Revista Asdap Ed. 06 Set_Out 2013

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As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.

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Editor: Claudio Fontoura Reportagem: Rosangela Groff e Gustavo Cruz Planejamento Gráfico: Carlos Rema Revisão: Gustavo Cruz Foto Capa/Especial: André Kotoman Tiragem: 10 mil exemplares Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor.

ser qualificada nas empresas

30 Mão de obra deve

de chegada da cadeia automotiva

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Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati e Thiago Alves

26 Varejo: o pórtico

Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Auto Peças (ASDAP) Endereço: Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: atendimento@asdap.org executivo@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034

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Conselheiros Celso Zimmermann (zimmermann@asdap.org) Fernando Bohrer (recove@asdap.org)

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Veículos a diesel, mais econômicos e menos poluentes

Marcelo Zambonin - Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org)

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Flávio Telmo - Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org)

Rogério Mendes Colla - Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org)

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Henrique Steffen - Presidente (presidencia@asdap.org)

Diretoria Executiva

acirrada define preços

18 Concorrência

Especial

Expediente

Índice



Entidade

Asdap completa 11 anos reforçando a proximidade com o setor

A

Asdap completou 11 anos de atuação com projetos focados na representatividade da associação e ações que buscam ouvir as principais demandas dos empresários do segmento. De acordo com o presidente da entidade, Henrique Steffen, a Asdap avançou bastante neste últimos dois anos, fortalecendo a imagem da instituição no segmento. “Estamos com um rumo novo nos projetos. Contratamos a empresa Action Result, de Canoas-RS, a qual passou a disponibilizar como executivo da associação o consultor Thiago Alves”, afirma Steffen, que também evidencia a importância da revista na divulgação de informações e proximidade com o setor. O presidente da Asdap fala sobre o empenho para unir a categoria e ouvir suas reivindicações. “Desde o começo deste ano mudamos o perfil de nossas reuniões mensais. Temos, hoje, sempre uma pauta bem elaborada com assuntos pertinentes que venham ao encontro da melhoria da associação e também ao en-

Henrique Steffen, presidente da Asdap

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contro do interesse dos associados. Todas as reuniões são marcadas com uma palestra de alguma empresa que nos atualiza sobre o mercado atual ou nos oferece serviços para melhoria dos resultados dos associados”, reforça o dirigente. “Nossa revista completará um ano e em todas as edições conseguimos trazer assuntos de grande interesse não só para o nosso associado, mas ao nosso setor. Temos agora em novembro próximo a segunda edição do Jantar de Relacionamento, que acredito será um sucesso como fora o primeiro”, considera Steffen. Para ele, a representatividade da Asdap tem ganhado destaque. “Inclusive há o interesse de empresas de Santa Catarina e do Paraná em se agregar nesta ideia de associativismo no setor de autopeças. Estamos em parceria direta com o Sincopeças e o Sindirepa, apoiando sempre seus eventos e necessidades em prol da categoria”, evidencia. “Tudo isto e muito mais fizemos de uma forma discreta. Temos certeza que o nosso associado vê o trabalho que está sendo feito, trazendo melhorias para o mercado de autopeças”, complementa.



Divulgação/Asdap

Entidade

Entender melhor o mercado de autopeças O vice-presidente Rogério Mendes Colla diz-se orgulhoso de ser sócio-fundador da Asdap. “Há 11 anos um pequeno grupo de empresários do ramo de autopeças reuniu-se para discutir sobre os malefícios que o paraíso fiscal de Brasília (assim chamado na época) produzia aqui no nosso estado e em nossas empresas. E assim surgiu a Asdap. E é importante lembrar que tivemos êxito neste caso”, especifica. “De lá para cá , aumentamos o nosso quadro de associados, para cada vez mais fortalecer a associação, mas sempre com um propósito: entender melhor o mercado de autopeças, defendendo os interesses comuns a todos os associados, e ter mais representatividade junto aos órgãos estaduais e federais”, indica Colla. De acordo com ele, as reuniões mensais são de extrema necessidade e importância. “É neste momento que discutimos e levantamos assuntos pertinentes ao setor e percebemos que os problemas são os mesmos para todos”, considera. Além de todas as vitórias da Asdap, conforme Colla, é preciso destacar três conquistas: a relação de amizade entre Divulgação/Asdap

“Entre as agendas positivas destacam-se a criação da revista Asdap e a comissão para organizar as reuniões mensais”, aponta Telmo

os associados, o lançamento da revista Asdap, que completará em dezembro seu primeiro aniversário, e a contratação de um executivo, proporcionando mais agilidade e organização ao grupo. “Para o futuro, tenho certeza que a Asdap continuará colaborando no desenvolvimento das empresas associadas ao mesmo tempo que fortalecerá o mercado regional da reposição independente”, conclui Colla.

Interesses regionais O diretor administrativo da Asdap, Flavio Telmo, destaca a criação da entidade sob a necessidade de dialogar com o Estado sobre questões tributárias, uma vez que individualmente as empresas, hoje associadas, não se faziam ouvir. “A Asdap teve atuação destacadíssima quando da implantação da Substituição Tributária no setor de autopeças, conseguindo carências para recolhimento dos tributos sobre os estoques, sem igual em qualquer outro estado signatário dos protocolos criadores da substituição tributária para o setor”, enfatiza. “Desde então, tem mantido estreito relacionamento com a Secretaria da Fazenda do RS, sempre atuando em prol de seus associados, ouvindo e se fazendo ouvir com muito êxito”, aponta. Segundo Telmo, o contrato de consultoria executiva com a Action Result organizou agendas positivas junto aos associados. “Entre elas podemos destacar a criação da revista Asdap e a comissão para organizar pautas de trabalho, apresentadas em nossas reuniões mensais, sempre trazendo temas interessantes para serem debatidos, como questões de marketing, RH, apropriação de custos, etc.”, exemplifica o diretor administrativo. “Acredito que, para maior fortalecimento da entidade, precisamos aumentar o número de associados, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina e no Paraná, ratificando seu nome, Associação Sul-brasileira de Distribuidores de Autopeças, sem desconsiderar todas as dificuldades de harmonizar os interesses regionais de cada estado. Embora difícil,

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“Tenho certeza que a Asdap continuará colaborando com o crescimento das associadas e com fortalecimento do mercado independente”, afirma Colla acho que devemos perseverar nesse objetivo”, salienta Telmo. Conforme o diretor financeiro da Asdap, Marcelo Zambonin, a atuação da Asdap no segmento em busca do fortalecimento do setor é uma das metas fortes da associação, juntamente com a própria cadeia do setor de autopeças. “A associação se une diante de assuntos importantes, normalmente questões tributárias. As apresentações de serviços feitas nas últimas reuniões são ótimas ações que devem ser mantidas”, reitera, apontando outro objetivo do grupo: buscar um número maior de associados. André Kotoman

"As apresentações de serviços reuniões são ótimas ações que devem ser mantidas", diz Zambonin



