Jornal Aldeia de Caboclos ed: 52

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Editorial Prezados irmãos de fé e caros leitores, em momentos de turbulência e acentuada crise política e econômica como a que estamos vivendo em nosso amado Brasil, necessária serenidade máxima para não nos deixarmos desequilibrar e perder a razão e a capacidade de discernimento diante das mais diversas situações que são postas para nossa análise e decisão. Notório e indeclinável o nosso direito de nos manifestarmos sobre os inúmeros fatos e acontecimentos assombrosos que cercam a nossa classe política, todavia, devemos ter a grande atenção de emanarmos nossos pensamentos, posicionamentos e ideais lembrando que aqueles que detêm posições contrárias, igualmente, têm o direito de expô-las livremente. Busquemos enfaticamente, de forma pacífica e sempre dentro da ordem e da legalidade, que nossos claros e cabais direitos de cidadãos que almejam uma sociedade melhor, mais justa, mais digna, mais honrada, mais próspera, mais, íntegra, mais humana, sejam respeitados e concretizados por todos aqueles que nos representam tanto nas casas legislativas, quais sejam, vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores, bem como aqueles que ocupam os cargos maiores do Poder Executivo, isto

é, prefeitos, governadores e Presidente da República. Por outro lado, válido e cabível, veementemente destacar que devemos exercer nossos direitos de cidadão e a liberdade de expressão de nossas convicções, sejam elas de qualquer natureza, respeitando o próximo, respeitando o ser humano de posição contrária à nossa, afastando a todo custo qualquer tipo de agressão verbal e/ou física de nossas manifestações de pensamento, zelando sempre pelo diálogo equilibrado e sensato como forma de solução de qualquer controvérsia. Trabalhemos de forma conjunta por uma nação mais ética, mais justa, mais harmônica e que valorize a vida e dignidade humana acima de tudo. E que os responsáveis, frise-se, sem qualquer referência a este ou aquele partido político, entenda-se, os responsáveis como um todo, pelo trágico cenário político-econômico que estamos vivendo, respondam pelos seus atos sempre no âmbito da Justiça, do Poder Judiciário, dentro do devido processo legal, e uma vez condenados, que cumpram efetivamente suas penas e que ressarçam os cofres públicos na medida e na extensão de suas condenações. Que a Lei seja aplicada nas bases de sua essência, isto é, que valha para todos!

Igualmente, rezemos para que toda a espiritualidade irradie fluídos positivos e de evolução sobre as cabeças de nossos governantes, e que venha o mais breve possível uma solução serena, legal, justa e produtiva para reverter o escuro e sombrio período político-econômico que estamos presenciando. Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! Alexandros Barros Xenoktistakis

EXPEDIENTE istakis els B. Xenokt Diretor: Eng e: Daniel Coradini Art Direção de ktistakis gels B. Xeno Redator: En s: Adriano Camargo / re Colaborado ares e n Li o ld a n Ro s Xenoktistaki ndros Barros s ro d Alexan xa le A : a ic d rí Assessoria Ju OAB/SP 182.106 m.br s– Xenoktistaki l@aldeiadecaboclos.co a rn jo : to conta

PREVISÃO BARALHO CIGANO Cartas: Livros - Jardins - Nuvens

Amor - Momento de reflexão com relaçao ao seu comportamento com a pessoa amada. Saiba respeitar o silêncio da outra pessoa, e use do mesmo para uma auto reflexão. Seja ponderado em suas atitudes e principalmente no que se refere a opiniões e comunicação de forma geral. Período mais sensivel emocionalmente falando, cuidado com atitudes impulsivas ou de carência afetiva. Seja você mesmo, independente de qualquer situação. Para quem está sozinho é momento de se livrar das mágoas do passado e recomeçar. Profissional e Financeiro - Convites ou propostas de trabalho chegaram até você, podendo assim trazer um certo conflito. Situaçoes que envolvem papéis ou documentações ou até mesmo processos de justiça, tendem nesse período começarem a caminhar. Coloque seus novos projetos em andamento, acredite em seu potencial e aproveite pra ir atrás daquele curso ou aperfeiçoamento profissional que você está tando adiando. Organização e estudos são palavras chaves nesse momento. Saúde - Momento de cuidar da alma e do corpo. Relaxar a mente para organizar as idéias. Cuidado para algumas pessoas com a parte respiratória. Vigie seus pensamentos. TEMPLO DE UMBANDA ESTRELA DO ORIENTE CAROL AMORIM CONSULTA DE TARO E BARALHO CIGANO- ONLINE OU PRESENCIAL fones: 11 23694241 ou 999226794 whatsapp 947393263 Atendimento com hora marcada e totalmente personalizado. Rua Bengali, 29, Parque Novo Oratório - Santo André – SP


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Artigo Escrito por Diamantino Fernandes Trindade

SEU SETE DA LIRA - O EXU DO POVO Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira foi um verdadeiro fenômeno de massa que através da médium Cacilda de Assis. Cacilda, filha de fazendeiros de Valença, RJ, nasceu em 1917. Com cinco anos era uma menina comum que brincava de boneca como as demais. De repente começou a pedir que lhe dessem um cachimbo. Dona Rute, sua mãe, achava aquilo ridículo e prometia uma boa surra para ela parar com aquilo. As ameaças não intimidaram Cacilda que conseguiu um cachimbo e fumava escondida nos matos da fazenda de Valença. Depois veio a cachaça. Cidinha, como era chamada, passou a pedir aguardente aos pais, tios e aos vizinhos. Nova revolta de Dona Rute que gritou: “se quer beber, que beba álcool”. E deram um litro de álcool que Cidinha tomou e voltou a ficar tranquila. Fazer promessas para os santos, nos momentos de dificuldade, é uma antiga prática devocional. Pagar promessa feita pelos outros é, no mínimo, um grande aborrecimento. Quantas crianças não tiveram que pagar promessas feitas pelas avós para os santos de devoção. Uma das tias de Cacilda de Assis resolveu fazer uma promessa para que a menina pagasse: deveria usar cabelos compridos e só usar roupas em tons azul-branco ou branco-rosa como oferenda a Nossa Senhora da Conceição para salvá-la. Na festa de aniversário de sete anos tudo corria normalmente; ela brincava, cortou o bolo e de repente desmaiou no chão duro da fazenda. Chamaram o médico que verificou que o coração e o pulso batiam normalmente, mas ela estava ali, enrijecida, olhos fechados. Passaram-se as horas, os dias e o quadro não se alterou. Nenhum médico conseguiu diagnosticar nem curar a menina. Gradativamente o seu estado de saúde foi piorando, acabando por entrar em coma profundo. Um sacerdote católico foi chamado e lhe aplicou a extrema unção. Podemos ler em reportagem de 03/09/1971 do Jornal do Brasil:

tre uma mulher dessas em minha casa. Mas a preta gorda, arrastando as chinelas acabou indo a fazenda de Dona Rute. Um copo com água, uns cantos misteriosos e Cidinha se ergueu perguntando: “E a festa?” O relato é de Luzia, ex-dona de colégio que não usa o vestido branco das médiuns, que não “baixa santo no terreiro” e que é auxiliar nas vendas e na parte de relações públicas. Também atua entre os que, habilmente, evitam que as pessoas se aproximem de Dona Cacilda. Esse inesperado momento mudaria tudo na vida de Cacilda, pois a rezadeira descobriu que ela estava sendo “possuída” por uma entidade espiritual e recomendou que fosse levada a um centro espírita, onde se manifestou o Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira. Cacilda ficou curada e, rapidamente se restabeleceu. Passou, então, a operar curas que ninguém conseguia explicar.

Um dos tios da menina havia iniciado um namoro com uma mocinha de Valença e, da conversa entre ambos, soube que a futura sogra era uma rezadeira. Contou-lhe o caso da sobrinha e soube que ela podia ser curada:

Em 13 de junho de 1938 o Pai Espiritual Benedito Galdino do Congo fez o seu assentamento, na Mina de Santé, para o Seu Sete da Lira, em Coroa Grande, bairro localizado na região litorânea da cidade de Itaguaí, próximo a Itacuruçá, Rio de Janeiro, onde ficava a Tenda de Umbanda Oriental. de W. W. da Matta e Silva. A partir de então passou a trabalhar mediunizada com o Seu Sete.

