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“A Universidade é um órgão de Estado, não de governantes”.

ENTREVISTAMOS

Roberto Medronho Diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ

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Ano 18 - outubro 2019 Distribuição Gratuita Rio de Janeiro/ RJ bafafa.com.br

Especial Tijuca

Um roteiro de gastronomia, compras e serviços no bairro 6

Cacique Raoni fala sobre destruição das florestas

9 UERJ pede autonomia para gerir recursos

E MAIS: Fábio Cezanne, Olímpio dos Santos, Rosana Morgado, Ricardo Rabelo, Rogeria Paiva


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Ano 18 | Out 19 | Rio de Janeiro | bafafa.com.br

ANIVERSÁRIO

EDITORIAL

Tijuca: uma radiografia do bairro Desta vez a o jornal Bafafá publica um especial da Tijuca, o bairro mais nobre da Zona Norte. Pouca gente sabe, mas celebridades como Tom Jobim, Erasmo Carlos e Tim Maia nasceram na Tijuca. O curioso é que o único bairro do Rio que deu nome aos moradores. Ser tijucano é um estilo de ser e viver, quase que uma identidade dos habitantes. Durante duas semanas percorremos ruas e avenidas da Tijuca. Fizemos um intenso trabalho de garimpagem para apresentar aos leitores uma amostra de gastronomia, atrativos, compras e serviços no bairro. Nosso foco foi encontrar cantinhos diferentes que nem sempre estão no roteiro tradicional. E conseguimos: tem muita coisa legal para conferir! Falamos também do programa Segurança Presente que melhorou o policiamento na região e da inépcia da Prefeitura em recuperar o chafariz da Praça Saens Peña, desativado desde 2017. Nesta edição destacamos também da falta de verbas na UERJ, na importância do Dia do Professor e entrevistamos com exclusividade o médico Roberto Medronho, Diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ. Ele revela que com os contingenciamentos de verbas do Governo Federal a situação financeira da UFRJ pode entrar em colapso. Na área de saúde, não poderíamos deixar de falar sobre o Outubro Rosa, uma importante campanha para conscientizar sobre o câncer de mama que visa, através da informação, diminuir as taxas de mortalidade pelo atraso no diagnóstico. O músico e jornalista Fábio Cezanne nos fala sobre a música erudita contemporânea, como os recentes lançamentos estão movimentando esse mercado específico. E destacamos também o aniversário de 18 anos do Bafafá e como foi chegar até aqui!

18 anos de Bafafá Em plena era digital é um marco uma publicação como o Jornal Bafafá 100% Opinião chegar a 18 anos de vida. Não foi fácil, mas está dando certo. As tiragens superam dois milhões de exemplares distribuídos em universidades, museus, centros culturais, cinemas, cafés, bares, restaurantes e centros comerciais. Pelo Bafafá passaram grandes nomes da intelectualidade brasileira, pensadores, sociólogos, antropólogos, jornalistas e escritores. Entre os entrevistados, os cineastas Constantin Costa Gavras, Nelson Pereira dos Santos e Silvio Tendler. Ilustres como Oscar Niemeyer, que nos recebeu carinhosamente em seu escritório em Copacabana, além de muitos outros. No mundo do samba temos um acervo de bambas como Nelson Sargento, Noca da Portela, Moacyr Luz, Rubem Confete, Dorina, Monarco, Teresa Cristina, os saudosos Walter Alfaiate, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara e dezenas de outros sambistas maravilhosos. Agradecemos a todos que nos acompanham e nos estimulam a continuar nessa jornada. Em tempos de fakes news, reafirmamos nosso propósito de fazer um jornalismo profissional com informações confiáveis e que defendam os ideais da Democracia.

EXPEDIENTE

Ano 18 – Nº 148 – Outubro/19 Jornal Bafafá 100% Opinião é uma publicação da Mercomidia Serv. Editoriais Ltda mercomidia@gmail.com | (21) 3547-3699 Projeto Gráfico: Mônada Soluções Criativas – @monadasolucoescriativas Editores responsáveis: Ricardo Rabelo (Mtb21.204) e Rogeria Paiva Arte: Paulo Bastos - @pcbastos Distribuição gratuita Tiragem: 5 mil exemplares Periodicidade: mensal Circulação: universidades, bares, centros culturais, etc. Veja a lista dos locais no site: www.bafafa.com.br/bafafa/jornal-bafafa Edição digital: www.issuu.com/jornalbafafa Praça: Rio de Janeiro Colaboradores dessa edição: : Fábio Cezanne, Olímpio dos Santos, Rosana Morgado Jornal Bafafá 100% Opinião não se responsabiliza pelo conteúdo autoral dos colaboradores, bem como serviços de anunciantes. Anuncie: bafafajornal@gmail.com | (21) 3547-3699

Boa leitura! Ricardo Rabelo, editor

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OPINIÃO

Não é possível assistir inerte à destruição do Brasil Por Olímpio dos Santos Diferentes forças do campo progressista se uniram neste segundo semestre para dar partida a uma agenda intensa de atos em defesa da soberania nacional e popular, articulando partidos e movimentos sociais, no campo e na cidade, contra o projeto regressivo, autoritário e predador do governo federal. É urgente ocupar as ruas para barrar o ataque generalizado do capital financeiro, representando pelo ministro da Economia Paulo Guedes, ao patrimônio fundamental do país. Trata-se de garantir os serviços públicos prestados aos brasileiros, o controle sobre a nossa infraestrutura estratégica, a autonomia sobre nossos recursos naturais e a capacidade de construir um futuro com mais democracia e justiça social. Não é possível assistir inerte à destruição do Brasil, sua transformação em um lugar de hiperexploração do trabalho, para exportação de produtos primários. Um cenário neocolonial que favorece, no máximo, os 20% mais ricos da população, e promove o aprofundamento da miséria e da violência. Em outubro, dois atos marcam essa mobilização geral, que tem no centro, além das questões ambientais e o repúdio ao avanço do Estado policial e a inclusão das empresas públicas no rol de privatizações. Ao ato “Luto pelo Brasil”, no dia 3, no Rio, somaram-se o Comitê Nacional de Soberania e mais de 70 entidades, que incluem a CUT ou-

tras grandes centrais sindicais, movimentos sociais, sindicatos e federações, que se integram às manifestações dos estudantes e trabalhadores na Educação sob ataque sistemático do governo. No dia 28, outra convocação nacional está programada para a cidade, com ênfase na defesa da Petrobras, maior empresa da América Latina. O desmonte em etapas da estatal, com a desativação de unidades relevantes, a venda de refinarias, da BR Distribuidora, escamoteia a intenção, já declarada por assessores governamentais, de transferi-la integralmente para o mercado. Para o mercado o programa de Paulo Guedes também quer entregar a Casa da Moeda, empresa lucrativa, fundada no século 17, responsável pela impressão das notas e moedas brasileiras e pelos passaportes emitidos pela Polícia Federal, entre outros serviços. A possibilidade de o país ter de importar o seu dinheiro é simbólico do sentido lesa-pátria do atual governo. Ataque direto e ainda mais evidente à soberania nacional é a proposta de privatizar as duas maiores bases

de dados públicas do país, mantidas na Dataprev e no Serpro. Na Dataprev, estão as informações dos cerca de 35 milhões de aposentados e pensionistas e também as de todos trabalhadores que contribuem para a Previdência. Um tesouro há muito ambicionado por empresas de analytics e pelas instituições financeiras, que atualmente precisam remunerar a Dataprev para a consulta da margem disponível para empréstimos consignados. O Serpro tem os dados do Imposto de Renda de Pessoas Físicas e Jurídicas, CPF, Carteira de Motorista, importação e exportação, controle portuário, passaportes, entre outros. Ao todo, as 17 empresas na lista das privatizações somam mais de 120 mil trabalhadores. Os serviços que prestam ao cidadão e o papel estratégico que desempenham estão no coração da soberania nacional. Um país arruinado e desnacionalizado é o que teremos sem elas. Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro

