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AssociaçãodosEnfermeiros de Sala de Operações Portugueses

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indice

editorial

n.º 28

PELO SONHO É QUE VAMOS

3 editorial 5 CARTA DA PRESIDENTE DA EORNA 6 CONVITE

Sem sombra de dúvida, pelo sonho é que vamos. E é por isso que dedicamos a totalidade deste número da REVISTA AESOP à Comemoração do Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório que culminou com a realização de uma actividade de rua no dia 14 de Fevereiro, em Lisboa e no Porto. PELO SONHO É QUE VAMOS... Recordo-me que esta actividade estava a germinar na minha cabeça desde 1996 e este ano, quase sem perceber, tudo se foi proporcionando para a sua concretização.

7 PROCEDIMENTOS SEGUROS SALVAM VIDAS 10 PRESS RELEASE 11 FLYER 13 ACTIVIDADE EM LISBOA 27 TESTEMUNHOS 33 ACTIVIDADE NO PORTO 35 NOTICIA 36 agradecimentos

Muito antes de sabermos qual era a temática para o Dia Europeu a ideia foi tomando corpo, foram equacionadas todas as hipóteses, foram surgindo ideias, foram feitos contactos e eis que, de um momento para o outro, todos estávamos seguros que este ano seria o dito ano o ano da concretização do sonho. Desde sempre que sentimos a importância de divulgar QUEM SOMOS, QUANTOS SOMOS, O QUE FAZEMOS, assim como a necessidade de envolver os cidadãos nos cuidados perioperatórios. Neste contexto surgiu a ideia de apostarmos na exigência da marcação do local da cirurgia, prática que consideramos fundamental e hoje mandatada pela OMS como uma das medidas a implementar no contexto global da segurança do doente. Como em todas as associações houve os mais empenhados, os mais receosos, os mais “velhos do Restelo”, mas quando todos se consciencializaram da força do impacto, ninguém ficou indiferente e todos deram o seu melhor. Começaram os preparativos ... - A construção de um flyer para distribuir à população. - A estruturação do cenário em termos de equipamento - A estruturação do que se iria passar na tenda - A organização dos recursos humanos - A organização dos recursos materiais e equipamentos - A gestão das necessidades/recursos disponiveis - ....etc....... Percebemos que queríamos mostrar o nosso dia-a-dia, portanto era um teatro real. Construiu-se a ideia geral, baseada nos objectivos traçados e a partir daí a nossa actuação fluiria consoante as necessidades expressas pelos nossos visitantes.

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ficha técnica

As actividades foram programadas mas a resposta seria individualizada, cada visitante era único e especial e a nossa resposta seria centrada nas suas necessidades e orientada para dar resposta às suas dúvidas e inquietações.

AESOP revista VOL. X nº 28 ABRIL 2009 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses – AESOP

Tivemos a colaboração de colegas que até então nunca tinham colaborado de perto connosco, e o seu envolvimento foi tão grande e o seu testemunho tão importante que sentimos que temos que continuar a sonhar.

SEDE, REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, PUBLICIDADE E ASSINATURAS: Av. Do Brasil, 1 1700-062 Lisboa Telefone: 217923705 Fax: 214824578 e-mail:

PELO SONHO É QUE VAMOS… e no final do dia, quando a praça ficou de novo deserta, na boca dos que tinham vindo pela primeira vez a pergunta era … e para o ano, o que é que fazemos?

aesop@aesop-enfermeiros.org

PELO SONHO É QUE VAMOS e quando acreditamos naquilo que fazemos e na importância de que se reveste a nossa prática diária, todos os sonhos são permitidos para continuarmos a crescer e a dignificar a profissão que escolhemos e a área de cuidados pela qual nos apaixonámos. Obrigada a todos com quem tenho trabalhado ao longo destes 23 anos. Obrigada por serem loucos o suficiente para me acompanharem nos meus sonhos, para me refrearem quando sonho alto de mais, por me apoiarem sempre, por estarem envolvidos comigo, neste e noutros sonhos e na batalha pela melhoria da qualidade dos cuidados com vista à segurança do doente. Também a todos, que não enfermeiros, que nos ajudaram a concretizar este projecto, e que em lugar especial desta revista destacamos, o nosso BEM HAJAM. Maria José Dias Pinheiro Fevereiro 2009

DIRECTORA Fátima Ferreira SUB DIRECTORA Carla Cambotas CORPO REDACTORIAL Conceição Chambel Isabel Lajas Marília Franco Henriques Paula Rola COLABORADORES Eduarda Pinheiro Filomena Tavares Helena Martins Isabel Sequeira Margarida Guia Maria José Dias Pinheiro Mercedes Bilbao Teresa Rodrigues DESIGN E PAGINAÇÃO

Madalena Dias Costa IMPRESSÃO E ACABAMENTO Espaço Grafico, Lda. NÚMERO AVULSO

Portugal · 22,00 Europa · 30,50 ASSINATURAS Portugal · 50,00 Europa · 68,00 Alunos de Enfermagem · 32.00 PUBLICAÇÃO 3 vezes / ano TIRAGEM 2000 exemplares ISSN 0874-8128 DEPÓSITO LEGAL 147626/00

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carta

CARTA DA PRESIDENTE DA EORNA Dear colleagues and EORNA members all over Europe I would like to invite you all to join the fourth celebration of the “Perioperative Nurses Day” which is going to take place on 15th February 2009. EORNA’s Educational Committee proposes you the followed theme for 2009 which is: “Safe surgery Saves lives” This year, EORNA supports the WHO 2nd Global Challenge for Patient Safety, for patients benefit worldwide. “Safe surgery safes lives” is priority one for our profession as Operating Room Nurses, in other words giving the best care, secure and protect the patient undergoing surgery from various risks and many faceted situations pre, - intra - and postoperatively. In this theme, “Safe surgery saves lives”, we have to give deep focus in every patient’s needs of care, showing our professional knowledge, skills, responsibility and visions in this global extremely important issue. Let us share this Challenge, which aims to patient safety in general and in this case specifically – the patients undergoing surgery. Attention Operating Room Nurses! Join this celebration in order to accomplish this mission in every Operating Department all over Europe. Together we shall succeed. Best wishes Yours Irini Antoniadou EORNA President

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convite

O CONVITE A ENTIDADES: Ministério da Saúde Direcção Geral de Saúde Ordem dos Enfermeiros Ordem dos Médicos Parque Expo CVP Câmara Municipal do Porto Presidente da Câmara de Lisboa Director de Enfermagem do Centro Hospitalar do Porto Associações de Enfermeiros: - FNOPE- APE, Trabalho, Saúde Materna e Obstétrica, Reabilitação, Alto Alentejo, Sindicato, Escola Superior de Enfermagem Francisco Gentil Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende Escola Superior de Enfermagem S. Vicente de Paulo Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa Outros convites que as pessoas da Direcção entregaram pessoalmente.