– Prefiro que minha filha morra a permitir que en-

Além de Seu Sete, Cacilda de Assis trabalhava tam-

bém com Audara Maria, esposa de Seu Sete, Dona da Rosa Vermelha. Também incorporava a Cabocla Jurema e Vovó Cambinda. Era compositora, escritora e tinha programa diário na Rádio Metropolitana de Inhaúma, RJ, onde transmitia mensagens espirituais. Em 1943, fundou seu primeiro terreiro no subúrbio carioca de Cavalcanti, onde muitas curas eram realizadas, gerando grande afluência de público. Rapidamente, o local ficou pequeno para receber tanta gente aflita e desesperada que buscava o bálsamo para as doenças físicas e espirituais que os afligiam. Um local maior foi encontrado em Cascadura e, rapidamente, tornou-se insuficiente. Entrevistada, em 1979, pela Revista Fatos e Fotos Gente, Cacilda de Assis explicou: Estávamos pensando em como conseguir meios para comprar outro local, bem maior, para construir outro centro. Foi então que Seu Sete mandou um dos meus filhos comprar um bilhete de Loteria Federal, durante uma das sessões. Acabada a sessão, ele esqueceu por completo. Passando pela rua, ouviu um vendedor de bilhetes gritar o número. Lembrando-se da ordem de Seu Sete, comprou e ganhou na época Cr$ 400 mil. Com esse dinheiro nós compramos a área onde nos encontramos, fizemos as obras e demos início aos nossos trabalhos. A outra parte foi usada para a compra de outras coisas


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para a nossa família, tal como ele havia ordenado. Em 1955, mudaram-se para esse novo local, localizado em um sítio no bairro de Santíssimo, a 42 quilômetros do centro do Rio de Janeiro, pertencente à região conhecida como Grande Bangu, situado entre o Morro do Lameirão e a Avenida Brasil. Era um local muito próspero na época em que o Rio de Janeiro exportava laranjas. Hoje é considerado um bairro dormitório. Era um sábado chuvoso de 1971. Centenas de automóveis e ônibus trafegavam desde cedo pela Estrada da Posse, em Campo Grande, até chegar próximo ao número 2000 onde estava (ainda está) localizado o Posto de Gasolina Sete da Lira. A partir daí o caminho precisava ser trilhado em uma estreita estrada de terra, a Estrada do Lameirão, quase intransitável, já transformada em lamaçal, pela chuva constante que caia. Isso não impedia que todos os que tinham fé nos poderes do Rei da Lira superassem os obstáculos para participar das giras. Algumas kombis pegavam as pessoas na Estrada da Posse e as levavam até o local. Juntando-se aos veículos, muitos andarilhos juntavam-se às milhares de pessoas, provenientes dos mais variados pontos do país, que buscavam, tais como fiéis peregrinos, a cura para os seus males. Não era possível se perder, pois diversas placas e setas indicavam o caminho. Até chegar lá algumas paragens para forrar o estômago em carrinhos com sanduíches, refrigerantes, caldo de cana etc. Muitos calçavam botas de borracha Sete Léguas, muito famosas na época, para vencer a lama e permanecer com os pés secos, pois era possível que ficassem até a madrugada no local. Aproveitando a grande afluência de público, alguns vizinhos faturavam oferecendo estacionamento a três e cinco cruzeiros. Finalmente a chegada em frente ao grande portão de ferro, onde se destacavam, estampadas nas folhas, duas grandes liras, também de ferro, encimado por um enorme luminoso de acrílico vermelho com o número sete pintado. Era o Templo Espírita Filhos da Cabocla Jurema. O espetáculo enchia os olhos de quem chegava pela primeira vez. Passando pelo portão, uma descida de terra levava até A Lira, uma construção de concreto em forma de galpão, com lugar para cerca de trezentas pessoas, que se acomodavam em torno da mesa de alvenaria, o local onde ocorriam as giras. Na extremidade, uma pequena capela. À esquerda ficavam localizados dois bares. Um deles vendia refrigerantes e souvenires, tais como chaveiros, bolsas, abanos, flanelas, flâmulas, figas, patuás, guias (colares ritualísticos), camisetas estampadas, adesivos plásticos para o vidro do carro etc. Na época era muito comum ver tais adesivos em muitos carros do Rio de Janeiro e outros estrados brasileiros. No outro era possível restabelecer as forças físicas comendo sanduíches, tomando sopa e saboreando um café. Ali também se podia comprar cachaça Creoula ou Caranguejo e o charuto Bororó, os preferidos de Seu Sete. Ari Vizeu, radialista e relações públicas do terreiro

disse, em 1971, que Seu Sete consumia entre 40 e 60 garrafas de cachaça por sessão, além de 16 caixas de charutos. Dizia ainda que final não restava nenhum gosto da bebida nem do tabaco. Tudo isso formava o Reino do Seu Sete Rei da Lira. A presença marcante da cachaça durante os trabalhos era muito importante para Seu Sete que, em algumas ocasiões, deixou claro que ali o marafo era ferramenta de trabalho e nada mais do que isso. Multidões chegavam de todas as partes do Rio de Janeiro, de outros estados brasileiros e até do exterior. Muitos fiéis chegavam desde as cinco da manhã para ter acesso às fichas da mesa. Outros dormiam em frente ao sítio e recebiam assistência da família de Dona Cacilda que provia essa gente com lençóis, capas e lanche. Várias pessoas chegaram a adquirir casas e terrenos da redondeza para ter acesso mais fácil aos trabalhos. As fichas não eram cobradas, mas para participar da mesa de cura era necessário levar uma garrafa de cachaça para o Seu Sete. Era quase impossível andar. Mais de 5000 pessoas aglomeravam-se ansiosas, aguardando o momento da entrada triunfal do Seu Sete da Lira. Os fiéis acomodavam-se em qualquer lugar aguardando pelo menos algumas gotas da cachaça sagrada. Poucos eram os bafejados pela sorte que conseguiam se aproximar do Senhor das Sete Encruzilhadas. As pessoas “brigavam” por uma gota de cachaça. Movidos pela fé ou pelo magnetismo de Seu Sete da Lira, seus fiéis, de algum modo, sentiam-se acolhidos pelo Exu. Nada impedia que eles superassem os obstáculos em busca da cura. Um senhor cansado da espera reclamava: – Assim é difícil. Tem muita gente. Não dá nem para ir tomar um café. Mas vale a pena o sacrifício, pois aqui curei o meu filho. Ainda um pouco irritado disse: médico não cura ninguém, e se curasse esse povo aí não teria dinheiro para pagar a consulta. Seu Sete é a esperança de todos aqui. Nessa época, Seu Sete Encruzilhadas Rei da Lira era a mais discutida e popular entidade do meio umbandista. Suas curas se propagavam de norte a sul, de boca em boca, em uma verdadeira demonstração de fé e esperança. Sua fama começou a crescer rapidamente em função característica inusitada de suas giras – onde todo tipo de música poderia ser cantada e tocada – e no uso impressionante da ingestão de várias garrafas de cachaça. Era impressionante o magnetismo e a capacidade de movimentação das pessoas que afluíam ao seu templo. Corriam as notícias das curas de doenças graves. Em pouco tempo a gira de Seu Sete atingiu a marca impressionante de mais de cinco mil atendimentos por rito. Apesar do grande número de pessoas, não havia brigas ou confusão. Seu Sete pedia sempre: Fé, respeito e compreensão. Algumas emissoras de rádio faziam a transmissão ao vivo dos trabalhos. Nove da noite, a luz foi desligada. Um clarim anuncia a chegada de Seu Sete. Irrompe o som da música de abertura no ar. A música é uma das principais ferramentas de cura do Seu Sete. O povo so-

