Gazeta Rural nº 429

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www.gazetarural.com 1 www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 429 | Periodicidade Quinzenal | 30 de Abril de 2023 | Preço 4,00 Euros Câmara da Golegã realiza I Festival da Biosfera • Viseu recebe V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica • Mealhada celebra o artesanato e a gastronomia • A maior Feira do Concelho da Chamusca está de volta • Montanhas Mágicas recebem Festival Pés na Serra Já há ‘Cidade do Vinho 2024’

VISEU RECEBE V COLÓQUIO NACIONAL DE HORTICULTURA BIOLÓGICA

O V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica (VCNHB) decorrerá nos dias 11 e 12 de maio de 2023, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, e contará com elevada adesão de investigadores, técnicos e produtores.

FICHA TÉCNICA

Ano XIX | N.º 429

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A)

E-mail: jla.viseu@gmail.com

Telemóvel: 968 044 320 (chamada para rede móvel nacional)

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda

Sede: Rua Laje Monte, 56 - 3500-891

Lourosa de Cima - Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Ana Pinto

Sede de Redacção: Rua Laje Monte, 56 - 3500-891

Lourosa de Cima - Viseu

Telefone: 232 436 400 (chamada para a rede fixa nacional)

E-mail : gazetarural@gmail.com

Web: www.gazetarural.com

N.º ERC 124546

Propriedade:

Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo

Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda

R. Cap. Salomão, 121 - Viseu

Telefone: 232 411 299 (chamada para a rede fixa nacional)

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

04 Alicaça - Festa do Caçador está de volta a Alijó

05 Viseu recebe V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica

06 Câmara da Golegã engloba ExpoÉgua no programa do I Festival da Biosfera

08 Miranda do Douro promove Recriação Histórica da Guerra do Mirandum

09 Festival Histórico ‘leva’ Vila Real de Santo António até século

30

e o torricado só têm de se casar”, diz presidente da Câmara da Azambuja

“Não temos de nos sentir inferiorizados pela nossa interioridade”, diz a presidente da Câmara de Miranda do Douro

32 Município de Proença-a-Nova cria rota das memórias, aldeias e histórias

33

Há oito novas Aldeias de Portugal de norte a sul do país

36 Restaurantes de Condeixa-a-Nova acolhem apreciadores do cabrito

37

Azinhaga vai receber I Festival do Campino em 2024

38 Concelhos das Montanhas Mágicas recebem Festival Pés na Serra

sumário
XVIII 10 ‘Além Cabul’ abrem Festival Islâmico de Mértola 12 A maior Feira do Concelho está de volta à Chamusca 14 Azambuja celebra o XXIV Mês da Cultura Tauromáquica 16 Na Mealhada há festa para celebrar o artesanato e a gastronomia 17 Quatro Municípios da Lezíria do Tejo são “Cidade do Vinho 2024” 22 Adega de Borba renovou imagem da sua marca mais reconhecida 23 “Provocação de Sabores” reúne 52 produtores de vinho no Barreiro 24 RAIZ está entre as entidades mais inovadoras e líder na bioeconomia florestal 26 Produtores de leite indignados com redução do preço pago à produção 27 Investigadores desenvolvem sistema inovador para monitorização de plantações de milho 28 “O vinho

No fim de semana de 13 e 14 de maio

Alicaça - Festa do Caçador está de volta ao concelho de Alijó

A Alicaça - Festa do Caçador regressa ao concelho de Alijó, a 13 e 14 de maio. O evento organizado pela Câmara de Alijó realiza-se na localidade de Vila Verde, com um vasto programa direcionado a caçadores e ao público com interesse na atividade cinegética.

Após um interregno, a Alicaça regressa com o objetivo de promover o potencial cinegético, natural e económico do território, assim como dinamizar a Zona de Caça Municipal, que recebe habitualmente caçadores de todo o país.

O programa do evento inclui várias atividades de caça e atividades lúdicas de cariz desportivo. No dia 13 de maio, a abertura do evento acontece com a Prova de Santo Huberto, logo a partir das 8 horas. Durante a tarde, terá lugar uma Batida à Perdiz, a partir das 15,30 horas. Já no dia 14 de maio, o certame arranca com

Prova de Trabalho de Cão Coelheiro, às 9 horas. À tarde, terá lugar a Mostra Canina com Podengo Português e Cães de Parar, a partir das 15 horas.

Nos dois dias, o programa de atividades inclui um Percurso de Caça, com o apoio do Clube de Caça e Pesca de Alijó, que começa às 9 horas, no Campo de Tiro, em Alijó. Durante todo o evento, os visitantes poderão ainda ver as exposições “20.000 Anos de Caça” e “Aves de Rapina”, assim como assistir a várias demonstrações de falcoaria, no período da manhã e da tarde.

A animação, o convívio e a partilha de experiências são também uma marca constante em todo o evento. Os grupos Encharca o Fole e Incantus e ainda o grupo de Bombos de Pegarinhos irão garantir a animação durante todo o evento. Haverá ainda um parque radical e uma área dedicada aos mais novos. Além do convívio entre caçadores e interessados no setor, o evento pretende divulgar as excelentes condições da Zona de Caça Municipal para a prática de atividades cinegéticas.

Rua Capitão Salomão, nº 121-123 | 3510-106 VISEU | Telefone: 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com (chamada para a rede fixa nacional)

A 11 e 12 de maio, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu

Viseu recebe

V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica

A organização do colóquio recebeu 60 resumos referentes a trabalhos de investigação e experimentação sobre o Modo de Produção Biológico (MPB) em culturas hortofrutícolas. Após apreciação e validação pela Comissão Científica os trabalhos foram distribuídos pelas diferentes sessões temáticas, Sessão I – Itinerários técnicos em modo de produção biológico; Sessão II - Transformação, qualidade e consumo e Sessão III - Aspetos socioeconómicos e organização do setor, de forma oral, e em formato de pósteres.

O VCNHB é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Horticultura (APH), em parceria com a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (ESA / IPV) e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP Centro) e conta com o apoio da Câmara Municipal de Viseu.

Ao longo das sessões temáticas serão reveladas técnicas de produção sustentável, como o ‘Deep Compost Mulch System’ no controlo de infestantes ou os efeitos de microalgas no controlo de Botrytis cinerea, e práticas de economia circular, como o uso de compostados de subprodutos provenientes de adegas e da indústria cervejeira na fertilização das culturas.

O V Colóquio Nacional de Horticultura Biológica (VCNHB) decorrerá nos dias 11 e 12 de maio de 2023, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, e contará com elevada adesão de investigadores, técnicos e produtores.

No período 2012-2020, a área em MPB na UE aumentou mais de 50%, atingindo 14,8 milhões de hectares, o que representa 9,1% do total da superfície agrícola utilizada (SAU). A SAU biológica da UE é composta maioritariamente por pastagens permanentes (42%), forragens verdes (17%), cereais (16%) e culturas permanentes (11%), tais como vinhas, pomares e olival.

As hortas escolares em MPB como espaços de conexão com a natureza e de aprendizagem e o consumo de alimentos biológicos e a sua relação com a qualidade de vida são outros dos muitos temas de interesse do Colóquio, que pretende fazer uma reflexão sobre o futuro da agricultura biológica na mesa-redonda que encerra o evento.

O programa inclui visitas técnicas à Casa de Mouraz, um projeto de viticultura sustentável e produção de vinhos naturais, e à Ecoseiva, um projeto de produção e comercialização de hortícolas em MPB, ambos no concelho de Tondela.

O VCNHB realiza-se numa conjuntura em que a União Europeia traçou como meta 25% da sua área agrícola em MPB até 2030.

Em Portugal, a área agrícola em MPB é de 279 016 hectares, um aumento de cerca de 10 mil hectares face a 2020. A área agrícola em conversão para MPB – 476 785 hectares – é quase 10 vezes superior à registada em 2020 e o número de operadores em MPB triplicou, atingindo os 15 979, relevam os dados do Observatório Nacional da Produção Biológica.

O VCNHB pretende promover o intercâmbio de informação entre investigadores, técnicos e agentes do setor; divulgar os avanços técnico científicos nos temas a abordar; envolver a comunidade nas questões políticas nacionais e europeias relacionadas com a produção e consumo dos produtos e identificar linhas de trabalho e de investigação que possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias ambiental e socialmente sustentáveis. Para mais informações e inscrições os interessados devem consultar o site: https://aphorticultura.pt/eventos/VCNHB/

De 6 a 14 de abril, com várias iniciativas associadas

Câmara da Golegã engloba ExpoÉgua no programa do I Festival da Biosfera

Com o objetivo de “promover e demonstrar o potencial e a cultura dos territórios que fazem parte da Reserva da Biosfera, em que se encontra a maior parte do concelho, a Câmara da Golegã promove de 6 a 14 de abril o I Festival da Biosfera, evento que integra no seu programa a edição 2023 da ExpoÉgua.

Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara da Golegã diz que as expectativas para este festival “são bastante positivas”, pela diversidade, mas especialmente porque a ExpoÉgua “tem algumas novidades e alterações”, reafirmando o evento “como algo diferenciado no concelho e na região”. António Camilo diz que o I Festival da Biosfera “é um conceito criado com o objetivo de promover e demonstrar o potencial e a cultura dos territórios”, sem esquecer a I Mostra Gastronómica do Peixe do Rio, “uma das grandes novidades, que irá certamente ser um ponto forte de interesse para quem nos quer visitar”.

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Gazeta Rural (GR): Que novidades há nesta edição da ExpoÉgua?

António Camilo (AC): Para esta edição da ExpoÉgua apresentemos algumas novidades e alterações, no sentido de reafirmar o evento como algo diferenciado no concelho e na região. Desde logo por estar englobada no “I Festival da Biosfera”, um conceito criado com o objetivo de promover e demonstrar o potencial e a cultura dos territórios que fazem parte da Reserva da Biosfera, como é o caso da maior parte do Concelho da Golegã.

Além de todas as atividades do Festival, que irá decorrer de 6 a 14 de abril, durante os dias de ExpoÉgua iremos introduzir a “I Mostra Gastronómica do Peixe do Rio”, uma das grandes novidades que irá certamente ser um ponto forte de interesse para quem nos quer visitar.

ragem obrigatória na Igreja Matriz da Golegã para a bênção de todos os romeiros e acompanhantes.

GR: O Encontro de Vinhos é uma forma de mostrar que a Golegã tem outros produtos de qualidade?

AC: O encontro de Vinhos é sobretudo uma aposta que “casa” perfeitamente com a globalidade deste evento e de tudo o que nele acontece. Desde a mostra gastronómica, aos espetáculos culturais, demonstrando toda a nossa tradição, o cavalo e a ligação ao meio rural, são todos estes ingredientes que combinam perfeitamente com o Encontro de Vinhos.

