Jornal SINTSEP-PA Set/Out 2012 folha dupla

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- Setembro/Outubro de 2012

Setembro/Outubro de 2012

JORNAL DO

Resumo das Tabelas PGPE, CPST (ativos NS, NI e NA)

BALANÇO DA CAMPANHA SALARIAL 2012

Servidores federais derrotam política de reajuste zero de Dilma Roussef Greve dá o tom à campanha salarial 2012 Os servidores públicos federais protagonizaram a maior e mais forte greve após a chegada do PT ao poder. O movimento teve início com os docentes das universidades federais, que entraram em greve no dia 17 de maio. Quase um mês depois foi a vez dos trabalhadores da base da CONDSEF e dos técnicos administrativos das universidades reforçarem a luta. Posteriormente deflagraram greve os policiais federais e os policiais rodoviários, servidores das agências reguladoras, funcionários da ANVISA e auditores fiscais. A maior greve de todos os tempos foi motivada principalmente pela política de

sucateamento dos serviços públicos e de congelamento salarial imposto pelo governo Dilma, dando continuidade às medidas neoliberais aplicadas pelos governos de FHC e Lula. Mesmo que o discurso do governo do PT seja anti-privatizações e de valorização do serviço público, a prática é bem diferente: faltam concursos públicos e condições adequadas de trabalho, para que possamos prestar um serviço de qualidade à população brasileira. Fora isso, nossas perdas salariais históricas rebaixaram tanto nossos salários que uma grande parte da nossa categoria está endividada. FONTE: CONDSEF

A rebeldia se sobrepôs à enrolação do governo Mesmo com a relutância das direções sindicais ligadas ao PT/PCdoB e até os companheiros da CSP-CONLUTAS, que não realizaram greve em São Paulo e Rio Grande do Norte, estados em que dirigem os sindicatos, não foi possível impedir a rebelião da base, que cansou de ser enrolada durante seis meses. A ampla maioria das direções (Cutistas/Petistas) que ainda

guardam ilusões no governo Dilma/Temer (PT/PMDB) não queria a greve, por isso insistiu nas intermináveis mesas de enrolação, razão pela qual a greve saiu muito tarde. Entretanto, a categoria não suportou a enrolação e deflagrou greve contra o governo subserviente aos interesses capitalistas das elites dominantes, tanto nacional como internacional.

A elite dominante e o governo atacam o movimento Não foi fácil administrar a greve. Primeiro, o governo utilizou-se de todas as medidas coercitivas para fazer o movimento recuar. Medidas como corte de ponto, ações judiciais, pressão psicológica e assédio moral foram as armas do governo. Mas não foi só isso. A grande imprensa escrita, falada e televisiva não pouparam os ataques aos servidores em luta. Os editoriais da rede globo, dos jornais

Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Correio Brazileinse não pouparam os grevistas, taxando-os até de sangue azuis. Todavia, a categoria não se intimidou, foi para cima, enfrentou o governo e a mídia patronal, fez três grandes marchas em Brasília, dois acampamentos e dezenas de atos nas principais cidades do país, dialogando com a população sobre a realidade do serviço público no país.

AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO E PLANO DE SAÚDE

Veja as tabelas dos reajustes em benefícios a partir de 2013

A greve derrotou a política de reajuste zero de Dilma Várias foram as declarações dos representantes do governo e de sua equipe econômica de que não havia margem para conceder reajuste aos servidores. Não se conseguiu conquistar o índice de 22,08% o que, em nossa opinião, era possível. Porém, conseguimos derrotar a política de reajuste zero do governo e poderíamos ter alcançado muito mais se tivéssemos apostado em um comando que negociasse de forma unificada com o governo e que não cedesse às migalhas, como fizeram os companheiros da CUT (PT), CTB (PCdoB), CSP-CONLUTAS (PSTU) e Intersindical (setores do PSOL). Nós, do SINTSEP-PA e da Associação de Nacional de Sindicatos Independentes Unidos pra Lutar, não aceitamos este acordo, justamente porque percebemos a disposição de luta da categoria e a fragilidade em que se encontrava o governo, que perdeu

popularidade em todas as capitais devido à nossa greve e a debilidade da economia. No mesmo momento da nossa poderosa greve, categorias do setor privado também estavam lutando como os caminhoneiros, os metalúrgicos da GM e vários outros iniciavam as campanhas salariais como os químicos, os bancários, os petroleiros e trabalhadores dos Correios. As centrais sindicais tinham todas as condições de chamar uma greve geral para impor ao governo Dilma nossas demandas por salários e melhores condições de trabalho. Porque nós sabemos que dinheiro há. Os números oficiais informam que o governo federal pagou mais R$ 566 bi em juros e amortizações da dívida pública de janeiro a agosto de 2012. O que falta no país é inverter as prioridades, coisa que só será feita com muita luta e pressão da classe trabalhadora.

Entre os acordos que Condsef firmou com o governo estão ainda a concessão de reajustes, a partir de janeiro de 2013, no auxílioalimentação - que passará de R$ 304 para R$ 373 - e na contrapartida dos Planos de Saúde ajustados entre 15% e 25% - itens que

atendem ao conjunto dos servidores do Executivo. A Gacen e Gecen, gratificação especial de servidores que atuam em campo no controle e combate a endemias também tiveram seus valores reajustados. Confira os quadros abaixo:


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