Contexto n.º 3

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Contexto - Boletim do Agrupamento de Escolas de S. Miguel • Número 3 • Junho de 2010

Um Dia no Parque Urbano do Rio Diz Concerto pelo Haiti

No dia 28 de Maio estivemos todos juntos para, através da música, ajudarmos o povo sofredor do Haiti. A feliz ideia partiu da Professora de Língua Portuguesa e todos nós solidários, demos um pouco do que sabemos e proporcionámos um lindo concerto de música no Auditório da Câmara Municipal. Muita gente assistiu maravilhada com a nossa actuação e felizes por poderem contribuir para uma causa tão nobre. Foi uma noite que nenhum de nós irá esquecer! Pedro Belizário, 5º B

... Nós estivemos lá!

Estás em casa e não sabes o que fazer para te divertires? Hoje é um dia diferente e não te apetece ver televião ao mesmo tempo que trocas mensagens com os teus colegas ou viajas pelo Youtube? Então vem daí! Não é preciso muito dinheiro, apenas boa disposição, uma grande dose de energia e um espírito jovem e aventureiro. Escolhe um dia ensolarado, com temperatura agradável e vem comigo passar um dia no Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda. Aproveita esta oportunidade para fazer um piquenique e leva numa mochila umas sandes e umas bebidas. Os chocolates e os gelados podem ser comprados num dos cafés que lá encontras. Se entretanto as sandes se revelarem insuficientes, os hamburgueres que lá podeis comprar também são óptimos. Fala a voz da experiência… Para te deslocares da tua casa ao parque podes sempre utilizar uma bicicleta que pode ser de grande utilidade, pois as pistas são óptimas e sempre pões em dia a forma. Não te esqueças de levar os equipamentos de segurança como capacete, cotoveleiras, luvas e joelheiras. Caso contrário podes sempre alugar um carro/bicicleta que também proporcionam um belo passeio pelo parque, a não ser quando não se é muito bom condutor… como eu. Patins, skates e outros “brinquedos” também podem ser muito úteis e ajudar-te a passar umas belas horas neste local maravilhoso. Não queres levar nada disto? Então podes voltar uns anitos atrás e usufruir de todos os escorregas e baloiços que aí podes encontrar. Vai ser fenomenal… é o espírito da nossa infância a crescer dentro de nós. Também podes organizar jogos com os teus colegas no espaço polivalente semi-coberto ou então ouvir música do teu Ipod, enquanto, deitada na relva, tentas adivinhar se aquela nuvem te parece um cavalo, um barco ou talvez um xilofone. Se ao longo do dia te sentires um pouco cansado de tanta agitação dos baloiços, bicicleta, skates e patins, então podes dar um passeio pelo parque caminhando lentamente e até podes descansar à sombra dos pinheiros que se encontram perto do espaço polivalente. Se ainda tiveres energia podes sempre prolongar o teu dia e verificar que durante a tarde e à noite o Parque Urbano do Rio Diz fica povoado de miúdos e graúdos e parece um autêntico lugar paradisíaco para a criançada e companhia. Ana Margarida Santos Soares, 7º D CONTEXTO | Junho | 2010 | 1


Unidade de Apoio à Educação dos Alunos Surdos/Escola de Referência da Educação Bilingue dos Alunos Surdos

Percurso na Natureza e Orientação

A Unidade/ Escola de Referência para a Educação Bilingue de Alunos Surdos do Agrupamento de Escolas de S. Miguel da Guarda foi criada, nos anos 90, através do Despacho 7520/98, com a finalidade de responder às características dos alunos surdos e especificidades da sua comunicação, recorrendo a metodologias diferenciadas e estratégias diversificadas, dependendo do tipo e grau de surdez. Nesta Unidade concentram-se alunos surdos dos concelhos de, Sabugal, Pinhel, Meda, Guarda e contam com uma equipa de técnicos, intérprete de LGP, formadora de LGP, terapeuta da fala, professores especializados da deficiência auditiva e restantes professores das diversas áreas disciplinares. As escolas de referência desta Unidade são o Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro, a EB1 do Bairro do Pinheiro e a EB2/3 de S. Miguel da Guarda.

Os alunos da Escola do Bairro da Luz à Descoberta do Vale do Mondego No dia doze de Maio, os alunos dos 3º e 4º anos, realizaram um percurso na natureza e orientação, no belíssimo Vale do Mondego. O percurso teve início no miradouro de Pêro Soares, um local com vistas deslumbrantes sobre o Vale do Mondego. Os vários grupos participantes enveredaram pelo trilho do Souto do Bispo até a Faia. Neste troço havia várias balizas de sinalização às quais os alunos demos muita atenção. Destacamos: perguntas escondidas, cruzeiros,

uma fonte romana, plantas aromáticas, quintas com interesse, etc. Na parte central do percurso atravessámos uma linda aldeia chamada Faia. Aqui habitam já poucas pessoas apesar de ser uma riquíssima localidade. Salientamos, nesta aldeia, muito património histórico tal como: a ponte romana, a igreja matriz e muitas casas antigas. A parte final do percurso desenrolou-se desde a Faia até à Escola Agrícola Quinta das Relvas. Nesta etapa conhecemos uma fábrica de lanifícios, a Quinta de São João e avistámos, de perto, o rio Mondego. Finalmente, chegámos à Escola Agrí-

cola, onde nos esperava uma apetitoso almoço. Aqui os senhores engenheiros agrícolas foram muito gentis. Além do almoço, ensinaram-nos agricultura, mostraramnos pomares, plantas aromáticas, máquinas agrícolas, uma estufa, etc. Queremos, finalmente, agradecer e registar que a Protecção Civil Municipal da Guarda nos acompanhou, durante todo o percurso, dandonos a máxima segurança. O Vale do Mondego foi uma excelente sala de aula onde aprendemos muito…

Porquê a concentração de alunos surdos em Unidades de Referência?