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artigo P R O C E D I M E N TOS SEGUROS SALVAM VIDAS A Aliança Mundial para a segurança dos doentes foi criada em 2004 para dar resposta à Resolução 55.18 da Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial de Saúde. O grande objectivo desta Aliança é formular desafios para implementar e garantir a segurança dos doentes. O primeiro desafio foi sobre a infecção relacionada com os cuidados de saúde e o segundo tem a ver com “Safe Surgery Saves Lives”. A AESOP, como membro da EORNA tornou-se parceira neste desafio sentindo a responsabilidade de ser motor e impulsionador desta Campanha. Os cuidados cirúrgicos tornaram-se um componente essencial nos cuidados de saúde no último século. Com o aumento de incidência do grande trauma, das doenças oncológicas e cardio - vasculares o impacto do aumento das cirurgias cresce e tem uma importância cada vez maior nos Sistemas de Saúde. Estima-se que em todo o mundo se realizem, anualmente, cerca de 234 milhões de cirurgias major, o que corresponde a uma cirurgia por cada 25 pessoas. Como os serviços cirúrgicos estão distribuídos de uma forma muito desigual 30% da população mundial é submetida a 75% das cirurgias major. A falta de serviços e cuidados de saúde de qualidade continua a ser um problema significativo em todo o mundo apesar das cirurgias poderem ter um custo muito significativo em termos de morte e sequelas. Hoje em dia a cirurgia é por vezes a única alternativa para reduzir a invalidez e a morte. A actual estimativa é que em cada ano 63 milhões de pessoas são submetidas a cirurgias por causas traumáticas, 10 milhões por complicações de gravidezes e trinta e um milhões por doença maligna. Cirurgia Major inclui todos os procedimentos realizados em sala de operações que envolvam incisão, excisão, manipulação e sutura de tecidos requerendo anestesia geral ou loco regional ou sedação profunda para controlo da dor. Procedimentos cirúrgicos inseguros podem provocar danos muito grandes. Nos países industrializados surgem complicações major em 3-16% dos procedi-

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mentos cirúrgicos, com incapacidade permanente ou mortalidade em aproximadamente 0.4 a 0.8% dos casos. Nos países em vias de desenvolvimento a mortalidade situa-se em 5 a 10% das cirurgias. Nestes países, pelo menos 7 milhões de doentes cirúrgicos apresentam sequelas graves por complicações cirúrgicas e pelo menos 1 milhão morre durante ou imediatamente após a cirurgia. Cinco factos acerca da segurança cirúrgica: 1. As complicações cirúrgicas surgem em cerca de 25% dos doentes; 2. A mortalidade documentada por cirurgia major é de 0.5 a 5%; 3. Nos países industrializados metade dos eventos adversos, nos doentes hospitalizados, são devidos aos cuidados cirúrgicos; 4. Pelo menos metade dos “danos” cirúrgicos podem ser evitados; 5. As “boas práticas” são utilizadas de uma forma muito desigual mesmo nos blocos operatórios mais sofisticados. A Campanha “SAFE SURGERY SAVES LIVES” tem por objectivo alterar a situação através da implementação/utilização de BOAS PRÁTICAS, garantindo aos doentes cuidados de saúde com padrões de qualidade elevados. Não há um remédio simples para implementar a segurança nos procedimentos cirúrgicos. Tem que ser feito através de uma sequência correcta de etapas, não só pelo cirurgião mas por toda a equipa de saúde, trabalhando juntos, num sistema de saúde sustentável, que tenha como objectivo o beneficio do doente. O objectivo desta Campanha é implementar a segurança do doente em todo o mundo. Peritos de vários grupos de trabalho chegaram a um consenso sobre as áreas prioritárias de intervenção: · Prevenção da infecção no local cirúrgico, · Anestesia segura, · Equipas cirúrgicas seguras, · Estatísticas cirúrgicas fiáveis. A infecção do local cirúrgico continua a ser uma causa muito frequente das complicações cirúrgicas. Foi evidenciado o não cumprimento da profilaxia antibiótica e de má prática no processo de esterilização


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artigo dos dispositivos médicos. Estes factos não são devidos à falta de recursos, mas sim à falta de sistematização dos processos. Anestesia segura: as complicações anestésicas continuam a ser uma importante causa de morte, apesar da existência de standards para monitorização segura que diminuíram consideravelmente a mortalidade e morbilidade anestésica. Equipas cirúrgicas seguras: o trabalho de equipa é um elemento vital no funcionamento efectivo dos sistemas que trabalham com pessoas. Na sala de operações onde o stress é muito grande e onde há vidas em perigo, o trabalho de equipa é um elemento essencial para a prática segura. A qualidade do trabalho em equipa depende da cultura existente e da comunicação entre os vários intervenientes, bem como da sua competência, consciência e interacção. Dotações seguras são fundamentais. Estatísticas cirúrgicas fiáveis: um dos grandes problemas, no contexto dos procedimentos cirúrgicos seguros é a falta de dados fiáveis. É necessário definir os indicadores necessários para se obter uma estatística fiável. Pretende-se atinjir este objectivo ao: - Providenciar informação que demonstre o papel e os padrões da segurança cirúrgica na saúde pública, a médicos, administrações hospitalares e funcionários dos serviços de saúde, - Definir quais os “dados estatísticos vitais”para monitorizar nacional e internacionalmente os cuidados cirúrgicos, - Identificar um determinado número de “standards” de cuidados seguros que sejam aplicáveis em todos os países e lugares que possam ser compilados em checklists para serem utilizadas em todas as salas de operações, - Divulgar e implementar a utilização das checklist em “centros piloto”. Os grupos de peritos identificaram 10 objectivos que devem ser atingidos pelas equipas cirúrgicas durante os procedimentos cirúrgicos. Estes objectivos foram sumarizados numa tripla checklist, contida numa só página, para ser utilizada pelos profissionais de saúde, de modo a garantirem “procedimentos seguros”. Esta checklist foi chamada de “WHO SURGICAL SAFETY CHECKLIST”. Os 10 objectivos essenciais para uma cirurgia segura são: 1. A equipa opera o doente correcto, no local correcto 2. A equipa utiliza métodos que previnam