frido e angustiado começa a bater palmas no ritmo, acompanhando. No alto da Lira, em um pequeno palco, surge então Cacilda de Assis, vestida com grande esmero, roupa bordada em veludo com calça preta, capa preta, cartola preta, colete vermelho, camisa impecavelmente branca, botas negras, dançando, dando pulos com uma ginga malandra, incorporada com o Rei da Lira. Para muitos um momento de milagres. A luz volta a ser ligada quando ele surge, “do nada”. Aplausos efusivos ouvem-se ao longe. Muitos gritam: – Milagre! Milagre! Na verdade todos esperam por um milagre! A cura que vem pelas mãos de Seu Sete. A música de abertura volta a ser cantada e tocada: “Salve Seu Sete Encruza da Umbanda”. No palco, do alto de sua majestade, Seu Sete, em verdadeiro frenesi, jogando cachaça à saúde, leva muita gente ao êxtase arrebatador. Rodeando seus cambonos, trajados com calças pretas e camisas vermelhas, Seu Sete dança, consciente de sua missão. A figura mais famosa da Umbanda da década de 1970 está em terra, como se diz na linguagem popular dos terreiros. Segue-se uma estrondosa gargalhada e mais cachaça flui pelo ar. Ele saúda agora Santo Antonio e a ele próprio. O povo continua em delírio, vibrando. Alguns mais próximos estendem canequinhas metálicas, com uma varinha, para recolher um pouco do liquido miraculoso, verdadeiro néctar curativo. A música continua forte. O guardião dos caminhos está trabalhando. Guiado pelo fundo musical da Orquestra da Lira, formada por coral, metais e cordas, desce uma pequena escada que faz a ligação do palco com a mesa. A musica popular serve para polarizar as vibrações de cura. A canção Romaria, um clássico de Renato Teixeira, era constantemente tocada e cantada com muita fé nas sessões. Entre uma música e outra faz pequenas preleções que antecedem os trabalhos na mesa de cura: Viva, viva, viva Sete Encruza Viva Sete Encruza da Umbanda! – Boa noite, boa noite! Ah! Ah! Ah! – Oh! Viva Santo Antonio! – Ah! Meu Santo Antonio! – Ah! Meu Santo Antonio! – Ah! Meu Santo Antonio! – Viva a Lira. – Salve a coroa da Lira. – Salve a força, o exé da Lira. – E salve o Povo da Lira. – Saravá o dia de hoje. – Saravá a dona da casa, Cabocla Jurema. – Saravá todo mano meu. – Saravá Santo Antonio. – Salve a minha orquestra. – Salve a minha coroa de palha de cana. – Salve a minha coroa do carnaval. – Salve a minha velha Audara Maria. Continuamos na próxima edição.


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Ervas na Aldeia Escrito por: Adriano Camargo

Diferenças entre as ervas frescas e ervas secas Há quem se divida nessa discussão. E não são poucos.

lada e de preferência em um recipiente apropriado.

Alguns adeptos de religiões de matriz africana afirmam piamente que as ervas secas estão mortas. Não admitem em hipótese alguma o uso desses exemplares da natureza já desprovidos de água.

O procedimento é o mesmo para a preparação de um chá. Quando fazemos a evocação, mesmo nos preparos mais simples, aumentamos o poder curador, o poder fatorial, o verbo ou ação contida na erva.

São elementos que passaram por uma transformação. Da sua forma original foi retirado o líquido, a essência aquática.

Já para a erva fresca, o processo não é muito diferente. E veja, não estamos falando de dogma religioso. Falamos de procedimento correto, Amor e Bom Senso. Veja no capitulo das rezas a mais adequada para recolher folhas e raízes. Lembre-se que as ervas frescas, sejam as do seu jardim ou as compradas no comércio, estão carregadas de água. E devemos também nos dirigir com respeito ao fator aquático contido nas ervas. Esse fator é muito importante para as praticas de magia. É ele quem protege a essência vegetal, envolvendo-a em sutis vibrações do elemento aquático, permitindo que ela atue somente onde é necessária.

Mas isso não é ruim, não. É apenas diferente e muito apropriado para algumas práticas. O fato da erva ter passado por esse processo transformador, fez com que ela carregasse em si o próprio fator da transformação. A energia fica muito mais concentrada. Mas precisa ser acordada. É aí que começa a falta de conhecimento de quem as critica. Acorda uma erva seca requer fé. É necessário acreditar que o elemento está vivo, ativo, vibrante, e naquele momento, está apenas em estado de dormência. As ervas secas normalmente são colhidas por pessoas que não conhecemos. Em situações que não sabemos. Por exemplo, não sabemos se, ao colher a erva, o individuo que o fez estava de tão mau humor, captando energias negativas do astral, que impregnou as ervas dessa essência densa. E então, fazer o que? Pois bem, foi dito que para colher a erva, devemos nos dirigir com Amor e Bom Senso, muito respeito mesmo ao espírito vegetal. Esse mesmo espírito vegetal continua animando a erva depois de seca. Numa forma e essência diferentes. Repetir a reza para acordar a erva: Amado Pai Criador de tudo e de todos nós, Amada Mãe Terra, força viva e geradora de tudo o que conhecemos e também do que desconhecemos, sagradas forças vegetais, peço que tornem novamente essa erva força viva e ativa, capaz de responder aos meus estímulos e solicitações de cura e amparo energético e façam cada vez mais de mim, instrumento de vossa vontade maior. Assim seja e assim será. (vide capítulo sobre rezas). Faça isso mesmo que mentalmente e irradie com as palmas de suas mãos em direção à erva, já desemba-

Aí vem a pergunta: e as pessoas que não estão lendo isso, e praticam esses atos de magia? Será que nunca tiveram efeito real? Será que sempre fizeram isso errado? Muito pelo contrario. Não quero aqui ser o dono da verdade, de jeito nenhum. Apenas trago uma forma diferente, um resgate daquilo que nosso espírito ancestral já conhece e nós esquecemos por causa da nossa vida urbana e uma série de outros fatores. É muito comum vermos as pessoas irem ao terreiro de Umbanda, tomar o seu passe com o guia, sair com uma lista de ervas para tomar banho e com aquela cara de interrogação. E agora, o que eu faço? E não é incompetência do espírito ali manifestado. É falta de conhecimento pratico. Com certeza para muitos esses escritos aqui é “chover no molhado”, ensinar o “padre nosso pro vigário”. Mas muitos se beneficiarão, e beneficiarão aos seus semelhantes também com essas dicas de simplicidade. Resumindo, qual a melhor erva para se trabalhar? A seca, ou a fresca? A resposta é, a que estiver à sua mão! A que for mais fácil para você, exceto é claro, se for algo muito específico. Por exemplo, a pessoa passou por uma consulta espiritual, no seu centro, terrei-

ro, ou templo de confiança, com seu médium ou terapeuta de confiança, e o guia lhe pediu para fazer algo especificamente com ervas frescas ou secas. Ai a conversa é outra. Se você realmente confia naquilo que esta ouvindo ali, faça. Não discuta. Mas se pairar alguma dúvida, peça outra opinião, ou siga as recomendações que damos aqui. E lembre-se, nunca fazemos defumação com erva fresca. Comentamos que a erva fresca carrega muita água ainda, não é? Então não colocamos água no fogo. Isso é bom senso. Temos ainda as resinas vegetais, que usamos apenas para defumação, pois seus usos nos banhos podem ser substituídos pelas essências das mesmas ervas, quando são imprescindíveis. Entre as resinas mais conhecidas temos o Incenso (Olíbano) de cor amarelada, a Mirra em tons avermelhados, e o Benjoim em cor acinzentada. Deixo o uso dessas resinas apenas para defumação, pois realmente temos um conjunto muito bom de ervas à disposição e podemos realmente encontrar para os banhos, os elementos contidos nessas seivas endurecidas, em folhas, cascas, raízes, sementes, flores e frutos. Texto extraído do livro Rituais com Ervas - banhos, defumações e benzimentos de Adriano Camargo Ed. Livre Expressão Adriano Camargo - Erveiro da Jurema – É Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos. adriano@ervasdajurema.com.br

www.oerveiro.com.br


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Falando de Umbanda Escrito por: Pai Ronaldo Linares

Esquecendo Deus A questão é tormentosa e envolve o ser humano em sua mais pura essência, na medida em que são colocadas em jogo sua consciência e crença.

