Jornal do CCE- 16

Page 1

Jornal do CCE Ano 3 Nº 16

Florianópolis, Dezembro de 2010

www.jornaldocce.ufsc.br

Conselho discute Progressão Helena Stürmer

Reunião extraordinária avalia propostas encaminhadas por departamentos

Comissão do DALi cria tabela de pontuação para a área de artes e apresenta documento à direção do Centro

Teatro apresenta Dom Quixote Natália Pilati

O teatro itinerante que monta a obra de Miguel de Cervantes, fez sua estreia nessa quarta e será apresentado até dia dez como parte das comemorações dos 50 anos da UFSC. O espetáculo, realizado por 15 alunos do Curso de Artes Cênicas, começa às oito e meia da noite na sala 403 do CFM.

Página 3

Pontos são avaliados sem SINTUFSC Página 5

Livro registra 50 anos da universidade

Página 6

Justiça concede veto às taxas

Página 6

As taxas de registro de diplomas de graduação e pós não serão mais cobradas pela UFSC. A decisão foi determinada pela Justiça Federal, que aprovou parcialmente a ação movida pelo DCE. As demais taxas, incluindo a de Frequência Insuficiente (FI), continuarão sendo cobradas.

Página 5

A reunião do dia nove, quinta-feira, discute as propostas dos departamentos para a nova tabela de pontuação que avalia a Progressão Funcional dos docentes. Este é o último encontro do Conselho de Unidade antes do prazo estipulado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão (PRPe) para os centros de ensino da UFSC encaminharem as sugestões de ajustes, que encerra sexta-feira. Uma comissão de professores do DALi elaborou uma tabela específica para a área de artes, com base na pontuação de livros científicos estabelecida pela PRPe. Progressão Funcional é o sistema que avalia, através de pontuação, o desenvolvimento profissional dos docentes. Cada atividade realizada recebe uma quantidade de pontos que contam para subir de cargo.

Entrevista com professor Roberto O’Shea Grupo ensaia para apresentações que acontecem nos dias 8, 9 e 10

Página 8


2

Opinião

Dezembro 2010

Jornal do CCE

Carta ao Leitor

Seus olhos brilhavam

A última edição do Jornal do CCE deste ano traz os principais acontecimentos deste mês e das férias. Na editoria de Campus você encontra informações sobre a mudança de nome do curso de Letras - Secretariado Executivo, que passa a se chamar apenas Secretariado Executivo, além da proposta de mudança na tabela de pontos na progressão funcional dos docentes e informações sobre a rematrícula, que começa dia 16. Fique atento. Em Cultura, destacamos a matéria sobre o teatro itinerante Dom Quixote e o documentário em homenagem aos 50 anos da UFSC. A entrevista dessa edição é com o professor José Roberto O’Shea, sobre o trabalho com traduções das obras do inglês William Shakespeare. O Jornal do CCE entrará em recesso e volta no semestre que vem com uma nova turma comandando a produção. Não esqueça do endereço do nosso blogue: www.jornaldocce.ufsc.br. Boa leitura e boas festas!

Foi então que observei que havia duas adolescentes paradas ao meu lado. Elas olhavam fascinadas para a sala de aula, e havia um brilho nos seus olhos que me fez perceber instantaneamente que elas não pertenciam ali. Sorri, não porque quis ser simpática, mas porque meu reflexo a encontro de olhares é sorrir. Aparentemente o meu sorriso as encorajou a uma conversa e me perguntaram que curso que eu fazia. Sem tempo pra ouvir a resposta me perguntaram se eu gostava do curso e logo em seguida acrescentaram que não eram dali. Eu estava certa. Olhando aquelas duas garotas, cheias de sonhos, e apenas alguns anos mais novas que eu, pude perceber o quanto eu havia mudado nos últimos tempos. Seus olhos brilhavam. Elas sabiam o que queriam fazer, faculdade, curso, faculdade. Tudo estava planejado. Comigo também foi assim. E enquanto eu as olhava falando sobre o futuro eu via a mim mesma num espelho que refletia o passado. Ontem você era apenas aquela criança que caía de bicicleta no quintal da sua casa, sua mãe te comprava chocolate e você sonhava em ser uma astronauta... O que você quer ser quando crescer, me perguntavam? Eu quero ser bailarina. Tudo fica tão confuso quando começam a lhe perguntar o que você vai fazer. Eu podia ser o que eu quisesse! Ontem você estava certa de toda uma vida. Hoje