É uma oportunidade de dar a conhecer a todos os visitantes os produtos vinícolas produzidos na nossa região, e não só, promovendo assim o setor vinícola e a excelência dos nossos vinhos.

GR: Para os visitantes, a gastronomia é sempre um atrativo. Que conselhos daria?

Haverá também dois espaços para animação musical, além de animação de rua, conseguindo dinamizar e oferecer maior oferta cultural. E sem nunca descurar, continuar a afirmar a vertente equestre, com o maior destaque para a Égua e a sua apresentação, e todas as atividades equestres que se irão realizar durante o certame como é o caso da tradicional “Romaria a São Martinho” e as provas de desporto equestre.

GR: Que expectativas tem para este evento, tendo em conta as circunstâncias atuais?

AC: Sim, sem dúvida. E por esse mesmo motivo que nesta edição lançamos a “I Mostra Gastronómica do Peixe do Rio”. Um conceito a pensar no território onde estamos implantados, de distinta singularidade, banhado pelos rios Almonda, Tejo e Alviela, e que pretendemos potencializar trazendo sabor à mesa de todos os que queiram estas iguarias provar.

AC: As expectativas são bastante positivas, primeiro porque a ExpoÉgua já é por si um evento com tradição, atraindo anualmente muitos participantes e visitantes, sendo que aliado a isso a implementação das novidades já evidenciadas, farão com que não faltem motivos para que um evento seja um sucesso, cumprindo com as nossas expectativas, e sobretudo as expectativas de quem irá passar pela Golegã nestes dias.

Gr: A Romaria a São Martinho é um dos pontos altos do programa. O que tem de especial?

Para além dos espaços que iremos ter disponíveis na tenda desta mostra gastronómica, está programado um showcooking com o conceituado Chef Victor Felisberto, vencedor de inúmeros prémios, nomeadamente, e por duas vezes, com Estrela Michelin, que pretende mostrar as formas de confecionar o peixe do rio, e onde estará com um espaço aberto ao público durante os três dias da Mostra Gastronómica.

Para finalizar, e não menos importante referir, todo o potencial gastronómico dos diversos restaurantes existentes no concelho, que são todo o ano procurados por milhares de pessoas pela sua qualidade, por saberem receber como ninguém, e que obviamente o I Festival da Biosfera é um ótimo motivo para os vir conhecer também.

GR: Nesta altura, depois do que vivemos nos últimos 3 anos, como está o setor primário do concelho?

AC: Há mais de duas décadas que a “Romaria a São Martinho” é um dos pontos altos do programa da ExpoÉgua. Esta já é uma tradicional romaria a cavalo, que atrai várias dezenas de pessoas, dando a conhecer parte do património natural, histórico e religioso da Vila da Golegã, a Capital do Cavalo. Esta romaria, com organização da Confraria dos Romeiros de São Martinho, da Associação Feira Nacional do Cavalo e do Município da Golegã, tem também a particularidade dos participantes trajarem tipicamente com a meia-capa, seguindo o Romeiro-Mor e o Romeiro-Mestre num percurso que difere todos os anos, sendo que a saída se faz do Largo do Arneiro, palco principal e coração da Feira Nacional do Cavalo, e tem como pa-

AC: Num concelho com uma forte presença do setor primário, devido às condições privilegiadas que existem, face à riqueza dos solos, a sua importância é fundamental para o equilíbrio social e económico do concelho, sendo que é um setor que se reflete em vários postos de trabalho no nosso município.

Felizmente este é um setor que manteve uma atividade constante, conseguindo adaptar-se aos desafios que o país e o mundo viveram nos últimos três anos, confirmando a sua extrema importância tal como a sua resiliência.

A Câmara de Miranda do Douro promove, nos dias 5, 6 e 7 de maio, a Recriação Histórica da “Guerra do Mirandum”, no ano em que se assinalam os 261 anos da destruição do Castelo de Miranda do Douro (8 de maio de 1762).

No fim de semana de 5, 6 e 7 de maio

Miranda do Douro promove Recriação Histórica da “Guerra do Mirandum”

Esta iniciativa visa “confrontar o Conde de Lippe e o Conde de Aranda, revivendo os heroísmos e as fatalidades da Guerra do Mirandum, recriando o século XVIII com a ambientação barroca, mercado popular da época e onde se revivem as peripécias de uma guerra que foi mais de guerrilhas e menos de batalhas em campo aberto, onde pesaram menos as estratégias militares tradicionais, mas onde imperou a guerrilha dos milicianos e o valor dos camponeses”.

No mercado decorrerão em permanência várias atividades lúdicas (música, canto, dança, malabarismo e

acrobacia, jogos de destreza, treino de armas, etc.). Das tabernas e tendas do mercado ecoarão os pregões e os ditos de incitamentos ao comércio. Os penetrantes aromas do peixe e carne a serem grelhados atrairão os famintos e os sequiosos. As mais variadas personagens cruzar-se-ão pelo mercado, como almocreves e bufarinhentos, mendigos e rameiras, carregadores e aguadeiros, cativos e escravos, poetas e vendedores de sonhos e ilusões, a fidalguia, a burguesia e a clerezia, o povo do Norte para além dos montes e o povo do planalto, numa balbúrdia de vozes e pregões sobrepondo-se à música dos tangedores e menestréis. De quando em quando o sopro da gaita ecoa pelas muralhas espalhando-se pelas correntes do rio.

No fim de semana de 12, 13 e 14 de maio

Festival Histórico ‘leva’

Vila Real de Santo António até século XVIII

O município de Vila Real de Santo António vai promover o Festival Histórico Vila Real de Santo António Setecentista, um novo evento âncora que pretende retratar a vida quotidiana da vila, no século XVIII e destacar a sua importância histórica, cultural e social.

A iniciativa irá decorrer no fim de semana de 12, 13 (feriado municipal) e 14 de maio e destina-se a assinalar o 247º aniversário da fundação de Vila Real de Santo António. Inaugura também a contagem decrescente das celebrações dos seus dois séculos e meio de história.

Desde as recriações históricas, passando pelos cortejos, espetáculos e animações e terminando nos mercados e banquetes, não vão faltar motivos para visitar a cidade e o seu centro histórico e ficar a conhecer todas as personagens de época. Com entrada livre, serão três dias num ambiente e cenário únicos, constituídos pelo traçado urbano da zona histórica e pela imponência da Praça Marquês de Pombal.

Recriações de época e animação marcam evento

Durante todos os dias do evento não faltará animação, teatralizações que retratam episódios da história de Vila Real de Santo António, em transversalidade com a História de Portugal, recriações, mercados e espetáculos com muita luz e cor. Propõem-se ainda animações teatro-circenses, com diversos ambientes cénicos, retratando episódios históricos ou cenas da vida quotidiana. Disso serão exemplo o cortejo histórico pelas ruas do Centro Histórico, a encenação do desembarque dos piratas e do julgamento dos saltimbancos, a dramatização de um auto de fé, ou a recriação do aniversário do Marquês. Durante o festival, serão realizados malabares de fogo, assim como espetáculos interativos com o público (jogos, luta de cena, esgrima artística, entre outros).

Conceição Pires, vereadora da Câmara Municipal de VRSA com o pelouro da cultura e educação, diz que o festival “pretende constituir-se como uma referência cultural e guiar-se pelo rigor histórico, dando relevo ao importante legado cultural, histórico e arquitetónico da vila fundada entre 1774 e 1776 por expressa vontade do Marquês de Pombal”.

No mercado, decorrerão, em permanência, várias atividades lúdicas tais como música e dança, canto, malabarismo e acrobacia, jogos de destreza, falcoaria, treino de armas, entre outras atrações. Um grandioso baile de máscaras, em homenagem a D. José I, no melhor estilo de carnaval veneziano, com aula de etiqueta e dança da época remata o programa.

Vai decorrer de 18 a 21 de maio

Grupo ‘Além Cabul’ abre Festival Islâmico de Mértola

Os ‘Além Cabul’ farão o espetáculo musical inaugural, no dia 18 de maio pelas 22 horas, do Festival Islâmico de Mértola. Com o cartaz quase fechado, os Além Cabul são o nome mais recente a ser anunciado.

Além Cabul, de Portugal, Afeganistão e Estados Unidos da América, fundem a cultura de três continentes e constroem uma máquina imaginária de teletransporte, que permite viajar de olhos fechados entre os vales dos rios Guadiana e Cabul e criar pontes onde antes havia fronteiras. Com Ana Santos e António Bexiga nas violas, Robin Ryczek no violoncelo, Tiago Rêgo na percussão, Fazel Sapand no sitar e no oud e Mili Vizcaíno na voz, fazem esta viagem onde o tempo deixa de existir. Todos juntos - vozes, instrumentos, homens e mulheres, cantam para um tempo novo, para um futuro de liberdade, igualdade e fraternidade, sem esquecer o que trouxe o leito do rio, porque os rios bebem histórias. Gota a gota - de “gota a gota se faz o rio”, diz o provérbio afegão “qatra qatra darya maisha”. Este é um espetáculo imperdível, onde se juntam à dimensão

musical os artistas plásticos Kaihan Hamidi (Cabul) e Manuel Passinhas da Palma (Mértola), cujas obras enquadrarão o cenário.

Além do tradicional souk, todos os dias das 10,30 às 24 horas, o cartaz musical do festival já se apresenta com vários nomes anunciados, como Cus Cus Flamenco, Fanfarraï Big Band, TootArd, Expresso Transatlântico, Pedro Mafama, entre outros. A restante programação conta com espetáculos de dança; oficinas de artesanato, de música, de aromas e sabores; e exposições, como a também recentemente anunciada, “da raiz ao som”, uma exposição de José Cardoso e Paulo Cardoso que permite ao visitante apreciar uma tipologia variada de instrumentos musicais da mesma família - os cordofones. Sendo a viola campaniça o cordofone mais enraizado nesta área geográfica, todo o seu processo de construção é nesta exposição documentado através da mostra de vários tipos de campaniça assim como de todos os componentes integrantes deste instrumento. Todas estas atrações estão distribuídas por vários espaços da vila e podem ser visitadas ao longo dos dias 18, 19, 20 e 21 de maio.

O Festival Islâmico de Mértola tem entrada livre e na passada edição contou com 50 mil visitantes. Este ano são esperadas 60 mil visitas, neste que é dos eventos mais relevantes do distrito, e que tem como objetivos, além da divulgação do conhecimento sobre a história e o património de Mértola, em particular da época islâmica, também promover o conhecimento, o diálogo, a tolerância e cidadania entre culturas; divulgar a cultura islâmica e produção contemporânea; fortalecer laços culturais, sociais e económicos com o Mediterrâneo e desenvolver a oferta turística muslim friendly.