(...) A forma como encaramos Deus é, felizmente, mutável. (...) E, já que todos os sinais são de que a religião não desaparecerá tão cedo, resta esperar que ela continue se modificando para assumir formas menos destrutivas. Não creio que isso ocorrerá no horizonte de nossas vidas, mas quem sabe no dos netos dos netos de nossos netos.

aprenderem algo que possa melhorá-los como pessoas, para que possam evoluir suas mentes e iluminar suas almas. Não devemos esperar que a mudança venha sempre do outro, também temos que avaliar nossos conceitos todo o tempo, pois, quem não muda não evolui, quem acha que mudar de opinião é sinal de fraqueza, não entendeu ainda o que é viver. Todos nós temos um(a) amigo(a) que tem boa aparência, parece ter uma vida ótima, tem muita preocupação com o que pensam sobre eles, mas, só os íntimos conhecem-no(a) verdadeiramente, com seus pensamentos preconceituosos e tacanhos. Pessoas que priorizam as próprias necessidades ainda que afetem o próximo; que não conseguem sentir empatia pelos diferentes, que não conseguem abrir seus horizontes e suas mentes para o novo. Essa é uma forma de intolerância, ainda que não apenas religiosa, mas tão nociva quanto.

Online: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ helioschwartsman/ult510u311097.shtml

Pergunto novamente: Será que estamos esquecendo Deus enquanto praticamos religião?

Iniciaremos então o “nosso texto” a partir do título de Schwartsman, repetindo incansavelmente aos que não são ateus:

Nós que somos praticantes das religiões de descendência africanas e, desde sempre, as maiores vítimas de preconceito e intolerância, estamos vendo a violência chegar ao campo físico, desde a invasão e incêndios de Templos até apedrejamento de crianças em escolas. É com muito pesar que pergunto: “Será que Schwartsman está certo? Serão apenas os netos dos netos de nossos netos que poderão viver em paz na religião que escolherem praticar?

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos veda, em seu artigo 2º, primeiro parágrafo, a discriminação por motivo de religião. Mais adiante, no art. 18, preceitua:

Não poderíamos escolher um assunto mais adequado para o início deste mês de abril de 2.016. "Esquecendo Deus” é um texto do jornalista, bacharel em filosofia e colunista da Folha sobre comportamento Hélio Schwartsman. Ele termina sua coluna dizendo: (...) Com o monoteísmo, veio o exclusivismo. Deus não pedia apenas para ser louvado como passou a exigir a destruição de seus, digamos, concorrentes. Estava aberta a avenida para a intolerância religiosa, que até hoje segue contabilizando vítimas. (...)

• Estarão as pessoas esquecendo Deus em nome da religião que praticam??? • Estarão as pessoas, em nome de Deus, promovendo a desigualdade, cometendo atos criminosos contra seus semelhantes e contra seus patrimônios, para a prática de sua religião? Ao longo dos séculos, enquanto a tecnologia proporcionou melhor qualidade de vida às pessoas e elas puderam estudar, armazenar conhecimento, terem capacidade e facilidade de reflexão sobre suas vidas e os problemas que as envolvem, me parece que foram ficando cada vez mais intolerantes, egoístas e preocupadas consigo mesmas. Qualquer um tem acesso a informações sobre tudo o tempo todo, mas parece que ler e se informar não é o suficiente para mudarem seus conceitos, para

Podemos citar a falta de bom senso e respeito mínimo `q diversidade como fatores que criam e fortalecem situações de caos e violência vistas em todo canto do mundo, inclusive em nosso país, decorrentes de divergências que levam um ser humano, inconformado com a consciência e a crença esposadas por outro ser humano, a tentar impor-lhe a sua própria consciência e crença, o que afigura absurdo desmotivado, inútil e ofensor à liberdade fundamental de cada pessoa. A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, preceitua que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosas e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.

“ARTIGO 18 1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, e consciência e de religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.

Combate à Intolerância Religiosa e 2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coerciDefesa do estado Laico tivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

aditar uma religião ou crença da sua escolha.

“A intolerância religiosa representa, certamente, um dos problemas mais delicados em nosso planeta, onde o fanatismo religioso, tão estranho em milhões de pessoas, conduz umas a realizarem, contra as outras, verdadeiras guerras, em nome, supostamente, de sua religião, como se fosse possível estabelecer, com isso, qual a religião “estaria com a razão”.

3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas a limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. 4. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos países, quando for


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Ano 6 número 52 o caso, dos tutores legais de assegurar a educação religiosa e moral os filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções.” Oportuno frisar que a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), buscando proteger cultos religiosos de matriz africana, tidos como aqueles que estão entre os mais discriminados no Brasil, estatui em seus arts.24 e 26: “Art. 24. O direito 1a liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende: I – a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas 1a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins; II – a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões; III – a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas 1=às respectivas convicções religiosas; IV – a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados as costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por legislação específica; V – a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana; VI – a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões; VII – o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões; VIII – a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes de práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. (...) Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância religiosa com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de: I – coibir a utilização dos meios de comunicação so-

cial para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas; II – inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes africanas; III – assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.” Todas as pessoas e suas respectivas religiões merecem proteção e respeito. Mencionamos dispositivos de lei que se referem propriamente a cultos de matriz africana apenas a título de ilustração, para indicar a preocupação do legislador em resguardar as liberdades de cada indivíduo, inclusive com relação a diferenças humanas de consciência e de crença, e em combater a disseminação do ódio entre as pessoas, fundado em intolerância religiosa. Convém anotar que a Lei nº 11.635/07 instituiu o dia 21 de janeiro como o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”.

reitos fundamentais. Reconhecendo que a prática de ato de intolerância religiosa constitui violação ao Estado Democrático de Direito, que não se coaduna com a finalidade de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, esta Coordenaria de Direitos Humanos buscará combater tais atos de intolerância e, também, contribuir para a laicidade do Estado, municiando, sempre que possível, os órgãos de execução do Ministério Público, para que adotem as providências cabíveis, a fim de preservar os direitos fundamentais das pessoas, independentemente de sua crença religiosa.” Online: http://www.mprj.mp.br/areas-de-atuacao/direitoshumanos/areas-de-atuacao/combate-a-intoleranciareligiosa-e-defesa-do-estado-laico

Para finalizar, lembro que quando temos a informação correta e sabemos onde buscar nossos direitos, fica mais difícil sermos discriminados, ofendidos, menosprezados ou provocados. O fanatismo é o caminho mais rápido para a violência. Sejamos alertas e atuantes. Não somos melhores, porém jamais piores do que ninguém, portanto devemos exercer nosso direito (assegurado por Lei) de praticarmos a religião que escolhemos ou pela qual fomos escolhidos.

Não se pode olvidar, outrossim, que o Brasil deve adotar uma postura neutra no campo religioso, de sorte a não apoiar ou discriminar nenhuma religião. Com efeito, em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com toda a legislação que asseguram a liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às manifestações religiosas, a laicidade do Estado deve ser buscada, afastando a possibilidade de interferência de correntes religiosas em matérias sociais, políticas, culturais, etc. A laicidade do Estado tem interface com diversos direitos humanos fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade de crença e de não crença, a igualdade de gênero e os direitos da população LGBT, população esta que sofre forte discriminação em virtude de dogmas religiosos. Aperfeiçoar a tolerância às diferenças é indispensável no regime democrático. Quando se consegue fazer valer a laicidade do estado, preservam-se di-

A religião está no coração de cada um e sempre é tempo de mudar nossa direção quando estamos nos distanciando do caminho. Pai Ronaldo Linares santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br facebook.com/ santuariodaumbanda.fugabc



