoeira vem se constituindo em uma Filosofia de Vida, para a maioria de seus praticantes. Ao se estudar a História de Vida dos Mestres Capoeiras, verifica-se que foi o caminho que seguiram – e tiveram a oportunidade – de uma vida melhor, fora do mundo do crime, e dentro de uma comunidade, hoje, aceita mundialmente.

Se a Capoeira tem importância para a Educação? Certamente que tem... especialmente nesses dias tão conturbados...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Centro Esportivo Virtual Mestre em Ciência da Informação

“A ditadura científica eu penso que será parecida em muitas partes do mundo, será provavelmente a mais próxima do padrão de Admirável Mundo Novo”. "Admirável Mundo Novo" ( 1932) de Aldous Huxley

Um bate-papo - ChatGPT: Peço desculpas se houve alguma confusão, mas como uma inteligência artificial, não sou capaz de ter conversas com pessoas, nem cometer erros ou gerar informações falsas. Meu objetivo é fornecer informações precisas e úteis, com base no que foi publicado e comprovado na literatura científica e em outras fontes confiáveis. É possível que alguém tenha utilizado o meu nome ou o nome de uma versão anterior de minha programação em uma conversa, mas eu não posso confirmar ou negar essa afirmação, pois não tenho acesso a informações fora do meu sistema. Qualquer informação que eu forneça é baseada em princípios éticos e de integridade, e estou sempre disponível para ajudar a esclarecer qualquer dúvida ou fornecer informações adicionais, dentro dos limites do meu conhecimento e programação.

A “conversa” acima foi trocada entre uma máquina e um ser humano. Trata-se de um “chatbot”, um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas. O objetivo é responder as perguntas de tal forma que as pessoas tenham a impressão de estar conversando com outra pessoa e não com um programa de computador. Trata-se de é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço. No caso, foi utilizado o aplicativo “ChatGPT”, que significa “transformador pré-treinado gerador de conversas”, é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e especializado em diálogo.

Outros dois conceitos merecem menção aqui: “machine learning”, ou aprendizado de máquina, através do qual os algoritmos conseguem ir melhorando seu funcionamento por meio da experiência, ou dos exemplos que passa a coletar em bancos de dados. Um aplicativo como o Waze, por exemplo, usa informações sobre o trânsito e é capaz de indicar os melhores percursos para os motoristas a partir das experiências e dos exemplos verificados pelos algoritmos. Já o “deep learning” também ajuda a Inteligência artificial a funcionar. É um braço mais aprofundado do machine learning: seus algoritmos conseguem aprender processos mais complexos, como detecção de fala, de objetos e reconhecimento facial. Ou seja, os algoritmos estão sendo trabalhados de forma cada vez mais complexa e aprofundada para permitir que a inteligência artificial ofereça soluções para problemas cada vez mais complexos.

Algoritmos são um conjunto de regras, ou instruções lógicas, que um programa de computador (um software) utiliza para realizar uma tarefa. E esses algoritmos podem ser ensinados (pelos humanos, a princípio), de formas diferentes. Esse aprendizado pode se dar pelo método supervisionado, não supervisionado e por reforço. A inteligência artificial usa os algoritmos para aprender a solucionar um problema em questão.

AInteligênciaArtificial,quevocêvaiverporaísendocitadaapenascomo IA(ouAI,deartificialintelligence), é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência similar à humana indo além da programação de ordens específicas para tomar decisões de forma autônoma, baseadas em padrões de enormes bancos de dados. fórmula: big data + computação em nuvem + bons modelos de dados.

Para uma classificação técnica da inteligência artificial, devemos nos concentrar em três: Inteligência artificial estreita (ANI): representa toda a IA existente, em que só pode realizar uma tarefa específica; Inteligência geral artificial (AGI): se refere à capacidade da inteligência artificial geral aprender, perceber, compreender e funcionar completamente da mesma forma que um ser humano; Superinteligência artificial (ASI): pode replicar a inteligência multifacetada dos seres humanos, possui uma memória maior, analisa dados rapidamente e possui capacidades de tomada de decisão. Em relação à sua capacidade, isso está relacionado

“AS WE MAY THINK”

ao nível de inteligência da IA, ou seja, a sua habilidade em executar funções semelhantes às humanas. E essas habilidades são divididas em quatro: Máquinas reativas: são as formas mais antigas de inteligência artificial, que não possuem funcionalidade baseada em memória; Memória limitada: conseguem aprender com base em dados históricos; Teoria da mente: esse é o próximo nível de sistemas de IA que encontra-se em andamento; “Autoconsciente”: a IA autoconsciente é uma formulação hipotética, que conseguirá compreender e evocar emoções, necessidades, crenças e, potencialmente, desejos próprios.

Para quem estuda a área das TICs, não é “novidade”, mas a evolução lógica da “Era da Informação e do Conhecimento” que vivemos nos mostra um mundo novo, na qual o trabalho humano é feito pelas máquinas, cabendo ao homem a tarefa à qual é insubstituível: ser criativo, ter boas ideias.

Há algumas décadas, a era da informação vem sendo superada pela onda do conhecimento, já que o aumento de informação disponibilizada pelos meios informatizados vem crescendo bastante, a questão agora está centrada em como gerir esse mundo de informações e retirar dele o subsídio para a tomada de decisão.

As “novas” formas de comunicação já foram definidas na ficção científica. Aldous Huxley , em seu livro "Admirável Mundo Novo" ( 1932) já descrevia uma sociedade extremamente científica, onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais da sociedade, essa sociedade não possui ética religiosa e valores morais.

Isaac Asimov, um prolífico escritor não apenas de ficção científica, mas também de obras científicas, publicando ao todo mais de 500 livros e contos ao longo dos seus 52 anos de carreira; entre eles incluindo-se "Eu, Robô" e "Manual de Robótica, 56 Edição, 2058 d.C.".

O título da coletânea veio do conto "I, Robot" (1939), de Eando Binder (pseudónimo de Earl (1904–1965) e Otto Binder (1911-1974). Asimov queria que o título fosse Mind and Iron, e inicialmente se opôs quando a editora usou o mesmo nome do conto. Isaac Asimov foi fortemente influenciada pelo conto.

É de Asimov as Leis da Robótica:

Um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal. Os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que essas ordens entrem em conflito com a primeira lei. Um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores.

Essas Três Leis da Robótica são, na verdade, três regras e/ou princípios idealizados por Isaac Asimov a fim de permitir o controle e limitar os comportamentos dos robôs que este trazia à existência em seus livros de ficção científica. Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras: um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

O ensaio As We May Think de Vannevar Bush, primeiro publicado em The Atlantic Monthly em julho de 1945, argumentava que enquanto os humanos iriam virando as costas para a guerra, esforços científicos deveriam variar do aumento de habilidades físicas para fazer todo o conhecimento humano previamente coletado mais acessível. O artigo foi uma versão retrabalhada e expandida do seu "Mechanization and the Record" de 1939. O sistema, o qual ele chamou de memex, foi descrito como baseado no que se pensava, na época, seria a onda do futuro: rolos de microfilmes de resolução ultra-alta, junto com múltiplos visualizadores de telas e câmeras, através de controles eletromecânicos. O artigo de "The Atlantic Monthly" foi seguido, em novembro de 1945, por um artigo da revista "Time" que mostrava ilustrações da proposta área de trabalho e máquinadeescreverautomáticadomemex.Seuartigodescrevealgo emmuitasmaneirassemelhantesàWorld Wide Web.

A internet traz uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os documentos interrelacionados de hipertextos da World Wide Web (WWW), redes ponto-a-ponto (peer-to-peer) e infraestrutura de apoio a correio eletrônico (e-mails). As origens da internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados Unidos na década de 1960 para construir uma forma de comunicação robusta e sem falhas através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com projetos no Reino Unido e na França, tenha levado à criação de redes precursoras importantes, ele não criou a internet.

A Internet é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol SuiteouTCP/IP)com opropósitodeservirprogressivamenteusuáriosno mundo

inteiro. É uma rede de várias outras redes, que consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas.

A ciência da informação é um campo interdisciplinar principalmente preocupado com a análise, coleta, classificação, manipulação, armazenamento, recuperação e disseminação da informação. Ou seja, esta ciência estuda a informação desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento.

A Ciência da Informação pode ser definida, segundo Oliveira, como “o estudo dos fenômenos ligados à produção, organização, difusão e utilização de informações em todos os campos do saber”. Sua origem está relacionada, brevemente citando, à biblioteconomia, à bibliografia e à documentação.

Já a Ciência da Comunicação “tem como objeto central a informação, transmitida por um comunicador a um receptor, utilizando um canal e um sistema de códigos específicos e posteriormente recuperados para a transmissão de novas informações”. Ela pode ser dividida em três vertentes, o jornalismo, a publicidade e o cinema.

A tecnologia da informação (TI) tem um papel significativo na criação desse ambiente colaborativo e, posteriormente, numa gestão do conhecimento. Entanto, é importante ressaltar que a tecnologia da informação desempenha seu papel apenas promovendo a infraestrutura, pois o trabalho colaborativo e a gestão do conhecimento envolvem também aspetos humanos, culturais e de gestão. Os avanços da tecnologia da informação têm contribuído para projetar a civilização em direção a uma sociedade do conhecimento. A análise da evolução da tecnologia da informação, de acordo com Silva (2003), é:

"Por 50 anos, a TIC tem se concentrado em dados coleta, armazenamento, transmissão, apresentação e focado apenas o T da TI. As novas revoluções da informação focalizam o I, ao questionar o significado e a finalidade da informação. Isso está conduzindo rapidamente a redefinição das tarefas a serem executadas com o auxílio da informação, e com ela, a redefinição das instituições que as executam".

Tecnologias da informação e comunicação (TICs) é uma expressão que se refere ao papel da comunicação (seja por fios, cabos, ou sem fio) na moderna tecnologia da informação. Entende-se que TICs são todos os meios técnicos usados para tratar a informação e auxiliar na comunicação, o que inclui o hardware de computadores, rede e telemóveis. Em outras palavras, TICs consistem em TI, bem como quaisquer formas de transmissão de informações[1] e correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções hardware, software e telecomunicações, a automação, comunicação e facilitação dos processos de negócios, da pesquisa científica, de ensino e aprendizagem, entre outras.

Uma observação, feita por Lévy (1999):

A maior parte dos programas computacionais desempenha um papel de tecnologia intelectual, ou seja, eles reorganizam, de uma forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. As redes informáticas modificam circuitos de comunicação e de decisão nas organizações. Na medida em que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a ecologia cognitiva se transforma. O que equivale a dizer que engenheiros do conhecimento e promotores da evolução sociotécnica das organizações serão tão necessários quanto especialistas em máquinas (LÉVI, 1999, p. 36).

Metaverso é o termo que indica um tipo de mundo virtual que tenta replicar/simular a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de "realidade virtual", "realidade aumentada" e, "Internet".

Para visualizar o conceito, pense no filme Matrix, dirigido por Lilly e Lana Wachowski. No longa, as pessoas vivem em uma realidade virtual arquitetada por uma inteligência artificial assassina que usa seus corpos para produzir energia. O metaverso é mais ou menos por aí, mas sem as máquinas vilãs – pelo menos por ora.

Apesar de ter virado pop recentemente, o termo metaverso é antigo. Ele foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado em 1992. A obra conta a história de “HiroProtagonist”,personagem quena“vidareal” éum entregadordepizza, masnomundo virtual

chamado

na história de metaverso – é um samurai. Em 2011, o escritor Ernest Cline também tratou do tema em seu romancefuturista“Ready PlayerOne”(JogadorNúmero1noBrasil)”,queem 2018ganhouastelas docinema pelas mãos de Steven Spielberg. Na obra, os personagens vivem em um mundo distópico e, para fugir da realidade, costumam passar horas e horas no OASIS, um simulador virtual que dá a eles a possibilidade de serem o que bem entenderem. Alguns projetos tentaram criar algo semelhante a um metaverso. Um dos principais exemplos é o jogo Second Life, lançado em 2003 pela empresa Liden Lab, baseada nos Estados Unidos. O game é um ambiente virtual 3D que simula a vida real. Ao entrar, os usuários podem criar avatares e socializar uns com os outros.

Realidade virtual é uma tecnologia de interface entre um usuário e um sistema operacional através de recursos gráficos 3D ou imagens 360º cujo objetivo é criar a sensação de presença em um ambiente criado por técnicas computacionais diferente do real (ambiente virtual 3D). Para isso, essa interação é realizada em tempo real, com o uso de técnicas e de equipamentos computacionais que ajudem na ampliação do sentimento de presença do usuário no ambiente virtual. Esta sensação de presença é usualmente referida como imersão. A realidade virtual (VR) é o uso de alta tecnologia para convencer o usuário de que ele se encontra em outra realidade, provocando o seu envolvimento por completo. Além da compreensão da VR como simulação da realidade através da tecnologia, a VR também se estende a uma apreensão de um universo não real, um universo de íconesesímbolos,maspermeando emumprocesso designificaçãooespectadordessefalsouniversoofornece créditos de um universo real. Em suma, uma realidade ficcional, contudo através de relações intelectuais, a compreendemos como sendo muito próxima do universo real que conhecemos.

A realidade aumentada (RA ou AR, na sigla em inglês) é a integração de elementos virtuais em cenas do mundo real, em geral por meio de câmeras e sensores de movimento.

Tanto a Ciência da Informação como a Comunicação tem o intuito de produzir e transmitir as formas e os conteúdos simbólicos das culturas e sociedades. Além de as duas serem campos de estudos dos significados.

A tecnologia a favor da inclusão e da equidade (acontecendoaqui.com.br)

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Correntes teóricas da ciência da informação. Brasília, DF, v. 38, n. 3, p.192-204, set./dez., 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ci/v38n3/v38n3a13>. Acesso de 23.set.2016

As We May Think - The Atlantic BARRETO, Aldo de Albuquerque. A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo: Fundação Seade, v. 16, n. 3, p. 03-05, 2002.

O que é Big Data? – Tecnoblog

Coluna Carreira | Descubra o lado FAKE do ChatGPT (acontecendoaqui.com.br)

Coluna Ozinil Martins | A Inteligência Artificial e a criação de um novo mundo! (acontecendoaqui.com.br)

Freires, Thiago (Dezembro de 2007). «Relações entre a Ciência da Informação e as Ciências da Comunicação: um estudo dos conceitos de representação documentária, mediação e comunicação científica» (PDF).

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1975. 257 p.

LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993

SILVA, Ricardo Vidigal da; NEVES, Ana. Gestão de Empresas na Era do Conhecimento. Lisboa: Serinews Editora, 2003.

ALGUMAS NOTAS SOBRE LUTAS NO MARANHÃO

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL/EF-MARANHÃO

ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA

ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO

Existem vários estilos da chamada “luta livre”, antes de sua regulamentação como arte marcial de combate.

Luta livre esportiva, luta livre brasileira ou luta livre submission é um sistema de submission wrestling criado em meados do século XX no Rio deJaneiro por EuclydesHatem (omestre"Tatu") -nascido noRio deJaneiro em 16 de setembro de 1914, descente de libaneses. Quando criança, por ter sido um garoto gordinho ganhou o apelido de Tatu e, por este motivo, aos 14 anos, em 1928, levado por seu irmão Eduardo, começou a prática do Remo com o objetivo de perder peso. Não conseguindo seu objetivo neste esporte, passa , a partir de 1930, a praticar Luta Livre na Associação Cristã de Moços, no centro do Rio. Tornou-se lutador profissional e ficou muito conhecido durante as décadas de 1930 a 1950. É um dos personagens fundamentais para o desenvolvimento do que veio a ser conhecido como Luta Livre Brasileira, um estilo totalmente adaptado e desenvolvido no Brasil. Assim que parou de lutar, passou a dar aulas de Luta Livre no clube Santa Luzia no centro do Rio de Janeiro. No início dos anos 70 passa a batuta para Fausto Brunocilla e Carlos Brunocilla.

CBLLE - Confederação Brasileira de Luta Livre Esportiva

Submission wrestling (lit. luta de submissão) também conhecida como submission fighting, submission grappling, sport grappling ou simplesmente como no-gi, é uma fórmula de competição e um termo geral que descreve o aspecto das artes marciais e dos esportes de combate que se concentram no clinch e na luta no solo, com o objectivo de obter uma submissão usando submission holds. É conhecido como combat wrestling no Japão. O termo "submission wrestling" geralmente se refere apenas à forma de competição e de treino que não usa um "casaco", "gi", ou "quimono de combate", muitas vezes usados com cintos que estabelecem a graduação por cor. O esporte de submission wrestling reúne técnicas de wrestling tradicional americano (catch-as-catch-can), luta livre esportiva, freestyle wrestling, jiu-jitsu brasileiro, judô e sambo. O submission fighting é um elemento de uma grande variedade de esportes sendo muito comum nas artes marciais mistas, pancrácio, catch wrestling, entre outros. Submission wrestlers ou grapplers costumam usar shorts, e roupas coladas à pele, como lycra, sungas e roupas curtas misturadas para que não sejam arrancadas em combate. Submission wrestling – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Esta arte marcial brasileira surge como uma adaptação do catch wrestling (ou catch-as-catch-can), na época chamada de luta livre americana, com uma mistura das técnicas da luta olímpica, estilo greco-romano, estilo livre, judo e jiu-jítsu. O mestre "Tatu" enfrentou (e venceu) George Gracie nos anos 1940.

Catch wrestling (lit. luta de captura ou luta de agarrar) ou também Catch-as-catchcan (lit. agarre quando puder agarrar), conhecido no Brasil no início do Século XX como Luta livre americana, é um estilo de luta tradicional que se desenvolveu e popularizou no final do século XIX pelos lutadores do carnaval itinerante, que tem incorporado submission holds, ou "hooks", em sua luta para aumentar sua eficácia contra os seus adversários. O catch wrestling deriva de vários estilos diferentes, o estilo inglês de wrestling de Lancashire (catch-as-catchcan), o collar-and-elbow irlandês, a luta greco-romana, os estilos do subcontinente indiano como o pehlwani, e os estilos iranianos como o varzesh-e pahlavani A formação de alguns lutadores modernos de submission wrestling e artes marciais misturadas é fundamentada no catch wrestling. Catch wrestling – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Na década de 1970 a luta livre foi fortemente influenciada por Fausto Brunocilla e Carlos Brunocilla, pai e filho que foram alunos de Tatu e responsáveis pela transmissão da Luta Livre e a formação de vários mestres de Luta Livre. Também Roberto Leitão, professor da Universidade de Engenharia, que dedicou muitos anos ao wrestling e ao judô. Sendo de menor estatura física do que a maioria dos atletas do clube de remo, Leitão primavapelatécnica,ALutaLivreevoluiuefoiexpandidapelo mundo pelos mestres Denilson Maia, Eugênio Tadeu e Hugo Duarte.É antes de tudo um estilo de submission grappling onde os competidores usam chaves nas articulações e estrangulamentos para submeter o adversário:

• Luta livre esportiva é a versão de competição. É mais fácil descrever como "No-Gi submission grappling". Nas competições de luta livre esportiva, só são permitidas técnicas de grappling para subjugar o adversário. Para este tipo de competição, é importante elaborar estratégias e executar tranqüilamente os movimentos.

• Luta livre vale-tudo é uma versão da luta livre muito semelhante a um combate livre. Além da componente do grappling de luta livre, os profissionais também podem executar socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. Estes componentes são utilizados para fazer a transição para o chão (quedas), como no MMA. Luta livre vale-tudo é provavelmente uma das mais semelhantes artes marciais em comparação com a atual MMA.

• Luta livre T36 inclui 36 habilidades de luta livre para finalizar uma situação de combate real, por estrangulamentos e chaves nas articulações do adversário. É um programa especial com uma gameplan estruturado para o grappling, MMA e qualquer tipo de situação de combate real, como a defesa pessoal

A Luta livre profissional (Também conhecido como Pro Wrestling) começou com lutas de Catch até que elementos de artes cénicas foram introduzidas, transformando o esporte em um espetáculo com lutas prédeterminadas. Enquanto o catch wrestling amador se tornou um esporte olímpico, ao remover golpes perigosos e adicionar regras competitivas adaptadas do wrestling greco-romana, se tornando a Luta livre olímpica

No Japão, década de 80, Antonio Inoki organizou uma série de lutas de artes marciais misturadas

o “shootwrestling” , com a formação de uma das primeiras organizações japonesas de artes marciais misturadas conhecida como “shooto”.

A partir de 1993, Rorion Gracie e outros sócios criaram o primeiro torneio de UFC, quando as artes marciais misturadas obtiveram grande popularidade nos Estados Unidos

Rickson Gracie - um grande lutador de Vale Tudo do Brasil na década de 1970 e 1980, e que fazia lutas em MMA no Open Japan, vencendo as duas primeiras edições (1995 e 1995); luta também nas Primeiras edições do “PRIDE Fighting Championships”. O UFC passou a ficar em baixa, perdendo valor e sendo proibido em vários estados dos Estados Unidos

Os japoneses, em 1994, criam o “Free Style Japan Championship” ou “Open Free Style Japan”.

. Em 2001, os empresários Dana White, Lorenzo e Frank Fertitta compraram o UFC, fundando uma empresa chamada Zuffa. Após várias mudanças nas regras conseguiram legalizar o esporte em praticamente todos os estados americanos.

Em 2007 o UFC compra o Pride, levando vários atletas do Japão para os EUA e tranformando o UFC na maior organização de MMA do planeta.

Assim, temos as seguintes modalidades de lutas:

- Jiu-jitsu brasileiro: um estilo cada vez mais popular, com grande ênfase na luta no solo. Envolve treinamento com e sem quimono.

- Catch wrestling: Também chamado de "Catch-as-Catch-Can", o estilo original de submission wrestling (sem kimono) ensinado nos Estados Unidos e no Reino Unido está tendo um crescimento nos últimos anos.

- Judô: Uma arte marcial japonesa com foco em arremessos de alto impacto, pins, armlocks, e estrangulamentos. Também é um esporte olímpico, e é praticado com o gi, mas por vezes tem sido adaptado para fins de wrestling submissão.

- Jujutsu: uma arte milenar japonesa de wrestling/grappling que coloca uma grande ênfase em joint-locks, estrangulamentos e arremessos. Usa um quimono tradicionalmente, mas o treino sem ele não é incomum.

- Luta livre esportiva: Uma forma de grappling nativo do Brasil sem o uso do quimono.

- Luta livre vale tudo: Uma forma de luta livre (sem restrições), nativa do Brasil com fortes elementos de submission wrestling.

- Pancrácio: Praticado no mundo antigo, combina elementos tanto de boxe (pygme/pygmachia) quanto de wrestling (pále) para criar um grande esporte de combate, similar às atuais artes marciais misturadas.

- Sambo: O estilo russo de grappling que normalmente usa uma jaqueta, mas sem calças kimono. Sambo utiliza leglocks, mas a maioria dos estilos não permitem engasga.

- Shootoo: A arte marcial japonesa que consiste em catch wrestling, judô, jujutsu, sambo e muay thai.

-CombatSubmissionWrestling(CSW):Umaformamodernadewrestling (esistemadeMMA)sem quimono, que utiliza elementos e técnicas do catch wrestling, luta livre, luta greco-romana, judô, shoot wrestling, e sambo. Este estilo tem também um sistema de golpes

- Shootfighting: A arte marcial japonesa que consiste em Muay Thai e Catch Wrestling.

- Submission arts wrestling (SAW): Estilo de submission criado por Hidetaka Aso

Ano 1934\Edição A00057 (1) Noticias (MA) - 1933 a 1934
Ano 1937\Edição 03519 (1) O Combate (MA) - 1925 a 1965
Ano 1948\Edição 04373 (1) Ano 1952\Edição 05690 (1)

Ano 1952\Edição 05692 (1)

Ano 1952\Edição 05694 (1)

Ano 1952\Edição 05695 (1)

Ano 1952\Edição 05699 (1)

Ano 1956\Edição 06573 (1)

Ano 1957\Edição 06592 (1)
06607
Ano 1957\Edição
(1) Ano 1957\Edição 06928 (1)
Ano 1957\Edição 06929 (1)

Tubino (2010, p. 20) ao tratar da ‘origem do esporte’, refere-se aos estudos de Diem (1966) para quem a história do esporte é íntima da cultura humana. Ela vem da natureza e da cultura humana (EPPENSTEINER, 1973): “[...] a natureza e a cultura coexistem ao criar um ‘instinto esportivo’, que para ela é a resultante da combinação do lúdico, do movimento e da luta.”

As antigas civilizações já tinham atividades físicas/pré-esportivas em suas culturas, a maioria com características utilitárias, que desapareceram com o tempo; outras se transformaram em esportes autóctones, esportes considerados “puros”, que continuaram a ser praticados ao longo do tempo sem sofrer influência de outras culturas. Quando essas práticas permanecem, mas sofrem modificações de outras culturas, geralmente de nações colonizadoras, passam a ser chamados de Esportes ou Jogos Tradicionais. (TUBINO, 2010)

Dentreascorrentesesportivascontemporâneas, encontramos,dentreoutros,os EsportesTradicionais,esportes consolidados pela prática durante muito tempo - os Esportes das Artes Marciais – provenientes da Ásia, inicialmentepraticadasmilitarmentepelosguerreirosfeudais,ehojepráticasesportivas:jiu-jitsu,judô.Karatê, taekwondo; os Esportes de IdentidadeCultural, quesão aqueles com vinculação cultural: no Brasil,a Capoeira principalmente; são identificadas outras modalidades esportivas de criação nacional, de prática localizada nos seus ”lócus”, inclusive as indígenas: Uka-uka, Corrida de Toras, etc., sem preocupações de práticas por manifestação. (TUBINO, 2010).

As it happens with natural opponents, luta livre absorbed elements from jiu-jitsu as well, just as jiu-jitsu absorbed elements from luta livre in the process of becoming "BJJ". Many jiu-jitsu experts fought professionally in the pro-wrestling context. Among some of the fighting cultures present in the Brazilian context having some impact upon Brazilian luta livre, we may consider huka-huka wrestling (from the Amazonian indigenous people), marajoara wrestling (practiced on the sands of the Marajó Island), tarracá (practiced at Maranhão) and capoeiragem (especially from the tradition practiced in Rio de Janeiro). As some early experts came from the "Graeco-Roman" wrestling context, luta livre also received some of its influence. (Notes on the History of Brazilian Luta Livre) (grifos nossos).

“Como acontece com os adversários naturais, Luta Livre elementos absorvidos do jiu-jitsu, assim, como jiu-jitsu elementos absorvidos luta livre no processo de tornar-se "Bjj". Muitos especialistas do jiu-jitsu lutaram profissionalmente no contexto pro-wrestling. Entre algumas das culturas de luta presentes no contexto brasileiro, tendo algum impacto sobre a luta livre brasileira, podemos considerar wrestling huka huka (dos povos indígenas amazônicos), marajoara wrestling (praticado nas areias da Ilha do Marajó), tarracá (praticado no Maranhão) e capoeiragem (especialmente a partir da tradição praticada no Rio de Janeiro). Enquanto alguns especialistas mais antigos vieram do "greco-romano" wrestling contexto, a luta livre também recebeu algumas de suas influências” Sem dúvidas,amais antigaprática, sejao Huka-huka,umalutapredominanteindígenaeque apresentaescassa informação científica e documental disponíveis, que relatem suas características.

A Huka-huka é uma luta de agarramento (grappling), parecida com a luta greco romana ou wrestling e possui quedas similares como: firemans carry, bodylock, bear hug, double leg, single leg, suplex, lateral drop, arm spin, flyng mare, shouder throw, colar elbow, pinch headlock, lifting, cross buttock, standing arm roll, entre outras. A luta se inicia com o lutador anfitrião escolhendo o seu oponente, que fica de pé quando este se aproxima. Os dois começam a girar em círculos se aproximando fazendo o barulho de onça. Quando bem próximos, ambos, se dão a mão direita, e a mão esquerda segura o pescoço do respectivo oponente (Figura 2). Neste momento se inicia o combate. As lutas não passam de dois . Não existe uma pontuação, e para vencer a luta é necessário: a) derrubar o oponente de decúbito dorsal ou ventral; ou; b) levantá-lo totalmente do chão; ou c) um dos guerreiros manifestar desistência; ou d) quando segura atrás de um ou dos dois joelhos do oponente 3 e 5 segundos; ou e) quando dominar as costas do oponente, por cima, fazendo com que este fique com as mãos e os joelhos no chão, Os empates ocorrem nos seguintes casos: os dois lutadores perdem o contato um do outro; há uma desistência dupla; algum lutador se lesiona. Não há chaves de lutas, prêmios e nem ranqueamento. Entretanto, apresenta-se uma valorização social do guerreiro vencedor, o qual passa a ser respeitado por sua vitória e, consequentemente, a sua aldeia fica reconhecida como exemplo de força e saúde social. Durante o combate não podem ocorrer golpes como soco, chute, joelhadas, cotoveladas, cabeçadas e chaves de articulações (cotovelos, joelhos, cervical, punho, entre outras). Também se proíbe dedo no olho, mordidas e agarrar os cabelos.

No final do século XX, acompanhando as inúmeras mudanças históricas, a Huka-huka começa a migrar também para parte esportiva. No ano de 1996, na cidade de Goiânia (GO), ocorreu o primeiro evento esportivo indígena de nível nacional, que foi denominado de I Jogos dos Povos Indígenas, realizado pelo Comitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena e apoiado pelo Ministério do Esporte do Brasil. Esse evento contou com aproximadamente 29 etnias e cerca de 400 atletas. Foram disputadas diversas modalidades, como o futebol, voleibol, atletismo, natação, canoagem, arco e flecha, arremesso de lança, demonstrações de lutas e a corrida de toras.

Sobre o Huka-huka, andando por esses interiores, fui encontrar em Carutapera o estilo ‘onça pintada’, introduzido na região por um mestre paraense – Mestre Zeca – baseado em luta de antiga tradição marajoara – o agarre marajoara; lembrando que muitas das nações indígenas que se estabeleceram na Ilha do Marajó foram ‘desterradas’ do Maranhão durante o período colonial; inclusive, há certa semelhança entre as cacarias encontradas nas estearias do lago Cajari com motivos marajoaras. No Jornal do Capoeira (Ed. 05/06/2005) escrevii:

Já retornei de Caratupera, região do Alto Turi, fronteira com o Pará... Conversei com alguns capoeiras da área - Caratupera e Maracassumé - que estão ligados ao Pará, através do Mestre Zeca... Turiaçu fica bem próximo de Carutapera, na mesma região do Turi... O grupo de Carutapera denomina-se ACANP - Associação Capoeira Arte Nossa Popular - fundada por Mestre Zeca, de Belém do Pará - Jose Maria de Matos Moraes (33 anos); mantém vários grupos atuando na região do Alto Turi, no Maranhão, e em outras localidades do Pará, além de Belém. A ACANP é filiada à Federação Paraense de Capoeira - e o estilo praticado é o "Angola com Regional", estando desenvolvendo, em Maracassumé, e introduzindo em Caratupera, o estilo desenvolvido pelo Mestre Zeca, que denominam de "Onça Pintada" - que seria uma fusão da Regional com o Agarre Marajoara. De acordo com Álvaro Adolpho, de Belém do Pará, ex-diretor do Departamento de Educação Física do Pará, o "Agarre Marajoara" é uma luta desenvolvida pelos índios da Ilha do Marajó - que guarda certa semelhança com o Huka-hukahavendo registro de sua pratica há mais de 300 anos. De acordo com o Prof. Álvaro, talvez seja a primeira luta-esporte com registro de sua prática no Brasil.

A “Agarrada Marajoara” é uma manifestação de Identidade Cultural da Ilha do Marajó/Pará. A Agarrada Marajoara é praticada pelos nativos da Ilha do Marajó, especificamente do Município de Cachoeira do Ararí, localizada no oeste do estado do Pará. Esta manifestação cultural contribui assim para o desenvolvimento da qualidade de vida e física do homem do campo marajoara e valorização de raízes e heranças do povo marajoara. Disputada entre dois atletas, por vez, não permitindo nenhum tipo de ato contundente com os membros (socos, chutes,.etc), nem estrangulamentos, como chaves ou traços. Na sua essência a Luta Marajoara é, das artes marciais, a menos violenta, motivo pelo qual reúne condições de interagir com todos as faixas etárias, pois é verdadeiramente uma luta suave, onde os oponentes buscam, tão somente, o desequilíbrio e a projeção um do outro Luta marajoara – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

“WRESTLING” TRADICIONAL MARANHENSE – O TARRACÁ: A LUTA DA BAIXADA - O lutador de Vale-Tudo (MMA) maranhense Rei Zulu - Casimiro de Nascimento Martins, por não ‘pertencer’ a uma escola do então Vale Tudo, ‘inventa’ a tradição de luta aprendida dos índios, TARRACÁ – atarracar, ou atarracado – que vai se constituir em um estilo - maranhense – disseminado tanto por ele, Zulu, em suas investidas no mundo da luta livre pelo mundo afora, como por seu filho Zuluzinho, quando coloca que seu estilo fora criado por seu pai – quem o treinava - e se chamaria ‘Tarracá’, de tradição indígena e negra, maranhense.

Tendo como referência o Rei Zulú, tem-se a origem do “Tarracá” e, leva-nos ao moderno movimento das lutas corporais, hoje corporoficadas na sigla MMA – as artes marciais misturadas modernas com suas raizes em dois acontecimentos: o vale-tudo no Brasil, e o “shoot wrestling” japonês. “Wrestling” (lit. luta) é uma arte marcial que utiliza técnicas de agarramento como a luta em “clinch”, arremessos e derrubadas, chaves, pinos e outros golpes do “grappling”. Uma luta de “wrestling” é uma competição física entre dois (às vezes mais) competidores ou parceiros de “sparring”, que tentam ganhar e manter uma posição superior. Há uma grande variedade de estilos, com diferentes regras tanto nos estilos tradicionais históricos, quanto nos estilos modernos (Wikipédia).

Rei Zulú é a maior referência do “Vale Tudo” no/do Maranhão. Nascido Casimiro de Nascimento Martins, em 09 de junho de 1947 é um lutador de Vale-Tudo. Ficou famoso por desafiar lutadores do Brasil e de outras partes do mundo. Após 17 anos de competição estava invicto após 150 lutas (década de 1980). Lançou um desafio à família Gracie para ver quem era o melhor lutador de Vale Tudo de toda a nação. Em entrevistaantes da primeira luta contra Rickson Gracie (1980) -, disse que “seria mais um freguês de pancada e que não se preocupava com a alimentação antes da luta, pois “comia até ferro derretido”. “criado em Pontal, no interior do Maranhão. Lá, aprendeu a Tarracá, luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região. Como seus 17 irmãos, nunca freqüentaram a escola. Cresceu forte e brincalhão. Aos 14 anos, mudou-se com a família para a Vila Ilusão (sic), na Ilha de São Luís.” (LAROCHE, 2010) (grifos nossos).

Mestre Baé – da Federação de Capoeira – responde e informa sobre o “ATARRACAR” em correspondência eletrônica:

Recebi seu Email, com relação ao tema ATARRACAR; posso lhe adiantar o seguinte: desde criança tenho ouvido falar, assim como quase todos que também como eu sou da Baixada maranhense, grande parte da minha família é de Viana, Penalva, e Municípios vizinhos.

Minha família sempre foi voltada para criação de gado e pescaria no interior, quando éramos crianças sempre a gente se atarracava um com o outro na beira do curral ou do rio e até no campo para ver quem era melhor de queda e isso porque a gente via os mais velhos fazerem também, meus avós e tios/avós falavam que isso sempre existiu o nome ATARRACAR e conhecido em vários interiores do Maranhão, mas nunca ouvir dizer que era uma LUTA ou eu tenho lido algo afirmando ser luta, sempre foi o nome dado a forma de nos pegarmos para dar uma queda no outro em um corpo a corpo mais nunca foi denominado como luta até porque era baseada mais na força física e jeito de cada um pegar e arremessar o outro no chão através de uma queda. Luta pelo que eu tenho conhecimento possui técnica, bases, nomenclatura de movimentos, regras e etc..

Então, é uma tradição na Baixada, uma forma de movimento agonístico, em forma de luta, conforme Baé guarda em suas memórias. Este Mestre Capoeira não considera aquela brincadeira como luta, dado seu conhecimento da Capoeira, e sua sistematização.

Em outra correspondência, recebida de Mestre Marco Aurélio, em que indaguei sobre a busca da origem do “TARRACÁ

Quanto ao Atarracado, desconheço sua presença no centro-sul do Maranhão, apesar de poder haver, mas é uma prática muito comum no centro-norte, pelo menos na região do Pindaré e na Baixada, nesta última, pelo que já ouvi de alguns capoeiras originários daquela região das águas falarem-me a respeito.

No que diz respeito à sua presença na região do Pindaré é fato, pois eu mesmo a praticava bastante, tendo sido ao longo do tempo, na qualidade de menino, e aí vai até meus doze (12) anos, a base de tudo o que sabia nas minhas ”brigas de rua”.

Apesar de ter nascido em São Luís, me criei, desde bebê, até os sete (07) anos de idade, na cidade de PindaréMirim, outrora, Engenho Central, e em sua origem, Vila São Pedro. Como toda criança ribeirinha, as brincadeiras eram em torno do rio, dos lagos e igarapés, ou então nas várzeas, e aí, não faltavam os embates. Lembro-me que a minha afinidade com a prática era bastante estreita, talvez, por desde pequenino ter sido corpulento, de maneira que não era muito afeito à briga “corpo fora”, como se dizia, mas, mais no “atarracado“, ou “corpo dentro”, o que se dava a partir de uma cabeçada. A ponto de quando ousava me aventurar pelo “corpo fora”, na maioria das vezes saía perdendo…

Foi na Capoeira, que fui aprender o embate, digamos, “corpo fora”, a partir da ginga, de peneirar… – por favor, deixo claro que “corpo fora” e “corpo dentro”, não é nem um tipo de modalidade de luta, mas somente para fins, talvez, de didática, consoante dizíamos no interior.

Quanto à origem do Atarracado – Tarracá -, Mestre Marco Aurélio diz:

[...] não sei afirmar, se indígena ou africano, quiçá, até mesmo europeia, nesta senda, somente pesquisandose para buscar referências. Posso afirmar, no entanto, o que não quer dizer que a priori seja africana, é que tive oportunidade de ver, em um evento internacional de lutas de origem africana, em Salvador/BA, em 2005, quando levamos daqui, a “Punga dos Homens”, uma prática que existe rasteiras e desequilibrantes, no tambor de crioula, um pessoal de Angola/África, apresentar a Bassúla, uma luta, a despeito de alguns golpes diferentes, muito semelhante ao Atarracado, pois imediatamente, quando vi os angolanos praticando-a, eu achei bastante parecida com o Atarracado, impressão esta, também denunciada pelo Mestre Alberto Eusamor, que lá estava comigo, assim como tantos outros, representando o Maranhão.

No que diz respeito a uma influência indígena direta, e que é uma brincadeira da região do Pindaré e, acho, da região Norte como um todo, é o “Cangapé”, uma espécie de rabo de arraia e outros molejos que se pratica lançando-se para cima do contrário, na água.

Em outra mensagem eletrônica, Mestre Marco Aurélio acrescenta:

Falei de como o atarracado tem semelhança com a Bassúla, luta de um país africano (Angola) e, no entanto, não me lembrei, na oportunidade, de falar de uma luta de origem indígena, o que se faz necessário, para ponderarmos, trata-se do Huka-huka, um embate indígena, que consiste em fazer com que o contrário ponha um dos ombros no chão, hoje, ocorrente durante o “Quarup” um grande evento-cerimonial existente entre os povos do Alto-Xingú.