você está vivendo e não tem certeza de mais nada. A vida é assim. Você deixa seus amigos na sua pequena cidade, decide enfrentar a vida sem a proteção de sua família, faz novos amigos, perde alguns dos velhos, o mundo se abre. E quando você olha tudo que está ao seu alcance percebe que tem muito ainda que alcançar. Quando você começa a conhecer Shakespeare, descobre que ainda não leu Toni Morrison e aí... Aí a vida continua. Elas terminaram de falar. A irmã de uma delas chegou, elas me agradeceram, sorriram e foram embora. Por um instante me senti completamente feliz por ser uma daquelas pessoas que te incentivam a fazer algo que você sonha. A garota mais alta parou no último degrau da escada e olhou para cima, para o banco onde eu estava sentada. Ela sorria com os olhos. De repente senti uma vontade imensa e inexplicável de chorar. As duas meninas passaram, mas ficaram comigo por todo aquele dia. Enquanto entrava ao fundo da sala de aula, me perguntei se meus olhos ainda brilhavam. Meus olhos ainda brilham. Mas é um brilho diferente. Diferente como tudo se torna diferente um dia...

Ternes, Merlim Malacoskii, Mirene Silva, Natália Pilati, Patrícia Cim, Rafaela Blacutt, Sâmia Fiates, Stefany Alves, Thaine Machado, Victor Hugo Bittencourt.

Karine Lucinda, Luiza Lobo, Merlim Malacoski, Natália Pilati, Rafael Canoba, Thaine Machado.

Charge

Elisa Queiroz é aluna da 4ª fase de Design Gráfico

Dayane Evellin é aluna da 4ª fase de Letras Língua Inglesa

Jornal do CCE O Jornal do CCE é um órgão de extensão do Departamento de Jornalismo, com textos, fotos, edição e diagramação dos alunos da disciplina de Redação II. Professor Responsável Elias Machado DRT/RJ 16.936 Monitor: Gabrielle Estevans Bolsista: Rogério Moreira Jr. Edição Ana Luísa Funchal, Carolina Franco, Derlis Cristaldo, Gabriele Duarte, Géssica Silva, Helena Stürmer, Jennifer Hartmann, Jéssica Melo, Jéssica Trombini, João Ga-

briel Nogueira, Karine Lucinda, Laura Vaz, Lucas Inácio, Luiza Lobo, Marienne Ternes, Merlim Malacoski, Mirene Silva, Natália Pilati, Patrícia Cim, Patrícia Pamplona, Rafaela Blacutt, Sâmia Fiates, Stefany Alves, Thaine Machado, Victor Hugo Bittencourt. Diagramação Ana Luísa Funchal, Carolina Franco, Derlis Cristaldo, Gabriele Duarte, Géssica Silva, Helena Stürmer, Jennifer Hartmann, Jéssica Melo, Jéssica Trombini, João Gabriel Nogueira, Karine Lucinda, Laura Vaz, Lucas Inácio, Luiza Lobo, Marienne

Reportagem Derlis Cristaldo, Gabriele Duarte, Géssica Silva, Jéssica Trombini, Joana Zanotto, Karine Lucinda, Laura Vaz, Lucas Inácio, Marianne Ternes, Marília Marasciulo, Mirene Silva, Patrícia Cim, Rafael Canoba, Rafaela Blacutt, Sâmia Fiates, Thaine Machado, Victor Hugo Bittencourt. Foto Helena Stürmer, Jennifer Hartmann,

Colaboração Elisa Queiroz, Dayane Evellin Tiragem 500 exemplares Impressão Gráfica POSTMIX Contato jornaldocce@cce.ufsc.br


Jornal do CCE

Campus

Dezembro 2010

3

Conselho analisa progressão funcional O Conselho de Unidade discutirá, dia 9, em reunião extraordinária, às 14 horas, as propostas para a nova tabela de progressão funcional dos docentes desenvolvida pela Pró-Reitoria de Pesquisa de Extensão (PRPE), em conjunto com as demais Pró-Reitorias. O principal tópico da reunião será a tabela de pontuação específica para a área de artes, criada por uma comissão do Departamento de Artes e Libras (DALi). Este será o último encontro do Conselho de Unidade antes do prazo, que encerra dia 10, para as onze unidades de ensino encaminharem suas propostas. Critérios para avaliaçãoPara elaborar a tabela, a comissão, formada por três professores, utilizou como parâmetro a pontuação de livros científicos estabelecida pela atual tabela da PRPE. “A gente adequou com essa unidade, conto ou poesia é equivalente a capítulo de livro, por exemplo”, explica o professor Fábio Salvatti, que fez parte da comissão. Após a elaboração da

Helena Stürmer

Tabela de pontuação para área de artes será definida em reunião, dia 9

Comissão do DALi ouviu sugestões dos professores para mudar pontuação

tabela, outra comissão do DALi ficou responsável por fazer uma reavaliação, recebeu sugestões de todos os professores do departamento e se reuniu no dia 2 deste mês para elaborar o documento apresentado na reunião do dia 9, quinta-feira. A função da Direção é organizar as propostas dos departamentos para a nova tabela de progressão e enviá-las à PRPE.