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A MAIOR E MELH

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Foto: Divulgação

Umbanda Legal Escrito por: Valéria Siqueira

OGUM, A LEI DIVINA Dia 23 de abril comemora-se o dia de São Jorge. Sincretizado na Umbanda com Pai Ogum, o senhor das batalhas, sem dúvida um dos Orixás mais conhecidos. Sabemos que São Jorge é um santo católico e, portanto, não é Pai Ogum, mas pertence à linha da Lei que é regida por ele. Pai Ogum na Umbanda é a exteriorização da irradiação, do sentido, da vibração da Lei Divina para toda a criação. Por esse motivo, a ordenação é uma das principais qualidades de Ogum. Lei e ordem andam juntas, pois uma não pode existir sem a outra. Quando falamos de ordenação é a nível universal e não apenas a nível terra, e a mesma ordem necessária para manter a criação planetária é necessária para manter a estabilidade cósmica. Ogum é conhecido como o senhor dos caminhos; isso não significa apenas as estradas em si, mas também a ordenação das vias evolutivas, pois sem ordem não há evolução. Muito sem fala em evolução, mas quantos umbandistas realmente compreendem do que se trata? Ogum ordena a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a evolução e a geração, e sem ele tudo estaria no caos. Há leis imutáveis que regem a criação e todos estamos sujeitos a elas, queiramos ou não...ou alguém acha que pode, sob a bandeira da Umbanda, praticar atos contrários à Lei Divina e sair impune? Doce ilusão...a Lei é implacável e nada escapa às suas vistas. Muitos do que hoje vemos procurar as religiões evangélicas, se denominando “ex” pais e mães de santo”, nada mais são do que pessoas que desvirtuaram os princípios da Umbanda e usaram seu nome em proveito próprio, para obter vantagens financeiras, favores ou para prejudicar desafetos, e simplesmente não suportaram quando a Lei do Retorno, tal qual um bumerangue, lhes devolveu segundo suas ações... Lá ficarão, na ilusão de que a salvação da alma de-

pende apenas de uma conversão condicionada a dízimos e ataques a outras religiões...Pai Ogum é a própria potência divina: será que alguém, em sã consciência, acha que pode fugir dele? E o que dizer dos filhos que não levam a sério a religião? Que usam as entidades pra dizer o que não têm coragem de dizer olhando no olho das pessoas, ou que ameaçam quem os contraria usando o nome dos nossos amados guardiões? E dos dirigentes que querem manter as pessoas no terreiro às custas de chantagens baratas e não permitem que eles estudem porque se sentem ameaçados e só sabem liderar pessoas desinformadas? Queridos, se existe um livro da vida, onde todos os nossos atos estão escritos, nele Pai Ogum escreve à tinta, e enquanto não dermos conta de cada um deles, estaremos sob o julgo da implacável Lei Divina. Deixemos nas mãos de Ogum apenas as batalhas externas, as que estão fora do nosso alcance; mas as internas, lutemos nós mesmos, com as armas do conhecimento, do amor, da bondade...não há escudo maior do que o bom fruto colhido das próprias mãos. Sejamos soldados desse pai que não perde uma batalha, que vence todas as demandas e que diz: Minha é a vitória! Sejamos honrados, éticos, respeitosos, retos nas grandes e pequenas atitudes...a ponto de podermos olhar as pessoas nos olhos e, ao deitarmos, dormirmos realmente em paz; não a paz que vemos nos facebooks da vida, mas a paz real, a que nossa própria consciência nos concede. Inclusive neste momento decisivo que nosso país está passando, quem vocês acham que está tirando toda a sujeira que estava debaixo do tapete? Acham que é por acaso? Claro que não! São as falanges da Lei agindo por nós. Meus irmãos, Deus sempre ouviu as preces dos justos, porque agora seria diferente?

Orem, acendam velas para as falanges de trabalhadores da linha da Lei, sejam eles caboclos, pretos-velhos, baianos, qualquer uma delas... Os magos façam mandalas da Lei, invoquem as forças divinas, peçam que esse país abençoado se livre das teias desses políticos desalmados e desumanos, peçam que se cumpra a Lei Divina no Brasil. Peçam que se abram os caminhos dos poucos corajosos que estão enfrentando todo um sistema totalmente corrompido, onde a impunidade é certa e o medo da lei já não existe mais e que sejam protegidos pra cumprir suas missões até o fim. Que Pai Ogum nos proteja nas estradas da vida, do falso amigo que nos aperta a mão, dos que nos olham com olhos de inveja, dos que demandam contra nós na penumbra, dos que não suportam a luz das pessoas que fazem o bem. Que ele nos corrija quando estivermos no erro, e que sejamos humildes o suficiente pra aceitar a reprimenda. Que ele nos inspire força, garra, fé e esperança mesmo diante das maiores dificuldades; o mais perigoso dragão é aquele que silenciosamente alimentamos no nosso íntimo... Que a sua espada corte todos os males deste mundo. Que Pai Ogum estabeleça a Lei Divina entre nós e nos traga dias melhores, Axé! Por Mãe Valéria Siqueira

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com


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16 de abril

Calendário Datas e Eventos

13º FESTA DE SÃO JORGE Datas 10 de abril às 09:00 h (19º Encontro de Umbandistas e dirigentes Espirituais) 16 de abril às 19:00 h 21 de abril às 19:00 h 22 de abril às 19:00 h 23 de abril às 19:00 h (Dia da tradicional Feijoada)

4ª CAMINHADA DE OGUM FUCESP Data: 16/04/2016 Local: (Concentração) Sede da Fucesp - Alameda YaYá, 79 Horário: 09:00 h Organização: Fucesp - Pai Salum Contato: 11-99937-1770

17 de abril

45º FESTA DE OGUM U.R.U.Z.G.S.P 2016 Data: Domingo, 17 de abril de José Liberatti f. Pro s Local: Ginásio de Esporte s/n ão Pav Endereço: Praça Lucas Presidente Altino –Osasco Contato: 011 3682-6679

A SÃO 59ª HOMENAGEM JORGE ORIXÁ

Local: Rua Estado do Sergipe, 355 Jd.Imperador, São Paulo - SP elha Organização: T.U.C Cacique Pena Verm Iara m e Ogu Apoio: Projeto Filhos do Cacique Contato 2721-3015 - 9 7616-2890

01 de maio

UM 25ª FESTA DE OG

h Horário: 12:00 Castelo Branco ação na Praça tr en Local: Conc ma - SP Centro de Diade Leonardo CABRAD - Pai Organização: FU 2367108 Contato: 11-99

07 de maio

EFICENTE 11ª FEIJOADA BEN COM PAGODE aio de 2016 Data: 07 de m 0min Horário: 12h:3 Cursi, 621, Avenida Maria – I EN AC l: ca Lo São Paulo – SP São Mateus – a Alfa e Ômega sociação Espírit Organização: As 2018-0879 Contato: 11 –

24 de abril

24 de abril

016 Data: 24/04/2 - SP rixás – Juquitiba O s do le Va Local: h Horário: 10:00 ão de Tendas / ni Organização: U a ista de Umband Associação Paul 62-7450 Contato:11-30

VAMOS SARAVA OGUM - AUE20E16SP

24 de abril de Data: Domingo, quari, la Mooca - Rua Ta co Local: Clube Es o - SP Mooca, São Paul h 0 :0 Horário: 13 ora E.E.S.P- Idealizad Organização: A.U. Sandra Santos 4-7014 Contato: 11-295

15 de maio

22 de maio

IMBA 1° FESTIVAL DE CUR FESTA DE OGUM - PROJETO DO MEU AXÉ IZ A R 16 REFORMAR O CENTRO 22 de maio de 20 Data: Domingo, Paulistana, ESPIRITA URUBATAN

Horário: 13h as 17h Local: Avenida Guilherme Cotching, 798 Vila Maria –SP Organização Pai João de Ogum Contato 3875- 1615 - 99983-3447 99667-6802

19 de junho

12ª PROCISSÃO, HOMENAGEM E LOUVAÇÃO AO ORIXÁ XANGÔ Data: 19 de junho 2016 Local: Clube Escola Mooca - Rua Taquari, Mooca, São Paulo - SP Horário: 13:00 h Organização: Escola de Curimba e arte Umbandista Aldeia de Caboclos/Templo Amor e Caridade Caboclo Pena Verde Contato: 11-2796-4374 / 11-94785-5874 11-94726-7609

la De Samba X-9 Local Quadra Esco a, aújo, 30, Cantareir Rua Paulo Silva Ar h Horário: 12 São Paulo - SP o Emoriô up Gr Organização: -8443 -12 65 / 9 8173 Contato: 9 5192