“dano” causado pelos agentes anestésicos, ao mesmo tempo que protege o doente da dor 3. A equipa reconhece e está preparada para responder aos riscos relativos à função respiratória 4. A equipa reconhece e está preparada para responder ao risco de perda de sangue 5. A equipa evita qualquer risco ou reacção adversa sabendo que isso pode acarretar um enorme risco para o doente 6. A equipa utiliza todos os meios para prevenir a infecção do local cirúrgico 7. A equipa realiza “contagens” de modo a prevenir a eventual retenção de compressas ou instrumentos, no doente 8. A equipa garante a correcta manipulação dos espécimes 9. A equipa comunica e informa com efectividade de modo a que o procedimento seja realizado de uma forma segura 10. Os Hospitais e os Serviços de Saúde monitorizam o movimento cirúrgico, números e resultados. As guidelines da OMS para cirurgia segura evidenciam os componentes essenciais aos cuidados cirúrgicos seguros que são a base da checklist. A Checklist é um instrumento simples e prático que qualquer equipa cirúrgica em qualquer lugar do mundo pode utilizar de modo a garantir que as fases pré intra e pós operatórias são realizadas, para benefício do doente, atempada e eficientemente. A checklist estabelece uma metodologia segura, que compreende uma sequência de procedimentos no pré, intra e pós-operatório de forma que os riscos específicos sejam minorados. Na fase pré operatória deve ser verificado o consentimento informado, a confirmação da identidade do doente, a cirurgia e o local a operar, devem ser verificados os equipamentos anestésicos e fármacos, bem como tudo o que é necessário para a cirurgia. Na fase intra operatória, deve terse em atenção o uso adequado de antibióticos, a imagiologia, a monitorização efectiva do doente, a eficácia do trabalho de equipa a competência anestésica, o julgamento clínico, uma técnica cirúrgica meticulosa e uma eficiente comunicação entre todos os elementos da equipa e a correcta dotação da equipa (cirurgião, anestesista e enfermeiros) de modo a garantir resultados seguros. Na fase pós operatória um bom plano de cuidados baseado nos acontecimentos intraoperatórios e empenhado na garantia da qualidade dos cuidados promove

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artigo a segurança do doente e conduz a bons resultados. O objectivo da WHO SURGICAL CHECKLIST é garantir que todos os elementos de segurança são incorporados na rotina da sala de operações e nos cuidados perioperatórios. Esta checklist foi elaborada com o objectivo de ajudar toda a equipa a minimizar o risco de “dano”, não é um instrumento regulador mas sim uma ferramenta de trabalho prática e eficiente. Na sua elaboração foram tidos em conta os princípios de simplicidade, aplicabilidade e mensurabilidade. Simplicidade porque toca nos acontecimentos mais importantes para a segurança, aplicabilidade pois pode ser utilizada em qualquer bloco operatório, do mais sofisticado ao mais elementar e mensurabilidade pois vai permitir quantificar, comparar e avaliar, através de benchmarking. INSTRUÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DA WHO SAFETY CHECKLIST: É essencial haver uma pessoa a coordenar a utilização da checklist – coordenador da checklist – responsável pelo preenchimento de cada uma das 3 caixas da checklist. Normalmente essa pessoa é o enfermeiro circulante. A checklist está dividida em 3 fases, cada uma correspondendo a um período especifico do procedimento: período anterior à indução (Sign In), período depois da indução e antes da incisão (Time Out) e período imediatamente anterior ou posterior ao encerramento da ferida cirúrgica (Sign Out). No Sign In o coordenador da checklist confirma verbalmente com o doente (quando possível) a sua identidade, cirurgia e local e verifica que foi obtido o consentimento informado. Verifica ainda a marcação do local da cirurgia, confirma com o anestesista a probabilidade da necessidade de sangue, via aérea, alergias bem como confirma o teste dos equipamentos e a existência dos fármacos apropriados. Idealmente o cirurgião deveria estar presente durante esta verificação. Para o Time Out a equipa faz uma pausa, imediatamente antes da incisão e confirma, em voz alta, a cirurgia e o local a ser intervencionado. Todos os membros da equipa devem verbalizar os pontos importantes da sua actuação, utilizando para o efeito a sua checklist. Confirmam também que 60 minutos antes foi administrado ao doente antibioterapia profiláctica.

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Para o Sign Out a equipa, em conjunto, revê a cirurgia realizada, a efectivação das contagens de compressas, instrumentos e corto-perfurantes e o acondicionamento dos espécimes. Revê necessidades do doente para o recobro e cuidados pós operatórios. Para o sucesso desta Campanha, cirurgiões, anestesistas e enfermeiros devem publicamente comprometer-se em aceitar o conceito de que a segurança é uma prioridade e que a utilização da checklist é essencial para garantir cuidados seguros. É fundamental que o cirurgião responsável pelo bloco operatório seja o primeiro a dar o exemplo, utilizando sempre a checklist nas suas cirurgias e monitorizando a implementação em todas as equipas. Esta forma de trabalhar vai permitir o diálogo para a resolução de problemas e permitir benchmarking intra e inter organizacional. Esta metodologia vai permitir medir a importância dos efeitos da cirurgia na saúde pública e medir a efectividade dos cuidados. Foram identificados cinco “indicadores estatísticos vitais” para estimar a capacidade cirúrgica, o volume de cirurgias e os resultados, que podem ser utilizados nos blocos operatórios para avaliar a adequação dos cuidados perioperatórios. SAFE SURGERY SAVES LIVES é uma iniciativa multifacetada e tem como objectivo minimizar “o dano” atrvés de cuidados perioperatórios seguros. Todos os países são convidados a participar nesta Campanha que inclui: · 10 objectivos para procedimentos seguros · 5 indicadores vitais para medir o progresso · 1 checklist cirúrgica para cada cirurgia. Os cinco indicadores vitais são: · Número de salas de operações em cada país · Número de cirurgias realizadas nas salas de operações de cada país · Número de cirurgiões, anestesista e enfermeiros perioperatórios em cada país · Número de mortes no dia da cirurgia · Número de mortes no hospital, em consequência da cirurgia. · Estes dois últimos itens permitem calcular a mortalidade aliada à cirurgia. M.J. Dias Pinheiro Tradução livre do documento da WORLD ALIANCE FOR PATIENT SAFETY