Horário especial começa no dia 20 O Centro de Comunicação e Expressão terá horário especial de funcionamento a partir da segunda-feira, 20 de dezembro. Nos dias 18 (sábado), 19 (domingo) e 20 (segunda-feira) o bloco A estará fechado para a realização do Concurso Vestibular 2011. O prédio do bloco B abrirá no dia 20 das 13h00 às 19h00, mas não haverá atendimento externo na secretaria administrativa do Centro. Entre os dias 20 de dezembro e 18 de fevereiro de 2011 o Centro de Comunicação e Expressão funcionará em regime de horário de verão. Atendendo à Portaria 1491 do Gabinete do Reitor, expedida

no final de novembro, a jornada de trabalho dos servidores docentes e técnico-administrativos será de segunda a quinta-feira, das 13h00 às 19h00 e às sextas-feiras das 07h00 às 13h00. Nos dias 24 e 31 de dezembro não haverá expediente na Universidade Federal de Santa Catarina. Caso seja solicitada, a Direção do Centro de Comunicação e Expressão irá autorizar a permanência em caráter extraordinário após o horário determinado, depois de informar ao Departamento de Segurança do Campus. Victor Hugo Bittencourt

Para o diretor Felício Margotti, é importante esclarecer as dúvidas que as propostas podem gerar. “Se algum professor fizer uma atividade artística fora de sua área, a gente não sabe se conta. Esse é o tipo de questão que temos que esclarecer”. Prazo para as propostas - As propostas de cada centro devem ser enviadas até amanhã para a PRPE, onde será redigida a versão

final da nova tabela, a ser encaminhada ao Conselho Universitário (CUn) para aprovação. A Progressão Funcional é a mudança de nível do professor, como um plano de carreira, em que cada atividade desenvolvida recebe uma pontuação. O pedido de progressão pode ser feito a cada dois anos, desde que a pontuação mínima seja alcançada. “A nova tabela faz com que o professor produza dentro das suas atividades. Atualmente a progressão acaba acontecendo por tempo de serviço”, disse o professor Ricardo Rütter, diretor de Núcleo de Apoio e Acompanhamento da PRPE. Na nova proposta apenas os pontos de quatro semestres podem ser contabilizados para a progressão. Na legislação atual a pontuação pode ser acumulada em quantos semestres forem necessários. Entre outras mudanças, estão a alteração de algumas pontuações e a criação de uma classe de professor sênior. Lucas Inácio Marianne Ternes

Teatro forma 1ª turma O curso de Artes Cênicas, que iniciou as atividades em 2008, se prepara para formar a primeira turma no próximo ano, e, assim, cumprir um dos pré-requisitos para que o Ministério da Educação formalize o reconhecimento da graduação. O curso iniciou os processos junto ao MEC em outubro e aguarda receber a visita do representante do Ministério para a avaliação no ano que vem. O Núcleo Docente Estruturante (NDE) de Artes Cênicas se encontrou regularmente todas as semanas desde outubro para reajustar as disciplinas entre as fases do curso, revisar suas ementas e a bibliografia, para adequar-se às exigências do MEC. No dia 1 de dezembro, o Núcleo Docente Estruturante se encontrou pela última vez neste

ano, mas o curso pretende fazer um trabalho mais intensivo com os professores em 2011, visando propor um novo currículo para 2012. O curso de Artes Cênicas tem hoje apenas quatro professores efetivos. Neste ano foram concursados quatro novos professores que iniciam suas atividades no ano que vem, e o coordenador do curso, Fábio Salvatti espera que sejam contratados mais três docentes. Anualmente ingressam 30 alunos de graduação e hoje, após três anos da criação, existem 75 alunos matriculados, índice de evasão considerado baixo em relação a outros cursos do CCE, mais antigos e reconhecidos pelo Ministério da Educação. Rafael Canoba


4

Campus

Dezembro 2010

Jornal do CCE

Secretariado retira Letras do nome

curso Susana Fontes, apesar da mudança, o Secretariado Executivo não tem mudanças na estrutura ou em seu currículo previstas até o momento. Falta de docentes- Apesar de deixar de ser considerada uma graduação de Letras, o curso man-