10 de julho

URIMBA 4º FESTIVAL DE C RÁDIO E DANÇA DA WEB LUZ BATUQUEIRO DA2016

, 10 de julho de Data: Domingo ba escola de Sam Local: Quadra da atilde Nenê de Vila M Paulo - SP i – Penha, São ld na Ri Rua Júlio Horário: 11h iros da Luz Radio Batuque eb W : ão aç iz Organ 27-3709 Contato: 9 60


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Artigo Por Alexandre Cumino

MESTRE RUBENS SARACENI Certa vez falei ao Pai Rubens Saraceni que a gente era suspeito para falar de Umbanda Sagrada ou Magia Divina, então de imediato me corrigiu dizendo que: “Não somos suspeitos, nós somos os mais indicados!”. Fiquei muito tempo pensando naquela frase e na forma como o Rubens conseguia ver as situações de ângulos diferentes e inusitados. Ao receber o convite do irmão e Pai Engels de Xangô, para escrever algo sobre o meu amigo, mestre e pai Rubens Saraceni, logo me lembrei desta frase do Rubens. Se não sou o mais indicado com certeza sou um dos mais indicados por conviver cerca de 20 anos ininterruptos com o Rubens e sua obra. Algumas coisas deste convívio me marcaram profundamente como certa vez em que confirmou que estávamos juntos no astral durante a implantação da Umbanda no Brasil e que já vivemos juntos em muitas outras encarnações. Meu convívio com o Rubens não foi apenas uma oportunidade mas um privilégio de estar junto e perto daquele que é meu Mestre. Em muitas oportunidades eu já comentei como conheci Rubens Saraceni e como ele se tornou meu Pai Espiritual, já falei e repeti muitas vezes sobre sua obra e influencia na construção da Umbanda contemporânea, no entanto nunca é demais falar sobre quem mudou pra melhor a vida de tanta gente e que mudou e muito, também pra melhor, a Umbanda ou mesmo a nossa forma de se relacionar com a Umbanda. Na década de 1980 Rubens Saraceni psicografou seu primeiro romance de Umbanda por meio do preto-velho Pai Benedito de Aruanda, que é o “Cavaleiro da Estrela Guia”. No inicio da década de 1990 ele publica o “Guardião da Meia Noite”, a historia de um Exu, que causaria um alvoroço na comunidade umbandista e se tornaria seu titulo mais lido dentre todos os mais de 60 publicados pela Editora Madras. Na sequencia vieram os livros de doutrina e teologia de Umbanda assim como a liberação de seus Mestres para ministrar os cursos de Magia Divina

e a publicação dos títulos relacionados a Arte Real, a Magia. Ninguém imaginava tanto conhecimento sobre Umbanda à disposição do leitor, muitos consideravam tudo como segredo, e para estes Rubens foi tido como um “traidor” que estava revelando o que deveria ser oculto, fechado ou esotérico, que dá na mesma. Mas ali estava seu perfil e sua coragem de seguir uma ordem maior de seus Mestres e enfrentar tudo e todos por sua verdade. Sim meus irmão ele foi um escolhido e um revelador para nossa religião e esta foi sua missão, aceitem ou não é um fato. Por isso pagou um preço alto, de calunias, difamações e agressões de todos os tipos em mundo real e virtual. Muitos tentaram desacreditar o homem, o médium, o sacerdote e o Mestre que ele é e continua sendo no astral. Seus livros e seus cursos popularizaram a religião de Umbanda por meio de uma visão racional e teológica, organizada e estruturada. Criou-se uma cultura de estudo, educação e ensino religioso umbandista, considerado como uma “Luz do Saber” par a Umbanda, que ainda hoje incomoda quem prefere ficar acomodado nas “trevas da ignorância” a cerca dos fundamentos das coisas sagradas em nossa religião. Em 1996 começou a ministrar o curso livre e teórico de “Teologia de


Ano 6 número 52 Umbanda Sagrada”, em 1999 começou a ministrar o Curso de Magia Divina em seu primeiro grau, o grau da “Magia Divina das Sete Chamas Sagradas” ou Magia do Fogo, viriam ainda mais de 21 graus e formas de praticar Magia. No ano de 2000 Rubens idealizou um “Curso de Sacerdócio de Umbanda Sagrada”, e logo estabeleceu o “Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda”, na Zona Leste de São Paulo, onde deu estrutura para todos estes cursos e mais o “Curso de Desenvolvimento Mediúnico Umbandista”. Tudo isso eu acompanhei, e uma das coisas que mais chamava a atenção era a obediência total do Rubens a seus Mestres, com destaque ao Mestre Seiman Hamiser Yê, Pai Benedito de Aruanda, Pai João da Mina, Pai Ogum Beira Mar, Pai Caboclo Arranca Toco, Baiano Simão do Bom Fim, Exu Tranca Tudo entre outros guias e mentores que lhe orientavam. Com uma mediunidade excepcional Rubens Saraceni atuou como médium de incorporação, médium psicógrafo e principalmente médium audiente, ou se preferir clariaudiente. Sim ele ouvia seus guias o tempo todo e todo tempo se consultava e seguia uma ordenação maior com relação a sua obra e dedicação à Umbanda. Outra coisa impressionante era o seu nível de dedicação total e diário em que quase todos os dias ministrava aulas de Umbanda e Magia, chegando a ter de cinco a seis turmas apenas nos fins de semana, fora as turmas de segunda a sexta feira. Por tudo isso podemos dizer que Rubens Saraceni viveu para a Umbanda, se entregou à esta missão de corpo e alma. Poderia escrever muitos livros sobre a convivência com Rubens Saraceni, mas de tudo ainda tem algo que muitos desconhecem e que marcava muito sua personalidade ele era totalmente encantado pela Umbanda, encantado por tudo que seus mestres o revelavam. A cada livro psicografado ele ficava profundamente entusiasmado e ansiava por apresentar os novos conhecimentos a quem quisesse aprender. Me lembro quando começou a receber o conhecimento das “Sete Linhas de Umbanda”, quando estudou e ensinou o entrecruzamento dos Orixás no “Código de Umbanda”, sua alegria por publicar uma “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, o quanto se divertiu com algumas das lendas de orixás que aparecem no livro “Lendas da Criação”, ficou muito satisfeito por preencher uma lacuna do conhecimento de energias, fatores e realidades com o “Livro das Energias e da Criação”, trouxe um novo olhar como o revolucionário conceito do lado interno e externo da Criação no “O Livro da Criação”, mas uma das coisas que mais o realizava era a oportunidade de apresentar à Umbanda os livros e conceito de “Orixá Exu”, “Orixá Pombagira” e “Orixá Exu Mirim”. Sim, Rubens revelou divindades desconhecidas à Umbanda que foram renomeadas para identificar novos orixás reconhecidos e cultuados no astral como “Logunan” e “Oroiná-Egunitá”. Sabemos e claro que o Rubens sabia que não existe Orixá Pomba Gira e muito menos Exu Mirim na cultura Nagô Yorubá ou no Candomblé, no entanto os nomes foram tomados emprestado apenas para identificar as divindades que são as doadoras e mantenedoras dos mistérios destas duas linhas de trabalho, legiões, dentro da Umbanda. São tantas revelações que acabou por se criar de uma forma muito natural uma vertente dentro da Umbanda, a “Umbanda Sagrada” para identificar quem segue esta linha de conhecimentos. Claro que toda a Umbanda é Sagrada, no entanto nas obras de Rubens isso é sempre enfatizado por conta da forma como Pai Benedito se referia sempre `a “Umbanda Sagrada” ele estava falando dela como um todo, uma unidade, mas aqui na terra fazemos questão de separar e identificar a qual das “umbandas” nós pertencemos. Unidade e diversidade nunca foi uma preocupação, no entanto é um fato na religião, assim como em outras religiões. E Rubens deixou uma legião de seguidores e discípulos que dão continuidade ao seu trabalho e obra. Dra. Miriam Soares é responsável pelo “Colégio Tradição de Magia Divina” que certifica todos os cursos de “Magia Divina” idealizados por Rubens Saraceni. Sandra Santos é presidente da AUEESP (“Associação Umbandista e Espiritualista do estado de São Paulo”) que reúne e congrega os Templos e Colégios de Umbanda Sagrada, que seguem a doutrina da “Umbanda Sagrada”.

página 23 Sua esposa Alzira Saraceni, filhas Stela Saraceni e Graziela Saraceni e sua irmã Fátima Saraceni dão continuidade às atividades do “Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda”, onde são ministrados cursos de Magia Divina, Desenvolvimento Mediúnico, Sacerdócio de Umbanda Sagrada e atendimento de Umbanda. Além de muitos outros Colégios de Umbanda Sagrada em todo o Brasil, assim como o “Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca” dirigido por mim, Alexandre Cumino, e estabelecido em São Paulo no bairro do Ipiranga, ao lado do Metrô Alto do Ipiranga. Todos os livros de Rubens Saraceni são publicados pela Editora Madras (www. madras.com.br).