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press release PRESS RELEASE “DIA EUROPEU DO ENFERMEIRO PERIOPERATÓRIO” EUROPEAN PERIOPERATIVE NURSING DAY Celebra-se em toda a Europa, no dia 15 de Fevereiro de 2009 o Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório. Para este ano a European Operating Room Nurses Association (EORNA) escolheu o tema “Safe Surgery Saves Lives” – “Procedimentos Seguros Salvam Vidas”, fazendo uma parceria com a Organização Mundial de Saúde para o lançamento da Campanha com este tema. Em Portugal, a AESOP (Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses) celebra esta data com actividades de rua em Lisboa (Parque das Nações – Praça da Estação) e no Porto (Praça dos Leões), dia 14 de Fevereiro, entre as 10:30 e as 16.30. Serão reproduzidas salas de operação, onde se procurará desdramatizar a ideia geralmente concebida relativamente ao espaço cirúrgico e ambiente perioperatório e aproximar a população dos cuidados inerentes à prática da enfermagem perioperatória. Os procedimentos seguros serão abordados fazendo uso de uma checklist, ferramenta de trabalho que está presentemente a ser implantada em todo o mundo. Através desta representação, procura-se alertar e informar a população acerca da necessidade da sua participação activa nas questões relativas à segurança nas cirurgias. É necessário que a problemática dos “procedimentos seguros” passe a fazer parte das novas politicas de saúde. Estimativas apontam para a realização anual de cerca de 234 milhões de cirurgias major, ou seja, 1 por cada 25 habitantes no planeta Terra. É esperado um aumento do número de cirurgias. As cirurgias, de modo geral, têm altos índices de mortalidade e morbilidade – pelo menos 7 milhões de pessoas, anualmente, ficam incapacitadas devido a complicações cirúrgicas e mais de um milhão morrem. A OMS (Organização Mundial de Saúde), na sua campanha para “SAFE SURGERY SAVES LIVES” estabelece 10 objectivos para os “procedimentos seguros”, que incorpora numa checklist que deve ser implementada em qualquer parte do mundo. Esta checklist foi testada em países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento e foi provado que houve maior adesão ao cumprimento de standards de cuidados e redução da morbilidade e mortalidade. Estas checklist devem ser aplicadas em três momentos específicos do processo cirúrgico: imediatamente antes do doente ser anestesiado, antes da incisão e assim que a cirurgia estiver acabada. O Enfermeiro perioperatório é um profissional de saúde, com formação superior, com conhecimentos e habilidades que lhe permitem ajudar o doente, profissionalmente, no Bloco Operatório, a manter a sua estabilidade, segurança e bem estar, antes, durante e imediatamente após a cirurgia. A Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP), é uma organização profissional, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, fundada em Fevereiro de 1986 e considerada como Entidade Colectiva de Utilidade Pública desde 28 de Setembro de 2001. Em Abril de 1989 iniciou o trabalho com um grupo de enfermeiros europeus para a criação de uma Associação Europeia de Enfermeiros de Sala de Operações que foi constituída oficialmente em 1992 sendo portanto a AESOP membro fundador da European Operating Room Nurses Association – EORNA (www.eorna.eu). Para mais informações: AESOP: www.aesop-enfermeiros.org Assessoria de Imprensa: Inês Pimenta

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A AESOP, enquanto associação existe há cerca de 23 anos e ao longo da sua existência tem perseguido um objectivo: o de sensibilizar os cidadãos sobre o ambiente perioperatório e sobre os cuidados de enfermagem que se prestam aos doentes da área do bloco operatório. Finalmente, o sonho pôde concretizar-se e no passado dia 14 de Fevereiro, através da celebração do Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório o sonho tornou-se realidade e alguns cidadãos de Lisboa e do Porto puderam visitar um bloco operatório improvisado numa tenda insuflável. A desmistificação de alguns medos, receios, aproximando o ambiente, à partida, hostil, satisfazendo a curiosidade de quem nunca viveu aquela experiência num bloco, e se o fez, foi numa outra dimensão, a de doente, a de alguém que estando vulnerável, teve que se entregar e confiar naqueles que iriam cuidar dele. O dia 14 de Fevereiro aproximavase, mas o tempo teimava em chover, acompanhado de frio, o que de todo não era agradável. Mas, a vontade e o querer eram superiores e desejavam vencer as condições atmosféricas. E foi assim que, quando aquele dia chegou, o sol brilhou no céu azul e ajudou o dia a tornar-se mais alegre, iluminando e aquecendo a tenda que a todos acolheu. Assim, o dia 14 de Fevereiro começou muito cedo para algumas de nós. Já na véspera tínhamos saído tarde da Associação para empacotar tudo, rever tudo, para que nada faltasse na altura. Com toda a excitação, chegámos ao local meia hora antes do que tínhamos combinado, e depois de uma breve inspecção local e conversa com os seguranças, reparámos que a carrinha que transportava algum equipamento já lá estava estacionada à nossa espera. Descarregámos essa carinha e deu para irmos beber um café. Entretanto foram chegando as colegas e as carrinhas das outras empresas que emprestaram equipamentos. Nada de Cruz Vermelha. Preocupadas fizemos o telefonema e ficamos tranquilas quando ouvimos dizer: “estamos a chegar”. E chegaram; uma carrinha, uma ambulância e uma enorme camioneta com a tenda.

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Saíram os voluntários da CVP, talvez uns sete, eles e elas muito simpáticos e bem-dispostos e, de dentro do camião iam saindo coisas. Discutiu-se a colocação da tenda, onde seriam as entradas e tudo isto tendo em conta a existência de “um ponto de luz” que forneceria a electricidade para a tenda. O gerador começou a funcionar e em poucos minutos tínhamos a tenda montada. Pediram muita desculpa de o chão estar sujo e a Teresa conseguiu descobrir uma vassoura, nas empregadas de limpeza da Gare do Oriente. Limpo o chão, começou o improviso. A Bilbao comandava as hostes. Criou-se uma área de recepção, com espaço para as crianças fazerem desenhos e os adultos escreverem a sua opinião e organizaram-se outros espaços, nomeadamente para as crianças se vestirem (com roupa de B.O.), para a sala de operações e ainda para arrumações. Equipou-se a sala, improvisou-se um ecrã para se projectarem alguns vídeos, improvisaram-se actividades e sem serem necessárias mais explicações ou combinações cada uma percebeu o essencial do que era necessário ser feito, o que somos, o que fazemos, a importância que a segurança do doente tem para nós e a informação sobre a marcação do local da cirurgia. No fundo, e apesar de não haver um discurso combinado, cada uma de nós percebeu o essencial e com base na filosofia da nossa prática diária, falámos daquilo que conhecemos, do que é a nossa vivência diária, de como podemos ajudar os outros naquele momento, que cuidados oferecemos, como transmitimos a segurança que aquela pessoa necessita, etc.. Umas saíram da tenda e iam falar com as pessoas, explicando o que se passava e distribuindo os “flyers”, outras acolhiam as pessoas e faziam com elas um percurso inventado, respondia-se a perguntas, tiravam-se dúvidas. Crianças e adultos, portugueses e estrangeiros, escuteiros, um invisual, todos se mostravam interessados e curiosos. As perguntas tanto eram relacionadas com cirurgia como com a doença actual e até, a doença no geral. Contavam histórias de doença, contavam histórias de passagem por hospitais, questionavam sobre tudo e queriam informações sobre as áreas mais variadas.


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Dão vacinas? Fazem pensos? Mudam algálias? Fui mordido aqui por um bicho, o que devo fazer? Piquei-me numa roseira, acha que está infectado? As questões eram imensas. Gente com necessidade de falar, gente que só queria ouvir, gente que queria intervir. Para todos uma resposta, um sorriso, muita compreensão. O que o invisual gostou quando a Cristina lhe explicava as coisas e lhe colocava as mãos nos objectos para ele poder sentir. Convidei um casal de língua inglesa para entrar e encaminhei-o para a Bilbao. Foi ela que fez a visita guiada, que explicou tudo, com a sua enorme sabedoria, reparando quão atenta estava a senhora. No final a senhora diz: “sou enfermeira, professora na área do perioperatório, e este tema foi a aula que dei ontem, na Suécia, aos meus alunos”. Como o mundo é pequeno! Como a enfermagem perioperatória tem a mesma filosofia por toda a Europa! Como as preocupações dos enfermeiros perioperatórios são idênticas!