Grupo pesquisa uso de vídeos em LIBRAS

O Grupo de Pesquisa Vídeo-Registro em Libras está investigando o que as pessoas surdas utilizam para registrar seus interesses sem perder a ideia original ao passá-la para uma segunda língua. “O uso de vídeos em língua de sinais é uma alternativa eficaz e viável, sendo usada como instrumento de inclusão social e educacional”, explica o coordenador Rodrigo Rosso. O objetivo do grupo é difundir essa técnica na escola, na universidade e nos acervos bibliográficos, melhorando a qualidade da educação de surdos e criar uma revista eletrônica em Libras para a divulgação de novas pesquisas na área do vídeo-registro. O Grupo de Pesquisa foi criado há menos de um mês e conta com participantes da graduação, da pós-graduação e da Associação de Surdos. Patrícia Cim

Curso deixa de ser uma graduação de letras mas não terá grandes alterações

terá as atuais características por permanecer no DLLE. “Uma das coisas que mais me entristece no nosso curso”, diz Philippi Pedro, aluno da 5ª fase sobre o Secretariado Executivo, “é a falta de um profissional formado na área”. O DLLE não tem nenhum professor

formado em Letras – Secretariado Executivo em Inglês e as disciplinas aplicadas à área são planejadas e lecionadas por professores do Departamento de Administração (CAD) do CSE. Susana Fontes justifica que o problema existe por não haver espaço para esse

tipo de docente em um Departamento de Letras. Sem acordo- Em setembro, representantes do DLLE e do CAD s e reuniram para discutir a troca do curso de Secretariado Executivo, mas a migração para o CSE não foi aceita. O curso de Letras – Secretariado Executivo em Inglês foi criado em 1993 e tem hoje 193 alunos. Em 30 de setembro os alunos, com apoio de sua coordenadoria, organizaram o primeiro evento acadêmico dedicado ao curso, buscando, além do aprendizado dos estudantes, receber também mais visibilidade dentro da UFSC. O evento trouxe ex-alunos e especialistas em secretariado executivo ao auditório do CSE para palestras e discussões sobre a área profissional. Rafael Canoba

Linguística e Filosofia terão programa na Rádio Ponto Os professores Renato Basso, da Pós-Graduação em Linguística, e Celso Braida, da PósGraduação em Filosofia, estão estruturando um programa na Rádio Ponto que será lançado no próximo semestre. O programa, de nome ainda indefinido, discutirá filosofia e ciência e prevê a realização de entrevistas, debates, enquetes, além de participações de professores da UFSC e especialistas nos temas pautados em cada edição. O objetivo dos professores e idealizadores do programa é fazer análises críticas dos temas e estimular abordagens filosóficas com caráter popular e linguagem simples para tornar temas acadêmicos acessíveis à comunidade. A proposta é que haja interação com o público ouvinte, para que as pessoas

Rafael Canoba

O curso Letras – Secretariado Executivo em Inglês terá o nome alterado atendendo ao pedido feito pelo MEC e começará a chamar-se apenas Secretariado Executivo. De acordo com Carlos José de Carvalho Pinto, diretor de gestão e desenvolvimento acadêmico da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, o nome não foi alterado em 2010 porque o pedido do MEC ainda não foi feito através de solicitação oficial. O curso, porém, continuará integrando o Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE) e, de acordo com a coordenadora do

Jennifer Hartmann

Pedido de mudança feito pelo MEC não afeta currículo e estrutura do curso

Estúdios da Rádio Ponto receberão primeiro programa de outros cursos

opinem e retirem suas dúvidas sobre os temas dos programas semanais.

Este será o primeiro programa da Rádio Ponto em parceria com outros cursos da UFSC. A

O projeto já foi aprovado pela coordenadora da rádio, Valci Zuculoto, que está orientando os professores a planejar o programa e selecionar alunos para a produção, a princípio voluntariamente, antes da gravação do piloto.

integração entre o Jornalismo, a Filosofia e a Linguística abre espaço para programações específicas dos diversos cursos da UFSC, ampliando a atuação da emissora. Jéssica Trombini


Dezembro 2010

Jornal do CCE

Campus

5

Justiça Federal suspende taxas Decisão atinge apenas taxas de registro de diplomas de graduação e pós Federal, que trata da gratuidade do ensino público. “O mandado de segurança coletivo movido pelo DCE não é a forma adequada, judicialmente falando, de pedir anulação daquilo que já tinha sido resolvido entre a UFSC e o Ministério Público”, explica a Assessoria de Comunicação da

cobranças das demais taxas, que foram propostas em acordo firmado entre a UFSC e o Ministério Público Federal (MPF) em janeiro deste ano, inclusive a de rematrícula em disciplinas em que o estudante tenha reprovado por frequência insuficiente. Na liminar, o juiz federal afirmou que a validação de diplomas é uma prestação de serviço educacional, e por isso não deve ser cobrada, pois se enquadra no artigo 206 da Constituição