A Educação Bilingue só é possível se os alunos surdos estiverem inseridos em comunidades linguísticas de referência, cujo ensino será adequado à diversidade e heterogeneidade desses alunos. Quando falamos em comunidades surdas estamos a olhar para as características e diversidade dos modos de comunicação dos alunos, do tipo e grau de surdez, de quando perdeu a audição, do modo de comunicação e das ajudas técnicas utilizadas. Quando o diagnóstico da perda auditiva é precoce, recebendo a criança um trabalho de treino de boa qualidade, com envolvimento da família no processo e uso adequado de ajudas técnicas, próteses auditivas, implantes cocleares, a linguagem emerge a comunicação é desenvolvida. Para tal é fundamental que sigam um programa de desenvolvimento da comunicação/linguagem, cujos objectivos passem por desenvolver interacções entre a linguagem e a comunicação/entre o código oral e o gestual, o domínio da linguagem oral como forma de participação na comunidade de inserção e de processos de ensino da leitura/escrita, para aquisição de vocabulário que permita ao aluno surdo o acesso a toda a informação (compreensão). É importante para a criança surda estar inserida em comunidades linguísticas de referência, pois assim é possível uma educação bilingue, que respeite as suas características e os modos de comunicação. Salete Bento

Um escritor a desenhar?

Jobaluz, 4º ano

DO MUSEU À ACTUALIDADE De 10 de Maio a 18 de Maio decorreram as actividades do Grupo Disciplinar de Educação Visual/Design, que constam do Plano Anual de Actividades 2009/2010. A Semana iniciou com as comemorações do dia da Europa e terminou com o dia Internacional dos Museus. Para a abertura da semana da “Criatividade e Inovação,” foi convidado o Sr. Director Adjun-

to do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, Doutor António Sobrinho, que veio fazer uma palestra, para alunos do nono ano, sobre a Queda do Muro de Berlim. Além das visitas ao Teatro Municipal da Guarda e ao Museu da nossa cidade esteve ainda patente na Biblioteca da Escola Sede do Agrupamento, uma exposição de trabalhos

de Educação Visual e Design dos alunos do terceiro ciclo, em conjunto com quadros de pintores da região. Além disso esteve também patente uma exposição sobre a Queda do Muro de Berlim, gentilmente cedida pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro. Maria Luísa Rodrigues dos Santos

Cursos de Educação e Formação A Escola vai oferecer no próximo ano lectivo (2010/2011) os seguintes Cursos de Educação e Formação (CEF’s): Cozinha Electromecânica de Equipamentos Industriais Operador de Informática Estes cursos conferem equivalência ao 9º ano e Qualificação Profissional. Para te inscreveres tens que ter 15 anos ou perfazê-los até ao final do corrente ano lectivo, 31 de Agosto, e estar numa das seguintes situações: Completar com aproveitamento o 6º Ano; Ter frequentado o 7º ou o 8º ano no corrente ano lectivo, com ou sem aproveitamento; As inscrições serão feitas no acto de matrícula em data a anunciar.

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.Nome : Pedro Miguel Gouveia Rocha. O meu pseudónimo literário é Pedro Seromenho porque é uma homenagem ao meu avó que era pescador e, como não sabia ler, lia-lhe eu histórias. Origem: Braga, Portugal. Já vivi alguns anos no Algarve. Porque decidiu escrever histórias? Dedico-me inteiramente ao mundo dos livros como autor ; escritor e ilustrador . Como e que descobriu a paixão pela escrita? Foi pela leitura , por ter escrito poemas, o meu primeiro livro editado foi «Rastos e Riscos». Qual foi a história que mais gostou de escrever? «A

Nascente Tinta» que vai para a 6º Edição . Onde vai buscar as ideias para escrever e desenhar? Vou buscar ideias aos pequenos pormenores do dia-a-dia e nos livros que lê. Qual o concelho que dá aos jovens que querem ser escritores? Gostar daquilo que se faz. A um jovem candidatar.se a cursos literários. Se não fosse escritor o que gostava de ser? Gostava de ser jornalista, porque adoro viajar e escrever portanto é conciliado na profissão. Qual o sitio onde gosta de desenhar? Não tenho um sitio certo e não gosto de desenhar em casas mas sobretudo em sí-

tios com claridade; esplanadas e mesmo em sítios barulhentos. A minha hora preferida é ao fim do dia. Como vê a escrita? Vejo um escritor como apenas uma profissão. Neste momento vivo muito bem da escrita. O que pensa dos seus livros? As vezes rio-me com as coisas que penso. É o desenho que nasce do texto ou o texto nasce do desenho? O desenho nasce do texto assim como o texto nasce do desenho. Já me aconteceu a história só aparecer depois do desenho.

Mariana 7º D


Festa do Barroquinho

SuperTmatik

Os super Rodrigos No dia 14 de Maio, o grupo de educadoras e assistentes operacionais dos Jardins de Infância de Carvalheira, Panóias, Rocamonde, Vila Fernando e Vila Garcia e respectivos grupos de crianças concretizaram mais uma actividade conjunta no âmbito do P.A.A., «À descoberta do Património Cultural e Religioso». Esta actividade decorreu no local do Barroquinho com o objectivo de proporcionar às crianças a vivência de uma activi-

dade cultural e religiosa. Após a chegada de todos os intervenientes fomos à descoberta do espaço físico, nomeadamente a capela, o coreto e o barroco onde se encontra o nicho com o «Senhor dos Aflitos». Neste local foi contada a lenda do Barroquinho, por um grupo de crianças do Jardim-de-infância de Panóias. Houve um almoço convívio entre todos os participantes e muita animação.

Gostaríamos de salientar a disponibilidade por parte dos mordomos, por nos terem proporcionado o acesso a todos os espaços (capela, salão, barracas de apoio). Foi um dia muito agradável, pelo que seria importante dar continuidade a este género de actividades conjuntas.

