Demissão do Presidente da JP Almada

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Senhor Presidente da Juventude Popular, Sr. Miguel Pires da Silva. Venho por este meio apresentar o meu desapontamento para a situação que a Juventude Popular de Almada está a viver neste momento. Em aproximadamente ano e meio de mandato, onde dirigi a Juventude Popular de Almada com o objectivo de a tornar séria e não corruptiva, fiz um trabalho que, para muitos, é considerado exemplar e que muito me orgulha. Quando comecei nada tinha em Almada onde segurar a nossa bandeira e tive de construir tudo. Criou-se uma página no facebook para nos ligar a todo o mundo passando a nossa mensagem; distribuiuse panfletos nas escolas para ajudar alunos a criarem Associações de Estudantes; fez-se várias intervenções nas Assembleias Municipais com conhecimento de causa; conseguimos realizar o projecto Alerta Escolas com o apoio de todas as direcções das Escolas Secundárias Públicas do município entregando os seus resultados ao Sr. Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar Professor Doutor João Casanova de Almeida; entregámos um conjunto de propostas ao Sr. deputado da nação Michael Seufert do Grupo Parlamentar do CDS-PP com vista a melhorar a rede pública de ensino; aumentámos, mesmo que pouco, o número de militantes; conseguimos ser autossuficientes para realizar os nossos trabalhos e ajudar o CDS-PP de Almada nos seus eventos como é o caso dos dois 1º de Maio – onde ficámos responsáveis pela venda de material do partido e da jota e rifas, onde o CDS-PP preferiu sempre que as boas vindas fosse dadas pela Juventude Popular Distrital em vez da Juventude Popular de Almada, sem haver razões para tal, para não referir que em vez de agradecer o nosso trabalho culpavam-nos sempre por episódios menos positivos – e o III Seminário do CDS-PP de Almada, onde vi a minha JP arrumar a sala, fazer a lista de registos de entrada, acompanhar os convidados aos lugares, colocar música ambiente enquanto o CDS-PP apenas se limitava a “sorrir e acenar” no seu próprio evento sem assumir nenhum tipo de responsabilidades. Consegui, ainda, reforçar os laços com a comunicação social dando uma nova imagem da nossa juventude com projecção loca, nacional e internacional (saímos no jornal Correio da Manha do Canadá lido pela comunidade portuguesa lá residente); volámos a visitar as escolas, desta vez do ensino básico, para conhecer as necessidades dos seus alunos e o alcance do PERA – Programa Escolar de Reforço Alimentar -, tendo sido apresentado um relatório sobre o mesmo no Ministério da Solidariedade e Segurança Socila, actual Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, ao Sr. Eng. João Maria Condeixa, acessor do Sr. Ministro Pedro Mota Soares, do qual nos ficou muito grato; realizou-se uma campanha muito intensa (que ainda está a decorrer) na Escola Secundária do Monte da Caparica com a colocação de cartazes de apoio ao inicio das obras da Parque Escolar naquela instituição, com a ida do Correio da Manhã TV e Correio da Manhã Jornal ao local e com a colaboração da Associação de Pais e da direcção fomos capa de jornal no dia 20 de Agosto de 2013 e abrimos portas para uma investigação jornalística que fez com que ninguém se esquecese da realidade de uma Parque Escolar criado pelo governo Socialista e que tanto lesou as contas públicas. Recentemente, o Sr. Ministro da Educação e Ciência disse à comunicação social que estava a pressionar a Parque Escolar para terminar as obras paradas, o que me orgulha na medida de ter contribuído para tal decisão. Já o CDS-PP de Almada nada fez. Quando os seus únicos dois deputados municipais foram convidados, como todos os restantes deputados municipais, pela Associação de Pais da Escola Secundária do Monte de Caparica a visitarem a escola, e depois de a JP de Almada lhes ter fornecido todo um conjunto de informações que abrangia o relatório sobre infr4a-estruturas, material escolar, segurança e funcionários sobre a instituição de ensino mencionada e forneceu também a resposta do Sr. Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, este decidiu não comparecer enviando, posteriormente, um email à direcção informando que a responsabilidade dessa matéria estava nas mãos da JP de Almada e que eles já estavam informados devido ao Alerta Escolas. Sem a menor dúvida que esta noticia não foi do agrado da JP de Almada, e do meu em particular, pois colocou em causa um ano de trabalho e demonstrou, por parte do CDS-PP de Almada, um desinteresse total no trabalho e nos casos que levávamos a conhecer. Porém, não permiti que a JP deixa-se de trabalhar e, actualmente, terminou o projecto Escola Viva, faltando


