Click!4

Page 1

Vítimas do acidente ferroviário de Santiago de Compostela e pelo Bombeiro António Ferreira

Revista bimensal

Edição nº4

Agosto 2013

Juventude Popular de Almada no Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social

Mera Opinião com Irina Ludovico e Paulo Almeida

Cartaz Cultural de Setembro


Índice Prefácio

Pág.3

A Voz do Cidadão

Pág.4

Mera Opinião

Pág.6

Entrevista a José Ribeiro e Castro

Pág.8

Noticias

Pág.18

Gab.Est. Gonçalo Begonha

Pág.22

Cartaz Cultural Almadense

Pág.25

Propriedade Juventude Popular de Almada Director Editorial Hugo Marques Colectivo de Redacção Hugo Marques Design Gráfico e Direcção Criativa Hugo Marques Colaboraram neste Número Teatro Municipal Joaquim Benite (Teatro Municipal de Almada) Academia Incrível Almadense


Bernardo Esteves para ocupar essa pasta. Helder Rodrigues foi a única pessoa que, para Almada, marcou a diferença numa distrital que estava obsoleta e viciada na falta de trabalho, e que criou projectos e teve uma visão que da distrital que, infelizmente, ficou a meio de se concretizar. Como sabem a JP de Almada e a JP Distrital de Setúbal nunca se deu muito bem enquanto esta estava sob a presidência de Francisco Soromanho Marques por diversas razões, entre elas a tentativas de manipulação e intimidação sobre a construção da lista para a JP de Almada, Helder Rodrigues aproximou-nos da distrital e a desenvolveu.

Um dia de cada vez Desde a ultima edição do Click! assistimos a diversas coisas que nos marcaram profundamente. Assistimos ao desastre ferroviário perto de Santiago de Compostela onde morreram 87 pessoas naquele que foi considerado o pior acidente ferroviário em

Quando eu solicitei a minha saída do cargo de vogal da distrital, foi devido a falta de tempo mas nunca deixei de apoiar o Helder e sempre quis que a distrital tivesse junto a nós, sendo um dos exemplos a crónica da distrital neste jornal que, infelizmente, não aconteceu nesta edição. O Caderno de Apoio ao Jovem Candidato Autárquico, o projecto de cidades sustentáveis, a criação de mais concelhias no distrito de Setúbal e as autárquicas eram grandes projectos que Helder Rodrigues tinha em mãos e, sem a menor duvida, que não podiam estar em melhores mão.

Espanha. Assistimos também à morte do

bombeiro António Ferreira da corporação de bombeiros de Miranda do Douro, que morreu após ficar queimado num incêndio que lutou heroicamente, deixando, assim, a sua família. Foram dois meses atribulados de notícias com a “irrevogável” saída de Paulo Portas e a sua reentrada com novas pastas e novos ministro, que causou um mau estar, não só dentro do CDSPP e todos aqueles que o apoiam, como também no país, devido à crise política que lhe sucedeu e a todas as suas implicações.

Em nome de toda a concelhia da Juventude Popular de Almada, o nosso obrigado pelo trabalho que realizaste e pelo apoio que nos deste e sabes que poderás contar sempre connosco para o que precisares!

O distrito de Setúbal não ficou de fora e também sofreu a sua perda. Helder Rodrigues apresentou a sua demissão como Presidente da Comissão Política Distrital da Juventude Popular de Setúbal dando lugar a

Hugo Marques

3


A Voz A VISÃO CURTA DOS SINDICATOS Nada é tão turvo quanto a função dos sindicalistas. Reparem, que escrevo sindicalistas (os profissionais dos sindicatos), e não sindicalizados. Tem havido uma visão muito deturpada sobre o tipo de “trabalho” que desempenham, que em abono da verdade não é nenhum. Quero salientar aqui uma situação que me reportaram, e cujo nome da empresa não posso revelar: Na empresa X o Luís (nome fictício) teve um problema laboral com a entidade empregadora, e sendo sindicalizado, recorre ao sindicato. O sindicalista-mor disse-lhe que teria de ser tratado com a advogada, que hoje estava de férias, na semana seguinte estava de férias e nos meses seguintes estava de férias… Na verdade a advogada desse sindicato é a filha do sindicalista-mor, a quem (suponho eu) o sindicato pagará uma avença para ela estar de férias. Infelizmente este tipo situações devem acontecer em todo o país, não de agora mas de sempre. E essa é uma classe que andamos a suportar, e que sai dos impostos que pagamos, o que é errado!

4

Não se entende, por que motivo é que temos de dar subvenções a esse sector e a pagar a funcionários públicos, como os professores, por exemplo, que em vez de darem aulas, estão a organizar greves, e quiçá, a trabalhar nos centros de trabalho do PCP. Criou-se um mito em que suportar financeiramente os sindicatos é democrático, mas será democrático querer ir trabalhar e não haver meios de transporte? E será democrático ter necessidade de ir a um centro de saúde e não ter enfermeiros? Essa é a democracia da esquerda?! E será democrático que os trabalhadores da Carris tenham cabeleiro suportado por nós? Ou que os familiares, sobretudo os afastados possam ter uma passe mensal totalmente gratuito? É essa a luta? Então, e os deveres?! Os deveres de atender bem nos balcões públicos, e nos centros de saúde e hospitais? E os deveres de ensinar os alunos, para que não venham escrever “forsa” ou “seija” ou “talves”? Ou os trabalhadores só têm direitos? Está na hora de haver novos líderes sindicais, que olhem para os problemas com obstinação e não com interesses corporativos. Marlene Aires


do Cidad達o Envie-nos a sua opini達o sobre o Futuro de Portugal com o seu nome, idade e foto (opcional) para juvealmada.secretariado@gmail.com

5


Enquanto antigamente existia uma grande cumplicidade entre vizinhos, atualmente podem viver dez famílias no mesmo prédio mas o contacto entre elas fica restringido a um mínimo encontro nas escadas do prédio, onde são utilizados o menor número de palavres possível

Nos tempos que correm, em que a crise monetária se apodera da mente do povo português, verificamos não só a diminuição de salários, do poder de compra ou a diminuição do PIB, mas verificamos também uma diminuição significativa nos valores morais de cada pessoa. Assim verifico que não são apenas as medidas económicas que são austeras, mas que em austero se transformou também a sociedade portuguesa. Os antigos valores como a compreensão, a solidariedade, a tolerância e até mesmo o respeito pelo próximo são postos de parte e são substituídos pelo individualismo e egoísmo excessivos que corrompem a sociedade atual. Podemos verificar essa mudança na camada jovem do país e em situações simples. Enquanto antigamente as crianças encontravam a diversão nas brincadeiras de rua, atualmente encontram-na em videojogos e programas de televisão ocos e violentos que apenas transmitem maus princípios e contribuem para o sedentarismo, egoísmo e individualismo.