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Decorre de 13 a 21 de maio

A maior Feira do Concelho da Chamusca está de volta

Os Quatro e Meia, Toy, Os Azeitonas, Carolina de Deus, Karetus, Rosinha, Ivandro, Ana Bacalhau e Custódio Castelo são os Cabeças-de-cartaz da semana da Ascensão’23, que decorre de 13 a 21 de maio.

A maior feira do Concelho da Chamusca está a chegar. A Semana da Ascensão’23 decorre este ano de 13 a 21 de maio e reúne, como sempre, grandes concertos e espetáculos que prometem animar as nove noites da maior semana do Concelho da Chamusca.

A festa arranca no dia 13 de maio, com o grande concerto de Os Quatro e Meia, no palco principal, segue-se Toy com um concerto Interativo, onde cabe ao público a tarefa de decidir a música que o artista vai cantar (14 de maio), Os Azeitonas (15 de maio), Carolina de Deus, com Bárbara Tinoco como convidada (16 de maio), Karetus (17 de maio), Rosinha (18 de maio), Ivandro (19 maio) e Ana Bacalhau (20

de maio). O grande espetáculo de fado chamusquense com Custódio Castelo (21 de maio) fecha a maior semana de cultura e tradição do concelho da Chamusca. No Palco Juventude, no Parque Municipal, o programa começa à meia-noite e segue pela madrugada dentro com a atuação de grandes bandas e DJ’s do panorama nacional.

Com entrada livre e gratuita a semana maior do concelho da Chamusca agrega todas as paixões culturais e gastronómicas da região e reúne anualmente milhares de visitantes. Recorde-se que em 2022, a vila da Chamusca recebeu ao longo da Semana da Ascensão mais de 100 mil visitantes, que vieram das mais diversas regiões do país para conhecer as raízes, a cultura e a tradição da vila considerada “O Coração do Ribatejo” e para desfrutar dos mais variados espetáculos de música e de teatro, folclore e provas desportivas, assim como da tradicional gastronomia da região, tasquinhas, mostras de artesanato e de produtos regionais, festa brava, atividades equestres ou taurinas, cultura e especialmente tradição.

Tradicional entrada de toiros é um dos momentos mais

aguardados

O expoente máximo da Semana da Ascensão é a tradicional Entrada de Toiros em Quinta-Feira de Espiga, dia 18 de maio, feriado municipal, onde os toiros percorrem a artéria principal da vila desde a antiga Cooperativa da Chamusca até à centenária praça de toiros.

É neste dia que a vila da Chamusca recebe milhares de aficionados, que vêm em busca da emoção de ver passar os toiros e vi-

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venciar um espetáculo verdadeiramente mágico e único, numa onda de entusiasmo e de emoção, que se traduz numa recriação de outros tempos, numa época em que a população esperava a chegada dos toiros bravos, que eram trazidos da charneca e das ganadarias para a vila, para a tradicional corrida de toiros em quinta-feira de ascensão ou para trabalharem nas lides do campo. Nessa altura eram estes animais que puxavam as charruas para lavrar as terras. O dia em que estes animais chegavam era sempre um momento alto e emocionante no concelho. Recorde-se que a Chamusca tem desde há muitos anos uma grande tradição ligada à tauromaquia, sendo que os primeiros registos que existem remontam ao séc. XVII. Neste dia, festejam-se também os dons da terra, com a Tradicional Apanha da Espiga, nos campos da região. A tarde é marcada pela tradicional corrida de toiros (17H00) na centenária Praça de Toiros da Chamusca.

Tradicional Corrida de Toiros

O cartel deste ano promete uma corrida de toiros mista com um cartaz único. Em praça vão estar os cavaleiros António Telles e João Moura JR e o matador Manuel Dias Gomes. A pegar estão os dois grupos da terra, o Grupo de Forcados Amadores da Chamusca e o Aposento da Chamusca. Durante a corrida serão lidados seis toiros da Ganadaria de Manuel Veiga.

Serão ainda atribuídos o Troféu Engenheiro Jorge Duque para a melhor pega e o Troféu Dr. João Duque para a Melhor Lide a Cavalo.

Atividades e oportunidades de negócio

A Semana da Ascensão é também uma montra do que melhor se faz e existe no concelho da chamusca. A Semana

da Ascensão é um reencontro da família e dos amigos, e uma festa de todos para todos. É um estado de alma e de sentir da população do concelho da Chamusca, onde é apresentada uma das mostras empresariais mais importantes da região, com o objetivo de promover o empreendedorismo, como motor sustentável, através da divulgação de atividades e oportunidades de negócio, aproveitando a potencialidade da região chamusquense, para a atração de investimento e dinamização do tecido empresarial.

A maior semana do concelho da Chamusca conta também com o importante envolvimento de todas as associações culturais, desportivas, recreativas ou etnográficas, assim como com o tecido empresarial e com todos os parceiros de intervenção social, sejam IPSS, juntas de freguesias ou universidades seniores do território chamusquense, que procura mostrar a quem nos visita o que de melhor existe e se faz no concelho.

O Município de Azambuja anunciou o regresso em pleno do tradicional “Mês da Cultura Tauromáquica”. A vigésima quarta edição decorrerá de 1 a 24 de maio e culminará, com a realização da Feira de Maio de Azambuja, a mais castiça das festas ribatejanas. Será um mês repleto de atividades ligadas à tauromaquia, com várias exposições, palestras, espetáculos, sessões de cinema, passeios, visitas e atividades de campo.

De 01 a 24 de maio, com o Ribatejo no seu melhor!

Azambuja celebra Mês da Cultura Tauromáquica

O XXIV Mês da Cultura Tauromáquica tem início no dia 1 de maio, feriado, com a inauguração de várias exposições, organizadas pela Câmara de Azambuja. O ponto de encontro e de partida será no Páteo Valverde, pelas 18,30 horas. Assim, estará de volta a exposição em lonas pelas ruas da vila - “Taurus Murus”, que contará com a sua terceira edição. A iniciativa consiste na colocação de cerca de 20 telas, de grandes dimensões, que irão transportar-nos para o mundo da tauromaquia, dos seus intervenientes e particularidades, trazendo um colorido às ruas da vila de Azambuja, exaltando os valores da “festa brava” e a importância dessa herança para a identidade do nosso território. Junto de cada imagem, vai encontrar-se um QR code que permitirá ao utilizador obter mais informações e aceder ao catálogo de toda a coleção.

As janelas exteriores do Museu Municipal Sebastião Mateus Arenque serão uma montra para recordar parte dos cartazes da primeira década do séc. XX, e que

fazem parte do espólio do Museu Municipal, numa exposição intitulada “Tesouros escondidos: cartazes engalanados”.

A Câmara de Azambuja organiza, ainda, mais quatro iniciativas, ao longo deste mês de cultura tauromáquica. Destaque no dia 5, sexta-feira, para o Desfile e Mostra de Trajes de Tauromaquia, às 21,30 horas, no Centro Cultural Páteo Valverde. No domingo, dia 7, haverá um cortejo desde a EPAC até à Praça de Toiros Dr. Ortigão Costa, em Azambuja, onde será celebrada uma Missa Campal, com início às 16 horas.

Entretanto, nas terças-feiras deste mês, sempre às 21,30 horas, haverá um ciclo de cinema, na sala do Centro Comercial Atrium de Azambuja, com organização da associação Tertúlia Festa Brava, que nesta programação organiza, ainda, duas palestras, ambas no Auditório Municipal do Páteo Valverde, com início às 21 horas.

A Junta de Freguesia de Azambuja participa neste Mês da Cultura Tauromáquica promovendo duas iniciativas, enquanto a Associação Cultural “A Poisada do Campino” irá dinamizar três atividades. Por sua vez, o Centro Hípico Lebreiro de Azambuja complementa esta programação com atividades equestres. A União de Tertúlias de Azambuja dará igualmente o seu contributo a esta edição do Mês da Cultura Tauromáquica, com várias propostas.

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De 3 a 9 de junho, o centro da cidade

Na Mealhada há festa para celebrar o artesanato e a gastronomia

De 3 a 9 de junho, o centro da Mealhada será um corrupio de feira de artesanato, muita gastronomia, espetáculos, cinema ao ar livre, música e teatro. O Leitão estará em destaque, pois é uma das 4 Maravilhas da Mealhada à Mesa, junto com a Água, Pão e Vinho.

A Feira de Artesanato e Gastronomia da Mealhada decorre de 3 a 11 de junho, no centro da cidade, com concertos, teatro, artesanato, gastronomia e cinema ao ar livre. “Um dos objetivos é que esta feira de artesanato seja também uma feira marcante a nível nacional. Que não seja uma simples feira regional ou local, mas passe a ser uma feira de âmbito nacional”, referiu, na apresentação do programa do certame, o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco.

A edição deste ano tem o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), como Feira de Artesanato a nível nacional. “Conseguimos o objetivo a que nos propusemos, de entrar no grande roteiro das feiras de artesanato nacionais, com esta

chancela do IEFP. É uma feira que será reconhecida em todo o país e, por isso, o cartaz de espetáculos acompanha também esta dimensão nacional”, salientou o autarca.

O evento, orçado em mais de 150 mil euros, é de entrada livre e realiza-se durante nove dias, no centro da Mealhada, no distrito de Aveiro. O certame tem como cabeça de cartaz Herman José (dia 03), Fernando Daniel (dia 07), Ivandro (dia 09), João Pedro Pais e o dj RFM Pedro Simões (dia 10), e Rita Guerra (dia 11).

Além dos concertos, o evento conta com exposições de artesanato, tasquinhas, uma zona de diversão, o espaço 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada e o palco das coletividades, com dança, teatro e música.

A feira expande-se à Avenida 25 de Abril, com a zona de espetáculos, sendo que a área junto ao Jardim Municipal vai ser ocupada com artesanato oriundo de todo o país, existindo disponibilidade para 60 “stands”. A fase de inscrições para estes “stands” decorre até dia 11 de maio. Já junto ao edifício dos Paços do Concelho vão estar as tasquinhas, dinamizadas por associações concelhias.

O certame mantém os dois palcos, um reservado para os espetáculos noturnos e outro para a animação, durante a tarde, por parte de associações, clubes e academias concelhias. O espaço “4 Maravilhas da Mesa da Mealhada” vai ter para degustação os espumantes, vinhos, água do Luso, leitão e o pão da Mealhada. Está também previsto um local dedicado à juventude com conversas, oficinas, áreas de “gaming”, na zona 231.