Justiça Federal de Justiça Federal concede liminar que proíbe UFSC de cobrar revalidação de diploma Santa Catarina, em mensagem enviada ao JCCE. Com intenção de anular todos ência pública, em janeiro deste Pedido de recurso - O DCE os tributos, o advogado Marcos ano. Em média a UFSC arrecada e a UFSC entrarão com recur- Palmeira afirmou que está estu- 10 milhões com a cobrança das so contra a decisão do juiz. “A dando o recurso que será movido taxas por ano que são repassaUniversidade já está recorrendo pelo DCE. “Nós vamos, primeira- dos para o pagamento de bolsas da liminar que proíbe a cobran- mente, abrir embargo de decla- destinadas a alunos dos cursos ça das taxas e acredita que, ao ração para discutir aspectos da de graduação da própria Univeranalisar novamente o processo, decisão”, disse Marcos Palmeira. sidade. o juiz dará sentença favorável à A cobrança, feita desde 2000, foi instituição”, adianta o procura- suspensa pelo MPF em 2008. O dor-geral da UFSC, Nilto Parma. órgão voltou atrás em uma audiKarine Lucinda

Karine Lucinda

A UFSC está temporariamente impedida de cobrar taxas sobre registro de diplomas de graduação e pós-graduação expedidos por instituições particulares de ensino superior ou estrangeiras. A medida, determinada pelo juiz federal Deógenes Teixeira no dia 18 de novembro, aprovou parcialmente a ação judicial movida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que solicita a anulação do pagamento das taxas acadêmicas aprovadas pelo Conselho de Curadores em julho deste ano. Na sentença são mantidas as

“Amigo da UFSC” define premiados

do curso de Letras-Secretariado Executivo e atualmente a funcionária mais antiga do DLLE. Foi admitida em 1976, e desde então ocupou cargos como chefe de Departamento, vice-diretora do Centro, coordenadora de cursos de graduação e de estágios. Aldanei Corrêa traba-

Merlim Malacoski

Duas funcionárias representarão o CCE na edição especial do prêmio Amigo da UFSC: a servidora Aldanei Luci Corrêa e a professora Susana Maria Fontes. Cada Departamento ficou responsável por indicar nomes, e a decisão final coube aos membros do Conselho da Unidade. A edição especial integra as comemorações pelos 50 anos da UFSC e vai homenagear 50 funcionários. Susana Fontes é coordenadora

SINTUFSC continua fora das comissões

Susana e Aldanei representam CCE

lha na UFSC desde 1982. Desempenhou funções administrativas, passando pelo Hospital Universitário e a Comissão Permanente do Vestibular. Desde 2004, Aldanei é Gestora Administrativa e Financeira da Coordenadoria de Apoio Administrativo do Centro. As duas receberão um troféu no dia 14 de dezembro, no Centro de Eventos. Derlis Cristaldo

A Pró-Reitoria de Desenvolvimento Humano e Social (PRDHS) dará continuidade à formação das três comissões para normatização do controle de freqüência e assiduidade dos servidores técnico-administrativos, mesmo após a decisão do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC, Sintufsc, de não participar destas comissões. A categoria dos técnicos administrativos optou pela decisão após Assembleia realizada em novembro. “O sindicato é contrário à implantação dos aparelhos. Nega-se também a discutir suas políticas de funcionamento”, disse o jornalista do Sintufsc, Leandro Pellizzoni. A Pró-Reitora Carla Búrigo aguarda as negociações com a As-

sociação dos Professores da UFSC, Apusfc, para concluir a formação das comissões. O presidente da Apufsc, Carlos Mussi, disse que foi contatado pela PRDHS e negou a participação da Associação. Mussi conta que, em ofício enviado à PRDHS, a Apufsc argumenta que não enviará representantes até que conheça o projeto de instalação dos pontos. Até agora a PRDHS recebeu indicações das Pró-Reitorias acadêmicas, de Graduação, Cultura e Extensão, além dos representantes do HU e do SeTIC. Os nomes dos indicados ainda não foram divulgados, pois precisam ser repassados ao Reitor Alvaro Prata. Thaine Machado


6

Cultura

Dezembro 2010

Jornal do CCE

Dom Quixote no campus

Bolsistas são premiados

A adaptação da obra de Cervantes será ao ar livre

No dia 18 de dezembro a PróReitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) divulgará o resultado do Prêmio Incentivo Cultural que faz parte da programação dos 50 anos da UFSC. Serão premiados os três melhores alunos que participaram da Bolsa Permanência até junho de 2010. A seleção realizada no mês passado levou em conta os critérios: estudante com maior tempo de Bolsa Permanência, menor índice socioeconômico, maior Índice de Aproveitamento Acumulado (IAA) e idade, nessa ordem. O prêmio é uma viagem, em abril de 2011, para as cidades históricas de Minas Gerais. Os alunos selecionados serão notificados através de endereço eletrônico, telefone ou carta.