Mercado

Desafios do setor de autopeças diante da certificação do Inmetro O futuro do setor de autopeças e a longevidade das empresas preocupa o segmento. Empresas saudáveis duram mais; empresa forte faz um setor forte, no entendimento do diretor de autopeças do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincopeças-RS), Marco Antônio Vieira Machado, sócio-gerente na Tecnipeças, distribuidor de autopeças elétricas. Segundo ele, nos últimos tempos, o Estado tem legislado pensando no setor. “A Substituição Tributária mobilizou e tem mobilizado nossas entidades. E não é por pouco que o Estado sempre lembra de nós: o setor faturou em torno de R$ 75 bilhões em 2012, e, em 2015, teremos cerca de 50 milhões de veículos rodando. Além disso, o segmento emprega mais de 1 milhão de pessoas”, aponta. Para Machado, esta legislação, agora, por

meio das resoluções do Inmetro, que vêm regrar a qualidade das peças comercializadas, é positiva e, inclusive, foi fruto de uma demanda do setor. “Sabemos que falta educação no Brasil. E nem falo em falta de escolaridade, mas falta de educação nas atitudes. Não conseguimos muitas vezes buscar atitudes positivas sem uma legislação que as obrigue. Esta legislação, que obriga aos nossos fornecedores manter um padrão de qualidade, vem neste sentido”, ressalta. “Nos acostumamos a pensar que tudo que vem da China é de segunda linha. Grande engano. Talvez na mesma proporção que cresce a produção chinesa, cresce seu padrão de qualidade. Tem coisa ruim? Sim. Tem coisa boa? Com certeza”, destaca o executivo. Assim, de acordo com Machado, esta legislação visa garantir a qualidade dos produtos no mercado de reposição. Novidade por aqui, mas não em muitos ou-

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tros lugares do mundo. Europa, Estados Unidos e Austrália, por exemplo, adotam mecanismos de certificação de peças. O empresário apresenta uma justificativa ampla sobre essa demanda e descarta uma possibilidade de reserva de mercado. Os números de acidentes com vítimas e feridos por conta de manutenção indevida dos veículos impõe a busca de qualidade das peças oferecidas ao mercado. E a produção e a utilização destes produtos são geradores de impacto ambiental, descarte de resíduos, descarte de peças inservíveis, baixa durabilidade. Há ainda o custo do resserviço ou obsolescência reduzida das peças aplicadas. “Garantias e devoluções são um custo, hoje, com os quais convivemos e de difícil recuperação. Na reposição, no Brasil, os valores envolvidos com garantias superam os R$ 500 milhões”, especifica o diretor do Sincopeças-RS. “Ainda temos um aspecto


ligado ao mundo jurídico: a responsabilidade jurídica sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor, de toda a cadeia automotiva pela qualidade do reparo efetuado. Em suma, visa proteger o consumidor, saúde, segurança e ambiente”, resume.

Padrão de confiança Os fabricantes e importadores têm 18 meses a contar da publicação da portaria, ou seja, janeiro de 2013, para certificar seus produtos, podendo, estes, comercializar os estoques até 6 meses depois (julho de 2013). O varejo tem até julho de 2014 para comercializar os estoques sem o selo. As peças terão selo e no site do Inmetro é possível ver as marcas certificadas. O processo é sistematizado, acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de confiança de que a autopeça atenda a requisitos preestabelecidos em normas e regulamentos técnicos com o menor custo para a sociedade. Na portaria, o Inmetro faz referência à norma ABNT do produto. É importante que o fabricante/importador implemente um sistema de gestão de qualidade, baseado nas normas ISO 9001. Não tem como certificar o produto sem que ele passe por um processo produtivo padronizado e controlado. Não é obrigatório o certificado ISO 9001, mas é um atalho. Isto traz agilidade na hora de contratar a certificação. A empresa passa por uma auditoria, se é certificada, se resume a uma análise documental. Conforme o empresário, o Sindipeças trabalhou intensamente na definição dos parâmetros de certificação junto ao Inmetro e às outras entidades que compõem o Comitê Brasileiro Automotivo, como Cesvi e escolas técnicas e outros elos da cadeia. “O fabricante deve contratar uma empresa certificada pelo Inmetro para desenvolver o processo. Não se trata de ISO 9000/ 9001, mas é importante ter, pois estes dados são obrigatórios para a certificação das peças”, explica Machado. Para testar as peças no Brasil, e as importadas, o Inmetro credenciou consultorias como o Instituto Falcão Bauer, o Bureau Veritas Certification (BVQI), a Certified

Client Directories (SGS) e o Instituto de Qualidade Automotiva (IQA), entre outras. O processo leva mais ou menos um ano, desde a solicitação até a entrega do certificado de conformidade. “Em caso de descumprimento, já sabemos como funciona com os catalisadores, e não deve ser muito diferente. O IPEM realiza fiscalização e recolhe peças irregulares. As empresas que comercializam peças sem o selo obrigatório do Inmetro podem ser autuadas, com multas que variam de R$ 500,00 a R$ 30.000,00. Os valores podem dobrar em caso de reincidência”, salienta. As advertências, multas, interdições, apreensões e inutilização dos produtos esDivulgação

“A medida é positiva. Foi provocada pelo setor. Mas sabemos que, cedo ou tarde, praticamente tudo o que comercializamos será padronizado e receberá normas para a produção”, frisa Machado

tão reguladas na lei 9.933/1999.

Qualidade e segurança O processo estimula a melhoria contínua e propicia justa concorrência, conforme o diretor de autopeças, do SincopeçasRS. “E aqui vai uma reflexão: com uma equalização de produtos, o argumento de grande diferencial entre produtos para reter vendas e clientes deve mudar. A qualidade do serviço prestado deve ganhar em evidência”, comenta. “Menos marcas disponíveis no mercado. Redução de importadores. O importador sem o certificado de conformidade de seus produtos não recebe sequer a autorização para importar. O fabricante, sujeito a denúncias, pode ser penalizado. Isto se viu nos brinquedos e outros produtos que passaram pelo processo”, indica o dirigente do Sincopeças-RS. No que tange o repasse de custos, o processo é relativamente longo e não é muito barato. O importador deve contratar uma consultoria internacional, também acreditada pelo Inmetro para certificar o fornecedor na origem, e depois agregar esta documentação no processo no Brasil. Teremos aumento de preços dos produtos certificados. “A medida é positiva. Foi provocada pelo setor. Mas sabemos que, cedo ou tarde praticamente tudo que comercializamos será padronizado e receberá normas para produção. Um mecanismo efetivo para elevar o padrão de qualidade dos produtos que comercializamos. Mas, infelizmente, sabemos que nem tudo que compramos, conseguimos vender; e o pior: nem tudo que vendemos conseguimos receber”, evidencia Machado. Segundo ele, o setor trabalha em um regime de Substituição Tributária, que não respeita o princípio do fato gerador. “Pagamos os tributos da comercialização antes desta ocorrer. Pois bem, teremos produtos em nossos estoques já tributados, e, se nada mudar, estaremos impedidos de comercializar”, considera. “Acredito que este é um problema que, se surgir, terá que ser tratado pelas entidades do setor para que não sejamos prejudicados”, completa.

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Mercado

Legislação e obrigatoriedades Em 21 de julho de 2011, o Inmetro publicou a portaria 301, que trata da certificação compulsória (portanto obrigatória - não é uma opção para fabricante e importador) de autopeças ao mercado de reposição. Vale para autopeças destinadas a veículos fabricados ou importados a partir de 1° de janeiro de 2000. A portaria traz os requisitos mínimos de segurança para peças e acessórios.

Entidades envolvidas O GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) - antes chamado de Grupo de Planejamento Estratégico - foi criado pelas principais entidades do setor: Sindipeças, Andap, Sincopeças e Sindirepa. Trabalha imagem do setor e gestão de demanda e combate o comércio ilegal de peças e acessórios falsificados. O IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) é o órgão de fomento da qualidade na indústria automotiva e organismo de certificação creditado pelo Inmetro. Criado e dirigido por entidades do setor, como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). O Inmetro é a entidade que tem legalmente a competência para estabelecer as diretrizes e os critérios para a atividade de avaliação da conformidade.