A feira vai ter um programa de atividades paralelas, nomeadamente a prova de atletismo 3 Milhas da Mealhada, na manhã do dia 10 de Junho.

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Santarém, Almeirim, Cartaxo e Alpiarça

Quatro Municípios da Lezíria do Tejo são “Cidade do Vinho 2024”

A candidatura dos municípios de Santarém, Al meirim, Cartaxo e Alpiarça foi a vencedora na eleição para “Cidade do Vinho 2024”. O ato teve lugar durante a Assembleia Geral da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV), que decorreu em Sabrosa, e que celebrou os 16 anos da associação. A candidatura vencedora teve a ‘oposição’ de Bucelas, no concelho de Loures, numa eleição renhida, com apenas três votos de diferença (13-10).

A candidatura vencedora, dizem os promotores, “visa contribuir para valorizar a riqueza, a diversidade e as características comuns da cultura da vinha e do vinho, e de todas as suas influências na sociedade, paisagem, economia, gastronomia, património, e outras, de forma que possam proporcionar um melhor conhecimento do território, da história de todos, e de cada um dos Municípios do Ribatejo e da Região Vitivinícola do Tejo”.

Já a candidatura “Bucelas, Terra do Arinto”, apresentada pelo município de Loures, destacou a riqueza de Bucelas e as suas potencialidades enoturísticas. “É, em Portugal, a única região demarcada de vinhos brancos, que conta com mais de 100 anos de história vitivinícola”, onde são produzidos “vinhos assentes na singularidade da casta Arinto e do seu terroir”. Uma região que, beneficiando da sua proximidade à capital, “tem para oferecer um roteiro pleno e experiências únicas”, desde a gastronomia, o património secular, o alojamento, valores naturais e rurais, artes e ofícios, etnografia ou o “enoturismo com identidade”.

O secretário-geral da AMPV, José Arruda, diz que “este projeto da Cidade do Vinho tem trazido dinâmicas muito interessantes aos territórios e que não acabam aquando da gala de encerramento. É muito interessante ver que sinergias e parcerias, eventos, a própria economia e cultura do vinho saem reforçados com este projeto e o espírito agregador em torno do vinho e do enoturismo mantém-se para além da janela temporal em que o município ou conjunto de municípios detêm o título de Cidade do Vinho”.

AMPV e a Gazeta Rural assinaram protocolo de cooperação

Durante a Assembleia Geral, a AMPV e a Gazeta Rural assinaram um protocolo de cooperação, que visa, entre outros objetivos, “defender, enaltecer e promover, dentro das suas políticas próprias, a defesa dos patrimónios materiais e imateriais, que são valores identitários da história e da cultura portuguesas, em particular aqueles que estão ligados ao vinho e ao mundo rural”.

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Cidade do Vinho 2024

Cidade do Vinho 2024

Diz o presidente do Conselho Diretivo da AMPV

‘Cidade do Vinho 2024’ “é uma excelente escolha”

O presidente do Conselho Diretivo da AMPV, em entrevista à Gazeta Rural, disse que a eleição dos municípios de Santarém, Almeirim, Cartaxo e Alpiarça para ‘Cidade do Vinho 2024’ “é uma excelente escolha, como seria de Bucelas”. Luís Encarnação salientou o trabalho que a associação tem feito ao longo dos seus 16 anos e elencou as atividades previstas para este ano, com destaque para os concursos Rainhas das Vindimas e Canção Rural, mas também as comemorações dos 10 de junho em Peso da Régua, que são a ‘cereja’ no topo do bolo dos 16 anos da AMPV.

Gazeta Rural (GR): Foi uma votação renhida que decidiu a Cidade do Vinho 2024?

Luís Encarnação (LE): Felicito a candidatura vencedora, que reuniu o maior número de votos da Assembleia que estava mandatada para a eleição. É uma excelente escolha, como seria a de Bucelas, e terá todas as condições para em 2024, este projeto da AMPV, que é importante, possa continuar a promover os territórios, neste caso de Santarém, Almeirim, Cartaxo e Alpiarça, aproveitando para evidenciar todas as potencialidades que esta região da Lezíria do Tejo tem.

Queria deixar uma palavra à candidatura vencida, de Bucelas, concelho de Loures, que era também

muito boa, interessante e bem montada. Acredito que o trabalho que fizeram será a razão para voltarem a candidatar-se e serem Cidade do Vinho.

GR: Foi uma candidatura de uma freguesia ‘contra’ quatro concelhos, numa altura em que a AMPV está a promover as Freguesias Vinhateiras?

LE: Sim. A AMPV procura, dentro das suas atividades, diversificar o seu trabalho e sobretudo procurar abranger a maior extensão possível de território, promovendo um trabalho em rede, que é fundamental e que faz parte daquilo que é a nossa estratégia.

Este projeto das Freguesias Vinhateiras é, para nós, muito importante e está a correr muito bem. O exemplo veio de Bucelas, uma Freguesia Vinhateira. Tomámos nota de que era uma freguesia contra quatro concelhos, mas têm de ser alento para continuarem a trabalhar e a promover a sua região.

Concurso Cidades do Vinho em São João da Pesqueira

GR: A Associação tem muitas atividades previstas para este ano. Já no próximo fim de semana há o Concurso Cidades do Vinho, em São João da Pesqueira?

LE: Sim, é a terceira edição do Concurso Cidades do Vinho. Depois de Lisboa e Setúbal, rumamos a norte, a São João da Pesqueira, já com um recorde de participações, com mais de 600 amostras de vinhos em prova, o que é extraordinário.

Vão seguir-se outras atividades, que fazem parte do nosso programa e que vão sendo habituais. Este ano vamos promover a segunda edição da Canção Rural, muito provavelmente com duas se-

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mifinais e uma finalíssima, o que será muito bom, depois do ano passado termos tido oito participantes. Temos também o concurso da Rainha das Vindimas, que será o último ano com este nome. Iremos levar uma proposta à Assembleia Geral para que se passe a chamar-se Concurso da Embaixadora da Vinha e do Vinho de Portugal, com esse propósito de, junto dos mais jovens, promover e estimular o conhecimento da vinha e do vinho e dos seus territórios. Ao longo destas edições a Rainha das Vindimas não era um concurso de beleza, de misses, digamos assim. Era, de facto, um concurso com bastante importância, mas o fundamental era o conhecimento do território, das suas potencialidades e do mundo rural da vinha e do vinho. Tivemos presente a Rainha das Vindimas 2022, de Ponte de Lima, nas comemorações dos 16 anos da AMPV.

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de bom fazemos relacionado com o vinho. Até final de 2023 vamos continuar a acompanhar os eventos relacionados com o ‘Douro – Cidade Europeia do Vinho’, bem como outros eventos, como o 10 de junho, este ano comemorado em Peso da Régua. O senhor Presidente da República, no seguimento de uma visita de trabalho que lhe fizemos, decidiu homenagear o vinho português no Dia de Portugal. É um momento alto para a vitivinicultura do nosso país, mas também para a AMPV, porque depois da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, somos a segunda maior associação de municípios, que tem feito um trabalho significativo ao longo destes 16 anos, que agora assinalamos, de promoção dos territórios e do vinho. Ver o vinho reconhecido pelo senhor Presidente da República como um património e algo importante para o nosso país é, de facto, recompensador e um momento alto para a associação e para o setor em Portugal.

Estes são dois dos principais eventos que temos até final de 2023, mas ainda em maio vamos estar no Concurso Europeu de Vinhos, em Itália, no âmbito da parceria com a Rede das Cidades Europeias do Vinho. Lá estaremos para ajudar a promover os vinhos portugueses, que habitualmente classificam bem neste concurso e arrecadam prémios importantíssimos, sendo mais uma forma que temos de promover os nossos territórios e o que

GR: É a ‘cereja’ no topo do bolo destes 16 anos da AMPV?

LE: Diria que é um dos momentos mais altos da história da AMPV, porque estamos umbilicalmente ligados à eleição do Douro - Cidade Europeia do Vinho 2023, no âmbito da Rede Europeia das Cidades com Vinho, de que a AMPV é vice-presidente. É uma honraria para o nosso trabalho e para o vinho, é algo que nos enriquece e enobrece muito aquilo que tem sido o nosso trabalho.

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Nuno Russo e a eleição da “Cidade do Vinho 2024”

São quatro concelhos “produtores de vinho de excelente qualidade”

Nuno Tiago Russo, vereador da Câmara de Santarém, estava entusiasmado com a eleição dos municípios de Santarém, Cartaxo, Almeirim e Alpiarça para “Cidade do Vinho 2024”. Em entrevista à Gazeta Rural, considerou que foi “uma vitória suada, mas merecida”, e que os quatro municípios da Lezíria do Tejo “têm já um conjunto de atividades, que desenvolvem durante o ano, relacionadas com o vinho”.

Gazeta Rural (GR): Os quatro municípios da Lezíria do Tejo serão “Cidade do Vinho 2024”. O que têm previsto?

Nuno Tiago Russo (NTR): Foi uma vitória suada, mas merecida. Qualquer uma das candidaturas poderia ganhar, mas acho que a nossa grande mais-valia foi ser suportada por quatro municípios. Santarém, Cartaxo, Almeirim e Alpiarça já têm um conjunto de atividades, que desenvolvem durante o ano, umas relacionadas com o vinho, outras têm uma ligação com o vinho. São quatro concelhos produtores de vinho de qualidade, e com variedade, numa região do Tejo que está cada vez mais a melhorar a sua produção e a exportação dos seus vinhos.

O que queremos é dar a conhecer o território, a região e os nossos produtores, que, porventura, poderão ser menos conhecidos, mas têm vinhos que vão surpreender, como também para que as pessoas possam visitar qualquer um dos concelhos, pois tenho a certeza que serão muito bem recebidas e terão algo para contar na próxima vez que lá forem.

GR: A região tem crescido imenso nos últimos anos. Durante algum tempo a região do Tejo era vista como produtora de grandes quantidades de vinho, o que manifestamente hoje não acontece, pois esse paradigma mudou?

NTR: É verdade. Ao longo do tempo isso mudou. Hoje a aposta é na qualidade, em detrimento da quantidade, embora esta continue a ser significativa, principalmente por um conjunto de adegas cooperativas que há nos quatro municípios. Agora, houve o aumento da qualidade com a chegada de enólogos à região, ali nascidos ou criados, ou vindos de fora para ali trabalharem. Começaram a criar vinhos diferenciadores, brancos e tintos, que marcam posição no mercado. Isto faz toda a diferença para uma

região que quer crescer, que se quer dar a conhecer e que se quer valorizar. Esse trabalho está a ser feito ao nível dos produtores, da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, parceira desta nossa candidatura e que nos irá dar apoio no desenvolvimento de atividades e iniciativas no âmbito do programa Cidade do Vinho 2024.