apenas a apresentação pública do mesmo e a organização dos vários documentos. Solicitei diversas vezes ao Grupo Parlamentar do CDS-PP para que estes visitassem a Escola Secundária do Monte de Caparica, o que não foi possível até ao momento porque, segundo o deputado João Viegas, o Ministério da Educação e Ciências ainda não forneceu as informações solicitadas sobre o caso desta escola e outras do distrito; solicitei, diversas vezes, audiência no Ministério da Educação e Ciência para apresentar os novos resultados obtidos pelo Escola Viva, mas ainda sem nenhuma resposta por parte do ministério; realizou-se uma visita, seguida de relatório, à ala da pediatria do Hospital Garcia de Orta em Almada, e solicitou-se audiência no Ministério da Saúde para comunicar algumas questões e, até agora, ainda não obtivemos nenhuma resposta; criou-se um site que está, actualmente, a ser actualizado e um jantar para o apresentar; criámos o jornal Click! Que conta já com três edições e que tem abordado diversos temas tendo sido um exemplo de trabalho e dedicação da JP de Almada; realizou-se vídeos e folhetos para nos aproximar dos jovens e crescermos ainda mais; homenageamos a Laddy Margaret Thatcher na Embaixada do Reino Unido em Lisboa, após a sua morte; homenageámos, também, na galeria de visitantes da Assembleia da República Portuguesa, a morte do Dr. Alcino Cardoso, das vítimas do acidente ferroviário de Santiago de Compostela e de um acidente rodoviário em Itália; apresentou-se um conjunto de propostas para o programa autárquico do CDS-PP, onde não foram levadas em conta; fez-se um colóquio intitulado de “Como falar em público” no Teatro Municipal de Almada e só não se realizou um outro na sede porque o CDS-PP fechou-a por não haver lanche como este o exigia. Agora questionam-se: “E o que fez o CDS-PP de Almada nestes dois anos?” Para além das propostas na Assembleia Municipal, que é a obrigação de qualquer partido com deputados municipais, estes só fazem festas e jantares. Parece não haver um plano de trabalho, não se vê projectos e visitas realizados e existe o sentimento de que usa a JP para trabalhar por eles como se fossem meras marionetas; à o boicote às actividades da Juventude Popular como foi o caso do colóquio e do plenário fechando a sede, e também a não participação da visita às escolas como foi solicitado em alguns dos casos e o mais grave de tudo, a incompetência dos deputados municipais na defesa das suas propostas em Assembleia Municipal, vindo posteriormente afirmar em reunião concelhia que só não fazem mais porque não sabem e porque o partido a nível distrital e nacional não faz formações. O CDS-PP de Almada diz sempre, e em caso de conflito afirma como uma tentativa de “passar paninhos quentes” nos assuntos em conflito, que a JP de Almada tem feito um excelente trabalho na divulgação e crescimento da JP em Almada. Meu caro Presidente, eu sei o trabalho que fiz pela jota que dirigi e não preciso de palmadinhas nas costas e palavras bonitas. O que preciso é de ver o CDS-PP também trabalha, se não usa e abusa da Juventude Popular e se não a condiciona como já o fez diversas vezes! As incompetências do CDS-PP de Almada têm-se espelhado nestas autárquicas que, para sermos simpáticos, têm sido uma confusão total. O candidato à Câmara Municipal é fraco e sem presença, pois faltou constantemente às reuniões de preparação às autárquicas. Houve, também, o pedido à militante Érica Inácio que alterasse a data de validade do seu Bilhete de Identidade nas fichas a entregar em tribunal para pertencer às listas, mentindo assim em tribunal, e a mim foi solicitado por telefone pelo próprio presidente do CDS-PP de Almada a falsificação da assinatura do militante Telmo Nunes para este se poder candidatar nas listas. Quando me foi solicitado tal coisa recusei-me de imediato e repugnei tal pedido. Contudo, vim a saber que o militante em causa estava inscrito na lista da união de freguesias do Laranjeiro-Feijó e, quando questionado o CDS-PP sobre a autenticidade da informação este não respondeu, obrigando-me a dirigir ao Tribunal de Almada para solicitar uma fiscalização na lista em causa. É de mencionar que não foi solicitado nenhuma fotocopio do Bilhete de Identidade ou Cartão do Cidadão, não havendo nenhuma forma de comprovar no Tribunal se as assinaturas eram verdadeiras ou não. Automaticamente fui atacado e ofendido pelo presidente do partido pelo acto legal e democraticamente legitimo que realizei. Mais tarde, recebia a carta do Tribunal de Almada afirmando que o mandatário do CDS-PP tinha comparecido em tribunal e que o assunto estava encerrado, não revelando se foi apresentado