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E as visitas não paravam. De vez em quando cada uma de nós ia à área da arrumação comer uma fatia de tarte, uma fatia de bolo, uma peça de fruta que cada uma, por sua própria iniciativa tinha trazido de casa. E apareceram a RTP1, o “Correio da Manhã”, o Director da Escola de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, o representante da Direcção de Enfermagem de um Hospital de Lisboa, o representante da Direcção Geral de Saúde, representantes de outras associações de enfermeiros, elementos das empresas que foram sponsers desta actividade. E quando demos por nós eram horas de acabar. Estafadas, mas muito satisfeitas, cansadas, mas com a sensação de ter valido a pena. E quando a praça ficou de novo vazia estávamos felizes e com a sensação de que o nosso objectivo (de sensibilizar as pessoas) tinha sido totalmente alcançado. Maria José Dias Pinheiro


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actividade em Lisboa Também os senti motivados e confiantes, principalmente, pelo facto de irem falar de algo que diariamente faziam, o cuidar do doente na área perioperatória. Eles, melhor que ninguém, falam do seu dia-a-dia com o fascínio, a emoção de quem gosta do que faz e como faz. Além do mais, e apesar de não “pertencerem” a esta associação, ao vestirem a camisola, identificaram-se com a filosofia, objectivos e valores que caracterizam e identificam esta associação.

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Para a edificação deste projecto a nível nacional, foi necessário arranjar mais colaboradores. Foi assim, que após convites dirigidos a enfermeiros perioperatórios de algumas instituições, houve quem se disponibilizasse connosco para a concretização deste projecto. De facto, para alguns enfermeiros esta era a primeira vez que iriam colaborar em actividades com a AESOP.

Senti-os apreensivos, inquietos, mas ansiando que o dia chegasse. Afinal, estavam envolvidos numa actividade de grande responsabilidade pessoal, profissional e associativa, em que lhes era pedido que dessem a cara pela AESOP.

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Foi, também, para mim um dia muito especial, com muitas emoções e registos positivos, acreditando desde o primeiro momento, que seria uma maisvalia para todos os que nos visitaram e connosco puderam viver e partilhar este dia. Senti que éramos um grupo simples, único, coeso e dinâmico. Foi assim que depois deste dia, lhes foi pedido que cada uma falasse da sua experiência e vivência deste dia, pelo que aqui é reportado o registo dessas experiencias. Carla Cambotas


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actividade pretendeu ter uma vertente de educação para a saúde e não tendo sido a primeira em que participei, foi sem dúvida a que mais me marcou, não só por ser a primeira durante o meu percurso profissional, mas também por ser a primeira vez que esta iniciativa se realizou em Portugal.

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oi do meu ponto de vista, um marco importante na história da Enfermagem Perioperatória, pois conseguimos através de um processo sistemático e planeado explicar às pessoas como solicitar uma assistência adequada e individualizada aquando da sua passagem por um Bloco Operatório.

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o passado dia 14 de Fevereiro, decorreu em Lisboa e no Porto uma actividade de rua para celebrar o dia Europeu do Enfermeiro Perioperatorio.

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convite foi-me estendido pela Sr.ª Enf.ª Carla Cambotas, Presidente da AESOP, e desde logo o aceitei.

·Visitei a vossa exposição, gostei muito, a vossa simpa tia foi inesgotável. Pessoalmente achei positiva e enriquecedora a ideia. Continuem a salvar vidas. Contamos convosco. · Agradeço esta iniciativa pois como futuras enfer meiras sentimo-nos muito mais elucidadas relativa mente a todos os diferentes procedimentos realizados no bloco operatório. · Vim ver a vossa exposição e é de facto muito impor tante, porque como eu irei ser operada brevemente assim podemos estar a par do que no fundo é uma

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ransmitimos os aspectos mais importantes do período perioperatorio explicando que uma assistência integral e individualizada possibilita a implementação de intervenções que atendem às reais necessidades do paciente, de forma a minimizar a sua ansiedade e os riscos inerentes ao procedimento cirúrgico. Facto que se verificou através

operação, e ver também todos os aparelhos que vão estar em contacto connosco. Continuem a fazer isto que é bom. Obrigada. · É sempre preferível visitar uma sala de cirurgias em vez de ser utilizador, mas é bom saber que podemos estar descansados quando lá vamos e que tudo acon tece para nos ajudar. · Muitos parabéns pela excelente iniciativa que visa entre outros aspectos o desmistificar o bloco operatório. Acções como esta não são só sempre bem-vindas como desejáveis. Bem hajam.

da distribuição de panfletos que corroboravam as nossas explicações.

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erificou-se a presença de muitos curiosos, a maioria leigos, que de uma forma muito sincera demonstraram o seu interesse e fizeram com que esta nossa acção tenha asas para voar, ou seja, que nos próximos anos se possa vir a repetir.

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m aspecto que me agradou particularmente foi a presença das crianças, e a forma como, com a sua simplicidade, tornaram ainda mais especial esta iniciativa.

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ica este acontecimento como um marco na vida de cada um que participou. Joana Reis IPO Lisboa

· Iniciativas como esta são de extrema impor tância para a sensibilização para as questões da saúde, e alertam para a responsabil idade da prevenção do erro perioperatório. Parabéns e mantenham o espírito de iniciativa. · Gostei imenso. Parabéns pela iniciativa. Continuem a apostar no conhecimento e muito, muito na humaniza ção dos hospitais. · Considerei esta exposição de extrema impor tância para clarificação das popu lações sobre as inter venções no pré, durante e no pós-operatório.


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enfermeiro perioperatório é responsável pela promoção da segurança do doente no Bloco Operatório e na UCPA, devendo aplicar a(s) check-list(s) relativa(s) à confirmação de todos os procedimentos seguros aplicáveis a esse doente. A comemoração do dia internacional do enfermeiro perioperatório evidenciou a união dos enfermeiros perioperatórios portu-gueses e, promoveu a divulgação do seu trabalho às pessoas que visitaram a tenda com o Bloco Operatório improvisado.

de doente que vai ser operado. Foi importante, estar com as pessoas, ouvir os seus medos ou as suas percepções erradas sobre o Bloco Operatório, por forma a corrigi-las e diminuir o stress associado à realização de uma cirurgia. Tive a oportunidade de apresentar o “nosso” Bloco Operatório a muitas pessoas, de diversas nacionalidades e diferentes faixas etárias e, todas expressaram a importância da repetição desta actividade noutras cidades do país, a fim de desmistificar o Bloco Operatório.

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odos os visitantes da tenda demonstraram interesse em conhecer as funções do enfermeiro perioperatório, assim como, o equipamento /instrumentos necessários para a realização de uma cirurgia.