Os quatro concelhos já têm atividades próprias. Agora, o que queremos, para além daquelas atividades e das que são obrigatórias no quadro da AMPV, é criar atividades para o programa ‘Cidade do Vinho 2024’ com os nossos parceiros e outras que possam ser interessantes para atrair os visitantes.

GR: A gastronomia foi a ‘mola impulsionadora’ para a melhoria das qualidades dos vinhos, tendo em conta que a região, entre outros, tem um prato reconhecido no país, que é a Sopa da Pedra, bem como o Festival Nacional de Gastronomia?

NTR: Fez parte das várias ‘molas’ que a candidatura teve. E é a principal. Como poderão ver no vídeo preparado para a candidatura, tanto o Festival Nacional de Gastronomia como a Sopa da Pedra, quer os produtos do Cartaxo e de Alpiarça, catapultam a candidatura para outros níveis e da ligação do vinho com a gastronomia, que é cada vez mais importante. Nesta região temos vários chefs de cozinha que estão a dar cartas e, certamente, com esta eleição para Cidade do Vinho 2024 vamos conseguir conciliar cada vez mais aquilo que produzimos e que comemos com os nossos vinhos.

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Mantendo o distintivo “B” no seu rótulo

Adega de Borba renovou imagem da sua marca mais conhecida

Aproveitando o lançamento para o mercado das novas colheitas dos vinhos Rosé 2022 e Tinto 2021, a Adega de Borba decidiu renovar a imagem da sua marca mais reconhecida, mantendo o distintivo “B” no seu rótulo, agora mais jovem e diferenciador e apelando aos valores de sustentabilidade que a empresa vem aprofundando ao longo dos últimos anos, e que foram recentemente reconhecidos com a certificação no programa de sustentabilidade dos vinhos do Alentejo.

A marca Adega de Borba, a primeira a ser certificada em 1989 como vinho com Denominação de Origem no Alentejo, e a mais importante na oferta das referências da Adega, vem assim confirmar a vontade de se manter na liderança dos valores de responsabilidade social e ambiental da produção vitivinícola da região, comunicando ao consumidor esse seu empenhamento.

Os três vinhos agora apresentados têm origem em vinhas cultivadas em modo de “Produção Integrada”, e para além da qualidade selecionada nas melhores parcelas de vinha, aproveitam o longo saber e dedicação que os viticultores da região de Borba dedicam a esta cultura desde há longos anos. Este novo ‘B’ remete-nos para a natureza onde as uvas são produzidas, e para o compromisso da Adega de Borba em trabalhar o vinho de uma forma sustentável. Sabemos que a nossa longa história no sector nos responsabiliza ainda mais perante a conservação dos recursos naturais que utilizamos nesta atividade, e queremos sublinhar a vontade de assegurar a perenidade dos mesmos para as gerações futuras. Fazer o melhor vinho só vale a pena se for compatível

com melhor ambiente.

Adega de Borba Branco 2022

Produzido a partir das castas Roupeiro, Arinto e Antão Vaz. Apresenta uma cor citrina bem definida e uma boa intensidade aromática conjugando frutos tropicais e citrinos. O sabor é macio e fresco, com predominância do sabor a lima e final persistente a frutos cítricos.

É um vinho fresco e leve ideal para acompanhar refeições ligeiras como: mariscos, peixes frescos grelhados e carnes brancas. Uma ótima opção como aperitivo nos dias quentes de Verão.

Adega de Borba Rosé 2022

Produzido a partir das castas Aragonez e Syrah, apresenta uma cor salmão e um aroma intenso a groselha e ameixa vermelha. O sabor é equilibrado com juventude, um frutado silvestre e uma excelente frescura. Um vinho jovem e fresco, ideal para acompanhar refeições leves como: mariscos, peixes frescos grelhados e carnes brancas. É também uma ótima opção como aperitivo nos dias quentes de Verão.

Adega de Borba Tinto 2021

Produzido a partir das castas Aragonez, Syrah e Alicante Bouschet, apresenta uma cor granada com nuances violáceas, um aroma fino, jovem e frutado com predominância de frutos vermelhos maduros. Sabor macio e fresco, com alguma adstringência confirmando o carácter frutado a frutos silvestres e frutos vermelhos. É um vinho muito versátil indicado para acompanhar a vasta gastronomia.

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O evento “Provocação de Sabores” está de volta, após o sucesso de 2022. A segunda edição terá lugar nos próximos dias 6 e 7 de maio, das 15 às 21 horas, e das 15 às 20 horas, respetivamente, no Mercado Municipal 1º de Maio, no Barreiro.

Nos dias 6 e 7 de maio no Mercado Municipal 1º de maio

“Provocação de Sabores” reúne 52 produtores de vinho no Barreiro

O Município do Barreiro convida os apreciadores de bons vinhos para um evento único, que irá provocar os sentidos, ao explorar os vinhos de 52 produtores de todo o país. Serão realizadas quatro provas comentadas, nas quais os participantes terão a oportunidade de conversar com os sommeliers sobre o processo de produção e as peculiaridades de cada vinho.

O evento é inspirado no famoso vinho “Bastardinho”, produzido a partir das vinhas cultivadas no Lavradio. Era um vinho licoroso, raro, com aroma e paladar únicos, produzido há mais de 30 anos a partir da casta tinta Bastardo.

Neste certame, as propostas incluem música, provas comentadas e ofertas gastronómicas, num evento que se distingue pelo formato intimista, ao contar com a participação de pe-

quenos produtores, e onde o público poderá conhecer as produções e o processo vínico, desde a plantação até ao momento de servir.

O enoturismo é, de acordo com a vereadora Maria João Regalo, “uma forte aposta do turismo nacional e da cidade do Barreiro”. A responsável pela área do Turismo explica que a realização deste evento surgiu “da vontade de retomar a tradição que, também já foi nossa, com a produção do famoso «Bastardinho» e, ao mesmo tempo, queríamos, também, aumentar a oferta de dinâmicas na cidade”.

Os bilhetes para o evento podem ser obtidos através da TicketLine, no Posto de Turismo do Barreiro, no AMAC, na Vinus Rarus, ou no próprio dia no local do evento (8€ cada dia, ou 10€ os dois dias, exceto as provas comentadas).

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Instituto ocupa a 3ª posição no ranking de pedidos de invenções nacionais em 2022

RAIZ está entre as entidades mais inovadoras e líder na bioeconomia florestal

O RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e Papel, Laboratório de R&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia, acaba de alcançar uma posição na lista nacional das entidades mais inovadoras em Portugal. Com um total de 20 patentes submetidas ao INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, em 2022, o RAIZ conquistou o 3º lugar no ranking nacional de invenções, con-

solidando a sua posição como líder na bioeconomia de base florestal.

As patentes submetidas em 2022 pelo centro de I&D e transferência de conhecimento da The Navigator Company incluem a criação de uma nova geração de produtos e tecnologias inovadores e diferenciadores a partir de uma matéria-prima nacional: o eucalipto globulus. Esta espécie possibilitou, entre múltiplos exemplos, o desenvolvimento de novos bioprodutos, como biocompósitos à base de celulose e bioplásticos, com potencial de utilização em indústrias tão diversas como a injeção e moldagem de plásticos, filamentos para impressão 3D e indústria têxtil.

Os processos e produtos desenvolvidos pela Navigator, através do Instituto RAIZ, e com a colaboração de diversas entidades parceiras,

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estão a viabilizar novas aplicações da celulose de eucalipto, como ficou patente no projeto inpactus, o maior investimento realizado até hoje em Portugal num programa de I&D no domínio da bioeconomia de base florestal, na ordem dos 15 milhões de euros.

Além de ter gerado conhecimento de vanguarda e formado profissionais altamente qualificados, o inpactus contribuiu para o lançamento de quatro inovações já em fase de comercialização - três produtos de papel higiénico-sanitário e outro de papel de embalagem kraftliner produzido a partir de pasta de alto rendimento -, mas também oito potenciais novos produtos e negócios no domínio da bioeconomia de base florestal. O contributo do projeto é igualmente visível nos 66 protótipos e 114 provas de conceito gerados, entre outros produtos inovadores e diferenciadores criados.

Entre os múltiplos resultados do inpactus é de destacar igualmente o desenvolvimento de um processo inovador de produção de pastas de alto rendimento. Este foi o ponto de partida para um dos lançamentos mais importantes na história recente da Navigator: a nova gama de papéis para embalagem gKRAFT, oferecendo uma alternativa aos produtos de origem fóssil, como o plástico.

O ranking divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial vem agora destacar a posição de liderança do RAIZ entre as entidades mais inovadoras em Portugal. Por outro lado, vem reafirmar o compromisso da Navigator com a criação de valor responsável para a sociedade, através de produtos e soluções sustentáveis, recicláveis e biodegradáveis, que contribuem para a fixação de carbono, para a produção de oxigénio, para a proteção da biodiversidade, para a formação de solo e para a regularização do ciclo da água.

Florestas plantadas contribuem para uma bioeconomia circular

A lista de 20 patentes submetidas em 2022, num portefólio total de cerca de 40 patentes de que o RAIZ é detentor, é o resultado do trabalho e dedicação da equipa de investigadores no desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis.

Este trabalho de investigação vem demonstrar que o processo tradicional de produção de pasta de celulose tem um elevado potencial para gerar outros fluxos valiosos que podem ser utilizados para novos produtos de valor acrescentado. Com efeito, onde hoje se converte a madeira e biomassa em fibra celulósica, produtos papeleiros e energia, num futuro próximo será também possível produzir biomateriais, biocombustíveis ou bioquímicos, alternativos aos derivados do petróleo.

Esta capacidade de inovação e de industrialização do conhecimento está presente na Navigator desde o momento fundador, quando, em 1957, a então Companhia Portuguesa de Celulose, em Cacia, se tornou a primeira em todo o mundo a produzir, à escala industrial, pasta branqueada de eucalipto globulus pelo processo kraft. Este pioneirismo contribuiu para aumentar o valor acrescentado da nossa floresta e transformar a Empresa num dos maiores produtores mundiais de pasta branca de eucalipto globulus e de papéis de impressão e escrita.

O compromisso com a inovação e a sustentabilidade está espelhado na Agenda 2030 da Companhia, que visa “Criar Valor com Responsabilidade”, bem como no seu propósito corporativo, porque para a Navigator “são as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e movem”.