6

Será esta a sociedade que teremos daqui para a frente? Uma sociedade ao estilo de Maquiavel em que as pessoas apenas se relacionam para obter algo em troca ou porque não têm outro remédio pois, caso contrário, caso isso não fosse necessário seriam apenas seres "selvagens" e isolados? Iremos aumentar a competitividade existente que nos faz ignorar valores básicos como o respeito, ou iremos educar as gerações futuras para que tal não aconteça? Para finalizar, é esta a sociedade que queremos para o presente e futuro de Portugal?

Irina Ludovico


zona ribeirinha do Porto, ou através ainda da possibilidade de acesso a um fundo perdido acedido pela câmara, a par do que se passa em Lisboa. Num primeiro passo, Almada podia começar a elaborar uma listagem dos espaços e proprietários dispostos a aceder à listagem dos potenciais interessados nas ofertas descritas, e posteriormente reunir toda a informação numa plataforma sempre atualizada, de forma a criar um ponto de contato eficaz à comunicação e realização de projetos. Numa fase mais adiantada, passava-se então à seleção dos candidatos a esses apoios, e em que graus de acesso, de acordo com uma regulamentação previamente estabelecida.

A Câmara Municipal de Lisboa está a levar a cabo um projeto que visa sortear lojas e outros espaços comerciais a pessoas singulares ou coletivas que tenham em mente começar um negócio ou um projeto de empreendedorismo. Esta ideia de nome Loja no Bairro conta com algumas dezenas de espaços comerciais e espaços destinados a microempresas apoiadas pela CML.

Este tipo de iniciativas não é de todo algo irrealizável para a Câmara de Almada, visto estar bem situada, com uma população considerável e pessoas dispostas em produzir valor. O que tem de existir é um “ponto de convergência” de ideias, de contatos e partilha de custos e proveitos para avançar com os projetos.

Com a atual fase em que o país se encontra, esta e outras iniciativas podem ser bastante importantes para projetos que buscam apoios para iniciarem-se nalguma atividade. Almada, querendo atrair os jovens e o investimento, podia seguir o exemplo de Lisboa e disponibilizar os seus espaços que estão ao abandono, sobretudo no centro mas não só, com rendas abaixo do valor de mercado, e também apoios para eventuais obras que possam ser necessárias. Obras essas, que podiam ter os custos partilhados e acordados entre as partes envolvidas, como está a acontecer na insonorização de casas na

Paulo Alexandre Almeida Estudante universitário

7


"(...) o país tem tantas dificuldades que não convém queimar respostas que podem vir a ser imprescindíveis"- Ribeiro e Castro

José Ribeiro e Castro, militante do CDS-PP, fundador da Juventude Centrista (actual Juventude Popular) e da Fundação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos, comentador político, deputado na Assembleia da República pelo grupo parlamentar do CDS-PP, ex-presidente do CDSPP entre muitos outros cargos que já desempenhou. Ribeiro e Castro, recebeu a equipa do Click! Para nos dar a conhecer a sua opinião sobre alguns assuntos que aconteceram recentemente em Portugal


Jornal Click! - Qual a sua opinião sobre a saída “irrevogável” do anterior Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Portas, e a sua entrada com uma nova pasta? Dr. Ribeiro e Castro – Sendo deputado do CDS obviamente que não vou fazer ironia nem humor para com um momento que foi difícil para o nosso partido e para o país. Eu não estive de acordo, manifestei-o no Concelho Nacional, acho que foi um momento errado e momento muito difícil gerou, aliás, uma situação muito perigosa não só para o partido mas sobretudo para o país. Foram feitos esforços para corrigir esse paço em falto, primeiro com um a revisão da orientação decidida pela comissão directiva com a comissão executiva, com quem o presidente do partido devia ter falado antes de qualquer actuação, e depois com os desenvolvimentos no quadro das relações bilaterais com o PSD até ao dia 6 de Julho, com um novo acordo fundamentalmente no sentido da recomposição governamental a que estamos agora a assistir. Depois houve outro momento difícil, que resultou na sequência desse paço em falso, que foi a intervenção do Sr. Presidente da República, que se compreende, face há muito grave e muito exigente situação em que está Portugal, e face à recusa do PS em contribuir para um compromisso de salvação nacional, então avançou-se na base da maioria parlamentar existente. Eu espero que agora seja para valer e que o país não venha a ser confrontado com novos sobressaltos porque de facto a situação a que o país está, desde que chegou à beira da bancarrota em Maio de 2011, é uma situação muito difícil, muito exigente e, obviamente, se nós exigimos aos portugueses sacrifícios temos que exigir mais ainda aos responsáveis políticos responsabilidade. E é isso que é indispensável que o governo dê mostras a partir daqui, nomeadamente a partir da moção de confiança agora votada. JC - Tendo em conta que o CDS-PP é parceiro de coligação do Governo e no início da legislatura o Primeiro-Ministro afirmou que Vitor Gaspar, na altura Ministro das Finanças, era o número 2, acha que este actual governo é o que deveria ter estado desde o inicio da legislatura e que, por sua vez, poderia ter evitado esta crise política? Dr.RC – Se era evitável ou não só os próprios o podem dizer. Para mim, e aliás tive a ocasião de a comentar na altura em que o primeiro-ministro fez essa afirmação, a meu ver deslocada e infeliz, o CDS

9

foi sempre e é sempre o número dois do governo independentemente da sua posição protocolar pois a posição protocolar é um pouco irrelevante a não ser do ponto de vista simbólico, e é evidente que as questões do simbólico sejam também importantes em politica. Mas o líder do segundo partido da coligação é sempre o número dois do governo e nomeadamente como de um partido com a dimensão do CDS. Como eu tenho dito, o líder do CDS que está no governo é uma espécie como um co-primeiroministro, porque depende da sua posição, transmitindo as posições oficiais do partido, o apoio do CDS à politica governamental e portando, quanto a isso, eu não tenho duvida. Podia ser assim no passado, não sei na prática como é que as coisas aconteciam, e espero que as clarificações desse estatuto ainda mais agora com a nomeação a viceprimeiro-ministro tornem isso mais claro não só do ponto de vista formal como no ponto de vista da substância. Como eu também tenho dito, uma coligação exige uma grande articulação entre os partidos e não há nenhum sistema de articulação que funcione se os dois líderes dos partidos não têm entre eles uma articulação muito sólida e muito fluida. Podemos fazer piruetas, inventar o que quisermos que se essa relação não é sólida e ágil dificilmente o resto funciona. Portanto para quem deseja estabilidade política em Portugal e eficiência na acção governativa isso é uma relação que deve ser boa de parte a parte. O PSD tem de se empenhar nisso e o CDS também tem de se empenhar nisso em homenagem ao superior interesse do país. JC – Estas relações entre PSD e CDS têm sido fluidas ou tem havido atritos? Dr.RC - Eu acho que tem havido atritos de mais que eu próprio tenho criticado. Eu não sei, exactamente, o que se passa no lado do PSD mas no que toca ao CDS acompanho e sou uma testemunha mais atenta e mais conhecedora do que se passa, e eu próprio critiquei no passado que tem havido sinais de ratez e usei algumas vezes, até nos conselhos nacionais do partido, duas imagens que são sugestivas. Uma é de