Natália Pilati

O Curso de Artes Cênicas apresenta entre os dias oito e dez de dezembro, às oito e meia da noite, a peça itinerante Dom Quixote, que integra as comemorações dos 50 anos da UFSC. O espetáculo inicia na sala 403 do CFM e vai até o lago do Centro de Cultura e Eventos. O teatro conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Arte e é coordenado pela professora Janaina Trasel Martins com a colaboração da docente Maria de Fátima Souza Moretti. A peça é uma livre adaptação da obra “El ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes. “Seguiremos territórios entre a realidade, a imaginação, a ilusão, as fantasias e os sonhos”, adianta Janaina. Para por em prática esses comportamentos e sensações, Dom Quixote inicia com um teatro de sombras, e segue pelo jardim do

Artistas utilizam a estrutura do campus como cenário para a peça

campus universitário. ”No caminho encontramos: as lavadeiras no córrego, uma procissão, um rebanho, uma trupe de circo ensaiando na árvore e a encantada Dulcineia”, completa a coordenadora. A produção começou em março deste ano e está vinculada a

disciplina optativa de Prática Vocal. O elenco é formado por 15 alunos do curso e sete músicos convidados. A atração é aberta ao público e, em caso de chuva, a apresentação do dia será transferida.

Rafaela Blacutt

Géssica Silva

O diretor do Departamento Artístico e Cultural (DAC), Zeca Pires, está desenvolvendo um vídeo-documentário sobre o cinquentenário da Universidade Federal de Santa Catarina. O documentário terá 45 minutos e conta com a participação de três bolsistas e alunos do curso de Cinema, Viviane Mayumi, Gustavo Remor Moritz e Anderson Brito, que atuam nas partes de pesquisa e técnica de vídeo. A estreia está prevista para o primeiro semestre de 2011. Fundamentado em pesquisas documentais, entrevistas com atuais e ex-servidores e estudantes, o documentário “UFSC 50 anos” é um projeto que começou a ser pensado no ano passado para homenagear os 50 anos da universidade. “O vídeo retrata um lado mais

humanizado e ‘chapa branca’ da UFSC, com depoimentos de quem ajudou na construção do que se tem hoje”, disse Zeca Pires, salientando a importância de um trabalho como esse, que exige tempo e dedicação, numa época que pouco se preocupa com a memória. Como se trata de um documentário que segue a linha nãooficial o vídeo resgatará as lutas do movimento estudantil ao longo dos últimos 50 anos. O projeto está sendo executado através do Núcleo de Documentários da Secretaria de Cultura e Arte. O documentário vai ser disponibilizado em DVD e também veiculado na TV UFSC no próximo semestre.

Gabriele Duarte

“UFSC 50 anos: trajetórias e desafios” é o nome do livro em comemoração ao aniversário da universidade, que será lançado no dia 13. O trabalho foi realizado em oito meses por uma equipe de professores, jornalistas e estudantes. “Não queríamos fazer um livro comemorativo comum, que só escuta as autoridades”, explica a coordenadora do projeto e diretora do CFH, Roselane Neckel. No capítulo “Trajetórias”, Renato Sant’Anna, estudante de História, relatou o passado do CCE e o cotidiano dos estudantes e servidores. Sant’Anna destaca que mesmo com mudanças entre os alunos das décadas de 60 e os atuais, as preocupações continuam as mesmas: dúvidas sobre o futuro depois de formados e de como será a festa no próximo final de semana. No capítulo “Desafios”, o professor do Departamento de Jornalismo, Mauro Silveira, coordenou

Merlim Malacoski

Livro coletivo registra os Documentário conta 50 anos da Universidade a história da UFSC

Centro de Eventos sedia lançamento

a parte dedicada ao CCE, que traz uma seleção dos projetos realizados pelo centro. O livro tem 495 páginas e terá dois mil exemplares distribuídos gratuitamente à comunidade acadêmica. Todo o acervo de documentos utilizados pela equipe estará disponível no endereço www.50anos.ufsc.br e poderá ser acessado após o lançamento. Marília Marasciulo