As educadoras dos Jardins de Infância envolvidas no Projecto

EU E A MINHA AMIGA ÁRVORE A convite do Instituto da Conservação da Natureza, as crianças dos Jardins de Infância do Agrupamento de S.Miguel participaram no projecto “ EU E A MINHA AMIGA ÁRVORE”. Cada grupo deu movimento às tesouras, colas, materiais recicláveis, e fez nascer o projecto anteriormente imaginado. Na diversidade de trabalhos apresentados ficou bem expresso que a criatividade e o saber fazer de cada grupo não tem limites isentando-os de qualquer estereótipo. Fez-se de forma lúdica e empenhada a transição do particular para o geral, do MEU, para o NOSSO, deixou de ser o meu jardim, o meu quintal para passar a ser a nossa ÁRVORE a nossa NATUREZA. Implicitamente transitou-se do bem individual para o bem comum sobre o qual todos temos a responsabilidade de agir proteger e cuidar. Pretende-se fomentar uma atitude cívica nos pequeninos e uma sensibilidade para a protecção do BEM COMUM. Participações em projectos como este cria nas crian-

SuperTmatik, Canguru e outras provas matemáticas na Escola de S. Miguel. A proposta, em plena aula, de realização de um jogo com cartas, ainda que matemático - O SUPERTMATIK - colocou o 5º C em polvorosa. O entusiasmo inicial arrefeceu um pouco com a explicação das regras, porque, afinal, era preciso saber a tabuada e ter algum cálculo mental, coisa que para muitos alunos é algo que parece inatingível. Entrados no jogo, com a divisão da turma em pequenos grupos de três alunos, dois jogadores e um árbitro, o entusiasmo regressou, tentando todos serem os melhores em cada grupo, pois isso poderia dar-lhes o “passaporte” para o inter-turmas a realizar na Escola. A situação e o entusiasmo repetiram-se um pouco por todas as turmas do 2º ciclo, a

qual terminou com a realização do inter-turmas, que levou ao apuramento dos nossos dois campeões: O Rodrigo Saraiva do 5º E e o Rodrigo Besteiro do 6º A. Em fase posterior, estes nossos campeões participaram, agora “on-line”, na fase nacional, estando ainda a aguardar a comunicação das respectivas classificações. Estamos em crer que o SuperT deixou marcas e que a tabuada parece agora, aos olhos dos alunos, mais importante e com mais “utilidade”. É que, para o ano, há mais e todos vão querer participar, novamente, e agora melhor preparados. Também neste segundo período se realizou o “CANGURU MATEMÁTICO”, prova promovida pela SPM (Sociedade Portuguesa da Matemática) tendo participado no mesmo, todo o Segundo Ciclo. Isto acarretou, para os

professores de matemática um trabalho suplementar, pois no meio da azáfama diária das aulas, reuniões, elaboração e correcção de testes, foi necessário proceder à correcção das provas e apurar os cinco melhores em cada turma. Os quinze melhores resultados foram enviados à APM, associação organizadora, tendo em vista a elaboração de uma lista de âmbito nacional, que aguardamos com alguma ansiedade. Depois das Provas de Aferição – estas de carácter obrigatório - estamos todos a prepararmo-nos para participar, já na Semana Cultural, no “PEDDY PAPER”, que, como sempre, vai ser um êxito, estamos em crer. Com a matemática é “SEMPRE A ABRIR…” Manuel Mariano – Coordenador de Matemática, 2º Ciclo.

A casa assombrada, por dentro palácio

ças uma visão mais global e crítica sobre a importância da Natureza e da sua conservação; promove-se a cooperação e criam-se condições para que as crianças sejam mais receptivas e participativas favorecendo consensos e valores de cidadania que

se espera sejam continuados pela vida fora. Participações em projectos como este cria nas crianças uma visão mais global e crítica sobre a importância da Natureza e da sua conservação; promove-se a cooperação e criam-se condições

para que as crianças sejam mais receptivas e participativas favorecendo consensos e valores de cidadania que se espera sejam continuados pela vida fora.

Um dia, quatro amigos passaram por uma casa assombrada e viram que estava a cair aos bocados. Mas que estranho… havia luz por dentro! Todos lá fomos, menos o Luís que tinha medo. Tentámos abrir a porta mas vimos que estava trancada. Batemos a porta e não nos abriram. Tivemos uma ideia: ir pela janela. Decidimos que era eu a entrar. Entrei e vi que não era uma casa assombrada. - Isto não é uma casa assombrada!!! É um palácio. E havia polícias por todo o lado. Eu tive sorte porque sou um rapaz que faz saltos e acrobacias! Então abri a porta aos meus amigos, mas não os apanharam porque tinham roupa parecida com as pessoas do palácio. Havia um café, por cima a disco mania ao lado a biblioteca e por baixo o Dorme. E havia um escorrega muito divertido. CONTINUA... Diogo Bernardo Antunes 4º ano – EB Bairro do Pinheiro

Ema Mateus CONTEXTO | Junho | 2010 | 3


No Jardim de Infância e na Escola do 1.º CEB do Bairro da Luz festejouse a chegada da Primavera

PEREGRINAÇÃO

Peregrinação, sim, porque as margens do Douro são altares com rio ao fundo. Peregrinação, portanto, pela religiosidade, pela devoção, pelo sagrado, pelo místico, pelo longínquo. Peregrinação, também, pelo insigne apostolado da organização… A romaria foi a lugares sedutores e apenas contáveis em sílabas sorridentes ou com sorriso de voz. O dia foi, também ele, adequado. Foi um dia de sol com luz lenta e de claridades calmas entre nuvens. Havia brisas perdidas entre as ramagens. Só não foi um perfeito dia de primavera porque a temperatura que o refrescou fê-lo em formato invernal. Começou a viagem e, como em todas as viagens de que me lembro, dei comigo, a olhar de relance, pela janela do autocarro. Afinal era uma excursão e eu, por comovida razão, observava a paisagem, os montes, os vales e as árvores agitadas porque havia brisa que as agitasse. Em viagens de autocarro tenho o hábito de observar,

quase contar, as árvores que anda até se ficarem, até se perderem nas curvas da estrada. A primeira paragem foi em Freixo de Numão, e, aí, a romagem foi à imensa e quase perturbadora quantidade de história e à sua explicação. Mas sim,a sucessão dos montes e o curvar apertado nas encostas acabariam por se rasgar em horizonte mais amplo e mostrar, lá bem ao fundo, o Douro e as suas águas lentas a desenhar o vértice de uma natureza varandística, a todo o tempo surpreendente que se suspende sobre o rio deixando escapar uma simbologia que (talvez antiga) se mantém sempre nova. Rolava, portanto, a camioneta guiada entre bermas verdes clareadas de branco, um branco feito de muitas flores brancas. Quieto, sossegado e convidativo o restaurante “Preguiça” aguardava no termo da estrada estreita lá onde a ponte faz a passagem e as águas mais se avizinham. Vinham de lá, do rio, fortes rumores de silêncio, um