mobilizar o seu apoio para as soluções que são indispensáveis para vencermos essas dificuldades. JC - Concorda com a escolha dos novos Ministros, para dar uma nova imagem a este executivo, e com a afirmação de que este é o inicio de um novo ciclo?

que uma coligação de dois partidos é como um bimotor, e se as tarefas já são difíceis e o que o governo tem que fazer na situação em que está Portugal já é muito duro, muito difícil e muito custoso com o bimotor e com os dois motores em pleno, então mais difícil, se não impossível, se torna quando um motor a trabalhar e o outro a dar ratez e nós muitas vezes damos a imagem de estarmos a dar ratez. Saem notícias nos jornais de fontes bem informadas, anónimas, que davam conta desse malestar e obviamente que isso cria um clima mais frágil. Outra imagem que eu também dei é de que uma coligação é um barco a remos com dois remadores um em cada lado e se só um rema, o outro nem precisa de remar ao contrário basta não remar, o que acontece é que o barco anda aos círculos no mesmo sítio e não avança. E nós muitas vezes sentimos que o governo andava aos círculos e que as coisas não avançavam, nomeadamente na reforma do Estado. Portanto é indispensável que a coordenação politica ao mais alto nível funcione. Devo dizer, aliás, que a crise que nós vivemos é uma crise rara, em termos de observação da realidade política, porque a crise que nós vivemos não foi uma crise da maioria, apesar de diferenças de opinião que acontecem de vez em quando. A verdade é que desde o início da legislatura a maioria parlamentar tem funcionado com uma coesão quase exemplar mas a coligação não abanou por haver fracções, ou divisões internas a nível dos partidos ou a nível parlamentar. Ai, que é onde as coligações às vezes irrompem, pela base, por corretes internas ou por fracturas internas entre partidos, as coisas correram bem, mais que razoavelmente. Foi no governo, nas lideranças, que os problemas surgiram e creio que se tenha, de facto, virado a página e que agora, para a segunda metade da legislatura, essa coesão que faltou, a partir de certa altura pois ao fim de poucos meses era manifesta que essa coesão faltava, que ela aconteça pois isso é indispensável para duas coisas: Explicar aos portugueses as dificuldades com que o país está confrontado; e mobilizar o seu apoio para as soluções que são indispensáveis para vencermos essas dificuldades.

Dr.RC – Sim, este governo surge no espirito do novo ciclo. Era algo que já se falava, aliás na fase final da composição anterior, é justo conhece-lo, quer o ministro das finanças, Vitor Gaspar, quer o ministro da economia, Álvaro Santos Pereira, falavam nesse sentido. Recordo-me da conferência de Vitor Gaspar em Maio que chamava à atenção que agora era o ciclo do investimento. O CDS também falava nisso, vozes dentro do PSD também, e agora no rescaldo desta crise politica e depois do fracasso do Compromisso de Salvação Nacional a três. O Presidente da República também falou nisso, num novo ciclo mais virado para a economia, para o emprego, para o crescimento mas obviamente para o rigor das contas públicas. Quer o Primeiro-Ministro quer o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, falavam nisso e a moção de confiança é organizada para ser a liturgia desse novo ciclo. É como se fosse outro governo, outro debate sobre um novo programa de governo. Não o é, é o mesmo governo, mas a moção de confiança tem esse significado. Eu creio que há questões que não dependem só de nós, dependem também dos credores, dependem da relação com a Europa e ai, a meu ver, houve fragilidades no governo anterior pois eu desde o inicio que acho que o ponto mais importante na política externa portuguesa é a política europeia que foi deixada muito para o segundo, terceiro ou até quarto plano e é dai que podem vir boas noticias. Portanto vamos ver, o espirito está certo vamos agora à realidade. Quero chamar, todavia à atenção para que há ainda dificuldades muito grandes no ponto de vista financeiro. Nós estamos longe, infelizmente, de termos uma situação folgada do ponto de vista das finanças públicas e, portanto, eu tenho algum receio que se possam estar a criar espectativas que depois não possam ser correspondidas porque estamos cedo demais. Devo dizer que nós ainda não atingimos sequer os 4,5% do PIB no défice público quanto mais os 3% do PIB por baixo dos quais temos que ter e depois ainda temos que caminhar mais, não porque a Troika o exige mas porque a situação de carência absoluta a que chegaram as finanças públicas portuguesas e o endividamento extremo de Portugal

10


e do Estado português assim o exige, e também porque os acordos celebrados no quadro da União Europeia, nomeadamente no quadro do chamado pacto orçamental assim o impõe. Portanto nós temos aqui um longo caminho, muito exigente, de reparação dos erros de construção do Estado, da reforma do Estado, da redução rigorosa, firme, clara da despesa pública para que o Estado deixe de ser um fardo em cima da economia e das famílias portuguesas, e nós possamos respirar e crescer. JC – Disse que era importante, nós virarmo-nos para a Europa. Tendo em conta que o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros está envolvido no caso do BPN, acha que isso irá retirar credibilidade ao Governo português nessa pasta? Dr.RC – Eu creio que há muito exagero nos ataques feitos ao Dr. Rui Machete com base nesse dossier e é preciso ser rigoroso. É evidente que o caso BPN é um caso muito feio, muito sórdido que não devia ter existido. O que é lamentável é que o caso BPN ainda ande por ai a arrastar-se e que as pessoas ainda não tenham sido julgadas e não tenham sido condenadas e, portanto é um problema que nós não podemos ainda por para detrás das costas e isso é que é lamentável! Eu reforço que nos Estados Unidos da América houve alguns escândalos e todos eles foram resolvidos rapidamente, quer o caso Lennon Brothers quer antes outros escândalos financeiros que houve, quer também o caso mais célebre o de Bernard Madoff, que foi julgado em menos de um ano e está condenado e preso. Em Portugal essas coisas demoram um tempo infinito e isso acaba por pesar também como um fantasma, como uma aventesma em cima da vida política e, portanto, isso é que eu acho deplorável. Mas não deixo de reconhecer que quer o dr. Rui Machete, que acho que era responsável consultivo da SLN, quer outros membros da SLN depois de várioas inquirições que foram feitas, nomeadamente em duas comissões de inquérito no parlamento, não foram objecto de nenhuma acusação, que me recorde, e também por parte do Ministério Púbico, portanto lamento que isso aconteça mas o que é preciso é haver justiça ao caso BPN e que sejam acusados aqueles sobre o qual imperam estes crimes.