Mas poderiam perguntar o que uma prática existente entre povos indígenas do Alto-Xingú tem a ver com uma prática ocorrente no Maranhão? Segundo Roberto da Mata, desculpem-me não dispor da referência bibliográfica, os povos Krahô e Xavante saíram em uma corrente migratória, a partir do Maranhão, para onde se encontram hoje, respectivamente, Tocantins e Alto-Xingú.

Daí há de notar-se que o Maranhão em razão de ser banhado por inúmeras e grandes bacias hidrográficas era e é um celeiro de alimentos, o que deve ter sido berço de inúmeros povos indígenas, entre atuais, extintos e migrantes. Talvez, esse berçário, para os que possuem uma visão míope, e consideram que o maranhense tenha uma cultura ”preguiçosa” é por desconhecerem exatamente esse manancial de alimentos que é e, que outrora, tenha sido ainda mais.

Em resposta ao Mestre Marco Aurélio, coloquei que o Xavante é originário do Maranhão, forçado a migrar, indo para os lados do Tocantins, subiuoAraguaia, seestabelecendona Ilha doBananal, forçado pelas ‘guerras justas’ do período colonial. As frentes de penetração, mais modernas, têm forçado essas migrações. É um fato histórico.

Além da correspondência do Marco Aurélio, recebo de Javier Cuervo, lá das Astúrias (Espanha) um comentário, de que no Calahari sub-sahariano, entre os bosquímanos, luta semelhante àquela apresentada pelo Rei Zulu; mandou-me vídeo via iutube, demonstrando as semelhanças, comparando-se com o da luta de Rei Zulu e Rickson Gracie , nos anos 80…, disponível em vídeo do link anexo: E “Batuque duro” do Kalahari1930.

http://forum.portaldovt.com.br/forum/index.php?showtopic=126140

Encontrei, ainda, descrição de luta-jogo semelhante, trazida por vaqueiros portugueses, durante o período colonial, a Galhofa - o “wrestling tradicional transmontano” - que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo com origens portuguesas. Tradicionalmente, este tipo de luta era parte de um ritual que marcava a passagem dos rapazes a adultos, tinha lugar durante as festas dos rapazes e as lutas tinham lugar à noite num curral coberto com palha.

Galhofa é um estilo de luta tradicional da região portuguesa de Trás-os-Montes, que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo com origens portuguesas. O objetivo deste jogo é imobilizar o adversário, mantendo-lhe as costas e os ombros assentes no chão. Quaisquer movimentos mais violentos, como puxões, murros ou pontapés, não são permitidos. A luta começa e termina com um abraço cordial. Outra regra é jogar descalço e de tronco nu, ou usar camisolas justas ao corpo para dificultar ao adversário que se agarre e calças de ganga ou de outro material robusto. Tradicionalmente, este tipo de luta era parte de um ritual que marcava a passagem dos rapazes a adultos, tinha lugar durante as festas dos rapazes e as lutas tinham lugar à noite num curral coberto com palha. A galhofa foi integrada no currículo das licenciaturas em Desporto e Educação Física - variante ensino, da Escola Superior de Educação em 2008. No Soito, em Sabugal esta luta chamava-se de maluta

Maluta ou Queda é uma forma de luta tradicional, conhecida em quase todo o distrito de Guarda e praticada ainda em várias aldeias. É semelhante à luta Greco-romana, embora tecnicamente mais rudimentar. Ocorre no feno e na palha, no Outono e no Inverno, que os homens das zonas rurais medem as suas forças tentando derrubar o opositor. Também no Verão, na época das malhas, surgem os desafios nas eiras. Na Maluta ou Queda, os dois lutadores agarram-se, passando um dos braços por cima do ombro do adversário e o outro por baixo, entrelaçando os dedos das mãos, assentes sobre as costas do adversário. O único objetivo do jogo é fazer cair o opositor, por forma a que toque com as costas no solo. Conforme o combinado, poderá fazer-se ou não uso da “travinca” (meter a perna para desequilibrar o outro lutador). Trata-se, pois, de lutas saudáveis, em que os participantes continuam amigos depois de medirem forças, independentemente dos resultados e das pequenas mazelas que possam ser originadas pela entrega mútua ao jogo.

Em depoimento de Álvaro (Vavá) Melo, de Osvaldo Pereira Rocha, e de Edomir Martins, jovens nos seus mais de 80 anos, que quando crianças e adolescentes, costumavam praticar o ‘atarracado’ e o ‘atarracar’, na região da baixada, onde moravam; Osvaldo Rocha, ilustre pesquisador e historiador, disse-me que, embora franzino, costumava ganhar algumas das ‘brincadeiras’, pois o segredo era a agilidade em agarrar a perna do adversário e levá-lo ao chão; tão logo autorizado o combate, a rapidez com que se lançava ao adversário era

fundamental. JáÁlvaro Mello,Vavá, presidentedaFederaçãodas Academias de Letras do Maranhão,cronista do Arari e de São Bento, deu seu depoimento, ressaltando que os embates se davam na beira do rio, e os combatentes saiam cobertos de lama; O mesmo disse Aymoré Alvim – ilustre pesquisador hoje aposentado, da nossa UFMA/Medicina.

De Barreirinhas, em conversa com alguns professores de educação física de algumas comunidades do interior daquele município, falaram-me haver por ali, ainda, um jogo/luta semelhante ao descrito, mas que ali, denominavam de ‘queda’.

Segundo o Prof. Dr. Jorge Olímpio Bento (2019), Trás-os-Montes tem algo no Maranhão, levado pelos açorianos. Informa que a maior parte das ilhas dos Açores foi povoada basicamente por gente originária de Trás-os-Montes, excetuando Santa Maria e São Miguel: Estava agora tentando enviar-lhe uma canção tradicional açoriana - São Macaio - que fala no Maranhão:

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nos baixos da urzelina

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu uma menina

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa lá na ponta dos mosteiros

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu dois passageiros

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nas pedras da fajazinha

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu uma galinha

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nos baixos do Maranhão

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só o S. Macaio não.

Todaaregiãoamazônica,doMaranhãoaoPará,doAmazonas aoAmapáfoiconstituídaporesselastropolítico açoriano que forjou os costumes, a cultura, as festas, o modo de ser e de estar açoriano, os bailados, as lendas, os mitos e as superstições, o jeito de falar e a alma alegre que se incorporou ao saber local, tornando-se aspectos comuns às duas culturas desde então, resultado da intensidade religiosa milenar e devocional, a moralidade única da palavra dada, o sentido de insularidade e a cultura folclórica que sustentam, ao longo dos séculos, o imaginário popular (MARQUES, 2005). Passados quatro séculos desde a primeira leva de imigrantes, ainda é possível observar vestígios dessa presença em todos os cantos do Maranhão.

CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE - capoeira do Maranhão, genuína, singular, com uma prática quase bicentenária - tal qual nos outros locais onde surgiu, como o Recife, Salvador e Rio de Janeiro. TemosindíciosdesuapráticaemSãoLuísdoMaranhãoapartirdasegundadécadados1800,emboramenções de que de há muito ocorriam essas práticas da lúdica e do movimento dos negros aqui encontrados ocorriam na zona rural ou semiurbanas.

Abrindo parente: uso o termo “negros’, e não ao politicamente correto ‘afrodescendentes’, haja vista que para cávieram não só africanos escravizados, mastambém negrosoriundosdeoutras províncias,traficados,apartir

de algumas das revoltas e fugas em massa ocorridas no Brasil – e digo Brasil, pois por muito tempo tivemos dois estados coloniais – o Maranhão e o Brasil, até a chegada da família real, no 1808 e a anexação do Maranhão ao Império brasileiro, em 1823... fecha o parente...

Concordamos com Kafure (2012), quando trata do processo de “desconstrução da capoeira maranhense”, de que no início tudo – aqui - era uma coisa só: capoeira, batuque, punga, tambor de crioula, tambor de mina, bumba-meu-boi – e frevo, samba, cangapé, etc. alhures... Por desconstrução, entenda-se que [...] o tipo de transformação [...da] capoeira começou a se formar a partir da repercussão dessa arte supostamente vinda da Bahia, com os mestres Bimba e Pastinha. Esse autor se propõe: [...] em nível do Maranhão analisar a história da linhagem de mestres da capoeiragem de Patinho e suas metodologias, bem como as ligações com religiosidade, musicalidade e filosofia. (Kafure, 2012).

Esse autor reconhece a existência de uma “Capoeiragem Ludovicense”, pois [...] é o nome denominado pelos mestres da cidade de São Luís - MA para um jogo que mistura a Capoeira Angola com a Capoeira Regional, uma síntese das modalidades e estilos de capoeira. Essa miscigenação propiciou a caracterização do jogo maranhense de uma maneira singular, muito semelhante a uma capoeira antiga em que não havia uniformes ou obrigatoriedade do sapato.

Outro estudioso, Greciano Merino (2015), refere-se a uma característica, singular, de ‘maranhensidade, que ela teria, em relação às Capoeiras Regional e Angola. Em sua hipótese de pesquisa considera ser a capoeira um jogo popular de interação comunicativa e caráter cultural que veicula um modelo de cidadania e expressa esteticamente como as relações entre o indivíduo, seu grupo e a comunidade no que se inserem podem gestar conhecimento social e sabedoria individual. Ao apresentar suas hipóteses, afirma que uma aproximação antropológica da visualidade na capoeira ‘maranhense’ permite delimitar aquelas dinâmicas sensitivas e sensoriais que, gestadas no devir das ecologias tecno-culturais, configuram um complexo imaginário social cuja fenomenologia é uma das mais influentes de nossa cultura.

Esse autor caracteriza a capoeira maranhense como sendo aquela capoeira que se realiza na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, em torno da comunidade representativa que se forma ao redor de Mestre Patinho – herdeiro de Sapo – e a metodologia de estudo desenvolvida por ele.

Os Mestres Capoeira participantes do Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão, organizado pelaUFMA/DEF2017,concordamcomaexistênciadeumaCapoeiragenuinamentemaranhense/ludovicense.

E que esta se caracteriza pela forma de jogar, de se adaptar e não se define por ‘estilo’; a maior diferença da Capoeira Maranhense para a Angola, regional, ou Contemporânea é a metodologia de ensino tradicional praticada no Maranhão, com suas influências da cultura do Maranhão; exemplos: Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Punga. É o jogo solto, com floreios e movimentos oscilantes, jogo alto e rasteiro obedecendo ao toque do berimbau. Esse jogo é executado nos três tempos (embaixo, no meio, e em cima); musicalidade e o seu espírito de jogo. Portanto, concordam com a existência de uma Capoeira Maranhense, e tem uma característica própria, pois ela é jogada de forma diferenciada, sempre seguindo os toques executados. A Capoeira Maranhense se diferencia da Angola, Regional, e/ou Contemporânea porque é jogada de forma diferente, não seguindo as tradições das mesmas, pois é jogada nos três tempos (ritmos): Angola, São Bento Pequeno e São Bento Grande; o que a diferencia são as influências muito fortes da mossa cultura e da nossa região.

JIU-JITSU, JUJUTSU, OU JUDÔ: O QUE SE PRATICAVA EM SÃO LUIS? - Dentre as modalidades implantadas, consta, a partirdaprimeiradécadados1900,o‘jiu-jitsu”.Inúmerasreferenciasseapresentamemnossaimprensa escrita da época, até os anos 1960, tido como o da introdução do Judô no Maranhão, por membros da família Leite

considerados oficialmente como seus precursores. O que vimos contestando.

Durval Paraíso, durante evento de arbitragem ocorrido no ano 1980, afirmava que desde os anos 30 já se praticava Judô e que ele era um desses praticantes. Vamos ver, nos anos 40, 50, e 60 sua participação em eventos de “luta - livre”, que ocorriam na cidade, com desafios entre praticantes de artes marciais e boxe. Servimo-nos da Wikipédia para estabelecer a memória dessas artes marciais, aparecidas no Maranhão. O “The Kodokan Institute”, conhecido em português como “Kodokan” - Instituto do Caminho da Fraternidade

foi a escola de judô, fundada por Jigoro Kano, em 1882, e que teve uma grande aceitação em todo o mundo, pois Kano conseguiu reunir a essência dos principais estilos e escolas de jujitsu, arte marcial praticada pelos

"bushi",ou cavaleiros,duranteo período Kamakura (1185-1333), aoutras artesdelutapraticadas no Oriente e fundi-las numa única, e básica.

Foisóno finalde 1886,apósumacélebrecompetição,contravárias escolas dejujutsu,organizadapelapolícia, que definitivamente ficou constatado o grande valor do judô kodokan. O resultado dessa jornada constituiuse num marco decisivo na aceitação do judô, com o reconhecimento do povo e do governo que passaram oficialmente a prestigiar o judô kodokan. Depois da célebre ‘vitória de 1886’, como ficou conhecida, o judô kodokan começou a progredir com passos confiantes. A fórmula técnica do judô kodokan foi completada em 1887, enquanto a sua fase espiritual foi gradativamente elevada até a perfeição, aproximadamente, em 1922. Nesse ano, a Sociedade Cultural Kodokan foi inaugurada e um movimento social foi lançado, com base nos axiomas seryoku zen'yo (lit. máxima eficácia) e jita kyoei (lit. prosperidade e benefícios mútuos).

Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo ‘jujutsu’ ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado:

A denominação "jiu jitsu", é o resultante de um duplo erro: um de tradução devido ao sistema fonético europeu que fez com que jū (柔?) jutsu (術?) se tornando Ju-Jitsu nos países europeus onde primeiramente migrou. O segundo erro é oriundo do conhecimento imperfeito da escrita Hiragana: a sílaba "Ju" não existe na sua forma pura em japonês, ela é a contração das sílabas "Ji" e "Yu". A junção das duas sílabas formam o jū (柔?) e não "Jiu". O "Jiu" é a forma chinesa de pronúncia da mesma escrita.

Ju-Jutsu, no Japão, foi composto para designar técnicas de combate que envolvem a utilização de armas pequenas e técnicas desarmadas. Nesse contexto, o termo acabou por reunir grande variedade de estilos de combate, que se tinham desenvolvido até aquele momento.

A palavra Ju-Jutsu, historicamente tem seu primeiro registro escrito no século XIV, durante o período Sengoku quando o país vivia um violento período de guerra civil, por outro lado não se pode apontar em qual momento histórico esse processo se iniciou nem qual foi a semente, embora há relatos de lutas ou duelos desde 500 AEC. É aceite, contudo, o facto de que as culturas que entraram em contacto intercambiavam elementos e dentro desses elementos estavam as disciplinas marciais. Destarte, posto que não formalmente, existiu esse contubérnio porque havia a migração de pessoas, comerciantes, pescadores, agentes diplomáticos etc. Ou, ainda, durante os conflitos e encontros bélicos em que se envolveu o Japão, porque, depois dum embate, vencedores e vencidos, como consequência lógica, buscavam aprender e apropriar-se daqueles métodos eficazes no campo de batalha. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jiu-jitsu

Quero acreditar que o Jiu-jitsu – ou o kodokan, ou o jujutsu - devem ter sido apresentados aos sócios do Fabril Athetic Club (fundado em 1907) pelo escritor Aluísio Azevedo. Ao abandonar as carreiras de caricaturista e de escritor, abraça a carreira pública em busca de sobrevivência como funcionário concursado do Ministério deRelações Exteriores,torna-se cônsul,servindo porquase três anos noJapão,entresetembro de 1897 a1899, na cidade de Yokohama, onde deve ter aprendido essa arte marcial, assim como a jogar Tênis e Futebol, quando de sua estada na Inglaterra.

Informa Martins (1989) que Nhozinho Santos, em 1908, implanta mais duas modalidades esportivas no FAC: o Tiro, com inscrição na Confederação Brasileira de Tiro; e o "jiu-jitsu", com um grande número de adeptos.

Em “A Pacotilha”, São Luís, segunda feira, 14 de junho de 1909, há uma notícia que tem por titulo “JIUJITZÚ” - certamente transcrita de "A Folha do Dia" - do Rio de Janeiro (ou Niterói):

"Desde muito tempo vem preocupando as rodas esportivas o jogo do Jiu-Jitzú, jogo este japonês e que chegou mesmo a espicaçar tanto o espírito imitativo do povo brasileiro que o próprio ministro da marinha mandou vir do Japão dois peritos profissionais no jogo, para instruir os nossos marinheiros. Na ocasião em que o ilustre almirante Alexandrino cogitava em tal medida, houve um oficial-general da armada que disse ser de muito melhor resultado o jogo da capoeira, muito nosso e que, como sabemos, é de difícil aprendizagem e de grandes vantagens. Essa observação do oficial-general foi ouvida com indiferença. A curiosidade pelo jiu-jitzu

chega a tal ponto que o empresário do "Pavilhão Nacional", em Niterói, contratou, para se exibir no seu estabelecimento, um campeão do novo jogo, que veio diretamente do Japão.

Gazeta de Notícias, abril de 1909 – anuncio publicado várias vezes Sada Miako ficou instruindo militares e civis até 1912, quando foi exonerado da Marinha. Depois disso foi para a colônia japonesa em SP e posteriormente deve ter voltado ao Japão. Os japoneses que deram continuidade ao ensino do "Jiu-Jitsu" no Brasil eram todos ligados ao método de Kano, sendo oriundos ou não do Kodokan.

“A Pacotilha” - de 18 de abril de 1910, segunda feira, no. 90, notícia de que o “Fabril Athletic Club”

FAC - estava preparando uma jornada esportiva para recepcionar ao Barão de Rio Branco, em visita à São Luís. Em nota do final da notícia é informado que:

"Tem funcionado neste clube aos domingos pela manhã, um curso de jiu-jitsu, dirigido pelo Sr. F. Almeida contando já com muitos adeptos. Esse curso passará a funcionar, regularmente d'agora em diante, aos domingos das 8 as 10 horas do dia."

Nesse mesmo ano, 13 associados do Fabril Athetic Club – FAC - se desligam dessa agremiação pensando na formação de outra, mais popular, aberta, mais democrática. Fundam o ONZE MARANHENSE, que, além do futebol, desenvolveu outras atividades esportivas: tênis, crocket, basquetebol, bilhar,boliche,ping-pong (tênis de Mesa), xadrez, e a luta livre, introduzida por Álvaro Martins.

Consta que o “Jiu-jitsu” foi introduzido no Brasil, oficialmente, por Mitsuyo Maeda, - "Conde Koma" -, por volta de 1914. Em 1915, o Conde Koma - em viagem de exibição pelo Brasil para divulgar sua arte -, e a caminho de Belém (novembro daquele ano), passou por São Luís e fez algumas exibições, permanecendo aqui por cerca de três meses:

PACOTILHA, 09 e 10 de dezembro de 1915

http://www.judoctj.com.br/mitsuyio-maeda-o-conde-koma-a-historia-do-jiu-jitsu-parte-3/

De acordo com Elton Silva, Koma sempre praticou Judô Kodokan, o termo "Jiu-Jitsu" é genérico e usado por todos osjaponeses foradoJapão,incluindo Kano. Opróprio CondeKomafalavaissoabertamentenaimprensa americana, existindo dezenas de jornais onde ele explica isso.

Ainda esclarecendo mais, informaque Katsukuma Higashi, o coautor dolivro“The CompleteKano Jiu-Jitsu”, esclarece:

“Alguma confusão surgiu com o emprego do termo “Judô”. Para esclarecer, vou declarar que Judô é o termo selecionado pelo Professor Kano para descrever seu sistema mais precisamente que Jiu-Jitsu. Professor Kano é um dos líderes da educação no Japão. E é natural que ele deva velar pela palavra técnica que mais precisamente descreva seu sistema. Mas os japoneses geralmente ainda chamam pela popular nomenclatura Jiu-Jitsu”.

Já em Belém do Pará, o professor Koma passou a lecionar o verdadeiro Jiu Jitsu. Os irmãos Carlos e Hélio Gracie são tidos como os precursores do que hoje é chamado de Jiu Jitsu Brasileiro, de eficiência comprovada no mundo inteiro, muito embora em “O livro proibido do Jiu-Jitsu” seu autor Marcial Serrano coloque dúvidas de que os Gracies foram alunos de Koma, quando da estada deste em Belém. Na realidade, foram alunos de um praticante ensinado por Koma, e depois, por Omori, em São Paulo, lá pelos anos 30...

Em Belém, o Conde Koma teve entre seus alunos, Carlos Gracie e Luiz França. Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano [...] Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô" [...] Luiz França, colega de turma de Carlos na escola de Maeda, foi responsável pelo nascimento de outro ramo do jiu-jitsu no país. Além de aprender judô/jiu-jitsu com o Conde Koma, inicialmente treinou com Soishiro Satake em Manaus, concluindo sua formação com Geo Omori, em São Paulo França fixou-se no Rio de Janeiro, onde ensinou a arte para militares e moradores carentes do subúrbio carioca

Em “O Jornal”, de 27 de abril de 1918, era anunciado o match de Box, com a participação dos campeões Jemy Smith, americano, e João Pedro, brasileiro (baiano). Terminado o jogo, seriam efetuados diversos encontros de jiu-jitsu, entre Jemy Smith e alguns rapazes.

No ano de 1946, conforme destaque no jornal “O Combate”, de 6 de agosto, sob o título: “UM DELEGADO DE POLÍCIA MESTRE DE CAPOEIRA E ‘JIU-JITSU” – contraventores presos com ”cabeçadas’ e ‘rabos de arraia’ – Invadindo residência, o delegado de Alcântara atraca-se com os seus desafetos, armando verdadeiros “sururus”:

Assim que assumiu a Delegacia de Alcântara, o delegado nomeado pelo Interventor Saturnino belo, resolveu por em prática uma ideia que há muito tempo vinha acalentando carinhosamente.

Convocou para uma reunião, o Prefeito, o escrivão da Coletoria Federal e o tabelião do 2º ofício. E expoz o seu plano, dizendo-lhes mais ou menos o seguinte: A nossa crise é de homens, mas de homens fortes. Precisamos – como diria Pittigrili – ser bastante fortes para quebrar a cara de 75%, do próximo.

Querendo colaborar na grandeza de nosso paíz, cuja glória, um dia, se firmará pela capacidade física dos seus filhos., eu venho já de há muito tempo, me dedicando a um acurado estudo do ‘jiujitsu’, essa tradicional luta do Japão, cuja prática estimula os movimentos, dá agilidade e resistência ao corpo, proporcionando grandes capacidades de defesa e concorrendo para o nosso bem estar físico, moral e espiritual, pois o ju-do, como vulgarmente chamamos essa luta, assegura a confiança em nós mesmos...

Os outros tres big olhavam, boquiabertos para o delegado ‘sportman’.

E ele continuou sua explanação, afirmando que não tem fundamento a suposição de que o jinjutsu (sic) foi trazido ao Japão por Chin-Gen-Pin e Chaen Yuan, da dinastia de Ming, na China. Explicou que os verdadeiros do ju-do, foram os japoneses, por intermédio do médico Akiuyama Shirobei, estabelecido em Nakasaki e que lhe deu o nome de “Yoskin-riyu”, método que foi depois aperfeiçoado em Kusatsu por Yanagi Sekiaki Minamoto-no-Massarati, pertencente à classe feudal da província de Kynshu.

Se quizermos ser fortes – explicou o delegado – devemos aperfeiçoar os nossos conhecimentos sobre o ju-do. A força vence tudo, Conhecendo alguns golpes e contragolpes, seremos os donos desta terra. Ninguém ousará defrontar-se conosco. Querem aprender como é?

E passando da teoria à prática, o delegado gritou para o escrivão:

Isto aqui se chama “nagewaza”! e aplicou-lhe um brasileiríssimo ponta-pé no estomago!

O prefeito arregalou os olhos e nem teve tempo de abrir a boca. O atlético delegado deu-lhe uma cabeçada bem maranhense, explicando:

Isto é ‘haraigoshi’!

O prefeito caiu desmaiado, por cima do escrivão, que continuava estendido no solo.

Quanto ao tabelião, foi mais rápido. Defendeu-se de uma rasteira que o delegado dizia chamarse ‘osotogari’, meteu-lhe o pescoço debaixo do braço e explicou, por sua vez:

e isto aqui, chama-se ‘grampo’, meu filho! Sáe desse!

Serenados os ânimos, o delegado, auxiliado pelo tabelião, tratou de fazer o prefeito e o escrivão recuperarem os sentidos, fazendo-lhes beber ‘água de lima’, método que ele chamou de ‘kwaseiho’.

E a reunião terminou ali mesmo.

No dia seguinte, 29 de maio, dia de inicio da festa do Espirito Santo, saíram os quatro a percorrer a cidade, utilizando-se em todas as barracas do gostoso método “kwassei-ho”.

De então para cá, segundo as noticiais que recebemos de Alcântara, o delegado ‘cisma’ com qualquer popular, não discute, nem hesita:

Aproxima-se e diz:

“Esteje preso, por infração!

Si o ‘infrator’ pergunta o motivo, entram, então em prática os conhecimentos “ju-doisticos” da original autoridade, que com uma cabeçada e dois rabis de arraia estende por terra o adversário, intimando os presentes a conduzirem o preso para a cadeia.

Assim aconteceu, há dias, quando ele invadiu a residência de um rapaz conhecido pelo nome de Antonio “Pirulico”, onde se travou uma luta espetacular, no decorrer da qual, em virtude dos ‘haraigoshi, e dos ‘nage-wasa do delegado, foram quebrados os potes, os alguidares, o espelho, cadeiras e a mesa do pobre rapaz.

E assim termina a ‘história’ do delegado de Alcântara, discípulo emérito do método de ‘ju-do’, fundado pelo dr. Prof. Gigoro Kano e adotado pelo Kodohwan em Tóquio [...]

[...]

No “Diário de São Luís”, edição de 1º de junho de 1949, era anunciado a realização de um festival esportivo em prol da igreja do Anil, com duas taças em disputa, e uma luta de jiu-jitsu, entre os desportistas Durval Paraíso e o Sargento Cirino. Na edição de 4 de junho, trata de uma “atraente tarde esportiva que se realizaria no estádio santa Izabel”:

Em 1949, conforme noticia o Diário de São Luís, edição de 13 de junho, seria aberta a temporada de lutas daquele ano. Nessa data seria fundada a Academia Maranhense de Pugilismo, e todas as lutas dali em diante seriam controladas pela novel entidade. Idealizada por Carlos Ribeiro, a diretoria era assim composta: Presidente de Honra: Cesar Aboud; Presidente: Diógenes Barbosa; Secretário: Durval Paraíso; Tesoureiro: Zilmar Cruz; Diretor Técnico: Carlos Ribeiro; Diretor de Publicidade: José de Ribamar Bogea; Conselho Fiscal: Ivis Miguel Azar, João Silva, e Edmirson Viegas. Suplentes: Raimundo Gonçalves, Raimundo Francisco do Nascimento, e Tácito José de Sousa. A abertura da temporada de 1949 iniciaria no mês de julho, com caráter solene, e contaria com lutas de jiu-jitsu livre, Box, etc.

Na década de 1950, encontramos que Rubem Goulart mantinha uma ‘escolinha de judô’, no SESC. E que em 1952 anuncia a criação do Curso de Educação Física do Aeroclube, conforme registro em PACOTILHA, quinta-feira, 24 de abril de 1952 p. 3; dentre os esportes a serem ensinados, consta judô e luta-livre

Em A PACOTILHA, quinta-feira, 24 de agosto de 1956, p.3, sob o título “TOLEDO DESAFIA BLACK PARA UM DUELO DE JUDÔ”, anunciando, para a próxima semana o confronto entre os campeões do

Paraná e do Maranhão Lutadoras esperadas. Na próxima semana, os admiradores do pugilismo em nosso estado terão o ensejo de presenciar o primeiro duelo do judô. Toledo, o campeão maranhense vem de lançar um desafio a Black Maciron, campeão paranaense. Os que acompanham a temporada de Luta Livre e Vale Tudo, aguardam com vulgar interesse a resposta de Black

DISPOSTO A VENCER

Na manhã de hoje Toledo com pareceu à redação dos Diários Associados a fim de comunicar o seu desafio e também declarar aos nossos desportistas que está disposto a conquistar novo triunfo para as cores do Maranhão, no duelo do Judô.

A 29 de agosto –“BLACK ACEITA O DESAFIO COM BOLSA”. O lutador paranaense aceita o desafio de uma luta de judô, desde que haja uma bolsa para o vencedor.

Já na década de 1960, e de acordo com Antonio Matos – um dos maiores nomes do Judô maranhense, junto com Cláudio Vaz, Emílio Moreira, e James Adler – o Judô foi introduzido no Maranhão pela família Leite. Depois, surgiu o Major Vicente. O que é confirmado por Cláudio Vaz, que afirma que Paulo Leite já praticava Judô, em São Luís, antes da chegada do major Vicente.

Em 1966, PAULO LEITE funda a academia "JUDÔ CLUBE IRMÃOS LEITE"; sua primeira sede foi um salão nos altos do antigo Banco do Maranhão, na Rua da Estrela nº. 175 - Praia Grande; mudando-se depois para Rua Rio Branco nº. 276 - Centro. Após terminar o curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Ceará, onde iniciou a prática do JUDÔ com o Professor Antonio Lima, retorna a São Luís e, como atleta sagrou-se campeão em vários torneios e campeonatos no estado do Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, e São Paulo. Além de iniciar todos os seus irmãos na prática do JUDÔ, formou vários atletas, inclusive as primeiras mulheres judocas dentre elas sua esposa Margarida.

Iniciou o JUDÔ nas escolas de São Luís, sendo pioneiro o Colégio Marista. Promoveu a vinda da seleção Baiana de JUDÔ, evento este que lotou o Ginásio Costa Rodrigues, quando foi homenageado juntamente com oprofessorLhofeiShiozawa(atual2ºvice-presidentedaCBJ-ConfederaçãoBrasileiradeJudô),pelotambém judoca da época, Cláudio Vaz dos Santos, o conhecido desportista "ALEMÃO".

Em 1968, Cláudio Vaz dos Santos – o Cláudio Alemão - retornadoRiodeJaneiroaSãoLuís, já como praticante de Judô. Com a chegada do Major Vicente é criada a academia “Samurai”, que funcionava atrás do Ginásio Costa Rodrigues; além de Cláudio, praticavam Marco Antonio Vieira da Silva, seu irmão Fabiano Vieira da Silva, Paulo “Juca Chaves” Miranda. Cláudio Vaz perdeu dois campeonatos para Paulo Miranda. O judô só era defensivo, não valia pontos ofensivos, “só valia a defesa, você sempre contra-atacava, mas não valia o ataque, só valia a defesa”

O Major Vicente permaneceu em São Luís por três anos, criando uma elite de judocas no Maranhão; esse trabalho durou de 68 até 70. Ainda nesse ano é criada a segunda escola de Judô em São Luís, no Clube Sírio Libanês, tendo como instrutor o Major Vicente, após a introdução da modalidade pelo Prof. Paulo Leite; faziam partedo grupo,além deAntonio Matos, Marco Antonio VieiradaSilva,Paulo “Juca Chaves” Miranda, Sargento Leudo, Cláudio Vazdos Santos, FranciscoCamelo,AlbertoTavares, Gabriel Cunha,Durval Paraíso, Mestre Sapo – Anselmo Barnabé Rodrigues, o maior capoeirista que o Maranhão já teve.

É em 1969 que a primeira seleção maranhense de Judô é formada, para disputar um Campeonato Brasileiro, em Brasília-DF; a equipe era formada por Antonio Matos, Paulo Juca Chaves Miranda. Sargento Leudo, e Francisco Camelo, técnico: Major Vicente.

No ano de 1970 com a transferência do Major Vicente para o Rio de Janeiro, o grupo já formado procurou trazer um professor no nível dele; foi quando Jorge Saito - campeão das Forças Armadas – foi trazido para o Maranhão.

Em resposta à indagação: o que se praticava em São Luís, então, era o que conhecemos hoje como Judô?

Elton Silva respondeu:

Se veio de Sada Miako ou de Conde Koma, sim. Não conheço ninguém até hoje que não tenha ensinado Kodokan Judô no Brasil.

Bibliografia

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BENTO, Jorge Olimpio. In CORRESPONDENCIA PESSOAL enviada ao Autor, via facebook, em 24 de junho de 2019, ao informa-lo sobre o “Açores 400”.

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LAROCHE, Marília de. “Conheça Rei Zulu e Zuluzinho, os lutadores do Maranhão, disponível em http://www.divirtase.uai.com.br/html/sessao_13/2010/11/15/ficha_ragga_noticia/id_sessao=13&id_noticia=30972/ficha_ragga_noticia.shtml e em http://forum.portaldovt.com.br/forum/index.php?showtopic=126140

LISE, Riqueldi Straub e CAPRANO, André Mendes. Primórdios do jiu-jitsu e dos confrontos intermodalidades no Brasil: contestando uma memória consolidada. REVISTA BRASILEIRA DE CIENCIAS DO ESPORTE, Vol. 40. Núm. 3.Julho - Setembro 2018, Páginas 213-336, disponível em http://www.rbceonline.org.br/pt-primrdios-do-jiujitsu-e-dos-articuloS0101328916300634

MARTINS, Djard Ramos. MERGULHO NO TEMPO. São Luís: Sioge, 1989

MARTINEZ. Estudo sobre Huka-huka: uma luta de matriz indígena brasileira. CADERNO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE [v. 20, e-28608, 2022] http://dx.doi.org/10.36453/cefe.2022.28608

PAIVA, L.; DE VARGAS, F. M. F.; JUSTAMAND, M.; MOUSSE, C.; PAIVA, L. Luta corporal indígena: contribuições à Base Nacional Comum Curricular (Bncc). Somanlu, Manaus, v. 2, n. 2, p. 55-63, 2021. Disponível em: . Acessado em: 20 de abril de 2022.

ROCHA, Gabriel Kafure da. AS DESCONSTRUÇÕES DA CAPOEIRA. In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-asdesconstrucoes-da-capoeira.html, publicado em segunda-feira, 5 de março de 2012

SILVA, Elton. Correspondência pessoal, via facebook, 28/11/2017,com o autor, esclarecendo alguns termos e dúvidas.

https://www.facebook.com/elton.judo/posts/1476521202429319?comment_id=1477134512367988&reply_comment_id=1 477140569034049&notif_id=1509214453043699&notif_t=feed_comment_reply

SILVA, Elton. Correspondência pessoal, via facebook, 28/11/2017,com o autor, esclarecendo alguns termos e dúvidas.

https://www.facebook.com/elton.judo/posts/1476521202429319?comment_id=1477134512367988&reply_comment_id=1 477140569034049&notif_id=1509214453043699&notif_t=feed_comment_reply

The Complete Kano Jiu-Jitsu (Judo) (Inglês) Capa Comum – 11 jul 2016. por H. Irving Hancock (Autor), Katsukuma Higashi (Autor). https://www.amazon.com.br/Complete-Kano-Jiu-Jitsu-Judo/dp/0486443434

TUBINO, Manoel José Gomes. ESTUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE – ênfase no esporte-educação.

Maringá: Eduem, 2010

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. A introdução do esporte (moderno) no Maranhão. CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE, LAZER E DANÇA, 8º, Ponta Grossa, UEPG... Coletâneas ... disponível em CDROOM, novembro de 2002.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, CHRONICA DA CAPOEIRAGEM. São Luis: Ed. Do autor, eletrônica, disponível em https://issuu.com/leovaz/docs/cronica_da_capoeiragem_-_leopoldo_g

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, CHRONICA DA CAPOEIRAGEM. São Luis: Ed. Do autor, eletrônica, disponível em https://issuu.com/leovaz/docs/cronica_da_capoeiragem_issuuhttp://www.facebook.com/topic.php?uid=136381899755284&topic=70 https://setcine.wixsite.com/cancoesdealemmar/so-macaio

https://cancioneiropopularmar.wordpress.com/2013/01/23/s-macaio/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Mac%C3%A1rio_do_Egito https://www.youtube.com/watch?v=_MHm2gLzbeY

http://folclore.pt/jogo-popular-jogos-tradicionais/ http://folclore.pt/jogo-popular-jogos-tradicionais/ http://folclore.pt/jogo-popular-jogos-tradicionais/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Kodokan

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jud%C3%B4 https://pt.wikipedia.org/wiki/Kodokan

https://www.bjjheroes.com/bjj-fighters/luiz-franca www.pef.com.br/esportes/?e=jiu-jitsu

LUTA NO MARANHÃO

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras

Ao comentar recente nota que apareceu no Facetube sobre o Conde Koma, e sua trajetória em Belém, escrevi ao autor que o referido conde japonês passara pelo Maranhão antes de lá se estabelecer. E fiz algumas considerações sobre a luta no Maranhão. Dentre o material que coletei, na Hemeroteca da Biblioteca Nacional, encontrei essa pérola publicada em “O Combate”, de 6 de agosto de 1946, sob o título:

“UM DELEGADO DE POLÍCIA MESTRE DE CAPOEIRA E ‘JIU-JITSU”– contraventores presos com ”cabeçadas’ e ‘rabos de arraia’ – Invadindo residência, o delegado de Alcântara atraca-se com os seus desafetos, armando verdadeiros “sururus”:

Assim que assumiu a Delegacia de Alcântara, o delegado nomeado pelo Interventor Saturnino Belo, resolveu pôr em prática uma ideia que há muito tempo vinha acalentando carinhosamente.

Convocou para uma reunião, o Prefeito, o escrivão da Coletoria Federal e o tabelião do 2º ofício. E expoz o seu plano, dizendo-lhes mais ou menos o seguinte:

A nossa crise é de homens, mas de homens fortes. Precisamos – como diria Pittigrili – ser bastante fortes para quebrar a cara de 75%, do próximo.

Querendo colaborar na grandeza de nosso paíz, cuja glória, um dia, se firmará pela capacidade física dos seus filhos., eu venho já de há muito tempo, me dedicando a um acurado estudo do ‘jiu-jitsu’, essa tradicional luta do Japão, cuja prática estimula os movimentos, dá agilidade e resistência ao corpo, proporcionando grandes capacidades de defesa e concorrendo para o nosso bem estar físico, moral e espiritual, pois o judo, como vulgarmente chamamos essa luta, assegura a confiança em nós mesmos...

Os outros tres big olhavam, boquiabertos para o delegado ‘sportman’.

E ele continuou sua explanação, afirmando que não tem fundamento a suposição de que o jin-jutsu (sic) foi trazido ao Japão por Chin-Gen-Pin e Chaen Yuan, da dinastia de Ming, na China.

Explicou que os verdadeiros do ju-do, foram os japoneses, por intermédio do médico Akiuyama Shirobei, estabelecido em Nakasaki e que lhe deu o nome de “Yoskin-riyu”, método que foi depois aperfeiçoado em Kusatsu por Yanagi Sekiaki Minamoto-no-Massarati, pertencente à classe feudal da província de Kynshu. Se quizermos ser fortes – explicou o delegado – devemos aperfeiçoar os nossos conhecimentos sobre o judo. A força vence tudo, Conhecendo alguns golpes e contragolpes, seremos os donos desta terra. Ninguém ousará defrontar-se conosco. Querem aprender como é?

E passando da teoria à prática, o delegado gritou para o escrivão: Isto aqui se chama “nagewaza”! e aplicou-lhe um brasileiríssimo ponta-pé no estomago!

O prefeito arregalou os olhos e nem teve tempo de abrir a boca. O atlético delegado deu-lhe uma cabeçada bem maranhense, explicando: Isto é ‘haraigoshi’!

O prefeito caiu desmaiado, por cima do escrivão, que continuava estendido no solo.

Quanto ao tabelião, foi mais rápido. Defendeu-se de uma rasteira que o delegado dizia chamar-se ‘osotogari’, meteu-lhe o pescoço debaixo do braço e explicou, por sua vez: e isto aqui, chama-se ‘grampo’, meu filho! Sáe desse!