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Eventos

5º Aniversário da Escola de Curimba e Canto Espaço do Ogã. Dia 19 de março de 2015, celebramos o 5º aniversário da Escola de Curimba e Canto Espaço do Ogã. Desejo a todos muita paz e que Deus esteja sempre com todos. É muito bom saber que tenho pessoas que posso contar sempre que preciso. Sou muito grato por tudo o que sempre fizeram por mim e pelos valores que me ensinaram para ser o que me tornei hoje. Sou muito feliz por tê-los ao meu lado por mais um ano! São muitas pessoas e não dá para agradecer a cada uma pela amizade, carinho e afeto que dedicam a escola durante todos esses anos. Por isso venho por meio dessa mensagem agradecer a todos pelas felicitações e dar um abraço

em cada um de vocês que se lembrou desse dia tão especial na minha vida! Amigos, longe, perto, distante, de todos os lugares possíveis. Amizade não se mede pelo tempo, pelo lugar, pelas condições, mas sim pela sua intensidade! Sou muito grato por ter tantos amigos e agradeço a todos por se lembrarem do nosso aniversário! Parabéns a todos por essa passagem e que nossos caminhos sejam sempre de glorias. Obrigado ao irmão Sandro Mattos pela visita e palestra ministrada aos alunos, pois renderam a cada um o despertar da enorme responsabilidade que temos com a religião de Umbanda. Obrigado Patrícia Doutor, minha esposa e companheira e Beatriz Doutor, que organizaram tudo com amor e carinho. Ao mestre de Curimba Severino Sena e mãezinha Cida Martins Sena, pelos constantes conselhos, orientações e carinho.

A mãezinha Conceição Florindo, pela maternal amizade e amparo, sempre que solicitados. Obrigado aos parceiros que cedem o espaço em seus terreiros para que aulas da escola possam ser ministradas, T.U.C.A. representado por Junior Pereira e Pai Alan Hakanaa do Colégio de Umbanda Baiano Jeremias, minha eterna gratidão. Obrigado ao Pai Joaquim de Angola, Pai Ogum Sete Bandeiras e Pai Baltazar (Neve) pela passagem, aprendizado e amizade. Obrigado a toda espiritualidade. E a todos os alunos da nossa escola de curimba e canto, o nosso muito obrigado, porque vocês nos fazem sentirmos especiais, acreditar que podemos vencer todas as dificuldades e que podemos seguir em frente. Então, muito obrigado por acreditar em nós e continuem sendo essas pessoas incríveis, especiais, carinhosas, inteligentes e marcantes porque vocês são mais do que alunos, são nossas inspirações


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Eventos

MEDALHA THEODOSINA RIBEIRO 2016 No dia 28/03/2016 - nós realizamos uma sessão solene para a entrega da Medalha Theodosina Ribeiro - edição 2016. Quero agradecer a presença mais que especial da sempre ilustre e imprescindível presença da Dra. Theodosina Ribeiro, ser humano que inspirou e continua inspirando gerações de mulheres, e também uma inspiração para o nosso mandato que batizou este prêmio com o nome da Dra. Theodosina.

Agradecemos e parabenizamos todas as homenageadas de hoje que honraram esta Casa de Leis e a todos os presentes com suas histórias, ações, atividades e legados sociais. Todas mulheres reais, fortes, intensas que ajudam a transformar a realidade de muitas pessoas diariamente, quais sejam Dra. Zeni Rose Toloi, supervisora de saúde Casa Verde, Sandra Santos, liderança nacional da Umbanda e militante no combate à intolerância religiosa, Ra-

quel Trindade, artista ímpar do nosso Brasil, Nátali Araújo, guerreira na luta contra o câncer de mama, Renata Peron, artista e mulher transexual, militante no combate à transfobia, Renata Martins, cineasta premiada, Sharylaine, rapper, cantora, compositora e produtora cultural, Conceição Lourenço, jornalista, Dra. Kenarik B. Felippe, desembargadora, e Alexandra Loras, consulesa da França no Brasil. Além destas mulheres, houve menções honrosas para as


Ano 6 número 52 intérpretes da Linguagem Brasileira de Sinais, Alexsandra Gonçalves e Silvia Mateus. A Medalha tem por objetivo reconhecer o trabalho e as ações de mulheres que empoderam, impactam e influenciam decisivamente a vida de pessoas pertencentes a grupos vulneráveis da sociedade. Neste ano, 10 mulheres foram homenageadas e 2 tiveram menção honrosa. Iniciativa da deputada Leci Brandão, a Medalha foi instituída em 2015 após aprovação de um Projeto de Resolução de sua autoria. Ao ser instituída sob a forma de Resolução, a outorga da Medalha passou a ter caráter permanente e a integrar o calendário anual da Assembleia Legislativa. “É sempre muito emocionante para nós fazer essa homenagem porque é um gesto de reconhecimento ao trabalho de mulheres fortes, guerreiras, competentes nas suas áreas e que contribuem muito para a nossa sociedade. Fica muito evidente o protagonismo das mulheres negras nesta homenagem. É uma forma de dar visibilidade às mulheres negras que ocupam espaços de Poder e que fazem a diferença no empoderamento de outras mulheres”, declara Leci. A Medalha Theodosina Ribeiro conta com a parceria da ONG Elas por Elas – Vozes e ações das mulheres, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Unaccam – União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama e da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo.

Conheça Theodosina Rosário Ribeiro Nascida em 29 de maio de 1930, na cidade de Barretos (SP), Theodosina Rosário Ribeiro foi a primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, sendo eleita em 1970 com a segunda maior votação daquele pleito. Em 1974 foi eleita a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa do Estado, onde ocupou o cargo de vice-presidente e permaneceu por três legislaturas. Dra. Theodosina é formada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes e em Direito, pela FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. A filósofa, advogada e ex-deputada se tornou uma referência e estímulo para negras e negros. Depois dela, outras mulheres negras se engajaram na vida pública. Texto Leci Brandão – facebook

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Eventos

3º Festival de Curimba Umbanda Jovem Aconteceu no domingo dia 03 de abril de 2016 QUADRA DA PERUCHE que fica localizada na Rua Samaritá, 1040 - Ponte do Limão/SP O 3º Festival de Curimba e Dança Umbanda Jovem. Ao comando da Curimba Umbanda Jovem Foi um belíssimo evento cheio de energia e de muitas emoções com as apresentações das Curimbas participantes. Parabéns aos Organizadores pelo belíssimo festival e parabéns para todos as Curimbas .

Classificação 1 lugar - Curimba Tradição da Umbanda 2 lugar - Escola de Curimba Mãos de Ogã 3 lugar - Escola de Curimba Caminhos de Oxalá

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Eventos

48ª Homenagem ao Orixá Oxóssi e ao Caboclo Arranca Toco Aconteceu no domingo dia 03 de abril de 2016 no Clube Escola Mooca que fica localizado na Rua Taquari nº 635 - Mooca a 48ª Homenagem ao Orixá Oxóssi e ao Caboclo Arranca Toco ao comando da nossa querida irmã Mãe Maria Aparecida Nalessio Presidente e responsável pelo Primado do Brasil Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil. Foi um belíssimo evento cheio de energia e de muitas emoções com os Caboclos abençoando a linda Homenagem.