11

condenado e preso. Em Portugal essas coisas demoram um tempo infinito e isso acaba por pesar também como um fantasma, como uma aventesma em cima da vida política e, portanto, isso é que eu acho deplorável. Mas não deixo de reconhecer que quer o Dr. Rui Machete, que acho que era responsável consultivo da SLN, quer outros membros da SLN depois de várias inquirições que foram feitas, nomeadamente em duas comissões de inquérito no parlamento, não foram objecto de nenhuma acusação, que me recorde, e também por parte do Ministério Púbico, portanto lamento que isso aconteça mas o que é preciso é haver justiça ao caso BPN e que sejam acusados aqueles sobre o qual imperam estes crimes. JC – Acha que com este novo governo e com este novo ciclo deve haver, também, uma nova política para a justiça para estes casos terminarem mais depressa? Dr.RC – Sim esse é um dos problemas. Não depende tanto da ministra da justiça, depende do Ministério Público e dos Tribunais, mas eu nisso estou de acordo. Eu acho que os cidadãos não percebem, e eu compreendo que não percebam, com o é que estes casos não se resolvem e é preciso ver onde é que estão as faltas se é do Ministério Público, se é dos tribunais, se são das leis. As pessoas não toleram esta impunidade, não é tolerável! Esta lentidão, esta impunidade não é possível e quando nós sabemos os prejuízos que dai resultaram para as finanças públicas e, portanto, para os contribuintes, e a pouca vergonha que isso é, as pessoas não toleram e isso acaba por se projetar negativamente na política porque as pessoas acham, mesmo que isso dependa dos tribunais, que os políticos são todos iguais, que estão todos feitos uns com os outros e essa pastosidade é inadmissível e é necessário agir para que a nossa justiça seja célere, seja pronta, para que as pessoas sejam presentes à justiça e para que a justiça julgue depressa estes casos para que a política também possa sossegar porque não sossega enquanto estas aventesmas continuarem a pairar como nós ainda vemos. JC - Abordando agora uma outra situação envolvendo a actual ministra das finanças. O PS afirma ter entregue uma pasta com toda a informação sobre as SWAPs quando terminou a sua legislatura, a actual ministra nega ter esse conhecimento. Isto parece estar a tornar-se numa nova novela, se assim o podemos chamar, que está a desgastar a imagem da actual ministra ainda no inicio de funções. Como acha que pode terminar esta situação?


esta situação? Dr.RC – Sim disse bem é uma outra telenovela e em que se procura esconder responsabilidades. O nosso povo diz “quem não deve, não teme” e nós podemos completar isto dizendo que quem deve, teme, e eu creio que se estão a passar as duas coisas. A ministra das finanças, pense o que se pensar e diga-se o que se disser, tem respondido sempre às acusações e aos ataques que tem sido objecto e tem-se disponibilizado sempre a vir às comissões de inquérito as vezes que forem necessárias e já disse, aliás, que voltava. Mas há a ideia de que há quem deve e que tema. Há duas questões cuja gravidade não se pode comparar. Uma questão é saber se a ministra das finanças sabia ou não sabia, se podia ter ou não agido mais cedo e acho bem que isso se esclareça, não tenho nada contra o esclarecimento disso. Agora essa não é a questão principal, a questão principal são os SWAP’s em si próprios a que este governo pôs termo e com uma acção determinante desta Ministra das Finanças enquanto Secretária de Estado do Tesouro. É a actual Ministra das Finanças, enquanto Secretária de Estado do Tesouro que determinou ao que parece ainda como funcionária do IGTCP, ainda na vigência do governo anterior do Eng. José Sócrates, que iniciou diligencias para esclarecer esta matéria e é isso que gera, segundo questões que vêm a público, o mal-estar do PS porque as pessoas acusam-na de, enquanto funcionária ao quadro do IGTCP ter feito diligências sucessivas acerca de uma matéria que não estaria na sua competência. Ou seja, há sectores do PS que estão incomodados por se ter mexido num assunto que era sensível para o partido socialista e, portanto, há aqui alguma politiquice que também é necessário esclarecer e nós também não nos podemos deixar intoxicar por essa politiquice. O governo, do então Ministro das Finanças Vitor Gaspar e da Secretária de Estado do Tesouro Maria Luis Albuquerque, pôs termo a esta prática que é uma prática de financiamento irregular das finanças públicas e em termos muito gravosos, não só para essas empresas públicas como também para as finanças públicas, que resultaram prejuízos de milhares de milhões de euros. E quem é que vai pagar isso? O contribuinte! Foi este governo, também, que conseguiu, e que ainda não concluiu essas negociações, uma negociação que tem sido um braço de ferro com o sistema bancário e com os vários bancos para renegociar e salvar alguns dos