algum tipo de comprovativo da assinatura, o que me leva a desconfiar da justiça portuguesa e da legalidade das listas do CDS-PP de Almada às freguesias, Câmara Municipal e Assembleia Municipal. Quanto ao programa autárquico, a Juventude Popular de Almada, que detinha o Pelouro da Educação, apresentou as seguintes propostas: - Oferta do passe escolar até ao 12º ano; - Abertura de concursos para pessoas desempregadas no município com o intuito de combater a falta de funcionários nas escolas; - Refeições gratuitas a crianças necessitadas durante as férias; - Criação do programa DEA (Doação de Excessos Alimentares): onde o excesso alimentar das cantinas escolares são distribuídos por famílias de alunos necessitados; - Criação de uma biblioteca na Charneca de Caparica e outra na Costa da Caparica; - Mais apoio na recolha e oferta de manuais escolares; - Criação de um fundo para a reconstrução/conservação das diversas escolas do município; - Criação de A.T.L`s gratuitos com actividades extracurriculares que não estejam programadas no Plano de Educação do Ministério da Educação e Ciência; - Oferta de transporte para todas as instituições do ensino básico (autocarro escolar para os alunos); - Oferta de residências universitárias. Já no programa autárquico do CDS-PP de Almada, podemos encontrar as seguintes propostas quanto à mesma matéria: - “163 - Promoveremos a criação de um novo pólo universitário, com Faculdades de Ciências Médicas, Clínica Universitária e Centro de Investigação Médica Aplicada, que atraia conhecimento cientifico de vanguarda”; - “164 - Promoveremos a criação de uma Escola Internacional de Hotelaria e Turismo” Nota: A Câmara Municipal não decide se haverá mais ou menos faculdades no seu município. Porém, com as vagas por preencher em diversos curso do Ensino Superior por todo o país e com a cidade de Lisboa a menos de vinte minutos de distância, não é aconselhável tal propostas. - “166 – Procuraremos o alargamento do ensino de qualidade internacional que possa corresponder à necessidade de líderes e de profissionais qualificados” Nota: Esta medida não só ultrapassa a responsabilidade de qualquer Câmara Municipal, visto que mexe com programas curriculares, como não informa como pretende faze-lo e com que objectivo. - “167 – Promoveremos a criação de um Colégio Internacional de elevado prestígio, membro da International Baccalaureate Organization” Nota da JP Almada: Nos tempos que correm, e pelo trabalho que temos realizado no terreno, as crianças de Almada precisam de comida na mesa e de escolas com boas instalações, não de um colégio onde não têm capacidades económicas para a usufruir. Para além disso, não


existe nenhuma confirmação de que os donos deste “prestigiado” colégio se queiram instalar em Almada e se por acaso essa informação exista, a JP de Almada não foi informada. - “171 – Promoveremos elevados padrões de profissionalismo como meios para cidade com futuro” Nota da: Que padrões e com que objectivos? - “172 – Aprofundaremos a qualificação do ensino da língua inglesa” Nota: As crianças já aprendem o inglês no ensino básico, como tal, é uma medida sem sentido tendo em conta que com as novas regras do ministério o inglês pode passar a ser obrigatório, se as escolas assim o entenderem, no ensino básico. - “173 – Promoveremos a educação para a hospitalidade, o civismo e a cordialidade” Nota da: O CDS-PP de Almada quer ensinar os almadenses a terem educação? A educação é algo que deve vir de casa e não de um programa autárquico! - “175 – Desenvolveremos nas escolas programas de fomento de bons hábitos alimentares e actividades física.” Nota: Tal medida já são efectuadas pelo Ministério da Educação e Ciências onde, recentemente, já aprovou a troca do sal na alimentação escolar por ervas aromáticas. De todas as medidas apresentadas apenas aceitaram a nossa proposta sobre estabelecer um programa de reutilização e empréstimo de manuais escolares, não discutindo nenhuma delas connosco. Estas são algumas de muitas propostas descabidas deste programa. Um programa de apenas uns e não de todos por não terem ouvido nem discutido as propostas com os responsáveis pelos pelouros. Este é um programa que só falha por não ter ouvido as pessoas e, tendo em conta a falta de democracia desta direcção do CDS-PP de Almada que olham mais para os seus interesses que para o dos almadenses. Quando o problema foi discutido com a minha restante JP todos concordaram com a saída das autárquicas e com a retirada da confiança política ao CDS-PP de Almada mas agora, depois de saberem os lugares onde estão colocados nas listas, dizem que concordam com a saída das autárquicas mas que vão fazer campanha e que a retirada da confiança política é excessiva, desculpando tudo aquilo que o CDS-PP fez até hoje. Caro Presidente da Juventude Popular Nacional. Esteve presente na minha tomada de pose onde eu jurei pela minha honra defender os interesses da Juventude Popular de Almada contra os seus inimigos externos e internos. Pois é com um enorme pesar que hoje lhe digo que a Juventude Popular de Almada não tem inimigos externos mas tem muitos inimigos internos à espera de um “tacho” e eu “tachistas” não lidero! Venho assim por este meio apresentar a minha demissão, e o consequente fim desta Comissão Política de Concelhia da Juventude Popular de Almada, do cargo de Presidente da Comissão Política de Concelhia da Juventude Popular de Almada. Contudo, informo que estou disponível para continuar a colaborar com a Juventude Popular nas suas iniciativas e actividades que esta vier a desenvolver. Com os melhores cumprimentos Hugo Miguel Rufino Marques


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