Logo será tarde demais para mudar Por Raoni Metuktire Por muitos anos, nós, os líderes indígenas e os povos da Amazônia, temos avisado vocês, nossos irmãos que causaram tantos danos às nossas florestas. O que você está fazendo mudará o mundo inteiro e destruirá nossa casa – e destruirá sua casa também. Temos deixado de lado nossa história dividida para nos unirmos. Apenas uma geração atrás, muitos de nossos povos estavam lutando entre si, mas agora estamos juntos, lutando juntos contra nosso inimigo comum. E esse inimigo comum é você, os povos não-indígenas que invadiram nossas terras e agora estão queimando até mesmo aquelas pequenas partes das florestas onde vivemos que você deixou para nós. O presidente Bolsonaro do Brasil está incentivando os proprietários de fazendas perto de nossas terras a limpar a floresta – e ele não está fazendo nada para impedir que invadam nosso território. Pedimos que você pare o que está fazendo, pare a destruição, pare o seu ataque aos espíritos da Terra. Quando você corta as árvores, agride os espíritos de nossos ancestrais. Quando você procura minerais, empala o coração da Terra. E quando você derrama venenos na terra e nos rios – produtos químicos da agricultura e mercúrio das minas de ouro – você enfraquece os espíritos, as plantas, os animais e a própria Terra. Quando você enfraquece a Terra assim, ela começa a morrer. Se a Terra morrer, se nossa Terra morrer, nenhum de nós será capaz de viver, e todos nós também morreremos. Por que você faz isso? Você diz que é para desenvolvimento – mas que tipo de desenvolvimento tira a riqueza da floresta e a substitui por apenas um tipo de planta ou um tipo de animal? Onde os espíritos nos deram tudo o que precisávamos para uma

vida feliz – toda a nossa comida, nossas casas, nossos remédios – agora só há soja ou gado. Para quem é esse desenvolvimento? Apenas algumas pessoas vivem nas terras agrícolas; eles não podem apoiar muitas pessoas e são estéreis. Você destrói nossas terras, envenena o planeta e semeia a morte, porque está perdido. E logo será tarde demais para mudar Então, por que você faz isso? Podemos ver que é para que alguns de vocês possam obter uma grande quantia de dinheiro. Na língua Kayapó, chamamos seu dinheiro de piu caprim, “folhas tristes”, porque é uma coisa morta e inútil, e traz apenas danos e tristeza. Quando seu dinheiro entra em nossas comunidades, muitas vezes causa grandes problemas, separando nosso pessoal. E podemos ver que faz o mesmo em suas cidades, onde o que você chama de gente rica vive isolado de todos os outros, com medo de que outras pessoas venham tirar seu piu caprim. Enquanto isso, outras pessoas passam fome ou vivem na miséria porque não têm dinheiro suficiente para conseguir comida para si e para seus filhos. Mas essas pessoas ricas vão morrer, como todos nós vamos morrer. E quando seus espíritos forem separados de seus corpos, seus espíritos ficarão tristes e vão sofrer, porque enquanto vivos fizeram com que muitas outras pessoas sofressem em vez de ajudá-las, em vez de garantir que todos os outros tenham o suficiente para comer, antes de alimentar a si próprio, como é o nosso caminho, o caminho dos Kayapó, o caminho dos povos indígenas. Você tem que mudar a sua maneira de viver porque está perdido, você se perdeu. Onde você está indo é apenas o caminho da destruição e da morte. Para viver, você deve respeitar o mundo, as árvores, as plantas, os animais, os rios e até a própria Terra. Porque todas essas coisas têm espíritos, todas elas são espíritos, e sem os espíritos a Terra morrerá, a chuva irá parar e as plantas alimentares murcharão e morrerão também. Todos nós respiramos esse ar, todos bebemos a mesma água. Vivemos neste planeta. Precisamos proteger a Terra. Se não o fizermos, os grandes ventos virão e destruirão a floresta. Então, você sentirá o medo que nós sentimos. Cacique, da nação Kayapó. Publicado no jornal The Guardian


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MÚSICA

A potência da música erudita VIVA! Por Fábio Cezanne

Dois lançamentos do gênero, um reunindo obras de Ricardo Tacuchian para viola, e outro, com peças de Dimitri Cervo gravadas em Caracas pela Orquestra Sinfônica Venezuelana, reafirmam a excelência dos compositores de hoje Que a música erudita brasileira conquistou o mundo, todos já sabemos, a citar nomes como Villa-Lobos, Francisco Mignone, Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli. O gênero continua muito vivo, obras sendo compostas e executadas mundo afora. Dois CDs que acabam de chegar ao mercado dão ainda mais brilho na produção contemporânea e destacam o alto padrão composicional de seus autores.

No ano comemorativo dos seus 80 anos, o compositor e regente Ricardo Tacuchian está lançando o CD “Ta-

cuchian e a Viola” (A Casa Discos) reunindo toda a sua obra para a viola. O desafio de gravar um baluarte da composição brasileira só poderia ser alcançado por músicos de elevada competência e renome internacional. Assim, coube ao Duo Burajiru – formado pelo violista Fernando Thebaldi e pela pianista japonesa Yuka Shimizu – a conclusão magistral dessa façanha. O outro lançamento, todavia, já ultrapassou nossas fronteiras, sejam culturais, políticas ou geográficas. Resultado dos trabalhos para um concerto autoral na série internacional da Orquesta Sinfónica de Venezuela, em Caracas, o compositor e regente Dimitri Cervo lança o seu segundo CD, Música Sinfônica, reunindo obras compostas entre 1998 e 2012. Sob condições políticas e sociais delicadas, o dis-

co foi magistralmente gravado por Danilo Alvares, engenheiro de som vencedor do Grammy Latino em 2017, pelo disco Fiesta, com o maestro venezuelano Gustavo Dudamel. O CD Música Sinfônica já se encontra nas plataformas digitais, e em duas semanas recebeu mais de 12 mil audições no Spotify. Esse álbum é fruto da vivência de Dimitri Cervo com os músicos da orquestra e com diversos personagens da sociedade venezuelana, no contexto de um país assolado por uma crise de vasta magnitude

Fabio Cezanne é jornalista e músico cezannedivulgacao@gmail.com

CULTURA

Instituto Moreira Salles 20 anos O Instituto Moreira Salles completa 20 anos em outubro de 2019. A antiga residência da família do embaixador e empresário Walther Moreira Salles, é um dos mais importantes espaços culturais do Rio com uma programação de excelência e um acervo riquíssimo que orgulha a cidade. A casa projetada em 1948 pelo arquiteto Olavo Redig de Campos revela toda a sua imponência com um belíssimo jardim de Burle Marx, lago com carpas, amplos espaços envidraçados, a varanda dos cobogós e painéis de azulejo também de Burle Marx. Em duas décadas o IMS Rio foi cenário de exposições de renomados artistas visuais brasileiros (Fayga Ostrower, Gonçalo Ivo, Arthur Piza, Roberto Magalhães, Rosângela Rennó) e estrangeiros (Saul Steinberg, Richard Serra, William Kentridge, William Eggleston, Anri Sala), assim como palco de shows memoráveis (João Bosco, Elton Medeiros, Elza Soares, Paulinho da Viola, Nelson Sargento). Impressionante é o acervo do IMS. São aproximadamente 2 milhões de imagens na área de Fotografia; 11.800 na Iconografia; mais de 170 mil itens em

Literatura; e quase 240 mil na Música, sem contar o acervo Walther Moreira Salles, a Biblioteca de Fotografia e a Memória institucional, totalizando 229 arquivos e coleções.