prejuízos incluídos nas empresas públicas. Sabemos que essas negociações são duras, nomeadamente com o Banco Santander que têm sido particularmente difíceis e o Banco Santander, ele saberá o porquê, não tem tido uma posição tão cooperante segundo as noticias que vêm a público. Eu não sou um conhecedor detalhado dessa matéria, não participo nessa comissão de inquérito e portanto estou a falar-lhe com base naquilo que leio nos jornais, e portanto pergunta-me “o que deve acontecer”? Em primeiro lugar que esta prática acabe, e isso já foi feito por este governo, que sejam apuradas responsabilidades sobre quem decidiu realizar contratos irregulares e gravemente lesivos dos interesses públicos e que essas pessoas sejam responsabilizadas do ponto de vista político, quem tem responsabilidade política, do ponto de vista disciplinar e, por ventura, mais do que isso, quem tem responsabilidades disciplinares e outras se for caso disso. Que se concerte a acção do sector público nesta área em toda a medida que for possível e isto é o essencial. Depois também é importante que estes episódios da “Aldeia da roupa banca” sobre o “dizes tu, diria eu” sejam esclarecidos e eu acho importante que a Sra. Ministra das Finanças responda a isso e torne claro. Eu creio, aliás, que ela já disse o essencial, mas creio que a comissão de inquérito está ai para lhe fazer as perguntas e ela para dar as respostas. É claro que o governo, e ela própria, sabiam, tanto que sabiam que começaram a empreender ações de esclarecimento desde o primeiro momento e isso era um sinal de que sabiam, mas esse apuramento é complexo, pois tratam-se de questões muito vastas e ela também já esclareceu que a actuação do governo, de acordo com recomendações do próprio IGTCP, salvo erro, levou algum tempo porque não se quis actuar de uma forma desgarrada caso a caso, mas quis primeiro ter um inventário de todo o problema, toda a sua extensão, para poder agir de uma forma consistente, e portanto, poder maximizar as hipóteses de sucesso para quando o Estado passar ao contra-ataque como passou. Portanto é isso que eu desejo, primeiro que os foquemos no essencial que é o termo de uma prática altamente lesiva das finanças públicas, reparação daquilo que tem reparação, responsabilização de quem deve ser responsabilizado e, já agora, esclarecimento destes episódios telenovelescos. Mas estes episódios telenovelescos, sem prejuízo de virem a ser esclarecidos, não são o ponto principal, pelo contrário, são um aspecto acessório e que é importante que nós não deixemos que obscureçam o tratamento da questão principal.

12


que obscureçam o tratamento da questão principal. JC - Quanto à posição do Sr. Presidente da República, na sua opinião, este já deveria ter actuado, ainda vai actuar ou viu-se numa situação de tal forma confusa ao ponto de não saber como agir, por não esperar que esta crise política pudesse acontecer, tendo que recorrer aos planos A, B, C, D e muitos outros desconhecidos existentes no Palácio de Belém? Dr.RC – Eu acho que o Presidente da República no fundamental agiu bem com a excepção de alguns pontos que direi no fim. Primeiro o que aconteceu é uma situação altamente indesejável, foi aberta uma crise política, contra tudo o que era previsível e recomendável, e com Portugal em cima do fio da navalha numa altura muito difícil. Nós tínhamos encerrado à pouco tempo a sétima avaliação da troika, que foi particularmente comprida e problemática, e estávamos à beira de entrar na oitava avaliação da troika, que teve que ser adiada, e o país está em cima do fio da navalha, portanto uma crise política era altamente indesejável, indesejada, e todavia aconteceu. Obviamente que a capacidade de intervenção do Presidente é balizada pelo sistema político que nós temos que é um sistema semipresidencialista, mas de vertente parlamentar reforçado, e tem uma maioria parlamentar que tem que estar à altura das suas responsabilidades. As falhas vieram do lado da coligação, esta crise é uma crise autoinduzida de dentro da coligação, e infelizmente com particulares responsabilidades do CDS e da liderança deste, e o Presidente da República procurou, nesta circunstância, concertaras coisas e procurar que viesse uma solução que fosse importante do ponto de vista dos interesses de Portugal. Eu creio que o compromisso de Salvação Nacional que o Presidente pôs em cima da mesa é uma solução que, de facto, era dos interesses de Portugal, mesmo que envolvesse a antecipação de eleições para o segundo semestre de 2014. Ao contrário até do que o Primeiro-Ministro disse, já quando estavam a decorrer as conversações no Conselho Nacional, de que a antecipação de eleições era contrária aos interesses da estabilidade política, eu creio que nas circunstâncias do plano do Presidente não era assim. É evidente que um cenário de eleições antecipadas é sempre um gerador de instabilidade porque, no fundo, antecipa o termo do mandato do governo, mas isso só aconteceria no plano do Presidente se houvesse um acordo tripartido em que os partidos se

13

punham em acordo quanto aos essenciais das finanças públicas. Isto por um lado gerava “instabilidade”, com a antecipação de eleições, mas por outro lado dotava-se, quanto aos essenciais, de mais estabilidade porque, durante oito anos, os portugueses e sobretudo os nossos credores externos, e os nossos parceiros, saberiam que fosse qual fosse a maioria política em Portugal os essenciais das finanças públicas não iriam mudar porque se tinha conseguido, quanto aos essenciais, um acordo entre PS, PSD e CDS. Seria muito importante para Portugal que isto aconteça e o Presidente da República resolveu antecipar esta circunstância de alguma incerteza para jogar essa carta. É facto de que era duvidoso que isso acontece-se mas a responsabilidade não é do Presidente da República mas sim dos partidos e, neste caso, do Partido Socialista que não quis fazer, pois na realidade, justiça seja feita, PSD e CDS, mesmo que não concordassem com a antecipação das eleições, fizeram essa parte do caminho aceitando que se houvesse acordo haveria eleições antecipadas no segundo semestre de 2014. Eu creio que o Presidente foi confrontado com uma situação muito má e quis pôr os partidos perante as suas responsabilidades e apontar aos portugueses a melhor das soluções se ela acontecese, e a melhor das soluções se ela acontece-se era, de facto, que os três partidos que têm tido mais frequentemente responsabilidades no governo e que assinaram o memorando com a troika se entendessem duradouramente para oito anos, isto até à saída da troika e de um pós-troika, para um caminho duradouro e sustentável para uma consolidação orçamental e de equilíbrio das finanças públicas e creio que isso fez bem. Também fez bem, no meu entender, que gorada essa perspetival, que era a melhor para Portugal, ficámos com a maioria


parlamentar que temos, com um acordo que os dois partidos dizem que é um acordo reforçado e então o Presidente não pode deitar fora aquilo que tem, e na segunda comunicação, no dia 21 de Julho, renova, digamos, o folgo a essa sucessão na base das garantias reforçadas que, diz o Presidente, recebeu dos partidos e apontou cinco mandamentos claros para a segunda parte da legislatura: - Diálogo político, que tem que continuar entre o governo e a oposição, nomeadamente o PS; - Diálogo Social; - Continuação da consolidação das finanças públicas e ausência de novos sobressaltos nomeadamente na aprovação do Orçamento para 2014; - Uma nova rota mais assente no crescimento da economia e reconstrução do emprego; - Negociações mais vigorosas com os nossos parceiros sociais. Onde é que eu acho que o Presidente não esteve tão bem? Há muito tempo que sustento que sem prejuízo das responsabilidades do acordo ser previsivelmente mais dos três partidos do chamado arco da governabilidade, PSD, CDS e PS, isso não significa que o BE e o PCP sejam excluídos dessas conversas. Acho que é do interesse de todos que eles sejam incluídos nessas conversas pois o problema é tão sério que todos têm de ser convocados e depois cada um decide. Nós sabemos que já quando foi da troika eles fingiram que não havia problema nenhum, mas nós não podemos exonerar esses partidos da responsabilidade de contribuírem para as soluções dos problemas dos portugueses, se eles não quiserem não querem, tudo bem, mas não estão isentos desse dever que incube a todos tanto ao CDS como ao PCP, tanto ao PSD como ao BE e ao PS e ao PEV. Todos os partidos que têm acento parlamentar têm que responder às dificuldades dos portugueses e isso tem que ser frisado sempre! Se eles disserem que não, dirão que não, mas tem que ser feita sempre a pergunta e se eles disserem que não, não é porque estão a ser excluídos é porque não querem. Segunda questão, eu não estou de acordo que o Presidente não possa, em caso limite, recorrer a um governo de iniciativa presidencial. O Presidente disse isso algures entre a comunicação do dia 10 de Julho e do dia 21 de Julho, e eu acho que isso é uma interpretação excessiva das revisões constitucionais, nomeadamente a de 1982, e acho que numa situação