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Anunciada redução de cinco cêntimos, a partir de 1 de maio

Produtores de leite indignados com redução do preço pago à produção

Os produtores de leite manifestaram “surpresa e revolta” com a anunciada redução de cinco cêntimos, a partir de 1 de maio, do preço pago ao produtor pelas cooperativas associadas da Lactogal e pela Parmalat Portugal.

“Na semana em que se tornou efetivo o ‘IVA zero’ e algumas marcas e superfícies comerciais anunciaram que ‘baixaram os preços mais do que o IVA’, os produtores de leite que fornecem as cooperativas associadas da Lactogal, bem como outras indústrias, nomeadamente a Parmalat Portugal, foram informados sobre a redução de cinco cêntimos no preço por litro de leite ao produtor a partir de 1 de maio”, avança a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) em comunicado.

Para a Aprolep, “mais uma vez” os produtores estão a ser “obrigados a ‘pagar’ já as promoções, sem terem ainda recebido qualquer ajuda prometida”. O secretário-geral da Aprolep afirma que “esta redução causou surpresa e revolta nos produtores, em particular do setor cooperativo”. Isto porque, segundo Carlos Neves, em 2022, e por diversas ocasiões, os produtores do setor cooperativo “foram os últimos a ver o preço atualizado”, tendo ficado “a receber menos do que os produtores que fornecem empresas privadas”.

Neste contexto, os produtores “tinham a expectativa que a maior empresa de laticínios em Portugal

[Lactogal], que pertence às cooperativas, tivesse agora vontade e capacidade para liderar pelo exemplo e aguentar o preço, de modo a corrigir as injustiças dos últimos meses e anos”.

O dirigente associativo nota que, comprando as cooperativas associadas da Lactogal 70% do leite em Portugal, o preço pago por este grupo “é o valor de referência utilizado por todos os compradores”, porque “as empresas privadas não sentem a obrigação de pagar mais do que paga a cooperativa que é dos agricultores”.

Segundo Carlos Neves, esta descida do preço pago ao produtor ocorre “na altura de maior despesa” dos agricultores com as colheitas das forragens de inverno e sementeiras do milho, juntando-se aos “elevados custos das rações as despesas com combustíveis, adubos, sementes e fitofármacos”. “Estamos muito preocupados. Estamos a ter menos produção de forragens e a palha, vinda de Espanha, que precisamos de comprar tanto para as camas dos animais, como para os alimentar está a subir o preço todos os dias porque há uma grande seca em Espanha”, salienta. “A alternativa, que seria comprar forragem vinda de Espanha, está a subir o preço e, por isso, estamos preocupados com esta situação”, acrescenta.

Neste contexto, a Aprolep sustenta que, “sem produção suficiente e sem dinheiro suficiente para comprar alimentos para os animais, os produtores serão obrigados a enviar animais para abate, reduzindo ou encerrando a sua produção”, e avisa que tal “poderá levar à falta de leite para abastecer a indústria nacional a breve prazo”. “Não é assim que se defende a produção nacional”, remata a associação.

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Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver um sistema inovador para monitorização de plantações de milho com vista à deteção precoce de anomalias nesta cultura.

Da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Investigadores desenvolvem sistema inovador para monitorização de plantações de milho

O projeto GreenBotics, que combina robótica e agricultura de precisão, vem responder a uma série de desafios relacionados com a aplicação de novas tecnologias na monitorização precisa de plantações de milho. Assim, “pretende criar um sistema baseado em inferência probabilística espácio-temporal de múltiplas modalidades, assente em técnicas de aprendizagem computacional, robótica de campo, drones, deteção remota (satélites) e fusão sensorial”, explica Cristiano Premebida, investigador do ISR e professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da FCTUC.

A criação deste sistema, continua o responsável pelo projeto, “irá possibilitar a deteção precoce de anomalias em plantações de milho permitindo conter e controlar os malefícios numa fase em que estes ainda representem um impacto diminuto em termos económicos e ambientais”.

De acordo com o docente do DEEC, a equipa do projeto, encontra-se focada no desenvolvimento de uma nova técnica de calibração de modelos do tipo deep learning, no sentido de obter uma maior fiabilidade dos modelos e quantificação da incerteza em aplicações relacionadas com o processamento de imagens multiespectrais recolhidas com drones ou satélites. Portanto, o GreenBotics prevê a utilização de “técnicas como redes neuronais convulsionais, mecanismos de atenção, para além da inferência probabilística, calibração de modelos profundos e processamento de informação multimodal. Em termos tecnológicos, temos utilizado câmaras multiespectrais, drone, robótica, rede de sensores, automatização de máquinas agrícolas, imagens de satélite”, conclui Cristiano Premebida.

Este projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), conta com a participação de 18 investigadores de várias instituições, nomeadamente do ISR, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC Coimbra), da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), do Centro de Estudos de Recursos Naturais - Ambiente e Sociedade (CERNAS) e do Spotlite (Aetha, Lda). Tem ainda como entidades parceiras a Direção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, Universidade de Loughborough (Reino Unido) e CNRS/GeorgiaTech Lorraine (França).

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O presidente da Câmara da Azambuja à Gazeta Rural

“O vinho e o torricado só têm de se casar e serem felizes para sempre”

De um concelho rural, a Azambuja está a transformar-se num dos polos industriais mais importantes do país. Contudo, a ruralidade não foi perdida e o concelho tem na Lezíria do Tejo um potencial agrícola significativo, com as culturas do tomate, arroz e milho, com a zona norte mais virada para a viticultura e para a floresta. O presidente da Câmara da Azambuja, à Gazeta Rural, no ‘rescaldo’ da Ávinho, que tem por palco as ruas de Aveiras de Cima, salienta a importância do setor vitivinícola, que é uma aposta do município, bem como da gastronomia, com destaque para o torricado, que é marca registada. Silvino Lúcio diz que “o vinho e o torricado só têm de se casar e serem felizes para sempre”.

Gazeta Rural (GR): Aveiras é o palco da festa mais castiça do vinho em Portugal. O que representa para o concelho?

Silvino José Lúcio (SJL): É um evento que se realizou pela décima sétima vez e representa uma aposta do município naquilo que tem a ver com a vitivinicultura. É uma festa que serve para o convívio das pessoas à volta do vinho.

GR: O que representa o setor do vinho para o concelho?

SJL: É uma aposta bastante forte, tanto mais que há um conjunto importante de adegas no concelho, que comercializam vinho, para além de vários pequenos produtores que fazem da viticultura o seu modo de vida.

GR: O concelho tem duas realidades, a sul a lezíria agrícola e a norte a viticultura e a floresta?

SJL: Na zona da Lezíria temos a grande produção, nomeadamente, de tomate, milho e arroz, enquanto na parte norte do concelho, - nas freguesias de

Aveiras e Alcoentre e na União de Freguesias de Manique, Vila Nova de São Pedro e Maçussa, - há uma grande predominância da vinha, que é bastante importante, bem como a floresta, com grandes áreas de eucalipto.

GR: Como é que o setor primário do concelho tem vivido estes últimos tempos e quais as dificuldades que atravessa?

SJL: A pandemia está extinta, esperamos nós. O setor vitivinícola sobreviveu com muitas dificuldades e os produtores conseguiram ultrapassar esta situação. A agricultura passou também por situações difíceis.

A falta de água é a grande dificuldade. A escassez de água no Tejo é um problema, a que se junta a cunha salina, que cada vez sobe mais rio acima, e que nos preocupa bastante. Estamos envolvidos num projeto, juntamente com os municípios do Cartaxo e Santarém, que visa travar a cunha salina, de forma a permitir que os agricultores consigam sobreviver, porque é disso mesmo que estamos a falar, pois sem água não há tomate, não há arroz e não há milho.

Estamos a tentar evitar essa situação e ultrapassá-la.

GR: O que representa hoje o setor primário na economia do concelho?

SJL: Tem uma componente significativa, embora o concelho se esteja a modificar. A parte sul, nomeadamente as freguesias de Azambuja, Aveiras de Baixo, Vila Nova da Rainha e, também, Aveiras de Cima têm uma forte componente e um potencial muito grande de expansão industrial. Nessa perspetiva o concelho está a mudar as suas características iniciais, que eram de ruralidade.

GR: O torricado e o vinho são os maiores embaixadores da Azambuja?

SJL: Mais o vinho. O torricado é um produto gastronómico que estamos a promover com grande afinco e é uma marca registada, que estamos a potencializar e a expandir em termos nacionais e não só. Como tal, o vinho e o torricado só têm que se casar e serem felizes para sempre.

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A presidente da Câmara de Miranda do Douro à Gazeta Rural

“Não temos de nos sentir inferiorizados pela nossa interioridade”

O concelho de Miranda do Douro, no nordeste transmontano, tem 13 habitantes por quilómetro quadrado, facto que a presidente da Câmara releva. Em entrevista à Gazeta Rural, Helena Barril considera que, e citamos, “não temos de nos sentir inferiorizados por essa circunstância, que existe, e tudo faremos para a tentar contrariar”. A autarca diz que o turismo e a agricultura são “dois vetores de desenvolvimento importantes” para o desenvolvimento daquele território.

GR: Como olha de Miranda para o resto do país, a partir de um território que tem 13 habitantes por quilómetro quadrado?

Helena Maria Barril (HMB): Não temos de nos sentir inferiorizados por essa circunstância, tampouco pela nossa interioridade, que existe, e tudo faremos para a tentar contrariar. Esta questão da demografia e da baixa densidade não é um problema só do interior do nosso país, mas sim de toda a Europa, que vai oscilando consoante a localização, mas estamos a tentar incrementar medidas para contrariar essa situação.

Este apelo que a Terras de Miranda tem, e que eu sinto e que muitos de nós partilham, faz com que muita gente regresse a este território. Os eventos que fazemos vão no sentido de o promover e são um chamariz. É através da promoção do nosso território, das feiras que realizamos, da cultura, dos pauliteiros, das capas de honra, do gado e das paisagens, que podemos criar polos de atração, para trazer pessoas a este território, e fazer sentido ao tal eixo de desenvolvimento que eu tenho como grande aposta, que é o turismo.

GR: O turismo é a grande aposta para o desenvolvimento deste território?

HMB: Para termos turismo, e para termos oferta turística, temos os ícones culturais que nos permitem criar os polos de atração. Neste quadro, não podemos desconsiderar o mundo rural, porque

para haver turismo tem de haver agricultura. Temos muitos restaurantes e temos uma oferta hoteleira acima da média, se compararmos com outros concelhos da nossa região.