Serenados os ânimos, o delegado, auxiliado pelo tabelião, tratou de fazer o prefeito e o escrivão recuperarem os sentidos, fazendo-lhes beber ‘água de lima’, método que ele chamou de ‘kwasei-ho’.

E a reunião terminou ali mesmo.

No dia seguinte, 29 de maio, dia de inicio da festa do Espirito Santo, saíram os quatro a percorrer a cidade, utilizando-se em todas as barracas do gostoso método “kwassei-ho”.

De então para cá, segundo as noticiais que recebemos de Alcântara, o delegado ‘cisma’ com qualquer popular, não discute, nem hesita:

Aproxima-se e diz:

“Esteje preso, por infração!

Si o ‘infrator’ pergunta o motivo, entram, então em prática os conhecimentos “ju-doisticos” da original autoridade, que com uma cabeçada e dois rabis de arraia estende por terra o adversário, intimando os presentes a conduzirem o preso para a cadeia.

Assim aconteceu, há dias, quando ele invadiu a residência de um rapaz conhecido pelo nome de Antonio “Pirulico”, onde se travou uma luta espetacular, no decorrer da qual, em virtude dos ‘haraigoshi, e dos ‘nage-wasa do delegado, foram quebrados os potes, os alguidares, o espelho, cadeiras e a mesa do pobre rapaz.

[...]

E assim termina a ‘história’ do delegado de Alcântara, discípulo emérito do método de ‘ju-do’, fundado pelo dr. Prof. Gigoro Kano e adotado pelo Kodohwan em Tóquio [...]

CADA QUÁ NO SEU CADA QUÁ: QUANDO A CAPOEIRAGEM COMEÇOU... VOLUME II, por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - p by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu

"CADA QUÁ NO SEU CADA QUÁ": QUANDO A CAPOEIRAGEM COMEÇOU...

ATLAS DA CAPOEIRA (GEM) no BRASIL (e no MUNDO...) NOTAS PARA O LIVRO-ÁLBUM DOS

MESTRES
2023
CAPOEIRAS - LIVRO II LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ (organizador)
REVISTA DO LÉO 86 - JUNHO 2023 by Leopoldo Gil
Vaz - Issuu https://issuu.com/home/published/maranhay_4__revista_de_hist_rias_do_maranh_o_-_j
Dulcio

JOSÉ AMÉRICO OLÍMPIO CAVALCANTE DOS ALBUQUERQUE MARANHÃO

SOBRINHO

ANTÔNIO AILTON SANTOS SILVA

- 1º. Ocupante

Nasceu no povoado Centrodos Carpinas, interiordomunicípiodeBacabal - MA,em 29dedezembro de1968, registrado como nascido no dia 09 de dezembro desse ano. Poeta, ensaísta, professor, pesquisador voltado principalmente para a crítica e teoria literária e discussões da literatura contemporânea. É engajado no meio cultural, educacional, acadêmico-universitário e literário da cidade de São Luís – MA, desde o início dos anos 1990, neste caso, com os movimentos dos festivais de Poesia Falada da UFMA, do Grupo Curare de Poesia, do Poiesis e do Carranca, além de outros coletivos daquele momento, e que tiveram como marco a Antologia SAFRA 90, publicada pela Secretaria de cultura do Estado do Maranhão, em 1996.

É Doutor em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (2017). Formado em Letras Português - Francês (2001) e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA (2008), além de Especialista em Crítica Literária pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA (2008). Livros publicados: A camiseta de Atlas (Poesia, EDUFMA/FAPEMA, 2023); MÉNAGE – Antologia Trilíngue de Poesia (Poesia, Helvetia, 2020 – em parceria com o poeta Sebastião Ribeiro); CERZIR – Livro dos 50 (Poesia; Penalux, 2019); MARTELO & FLOR: horizontes da forma e da experiência na poesia brasileira contemporânea (Tese; EDUFMA, 2018); Compulsão Agridoce (Poesia; Paço Editorial, 2015), Os dias perambulados & outros tOrtos Girassóis (Poesia; livro Prêmio Cidade do Recife, 2008); Humanologia do eterno empenho: conflito e movimento trágicos em A Travessia do Ródano, de Nauro Machado (Ensaio monográfico, FUNC, Prêmio cidade de São Luís, 2003); As habitações do Minotauro (Poesia; livro Prêmio Cidade de São Luís, FUNC, 2001). Tem publicações também em antologias poéticas, revistas acadêmicas e revistas eletrônicas como a mallarmargens, Germina, Primata.

Membro do Grupo de Pesquisa Formas e Poéticas do Contemporâneo/UFMA Bacabal. Membro da Academia Ludovicense de Letras – ALL.

Editor do suplemento literário SACADA CULTURAL, transformado em revista virtual a partir de 2023. email: ailtonpoiesis@gmail.com; site: https://antonioailton.wordpress.com

Atualizado em abril 2023

22. -

ÁLVARO URUBATAN MELO - (Fundador)

Nasceu em São Bento, a 14 de abril de 1940. Filho do casal André Martins Melo e Maria Rosa Ribeiro Melo. Pesquisador, ministrou aulas de Matemática e História em colégios de São Bento, bancário aposentado. PrimeiropresidentedaFederaçãodas Academias de Letras doMaranhão.Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, cadeira 53. Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras, cadeira 23, foi o primeiro secretário, depois membro do Conselho Fiscal.

Publicou seis ensaios biográficos e São Bento dos Peris: água e vida, volumes 1º e 2°. Perfil Acadêmico, Apontamentos para Literatura São-bentuense. Reorganizou o livro “Mistérios da Vila de São Bento, Memorial de São Bento Novo, Dom Luís de Brito – o político, o orador, o revolucionário e pedagogo. Artigos publicados em jornais de São Bento, Pinheiro e São Luís. Escreveu mensalmente na Coluna Maranhensidade do Jornal Pequeno. Artigos publicados nas Revista do IHGM.

Exerceu a Diretoria Administrativa da Fundação José Sarney e membro de seu conselho editorial. Medalha Bicentenário do nascimento de João Francisco Lisboa -2012 – AML, Dom Luís de Brito – Câmara Municipal deSãoBento–2002.BicentenáriodaJustiçaMilitarnoBrasil –abril–2008.Certificados:CursodePrincipios Básicos de Gerência =- MCB – Management Center do Brasil – 21 a 25/10/1974. Curso de Administração Financeiro – DERHU– São Luis: 8 a11desetembrode1978.CréditoRural –BancoCentral – CETREIRO –13 a 17 de agosto de 1979. Marketink Aplicado em Agências Bancárias – CETREIRO – 7 a 11 de abril de 1980. Gerência para Gerentes de Banco -. CETREIRO – 14 a 25 de setembro de 1981. 2º Curso de Marketink Financeiro – ABERJ Associação de Bancos no Estado do Rio de Janeiro. 19 a /08/1985.Programa de Desenvolvimento Gerencial – Instituto de Administração da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo – 40 horas. 3 a 7 de outubro de 1988. Dirigentes de Empresas - Equipe Desenvolvimento Pessoal e Empresarial – 2 de março de 1989. Curso de Matemática Financeira 1 CETREIRO – 10 a 12/07/1989. Introdução aos Cálculos Financeiros C/HP-12C. Desenvolvimento Pessoal e Empresarial Ltda – 28 a 30/01/1991.23 º - Curso de Direito Bancário - ABERJ-Associação de Bancos no Estado do Rio de Janeiro – 12 a 16/08/1991.Encontro de História dos Municípios do Maranhão - formação e motivos. FAPEMA – 8 a 10/11/2007.

Atualizado em abril 2023

23 - DOMINGOS QUADROS BARBOSA
ÁLVARES

FELIPE COSTA CAMARÃO - 1º. Ocupante

Felipe Costa Camarão é formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, mestre em Direito pela mesma instituição e doutor em Ciências pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. É Procurador Federal de carreira, cargo que ocupa há 15 anos, e professor universitário há 17 anos. Atualmente, aos 41 anos, é vicegovernador do Estado do Maranhão.

É, ainda, membro das Academias de Letras de São Luís, Icatu, Imperatriz, Itapecuru, Vargem Grande e Viana, além de sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

Trajetória profissional: Natural do Rio de Janeiro, filho de um maranhense e uma carioca, Felipe Camarão chegou criança ao Maranhão, onde cresceu e se estabilizou. Iniciou sua vida profissional ainda na adolescência, aos 16 anos, ministrando aulas de Inglês no curso de sua família. Em 2005, aos 23 anos, dirigiu o Procon/MA, pela 1ª vez; cargo que voltou a ocupar em 2011 quando foi convidado a reassumir a direção do órgão.

Ao longo de sua carreira, foi aprovado em concursos públicos para escrivão de polícia civil, analista judiciário do TJ/MA, procurador federal, entre outros. Como procurador federal, chefiou o escritório de representação da Advocacia-Geral da União e foi procurador-chefe da Procuradoria Seccional Federal do município. No final de 2008, foi nomeado procurador-chefe da Procuradoria Federal no Maranhão. Exerceu, ainda, os cargos de procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS (PFE/INSS) e o de subprocuradorchefe da UFMA.

Em janeiro de 2015, a convite do então governador do Maranhão, Flávio Dino, assumiu a Secretaria de Estado da Gestão e Previdência. Em agosto deste mesmo ano, foi empossado secretário de Estado da Cultura. Saiu da Secretaria de Cultura para ser secretário de Governo e cuidar da implantação do órgão dentro da estrutura governamental. Em março de 2016, foi nomeado como secretário de Estado da Educação do Maranhão, estando à frente da pasta por 6 anos e 3 meses, tempo que o coloca como o gestor que por mais tempo comandou a referida pasta no estado. Foi ainda presidente da Fundação da Memória Republicana do Brasil (2015 a 2022), reitor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) e Membro Titular do Fórum Nacional de Educação (FNE).

Fotos: https://drive.google.com/drive/u/1/folders/1tnbzqVGkUvqn078ZUserCTJTJBHBIH6O

Redes sociais:

* Facebook: Felipe Camarão

* YouTube: FelipeCamarão

* Twitter: FelipeCCamarao

* Instagram: FelipeCostaCamarao

* TikTok: FelipeCostaCamarao

Algumas de suas publicações:

● Poderes e Limites Constitucionais das Comissões Parlamentares de Inquérito;

24 - MANUEL VIRIATO CORRÊA DO LAGO FILHO

● Sistemas Eleitorais Brasileiros;

● Aplicação do Código de Defesa do Consumidor no comércio eletrônico e os desafios para a sua regulamentação;

● Direito do Consumidor: uma análise das relações de consumo no Estado do Maranhão (organizador);

● Sistema Eleitoral Brasileiro: novas perspectivas, com a coautoria do juiz Roberto Carvalho Veloso, publicado na revista Maranhão Eleitoral;

● Direito e Instituições Temas Contemporâneos;

● Inconstitucionalidade Progressiva na Visão do Supremo Tribunal Federal: Uma técnica de efetivação dos direitos fundamentais

● Escola Digna: o caminho da política de transformação social na educação do Maranhão, volumes 1, 2 e 3

Atualizado em abril 2023

MIRIAM LEOCÁDIA PINHEIRO ANGELIM - 1ª. Ocupante

Míriam Leocádia Pinheiro Angelim é maranhense. Natural de São Bento, nascida a 09 de dezembro de 1941. Casada, tem uma filha e um casal de netos.

Iniciou seus estudos preliminares na Escola Mota Júnior em São Bento-Maranhão. Aos oito anos de idade, acompanhou sua família transferida para São Luís. Concluiu o Ensino Secundário no Colégio Santa Teresa. Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Maranhão onde vivenciou e aprofundou a prática e a teoria desse Curso, como Estagiária pela Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão, na Penitenciária de Pedrinhas, com duração de três anos, sendo esta, uma experiência piloto. No primeiro ano, experimentou a prática de Serviço Social de Casos. No segundo, Serviço Social de Grupos e no terceiro, Desenvolvimento e Organização de Comunidade, tendo como local no último ano, a Comunidade de Pedrinhas com famílias de apenados e a população local. Uma proposta de integração: família de apenados na comunidade de Pedrinhas.

A cada 12 meses de conclusão daquela experiência apresentou à Faculdade de Serviço Social o documento denominado TEC – Trabalho de Estágio de Campo, com vistoria, análise e acompanhamento de um Supervisor,AssistenteSocialdaFundaçãoSocialdoMaranhão-Coordenadordostrabalhospenitenciárioscom apenados, e por um Professor da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão. O TEC, pronto e aferido era encaminhado a uma Equipe de professores da própria Universidade, que após a devida análise com resultado satisfatório, o aprovava.

Primeira experiência como Assistente Social ao concluir o Ensino Superior, foi na Secretaria de Educação e Ação Cultural da Prefeitura de São Luís.

Tem como destaque estas experiências, na FEBEM (Fundação do Bem-Estar do Menor), mais tarde transformada em FUNAC (Fundação do Adolescente e da Criança):

Acompanhamento e orientação a crianças e adolescentes Vigilantes de carros e Carregadores de cestas na CEASA (Central de Abastecimento, em São Luís-Maranhão);

Colocação eAcompanhamentoaMenores noMercadode Trabalho. Uma experiência paralela àrealizada com os vigilantes de carros e carregadores de cestas na CEASA.

Orientação Educativa a Grupos de Menores em Oficinas: 1-Confecção de baldes de zinco (Bairro Vila Embratel); 2-Oficina de Confecção de jarros de cimento (no Bairro do Anil); 3- Oficinas de Artes Gráficas e Serralheria na Casa do Pequeno Trabalhador.

A arte e a cultura foram presenças determinantes nos trabalhos com crianças e adolescentes, enriquecendo e acelerando o alcance dos objetivos propostos, sendo-lhes acrescentado dança, canto, teatro e leitura.

25 - LAURA ROSA

Coordenadora de Implantação e Funcionamento do Centro Integrado do Rio Anil da Fundação Nice Lobão. Como Coordenadora, participou ainda com um Equipe Interdisciplinar, da elaboração da Proposta Pedagógica desse Centro Integrado do Rio Anil (CINTRA) da Fundação Nice Lobão.

Coordenadora de Projetos Integrados, após a inauguração e funcionamento do Centro Integrado do Rio Anil. Nesta Coordenação funcionavam quatro grandes divisões: Saúde, Educação Física, Desportos e Lazer; Educação Artística e Cultural e Ensino Profissionalizante, não formal; Incentivou a leitura e a escrita no serviço público, tendo com esse objetivo a idealização, implantação e coordenação do Projeto Literário Rabiscando Momentos (literatura no trabalho) que originou 11 (onze) bemsucedidas antologias de 2003 a 2014.

Idealizou, implantou e coordenou no Viva Cidadão, além do Projeto Rabiscando Momentos, os seguintes projetos: Esporte - qualidade de vida, com a realização de três Olimpíadas Inter Unidades; Turismo Interpessoal (propostade integração e relacionamento); SerHumano-SerMelhor(umtoquedeespiritualidade no trabalho). Porto da Família Viva Cidadão (orientação ás famílias dos funcionários) Canto e Coral (trabalho de integração e harmonização, arte e beleza com apresentação nos FEMACOS - Festival Maranhense de Coros) e nos eventos do Viva Cidadão. Teatro, com a criação e funcionamento do Grupo Alegria e Arte, para trabalhar a alegria, visando evitar e melhorar o estresse no serviço público, além de participar ativamente dos eventos oficiais e comemorativos do Viva Cidadão. Esses projetos e suas realizações criados em sua maioria em 2003, perduraram até 2014.

Elaborou textos obedecendo a temática dos eventos para apresentação de trios e duplas teatrais, criadas para abertura dos treinamentos de capacitação dos funcionários do Viva Cidadão.

Idealizou, criou e assumiu a Coordenação dos Projetos Chá Literário e A Hora das Letras, implantando o Núcleo Cultural do Centro de Fomento ao Desenvolvimento Social, Econômico e Cultural/Viva Cidadão de São Bento. O Núcleo Cultural criou e manteve oficinas de escrita e leitura para jovens escritores, em parceria com as Escolas Públicas e Filantrópicas de São Bento, com o projeto A Hora das Letras, publicando 03 (três)

Antologias:

1- São Bento dos Peris – Eu conto a tua história (2011);

2- S.O.S. –Salve o que é nosso (2012);

3- Antologia Juvenil (2014)

Assumindo a Coluna “Quinta-feira tem Míriam Angelim”, colaborou com o Jornal A Tarde, escrevendo crônicas, semanais.

Autora dos livros:

Açucena – A Estranha Dama (2010)

Dançando com o Tempo (2016); Quando a alma se transforma (2018)

Nunca pare de contar (2022)

Fogo de Olaria - Antologia literária, participação com poemas. (2021)

É Membro Efetivo da Academia Sambentuense de Artes e Letras, desde 2011. Segunda ocupante da Cadeira 25

Membro Efetivo da Academia Ludovicense de Letras desde 2017. Fundadora - Primeira Ocupante da Cadeira 25.

Membro Fundador da AMEI – Associação Maranhense de Escritores Independentes.

São Luís, 27 de abril de 2023

Míriam Leocádia Pinheiro Angelim

JOÃO BATISTA RIBEIRO FILHO - 1º. Ocupante

João Batista Ribeiro Filho nasceu em 19 de abril de 1955, no bairro da Coréia, na inconfidente rua 21 de abril, em São Luís, predestinado a lutar pelo decoro da arte maranhense. Com os pais, o feirante João e a operária têxtil Amália, seguiu as trilhas arrasadas pela guerra da sobrevivência: Diamante, 18 de Novembro, Cavaco e Desterro. (www.guesaerrante.com.br)

26 -
RAIMUNDO CORRÊA DE ARAÚJO

DE “CANÇÃO EM CANÇÃO” A NOSSA PERFEITA TRADUÇÃO

JOÃOZINHO RIBEIRO

Impregnado de muitas suspeitas, inauguro o presente texto, que trata do projeto “Canção em canção”, protagonizado por um dos maiores compositores contemporâneos do Maranhão e do Brasil, com todas as letras e melodias – Josias Silva Sobrinho. A expressão “impregnado” revela a ligação de muitos anos, e a admiração explícita que mantenho pela obra desta grandiosa figura humana, que trato afetivamente como meu irmãozinho Cantador.

“Sou cantador do tempo / E o tempo tenho cantado / Tempo que falta é futuro / Tempo que sobra é passado / Cantador que canta só / Canta mal acompanhado”

Osversos acimadenunciam anossa sintoniamusical e, mais doque isso,os laços culturais docriador/cantador com seu tempo, história, e com a construção coletiva que a sua produção criativa possibilita, compartilhada com as nossas humanidades.

Não vou me ater nestes breves comentários aos detalhes do projeto “Canção em canção”, até porque outros competentes analistas culturais já o fizeram e continuam fazendo, abordando o conteúdo das obras, importância e significados. E terão muita matéria-prima musical para apreciar nos próximos meses, registrada para as presentes e futuras gerações.

Meu foco se dirige ao momento delicado e dolorido por que passa a música produzida no Maranhão, a música maranhense; ou, como se costuma rotular, a obra lítero, musical, lítero-musical produzida por estas plagas. Escassa nas emissoras de rádio, quase inexistente na televisão, subtraída dos palcos, das redes, das ruas, principalmente das grandes festas populares – Carnaval São João, Réveillon, aniversários das cidades, festejos religiosos, quando os espaços são ocupados por celebridades já consagradas nacionalmente, ouvidas o ano inteiro, todo dia, o dia todo. Estas, contratadas por robustos cachês, pagos antecipadamente, caracterizando uma espécie de evasão de riquezas, cultural e moralmente nefasta para a economia, para a cidadania e para a autoestima dos habitantes de cidades como São Luís, que ostenta há mais de duas décadas o portentoso título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Parafraseando uma brilhante tirada que presenciei do então Ministro da Cultura, e hoje membro da Academia Brasileira de Letras, Gilberto Gil, em 2004: “A música é a linguagem dos deuses; o resto é má tradução.”

Penso que a música permanece sendo um dos maiores ativos que uma cidade, um estado e um país podem se orgulhar de dispor. Não só do ponto de vista cultural, como também econômico, e até mesmo histórico e político. No nosso caso, a música que produzimos no Maranhão chega a ser a nossa mais perfeita tradução, de tudo aquilo que somos e do que pretendemos ser, com seus variados gêneros, sotaques e ataques.

Nosso irmãozinho Cantador, Josias Sobrinho, é um exemplo vivo, ainda bem, desse engenho e arte, cantado erecantado, gravadoe traduzido pormuitasvozes destePaís chamadoBrasil; que,seum dia setornasseverbo, só admitiria ser conjugado no plural. O projeto “Canção em canção” é singular, porém encharcado de pluralidade, considerando todo o generoso formato e a cadeia produtiva de sujeitos da vida & da arte que se propõe a mobilizar (intérpretes, músicos, estúdios, parceiros, comunicadores, público etc.). Um exemplo de boa aplicação dos recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Emsuma,trata-sedoregistrodeumacentenadeexemplaresdaobralítero-musicalinéditadestefilho festejado de Cajari, transformada em legado histórico, artístico e cultural para toda a Humanidade. Uma mostra do potencial do nosso qualificado repertório musical, que precisa de valorização e reconhecimento, antes que se transforme numa espécie em extinção, ou objeto de uma cultura envergonhada.

DA CULTURA ENVERGONHADA

Esta sensação de cultura envergonhada, tenho sentido quando me deparo com artistas e grupos da música maranhense, de quase todas as gerações, matizes e gêneros, entrevistados pelos meios de comunicação locais, exibindo, até às vezes deslumbrados, um repertório de músicas que os seus próprios autores e intérpretes originais sequer utilizam mais em seus respectivos shows.

Do seu jeito simplório e solidário de fazer projetos e canções, Josias Sobrinho transforma, de forma exemplar e discreta, o projeto “Canção em Canção” em um marco importante para todos nós compositores, intérpretes, regentes, arranjadores e admiradores, compreendermos mais profundamente o papel da produção criativa para

o exercício da cidadania cultural, como bem destacava a filósofa Marilena Chauí, nos anos 90 do século passado.

Que não sejamos resto, nem má tradução, como alertava o ilustre Gil no início dos anos 2000; porém cidadãos do mundo, sem tirar o chapéu pra qualquer vagabundo que apareça, como sempre nos ensinou o poeta cantador, com todo o afeto de suas maravilhosas canções!

O segmento cultural está sendo convidado para participar da roda de conversa “Reflexões Sobre o Despertar para Economia da Cultura e Indústrias Criativas no Maranhão”, que vai acontecer na próxima quinta-feira (27), às 18h30, no prédio do IESTI – Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas, Rua da Palma, 322, Centro Histórico.

Os jornalistas Pedro Sobrinho, Vanessa Serra e Samartony Martins estiveram em São Paulo, participando da coletiva promovida pelo Observatório Itaú Cultural que divulgou os dados do PIB da Economia da Cultura e Indústrias Criativas no Brasil. Eles se dispõem a dialogar com a classe artística e produtores sobre a referida iniciativa. São convidados especiais para o debate: o economista e relações públicas Éden Jr. e o poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. Após a roda de conversa, a programação continua com uma horinha de “confra” com discotecagem do DJ Pedro Sobrinho. A iniciativa partiu de um convite feito pelos produtores culturais Aziz Junior e Cassia Melo, em razão da preocupação com o momento vivido pela cultura no Brasil e, especialmente, no Maranhão. Dessa forma, planeja-se encontros contínuos na sede do IESTI, já que temos todos os produtos culturais para transformar o Estadoem uma potência nacional! Aclasseartísticae cultural do Maranhão necessitadeum ponto de encontro para informações, debates e conversas perenes sobre este cenário estatual.

Economia da Cultura e das Indústrias Criativas (ECIC) do Brasil – O setor movimentou no ano de 2020 o montante de R$ 230,14 bilhões, o que equivale a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país durante o período. O dado foi divulgado na última segunda-feira, 10, pelo Observatório Itaú Cultural, durante uma entrevista coletiva que reuniu profissionais da imprensa brasileira na sede do Itaú Cultural em São Paulo (SP).

O levantamento do impacto do setor foi possível a partir de uma nova metodologia desenvolvida pelo Observatório que mensurou os números com base em microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo servirá como base para que gestores e empreendedores culturais possam investir no setor que gerou mais de 7 milhões de empregos no país nos últimos anos, e continua numa crescente econômica de desenvolvimento.

Serviço: Quinta-feira, 27 de abril , às 18h30, no prédio do IESTI – Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas, na rua da Palma, 322, Centro. Entrada franca.

SENADOR CATITU (JOÃOZINHO RIBEIRO)

Diletos leitores, confesso que o título do presente não tem qualquer relação ou semelhança com aquilo ou aquele que vocês estão pensando, apesar do personagem ter sido real e convivido com alguns, ainda vivos, representantes da minha geração e carregar consigo um pouco do espírito característico da espécie suína. Tanto é que, sempre que encontro com a Dra. Rosário Lobato (dermatologista das boas), geralmente nas antessalas de consultórios, clínicas e feiras, nos lembramos de várias e gloriosas figuras da velha Travessa da Lapa, incrustada no coração do centro histórico, da cidade Patrimônio da Humanidade. O Senador Catitu, ou Caititu como alguns o denominavam, com toda certeza, foi um legítimo representante deste patrimônio, cada vez mais raro.

O nome de batismo, segundo consta, era José Pedro Ribeiro, que ele fazia questão de reduzir para as iniciais JPR, incorporando para si o título de Senador da República. Isso mesmo: Senador da República, com todas as letras e legitimidade de um mandato que ele mesmo se outorgara, lá pelos anos 60/70, do século passado. Faziao alvoroço ea alegriadamolecadaquandopassavapelasruas doBairrodoDesterro,portandoum cajado demadeiraeesculhambandoDeus eomundo; e,portabela,amãedetodos aquelesqueinsistiamem relembrar do apelido insuportável – Catitu.

A figurinha miúda era uma espécie de mistura entre os elos perdidos da evolução humana, segundo as crenças dos neandertalistas, beirando talvez um centenário, ou coisa parecida. Gostava de acompanhar as conversas dos bares, onde os frequentadores faziam questão de provocá-lo com novidades políticas inexistentes, principalmente aquelas vinculadas às falcatruas do Palácio do Planalto ou doCongresso Nacional, após alguns quartos de cachaça aliança.

Bastava isso para o Senador instalar a sua própria cadeia de rádio independente, feita de latas de leite ninho vazias, cordões de embira e um microfone, que já não lembro bem de que material era produzido. E tome discurso a manhã inteira, na enorme varanda do nosso casarão localizado no cruzamento entre a Rua Afonso Pena, antiga Formosa, e a já mencionada Travessa da Lapa.

Interessante os termos e as expressões utilizadas no discurso, construído pela verve do Senador postiço, de onde, aleatoriamente, a memória teima ainda em conservar, bem vivos, alguns trechos:

- Alô, Brasília! alô, Brasília! Tão ouvindo? Tão ouvindo? Isso é mania de capoeiragem! Isso é mania de capoeiragem!

A cena se repetia, sempre que o nosso personagem achava existir conveniência e oportunidade para instalar sua cadeia de rádio, cujo prefixo coincidia com as iniciais do seu nome: JPR. E haja a desancar os políticos que estavam realizando “catrevagem”, outro termo bastante utilizado em suas ilações radiofônicas. No mais, era um pacato cidadão, desde que se esquecessem de mencionar aquela denominação abjeta – Catitu.

Minhas primas, e junto com elas minha irmã Graça, todas mocinhas e adolescentes, adoravam lhe dirigir algum gracejo e fingir algum romântico interesse, a que o Senador retribuía com alguns bombons e largos sorrisos. Tréguas e aproximações rompidas, somente quando alguma delas, inadvertida ou propositadamente, resolvia indagar por que os moleques o chamavam de “Catita”?

Em contatos mais recentes com a Dra. Rosário Lobato, àquela época nossa vizinha na Travessa da Lapa, fui informado de que o nosso personagem era oriundo de Trinidad e Tobago, embora a todos dissesse que possuía fazendas de gado nas terras de Monção, fato para mim até hoje totalmente inusitado e muito menos confirmado.

Não lembro com exatidão da maneira com que ele saiu das nossas existências, nem como sobreviveu até hoje nas nossas lembranças. Só sei que cumpriu a breve estação terrena e o mandato de Senador da República, que só existia em sua cabecinha branca, com uma dignidade singular, própria daqueles que viraram azulejos e passaram a habitar para sempre a gaveta das nossas recordações.

JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES - (Fundador)

FALECIDO EM 2023

Meu nome completo é José de Ribamar Fernandes, nascido em Arari, em 30.01.1938, filho do professor e depois comerciante Nestor Fernandes e de dona de casa Teresa de Jesus Fernandes.

Trabalhei desde os 14 anos como operário tipográfico e, a partir dos 20, tornei-me proprietário de uma microempresa tipográfica onde imprimi os meus dois primeiros livros – Poemas do Início e Caminhos da Alma – , além de livros de outros autores, como J. C. de Macedo Soares, José Chagas, Cunha Santos, Kleber Leite, Abraão Cardoso, Raimundo Corrêa, Genésio Santos, Luís Pires, Ericeira de Sousa e Lopes Bogéa. Nela editei o 1º jornal de Imperatriz e de Bacabal-MA, nos anos 60. Devido à minha atuação como gráfico, torneime, por 30 anos, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Maranhão e Diretor da FIEMA

Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, com atuação no SESI, no Conselho de Contribuintes de São Luís-MA, Junta de Recursos da Previdência Social e no Tribunal de Recursos Fiscais do Estado.

Formei-me em Direito e trabalhei muitos anos como advogado do BDM, incorporado pelo BEM – Banco do Estado do Maranhão. Fui assessor jurídico do TRT da 19ª Região e Juiz Classista do Trabalho, junto ao TRT da 7ª Região, onde me jubilei após ter recebido, em Brasília, a Comanda do Mérito do Juiz Classista.

Minha infância foi marcada por doenças: sofria de labirintite, desmaiava continuamente e sofria de outras patologias, curadas pelos remédios de uma bondosa vizinha, dona Sinuca, do homeopata “seu” Nicolau, do prático em remédios Antonio Garcia e, ainda, com a ajuda de um livro de um mestre do Mentalismo, prentice Mulford, de meu pai.

Na adolescência, eu era operário durante o dia e estudante à noite, quando fundei, no Liceu, o jornal “O Estudante de Atenas”, com José Farias, e a primeiro entidade cultural de Arari, a UAE – União Arariense dos Estudantes,ojornal GazetaArariense,oGrupoTeatralRaimundaRamos ea BibliotecaMiltonEriceira;ajudei o hoje general Farias e Silva a criar a UVE – União Vitoriense dos Estudantes e o primeiro jornal de Vitória – O Mearim em Folha.

Dos fins dos anos de 1940 ao início dos anos de 1950, estudei com Luzia Bastos e no Grupo Escolar Arimatea Cisne e, no último ano do antigo primário, no Instituto Nossa Senhora das Graças (hoje Colégio Arariense) e na Escola de Artes Gráficas Belarmino de Matos.

No Arimatéa Cisne: José Prazeres (que hoje mora em Curitiba), Maria Everton, Miriam Silva e Chiquinha Abas; no Instituto Nossa Senhora das Graças: – Antonio Rafael da Silva, Durval Prazeres, Antonio Batalha, Eden Soares e Digé Vale.

Meu antepassado mais remoto, conhecido, tem como tronco Pedro Leandro Fernandes, português do Arcebispado de Braga, um dos primeiros habitantes do Arari, no início do século XIX, que foi avô de outro Pedro Leandro Fernandes, este meu bisavô, pai de Ana Maria Fernandes, casada com Raimundo Benedito Fernandes (Tenente Prego), meus avós. Minha avó Ana Maria era irmã de Lucílio e de Thiago Fernandes,

27 - HUMBERTO DE CAMPOS VERAS

personagem da história política e administrativa de Arari, a partir do primeiro quartel do século XX. Do meu casamento com a pedagoga e assistente social Maria José Batista Fernandes vieram as filhas Sílvia e Cláudia, e o filho Nestor Neto, advogados.

Poemas do Início, Caminhos da Alma e Portal do Infinito, os três de poesias rimadas, metrificadas ou livres; Crônica Arariense, prosa variada sobre assuntos relacionados com a Arari; A Representação Paritária na Justiça do Trabalho, um ensaio de tema jurídico; O Educador Silvestre Fernandes, uma biografia desse grande polígrafo;ORio, memorialhistóricoegeográficosobreorioMearim, afluentesesuas implicações antrópicasambientais; Gente e Coisas da Minha Terra, sobre figuras do passado do Arari, origem desse nome, controvérsias sobre quem foi o fundador da cidade. Já impresso, lançarei, em São Luís, neste mês de março, o meu mais recente livro – Ao Sabor da Memória – contendo crônicas de viagens, perfis de personalidades, reminiscências e ilações variadas, extraídas do cotidiano – um livro que, modéstia à parte, merece ser lido, pois, afinal, para isso foi escrito.

Do Blog de Hilton Mendonça Filho

BRUNO TOMÉ FONSECA - 1º. Ocupante

Mestrando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)/ Centro Universitário Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB), alinhado a linha de pesquisa Tecnologia e Inovação. Pós-Graduação em Direito Processual pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2008). Graduação em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (2002). Professor do Departamento de Direito do Centro de Ensino Santa Terezinha (2006-2013) e da Faculdade São Luís (2007-2009). Advogado- sócio do Escritório Sálvio Dino (2008-2015). Advogado Pleno da Companhia Vale do Rio Doce (2004-2005). Atualmente ocupa a função de Procurador Geral Adjunto para Assuntos Estratégicos da Procuradoria Geral do Estado do Maranhão. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito Administrativo, Constitucional e Tributário, Processo Judicial Eletrônico, Prática Jurídica profissional, Direito e Artes (Literatura e Cinema). Membro do Conselho Superior da PGE/MA. Membro da Comissão Setorial de Concurso da PGE/MA. Coordenador Científico do Encontro de Procuradores do Estado da Região Nordeste. Escritor e Membro da Academia de Letras de São Luís ? Cadeira Número 28.

Informações coletadas do Lattes em 01/11/2022

28 - ASTOLFO DE BARROS SERRA

AMÉRICO AZEVEDO NETO - 1º. Ocupante

Nasceu em Coroatá-MA, a 29 de outubro de 1943. Filho de Emílio Lobato Azevedo e Maria José Costa Leite Azevedo. Descendente de tradicional família maranhense que muito há contribuído para o enriquecimento de nossas letras, continua, com brilhantismo, essa vocação de seus antepassados.

Américo Azevedo Neto, embora seja poeta, cronista, romancista e jornalista, gosta mesmo é de ser chamado Homem de Teatro. Não teatrólogo, por achar pernóstico; nem ator que já foi, nem diretor e coreógrafo, que ainda é, mas Homem de Teatro. Na sua opinião, isso diz tudo.

No final da década de 50, começo dos anos 60 – os chamados Anos Dourados – foi mandado para Recife, onde suas irmãs já estudavam, para fazer engenharia: fez Teatro. Teve, por sinal, como um dos principais professores o famoso Procópio Ferreira.

Foi secretário municipal e estadual de cultura; foi diretor de turismo em São Luís e diretor do órgão turístico do nordeste; foi diretor de departamento de recursos humanos como bancário, mas de tudo isso, o que mais lhe agradou e agrada é ser Homem de Teatro. Fez quatro vestibulares. Passou nos quatro, mas não terminou nem um dos cursos. Em alguns nem chegou a se matricular. Razão: não queria ser técnico; era – e é – um Homem de Teatro.

Por causa do teatro se aproximou do folclore. Na década de 70, buscando uma linguagem teatral que fosse eminentementemaranhenseeque,porisso,pelaoriginalidade,fosseexportáveleaptaaconcorrerno mercado, achegou-se à cultura popular. Fundou, então, em 1973, o Teatro de Universitários do Maranhão e, nesse ano mesmo, escreveu, coreografou e dirigiu um espetáculo a que chamou Cazumbá – a ópera boi: uma adaptação do bumba-meu-boi maranhense para o teatro, palco italiano. Um ou dois anos depois, trocou nome: o Teatro de Universitários passou a ser a Companhia Cazumbá de Teatro e Dança.

Autor dos livros Bumbameu boi no Maranhão. São Luís Ed. Alcântara 1983 (2.ed rev. e aumentada. São Luís: ALUMAR, 1997); É possível que ainda seja azul (crônicas) São Luís: Gráfica Minerva, 1995; Infelizmente Amém (poesias) São Luís: Estação Gráfica, s.d.; Festa, fogos, fogueira e fé (folclore) São Luís: Estação Gráfica, s.d; História realmente real. São Luís: Space Gráfica, 2003.

Apublicar: Odia daposse (romance); Lidiodato (romance); Calçade veludo (contos); Cartas paraumajovem atriz (cartas); Cazumbá – o livro (autobiográfico); Porque mesmo (crônicas); Talvez até seja (crônicas); Três cantos (poesia).

29 - MARIA DE LOURDES ARGOLLO MELLO -
(DILÚ MELLO)

CLORES HOLANDA SILVA - (Fundadora)

Clores Holanda Silva, nasceu na Cidade de Presidente Dutra, no Estado do Maranhão, no dia 11 de março de 1960. É filha de GeraldoHolanda Cavalcante(in memoriam) e Maria Nazaré GomesCavalcante, conhecida por Zazá Holanda (in memoriam). Seu estado civil é Divorciada. De uma irmandade de nove irmãos, sendo a antepenúltima. O irmão caçula faleceu em 1996. Do fruto de seu casamento com Ricardo Luís Costa Mendes nasceu Marcella Holanda Mendes.

Cursou o Jardim de Infância e o primário na Cidade de Presidente Dutra. Em 1971 passou a residir com seus pais e irmãos na cidade maranhense de Santa Inês. Nela, submeteu-se ao antigo Exame de Admissão para ingressar no Ginásio, obtendo aprovação, permanecendo lá durante dois anos. Em 1972 retornou com sua família à terra natal, Presidente Dutra. Em 1973, a convite de sua irmã e madrinha, Nazi Holanda de Alencar foi morar em Aracajú, Capital do Estado de Sergipe.

Em 1975, com a mudança de seus pais para São Luís, resolve deixar Aracaju e fixa residência na Capital do Maranhão, submetendo-se a seleção e sendo aprovada para estudar no Colégio Santa Tereza, tendo concluído o Ginásio e iniciado o 1º. Ano do antigo Científico.

Em 1976 pediu transferência do Colégio Santa Tereza para o Instituto Tecnológico de Aprendizagem – ITA, de São Luís, cursando o 2º. Ano de Estudo Profissionalizante em Técnicas de Laboratório, concluindo o 2º. Grau – Formação Geral em 1978.

Graduou-se em História Licenciatura em 1996, pela Universidade Federal do Maranhão. Neste ano foi selecionada pela UFMA – Projeto “Prata da Casa” para cursar o Mestrado em História e Cultura Social, pela UNESP – Universidade Estadual de São Paulo, em Franca – SP. Por motivos familiares, cursou apenas 01 (um) semestre, retornando a São Luís. No ano de 2003 iniciou a pós-graduação no Curso de Especialização em Gestão de Arquivo, pelo Departamento de Biblioteconomia, da UFMA, concluindo em 2004.

Iniciou sua vida profissional na Universidade Federal do Maranhão, no dia 30 de novembro de 1979, na função de Arquivista, no Arquivo do Centro de Ciências Sociais. Aposentou-se em 30 de janeiro de 2014, na função de Administradora do Palácio Cristo Rei e Coordenadora do Memorial Cristo Rei, museu da UFMA, perfazendo um total de 34 anos trabalhados na Instituição.