limite podia ter feito. Eu sustento que já o deveria ter feito em 2010, demitindo o governo de Sócrates e partido para um governo de iniciativa presidencial por altura, sensivelmente, da apresentação do orçamento para 2011, e talvez tivesse evitado a vinda da Troika. Com certeza que este governo teria que ser sujeito a investidura parlamente, e ai ou teria ou não teria, e creio que agora também teria sido um outro caminho teoricamente possível que realmente acharam que o Presidente da República tinha aberto portas para isso no seu discurso do dia 10 de Junho, muitos comentadores avançaram para isso, eu, por acaso não, sempre chamei à atenção que ele nunca disse isso mas se quisesse dar esse paço acho que tinha todas as condições para o fazer do ponto de vista político só não sei é se teria alguém disponível para assumir essa responsabilidade, porque obviamente que só pode nomear um governo se tiver, pelo menos, alguém que aceite a responsabilidade de ser Primeiro-ministro e depois outros que aceitem integrar esse governo. Não sei se haveria pessoas para esse entendimento e com essa coragem, pois, hoje em dia, é preciso muita coragem para se ser governante em Portugal pois ser governante em Portugal não é pêra doce, é uma tarefa muito difícil, muito dura e poderia não haver quem tivesse disposto. Mas uma coisa é não haver ninguém e outra coisa é o Presidente não escolher esse caminho, teoricamente, se o quisesse e creio que em ultimo recurso pode ser necessário e, portanto não estou de acordo de que o Presidente ao enunciar, nas ilhas Selvagens, a doutrina de que não pode fazer isso, acho que essa doutrina é errada e ao enunciar isso está a limitar a sua capacidade de intervenção para uma altura que seja necessária. Desta vez não foi necessária porque teve uma maioria parlamentar que lhe apareceu com uma solução teoricamente reforçada, mas não sabemos o que o futuro nos reserva e na verdade o país tem tantas dificuldades que não convém queimar respostas que podem vir a ser imprescindiveis. JC - Acha que o PS está a aproveitar esta situação como vingança ao chumbo do PEC IV? Dr.RC – Da parte do PS é evidente, dos seus sectores “socráticos” isso parece-me evidente até de Mário Soares. É evidente que António José Seguro foi sujeito a pressões brutais dentro do Partido Socialista contra qualquer acordo e não há duvida que, entre outras coisas, são inspiradas nesse espirito de desforra do PEC IV. É, todavia, importante relembrar que antes do PEC IV houve o PEC I, o PEC II e o PEC II como a numeração o indica, e esses PEC’s foram I,

14


todos passados no parlamento. Bem sei que o nosso partido, o CSD, nunca contribuiu para as suas aprovações mas o PSD contribuiu e portanto acho que o PS podia ter um sinal de maior responsabilidade. Eu creio que António José Seguro está numa posição muito, muito difícil e vai continuar e por isso nós não vamos poder contar muito com o PS pois este ainda não mudou o seu discurso, e ainda não mudou a sua maré, e esse é um problema tanto para o PS como para Portugal, porque o discurso e a política que nos trouxe à banca rota é o discurso que ainda continua a dominar e a condicionar o Partido Socialista. É o discurso do “crescimento”, dos “recursos ilimitados”, do “investimento público”, do “não há problema”, do “défice”, do “indevidamente”... só seria útil uma colaboração do Partido Socialista se ele já tivesse virado essa página e, portanto, ficar à espera do PS é atrasarmos a própria reputação do país. Este PS não é uma solução, é ele próprio ainda parte do problema, é herdeiro do problema e continuação do mesmo e isso é um problema para o Partido Socialista, que manifestamente não é alternativo, e é também um problema para o país. Não deixa de facto de ser surpreendente que face a erros vários, e graves, erros da maioria o PS não apareça ai nas sondagens com um desempenho excecional. Isso significa o que? Significa que os portugueses dão conta que o PS não é solução. Os portugueses às vezes estão desiludidos, e com razão, pela maioria do PSD/CDS estar a ter um desempenho abaixo das espectativas dos portugueses e das espectativas dos eleitorados, mas também sabem, toda a gente sabem, que o PCP e o Bloco também não são respostas, são partidos a que os portugueses se juntam para protestar e dizer mal gritando “Tá na hora” e outras coisas, mas isso não resolve problema nenhum, e o PS não é solução porque está cativo do discurso que nos trouxe à banca rota e os portugueses sabem disso. Estamos numa situação muito dificl, mesmo muito dificil. JC - Se houvessem eleições legislativas neste momento, qual o cenário mais possível de acontecer? Seria a maior abstenção de sempre ou o aparecimento de novos partidos como por exemplo o PAN e outros? Dr.RC – Bom esses partidos poderiam aparecer na Assembleia da República, poderiam era aparecer novas forças como aconteceu na Grécia e na Itália com partidos que se formaram, alguns mesmo, em cima das eleições. O SYRIZA ou o Aurora Dourada são fenómenos que se formaram em cima de um, dos vários, círculos eleitorais da Grécia na erosão que tem