Ficam isentos da obrigatoriedade componentes para linha de montagem, recall e de veículos descontinuados até 31 de dezembro de 1999. "Para vender na concessionária precisa de homologação. Para a linha de montagem, não. Já tínhamos catalisadores. Pneus, há mais de 15 anos", identifica Machado. "Para vidros a portaria de regulamentação é a 156; para rodas, 445; para líquido de freio tem a portaria 78, e a 16 prorrogou por 180 dias a certificação para bombas de combustível", completa. Em relação aos componentes de direção, numa das mais recentes, as portarias 247 e 268, tratam de barras de direção, barras de ligação e terminais coaxiais. Neste caso, a indústria tem até novembro de 2014 para certificar. O comércio, até maio de 2016 para zerar estoques. Depois disto quem comercializa está sujeito a ser autuado e ter os produtos recolhidos. Na resolução 301 fica claro, na exposição de motivos, o que busca o Inmetro: a sociedade brasileira deve encontrar no mercado de reposição componentes com requisitos mínimos de segurança. "O artigo 3° estabelece: é compulsória e deve ser realizada por organismo creditado pelo Inmetro. Ainda no parágrafo único do art. 3° temos claro que se destina a reposição", especifica. "No artigo 4° temos prazos, então 18 meses a contar da publicação para certificar, mais 6 meses para comercializar; e no artigo 5,° os 36 meses para o mercado nacional comercializar sem o selo. Para artigos diferenciados, carros de coleção ou aplicação especial, cabe análise do Inmetro para definir se certifica ou não", frisa. O artigo 9° estabelece a fiscalização pelo próprio Inmetro ou entidade pública vinculada por convênio. No anexo da portaria, os certificados de conformidade têm validade de quatro anos, mas com auditorias de manutenção anuais.

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Debate

O

s benefícios do diesel e a evolução tecnológica dos motores que contribuíram para o desenvolvimento de veículos mais econômicos, potentes e menos poluentes voltaram ao debate recentemente na Comunidade Diesel na América Latina, que quer mostrar que o diesel é uma opção viável para uma mobilidade

futura mais limpa e econômica. Hoje, os novos motores emitem 25% menos dióxido de carbono (CO2) e consomem 30% menos combustível do que um motor equivalente a gasolina, além de proporcionarem 50% mais torque. O 10º Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel, realizado no final de agosto, reuniu representantes de governo e indústria automotiva, imprensa, entidades de classe e palestrantes nacionais

e internacionais, que debateram políticas de fomento a veículos mais eficientes e contribuições da indústria para um melhor aproveitamento da tecnologia diesel na matriz energética brasileira. “Nos últimos anos, houve grandes progressos na otimização dos motores e na diminuição das emissões de poluentes. É preciso desassociar o diesel da fumaça preta, pois os motores modernos poluem muito menos quando comparados aos

Veículos a diesel,

Divulgação/MWM International

mais econômicos e menos poluentes

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caminhões antigos e sem a manutenção apropriada”, ressalta o diretor de engenharia e vendas da divisão Diesel Systems da Bosch, Mário Massagardi. Temas como economia, emissões e eficiência energética aqueceram discussões sobre as novas tecnologias e mobilidade urbana. Entre os assuntos abordados, as tendências e restrições às novas exigências relativas ao controle de emissões veiculares com uma perspectiva pós PROCONVE P7, L6 e MAR I. O diretor de conteúdo do Fórum, Christian Wahnfried, afirmou que, no curto prazo, é necessário ampliar a abrangência de programas de inspeção e manutenção veicular, inclusive incluindo a verificação de outros poluentes. “A médio longo prazo, é preciso definir as próximas fases (datas e limites de emissões) do Proconve (L7, P8 e MAR2), intensificar transporte público, ferroviário e hidroviário, além de definir regras claras para os veículos híbridos e elétricos”, apontou. A “Aprove Diesel”, coalizão formada por representantes do segmento diesel em prol da inserção dos veículos de pas-


Veículos a diesel são excelente alternativa para atingir as metas impostas pelo programa Inovar-Auto devido a sua alta eficiência energética e emissões de CO2 reduzidas

seio com motor de ciclo diesel no mercado brasileiro é uma alternativa para o consumidor brasileiro ao direito de livre escolha. Wahnfried falou sobre a liberação de automóveis a diesel no Brasil, único país do mundo onde o registro deste tipo de veículo é proibido, segundo ele. "Os veículos leves a diesel atualmente possuem tecnologia infinitamente superior a dos veículos de 1976, época da proibição dos carros leves a diesel no Brasil. Os modernos veículos a diesel são 30% mais econômicos, 25% menos poluentes e 50% mais potentes que seus equivalentes a gasolina. Do ponto de vista socioeconômico, a liberação dos carros a diesel traria vários benefícios", considerou. "Só para citar um mais específico, o setor dos taxistas seria beneficiado na medida em que eles teriam acesso a veículos com alta autonomia e custo de operação reduzido sem comprometer o espaço do porta-malas, como nos veículos adaptados para rodar com GNV", ressaltou o executivo. Conforme Wahnfried, os veículos a diesel também apresentam uma excelente alternativa para atingir as metas impostas pelo programa Inovar-Auto devido a sua alta eficiência energética e emissões de CO2 reduzidas, além da criação de empregos com a nacionalização de produção e o desenvolvimento de componentes e motores a diesel.

Tecnologias distintas de dual fuel Durante o evento foram apresentadas duas tecnologias distintas de dual fuel. “A primeira é o dual fuel dieselgás. Esta tecnologia permite a utilização de GNV (gás natural veicular) em motores diesel realizando uma pequena injeção de diesel na câmara de combustão para fazer a combustão da mistura ar-GNV. O desenvolvimento desta tecnologia está sendo feito no Brasil em conjunto com a Bosch e a Mercedes-Benz. O principal mercado para esta tecnologia é o de ônibus urbanos”, salientou. As principais vantagens são a redução de consumo total de combustível com consequente redução nas emissões de CO2, redução no custo operacional do veículo devido ao menor custo do GNV em relação ao diesel e a possibilidade de utilização de biogás renovável. A segunda tecnologia dual fuel evidenciada é a diesel-etanol. De forma análoga à primeira tecnologia, permite a utilização de etanol em motores diesel realizando uma pequena injeção de diesel na câmara de combustão para fazer a combustão da mistura ar-etanol.

O desenvolvimento desta tecnologia está sendo feito no Brasil em conjunto por Bosch, FPT e Iveco. “O principal mercado para esta tecnologia é o de veículos utilizados no agronegócio canavieiro. Suas principais vantagens são a redução de consumo total de combustível com consequente redução nas emissões de CO2 (sobretudo porque o etanol é neutro em CO2), redução no custo operacional do veículo devido ao menor custo do etanol em relação ao diesel na usina de etanol”, especificou. Em relação à qualidade dos combustíveis, Wahnfried aponta que testes de campo recentes demonstraram a necessidade de ajustes na especificação do biodiesel para reduzir a incidência de reclamações como entupimento prematuro de filtros de combustível. “O ponto principal apresentado é a utilização de óleo vegetal refinado ao invés do degomado para a produção do biodiesel. Testes demonstraram que a tendência de formação de depósitos nos filtros diminui drasticamente com biodiesel de óleo refinado”, sintetizou.