Na sua gestão o Memorial Cristo Rei se consolidou como um espaço de memória e integração da sociedade, obtendo o reconhecimento, através das publicações do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM: Revista da Semana Nacional de Museus, Revista Museália e Guia dos Museus Brasileiros; e na Revista da Biblioteca Nacional.

Desde o ano de 2010, Coordena o Projeto de Pesquisa “Os Reitores da UFMA”, de sua iniciativa, cujos resultados das pesquisas foia publicação livretos das gestões dos reitores:Pedro Neiva deSantana,Cônego José deRibamar Carvalho, Josué Montello, Manoel Soares Estrela e José Maria Ramos Martins; assim como os livretos sobre “O uso das vestes talares na UFMA”, a Bandeira da UFMA e “Histórico do Palácio Cristo Rei”. Fundou a Biblioteca “Mísula do Saber”, do Memorial Cristo Rei, inaugurada em 13 de maio de 2013, cujo acervo foi adquirido por doação, através da parceria firmada com o Instituto Brasileiro de Museus, Instituto do Patrimônio Artístico Nacional – IPHAN e o Museu Imperial, do Rio de Janeiro. O acervo contempla publicações nas áreas de Museologia, História da UFMA, Artes e Cidade de São Luís.

Atualmente, permanece como Administradora do Palácio Cristo Rei com a missão de coordenar as ações culturais do Memorial Cristo Rei. Toda a sua carreira profissional esteve e está vinculada a Universidade Federal do Maranhão, objeto de suas pesquisas.

30 - ODYLO COSTA, FILHO

Eleita, no anode 2012,Sócia-Efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão,ocupando aCadeira nº.18,Patroneada por João Francisco Lisboa; ocupou cargo de Diretoria, 1ª. Secretária. É sócia da Associação de Amigos da Universidade Federal do Maranhão e Sócia Fundadora da Academia Ludovicense de Letras, ocupante da Cadeira nº. 30, Patroneada por Odylo Costa, filho, eleita a 2ª. Tesoreira.

Honrarias recebidas: Comenda “Palmas Universitárias”, conferida em reconhecimento àqueles que se distinguiram no exercício de suas atividades profissionais, conferida pelo Reitor da UFMA, Dr. Natalino Salgado Filho, no Centro de Convenções Governador Pedro Neiva de Santana, no dia 6 de outubro de 2009. Por unanimidade foi escolhida para fazer o discurso em nome dos Técnicos-Administrativos; Comenda Coral Madrigal Santa Cecília, em 2010, concedida pela Associação de Amigos da Universidade Federal do Maranhão, no Teatro Artur Azevedo; Comenda Guará da Amizade, concedidapelaAssociaçãodeAmigosdaUniversidadeFederaldoMaranhão,em14demarçode2011;Comenda“Mulheres de Expressão”, recebida da Jornalista Rosenira Alves, do Jornal Pequeno, em 9 de abril de 2011 em homenagem ao Dia Internacional da Mulher por o seu nome e o seu perfil se enquadrarem e honrarem a classe, razão pela qual foi indicada para receber a homenagem, que no ano chegou a sua 11ª. edição. A solenidade ocorreu no Brisamar Hotel, às 21h30, em São Luís – Maranhão. Indicada pelo Vereador Ivaldo Rodrigues para receber a outorga Medalha “Mãe Andresa”, a mais alta honraria do Poder Público Municipal às personalidades em prol da Cultura de nossa Cidade, em 20 de setembro de 2012; Medalha e bênção de São Francisco, em reconhecimento por sua colaboração nos últimos anos, que contribuiu para o sucesso de estudo, partilha e devoção à missão Capuchinha de evangelizar, concedida pelo Museu da Igreja do Carmo e da Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo, por ocasião dos 400 anos da presença dos Missionários Capuchinhos no Brasil – 1612-2012, em São Luís – Maranhão; Comenda Gonçalves Dias, considerando a participação e o empenho na consecução do Projeto Gonçalves Dias, realizado no período de 10 a 13 de agosto de 2013 pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, em São Luís – Maranhão; “Tupi de Caxias”, por ocasião das comemorações alusivas aos 190 anos de Antonio Gonçalves Dias, concedido pela Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (ASLEAMA), o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e a Academia Caxiense de Letras (ACL) – Sabiás da Cultura Gonçalvina, na Cidade de Caixas – Maranhão, no dia 11 de agosto de 2013; Comenda Memorial Cristo Rei 20 Anos, em reconhecimento de seu trabalho em prolda memória da Instituição, concedido pela Comissão Organizadora da Comemoração dos 20 anos do Memorial Cristo Rei, da Universidade Federal do Maranhão.

Em março de 2011 foi homenageada pelo Jornal “O Estado do Maranhão”, no Caderno DOM, Coluna Perfil, através de uma reportagem do Jornalista Jack Jeam que a entrevistou. A notícia foi veiculada no dia 27 de março de 2011

Trabalhos apresentados e publicados: “Nascendo das Cinzas”: O papel do Memorial Cristo Rei na preservação da memória da UFMA nos 15 anos de existência”, durante o VIII Encontro Humanístico, do Centro de Ciências Humanas, da Universidade Federal do Maranhão, realizado no período de 17 a 21 de novembro de 2008; Memorial Cristo Rei: um instrumento de preservação, registro, difusão e reflexão sobre a história da Universidade Federal do Maranhão, na primeira fase do 1º. Ciclo de Estudos/Debates dos 400 anos de São Luís, intitulado: Das primeiras tentativas de ocupação até a consolidação da conquista da terra, realizado no Palácio Cristo Rei, da Universidade Federal do Maranhão, no dia 28 de julho de 2011, na modalidade comunicação oral; Palácio Cristo Rei “guardião das memórias da UFMA": Patrimônio histórico arquitetônico do Estado do Maranhão, por ocasião do XV Encontro Regional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação – EREBD N/NE, na modalidade oral, realizado pelo curso de BiblioteconomiadaUniversidadeFederaldoCeará–CampusCariri,ocorridonosdias15a20dejaneirode2012,emJuazeiro do Norte – Ceará; Palácio Cristo Rei “Guardião das Memórias da UFMA”: Patrimônio Histórico Arquitetônico do Estado do Maranhão, no V Encontro Maranhense de História da Educação, que teve como tema Patrimônio cultural em rituais, gestos e objetos escolares na História da Educação, promovido pelo Núcleo de Estudos e Documentação em História da Educação e Práticas Leitoras – NEDHEL, realizado no período de 15 a 18 de maio de 2012, em São Luís – MA; Memorial Cristo Rei: Do resgate a integração, por ocasião do XVII Congresso Brasileiro de História da Medicina e do I Congresso Maranhense de História da Medicina, na qualidade de Expositora, realizado no Hotel Praiamar, no período de 7 a 10 de novembro de 2012, em São Luís – Maranhão.

Participação em eventos nacionais: 4º. Fórum Nacional de Museus Brasília 2010, promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus, nos dias 12 a 17 de julho de 2010, em Brasília – DF; Semana Nacional de Museus durante 7 anos seguidos (2007 a 2014); Primavera de Museus durante 6 anos seguidos (2007 a 2013).

Participação em eventos internacionais: VI Encontro de Museus de Países e Comunidades de Língua Portuguesa, realizado em Lisboa – Portugal, nos dias 26 e 27 de setembro de 2011, promovido pelo Conselho Internacional de Museus, com o trabalho intitulado: A contribuição do Memorial Cristo Rei na formação do profissional do museu e na preservação, resgate e divulgação da história da Universidade Federal do Maranhão, em forma de artigo e apresentação de pôster, tendo sido publicado nas Actas 2012, do Museu do Oriente, de Lisboa – Portugal;

Iniciação na vida literária:

• Ciclo de Palestras sobre História e Universo Luso-Brasileiro, ministrado pelo doutor Milton Torres, no período de 4 a 7 e 14 de maio de 2004, na Academia Maranhense de Letras.

• Participou da comissão de trabalho do Projeto Gonçalves

• Fala na Solenidade de Abertura do Projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias”, em 10 de agosto de 2013, na condição de Presidenta do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, em exercício, proferida no Auditório dos Colegiados Superiores, do Palácio Cristo Rei com a presença de poetas de São Luís, Argentina, Peru, Assis – SP, Belo Horizonte – MG, Cabo Frio – RJ, Caxias – MA; Esperantinópolis – MA, Fortaleza – CE, Goiânia – GO, Imperatriz – MA, Inhapim–MG,Itapecuru-Mirim–MA,Itaituba–PA,LagodaPedra–MA,RiodeJaneiro–RJ,Salvador–BA,Sambaíba – MA, São José dos Campos – SP, São Paulo – SP, Taguatinga – DF, e Vinhedo – SP. Nos dias 11 e 12 também participou do evento nas cidades de Caxias e Guimarães, do Estado do Maranhão. Nesta solenidade a Academia Ludovicense de Letras foi fundada.

• Liceo Poético de Benidorm São Luís do Maranhão – Brasil – Leitura Poética Global “Pela materialização da justiça social”, participou no dia 28 de setembro de 2013 (Galeria Trapiche), dia 13 de novembro de 2013 (Casa de Espanha) e em 2014 (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho), declamando as poesias de sua autoria: Injustiça Social (poesia elogiada pelo Confrade Wilson Pires Ferro onde disse que a autora já era uma poeta), Poema Branco e Ilha do Terror,edeoutrosautores.Valeressaltarquenesteeventoéqueteveacoragemdetornarpúblicasassuaspoesias;embora, desde a sua adolescência gostasse de escrever poemas, acrósticos e crônicas. Pretende lançar um livro com esses escritos.

ANA LUIZA ALMEIDA FERRO - (Fundadora

Ana Luiza Almeida Ferro (São Luís, 23 de maio de 1966) é uma promotora de justiça, escritora[1] , poeta e jurista brasileira premiada nacional[2] e internacionalmente[3]. Membro da Academia Maranhense de Letras (AML), ocupa a cadeira 12[4][5], que tem Joaquim Serra como patrono. Foi a primeira presidente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ), de 2011 a 2013, e atua como promotora de justiça[6] do Estado do Maranhão, conferencista e oradora.

Formação e atuação acadêmicas

Ana Luiza cursou licenciatura em Letras-Inglês, de 1984 a 1988, e bacharelado em Direito, de 1988 a 1993, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) obteve mestrado e doutorado em Ciências Penais na Faculdade de Direito, em 2002 e 2006, respectivamente. Em 2018, defendeu pesquisa pós-doutoral em Derechos Humanos na Universidad de Salamanca (Espanha). Com efeito, atuou como professora de Criminologia da pós-graduação em Ciências Penais da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais, de 2001 a 2003, bem como na pós-graduação em Direito da Universidade Ceuma, de 2004 a 2017. De acordo com o autor José Neres, trata-se de “uma das mais importantes intelectuais maranhenses destas duas primeiras décadas do século XXI [...] desde a poesia até aprofundados trabalhos de pesquisa histórica, com ênfase na atuação no campo jurídico”.

Obras

Entre seus principais títulos estão "1612: os papagaios amarelos na Ilha do Maranhão e a fundação de São Luís", "O Tribunal de Nuremberg: dos precedentes à confirmação de seus princípios" e "Crime organizado e organizações criminosas mundiais", livro pelo qual foi entrevistada por Jô Soares[7], em 2010.

Biografias e historiografías

• 1612: os papagaios amarelos na Ilha do Maranhão e a fundação de São Luís[8][9] (Edição brasileira. Curitiba: Juruá Editora, 2014);

• 1612: os franceses na Ilha do Maranhão e a fundação de São Luís (Edição portuguesa. Lisboa: Editorial Juruá, 2014);

• Mário Meireles: historiador e poeta[10] (Curitiba: Juruá Editora, 2015);

• NaCasadeAntônioLopes:possenacadeiran.25doInstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão (São Luís: ESMAM, 2017), coautoria com Cleones Carvalho Cunha.

Jurídicos

• O Tribunal de Nuremberg: dos precedentes à confirmação de seus princípios (Belo Horizonte: Mandamentos Editora, 2002);

• Escusas absolutórias no Direito Penal (Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2003);

• Robert Merton e o funcionalismo (Belo Horizonte: Mandamentos Editora, 2004);

31 - MÁRIO MARTINS MEIRELES

• O crime de falso testemunho ou falsa perícia: atualizado conforme a Lei n. 10.268, de 28 de agosto de 2001 (Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2004);

• Interpretação constitucional: a teoria procedimentalista de John Hart Ely (Belo Horizonte: Decálogo Editora, 2008);

• Crime organizado e organizações criminosas mundiais[11][12] (Curitiba: Juruá Editora, 2009);

• Criminalidade organizada: comentários à Lei 12.850, de 02 de agosto de 2013[13] (Curitiba: Juruá Editora, 2014), coautoria com Flávio Cardoso Pereira e Gustavo dos Reis Gazzola;

• Justiça em Kelsen e Direito em Luhmann (Curitiba: Juruá Editora, 2018);

• O TribunaldeNuremberg: precedentes,características elegado[14] (2ª ed.Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2019).

Poesias e crônicas

• Versos e anversos (Belo Horizonte: Mandamentos Editora, 2002), coautoria com Wilson Pires Ferro e José Ribamar Pires Ferro;

• Quando: poesias (São Paulo: Scortecci Editora, 2008);

• A odisséia ministerial timbira: poema (São Luís: AMPEM, 2008);

• O náufrago e a linha do horizonte: poesias (São Paulo: Scortecci Editora, 2012);

• Folhas ludovicenses: artigos e crônicas (São Luís: Edições AML, 2019).

Academias e sociedades

A autora é membro titular do PEN Clube do Brasil[15] e integra a European Society of International Law (ESIL) e a União Brasileira de Escritores (UBE). É membro efetivo e perpétuo da Academia Brasileira de Direito[16] (ABD), em que ocupa a cadeira 16, que tem Cândido Mendes de Almeida como patrono, e membro fundador da Academia Ludovicense de Letras[17] (ALL), em que ocupa a cadeira 31, que tem Mário Martins Meireles como patrono. Além disso, é membro de honra da Sociedade Brasileira de Psicologia Jurídica[18] (SBPJ), membro correspondente da Academia Cearense de Letras (ACL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina[19] (IHGSC), e sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão[20] (IHGM), em que ocupa a cadeira 36, que tem Astolfo Serra como patrono.

Atualizado em abril 2023

Umsábadoproveitoso...Vice-campeãnacategoriaRGF,emmaisumaetapadocampeonato maranhensedetênisdemesa.

ALDY MELLO DE ARAÚJO - Fundador

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (1997). Curso Preparatório para o ingresso na Carreira Jurídica na Escola Superior do Ministério Público, em São Luis- Maranhão (1998), Curso de Atualização para carreiras jurídicas, na escola superior da Magistratura do Distrito Federal (1999), Curso Preparatório para a Carreira Jurídica, para o Concurso de Magistratura e Ministério Público no Instituto Processus, em Brasília (2000), Curso Preparatório para Carreiras jurídicas no Instituto de Ensino Jurídico Professor Luiz Flávio Gomes (LFG) (2005), Curso Intensivo do LFG, da rede de ensino Luiz Flávio Gomes, São Paulo (2006). Tem vasta experiência profissional como defensor público, com atuação principalmente nas áreas de direitos humanos, direito de família, criança e adolescente, idosos e justiça comunitária.

Informações coletadas do Lattes em 13/03/2022

32 - JOSUÉ DE SOUZA MONTELLO

PAULO ROBERTO MELO SOUSA - (Fundador)

Paulo Melo Sousa é o nome artístico de Paulo Roberto Melo Sousa, nascido em São Luís do Maranhão a 6 de maio de 1960. Filho de José de Ribamar Bezerra de Sousa e de Élia Melo Sousa, tem duas irmãs e um irmão. Frequentou inicialmente o Jardim de Infância Pituchinha, indo estudar a partir dos 8 anos de idade no Colégio Maristas, onde permaneceu durante 10 anos e concluiu o chamado Científico em 1978. Formado em Design e em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA, possui especialização em Jornalismo Cultural, Jornalismo Científico, Jornalismo Ambiental, e em Linguística Aplicada ao Ensino das Línguas Materna e Estrangeira. Possui Mestrado em Ciências Sociais pela UFMA, em 2013. Poeta, jornalista, professor, ambientalista, pesquisador de cultura popular, fundou a Sociedade de Astronomia do Maranhão SAMA, aos 16 anos. Foi um dos idealizadores do primeiro jornal ecológico do Maranhão, o “Folha de Gaia” (1991 / 1992). O poeta integra ainda a “Antologia da Poesia Maranhense do Século XX”, organizada por Assis Brasil. Foi um dos fundadores do Grupo Poeme-se, de poesia (1985 / 1994), e criador do Grupo Graal (1997), de performance poética. Atua na área de cinema e vídeo, como ator e co-diretor. Escreve no Jornal Pequeno (JP Turismo), abordando temas de jornalismo científico, turístico, cultural e de patrimônio cultural. Também incursiono na área de cinema e vídeo, trabalhando como ator e co-diretor (integrei o elenco de “Carlota Joaquina,Princesado Brasil”,filmedeCarlaCamurati (1995),efoi co-diretordofilme“Em Buscada Imagem Perdida”(IPHAN,2008), dentreoutrostrabalhos. MantivenosuplementoJP Turismo –Jornal Pequeno, desde 2006, a coluna “Alça de Mira”, na qual publiquei poemas de autores maranhenses, semanalmente, atuando ainda na área cultural como conferencista. Fui Diretor da Galeria de Arte Trapiche Santo Ângelo (Fundação Municipal de Cultura – FUNC / Prefeitura de São Luís, de 2013 a 2015), Diretor do Convento das Mercês, de 2015 a 2020 e, atualmente, sou o Diretor do Museu Histórico de Alcântara, desde março de 2020. Paulo Melo Sousa é membro fundador da Academia Ludovicense de Letras – ALL, tendo recebido a Medalha do Mérito Timbira, Grau de Comendador do Quarto Centenário, a maior comenda do Estado do Maranhão, em 2012, devido aos serviços prestados à cultura do Maranhão.

Bibliografia

“Rua Grande: Um Passeio no Tempo” - História (1992); “Oráculo de Lúcifer” (Poesia) - 1994 (1º lugar: Prêmio Literário do Plano Editorial Secma / Sioge); “Vi (s) agem” (Poesia) - 1º lugar: Prêmio Concurso Cultural e Artístico Cidade de São Luís (2001); “Arte das Mãos: Mestres Artesãos Maranhenses” - Texto (SEBRAE - 2007); “Nagon Abioton: Um estudo fotográfico e histórico sobre a Casa de Nagô” - Texto (Petrobras Cultural -2009); “Banzeiro” (Poesia - 2010); Prêmio Concurso Cultural e Artístico Cidade de São Luís; “Vespeiro” (Poesia - 2010).

Comecei a escrever na adolescência, mas sistematicamente a partir dos 18 anos de idade, quando escrevi meus primeiros poemas e publiquei meus primeiros artigos em jornais.

33 - CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA

Integrei a Fundação Bandeira Tribuzi, a partir de 1980, que era coordenada pelo animador cultural Bernardo Fontenele, que organizava semanas literárias e mantinha viva a memória do poeta Bandeira Tribuzi. Em seguida comecei a publicar no Suplemento Cultural Guarnicê (Coordenada pelos escritores Celso Borges, Joaquim Haickel e outros), que depois se tornou Revista, no início dos anos 80 do século passado. Participei, apartirde1985, do GrupodaAkademiados Párias, publicandopoemas,traduções naRevista“Uns& Outros”, do referido grupo. Nesse mesmo ano, no dia 2 de agosto de 1985, criei, ao lado de Ribamar Filho, o Grupo Poeme-se, que durou até 1994. Em seguida, criei o Grupo Graal, de performance poética, em 1997. A partir de dezembro de 2010, criei o Projeto Papoético, que continua em atividade até hoje. Em Alcântara, articulamos, ao lado de Sérgio Oliveira e de Léa Mamede, o Projeto “Conecta Cultura: São Luís / Alcântara”, no início de 2019. Em se falando de geração, pertenço à geração 80. Meus parceiros de poesia e de cultura, ao longo desses anos todos, são muitos: Nauro Machado, José Chagas, Arlete Nogueira da Cruz, Raimundo Fontenele, Alberico Carneiro Filho, Laura Amélia Damous, Valdelino Cécio, Lúcia Brandão, Lenita de Sá, Ribamar Filho, Cláudio Terças, Rezende, Guaracy Brito Júnior, Antônio João Nunes, Wagner Alhadef, Jorge Campos, Rosa Ewerton, Luiz Henrique Rezende, Wilson Martins, Célia Seguins, Fernando Abreu, Ronaldão, Antônio Carlos Alvim, Lúcia Santos, Celso Borges, Dyl Pires, Hellen Esse, Elício Pacífico, Rafael Oliveira, César Maranhão, Paulinho di Maré, Rosemary Rêgo, Dilercy Adler, Antônio Aílton, Ricardo Leão, HagamenondeJesus, JorgeanaBraga,BioqueMesito,RaimundaFrazão,Wybson Carvalho, Renato Menezes, Silvana Menezes, Carvalho Júnior, Ronaldo Costa Fernandes, dentre tantos outros.

a. Geração de 45 Incluído às vezes nessa geração, o poeta Nauro Machado muito me incentivou por acreditar na força da minha poesia. Ao logo de 38 anos mantivemos uma duradoura e profícua amizade, e aprendi muito sobre poesia em longas conversas sobre arte e cultura com o nobre poeta.

d. Akademia dos Párias Fui integrante do grupo da Akademia dos Párias, publicando poemas na Revista Uns & Outros, que o grupo publicava.

e. OsCadernos Alternativos / VagalumePubliquei textos epoemas,bem como fuientrevistadonoSuplemento Vagalume.

f.Poeme-se/PapoéticoFuiumdosfundadoresdoGrupoPoeme-see,sozinho,em2010,crieioProjeto Cultural Papoético. O Grupo Poeme-se foi crido por Ribamar Filho e por mim no dia 2 de agosto de 1985, quando foi lançado o primeiro cartaz de poesia do grupo, intitulado Poeme-se nº 1. O grupo se reunia semanalmente para realização de leituras de poesias, construção de recitais e de performnces poéticas, dentre as quais “Erótyka” e “O Inferno de Wall Street”, chegando a realizar ainda festivais de poesia, dentre outras produções culturais. O grupo Poeme-se durou até 1994.

O Projeto Papoético foi idealizado pelo poeta, jornalista e pesquisador de cultura popular Paulo Melo Sousa, emdezembrode2010.Oeventoacontecenumespaçoculturalounumbar/ restaurante/cafeteria.O Papoético acontece normalmente de acordo com a programação previamente estabelecida. Recitais de poesia, lançamentos de livros, canjas musicais, exibição de filmes, discussões filosóficas e exposição de ideias são algumas das muitas atividades que fazem desse projeto algo singular. Nos encontros, o público pode entrar em contato com o que é produzido na arte maranhense e brasileira e ainda poderá encontrar algumas pessoas que têm participação ativa na construção da cultura contemporânea. Visando ampliar a ação cultural do projeto, foi idealizada a realização do I Festival de Poesia do Papoético, sendo o primeiro realizado no dia 31 de maio de 2012. Nos últimos anos, em São Luís, os órgãos públicos ligados à cultura privilegiaram as manifestações culturais de cunho popular, que se destacam tanto no carnaval quanto no São João. Em decorrência disso, as artes em geral perderam apoiooficial,dentre elasa Literatura.Concursosliterários foram extintos, e até o Festival de Poesia da Universidade Federal do Maranhão, anteriormente realizado pelo Departamento de Assuntos Culturais – DAC, foi desativado.

h. Circuito de Poesia Maranhense/Latinidade

I.Safra90Participei,aoladodoescritorWilsonMartins,daseleçãodospoetasqueparticiparamda“Antologia Poética Safra 90”, em 1996 (Edições Secma), escrevendo o prefácio da referida antologia, com o texto “Risco na Trilha ou Novas Aparições”. j. Guesa Errante Publiquei vários textos e poemas no Suplemento Literário Guesa Errante.

from 'ALL EM REVISTA 8.1,2 - agosto 2021 - EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO'

CERES COSTA FERNANDES - 1ª. Ocupante

Ceres Costa Fernandes nasceu em Salvador (BA), durante uma curta permanência de seus pais, ambos de família maranhense, nessa cidade. A família retornou ao Maranhão, quando Ceres completava três anos. Mestre em Letras pela PUC-RJ, foi professora da TV Educativa do Maranhão e professora do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, onde ministrou as seguintes disciplinas: Inglês, História da Literatura, Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa. Além da atuação na docência, também desempenhou funções de gestão. Na UFMA, foi Chefe da Divisão de Estágio Curricular (1978), Pró-Reitora de Graduação (1993-1996) e Assessora de Relações Internacionais (1997-1998). No Governo do Estado do Maranhão, atuou como AssessoraEspecial deEducaçãodaGerênciaRegionaldeSãoLuís (1998-2003),como Gestora de Programas Especiais do Governo do Estado (2003-2006) e como Diretora do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho (2009-2014). Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado, (20042006). Atualmente é membro do Conselho Universitário (CONSUN) da UFMA.

Ceres é ganhadora de várias medalhas e honrarias, como: Medalha do Mérito Timbira (2006), concedida pelo Governo do Estado do Maranhão; Medalha Laura Rosa (2008), concedida às mulheres educadoras que se destacaram em outros ramos do saber; Medalha Odorico Mendes (2008), da Academia Maranhense de Letras; Palmas Universitárias (2009), distinção honorifica; Medalha do 4º Centenário de São Luís (2012), da Assembleia Legislativa do Estado, por relevantes e inestimáveis serviços prestados à cidade de São Luís, no século XX e no atual; Professora Emérita da Universidade Federal do Maranhão (2020).

Cronista, contista e ensaísta, autora de várias obras, é imortal da Academia Maranhense de Letras, onde ocupa a cadeira de número 39. Também é membro da Academia Ludovicense de Letras, cadeira número 34, e da Academia São-Bentuense de Artes e Letras, cadeira de número 2.

Bibliografia

O narrador plural na obra de José Saramago. São Luís: Edufma, 1990, 2. ed. São Luís: Lithograf, 2003; 3. ed. São Luís: Edufma, 2015; Apontamentos de literatura medieval - literatura e religião. São Luís: Edições AML, 2000; O último pecado capital & outras histórias. São Luís: Edições AML, 2000; O último pecado capital & outras histórias seleta. São Luís: Edigraf, 2001; Seleta maranhense de contos e crônicas (com José Chagas). org., e notas de Jomar Moraes. São Luís: Edições AML, 2002; Surrealismo & loucura e outros ensaios. São Luís: Editora da Uema, 2008; Café literário - memória. São Luís: Edições AML, 2015.

Participação em Contos e crônicas -livrodeleitura recomendadapara ovestibulardejunho de2002 daFAMA - Faculdade Atenas Maranhense - organização, introdução e notas de Jomar Moraes. São Luís: Edições AML, 2002

34 - LUCY DE JESUS TEIXEIRA

MULHERES MUTANTES

Lá vêm elas, puxando as escolas, madrinhas de bateria, destaques, simples foliães boazudas com o samba no pé, de poderosas coxas, braços musculosos, barriga de tanquinho e corpo bem trabalhado – de despertar inveja em muito macho de respeito por aí. Do bumbum, então, nem se fala: portentoso, cada vez mais arrebitado e volumoso, dando origem à nomeada de uma salada de mulheres atualmente muito apreciadas: a mulhermelancia, a mulher-jaca, etc.

Só para lembrar, essa questão de mulher comparada a comestíveis, no todo ou em parte, vem de priscas eras. Quem, dos velhos tempos, não se recorda dos galanteios: é uma “uva”, um “peixão” ou um “tutuzinho”? Sem falar no antecessor “pitéu”, que, se não me engano, é oitocentista, com uma delicada diferença: a de não ser dirigido diretamente à musa que despertou o apetite, mas apenas mencionado em maliciosas conversas com terceiros. Mais adiante, anos setenta, tivemos as “cocadinhas”. Hoje, com a falta de sutileza imperando no meio masculino, vai-se direto à questão e o elogio maior é “gostosa”. É comum às mais pudicas fingirem-se ofendidas.

Voltando às frutas iniciais, os seios femininos já foram idealmente comparados a peras e maçãs, mas, por conta da inspiração americana e do silicone, estão comparáveis a abacates e, desafiando a gravidade, caminham na direção dos melões. Nada contra nem a favor. São tendências. Beleza é convenção. E nada muda tanto quanto o tipo ideal de mulher. Até certo tempo, os homens decidiam essa questão; depois a decisão passou para os costureiros e, finalmente, para a mídia.

Nos tempos antigos as mulheres preferidas deveriam ter ancas largas e seios fartos como atestado de boa e fácil maternidade. Daí, esse tipo farto, esquecidas as prerrogativas de maternidade, passou a constituir o ideal no imaginário erótico da rapaziada. Felizes tempos nos quais mulher fornida era sinônimo de saúde e beleza. Nada de privações de delícias – que mal há em comer um inocente quindim ou um beiju no café? Nada de exercícios forçados, quando o corpo pedia um leve balanço de rede com alguém fazendo cafuné. A silhueta de sucesso eram as mulheres de Michelangelo, Rubens e Renoir.

As mulheres de formas abundantes fizeram sucesso até, acho eu, o começo dos anos sessenta. Vide as fotos de misses da época. Depois veio Twiggy, a modelo inglesa, magricela imposta pelos costureiros, fez um bruto sucesso e mudou o padrão. Primeiro nas estranjas – que brasileiro demora a assimilar novidades. O cinema americano começou a impor o tipo da mulher enxuta de carnes, tipo Úrsula Andrews e Rachel Welch, mas ainda com curvas. E começou o suplício da mulher moderna contra a gordura.

Seria bom se as coisas tivessem parado por aí. O tipo Twiggy, afastado durante algum tempo pela magreza exagerada, voltou, por obra e graça daqueles que preferem a mulher-cabide (não comestível): eles mesmos, os costureiros. As meninas adolescentes de até 14 anos passaram a ser o modelo ideal para mulheres de todas as idades. Sabe-se que os anos vão acrescentando quilinhos a ambos os sexos. Os homens permitem-se, após alguns anos, tero queelesconsideram a“charmosa”barrigadecerveja.Asmulheres, não.Obrigam-seaseguir a moda. Esforçam-se para entrar nas minúsculas roupas vendidas nas lojas – que não possuem os números maiores com o evidente intuito de humilhar as mais redondinhas – e saem estourando as costuras, satisfeitíssimas com o efeito mulher-rosquinha.

A estas alturas, tem alguém perguntando: mas o que a cronista quer? Critica as popozudas musculosas e reclama da magreza extrema das modelos de desfile de modas, aquelas que “um trem passaria no meio das coxas”, como se dizia nos “meus tempos”, e que lideram o ranking de seguidoras fanáticas, anoréxicas, que andam de olheiras fundas, como se drogadas estivessem. Já repararam como as modelos andam trocando as pernas? É para esconder o vão das coxas.

Não sei bem o que devo pensar. Mas, já que o mundo está uma grande mixórdia, acho que há lugar para todos os gostos. Então, ora, agrademos a nós mesmas. Não aos homens, que a cada dia elegem um tipo; não aos costureiros, que querem apenas um cabide para suas roupas. Também é inútil nos esforçarmos para ser extremamente femininas - para isso existem os travestis que o fazem melhor do que nós. Sejamos amazonas, magricelas, popozudas, gordinhas, maduras. Tudo isso é válido. E as que, de maduras, já caíram do galho, consolem-se com o ditado: “sempre há um chinelo velho para um pé cansado”. Não discriminando aí quem é o pé e quem é o chinelo

Rodou bastante até encontrar uma vaga em uma praça um pouco distante do lugar de destino. Como sempre, não há vagas no centro. Procura manter-se calma enquanto o flanelinha gesticula freneticamente à sua frente atrapalhando as suas manobras e faz outro esforço heróico de autocontrole quando ele a chama de “tia”, na disputa com outro para “passar uma água” no carro recém lavado. Raciocina, lugar de destino. Estranho nome esse para identificar uma reunião rotineira da empresa onde iria desempenhar uma ação desimportante, como, de resto, era tudo que fazia na sua vida nesses últimos anos.

Um marido, dois filhos adultos, seu pequeno núcleo familiar. Um nem sei quê de amargo trava sua garganta. Eram gentis, de um carinho distante, por vezes parecia não os alcançar. Andando pela casa, tocava paredes de vidro que não conseguia transpor. Uma sensação estranha de que cada um vivia em uma dimensão própria. Até que ponto importava na vida deles? Não, certamente estava sendo injusta. Não os seus meninos, não o seu companheiro de longos anos. Sacode a cabeça e os maus pensamentos.

Voltaàsituação atualeantecipamentalmenteareunião:váriaspessoas,entediadascomoelaprópria,convictas de que não iriam resolver coisa nenhuma, mas todos falando difícil, usando adequadamente o jargão da profissão, feito para humilhar os que não são do ramo, propondo pomposamente “soluções” que sabiam defasadas de antemão. Era um jogo em que todos sabiam as regras e fingiam ignorá-las. Dá um suspiro profundo, resignado e começa a caminhar.

Fazia algum tempo que não caminhava pelo Centro Histórico. Lembra-se do tempo em que uma de suas distrações era andar sem destino por aquelas ruas antigas e deixar-se impregnar do espírito da cidade. O vaie-vem dos carros, os camelôs, omagotedegentea movimentar-se,impediam qualquercontemplação. Começa a sentir calor. Percebe que ela e a cidade já não têm a mesma simbiose: habituara-se a sair do refrigerado do carro para o refrigerado da repartição e de lá para o refrigerado do seu apartamento. Raio de blazer, pensou. Como é que, num clima equatorial, convenciona-se que a roupa de trabalho deve ser blazer, sapato alto e meias. Meias! E os homens de paletó e gravata? Coitados! Os ingleses quando dominavam a Índia usavam bermudas e chapéu. Devíamos usar chapéu, divagou. Bem fez o Jânio Quadros que impôs aquele traje leve para trabalhar, como era mesmo o nome? Ele não era doido de todo, enfim...

Os sapatos altos, de saltos finos, chiques e bem tolerados nos ambientes carpetados, começam a incomodar no sobe e desce das pedras irregulares. Devia ter vindo no carro da empresa (o motorista sempre desaparecia quando se precisava dele) ou de táxi, ia chegar atrasada, ainda faltavam dois quarteirões. Começa a escorrerlheno pescoço umagota desuorquevai morrerdentrodosutiã.Osuorcomprometeacorreçãodamaquiagem. Sua irritação aumenta cada vez mais. Súbito, começa a chuviscar. Olha em torno, nenhuma marquise. Tem que atravessar a praça, apressa o passo. Com esses sapatos não pode correr. Pingos grossos começam a cair. Não há como evitar se molhar.

Sente no rosto e nos cabelos os pingos mornos de chuva tropical. Estremece. É uma sensação deliciosa, inesperada naquela manhã formal e pré-determinada. A água cai forte, ela desiste de apressar-se e abandonase à chuva. Com gestos pausados, como se ouvisse música, tira o blazer e depois os sapatos e as meias. Deixa a água molhar a blusa de seda fina e caminha com os pés livres, lentamente, sentindo a correnteza das águas escorrer entre seus dedos. Ergue o rosto e deixa a chuva, suavemente como um carinho, desmanchar a caprichada maquiagem. Algumas lágrimas escuras de rímel misturam-se à água límpida da chuva, até que caiam límpidas elas também. Cada poro do seu corpo arrepia-se, conectado à energia da tempestade: há como que um retorno a algo puro, intocado, à juventude, às sensações esquecidas, as quais não mais se permitia. Pessoas abrigadas dentro das lojas e debaixo das marquises olham com surpresa aquela mulher de roupas finas, com jeito de pessoa séria, talvez uma executiva, andando sozinha debaixo do toró que desabou e escureceu os céus, parecendo um eclipse em pleno dia. Como numa epifania, em meio à escuridão, dá-se o reencontro, a cidade reaparece na claridade dos seus olhos e mostra-se na beleza dos sobradões: azulejos lavados, brilhantes, ruelas encachoeiradas . Meu Deus! Como é bonita a sua cidade!

Reconciliada com a cidade, leve, retorna ao estacionamento. Que bom, os flanelinhas sumiram. Entra no carro e coloca o CD de Edith Piaf que há tempos não escuta. Dirige, decidida, até seu apartamento. Lá, ignorando o pasmo do porteiro - que houve com a senhora.? - sobe ao seu quarto e pega uma pequena mala. Algumas mudas de roupa, que não pesem nem amassem. Um bilhete curto para os dois filhos – há muito não precisam

UM DIA DE CHUVA

dela. Outro para o marido. Este, absorvido nos seus variados interesses, nenhum que a incluísse, demoraria a notar a sua falta. Pode ser até que ficasse um pouco surpreso: Vá-se entender as mulheres.... Ela não tinha aqui tudo o que queria?

Os papeluchos não indicavam o “lugar de destino”, talvez nem mesmo ela o soubesse. Na verdade, não interessava o nome do lugar. Sempre podia telefonar quando lá chegasse. Depois de algum tempo, é claro. Só queria conviver um pouco com ela mesma. Não queria perder a pessoa que, após tantos anos, recuperara com a chuva.

O CHEIRO DO CAFÉ

CERES COSTA FERNANDES

Se tem uma coisa de que gosto é o cheiro do café . Diria até que o aprecio muito mais do que o seu próprio sabor.

Quando vou ao Rio, no inverno mandrake de lá - para maranhense merece casaco e cachecol - passo na calçada em frente àquelas pequenas galerias e o cheiro do café, vindo lá de dentro, me captura. Sigo o odor e entro guiada pelo faro. Peço um cafezinho amargo e um chocolate recheado com licor de cereja para acompanhar. Suspiros...

O cheiro do café lembra lar, família ao redor da mesa, lembra meu pai, fumante inveterado, tomando cafezinho a toda hora, lembra cidade de Rosário e a minha infância, na casa de seu Alim Maluf, na praça principal, papai e ele jogando gamão na calçada, debaixo do lampião, tabuleiro nos joelhos, e Dona Lia, de suave beleza, torrando e coando um café sírio dentro de casa.

Lembra dos inúmeros cafezinhos nos muitos ambientes de trabalho em que passei a minha vida, conjugados ou não às salas de aula, e os amigos que adquiri durante esse longo percurso. O cafezinho fazia e faz parte. E a espera da hora da moça do café ? Funcionária indispensável !

Lembra a minha mãe hospitalizada, com alimentação pelo nariz, pedindo pelo amor de Deus um cafezinho , e eu burlando a vigilância , ia às máquinas no corredor, colocava um dedinho de café no copo plástico, pegava uma colherinha e passava , de leve, nos lábios dela. Ouvia seu suspiro deliciado , e eu ficava com os olhos molhados e o peito desafogado.

[10/4 10:22] Ceres: São tantas as histórias de e sobre café, que poderia ficar contando um tempão aqui. Por hoje chega. Foi a chuvinha fina e fria que me inspirou.

P.S. A história inteira do café de Dona Lia Maluf eu contei em uma crônica antiga.

CRÔNICA ESCATOLÓGICA

Ceres Costa Fernandes

Às pessoas de fino trato e estômago delicado aconselho pular esta conversa. Já repararam que, de uns tempos para cá, raro é o dia em que não deparamos com a palavra coliforme fecal na nossa mídia? De reles bactéria habitante dos intestinos parece que ela se transformou em componente básico de toda a matéria existente debaixo dos céus. Pesquisadores e xeretas diariamente anunciam a presença de coliformes fecais na água do mar, água de torneira, nos picolés, no leite pasteurizado, até no outrora confiável pão nosso, cada dia mais adulterado.