Desde que abriu as portas o IMS já recebeu cerca de dois milhões de visitantes em 144 exposições, centenas de mostras, shows, palestras, cursos e milhares de sessões de cinema. Para comemorar a data, o IMS Rio promove, ao longo de todo o mês de outubro, uma programação

que começou com a reinauguração do jardim, parcialmente destruído com as fortes chuvas de fevereiro de 2019, e a abertura de uma exposição institucional permanente sobre a própria casa. Está aberta também a exposição IMS Rio – Casa e Jardim, apresentada de forma permanente na Sala de Azulejos, que já abriga duas maquetes (uma delas tátil) da casa. Ali o público conhecerá um pouco mais sobre Redig de Campos – há um croqui feito pelo arquiteto modernista em uma das paredes – e sobre Roberto Burle Marx, além de apreciar ângulos diversos do centro cultural, feitos em épocas distintas. A mostra reúne 30 imagens registradas pelos fotógrafos Marcel Gautherot (em 1954), Carlos Moskovics (em 1985), Cristiano Mascaro (em 1999) e Robert Polidori (em 2009). Instituto Cultural Moreira Salles – IMS Rua Marquês de São Vicente, 476 – Gávea | 21 3284-7400 Funcionamento: De terças a domingos, inclusive em feriados (exceto às segundas), das 11h às 20h Entrada gratuita para o centro cultural e exposições. Verificar preço de outras atividades


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ESPECIAL TIJUCA

Tijuca e seus tempos de glória Por Rogeria Paiva Um dos bairros mais tradicionais do Rio, a Tijuca é também um dos mais antigos. Não é por acaso que seus moradores, cheios de orgulho, se intitulam “tijucanos”, algo que em nenhum outro bairro acontece. A ocupação dessa região começou em 1565 com imensas fazendas de cana-de-açúcar dos padres jesuítas que ali ficaram até serem expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759. A partir disso, as terras foram ocupadas por estrangeiros e aristocratas que foram, ao longo dos anos, transformando, personalizando e forçando a urbanização do que hoje é a Tijuca. Passeando pelas ruas do bairro ainda encontramos palacetes, sobrados e belíssimas construções históricas, muitas igrejas como a de São Francisco Xavier, de São Sebastião dos Capuchinhos, de Santo Afonso, Santa Teresinha e a dos Sagrados Corações. Como exemplos clássicos, citamos o palácio dos Bianca, de 1920, onde hoje funciona o Centro de Referência da Música Carioca e a primeira filial da Casa Granado, inaugurada em 1917 na rua Conde de Bonfim, 300, em funcionamento até hoje. Entre as décadas de 1940 e 1970, a Tijuca foi o bairro com o maior número de cinemas. A maioria ficava na Praça Saens Peña que tinha mais cinemas que a própria Cinelândia no Centro. O Cine Olinda, de 1942, era o maior cinema da América do Sul, com 3.500 lugares. Infelizmente, como aconteceu em todo o Rio, foi demolido em 1970 para dar lugar a um shopping center. Além dos cinemas, o bairro foi berço de grandes talentos musicais. Na década de 60, na esquina da Rua Haddock Lobo com Rua Barão de Ubá, o Divino Bar era ponto de encontro dos jovens Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Tim Maia e Jorge Benjor. Na casa do médico psiquiatra Aluízio Porto Carreiro de Miranda e sua esposa Maria Ruth, rua Jaceguai nº 27, também acontecia o importantíssimo Movimento Artístico Universitário (MAU). Ali se reuniam Ivan Lins, Gonzaguinha, Aldir Blanc, César Costa Filho, entre outros. Tradição também no carnaval com o bloco Nem Muda Nem Sai de Cima apadrinhado por Aldir Blanc e Moacyr Luz, nas escolas de samba Unidos da Tijuca, Acadêmicos do Salgueiro e Império da Tijuca que atraem foliões do mundo inteiro. Muitos dos colégios mais tradicionais da cidade, como o Instituto de Educação, fundado em 1880, Colégio Militar, Colégio Marista São José e o Colégio Batista também estão na Tijuca. O bairro ainda reúne instituições de referência como o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, mais shoppings, comércio e serviços diversificados e uma gama de bares e restaurantes de se tirar o chapéu. Mas, embora haja uma pequena e movimentada rua com esse nome, nem tudo são flores na Tijuca. A ocupação desordenada de seus morros, a explosão demográfica, a falta de policiamento e de cuidados básicos da Prefeitura com o bairro é motivo de muita tristeza para tijucanos e todos os cariocas. A Praça Saens Peña, coração do bairro, precisa urgentemente de uma revitalização para retomar sua vocação de lazer e trazer de volta crianças, idosos, casais e não apenas transeuntes. Algumas ações têm sido delineadas, mas ainda está muito longe do ideal.

Queria falar da floresta, das comunidades, das praças, mas é muita informação para tão pouco espaço. Contudo, fica o registro do nosso desejo de ver a Tijuca, um dos bairros mais tradicionais do Rio, recuperar o prestígio que a história lhe confere e os seus tempos de glória. Estamos torcendo para isso.


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Roteiro gastronômico e outras dicas na Tijuca A Tijuca é um bairro com muitas opções em gastronomia, compras e serviços. Bafafá mapeou indicações que vale demais conferir. Um mergulho na diversidade e na alma tijucana!

Gastronomia

caipirinhas e caipivodkas. O ambiente aconchegante, climatizado, com amplo espaço interno e externo e Wi-Fi. Transmite o Brasileirão, Libertadores e outros torneios esportivos. E o melhor: tem metrô na porta e música ao vivo às sextas e sábados. Rua Carlos Vasconcelos, 155 – Saens Peña | 21 2254-1090 Funcionamento: diariamente das 11h à 01h

Ge Bar & Bistrô

Depois de participar pela primeira vez do Comida di Buteco em 2019, Ge Bar & Bistrô ganhou fama e hoje recebe clientes de toda a cidade. O sucesso vem principalmente por conta de seus 18 tipos de sanduíches gourmet, 17 tipos de pratos individuais, chope Heineken e excelente atendimento. Ge Bar e Bistrô ressuscitou o “sanduíche roquinha” que era servido no extinto bar Roquinha, na Rua General Roca. Ele vem cortadinho como petisco e com molho, uma delícia! Entre os petiscos, mais delícias: carne seca com farofa e queijo coalho, batata rústica, linguiça artesanal, tábua de queijos e frios e quesadilhos (tortilhas de trigo recheadas com tiras de filé mignon, bacon, cheddar, tomate, cebola roxa e salsa). Terças e quartas tem promoção de chope e quintas caipirinha em dobro. Em outubro acontece o evento “Gim Tônica Sustentável”. Quem pedir a bebida ganha um canudo de inox. Rua Carvalho Alvim, 333 – Tijuca | 21 3556-1313 Funcionamento: diariamente das 12h à meia noite