silêncio de paz e tranquilidade. Havia, entretanto, chegado a hora do almoço. As migas de peixe, aromáticas, acompanhadas com barbo frito lembravam um perfeito manjar dos Deuses. As favas com chouriço, a posta de vaca mirandesa, tudo regado com apaladado vinho do Douro, prolongaram a refeição até o arroz doce adoçar bocas e espíritos. Na esplanada, quase a rasar as águas e após a farta refeição, o acordeão, de um devoto peregrino tocante, fez soar músicas dançáveis que, não sendo sacras, assumiam um não sei quê de religioso. Assim, a tango e valsa, se promoveu um baile apenas findo quando as águas vindas do céu, numa pequena trovoada, determinaram o arredar de pé. Por fim deu-se o regresso a encerrar a viagem que obteve, por direito próprio, o nome de peregrinação, tendo sido, ainda assim, isenta de qualquer sacrifício.

Era bom que não houvesse regras, não houvesse nada que nos aborrecesse, nada nem ninguém que nos chateasse. Eu própria gostava de ser livre. Mas tenho família a mandar em mim, mas se calhar até é bom ter uma família. Ou ter uma família e ser livre. Como sabem já houve

RIMAR COM OS NOSSOS NOMES uma revolução: os cravos, os soldados, a paz, a liberdade, tanta coisa naquele dia. Também há uma canção dedicada á liberdade. Eu gosto da vida que tenho e também da minha liberdade, escrever o que quero, dizer o que quero. Mariana Gonçalves, 5º C

Festa na Aldeia SOS No dia 02 de Junho realizou-se uma festa na Aldeia SOS da Guarda. Na festa havia muita gente, estavam muitas crianças da Aldeia, as mães da Aldeia os familiares e a maior parte eram convidados . Houve bailarico, onde 4 | CONTEXTO | Junho | 2010

toda a gente dançou ao som do acordeão. Também houve um rancho que cantou e dançou para nós. Para comer havia sardinhas, bifes, costeletas e muitas bebidas e sobremesas. Para as crianças havia pinturas faciais, teatros e

instituições. Serviu este trabalho de articulação entre ciclos como motivação para o desenvolvimento de outras actividades no âmbito da Formação Pessoal e Social e do Conhecimento do Mundo e, também, para promover o convívio saudável entre alunos e Professores/Educadoras e incentivar o espírito de cooperação.

F. Capelo, peregrino.

Ser livre é... Para mim, ser livre é fazer o que quisermos mas dentro das regras, ser livre é querer escrever o que nos apetecer. Os pais dizem para ir para a cama mas nós crianças dizemos sempre não, não temos sono, porque queremos ser livres, ficar acordados até tarde, acordar quando nos apetecer, não ter aulas …

No Jardim de Infância e na Escola do 1.º CEB do Bairro da Luz festejou-se a chegada da Primavera No passado dia 24 de Março as crianças do Jardim de Infância e da Escola do 1.º CEB do Bairro da Luz festejaram, em conjunto, a chegada da Primavera. Para isso, prepararam algumas actividades que apresentaram nestas duas

palhaços que faziam malabarismo com fogo e muitas mais brincadeiras. A Aldeia estava toda enfeitada e iluminada…Foi um dia muito fixe! “ Flávio Ribeiro, 6º F

Numa das manhãs do mês de Abril, ao marcarmos as presenças, verificámos que faltavam duas meninas, a Carolina e a Alina. Então a Miriam observou: - Olha até rima, Carolina com Alina. E a Teresa disse: - Olha e rima também rima com Carolina e Alina. Todos nos rimos e pensámos fazer “Rimas com os nossos nomes”. No final ficámos com este trabalho que nos deu muito prazer realizar e que queremos partilhar com outros meninos. Por isso decidimos mandá-lo para ser publicado no Jornal do Agrupamento, lançando este desafio a todos os ciclos.

O Afonso é amigo do Sonso (Noddy)

A Alina tem uma prima

A Kauany foi ao Vietname

O Bernardo viu um leopardo

O Miguel come mel

O Alexandre é muito grande

A Mimi está toda pipi O Rui foi para Tui A Helena come madalena A Carolina brinca com plasticina A Débora foi para Évora

O Nuno brinca com o Bruno A Maria é tia A Ana comeu banana A Celeste é uma peste A Teresa põe a mesa

O Marco foi de barco A Alice é uma miss O João é um pimpão

Jardim-de-Infância de Póvoa do Mileu, sala n.º 2 Educadora Teresa Batista


O Jardim de infância da Guarda-Gare no Festival de Tunas Femininas

Do Museu... Imagens Agora imaginem as “histórias” à volta das pedras, casas, ruas e muralhas presentes na nossa cidade há milhares de anos que nos contam a sua História. Os puzzles (fragmentos) dos potes no Museu encontrados na Póvoa do Mileu, que alguém encontrou e montou para nós imaginarmos quem os fabricou inicialmente e os utilizou no seu tempo de vida útil. As lendas situadas no “passado” que nos chegam pelo entremeio da Janela com renda, do Poço redondo ou da pedra colocada ao alto… À medida que as crianças desenvolvem a noção do seu lugar no Mundo – o mapa mental do ponto onde se encontram no espaço e no tempo, dá-lhe a capacidade para imaginar e reflectir e de algum modo influenciar profundamente a sua Identidade Pessoal. Podemos ver crianças de 4/5 anos a desenhar/registar mapas e percursos, a ler cartas e plantas simples ou esquemas de ruas e espaços que conhece. Por outro lado demonstram claramente que conseguem compreender