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actividade realizada pela AESOP permitiu-me partilhar os meus conhecimentos com outros enfermeiros perioperatórios, mas principalmente com diversas pessoas de outras áreas profissionais interessadas em ver um Bloco Operatório pela primeira vez ou noutra perspectiva, sem ser a

· Adorei visitar o stand. Muitos sucessos para a AESOP. Parabéns pela ideia de sensibilizar para a importância que todos devemos dar aos procedi mentos cirúrgicos. · Parabéns pela iniciativa. Ajuda a divulgar o que se passa num bloco operatório, o que desmistifica. É bom saber o que se encontra. · Iniciativa útil, com pessoal simpático e competente. A repetir em outras partes do país. · Com a vinda à tenda do bloco operatório AESOP, fiquei encantada por conhecer este bloco, muito

sta foi a primeira actividade em que participei enquanto membro da AESOP, pelo que senti uma responsabilidade acrescida na mensagem transmitida à população. Procurei explicar sucintamente as funções do enfermeiro perioperatório no Bloco Operatório, ao mesmo tempo que criava um espaço para exposição de dúvidas ou de reflexão com base nas experiências verbalizadas por algumas pessoas. De todos os visitantes, foram as crianças que vivenciaram o momento com mais curiosidade e tiveram

bem acompanhada pela Enf.ª Carla, é maravilhoso conhecer onde entramos para ser operados. Muitos parabéns a todas vocês que são os anjos dos doentes. Muito obrigada por tudo quanto dão. Um grande beijo.

uma participação mais activa durante a visita à tenda. Colocaram a touca, a máscara, vestiram a bata e os menos envergonhados até “simularam” uma cirurgia, sob o olhar atento dos pais e de outros visitantes. No fim, foi solicitada a cada criança a realização de um desenho alusivo ao que aprenderam em relação ao Bloco Operatório. Como enfermeira perioperatória, posso dizer que fiquei contente com a realização desta actividade e com o seu impacto na população abrangida. Senti a união e o apoio de todos os enfermeiros presentes, com os quais interagi ao longo do dia. Penso que o espírito de grupo esteve mantido desde o início da actividade (montagem da tenda e do Bloco Operatório) até ao fim, o que me fez sentir inserida no grupo e me motivou para a realização de outros eventos desenvolvidos pela AESOP. Sara Fonseca Hospital D Estefania

debato. Obrigada, agradeço que me compreendam e que possa haver uma relação melhor de diálogo entre médico e paciente.

· Iniciativas como esta dãonos sempre um bocadinho de reconforto. Parabéns.

· Parabéns pela iniciativa desta exposição. De certa forma, o trabalho do médi co e do enfermeiro se assemelham ao do artista. Mas a responsabilidade é outra, bem maior!

· Achei uma ideia fantástica. Estão de parabéns.

· Parabéns pelo dia e pela iniciativa. Muitas saudades.

· Discordo que não haja acompanhamento psicológico, a nível de informações clínicas. Para esclarecer dúvidas e interrogações em que eu neste momento me

· São as maiores. · Muitos parabéns! Foi sem dúvida uma oportunidade para contactar com a reali dade hospitalar.

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esde o primeiro dia que entrei na Associação que me senti envolvida por esta grande família composta por pessoas fantásticas quer a nível pessoal, como a nível profissional e que rapidamente me fizeram sentir envolvida nas suas actividades. Foi com muita alegria que recebi o convite de participar neste evento fantástico. Sonhamos, sentimos, concretizamos, foi o que senti nesse dia. O facto de ter participado pela primeira vez numa actividade como elemento da AESOP foi para mim motivo de orgulho e de alegria.

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nicialmente confesso que andava um pouco desapontada com o tempo, pois parecia

· Excelente iniciativa! Mais dias assim e cá estaremos para apoiar (sponcer). · Eu gostei do que vi. A enfermeira foi excelente. Obrigada por o que vi. · Como profissional de saúde este projecto serviu para lançar um Alerta para a relação técnico/doente. Saber ouvir o doente e ir ao encontro das suas verdadeiras necessidades. O lado humano vai servir para a recuperação física, psíquica e social. Daqui a minha realização profis sional passa por uma ati tude humanista na saúde. Deixo o meu alerta para todos os profissionais de

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que tão cedo São Pedro não abrandava as águas que teimavam em cair, mas ao que parece São Valentim pediu tréguas, e o dia nasceu solarengo, e a calma sentida pelo amanhecer, contrastava com a adrenalina que sentia a aumentar a cada hora que passava. Inesperadamente sentime calma, pois as colegas foram incansáveis a envolverem-nos neste projecto, pois nunca me senti sozinha nem desapoiada, muito pelo contrário, sempre senti um olhar de apoio e encorajamento. Profissionalmente senti-me muito realizada, de estar ao pé das pessoas, de mostrar o nosso trabalho, de fazer sentir junto da população que todas as horas do nosso labor, é em prol da segurança das pessoas, e creio que quem esteve nessa tenda, nesse dia sentiu isso, deixando por escrito, mensagens de alento e de parabéns, o que dá mais força a este projecto e vontade de continuar.

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abordagem das pessoas foi simplesmente fantástica. Foram raras as situações em que se recusavam, a ouvirnos. A maioria das pessoas que

saúde. Continuação de um bom trabalho. · Gostei muito de estar no bloco operatório. Aprendi muitas coisas giras. (cri ança) · Discordo que não haja acompanhamento psicológico, a nível de informações clínicas. Para esclarecer dúvidas e interrogações em que eu neste momento me debato. Obrigada, agradeço que me compreendam e que possa haver uma relação melhor de diálogo entre médico e paciente. · Gostamos muito do que vimos e do que aprendemos. É muito importante este tipo

contactei foram simpáticas e mostravam interesse, no que estávamos a dizer. As pessoas que não iam no primeiro momento em que as abordávamos, regressavam pouco tempo depois com as suas crianças o que foi bastante gratificante. Foi extremamente compensador, mostrar à população que a segurança nos cuidados que prestamos ás pessoas é para nós determinante no nosso trabalho.

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essoalmente, a atenção prestada pelas pessoas foi determinante para o êxito da nossa iniciativa, todos os olhares atentos foram motivadores, e dão-nos força para querermos continuar e ir mais além. Obrigado por me deixarem fazer parte desse sonho, pelo carinho, pelo apoio, e de pertencer a esta grande Associação.

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eijinhos Carla Rainha Hospital D Estefania

de acções, para que as pes soas crescidas tenham o máximo de conhecimento sobre o que lhes vai aconte cer e às crianças é impor tante pois assim vão per dendo o medo dos médicos e das operações. Gostámos muito do que vimos e de como nos foi apresentado. Parabéns e continuem. · Gostei muito desta exposição. Aprendi muitas coisas e achei interessante (criança). · Na minha opinião acho que deveria ser feito mais destas iniciativas, pois assim se vê que o senso comum nem sempre é o real. Aprende-se mais assim.


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participação no meu primeiro evento da AESOP, surgiu após o convite de uma colega de trabalho que além de ser sócia, é também uma colaboradora activa em todos os eventos da associação.

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o passado dia 14 de Fevereiro, logo pela manhã dirigi-me à tenda onde estaria o simulacro de uma sala de operações.

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m relação à minha participação no evento, tinha traçado apenas dois objectivos iniciais: participar no meu primeiro evento da AESOP e tentar dar a conhecer aos utentes um pouco do trabalho do enfermeiro perioperatório.