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Tecnologia

Diagnósticos eletrônicos, aliados na qualidade dos serviços das oficinas Os diagnósticos eletrônicos utilizados na reparação automotiva são ferramentas indispensáveis na manutenção de veículos que cada vez mais agregam tecnologias embarcadas e sistemas eletrônicos sofisticados. Empresas que produzem softwares e equipamentos com essas funções renovam seus produtos e acabam facilitando o trabalho dos reparadores, assim como condicionando qualidade e agilidade na prestação do serviço. Um desses fabricantes, a Napro Eletrônica Industrial Ltda., deverá lançar em outubro uma nova interface que agrega equipamento de diagnóstico eletrônico a um dos modelos de scanner da marca, o PC-SCAN3000, que verifica sistemas, como o de injeção eletrônica, imobilizador, ABS, transmissão automática, painel de instrumentos, ar-condicionado inteligente e arrefecimento. O projeto é desenvolvido para a rede de comunicação da General Motors, a GMLAN, que faz a comunicação dos módulos de air bag, alarme, painel de instrumentos, rádio, etc. "Trata-se de uma rede de comunicação engenhosa, que se utiliza de um único fio, chamada de Single Wire", adianta o diretor de Engenharia da Napro, Marcos Zillner. "Também, mais recentemente, entregamos na Agrale, em Caxias do Sul, um equipamento para testar o ABS em veículos pesados, composto de rolos onde o veículo terminado é ensaiado antes de ser disponibilizado aos concessionários. Este equipamento simula as condições de estrada, para que o ABS seja testado dinamicamente", explica Zillner. Outra área em que a Napro atua bastante é a de laboratórios de medição dos gases de exaustão veicular: dinamômetros, teste de aldeídos, gerador de curvas, analisadores de gases e opacidade. "Inclusive somos fornecedores oficiais da empresa Controlar, que realiza os testes dos veículos na cidade de São Paulo. No segmento de opacidade, estamos

atingindo 1 milhão de ensaios em veículos pesados realizados pela Confederação Nacional dos Transporte (CNT). Esta área é responsável pela maior demanda em nossos serviços", especifica.

Leves e pesados Outra empresa que oferece produtos de diagnósticos no mercado é a Bosch, com equipamentos de testes e reparos para as demandas das oficinas. São tecnologias voltadas a veículos leves e pesados que proporcionam mais precisão e ganho de tempo na análise de itens como suspensão, direção e freios do veículo. A linha de scanners oferece três modelos multifuncionais que abrangem desde as soluções mais simples, com modelos compactos para situações rotineiras de diagnósticos, até as mais complexas em sistemas eletrônicos, com equipamentos que possuem funções de multímetro e osciloscópio. Os softwares de diagnóstico apresentam dados técnicos sobre veículos diesel e a gasolina, autopeças elétricas, eletrônicas e pneumáticas, além de diagnósticos para troca de óleo, de pneus,

ajustes de faróis, freios e exame de chassis. Os diferentes sistemas e a segurança do veículo são testados através de sensores, a correta montagem é examinada com equipamentos de medição de ruídos e já são aplicadas as coletas automáticas de sinais e a leitura de componentes eletrônicos dos sistemas de freios. Além disso, em pouco tempo se estenderá o gerenciamento de dados com proteção contra possíveis manipulações e com estatísticas automáticas de avarias. A Tecnomotor, também desenvolvedora de softwares e máquinas de leituras, tem o Rasther III, um scanner para diagnóstico de eletrônica embarcada de motos e veículos a gasolina, álcool, diesel, GNV, flex, tetrafuel e híbrido. O software que acompanha o equipamento exibe leituras, gráficos e relatórios. O equipamento atende motor, transmissão, computador de bordo, ABS, air bag, painel, rede CAN, imobilizador, climatizador e outros sistemas eletrônicos. Tem opcionais como módulos adicionais específicos e atualizações para montadoras, que podem ser adquiridos separadamente. Divulgação/Diário de Pernambuco

Tecnologias: mais precisão e ganho de tempo na análise do veículo

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ESPECIAL

H

Cálculos de custo das mercadorias, aspectos tributários e esquema de análise dos preços de venda são úteis na hora de definir os valores de acordo com informações obtidas junto ao mercado

á algumas décadas atrás, quando havia uma grande procura pelas mercadorias e oferta limitada e também problemas de suprimento por questões de produção e logística, as empresas tinham condições de “calcular” o preço de venda de seus produtos e muitas vezes praticá-lo no mercado sem grandes alterações. Atualmente, e já há algum tempo, existe um grande número de ofertantes dos produtos e poucos problemas de suprimento. A concorrência está mais acirrada que em tempos anteriores. Isso faz com que os preços sejam definidos mais pelo mercado do que propriamente por cálculos. Segundo o economista Alfredo Bischoff, a necessidade, contudo, de calcular e analisar os preços e sua estrutura de custos é a mesma ou até maior. E a estrutura de preços e custos dos produtos está bem mais complexa agora. “Na década de 70, por exemplo, havia praticamente só o ICM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) como imposto para calcular preços no comércio. Não havia regimes de tributação diferenciados como existem hoje (lucro real, lucro presumido, simples, micro-

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empresas, etc.). As transações interestaduais eram mais simples também”, indica. Conforme o economista, o sistema atual é muito complexo e exige dos empresários e das pessoas responsáveis pelo cálculo de custos e preços conhecimentos de matemática comercial e financeira e de tributação. "Precisam de assessoramento constante de seus contadores para verificar a tributação de determinados produtos e que incide sobre determinadas operações de compras e venda", enfatiza. A capacidade de interpretar e executar corretamente os cálculos de custo das mercadorias, os aspectos tributários e o esquema de cálculo e análise dos preços de venda serão úteis na hora de definir os preços de acordo com informações obtidas junto ao mercado ou mesmo para colocar em prática alguma estratégia relacionada a preços. O cálculo do custo da mercadoria foi visto em matéria anterior desta revista. Na matéria desta edição vamos abordar as formas mais indicadas de cálculo e análise de preços de venda a partir do custo da mercadoria, calculado conforme os valores de compra junto aos fornecedores e considerando os aspectos tributários e também fatores referentes a margens de lucro e aspectos tributários da venda.


ESPECIAL

Regime de tributação determina itens de cobrança Quanto aos tributos incidentes sobre o preço de venda em uma empresa comercial, é preciso identificar inicialmente em qual regime de tributação a empresa está enquadrada: Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional. E também a legislação do ICMS: se o item é listado como sujeito, a substituição tributária do ICMS, se tributada integralmente, se tributada com alíquota reduzida, se tributada com base de cálculo reduzida. "Por outro lado, quando há tributação pelo PIS/Cofins, também há que se definir qual a tributação, pois há itens tributados integralmente, itens com cobrança monofásica do tributo, com alíquota zero, etc", enumera Bischoff. Conforme o especialista, as empresas tributadas pelo regime de Lucro Real, quanto ao PIS/Cofins, calculam este imposto considerando créditos e débitos, ou seja, se creditam do tributo na compra dos produtos e se debitam ao vendê-los, recolhendo a diferença. Quando a empresa é tributada pelo Lucro Presumido, não se credita de PIS/Cofins e paga a alíquota de 3,65% (os dois tributos juntos) sobre a venda. No caso de a empresa ser enquadrada no Simples Nacional, também não se credita do imposto e paga uma alíquota mais baixa já incluída na alíquota geral do Simples. A seguir serão abordados os critérios

