Exposição "Cópias"

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Galeria Inklusa

O Espaço surgiu, criando o lugar Cada um criou o seu. Um ponto, uma recta, um círculo, Um saco, um desenho, um lugar. Cada um no seu lugar e todos no seu lugar. Lugar físico mas também imaginário, Lugar para afectos, mas também para afirmações e decisões. Lugar criado onde o Homem se afirma e vive na plenitude possível. Com um ponto, uma recta, um círculo, um saco, um desenho um lugar. Este é o desejo desta luta de vinte anos para que nos próximos cem, os pontos, as rectas, os círculos, os afectos, os desenhos, os lugares e os sacos se unam; para dar lugar a um só lugar onde todos façam parte dele e sejam dele. Criar um lugar incluso é um começo do fim do caos. O caos que existe nos semáforos, na lógica das cores, na lógica dos conceitos, nas pedras da rua. Vinte anos passaram e o lugar foi criado só com um ponto. São precisos milhares de pontos, de sacos, de círculos, de rectas, de afectos, de vidas. Mas surgem no tempo com o tempo. Para isso surgimos para lutar por um lugar.

Jorge Oliveira Presidente do Espaço t


Desenho dos desenhos e Interpretação

O exercício de Desenho dos Desenhos, ou desenho de cópia, é conhecido na história da arte como fazendo parte da aprendizagem das artes. Este tipo de exercício pressupõe o estudo da expressão e da cultura gráfica do desenho oriundo das belas artes e da arquitetura. Sabe-se que diversos artistas têm usado esta prática não só durante a sua formação mas também durante o seu processo artístico, como processo de contínua aprendizagem e desenvolvimento da linguagem gráfica e plástica. Podemos recordar Cennino Cennini, Leonardo da Vinci, John Ruskin, De Chirico, Alberto Giacometti, para quem, como assumia Cézanne, ou ainda mais recentemente, David Hockney, se trata de «copiar para ver melhor». David Hockney é um artista que alude à cópia como método de aprendizagem, considerando que quando se copia, trata-se não só de analisar o que o outro apreendeu e transpôs para o papel mas, também, de assimilar a sua técnica e as suas qualidades sensíveis. A história do exercício de cópia importa a transmissão e a apreensão dos processos, das operações técnicas e sensíveis que cada autor imprime, bem como as próprias derivações resultantes de cada experiência. Aqui, a asserção de Deleuze faz todo o sentido, é na repetição que se encontra a diferença. Todavia, a diferença no desenho de cópia compromete o desenhador com a atitude de “estar disponível” (em princípio, todo o desenho pressupõe uma disponibilidade inerente ao processo de aprendizagem), ou seja, a repetição através da cópia pressupõe que se esteja disponível para aprender as diferenças que os próprios efeitos de repetição oferecem. Verifica-se, então, que o processamento da cópia implica variadíssimas ações e fenómenos; resultando numa multiplicidade de ações sintáticas e semânticas que envolvem o entendimento da linguagem gráfica. A tentativa de tentar descobrir um gesto gráfico, de perceber o modo como se faz - o desafio de imitar o gesto do outro - produz efeitos de descoberta e permitem inferir a capacidade de distinção e de realização de outras atitudes gráficas. Neste sentido, o exercício de cópia pode ser multiplicado por outras variações. Alterando o meio riscador mas mantendo-se a mesma atitude gráfica que se utilizou na cópia inicial, produzem-se experiências gráficas e expressivas distintas. Do mesmo modo, alterandose a dimensão e, ainda, o suporte, produzem-se novos resultados, alargando o campo de investigação e da acção gráfica e plástica. Na expectativa de encontrar diferentes resoluções gráficas, realizam-se assim diferentes experiências através de cópias das cópias, assumindo o exercício como uma interpretação da cópia inicial. Pedagogicamente, o exercício de interpretação da cópia é um outro modo de dar a ver, de assimilar gestos e atitudes, de conhecer novas técnicas e desenvolver outros recursos, bem como um modo de aceder à riqueza de uma cultura visual que a procura de imagens, suscita. Assim, a descoberta


de uma linguagem gráfica e plástica desenvolve-se pela imitação e repetição de gestos, atitudes e expressões gráficas, de múltiplos e diferentes autores; ao mesmo tempo que permite desenvolver uma cultura gráfica visual mais diversificada através da investigação crítica das imagens inscritas na história da arte e da arquitetura. Este processo constitui-se, em última análise, como um percurso de investigação para o desenvolvimento gráfico de uma linguagem própria, onde se gera, não a mesma coisa, mas outra – a expressão própria - totalmente distinta da que se detinha inicialmente.

José Manuel Barbosa, Outubro de 2015


Alfred SchĂśnian

Alvaro Fernandes

Amadeo Modigliani - Portrait of a young woman

Alexandra Dias

Amadeo Souza Cardoso – Os Galgos

Helena Xavier


Amedeo Modigliani - Jeanne Hebuterne

Ana Leonor Araújo

Claude Monet – woman with parasol turned to the left

Catarina Abreu

Jean Metzinger

António Lourenço


Dante Gabriel Rossetti

João Assis

David Hockney - Beach umbrella

João Assis

Luísa Ferreira David Hockney - Between Kilham and Langtoft


David Hockney - Lawn Sprinkler

Maria do Ceu Monteiro

Edvard Munch - Between the Clock and the Bed Hardcover

Marlene Gonçalves

Edvard Munch - O Grito

LuĂ­sa Ferreira


Elsa Moosbrugger Jacob - Big grey cat

InĂŞs Oliveira

Franz Marc - Grazing Horses

Paulo Pinheiro

Franz Marc - The Dream Manuela Miranda


Grant Wood - American Gothic

Ana Leonor Araújo

Henri Matisse - Large Red Interior

João Paiva

Sofia Martins de Sousa – O castigo

Helena Xavier


Leonardo Da Vinci - Dama com Arminho

Alexandra Dias

Lucian Freud - Girl with a Kitten

JoĂŁo Filipe Rodrigues

Vicent Van Gogh - Campo de Trigo com Ciprestes

Luis Neto


Paul Gauguin – woman with a flower

Ana Sofia Cartaxo

Paul Gauguin - When Will You Marry

João Filipe Rodrigues

Vladimir Kush - Sunrise by The Ocean

Pedro Cardoso dos Santos


Pablo Picasso – Woman with a flower

João Filipe Rodrigues

Pablo Picasso – Portrait de Marie Therese Walter

António Lourenço

Robert Delaunay - Rythmes

Pedro Cardoso dos Santos


Ticiano - Eleonora Gonzaga

Marta Amaral

Vincent van Gogh - Girassรณis

Fatima Serra

Leonardo da Vinci Mona Lisa

Pedro Cardoso dos Santos


Ficha Técnica Diretor Geral: Jorge Oliveira Produção e Montagem: Leonel Morais | Catarina Oliveira Relações Publicas: Cláudia Oliveira Formadora de Pintura – Teresa Brito


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