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oi com grande satisfação que, não só atingi os objectivos traçados como também os ultrapassei em larga escala.

N

aquelas curtas horas em que estive na tenda, tive a oportunidade de dar a conhecer o meu trabalho a vários utentes, que na sua condição de exploradores da sala de operações, me colo-

cavam as suas dúvidas, opiniões receios e medos de acordo com as suas experiencias vividas.

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i que todos nós temos uma forma única de nos exprimirmos e o quanto nos tornamos frágeis quando nos confrontamos com algo que invade a nossa integridade física e nos torna dependentes. Não importando a nossa idade, sexo, raça, condição social ou económica.

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urante este dia, a transmissão de conhecimentos não foi, em nada, unila-teral. Aprendi muito…

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prendi a importância que nós, enfermeiros perioperatórios, temos perante um ser humano, ao qual lhe vamos induzir um coma anestésico.

A

prendi que temos um grande privilégio, ao cuidarmos da pessoa, no seu estado mais vulnerável enquanto condição humana.

criança me perguntou: “também tinhas medo se te fossem cortar a barriga?”.

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prendi que estes medos podem ser diminuídos se tirarmos a máscara e falarmos com a pessoa que temos à nossa frente, de igual para igual.

A

prendi a importância de um doente saber que, por trás de tantos panos verdes, batas, máscaras e luvas está alguém preocupado em dar o seu melhor.

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prendi, aprendi, aprendi… para mim, esta foi a melhor parte de todo o evento. Saber que não sou apenas uma instrumentista, uma circulante ou uma enfermeira de anestesia, mas acima de tudo, sou uma pessoa que cuida de pessoas como eu e tenho a certeza que confiam em mim, mesmo enquanto dormem. Inês Pôla IPO Lisboa

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prendi que tal como eles, nós também temos os mesmos medos. Quando uma

Adoro trabalhar convosco. (sponcer)

· Acho que cada vez mais e ainda bem, que as pessoas são mais elucidadas, e prin cipalmente as crianças. Acho muito interessante, só que deveria ser mais tempo. Parabéns. Continuem.

· Que continuem com a mesma força para que estas iniciativas se possam alargar a muitas crianças.

· Gostei da iniciativa, acho útil para que as crianças e adultos possam ter contacto com aparelhos e utensílios hospitalares, que tantos dramas e confusão nos fazem quando deles pre cisamos.

· Acho muito importante acções deste género princi palmente junto dos mais jovens, para desmistificar o bloco operatório, pois pos sivelmente os nossos filhos poderão ter que vir a ser operados.

· Podia dizer que adorei a ideia e a iniciativa mas no meu caso só posso dizer que podem sempre contar comi go. Nestas e noutras inicia tivas pensadas no doente.

· Penso que é muito impor tante este tipo de iniciativa, de forma a podermos todos perceber a importância de todas as pessoas no bloco de cirurgia. Em relação à

explicação gostei muito e foi tudo muito bem explica do. Obrigada. · Parabéns pela iniciativa e pelos profissionais destaca dos para o evento, que são esforçados pela explicação dada. Devem apenas divul gar melhor, na próxima vez, pois o interesse é grande em assistir a esta demonstração. Sugiro mail D24tab@hotmail.com · Os meus parabéns pela iniciativa. · Parabéns pela iniciativa, ajudando a desmistificar o cenário das cirurgias.

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No Porto, a actividade realizou-se na Praça dos Leões, onde fizemos também a encenação de um Bloco Operatório montado numa tenda de campanha, com equipamentos e vários DM, desde ventiladores, monitores, marquesa, instrumentos cirúrgicos e obviamente com enfermeiros fardados como se realmente estivessem num cenário verdadeiro de Bloco Operatório, para divulgarmos junto dos cidadãos as actividades dos enfermeiros perioperatórios. Desde manhã e até ao encerramento da tenda, por volta das 17horas, tivemos numerosos visitantes, de todas as faixas etárias, que acorreram com a curiosidade de ver como era um Bloco Operatório e o que faziam os enfermeiros. Apesar de ser um ambiente conhecido, para alguns, foi com grande admiração e respeito que todos percepcionaram os recursos e meios necessários ao funcionamento de um BO, assim como a especificidade dos cuidados que os enfermeiros desenvolvem durante uma intervenção cirúrgica, com a finalidade de promover a sua segurança, prevenindo a ocorrência de acidentes e complicações. Foi interessante verificar que no período da tarde, após ter passado uma reportagem desta actividade na televisão à

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hora do almoço, surgiram algumas pessoas que tinham cirurgias planeadas e que manifestaram curiosidade em conhecer um BO, saber o que iria acontecer durante a cirurgia e de que forma os enfermeiros iriam zelar pela sua segurança. As pessoas que nos visitaram, deixaram expressos vários comentários de simpatia e apoio, que norteiam e reforçam a nossa vontade de não baixar os braços perante as adversidades e os obstáculos encontrados durante o desempenho das nossas actividades. Os enfermeiros perioperatórios devem, por isso, continuar a manifestar as suas opiniões e a demarcar as suas posições, apesar da incompreensão das organizações relativamente a determinados aspectos nomeadamente a segurança e gestão do risco ( dotações seguras), a não utilização do têxtil, o não reprocessamento dos DM de uso único, a ausência de processo de integração dos enfermeiros recém-admitidos, entre outros. Registámos com agrado a visita de muitos colegas, enfermeiros de BO, que se quiseram associar a Nós, dando voz e força a este projecto, e porque não um sonho, assim concretizado, abrindo as portas de uma Sala que permanece para muitas pessoas como um templo misterioso onde se restituí a saúde e melhora a qualidade de vida. Queríamos ainda agradecer a todas as entidades, organismos e pessoas envolvi-


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a c t i v i d a d e n o P o r t o · 198 vis itantes das, que de alguma forma tornaram possível a concretização desta campanha desenvolvida pela AESOP, que pretendeu essencialmente dar visibilidade ao trabalho do enfermeiro de sala de operações, dando a conhecer aos cidadãos porque e para que existem enfermeiros num BO. A finalizar, não podemos deixar de dizer que no já longo percurso profissional que temos como enfermeiros de Bloco Operatório, esta foi provavelmente uma das experiências mais gratificantes que tivemos · Gostei muito, porque nunca tinha entrado e não sabia que era tão interes sante uma sala de operações. · A experiência prática de todos aqueles que exercem a sua profissão num bloco operatório está aqui bem ilustrada nesta tenda que nos dá a conhecer os riscos e as práticas mais correctas para uma boa cirurgia. · Gostei muito das expli cações. É muito interes sante. · Muito boa iniciativa. A informação é essencial para um bom cuidado aos doentes. · A partir de agora, darei sem dúvida mais importân cia aos enfermeiros do bloco operatório. · Fiquei informada do modo como me explicaram o processo de uma operação. O doente deve estar dentro do assunto · Excelente iniciativa. É muito importante dar a con hecer o trabalho pouco visível destes técnicos. Parabéns. · Eu gostei muito de ver como se trabalha num bloco operatório. · Gostei, foi uma experiên cia muito boa.

oportunidade de vivenciar, esta aproximação aos cidadãos, potenciais doentes, permitiu-nos dar a conhecer as várias dimensões da intervenção do enfermeiro perioperatório – QUE CUIDAMOS PELA SUA SEGURANÇA. Filomena Correia H.U.C. Coimbra

· Adorei saber o que fazem os enfermeiros no bloco operatório.