de cálculo e análise do preço de venda em termos gerais, de modo a que possam servir para qualquer um dos regimes tributários, necessitando, logicamente, de que a pessoa que está calculando os preços saiba qual o regime tributário da empresa e da mercadoria em foco. Conceitos de margem e critérios Uma questão importante para cálculo, definição e análise de preços é esclarecer os conceitos de margem, bem como o critério que será utilizado, conforme Bischoff. "Como é sabido pelos empresários e pessoas que lidam com os números das empresas, há custos fixos e custos variáveis na estrutura de gastos da empresa. No comércio é costume chamar-se de custos variáveis as despesas proporcionais à venda, ou seja, todas aquelas despesas que têm relação com as vendas", conceitua. "Em geral essas despesas são expressas em percentuais da venda. Por exemplo, as despesas com comissões são de 2,5% da venda. Esta é uma despesa ou custo variável. A alíquota de PIS/Cofins é de 9,25% sobre a venda. Esta é outra despesa ou custo variável", aponta o economista. Para se identificar se um custo é variável, basta verificar se ele sobe quando a venda sobe e baixa quando a venda

baixa, ou seja, se é proporcional às vendas. Por outro lado, os custos fixos são despesas operacionais não-proporcionais às vendas. Essas despesas são aqueles gastos com a manutenção geral da empresa e que não sofrem variações em razão a altas ou baixas nas vendas. "Por exemplo, a empresa paga um valor de aluguel de R$ 10.000,00 todos os meses. Nos meses que ela vende menos tem que pagar este valor, ocorrendo o mesmo em meses em que a venda é maior. O salário do pessoal representa um valor de R$ 50.000,00", caracteriza. Conforme Bischoff, a empresa, vendendo mais ou vendendo menos, tem que pagar o mesmo valor de salários. "Como estas duas despesas, há diversas outras que não guardam relação com as vendas. Entre elas podemos citar honorários do contador, pro-labore, gastos com Internet, material de expediente, serviços de guarda e vigilância, etc.", identifica. "As despesas ou custos fixos são valores que, embora possam variar, não são considerados variáveis, porque a palavra 'variável', no caso, é utilizada no sentido de que 'varia sempre que varia a venda' e não no sentido de que o valor muda", explica o economista. Observe na tabela a seguir a evolução das vendas em três períodos e como se

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ESPECIAL comportam os custos variáveis e os custos fixos:

No segundo período, as vendas aumentaram 10% e ocorreu o mesmo com os custos variáveis. O percentual de custos variáveis sobre as vendas se manteve o mesmo. Já os custos fixos no segundo período mantiveram o seu valor e, com o crescimento das vendas, diminuíram o seu peso sobre o faturamento. Ocorreu a mesma coisa no terceiro período: houve aumento das vendas e os custos variáveis mantiveram a mesma proporção. Os custos fixos se mantiveram nos mesmos patamares de valores e ficaram menos representativos em relação às vendas.

ra custos fixos de variáveis e dá a cada um o tratamento adequado, de acordo com Bischoff. A seguir é apresentado um passo a passo do método de cálculo de preço de venda, baseado no método de custeio direto.

1º Passo: Montar uma estrutura de resultados do negócio caso não possua um DRE (demonstrativo de resultados) confiável.

Percentuais de todos os custos Segundo Bischoff, muitas empresas utilizam um método que tem sido usado há muito tempo, que é o que calcula os preços de venda a partir da aplicação de percentuais de incidência de todos os custos sobre o preço de venda. "No exemplo do período 1, o cálculo seria feito utilizando-se os percentuais de 60% de custos variáveis e de 20% de custos fixos para calcular os preços. No cálculo de preços, pode se utilizar o percentual de custos variáveis, mas não o de custos fixos, já que este não se mantém com as variações nas vendas", orienta. Verificando-se a evolução da estrutura de resultados da empresa hipotética da tabela, nota-se que o percentual de despesas variáveis continua estável, mesmo com a evolução das vendas. Já o percentual de custos fixos se modifica com a evolução das vendas. Este percentual de custos fixos que se modifica conforme a curva de vendas da empresa não é um bom indicador para calcular preços, já que induz a erros. Para calcular preços é aconselhável utilizar-se o método de custeio direto, ou seja, aquele que sepa20 - Revista Asdap l Setembro/Outubro 2013 l Ano 1 l Número 6


ESPECIAL 2º Passo: Reestruturar o demonstrativo de resultados, conforme o método de custeio direto.

3º Passo: Definir o percentual da margem de contribuição a aplicar ao produto e os percentuais de incidência. A margem de contribuição é a margem de lucro sobre o preço de venda e não o mark-up (margem sobre o custo). Margem de contribuição = preço - impostos - despesas comerciais variáveis - custo da mercadoria Na estrutura de resultados da tabela acima: Margem de contribuição = R$ 200.000 - R$ 20.000 R$ 80.000 - R$ 20.000 = R$ 80.000 Percentual de margem de contribuição = R$ 80.000 / R$ 200.000 = 40% O percentual de margem de contribuição que aparece na estrutura de resultados ou no DRE é uma margem global média de todos os produtos vendidos. “Logicamente, haverá na empresa alguns produtos que têm que ser vendidos com margens menores e outros que suportam ser comercializados com margens maiores. A empresa terá que, baseada em sua experiência de mercado, definir as margens que trabalhará com cada linha de produtos e até com produtos específicos”, especifica Bischoff.

4º Passo: Calcular o preço de venda utilizando a fórmula abaixo: Custo da mercadoria Preço de venda = ----------------------------------------------------------------( 1 - % impostos - % desp. variáveis - % margem contr.)

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ESPECIAL Utilizando-se os números da tabela acima (estrutura de resultados), temos: 80.000 Preço de venda = -------------------------------- = R$ 200.000 (1 - 0,10 - 0,10 - 0,40) Ou seja, uma mercadoria cujo custo foi de R$ 80.000, sendo vendida a R$ 200.000, paga 10% de impostos, 10% de despesas variáveis e sobra uma margem de contribuição de 40% para custear as despesas fixas e proporcionar 5% de sobra (lucro líquido). Considerando a mesma estrutura de resultados, vamos calcular o preço de venda para um produto cujo custo é de R$ 180,00 com 10% de incidência de impostos, 10% de incidência de despesas variáveis de vendas e a empresa desejando trabalhar com uma margem de contribuição (margem bruta sobre o preço de venda) de 25%. Qual seria o preço?