Grão Vizir Empório e Café

Com uma decoração aconchegante, atendimento bacana e muita coisa gostosa para comer, Grão Vizir vale a visita. Nas prateleiras encontramos diversos produtos de empório, grande parte mineiros, além de variedade de cafés em grão ou em pó. A cafeteria é um dos poucos pontos de revenda do Café Caramello® no Rio de Janeiro. No almoço, serve refeições leves e feijoada light às sextas. Para o lanche ou café da manhã o cardápio oferece muitas delícias caseiras e fresquinhas. Fica até difícil escolher entre as tapiocas, omeletes, tosts, tortas, doces e salgados. Para beber, encontramos chocolate, chás, sucos, vitaminas e até uma cervejinha. A partir de novembro a Grão Vizir vai aceitar encomendas para no Natal. Bolinho de Bacalhau, Bolotone e uma rabanada molhadinha como poucos sabem fazer. Rua Carvalho Alvim, 251 Loja A – Tijuca | 21 3547-6828 Funcionamento: seg a sex das 08h às 17h30

Forneria da Praça

Um dos restaurantes mais frequentados da Praça Saens Peña tem bons preços e garçons atenciosos com o cliente. Serve bufê a quilo e pizza a lenha a partir das 17h, inclusive com promoção aos domingos com bufê liberado + rodízio de pizzas por R$ 34,90. No cardápio, pizzas de diversos sabores, inclusive vegetarianas, calzones e doces. Na happy hour, além das pizzas, o cardápio oferece opções de petiscos, com destaque para o filé mignon ao molho gorgonzola. Para beber, chope, vinhos e drinks como as tradicionais

Na Brasa Columbia

Presente em diversos bairros do Rio, Na Brasa Columbia da Tijuca é o primeiro da rede. Os carros-chefes são os frangos, galetos, carnes e linguiças, tudo assado na brasa. Serve diversos outros pratos e aperitivos com o mesmo padrão de qualidade. Os grelhados são assados em churrasqueiras de carvão que fazem aquela diferença no sabor. E os acompanhamentos como o pão de alho e a farofa de ovos são deliciosos. O cardápio inclui diversos pratos de bacalhau, peixe, camarão, massas, omeletes, sopas, caldos e muitas sobremesas. O ambiente é simples e de bom gosto, com salão refrigerado e mesas da calçada. Linguiças e picanhas na brasa, galetos, frango à passarinho, pão de alho, queijo provolone à milanesa, pizzas e caldos são os acompanhamentos perfeitos para as bebidas como vinhos, chopes e caipirinhas. Rua Haddock Lobo, 346 – Tijuca | 21 2568-1283 Seg a Sáb: das 11h às 2h, dom e feriados das 11h à 01h

Maestrino

Numa rua tranquila da Tijuca, encontramos esse bistrô especializado em batata rostie com dezenas de opções de recheios, entre eles filé mignon com cheddar, frango ao curry, peito de peru defumado com gorgonzola, camarão com catupiry e muitos outros. Tem também saladas, risotos, massas, carnes e a famosa crostone, uma pizza com massa de batata crocante e coberturas de dar água na boca.Menu infantil para os pequenos e tem opções veganas e vegetarianas. De terça a sexta serve pratos executivos no almoço. Para beber, boa carta de vinhos com média de 30 rótulos, cervejas artesanais, drinks, caipirinhas e o caipivinho com mix de limões, o mais pedido. Entre as sobremesas, a sensação é o Brownie Maestrino com lâminas de amêndoas recheado com Nutella, calda de chocolate ganache, sorvete de creme e chantilly. Rua Pereira Nunes, 176 – Tijuca | 21 2238-8893 Funcionamento: ter a dom das 12h às 15h30 e das 18h às 23h


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Niraj Bistrô & Café

Sob nova direção há um ano, Niraj Bistrô & Café tem conquistado cada vez mais clientes com excelente atendimento, música agradável e cardápio. Na cafeteria encontramos café espresso, cappuccinos, moccaccinos, mineirinho, chocolates, chás, sucos naturais, salgados, pasteis, tapiocas, omeletes além de bolos e tortas de fabricação própria. Aliás, tortas são um ponto forte da casa que também podem ser feitas sob encomenda. A torta suíça é maravilhosa! Niraj é um excelente lugar também para tomar um café da manhã. No almoço, o bistrô oferece um prato diferente por dia e outros em que o cliente tem a opção de montar seu prato, inclusive saladas. Entre eles, filé de frango com molho de ervas, nhoque ao sugo, escalope de alcatra ao molho madeira, além da clássica feijoada às sextas e diversas opções de quiches. As charmosas mesinhas na calçada dão um ar europeu à rua onde cresceu Tim Maia. Rua do Matoso, 171 – Tijuca | 21 2502-2737 Funcionamento: segunda a sexta das 09h às 19h

Otto

Especializado em comida alemã e eleito 7 vezes o melhor restaurante da Tijuca, Otto promove até 30 de novembro, o seu 15º Festival do Palmito Assado na Casca. No prato, de origem guarani, o palmito é servido inteiro e preparado à mesa conforme a preferência do cliente. São diversos molhos e acompanhamentos e uma experiência gastronômica incrível. Com uma programação musical de MPB, Blues e Jazz de altíssimo nível, Otto oferece apresentações ao vivo com músicos renomados e de muito sucesso no Rio. O restaurante é especializado em pratos clássicos alemães, mas serve muito bem carnes, aves, massas, peixes, risoto e ainda tem opção de menu infantil. Nos dias de semana serve pratos executivos a partir de R$ 23,90. No quesito bebidas, se destaca com uma carta de mais de 100 itens, entre cachaças e cervejas artesanais, chopes, drinks, sucos naturais. Recentemente Otto esteve envolvido em na campanha de solidariedade para evitar o fechamento do tradicional Bar Luiz e não mediu esforços para manter a casa aberta. Rua Uruguai, 380 – Tijuca | 21 2268-1579 Funcionamento: diariamente das 11h30 às 15h30, e das 18h30 à meia noite.

Papo de Café

A cafeteria Papo de Café comemora um ano de clientes satisfeitos que frequentam quase que religiosamente a pequena e aconchegante loja na Tijuca. Além da variedade de cafés (espresso, coado, cappuccino, moccacinno, café com leite), a casa serve deliciosos pães de queijo preparados com queijo Minas curado tipo canastra, catupiry e frango ou ainda os

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doces de Nutella e goiabada. Outras delícias são o pão na chapa com casquinha de requeijão, croissants, mistos, sanduíches, esfihas e coxinhas preparadas com massa de batata. Tudo na loja é uma tentação. Encontramos bolos de aipim, goiaba, chocolate, cookies, tortas, sorvetes, mousses e petit gateau. Na hora do almoço serve refeições sempre com um prato do dia por apenas R$13, geralmente estrogonofe (ter e qui) e quiches com salada ou mix de folhas nos outros dias. Papo de Café é um lugar aconchegante, bonito e tocado com carinho. Rua Almirante Cochrane, 39 – Tijuca | 21 2323-0265 Funcionamento: seg a sex das 08h às 19h, sáb das 08 às 13h.

Sanduba di Buteko

Desde 2012 Sanduba di Boteko ocupa a Praça Saens Peña com mesas na calçada, cardápio de qualidade e muitos fãs. Para completar, os preços também são ótimos com pratos executivos no almoço a partir de R$ 17,90 e à la carte a partir de R$ 32 para duas pessoas. A estrela da casa é a costela no bafo, mas a feijoada servida às sextas, sábados e domingos é uma excelente opção. No quesito petiscos, destaque para o bolinho de feijoada, o de costela e o de aipim com camarão e catupiry. Às quintas, tem promoção de pasteis, paga um e come dois. Já às terças, quartas e domingos das 18h à meia noite a promoção é de chope Brahma por apenas R$ 4,99. Quem prefere cerveja em garrafa encontra diversas marcas a partir de R$ 9,90, além de cervejas e cachaças artesanais, drinks e variedade de caldos. Rua Jurupari, 46 Loja A – Tijuca | 21 3256-9840 Funcionamento: seg das 11h às 17h, terças a domingos das 11h ao último cliente.

