O uso da hipotermia também evitaria um dos testes empregados hoje no diagnóstico de morte cerebral (ou morte encefálica): o chamado ‚teste da apnéia, ou seja, o desligamento do respirador mecânico por até 10 minutos.213 O pior é que, nesses pacientes recuperáveis, a aplicação do teste da apnéia pode reduzir drasticamente a circulação sangüínea cerebral, tornando a lesão só então irreversível. Não é exagero dizer que o teste da apnéia induz a morte (que deveria apenas diagnosticar) nessa parcela de pacientes em coma e com reflexos cefálicos ausentes, tornando inúteis os exames confirmatórios feitos em seguida.214
As primeiras tentativas de transplantes de órgãos foram feitas na década de 1950. Na época, os órgãos eram removidos depois que o coração do doador tinha parado de bater, mas a maior parte dos transplantes não tinha êxito. Em entrevista ao periódico HLI Reports, o Dr. Paul Byrne disse: Hoje os órgãos são tirados enquanto o coração está batendo e enquanto a circulação e a pressão do sangue estão normais. O doador não está morto antes da retirada do coração batendo ou do fígado. Há uma ficção legalizada para se determinar a morte: “morte cerebral”.215
Embora muitos cristãos sintam que o transplante do coração e do fígado não seja algo eticamente certo, devido ao fato de que esses órgãos só podem ser transplantados quando são removidos de pessoas vivas, o Dr. Byrne diz que há órgãos que podemos doar com segurança: Só os tecidos (tais como as córneas, as válvulas do coração, os ossos e a pele) são úteis para transplante depois da morte. Num gesto de solidariedade, uma pessoa pode dar um órgão quando há um par (por exemplo, doar um dos dois rins para alguém que está em necessidade desesperadora). A retirada do órgão não deve causar morte ou mutilação que debilite o doador.216
Uma pergunta que precisamos fazer como cristãos é: Será que a alma não está mais presente num corpo 213
Cícero Galli Coimbra, Ciência Hoje, Vol. 27, Nº 161, p. 27. Cícero Galli Coimbra, Ciência Hoje, Vol. 27, Nº 161, p. 28. 215HLI Reports (HLI: Front Royal-EUA, 1998), p. 8. 216Idem. 214
128