180,00 Preço de venda = -------------------------------- = R$ 327,27 (1 - 0,10 - 0,10 - 0,25) Para confirmar o cálculo, deduzem-se do preço o custo da mercadoria, os impostos e as despesas variáveis, devendo sobrar uma margem de contribuição de 25%: Margem de contribuição = R$ 327,27 - 20% - R$ 180,00 = R$ 81,82 Percentual de margem de contribuição = R$ 81,82 / R$ 327,27 = 25% Para calcular o preço de venda a prazo, não basta aplicar uma determinada taxa de juros sobre o preço de venda à vista, conforme o economista. “Calculando um preço de venda maior que o à vista, com juros embutidos, esse novo valor terá incidência de impostos e dos demais custos variáveis”, sinaliza. Com isso, os juros deverão fazer parte da fórmula e, antes, convertidos em taxa de desconto, já que os percentuais de incidência são calculados sobre o preço de venda bruto. “Com as taxas de juros nos patamares atuais, isso não chega a ser uma grande preocupação, mas é importante fazer o cálculo de forma correta, considerando os impostos e demais incidências so-bre os juros, no caso de preços a prazo”, afirma Bischoff. Segundo ele, um alerta importante é que todos façam consultas a seus contadores para verificar quais os impostos que incidem sobre as vendas de determinada mercadoria ou grupo de mercadorias e também para montar a estrutura de resultados. “Todos os meses deve ser acompanhada a evolução da mesma e atualizadas as suas fontes de informação para bem definir os seus preços”, estabelece. A utilização de modelos desenvolvidos com a planilha Excel é importante e necessária para calcular preços e simular negócios a partir de cotações de clientes ou outras situações (campanhas de vendas, desova de itens obsoletos). “Muitas empresas têm se valido dessa ferramenta para auxiliar nos cálculos de seus preços e para fazer simulações de negócios com rapidez e segurança”, complementa Bischoff.

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FEIRA

Autoparts, vitrine de lançamentos e bons negócios De 16 a 19 de outubro, a Autoparts reúne fabricantes e importadores de autopeças, acessórios automotivos e tecnologia do país na sexta edição da Feira de Autopeças, Equipamentos e Serviços. O evento é um importante canal de comunicação entre o setor industrial e clientes, possibilitando novos negócios e troca de informações nos diversos setores da cadeia automotiva. Entidades, como Asdap, Sindirepa, Sincopeças, Senai e Sebrae, e empresas, como Rede Âncora, IQA, Taranto Tecnomotor, Yado, FG, Alko, Kictech, Gedore CWB, Belfran, Schuck, VIopex, BG Ferramentas, VB Autopeças, Frenzel e ZWF, ocuparão os estantes na Fiergs exibindo lançamentos, produtos consagrados e serviços para o varejo, reparação e mercado em geral. Participam do evento também oficinas mecânicas e elétricas, concessionárias, frotistas e publicações especializadas. A Autoparts será realizada, das 15h às 22h, de quarta a sexta-feira e, das 10h às 17h, no sábado no Centro de Eventos da Fiergs, que conta com uma área total de 36.724,85 m² e estacionamento para 3.100 vagas. A comissão organizadora da feira é composta por RMP, Roles, Meridional, Laguna, Sama Cobra, Pegasus, Giros Peças, Pellegrino, New Kar Sul, DPS, Auto Pratense e Polipeças.



Merrcado

Varejo: o pórtico de chegada da cadeia automotiva Divulgação/Decortintas

"O varejo é o pórtico de chegada de um longo caminho entre indústria, distribuidor, lojista e consumidor final. Posicionado entre fornecedores e consumidores, o varejo se torna importante por atender de forma muito específica às necessidades individuais dos consumidores, facilitando o acesso aos produtos que desejam no tempo que quiserem." A definição sugerida por Renan de Barros Ritter, proprietário da Decortintas, empresa especializada em tintas na linha automotiva sediada em Camaquã/RS, revela a principal característica do varejo na cadeia automotiva: ser o elo final entre quem produz e quem compra. Como é o varejo que atende, no final das contas, o mercado aplicador e consumidor, este precisa sempre se preocupar em manter boas condições de armazenagem dos produtos e contar com os itens que o mercado demanda, na hora que for necessário, afinal, nunca se sabe quando será preciso trocar uma peça, por exemplo. Ritter destaca ainda que a lógica do varejo, que "divide os lotes, permite que fábricas vendam grandes volumes e que os consumidores tenham acesso aos produtos em pequenas quantidades", atende interesses de elos interdependentes da cadeia automotiva, beneficiando todas as partes. "A indústria precisa vender enormes quantidades de produtos para ter uma produção contínua e lucrativa, o mesmo acontece com o distribuidor, porém em valores menores, até que isto é divido mais ainda quando chega até o varejista. O distribuidor gera a concorrência dentre marcas que fabricam um mesmo produto, isto causa queda nos preços e, consequentemente, facilita a escolha

Ademar Ritter (C) e os filhos Renan e Marcel comandam a Decortinas, em Camaquã/RS do produto pelo consumidor", destaca. A responsabilidade do varejo em suprir as necessidades do setor automotivo fica clara quando se leva em conta a grande quantidade de marcas e produtos que este elo da cadeia automotiva necessita para atender às necessidades do mercado, segundo Erino Zagonel, que fundou em 1986 a Auto Peças Zagonel (sediada em Lajeado/RS), que destaca ainda que "o varejo é, sem dúvida, um dos segmentos mais dinâmicos do aftermarket, principalmente por estar na ponta, junto ao reparador e ao consumidor final".

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Divulgação/Coremma

Esclarecer as dúvidas é uma de suas funções Mas a importância do varejo vai muito além... Este elo da cadeia automotiva é responsável também por esclarecer as dúvidas dos consumidores, algo que seria muito difícil para o distribuidor e a fábrica fazerem. "Somos a 'vitrine' e os 'ouvidos' das fábricas. O varejo tem resposta imediata a políticas econômicas e mudanças no mercado", destaca Ritter. No entanto, a circulação das informações deve ser eficiente para atender a esta necessidade, e sempre há espaço para melhoria nas relações entre os elos da cadeia automotiva. "As fábricas repassam muitas informações aos distribuidores, mas nem sempre chegam aos varejistas. Precisamos melhorar o relacionamento, a criatividade e também inovar e formar parcerias. Focar no atendimento, na rapidez da entrega e manter os colaboradores e aplicadores atualizados com os lançamentos de novos produtos", destaca Erino Zagonel, que considera, no entanto, que as autopeças estão carentes de informações conseguidas junto às fábricas para a correta utilização dos produtos. "Deveria haver mais palestras e treinamentos para balconistas e aplicadores e, principalmente, mais respeito com a cadeia de distribuição", analisa.

Agilizar a reparação Carlos Augusto Vedana, diretor comercial da Coremma - empresa do varejo de autopeças, parafusos e ferramentas sediada em Blumenau/SC -, destaca outras características importantes do varejo de autopeças: trazer comodidade ao mercado e agilidade à reparação automotiva. "No atual modelo automotivo brasileiro, com

Além do varejo de autopeças, Coremma também é especializada em parafusos e ferramentas uma infinidade sem tamanho de modelos de veículos, o mercado aplicador e consumidor necessita de uma grande variedade de produtos e, principalmente, agilidade em fazer que estes produtos cheguem rapidamente ao aplicador, gerando satisfação ao consumidor que vê o seu problema ser resolvido o mais rápido possível." Segundo ele, na opinião da Coremma,

"até se faz mercado sem algumas etapas da cadeia, mas é muito difícil fazer sem quem faz a conveniência do aplicador/ consumidor. O pronto atendimento e a variedade de produtos, facilitando a vida de quem necessita urgente do produto. Acreditamos que varejo é ter ao máximo os detalhes, e não somente por que atende o consumidor".