Smoke Lounge

Muito mais do que uma headshop, Smoke Lounge é um espaço cultural da melhor qualidade, pertinho do estádio Maracanã. Num prédio de três andares, abriga estúdio de tatuagem, estúdio para ensaios de bandas e pub com shows ao vivo, variedade de cervejas e drinks. Headshop, para quem não conhece, é uma tabacaria que vende diversos produtos relacionados ao uso da cannabis como sedas, narguilés, purificadores, vaporizadores, destrinchadores de erva, etc. Na loja encontramos tabacos especiais, incensos, camisetas, pulseiras e outros produtos bem bacanas.O espaço tem uma excelente programação cultural que inclui a apresentação de bandas autorais, cover, festas de rock, músicos, da cena underground e artistas independentes. Além de shows e espetáculos de stand up comedy recebe também exposições de artistas plásticos, debates e encontros de caráter cultural. Toda segunda realiza o Monday Blues com bandas do circuito carioca de blues. Artistas internacionais como Bex Marshall já deram canjas por lá. Às terças rola jam sessions. Instagram e facebook: @smokeloungebrasil Rua Ibituruna, 08 – Maracanã | 21 3197-1975 Funcionamento: seg a qua das 13h à meia noite, quin das 13h às 02h, sex das 13h às 03h e sáb das 21h às 03h.


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Compras Brechó Cultural Maio 68

Inspirados na contracultura, no design e no psicodelismo dos anos 60, o Brechó Cultural Maio 68 é um verdadeiro espaço de efervescência cultural. A loja fica num casarão centenário onde, reza a lenda, morou o cantor Tim Maia. Objetos antigos, excêntricos e imagens de personagens contestadores decoram o ambiente de forma original e divertida. O acervo tem peças novas e usadas do vestuário feminino e masculino, acessórios, quadros e discos de vinil. Encontramos também uniformes de bandas marciais, coletes, fraques, variedade de estampados e objetos de decoração. O espaço abrange gastronomia, artes plásticas, música, tatuagem e debates filosóficos e humanistas. Tem ainda a Nanã Café Brechó, uma cafeteria que serve cafés especiais e hambúrgueres artesanais, além de sanduíches. Vale conferir a oficina de tatuagens de Fefa Montenegro e a programação musical da casa com brasilidades e som dos anos 60 e 70. Rua do Matoso, 184 – Sobrado – Tijuca | 21 4109-6035 Funcionamento: quar a sex das 16h às 22h, sáb e dom de acordo com programação.

Galpão 21

Esse espaço descolado e criativo agrega brechó, estúdio de tatuagem e atelier de decoração fica pertinho do metrô Saens Peña. O brechó possui roupas femininas, masculinas e acessórios com estilo mais contemporâneo do que vintage. A maioria tem pouco ou nenhum uso e muitas apresentam ainda a etiqueta da grife e custam a partir de R$ 24. Lu Karini, gaúcha e ourives, conta que a ideia do brechó surgiu a partir de um evento entre amigas há 5 anos. No mesmo espaço, funciona o Atelier de decoração criativa Cabel, criado por Isabel Galvão. Nele, é possível encontrar almofadas, paineis decorativos e suportes para plantas confeccionados em macramê. A sintonia fica ainda mais completa com o estúdio Nacútis Tattoo da artista plástica Vanessa Lages. Há 5 anos no ramo, a pintora e modelista de joias realiza os mais variados estilos de composição com desenhos únicos e estilosos num ambiente aconchegante e higienizado. Rua Jurupari, 21 – Tijuca | 21 3256-6168 Funcionamento: De seg a sexta, 10:30 às 19:00. Sáb: Consulte no perfil: @21brechoarte no Instagram.

Bem Estar Núcleo 20

Há 16 anos, o Núcleo 20 é um espaço destinado à saúde, à educação e às artes, através de atendimentos em psicologia, psicopedagogia e aprimoramento profissional. Coordenado pelas psicólogas Eliane Marques e Laura Ferreira e a psicopedagoga Cláudia Esteves, o lugar é acolhedor, dinâmico e estruturado para promover saúde e bem-estar para todas as idades. O acompanhamento psicopedagógico é indicado crianças e jovens com problemas e/ou transtornos de aprendizagem, múltiplas repetências e recuperações, bem como, idosos que queiram trabalhar memória, pessoas dentro do espectro autista e síndrome

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down, valorizando e organizando seus potenciais. Outro projeto da casa é o (Com)versando com Afeto, um grupo terapêutico entre mulheres conduzido pelas psicólogas Otávia Garcia e Marina Carino, para troca de cuidados, experiências, potências e dores de estar no mundo nos tempos atuais. O Projeto de Tapeçaria funciona às segundas e quartas à tarde tendo a professora-artesã Rose como referência. É voltado a todas as idades. Além de atendimentos, o espaço foca também no aprimoramento dos profissionais, através de supervisões e cursos vivenciais para psicólogos e estudantes de psicologia e psicopedagogia prestes a se formar. O próximo curso, intitulado “A Caixa de Ferramentas do Terapeuta”, acontecerá no dia 30/11. No dia 02/11, o Núcleo 20 inicia um ciclo de encontros mensais entre profissionais das área “psi”, com o objetivo de trocar experiências e contribuir para a melhoria das relações interpessoais. Os atendimentos, inscrições para o grupo, cursos e encontros acontecem com marcação prévia. Rua Jurupari, 20 – Tijuca | 21 2568-6260 contatonucleo20@gmail.com | @comversandocomafeto

Studio R8

Com o verão chegando é uma boa oportunidade de mudar o visual e curtir a nova estação de cara nova. O Studio R8 comandado pelo cabeleireiro Rogerio Toledo ocupa uma ampla casa na Tijuca, pertinho do metrô, com várias salas de atendimento e um jardim nos fundos que é uma graça. Entre os serviços, cortes unissex, coloração, nutrição, reflexo, alinhamento capilar, manicure, pedicure e design de sobrancelhas. Com 25 anos de profissão, Rogerio Toledo explica que a simetria do rosto é determinante para cada tipo de corte de cabelo. “O cliente pode trazer foto, mas sempre oriento se está de acordo ou não com a pessoa”. O salão está com uma promoção às sextas-feiras de outubro intitulada Beauty Day que inclui tratamento Keune + escova + mão por R$ 80. Rua Jurupari, 40 – Tijuca | 21 3169-1464 Zap 98809-3608 Funcionamento: Ter a sáb das 09h às 20h

IOM – Instituto de Odontologia Multidisciplinar

O IOM oferece cursos de especialização e atualização para dentistas e tratamentos odontológicos em diversas especialidades em sua clínica de atendimento para o público em geral. Atende quem necessita de implantes e tratamentos ortodônticos a preços bem justos em relação aos consultórios particulares. Uma das vantagens em fazer os tratamentos num instituto de ensino é ter sempre uma equipe de profissionais altamente qualificados presentes desde o diagnóstico até o final do tratamento. São tratamentos de ponta aplicados pelos alunos sob a supervisão contínua dos professores. Entre as especialidades estão ortodontia, odontopediatria, disfunção de ATM, implantodontia, prótese e clareamento. Rua General Roca, 449 sala 202 - Tijuca | 21 2568-1800 / 97007-3939 Funcionamento: Seg a sex das 8h às 18h e sáb das 8h às 12h