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Eventos

Inauguração do Templo Umbandista Senhor Ogum Sete Lanças e Pai João de Aruanda No dia 21 de fevereiro de 2016, com grande alegria e muita fé, aconteceu a cerimônia religiosa de inauguração do Templo Umbandista Senhor Ogum Sete Lanças e Pai João de Aruanda, dirigido pelo Sacerdote Rodrigo Bertozzi. O templo recebeu mais de 120 convidados entre Pais e Mães espirituais, Curimbas e amigos. Neste lindo dia foi homenageado Orixá Oxóssi e todos os Caboclos, sob o comando do Pai Espiritual da casa o Senhor Caboclo Águia das Matas.

Um dia inesquecível por todas as emoções, vibrações e bênçãos recebidas pelos sagrados Orixás, guias e protetores espirituais! Agradecemos a todos os convidados e filhos da casa, e em especial a Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, o Núcleo de Curimba Tambor de Orixá, a Escola de Curimba Tambores de Umbanda, Sandro Luiz, a Escola de Curimba Tambores de Palmares, o Terreiro Iansã Guerreira e Baiano Zé Pelintra, Jr Atabaques, Ogã Daniel, e a Sol de Aruanda artigos religiosos.


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Eventos

Na batida do Tambor Aconteceu no dia 12 de março de 2016 na Quadra da X9 – Paulistana, o evento na batida do tambor, organizado pela Loja de artigos religiosos Sol de Aruanda, abrilhantaram o evento, Curimbas e Grupos de São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá, os tambores vibraram. O cantor Royce do cavaco emocionou o público presente e o cantor Dudu Nobre encerrou o evento com muito samba, e energia. Parabéns pelo Belíssimo evento!

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Mais um ano a Federação Umbandista Carapicuíbana ao comando do nosso irmão Ogan Franklin de Ogum realizou a homenagem aos Caboclos Brasileiros, destacamos diversas apresentações culturais, a caminhada pela mata a louvação e incorporação dos Caboclos. Parabéns pelo Belo evento!


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Eventos

Formatura de Sacerdócio do Templo de Umbanda Casa da Fé Sem dúvida esse foi um dia muito especial. A Formatura da 1ª Turma de Sacerdócio 2013/2015. Foram 2 e 9 meses de curso, e somente quem passou por esse tempo sabe o que passamos e o que ganhamos. No início éramos em 27alunos.Com o tempo, Olorum foi reafirmando quem ficaria. Acredito que tudo tem seu tempo certo. Durante todo esse tempo, foram muitos dias de aprendizado e conscientização do que seria um curso de sacerdócio. Minha preocupação era não formar

uma quantidade sem qualidade. Nos dias de hoje, é necessário o despertar do que é ser um representante da Umbanda. Esses 10 grandes guerreiros chegaram ao fim. Nesse período eu os amei e odiei, e vice-versa. Uma relação de grande intensidade! Valeu a pena? Valeu muito a pena! Vou levar vocês para sempre em meu coração e em minha memória. A Casa da Fé sempre será a casa de todos e vamos entregar os desígnios nas mãos de Olorum. Estaremos sempre juntos.

A nossa rotina desses anos ficará guardada e nunca esqueçam cada palavra de amor dedicado a vocês. Parabéns meus queridos sacerdotes!!! Uma noite especial com grandes homenagens! Agradeço a presença do Pai Engels Aldeia de Caboclos e ao vereador Quito Formiga e a linda homenagem à semana de Umbanda, onde a casa foi honrada pelas homenagens à Mães da Umbanda. Obrigada meus queridos por todo carinho e reconhecimento. Esse momento ficará eternizado em nossa casa e a homenagem aos queridos alunos!



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Amor ao Próximo Por: Associação

Espirita Alfa & Omega

BINGO BENEFICENTE DE PÁSCOA Realizamos no dia 19.03 (sábado) nosso tradicional BINGO BENEFICENTE DE PÁSCOA e contamos com a presença de aproximadamente 100 pessoas. A cada ano sentimos nosso trabalho crescer e isso nos traz muita alegria e gratidão. Os trabalhos beneficentes que fazemos têm o objetivo de arrecadar fundos para nossas obras sociais, praticamos a caridade constantemente e temos em nossa associação um trabalho mensal de entrega de cestas básicas para as famílias carentes da Zona Leste de SP. Esse trabalho é sério, os médiuns da nossa associação fazem uma triagem, visitando as famílias pessoalmente para termos a certeza que tais famílias necessitam desse auxílio. As famílias recebem uma cesta básica por mês durante um trimestre, assim evitamos que haja alguma espécie de acomodação por parte dessas famílias.

Agradecemos a todos que nos ajudaram a organizar esse bingo, que se dedicaram a fazer os ovos de Páscoa (trabalho árduo e delicado), àqueles que no dia se disponibilizaram a trabalhar na associação, servindo lanches, vendendo refrigerantes, as pessoas que doaram os doces para vendermos no dia. Enfim, agradecemos quem pôde de alguma maneira nos auxiliar. Contamos, mais uma vez, com a presença da Família Aldeia de Caboclos, que está sempre nos ajudando a divulgar e expandir nossos trabalhos sociais. Recebemos em nosso bingo também o Vereador Quito Formiga, ficamos felizes com sua presença, pois sabemos o quanto é importante o trabalho que ele faz em nome da nossa religião. Precisamos de mais pessoas assim, com essa força de vontade e disposição para vencer a discriminação, minimizar a intolerância religiosa e levar a missão da Umbanda

ao máximo de pessoas possíveis. Nosso próximo trabalho beneficente já tem local e data definida, nossa tradicional Feijoada com Pagode, esse ano completamos nossa 11ª edição. A feijoada acontecerá dia 07/05/2016 às 12h30m no ACENI (Rua Maria Cursi 621 São Mateus). O valor do convite custa R$ 30 por pessoa. Serviremos feijoada entre 12h30 e 16h30, durante esse período pode-se comer à vontade. Crianças até 10 anos não pagam entrada. Teremos uma tarde com muita agradável, com muita música, alegria e feijoada!!! Os convites já estão à venda na associação e também com todos os médiuns da casa. Em nosso facebook, já temos um grupo com todas as informações desse importante trabalho beneficente. Não podemos negar que essas festas beneficen-


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Ano 6 número 52 tes dão muito trabalho, exige muito tempo de cada pessoa que se dispõe a organizar, mas o resultado sempre é positivo e ao fim de cada trabalho, reconhecemos que todo o esforço foi válido. Ter a oportunidade de ajudar cada vez mais famílias e crianças carentes nos impulsiona a cada vez nos dedicarmos mais. Abaixo colocaremos todas as informações de como você pode nos procurar para fazer parte também desses trabalhos sociais. Temos em nossa casa um importante trabalho espiritual relacionado a religião Umbanda, mas você, leitor, que quer nos ajudar nos trabalhos sociais, sem comparecer as giras, também é bem vindo. Enfim, obrigada a todos que nos auxiliam, que comparecem em nossos eventos. Só temos que agradecer a Zambi que nos dá a oportunidade de ajudarmos aqueles que necessitam mais que nós. Desejamos prosperidade, fartura, saúde e disposição a todos. Que Oxalá vos abençoe, irmãos de FÉ. Cada um fazendo sua parte, podemos melhorar o mundo, só depende de nossas ações. Nosso Pai Oxalá nos deixou o ensinamento que devemos partilhar o pão, somente assim conseguimos multiplicá-lo. Nossa casa segue essa filosofia e quando nos unimos em prol de um mesmo ideal tudo fica mais fácil, mais leve.

Associação Espírita Alfa e Ômega Rua Augusto Giorgio, 222 - São Mateus São Paulo - SP CEP 03965-050 Brasil - (11) 2018 0879 ass.alfa.omega20@gmail.com http://www.associacaoalfaeomega.org https://www.facebook.com/alfa.eomega.56

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9 9877-2354 umbanda@tendadeumbanda.org www.tendadeumbanda.org

Fundado em: 18-01-1975

Trabalhos Espirituais aos Sábados as 19:00 hrs Avenida Vila Ema, 3248- Vila Ema São Paulo/SP Tel.: 11 2604-5524 / 98564-1207

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