Jornal do CCE

Cultura

Dezembro 2010

NUPILL debate meios digitais O IV Simpósio de Literatura e Informática, que acontece nos dias nove e dez de dezembro, apresentará as mais recentes análises em áreas relacionadas ao meio digital, como educação, leitura hipertextual, criação poética, e que promovem desafios ao pesquisador de Letras. O evento, organizado pelo Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL), conta com palestras de profissionais como Ana Maria Koch e Saulo Brandão, professores da UFPI, além de uma teleconferência com Patrick Burgaud. Durante os dois dias de Simpósio, haverá a apresentação de estudos de graduandos e doutores sobre temas que ampliam o conhecimento sobre a relação de diálogo entre informática e literatura. Verônica Cúrcio, uma das organizadoras do evento, diz que ele foi desenvolvido “para forta-

Luiza Lobo

Simpósio mostra pesquisas sobre literatura e informática

Organizadores se preparam para receber profissionais de todo o país

lecer e expandir ainda mais as trocas de saberes e ideias do cruzamento de duas áreas que uma vez foram tão distintas”. O Simpósio, gratuito e aberto ao público tanto da UFSC quanto externo, será realizado das oito da manhã às seis da tarde, no auditório Henrique Fontes do CCE.

Os interessados em participar não precisam fazer inscrição. Haverá entrega de certificado para os que assinarem a lista de presença. Mais informações sobre a programação podem ser encontradas no site: www.nupill.org

Laura Vaz

Aluno do curso Design de Animação conquista premiação Casulo 2010 refletores, criando um efeito de backlight. O painel, de 324m², foi inaugurado no último dia 30 na fachada do Núcleo Avançado em Educação (NAVE), no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, e será visto por cerca de 40 mil pessoas que passam por ali todos os dias. “Poderia me abrir oportunidades na área de Design Gráfico, mas não sei se me Máscara venceu concurso com o tema “Eu Negro” abrirá oportunidades na área de Design de Anima- Jair de Souza Design, através da ção, que é o que eu realmente Lei Estadual de Incentivo à Culquero. Mas nunca se sabe”, diz tura do Rio de Janeiro. Eller. O Concurso Casulo é promovido pelo Oi Futuro junto com Marianne Ternes

Rafael Canoba

Rodrigo Eller, aluno da quarta fase do curso de Design de Animação, foi o vencedor do Concurso Casulo 2010, que propôs a criação de uma obra com o tema “Eu Negro”, aberto a estudantes de todo o país. A arte de Eller representa uma máscara desenhada a partir de palavras que compõem letras de música, como um trecho do Samba da Bênção, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, e de poemas de autores como José Carlos Limeira. “Um rosto negro formado por poesias que exaltam o negro demonstra como, hoje, a cultura afro e a brasileira se entrelaçam, se completam e se fundem”, justificou Rodrigo. O trabalho foi reproduzido numa tela ortofônica – um banner micro-perfurado, que torna a tela ligeiramente transparente. À noite, ela é iluminada por

7

PREG divulga projetos selecionados A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação divulga no dia 16, os projetos selecionados para 2011 pelo Fundo de Apoio ao Ensino de Graduação (FUNGRAD). A PREG homologou cinco projetos inscritos pelo CCE. Em toda UFSC são 67 projetos de ensino que disputam 400 mil reais, que serão distribuídos entre os 50 melhores projetos. O Departamento de Jornalismo concorre com três propostas: Rádio Ponto UFSC, ensino de convergência no Jornal do CCE, envolvendo jornalismo científico e fotojornalismo e ensino de convergência no Jornal Zero. O Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras apresentou o projeto “Letras Italianas no Brasil” e o Departamento de Língua e Literatura Vernáculas, “Integração Multimídia no DLLV”. Mais informações no endereço www.preg.ufsc.br

Joana Zanotto

Haitianos chegam em feveireiro Até fevereiro do próximo ano devem chegar a Florianópolis 59 estudantes haitianos, que receberão bolsas da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para concluir na UFSC o curso iniciado no Haiti e interrompido por causa do terremoto naquele país. O projeto oferece no total 500 vagas em várias universidades brasileiras. Rita Macedo, uma das responsáveis pelo projeto na CAPES, disse que a vinda dos estudantes está sendo precedida de um trabalho minucioso já que os documentos de alguns deles ficaram soterrados nas antigas instituições. Os estudantes haitianos deverão realizar o curso de Português durante um semestre no CCE antes de retomar suas graduações.