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CIDADE

Segurança Presente reduz crimes na Tijuca, mas moradores pedem policiamento 24h O programa Segurança Presente teve início em 2014, na Lapa, e foi implantado em vários bairros com sucesso. As principais reduções aconteceram na Tijuca, onde o projeto foi implantado no início do ano. Roubos a estabelecimentos comerciais caíram 80% nos cinco primeiros meses deste ano, em relação a igual intervalo de 2018. Roubos de celular caíram 23% e a pedestres, 14%. Que m c i rc u la pelo bairro se sente mais seguro durante o dia, mas à noite a situação é outra quando o policiamento é interrompido. Este com certeza é o gargalo do programa. O marginal aproveita a ausência do policiamento para roubar. As autoridades precisam garantir 24h de policiamento, mesmo que com efetivo menor durante a noite. No período noturno o que se vê é o abandono geral do bairro com os moradores entregues à própria sorte. O Segurança Presente faz parcerias com associações comerciais e empresários que contribuem financeiramente ou doando uniformes, bicicletas e até viaturas.

Brevemente, o programa terá monitoramento via satélite reforçando a fiscalização da atuação policial — como para comprovar dias trabalhados, quantidade de equipes em ação e verificar o cumprimento das rotas de patrulhamento. Na Tijuca, a base da Operação é na Praça Saens Pena e o policiamento se estende pelos arredores da praça. Os suspeitos quando abordados tem seus antecedentes criminais checados em tempo real para identificar foragidos da justiça ou pessoas com mandado de prisão. O produtor Eduardo Gerti reconhece que está mais seguro circular pela Tijuca, mas pede que o policiamento aconteça à noite também. “O ladrão rouba à noite na Tijuca e de dia na Lapa”, afirma. Ao contrário da Tijuca, o policiamento na Lapa é apenas noturno. O comerciante Raul Peixoto exalta os resultados, mas também está preocupado com a falta de policiamento à noite. “Vira um cobertor curto, a PM precisa agir durante a noite também, senão desmoraliza até a tropa”, assegura.

Descaso e abandono com o chafariz da Praça Saens Peña Mais uma situação de descaso da Prefeitura do Rio com a cidade. Desativado desde 2017, o chafariz da Praça Saens Peña aguarda desde então um contrato de licitação para ser recuperado e voltar a funcionar. A obra estava inicialmente prevista para o ano passado, mas já quase no final de 2019 não existe ainda nenhuma previsão.

O chafariz é composto por dois jatos de nevoa, um na extremidade do lago e outro central. Há também um jato solido conhecido como canhão na outra extremidade do lago. O projeto original da praça foi totalmente descaracterizado. Seu autor é o arquiteto e urbanista brasileiro José da Silva Azevedo Neto (1908-1962), que também projetou o Jardim da Alah (Ipanema), as praças Antero de Quental (Leblon), Cardeal Arcoverde e do Lido (Copacabana), General Osório e Nossa Senhora da Paz (Ipanema). O nome da praça é uma homenagem ao ex-presidente argentino Roque Sáenz Peña e tinha projeto paisagístico de inspiração francesa.

Rio Maracanã: Prefeitura promete entregar trecho em obra em outubro A prefeitura do Rio promete entregar ainda em outubro a obra de reconstrução do trecho que afundou do Rio Maracanã, na altura da Rua Barão de Mesquita. A intervenção começou em junho e interditou a Av. Maracanã até a Rua José Higino. A obra inclui a reconstrução do muro e do canal, escavação da rua para colocação de estacas, estabilização, recomposição do asfalto, drenagem e limpeza do trecho. A obra, que custou R$ 5,3 milhões, foi marcada por polêmica já que não houve licitação,

uma vez que a prefeitura alegou caráter de emergência. A Rio Águas afirma que laudo da Defesa Civil comprovou a urgência da obra em função das chuvas que tradicionalmente assolam a cidade no mês de fevereiro e março. A julgar pelo andamento da obra dificilmente ela estará pronta em outubro, mas a prefeitura garante que tem até 160 dias para termina-la. Interdição total Av. Maracanã – Sentido Usina Trecho entre as ruas Barão de Mesquita e José Higino


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EDUCAÇÃO

SAÚDE

Câncer de mama: Educação não transforma o mundo. juntos, sem medo Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo. Paulo Freire Por Rosana Morgado A comemoração do dia do Professor no próximo dia 15 tem um significado muito especial, por representar o reconhecimento a um conjunto de profissionais, das diversas áreas do conhecimento, que educam crianças, jovens e adultos. Sim, professores educam. O que acontece no dia a dia de uma sala de aula, ultrapassa e muito a transmissão dos conteúdos previstos nas disciplinas. Professores são educadores, pois estimulam o raciocínio, a criatividade e transmitem valores éticos, que possam ampliar, nas relações humanas, o olhar do aluno para com o outro e para com o mundo. Professores e alunos via de regra constroem, ao longo do ano letivo uma relação de confiança e respeito. Professores acompanham o desenvolvimento de seus alunos, estão atentos as suas dificuldades, celebram suas conquistas, prepararam aulas que sejam interessantes, organizam passeios/ palestras e inúmeras atividades que possam estimular o aprendizado. É verdade que para isso

os desafios ainda são imensos, por isso mesmo, entende-se como fundamental a maior valorização do professor: melhores salários, número menor de alunos por turma, estímulo a formação continuada, infra-estrutura adequada, dentre outros. No caso das Universidades Públicas o financiamento público é a garantia de autonomia na produção do conhecimento, produção esta que se faz através do ensino, pesquisa e extensão. Fomentar a suspeição sobre os professores e estimular que alunos e familiares atuem contra os professores, seguramente não é o caminho para fortalecermos o espaço por excelência de formação crítica. Uma formação competente e ética depende da pareceria entre professores e familiares e do apoio, através de políticas públicas, ao fortalecimento do campo da educação. Professora/Educadora há 40 anos. Escola de Serviço Social/UFRJ

“Câncer de mama: juntos, sem medo” é a campanha do INCA, Instituto Nacional do Câncer, para o Outubro Rosa desse ano. O objetivo é fazer com que pessoas diagnosticadas com a doença tenham mais informação e apoio para enfrentar o tratamento de forma otimista. Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. Foi criado para conscientizar sobre este tipo de tumor que

ainda mata muitas mulheres. A campanha informa sobre os serviços de diagnóstico, tratamentos e, através da prevenção, contribui para a redução da mortalidade. No site do INCA encontramos uma cartilha com diversas informações que ajudam a desmistificar muitas coisas sobre a doença. Depois do câncer de pele, esse é o tipo de tumor mais comum no Brasil e também o que mais mata mulheres. Por medo, muitas pessoas ignoram sintomas e atrasam diagnósticos. Quanto mais cedo se inicia o tratamento, maiores são as chances de cura. Isso vale também para os homens, embora seja mais comum no sexo feminino. A campanha é em outubro, mas o alerta vale para o ano inteiro. se informe sem medo, conheça, cuide bem de seu corpo e consulte periodicamente um médico. Para baixar a cartilha e saber mais: www.inca.gov.br