Em parceria com a Egitúnica - Tuna Feminina do Instituto Politécnico da Guarda, as crianças do Jardim de Infância da Guarda-Gare, integraram o Projecto “III Ribeirinha”. Com o objectivo primordial de divulgar a música académica, que encontra as suas raízes na música popular portuguesa, as jovens da Tuna apresentaram o seu reportório no salão do Jardim de Infância. Cantaram e encantaram peque-

a natureza de uma sequência cronológica de conhecimento e que as acções têm consequências específicas, elementos essenciais para a compreensão Histórica. Assim, ainda que não possamos fazer andar os ponteiros do relógio para trás, interpretamos o passado de acordo com o que “resta”. Este” resto” pode assim assumir muitas formas – histórias, lendas, relatos, … pinturas, objectos …e Monumentos que serão mais uma vez reconstituídos mentalmente e reinterpretados. Toda esta abordagem faz com que a descoberta e compreensão

A escola situa-se na localidade de Carvalheira, freguesia de Santana d’ Azinha, concelho da Guarda. A freguesia de Santana d’Azinha situa-se na zona de Sudeste do concelho da Guarda, fazendo fronteira com as freguesias de Panóias de Cima, Vila Garcia, Vila Fernando, Adão, Benespera e João Antão. Esta freguesia, com a área total de 15,89 km2, dista 13 km da sede do concelho. Esta freguesia é constituída por 8 anexas, nomeadamente, Carvalheira, Catraia da Barriga Negra, Demoura, Diogo Alves, Fernão Luís, Monte Soito, Quinta da Erva, Sortelhão e 5 quintas. A grande beleza desta freguesia reside na sua paisagem, proveniente do facto de se situar numa zona de vale, com muitos castanheiros e linhas de água que dão vida aos campos. A rede viária que liga Santana d’Azinha às anexas e a outras freguesias é considerada má embora a que

faz a ligação com a sede seja boa. A freguesia de Santana d’Azinha apresenta um povoamento muito disperso, congrega 296 alojamentos familiares (segundo dados dos Censos 2001), sendo grande parte das casas construídas em pedra. À semelhança das freguesias do concelho da Guarda, Santana d’Azinha caracteriza-se pela sucessiva perda de população. A população tem vindo a diminuir com o passar dos anos devido a fenómenos como a emigração e o êxodo rural, em especial na transição dos anos 60/ 70. Actualmente a população desta freguesia é metade daquilo que foi na década de 60 e a tendência é para continuar a diminuir. Esta freguesia conta ainda com uma densidade populacional de 27,8 hab/km2 e um total de 168 famílias clássicas. Equipamentos escolares: Existe uma escola básica do 1.º ciclo com 15 crianças dos quatro anos de escolaridade e um Jardim de Infância com 8 crianças matriculadas que

O Hino à Guarda “ Longe de Ti” e “ Laurindinha”, cantados pelas crianças do Jardim de Infância em conjunto com a Tuna Feminina, foram as canções que entusiasmaram pais, família e público que encheu o Auditório da Câmara Municipal da Guarda. O envolvimento e cooperação de toda a Comunidade Educativa, foi a chave e o sucesso desta iniciativa.

do passado seja um trabalho de pesquisa, um desafio em que a criança se pode envolver com o adulto lado a lado. Observar, levantar hipóteses conceber formas de encontrar as respostas, fundamentais da descoberta da História e no respeito pelo património que mais tarde queremos também deixar de herança… Descobrindo o passado, caminhando no presente e crescendo juntos, valorizando o futuro. As educadoras Ana Terras e Teresa Baptista

CARVALHEIRA Onde estamos

nos e graúdos, estimulando-os para a participação activa neste evento. Nos dias que se seguiram, as crianças fizeram pequenos filmes de apresentação das Tunas participantes e elaboraram o cenário, pintando a Sé Catedral, com as suas mãos O ponto alto do projecto ocorreu na noite de sábado, 17 de Abril, com a participação do grupo de crianças, na abertura do III Festival.

funcionam no mesmo edifício. A Componente de Apoio à Família e A.T.L. funcionam no edifício da Junta de Freguesia, a poucos metros da escola. Actividade económica predominante: As principais actividades socioeconómicas são a construção civil e a agricultura de subsistência. Como em todas as freguesias do concelho, o tipo de agricultura é de subsistência em que a maior parte dos produtos cultivados são os produtos comuns de hortas e unicamente para consumo próprio. Contudo o leite e alguma batata são produtos predominantes e para venda. Actividade industrial: A nível industrial esta freguesia possui uma serralharia e uma oficina de automóveis. Actividade comercial: A nível comercial existem na freguesia os seguintes estabelecimentos comerciais de âmbito familiar: 2 mercearias, 2 tabernas, 5 cafés, 2 restaurantes e uma discoteca. Associações de desen-

volvimento local / I. P. S. S: Existe um Lar e Centro de Dia para idosos. Lugares de Culto: Existe uma Igreja Matriz e uma Capela. O transporte público, embora escasso, assegura o transporte dos alunos para as escolas do 2.º e 3.ºciclos da Guarda. As pessoas deslocamse para os seus trabalhos a pé ou em carro próprio. As crianças são transportadas para a escola pelos pais, de carro ou pelo transporte camarário. A população desfruta de energia eléctrica, água canalizada e saneamento básico. O clima é característico do interior do país. Muito frio e rigoroso no Inverno e muito quente e seco no Verão.

Onde aprendemos O edifício pertence ao Plano dos Centenários com 2 salas, funcionando numa delas o Jardim de Infância e na outra a turma do 1.º Ciclo. As salas são amplas, arejadas e com boa iluminação. Possui 2 casas de banho anexas. O espaço do recreio é amplo, o que permite que as crianças brinquem e corram em segurança. Como os meninos e meninas têm gostos e preferências distintos, um espaço aberto permite a afirmação de cada um, reforçando a sua identidade pessoal e o desenvolvimento da criatividade. Este espaço possibilita ainda a realização de jogos que possibilitam interiorizar regras e valores. A interacção com os meninos do Jardim de Infância é importante para estimular as brincadeiras partilhando experiências e afectos. Este recreio permite às crianças brincar ao ar livre e um maior contacto com a Natureza.