Mirene Silva


Entrevista

Professor lançou a tradução da primeira versão da tragédia de Hamlet, inédita na Língua Portuguesa José Roberto O’Shea, professor do Departamento de Língua e Literatura Estrangeira (DLLE), lançou recentemente a tradução inédita de “O Primeiro Hamlet”, primeira versão da obra de Shakespeare. Em 25 anos de tradução, o professor já tem cerca de 40 livros publicados. O’Shea é mestre em Literatura pela American University (1981) e PhD em Literatura Inglesa e Norte Americana pela University of North Carolina (1989). Ingressou no corpo docente da Universidade Federal de Santa Catarina em 1990, e atua como pesquisador, professor e orientador principalmente nas áreas de Shakespeare, performance, escrita acadêmica e tradução literária. Jornal do CCE - O senhor trabalhou como pesquisador no Shakespeare Institute em 1997 e dedica grande parte de seu trabalho às traduções deste autor. O que o motiva no estudo de Shakespeare? José Roberto O’Shea - Sempre gostei muito de teatro e literatura dramática. Fiz duas disciplinas muito importantes de Shakespeare no meu mestrado, na American University em Washignton DC, com dois grandes professores que me inspiraram a continuar os estudos da dramaturgia shakespeariana. Voltei ao Brasil e comecei a trabalhar como professor de literatura em uma universidade no Rio de Janeiro e lá me pediram para dar uma disciplina sobre Shakespeare. Depois voltei para os EUA para fazer o PhD e aí es-

Dezembro 2010

José Roberto O’Shea

Helena Stürmer

8

Além desta, o professor traduziu outras quatro obras de Shakespeare

tudei mais Shakespeare. Sempre me interessava muito pelas histórias, pela linguagem, pela maneira como suas obras me surpreendem. Essas descobertas no texto foram me interessando muito e eu nunca mais parei de estudá-lo. Desde o meu primeiro semestre aqui na UFSC, em 1990, eu tenho dado Shakespeare, principalmente na pós-graduação, de uns dez anos para cá tenho dado também na graduação. No semestre passado comecei a dar a disciplina em português. JCCE: Há algumas semanas o Sr. lançou a tradução de “O Primeiro Hamlet”. Quais são as principais difereças da primeira versão para as outras duas posteriores?

JRO: A principal diferença entre as três versões é a quesão da dimensão. A primeira versão de Hamlet é pouco mais da metade das outras. Ela é mais enxuta, é mais concisa que as outras. Outro ponto óbvio são os nomes dos personagens, que são diferentes das

outras versões. Embora esta versão seja bem menor, ela tem uma cena exclusiva, de 35 linhas. A cena esclarece dúvidas que ficam nas outras versões, em relação aos personagens. De modo geral, os personagens são menos complexos, mais tipificados. Nesta versão, Hamlet é mais voltado para a ação do que para a reflexão. JCCE: A tradução de “O Primeiro Hamlet” é inédita no Brasil. Que expectativa o Sr. tem para a reação do público a essa primeira versão da tragédia de Hamlet? JRO: Não é só uma tradução inédita no Brasil, mas também na Língua Portuguesa. A minha expectativa é que o livro seja encenado. Quem trabalha com tradução quer ver sua obra no palco. Quer ver como que aquilo funciona efetivamente, falado diante de uma platéia, como a platéia recebe essa tradução e como os atores lidam com a tradução. Então a minha expectativa principal é que alguma companhia brasileira se interesse

Jornal do CCE em encenar essa tradução. JCCE: Desde 1989 o Sr. tem traduzido obras originais da língua inglesa. Que critérios usa para a seleção dos textos? JRO: Das obras de Shakespeare, esta foi a minha quinta tradução. Eu escolho os textos menos traduzidos e menos conhecidos. Tentei começar por textos menos conhecidos, que nunca tinham sido encenados profissionalmente no Brasil. Agora estou trabalhando na última peça que Shakespeare teria colocado a mão. O título é “Os Dois Nobres Primos”. Shakespeare estava se aposentando da companhia de teatro do rei em 1613, e um jovem dramaturgo surgia na própria companhia dele, chamado John Fletcher. Eles escreveram juntos essa última peça de Shakespeare. JCCE: Na condição de professor, como o Sr. avalia a importância para a prática docente que o pesquisador exerça profissionalmente a tradução? JRO: Tem tudo a ver, porque o meu trabalho com tradução literária resultou do meu trabalho em sala de aula como intérprete de textos literários dos meus alunos. Quando você traduz um texto, você tem que tomar decisões sobre cada palavra, então é uma leitura muito cerrada. Eu tento praticar na sala de aula a interpretação literária, a crítica literária com os meus alunos, então esse trabalho de leitura e interpretação que faz parte do processo tradutório, decorreu naturalmente da minha prática docente. No caso das traduções anotadas, é incrível, porque em minhas anotações eu estou sendo professor, oferecendo uma interpretação, problematizando uma questão temática, oferecendo um comentário sobre o texto. Tanto na tradução em si, quanto na anotação, é que eu vejo transcorrer o meu trabalho de docente. A minha pesquisa e a minha docência são inseparáveis. Sâmia Fiates


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.