Interior ainda enfrenta dificuldades de logística Ritter chama a atenção para um fator impactante para o varejo localizado no interior dos estados, distante do distribuidor: a logística. "Além de impossibilitar encomendas de urgência, forçando a manter estoques altos, aumenta os custos dos produtos, dificultando a concorrência com grandes centros, principalmente na venda pela internet", constata. Para o proprietário da Decortintas, "o varejista é bem atendido pelo distribuidor, porém nenhum distribuidor é completo, e os preços variam muito de um fornecedor para outro em uma mesma segmentação, o que obriga o varejista a trabalhar com um número maior de distribuidores simultaneamente", já que isto dificulta a formação de pedido, pois o fornecedor exige um valor mínimo de compra. Zagonel, por sua vez, lembra que muitas vezes "o varejo precisa comprar fora do Estado para suprir as necessidades do mercado". Na opinião do fundador da Auto Peças Zagonel, as necessidades ainda não são eficazmente atendidas pelo distribuidor. Já Vedana, diretor da Coremma, lembra uma das tendências de parte das empresas do varejo atual, a compactação da distribuição e do varejo: "Atualmente, vemos muitos varejos com características de distribuidores e, ao mesmo tempo, alguns 'distribuidores' fazendo as vezes de varejos. Com esta mudança de perfil, estamos conseguindo que o aplicador tenha um melhor rendimento. Hoje, o que acontece é uma racionalização, ou seja, etapas sendo eliminadas, fazendo com que o produto chegue mais rápido e com preço menor ao final da cadeia".

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Merrcado

Atender um país continental seria impossível sem o varejista Divulgação/Auto Peças Zagonel

Para Erino Zagonel, o varejista é figura obrigatória na cadeia de reposição independente: "É ele o divulgador das marcas e de novos produtos. O varejista está diariamente em contato com aplicadores e consumidores finais". As dimensões continentais do Brasil são destacadas por Zagonel como uma das razões de o varejo ser um elo da cadeia automotiva indispensável e a previsão dele é de que, sem o varejo de autopeças, "o resultado seria catastrófico, seria inimaginável atender a demanda". O fundador da Auto Peças Zagonel lembra a importância de os profissionais do varejo atenderem seus clientes como eles desejam. É necessário que estejam preparados, pois as o número de linhas de produtos e de marcas cresce a cada dia. Assim, manter os colaboradores a aplicadores atualizados com os lançamentos de novos produtos é fundamental para que a empresa de autopeças cumpra seu papel da melhor forma, garantindo mais clientes, parceiros e, consequentemente, maior crescimento e lucro para toda a cadeia automotiva.

A Auto Peças Zagonel está sediada há 17 anos em Lajeado/RS O comércio varejista de autopeças é responsável por pulverizar estas marcas e sem ele, certamente, "haveria um atraso enorme no ciclo de distribuição de um produto", destaca de Renan Ritter. "Sem ele, a concorrência diminuiria e os pre-

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ços aumentariam por não haver competição de mercados, isto poderia também frear o investimento em novas tecnologias de desenvolvimento de produtos e de informação", considera o proprietário da Decortintas.



Formação

Mão de obra deve ser qualificada nas empresas Dudu Leal

À medida que a humanidade avança em seu crescimento demográfico, a exigência de maior produção de fomentos para as necessidades básicas da população deve crescer na mesma proporção. Qualquer processo produtivo deve sofrer modificações periódicas. E essa dinâmica de evolução não é diferente para a mão de obra qualificada na área automotiva. Segundo o engenheiro Francisco Assis Rossi, especialista na qualificação de produção e manutenção industrial, em detrimento da situação atual do ensino técnico no país, os empresários não devem esperar por uma mão de obra pronta e, sim, qualificá-la para as suas necessidades. “Especificamente na manutenção automotiva, hoje temos poucas escolas que preparam este tipo de mão de obra, pois existe a necessidade de separar as tecnologias dos fabricantes, bem como dos modelos que possuem diferenças que exigem treinamento diferenciado”, aponta. Conforme Rossi, também consultor e palestrante, as empresas pouco sabem que existem o CNCT (Catálogo Nacional de Cursos Técnicos) e o CBO (Código Brasileiro de Ocupação), que estabelecem as competências que um formando terá ao sair da escola. A Escola Técnica Parobé, em Porto Alegre, por exemplo, tem um currículo escolar que trabalha na competência final do aluno. Assim o empresário poderá selecionar e desenvolver esta mão de obra qualificada. Em 2011, o estabelecimento de ensino adquiriu um laboratório de manutenção automotiva, que ficará com a capacidade de preparar conhecimento na parte de uso de equipamentos de medição dos módulos eletrônicos e interagir com as novas tecnologias. “Os equipamentos estão chegando e, após a instalação, poderemos iniciar este tipo de treinamento como matéria normal do curso ou como curso pós-técni-

Mão de obra deve acompanhar o desenvolvimento tecnológico co”, adianta Rossi. “Os desafios estão aí e estamos enfrentando as mais diversas dificuldades, pois a Seduc-RS não consegue acompanhar as mudanças que estão acontecendo entre ensino e mercado, assim como o governo estadual busca investidores e não prepara as necessidades entre a mão de obra qualificada e o mercado”, reitera. De acordo com o engenheiro, o governo federal investe na preparação de faculdades sem levar em consideração que o mercado necessita qualificação intermediária, ou seja, cursos técnicos. “Os programas de vagas em escolas técnicas têm um grande volume de vagas para áreas administrativas, pois estes cursos dependem de pequenos investimentos, ao passo que a preparação para áreas da indústria e automotivas, é pesada e exige infraestrutura maior”, identifica. Neste momento o empresário terá como dificuldade imediata ter um pro-

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fissional que saia de uma escola com competência suficiente para de imediato produzir, mas, se escolher a escola que trabalhe melhor com Valores, a qualidade será desenvolvida mais rapidamente, pois poderemos identificar a aptidão nata do candidato. Profissionais bem treinados ainda são uma demanda que não se consolidou no Estado, pois as escolas estão com tecnologia defasada e a resposta de investimentos de melhorias, quando liberados levam dois anos ou mais ano para sair do papel. “O governo do estado está aproveitando o Plano Nacional de Obras (PNO) para reformar a infraestrutura de várias escolas técnicas do RS, dentre as quais o Parobé, com previsão de término para 2015”, adianta. Com o PNO, haverá várias modificações, inclusive novo estudo do Plano de Curso de Mecânica, no caso automotivo com a inclusão da disciplina de Manutenção Automotiva.


Evolução do sistema educacional Conforme Rossi, nas décadas de 50 a 60, o mercado começou a exigir uma nova forma de qualificação baseada na escolaridade, como 1º grau incompleto (serviços gerais), 1º grau completo (qualificação para operador), 2º grau incompleto (qualificação para apontador industrial), 2º grau completo (possibilidade de chefia). Na década de 70, com a formação de cursos operacionais, surgiram os especialistas: torneiro mecânico, mecânico de automóveis, chapeador de automóveis, etc. A evolução de aperfeiçoamento foi interrompida com a crise econômica das décadas de 80 e 90, e a visão empresarial voltou-se para os valores dos colaboradores, investindo em treinamento nesta área e no aspecto de lideranças. “Na década de 90, foi criada a LDBen (Lei de Diretrizes e Bases do Ensino), que estabeleceu novos conceitos, como competência, habilidade, valores e conhecimento, e ainda não houve pleno entendimento no âmbito dos três pilares da educação escola, professores e mercado”, ressalta o engenheiro. “Além desta discrepância, existe ainda a corrida paralela entre MEC, escolas e mercado, pois a velocidade de modificação não é compatível com as necessidades do mercado”, reforça. Segundo Rossi, ainda, o Pronatec e o Sisu interferem no desenvolvimento deste trabalho, pois estes programas estão matriculando alunos em escolas que se anteciparam, como o Sistema S e os IF. “Retiram alunos das instituições tradicionais, pois os programas incentivam a presença do estudante através de uma ajuda de custo e oferta de cursos mais próximos da sua moradia”, conclui.