UERJ pede autonomia para gerir recursos na instituição Mais do que receber os repasses em dia, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ luta para ter autonomia na gestão dos recursos. Fora os salários, hoje qualquer despesa é paga diretamente pela Secretaria de Estado de Fazenda através de empenho que na maioria das vezes demora a ser quitado. Só em contas atrasadas com fornecedores, serviços de segurança e limpeza, além de manutenção, o passivo chega a R$ 50 milhões. “Não podemos autorizar diretamente os pagamentos aos fornecedores, visto que é a Secretaria de Fazenda que libera o pagamento”, explica o reitor da UERJ, Ruy Marques. As universidades do Rio de Janeiro são vinculadas à Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. No entanto, atualmente o órgão do governo

responsável pelos pagamentos de salários e serviços é a Secretaria de Fazenda. O atual modelo não permite que a universidade

planeje seus gastos e inviabiliza que a instituição negocie melhores valores, já que o prestador do serviço não sabe ao certo quando irá receber. O orçamento previsto em 2019 para a UERJ é de R$ 1,270 bilhão para o pagamento de salários e custeio, bolsas, manutenção, serviços diversos (segurança, limpeza, restaurantes) e investimentos. “É muito importante que a universidade administre os seus recursos. Do jeito que é feito hoje, perde em economicidade e eficiência”, garante o reitor. Apesar de ser uma instituição de excelência, a UERJ passa há vários anos por graves dificuldades financeiras. Em 2017, chegou a interromper as aulas por falta de verbas e professores e servidores ficaram com os salários atrasados vários meses.


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* Para ler a entrevista na íntegra, acesse o site www.bafafa.com.br/mais-coisas/entrevistas

ENTREVISTA

por Ricardo Rabelo

Roberto Medronho: “A Universidade é um órgão de Estado, não de governantes” O médico Roberto Medronho joga no time da medicina e do samba. Além de diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, ele é um respeitado compositor que tem sambas premiados assinados em parceria com Noca da Portela em blocos como o Simpatia É Quase Amor e do Barbas. Professor Titular de Epidemiologia escreve também artigos científicos e seu livro Epidemiologia (Editora Atheneu) é o mais vendido no Brasil. Medronho transita pelos dois mundos com a precisão de um bisturi e o gingado de um mestre-sala. Em entrevista ao Bafafá, Roberto Medronho fala sobre a importância da Faculdade de Medicina da UFRJ no atendimento à população, principalmente de doenças com grau de complexidade maior. Ele destaca ainda a excelência da instituição na pesquisa de uma gama enorme de doenças, desde infecciosas e parasitárias, passando pelas crônico-degenerativas, os cânceres e doenças cardiovasculares. “Os nossos pesquisadores são reconhecidos nacional e internacionalmente nas suas respectivas áreas de pesquisa”, assinala. Medronho revela que com os contingenciamentos de verbas do Governo Federal a situação financeira da UFRJ pode entrar em colapso. “Não devemos e não nos dobraremos a nenhum governante de ocasião que prejudique a universidade que é um órgão de Estado, não de governantes”.

Como é gerir a Faculdade de Medicina da UFRJ?

Gerir a faculdade de medicina é uma atividade tão complexa quanto desafiadora. É uma faculdade com 210 anos de vida, criada por Dom João VI fugindo das invasões napoleônicas. Dom João XVI aporta no Brasil, no Rio de Janeiro, e um dos seus primeiros atos foi criar a faculdade de medicina no dia 05 de novembro de 1808. De lá pra cá temos prestados importantíssimos serviços à medicina e a saúde no nosso país. Para você ter uma ideia, atualmente nós temos 1.200 alunos do curso de medicina, 800 alunos do curso de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Esses três cursos estão subordinados a Faculdade de Medicina, mas, brevemente terão a sua própria faculdade. A Faculdade de Fisioterapia já foi aprovada na congregação da nossa unidade e brevemente será criada pela reitoria da UFRJ. Então são 2.000 alunos de graduação, em torno de 600 alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Nós temos 428 docentes e somos uma das maiores unidades da UFRJ.

Quais pesquisas a faculdade desenvolve?

A gente pesquisa uma gama enorme de doenças, temos desde a linha de pesquisa relacionada a doenças infecciosas e parasitárias, passando pelas crônico-degenerativas, os cânceres, as doenças cardiovasculares, essas últimas as que mais prevalecem na nossa população. Por exemplo, fazemos pesquisa em dengue, Zika, Aids, tuberculose, hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio e tantas outras pesquisas de ponta que contribuem para o conhecimento científico e tecnológico do nosso país. Os nossos pesquisadores são reconhecidos nacional e internacionalmente nas suas respectivas áreas de pesquisa. “A importância do Hospital Universitário é fundamental”

Qual é a importância do Hospital Universitário na formação dos professores?

A importância do Hospital Universitário é fundamental. A instituição que leva o nome de um dos maiores nomes da medicina, Clementino Fraga Filho, é um patrimônio da sociedade porque presta assistência gratuita aos pacientes do SUS, Sistema Único de Saúde. Assistência de altíssima qualidade, mas também tem um outro viés muito importante que é da formação dos futuros médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos. Por ser um hospital de ensino, ele precisa ter um papel mais destacado por parte do Governo Federal. Isso porque ele não é especificamente apenas um hospital de assistência, mas um

hospital também de formação de pessoal altamente qualificado na área da saúde, assim também como de pesquisa de ponta. Então eu diria que a importância do hospital é absolutamente fundamental para a formação do cidadão que vai atuar na área da saúde, para as pesquisas que vão melhorar a qualidade de vida da nossa população e também para a assistência ao Sistema Único de Saúde porque nosso hospital é de nível terciário e pra lá vão os pacientes com doenças difíceis de serem tratadas, com um grau de complexidade bem maior.

O Sr acha que a UFRJ está ameaçada com o governo Bolsonaro?

Não só a UFRJ está ameaçada pelo governo Bolsonaro. Infelizmente todas as universidades federais passaram a ser alvo de ações e de discursos altamente depreciativos. Isso é uma lástima porque nós estamos vivendo tempos muito obscuros e a sociedade precisa se mobilizar para retomarmos os ideais iluministas que foram muito importantes para a construção da humanidade. E não se faz o desenvolvimento humano e social sem a ciência e tecnologia e as universidades são fundamentais para isso. Nenhum país do mundo saiu de qualquer crise, retirando verba da educação, ciência e tecnologia, ao contrário. Na UFRJ, maior universidade federal do país, os contingenciamentos feitos pelo governo foram dramáticos, a perspectiva é um orçamento para o ano que vem menor do que o orçamento que temos atualmente, o que significa que teremos muitas dificuldades para sobreviver. Eu quero dizer que em nenhum país do mundo se faz pesquisa apenas com o dinheiro privado, os Estados Unidos são um exemplo disso, é a meca do capitalismo, mas o governo investe pesadamente no ensino e na pesquisa das universidades americanas. Então a partir dos nossos impostos é que o governo repassa esse dinheiro para a universidade e nós temos a obrigação de devolver para sociedade sobre a forma de ensino e pesquisa e de atividades de assistência direta à população o que ela investiu em nós. Esse é o compromisso, uma espécie de contrato social que nós temos com a sociedade. A autonomia universitária é um preceito absolutamente fundamental, nós não podemos, não devemos e não nos dobraremos a nenhum governante de ocasião que prejudique a universidade que como já disse é um órgão de Estado, não de governantes. “Hoje a faculdade de medicina tem zero reais e zero centavos em conta”

Confere que já faltam insumos básicos para o dia-a-dia?