A agricultura tem de ser um eixo importante, pois permite-nos ter uma oferta gastronómica diferenciadora. O turismo e a agricultura complementam-se e são importantes nestes dois vetores de desenvolvimento, alavancados nas nossas raças autóctones, na nossa cultura, na língua mirandesa, nos pauliteiros e outros, que nos podem levar para muito longe.

GR: O território tem duas raças autóctones importantes, como são os ovinos da raça Churra Galega Mirandesa e os bovinos a raça Mirandesa. São um bom ponto de partida, um chamariz para gente nova que queira vir instalar-se neste território?

HMB: Que haja vontade desses jovens para virem para este território. Uma das coisas que me agrada, enquanto cidadã, mas também enquanto presidente de câmara, é o facto de ver muitos jovens produtores das raças que referiu. Este território, apesar da baixa densidade, tem uma intensidade cultural acima da média e estes fatores são muito dinamizadores e esperamos que cada vez haja mais jovens a virem para este território, pois terras não faltam para serem exploradas. Estas raças podem ser um vetor importante e, com isto, temos um outro eixo de desenvolvimento, que é a agricultura e a pecuária, que têm de ser o mote para alavancar em definitivo o desenvolvimento deste território.

GR: A Feira da Bola Doce, realizada recentemente, é uma mostra daquilo que Miranda do Douro oferece?

HMB: É uma feira que se concretiza em torno daquela peça da gastronomia mirandesa, que é um ícone, que é a bola doce. Naturalmente que não poderíamos realizar uma feira apenas com este produto, mas à qual associamos todos os produtos endógenos deste território. E quando falo do território, refiro-me ao Planalto Mirandês. Na festa da Bola Doce tivemos expositores e produtores de Miranda do Douro, mas também das Terras de Mogadouro e de Vimioso. Foi uma mostra de excelência, do melhor que se produz neste território, enquanto Planalto Mirandês.

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Com um investimento de cerca de 148 mil euros

Município de Proença-a-Nova cria rota das memórias, aldeias e histórias

Fontanários, fontes de mergulho, moinhos de vento, azenhas, picotas, noras, levadas, fornos comunitários, arrecadações agrícolas em pedra de xisto, eiras, cruzeiros, entre outros, vão integrar a Rota das Memórias, Aldeias e Histórias do concelho de Proença-a-Nova.

O município tem em curso um trabalho de implementação desta rota em vários pontos do concelho, onde já é possível ver alguns totens, sinalética e arranjos urbanísticos em alguns dos locais, cujo objetivo é que cada elemento de património etnográfico e rural permaneça intacto, acessível, esteticamente mais agradável e funcional.

Com um investimento previsto de cerca de 148 mil euros, este projeto foi financiado a 80% pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020), através da Medida: 10.2.1.6 - “Renovação de aldeias”. Para esta rota foram intervencionados as fontes de mergulho das Pedras Brancas e de Herdade e os fontanários de Catraia, Vale d’Urso, Vergão e Proença-a-Nova (na rua de Santa Cruz). Nas estruturas existentes foram feitas intervenções ao nível da limpeza, pintura, arranjo exterior com colocação de mobiliário exterior.

Na eira das Pedras Brancas foi removido o cimento e colocadas lajes de xisto e construídos muretes em pedra de xisto aparelhada. A alminha da Fróia está a ser renovada, principalmente com o reforço de muros de suporte para a sua sustentação que se

encontrava comprometida. Serão efetuadas pinturas, limpeza da Alminha, colocação dos azulejos caídos no interior da mesma, impermeabilização da cobertura, substituição do piso atual e instalação de mobiliário exterior com bancos, latadas e floreiras.

Quanto aos cruzeiros de Proença-a-Nova e de Alvito da Beira, onde ainda se fazem romarias e via-sacra, o seu estado de ‘aparente abandono’ era evidente. Foram feitas limpezas nas áreas circundantes, de alguns restauros, de pinturas, e melhoria do espaço em geral. Irão ser aplicados painéis de informação sobre os mesmos.

Neste contexto, estão ainda incluídas a renovação de algumas aldeias e outros elementos patrimoniais, paisagísticos e ambientais como o largo da aldeia das Rabacinas, a latada instalada na Póvoa, os portões dos lobos e o forno comunitário nas Oliveiras e a reconstrução da ponte de xisto entre o Pergulho e o Vale de Água.

A sinalética de identificação da Rota, bem como os placards de identificação do património (bilingue), estão agora a ser colocados, para que todos conheçam um pouco da história local, principalmente para quem visita o concelho.

Na frontaria dos elementos mais significativos, como igrejas, capelas ou edifícios emblemáticos, a sinalética explica o conceito/ história dos mesmos de forma sintética, condensando os valores mais interessantes.

No final deste processo, a Rota das Memórias será inserida num site próprio, desenvolvido pelo Município, onde serão incluídas todas as rotas existentes no concelho: passeios e trilhos pedestres, BTT, rotas motorizadas, rotas pelo património existente no território.

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Bragança, Aveiro, Viana do Castelo e Faro são os distritos do país onde estão localizadas as novas oito Aldeias de Portugal, anunciou a Associação do Turismo de Aldeia (ATA), que atribuiu a certificação.

Há oito novas Aldeias de Portugal de norte a sul do país

Em comunicado, a ATA, com sede em Ponte de Lima, destaca que Bragança totaliza quatro novas aldeias classificadas: Podence, no concelho de Macedo de Cavalheiros, conhecida pelo Entrudo Chocalheiro classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade desde 2019, Algoso, no concelho de Vimioso, Moimenta da Raia, no concelho de Vinhais, e Sambade, em Alfândega da Fé.

A sul, a rede de Aldeias de Portugal é reforçada com a entrada da Alte, em Faro. No concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, as Argas (de Baixo, Cima e de São João), situadas na Serra d’Arga, atualmente em processo de classificação como Paisagem Protegida Regional, é a única União de Freguesias certificada.

efetivamente envolvida na candidatura e motivada para o projeto de desenvolvimento que a marca ‘Aldeias de Portugal’ preconiza”. Mas, disse, “esperamos que a entrada de Alte na rede confira uma nova dinâmica à promoção dos territórios mais genuínos do Algarve, que está cheio de potencial neste domínio do turismo rural”.

A classificação agora anunciada põe fim a “alguns meses de análise dos diferentes aspetos exigidos para candidatura”. “Estas novas adesões só provam como as Aldeias de Portugal, mesmo nas circunstâncias mais rurais, podem ser ativas, dinâmicas e, na realidade, uma verdadeira fonte de inspiração no que se refere à qualidade de vida a que todos devemos aspirar enquanto sociedade”, frisou Teresa Pouzada.

No distrito de Aveiro, Folhense, no concelho de Vale de Cambra, e Vale de Ílhavo, no município de Ílhavo, são as novas aldeias classificadas com o selo que “atesta a identidade dos territórios mais genuínos do país”.

“Estamos particularmente orgulhosos destas adesões ao universo das Aldeias de Portugal, porque, além de evidenciarem a especial força da região norte na preservação dos seus territórios mais tradicionais, também refletem o reforço geográfico da marca no sul do país, cuja menor representatividade na rede era uma lacuna que lamentávamos”, afirmou diretora da ATA, Teresa Pouzada.

A responsável admitiu que “o processo de adesão é particularmente minucioso e obriga ao envolvimento de várias entidades, para garantia de que toda a comunidade associada ao povoado está

A ATA foi fundada em 1999 e é composta por várias instituições empenhadas em potenciar o desenvolvimento socioeconómico, a promoção turística e a preservação patrimonial dos territórios rurais mais representativos das origens da genuína identidade portuguesa.

Atualmente, a instituição conta com 17 associados de todo o país.

O selo Aldeias de Portugal “distingue os povoados mais característicos da ruralidade portuguesa, em vertentes como o património histórico e cultural, gastronomia e artesanato, práticas e costumes sociais, recursos naturais e agrícolas, ofícios e produtos regionais”.

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Nos distritos de Bragança, Aveiro, Viana do Castelo e Faro

Curtas

AMPV torna-se associada da Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira

A Assembleia Geral da Porvid - Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira aprovou a entrada da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) como membro associado. A AMPV participou nesta Assembleia já como associada e entre os assuntos da ordem de trabalhos da reunião esteve a aprovação dos Relatórios de Atividade e Contas de 2022. José Arruda, secretário-geral da AMPV, fez nesta assembleia uma breve apresentação da associação e lançou o desafio a todos os autarcas dos municípios associados a visitarem o Pólo Experimental da Porvid, localizado em Pegões. José Arruda convidou ainda a Porvid a estar presente na Feira Nacional da Agricultura, disponibilizando o espaço da Casa dos Territórios Vinhateiros para esta se fazer representar.

O secretário-geral da AMPV considera que “a Porvid desempenha em Portugal um papel fundamental na conservação das castas de videira autóctone e que esse trabalho pode e deve ser mais divulgado, por isso desafiamos todos os autarcas da AMPV a conhecerem melhor esta associação e visitarem o seu polo central”. Por outro lado, “sendo agora a AMPV associada desta associação, teríamos muito gosto em acolhê-la no nosso espaço durante a Feira Nacional da Agricultura, em junho, no CNEMA em Santarém”, acrescentou José Arruda.

A Porvid nasceu em 2009, mas veio dar continuidade aos trabalhos de Seleção Clonal iniciados em 1978.

ACICO organiza a Portugal’s Commodities Exchange no próximo dia 1 de junho

A ACICO vai organizar no próximo dia 1 de junho a Portugal’s Commodities Exchange (Bolsa ACICO), que vai ter lugar na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa. Esta iniciativa contará com apresentações sobre a situação de mercado e perspetivas para a campanha de proteínas e cereais 2023/2024 e de um painel - mesa redonda sobre o impacto do “farm to fork” na fileira da alimentação. Segue-se um almoço/cocktail e bolsa.

Em termos de caracterização do público-alvo, e para além das empresas de trading de commodities, trata-se na sua maioria, de empresas dos diversos sectores da fileira, com realce para a indústria de alimentos compostos para animais, pecuária e outras agroindústrias (amidos, moagens, lacticínios, etc.), bem como de sectores de atividade conexos (logística, serviços portuários, etc.) que se farão representar pelos seus administradores ou por membros dos seus departamentos de compras e/ou comerciais.

Prevê-se um número de participantes mínimo de cerca de 140 pessoas, à imagem do verificado em edições anteriores.