Notícia: “Explosão da Salamandra” O regresso às aulas, após as férias da Páscoa, para alunos e professores da escola do 1º ciclo da Carvalheira, ficou marcado por “um grande susto”‘ com o rebentamento, na sala de aula, da caldeira de uma salamandra a lenha tendo provocando ferimentos na docente e em vários alunos, bem como danos materiais na estrutura do imóvel. Ao local da ocorrência deslocaram-se com a máxima brevidade possível, Bombeiros, INEM, GNR, Direcção Executiva do Agrupamento de São Miguel, responsáveis do pelouro da Câmara Municipal da Guarda, membros da Junta de Freguesia, pais/encarregados de educação. As crianças e professora foram observadas e assistidas de imediato pelos Bombeiros e médico do INEM. Seis crianças e a professora foram encaminhadas para o hospital a fim de serem observadas. A notícia alvoroçou pais e familiares das crianças, mas a constatação dos factos veio descansar os corações mais sobressaltados. Não de todos, uma vez que na mente das 15

crianças que se encontravam na sala de aula, bem como da professora, este episódio não será esquecido tão depressa… A professora (EB1 da Carvalheira) Alice Pissarra Os alunos viveram e disseram: (por razões de espaço, e apesar de todos os alunos terem deixado escrito o testemunho do que sentiram, publica-se apenas um comentário de cada ano.) 1º Ano: “Partiu-se a janela, saímos para a rua. Ficámos doentes, a tremer e sujos.” 2º Ano: “O acidente foi grave mas ninguém morreu. A explosão foi assustadora.” 3º Ano: “Demos conta que rebentou a salamandra, foi uma miséria ficámos todos pretos tentamos sair pela porta, mas esta estava trancada então saímos pela janela com a ajuda da professora.” 4º Ano: “Ficou tudo cheio de fumo e ficamos salpicados de ‘lodo’. “

para pintar

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A poesia tonta Olha, olha avô, achas que aquele tubarão vai caber no meu pão?

PROJECTO CRESCER A CORES

No meu ponto de vista, o Projecto Crescer a Cores do N.D.S. foi uma experiência incrível. Nas aulas de Formação Cívica, através dos programas “Ulisses” e “Hércules”,dialogávamos sobre os nossos problemas pessoais, os nossos projectos para um futuro próximo, as nossas dúvidas, os nossos receios. Como pré adolescentes que somos, é-nos difícil controlar as nossas emoções; reagimos no momento sem pensar ou medir as consequências dos nossos actos, o que por vezes nos causa muitos dissabores, desilusões e muitas vezes problemas maiores. Com as aulas deste projecto aprendi a controlar as minhas emoções, a pensar antes de agir, a ser mais tolerante com os meus pares, a ouvir e respeitar as ideias e as opiniões das outras pessoas. Adorei as aulas e os temas que abordámos. Reconheço que este projecto me ajudou a resolver os meus problemas, causados muitas vezes, pela minha ansiedade e dificuldade em controlar os meus sentimentos e emoções; aprendi a controlar as minhas emoções e tornei-me uma pessoa mais calma, mais tolerante e compreensiva. Resumindo, posso dizer que com este projecto “Cresci” e compreendi que a vida pode ser muito colorida, para isso só é preciso aprender a ser feliz!

Olha, olha cão, Estás a ver bem aquele tubarão atrás do ladrão?

10 Perguntas a... Adelina Maria Cabral Sequeira, 48 anos, Assistente técnica na escola desde 1990.

Olha, olha eu, estás a ver aquela baleia, a ser levada para a cadeia? Pai, pai queres ir a Fátima a pé? é que se não queres, eu dou-te um pontapé. Olha, olha padrinho achas que a serração se vai partir no meu colchão? Rafael Dias Santos - 4º ano - EB Bairro do Pinheiro

... Para Pintar!

Catarina Pinheiro 6º B

1. Se fosse pó, onde é que se esconderia para não ser limpo? Num cantinho do quarto do George Clooney 2. Se fosse uma flor seria... Uma orquídea. 3. Se fosse um filme... Todos menos um filme romântico. 4. Com quem não iria para uma ilha deserta? Com a pessoa de quem eu menos gosto. 5. Quando se zanga pensa em... Ir para bem longe onde não conheça ninguém. 6. Se fosse um insecto... Uma borboleta para voar livremente. 7. Quando toca o despertador apetece-lhe... Desligá-lo e virar-me para o lado para continuar a dormir. 8. Qual é o seu ultimo pensamen-

to antes de dormir? Penso que me vai sair o Euromilhões. 9. Se trabalhasse no circo o que seria? Uma acrobata. 10. Em poucas palavras conte-nos uma história gira que tenha vivido. Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, numa tarde estava eu sentada numa pedra com outra menina da minha idade a conversar e a rir de tal forma que não nos apercebemos que se estavam a aproximar umas vacas. Então, uma das vacas, com os seus grandes chifres, levantou-me no ar e depois atirou-me para o chão. Apanhei o maior susto da minha vida e ainda fiquei com uma grande dor de costas.

Da Escola Para o Futuro OLÁ A TODOS! O meu nome é Sara e frequentei a escola EB 2, 3 de São Miguel (C+S de S. Miguel nesse tempo), de 1993 a 1998. Guardo óptimas recordações da escola, dos professores, e claro, dos colegas. Lembro-me que o nosso maior orgulho era o pavilhão de São Miguel, que estreámos no meu sexto ano. Deixar de correr e fazer desporto à chuva e ao frio foi um grande alívio para todos. A inauguração deste pavilhão desportivo impulsionou também o desenvolvimento de actividades extra curriculares desportivas, como o futebol feminino e a dança/fitness, das quais eu fiz parte. Esta escola foi uma parte importante do meu crescimento e da minha formação escolar. Foi ainda durante este período que descobri a minha veia científica, e em particular a minha paixão pela química. Em Setembro de 1998 ingressei na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na área de científico-natural, onde completei a minha formação básica. Três anos mais tarde despedime desta escola e dei inicio à minha vida académica na Universidade de Évora. Parti sabendo que dificilmente voltaria a morar na cidade da Guarda, e 6 | CONTEXTO | Junho | 2010