Que o mar estava cheio deles, faz um bom tempo que se sabia disso. Não comíamos os peixes pescados na Beira-Mar, principalmente o comuníssimo papista, acusado de coprofagia.

Cresci ouvindo dizer que o antigo esgoto de São Luís convergia todo (era uma rede pequena) para uma graciosa casinha azul e branca na Rua Montanha Russa, apelidada de casinha da bosta. Lá os dejetos humanos eram bombeados e liquidificados – ou lá o que seja-, e despejados in natura nas águas do Rio Anil, defronte à Av. Beira-Mar. Quando fui morar naquela pitoresca ladeira, a casinha estava desativada.

Embora não sendo mais o local de despejo geral dos dejetos da cidade não houve como tirar daquele trecho da Beira-Mar a má fama. Acho que essa má fama não lhe é de todo indevida, se atentarmos para a vocação escatológica daquele braço de rio desde os tempos coloniais, quando alguns escravizados, os denominados tigres, alvorecendo o dia, desciam à Praia do Caju, pelo Beco da Bosta, e vinham despejar nas suas águas os jarrões de excrementos dos senhores, equilibrando-os na cabeça. E por que “tigres”? Estão preparados? É porque, com o movimento do caminhar, dos jarrões escorriam fezes que listravam de amarelo os corpos negros. Era normal esse horror.

À época em que passei a residir na Beira-Mar, até pelo número menor de habitantes da nossa cidade e a desativação da Casinha da Bosta, a merda era pouca. Assim o acreditávamos. Na nossa leiga compreensão, algum esgoto derramado ali as correntes marinhas levavam para a outra margem do rio, na Ponta de São Francisco, dali para a Ponte d’Areia, em frente ao Iate, e, depois, a poluição era afastada para o largo, rumo ao mar aberto. A chamada Costa, depois da virada do Forte Santo Antônio, onde é hoje a Av. Ferreira Gullar, era considerada limpa, pois. E talvez fosse.

Autorizados por esse juízo, usufruíamos das delícias praianas sem culpa, liberados pela ignorância, mal comparada com a de Adão e Eva antes de terem insônia, gastrite e enxaqueca provocadas pela fruta da ciência do bem e do mal. O saber é o preço da perda dos prazeres de caminharmos descalços nas brancas areias e mergulharmos nas águas mornas de nossas praias.

Depois da expulsão do Paraíso, acordamos. Arcamos hoje com o ônus da não-prevenção do tratamento de esgotos e da ocupação indiscriminada dos espaços. A ingênua ideia de que resolveremos a poluição da nossa orla litorânea apenas com a coleta dos esgotos da Ilha não é verdadeira. A coisa é mais complexa. Além da contaminação do lençol freático com os despejos de bares e residências da orla, ela envolve o tratamento dos despejosdossuperpoluídosriosCalhau,Pimenta,Jaguaremaequejandos,potentescontribuintesdecoliformes fecais.

Voltemos àquestãodaprevenção.Nãoémais fácil ensinaranãopoluirquereprimirdepois?Essaéadiferença entre um país civilizado e outro não: educação.

Enquanto não nos educamos, vamos deglutindo diariamente alguns milhares de coliformes fecais, além de mergulharmos prazerosamente neles. Se servir de consolo para alguém, digo que, ao menos assim, podemos justificar o clamor popular de que estamos, literalmente, na merda

A MAGIA DO PLÁSTICO

(Do livro MEMORIAS, a publicar)

Era em Rosário, quando fui apresentada ao plástico. Recebi de meu pai, trazida de São Luís, uma grande caixa colorida que continha um serviço de chá cor-de-rosa de um material liso e brilhante chamado galalite. Minha reação foi de surpresa e deslumbramento: era certamente a coisa mais bela que eu já havia visto. Embora meu pai fosse juiz, era assalariado e a magistratura, à época, pagava pouco, nossa vida não comportava luxos. Mas eu era, então, filha única. Dito isso, sabe-se que eu ganhava muitos brinquedos. Havia pratinhos e xícaras de alumínio pintado, mobília de madeira e bonecas de massa com olhos de vidro e cabelo implantado, bonecas de pano, bonecas de tamboeira de milho e pássaros de madeira que batiam as asas, mas nada que chegasse aos pés daquela maravilha.

Sictransit gloriamundi,em poucas semanas enjoei damaravilhae voltei às minhas distrações, que eram armar casas de papelão feitas com caixas de compras vazias e guarnecê-las com os brinquedos de barro cozido feitos nas olarias de Rosário: fogareiros, panelinhas, bilhas, potes, bules, xícaras, pratos, travessas, terrinas – uma galanteza, como diriaMonteiroLobato – e, evidentemente,correrpelasruas deareiaepraças decapim cortado com meu bandinho de crianças.

Papai foi transferido. Voltei a Rosário, repetidas vezes, na vida adulta; algumas a passeio e outras a serviço, apesar da constante garimpagem, nunca mais encontrei os brinquedos de barro da minha infância. Comprei umas poucas peças, na beira da estrada São Luís-Rosário, e mais nada. Talvez não haja mais demanda. Acho que as crianças de hoje curtem mais os brinquedos de plástico, mais vistosos e mais baratos, graças ao trabalho de chineses e aparentados de olhinho puxado.

Voltemos ao plástico. Belo, leve, durável, barato, logo conquistou a todos. É a maior invenção de todos os tempos, diziam! Invadiu todos os espaços desde a indústria aeronáutica ao vestuário; dos medicamentos aos cosméticos. Modernamente, nada se produz sem a concorrência da matéria plástica e seus derivados. A quase totalidade das nossas peças de vestuário é de material sintético e as que têm uns míseros 1% de algodão ou linho estampam a raridade nas etiquetas, em grandes letras, para não haver dúvidas. Usamos roupas que não amassam e não nos permitem transpirar. Temos também os chamados “tecidos inteligentes” caríssimos –burros somos nós. Um lençol de algodão egípcio (não me perguntem por que tem que ser egípcio) 100% algodão custa o mesmo que uma pequena jóia. E pensar que o Maranhão já exportou tanto algodão!

De maior invenção do mundo passou a praga. Imperecível, assustadoramente eterno, polui cada vez mais rios, mares, aterros “sanitários”. Entope esgotos, provocando alagamentos de ruas; assoreia rios; envenena peixes e outros animais marinhos.

NaprimeiravezqueestivenosEUA,em1992,espantou-meaquantidadedolixofamiliar.Foiumaobservação empírica, a partir da rotina de meu filho e nora que moravam lá. A alimentação consumida pelos americanos é semipronta e vem acondicionada em enormes embalagens de isopor. Garrafas plásticas de um galão de leite (não há menor) e assim por diante. Um desperdício gritante. Ainda bem que no Brasil é diferente, pensei. Ledo engano, foi apenas uma questão de tempo e aumento de consumo. Se guardássemos todas as embalagens de isopor que já protegeram nossos eletrodomésticos, faríamos uma casa de vários cômodos com elas. Estamos afogados no lixo. Com um sério agravante para nós brasileiros: lá a coleta do lixo é seletiva e a reciclagem funciona.

Que fazer? Usar apenas roupas de tecidos naturais? Quem aguenta o preço? Acabar com as garrafas pet? Voltar a armazenar em casas e apartamentos minúsculos as velhas grades de garrafas de vidro de refrigerante e cerveja? Voltar aos sacos e sacolas de papel para as compras? Acondicionar os eletrodomésticos nos engradados de madeira recheados de maravalha? E aí? Como fica o aumento do abate de árvores? Em alguns países, estão levando para as compras sacolas reutilizáveis. Quantas dessas sacolas deveríamos levar para uma compra? E o lixo , como é que fica?

Tenho notícia de uma sacola experimental feita de amido, solúvel em água. Seria ótimo, mas com a fome que ronda muitos lares, receio que a usem para fazer mingaus e chibés.

(Do meu livro de Memórias a ser publicado brevemente)

Quando alguém me é muito caro, me pego sem jeito de escrever a seu respeito, temo não conseguir dizer tudo o que gostaria, ficando o escrito a dever à pessoa ou, ainda, na tentativa de passar o afeto, que é meu, aos leitores, cair na pieguice, só perdoada por quem de igual modo partilha do mesmo sentimento. Maria José Raposo Vaz dos Santos, ou melhor, D. Zezé Vaz, minha sogra, como era mais conhecida no mundo da Educação e da Cultura, é uma dessas pessoas.

Súbito, as notícias da semana presente deram-me a deixa, como a me mostrarem que não devia mais adiar o que deve ser dito. Saibam que a Unidade Integrada Maria José Raposo Vaz dos Santos foi premiada na promoção Amigos da Escola, da TV Globo. E a escola recebe meus parabéns. Apareceu, para todo Brasil, no programa da apresentadora Ana Maria Braga: limpa, organizada, cheia de alunos entusiasmados que deram entrevistas e dançaram o bumba-meu-boi. Tudo muito bonito. Mas, enquanto assistia aos festejos pela TV, uma dúvida me importunava, será que aquelas crianças sabiam quem fora a Professora Zezé Vaz? Sim, porque é importante que todo aluno de qualquer escola conheça a personalidade que deu nome a seu estabelecimento de ensino. É inspirador e educativo.

Vamos crer que os estudantes da escola que leva seu nome tenham sido informados da sua biografia oficial. Então,aprenderamqueelanasceuem1905,emSãoLuís,quecursouaEscolaNormal,foiprofessoraediretora do jardim de infância Antônio Lobo, diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, ocupou o cargo de diretora da Instrução Pública, no governo Matos Carvalho e que, já aposentada, dirigiu o Educandário Santo Antônio, estabelecimento de abrigo para filhos de hansenianos, em época que a doença era de difícil cura e exigia total isolamento. E, talvez, até souberam que ela gozou de respeito e grande prestígio no seio da sociedade de São Luís.

Os alunos foram informados de tudo isso, talvez, mas não sei se chegaram a saber quão importante foi a sua participação na pré-escola do segundo quartel do século XX no Maranhão. Nesse período, alguns dos nossos professores mais gabaritados, como ela própria, dedicaram-se a formar as bases da educação infantil. Era um tempo pioneiro e de valoração da educação pública, a ponto de um jardim de infância ter sido instalado nas dependências do próprio palácio do governo. Ela foi professora dessa pré-escola palaciana; depois, trabalhou naquelas escolas-galpão, de estrutura aberta, em meio a praças arborizadas, como permitia a tranquilidade da época. Protótipos desses estabelecimentos podem ser vistos na Praça da Alegria e na Praça Santo Antônio, o Jardim Antônio Lobo, hoje, é cercado de grades.

A qualificação do corpo docente da pré-escola da instrução pública, à época, era qualquer coisa que só seria pensada nos melhores colégios particulares de hoje. Citaremos apenas, ao lado de D. Zezé Vaz, os nomes de Celina Nina, com curso feito em Paris sobre educação infantil, e Camélia Viveiros, criadora do famoso boizinho infantil O Brejeiro, desafiando o preconceito de que bumba-meu-boi era coisa para malandros e pésrapados. Essas referências podem não nos dizer nada de excepcional nos tempos atuais. Mas devem ser consideradas no período que vai do final dos anos 1920 até a década de 1940, quando não era bem-visto o trabalho fora do lar para moças de famílias tradicionais de São Luís. Nesse contexto, entenderão algo da luta e valor dessas mulheres.

Apenas por sua biografia, também não terão idéia de como ela era firme e cheia de autoridade quando se tratava de defender a educação contrapropostas indecentes de políticos e maus educadores (cheguei a vê-la tomada de santa ira, em alguns desses momentos), e de como ela era suave e doce com pessoas humildes e em família. Essa doçura estendia-se aos internos do Educandário Santo Antônio, meninos e meninas que ela cercava de afeto, encaminhava para a vida profissional, abençoava uniões matrimoniais, e depois recebia os frutos, os afilhados, que vinham em penca. Não era à toa que a chamavam de Mãe Zezé.

Os dados frios não lhes darão a oportunidade de visualizar sua elegância discreta: cabelos bem penteados, um fio de pérolas no pescoço; sempre de meias finas e saltos altos, sem descuidar do corpete e da cinta, a lhe conferir um porte desempenado, nem de encantar-se com o sorriso de menina e o brilho brejeiro nos olhos negros, que punham abaixo toda a pretensa seriedade do conjunto.

Convivi 18 anos com esta mulher especial. Casei-me com seu primogênito e fui morar com ela que havia enviuvado um pouco antes do meu casamento. Ela me recebeu como um presente. Afinal, eu tinha 15 anos e

D. ZEZÉ VAZ

ela, que não teve filhas mulheres, tinha, finalmente, a quem ensinar as suas deliciosas receitas, que fazem sucesso na família ainda hoje, e com quem admirar e cuidar das belas antiguidades que possuía; alguém a darlhe palpites nas roupas e penteados. A nossa convivência foi harmoniosa, nunca de sogra e nora, mais de mãe e filha. A bem da verdade, por mérito dela, bem mais que pelo meu.

Poderia falar ainda muitas outras boas coisas de Zezé, mas destacarei só mais duas: a religiosidade e a capacidadedesedoarem favordos outros.Sobreisso,lembroqueum dosseus sonhos (apartirdas lembranças do marido que estudou em Coimbra) era visitar Portugal, em abril. Por que abril? Para ver a primavera, tão bem descrita por ele. Visitaria Fátima e, na sequência, Lourdes, na França, complementando o seu périplo religioso. Sua boa aposentadoria lhe permitiria realizar esse sonho. Folgadamente. Mas sempre havia alguém, na família, que ela acreditava precisar de “uma ajudazinha”. Às vezes financeira, às vezes de apoio moral. E ela seguia adiando o sonho para mais tarde. Morreu sem realizá-lo. Mas, creio que, a estas horas, o seu bom Deus, de quem ela está perto, certamente, levou-a a Portugal, em abril. A ver a primavera.

O MÊS MAIS BONITO

Ceres Costa Fernandes

Diz Aluísio Azevedo, em O Mulato, que junho é o mês mais bonito de São Luís. Concordo ao pensar no alvoroço dos arraiais, no som dos tambores que se ouve ao longe, reproduzindo-se como cantos de galos em gigantescos e longínquos quintais, anunciando as brincadeiras de bumba-meu-boi em toda a Ilha. Nesses dias, paira um frisson contagiante entre os jovens e entre os mais velhos que conservam na memória dos corpos os meneios das danças e as batidas dos pandeirões e das matracas. Ao chamado das toadas, reúnem forças esquecidas e mergulham o corpo e a alma nas brincadeiras.

Mas a beleza de junho referida por Aluísio não é a da festa popular, e sim a do clima, diz ele: “Aparecem os primeiros ventos gerais, doidamente, que nem um bando solto de demônios travessos e brincalhões que vão em troça percorrer a cidade, assoviando a quem passa, atirando ao ar o chapéu dos transeuntes, virando-lhes do avesso os guarda-sóis abertos, levantando as saias das mulheres e mostrando-lhes brejeiramente as pernas. Manhãs alegres! O céu varre-se nesse dia como para uma festa, fica limpo, todo azul, sem uma nuvem. A natureza prepara-se, enfeita-se; as árvores penteiam-se, os ventos gerais catamlhe as folhas secas e sacodem-lhe a frondosa cabeleira verdejante...”

O trecho é ufanista, eufórico, contrastante com o olhar pesado de crítica e ironia com que o jovem Aluísio vê sua terra natal (não tão diverso do de Eça de Queirós quanto à sua Lisboa). Não esqueçamos que Aluísio seguia fielmente a estética do naturalismo, avessa a “patrioteiras” e bairrismos. O tom negativo do romance deve-se, também, às rusgas e arranca-rabos em que o autor se meteu com os clérigos e representantes da sociedade local.

É nesse descrever o clima da Ilha que Aluísio me confunde. Desde muito, ouço falar: abril, chuvas mil; maio, chuva e raio; junho, chuva em punho. E as chuvas, o tempo carregado de nuvens, pouco vento e muito calor, estão aí para desmentir o autor de O Mulato. Junho, em São Luís, ainda é mês de chuva e calor.

Lembro-me de domingos desiludidos, em plenas férias de julho, com chuvas, ainda que fracas e esparsas, quando meu pai declarava que não iríamos à praia: o tempo não estava bom. Esse veredito assemelhava-se a um anúncio do fim do mundo.

Agosto sim, e aí vou discordar de Aluísio, é o mês mais bonito. É o mês das serenatas, dos ventos gerais, dos redemoinhos, da temperatura amena, dos luares enormes, marés altas e pores do sol inigualáveis. Em dias mais calmos vividos por mim em nossa cidade, era possível chegar do trabalho, pegar meus filhos em casa, atravessar a única ponte e, em minutos, já na ponta semideserta, estacionar onde se encontra, hoje, o Iate Clube, assistir de camarote ao pôr do sol e esperar para ver as luzes da cidade acenderem-se. Crivada de luzinhas, São Luís colonial das casas construídas em diferentes planos de terreno que se superpõem, vista á distância, assemelha-se a um presépio. No alto, na ponta que, altaneira mira o mar, destaca-se a alva imponência do Palácio dos Leões. Um deleite para o olhar!

Fazer uma pequena viagem para ver as luzes da cidade se acenderem! Parece coisa de matuto. Até pode ser, mas de uma matuta com desejos de incentivar nas crianças a apreensão do belo. Não fui agraciada com algum filho artista, vai ver que o DNA não ajudou, mas espero que as luzinhas desses momentos ainda se acendam lá dentro deles.

Fica a dúvida: junho já foi mesmo agosto em São Luís? Segundo Aluísio, sim. Em 1881, pelo menos. Daqui a 139 anos, com tanta mudança climática, que mês será agosto por aqui?

O DELICIOSO SÃO JOÃO INCORRETO

( do livro de memórias, a publicar)

Ceres Costa Fernandes

Ah,podersertu, sendo eu!Ter atuaalegreinconsciência,/ Ea consciênciadisso!Ócéu!/Ócampo!Ó canção! Ó ciência!/ Pesa tanto e a vida é tão breve!´ Entrai por mim dentro! Tornai!/ minha alma a vossa sombra leve!/ Depois, levando-me passai! (Fernando Pessoa, Ela canta, pobre ceifeira).

A consciência de existir, o conhecimento, varrem a leveza da alma, afastando-nos da felicidade Fernando Pessoa, o supremo poeta, nos confessa. E eu concordo muitíssimo.

Tudo começou com Adão e Eva, aquela história da arvore da Ciência do Bem e do Mal. Nossos ancestrais depois que passaram a distinguir o certo do errado “viram que estavam nus e tiveram vergonha”. A partir daí o politicamente correto entrou em nossas vidas e começamos a sofrer. Parir com dor, comer o pão com o suor do próprio rosto – a maldição da manteiga – certamente é um bocado de sofrimento, mas perder a inocência e, com ela, as ilusões é coisa ainda pior.

Coisas antes inocentes, tais como empinar papagaio, tocar fogos de artifício, soltar balões, acender fogueiras nas ruas, transmudaram-se em crimes hediondos. Linhas de papagaios provocam apagões, morte por eletrocussão e até por seccionamento de carótidas de motoqueiros; belos e “inocentes” fogos, brincadeira de crianças de antanho, são responsáveis pela mutilação de milhares de pessoas; os balões, vilões maiores, artefatos do demo, incendeiam refinarias e plantações.

A tristeza de ser consciente volta meu olhar para horizontes interiores buscando uma época e um lugar: a infância e os festejos de São João do Largo de Santiago. Criança, pude curtir nesse mundinho a alegre inconsciência de ser feliz nas festas juninas. A expectativa emocionada do por vir era parte da semana que antecedia a festa: os fogos que meu pai comprava - estrelinhas, chuveiros de ouro e prata, vulcões coloridos –guardados para o grande dia, eram conferidos no armário, momento a momento, a ver se realmente lá estavam

, acidentes, não se cogitava disso, a recomendação era tocar os fogos afastando os braços, longe do corpo apontando para o alto. Traques estourados dentro das latas, bombas de morrão, busca-pés, foguetes eram para os adultos e molecada de rua.

O vestido caipira - lindo! -, criação da fada das costuras, Maria Costa, moradora da Rua das Cajazeiras, era mais que um vestido, semelhava um ser vivo, acariciado dentro do guarda-roupa ou abraçado diante do espelho. E o incomparável frio na barriga ao acompanhar a colocação das bandeirinhas coloridas na rua, liderada pelos dois quitandeiros que demarcavam nosso território, um em cada extremidade do Largo: Zezé Caveira e Seu Guilherme. Na casa de Seu Barbosa, a mágica oficina dos balões, acompanhava-se todas as etapas da construção, a cada ano mais sofisticados, de modelos diferentes, e com um número maior de lanternas.

No grande dia, o auê dos preparativos finais. Em todas as casas do Largo, as famílias providenciavam as iguarias mingau-de-milho, manuê, cocadas, canjica, torta de camarão, cuxá, arroz de maria isabel, milho assado e cozido, iguais às de hoje. Uma diferença básica e fundamental, as crianças gostavam de comida típica, não só de hambúrguer, nuggets e batatas fritas e, o mais importante, tudo era saboreado sem culpa. Não havia o desmancha prazer do colesterol ou dos triglicérides, palavrões recentes a incorporar o léxico da vida da gente – que bom mesmo era a comida feita na banha de porco e o próprio dito cujo assado, pururuca. A contribuição infantil era a busca de paus para as fogueiras. Percorríamos todas as áreas vizinhas, até o proibido manguezal, atrás da Fábrica de Gelo, da antiga Fábrica Martins. A meninada à solta nos arredores. Sequestros, trombadinhas,meninos deruaameaçadores?Nada disso,haviasomenteos “moleques”,diferentes apenas por serem crianças mais pobres, vindas não se sabia de onde, mesmo assim companheiros de brincadeiras dos “filhos de doutor”.

Tudo pronto. É hora de vestir a roupa de xadrez, pintar a boca de batom , como uma moça (ô, felicidade indizível) e, no pequeno jardim, subir na mureta para soltar os ansiados fogos. É dando-se as mãos que se pula a fogueira e a escolha dos pares desperta ciúmes. Comadres e compadres, jurados ali ao pé da fogueira, são paratodaavida.Assimpatiasdeamoraceleramobaticumdocoração:umafacavirgementerradanabananeira do quintal escreverá o nome do futuro marido, à meia-noite. Diabo é quem tem coragem de ir ao fundo do quintal à meia-noite. Além do que nem bananeiras há na vizinhança.

Simpatia mais fácil é escrever o nome do amado em pedacinho de papel e pendurar numa das lanternas do balão - Seu Barbosa deixa - e o recado vai direto para São João ou para Santo Antônio, conforme a precisão. Ai, meu Deus, não deixeis cair o balão. È a Hora! Atravessar a rua até a concentração do lançamento exige destreza: é preciso ir driblando os busca-pés. Há uma trégua para a subida do balão. Supremo êxtase! É em forma de dirigível! Um Zeppelin! Pendurada, vai uma cruz de lanternas levando os recados. O balão sobe até virar uma estrela. Depois desaparece. São João na certa o recolheu.

Corte para o presente. Sem festas na porta das casas, sem fogueiras, sem balões, sem busca-pés, os festejos ocorrem em lugares previamente escolhidos, as bebidas e as comidas, em pequenas porções, são compradas de barracas em longas filas. Olho os anúncios coloridos na TV e na Internet: barracas de comidas celestiais, dança portuguesa, índios (!), cacuriá, tambor-de-crioula e, finalmente, os gloriosos bois. Decido, vou aproveitar a festa antes que declarem que a morte do boi é politicamente incorreta.

JUCEY SANTOS DE SANTANA - 1ª. Ocupante

JUCEY SANTANA

Jucey Santos de Santana, natural de Itapecuru Mirim (MA), filha de Manoel Germano dos Santos e Margarida Barbosa dos Santos. Graduada em Direito, pesquisadora, memorialista, biógrafa e antologista. Membro Fundador das seguintes Academias de Letras e Instituições literárias: Academia Itapecuruense de Ciências, Artes e Letras - AICLA; Academia Vargem-grandense de Letras e Artes – AVLA; Academia de Belas Artes do Rio Grande de Sul – ABARS; Associação Maranhense dos Escritores IndependentesAMEI; Faz parte ainda das seguintes instituições: Federação das Academias de Letras do MaranhãoFALMA, (atual presidente); Sociedade de Cultura Latina do Brasil - SCLB; Academia Norteamericana de Literatura Moderna - ANLM; Academia Ludovicense de Letras - ALL; Associação de Escritoras e Jornalista do Brasil – AJEB; Núcleo de Estudos de Mariana Luz – NEMA; Academia Maranhense de Trovas e outras. Publicou as seguintes obras:

- Mariana Luz: Vida, Obra e Coisas de Itapecuru Mirim (2014);

- Itapecuruenses Notáveis (2016), seg. edição (2018);

- Sinopse da História de Itapecuru Mirim (2018);

- A Cigarra Mariana Luz, categoria infanto-juvenil (2019), Seg, Edição (2019);

- Em parceria com Assenção Pessoa, publicou a coletânea, Inspirações Poéticas (2016);

- Em parceria com Inaldo Lisboa; João Batista, um homem itapecuruense e sua múltipla história (2016);

- Em parceria com João C. Pimentel Cantanhede, Púcaro I (2017);“ “ “ “ Púcaro II (2018); “ “ “ “ Púcaro III,(2021).

- Organização individual; As Aventuras do Gato Syd, para o neto Davi (2018), Seg. Edição (2018);

- Organização Individual, O Iguaraense, 175 anos de Vargem Grande (2020); Participou de várias antologias no Maranhão e no Brasil.

O último trabalho literário em andamento trata-se da obra, Notáveis Maranhenses, Pioneiras na literatura e na política, à publicar.

Obs: Tem como foco de interesse maior o incentivo e a divulgação da produção literária e artística maranhense notadamente da região itapecuruense e iguaraense. Para isso usa como ferramenta o blog cultural Jucey Santana, o Jornal de Itapecuru, que é redatora desde 2010 e os livros coletivos que organiza desde 2012.

35 - DOMINGOS VIEIRA FILHO
Visitando a Academia de Imperatriz, em evento da FALMA, com o presidente Trajano, o vice presidente, Pastor Porto e o secretário de Educação de Itapecuru Mirim, Hilton César

RAIMUNDO DA COSTA VIANA - (Fundador)

Brejo-Ma, 09 de novembro de 1939 - Filiação: HAMILTON DA COSTA VIANA E IDALINA MONTELES VIANA

FORMAÇÃO ACADÊMICA:

1. CURSO DE FILOSOFIA (Seminário de Santo Antônio - S. Luís - MA – de 1960 a 1963)

2. Bacharel em Filosofia – 1970 (UFMA)

3. Licenciado em Letras Clássicas – 1970 (UFMA)

4. Bacharel Em Direito - 1979 (UFMA)

5. Pós –graduado em Teoria da comunicação (USP)

6. Estudos especiais em Língua Latina

DADOS PROFISSIONAIS

1. Professor (2ºgrau) de Língua Portuguesa (Liceu cearense – Fortaleza - CE.)

2. Professor Universitário:

- Professor Concursado em Língua Latina (UFMA)

- Professor Concursado em Teoria da Comunicação (UFMA)

- Professor de Língua Latina (UNICEUMA)

3. Advogado – OAB - MA 2458

FUNÇÕES ACADÊMICAS EXERCIDAS:

1. Chefe do Departamento de Comunicação Social –UFMA

2. Vice Diretor do Centro de Ciências Sociais – UFMA

ENTIDADE ACADÊMICA A QUE PERTENCE:

- Academia Brejense de Letras (Vice-Presidente)

TRABALHOS PUBLICADOS:

- Diversas Crônicas publicadas, ao longo dos anos, no Jornal ESTADO DO MARANHÃO, a serem reunidas, oportunamente, em livro.

36 - JOÃO MIGUEL MOHANA

JADIR MACHADO LESSA 1ª. Ocupante

Doutor em Psicologia Clínica pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2011). Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2006). Membro da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES; Membro do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; Membro da Academia de Letras Brasil/Suiça. Autor dos livros: Solidão e liberdade, A construção do poder pessoal, A clínica como exercício ético dos encontros afetivos e Análise Existencial: princípios fundamentais. Coautor dos livros: Arte e ressonância, A infância medicalizada: discursos, práticas e saberes para o enfrentamento da medicalização da vida, Fenomenologia: Teoria e Clínica, Fenomenologia e Psicologia: Estudos teóricos e investigações empíricas contemporâneas e Terapia poética. Autor dos artigos: a). A Análise Existencial e a Cura pela Intimidade. Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 5, p. 1, 2015; b). O Movimento Existencialista como Quebra de Paradigma. Jornal Existencial On Line, v. 8, p. 2, 2012; c). Gênese e desenvolvimento da análise existencial. Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 2, p. 332-344, 2012; d). A Origem da Psicoterapia Existencial. Jornal Existencial On Line, v. 7, p. 2, 2011; e). A Ética do Acontecimento Segundo o Pensamento Estóico. Jornal Existencial On Line, v. 6, p. 2, 2010; f). O Que Pode um Corpo? Do que seu Corpo é Capaz?. Jornal Existencial On Line, v. 5, p. 2, 2009; g). Humano, Simplesmente Humano. Jornal Existencial on line, v. 4, p. 2, 2008; h). A Construção do Poder Pessoal. Jornal Existencial on line, v. 3, p. 1, 2007; i). A Abelha Não Pode Ser Feliz. Só o Homem Pode!. Jornal Existencial On Line, v. 2, p. 2, 2005; j). Solidão e Liberdade. Jornal Existencial on line, v. 1, p. 01, 2004. Coautor dos artigos: a). A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológico-existencial. Análise Psicológica, v. 3, p. 393-397, 2006; b). O Papel do Idoso nas dinâmicas sociais de realização do ser-no-mundo-com-o-outro. Revista Multidisciplinar de Gerontología, v. 1, p. 7, 2006.

Áreas de interesse

Líder do Grupo de Pesquisa em Psicoterapias Existenciais e Humanistas - DEPSI - UFMA - CNPq, pesquisando no momento os seguintes temas: Análise Existencial, Psicodrama, Gestalt-Terapia, Abordagem Centrada na Pessoa e as modulações do conceito de essência humana.

Membro do Grupo de Pesquisa em filosofia e Psicologia Clínica da Universidade Federal Fluminense - UFF - cadastrado no Diretório de Grupos do CNPq e coordenado pelo Professor Doutor Roberto Novaes de Sá com as seguintes áreas de atuação: A questão do método na psicoterapia sob uma perspectiva fenomenológicohermenêutica; A psicoterapia e a questão da técnica; Fenomenologia hermenêutica e clínica psicoterápica; A questão da psicossomática no pensamento de Heidegger e na psicoterapia daseins analítica.

Membro do Conselho Editorial da Revista Transdisciplinar de Gerontologia da Universidade Sénior Contemporânea - Porto Portugal.

Lattes http://lattes.cnpq.br/1704453729588865

37- - MARIA
DA CONCEIÇÃO NEVES ABOUD

JOSÉ NERES - 1ª. Ocupante

Filho de José Furtado da Costa e de Maria Raimunda Neres Silva, José Neres nasceu em São José de Ribamar em 17 de fevereiro de 1970 fez estudos iniciais em Brasília e Goiás (Luziânia), locais onde passou a infância. De volta ao Maranhão, cursou Letras Português e Espanhol (UFMA), História, Pedagogia e Design Editorial (Uninter) especializou-se em Literatura Brasileira (PUC-MG), Meditologia do Ensino de Língua Portuguesa e Espanhola (Universidade Cândido Mendes), Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa (Uninter), Metodologia do Ensino de História (Faculdade Focus), Educação Ambiental e Sustentabilidade (Uninter), fez mestrado em Educação (UCB) e doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (AnhangueraUniderp). Trabalha ou já trabalhou como professor de língua (portuguesa e espanhola) e literatura (brasileira, espanhola, hispano-americana e maranhense) nas seguintes instituições de ensino: Colégio Brasil, Centro de Ensino Universitário José Maria do Amaral, Faculdade Atenas Maranhense, Faculdade Pitágoras, Faculdade Santa Fé e Universidade Federal do Maranhão, além de haver prestado serviços para a Universidade Estadual do Maranhão, Instituto Superior Franciscano e Centro Sul Brasileiro de Pesquisa e Pós-Graduação.

José Neres é detentor dos seguintes prêmios e honrarias: Menção Honrosa e Honra ao Mérito, ambos concedidos pelo Instituto da Poesia Internacional; Prêmio Odylo Costa, filho, concedido pela Prefeitura de São Luís pelo livro Resto de Vidas Perdidas; Prêmio A Importância do Livro no Brasil do Século XX. Concedido pela Academia Brasileira de Letras em parceria com o jornal Folha Dirigida e Medalha do Bicentenário de João Lisboa, concedida pela Academia Maranhense de Letras, Comenda Mérito Cultural (Ufma), Comenda Maria Firmina dos Reis (Atheart), Medalha Maria Firmina dos Reis (Ajeb-MA) além de ser patrono e paraninfo de diversas turmas de formandos em cursos superiores.

Como pesquisador, José Neres sempre teve interesse por assuntos ligados à literatura, principalmente a maranhense, à Educação e aos estudos linguísticos. No mestrado, orientado pelo professor Afonso Celso Tanus Galvão, desenvolveu pesquisa sobre os processos metacognitivos e autorregulativos na aprendizagem de estudantes de pré-vestibulares e sobre estudo deliberado. No doutorado, foi orientado pelo professor Gilberto Luiz Alves e estudo o meio ambiente na obra poética de José Chagas

Em 2014, foi eleito para a Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira 36, deixada vaga pelo falecimento do grande intelectual Ubiratan Teixeira, e foi recebido pela professora e acadêmica Ceres Costa Fernandes em 20 demarçode2015.Em 2021,foieleito paraa cadeira38da Academia Ludovicense deLetras, patroneada por Dagmar Destêrro, sendo recepcionado pelo poeta e professor Antônio Ailton. Também faz parte dos quadros da SOBRAMES-MA e da Academia Poética Brasileira. É sócio-correspondente da Aicla e da AVLJ.

Entre seus principais livros estão Negra Rosa & Outros Poemas, A Mulher de Potifar, 50 Pequenas Traições, Estratégias para Matar um Leitor em Formação, Restos de Vidas Perdidas, Na Trilha das Palavras e O Gosto Ácido da Vida, entre outros.

Atualizado em 15 de junho de 2023

38 - DAGMAR DESTÊRRO E SILVA

REPRESENTAÇÕES DA NOITE Uma leitura de quatro sonetos de Laura Rosa

Neres, J. . (2022). REPRESENTAÇÕES DA NOITE: Uma leitura de quatro sonetos de Laura Rosa. Littera: Revista De Estudos Linguísticos E Literários, 13(26). https://doi.org/10.18764/2177-8868v13n26.2022.9

REPRESENTAÇÕES DA NOITE | Littera: Revista de Estudos Linguísticos e Literários (ufma.br)

Autores José NeresPitágoras

DOI: https://doi.org/10.18764/2177-8868v13n26.2022.9

Palavras-chave: Literatura Maranhense, Poesia, Estudos literários

Resumo

O objetivo deste artigo é fazer uma leitura crítica de “Poema das noites”, de autoria de Laura Rosa, e que foi publicado no jornal Folha do Povo, em novembro de 1925. Trata-se de um texto composto de quatro sonetos que têm como tema central a noite e alguns de seus aspectos simbólicos. Além da análise do poema, é feito um breve levantamento da vida e da produção literária da autora. O trabalho é oriundo de uma investigação de caráter bibliográfico, com pesquisa na hemeroteca virtual da Biblioteca Nacional, e culminou em uma leitura crítica dos textos que compõem o referido poema. Os principais autores utilizados na pesquisa foram Goulart e Silva (1997), Moisés (2004), Ferreira (2010) e Motta (2016).

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Biografia do Autor

José Neres, Pitágoras

Doutorem Meio Ambientee DesenvolvimentoRegional(UNIDERP),mestre em Educação (UCB), Graduado em Letras Português-Espanhol (Ufma), História (Uninter) e Pedagogia (Uninter).

Referências

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FERREIRA, José Jansen. Discurso de posse de José Jansen Ferreira. In: Revista da Academia Maranhense de Letras. São Luís: Edições AML, ano 91, vol. 22, jul/2010. p. 85-94.

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LOBO, Luiza. Guia de escritoras da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Eduerj, 2006.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12 ed. rev. e ampl. São Paulo: Cultrix, 2004.

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VIANA, Fernando. Passarela & outros perfis. São Luís: Edições AML, 1991.

JOSÉ CLÁUDIO PAVÃO SANTANA - (Fundador

Prof. Doutor José Cláudio Pavão Santana, autor do livro "O Pré-constitucionalismo na América". Editora Método. Membro da ALL. Membro da Associação de Ciência Política do Estado de New York, Membro da AMLJ, Membro do IBEC, Membro do IMADE, Associado da ABDPC.

Formação

Pós-Doutoramento no "IUS GENTIUM CONIMBRIGAE" na Universidade de Coimbra - Portugal. Doutor em Direito do Estado (Constitucional) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Mestre em Direito (Menção "Distinção") pela Universidade Federal de Pernambuco (1984). Possui graduação em Direito pelaUniversidadeFederaldoMaranhão(1981).ÉProfessorAssociadodaUniversidadeFederaldoMaranhão. É Subprocurador Geral do Estado do Maranhão - Procuradoria Geral do Estado do Maranhão, onde exerceu o cargo de Procurador Geral. Associado da Associação Brasileira de Direito Processual Constitucional. É membro fundador daAcademiaLudovicense deLetras. Émembro efetivoda AcademiaMaranhense deLetras Jurídicas. Membro da Instituto Brasileiro de Estudos Constitucionais - IBEC. Membro do Instituto Maranhense de Direito Eleitoral - IMADE. Membro do GRUPO DE PESQUISA CULTURA, DIREITO E SOCIEDADE DGP CNPQ UFMA. É pesquisador cadastrado no CNPQ. Autor da obra O PRÉCONSTITUCIONALISMONA AMÉRICA.É editoreredator do blog "A PENADO PAVAO.COM".Possui vários trabalhos em livros em coautoria. é Membro do Colegiado do Curso de Direito da UFMA onde leciona Direito Constitucional. Possui títulos e honrarias. Foi juiz na classe de jurista perante o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão. É palestrante e Professor Fundador do Curso de Mestrado e Instituições do Sistema de Justiça da Universidade Federal do Maranhão.

39 - JOSÉ TRIBUIZI PINHEIRO
GOMES

Soube, há poucos instantes, da partida do colega Ruy Almada Lima.

Conheci-o bem antes de sermos colegas de PGE. Eu ainda menino, mas em uma cidade de pouco mais de duzentos mil habitantes, era possível acompanhar os irmãos mais velhos.

Aindapelo Jaguarema(outeriasido em casadoSrCarlosLima,vizinho noApeadouro?)jánãolembro. Ficoume na lembrança a barba sempre cuidada e a cordialidade desde então.

Passados anos da vida e eis que nos tornamos colega de PGE. Eu egresso do primeiro concurso e ele vindo do DER.

Retomamos a amizade e, de confraternização em confraternização, meu violão era motivo de lembranças. Uma música aqui, outra acolá, e nossos encontros de fim de ano foram muitos, durante muitos anos.

Hoje, ao ser surpreendido pela notícia, vieram-me à memória a lembrança de incontáveis encontros e papos sempre que nos encontrávamos. E, às sextas, invariamente trajando roupa branca, um linho alinhado, aliás.