Feira Rural de Torres

Vedras anima o centro histórico

A segunda edição da Feira Rural de Torres Vedras terá lugar no próximo dia 6 de maio. A iniciativa, que se realizará no centro histórico de Torres Vedras, entre as 8 e as 16 horas, será proporcionada a aquisição, em dezenas de bancas, de diversos produtos, como hortícolas; frutícolas; produtos certificados de agricultura biológica; flores; plantas aromáticas; produtos regionais; doçaria; pão; queijos; vinhos; licores; artigos de artesanato; antiguidades; e velharias. Para além de valorizar o trabalho de agricultores e artesãos, a Feira Rural de Torres Vedras pretende, também, recorde-se, enfatizar o trabalho de promotores e artistas, dando a conhecer e incentivando intervenções artísticas, criativas e pedagógicas, principalmente de agentes locais

A Feira Rural de Torres Vedras, que é uma organização da Câmara Municipal de Torres Vedras e da empresa municipal Promotorres, voltará a realizar-se este ano nos dias 3 de junho, 1 de julho, 9 de setembro e 7 de outubro.

Vila Verde promove Feira

Quinhentista de 26 a 28 de maio

Com uma motivação fortemente cultural e literária, Vila Verde recua 500 anos no tempo e revive jornadas de intensa animação e entusiasmo popular, aliadas à grande mobilização das comunidades escolares do concelho. Tudo para homenagear “uma das mais importantes figuras da poesia nacional”, Francisco Sá de Miranda, o “Poeta do Neiva”.

Durante três dias, de 26 a 28 de maio, o concelho e a região passam a conhecer melhor a vida e a obra de “Sá de Miranda por Terras de Vila Verde”. A música, a dança, a poesia, o teatro de rua, os jogos populares, o torneio de armas a cavalo e os falcoeiros dão expressão a uma iniciativa que visa recriar, em todos os aspetos, a época renascentista, altura em que Francisco Sá de Miranda calcorreou terras de Vila Verde.

Feira Medieval de Caminha regressa de 26 e 30 de julho

A Feira Medieval de Caminha regressa ao centro histórico desta vila do Alto Minho de 26 e 30 de julho, este ano subordinada ao tema “El Rey D. Dinis”. Este evento tem como objetivo a recriação de um ambiente medieval através do comércio, das artes, ofícios, divertimentos, sabores e hábitos alimentares da Idade Média. Espetáculos de fogo, acampamento civil e militar, oficinas e jogos para os mais novos, aves, gastronomia e muita animação são certezas que os visitantes poderão encontrar naquele fim de semana em Caminha.

As candidaturas para participar já estão a decorrer e o prazo termina a 14 de maio. As normas de participação encontram-se publicadas no website do município de Caminha.

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XVI Olivomoura decorre de 5 a 14 de maio

Moura recebe Congresso Nacional do Azeite e Feira Nacional de Olivicultura

O município de Moura promove de 5 a 14 de maio a XVI Olivomoura, certame que inclui a Feira Nacional de Olivicultura e o Congresso Nacional do Azeite, dois eventos que mostram a realidade e evolução do setor da olivicultura no nosso país.

O Congresso Nacional do Azeite começa no dia 5, com abertura marcada para o Cine-Teatro Caridade, a partir das 9 horas. Depois, entre os dias 11 e 14 de maio, o Parque de Feiras e Exposições de Moura, irá decorrer a Feira Nacional de Olivicultura.

Fazendo jus à marca territorial “Moura Terra Mãe do Azeite do Alentejo” e à temática da olivicultura, o programa da Feira terá vários workshops, jornadas, colóquios, showcooking e outros eventos relacionados com o azeite. Haverá também provas comentadas de azeite, entregas de prémios do Concurso de Azeite Virgem da Feira Nacional de Olivicultura e do Concurso de Fotografia “Azeite e Olival - Paisagens de Portugal”.

A música não faltará, levando animação à zona dos espetáculos e das tasquinhas, locais de encontros e reencontros entre os mourenses e visitantes. No programa de animação há Legacy Tributo Phil Collins, Diogo Piçarra e Delfins. Há ainda os DJ´s Ana Isabel Arroja e Wilson Honrado (Rádio Comercial), Andy F e Luigy.

Festival prolonga-se até 7 de maio

Restaurantes de Condeixa acolhem apreciadores do cabrito

Doze restaurantes de Condeixa-a-Nova vão participar na X Semana do Cabrito, que se prolonga até 7 de maio. “Cabrito assado de Condeixa, o melhor de Portugal!” é o lema do município para mais uma edição do festival gastronómico, que faz valer a qualidade dos pastos dos caprinos, entre as terras férteis do Baixo Mondego e os calcários da Serra de Sicó. O presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, disse que esta edição mobiliza 12 restaurantes, menos quatro do em 2022, e que a autarquia ponderou “uma contenção de custos” nos incentivos ao programa, atendendo à atual situação económica do país. Assim, custeia 10 cabritos para cada uma das empresas aderentes, a fim de valorizar a gastronomia do concelho e da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra. No ano passado, os comensais da Semana do Cabrito de Condeixa pagavam 15 euros por um prato de cabrito assado, preço que nesta edição sobe para 17,50, incluindo a bebida, uma escarpiada (sobremesa local à base de massa de pão, açúcar amarelo e canela) e um café.

Nuno Moita convidou as pessoas a visitarem o concelho, durante a Semana do Cabrito, sublinhando que, “apesar da crise”, a autarquia “tenta equilibrar” os custos de produção dos restaurantes com o referido apoio. Com essa ajuda, a Câmara pretende ainda que os apreciadores da gastronomia tradicional “tenham a oportunidade” de comer cabrito no forno a preços que “continuam a ser convidativos”.

No final de cada refeição, segundo Nuno Moita, “o cliente vota no seu favorito”, contribuindo para a escolha do restaurante vencedor, que será agraciado com o prémio “Cabrito de Ouro”. Neste concurso “para promover o prato de maior tradição do concelho”, onde está situada a antiga cidade romana de Conímbriga, o galardão fica em exposição no restaurante vencedor até à edição do ano seguinte do festival Sabores de Condeixa - Semana do Cabrito.

Município da Golegã e a Associação “Toiro à Corda” lançaram o cartaz

Azinhaga vai receber I Festival do Campino em 2024

O Município da Golegã e a Associação “Toiro à Corda”, lançaram o cartaz do “I Festival do Campino”, evento que se irá realizar a partir de 2024 na Azinhaga, pretendendo ser um certame anual de exaltação da cultura tradicional do nosso País e especialmente da freguesia de Azinhaga.

Este projeto irá ser dinamizado pelo Município da Golegã e pela Associação Toiro à Corda, um grupo de jovens da aldeia que desde o primeiro momento se mostrou empenhado e motivado em abraçar a ideia, trabalhando desde já para que o evento seja um sucesso.

A Azinhaga tem uma ligação e um currículo ímpar na dedicação à criação de cavalos e à criação de toiros bravos, sendo exemplo disso a Ganadaria de Rafael José da Cunha, que a partir de 1830 criou toiros bravos de casta portuguesa e de onde saiu o primeiro toiro português lidado em Madrid.

A Azinhaga é, também, a terra onde nasceram, viveram e trabalharam ilustres campinos, que nas ganadarias do concelho e noutras por Portugal fora, alimentaram com trabalho e talento as mais relevantes casas agrícolas do nosso país, brilhando em cima do cavalo, perante o toiro bravo. Estes e outros argumentos são a chave para que se eleve e promova, a nível turístico e cultural, a “Azinhaga, Berço do Campino”.

A apresentação contou com as intervenções do presidente da Câmara da Golegã, António Camilo, do representante da Associação Toiro à Corda, Diogo Romão, e do vice-presidente da Câmara da Golegã, Diogo Rosa.

Houve ainda lugar a uma declamação por parte de Raul Caldeira, com versos dedicados ao Campino e ao Ribatejo e uma atuação do Rancho dos Campinos d’Azinhaga, que dançaram o tradicional fandango.

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Nos dias 6 e 7 de maio

Concelhos das Montanhas Mágicas recebem Festival Pés na Serra

Vai decorrer nos dias 6 e 7 de maio, a segunda edição do Festival Pés na Serra, uma iniciativa da Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras do Montemuro, Arada e Gralheira (ADRIMAG), que vai decorrer nos concelhos de Castro Daire, Cinfães e São Pedro do Sul. O evento será de entrada livre.

“Celebrar a natureza, as comunidades das serras e as suas tradições” são os objetivos do Festival Pés na Serra, que vai juntar comunidades dos pontos mais remotos de sete con-

celhos das Montanhas Mágicas, - Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães, São Pedro do Sul, Sever do Vouga e Vale de Cambra, - e apresenta uma programação diversificada.

No festival, que arrancou no ano passado com o nome Pés na Terra, os músicos Tó Trips (ex-Dead Combo) e Celina da Piedade vão atuar em São Pedro do Sul, numa programação que inclui também passeios, oficinas, mercado de produtos locais e zona de alimentação tradicional e biológica, num programa que inclui também outras atrações. como Márcia. A agenda abrange ainda espetáculos de teatro, danças do mundo, bailes tradicionais e várias oficinas de artesanato, cerâmica e macramé, além de yoga, meditação, sessões de desenvolvimento pessoal e jiu jitsu ao ar livre. Há espaço para as crianças, que podem alimentar os cabritos e as ovelhas do rebanho da Serra da Arada e serem pastores por umas horas.

Na vertente ambiental, há sessões sobre o papel dos rebanhos e das abelhas nos ecossistemas, a preocupação face às espécies invasoras e a utilização de madeira e cerâmica nos espaços de refeição, em vez de plástico.

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VILDEMOINHOS FORAL 900 ANOS VISEU PARCEIROS JUNHO AMOR COM HISTÓRIA ...ENQUANTO O MUNDO FOR MUNDO... SÃO JOÃO C A V A L H A D A S D E V I L D E M O I N H O S DIA 23 DIA 24 DIA 25 JUNHO JUNHO 371 ANOS DE TRADIÇÃO 2023 20H - CORAÇÃO MINHOTO 22 30H - INFANTUNA CIDADE DE VISEU 23 30H - QUEIMA DO PINHEIROZÉS PEREIRAS DE VILDEMOINHOS 24H - FARRA MINHOTA 9H - CORTEJO DAS CAVALHADAS 17H - MISSA E PROCISSÃO EM HONRA DE SÃO JOÃO BAPTISTA 22 30H - BANDA LUSA 24H - BAND OF BROTHERS 15H - 1 FESTIVAL TRICANAS DE VILDEMOINHOS 22H - BANDA K7 24 JUNHO - 9H ORGANIZAÇÃO 1 9 A 2 5 J U N H O - T A S Q U I N H A S D E S A R D I N H A
5 a 7 de Setembro 2023 agroglobal.pt Santarém
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