15

sido sujeita desde a decadência do governo de Papandreou e em Itália apareceram coisas tão estranhas como é o caso do partido de Pepe Grillo e os fenómenos à volta de Monti juntando-se a partidos que já existiam mas que ganharam outro folgo e isso pode acontecer tanto aqui em Portugal ou em Espanha. Em Espanha, aqui ao lado, há um vazio e a politica teima agora em ir ao vazio na sua natureza. Nós vemos que em Espanha que as sondagens nota-se uma grande queda do PP devido aos seus escândalos de corrupção etc., mas o PSOE não sobe e sobe um pequeno partido de Rosa Diaz uma dissidente socialista, mas também sobe pouco. Cria, sobretudo, um espaço de grande vazio que pode ser a abstenção ou o aparecimento de novos movimentos que atraiam a cidadania, e em Portugal também. O mais provável era que voltássemos a ter, como em 2005, a maior maioria de esquerda de sempre, era o mais provável se não aparecessem coisas novas, e em 2005 isso aconteceu. O fracasso das direções do PSD e do CDS resultou a maior maioria de esquerda onde o PS tivesse maioria absoluta e o PCP e o Bloco tiveram votações acima das que tinham tido, e por ventura o mesmo poderia acontecer se fosse hoje. É duvidoso que o PS tivesse a maioria absoluta outra vez, as sondagens não apontam nesse sentido, a não ser que houvesse uma viragem interna no Partido Socialista, mas era possível haver uma nova maioria de esquerda a não ser que surgissem outros fenómenos políticos ou no quadro da maioria ou de fenómenos novos, não sei. Estes tempos são de enorme volatilidade, se ela acontece ou não depende depois do que está no terreno na altura de votar, mas o melhor de tudo é não brincarmos em eleições e resolvermos os problemas do país. É para isso que cá estamos, para isso é que fomos eleitos, para isso é que temos uma maioria e é para isso que temos que dar provas.




Noticias o facto de apenas uma escola ter o plano de evacuação de emergência aprovado como exige a lei e que os funcionários provenientes do fundo de desemprego só poderem estar apenas um ano numa escola, sendo proibidos de se candidatarem à mesma no ano seguinte, depois de toda a formação e conhecimento da instituição, voltando novamente para o desemprego.”. O PERA, também abordado no “Escola Viva”, não está a cumprir na íntegra com os seus objectivos iniciais, principalmente com o que diz respeito à igualdade, tendo já sido comunicada esta situação ao Ministério da Solidariedade e Segurança Social (actual Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social). Quanto aos Jardins de Infância Públicos ainda não existem dados suficientes que consistem numa análise conclusiva, estandoa JP de Almada ainda a estabelecer alguns contactos.

A Juventude Popular de Almada está na fase de conclusão do seu projecto “Escola Viva” que engloba um conjunto de documentos sobre o seu anterios projecto “Alerta Escolas” e as alterações detectadas nas escolas que colaboraram; as irregularidades no Programa Escolar de Reforço Alimentar e, uma pequena pesquisa sobre as mensalidades dos Jardins de Infância tendo por base um estudo realizado pela Universidade do Minho que já fora noticiado na edição de Junho. Neste momento pode-se concluir que nenhuma escola do municipio que participou no Alerta Escolas, no qual a Juventude Popular de Almada apresentou ao Sr. Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, teve qualquer tipo de intervenção, mesmo que muito básica. “Existem situações muito complicadas de resolver devido à sua borucracia e/ou aos gastos associados. Porém, noutras situações não passa de uma falta de vontade politica” – afirma Hugo Rufino Marques, Presidente da Juventude Popular de Almada – “O projecto Alerta Escolas alertou, também, para

Dentro de semanas este trabalho estará concluido e aguardase uma audiência no Ministério da Educação e Ciência e no Grupo Parlamentar do CDS-PP. FONTE: Jornal Click!

18


manutenção, e afirmar que não têm dinheiro para terminar as obras num edifício onde apenas falta colocar o chão no piso térreo. Quanto mais depressa terminar esta situação, mais depressa deixa de haver este enorme gasto para o Estado Este é um dos temas, entre muitos outros, que a JP de Almada irá discutir com o Grupo Parlamentar do CDS-PP e com o Ministério da Educação e Ciências. FONTE: Jornal Click!

A Juventude Popular de Almada, com o apoio e colaboração da Associação de Pais da Escola Secundária do Monte da Caparica, receberam o Correio da Manhã jornal e o Coreio da Manhã TV para mostrar a realidade existente nesta instituição. Esta está a funcionar em monoblocos há mais de três anos onde funcionam as salas de aulas, refeitório com capacidade para vinte e cinco dos quase novecentos alunos que o usam, bar de alunos e professores e sala de funcionários. Contudo existem dois novos edifícios em fase de construção com todo o material necessário para terminá-los no local sujeito a roubos (como já aconteceu), vandalismo e deterioração. Um desses edifícios é um pavilhão de dois andares com vinte e cinco salas de aulas onde falta apenas a colocação do chão no piso térreo.

O presidente da Juventude Popular de Almada, em representação da Juventude Popular de Almada, esteve presente na Assembleia da República a Alcino Cardoso (deputado da I Legislatura pelo CDS-PP), às vitimas do acidente ferroviário de Santiago de Compostela e às vitimas de um acidente rodoviàrio em Itália. “É um dia triste e sério mas saio desta casa com um sentimento de dever cumprido.” – Hugo Rufino Marques, Presidente da Juventude Popular de Almada.

Em declarações ao CM, a JP Almada afirma não compreender como pode a Parque Escolar pode pagar €180.000 por ano de aluguer dos contentores, sem contar com a sua.

Fonte: Jornal Click!

19


Informado o Ministério sobre a nossa preocupação de este acordo entre o Estado e privados não esteja a ser cumprido na íntegra, João Maria Condeixa (assessor do Sr. Ministro) agradeceu o trabalho realizado pela JP Almada. Segundo o mesmo, “o papel do Ministério da Solidariedade e Segurança Social é o de sinalizar os casos mais “gritantes” e dar a informação ao Ministério da Educação e Ciência para que este não ajude familias que não necessitam, ajudando a complementar a rede de solidariedade”. Este projecto é a pensar nos agregados familiares não só na escola como na pós-escola, sendo de caracter transitório de forma a ajudar quem necessita durante o tempo que realmente necessita. Com ele, pode-se sinalizar familias com carência onde pela primeira vez não é o Estado, com base nos contribuintes, que suporta toda a estrutura havendo parceria com empresas particulares para essa ajuda. João Maria Condeixa ainda acrescenta que se acrescentou mais 200 professores agregados às CPCJs justamete para estes poderem sinalizar os diversos casos de necessidades.

No passado dia 18 de Julho a Juventude Popular de Almada reuniuse no Ministério da Solidariedade e Segurança Social (actual Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social) com o Sr. Engenheiro João Maria Condeixa (assessor do actual Sr. Ministro da Solidariedade, do Trabalho e Segurança Social) para informar sobre as anomalias encontradas no programa PERA no municipio de Almada. O pograma PERA tem como objectivo disponibilizar aos alunos em situação de carência alimentar, identificados pelas escolas, uma primeira refeição do dia, sensibilizando os alunos e famílias para uma alimentação saudável e para a importância do pequeno-almoço em casa. Porém, o que a Juventude Popular de Almada apurou é que existem escolas em que os alunos apenas têm direito a uma sandes com queijo e outras em que os alunos têm não só uma sandes, como também leite, iogurte e fruta.