Era um homem versado no inglês e no francês, o que nos aproximava e nos divertia de certo modo, quando propúnhamos substituir palavras que, por tradução literal, não correspondiam necessariamente ao idioma escolhido, mas não importava, o que valia eram os sorrisos.

Fica para mim a imagem de um colega que foi determinado a lutar por sua categoria, sem perder o cavalheirismo ao ligar para pedir opinião e sempre dizer: “Zeca, com o amigo sempre aprendo”. Mal sabia que ele me ensinava com o gesto.

Registro esta singela homenagem, hipotecando minha solidariedade a toda a sua família, como meu sincero pesar. Estou certo que a dor dos que ficam é recompensada pela esperança de que o homem de branco seja recebido em brancas nuvens.

Ruy, quando um dia eu chegar, quem sabe me digas, como fizemos muitas vezes: “Between, my friend”, com um largo sorriso de quem sabe que quem viveu a vida com alegria é luz que jamais se apaga.

Go straight into Father’s arms, my friend.

A PARTIDA DO HOMEM DE BRANCO

Possivelmente,os bens mais preciosos querecebemos daliteraturasãoos amigos depapel quesesolidificaram em carne, ossos e palavras.

De repente, aquela pessoa aparentemente distante e inalcançável se materializa em nossa frente e troca uma ou duas dúzias de palavras que valem por um século de experiência. A literatura e os estudos podem levar um dia aquele filho de um pescador com uma professora leiga a dialogar com algumas das mais significativas autoridades em seu campo de pesquisa. De repente, o rapaz tímido que se sentava na terceira fileira de uma sala de aula e que raramente falava pode aparecer ministrando uma palestra sobre um assunto qualquer para uma plateia cheia de pessoas que antes ele só via nas páginas de jornais ou na tela de uma TV…

Não é apenas no campo da ficção que fatos assim podem acontecer… A história está repleta de exemplos que parece que foram extraídos das páginas de um livro ou de um roteiro de uma mirabolante série. De repente, não mais que de repente, uma obra de arte pode saltar de um envelope e encantar olhos e ouvidos cansados das lides com a realidade descrita nos noticiários. De repente, não mais que de repente, um abraço amigo e um aperto de mão podem selar uma parceria que dará muitos frutos.

Não temos a menor ideia do que nos espera nas próximas curvas. Não sabemos nem mesmo se haverá uma próxima curva. Mas torcemos para que existam muitas curvas em nossos horizontes. Torcemos para que haja uma plantação de horizontes em nossa vida e que nossos caminhos sejam iluminados pela claridade da gente. O alento para uma semana inteira de trabalho e reunião pode vir nas páginas de um livro ou de dois. Disso não podemos querer escapar. É dessas amizades que não podemos nos desfazer.

Recebo duas obras de arte em forma de livro. De um lado está o novo livro de Luiza Cantanhêde

Plantação de Horizontes (Penalux, 2023, 96 páginas) – um livro para ser lido com calma e paciência, para que não nos percamos nas muitas imagens poéticas que já fazem parte do estro da autora, mas que parece que vem se renovando livro após livro. Luiza Cantanhêde é o tipo de escritora capaz de colher poesia com o olhar e de transformar cenas aparentemente cotidianas em versos aparentemente simples, mas que escondem em si uma complexidade própria de quem busca nas próprias vivências a matéria prima para a construção de seus textos. Mas ela não entrega ao leitor as experiências em forma bruta. Ela trabalha cada poema até que ali reste apenas o que é essencial. Até que cada palavra faça sentido dentro da confluência de sentimentos que se mesclam e que se engastam formando um todo que se divide e se multiplica em um caleidoscópio de infinitas imagens. Essa experiente escritora consegue garimpar cenas de suas recordações e transformá-las em poemas eivados

DOIS LIVROS EM MINHA MESA
José Neres

de beleza, de simplicidade e de verdades que dificilmente seriam ditas de outro modo com a mesma intensidade, conforme é possível ver no poema abaixo intitulado “Romaria”:

Meu avô Romão

Tinha a seca nos olhos

O cofo na cintura

O facão nas mãos

(a lâmina rústica da terra)

Meu avô Romão

Nego fulo

As coivaras no peito

Acostumou-se ao sertão

Do seu coração (pág. 36)

A mesma lâmina que acompanha a escritora em outros poemas de outros livros agora serve também para separar as duas partes do poema e ao mesmo tempo para unir a rusticidade de uma vida à poesia que emana da beleza de encontrar um locus amoenus dentro das asperezas de tantas vidas que talvez nunca compreendam à poeticidade que as envolve sem acalentá-las.

Fome, miséria, injustiças sociais e telurismo são sementes que geminam nos livros de Luiza Cantanhêde e que fazem brotar reflexões até mesmo nos olhos de quem já se sente anestesiado com as agruras da vida moderna e que sabem que nem sempre os dias serão melhores, mesmo que os direitos de cada um de nós estejam estampados nas páginas de nossa “Constituição”. Então ela diz:

Tenho o direito

De esperar o pão

Com a fome nas mãos (pág. 80)

Esse novo trabalho de Palafitas remete à constante necessidade de ressignificar o que já foi tantas vezes dito, mas que ainda precisa se repetido milhões de vezes até que o sentido das coisas talvez nem mesmo façam sentido.

Mas chega às minhas mãos também A Claridade da Gente (Penalux, 2023, 106 páginas), o novo livro do já consagrado poeta Paulo Rodrigues, um dos bons nomes de nossas letras contemporâneas. Paulo Rodrigues é dono de uma dicção poética que não consegue se calar diante das injustiças sociais quer tentam apagar o brilho e a alegria de um novo nascer de sol. Ele sabe que a palavra é uma poderosa arma de combate, mas que essa arma não pode ser utilizada sem os devidos cuidados. Então com o mesmo esmero com quem Luiza Cantanhêde burila os versos a fim de suavizar as imagens e destacar a beleza por trás das dores e dos sofrimentos, o autor de Escombros de Ninguém tenta potencializar em cada verso a força viva de uma dor que não busca lenimento. Parece que o poeta defende a tese de que amenizar as fraturas sociais não as tornam mais palatáveis e aceitáveis. Ele prefere tocar nos pontos nevrálgicos do ser humano para que cada leitor do susto e da angústia que serviram como gênese para os poemas. Isso é bastante perceptível em poemas como “Gilza dos Santos”, um contundente depoimento que pode servir de esboço biográfico para inúmeras pessoas que tiveram a infância decepada pelas frias mãos de uma sociedade insana que tanto valoriza os bens materiais.

não tive infância o patrão cortou o pescoço da boneca

junto com o cacho de arroz.

não tive infância.

não sei brincar; (costurar roupinhas).

não sei brincar;

não tive infância.

enruguei antes do amanhecer do dia.

não tive infância: minha boneca morreu criança. (pág. 37)

Atento ao que acontece no mundo e sem esconder seu olhar ideológico ligado ao marxismo, Paulo Rodrigues sabe que a inspiração poética pode vir das mais diversas fontes, desde a leitura de um livro de Zygmunt Bauman até uma notinha veiculada na internet. Mas tais informações não serão úteis se servirem apenas para enfeitar um verso. É preciso ir além das aparências e mostrar que a poesia é algo vivo e pulsante, como ocorre em “Para as paredes”:

li em um blog que os entregadores vão fazer greve, consciência de classe! é disso que estou falando, entendeu? (pág. 75)

Luiza Cantanhêde e Paulo Rodrigues são duas dessas vozes das quais não podemos nos afastar. Cada um, a seu estilo, tem produzido obras de grande qualidade e sabem que, nas lides com a poesia, a palavra sempre deve ir além dos grafemas e podem servir para abrir olhos e para despertar não apenas o senso estético, mas também a sensação de esperança dias melhores. A literatura pode providenciar milagres!

ROBERTO FRANKLIN - 1ª. Ocupante

Roberto Franklin Falcão da Costa, ou RobertoFranklin, como gosta deser chamado, nasceu em 16 de Janeiro de 1955, em São Luís do Maranhão. É odontólogo de profissão, formado pela Universidade Federal do Maranhão. Apaixonado por sua esposa Luciane Duailibe da Costa, foi abençoado pela graça de ser pai de quatro filhos e é avô "coruja" declarado de Lara, Sophia, Laís, Júlia, Theo e Nicholas. É filho do Dr. Franklin Camões da Costa de quem herdou o amor, a bondade e a tolerância, mas também é sobrinho-neto do grande poeta Vespasiano Ramos, cujo centenário de morte aconteceu em Porto Velho, Rondônia, onde o poeta morrera quase esquecido; é Roberto primo de segundo grau de Franklin de Oliveira, um dos maiores críticos literários do Brasil de todos os tempos.

Roberto Franklin é poeta brasileiro, autor de trinta livros recheados de pensamentos frutos do silêncio de sua meditação, da saudade, de suas dores, de perdas e de muitas emoções. É movido pelo amor, nas mais diversas formas, pela sua família, amigos e lembranças, os quais são fontes de inspiração para seus poemas. Vive o presente intensamente, sem esquecer jamais do passado. Acredita que a beleza da vida está nos pequenos detalhes: o sol que nasce a cada dia, a companhia da família e amigos, o amor sentido em um abraço, um beijo ouumsimplesolhar.Crênoserhumano,noamoreacreditaqueDeuséfontedevidaereabilitaçãodequalquer ser.

Incentivado pelo seu irmão mais velho, Tomaz de Aquino Falcão Braga, escreveu seu primeiro poema "Retorno", publicado em seu primeiro livro lançado em 2015 com o título de Todos os Sonhos. Nesse poema, Roberto Franklin se refere ao passado, aos amores e sonhos ali deixados. "Retornarei, um dia, ao passado distante, num lugar onde deixei amor, sonhos, pecados e súplicas." Transformou em realidade a sua antiga vocação poética com o primeiro livro editado e publicado: "Todos os Sonhos" - poesias, 2015. Fez sucesso, o que o animou a publicar outros livros recheados de lirismo amoroso e familiar, que é a marca registrada da sua pena poética. Além de "Todos os Sonhos", de sua paixão pela poesia surgiram as seguintes publicações: Além da Esperança - poesias, 2016; Tuas Mãos - poesias, 2016; Tempo de Amar - poesias, 2016; Amor Sempre - será lançado no segundo semestre.; além de participar das Antologias: Platinum VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XV, XVI, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV - poesias & textos, 2016 da Editora Bookess. Atualmente participa do projeto DOUCE POÉSIE, que está na sua segunda edição. Como experiência internacional, participa também do Grupo Souespoeta em Portugal, sendo coautor de três antologias: - Nau da Lusofonia, lançado em Março 2017;- Terra de Poeta, lançado em Julho 2017;- A raiz da Poesia, será lançado em Setembro de 2017;

Atualmente é membro da Academia Mundial de Literatura e Cultura ocupando a cadeira de número 91, tendo como patrono o conterrâneo Odylo Costa Filho.

Cadeira 91 - Roberto Franklin :: AMCL-Academia-Mundial-de-Cultura-e-Literatura (webnode.page)

40 – JOSÉ RIBAMAR SOUSA DOS REIS

Hoje dia 22/03/2023 José Ribamar S, Reis meu patrono na cadeira de número 40 da ALL estaria completando 76 anos.

Reis um amante de nossa cidade de nossa cultura tem uma vasta obra a respeito assim como na economia.

José Ribamar S. dos Reis foi o idealizador da famosa " MARANHENSIDADE" , Reis afirmava: "Entendemos queMaranhensidadeéumasimbologia,característicaintrínseca,um dever detodo ocidadãonatural do Estado do Maranhão deve ter, ou seja, é acima de tudo a valorização, preservação, divulgação das coisas e da gente maranhense. É um louvor a nossa cultura de raiz! Não deixa de ser um fortíssimo desdobramento da brasilidade para o Brasil-Maranhão dentre os demais “brasis”. Um verdadeiro maranhense e amante de nosso estado.

Publico alguns poema :

PRAIA GRADE: MONUMENTO

Tu foste o grande empório da província.

Símbolo de beleza com teu passado bem marcante, com as maiores relíquias do meu Maranhão Colonial.

Oh! Praia Grande de ex-opulência.

Que hoje só tem lembranças dos teus barões comerciais!

Tuas ruas têm histórias de marujos e mariposas.

Herculano Parga, Vinte Oito, Trpiche, Estrela, Giz e outras mais.

Foste e és Praia Grande, dos encantos e encontros, que lembram sempre amores.

Por muito tempo foste à entrada principal da cidade-poesia, com teu vistoso cais.

Onde navios do mundo inteiro faziam passarela.

Incrementando teu comércio, levando quase todas as nossa riquezas para Metrópole Portugal.

Praia Grande tu és linda.

Tua atípica arquitetura colonial que faz minha São Luís, cidade monumento histórico.

Patrimônio Mundial!

Conservando teus sobradões, com mirantes e beirais.

Destaque para tuas ladeiras, escadarias de pedra de cantaria.

Formando um cenário nunca igual! Bem no teu centro, identificando-se como os teus pulmões.

Aparece a Feira da Praia Grande. Com suas lendas e tradições. Testando as leis do mercado através dos anos.

Eterna para muitas gerações.

Hoje cheia de dúvidas e expectativas. Nem mercado, nem turismo.

Só a espera do amanhã.

Oh! Praia Grande maravilha!

Tu és símbolo da minha cidade, marca do meu povo, monumento colossal! cccccccccccccc

LEMBRANÇAS

Reflito, colho forças para continuar lembro da geração que tanto amei muitos partiram, lágrimas hoje geração lembranças.

Tento observá-los não consigo o sorriso quase imperceptível de alguém os dias passados em companhia as palavras de um irmão os abraços, os olhares sorrisos

A ordem é o tédio, a memória se aviva, lágrimas chegam e assim parto para um lugar que não traga lembranças exausto desisto, desprezo minhas lembranças pois fazem-me chorar.

RobertoFranklin - ALL, ALTO, AVLA, AMCL, SCLMA

A PORTA DO PRETÉRITO

Quando sentarmos um dia à porta e todo o pretérito por ela passar, o que diremos um para o outro?

Sentiremos saudades do tempo que passou ou lamentaremos tudo que não foi possível mudar?

Quando sentarmos um dia à porta, muito de nossas vidas vai passar; ao olhar para trás e ver a sala escura, o que dizer?...

Não teremos uma visão alegre, somente tristeza...

Quando sentarmos um dia à porta, não teremos a capacidade de voltar, lamentar será tudo que restará. Lembraremos de tempos felizes e de tempos não muito felizes. Lembraremos de tudo que perdemos, de tudo que deixamos passar.

E lamentaremos...

Quando sentarmos um dia à porta não será possível ter mais nada, além de lembranças. Vida, alegrias, presteza, amor, cumplicidade, nada mais terá mais volta.

Não teremos nada mais, algo para lembrar de felicidade.

Não sei, mas gostaria que fosse diferente, quando sentarmos um dia à porta.

Solidão

À noite

todos morrem, silêncio ouço somente minha solidão que agora se instala. Tédio insônia se tomam conta

o frio da noite e o vazio em mim aparecem

O pensamento o pânico envolve

falta você, falta a presença de quem ocupa todos meus momentos

falta quem muito preciso.

RobertoFranklin - ALL, ALTO, AVLA, AMCL, SCLMA

MEMÓRIAS

SAUDADES DE ÉPOCAS VIVIDAS NA MINHA SÃO LUÍS, cidade em que nasci e morei, da praça da Alegria, da rua das Cajazeiras, da praça João Lisboa, onde aos sábados junto com meu pai, tomávamos um refresco chamado PEGA-PINTO, que ardia tanto que chegava às lagrimas. Saudades das vesperais e matinais no Éden e Roxy, do Moto e Sampaio, ao lado do meu pai no Santa Isabel nas tardes de domingo, quando assistíamos ao jogo e no intervalo comíamos um beiju, envolto em folha de bananeira recoberto de raspas de coco e tomávamos uma raspadinha também de coco.

Saudades do meu Dom Bosco, lugar que aprendi, e que tive e tenho grandes amizades, onde sonhei onde amadureci e conquistei o meu lugar, saudades dos amores que tive e que por eles vivi.

Saudades do cachorro quente do companheiro, do lanche no abrigo seu sanduíche de pernil após as festas de carnaval, do caldo de cana gelado com pão massa fina, saudades também do sorvete de ameixa do Hotel Central, dos lanches da Acácia e dos hambúrguer da Ocapana.

Saudades da 28 de julho, lugar onde passei e deixei minha adolescência, para viver uma vida adulta, das noites de namoro, das serenata onde cantávamos o amor pelos amores, das boates da AABB, da Gênese, da URBV onde um dia vivi uma noite linda ao lado de você que nunca mais encontrei.

Saudade da Rua Treze de Maio 340, casa que morei, com meus pais e irmãos, onde aos domingos nos reuníamos para o almoço e presenciar a bagunça de uma família homogênea e ao mesmo tempo tão heterogênea.

Saudades da minha infância e adolescência onde pelas ruas da minha amada São Luís vivi momentos maravilhosos, saudades do banho no jenipapeiro, da rua grande em épocas de natal quando as famílias passeavam apreciando as vitrines das lojas, no lugar de sentar a frente de uma televisão.

Saudades do meu primeiro amor conquistado nas festas de carnaval, vesperais do Lítero e dos bailes noturnos do Jaguarema, saudades das tarde de sábado onde íamos todos para paquerar e participar de jogos de futebol.

Saudades de um carnaval de rua, dos corsos e da casinha da roça, das batalhas de confete e serpentina, do rodó com sangue do diabo, do mela mela, das escolas de samba diferentes das escolas do Rio de janeiro.

Saudades das mãos geladas de emoção, quando do primeiro beijo em sessões de cinema sentados lado a lado de mãos entrelaçadas e sem pronuncias sequer uma palavra.

Saudades de uma época que me faz sentir saudades, dos meus pais e irmãos, dos amigos perdidos, de lugares desaparecidos dessa amada cidade de São Luis, razão do amor que tenho e que por eles vivo.

Saudades é a perfeita tradução de que um dia vivemos, sorrimos, sofremos e que com certeza essa época não voltará mais. Só sente saudades quando vivemos intensamente momentos, tempos em que as lágrimas cessaram e o sorriso prevaleceu.

Roberto Franklin escreve aos sábados para o Textual. com Roberto Franklin.

SÓCIOS BENEMÉRITOS

FLÁVIO DINO

GOVERNADOR DO MARANHÃO 2015-2022

Flávio Dino de Castro e Costa é um advogado, político, professor e ex-magistrado brasileiro, filiado ao Partido Socialista Brasileiro. É o atual ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e senador pelo estado do Maranhão, do qual foi governador entre 2015 e 2022. Wikipédia

Nascimento: 30 de abril de 1968 (idade 55 anos), São

Luís, Maranhão

Cargo: Senador da República Federativa do Brasil desde

2023

Partido: Partido Socialista Brasileiro

Formação: Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Livros: LAWFARE EM DEBATE, MAIS

Cargos anteriores: Governador do Maranhão (2015–2022), Deputado federal do Brasil (2007–2011)

Filhos: Marcelo Dino Fonseca de Castro e Costa, Vinícius

Costa, Vinícius Dino Fonseca de Castro e Costa

NATALINO SALGADO FILHO REITOR DA UFMA

Natalino Salgado Filho é um médico brasileiro. Foi eleito membro da Academia Nacional de Medicina em 2016, ocupando a cadeira 19, da qual Manuel Vitorino é o patrono. É membro da Academia Brasileira de Médicos

Escritores Wikipédia

Nascimento: 25dejulhode1946(idade76 anos)

Livros: Tarquínio Lopes Filho: médico, político, jornalista, administrador que virou mito

SÓCIOS HONORÁRIOS

ANTONIO AUGUSTO RIBEIRO

JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES - (Fundador)

Falecido em março de 2023

ANTÔNIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDÃO

Caxias – MA – 08 de novembro de 1934

POSSE: 14 de dezembro de 2013

Maranhense de Caxias, onde nasceu em 08 de novembro de 1934; é economista formado pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, em 1959 e Pós-Graduado em Administração Contábil e Financeira pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, em 1976. Foi professor fundador titular da Escola de Administração Pública do Estado do Maranhão - EAPEM, em 1968, e da Federação das Escolas Superiores do Maranhão -FESMA, atual Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, em 1982, e Professor Assistente da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, em 1978, por onde se aposentou, em 1997.

Ocupou cargos em áreas da administração federal, estadual e municipal, e no ensino universitário, em Brasília, Rio de Janeiro, São Luís e Caxias, respectivamente

Trabalhou em empresas voltadas para resultados, no Rio de Janeiro, onde residiu entre 1954 e 1965, principalmente na Fosforita Olinda S/A, 1957/65, empresa mineradora sediada em Recife.

Foi Secretário da primeira diretoria da Federação das Academias de Letras do Maranhão - FALMA, entre 2008/12;

É membro da Academia Caxiense de Letras e da Academia Ludovicense de Letras e autor dos livros “Fortes Laços”, lançado em 2007, e “Crônicas de 400 anos/Chroniques de 400 ans”, lançado em 2012.

Escreve para jornais de São Luís; podem ser consultados no Site do Conselho Regional de Economia (https://www.corecon-ma.org.br).

Falecido em março de 2023

JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES

Arari-MA, a 30 de janeiro de 1938

POSSE: 14 DE DEZEMBRO DE 2013

Nasceu em Arari-MA, a 30 de janeiro de 1938. Filho de Nestor José Fernandes e Teresa de Jesus Fernandes, falecidos.

Fez o curso primário no Grupo Escolar Arimatéa Cisne e no Instituto Nossa Senhora das Graças, o curso de artes gráficas na Escola de Artes Gráficas Belarmino de Matos, na terra natal. Tipógrafo em São Luís - MA e, depois, proprietário de gráfica onde editou alguns de seus livros e de outros autores, como José Chagas, Kleber Leite, Raimundo Correa, Cunha Santos, Genésio Santos, Lopes Bogéa, Luís Pires, Ericeira Sousa, J. C. de Macedo Soares e Abraão Cardoso.

Fundou, com outros companheiros, a União Arariense dos Estudantes - UAE e o seu jornal Gazeta Arariense, o Grêmio Arariense dos Estudantes - GAE, o jornal Vanguarda e o Colégio Comercial de Arari, vinculados a essa entidade, hoje Fundação Cultural de Arari.

Com José Ribamar Farias e Silva e outros ajudou a fundar a União Vitoriense dos Estudantes - UVE e o seu jornal Correio do Mearim.

Com Othon Leite, fundou O Estudante de Athenas, no Liceu Maranhense, noturno.

Com Raimundo Sérgio de Oliveira, fundou O Correio de Bacabal e, em Imperatriz, O Correio Tocantino, com a colaboração do arariense

Zequinha Batalha, sendo esses os primeiros jornais impressos das duas cidades.

Com Carlos Cunha e Edson Vidigal, fundou o jornal A Rua

Redigiu e editou as revistas Hinterland e Norte Integração

Bacharel em Direito pela UFMA, turma de 1978.

Foi advogado do BDM e do BEM, Assessor de Desembargador do TRT da 16ª Região e Juiz Classista.

Fundador e Diretor das Academias ArarienseVitoriense de Letras e Academia Maçônica de Letras.

Agraciado com a Medalha de Mérito do Juiz Classista concedida pelaAssociaçãoNacionaldos Juízes Classistas do Trabalho, em Brasília-DF; Medalha do Mérito Maçônico, pela

Confederação Maçônica do Brasil, pelos serviços prestados à humanidade; Medalha de Mérito Timbira, outorgada pelo Governo do Estado do Maranhão, pelos serviços prestados à cultura maranhense, e a Medalha do Mérito Arariense, pelo Poder Executivo do Município de Arari, em razão do conjunto de sua obra no âmbito sociocultural e, por último, o Troféu Perone Dignidade Social - Ano 2010. É autor dos livros Poemas do Início, Caminhos da Alma, Eclosões (coautoria), Crônica Arariense, A Representação Paritária na Justiça do Trabalho, O Educador Silvestre Fernandes, Portal do Infinito, O Rio, Gente e Coisas de Minha Terra e Ao Sabor da Memória, além dos opúsculos O Cordelista e O Arari em Dois Momentos O Arari em Cordel e, A Utopia do Padre Brandt.

Colabora como articulista nos jornais O Imparcial, O Estado do Maranhão, Jornal Pequeno, e A Tarde, e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, instituição da qualémembro ediretor,ocupanteda Cadeira nº 49.

A PROVA INCONTESTE QUE MARIA FIRMINA DOS REIS É DIFERENTE DE MUITOS OUTROS...

"Mesquinho e humilde livro é este que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim o dou a lume". Firmina.

08/04/2023 às 12h36Atualizada em 08/04/2023 às 14h12

Por: Mhario LincolnFonte: Mhario Lincoln

"Úrsula", edição LaFonte/2022

Nem todos os grandes sábios e escritores são humildes ao ponto de transcenderem ao amor-próprio exacerbado. Todavia, alguns deles conseguem fazê-lo. A capacidade de ‘doar’ as próprias descobertas, romances e poesias requer um alto nível de humildade e desapego do ego.

Quando um escritor ou sábio é capaz de transcender ao próprio ego, acaba por compartilhar suas ideias e obras com maior facilidade e generosidade, sem se prender a expectativas ou necessidades de reconhecimento ou recompensa. Posso garantir que isso até demora, mas acontece. No caso de Maria Firmina dos Reis, foram mais de 100 anos. Entretanto, hoje, é aplaudida no Mundo inteiro.

Vale lembrar que a humildade não é uma característica que se aplica universalmente a todos os grandes sábios e escritores. Cada pessoa é única e tem suas próprias qualidades e limitações. Alguns são mais generosos e desapegados do que outros, e isso é algo que faz parte da natureza humana. Não estou aqui condenando nenhuma atitude pertinente. Sabe-se, contudo, que ao final, a grandiosidade está em valorizar e reconhecer aqueles que são capazes de transcender ao amor-próprio e ‘doar’ suas obras e descobertas para um bem comum.

Essefatoéimportanteportrazerumfeedbackderespostaafetivasdosleitores,repassandosuasideias, citandoas e fazendo-as bússolas de suas vidas e objetivos. Isso é maravilhoso e nunca se comparará a vendas milionárias, com negociatas e vantagens comerciais de marketing.

Aristóteles, Platão e vários nomes dessa época incrível, nunca venderam um livro sequer, porque a força do pensamento platônico ou aristotélico, não estava no livro impresso. Estava, sim, na influência da ideia oral, repassadaaolongodosséculos.Adoaçãodeconhecimentoeideiaséumaformadecontribuirparaasociedade e ajudar as pessoas a expandir a compreensão sobre o mundo e sobre si mesmas.

No Maranhão há um grupo que discute ideias literárias, estuda autores, dá opinião e faz acontecer e correr a boa ideia por vários lugares. Esse grupo tem a liderança de meus dois confrades da APB, José Neres e Linda Barros. Ou seja, não necessariamente vendendo 1 milhão de livros que fará a ideia correr os quatro cantos do Mundo. Mesmo com apenas algumas dezenas de livros comercializados, a boa ‘ideia’ será discutida e difundidaporgrupos deliteratura,(ououtrosmeios virtuais),através das redes sociais, como oquecitei acima.

Isso reforça a conceituação oral desse bom mote, fazendo-o passar de geração em geração. Especialmente agora, gravado na nuvem.

Volto a teclar: 1 milhão de livros vendidos não é garantia de compartilhar a ideia central. Quer um exemplo? Antes, perdão por citar este – mas poderia elencar dezenas deles: "Poder sem Limites", extremamente popular na década de 2000. E aí? Alguém poderia citar um momento marcante dessa obra que lhe tenha influenciado a maneira de agir ou pensar de 2000 pra cá? Esse livro vendeu mais de 1 milhão de cópias. Alguém se lembra? Digo: quando um sábio compartilha (esse não é o caso do livro acima) seu conhecimento de maneira altruísta, ajuda a criar um ambiente de aprendizado e crescimento para todos, independentemente de sua posição social ou econômica.

Vale ainda dizer, que o verdadeiro valor das obras está no impacto que elas têm na vida das pessoas. Quer coisa mais gratificante do que ver a citação de sua obra por um leitor? É uma resposta afetiva que indica que a mensagem foi compreendida e teve uma motivação positiva na vida desse leitor. Essa resposta pode ser mais valiosa do que pagamentos financeiros ou elogios pessoais. Lembra da piadinha?

Certa vez, numa fila de banco, alguém aborda um escritor e lhe faz elogios sobre a obra lançada há tempos, citando, inclusive, alguns parágrafos. O autor, surpreso, diz: "Então foi você que comprou meu livro?"

Brincadeiras à parte, Confúcio já havia dito oralmente: "A verdadeira sabedoria está em compartilhar o que se sabe com os outros". Sócrates também: "O conhecimento é uma riqueza que se multiplica quando é dividida". E mais: esta frase de Albert Camus que eu acho genial: "A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente". (Mutatis Mutandis).

Falei dessa 'transmissão oral' de conhecimento ser importante, porque exatamente isso aconteceu com Maria Firmina dos Reis, mais de 100 anos depois de "Úrsula" ser publicado. Uma prova real das frases citadas acima que enfatizam a importância de compartilhar o conhecimento e a sabedoria com os outros, em vez de guardar egoicamente para si mesmo, tornando-a pública para o enriquecimento coletivo. E esse exemplo aconteceu de forma maravilhosa envolvendo José Nascimento de Morais (um homem de raro altruísmo nesse meio), o legítimo (‘encontrador’) e não descobridor de Maria Firmina dos Reis, (em meu bestunto), e o pesquisador americano Charles Martin, houve uma mensagem oral entre eles e essa manifestação gerou algo extraordinário, depois: a Gênesis!

Renata Barcelos, em recente texto sobre Charles Martin, publicado no www.facetubes.com.br, conta essa história:

“(...) um pesquisador norte-americano encontra um brasileiro, o Nascimento Morais Filho. Este conta para o outro a história de Maria Firmina dos Reis. O pesquisador, procurando coisas de destaque da cultura negra no Brasil, presta atenção. E coloca a obra da Maria Firmina em contextos no campo mundial, vendo além do Brasil. De fato, descobri informações sobre Úrsula por sorte. Pela sorte, em 1982 de visitar São Luís do Maranhão depois de algumas pessoas terem me indicado aquela região. Pela sorte de ter conhecido provavelmente num café, não me lembro onde o escritor e pesquisador José Nascimento Morais Filho. Ele, ao saber que eu estava procurando produções de cultura negra, especialmente em formas escritas, me fez conhecer o romance, Úrsula. Ele me levou à biblioteca Benedito Leite, pegamos uma cópia do livro, e comecei a lê-lo.(...)”.

Através desse encontro, então, Maria Firmina dos Reis e suas obras foram gradativamente sendo amadas, estudadas, resenhadas e lidas no Brasil e fora dele. Porém, há um segredo que poucos notaram e que está embutido no prólogo da primeiríssima edição do livro. Aliás, não há registros precisos sobre o número de exemplares da primeira edição de “Úrsula”, publicado em 1859. Eu já li sobre 250 exemplares. Há quem afirme, também, algo em torno de 500 exemplares. Independentemente do número exato de cópias, sabe-se que a obra teve uma circulação bastante limitada na época de seu lançamento.

Voltando ao prólogo, ela, com humildade (e até receio), escreveu uma linda página que deveria servir de exemplo para muitos dos que se intitulam 'literatos', em nossos dias e por essa razão, o título desta matéria. O prólogo está dividido entre as páginas (07 e 08), da edição primorosa de "Úrsula", , lançada pela Editora LaFonte, em 2022. Logo de cara, Firmina se mostra com personalidade única, guerreira e vitoriosa, um pouco acanhada é certo, nos primeiros parágrafos, mas agiganta-se enquanto escreve essa apresentação, mesmo que tenha qualificado sua obra como "Mesquinha e Humilde". Abaixo, o prólogo do livro "Úrsula" (Editora LaFonte, edição 2022, às páginas 07 e 08).

PRÓLOGO

"Mesquinho e humilde livro é este que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim o dou a lume.

Não éavaidadedeadquirirnomequemecega, nem oamor-próprio deautor. Sei quepoucovaleeste romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem, com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase nulo.

Então por que o publicas?, perguntará o leitor. Como uma tentativa, e mais ainda, por este amor materno, que não tem limites, que tudo desculpa - os defeitos, os achaques, as deformidades do filho - e gosta de enfeitálo e aparecer com ele em toda a parte, mostrá-lo a todos os conhecidos e vê-lo mimado e acariciado. O nosso romance, gerou-o a imaginação, e não o soube colorir, nem aformosentar. Pobre avezinha silvestre, anda terra a terra, e nem olha para as planuras onde gira a águia.

Mas, ainda assim, não o abandoneis na sua humildade e obscuridade, senão morrerá à míngua, sentido e magoado,sóafagadopelocarinhomaterno.Elesemelhaàdonzelaquenãoéformosaporqueanaturezanegoulhe as graças feminis, e que por isso não pode encontrar uma afeição pura, que corresponda ao afeto da sua alma; mas que com o pranto de uma dor sincera e viva, que lhe vem dos seios da alma, onde arde em chamas a mais intensa e abrasadora paixão, e que embalde quer recolher para a ‘corução’* move ao interesse aquele que a desdenhou e o obriga ao menos a olhá-la com bondade.

Deixai, pois, que a minha Úrsula, tímida e acanhada, sem dotes da natureza, nem enfeites e louçanias de arte, caminhe entre vós.

Não a desprezeis, antes amparai-a nos seus incertos e titubeantes passos para assim dar alento à autora de seus dias, que talvez com essa proteção cultive mais o seu engenho, e venha a produzir coisa melhor, ou, quando menos, sirva esse bom acolhimento de incentivo para outras, que com imaginação mais brilhante, com educação mais acurada, com instrução mais vasta e liberal, tenham mais timidez do que nós. (Grifos meus).

Que assim seja, Curitiba, Sábado de Aleluia de 2023.

Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.

*Como no original

SOBRE A OBRA DE JOÃO EWERTON: "O GRITO QUE SANGRA, A COR QUE CHORA!"

Mhario Lincoln

Através de uma linguagem transformada em arte, Ewerton transborda sentimento e grita, de modo a chamar a atenção para um problema que até hoje revolta: a ‘desinclusão’ social dos povos indígenas.

A obra de Ewerton. @Mhario Lincoln

Tenho acompanhado a evolução técnica e artística de João Ewerton, maranhense que passou pela moda, pelos governos de cultura, pela tinta das telas, pelas criações internacionais e estilosas das manifestações culturais de inserção social e, de repente, recebo dele, esta espécime criativa que abrange, de uma só vez, em forma de arte digital, a poesia, a imagem e a alma.

Algo que só mesmo um ultrartista poderia conceder de tal forma, em razão da sua arte imagética, que passa a ser poderosa, lhe dando poderes para transformar a arte em diversas outras artes. Por essa razão, vejo nesse trabalho uma explícita a relação entre a leitura da poesia, a inclusão da palavra e prospecção da imagem. Nesta relação plurisentimental, acabo por me direcionar ao processo involuntário e poderoso que acontece com a leitura.

Esse caminho com a leitura, começa com a palavra, no poema, e termina na imagem poética, como essa aplicada por João Ewerton nos trabalhos atuais que conheci. Classifico-as como poderosas e fortes, como se uma travessia de palavra, de história e cores abundantes, fosse.

É, sim, um movimento perto de ser apocalíptico, misturando grito, denuncia e saudade, quando, nessa obra específica que mostro aqui (foto) ele revive a luta pela vida de antigos povos indígenas. Obvio que tais características não foram 'inventadas' por Ewerton, mas, sem dúvida, foram aperfeiçoadas.

Eweton e sua obra.

A arte que envolve imagem, poesia e pintura tem elementos que lembram a tradição da Poesia Visual, que surgiu no Brasil na década de 1960, como uma forma de explorar a relação entre a palavra e a imagem na arte. A Poesia Visual brasileira é marcada pelo uso de elementos gráficos, tipográficos e visuais em combinação com a poesia, criando uma experiência estética que vai além das formas convencionais de expressão literária.

João Ewerton, estudioso e curioso em determinados aspectos, transformou isso em algo de 'surpreendência' lírica, atingindo pontos "cardeais" diferenciados e alunares, extrapolando-se para além dos círculos solares da nossa Galáxia e do que os estudos pertinentes teimam em conceituar como “Concretismo” - a geometrização e visualização da linguagem. Só sei dizer que Ewerton com esta obra magnética, estampada na alma, vai se juntar a nomes como os dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari, Ronaldo Azeredo, Ferreira Gullar (em uma de suas fases) entre outros, explicitamente concretistas e neoconcretistas, cuja filosofia era explorar novas possibilidades estéticas, a partir da fusão de linguagens. E claro que existem outros nomes fora do Brasil.

Só para ilustrar, cito o francês Guillaume Apollinaire - esse, o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX. Quanto a João Ewerton, um detalhe que rodeia a arte central, traz uma informação importantíssima - o grito - a que me referi antes: "... minha tetravó foi pega no laço pelos criminosos portugueses que aqui invadiram. E se prevalecendo de suas armas mais poderosas que a dos nativos brasileiros, mataram, abusaram, estupraram e roubaram seus bens e os seus direitos, como donos da terra, que são até hoje (...)".

Leia: através de uma linguagem transformada em arte, Ewerton transborda sentimento e grita, de modo a chamar a atenção para um problema que até hoje revolta: a ‘desinclusão’ social dos povos indígenas. Parece que o antanho agarra-se ferozmente ao ventre da sequência hereditária do artista, e fá-lo sentir tudo isso desde o ventre da própria mãe, como a terra sentiu em seu ventre desde os primeiros gritos de socorro do povo originariamente brasileiro: o mesmo grito que é dado nessa obra, contra a discriminação, marginalização, violência e o preconceito. Destarte, essa é a arte que sangra, através das cores embutidas em cada espaço da tela. É a arte que geme no olhar triste do indiozinho órfão.

É uma arte, no entretanto e como autêntico paradoxo, que tenta mostrar também a beleza, a riqueza de uma diversidade cultural que precisa ser respeitada e justiçada, a fim de que haja a autêntica inclusão dos povos indígenas neste país.

Parabéns, João.

Curitiba, 17.04.2023

Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.

"LER E ENTENDER POESIA: EIS A QUESTÃO!"

("Difícil

MHARIO LINCOLN

Hoje pela manhã, coincidentemente estudava Doug Tallamy para escrever um texto para uma revista de Brasília (DF), quando recebi pelo "WhatsApp" um vídeo com o poema de Sharlene Serra, "Em Nós, Natureza!", onde ela revela seu lado lírico mais natural - de natureza mesmo - mais delicado, transformando em belos axiomas, versos como, " (...) na borboleta que ama/ (...) que a celulose, declama (...)".

Se o professor Doug Tallamy esse fantástico entomologista americano, (conhecido por seus esforços para promover a conservação da vida selvagem e a restauração de ecossistemas em áreas urbanas e suburbanas), tivesse acesso a esse poema, com certeza deixaria seu 'like'.

Mesmo porque é um apanhado lírico - aparentemente - simples, mas com explícita dança de versos e ideias combinadas subjetivamente com sentimentos e formas regidas por leis próprias, inclusive pela lei da natureza. E por que não? Pelo visto, as regras que citei acima levam literalmente ao modo simbolista literário, com grande significância nesse trabalho de Sharlene Serra.

O belo e forte poema "Em Nós, Natureza!", é uma conexão profunda com nosso ecossistema, enfatizando sua vitalidade e beleza: uma "natureza viva", não como algo simplesmente estático e passivo, mas como vertentes em constante movimento e transformação. O trecho "na veia-liberdade" sugere algo que é uma característica intrínseca da natureza e pode ser sentida em sua essência.