Obviamente com o contingenciamento das verbas estão surgindo problemas importantes na gestão do dia-a-dia, principalmente no funcionamento da máquina administrativa. Não é possível que um hospital que funciona 24h tenha falta de insumos básicos e alimentos. Felizmente ainda não chegamos na carência grande de insumos básicos pelo grande esforço dos gestores que estão fazendo das tripas coração para a máquina não parar. No entanto, já estão faltando alguns itens, aqui e ali. O pior é o corte na verba de investimento para a compra de equipamentos novos e para a ampliação de espaços para aumento das áreas de pesquisa e ensino. Para se ter uma ideia, hoje a faculdade de medicina só recebeu uma parcela das três parcelas devidas no orçamento da universidade por conta do corte de verba do governo federal. Hoje a faculdade de medicina tem zero reais e zero centavos em conta, ou seja, se tivermos uma emergência nós não temos verba até para comprar papel, o que só não acontece porque temos um controle de estoque no almoxarifado. Estamos atuando no limite e fazendo de tudo para que não tenhamos uma emergência porque não teremos dinheiro pra suprir. “O combustível para compor é o amor e às vezes o desamor”

Carnaval chegando, de onde vem a inspiração para compor?

Costumo brincar que eu sou um compositor sazonal. Meu parceiro de fé é o Noca da Portela que é o meu professor de vida, de sabedoria, com grande o espírito de solidariedade e de companheirismo. Nós temos décadas de composições juntos, inclusive com um CD gravado (Samba, Saúde & Simpatia). Somos vencedores de vários sambas do Simpatia É Quase Amor, do Barbas e tivemos o prazer e a honra de fazer uma composição para o bloco Bafafá. E também o bloco Rola Preguiçosa para quem temos feito sambas todos os anos. O Rio de Janeiro nos inspira e atrai. Nós temos muito orgulho de nos considerar fundadores do Simpatia e do Barbas, que junto com o Suvaco, contribuíram para termos o carnaval mais democrático do mundo onde você bota qualquer fantasia ou nenhuma e de graça sai pulando atrás dos blocos mostrando irreverência e alegria. A inspiração vem do dia-a-dia da nossa cidade, uma cidade do amor, cidade da luz. O Rio de Janeiro não tem igual, a sua beleza natural é absolutamente fantástica, onde você vai você vê uma coisa bonita, um povo alegre e sorridente, mulheres e homens bonitos. Tudo com integração da natureza com o espírito de ser do carioca, aquela boa malandragem. O combustível para as nossas composições obviamente é o amor e às vezes o desamor.


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Cultura, história e lazer na Tijuca Quem conhece bem a Tijuca sabe de seus cantinhos de lazer. Além de shoppings, bares e restaurantes, o bairro tem lugares superimportantes para a cena cultural carioca, igrejas históricas com arquiteturas belíssimas e até uma praça com cavalinhos que fazem a alegria da criançada. Estamos sempre garimpando o que fazer no Rio com pouco ou nenhum dinheiro. Para ver mais sugestões, entrem em nosso site: www.bafafa.com.br ou em nossas redes sociais @agendabafafa.

Centro Coreográfico do Rio de Janeiro: a arte da dança ao alcance de todos Localizado numa antiga fábrica de cerveja tombada pelo patrimônio histórico municipal, o Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro foi projetado para criação, desenvolvimento, estudo, apresentação, documentação e difusão da dança. Com aproximadamente 4.000m2, possui dois estúdios e um loft destinados a ensaios, performances e oficinas de dança, além de um teatro de 150 lugares batizado com o nome Angel Vianna, uma das mais importantes artistas da dança brasileira. O Centro possui ainda uma sala de conferências, uma biblioteca/centro de memória e apartamentos para hospedagem de artistas em intercâmbio. Os espaços do Centro Coreográfico abrigam diversos programas, dentre os quais o Programa de Residências Artísticas Nacionais e Internacionais, Programa de Espetáculos e Eventos, Programa Aos Sábados Danço, Aperfeiçoamento Profissional e o Programa de Oficinas Livres, que são ministradas por artistas e companhias de todo o mundo ao público aberto. Rua José Higino, 115 - Tijuca | 21-3238-0357/ 3238-0601 Funcionamento: terça a domingo das 09h30 às 21h30. www.facebook.com/centrocoreografico

Centro de Referência da Música Carioca: o espaço musical da Tijuca O Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola é um espaço de convergência de estilos musicais, dedicado à memória, à criação e à pesquisa da música carioca em todas as suas manifestações. Pertencente à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, funciona num palacete centenário tombado pelo Patrimônio Público desde 2007. O espaço sedia exposições, cursos, oficinas e espetáculos musicais para todas as idades. No amplo prédio anexo funcionam seis salas de aula onde são realizados workshops e oficinas de musicalização. Tem ainda um estúdio de gravação destinado ao registro de projetos de música e cursos de formação para técnicos de som e operadores de estúdio e um auditório de 159 lugares, batizado com o nome do Maestro Paulo Moura. O CRMC é o principal centro cultural público da Tijuca e surpreende pela programação de altíssimo nível que prioriza principalmente a música brasileira. O passeio fica completo ao admirarmos o bonito jardim do Centro Cultural. Centro de Referência da Música Carioca Artur da Távola Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca | (21) 3238-3831 centrodamusicacarioca.blogspot.com.br

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Igreja dos Capuchinhos guarda restos mortais de Estácio de Sá

A Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou dos Capuchinhos, como também é mais conhecida, é a igreja católica que guarda os restos mortais de Estácio de Sá, fundador da Cidade, além da pedra fundamental e a imagem primitiva do padroeiro São Sebastião, trazida de Portugal no século XVI. Em estilo neo-bizantino, foi inaugurada no dia 15 de agosto do ano de 1931 com a presença do presidente da República Getúlio Vargas. Para lá forma transferidos também importantes quadros e imagens do século XVIII que originariamente estavam no Morro do Castelo. À época os frades Capuchinhos foram chamados de “guardiães do Rio de Janeiro”. Pertencente à Ordem dos Frades Franciscanos, o templo é suntuoso e possui rica e bela decoração em mármore e granito. Originalmente a igreja ficava no Morro do Castelo e com a demolição os frades escolheram a Tijuca para construir a nova sede. O curioso nome “capuchinhos” é derivado de “barbadinhos”, apelido eles que ganharam por usar uma longa barba. Visitação: de terça a domingo, das 07h às 20h. Rua Haddock Lobo, 266 – Tijuca | (21) 2204-7900

Praça dos cavalinhos, um oásis na Tijuca A Praça Comandante Xavier de Brito, popularmente conhecida como Praça dos Cavalinhos existe desde 1928 e fica na Tijuca, no cruzamento da Avenida Maracanã com a Rua Doutor Otávio Kelly. É um lugar bem bacana para passear com crianças. Bastante arborizada, a praça tem lindos flamboyants e outras árvores centenárias. Um de seus destaques é o belíssimo chafariz francês, feito de bronze, cuja água passa por carrancas, anjinhos e golfinhos numa cena singela que agrada a todas as idades. O parquinho da praça é cercado e tem bastantes brinquedos. Nos fins de semana e feriados o movimento aumenta e encontramos pulas-pulas, vendedores de balões, aluguel de carrinhos e grupos que promovem atividades artísticas. Um teatro de Guignol, embora descuidado, dá um charme a mais ao lugar que lembra uma cidade de interior. Mas, a maior atração dessa praça são os passeios de cavalinhos. As crianças adoram passear montadas em pequenos pôneis em volta da praça. Há quem reclame dessa prática, mas os animais parecem bem cuidados e seus donos têm autorização para trabalhar. A praça recebe bastantes feiras, eventos gastronômicos e culturais. Com um grande “parcão”, é um ótimo lugar também para levar os cachorros. Uma praça que dá orgulho não só aos tijucanos, mas a todos os cariocas.

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