Competitividade, preservação ambiental e atualização tecnológica O desenvolvimento industrial vem contribuindo para a otimização dos tempos de reparação. A indústria automotiva tem buscado em seus projetos maior durabilidade e praticidade na reparação, dispensando ajustes e regulagens constantes que demanda tempo e não garantem o funcionamento ideal dos sistemas. Mas o que sempre existiu e continuará existindo é a necessidade de reparação, conforme a gerente de Operações da Escola de Educação Profissional Senai Automotivo, Suzana Sartori. Segundo ela, a maioria necessita de manutenção ou atualização periódica. Essa demanda passa por amortecedores, molas, buchas, articulações de suspensão, bateria, sistema de carga e partida (alternador e motor de partida), correias, escapamento (abafadores, catalizadores, buchas e coxins) e sistema de embreagem (disco, prensa, rolamento e atuadores). Também não ficam foram da avaliação filtros, sistemas de freios (pastilhas, discos, tambores, lonas e cilindros), lâmpadas, óleos do

motor e transmissão, pneus e rodas, som e alarme, entretenimento e navegação e velas de ignição. “As deficiências são muitas, partindo dos proprietários de veículos que não fazem a manutenção periódica, prejudicando seriamente a vida útil dos veículos. Por outro lado, as oficinas, que mantêm a frota em circulação e necessitam constantemente de atualização tecnológica, e o setor de reposição que encontra dificuldade devido à variedade de marcas, modelos e versões de veículos”, enfatiza Suzana. A indústria automobilística possui grande importância na economia mundial e tem buscado constantemente o desenvolvimento de tecnologias visando aumentar a segurança veicular, redução dos índices de emissão de gases nocivos ao meio ambiente e diminuição do consumo de petróleo. Dentre as melhorias, destacamos os novos sistemas de combustão convencional, onde tem se reduzido o número de cilindradas e mantido ou até


André Kotoman

Formação aumentado torque e potência. O tempo médio de reparação de um automóvel em 1970 era de 11 horas, hoje está em 4 horas, e a previsão para 2020 é de 1 hora e 30 minutos. De acordo com Suzana, as mudanças de tecnologia são gradativas. “Uma forte tendência é reduzir a utilização de motores à combustão. Um exemplo disso é o surgimento dos veículos híbridos que utilizam motores a combustão em conjunto com motores elétricos e passam a reaproveitar energia de maneira mais eficiente com a adoção do freio regenerativo que, ao invés de gerar atrito desgastando materiais, gera energia e recarrega as baterias”, especifica. “No futuro próximo conviveremos com os veículos totalmente elétricos e movidos por células a combustível, mas essa tecnologia necessita de muito desenvolvimento, ainda possui muitas desvantagens, como baixa autonomia, e tempo de recarga elevado”, considera. Neste

Hoje há poucas escolas que preparam profissionais para manutenção contexto, conforme Suzana, o Senai com competitividade, a Certificação Obrigatóa missão de promover a educação profis- ria de autopeças que tem por objetivo sional e tecnológica, a inovação e a trans- garantir a aplicação de produtos que atenferência de tecnologias industriais, con- dam as especificações do fabricante e a tribui para elevar a competitividade da Certificação de Pessoas que garante que indústria brasileira e está muito atento às o profissional que executa a reparação, necessidades do mercado. exerça a atividade respeitando os proceUma das saídas para atender o setor é dimentos recomendados pelos fabricana execução de ações conjuntas como as tes. “A qualificação da mão de obra deve Certificações do Setor Automotivo que ser constante para que seja possível acomconsiste em Certificar as Oficinas para que panhar o desenvolvimento tecnológico”, mantenha um padrão de qualidade e reforça.


Panorama

Nakata lança sapatas de freio A Nakata, fabricante de autopeças com portfólio de componentes para suspensão, transmissão, freios e motor, lança a linha de sapatas de freio, com 41 itens para aplicação em diversos modelos de veículos da linha leve. A sapatas de freio, que têm como função gerar o atrito com o tambor de freio para a desaceleração das rodas fabricadas no Brasil, são compostas por placa metálica de fricção, com material de atrito à base de resina, fibras sintéticas e partículas metálicas. O processo moderno de fabricação dos produtos, que não possuem furos e são colados ao invés de rebitados, garante maior aderência nas frenagens. Segundo diretor de vendas e marketing da Nakata, Sérgio Montagnoli, a linha foi desenvolvida com materiais de última geração oferecendo segurança e conforto aos ocupantes do veículo. "Ter uma linha com

muita variedade de itens para garantir cobertura para quase todas as aplicações, agrega valor à marca e também possibilita ganhar participação de mercado, assim como já acontece com componentes outros componentes para suspensão", explica. Tanto a venda quanto a aplicação dos itens estão mais técnicas, exigindo conhecimento dos produtos por parte dos profissionais. Por isso, a fabricante oferece suporte pela central de atendimento 0800-707-8022 e também pelo site www.affinia.com.br, além de consultoria com profissionais que visitam as lojas. Nas redes sociais, oferece conteúdo pela fanpage no Facebook (www.facebook. com/componentesnakata), e série de vídeos com dicas de aplicação, manutenção e gestão no Youtube (www.youtube. com/componentesnakata).

Troca do filtro de ar-condicionado em DVD Apesar de muitos reparadores sentirem dificuldade para trocar o filtro de ar-condicionado em razão de o processo variar de um veículo para outro, a troca se torna fácil após um treinamento. E para facilitar o trabalho dos reparadores, a micronAir, marca da Freudenberg Filtration Technologies, lançou um DVD especial para explicar rapidamente, embora de forma bastante detalhada, o passo a passo da troca do filtro do arcondicionado de cabine em mais de 400 veículos, de modelos e marcas diferentes. "É importante que, no momento da manutenção do veículo, o reparador possa remover o filtro do ar-condicionado e mostrá-lo ao cliente, para que ele esteja ciente do estado desse material e, consequentemente, da possível má qualidade do ar que ele respira quando usa o veículo", afirma o responsável pelo aftermarket da micronAir, Luciano Ponzio. O DVD tem distribuição nacional e pode ser solicitado por reparadores de todo o país por meio de contato direto com o distribuidor ou pelo site da marca (www.micronair.com.br). A micronAir comemora neste ano 15 anos de atuação no mercado brasileiro, onde fornece filtros de partícula e de carvão ativado, este último com diferencial de filtrar gases e odores.

Tuper: 14 produtos para a linha leve A Tuper Escapamentos e Catalisadores apresenta 14 lançamentos para atender linha de veículos leves das marcas Fiat, Volkswagen, GM e Honda. Todos os produtos da Tuper seguem os padrões e as características técnicas definidas pelas montadoras. Atendendo à legislação, os catalisadores são homologados pelo Inmetro e os escapamentos estão em conformidade com a resolução do Conama nº 418 de 25/11/ 2009, que estabelece os limites de ruídos que podem ser emitidos por veículos automotores. Além de fornecer seus produtos para o mercado de reposição, a Tuper também atende as montadoras por meio da Unidade Tuper Exhaust Systems. Para garantir agilidade na entrega de produtos, a empresa conta com a facilidade do Pedido Eletrônico Tuper (PET), programa gratuito que está disponível no endereço eletrônico (www.canaltuper.com.br) e permite que o lojista faça a requisição dos produtos diretamente para a fábrica.

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