Difícil não se emocionar lendo: "Natureza viva/ na veia-liberdade". Então, como todos os que leem meus textos sabem, eu sempre procuro comparar o que analiso com outra referência próxima. Por isso, trago para esta conversa Louise Glück, cuja coleção de poemas sobre flores e jardins ganhou o Prêmio Pulitzer de Poesia, em 1993. Diz ela, em "The Wild Iris" (A Íris Selvagem):

"(...) e sentir o sol em meu rosto.

Deixe-me ser parte da terra (...)".

O poema é longo, mas nesses dois versos já se pode imaginar o desenrolar desse 'grito-lírico' aplaudido na Europa, EUA e Asia, inclusive.

À propósito, no trabalho de Sharlene, tem-se também a incrível sensação da luta da natureza contra o seu principal algoz: o Homem. Basta ler os versos que falam das queimadas, (um grito) destacando a resistência doída contra as ameaças humanas.

Enfim, a poeta Sharlene Serra deu seu 'grito-lírico', como inúmeros outros poetas contemporâneos também gritaram. Não obstante a inúmeros desinteresses pertinentes ao tema - natureza - em forma lírica, Sharlene mostra, nesta obra, que essa insensibilidade humana pode até desencorajar algumas pessoas de se envolverem na luta pela conservação da natureza. No entanto ela e outras dezenas estão dedicando suas

não se emocionar lendo: "Natureza viva/ na veia-liberdade".) MHL.
Sharlene Serra e MHL

vidas a essa causa. No caso de Sharlene, ainda, a luta pela inclusão social de crianças com deficiência física e outras.

Muitos trabalham para promover a consciência sobre a importância da conservação da natureza, lutam em prol do desenvolvimento de políticas públicas que protejam o meio ambiente. Há um pacote de ações e medidas concretas para restaurar ecossistemas degradados, precisando de gritos.

Por isso que a poesia não é só uma poesia. Necessita-se ter sensibilidade para analisar uma poesia. Johann Goethe escreveu certa vez: "A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas". Disse tudo!

Parabéns, então, Sharlene, por seu poema "Em Nós, Natureza!", aplaudido por quem o lê de forma sábia e inteligente.

Curitiba, 13.04.2023

Mhario Lincoln, Presidente da Academia Poética Brasileira

UM TRISTE "FLÂNEUR"? OU O VAGUEAR FLAMEJANTE DA CONSTRUÇÃO POÉTICA?

Mhario Lincoln

O texto tem como base o aplaudido poema "FLÂNEUR", de João Batista do Lago

Arte: MHL

SOBRE "FLÂNEUR", de João Batista do Lago

“É-me impossível não me acostumar à grandiosidade de teu punho, João, e com a dança de tua caneta a derramar tua consciência lírica por sobre a pauta branca da folha, como se almas anelassem por um sopro de perdão”. (MHL).

"FLÂNEUR", de João Batista do Lago

(I)

Vaga solitário por madrugadas sentindo o odor do mijo e dos sangues mijados pelas ruas da cidade tendo por testemunho as sacadas dos velhos casarões embrutecidos pelo tempos e tão sós e invisíveis quanto o flâneur que vaga pela cidade invisível que vaga seu filho: velho desconhecido pela vaga que vaga e pelos séculos amém

(II)

Já nem parece gente o flâneur acorrentado às suas trevas feito peixe asfixiado e já expondo todas suas vísceras espreitadas pelos urubus em rodopios no céu de anil que solareja a vindita da morte no balanço sutil da sorte e se lhe vai espraiando

o balbucio da solidão consorte no inferno de todos os infernos praguejando com seus demônios o alvorecer dum corpo que dança com seus cães de raça

(III)

Nenhuma Ílion lhe presta augúrios! E mesmo os bufões cacarejam sua sombra no indiverso abscôndito inferno de ilusões de aplausos vindos das almas sarjetadas e nascidas dos coitos estuprados em densas noites de avelãs e púrpuras trajédias amalgamadas no corpo do divinal flâneur que ronda a vaga que vaga no breu dos meios-dias feito o louco do Nietzsche procurando o “deus” já morto com sua lanterna assassina: “Todos vocês, e eu, somos o meu assassino”

Caro e incomensurável João, Permita-me usar os versos "quanto o flâneur que vaga pela cidade invisível, que vaga seu filho", para iniciar este adendo. É bem verdade que essa expressão francesa 'flâneur' evoca uma pessoa que vagueia sem rumo pelas ruas de uma cidade, observando a vida urbana e suas peculiaridades. Suponho, no contexto efeméride, que se trata de uma homenagem intestina a um poeta solitário, isto é, a um 'flâneur' atento de seu entorno, cuja inspiração maior possa ser sua própria solidão. Até aí, um fato quase comum nas construções líricas clássicas. Todavia, o verso à "cidade invisível" tirou-me do sério e me fez chamar para a conversa Italo Calvino, lembrando-me da obra "As Cidades Invisíveis", onde o autor explora uma série de interligações neurais fictícias, cada uma com suas próprias características e peculiaridades. E por que lembrei-me disso? Porque essa é uma das principais influências literárias clássicas na poesia, relacionando-a à exploração de diferentes aspectos da condição humana e da experiência urbana.

Tais apedrejos inteligíveis também levaram-me a outra conotação filosófica: a ideia de solidão e observação atenta pode estar relacionada a conceitos como o existencialismo, que exploram a individualidade, a liberdade e a experiência subjetiva do ser humano. É óbvio que o maranhense atento ao sulco sementeiro de sua terra que lê esse belo poema, logo se reverberará no rumo sonoro da existência poética do inesquecível Nauro Machado, o poeta maranhense 'sola modus’, cuja vida acabou influenciando uma variedade de poetas novos e movimentos literários indistintos.

Você, caro João, em determinados rascunhos existenciais, mostra claramente essa influência naurística pelas verossimilhanças temáticas ou estilísticas em alguns de seus mais belos escritos, seja na prosa, quanto na sua poética. Aliás, quem o não; especialmente aqueles que se apaixonaram pela arquitetura gramo-sentimental de Nauro, que levou Franklin de Oliveira a escrever no prefácio de "Mar Abstêmio", que ele "...monta cavalos incendiados e sua poesia (...) queima, vinda das matizes mais secretas do ser". Sim, João, essa anuência está às primeiras páginas desse livro que você me presentou quando o convidei para vir a Curitiba para iniciarmos o projeto do "Portal Aqui Brasil", lá pelos anos 2 mil, quando ainda a internet engatinhava. Lembra?

Pois bem, caro João!

É-me impossível não acostumar-me à grandiosidade de teu punho e com a dança de tua caneta a derramar tua consciência lírica por sobre a pauta branca da folha, como se almas anelassem por um sopro de perdão. Bebime de teus versos e eles a mim revelaram uma densa exploração dos temas da solidão, da intimidade frustrada e da impaciência do homem em se completar como autêntico poeta. Ora, novamente volto a entender como uma ode esse teu sopro (mesmo triste, porque não cultuar a tristeza?) ao grande Nauro que ganhou do intelectual e acadêmico José Neres, a seguinte observação: os versos de Nauro "trazem os estigmas da dor e

da morte, mas também emanam veladas lições de vida e uma sutil ironia (...)". Ora, ainda! E por que não uma grande ode às veladas lições de vida, mesmo sutilmente irônicas?

É exatamente isso que tu constróis ao longo desses tomos tão bem articulados, inundando teu 'flâneur', de objetividade, libertando das amarras, uma consciência que dignifica a verdade de alguém que certa vez escrevera:

"Meu corpo está completo, o homem – não o poeta. Mas eu quero e é necessário que me sofra e me solidifique em poeta, que me destrua desde já o supérfluo e o ilusório e me alucine na essência de mim e das coisas, para depois, feliz e sofrido, mas verdadeiro, trazer-me à tona do poeta com um grito de alarma e de alarde: ser poeta é duro e dura e consome toda uma existência. (O Parto/Nauro Machado).

Diante desses versos de Nauro, fica bem difícil não associá-los, como tu fizestes, a "Ílion" levando-me instantaneamente à cidade de Troia, lembrando sua destruição e tragédia, sugerindo que nenhum local ou entidade é capaz de fornecer orientação ou presságios favoráveis ao protagonista. Nauro, neste trabalho, é o protagonista maior, sem dúvida.

Meu caro, João!

Vale ainda, pensar muito quando aludes, em teu poema, ao "louco do Nietzsche". Adicionas, com isso, uma camada de complexidade à interpretação: deve-se ou não questionar-se a existência humana? Ou deve-se atentar para a visão de Nietzsche sobre a necessidade de transcender as limitações e as convenções impostas pela sociedade? Ou se deve, enfim antecipar-se a saga de que o poeta retrata a solidão como uma força avassaladora, revelando sua intimidade frustrada e sua impaciência em alcançar a plenitude como um poeta verdadeiro? Seria uma exploração dos temas da solidão e da busca por uma expressão autêntica, a mesma temática de um Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa ou T.S. Eliot? Confesso que estive muito perto de pensar assim. Especialmente quando li de Rossini Corrêa (O Modernismo no Maranhão), que "os poetas tardios se não romperam de vez o passadismo literário, caso de Ferreira Gullar, pelo menos promoveram a ruptura do marasmo cultural". Dessa ruptura, segundo Rossini, "(...) abriu-se campo para o surgimento de outras vozes, como de Nauro Machado (...)".

Meu caro poeta e confrade JB do Lago, Por fim, rendo-me a imagética do "flâneur acorrentado às suas trevas" e "peixe asfixiado". Deu-me a sensação de aprisionamento e sufocamento emocional da sua poética. Já a expressão "balbucio da solidão consorte", ou "inferno de todos os infernos" e "demônios" provocaram-me, como a ti, também, acredito, uma luta interior intensa. Sem ser especialista em dores humanas, porém como poeta, cabe-me dizer, caro João Batista, que o verso "alvorecer dum corpo que dança com seus cães de raça", interpretei-o como uma transformação física ou emocional que se manifesta de maneira intensa e desafiadora.

Enfim, gozo-me fazer tais análises, pois aqui se trata de um amigo para outro amigo de antanho. Destarte, sinto que tais versos são abundantes no que se refere a uma linguagem poética para explorar temas como a solidão, a luta interna e a busca por libertação, cujas metáforas criam imagens fortes e impactantes, provocando em mim, leitor, emoções e sentimentos intensos, aliás, como sempre provocaram, e você sabe disso. Mas com um adendo: essa construção lírica ela deixa de ser apenas homenagem singular, para transformar-se em uma ode universal, haja vista tantos grandes poetas que sobrevivem em condições parecidas. Contudo, quando se trata de Nauro, com certeza, ela será eternizada como única, porque único e imortal serão seus valores.

Parabéns, confrade.

Teu amigo e admirador, Mhario Lincoln.

Paulo rogues e Salgado Maranhão

O MAPA DA TRIBO E O ÉTHOS DISCURSIVO DE SALGADO MARANHÃO

Paulo Rodrigues*, da Academia Poética Brasileira

O Mapa da Tribo é o décimo livro de Salgado Maranhão. Lançado pela editora 7Letras (2013), com 99 páginas e cinco seções que vão traçando os caminhos de uma poética capaz de ultrapassar o oceano. A ancestralidade discursiva do poeta é ampliada em muitos poemas.

É certo que a sociedade brasileira é atravessada por muitos discursos, todos em relação, e contidos no sujeito enunciador ora analisado. O discurso literário enquadra-se como constituinte do ser social “designa fundamentalmente os discursos que se propõem como discursos de origem, validados por uma cena de enunciação que autoriza a si mesma” (MAINGUENEAU, 2006, p.60).

Este ensaio deve apresentar uma análise do ethos discursivo de Salgado Maranhão. Usaremos três poemas para demonstrar a nossa inferência, de maneira que as imagens universais construídas na obra consigam apresentar as cenas dos nossos nervos sociológicos.

José Salgado Santos é um homem negro, alfabetizado depois dos quinze anos, que enfrentou os demônios de uma sociedade capitalista periférica (com uma história longa de escravidão). Agarrou-se ao hábito da leitura como uma oração cotidiana. Foi a sua salvação. O poeta ganhou o prêmio Jabuti, em 1999, com Mural de Ventos e o prêmio da Academia Brasileira de Letras com A Cor da Palavra, em 2011. Traduzido para o italiano, francês, alemão e inglês, é destacável autor visitante de muitas universidades nos EUA.

Desenha com muito sucesso uma carreira internacional, porque trabalha a palavra com o compromisso de um Samurai. Ferreira Gullar afirmou: “Salgado faz uma poesia da palavra, muito embora não ignore o real, pois o traduz em fonemas e aliterações. Que não hesita em ir além da lógica do discurso (ou do enlace com o plausível) se o resultado é o impacto vocabular e o inusitado da fala”. Os dois conhecem as vísceras da grande expressão poética. Podemos confirmar o que foi dito - pelo autor de Dentro da Noite Veloz - em:

O sertão mordeu meus calcanhares.

o sertão é um coiote vestido de súplica (sem que eu visse, abriu

cáries em minhas lembranças; eis como sangra o poema vestido de ausentes; eis minhas unhas de barro e servidão.

Em meu corpo o verão plantou cigarras, ergueu palavras sobre ruínas (e essa hipérbole para além do havido).

Por onde passo até as pedras uivam.

(MARANHÃO, 2013, p. 19)

É o segundo poema da obra. Apresenta três estrofes que dançam ao som dos tambores dos quilombolas de Canabrava das Moças. O poeta conscientemente sabe que éthos foi uma parte da retórica voltada para reconstituir o passado social. Por isso, denuncia: “eis como sangra o poema/ vestido/ de ausentes;/ eis minhas unhas de barro/ e servidão”.

O servilismo que não desapareceu com a abolição, com a ‘república’, nem mesmo com a Constituição de 1988. “As cigarras” estão espalhadas pelos dias da linguagem e erguem uma identidade nacional.

Salgado valida a palavra nacional mestiça e desconfiada da própria materialidade democrática da existência, nos trópicos: “Por onde passo/ até as pedras uivam”.

Em ORIGEM 2, temos imagens que denunciam o enunciador e nossa gente:

Da seiva que na pele me dá cor de barro de olaria e couro de tambor, eis-me timbrado e solto em muitas vias sujas de outroras e de algarvias.

De tantas que eu até perdi a conta do que me jaz por jus ou desaponta.

E em ser telúrico e alegre como os rios, me dou em terra, em sangue e ativos;

eu próprio sendo “o quase que não vinga”, alimentado a barro de cacimba;

para tornar-me um comedor de verbos, de sílabas com pimenta e – de soberbo –

notar que, enfim, a vida é caixa-preta, tudo é transverso e nada ao pé da letra.

(MARANHÃO, 2013, p. 78)

Os dísticos fazem um paralelo entre o pretérito e o presente, arrancando das metáforas motivos, lembranças e guias. O poeta reconhece as marcas da (noite imêmore): “da seiva que na pele me dá cor/de barro de olaria e couro de tambor”.

Salgado reafirma as dificuldades da maioria negra, em nosso país: “eu próprio sendo “o quase que não vinga/ alimentado a barro de cacimba”. Num estilo nada simplista denuncia as tragédias pessoais, num mapa de genocídio dos afro-brasileiros.

Na estrofe final do poema que dá o título da coletânea, observamos o sujeito enunciador reverenciar sua gramática de origem: “ô vento ancestral/ das línguas que me rasuram!/ recluso em meus anexos/ meus ontens me procuram” (MARANHÃO, 2013, p. 89) .

Por fim, os poemas trouxeram um éthos discursivo que busca o universal, o humano, o todo sem retirar a retina da ancestralidade. Salgado Maranhão é a transcendência/imanência, em meio ao caos da palavra contemporânea.

Paulo Rodrigues* (Caxias, 1978), é graduado em Letras e Filosofia. Especialista em Língua Portuguesa, professor de literatura, poeta, jornalista. É autor de vários livros, dentre eles, O Abrigo de Orfeu (Editora Penalux, 2017); Escombros de Ninguém (Editora Penalux, 2018). Ganhou o prêmio Álvares de Azevedo da UBE/RJ em 2019, com o livro Uma Interpretação para São Gregório.

ESCRITORA E POETA JOEMA CARVALHO FALA DO LIVRO "A BULA DOS SETE PECADOS", EM TRÊS MOMENTOS ESPECIAIS

A saga da lagarta com chapéu de dedal

Umabulaque“orientao usuáriosobreousosegurodeummedicamento”atravésdepoemas,prosaseexcertos. Uma dinâmica sensação de sedução através de palavras quando elas se combinam com paixão e amor. Um “Shakespeare Apaixonado” e latente. Àquele que expressa o onde todos querem chegar em seu ápice supremo

“minha cabeça, dou-a ao cadafalso que a guilhotina corte a jugular de uma saudade desatina”....”imerso em chamas, dependente, indulgente”.......”poeta que pisou em flores para matar paixões”....”ultimamente sinto que teus braços têm gosto de fuga”....”trespassa-me a alma e seguirei a nota da luz”. “Avermelhou meu lume ...do choro de tua saudade”...”Enfoderando-se”...então...“De chá em chá”, o insucesso de quem busca uma “Bula” mágica para aquilo que não tem cura... Trânsito direto através da ponte do passado clássico, recente e atual, sob um mesmo tema....”hecatombe de todos os meus amores, meu sofrer. Nuances .... buscando a força da manopla. Homérica luta dos quixotes a procura de prazer”....”A la Bonaparte....por paixão, tornei-me enclausurado”.

Morte da noite: dengue ou dengo?

Eu & Ele, um micro que se envolve no macrocosmo, se camufla com fatores e elementos naturais e místicos. Lindo e forte!

Seguindo na ponte através do tempo, o que perdemos e o que ganhamos com o nosso processo evolutivo:

“Bíblia Sagrada, La Fontaine, Stanislaw, Maiakovski, Dante, Quixote....mais fácil do que ler um livro é ir ao cinema com uma amiga”. Parece que estamos passando por outro grande passo da história - Atropelamos e perdermos conteúdos, em troca de relampejos resumidos virtuais. O local do “não visto”, onde tudo passa despercebido, fez-me acreditar na existência de Atlântida e de tantas outras civilizações, transmitidas como se fossem meras lendas.

Enfim...”o clarim de combate, destarte, deve soar na consciência de todo Homem que tem semeado a Terra, no equinócio do vai-e-vem”.

“Só mais um louco....Esqueço de ti. Eva ou Adão”...um nó na ordem lógica do que foi dito, “só mais um louco” em meio a tantos esquizofrênicos e/ou psicopatas sem tratamento, soltos na sociedade. Vida longa aos loucos que se assumem e se tratam com arte!!

1 - A Bula dos Sete Pecados de Mhario Lincoln Joema

Edição especial para assinantes.

“Ode a pandora” instiga outro texto a partir do texto do Mhario sobre este mito. “A que tem todos os dons de pensar” jamais manteria portas, janelas, caixas fechadas. Sempre é e será motivada pela curiosidade e criatividade, custe o que custar.

“Cupidos da agonia...felizes os que ouviram, da flecha no peito, o zunido ...infelizes os que desconheceram seu cupido...e morreram vivendo uma vida, que nunca viveram”. Este trecho continua nos “Excertos Meus”: ”Não deixe ninguém discutir sua relação, cada um tem sua digital e seu coração”. Somos joias raras e não podemos depender de algo ou alguém. A vida sempre segue.

Cheio de espiritualidade e conexão com o sagrado, respeito com as suas origens, terra natal - Maranhão, família e amigos. Emocionante o “Saudade, que nada” feito para sua mãe. Antecipa em uma reflexão o contexto gerador da pandemia em que nos encontramos em “A Ficção Endiabrada na Construção do Homem/Humanidade”, texto que nos engole na sua fluidez e lucidez.

“Sextou”o texto, dequem nuncapara, independentedodiadasemana. Incansável metade fazer florir abeleza em palavras e a suavidade do sussurro do som da alma, expressa através do mais íntimo de quem escreve com verdade.

A "BULA", no Cordel:

Bula que “orienta usuário sobre uso seguro da escrita transcende e solta o fuso um medicamento só que poderá dar um nó pensamento difuso

através de poemas

EM TEMPO:

prosas, excertos lidos

prende-nos com algemas

compostos de fluidos

“Enfodera” de magia

atemporal agia

Libertando arguidos

Homérica batalha a procura de prazer”....”

quixotes na mortalha

Bonaparte no lazer

Místico e natural

La Fontaine marginal Camuflam o que é só ver.

(Joema Carvalho)

Relendo os poemas do Mhario Lincoln

Joema Carvalho

“APoéticanão étanto um tratadode arte,quanto umainvestigação filosóficasobreofazerpoéticoe ainserção prática das artes na boa formação dos homens. O propósito da Poética é o de definir a natureza e função da poesia (aspecto filosófico) ainda que apresente algumas instruções aos poetas (aspecto artístico). Há que se observar que para Aristóteles, filósofo grego, a poesia tem algo de filosófico, a poesia é mais filosófica que a história, por exemplo, pois enquanto esta se atém ao factível e particular, a poesia pode se direcionar ao universal”1.

Um poema é síntese concentrada. Dificilmente, irá existir uma mesma leitura a respeito de um mesmo poema, feitaporpessoasdiferentesoupelasmesmaspessoasemmomentosdiferentes.Dificilmente,oleitoriráacertar o que o autor pretendia com o que escreveu.

Joema Carvalho e Mhario Lincoln.

O ato da escrita é desapego. Um poema é um texto para ser lido e relido, com risco de um mesmo leitor, ter diferentes leituras sobre um mesmo poema. A liberdade poética deve ser verdadeira para quem escreve e para quem lê.

Foi publicado no Facetubes um texto meu sobre o livro do "A Bula dos Sete Pecados", do Mhario Lincoln2. No final de 2021, no Maranhão, o Mhario, presidente da APB, recebeu várias homenagens em função do seu trabalho.Dentreelas, na LIVE coordenadapelosprofessoresDino,Nerese Linda3,comapublicaçãoeanálise de alguns dos poemas dele.

Quando li os poemas nesta homenagem vieram muitas imagens, algo surreal. Quando escrevi o meu texto sobre o Livro “A Bula dos Sete Pecados”, estas imagens não foram tão evidentes, tive outras percepções. Uma leitura ou algumas leituras nunca são suficientes.

A liberdade poética permite que o trem da memória passe pela nossa porta e que nos faça questionar como estamos no nosso próprio caminho, quem somos neste tempo: “Todos os dias/ Passa o trem da memória/Pela minha porta”... “Perdido na última estação/Onde permanece inerte/Há muito, meu último coração”.

Uma prosopopeia que coloca vida em uma sandália perdida, mais humana que o próprio autor (!!), descalça, tentando resolver as paixões ainda latentes: “Você viu uma sandália perdida por aí?/ Insiste em ficar sozinha/ Ao invés de agasalhar os pés de um/ Poeta que pisou em flores/ Para matar paixões".

O Big Bang, como aqueles furacões pelos quais passamos em momentos de transição, uma despedida de uma relação e, depois a doçura da maçã, trazendo um novo amor: “.... veio o Big Bang/ e transformou/ em poeira/ a alma que amava”... “Depois veio a maçã/ e transformou/ em paixão/ o amor que revoava”.

O POEMA ÉPICO DE MHARIO LINCOLN: "A lagarta com Chapéu de Dedal"

O paraíso é um circo de ervilhas! Planta trepadeira da família das leguminosas, "Pisum satium" que quando transformada em uma flexão verbal, “ervilhar”, transforma-se em fazer ou falar bobagens, não dizer coisas sérias. Ou, o paraíso não é sério, nunca foi. A imagem de um paraíso feito de um circo de ervilhas é fantástica! O poema permite tudo, o jogo das palavras, os sentidos soltos que se costuram ou não aos olhos de quem lê. Como escritora, para mim é preciosa a leitura do outro.

Seguem imagens em um realismo fantástico através de um mundo paranormal, sendo o autor, um vendedor de mingau. Lagartas com chapéu de dedal. "Amnésias tremens" de um pierrô.... E a cavalaria não chegou.

Do jardim, local onde habitualmente ocorrem lagartas, passamos para alamedas antigas de carnaval com pierrôs e voltamos para períodos anteriores, no meio de cavalarias, logo na próxima frase, o texto nos leva para um safari na África, através do sorriso palrador de dona hiena. De acordo com a “Medicina da Hiena”, não importa a aparência das coisas e sim a essência. A hiena é um animal mamífero e carnívoro, que vive em bando. Nos ensina a importância de viver em coletividade, assim como a necessidade da comunicação honesta e aberta, a ter cautela com o que é dito para não ferir, deixa claro que a intenção não é gerar dor. Este poema segue para a lua e de lá, passa em uma panificadora onde se alimenta. Mas, não é tempo de murici (Byrsonima crassifolia, Malpighiaceae), árvore de fruta amarela, encontrada em todo território brasileiro e na América Central. Se não é tempo de murici, o autor é atemporal, está planta produz praticamente, o ano inteiro. Volta para casa e para talvez, para o mesmo jardim da lagarta, onde pendura o coração no varal. Parece que ancora os pés. O que faz pensar em como seria o cio do Einstein. Os pés voam, junto das palavras. A liberdade poética é a máxima. O compromisso é apenas com o texto. E a lagarta me levou para a infância, quando eu brincava no jardim de pegar lagartas do manacá-de-cheiro, nos dedos na minha mãe e da minha avó, dedais, a virtude dos trabalhos manuais e da culinária a quatro mãos.

“Meuparaíso,/éumCircodeErvilhas./Mundo,sómeu,paranormal,/lagartascomchapéudededal,/Amnésias tremens de um pierrô.... E a cavalaria não chegou; pena,/ sorriso palrador de dona hiena.... / sem ver a lua virar pão-de-queijo. Faliu a padaria,/ ...não é tempo de gente, é tempo de murici./ Mas ele deixou o coração pendurado no varal,... / nem imagino como Einstein ficaria no cio./ A lamparina morre, quando for, eu, acordar".

Entrei nas imagens como sefossem uma imaginação ativa.Seres inanimados criam formas,tem características emocionais e atuam, como se fossem resolver o impasse do poema.

Muitas vezes, o tempo de hoje, não permite visualizar as imagens do que é dito. Não temos mais o breu e a lamparina que condicionaram tantas fábulas, lendas e mitos. Uma pesquisa do google resolve tudo. Os poemas estão aí. Ao contrário do que se esperava, além dos livros impressos, que não param de serem vendidos, há opções disponíveis e ofertadas em rede para quem quiser tirar os pés do chão e respirar. Meu querido editor, Mhario Lincoln, continue com o seu múltiplo trabalho, nos proporcionando um mundo mais real, menos sintético, feito de magia e realizações que brotam de sentimentos. Depois que o avião se tornou bélico, perdeu o sentido. Era para tocar a lua e as estrelas, levar flores e asas no coração e na alma humana, para transcender as guerras internas e externas.

Joema Carvalho, Poeta, Escritora, Membro da Academia Poética Brasileira, Engenheira Florestal, colunista da Plataforma do Facetubes, (www.facetubes.com.br) e Diretora da Elo Soluções Sustentáveis.

VÍDEO BÔNUS

Performance da escritora e poeta Linda Barros em cima do poema épico de Mhario Lincoln: "A Lagarta com Chapéu de Dedal".

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Consultas:

1MEDEIROS, A. M., 2018. Sabedoria Política. Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/a-poetica/). Acesso em: 07/01/2022.

2CARVLAHO, J. Joema Carvalho analisa o livro "A Bula dos Sete Pecados". Disponível em: https://www.facetubes.com.br/noticia/853/joema-carvalho-analisa-o-livro-qa-bula-dos-setepecadosq. Acesso em: 07/01/2022.

3 MHARIO, L. Mhario Lincoln participa de LIVE coordenada pelos professores Dino Cavalcante, José Neres e Linda Barros. Disponível em: (https://www.facetubes.com.br/galeria/281/mhario-lincoln-participa-de-livecoordenada-pelos-professores-dino-neres-e-linda). Acesso em: 07/01/2022.

OS LIMITES DA LINGUAGEM: PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS DO SIGNIFICADO "... o estudo dos limites da linguagem é fundamental para evitar reducionismos". RR

Alinguagem éum dos elementos constitutivos dacondiçãohumana.Sem ela,opróprio mundo talvezperdesse sentido, dentro do amplo plano de correlações entre seres e entes, objetos e suas funções.

É quase impensável acreditar na possibilidade de existirmos conscientemente sem o uso de uma via privilegiada de acesso ao mundo. Esse instrumento potencializador das nossas ideias, é o que nos ajuda a dizer e entender a nós mesmos e ao circunstante, seja por meio da expressão escrita ou oral, visual ou corporal.

Tendo em conta sua complexidade, a linguagem tem sido objeto de reflexão em diversas áreas do conhecimento, tais como a linguística, a filosofia da mente e a neurociência, apenas para citar algumas.

Por meio delas podemos compreender um pouco mais sobre cada aspecto que envolve a formação, o desenvolvimento e os usos funcionais dos signos e códigos historicamente usados pela humanidade para comunicar-se.

A linguística, por meio de abordagens semântico-pragmáticas, tem se dedicado ao estudo do significado de cada coisa (ou ente) em sua relação com a linguagem.

Na filosofia da mente, a questão dos limites da linguagem é abordada através de estudos sobre a consciência, a experiência qualitativa e a percepção.

Nessa seara constatou-se, por exemplo, que existem fenômenos altamente subjetivos, como a forma pela qual percebemos determinada cor, ou mesmo como é vivenciada uma sensação dolorosa. Estes não podem ser descritos a contento, sequer compreendidos, tão somente pela linguagem.

Isso ocorre porque tais experiências internas não são diretamente acessíveis pelas palavras, faltando a elas, portanto, a capacidade de dar sentido a algo em regra inominável. Além disso, as modalidades de expressão através de signos convencionais costumam representar com maior acerto o mundo externo.

A neurociência, por sua vez, tem investigado os processos cerebrais relacionados à linguagem e à cognição. Estudos utilizando a ressonância magnética funcional revelam que a atividade neural vinculada a certos estados da mente pode ocorrer mesmo na ausência da linguagem verbalizada, isto é, da linguagem oral.

Pesquisas indicam que as emoções são processadas em áreas do cérebro não exclusivamente ligadas à linguagem, sugerindo, com isso, que existem aspectos da experiência humana que transcendem os limites simbólicos.

Arte: MHL Rogerio Henrique Castro Rocha*

Tais constatações indicam que nem tudo aquilo que pensamos pode ser circunscrito ao campo linguístico, ou seja, pode receber um significado com base num termo específico.

Especialistas reconhecem ainda que há fenômenos mentais e certas experiências subjetivas que fogem completamente à nossa faculdade de apreensão consciente.

O renomado linguista Noam Chomsky, por exemplo, destaca que mesmo sendo uma ferramenta poderosa, a linguagem não é capaz de capturar plenamente a complexidade dos pensamentos e emoções humanas.

Bem assim, é importante destacar que o campo linguístico acaba sendo limitado pelos próprios sistemas simbólicos e de significados convencionais que atribuímos às palavras. Ele não consegue, pois, descrever plenamente a complexidade dos estados internos de cada indivíduo.

No entanto, é através do sistema de signos e códigos que compartilhamos ideias, expressamos experiências, transmitimos informações, construímos narrativas e, o mais importante, desenvolvemos estruturas de pensamento.

Nesses termos, o estudo dos limites da linguagem é fundamental para evitar reducionismos e reconhecer a riqueza complexa da mente humana.

Ainda assim, ao explorarmos outras formas de expressão, como a arte, a música e a dança, por exemplo, percebemos como elas, curiosamente, nos auxiliam a acessar e transmitir aspectos da nossa experiência que por vezes escapam ao campo da linguagem escrita e verbal.

Em última análise, ao reconhecermos toda a sua força, mas também suas limitações, abrimos espaço para uma compreensão mais profunda da natureza humana.

Ao explorarmos os territórios além das fronteiras dos significados linguísticos, somos convidados a apreciar a diversidade e a complexidade dos múltiplos modos de ser. E a linguagem, portanto, é apenas uma das muitas janelas que podemos abrir para explorar as maravilhas do pensamento.

*Rogerio Rocha, filósofo, poeta, escritor, crítico literário e membro da Academia Poética Brasileira.

OUTROS ESCRITOS...

MARIANA LUZ ENTRE “OS NOVOS”

GABRIELA OLIVEIRA

Em tempos imemoriais, os gregos acreditavam que os poetas eram os eleitos das Musas, divindades ligadas à arte. Nessa perspectiva, ser poeta não era uma decisão pessoal e sim, um arbítrio divino. Embora, modernamente, essa ideia só seja plausível em belos e sublimes versos, um fato é incontestável, perseguir e compreender as pulsões que motivam o fazer artístico é um caminho difícil de trilhar. Nesse ensaio, nosso propósito não é sondar as motivações de Mariana Luz, mas refletir sobre suas consequências na vida da poeta. MarianaLuz,seguramente,foiumadessaspessoasdegrandesensibilidadequesesentindoimpelidaporforças criativas que agitam o espírito, vertia em versos os seus “anseios, os pensamentos, as reações” que vinham do coração, como ela mesma declarou em seu discurso de posse na Academia Maranhense de Letras. Essa poesia que brota dos deslumbramentos, que é ao mesmo tempo natural e imperativa, é o que encontramos nos versos de Fernando Pessoa: Olho e comovo-me, Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado E a minha poesia é natural como o levantar-se vento... (PESSOA, 2005, p. 39)

As pulsões que sacodiam o espírito e a natureza contemplativa da jovem professora de Itapecuru Mirim, levaram-na a ingressar em um mundo marcadamente masculino, o universo das letras. Assim, a autora participou ativamente dos movimentos culturais que o Maranhão vivenciou no crepúsculo do século XIX. Da mesma época de Antonio Lobo, Nascimento Moraes e tantos outros, Mariana Luz pertenceu ao terceiro ciclo da literatura maranhense que ficou conhecido como a geração “dos novos”, ou os “neoatenienses”. Eram eles um novo grupo de letrados, cognominado a “mocidade estudiosa” e os “operários”, desejoso de reviver as tradições luminosas do passado. Desse modo, o grupo se apropriou do ideal da Atenas Brasileira como forma de legitimação, objetivando consolidar-se, além de revitalizar e dinamizar o cenário cultural maranhense. Decerto, São Luís se viu sacodida por palestras, conferências e eventos. Nesse período, foram criadas diversas instituições culturais e educacionais, como: o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (1925); a Biblioteca Pública do Estado (1898); a Escola Normal (1890); a Escola de Música (1902); a Faculdade de Direito (1918) e a Faculdade de Farmácia e Odontologia (1922). Nas primeiras décadas do século XX, também surgiram várias associações culturais, como: o Centro Artístico Operário e Eleitoral; a Associação Cívica; o Grêmio Literário Maranhense; a Cooperativa Sotero dos Reis; o Clube Nina Rodrigues e o Grêmio Odorico Mendes (CARDOSO, 2013, p. 29).

É nesse cenário que a agremiação literária Oficina dos Novos é fundada, em 1900. Visando um promissor e triunfante futuro, esses “novos atenienses” buscavam unir o moderno presente às tradições gloriosas do passado. AOficinadosNovosfundouoperiódico OsNovos.Outrosperiódicostambémsurgiramnessaépoca, como A Atualidade (1900) e A revista do Norte (1901). Em 1901, um grupo dissidente da Oficina dos Novos criou uma nova sociedade literária, chamada A Renascença Literária, que fundou o jornal A Renascença. Em 1903, foi lançada a revista A Nova Atenas. A Oficina dos Novos foi transformada, em 1908, na Academia Maranhense de Letras (CARDOSO, 2013, p. 28-29). Diante do exposto, percebemos como, em função desse empenho pelo restabelecimento do antigo prestígio cultural, a sociedade maranhense presenciou o florescimento de diversos periódicos e sociedades literárias.

Em meio a essa agitação da vida cultural e literária estava a jovem Mariana Luz. Ela participou efetivamente das agremiações de sua época, se não como membro de todas elas, mas, seguramente, como convidada, voluntária ou colaboradora.

Como podemos notar, os “neoatenienses” foram responsáveis por mudanças concretas no ambiente cultural maranhense, fomentando um momento fecundo para a criação da reputação literária de vários escritores, entre eles, Mariana Luz. A respeito desse ciclo de literatos maranhenses, Martins (2006, p. 187) assinala que, longe de constituírem-se intelectuais menores, os “novos atenienses” legaram ao Maranhão uma obra pouco conhecida pelo público e pelos acadêmicos, mas de real interesse para se compreender melhor a nossa própria história. Com efeito, nota-se certo desconhecimento acerca da produção literária dessa geração.

Dentro desse período de extrema fertilidade, a atmosfera de dinamismo cultural que envolveu a sociedade maranhense seguramente foi um dos fatores que impulsionou a carreira da jovem literata Mariana Luz, que além da participação em conferências e sociedades literárias, foi também colaboradora de diversos periódicos e de algumas revistas. Entrementes, o nome de Mariana estampou várias notícias que enalteciam seus talentos, tanto na lírica quanto no drama. Ela tornou-se uma importante referência de sua cidade natal, Itapecuru Mirim, que era comumente citada como a “terra de Mariana Luz”. A fama da poeta ultrapassou as fronteiras maranhenses. Ela passou a ser uma das colaboradoras externas da pioneira revista feminina O Lyrio, de Recife-PE. Teve também suas produções veiculadas em periódicos de outros Estados, e foi citada em matérias de jornais cariocas que destacavam a participação feminina nas letras.

Por meio de uma escrita ao mesmo tempo simples e refinada, Mariana Luz, comove o leitor com poemas pungentes que carregam uma mensagem que o tempo não foi capaz de enfraquecer. Um dos seus mais belos sonetos, intitulado “Velho tronco”, desperta a imaginação do leitor através de imagens poéticas cuidadosamente elaboradas, além de emocionar pela musicalidade que dá o compasso do sentimento. Vejamos:

Velho tronco caído, abandonado

À beira de uma estrada serpejante

Tombaste para o chão qual um gigante

Vencido, e pela luta extenuado.

Em tua fronde, outrora verdejante

Se aninhava, feliz, o bando alado, E à tua sombra amiga, fatigado, Quanta vez se acolheu o viandante.

Hoje mostras no bojo carcomido

Os destroços que o ferro destemido

Imprimiu-te sem dó e sem piedade

E talvez guardes, velho tronco anoso, Do teu passado, alegre e rumoroso, Um poema infinito da saudade...

Reconhecendo que a primeira lição a ser aprendida por quem quer se aventurar nos estudos literários é não confundir a vida do autor com sua produção, ousamos aqui apontar em “Velho tronco”, uma alegoria da própria trajetória da poeta. É importante destacar que não defendemos isso como uma “interpretação” do poema. Na verdade, trata-se de uma construção que elaboramos intencionalmente. Fazemo-nos não buscar explicações biográficas por trás da construção do soneto e sim para pensar, talvez um pouco metaforicamente, sobre as fases da recepção do texto luziano entre os maranhenses.

Mariana Luz, como o tronco “outrora verdejante”, brilhou em sua juventude publicando intensamente na imprensa. Ela teve seu talento reconhecido através da eleição para a Academia Maranhense de Letras. Impulsionada por suas pulsões artísticas, a poeta lutou por sua voz e por seu espaço no mundo literário. Temos aí traçado o que podemos chamar de primeiro momento da artista no mundo literário, a fase do reconhecimento.

Em sua época, a autora revelou-se como uma voz proeminente e sua produção encontrou boa acolhida. A crítica especializada reconhecia o valor de sua criação. O fato dela ter tido muito espaço na imprensa, também atesta isso.

