05/03/2011 - JORNAL SEMANÁRIO

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6 Entrevista Heber dos Santos, secretário de Mobilidade Urbana Política

Sábado, 5 de março de 2011

“Somos uma cidade adolescente” TOMAZ DOS SANTOS

Tomaz dos Santos

D

ando sequência à série de entrevistas, o Semanário traz o secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Heber dos Santos, que fala sobre os projetos desenvolvidos pela secretaria. Para ele, o principal trabalho da gestão foi a elaboração do Plano de Saneamento. Além disso, Santos destaca os problemas no trânsito, os investimentos em infraestrutura e a captação de recursos federais. São mais de R$ 240 milhões em projetos que aguardam a liberação dos recursos para as obras, como a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a revitalização do bairro Municipal, entre outros investimentos. Jornal Semanário – Qual foi o principal projeto da secretaria nestes dois primeiros anos? Heber dos Santos – O mais importante e mais excepcional foi a elaboração do Plano Municipal de Saneamento (PMS), que possibilitou a renovação com a Corsan. Está faltando ainda a parte dos resíduos sólidos, que está bem encaminhada, e da drenagem urbana. O plano possibilitou o financiamento das obras de saneamento e de ampliação da capacidade de atendimento de água. Nós temos 0% de tratamento de esgoto. Apesar do sistema de fossa e filtro, há uma deficiência muito grande. Serão R$ 31 milhões para a captação do esgoto na bacia do Barracão, que já estão aprovados. A Corsan já fez a licitação do estudo socioambiental, e a obra deve começar logo. Incluímos no PAC 2 a bacia do Burati, e os projetos executivos também já foram aprovados, já saiu a habilitação e, com isso, já temos R$ 78,7 milhões para serem executados. Pretendemos chegar em 2014, com 65% de coleta e tratamento de esgoto. Até 2019 serão 90% e, em 2024, atingiremos 100%. JS – Como estão as desapropriações dos terrenos para a construção da Estação de Tratamento do Barracão? Santos – A desapropriação

ainda não foi liberada, mas já foi feito o levantamento por parte da Corsan, de todas as áreas que precisam ser desapropriadas. Estamos trabalhando com a secretaria de Meio Ambiente, o Ipurb, e a procuradoria jurídica da Corsan. É marco regulatório, pois vamos ter uma série de problemas que precisam ser normatizados.

desafio do ano passado foi a implementação da secretaria de Mobilidade Urbana. Pegamos tudo o que estava separado: a iluminação pública, administração do cemitério, projetos que estavam no gabinete do prefeito. O Departamento Municipal de Trânsito (DMT) não tinha viaturas, nem equipamentos. Conseguimos juntar tudo neste novo prédio, equipamos a seJS – O município já investiu cretaria, compramos veículos em maquinário para trabalhar o novos e investimos na qualificasaneamento. As obras já come- ção do serviço. çaram? Santos – Cabe à prefeitura JS – Qual é a importância da executar as obras de drenagem secretaria para o município? urbana. Fechamos convênio Santos – Nós não tínhamos de R$ 10 milhões com a Cor- no município uma estrutura san, dos quais, R$ 5 milhões voltada ao planejamento, pois o já foram aportados em 2010 e Ipurb fazia uma parte e, o DMT, teremos mais 1,7 milhão nos fazia outra. Agora estamos trapróximos anos. Com mais um balhando no Plano Municipal acréscimo de, mais ou menos, de Mobilidade Urbana. Somos R$ 30 mil por mês, proveniente uma cidade adolescente com as de 1,5% de arrecadação mensal crises da adolescência, as dúvida Corsan, destinado ao Fundo das da adolescência. Queremos de Gestão Compartilhada para ser grandes, mas não queremos manutenção e conservação das assumir as responsabilidades galerias pluviais e, a sustentabi- do adulto, da cidade grande. lidade da drenagem. Foi adqui- Temos que ter uma visão do rido o maquinário e realizadas coletivo, já que a mobilidade é diversas obras nos locais com uma questão de todas as pesproblemas mais críticos, como soas. É legítimo que todos os o Licorsul, Zat e Vila Nova. comércios queiram ter estacionamento na frente de seu estaJS – A criação da secretaria belecimento, só que esta não é a de Mobilidade Urbana agregou nossa realidade. Temos ruas esdiversos serviços. Qual era a si- treitas, região urbana densificatuação destes serviços? da, concentração de comércio e Santos – O segundo grande não temos como deixar estacio-

É legítimo que todos os comércios queiram ter estacionamento. Mas esta não é nossa realidade namento em todos os lugares. Nos últimos dois anos, foram emplacados cerca de nove mil novos veículos. Nós temos uma frota de mais de 60 mil veículos. É a maior concentração de veículos do Rio Grande do Sul, de acordo com o Denatran, e é a 28ª do país. Então, estes problemas são gravíssimos e nós, com a Mobilidade Urbana, procuramos dar soluções técnicas para o trânsito em Bento. Por isso pensamos na ligação leste-oeste e estamos trabalhando no eixo norte-sul, desde a rua São Roque até a Nelson Carraro. É claro que ainda há alguns ajustes a serem feitos. JS – Quais são as grandes obras que estão sendo esperadas para o município? Santos – As obras maiores que temos têm a participação de várias secretarias. Começamos pelo Saneamento Integra-

do do Recanto da Aurora, no bairro Municipal. Temos a praça do PAC, que vai ser construída no loteamento Ouro Verde e já foi aprovada. Para as cinco unidades básicas de saúde já estamos com os projetos praticamente prontos, está aprovado e vai ser liberado em bloco, por Estado. O trem regional teve concluído o estudo de viabilidade econômica pela Labitrans e já foi encaminhado para o Ministério dos Transportes, no dia 11 de fevereiro. Aguardamos a liberação deste estudo para começarmos a construir o projeto de engenharia junto com a Aune. Licitamos a aquisição de 100 novas paradas de ônibus. Vamos começar, a partir deste mês, a fazer a instalação destas novas paradas. As antigas serão distribuídas nas ruas secundárias. reporter1@jornalsemanario.com.br


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