na bagagem levei muitos sonhos e saudades. Évora foi a minha cidade de eleição, e o curso de Química a minha primeira opção, o que elevou as minhas expectativas. Não me desiludi. Desde a hospitalidade da cidade e dos seus habitantes, passando pela alta qualidade de ensino, e ao espírito académico que se respira naquela cidade, tudo superou as minhas expectativas. No último ano do curso, decidi arriscar e escrevi o meu próprio projecto de estágio, em vez de me inscrever num dos estágios oferecidos pela universidade. Esse projecto envolvia pesquisa científica em colaboração com o Laboratório Nacional de Polícia Científica. Hoje em dia, e depois do lançamento da série CSI na TV, as ciências forenses tornaram-se bastante populares, mas no ano de 2005, o ano do meu estágio, ainda pouca gente era conhecedora dessa área. Encontrei alguns obstáculos pelo meu caminho até conseguir a realização desse projecto, e só o consegui graças ao apoio fundamental daquele que se viria a tornar meu mentor e grande amigo, o Prof. Dr. João Nabais. Corria o ano de 2006 e faltavam três semanas para a minha defesa de tese de licenciatura, quando fui aprovada como

estudante de doutoramento num projecto internacional em nanotecnologia. Um mês depois fiz novamente as malas e parti para a Polónia. Desta vez, na bagagem além de sonhos levava também algum receio. Sem conhecer o país, a língua, ou sequer alguém, ao chegar à cidade de Szczecin deparei-me com um ambiente totalmente diferente. Os diferentes métodos de trabalho, o clima frio e sombrio, e um povo mais fechado e com hábitos diferentes contribuíram para um grande choque cultural. No entanto, tudo era novo e diferente, e diverti-me imenso a explorar cada canto e a aproveitar cada oportunidade. Além disso, a localização da Polónia na Europa Central é favorável a pessoas curiosas e com vontade de viajar como eu. Viajei imenso e conheci muitos países e cidades. A minha passagem pela Polónia contribuiu imenso para o meu crescimento como cientista e como pessoa. Ensinou-me a ver o mundo com outros olhos, aprendi línguas, fiz imensos amigos internacionais e sobretudo descobri que o tamanho do mundo depende da vontade das pessoas. Por ser uma grande experiência, desde o inicio que partilhei todas as minhas aventuras com os meus

amigos, através da criação de um blog (www.aventuranapolonia.blogspot.com), que ultrapassou as minhas expectativas e ainda hoje depois de encerrado é visitado por muitas pessoas. Em termos profissionais foi também um importante passo na minha carreira, pois além de bons resultados, ganhei experiência e embrenhei-me na comunidade científica da minha área, através de várias participações em conferências e encontros. De um dos contactos que fiz surgiu uma proposta aliciante, que me levou ao outro lado do mundo. Em Dezembro de 2009 terminei o meu doutoramento

e no início de 2010 viajei até Belo Horizonte no Brasil, para começar um pós-doutoramento de dois anos. As novas aventuras estão já a ser escritas num novo espaço: http://asvoltasnomundo.blogspot.com/, que todos vocês podem visitar. O Brasil foi sempre um país que me fascinou, principalmente pela alegria e hospitalidade do seu povo. Felizmente, tenho uma profissão que me permite uma grande mobilidade, não só para viajar e conhecer novos locais, mas também para morar noutros países, com relativa facilidade. Hoje, sou uma química a

trabalhar entre físicos, e essa aprendizagem constante é outro factor que me fascina na minha profissão. Sinto-me uma pessoa cheia de sorte, pois faço o que mais gosto e vejo-me diariamente rodeada de pessoas alegres e motivadas. Além disso, adoro pensar que não escolhi ainda o meu próximo destino. Austrália? Estados Unidos? Europa? Ninguém sabe... Nem eu! Sara Costa, Doutorada em Nanotecnologia pela West Pomeranian University of Technology, Polónia; Frequenta actualmente um pósdoutoramento da Universidade de Minas Gerais, Brasil


... em Inglês

Línguajar...

... em Inglês

... em Francês

Línguajar...

... em Francês

SER TOLERANTE É: - Não mentir; - Respeitar as ideias dos outros; - Saber aceitar. - Compreender os outros; - Respeitar os outros; - Ser amigo. - Desculpar os outros; - Saber respeitar. - Não ficar chateado com os outros quando nos criticam positivamente;

- Ajudar; - Ser pacífico com todos; - Entender; - Não fazer troça do tom de pele dos outros; - Não julgar os outros pela sua maneira de ser; - Não pôr de parte os outros pela sua raça. Língua Portuguesa – 5º C CONTEXTO | Junho | 2010 | 7


Passemos o testemuho Dia 4 de Maio de 2010, juntaram-se cerca de 80 alunos do nosso agrupamento (fora os alunos dos outros agrupamentos da Guarda) na estafeta «Pobreza e Exclusão Eu Passo». Esta iniciativa consiste numa corrida de estafetas contra a pobreza e exclusão social, já que este ano é o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social. Os alunos da nossa escola que participaram nesta iniciativa juntaram-se de manhã, depois de estarem equipados e de terem sido distribuídas t-shirts alusivas à iniciativa, no portão da entrada da escola. Depois de estarmos todos juntos partimos em caminhada em direcção à rotunda da TiJaquina, onde a nossa escola iria começar a corrida mas, os alunos que não tinham tanta resistência ou preferiam realizar um percurso mais curto, ficaram no Rossio. Depois de alguns atalhos, chegámos à dita rotunda onde parámos um pouco à espera que os outros participantes chegassem. Quando estes chegaram, todos começámos a ‘‘gritar’’ e a apoiar os participantes que já tinham começado a correr há algum tempo e começámos também nós a correr. Com uns mais à frente e outros mais atrás, com algum esforço, conseguimos descer todo aquele percurso, apanhar os alunos que tinham ficado no Rossio, e chegar finalmente à escola. Quando chegámos, a professora de música do 2º ciclo (professora

Graça) estava a pôr música em frente à entrada, todos nos divertimos bastante nesta chegada. De seguida largaram-se os balões contra a pobreza e fez-se um minuto de silêncio. Logo depois voltou a música e a boa disposição atrás. Durante e no fim da iniciativa registámos alguns comentários e sugestões de vários participantes: P: O que achou da iniciativa? R: Entendo que a iniciativa foi muito meritória, por chamar a atenção geral para o problema da pobreza e para a exclusão social. Constituiu um alerta para as dificuldades económicas que atingem um número crescente de famílias, problema que se tornou ainda mais agudo em virtude da crise económica mundial que estamos a viver. Penso que a estafeta também representou uma chamada de atenção para todas as formas de exclusão social, especialmente a que afecta os jovens.