A figura mesmo de Mariana Luz também merece alguns comentários. É, no mínimo, intrigante perceber como uma mulher, em uma sociedade patriarcal, alçou voos tão altos. Uma rápida olhada em sua biografia nos mostra como ela teve uma participação ativa em sua comunidade. Tanto na esfera da educação, quanto da cultura e até mesmo da política, Mariana revelou-se uma pessoa de grande relevância em seu tempo. Não é demais lembrar que ela teve o nome indicado à candidatura para a Câmara Municipal em Itapecuru Mirim.

Contudo, nem tudo foram flores, Mariana também se viu em meio a polêmicas e foi alvo de ataques. Esse dado reforça para nós sua atitude ativa diante das questões importantes de sua comunidade. Se Mariana Luz tivesse sido uma personagem apagada, desprovida de opiniões contundentes, ninguém se preocuparia em atacá-la.

Temos até aqui mostrado como as pulsões artísticas arrastaram essa mulher para um lugar tão refratário a ela. Ela, por seu talento, conquistou seu espaço.

Apesar de todo reconhecimento do valor de sua obra, Mariana Luz morreu sem conseguir publicar seu único livro de poemas. Outro dado que causa tristeza é notar que apesar das grandes contribuições para sua comunidade, Mariana Luz, ainda hoje, é motivo de chacota entre alguns de seus contemporâneos.

Circulam histórias exageradas, inverossímeis e preconceituosas a seu respeito. Em sua terra natal, Itapecuru Mirim, há quem só pense em Mariana como uma professora impiedosa. As piadas em torno dela – não casou porque era feia, ou coisas do gênero - estão carregadas do machismo que insiste em não abandonar a sociedade em pleno século XXI.

Outro fato merece atenção. Por que a obra de Mariana foi esquecida? Por que Mariana foi sistematicamente colocada à margem do cânone? Até que ponto sua condição – mulher, negra e pobre - corroborou para tal posicionamento? Esse é um debate que deve ser encarado em outro momento com grande seriedade e maior profundidade. Por ora, deixamos aqui somente essas provocações.

Diante do exposto, percebemos que como o velho tronco do poema, caído e abandonado na estrada, Mariana Luzesuaobraforam legadas, porlongos anos einjustamente,ao esquecimento. Temos aquitraçado osegundo momento da artista no cenário literário, a fase do apagamento.

O fato é que Mariana Luz e sua obra merecem melhor acolhida, tanto por parte dos leitores como dos estudiosos de literatura, uma vez que, mesmo não tendo uma volumosa produção, sua “enorme relevância poética” lhe assegura um lugar de destaque entre as letras maranhenses da primeira metade do século XX. (NERES, 2018, p. 250).

É grande com contentamento que, aos poucos, vemos esse quadro começar a ser revertido. Ainda que de maneira tímida, estudos sobre a obra luziana começam a despontar na Academia. Cabe a nós, homens e mulheres das Letras, reforçar esse movimento e assumir a tarefa de mostrar ao público a beleza e a grandeza da poesia de Mariana Luz.

Referências

CARDOSO, Patricia Raquel Lobato Durans. Lobo X Nascimento na “Nova Atenas”: literatura, história e polêmicas dos intelectuais maranhenses na Primeira República. 2013. Dissertação (Mestrado em História)Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2013.

MARTINS, Manoel Barros. Operários da saudade: os novos atenienses e a invenção do Maranhão. São Luís: Edufma, 2006.

NERES, José. Dor e sofrimento na poesia de Mariana Luz: uma breve leitura de “Murmúrios”. IN: SANTANA, Jucey Santos;

CANTANHEDE, João Carlos Pimentel (orgs). Púcaro Literário II: Itapecuru Mirim, 200 anos. São Luís, AICLA, 2018.

PESSOA, Fernando. Poesia completa de Alberto Caeiro. São Paulo: Companhia

Do livro, Púcaro Literário III – Protagonismo Feminino (2021), organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanhede.

*Gabriela de Santana Oliveira, nasceu em São Luís (MA), filha de Jucey Santos de Santana e José Pereira de Santana, pesquisadora, cronista, graduada em Administração de Empresas, pela Universidade CEUMA (1994), mestre em Estudos teóricos e críticos em Literatura pelo programa PósGraduação em Letras – PGLetras pela Universidade Federal do Maranhão e doutoranda em Literatura. Pesquisadora vinculada ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Lírica Contemporânea de Língua Portuguesa

UFMA. Graduanda em Letras- Inglês – UFMA.

Postado por Blog da Jucey Santana às 13:33

Blog da Jucey Santana "Vivenciando a Cultura Maranhense"

CAPATAZES DO ASFALTO

DE JOÃO BATISTA DO LAGO

A maravilhosa metrópole continua linda! À beira do mar, seus machos e fêmeas desfilam suas estéticas: tanquinhos e bundas todos sarados e esculturados pelo sol. Do outro lado, no subúrbio da maravilhosa cidade, o sol que brilha sobre a carne negra é o luminoso raio do estanho, que explode no corpo que dorme o pesadelo de existir. O que diria teu poeta, Ó Princesinha!? Certamente não aprovaria o pelotão de abutres assassinos vorazes e contumazes capatazes da velha (e eterna) capitania, que sob o manto da ordem e do progresso sugerem impor a Justiça sob o hino da bala… “A carne mais barata do mercado é a carne negra”.

RUÍDO NA COMUNICAÇÃO

JOAQUIM HAICKEL

A vida está muito cansativa, principalmente por causa da imensa e absurda exposição a que todos nós somos submetidos através dos mais variáveis dispositivos que compõem as redes sociais.

Quem não estánas redes, nãoexiste.Quem existe, precisaterzilhões deseguidores paraquesuamarcapessoal seja valorizada e ele possa ser considerado um influenciador, ou seja, alguém que “impõe” suas opiniões sobre seus “seguidores”, uma coisa que beira o fanatismo.

Porém, mais que criticar as redes sociais em si ou mesmo quem a usa como instrumento de trabalho, gostaria de abordar um aspecto delicado desse instrumento, muitas vezes utilizado de forma tirânica, como temos visto ultimamente.

As redes sociais por si só não fazem mal a ninguém nem a coisa alguma, assim como uma arma de fogo, ou um carro. É o bom ou o mau uso dessas coisas que definem o que podem ser.

Quando Andy Warhol disse que no futuro todos teriam 15 minutos de fama, jamais imaginou que iria acertar tanto quanto a fama e errar tanto quanto ao tempo dela. A fama de todo mundo nas redes sociais é por muito, muito tempo e só deixa de existir em casos extremos e raros.

Eusou o exemplo perfeitode fracasso das redes sociais, tenhopoucos seguidores e acredito quenãoinfluencio ninguém ou semuito, umaouduas pessoasquepensam como eueseveem refletidos nas coisasque eu mostro, falo e escrevo.

Outro dia, fiz uma postagem onde apresentei as fotos de dois criminosos. Um que roubou um país inteiro, de diversas formas e através de muitos métodos, mais que isso, fragilizou seu povo, dividindo-o para poder escravizá-lo, e outro que assediou mulheres e cometeu estupro, crimes covardes e hediondos.

Naquelapostagem eu diziaqueme causava espécie quealgumas pessoasperdoavam os crimes deum daqueles sujeitos, mas não perdoavam os crimes do outro.

Houve quem pensasse que eu estivesse comparando os dois criminosos e até seus crimes. Teve quem imaginasse que eu relativizava os crimes e até quem dissesse que eu estava politizando uma coisa que nada tinha de política.

Lembro que uma pessoa me acusou de defender um estuprador, quando na verdade eu deixei claro o seu abominável crime.

Uma outra pessoa me mandou ter cuidado com aquele tipo de mensagem, pois elas normalmente causam ruído, ao que eu reconheci a possibilidade, mas ressaltei que é preciso que se investigue para saber se o ruído é proveniente do transmissor ou do receptor.

Depois de toda essa polêmica, eu fiz uma outra postagem, que transcrevo mais abaixo, onde eu esclarecia peremptoriamente a minha intenção ao publicar aquela matéria.

“Vejam bem, essa postagem não é sobre esse ou aquele criminoso nem sobre os crimes que eles cometeram, nem mesmo sobre perdoá-los ou não. Essa postagem é sobre a hipocrisia das pessoas que agem de maneiras diferentes em situações parecidas, pessoas que usam pesos diferentes e medidas distintas em casos semelhantes, pessoas que acham que a razão está sempre do seu lado, que sistematicamente se vitimizam e costumam colocar sempre a culpa nos outros!...” Ainda assim algumas pessoas fizeram questão de não entender. Não sei até agora se o ruído está no transmissor ou no receptor.

GONÇALVES DIAS E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

As comemorações em torno do bicentenário de nascimento de Gonçalves Dias deveriam estar intimamente associadas à passagem do bicentenário da adesão do Maranhão à Independência do Brasil.

Afinal, o mais importante poeta do Romantismo brasileiro foi gerado e nasceu sob o fragor das lutas que se travaram nos arredores de Caxias, a antiga Caxias das Aldeias Altas, último reduto de resistência portuguesa à emancipação do Brasil no Maranhão.

Pouco antes da capitulação das tropas comandadas pelo major português João José da Cunha Fidié, que se haviam acantonado no Morro das Tabocas com dez canhões e 700 homens, e da entrada triunfal na vila dos seis mil brasileiros que, durante cem dias, a mantiveram sob cerco intransponível, o comerciante português João Manuel Gonçalves Dias e sua amante grávida, a mestiça Vicência Mendes Ferreira, temendo represália dos independentes, fugiam para sítio Boa Vista, nas matas do Jatobá, a oitenta quilômetros de Caxias.

Apenas nove dias após a rendição de Caxias, Vicência, em cujas veias corria sangue indígena e africano, daria àluz, a10 de agostode1823,aquele que haveriadeser aclamado como o poetada nacionalidade ede eternizar em versos belíssimos os acontecimentos decisivos para o surgimento do novo país livre e soberano das Américas.

Caxias foi, para aquele menino vindo ao mundo sob o espanto da guerra, levado em fuga pelo pai português e a mãe brasileira, que temiam os “algozes nacionalistas”, como José e Maria, no antigo Egito, os soldados de Herodes, o “Antimural do lusitano arrojo, último abrigo seu”.

Imediatamenteapós apublicaçãodos Primeiroscantos, em 1847,noRio deJaneiro,em ediçãopelaqual pagou 900 mil réis do próprio bolso, o jovem batizado Antonio, aos 23 anos de idade, foi saudado em sua terra como primeiro grande poeta romântico brasileiro e o primeiro a elevar a um patamar de grandeza os valores da nova pátria.

Decorridos apenas dez meses da publicação desse livro, o escritor, historiador, jornalista e poeta Alexandre Herculano, verdadeiro semideus das letras portuguesas, publica, na Revista Universal Lisbonense, o artigo que consagraria definitivamente o poeta caxiense.

Depois de lamentar a decadência da literatura do antigo reino colonial e de afirmar que no Brasil, “país de esperanças, cheio de vida e viço, há um ruído de lavor intimo que soa tristemente cá, nesta terra onde tudo acaba”, Herculano aponta como exemplo da verdadeira poesia nacional do Brasil dois trechos das “Poesias americanas: “O canto do guerreiro” e um fragmento do “Morro do Alecrim”.

Ora, “Morro do Alecrim”, como o poeta resolveu batizar o Morro das Tabocas, em homenagem ao cabo de guerra João da Costa Alecrim, que, ao lado do baiano-maranhense Salvador Cardoso de Oliveira, enfrentou Fidié na Batalha do Jenipapo, perto de Campo Maior no Piauí – talvez a mais sangrenta batalha das lutas pela Independência no Brasil

e depois ocupou o refúgio do mesmo Fidié em Caxias, foi apenas uma das muitas composições com que saudou as lutas pela emancipação do Brasil no Maranhão e, especialmente, em sua Caxias natal. Uma delas, o poema “Ao aniversário da Independência do Maranhão”:

Terras do Maranhão – terras ditosas, De galas, de primores revestida, Que o avaro Holandês tanto almejava; A bela França cobiçou teus mimos, E ufanas de se ver sobre os teus mares As flores de três lírios – assumiram Fulgor mais vivo – no teu céu brilhante!

...

Mas do tempo que foi que resta agora? Memória apenas – recordar de males, Suave, quando o tempo os tem quebrado,

Agora resta amor ao pátrio solo, Amor à liberdade – à Independência

Do Brasileiro Império em mundo novo!

Outro exemplo, o “Hino ao Dia 28 de julho”, escritor em Caxias em 1845, no qual canta o poeta:

Fomos servos – noutros tempos, Curvados à prepotência; De estrangeiros soberanos Mendigamos a clemência.

Diziam que a liberdade

Nos podia ser fatal Como nas mãos de um menino Buído e fino punhal.

...

Mas enfim lá do Ipiranga

Altivo grito soou:

Somos livres – longe o eco - Somos livres – reboou.

...

Esse grito foi em todos

Um só braço, um só querer. Voz de mil vozes acordes: Independência ou morrer!

É importante destacar que, logo em seguida à capitulação das tropas portuguesas, os pais do menino Antonio, escondidos no sítio Boa Vista, retornaram com o filho para a mesma Rua do Cisco, em Caxias, onde moravam e tinham comércio. Ali, Gonçalves Dias viverá até os dez anos, quando é enviado para estudar em Lisboa. Ainda remoendo os tormentos da guerra da Independência, Caxias então mergulha em outra fase de luta, desta vez ainda mais selvagem e sangrenta, a Balaiada.

É, portanto, nesse caldo cultural revolucionário e emancipacionista que se formará o espírito daquele a quem nomes como Antonio Henrique Leal, Lúcia Miguel Pereira, Manuel Bandeira, alguns de seus principais biógrafos, além de críticos atuais, como Antonio Carlos Sechim, o consideram como o verdadeiro poeta nacional. Sechim chega a dizer que se a “Carta de Caminha” emitiu a nossa certidão de nascimento, a “Canção do Exílio “simboliza a nossa carteira de identidade”.

Gonçalves Dias cantou e deu voz ao índio, ao negro, exaltou a paisagem brasileira e ajudou a construir a identidade do seu país, consolidando, na poesia, a Independência da nação que viu nascer. Por unanimidade, é considerado o fundador da “literatura nacional”, literatura com a cara do Brasil, iniciada por um brasileiro nascido numa remota vila maranhense, simultaneamente à consolidação da Independência do seu país.

Parece-nos, assim, inadmissível, sob todos os aspectos, celebrar o bicentenário do nascimento de Gonçalves Dias e ignorar os 200 anos da completa adesão do Maranhão à Independência do Brasil, acontecimentos simultâneos e indissociáveis, que honram a memória do poeta e a história da nação livre e soberana que ele ajudou a construir.

(Texto publicado no blog Águacde Cacimba: http://aguadecacimba.blogspot.com/.../goncalves-dias-e...).

FERNANDO BRAGA

Em comemoração ao seu centenário: 16.4. 1918 - 16.4. 2018

Pedro Braga Filho, nasceu na cidade de Barra do Corda, no Estado do Maranhão, em 16 de abril de 1918 e faleceu em São Luis, em 30 de dezembro de 1978. Estudou as primeiras letras em sua cidade, com as Irmãs Franciscanas, no Colégio São José da Providência, transferindo-se para São Luis onde fez o curso de humanidades no Liceu Maranhense, ao lado de Josué Montello, Oswaldino Marques, Manoel Caetano Bandeira de Melo, Franklin de Oliveira, Erasmo Dias, Sebastião Corrêa, e outros expoentes da geração maranhense de 30. No Rio de Janeiro, trabalhando no Serviço Interaliado de Informações, na segunda guerra mundial, formou-se pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, em 1945, pós graduando-se na mesma Universidade em Pediatria, Clínica do prematuro, Puericultura e Cardiologia Infantil; Psiquiatria pelo Centro de Estudos da Santa Casa do Rio de Janeiro e ‘Cours de Pédiatrie Sociale, pelo Centre International de L’Enfance’, de Paris, promovido pela ONU. Foi Assistente do grande pediatra brasileiro, Professor Doutor Rinaldo De Lamare; foi membro da Sociedade Mineira de Pediatria, da Sociedade de Pediatria do Paraná, da Sociedade Pernambucana de Pediatria, da Sociedade de Pediatria da Bahia, da Associação Médica de Brasília, do Conselho Regional de Medicina da Seção do Distrito Federal e Delgado fundador do Parlamento Latino-Americano. Foi professor de Ciências Físicas e Naturais da Escola Normal do Maranhão e professor fundador da Cadeira de Puericultura e Clinica da Primeira Infância da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal do Maranhão. Deixou os seguintes trabalhos: ‘A Morfologia do Homem Maranhense’; ‘Reflexo do ambiente familiar no desenvolvimento psicofísico da criança’, 1953; ‘Análise da situação sanitária do Distrito Federal’, 1968; ‘Brasília e sua realidade sanitária’, 1970; e mais alguns trabalhos apresentados em Congressos Científicos, como ‘Da colocaçãofamiliar’; ‘Osdesajustamentos da infância: suas causas e remédios’ e ‘O babaçu na alimentação da criança’; deixou, ainda, produções literárias publicada em revistas e jornais; foi Deputado Federal pelo Maranhão por em três legislaturas, de 1954 a 1966. Foi membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a Cadeira nº 39, patroneada pelo Conselheiro Olympio Gomes de Castro, sendo recebido em 16 de dezembro de 1948 pelo Cientista Achilles Lisboa.

O jornalista Benedito Buzar, Presidente da Academia Maranhense de Letras, testemunha em seu livro ‘Vitorinistas e oposicionistas’, que “Pedro Braga Filho representou na Câmara dos Deputados o que o

MEMORIAL DE PEDRO BRAGA FILHO

Maranhão teve de melhor na vida política, destacando-se na defesa de teses nacionalistas, numa época em que o Congresso Nacional se empenhava na luta pela soberania e pela riqueza do País e contra os interesses do capitalismo internacional. Seu nome ficou registrado nos anais do Congresso Nacional pela coragem e altives. Foi o primeiro parlamentar brasileiro a insurgir-se contra o movimento militar de 1964. No momento ainda de incertezas e de intranquilidade, manifestou-se publicamente [da tribuna da Câmara, discurso ‘Em defesa do Congresso Nacional’, proferido em 11 de maio de 1964] contrário ao regime instalado no Brasil, estribado no arbítrio e na prepotência, pondo em risco as instituições democráticas.” Sobre este discurso, o jornalista Danton Jobim escreveu no ‘Diário Carioca’, de 13 de maio de 1964, o artigo ‘Cair de pé!’, a iniciar assim o seu brilhante texto: “A Câmara ouviu, anteontem, o discurso de um homem: o deputado Pedro Braga, do Maranhão; pertence ao PTB e pode ter seu mandato cassado a qualquer momento...”.

Foi este o texto que escrevi no pórtico do Memorial de Pedro Braga Filho, contendo discursos políticos e literários:

“Ao longo de minha formação humanística, aplicado e atento às reflexões de Pedro Braga Filho, quase sempre na esteira das idéias literárias e políticas, fui surpreendido, num desses exercícios, quando ele, até então displicente quanto às suas produções, prefiniu-me o compromisso, como se num credo, de resgatar os seus discursos, confessando um apressado interesse de reuni-los em livro, talvez levado pela premonição de que não viveria muito, fazendo-me entender, de imediato, que aquele lampejo me conduzia à percepção da qual se valeu Proust, influenciado pela teoria intuicionista de Bérgson, quando se propôs a escreve ‘À la recherche du temps perdu’.

A predestinação referencial aos sistemas e valores em que predominam os elementos racionais que nos confinava, quem sabe, preestabelecera esse planear intelectivo, na medida em que, da mesma forma, uma avassaladora intuição me ensombrava como se a Circe feiticeira quisesse avisar-me do pouco tempo que dispunha.

Se não fora esse infausto domínio vaticinador se ter tornado verdade enquanto me iluminava a faculdade instintiva de compor e ordenar este ofício, a vigília de tê-lo engenhado, senão com arte, mas com profundo desprendimento, ter-me-ia feito alcançar o lineamento final com a mesma emoção do primeiro instante. Mas como tudo que é criado, tornando relativas todas as verdades, tende às aventuras mais diversas, determinou-me a visão beatífica ou algum outro princípio, talvez o do imposto por um poder excessivo, fazer legar este trabalho à análise de nossa história política e ao estudo de contemporaneidade da literatura maranhense, na concepção luminar de que na arte, a única coisa cognoscível ressurgida do nada, congênita ao homem, se perpetua pelo deslocamento de todos os marcos de fronteiras, não adiantando a interceptação do vôo, porque alados serão sempre os que constroem almas.

Condicionado por essa terrível destinação de póstumo, onde a alteração de nascimento e morte é a cósmica oscilação dentro da qual os opostos se realizam, fui palpitado de sonhos humanos e devorado como um ‘místico em estado selvagem’, concordando com a definição claudeliana de Rimbaud, para continuar minha incursão sobre o canto do morto cisne, o qual me fez agora elevá-lo como arauto onde o ‘silêncio diz mais que a palavra’, como falou Zaratustra, o ‘amor fati e alterego de Nieetzsche’, não obstante as flores que o fizeram, e para sempre, adormecido ao som de bênçãos

.Como médico, fez do universo da ciência um apostolado, como o pregado por Santo Tomás de Aquino, quandotraçouo racionalismosobreosbáratrosinterpostosentreoconhecimentoeafé;comocultordoespírito deteve-se ao entendimento lógico fazendo com que o raciocínio e o juízo transcendessem ao meio operante; como político, tomou posições de vanguarda em momentos críticos e decisivos, revelando verdades silenciadas, sem liberdade e sem condição de defesa, mas com destemida coragem e independência; como tribuno, irradiou apelos aos mitos, transportando-se aos versetos bíblicos e às sagas das epopéias, a exaltar feitos guerreiros e a salmear potestades, energizando-se com as sentenças provindas dos oráculos, no uso da eloqüência como a prerrogativa da palavra, em sua expressão mais natural.

Negando a validade dos problemas que não podem ser solucionados através dos métodos científicos, mestre Braga Filho aplicava às suas próprias angústias, não as confiando às elevações divinas, como fazia Santo Agostinho, mas revoltando-se com as injustiças sociais, principalmente com o doloroso desamparo infantil, como assim exterioriza: “a infância brasileira é profundamente infeliz. Os seus sagrados direitos só agora estão saindo do âmbito da caridade para se fundamentar em sólidos princípios de uma assistência técnica”. Angustiado, também, com a precariedade do ensino em nossas escolas e da carência dos menos favorecidos

ao aprendizado, analisa o problema com profundo sentimento justificando que a “instrução jamais deve ser privilégio do rico. Deve ela estar ao alcance de todos, pois só assim poderemos contar com aquela aristocracia de valores de que nos fala Nordau”.

Na exaltação dialética do que é real dentro das idéias, pelo nomadismo da imaginação, pelo imprevisto das complexidades e pela predição da grandeza estética na compreensão objetiva do presente e na percepção humana do futuro, Pedro Braga Filho foi, como diz Lord Byron, “um destino e uma vontade caminhando fora de rota batida”, como afirmam estes discursos, peças de um instrumental de grande validade como metafísica do belo e de alto conteúdo como a verdade em ação e em movimento, podendo agora lê-los os que não tiveram oportunidade de ouvi-los.

*Fernando Braga, in Prefácio de ‘Memorial de Pedro Braga Filho,Editora Verano, Brasília, 2000.

GRAÇA ARANHA E A ESTÉTICA MODERNA *

FERNANDO BRAGA

José Pereira da Graça Aranha foi um dos escritores brasileiros mais importantes da ficção pré-modernista. E é ele quem diz no livro ‘O meu próprio romance’, onde narra genialmente sua vida, tendo este trabalho, infelizmente, ficado inacabado, mas mesmo assim editado em 1931, extraído de manuscritos do autor: “O meu difícil nascimento parece marcar o signo da força, que me prendia ao inconsciente. Foi pela ciência de um médico inglês, que vivi na tarde do domingo de 21 de junho de 1868, na cidade de São Luís do Maranhão, quandoeuestavacondenadoàmorteparasalvarminhamãe.Aciênciaarrancou-medoinconsciente.Realizoume em mim a fórmula do meu pensamento psicológico. Aboli em mim o terror inicial. Desde então a minha vida foi uma aspiração de conhecimento e por este conhecimento tomei posse do universo. Liberto-me do preconceito político e, o que é mais difícil, do preconceito estético”.

Aos treze anos ele concluía o curso de humanidades e aos dezoito, o de Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, onde se fez o aluno mais querido de Tobias Barreto que, ao longo da vida, viria a influenciá-lo. Foi advogado e professor de Direito, exercendo no Espírito Santo o cargo de juiz. Viveu muitos anos na Europa no desempenho de funções diplomáticas. Voltando ao Brasil, tornou-se figura de vanguarda no movimento modernista, pronunciando na Academia Brasileira de Letras, de onde foi sócio fundador em que “concitava a renovar-se, pela aceitação das novas tendências estéticas “Se a Academia não se renova – gritou – “então morra a Academia”. O grito ali não fora ouvido naquele momento, e Graça Aranha rompeu com a instituição de Machado de Assis, onde ocupava a cadeira de Tobias Barreto.

Seu nome, ao lado de Gonçalves Dias, de Odorico Mendes, de Sousândrade, de João Lisboa, de Sotero dos Reis, de Gomes de Sousa, de Nina Rodrigues, dos irmãos Azevedo [Artur e Aluízio], de Coelho Netto, de Humberto de Campos, de Apolônia Pinto, só para falar de alguns, constitui a plêiade de maranhenses ilustres que maior influência exerceu na história da literatura, da ciência e das artes brasileiras.

Da velha Europa, trouxe consigo o modelo que o fez um arauto do espírito moderno, consagrando-o assim, até o fim da vida, a teorização de uma estética que codificasse padrões novos na estrutura literária àquela época já em crise.

Nas mesmas condições, a Graça Aranha se juntava, também chegados da Europa, Oswald de Andrade que tivera convivido com o poeta Paul Fort, coroado príncipe dos poetas franceses; Manuel Bandeira que voltava da Suíça, onde estivera internado por causa da tuberculose, mantendo uma grande amizade com o poeta Paul Eluard, enquanto o Brasil era povoado de notícias que chegavam da revista portuguesa ‘Orfeu’, centro irradiador das poesias de Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro, as quais se corporificavam aos métodos pretendidos por Graça Aranha.

E a ‘Semana de Arte Moderna’ explodiu com a exposição, em São Paulo, da pintora Anitta Malfatti que trazia novidades e novos elementos nas artes plásticas pós-impressionistas [cubistas e expressionistas], revelados em seus estudos, principalmente na Alemanha, sendo criticada por uns e defendida por outros, entre estes, Mário de Andrade, já imortalizado com ‘Pauliceia Desvairada’ e ‘Macunaíma’.

Continuemos ouvindo o espírito de negação de Graça Aranha, escritos para ‘O meu próprio romance’: “Nada poderia contribuir para o meu incessante progresso intelectual, como o espírito de negação. Aos doze anos neguei Deus, aos quatorze neguei o Direito Natural, aos quinze neguei o princípio monárquico e o direito à escravidão”.

Sobre o livro ‘Canaã’, José Veríssimo, crítico dos mais afiados ao tempo, disse: “Estreia, como não me lembra outra em a nossa literatura, é a revelação nela de um grande escritor. Novo pelo tema, novo pela inspiração e pela concepção, novo pelo estilo”. E por falar em Veríssimo, este era contra a entrada de Graça na Academia, apesar de nunca ter sabido o porquê, o que só veio a se tornar possível com a quase imposição de Joaquim Nabuco.

Graça Aranha publicou estes trabalhos: Canaã, 1902; Estética da Vida, 1920; Malazarte, 1922; Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, 1923; O Espírito Moderno, 1925; A Viagem Maravilhosa, 1930.

As obras completas de Graça Aranha (1939-1941) estão distribuídas em 8 volumes: Vol. I Canaã; vol. II: Malazarte; vol. III: Estética da vida; vol. IV: Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco; vol. V: O espírito moderno; vol. VI: A viagem maravilhosa; vol. VII: O meu próprio romance; vol. VIII: Diversos. ‘O meu próprio romance’ é um dos livros mais perfeitos que conheço. Li-o ainda na juventude e sua leitura me invadiu para sempre os sentidos. Parece que fui moleque junto com Graça Aranha pela velha Rampa do Cais de São Luís. Hoje tão distante daquele nosso cenário, da estamparia da nossa cidade, uma saudade de doer ensombrou-me de emoção, quando reli, como se alguma coisa indizível me dissesse que a única coisa sublime que temos é a memória. E é o velho Graça quem diz: “Dos quadros da minha infância, nenhum exerceu no meu espírito magnetismo igual ao da casa em que vivi, quatorze anos, no Largo do Palácio. Nasci na Rua da Estrela, número 2, na primeira casa à direita, na grande ladeira que desce para a Praia Grande, cento do comércio que as águas da baia não banham [...] quando a deixamos, eu não tinha dois anos. Mais tarde, eu a contemplava e imaginava o seu silêncio interior naqueles três andares elevados, e esse silêncio imaginativo tinha a força de me entristecer.”

Talvez havendo, como informa Alfredo Bosi, professor de Literatura da USP, “duas faces a considerar no caso Graça Aranha: o romancista de ‘Canaã’ e de ‘A Viagem Maravilhosa’ e o doutrinador de ‘A Estética da Vida’ e de ‘Espírito Moderno’, faz-se às vezes distante no tempo, mas ligadas por mais de um caráter comum, exteriorizar em ‘A Estética da Vida’ este sentido de forma e liberdade espiritual ou ainda de terror cósmico: aquele que compreende o universo com uma dualidade de alma e corpo, de espírito e matéria, de criador e criatura, vive na perpétua dor. Aquele que pelas sensações vagas da forma, da cor e do som, se transporta ao sentimento universal e se funde no todo infinito, vive na perpétua alegria”.

Falar-se de Arte Moderna, caberia num livro de ensaios como muitos já foram escritos. Os acontecimentos e os personagens foram muitos para poucos dias, e Graça Aranha, o qual faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de janeirode1931, tornou-se,noMovimento,um acontecimento imorredouro,porquetrouxeàluz dapublicidade o seu ‘Canaã’ e foi personagem, porque, acima de tudo, e pela vida inteira, foi sempre um reformador de métodos e um esteta intemporal.

ANTONIO LOPES DE SOUSA

LANÇAMENTOS

AcoleçãoPasseiospelaHistóriaeCulturadoMaranhão,queseencontravaesgotada,voltaàslivrarias nestemêsdeabril.AntespublicadaemBoxcomseislivros,anovaediçãochegaemvolumeúnico, reunindoosmesmostítulosfalandodanossahistória,culturaetradiçõespopulares.Aguardem.

*PRÊMIO POETA CARVALHO JUNIOR 2023*

Se você é poeta ou contista, o concurso literário “O Prêmio Poeta Carvalho Junior” está com as inscrições abertas para poetas e contistas que querem mostrar ao mundo seu talento literário. Até o dia 30 de junho, os interessados terão a oportunidade de participar do 2º Concurso Literário, que leva o nome do renomado poeta caxiense que deixou um legado literário poético valioso para a cidade de Caxias Maranhão. Não podemos esquecer do nosso poeta MAIOR, Gonçalves Dias, de renome (inter)nacional, considerado um dos maiores expoentes da literatura brasileira. E este ano comemoramos seu bicentenário de nascimento. Sem dúvida uma grande festa literária.

O prêmio deste ano está ainda mais abrangente, contemplando não apenas a poesia, mas também a categoria de conto. Com isso, o concurso literário visa incentivar a criação literária e promover a diversidade e a qualidade da literatura local e nacional.

Organizado pelo Instituto Poeta Carvalho Junior, o concurso já se tornou uma data importante na agenda cultural da região, reconhecendo e premiando a produção literária de escritores e escritoras. Mais do que isso, é uma forma de honrar os ideais do poeta, que sempre almejou contribuir para a construção de um mundo mais belo, fraterno e humano por meio de seu trabalho e de sua poesia. Para participar, basta consultar o edital e enviar sua inscrição. Não perca a chance de ter seu talento reconhecido e fazer parte do grupo de escritores e escritoras agraciados com o Prêmio POETA CARVALHO JUNIOR. Participe, mostre ao mundo seu talento literário. https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fcarvalhidadespoeticas.wordpress.com%2F%3Ffbclid%3DIw AR0AUSuTcuxnhAKOk3Fq-

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FUNDAÇÃO DA ACADEMIA URBANO-SANTENSE DE LETRAS

Professores do Curso de Direito e Ciências

Socias da Uema recebem medalha do Mérito Acadêmico Fran Paxeco

CASA DO POETA LATINO-AMERICANO - CAPOLAT

Entidade cultural fundada em 03 de janeiro de 1979. Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 60049 Livro A, nº 92, Folha 219F. CNPJ. 09.168.789/0001-69. E-mail: casadopoeta.capolat@gmail.com

CONCURSO CAPOLAT /2023.

Resumo Regulamentar: Encontram-se abertas as inscrições para o Concurso “CASA DO POETA LATINO-AMERICANO” de Contos, Crônicas e Poesias.

I. - TEMA: LIVRE.

2. Da Participação: Poderão participar poetas, escritores, cronistas de âmbito nacional e latino-americano em Língua Portuguesa. O conto, crônica, e poesia é de expressão livre, contendo no máximo duas (02) páginas por trabalho enviado.

2.1 - O trabalho deverá ser digitado em fonte Times New Roman, tamanho de fonte 12, identificado por pseudônimo, e deverá ser acompanhado de nome do(s) conto(s), crônica(s), e poesia(s), e inclusão do pseudônimo, nome real, fone e endereço completo.

2.2 - Cada participante poderá concorrer com até três trabalhos e deverão ser enviados no prazo estipulado

3. Taxa de Inscrição: uma obra: R$30,00; trabalhos excedentes, R$10,00 cada. O pagamento deverá ser efetuado e o recibo do depósito enviado junto a inscrição para o endereço indicado.

Pix: 51 989496740 - Depósito/transferência: SANTANDER - Agência - 4364 - Conta 60.000154-1 (conta poupança);

4. Das Inscrições: Os textos deverão ser enviados até dia: 20/05 /2023.

Enviar para: Concurso Casa do Poeta Latino-Americano E-mail: casadopoeta.capolat@gmail.com

4.1 - Dos Prêmios: 1º Lugar: Troféu; 2º e 3º Lugar: Medalhas; 4º Lugar: Menção Honrosa. Os prêmios serão entregues no decorrer da cerimônia de divulgação dos vencedores do concurso. Após, um momento dedicado à arte.

4.1 – Data da premiação: 23/06 /2023. Às 18h.

Local: Assembleia Legislativa do RGS. Praça Mal. Deodoro, 101 - Centro Histórico, Porto Alegre/RS.

5. Comissão Julgadora: A mesma será formada por três (3) membros qualificados, com conhecimento na área da literatura.

6. Da Aceitação: A Inscrição implica na aceitação do presente Regulamento, conforme comunicado da Coordenação. Todos os casos omissos serão resolvidos pela coordenação através de resolução ou decisões aprovadas em ata.

Ficha de Inscrição:

Autor:__________________________________________

E-mail:___________________________

Pseudônimo: ___________________________ Celular: _____________________________

Endereço:__________________________________________________________________________

Trabalhos: Contos ( ), Crônicas ( ), Poesias ( ).

Realização: CAPOLAT - Casa do Poeta Latino-Americano Porto Alegre, 23 de março de 2023.

ASCENSO FERREIRA E PALMARES, "A TERRA DOS POETAS" (3)

POEMAS DE ASCENSO FERREIRA - (Nordestal Editora, Recife - PE, 1981)

Em outubro de 1981 foi lançado, festivamente, na Livro 7 (Rua 7 de Setembro, Boa Vista, Recife), o livro POEMAS DE ASCENSO FERREIRA, em edição da recifense Nordestal Editora. Impresso na Editora Universitária / UFPE, em tiragem de 3.000 exemplares, o livro reuniu os títulos já publicados do poeta - "Catimbó", "Cana Caiana" e "Xenhenhém" - também lançados juntos em três edições distintas (em 1951, de luxo, em 1953, popular, e em tiragem nacional da José Olympio Editora, em 1963), com os prefácios e textos críticos já conhecidos de Manuel Bandeira, Sérgio Milliet, Mário de Andrade, Luís da Câmara Cascudo, Roger Bastide. E, nessa 4a. edição, os poemas foram especialmente ilustrados por artistas plásticos pernambucanos contemporâneos : Gilvan Samico, Marcos Cordeiro, Wellington Virgolino, Tereza Costa Rego, Eudes Mota, Abelardo da Hora, Bajado, Reynaldo Fonseca, Olavo Adolfo, Demócrito Borges, Maria Carmen, Daniel Santiago, Sílvio Malincônico, Jairo Arcoverde, Sílvia Pontual, José Barbosa, José Cláudio, Emanuel Bernardo e Gil Vicente. A edição inovou também com a publicação de 14 poemas do autor, inéditos em livro, e com um depoimento exclusivo de Maria de Lourdes Medeiros, companheira do poeta e mãe da sua única filha - Maria Luiza Medeiros Gonçalves Ferreira -, herdeira dos direitos autorais de Ascenso Ferreira.

Asseguramos, na apresentação dessa 4a. edição do livro POEMAS DE ASCENSO FERREIRA : "... Agora, acabou-se a maldição. Aqui está de novo o santo de casa fazendo milagre. Inteira e grande, aqui está a voz do poeta Ascenso Ferreira, viva em sua poesia. Quando, em 1953, foi lançada a edição popular dos poemas de Ascenso Ferreira, o crítico paulista Sérgio Milliet assinalou, no prefácio, que todo o Brasil a esperava. Hoje, a publicação dos POEMAS DE ASCENSO FERREIRA não é só esperada, mas exigida pelo Brasil inteiro."

Juareiz Correya (Recife - PE / Maio : Mês do 128o. Aniversario de Nascimento do Poeta Ascenso Ferreira)

NASCEU A ACLAJOL. E AQUI RECEBIEMDO A CERTIFICAÇÃO DE FILIAÇÃO A FALMA, PELAS MÃOS DA SUA PRESIDENTE, A ESCRITORA JUCEY SANTANA.

OInstitutoHistóricoeGeográficodeImperatrizjáéumarealidade.Fundadohoje,27demaiode2023, emAssembléiasolenedefundação.

Livro "200 anos da Imprensa no Maranhão - Vol.2" é lançado em São Luís Foi lançado nessa segunda-feira, 5, o livro 200 anos da Imprensa no Maranhão – (O valor social da imprensa) –Vol. 2, no Palacete Gentil Braga, no Centro de São Luís. O livro reúne artigos de 16 autores locais e nacionais. Com produção da Editora da UFMA, o livro possui prefácio do reitor Natalino Salgado e foi organizado pelo vice-reitor Marcos Fábio Belo Matos; pelo professor Roni César Araújo e pela professora Roseane Arcanjo Pinheiro.

Em breve, o livro estará disponível em e-book na internet Saiba mais e acompanhe o vídeo institucional em nossa bio. #descricaodaimagem Card informativo com plano de fundo na cor amarela e detalhes em tons de verde nas laterais. Ao centro , o título: "Campanha "Livro "200 anos da Imprensa no Maranhão - Vol.2" é lançado em São Luís ". Na parte inferior a palavra "matéria", seguida do logotipo do núcleo de produção audiovisual.

Presidida por João Batalha (Arari) e Secretariada por César Brito (Matinha) a FALMA deu posse na noite de ontem, na AMEI, a atual diretoria Academia Maranhense de Letras Infatojuvenil, tendo como presidente Sharlene Serra. A confreira Clores Holanda teve papel importante no decorrer dos trabalhos.

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