· Iniciativa simples mas de grande significância. Parabéns.

· Gostei muito de conhecer o afastador.

· Achei esta iniciativa muito interessante. A explicação fornecida ajudou muito a tirar dúvidas e alguns medos que se sentem quan do se vai ser operado.

· Fiquei muito bem impres sionada com as explicações que me foram dadas. Muito obrigada.

· Gostei muito. · Gostei de toda a infor mação que me deram. Os enfermeiros no bloco têm também muita responsabili dade. Parabéns pela vossa tão simpática e útil divul gação. · Gostei de ver um bloco operatório. Foi a primeira vez e gostei. · Acho que é muito interes sante o esclarecimento. Já fui operado algumas vezes e não sabia que estava tão vigiado! Bem-haja a estes profissionais de saúde. · Parabéns pela vossa acção. É uma excelente forma de dar a conhecer às pessoas a área tão extensa da saúde e sensibilizar as mesmas para a importância de todos os que nela participam. · Foi uma experiência em que fiquei esclarecida. · Gostei desta experiência porque aprendi mais o que se passa nos blocos operatórios.

· Eficiência que eu gostei muito de saber e ver para ficarmos mais elucidados. · Gostaríamos de agradecer a experiência e os conheci mentos transmitidos. A ini ciativa é bastante boa. Obrigado. · Foram fornecidas várias informações com bastante utilidade. Continuem. · Tudo muito bom. · Fiquei bem informado da forma como me explicaram. · É uma boa forma de infor mar as pessoas e de lhes desfazer alguns medos. Parabéns. · Gostei desta experiência porque aprendi mais o que se passa nos blocos oper atórios. · Achei muito giro e as operações são uma experiência gira.

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divulgação NOTICIA (LUSA) Saúde: Cirurgias devem ser feitas com pelo menos três enfermeiros na sala Lisboa, 15 Fev A Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses classificou hoje fundamental para minimizar o risco para os doentes a presença de três enfermeiros especializados nas cirurgias, "prática que está a perder-se em alguns hospitais por razões economicistas". O alerta da associação surge na véspera do Dia Europeu dos Enfermeiros Perioperatórios, profissionais que possuem conhecimentos e habilidades que lhes permitem ajudar o doente no bloco operatório mantendo a sua estabilidade, segurança e bem-estar antes, durante e imediatamente após a cirurgia. "Alguns hospitais estão a reduzir o número de enfermeiros perioperatórios nas urgências e esta prática aumenta o risco de virem a ocorrer incidentes", disse à Lusa a enfermeira Dias Pinheiro, fundadora da associação. Segundo a enfermeira, com "as políticas economicistas, algumas unidades de saúde permitem que as cirurgias sejam feitas com menos de três enfermeiros, des viando um deles para outras áreas". Cada um dos três enfermeiros que devem acompanhar uma cirurgia tem uma tarefa dentro de uma sala de operações, defendeu: "Um dos enfermeiros está atento a tudo o que se passa no campo estéril e dos materiais que são necessários, outro está com os olhos no doente atento a cada sinal, auxiliando também o anestesista, e um ter ceiro é o gestor da sala, fazendo o controlo

das infecções, dando os tempos certos e fazendo o contacto com o exterior". Os três garantem a segurança do doente enquanto está a ser operado, defendeu. Ao ser reduzido o número de enfermeiros dentro da sala, "aumenta o risco para o doente e para a equipa cirúrgica", alertou Dias Pinheiro. Em Portugal existem cerca de cinco mil enfermeiros nesta especialidade mas, segundo a responsável da associação, seriam precisos muitos mais. A celebração pelo 4º ano do Dia Europeu dos Enfermeiros Perioperatórios, no domingo, chama a atenção para esta realidade e visa divulgar esta actividade junto da população, acrescentou. Para assinalar a data este ano, a European Operating Room Nurses Association (EORNA) escolheu o slogan "Safe Surgery Saves Lives" ("Cirurgias Seguras Salvam Vidas"), fazendo uma parceria com a Organização Mundial de Saúde para o lançamento de uma campanha com este tema. Em Portugal, a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses promove hoje actividades de rua em Lisboa (Parque das Nações - Praça da Estação) e no Porto (Praça dos Leões), entre as 10:30 e as 16:30. Serão reproduzidas salas de operação, onde os enfermeiros procurarão desdramatizar a ideia que geralmente se cria destes espaços, bem como aproximar a população dos cuidados inerentes à prática da enfermagem perioperatória.

DIVULGAÇÃO Foi feita a divulgação tendo os Órgãos de Comunicação Social dado cobertura a este acontecimento através de vários programas e artigos, nomeadamente: Programa Sociedade Civil, dia 11 de Fevereiro Jornal da Tarde – RTP1 – notícias sobre a actividade de rua no Porto dia 14 de Fevereiro Telejornal – RTP1 – notícias sobre a actividade de rua em Lisboa, dia 14 de Fevereiro Jornal Correio da Manhã do dia 15 de Fevereiro Jornal Diário de notícias de 15 de Fevereiro Jornal Destak de 17 de Fevereiro Jornal Expresso de 14 de Fevereiro

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AGRADECIMENTO A Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP) vem agradecer a vossa disponibilidade e colaboração que possibilitou a realização de uma actividade de rua para a comemoração do Dia Europeu do Enfermeiro Perioperatório. Esta actividade estava nos nossos projectos há já bastante tempo, e este ano, graças ao vosso empenho conseguimos que se tornasse realidade. Teve um impacto enorme nas pessoas, em Lisboa tivemos 293 visitantes e no Porto 198, houve reportagem na RTP 1 no Jornal da tarde e Telejornal do dia 14, com cerca de 2,5 minutos cada peça. Temos testemunhos dos visitantes muito lisonjeiros e apelando para a repetição da actividade porque foi muito importante e esclarecedora. Porque temos consciência da importância de envolver os cidadãos nos cuidados de saúde e da sua participação activa no processo de doença entendemos ser esta uma das formas de alerta. Por vezes temos que ser arrojados nas chamadas de atenção que fazemos. Estamos muito gratos, por nos ter sido possível, enquanto enfermeiros perioperatórios, chamar atenção para aquilo que fazemos, como fazemos e a importância que para nós representa o promovermos e garantir a segurança do doente no período perioperatórios. Por tudo isto o nosso bem-haja e a certeza de podermos contar convosco. Carla Cambotas Presidente da AESOP

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