R: Acho que é uma boa iniciativa e que coloca os alunos em alerta para as consequências do abandono escolar.

Relato do professor de educação física: Pedro Serra

Relato de uma aluna da escola

R: É sempre importante este tipo de actividades uma vez que ajuda na integração e socialização de todos os alunos, principalmente quando associada a iniciativas para a prática desportiva.

R: Gostei da iniciativa e de os alunos se terem portado bem. Relato do professor de geografia: António Pires

Relato da professora de educação física: Tânia Avelans

P: O que o levou a participar nesta iniciativa? R: Participei, tal como ou-

tros professores e alguns alunos, numa atitude de solidariedade e apoio ao espírito que presidiu à realização da Estafeta. Relato do professor de educação física: Pedro Serra R: Os professores; Ser um óptimo desportista; Ajudar as pessoas; Ser solidário; Relato de vários alunos da escola P: Quais as suas propostas para melhorar a actividade? R: A acção teve um âmbito nacional, pelo que cabe aos or-

O Clube de Escalada Foi a 2ª Melhor Equipa no Regional de Escalada Desportiva Realizou-se nos dias 30 de Abril e 1 de Maio em Mões, Castro Daire, o Campeonato Regional de Escalada Desportiva. O Clube de Escalada da Escola de S. Miguel esteve representado por 13 atleta que conseguiram as seguinte classificações INICIADOS FEMININOS: Apesar de serem todas muito jovens as nossas jovens atletas fizeram excelentes provas tendo obtido asa seguintes classificações: 6º Margarida Moreira; 10º Ana Raquel Barata; 12º Inês Silva; 13º Alexandra Varges; 14º Daniela Rebelo; 15º Ana Pires. A atleta Margarida Moreira chegou à final, apesar de ser ter menos quatro anos do que as outras finalistas. INICIADOS MASCULINOS: Nesta Prova o João Santos "chegou, viu e venceu", o Pavlov Guchko foi um excelente 2º Classificado; o José Soares fez um excelente 10º lugar e o estreante João Nunes ficou no 14º Lugar. JUVENIS FEMININOS: esta prova foi ganha pela Sara Melancia, antiga atleta deste Clube e em 2º lugar ficou a Inês Soares JUVENIS MASCULINOS: neste escalão o Emanuel Janai, teve azar numa das vias e

Relato do professor de educação física: Pedro Serra Perguntámos ainda ao rapaz que passou o testemunho à nossa escola qual era a sensação de trazer o testemunho, ao que ele respondeu com um pouco de gozo e ironia:

- É muito agradável, não pesa nas mãos! Mesmo assim deu a sensação de que toda a gente que participou gostou da iniciativa e decerto quer repetir, pois apesar de todo o esforço necessário, divertimo-nos imenso. Deixamos uma nota a quem não participou: Não Sabem o Que Perderam!!!

Matilde Andrade, Inês Gomes, Ana Soares e Verónica Cairrão, 7º D

Pequenos passos fazem um percurso

A experiência do Rui

ficou em 7º lugar e o Diogo Santos em 13º Lugar. Por equipas o Clube de Escalada de S. Miguel ficou em 2º Lugar. Parabéns a todos.

Com estes resultados penso que vale a pena investir nestes jovens atletas. Ficamos a aguardar. Clube de Escalada PUB

Ficha Técnica CONTEXTO |junho 2010 | Número 3 Edição: Jorinterior, Jornal O Interior, Lda. / Agrupamento de Escolas de S. Miguel Direcção: Luís Baptista-Martins Coordenação: Lusitana Ricardo e Norberto Gonçalves Paginação: Joaquim / Jornal O INTERIOR www.eb23-s-miguel.rcts.pt http://jornalismosaomiguel.blogspot.com/ jornalsaomiguel@gmail.com 8 | CONTEXTO | Junho | 2010

ganismos responsáveis pela sua organização (nomeadamente o Programa de Inclusão e Cidadania), a realização da avaliação final. Nesse “balanço” poderão reflectir sobre os pontos que, em futuras iniciativas, ainda poderão melhorar, sobretudo quanto ao número de participantes.

A turma de Percursos Curriculares Alternativos que funciona na Escola, “é dirigida a alunos que, encontrando-se dentro da escolaridade obrigatória, apresentem insucesso escolar repetido ou risco de abandono precoce”. Direccionada, para as áreas dos serviços hoteleiros, turismo e lazer, a turma é frequentada por 13 alunos, dos quais 11 apresentam retenções ao longo do seu percurso escolar, sendo que, 5 deles foram retidos pelo menos duas vezes e dois alunos têm retenções repetidas no 7º ano que frequentam pela 3ª vez. São alunos que revelam forte desmotivação, baixa autoestima e falta de expectativas relativamente à aprendizagem e ao futuro. No sentido de evitar a exclusão social e abandono escolar, tem havido por parte da Direcção da Escola, Conselho de Turma e outras estruturas pedagógicas uma especial atenção para com estes alunos. Pensadas para a motivação dos alunos têm sido preparadas e desenvolvidas actividades com o objectivo de os levar a tomarem contacto com a realidade do trabalho nos restaurante e hotéis, aplicando conhecimentos adquiridos nas aulas. Inseremse neste objectivo as visitas efectuadas ao restaurante “O Pedro” e ao “Hotel Tryp Colina do Castelo” em Castelo Branco, sendo que, par esta última visita elaboraram um pequeno roteiro da viagem e desempenharam o papel de guias durante a mesma. Em ambas as actividades se cumpriram os objectivos, foram pequenos passos dados com firmeza! Prof. António Pires


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