A Juventude Popular de Almada, na figura do seu presidente, está satisfeita com a atenção que o Ministério da Solidariedade e Segurança Social (actual Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social) está a dar ao assunto e acrescenta as suas suspeita de que as parcerias privadas possam não estar a cumprir com o acordo ou, no pior dos casos, esteja a haver desvios no fornecimento alimentar às escolas. FONTE: Jornal Click!

20


No passado dia 3 de Agosto dois taxistas foram assalados no Monte da Caparica de uma forma violentissima! "Eles apareceram com a caçadeira e as pistolas, deram-me socos e encostaram-me uma navalha no pescoço", começou por dizer o taxista, que exerce a profissão há sete anos. "O meu colega veio entregar-me o táxi para eu ir trabalhar, quando eles apareceram. Roubaram-me 110 euros, ao meu colega 30, e ainda me levaram dois telemóveis e o relógio", relatou, acrescentando que os cinco ladrões ainda lhe pediram para ir a casa buscar mais dinheiro. "Reviraram o carro todo mas depois acabaram por fugir." disse Francisco Magalhães de 51 anos ao Correio da Manhã. Rodolfo Rodrigues, vicepresidente da Juventude Popular de Almada e estudante na Faculdade Egas Moniz no Monte da Caparica, já tinha alertado a Assembleia Municipal de Almada sobre a insegurança vivida no local. Segundo o mesmo, a falta de iluminação e de patrulhamento do local cria um sentimento de insegurança tremendo. A proposta apresentada, também feita pelo grupo parlamentar do CDS-PP Almada, foi a criação de um sistema de videovigilância nas estações do Metro Sul do Tejo e a criação de uma polícia municipal que possa, em colaboração com a GNR e a PSP, fazer um patrolhamento que permite criar um sentimento de segurança em Almada. A Câmara, para variar, não deu importância à questão chegando a dizer que nas bombas de gasolina existem camaras de videovigilancia e, mesmo assim, fazem assaltos com bilhas de gás. É caso avisámos!”

para

dizer:

“Nós

O Teatro Municipal de Almada decorreu entre o dia 4 e 18 de Julho e contou com a participação de catorze paises e realizou vinte e sete espectáculos que incluiu dezoito produções estrangeiras e nove portuguesas (seis das quais em estreia). Este ano Joaquim Benite (1943-2012), mentor e fundador do Festival e da Companhia de Teatro de Almada, é a personalidade homenageada nesta 30.ª edição, sublinhando-se uma instalação documental da autoria de Jean-Guy Lecat e a estreia do documentário de Catarina Neves, Não basta dizer “não” - A última encenação de Joaquim Benite. O Festival de Almada comemorou a sua 30ª edição apresentando espectáculos oriundos de Espanha, França, Itália, Áustria, Grécia, Irlanda, Eslovénia, Croácia, Argentina, e um ciclo de teatro nórdico, com peças da Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca. Como habitualmente, o Festival estendeu-se a Lisboa, coapresentando espectáculos com o Teatro Nacional D. Maria II, o S. Luiz Teatro Municipal, o Maria Matos Teatro Municipal, a Culturgest, o Teatro da Trindade e o Teatro da Politécnica. Fonte: Jornal Click!

Fonte: Jornal Click!

21


Gabinete de Estudos

Jápopcom saiu! #6

Esta edição contém uma entrevista exclusiva a Michael Seufert, deputado do CDS e ex-Presidente da Juventude Popular. Para além disso, uma entrevista aos autores do livro 'Grandes Discursos do Século XX', um dossier ideológico, uma peça com o melhor da actualidade internacional e os habituais artigos de opinião, são excelentes pontos de interesse de mais um número recheado de qualidade!


Gonçalo Begonha Foi há precisamente 101 anos que nasceu Milton Friedman, vencedor do Prémio Nobel da Economia em 1976. Por isso, hoje é dia ficar a conhecer os pormenores mais importantes sobre a vida e a obra de uma das mais relevantes figuras do pensamento liberal do século XX. Este texto da autoria do Luís Miguel Ribeiro, que o Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha te recomenda, é um excelente ponto de partida.

'O

Livro

Negro

do

Comunismo'

revela

o

saldo assustador de mais de sete décadas de história de regimes comunistas: enormes massacres, regiões

deportações

sem

sobrevivência, políticos,

as

em

mínimas

perseguições

fome

massa

para

condições e

de

assassinatos

generalizada

e

miséria

extrema. Os factos retratados neste livro, que o Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha te 'A Ética da Liberdade', originalmente publicada em

recomenda,

1982,

sangrento

é

uma

das

mais

reconhecidas

obras

de Murray Rothbard. Nela, o autor explica de que

demonstram é

a

grande

que

o

terrorismo

característica

comunismo no século XX.

forma a economia se relaciona com a ética, usando o conceito de propriedade como ponto de partida. O resultado das suas conclusões encontra-se longe das concepções muito em voga e que acreditam no papel distribuidor do estado, numa "justiça social" definida e criada por burocratas. O Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha recomenda, por isso, que acrescentes fundamentais

esta para

obra se

à

lista

perceber

de os

leituras fenómenos

económicos e de que forma os mesmos afectam a vida de todos.

Para aceder a estas informações e documentos basta aceder à página de

Facebook

do

Gabinete

de

Estudos Gonçalo Begonha: www.facebook.com/goncalobegonha Ou a página Oficial: www.goncalobegonha.org/

do



Cartaz

Cultural Almadense


SOMETHING STILL UNCAPTURED - CICLO SALA EXPERIMENTAL / DANÇA Maria Ramos SALA EXPERIMENTAL 7 de SETEMBRO

VONTADE DE TER VONTADE - DANÇA Coreografia de Cláudia Dias SALA EXPERIMENTAL 14 de SETEMBRO

O PELICANO - TEATRO Criação Encenação de Rogério de Carvalho SALA PRINCIPAL de 14 de SETEMBRO a 6 de OUTUBRO

CHOVE EM BARCELONA - TEATRO Encenação de Jorge Silva SALA EXPERIMENTAL de 19 a 22 de SETEMBRO

O ENSAIO OU CAFÉ DOS ARTISTAS - TEATRO Encenação de José Peixoto SALA EXPERIMENTAL de 26 a 29 de SETEMBRO 26


Domingos

Matinés Dançantes!

15:00h Salão de Festas


Click! A tua JP a um Click! de dist창ncia


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.